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CAPA

Índice
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO.......................................................................................1
1.1. Objectivos...........................................................................................................2
1.1.1. Objectivo Geral...........................................................................................2
1.1.2. Objectivos específicos.................................................................................2
1.2. Justificava...........................................................................................................2
1.3. Metodologia........................................................................................................2
CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.........................................................3
2.2. Legislação no contexto internacional.................................................................4
2.3. Legislação no contexto de Moçambique............................................................6
2.3.1. Legislação antes da Independência Nacional..............................................6
2.3.2. Legislação depois da Independência Nacional............................................6
2.3.3. Organização dos serviços de segurança......................................................7
2.3.3.1. Segurança contra incêndios.....................................................................7
2.3.3.2. Segurança de máquinas e equipamentos de trabalho...............................8
2.3.4. Legislação no ambiente sectorial.................................................................9
2.3.5. Quadro normativo de prevenção e riscos....................................................9
2.3.6. Deveres das entidades patronais e dos trabalhadores................................10
CAPÍTULO III – CONCLUSÕES..................................................................................12
3.1. Conclusão..........................................................................................................12
Referências Bibliográficas...........................................................................................13
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
1.

A Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho (HST) devem ser considerados valores


fundamentais de qualquer organização, uma vez que garantem que os indivíduos
possam desempenhar as suas funções laborais de maneira segura e saudável. Por isso
importa desde já esclarecer alguns conceitos que por vezes as empresas confundem,
como é o caso de higiene, saúde e segurança e acima de tudo as leis que servem de
baliza quando se fala Higiene e Segurança no Trabalho que é o tema do presente
trabalho de pesquisa.

As condições de segurança no trabalho constituem, hoje, uma realidade com uma


relevância incontornável, quer no domínio da qualidade de vida, qualificação e
realização pessoais, quer em matéria de competitividade das empresas. Se a organização
da empresa interiorizar a importância da Segurança e Saúde no Trabalho (SST) e
implementar uma estrutura adequada ao cumprimento dos objetivos consagrados na lei
e nos códigos de boas práticas, os resultados serão constatáveis, não apenas em função
da redução dos acidentes de trabalho e doenças profissionais mas, também, da melhoria
das relações sociais, dos processos, da produtividade, da qualidade dos produtos ou
serviços e da disponibilidade da empresa para a inovação.1

Segurança do Trabalho pode ser definida como a ciência que, através de metodologias e
técnicas apropriadas, estuda as possíveis causas de acidentes do trabalho, objetivando a
prevenção de sua ocorrência, cujo papel é assessorar o empregador, buscando a
preservação da integridade física e mental dos trabalhadores e a continuidade do
processo produtivo, (Votorantim, 2005).

O trabalho apresentar-se em três capítulos dispostos da seguinte forma: I Capítulo


(Introdução, Objectivos, Justificativa e Metodologia), o II Capítulo apresenta a
Fundamentação Teórica e por fim o III Capítulo apresenta as conclusões e as referências
bibliográficas.

1
https://www.institutocriap.com/blog/higiene-seguranca-trabalho/higiene-seguranca-trabalho

1
1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo Geral


O presente trabalho debruça sobre o tema Enquadramento Legal da HST para melhor
estudá-lo iremos tomar como objectivo geral o seguinte:

 Descrever o Enquadramento Legal da HST.

1.1.2. Objectivos específicos


Como forma de aprofundar e explicar o objectivo que se pretende alcançar com o
presente trabalha será abordado especificamente da seguinte forma:

 Definir os conceitos básicos;


 Referenciar a legislação antes da independência nacional
 Apresentar a legislação depois da independência nacional

1.2. Justificava
A necessidade do estudo deste tema surge do facto de ser preciso conhecer o
enquadramento legal da HST e, por conseguinte, poder compreender o nível de
cumprimento das normas internacionais e nacionais nas empresas públicas e privadas de
Moçambique.

1.3. Metodologia
Nessa etapa do trabalho são apresentados os procedimentos metodológicos que foram
usados para levar a cabo o presente estudo e atender aos seus objectivos. O estudo foi
conduzido com base na abordagem qualitativa, uma vez que essa abordagem é coerente
com a pesquisa exploratória. A abordagem foi de índole qualitativa, pois trouxe
contributos capitais olhando para o seu carácter descritivo, investigativo e deu primazia
às percepções dos actores envolvidos.

