GUIA RÁPIDO PARA

DESINFECÇÃO de

AMBIENTES
PARA PROFISSIONAIS
DE BELEZA, ESTÉTICA E SAÚDE

MATERIAL DESTINADO A PARTICIPANTES DA

IMERSÃO EM BIOSSEGURANÇA E
REGULARIZAÇÃO SANITÁRIA

BIOSSEGURANCAESTETICA

AGOSTO 2023
CONTEÚDO
Introdução 04

Capitulo 1 05
Importância da desinfecção

Capítulo 2 06
Tipos de ambientes e materiais

Capítulo 3 07
Riscos da desinfecção

Capitulo 4 08
Praticando a desinfecção no seu espaço

Conclusão 12

02
SOBRE OS AUTORES
Dra Andréa Senatore Grillo
Advogada e Professora, especialista
em Direito Civil e Empresarial, com
licenciatura e pós graduação em
Direito Constitucional e Administrativo
e especialização em Direito
Regulatório, mais de 20 anos de
experiência em Assessoria Jurídica
Empresarial para empresas dos ramos
de Saúde, Beleza e Estética.
IMERSÃO EM BIOSSEGURANÇA E REGULARIZAÇÃO SANITÁRIA - AGOSTO 2023
BIOSSEGURANCAESTETICA
Ph.D Robson Seriani
Professor Doutor em Ciências pela
Faculdade de Medicina da USP,
Especialista em Saúde Pública pela
Faculdade de Saúde Pública da USP,
Professor em Cursos de Graduação e
Pós-Graduação da área da saúde há
mais de 16 anos, Cientista e
Pesquisador com mais de 25 artigos
científicos em revistas nacionais e
internacionais
03
INTRODUÇÃO
"A Desinfecção e a esterilização são processos
necessários e obrigatórios para profissionais da
beleza e estética"

A desinfecção e a esterilização são processos essenciais para controlar a

disseminação de microrganismos. A desinfecção envolve a redução significativa
de micróbios patogênicos em superfícies ou objetos, mas não necessariamente
elimina todos os micro-organismos, apenas reduzindo a carga para níveis
considerados seguros para a saúde humana. Isso é frequentemente realizado com
o uso de produtos químicos ou calor.

A desinfecção reduz a carga microbiana para um nível seguro, enquanto a

esterilização garante a eliminação completa de todos os micro-organismos.
Ambos são importantes para a saúde pública e a segurança em diversas áreas,
cada um sendo aplicado de acordo com o contexto e o nível de risco associado.

A obrigatoriedade de conhecimento sobre esse tema está descrito na norma

técnica NBR 16483/2016

IMERSÃO EM BIOSSEGURANÇA E REGULARIZAÇÃO SANITÁRIA - AGOSTO 2023

BIOSSEGURANCAESTETICA 04
CAPÍTULO 1

IMPORTÂNCIA DA DESINFECÇÃO E
ESTERILIZAÇÃO
Por trás da aparente serenidade,
superfícies e equipamentos acolhem
uma diversidade oculta de
microrganismos, formando um
ecossistema microbiano em constante
interação.
Estudos revelam que instrumentos
como alicates, pinças, escovas, teboris,
piercings, dentre outros materiais,
abrigam comunidades microbianas
variadas, que podem incluir potenciais
patógenos. Estes, muitas vezes
resistentes, podem sobreviver em
ambientes não adequados e ser
transferidos de cliente para cliente
caracterizando uma ameaça em
espaços de beleza e estética.

Consequencia da falta de desinfecção

A presença de bactérias, fungos e vírus pode desencadear irritações cutâneas,

infecções e, em casos extremos, doenças mais sérias. Atingir níveis de desinfecção
que reduzam a carga microbiana a patamares seguros é essencial para mitigar
riscos de transmissão e preservar a saúde do cliente. Além disso, esse compromisso
com a desinfecção robusta não apenas protege, mas também projeta a imagem de
um profissional dedicado e consciente, ciente das complexas interações entre a
microbiologia, os procedimentos de embelezamento e estética.

