Você está na página 1de 56

MD_UDxxxxxx_V(10)Pt.

dot

8 Ambiente, segurança, higiene e


saúde no trabalho - conceitos
básicos
UD004659_V(01)
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

ÍNDICE

MOTIVAÇÃO......................................................................................... 5
OBJECTIVOS ........................................................................................ 6
INTRODUÇÃO ....................................................................................... 7
1. AMBIENTE ........................................................................................ 9
1.1. BOAS PRÁTICAS PARA O MEIO AMBIENTE ..................................... 9
1.1.1. Legislação específica ..................................................................... 10
1.2. PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DA ACTUALIDADE............... 10
1.3. GESTÃO DE RESÍDUOS ............................................................. 12
1.4. EFLUENTES LÍQUIDOS .............................................................. 14
1.5. EMISSÕES GASOSAS ............................................................... 14
1.6. ESTRATÉGIAS DE ACTUAÇÃO: REDUZIR, REUTILIZAR,
RECICLAR, RECUPERAR E RACIONALIZAR ................................... 16
2. SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO................................. 18
2.1. SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA .................................................. 19
2.1.1. Tipos de sinais................................................................................ 19
2.1.2. Legislação em vigor ....................................................................... 23
2.2. TIPOS DE RISCOS E SEU CONTROLO .......................................... 23
2.2.1. Incêndios ........................................................................................ 23
2.2.2. Riscos eléctricos ............................................................................ 24
2.2.3. Trabalho com máquinas e equipamentos ...................................... 25
2.2.4. Movimentação manual e mecânica de cargas ............................... 25
2.2.5. Organização e dimensionamento do posto de trabalho ................ 26
2.2.6. Posturas de trabalho ...................................................................... 26
2.2.7. Iluminação ...................................................................................... 27
2.2.8. Trabalhos com equipamentos dotados de visor ............................ 28

1
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

2.2.9. Atmosferas explosivas .................................................................... 29


2.2.10. Ruído .............................................................................................. 29
2.2.11. Produtos perigosos (rotulagem, armazenagem e
manuseamento) .............................................................................. 30
2.3. GESTÃO DO RISCO .................................................................. 32
2.3.1. Consequências dos acidentes de trabalho .................................... 32
2.3.2. Avaliação do risco profissional ....................................................... 32
2.3.3. Gestão económica do risco de trabalho ........................................ 33
2.4. PROTECÇÃO COLECTIVA E PROTECÇÃO INDIVIDUAL .................... 34
2.4.1. Tipos de protecção colectiva ......................................................... 34
2.4.2. Selecção dos equipamentos de protecção individual.................... 34
2.4.3. Técnicas de implementação para a utilização dos
equipamentos de protecção individual .......................................... 35
2.4.4. Tipos de equipamentos de protecção individual ........................... 36
2.5. PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA ........................................... 36
2.5.1. Necessidade da existência de procedimentos de emergência ...... 36
2.5.2. Procedimentos em caso de incêndio/sismo/acidente de
trabalho grave ................................................................................. 37
2.6. CONCEITO DE ACIDENTE DE TRABALHO ..................................... 37
2.6.1. Regime jurídico dos acidentes de trabalho .................................... 38
2.6.2. Perspectiva legal ............................................................................ 38
2.6.3. Perspectiva prevencionista............................................................. 38
2.7. GÉNESE DOS ACIDENTES ......................................................... 39
2.7.1. Factor humano ............................................................................... 39
2.7.2. Factor material ................................................................................ 39
2.7.3. Factor organizacional ..................................................................... 39
2.7.4. Factor ambiental ............................................................................. 39
2.8. SAÚDE, DOENÇA E TRABALHO .................................................. 40
2.8.1. Regime jurídico das doenças profissionais .................................... 40
2.8.2. Conceito de contaminação e intoxicação ...................................... 40
2.8.3. Contaminantes químicos, físicos e biológicos ............................... 40
2.8.4. Vigilância médica ............................................................................ 41
2.8.5. Principais doenças profissionais .................................................... 41
2.9. ORGANIZAÇÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO ............. 41
2.9.1. Regras básicas de higiene.............................................................. 41
2.9.2. Enquadramento legal dos serviços de segurança, higiene e
saúde no trabalho ........................................................................... 42
CONCLUSÃO...................................................................................... 45
RESUMO ........................................................................................... 46
AUTO-AVALIAÇÃO .............................................................................. 47

2
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

SOLUÇÕES ........................................................................................ 51
PROPOSTAS DE DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO ................................. 52
BIBLIOGRAFIA .................................................................................... 53

3
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

MOTIVAÇÃO

Cada vez mais se ouve falar sobre as questões ambientais, fazendo estas parte
do nosso dia-a-dia. Cada um de nós tem um papel activo na mitigação destes
problemas, uma vez que somos os principais responsáveis.

Por exemplo, as energias renováveis são umas das medidas que actualmente
está a ser implementada para que se consiga de forma activa colmatar a des-
truição do meio ambiente e o consumo de energias fosseis.

A higiene e segurança no trabalho é hoje em dia uma preocupação natural, tan-


to de empregadores como dos trabalhadores. A maioria da população adulta é
activa profissionalmente, significando que todos os dias está exposta a riscos
profissionais, sendo do seu interesse prevenir os acidentes e o desenvolvimento
de doenças. Um profissional informado é um profissional prevenido.

Para te inteirares de todos estes temas e perceberes os motivos destas preocu-


pações, inicia com muita vontade o estudo deste tema!

5
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

OBJECTIVOS

Com esta unidade pretende-se que os seus destinatários adquiram conheci-


mentos e competências para:

 Reconhecer e aplicar a legislação de segurança, higiene e saúde no


trabalho;
 Utilizar protecção no corpo e nas máquinas, seleccionando os equipa-
mentos e soluções de protecção adequados;
 Reconhecer e aplicar a legislação ambiental: resíduos, efluentes, ar e
ruído;
 Decidir sobre as medidas de prevenção tendo em consideração as exi-
gências do processo produtivo, no âmbito da higiene, segurança e am-
biente;
 Reconhecer a importância da segurança e higiene no trabalho como
factor de promoção de qualidade de vida.

6
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

INTRODUÇÃO

O Ambiente tornou-se num tema bastante importante dos dias de hoje. Inclusi-
vamente nos media podemos ver, ouvir e ler notícias sobre o meio ambiente
todos os dias e em grande quantidade. Nós dependemos do Ambiente e ele
depende de nós, para ser conservado.

A área do Ambiente é bastante apoiada em legislação, existindo vários diplomas


legais muito específicos. No entanto, nesta unidade iremos tratar apenas da
legislação mais importante.

A disciplina da Segurança e Higiene no Trabalho (HST) é, também, bastante


apoiada em legislação, assim como se trata de uma preocupação relativamente
recente, tanto dos empregadores como dos trabalhadores.

Tanto nas questões ambientais como nas de HST, as respectivas autoridades


são cada vez mais exigentes no que toca a fiscalização, obrigando ao cumpri-
mento dos diplomas legais em vigor. Ao mesmo tempo, o facto de uma empre-
sa mostrar preocupação pelo Ambiente e HST demonstra tanto aos seus accio-
nistas, como aos seus fornecedores e clientes que é uma empresa na vanguar-
da, sendo positivo de um ponto de vista de marketing.

7
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

1. AMBIENTE
1.1. BOAS PRÁTICAS PARA O MEIO AMBIENTE

Segundo a Lei de Bases do Ambiente, este é definido como “o conjunto dos


sistemas físicos, químicos, biológicos e as suas relações e dos factores econó-
micos, sociais e culturais com efeito directo ou indirecto, mediato ou imediato,
sobre os seres vivos e a qualidade de vida do homem”, isto é, inclui tudo o que
nos rodeia e que nos influencia. Consequentemente, nós também influenciamos
o Ambiente e cabe a nós decidir se o queremos influenciar positivamente ou
negativamente.

Boas práticas para o ambiente são todas aquelas que são realizadas com o
objectivo de não o prejudicar e, até, de o melhorar. Isto inclui pequenas acções
que, se realizadas por todos, contribuiriam para diminuir a maioria dos proble-
mas ambientais actuais. No entanto, a simples presença do Homem já prejudica
o ambiente, sendo o nosso objectivo minimizar essa influência.

Esta “influência” é usualmente designada como “impacto”, mais especificamen-


te “impacto ambiental”. Este é definido como todo o efeito no ambiente, causa-
do pelas alterações ou actividades do ser humano.

As boas práticas, no geral, incluem: a separação de resíduos e respectiva en-


trega ou colocação em local apropriado, o tratamento dos efluentes antes da
sua descarga para os meios aquáticos, a não produção de ruído em quantida-
des elevadas, a não emissão de gases poluentes para a atmosfera, entre outras.
Mas é claro que cada uma destas vem acompanhada de objectivos mais espe-
cíficos.