2
CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.

2.1. Definição de conceitos


i. Higiene e Segurança do Trabalho (HST)

A Higiene e Segurança do Trabalho são o conjunto de metodologias adequadas à


prevenção de acidentes. Tem como objetivo a identificação e o controlo dos riscos
associados ao local de trabalho e ao processo produtivo. Para a prevenção de acidentes
de trabalho é necessária a eliminação das condições inseguras do ambiente e educar os
trabalhadores a utilizarem medidas preventivas, (Freitas, 2008).

Portanto, qualquer local de trabalho é constituído pelas pessoas que nele trabalham, por
equipamentos e materiais, espaço de trabalho e o ambiente envolvente. As pessoas
relacionam-se com todos os outros elementos do posto de trabalho e têm muita
influência sobre eles. São as pessoas que exercem as funções de controlo.

ii. Saúde no Trabalho


Não se restringe ao domínio da vigilância médica (exames médicos individuais de
avaliação da saúde/aptidão física), mas ao controlo dos elementos físicos, químicos,
biológicos e mentais que possam afectar a saúde. Um exemplo concreto de promoção da
saúde no trabalho é a implementação de ambientes ergonómicos, ou seja, assegurar que
os espaços de trabalho sejam adequadamente projectados para prevenir lesões
musculoesqueléticas.2

iii. Segurança no Trabalho


Pode ser definida como medidas administrativas adoptadas com o objectivo de diminuir
ou controlar o número de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais de uma empresa,
buscando proteger a integridade física e mental do trabalhador, para que ele possa
desempenhar de maneira saudável suas funções. A segurança no trabalho pode ser
assegurada por intermédio do uso de Equipamentos de Protecção Individual (EPI), a
manutenção de equipamentos e instalações, entre outras medidas, (Miguel, 2012).

2
https://formacao.itgest.co.mz/produtividade/higiene-e-seguranca-no-trabalho/

3
iv. Acidente de Trabalho

Segundo Andaque, (sd), acidente de trabalho é aquele que se verifique no local e no


tempo de trabalho e produza direta ou indiretamente lesão corporal, perturbação
funcional ou doença de que resulte redução na capacidade de trabalho ou de ganho ou a
morte. Considera-se também acidente de trabalho o ocorrido, no trajeto de ida e de
regresso para e do local de trabalho. Entre a sua residência habitual ou ocasional, desde
a porta de acesso para as áreas comuns do edifício ou para a via pública, até às
instalações que constituem o seu local de trabalho. Ambiente de Trabalho - Conjunto de
elementos físicos, químicos e biológicos que envolvem o Homem, no seu posto de
trabalho, (Miguel, 2012).

v. Análise de Risco

Abordagem que tem como objetivo o levantamento de todos os fatores do sistema de


trabalho homem/máquina/ambiente que podem causar acidentes. Avaliação do Risco -
A avaliação do risco consiste no processo de identificar, estimar (quantitativamente ou
qualitativamente) e valorar os riscos para a saúde e segurança dos trabalhadores. Este
processo visa obter a informação necessária à tomada de decisão relativa a ações
preventivas a adoptar, (Conceição, 2008).

De uma forma geral, Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho podem ser entendidas
como uma série de medidas e práticas destinadas a prevenir acidentes, lesões e doenças
relacionadas com o trabalho, bem como promover o bem-estar físico e mental dos
trabalhadores.
A Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho procuram reduzir os riscos profissionais,
procedendo com a identificação e minimização dos factores que podem, eventualmente,
afectar o ambiente laboral dos colaboradores. São assim estabelecidas directrizes, por
várias Organizações a nível mundial (ex: Organização Mundial do Trabalho), as quais
são transcritas para a legislação dos países de modo que estabeleçam padrões de
Higiene e Segurança no ambiente de trabalho, destinados a proteger os trabalhadores e a
promover ambientes de trabalho seguros e saudáveis.

