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E SEGURANÇA DO TRABALHO
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NOSSA HISTÓRIA
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Sumário
NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 2
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 4
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6.1 Nanotecnologias .................................................................................... 47
7. DIFICULDADES E RECOMENDAÇÕES PARA GESTÃO DA
9. ESOCIAL .............................................................................................. 55
1. INTRODUÇÃO
O ambiente competitivo em que as empresas estão inseridas faz com que muitos
gestores não detenham suas atenções quanto ao ambiente de trabalho oferecido a
seus empregados e, consequentemente, não percebem os danos a que estão
expondo seus funcionários em seu meio de trabalho, ao meio ambiente e às
comunidades. Segundo Cicco (1997), a evolução das questões relacionadas à saúde
e segurança ocupacional data da revolução industrial, onde a preocupação
fundamental era a reparação de danos à saúde física do trabalhador. As ações,
atitudes ou medidas de prevenção começaram em 1926, através dos estudos de H.
W. Heinrich verificando os custos com as seguradoras para reparar os danos
decorrentes de acidentes e doenças do trabalho.
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empregados, atendendo aos requisitos legais de saúde e segurança, regidos pela
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e Normas Regulamentadoras que tratam
de Segurança e Saúde ocupacional. Assim, o sistema de gestão atua no
comprometimento e atendimento aos requisitos legais e regulatórios, podendo trazer
inúmeros benefícios tanto do ponto de vista financeiro quanto do ponto de vista
motivacional.
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2. SISTEMAS DE GESTÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE NO
TRABALHO
Para Lin e Mills (2001), os principais fatores que influenciam a segurança são o
desempenho da organização, o tamanho da companhia, a gestão e o compromisso
dos funcionários quanto à SST. Um SGSST pode ser definido como parte do sistema
de gestão maior de uma organização utilizada para desenvolver e implantar sua
política e gerenciar seus riscos de SST. De acordo com Salamone (2008), as
motivações que levam as empresas a adotarem SGSSTs se devem, principalmente,
a fatores como melhoria contínua, melhoria na imagem, aumento da competitividade,
chance de reduzir os custos com gestão, novas oportunidades de mercado,
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produtividade mais alta e melhorias nos produtos. A implantação de SGSSTs tem sido
a principal estratégia das empresas para minimizar o sério problema social e
econômico dos acidentes e das doenças relacionadas ao trabalho, sendo, ainda, um
importante fator para o aumento de sua competitividade.
Em 1999, foi publicada pela British Standards Instituion (BSI) a norma OHSAS
18001, que foi formulada por um grupo de entidades internacionais (BVQI, DNV,
LOYDS, SGS e outras), que se fundamentaram na BS 8800. Ela foi desenvolvida em
resposta às necessidades das empresas em gerenciar suas obrigações de SST de
maneira mais eficiente. É importante destacar que, em julho de 2007, a norma
OHSAS 18001, 1999 foi substituída pela OHSAS 18001, 2007 e algumas alterações
foram feitas, tal como a introdução de novas exigências e novos requisitos para a
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investigação de acidentes, refletindo, assim, a experiência de dezesseis mil
organizações certificadas em mais de oitenta países. A OHSAS 18001 tem como
objetivo fornecer às organizações os elementos de um SGSST eficaz, que possa
auxiliá-las a alcançar seus objetivos de segurança e saúde do trabalho.
Ainda cita Araujo (2006a) que os controles implementados devem ser capazes
de identificar e avaliar as causas associadas aos acidentes e incidentes.
Principalmente, a avaliação e o exame dos incidentes, pois fornecem dados que, se
devidamente tratados através de uma visão sistêmica, podem fornecer subsídios
importantes para a prevenção de possíveis acidentes. Lapa (2001) considera a gestão
de segurança e saúde, através da garantia da integridade física e da saúde dos
funcionários, como fator de desempenho que deve ser incorporado à gestão do
negócio empresarial. Acidentes, incidentes constituem, muitas vezes, em eventos que
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devem ser controlados de maneira preventiva através do planejamento, organização
e avaliação do desempenho dos meios de controles implementados.