9
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

1.1.1. LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

A legislação ambiental é bastante vasta, tendo alguns diplomas bastante espe-


cíficos. Nesta unidade, iremos apresentar apenas os diplomas mais importan-
tes:

 Lei n.º11/87, de 7 de Abril - Lei de Bases do Ambiente;


 Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio - Aprova o regime jurídico da
avaliação de impacte ambiental, transpondo para a ordem jurídica in-
terna a Directiva n.º 85/337/CEE, com as alterações introduzidas pela
Directiva n.º 97/11/CE, do Conselho, de 3 de Março de 1997;
 Decreto-Lei n.º 78/2004, de 3 de Abril - Estabelece o regime da pre-
venção e controlo das emissões de poluentes para a atmosfera, fixando
os princípios, objectivos e instrumentos apropriados à garantia da pro-
tecção do recurso natural ar, bem como as medidas, procedimentos e
obrigações dos operadores das instalações abrangidas, com vista a
evitar ou reduzir a níveis aceitáveis a poluição atmosférica originada
nessas mesmas instalações;
 Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro - Aprova a Lei da Água, transpon-
do para a ordem jurídica nacional a Directiva n.º 2000/60/CE, do Parla-
mento Europeu e do Conselho, de 23 de Outubro, e estabelecendo as
bases e o quadro institucional para a gestão sustentável das águas;
 Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro - Aprova o regime geral da
gestão de resíduos, transpondo para a ordem jurídica interna a Directi-
va n.º 2006/12/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de
Abril, e a Directiva n.º 91/689/CEE, do Conselho, de 12 de Dezembro;
 Decreto-Lei n.º 9/2007, de 17 de Janeiro - Aprova o Regulamento Geral
do Ruído e revoga o regime legal da poluição sonora, aprovado pelo
Decreto-Lei n.º 292/2000 de 14 de Novembro.

1.2. PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DA


ACTUALIDADE

Os principais problemas ambientais da actualidade são os que acontecem em


grande escala, isto é, que influenciam todo o planeta. Os casos mais falados
nos media são o do aquecimento global, a desflorestação, a chuva ácida e a
destruição da camada de ozono.

10
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

O mais importante a reter sobre os principais problemas ambien-


tais é que não existem fronteiras para a poluição, esta atravessa
todos os países e todos somos afectados.

O aquecimento global refere-se ao aumento da temperatura média do nosso


planeta, resultando na mudança de hábitos da flora e fauna e, o caso mais fala-
do, do derretimento dos glaciares nos pólos e consequente, aumento do nível
do mar. Este ocorre devido às emissões, gases com efeito de estufa (GEE), para
a atmosfera. O dióxido de carbono é o principal GEE responsável pelo aumento
da temperatura no planeta, dado que é o gás que é emitido em maior quantida-
de, resultante das emissões dos transportes e da indústria pesada. Por este
motivo, actualmente, procuram-se combustíveis alternativos aos actuais para
reduzir a emissão deste Gás.

A desflorestação também está relacionada com o aumento da concentração de


dióxido de carbono na atmosfera, uma vez que são as florestas que consomem
o CO2 e o transformam em oxigénio, necessário para os seres vivos respirarem.
Por este motivo, as florestas e matas são designadas como “pulmões”. O caso
mais grave de desflorestação é o que se passa na Amazónia, em que entre 1990
e 2005 a percentagem de desflorestação passou dos 10% para os 17%, se se
continuar a este ritmo, a floresta amazónica corre o risco de desaparecer.

As chuvas ácidas são resultado da emissão de dióxido de enxofre e de dióxido


de azoto para a atmosfera, sendo o principal responsável a indústria e a com-
bustão de combustíveis fósseis. As chuvas ácidas têm, tal como o próprio nome
indica, pH ácido inferior a 5,6. Como tal, são responsáveis pelo pH ácido de
lagos e albufeiras, assim como do solo, afectando a fauna e a flora e, posteri-
ormente, ao ser humano, que se alimenta destes.

A camada de ozono encontra-se a cerca de 12km a 40km de altura e tem como


principal objectivo a minimização da entrada de radiação solar, principalmente
os raios ultra-violetas. Estes são os principais responsáveis pelo aumento de
número de casos de cancro da pele. Esta camada tem vindo a ser destruída
pela emissão de CFC’s, que são usados, principalmente, em recipientes sob
pressão, em equipamentos de ar condicionado e frigoríficos. Actualmente a
produção e inclusão dos CFC’s em produtos e equipamentos foi proibida em
alguns países do mundo, incluindo Portugal. No entanto, outros países continu-
am a usá-los e a emiti-los para a atmosfera e, consequentemente, para a cama-
da de ozono.

11
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

1.3. GESTÃO DE RESÍDUOS

A produção avultada de resíduos é uma consequência da presença de activida-


des humanas, dado que todas produzem resíduos em maior ou menor quanti-
dade.

Existem vários tipos de resíduos, sendo a sua classificação bastante diversifica-


da e existindo diplomas legais específicos que se referem a cada um deles e, na
maioria dos casos, mais do que um.

Existem vários tipos de resíduos, sendo os principais tipos os seguintes:

 Resíduo urbano: o resíduo proveniente de habitações, bem como outro


resíduo que, pela sua natureza ou composição, seja semelhante ao re-
síduo proveniente de habitações;
 Resíduo industrial: o resíduo proveniente de processos produtivos in-
dustriais, bem como o que resulte das actividades de produção e dis-
tribuição de electricidade, gás e água;
 Resíduo hospitalar: o resíduo resultante de actividades médicas desen-
volvidas em unidades de prestação de cuidados de saúde, em activi-
dades de prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e investiga-
ção relacionada com seres humanos ou animais, em farmácias, em ac-
tividades médico-legais de ensino e em quaisquer outras que envolvam
procedimentos invasivos, tais como acupunctura, piercings e tatua-
gens;
 Resíduo agrícola: o resíduo proveniente de exploração agrícola e ou
pecuária ou similar.

Dentro de cada uma destas categorias, ainda se conseguem dissecar mais tipos
de resíduos.

Dentro dos resíduos urbanos encontram-se, principalmente os


seguintes:
 Resíduos orgânicos (ou “lixo comum”);
 Resíduos de embalagens plásticas ou metálicas (ecoponto
amarelo);
 Resíduos de vidro (ecoponto verde);
 Resíduos de papel e cartão (ecoponto azul).
 Mas basta pensar em todos os resíduos que se produzem
numa habitação para se averiguar a variedade de resíduos
produzidos.

12
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

Os resíduos podem ainda ser classificados de perigosos quando apresentam,


pelo menos, uma característica de perigosidade para a saúde ou para o ambi-
ente, nomeadamente os identificados como tal na Lista Europeia de Resíduos
(LER).

A LER contém os códigos com os quais se classificam os resíduos, sendo cada


código constituído por 6 dígitos, em que a conjugação de cada conjunto de 2
tem um significado:

XX.00.00 - Sector de actividade que origina o resíduo (existem 20);

XX.XX.00 – Sub-sector;

XX.XX.XX - Classificação do resíduo.

Exemplo de classificação de resíduos, segundo a LER:


 13 00 00 - Óleos usados e resíduos de combustíveis líqui-
dos;
 13 02 00 - Óleos de motores, transmissões e lubrificação
usados;
 13 02 07* - Óleos facilmente biodegradáveis de motores
transmissões e lubrificação usados.
O (*), na LER, é sinónimo de que aquele resíduo é classificado
como perigoso.

Os códigos LER são comuns a nível europeu, sendo obrigatório a sua identifica-
ção aquando do transporte para um destino final adequado. Cada tipo de resí-
duos tem um destino final adequado, daí a importância da sua separação logo
na origem, permitindo a sua valorização ou eliminação adequada.

Actualmente, existe legislação específica para os principais tipos de resíduos


referidos acima e, ainda, para os resíduos de construção e demolição, de óleos
alimentares usados, de óleos industriais usados, de pilhas e acumuladores usa-
dos, de equipamentos eléctricos e electrónicos, de embalagens, de pneus usa-
dos e de veículos em fim de vida.

13
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

1.4. EFLUENTES LÍQUIDOS

Os efluentes líquidos, vulgarmente referidos como esgoto, mas correctamente


designadas de águas residuais, são resultantes das actividades humanas.

As águas residuais podem ser classificadas da seguinte for-


ma:
 Águas residuais domésticas - as águas residuais de serviços
e de instalações residenciais, essencialmente provenientes
do metabolismo humano e de actividades domésticas;
 Águas residuais industriais - as águas residuais provenientes
de qualquer tipo de actividade que não possam ser classifi-
cadas como águas residuais domésticas, nem sejam águas
pluviais;
 Águas residuais urbanas - as águas residuais domésticas ou
a mistura destas com águas residuais industriais e/ou com
águas pluviais.

