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SOCIEDADE EDUCACIONAL PENSAR


CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA


EMPRESA OLVEBRA INDUSTRIAL S.A

Relatório apresentado como parte das


exigências do estágio supervisionado do
curso Técnico em Segurança do Trabalho
do Colégio Pensar.

ESTAGIÁRIO: Isaías Oliveira dos Santos


PROFESSOR ORIENTADOR: Lucas Salomão

Guaíba/RS
2018
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EMPRESA/INSTITUIÇÃO: Olvebra Industrial S.A

SETOR: SESMT

PERÍODO DE REALIZAÇÃO: 01/09/2016 à 28/02/2017.

TOTAL DE DIAS: 180

TOTAL DE HORAS: 720hrs.

SUPERVISOR DA EMPRESA/INSTITUIÇÃO: Vilnei Mendes.

Nome: Vilnei Mendes.

Função: Gerente Industrial.

Formação profissional: Engenharia Química.


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LISTA DE FIGURAS

FIGURA I – Telhado do setor de processamento e expedição de alimentos ........13


FIGURA II – Telhado do setor de processamento .................................................15
FIGURA III – Modelo de guarda corpo ..................................................................16
FIGURA IV – Funcionário se equilibrando sobre as estruturas do prédio .............17
FIGURA V – Trajeto do funcionário pelo telhado ...................................................17
FIGURA VI - Local por onde o funcionário transita ................................................18
FIGURA VII – Capacete .........................................................................................19
FIGURA VIII – Cinturão de segurança ...................................................................19
FIGURA IX – Trava-quedas ...................................................................................20
FIGURA X – Botina de segurança .........................................................................20
FIGURA XI – Luvas ...............................................................................................21
FIGURA XII – Talabarte ........................................................................................22
FIGURA XIII – Mosquetão ....................................................................................22
FIGURA XIV – Visão frontal do prédio da expedição de alimentos ......................23
FIGURA XV – Visão lateral do prédio da expedição de alimentos ........................23
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ABREVIATUAS

ASO - Atestado de Saúde Ocupacional


APR - Análise Preliminar de Riscos
CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
CNAE - Cadastro Nacional de Atividade Econômica
EPC - Equipamentos de Proteção Coletiva
EPI - Equipamentos de Proteção Individual
NR - Normas Regulamentadoras
OS - Ordem de Serviço
PCMSO - Programa de Controle Medico e Saúde Ocupacional
SESMT - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................06
2. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA ....................................................................07
3. DESENVOLVIMENTO .......................................................................................08
3.1 ACOMPANHAMENTO NOVA GESTÃO DA CIPA – NR 05............................08
3.2. ACOMPANHAMENTO DE TRABALHO EM ALTURA – NR 35 ....................11
4. RECOMENDAÇÕES .........................................................................................24
5. CONCLUSÃO ....................................................................................................25
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................26
7. ANEXOS ............................................................................................................27
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1. INTRODUÇÃO

O relatório de estágio a seguir foi desenvolvido para conclusão de


curso conforme previsto na grade curricular do Curso Técnico em Segurança do
Trabalho do Colégio Pensar. O estágio obrigatório foi realizado na empresa
Olvebra Industrial S.A nos períodos de 01/09/2016 a 28/02/2017 na qual as
principais atividades desenvolvidas eram acompanhar as rotinas do dia a dia dos
colaboradores no interior da fábrica analisando as questões de segurança do
trabalho.
Este período foi de extrema importância para conclusão do curso, pois
através dessa etapa podemos ter melhor compreensão do que realmente é a área
da segurança do trabalho. Em seu tempo de decorrência foram realizadas
diversas atividades relacionadas ao setor de Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT, como conhecer a
unidade concedente de estagio, auxiliar na identificação dos procedimentos
realizados na unidade concedente de estágio, acompanhar treinamentos, auxiliar
em projetos de conscientização de segurança do trabalho, nas rotinas
administrativas em geral, controlar a entrega de Equipamentos de Proteção
Individual - EPI e uniformes.
Dentre as funções serão desenvolvidas neste relatório duas atividades
que foram acompanhadas de forma mais intensa. Uma delas foi o processo de
implantação da nova gestão da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes –
CIPA, acompanhado desde a abertura de edital de inscrição até a instalação e
posse, podendo de forma geral adquirir conhecimento prático no que é visto e
estudado teoricamente em sala de aula.
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Outra atividade de destaque exercida foi o acompanhamento do


trabalho em altura, onde foi possível verificar diversas fatores que ocorrem
envolvendo esta atividade.

2. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA

A empresa conhecida hoje como Olvebra Industrial S/A, foi fundada


por Sheun Ming Ling, que adquiriu a empresa Sorol S. A. - Refinaria de Óleos
Vegetais que foi uma das empresas pioneiras no Brasil em fabricação de óleo
vegetal a partir do grão de soja. Era localizada na cidade gaúcha de Pelotas e
lançou no início dos anos 1950 o óleo de soja com a marca Sorol, tendo sido, se
não o primeiro, um dos primeiros óleos de soja do país, com capacidade para 60
toneladas em 24h. Tendo entre seus fundadores Manuel Lopes Motta, foi
adquirida em 1966 por Ivo Weiler .
Em 1970 passou ao controle de Sheun Ming Ling que estava a
organizar o grupo Olvebra. A unidade fabril da Sorol foi posteriormente desativada.
A Olvebra há mais de 50 anos deu início ao ciclo da industrialização da soja no
Brasil, sendo a primeira empresa no mundo a fabricar o extrato de soja em pó.
Este produto é a fração solúvel extraída em água dos grãos de soja selecionados,
previamente limpos e descascados.
Atualmente a empresa Olvebra Industrial S.A está situada em
Eldorado do Sul, região metropolitana de Porto Alegre com instalação de fábrica
de alimentos e refino de óleos, local este onde foi realizado o estágio desenvolvido
no decorrer deste relatório. A empresa conta com mais de 100.000 metros
quadrados atuando na fabricação de produtos alimentícios de varejo e industrial.
O quadro de funcionários é composto por em média 200
colaboradores, divididos em atividades operacionais e administrativas. A empresa
é familiar e de médio porte, seu Cadastro Nacional de Atividade Econômica -
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CNAE fiscal principal é 1099-6/99 – Fabricação de outros produtos alimentícios


não especificados anteriormente.
Missão da empresa: Produzir e comercializar produtos alimentícios de
alto valor protéico, incentivando seus fornecedores, funcionários e demais
colaboradores a gerar riquezas, e com o crescimento, perpetuar a organização no
mercado externo e interno, privilegiando a qualidade dos produtos fornecidos aos
seus clientes.

3. DESENVOLVIMENTO

3.1 ACOMPANHAMENTO NOVA GESTÃO DA CIPA – NR 05

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA surgiu no


Brasil em 1944, atualmente é regulamentada pela NR 05 que tem por objetivo
orientar cada etapa que deve ser executada. A CIPA, é formada por colaboradores
da empresa para trabalhar em busca de saúde e segurança do trabalho para
todos aqueles que exercem suas atividades dentro da mesma. Essa comissão se
divide em representantes do empregador e do empregado, sendo os membros
eleitos e indicados, é feito dessa maneira para que não haja imparcialidade de
ambas as partes quando forem tomar alguma decisão relacionada a segurança do
trabalho.
A CIPA é de grande importância dentro das empresas, pois se
trabalhada com grande responsabilidade consegue obter resultados positivos em
relação a saúde e segurança dos trabalhadores. O objetivo é relatar e observar
riscos existentes, neutralizando os mesmos, assim estabelecendo uma
conscientização entre os integrantes da empresa. Trabalhar em parcerias é
fundamental para evitar acidentes de trabalho e doença do trabalho, e é através
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de reuniões mensais que se busca soluções relacionados a problemas de


