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Segurança e Higiene no Trabalho - 21101

Lic. em Ciências do Ambiente – Universidade Aberta

Texto original: Engº Cândido Dias Gaspar (Univ. Aberta)


Organização e Gestão da Prevenção e Riscos

Resumo

Quer o Governo quer os Parceiros Sociais, consideram prioritário desenvolver ações que
permitam a melhoria sustentada das condições de segurança, higiene e saúde no
trabalho, tendo em vista a redução dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais,
que representam para o país encargos insustentáveis.

Para a persecução deste objetivo estratégico foram acordadas algumas medidas, dentre
as quais destacaremos agora, a necessidade da dinamização da organização da prevenção
dos riscos profissionais nas empresas, envolvendo a comunidade técnica e científica e
apoiando a formação de técnicos de prevenção dos vários níveis.

Neste módulo apresentam-se as várias formas como as empresas podem organizar os


seus serviços de prevenção, quer criando estruturas internas próprias, quer associando-se
a outras empresas na criação de serviços comuns, quer ainda recorrendo a empresas
externas especializadas.

Fala-se também nos aspetos sociais e económicos dos acidentes de trabalho e das
doenças profissionais, focando quer as consequências, quer os custos dos acidentes de
trabalho e das doenças profissionais.

Aborda-se também alguns aspetos da gestão de um serviço de prevenção, nomeadamente


algumas das ferramentas que os gestores têm à sua disposição, como são os índices de
acidentes e as auditorias.
objetivos

No final deste módulo, os participantes devem estar aptos a:

• Identificar os grandes objetivos da prevenção;

• Descrever os elementos principais do conceito atual de prevenção;

• Citar e descrever alguns dos princípios gerais da prevenção;

• Enunciar algumas medidas de prevenção;

• Citar alguns documentos legislativos que tenham por objeto a prevenção de


acidentes de trabalho;

• Descrever as várias modalidades que uma empresa tem para organizar os seus
serviços de prevenção;

• Descrever algumas medidas a tomar em cada uma das etapas do processo de


gestão;

• Enumerar os vários índices de acidentes utilizados nas estatísticas e no controlo da


prevenção;

• Enunciar algumas das técnicas à disposição dos auditores para a realização de


auditorias;

• Listar alguns dos erros a não cometer na elaboração de um relatório de auditoria.


Introdução

Organização e gestão da prevenção é o tema que pretendemos tratar neste módulo.


Vamos portanto falar de prevenção de acidentes de trabalho e de doenças profissionais.

A prevenção dos acidentes de trabalho e dos perigos para a saúde resultantes do trabalho
é um princípio e um dever da política do Estado Português, decorrentes:

• da ratificação da Convenção 155 da Organização Internacional do Trabalho (OIT)


de 22 de Junho de 1981, sobre a “segurança, a saúde dos trabalhadores e o
ambiente de trabalho”, muito em especial da sua Parte II – Princípios de uma
política nacional;

• da transposição e adaptação do normativo nacional à Diretiva-Quadro de


Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho da Comunidade Europeia (Diretiva
89/391/CEE, de 12Jun89);

• da transposição para o direito interno de diversas Diretivas comunitárias que tratam


de assuntos específicos, designadamente:
◦ locais de trabalho (Diretiva 89/654/DEE, de 30Nov89);
◦ equipamentos de trabalho (Diretiva 89/655/CEE, de 30Nov89);
◦ equipamentos de proteção individual (Diretiva 89/656/CEE, de 30Nov89);
◦ movimentação manual de cargas (Diretiva 90/269/CEE, de 29Mai90);
◦ equipamentos dotados de visor (Diretiva 90/270/CEE, de 29Mai90);
◦ sinalização de segurança (Diretiva 92/58/CEE, de 24Jun92).

Conceito, objetivos e Princípios da Prevenção

Conceito de Prevenção

Vejamos o que se entende por prevenção, tentando estabelecer, um conceito de


prevenção.

Considera-se hoje a prevenção como uma função - que muitas das vezes se designa por
higiene e segurança - tal como a produção, manutenção, transportes, etc.

A função prevenção é, essencial mas não exclusivamente, uma função consultiva, que
remete para a hierarquia superior a operacionalização ou execução das suas propostas.

Vulgarmente diz-se que prevenção é um conjunto de técnicas e/ou procedimentos tendo


em vista eliminar os acidentes isto é, técnicas e procedimentos contra os acidentes.
No entanto esta ideia é redutora, na medida em que se afirma contra os acidentes, sendo
por isso uma prevenção passiva, que visa as consequências e não ataca as causas.

Sabemos que mais de 80% dos acidentes de trabalho têm causas humanas; é lógico
então que a primeira preocupação da prevenção sejam as pessoas, os trabalhadores.

Por esta razão, a prevenção deve ser um estado de espírito, uma filosofia de actuação,
uma prevenção para e não uma prevenção contra.

Tendo em vista chegar a uma definição ou a um conceito da prevenção, podemos dizer


que esta é, um processo sequencial que passa pelas seguintes etapas fundamentais:

• identificação dos riscos

• avaliação dos riscos

• controlo dos riscos

tendo como finalidade a eliminação dos riscos profissionais, a limitação ou anulação dos
seus efeitos e a adaptação do trabalho ao homem.

Como se vê, a prevenção deve perseguir os riscos e não os acidentes.

Esta diferença é fundamental.

objetivos da Prevenção

E quais são os grandes objetivos da prevenção?

• Em primeiro lugar, contribuir para dar resposta aos direitos fundamentais do


homem, na medida em que estes englobam o direito à vida, o direito à segurança e
o direito à vigilância da saúde;

• Em segundo lugar agir como fator da modernização e da competitividade das


empresas/instituições, melhorando as suas produtividade, qualidade, rentabilidade
e posicionamento tanto no mercado interno, como externo.

Princípios da Prevenção

A prevenção dos riscos, integrando-se na produção, organização do trabalho e na


definição/criação das condições de trabalho deve adotar alguns princípios entre os quais:
• eliminação dos riscos ao nível do projeto primeiro, concebendo
produtos/equipamentos e utilizando materiais dos quais estejam excluídos riscos
depois e, finalmente, utilizando processos e métodos de trabalho dos quais
igualmente aqueles estejam excluídos;

• avaliação dos riscos, quanto à sua origem (trabalhador, componentes materiais do


trabalho, etc) à forma como ocorrem, à sua grandeza, frequência e tipo de
consequências para o homem;

• anulação dos riscos na sua origem, evitando a sua propagação e ainda a eventual
potenciação de novos riscos;

• aplicação de princípios ergonómicos, adaptando o trabalho ao homem e não o


homem ao trabalho, eliminando o que se poderá chamar de risco ergonómico.

A ergonomia deve estar presente tanto na conceção dos locais e postos de trabalho, como
na escolha dos equipamentos, utensílios e ferramentas de trabalho, e ainda na definição
dos métodos e ritmos de trabalho.

Pensamos que a ergonomia, com as suas metodologias e as suas técnicas, pode constituir
uma mais valia nas organizações, na medida em que promovendo o estudo integrado das
situações de trabalho, aumenta a sua eficácia, segurança e competitividade.