A emissão de águas residuais para os meios aquáticos (albufeira, rio, mar, oce-
ano, etc.) é muito gravosa, dada a quantidade e a concentração de poluentes aí
existentes. Como tal, é necessário que os municípios e as indústrias tenham
estações de tratamento de águas residuais (ETAR) que permita o tratamento
destas águas e a respectiva redução da poluição a níveis aceitáveis, de acordo
com a legislação em vigor.

O seu tratamento é muito importante, tanto para manter a flora e a fauna, como
para os manter saudáveis, dada a nossa dependência, como seres humanos,
destas espécies.

Ao mesmo tempo, a emissão de efluentes ocorre para cursos de água cuja cap-
tação é usada para consumo humano, influenciando-nos directamente.

1.5. EMISSÕES GASOSAS

As emissões gasosas, tal como explicado anteriormente nesta unidade, são


umas das principais preocupações ambientais actuais.

Para se reduzir a emissão de GEE a uma escala mundial, foi criado o Protocolo
de Quioto, assinado pela maioria dos países. Este Protocolo foi discutido em
1997, e aberto para assinaturas em 1998 entrando em vigor em 16 de Fevereiro
de 2005. Este estabelece metas de redução dos GEE, de pelo menos 5% du-
rante o período de 2008-2012, relativamente aos níveis registados em 1990.

14
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

Obviamente, estas metas foram adaptadas caso a caso, mais especificamente,


a cada país assinante. Inclusivamente, alguns países tiveram permissão para
aumentar as suas emissões. Isto ocorreu para os países que ainda se encontra-
vam em desenvolvimento, sendo necessária a criação de indústria e postos de
trabalho, resultando no aumento do poder de compra e, consequentemente, na
aquisição de mais veículos e outros tipos de actividades poluentes.

Como tal, foi feita uma distinção entre países desenvolvidos e em desenvolvi-
mento, tendo objectivos diferenciados e, posteriormente, específicos caso a
caso.

 Países desenvolvidos:
 Obrigados a reduzir das emissões abaixo dos níveis registados
em 1990;
 Caso não consigam cumprir as metas, podem comprar créditos
de carbono ou investir em projectos de conservação de países
em desenvolvimento;
 Países em desenvolvimento:
 Podem-se voluntariar para reduzir, sendo que depois são obriga-
dos a cumprir as metas;
 Podem receber financiamento para projectos tecnológicos que
visem reduzir as emissões.

Figura 1. Países signatários do Protocolo de Quioto em 2009

15
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

O Protocolo estimula os países signatários a cooperarem entre si, de modo a


cumprir estas metas, através de algumas acções:

 Reformar os sectores de energia e transportes;


 Promover o uso de fontes energéticas renováveis;
 Eliminar mecanismos financeiros e de mercado que coloquem entraves
aos objectivos do Protocolo;
 Limitar as emissões de metano no tratamento de resíduos e dos siste-
mas energéticos;
 Proteger as florestas.

A União Europeia acordou numa redução global de 8%, ambicionando reduzir


as emissões de GEE, em mais de 1% ao ano, desde 2012 a 2020. Portugal rati-
ficou o Protocolo de Quioto a 31 de Maio de 2002, comprometendo-se em limi-
tar o aumento das suas emissões de GEE em 27%. Isto é, Portugal foi um dos
países a quem foi permitido o aumento das suas emissões por se encontrar em
desenvolvimento. Actualmente este aumento já foi ultrapassado, sendo neces-
sário comprar créditos de carbono, ao mercado de carbono, para compensar a
diferença.

Se o Protocolo de Quioto for cumprido, estima-se que deva reduzir a tempera-


tura global entre 1,4ºC e 5,8ºC até 2100, no entanto, estas metas ainda são in-
suficientes para a mitigação do aquecimento global.

1.6. ESTRATÉGIAS DE ACTUAÇÃO: REDUZIR, REUTILIZAR,


RECICLAR, RECUPERAR E RACIONALIZAR

Para qualquer um dos poluentes, existem estratégias de actuação com o mes-


mo propósito, sendo estas ordenadas do seguinte modo: redução, reutilização,
reciclagem, recuperação e racionalização.

Reutilização: a reintrodução, sem alterações significativas, de


substâncias, objectos ou produtos nos circuitos de produção ou de
consumo de forma a evitar a produção de poluição.
Reciclagem: o reprocessamento de produtos com vista à recupera-
ção e ou regeneração das suas matérias constituintes em novos
produtos a afectar a fim original ou a fim distinto.

Inicialmente existiam os 3 R’s, que incluíam os três primeiros conceitos referi-


dos. O objectivo deste propósito é o de se seguir a ordem dos 3R’s, isto é, pri-
meiro que tudo é necessário reduzir a produção de poluição, optando por tec-

16
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

nologias menos poluentes, por exemplo. Já se tendo cumprido este ponto, pas-
sa-se para a reutilização, onde se tenta voltar a usar o mesmo recurso, de modo
a se aproveitar ao máximo e não se desperdiçar. Um exemplo de reutilização
será nos casos em que se usa água para arrefecer circuitos e que pode percor-
rer o mesmo circuito mais do que uma vez. Não havendo mais nenhuma possi-
bilidade de aproveitamento, passa-se ao ponto de reciclagem que irá transfor-
mar o produto noutro com outra utilidade.

Actualmente chegou-se à conclusão de que não nos podemos ficar pela reci-
clagem, dado que esta não resolve, na totalidade, o problema já existente. Co-
mo tal, é necessário proceder-se posteriormente à recuperação e racionalização
dos recursos naturais.

A recuperação pode-se aplicar, por exemplo, a um solo que já foi ocupado por
um aterro sanitário e que agora se pretende que seja um espaço verde de lazer.
A racionalização está relacionada com a sensibilização da população, em geral,
para a necessidade de minimizar o desperdício e considerar hipóteses relativas
a técnicas menos poluentes ou a opção para recursos alternativos, não esgotá-
veis.

17
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

2. SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO


Para se compreender os objectivos da Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho
(SHST) é necessário começarmos pela definição destes conceitos.

A segurança no trabalho é um conceito ligado ao homem na sua actividade la-


boral que, tal como a própria actividade, evolui ao longo do tempo. Qualquer
actividade, laboral ou não, comporta sempre riscos, sendo que estes riscos es-
tão associados a falhas, faltas ou erros que vão originar acidentes.

A higiene no trabalho trata dos riscos do ambiente, das condições inseguras


relativas ao ambiente de trabalho e que podem potenciar o desenvolvimento de
doenças profissionais. É importante não se confundir o termo higiene aqui utili-
zado com o significado de limpeza a que vulgarmente está associado. Se qui-
sermos, será uma limpeza não da sujidade, mas de todo o ambiente de traba-
lho.

A saúde no trabalho vai mais além da medicina do trabalho, pois não se limita
ao domínio da vigilância médica com exames de avaliação do estado de saúde
dos trabalhadores. Esta estende-se até ao controlo dos elementos físicos, quí-
micos e psicológicos ou mentais que possam afectar a saúde dos trabalhos. No
fundo, a saúde é o principal objectivo do controlo de riscos de segurança e hi-
giene no trabalho.

A SHST assenta no princípio de prevenção, tal como diz o ditado popular “antes
prevenir que remediar”. Por este motivo, o seu principal objectivo é o de identi-
ficar os potenciais riscos e aplicar formas de os evitar, antes que ocorram.

18
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

2.1. SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA

A sinalização de segurança pode revestir-se de grande importância nos locais


de trabalho, na medida em que estimula e desenvolve a atenção dos trabalha-
dores para os perigos a que está exposto. Esta permite, ainda, ao trabalhador
recordar as instruções e os procedimentos adequados em situações concretas.

Entende-se por sinalização de segurança a que está relacionada


com um objecto, uma actividade ou uma situação determinada,
que fornece a indicação ou uma prescrição relativa à segurança ou
à saúde no trabalho, ou a ambas, por intermédio de uma placa,
uma cor, um sinal luminoso ou acústico, uma comunicação verbal
ou um sinal gestual.

2.1.1. TIPOS DE SINAIS

Existem vários tipos de sinais:

 Sinal de proibição: sinal que proíbe um comportamento (vermelho com


fundo branco);
 Sinal de aviso: sinal que adverte de um perigo ou de um risco (preto
com fundo amarelo);
 Sinal de obrigação: sinal que impõe um certo comportamento (azul);
 Sinal de salvamento ou de socorro: sinal que dá indicações sobre saú-
das de emergência ou meios de socorro ou salvamento (verde);
 Sinal de indicação: sinal que fornece indicações não abrangidas por si-
nais de proibição, aviso, obrigações e de socorro ou salvamento;
 Sinal acústico: sinal sonoro codificado, emitido e difundido por um dis-
positivo específico, sem recurso à voz, humana ou sintetizada;
 Sinal gestual: movimento, ou uma posição, dos braços ou das mãos,
ou qualquer combinação entre eles, que através de uma forma codifi-
cada oriente a realização de manobras que representem perigo para os
trabalhadores.

