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ÁREA DE TRANSPORTE LOGÍSTICA DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL E

SERVIÇOS

MANUA DE HIGIENE E
SEGURANÇA NO
TRABALHO
(Energias Renovaveis)

2023
APRESENTAÇÃO

Com o objectivo de apoiar e proporcionar a melhoria contínua no nível de


qualidade e produtividade da indústria, o CINFOTEC desenvolve programas
de educação profissional, além de prestar serviços técnicos e tecnológicos.
Essas actividades, com assuntos tecnológicos são voltadas para indústrias nos
vários ramos de actividade, através de programas de educação profissional,
consultorias e informação tecnológica, para profissionais da área industrial ou
para pessoas que desejam especializarem-se a visar participar no mercado de
trabalho
Este material didáctico foi preparado para funcionar como instrumento de
consulta. Possui informações que são aplicáveis diariamente pelo profissional,
de forma prática e apresenta uma linguagem simples e de fácil assimilação.
É um meio que possibilita, de forma eficaz, o aperfeiçoamento do aluno através
do estudo do assunto apresentado no curso.

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INDICE

Conteúdo
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................ 2
OBJECTIVOS DO CURSO .................................................................................................. 5
OBJETIVOS DO CURSO DE HIGIENE E SURANÇA NO TRABALHO APLICADO
A ELECTRÓNICA .......................................................................................................... 5
DISTRIBUIÇÃO DAS TAREFAS E RESPONSABILIDADES ....................................... 6
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 9
CONCEITOS ....................................................................................................................... 10
Acidente ............................................................................................................................ 10
O que diz a lei ................................................................................................................... 10
FACTORES QUE AFECTAM A HIGIENE E SEGURANÇA ........................................ 12
1 - Acidentes devido a condições perigosas ............................................................... 13
2 - Acidentes devido a acções perigosos ..................................................................... 13
3 - Perdas de produtividade e qualidade ................................................................... 13
DOENÇA PROFISSIONAL E DOENÇA DO TRABALHO .......................................... 14
ERGONOMIA ..................................................................................................................... 15
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO ................................................................................. 18
SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA .................................................................................. 21
RISCOS OCUPACIONAIS................................................................................................ 23
REDUÇÃO DOS RISCOS DE ACIDENTE ..................................................................... 24
EFEITO DA CORRENTE ELÉCTRICA SOBRE O CORPO HUMANO ...................... 25
PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO .................................................................... 27
Teoria básica do fogo ................................................................................................... 28
Conceito de fogo ........................................................................................................... 28
Elementos que compõem o fogo ................................................................................. 28
Combustível .................................................................................................................. 28
Triângulo do fogo ......................................................................................................... 29
Causa de incêndio ........................................................................................................ 29
Formas de propagação do fogo ................................................................................... 30
Condução ...................................................................................................................... 30
Convecção ..................................................................................................................... 30
Irradiação ...................................................................................................................... 30
Classes de incêndio ...................................................................................................... 30
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Classe A – sólidos combustíveis; ................................................................................. 30
Classe B – líquidos e gases combustíveis; ................................................................... 31
Classe C – materiais energizados; ............................................................................... 31
Classe D – metais pirofóricos; ..................................................................................... 31
Métodos de extinção do fogo....................................................................................... 31
Extinção por resfriamento ........................................................................................... 32
Extinção por abafamento ............................................................................................. 32
Extinção isolamento ..................................................................................................... 32
Extintor de incêndio ..................................................................................................... 32
Classificação dos Extintores......................................................................................... 32
Atuação com Extintores ............................................................................................... 33

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OBJECTIVOS DO CURSO

OBJETIVOS DO CURSO DE HIGIENE E SURANÇA NO TRABALHO


APLICADO A ELECTRÓNICA

o Proporcionar condições de trabalho que permitam a segurança e a saúde


dos trabalhadores;

o Diminuir a sinistralidade de forma a reduzir o número de situações de


incapacidades, dias de trabalho perdidos e consequentes custos
económicos e sociais resultantes;

o Garantir que os fatores prejudiciais do ambiente de trabalho,


nomeadamente agentes de natureza química, física e biológica, não
ultrapassem níveis de exposição que possam colocar em risco a saúde
dos trabalhadores;

o Identificar defeitos de produção;

o Corrigir falhas no produto;

o Aperfeiçoamento dos processos;

o Reduzir desperdícios e retrabalho;

o Aumentar a padronização e eficiência da empresa;

o Melhorar o envolvimento do trabalhador com o fluxo de processos;

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DISTRIBUIÇÃO DAS TAREFAS E RESPONSABILIDADES

Director Geral, é responsável por:

 Planificar, controlar e coordenar com os vários intervenientes a


implementação das actividades de saúde e segurança no trabalho;
 Garantir através da supervisão regular, que cada uma das tarefas
distribuídas seja realizada com eficiência, de modo a assegurar o
funcionamento das acções de saúde e segurança no trabalho;
 Garantir que haja pelo menos um Técnico de Saúde, Higiene e Segurança
no Trabalho na empresa;
 Garantir que cada chefe de sector seja responsável pela saúde e
segurança dos colegas;
 Garantir o desenvolvimento de acções de protecção e segurança no
trabalho.