segurança do trabalho.
Antes de ser implantada dentro da empresa, primeiro é necessário
saber qual é a Classificação Nacional de Atividade Econômica - CNAE da
empresa para dimensionar a quantidade exata de membros da comissão, no caso
da Olvebra, o CNAE está no nosso Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
- PPRA. Com o CNAE em mãos é possível identificar o agrupamento para
dimensionar a CIPA, como consta no quadro III da N.R.05 e depois de ter esses
dados apenas pegamos o número de funcionários que a empresa tem e ligamos
essas informações com o quadro I desta mesma norma e pronto, temos o
dimensionamento que precisamos.
Conforme anexo I, II e III, a empresa Olvebra necessita de quatro
funcionários eleitos e quatro funcionários indicados, número igual para seus
suplentes somando assim um total de dezesseis integrantes. Essa informação
pode ser dimensionada cruzando as informações abaixo:
 CNAE 10.99.6
 AGRUPAMENTO C-2 – ALIMENTOS
 NUMEROS DE FUNCIONÁRIOS - 141 a 300

Uma das principais atividades desenvolvidas durante a realização do


estágio foi a implantação da nova gestão da CIPA na empresa Olvebra Industrial
S.A. A gestão 2016 - 2017 da CIPA foi composta por membros da empresa,
divididos em membros eleitos e indicados, a CIPA dentro da empresa tem por
objetivo a preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores e de
todos aqueles que interagem com a empresa.
Os membros da CIPA da empresa Olvebra, não exercem atividades
sozinhos, pois o além do treinamento obrigatório por Lei, é estabelecido, diálogos
diários com seus membros e funcionários, o papel mais importante desta
integração é o de conscientização, resultando assim num baixo índice de
acidentes.
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Para acompanhamento do processo de eleição da nova gestão da


CIPA, destaca-se o preparo de formulários, coletas e contagem de votos. Essas
atividades foram acompanhadas diretamente pelo estagiário juntamente com o
encarregado do SESMT, que revisavam e executavam cada etapa exigida em
Normas Regulamentadoras – NR’s.
Dentro deste processo pode-se destacar algumas irregularidades,
como a falta de comunicação ao sindicato da classe trabalhadora, como consta no
item 5.38.1 “A empresa estabelecera mecanismo para comunicar o início do
processo eleitoral ao sindicato da categoria profissional”. (Manuais de legislação
atlas,2015, P. 60).
Foram colocados diversos informativos nos murais da empresa para
comunicar os colaboradores da abertura de inscrição para membros da CIPA,
através de edital; Neste informativo foi anunciado as datas que os candidatos
tinham para se candidatar conforme anexo IV – Edital de abertura.
Os colaboradores, após serem informados destas datas, realizavam
suas inscrições junto ao Recursos Humanos - RH da empresa, onde também
recebiam um comprovante e assinavam um documento onde constavam nomes
completos, setor, data da inscrição e suas respectivas assinaturas conforme
anexo V e VI – Comprovante de inscrição.
Encerrando o prazo dessas inscrições, foi divulgado um novo edital no
mural, agora anunciando os nomes e os setores onde os pré-candidatos
trabalhavam, para que a empresa de modo geral ficasse sabendo quem seriam
seus representantes da CIPA. Neste novo mural também foi divulgado a data de
quando aconteceria essa votação conforme anexo VII – Edital de convocação para
eleição.
No dia anunciado para votação, ficaram próximos a entrada principal
da empresa membros da equipe do SESMT, com as cédulas e a urna de votação,
onde coletavam as assinaturas dos funcionários que votavam logo depois que
batiam o seu ponto. Os colaboradores pegavam suas cédulas de votação e iam
até a urna para realizarem seu voto em secreto, como manda o item, 5.40 – G
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(voto secreto.) conforme anexo VIII – Cédula de votação. (Manuais de legislação


atlas,2015)
Após todos os funcionários votarem, reuniram-se na sala de
treinamento cinco pessoas, dentre elas estavam, o encarregado do setor SESMT,
a psicóloga da empresa, a técnica de enfermagem, o estagiário de segurança do
trabalho e auxiliar de limpeza para fazerem a apuração dos votos, que ocorreu no
mesmo dia da votação. No dia seguinte foram divulgados os nomes dos
candidatos que haviam se elegido através do voto direto dos funcionários e os
nomes dos seus suplentes conforme anexo IX - Resultado da votação.
Realizado todo esse processo eleitoral, os membros da nova gestão
passaram por treinamento/curso de CIPA, para poderem assumir a nova gestão.
Este treinamento é exigido por Lei, nos itens:

5.32 – A empresa deverá promover treinamento para os membros da


CIPA, titulares e suplentes, antes da posse” (Manuais de legislação
atlas,2015, P. 59). 5.34 – “O treinamento terá carga horário de vinte
horas, distribuídas em no máximo oito horas diárias e será realizado
durante o expediente normal da empresa. (Manuais de legislação
atlas,2015, P. 60).

