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Gestão de Segurança, Saúde e Meio Ambiente de Trabalho Rural

Módulo 4
Estudo das condições de trabalho rural
Hora de dar início ao Módulo 4 − Estudo das condições de trabalho rural. Este tema tratará do
levantamento dos riscos laborais que você estudou no módulo anterior, da hierarquia das imple-
mentações das ações de segurança e saúde, e da identificação dos Atestados de Saúde Ocupa-
cionais (ASO).

Assim, o conteúdo foi dividido da seguinte forma:


• Aula 1: Realização de avaliações dos riscos laborais.

• Aula 2: A hierarquia das implementações das ações de segurança e saúde.

• Aula 3: Identificação dos Atestados de Saúde Ocupacional (ASO).

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Gestão de Segurança, Saúde e Meio Ambiente de Trabalho Rural

Aula 1

Realização das condições de trabalho rural


Fazer o levantamento dos riscos laborais é uma etapa muito importante no programa de gestão
de riscos. Por isso, nesta aula, você verá as etapas para esse levantamento, além de descobrir
como proceder para realizar as avaliações ambientais.

Para dar início, é importante que você saiba que a avaliação pode ser de dois tipos:

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Avaliação qualitativa
É a forma mais simples de avaliação, em que apenas a percepção do avaliador será necessária
para identificar o risco existente no local de trabalho. É o tipo de avaliação que dispensa o uso de
equipamentos para medir os riscos ambientais.

Estudo de caso

Imagine a seguinte situação. O avaliador entra em um


ambiente com pouca ventilação, onde uma máquina
com motor de combustão interna está funcionando. Ele
perceberá o cheiro imediatamente, não é mesmo? Ou
seja, apenas com uso do olfato será possível identificar
aquele risco.

valiação quantitativa
Já na avaliação quantitativa é necessária a utilização de instrumentos e equipamentos destina-
dos à quantificação do risco, além do uso de metodologia cientifica.

Estudo de caso

Agora, pense no avaliador que entra em um ambiente


de trabalho onde existem vários ruídos. Neste caso,
não se sabe se aquele agente (ruído) está em quanti-
dade suficiente para causar danos à saúde. Será ne-
cessário medir esse ruído, e verificar se está acima
dos limites permitidos.

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Etapas da avaliação ambiental


A etapa de avaliação é uma fase de levantamento de pontos importantes para a realização efi-
ciente do programa. Nessa fase, é preciso determinar um responsável pelo programa, os objeti-
vos e as metas, um responsável pelo levantamento de riscos, fazer um inventário de máquinas,
equipamentos e implementos, realizar um levantamento do número de empregados com suas
funções e locais de trabalho, além da elaboração de um cronograma. Veja como funciona cada
uma dessas etapas:

Escolha dos responsáveis pelo programa e pelo levantamento


O responsável pelo programa deve pertencer à gerência da propriedade ou ter um cargo de con-
fiança, pois a sua atuação será fundamental para a eficiência do programa. Essa pessoa será
responsável pela liberação dos recursos necessários para o desenvolvimento do programa.

A escolha do responsável pelo levantamento dos


riscos segue um critério mais técnico, pois a pes-
soa escolhida deverá ser capaz de identificar os
riscos e suas fontes geradoras. Normalmente,
contrata-se uma empresa especializada ou de
um profissional da área de segurança (Técnico
de Segurança do Trabalho ou Engenheiro de
Segurança do Trabalho) para que eles façam o
levantamento, pois muitas vezes, esse levanta-
mento exige experiência na percepção dos ris-
cos, e demanda aparelhos para as medições dos
níveis de exposição.

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Objetivos
Cada propriedade terá seus objetivos e suas me-
tas próprias, mas de maneira geral, os objetivos
serão os de cumprir as normas de segurança do
trabalho, e tornar os ambientes de trabalho mais
seguros, prevenindo a ocorrência de doenças
ocupacionais, aumento da produtividade, melho-
ria da saúde e da qualidade de vida.

O programa não visa somente ao atendimento ou


ao cumprimento legal, mas sim à ação preventi-
va, antecipando, reconhecendo e controlando os
riscos ambientais existentes, ou os que possam
vir a ocorrer no ambiente de trabalho, levando
em consideração a proteção do meio ambiente
e dos recursos naturais, e a saúde e integridade
física dos trabalhadores.