• consideração e aplicação dos progressos técnicos, escolhendo e utilizando


componentes do processo produtivo (equipamentos, matérias e produtos) sem
perigo ou com menos perigo;

• actuação na organização do trabalho, por forma a isolar ou afastar o trabalhador da


fonte do risco, a reduzir ou eliminar o tempo de exposição ao risco, a diminuir o
número de trabalhadores expostos;

• promoção da proteção coletiva, quando nada mais é possível fazer para anular ou
minimizar os riscos, e sempre antes do recurso à proteção individual. Deve sempre
ser dada prioridade à proteção coletiva, face à proteção individual. Esta
preocupação é perfeitamente lógica, na medida em que a proteção coletiva, tal
como o nome indica, abrange a totalidade dos indivíduos pelo que rentabiliza mais
os investimentos, e principalmente, porque é efetiva e permanente, não
dependendo da vontade individual e casuística do trabalhador;

• institucionalização da formação e informação dos trabalhadores, visando entre


outros objetivos, proporcionar conhecimentos e criar competências, prevenir os
riscos associados às suas tarefas, interiorizar comportamentos adequados e
possibilitar um melhor conhecimento do processo produtivo.

A formação/informação deve ser permanente e entendida como:

• um direito do próprio trabalhador;

• fator da sua valorização e do seu desenvolvimento pessoal e profissional;


• fator de acréscimo da sua segurança;

• motor do aumento da sua eficácia, eficiência e da qualidade global do seu trabalho.

Por tais razões cada trabalhador deverá receber formação e informação suficiente e
adequada não só em relação à sua(s) atividade(s), como ainda em matérias de segurança,
higiene e saúde no trabalho, tendo em conta o seu posto de trabalho e a sua função.

Como consta da lei, a formação deve ser gratuita para os trabalhadores e para os seus
representantes, e realizar-se no horário de trabalho, quer as ações decorram no interior,
quer no exterior da empresa.

atividade:

Pense na sua empresa/instituição e faça um esboço de um plano de formação


do seu pessoal, tendo em vista aspetos de prevenção de acidentes e da
competitividade da empresa.

Síntese

• Prevenção, função consultiva por vezes designada por “higiene e segurança”,


processo sequencial que trata da identificação dos riscos, da sua avaliação e do seu
controlo;

• objetivos da prevenção, quer para dar resposta a direitos fundamentais dos


cidadãos, quer para promoção da modernização e da competitividade das
empresas;

• Princípios da prevenção, estabelecendo-se alguns princípios fundamentais, de que


se realça a necessidade da eliminação dos riscos o mais precocemente possível, da
sua avaliação e da sua anulação.

Auto-Avaliação

• Que razões permitem afirmar que a prevenção de acidentes e doenças profissionais


é um dever do Estado Português?

• Qual o conceito estabelecido para prevenção? Enuncie as etapas fundamentais de


um sistema de prevenção de acidentes.
• Descreva dois objetivos da prevenção nas empresas.

• Descreva igualmente dois princípios que a prevenção deve adotar.


Organização da Prevenção

Organização dos Serviços de Prevenção

Como parece ter ficado implícito, a organização dos serviços de prevenção das
empresas/instituições portuguesas, deve enquadrar-se nos normativos europeus e
obedecer á legislação nacional aplicável, nomeadamente ao Decreto Lei nº 26/94 de 1 de
Fevereiro.

A organização dos serviços de prevenção deve refletir o estádio de desenvolvimento


económico do país, pelo que deve privilegiar uma abordagem preventiva global, centrando
a sua atenção no ambiente do trabalho e não apenas no trabalhador e reforçando as
áreas tradicionalmente designadas por “higiene e segurança” do trabalho.

Assim, em cada instituição deve ser criado um serviço de prevenção específico, que terá
por objetivo fundamental fazer cumprir as obrigações respeitantes à garantia tanto da
segurança dos trabalhadores, como à preservação da sua saúde e bem estar físico e
psíquico, no ambiente de trabalho.

A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) numa publicação sobre “Serviços de


Prevenção das Empresas”, recomenda que os serviços de prevenção sejam organizados
segundo o seguinte esquema:

Como ressalta do organograma, os serviços de prevenção devem situar-se junto do topo


da hierarquia, por forma a que as suas determinações tenham o “peso” institucional que
esse posicionamento lhes garante.

Funções do Serviço de Prevenção


As funções genéricas de um “Serviço de Prevenção” são:

• avaliação técnica dos riscos;

• identificação das medidas de prevenção;

• conceção de programas de prevenção;

• acompanhamento, dinamização e controlo do programa de prevenção;

• promoção e vigilância da saúde dos trabalhadores;

• programação da formação e informação dos trabalhadores no campo da SHST.

As funções enunciadas para os serviços de prevenção dão lugar a uma série de atividades
concretas, designadamente:

• identificar e avaliar os riscos profissionais;

• conceber e elaborar o plano de prevenção;

• verificar os sistemas de controlo de eliminação ou redução dos riscos;

• programar e aplicar medidas de prevenção e de proteção;

• emitir pareceres sobre a aquisição e a manutenção dos equipamentos de trabalho e


na escolha das matérias primas e produtos;

• selecionar e organizar os meios e equipamentos de proteção individual e coletiva;

• elaborar informações técnicas de SHST;

• conceber e implementar ações de formação no campo da SHST;

• controlar os riscos resultantes da atuação de empresas externas;

• controlar os riscos que possam resultar da exposição dos trabalhadores à ação de


contaminantes físicos, químicos, biológicos e ergonómicos nos seus locais de
trabalho;

• planificar e implementar a sinalização de segurança;

• fazer auditorias de segurança, higiene e saúde no local de trabalho;

• fazer relatórios de avaliação de riscos;

• elaborar listas de acidentes de trabalho, de situações de baixa, relatórios e fichas


de exames médicos;
• realizar inquéritos de acidentes de trabalho;

• proceder às notificações obrigatórias;

• assegurar as medidas de primeiros socorros;

• assegurar as medidas de combate a incêndios;

• elaborar relatórios periódicos das suas atividades.

Na extensa listagem precedente, a atividade mais importante é a de identificar e avaliar os


riscos profissionais.

Como pode ser feita esta avaliação?

A Comissão Europeia, no seu Guia para a Avaliação dos Riscos nos Locais de Trabalho diz-
nos que:

“a avaliação dos riscos é um exame sistemático de todos os aspetos do trabalho, com


vista a apurar o que poderá provocar danos, se é ou não possível eliminar os perigos e, no
caso negativo, que medidas preventivas ou de proteção podem ser tomadas para
controlar os riscos”.

O citado Guia dá-nos igualmente uma lista concreta de situações e atividades que exigem
avaliação de riscos, e que se transcreve em anexo, pelo seu interesse prático.

Modalidades de Organização

Para o seu funcionamento, os Serviços de Prevenção podem organizar-se de diferentes


modos, recorrendo quer a elementos internos, quer a colaboradores ou empresas
externas.

Socorrendo-nos novamente das publicações da ACT, vejamos as possíveis modalidades de


organização dos serviços de prevenção:
Do quadro anterior retira-se que, as modalidades básicas de organização dos serviços são:

• Serviços Internos

• Serviços Externos

• Serviços Interempresas

A entidade empregadora pode optar por qualquer das modalidades, exceto nos casos
previstos na lei (empresas com atividades com riscos específicos de doença profissional e
mais de 200 trabalhadores e empresas com mais de 800 trabalhadores), em que terá
obrigatoriamente de optar por organizar Serviços Internos.

