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BIOSSEGURANÇA

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SUMÁRIO
UNIDADE 01 – Riscos gerais em Saúde .................................................................. 4
1 Conceito de biossegurança ................................................................................ 4
1.1 Objetivo da unidade.............................................................................................................. 4
1.2 Outros conceitos importantes ............................................................................................. 6
2 RISCO LABORATORIAL........................................................................................... 7
2.1 Grupo I: Riscos Físicos ............................................................................................................ 8
2.2. Grupo II: Riscos Químicos.................................................................................................. 10
2.2.1. Classificação dos Riscos Químicos .......................................................................... 11
2.2.2. Principais meios de penetração de substâncias químicas no organismo .. 11
2.2.3. Efeitos das substâncias químicas no organismo.................................................. 12
2.2.4. Rotulagem e simbologia ............................................................................................ 12
2.3. Grupo III: Riscos Biológicos ............................................................................................... 14
2.4. Grupo IV: Riscos Ergonômicos ......................................................................................... 16
2.5. Grupo V: Riscos de Acidentes ......................................................................................... 17
3 LEITURA E MATERIAIS COMPLEMENTARES .......................................................... 18
4 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 19
UNIDADE 02 – Barreiras de contenção e Boas práticas..................................... 22
1 Barreiras de contenção em saúde ................................................................... 22
1.1 Objetivo da unidade............................................................................................................ 22
2 MECANISMOS DE CONTENÇÃO ......................................................................... 24
2.1 Equipamento de Proteção Individual - EPI .................................................................... 24
2.2 Equipamentos de Proteção Coletiva - EPC ................................................................... 28
3 BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS ....................................................................... 31
4 LEITURA E MATERIAIS COMPLEMENTARES .......................................................... 33
5 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 35
UNIDADE 03 – Risco Biológico e Mapa de Risco ................................................ 36
1 Risco biológico.................................................................................................... 37
1.1 Objetivo da unidade............................................................................................................ 40
2. ESTRUTURA DO AMBIENTE DE TRABALHO .......................................................... 41
3 NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA ............................................................................... 43
4 MAPA DE RISCO................................................................................................... 45
4.1 Classificações de riscos ....................................................................................................... 46
4.2 Objetivos do Mapa de Risco ............................................................................................. 47

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4.3 Avisos de segurança ............................................................................................................ 48
5 LEITURA E MATERIAIS COMPLEMENTARES .......................................................... 50
6 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 51
UNIDADE 04 – Gerenciamento de resíduos biológicos...................................... 53
1 Resíduos biológicos em saúde.......................................................................... 53
1.1 Objetivo da unidade ...................................................................................................... 53
2 RESÍDUOS BIOLÓGICO ........................................................................................ 55
2.1 Descontaminação ............................................................................................................... 56
2.2 Descarte do Lixo Biológico................................................................................................. 57
2.3 Descarte do lixo químico .................................................................................................... 58
2.4 Descarte de resíduo comum............................................................................................. 58
4.5 Recomendações para os rejeitos de perfurocortantes ............................................ 59
3 DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO ........................................................................ 61
4 LAVAGEM E HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS ........................................................... 63
5 LEITURA E MATERIAIS COMPLEMENTARES .......................................................... 66
6 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 67

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UNIDADE 01 – Riscos gerais em Saúde

1 Conceito de biossegurança

A biossegurança é uma área de conhecimento definida pela Agência


Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como: “condição de segurança
alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir
ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde
humana, animal e o meio ambiente”.
Ambientes laboratoriais são locais que podem expor as pessoas que
nele trabalham ou circulam a riscos de diversas origens. Os laboratórios de
ensino e pesquisa têm características diferentes de outros, devido
principalmente a grande rotatividade de professores, pesquisadores,
estagiários, alunos em geral, além da variabilidade de atividades
desenvolvidas. A manipulação de produtos químicos, microorganismos e
parasitas com risco de infectividade e morbidade é bastante variada,
sobretudo nos laboratórios de ensino na área de saúde.
O laboratório de Análises Clínicas (Patologia Clínica) é responsável por
auxiliar o médico na detecção de patologias e condições fisiológicas através
de exames em materiais biológicos (sangue, urina, fezes, escarro, fluídos
orgânicos). Todos profissionais que atuam nessa área estão sujeitos a diversos
riscos à saúde. Além disso, profissionais de saúde em geral que compartilham
de um ambiente insalubre com exposição à riscos biológicos devem recorrer
a boas práticas laboratoriais essenciais para manutenção de sua saúde.
Assim surge a biossegurança laboratorial, ou segurança biológica,
referindo-se à aplicação do conhecimento, técnicas e equipamentos com a
finalidade de prevenir (minimizar) a exposição do trabalhador, laboratório e
ambiente a agentes potencialmente infecciosos e/ou tóxicos, bem como
garantir a qualidade do material a ser analisado.

1.1 Objetivo da unidade

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O principal objetivo da referida unidade é a compreensão do conceito
da biossegurança laboratorial, bem como compreender os principais risco
expostos aos profissionais das unidades de saúde em geral.
Biossegurança por ser um conjunto de procedimentos, ações, técnicas,
metodologias, equipamentos e dispositivos capazes de eliminar ou minimizar
riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento
tecnológico e prestação de serviços, que podem comprometer a saúde do
homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos
desenvolvidos, é de fundamental importância em laboratórios de ensino e
pesquisa.

 minimização de riscos;
 minimização de efeitos adversos ao homem, animais e meio
ambiente.

As principais causas de acidentes no laboratório de análises clínicas são:

 Falta de treinamento, conhecimento ou experiência;


 Falta de cuidado, distração;
 Fadiga e/ou uso de remédios;
 Opção pelo caminho “mais curto” ou mais “rápido” ou “mais fácil”;
 Tentativa de “ganhar tempo”, pressa na execução;
 Autoconfiança em excesso;
 Teoria do “comigo isso não acontece”

O objetivo principal da biossegurança é criar um ambiente de trabalho


onde se promova a contenção do risco de exposição a agentes
potencialmente nocivos ao trabalhador, pacientes e meio ambiente, de
modo que este risco seja minimizado ou eliminado. O termo “contenção” é
usado para descrever os métodos de segurança utilizados na manipulação
de materiais infecciosos ou causadores de riscos em meio laboratorial, onde
estão sendo manejados ou mantidos.

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O objetivo da contenção é reduzir ou eliminar a exposição da equipe
de um laboratório, de outras pessoas e do meio ambiente em geral aos
agentes potencialmente perigosos. As contenções de riscos representam-se
como a base da biossegurança e são ditas primárias ou secundárias.
A contenção primária, ou seja, a proteção do trabalhador e do
ambiente de trabalho contra a exposição a agentes infecciosos é obtida
através das práticas microbiológicas seguras e pelo uso adequado dos
equipamentos de segurança. A contenção secundária compreende a
proteção do ambiente externo contra a contaminação proveniente do
laboratório e/ou setores que manipulam agentes nocivos. Esta forma de
contenção é alcançada tanto pela adequada estrutura física do local como
também pelas rotinas de trabalho, tais como descarte de resíduos sólidos,
limpeza e desinfecção de artigos e áreas, etc.

1.2 Outros conceitos importantes

INFECÇÃO

É a penetração, a multiplicação e o desenvolvimento de


microrganismos patogênicos no corpo de um hospedeiro. A invasão
desencadeia no hospedeiro uma série de reações do sistema imunológico, a
fim de defender o local afetado resultando, geralmente, em reações
orgânicas patológicas, como inflamação.

VIAS DE ELIMINAÇÃO DE MICRORGANISMOS

Os agentes infecciosos, após penetrarem no hospedeiro, instalam-se


nos tecidos, cavidades ou órgãos que mais os beneficiam, multiplicam-se e,
depois, saem ou eliminam formas infectantes. As vias de eliminação de
microrganismos são as vias por onde o microrganismo patogênico sai do
organismo infectado para alcançar e promover novas infecções. Estas vias

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são o sangue, as fezes, a urina, o escarro, as secreções, o esperma, a
secreção purulenta, lesões da pele.

VACINAS

As vacinas são substâncias que ao serem introduzidas no organismo do


hospedeiro promovem uma reação do sistema imunológico semelhante à
que ocorreria no caso de uma infecção por um determinado agente
patogênico. Esse efeito promove a produção de anticorpos que acabam por
tornar o organismo imune ou, ao menos mais resistente, a esse agente.
Seu uso é fundamente como forma de prevenção para profissionais
que mantêm contato com potenciais transmissores patológicos. É
recomendada para os funcionários do laboratório de análises clínicas a
vacinação contra difteria, caxumba, febre tifoide, hepatite B, poliomielite,
rubéola, sarampo, tétano e tuberculose.

PORTA DE ENTRADA DE MICRORGANISMOS

São vias capazes de fácil penetração de agentes patogênicos em um


organismo e podem ser naturais ou traumáticas:

1 – Boca
2 – Nariz
3 – Via endovenosa – via circulatória (grande porcentagem)
4 – Pele

2 RISCO LABORATORIAL

O risco laboratorial pode ser definido como uma condição biológica,


química ou física que apresenta potencial para causar dano ao trabalhador,
produto ou ambiente.

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Os riscos que podem causar algum dano são classificados em 5 grupos: 1-
riscos físicos; 2- riscos químicos; 3- riscos biológicos; 4- riscos ergonômicos; e 5-
riscos de acidente.

2.1 Grupo I: Riscos Físicos

As atividades desenvolvidas em laboratórios e serviços de saúde, na sua


maioria, envolvem riscos físicos, decorrente da presença de agentes físicos no
ambiente laboratorial.

São considerados agentes físicos os seguintes:

- Temperaturas extremas: * frio intenso


* calor intenso
- Radiações
- Ruídos
- Vibrações: * localizadas
* corpo inteiro

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- Pressões anormais
- Iluminação
- Umidade

Destacam-se a temperatura extrema, especificamente o calor, as


radiações, o ruído e a iluminação.

