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COLORIMETRIA NA PINTURA AUTOMOTIVA

PINTURA

COLORIMETRIA NA
PINTURA AUTOMOTIVA

2005

ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO” 1


PINTURA

ã 2005. SENAI-SP
Colorimetria na Pintura Automotiva
Publicação organizada e editorada pela Escola SENAI “Conde José Vicente de Azevedo”

Coordenação geral Luiz Carlos Emanuelli

Coordenador do projeto José Antonio Messas

Elaboração e Luiz Fernando Gomes - CMFP 1.65


organização do conteúdo

Revisão técnica Alexandre Felske da Silva


Luiz Fernando Gomes - CMFP 1.65
Paulo da Costa Hantke - CMFP 1.65

Editoração Teresa Cristina Maíno de Azevedo

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Escola SENAI “Conde José Vicente de Azevedo”
Rua Moreira de Godói, 226 - Ipiranga - São Paulo-SP - CEP. 04266-060

Telefone (0xx11) 6166-1988


Telefax (0xx11) 6160-0219

E-mail senaiautomobilistica@sp.senai.br

Home page http://www.sp.senai.br/automobilistica

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COLORIMETRIA NA PINTURA AUTOMOTIVA

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 5

INTRODUÇÃO 7

CUIDADOS NECESSÁRIOS COM A SEGURANÇA NO TRABALHO 9


• EPI’s - Equipamento de Proteção Individual e a saúde do profissional 9
• Normas de segurança 15

A TINTA 19
• O que é tinta 19
• Composição básica da tinta 20
• Denominação da tinta 21

A COR 22
• A teoria da cor e o mundo em que vivemos 22
• A cor na nossa vida 23
• Teoria da luz e cor 25
• Pigmentos 28
• Metameria 32
• Limitantes 34

DIFERENÇAS DE TONALIDADE 36
• Variações de uma mesma cor 36
• Principais causas da diferença de tonalidade 37
• Cuidados para uma boa reprodução de cor 38

CONCEITOS PARA AJUSTAR A COR 41


• Cores primárias e secundárias 41
• Mistura de cores 42
• Técnica das cores opostas 43

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PINTURA

• Círculo cromático e tendência das cores 46


• Cores metálicas 47
• Dicas para uma boa reprodução de cor 49

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 50

ANEXOS 51

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APRESENTAÇÃO

Caro Aluno,

Este curso tem como objetivo oferecer ao profissional do ramo de Pintura Automotiva,
treinamento voltado para a prática e simulação de situações vividas no dia-a-dia do ambiente
de trabalho.

Através deste Curso, iremos aprimorar os seus conhecimentos quanto a cores e ajuste de
tonalidade, afim de aumentar a qualidade dos serviços de repintura.

Para isso, você receberá informações importantes que o levarão a conhecer melhor as
novas técnicas de manuseio e aplicação.

Vale ressaltar a importância da mão de obra treinada e qualificada.

Bom proveito!

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INTRODUÇÃO

OBJETIVO
Ao término deste curso, o profissional estará apto a aplicar as técnicas aqui apresentadas
para prevenir e corrigir as falhas que podem ocorrer durante o processo de preparação da
tinta, e também poder tirar o melhor proveito dos materiais de alta tecnologia.

DESCRIÇÃO
Mostraremos os cuidados básicos no manuseio dos produtos, a fim de se evitar riscos à
saúde do profissional e ao Meio Ambiente.

CONTEÚDO
• Cuidados necessários com a Segurança no Trabalho
• O que é tinta
• Teoria das cores
• Porque ocorrem as diferenças de tonalidade
• Conceitos para ajustar a cor

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CUIDADOS NECESSÁRIOS COM A SEGURANÇA NO TRABALHO

Neste capítulo vamos conhecer:


• Equipamentos de Proteção Individual
• Normas de segurança

EPI’S - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E A


SAÚDE DO PROFISSIONAL

EPI’s são equipamentos de proteção individual e obrigatório para uso dos profissionais no
ramo de pintura automotiva, que se usados de maneira correta, previnem acidentes e
preservam à saúde.

EPI PROTEÇÃO CONTRA OPERAÇÃO

Fumos de soldagem, poeira (tóxica ou não),


Soldagem, lixamento, esmerilhamento,
vapores de tintas, solventes e thinners e
pintura, polimento
névoas.
Respirador semifacial

Solventes, poeiras , névoas e vapores Pintura em cabines

Respirador facial

Poeiras , névoas e fumos Pintura, soldagem

Máscara facial

Partículas volantes, respingos de Soldagem, lixamento, esmerilhamento,


produtos químicos aplicação de produtos químicos, pintura

Óculos de segurança

Agentes químicos, agentes térmicos e


Soldagem, lixamento, esmerilhamento,
agentes abrasivos, escoriantes,
aplicação de produtos químicos,
perfurantes, cortantes
pintura
Luvas
(continua)

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(continuação)

EPI PROTEÇÃO CONTRA OPERAÇÃO

Lixamento, esmerilhamento,
Ruídos
corte de chapas metálicas

Protetor auditivo

Respingos de produtos químicos Pintura e outras aplicações que


envolvam aplicação e manuseio
de produtos químicos

Macacão de segurança

Queda de objetos e produtos químicos


Pintura, mecânica, área de funilaria
e é necessário solado antiderrapante

Sapatos de segurança

É IMPORTANTE LEMBRAR QUE:

TODOS OS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL DEVEM TER UM CERTIFICADO DE APROVAÇÃO (CA),


FORNECIDO AO FABRICANTE PELO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO.

A preocupação com a saúde do trabalhador não deve ficar apenas no campo da proteção,
seja ela coletiva ou individual, contra agentes contaminantes presentes no ambiente. O
ambiente de trabalho deve ser, amplo, limpo e bem iluminado.

Veja o quadro a seguir.

TIPO OPERAÇÃO GERADORA DESCRIÇÃO RISCOS CAUSADOS PROTEÇÃO NECESSÁRIA

Sistema de ventilação
Esmerilhamento, lixamento,
Partículas sólidas em com exaustores; EPI:
Poeira desbaste, corte, varrição Dificuldades respiratórias.
suspensão no ar. proteção respiratória
do chão
e proteção facial.

Irritação das vias


Partículas metálicas respiratórias, pele e olhos, Sistema de ventilação
Soldagem e fusão suspensas no ar e dermatites, febre de fumo com exaustores; EPI:
Fumos
de materiais. criadas por aquecimento metálico, efeito sobre os proteção respiratória
de metais. pulmões, rins e ossos, e proteção facial.
edema pulmonar, pneumonia.

Atomização e Dificuldades respiratórias,


Sistema de ventilação
condensação de Partículas de materiais irritação das vias respiratórias
Névoas com exaustores; EPI:
pulverização líquidos suspensas no ar. e olhos, tontura, dor de
proteção respiratória.
(pintura com revólver). cabeça e náusea.
(continua)

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(continuação)

TIPO OPERAÇÃO GERADORA DESCRIÇÃO RISCOS CAUSADOS PROTEÇÃO NECESSÁRIA

Substâncias em forma
Dificuldade respiratória, Sistema de ventilação
de gás dispersas no ar,
irritação de olhos e nariz, com exaustores; EPI:
Gases Soldagem na temperatura ambiente
tontura, dores de cabeça proteção respiratória
e normalmente invisível
e náusea. e proteção facial.
a olho nu.

