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-- Segurança no trabalho--

MANUAL
FORMADORA: ANA VILHENA
Índice
• Âmbito_______________________________________________________________ 4
• Objetivos _____________________________________________________________ 4
• 1. Princípios e domínios da segurança ______________________________________ 7
• 2. Prevenção de acidentes _______________________________________________ 8
▪ Estudo dos acidentes
▪ - Classificação
▪ - Causas e consequências - forma de as combater
• 3. Riscos e condições de segurança________________________________________ 11
o Condições inseguras e atos inseguros
• 4. Riscos na utilização de máquinas e ferramentas ___________________________ 13
▪ - O local e a superfície de trabalho
▪ - Trabalho com máquinas – riscos
▪ - Máquinas de vibrar
▪ - Dispositivos de segurança
▪ - Ferramentas manuais
▪ - Alfabeto de prevenção da máquina
• 5 .Contaminantes químicos _____________________________________________ 19
▪ Substâncias químicas– envenenamentos e os seus riscos
▪ Tipos de contaminantes químicos – partículas, gases, líquidos e
vapores, dissolventes e metais
▪ Riscos na utilização de produtos químicos
▪ O que fazer depois de um acidente químico
▪ Regras gerais relativas à armazenagem de substâncias químicas
▪ Medidas de prevenção e proteção
• 6. Movimentação mecânica de cargas _____________________________________ 26
▪ Trabalho com máquinas e equipamentos
▪ Riscos associados ao trabalho com máquinas
• 7. Movimentação manual de cargas _______________________________________ 28
▪ Principais riscos
▪ Medidas preventivas
• 8. Riscos elétricos _______________________________________________ ______ 31
▪ - A eletricidade e os seus perigos
▪ - Máquinas e ferramentas elétricas
▪ - Comportamento a adotar em relação aos acidentes elétricos
• 9. Riscos de incêndio ou explosão ________________________________________ 34
▪ O fogo como reação química
▪ Fenomenologia da combustão
▪ Principais fontes de energia de ativação
▪ Classes de Fogos
• 10. Atividades particularmente perigosas __________________________________ 39
▪ Trabalhos em altura
▪ Espaços confinados
▪ Soldadura
▪ Trabalhos hiperbáricos
▪ Trasfega líquidos inflamáveis
• 11. Instrumentos de deteção e medição no domínio da segurança ______________51
Âmbito do manual

O presente manual foi concebido como instrumento de apoio à unidade de formação


SGURANÇA NO TRABALHO.

Objetivos

• Identificar os riscos profissionais e ambientais relacionados com o meio de trabalho e


as condições de segurança no desempenho da atividade profissional.

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1. Princípios e domínio da segurança

Em termos gerais, os princípios gerais da segurança, estabelecem a metodologia da prevenção,


fornecendo-lhe implicitamente uma estrutura em que se devem destacar os eixos seguintes:

Eixo da análise dos riscos:


• Eliminar os perigos;
• Avaliar os riscos não evitados.
• Eixo do controlo dos riscos:
• Controlo pela prevenção:
• Combater os riscos na origem;
• Adaptar o trabalho ao homem;
• Atender ao estado de evolução da técnica;
• Substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso;
• Planificar a prevenção.
• Controlo pela protecção:
• Priorizar a protecção colectiva face à protecção individual.
• Eixo da acção no plano dos comportamentos para desenvolver a prevenção:
• Formar e informar.

Sentido e alcance dos princípios gerais de prevenção

Eliminar os perigos: O perigo, enquanto potencial de dano inerente aos componentes de


trabalho, deve ser objecto de análise sistemática tendo em vista a sua detecção e eliminação.
Esta primeira atitude preventiva deve ter lugar não só na fase de laboração, mas, também, na
fase de concepção e projecto plano da concepção dos componentes do trabalho (como, por
exemplo, máquinas e produtos) e segurança em projecto (como, por exemplo, na definição do
lay-out industrial). Ora, toda esta acção só é possível num quadro de competências de gestão
desenvolvidas e de integração da prevenção nos momentos decisivos do projecto e do
planeamento.

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Avaliar os riscos: O risco resulta de um perigo não eliminado que vai persistir na situação de
trabalho, contando potencialmente com a interacção de um ou de vários trabalhadores.
Avaliar os riscos significa desenvolver todo um processo que visa ter-se dos riscos o
conhecimento necessário à definição de uma estratégia preventiva (origem do risco, natureza
do risco, consequências do risco, trabalhadores expostos ao risco....).
Sobre esta problemática da avaliação dos riscos voltaremos adiante, com mais detalhe.
Combater os riscos na origem: Este princípio é, também, um princípio de gestão porque
desloca a prevenção dos riscos em si para o nível dos seus factores, visando conferir à
prevenção a qualidade de eficácia e estando na origem do conceito de prevenção integrada.
Dito de outro modo, o risco deve ser, preferencialmente, combatido no plano dos factores de
trabalho que lhe dão origem, como forma de o seu controlo atingir a máxima eficácia possível.
Adaptar o trabalho ao Homem: Este princípio visa potenciar, também, o conceito de
prevenção integrada, indicando que todos os factores do trabalho devem ser, tanto quanto
possível, concebidos e organizados em função das características das pessoas que o executam
(concepção e organização produtiva dos locais e postos de trabalho, das ferramentas e
equipamentos, dos métodos e processos de trabalho, dos ritmos de trabalho e tempos de
trabalho, ...).
Atender ao estado de evolução da técnica: Este princípio manda atender à permanente
evolução tecnológica, de que decorrem novos riscos, mas também novas soluções preventivas
integradas nos componentes de trabalho (máquinas mais seguras, produtos não tóxicos...) e
novos métodos mais eficazes de avaliar e controlar riscos.
Substituir o que é perigosos pelo que é isento de perigo ou menos perigoso: Vale para aqui o
que já se referiu no ponto anterior, ou seja, a evolução tecnológica resolve algumas situações
de perigo (eliminando-o ou reduzindo-o), devendo isso mesmo ser potenciado na melhoria dos
factores de trabalho. Este princípio estabelece, implicitamente, como linha de conduta o
princípio da melhoria contínua neste processo, ou seja, deve ser conhecida toda a fonte de
perigo existente na empresa e permanentemente processar-se a procura de melhores
soluções, na medida do possível.
Planificar a prevenção: Este princípio visa conferir à prevenção um sentido coerente. Com
efeito, ele pressupõe que as medidas de prevenção só produzem efeito duradouro e eficaz
quando se articulam coerentemente entre si (medidas técnicas sobre os componentes
materiais do trabalho articuladas com medidas de organização do trabalho e com medidas
sobre os trabalhadores) e com a lógica da produção e com a política de gestão da empresa.

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Priorizar a protecção colectiva sobre a protecção individual: Este princípio faz a transição da
prevenção para a protecção. Esta última (a protecção) só deverá ter lugar quando a prevenção
estiver esgotada e não tiver produzido resultados suficientes de controlo do risco.
Este princípio geral de prevenção equaciona a protecção colectiva e a protecção individual.

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2. Prevenção de acidentes

Estudo dos acidentes

Classificação
É acidente de trabalho aquele que se verifique no local e no tempo de trabalho e produza
direta ou indiretamente lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte
redução na capacidade de trabalho ou de ganho ou a morte.

Devemos no entanto distinguir entre:


• Incidente - Acontecimento não intencional que em circunstâncias ligeiramente
diferentes poderia provocar danos corporais, danos materiais ou perdas de produção.
• Acidente - Acontecimento não intencional que provoca danos corporais, danos
materiais ou perdas de produção.

Sempre que um dano corporal necessitar de cuidados médicos ou de enfermagem é um


acidente, mesmo que o acidentado, por razões diversas, não tenha procurado esses cuidados.

Um trabalhador sofre um acidente de trabalho quando uma destas situações é verificada:


1. É vítima de um acidente em decorrência das características da atividade profissional
por ele desempenhada (acidente típico);
2. Na execução de serviços espontaneamente prestados e de que possa resultar
proveito económico para a entidade empregadora;
3. É vítima de um acidente ocorrido no trajeto entre a residência e o local de trabalho
(acidente de trajeto);
4. No local de trabalho, quando no exercício do direito de reunião ou de atividade de
representante dos trabalhadores, nos termos da lei;
5. No local de trabalho, quando em frequência de curso de formação profissional, ou
fora do local de trabalho, quando exista autorização expressa da entidade empregadora
para tal frequência;
6. Em atividade de procura de emprego durante o crédito de horas para tal concedido
por lei aos trabalhadores com processo de cessação de contrato de trabalho em curso;

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7. É vítima de um acidente ocasionado por qualquer tipo de doença profissional
produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho, ou por doença do trabalho
adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é
realizado, e com ele se relacione diretamente;
8. Fora do local ou do tempo de trabalho, quando verificado na execução de serviços
determinados pela entidade empregadora ou por esta consentidos.

Os acidentes podem ainda ser classificados como:


• Acidentes de trabalho dentro do trabalho normal - Aquele que se produz dentro do
horário de trabalho normal.
• Acidente de trabalho fora do trabalho normal denominado acidente “In itinere” -
Acidente de circulação
• Acidente de trabalho com baixa - Aquela que causa baixa superior a um dia de
trabalho.
• Acidentes de trabalho sem baixa - Produz lesões que são atribuídos, não impedem a
continuação do seu trabalho, embora necessite de uma nova atenção médica nos dias
seguintes.

Causas e consequências - forma de as combater


Podemos dizer que existem duas causas principais para acidentes: as causas básicas e as
causas imediatas. Para poder prevenir acidentes é necessário, conhecer ambas e agir em
conformidade com elas.

