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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 4
2 BIOSSEGURANÇA......................................................................................... 5
Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao
da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno
se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para
que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a
pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual,
é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao
protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida
e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!
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2 BIOSSEGURANÇA
Fonte: br.linkedin.com
O termo Biossegurança pode ser definido como conjunto de ações voltadas para
prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa,
produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando a
saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade de vida. A
Biossegurança é tratada pela Comissão de Biossegurança em Saúde (CBS), que foi
instituída pela Portaria GM/MS nº 1.683, de 28 de agosto de 2003. Desde sua criação, o
objetivo da CBS é definir estratégias de atuação, avaliação e acompanhamento das
ações ligadas à Biossegurança de forma a ter o melhor entendimento entre o Ministério
da Saúde com órgãos e entidades relacionadas ao tema.
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Os profissionais da saúde sempre estarão expostos a algum tipo de risco, sendo
estes classificados em cinco grupos:
Risco de acidente: É quando há um evento negativo e indesejável, causando
lesão pessoal ou dano material. Alguns exemplos são queimaduras, cortes e
perfurações.
Risco ergonômico: Quando há qualquer fator interferente na característica
psicomorfológica do trabalhador, afetando sua saúde. Por exemplo transporte manual
de peso, movimento repetitivo, postura inadequada que pode gerar doença relacionada
ao trabalho.
Risco físico: Está relacionado a diversas formas de energia que o trabalhador
está submetido, como pressões anormais, temperatura extrema, ruído, vibrações,
radiações ionizantes, ultrassom.
Risco químico: É a exposição a agentes ou substâncias químicas presentes no
ambiente ou processo de trabalho que possam penetrar no organismo por via
respiratória, ser absorvido pela pele ou mesmo por ingestão.
Risco biológico: Está associado ao manuseio ou contato com materiais
biológicos ou animais infectados com agentes biológicos que possam produzir efeitos
nocivos sobre os seres humanos, animais e meio ambiente.
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As ações de biossegurança em saúde são primordiais para a promoção
manutenção do bem-estar e proteção à vida. A evolução cada vez mais rápida
do conhecimento científico e tecnológico propicia condições favoráveis, que
possibilitam ações que colocam o Brasil em patamares preconizado pela
Organização Mundial de Saúde (OMS) em relação à biossegurança e saúde. No
Brasil, a biossegurança começou a ser institucionalizada quando o Brasil tomou
parte do Programa de Treinamento Internacional em Biossegurança ministrado
pela OMS que teve como objetivo estabelecer pontos focais na América Latina
para o desenvolvimento do tema. (CBS 2010 apud MINISTÉRIO DA SAUDE
2010, p. 36).
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2.2 Níveis de Biossegurança
Fonte: anvisa.gov.br
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Esta portaria do Ministério da Saúde, dispõe sobre a obrigatoriedade da
manutenção pelos hospitais do país, de programa de controle de infecções hospitalares
(PCIH), devido aos riscos significativos à saúde dos usuários.
As ações mínimas necessárias, a serem desenvolvidas, deliberada e
sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade
das infecções nos hospitais, compõem o Programa de Controle de Infecções
Hospitalares.
O PCIH é um conjunto de ações desenvolvidas com a finalidade de reduzir ao
máximo a incidência e gravidade das infecções hospitalares.
Para a adequada execução do PCIH, os hospitais deverão constituir CCIH, órgão
de assessoria à autoridade máxima da instituição e de execução das ações de controle
de infecção hospitalar, que deverá ser composta por profissionais da área de saúde, de
nível superior, formalmente designados. Os membros da CCIH serão consultores e
executores, sendo que o presidente ou coordenador da CCIH será um dos membros da
mesma, indicado pela direção do hospital.
A equipe de CCIH será composta de profissionais consultores, será assim
disposta e representada pelos seguintes serviços: médico, enfermeiro, farmacêutico,
profissional de laboratório de microbiologia e administração, e de membros executores,
representando o Serviço de Controle de Infeção Hospitalar sendo encarregados da
execução das ações programadas de controle de IH e serão, no mínimo, 2 técnicos de
nível superior da área de saúde para cada 200 leitos ou fração deste número com carga
horária diária, mínimas de 6 horas para o enfermeiro e 4 horas para os demais
profissionais. Um dos membros executores deve ser, preferencialmente, um enfermeiro.
Nos hospitais com leitos destinados a pacientes críticos, a CCIH deverá ser
acrescida de outros profissionais de nível superior da área de saúde.
Pacientes críticos são aqueles em terapia intensiva adulto, pediátrico e neonatal,
pacientes de berçário de alto risco, queimados, submetidos a transplantes de órgãos,
hemato oncológicos, com Síndrome da Imunodeficiência Adquirida dentre outros.
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À CCIH do hospital compete elaborar, implementar, manter e avaliar PCIH de
acordo com as características e necessidades da instituição, contemplando ações
relativas a implantação de um Sistema de Vigilância Epidemiológica das Infecções
Hospitalares, adequação, implementação e supervisão das normas e rotinas técnico
operacionais, visando à prevenção e controle das infecções hospitalares. Cabe a ela
também a capacitação do quadro de funcionário e profissionais da instituição, uso
racional de antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares, avaliação
periódica das informações providas pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica das
infecções hospitalares e aprovação de medidas de controle propostas pelos membros
executores da CCIH.
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2.4 PCIH e CCIH
Fonte: ipog.edu.br
A Infecção Hospitalar (IH) é definida como doença adquirida após admissão do
paciente e que se manifesta após a internação ou alta, quando puder ser relacionada
com a internação ou procedimentos hospitalares.
A vigilância epidemiológica ativa é um dos pilares do controle das IH, pois permite
a determinação do perfil endêmico das instituições, a identificação de eventos
inesperados, como surtos e o direcionamento das ações de prevenção e controle.
Os órgãos estaduais de saúde no exercício da atividade fiscalizatória devem
observar a adoção, pela instituição prestadora de serviços, de formas de proteção
capazes de evitar efeitos nocivos à saúde dos agentes, clientes e pacientes. As
dificuldades para uma definição de infecção hospitalar adequada aos tempos modernos
e as polêmicas sobre os indicadores que devem ser considerados e o modelo de
intervenção para o seu controle, tornam obrigatório a implementação da CCIH e PCIH
em todas unidades hospitalares.
O PCIH, Programa de Controle de Infecção Hospitalar é definido como o conjunto
de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente com vistas à redução máxima
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possível da incidência e da gravidade das IH, adquirida após a internação do paciente e
que se manifesta durante a internação ou mesmo após a alta, quando relacionada a
hospitalização.
2.5 Definições
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Agente de Risco: Qualquer componente de natureza física, química,
biológica ou radioativa que possa vir a comprometer a saúde do homem, dos
animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos.
Análise de risco: É o processo de levantamento, avaliação e comunicação
dos riscos, considerando o ambiente e os processos de trabalho, para
implementar ações de prevenção, controle, redução ou eliminação dos
mesmos.
Classe de risco: É o grau de risco associado ao material biológico que se
manipula.
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2.6 Higiene e hábitos pessoais
Fonte: cristofoli.com
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As mãos devem ser lavadas, aplicando antissépticos, preferencialmente álcool a
70% ao entrar no ambiente de trabalho, após realizar qualquer procedimento, depois de
retirar luvas e jaleco e antes de sair para o ambiente externo.
O uso de luvas não substitui a necessidade da lavagem das mãos porque elas
podem ter pequenos orifícios inaparentes ou danificar-se durante o uso, podendo
contaminar as mãos quando removidas.