Irritação nos olhos e nariz,


Substâncias evaporadas
tontura, dor de cabeça, Sistema de ventilação
Pintura, limpeza, de líquidos do tipo
Vapores náusea, desmaio; a exposição com exaustores; EPI:
decapagem, desengraxe. solvente, thinner e
prolongada pode causar danos proteção respiratória.
gasolina.
irreversíveis aos pulmões.

Ainda sobre o ambiente de trabalho, a Portaria nº 3214 do Ministério do Trabalho, determina


que, em cada posto de trabalho numa oficina de pintura deve ter uma iluminação mínima de
1000lux. E deve ter instalados equipamentos de proteção coletiva representados por um
sistema de ventilação, com exaustores e filtros adequados para captação e retenção de
gases, vapores e partículas presentes no ambiente de trabalho do profissional de pintura.
Mas, estes equipamentos apenas conseguem diminuir as quantidades de contaminantes
do ar sem eliminá-los totalmente.

QUANDO A PROTEÇÃO FALHA !


Como já foi explicado anteriormente, a oficina de pintura automotiva apresenta contaminantes
que ameaçam diariamente a saúde do profissional, quando este manuseia tintas, solventes
e outros produtos químicos, sem os quais ele não pode realizar seu trabalho.

Portanto, o profissional de pintura está constantemente exposto a estes contaminantes,


que podem provocar intoxicações, devido a inalação e absorção pela pele.

Por isso, as latas de tintas, solventes e outros produtos químicos usados no processo de
pintura devem ser armazenados, sempre tampados, em locais separados, próprios e
adequados, organizados e ventilados, protegidos assim contra faíscas e altas temperaturas.

Deve-se ficar claro aos funcionários da oficina que, nesse local de armazenamento, é
expressamente proibido fumar, comer ou beber, afixando-se cartazes em locais bem visíveis.

ATENÇÃO !

O AVISO DE “PROIBIDO FUMAR” TAMBÉM DEVE ESTAR PRESENTE NAS ÁREAS RESERVADAS À PINTURA.

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Os riscos de intoxicação podem ser prevenidos também, desde que o profissional conheça
todas as informações de segurança e manuseio descritas suscintamente nas embalagens
dos produtos.

Por isso, é importante ter acesso a FISPQ (Ficha de Informações de Segurança de Produtos
Químicos, exigência do Decreto 2657/98), que têm justamente a função de fornecer
informações detalhadas sobre eles. É possível conseguir essas fichas, entrando em contato
com os departamentos de assistência técnica das empresas fabricantes de tintas, solventes
e outros produtos químicos usados no processo de pintura.

Essas fichas são desenvolvidas de acordo com a Norma ISO 110014-1 e contêm as
seguintes informações:
• identificação do produto e da empresa fabricante;
• composição, informações sobre ingredientes;
• identificação de risco;
• medidas de primeiros socorros;
• medidas de combate a incêndios;
• medidas em caso de vazamento/derramamento;
• transporte, manuseio e armazenamento;
• controle de exposição/proteção pessoal;
• propriedades físico-químicos;
• estabilidade e reatividade;
• toxicologia;
• informações referentes a ecologia;
• descarte;
• transporte;
• regulamentação pertinente;
• outras informações.

Na atividade diária do profissional de pintura, a embalagem do produto é a primeira fonte de


informação. A leitura atenta dessas informações pode evitar alguns acidentes como:
• confusões e erros de manipulação;
• ajudam a organizar a prevenção, garantindo o conjunto de informações relevantes para a
segurança e proteção da saúde de quem manuseia o produto;
• são um guia para a compra do produto;
• são importantes em caso de acidentes;
• orientam sobre a gestão dos resíduos e a proteção do ambiente.

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Seu rótulo deve conter as seguintes informações redigidas em língua portuguesa:


• nome da substãncia ou seu nome comercial;
• dados do fabricante, importador ou distribuidor com endereço comercial, telefone,
endereço eletrônico, etc.;
• símbolos e indicações de perigo para o manuseio e uso da substância e suas preparações;
• orientações de como proceder em caso de intoxicação acidental;
• prazo de validade do produto.

O rótulo pode apresentar, também, símbolos que indicam o grau de periculosidade do


manuseio e uso do produto. Veja tabela a seguir.

SIGNIFICADO SÍMBOLO DESCRIÇÃO DOS RISCOS

Substâncias e preparações tóxicas e nocivas que apresentam,


Tóxico
mesmo em pequenas quantidades um perigo para a saúde.

Produtos que penetram no organismo por inalação,


Nocivo
por ingestão ou através da pele.

Produtos facilmente inflamáveis que se incendeiam


Inflamável em presença de uma chama, de uma fonte de calor
(superfície quente) ou de uma fagulha.

Substâncias corrosivas que danificam gravemente os


tecidos vivos e atacam igualmente os materiais,
Corrosivo
a reação pode ser devido à presença de
água ou de umidade.

Produtos que podem explodir em presença de


Explosivo
fontes de calor, choques ou atrito

Substâncias muito tóxicas para a vida aquática, tóxicas


Perigoso para o ambiente
para a fauna, perigosas para a camada de ozônio.

Fonte: ABNT. NBR 7500. Símbolos de risco e manuseio para o transporte e armazenamento de materiais. Rio de Janeiro, abr., 2001.

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PINTURA

Devemos tomar os seguintes cuidados com as embalagens, como também com os rótulos
(pela importância das informações neles contidas):
• nunca retire os rótulos das embalagens;
• nunca reutilizar as embalagens de produtos químicos;
• verificar as condições das embalagens (ferrugem, furos, amassados, etc.) antes de
manuseá-las;
• nunca abrir tambores com auxílio de maçarico (gerador de calor) ou talhadeira (geradora
de faísca), principalmente aqueles que contêm produtos inflamáveis.

Alguns fabricantes de tintas e produtos para pintura tem parceria com o CEATOX - Centro
de Atendimento Toxicológico, localizado no Instituto da Criança da Faculdade de Medicina
da USP no Complexo do Hospital das Clínicas em São Paulo. Por esta razão, apresentam
em suas embalagens os telefones de contato com o centro. Anote-os e mantenha-os sempre
em local de fácil acesso.

O objetivo do CEATOX é fornecer informações especializadas sobre intoxicações agudas


ou crônicas, acidentes intencionais ou ocupacionais, causados por medicamentos, produtos
químicos, plantas e drogas.

ATENÇÃO !

EM CASO DE UMA EMERGÊNCIA PROVOCADA PELA EXPOSIÇÃO A ALGUM TIPO DE PRODUTO QUÍMICO, A VÍTIMA DEVERÁ SER
REMOVIDA IMEDIATAMENTE PARA A UNIDADE MAIS PRÓXIMA DE PRONTO SOCORRO.
A EMBALAGEM DO PRODUTO CAUSADOR DO ACIDENTE TAMBÉM DEVERÁ SER LEVADA, POIS CONTÉM INFORMAÇÕES
SOBRE O TIPO DE SUBSTÂNCIA TÓXICA QUE SERÃO IMPORTANTES PARA O TRATAMENTO DA VÍTIMA.

