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Introdução
Os profissionais de assistência à saúde estão frequentemente expostos
ao manejo com agulhas, bisturis e outros instrumentos perfurocortantes;
dessa forma, encontram-se sob maior risco de acidentes. As medidas de
biossegurança, quando empregadas corretamente pelos profissionais,
minimizam o risco de acidentes envolvendo materiais biológicos e ins-
trumentos perfurocortantes.
Neste capítulo, você vai conhecer as medidas de biossegurança e
sua importância no manejo de materiais perfurocortantes e biológicos.
Também vai identificar as condutas pós-exposição a acidentes com esses
materiais, além de identificar os aspectos peculiares de biossegurança
para a soroconversão pelo HIV e hepatites virais.
2 Doenças ocupacionais por agentes biológicos, conduta e normas de biossegurança (HIV e hepatite B)
Biossegurança
A primeira Lei de Biossegurança do Brasil foi criada no ano de 1995 — Lei nº
8.974, de 5 de maio de 1995. Posteriormente, no ano de 2005, ela foi revogada
pela segunda Lei de Biossegurança, a Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005.
A Lei da Biossegurança tem como premissa prevenir, minimizar ou eliminar
riscos que venham a comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio
ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. Ela compreende um
compilado de procedimentos, ações, técnicas e metodologias.
Os métodos de controle de exposição voltados para a biossegurança
consistem em componentes fundamentais para a segurança tanto do paciente
quando do profissional da saúde. Esses componentes, segundo Estridge e
Reynolds (2011), incluem fatores como os descritos a seguir.
Descarte Manuseio
Tipos de exposição
Os tipos exposição que podem resultar em risco de transmissão ocupacional
do vírus HIV e de hepatites B e C são divididos em classes, mostradas no
Quadro 2.
Riscos de transmissão
Os materiais biológicos que denotam risco de transmissão do vírus HIV são:
O vírus da hepatite B apresenta uma alta resistência ambiental, sobrevivendo por mais
de uma semana em sangue seco em temperatura ambiente, além de ser resistente a
detergentes comuns e álcool (GARCIA; FACCHINI, 2008). Isso reforça a importância de
medidas de biossegurança na higienização de superfícies e bancadas, que devem ser
higienizadas no início da jornada de trabalho, entre um paciente e outro e no final do
dia. Recomenda-se o uso de água e sabão, seguido da aplicação de solução alcoólica
70% ou hipoclorito de sódio 1% (STAPENHORST et al., 2018).
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As condutas incluem:
cuidados com a área exposta;
Condutas após o
avaliação do acidente;
acidente
orientações e aconselhamento ao acidentado;
notificação do acidente.
Envolve:
medidas preventivas e gerenciais;
capacitação e educação em saúde;
Prevenção controle médico e registro de agravos;
vigilância;
registros com as devidas notificações dos
acidentes.
Tenofovir (TDF).
Lamivudina (3TC).
Atazanavir (ATV/r).
Esse tratamento deverá ser mantido pelo período de 28 dias. Cabe salientar
que a escolha do melhor esquema terapêutico deverá ser realizada por um pro-
fissional, preferencialmente um infectologista. É importante que o profissional
que sofreu o acidente seja orientado a manter o tratamento e a não suspendê-lo
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O profissional da rede privada deve informar o acidente ocupacional em até 24h, por
meio de um formulário denominado CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho).
Para os profissionais da rede pública, o acidente ocupacional deverá ser registrado
em até 10 dias após a exposição.
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Soroconversão
No dia do acidente, o profissional deverá realizar, imediatamente, os seguintes
exames sorológicos:
HIV: anti-HIV
Hepatite B: HBsAg, anti-HBc Total, anti-HBs
Hepatite C: anti-HCV
Sorologia Sorologia
Exposição Observações
negativa positiva
(Continua)
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(Continuação)
Sorologia Sorologia
Exposição Observações
negativa positiva
Para ler na íntegra o texto da Profilaxia Pós-Exposição (PEP) à infecção pelo HIV, IST e
hepatites virais acesse o link a seguir.
https://qrgo.page.link/iQp75
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Paciente-fonte
Exposição Paciente-fonte desconhecido
conhecido
(Continua)
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(Continuação)
Paciente-fonte
Exposição Paciente-fonte desconhecido
conhecido
Leituras recomendadas
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Exposição a materiais
biológicos. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2011. (Série A. Normas e Manuais Técnicos).
Disponível em: http://www1.saude.rs.gov.br/dados/1332967170825PROTOCOLO%20
EXPOSICAO%20A%20MATERIAL%20BIOLOGICO.pdf. Acesso em: 29 jul. 2019.
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