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MANUAL DE BIOSSEGURANÇA

Professor: Alex Uendel


INTRODUÇÃO

O Manual de Biossegurança é parte integrante do Sistema da Qualidade,que contém as


políticas e procedimentos necessários para assegurar o cumprimento das Normas de
Biossegurança. A segurança no local de trabalho depende de toda a equipe, que deve planejar
a tarefa a ser executada, verificar o funcionamento da aparelhagem a ser utilizada e conhecer
o material a ser manipulado. As ações descritas neste manual visam à prevenção de acidentes
de trabalho comuns.

Os profissionais de saúde, ao longo de sua história têm enfrentado vários desafios. Desde
os primeiros relatos da Síndrome da Imunodeficiência adquirida, expondo a fragilidade e
possibilidade de transmissão de doenças em nível ocupacional, têm sido obrigados a repensar
suas práticas de controle de contaminaçãocruzada.

A partir de então, os diversos tipos de hepatites virais e outras doenças passíveis de


transmissão no ambiente de trabalho passaram a merecer destaque e esta preocupação tem se
traduzido em medidas de redução de riscos. Isso trouxe a necessidade de se discutir e adotar
mecanismos de proteção, tanto para os profissionais envolvidos no atendimento em saúde,
quanto para os usuários.

As principais estratégias para a redução das infecções adquiridas no ambiente de


trabalho são a prevenção da exposição a materiais biológicos potencialmente infecciosos, bem
como a proteção através da imunização. A combinação de procedimentos padrão, mudanças
na prática de trabalho, uso dos diversos recursos tecnológicos e educação continuada são as
melhores alternativas para reduzir exposições ocupacionais.

Normas e procedimentos que facilitem pronta comunicação, avaliação,


aconselhamento, tratamento e acompanhamento dos acidentes de trabalho com material
biológico deve estar disponível para os profissionais de saúde. Essas normas devem estar de
acordo com as exigências federais, estaduais e municipais.

Diante do exposto, faz-se necessária uma rotina clara e objetiva, seguida por todos os
profissionais envolvidos no atendimento em saúde buscando manter a cadeia asséptica, no
intuito de minimizar a contaminação cruzada e os riscos de acidente.
ABREVIATURAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

CASEM – Coordenação de Administração da Sede e Manutenção

COLAB - Coordenação de Laboratórios

CISSP – Comissão Interna de Saúde do Servidor Publico

CNAT – Campus Natal Centra

l DIAD - Diretoria de Administração

EPC – Equipamento de Proteção Coletiva

EPI – Equipamento de Proteção Individual

FISPQ – Ficha de Informações de Segurança de Produto Químico

NR – Norma Regulamentadora
Sumário

INTRODUÇÃO......................................................................................................................................................2
ABREVIATURAS ...................................................................................................................................................3
1. Segurança no local de trabalho ..................................................................................................................6
1.1 Segurança da instituição.........................................................................................................................6
1.2 Segurança do paciente .................................................................................................................................7
1.2 Segurança do funcionário, profissional de saúde...................................................................................9
1.2.1 EPIs salvam vidas ................................................................................................................................9
1.2.2 Tipos de EPIs .................................................................................................................................... 10
2.0 A importância da segurança do trabalho .................................................................................................. 18
2.1 Tipos de acidentes ..................................................................................................................................... 19
2.1.2 Riscos e seus agentes: ............................................................................................................................ 19
2.2 Tipos de acidentes ..................................................................................................................................... 20
Típico ...................................................................................................................................................... 20
Atípico..................................................................................................................................................... 21
De trajeto ................................................................................................................................................ 21
2.3 Quais os direitos do trabalhador que sofre acidente de trabalho? .......................................................... 21
2.4 Definições .................................................................................................................................................. 23
2.4 Qual a importância da prevenção no ambiente de trabalho? .................................................................. 24
2.5 Transferência segura de pacientes ............................................................................................................ 25
3.0 Regras básicas para o trabalho .................................................................................................................. 28
a) Higiene e hábitos pessoais....................................................................................................................... 28
b) Normas para a área analítica ................................................................................................................... 29
c) Práticas de limpeza e descontaminação .................................................................................................. 29
d) Formação de aerossóis ............................................................................................................................ 29
e) Uso de pipetas e de dispositivos auxiliares de pipetagem (mecânicos ouautomáticos)................... 30
4.0 Higienização das mãos ............................................................................................................................... 30
4.1 Procedimento de lavagem das mãos......................................................................................................... 32
Fonte: Manual Técnico de Higienização das Mãos em Serviços de Saúde: 2007. ...................................... 34
4.2 Descontaminação ...................................................................................................................................... 34
5.0 Imunizações ............................................................................................................................................... 35
6.0 Acidentes com material biológico .............................................................................................................. 36
As exposições ocupacionais podem ser: ...................................................................................................... 36
6.1 Fatores de risco para ocorrência de infecção ............................................................................................ 36
6.1.2 Fluidos biológicos de risco para determinadas patologias: .................................................................... 37
6.1.3 Cuidados ao manusear material perfurocortante e biológico: .............................................................. 37
6.1.4 Procedimentos recomendados pós-exposição a material biológico ...................................................... 38
6.1.5Avaliação do acidente .............................................................................................................................. 38
7.0 Gerenciamento dos resíduos sólidos .................................................................................................. 39
7.1 Classificação dos resíduos gerados na instituição ..................................................................................... 39
7. 2 Acondicionamento e tratamento ....................................................................................................... 41
GRUPO A .................................................................................................................................................... 41
GRUPO B .................................................................................................................................................... 42
GRUPO D.................................................................................................................................................... 44
8.0 Acidentes de trabalho ............................................................................................................................... 47
8.1 Processos de extinção do incêndio............................................................................................................ 47
a) Isolamento ............................................................................................................................................... 47
b) Resfriamento ........................................................................................................................................... 47
c) Abafamento ............................................................................................................................................. 48
d) Extinção Química ..................................................................................................................................... 48
8.2 Agentes extintores ..................................................................................................................................... 48
a) Extintor de Incêndio................................................................................................................................. 48
ORIENTAÇÕES BÁSICAS.................................................................................................................................... 49
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................................................... 50
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1. Segurança no local de trabalho

Segurança do trabalho pode ser entendida como o conjunto de medidas adotadas visando minimizar
os acidentes de trabalho, as doenças ocupacionais, bem como para proteger a integridade e a
capacidade de trabalho do servidor.

Segurança do Trabalho é definida por normas e leis. No Brasil a Legislação de Segurança do


Trabalho, Portaria 3.214/78, compõe-se de Normas Regulamentadoras, Normas Regulamentadoras
Rurais, outras leis complementares, portarias, decretos e, também, as convenções da Organização
Internacional do Trabalho ratificadas pelo Brasil.

1.1 Segurança da instituição

Identificação do paciente seguro: Baseado na garantia da segurança do paciente durante todo


processo assistencial, sendo este o primeiro passo aplicado para evitar erros como, por exemplo, na
administração de medicação.

Comunicação efetiva: Considerada a meta mais importante na segurança do paciente, o objetivo é


tornar a comunicação clara e oportuna entre as equipes multidisciplinares dentro do Hospital e com
os pacientes.

Medicação segura: A medicação administrada incorretamente pode causar graves danos ao paciente.
A falha mais comum envolve a administração equivocada de medicamentos relacionada à dose, via
de administração e tipo de droga.

Cirurgia segura: Eventos adversos podem ocorrer antes, durante e depois de todo procedimento
cirúrgico. O objetivo dessa meta é garantir que o procedimento seja realizado conforme o planejado.