É inconveniente o uso de fumo, bebidas e alimentos, armazenar alimentos e
artigos de uso pessoal, segurar o telefone ou manipular qualquer outro objeto calçando
luvas, usar telefones celulares durante as atividades laborais no ambiente hospitalar e
receber pessoas estranhas ao serviço, inclusive crianças.
2.7 Descontaminação
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de instrumentos, superfícies e cuidado direto ao paciente, sendo de uso exclusivo e
descartável, não dispensando, porém, a necessidade de lavar as mãos.
As luvas devem ser usadas em atividades que ofereçam riscos químicos, físicos e
biológicos, conferindo proteção contra dermatites, queimaduras químicas e térmicas,
bem como as contaminações ocasionadas pela exposição repetida a pequenas
concentrações de numerosos compostos químicos.
Enquanto estiver de luvas, o trabalhador não deve manusear maçanetas,
telefones fixos ou celulares, puxadores de armários e outros objetos de uso comum,
sendo contraindicado o uso destas fora da área de trabalho. Para lavar ambientes e
utensílios contaminados, bem como em todo e qualquer procedimento junto ao paciente,
deve-se fazer o uso de luvas e sempre descartá-las de forma segura.
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atmosfera sob a forma de aerossóis, tais como o bacilo da tuberculose e outras doenças
de transmissão aérea. Dessa forma, aumentam a proteção dos profissionais.
Cuidados na utilização e preservação possibilitam a reutilização da máscara
N95/PFF2, tais como: não utilizar cosméticos, pois os produtos podem manchar e
obstruir os filtros das máscaras, diminuindo a eficiência de proteção, não guardar em
bolsos de jalecos, não dobrar, nem amassar. Guardá-las sempre em local seco entre
folhas de papel absorvente.
As máscaras de proteção respiratória são necessárias quando se manipulam
gases irritantes (cloreto de hidrogênio, dióxido de enxofre, amônia, formaldeído), que
produzem inflamações ao contato direto com tecidos, pele, conjuntiva ocular e vias
respiratórias.
São usadas nas atividades que utilizam gases anestésicos e solventes orgânicos
que tem ação depressiva sobre o sistema nervoso central e gases asfixiantes como
hidrogênio, nitrogênio e dióxido de carbono, potencialmente agressores ao cérebro.
As toucas ou gorros devem ser utilizadas dependendo da atividade
desenvolvida, para proteger os cabelos de contaminação de aerossóis e respingos de
líquidos ou evitar que os cabelos contaminem uma área estéril.
Os trabalhadores com sandálias, calçados abertos ou de pano estão sujeitos a
acidentes e lesões nos pés. O calçado deve ser compatível com o tipo de atividade e
devem ser resistentes à ação de agentes químicos e proteger contra respingos e
materiais contaminados e que causam queimaduras. Para trabalhos de limpeza, são
indicadas botas de borracha de PVC.
Em situações de emergência, como o derrame de líquidos ou qualquer material
perigoso, o responsável pela limpeza deve estar com os pés devidamente protegidos.
Quando o piso é escorregadio, é recomendável o uso de calçados com solado
antiderrapante.
Os pró-pés, sapatilhas esterilizadas confeccionadas em algodão para áreas
estéreis, que podem ser reutilizadas conforme o tipo de material de sua confecção e a
atividade desenvolvida, sendo indicadas para áreas estéreis como bloco cirúrgico e
laboratórios.
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2.9 Precauções padrão
Fonte: rioenfermagem.com
Lavagem das mãos: A lavagem rotineira das mãos com água e sabão, elimina
além da sujidade visível, todos os microrganismos que se aderem à pele durante o
desenvolvimento de atividade mesmo estando a mão enluvada, sendo a principal medida
de bloqueio da transmissão de germes. Deve-se lavar as mãos sempre, antes de uma
atividade e logo após seu término, assim como no dia a dia antes das refeições e após a
ida ao banheiro. É ideal que se mantenha unhas curtas e as mãos sem anéis para
diminuir a retenção de germes.
Para a realização da lavagem das mãos são necessárias pia, saboneteira
suspensa e vazada para sabonete em barra ou dispensador de sabonete líquido, com
rotina de limpeza semanal, toalhas de papel, torneira com fechamento automático,
preferivelmente.
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A sequência de esfregação das partes da mão com maior concentração
bacteriana que são as pontas dos dedos, meio dos dedos e polegares, se dá através da
seguinte técnica: não encostar na pia, abrir a torneira, administrar o sabão na mão,
friccionar as mãos dando atenção às unhas, meio dos dedos, polegar, palmas e dorso
das mãos pelo tempo aproximado de 15 segundos, enxaguar as mãos deixando a
torneira aberta, enxugar as mãos com papel toalha, fechar a torneira com a mão
protegida com papel toalha, caso não tenha fechamento automático.
É importante lembrar que para melhor remoção da flora microbiana as mãos
devem estar sem anéis e com as unhas curtas, caso contrário, uma carga microbiana
ficará retida nestes locais sendo passíveis de proliferação e transmissão. Na lavagem
rotineira das mãos o uso de sabão neutro é o suficiente para a remoção da sujeira, da
flora transitória e parte da flora residente.
O uso de sabões com antissépticos devem ficar restritos a locais com pacientes
de alto risco e no desenvolvimento de procedimentos cirúrgicos e invasivos ou em
situações de surto de infecção hospitalar.
Manipulação de instrumentos e materiais: Os instrumentos e materiais
contaminados com sangue, fluidos corporais, secreções e excreções devem ser
manuseados de modo a prevenir a contaminação da pele e mucosas, roupas, e evitar a
transferência de microrganismos para outros pacientes e ambiente.
Cuidado na manipulação de materiais cortantes e de punção: Ao manusear,
limpar, transportar ou descartar agulhas, lâminas de barbear, tesouras e outros
instrumentos de corte é necessário extremo cuidado para evitar acidentes. A estes
materiais dá-se o nome de instrumentos pérfurocortante, devendo serem descartados
em caixas apropriadas, rígidas e impermeáveis e colocadas próximo à área de sua
manipulação.
Nunca se deve reencapar agulhas após o uso, nem remover com as mãos
agulhas usadas de seringas descartáveis e não realizar a quebra da mesma. Seringas
e agulhas reutilizáveis devem ser transportadas para a área de limpeza e esterilização
em caixa de inox ou bandeja.
Ambiente e equipamentos: Toda unidade de saúde deve ter rotinas de limpeza e
desinfecção de superfícies do ambiente e de equipamentos.
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Deve-se proteger as superfícies do contato direto, como botões, alças de
equipamentos, teclados, mouses e monitores com barreiras do tipo filme plástico (PVC),
papel alumínio ou outros materiais próprios a este fim.
As roupas e campos de uso no paciente devem ser manipuladas e transportadas,
quando sujas com sangue, fluidos corporais, secreções e excreções, com cuidado em
sacos plásticos para o sistema de lavanderia, própria ou terceirizada com garantia de
desinfecção das mesmas.
Todos os profissionais de saúde devem estar vacinados contra a hepatite B e o
tétano. Vacina é proteção específica de doenças.
A medida que se toca em objetos e pacientes com as mãos ocorre o contato com
enorme quantidade de microrganismos, que aderidos as mãos são repassados para
outros objetos e pacientes, assim como para outras partes do corpo, como olhos e nariz,
sendo de suma importância a lavagem das mãos com água e sabão, evitando assim a
transferência de microrganismos para outras superfícies.
Uso do álcool glicerinado: Para substituir a lavagem das mãos, indica-se a
aplicação do álcool glicerinado, composto de álcool 70%, a fim de destruir a flora aderida,
porém as mãos não devem apresentar sujidade visível. Neste caso indica-se a lavagem
das mãos com água e sabão.
