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PINTURA
COLORIMETRIA NA
PINTURA AUTOMOTIVA
2005
ã 2005. SENAI-SP
Colorimetria na Pintura Automotiva
Publicação organizada e editorada pela Escola SENAI Conde José Vicente de Azevedo
E-mail senaiautomobilistica@sp.senai.br
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 5
INTRODUÇÃO 7
A TINTA 19
O que é tinta 19
Composição básica da tinta 20
Denominação da tinta 21
A COR 22
A teoria da cor e o mundo em que vivemos 22
A cor na nossa vida 23
Teoria da luz e cor 25
Pigmentos 28
Metameria 32
Limitantes 34
DIFERENÇAS DE TONALIDADE 36
Variações de uma mesma cor 36
Principais causas da diferença de tonalidade 37
Cuidados para uma boa reprodução de cor 38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 50
ANEXOS 51
APRESENTAÇÃO
Caro Aluno,
Este curso tem como objetivo oferecer ao profissional do ramo de Pintura Automotiva,
treinamento voltado para a prática e simulação de situações vividas no dia-a-dia do ambiente
de trabalho.
Através deste Curso, iremos aprimorar os seus conhecimentos quanto a cores e ajuste de
tonalidade, afim de aumentar a qualidade dos serviços de repintura.
Para isso, você receberá informações importantes que o levarão a conhecer melhor as
novas técnicas de manuseio e aplicação.
Bom proveito!
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
Ao término deste curso, o profissional estará apto a aplicar as técnicas aqui apresentadas
para prevenir e corrigir as falhas que podem ocorrer durante o processo de preparação da
tinta, e também poder tirar o melhor proveito dos materiais de alta tecnologia.
DESCRIÇÃO
Mostraremos os cuidados básicos no manuseio dos produtos, a fim de se evitar riscos à
saúde do profissional e ao Meio Ambiente.
CONTEÚDO
Cuidados necessários com a Segurança no Trabalho
O que é tinta
Teoria das cores
Porque ocorrem as diferenças de tonalidade
Conceitos para ajustar a cor
EPIs são equipamentos de proteção individual e obrigatório para uso dos profissionais no
ramo de pintura automotiva, que se usados de maneira correta, previnem acidentes e
preservam à saúde.
Respirador facial
Máscara facial
Óculos de segurança
(continuação)
Lixamento, esmerilhamento,
Ruídos
corte de chapas metálicas
Protetor auditivo
Macacão de segurança
Sapatos de segurança
A preocupação com a saúde do trabalhador não deve ficar apenas no campo da proteção,
seja ela coletiva ou individual, contra agentes contaminantes presentes no ambiente. O
ambiente de trabalho deve ser, amplo, limpo e bem iluminado.
Sistema de ventilação
Esmerilhamento, lixamento,
Partículas sólidas em com exaustores; EPI:
Poeira desbaste, corte, varrição Dificuldades respiratórias.
suspensão no ar. proteção respiratória
do chão
e proteção facial.
(continuação)
Substâncias em forma
Dificuldade respiratória, Sistema de ventilação
de gás dispersas no ar,
irritação de olhos e nariz, com exaustores; EPI:
Gases Soldagem na temperatura ambiente
tontura, dores de cabeça proteção respiratória
e normalmente invisível
e náusea. e proteção facial.
a olho nu.
Por isso, as latas de tintas, solventes e outros produtos químicos usados no processo de
pintura devem ser armazenados, sempre tampados, em locais separados, próprios e
adequados, organizados e ventilados, protegidos assim contra faíscas e altas temperaturas.
Deve-se ficar claro aos funcionários da oficina que, nesse local de armazenamento, é
expressamente proibido fumar, comer ou beber, afixando-se cartazes em locais bem visíveis.
ATENÇÃO !
O AVISO DE PROIBIDO FUMAR TAMBÉM DEVE ESTAR PRESENTE NAS ÁREAS RESERVADAS À PINTURA.
Os riscos de intoxicação podem ser prevenidos também, desde que o profissional conheça
todas as informações de segurança e manuseio descritas suscintamente nas embalagens
dos produtos.
Por isso, é importante ter acesso a FISPQ (Ficha de Informações de Segurança de Produtos
Químicos, exigência do Decreto 2657/98), que têm justamente a função de fornecer
informações detalhadas sobre eles. É possível conseguir essas fichas, entrando em contato
com os departamentos de assistência técnica das empresas fabricantes de tintas, solventes
e outros produtos químicos usados no processo de pintura.