Causas Básicas
Podem dividir-se em fatores pessoais e fatores de trabalho.
Os fatores pessoais relacionam-se com a falta de conhecimento, de motivação ou até tentar
poupar tempo sem as devidas precauções.
Os fatores de trabalho têm a ver com a falta de regulamentação, hábitos incorretos ou a má
utilização de materiais e produtos.

Causas Imediatas
Estas são constituídas pelos atos inseguros e condições inseguras. As causas do acidente, as
ações humanas e condições materiais inseguras, combinadas ou não, propiciam a ocorrência

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de acidentes e o ato inseguro, bem como, as condições inseguras são as causas que precedem
ou ocasionam os acidentes de trabalho.
• Atos Inseguros - São todas as ações levadas acabo pela profissional, sem os devidos
cuidados ou com total falta de atenção (trabalhar com anéis, fios ou objetos que
podem ficar presos, não respeitar a capacidade dos elevadores, não avisar acerca de
situações graves observadas, etc).
• Condições Inseguras - Prendem-se com fatores de carácter técnico (condições
inseguras, falta de espaço para armazenar os produtos, pouca iluminação,
armazenamento incorreto, etc…).

Sendo assim, a atitude correta é a de corrigir os atos inseguros e as condições inseguras, além
de analisar e prever todas as causas e condições possíveis que possam resultar em acidente.

Consequências
As consequências podem ser categorizadas em:
• Simples assistência médica - o segurado recebe atendimento médico e retorna
imediatamente às suas atividades profissionais;
• Incapacidade temporária - o segurado fica afastado do trabalho por um período, até
que esteja apto para retomar sua atividade profissional. Para a Segurança Social é
importante participar esse período seja inferior a 15 dias ou superior, uma vez que, no
segundo caso, é gerado um benefício pecuniário, o auxílio-doença por acidente do
trabalho;
• Incapacidade permanente - o segurado fica incapacitado de exercer a atividade
profissional que exercia à época do acidente. Essa incapacidade permanente pode ser
total ou parcial. No primeiro caso o segurado fica impossibilitado de exercer qualquer
tipo de trabalho e passa a receber uma aposentadoria por invalidez. No segundo caso
o segurado recebe uma indemnização pela incapacidade sofrida (auxílio-acidente),
mas é considerado apto para o desenvolvimento de outra atividade profissional;
• Morte - o segurado falece em consequência do acidente de trabalho.

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3. Riscos e condições de segurança

Condições inseguras e atos inseguros


As condições inseguras constituem as principais causas do acidente no trabalho. Incluem
fatores como:
• Equipamento sem proteção.
• Equipamento defeituoso.
• Procedimentos arriscados em máquinas ou equipamentos.
• Armazenamento inseguro, congestionado ou sobrecarregado.
• Iluminação deficiente ou imprópria.
• Ventilação imprópria, mudança insuficiente de ar ou fonte de ar impuro.
• Temperatura elevada ou baixa no local de trabalho.
• Condições físicas ou mecânicas inseguras que constituem zonas de perigo.

As providências nestes casos são eliminar ou minimizar as condições inseguras. Outros fatores
de acidente relacionados com o trabalho e que são considerados condições inseguras são; o
cargo em si, a programação de trabalho prolongado e o clima psicológico do local de trabalho.

Atos inseguros
Eliminar apenas as condições inseguras é insuficiente, pois as pessoas também causam
acidentes. Os atos inseguros dos funcionários podem ser:
• Carregar materiais pesados de maneira inadequada.
• Trabalhar em velocidades inseguras – muito rápidas ou lentas
• Utilizar esquemas de segurança que não funcionam.
• Usar equipamento inseguro ou usá-lo inadequadamente
• Não usar procedimentos seguros.
• Subir escadas ou degraus depressa.
As causas dos atos inseguros podem ser atribuídas a certas características pessoais que
predispõem aos acidentes, como ansiedade, agressividade, falta de controlo emocional etc.

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As características pessoais, a personalidade e a motivação das pessoas provocam certas
tendências comportamentais que predispõem a acidentes como a tendência a assumir riscos e
tomar atitudes inadequadas.

Essas tendências de comportamentos levam a atos inseguros, como desatenção e falhas em


seguir procedimentos, e aumentam a probabilidade de acidentes.

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4. Riscos na utilização de máquinas e ferramentas

O local e a superfície de trabalho


A máquina deve ser fornecida com todos os equipamentos e acessórios especiais e essenciais
para poder ser regulada, cuidada e utilizada sem risco.

Se determinados órgãos da máquina tiverem de ser inspecionados frequentemente, devem ser


equipados com dispositivos de iluminação apropriados. O mesmo princípio deve existir nas
zonas de regulação e de manutenção.

A máquina deve estar munida de dispositivos de sinalização (mostradores, sinais, etc.) e de


indicações cujo conhecimento seja necessário para poder funcionar com segurança. O
operador deve poder, do posto de comando, detetar as indicações desses dispositivos.

O operador deve poder, a partir do posto de comando principal, certificar-se da ausência de


pessoas expostas nas zonas perigosas.

Se for impossível, o sistema de comando deve ser concebido e fabricado de modo que todas as
operações de arranque sejam precedidas de um sinal de aviso, sonoro e ou visual. A pessoa
exposta deve ter tempo e meios para se opor rapidamente ao arranque da máquina.

Trabalho com máquinas – riscos


A utilização de máquinas pode apresentar vários riscos para a segurança e saúde do
trabalhador os quais podem, em certos casos, dar origem a acidentes de trabalho.

A utilização de máquinas comporta riscos para os trabalhadores os quais não podem ser
descurados. Alguns dos riscos mecânicos que podem provocar lesões físicas ou funcionais,
podem ser descritos como:
a) Risco de derrube dos elementos instalados na máquina/equipamento;
b) Risco de quedas ou projeções de objetos;
c) Risco de movimentos intempestivos;
d) Contacto com arestas vivas, ângulos vivos ou superfícies rugosas;
e) Risco de rutura em serviço;
f) Risco de rebentamento ou rutura (ex.: das tubagens rígidas/ flexíveis);

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g) Risco devido às variações de velocidade de rotação das ferramentas;
h) Risco ligado aos elementos móveis.

Máquinas de vibrar
A energia de vibração produzida por ferramenta vibratória é transmitida às mãos e braços do
operador, podendo daí advir efeitos na sua saúde e bem-estar. Qualquer estratégia que vise a
redução das vibrações transmitidas da ferramenta à mão, ajudará a prevenir os sintomas.

O controlo das vibrações é um passo importante para a proteção dos trabalhadores expostos a
este agente físico.

Assim, o objetivo é eliminar ou reduzir as vibrações das ferramentas. A regra fundamental é


combater prioritariamente o estado de ressonância.

As principais intervenções situam-se basicamente nos três seguintes processos:


• Reduzir as vibrações na origem
• Redução das vibrações na transmissão
• Alteração do processo

Qualquer intervenção na transmissão e propagação das vibrações pode revestir a seguinte


forma:
• Suprimir o meio transmissor
• Realizar uma montagem anti-vibratória
• Aumentar a inércia ou a massa de um sistema
• Modificar os modos vibratórios do sistema e criar o amortecimento.

Dispositivos de segurança
De acordo com a legislação cada máquina ou equipamento de trabalho deve possuir os
seguintes elementos:
• Declaração de Conformidade CE – documento de entrega obrigatória no ato da
venda, pelo fabricante ou um seu representante, que comprova que a máquina ou o
equipamento de trabalho cumprem as respetivas normas de segurança previstas na
regulamentação.

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• Marcação CE – marcação composta pelas iniciais CE, estando esta visível na máquina
e/ou equipamento de trabalho.
• Manual de Instruções – cada máquina deve ser acompanhada de manual de
instruções que forneça informações, entre outras, para a sua colocação em serviço, a
sua utilização, o seu manuseamento e a sua manutenção. Este Manual será
elaborado, numa das línguas comunitárias, pelo fabricante ou pelo seu mandatário
estabelecido na Comunidade, devendo o mesmo providenciar a sua tradução para
português quando a máquina for posta em serviço.

Dispositivos de Proteção
• Protetores Fixos: os mais vulgarmente utilizados são as guardas. São estruturas
metálicas aparafusadas à estrutura da máquina e devem impedir o acesso aos órgãos
de transmissão. O acesso só para ações de manutenção.
• Protetores Móveis: neste caso as guardas são fixadas à estrutura por dobradiças ou
calhas o que as torna amovíveis. A abertura da proteção deve levar à paragem
automática do “movimento perigoso”, (pode-se recorrer a um sistema de
encravamento elétrico).
• Comando Bi-Manual: para uma determinada operação, em vez de uma só betoneira
existem duas que devem ser pressionadas em simultâneo. Isto obriga a que o
trabalhador mantenha as duas mãos ocupadas evitando cortes e esmagamentos
(Guilhotinas, Prensas)
• Barreiras Óticas: Dispositivo constituído por duas “colunas”, uma emissora e a outra
recetora, entre elas existe uma “cortina” de raios infravermelhos. Quando alguém ou
algum objeto atravessa esta “cortina” surge uma interrupção de sinalo que leva á
paragem de movimentos mecânicos perigosos.
• Distâncias de Segurança: Define-se distância de segurança, a distância necessária que
impeça que os membros superiores alcancem zonas perigosas do equipamento.

Ferramentas manuais
As ferramentas manuais são os equipamentos mais simples e servem como extensão da mão
do homem, para lhe facilitar as tarefas, diminuindo a força empregada por ele, aumentando o
rendimento dos serviços e protegendo-o dos riscos de acidentes.