IMERSÃO EM BIOSSEGURANÇA E REGULARIZAÇÃO SANITÁRIA - AGOSTO 2023

BIOSSEGURANCAESTETICA 05
CAPÍTULO 2

TIPOS DE AMBIENTES E MATERIAIS

Os estabelecimentos de interesse da saúde são classificados levando em
consideração o risco sanitário das atividades praticadas, ou seja: o risco de se
contrair ou disseminar doenças para os profissionais e clientes.

Dentro deste contexto, tanto as áreas dentro dos estabelecimentos, quanto os

instrumentos utilizados na prestação de serviços são classificados conforme o tipo
de atividade, quantidade de material infectante presente, e o nível de fragilidade
para as pessoas, o que inclui por exemplo, doenças crônicas pré-existentes.
Exemplos: material crítico, área critica, paciente diabético...

A Legislação define os graus de criticidade em uma escala de classificação das

áreas e dos instrumentos para definir qual o tipo de tratamento deve receber
(limpeza, desinfecção ou esterilização). Conhecer esta classificação permite ao
profissional identificar, conforme o grau, o tipo de tratamento que deverá aplicar
no local e aos métodos em seus instrumentos.

Áreas críticas são aquelas onde há grande risco sanitário porque ali são
desenvolvidas atividades com manipulação de instrumentos críticos de natureza
perfuro cortante (alicates de cutículas, brincos, agulhas, agulha de tatuagem,
piercing, navalhas, dentre outros) que penetram através da pele e mucosas e,
portanto, necessitam de tratamento específico (esterilização) após o uso, para se
tornarem livres de quaisquer microrganismos capazes de transmitir doenças.

Tanto a área critica, quanto os instrumentos

críticos necessitam de tratamento
diferenciado para minimizar o risco de
contaminação direta e cruzada.

BIOSSEGURANCAESTETICA 06
CAPÍTULO 3

RISCOS DA DESINFECÇÃO
A toxicidade de um produto desinfetante é a capacidade inerente de uma
substância produzir efeitos nocivos a um organismo vivo ou no ecossistema, já o
risco tóxico é a probabilidade de o efeito nocivo acontecer nas condições de uso da
substância. No entanto para que o efeito tóxico ocorra, é necessário a exposição, a
entrada pelas vias de penetração no organismo, a dose, interação com os alvos
biológicos e capacidade orgânica (metabolismo) de eliminação, e por esse motivo,
dependendo da existência de doenças crônicas como diabetes, bronquite, asma,
hipertensão os efeitos podem se agravar.

Por esse motivo, há obrigatoriedade de conhecimentos sobre a ficha técnica do

produto químico perigoso e o uso de EPI como:

Jaleco impermeável.
Luvas de limpeza, preferencialmente de punho longo.
Óculos de proteção para respingos nos olhos.
Mascara valvulada classe P2 com carvão (PFF2-VO).

A utilização dos EPIs como jaleco, luvas, óculos de proteção, calçados fechados
são indispensáveis para evitar a contaminação cruzada entre materiais e também
entre profissionais e clientes.

Segundo ANVISA (2010) o risco biológico é a probabilidade da exposição

ocupacional a agentes biológicos encontrados em sangue, fluidos corpóreos,
meios de culturas e espécimes clínicos.

Tanto a área critica, quanto os instrumentos

críticos necessitam de tratamento
diferenciado para minimizar o risco de
contaminação direta e cruzada.

BIOSSEGURANCAESTETICA 07
CAPÍTULO 4

PRATICANDO A DESINFECÇÃO
Sempre que terminar a limpeza daquele espaço você ira fechar e passar para o
próximo, respeitando a ordem: área critica => área semicrítica => área não critica
=>área externa, pois entrar em área contaminada e retornar à área limpa invalida o
processo, então, divida seu espaço em áreas, como na figura:

BIOSSEGURANCAESTETICA 08
CAPITULO 4

É indispensável que sejam apenas utilizados produtos químicos com registro na

ANVISA, nas concentrações indicadas pelo fabricante para que haja maior
rendimento e eficiência.
Também recomenda-se verificar a condição do ambiente antes de fazer a
aplicação dos produtos, como por exemplo a quantidade de material orgânico e
nesse caso, é necessário ter condutas diferenciadas, como mostra a figura abaixo.

