Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Emerson Ferrari
Robson José de Oliveira
Elisabete Oliveira da Silva
Giovani Levi Sant’Anna
Gestão Participativa dos Riscosde Acidente de Trabalho e Uso de Equipamentos de Proteção Individual em Silos
INTRODUÇÃO
Muitas vezes não imaginamos como os grãos chegam em nossa mesa e nem quais
são os processos que sofrem para ficarem aptos para o comércio. Depois da colheita, pas-
sam por vários processos, como a retirada de impurezas existentes , secagem, transporte e
descarga; quando os grãos serão transferidos para o interior dos silos ou armazéns grane-
leiros. Para chegarem aos silos, os grãos passam pela moega, espécie de bacia, piscina ou
reservatório em que são descarregados pelos caminhões após a colheita e são transferidos
por meio de correias transportadoras. Todo esse processo é feito em um local complexo,
onde o trabalho é exaustivo e muitas vezes ,passando por lugares que oferecem riscos á
saúde do trabalhador.
Durante a etapa de armazenamento, outras operações ainda são realizadas para a
adequada conservação do produto. Uma delas é a aeração, processo para diminuir e uni-
formizar a temperatura dos grãos.
A armazenagem dos produtos agrícolas, feita a granel, pode ser realizada, basicamente
em dois tipos de silos, os horizontais, que costumam ser construídos de concreto, e os silos
metálicos cilíndricos. Os fatores que costumam predominar na sua implantação são os valores
dos investimentos necessários para a obra e a funcionalidade da unidade armazenadora.
Por ser uma atividade de riscos, a segurança deve ser uma preocupação diária para
as empresas e fazendas que possuem esse tipo de armazenagem. Investir em prevenção
de acidentes no trabalho é essencial para um melhor desempenho das atividades e para
atender as normas regulamentadoras e as leis trabalhistas procurando evitar o desperdício
de recursos, tanto humano como material.
É muito importante ter uma gestão de segurança no trabalho, é o que ajuda a minimizar
a possibilidade de que os funcionários fiquem vulneráveis a vários riscos existentes nestes
locais, alguns podendo levar à acidentes fatais.
Para implantar um programa de gestão de segurança é preciso, fazer um levantamento
amplo, sobre as condições do ambiente de trabalho e as ocorrências de acidentes naque-
le local, para que possa determinar os locais que devem ser estudados com mais rigor e
assim elaborar programas de prevenção de acidentes. Para se fazer este estudo de segu-
rança em um espaço confinado todos os locais devem ser considerados inseguros, até que
sejam providas condições mínimas de segurança e saúde. Estas condições são impostas
pelo MTE - Ministério do Trabalho e Emprego através da norma regulamentadora NR- 33
Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados aprovada pela PORTARIA
TEM Nº 202, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2006 (MTE 2006).
Diante dessas condições de trabalho, o presente trabalho tem por objetivo principal
identificar em silos armazenadores de grãos (espaços confinados) da empresa Fazenda no
Gestão Participativa dos Riscosde Acidente de Trabalho e Uso de Equipamentos de Proteção Individual em Silos
sul do estado do Piaui, riscos existentes, e se trabalham de acordo com a conformidade da
Normas Regulamentadora NR-33; e também levantar dados sobre a venda de equipamentos
de segurança no trabalho na região do Município de Bom Jesus-PI.
A preocupação com o bem-estar, a saúde e a segurança do ser humano no trabalho,
seja este pesado ou leve, vem se acentuando no decorrer dos últimos anos, o que se justifica,
visto que quando o trabalho representa apenas uma obrigação ou necessidade, a situação
é desfavorável, tanto para o empregado quanto para o empregador (GRANDJEAN,1988).
Muitas empresas deixam de investir em segurança e saúde do trabalhador em função
dos custos. No entanto, deixam de considerar que os acidentes levam as perdas econômicas
diretas e indiretas extremamente altas que podem levar a empresa ter perdas de negócios
futuros incalculáveis, e também de ter complicações financeiras pelo motivo de indenizações.
REVISÃO DE LITERATURA
Trata da participação efetiva dos funcionários nas medidas preventivas, onde serão
treinados e preparados para tanto. De acordo com seu número de funcionários e riscos será
feito pela NR-05 o enquadramento da empresa.
Gestão Participativa dos Riscosde Acidente de Trabalho e Uso de Equipamentos de Proteção Individual em Silos
Vale ressaltar que as empresas desobrigadas de implantar CIPA, precisam indicar um
funcionário para realizar o treinamento e ser o membro da empresa que garantirá que as
medidas de segurança sejam implantadas e seguidas por todos os funcionários.