Devido ao grande ritmo de trabalho o treinamento dos membros CIPA


ocorreram em dez dias corridos, sendo realizado duas horas diárias pela parte da
manhã para que não ocorressem problemas no processo produtivo pelo fato de
boa parte dos membros da nova gestão serem operadores e líderes de setor.
Assim então essa etapa foi encerrada após o término do treinamento, realizando
apenas os cronogramas de reuniões e acompanhando as funções designadas a
cada membro.

3.2 ACOMPANHAMENTO DE TRABALHO EM ALTURA– NR.35

As normas regulamentadoras já citadas anteriormente, são


conhecidas como NR, elas servem como base para serviços executados por
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empresas que possuem empregados vinculados pela Consolidação das Leis do


Trabalho - CLT. A norma que trata o trabalho em altura é a NR 35 que entrou em
vigor no ano de 2012.
Essa norma determina requisitos mínimos para proteção do
trabalhador que realiza o serviço em altura, orientando sobre procedimentos
adequados para todos os envolvidos nesse tipo de atividade. O cumprimento
dessa norma garante que o serviço executado seja realizado com segurança e
indica condutas a serem seguidas para que sejam evitados os acidentes
decorrentes desta atividade.
As quedas de alturas são umas das causas mais comuns de acidentes
envolvendo mortes no local de trabalho, por isso essa norma regulamentadora é
de extrema importância para verificar situações inseguras regularizando a
atividade executada, garantindo a saúde e a integridade física dos trabalhadores
que executam esse serviço, além de garantir uma prestação de serviço sem
perdas financeiras, materiais e de tempo.
O trabalho em altura foi a segunda mais importante atividade que
pode ser acompanhada durante a realização do estágio, nesse período foi
possível analisar todo o procedimento utilizado para realização desse serviço.
Como em qualquer outro tipo de serviço operacional existe um risco de acidente
de trabalho, seja ele pequeno, médio ou grande. Na empresa onde foi realizada a
parte prática do curso técnico em segurança do trabalho não é diferente, e foi
constatada uma deficiência muito grande quando se trata de serviço em altura,
dentre elas podemos destacar as falhas administrativas internas relacionadas a
documentação exigida por normatização, como por exemplo:
Ordem de Serviço – OS; A ordem de serviço é um documento com a
função de comunicar ao funcionário quais tarefas ele deverá realizar, descrevendo
os procedimentos a serem adotados e as condições para sua realização.
Análise Preliminar de Riscos – APR; Como o próprio nome diz, é uma
análise preliminar dos riscos que envolve determinada atividade e/ou tarefa. Faz-
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se um estudo detalhado de todo o trabalho a ser executado a fim de identificar os


problemas que podem ocorrer durante o serviço.
De acordo com a norma regulamentadora 35, do ministério do trabalho
no seu item “35.1.2 é considerado trabalho em altura todo aquele acima de 2,00m
do nível inferior onde haja o risco de queda”. (Manuais de legislação atlas,2015).
Na empresa Olvebra devido a extensão do prédio ser muito grande, telhados um
pouco antigos e também pelo fato de não serem feitas manutenções preventivas
com frequência, diariamente surgem problemas nos mesmos.
Com o objetivo de não se perder tanta matéria prima e evitar riscos
financeiros muito altos e dadas as circunstâncias de se realizar esses reparos com
urgência, a segurança dos funcionários envolvidos nessas atividades deixa de ser
priorizada, resultando em fim no descumprimento de procedimentos exigidos por
Lei. A seguir algumas imagens dos telhados dos setores de processamento e
expedição de alimentos:
Nos setores de processamento e expedição de alimentos as
manutenções dos telhados oferecem riscos de queda aos trabalhadores
envolvidos, conforme a figura I.