Temperaturas extremas – são temperaturas sob as quais o indivíduo não


se sente bem. A sensação de calor e frio deve ser colocada na forma
normalizada. Equipamentos que geram calor: Estufas, mantas aquecedoras,
agitadores magnéticos, forno microondas, esterilizador de alça de platina,
autoclaves, etc. Equipamentos que geram frio: Câmaras frias, centrifugas
refrigeradas, frascos contendo nitrogênio líquido e gelo seco.

Radiações – as radiações são formas de energia emitidas que se


transmitem pelo espaço. Quando o indivíduo é submetido ao ambiente com
a presença de radiação acima das condições permitidas, podem ocorrer
diferentes tipos de lesão e consequências graves ou irreversíveis através da
sua absorção no organismo humano. Biologistas moleculares e
microbiologistas trabalham utilizando luz UV em capelas de fluxo laminar.
Recomenda-se o uso de protetores facial e óculos de proteção, uma vez que
a radiação UV pode causar conjuntivite e câncer de pele. O símbolo de
radioatividade é representado abaixo:

Ruído – O ruído é um som indesejado, cuja intensidade é medida em


decibéis (dB). Trata-se de um fenômeno físico que em condição de risco pode
provocar perturbações funcionais ao organismo de forma temporária ou

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permanente, reversível ou irreversível. As consequências decorrentes da
exposição inadequada ao ruído são perdas auditivas, no caso a redução
temporária da acuidade auditiva, surdez permanente profissional e trauma
acústico. Não é preciso um ruído excessivamente elevado para gerar
problemas no local de trabalho. O ruído pode interagir com outros perigos e
aumentar os riscos para os trabalhadores, por exemplo:
• aumentando o risco de acidente ao impedir que sinais de aviso sejam
ouvidos;
• aumentando o risco de perda de audição por interação com a
exposição a determinados químicos;
• ou sendo um fator causal no stress relacionado com o trabalho.

Equipamentos que geram ruídos: Mesas agitadoras, ultrassom, autoclaves,


capela de fluxo laminar, capelas químicas, bombas de vácuo, etc.

Umidade – pode levar ao aparecimento de fungos, que muitas vezes


pode causar sintomas alérgicos.

Iluminação – uma iluminação inadequada pode proporcionar


acidentes laboratoriais bem como erros na realização de exames. Além disso,
a iluminação inadequada dificulta a leitura de documentos em
equipamentos computadorizados.

2.2. Grupo II: Riscos Químicos

São os riscos cuja origem está na presença e na manipulação de


agentes químicos, ao qual o individuo está exposto no seu ambiente de
trabalho, que podem causar-lhes danos físicos ou à saúde. São substâncias,
compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via
respiratória ou ser absorvido através da pele ou por ingestão.

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Os produtos químicos específicos, utilizados nos laboratórios e serviços
de saúde, são numerosos e oferecem perigo, tendo como exemplo os ácidos.
As lesões que podem ocorrer devido ao contato com produtos químicos são
graves, devendo ser tratadas rapidamente.

2.2.1. Classificação dos Riscos Químicos

1. Risco primário : são aqueles em que a fonte de contaminação é um


frasco de produto químico quebrado.
2. Risco secundário: frasco quebrado + ato inseguro
3. Risco terciário: frasco quebrado + ato inseguro + condição insegura.

2.2.2. Principais meios de penetração de substâncias químicas no organismo

a) Inalação: 90% das intoxicações químicas são por esta via, pois a
superfície pulmonar é grande e é uma via de disseminação para o resto
do organismo. A inalação é sem duvida a mais importante, pois os
vapores e aerodispersóides emitidos por solventes orgânicos, amostras
e soluções são usualmente liberados no ambiente laboratorial e não
existem meios de impedir a sua produção, embora existam capelas
químicas onde as reações químicas são processadas.
b) Absorção: substâncias químicas com a pele, principalmente se essa
substância for liposolúvel, a velocidade de absorção é mais rápida. A
utilização de luvas e batas no laboratório diminui os riscos do contato
das substancias químicas com a pele.
c) Ingestão: é a menor via. Pode ocorrer se as normas de segurança for
descumprida como por exemplo: não pipetar com a boca e não
comer, não fumar, não beber no setor técnico do laboratório. Roer as
unhas é também uma fonte em potencial de entrada de agentes
químicos no organismo. Além disso, os produtos químicos em forma
líquida podem penetrar no organismo por ingestão acidental.
d) Via ocular: os produtos químicos que permanecem no ar causam
irritação nos olhos podendo provocar conjuntivite.

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2.2.3. Efeitos das substâncias químicas no organismo

- Efeito Mutagênico: deslocamento do genoma provocando os efeitos


mutagênicos.
- Efeito Teratogênico: causado por via transplacentária.
- Efeito Organotóxico: diretamente sobre um órgão (hepato, oto, neuro,
nefrotóxico).
- Efeito Imunotóxico: hipersensibilidade, imunodepressão, reação anafilática).

2.2.4. Rotulagem e simbologia

O rótulo é a primeira fonte de informação relativa ao produto que se


pretende manipular. É fundamental, portanto, observá-lo atentamente, pois
ele contém informações importantes sobre o produto em questão. É perigoso
reutilizar o frasco de um produto rotulado para guardar qualquer outro
produto, ou mesmo colocar outra etiqueta sobre a original. Outro fato
merecedor de atenção é a não utilização de frascos sem identificação.

Símbolos de potenciais riscos químicos

- COMBURENTE: - TÓXICO: - INFLAMÁVEL:

- CORROSIVO: - EXPLOSIVO: - NOCIVO:

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- NOCIVO AO MEIO AMBIENTE:

Diamante de Hommel

O Diamante de Hommel ou diagrama de Hommel é uma simbologia


que busca mostrar o nível de periculosidade dos elementos químicos
presentes em um produto. Ele mostra de forma simples os tipos e os graus de
risco determinados pela representação em cores. Em um rótulo, o diamante
permite uma ideia rápida a respeito do manuseio do conteúdo representado.

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2.3. Grupo III: Riscos Biológicos

Classificação dos microrganismos infecciosos de acordo com o grupo


de risco:

 Grupo 1 – constituído por microrganismos não suscetíveis de causar


enfermidades – risco individual e para a comunidade ausente ou
muito baixo;
 Grupo 2 – integrado por microrganismos capazes de provocar
enfermidades no homem e em animais, mas que geralmente não
representam um perigo sério para a comunidade, para os animais ou
para o ambiente. – risco individual moderado, baixo risco para a
comunidade;
 Grupo 3 – composto por microrganismos capazes de provocar
enfermidades graves no homem e em animais. – alto risco individual,
baixo risco para a comunidade;
 Grupo 4 – germes patogênicos que provocam doença grave no ser
humano e animais, podendo ser facilmente transmitidos de um
indivíduo para o outro, de forma direta ou indireta. Geralmente não
existem medidas eficazes de tratamento ou de prevenção. – elevado
risco individual e para a comunidade.

O Símbolo internacional de risco biológico é representado na figura


abaixo:

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As doenças ocupacionais constituem um importante problema de
saúde pública em todo o mundo.
O papel das bactérias, dos fungos e dos parasitas nas doenças
ocupacionais por transmissão sanguínea não é tão importante quanto os
riscos associados à transmissão viral. O HIV, o vírus da hepatite B e o da
hepatite C são os agentes mais importantes envolvidos nessas infecções
ocupacionais.
Entre as infecções ocupacionais de transmissão por via aérea, a
tuberculose merece especial consideração. De fato, os profissionais de
laboratórios de saúde apresentavam mais casos de tuberculose, hepatite B e
shigelose do que pessoas envolvidas com outras atividades.
Outras doenças infecciosas que igualmente podem ser diagnosticadas
em profissionais de saúde também são de transmissão por via aérea ou,
ainda, por gotículas. São classificadas como imunopreviníveis, como a
influenza, varicela, coqueluche e doença meningocócica.

Hepatite B
Os casos de contaminação podem ser resultado de contato direto ou
indireto com o material biológico (o vírus pode sobreviver em superfícies por
períodos de até uma semana) que inocula o vírus em áreas de pele não
íntegra e membranas mucosas.
Uma das principais medidas de prevenção é a vacinação, indicada
para todos os profissionais da área de saúde. É uma vacina extremamente
eficaz. A vacina é recomendada em três doses, no intervalo de zero, um e seis
meses.

Hepatite C
È uma infecção grave que pode cursar com cronicidade em mais de
85% dos casos, bem como com cirrose e hepatocarcinoma. O vírus da
hepatite C tem sido detectado principalmente em sangue e soro.
A única medida eficaz para a eliminação de risco de transmissão após
exposição ocupacional ao vírus da Hepatite C é por meio da prevenção da
ocorrência do acidente.
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HIV / AIDS
Desde o início da epidemia da AIDS, em 1981 até o final de 2001, 104
casos comprovados e 219 casos prováveis de profissionais de saúde
contaminados pelo HIV por acidente de trabalho foram publicados em todo
o mundo. Vale ressaltar a falta de relatos de casos para se incorporar a esses
casos.
Recomenda-se a realização de exames periódicos no momento do
acidente e após 45, 90 e 180 dias depois da exposição.

Tuberculose
A infecção com o Mycobacterium tuberculosis representa um risco
comprovado para os profissionais de saúde. O bacilo da tuberculose pode
ser encontrado no escarro e secreções respiratórias, em líquidos de lavagem
gástrica, líquido cerebroespinhal, urina e nas lesões em vários tecidos. A
principal forma de transmissão do bacilo se dá por inalação de aerossóis, mas
também já foram descritos casos de tuberculose cutânea por inoculação.
Como prevenção existe a vacinação, conhecida como vacina BCG.
De modo geral, a transmissão dos agentes biológicos ocorre por
inalação; penetração através da pele; contato com a pele e mucosas; ou
ingestão. Medidas profiláticas pré e pós-exposição podem ser indicadas de
acordo com o tipo de exposição e o agente infeccioso envolvido.