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NORMAS DE SEGURANÇA

CUIDADOS NO AMBIENTE DE TRABALHO


INCÊNDIO
Nas áreas reservadas às operações de pintura, seja em uma grande empresa ou em oficinas,
em geral, devem ser garantidas as seguintes condições:
• não haver acúmulo de lixo pelos cantos;
• não improvisar instalações elétricas;
• não permitir que as pessoas fumem;
• utilizar exaustores na ventilação local para impedir a concentração de solventes, pois
estes são fontes potenciais de ignição, o que traz riscos de explosão e incêndio;
• manter a área distante de risco de ocorrência de faísca, altas temperaturas ou chama
(pintura separada da funilaria);
• manter saídas de emergência desobstruídas e devidamente sinalizadas;
• dispor de equipamentos de combate a incêndio(extintores) em boas condições de uso;
• manter bem fechadas as latas de tintas, solventes e outros produtos inflamáveis
imediatamente após o uso e mantê-las guardadas em local protegido do calor e afastado
da área de pintura;
• manter os funcionários treinados nos procedimentos contra incêndio e utilização correta
dos extintores.

Por isso, os hidrantes (dependendo do tamanho da oficina) e os extintores de incêndio são


obrigatórios e indispensáveis nesses locais e devem ser carregados anualmente e
vistoriados mensalmente.

Veja no quadro abaixo o tipo de extintores e o tipo de emergência (classe de fogo) em que
deve ser usado.

TIPO DE EXTINTOR CLASSE DE FOGO CARACTERÍSTICAS

ÁGUA PRESSURIZADA A
Materiais que queimam na superfície e em profundidade e
Apaga o fogo por Papel, tecido, madeira,
deixam resíduos quando queimados (brasas, cinzas, carvão).
resfriamento. plástico

PÓ QUÍMICO B
Materiais que queimam somente na superfície e não deixam
Apaga o fogo por Óleo, solventes, gasolina,
resíduos quando queimados.
abafamento. querosene, etc.

GÁS CARBÔNICO C Equipamentos elétricos, máquinas, fiações e quadro de


Apaga o fogo por Equipamentos elétricos, força. Quando desligados o fogo passa a ser de
abafamento. energizados. classe A, podendo ser também usado na classe B.

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PINTURA

O Corpo de Bombeiros faz as seguintes recomendações quanto ao uso e manuseio dos


extintores:
• aprender a usar os extintores de incêndio;
• conhecer os locais onde estão instalados os extintores e outros equipamentos de proteção
contra fogo;
• nunca deixar obstruído o acesso aos extintores ou hidrantes;
• não retirar lacres, etiquetas ou selos colados ao corpo dos extintores;
• não mexer nos extintores de incêndio e hidrantes, a menos que seja necessário a sua
utilização.

O local do extintor deve ser bem sinalizado com placas, descrevendo o tipo de cada um
(água pressurizada, pó químico ou gás carbônico).

Se, apesar de todas as providências preventivas, ainda assim, ocorrer um incêndio, deve-se:

1. Avisar imediatamente as pessoas que estão próximas do fogo.

2. Iniciar o mais rápido possível o combate às chamas utilizando o extintor adequado.

3. Se, após 2 minutos, o fogo não estiver controlado, avisar imediatamente a brigada de
incêndio, cujo telefone deve estar sempre em local disponível e de fácil acesso.

HIGIENE
Locais com boa higiene e limpeza, além de proporcionar um ambiente de trabalho saudável
para os profissionais que nela trabalham, confere confiabilidade ao trabalho que lá será
executado, agregando valor ao serviço prestado ao cliente.

Os profissionais também devem estar com uniformes limpos e usando os equipamentos


adequados de proteção individual, o piso da área de trabalho também deve ser antiderrapante
e este deve estar limpo e isento de substâncias escorregadias, afim de proteger as pessoas
contra o risco de acidente.

ATENÇÃO !

O LIXO BEM COMO OS PAPÉIS, PLÁSTICOS E OUTROS MATERIAIS QUE PEGAM FOGO FACILMENTE DEVEM FICAR DENTRO DE
LATÕES TAMPADOS, AFASTADOS DA ÁREA DE PINTURA.

OS PEDAÇOS DE PANO, TRAPOS E ESTOPAS EMBEBIDOS EM TINTA, SOLVENTE, GASOLINA OU OUTROS PRODUTOS INFLAMÁVEIS
DEVEM SER JOGADOS EM UM BALDE COM ÁGUA, POIS PODEM PEGAR FOGO FACILMENTE.

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DESCRATE DE TINTAS
Como já vimos anteriormente, as tintas bem como todos os materiais usados no processo
de pintura são altamente tóxicos e por sua vez poluentes devido a presença de pigmentos
e compostos orgânicos em sua composição, por isto deve haver a conscientização dos
profissionais e das empresas em geral, em relação aos danos ambientais que esses produtos
provocam, pois este assunto está influenciando no estabelecimento de políticas de proteção
baseadas em legislação, que tendem a ficar cada dia mais exigente.

Por esta razão, é crime ambiental lançar resíduos de trabalho de pintura (borras de tintas,
solventes, e produtos inflamáveis) no solo, na água ou no ar. A Lei dos Crimes Ambientais
nº 9.605/98 pune com multa e pena de detenção de 1 a 5 anos.

Numa oficina de pintura, existe uma grande variedade de resíduos que por sua natureza,
são nocivos ao meio ambiente. São eles:
• restos de tintas;
• solventes usados/sujos;
• embalagens vazias de tintas, solventes e outros produtos tóxicos/inflamáveis;
• filtros de tintas sujos;
• papéis, panos, estopas sujos com tintas e solventes.

Por serem prejudiciais ao meio ambiente, esses resíduos devem receber uma atenção
especial quando forem descartados, devendo estar de acordo com as orientações dos
órgãos competentes.

As orientações sobre o descarte de tudo o que sobrou do processo de pintura e que não
pode ser reutilizado são as seguintes:

1. Jamais jogar restos de tinta, borras, solventes e outros produtos químicos diretamente
em ralos de águas pluviais (de chuva), esgotos ou terra, devido aos riscos de incêndio,
explosão por formação de gás nas tubulações e contaminação ambiental.

2. Armazenar os restos de tinta em tambores metálicos bem fechados para evitar


evaporação e contaminação do meio ambiente. As tintas com alumínio devem ser
armazenadas em tambores separados, solicitando às empresas especializadas que
venham retirá-los. Em geral a retirada é feita gratuitamente por essas empresas.

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PINTURA

3. As borras de tinta podem ser comercializadas com empresas recuperadoras de tinta,


devidamente licenciadas junto aos órgãos ambientais.

4. As embalagens vazias devem ser guardadas e doadas para instituições que se


encarregam de providenciar a reciclagem das referidas embalagens.

5. Incinerar filtros, estopas, papéis por meio de empresas autorizadas pelas autoridades
ambientais. Os panos podem ser utilizados se lavados por empresas especializadas.

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A TINTA

Neste capitulo vamos conhecer:


• O que é tinta?
• Composição básica da tinta
• Denominação da tinta

O QUE É TINTA

São sistemas de fluidos que se aplicam sobre um substrato (chapa) de um veículo automotor,
para que, após sua secagem, forme uma película plástica, sólida e uniforme, com a finalidade
de proporcionar proteção e beleza.

PROTEÇÃO
As tintas conferem proteção contra diversos agentes e intemperismos:
• Umidade e oxigênio do ar: são alguns fatores que vão provocar uma rápida deterioração
da chapa, por meio da oxidação e conseqüentemente a corrosão.

• Partículas sólidas: são fatores que provocam atrito. Ex.: areia, pedras, poeira, etc...

• Vapores: são agentes químicos que produzem desgastes.

• Raios solares: são fatores que dissipam o calor no metal e afetam a estrutura.

• Detritos: de pássaros nódoas de árvores.