Higienização das mãos: A higienização das mãos é reconhecida mundialmente como uma medida
primária, mas muito importante no controle de infecções relacionadas à assistência à saúde.

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Considerada um dos pilares da prevenção e controle de infecções nos hospitais, a estratégia depende
da eficiência na orientação dos acompanhantes e familiares para a antissepsia das mãos, além do
treinamento da equipe multiprofissional.
Prevenção de quedas e lesão por pressão: Essa estratégia exige que os profissionais de saúde
avaliem os pacientes e estabeleçam ações preventivas. No caso das quedas é fundamental que ocorra
a verificação do ambiente, das condições de acessibilidade e de locomoção de pacientes, em especial
com pacientes sob efeito de medicamentos. Para evitar lesões por pressão é necessária a realização
da mudança de decúbito a cada duas horas para minimizar a pressão em locais específicos e o
acompanhamento diário da integridade da pele.

Participação ativa dos pacientes e familiares: O envolvimento do paciente e seus familiares é


fundamental para a diminuição dos riscos. O paciente pode contribuir fornecendo informações
importantes e interagindo com a equipe. Os profissionais devem sempre estimular o paciente a
participar da assistência prestada, pois ele tem o conhecimento sobre o seu histórico de saúde.

1.2 Segurança do paciente


Nas últimas décadas, a segurança do paciente tem se tornado um dos temas mais debatidos na área
da saúde, afetando diretamente a qualidade da assistência prestada pela equipe de enfermagem. Aliás,
a segurança do paciente representa um dos maiores desafios para a excelência da qualidade no serviço
de saúde, uma vez que as condições de trabalho comprometem a qualidade do cuidado em todo o
país, principalmente na Rede Pública de Saúde.

Diante disso, é fundamental refletir e debater sobre o papel da equipe na prestação do cuidado seguro
ao paciente. Mas, por outro lado, é preciso destacar que todo profissional é passível de erros, ainda
mais quando essa profissão envolve a realização de cuidados complexos, procedimentos invasivos e
a permanência de horas a fio ao lado do paciente.

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Visando melhorar a segurança dos pacientes em todo o mundo, a Organização Mundial de Saúde
(OMS) recomendou que sejam implementados pelos gestores de hospitais e clínicas as seguintes
ações de segurança:

Evitar a ocorrência dos eventos adversos;

Torná-los visíveis, caso ocorrerem;

E minimizar os seus efeitos com intervenções eficazes.

É importante destacar que os eventos adversos são geralmente associados ao erro humano, mas que
devem ser tratados como desencadeadores às condições de trabalho, aspectos estruturais e a
complexidade das atividades desenvolvidas, tais como o avanço tecnológico com deficiente
aperfeiçoamento dos recursos humanos, falhas na aplicação da Sistematização da Assistência de
Enfermagem (SAE), delegação de cuidados sem a supervisão adequada e a sobrecarga de trabalho.

No que se refere ao trabalho de enfermagem, os erros mais comuns a ele relacionados acontecem na
administração de remédios; na transferência de paciente e na troca de informações; no trabalho em
equipe e na comunicação; na incidência de quedas e de úlceras por pressão; nas falhas nos processos
de identificação do paciente, na incidência de infecção relacionada aos cuidados de saúde, entre outros

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1.2 Segurança do funcionário, profissional de saúde

A história mostra que, desde o início da trajetória humana na Terra, o ser humano buscou formas de
amenizar os riscos de suas atividades diárias. Quando se pensa em equipamentos de proteção
individuais (EPIs), o mais comum é associar o seu desenvolvimento à revolução industrial. Porém,
os EPIs surgiram muito antes disso. Os ancestrais humanos usavam, por exemplo, peles de animais
para se proteger do frio e da chuva, bem como objetos de proteção contra predadores, como pedras e
lanças.

No Brasil, os acidentes com operários tiveram aumento no governo Vargas, durante o crescimento
industrial do país. Após a criação do Ministério do Trabalho, em novembro de 1930, surgiram, aos
poucos, órgãos regulamentadores voltados ao interesse do trabalhador. Porém, o marco oficial da luta
contra acidentes de trabalho se deu em 1972, depois de regulamentada a formação técnica em
Segurança e Medicina do Trabalho. Em 27 de julho daquele ano, foram publicadas as portarias 3236,
que instituiu o Plano Nacional de Valorização do Trabalhador, e a 3237, que tornou obrigatórios os
serviços de medicina do trabalho e engenharia de segurança do trabalho em empresas com um ou
mais empregados.

Nasceu, assim, o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, lembrado sempre em 27 de


julho. A data é um marco da luta dos trabalhadores por ambientes de trabalho mais seguros e que
tenham qualidade de vida. Além disso, tem o papel de alertar empregados, empregadores, governos
e sociedade civil para a importância de práticas que reduzam o número de acidentes e doenças
relacionadas ao trabalho.

1.2.1 EPIs salvam vidas

Conhecidos os perigos a que algumas atividades econômicas estão sujeitas, como evitar que tragédias
aconteçam? Por meio de medidas de prevenção a acidentes de trabalho, sendo o Equipamento de
Proteção Individual (EPI) um dos meios mais básicos e conhecidos instrumentos para tal.

De acordo com a Norma Regulamentadora nº 6 do Ministério do Trabalho, considera-se Equipamento


de Proteção Individual (EPI) “todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo
trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”.

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O normativo traz ainda a obrigação da empresa de fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI
adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de
ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças
profissionais e do trabalho; enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;
e para atender a situações de emergência.

Na legislação federal, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) dispõe, no artigo 166, que “a
empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual
adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de
ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos
empregados”. Assim, o EPI não apenas deve ser fornecido de forma.

1.2.2 Tipos de EPIs

Os EPIs são classificados a partir da parte do corpo a ser protegida e da atividade desempenhada,
divididos pela NR 6 em nove categorias:

1. proteção da cabeça: capacete, capuz ou balaclava;

2. proteção dos olhos e face: óculos, protetor facial, máscara de solda;

3. proteção auditiva: protetor auditivo circum-auricular, de inserção, ou semi-auricular;

4. proteção respiratória: respirador purificador de ar não motorizado ou motorizado; de adução de ar,


ou de fuga;

5. proteção do tronco: vestimentas para proteção, colete à prova de balas;

6. proteção dos membros superiores: luvas, creme protetor, manga, braçadeira, dedeira;

7. proteção dos membros inferiores: calçados para proteção, meia, perneira, calça;

8. proteção do corpo inteiro: macacão; vestimentas de corpo inteiro;

9. proteção contra quedas com diferença de nível: cinturão de segurança com dispositivo trava-queda,
cinturão de segurança com talabarte.

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TIPOS DE LUVAS INDICAÇÃO DE USO

Contato com membranas mucosas, lesões e em


procedimentos que não requeiram o uso de luvas
estéreis.

Luvas de látex

Procedimentos cirúrgicos.

Luvas de látex estéril

Não contém látex, são transparentes e sem amido,


por isso antialérgica.

Luvas de vinil
Para serviços gerais, tais como processos de limpeza
de instrumentos e descontaminação;
• Essas luvas podem ser descontaminadas por
imersão em solução de hipoclorito a 0,1% por 12h;
• Após lavar, enxaguar e secar para a
reutilização;
• Devem ser descartadas quando apresentam
qualquer evidência de deterioração.
Luvas de borracha

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São as mais resistentes que as luvas de borrachas.


