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ESCOLA POLITÉCNICA BRASILEIRA

CURSO TÉCNICO EM “NOME DO CURSO”

JONATHAN MENDES GERMANO

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO: A NORMA 18001 E SEU


IMPACTO NAS ORGANIZAÇÕES

OURO PRETO
2022
ESCOLA POLITÉCNICA BRASILEIRA
CURSO TÉCNICO EM “NOME DO CURSO”

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

JONATHAN MENDES GERMANO

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO: A NORMA 18001 E SEU


IMPACTO NAS ORGANIZAÇÕES

Artigo Científico Apresentado à Escola


Politécnica Brasileira, como requisito
parcial para a obtenção do título de
Técnico em Segurança do Trabalho

Orientador: Thaís Dantas

OURO PRETO
2022
RESUMO
O objetivo da presente pesquisa é discorrer acerca dos principais aspectos da
Norma OHSAS 18000 (Occupational Health and Safety Assessment Series) -
Séries de Avaliação de Saúde Ocupacional e Segurança. É importante
destacar que a motivação de se analisar tal certificação está no fato que ela
apresenta em sua essência a busca das organizações em reduzir custos e
prejuízos com a não observação da segurança do trabalhador. As exigências
das empresas, principalmente dentro de espaços da Comunidade Europeia e
outros blocos, que a cadeia de fornecimento possua certificações que
garantam a qualidade de vida do trabalhador no ambiente laboral. Assim a
garantia desses fatores se volta para tornar-se um investimento e atenção
nesse contexto em referência a abertura de possibilidades de melhores
negociações. Ainda assim, o processo reivindicatório da segurança do
trabalhador e sua atenção tronam-se base para as conquistas inerentes a tais
fatores hoje, gradativamente entrando em pauta de forma qualificada.

Palavras Chave: Saúde do Trabalhador. OHSAS 18000. Certificações.

ABSTRACT

The objective of this research is to discuss the main aspects of the Standard
OHSAS 18000 (Occupational Health and Safety Assessment Series) -
Occupational Health and Safety Assessment Series. It is important to point out
that the motivation for analyzing such certification lies in the fact that it presents,
in its essence, the search for organizations to reduce costs and losses by not
observing worker safety. The demands of companies, mainly within spaces of
the European Community and other blocks, that the supply chain has
certifications that guarantee the quality of life of the worker in the work
environment. So the guarantee of these factors turns to become an investment
and attention in this context in reference to opening possibilities for better
negotiations. Even so, the workers' safety claim process and their attention
become the basis for the achievements inherent to such factors today, gradually
entering the agenda in a qualified way.

Keywords: Occupational Health. OHSAS 18000. Certifications.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO......................................................................................................5

2. SISTEMA DE GESTÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR. .6

2.1 A OHSAS 18000...........................................................................................12

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................14
INTRODUÇÃO

No meio organizacional e laboral, os ambientes tenham mecanismos de


oferecer condições e tecnologia direcionada à Segurança e Saúde no Trabalho, a
necessidade de produção em escala e a própria competitividade do mercado, na
qual as organizações estão inseridas, abrem espaço para o desvirtuamento de
algumas metas destas políticas de contenção e de controle de acidentes de
trabalho, por exemplo, e assim o foco e a atenção aos cuidados no ambiente de
trabalho, passam a representar possibilidades de danos para o meio que impactam,
aos trabalhadores e à própria comunidade (CAMARGO, 2011)

A qualidade do trabalho tem sido estudada como um fator importante para o


estresse no trabalho, saúde física e mental, aumentando assim a satisfação com a
vida ou a qualidade de vida. Os formuladores de políticas e organizações
internacionais aumentaram a conscientização sobre a qualidade do emprego nas
últimas duas décadas, e pesquisas para definir e medir a qualidade do trabalho
resultaram no desenvolvimento de várias estruturas internacionais sobre a qualidade
dos empregos. Esses quadros ampliaram seu papel como base para estabelecer
melhores relações e políticas trabalhistas, propondo uma ampla gama de
informações para comparações industriais e internacionais (KIM, 2022).