19
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

Figura 2. Exemplos de sinais de proibição

Figura 3. Exemplos de sinais de aviso

20
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

Figura 4. Exemplos de sinais de obrigação

Figura 5. Exemplos de sinais de salvamento ou socorro.

21
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

Figura 6. Exemplos de sinal indicação de material de combate a incêndios

Figura 7. Exemplos de sinais gestuais no auxílio à manobra de veículos pesados

22
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

2.1.2. LEGISLAÇÃO EM VIGOR

Tal como todas as áreas da SHST, a sinalização também tem legislação própria:

 Decreto-Lei n.º 141/1995, de 14 de Junho – Estabelece as prescrições


mínimas para a sinalização de segurança e de saúde no trabalho;
 Portaria n.º 1456-A/95, de 11 de Dezembro – Regulamenta as prescri-
ções mínimas de colocação e utilização da sinalização de segurança e
de saúde no trabalho.

2.2. TIPOS DE RISCOS E SEU CONTROLO

Antes de mais, é necessário distinguir os conceitos de risco e perigo:

 Perigo ou factor de risco: propriedade ou capacidade intrínseca de um


componente material de trabalho, potencialmente causador de danos;
ou ainda, um elemento ou conjuntos de elementos que, estando pre-
sentes nas condições de trabalho, podem desencadear lesões profis-
sionais;
 Risco profissional: possibilidade de um trabalhador sofrer determinado
dano provocado pelo trabalho, resultante de um perigo.

O exemplo de um perigo que resulta num risco, pode ser o seguin-


te:
 Perigo: piso escorregadio;
 Risco: queda ao mesmo nível e lesão física.

2.2.1. INCÊNDIOS

Os locais de trabalho devem estar equipados com dispositivos adequados à


detecção e combate a incêndios, de acordo com as dimensões e a utilização
dos edifícios, os equipamentos, as características físicas e químicas das subs-
tâncias existentes, assim como o número máximo de pessoas que neles se
possam encontrar.

Os dispositivos de detecção e alarme devem ser apropriados. O material de


combate deve estar acessível, em bom estado e devidamente sinalizado. Deve-
rão existir trabalhadores instruídos sobre a sua utilização e informações simples
e claras para todos os trabalhadores.

23
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

Existem várias classes de fogos, de acordo com o material que arde:

 Classe A: materiais à base de celulose, tais como a madeira, tecidos,


papel, etc.;
 Classe B: engloba fogos em hidrocarbonetos sólidos (ex: alcatrão) ou
líquidos (gasolinas, óleos, álcoois, etc.);
 Classe C: fogos de gases (butano, propano, hidrogénio, etc.);
 Classe D: envolve reacções de combustão de, por exemplo, metais al-
calinos.

De acordo com as classes, assim existem produtos indicados para a sua extin-
ção.

Tabela 1 – Agentes extintores de acordo com a classe de fogo.

Agente extintor
Água pulverizada

Pó equivalente
Água em jacto

Espuma física

Pós especiais
Pó normal

Classes

Halons
CO2
de fogo

A B E B NC B NC NC NC

A (sol.)
B NC NC B E B NC B B
(líq.)

C NC NC NC B B NC B

D I I I I I A I I

E – Excelente; B – Bom; A – Aceitável; NC – Não conveniente; I – Inaceitável

2.2.2. RISCOS ELÉCTRICOS

A crescente utilização da energia eléctrica em todos os domínios da vida actual


torna, cada vez mais, necessária uma orientação aos utilizadores da electricida-
de, no sentido de se familiarizarem com os meios técnicos de protecção contra
os riscos inerentes a essa energia. Este risco é definido como a probabilidade
de circulação de uma corrente eléctrica através do corpo humano.

Primeiro é necessário distinguir entre electrização e electrocussão. A electriza-


ção abrange todos os acidentes eléctricos resultantes de contacto com a cor-

24
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

rente eléctrica, quer origine ou não acidentes mortais. A electrocussão é a de-


signação dada ao acidente eléctrico mortal.

Estes riscos são prevenidos quando os equipamentos utilizados, assim como a


própria rede eléctrica, são alvo de manutenção preventiva que permita evitar e
identificar, atempadamente, situações anormais que precisam de ser corrigidas.

2.2.3. TRABALHO COM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

As máquinas e equipamentos de trabalho podem causar acidentes de trabalho


que podem resultar em incapacidades parciais ou permanentes. Além de selec-
cionar a máquina adequada para a tarefa em questão, os trabalhadores que
operarem com máquinas, equipamentos de trabalho e ferramentas, devem ser
correctamente instruídos sobre a sua utilização e prevenção de riscos, seguindo
um determinado plano de formação adequado às necessidades.

Os riscos associados podem ser de carácter mecânico ou não mecânico.

 Exemplo de risco mecânico: uma correia de transmissão ori-


gina, nos seus pontos de contacto, perigos de esmagamento
e entaladelas.
 Exemplo de risco não mecânico: exposição a radiações ul-
travioleta da soldadura de arco eléctrico.

A implementação de planos de manutenção preventiva e verificações periódicas


são imprescindíveis à garantia do bom funcionamento e manutenção das condi-
ções de segurança.

2.2.4. MOVIMENTAÇÃO MANUAL E MECÂNICA DE CARGAS

A movimentação manual de cargas inclui qualquer operação que exija elevação,


transporte, colocação, tracção ou deslocação de uma carga pelo próprio traba-
lhador. A movimentação mecânica de cargas já é realizada com recurso a equi-
pamentos, tal como é exemplo um empilhador ou uma grua.

Sempre que se avaliar que uma carga é demasiado pesada, ou que está locali-
zada em local inacessível ou que, de alguma forma, é complicado realizar a sua
movimentação, deve-se recorrer de equipamentos de movimentação de cargas.

A movimentação manual de cargas, quando realizada de forma incorrecta, pode


originar lesões músculo-esqueléticas, entalamentos, esmagamentos, entre ou-

25
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

tros. Existem posturas correctas para a realização das várias operações que são
necessárias para a movimentação das cargas. Estas informações devem ser
passadas aos trabalhadores, recorrendo a sensibilização e formação.

2.2.5. ORGANIZAÇÃO E DIMENSIONAMENTO DO POSTO DE TRABALHO

O principal objectivo da organização e dimensionamento de um posto de traba-


lho é o de adaptar este ao Homem e não o inverso. Começa-se pela concepção
de ferramentas, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o má-
ximo conforto, de segurança e de eficiência pelos trabalhadores. A Ergonomia é
a ciência que permite a concepção correcta destes equipamentos, sendo que
não é específica para a área profissional. No entanto, tendo em conta o cariz
desta unidade didáctica, iremos analisar apenas essa sua vertente.

A Ergonomia é o domínio científico e tecnológico que se ocupa da


optimização das condições de trabalho visando, de forma integra-
da, o conforto e a segurança do trabalhador, assim como o au-
mento da produtividade.

Não é geralmente suficiente, dimensionar um posto de trabalho adequado ao


indivíduo médio. A maior parte das vezes é necessário ter em conta as pessoas
mais altas (por exemplo, decidir acerca do espaço para as pernas por baixo de
uma mesa) ou as mais baixas (por exemplo, quando se verifica se determinados
objectos são alcançáveis).

2.2.6. POSTURAS DE TRABALHO

Para minimizar os riscos de lesões músculo-esqueléticas, um posto de trabalho


deve permitir a postura correcta de um trabalhador para o desempenho da sua
tarefa. A melhor postura é a que permite o menor stress postural e que transmi-
te um sentimento de conforto ao trabalhador. Esta postura pode ser sentada,
em frente a um computador, ou em pé, a transferir material de uma prateleira
para outra, por exemplo.

26
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

Figura 8. Alcance normal e máximo dos braços e antebraços, no plano horizontal.

A curto prazo, a ausência de conforto pode originar a distracção do trabalhador,


o aumento de erros, a diminuição da produção e, consequentemente, o aumen-
to do número de acidentes.

Como tal, deve-se começar por verificar se o posto de trabalho está dimensio-
nado para o trabalhador e, seguidamente, o trabalhador deve receber formação
sobre as posturas correctas a adoptar.