Define quais são os equipamentos que poderão ser utilizados para se garantir a prote-
ção do trabalhador quando outras medidas não forem possíveis ou suficientes. Esses EPI’s
são classificados conforme o órgão do corpo humano que está exposto e que deverá ser
protegido (cabeça, olhos, aparelho respiratório, ouvidos, tronco, braços, mãos, pernas, pés).
Gestão Participativa dos Riscosde Acidente de Trabalho e Uso de Equipamentos de Proteção Individual em Silos
– NR 10 - Segurança em instalações e serviços de eletricidade:
A partir da 10ª, as Normas Regulamentadoras passam ser mais específicas para cada
ramo de atividade. A NR- 10 trata dos serviços com eletricidade, dimensiona conforme a
voltagem, a tensão a que está exposto o trabalhador e aponta quais serão as medidas que
deverão ser tomadas em cada situação, tanto com relação ao ambiente, como com relação
ao funcionário. Esta NR passou por algumas alterações importantes recentemente que es-
pecificaram a habilitação e os treinamentos periódicos que deverão passar os trabalhadores
que estarão expostos à eletricidade. Torna-se obrigatório o exame médico admissional,
para constatar se o empregado (no momento da contratação) apresenta algum problema de
saúde, e se apresenta condições para desenvolver e executar as tarefas para as quais está
sendo contratado; exame periódico, para que seja feito um acompanhamento e um controle
de qualquer problema de saúde que o trabalhador possa vir a desenvolver durante o exer-
cício de sua atividade; e o exame admissional, onde a empresa irá eximir-se de qualquer
responsabilidade relacionada à saúde ocupacional, que o empregado venha a reclamar,
posteriormente, judicialmente contra a empresa. O item 10.13.2 da NR-10 estabelece: “É de
responsabilidade dos contratantes manterem os trabalhadores informados sobre os riscos
que estão expostos, instruindo-os quanto aos procedimentos e medidas de controle contra
os riscos elétricos a serem adotados”.
Gestão Participativa dos Riscosde Acidente de Trabalho e Uso de Equipamentos de Proteção Individual em Silos
Em 26 de março de 2012, foi publicada a Portaria SIT nº 313, que veiculou a NR-35,
Norma Regulamentadora para Trabalho em Altura, e criou a Comissão Nacional Tripartite
Temática da NR- 35, com o objetivo de acompanhar a implementação da Norma e, dentre
outros, propor alterações ao texto regulamentar. O texto da NR-35 foi concebido como uma
norma geral de gestão para trabalho em altura, que é complementado nas suas lacunas por
normas técnicas oficiais, que, por sua vez, na sua ausência ou omissão, se complementam
com normas internacionais aplicáveis.
Segundo a NR 35 – Trabalho em altura, define requisitos mínimos e as medidas de
proteção para o trabalho em altura, considera que todo trabalho executado acima de 2,00
metros de diferença do nível inferior, onde a risco de queda, são tratados como trabalho
em altura, obedecendo assim os procedimentos necessários á manutenção da segurança
e saúde dos trabalhadores.
Conforme a norma da ABNT NBR 15475 “Acesso por corda – qualificação e certifica-
ção de pessoas” consiste em um sistema de qualificação e certificação para profissionais
que exercem a atividade de acesso por cordas, diretamente relacionados com os trabalhos
em altura, complementando a parte técnica que envolve o trabalho em espaço confinado.
Para trabalhar com segurança e minimizar os números de acidentes de trabalho em
espaços confinados é necessário a utilização dos equipamentos de proteção, tanto indivi-
dual, como de uso coletivo.
Os Equipamentos de Proteção Coletiva são dispositivos destinados a preservar a in-
tegridade física e a saúde dos trabalhadores através de sinalizações, indicações e qualquer
mecanismo que forneça proteção ao grupo (BARROS, 2010). Dentre os principais EPC’s
podem ser destacados o cone de sinalização, combinado com a fita de sinalização ou com o
STROBO, que delimitam e isolam a área do trabalho. Além destes, com a mesma finalidade
podem ser utilizadas grades metálicas dobráveis. Em adição aos equipamentos de proteção
coletiva destinados a sinalização recomenda-se principalmente durante as manobras de des-
ligamento ou religamento de equipamentos, a utilização de estrados ou tapetes de borracha.
Outro equipamento de proteção coletiva utilizado são as placas de sinalização e cartões de
travamento, com a função de orientar, alertar, avisar e advertir os trabalhadores a respeito
dos riscos e perigos existentes, proibindo o acesso de pessoas estranhas à atividade que
esta sendo desenvolvida. (BARROS, 2010).