2.4. Grupo IV: Riscos Ergonômicos

Ergonomia é o conjunto de conhecimentos científicos relativos ao


homem e necessários à concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos
que possam ser utilizados com o máximo de conforto e eficácia. A ergonomia
tem por objetivo adaptar o trabalho ao homem, bem como melhorar as
condições de trabalho e as relações homem-máquina. São considerados
riscos ergonômicos:

 Esforço físico
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 Postura inadequada
 Situação de estresse
 Levantamento de peso
 Controle rígido de produtividade
 Trabalhos em período noturno
 Jornada de trabalho prolongada
 Imposição de rotina intensa
 Repetitividade

LESÃO POR ESFORÇO REPETITIVO (LER) - são as doenças do trabalho


provocadas pelo uso inadequado e excessivo do sistema que agrupa ossos,
nervos, músculos e tendões. Atingem principalmente os membros superiores:
mãos, punhos, braços, ante-braço, ombros e coluna cervical. Típicas do
trabalho intenso e repetitivo. Hoje, registra-se um aumento alarmante de
doenças chamadas musculoesqueléticas, dentre as quais se destacam as
tendinites (LER/DORT) e lombalgias (DORT - doenças osteomusculares
relacionadas ao trabalho).

2.5. Grupo V: Riscos de Acidentes

Riscos de Acidentes são todos os fatores que colocam em perigo o


trabalhador ou afetam sua integridade física ou moral.
São considerados como riscos geradores de acidentes: arranjo físico
deficiente; máquinas e equipamentos sem proteção; ferramentas
inadequadas ou defeituosas; problemas na eletricidade; incêndio ou
explosão; animais peçonhentos; armazenamento inadequado, etc.
Os acidentes de trabalho causam grande impacto na produtividade
das empresas e na economia. Segundo a Organização Internacional do
Trabalho (OIT), ocorrem aproximadamente 270 milhões de acidentes de
trabalho e cerca de dois milhões de mortes/ano, em todo o mundo.

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3 LEITURA E MATERIAIS COMPLEMENTARES

LIVROS:
BIOSSEGURANÇA: uma abordagem multidisciplinar:
http://cibioib.sites.uff.br/wp-
content/uploads/sites/282/2020/02/Biosseguran%C3%A7a-uma-abordagem-
multidisciplinar-.-Pedro-Teixeira-e-Silvio-Valle-2010.pdf
Biossegurança em Saúde: Prioridades e Estratégias de Ação:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/biosseguranca_saude_priorida
des_estrategicas_acao.pdf

Biossegurança em Serviços de Saúde:


https://www.uniasselvi.com.br/extranet/layout/request/trilha/materiais/livro/li
vro.php?codigo=20528

Manual de Biossegurança (FIOCRUZ):


http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/biosseguranca/manual_bi
osseguranca.pdf

Manual de Biossegurança (LACEN-ES):


https://saude.es.gov.br/Media/sesa/LACEN/Manuais/MANUAL%20DE%20BIOS
SEGURAN%C3%87A%20LACEN-ES%20REV%2002.pdf

18
VÍDEOS:
O que é Biossegurança e por que é tão importante?
https://www.youtube.com/watch?v=DsoRslgwqGM&ab_channel=Enfermag
emFlorence

Biossegurança em Saúde:
https://www.youtube.com/watch?v=_qF3WFr8wgI&ab_channel=DomAlberto
V%C3%ADdeos

Biossegurança: noções e principais conceitos:


https://www.youtube.com/watch?v=YLMgfsC9nj8&ab_channel=DentistaCon
curseiro

O Que São Riscos Ergonômicos?


https://www.youtube.com/watch?v=0ocxbQiljbI&ab_channel=Seguran%C3
%A7aDoTrabalhoacz-PorAnt%C3%B4nioCarlos

Riscos químicos:
https://www.youtube.com/watch?v=CDqhntYK1x8&ab_channel=Profa.Louis
eHelena

4 BIBLIOGRAFIA

HINRICHSEN, S.L. Biossegurança e controle de infecções: risco sanitário


hospitalar. Rio de Janeiro: MEDSi, 2004.

LAURENCE. J.C. The bacteriology of burns. Journal of hospital ( Supl. B): 3 – 17,
1985

MASTROENI, M. F. Biossegurança aplicada a Laboratórios e Serviços de Saúde.


São Paulo: Atheneu, 2004.

19
GRIST, N. R. Manual de Biossegurança para o Laboratório. 2Ed. São Paulo:
Santos, 1995

SESMT – UFMA. Biossegurança em laboratórios.

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BIOSSEGURANÇA

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UNIDADE 02 – Barreiras de contenção e Boas práticas

1 Barreiras de contenção em saúde

A saúde e bem estar dos trabalhadores dos Serviços de Saúde e


Laboratórios são recursos primordiais para o desenvolvimento tanto social e
econômico quanto pessoal, formando, assim uma importante dimensão
ampliada da qualidade de vida. (Lima e Silva, 2006). Basicamente, existem
três mecanismos de contenção, que incluem:

 Equipamentos de segurança;
 Técnicas laboratoriais;
 Estrutura do ambiente de trabalho.

Barreiras de contenção

 São equipamentos projetados para eliminar ou minimizar as exposições


aos agentes perigosos.
 Classificação:
– EPI – equipamento de proteção individual;
– EPC – equipamento de proteção coletiva.

1.1 Objetivo da unidade

O termo "contenção" é usado para descrever os métodos de


segurança utilizados na manipulação de materiais infecciosos em um meio
laboratorial onde estão sendo manejados ou mantidos. O objetivo da
contenção é o de reduzir ou eliminar a exposição da equipe de um
laboratório, de outras pessoas e do meio ambiente em geral aos agentes
potencialmente perigosos.
A contenção primária, a proteção da equipe do laboratório e do meio
de trabalho contra a exposição aos agentes infecciosos, é proporcionada por
uma boa técnica de microbiologia e pelo uso de um equipamento de
22
segurança adequado. O uso de vacinas pode fornecer um elevado nível de
proteção pessoal. Já a contenção secundária, a proteção do meio ambiente
externo ao laboratório contra a exposição aos materiais infecciosos, é
proporcionada pela combinação de um projeto das instalações e das
práticas operacionais.
Desta forma, os três elementos de contenção incluem a prática e a técnica
laboratorial, o equipamento de segurança e o projeto da instalação. A
avaliação do risco do trabalho a ser realizado com um agente específico
determinará a combinação adequada destes três elementos.
Prática e Técnica Laboratorial. O elemento de contenção mais
importante é a adesão rígida às práticas e técnicas microbiológicas padrões.
As pessoas que trabalham com agentes infecciosos ou com materiais
potencialmente contaminados devem se conscientizar sobre os riscos
potenciais, e devem ser treinadas e estarem aptas a exercerem as técnicas e
práticas necessárias para o manuseio seguro destes materiais.
Cabe ao diretor ou a pessoa responsável pelo laboratório, a
responsabilidade também pelo fornecimento ou pela elaboração de um
treinamento adequado para o corpo de funcionários. Cada laboratório
deverá desenvolver ou adotar um manual de biossegurança ou de
operações que identifique os riscos que serão ou que poderão ser
encontrados e que especifique também as práticas e procedimentos
específicos para minimizar ou eliminar as exposições a estes perigos. Os
funcionários devem receber informações sobre os riscos especiais e devem ler
e seguir todas as práticas e procedimentos solicitados.
A equipe, as práticas de segurança e as técnicas laboratoriais deverão
ser complementadas com um projeto apropriado das instalações e das
características da arquitetura, do equipamento de segurança e das práticas
de gerenciamento. A gerência do laboratório deve ser a responsável por
instalações que estejam de acordo com o funcionamento do mesmo e com
o nível de biossegurança recomendado para os agentes que forem ali
manipulados.

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2 MECANISMOS DE CONTENÇÃO
2.1 Equipamento de Proteção Individual - EPI

São dispositivos de uso pessoal, destinados a proteção da saúde e


integridade física do trabalhador. Obrigatoriedade de a empresa fornecer
aos seus funcionários, gratuitamente, EPIs segundo as necessidades e o risco
inerente, que se encontrem e em perfeito estado de conservação,
contribuindo para minimizar a exposição aos possíveis riscos de infecção
laboratorial.
O que determina qual o EPI a ser selecionado é a avaliação do risco
da operação a ser realizada. Essa avaliação deve ser feita por um Engenheiro
de Segurança do Trabalho através da elaboração do laudo de PPRA –
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.
Considera-se EPI todo dispositivo de uso individual, de fabricação
nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade física
do trabalhador. Como expressa a própria sigla, o EPI é um equipamento de
uso individual, não sendo adequado o uso coletivo por questões de
segurança e higiene.
Os EPIs devem ser atóxicos, não provocarem alergias ou irritações na
pele, e, sempre que possível, serem confortáveis.
A utilização dos EPI’s encontra-se regulamentada pelo Ministério do
Trabalho através da NR-6, em que estão definidas as obrigações do
empregador e do empregado.

Obrigações do empregador

 Adquirir e fornecer gratuitamente o EPI adequado ao risco;


 Fornecer EPI em perfeito estado e funcionamento, aprovado pelo
Ministério do Trabalho e Administração (MTA), acompanhado do
certificado de aprovação;
 Oferecer treinamento ao trabalhador sobre seu uso adequado;
 Tornar obrigatório seu uso;

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 Substituí-lo quando danificado ou extraviado;
 Responsabilizar-se por sua higienização e manutenção periódica;
 Comunicar ao MTA qualquer irregularidade observada.

Obrigações do empregado

 Usar EPI apenas para a finalidade a que se destina;


 Responsabilizar-se por sua guarda e conservação;
 Comunicar ao empregador qualquer alteração que torne o EPI
impróprio para o uso.