FIGURA I – Telhado do setor de processamento e expedição de alimentos.


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Como podemos ver nas imagens acima (Conforme figura I), os


telhados necessitam de reparos, mas para que seja feito esses reparos é
necessária mão de obra qualificada, os funcionários que trabalham na área de
manutenção predial são designados para essas atividades, mas o que falta para
eles é capacitação e treinamento como manda a legislação pertinente a essas
atividades nos itens:

35.3. Capacitação e Treinamento


35.3.1 O empregador deve promover programa para capacitação dos
trabalhadores à realização de trabalho em altura.
35.3.2 Considera-se trabalhador capacitado para trabalho em altura
aquele que foi submetido e aprovado em treinamento, teórico e prático,
com carga horária mínima de oito horas, cujo conteúdo programático
deve, no mínimo, incluir:
a) normas e regulamentos aplicáveis ao trabalho em altura;
b) análise de Risco e condições impeditivas;
c) riscos potenciais inerentes ao trabalho em altura e medidas de
prevenção e controle;
d) sistemas, equipamentos e procedimentos de proteção coletiva;
e) equipamentos de Proteção Individual para trabalho em altura: seleção,
inspeção, conservação e limitação de uso;
f) acidentes típicos em trabalhos em altura;
g) condutas em situações de emergência, incluindo noções de técnicas
de resgate e de primeiros socorros.
35.3.6 O treinamento deve ser ministrado por instrutores com
comprovada proficiência no assunto, sob a responsabilidade de
profissional qualificado em segurança no trabalho. (Manuais de legislação
atlas, 2015, P. 796 e 797).

Quem deve promover essa capacitação é o empregador, seja ela feita


de maneira interna (tendo pessoal qualificado para realização deste treinamento)
ou externa (contratando alguma empresa especializada nesse tipo de serviço).
Para que o serviço em altura fosse realizado com o mínimo de
segurança é preciso atentar para alguns pontos de extrema importância e
atenção, como por exemplo, é pedido no item:

35.4.1.1, que nos fala que é considerado autorizado para realizar


trabalhos em altura aquele capacitado, cujo estado de saúde foi avaliado,
tendo sido considerado apto para executar essa atividade e que possua
anuência formal da empresa. (Manuais de legislação atlas,2015).
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Nosso funcionário não possuía Atestado de Saúde Ocupacional - ASO


que ateste sua capacitação para realizar trabalhos em altura, um bom exemplo de
exame que se pede para tal atividade é o exame de eletroencefalograma; Esses
cuidados são de responsabilidade da empresa como no item:

35.4.1.2 Cabe ao empregador avaliar o estado de saúde dos


trabalhadores que exercem atividade em altura, garantindo que:
a) Os exames e a sistemática de avaliação sejam partes integrantes do
programa de controle medico e saúde ocupacional – PCMSO, devendo
estar neles consignados;
b) A avaliação seja efetuada periodicamente, considerando os riscos
envolvidos em cada situação.
c) Seja realizado exame médico voltado ás patologias que poderão
originar mal súbito e queda de altura, considerando também fatores
psicossociais. (Manuais de legislação atlas, 2015, P. 797 e 798).

A figura II podemos visualizar por onde é o acesso dos funcionários, a


passarela possui guarda-corpo até um certo ponto, depois disto o funcionário fica
desprotegido contra quedas, pois o mesmo anda pelas estruturas de concreto.

FIGURA II – Telhado do setor de processamento.

Conforme figura III, de acordo com a NR.18 – CONDIÇÕES E MEIO


AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO, nos seus itens:
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18.13 É obrigatório que se faça a instalação de proteção coletiva onde


houver risco de queda de trabalhadores ou de projeção de materiais.
18.13.5 A proteção contra quedas, quando constituída de anteparos
rígidos, em sistema de guarda-corpo e rodapé, deve atender aos
seguintes requisito:
a) Ser construída com altura de 1,20m (um metro e vinte centímetros)
para o travessão superior e 0,70 (setenta centímetros) para o travessão
intermediário;
b) Ter rodapé com altura de 0,20m (vinte centímetros)
Na figura III, temos um modelo de proteção coletiva, (guarda – corpo) nos
padrões da Nr.18. (Manuais de legislação atlas, 2015, P. 361 e 362).