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O empregador deve disponibilizar, gratuitamente, ferramentas adequadas ao trabalho e às
características físicas do trabalhador, substituindo-as sempre que necessário.

As ferramentas devem ser:


a) Seguras e eficientes;
b) Utilizadas exclusivamente para os fins a que se destinam;
c) Mantidas em perfeito estado de uso.

Os cabos das ferramentas devem permitir boa aderência em qualquer situação de manuseio,
possuir formato que favoreça a adaptação à mão do trabalhador, e ser fixados de forma a não
se soltar acidentalmente da lâmina.

A utilização incorreta das ferramentas, bem como a deficiente qualidade do material


constituinte, também podem provocar acidentes:
• Utilização de ferramentas com material de fraca qualidade, partindo-se
• Utilização de ferramentas que apresentam rebarbas, causando lesões
• Utilização incorreta das ferramentas,
• Substituição de ferramentas por outras, indevidamente
• Faltas de inspeção e de manutenção das ferramentas.

Algumas medidas preventivas:


• Verificar frequentemente as condições das ferramentas, solicitando a reparação ou
substituição;
• Para trabalhos em altura, usar um cinto porta-ferramentas, de modo a ficar com as
mãos livres, tanto na escada, como para realização do serviço;
• Fazer uma rápida análise do posicionamento para que, no caso de escapar a
ferramenta, não venha a sofrer queda;
• Não deixar ferramentas em posição perigosa, ou no caminho onde possam provocar
escorregões, quedas, etc.
• Evitar deixar as ferramentas em bancadas, mesas, máquinas, onde possam provocar
acidentes.

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Alfabeto de prevenção da máquina :

Máquina (Diretiva 98/37/CE):


“ Conjunto de peças ou de órgãos ligados entre si, em que pelo menos um deles é móvel e, se
for caso disso, de acionadores, de circuitos de comando e de potência, etc., reunidos de forma
solidária com vista a uma aplicação definida, nomeadamente para a transformação, o
tratamento, a deslocação e o acondicionamento de um material”. A legislação inclui ainda
neste conceito para efeitos de aplicação das suas especificações os casos de:
• “ Um conjunto de máquinas que, para a obtenção de um mesmo resultado, estão
dispostas e são comandadas de modo a serem solidárias no seu funcionamento...”;
• “ Um equipamento intermutável que altera a função de uma máquina, que é colocado
no mercado no intuito de ser montado pelo próprio operador, quer numa máquina,
quer num trator, desde que o referido equipamento não constitua uma peça
sobressalente nem uma ferramenta...”.

Situação perigosa (NP EN 292-1):


Situação em que uma pessoa fica exposta a um ou vários riscos (fenómenos perigosos).

Função perigosa de uma máquina (NP EN 292-1):


Toda a função de uma máquina que provoque um risco (fenómenos perigosos) logo que uma
máquina funcione.

Zona perigosa (NP EN 292-1):


Qualquer zona dentro e/ou em redor de uma máquina, onde uma pessoa fica exposta a um
risco de lesão ou de um dano para a saúde.

Dano (EN 1050):


Lesão física e/ou atentado à saúde ou bens.

Utilização normal de uma máquina (NP EN 292-1):


A utilização a que se destina a máquina em conformidade com as indicações dadas pelo
fabricante, ou ainda a utilização que a conceção, o fabrico e o modo de funcionamento da
máquina evidenciam como usual.

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Fiabilidade de uma máquina (NP EN 291-1):
Aptidão de uma máquina ou de componentes, ou de equipamentos para desempenhar sem
avaria uma função requerida, em dadas condições e durante um dado período de tempo.

Segurança de uma máquina (NP EN 292-1):


Aptidão de uma máquina para desempenhar a sua função, para ser transportada, instalada,
afinada, sujeita a manutenção, desmantelada e posta de parte ou em sucata, nas condições
normais de utilização especificadas no manual de instruções, sem causar uma lesão ou um
dano para a saúde.

Proteção das pessoas (NP EN 292-1):


Conjunto de todas as ações e de meios tecnológicos que, pela sua natureza, não foram
abrangidos pela prevenção intrínseca. Estão neste caso as medidas de segurança que
consistem no emprego de meios técnicos específicos chamados protetores e dispositivos de
proteção, destinados a proteger as pessoas contra os fenómenos perigosos que a aplicação
das técnicas de prevenção intrínsecas não permita razoavelmente nem evitar, nem limitar
suficientemente.

Componente de segurança (Diretiva 98/37/CE):


“ Um componente que não seja um equipamento intermutável, e que o fabricante ou o seu
mandatário, estabelecido na Comunidade, coloque no seu mercado com o objetivo de
assegurar, através da sua utilização, uma função de segurança, e cuja avaria ou mau
funcionamento ponha em causa a segurança ou a saúde das pessoas expostas…”.

Prevenção intrínseca (NP EN 292-2):


A prevenção que consiste nas ações seguintes, aplicadas separadamente ou combinadas:
• Evitar ou reduzir tantos fenómenos perigosos quanto possível, pela escolha
conveniente de certas características de conceção;
• Limitar a exposição de pessoas aos fenómenos perigosos, pela redução da necessidade
de intervenção do operador nas zonas perigosas.

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5. Contaminantes químicos

Substâncias químicas– envenenamentos e os seus riscos


Os produtos químicos estão presentes no dia-a-dia de todas as pessoas.
Eles podem ser encontrados em todos os tipos de produtos de higiene e limpeza, da casa ou
das pessoas, nos combustíveis que utilizamos nos nossos veículos, na comida com que nos
alimentamos.

Na esmagadora maioria das indústrias podemos encontrar toda uma infinidade de produtos
químicos que são utilizados como matérias-primas, como matérias subsidiárias ou com outras
finalidades.

Os efeitos que os produtos químicos produzem nas pessoas dependem essencialmente das
suas características físico-químicas, das suas propriedades toxicológicas, do modo como são
utilizados e, muito importante, das quantidades em que são utilizados.

Os produtos químicos são considerados perigosos quando apresentam riscos para o ser
humano ou para o ambiente.

Tipos de contaminantes químicos – partículas, gases, líquidos e vapores, dissolventes e


metais

Uma abordagem extremamente importante aos agentes químicos é a que encara a


contaminação do ar por estes agentes, especialmente o dos locais de trabalho, dado ser a via
respiratória a principal via de entrada dos agentes químicos no organismo.

Os contaminantes podem ser encontrados em três estados fundamentais da matéria: estado


sólido, estado líquido ou estado gasoso. A sua classificação é feita de acordo com este fator.

Contaminantes Químicos no estado sólido


Poeiras – partículas esferoidais, geralmente em suspensão no ar, de tamanho muito pequeno.
Dividem-se em:
• Poeiras Totais ou Inaláveis: todas as partículas sólidas presentes no ambiente, num
dado momento. Englobam as respiráveis

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• Poeiras Respiráveis: fração das poeiras totais, com uma dimensão inferior a 7μm.
Penetram no organismo até aos alvéolos pulmonares
• Fibras – partículas, geralmente em suspensão no ar, e cujo comprimento é superior
mais de três vezes ao seu diâmetro.
• Fumos – suspensão no ar de partículas esféricas, mais pequenas que as poeiras,
resultantes de combustões incompletas ou resultantes da sublimação de alguns
vapores (na língua inglesa distinguem-se estas duas situações como sendo “smoke” e
“fumes”, respetivamente).

Contaminantes Químicos no estado líquido


• Aerossóis – suspensões de gotículas no ar cujo tamanho não é visível a olho nu. A sua
origem é, normalmente, a dispersão mecânica de líquidos
• Neblinas – suspensões no ar de gotículas visíveis a olho nu, produzidas por
condensação de vapor.

Contaminantes Químicos no estado gasoso


• Gases – substâncias que à temperatura de 25ºC e à pressão de 1 atmosfera se
encontram no estado gasoso.
• Vapores – substâncias que à temperatura de 25ºC e à pressão de 1 atmosfera se
encontram no estado líquido ou no estado sólido.

Riscos na utilização de produtos químicos


São utilizados inúmeros produtos químicos no nosso dia-a-dia mas é raro pensar nos riscos que
essa utilização acarreta, como as explosões e riscos de intoxicação, entre outros.

Os riscos químicos dependem de:


• Fatores intrínsecos aos próprios produtos, em consequência das suas propriedades
físico-químicas e toxicológicas.
• Fatores extrínsecos relativos à insegurança com que estes se utilizam.

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• Comportamentos humanos inadequados, que podem ser resultado de vários fatores
nomeadamente da falta de formação ou do desconhecimento da perigosidade do
produto.

Alguns produtos químicos podem ser perigosos, levando à ocorrência de acidentes de trabalho
e até doenças profissionais. Os produtos químicos podem ser abordados de acordo com os
vários tipos de riscos e em especial das suas consequências.

O que fazer depois de um acidente químico

Procedimentos em caso de derrame de substâncias:


• Atuar rapidamente.
• Evitar a evaporação do produto.
• Utilizar equipamento de proteção pessoal adequado.
• Recomenda-se a utilização do kit para derrames químicos.
• Ventilar de imediato o local e acionar todos os meios de extração disponíveis.
• Ácidos: Neutralizar com bicarbonato de sódio e lavar a superfície com muita água e
sabão.
• Bases: Neutralizar com ácido diluído e lavar a superfície com muita água e sabão.

Primeiros socorros:
Envenenamento por via oral
Se a vítima ingeriu produto venenoso, sofre um ENVENENAMENTO por via ORAL.

O que se deve fazer:


• Se ingeriu um PRODUTO NÃO CORROSIVO, provocar-lhe o vómito - o que poderá ser
feito dando a beber água morna com muito sal.
• Se ingeriu um PRODUTO CORROSIVO OU DERIVADO DO PETRÓLEO, dar-lhe a beber
leite frio.