Devem ser utilizadas para o manuseio de ácidos
minerais (HCl, HNO3, H2SO4), produtos caústicos
(NaOH), e solventes orgânicos (tolueno, benzeno,
hexano).
Luvas de borracha São as mais resistentes das luvas de borrachas.
nitrílica Devem ser utilizadas para manuseio de ácidos
minerais (HCl, HNO3, H2SO4), produtos caústicos
(NaOH), e solventes orgânicos (tolueno, benzeno,
hexano).

TIPOS DE LUVAS INDICAÇÃO DE USO

Manuseio de produtos químicos como ácidos,


amoníacos, álcoois, cetonas e óleos.

Luvas de cloreto de
vinila (PVC)

Proteção contra materiais cortantes, utilizadas em:


Indústria Alimentícia, Frigoríficos, Abatedouros,
Cozinha Industrial, Restaurantes e Corte de Faca.

Luca de Malha de Aço

Manipulação de trabalhos com temperaturas até


250ºC.

Luvas de fio de kevlar


tricotado

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Atividades leves e sem contato com objetos molhados


em ambientes de baixa temperatura (até - 35°C).

Luvas térmicas de nylon

Para manipulação de animais que ofereçam risco de


perfuração por garras, unhas ou bico.
Luvas de raspa de couro
cano longo

− Sempre verificar a integridade física das luvas antes de calçá-las;

− Não lavar ou desinfetar luvas de procedimento ou cirúrgicas para reutilização. O


processo de lavagem pode ocasionar dilatação dos poros e aumentar a permeabilidade
da luva, além disso, agentes desinfetantes podem causardeterioração;
− As luvas não devem ser utilizadas fora do local de trabalho (clínicas, consultórios,
laboratórios e blocos cirúrgicos) a não ser para o transporte de materiais biológicos,
químicos, estéreis ou de resíduos;
− Nunca tocar objetos de uso comum ou que estão fora do campo de trabalho (caneta,
fichas dos usuários, maçanetas, telefones) quando estiver de luvas e manuseando
material biológico potencialmente contaminado ou substâncias químicas.

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TIPOS DE MÁSCARAS INDICAÇÃO DE USO


Composta por grânulos de resina de polipropileno unidos
por processo térmico. É um material inerte e que funciona
como barreira contra passagem de micro-organismos. A
eficiência de Retenção Bacteriana (EFB) é de 99,8%.
Devem ser descartadas após o uso.
Máscara de TNT
(Tecido Não Tecido)
Para proteção das vias respiratórias em ambientes
hospitalares contra presença de aerodispersóides e
prevenção de disseminação de alguns agentes de
transmissão por via respiratória, como o Mycobacterium
tuberculosis, o vírus do Sarampo, e o vírus da H1N1/Gripe
Máscara N95 tipo A

Mascara de inalação em polipropileno.


Após sua utilização, lavar com água e sabão e ácido
peracético a 1% em imersão em 15 min, enxaguar esecar.

Máscara para inalação

LEMBRETES TÉCNICOS:

1. Nunca deixar a máscara pendurada no pescoço ou ouvido;

2. Descartar em recipiente apropriado, após o uso e sempre que


estiver visivelmente contaminada ou úmida;

3. Não guardar em bolsos ou gavetas;

4. Evitar tocá-la após a sua colocação.

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ÓCULOS INDICAÇÃO DE USO


Para proteção dos olhos contra impactos de partículas
volantes, luminosidade intensa, radiação ultra-violeta,
radiação infra-vermelha, e contra respingos de produtos
químicos.
Óculos Nitro de
Segurança

LEMBRETES TÉCNICOS:
1. Óculos comuns não oferecem proteção adequada;.

2. Os protetores oculares devem ser fornecidos também aos clientes, pois


alguns procedimentos constituem riscos de contaminação.

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TIPOS DE JALECO INDICAÇÃO DE USO


É um protetor da roupa e da pele que deve ser utilizado
exclusivamente em ambiente laboral, para prevenir a
contaminação por exposição a agentes biológicos e
químicos. O jaleco deve ter colarinho altoe mangas longas,
podendo ser de algodão ou dematerial sintético.
Deve ser transportado em sacos impermeáveis e lavado
Jaleco de algodão ou
separadamente das roupas de uso pessoal.
material sintético
Oferece proteção ao usuário criando uma barreira contra
contaminação cruzada, poluição ambiente e fluidos
corpóreos, além de higienização em locaisque necessitem
de cuidados especiais. Descartável após cada uso.

Jaleco de TNT

LEMBRETES TÉCNICOS:

1. A roupa branca não substitui o uso do jaleco;

2. A troca deste EPI deve ser diária e sempre que for contaminado
por fluidos corpóreos;

3. Não circule nas dependências externas à clínica ou laboratório com o


jaleco;

4. Remova-o ao sair da clínica, laboratório ou consultório.

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AVENTAL INDICAÇÃO DE USO


É normalmente utilizado para lavagem de material e
no atendimento de animais de grande porte.
- Deve ser lavado com água e sabão e
descontaminado através de fricção com solução de
hipoclorito a 0,1% ou álcool etílico a 70%;
- São descartados quando apresentam qualquer
evidência de deterioração.
Avental plástico

GORRO INDICAÇÃO DE USO


Deve ser utilizado no ambiente laboral. Proporciona
uma barreira efetiva para o profissional e usuário.
Protege contra respingos e aerossóis. Confeccionado
em TNT.
Os cabelos devem estar presos e o gorro cobrindo
Gorro descartável todo o cabelo e as orelhas. Para retirá-lo, puxe pela
sanfonado parte superior central, descartando-a em recipiente
apropriado.

CALÇADO FECHADO INDICAÇÃO DE USO


Devem ser utilizados para proteção dos pés no
ambiente laboral durante suas atividades. É
obrigatória a utilização de calçados fechados tipo
tênis.

Sapato fechado tipo


tênis

PRO PÉ INDICAÇÃO DE USO


Habitualmente compostos por material permeável,
usados com sandálias e sapatos abertos não
permitem proteção adequada e são proibidos nos
laboratórios e clínicas, sendo permitido seu uso
apenas em ambientes cirúrgicos e no Centro de
Material Esterilizado (CME).
Pro pé em TNT

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LE S TÉ

1. Retire as luvas imediatamente após o término do procedimento;

2. Não toque na parte externa das luvas ao removê-las;

3. As luvas não protegem de perfurações de agulhas, mas está comprovado que


elas podem diminuir a penetração de sangue em até 50% de seu

volume;

4. Atenção especial deve ser dada à possibilidade de desenvolvimento de

reação de hipersensibilidade às luvas de látex. Neste caso,devem ser


utilizadas as luvas de vinil.

2.0 A importância da segurança do trabalho


No dia a dia, muitos acidentes podem acontecer, causando danos físicos e morais aos trabalhadores.
Por isso, é fundamental que as organizações compreendam a importância da segurança do trabalho.

O primeiro ponto é que ela está intimamente ligada à qualidade de vida dos colaboradores, já que as
medidas eliminam e controlam riscos ligados à atividade desenvolvida. Em um ambiente mais seguro
e saudável, os profissionais tendem a produzir mais, o que é extremamente positivo para as empresas.

Para entender por que investir na segurança do trabalho é essencial para as empresas, saiba que
essas práticas podem economizar dinheiro futuramente. Pense assim: ao tomar medidas para evitar
acidentes, você não terá gastos com essas situações.

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A segurança do trabalho também ajuda a estabelecer um vínculo de confiança entre a empresa e os


colaboradores. Afinal, o ambiente de trabalho será mais seguro e saudável. Por fim, essas medidas
auxiliam na padronização de processos, correção de desvios e, consequentemente, aumento dos
resultados positivos.