FIGURA III – Modelo de guarda corpo, conforme a N.R 18.

Conforme figura IV, podemos observar uma das situações que são
decorrentes na empresa, na qual o funcionário fica exposta a risco grave e
iminente, pois se vier a cair do local onde está, a queda é de aproximadamente
uns 10 metros de altura.
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FIGURA IV – Funcionário se equilibrando sobre as estruturas do prédio.

As figuras V e VI a seguir ilustram com uma seta por onde o


funcionário caminha para ir até o outro lado do prédio, essa situação se dá quando
o colaborador tem acesso ao telhado por outro lado do prédio e para “ganhar
tempo” atravessa por cima das telhas, onde tem estruturas metálicas de
sustentação.

FIGURA V – Trajeto do funcionário pelo telhado.


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FIGURA VI - Local por onde o funcionário transita.

Como podemos ver nas imagens acima, foi possível notar também a
falta de alguns EPI’s de extrema importância para realização deste tipo serviço, a
própria NR 35, no seu item:

35.5.1 Os equipamentos de proteção individual – EPI, acessórios e


sistemas de ancoragem devem ser especificados e selecionados
considerando-se a sua eficiência, o conforto, a carga aplicada aos
mesmos e o respectivo fator de segurança, em caso de eventual queda.”
(Manuais de legislação atlas 2015, P. 799).

Como exemplo podemos citar abaixo alguns dos principais EPI’s


usados para realizar serviço em altura:
Capacete: o capacete serve para diminuir o impacto craniano que uma
queda pode causar. Seu uso correto é capaz de diminuir drasticamente o risco de
traumas cranianos e mesmo de morte devido a trauma intenso nessa região do
corpo; podemos visualizar o capacete conforme figura VII.
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FIGURA VII - Capacete

Cinturão de segurança: esse EPI consiste em uma proteção feita de


nylon e poliéster que funciona como um cinto no qual o cabo, de aço, ou corda, é
preso e permite a ancoragem do trabalhador, podemos visualizar o capacete
conforme figura VIII.

FIGURA VIII – Cinturão de segurança

Trava-quedas: é uma espécie de dispositivo que é ligado á corda ou


cabo de aço e ao cinturão de segurança. Como próprio nome indica, ele tem a
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função de impedir que aconteçam quedas inesperadas e em alta velocidade,


podemos visualizar o trava-quedas conforme figura IX
.

FIGURA IX – Trava-quedas

Botina de segurança: serve basicamente para impedir que o


trabalhador acabe escorregando em altura, especialmente em estruturas
metálicos, e também garante proteção contra quedas de objetos pesados e
impactos frontais, podemos visualizar a botina de segurança conforme figura X.
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FIGURA X – Botina de segurança

Luvas: servem principalmente para quando o trabalhador precisa ficar


em balanço e precisa segurar na corda ou no cabo de aço. Além de evitar que o
trabalhador escorregue, esse equipamento de proteção também previne contra
machucados devido ao atrito, podemos visualizar as luvas de segurança conforme
figura XI.

FIGURA XI – Luvas

Talabarte; Tem como principal objetivo conectar o trabalhador ao


equipamento no qual ele precisa ficar preso, evitando quedas, podemos visualizar
o talabarte conforme figura XII.
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FIGURA XII – Talabarte

Mosquetão: É um dispositivo metálico que serve como uma trava de


segurança e de conexão entre a corda ou cabo de aço e o trabalhador, podemos
visualizar o mosquetão conforme figura XIII.

FIGURA XIII – Mosquetão


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Nas figuras XIV e XV, temos uma visão do solo, para que possamos
ter ideia da altura que são os prédios da empresa. Como podemos ver na imagem,
podemos dizer que o prédio possui mais de 10 metros de altura.

FIGURA XIV – Visão frontal do prédio da expedição de alimentos.