A seguir veremos dois esquemas descritos pela ANVISA para limpeza de

ambiente com pouca, muita, e sem materia orgânica.

ESQUEMA 1. LIMPEZA DE ESQUEMA 2. LIMPEZA DE

SUPERFÍCIE SEM SUPERFÍCIE COM
PRESENÇA DE MATÉRIA PRESENÇA DE MATÉRIA
ORGÂNICA. ORGÂNICA.

BIOSSEGURANCAESTETICA 08
CAPITULO 4

Alguns procedimentos de limpeza e desinfecção são rápidos, fáceis, basta seguir as

recomendações descritas a seguir:

DETERGENTES

O uso de detergentes neutros na área da beleza desempenha um papel crucial na

manutenção da higiene e limpeza de equipamentos e superfícies. É fundamental que
profissionais compreendam tanto as indicações quanto as contraindicações para
garantir práticas seguras e eficazes.

Indicações: O detergente neutro é recomendado para realizar limpeza mecânica,

visando a remoção de resíduos e sujidades presentes em equipamentos e superfícies
oferecendo uma abordagem suave que não interfere nos materiais, conservando sua
integridade.

Contraindicações: Vale ressaltar que o detergente neutro não possui propriedades

bactericidas. Portanto, sua aplicação não elimina bactérias patogênicas. Além disso, é
essencial que os profissionais estejam cientes das contraindicações específicas
relacionadas à limpeza de diferentes tipos de superfícies. Dessa forma é altamente
recomendável seguir as instruções fornecidas pelo fabricante para evitar danos.

Procedimentos de Utilização: Para garantir resultados satisfatórios e seguros, siga

estas etapas ao usar detergente neutro:

1. Preparação: Consulte as orientações do fabricante sobre a diluição e aplicação

adequadas do produto.
2. Aplicação: Utilize um pano macio ou escova apropriada para aplicar o detergente
conforme indicado nas instruções do fabricante.
3. Limpeza: Esfregue suavemente a superfície desejada, concentrando-se nas áreas
que requerem limpeza. Lembre-se de não aplicar força excessiva, especialmente
em materiais sensíveis.
4. Enxágue: Remova o detergente utilizando um pano úmido, assegurando-se de
eliminar completamente os resíduos.

Ao seguir essas diretrizes, profissionais da beleza podem manter seus equipamentos e

ambientes de trabalho higienizados e em condições ideais para oferecer serviços de
qualidade aos clientes. A compreensão das especificidades do detergente neutro e
sua aplicação adequada são elementos essenciais para aprimorar a prática
profissional.

BIOSSEGURANCAESTETICA 09
CAPITULO 4

ALCOOL 70%

A aplicação eficaz do Álcool Etílico 70% desempenha um papel vital no setor da beleza
e estética , garantindo um ambiente limpo e seguro para profissionais e clientes, mas é
de suma importância que os profissionais compreendam as indicações e
contraindicações para maximizar a eficácia desse desinfetante.

Indicações:

Após a Limpeza: O Álcool Etílico 70% deve ser utilizado após a limpeza prévia com
água e detergente. Essa etapa preparatória é crucial para garantir que a
desinfecção seja aplicada em uma superfície livre de sujidades visíveis.

Desinfecção Intermediária: Esse desinfetante é indicado para níveis intermediários

de desinfecção de produtos para saúde, incluindo alguns artigos e equipamentos.
A concentração de 70% é apropriada para garantir eficácia através do processo de
fricção.
Variedade de Superfícies: O Álcool Etílico 70% é recomendado para diversas
superfícies, como bebedouros, bancadas, maçanetas, torneiras, móveis, colchões,
macas, camas, pratos de balança e superfícies externas de equipamentos
metálicos.
Contraindicações:

Materiais Sensíveis: Evite o uso do Álcool Etílico 70% em materiais como acrílico,
borrachas e tubos plásticos. Esses materiais podem ser danificados pelo álcool,
comprometendo sua integridade.