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2.2. Legislação no contexto internacional
As fontes normativas que regulam a saúde e segurança podem variar consoante os
países. Contudo, existem algumas fontes comuns internacionais que podem existir no
seu país. Quatro dessas fontes são: Diplomas legais (leis ou decretos,) diplomas
regulamentares (regulamentos) códigos de boas práticas, e guias.

No âmbito da OIT

Decreto do Governo n.º 1/85 de 16 de Janeiro: É aprovada, para ratificação, a


Convenção n.º 155, relativa à segurança, à saúde dos trabalhadores e ao ambiente de
trabalho, adoptada pela Conferência Internacional do Trabalho.

Convenção n.º 155 da OIT: Convenção sobre a segurança, a saúde dos trabalhadores e o
ambiente de trabalho.

Organização Internacional da Normalização (ISO) anunciou que o projeto ISO 45001:


Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho foi aprovado pelos membros
participantes de seu desenvolvimento. Seu objetivo é o de melhorar o desempenho da
segurança, ou seja, o padrão foi desenvolvido para ser integrado aos sistemas de gestão
de riscos já existentes dentro das empresas a fim de complementá-los em relação à
segurança, saúde e bem-estar dos trabalhadores.3

Diretiva n.º 2001/45/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de Junho,


relativa às prescrições mínimas de segurança e de saúde para a utilização pelos
trabalhadores de equipamentos de trabalho.

Diretiva n.º 89/656/CEE, relativa aos equipamentos de proteção individual.

Diretiva n.º 89/656/CEE de 30 de Novembro relativa às prescrições mínimas de


segurança e saúde na utilização de equipamentos de proteção individual.

Diretiva n.º 92/58/CEE relativa às prescrições mínimas para a sinalização de segurança


e saúde no trabalho, (Lopes, 2018).

3
https://segurancatemfuturo.com.br/index.php/2016/08/11/iso-45001-norma-internacional-para-
seguranca-e-saude-do-trabalho/

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2.3. Legislação no contexto de Moçambique

2.3.1. Legislação antes da Independência Nacional


Desde o período colonial houve preocupação em estabelecer um quadro legislativo que
regulasse assuntos relativos à Higiene e Segurança no Trabalho. A título de exemplo:

i. O Diploma Legislativo n.º 120/71 de 13 de Novembro, aprovado pelo


Governo-Geral, aprova o Regulamento de Segurança do Pessoal e Higiene
no Trabalho, aplicável a obras de engenharia civil. Este diploma, com 126
artigos, estabelece, entre vários aspectos, valores aceitáveis de gases tóxicos
ou explosivos e de poeiras minerais.
ii. O Diploma Legislativo 48/73, de 5 de Junho, aprova o Regulamento Geral
de Higiene e Segurança no trabalho nos estabelecimentos industriais. Este
diploma apresenta 162 artigos e, dentre vários aspectos, recomenda o uso de
vestuário e equipamento apropriado para a protecção e segurança do
trabalhador, (Azevedo, et al. 2017).

2.3.2. Legislação depois da Independência Nacional

Depois da Independência Nacional foi aprovada a Constituição da República (Lei-mãe),


que no artigo 85 estabelece o direito à retribuição e segurança no emprego. Na base
deste artigo foram promulgadas outras leis que regulam aspectos relacionados com as
condições, Higiene e Segurança no Trabalho, dos quais se destacam:

i. À luz do artigo n.º 2 do art. 85 da Constituição da República, foi promulgada


a Lei n.º 23/2007, de 1 de Agosto, que aprova a Lei do Trabalho e revoga a
Lei n.º 8/98, de 20 de Julho. Esta lei contém um total de 273 artigos e resulta
da dinâmica da situação social, económica e política, que exige a
conformação do quadro jurídico-legal que discipline o trabalho, o emprego e
a segurança social. Nestes termos, o artigo 54, ponto 5, estabelece, a cada
empregado, o direito de desfrutar de medidas adequadas de protecção,
Segurança e Higiene no Trabalho, capazes de garantir a sua integridade
física, moral e mental, (Azevedo, et al. 2017).
ii. O Decreto n.º 62/2013, de 4 de Dezembro, do Conselho de Ministros,
aprova o regulamento que estabelece o Regime Jurídico de Acidentes de
Trabalho e Doenças Profssionais e revoga o Diploma Legislativo n.º 1706,