O uso do álcool deve proceder com a aplicação do álcool na quantidade de 3 a 5
ml friccionando todas as faces da mão até secar naturalmente, podendo também ser
usado como antisséptico após a lavagem das mãos. Neste caso, a lavagem das mãos e
posterior antissepsia está indicada antes de procedimentos invasivos como punções,
sondagens, cateterizações e entubações. Outra indicação de aplicação do álcool após
a lavagem das mãos é em caso de exposição da pele ao contato direto com sangue e
secreções.
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ou mucosa, através da aplicação de um germicida classificado como antisséptico. A
descontaminação depende da associação da degermação e a antissepsia.
A degermação é a remoção de detritos, impurezas e bactérias que se encontram
na superfície da pele, através da utilização de antisséptico com ação bactericida ou
bacteriostática que irá agir na flora residente da pele.
Existem antissépticos com diferentes princípios ativos e diferentes veículos de
diluição como degermante sólido ou cremoso, aquoso ou alcoólico. Variam também na
ação, concentração e tempo de efeito residual.
Os antissépticos são indicados para a antissepsia das mãos dos profissionais e
para pele ou mucosa do paciente em áreas onde serão realizados procedimentos
invasivos ou cirúrgicos.
Antissepsia das mãos antes de procedimentos cirúrgicos: Realizada com
escova de cerdas macias estéril e de uso individual ou descartável, sabão neutro ou
antisséptico degermante, antisséptico alcoólico e compressas esterilizadas.
Para a técnica da escovação das mãos deve-se retirar jóias e adornos das mãos e
manter unhas aparadas e sem esmalte, realizando a aplicação do sabão ou antisséptico
degermante nas mãos, iniciando a escovação nas unhas e espaços interdigitais, durante
01 minuto. Esfregar sem uso de escova, a palma, dorso e antebraço do membro durante
04 minutos, estabelecendo uma sequência sistematizada para atingir toda a superfície
da mão e antebraço num tempo total de 05 minutos, para cada membro, e após,
enxaguar abundantemente as mãos e antebraço com água corrente, mantendo os
braços elevados com as mãos acima do nível dos cotovelos. Fechar a torneira com o
cotovelo, caso não tenha fechamento automático e secar as mãos e antebraço com
compressa estéril, seguindo com a aplicação de antisséptico alcoólico.
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2.10 Classificação de risco dos agentes biológicos
Fonte: segecompany.com.br
Fonte: gagaflies.weebly.com
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Percebe-se a importância do CME no controle das infecções hospitalares, tendo
em vista que a infecção de sítio cirúrgico é uma das principais complicações
causadas em pacientes que necessitam de procedimentos cirúrgicos,
representando um desafio para os hospitais no controle e na prevenção. Assim,
o instrumental a ser utilizado no paciente deve ser processado adequadamente,
a fim de que esse material não se torne uma fonte de contaminação e transmissão
de microrganismos. (BEZERRA 2005, apud OURIQUES 2013, p. 696).
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estatísticos, tanto de custo quanto de produtividade, planeja e faz anualmente o
orçamento do CME com antecedência de 4 a 6 meses, elabora e mantem atualizado o
manual de normas, rotinas e procedimentos do CME, que deve estar disponível para a
consulta dos colaboradores.
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solicitação, prepara os carros e caixas cirúrgicas, realiza cuidados com artigos
endoscópicos em geral, monitora os lotes nos processos de esterilização, realiza revisão
da listagem de caixas cirúrgicas, bem como à sua reposição e realiza listagem e
encaminhamento de artigos e instrumental cirúrgico para conserto.
Auxiliar de Enfermagem: Recebe e limpa os artigos, prepara roupas limpas,
prepara e esteriliza os artigos e instrumentais cirúrgicos e procede com a guarda e
distribuição dos artigos esterilizados.
A limpeza de um instrumental cirúrgico deve ser rigorosa, sendo uma das etapas
mais importantes do processo de esterilização. Nessa etapa deve ser removida
toda a sujidade, pois as cargas microbianas formam barreiras e protegem os
microorganismos, impedindo que os agentes esterilizantes penetrem nos
artigos, tornando as etapas subsequentes ineficientes e comprometendo a
esterilização. (SILVA 2007, apud OURIQUES 2013, p. 697).
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Área de preparo de materiais: Área destinada a revisar e selecionar os
materiais, verificando condições de conservação e limpeza, preparar, empacotar ou
acondicionar os materiais e roupas a serem esterilizados e encaminhar para
esterilização devidamente identificado.
Área de esterilização: Área destinada para execução do processo de esterilização
nas autoclaves, conforme instrução do fabricante, observação dos cuidados necessários
com o carregamento e descarregamento das autoclaves, controle microbiológico e de
validade dos produtos esterilizados e manutenção dos equipamentos, mantendo-os
sempre em bom estado de conservação e uso.
Área de armazenagem e distribuição de materiais e roupas esterilizados:
Destinada ao estoque de material esterilizado, para proceder à distribuição às unidades e
registro de saída do material.
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objetos inanimados, mediante a aplicação de agentes físicos ou químicos, chamados de
desinfetantes ou germicidas, capazes de destruir esses agentes em um intervalo de
tempo operacional de 10 a 30 minutos.
Após a limpeza, os artigos devem ser secos rigorosamente com pano limpo e
sem fiapos, de cor branca, para visualizar possíveis sujidades. Também pode
ser utilizado ar comprimido, em tubos, lumes de difícil acesso e, ainda uso de
álcool, éter e benzina. (POSSARI 2003, apud OURIQUES 2013, p. 698).
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3.4 Os microrganismos
Fonte: oarquivo.com.br
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3.5 Os germes e a origem das infecções
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Na natureza, o estado de esterilidade, definido como ausência de microrganismo
vivo, é excepcional e transitoriamente encontrado no feto durante a gestação, excluindo
os casos de bebês contaminados via placentária pela mãe.
O contato com os microrganismos começa com o nascimento, durante a
passagem pelo canal vaginal do parto, onde a criança se contamina com os germes da
mucosa e então se coloniza mantendo-se por toda a sua existência, até a decomposição
total do organismo após a morte.
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Na realização da limpeza de artigos ocorre exposição à fluidos contaminados e
produtos químicos, sendo imprescindível a utilização de equipamentos de proteção
como óculos, máscara cirúrgica, avental plástico, braçadeiras plásticas e luvas de
borracha.
A limpeza se dá com a utilização de produtos como detergente líquido, neutro e
biodegradável, com aplicação utilizando pano úmido ou escova, ou diluído em água.
O detergente enzimático é utilizado para objetos que contem luz tubular para
melhor descontaminação. A secagem de materiais tubulares pode ser com jatos de ar
comprimido. O uso do detergente enzimático está indicado para artigos com maior
possibilidade de aderência de sujidade e com difícil acesso para limpeza.
Desincrostante está indicado para remoção de crostas em vidros, papagaios,
comadres e instrumental cirúrgico, e contraindicado o uso em plásticos, látex ou
borrachas. O mais comum é o peróxido de hidrogênio, conhecida com água oxigenada
líquida. Seu uso está indicado para facilitar a remoção de sangue ressecado.
Os lubrificantes são geralmente de uso em procedimentos cirúrgicos médicos e
odontológicos. A aplicação do lubrificante deve ser orientada pelo fabricante.
Os desoxidantes, também chamados de anti-ferrugem, são indicados em
instrumentos médicos e odontológicos metálicos, quando apresentam pontos de
oxidação ou alteração da cor original do metal, devendo ser aplicado após a limpeza e
após seu uso deve-se proceder nova limpeza para evitar resíduo do produto.