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formalmente em seu código de ética e que devem nortear todas as suas relações,
planos, programas e decisões, buscando implementar uma gestão socialmente
responsável. Nesse caso, o exercício destes princípios e valores se dá em duas
dimensões: a gestão da responsabilidade social interna e a gestão da
responsabilidade social externa. Assim, este novo conceito faz com que empresas
socialmente responsáveis tomem suas decisões, pró-ativamente, com base na ética
e na transparência de suas ações.
a probabilidade de que uma pessoa fique ferida ou sofra efeitos adversos na sua
saúde quando exposta a um perigo, ou que os bens se danifiquem ou se percam. A
relação entre perigo e risco é a exposição, seja imediata ou a longo prazo, e é
ilustrada por uma equação simples:
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Unido como uma simples abordagem para avaliar riscos, particularmente em
empresas de pequena dimensão (PMEs), tendo sido aprovado a nível mundial:
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processo de revisão ímpar e, em consequência, usada como referência por outros
países, é a lista dos valores limite de exposição (VLE) da Conferência Americana de
Higienistas Industriais Governamentais (CAHIG). A inserção de doenças profissionais
nas listas nacionais tem, também, como base métodos de avaliação de riscos, com o
objetivo de identificar e caracterizar doenças profissionais para fins compensatórios.
3. O QUE É
UM SISTEMA
DA GESTÃO
DE
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A noção de sistemas de gestão é muitas vezes utilizada nos processos de
tomada de decisão de empresas e, também, de uma forma inconsciente no dia-a-dia,
quer seja na
compra de
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Este conceito de procedimento baseia-se no princípio do Ciclo Deming
“Planificar Desenvolver-Verificar-Ajustar” (PDVA), concebido nos anos 50 para
verificar o desempenho de empresas numa base de continuidade. Quando aplicado
a SST, “Planificar” envolve o estabelecimento de uma política de SST, o planeamento
incluindo a afetação de recursos, a aquisição de competências e a organização do
sistema, a identificação de perigos e a avaliação de riscos. A etapa “Desenvolver”
refere-se à implementação e à operacionalidade do programa de SST. A etapa
“Verificar” destina-se a medir a eficácia anterior e posterior ao programa. Finalmente,
a etapa ”Ajustar” fecha o ciclo com uma análise do sistema no contexto de uma
melhoria contínua e do aperfeiçoamento do sistema para o ciclo seguinte.
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➢ Se tenham em atenção todos os elementos do local de trabalho para avaliar riscos
profissionais, e
➢ A direção e os trabalhadores sejam envolvidos no processo ao seu nível de
responsabilidade.
O
relatório do
Comité
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A nível internacional, a Convenção da OIT sobre Segurança e Saúde no
Trabalho, 1981, (N.º 155) e a correspondente Recomendação (N.º 164) dão ênfase à
importância fundamental de uma participação tripartida na implementação de SST,
tanto a nível nacional como empresarial. Alguns anos depois, considerou-se que a
crescente complexidade e a rápida mudança da natureza do mundo do trabalho
exigiam novas abordagens para que as condições de trabalho e de ambiente se
mantivessem seguras e saudáveis. Os modelos de gestão empresarial constituídos
para assegurar uma resposta rápida às flutuações da conjuntura através de uma
avaliação continuada do desempenho, foram rapidamente identificados como
modelos possíveis para o desenvolvimento de uma abordagem sistémica para a
gestão de SST.
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Um número significativo de normas e de linhas orientadoras de SST tem vindo,
desde então, a ser desenvolvido por entidades profissionais, governamentais e
internacionais com responsabilidades ou interesses na área de SST. Muitos países
formularam estratégias nacionais de SST que integram, igualmente, a abordagem dos
sistemas de gestão. A nível internacional, a OIT publicou em 2001 “Sistemas de
gestão da segurança e saúde no trabalho: Diretrizes práticas da OIT” (OIT-SST 2001),
que, pela abordagem tripartida, se tornou num modelo largamente utilizado para o
desenvolvimento de normas nacionais nessa área.
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155), não podendo ser tratada da mesma forma que outras matérias ambientais e de
qualidade.
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3.3 SGSST para sistemas nacionais
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segurança e saúde e a aplicação, a nível nacional, de uma abordagem do sistema de
gestão a SST.