Os setores e atividades econômicas de alguma maneira possuem alguma


característica de frequentemente expõe seus profissionais ao contato com produtos
químicos, partículas de pó, lixo em geral, detritos e resíduos diversos é grande. E
isso a depender do ambiente em que este profissional atua possui seus agravantes
e atenuantes de periculosidade, porém que de forma alguma isenta a área de
limpeza e conservação de riscos aos quais os trabalhadores estão sujeitos tanto
físicos, químicos, biológicos, ergonômicos, por exemplo.

Para tanto este estudo tem como finalidade abordar a segurança do trabalho
dos trabalhadores sob a ótica da Occupational Health and Safety Assessment Series
(OHSA) 18000 que é traduzida como Séries de Avaliação de Saúde Ocupacional e
Segurança apresentam os requisitos para um sistema padronizado em saúde e
segurança ocupacional.

A relevância do presente estudo está na condição que o reconhecimento mais


aprofundado do conteúdo das normas OSHAS série 18000, podem fornecer
subsídios relevantes para a elaboração ou compreensão de um sistema de Gestão
de Saúde e Segurança do Trabalhador, fator determinando para profissionais,
principalmente da área específica nos dias atuais. Além deste recorte de estudo,
espera- que as resultantes apresentadas possibilitem o incentivo de novas
abordagens científicas e acadêmicas acerca do tema sob outras óticas, a partir dos
debates que se seguirão.

Para alcançar os resultados pretendidos no estudo, foi realizado um


levantamento bibliográfico e documental por meio de sites e repositórios acadêmicos
e científicos, por meio dos descritores: Saúde do Trabalhador. OHSAS 18000.
Certificações.

Os dados coletados foram classificados e catalogados por meio de sua


relação com o conteúdo e forma condensado ordenadamente no sentido de permitir
uma analise que provesse informações relevantes para o meio acadêmico e leitores
interessados, e permitisse uma maior compreensão da temática.

Como critério de exclusão dos artigos encontrados, foram retirados aqueles


com informações irrelevantes, redundantes, mantendo uma produção sintética e
objetiva do assunto de forma a alcançar os objetivos pretendidos.

2. SISTEMA DE GESTÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR

Apesar dos grandes avanços em saúde e segurança ocupacional (SSO), que


levaram a medidas que visam prevenir lesões e doenças no ambiente de trabalho,
os desafios persistem em muitas organizações (VÄYRYNEN; HÄKKINEN;
NISKANEN, 2015). 

Os riscos colocam em risco a força de trabalho, os equipamentos, o ambiente


de trabalho e impactam a competitividade e o desempenho econômico de indústrias
e comunidades. Os acidentes e doenças profissionais têm profundas consequências
adversas; trabalhadores são feridos, equipamentos são destruídos, a quantidade e a
qualidade da produção caem, há perdas econômicas devido a aposentadorias
precoces e ausências de pessoal, o que afeta negativamente a reputação e a
competitividade da organização (FERNÁNDEZ; MONTES; VÁZQUEZ-ORDÁS,
2009). .
Segundo as estatísticas, tais incidentes resultam em quase 2,3 milhões de
mortes todos os anos e geram custos de mais de 2,8 trilhões de dólares
globalmente. Esses achados mostram claramente que os acidentes e doenças
ocupacionais são uma grande preocupação e devem ser gerenciados
adequadamente (TAKALA et al., 2014).

O início do século XIX, os primeiros médicos foram inseridos nas fábricas e


foram criadas as primeiras iniciativas como leis para garantir relativa proteção do
trabalhador. Contemporâneo a essa fase, tem-se o início do movimento sindical
tendo como uma das premissas, a viabilização de um processo de controle social e
reivindicatório por melhores condições de trabalho para diversas categorias,
principalmente nos centros onde tais condições desolavam famílias que eram
suscetíveis às consequências das precárias condições tanto remuneratórias, quanto
do próprio ambiente de trabalho. (SEIFFERT, 2008).

No ano de 1919 foi criada a Organização Internacional do Trabalho (OIT), e


em uma de suas primeiras oportunidades de mobilização iniciou os debates das
enfermidades oriundas das atividades laborais e especificas de cada profissão. E
nesse período cria-se assim o primeiro conceito de cuidado da higiene Industrial e
de ergonomia, dentro de um panorama da Engenharia de Segurança Ocupacional,
recordando que nesse período o desenvolvimento de tecnologias e processos nas
cadeias produtivas, possibilitavam cada vez mais exposições a movimentações e
posturas inadequadas, e era exigido uma plena concentração e dedicação excessiva
do trabalhador (NAIME, 2012).

