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PLANO DE CURSO
Aperfeiçoamento Profissional:
Segurança e Saúde nos Trabalhos em
Espaços Confinados – Supervisores de
Entrada – NR33
SÃO PAULO
Formação Inicial e Continuada - Plano de Curso de Aperfeiçoamento Profissional – Segurança e
Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados – Supervisores de Entrada – NR 33.
SENAI-SP, 2009
Diretoria Técnica
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SUMÁRIO
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I. APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL1 – SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHOS
EM ESPAÇOS CONFINADOS – SUPERVISORES DE ENTRADA – NR33
a) Justificativa
Em geral, a permanência nesses locais é dificultada, não somente pelas restrições das dimensões
físicas existentes, mas também pela ausência de circulação de ar adequada e pela presença de
agentes químicos e biológicos. Além disso, a realização de qualquer atividade nesses ambientes
expõe o trabalhador a riscos, como os ergonômicos, elétricos ou mecânicos, que podem vir a
comprometer não apenas a sua saúde, como também a sua integridade física.
São ambientes típicos de espaços confinados: galerias, valas, bueiros, poços, esgotos, fossas, dutos,
tanques, reservatórios, depósitos, caixas, reatores, colunas, tonéis, caldeiras, secadores, fornos, silos,
porões de navios ou outros enclausuramentos similares. Os espaços confinados podem ser
encontrados em indústrias como as de papel e celulose, gráfica, alimentícia, têxtil, naval, química e
petroquímica, bem como em serviços de gás, de águas e esgoto, de eletricidade, de telefonia, na
construção civil, em siderúrgicas, metalúrgicas e agroindústrias, por exemplo.
Pela reportagem de capa – “A Galinha dos Ovos Seguros” – da revista Alcoolbrás, edição 108/20074,
“os espaços confinados são locais que permanecem fechados por médios ou longos períodos de
tempo, mas precisam ser acessados em determinado momento por profissionais encarregados de
realizar um trabalho específico internamente como manutenção, inspeção, limpeza ou resgate. Por
todas essas propriedades, o local confinado expõe o trabalhador a riscos de acidentes e óbitos.
Embora não haja estatísticas precisas no Brasil (o Ministério do Trabalho não registra uma
classificação de acidentes em espaços confinados), de acordo com especialistas em segurança do
trabalho, em número de óbitos, esses locais só são superados pelos acidentes com queda em altura
na construção civil, sem considerar a incidência da sub-notificação, o que poderia aumentar o índice.
As estatísticas oficiais distribuem os acidentes ou as mortes ocorridas nos espaços confinados em
outras categorias: incêndios, explosões, situações envolvendo produtos perigosos”.
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Este Aperfeiçoamento Profissional faz parte do Itinerário Formativo da Área de Segurança do Trabalho, disponível na Intranet, área Ensino
– Planos de Curso.
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Norma Regulamentadora n.º 33 – NR-33 – "Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados" – Disponível em:
http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_33.pdf
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Kulcsar Neto, Francisco; Possebon, José; Amaral, Norma Conceição do. Espaços Confinados – Livreto do Trabalhador. São Paulo, 2006.
Disponível em: http://www.fundacentro.gov.br/dominios/CTN/anexos/Espa%C3%A7os%20Confinados%20-
%20Livreto%20do%20Trabalhador_28062006.pdf
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A Galinha dos Ovos Seguros. Alcoolbrás, n. 108, 2007. Disponível em:
http://www.editoravalete.com.br/site_alcoolbras/edicoes/ed_108/mc_1.html
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A Norma Regulamentadora n° 33, publicada em 27 de dezembro de 2006, é de abrangência geral para
todos os segmentos onde existem estes locais, o que inclui o setor rural. Durante muito tempo, a única
norma regulamentadora que mencionava o assunto era a NR-18, sobre as “Condições e Meio
Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil”. Ela determina a adoção de medidas especiais
de proteção nas atividades que exponham os trabalhadores a riscos de asfixia, explosão, intoxicação e
doenças do trabalho – muitos desses procedimentos constituem atualmente o mesmo núcleo da NR33.
‘O tema voltou a ser abordado na NR31, que abordava o assunto de uma forma muito superficial. As
medidas ali propostas não eram suficientes para evitar acidentes em espaços confinados. E a norma
não abrangia a área rural, apenas a zona urbana’, explica Sérgio Garcia. Com o principal objetivo de
eliminar o risco de acidentes fatais, disseminar informação e exigir procedimentos de segurança, a
NR33 estabelece os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o reconhecimento,
avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes. Segundo Garcia, que foi coordenador do
GTT (Grupo de Trabalho Tripartite) da NR33, todas as medidas da norma visam diminuir o número de
acidentes e mortes nos espaços confinados. ‘A norma está muito abrangente, os objetivos são
bastante completos. A NR33 procurou abranger o maior número de riscos possíveis e métodos de
controle. Para a área rural, as medidas são muito complexas’. “
Além da NR33, outras orientações sobre a maneira correta de executar atividades em espaços
confinados podem ser encontrados nas normas brasileiras da Associação Brasileira de Normas
Técnicas – ABNT, NBRs 14.606, que trata de "Postos de Serviços – Entrada em Espaço Confinado", e
14.787, cujo tema é "Espaço Confinado - Prevenção de Acidentes, Procedimentos e Medidas de
Proteção".