Comissão de prevenção de acidentes de Trabalho ou simplesmente CPAT

 Promover a auto-inspecção, a pedido da direcção da empresa ou dos


Serviços de Segurança e Higiene no Trabalho, visando a detecção dos
riscos de acidentes de trabalho e doenças profissionais;
 Sugerir medidas de prevenção, julgadas necessárias por iniciativa
própria ou através de sugestão dos trabalhadores, encaminhando-as aos
serviços de Segurança e Higiene no Trabalho ou á entidade
empregadora;
 Auxiliar na promoção e instrução dos trabalhadores em matéria de
Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho;
 Sugerir ou dar pareceres aos programas de prevenção e apoiar os
Serviços de Segurança e Higiene no Trabalho na sua execução;
 Promover a observância das leis, regulamentos internos e normas
superiormente aprovadas;
 Despertar o interesse dos trabalhadores na prevenção de acidentes de
trabalho, bem como de doenças profissionais, estimulando-os de forma
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permanente a adoptarem um comportamento preventivo durante o
trabalho;
 Colaborar com a entidade empregadora na investigação e análise das
causas dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais;
 Sugerir a realização de cursos de treinamento e campanhas necessárias
para melhorar o comportamento do trabalhador quanto á Segurança e
Higiene no Trabalho;
 Encorajar os trabalhadores para o uso correcto e conservação de
Equipamento de Protecção Individual (EPI), assim como os meios
colectivos de segurança, colocados à sua disposição;
 Propor a entidade empregadora a concessão de estímulos materiais e
morais aos trabalhadores que se distingam na aplicação prática e correcta
das normas, medidas seguras e preventivas nos seus postos de trabalho.

Técnico de Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho, é responsável por:

 Desenvolver acções preventivas nos processos produtivos com auxílio de


métodos e técnicas de identificação, avaliação e medidas de controle de
riscos ambientais, de acordo com normas regulamentadoras e princípios
de saúde do trabalho;
 Colectar e organizar informações de saúde e de segurança no trabalho;
 Reconhecer factores de risco ambiental;
 Conhecer e interpretar a legislação e normas técnicas de segurança do
trabalho;
 Avaliar os riscos profissionais a que estão expostos os trabalhadores e as
formas de prevenção de acidentes de trabalho;
 Conhecer os fundamentos de prevenção das doenças e acidentes do
trabalho.
 Analisar e estabelecer critérios para escolha de equipamentos de
proteção individual e colectiva;
 Identificar medidas de segurança no armazenamento, transporte e
manuseio de produtos;
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 Executar programas de prevenção de acidentes do trabalho, doenças
profissionais e do trabalho, com a participação dos trabalhadores,
acompanhando e avaliando seus resultados a fim de sugerir actualização
de procedimentos;
 Criar Comissão de prevenção de acidentes de Trabalho ou simplesmente
CPAT;
 Cooperar com as actividades do meio ambiente, orientando o
trabalhador quanto ao tratamento e destinação dos resíduos;
 Levantar e estudar os dados estatísticos de acidentes do trabalho,
doenças profissionais e do trabalho, calcular sua frequência e gravidade
para propor ajustes de acções preventivas, normas, regulamentos e
outros dispositivos de ordem técnica que permitam a protecção colectiva
e individual.

Colaboradores (todos trabalhadores da empresa), são responsáveis por:

 Cumprir todas as normas regulamentadoras de SHST de modo a evitar


acidentes do trabalho;
 Partilhar com colegas as informações relativas à segurança e saúde no
trabalho;
 Identificar todas as sitituações de perigo no posto de trabalho e tomar as
devidas precauções;
 Guardar e conservar os equipamentos de protecção;
 Comunicar imediatamente os acidentes à empresa e prestar primeiros
socorros se necessário.

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INTRODUÇÃO

A indústria sempre teve associada a vertente humana, nem sempre tratada


como sua componente preponderante.
Até meados do século 20, as condições de trabalho nunca foram levadas em
conta, sendo sim importante a produtividade, mesmo que tal implicasse riscos
de doença ou mesmo à morte dos trabalhadores. Para tal contribuíam dois
factores, uma mentalidade em que o valor da vida humana era pouco mais que
desprezível e uma total ausência por parte dos Estados de leis que protegessem
o trabalhador.
Apenas a partir da década de 50 / 60, surgem as primeiras tentativas sérias de
integrar os trabalhadores em actividades devidamente adequadas às suas
capacidades.

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CONCEITOS

Qual a primeira imagem que lhe vem à cabeça ao pronunciar a palavra


“higiene”? Esta imagem está associada à limpeza e ao asseio?

Higiene: é o conjunto de conhecimentos e técnicas que visam a promover a


saúde e evitar as doenças.

A higiene do trabalho refere-se ao conjunto de normas e procedimentos que


visa à proteção da integridade física e mental do trabalhador, preservando-o
dos riscos de saúde inerentes às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são
executadas.

De modo genérico, Higiene e Segurança do Trabalho compõem duas atividades


intimamente relacionadas, no sentido de garantir condições pessoais e materiais
de trabalho capazes de manter certo nível de saúde dos empregados.

A palavra segurança tem vários significados, a depender do ponto de vista. Em


termos gerais, é o conjunto de medidas visando à proteção de riscos, perigos ou
perdas a pessoas ou coisas.

Segurança do trabalho é um conjunto de políticas, normas, procedimentos,


atividades e práticas preventivas, que devem ser adotadas com o objetivo de
melhorar o ambiente laboral e prevenir acidentes do trabalho e doenças
ocupacionais.

Acidente

Acidente é um evento inesperado e indesejável que causa danos pessoais,


materiais, danos financeiros e que ocorre de modo não intencional.
O que diz a lei

Acidente do trabalho é o que ocorre no exercício do trabalho a serviço da


empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a
morte, a perda ou redução da capacidade para o
trabalho, permanente ou temporária...

Exemplos físicos incluem colisões e quedas


indesejadas, lesões por tocar em algo afiado,
quente, elétrico ou ingerir veneno

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Incidente

Incidente é um sinal dos riscos existentes em uma determinada situação e que


não pode ser negligenciado.