Posteriormente no ano de 1950, com o substrato dos debates e ações da OIT


e da Organização Mundial da Saúde (OMS), é construído o conceito Saúde
Ocupacional, enquanto uma ciência om objetivo de promover à promoção e a
manutenção do bem-estar físico, emocional, social e mental dos trabalhadores
(COLACIOPPO, 2004).

Um SGSST é uma ferramenta lógica, flexível, que pode ser adaptada à


dimensão e à atividade da organização, como também, centrar-se em
perigos e riscos de caráter genérico e específico associados às atividades
da organização. A complexidade vai depender do tipo e tamanho da
organização, ser criado para uma pequena empresa prevendo um único
processo produtivo, no qual os riscos sejam de fácil identificação, como
também para uma grande empresa onde existam múltiplos riscos
(PORTELLA, 2012, p.48).
O direito do trabalhador para que exerça suas atividades em um ambiente
adequado e salubre se une ao próprio conceito de Direitos Humanos e sua
declaração envolvendo inclusive a qualidade ambiental e está expresso na própria
Constituição Brasileira de 1988, especificamente em seu Art. 7º: “são direitos dos
trabalhadores urbanos e rurais além de outros que visem à melhoria da sua
condição social, redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de
saúde, higiene e segurança” (BRASIL, 1988 ; NAIME, 2012).

Por sua vez, o Art. 225: todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade sendo assim, é dever deste e de
todos os cidadãos, incluindo organizações empresariais e outras defender tais
preceitos e preservar o meio ambiente para as gerações atuais e futuras
(SEIFFERT, 2008).

Apenas seis anos depois em 1994 é instituída a normalização destes


preceitos por meio das Portarias 24 e 25 do Ministério do Trabalho que criava os
Programas de Prevenção do Risco Ambiental (PPRA) e o Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), seguidas posteriormente das Normas
Regulamentadoras NR 9 e NR 7. Estas últimas entraram em vigor no ano seguinte
(NAIME, 2012).

Partido do reconhecimento das normas nacionais é relevante citar a norma


britânica BS 8800, ainda em vigor, sendo que esta orientou e motivou entidades
normativas na elaboração, no ano de 1988, de um conjunto de normas nomeadas
de Occupational Health and Safety Assessment Series – OHSAS. Tais normas
visavam a realização de auditorias e certificações de programas de gestão de
segurança, saúde e meio ambiente (NAIME, 2012).

Ressalta Quelhas (2006), que as organizações ligadas às normatizações,


controle e criação de políticas nesse segmento, não atuam isoladamente, ou seja,
diversas parcelas podem ter um interesse legal para implantação de determinado
sistema de gestão. Dentre essas partes encontram-se os trabalhadores,
consumidores, clientes, fornecedores, a comunidade. Além dos acionistas,
empreiteiros e as agências governamentais encarregadas de garantir o pleno
funcionamento deste sistema de controle e dos regulamentos legais normatizadores
(QUELHAS, 2006).

O surgimento da norma OHSAS, tem o desenvolvimento iniciado em ocorre


em 1996, através de articulações de organismos certificadores (BSI, BVQI,
DNV, Lloyds Register, SGS) e de entidades nacionais normatizadoras na Irlanda,
Austrália, África do Sul, Espanha e Malásia, reunidas na Inglaterra segundo Naime
(2012).

A sustentabilidade foi perseguida pelas organizações, e, continua sendo,


compõe uma filosofia e modo de produção necessário para a garantia operacional
considerada adequada, de forma a não acarretar danos e consequentes ações ao
que ser refere a suas práticas frente aos trabalhadores (passivos trabalhistas) bem
como ao meio ambiente (passivos ambientais). Acerca da continuidade de
disponibilidade de fornecedores adequados, bem como na construção de imagem
positiva mediante à sociedade e quanto ao cumprimento da legislação cumprimento
de obrigações fiscais e tributárias a sustentabilidade representa um dos passos
fundamentadores na consolidação de uma organização produtiva e rentável
(ARANTES, 2005).