Com a entrada em vigência da NR33, em março de 2007, cabe aos empregadores, entre outras
responsabilidades, garantir a capacitação dos trabalhadores para executar trabalhos em espaços
confinados (item 33.3.5 da Norma).
O curso atende à exigência legal dos subitens 33.3.5.3, 33.3.5.4, 33.3.5.5 e 33.3.5.6, da NR33,
Portaria MTE n° 202, de 22 de dezembro de 2006, do Ministério do Trabalho e Emprego, que versam
sobre a capacitação dos supervisores de entrada dos trabalhos em espaços confinados.
b) Objetivo
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c) Requisitos de Acesso
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O item 33.3.4.5 da NR33 descreve que o Supervisor de Entrada deve desempenhar as seguintes funções:
Emitir a Permissão de Entrada e Trabalho antes do início das atividades;
Executar os testes, conferir os equipamentos e os procedimentos contidos na Permissão de Entrada e Trabalho;
Assegurar que os serviços de emergência e salvamento estejam disponíveis e que os meios para acioná-los estejam operantes;
Cancelar os procedimentos de entrada e trabalho quando necessário; e
Encerrar a Permissão de Entrada e Trabalho após o término dos serviços.
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II. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR
CARGA
HORÁRIA
LEGISLAÇÃO UNIDADES CURRICULARES TOTAL
(HORAS)
Lei Federal
nº11741/08
no 9394/96
nº5154/04
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Supervisores de Entrada – NR33
b) Enfoque didático-pedagógico
Os conteúdos programáticos devem ser abordados inicialmente a partir das características básicas ou
gerais para, em seguida, voltar-se às aplicações específicas, propiciando a formação de uma base de
conhecimentos tecnológicos.
Os materiais impressos que forem adotados para uso dos alunos devem ser entendidos como apoio às
atividades docentes e não como um fim em si mesmos.
Para o desenvolvimento das aulas expositivas, previamente planejadas pelo docente, deverão ser
levados em consideração os seguintes eventos:
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conseguir e manter a atenção dos alunos;
orientar a aprendizagem;
criar condições para que os alunos se interessem em receber a formação de novos hábitos
motores;
fazer com que cada aluno reproduza total ou, ao menos, parcialmente cada operação;
acompanhar o aluno durante a reprodução da operação, corrigindo-o por ocasião dos erros e
impedindo, desse modo, a formação de hábitos incorretos;
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Durante a execução de exercícios práticos que simulam a entrada e saída em espaços confinados,
orientar os trabalhadores dos possíveis riscos que possam ser submetidos, a aplicação de técnicas de
resgate, entre outros, o docente deve: possibilitar que todos os alunos façam os exercícios propostos;
acompanhar os trabalhos e; proceder à recuperação imediata dos alunos de acordo com as
dificuldades de aprendizagem encontradas.
O objetivo constante deste documento deve ser considerado norteador de toda e qualquer ação
docente. Já os objetivos relacionados com conhecimento, compreensão, habilidades e hábitos são
apenas referenciais para o planejamento de ensino, não abrangendo todas as categorias de domínios
dos campos cognitivo, psicomotor e afetivo. Nesse sentido, eles não devem jamais ser transcritos para
o Plano de Ensino; cabe ao docente especificá-los de acordo com o desempenho final desejado para o
aluno.
Os objetivos selecionados pelo docente devem ser adequados às exigências da prática profissional.
Além dos níveis de conhecimento e compreensão, o docente deve garantir que os alunos atinjam
gradativamente capacidades mais complexas; para isso deverá, quando possível, permitir ao aluno
desenvolver a criatividade, ritmo próprio de trabalho, auto-avaliação, entre outras.
Uma vez que toda a aprendizagem cognitiva está diretamente relacionada com o envolvimento afetivo
dos alunos no processo, é necessário que o docente desenvolva amplamente neles hábitos, atitudes,
interesses e valores.
É importante observar que os títulos, subtítulos e as especificações dos conteúdos não seguem
necessariamente uma ordem didática, devendo ser, entretanto, ministrados em sua totalidade.