Essas fichas são desenvolvidas de acordo com a Norma ISO 110014-1 e contêm as
seguintes informações:
identificação do produto e da empresa fabricante;
composição, informações sobre ingredientes;
identificação de risco;
medidas de primeiros socorros;
medidas de combate a incêndios;
medidas em caso de vazamento/derramamento;
transporte, manuseio e armazenamento;
controle de exposição/proteção pessoal;
propriedades físico-químicos;
estabilidade e reatividade;
toxicologia;
informações referentes a ecologia;
descarte;
transporte;
regulamentação pertinente;
outras informações.
Fonte: ABNT. NBR 7500. Símbolos de risco e manuseio para o transporte e armazenamento de materiais. Rio de Janeiro, abr., 2001.
Devemos tomar os seguintes cuidados com as embalagens, como também com os rótulos
(pela importância das informações neles contidas):
nunca retire os rótulos das embalagens;
nunca reutilizar as embalagens de produtos químicos;
verificar as condições das embalagens (ferrugem, furos, amassados, etc.) antes de
manuseá-las;
nunca abrir tambores com auxílio de maçarico (gerador de calor) ou talhadeira (geradora
de faísca), principalmente aqueles que contêm produtos inflamáveis.
Alguns fabricantes de tintas e produtos para pintura tem parceria com o CEATOX - Centro
de Atendimento Toxicológico, localizado no Instituto da Criança da Faculdade de Medicina
da USP no Complexo do Hospital das Clínicas em São Paulo. Por esta razão, apresentam
em suas embalagens os telefones de contato com o centro. Anote-os e mantenha-os sempre
em local de fácil acesso.
ATENÇÃO !
EM CASO DE UMA EMERGÊNCIA PROVOCADA PELA EXPOSIÇÃO A ALGUM TIPO DE PRODUTO QUÍMICO, A VÍTIMA DEVERÁ SER
REMOVIDA IMEDIATAMENTE PARA A UNIDADE MAIS PRÓXIMA DE PRONTO SOCORRO.
A EMBALAGEM DO PRODUTO CAUSADOR DO ACIDENTE TAMBÉM DEVERÁ SER LEVADA, POIS CONTÉM INFORMAÇÕES
SOBRE O TIPO DE SUBSTÂNCIA TÓXICA QUE SERÃO IMPORTANTES PARA O TRATAMENTO DA VÍTIMA.
NORMAS DE SEGURANÇA
Veja no quadro abaixo o tipo de extintores e o tipo de emergência (classe de fogo) em que
deve ser usado.
ÁGUA PRESSURIZADA A
Materiais que queimam na superfície e em profundidade e
Apaga o fogo por Papel, tecido, madeira,
deixam resíduos quando queimados (brasas, cinzas, carvão).
resfriamento. plástico
PÓ QUÍMICO B
Materiais que queimam somente na superfície e não deixam
Apaga o fogo por Óleo, solventes, gasolina,
resíduos quando queimados.
abafamento. querosene, etc.
O local do extintor deve ser bem sinalizado com placas, descrevendo o tipo de cada um
(água pressurizada, pó químico ou gás carbônico).
Se, apesar de todas as providências preventivas, ainda assim, ocorrer um incêndio, deve-se:
3. Se, após 2 minutos, o fogo não estiver controlado, avisar imediatamente a brigada de
incêndio, cujo telefone deve estar sempre em local disponível e de fácil acesso.
HIGIENE
Locais com boa higiene e limpeza, além de proporcionar um ambiente de trabalho saudável
para os profissionais que nela trabalham, confere confiabilidade ao trabalho que lá será
executado, agregando valor ao serviço prestado ao cliente.
ATENÇÃO !
O LIXO BEM COMO OS PAPÉIS, PLÁSTICOS E OUTROS MATERIAIS QUE PEGAM FOGO FACILMENTE DEVEM FICAR DENTRO DE
LATÕES TAMPADOS, AFASTADOS DA ÁREA DE PINTURA.
OS PEDAÇOS DE PANO, TRAPOS E ESTOPAS EMBEBIDOS EM TINTA, SOLVENTE, GASOLINA OU OUTROS PRODUTOS INFLAMÁVEIS
DEVEM SER JOGADOS EM UM BALDE COM ÁGUA, POIS PODEM PEGAR FOGO FACILMENTE.
DESCRATE DE TINTAS
Como já vimos anteriormente, as tintas bem como todos os materiais usados no processo
de pintura são altamente tóxicos e por sua vez poluentes devido a presença de pigmentos
e compostos orgânicos em sua composição, por isto deve haver a conscientização dos
profissionais e das empresas em geral, em relação aos danos ambientais que esses produtos
provocam, pois este assunto está influenciando no estabelecimento de políticas de proteção
baseadas em legislação, que tendem a ficar cada dia mais exigente.