Um acidente de trabalho pode levar o trabalhador a se ausentar da empresa


apenas por algumas horas, o que é chamado de acidente sem afastamento. É
que ocorre, por exemplo, quando o acidente resulta num pequeno corte no
dedo, e o trabalhador retorna ao trabalho em seguida.
Outras vezes, um acidente pode deixar o trabalhador impedido de realizar suas
actividades por dias seguidos, ou meses, ou de forma definitiva. Se o
trabalhador acidentado não retornar ao trabalho imediatamente ou até no dia
seguinte, temos o chamado acidente com afastamento, que pode resultar na
incapacidade temporária, ou na incapacidade parcial permanente, ou, ainda, na
incapacidade total e permanente para o trabalho.

Incapacidade temporária: é a perda da capacidade para o trabalho por um


período limitado de tempo, após o qual o trabalhador retorna às suas
actividades normais.

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Incapacidade parcial: e permanente é a diminuição, por toda vida, da
capacidade física total para o trabalho. É o que acontece, por exemplo, quando
ocorre a perda de um dedo ou de uma vista.

Incapacidade total: é permanente é a invalidez incurável para o trabalho.

Neste último caso, o trabalhador não reúne condições para trabalhar o que
acontece, por exemplo, se um trabalhador perde as duas vistas num acidente do
trabalho. Nos casos extremos, o acidente resulta na morte do trabalhador.

FACTORES QUE AFECTAM A HIGIENE E SEGURANÇA

Em geral a actividade produtiva encerra um conjunto de riscos e de condições


de trabalho desfavoráveis em resultado das especificidades próprias de alguns
processos ou operações, pelo que o seu tratamento quanto a Higiene e
Segurança costuma ser cuidado com atenção. Contudo, na maior parte dos
casos, é possível identificar um conjunto de factores relacionados com a
negligência ou desatenção por regras elementares e que potenciam a
possibilidade de acidentes ou problemas.

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1 - Acidentes devido a condições perigosas

o Máquinas e ferramentas;
o Condições de organização (Lay-Out mal feito, armazenamento
perigoso, falta de equipamento de protecção Individual - E.P.I.)
o Condições de ambiente físico, (iluminação, calor, frio, poeiras, ruído).

2 - Acidentes devido a acções perigosos

o Falta de cumprimento de ordens (não usar E.P.I.);


o Ligado à natureza do trabalho (erros na armazenagem);
o Nos métodos de trabalho (trabalhar a ritmo anormal, distracções,
brincadeiras).

3 - Perdas de produtividade e qualidade

Foi necessário muito tempo para que se reconhecesse até que ponto as
condições de trabalho e a produtividade se encontram ligadas. Numa primeira
fase, houve a percepção da incidência económica dos acidentes de trabalho
onde só eram considerados inicialmente os custos directos (assistência médica e
indemnizações) e só mais tarde se consideraram as doenças profissionais. Na
actividade corrente de uma empresa, compreendeu-se que os custos indirectos
dos acidentes de trabalho são bem mais importantes que os custos directos,
através de factores de perda como os seguintes:

o Perda de horas de trabalho pela vítima;


o Perda de horas de trabalho pelas testemunhas e Responsáveis;
o Perda de horas de trabalho pelas pessoas encarregadas dos inquéritos;
o Interrupções da produção;
o Danos materiais;
o Atraso na execução do trabalho;
o Diminuição do rendimento durante a substituição;
o A retoma de trabalho pela vítima.

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DOENÇA PROFISSIONAL E DOENÇA DO TRABALHO

Um dos factores que resulta em acidentes de de trabalho e doenças profissionais


é o não cumprimento das medidas de segurança. O mapa de risco é uma
ferramenta auxiliar para identificação dos riscos no posto de trabalho.

Doença profissional também é acidente do trabalho?

Doença Profissional, que é ocasionada ou originada em decorrência da


execução do trabalho, como por exemplo, digitadores e atletas profissionais de
tênis, carregadores de carga e etc.

Doença do Trabalho ou Doença Ocupacional é obtida ou originada em funções


das condições em trabalhador é exposto, que pode ser a exposição a calor,
substâncias tóxicas, sol e etc.

Curiosamente as doenças do trabalho e as doenças profissionais são acidentes


de trabalho, pois não são programadas a acontecer e, portanto se encaixam
nesse contexto, pois assim como os acidentes essas doenças impossibilitam
temporariamente ou permanentemente a execução do trabalho.

Para a empresa a perda de um funcionário qualificado acarreta em


prejuízos de investimentos, inclusive financeiros, em treinamentos e para suprir
a ausências do funcionário por atestado médico, dentre outros.

Para a sociedade e governo o ônus é também financeiro, na medida em


que a sociedade economicamente ativa que contribui com a segurança social
terá que pagar aposentadoria a este trabalhador, precocemente.

Os trabalhadores podem adoecer ou morrer por causas relacionadas ao


trabalho, como consequência da profissão que exercem ou exerceram, ou pelas
condições adversas em que seu trabalho é ou foi realizado. Assim, o perfil de
adoecimento e morte dos trabalhadores resultará do conjunto desses fatores.

Lesão corporal: é qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve,
como, por exemplo, um corte no dedo, ou grave, como a perda de um membro.

Perturbação funcional: é o prejuízo do funcionamento de qualquer órgão ou


sentido. Por exemplo, a perda da visão, provocada por uma pancada na cabeça,
caracteriza uma perturbação funcional.

Perturbação funcional: Perturbação relativa às funções vitais que altera a função, mas não a sua
função estrutural; Que perturba ou é capaz de perturbar sua função regular. Sendo as funções vitais:
Nutrição, Reprodução, Relação.