Serviços de Prevenção Internos

Esta é a modalidade que se recomenda para organizar a prevenção em:

• grandes empresas,

• empresas com riscos elevados de acidentes de trabalho ou de doenças


profissionais.

Nesta modalidade, os serviços de prevenção devem ser uma unidade funcional específica,
criada e gerida pela empresa, tendo como missão o desenvolvimento das atividade de
prevenção, em benefício exclusivo do seu pessoal.

Figura 2.1 - Serviços de Prevenção Internos

Estes serviços devem possuir os recursos humanos e técnicos necessários e suficientes


para desenvolver todas as atividades de segurança, higiene e de medicina do trabalho.

No aspeto específico da medicina do trabalho, onde se enquadram as atividades e


procedimentos respeitantes à vigilância da saúde dos trabalhadores, estes devem ser
entregues a profissionais de saúde, médicos e enfermeiros do trabalho.

A filosofia da Diretiva-Quadro e as tendências da gestão empresarial atual apontam para a


possibilidade, e até vantagem, de uma autonomia dos serviços de vigilância da saúde,
face aos de higiene e segurança, autonomia esta que pressupõe a necessidade de criar
um sistema de coordenação.

Este sistema de coordenação estabelecerá os objetivos e as competências de cada área de


atuação, bem como as suas formas de articulação.

A estrutura sugerida, dando alguma autonomia e relevância ao sub-sistema de vigilância


da saúde permite potenciar o seu desenvolvimento, nomeadamente pelo recurso a
serviços externos, em valências eventualmente em falta.
Serviços de Prevenção Externos

Se as empresas/instituições/estabelecimentos não organizarem serviços internos de


prevenção, porque a tal não são obrigados por lei ou por qualquer outro motivo, podem
recorrer a pessoas ou serviços exteriores.

Serviços externos são portanto serviços contratados a outras entidades, sem que no
entanto o empregador fique isento das suas responsabilidades legais no âmbito da
segurança, higiene e saúde no trabalho.

Os serviços externos apenas auxiliam o empregador no cumprimento das suas


responsabilidades.

A doutrina da Comissão Europeia aconselha a que os empregadores não recorram a


serviços externos quando «as questões em causa possam ser tratadas pelo seu próprio
pessoal» ou quando apenas «pretenda preencher lacunas que, na sua empresa, existem
em termos de formação fundamental, gestão ou supervisão».

De acordo com o Artº 7º do Decreto Lei nº 26/94 de 1 de Fevereiro, os serviços externos


contratados (com contrato escrito obrigatório) podem, por sua vez, ser prestados por
organizações diversas, nomeadamente:

• associações sem fins lucrativos;

• cooperativas;

• sociedades privadas;

• entidades públicas da Administração Central, Regional ou Local;

• instituições do Serviço Nacional de Saúde.


Figura 2.2 - Serviços de Prevenção Externos

Qualquer que seja a entidade externa contratada, é necessário que a mesma tenha
organização, capacidades e competências que a torne apta a prestar os serviços
pretendidos com regularidade e continuidade além de, evidentemente, cumprirem outras
exigências legais que estejam estabelecidas.

As empresas externas de prestação de serviços no campo da prevenção devem estar


aptas a atuarem em diferentes áreas, designadamente:

• na deteção, identificação e avaliação dos riscos;

• na vigilância da saúde;

• na análise de dados sobre acidentes de trabalho e doenças profissionais;

• na formulação e proposta de medidas;

• no aconselhamento e/ou desenvolvimento da informação e formação;

• na especificação de produtos, materiais equipamentos e processos;

• na elaboração de programas e planos de prevenção;

• no desenvolvimento de auditorias e elaboração de relatórios.

Após a assinatura do contrato com a entidade externa prestadora do serviço e iniciada a


atividade desta, a empresa contratante dispõe de um prazo de 30 dias para enviar ao
ISHST as seguintes informações:

• identificação completa da entidade externa prestadora do serviço;

• local(ais) da prestação do serviço;

• data da início da atividade;

• termo da atividade (quando fixado);

• identificação do técnico responsável pelo serviço e do médico de trabalho;

• número de trabalhadores abrangidos pelos serviços;

• número de horas de pessoal, afetadas por mês ao serviço;

• actos eventualmente excluídos do âmbito do contrato.

O já citado Decreto Lei 26/94 admite ainda que a entidade empregadora organize os seus
Serviços Externos de Prevenção da forma que entender, desde que esteja previamente
autorizada para tal pela ACT.

Serviços de Prevenção Interempresas

“Serviços Interempresas” são serviços criados por acordo entre várias empresas, para
utilização comum pelos seus trabalhadores.

O acordo de criação dos serviços interempresas deve ser reduzido a escrito, em


documento a enviar para aprovação à ACT.

Como é óbvio, o serviço Interempresas também não isenta os diversos empregadores que
a eles recorrem das suas obrigações legais em matéria de segurança, higiene e saúde dos
respetivos trabalhadores.

O início das atividades de um serviço interempresas deve ser comunicado à ACT no prazo
de 30 dias, por cada um dos empregadores que a ele recorrem; na comunicação devem
ser indicados os mesmos elementos que se listaram para os serviços externos de
prevenção.

Figura 2.3 - Serviços de Prevenção Interempresas

Síntese

• Organização da prevenção numa empresa, apontando-se três alternativas possíveis


e as suas características:
◦ serviços internos,
◦ serviços externos e
◦ serviços interempresas.

• Funções e atividades de um “serviço de prevenção”, listando-se as suas funções


genéricas, nomeadamente:
◦ a necessidade de uma avaliação técnica dos riscos,
◦ a elaboração e aplicação de programas de prevenção,
◦ a obrigação moral e legal de uma formação adequada dos trabalhadores, em
assuntos, técnicas e procedimentos que possam por em causa a sua segurança
e a sua saúde e bem estar.

Auto-Avaliação

• Enumere algumas funções e/ou atividades de um Serviço de Prevenção.

• Como pode ser feita a avaliação dos riscos profissionais?

• Que modalidade de organização dos serviços de prevenção pode adotar na sua


empresa/instituição? Quais as vantagens e inconvenientes de umas modalidades
em relação às outras?
Gestão da Prevenção

Ciclo da Gestão da Prevenção

Os Serviços de Prevenção, nomeadamente os internos, devem ser geridos com eficiência e


eficácia como qualquer outro serviço, como qualquer outra função da empresa.

A gestão da prevenção, como toda a gestão, obedece ao ciclo:

Figura 2.3 - Ciclo da Gestão

A eficiência e a eficácia dos serviços de prevenção visa alcançar as finalidades e os


objetivos estabelecidos no projeto de prevenção da empresa, utilizando da maneira mais
racional possível todos os meios postos à sua disposição.

Consideremos então que estamos perante um projeto, projeto este com a singularidade
de ser um projeto contínuo, que não se dissolve após a sua conclusão. Até porque, não
tem conclusão...

Então o que se pode entender como gestão da prevenção?

Gestão da prevenção, será todo o processo do planeamento, organização, execução e


controlo dos serviços e atividades da prevenção nas empresas, estabelecimentos ou
instituições, desde o seu início e ao longo do tempo.

A gestão da prevenção tem custos mas, os acidentes e as doenças profissionais têm


custos ainda mais elevados, em especial na indústria.