Desinfecção: É o processo de destruição de microrganismos como bactérias na
forma vegetativa (não esporulada), fungos, vírus e protozoários, sendo dividida em três
níveis de acordo com o espectro de destruição dos microrganismos:
Desinfecção de alto nível: Destrói todas as formas vegetativas de
microrganismos, inclusive Mycobacterium tuberculosis, vírus lipídicos e não lipídicos,
fungos e uma parte dos esporos.
Desinfecção de médio nível: Inativa o bacilo da tuberculose, bactérias na forma
vegetativa, a maioria dos vírus e fungos, exceto esporos bacterianos.
Desinfecção de baixo nível: Elimina a maioria das bactérias, alguns vírus como o
HIV, hepatite B e C e fungos. Não destrói microrganismos resistentes como bacilo da
tuberculose e esporos bacterianos.
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Esterilização: É o processo utilizado para completa
destruição de microrganismos, incluindo todas as suas formas, inclusive as
esporuladas, com a finalidade de prevenir infecções e contaminações decorrentes de
procedimentos cirúrgicos e invasivos com utilização de artigos críticos. Pode ser
realizada por: Processos químicos: Glutaraldeído, formaldeído, ácido paracético.
Processos físicos: Vapor saturado, autoclave calor seco, estufa raios gama.
Processos físico-químicos: Óxido de etileno, plasma de peróxido de hidrogênio, vapor
de formaldeído, são indicados para materiais termossensíveis, porém seu uso fica
restrito para hospitais de maior porte e pelo alto custo e necessidade de terceirização.
Esterilização por processo químico: Indicada para artigos críticos e
termossensíveis, por não resistirem às altas temperaturas dos processos físicos, através
do ácido peracético, por apresentar vantagem em relação ao Glutaraldeído, devido sua
rápida ação, solubilidade em água, biodegradabilidade e atoxicidade.
Também é realizada com o Glutaraldeído, produto com boa eficácia, baixo custo e
baixo poder corrosivo, porém exige tempo de contato maior, não é biodegradável e é
irritante para as mucosas das vias aéreas exigindo proteções adicionais.
As vantagens do Glutaraldeído são excelentes propriedades microbicidas,
atividade na presença de proteína e ação não destrutiva para borrachas, plásticos ou
lentes.
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local ventilado, caso contrário torna-se necessário o uso de protetor respiratório com
carvão ativado. Utilizar sempre óculos de proteção, máscara cirúrgica e luva estéril.
O Ácido Peracético 0,2%, é caracterizado por rápida ação contra todos os
microrganismos, incluindo esporos bacterianos em baixas concentrações. Sua especial
vantagem é sua biodegradabilidade e atoxicidade, além de ser efetivo na presença de
matéria orgânica, apresentando odor forte avinagrado.
É corrosivo para metais como bronze, cobre, ferro galvanizado e latão, para tal
deve-se ter o cuidado de adicionar solução inibidora de corrosão. Seu uso consiste em
colocar a solução, após adição do inibidor de corrosão, em recipiente plástico com
tampa, em volume que permita a total imersão dos artigos limpos e secos, com tempo
de ação esterilizante de 60 minutos de contato, sendo retirados promovendo um
enxágue em água esterilizada, secagem com compressa estéril e acondicionamento em
invólucro estéril até o uso, não excedendo a imersão por mais de 1 hora para evitar a
corrosão de partes metálicas dos artigos, mesmo na presença de inibidor de corrosão.
Esterilização por Processos Físicos: Ocorre através de calor úmido, calor seco
ou radiação. A esterilização por radiação tem sido utilizada em nível industrial, para
artigos médico-hospitalares, pois permite esterilização a baixa temperatura, porém é um
método de alto custo. Para materiais que resistam a altas temperaturas a esterilização
por calor é o método de escolha, pois não forma produtos tóxicos, é seguro e de baixo
custo.
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O mecanismo de ação biocida é feito pela transferência do calor latente do vapor
para os artigos, que age coagulando proteínas celulares e inativando os microrganismos.
Os artigos termossensíveis não devem sofrer autoclavagem, pois a temperatura mínima
do processo é de 121º C, bem como os óleos que não permitem a penetração do vapor.
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Ciclo da esterilização: Consiste na retirada do ar e entrada do vapor,
esterilização, secagem e admissão de ar filtrado para restauração da pressão interna,
variando de acordo com cada equipamento, que têm diferentes formas de programação
de ciclos, quanto a tempo de exposição, utilização de água destilada em diferentes
quantidades, portanto, devem ser seguidas as orientações do fabricante.
Qualificação do processo de esterilização: Tem o objetivo de validar a eficácia
do processo de esterilização, mediante variados meios indicadores para tal, podendo ser
internos ou externos.
Os indicadores químicos internos avaliam os parâmetros vapor, temperatura e
pressão. São fitas que reagem quimicamente alterando sua cor e são colocadas no
interior de cada pacote, e conferidas na abertura.
Os indicadores químicos externos, na forma de fita adesiva são utilizados apenas
para diferenciar os pacotes que passaram pelo processo de esterilização daqueles que
ainda não passaram, através da mudança da cor da fita por sensibilidade a temperatura.
Este indicador não avalia a qualidade da esterilização, apenas a passagem pelo
processo.
Os indicadores biológicos são utilizados para testar a eficácia do processo quanto
a destruição dos microrganismos, através da utilização de tubetes com fitas impregnadas
de Bacillus stearothermophillus, colocados dentro de alguns pacotes- teste em locais
estratégicos da autoclave conforme seu tamanho. Em autoclaves pequenas, pode-se
utilizar apenas em um pacote próximo à área de exaustão. Em autoclaves grandes
distribui-se em três pacotes colocados na porta, no meio e no fundo.
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Estocagem e Prazo de Validade: É variável e depende do tipo de invólucro,
eficiência do empacotamento, local de estocagem quanto a umidade e se são prateleiras
abertas ou fechadas que indicará a circulação de poeira.
O manuseio externo destas embalagens deve ser com as mãos limpas e a
abertura de cada pacote ou caixa esterilizada deve ser feita com técnica asséptica
utilizando luva esterilizada ou pinça estéril exclusiva para este fim, sendo que, considera-
se contaminada toda a embalagem rompida ou manchada.
Para papel Kraft, a rotina de estocagem é de 7 dias e para tecido, 15 dias. Para
papel crepado, 2 meses em armário fechado e para papel grau cirúrgico ou polietileno 6
meses em armário fechado.
Semanalmente o estoque deve ser revisado quanto ao prazo de validade,
encaminhando para reprocessamento os pacotes vencidos. Ao estocar os pacotes,
deve-se observar para os que estiverem próximo ao vencimento fiquem mais na frente
dos recém esterilizados, seguindo uma ordem pela data de validade.
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Todos os invólucros deverão conter um pedaço de fita indicadora química do
processo de esterilização, bem como a indicação de validade e o nome do kit ou
instrumento e as caixas metálicas devem ser lacradas com fita adesiva após a exposição
ao calor para evitar a queima da fita.
Para a colocação da carga na estufa, deve-se observar pontos principais como a
não sobrecarga de materiais, deixando espaço suficiente entre eles para haver uma
adequada circulação de calor, evitando empilhamento de caixas em cada prateleira da
estufa.
O ciclo da esterilização inclui três fases, sendo o aquecimento da estufa à
temperatura de esterilização pré-estabelecida, a esterilização da carga propriamente
dita, incluindo tempo de penetração do calor e tempo de exposição e o resfriamento da
carga. Após o término do ciclo a estufa deve ser desligada para o resfriamento gradual e
lento da carga. Para retirada de materiais após o ciclo, recomenda-se uso de pinças
próprias para remoção de bandejas, ou luvas especiais resistentes a calor.