BELEZA
As tintas têm como objetivo melhorar a aparência dos veículos pintados, dando a estes
características distintas como:
• Efeito: cor, suavidade e textura da superfície.

• Atrativos: reflexão de imagem e profundidade, brilho.

• Dimensão: adição de efeito metálico ou perolizado.

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PINTURA

COMPOSIÇÃO BÁSICA DA TINTA

A tinta automotiva tem como elementos básicos os pigmentos, resinas, aditivos e solventes.
Veremos a seguir qual o papel de cada um.

PIGMENTOS
São responsáveis pela cor e cobertura e se subdividem em:
• Pigmentos cubrentes são usados em cores sólidas.
• Pigmentos semi-transparentes (amarelo transparente, etc.).
• Pigmentos transparentes quando combinados com alumínio e mica formam as cores
metálicas e peroladas.
• Pigmentos de alumínio (metálicos).
• Pigmentos de mica (perolados).

RESINAS
São responsáveis pela aderência, flexibilidade, dureza, brilho, etc... também determinam o
rendimento e as características de cada linha. As mais usadas são: poliuretanas, base
poliéster, laca acrílica, laca nitrocelulose e alquídicas (esmalte sintético).

A DITIVOS
São responsáveis por conferir características especiais à tinta. Os mais usados são: anti-
espumante, plastificante, elastificante com filtro solar (para raios ultravioleta), secante,
nivelante, etc...

SOLVENTES
São responsáveis em dissolver a resina para facilitar a aplicação, também ajudam no
alastramento e na secagem. Os mais usados são: acetato de butila, acetato de etila, acetato
de butil glicol, xilol, etc...

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DENOMINAÇÃO DA TINTA

As tintas recebem sua denominação de acordo com o grupo a que pertence.

POR APLICAÇÃO FINAL


• Original – tinta fornecida à montadora.
• Repintura – tinta fornecida à pontos de venda, oficinas e concessionárias.

POR SEQÜÊNCIA DE APLICAÇÃO


• Preparação – massas e primers.
• Acabamento – conforme a cor final do veículo.

POR SEUS COMPONENTES


• Secagem ao ar (oxidação) – se dá com a evaporação dos solventes.
Ex: laca nitrocelulose, base poliéster.

• Secagem por aquecimento – se dá por elevação de temperatura.


Ex: ondas eletromagnéticas. (painel de secagem) todas as tintas pois minimiza o tempo
de secagem.

• Secagem por reação química – se dá pela polimerização, ou seja, quando mesclamos


dois componentes (mistura catalisada).
Ex: esmalte poliuretano, verniz, primers, etc.

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PINTURA

A COR

Neste capítulo vamos conhecer:


• Teoria da cor e o mundo em que vivemos
• A cor na nossa vida
• Teoria da luz e cor
• Pigmentos
• Metamerismo
• Limitantes

TEORIA DA COR E O MUNDO EM QUE VIVEMOS

O que entendemos por cor?

Existem várias definições para explicar a palavra cor. De acordo com o dicionário cor significa:
“Uma impressão visual produzida pelos raios de luz decompostos que são: matiz, tom e
matéria corante”.

Abaixo estão outras definições:


• Químicamente: está relacionada à excitação química dos átomos, resultando em uma
impressão colorida.

• Físicamente: é a incidência das ondas eletromagnéticas sobre um substrato pigmentado,


refletindo o comprimento de onda característico do objeto colorido.

• Artísticamente: é uma forma de expressão. É também um fenômeno psico-físico, pois


podemos observá-la através das ondas eletromagnéticas (fenômeno físico), interpretando-
as em nosso cérebro e definimos a cor (psíquico).

As definições acima descritas estão corretas, mas cor é uma impressão subjetiva, isto é,
se tivermos um objeto colorido e perguntarmos para 10 pessoas qual cor faz parte deste
objeto certamente podemos ter 10 opiniões diferentes de cores para o objeto.

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A COR NA NOSSA VIDA

As cores estão ligadas as nossas vidas por vários motivos, por exemplo, quando nos
vestimos, tentamos combinar uma camisa com uma calça, a saia com a blusa...assim
como a escolha de nossos carros.

Cada pessoa tem uma resposta diferente quando submetida a uma determinada cor, por
isto a cor tem influência em nossas decisões.

O vermelho, laranja e o amarelo são conhecidos como cores quentes e estimulantes.

O azul cian, azul anil e o violeta são conhecidos como cores frias e tranqüilizantes.

O verde oliva, verde folha e o verde limão, são conhecidos como cores repousantes e
estáticas.

Os ambientes que costumamos freqüentar são exemplos de como a cor nos afeta.

Vejamos por exemplo, as casas noturnas geralmente têm tons escuros, a fim de criar um
clima especial para “namorar”. Enquanto que, nos hospitais, geralmente as cores são claras,
a fim de acalmar as pessoas.

A seguir falaremos dos atributos cromáticos que são: Tonalidade, Luminosidade e Saturação.

ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO” 23


PINTURA

TONALIDADE
É a grandeza que caracteriza a qualidade da cor permitindo diferenciá-las

LUMINOSIDADE
É a qualidade que caracteriza o grau de claridade da cor, ou seja, se está mais clara
ou mais escura.

SATURAÇÃO
É a qualidade que caracteriza a pureza da cor, ou seja, quando a cor não se encontra
misturada, daí fala-se que ela está mais limpa ou pura, já quando está misturada, falamos
que ela está mais suja ou pálida.

É importante entender que, para podermos julgar uma cor, sempre teremos que ter outra
cor para comparar. Por exemplo, um mixing para tingimento de cor vermelha é por si só
vermelho, entretanto, comparando-o com um outro vermelho ele poderá revelar que não é
vermelho puro e sim um vermelho avioletado. Ele irá também parecer relativamente sujo
quando comparado com outro vermelho.

Assim, o único meio de visualizar a cor é através de uma comparação, para que possamos
dizer algo a respeito de qual direção a cor está tomando.

A COR E A INDÚSTRIA
Como podemos ver, até agora as cores estão em todos os segmentos, ou seja, nos
alimentos, nos esportes, nos remédios, na construção, no entretenimento, na indústria
automobilística, etc. Todos estes utilizam as cores para tornar seus produtos mais atrativos,
influenciando na preferência de seus consumidores, incorporando também as cores às
suas embalagens, procurando formas de destacar mais seus produtos.

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TEORIA DA LUZ E COR

Imagine-se sentado em uma sala escura onde existam vários objetos de cor branca. O que
você estaria vendo? Absolutamente nada, pois você não seria capaz de ver sequer a sua
mão em frente ao rosto.

Isto ocorre simplesmente porque precisamos de luz para enxergar. Geralmente esta luz é
irradiada de objetos extremamente quentes. Naturalmente, o primeiro que vem a nossa
mente é o sol, mas o homem inventou a vela e a lâmpada os quais possuem luz própria,
tais objetos são chamados de fontes de luz, que por sua vez emitem raios em várias
direções.

Vela Lâmpada incandescente

Lâmpada fluorescente (luz fria) Sol

Se existir uma fonte de luz em uma sala, todos os objetos que estiverem nela serão
iluminados por seus raios, que irão retornar e refletí-los. Se você estiver sentado a frente de
algum desses objetos, os raios incidirão em seus olhos como se estivesse vindo diretamente
do objeto. Assim, é como podemos ver os objetos que estão a nossa volta.