2.2.7. ILUMINAÇÃO

Ao longo dos anos, graças à evolução da tecnologia, nada alterou tanto as nos-
sas vidas como a luz eléctrica. Surgiram no mercado as mais variadas fontes de
luz artificial com propriedades e qualidades específicas. No entanto, em termos
de local de trabalho, nada é melhor do que a luz natural, quando existe em
quantidade e qualidade suficiente.

A iluminação inadequada de um posto de trabalho, pode ser considerada ex-


cessiva, ou pelo contrário, ser deficiente relativamente aos níveis de exigência
visual de cada tarefa. Estes valores são normalizados, por tarefa ou local de
trabalho, sendo possível quantificar o nível de iluminação, recorrendo a um lu-
xímetro.

Para baixos níveis de iluminação, o olho humano vai ter de realizar um maior
esforço para se adaptar à iluminação presente, podendo provocar cansaço vi-
sual, visão dupla, dores de cabeça, etc. Para elevados níveis de iluminação,
poderão surgir sintomas de irritação, ardor, lacrimejamento, vermelhidão das
pálpebras, etc.

27
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

Por estes motivos, a iluminação deve ser adaptada às necessidades do local de


trabalho e da exigência da função, recorrendo, sempre que possível à ilumina-
ção natural e, posteriormente, corrigi-la com iluminação artificial.

2.2.8. TRABALHOS COM EQUIPAMENTOS DOTADOS DE VISOR

O trabalho com equipamentos dotados de visor, ou ecrãs de visualização, é


usualmente relacionado com o trabalho de secretária, no entanto, numa linha de
montagem, um trabalhador de pé, pode ter de recorrer a monitores de visualiza-
ção.

O monitor deverá estar localizado directamente em frente aos olhos do traba-


lhador. A distância a que o monitor deverá estar localizado relativamente aos
olhos do trabalhador depende da distância de conforto de visualização que dife-
re entre trabalhadores.

A distância a que o monitor deverá estar localizado relativamente ao chão, de-


pende também da altura do trabalhador e da possibilidade de ajuste da cadeira.

Figura 9. Posição correcta relativamente ao visor.

O monitor deverá garantir qualidade de visão, devendo ser tidos em conta os


elementos: reflexo, brilho, taxa de actualização das imagens, contraste e nitidez.

Tal como qualquer outro equipamento, os visores requerem manutenção e


substituição sempre que necessário.

28
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

2.2.9. ATMOSFERAS EXPLOSIVAS

Uma atmosfera explosiva evidencia que o ar se encontra contaminado com um


gás explosivo, mais especificamente com elevada concentração, havendo o
risco de explosão. Os gases explosivos mais conhecidos são os gases combus-
tíveis, como sendo o propano que se usa nas bilhas de gás para uso doméstico.

Uma explosão com estas características pode ocorrer em espaço aberto ou


num espaço confinado. Para que isto ocorra é necessário que haja uma fonte
de ignição que desencadeie a explosão dos gases.

Muitas das explosões acidentais, normalmente são originadas por uma reacção
de combustão ou por reacções exotérmicas fora de controlo. As explosões po-
dem ser de dois tipos:

 Deflagração: quando a onda de pressão cresce abaixo da velocidade


do som, até alcançar o seu máximo e depois decresce;
 Detonação: quando o crescimento da onda de pressão é quase instan-
tânea até alcançar o seu máximo valor, para depois decrescer.

Para uma mesma quantidade de energia libertada, as detonações são sempre


mais destrutivas que as deflagrações.

As instalações que comportam gases explosivos devem ser concebidas a pen-


sar nesse facto, assim como as instalações têm de ser inspeccionadas frequen-
temente para que estes acidentes sejam evitados. Os trabalhadores que traba-
lham neste tipo de ambiente devem ser alertados para o facto, assim como para
as medidas de prevenção e segurança a adoptar.

2.2.10. RUÍDO

O ruído constitui uma causa de incómodo para o trabalho, um impedimento às


comunicações verbais e sonoras, podendo provocar fadiga e, em casos extre-
mos, surdez e alterações fisiológicas.

As ondas sonoras do ruído podem transmitir-se da fonte ao ouvido directamen-


te pelo ar, assim como indirectamente pelos materiais.

29
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

Figura 10. Níveis de ruído

Para se minimizar a exposição ao ruído pode optar-se por afastar as fontes de


ruído dos trabalhadores, encapsular as fontes de ruído, substituir os equipa-
mentos ruidosos por outros silenciosos e, quando estas medidas não resultam
ou a sua implementação não for possível, então distribuem-se tampões para os
trabalhadores colocarem.

2.2.11. PRODUTOS PERIGOSOS (ROTULAGEM, ARMAZENAGEM E


MANUSEAMENTO)

Os produtos perigosos podem ser classificados como explosivos, comburentes,


inflamáveis, tóxicos, nocivos, corrosivos, irritantes, sensibilizantes, canceríge-
nos, mutagénicos, tóxicos para a reprodução e perigosos para o ambiente. Ca-
da uma destas características tem um símbolo que a representa e que vem evi-
denciado no rótulo do produto.

Para se saber os riscos a que os trabalhadores estão sujeitos na manipulação


de determinado produto, é necessário consultar o seu rótulo e a ficha de dados
de segurança. Ambos têm, obrigatoriamente, de acompanhar o produto e têm
de ser facilitados pelo respectivo fornecedor.

30
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

Figura 11. Simbologia de perigosidade.

O manuseamento de produtos perigosos deve ser sempre acompanhado das


medidas de segurança necessárias para se evitar um acidente ou a exposição
prolongada aos perigos desses produtos, podendo resultar, a longo prazo, no
desenvolvimento de doenças.

O armazenamento de produtos perigosos deve ser bem planeada para que se-
jam evitados acidentes. É necessário garantir boas condições de temperatura,
humidade, iluminação, ventilação, isolamento, acessos e espaço, armazenar
apenas quantidades necessárias, e saber as incompatibilidades entre tipos de
produtos.

Tabela 2 – Armazenamento de substâncias perigosas

+ - - - +

- + - - -

31
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

- - + - +

- - - + o

+ - + o +

+ Podem armazenar-se conjuntamente; - Não devem ser armazenados conjuntamente;

E só se podem armazenar juntos se forem adoptadas certas medidas específi-


cas de prevenção.

2.3. GESTÃO DO RISCO

2.3.1. CONSEQUÊNCIAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO

Os acidentes de trabalho têm como consequência a lesão temporária ou per-


manente do acidentado, assim como a possibilidade de morte.

Apesar de parecer que o único lesado é a vítima do acidente, não é esse o ca-
so. Para além da vítima, existe uma família que pode deixar de depender finan-
ceiramente dessa pessoa e/ou, obviamente, perdê-la tal como a conhecia.

Ao mesmo tempo, o próprio empregador também perde um trabalhador, mes-


mo que seja por um período de baixa, representando custos para o recrutamen-
to e formação de novo trabalhador substituto, ou na alteração do ritmo de tra-
balho, por outro trabalhador ter de desempenhar duas funções durante o perío-
do de baixa.

2.3.2. AVALIAÇÃO DO RISCO PROFISSIONAL

A avaliação de riscos tem como principal objectivo o levantamento de todos os


factores de risco ou perigos de um posto de trabalho, que possam resultar em
acidentes ou em desenvolvimento futuro de doenças, assim como a respectiva
proposta de medidas de correcção e prevenção.

32
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

Perigo ou factor de risco: propriedade ou capacidade intrínseca de


um componente material de trabalho, potencialmente causador de
danos; ou ainda, um elemento ou conjuntos de elementos que,
estando presentes nas condições de trabalho, podem desencadear
lesões profissionais;
Risco profissional: possibilidade de um trabalhador sofrer determi-
nado dano provocado pelo trabalho, resultante de um perigo.

Para se proceder à avaliação do risco profissional é necessário recorrer a de


métodos específicos. Existem vários tipos de métodos, sendo seleccionado o
melhor de acordo com a situação e com quem está a realizar a avaliação.

Na avaliação de riscos quantifica-se o nível de risco recorrendo à selecção de


variáveis que se quer avaliar. As mais comuns são a gravidade do risco e a pro-
babilidade desse risco ocorrer, podendo-se socorrer de outras, de acordo com
a necessidade. O nível de risco corresponde sempre à multiplicação dos valores
destas variáveis.

2.3.3. GESTÃO ECONÓMICA DO RISCO DE TRABALHO

O risco profissional tem sempre um custo associado, quer seja pelas medidas
de prevenção e correcção implementadas, quer seja pelas consequências de
um acidente de trabalho ou desenvolvimento de uma doença profissional, tal
como explicado nesta unidade didáctica.

No entanto, é preferível investir nas medidas de prevenção do que nas de cor-


recção. Cada vez há mais inspectores de trabalho e a Autoridade para as Con-
dições do Trabalho (ACT) a aplicar multas avultadas no caso de incumprimen-
tos.