A gestão da prevenção (ou da segurança, higiene e saúde) nos locais de trabalho é um


fator importante para qualquer programa de controlo de custos nas empresas.
Como a qualquer gestão, também a gestão da prevenção cabe otimizar os recursos
humanos e materiais que utiliza, tendo em vista a redução dos custos.

Mas, esta otimização não pode nunca por em causa a qualidade dos serviços.

O grande objetivo da prevenção é, garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores no


seu ambiente de trabalho.

Este objetivo nunca deve ser esquecido.

“A segurança não tem preço” e “Vão-se os anéis, fiquem os dedos”, são algumas das
frases que é vulgar ouvirmos e que, quanto a nós devem ser seguidas pelos
empregadores, não sacrificando os resultados aos custos.

Etapas da Gestão da Prevenção

A gestão da prevenção iniciando-se com o planeamento, prolonga-se num ciclo dinâmico,


em que inclui organização/execução/direção e o controlo, como já se referiu.

Em cada uma das etapas do processo podemos considerar:

• no planeamento:
◦ estabelecimento de objetivos
◦ definição da estratégia de atuação
◦ determinação de recursos
◦ elaboração de planos

Planear não é uma tarefa que seja feita de uma só vez.

Normalmente há que planear, e voltar a planear sempre que haja ou se prevejam


alterações.

Em todo e qualquer planeamento há algumas ideias-chave a reter:

sem planear não é possível controlar;

nenhum planeamento é único;

planear possibilita antecipar problema;

todo o planeamento é dinâmico e interativo;

planear não elimina a necessidade de tomar decisões;

planear permite definir responsabilidades e reparti-las.


• na organização/execução/direção:

organização dos serviços

elaboração de programas

cativação de recursos humanos e materiais

coordenação/direção da execução

motivação dos intervenientes

• no controlo:

avaliação dos resultados

relatórios

propostas

Embora algumas tarefas incluídas no controlo possam ser feitas obedecendo a um ritmo
(mensais, anuais, etc) o controlo em si mesmo não tem data fixa, nem periodicidade;
deve ser uma preocupação constante, uma forma de estar.

A avaliação do desempenho face aos objetivos é essencial para qualquer gestor. Na


prevenção da segurança e da saúde dos trabalhadores também o é, por diversas razões:

• para verificar se os padrões alcançados estão próximos dos objetivos da empresa;

• para obter informações com a finalidade de propor e/o justificar mudanças ou


revisão dos objetivos.

Avaliação da Prevenção

Como se calculam ou se avaliam os resultados em segurança e saúde no trabalho?

Por várias formas, designadamente determinando os níveis de alguns índices e fazendo


auditorias.
Índices de Acidentes

As estatísticas dos acidentes ocorridos na empresa no seu todo, ou em cada um dos seus
departamentos, são uma boa fonte para o cálculo da ação global dos serviços de
prevenção.

Estes índices permitem uma comparação ao longo do tempo no interior da empresa ou,
com os valores apresentados por empresas com atividades iguais ou semelhantes.

Mas, atenção.

Os índices são um bom indicador, mas não traduzem em absoluto as situações, uma vez
que existe sempre alguma falta de fiabilidade nos dados históricos dos acidentes
participados.

Os gestores dos sistemas de prevenção têm de ter sempre em conta as limitações das
suas próprias estatísticas e não ficarem descansados quando a sua sensação de segurança
se baseia apenas na não participação de acidentes pelos diversos departamentos.

Os índices utilizados, elementos de análise da situação quanto a acidentes de trabalho


são:

• índice de incidência de acidentes (I i), representa o número de acidentes com


baixa por cada mil trabalhadores, durante um período de tempo (normalmente, um
ano):

• índice de frequência (I f), dá-nos o número de acidentes com baixa por milhão
de horas.pessoa de trabalho realizado:

• índice de gravidade, representa o número de dias úteis perdidos por mil


horas.pessoa trabalhadas, considerando-se que uma morte por acidente equivale a
7500 dias perdidos:
• índice combinado ou de avaliação da gravidade, que combina os valores
dados pelo índice de gravidade e pelo índice de frequência e representa o número
de dias úteis perdidos em média por acidente ocorrido:

Auditorias

As auditorias, internas ou externas, são outro instrumento que os gestores da função de


prevenção nas empresas, têm à sua disposição.

Aliás, uma das características de qualquer auditoria é o de estar ao serviço da gestão, isto
é ser uma ferramenta da própria gestão.

Etimologicamente, o termo auditoria deriva do verbo latino audire, que significa ouvir.
Saber ouvir é na realidade uma das qualidades essenciais de um auditor.

Entende-se por auditoria, o exame sistemático, partindo de critérios explícitos, de um


sistema, plano, ação, ou dispositivo, a fim de identificar problemas e de tomar as decisões
apropriadas à sua resolução. (Guy le Boterf)

Adotando esta definição, podemos destacar três vertentes numa auditoria:

• a auditoria é uma auscultação sistemática isto é, um exame metódico do


funcionamento e dos seus efeitos;

• a auditoria utiliza critérios explícitos ou seja, objetiva quadros de referência a partir


dos quais se possam medir desvios, disfuncionamentos, contradições, incoerências,
não conformidades, enfim, problemas;

• a auditoria está ao serviço da gestão, uma vez que não só constata, como ajuda a
resolver problemas existentes ou previstos, faz propostas de alteração ou correção
e contribui para a tomada de decisão e para a realização.
A auditoria tem portanto um carácter operatório.

Por este motivo deve:

• trabalhar balizada por um quadro de referências – critérios, indicadores, Diretivas,


determinações, legislação, normas, etc;

• ter ao seu dispor ferramentas que permitam identificar e medir os problemas a


tratar – questionários, listagens, guias de observação, etc;

• explicitar os problemas atuais e previsíveis a resolver – desvios em relação a


normas, incoerências, desfasamentos, contradições entre decisões, procedimentos
incorretos ou inexistentes, etc;

• comprometer os auditados, na resolução dos problemas.

Neste quadro de atuação, o papel do auditor é o de conciliar uma atitude de controlo, com
uma atitude mais abrangente de intervenção e conselho, uma atitude prospetiva de
atuação para o futuro.

Guy le Boterf diz-nos que uma auditoria eficaz se operacionaliza em sete aspetos:

• estar ao serviço da decisão por quem de direito;

• ser dinâmica e prospetiva;

• ser participativa e educativa;

• ter na sua base uma atitude de escuta ativa e empenhada;

• mobilizar um quadro de referências rico e pertinente;

• reconhecer a complexidade do assunto e dos intervenientes;

• ter em conta a atitude da empresa/instituição ou do sistema auditado face à


mudança.

Tipos de Auditoria

Podemos dizer que há variados tipos de auditoria conforme se considere:

• o campo a auditar - toda a empresa, um serviço, etc;

• a finalidade - da gestão global, da gestão da prevenção, etc;

• o alcance;
• a entidade auditora – interna ou externa.

Consideremos, por mais apropriada a este módulo, o caso de uma auditoria interna, de
gestão de um serviço ou sistema.

A auditoria interna é uma função de avaliação independente, criada numa empresa para
examinar e avaliar as suas atividades, numa perspetiva de prestação de serviços à própria
empresa.