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PINTURA

Como já vimos anteriormente, para que possamos ver um objeto temos que ter uma fonte
de luz incidindo sobre este, com isto concluímos que há necessidade de três fatores, que
são: o iluminante, o objeto e o receptor.

O QUE É A LUZ?
Luz é a energia que se propaga em linha reta aproximadamente a 300.000 Km/s. Luz é
uma onda eletromagnética e está associada a uma freqüência.

Existe uma ampla gama de ondas eletromagnéticas, da qual apenas uma pequena faixa
onde os nossos olhos conseguem observar, e é conhecida como faixa visível.

26 ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO”


COLORIMETRIA NA PINTURA AUTOMOTIVA

Foi comprovado por Isaac Newton, que utilizando um prisma triangular de vidro observou
que ao incidir a luz branca (luz do sol) neste prisma ela se separa. Este fenômeno é conhecido
como difração da luz.

Também podemos falar que, cada cor, quando incidimos um raio de luz branca, esta emitirá
uma freqüência de onda eletromagnética.

Portanto conseguimos distinguir as cores por causa das diferentes velocidades, a cor mais
lenta é o violeta por apresentar o menor comprimento de onda, em contrapartida o vermelho
é a mais rápida. A soma das velocidades de todas as cores do arco-íris resulta na velocidade
da luz branca.

O espectro visual é uma pequena parte do vasto campo de ondas eletromagnéticas. E


temos sete cores distintas que conhecemos como cores espectrais.

Experiência de Isaac Newton

São sete as cores espectrais :

AZUL VIOLETA AZUL ANIL AZUL CIAN VERDE VERDE LIMÃO VERMELHO ALARANJADO VERMELHO MAGENTA

ARCO-ÍRIS

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PINTURA

Nas figuras abaixo veremos como o tipo de intensidade de luz, pode alterar a cor.

Madrugada Amanhecer

Meio dia Entardecer Nublado

OBSERVAÇÕES
• A intensidade da luz natural varia de acordo com a posição do sol, hora do dia e condições
do tempo. Isso pode interferir na observação da cor.
• A luz artificial também pode influenciar.
• Luz Fluorescente: pode amarelar ou azular a cor.
• Luz incandescente: pode amarelar a cor.

PIGMENTOS

Como os pigmentos estão ligados diretamente à maneira de como vemos os objetos,


podemos concluir que, o reflexo deste objeto será de acordo com suas características.

Por exemplo:
O pigmento branco tem a característica de refletir todas as cores do espectro, que são as
cores que compõem a luz branca pura (luz do sol).

O pigmento preto, ao contrário tem como característica absorver todas as cores do espectro,
e na ausência de luz o que vemos é o escuro (lembre-se do ditado à noite todo gato é
pardo).

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COLORIMETRIA NA PINTURA AUTOMOTIVA

Já os pigmentos coloridos, refletem apenas as cores que não são absorvidas, caracterizando
assim, as suas próprias cores.

Na figura abaixo, vemos todas as cores do espectro incidindo sobre um objeto; o pigmento
vermelho está absorvendo todas as outras cores e refletindo apenas o vermelho, que é sua
cor predominante.

Com cores claras os próprios pigmentos têm que criar o poder de cobertura, já nas cores
metálicas são as partículas de alumínio que cuidam disso. O pigmento alumínio consiste
em finas placas que se sobrepõe.

No caso dos pigmentos transparentes, a luz o atravessa e incide sobre as placas de alumínio
que as transforma em minúsculos espelhos. Assim a combinação de pigmentos transparentes
e pigmentos de alumínio criam uma certa profundidade na cor enquanto também assegura
um alto poder de cobertura.

Já os pigmentos de mica atuam de maneira diferente. Eles consistem em pequenas lascas


de mica com aproximadamente 0,4 microns de espessura sobre as quais são aplicadas
finas camadas de dióxido de titânio ou óxido de ferro. Dependendo da espessura da camada
total de dióxido de titânio, os raios de luz que incidem são quebrados de uma certa maneira,
criando assim vários efeitos de cores. Se uma cor não muda quando vista de um ângulo
diferente, ela é dita como tendo um efeito de pérola. Se por outro lado ela muda, é dito que
ela tem um efeito de madre-pérola.

Esses pigmentos de mica são extremamente transparentes e em alguns casos é necessária


a aplicação de uma base ao substrato.

ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO” 29


PINTURA

Os mixings de tingimento são classificados de acordo com o tipo de pigmento. Isso nos dá
a seguinte divisão:
• mixings de tingimento transparentes (mica/pérola);
• mixings de tingimento semi-transparente (vermelho transparente, etc);
• mixings de tingimento cubrentes (cores sólidas);
• mixings de tingimento alumínio;
• mixings de tingimento pérola ou madre-pérola.

Refração da luz na superfície Refração da luz na superfície


pintada com sistema tri-coat pintada com tinta metálica

Com o passar dos tempos, as técnicas de pintura foram se modificando, fazendo com que
as indústrias de tinta criassem novos produtos com maior resistência e qualidade, com isto,
houve também a evolução dos pigmentos e a profusão de cores que podem ser alcançadas,
tornou este segmento muito rico.

Hoje os pigmentos são divididos em dois grandes grupos:


• Pigmentos inorgânicos - que são obtidos de alguns materiais minerais, tais como: dióxido
de titânio, cromato de zinco, óxido de ferro...entre outros.

• Pigmentos orgânicos - que são conseguidos através de sínteses orgânicas complexas:


amarelo hansa, vermelho de toluidina, violeta dioxazina...entre outros.

Veja tabela a seguir.

INORGÂNICOS ORGÂNICOS

Densidade + denso - denso

Tamanho de partícula maiores menores

Cor (variedades e tipos) + baixa + alta

Resistência (química, térmica e a luz) maior menor

Preço + baixo + alto

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COLORIMETRIA NA PINTURA AUTOMOTIVA

Normalmente, temos a necessidade de adicionar vários mixings para tingimento, até


chegarmos na cor desejada. Isto significa que teremos vários pigmentos com pesos, formas
e estruturas diferentes, entretanto, isto não deveria apresentar tantos problemas quando
técnicas corretas de aplicação são usadas.

Mas, se aplicarmos uma camada muito molhada, o peso, forma e estrutura dos pigmentos
poderiam causar uma mudança de cor, pois o pigmento da tinta poderia ir para o fundo ou
causar alternativamente a sua subida para a superfície. Este fenômeno é chamado de
FLOTAÇÃO.

Em cores sólidas existe uma pequena chance disto acontecer, já nas cores metálicas e
perolizadas isto acontece com mais freqüência, então, vemos que se for aplicada uma
demão mais carregada, logo teremos uma alteração visível na cor, quando estas forem
metálicas, pois a forma do alumínio em camadas aumenta as chances de haver a flotação,
já nos pigmentos cubrentes este risco é menor. Por isto, esteja sempre atento aos sistemas
de repintura.

Pigmentos

Flotação

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PINTURA

METAMERIA

Como falamos anteriormente, a cor dos objetos é determinada pelos pigmentos. Ao


incidirmos uma luz branca num objeto colorido qualquer, este irá absorver todas as cores,
refletindo apenas uma, ou seja, a porção daquela luz para a qual os pigmentos são sensíveis
será refletida.