Por esta razão, é crime ambiental lançar resíduos de trabalho de pintura (borras de tintas,
solventes, e produtos inflamáveis) no solo, na água ou no ar. A Lei dos Crimes Ambientais
nº 9.605/98 pune com multa e pena de detenção de 1 a 5 anos.
Numa oficina de pintura, existe uma grande variedade de resíduos que por sua natureza,
são nocivos ao meio ambiente. São eles:
restos de tintas;
solventes usados/sujos;
embalagens vazias de tintas, solventes e outros produtos tóxicos/inflamáveis;
filtros de tintas sujos;
papéis, panos, estopas sujos com tintas e solventes.
Por serem prejudiciais ao meio ambiente, esses resíduos devem receber uma atenção
especial quando forem descartados, devendo estar de acordo com as orientações dos
órgãos competentes.
As orientações sobre o descarte de tudo o que sobrou do processo de pintura e que não
pode ser reutilizado são as seguintes:
1. Jamais jogar restos de tinta, borras, solventes e outros produtos químicos diretamente
em ralos de águas pluviais (de chuva), esgotos ou terra, devido aos riscos de incêndio,
explosão por formação de gás nas tubulações e contaminação ambiental.
5. Incinerar filtros, estopas, papéis por meio de empresas autorizadas pelas autoridades
ambientais. Os panos podem ser utilizados se lavados por empresas especializadas.
A TINTA
O QUE É TINTA
São sistemas de fluidos que se aplicam sobre um substrato (chapa) de um veículo automotor,
para que, após sua secagem, forme uma película plástica, sólida e uniforme, com a finalidade
de proporcionar proteção e beleza.
PROTEÇÃO
As tintas conferem proteção contra diversos agentes e intemperismos:
Umidade e oxigênio do ar: são alguns fatores que vão provocar uma rápida deterioração
da chapa, por meio da oxidação e conseqüentemente a corrosão.
Partículas sólidas: são fatores que provocam atrito. Ex.: areia, pedras, poeira, etc...
Raios solares: são fatores que dissipam o calor no metal e afetam a estrutura.
BELEZA
As tintas têm como objetivo melhorar a aparência dos veículos pintados, dando a estes
características distintas como:
Efeito: cor, suavidade e textura da superfície.
A tinta automotiva tem como elementos básicos os pigmentos, resinas, aditivos e solventes.
Veremos a seguir qual o papel de cada um.
PIGMENTOS
São responsáveis pela cor e cobertura e se subdividem em:
Pigmentos cubrentes são usados em cores sólidas.
Pigmentos semi-transparentes (amarelo transparente, etc.).
Pigmentos transparentes quando combinados com alumínio e mica formam as cores
metálicas e peroladas.
Pigmentos de alumínio (metálicos).
Pigmentos de mica (perolados).
RESINAS
São responsáveis pela aderência, flexibilidade, dureza, brilho, etc... também determinam o
rendimento e as características de cada linha. As mais usadas são: poliuretanas, base
poliéster, laca acrílica, laca nitrocelulose e alquídicas (esmalte sintético).
A DITIVOS
São responsáveis por conferir características especiais à tinta. Os mais usados são: anti-
espumante, plastificante, elastificante com filtro solar (para raios ultravioleta), secante,
nivelante, etc...
SOLVENTES
São responsáveis em dissolver a resina para facilitar a aplicação, também ajudam no
alastramento e na secagem. Os mais usados são: acetato de butila, acetato de etila, acetato
de butil glicol, xilol, etc...
DENOMINAÇÃO DA TINTA
A COR
Existem várias definições para explicar a palavra cor. De acordo com o dicionário cor significa:
Uma impressão visual produzida pelos raios de luz decompostos que são: matiz, tom e
matéria corante.
As definições acima descritas estão corretas, mas cor é uma impressão subjetiva, isto é,
se tivermos um objeto colorido e perguntarmos para 10 pessoas qual cor faz parte deste
objeto certamente podemos ter 10 opiniões diferentes de cores para o objeto.
As cores estão ligadas as nossas vidas por vários motivos, por exemplo, quando nos
vestimos, tentamos combinar uma camisa com uma calça, a saia com a blusa...assim
como a escolha de nossos carros.
Cada pessoa tem uma resposta diferente quando submetida a uma determinada cor, por
isto a cor tem influência em nossas decisões.
O azul cian, azul anil e o violeta são conhecidos como cores frias e tranqüilizantes.
O verde oliva, verde folha e o verde limão, são conhecidos como cores repousantes e
estáticas.
Os ambientes que costumamos freqüentar são exemplos de como a cor nos afeta.