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programas de SGSST, incluindo mecanismos de auditoria, estejam em conformidade
com a legislação e a regulamentação nacional.
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3.4.1 Auditorias
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que pode ser difícil prestar serviços de auditoria realmente independentes caso haja
um relacionamento concreto com os auditores, ou quando os custos dos serviços se
tornam o principal fator condutor.
Tem sido demonstrado por diversas vezes que a implementação de SST, e mais
ainda de um SGSST, só pode ter sucesso se todos os interessados participarem
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amplamente nessa implementação através do diálogo e da cooperação. No caso do
SGSST, um sistema gerido somente por administradores, sem qualquer contribuição
dos trabalhadores dos níveis mais baixos da hierarquia, está condenado a perder o
seu objetivo e a falhar. Alguns estudos sugerem a existência de uma associação entre
taxas mais baixas de acidentes com ausência ao trabalho e a presença na
organização (empresa) de comissões de SST e de sindicatos.
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na organização estejam sempre atualizadas. Neste contexto, os canais de
comunicação entre os diferentes níveis da organização devem ser eficazes e
funcionar em ambos os sentidos, o que significa que as informações e as
preocupações relativamente a SST aprovadas por operários deveriam ser
devidamente tidas em consideração e levadas à administração. Este é um exemplo
que ilustra a necessidade de que o sistema se centre nas pessoas.
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pequenos agricultores e o programa POSITIVE dirigido aos sindicatos, foram
desenvolvidos e amplamente testados pelo BIT. Incluem fórmulas simplificadas de
avaliação de riscos, semelhantes à etapa 1 da implementação do SGSST. Embora
não sejam um modelo de SGSST, baseiam-se em metodologias de prevenção
primária básica, apresentada de uma forma simples a empresas de pequena
dimensão. Poderiam, assim, ser adaptadas de modo a incluir alguns dos elementos
básicos do SGSST, designadamente os que se relacionam com a identificação de
perigos e com a avaliação de riscos, tal como as etapas constantes do Quadro 1 atrás
apresentado.
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claramente estabeleça os objetivos gerais de segurança e saúde e o
comprometimento com a melhoria do desempenho em segurança e saúde. Através
da implantação desta política, define-se um direcionamento geral para a empresa e
as diretrizes de atuação em relação à segurança e saúde do trabalho. Estas diretrizes
devem ser compostas por requisitos que efetivamente sejam cumpridos pela empresa
e que sejam evidenciados de maneira clara. A empresa deve fundamentar, com base
em sua política os objetivos e os respectivos programas de gestão da segurança e
saúde no trabalho.
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empresa não encontrar formas adequadas para realizar o seu acompanhamento de
forma qualitativa. Os objetivos devem ser comunicados de forma eficaz a fim de que
as pessoas possam contribuir para atingi-los.
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requisito pois o desempenho de segurança e saúde está diretamente ligado à eficácia
de sua implementação, ou seja, se os perigos e riscos forem mal identificados ou
avaliados, todas as ações decorrentes serão realizadas de forma inadequada. A
empresa, baseando-se na identificação de perigos e avaliação de riscos, deve
identificar quais são os processos que podem contribuir para a eliminação dos perigos
ou para a redução dos riscos, e estabelecer os controles necessários, considerando
diversos fatores, entre eles: o nível de risco existente, os custos, a praticidade do
controle e a possibilidade de se introduzir novos perigos, a fonte (perigo), o meio e o
homem, e quanto mais próximos os controles estiverem das fontes mais eficientes e
efetivos eles serão.
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Exigências Legais e Outras
Estrutura e Responsabilidade
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utilizado como base para a realização de novas contratações, mudanças de funções
e para a identificação de necessidades de novos treinamentos, para a garantia de
que não haja pessoas inabilitadas realizando atividades.
Consulta e Comunicação
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Segurança e Saúde no Trabalho (processos, programas, objetivos, procedimentos
etc.) devem ser medidos e monitorados, estabelecendo procedimentos para a coleta,
processamento dos dados e para a avaliação das informações de modo que permita
a tomada de decisões e a intervenção. Este requisito estabelece alguns elementos
que devem obrigatoriamente ser medidos e monitorados, como por exemplo, o
atendimento dos objetivos e das leis e normas aplicáveis, os acidentes e quase-
acidentes.