Metas
As metas serão traçadas de acordo com os ob-
jetivos estipulados pela gerência da propriedade.
Basicamente, as metas serão as definições do
que será realizado em cada etapa do programa,
ou seja, as ações. As etapas para a realização
das avaliações de risco são: antecipação, reco-
nhecimento e avaliação. Para cada etapa serão
traçadas metas específicas.

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Inventário
O inventário é um documento que relaciona os
itens encontrados na propriedade para fins de
identificação, classificação e análise. Essas in-
formações devem subsidiar as ações de gestão,
afinal só é possível realizar um controle do que
é conhecido. Assim, essa etapa ajuda a controlar
melhor os registros e as avaliações, e será fun-
damental na etapa de definição das medidas de
controle.

No inventário de máquinas é necessário colo-


car as seguintes informações: tipo, fabricante,
modelo e ano de fabricação. Se for uma
máquina estacionária, é necessário adicionar a
sua localização na propriedade.

Máquina que se mantém fixa em um posto de trabalho, ou seja, transportável para uso em bancada
ou em outra superfície estável em que possa ser fixada.

Número de trabalhadores, funções


e locais de trabalho
Essas informações são necessárias para avaliar
os riscos e a exposição dos trabalhadores nos
ambientes de trabalho. Ajudam a determinar as
prioridades de ação, pois quanto mais pessoas
envolvidas em um mesmo risco, maior a neces-
sidade de intervenção e controle.

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Cronograma
Consiste no estabelecimento de prazos de exe-
cução do programa, com base na antecipação e/
ou reconhecimento, dos riscos ambientais ava-
liados. A primeira etapa do cronograma deverá
ser a avaliação dos riscos qualitativos e quan-
titativos. Na sequência, o cronograma trará as
demais ações determinadas pelos objetivos e
metas. Duas etapas necessariamente deverão
estar no cronograma, as etapas de implementa-
ção das medidas de controle e o monitoramento.

Estudo de caso

As metas devem ser específicas, ter um responsável e ser sempre acompanhadas de


datas. Então, vamos imaginar que estamos na fase de reconhecimento, e precisa-
mos definir a nossa meta para aquele período.
Considerando todas as necessidades, observe
o exemplo a seguir:

Meta: fazer o levantamento dos riscos laborais


por meio da contratação de empresa.

Responsável: empresa terceirizada para a re-


alização do levantamento dos riscos laborais.

Data da contratação: janeiro de 2015.

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É importante lembrar que a avaliação dos riscos servirá de base para a implementação de outro
programa, o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Esse programa é
posto em andamento pelo profissional médico, familiarizado com os princípios das patologias
ocupacionais e suas causas, bem como com o ambiente, as condições de trabalho e os riscos
a que está ou será exposto cada trabalhador. O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização
obrigatória dos exames médicos. Vamos tratar desse assunto na terceira aula deste módulo.

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Aula 2

Hierarquia das implementações das ações de


segurança e saúde
As ações de segurança devem seguir uma hierarquia, com ordem de prioridade e medidas a se-
rem adotadas para evitar acidentes. Veja o que diz a NR-31 a seguir.

Os empregadores rurais ou equiparados devem implementar ações de segurança e saúde


que visem à prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho na unidade de
produção rural, atendendo à seguinte ordem de prioridade:

a) eliminação de riscos através da substituição ou adequação dos processos


produtivos, máquinas e equipamentos;

b) adoção de medidas de proteção coletiva para controle dos riscos na fonte;

c) adoção de medidas de proteção pessoal.

Agora, veja como cada uma dessas etapas acontece.

a) Eliminação de risco
Assim que o risco é identificado, a primeira atitude a se tomar é eliminá-lo. A eliminação pode
ocorrer de várias formas, com a substituição de um processo, de um material ou mesmo utilizan-
do uma medida de engenharia.

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Estudo de caso

Um bom exemplo é quando se utiliza uma pessoa para verificar os carrinhos da planta-
deira, e esse funcionário permanece na plataforma da plantadeira enquanto ela se des-
loca na realização do serviço. Nesse caso, a utilização de sensores no processo de
plantio seria uma forma de eliminar o risco atra-
vés da substituição.