Qualificação do processo: Tem o objetivo de validar a eficácia do processo de
esterilização. Os indicadores químicos externos, na forma de fita adesiva, são utilizados
apenas para diferenciar os pacotes que passaram pelo processo de esterilização
daqueles que ainda não passaram, através da mudança da cor da fita. Este indicador
não avalia a qualidade da esterilização.
Os indicadores biológicos são utilizados da mesma forma da esterilização por
calor úmido.
47
3.9 Microbiologia da pele
Fonte: cosmeticinnovation.com.br
48
Flora residente: Formada por microrganismos que colonizam a pele. Nas mãos,
estes germes localizam-se em maior quantidade em torno das unhas e entre os dedos,
sendo também encontradas nas camadas externas da pele, fendas e folículos pilosos.
Os microrganismos da flora residente não são facilmente removíveis, entretando
são inativados por antissépticos. É de baixa virulência e raramente causa infecção,
contudo pode ocasionar infecções sistêmicas em pacientes imunodeprimidos e após
procedimentos invasivos.
Flora transitória: É adquirida no contato com pacientes e superfícies
contaminadas, permanecendo na pele podendo ser transferidas ou eliminadas com a
lavagem das mãos, sendo facilmente removidas com água e sabão, por estarem
aderidas a superfície da pele, junto à gorduras e sujidades. É composta pelos
microrganismos frequentemente responsáveis pelas infecções hospitalares, o
Pseudomonas sp, Acinetobacter sp, Klebsiella sp, o que demonstra a importância das
mãos como veículo de transmissão.
Fonte: realbrasil.com.br
49
A Biossegurança no Brasil trata da minimização dos riscos em relação aos
microrganismos, além de ter uma abrangência bem ampla por ter ligação na promoção
de saúde no ambiente de trabalho, no meio ambiente e na comunidade.
Devido às condições precárias de gerenciamento dos resíduos de forma geral,
vários problemas podem decorrer afetando a saúde da população, como por exemplo a
contaminação da água, do solo, da atmosfera e a proliferação de vetores afetando a
saúde, aliado ao descaso por parte das instituições gerenciadoras, principalmente dos
resíduos de serviços de saúde.
Os resíduos de serviços de saúde são aqueles provenientes de hospitais, clínicas
médicas e outros grandes geradores, sendo por vezes chamados de lixo hospitalar.
Resíduos de natureza semelhante são produzidos também por farmácias, clínicas
odontológicas e veterinárias, assistência domiciliar, necrotérios, instituições de cuidado
para idosos, hemocentros, laboratórios clínicos e de pesquisa, instituições de ensino na
área da saúde, entre outros, requerendo, portanto, cuidados iguais aos resíduos
hospitalares, sendo de extrema necessidade a segregação de tais resíduos.
Parte dos resíduos domiciliares possui características que fazem com que se
assemelhem aos resíduos de serviços de saúde, a exemplo de pacientes diabéticos que
administram insulina injetável diariamente, usuários de drogas injetáveis, gerando
resíduos perfuro cortantes, que são depositados juntamente com os resíduos
domiciliares comuns, exigindo assim, uma educação e conscientização constantes para
redução desta realidade.
50
propostas por várias entidades, incluindo o Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), governos estaduais e
municipais.
Em 1993, o CONAMA publicou a Resolução n° 5, que classifica os resíduos de
serviços de saúde em quatro categorias: A: Risco potencial à saúde pública e ao meio
ambiente devido à presença de agentes biológicos como secreções e líquidos orgânicos,
e materiais perfurantes ou cortantes, B: Resíduos químicos, C: Rejeitos radioativos e D:
Resíduos comuns.
A Resolução n°283/2001 do CONAMA, que atualiza e complementa a Resolução
n°5, determina que caberá ao responsável legal pelo estabelecimento gerador a
responsabilidade pelo gerenciamento de seus resíduos desde a geração até a
disposição final.
Alguns estados e municípios possuem legislações próprias específicas sobre o
gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde, com normas para a classificação,
segregação, armazenamento, coleta, transporte e disposição final desses resíduos.
A ANVISA publicou em 4 de julho de 2000 a Consulta Pública n°48, visando
discutir o regulamento técnico sobre diretrizes gerais de procedimentos de manejo de
resíduos de serviços de saúde, desde a geração até a disposição final. O prazo para
discussão era de quarenta dias, contudo, o assunto gerou bastante polêmica, houve
muitas contribuições e críticas, e o texto original foi bastante modificado. Finalmente, em
5 de março de 2003, foi publicado no Diário Oficial da União o texto final da Resolução
RDC n° 33, de 25 de fevereiro de 2003.
4.1 Regulamentações
52
Esta situação levou os dois órgãos a buscarem a harmonização das
regulamentações. O entendimento foi alcançado com a revogação da RDC ANVISA no
33/03 e a publicação da RDC ANVISA no 306 de 12 de 2004, e da Resolução CONAMA
no 358, em maio de 2005. A sincronização demandou um esforço de aproximação que
se constituiu em avanço na definição de regras equânimes para o tratamento dos RSS
no país, com o desafio de considerar as especificidades locais de cada estado e
município.
Com a Política Nacional de Resíduo Sólido (PNRS), por meio da Lei 12.305, que
dispõe diretrizes aplicáveis aos resíduos sólidos, estabeleceu-se proteção da
saúde e qualidade ao meio ambiente. (BRASIL 2010, apud CAFURE 2014, p.
302).
Os RSS compõem parte importante do total dos Resíduos Sólidos Urbanos não
pela quantidade gerada, mas pelo potencial risco que afeta à saúde ambiental e
coletiva. O risco ambiental é o risco que ocorre no meio ambiente e pode ser
submetido à classificação de acordo com o tipo de atividade; exposição
instantânea, crônica; probabilidade de ocorrência; severidade; reversibilidade;
visibilidade; duração e possibilidade de ocorrência de seus efeitos em vários
locais ao mesmo tempo. (SCHNEIDER 2004, apud CAFURE 2014, p. 302).
54
mutagênicos, produtos mantidos sob pressão, quimioterápicos, pesticidas, solventes,
ácido crômico, mercúrio de termômetros, substâncias para revelação de radiografias,
baterias, óleos e lubrificantes usados.
Dentre os biológicos destacam-se os que contêm agentes patogênicos que
possam causar doenças, e dentre os componentes radioativos utilizados em
procedimentos de diagnóstico e terapia, os que contêm materiais emissores de radiação
ionizante.
Quanto aos riscos ao meio ambiente destaca-se o potencial de contaminação do
solo, das águas superficiais e subterrâneas pelo lançamento de resíduos em lixões ou
aterros controlados que também proporcionam riscos aos catadores, principalmente por
meio de lesões provocadas por materiais cortantes e perfurantes, e por ingestão de
alimentos contaminados, ou aspiração de material particulado contaminado em
suspensão.
A tomada de medidas para o correto gerenciamento dos resíduos de serviços de
saúde, deve ser determinada por meio das legislações específicas, uma vez que, elas
possuem papel de agente normatizador, protetor e promotor da saúde pública.
Fatores demográficos, como a destinação inadequada dos resíduos sólidos, estão
envolvidos na determinação da emergência e reemergência de doenças infecciosas,
sendo assim, o tratamento adequado dos resíduos de serviços de saúde, especialmente
aqueles contendo material biológico de pacientes acometidos por doenças novas ou
emergentes, de fundamental importância para a contenção da propagação dessas
doenças.
55
A subnotificação dos acidentes de trabalho é uma realidade que infelizmente
impossibilita a detecção dos riscos potenciais a que os trabalhadores dos serviços de
saúde estão expostos.