2.1 Tipos de acidentes


Os riscos no ambiente laboral podem ser classificados em cinco tipos, de acordo com a Portaria n0
3.214, do Ministério do Trabalho do Brasil, de 1978. Esta Portaria contém uma série de normas
regulamentadoras que consolidam a legislação trabalhista, relativas à segurança e medicina do
trabalho. Encontramos a classificação dos riscos na sua Norma Regulamentadora (NR-5):

2.1.2 Riscos e seus agentes:


1. Riscos de acidentes

Qualquer fator que coloque o trabalhador em situação vulnerável e possa afetar sua integridade, e seu
bem-estar físico e psíquico. São exemplos de risco de acidente: as máquinas e equipamentos sem
proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico inadequado, armazenamento
inadequado, etc.

2. Riscos ergonômicos

Qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador, causando
desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de risco ergonômico: o levantamento de peso, ritmo
excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade, postura inadequada de trabalho, etc.

3. Riscos físicos

Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia a que possam estar expostos os
trabalhadores, tais como: ruído, calor, frio, pressão, umidade, radiações ionizantes e não-ionizantes,
vibração, etc.

4. Riscos químicos

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Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar
no organismo do trabalhador pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos gases, neblinas,
névoas ou vapores, ou que seja, pela natureza da atividade, de exposição, possam ter contato ou ser
absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão.

5. Riscos biológicos

Consideram-se como agentes de risco biológico as bactérias, vírus, fungos, parasitos, entre outros.

2.2 Tipos de acidentes


Segundo a CLT, existem três principais tipos de acidentes de trabalho no mundo corporativo. São
eles:

• Típico;
• Atípico;
• De trajeto.
Essas categorias foram criadas como forma de auxiliar a perícia médica no momento da análise, e
servir como garantia de que o acidente de fato ocorreu como consequência da atividade exercida.

Vamos entender as características de cada um deles.

Típico

O acidente típico é um dos mais comuns de serem vistos no mundo corporativo. Ele é caracterizado
por ocorrer no local de trabalho, em seus arredores, ou durante o expediente do colaborador.

Normalmente, as causas mais comuns para este acidente estão relacionados a motivos e ações, como:
imprudência, negligência ou causas naturais como deslizamentos e enchentes.

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Atípico

O acidente atípico ocorre em casos muito específicos quando há uma certa repetição das atividades
exercidas no trabalho, ou da doença que esteja, de alguma forma, ligada ao ofício.

Neste caso, podemos citar alguns exemplos de atividades que podem causar acidentes atípicos, como
por exemplo:

• Atos de agressão ou sabotagem;


• Contaminação durante o trabalho;
• Acidente durante os períodos destinados a alimentação e descanso.
De trajeto

Por fim, o último tipo de acidente previsto em na lei é o de trajeto.

Como seu próprio nome diz, ocorre durante o deslocamento do profissional de sua casa até a sede da
empresa ou vice versa, seja em seu próprio veículo ou no transporte público.

Cada um desses acidentes possui características bem distintas, que permitem uma fácil diferenciação
e entendimento para que as organizações consigam lidar com os eventuais problemas decorrentes.

Agora, independente do tipo de acidente, a empresa deve seguir um procedimento padrão previsto
em lei para que o profissional lesionado tenha seus direitos garantidos e consiga se recuperar.

2.3 Quais os direitos do trabalhador que sofre acidente de trabalho?

Ao todo, as leis trabalhistas estabelecem que todo profissional lesionado por algum acidente de
trabalho possui cinco direitos. São eles:

• Estabilidade no emprego;
• Afastamento remunerado

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• Recolhimento do FGTS;
• Aposentadoria por invalidez;
• Pensão por morte.
Vamos ver cada um separadamente.

1. Estabilidade no emprego
Essa estabilidade no emprego é garantida até que o funcionário possa retornar ao trabalho. Ou seja,
ao retornar, seu contrato de trabalho estará garantido por, no mínimo, 12 meses.
2. Afastamento remunerado
Normalmente, o período de afastamento para que o colaborador se recupere é de 15 dias. No entanto,
mesmo caso este tempo precise ser estendido, o profissional não será prejudicado em sua
remuneração.

O INSS fornecerá um auxílio financeiro, também conhecimento como auxílio por incapacidade
temporária, durante todo o período necessário para que o profissional se recupere e possa voltar a
desempenhar suas tarefas.
3. Recolhimento FGTS
Independente do tempo de afastamento, todo colaborador acidentado também tem direito ao
recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

4. Aposentadoria por invalidez


Alguns acidentes de trabalho mais graves podem causar a incapacidade do colaborador de retornar a
desempenhar suas funções normalmente. Nesses casos, ele terá direito à aposentadoria por invalidez
junto ao INSS.

Agora, caso a perícia confirme um diagnóstico de invalidez parcial, o funcionário pode receber a
chamada aposentadoria especial.

5. Pensão por morte


Por fim, em casos de acidentes que levam ao óbito do colaborador, seus dependentes possuem o
direito de receber uma pensão pela perda.

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Estes são os principais direitos que sua empresa deve garantir a seus colaboradores que forem
acidentados. Além de seguir uma determinação legal, o seu cumprimento ajudará o funcionário a se
recuperar para que consiga voltar à trabalhar normalmente.

2.4 Definições

Para efeito deste Manual, são adotadas as seguintes definições:

Acidente: é todo evento anormal no local de trabalho com danos ao patrimônio da entidade
ou empresa, ferimentos leves ou graves em colaboradores e que deve ser investigado, para
evitar que a repetição acarrete outras vítimas.

Acidente de trabalho: é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa,
provocando lesão corporal, perturbação funcional, causando morte e perda ou redução
permanente ou temporária da capacidade para o trabalho.

Agente de Risco: qualquer componente de natureza física, química, biológica ou radioativa


que possa vir a comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade
dos trabalhos desenvolvidos.
Análise de risco: é o processo de levantamento, avaliação e comunicação dos riscos,
considerando o ambiente e os processos de trabalho, para implementar ações de prevenção,
controle, redução ou eliminação dos mesmos.
Aerossóis: são partículas microscópicas que permanecem suspensas no ar e podem carrear
elementos químicos, biológicos, radioativos e outros.
Biossegurança: é um conjunto de medidas voltadas para ações de prevenção, minimização ou
eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento
tecnológico e prestação de serviços, que podem comprometer a saúde do homem, dos animais
e do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos.
Classe de risco: é o grau de risco associado ao material biológico que se manipula.

Contenção: o termo descreve os métodos de segurança que devem ser utilizados na


manipulação de agentes de risco no local onde estão sendo manejados ou mantidos.

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Espécimes ou amostras para diagnóstico: quaisquer materiais biológicos de origem humana


ou animal, incluindo – mas não se limitando a – dejetos, secreções, sangue e seus
componentes, tecidos ou fluidos expedidos para fins de diagnóstico. Estes materiais podem
ser classificados como substâncias infecciosas da categoria A, substâncias biológicas da
categoria B, espécimes humanos de risco mínimo ou material biológico isento.
Filtro HEPA: É um equipamento de alta eficiência, feito de tecido de fibra de vidro com 60μ
de espessura. As fibras do filtro são feitas de uma trama tridimensional, a qualremove
as partículas de ar que passam por ele por inércia, intercessão e difusão. O filtro HEPA tem a
capacidade para filtrar partículas com eficiência igual ou maior que 99,9%.