Vamos iluminar um objeto verde com uma lâmpada puramente vermelha. Somente raios
vermelhos irão alcançar o objeto verde. Nós temos dito que pigmentos verdes somente
refletem luz verde. Isto quer dizer que, nesse caso nada será refletido, e conseqüentemente
nós não veremos nada. Naturalmente estamos falando de um objeto que contém apenas o
pigmento verde, que está sendo iluminado por uma luz vermelha pura. Se a luz não for
puramente vermelha e ocorrer desta conter uma pequena porção de raios verdes, então
seremos capazes de ver o objeto, embora o percebamos como sendo quase preto. Isto
significa que o pigmento e a fonte de luz determinam a cor que acabamos de ver.

Como profissionais de repintura, nos deparamos diariamente com esses problemas. Veja
este exemplo: Um veículo de cor amarela foi repintado em algumas partes, o cliente retirou
o veículo à noite, mas retornou no dia seguinte reclamando que, ao voltar para casa verificou
que sob as luzes da rua, a área reparada ficou mais amarela, ainda que este não tivesse
notado a diferença na oficina. Além dos pigmentos amarelos, a cor original do veículo também
possuía pigmentos vermelhos. Por sua vez, as lâmpadas instaladas na oficina irradiavam
quase que nenhuma luz vermelha. Nesta luz, o carro parecia ser apenas amarelo. O pintor
por sua vez, usou amarelo puro no reparo o que lhe pareceu perfeito sob a luz da oficina.
Entretanto a luz emitida das luzes da rua continha alguma luz vermelha. Esta luz foi refletida
pela tinta original do veículo, mas não pela tinta usada no reparo a qual não continha pigmentos
vermelhos. Resultado: uma evidente diferença de cor.

Este fenômeno é chamado de METAMERIA.

Para que os profissionais de repintura não se deparem com este problema, eles devem
estar sempre atentos a dois pontos principais:
• Procurar manter-se fiel à formula, pois estas já foram testadas exaustivamente em
laboratório com relação ao metamerismo.
• Se tiver que comparar as cores sob luz artificial, certifique-se que esta luz aproxima-se o
máximo possível da luz natural (luz do sol); ela não deverá ser nem muito amarela e nem
tão vermelha, ou azul, pois poderia dar a você uma impressão errada da cor real.

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COLORIMETRIA NA PINTURA AUTOMOTIVA

Alguns tipos de lâmpadas fluorescentes ficam próximos da luz branca pura. Certifique-se
de que estas lâmpadas estejam instaladas numa área pintada com uma cor neutra, cinza
claro ou branco fosco ou acetinada. Assim você não terá influência de paredes brilhantes na
área de verificação.

Abaixo veremos exemplos do que foi comentado.

Luz do dia

Lâmpada incandescente

Este fenômeno é mais intenso em cores fortes, porém pode ocorrer em cores claras. Também
pode ocorrer nas cores metálicas, pelas próprias características de reflexão da luz neste
sistema.

ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO” 33


PINTURA

LIMITANTES

Neste capítulo vamos falar sobre algumas variáveis que devem ser levadas em consideração
que são as nossas limitações.

Vamos falar um pouco das condições da visão, pois uma visão saudável é importante na
observação da cor.

Os defeitos mais comuns na visão humana são:


• Miopia: o indivíduo tem dificuldade de focalizar objetos que estão distantes, pois a imagem
chega fora de foco (visão curta).
• Hipermetropia: o indivíduo tem dificuldade de focalizar objetos próximos (visão longa).
• Presbiopia: é um defeito que ocorre à medida que as pessoas envelhecem (visão cansada).
• Astigmatismo: faz com que as imagens fiquem distorcidas ou borradas.

Todas estas limitações são possíveis de corrigir com o uso de lentes.

• Daltonismo ou discromatopsia: Acredita-se não haver cura para o problema.


Existem 4 tipos:
1. Protanopsia: insensibilidade à cor vermelha, levando à confusão com o amarelo e o
verde.
2. Deuteranopsia: o verde deixa de ser visto, sendo confundido com o vermelho e o
amarelo.
3. Tritanopsia: é a cegueira para o azul, captada tal qual o verde e o amarelo.
4. Acromatopsia: a mais rara e pouco estudada, pois a pessoa nesta condição vê tudo
em preto e branco, com variações de cinza.

Como podemos ver, o olho humano contém muitos tipos receptores de luz. Cada tipo é
adaptado para captar vermelho, azul ou amarelo. Se um tipo for completo ou com disfunção
parcial, então algumas destas cores serão percebidas de forma imperfeita, isto não significa
que uma pessoa não possa ver qualquer outra cor, mas apenas uma cor em particular não
será percebida ou fracamente percebida.

Existem outras limitações para observarmos as cores.

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COLORIMETRIA NA PINTURA AUTOMOTIVA

ESCASSA MEMÓRIA DE COR


As pessoas têm dificuldade em gravar uma cor na memória. Por isso, a necessidade de
recorrer aos catálogos e programas de cores.

EFEITO DE REFLEXO
Devemos tomar cuidado com os objetos que estão ao nosso redor, e verificar se suas
cores não estão sendo refletidas na cor que estamos observando.

EFEITO DE CONTRASTE
Devemos perceber se existe algum agente de interferência que possa prejudicar a nossa
percepção.

FADIGA VISUAL
Ocorre quando observamos uma cor por um tempo prolongado.

CONDIÇÕES DO LOCAL
As condições do local de trabalho são fatores importantes para realização de qualquer ação,
sempre obtemos melhores resultados em nossas tarefas, quando as realizamos em um
ambiente adequado.

CONDIÇÕES DE ILUMINAÇÃO
Como já vimos anteriormente uma boa iluminação será fundamental para uma correta análise
das cores.

IDADE
Conforme avança a idade a nossa resposta visual às cores vai mudando e se tornando
mais difícil.

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PINTURA

DIFERENÇAS DE TONALIDADE

Neste capítulo vamos conhecer:


• Variações de uma mesma cor
• Principais causas da diferença de tonalidade
• Cuidados para uma boa reprodução da cor

VARIAÇÕES DE UMA MESMA COR

Ao observarmos a pintura original de um veículo, vemos que existe uma variação de tonalidade
de um carro para o outro, numa mesma cor.

Mesmo na pintura original de fábrica, isto tem ocorrido com bastante freqüência e temos
hoje várias cores com este problema, pois são vários os fatores que colaboram para esta
diferença que são:
• Produção - cada fábrica tem sua própria linha de montagem, em diversos locais.
• Processo - pode variar de acordo com a especificação da empresa.
• Pessoas - fatores culturais distinguem as pessoas de vários pontos da produção e as
técnicas de aplicação de produtos.
• Materiais - vários fornecedores, além de lotes diferentes.

Atualmente existem vários produtores de carros, tendo cada um destes o seu próprio
programa de fornecimento de cores, cerca de 10, algumas vezes 20 cores ou mais. Com o
passar dos anos esses programas passam por diversas mudanças, fazendo com que surjam
novas cores no mercado. Isto faz com que você, pintor, se depare com centenas de cores.

Se todas essas cores fossem constantes em termos de tonalidade, então esse leque de
cores tremendamente variado não se apresentaria ao pintor ou produtor de tintas para
repintura automotiva como um problema muito grande.

Embora produtores de carros e fabricantes de tintas automotivas se esforçem para alcançar


100% de constância na tonalidade dos veículos, isto se torna impossível, devido aos múltiplos
fatores que influenciam o processo de produção. Muitas vezes um mesmo produtor de

36 ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO”


COLORIMETRIA NA PINTURA AUTOMOTIVA

veículos adquire tinta para uma mesma cor de diferentes fabricantes. Outro motivo é que
muitas vezes alguns carros da mesma marca e modelo são produzidos em fábricas
diferentes, muitas vezes localizadas em regiões diferentes. Neste caso, fatores como
temperatura local e umidade vão influenciar, mas também teremos técnicas de aplicação
diferenciadas e desempenho de sistemas variando de fábrica para fábrica o que pode exercer,
ainda que, de forma limitada uma variação de cor final no veículo.