As pessoas envolvidas no gerenciamento dos resíduos devem ser capacitadas na
ocasião de sua admissão e mantido sob treinamento periódico, incluindo os
trabalhadores dos serviços de saúde e também as firmas terceirizadas de limpeza e
trabalhadores das companhias municipais de limpeza que manuseiam os resíduos de
serviços de saúde e estão expostos aos riscos inerentes de contaminação.
A primeira providência para um melhor gerenciamento dos resíduos de serviços
de saúde é a redução no momento da geração. Evitar o desperdício é uma medida que
tem um benefício duplo de economizar recursos não só em relação ao uso de materiais,
mas também no tratamento diferenciado desses resíduos, lembrando que, quanto mais
perigoso é considerado o resíduo, maiores os cuidados necessários, e como
consequência, maiores os custos envolvidos.
4.3 Classificação
A categoria profissional mais afetada por acidentes com perfuro cortante são os
trabalhadores de enfermagem (principalmente os que atuam em ambiente
58
hospitalar), pois sua rotina de trabalho envolve o cuidado em uma perspectiva
do fazer. (MARZIALE 2002, apud NOWAK 2013, p. 420).
Fonte: academysst.com.br
59
Cabe ressaltar a importância da composição multiprofissional e da abordagem
interdisciplinar nas análises de risco. As análises de risco envolvem não apenas
sistemas tecnológicos e agentes biológicos perigosos manipulados e/ou
produzidos, mas também seres humanos, animais, complexos e ricos em suas
naturezas e relações, não apenas biológicas, mas também sociais, que também
se constituem em riscos, e devem ser considerados durante o processo de
avaliação. (BRASIL 1997, apud TAPAJÓS, 2006, p. 12).
Fonte: riograndetem.com.br
60
Para tal, faz-se necessário à Comissão de Gerenciamento de Resíduos incluindo
em sua rotina um programa de treinamento para os profissionais geradores de resíduos e
para os responsáveis pela limpeza e dispensação final destes. Recomenda-se que, em
todo o ambiente, cada lixeira contenha a identificação do tipo de resíduo, com adesivo,
com o uso de cores para identificar os recipientes e programação visual padronizando
símbolos e descrições utilizadas.
Resíduos Comum: São resíduos nos estados sólidos ou semissólidos,
semelhantes aos resíduos domiciliares que resultam de atividades diversas de
alimentação, limpeza, não oferecendo nenhum risco à sua manipulação ou à saúde
pública.
Tais resíduos devem ser acondicionados em lixeira com tampa e pedal
identificada como lixo comum, com saco preto. Os sacos destas lixeiras menores
deverão ter seu recolhimento ao final de cada turno.
Resíduos Recicláveis: São resíduos sólidos que, após o uso, podem ter sua
matéria prima reaproveitada, gerando economia de recursos naturais e financeiros, além
gerar novos empregos através das usinas de reciclagem. São resíduos de plástico, vidro,
papel, papelão e metal sem sujidade biológica visível.
Compreende os frascos de soro, papeis de embrulho, caixas ou tubos plásticos
de medicamentos, rolos vazios de esparadrapo, caixas de papelão, vidros, frascos-
ampola vazios, copos descartáveis, tubos de alvejantes e detergentes, sacos plásticos,
embalagens de água, refrigerantes, embalagens de alumínio, latas em geral. Os vidros
grandes, frágeis ou quebrados devem ser protegidos em caixa de papelão antes do
descarte no saco plástico.
Acondicionar em lixeira com tampa e pedal identificada como lixo reciclável com
recolhimento ao final de cada turno ou com 2/3 de sua capacidade preenchida.
Resíduos Infectantes: São resíduos que resultam das atividades de assistência,
laboratório ou atos cirúrgicos, que promovam liberação de material biológico, oferecendo
risco à saúde pública ou à manipulação. Dentro deste grupo incluem-se os
pérfurocortante que devem ter o descarte em recipiente apropriado antes de serem
agregado ao restante dos resíduos infectantes.
61
Compreende as gazes, esparadrapo, sondas, drenos, cateteres, luvas, máscaras,
gorros, bolsas coletoras de drenagens, papel contaminado, campos protetores de
superfícies, dentre outros.
Deve-se acondicionar estes resíduos em lixeira com tampa e pedal identificada
como lixo infectante, com saco branco, devendo estas serem recolhidas ao final de cada
turno ou com 2/3 de sua capacidade preenchida.
As peças anatômicas e bolsas de sangue devem ser descartadas, em saco
branco leitoso duplo dentro do recipiente para resíduos infectantes.
Resíduos infectantes compreendem os perfuro cortantes, como seringas
agulhadas, fios agulhados, lâminas de bisturi, lâmina de barbear, ampolas de
medicação, scalp, gelcos, agulhas de sutura, dentre outros, devendo serem descartados
em caixa apropriada rígida e impermeável), lacrar quando atingir 2/3 da capacidade
indicada na caixa, descartar dentro do saco branco do lixo infectante até o recolhimento.
Resíduos Farmacêuticos e Químicos: São resíduos tóxicos compostos por
medicamentos vencidos, resíduos corrosivos, inflamáveis, explosivos, reativos,
genotóxicos ou mutagênicos, reatores sorológicos vencidos, quimioterápicos e
antineoplásicos, germicidas fora da validade, solventes, mercúrio líquido, soluções para
revelação e fixação de radiografias.
62
4.6 DOENÇAS OCUPACIONAIS
Fonte: pt.slideshare.net
A saúde dos trabalhadores constitui uma importante área da saúde pública com
objetivo de promover e proteger a saúde, através do desenvolvimento de ações de
acompanhamento dos riscos presentes nos ambientes e condições de trabalho, a
organização e prestação de assistência, compreendendo procedimentos
de diagnósticos, tratamento e reabilitação de forma integrada.
Trabalhadores são todos que exercem atividade para sustento próprio ou de seus
dependentes, qualquer que seja sua atividade executada no mercado de trabalho. Estão
incluídas nesse grupo as pessoas que trabalham assalariado, domésticos, avulsos,
agrícolas, autônomos, servidores públicos, trabalhadores cooperativados e
empregadores.
Entre os fatores determinantes da saúde do trabalhador estão compreendidas as
condições sociais, econômicas e os fatores de risco ocupacionais, físicos, químicos,
63
biológicos, mecânicos e aqueles decorrentes da organização laboral presentes nos
processos de trabalho.
64
Doenças do Sangue e dos Órgãos Hematopoiéticos: O sistema
hematopoiético constitui um complexo formado pela medula óssea, outros órgãos
hemoformadores e pelo sangue. Na medula óssea são produzidas, continuamente, as
células sanguíneas, como eritrócitos, neutrófilos e plaquetas, sob rígido controle dos
fatores de crescimento. Para que cumpram sua função fisiológica, os elementos
celulares do sangue devem circular em número e estruturas adequados, sendo
impressionante a capacidade produtiva da medula óssea.
Toda a intensa atividade, torna a medula óssea muito sensível a infecções, aos
agentes químicos, metabólicos e ambientais que alteram a síntese do DNA ou a
formação celular.
Doenças Endócrinas, Nutricionais e Metabólicas: As prevenções das doenças
endócrinas, nutricionais e metabólicas relacionadas ao trabalho baseiam-se nos
procedimentos de vigilância dos agravos à saúde, dos ambientes e das condições de
trabalho, em conhecimento médico clínico, epidemiológico, de higiene ocupacional,
toxicologia, ergonomia, psicologia, entre outros nas percepções dos trabalhadores sobre
o trabalho e a saúde, envolvendo o conhecimento prévio das atividades e locais de
atuação, onde existam substâncias químicas, agentes físicos ou biológicos e fatores de
risco decorrentes da organização do trabalho, potencialmente causadores de doenças.
Das doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas relacionadas ao trabalho
destacam-se o Hipotireoidismo devido a substâncias exógenas e outras porfirias.