Uma da finalidade destacável da norma volta-se para a possibilidade de as


empresas possuírem um padrão de referência com aceitação internacional no que
se refere ao risco do surgimento de passivos trabalhistas. Assim, com ela,
estabelece-se a exclusão e/ou, a redução dos riscos aos funcionários e outras
partes interessadas, pertencentes à organização. A Norma 18001 por exemplo,
derivada de todo este debate, representa os requisitos representados no quadro a
seguir:

Quadro 1 - Requisitos

Assegurar aos clientes o comprometimento com a gestão da Segurança e Saúde Ocupacional;


Garantir e manter boas relações com trabalhadores e sindicatos;
Fortalecer a imagem da empresa junto aos seus clientes diretos ou indiretos;
Melhorar a imagem pública da empresa;
Reduzir acidentes que impliquem em responsabilidade civil;
Maior motivação dos funcionários;
Aumentar a produtividade relacionada à baixa taxa de absenteísmo;
Acesso a financiamentos;
Possibilidade de obtenção de seguros patrimoniais a custos mais reduzidos;
Incorporação de forma sistematizada à cultura da organização do Programa de Prevenção de
acidentes;
Riscos Ambientais (PPRA) e Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO)
Regulamentados pelo Ministério do Trabalho;
Melhorar as relações entre organização e os órgãos públicos de fiscalização trabalhista;
Implantar um processo sistematizado de análise de riscos e avaliação de perigos relacionados
Prevenir incidentes de saúde e segurança ocupacional e ambiental;
Permitir compartilhar experiências sobre prevenção de riscos trabalhistas sobre uma base
normativa comum;
Evidenciar o funcionamento do sistema de higiene e de segurança da empresa;
Eliminar/minimizar os riscos de acidentes, garantindo a proteção dos colaboradores da empresa,
com consequente redução dos riscos laborais;
Instituir a adoção de boas práticas de higiene, segurança e saúde no trabalho, tanto por parte da
empresa como pelos colaboradores;
Cumprir os requisitos legais, contratuais, sociais e financeiros de segurança e higiene do
trabalho;
Adotar um sistema de gestão de segurança e higiene no trabalho que permita cumprir os
requisitos legais.

Fonte: Naime (2012, n.p).

Neste contexto, observa-se cada vez mais destacada a forma como os órgãos
governamentais, o mercado, as organizações e os movimentos dos trabalhadores
buscam para aperfeiçoar a segurança, saúde bem como as condições do meio
ambiente de trabalho. O que de qualquer modo, demanda um planejamento com
características participativas e que permitam a participação dos gestores, dos
trabalhadores e dos empregados a fim de constituir soluções eficazes e viabilizadas
economicamente.

O aperfeiçoamento da segurança e da saúde do trabalhador, não só amplia a


produtividade e reduz o custo produtivo, mas, reduz consideravelmente as
paralizações nos processos produtivos e o absenteísmo. Além, é claro, dos
acidentes e/ou doenças ocupacionais. Assim, os aspectos preventivos envolvidos na
segurança do trabalho buscam diminuir os riscos e as condições inadequadas e
incorporar a melhoria contínua das condições de trabalho, implantando devidos
requisitos mínimos de segurança que vem sendo otimizados e continuamente
melhorados com o passar do tempo e dos estudos da área (ARANTES, 2005).
Enquanto abordagem ligas à saúde do trabalhador, um dos maiores desafios
para a saúde do trabalhador são hoje os acidentes de trabalho, e representam uma
materialização de um paradigma pois diversas ocorrências se efetivam pelo não
cumprimento de normas e não sua inexistência, uma vez que todas as atividades
são representadas na legislação a fim de proteger a integridade física do trabalhador
no desempenho de suas atividades. Tal efeito pode ser representada pela soma da
inconsequência do trabalhador, falta de conscientização do empresário e a ausência
de uma capacidade fiscalizatória suficiente para se fazer cumprir as normativas
(VENDRAME, 2001).