O objetivo duma auditoria interna é o de apoiar os responsáveis da empresa, no


desempenho das suas responsabilidades fornecendo-lhes

• informações

• análises

• avaliações

• recomendações

• conselhos

• propostas

relativas às atividades auditadas.

Para a sua realização, a auditoria (isto é, o auditor), utiliza técnicas que não sendo
exclusivas, podem ser classificadas como próprias, tais como:

• análise de documentação – por exemplo, participações de acidentes;

• sondagens;

• aplicação de questionários;

• observação de procedimentos (erros, duplicidade, omissão, inexistência, execução


com dolo, etc);

• entrevistas com os auditados (obter informações e sugestões);

• observação “in loco” (para comprovar formas de atuar, familiarização com o


ambiente e interação com a área auditada).

Perfil do auditor

O auditor deve ser um técnico qualificado e certificado que, de forma independente e


isenta, elabora um relatório sobre o âmbito da auditoria que lhe foi pedida.

O auditor deve ter dois tipos de competências:

• a nível técnico, conhecimentos de gestão geral, de técnicas de auditoria e, no caso


de auditor da prevenção ou da segurança, higiene e saúde, conhecimentos da
legislação nacional e comunitária aplicável;

• a nível psicológico, capacidade de análise e síntese, poder de observação, perceção


rápida, poder de expressão oral e escrita, facilidade de persuasão, facilidade de
relacionamento interpessoal, discrição, capacidade de ouvir e bom nível de atenção,
curiosidade intelectual, objetividade e controlo emocional.

Na sua actuação, o auditor deve obedecer a padrões de atuação rigorosos de que


destacamos:

• exercer a sua atividade objetiva e criteriosamente;

• agir com independência;

• manter o sigilo e não divulgar dados;

• fundamentar-se antes de emitir opiniões;

• reconhecer que não é senhor da verdade absoluta;

• ponderar bem os juízos a emitir;

• documentar-se para elaborar o seu relatório e emitir o seu julgamento.

Relatório da auditoria

Toda a auditoria termina com a elaboração e apresentação de um relatório.

Este documento tendo características próprias, deve dar respostas específicas.

Vejamos, de uma forma telegráfica.

Características:

• reflete o ponto de vista do auditor sobre o que ele deseja que os destinatários
leiam, compreendam e decidam;

• sensível porque questiona situações;

• não controla os seus efeitos;

• normalmente volumoso.
Qualidades:

• de redação - frases curtas, sem gíria e em linguagem adaptada ao destinatário



• de expressão - escrita rigorosa e precisa

• de extensão - adaptada ao tempo do destinatário

• de eficiência - deve permitir medir os resultados

Erros mais frequentes:

• atos incorretamente avaliados quanto à materialidade, natureza da extensão do


risco, etc.

• escrita pouco concisa e não factual(apresenta opiniões e não factos)

• erros de valores (erros técnicos)

• apresentação de factos especulativos como certos

• erros de datas (inconsistência dos factos)

Síntese

• Gestão da prevenção, considerando esta como um projeto da empresa, projeto


especial no qual a qualidade não pode ou não deve subordinar-se aos custos;

• Nas atividades de uma gestão eficaz da prevenção:


– organização;
– execução;
– direção;
– controlo.
• Na forma e nos instrumentos que permitem uma avaliação objetiva e concreta da
prevenção, como sejam alguns índices estatísticos e as auditorias internas ou
externas.

Auto-Avaliação

• Trace o ciclo da gestão e defina cada uma das suas etapas.


• O que entende por gestão da prevenção?

• Indique os índices estatísticos apresentados. O que representa o índice de


gravidade?

• Defina auditoria e analise as suas vertentes de actuação.

• Em sua opinião que qualidades e competências deve ter um auditor.


Anexos

Situações e atividades laborais que exigem avaliação dos riscos

(A presente lista tem carácter ilustrativo e não estabelece prioridades, devendo as


mesmas ser estabelecidas durante a avaliação de riscos no local de trabalho.)

1. Uso de equipamento de trabalho

1.1 Peças móveis em rotação ou translação, insuficientemente protegidas, que podem


esmagar, cortar, ferir, bater, agarrar ou puxar.

1.2 Peças ou material em movimento livre (cair, rolar, escorregar, bater, desprender,
oscilar, desmoronar-se) que podem agredir alguém.

1.3 Movimentos de máquinas e veículos.

1.4 Perigo de incêndio e explosão (por exemplo, devido a fricção e recipientes sob
pressão).

1.5 Entalar.

2. Práticas de trabalho e características do local

2.1 Superfícies perigosas (arestas, cantos, pontas cortantes, superfícies ásperas,


saliências).

2.2 Trabalhos em altura.

2.3 Trabalhos que implicam posturas e/ou movimentos forçados.

2.4 Espaço acanhado (por exemplo, ter que trabalhar entre peças fixas).

2.5 Deslizar e escorregar (superfícies molhadas ou escorregadias, etc.).

2.6 Estabilidade da oficina.

2.7 Efeitos do uso de equipamento de proteção pessoal noutros aspetos do trabalho.

2.8 Técnicas e métodos de trabalho.

2.9 Penetrar e trabalhar em espaços reduzidos.


3. Uso de eletricidade

3.1 Interruptores elétricos.

3.2 Instalações elétricas, por exemplo, condutores em anel fechado e circuitos de


iluminação.

3.3 Equipamento acionado eletricamente (controlos, isolamento).

3.4 Uso de ferramenta elétrica portátil.

3.5 Incêndio ou explosão originados por energia elétrica.

3.6 Cabos elétricos suspensos.

4. Exposição a substâncias ou preparados perigosos para a saúde e segurança

4.1 Inalação, ingestão e absorção pela pele de material perigoso para a saúde (incluindo
aerossóis e partículas).

4.2 Uso de materiais inflamáveis e explosivos.

4.3 Falta de oxigénio (asfixia).

4.4 Presença de substâncias corrosivas.

4.5 Substâncias reativas ou instáveis.

4.6 Presenças de produtos alergénicos.

5. Exposição a agentes físicos

5.1 Exposição à radiação eletromagnética (calor, luz, raios X, radiações ionizantes).

5.2 Exposição a raios laser.

5.3 Exposição ao ruído, ultrassons e infrassom.

5.4 Exposição a vibrações mecânicas.

5.5 Exposição a substâncias e/ou meios quentes.

5.6 Exposição a substâncias e/ou meios frios.

5.7 Presença de fluídos sob pressão (ar comprimido, vapor, líquidos).

6. Exposição a agentes biológicos


6.1 Risco de infeção decorrente da manipulação e que conduz a uma exposição não
intencional a microrganismos, exotoxinas e endotoxinas.

6.2 Risco de infeção devido exposição inadvertida a microrganismos (por exemplo


bactérias do tipo «legionella» dispersadas por torres de arrefecimento a húmido).

6.3 Presença de produtos alergénicos.

7. fatores ambientais e condições climáticas

7.1 Iluminação inadequada.

7.2 Controlo deficiente da temperatura, humidade e/ou ventilação.

7.3 Presença de poluentes.

8. Interação local de trabalho-fatores humanos

8.1 Dependência do sistema de segurança da receção e processamento exatos da


informação.