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ERGONOMIA

Actualmente, o trabalho é cada vez mais executado por máquinas. Este


aumento da mecanização e da automatização, acelera frequentemente o ritmo
do trabalho, podendo, por vezes, torná-lo menos motivador. Por outro lado,
continuam a existir muitas tarefas que são realizadas manualmente, implicando
um grande esforço físico. Um dos resultados do trabalho manual, assim como
do aumento da mecanização, consiste no facto de cada vez mais trabalhadores
sofrerem de dores nas costas, no pescoço, nos pulsos, nos braços, nas pernas e
de provocar um esforço ocular.

Ergonomia: é a ciência que procura alcançar o ajustamento mútuo ideal entre o


homem e o seu ambiente de trabalho.

Segundo um conceito Ergonómico A execução de tarefas deve ser feita com o


mínimo de consumo energético de modo a sobrar "atenção" para o controlo das
tarefas e dos produtos, assim como para a protecção do próprio trabalhador.

Existem muitas vantagens evidentes na aplicação da ergonomia ao local de


trabalho. Para o trabalhador, os benefícios consistem em condições de trabalho
mais saudáveis e seguras. Para o empregador, a vantagem mais evidente
consiste no aumento da produtividade.

A ergonomia aplica princípios de biologia, psicologia, anatomia e fisiologia,


com o sentido de remover do ambiente de trabalho todas as condições que
fazem com que os trabalhadores sintam desconforto, cansaço ou problemas de
saúde.

Lesões/doenças comuns
Muitas vezes, os trabalhadores têm poucas opções de escolha, sendo forçados a
adaptar-se a condições de trabalho mal concebidas, que podem provocar lesões
graves nas mãos, nos pulsos, nas articulações, nas costas, ou em outras partes
do corpo.

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As lesões podem resultar particularmente de:

o Utilização repetida e prolongada de ferramentas e equipamentos


vibratórios, tais como um martelo pneumático;

o Ferramentas e tarefas que exijam movimentos de torção da mão ou das


articulações, conforme acontece com o trabalho desempenhado por
muitos mecânicos;

o Utilização de força em posição incorreta;

o Aplicação de pressão excessiva em zonas da mão, das costas, dos pulsos


ou das articulações.

o Trabalhar com os braços estendidos ou acima do nível de cabeça;

o Trabalhar com as costas curvadas;

o Carregar ou empurrar cargas pesadas.

O trabalho repetitivo é uma causa comum das lesões e das doenças músculo
esqueléticas (e relacionadas com o stress). As lesões causadas pelo trabalho
repetitivo são geralmente denominadas de lesões por esforço repetitivo (LER).
As LER são muito dolorosas, podendo provocar incapacidade permanente. Nas
fases iniciais das LER, um trabalhador pode sentir apenas uma dor pouco
intensa,mas permanente e fadiga no final do turno de trabalho. Contudo, à
medida que o problema se vai agravando, pode surgir dor extrema e falta de
força na zona do corpo afectada. Este problema pode tornar-se permanente,
podendo evoluir até um ponto em que o trabalhador deixa de conseguir
desempenhar o seu trabalho.

As LER permanentes podem ser prevenidas:

o Eliminando os factores de risco do trabalho;

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o Reduzindo o ritmo de trabalho;

o Transferindo o trabalhador para outra tarefa, ou alternando tarefas


repetitivas com outras não repetitivas com intervalos regulares;

o Aumentando o número de intervalos de trabalho repetitivo.

A análise e intervenção ergonómica traduz-se em:

o Melhores condições de trabalho;

o Menores riscos de incidente e acidente;

o Menores custos humanos;

o Formação com o objectivo de prevenir;

o Maior produtividade;

o Optimizar o sistema homem / máquina.

Resumindo

A ergonomia é uma ciência que, quando aplicada de modo eficaz, pode


conduzir a melhorias significativas das condições de trabalho. As melhorias
podem ser executadas através da concepção ou readaptação adequadas da
execução das tarefas, do conteúdo destas, dos métodos através dos quais o
equipamento é manuseado ou configurado, a forma da concepção dos horários
de trabalho, o equipamento utilizado para executar uma função, etc.
As mudanças positivas nestas ou noutras áreas podem ajudar a prevenir lesões
e doenças - físicas ou psicológicas - provocadas pela falta de observação dos
princípios ergonómicos no local de trabalho. A implementação das melhorias
ergonómicas não necessita de ser complicada nem difícil. O sindicato, os
trabalhadores, e a gerência devem trabalhar em conjunto, no sentido de
avaliarem as áreas problemáticas e de desenvolverem soluções.

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EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

Você já ouviu, diversas vezes, falar em equipamentos de proteção coletiva, os


quais vamos apenas denominar de EPC e em equipamentos de proteção
individual, que chamaremos de EPI. Mas, talvez ainda não seja muito fácil de
saber quando são usados os EPCs e os EPIs e, até mesmo, por que e com qual
finalidade se opta por um, por outro ou pelos dois.

Equipamentos de proteção coletiva


EPC é um dispositivo, sistema, ou meio, fixo ou móvel, com a finalidade de
preservar a integridade física e a saúde de um grupo de trabalhadores que estão
executando algum serviço em determinado local.

Equipamentos de proteção individual


O Equipamento de Proteção Individual - EPI é todo produto utilizado como
ferramenta de trabalho, de uso individual, destinado à proteção do trabalhador,
minimizando riscos que ameaçam a segurança e a saúde no trabalho.

Cabeça e crânio Olhos


Capacete de segurança: usado Óculos: Evita a cegueira total ou
contra impactos, perfurações, acção parcial e a conjuntivite. É utilizado
dos agentes meteorológicos etc. em trabalhos onde existe o risco de
impacto de estilhaços e limalhas.