Cuidados com os EPI’s

 Guardar os EPI’s em local próprio, longe da luz solar, fontes de calor,


umidade e de contaminação (química e microbiana).
 Mantê-los em bom estado de limpeza.
 No caso de contaminação (química ou microbiológica), proceder à
descontaminação, sempre que possível, ou descarte.

Exemplos de alguns EPI’s

Calçados: o calçado é um EPI destinado à proteção dos pés contra umidade,


respingos de substâncias químicas ou material biológico, derramamento de
líquidos quentes e solventes, impacto de objetos diversos, cacos provenientes
de quebra de vidrarias. Para se trabalhar no laboratório é obrigatório o uso de
sapato fechado. Sapatilhas ou pró-pés descartáveis são, geralmente, usadas
em áreas estéreis tanto em hospitais, como em laboratórios, biotérios e na
indústria.

Equipamentos de proteção respiratória: o sistema respiratório representa a


principal via de penetração de contaminantes no organismo e, portanto, é
de grande importância minimizar os riscos de contaminação por esta via.
25
Luvas de proteção: as luvas são de uso obrigatório para todos aqueles que
trabalham e ambientes laboratoriais.

– Previnem a contaminação das mãos;


– Reduzem o trânsito de micro-organismos entre trabalhador-paciente e
trabalhador-experimento.
– Protegem contra riscos biológicos, químicos e físicos.

Em geral, são utilizadas três tipos de luvas.

1. Luva descartável
2. Luva antiderrapante
3. Luva resistente à temperatura

Óculos de proteção: destinado á proteção dos olhos, que, conforme o tipo


de lente empregada confere proteção contra respingos de material
infectante, substâncias químicas, partículas ou outros que possam causar
irritação ou lesões nos olhos.

Protetor auditivo: equipamento destinado a prevenir a perda auditiva


provocada por ruídos.

Protetor facial: equipamentos de proteção de face e olhos contra as lesões


causadas por respingo de material infectante e de substância química,
partículas e de vapores de produtos químicos.

Roupas de proteção (jaleco): para a proteção da pele comumente é


utilizado o jaleco e dependendo do tipo de material empregado na
fabricação, o jaleco atua como barreira de proteção para a roupa e a pele.

– Protegem a parte superior e inferior do corpo;


26
– Devem ser de mangas longas, usados sempre fechados sobre as
vestimentas pessoais;
– Confeccionados em tecido de algodão;
– Prevenção da contaminação de origem biológica, química e
radioativa, além da exposição direta a sangue, fluídos corpóreos e
derramamentos de origens diversas.

Os profissionais que possuem o hábito de circular em ambientes


públicos com as mesmas roupas usadas durante os atendimentos clínicos,
funcionam como verdadeiros transportadores de micro-organismos.

Aventais: Aventais podem ser usados sobre ou sob os jalecos. Usados nos
trabalhos que envolvem produtos químicos, altos níveis de calor ou durante
lavagem e limpeza de vidrarias, equipamentos e instalações.

- JALECO - AVENTAL - LUVAS

- MÁSCARA FACIAL - SAPATO FECHADO - ÓCULOS DE PROTEÇÃO

27
2.2 Equipamentos de Proteção Coletiva - EPC

São equipamentos que podem ser compartilhados por todos que


trabalhem no setor. Conforme as atividades desenvolvidas no laboratório,
devem ser disponíveis os seguintes EPC: cabine de segurança biológica,
chuveiro de emergência, lava-olhos, extintores de incêndio, caixa de
primeiros socorros, aparelhos para desinfecção e eliminação de
microrganismos.
Os EPC’s visam proteger o meio ambiente, a saúde e a integridade dos
ocupantes de determinada área , diminuindo ou eliminando os riscos
provocados pelo manuseio de produtos químicos, principalmente tóxicos e
inflamáveis, além de agentes biológicos.
Podem ser de uso rotineiro ou para situações de emergência.

Exemplos de EPC’s
Cabines de segurança biológica: as cabines de segurança biológica são
divididas em classe I, II e III.

Classe I: protege apenas o operador e o meio ambiente. É usada para a


manipulação de microrganismos de risco menor.
Classe II: protege o operador, o produto e o meio ambiente.
Classe III: proteção máxima a favor do operador, produto e meio
ambiente. É usado para manipular microrganismos de risco biológico alto.

Cabine de segurança química: é um equipamento de contenção que visa


proteger o operador e o meio ambiente, quando da manipulação de
substâncias químicas que liberam vapores tóxicos, irritantes e perigosos.

Chuveiros de emergência: destinado à lavagem das roupas e da pele do


técnico quando essa for atingida acidentalmente por grande quantidade de
produtos químicos, material biológico ou, ainda, quando as vestimentas
estiverem em chamas.

28
Lava-olhos: destinado á lavagem dos olhos no caso de terem sido atingidos
acidentalmente por produto químico ou material biológico.

O chuveiro Lava-Olhos é composto por crivo (chuveiro), bacia (lava-


olhos) e esguichos lava-olhos/face. Esse equipamento é utilizado na
segurança do laboratório em casos de emergência que necessitem de água
abundante para retirar substância que possam prejudicar o operador. Possui
filtro e limitador de pressão na vazão do lava-olhos, a fixação é feita
diretamente no chão.

•Dispositivos de pipetagem: evitam o risco de acidente através da ingestão


de substâncias contendo agentes de risco biológico, químico ou radioativo.

29
Extintores de incêndio: combate a incêndios. Como agentes extintores, temos
a água, espuma, pó químico seco,gás carbônico e gases halogenados.

Extintor com água pressurizada: É indicado para incêndios de classe A


(madeira, papel, tecido, materiais sólidos em geral). A água age por
resfriamento e abafamento, dependendo da maneira como é aplicada.
Nunca use água em fogo de classe C (material elétrico energizado), porque
a água é boa condutora de eletricidade, podendo aumentar o incêndio.

Extintor com gás carbônico: Indicado para incêndios de classe C


(equipamento elétrico energizado), por não ser condutor de eletricidade.
Pode ser usado também em incêndios de classes A e B.

Extintor com pó químico seco: Indicado para incêndio de classe B


(líquido inflamáveis). Age por abafamento. Pode ser usado também em
incêndios de classes A e C.

Extintor com pó químico especial: Indicado para incêndios de classe D


(metais inflamáveis). Age por abafamento.

30
É imprescindível uma reciclagem contínua dos profissionais, através de
treinamento e disponibilização das informações atualizadas quanto ao uso
adequado dos EPIs e EPCs.

3 BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS

Englobam todas as medidas que devem ser adotadas com o objetivo


de reduzir ou eliminar os riscos tanto para os técnicos, alunos, pesquisadores,
quanto para a comunidade e o meio ambiente. Devem ser adotadas as Boas
técnicas e práticas de laboratório.

Cuidados com as instalações e com os equipamentos elétricos:

 Manter os equipamentos elétricos longe de pias e de superfícies úmidas


ou molhadas;
 Verificar se os cabos dos equipamentos estão desencapados ou
danificados;
 Não utilizar emendas nem extensões sem consultar pessoal
especializado;
 Utilizar uma tomada para cada equipamento;
 Sempre verificar se a rede elétrica do laboratório comporta novos
equipamentos.
31
Recomendações gerais de ordem pessoal

1 Use sempre jaleco abotoado. O uso do jaleco deve ser restrito ao


laboratório.
2 Usem calçados fechados de couro ou similar.
3 Não use roupas de tecido sintético facilmente inflamável.
4 Lave, cuidadosamente, as mãos, antes de deixar o laboratório.
5 Não coloque materiais de laboratório dentro do seu armário de roupas.
6 Não leve a mão à boca ou aos olhos durante manuseio de produtos.
7 Não aplique lentes de contato nem maquiagem dentro do laboratório.
8 Não pipete jamais com a boca; use o pipetador ou a pêra.
9 Use luvas, óculos e máscara de segurança quando a operação exigir.
10 Na manipulação de soro é obrigatório o uso de luvas.
11 Quando estiver usando luvas não abra portas ou atenda telefone.
12 Não se exponha à radiação ultravioletas, infravermelhas ou de intensa
luminosidade sem proteção adequada.
13 Evite técnicas que levem a formação de aerosóis.
14 Não coloque alimentos nas bancadas, armários e geladeiras da área
técnica.
15 Não utiliza vidraria de laboratório para preparo de alimentos.
16 Não se alimente dentro do laboratório.
17 Não trabalhe com material patogênico se tiver ferimento na mão ou
pulso.
18 Quando apresentar ferimento na mão, antes de trabalhar cubra-o. Use
duas luvas.
19 Feche todas as gavetas e portas que abrir.
20 Desligue todos os equipamentos que ligou, ao sair do laboratório.

Recomendações gerais referentes ao laboratório

32
1 Mantenha as bancadas sempre limpas e livres de materiais estranhos
ao trabalho.
2 Rotule imediatamente qualquer solução ou reagente preparados e as
amostras coletadas e identifique-as quanto ao risco.
Acondicionamento e armazenamento de produtos químicos perigosos
devem ser em locais apropriados.
3 Faça uma limpeza prévia com água em todo frasco de reagente
esvaziado antes de colocá-lo para lavagem.
4 Retire da bancada os materiais, amostras e reagentes empregados em
um trabalho, logo após terminá-lo.
5 Jogue no lixo de saco preto (ou azul) apenas papéis e materiais
descartáveis que não apresentarem risco.
6 Ao finalizar seu trabalho, limpe a bancada com etanol a 70%, descarte
o lixo.
7 Não use vidraria quebrada, pinças enferrujadas.
8 Inspecione os frascos da centrífuga antes de usá-los. Eles têm um
período de vida útil.
9 Limpe imediatamente qualquer derramamento de produtos ou
reagentes – Use materiais e recursos adequados.
10 Em caso de derramamento de líquidos inflamáveis, produtos tóxicos ou
corrosivos tomem as seguintes providências:
- Interrompa o trabalho.
- Advirta as pessoas próximas sobre o ocorrido
- Solicite ou efetue a limpeza imediata
- Alerte seu supervisor. Qualquer acidente de trabalho deve ser
comunicado ao supervisor
11 Periodicamente limpe geladeiras, freezers e estufas, utilizando
máscaras e luvas.