Outra alternativa seria a adoção de medidas ad-


ministrativas complementares como, por exem-
plo, treinamentos, adoção de boas práticas, alte-
ração de procedimentos e redução da exposição
aos agentes químicos. Por exemplo: o traba-
lhador realiza a tarefa de aplicação de produtos
fitossanitários apenas pela manhã, no restante
do dia desenvolve outra atividade e, assim, fica
exposto menos de quatro horas por dia a esses
agentes ao invés de oito horas.

b) Adoção de medidas de proteção coletiva


Algumas medidas de engenharia são suficientes para obter modificações nas construções e ins-
talações físicas da propriedade e também alterações no arranjo físico. Nesse último caso, vamos
considerá-lo como a posição dos recursos utilizados dentro de um ambiente, ou seja, a relação
entre as edificações e as máquinas e equipamentos, os materiais e as pessoas que trabalham
naquele local. Um bom arranjo físico proporciona maior conforto para os trabalhadores, permite
que os ambientes sejam melhor utilizados, e influencia na melhoria dos ambientes quanto à ilu-
minação, à ventilação, à limpeza e à manutenção.

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Outra medida de engenharia é a neutralização do risco. Quando não é possível eliminar determi-
nado risco definitivamente, ou mesmo temporariamente, devido a uma impossibilidade técnica,
busca-se a neutralização daquele risco, que pode ser feita de diversas formas, como você verá
a seguir.

Enclausuramento do risco

Por exemplo, colocar o compressor de ar em uma sala fechada e separada dos trabalhadores
de uma oficina, de maneira que o ruído não os atinja.

Sinalização

Essa medida deve ser utilizada quando não há alternativas aplicáveis para a eliminação ou
neutralização do risco, portanto, deve ser utilizada em caráter provisório até que as medidas
definitivas sejam postas em prática. As sinalizações servem para alertar acerca de riscos ou
perigos. Essas medidas são consideradas medidas de controle coletivas, também chama-
das de EPC – Equipamento de Proteção Coletiva.

Podemos concluir que as medidas e os equipamentos de proteção coletiva têm como objetivo
proteger muitos trabalhadores ao mesmo tempo, e otimizar as proteções nos ambientes de tra-
balho contribuindo para o aumento da produtividade.

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c) Adoção de medidas de proteção pessoal

Quando as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente


comprovadas inviáveis, ou quando não oferecerem completa Dispositivo ou produto de
uso individual do trabalhador,
proteção contra os riscos decorrentes do trabalho, será então
destinado à proteção contra
necessário adotar medidas de proteção individual, ou seja, o riscos suscetíveis de ameaçar
uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI). sua segurança e saúde no
trabalho.
O equipamento de proteção individual só poderá ser utilizado
com a indicação do Certificado de Aprovação (CA), que é
um número impresso no equipamento ou em sua embalagem. Esse certificado tem período de
validade e é expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde do
trabalho. Após a extinção do Ministério do Trabalho e Emprego, essa responsabilidade é da
Secretaria de Inspeção do Trabalho – SIT, vinculada ao Ministério da Economia.

Cabe lembrar que todo EPI deverá apresentar, em caracteres permanentes e bem visíveis, o
nome comercial da empresa fabricante, o lote de fabricação e o número do CA, ou, no caso de
EPI importado, o nome do importador, o lote de fabricação e o número do CA.

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Cabe ao trabalhador rural usar os equipamentos de proteção individual de maneira correta e


apropriada a cada função.

+ Saiba mais

As maiores reclamações do uso de EPIs estão relacionadas ao desconforto que o equipamento


causa. Por isso, devem ser fornecidos EPIs de tamanho adequado a cada trabalhador, além
de instruções sobre o seu uso correto. Para a utilização de EPIs que causem desconforto
térmico e exijam maior esforço físico, os trabalhos podem ser organizados, quando possível,
no período da manhã ou no final da tarde.

É importante lembrar também que além de seguir a hierarquia das ações de segurança e saú-
de, devem ser elaborados procedimentos de trabalho e segurança específicos e padronizados.
Esses procedimentos devem conter a descrição detalhada de cada tarefa, mas não devem ser
considerados a única medida de proteção, mas sim um complemento às outras medidas.

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Aula 3

Identificação dos Atestados de Saúde


Ocupacional (ASO)
Você sabe quando surgiram os primeiros atestados de saúde ocupacional? O médico e filósofo
Bernardino Ramazzini foi pioneiro na medicina ocupacional. Ele deu início, no século XVII, a
suas avaliações enumerando os riscos à saúde aos quais os trabalhadores estavam suscetíveis
em mais de 50 ocupações. As observações deram origem ao seu famoso livro As Doenças dos
Trabalhadores, e demonstraram claramente a relação entre as doenças de um grupo de pessoas
e as suas atividades laborais. Esses conceitos foram aprimorados e, hoje, a preocupação e a pre-
servação da saúde dos trabalhadores, além do caráter social, se tornou também uma obrigação.