8.2 Dependência dos conhecimentos e aptidões do pessoal.

8.3 Dependência das normas de comportamento.

8.4 Dependência de uma boa comunicação e de instruções adequadas para fazer face a
condições alteradas.

8.5 Impacto do abandono previsível de procedimentos de trabalho seguros.

8.6 Adequação do equipamento de proteção pessoal.

8.7 Fraca motivação para trabalhar em segurança.

8.8 fatores ergonómicos, tais como conceção do posto de trabalho para que se adapte
bem ao trabalhador.

9. fatores psicológicos

9.1 Trabalho duro (intenso e/ou monótono).

9.2 Dimensões do local de trabalho (claustrofobia e isolamento, por exemplo.)

9.3 Ambiguidade e/ou conflito de funções.

9.4 Contribuição para a tomada de decisões que afetam o trabalho.


9.5 Forte procura; fraco controlo do trabalho.

9.6 Reações em casos de emergência-

10. Organização do trabalho

10.1 fatores condicionados pelos processos de trabalho (por exemplo continuidade,


trabalho por turnos, trabalho noturno).

10.2 Sistemas de gestão eficiente e medidas locais para organizar, planear, observar e
controlar a saúde e a segurança.

10.3 Manter o equipamento, incluindo equipamentos de segurança.

10.4 Medidas adequadas para enfrentar acidentes e emergências.

11. fatores diversos

11.1 Perigos causados por outras pessoas; actos de violência; pessoal de segurança e
polícia; desportos.

11.2 Trabalho com animais.

11.3 Trabalhos em atmosferas pressurizadas.

11.4 Condições atmosféricas severas.

11.5 Integridade do software.

11.6 Trabalhos junto ou debaixo de água.

11.7 Estaleiros móveis.


Auto-Auditoria1

Evitar os riscos

• Avalie a qualidade das informações de que dispõe relativamente aos riscos


associados à atividade da sua empresa.

• Em geral a sua atitude relativamente aos riscos que detecta leva-o a adotar
medidas de prevenção eficazes?

Avalie a sua capacidade para evitar os riscos, tendo em conta a situação mais
desfavorável.

• Avalie a qualidade dos documentos de que dispõe respeitantes às medidas de


proteção e de prevenção dos riscos.

• Procedeu já a uma avaliação dos diferentes riscos existentes na sua empresa?

1 Transcrição parcial do Manual de Auto-Auditoria da Comissão das Comunidades Europeias.


Aprecie essa avaliação, tendo em conta a situação mais desfavorável.

Combater os riscos na origem


• Avalie a sua atitude relativamente aos riscos existentes ou suscetíveis de surgirem
na sua empresa:

Avalie a sua atitude relativamente ao combate dos riscos na origem, tendo em conta a
situação mais desfavorável.
Estádio da evolução técnica

• Regra geral, mantém-se informado sobre as inovações que surgem no âmbito do


seu sector de atividade?

Avalie os seus conhecimentos sobre as inovações respeitantes à sua atividade, tendo em


conta a situação mais desfavorável.

Prevenir os riscos através da organização do trabalho

Substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso

• Organização do trabalho e escolha dos processos de produção. Avalie as seguintes


afirmações:

Exprima o seu acordo relativamente às afirmações precedentes, tendo em conta a


situação mais negativa.

Ergonomia - Adaptar o trabalho ao homem


• Na sua empresa, toma em consideração os elementos a seguir apresentados:

Avalie a sua atitude relativamente à ergonomia (adaptação do trabalho ao homem), tendo


em conta a situação mais desfavorável.

Protecções coletivas e protecções individuais

• Na sua empresa:

Avalie, tendo conta a situação mais desfavorável, em que medida atribui uma importância
prioritária às protecções coletivas em detrimento das protecções individuais.

Informação e formação dos trabalhadores e/ou os seus representantes


Avalie as medidas de formação e de informação adotadas na sua empresa, tendo em
conta a situação mais desfavorável.

Organização e delegação

Avalie as suas possibilidades para exercer ou delegar o controlo da aplicação de todas as


medidas referidas nas perguntas anteriores.

Participação dos trabalhadores

Em relação às questões relacionadas com a segurança e a saúde no trabalho:


Avalie a participação dos trabalhadores na sua empresa, tendo em conta a situação mais
desfavorável.

RESUMO

Avaliação das suas capacidades para controlar os riscos.


A política de prevenção na empresa

A política de prevenção diz respeito a todos quantos trabalham na empresa.

Como se sabe, esta política integra inúmeros aspetos da gestão de recursos técnicos,
comerciais, financeiros e humanos da sua empresa.

Prevenir os riscos consiste em combatê-los na origem, adaptando o trabalho ao homem e


agindo sobre a conceção e a organização dos métodos de trabalho.

Em relação à política da sua empresa, no caso de se tratar de uma pergunta não aplicável
atribua a cotação 0.

• Avalie a qualidade da delegação de responsabilidades na sua empresa (selecção


das pessoas competentes, coordenação dos responsáveis).
• Os procedimentos e regras de segurança são respeitados na sua empresa? Avalie.

• Avalie a facilidade de compreensão dos procedimentos de segurança.

• Avalie as alterações introduzidas na sua empresa após a ocorrência de um acidente


de trabalho (caso não tenha ocorrido qualquer acidente, assinale não aplicável).

• Avalie o modo como atualiza as informações respeitantes aos acidentes e/ou


incidentes do trabalho.

• Avalie o sistema de controlo da saúde (por exemplo, medicina no trabalho,


higienistas industriais, etc.) existente na sua empresa.

• Avalie o controlo da segurança (efetuado por peritos externos ou internos)


efetuado na sua empresa.
• Avalie a ordem e a limpeza na sua empresa.

RESUMO

Avaliação dos riscos2

1. Avaliação dos locais de trabalho

Definição

Locais de trabalho incluem todo e qualquer local em que, nas instalações, se trabalhe e ao

2 Do Guia para a Avaliação de Riscos no Local de Trabalho, da Comissão Europeia, direção-Geral do


Emprego, Relações Industriais e Assuntos Sociais.
qual os trabalhadores tenham acesso durante a sua atividade, incluindo as vias de acesso
e de saída.

Requisitos mínimos

Os requisitos mínimos estão estipulados na Diretiva 89/654/CEE de 30 de Novembro de


1989.

Para os fins da avaliação é preciso ter em conta as regulamentações nacionais (D.L.


347/93, de 1 de Outubro e Portaria 987/93 de 6 de Outubro).

Por sua vez estas devem ser, pelo menos, equivalentes às disposições da Diretiva 89/654/
CEE. Para mais pormenores devem ser consultados os anexos I e II da referida Diretiva.

Existem requisitos mínimos relativamente a:

- estabilidade e solidez,
- equipamento elétrico,
- deteção e luta contra incêndios,
- ventilação,
- temperatura nos locais de trabalho,
- iluminação,
- pavimentos, paredes, tetos e telhados,
- janelas e claraboias,
- portas e portões,
- vias de circulação – zonas de perigo,
- escadas e passadeiras rolantes,
- rampas de carga,
- dimensões e espaço para movimento no local de trabalho,
- locais de descanso,
- recintos para mulheres grávidas e lactentes,
- instalações sanitárias,
- primeiros socorros,
- locais de trabalho para deficientes,
- locais de trabalho ao ar livre.

Operações de avaliação

Normalmente a avaliação baseia-se numa inspeção das condições físicas do local de


trabalho ou, quando tal não é possível (por exemplo, no caso de trabalhos itinerantes),
numa avaliação da atividade laboral.