Vejamos por exemplo, as casas noturnas geralmente têm tons escuros, a fim de criar um
clima especial para namorar. Enquanto que, nos hospitais, geralmente as cores são claras,
a fim de acalmar as pessoas.
A seguir falaremos dos atributos cromáticos que são: Tonalidade, Luminosidade e Saturação.
TONALIDADE
É a grandeza que caracteriza a qualidade da cor permitindo diferenciá-las
LUMINOSIDADE
É a qualidade que caracteriza o grau de claridade da cor, ou seja, se está mais clara
ou mais escura.
SATURAÇÃO
É a qualidade que caracteriza a pureza da cor, ou seja, quando a cor não se encontra
misturada, daí fala-se que ela está mais limpa ou pura, já quando está misturada, falamos
que ela está mais suja ou pálida.
É importante entender que, para podermos julgar uma cor, sempre teremos que ter outra
cor para comparar. Por exemplo, um mixing para tingimento de cor vermelha é por si só
vermelho, entretanto, comparando-o com um outro vermelho ele poderá revelar que não é
vermelho puro e sim um vermelho avioletado. Ele irá também parecer relativamente sujo
quando comparado com outro vermelho.
Assim, o único meio de visualizar a cor é através de uma comparação, para que possamos
dizer algo a respeito de qual direção a cor está tomando.
A COR E A INDÚSTRIA
Como podemos ver, até agora as cores estão em todos os segmentos, ou seja, nos
alimentos, nos esportes, nos remédios, na construção, no entretenimento, na indústria
automobilística, etc. Todos estes utilizam as cores para tornar seus produtos mais atrativos,
influenciando na preferência de seus consumidores, incorporando também as cores às
suas embalagens, procurando formas de destacar mais seus produtos.
Imagine-se sentado em uma sala escura onde existam vários objetos de cor branca. O que
você estaria vendo? Absolutamente nada, pois você não seria capaz de ver sequer a sua
mão em frente ao rosto.
Isto ocorre simplesmente porque precisamos de luz para enxergar. Geralmente esta luz é
irradiada de objetos extremamente quentes. Naturalmente, o primeiro que vem a nossa
mente é o sol, mas o homem inventou a vela e a lâmpada os quais possuem luz própria,
tais objetos são chamados de fontes de luz, que por sua vez emitem raios em várias
direções.
Se existir uma fonte de luz em uma sala, todos os objetos que estiverem nela serão
iluminados por seus raios, que irão retornar e refletí-los. Se você estiver sentado a frente de
algum desses objetos, os raios incidirão em seus olhos como se estivesse vindo diretamente
do objeto. Assim, é como podemos ver os objetos que estão a nossa volta.
Como já vimos anteriormente, para que possamos ver um objeto temos que ter uma fonte
de luz incidindo sobre este, com isto concluímos que há necessidade de três fatores, que
são: o iluminante, o objeto e o receptor.
O QUE É A LUZ?
Luz é a energia que se propaga em linha reta aproximadamente a 300.000 Km/s. Luz é
uma onda eletromagnética e está associada a uma freqüência.
Existe uma ampla gama de ondas eletromagnéticas, da qual apenas uma pequena faixa
onde os nossos olhos conseguem observar, e é conhecida como faixa visível.
Foi comprovado por Isaac Newton, que utilizando um prisma triangular de vidro observou
que ao incidir a luz branca (luz do sol) neste prisma ela se separa. Este fenômeno é conhecido
como difração da luz.
Também podemos falar que, cada cor, quando incidimos um raio de luz branca, esta emitirá
uma freqüência de onda eletromagnética.
Portanto conseguimos distinguir as cores por causa das diferentes velocidades, a cor mais
lenta é o violeta por apresentar o menor comprimento de onda, em contrapartida o vermelho
é a mais rápida. A soma das velocidades de todas as cores do arco-íris resulta na velocidade
da luz branca.
AZUL VIOLETA AZUL ANIL AZUL CIAN VERDE VERDE LIMÃO VERMELHO ALARANJADO VERMELHO MAGENTA
ARCO-ÍRIS
Nas figuras abaixo veremos como o tipo de intensidade de luz, pode alterar a cor.
Madrugada Amanhecer
OBSERVAÇÕES
A intensidade da luz natural varia de acordo com a posição do sol, hora do dia e condições
do tempo. Isso pode interferir na observação da cor.
A luz artificial também pode influenciar.
Luz Fluorescente: pode amarelar ou azular a cor.
Luz incandescente: pode amarelar a cor.