4 LEITURA E MATERIAIS COMPLEMENTARES

33
LIVROS:

BIOSSEGURANÇA: uma abordagem multidisciplinar:


http://cibioib.sites.uff.br/wp-
content/uploads/sites/282/2020/02/Biosseguran%C3%A7a-uma-abordagem-
multidisciplinar-.-Pedro-Teixeira-e-Silvio-Valle-2010.pdf
Biossegurança em Saúde: Prioridades e Estratégias de Ação:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/biosseguranca_saude_priorida
des_estrategicas_acao.pdf

Biossegurança em Serviços de Saúde:


https://www.uniasselvi.com.br/extranet/layout/request/trilha/materiais/livro/li
vro.php?codigo=20528

Manual de Biossegurança (FIOCRUZ):


http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/biosseguranca/manual_bi
osseguranca.pdf

Manual de Biossegurança (LACEN-ES):


https://saude.es.gov.br/Media/sesa/LACEN/Manuais/MANUAL%20DE%20BIOS
SEGURAN%C3%87A%20LACEN-ES%20REV%2002.pdf

VÍDEOS:

Boas Práticas de Laboratório - BIOSSEGURANÇA


https://www.youtube.com/watch?v=BGYsSqf1lNY&ab_channel=Thayn%C3%
A1RuizFerreira

BPL 1º Parte (Boas Práticas de Laboratório)


https://www.youtube.com/watch?v=Pvnq7_t_hxM&ab_channel=ProfAnaPau
laRuas-CanalQuimicAna

34
Boas práticas de laboratório:
https://www.youtube.com/watch?v=TkkGQtEcaZk&ab_channel=Prof.LuizLazz
arini

Biossegurança em manipulação: EPIs, EPCs e equipamentos de segurança em


geral:
https://www.youtube.com/watch?v=KiHl5kBO8CU&ab_channel=DanielaPhel
ippin

Equipamentos de Proteção Individual – EPI


https://www.youtube.com/watch?v=ptwqIJ5DmYA&ab_channel=Enfermage
mFlorence

5 BIBLIOGRAFIA

HINRICHSEN, S.L. Biossegurança e controle de infecções: risco sanitário


hospitalar. Rio de Janeiro: MEDSi, 2004.

LAURENCE. J.C. The bacteriology of burns. Journal of hospital ( Supl. B): 3 – 17,
1985

MASTROENI, M. F. Biossegurança aplicada a Laboratórios e Serviços de Saúde.


São Paulo: Atheneu, 2004.

GRIST, N. R. Manual de Biossegurança para o Laboratório. 2Ed. São Paulo:


Santos, 1995

SESMT – UFMA. Biossegurança em laboratórios.

35
BIOSSEGURANÇA
UNIDADE 03 – Risco Biológico e Mapa de Risco

36
1 Risco biológico

São considerados riscos biológicos: vírus, bactérias, parasitas,


protozoários, fungos e bacilos. Os riscos biológicos ocorrem por meio de
microorganismos que, em contato com o homem, podem provocar inúmeras
doenças. Muitas atividades profissionais favorecem o contato com tais riscos.
É o caso das indústrias de alimentação, hospitais, limpeza pública (coleta de
lixo), laboratórios, etc.
Entre as inúmeras doenças profissionais provocadas por
microorganismos incluem-se: tuberculose, brucelose, malária, febre amarela.
Para que essas doenças possam ser consideradas doenças profissionais, é
preciso que haja exposição do funcionário a estes microorganismos.
São necessárias medidas preventivas para que as condições de higiene
e segurança nos diversos setores de trabalho sejam adequadas. Os riscos
biológicos em laboratórios podem estar relacionados com a manipulação de:

 Agentes patogênicos selvagens;


 Agentes patogênicos atenuados;
 Agentes patogênicos que sofreram processo de recombinação;
 Amostras biológicas;
 Culturas e manipulações celulares (transfecção, infecção);
 Animais.

Todos os itens citados acima podem tornar-se fonte de contaminação


para os manipuladores. As principais vias envolvidas num processo de
contaminação biológica são a via cutânea ou percutânea (com ou sem
lesões - por acidente com agulhas e vidraria, na experimentação animal -
arranhões e mordidas), a via respiratória (aerossóis), a via conjuntiva e a via
oral.
Há uma classificação dos agentes patogênicos selvagens que leva em
consideração os riscos para o manipulador, para a comunidade e para o
meio ambiente. Esses riscos são avaliados em função do poder patogênico

37
do agente infeccioso, da sua resistência no meio ambiente, do modo de
contaminação, da importância da contaminação (dose), do estado de
imunidade do manipulador e da possibilidade de tratamento preventivo e
curativo eficazes.
As classificações existentes (OMS, CEE, CDC-NIH) são bastante similares,
dividindo os agentes em quatro classes:

Classe 1 - onde se classificam os agentes que não apresentam riscos para o


manipulador, nem para a comunidade (ex.: E. coli, B. subtilis);

Classes 2 - apresentam risco moderado para o manipulador e fraco para a


comunidade e há sempre um tratamento preventivo (ex.: bactérias -
Clostridium tetani, Klebsiella pneumoniae, Staphylococcus aureus; vírus - EBV,
herpes; fungos - Candida albicans; parasitas - Plasmodium, Schistosoma);

Classe 3 - são os agentes que apresentam risco grave para o manipulador e


moderado para a comunidade, sendo que as lesões ou sinais clínicos são
graves e nem sempre há tratamento (ex.: bactérias - Bacillus anthracis,
Brucella, Chlamydia psittaci, Mycobacterium tuberculosis; vírus - hepatites B e
C, HTLV 1 e 2, HIV, febre amarela, dengue; fungos - Blastomyces dermatiolis,
Histoplasma; parasitos - Echinococcus, Leishmania, Toxoplasma gondii,
Trypanosoma cruzi);

Classe 4 - os agentes desta classe apresentam risco grave para o


manipulador e para a comunidade, não existe tratamento e os riscos em caso
de propagação são bastante graves (ex.: vírus de febres hemorrágicas).

Em relação às manipulações genéticas, não existem regras pré-


determinadas, mas sabe-se que pesquisadores foram capazes de induzir a
produção de anticorpos contra o vírus da imunodeficiência simiana em
macacos que foram inoculados com o DNA proviral inserido num
bacteriófago.

38
Assim, é importante que medidas gerais de segurança sejam adotadas
na manipulação de DNA recombinante, principalmente quando se tratar de
vetores virais (adenovírus, retrovírus, vaccínia). Os plasmídeos bacterianos
apresentam menor risco que os vetores virais, embora seja importante
considerar os genes inseridos nesses vetores (em especial, quando se
manipula oncogenes).
De maneira geral, as medidas de segurança para os riscos biológicos
envolvem:

 Conhecimento da Legislação Brasileira de Biossegurança,


especialmente das Normas de Biossegurança emitidas pela Comissão
Técnica Nacional de Biossegurança;
 O conhecimento dos riscos pelo manipulador;
 A formação e informação das pessoas envolvidas, principalmente no
que se refere à maneira como essa contaminação pode ocorrer, o que
implica no conhecimento amplo do microrganismo ou vetor com o
qual se trabalha;
 O respeito das Regras Gerais de Segurança e ainda a realização das
medidas de proteção individual;
 Uso do avental, luvas descartáveis (e/ou lavagem das mãos antes e
após a manipulação), máscara e óculos de proteção (para evitar
aerossóis ou projeções nos olhos) e demais Equipamentos de Proteção
Individual necessários,
 Utilização da capela de fluxo laminar corretamente, mantendo-a limpa
após o uso;
 Autoclavagem de material biológico patogênico, antes de eliminá-lo
no lixo comum;
 Utilização de desinfetante apropriado para inativação de um agente
específico.

39
1.1 Objetivo da unidade

Compreender os principais tipos de risco biológicos aos quais os


profissionais de saúde estão diariamente expostos ao longo da jornada de
trabalho. Vale resaltar que o Risco Biológico se trata da possibilidade de um
trabalhador entrar em contato com algum agente biológico patogênico, se
tratando de um tipo de risco ambiental. Portanto, no ambiente de trabalho é
fundamental a avaliação e análise de agentes biológicos considerando
critérios e parâmetros que permitam o reconhecimento, identificação e a
probabilidade do impacto ou dano causado na saúde do trabalhador.
É necessário também determinar a classificação dos agentes
biológicos para poder introduzir no ambiente de trabalho medidas de
biossegurança, administrativas, ergonômicas, organizacionais e relacionadas
com a qualificação dos trabalhadores.
Os agentes biológicos que afetam o homem, os animais e as plantas
são distribuídos em classes de risco (PORTARIA Nº 2.349, DE 14 DE SETEMBRO DE
2017) e podem ser classificados em função do potencial de risco à saúde
(Alto, Elevado, Moderado e Baixo) em relação ao potencial de controle ou
contenção com medidas de biossegurança (Baixo, Moderado, Elevado e
Alto), conforme destacado na publicação do MS que aborda a Classificação
de Risco dos Agente Biológicos.

40
Matriz de Classificação de Riscos – Fonte: MS (2020)

Os profissionais da área de Segurança e Saúde Ocupacional são


responsáveis pela avaliação de risco do agente biológico no ambiente de
trabalho e determinar o plano de medidas preventivas adequado ao nível de
exposição (concentração e volume) e manipulação do agente biológico
pelo trabalhador, conforme destacado pela NR 32.