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espaço facilitador para tratar dos problemas ali existentes, nas suas dimensões de
efeitos e causas, é possível melhorar, de forma considerável, a visão dos problemas
em sua verdadeira essência e dar-lhes a solução adequada. Assim, este requisito tem
ligação direta com o conceito de retroação, pois objetiva garantir ao sistema de gestão
uma melhoria do desempenho com base nos problemas detectados, sejam eles reais
ou potenciais.
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A norma BSI-OHSAS 18001 (1999) estabelece que o Sistema de Gestão de
Segurança e Saúde no Trabalho deve ser baseado em documentos, pois parte do
principio de que a documentação é um elemento chave para a realização de qualquer
processo que envolva comunicação, permitindo que o conhecimento existente relativo
à Segurança e Saúde no Trabalho seja mantido e aperfeiçoado de forma contínua,
mesmo com a mudança das pessoas. Deve-se também ser desenvolvido um manual
ou documento similar que contemple essas informações, explicando o funcionamento
do Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho em linhas gerais. Todos
os documentos desenvolvidos para o sistema de gestão devem ser controlados por
meio de um procedimento que assegure que eles sejam criados e distribuídos de
forma organizada, permitindo a sua correta utilização.
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na política, objetivos e outros elementos do sistema de gestão de segurança e saúde
do trabalho, à luz dos resultados das auditorias do sistema de gestão, das mudanças
das circunstâncias e do comprometimento com a melhoria contínua.
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Tavares Jr. (2001), diz que, embora a gestão da saúde e segurança ainda não
exista como norma internacional, como é o caso da ISO 9000 para qualidade e da
ISO 14000, para a gestão ambiental, os especialistas da área acreditam que a
questão da saúde e segurança terá o mesmo caminho, considerando a série de
normas britânicas BS 8800 para sistemas de gestão de segurança e saúde. Diferente
das normas de qualidade e ambiental que são certificadoras, as normas de saúde e
segurança vêm na forma de guia unificando todo um conteúdo. No Brasil, há diversas
empresas que já possuem ou trabalham para obter sistemas integrados que
incorporam os requisitos da ISO 9000, ISO 14000 e as diretrizes da BS 8800.
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Dentre os objetivos da norma destacam-se: - Valorização do Capital Humano; -
Melhora do rendimento do trabalho; - Garantia do sucesso da organização; - Melhora
da imagem da organização frente à sociedade. Esta norma foi criada com a intenção
de proporcionar uma linguagem comum para os sistemas de gestão de segurança e
saúde ocupacional, auxiliando as empresas a estabelecer uma plataforma universal
para tratar e administrar questões de risco, higiene no trabalho, comportamento e
atitudes seguras em relação ao ambiente onde se exercem alguma atividade. Em
1999, foi criada A Norma Occupational Health and Safety Assessment Series OHSAS
18000 que apresenta os requisitos para um sistema em saúde e segurança
ocupacional, permitindo a uma organização controlar seus riscos em saúde e
segurança ocupacional e melhorar seu desempenho.
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medidas preventivas e de proteção requer uma avaliação exaustiva e organizada dos
riscos e a verificação contínua da eficácia de sistemas de controlo complexos. Alguns
dos exemplos que a seguir se indicam descrevem a aplicação do SGSST a sectores
chave de risco elevado da atividade económica.
Dado que os produtos químicos são uma parte integrante do nosso ambiente
natural e urbano, com benefícios inestimáveis para a sociedade, não há escolha
possível a não ser aprender a gerir eficientemente os seus efeitos indesejáveis e
prejudiciais. As estratégias de segurança relativamente aos produtos químicos
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deverão, para serem eficazes, conformar-se totalmente aos princípios gerais de SST,
nomeadamente à identificação e à caracterização de perigos, à caracterização de
riscos, à avaliação da exposição e, acima de tudo, à implementação de uma
abordagem sistémica para conseguir uma gestão racional dos produtos químicos.
Esta gestão requer mais uma abordagem integrada do que medidas isoladas,
especialmente quando alguns desses problemas podem muitas vezes ter um impacto
global. Uma gestão racional pode abranger o ciclo de vida completo dos produtos
químicos.