PIGMENTOS
Por exemplo:
O pigmento branco tem a característica de refletir todas as cores do espectro, que são as
cores que compõem a luz branca pura (luz do sol).
O pigmento preto, ao contrário tem como característica absorver todas as cores do espectro,
e na ausência de luz o que vemos é o escuro (lembre-se do ditado à noite todo gato é
pardo).
Já os pigmentos coloridos, refletem apenas as cores que não são absorvidas, caracterizando
assim, as suas próprias cores.
Na figura abaixo, vemos todas as cores do espectro incidindo sobre um objeto; o pigmento
vermelho está absorvendo todas as outras cores e refletindo apenas o vermelho, que é sua
cor predominante.
Com cores claras os próprios pigmentos têm que criar o poder de cobertura, já nas cores
metálicas são as partículas de alumínio que cuidam disso. O pigmento alumínio consiste
em finas placas que se sobrepõe.
No caso dos pigmentos transparentes, a luz o atravessa e incide sobre as placas de alumínio
que as transforma em minúsculos espelhos. Assim a combinação de pigmentos transparentes
e pigmentos de alumínio criam uma certa profundidade na cor enquanto também assegura
um alto poder de cobertura.
Os mixings de tingimento são classificados de acordo com o tipo de pigmento. Isso nos dá
a seguinte divisão:
mixings de tingimento transparentes (mica/pérola);
mixings de tingimento semi-transparente (vermelho transparente, etc);
mixings de tingimento cubrentes (cores sólidas);
mixings de tingimento alumínio;
mixings de tingimento pérola ou madre-pérola.
Com o passar dos tempos, as técnicas de pintura foram se modificando, fazendo com que
as indústrias de tinta criassem novos produtos com maior resistência e qualidade, com isto,
houve também a evolução dos pigmentos e a profusão de cores que podem ser alcançadas,
tornou este segmento muito rico.
INORGÂNICOS ORGÂNICOS
Mas, se aplicarmos uma camada muito molhada, o peso, forma e estrutura dos pigmentos
poderiam causar uma mudança de cor, pois o pigmento da tinta poderia ir para o fundo ou
causar alternativamente a sua subida para a superfície. Este fenômeno é chamado de
FLOTAÇÃO.
Em cores sólidas existe uma pequena chance disto acontecer, já nas cores metálicas e
perolizadas isto acontece com mais freqüência, então, vemos que se for aplicada uma
demão mais carregada, logo teremos uma alteração visível na cor, quando estas forem
metálicas, pois a forma do alumínio em camadas aumenta as chances de haver a flotação,
já nos pigmentos cubrentes este risco é menor. Por isto, esteja sempre atento aos sistemas
de repintura.
Pigmentos
Flotação
METAMERIA
Vamos iluminar um objeto verde com uma lâmpada puramente vermelha. Somente raios
vermelhos irão alcançar o objeto verde. Nós temos dito que pigmentos verdes somente
refletem luz verde. Isto quer dizer que, nesse caso nada será refletido, e conseqüentemente
nós não veremos nada. Naturalmente estamos falando de um objeto que contém apenas o
pigmento verde, que está sendo iluminado por uma luz vermelha pura. Se a luz não for
puramente vermelha e ocorrer desta conter uma pequena porção de raios verdes, então
seremos capazes de ver o objeto, embora o percebamos como sendo quase preto. Isto
significa que o pigmento e a fonte de luz determinam a cor que acabamos de ver.
Como profissionais de repintura, nos deparamos diariamente com esses problemas. Veja
este exemplo: Um veículo de cor amarela foi repintado em algumas partes, o cliente retirou
o veículo à noite, mas retornou no dia seguinte reclamando que, ao voltar para casa verificou
que sob as luzes da rua, a área reparada ficou mais amarela, ainda que este não tivesse
notado a diferença na oficina. Além dos pigmentos amarelos, a cor original do veículo também
possuía pigmentos vermelhos. Por sua vez, as lâmpadas instaladas na oficina irradiavam
quase que nenhuma luz vermelha. Nesta luz, o carro parecia ser apenas amarelo. O pintor
por sua vez, usou amarelo puro no reparo o que lhe pareceu perfeito sob a luz da oficina.
Entretanto a luz emitida das luzes da rua continha alguma luz vermelha. Esta luz foi refletida
pela tinta original do veículo, mas não pela tinta usada no reparo a qual não continha pigmentos
vermelhos. Resultado: uma evidente diferença de cor.
Para que os profissionais de repintura não se deparem com este problema, eles devem
estar sempre atentos a dois pontos principais:
Procurar manter-se fiel à formula, pois estas já foram testadas exaustivamente em
laboratório com relação ao metamerismo.