Recursos

Trata-se sobretudo de listas de controlo destinadas a facilitar uma situação real/ideal


conforme às regulamentações nacionais. Refira-se aqui também a Diretiva 92/58/CEE
relativa às prescrições mínimas para a sinalização de segurança e/ou saúde no trabalho.
(Legislação nacional: D.L. 310/86 de 23 de Setembro, D.L. 141/95 de 14 de Junho,
Portarias 434/83 de 15 de Março e 1456-A/95 de 11 de Dezembro.)

2. Avaliação de riscos decorrentes do equipamento de trabalho

Definição

O equipamento de trabalho inclui toda a maquinaria, aparelhos ou instalações utilizados


durante o trabalho.

Requisitos mínimos

Relativamente a alguns equipamentos de trabalho, por exemplo, maquinaria, existem


Diretivas comunitárias que especificam requisitos mínimos que os fabricantes têm de
cumprir antes de pôr o equipamento à venda.

Tal equipamento deve ostentar a marcação «CE» tal como previsto na Resolução
40/94/CEE de Conselho relativa à marca comunitária.

Perigos decorrentes do equipamento de trabalho

Depois do equipamento ter sido instalado no local de trabalho, ficando assim operacional,
é necessário ainda avaliar os respetivos riscos para a saúde e segurança.

Podem ainda ocorrer riscos inaceitáveis relativamente ou devido a equipamento de


trabalho, por exemplo:

- natureza do local de trabalho;


- modo como o trabalho está organizado;
- aspetos incompatíveis de equipamentos;
- efeito cumulativo de vários aspetos do equipamento (por exemplo, ruído e calor);
- diferentes interpretações dos requisitos mínimos;
- inexistência de normas europeias.

Avaliação de perigos de ocorrência habitual

É preciso controlar se:

- as instruções do fabricante são adequadas e estão a ser cumpridas; se todas as


condições de segurança referidas pelo fabricante são sempre operacionais;

- se a conceção ergonómica do equipamento ou do posto de trabalho se adequa à


pessoa que executa o trabalho;
- se o esforço físico e psicológico da pessoa que executa o trabalho não é excessivo;

- se o equipamento corresponderá ainda às especificações do fabricante no local e nas


circunstâncias em que será usado;

- se estão sendo cumpridos requisitos adicionais aplicáveis ao local de trabalho.

Adequação da avaliação

Normalmente o processo de avaliação abrange todos os aspetos, ou seja o equipamento,


a atividade e o local de trabalho a ele associados, as substâncias químicas perigosas
utilizadas e o equipamento de proteção pessoal.

Recursos

Eles podem eles ser encontrados:

- em instruções em uso,
- em listas de controlo de medidas de proteção,
- em referências a critérios ou normas relevantes.

3. Avaliação de riscos para a saúde decorrentes do uso de agentes químicos

Definições

«Agente químico» é qualquer elemento ou composto químico, isolado ou incorporado, tal


como ocorre no estado natural ou é produzido por qualquer atividade de trabalho, quer
intencionalmente ou não e quer esteja à venda ou não.

Ocorrência

Os agentes químicos podem:

- ser usados ou destinados a uso num processo;


- ocorrer num processo de trabalho ou ser o seu resultado;
- fazer parte de materiais usados para outros fins, por exemplo, produtos de limpeza,
de refrigeração e de pintura.

Deve ser dada particular atenção ao fabrico, à armazenagem, ao transporte, à


amostragem, ao manuseamento e à evacuação, bem como ao processamento de agentes
químicos.

Obrigações do empregador
1. O empregador deve conhecer as agentes químicos presentes no local de trabalho. A
melhor maneira de o fazer é manter um registo de todas as substâncias químicas
perigosas presentes no local de trabalho ou que se pretendem nele utilizar. É conveniente
registar, para cada substância e preparado químico, as referências de «risco» e
«segurança» mencionadas para tal fim nas Diretivas 67/548/CEE e 88/379/CEE e
respetivas alterações quando aplicáveis. Isto poderia ser feito recorrendo às fichas com
dados de segurança do fabricante ou do fornecedor.

Neste inventário devem figurar:

- os requisitos relativos à classificação e identificação,


- as fichas de dados (incluindo fichas de dados de saúde e segurança),
- instruções escritas relativas à redução de riscos,
- a possível exposição simultânea a outras substâncias químicas.

2. O empregador deve assegurar uma avaliação de todos os locais de trabalho em que


existam substâncias perigosas.

À parte os riscos considerados não significantes, por exemplo, uso de fluídos correctores
de dactilografia num gabinete bem ventilado, recomenda-se fazer a avaliação por escrito,
referindo pormenores sobre:

- número de trabalhadores em risco,


- natureza, nível, duração e tipo de exposição (determinada por medições se
apropriado),
- limites de exposição ocupacional, incluindo valores limite e valores indicativos,
- todas as atividades que encerram um risco maior,
- possíveis efeitos para a saúde e segurança,
- certificação exigida (se for o caso),
- informação exigida nas fichas de dados de segurança que deve ser fornecida pelo
fornecedor ou importador (em conformidade com o artigo 10º das Diretivas 88/379/CEE e
92/82/CEE).

Identificação de substâncias químicas perigosas

Todo o recipiente que contenha uma substância química deve ser rotulado pelo fabricante,
com referência ao aspeto do perigo. Para tal o fabricante deve elaborar uma ficha de
dados. Havendo dúvida, o utilizador deve pedir ao fabricante ou ao fornecedor informação
por escrito.

Quando as substâncias químicas são transferidas para outros recipientes ou condutas no


local de trabalho, deverão os mesmos ser rotulados de forma a identificar o seu conteúdo.

4. Seleção do equipamento de proteção pessoal

O equipamento de proteção pessoal só deve ser usado no caso de ser impossível garantir
a segurança e a saúde dos trabalhadores mediante meios técnicos ou organizacionais
colectivos.

Definição

Equipamento de proteção pessoal é o equipamento destinado a ser usado pelo


trabalhador para se proteger contra perigos. Qualquer tipo de equipamento especial
utilizado pelo trabalhador para esse fim é considerado equipamento de proteção pessoal.

Requisitos mínimos

Os requisitos mínimos para a saúde e a segurança relativamente ao uso de equipamento


de proteção pessoal estão fixados na Diretiva 89/656/CEE. Para fins de avaliação é
necessário cumprir as disposições nacionais. Estas devem ser pelo menos equivalentes aos
requisitos estabelecidos na Diretiva 89/656/CEE.

(Legislação nacional: Decreto Lei 348/93 de 1 de Outubro e Portaria 988/93 de 6 de


Outubro.)

Avaliação do equipamento de proteção pessoal

A seleção de equipamento de proteção pessoal deve basear-se nos seguintes aspetos:

- averiguação dos riscos que não podem ser adequadamente reduzidos por outras
vias;

- averiguação das características às quais o equipamento de proteção pessoal deve


ser conforme, a fim de garantir a proteção exigida contra riscos, sem que a utilização
deste equipamento constitua um risco adicional;

- verificar se o equipamento de proteção pessoal existente apresenta as


características exigidas.

O processo de averiguação e seleção deve envolver os trabalhadores em causa ou os seus


representantes.

Recursos

São recursos os:

- resultados da avaliação de riscos de atividades, locais de trabalho, equipamento de


trabalho e substâncias perigosas;

- descrição de produto para equipamento de proteção pessoal.