Todos esses fatores contribuem para que seja impossível fabricar uma mesma cor de carro
que seja 100% constante. É pouco provável que a busca pela perfeição seja completamente
satisfeita, porém nós profissionais de repintura, temos sido bem sucedidos em atingir um
extremo grau de perfeição.

PRINCIPAIS CAUSAS DA DIFERENÇA DE TONALIDADE

A seguir veremos algumas das causas da diferença de tonalidade causadas na linha de


pintura da montadora.

FALTA OU EXCESSO DE CAMADA DE TINTA


A falta de camada deixa o filme transparente tornando a cor mais clara e o excesso de
camada deixa o filme mais espesso, tornando a cor mais escura. Nestes casos a cor do
primer pode ser um fator importante e acabar influenciando no resultado final.

PINTURA CARREGADA OU PULVERIZADA


A pintura carregada deixa a tinta mais escura. A pintura pulverizada (empoeirada) deixa a
tinta mais clara.

RODÍZIO DE PINTORES / EQUIPAMENTO DESCALIBRADO


A constante troca de pintores pode alterar a cor, pois cada um tem uma forma de aplicar. O
equipamento utilizado na pulverização também pode contribuir para a mudança de tonalidade.

EXCESSO DE CURA
A exposição da pintura, ao calor, por tempo prolongado pode alterar a cor.

TROCA DE PADRÃO
É comum, quando uma cor fica durante muito tempo em linha surgirem variações, devido à
mudança na linha de pintura, no tipo de equipamento, no fornecedor de tinta, etc...

ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO” 37


PINTURA

Exemplo:
Vermelho Naval e Vermelho Naval I – GM
Verde Sirius I e Verde Sirius II – VW
Prata Texas I e Prata Texas II – Ford
Azul Caribe I e Azul Caribe II – Fiat

Também temos os problemas com as tintas, pois estas também podem sofrer alterações,
vejamos.

CORREÇÃO DE LOTE
Durante a aplicação da tinta na linha de pintura da montadora podem surgir problemas e o
fabricante de tinta pode ter que fazer alguma alteração.

A mais comum é a aditivação que pode ser por fervura, alastramento, crateras, secagem e
etc... (Ex.: amarelamento do branco)

PROBLEMAS DE ESTABILIDADE
A tinta armazenada por longo tempo, acaba sofrendo dois tipos de problemas:
• Sedimentação – parte sólida (no fundo) e a parte líquida (em cima) quando isso ocorre a
simples homogeneização já corrige o problema.
• Precipitação – como na sedimentação, ocorre a separação, porém mesmo fazendo a
homogeneização o problema não é resolvido. A tinta fica imprópria para uso.

PROBLEMAS DE RESISTÊNCIA AO INTEMPERISMO


O uso de matérias-primas com deficiência causa a queda da qualidade e a tinta fica com
dificuldade de resistir ao sol, chuva, sereno, lavagem com solupan, etc...
Ex.: Azul Saturno - VW

CUIDADOS PARA UMA BOA REPRODUÇÃO DE COR

Agora vamos falar um pouco sobre os cuidados que o profissional de pintura deve ter quando
for executar um reparo, pois não basta a tinta estar boa, a linha de ar estar em boas condições
e sem nenhum problema, mas, se o profissional “pintor” não fizer a sua parte, todo o processo
ficará comprometido.

Seguem alguns cuidados importantes para a cor ter uma boa reprodução.

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COLORIMETRIA NA PINTURA AUTOMOTIVA

HOMOGENEIZAÇÃO
É importante fazer a correta homogeneização de maneira adequada, a fim de se evitar
problemas de tonalidade, justamente por não misturar bem a tinta, pois nesta etapa alguns
pigmentos estão sedimentados.

VISCOSIDADE
A viscosidade da tinta deve estar de acordo com as recomendações do fabricante, pois se
estiver muito baixa (tinta fina) deixará a cor mais clara, ao contrário, se a mesma estiver
com a viscosidade alta (tinta grossa) deixará a cor mais escura.

THINNER/SOLVENTE
Esta etapa também tem grande importância, pois, se usarmos um thinner/solvente
inadequado estaremos mudando as características do produto, pois um thinner de baixa
qualidade pode interferir na tonalidade, ou seja, se colocarmos mais thinner do que indicado
em uma cor metálica, resultará em uma cor mais clara, afetando também sua durabilidade.

TEMPERATURA E UMIDADE
Devemos ficar atentos a esses dois fatores, pois dependendo da temperatura e da umidade
relativa do ar, tanto o alastramento quanto a secagem da tinta serão alteradas refletindo-se
numa mudança de tonalidade (ver quadro a seguir).

PISTOLAS
As pistolas de pintura também têm papel fundamental, pois estas têm configurações
diferentes como capa de ar, bicos e agulhas, por isto a quantidade de tinta pulverizada em
um sistema convencional, comparado a um sistema HVLP será diferente, com isto vemos
que a pistola de pintura acaba sendo uma ferramenta fundamental para uma correta
reprodução de cor (ver quadro a seguir).

PRESSÃO, VELOCIDADE E DISTÂNCIA DE APLICAÇÃO


Estes fatores também contribuem para uma boa reprodução de cor, portanto são parâmetros
a serem considerados na hora de pintar, pois, quanto maior a pressão a cor ficará mais
clara, ao contrário quanto menor a pressão mais escura ficará (ver quadro a seguir).

CAMADA DE TINTA
A camada de tinta pode variar de acordo com o tipo de tinta utilizada na pintura, bem como
a cor, o equipamento e o profissional aplicador.

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PINTURA

COBERTURA DA TINTA
Algumas linhas de tintas necessitam de um número menor de demãos, devido a quantidade
de sólidos existente em sua composição.

O quadro abaixo mostra algumas situações em que podemos variar a cor.

PARA SE
CLAREAR A COR ESCURECER A COR GRAU DE INFLUÊNCIA
DEVE-SE VARIAR

Condições da oficina
• Temperatura alta alta pequena
• Umidade baixa baixa pequena
• Ventilação alta alta pequena

Condições e ajuste do equipamento


• Bico de pistola orifício pequeno orifício grande grande
• Válvula de saída da pistola fechada aberta grande
• Abertura do leque grande pequena grande
• Capa de ar fluxo alto fluxo baixo grande
• Pressão de ar da pistola alta baixa grande

Processo de pintura
• Distância da pistola grande pequena grande
• Velocidade de aplicação rápida lenta grande
• Intervalo entre as demãos grande pequeno grande

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COLORIMETRIA NA PINTURA AUTOMOTIVA

CONCEITOS PARA AJUSTAR A COR

Neste capítulo vamos conhecer:


• Cores primárias e secundárias
• Mistura de cores
• Técnica das cores opostas
• Círculo cromático e dependência das cores
• Cores metálicas
• Dicas para uma boa reprodução de cor

CORES PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS

CORES PRIMÁRIAS
AZUL, VERMELHO e AMARELO

Com as cores primárias podemos alcançar outras cores. Para isso, teremos que fundir
duas cores primárias em quantidades iguais.