Se tiver que comparar as cores sob luz artificial, certifique-se que esta luz aproxima-se o
máximo possível da luz natural (luz do sol); ela não deverá ser nem muito amarela e nem
tão vermelha, ou azul, pois poderia dar a você uma impressão errada da cor real.
Alguns tipos de lâmpadas fluorescentes ficam próximos da luz branca pura. Certifique-se
de que estas lâmpadas estejam instaladas numa área pintada com uma cor neutra, cinza
claro ou branco fosco ou acetinada. Assim você não terá influência de paredes brilhantes na
área de verificação.
Luz do dia
Lâmpada incandescente
Este fenômeno é mais intenso em cores fortes, porém pode ocorrer em cores claras. Também
pode ocorrer nas cores metálicas, pelas próprias características de reflexão da luz neste
sistema.
LIMITANTES
Neste capítulo vamos falar sobre algumas variáveis que devem ser levadas em consideração
que são as nossas limitações.
Vamos falar um pouco das condições da visão, pois uma visão saudável é importante na
observação da cor.
Como podemos ver, o olho humano contém muitos tipos receptores de luz. Cada tipo é
adaptado para captar vermelho, azul ou amarelo. Se um tipo for completo ou com disfunção
parcial, então algumas destas cores serão percebidas de forma imperfeita, isto não significa
que uma pessoa não possa ver qualquer outra cor, mas apenas uma cor em particular não
será percebida ou fracamente percebida.
EFEITO DE REFLEXO
Devemos tomar cuidado com os objetos que estão ao nosso redor, e verificar se suas
cores não estão sendo refletidas na cor que estamos observando.
EFEITO DE CONTRASTE
Devemos perceber se existe algum agente de interferência que possa prejudicar a nossa
percepção.
FADIGA VISUAL
Ocorre quando observamos uma cor por um tempo prolongado.
CONDIÇÕES DO LOCAL
As condições do local de trabalho são fatores importantes para realização de qualquer ação,
sempre obtemos melhores resultados em nossas tarefas, quando as realizamos em um
ambiente adequado.
CONDIÇÕES DE ILUMINAÇÃO
Como já vimos anteriormente uma boa iluminação será fundamental para uma correta análise
das cores.
IDADE
Conforme avança a idade a nossa resposta visual às cores vai mudando e se tornando
mais difícil.
DIFERENÇAS DE TONALIDADE
Ao observarmos a pintura original de um veículo, vemos que existe uma variação de tonalidade
de um carro para o outro, numa mesma cor.
Mesmo na pintura original de fábrica, isto tem ocorrido com bastante freqüência e temos
hoje várias cores com este problema, pois são vários os fatores que colaboram para esta
diferença que são:
Produção - cada fábrica tem sua própria linha de montagem, em diversos locais.
Processo - pode variar de acordo com a especificação da empresa.
Pessoas - fatores culturais distinguem as pessoas de vários pontos da produção e as
técnicas de aplicação de produtos.
Materiais - vários fornecedores, além de lotes diferentes.
Atualmente existem vários produtores de carros, tendo cada um destes o seu próprio
programa de fornecimento de cores, cerca de 10, algumas vezes 20 cores ou mais. Com o
passar dos anos esses programas passam por diversas mudanças, fazendo com que surjam
novas cores no mercado. Isto faz com que você, pintor, se depare com centenas de cores.
Se todas essas cores fossem constantes em termos de tonalidade, então esse leque de
cores tremendamente variado não se apresentaria ao pintor ou produtor de tintas para
repintura automotiva como um problema muito grande.
veículos adquire tinta para uma mesma cor de diferentes fabricantes. Outro motivo é que
muitas vezes alguns carros da mesma marca e modelo são produzidos em fábricas
diferentes, muitas vezes localizadas em regiões diferentes. Neste caso, fatores como
temperatura local e umidade vão influenciar, mas também teremos técnicas de aplicação
diferenciadas e desempenho de sistemas variando de fábrica para fábrica o que pode exercer,
ainda que, de forma limitada uma variação de cor final no veículo.
Todos esses fatores contribuem para que seja impossível fabricar uma mesma cor de carro
que seja 100% constante. É pouco provável que a busca pela perfeição seja completamente
satisfeita, porém nós profissionais de repintura, temos sido bem sucedidos em atingir um
extremo grau de perfeição.
EXCESSO DE CURA
A exposição da pintura, ao calor, por tempo prolongado pode alterar a cor.
TROCA DE PADRÃO
É comum, quando uma cor fica durante muito tempo em linha surgirem variações, devido à
mudança na linha de pintura, no tipo de equipamento, no fornecedor de tinta, etc...