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Uma particularidade muito importante da Convenção traduz-se nas suas
disposições relativas à comunicação de perigos relativos aos produtos químicos e à
transferência de informações da parte dos fabricantes, dos fornecedores e dos
importadores para os utilizadores, relativas a uma utilização segura dos mesmos. A
respectiva Recomendação e o Código de Práticas sobre Segurança na utilização de
produtos químicos no trabalho, 1993, oferecem orientações adicionais. Um outro
instrumento internacional importante é a Abordagem Estratégica à gestão
Internacional de Produtos Químicos3 do PANU, 2006. O Regulamento da União
Europeia para o Registo, a Avaliação, a Autorização e a Restrição de Produtos
Químicos (REACH), de 2007, prevê o registo e a criação de dados para todos os
produtos químicos produzidos ou importados pela UE em quantidades superiores a
uma tonelada por ano.
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genérico de segurança e saúde ao longo do tempo, permitindo que as decisões sobre
o controlo e a redução de riscos sejam progressivamente aperfeiçoadas. Outras
vantagens chave são:
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5.4 Limitações de um SGSST
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➢ Dependendo da dimensão da organização, os recursos necessários à
implementação de um SGSST podem ser significativos, devendo, assim, ser objeto
de uma estimativa realista de custos globais em termos do tempo necessário à
referida implementação, às competências e aos recursos humanos necessários
para a instalação e a gestão do sistema. Isto é particularmente importante quando
se trata de subcontratação do trabalho.
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6. CONTROLO DE RISCOS GRAVES
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A indústria química e o sector da energia (seja nuclear, carbonífera ou de base
petrolífera) são sectores de risco elevado, nos quais o SGSST foi primeiramente
aplicado e utilizado. Os acidentes industriais graves, tais como a explosão da nuvem
de vapor de metilciclohexano em Flixborough, no Reino Unido, em 1974, a fuga de
isocianato de metilo em 1984 em Bhopal, que matou milhares de pessoas na Índia, a
explosão da central nuclear de Tchernobyl em 1986 e, mais recentemente, a explosão
de nitrato de amónio que ocorreu em 2001 na fábrica de AZF em França, ilustram o
potencial das instalações industriais para provocar catástrofes e as consequências da
existência de disfunções na gestão de SST.
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graves envolvendo substâncias perigosas, bem como para a redução das
consequências desses acidentes nos locais em que ocorram.
6.1 Nanotecnologias
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gestão; avaliar as implicações da produção industrial e do uso de nanomateriais na
regulamentação. Esta cooperação é um bom exemplo da aplicação de uma avaliação
de um risco emergente analisada a nível internacional.
Nessa época, anunciava-se que a chave para o sucesso das organizações era
o desenvolvimento de uma cultura corporativa forte e única, acrescentando-se que a
alta direção deveria construí-la por meio da articulação de um conjunto de valores,
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que seriam reforçados por políticas formais e informais; essa cultura corporativa
deveria também ser partilhada e respeitada por todos os colaboradores. Dessa forma,
a cultura corporativa tornou-se rapidamente uma arma a favor dos negócios bem-
sucedidos. Muitas organizações têm mostrado um interesse crescente no conceito da
cultura de segurança como um meio de reduzir os riscos de acidentes e incidentes. A
segurança não deve somente ser avaliada por meio de regulamentações, mas sim se
tornar parte da cultura da organização pelo comprometimento de todos os níveis da
administração. Estudos mostram que o sucesso na implantação de um SGSST
depende da habilidade dos agentes responsáveis pelas mudanças em controlar
situações complexas e
imprevisíveis.
Requisitos da OHSAS
18001.
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Beer e Nohria (2001) salientam que a maioria dos casos de insucesso de
SGSSTs está na pressa de mudar a empresa. Os gestores confundem-se em suas
iniciativas e perdem o foco com a quantidade de alternativas disponíveis na literatura
e/ou propostas de consultores. Os funcionários se tornam mais dispostos a cooperar
com os projetos propostos pela organização quando começam a acreditar no real
comprometimento da direção. É esta participação em conjunto, direção-
colaboradores, que proporciona o sentimento de responsabilidade coletiva, tornando-
se fator decisivo para o sucesso da mudança. A aceitação e o entendimento do
conceito de SST por parte da diretoria e a participação da área de recursos humanos
neste processo de mudança são de fundamental importância para que se consiga o
envolvimento de todos os colaboradores e a obtenção de bons resultados no projeto.