O Hipotireoidismo é uma síndrome clinica resultante da deficiência de hormônios
tireoidianos ocasionando a redução dos processos metabólicos com deposição de
glicosaminas nos espaços intracelulares, particularmente na pele e músculos,
produzindo um quadro clinico de mixedema, com sintomas em adultos reversíveis com
tratamento.
65
A deficiência de hormônio tireoidiano afeta todos os tecidos do corpo e provoca
cansaço fácil, aumento de peso, frio, constipação intestinal, irregularidades menstruais e
cãibras musculares.
Transtornos Mentais e do Comportamento: A contribuição do trabalho para as
alterações da saúde mental das pessoas e dada a partir de ampla gama de aspectos de
fatores pontuais, como a exposição a determinado agente toxico, até a completa
exposição de fatores relativos a organização do trabalho, como a divisão e parcelamento
das tarefas, as políticas de gerenciamento das pessoas e a estrutura hierárquica
organizacional.
Os transtornos mentais e de comportamento relacionados ao trabalho resultam,
assim, não de fatores isolados, mas de contexto de trabalho em interação com o corpo e
aparato psíquico dos trabalhadores. As ações implicadas no ato de trabalhar podem
atingir o corpo dos trabalhadores, produzindo disfunções e lesões biológicas, mas
também reações psíquicas as situações de trabalho que provocam doenças, além de
poderem desencadear processos psicopatológicos especificamente relacionados as
condições do trabalho desempenhado pelo trabalhador.
66
Doenças do Sistema Nervoso: A vulnerabilidade do sistema nervoso aos efeitos
da exposição ocupacional e ambiental a substanciais químicas, agentes físicos e fatores
causais de adoecimento, decorrentes da organização do trabalho, tem ficado cada vez
mais evidente, traduzindo-se em episódios isolados ou epidêmicos de doenças nos
trabalhadores.
Neste grupo de doenças destacam-se a ataxia cerebelosa, parkinsonismo
secundário devido a outros agentes externos, outras formas especificadas de tremor,
transtorno extrapiramidal do movimento não-especificado, distúrbios do clico vigília-
sono, transtornos do nervo trigêmeo, transtornos do nervo olfatório, transtorno do plexo
braquial (síndrome de saída do tórax, síndrome do desfiladeiro torácico),
mononeuropatias dos membros superiores síndrome do túnel do carpo,
mononeuropatias do membro inferior, lesão do nervo poplíteo lateral, polineuropatia
devida a outros agentes tóxicos e polineuropatia induzida pela radiação e encefalopatia
tóxica aguda.
Doenças do Olho e Anexos: O aparelho visual é vulnerável a ação de inúmeros
fatores de risco para a saúde presentes no trabalho como, agentes mecânicos, físicos,
químicos, biológicos e ao sobre-esforço que leva a debilidade induzida por algumas
atividades de monitoramento visual.
O efeito de substâncias tóxicas sobre o aparelho visual tem sido reconhecido
como um importante problema de saúde ocupacional. Destacam-se entre as doenças
que acometem os olhos: blefarite, conjuntivite, queratite e queratoconjuntivite, catarata,
inflamação coriorretiniana, neurite óptica, distúrbios visuais subjetivos.
Doenças do ouvido: As doenças otorrinolaringológicas relacionadas ao trabalho
são causadas por agentes ou mecanismos irritativos, alérgicos ou tóxicos. No ouvido
interno, os danos decorrem da exposição a substâncias neurotóxicas e fatores de
natureza física como ruído, pressão atmosférica, vibrações e radiações ionizantes.
Os agentes biológicos estão frequentemente associados as inflamações do
ouvido externo, aos eventos de natureza traumática e a lesão do pavilhão auricular. A
exposição ao ruído, pela frequência e por suas múltiplas consequências sobre o
organismo humano, constitui um dos principais problemas de saúde ocupacional e
ambientais na atualidade.
67
Doenças do Sistema Circulatório: Apesar da crescente valorização dos fatores
pessoais como sedentarismo, tabagismo e dieta, na determinação das doenças
cardiovasculares, pouca atenção tem sido dada aos fatores de risco presentes na
atividade ocupacional atual ou anterior dos pacientes.
O aumento dramático da ocorrência de transtornos agudos e crônicos do sistema
cardiocirculatório na população faz com que as relações das doenças com o trabalho
mereçam maior atenção.
As doenças cardiovasculares representam a primeira causa de óbito,
correspondendo a cerca de um terço de todas as mortes no país. Dentre elas merecem
destaque a hipertensão arterial e doença renal hipertensiva ou nefrosclerose, angina
pectoris, infarto agudo do miocárdio, doença cardiopulmonar crônica, placas epicárdicas
ou pericárdicas, parada cardíaca, arritmias cardíacas, aterosclerose e doença
aterosclerótica do coração, síndrome de Raynaudg, acrocinianose e acroparestesia.
68
pulmão e pleura, são importantes as informações sobre a história ocupacional do
indivíduo e de seus pais.
Os exames complementares mais utilizados no diagnóstico destas doenças são
a radiografia do tórax, provas de função pulmonar (espirometria, volumes pulmonares,
difusão de gás carbônico), broncoscopia com lavado broncoalveolar, biopsia, testes
cutâneos, gasometria arterial, hemograma, entre outros.
Doenças Digestivas: Entre os fatores importantes para ocorrência das doenças
digestivas relacionadas ao trabalho estão os agentes físicos, substâncias tóxicas, fatores
da organização do trabalho, como estresse e situações de conflito, tensão, trabalho em
turnos, fadiga, posturas forçadas, horários e condições inadequadas para alimentação,
atrelados a radiações ionizantes, vibrações, ruído, temperaturas extremas e exposição a
mudanças rápidas e radicais de temperatura ambiente.
Os fatores relacionados à organização do trabalho são responsáveis pela
crescente ocorrência de problemas e queixas gastrintestinais entre os trabalhadores,
como as condições de fadiga física em trabalho muito pesado, trabalho em turnos,
situações de conflito e de estresse, exigência de produtividade e controle excessivo
podem desencadear quadros de dor epigástrica, regurgitação e aerofagia, diarreia e
ulcera péptica.
Doenças da pele: Compreendem as alterações da pela mucosa e anexos, direta
ou indiretamente causadas, mantidas ou agravadas pelo trabalho. São determinadas
pela interação de fatores predisponentes ou causas indiretas, como idade, gênero, etnia,
antecedentes mórbidos e doenças concomitantes, fatores ambientais, como clima e
hábitos de higiene.
É fundamental aos trabalhadores a garantia de condições para a limpeza e
higiene pessoal nos locais de trabalho, como o acesso fácil à água corrente, quente e
fria, em abundancia, com chuveiros, torneiras, toalhas e agentes de limpeza apropriados,
disponibilidade de limpadores e toalhas de mão para a limpeza sem agua para óleos,
graxas e sujeiras aderentes, creme hidratante para ser usado nas mãos, especialmente
se for necessário lava-las com frequência, roupas protetoras com a finalidade de
bloquear substâncias com a pele, uniformes e aventais devem estar limpos e serem
lavados e trocados diariamente.
69
A roupa deve ser escolhida de acordo com o local da pele que necessita de
proteção e com o tipo de substancia química envolvida, incluindo luvas de diferentes
comprimentos, sapatos e botas, aventais e macacões de materiais diversos como
plástico, borracha natural ou sintética, fibra de vidro, metal ou combinação de materiais.
Capacetes, bonés, gorros, óculos de segurança e proteção respiratória também
podem ser necessários.