A principal função do ASO, Atestado de Saúde Ocupacional, é identificar se o candidato à vaga


está apto ao trabalho e pode desempenhar a função pretendida. Outro objetivo é minimizar com-
plicações futuras que poderão surgir no decorrer do contrato de trabalho. É um dever do em-
pregador exigir o ASO, bem como um direito e dever do empregado se submeter aos exames
admissionais. Sem ele, o empregado rural não pode iniciar o trabalho.
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Exigência legal do ASO


Agora que você já conheceu um pouco sobre o surgimento e a importância dos atestados de
saúde ocupacional, veja a exigência legal aos empregadores, de acordo com a NR-31.

31.3.7 O empregador rural ou equiparado deve garantir a realização de exames médicos,


obedecendo aos seguintes requisitos:
a) exame admissional, que deve ser realizado antes que o trabalhador assuma suas
atividades;

b) exame periódico, que deve ser realizado anualmente ou em intervalos menores,


quando disposto em acordo ou convenção coletiva de trabalho ou a critério médico;

c) exame de retorno ao trabalho, que deve ser realizado no primeiro dia do retorno à ati-
vidade do trabalhador ausente por período igual ou superior a 30 (trinta) dias devido
a qualquer doença ou acidente;

d) exame de mudança de risco ocupacional, que deve, obrigatoriamente, ser realizado


antes da data da mudança, adequando-se o controle médico aos novos riscos;

e) no exame demissional, o exame clínico deve ser realizado em até 10 (dez) dias,
contados do término do contrato, podendo ser dispensado caso o exame clínico mais
recente tenha sido realizado há menos de 90 dias, salvo o disposto em acordo ou
convenção coletiva de trabalho.

a) Exame admissional
O exame admissional deve ser realizado antes que o trabalhador seja contratado para garan-
tir que ele conseguirá desenvolver suas atividades. Uma vez percebido que o trabalhador está
inapto, podem ocorrer duas situações: a dispensa ou contratação para outra função. O atestado
comprova também que, ao sair do antigo emprego, o trabalhador não contraiu nenhum tipo de
doença ou problema relacionado ao trabalho. Esses exames farão parte do histórico laboral do
trabalhador.

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O exame admissional deve compreender a avaliação clínica que inclui a anamnese, e os exames
físico e mental. Em alguns casos, devido à função desempenhada, serão necessários exames
complementares, como audiometria, radiografias, eletrocardiograma e acuidade visual. Esses
exames estão fundamentados em critérios médicos, e dependem da exposição aos agentes de
risco e da função do trabalhador.

Anamnese: Conjunto de informações colhidas junto ao próprio doente, ou por meio de outras
pessoas, sobre seus antecedentes, sua história e os detalhes de uma doença.

b) Exame médico periódico


Exige que o trabalhador rural passe por exames com regularidade e determina o período padrão
de um ano. Lembrando que, dependendo do risco a que o trabalhador estiver exposto, e dos cri-
térios médicos, esses intervalos podem ser menores do que um ano.

c) Exame médico de retorno ao trabalho


Prevê que quando o trabalhador ficar afastado por período superior a 30 dias por doença ou aci-
dente do trabalho, o trabalhador passe novamente por exame para que se tenha certeza de que
ele consegue realizar suas antigas funções.

d) Exame médico de mudança de função


Sempre que ocorrer alteração de atividade, posto de trabalho ou setor que implique a exposição
do trabalhador a risco diferente a que ele estava exposto, deverá ser feito novo ASO. Por exem-
plo, o trabalhador que é contratado para atuar na função de trabalhador agropecuário polivalente
e, agora, irá trabalhar como operador de máquinas e implementos agrícolas.

e) Exame médico demissional


É o exame demissional que deve ser realizado até a data da homologação da demissão.

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A NR-31 exige também itens relacionados ao ASO que constam na tabela abaixo.