2. ESTRUTURA DO AMBIENTE DE TRABALHO

Um laboratório deve ser planejado e construído de maneira a


proporcionar conforto, funcionalidade e praticidade no desenrolar das
atividades profissionais, dentro das normas exigidas pelo Ministério da Saúde
(MS) para a construção de estabelecimentos de saúde (RDC 50/2002).
Muitos dos problemas potenciais podem ser evitados se houver, desde
o início do projeto de construção, uma integração entre arquitetos,
engenheiros, biomédicos e administradores, trabalhando junto à Comissão de
Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).
Nas edificações onde há atendimento em saúde, os materiais para
revestimento de paredes, pisos e tetos devem ser laváveis e resistentes aos
desinfetantes. O piso deve ser limpo e sem rejuntes com a junção da parede.
É importante que se evitem carpetes e madeiras, pois são de difícil limpeza.
As paredes devem ter um acabamento fino, sem porosidade e com
pintura lavável. Todos os móveis e objetos devem ser lisos, sem ranhuras e
fáceis de limpar e desinfetar. O rejunte do balcão com as superfícies de
trabalho deve ser liso, visando evitar o acúmulo de materiais contaminados.
41
Os tetos em áreas onde existe maior risco de transmissão de infecções (áreas
críticas) devem ser contínuos.
O laboratório precisa ser organizado de forma prática e lógica e para
isso deve apresentar as seguintes condições:

 Deve ser bem iluminado;


 Ter a temperatura na faixa de 20 a 26 °C;
 O ideal é ter ar condicionado.
 Portas e janelas abertas ou ventiladores aumentam a quantidade e a
propagação de aerossóis pela entrada de poeira e ou formação de
correntes de ar.

O símbolo internacional de biossegurança deve estar fixado na


entrada.

As portas não devem ter largura inferior a 1m, de modo a permitir que
um equipamento possa passar por ela com facilidade. Também devem abrir,
sempre para circulação e ser dotadas de visores. Em alguns casos devem-se
adotar portas duplas, com largura total de 1,20m (uma porta de 90cm e outra
de 30cm). Devem ser previstas portas de emergência, abrindo para o exterior
ou para passarela de escape.
As divisórias do tipo pré-fabricadas e removíveis, substituindo paredes
fixas, podem ser adotadas, em áreas não-críticas, desde que sejam
devidamente vedáveis e revestidas de materiais de fácil limpeza.
Devem ser previstas instalações sanitárias e vestiários com armários para
guardar objetos de uso pessoal, dimensionados de acordo com o número de
pessoas que trabalhem no serviço, além de uma pequena copa com área
de repouso para evitar o inconveniente de se fazer refeições em áreas de
trabalho.
42
Além das normas do Corpo de Bombeiros, a escolha dos materiais de
construção é de extrema importância, reduzindo-se ao máximo o uso de
materiais inflamáveis.
As pias para lavagem das mãos devem estar junto à porta de entrada,
providas de degermante adequado, toalhas de papel e lixeiras com pedal.
As torneiras devem, de preferência, estar centralizadas no ralo de
escoamento da pia, com uma altura que não possibilite respingos de água
no balcão. Os ralos devem ter fechos hídricos (sifões) para evitar
principalmente refluxos.
Os materiais de uso diário devem ser mantidos fora do laboratório.

3 NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA

É o nível de contenção laboratorial em ordem crescente de risco,


correspondente às classes de riscos. Para cada nível há um projeto
arquitetônico adequado.

Nível de Biossegurança 1: é o nível de contenção laboratorial que se


aplica aos laboratórios de ensino básico, onde são manipulados os
microrganismos pertencentes a classe de risco 1. Não é requerida nenhuma
característica de desenho, apenas um bom planejamento espacial e
funcional e a adoção de boas práticas laboratoriais.

Barreiras secundárias:

 Laboratório com porta;


 Pias para lavar as mãos;
 Superfícies fáceis de limpar;
 Bancos impermeáveis à água;
 Mobiliário resistente;
 Janelas fechadas e com telas protetoras;
 Construção normal, sem ventilação.

43
Nível de Biossegurança 2: diz respeito ao laboratório em contenção,
onde são manipulados os microrganismos da classe de risco 2. Aplica-se aos
laboratórios clínicos ou hospitalares de níveis primários de diagnóstico, sendo
necessário, além da adoção das boas práticas, o uso de barreiras físicas
primárias (equipamentos de proteção coletiva, como cabines de segurança
biológica e equipamentos de proteção individual) e secundárias (desenho e
organização do laboratório).

Barreiras secundárias:

 Acabamentos das paredes, pisos e tetos devem ser de material lavável;


Cantos arredondados e pisos não escorregadios;
 Descartes de resíduos adequadamente;
 Janelas que possam ser abertas, com telas;
 Portas grandes, corta-fogo; Portas trancáveis;
 Chuveiros de emergência e lava-olhos;
 Equipamento de segurança;
 Bancadas com superfície impermeável e resistentes à ação de calor,
ácidos, álcalis e desinfetantes. Iluminação adequada.

Nível de Biossegurança 3: é destinado ao trabalho com microrganismos


da classe de risco 3 ou para manipulação de grandes volumes e altas
concentrações de microrganismos da classe de risco 2. Para este nível de
contenção são requeridos, além dos itens referidos no nível 2, desenho e
construção laboratoriais especiais. Deve ser mantido controle rígido quanto à
operação, inspeção e manutenção das instalações e equipamentos e o
pessoal técnico deve receber treinamento específico sobre procedimentos
de segurança para a manipulação destes microrganismos.

Barreiras secundárias:

 NB1, NB2 e mais:


44
 Prédio separado ou em zona isolada
 Dupla porta de entrada
 Escoamento do ar interno direcionado
 Passagem de ar única
 Autoclave de dupla porta ou incinerador;
 Tubos de aspiração a vácuo protegidos com desinfetante líquido
ou filtro Hepa.

Nível de Biossegurança 4 ou laboratório de contenção máxima:


destina-se a manipulação de microrganismos da classe de risco 4, onde há o
mais alto nível de contenção, além de representar uma unidade geográfica
e funcionalmente independente de outras áreas. Esses laboratórios requerem,
além dos requisitos físicos e operacionais dos níveis de contenção 1, 2 e 3,
barreiras de contenção (instalações, desenho, equipamentos de proteção) e
procedimentos especiais de segurança.

Barreiras de contenção:

 Mesmas condutas de Classe 1,2,3 mais:


 Fechar hermeticamente os equipamentos geradores de aerossóis
 Obrigatório utilizar autoclave de dupla porta
 Ante-Sala de entrada fechada, com pisos, paredes e teto vedados de
forma a se obter espaço lacrado.
 Abertura e fechamento de portas eletronicamente programado de
forma a não permitir aberturas simultâneas.

4 MAPA DE RISCO
Representação gráfica de distribuição dos riscos envolvidos em um
processo de trabalho realizado em um ponto específico. São classificados
mediante os grupos de riscos e grau de intensidade desse risco.

45
4.1 Classificações de riscos

Grupo 1- Riscos Físicos: identificados pela cor verde. Ex. ruído, calor, frio,
pressões, umidade, radiações ionizantes e não-ionizantes, vibração, etc.

Grupo 2- Riscos Químicos: identificados pela cor vermelha. Ex: poeiras,


fumos, névoas, neblinas, etc.

46
Grupo 3- Riscos Biológicos: identificados pela cor marrom. Ex: fungos,
vírus, parasitas, bactérias, protozoários, insetos, etc.

Grupo 4- Riscos Ergonômicos: identificados pela cor amarela. Ex:


levantamento e transporte manual de peso, repetitividade, responsabilidade,
ritmo excessivo, posturas inadequadas de trabalho, trabalho em turnos, etc.

Grupo 5 - Riscos de Acidentes: indicados pela cor azul. Ex: arranjo físico
inadequado, incêndio e explosão, eletricidade, equipamentos sem proteção.

4.2 Objetivos do Mapa de Risco

• O principal objetivo do mapa é IDENTIFICAR LOCAIS E SITUAÇÕES


POTENCIALMENTE PERIGOSOS.
• O ideal é que os próprios funcionários apontem os principais problemas
de seus respectivos ambientes de trabalho.
• Assim, exatamente no local indicado deve ser instalado o círculo no
tamanho previamente definido e avaliado pela CIPA (Comissão Interna
de Prevenção de Acidentes).
• O mais aconselhável é que o mapa de riscos ambientais deva
INSTALADO EM UM LOCAL VISÍVEL, para alertar todos os trabalhadores
sobre os perigos da área.

Etapas para a elaboração do mapa de risco:

Conhecer o processo de trabalho no local analisado: elemento


humano, trabalho, material, e meio ambiente. Identificar os riscos ambientais
existentes no local.Estabelecer as medidas de controle existentes e sua
eficácia: medidas preventivas de proteção coletiva e individual, de
organização de trabalho e de higiene e conforto. Além disso, deve-se realizar:

 Descrição dos equipamentos e instalações;


 Descrição dos produtos, materiais e resíduos;
47
 Descrição das equipes de trabalho;
 Descrição das atividades dos trabalhadores;
 Construção da representação gráfica;

4.3 Avisos de segurança

48
49
5 LEITURA E MATERIAIS COMPLEMENTARES

LIVROS:

BIOSSEGURANÇA: uma abordagem multidisciplinar:


http://cibioib.sites.uff.br/wp-
content/uploads/sites/282/2020/02/Biosseguran%C3%A7a-uma-abordagem-
multidisciplinar-.-Pedro-Teixeira-e-Silvio-Valle-2010.pdf
Biossegurança em Saúde: Prioridades e Estratégias de Ação:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/biosseguranca_saude_priorida
des_estrategicas_acao.pdf

Biossegurança em Serviços de Saúde:


https://www.uniasselvi.com.br/extranet/layout/request/trilha/materiais/livro/li
vro.php?codigo=20528

Manual de Biossegurança (FIOCRUZ):


http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/biosseguranca/manual_bi
osseguranca.pdf

Manual de Biossegurança (LACEN-ES):


https://saude.es.gov.br/Media/sesa/LACEN/Manuais/MANUAL%20DE%20BIOS
SEGURAN%C3%87A%20LACEN-ES%20REV%2002.pdf

50
VÍDEOS:

Noções de níveis de Biossegurança


https://www.youtube.com/watch?v=bPIcAd3z-
pU&ab_channel=DouglasAdamoski

Biossegurança: Classificação de risco dos agentes biológicos


https://www.youtube.com/watch?v=i0SZifKCpqQ&ab_channel=PreparaEnfer
magem-EnfConcursosConcursos

Tipos de riscos na enfermagem


https://www.youtube.com/watch?v=KisFpglpV1c&ab_channel=Enfermagem
Florence

Aula Atualizada MAPA DE RISCOS: Principais Destaques


https://www.youtube.com/watch?v=aALnHh6-
CxE&ab_channel=Seguran%C3%A7aDoTrabalhoacz-PorAnt%C3%B4nioCarlos

COMO ELABORAR O MAPA DE RISCO? PASSO A PASSO


https://www.youtube.com/watch?v=2H_ysfGPG4U&ab_channel=Seguran%C
3%A7aDoTrabalhoacz-PorAnt%C3%B4nioCarlos

6 BIBLIOGRAFIA

HINRICHSEN, S.L. Biossegurança e controle de infecções: risco sanitário hospitalar. Rio


de Janeiro: MEDSi, 2004.