CORES SECUNDÁRIAS
VIOLETA, VERDE e LARANJA

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PINTURA

MISTURA DE CORES

Como foi visto anteriormente, a partir da mistura das cores primárias com as secundárias
obteremos as demais cores, que chamamos de cores terciárias conforme podemos ver a
seguir.

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COLORIMETRIA NA PINTURA AUTOMOTIVA

TÉCNICA DAS CORES OPOSTAS

Hoje no mercado de coloristas, sabemos que muitos profissionais costumam ajustar tintas
utilizando a técnica de cores opostas para corrigir eventuais diferenças de tonalidade.

Partindo do princípio de que cores opostas se anulam, muitos coloristas não levam em
conta alguns aspectos importantes.

Dependendo da quantidade acrescentada de uma cor em outra, teremos a possibilidade de


formação de novas cores, por exemplo:

Vermelho + Verde = Preto


Azul + Amarelo = Verde
Branco + Preto = Cinza

Bem como se misturarmos diferentes cores podemos obter variações de uma cor.

Vermelho + Preto = Marrom


Laranja + Azul = Marrom

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PINTURA

Conforme a figura a seguir, podemos observar como é representada a teoria das cores
opostas.

A partir de agora vamos começar a analisar as cores que temos que ajustar. Observaremos
como a cor está em relação ao veículo a ser pintado.

VISUALIZAR A LUMINOSIDADE
Se a cor está mais clara ou mais escura em relação ao veículo.

VISUALIZAR A SATURAÇÃO
Se a cor está mais limpa ou mais suja em relação ao veículo.

VISUALIZAR A TONALIDADE
Se a cor está mais amarelada, esverdeada ou avermelhada.

44 ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO”


COLORIMETRIA NA PINTURA AUTOMOTIVA

Portanto, ao iniciarmos um ajuste de cor devemos verificar esses três elementos antes de
fazermos qualquer alteração na tonalidade.

Conforme a figura a seguir, podemos observar como analisar a direção de uma cor. Se a
cor é acromática: branco, preto, cinza, prata ou cinza metálico, ela pode seguir qualquer
uma das tendências.

Porém, se a cor é cromática: amarelo, vermelho, azul ou verde (lisa, metálica ou perolada)
estará sempre seguindo o sentido horário ou anti-horário.

Então, um azul nunca pode estar amarelo, pois ele apenas poderá estar avermelhado ou
esverdeado.

Assim como, um amarelo nunca pode estar azulado. Ele só poderá estar então avermelhado
ou esverdeado.

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PINTURA

CÍRCULO CROMÁTICO E TENDÊNCIA DAS CORES

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COLORIMETRIA NA PINTURA AUTOMOTIVA

CORES METÁLICAS

As cores metálicas, por complexidade, são mais sensíveis a variação de cor que as cores
lisas, pois sua pigmentação é sempre composta por pigmentos opacos ou transparentes
mais o pigmento alumínio e pérola, os quais variam no tamanho da partícula.

Partículas de mica vista no microscópio

TIPOS DE ALUMÍNIO
Existem diversos tipos de alumínio, de vários tamanhos de partículas e tonalidades, variando
de mais fino para o mais grosso, do mais acinzentado para o mais prateado.

Temos hoje no mercado os alumínios finos, super finos e extras finos e a seguir veremos
quais os efeitos desses tipos de alumínios nas cores.

ALUMÍNIO FINO
Tonalidade acinzentada. Os alumínios finos clareiam o ângulo e sujam a frente.

Ângulo limpo, leitoso

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PINTURA

ALUMÍNIO GROSSO
Alumínio grosso, super grosso, extra grosso e brilhante. Tonalidade prateada. Os alumínios
grossos clareiam a frente e sujam o ângulo.

Ângulo sujo, escuro

TIPOS DE PÉROLAS
As pérolas podem ser divididas em dois grupos:
• As pérolas de efeito que no geral clareiam em todos os ângulos.
• As pérolas de interferência podem apresentar cores diferentes em ângulos diferentes.

Alguns pigmentos têm comportamento distinto quando adicionados em cores metálicas.

Um destes pigmentos é o branco.

É comum nas cores metálicas e peroladas, quando não usamos a mesma pigmentação
para reprodução da cor original, utilizamos o pigmento branco para limpar o ângulo.

Não podemos esquecer que, o pigmento branco, não sendo transparente, vai esconder o
alumínio ou a pérola e diminuir o brilho, por este motivo devemos sempre ter uma atenção
especial ao utilizarmos este pigmento, pois ele deve ser sempre adicionado em pequenas
quantidades, caso contrário podemos perder a tinta.

Vejamos a seguir alguns efeitos que este pigmento pode provocar na cor.

Branco - suja a frente e deixa o ângulo leitoso.

Branco Micro Titânio (Micronizado) - suja a frente e deixa o ângulo leitoso e azulado.

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COLORIMETRIA NA PINTURA AUTOMOTIVA

Existem também alguns aditivos que são utilizados para tingimento.

Aditivo Fosqueante - diminui o brilho, deixa a cor mais clara e leitosa.


OBSERVAÇÃO
Nas cores lisas monocamadas pode ser acrescentado diretamente na tinta. Em cores dupla
camada deve ser acrescentado ao verniz.

Aditivo de Efeito - limpa o ângulo, ressalta o alumínio ou pérola.


OBSERVAÇÃO
Os aditivos não podem ser utilizados em grandes quantidades no tingimento, pois podem
alterar a cobertura.

DICAS PARA UMA BOA REPRODUÇÃO DE COR

1 Identificar a cor através do carro, por plaquetas ou etiqueta, caso não exista mais,
verificar junto ao catálogo de cores.
2 Antes de iniciar a pesagem, verificar se não há variantes.
3 A tinta deve ser aplicada até a cobertura total do corpo de prova, observar com atenção
o número de passadas e o tempo de intervalo entre uma passada e outra definida pelo
fabricante. Pesar a quantidade mínima de tinta, exceto cores brancas, e aplicar com a
pressão especificada pelo fabricante (pistola), num corpo de prova corretamente antes
de continuar o ajuste, simulando o máximo possível como se fosse a aplicação no
veículo. Obedecer o flash off definido pelo fabricante para aplicar o verniz.
4 O tipo de luz pode alterar a cor, por isso é muito importante analisar o corpo de prova
em vários ângulos e pelo menos sob duas fontes de luz diferentes, sendo
obrigatoriamente a luz do dia a mais importante.
5 Verificar a granulação do alumínio, antes de iniciar o ajuste.
6 Começar com ajuste da intensidade (claro ou escuro).
7 Observar se a cor está limpa ou suja.
8 Não introduzir vários mixings ao mesmo tempo sem haver chegado a alguma conclusão.
9 Proceder o ajuste adicionando pequenas quantidades dos mixings selecionados.
10 Cuidado para não alterar irreversivelmente a cor.
Exemplo: adicionar branco em cores metálicas e perolizadas.

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PINTURA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BASF, Glasurit. Cores. s.d.

NOBEL, Akso. Tingimento. s.d.

SENAI-SP. Fundamentos da Pintura Automotiva. 2003.

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COLORIMETRIA NA PINTURA AUTOMOTIVA

ANEXOS

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PINTURA

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PINTURA

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PINTURA

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PINTURA

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COLORIMETRIA NA PINTURA AUTOMOTIVA

ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO” 69


PINTURA

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COLORIMETRIA NA PINTURA AUTOMOTIVA

ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO” 71


PINTURA

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