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de 19 de Outubro de 1957. Trata-se de um decreto com 74 artigos. Por outro
lado, e como forma de dar uma contribuição para o conhecimento dos
interessados sobre a legislação de Higiene e Segurança no Trabalho, o
Governo de Moçambique promulgou e divulgou alguns diplomas legais
defnidores de normas gerais e especifcas que regulam o regime jurídico
aplicável em estabelecimentos industriais e outros ramos de actividades, com
os seguintes objectivos:
 Desenvolver a consciência de segurança no trabalho;
 Permitir a aprendizagem de técnicas de prevenção e superação do risco;
 Permitir a interiorização de regras de segurança e sobre a obrigatoriedade
legal de as cumprir, (Azevedo, et al. 2017).

2.3.3. Organização dos serviços de segurança

2.3.3.1. Segurança contra incêndios


Incêndio é uma reacção química rápida, entre uma substância combustível e o oxigénio,
acompanhada de libertação de calor, fumo e/ou chamas que se desenvolve de forma
descontrolada no tempo e no espaço. Para a eclosão de um incêndio é necessária a
interacção dos três elementos que constituem o que se costuma designar como triângulo
do fogo: Combustível, Oxigénio e Fonte de Ignição.4

Elementos
estruturais Riscos Recomendações
Queda no
- - Adopção de pisos antiderrapantes
mesmo - Eliminação de ressaltos ou variações bruscas
nível por do nível do pavimento
escorrega - Manutenção do pavimento livre de substân-

mento ou cias e/ou objectos que possam provocar


tropeção escorregamento ou tropeção
- Prever meios de escoamento de fluidos
Pavimento - Acumul
- Sinalização e, se necessário, vedação das áreas
s e ação de de circulação restrita ou interditas
- Vedação das aberturas no pavimento
espaços fluidos/i
- Marcação e, se necessário, vedação das
de circulação nundaçã
zonas de circulação de veículos ou cargas
o
suspensas
- Instabilida - Indicação dos limites de carga admissíveis

de - Sinalização e protecção de partes fixas da es-

estrutural trutura onde possam chocar partes do corpo.


devida a

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https://www.google.com/search?q=incendio&oq=incend&gs_lcrp=EgZjaHJvbWUqBwgC

7
carga
excessiva
- Choque de
partes do
corpo com
elementos
estruturais
fixos
- Queda em - Aplicação de corrimões nas escadas
altura - Os escadotes devem possuir meios de apoio e
- Queda de fixação para evitar deslizamentos
objectos - As escadas verticais devem possuir anéis guar-
Escadas, - Choque de da-costas, a partir da altura de 2 m do solo
escadotes veículos - P/ alturas elevadas, prever patamares de
plataforma com a repouso entre lanços de escada com o máx. 10
s e escada m
passadiços - Nas plataformas e passadiços devem aplicar-

-se guarda-corpos com altura min. de 1 m uma


barra intermédia a 0,5 m e rodapé
- Aplicação de barreiras nas zonas de interfe-

rência da escada com a zona de circulação.


- Aplicação de corrimões nas escadas

- Quebra de - Os escadotes devem possuir meios de apoio e

materiais fixação para evitar deslizamentos


- As escadas verticias devem possuir anéis
provo-
cada, p. ex., guarda-costas, a partir da altura de 2 m do
Portas,
janelas, por choque solo
- P/ alturas elevadas, prever patamares de
paredes, de partes do
repouso entre lanços de escada com o máx. 10
etc. corpo
m.
- - Nas plataformas e passadiços devem aplicar-
- Entalamento
-se guarda-corpos com altura min. de 1 m, uma
- Queda em
barra intermédia a 0,5 m e rodapé
altura - Aplicação de barreiras nas zonas de interfer-

ência da escada com a zona de circulação

2.3.3.2. Segurança de máquinas e equipamentos de trabalho


Tal como na generalidade das áreas da Saúde e Segurança do Trabalho, os riscos de
acidente com máquinas estão relacionados com:

– O perigo real, medido pela severidade dos danos que possam decorrer do contacto
com os componentes da máquina;

– A subjectividade da percepção do risco, com que cada indivíduo identifica os vários


perigos e a sua capacidade para os prevenir. Qualquer estratégia de prevenção dos
acidentes relacionados com as máquinas deve, assim, ser dirigida para a redução do