Incidente: É uma circunstância acidental passível de ocorrer durante o trabalho, sem danos
imediatos ao trabalhador, porém, com possibilidades de agravos futuros se não houver medidas
urgentes de bloqueio.
Material biológico: É todo material que contenha informação genética e seja capaz de auto-
reprodução ou de ser reproduzido em um sistema biológico. Inclui os organismos cultiváveis
e agentes infecciosos (entre eles vírus, bactérias, fungos filamentosos, leveduras e
protozoários); as células humanas, animais e vegetais, as partes replicáveis destes organismos
e células, príons e os organismos ainda não cultivados.
Níveis de Biossegurança: É o grau de contenção necessário para permitir o trabalhocom
materiais biológicos de forma segura para os seres humanos, os animais e o

ambiente. Consiste na combinação de práticas e técnicas de laboratório, equipamentosde


segurança e instalações laboratoriais.
Patogenicidade: Capacidade de um agente biológico causar doença em um hospedeiro
suscetível.
Profissional responsável: é o profissional com formação e treinamento específico para aárea
de atuação e que exerce a supervisão do trabalho.
Risco Ocupacional: probabilidade de ocorrerem acidentes ou agravos à saúde ou à vida do
trabalhador, decorrentes de condições inadequadas durante suas atividades no trabalho.

2.4 Qual a importância da prevenção no ambiente de trabalho?

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A prevenção de acidentes é muito importante para manter a saúde do trabalhador e a segurança do


ambiente. Inclusive, a forma como ela é estruturada e o quanto se investe nisso, também impacta na
credibilidade da empresa perante o mercado.

Portanto, tomar as medidas de prevenção e segurança necessárias para evitar acidentes, é benéfico
para todos os envolvidos na rotina. Dessa maneira, é importante atender aos critérios de fiscalização,
garantindo a integridade de toda a equipe.

Vale ressaltar que os procedimentos para a prevenção de acidentes devem ser atualizados
periodicamente, ou seja, é necessária uma melhoria contínua. Isso porque sempre pode haver novos
riscos e, também, alternativas inovadoras para evitá-los. De todo modo, ao investir neste cuidado, sua
empresa tem vários benefícios:

• Colaboradores satisfeitos;
• Clima organizacional agradável;
• Ambiente seguro;
• Preparo adequado para lidar com imprevistos;
• Cumprimento das normas regulamentadoras;
• Gerenciamento de riscos;
• Credibilidade no mercado;
• Redução de custos com acidentes;
Como já dissemos, as vantagens são inúmeras para todos os envolvidos. Aliás, isso pode, inclusive,
impactar no engajamento dos trabalhadores para com a organização.

2.5 Transferência segura de pacientes

Transferir o cliente do leito para uma poltrona ou cadeira de rodas

O paciente pode executar essa transferência de uma forma independente ou com uma pequena ajuda,
utilizando uma tábua de transferência, da seguinte maneira (Figuras 19a e 19b):

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Posicionar a cadeira próxima à cama. Elas devem ter a mesma altura


Travar a cadeira e o leito, remover o braço da cadeira e elevar o apoio dos pés
Posicionar a tábua apoiada seguramente entre a cama e a cadeira

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Colocar a cadeira ao lado da cama, com as costas para o pé da cama


Travar as rodas e levantar o apoio para os pés
Sentar o cliente na beira da cama
Calçar o cliente com sapato ou chinelo antiderrapante
Segurar o cliente pela cintura, auxiliando-o a levantar, virar-se e sentar-se na cadeira

2.5.4 Transferir o paciente do leito para uma maca

Não existe maneira segura para realizar uma transferência manual do leito para uma maca. Existem
equipamentos que devem ser utilizados, como as pranchas e os plásticos resistentes de transferências
nesse caso, o paciente deve ser virado para que se acomode o material sob ele. . Volta-se o paciente
para a posição supina, puxando-o para a maca com a ajuda do material ou do lençol. Devem participar

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desse procedimento quantas pessoas forem necessárias, dependendo das condições e do peso do
cliente. Nunca esquecer de travar as rodas da cama e do leito e de ajustar sua altura.

3.0 Regras básicas para o trabalho

As boas práticas são fundamentais e referem-se às normas de conduta que regem os trabalhos
de laboratórios, de modo a garantir a segurança individual e coletiva, bem como a
reprodutibilidade da metodologia e dos resultados obtidos.

a) Higiene e hábitos pessoais


- Manter cabelos longos presos;
- Usar exclusivamente sapatos fechados no laboratório;
- O ideal é não usar lentes de contato. Se for indispensável usá-las, não podem ser
manuseadas durante o trabalho e devem ser protegidas por óculos de segurança;
- Não aplicar cosméticos quando estiver na área laboratorial;
- Não usar piercing;
- Manter as unhas cortadas e limpas;
- Não usar acessórios e adornos durante as atividades laboratoriais. Os crachás presoscom
cordão em volta do pescoço devem estar sob o jaleco dentro da área analítica;

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- Não colocar objetos à boca;


- Lavar as mãos com água e sabão, por meio de técnica adequada (Figura 1) para a
remoção mecânica de sujidades e a microbiota transitória da pele.

b) Normas para a área analítica


- Não fumar, beber ou se alimentar;
- Não armazenar alimentos e artigos de uso pessoal no laboratório;
- Não assistir televisão e ouvir aparelhos eletrônicos, inclusive com fone de ouvido;
- Não segurar o telefone ou manipular qualquer outro objeto externo à área analíticacalçando
luvas;
- Não usar telefones celulares durante as atividades laboratoriais;
- Não usar equipamentos da área analítica para aquecer e preparar alimentos;
- Não utilizar refrigeradores para armazenar alimentos ou bebidas;
- Não receber pessoas estranhas ao serviço, inclusive crianças;
- Não usar ventiladores;

- Não manter plantas e animais na área analítica, que não estejam diretamente relacionados
com o trabalho técnico.

c) Práticas de limpeza e descontaminação


As superfícies das bancadas de trabalho devem ser limpas e descontaminadas antes e após os
trabalhos e sempre após algum respingo ou derramamento (vide item 13.2).

d) Formação de aerossóis
Todos os procedimentos de laboratório devem ser conduzidos com o máximo cuidado para
evitar a formação de aerossóis. Em casos inevitáveis, como nas operações em centrífugas,
aguardar 5 a 10 minutos após cessar a centrifugação, sendo recomendável usar máscara de
proteção respiratória descartável tipo PFF2 (eficiência mínima de filtração de 94%).

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e) Uso de pipetas e de dispositivos auxiliares de pipetagem (mecânicos ouautomáticos)


- Usar sempre um dispositivo auxiliar de pipetagem;
- Eliminar os líquidos das pipetas de forma suave;
- Pipetas graduadas devem conter barreira de algodão na extremidade superior interna, para
reduzir o risco de contaminação dos dispositivos de pipetagem;
- Pipetas contaminadas devem ser mergulhadas por completo (horizontalmente) em um
recipiente inquebrável contendo água. Esterilizar o recipiente com as pipetas em autoclave.

4.0 Higienização das mãos

Lavar as mãos frequentemente é, isoladamente, a ação mais importante para a


prevenção do risco de transmissão de microrganismos para clientes, pacientes e profissionais
de saúde.

O método adequado para lavagem das mãos depende do tipo de procedimentoa ser
realizado.

As mãos devem ser lavadas:

- Antes e após atividades que eventualmente possam contaminá-las;

- Ao início e término do turno de trabalho entre o atendimento a cada paciente;

- Antes de calçar luvas e após a remoção das mesmas;

- Quando as mãos forem contaminadas (manipulação de material biológicoe/ou


químico) em caso de acidente.