Um Perfil do Auditor

Glossário

Alergénico

Produto ou substância potencial causador de alergias.

Avaliação do risco

Processo de avaliar o risco para a saúde e segurança dos trabalhadores, decorrente das
circunstâncias em que o perigo ocorre no local de trabalho.
Apreciação do significado da medida quantitativa do risco, com base em critérios de
aceitação racionais.

Contaminantes

Agentes ou condições do ambiente de trabalho ou resultantes dele, que podem agir


agressivamente afetando a segurança e a saúde dos trabalhadores.

Classificam-se em: Contaminantes químicos (poeiras, fumos, gases, vapores, etc),


contaminantes físicos (ruído, vibrações, radiações ionizantes, etc), contaminantes
biológicos (vírus, bactérias, fungos, etc) e contaminantes ergonómicos (elementos
relacionados com fatores fisiológicos e psicológicos inerentes à execução das atividades
profissionais).

Controlo dos riscos

Monitorização e acompanhamento da evolução dos riscos identificados, tendo em vista a


sua limitação a valores aceitáveis e/ou a sua correção.

Doença profissional

Doença contraída ou adquirida no exercício de uma atividade laboral diretamente


causadora.

Eficácia

Qualidade de uma ação que atingiu os objetivos.

Eficiência

Qualidade de um procedimento que utiliza bem os recursos postos à sua disposição para
atingir determinados fins ou objetivos.

Empregador/Entidade empregadora

Pessoa singular ou coletiva com um ou mais trabalhadores ao seu serviço e responsável


pela empresa ou pelo estabelecimento, que detenha competência para a contratação de
trabalhadores.

Equipamento de proteção individual (EPI)

Dispositivos que protegem individualmente quem os utiliza contra os perigos.


São exemplos de EPIs: óculos, luvas de amianto ou de malha de aço, tampões auriculares,
capacetes, aventais, etc.

Ergonomia

Domínio científico e tecnológico interdisciplinar, que se ocupa da otimização das condições


de trabalho visando de uma forma integrada, o conforto do trabalhador, a sua segurança
e o aumento da sua produtividade.

Provém do grego Ergon (trabalho) e Nomos (estudo de regras e normas) sendo


etimologicamente igual a ciência do trabalho.

Função empresarial

Área de funcionamento de uma empresa.

Identificação dos riscos

Listagem dos riscos inerentes a uma atividade ou processo produtivo visando uma
avaliação posterior.

Infrasons

Sons não audíveis, de frequência inferior a 16 Hz.

Manutenção

Função logística que tem a seu cargo a conservação e/ou recuperação das características
técnicas dos equipamentos, sistemas ou instalações, por forma a garantir a sua completa
operacionalidade.

Tem duas vertentes, designadas: manutenção preventiva e manutenção corretiva.

Perigo (risco potencial)

Propriedade ou capacidade intrínseca de uma coisa (materiais, equipamentos, métodos e


práticas de trabalho, por exemplo) potencialmente causadora de danos.

Conjunto de condições na operação de um produto ou sistema com potencial para iniciar


uma sequência de acontecimentos que dê lugar a um acidente.

Prevenção
ação de evitar ou diminuir os riscos profissionais através de disposições ou medidas a
tomar em todas as fases da atividade da empresa, estabelecimento ou serviço.

projeto

Organização designada para cumprimento de um objetivo, criada com esse objetivo e


dissolvida após a sua conclusão.

proteção coletiva

Tipo de proteção que abarca todos os trabalhadores num mesmo espaço /atividade.

Pode ser do tipo estrutural (engenharia) ou organizacional.

Radiações ionizantes

Radiações eletromagnéticas prejudiciais ao ser humano, que tornam os meios condutores


(raios X, p. ex.).

Risco

Probabilidade do potencial danificador ser atingido nas condições de uso e/ou exposição,
bem como a possível amplitude do dano.

Efeito combinado da probabilidade de ocorrência de um acontecimento não desejado e a


gravidade das suas consequências.

Trabalhador/Colaborador

Pessoa singular que, mediante retribuição se obriga a prestar serviço a um empregador,


incluindo a Administração Pública, os institutos públicos e demais pessoas coletivas de
direito público, bem assim como os tirocinantes, estagiários e aprendizes, mesmo não
titulares de uma relação jurídica de emprego.

Ultrasons

Sons cujas frequências são superiores às audíveis.

Frequências entre 20 000 e 1 000 000 Hz.


Bibliografia

Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho (IDICT), 1997,


Serviços de Prevenção nas Empresas: Livro Verde, Ed. IDICT, Lisboa.

Comissão Europeia - direção-Geral do Emprego, Relações Industriais e Assuntos Sociais -


direção “Saúde Pública e Segurança no Trabalho”, 1996, Guia para a Avaliação de Riscos
no Local de Trabalho, Ed. Serviços de Publicações Oficiais das CE, Luxembourg.

ROLDÃO, Victor Sequeira, 1992, Gestão de projetos, Ed. Monitor, Lisboa.

Accident Prevention Advisory Unit (USA), 1992, Gestão da Segurança e da Saúde, Ed.
Gradiva, Lisboa.

Comissão das Comunidades Europeias, direção-Geral do Emprego, Relações Laborais e


Assuntos Sociais, direção “Saúde e Segurança”, Saúde e Segurança no Trabalho, Manual
de Auto-Auditoria, Ed. IDICT.
Índice de conteúdos
Organização e Gestão da Prevenção e Riscos..................................................................2
Resumo....................................................................................................................2
objetivos..................................................................................................................3
Introdução................................................................................................................4
Conceito, objetivos e Princípios da Prevenção.............................................................4
Conceito de Prevenção..........................................................................................4
objetivos da Prevenção..........................................................................................5
Princípios da Prevenção.........................................................................................5
Síntese.................................................................................................................7
Auto-Avaliação......................................................................................................7
Organização da Prevenção.........................................................................................9
Organização dos Serviços de Prevenção.................................................................9
Funções do Serviço de Prevenção..........................................................................9
Modalidades de Organização................................................................................11
Serviços de Prevenção Internos............................................................................13
Serviços de Prevenção Externos...........................................................................15
Serviços de Prevenção Interempresas...................................................................17
Síntese...............................................................................................................18
Auto-Avaliação....................................................................................................18
Gestão da Prevenção...............................................................................................20
Ciclo da Gestão da Prevenção..............................................................................20
Etapas da Gestão da Prevenção...........................................................................21
Avaliação da Prevenção.......................................................................................22
Índices de Acidentes........................................................................................23
Auditorias.......................................................................................................24
Síntese...............................................................................................................28
Auto-Avaliação....................................................................................................28
Anexos...................................................................................................................30
Situações e atividades laborais que exigem avaliação dos riscos.............................30
Auto-Auditoria.....................................................................................................34
A política de prevenção na empresa.....................................................................44
Avaliação dos riscos.............................................................................................47
1. Avaliação dos locais de trabalho...................................................................47
2. Avaliação de riscos decorrentes do equipamento de trabalho.........................48
3. Avaliação de riscos para a saúde decorrentes do uso de agentes químicos......50
4. Seleção do equipamento de proteção pessoal................................................51
Um Perfil do Auditor............................................................................................53
Glossário................................................................................................................53
Bibliografia..............................................................................................................57

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