LAURENCE. J.C. The bacteriology of burns. Journal of hospital ( Supl. B): 3 – 17, 1985

MASTROENI, M. F. Biossegurança aplicada a Laboratórios e Serviços de Saúde. São


Paulo: Atheneu, 2004.

51
GRIST, N. R. Manual de Biossegurança para o Laboratório. 2Ed. São Paulo: Santos, 1995

SESMT – UFMA. Biossegurança em laboratórios.

ODA, LEILA, ÁVILA, SUZANA. Et al. Biossegurança em Laboratórios de Saúde Pública.


Brasília. Ministério da Saúde, 1998.

52
BIOSSEGURANÇA
UNIDADE 04 – Gerenciamento de resíduos biológicos

1 Resíduos biológicos em saúde

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal nº 12.305/2010)


estabelece que quem gera resíduos sólidos é responsável pelo
gerenciamento ambientalmente adequado dos mesmos. Porém, cada tipo
de resíduo tem sua peculiaridade, inclusive com possibilidade de reuso e
reciclagem.
O gerenciamento de resíduos sólidos é um conjunto de procedimentos
de planejamento, implementação e gestão para reduzir a produção de
resíduos e proporcionar coleta, armazenamento, tratamento transporte e
destino final adequado aos resíduos gerados.
Um poderoso instrumento para tal é o Plano de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos, um documento que lista e descreve as ações do manejo
dos resíduos sólidos, levando em conta suas características e riscos. Isso tudo,
baseado na Política Nacional de Resíduos Sólidos que trata da prevenção e
da redução na geração de resíduos com incentivo de consumo sustentável
e um conjunto de instrumentos para fomentar o aumento de reutilização e
reciclagem dos resíduos sólidos e a destinação adequada dos rejeitos
quando não pode ser reciclado ou reutilizado. Ou seja, a principal
importância do gerenciamento de resíduos sólidos é garantir a preservação
do meio ambiente e da saúde da população.

1.1 Objetivo da unidade

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A geração de resíduos pelas diversas atividades humanas constitui-se
atualmente em um grande desafio a ser enfrentado pelas administrações
municipais, sobretudo nos grandes centros urbanos. A partir da segunda
metade do século XX, com os novos padrões de consumo da sociedade
industrial, a produção de resíduos vem crescendo continuamente em ritmo
superior à capacidade de absorção da natureza. Dessa forma, é de suma
importância o entendimento do gerenciamento dos resíduos sólidos em
saúde.
Nos últimos 10 anos, a população brasileira cresceu 16,8%, enquanto
que a geração de resíduos cresceu 48% (Fonte: IBGE, 1989/2000). Isso pode
ser visto no aumento da produção (velocidade de geração) e concepção
dos produtos (alto grau de descartabilidade dos bens consumidos), como
também nas características "não degradáveis" dos resíduos gerados. Além
disso, aumenta a cada dia a diversidade de produtos com componentes e
materiais de difícil degradação e maior toxicidade.
O descarte inadequado de resíduos tem produzido passivos ambientais
capazes de colocar em risco e comprometer os recursos naturais e a
qualidade de vida das atuais e futuras gerações. Os resíduos dos serviços de
saúde - RSS se inserem dentro desta problemática e vêm assumindo grande
importância nos últimos anos. Tais desafios têm gerado políticas públicas e
legislações tendo como eixo de orientação a sustentabilidade do meio
ambiente e a preservação da saúde.
Grandes investimentos são realizados em sistemas e tecnologias de
tratamento e minimização. No Brasil, órgãos como a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária - ANVISA e o Conselho Nacional do Meio Ambiente -
CONAMA têm assumido o papel de orientar, definir regras e regular a
conduta dos diferentes agentes, no que se refere à geração e ao manejo dos
resíduos de serviços de saúde, com o objetivo de preservar a saúde e o meio
ambiente, garantindo a sua sustentabilidade.
Desde o início da década de 90, vêm empregando esforços no sentido
da correta gestão, do correto gerenciamento dos resíduos de serviços de
saúde e da responsabilização do gerador. Um marco deste esforço foi a
publicação da Resolução CONAMA no 005/93, que definiu a obrigatoriedade
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dos serviços de saúde elaborarem o Plano de Gerenciamento de seus
resíduos. Este esforço se reflete, na atualidade, com as publicações da RDC
ANVISA no 306/04 e CONAMA no 358/05.

2 RESÍDUOS BIOLÓGICO

O gerenciamento de resíduos sólidos é o conjunto de procedimentos


de gestão, planejados e implementados a partir de bases científicas e
técnicas, normativas legais, com objetivo de minimizar a produção de
resíduos e proporcionar a estes encaminhamento seguro, de forma eficiente,
visando proteger os trabalhadores, a saúde pública, os recursos naturais e o
meio ambiente.
A estratégia mais utilizada consiste no acompanhamento do local de
sua geração até a sua disposição final. De acordo com a resolução n° 283 do
CONAMA de 2001, os resíduos biológicos são classificados como grupo A pois
apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente.

Classificação dos resíduos em Grupos - RDC N0. 306/2004:

• Grupo A (infectantes);
• Grupo B (químicos);
• Grupo C (radioativos)
• Grupo D (comum) e
• Grupo E (perfurocortantes)

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De acordo com a ABNT, na NBR 12.807: “Ato de embalar os resíduos de
serviços de saúde – RSS, em recipientes, para protegê-los de risco e facilitar
seu transporte.”

Devem ser acondicionados em saco branco leitoso. No caso dos


perfurocortantes, dever ser em recipientes de parede rígida. A identificação
dos sacos de armazenamento e dos recipientes de transporte poderá ser feita
por adesivos, desde que seja garantida a resistência destes aos processos
normais de manuseio dos sacos e recipientes.

2.1 Descontaminação

Todo lixo biológico produzido nas atividades laboratoriais, como


resíduos de material, água/soluções de lavagem ou tampões, gaze, algodão,
ponteiras, restos de tubos coletores e de transferência, devem ser
descartados em um recipiente de paredes rígidas, de boca larga e co tampa,
contendo uma solução de hipoclorito de sódio a 2%até a metade desse

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recipiente. Esse recipiente deve receber um rótulo com o símbolo de RISCO
BIOLÓGICO.

2.2 Descarte do Lixo Biológico

Depois de 24 horas, o hipoclorito deve ser descartado na rede de


esgoto e o recipiente com os lixos para a autoclavação.
Os tubos contendo coágulos, sangue total ou soro devem ser
encaminhados diretamente para a autoclavação.
Após autoclavação, verifique se todos os recipientes e sacos que vão
ser descartados estão co a fita com o sinal indicador da autoclavação.
Acondicione tanto os recipientes com os materiais quanto os sacos co bolsas
e tubos já autoclavados em duplo saco plástico branco identificado com o
símbolo do risco biológico.
Depois de preparado, cada tipo é encaminhado até a coleta externa.
Essa coleta é feita em comum acordo com empresas responsáveis pelo
descarte final por meio de incineração ou adequada colocação em aterro
sanitário.
Necessitam de tratamento prévio:
• Culturas e estoques de microrganismos;
• resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os
hemoderivados;
• descarte de vacinas de microrganismos vivos ou atenuados;
• meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência,
inoculação ou mistura de culturas;
• resíduos de laboratórios de manipulação genética.

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2.3 Descarte do lixo químico

- Para descarte considerar grau de toxicidade dos reagentes;


- Não misturar resíduos de diferentes naturezas e composições. A combinação
química entre reagentes pode levar a combustão;
- Antes de descartá-los na pia, quando for o caso, os resíduos devem ser
neutralizados e diluídos, como por exemplo: os rejeitos inorgânicos e
orgânicos ácidos, básicos e neutros;
- A coleta deve ser regular. Não acumule rejeitos químicos no laboratório;

2.4 Descarte de resíduo comum

Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à


saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos

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domiciliares. São acondicionados em sacos pretos resistentes de modo a
evitar derramamento durante o manuseio. Os resíduos comuns recicláveis
(papel, papelão, plástico e vidro), que não entraram em contato com ou
outros resíduos não recicláveis, podem ser separados e destinados à
reciclagem.

• papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos;


• sobras de alimentos e do preparo de alimentos;
• resto alimentar de refeitório;
• resíduos provenientes das áreas administrativas;
• Resíduos de varrição, flores, podas e jardins.