O que não se deve fazer:


• Se a vítima ingeriu um PRODUTO CORROSIVO OU DERIVADO DO PETRÓLEO, NUNCA
provocar o vómito.

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Envenenamento por via respiratória
Se a vítima sente tonturas, está eufórica (intoxicação com Monóxido de Carbono), sente-se a
desfalecer (intoxicação com Gás Butano), sofreu um ENVENENAMENTO POR VIA
RESPIRATÓRIA.

O que se deve fazer:


• Levar a vítima para um local arejado, tendo o cuidado de não respirar o ar
contaminado;
• Deixar a vítima em repouso;
• Aguardar socorro profissional;
• Se a vítima tiver uma paragem respiratória apenas um socorrista deverá aplicar
respiração boca-a-boca.

O que não se deve fazer:


• Entrar no local contaminado, sem proteção respiratória, tornando-se outra vítima.
• Se o gás for inflamável, ligar interruptores.

Regras gerais relativas à armazenagem de substâncias químicas


• A armazenagem deve iniciar-se com a identificação das substâncias a serem
armazenadas e com o conhecimento das classes de perigo associadas. Assim, o pessoal
que trabalha nas áreas de armazenagem deve ser conhecedor das características das
substâncias armazenadas e do modo de realização das suas tarefas, em segurança.
• A separação ou isolamento são recomendados em função do grau de perigo, das
quantidades totais armazenadas e do tamanho e duração de contentores individuais.
• O material e tamanho dos contentores de armazenagem afetará a necessidade de
práticas especiais de armazenagem e de procedimentos de segurança.
• A ventilação é necessária para químicos e contentores que podem libertar quantidades
de vapores ou gases perigosos ou inflamáveis, corrosivos, irritantes ou tóxicos. A
ventilação pode também ser necessária para contentores e químicos que possam
produzir odores prejudiciais.

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• Podem estar nos serviços e/ou nas áreas de trabalho as substâncias químicas que são
usadas frequentemente, mas em quantidades limitadas ao mínimo necessário; o
tamanho dos contentores não deve ultrapassar de 2,5 a 5 litros.
• Deverão ser realizadas inspeções periódicas a todos os locais de armazenagem
(mínimo anual), no respeitante à sua caducidade, deterioração ou integridade do
recipiente e do rótulo, procedendo-se à respetiva eliminação em segurança. Estas
devem ser realizadas por pessoa/Entidade competente.
• De igual modo, deverão ser verificadas nos espaços de armazenagem, boas condições
de limpeza e manutenção.
• Para cada área de armazenagem deverão existir procedimentos de emergência e de
evacuação, a serem seguidos em caso de situação acidental.
• As medidas de segurança genéricas e afetas às áreas de armazenagem devem incluir:
o Ventilação para proteger a saúde das pessoas e prevenir a corrosão dos
equipamentos;
o Iluminação suficiente para a leitura dos rótulos e identificação das prateleiras;
o Prateleiras fortes e resistentes à corrosão;
o Identificação clara e completa dos locais de armazenagem;
o Acessórios como bancos, carrinhos e cestos que permitam remover e
movimentar em segurança as substâncias;
o Locais de acesso fácil. Todos os corredores de circulação devem estar
desobstruídos;
o Transporte de recipientes de gás comprimido em carrinhos equipados com
correntes/cintas;
o Dispositivos de segurança para prevenção de queda/choque de recipientes;
o Dispositivos de segurança para retenção de eventuais derrames (paletes de
contenção, bacias de retenção, entre outros);
o Locais distintos para armazenagem temporária de recipientes vazios e cheios;
o Meios de combate a incêndios, cujas especificações dependem do tipo e
quantidades das substâncias químicas armazenadas;
o Fichas de Dados de Segurança (FDS) para cada substância química. Estas
devem estar compiladas, e disponíveis em locais de fácil acesso e do
conhecimento geral.

23
Medidas de prevenção e proteção
Através de uma correta manipulação dos produtos potencialmente perigosos, pretende-se
minimizar os riscos associados à exposição a essas substâncias.

São enunciadas algumas regras gerais relativas ao manuseamento de substâncias químicas,


nomeadamente:
• Minimizar a exposição a substâncias químicas em geral;
• Usar o equipamento de proteção individual adequado ao trabalho a desenvolver. Este
deverá incluir sempre, bata, luvas e óculos de proteção;
• Não usar cabelos compridos soltos, pois podem estar na origem de situações de risco,
retirar pulseiras e anéis dado que as substâncias perigosas e outros materiais podem
alojar-se nestes objetos e causarem lesões na pele;
• Ler com atenção as instruções antes de iniciar qualquer trabalho;
• Conferir o rótulo do recipiente ou a FDS antes de utilizar uma substância química, no
sentido de verificar quais são as suas propriedades de risco;
• Nunca usar produtos de recipientes que não tenham rótulos legíveis. Esta regra
também se aplica a outros tipos de embalagens, que devem estar sempre rotuladas;
• Quando se verter um líquido de um recipiente para outro, fazê-lo pelo lado oposto ao
do rótulo para evitar a deterioração deste pelo líquido;
• Não misturar substâncias químicas ao acaso, pois podem ocorrer reações
incompatíveis, que se poderão traduzir em reações violentas ou explosivas;
• Não colocar num recipiente qualquer substância química que dele tenha sido retirado.
Seguindo esta regra, evita-se o risco de trocas e de reações químicas incompatíveis;
• Depois de retirar uma substância química de um recipiente, voltar a fechá-lo,
imediatamente;
• Não tocar, cheirar ou provar qualquer substância química;
• Não fumar, comer, beber ou guardar alimentos em locais que não sejam próprios para
esse efeito, especialmente em áreas onde se localizem substâncias químicas;
• Usar sistemas de aviso sempre que possam ocorrer situações de risco graves, como
sejam as exposições a radiações ionizantes, laser, materiais inflamáveis, muito tóxicos
ou outras situações especiais;
• A fim de evitar contaminações, não deverá usar o equipamento de proteção fora do
local de trabalho;

24
• Lavar-se bem antes de abandonar o local de trabalho. Evitar o uso de solventes para
limpar a pele. Estes desengorduram a pele produzindo inflamações ou irritações. Em
muitas situações a lavagem com solventes facilita a absorção cutânea dos produtos
químicos.

25
6. Movimentação mecânica de cargas

Trabalho com máquinas e equipamentos


As máquinas devem, de origem, estar aptas a cumprir a função a que se destinam e não devem
expor a riscos as pessoas que com elas trabalham quando se efetua regulação ou manutenção.
O fabricante deve aplicar os seguintes princípios pela ordem indicada:
• Eliminar ou reduzir os riscos, na medida do possível na fase de conceção.
• Tomar as medidas de proteção relativamente aos riscos que não possam ser
eliminados.
• Informar os utilizadores de riscos residuais; indicar se é necessária formação específica
e se é necessário a utilização de EPI.

Riscos associados ao trabalho com máquinas:


• Esmagamento
• Cortes
• Prisão em equipamento
• Pancadas
• Perfuração
• Projeções de partículas
• Choques elétricos
• Riscos térmicos (chamas, explosões, radiações, etc.)
• Ruído e vibrações
• Perigo de contacto ou inalação de fluidos, gases, fumos, substâncias tóxicas, nocivas,
etc.)

Medidas a aplicar aos trabalhadores:


• Informar as condições de utilização das máquinas
• Informar a conduta a seguir quer em situação normal, quer face aos incidentes
previsíveis
• Informar sobre as conclusões retiradas da experiência, permitindo assim evitar certos
riscos.

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Atualmente, existe uma grande oferta de meios de movimentação mecânica de cargas,
permitindo encontrar soluções ajustadas para cada problema de movimentação. No entanto,
nem sempre as condições de instalação e de exploração permitem obter as melhores
condições de segurança nos locais de trabalho.

Dos diversos equipamentos utilizados na movimentação mecânica de cargas, é usual classificá-


los em três grupos, em função da sua mobilidade, da continuidade de operação, dos riscos
envolvidos e respetivas medidas de prevenção:
• Equipamentos de funcionamento contínuo em percurso pré-estabelecido
• Equipamentos de Funcionamento Descontínuo de Movimentação Limitada
• Equipamentos Móveis de Funcionamento Descontínuo.

Muitas das medidas de prevenção são comuns aos diversos tipos de equipamentos de
movimentação mecânica de carga, outras serão específicas de cada tipo. Das comuns são
exemplo:
• Não ultrapassar a carga máxima de funcionamento dos equipamentos.
• Não efetuar qualquer intervenção no equipamento com este em funcionamento.
• Utilização de EPI adequado, pelos trabalhadores.

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7.Movimentação manual de cargas

A Movimentação Manual de Cargas pode ser definida como qualquer operação de


movimentação ou deslocamento voluntário de cargas, incluindo as operações fundamentais de
elevação, transporte e descarga.

Principais riscos
A ocorrência de acidentes neste tipo de movimentações é consequência de movimentos
incorretos ou esforços físicos exagerados, de grandes distâncias de elevação, do abaixamento
e transporte, bem como de períodos insuficientes de repouso, especialmente quando se
tratam de cargas volumosas.

A Movimentação Manual de Cargas pesadas implica o desenvolvimento de esforço muscular.


Esse esforço traduz-se numa compressão dos vasos sanguíneos e do tecido muscular,
originando uma diminuição do fluxo sanguíneo e, consequentemente, uma diminuição do
fornecimento de oxigénio e de açúcar. Todo este quadro conduz à fadiga. A fadiga pode
provocar uma redução da eficiência do trabalho, que, em casos extremos, leva à ocorrência de
acidentes de trabalho.

As atividades de manuseamento de cargas pesadas, sem considerar as limitações do ser


humano, podem trazer sérios riscos à saúde.

A movimentação manual de uma carga pode apresentar um risco, nomeadamente dorso-


lombar, nos seguintes casos:
• Carga demasiado pesada ou demasiado grande;
• Carga muito volumosa ou difícil de agarrar;
• Carga em equilíbrio instável ou com conteúdo sujeito a deslocações;
• Carga colocada de tal modo que deva ser mantida ou manipulada à distância do tronco
ou com flexão ou torção do tronco;
• Carga suscetível de provocar lesões no trabalhador, devido ao seu aspeto exterior
e/ou à sua consistência, nomeadamente em caso de choque.

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O sobre esforço decorrente do levantamento de carga excessiva de forma incorreta, traduz-se
em múltiplas consequências físicas para o trabalhador.

O sistema circulatório, em especial o coração, podem ser afetados, no que diz respeito ao
ritmo cardíaco e pressão sanguínea. Os problemas mais frequentes são:
• Hemorragias cerebrais em pessoas com arterioscleroses (endurecimento das artérias);
• Hérnia abdominal ou outros problemas nos órgãos abdominais podem surgir em
pessoas frágeis, numa mudança de pressão repentina (queda de um órgão pelo
relaxamento dos ligamentos viscerais ou das paredes abdominais).

No trabalho frequente com cargas excessivas, principalmente quando é iniciado numa idade
em que o corpo ainda se está a desenvolver, a tensão e esforço constante em músculos,
ligamentos, articulações e ossos, podem causar deformações, tais como:
• Escolioses e Cifoses vertebrais;
• Deformação do arco do pé;
• Estado Inflamatório e Doloroso dos Músculos e Bolsas articulares, como a Mialgia.

Os trabalhadores que realizam trabalhos físicos bastante duros, apresentam frequentemente


diversas artroses nas articulações das vértebras, joelhos e tornozelos, devido aos repetidos
microtraumatismos.

Medidas preventivas
De forma a minimizar os riscos e, consequentemente, as lesões, nas atividades de transporte
de cargas, existem várias medidas de prevenção que se deverão tomar:
• A redução das cargas (os valores-limite da carga variam consoante idade, sexo,
duração da tarefa, frequência do movimento de elevação e transporte e capacidade
física do trabalhador);
• A correta escolha do pessoal que desempenha essas atividades;
• A formação sobre técnicas corretas de movimentação de cargas;
• A utilização de Equipamentos de Proteção Individual adequado (vestuário, luvas e
calçado);
• A utilização de meios mecânicos auxiliares (carros de mão, rolos, patins, ventosas,
pinças ou garras, ou imans);

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• A readequação do espaço de trabalho.

Em termos mais específicos, no levantamento de cargas do solo, o trabalhador deve seguir as


seguintes regras de prevenção:
• Posicionar-se o mais perto possível da carga, em posição estável.
• Afastar os pés com o objetivo de equilibrar a distribuição do peso;
• Agarrar a carga firmemente, sempre que possível com a mão completa;
• Fletir os joelhos mantendo as costas direitas, de forma a evitar um esforço incorreto
da coluna, prevenindo o aparecimento de lesões e/ou doenças;
• Elevar a carga sem puxões bruscos, mediante a extensão das pernas;
• Manter os braços e a carga o mais próximo possível do corpo.

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8.Riscos Elétricos

A eletricidade e os seus perigos


A eletricidade mata. Esta é a realidade que devemos ter presente sempre que a utilizamos. No
nosso dia-a-dia, qualquer que seja a atividade, utilizamos constantemente a energia elétrica,
vulgarmente designada por eletricidade

Tal como acontece com outras formas de energia, a eletricidade apresenta riscos e pode
causar acidentes cujas consequências podem resultar em danos pessoais, materiais ou ambos.

Os acidentes de origem elétrica, geralmente incêndios e choques elétricos, podem e devem


ser evitados. Neste sentido, a conduta das pessoas e a qualidade das instalações e dos
equipamentos elétricos são fundamentais.

A energia elétrica apresenta vantagens sobre as outras formas de energia, como por exemplo,
o simples transporte e a fácil conversão noutras formas de energia de utilização frequente. A
regra da segurança em relação aos acidentes elétricos com pessoas é evitar os contactos
físicos com qualquer elemento dos circuitos elétricos.
• Riscos materiais: Normalmente resultantes de incêndios e/ou explosões provocados
por deficiências na instalação.
• Riscos pessoais: Resultantes da passagem de corrente elétrica pelo corpo humano.

Máquinas e ferramentas elétricas


A manobra dos equipamentos elétricos deve fazer-se sem perigo ou risco de lesões para os
utentes.
• O comando dos circuitos de iluminação é efetuado, normalmente, a partir dos
respetivos quadros elétricos, os quais se devem encontrar sempre fechados, e
desimpedidos.
• Todas as massas metálicas devem estar ligadas à terra.
• Os aparelhos de iluminação e restantes equipamentos elétricos, localizados no exterior
devem ser estanques.

31
• O sistema de iluminação de emergência deverá funcionar durante o tempo suficiente
para permitir a evacuação em segurança de todos os ocupantes. Os equipamentos
deste sistema devem ser periodicamente testados, no mínimo duas vezes por ano.
• As instalações e os equipamentos elétricos deverão estar protegidos contra contactos
diretos, de modo a proteger as pessoas dos riscos de contacto com peças em tensão.
• Todos os equipamentos elétricos devem estar protegidos com dispositivos sensíveis a
correntes diferenciais/residuais, os quais deverão ser periodicamente testados, no
mínimo duas vezes por ano.
• Deverá ser substituída, imediatamente, toda a aparelhagem partida ou danificada.

Comportamento a adotar em relação aos acidentes elétricos

A proteção das pessoas contra os perigos que as instalações elétricas podem apresentar pode
dividir-se em:

Proteção contra contactos diretos


Consiste em proteger as pessoas contra riscos de contacto com as partes ativas (normalmente
sob tensão) dos materiais ou equipamentos elétricos, envolvendo essencialmente medidas
preventivas, nomeadamente:
• Isolamento das partes ativas
• Afastamento das partes ativas (depende da tensão de serviço).
• Interposição de obstáculos (redes, anteparos, écrans móveis em tomadas).
• Uso da TRS (os contactos diretos tornam-se inofensivos).

Proteção contra contactos indiretos


Visa defender as pessoas contra os riscos a que podem ficar sujeitas em resultado de as
massas ficarem acidentalmente sob tensão (ex: contacto com a carcaça de uma máquina
elétrica acidentalmente sob tensão por defeito interno de isolamento).

Cuidados a ter para evitar incêndios a partir de acidentes elétricos


• Manter as instalações em bom estado, para evitar sobrecarga, mau contacto ou curto-
circuito.
• Não usar tomadas e fios em mau estado.

32
• Nunca substituir fusíveis ou disjuntores por ligações diretas com arames ou moedas.
• Não sobrecarregar as instalações elétricas com vários utensílios em simultâneo, pois os
fios aquecem e podem ocasionar um incêndio.
• Não deixar lâmpadas, velas acesas e aquecedores perto de cortinas, papéis e outros
materiais combustíveis.

Medidas preventivas
São destinadas a prevenir o risco, fazendo que os contactos não sejam perigosos ou impedindo
contactos simultâneos de massas da instalação e elementos condutores estranhos à
instalação, entre os quais possa aparecer uma diferença de potencial perigosa.

Medidas ativas
Consistem na ligação das massas à terra, diretamente ou por intermédio do neutro da
instalação associada a um aparelho de corte automático (normalmente sensível à corrente
diferencial - relê diferencial + disjuntor (interruptor diferencial) que desliga a instalação ou
parte da instalação defeituosa.

Poderá utilizar-se, em certas situações, um aparelho de corte automático sensível à tensão de


defeito. Logo que a tensão entre a massa do aparelho e a terra for acima dos valores de
segurança, um relê de tensão provoca o corte do circuito defeituoso.

Primeiros socorros
Em caso de acidente, é preferível tratar o sinistrado no local do acidente do que perder tempo
a transportá-lo para o hospital.
• A primeira coisa a fazer é cortar a corrente, se a vítima estiver em contacto com os
condutores sob tensão.
• Nunca se deve tocar ou agarrar um acidentado que esteja sob tensão.
• Se não for possível desligar a tensão, deve-se retirar o condutor, utilizando
equipamentos isolados (luvas apropriadas, varas de manobras isoladoras, etc.).
• Depois de libertado o acidentado, e enquanto se aguarda a chegada do médico, deve
prestar-se os primeiros socorros, nomeadamente:
o Retirar as roupas do tronco
o Transportar a vítima para local arejado
o Praticar a respiração artificial, se estiver inanimado

33
9.Risco de incêndio ou explosão

O fogo como reação química

Definições

Fogo:
• É uma combustão na qual se pode visualizar a produção de chamas com libertação de
energia, sob a forma de luz e calor.
Combustão:
• É uma reação química entre dois reagentes, o combustível e o comburente, mediante
condições favoráveis de temperatura e humidade.
Incêndio:
• É quando o fogo foge do controle

Combustível:
• Agente redutor que ao oxidar em determinadas circunstâncias é capaz de arder.
Exemplos: madeira, papel, plástico

Comburente:
• Agente oxidante (oxigénio) que alimenta a combustão.

Energia de ativação:
• Energia fornecida ao combustível e ao comburente para atingir a temperatura do
ponto de inflamação.

Reação em cadeia:
• União dos três elementos básicos para que a combustão continue, de maneira a
permitir a propagação do incêndio no espaço e no tempo.

Triângulo do fogo:

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• É a representação dos três elementos básicos do fogo: comburente (oxigénio do ar),
combustível (no estado vapor) e energia de ativação (calor).

Tetraedro do fogo:
• Quando a união dos três elementos básicos são ligados por uma combustão de
maneira continuada – reação em cadeia.

Há um incêndio, ou risco de incêndio, toda vez que uma causa qualquer provoca inflamação ou
aumento de temperatura capaz de causar perigo, seja de materiais ou mercadorias, seja de
uma habitação, de um estabelecimento industrial ou comercial, de um depósito.

O risco de incêndio num determinado local depende da quantidade e da qualidade do


combustível aí existente. Está diretamente relacionado com três fatores:
• Poder Calorífico (quantidade de calor libertada pela combustão completa de uma
unidade de massa combustível);
• Potencial Calorífico (quantidade de calor suscetível de ser libertada pela combustão
completa de um corpo);
• Carga de Incêndio (potencial calorífico da totalidade dos materiais combustíveis
contidos num espaço, compreendendo o revestimento das paredes, divisórias, soalhos
e tetos).

Principais fontes de energia de ativação


As causas de incêndio são muito variadas mas, na sua generalidade, resultam da atividade
humana. Os incêndios provocados por causas naturais são pouco frequentes.
De entre as fontes de ignição de incêndio mais comuns, podem destacar-se:
• Fontes de origem térmica (fósforos, cigarros, fornos, soldadura, viaturas a gasolina ou
gasóleo),
• Fontes de origem elétrica (interruptores, disjuntores, aparelhos elétricos defeituosos,
eletricidade estática);
• Fontes de origem mecânica (chispas provocadas por ferramentas, sobreaquecimento
devido à fricção mecânica).
• Fontes de origem química (reação química com libertação de calor, reação de
substâncias auto-oxidantes).

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De entre as causas humanas de incêndio, podem destacar-se:
• O descuido;
• O desconhecimento;
• Fogo posto (origem criminosa). Como exemplos de causas humanas de incêndio,
provocado por descuido ou desconhecimento, podem apontar-se:
• Trasfega de líquidos ou gás combustível sem as medidas de segurança adequadas;
• Fuga ou derrame de líquido ou gás combustível;
• Objetos de fumo (por exemplo cigarros) deficientemente controlados;
• Trabalhos a quente ou com chama nua ( por exemplo soldadura) sem as medidas de
segurança adequadas;
• Lareiras, fogueiras e outros espaços com chama nua, deficientemente apagados;
confeção de refeições (fogões, fornos, exaustores) sem as medidas de segurança
adequadas;
• Reações químicas não controladas;
• Instalações elétricas com sobrecarga e/ou mal protegidas;
• Utilização de equipamentos sem as medidas de segurança adequadas.

Classes de Fogos
Os fogos possuem características diferentes consoante a sua origem e o material que está a
sofrer a combustão. É importante o seu conhecimento, uma vez que cada tipo de fogo é
extinto com um diferente tipo de extintor.

Fogos de Sólidos (ou Fogos Secos)


• Fogos que resultam da combustão de materiais sólidos, geralmente à base de celulose,
os quais dão normalmente origem a brasas.
• Combustíveis: Madeira, Papel, Tecidos, Carvão, etc.

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Fogos de Líquidos (ou Fogos Gordos)
• Fogos que resultam da combustão de líquidos ou de sólidos liquidificáveis.
• Combustíveis: Álcoois, Acetonas, Éteres, Gasolinas, Vernizes, Ceras, Óleos, Plásticos,
etc.

Fogos de Gases
• Fogos que resultam da combustão de gases.
• Combustíveis: Hidrogénio, Butano, Propano, Acetileno, etc.

Fogos de Metais (ou Fogos Especiais)


• Fogos que resultam da combustão de metais.
• Combustíveis: Metais em pó (alumínio, cálcio, titânio), Sódio, Potássio, Magnésio,
Urânio, etc.

Em função da forma como se manifestam, podemos encontrar três subclassificações:


• Segundo o foco em que se produzem;
• Segundo o seu tamanho;
• Segundo o local onde se desenrolam.

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Segundo o foco em que se produzem, os fogos podem ser planos, verticais ou alimentados
(neste caso, um fogo vertical ou horizontal é alimentado por um combustível procedente de
depósitos que não estão em contacto direto com o incêndio).

Segundo o seu tamanho, os fogos podem ser pequenos (área da superfície ativa das chamas
menor que 4 m2), médios (área entre 4 e 10 m2), grandes (área entre 10 e 100 m2) e de
envergadura (área maior que 100 m2).

Segundo o local onde se desenvolvem, os incêndios podem ser interiores ou exteriores.

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10.Atividades e operações particularmente perigosas

Trabalhos em altura

São considerados como "trabalhos em altura", todos aqueles realizados a partir de 1,5 m. de
diferença de nível em relação à base (pavimento ou plataforma protegida).
Uma plataforma devidamente protegida deve dispor de guarda-corpos em todo o seu
perímetro, bem como nas aberturas ou rampas, construídos com material rígido de resistência
adequada e constituídos por corrimãos com uma altura mínima de 90 cm., uma barra
intermédia que impeça a passagem por escorregão do operário por baixo da mesma, e um
rodapé que impeça a queda de objetos para níveis inferiores.
A queda a nível diferente é um dos riscos mais habituais e importantes a que os trabalhadores
estão expostos nas obras

PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA

É preciso ter sempre presente que os trabalhos em altura só podem ser executados com o
auxílio de equipamentos concebidos para tal fim, ou utilizando dispositivos de protecção
colectiva, tais como guarda-corpos, plataformas ou redes de segurança. Se tal não for possível,
devido à natureza do trabalho, deve-se dispor de meios de acesso seguros e utilizar arnês de
segurança com amortecedor de energia.
Os trabalhadores envolvidos neste tipo de tarefas não devem ter qualquer restrição médica
para trabalhos em altura, e devem ter recebido a formação adequada para este tipo de
trabalhos.

Para realizar trabalhos em altura é necessário contar com um sistema de segurança ou sistema
anti-quedas: conjunto de EPI’s que permitem parar a queda de um operário em condições de
segurança. Exemplo: arnês anti-queda e elemento de amarração com amortecedor de energia.
E, dependendo do caso, com um sistema de posicionamento ou sujeição :conjunto de EPI’s
que permitem o trabalhador ficar em posição de sujeição ao posto de trabalho e ter as mãos
livres para realizar a tarefa. Exemplo: cinto de segurança com elemento de amarração
regulável.
Todo sistema de acesso ou posicionamento deve ser acompanhado de um sistema de
segurança, porque qualquer manobra de acesso ou de posicionamento em altura comporta

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um risco de queda que deve ser prevenido. São os sistemas de acesso e posicionamento que
devem ficar, a todo o tempo, ativos, enquanto que o sistema de segurança deve permanecer
inativo.
Em nenhum caso se deve realizar uma manobra sem estar dotado de um sistema de segurança
capaz de impedir a queda quando os restantes sistemas falharem; a sua função última é parar
a queda em condições de segurança.

Trabalhos em Espaços Confinados

Considera-se um local confinado qualquer espaço que apresenta aberturas limitadas de


entrada e saída, com ventilação natural desfavorável, em que se podem acumular atmosferas
tóxicas, inflamáveis ou com deficiências de oxigénio e que não está concebido para uma
ocupação contínua por parte do trabalhador.

Podem ser de vários tipos:


Espaços confinados abertos na sua parte superior, mas com uma profundidade que dificulta a
sua ventilação natural, por exemplo
• Fossos.
• Cubas.
• Poços.
• Depósitos abertos.
Espaços confinados fechados com apenas uma pequena abertura de entrada e saída, por
exemplo:
• Salas subterrâneas de transformadores.
• Túneis.
• Canais de esgoto.
• Galerias de serviços.
• Caixas de inspecção subterrâneas.
• Tanques de armazenamento, sedimentação, etc.

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MOTIVOS DE ACESSO

• Construção.
• Reparação.
• Limpeza.
• Pintura.
• Inspecção.
• Montagem de caminhos de cabos.
• Cablagem.
• Resgate.
• Etc.

RISCOS GERAIS

São aqueles que, independentemente da periculosidade da atmosfera interior, são devidos às


deficientes condições materiais do espaço como local de trabalho.
• Entalamento ou esmagamento.
• Electrocussão.
• Quedas.
• Riscos Posturais.
• Problemas de Comunicação.
• Ambiente Físico: Frio e Calor/ Ruído /Vibrações/ Iluminação.

PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA

Viabilidade
Antes do início dos trabalhos em um espaço ou recinto confinado, o Técnico da Obra e/ou o
Chefe dos Trabalhos devem determinar a viabilidade dos mesmos. Para tal, devem visitar a
zona previamente e, se possível, acompanhados pelo cliente.
O estudo desta viabilidade será incluído no respectivo Plano de Segurança e Saúde, devendo
indicar no mesmo, entre outras questões:
• Meios de acesso ao recinto: escadas, etc.
• Equipamentos de trabalho necessários: material eléctrico e sistema de iluminação
adequado e protegido, equipamentos de comunicação, tais como emissoras ou
transmissores, etc.

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• Equipamentos de medição necessários: equipamentos de verificação do ar,
equipamentos de medição de gases e vapores.
• Riscos e medidas preventivas: controlo contínuo da atmosfera interior, características
da ventilação a instalar, etc.
• Equipamentos de protecção individual necessários: equipamentos de respiração
autónomos ou semi-autónomos, arneses e corda de segurança, tripés, braços
articulados, etc.
• Equipamentos de extinção de incêndios.

Medição, avaliação e controlo da atmosfera interior


• Caso o espaço confinado tenha contido substâncias perigosas, estas devem ser
eliminadas totalmente e o local será ventilado através de um sistema de renovação
forçada do ar.
• Deve-se medir a concentração de oxigénio, a percentagem na atmosfera interior não
deve ser inferior a 19,5%.
• Igualmente, deve-se efectuar a medição dos gases tóxicos ou inflamáveis, em função
do tipo e condições do recinto, através de detectores específicos.
• Se houver menos de 19,5% de oxigénio ou gases tóxicos em concentrações acima dos
seus limites de exposição, devem ser utilizados equipamentos de respiração
autónomos ou semi-autónomos, dependendo do caso, além dos sistemas de
ventilação apropriados.
• Se houver probabilidade de existência de atmosferas inflamáveis, deve-se vigiar
rigorosamente a inexistência de focos de ignição nas proximidades da boca do recinto.

EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO - ILUMINAÇÃO ATEX - ASPIRADORES E/OU FORNECEDOR


Autorização de entrada e trabalho em espaço confinado
• Com esta autorização pretende-se garantir que todos os responsáveis por esta
operação adoptaram as medidas fundamentais para que se possa intervir no espaço
confinado sem colocar em perigo a segurança ou a saúde dos trabalhadores, bem
como assegurar que os operários que realizam os trabalhos estão perfeitamente
capacitados para tal.

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• Pessoal: O trabalho deve ser realizado por, no mínimo, dois trabalhadores. Ambos
devem ser aptos para este tipo de trabalhos, conforme o resultado do último exame
médico correspondente à vigilância da saúde.
• Pelo menos um deles (o operário que realiza o trabalho de vigilância no exterior) deve
ter formação em primeiros socorros e nível básico de 50 horas em Prevenção de Riscos
Profissionais, já que deverá ser designado Delegado de Prevenção do local da obra.

ISOLAMENTO DO ESPAÇO CONFINADO

Antes de iniciar os trabalhos é preciso garantir o isolamento total do espaço protegendo-o


contra dois tipos de riscos:
• O fornecimento energético intempestivo: através de sistemas de encravamento
invioláveis que impossibilitem totalmente esse fornecimento.
• A entrada de substâncias químicas: através da instalação de flanges cegas nas
tubagens, incluindo os tubos dos circuitos de segurança como os utilizados para purga
ou inertização.
• Além de isolar, será imprescindível sinalizar com informação clara e permanente que
estão a ser realizados trabalhos no interior de espaços confinados e delimitar a zona,
impossibilitando o acesso às imediações do recinto.

EXECUÇÃO DO TRABALHO

Para aceder ao interior do espaço confinado, os operários devem utilizar arnês e corda de
segurança ancorada no exterior, onde deve haver meios de sujeição e de resgate adequados.
Além disso, no exterior devem estar disponíveis meios de extinção de incêndios apropriados.
Deve haver sempre um colaborador no exterior para controlar as operações, permanecendo
na entrada do espaço confinado e sem abandonar o seu posto em nenhum caso.
O colaborador que permanecer no exterior deve manter contacto contínuo com os operadores
que intervêm no espaço confinado, visualmente ou por outro meio de comunicação eficaz.
No interior do espaço confinado é imprescindível efectuar medições contínuas da atmosfera.
Para tal, devem estar disponíveis os equipamentos de medição apropriados.
Finalizados os trabalhos no interior, todas as ferramentas e equipamentos utilizados devem ser
removidos, deixando a área arrumada e limpa.

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O colaborador que realizar o trabalho de vigilância no exterior não deve abandonar o seu
posto até todos os operadores finalizarem o trabalho no espaço confinado e estarem
completamente fora do mesmo.
Deve-se comunicar ao Chefe de Trabalhos a conclusão dos mesmospara, se for caso disso,
eliminar os sistemas de encravamento e bloqueio.
Caso os trabalhos devam continuar em sucessivos períodos de trabalho, deve-se iniciar
novamente o processo de revisão dos equipamentos, informação aos trabalhadores,
autorização,... O único passo que não será necessário repetir é a Designação do Delegado de
Prevenção, desde que o colaborador responsável pela vigilância dos trabalhos situado no
exterior seja o mesmo que no dia anterior.

Soldadura

Embora existam vários processos de soldadura manual e semi-automática os riscos presentes


em cada um deles são praticamente os mesmos.

As maiores diferenças centram-se nos poluentes químicos emitidos para o meio ambiente, a
exposição a radiações (nem todos os processos de soldadura emitem radiação ultravioleta), a
exposição ao ruído e o risco de explosão (também não estão presentes em todos os
processos).

Principais riscos

• Exposição a contaminantes químicos (fumos metálicos e gases, nomeadamente


monóxido de carbono, ozono e compostos nitrosos)
• Exposição a radiações não ionizantes (infravermelha e ultravioleta)
• Projeção de materiais (partículas incandescentes ou partes das peças a trabalhar)
• Esmagamento
• Contacto com superfícies a temperaturas extremas
• Exposição ao ruído
• Associados à iluminação
• Riscos eléctricos
• Desrespeito pelos princípios ergonómicos
• Contacto com materiais ou substâncias a temperaturas extremas
• Risco de incêndio e explosão

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Medidas de Prevenção Gerais

• Enquanto executam tarefas de soldagem, os trabalhadores nunca devem ter na sua


posse (nos bolsos, etc.) fósforos, isqueiros ou qualquer outro utensílio que possa
originar um incêndio ou explosão
• As botijas de gás utilizadas na soldadura devem estar devidamente protegidas contra
quedas (por ex., devem ser presas com correntes) e nunca devem ser colocadas junto
a fontes de calor
• Os tubos dos queimadores devem ser conservados em bom estado e estar isentos de
qualquer defeito ou dano, caso tal se verifique devem ser reparados antes de qualquer
utilização
• As máquinas de soldadura por resistência devem estar equipadas com sistemas de
protecção que impeçam a sua colocação em funcionamento na presença de um
trabalhador
• A zona de trabalho deve estar devidamente ventiladas para se evitarem concentrações
perigosas de gases tóxicos ou infamáveis e para diminuir a temperatura ambiente
• Os postos de trabalho devem ser equipados com sistemas de aspiração localizada cujo
caudal deve estar adequado às características da operação
• Deve-se verificar periodicamente a ausência de fugas de gás (sempre antes de iniciar
um trabalho) (utilizar unicamente água com sabão)
• Não executar tarefas de soldadura sobre pavimentos ou superfícies combustíveis (ex.:
de madeira, aglomerado, etc.)
• Nos postos de soldadura devem existir disponíveis meios de extinção adequados,
nomeadamente extintores de pó químico e de dióxido de carbono.
• Os trabalhadores devem ser formados no sentido de denunciarem as condições
perigosas que observam ou com que se deparam: equipamentos danificados, vias de
circulação ou locais de trabalho obstruídos ou desorganizados, utilização incorreta de
equipamentos, etc.
• O local de trabalho deve ser mantido o mais limpo possível; muitas condições
perigosas podem ser eliminadas se os materiais e equipamentos de trabalho se
mantiverem devidamente arrumados, os desperdícios colocados em recipientes
próprios, o pavimento for conservado limpo, etc.
• Os trabalhadores devem sempre utilizar os equipamentos de segurança adequados;

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• Disponibilizar uma iluminação do ambiente de trabalho adequada para prevenir a
fadiga visual
• Implementar programas de protecção auditiva, visual e respiratória
• Formar e informar os trabalhadores acerca dos riscos a que estão expostos e sobre o
métodos de trabalho seguros que devem adoptar
• Formar os trabalhadores para um correcto manuseamento das cargas e adopção de
posturas de trabalho adequadas
• Após a conclusão do trabalho devem ser feitas inspecções regulares ao local para se
detectarem eventuais zonas ou pontos quentes, fumo ou odor a queimado com o
objectivo de detectar possíveis focos de incêndio (muitas vezes os incêndios têm inicio
após algum tempo de combustão lenta)

Trabalhos hiperbáricos

O trabalho hiperbárico está relacionado com operações que ocorrem sob pressões maiores
que a pressão atmosférica normal (1 Bar).

Na prática, trata-se de um ambiente em que o nosso organismo está submetido a uma pressão
atmosférica superior à pressão atmosférica ao nível do mar, pelo que, a mais evidente
“agressão” será a pressão.

Trabalhos em ambiente hiperbárico:

Mergulho

Atualmente as atividades de mergulho podem ser classificadas de diferentes formas, Como


por exemplo, o mergulho em apnéia no qual o mergulhador não respira, logo, permanecendo
um tempo restrito sob a água. Ao contrário do mergulho com respiração subaquática que é
realizado com a utilização de algum tipo de equipamento para provir ar ao mergulhador. Essa
classificação ainda pode ser dada por:

Quando ao gás respirado e profundidade:

1. Mergulho com gás comprimido = mergulho raso. Profundidade de até 50 metros. É


o limite para a utilização do gás comprimido.

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2. Mergulho com mistura respiratória artificial (MRA) = mergulho fundo.
Profundidade maior que 50 metros. É usada uma mistura respiratória, composta de hélio e
oxigênio (HeO2).

Quanto ao tempo:

1. Mergulho Simples: é aquele realizado após um período maior que 12 horas de outro
mergulho;
2. Mergulho Repetitivo: é aquele realizado antes de decorridas 12 horas do término de
outro mergulho;

Quanto ao tipo de equipamento:

1. Mergulho autônomo;
2. Mergulho dependente;
3. Mergulho com umbilical ligado diretamente a superfície;
4. Mergulho com Sino Aberto (Sinete);
5. Mergulho com Sino de Mergulho (fechado).

Patologias relacionadas ao trabalho pressurizado

Existem diversas patologias relacionadas diretamente com o trabalho em condições hiperbáricas


dentre elas:

Barotraumas: Quando o indivíduo é submetido a uma diferença de pressão ambiente, os

efeitos sensíveis ocorrem nas cavidades recheadas de ar, como os pulmões e os ouvidos. Ao
submetermos o organismo a um ambiente pressurizado, a Lei de Boyle atrapalha (o volume de
um gás é inversamente proporcional à pressão). Todos nós já experimentaram alguns destes
efeitos, como na descida de uma serra ou mergulhando em uma piscina: a sensação de sentir
os ouvidos "abafados" revelam que a pressão está aumentando sobre nosso corpo.

Barotrauma de ouvido médio: Os ouvidos possuem uma região atrás do tímpano, chamada
de ouvido médio, que está cheia de ar para funcionar como uma caixa acústica, com espaço
para a vibração da membrana do tímpano. Justamente por ser recheada de ar, está região é
vulnerável a variação de pressão. A medida que o mergulhador afunda, a pressão da água
aumenta e empurra o tímpano para dentro, provocando dor ; se o mergulhador não tomar
nenhuma atitude, o tímpano poderá se romper, causando barotrauma do ouvido médio. Para

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evitar esse tipo de acidente, o mergulhador realiza manobra de Valsalva, assim chamada por
ter sido descrita por um fisiologista italiano com esse nome: tapa-se o nariz com dois dedos,
mantém-se a boca fechada e expira-se com um pouco de força. Sem opção de saída, o ar
caminha pela trompa de Eustáquio, canal membranoso que liga o ouvido à garganta , e chega
ao ouvido médio, preenchendo a cavidade e igualando a pressão de dentro com a de fora. Caso
a operação seja mal feita e o tímpano pode se romper (o que só uma delicada cirurgia resolve).

Barotrauma pulmonar: Além do ouvido e outros espaços corporais que contém ar, em
condições hiperbáricas, ocorrem mudanças na composição de gases dos pulmões. No caso do
oxigênio, por exemplo, quanto maior a pressão deste gás no pulmão, maior quantidade será
absorvida pelo sangue e dissolvida em todos os líquidos do corpo. Pulmões e árvore respiratória
Uma estrutura rígida, a traquéia, vai se ramificando em ramos cada vez menores até que
bronquíolos terminam formam os sacos alveolares. Estes mantém grande quantidade de ar no
tecido pulmonar, que é bastante elástico. Na pressurização o pulmão é comprimido, se o
indivíduo estiver com a respiração contida (apnéia) e a pressão for excessiva, podem ocorrer
lesões ao pulmão, caracterizando o barotrauma pulmonar.

Embolia Traumática pelo ar: No mergulho com equipamento ou em câmaras hiperbáricas, o


ar deve ser inspirado na mesma pressão que o ambiente, permitindo que o tórax e os pulmões
tenham pressão suficiente para sua movimentação, vencendo a pressão que a água ou ar-
comprimido faz sobre o peito. Se o indivíduo, nestas condições, respirar ar ou oxigênio sob
pressão e conter a respiração em apnéia, no caso de ocorrer uma despressurização súbita
(como no mergulho, em uma subida muito rápida à superfície), o pulmão será submetido a uma
expansão súbita, com grande aumento de sua pressão interna. Isto poderá ocasionar uma
ruptura de alvéolos, entrando ar no espaço pleural. Nesta caso pode haver um colapso do
pulmão (pneumotórax), entrada de ar na membrana que reveste o coração
(pneumomediastino) o mesmo abaixo da pele do tórax e pescoço (enfisema subcutâneo). Este
acidente, muito grave, é denominado embolia traumática pelo ar (E.T.A.).

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Trasfega de líquidos inflamáveis

São consideradas mercadorias perigosas as substâncias ou preparações que devido à sua


inflamabilidade, ecotoxicidade, corrosividade ou radioatividade, por meio de derrame,
emissão, incêndio ou explosão podem provocar situações com efeitos negativos para o
Homem e para o Ambiente.

O transporte de mercadorias perigosas, pelas consequências que podem advir em caso de


acidentes, põe problemas de segurança, necessitando de atenção especial.

Devido às características destas mercadorias, houve necessidade de criar uma regulamentação


especial para o seu transporte. Para além do Código de Estrada e da regulamentação geral do
tráfego ferroviário, a que todo o trânsito deve obedecer, o Regime jurídico e Regulamentação
Nacional do Transporte Terrestre de Mercadorias Perigosas (RNTMP), por estrada e por
caminho-de-ferro(Decreto-Lei n.º 41-A/2010, de 29 de abril, e subsequentes atualizações)
constitui a legislação de base.

O risco de acidentes no transporte de mercadorias perigosas é função de determinadas


variáveis que estão ligadas à localização das empresas que as produzem, armazenam e
comercializam; aos trajectos utilizados; à intensidade de tráfego automóvel; à frequência de
circulação dos veículos de transporte; às quantidades transportadas e ao perigo inerente aos
próprios produtos.

Para além do risco de explosão, o acontecimento iniciador mais comum é a perda de


contenção da mercadoria, potenciando a sua perigosidade, por exemplo, o contacto da
mercadoria tóxica com o Homem, da mercadoria inflamável com uma fonte de ignição ou da
mudança de estado físico da mercadoria com mudança das suas propriedades.

A perda de contenção pode acontecer por degradação do contentor na sequência de um


acidente rodoviário, incorreta operação das válvulas, ou por ação física interior ou exterior, tal
como por exemplo, uma ação mecânica, uma ação química, uma ação térmica ou uma ação de
sobrepressões.

Em termos gerais os fenómenos perigosos que se manifestam neste tipo de acidentes (a


sobrepressão e a radiação térmica de explosões, a radiação térmica e fumos nocivos de

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incêndios, a toxicidade de nuvens ou derrames tóxicos, entre outros) têm a capacidade de
provocar efeitos de grau diverso consoante o tipo de elementos expostos: o Homem, o
Ambiente ou bens materiais.

Medidas preventivas

• Garantir que a mistura inflamável com ar está fora dos limites de explosão;
• Manter a superfície do líquido abaixo do ponto de inflamação;
• Garantir que tubagens e reservatórios sejam estanques;
• Evitar a ocorrência de fugas;
• Garantir a existência do plano de manutenção e o registo das atividades executadas;
• Nas áreas perigosas, proibir fumar, foguear, trabalhos de soldadura;
• Disponibilizar em zona próxima, meios de extinção;
• Utilizar instalações elétricas anti- deflagrantes;

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11. Instrumentos de Deteção e de Medição de Leitura Directa no domínio da Segurança

Explosímetros: O princípio de funcionamento de um explosímetro consiste, geralmente, em


provocar a oxidação catalítica de um gás e medir a elevação de temperatura produzida.
A célula de medida, na qual se faz circular a mistura gasosa, contem um elemento detetor
impregnado de catalisador que e mantido a uma temperatura suficiente para se conseguir a
oxidação do gás.
O elemento detetor e montado em ponte Wheatstone com um elemento de comparação e
duas resistências elétricas fixas.

Detetores de gases e vapores: No doseamento de gases e vapores existentes nos ambientes


fabris empregam-se métodos muito variados:
● métodos cromatográficos, principalmente cromatografia em fase gasosa;
● métodos espectrofotométricos - ultra violeta, absorção atómica, infravermelho,
colorimétricos;
● métodos volumétricos de indicação colorimétrica por leitura directa.

Os métodos de indicação colorimétrica por leitura directa tem relativamente aos outros as
seguintes vantagens:
● expeditos;
● pouco onerosos;
● de fácil aplicação

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Mas nem tudo são rosas, uma vez que também apresentam desvantagens, nomeadamente o
facto de serem métodos somente quantitativos, uma vez que implicam o conhecimento à
priori do gás que se vai dosear.
O princípio de funcionamento e o da reação do gás a dosear com um tubo. Para isso o gás e
aspirado manualmente ou por meio de uma bomba elétrica para dentro e através de um tubo
reativo específico para esse gás que muda de cor ao reagir com ele.
A quantidade de tubo que mudou de cor permite dizer qual a concentração de gás no ar.

Manómetro: Constituído por um tubo em U de vidro ou plástico, contendo um liquido


que pode ser mercúrio, agua, álcool ou óleo e que vai ser usado para avaliar a
pressão de um determinado gás contido num reservatório.
Como no seio de um gás se pode desprezar o efeito da gravidade, a pressão tem o
mesmo valor em qualquer ponto no interior do reservatório e na superfície 1.
Alem disso, como a pressão dum fluido em repouso não varia num plano horizontal,
a pressão no ponto 2 e a mesma que no ponto 1.
A coluna de liquido de altura h situada acima do nível 2 esta em equilíbrio.
Portanto, o resultado das forcas que lhe estão aplicadas terá que ser zero.

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Bibliografia / webgrafia

• AA VV., Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais em Portugal. Riscos


Profissionais: Fatores e Desafios, Centro de Reabilitação Profissional de Gaia,
2005

• AA VV., Manual de segurança, higiene e saúde no trabalho, Edição


Compenditur

• AA VV., Manual de higiene e segurança no trabalho, Programa de formação


PME, AEP

• CABRAL, Fernando, VEIGA, Rui e Outros, “Higiene, Segurança e Saúde e


Prevenção de Acidentes de Trabalho”, Edição n.º 24, Lisboa – Verlag
Dashöfer, 2007

• ACT - Autoridade para as condições de trabalho: http://www.act.gov.pt

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