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perigo real, através do uso de máquinas intrinsecamente seguras e para o incremento da
percepção do risco, proporcionando a cada indivíduo a informação, a formação e o
treino adequados à sua prevenção. A legislação europeia estabelece requisitos de
segurança que as máquinas devem cumprir para poderem ser comercializadas e
colocadas em serviço no Espaço Económico Europeu. Esta legislação responsabiliza os
fabricantes pela concepção e fabrico de máquinas seguras. Mas lembre-se que os
empregadores (utilizadores), também são legalmente responsáveis por colocar à
disposição dos empregados equipamentos de trabalho em boas condições de
funcionamento e segurança.

2.3.4. Legislação no ambiente sectorial


O Decreto n.º 61/2006, de 26 de Dezembro, aprovado pelo Conselho de Ministros,
aprova o Regulamento de Segurança Técnica e de Saúde para as Actividades
Geológico-Minerais. Este regulamento integra 323 artigos e, dentre vários aspectos,
obriga a que exploração mineira seja precedida de um plano de segurança e saúde
(artigo 5, ponto 1). Integra, igualmente, a Ficha de Comunicação de Acidente (Anexo
II).

2.3.5. Quadro normativo de prevenção e riscos


Segundo o art. 9 do Decreto n.º 62/2013, no seu nr. 1, acidente de trabalho é o sinistro
que se verifica, no local e durante o tempo do trabalho, desde que produza, directa ou
indirectamente, no trabalhador por conta de outrem lesão corporal, perturbação
funcional ou doença de que resulte a morte ou redução na capacidade de trabalho ou de
ganho.

Assim, apresenta-se como principal legislação de Higiene e Segurança no Trabalho


aplicável em Moçambique e com o valor de relevância universal a seguinte:

iii. O Diploma Legislativo n.º 48/73, de 5 de Julho, que aprova o Regulamento


Geral de HST em estabelecimentos industriais. Este diploma legal constitui o
quadro de normas aplicáveis em todos os sectores da indústria, com
objectivo de prevenção de riscos profissionais no ramo industrial do país.
Possui 162 artigos, que se resumem, em termos do conteúdo das suas
normas, no seguinte:
 Delimita o seu âmbito de aplicação em todos os estabelecimentos industriais
(artigos 1 e 2);

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 Dever dos empregadores e dos trabalhadores ao cumprimento das normas de
HST (artigos 3 e 4);
 Previsão de medidas de prevenção de riscos profissionais na concepção dos
projectos dos edifícios industriais, superfícies dos edifícios, iluminação,
ventilação, temperatura, humidade, ruídos, radiações, eletricidade, armazenagem
e extintores contra incêndios. (artigo 5 a 45);
 Previsão de medidas de prevenção de riscos em uso de máquinas, em actividades
de reparação e manutenção das máquinas projecção de metais. (artigo 45 a 68);
 Previsão de medidas de prevenção de riscos em uso de aparelhos e meios de
elevação, transporte e de armazenamento, em manobras, manutenção de cargas,
conservação, empilhamento de materiais, na tubagem e canalização, vias férreas
e descolamento, equipamento eléctrico entre outras operações susceptíveis de
expor riscos diversos aos trabalhadores, (Azevedo, et al. 2017).
 Previsão de regras de prevenção em actividades de instalação de cubos, tanques
e reservatórios, em trabalhos de fornos, estufas, instalações, frigorífcos, caldeiras
de vapor, aparelhos sob pressão, instalações eléctricas, soldadura e corte a gás e
eléctrico, ferramentas manuais e portáteis a motor (artigo 98 a 107).

Decreto – Lei 82/99 de 16 de Março: Transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva
n.º 89/655/CEE, do Conselho, de 5 de Novembro de 1989, alterada pela Directiva n.º
95/63/CEE, do Conselho, de 5 de Dezembro de 1995, relativa às prescrições mínimas de
segurança e de saúde para a utilização pelos trabalhadores de equipamentos de trabalho.