50
vinculado à participação da alta direção, da média gerência e dos colaboradores na
elaboração de políticas e no estabelecimento de um sistema de avaliação que leve à
melhoria contínua. Há uma correlação direta entre um ambiente de trabalho seguro e
o clima de segurança, que incluem compromisso da administração, comunicação,
envolvimento de colaboradores e atitudes proativas.
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Principais motivações e obstáculos na implantação de SGSSTs
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também num grande número de legislações nacionais de SST. Contudo, a gestão
sistémica confere à SST a possibilidade de estabelecer mecanismos visando não só
a avaliação e a melhoria contínua do desempenho de SST, mas também a construção
de uma cultura preventiva de segurança e saúde, tal como se encontra definida na
Estratégia Global em matéria de SST (2003) da OIT e na Convenção sobre um
Enquadramento Promocional para Segurança e Saúde no Trabalho da OIT, 2006 (N.º
187). O grau de eficácia de um SGSST só pode ser medido em função do
comportamento da gestão da organização no seu conjunto.
Como todos os métodos, tem pontos fortes e fracos que deveriam ser
conhecidos. É, assim, importante ter noção das armadilhas que podem provocar o
disfuncionamento de um SGSST, mas também saber quais os elementos a considerar
para assegurar a sua eficácia e beneficiar das importantes vantagens de um SGSST
para a segurança e saúde. Deve ter-se em atenção que estes pontos fortes e fracos
se aplicam principalmente a médias e grandes organizações, com os recursos
técnicos e financeiros necessários a uma ampla implementação do SGSST. É muito
importante lembrar que o SGSST é um método de gestão e não um programa de SST
em si próprio. Assim, uma abordagem sistémica de gestão funcionará unicamente em
função do que o suporte ou o programa de SSTT em vigor na organização permitam.
Os programas do SGSST devem funcionar no âmbito do suporte legislativo nacional
de SST e a organização deve assegurar que o sistema preveja uma verificação das
exigências da regulamentação e seja consequentemente atualizado. No Anexo 1
consta uma descrição genérica detalhada dos elementos de um sistema de gestão
de SST na organização, baseada na Convenção OIT-SST 2001.
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➢ Comprometimento da alta direção: quando os funcionários começam a acreditar
no real comprometimento da Direção para com o SGSST, eles sentem-se mais
dispostos a participar das iniciativas propostas pela organização e contribuem com
a proposição de sugestões para a melhoria do ambiente de trabalho, execução das
medidas estabelecidas e auxílio na conscientização dos demais colaboradores;
➢ Minimização da resistência às mudanças: fenômenos como conflitos, incertezas,
medo do desconhecido, falta de informação e sensações de perda de poder podem
gerar resistência às mudanças propostas e interferir negativamente na implantação
de SGSSTs. A resistência pode ser minimizada por meio de ações diversas:
incentivos a maior participação dos colaboradores no sistema, valorização de
opiniões, capacitação e adequada disponibilização de informações e recursos;
➢ Identificar aspectos da cultura da organização que podem contribuir ou prejudicar
o SGSST: fazer uma análise do perfil dos colaboradores e sua relação com a
organização para que se consiga identificar as principais resistências que podem
surgir durante a gestão de sistemas de SST tentando saná-las previamente, de
maneira a não causar perturbações desnecessárias;
➢ Capacitação técnica e gerencial dos profissionais responsáveis pela SST: os
técnicos de segurança do trabalho devem possuir habilidades tanto técnicas como
gerenciais e ter consciência de que para trabalhar em equipe e gerenciar pessoas
é necessário mostrar os benefícios individuais e coletivos da prevenção de
acidentes;
➢ Investir em comunicação interna: a empresa deve utilizar os meios e técnicas de
comunicação compatíveis com o nível de cultura de seus funcionários a fim de
informar os objetivos da empresa e as oportunidades que novos procedimentos
SST ou um novo sistema de gestão estruturado da segurança pode proporcionar;
➢ Desenvolver um mapa setorial de riscos: este mapa de riscos tende a ser melhor
aceito pelos colaboradores por resultar em maior conhecimento e proximidade