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LEMBRETES TÉCNICOS:

1. O uso de luvas não exclui a lavagem das mãos;

2. Mantenha as unhas tão curtas quanto possível e remova todos os adornos


antes da lavagem das mãos;

3. Utilize técnicas que tratem todas as partes da mão igualmente;

4. Realize o procedimento de lavagem de mãos a cada atividade;

5. Lave as mãos em uma pia distinta daquela usada para a lavagem do

Para anti-sepsia das mãos ou da área operatória antes de procedimentos cirúrgicos, as


preparações contendo digluconato de clorexidina a 2% ou 4%, polivinilpirrolidona-iodo –
PVP-I (solução aquosa, solução alcoólica, solução degermante, todas a 10%, com 1% de iodo
ativo), e álcool isopropílico a 70% são indicadas para anti-sepsia das mãos e área operatória
com o objetivo de eliminar a microbiota transitória e reduzir a microbiota residente por um
período de tempo adequado para prevenir introdução de microrganismos na ferida cirúrgica.
Caso as luvas sejam rasgadas ou puncionadas durante o procedimento, elasdeverão
ser removidas imediatamente e as mãos rigorosamente lavadas, enovamente enluvadas,
antes de completar o procedimento. Após completar oatendimento, realize todas as etapas
de avaliação e tratamento de acidentes detrabalho com material biológico, conforme
fluxograma para acidentes . Profissionais com lesões nas mãos ou dermatites devem abster-
se, até o desaparecimento das lesões, de cuidar de clientes e de manipular instrumentos e
aparelhos potencialmente contaminados. Contudo, em casos especiais estes devem ser
cobertos com curativos antes do calçamento das luvas.
As superfícies das bancadas de trabalho são limpas e descontaminadas com
hipoclorito a 2% ou álcool a 70%, antes e após os trabalhos e sempre após algum respingo ou

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TÉCNICA DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

derramamento, sobretudo no caso de material biológico potencialmente contaminado e


substâncias químicas.

4.1 Procedimento de lavagem das mãos

Colocar-se junto a pia exclusiva para lavagem das mãos, obedecendo à sequência:

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Fonte: Manual Técnico de Higienização das Mãos em Serviços de Saúde: 2007.

Na ausência de pia com água e sabão realizar anti-sepsia


com álcool etílico a 70%.

4.2 Descontaminação

Descontaminar todas as superfícies de trabalho diariamente utilizando álcool a 70%, ou


hipoclorito de sódio a 0,1-1% (biologia molecular). Quando houver respingos ou derramamentos
observar o processo de desinfecção específico para escolha e utilização do agente desinfetante
adequado.7

a) Colocar todo o material potencialmente contaminado por agentes biológicos em


recipientes com tampa e a prova de vazamento, antes de removê-los do laboratório para
autoclavação.
b) Descontaminar por autoclavação ou por desinfecção química, todo o material
potencialmente contaminado por agentes biológicos, como: vidraria, equipamentos de

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laboratório, etc.
c) Descontaminar todo equipamento antes de qualquer serviço de manutenção, de acordo
com o procedimento operacional padrão.
d) Colocar vidraria quebrada e pipetas descartáveis, após descontaminação, em caixacom
paredes rígidas para perfurocortantes, devidamente identificada, e descartada como lixo
comum.

5.0 Imunizações

As imunizações reduzem o risco de infecção e, por conseguinte, protegem, nãoapenas


a saúde dos componentes da equipe, mas também a de seus clientes e familiares.
Todos os componentes dos cursos do Núcleo da Saúde do Centro UniversitárioCesmac
devem ser vacinados contra hepatite B, tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e a dupla
adulto dT (difteria e tétano).
Todos os alunos de graduação e pós-graduação deverão iniciar o esquema devacinação
o mais precocemente possível, uma vez que é obrigatória a apresentação do cartão de
vacinação com o esquema vacinal completo antes do primeiro dia de atividade clínica ou de
ingresso no campo de estágio.
A avaliação e comprovação sorológica de imunidade para hepatite B sãoobrigatórias
para todos os membros da equipe dos cursos do Núcleo da Saúde do Centro Universitário
Cesmac.
De acordo com a nota técnica de agosto de 2005 do Projeto de Vigilância
Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde, está contra-indicado o uso da vacina BCG
para profissionais de saúde. Os cuidados de proteção, neste caso, resumem-se a duas esferas
principais: controle ambiental e proteção individual.

Para hepatite B é recomendado o esquema vacinal com uma série de três doses da
vacina em intervalos de zero, um e seis meses. Para confirmação desta resposta vacinal deve
ser realizado o teste sorológico anti-HBs, um a dois meses após a última dose, com intervalo
máximo de seis meses. Neste teste deve ser detectada a presença de anticorpos protetores com
títulos acima de 10 UI/mL.

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6.0 Acidentes com material biológico

A exposição a material biológico (sangue ou outros líquidos orgânicos potencialmente


contaminados) pode resultar em infecção por patógenos como ovírus da imunodeficiência
humana e os vírus das hepatites B e C.

Os acidentes ocorrem habitualmente através de ferimentos com agulhas, material ou


instrumentos cortantes (acidentes perc utâneos); ou a partir do contato direto da mucosa
ocular, nasal, oral e pele não íntegra com sangue ou materiais orgânicos contaminados. São,
portanto, potencialmente preveníveis.

A melhor profilaxia para a exposição ocupacional com material


biológico é o respeito às normas de biossegurança.

Exposição ocupacional a material biológico: Contato de mucosas e pele não íntegra ou


acidente percutâneo com sangue ou qualquer outro material biológico potencialmente
infectante (sêmen, secreção vaginal, nasal e saliva, líquor, líquido sinovial, peritoneal,
pericárdico e amniótico).
As exposições ocupacionais podem ser:

✓ Exposições percutâneas: lesões provocadas por instrumentos perfurantes e/ou


cortantes (agulhas, bisturi, vidrarias);
✓ Exposições em mucosas: respingos em olhos, nariz, boca e genitália;

✓ Exposições em pele não-íntegra: dermatites.

6.1 Fatores de risco para ocorrência de infecção


- A patogenicidade do agente infeccioso;

- O volume e o material biológico envolvido;

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- A carga viral/bacteriana da fonte de infecção;

- A forma de exposição;

- A susceptibilidade do profissional de saúde.

6.1.2 Fluidos biológicos de risco para determinadas patologias:


Hepatite B e C: o sangue é o fluido corpóreo que contém a concentração mais altado vírus
da hepatite B (HBV) e é o veículo de transmissão mais importante em estabelecimentos de
saúde. O HBsAg (antígeno de superfície da hepatite B) tambémé encontrado em vários outros
fluidos corpóreos incluindo: sêmen, secreção vaginal, leite materno, líquido
cefalorraquidiano, líquido sinovial, lavados nasofaríngeos, saliva.

HIV: sangue, líquido orgânico contendo sangue visível e líquidos orgânicos potencialmente
infectantes (sêmen, secreção vaginal, líquor e líquidos peritoneal, pleural, sinovial,
pericárdico e amniótico).

Materiais biológicos considerados potencialmente não-infectantes:

Hepatite B e C: escarro, suor, lágrima, urina e vômitos, exceto se tiver sangue.

HIV: fezes, secreção nasal, saliva, escarro, suor, lágrima, urina e vômitos, exceto se tiver
sangue.