Seguindo as instruções da NR-06 os equipamentos de proteção individual utilizados
pelos trabalhadores devem possuir a indicação do Certificado de Aprovação (CA), expedido
pelo órgão do Ministério do Trabalho e Emprego, que possua competência nacional em ma-
téria de segurança e saúde do trabalho, além de passar por periódicos testes de qualidade
e funcionamento (BRASIL, 2011).
Gestão Participativa dos Riscosde Acidente de Trabalho e Uso de Equipamentos de Proteção Individual em Silos
A Norma Regulamentadora NR-33 recomenda a implementação de um programa de
proteção respiratória: 33.3.3 [...] p – implementar um programa e proteção respiratória de
acordo com a análise do risco, considerando o local, a complexidade e o tipo de trabalho
a ser desenvolvido. Sempre que for necessária a utilização de Equipamento de Proteção
Respiratória (EPR), a empresa deve elaborar e implementar um Programa de Proteção
Respiratória (PPR), conforme estabelece a Instrução Normativa Nº 1, de 11/04/1994. O PPR
tem como finalidade a proteção respiratória adequada do trabalhador, durante o uso do
respirador selecionado, (KULCSAR, 2013).
Os equipamentos de proteção respiratória para espaços confinados são respiradores
purificadores de ar, que incluem as peças faciais completas e semi-faciais filtrantes ou um
quarto facial e que utilizam filtros químicos ou mecânicos. Os EPR mecânicos são comumen-
te utilizados para reter partículas sólidas ou líquidas (aerodispersóides). As utilizações dos
filtros químicos são mais comumente utilizadas para contaminantes gasosos como gases
e vapores. Também são utilizados os respiradores de adução de ar, que são respiradores
que utilizam o ar de uma fonte externa do ambiente, que pode ser por ar natural, respirador
de linha de ar comprimido ou aparelhos autônomos ou máscaras autônomas.
Os envolvidos em trabalhos em Espaços Confinados devem usar os seguintes EPI’s:
calça; camisa; capacete com jugular; luvas (PVC ou raspa); cinto de segurança paraquedista;
abafador auricular; protetor auditivo; avental; talabarte em y; botas de segurança com sola-
do antiderrapante ou de borracha; óculos de segurança; respirador para partículas sólidas.
METODOLOGIA
O trabalho foi feito em uma empresa Fazenda no sul do estado do Piaui, com visita
técnica no ambiente de trabalho in loco, para analisar e registrar com fotos o procedimento
de como é o funcionamento de um silo (Armazém) e silo secador acompanhando todos os
setores na área para identificar os possíveis erros e não conformidades..
Utilizei de pesquisa bibliográfica para informar sobre as normas de segurança de traba-
lho, e também para alguns conceitos relevantes no que se refere ao tema proposto. A pes-
quisa foi elaborada a partir de livros, artigos, legislação e normas nacionais e internacionais,
cujas fontes de consulta incluem a Internet, através de páginas oficiais de organizações,
abordando temas que buscam detalhar o assunto a ser trabalhado,
Para a identificação dos riscos existentes em cada espaço confinado foi necessário
a elaboração de procedimentos de trabalho e adoção das medidas para a entrada e reali-
zação da atividade, e também a saída do seu interior, devido ao local ser muito complexo,
por isso a elaboração da (APR) Análise Preliminar de Riscos e a emissão da Permissão de
Entrada e Trabalho (PET) que são medidas adicionais indispensáveis para que o trabalho
seja executado de forma segura.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foi realizado um levantamento e identificação dos espaços confinados, com uma pro-
posta de análise dos riscos inerentes as atividades nestes locais.
A Análise Preliminar de Riscos (APR) identifica e descreve os riscos, associáveis às
instalações e seus potenciais desdobramentos em cenários acidentais com danos a pessoas,
instalações ou meio ambiente.
Em ambientes confinados usados para armazenagem de grãos, descumprir as Normas
Regulamentadoras, neste caso, mais especificamente a NR-33, pode resultar na ocorrência
de acidentes graves e/ou fatais como incêndios e explosões.
Além de riscos de incêndios e explosões em armazenadores de grãos, há o risco de
soterramento, que geralmente ocorre quando o operador deixa de usar o cinto de segurança,
o que impede a retirada do mesmo caso fique preso nos grãos. Neste caso deve-se estabi-
lizar os grãos para que faça a retirada do trabalhador.