Para além da gestão económica existem outros factores que não têm preço, tal
como é exemplo a vida humana.

33
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

2.4. PROTECÇÃO COLECTIVA E PROTECÇÃO INDIVIDUAL

2.4.1. TIPOS DE PROTECÇÃO COLECTIVA

A protecção colectiva, tal como o próprio nome indica, protege todos os traba-
lhadores e não somente um. Daí, o princípio da prevalência da protecção colec-
tiva face à protecção individual, faz a transição da prevenção para a protecção.
Com efeito, a sua aplicação só deverá ter lugar quando a prevenção não tiver
produzido resultados suficientes (eliminando o risco ou reduzindo-o a um nível
aceitável).

Para se perceber o tipo de protecção colectiva que existe, o melhor será recor-
rer ao exemplo da construção civil. Nesta actividade a protecção colectiva as-
sume um papel fundamental na protecção dos riscos inerentes, como é o caso
do risco de queda em altura.

Os equipamentos de protecção colectiva (EPC), contra quedas em altura, têm


por objectivo evitar as quedas de diferentes pessoas que trabalham, ainda que
em operações de curta duração, ou circulem em locais elevados, nos seus
acessos ou na proximidade de taludes ou negativos (buracos) existentes no
piso. Se tal não for possível, os equipamentos limitam as consequências da
queda.

Os EPS que evitam a queda são os guarda-corpos e as redes verticais, por


exemplo. Os que limitam as consequências da queda são, por exemplo, as re-
des horizontais e as redes inclinadas ou tipo forca.

Para que os EPC funcionem é muito importante que sejam bem seleccionados,
de acordo com a situação, bem montados e que sejam alvo de manutenção ou
inspecção de verificação de que continuam a cumprir o objectivo, para o qual
foram instalados ou montados.

2.4.2. SELECÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTECÇÃO INDIVIDUAL

Os equipamentos de protecção individual (EPI) assumem um carácter completar


face à protecção colectiva, devendo utilizar-se quando esta não seja tecnica-
mente possível ou que seja insuficiente.

Os EPI devem ser seleccionados tendo em conta os seguintes critérios:

 Adaptação ao trabalhador e partes do corpo que se pretende proteger;


 Adequação ao risco;

34
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

 Adequação à tarefa desempenhada.

Existem vários tipos de EPI para uma determinada tarefa, no entanto, existem
diferentes tipos de trabalhadores e de riscos, sendo necessário determinar o
EPI ideal.

Para além da adaptação do EPI às necessidades, após se ter decidido os tipos


a usar, ainda deve ser tido em conta, na selecção do material, a durabilidade, o
efeito de protecção, a comodidade, a possibilidade de limpeza, entre outros.

Os EPI devem ser acompanhados de um manual, em língua portuguesa, que


inclua as instruções de utilização e manutenção, assim como a data de valida-
de, a marcação CE e declaração de conformidade.

2.4.3. TÉCNICAS DE IMPLEMENTAÇÃO PARA A UTILIZAÇÃO DOS


EQUIPAMENTOS DE PROTECÇÃO INDIVIDUAL

Os EPI exigem do trabalhador um sobre esforço no desempenho das suas fun-


ções, quer pelo peso, quer pela dificuldade respiratória, quer ainda pelo des-
conforto geral que podem provocar. Devem, portanto ser usados apenas na
impossibilidade de adopção de medidas de ordem geral.

O fornecimento de EPI é da responsabilidade do empregador, sendo de distri-


buição gratuita para o trabalhador. É, também, da responsabilidade do empre-
gador a formação e instrução sobre o uso correcto dos EPI, assim como a fisca-
lização sobre o seu uso.

No entanto, o uso de EPI é do interesse de ambos: do empregador, por minimi-


zar a ocorrência de acidentes e as respectivas consequências já discutidas nes-
ta unidade didáctica; e do trabalhador porque minimiza os riscos a que está
sujeito.

Apesar disto, muitos trabalhadores sentem-se reticentes no uso de EPI. Uns


porque toda a vida profissional, não os usaram e, por sorte, nunca tiveram um
acidente, achando que não precisam; outros porque os consideram desconfor-
táveis e não os mantém durante as 8h de trabalho.

Primeiro que tudo, os trabalhadores devem ser sensibilizados para a necessida-


de de uso dos EPI, com recurso a sessões de formação. Nestas sessões é ne-
cessário que se mostre as consequências do não uso de EPI, em que se de-
monstre o uso correcto dos EPI e que se permita o diálogo com os trabalhado-
res. Ao mesmo tempo, no local de trabalho devem ser colocados cartazes que
recordem todos os dias a necessidade do uso de EPI.

Para garantir uma melhor aceitação dos trabalhadores aos EPI, deve-se come-
çar por consultá-los sobre os EPI que melhor se adaptam às suas característi-
cas. Como tal, o empregador deverá requisitar a um fornecedor vários tipos de

35
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

EPI para que os trabalhadores possam experimentar e seleccionar. E assim ga-


rante-se que o tamanho dos EPI é adequado ao trabalhador que o vai usar.

2.4.4. TIPOS DE EQUIPAMENTOS DE PROTECÇÃO INDIVIDUAL

Existem vários tipos de EPI, de acordo com a tarefa que se vai desempenhar e
os riscos associados. Para melhor compreensão, vamos recorrer de novo ao
exemplo da construção civil.

A construção civil é a actividade mais conhecida pelo uso de EPI, como é o ca-
so;

 Do capacete (prevenção de risco de queda de objectos na cabeça);


 Das botas com biqueira e sola de aço (prevenção de risco de queda de
objectos nos pés e de espetar um prego no pé);
 Do colete reflector (para que o trabalhador esteja visível);
 Do arnês (prevenção do risco de queda em altura);
 Da máscara (para protecção das vias respiratórias e olhos);
 Dos tampões (para protecção dos ouvidos);
 Entre outros.

2.5. PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA

2.5.1. NECESSIDADE DA EXISTÊNCIA DE PROCEDIMENTOS DE


EMERGÊNCIA

Os acidentes podem ser resultado de catástrofes naturais, de origem tecnológi-


ca ou falha humana, acarretando prejuízos elevados, muitas vezes, perdas de
vidas humanas.

Emergência é um evento não planeado que pode causar mortes ou


afectações à saúde dos trabalhadores, assim como ao público em
geral, e ao ambiente; ou que pode causar afectações no funcio-
namento normal da empresa de forma gravosa.

36
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

Um procedimento de emergência é bastante importante para que, em caso de


necessidade, se consigam cumprir as regras de emergência e evitar o pânico.
Como tal, todos os trabalhadores devem receber formação sobre os procedi-
mentos a adoptar e serem nomeados responsáveis pela aplicação dos mesmos.

Um atitude pró-activa é essencial na previsão das falhas e acontecimentos pos-


síveis, bem como as suas consequências, a fim de dotar a organização dos
meios materiais adequados e organizar e treinar os meios humanos disponíveis,
de forma a dar uma resposta eficaz, eficiente e tão rápida quanto for possível.

2.5.2. PROCEDIMENTOS EM CASO DE INCÊNDIO/SISMO/ACIDENTE DE


TRABALHO GRAVE

Deve-se organizar a emergência de modo a:

 Identificar a capacidade de resposta positiva a acidentes e situações


de emergência, e ser capaz de reagir de modo a prevenir e minimizar
as possíveis consequências que lhe possam estar associadas;
 Analisar e rever o seu estado de prontidão para emergências, bem co-
mo procedimentos e planos de resposta, particularmente após a ocor-
rências de acidentes ou situações de emergência;
 Testar periodicamente tais procedimentos, desde que tal se mostre
praticável, recorrendo a simulacros;
 Estabelecer contactos com entidades e organizações exteriores públi-
cas e privadas que, de uma forma geral, serão indispensáveis para a
mitigação dos efeitos imediatos e subsequentes;

A resposta à emergência passa pela elaboração de um Plano de Emergência


que constitui um documento que indica todos os procedimentos e os responsá-
veis pela aplicação dos mesmos. Este pode ser interno (elaborado pela empre-
sa) ou externo (elaborado pela Autoridade de Protecção Civil), sendo que o últi-
mo só é realizado para os que são obrigados por se tratar de uma actividade
que pode afectar outros em caso de acidente, como é o caso das refinarias.

2.6. CONCEITO DE ACIDENTE DE TRABALHO

Um acidente é um facto não desejado e as consequências são de gravidade


variável e imprevisível. Se um acidente não resultar numa lesão, então passa a
designar-se por incidente.

Os acidentes resultam em perdas, danos e prejuízos, tendo efeitos nas pessoas


e nas matérias, podendo resultar de causas humanas ou técnicas.