A LER/DORT: As transformações em andamento no mundo do trabalho,
decorrentes da introdução de novos modelos organizacionais e de gestão, tem,
repercussões ainda pouco conhecidas sobre a saúde dos trabalhadores dentre as quais
destacam-se as Lesões por Esforço Repetitivo e os distúrbios Osteomusculares
Relacionados ao Trabalho (LER/DORT).
70
A compreensão dos mecanismos fisiopatológicos de LER/DORT é importante,
para orientar as condutas terapêuticas a serem adotadas.
Doenças Renais: A exposição ambiental ou ocupacional a agentes biológicos,
químicos e farmacológicos pode lesar, de forma aguda ou crônica, os rins e o trato
urinário.
O sofrimento, o comprometimento da qualidade de vida, a morte do trabalhador
vítima de uma doença renal ou do trato urinário, o custo social decorrente de sua
incapacidade para o trabalho, os tratamentos dispendiosos a que deverá ser submetido,
como os procedimentos de dialises ou transplante dos rins, entre outros, aumenta a
importância do controle, o monitoramento dos ambientes e condições de trabalho em
que estão presentes fatores de risco de lesão para o sistema geniturinário.
Esta prevenção baseia-se nos procedimentos de controle e acompanhamento da
saúde do trabalhador pautada na vigilância epidemiológica de agravos e vigilância
sanitária de ambientes de trabalho.
A nefrite é o resultado de um processo inflamatório difuso dos glomérulos renais
tendo por base um fenômeno imunológico, que ocorre quando uma substância estranha
(antígeno) entra na circulação e é levada aos setores de defesa do corpo. O organismo,
para se defender do antígeno agressor, produz um anticorpo. A reunião do antígeno com
o anticorpo forma um complexo solúvel antigenoanticorpo que, circulando pelo
organismo, pode se depositar nos tecidos, criando as lesões inflamatórias. A nefrite é o
resultado de um processo inflamatório difuso dos glomérulos renais tendo por base um
fenômeno imunológico.
Quando o glomérulo é o tecido atingido, a lesão inflamatória chama-se
glomerulonefrite. As lesões inflamatórias do rim podem ser mínimas ou de tal intensidade
que esclerosem totalmente o glomérulo. Quanto maiores as lesões, maiores serão as
manifestações clinicas e laboratoriais da doença.
Os sinais da nefrite, como a presença de sangue e de proteínas na urina e
comprometimento da função renal dependem do tipo, da localização e da intensidade da
reação imune. No entanto, os vários distúrbios que lesam os rins podem produzir tipos
diferentes de lesão, de sintomas e consequências.
Os distúrbios renais nos quais a inflamação afeta principalmente os glomérulos
são denominados glomerulopatias. Embora as causas variem, as glomerulopatias são
71
semelhantes porque os glomérulos sempre respondem de modo similar,
independentemente da causa. Existem quatro tipos principais de glomerulopatias.
A síndrome nefrítica aguda começa repentinamente e, geralmente, apresenta
uma resolução rápida. A síndrome nefrítica rapidamente progressiva inicia
subitamente e piora rapidamente. A síndrome nefrotica acarreta a perda de uma
grande quantidade de proteínas na urina. A síndrome nefrítica crônica apresenta um
início gradual e piora muito lentamente, frequentemente ao longo de vários anos.
Quando o glomérulo é lesado, as substâncias presentes no sangue, que
normalmente não são filtradas e podem passar através do glomérulo e serem eliminadas
na urina, acarretam a formação de minúsculos coágulos sanguíneos nos capilares que
irrigam o glomérulo. Esses coágulos, juntamente com outras alterações, podem reduzir
enormemente a quantidade de urina produzida, tornando os rins incapazes de
concentrar a urina, de excretar ácido do organismo, ou de equilibrar a excreção de sais.
Inicialmente, o glomérulo pode compensar parcialmente essa situação, mas o
comprometimento progressivo acarreta a diminuição da produção de urina e o acumulo
de produtos tóxicos da degradação metabólica no sangue.
Para todas as glomerulopatias, o diagnóstico é estabelecido através da realização
de uma biopsia renal, com coleta de uma pequena amostra do tecido renal, comumente
através da inserção de uma agulha da pele até o rim. A amostra e submetida ao exame
microscópico antes e após ser corada, para se observar o tipo e a localização das
reações imunes no interior do rim.
Um exame de urina ajuda no diagnóstico e os exames de sangue de rotina
sugerem a extensão do comprometimento da função renal. A determinação dos níveis
de anticorpos em amostras de sangue pode ajudar a determinar se os níveis estão
aumentando ou caindo.
As doenças renais crônicas (DCR) têm recebido maior atenção dos profissionais
da área da saúde nas últimas décadas. Isso se deve ao importante papel
desempenhado da população mundial e brasileira, tornando- se um problema de
saúde pública. (MINISTÉRIO DA SAÚDE 2009, apud SOUZA 2014, p. 3).
Fonte: www.ebserh.gov.br
73
ocular, nasal, oral e pele não íntegra com sangue ou materiais orgânicos contaminados,
sendo, portanto, potencialmente preveníveis.
Caracterizam-se pelo contato de mucosas e pele não íntegra ou acidente
percutâneo com sangue ou qualquer outro material biológico potencialmente infectante,
como sêmen, secreção vaginal, nasal e saliva, líquor, líquido sinovial, peritoneal,
pericárdico e amniótico.
As exposições ocupacionais podem ser percutâneas: lesões provocadas por
instrumentos perfurantes e/ou cortantes (agulhas, bisturi, vidrarias), em mucosas:
respingos em olhos, nariz, boca e genitália, e em pele não-íntegra: dermatites.
74
de agulhas, scalp, lâminas de bisturi e vidrarias, mesmo que estéreis, em recipientes
rígidos, utilizando EPIs próprios para o procedimento, sapatos fechados de couro ou
material sintético.
Após exposição em pele íntegra, lavar o local com água e sabão ou solução
antisséptica com detergente abundantemente. O contato com pele íntegra minimiza a
situação de risco. Nas exposições de mucosas, deve-se lavar exaustivamente com água
ou solução salina fisiológica, se o acidente for percutâneo, lavar imediatamente o local
com água e sabão ou solução antisséptica com detergente.
Não fazer espremedura do local ferido, pois favorece um aumento da área
exposta. A utilização de soluções irritantes (éter, hipoclorito de sódio) também está
contraindicada.
A avaliação do acidente deve ocorrer imediatamente após o fato e, inicialmente,
basear-se em uma adequada anamnese, caracterização da paciente fonte, análise do
risco, notificação do acidente e orientação de manejo e medidas de cuidado com o local
exposto.
A exposição ocupacional a material biológico deve ser avaliada quanto ao
potencial de transmissão de HIV, HBV e HCV com base no tipo de exposição, tipo e
quantidade de fluido e tecido, situação sorológica da fonte, situação sorológica do
acidentado e susceptibilidade do profissional exposto.
Sempre que possível o paciente-fonte deverá ser avaliado quanto à infecção pelo
HIV, Hepatite B e C, no momento da ocorrência do acidente. Caso a fonte seja
conhecida, mas sem informação de seu status sorológico, é necessária realização de
exames diagnósticos. Em caso de recusa ou impossibilidade de realizar os testes,
considerar o diagnóstico médico, sintomas e história de situação de risco para aquisição
de HIV, HBC e HCV.
76
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRENTA, G., VAISMAN, M., SGARBI, J. A., BERGOGLIO, L. M., ANDRADA, N. de C.,
BRAVO, P. P., ORLANDI, A. M., GRAF, H. Diretrizes clínicas práticas para o manejo
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77
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genética e cardiologia molecular do instituto do coração. São Paulo, SP, 2016.
FERREIRA, L. A., PEIXOTO, C. de A., PAIVA, L., SILVA, Q. C. G. da, REZENDE, P.,
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