6.1.3 Cuidados ao manusear material perfurocortante e biológico:


- Ter máxima atenção durante a realização de procedimentos invasivos;

- Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realização de


procedimentos que envolvam material perfurocortante;
- Nunca reencapar, entortar, quebrar ou desconectar a agulha da seringa;

- Não utilizar agulhas para fixar papéis;

- Descartar agulhas, scalps, lâminas de bisturi e vidrarias, mesmo que estéreis, em

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recipientes rígidos;
- Utilizar os EPIs próprios para o procedimento;

- Usar sapatos fechados de couro ou material sintético.

6.1.4 Procedimentos recomendados pós-exposição a material biológico

- Após exposição em pele íntegra, lavar o local com água e sabão ou solução
antisséptica com detergente (PVPI, clorexidina) abundantemente. O contato com
pele íntegra minimiza a situação de risco;
- Nas exposições de mucosas, deve-se lavar exaustivamente com água ou solução
salina fisiológica;
- Se o acidente for percutâneo, lavar imediatamente o local com água e sabão ou
solução antisséptica com detergente (PVPI, clorexidina). Não fazer espremedura
do local ferido, pois favorece um aumento da área exposta;
- Não devem ser realizados procedimentos que aumentem a área exposta, tais como
cortes e injeções locais. A utilização de soluções irritantes (éter, hipoclorito de
sódio) também está contraindicada.

6.1.5Avaliação do acidente
Deve ocorrer imediatamente após o fato e, inicialmente, basear-se em uma adequada
anamnese, caracterização do paciente fonte, análise do risco, notificação do acidente e
orientação de manejo e medidas de cuidado com o local exposto.
A exposição ocupacional a material biológico deve ser avaliada quanto ao potencial
de transmissão de HIV, HBV e HCV com base nos seguintes critérios:
✓ Tipo de exposição;

✓ Tipo e quantidade de fluido e tecido;

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✓ Situação sorológica da fonte;

✓ Situação sorológica do acidentado;

✓ Susceptibilidade do profissional exposto.

7.0 Gerenciamento dos resíduos sólidos

Resíduo de Serviço de Saúde (RSS) é o produto residual, não utilizável,resultante das


atividades exercidas por estabelecimentos prestadores de serviços de saúde, que, por suas
características, necessita de processos diferenciados em seu manejo, exigindo ou não
tratamento prévio à sua disposição final.
A RDC/ANVISA nº 306, de 07 de dezembro de 2004, estabelece que todo gerador é
responsável desde a geração até o destino final dos resíduos. O gestor deve implantar um
Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, quedescreva as ações relativas
ao manejo dos resíduos sólidos, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação,
acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem
como as ações de proteção à saúde pública e ao meio ambiente.

A cópia do PGRSS da Instituição está disponível para consulta das autoridades


sanitárias ou ambientais, dos funcionários, dos pacientes e do público em geral na Comissão
de Biossegurança do Cesmac.

7.1 Classificação dos resíduos gerados na instituição

Os RSS são classificados pela ANVISA na Resolução RDC nº 306, de 07 dedezembro


de 2004, conforme disponível no anexo 01.
Na instituição os resíduos gerados estão relacionados no quadro 01.

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Grupo A - Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas
características, podem apresentar risco de infecção.
Grupo B - Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco àsaúde
pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.

Grupo D - Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico àsaúde ou ao
meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Grupo E - Materiais
perfurocortantes ou escarificantes.
Quadro 01 – Resíduos gerados na instituição conforme o grupo de classificação da
RDC/ANVISA 306 de 2004.

A1 - Culturas e estoques de micro-organismos; descarte de vacinas de micro-


organismos vivos ou atenuados; meios de cultura e instrumentais utilizados para
transferência, inoculação ou mistura de culturas; sobras deamostras de laboratório
contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes do
processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma
livre.
A3 - Peças anatômicas (membros) do ser humano.
A4 - Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendofezes, urina e
secreções, provenientes de pacientes que não contenhame nem sejam suspeitos de
Grupo A
conter agentes Classe de Risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e
risco de disseminação, ou micro-organismo causador de doença emergente que se
torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja
desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons; recipientes e
materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenha sangue
ou líquidos corpóreos na forma livre; peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros
resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudos anátomo-
patológicos ou de confirmação diagnóstica.

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Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais


pesados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por
Grupo estes; efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores); efluentes
B dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas; demais produtos
considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10.004 da ABNT
(tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).
Papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de
vestuário, resto alimentar de paciente, material utilizado em anti-sepsia e
Grupo hemostasia de venóclises, equipo de soro e outrossimilares não classificados como
D A1; sobras de alimentos e do preparo dealimentos; resto alimentar de refeitório;
resíduos provenientes das áreas administrativas; resíduos de varrição, flores, podas
e jardins; resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde.

Lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas


Grupo endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares;
E micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro
quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta
sanguínea e placas de Petri) e outros similares.
Fonte: RDC/ANVISA 306 de 2004.

7. 2 Acondicionamento e tratamento

GRUPO A
Os resíduos do Grupo A, ou de risco biológico são embalados em sacos para
autoclavação ou, se não necessitarem de tratamento prévio, em sacos plásticos, de cor branca,
apresentando o símbolo internacional de risco biológico. Utilizar até 2/3 da capacidade
máxima do saco, para poder oferecer mais espaço para o fechamento adequado e, assim,
maior segurança. Fechar bem os sacos, de forma a não permitir o derramamento de seu
conteúdo. Uma vez fechados, precisam ser mantidos íntegros até o processamento ou
destinação final do resíduo. Não seadmite abertura ou rompimento de saco contendo resíduo

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com risco biológico sem prévio tratamento. Todos os contentores (lixeiras) para resíduos
devem possuir tampas e serem lavados pelo menos uma vez por semana ou sempre que houver
vazamento do saco contendo resíduos.

GRUPO B

Alguns resíduos não precisam ser segregados e acondicionados, pois, podem ser
descartados sem oferecer perigo ao meio ambiente. Os resíduos ácidos oubásicos, após serem
neutralizados para valores de pH entre 6 e 8 devem ser diluídos, podendo ser descartados na
pia, exceto os que contém fluoreto e metais pesados. Papel de filtro contendo resíduos
químicos, borra de metais pesados, papel Indicador, etc., devem ser colocados em recipientes.
Para coleta e armazenamento de resíduos químicos produzidos em laboratórios é
necessário dispor de recipientes de tipos e tamanhos adequados. Os recipientes coletores
devem ser de material estável e com tampas que permitam boavedação. Tais recipientes além
de apresentarem rótulos com caracterização detalhada de seu conteúdo (MERCK, 1996),
devem ser classificados conforme descrito no quadro 02.
Quadro 02 - Classificação dos Recipientes para acondicionamentos dos resíduos gerados.
RECIPIENTES ACONDICIONAMENTO DE

A Solventes orgânicos e soluções orgânicas não halogenadas;


Solventes orgânicos e soluções orgânicas halogenadas. Nãopode ser
B
de alumínio;
Resíduos sólidos de produtos químicos orgânicos que são
C acondicionados em sacos plásticos ou barricas originais do
fabricante;
Soluções salinas; nestes recipientes deve-se manter o pHentre 6 e
D
8;
Resíduos inorgânicos tóxicos, como por exemplo, sais de metais
pesados e suas soluções; descartar em frascos resistentes ao
E rompimento com identificação clara e visível (consultar padrão de
sua instituição ou legislação específica);

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Compostos combustíveis tóxicos; acondicionados em frascos


F resistentes ao rompimento com alta vedação e identificação clara e
visível;
G Mercúrio e resíduos de seus sais inorgânicos;
Resíduos de sais metálicos regeneráveis; cada metal deve ser
H
recolhido separadamente;
I Sólidos inorgânicos;
Coletor de Vidro quebrado (vidros especiais), vidro incolor deBoro-
J
silicato
K Coletor de Vidro comum (âmbar).
Fonte: Manual para Gerenciamento de Resíduos Químicos, 2008.