Os espaços confinados são três silos para depósito de produtos a granel, sendo cada
um com capacidade para 30.000 sacas, todos com base em concreto e o restante da estru-
tura em metal, com forma circular e para se ter acesso a seu interior há uma boca de visita
com 0,6 x 0,6m 26 localizado a 1,70m de altura do chão e outra abertura na parte superior
com for forma retangular e 0,60 x 0,40m de abertura.
Para se ter acesso à parte superior dos silos há uma escada fixa na estrutura com 14m
de altura, com proteção contra quedas a partir de 2m de altura a partir da base. Há também
uma escada fixa em metal na parte superior do silo, sem proteção contra quedas de altu-
ras. Na parte interna dos silos há uma escada fixa com 14m de altura; porém, sem sistema
de proteção contra quedas de alturas. Segue abaixo as figuras 1 e 2.
Gestão Participativa dos Riscosde Acidente de Trabalho e Uso de Equipamentos de Proteção Individual em Silos
São três silos para depósito de produtos a granel, sendo cada um com capacidade para
30.00 sacas, todos com base em concreto e o restante da estrutura em metal, com forma
circular e para se ter acesso a seu interior há uma boca de visita com 0,6 x 0,6m 26 locali-
zado a 1,70m de altura do chão e outra abertura na parte superior com for forma retangular
e 0,60 x 0,40m de abertura.
De acordo com análises e conversas e treinamentos foram sugeridas algumas medidas:
Além do uso dos Equipamentos adequados, existem diversas medidas de proteção que
devem ser adotadas para evitar acidentes em Espaços Confinados. Essas medidas podem
ser classificadas como Técnicas; Administrativas e Pessoais:
Medidas Técnicas:
Medidas Administrativas:
Gestão Participativa dos Riscosde Acidente de Trabalho e Uso de Equipamentos de Proteção Individual em Silos
Medidas Pessoais:
Gestão Participativa dos Riscosde Acidente de Trabalho e Uso de Equipamentos de Proteção Individual em Silos
• Descrição de possíveis acidentes;
• Descrição de medidas de salvamento e primeiros socorros;
• Correta utilização de equipamentos de emergência, resgate, primeiros socorros e
transporte;
• Acionamento de socorro especializado;
• Simulações anuais de salvamento
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
1. AMARILLA, et al. Aplicação das Normas Regulamentadoras para Gerenciar os Riscos na
Operação de Silos Metálicos. VIII Congresso Nacional de Excelência em Gestão. Junho/2012.
3. BARBOSA FILHO, Antônio Nunes. Segurança do trabalho & gestão ambiental. 4. ed. São
Paulo: Atlas, 2018.
Gestão Participativa dos Riscosde Acidente de Trabalho e Uso de Equipamentos de Proteção Individual em Silos
5. BRASIL (a), Ministério do Trabalho e do Emprego. NR-06 – Equipamentos de Proteção
Individual. Brasília, 2011.
7. CAÇADOR, S.S. Segurança e saúde no trabalho das indústrias madeireiras de Lavras – MG.
Lavras, UFLA, 1997. Monografia, UFLA. 39 p.
8. CHU, JORGE NOBRE. Análise de Riscos nas Indústrias Petroquímicas: Atmosferas explosi-
vas. Instituto Politécnico de Setúbal/Escola Superior de Ciências Empresariais. (Mestrado em
Segurança e Higiene do Trabalho). Setúbal, 2014.82.
10. GARCIA, S. A. L.; KULCSAR NETO, F. Guia técnico da NR 33.– Ministério do Trabalho e
Emprego: Fundacentro. Brasília/DF, janeiro de 2013.
11. GRANDJEAN, E. Fitting the task to the man. London: Taylor & Francis, 1988.363 p.
Gestão Participativa dos Riscosde Acidente de Trabalho e Uso de Equipamentos de Proteção Individual em Silos
20. NR – Norma Regulamentadora (2012e). NR 33 – Segurança e saúde no Trabalho em Espaços
Confinados. Disponível em: http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.
htm>. Acessado em 11 março 2017. Normas Regulamentadoras 35: Trabalho em altura. Bra-
sília - DF, 2012. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislação/nr.pdf [01 á 36]>. Acesso
em: 02/04/2017.
21. NBR 14787: Espaço confinado - Prevenção de acidentes, procedimentos e medidas de pro-
teção. Rio de Janeiro, 2001.
22. NBR 15475: Acesso por corda – Qualificação e certificação de pessoas. Rio de Janeiro, 2008.
25. RANGEL, Este lito JR. Estelito. Atmosfera explosiva. O setor elétrico. Disponível em: <http://
www.internex.eti.br/estellitopremioabracopel2009.pdf>. Acesso em: 26/04/2015.