Para cada exame clínico ocupacional, deve ser emitido um Atestado de


Saúde Ocupacional - ASO, em duas vias, contendo, no mínimo:
a) nome completo do trabalhador, o número de seu CPF e sua função;

b) a descrição dos perigos ou fatores de riscos identificados e classi-


ficados no PGRTR que necessitem de controle médico, ou indica-
ção de sua inexistência;
31.3.8
c) indicação e data de realização dos exames clínicos ocupacionais e
complementares a que foi submetido o trabalhador;

d) definição de apto ou inapto para a função que o trabalhador vai


exercer, exerce ou exerceu;

e) data e assinatura do médico encarregado do exame, contendo seu


número de inscrição no Conselho Regional de Medicina.

Quando forem realizados exames complementares sem que tenha ocor-


rido exame clínico, deve ser emitido recibo de entrega do resultado do
31.3.8.1
exame, devendo este ser fornecido ao trabalhador em meio físico, me-
diante recibo, não sendo necessária a emissão do ASO.

A primeira via do ASO deve estar à disposição da fiscalização do traba-


31.3.8.2 lho, podendo ser em meio físico ou eletrônico, e a segunda via deve ser
entregue ao trabalhador em meio físico, mediante recibo.

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Recapitulando
Você acaba de finalizar mais um módulo do programa de gestão de ricos em saúde e segurança
do trabalho rural. Neste módulo, você teve a oportunidade de conhecer a hierarquia das imple-
mentações das ações de segurança e saúde, e saber um pouco mais sobre a importância do
Atestado de Saúde Ocupacional. No próximo módulo, iremos tratar da caracterização e estudo
dos acidentes de trabalho. Vamos lá?

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Módulo 4: Atividade de aprendizagem

1. Na etapa de avaliação dos riscos laborais, temos dois tipos de avaliações a serem realizadas:
a qualitativa e a quantitativa. De acordo com o conteúdo apresentado neste módulo, assinale
a alternativa correta a respeito das avaliações qualitativas e quantitativas.

a) As duas avaliações são realizadas com a utilização de instrumentos e equipamen-


tos destinados à quantificação do risco e de metodologia científica.

b) A avaliação qualitativa é a forma mais simples de avaliação, em que apenas a per-


cepção do avaliador será necessária para identificar o risco existente no local de
trabalho. É o tipo de avaliação em que não necessitamos de equipamentos para
medir os riscos ambientais.

c) Somente um avaliador com muitos anos de experiência poderá realizar a avalia-


ção qualitativa, pois esse tipo de avaliação demanda muitos anos de treino.

d) Apenas a percepção do avaliador é suficiente para realizar a avaliação quanti-


tativa, pois para esse tipo de avaliação não são necessários equipamentos para
medir os riscos ambientais.

2. De acordo com a NR-31, é necessário seguir uma ordem de prioridade na implementação


das ações de segurança. Considerando os conteúdos apresentados neste módulo, assinale a
alternativa que melhor define essa prioridade.

a) A ordem de prioridade é a eliminação de riscos, a adoção de medidas de proteção


coletiva para controle dos riscos na fonte, e a adoção de medidas de proteção
pessoal.

b) A adoção de medidas de proteção pessoal é a primeira na ordem de prioridade,


está relacionada ao fornecimento dos EPIs, e se não for seguida ocasiona seve-
ras punições.

c) A ordem de prioridade a ser seguida depende de fatores financeiros que, por sua
vez, podem modificar a ordem de prioridade indicada pela NR-31.

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d) De acordo com a NR-31, a ordem de prioridade a ser seguida é a adoção de medi-


das de proteção pessoal, a adoção de medidas de proteção coletiva para controle
dos riscos na fonte e a eliminação de riscos.

3. Uma das obrigações dos empregadores em relação à segurança e à saúde dos empregados
está relacionada com a realização de exames médicos e está prevista na norma. De acordo
com os conteúdos apresentados na aula sobre ASO, assinale a alternativa que relaciona o
exame com a sua correta definição.

a) Exame médico de mudança de função: deve ser realizado antes da data do início
do exercício na nova função, desde que haja a exposição do trabalhador a risco
específico diferente daquele a que estava exposto.

b) Exame médico de retorno ao trabalho: deve ser realizado no primeiro dia do retor-
no à atividade do trabalhador ausente após o período de 30 dias de férias.

c) Exame médico admissional: deve ser realizado depois que o trabalhador assuma
suas atividades.

d) Exame médico periódico: deve ser realizado de três em três anos, salvo o dispos-
to em acordo ou convenção coletiva de trabalho, resguardado o critério médico.

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