FIGURA XV – Visão lateral do prédio da expedição de alimentos.


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4. RECOMENDAÇÕES

Durante a realização das atividades exercidas foi possível verificar


diversas irregularidades que precisam ser trabalhadas para atender as normas
regulamentadoras. Após apresentar as situações vistas no decorrer do
desenvolvimento deste relatório, foram elaboradas algumas sugestões de
melhorias a serem realizadas dentro da empresa Olvebra Industrial S.A.
No caso da CIPA, são pequenas mudanças que precisam ocorrer,
dentre elas, atentar-se para os prazos estabelecidos pela legislação em todas as
etapas que são exigidas na norma regulamentadora. Outra proposta seria buscar
motivar os colaboradores a participarem da comissão e leva-los a entender que
eles serão multiplicadores de boas práticas relacionadas a segurança do trabalho
e responsáveis pela divulgação de informações que poderão guardar a saúde e a
integridade física e mental de todos os colegas dentro da empresa.
De modo geral não só a CIPA mas também a empresa ter consciência
que as normas não existem apenas para serem seguidas e cumpridas para andar
conforme a lei e sim para segurança, saúde e bem estar de cada pessoa
envolvida em qualquer tipo de atividade laboral.
Já para o trabalho em altura, algumas melhorias precisam ser
analisadas, como promover curso de trabalho em altura de no mínimo oito horas
como pede a norma, assim capacitando os colaboradores como forma de
prevenção de acidentes envolvendo trabalho em altura; realizar projeto de
instalação de cabo guia ou cabo de segurança (mais conhecido como linha de
vida) para fixação de mecanismo de ligação por talabarte acoplado ao cinto de
segurança do tipo paraquedista, conforme exigência da norma regulamentadora.
Outra melhoria extremamente importante seria a Instalação de linhas
de vida nos telhados, a possibilidade de implementar passarelas para telhados,
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que são de fácil manuseio, transporte e acoplação uma na outra, também sinalizar
as áreas onde são feitos os trabalhos em altura com placas de sinalização,
implantar os Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC, como guarda corpo,
sinalização e isolamento de área através de cones, fitas zebradas ou telas quando
houver serviço de troca de telhas pois existe a possibilidade de queda de
matérias.

5. CONCLUSÃO

Após todo esse período de aprendizagem, teórico e prático, foi


possível adquirir mais confiança para adentrar ao mercado de trabalho que é tão
competitivo nesta área da segurança do trabalho. A realização da parte teórica foi
de extrema importância para compreensão da área de segurança do trabalho
como um todo, pois através do conhecimento adquirido em sala de aula foi
possível realizar as atividades com maior nitidez durante a realização do estágio.
Além de toda essa experiência outro fator que podemos destacar são
as novas relações interpessoais com os futuros colegas de profissão, na empresa
Olvebra isso foi possível pelo contato com diversos fornecedores de serviços
relacionados a área da segurança que compartilham suas experiências e
conhecimento.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

W. Neto, Nestor. (2017). Como montar uma CIPA,


https://segurancadotrabalhonwn.com/como-monta-uma-cipa/ (2017, Novembro)

D.O.U ( 2015) Normas Regulamentadoras, http://trabalho.gov.br/seguranca-e-


saude-no-trabalho/normatizacao/normas-regulamentadoras (2017, Novembro)

D.O.U ( 2015) Normas Regulamentadoras,


http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR5.pdf (2017, Novembro)

D.O.U ( 2015) Normas Regulamentadoras,


http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR35.pdf (2017, Novembro)

Equipe Atlas, manuais de legislação atlas – Segurança e Medicina do trabalho,


75ª edição, São Paulo: Editora Atlas, 2015
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7. ANEXOS

ANEXO I – Quadro I NR 05
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ANEXO II – Quadro II NR 05
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ANEXO III – Quadro III NR 05


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ANEXO IV – Edital de abertura


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ANEXO V – Comprovante de inscrição


32

ANEXO VI – Comprovante de inscrição


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ANEXO VII – Edital de convocação para eleição


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ANEXO VIII – Cédula de votação


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ANEXO IX – Resultado da votação


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