É o fim das tatuagens coloridas e da micropigmentação na Europa?

Como esta proibição pode afetar a Tatuagem e a Micropigmentação brasileira...

Por Vivian Borges

Química, Cosmetóloga e Micropigmentadora Esteta
Reparadora

Os micropigmentadores e tatuadores brasileiros acordaram no dia 04 de janeiro

de 2022, com a notícia veiculada em jornais e sites falando a respeito da
proibição de tintas produzidas com pigmentos e outras matérias-primas
consideradas perigosas nas classes de carcinogenicidade, mutagenicidade ou
toxicidade para a reprodução das categorias 1A, 1B ou 2, de sensibilização
cutânea da categoria 1, 1A ou 1 B, de corrosão cutânea das categorias 1, 1A,
1B ou 1C, ou de irritação cutânea da categoria 2, ou de lesões oculares graves
da categoria 1 ou de irritação ocular da categoria 2; que são utilizadas e
vendidas em países que fazem parte da comunidade europeia.
Trata-se de um regulamento publicado no Jornal Oficial da União Europeia no
dia 14 de dezembro de 2020, que altera o anexo XVII do documento n o
1907/2006, que fala a respeito do registro, a avaliação, a autorização e
restrição dos produtos químicos (REACH) no que respeita as substâncias em
tintas de tatuagem ou maquiagem permanente.
Na ocasião, o Comitê deu um prazo de 18 meses, a partir da data de
publicação, substituir estas matérias-primas ou utilizar uma concentração limite
de alguns pigmentos na faixa segura, a partir de estudos realizados desde
2015 até 2020 relacionados ao comportamento dessas matérias-primas e
pigmentos frente à reatividade natural do sistema imunológico e a sua
produção de metabolitos e a sua remoção forçada por tecnologia de laser ND-
YAG Q-Switched, na velocidade de disparo na casa do picossegundos.
Da publicação cabe destacar as proibições e limitações que afetam o fabrico
das tintas: CIs 74160 (Azul 15) e 74260 (Verde 7) serão permitidas até 04 de
janeiro de 2023; Cis 12477 (Vermelho 210), 11740 (Amarelo 65), 11741
(Amarelo 74), 21095 (Amarelo 14), 21096 (Amarelo 55), 12466 (Vermelho 269),
21110 (Laranja 13) e 26100 (Solvente Vermelho 23) serão permitidas
concentrações máximas de 0,1%, a partir de 04 de janeiro de 2022.
A indústria europeia e americana (fornecedora de tintas para o mercado
europeu) dentro desses parâmetros, adaptaram as suas formulações ou
lançaram novas linhas para que os profissionais europeus atuem na legalidade
frente ao REACH 2022.
As suas novas fórmulas são isentas de pigmentos orgânicos ou sintéticos da
família azo, que são representados pelos CIs 11000 a 39999, tendo
substituições para os amarelos, vermelhos e laranjas na seguinte sugestão: Cis
12477 e 12466 pelo CI 56110, CIs 11740, 11741, 21095 e 21096 pelo CI
56300, CI 26100 pelo CI 65300 e CI 21110 pelo CI 561170.
Mas de que forma esta regulamentação afeta o nosso cotidiano... Os
fabricantes brasileiros que distribuem na Europa, irão ajustar as suas
formulações e podemos no futuro, ter estas formulações em nossas bancadas,
se adaptando a cores mais estáveis, com menos geração de cinzas e
alaranjados.
Uma fabricante alemã, com a sua autorização deferida pela ANVISA, vende
suas tintas dentro dos parâmetros da REACH desde novembro de 2021 em
território brasileiro, dando ao micropigmentador esta flexibilidade de também
testar suas cores e também atuar em suas temporadas na Europa.
Agora cabe a nós acompanhar as mudanças no mercado, absorvê-las e
apresentar novos resultados mais seguros e estáveis frente as novas
tecnologias.

Vivian Borges
Química, Cosmetóloga e Micropigmentadora Esteta Reparadora
Consultora na área de Pesquisa e Desenvolvimento de Maquiagens, Skincare
e Tintas. Professora da Pós-Graduação e de cursos livres em
Micropigmentação a 7 anos. Palestrante em Congressos e Simpósios na area
desde 2014.

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