4.5 Recomendações para os rejeitos de perfurocortantes

As agulhas não devem ser recapeadas. Devem ser retiradas das


seringas descartáveis com auxílio de pinça anatômica. Somente a agulha
deve ser colocada em caixas de paredes impenetráveis.
A caixa não deve estar completamente cheia. Quando cheia até três
quartos de sua capacidade, deve ser colocadas em recipiente para “lixo
contaminado” e incineradas. Poderão ser autoclavadas previamente, se a
rotina do laboratório assim exigir.
• O Grupo E é identificado pelo símbolo de substância infectante, com
rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos, acrescido da
inscrição de RESÍDUO PERFUROCORTANTE.
• Exemplos: Agulhas, escalpes, ampolas de vidro, lancetas ou outros
similares.

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60
3 DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO

 Desinfecção – caracteriza-se por representar um conjunto de


operações de natureza química e/ou física, com o objetivo de reduzir
o nível de contaminação por microrganismos e proteínas tóxicas de
determinada área. Os procedimentos de desinfecção não asseguram
a eliminação total de microrganismos. Portanto, destrói o
microrganismo presente em objetos inanimados, mas não
necessariamente os esporos dos microrganismos.

 Esterilização – é o conjunto de operações que visa destruir (ou remover)


todas as formas possíveis de propagação e multiplicação de
microorganismos (inclusive esporos de bactérias, príons e toxinas).

 Limpeza – é o processo pelo qual são removidos materiais estranhos de


superfícies e objetos. Normalmente é realizada através da aplicação
de água e sabão ou detergentes e ação mecânica.

 Anti-sepsia – procedimento através do qual microorganismos presentes


em tecidos vitalizados são destruídos após a aplicação de agentes
antimicrobianos. Estes agentes devem possuir baixo ou nenhum efeito
tóxico, lesivo ou alergênico;

 Assepsia – Não se refere a um ato isolado, mas sim a um conjunto de


medidas que visem minimizar a entrada de microorganismos no local
dito asséptico.

 Descontaminação – Desinfecção ou esterilização terminal de objetos e


superfícies contaminadas, com microrganismos patogênicos,
tornando-os seguros para manipulação

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Fatores que interferem na eficácia dos procedimentos de desinfecção e
esterilização

1 – natureza do microrganismo – os microrganismos variam


consideravelmente quanto à suscetibilidade aos agentes químicos em
função de sua constituição.
2 – número e localização dos microrganismos – quanto maior a carga
microbiana, maior o tempo de exposição necessário para destruí-la. A
localização e a acessibilidade com o produto é importante, pois somente as
superfícies em contato direto serão desinfectadas.

3 – concentração e potência do agente químico/tempo de exposição – com


poucas exceções, quanto mais concentrado o produto, maior é a eficácia e
menor o tempo de exposição necessário para a destruição dos
microrganismos.

4 – fatores físicos e químicos – pH, temperatura, umidade relativa.

5 – matéria orgânica – mais comumente ocorre uma reação entre o


composto e o material orgânico, resultando num complexo menos ativo, e
deixando uma menor quantidade do agente químico disponível para atacar
microrganismos.

Princípios ativos mais usados como desinfetantes e esterilizantes químicos

 Álcoois – etanol ou isopropanol;


 Formaldeídos / glutaraldeídos;
 Compostos liberadores de cloro ativo – hipoclorito de sódio;
 Álcool iodado – polivinil pirrolidona.

Autoclavagem

 121°C, 1,5 atm, 15-20min. (esterilização);


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 121°C, 1,5 atm, 1h (descontaminação)
 Meios de cultura, soluções etc.
 Atua na desnaturação de proteínas bacterianas
 Mata todas as células vegetativas e seus endósporos

Estufa

 180°C, 1h (esterilização)
 Específico para vidrarias
 Oxidação de estruturas bacterianas

4 LAVAGEM E HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

No dia 15 de maio de 1847, Ignez Philipe Semmelweis, médico húngaro,


estabeleceu como medida obrigatória a lavagem das mãos na instituição na
qual trabalhava como diretor, o Lying Hospital, de Viena.
Esta importante medida, considerada um marco histórico na
prevenção das infecções, baseou-se nos resultados de sua investigação
epidemiológica, após corlsfutar que fia instituição havia aumentado o
número de óbitos entre mulheres que acabavam de ter bebês (puérperas),
em relação à época da inauguração do hospital.
Observou, então, que o risco de morte (taxa de mortalidade) era
quatro vezes maior na enfermaria em que as pacientes eram atendidas por
estudantes de medicina em comparação com a enfermaria cujo
atendimento era realizado por parteiras.
A única diferença encontrada entre as duas enfermarias era que,
naquela com maior mortalidade, os estudantes de medicina iam para os
partos diretamente da sala de necropsia, sem nenhuma higienização das
mãos, enquanto as parteiras não participavam das: necropsias. Semmelweis,
então, concluiu: "Os estudantes de medicina devem estar trazendo (da sala
de necropsia) para as suas pacientes algo que não afeta as parteiras."
Outro fator que reforçou sua idéia foi a morte de seu assistente devido

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a quadro séptico depois de acidente durante autópsia de uma paciente com
febre puerperal.
A partir destas observações sistemáticas e cuidadosas, instituiu como
"medida de controle" destas infecções a lavagem das mãos. Com esta
simples medida houve queda rápida da taxa de mortalidade a níveis
equivalentes aos da outra enfermaria.

Superfície da pele

A secreção sebácea produzida é importante para a manutenção


eutrófica da própria pele, particularmente na camada córnea, pois evita a
perda de água. O sebum tem propriedades antimicrobianas e contém
substâncias precursoras da vitamina D.

Microbiota

Do ponto de vista da micobiota da pele, temos duas populações: a


residente e a transitória. A residente é de baixa virulência e raramente causa
infecção, contudo pode ocasionar infecções sistêmicas em pacientes
imunodeprimidos e após procedimentos invasivos; a microbiota transitória das
mãos é composta pelos microrganismos mais freqüentemente responsáveis
pelas infecções hospitalares: as bactérias Gram-negativas e os estafilococos.

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Áreas mais (em preto) e menos (cinza) esquecidas durante a lavagem das
mãos

Ao lavarmos as mãos estabelecemos uma sequência de esfregação


das partes da mão com maior concentração bacteriana que são: as pontas
dos dedos, meio dos dedos e polegares. Vejamos a técnica da lavagem das
mãos:

 posicionar-se sem encostar na pia;


 abrir a torneira;
 passar o sabão (líquido) na mão;
 friccionar as mãos dando atenção às unhas, meio dos dedos, polegar,
palmas e dorso das mãos (tempo aproximado de 15 segundos);
 enxaguar as mãos deixando a torneira aberta;
 enxugar as mãos com papel toalha;
 fechar a torneira com a mão protegida com papel toalha, caso não
tenha fechamento automático.

É importante lembrar que para melhor remoção da flora microbiana as mãos


devem estar sem anéis e com as unhas curtas, caso contrário, uma carga microbiana
ficará retida nestes locais sendo passíveis de proliferação e transmissão. Na lavagem
rotineira das mãos o uso de sabão neutro é o suficiente para a remoção da sujeira,
da microbiota transitória e parte da microbiota residente. O uso de sabões com
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antissépticos devem ficar restritos a locais com pacientes de alto risco e no
desenvolvimento de procedimentos cirúrgicos e invasivos ou em situações de surto
de infecção hospitalar.

5 LEITURA E MATERIAIS COMPLEMENTARES

LIVROS:

BIOSSEGURANÇA: uma abordagem multidisciplinar:


http://cibioib.sites.uff.br/wp-
content/uploads/sites/282/2020/02/Biosseguran%C3%A7a-uma-abordagem-
multidisciplinar-.-Pedro-Teixeira-e-Silvio-Valle-2010.pdf
Biossegurança em Saúde: Prioridades e Estratégias de Ação:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/biosseguranca_saude_priorida
des_estrategicas_acao.pdf

Biossegurança em Serviços de Saúde:


https://www.uniasselvi.com.br/extranet/layout/request/trilha/materiais/livro/li
vro.php?codigo=20528

Manual de Biossegurança (FIOCRUZ):


http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/biosseguranca/manual_bi
osseguranca.pdf

Manual de Biossegurança (LACEN-ES):


https://saude.es.gov.br/Media/sesa/LACEN/Manuais/MANUAL%20DE%20BIOS
SEGURAN%C3%87A%20LACEN-ES%20REV%2002.pdf

VÍDEOS:

AULA GRATUITA - Gerenciamento de Resíduos:


https://www.youtube.com/watch?v=pvOSTcK7O-
0&ab_channel=PreparaEnfermagem-EnfConcursosConcursos
66
Biossegurança - Programa de Resíduo Solido Serviço de Saúde:
https://www.youtube.com/watch?v=yUxxZTc4ovU&ab_channel=AuxiliaremE
nfermagem201Tarde

Biossegurança Resíduos:
https://www.youtube.com/watch?v=tQmVPSh7lxI&ab_channel=LarissaAbreu

Como descartar corretamente o resíduo hospitalar?


https://www.youtube.com/watch?v=Hz9_SJqeV3k&ab_channel=Enfermage
mFlorence

Aula 2 de Biossegurança Gerenciamento de Resíduos:


https://www.youtube.com/watch?v=9bXqstN4Pdw&ab_channel=Radiologia
Manh%C3%A3

6 BIBLIOGRAFIA

HINRICHSEN, S.L. Biossegurança e controle de infecções: risco sanitário


hospitalar. Rio de Janeiro: MEDSi, 2004.

LAURENCE. J.C. The bacteriology of burns. Journal of hospital ( Supl. B): 3 – 17,
1985

MASTROENI, M. F. Biossegurança aplicada a Laboratórios e Serviços de Saúde.


São Paulo: Atheneu, 2004.

GRIST, N. R. Manual de Biossegurança para o Laboratório. 2Ed. São Paulo:


Santos, 1995

SESMT – UFMA. Biossegurança em laboratórios.

ANVISA. Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde. Brasília, 2006

67
2

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