37
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

2.6.1. REGIME JURÍDICO DOS ACIDENTES DE TRABALHO

O regime jurídico dos acidentes de trabalho é a Lei n.º 98/2009, de 4 de Setem-


bro que regulamenta o regime de reparação de acidentes de trabalho e de do-
enças profissionais, incluindo a reabilitação e reintegração profissionais.

2.6.2. PERSPECTIVA LEGAL

Segundo a Lei n.º 98/2009, de 4 de Setembro, é acidente de trabalho aquele


que se verifique no local e no tempo de trabalho e produza directa ou indirec-
tamente lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte redu-
ção na capacidade de trabalho, de ganho ou a morte, em que:

 Local de trabalho é todo o lugar em que o trabalhador se encontra ou


deva dirigir-se em virtude do seu trabalho e em que esteja, directa ou
indirectamente, sujeito ao controlo do empregador;
 Tempo de trabalho, além do período normal de trabalho, é o que pre-
cede o seu início, em actos de preparação ou com ele relacionados, e o
que se lhe segue, em actos também com ele relacionados e ainda as
interrupções normais ou forçosas de trabalho.

2.6.3. PERSPECTIVA PREVENCIONISTA

A prevenção de acidentes é o conjunto de técnicas que visa analisar e eliminar


as causas dos acidentes, contribuindo para uma melhoria da qualidade de vida
das pessoas, onde quer que se encontrem.

Os objectivos fundamentais são os seguintes:

 Diminuir o número de acidentes de trabalho;


 Eliminar as causas do aparecimento de doenças profissionais;
 Melhorar as condições de laboração através de medidas correctivas;
 Criar em todos os membros de uma organização, aquilo a que chama-
mos “Espírito de Segurança”.

38
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

2.7. GÉNESE DOS ACIDENTES

Embora seja frequente atribuir os acidentes ao “azar” ou a um certo fatalismo, a


análise de milhares de acidentes demonstra que todos eles têm causas específi-
cas. É o encadeamento destas causas que determina a ocorrência do acidente.

2.7.1. FACTOR HUMANO

O factor humano associado ao acidente refere-se aos traços de carácter do


trabalhador, herdados ou adquiridos (por exemplo a imprudência, o tempera-
mento violento, a irritabilidade, insegurança, ignorância, etc.). Estes traços
constituem razões que conduzem à prática de actos inseguros ou à existência
de perigos mecânicos ou físicos.

2.7.2. FACTOR MATERIAL

Este refere-se aos perigos mecânicos e físicos ou condições perigosas resultan-


tes do equipamento, material ou máquina que se está a utilizar. São exemplo
máquinas com elementos móveis desguarnecidos, ausência de guarda-corpos,
possibilidade de contacto directo ou indirecto com a electricidade, iluminação
insuficiente, ruído excessivo, entre outros.

2.7.3. FACTOR ORGANIZACIONAL

O factor organizacional está relacionado com a empresa e com as medidas que


podem ser implementadas, mas que usualmente são ignoradas. Isto pode signi-
ficar a rotação dos postos de trabalho, para quebrar a monotonia e motivar os
trabalhadores, a estipulação de pausas para descanso para evitar erros resul-
tantes do cansaço, entre outros.

2.7.4. FACTOR AMBIENTAL

O factor ambiental está relacionado com a ascendência e o ambiente social em


que o trabalhador desenvolveu os seus conhecimentos sobre a vida prática.
Este refere-se aos traços de personalidade que o trabalhador pode adquirir pelo
ambiente social em que cresceu ou interferir com o seu processo educacional,
dado que pode gerar defeitos de personalidade.

39
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

2.8. SAÚDE, DOENÇA E TRABALHO

2.8.1. REGIME JURÍDICO DAS DOENÇAS PROFISSIONAIS

O regime jurídico das doenças profissionais é o mesmo que para os acidentes


de trabalho, isto é, é a Lei n.º 98/2009, de 4 de Setembro. A lista de doenças
profissionais encontra-se no Decreto Regulamentar n.º 76/2007, de 17 de Julho.

2.8.2. CONCEITO DE CONTAMINAÇÃO E INTOXICAÇÃO

A intoxicação acontece quando uma elevada concentração de um agente tóxico


é ingerido, inalado ou entra em contacto com a pele, olhos ou membranas mu-
cosas.

A intoxicação é resultado de uma contaminação, isto é, da presença de um


agente indesejável com características tóxicas ou, de alguma forma, nociva.

O nível de intoxicação depende da dose do agente tóxico a que o trabalhador


esteve exposto. A dose (D) depende directamente da duração da exposição (T)
e da concentração do contaminante (C).

D=TxC

Nos casos em que a dose é muito elevada, consegue-se perceber o seu efeito
imediatamente, uma vez que o trabalhador começa a sentir os sintomas. No
entanto, em doses baixas, o trabalhador não se apercebe da sua exposição a
um agente tóxico e, futuramente, com a exposição contínua, pode desenvolver
doenças profissionais.

2.8.3. CONTAMINANTES QUÍMICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS

Os agentes químicos que podem afectar a saúde dos trabalhadores incluem as


poeiras, os fumos, as neblinas, os aerossóis e os vapores.

Os agentes físicos incluem o ruído, as vibrações, o ambiente térmico, as radia-


ções ionizantes e não ionizantes e as pressões anormais (muito elevada ou mui-
to baixa).

Os agentes biológicos são todos os que incluem vírus, bactérias, fungos, entre
outros.

40
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

2.8.4. VIGILÂNCIA MÉDICA

A vigilância médica dos trabalhadores é uma das obrigações do empregador,


tendo periodicidades e exames específicos a realizar, de acordo com as carac-
terísticas do trabalhador e com a tarefa a desempenhar.

Os trabalhadores devem realizar exames de saúde quando admitidos, exames


periódicos (anuais para os que têm menos de 16 anos e mais de 50 anos, e de
dois em dois anos para os restantes) e exames ocasionais sempre que haja al-
terações substanciais nas tarefas desempenhadas, nos componentes materiais
de trabalho que possam ter repercussão nociva na saúde do trabalhador ou
após uma ausência superior a 30 dias por motivo de doença ou acidente.

Esta vigilância médica é realizada por um Médico do Trabalho que é licenciado


em Medicina, com a formação complementar de medicina do trabalho, reco-
nhecida por entidade competente.

2.8.5. PRINCIPAIS DOENÇAS PROFISSIONAIS

As doenças profissionais são as que resultam directamente das condições de


trabalho e que constam da lista de doenças profissionais, causando incapaci-
dade para o exercício da profissão ou morte.

A lista de doenças profissionais encontra organizada pelos factores de risco


associado. Estas vão desde a conjuntivite até à morte causada por doença cró-
nica grave.

Segundo um estudo do Eurostat, as doenças profissionais mais comuns dos


países membros da EU são: a tendinite da mão ou do pulso, a epicondilite do
cotovelo, as dermatites de contacto, a perda de audição, a síndrome de Ray-
naud, a síndrome do túnel do carpo, a asma, as doenças respiratórias causadas
pelo contacto com o carvão e os cancros causados pela exposição ao amianto.

2.9. ORGANIZAÇÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

2.9.1. REGRAS BÁSICAS DE HIGIENE

Um dos principais meios de prevenção e garantia de um ambiente limpo e sau-


dável no local de trabalho é a garantia de higiene do mesmo.

41
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

A higiene de um local de trabalho implica a limpeza, a desinfecção, a manuten-


ção, a arrumação, a organização e a vigilância da presença de agentes prejudi-
ciais aos trabalhadores.

Como tal, deve ser garantida uma limpeza frequente do local de trabalho e insti-
tuída uma política de arrumação e organização do espaço de cada trabalhador.
Por exemplo, a não existência de obstáculos nos locais de passagem evita as
quedas ao mesmo nível, logo evita-se um acidente.

As regras básicas da higiene indicam que se deve começar por sensibilizar os


trabalhadores para essas questões, inclusivamente, para que eles possam apli-
car a si primeiro e só depois ao seu espaço de trabalho.

2.9.2. ENQUADRAMENTO LEGAL DOS SERVIÇOS DE SEGURANÇA, HIGIENE


E SAÚDE NO TRABALHO

Os serviços de segurança, higiene e saúde no trabalho abrangem todos os tra-


balhadores de uma empresa, sendo o empregador responsável por criar as
condições necessárias. Segundo a Lei n.º 102/2009, de 10 de Setembro, os
serviços de segurança, higiene e saúde no trabalho podem ser organizados de
acordo com as seguintes modalidades:

 Serviço interno;
 Serviço comum;
 Serviço externo.

O serviço interno implica a criação de um departamento interno especializado e


dedicado a esta função. O externo possibilita a contratação de uma empresa de
SHST que garanta a realização destas funções. O serviço comum permite às
empresas com diferentes sedes, ou a diferentes empresas a possibilidade de
partilharem um serviço dedicado de SHST.