2.3.6. Deveres das entidades patronais e dos trabalhadores

i. Deveres das entidades patronais

Os empregadores são responsáveis pela criação e desenvolvimento de meios adequados


para proteger a integridade física e mental dos colaboradores e melhoria contínua das
condições de trabalho. Os empregadores também são obrigados a tomar todas as
precauções adequadas para assegurar que todos os postos de trabalho e meios de acesso
e de saída para o trabalho sejam seguros e livres de riscos para a segurança e saúde dos
trabalhadores. (art. 59 e 216 da Lei n,º 23/2007, de 1 de Agosto, 2007).

A entidade patronal instruirá os trabalhadores sobre os riscos do trabalho; as precauções


que devem tomar; o significado dos sinais de segurança ou sistemas de alarme; os

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métodos de trabalho que oferecem maior garantia de segurança; o uso adequado dos
instrumentos de trabalho; os meios de protecção pessoal; a importância que revestirá
para a sua saúde o facto de se apresentarem com regularidade nos serviços clínicos da
empresa; o seguimento conveniente das regras de higiene e a manutenção adequada das
respectivas instalações, (Decreto n. º 14/2018).

ii. Deveres dos trabalhadores

a) Respeitar e cumprir as disposições de higiene e segurança no trabalho, estabelecidas


no presente Regulamento e na demais legislação;

b) Não praticar actos que possam alterar, danificar ou retirar dispositivos de segurança
ou sistemas de protecção instaladas na instituição;

c) Usar correctamente e conservar em boas condições os equipamentos de protecção e


segurança individual ou colectiva;

d) Comparecer aos exames médicos e realizar os testes que visem garantir a segurança
no trabalho, sempre que for solicitado.

iii. Direitos dos funcionários e agentes do Estado no trabalho

Segundo o Decreto n. º 14/2018 constituem direitos dos funcionários e agentes do


Estado no trabalho:

a) Prestar serviço em condições de higiene e segurança;

b) Receber formação e informação adequadas sobre higiene e segurança no trabalho, de


acordo com suas actividades ou funções.

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CAPÍTULO III – CONCLUSÕES
3.

3.1. Conclusão
Embora a legislação de higiene, saúde e segurança no trabalho represente a estrutura
legal para proteger os trabalhadores, esta só é eficaz quando é sustentada pela sua
efectiva aplicação por parte das Empresas e com a fiscalização do Estado. Sem regras
de aplicação efectivas e adequadas, nem todas as entidades empregadoras se sentem
obrigadas a cumprir as normas e os regulamentos nesta área. Para garantir o
cumprimento das leis de HST, o Estado, por meio das suas agências governamentais de
fiscalização e regulamentação, deve realizar inspecções regulares nos locais de trabalho
para garantir que as empresas estão em conformidade com as leis estabelecidas.

Portanto, a aplicação da legislação de HST nas organizações é parte crucial da


responsabilidade corporativa e, para tal, é necessário conhecê-la. Para que as
organizações estejam em conformidade legal, é essencial ter um amplo entendimento da
legislação antes mesmo de aplicá-la. Isso permite identificar quais regulamentos ou
requisitos especificamente aplicáveis a organização em questão.

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Referências Bibliográficas
a) Livros e manuais

Andaque, V. (sd). Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho. UEM - FE- IAS

Azevedo, B. et all. (2017). Estudo Sobre Higiene E Segurança No Trabalho (Hst) Em


Moçambique, Maputo.

Conceição, L. (2008). Manual – Segurança e Saúde do Trabalho, Edições Sílabo,


Lisboa.

Freitas, L. (2008). Segurança e Saúde do Trabalho. Lisboa, Edições Sílabo.

Lopes, J. D. (2018) Segurança, Higiene e Saúde Do Trabalho: Uma Medida De Bem-


Estar Organizacional, Maputo.

Miguel, A. S. (2012). Manual de higiene e segurança do trabalho. 2º edição, Porto


Editora.

Votorantim, J. (2005). Manual do Observador. 1.ed. Juiz de Fora: VOTORANTIM


METAIS.

b) Legislação

Decreto n.º 61/2006, de 26 de Dezembro

Diploma Legislativo n.º 120/71 de 13 de Novembro

Diploma Legislativo n.º 48/73, de 5 de Julho

Lei n.º 23/2007, de 1 de Agosto

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