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Proteção respiratória
Máscaras: Protector respiratório, que previne simples para pó e
problemas pulmonares e das vias respiratórias, e mascaras de filtro
deve ser utilizado em ambientes com poeiras, para pinturas
gases, vapores ou fumos nocivos. Mascaras diluente

Rosto Ouvidos
Viseira ou protector facial: Protege Tampão, abafadores: previne a
contra impactos de partículas, surdez, o cansaço, a irritação e
respingos de produtos químicos, outros problemas psicológicos.
radiação.

Mãos e braços
Luvas, Mangotes: previne problemas de pele, choque eléctrico, queimaduras,
cortes e raspões e devem ser usadas em trabalhos com solda eléctrica, produtos
químicos, materiais cortantes, ásperos, pesados e quentes.

Os EPI devem ser lavados e guardados corretamente, para assegurar maior vida útil. Os EPI devem
ser mantidos
CINFOTEC separados
– Centro das roupasde
integrado daFormação
família . Tecnológica, Bairro Rangel - Rua dos CTT, Luanda
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Pernas e pés
Botas: proporcionam isolamento contra eletricidade e humidade. Devem ser
utilizadas em ambientes húmidos e em trabalhos que exigem contacto com
produtos químicos.

Tronco
Aventais, coletes, arnês, e cinto, que protegem de impactos, gotas de produtos
químicos, choque eléctrico, queimaduras e cortes. Devem ser usados em
trabalhos de soldagem eléctrica, oxiacetilénica, corte a quente.

Quando você, futuro técnico em segurança do trabalho, for realizar uma


avaliação ambiental nos locais de trabalho, você perceberá que cada
atividade/setor de trabalho possui seus riscos específicos. Então, o tipo de
proteção a ser empregado variará de acordo com cada situação.

Entretanto, você deve ter sempre em mente que as medidas de ordem geral e os
Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC têm sempre prioridade frente à
adoção de Equipamentos de Proteção Individual – EPI.

Os EPIs não evitam os acidentes, como acontece de forma eficaz com a proteção coletiva. Apenas
CINFOTEC – Centro
diminuem ou integrado
evitam lesões de Formação
que podem Tecnológica, Bairro Rangel - Rua dos CTT, Luanda
decorrer de acidentes.
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SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA

No interior e exterior das instalações da Empresa, devem existir formas de aviso


e informação rápida, que possam auxiliar os elementos da Empresa a actuar em
conformidade com os procedimentos de segurança.
Com este objectivo, existe um conjunto de símbolos e sinais especificamente
criados para garantir a fácil compreensão dos riscos ou dos procedimentos a
cumprir nas diversas situações laborais que podem ocorrer no interior de uma
empresa ou em lugares públicos.
Em seguida dão-se alguns exemplos do tipo de sinalização existente e a ser
aplicada nas Empresas.

Tipos/ Formas de Sinais

o Perigo
o Proibição
o Obrigação
o Emergência

Sinais de Perigo

Indicam situações de risco potencial de acordo com o pictograma inserido no


sinal. São utilizados em instalação, acessos, aparelhos, instruções e
procedimentos, etc..

Têm forma triangular, o contorno e pictograma a preto e o fundo amarelo.

Sinais de Proibição

Indicam comportamentos proibidos de acordo com o pictograma inserido no


sinal. São utilizados em instalação, acessos, aparelhos, instruções e

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procedimentos, etc.. Têm forma circular, o contorno vermelho, pictograma o
preto e o fundo branco.

Sinais de Obrigação

Indicam comportamentos obrigatórios de acordo com o pictograma inserido no


sinal. São utilizados em instalação, acessos, aparelhos, instruções e
procedimentos, etc.. Têm forma circular, fundo azul e pictograma o branco.

Sinais de Emergência

Fornecem informações de salvamento de acordo com o pictograma inserido no


sinal. São utilizados em instalação, acessos e equipamentos, etc..

Têm forma rectangular, fundo verde e pictograma a branco.

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RISCOS OCUPACIONAIS

Certamente no nosso dia-dia no local de trabalho deparamos com situações que


perigam o nosso bem-estar contudo, existe diversos métodos a adoptar para
identificação e resolução dos riscos e perigos existente.

Antes de dar início à abordagem sobre os riscos ocupacionais importa


diferenciar estes dois conceitos:

Perigo – é a propriedade intrínseca de uma instalação, atividade, equipamento,


um agente ou outro componente material do trabalho com potencial para
provocar dano.

Risco – é a probabilidade de concretização do dano em função das condições de


utilização, exposição ou interação do componente material do trabalho que
apresente perigo.

Classicamente, os fatores de risco para a saúde e segurança dos trabalhadores,


presentes ou relacionados ao trabalho, podem ser classificados em cinco
grandes grupos.

a) FÍSICOS: ruído, vibração, radiação ionizante e não ionizante,


temperaturas extremas (frio e calor), pressão atmosférica anormal,
entre outros. As radiações eletromagnéticas são uma forma de
energia que se apresentam em ondas elétricas vibratórias e se
propagam no espaço, acompanhadas por um campo magnético
vibratório, numa espécie de movimento ondulatório.

b) QUÍMICOS: agentes e substâncias químicas, sob a forma líquida,


gasosa ou de partículas e poeiras minerais e vegetais. Define-se poeira por
partículas sólidas cujo tamanho varia entre 0,1μ e 25μ. De modo geral, as
poeiras não se difundem no ar e se depositam por força da gravidade, como
poeira de madeira, oriunda de lixamentos, de carvão, de sílica, de chumbo.
Entre as mais facilmente respiráveis e que causam danos respiratórios
estão as fibras de algodão, de asbesto ou amianto, de poliéster, fibra de vidro,
fumos, na forma de névoa que é a suspensão no ar de diminutas gotas de
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líquido produzidas pela desintegração do estado líquido por atomização -
spray, aerossol e ebulição. No Brasil, existem legislações e normatizações sobre
o limite de tolerância do trabalhador a determinados agentes químicos.