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c) Ementa de conteúdo formativo
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O item 11.2 da NBR 14787 apresenta o conteúdo programático mínimo requerido de treinamento, como segue:
Definição de espaço confinado;
Riscos de espaço confinado;
Identificação de espaço confinado;
Avaliação de riscos;
Controle de riscos;
Calibração e / ou teste de resposta de instrumentos utilizados;
Certificado de uso correto de equipamentos utilizados;
Simulação;
Resgate;
Primeiros socorros;
Ficha de permissão.
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Caracterizam uma qualificação, expressando desempenhos específicos (explicitados por verbos), seguidos de contextualização
(conhecimento) que são resultado da análise das competências profissionais de um perfil. Permitem operar eficientemente os objetos e
variáveis que interferem diretamente na criação do produto. Implicam o domínio dos conteúdos do âmbito do trabalho e a posse de
conhecimento e habilidades necessários em determinada atividade.
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As capacidades sociais permitem responder a relações e procedimentos estabelecidos na organização do trabalho, e integrar-se com
eficácia, em nível horizontal e vertical, cooperando com outros profissionais de forma comunicativa e construtiva; as organizativas permitem
coordenar as diversas atividades, participar na organização do ambiente de trabalho e administrar racional e conjuntamente os aspectos
técnicos, sociais e econômicos implicados, bem como utilizar forma adequada e segura os recursos materiais e humanos à disposição; as
metodológicas permitem responder a situações novas e imprevistas que se apresentem no trabalho, com relação a procedimentos,
seqüências, equipamentos e produtos, encontrar soluções apropriadas e tomar decisões autonomamente.
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d) Organização de turmas
As turmas devem ser organizadas com um número máximo de alunos em função da capacidade dos
ambientes pedagógicos e com um número mínimo que garanta a auto-suficiência do curso,
considerando, prioritariamente, a qualidade dos processos de ensino e de aprendizagem e o
desenvolvimento das aulas dentro do enfoque didático-pedagógico proposto.
“poderá aproveitar conhecimentos e experiências anteriores, desde que diretamente relacionados com
o perfil profissional de conclusão da respectiva qualificação ou habilitação profissional, adquiridos:
I - no ensino médio;
II - em qualificações profissionais e etapas ou módulos de nível técnico concluídos em outros cursos;
III- em cursos de educação profissional de nível básico, mediante avaliação do aluno;
IV - no trabalho ou por outros meios informais, mediante avaliação do aluno;
V - e reconhecidos em processos formais de certificação profissional”.
A avaliação será feita por especialistas da Unidade Escolar, especialmente designados pela direção,
atendidas as diretrizes e procedimentos constantes na proposta pedagógica.
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V. INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS
Equipamentos9.
EQUIPAMENTOS
A unidade escolar é dotada de Biblioteca com acervo bibliográfico adequado para o desenvolvimento
do curso e faz parte do sistema de informação do SENAI.
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De acordo com o Item 6 da NBR 14787:2001 “Deverão estar disponíveis os seguintes equipamentos, sem custo aos trabalhadores,
funcionando adequadamente e assegurando a utilização correta:
a) Equipamentos de sondagem inicial e monitorização contínua da atmosfera, calibrado e testado antes do uso, adequado para trabalho em
áreas potencialmente explosivas. Os equipamentos que forem utilizados no interior dos espaços confinados com risco de explosão
deverão ser intrinsecamente seguros e protegidos contra interferência eletromagnética e radiofreqüência, assim como os equipamentos
posicionados na parte externa dos espaços confinados que possam estar em áreas classificadas;
b) Equipamento de ventilação mecânica para obter as condições de entrada aceitáveis, através de insuflamento e / ou exaustão de ar. Os
ventiladores que forem instalados no interior do espaço confinado com risco de explosão deverão ser adequados para trabalho em
atmosfera potencialmente explosivas, assim como os ventiladores posicionados na parte externa dos espaços confinados que possam
estar em áreas potencialmente explosivas;
c) Equipamento de comunicação, adequado para trabalho em áreas potencialmente explosivas;
d) Equipamentos de proteção individual e movimentadores de pessoas adequados ao uso em áreas potencialmente explosivas;
e) Equipamentos para atendimento pré-hospitalar;
f) Equipamento de iluminação, adequado para trabalho em áreas potencialmente explosivas“.
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VI. PESSOAL DOCENTE E TÉCNICO
Sugere-se que o docente seja Técnico ou Engenheiro de Segurança no Trabalho, com experiência em
trabalhos em espaços confinados.
VII. CERTIFICADOS
Após a conclusão de todas as Unidades Curriculares com freqüência de 100% e rendimento escolar
igual ou superior a 85%, o aluno fará jus ao Certificado de Aperfeiçoamento Profissional – Segurança e
Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados – Supervisores de Entrada – NR33.
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CONTROLE DE REVISÕES