entre o trabalhador e o local com possível risco de gerar acidente. Desta forma, o
mapa se torna mais específico e de fácil leitura, ainda mais quando é
confeccionado com a participação da mão-de-obra envolvida;
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➢ Investir em treinamentos técnicos e comportamentais: o treinamento deve ser
entendido como um meio eficaz para desenvolver competências específicas nos
colaboradores e torná-los mais produtivos e criativos. Para isto, é necessário que
sejam planejados de acordo com as necessidades identificadas no SGSST e de
acordo com os requisitos exigidos em cada função;
➢ Parceria com a área de recursos humanos: o envolvimento da área de recursos
humanos em todos os processos de mudança, sobretudo naqueles relacionados à
SST, é importante para que sejam identificadas as necessidades de treinamento
relacionadas ao desenvolvimento dos funcionários, bem como a utilização de
técnicas apropriadas para mitigação dos focos de resistência, possibilitando melhor
entendimento e real comprometimento dos colaboradores com as mudanças
propostas; e
➢ Definir indicadores de desempenho em SST e retroalimentar o sistema: a empresa
deve definir, implementar e monitorar indicadores de desempenho específicos para
as atividades relacionadas à SST. Eles têm como objetivo permitir que a alta
direção, os gerentes e os demais colaboradores visualizem o status do
desempenho do SGSST, permitindo, a partir disto, a realização de uma auto
avaliação da performance e o estabelecimento de planos de ação para eventuais
correções dos objetivos e metas estabelecidos.
9. ESOCIAL
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trabalhadores celetistas, estatutários, autônomos, avulsos, cooperados, estagiários e
sem vínculo empregatício terá suas informações registradas no eSocial, ambiente
Nacional Virtual.
Por isso, as informações transmitidas nos eventos iniciais são usadas nos
eventos seguintes e para alterar um dado de evento antigo, há de se verificar as
consequências/repercussões nos eventos posteriores.
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Segundo o Manual de Orientação do eSocial, os declarantes (empregador,
órgão público, órgão gestor de mão de obra) que possuem a obrigatoriedade da
entrega das informações, são:
• Todo aquele que contratar prestador de serviço pessoa física e possua alguma
obrigação trabalhista, previdenciária ou tributária, em função dessa relação
jurídica de trabalho, inclusive se tiver natureza administrativa, conforme a
legislação pertinente;
• O obrigado pode figurar nessa relação como empregador, nos termos definidos
pelo art. 2º da CLT ou como contribuinte, conforme delineado pela Lei nº 5.172,
de 1966 (CTN), na qualidade de empresa, inclusive órgão público, ou de
pessoa física equiparada à empresa, conforme prevê o art. 15 da Lei nº 8.212,
de 1991;
• Os contribuintes que comercializam produção rural nas situações descritas no
Capítulo III do Manual;
• Também devem enviar informações ao Ambiente Nacional do eSocial os
contribuintes na situação “Sem Movimento”, detalhada no item 12 do Capítulo
I do Manual. Excetuam-se dessa obrigação:
“Faseamento” da entrega
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Para garantir a segurança e eficiência da entrada em operação do eSocial,
definiu-se uma implementação progressiva por grupos para envio das obrigações.
Este “faseamento” é dividido por grupos de obrigados e, dentro de cada grupo, por
tipo de evento:
Eventos do eSocial
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Com a substituição de uma quantidade enorme de documentos, é de se
esperar que o eSocial contemple muitas informações, de diferentes tipos,
periodicidades e frequência de reutilização. Estas informações são organizadas
em eventos, cada um contendo seu layout próprio e os campos com informações
pertinentes à ele.
Eventos Iniciais
Eventos de Tabela
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Uma vez enviadas as informações para preenchimento destas tabelas, é
necessário mantê-la perfeitamente atualizada, enviando eventos de retificação
conforme ocorram alterações.
Eventos Não-Periódicos
Como o nome sugere, são eventos que acobertam acontecimentos que não
tem uma data pré-fixada para acontecer, relacionados à direitos e deveres
trabalhistas, previdenciários e fiscais.