O serviço interno é obrigatório para:

 O estabelecimento que tenha pelo menos 400 trabalhadores;


 O conjunto de estabelecimentos distanciados até 50 km daquele que
ocupa maior número de trabalhadores e que, com este, tenham pelo
menos 400 trabalhadores;
 O estabelecimento ou conjunto de estabelecimentos que desenvolvam
actividades de risco elevado, nos termos do disposto no artigo seguin-
te, a que estejam expostos pelo menos 30 trabalhadores;
 Locais de trabalho em que se realizem actividades de risco elevado.

42
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

Os restantes casos podem optar pelo serviço externo ou comum, sendo que
alguns casos cobertos pela obrigatoriedade de serviço interno podem requisitar
dispensa, desde que cumpram requisitos específicos.

43
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

CONCLUSÃO

Hoje em dia é importantíssimo que qualquer profissional esteja sensibilizado


para as questões ambientais, assim como para a higiene, segurança e saúde no
trabalho. Estas questões podem ser importantes para ti, e também para garantir
a saúde dos que o rodeiam.

Relativamente ao ambiente, são os pequenos gestos que, somados, fazem a


diferença. Se todos estivessem sensibilizados para esta questão, não nos depa-
raríamos com os problemas actuais de que padecemos.

A higiene e segurança no trabalho é um dever dos empregadores e um direito


dos trabalhadores, mas ainda é necessário trabalho de sensibilização para se
ter conhecimento sobre o que pode ser feito para prevenir os acidentes e o de-
senvolvimento de doenças profissionais.

O objectivo final desta unidade didáctica é a aplicação na vida profissional e


pessoal das premissas aqui passadas.

45
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

RESUMO

Tanto a área ambiental como a da higiene e segurança do trabalho são bastante


acompanhadas de legislação. Como tal, é sempre importante para um profis-
sional manter-se actualizado.

Actualmente, os maiores problemas ambientais são resultado da elevada pro-


dução de resíduos, descargas de efluentes contaminados e emissão de poluen-
tes para a atmosfera. Não sendo possível eliminar estes, o objectivo é minimizá-
los ao máximo, seguindo as estratégias de actuação dos 5R’s.

Para se garantir a aplicação de uma política correcta de higiene e segurança no


trabalho é necessário reconhecer o tipo de riscos associados a cada posto de
trabalho e, posteriormente, proceder-se à avaliação do risco para se aplicar as
medidas correctiva e preventivas necessárias para a sua mitigação. Com o ob-
jectivo de prevenir os acidentes de trabalho e o desenvolvimento de doenças
profissionais, aplicam-se as medidas de protecção colectiva e só depois, a indi-
vidual.

Para alem da avaliação de riscos do desempenho de uma determinada tarefa


num dia normal de trabalho, também é necessário ter em conta as situações
anormais ou de emergência. Para tal, é importante o estabelecimento de proce-
dimentos de emergência que sejam passados a todos os trabalhadores.

Para garantir que estas preocupações são tidas em conta e aplicadas, existe os
serviços de segurança e saúde no trabalho.

46
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

AUTO-AVALIAÇÃO

1. Qual dos seguintes não é um dos principais problemas ambientais da


actualidade?

a) Aquecimento global.
b) Recuperação da camada de ozono.
c) Chuva ácida.
d) Desflorestação.

2. Qual é o principal objectivo do Protocolo de Quioto?

a) Reduzir a emissão de GEE.


b) Reduzir a emissão de dióxido de carbono.
c) Garantir o aumento da temperatura global.
d) Garantir a redução da temperatura global.

3. A SHST assenta em que princípio?

a) Da aplicação preferencial de EPC.


b) Do uso de EPI.
c) Da avaliação dos riscos profissionais.
d) Da prevenção dos riscos profissionais.

47
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

4. Qual a definição de risco profissional?

a) Possibilidade de um trabalhador sofrer determinado dano provocado pe-


lo trabalho, resultante de um perigo.
b) Possibilidade de um trabalhador sofrer determinado dano resultante de
um perigo.
c) Possibilidade de um trabalhador sofrer determinado acidente provocado
pelo trabalho, resultante de um perigo.
d) Possibilidade de um trabalhador sofrer determinado acidente, resultante
de um perigo.

5. Qual dos seguintes não é um dos objectivos da Ergonomia?

a) Conforto do trabalhador.
b) Segurança do trabalhador.
c) Higiene do trabalhador.
d) Aumento da produtividade.

6. A afirmação “Só se aplica EPI quando os EPC não são suficientes para
prevenir o risco profissional” é verdadeira?

a) Sim.
b) Não, porque os EPI são sempre necessários.
c) Não, porque não se aplicam EPI uma vez que os EPC são sempre sufici-
entes.
d) Não, porque aplicam-se sempre os EPI e EPC.

7. Os EPI devem ser acompanhados de:

a) Um manual em língua portuguesa, a data de fabricação, a marcação CE


e a declaração de conformidade.
b) Um manual em língua portuguesa, a data de validade, a marcação CE e
a declaração de conformidade.
c) Um manual em língua portuguesa, a data de fabricação, a marcação UE
e a declaração de conformidade.
d) Um manual em língua portuguesa, a data de validade, a marcação UE e
a declaração de conformidade.

48
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

8. Qual a definição de acidente?

a) É um facto não desejado e as consequências são de gravidade variável e


previsível.
b) É um facto não desejado e as consequências são de gravidade elevada
e imprevisível.
c) É um facto não desejado e as consequências são de gravidade variável e
imprevisível.
d) É um facto não desejado e as consequências são de gravidade elevada
e previsível.

9. Qual das seguintes frases é falsa?

a) A vigilância médica dos trabalhadores é uma das obrigações do empre-


gador.
b) As doenças profissionais são as que resultam directamente das condi-
ções de trabalho e que constam da lista de doenças profissionais, cau-
sando incapacidade para o exercício da profissão ou morte.
c) Os trabalhadores devem realizar exames de saúde quando admitidos e
exames periódicos.
d) Os agentes biológicos são todos os que incluem vírus, bactérias, fungos,
entre outros.

10. Os serviços de SHST podem ser organizados de que forma?

a) Serviços internos e externos.


b) Serviços internos, externos e comuns.
c) Serviços interiores, exteriores e comuns.
d) Serviços interiores e exteriores.

49
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

SOLUÇÕES

1. b 2. a 3. d 4. a 5. c

6. a 7. b 8. c 9. c 10. b

51
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

PROPOSTAS DE DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO

Para poderes desenvolver os teus conhecimentos vamos-te deixar com dois


bons livros sobre o tema que acabámos de estudar:

 MIGUEL, A. Manual de higiene e segurança do trabalho – 8ª edição.


Porto: Porto Editora, 2005;
 PINTO, A. Sistemas de gestão ambiental – Guia para a sua implementa-
ção. Lisboa: Edições Sílabo, 2005.

52
Unidade didáctica 8
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO
TRABALHO - CONCEITOS BÁSICOS

BIBLIOGRAFIA

 ESPIRALSOFT. Manual do Módulo I - Introdução à segurança e higiene


do trabalho. 6ª edição do curso de Técnico Superior de Higiene e Se-
gurança no Trabalho, Lisboa: Espiralsoft, 2009.
 ESPIRALSOFT. Manual do Módulo IX – Ergonomia. 6ª edição do curso
de Técnico Superior de Higiene e Segurança no Trabalho, Lisboa: Espi-
ralsoft, 2009.
 ESPIRALSOFT. Manual do Módulo X - Higiene do trabalho. 6ª edição
do curso de Técnico Superior de Higiene e Segurança no Trabalho,
Lisboa: Espiralsoft, 2009.
 ESPIRALSOFT. Manual do Módulo XI - Segurança do trabalho. 6ª edi-
ção do curso de Técnico Superior de Higiene e Segurança no Trabalho,
Lisboa: Espiralsoft, 2010.
 ESPIRALSOFT. Manual do Módulo XII – Avaliação de riscos profissio-
nais. 6ª edição do curso de Técnico Superior de Higiene e Segurança
no Trabalho, Lisboa: Espiralsoft, 2010.
 ESPIRALSOFT. Manual do Módulo XIII – Controlo de riscos profissio-
nais. 6ª edição do curso de Técnico Superior de Higiene e Segurança
no Trabalho, Lisboa: Espiralsoft, 2010.
 FERREIRA, C. Módulo 6 – Gestão da prevenção e emergência. Curso
de pós-graduação / especialização em gestão da segurança, higiene e
saúde no trabalho, Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz,
Monte de Caparica: 2008.
 MIGUEL, A. Manual de higiene e segurança do trabalho – 8ª edição.
Porto: Porto Editora, 2005.

53
Unidade didáctica 8

Você também pode gostar