c) BIOLÓGICOS: exposições a vírus como os da AIDS, hepatites,


fungos, pólens de plantas, pelos de gato, bactérias, parasitas, geralmente
associados ao trabalho em hospitais, laboratórios e agricultura e pecuária.
Existem medidas de avaliação de contaminantes biológicos, bem como
medidas de controlo como o uso de Equipamentos de Proteção Individual
(EPIs), campanhas de vacinação, controle de pragas e roedores nos ambientes
de trabalho, medidas de limpeza e higiene, etc.

d) ERGONÔMICOS E PSICOSSOCIAIS: decorrem da organização e gestão


do trabalho, como, por exemplo, da utilização de equipamentos, máquinas e
mobiliários inadequados, levando a posturas e posições incorretas; locais
adaptados com más condições de iluminação, de ventilação e de conforto para
os trabalhadores; trabalho em turnos e noturno; monotonia ou ritmo de
trabalho excessivo, exigências de produtividade, relações de trabalho
autoritárias, falhais nos treinamentos e supervisão dos trabalhadores, entre
outros.

No caso dos técnicos de informática, os fatores ergonômicos estão


frequentemente presentes, necessitando atenção deles em como utilizar suas
ferramentas de trabalho de modo a produzir uma qualidade de Vida no
Trabalho, evitando assim doenças ocupacionais.

e) MECÂNICOS E DE ACIDENTES: ligados à proteção das máquinas,


arranjo físico, ordem e limpeza do ambiente, sinalização, rotulagem de
produtos e outros que podem levar a acidentes de trabalho.
Os distúrbios mentais também podem estar relacionados ao trabalho. Os
determinantes do trabalho que desencadeiam ou agravam distúrbios psíquicos
irão, geralmente, se articular a modos individuais de responder, interagir e
adoecer, ou seja, as cargas do trabalho vão incidir sobre um sujeito particular,
portador de uma história singular preexistente ao seu encontro com o trabalho.
O uso abusivo de álcool e drogas, estresse e depressão são alguns exemplos.

REDUÇÃO DOS RISCOS DE ACIDENTE

Como já vimos, os acidentes são evitados com a aplicação de medidas


específicas de segurança, seleccionadas de forma a estabelecer maior eficácia na
prevenção da segurança. As prioridades são:

Eliminação do risco: significa torná-lo definitivamente inexistente. (exemplo:


uma escada com piso escorregadio apresenta um sério risco de acidente. Esse
risco poderá ser eliminado com um piso antiderrapante)
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Neutralização do risco: o risco existe, mas está controlado.

Esta opção é utilizada na impossibilidade temporária ou definitiva da


eliminação de um risco.

Sinalização do risco: é a medida que deve ser tomada quando não for possível
eliminar ou isolar o risco. (exemplo: máquinas em manutenção devem ser
sinalizadas com placas de advertência;

Locais onde é proibido fumar devem ser devidamente sinalizados.

EFEITO DA CORRENTE ELÉCTRICA SOBRE O CORPO HUMANO

Os efeitos da corrente electrica sobre no corpo humano dependem da sua


intensidade. Entre as consequências do choque eléctrico podemos citar
formigamentos e até a morte.

A corrente electrica é um fenómeno que pode levar um ser humano a morte.


Quando se estabelece uma diferença de potencial entre dois pontos do corpo
humano, flui uma corrente eléctrica entre eles. A intensidade dessa corrente
depende da da diferença de potencial e da resistência electrica entre esses
pontos sobre os quais se aplica a voltagem, por exemplo, a resistência electrica
entre as orelhas é igual a 100Ω, aproximadamente.

As correntes que chegam a ultrapassar os 200 mA não são tão perigosas quanto
as de 100 mA, pois as contrações musculares do coração são tão violentas que
esse órgão fica paralisado, facto que acaba aumentando a possibilidade de
sobrevivência de um ser humano submetido a um choque eléctrico.

Ao contrário do que muitos pensam as correntes eléctricas mais perigosas são


aquelas que tem intensidades relativamente mais baixas, que podem ser obtidas
em electrodomésticos comuns que funcionam a 110v a 220v.

Correntes mais intensas podem provocar desmaios e fortes queimaduras,


porém não chegam a matar de imediato.
Choque eléctrico

Chamamos de choque eléctrico a sensação desagradável provocada pela


circulação de corrente no corpo humano. As consequências de um choque
eléctrico varia de um

Simples susto até a morte, dependendo da intensidade da corrente e da duração


desta

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Os choques podem ser por contatos:

Directos - Quando a pessoa toca diretamente um condutor energizado.

Indirecto - Quando a pessoa toca a massa de um equipamento que


normalmente não está energizada, mas que, por falha da isolação principal
ficou energizada.
Tipos de choque eléctrico

Choque estático

Provocados por descargas de capacitores ou descargas electrostáticas (efeito


comum a inúmeros materiais e equipamentos);

Choque dinâmico

Choques que ocorrem frequentemente ao tocar-se nas partes energizadas de


uma rede eléctrica (secções vivas de condutores energizados ou por falha no
isolamento da instalação ou equipamento, provocando uma tensão de contacto
perigosa).

Descargas atmosféricas

Estes choques derivam das descargas atmosféricas (trovão)

As manifestações do choque

o contrações musculares; comprometimento do sistema nervoso central,


podendo levar à paragem respiratória;

o Comprometimento cardiovascular; provocando a fibrilação ventricular


"paragem cardíaca";

o Queimaduras de grau e extensão variáveis, podendo chegar até a


necrose do tecido.