Embalagens: Não reutilize as embalagens do produto para outros fins, garantindo

que não haja contaminação cruzada.

Certifique-se de que a superfície tenha sido limpa previamente com água e

detergente, eliminando resíduos visíveis.

Fricção: Friccione suavemente a superfície, garantindo que o desinfetante cubra

todas as áreas. Deixe o produto agir e secar. Repita o processo de aplicação três
vezes para assegurar uma desinfecção completa e eficaz.

Ao seguir essas orientações, profissionais da área da beleza podem incorporar de

forma segura o Álcool Etílico 70% em suas práticas de higiene, mantendo um
ambiente limpo e livre de riscos para todos os envolvidos.

BIOSSEGURANCAESTETICA 10
CAPITULO 4

HIPOCLORITO DE SÓDIO 1%

O uso apropriado do Hipoclorito de Sódio 1% é essencial para garantir a segurança e

higiene em ambientes de trabalho. Profissionais devem estar cientes das indicações e
contraindicações para aplicar esse desinfetante de maneira eficaz.

Indicações:

1. Após Limpeza: O Hipoclorito de Sódio 1% deve ser empregado após a limpeza

prévia utilizando água e detergente. Isso assegura que a desinfecção ocorra em
uma superfície livre de resíduos visíveis.
2. Desinfecção Intermediária: Indicado para níveis intermediários de desinfecção em
produtos para saúde e equipamentos. A concentração de 1% é eficaz nesse
processo.
3. Sensibilidade à Matéria Orgânica: O Hipoclorito de Sódio 1% é inativado na
presença de matéria orgânica, portanto, a limpeza deve ser realizada antes da
aplicação do desinfetante.

Contraindicações:

1. Materiais Corrosivos: Evite aplicar o Hipoclorito de Sódio 1% em metais, devido à

sua ação corrosiva. Além disso, esse desinfetante possui propriedades
descolorantes.
2. Proteção do produto: Mantenha as soluções em recipientes fechados, protegidos
da luz em frascos opacos, e em locais bem ventilados e não reutilize as
embalagens para evitar contaminação cruzada. Não misture com outros produtos,
principalmente com detergentes ou outros produtos químicos, pois isso pode
comprometer sua eficácia e até torná-lo tóxico.

Procedimentos de Utilização:
Superfícies:

1. Realize a limpeza inicial da superfície utilizando água e detergente, após remover o

detergente umedeça um pano seco com o Hipoclorito de Sódio 1% e aplique na
superfície desejada, deixando agir por 10 minutos. Retire o produto com um pano
umedecido em água.

Seguir essas orientações assegura que profissionais possam incorporar o Hipoclorito

de Sódio 1% de forma eficaz e segura em suas práticas de desinfecção, mantendo um
ambiente livre de riscos e propício ao bem-estar de todos os envolvidos.

BIOSSEGURANCAESTETICA 11
CONCLUSÃO

Dominar a desinfecção não é um mero luxo; é um dever sagrado. É o compromisso

de proteger a saúde daqueles que confiam em suas mãos habilidosas. É a garantia
de que a experiência de beleza e estética que você oferece transcende a
superfície e penetra no âmago da segurança.

Neste material, colocamos um breve resumo que tem grande utilidade, mas daqui
pra frente vamos desvendar todos segredos por trás da desinfecção eficaz e como
ela é a pedra angular para construir uma clientela fiel e satisfeita, mas sobretudo
um ambiente seguro e impecável perante clientes e a vigilância sanitária

Agora, mergulhe de cabeça nessa jornada para se tornar profissional expert e

domine por completo esse processo de ponta a ponta.

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