Assim percebe-se que mesmo um profissional voltado apenas para a


condição, por exemplo da limpeza do espalho físico, e restrito à condição de
ambiente predial, mas também todo instrumental e equipamentos de produção e
suas especificações, resíduos e a própria ação. E essa convivência passaria em
industrias como metalúrgicas, metal mecânica, automotivas, entre outras linhas de
produção e mesmo cadeias logísticas com características que se desenvolveram
mas os perigos apenas mudaram de forma, frente ao século anterior.

Todos estes ambientes expõem o trabalhador a seus riscos. E as políticas


públicas reféns da correção e tratamento de qualquer negligência.

Quando acontece um acidente de trabalho, uma sequência de fatores


indesejados ocorre nas organizações, de ordem econômica e social, como
por exemplo, tempo perdido, interrupção da rotina de produção, substituição
de mão de obra do trabalhador acidentado, pagamento de horas extras,
salário do trabalhador afastado, gasto com primeiros socorros, gastos de
medicina e engenharia para a recuperação do local do acidente, sem contar
os prejuízos para a imagem da organização (SILVA, 2019, p.44).

O autor acrescenta que em caráter econômico os acidentes representam


impacto negativo tanto para a organização quanto para os cofres públicos. Sem
contar é claro na principal parte que é a vítima de acidente. Para empresa, gera
atrasos, gastos com saúde ou mesmo sofrer embargos. Quanto ao governo e a
sociedade que o financia, pelo fato dos gastos com a Previdência Social, SUS e
custos judiciários.

Informações da Procuradoria-Geral do Ministério Público do Trabalho, entre


os anos de 2012 e 2017 foram custeados aproximadamente R$ 510 milhões
referentes a despesas previdenciárias pelos afastamentos ocasionados por
acidentes no trabalho contando apenas a área de construção civil, ocupando o
quarto lugar em despesas e o primeiro lugar em dias de afastamento (SANTOS,
2018).

Esses dados indicam que a atenção aos ambientes laborais, sejam eles quais
forem representa ao mesmo tempo que a atenção econômica com eventuais perdas
para o país e a sociedade, mas para a produção das organizações uma vez que o
rebatimento de tais cenários negativos é diretamente ligado aos meios de produção,
às empresas e marcas. E acima de tudo, o cuidado e valor que estas dão aos seus
profissionais.

Nesse sentido, os acidentes de trabalho por meio de exposição a materiais


biológicos representam o desafio principal das organizações que prestam serviços
de saúde, pois se estão presentes no contexto de como problema de saúde pública,
estando presente dentro do volume de maior agravo à saúde laboral (ZANGIROLAN,
2008).

De acordo com o Projeto Risco Biológico, do Sistema de Vigilância de


Acidentes de Trabalho com Material Biológico em serviços de saúde
brasileiros, de março de 2002 a novembro de 2016 foram registrados 14.078
acidentes de trabalho (GOMES, 2017, p. 4124).

Apesar de ser muito difundida no ambiente organizacional a ideia de que em


todo o mundo os Sistemas de Segurança e Saúde do Trabalho são fundamentais na
criação de ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis, ainda não se tem um
consenso sobre um modelo ideal de Sistema de SST. CAMARGO, 2012).

2.1 A NORMA OHSAS 18000

Vários atributos ou indicadores de qualidade do trabalho podem ser


organizados em várias dimensões conceituais e abstratas, e distinguir a qualidade
do trabalho em duas dimensões contrastantes, como hard e soft, pode ser um
método simples, mas eficaz, para analisar o impacto da qualidade do trabalho (GBB
et al., 2020). 

Essa classificação ou mapeamento dimensional pode ser útil ao vincular a


qualidade do trabalho dos funcionários a questões gerais de gerenciamento para
comparar e selecionar medidas mais eficazes não apenas para a eficácia e o
desempenho no nível organizacional, mas também para a saúde e o bem-estar no
nível individual (KIM, 2022).

A Norma OHSAS 18000 (Occupational Health and Safety Assessment Series)


- Séries de Avaliação de Saúde Ocupacional e Segurança apresentam os requisitos
para um sistema padronizado em saúde e segurança ocupacional. Permite a uma
organização o controle de seus riscos em saúde e segurança ocupacional.

Esta norma não estabelece critérios específicos de desempenho em saúde e


segurança ocupacional, e também não contempla especificações detalhadas para a
configuração de um sistema de gestão. A série OHSAS 18001 foi designada para
ajudar as organizações a formularem as políticas e os objetivos para a saúde
ocupacional e a segurança.