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• S-2200 – Cadastramento Inicial do Vínculo e Admissão/Ingresso de
Trabalhador
• S-2205 – Alteração de Dados Cadastrais do Trabalhador
• S-2206 – Alteração de Contrato de Trabalho
• S-2210 – Comunicação de Acidente de Trabalho
• S-2220 – Monitoramento da Saúde do Trabalhador
• S-2221 – Exame Toxicológico do Motorista Profissional
• S-2230 – Afastamento Temporário
• S-2240 – Condições Ambientais do Trabalho – Fatores de Risco
• S-2245 – Treinamentos, Capacitações, Exercícios Simulados e Outras
Anotações
• S-2250 – Aviso Prévio
• S-2260 – Convocação para Trabalho Intermitente
• S-2298 – Reintegração
• S-2299 – Desligamento
• S-2300 – Trabalhador Sem Vínculo de Emprego/Estatutário – Início
• S-2306 – Trabalhador Sem Vínculo de Emprego/Estatutário – Alteração
Contratual
• S-2399 – Trabalhador Sem Vínculo de Emprego/Estatutário – Término
• S-2400 – Cadastro de Benefícios Previdenciários – RPPS
• S-3000 – Exclusão de eventos
• S-5001 – Informações das contribuições sociais por trabalhador
• S-5002 – Imposto de Renda Retido na Fonte
• S-5003 – Informações do FGTS por Trabalhador
• S-5011 – Informações das contribuições sociais consolidadas por contribuinte
• S-5012 – Informações do IRRF consolidadas por contribuinte
• S-5013 – Informações do FGTS consolidadas por contribuinte
Eventos Periódicos
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Eventos Periódicos são eventos relacionados à acontecimentos com datas
fixas para acontecer, como por exemplo, a folha de pagamentos.
Eventos removidos
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S-1060 – Tabela de Ambientes de Trabalho;
Eventos incluídos
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O eSocial Simplificado é uma nova versão do eSocial, que visa facilitar as
etapas para o envio das informações. Foi apresentado pelo Governo Federal no final
de 2020.
O novo sistema busca deixar o sistema mais intuitivo e de fácil utilização nos
seus eventos. Ele foi desenvolvido por diversos órgãos e empresas como, por
exemplo, as Confederações patronais, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC),
a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação
(Brasscom), o Sebrae, a Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e
das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon),
visando que a nova versão possibilite a integração com outros sistemas. Algumas das
diretrizes essenciais que o diferenciam do eSocial 2.5 vigente:
SST no eSocial
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• S-2220 - Monitoramento de Saúde do Trabalhador- Evento utilizado para
prestação de informações relativas ao monitoramento da saúde do trabalhador
(avaliações clínicas), durante todo o vínculo laboral com o
empregador/contribuinte/órgão público, por trabalhador, no curso do vínculo ou
do estágio, bem como os exames complementares aos quais foi submetido,
com respectivas datas e conclusões.
• S-2240 - Condições Ambientais do Trabalho - Agentes Nocivos- Evento
utilizado para prestação de informações relativas as condições ambientais de
trabalho, bem como da exposição aos fatores de risco aos quais o colaborador
está exposto e das condições de insalubridade ou periculosidade,
aposentadoria especial.
O que é eSocial?:
https://www.youtube.com/watch?v=PAPjIDAFl6o&t=271s
https://www.youtube.com/channel/UCII0hpg3zsILGJSFQJTxy7A/playlists
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Material complementar, disponibilizado pelo Governo Federal: (Curso -
eSocial Aprenda Ponto a Ponto)
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-
especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/escola/e-social-aprenda-ponto-a-
ponto
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10. REFERÊNCIAS
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yMNDTqf9VfxXQkZryUKwTGy2c2d2hzKQd2n2jC8H5KMqPL2OBB1s4LRoCJVgQA
vD_BwE> Acesso em 10 mar.2022.
Esocial: o que é, obrigações e tudo o que você precisa saber. Senior. Disponível
em: < https://www.senior.com.br/solucoes/esocial>. Acesso em 10 mar.2022.
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TAVARES, J. da C., Tópicos de administração aplicada à segurança do trabalho.
10ª ed., SENAC. São Paulo, 2010.
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