Exemplo:
Vermelho Naval e Vermelho Naval I GM
Verde Sirius I e Verde Sirius II VW
Prata Texas I e Prata Texas II Ford
Azul Caribe I e Azul Caribe II Fiat
Também temos os problemas com as tintas, pois estas também podem sofrer alterações,
vejamos.
CORREÇÃO DE LOTE
Durante a aplicação da tinta na linha de pintura da montadora podem surgir problemas e o
fabricante de tinta pode ter que fazer alguma alteração.
A mais comum é a aditivação que pode ser por fervura, alastramento, crateras, secagem e
etc... (Ex.: amarelamento do branco)
PROBLEMAS DE ESTABILIDADE
A tinta armazenada por longo tempo, acaba sofrendo dois tipos de problemas:
Sedimentação parte sólida (no fundo) e a parte líquida (em cima) quando isso ocorre a
simples homogeneização já corrige o problema.
Precipitação como na sedimentação, ocorre a separação, porém mesmo fazendo a
homogeneização o problema não é resolvido. A tinta fica imprópria para uso.
Agora vamos falar um pouco sobre os cuidados que o profissional de pintura deve ter quando
for executar um reparo, pois não basta a tinta estar boa, a linha de ar estar em boas condições
e sem nenhum problema, mas, se o profissional pintor não fizer a sua parte, todo o processo
ficará comprometido.
Seguem alguns cuidados importantes para a cor ter uma boa reprodução.
HOMOGENEIZAÇÃO
É importante fazer a correta homogeneização de maneira adequada, a fim de se evitar
problemas de tonalidade, justamente por não misturar bem a tinta, pois nesta etapa alguns
pigmentos estão sedimentados.
VISCOSIDADE
A viscosidade da tinta deve estar de acordo com as recomendações do fabricante, pois se
estiver muito baixa (tinta fina) deixará a cor mais clara, ao contrário, se a mesma estiver
com a viscosidade alta (tinta grossa) deixará a cor mais escura.
THINNER/SOLVENTE
Esta etapa também tem grande importância, pois, se usarmos um thinner/solvente
inadequado estaremos mudando as características do produto, pois um thinner de baixa
qualidade pode interferir na tonalidade, ou seja, se colocarmos mais thinner do que indicado
em uma cor metálica, resultará em uma cor mais clara, afetando também sua durabilidade.
TEMPERATURA E UMIDADE
Devemos ficar atentos a esses dois fatores, pois dependendo da temperatura e da umidade
relativa do ar, tanto o alastramento quanto a secagem da tinta serão alteradas refletindo-se
numa mudança de tonalidade (ver quadro a seguir).
PISTOLAS
As pistolas de pintura também têm papel fundamental, pois estas têm configurações
diferentes como capa de ar, bicos e agulhas, por isto a quantidade de tinta pulverizada em
um sistema convencional, comparado a um sistema HVLP será diferente, com isto vemos
que a pistola de pintura acaba sendo uma ferramenta fundamental para uma correta
reprodução de cor (ver quadro a seguir).
CAMADA DE TINTA
A camada de tinta pode variar de acordo com o tipo de tinta utilizada na pintura, bem como
a cor, o equipamento e o profissional aplicador.
COBERTURA DA TINTA
Algumas linhas de tintas necessitam de um número menor de demãos, devido a quantidade
de sólidos existente em sua composição.
PARA SE
CLAREAR A COR ESCURECER A COR GRAU DE INFLUÊNCIA
DEVE-SE VARIAR
Condições da oficina
Temperatura alta alta pequena
Umidade baixa baixa pequena
Ventilação alta alta pequena
Processo de pintura
Distância da pistola grande pequena grande
Velocidade de aplicação rápida lenta grande
Intervalo entre as demãos grande pequeno grande
CORES PRIMÁRIAS
AZUL, VERMELHO e AMARELO
Com as cores primárias podemos alcançar outras cores. Para isso, teremos que fundir
duas cores primárias em quantidades iguais.
CORES SECUNDÁRIAS
VIOLETA, VERDE e LARANJA
MISTURA DE CORES
Como foi visto anteriormente, a partir da mistura das cores primárias com as secundárias
obteremos as demais cores, que chamamos de cores terciárias conforme podemos ver a
seguir.
Hoje no mercado de coloristas, sabemos que muitos profissionais costumam ajustar tintas
utilizando a técnica de cores opostas para corrigir eventuais diferenças de tonalidade.
Partindo do princípio de que cores opostas se anulam, muitos coloristas não levam em
conta alguns aspectos importantes.
Bem como se misturarmos diferentes cores podemos obter variações de uma cor.