Sintomas do choque elétrico

o Contracções musculares, tetanização dos músculos;

o Aquecimento do músculo, órgão e sangue,

o Queimaduras dos ossos, músculos, órgãos etc


.
o Parada respiratória,
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o Parada cardíaca,

o Problemas mentais,

o Perdas de memória,

o Colapso em órgãos ou músculos,

o Retenção sanguínea, e outros.

Choques eléctricos e primeiros socorros

o As chances de salvamento da vítima de choque eléctrico diminuem com


o passar de alguns minutos.

o Esperar a chegada da assistência médica para socorrer a vítima é o


mesmo que assumir a sua morte, então não se deve esperar. O caminho é
a aplicação de técnicas de primeiros socorros por alguém que esteja nas
proximidades.

o O ser humano que esteja com parada respiratório e cardíaca passa a ter
morte cerebral dentro de 4 minutos.

As considerações a levar em conta e situação de primeiros socorros são:

o Desligar o circuito eléctrico

o Afastar a fonte do choque

o Reanimação no local

o Procurar por ajuda

o Remover o acidentado para o hospital

PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO

Combater princípios de incêndios pode parecer um assunto simples a primeira


vista. Porém, quando verificamos a quantidade de variáveis existentes,
constatamos a importância de uma base teórica fundamentada e de
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treinamentos constantes. Esta apostila procurará transmitir as informações
básicas para que uma pessoa possa agir neste tipo de situação e saiba tomar as
providências necessárias, também em caso de incêndios de maiores proporções.

A primeira vista, imagina-se que ela é composta pelos equipamentos de


combate à incêndio fixados nas edificações, porem esta é apenas uma parte de
um sistema, é necessário o conhecimento e o treinamento dos ocupantes da
edificação. Estes deverão identificar e operar corretamente os equipamentos de
combate a incêndio, bem como agir com calma e racionalidade sempre que
houver início de fogo, extinguindo-o e/ou solicitando ajuda ao Corpo de
Bombeiros através do telefone 111.

Teoria básica do fogo

Iniciando o estudo, é de fundamental importância conhecermos os elementos


que compõem o fogo, para que possamos entender as relações existentes quanto
a formas de propagação e de extinção de incêndios.

Conceito de fogo

O fogo nada mais é do que uma reação química que libera luz e calor. Essa
reação química decorre de uma mistura de gases a altas temperaturas, que
emite radiação geralmente visível.

Incêndio: é uma ocorrência de fogo não controlado, que pode ser extremamente
perigosa para os seres vivos e as estruturas.

Elementos que compõem o fogo

O que é necessário para que haja fogo?

Sabendo que o fogo é uma reação química, devemos conhecer quais são os
elementos que compõem essa reação.

A teoria nos diz que são 3 elementos básicos:

o Combustível (sólido, liquido e gasosos);


o Comburente (oxigênio, lítio potássio etc.);
o Calor (energia inicial que provoca calor – centelha);

Combustível

Muitas pessoas aliam o termo combustível aos postos de combustíveis e,


consequentemente, à gasolina, ao etanol e ao diesel, tendo esses líquidos como a
única forma existente de combustível. Esse pensamento é errôneo. É
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fundamental que se entenda que combustível é toda a substância capaz de
queimar e alimentar a combustão. Sendo assim, podemos ainda classificar
combustíveis como líquidos, sólidos e gasosos, ao passo que existem
substâncias nos mais diferentes estados que atendem ao pressuposto inicial.

Triângulo do fogo

O triângulo do fogo: é uma simples representação do equilíbrio entre os três


elementos necessários para a existência do fogo. Cada lado do triângulo
representa um desses elementos e se algum deles for negligenciado certamente
não haverá fogo.

Saber as proporções corretas de cada elemento é algo que a pessoa aprende por
tentativa e erro (empiricamente), mas é bom conhecer um pouco de teoria e ter
em mente que os três elementos são necessários para se obter o fogo.

Causa de incêndio

Não atendimento aos princípios básicos de


prevenção de incêndios. Exemplos:

o Manter próximos materias


combustíveis de fontes de
energia/calor;
o Instalações eléctricas em estado precário, inadequadas, improvisadas
etc.;
o Produtos químicos que reagem entre si, guardados juntos;
o Mal uso do fogo; etc.

Descuido/ desconhecimento dos métodos de extinção do fogo.

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Formas de propagação do fogo

É de importância indiscutível nos trabalhos de extinção ou nos trabalhos de


prevenção, o conhecimento das maneiras que o calor poderá ser transmitido. As
formas de transmissão de calor de um corpo para o outro ou para um meio, são:
condução, convecção e irradiação.

Cabe ressaltar que, em algumas situações, podemos ter mais de uma forma de
propagação envolvida na transmissão do fogo.

Condução
É a forma pela qual o Calor é transmitido de corpo para corpo ou em um
mesmo corpo, de molécula para molécula.
Um bom exemplo é quando acendemos um fósforo e percebemos que o fogo
vem consumindo a madeira do palito de forma gradual, ou seja, molécula a
molécula.

Convecção

Ocorre quando o calor é transmitido através de uma massa de ar aquecida, de


um ambiente para a outro, por meio de compartimentações.
Como exemplo temos algumas situações em que um ambiente de um edifício
está em chamas e, em minutos, outro edifício que não tem ligação direta, nem
elemento físico os ligando, também começa a pegar fogo. Isso geralmente ocorre
pela transmissão de calor por massa de ar aquecida.

Irradiação

É a transmissão do calor por meio de ondas caloríficas através do espaço. Um


bom exemplo é a transmissão de calor do sol para a terra, através dos raios
solares.

Classes de incêndio

Para se combater um incêndio usando os métodos adequados (extinção rápida e


segura), há a necessidade de entendermos quais são as características que
definem os combustíveis. Existem cinco classes de combustíveis reconhecidas
pelos maiores órgãos voltados ao estudo do tema, sendo elas:

Classe A – sólidos combustíveis;


Queimam e deixam resíduos Ex: Madeira, papel, plástico, algodão etc.

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Classe B – líquidos e gases combustíveis;
Queimam e não deixam resíduos Ex: Álcool, verniz, gás etc.

Classe C – materiais energizados;


Ex: Transformadores, motores, interruptores etc.

Classe D – metais pirofóricos;


Ex: rodas de magnésio, potássio, alumínio em pó, titânio, sódio etc.

Métodos de extinção do fogo

Considerando a teórica básica do fogo, concluímos que o fogo só existe quando


estão presentes, em proporções ideais, o combustível, o comburente e o calor,
reagindo em cadeia. Calcado nesses conhecimentos, concluímos que,

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quebrando a reação em cadeia e isolando um dos elementos do fogo, teremos
interrupção da combustão.
Destes pressupostos, retiramos os métodos de extinção do fogo:

Extinção por resfriamento;


Extinção por abafamento;
Extinção por isolamento e extinção química.

Extinção por resfriamento

Este método consiste na diminuição da temperatura e, consequentemente, na


diminuição do calor. O objetivo é fazer com que o combustível não gere mais
gases e vapores e, finalmente, se apague. O agente resfriador mais comum e
mais utilizado é a água.

Extinção por abafamento

Este método consiste em impedir que o COMBURENTE (geralmente o


oxigênio), permaneça em contato com o combustível, numa porcentagem ideal
para a alimentação da combustão. Para as combustões alimentadas pelo
oxigênio, como já observado, no momento em que a quantidade deste gás no ar
atmosférico se encontrar abaixo da proporção de aproximadamente 16%, a
combustão deixará de existir. Para combater incêndios por abafamento podem
ser usados os mais diversos materiais, desde que esse material impeça a entrada
de oxigênio no fogo e não sirva como combustível por um determinado tempo.

Extinção isolamento

O isolamento visa atuar na retirada do COMBUSTÍVEL da reação. Existem duas


técnicas que contemplam esse método:

Através da retirada do material que está queimando;


Através da retirada do material que está próximo ao fogo e que deverá entrar
em combustão por meio de um dos métodos de propagação.

Extintor de incêndio

A finalidade do extintor é realizar o combate imediato e rápido em pequenos


focos de incêndio. Sendo assim, o extintor não deve ser considerado como
substituto de sistemas de extinção mais complexos, mais sim, como
equipamento adicional.

Classificação dos Extintores


AGENTE EXTINTORES

CLASSE DE EXTINTORES DEFINIÇÃO CLASSE DE EXTINÇÃO

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EXTINTOR DE INCÊNDIO DO TIPO A
CARGA DE ÁGUA É AQUELE CUJO
AGENTE É A ÁGUA EXPELIDA POR EX: MADEIRA , PAPEL, ALGODÃO,
MEIO DE UM GÁS. PLÁSTICO ETC

EXTINTORES COM PÓ QUÍMICO,


ABC
UTILIZAM OS AGENTES EXTINTORES
BICARBONATO DE SÓDIO (O MAIS
EX: MADEIRA, PAPEL, GASOLINA,
COMUM) OU O BICARBONATO DE
TINTAS, ÁLCOOL,
POTÁSSIO. ESPECIALMENTE INDICADO EQUIPAMENTOS ELÉCTRICOS
PARA PRINCÍPIOS DE INCÊNDIO DAS ETC
CLASSES A B C.

B-A
INDICADO PARA PRINCÍPIOS DE
INCÊNDIO NA CLASSE “B”, TAMBÉM EX: TINTA, VERNIZ, ÁLCOOL,
PODENDO SER UTILIZADO PARA ÓLEO ETC
COMBATER UM INCÊNDIO DE CLASSE
“A”, PORÉM COM MENOR EFICÁCIA. . MADEIRA, PAPEL, GASOLINA,
TINTAS, ÁLCOOL,

EXTINTOR DE GÁS CARBÔNICO É UM


GÁS INERTE, SEM CHEIRO E SEM COR.
DEVIDO À SUA CAPACIDADE
CONDUTORA SER PRATICAMENTE ABC
NULA, O CO2 É MUITO USADO EM
EX: MADEIRA , PAPEL, ALGODÃO,
INCÊNDIOS DE CLASSE “C”. A SUA PLÁSTICO GASOLINA, TINTAS,
FORMA DE AGIR É POR ABAFAMENTO, ÁLCOOL, EQUIPAMENTOS
PODENDO TAMBÉM SER UTILIZADO
ELÉCTRICOS ETC.
NAS CLASSES A (SOMENTE NO SEU
INÍCIO) E B (EM AMBIENTES
FECHADOS).

Podem ser utilizados por qualquer pessoa, o êxito da utilização depende dos
seguintes factores:

o Da colocação, se está visível e em boas condições;


o Conter o agente extintor adequado ao tipo de fogo;
o Utilizar na fase inicial do incêndio;
o Operador bem treinado.

Atuação com Extintores


Sendo os extintores considerados como meios de primeira intervenção, é
indispensável ter em atenção os seguintes pontos:

o Conhecer o modo de utilização dos extintores;

o Combater o fogo o mais rapidamente possível;

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o Utilizar o extintor adequado à classe de fogo em presença;

o Combater o fogo o mais rapidamente possível;

o Utilizar o extintor adequado à classe de fogo em presença;

o Actuar com o extintor com o vento pelas costas.

o Só accionar o extintor face ao sinistro;

o A aproximação ao fogo tem que ser progressiva;

o Não avançar sem estar seguro de que o fogo não o encurralará pelas
costas.

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