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Antes de serem acondicionados nos recipientes, alguns resíduos têm de ser inativados,
segundo metodologia descrita no Manual de Gerenciamento de Resíduos Químicos da
Instituição.

GRUPO D

Devem ser acondicionados de acordo com as orientações dos serviços locais de limpeza
urbana, utilizando-se sacos impermeáveis, contidos em recipientes identificados.

Para os resíduos do Grupo D, destinados à reciclagem ou reutilização, foi adotada a


seguinte identificação:

I - verde – resíduos recicláveis;

II - marrom – resíduos não recicláveis.

Para outras formas de segregação, acondicionamento dos resíduos e identificação dos


recipientes consultar o PGRSS.

GRUPO E

Os materiais perfurocortantes devem ser descartados separadamente, no local de sua


geração, imediatamente após o uso ou necessidade de descarte, em recipientes rígidos,
resistentes à punctura, ruptura e vazamento, com tampa, identificados com símbolo
internacional de risco biológico, acrescido da inscrição de “PERFUROCORTANTE”, sendo
expressamente proibido o esvaziamento desses recipientes para o seu reaproveitamento. As
agulhas descartáveis devem ser desprezadas juntamente com as seringas, quando
descartáveis, sendo proibido reencapá-las, se necessária a sua retirada manualmente utilizar
uma pinça.
Os recipientes devem ser descartados quando o preenchimento atingir 2/3 de sua
capacidade ou o nível de preenchimento ficar a 5 cm de distância da boca do recipiente.

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8.0 Acidentes de trabalho

Dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho da Plataforma SmartLab, iniciativa


conjunta do MPT e da Organização Internacional do Trabalho (OIT), indicam que, apenas em
2020, foram registrados 46,9 mil acidentes de trabalho no Brasil da população com vínculo de
emprego regular. Contudo, estima-se que esse número seja ainda maior devido à quantidade de
subnotificações.

No período de 2012 a 2020, a lesão mais frequentemente presente em comunicações de acidentes


de trabalho (CAT), considerando o universo de trabalhadores com vínculo de emprego, foi de
corte, laceração, ferida contusa ou punctura (21%), seguidos de fratura (17%) e
contusão/esmagamento (15%). Quanto às partes do corpo, as mais atingidas foram dedo (24%),
pé (8%), mão (7%) e joelho (5%). Máquinas e equipamentos (15%), agentes químicos (14%),
queda do mesmo nível (13%), veículos de transporte (12%) e agentes biológicos (12%) compõem
os cinco agentes causadores mais frequentemente citados em notificações de acidentes de
trabalho. Por fim, as ocupações citadas com maior frequência são alimentador de linha de
produção (6%), técnico de enfermagem (6%) e faxineiro (3%).

Quando considerado o perfil a partir dos afastamentos concedidos pelo INSS, observa-se que os
tipos de doenças mais frequentes são fraturas (40%), osteomuscular e tecido conjuntivo (23%),
traumatismos (8%), luxações (7%) e ferimentos (5%)

8.1 Processos de extinção do incêndio

a) Isolamento
A retirada do material ou controle do combustível consiste na retirada ou interrupção do campo
de propagação do fogo, no material que ainda não foi atingido pelo incêndio.

b) Resfriamento
O resfriamento ou controle do calor é o método de extinção mais usado. Consiste em se retirar
o calor do material até abaixo do ponto de combustão. A água é muito utilizada neste caso.

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c) Abafamento
O abafamento ou controle do comburente consiste na eliminação do oxigênio das
proximidades do combustível para modo interromper o triângulo do fogo e, conseqüentemente,
a combustão.

d) Extinção Química
Certos extintores quando lançados sobre o fogo sofrem ação do calor, reagindo sobre a área
das chamas, interrompendo assim a “reação em cadeia” (extinção química). Isso ocorre porque
o oxigênio (comburente) deixa de reagir com gases combustíveis.

8.2 Agentes extintores


a) Extintor de Incêndio

A Base de Água: Utiliza o CO2 como propulsor. É usado em papel, tecido e madeira. Não
usar em eletricidade, líquidos inflamáveis, metais em ignição.
De CO2: Utiliza o CO2 como base. A força de seu jato é capaz de disseminar os materiais
incendiados. É usado em líquidos e gases inflamáveis, fogo de origem elétrica. Não usar em
metais alcalinos e papel.
De Pó Químico Seco: Usado em líquidos e gases inflamáveis, metais alcalinos, fogo de origem
elétrica. Só apaga fogo de superfície.
De Espuma: Usado para líquidos inflamáveis. Não usar para fogo causado por eletricidade.

De BCF: Utiliza o bromoclorofluormetano. É usado em líquidos inflamáveis, incêndio de


origem elétrica. Não utilizar em papel e madeira, pois só apaga fogo de superfície. O ambiente
precisa ser cuidadosamente ventilado após seu uso.

De Pó de Grafite: Único extintor adequado para incêndios da classe D. Qualquer outro tipo
de extintor provoca reações violentas.

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b) Mangueira de Incêndio: São os condutores flexíveis utilizados para transportar a águasob


pressão, do seu ponto de tomada até o local onde deve ser utilizada para a extinção dos
incêndios. Modelo padrão, comprimento e localização são fornecidos pelo Corpo de
Bombeiros.

c) Hidrantes: Hidrantes externos estão localizados nas calçadas ligados ao sistema de


abastecimento de água da cidade e permitem abastecimento das viaturas de combate a
incêndio. No interior das organizações, encontramos hidrantes internos, estes contêm:
mangueiras, chaves de mangueiras e esguichos destinados ao combate a incêndio.

ORIENTAÇÕES BÁSICAS

Ao tomar conhecimento da ocorrência de um incêndio, você deverá:


a) Evitar o pânico;
b) Não prejudicar os trabalhos de combate ao fogo;
c) Portar-se o mais normal possível;
d) Desligar todos os equipamentos; se você for um dos que tiveram treinamento de
combate a incêndio, reúna-se à Brigada de Combate a Incêndio, continue em retirada e lembre:
NÃO ENTRE EM PÂNICO.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Veja mais em - Portal PEBMED: https://pebmed.com.br/seguranca-do-paciente-e-a-atuacao-do-
enfermeiro-no-hospital/?utm_source=artigoportal&utm_medium=copytext

BRASIL. Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978 NR - 5. Comissão Interna de Prevenção de


Acidentes. In: SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO. 29. ed. São Paulo: Atlas, 1995. 489
p. (Manuais de legislação, 16).

DUL, J. WEERDMEESTER, B. Ergonomia prática. Săo Paulo, Edgard Blücher, 1995.


FRAGALA, G. Using ergonomics to prevent back injuries. Nurs. Manag., v. 25, n.10, p. 98-100,
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GRANDJEAN, E. Fitting the task to the man. 4 ed. London, Taylor & Francis, 1988.
HARBER, P. et al. Importance of non-patient transfer activities in nursing - related back pain. J.
Occup. Med., v. 29, n. 12, p. 967-70, 1987.
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MARZIALE, M.H. P. Condiçőes ergonômicas da situaçăo de trabalho do pessoal de
enfermagem em uma unidade de internaçăo hospitalar. Ribeirăo Preto, 1995. 163p. Tese
(Doutorado)- Escola de Enfermagem de Ribeirăo Preto, Universidade de Săo Paulo.

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