Conforme a figura a seguir, podemos observar como é representada a teoria das cores
opostas.
A partir de agora vamos começar a analisar as cores que temos que ajustar. Observaremos
como a cor está em relação ao veículo a ser pintado.
VISUALIZAR A LUMINOSIDADE
Se a cor está mais clara ou mais escura em relação ao veículo.
VISUALIZAR A SATURAÇÃO
Se a cor está mais limpa ou mais suja em relação ao veículo.
VISUALIZAR A TONALIDADE
Se a cor está mais amarelada, esverdeada ou avermelhada.
Portanto, ao iniciarmos um ajuste de cor devemos verificar esses três elementos antes de
fazermos qualquer alteração na tonalidade.
Conforme a figura a seguir, podemos observar como analisar a direção de uma cor. Se a
cor é acromática: branco, preto, cinza, prata ou cinza metálico, ela pode seguir qualquer
uma das tendências.
Porém, se a cor é cromática: amarelo, vermelho, azul ou verde (lisa, metálica ou perolada)
estará sempre seguindo o sentido horário ou anti-horário.
Então, um azul nunca pode estar amarelo, pois ele apenas poderá estar avermelhado ou
esverdeado.
Assim como, um amarelo nunca pode estar azulado. Ele só poderá estar então avermelhado
ou esverdeado.
CORES METÁLICAS
As cores metálicas, por complexidade, são mais sensíveis a variação de cor que as cores
lisas, pois sua pigmentação é sempre composta por pigmentos opacos ou transparentes
mais o pigmento alumínio e pérola, os quais variam no tamanho da partícula.
TIPOS DE ALUMÍNIO
Existem diversos tipos de alumínio, de vários tamanhos de partículas e tonalidades, variando
de mais fino para o mais grosso, do mais acinzentado para o mais prateado.
Temos hoje no mercado os alumínios finos, super finos e extras finos e a seguir veremos
quais os efeitos desses tipos de alumínios nas cores.
ALUMÍNIO FINO
Tonalidade acinzentada. Os alumínios finos clareiam o ângulo e sujam a frente.
ALUMÍNIO GROSSO
Alumínio grosso, super grosso, extra grosso e brilhante. Tonalidade prateada. Os alumínios
grossos clareiam a frente e sujam o ângulo.
TIPOS DE PÉROLAS
As pérolas podem ser divididas em dois grupos:
As pérolas de efeito que no geral clareiam em todos os ângulos.
As pérolas de interferência podem apresentar cores diferentes em ângulos diferentes.
É comum nas cores metálicas e peroladas, quando não usamos a mesma pigmentação
para reprodução da cor original, utilizamos o pigmento branco para limpar o ângulo.
Não podemos esquecer que, o pigmento branco, não sendo transparente, vai esconder o
alumínio ou a pérola e diminuir o brilho, por este motivo devemos sempre ter uma atenção
especial ao utilizarmos este pigmento, pois ele deve ser sempre adicionado em pequenas
quantidades, caso contrário podemos perder a tinta.
Vejamos a seguir alguns efeitos que este pigmento pode provocar na cor.
Branco Micro Titânio (Micronizado) - suja a frente e deixa o ângulo leitoso e azulado.
1 Identificar a cor através do carro, por plaquetas ou etiqueta, caso não exista mais,
verificar junto ao catálogo de cores.
2 Antes de iniciar a pesagem, verificar se não há variantes.
3 A tinta deve ser aplicada até a cobertura total do corpo de prova, observar com atenção
o número de passadas e o tempo de intervalo entre uma passada e outra definida pelo
fabricante. Pesar a quantidade mínima de tinta, exceto cores brancas, e aplicar com a
pressão especificada pelo fabricante (pistola), num corpo de prova corretamente antes
de continuar o ajuste, simulando o máximo possível como se fosse a aplicação no
veículo. Obedecer o flash off definido pelo fabricante para aplicar o verniz.
4 O tipo de luz pode alterar a cor, por isso é muito importante analisar o corpo de prova
em vários ângulos e pelo menos sob duas fontes de luz diferentes, sendo
obrigatoriamente a luz do dia a mais importante.
5 Verificar a granulação do alumínio, antes de iniciar o ajuste.
6 Começar com ajuste da intensidade (claro ou escuro).
7 Observar se a cor está limpa ou suja.
8 Não introduzir vários mixings ao mesmo tempo sem haver chegado a alguma conclusão.
9 Proceder o ajuste adicionando pequenas quantidades dos mixings selecionados.
10 Cuidado para não alterar irreversivelmente a cor.
Exemplo: adicionar branco em cores metálicas e perolizadas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANEXOS