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UNIDADE 01

Higiene e Segurança Industrial

Olá, bem vindo à unidade 1.

Uma cultura de segurança em avançado estágio é fator de grande


importância para a prevenção de acidentes em uma empresa. Um ambiente de
trabalho em que os empregados estão envolvidos em acidentes de diversos tipos
não é sustentável.

Um ambiente de trabalho equilibrado deve possuir uma cultura de


segurança que penetre em todos os níveis hierárquicos. A cultura da segurança
existe em uma organização quando a cultura organizacional dá prioridade a
segurança do trabalho.

Uma política empresarial prevencionista deve ser pautada em: definição de


responsabilidade quanto a segurança, plano de treinamento, plano de prevenção e
divulgação e ações em caso de acidentes e doenças do trabalho.

Vamos começar nossos estudos?

Boa aula!

●●Mostrar a importância da Segurança do Trabalho dentro da empresa, suas finalidades, composição


e execução.
●●Conhecer de modo simplificado as características de um plano de emergência com seus requisitos
básicos.

●●Objetivos da empresa;
●●Barreira no alcance dos objetivos;
●●Política de segurança e saúde no trabalho;
●●Organização da segurança;
●●Estrutura de resposta de emergência.

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Organização da Segurança

Objetivos da Empresa

Toda empresa tem sua organização pautada em objetivos econômicos e sociais. No campo econômico
o seu objetivo é obter lucro com a venda de suas mercadorias ou serviços. No campo social os objetivos
são suprir as necessidades da sociedade em que a empresa está inserida e produzir riquezas para o País.

Para atingir seus objetivos as empresas investem em


projetos de qualificação dos empregados, manutenção,
ampliação de produção, etc. Neste, contexto o Programa de
Prevenção de Acidentes é muito importante nos aspectos
econômicos e sociais para que as empresas atinjam seus
objetivos.

Barreiras no Alcance dos Objetivos

Os acidentes de trabalho interferem diretamente nos objetivos da empresa, pois geram entre outras
consequências:

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Política da Segurança e Saúde no Trabalho

A administração superior da empresa deve definir e manter uma política de segurança e saúde no
trabalho. Esta política deve ser simples, perceptível a todos e contemplar três compromissos básicos:

A política de segurança da empresa deve ser comunicada a todos os trabalhadores da empresa por
meio de palestras e cursos de formação.

O número de funcionários e as tarefas individuais devem ser determinados com base nas instruções
de segurança. Os objetivos das instruções de segurança são:
●● Determinar as pessoas com missões específicas na implantação do Plano de Emergência Interna.
●● Definir plano que minimize as consequências de um acidente.
●● Prevenir as situações possíveis de por em risco a segurança dos trabalhadores e as instalações.
●● Definir as ações a desenvolver em situações de emergência:
●● Desencadear o alarme.
●● Procurar solucionar a situação.
●● Evacuar se não for possível eliminar o risco.
●● Alertar o socorro externo.
●● Socorrer as pessoas em perigo.

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As instruções de segurança devem incluir:


●● Instruções Gerais de Segurança – destinadas a todos os trabalhadores.
●● Instruções Particulares de Segurança – referem-se a segurança dos locais que apresentam riscos
particulares.
●● Instrução Especiais de Segurança – Abrange apenas o pessoal encarregado de promover o alerta
e coordenar a evacuação do prédio até a chegada dos meios de socorro.

Em termos de metodologia de elaboração consideram-se as seguintes fases:

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Em termos de metodologia de elaboração consideram-se as seguintes fases:

Primeira fase – Riscos


●● Sistematizar os tipos de acidentes graves possíveis de ocorrer.

Segunda fase – Consequências

Estimativa dos efeitos decorrentes da ocorrência do acidente nos pontos perigosos. É a graduação
do risco em função dos acidentes, e da possibilidade de ocorrência. Todos os cenários são considerados:
●● muito frequente/pouca gravidade
●● pouco frequente/muita gravidade.

Principais aspectos a considerar na classificação das emergências:


●● Situação causadora do acidente.
●● Efeitos causados (pessoais, materiais e outros).
●● Frequência de ocorrência (alta, média ou baixa).
●● Gravidade dos danos:
●● Graves – mortes e grandes perdas materiais e ambientais.
●● Convencionais – todos os outros.
●● Espaço afetado
●● Interno – não ultrapassou os limites da empresa.
●● Externo – ultrapassou os limites da empresa.
●● Ocupação da empresa:
●● Horário normal – ocupação plena.
●● Horário de turno – ocupação reduzida.
●● Fim de semana e feriados – ocupação reduzida.

Terceira fase – Planejamento

Com base nas informações recolhidas define-se ações com a finalidade de diminuir perdas humanas
e materiais, e identificar os meios existentes.
●● Equipamentos de intervenção:
●● Extintores portáteis e móveis
●● Sistemas de iluminação e sinalização.
●● Meios de alarme e alerta:
●● Sirenes, megafone, telefone, etc.
●● Fluxograma de decisões/atuações.
●● Procedimentos de emergência:
●● Como e quem dá o alarme?

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●● Que equipes devem comparecer?


●● Onde devem se reunir?
●● Quem dirige os trabalhos?
●● Quem deve ser avisado fora do trabalho?
●● Quem avisa?
●● Como se deve comportar cada trabalhador?
●● Tipos de emergência a considerar:

Os tipos de emergências podem ser classificada em:


●● Emergência pequena – é uma emergência local e de pequena proporção.
●● Emergência parcial – atinge mais de um setor da empresa.
●● Emergência total – alastra-se por toda a empresa.
●● Níveis de gravidades para aplicação do plano de Emergência Interno:
●● Nível 1 (anormal) – O plano não é ativado.
●● Nível 2 (perigo) – O plano é ativado parcialmente.
●● Nível 3 (emergência) – O plano é ativado totalmente.

Quarta fase – Implementação

Para aplicação do Plano de Emergência Interno é


necessário seguir os passos secundários:
●● Apresentação ao público interno da empresa.
●● Selecionar e formar trabalhadores que farão parte
das equipes.
●● Formar linhas de cooperação com entidades
exteriores (corpo de bombeiros e hospitais).
●● Realizar exercícios de treinamento de acidentes.

Quinta fase – Manutenção

Após a quarta fase (implementação), é necessário manter a idéia de segurança viva (manutenção)
por meio de:
●● Campanhas de sensibilização dos trabalhadores;
●● Planos de manutenção de máquinas e equipamentos;
●● Formação contínua;
●● Exercícios programados simulando acidentes do trabalho.

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Estrutura de resposta de emergências

As principais funções numa estrutura de respostas as emergências são:

Diretor de emergência – é o principal funcionário determinado pela empresa. Ele decide quando deve
ativar o Plano de Emergência Interna. As suas funções são:
●● Ativar o Plano de emergência Interna.
●● Atribuir missões específicas.
●● Coordenar grupos.
●● Ordenar o pedido de socorro externo.
●● Avaliar a necessidade de evacuação.

Chefe de intervenção – profissional que vai coordenar as equipes que darão resposta a emergência. As
suas funções são:
●● Avaliar a natureza e a extensão do acidente.
●● Coordenar as ações de combate a incêndio.
●● Colaborar com o Corpo de Bombeiros, se necessário.
●● Chamar serviços de emergência, se necessário.
●● Dirigir os exercícios simulados das brigadas de incêndio.

Equipes de emergência.

São formados pelos trabalhadores treinados com a finalidade de dar o primeiro combate nos momentos
iniciais do incidente, e em outras situações de acordo com a evolução do sinistro.

Equipe de apoio.

Possui a função de:


●● Cortar, se for o caso, o fornecimento de gás, eletricidade, interromper linhas de substância inflamáveis,
etc.
●● Colocar a disposição materiais de combate a incêndio que ficam como reversa técnica.

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Responsável pela evacuação

É o responsável pela coordenação da evacuação de vítimas e de outros trabalhadores. As suas


funções são:
●● Coordenar a evacuação .
●● Solicitar auxílio quando achar necessário.
●● Classificar os feridos de acordo com o tipo de lesão.
●● Coordenar a equipe de primeiros socorros.

Equipe de Socorristas

Darão os primeiros socorros aos feridos. Suas funções são:


●● Dar socorro as vítimas.
●● Encaminhar as vítimas aos hospitais.

Posto Central de Segurança

A coordenação de todo o Plano de Emergência Interna deve possuir um local de reunião, onde os
responsáveis pela sua aplicação se reunirão. Este local deve conter:
●● Plantas da empresa, diagrama do processo industrial, etc.
●● Sistema de comunicação interna e externa.

Organização na Empresa

Todas as ações de segurança e saúde no trabalho em uma empresa são desenvolvidas e coordenadas
pelos:
●● Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT).
●● Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).
●● Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).
●● Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).

1 – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT).

O SESMT tornou-se obrigatório no Brasil a partir de 1978, pela Norma Regulamentadora nº 4. O


dimensionamento do SESMT depende de dois fatores:
●● o número de empregados da empresa;
●● e o grau de risco da atividade desenvolvida na empresa. Entre as
atividades do SESMT, destacam-se a elaboração e implantação do
PPRA e PCMSO. Fazem parte do SESMT, o técnico e o engenheiro de
segurança do trabalho, o enfermeiro e médico do trabalho.

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2 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).

Tornou-se obrigatório em 1978 pela Norma Regulamentadora Nº 7. Este programa é obrigatório para
todas as empresas, independentemente do número de funcionários. O PCMSO, deve ser elaborado por
um médico do trabalho, e incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos:
●● admissional;
●● periódico;
●● de retorno ao trabalho;
●● de mudança de função;
●● demissional.

Na elaboração do PCMSO é preciso estudo prévio para reconhecimento dos riscos na empresa. Com
base no estudo de reconhecimento dos riscos, estabelecem-se os exames clínicos e complementares
específicos para cada atividade laboral.

3 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).

É obrigatória para todas as empresas independentemente do número de funcionários e do risco


ocupacional. O programa foi instituído em 1978 pela Norma
Regulamentadora Nº 9, e deverá incluir as seguintes etapas:
●● Antecipação e reconhecimento dos riscos;
●● Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e
controle;
●● Avaliação de riscos e da exposição dos trabalhadores;
●● Implantação de medidas de controle e avaliação de sua
eficácia;
●● Monitoramento da exposição aos riscos;
●● Registro e divulgação dos dados.

4 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).

Criada em 1978 pela Norma Regulamentadora Nº 5, tem como objetivo a prevenção de acidentes e
doenças decorrente do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente
o trabalho com a preservação da vida e promoção da saúde do trabalhador.
Devem constituir CIPA e mantê-la em regular funcionamento as empresas
privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração
direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas,
cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores como
empregados. É obrigatória a constituição de CIPA para empresas, que tenham
mais de 19 funcionários, mas há algumas exceções.

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A segurança no trabalho é definida por leis específicas e por Normas Regulamentadoras, leis
complementares e portarias. A segurança no trabalho é um conjunto de tecnologias e conhecimentos
somados a legislação que buscam dar ao trabalhador segurança no ambiente de trabalho; a função da
segurança é desdobrada em dois itens básicos: controle de risco e controle de emergência. O controle
de risco é o conjunto de conhecimentos utilizados por uma empresa para planejar, operar e controlar
as atividades laborais. O controle de emergências é exercido de forma efetiva quando os fatores que
desencadeiam um acidente se manifestam em fatos reais.

Leituras Complementares

MARCUN,Miguel. A organização Informal e seus Reflexos na Segurança do Trabalho. Universidade


Editora. Rio de Janeiro, 2005.

FILHO, Anastácio, Pinto Gonçalves; MARINHO, Márcia Mara. Cultura e Gestão da Segurança no
Trabalho: Uma Proposta de Modelo. Scielo, vol.18,Nº 1, 2011.

REIS, Roberto Salvador. Segurança e Medicina no Trabalho. Editora Yendis. São Paulo,2010.

HOEPPNER, Marcos Garcia. Segurança e Medicina do Trabalho. Normas Regulamentadoras. Ícone


Edito.São Paulo,2012.

PAOLESCHI, Bruno.CIPA – Guia Prático da Segurança no Trabalho. Editora: Erica. São Paulo, 2009.

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