A série teve seu lançamento no ano de 1999 e sua revisão em 2007, e


representa uma estrutura com maior reconhecimento mundial no que tange sistemas
de gerenciamento para saúde ocupacional e segurança. Tem potencial de aplicação
em qualquer organização, independente do ramo ou do porte. A OHSAS 18001 está
altamente alinhada com a estrutura da norma ISO 14001 e é baseada em dois
conceitos: “de melhoria contínua e conformidade regulatória” (CAMAGO, 2011,
p.35).

A norma apresenta requisitos para um sistema em saúde e segurança


ocupacional e melhorar o seu desempenho. Ela não estabelece critérios específicos
de desempenho em saúde e segurança ocupacional, nem fornece especificações
detalhadas para a concepção de um sistema de gestão (PORTELLA, 2012).

A série de avaliação de saúde e segurança ocupacional OHSAS 18001, foi


desenvolvida para ajudar as organizações na formulação políticas e objetivos de
saúde e segurança ocupacional, incluindo a Norma 18002, Diretrizes para
implantação de OHSAS 18001. Um dos documentos que serviu de base para a
elaboração da OHSAS 18001 foi a BS8800:1996–Guide to Occupational Health and
Safety Management Systems, que não é uma especificação, mas um guia de
diretrizes.

Segundo DeCicco (2002 apud PORTELA, 2012), importante ressaltar que


esse novo documento não é uma norma nacional nem uma norma internacional,
visto que não seguiu a os processos de formação de normalização vigente. Por isso,
a certificação em conformidade com a OHSAS 18001 somente poderá ser concedida
pelos Organismos Certificadores (OCs) de maneira "não-creditada", portanto, sem
credenciamento para esse tema por entidade oficial que, no caso brasileiro, é o
Inmetro.

Todos os requisitos OSHAS foram planejados para serem incorporados a


qualquer sistema de gestão de saúde e segurança do trabalho. A extensão da
aplicação irá depender de fatores como política de segurança e saúde ocupacional
da organização, da natureza de suas atividades e dos riscos e complexidade de
suas operações. As especificações OSHAS têm como propósito principal buscara
segurança e saúde dos trabalhadores e não de produtos e serviços seguros
(PORTELLA, 2012).

Importante mencionar que através da antecipação, reconhecimento,


avaliação e o consequente controle dos riscos ambientais existentes ou que
venham existir nos ambientes de trabalho, as empresas, com a utilização da
OSHAS 18001, poderão estabelecer critérios de pré-seleção de quais riscos
ou de quais medidas de controle serão mais adequadas e propícias a sua
realidade, bem como, estabelecer sintonia com outras normas de gestão
(PORTELLA, 2012, p.46).

Assim a expectativa é de que em breve as empresas tenham seu interesse


em implementar suas certificações com maior empenho assim como ocorre nos
países da Europa. E nesse aspecto convém lembrar que a certificação acarreta um
diferencial competitivo de mercado relevante para o contexto global (PORTELLA,
2012).

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Iniciativas voltadas para a saúde e segurança vai além de um conjunto de


regras e abrange políticas, sistemas, padrões e registros de saúde e segurança e
envolve a incorporação de atividades e programas de saúde e segurança em outros
processos de negócios. possuir um sistema de gestão eficaz melhora a capacidade
de identificar continuamente os perigos e controlar os riscos no ambiente laboral.

Cabe aos gestores e as lideranças, bem como o compromisso da alta


administração das organizações, fornecem a visão, estabelecerem políticas,
estabelecem metas e garantir recursos implementar e apoiar programas
consistentes de sistemas de gestão da segurança e saúde do trabalho.
É um dever de todos os envolvidos construir ambientes laborais com
segurança e saúde para o trabalhador bem como fazer com que este alcance o
funcionário de maneira plena e participativa. organização conheçam suas
responsabilidades e possam desempenhar suas funções de forma eficaz.

Ainda que iniciativas tenham como meta da empresa o alcance de


cerificações, é relevante que seu aperfeiçoamento e consolidação sejam cumpridos
para que alcancem suas metas de origem em beneficio também do trabalhador.

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