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FUNORTE – CAMPUS JANUÁRIA

PRÁTICA TRABALHISTA

TDES 2: PEÇA CONTESTAÇÃO

CURSO:
Período: 9º Turma: A “Fina Maciel”
DIREITO

Professor: LÚCIO FÁBIO Data:


VELOSO LEAL 01/03/2023
ESTÁGIO
Acadêmica: SUPERVISIONADO
Ana Clara Brito
Damasceno
CASO PRÁTICO – DIREITO DO TRABALHO – PROFESSOR LÚCIO

Em 30 de abril de 2018, Hamilton ajuizou reclamação trabalhista em face da


sociedade empresária Loteria Alfa Ltda., distribuída para a 50ª Vara de João
Pessoa, sob o número 1234. Hamilton afirma que trabalhou na empresa de 13 de
janeiro de 2010 a 25 de março de 2018, quando foi dispensado sem justa causa.
Afirma, ainda, que trabalhava de 2ª a 6ª feira, das 7h às 14h, com intervalo de
uma hora para refeição. Ele relata que sempre foi cumpridor de suas tarefas e
prestativo para com os prepostos da empresa, e que, duas semanas após receber
o aviso prévio, decidiu inscrever-se numa chapa como candidato a presidente do
sindicato dos empregados em lotéricas, para lutar por melhorias para a sua
categoria.
Hamilton afirma que, além de processar os jogos feitos pelos clientes,
também realizava atividade bancária referente a saques de até R$ 100,00 e o
pagamento de contas de serviços públicos (água, luz, gás e telefone), bem como
de boletos bancários de até R$ 200,00. Ele confirma que, dentre os clientes do
empregador, estava uma companhia de energia elétrica da cidade, daí porque,
uma vez por semana, tinha que ir até essa empresa para pegar, de uma só vez,
as apostas de todos os seus empregados, o que fidelizava esses clientes;
contudo, nesse dia, ele permanecia em área de risco (subestação de energia) por
10 minutos.
Hamilton relata que, durante o período em que trabalhou na Loteria Alfa,
faltou algumas vezes ao serviço e que teve essas faltas descontadas; diz, ainda,
que substituiu o gerente da loteria, quando este se afastou por auxílio doença,
pelo período de três meses, mas que não teve qualquer alteração de salário. Ele
afirma que existe o benefício de ticket-alimentação, previsto em acordo coletivo
assinado pela sociedade empresária Beta Ltda., mas que jamais recebeu esse
benefício durante todo o contrato.
O empregado em questão informa que adquiriu empréstimo bancário,
consignado em folha de pagamento, e que por três meses, quando houve sensível
diminuição do movimento em razão da crise econômica, realizou serviço do seu
próprio domicílio (home office), conferindo as planilhas de jogos, mas que não
recebeu vale-transporte; ainda informa que não trabalhava nos feriados e que
recebia vale-cultura do empregador no valor de R$ 30,00 mensais.
Na reclamação trabalhista, Hamilton requer adicional de periculosidade,
vantagens previstas na norma coletiva dos bancários, reintegração ao emprego,
horas extras, horas de sobreaviso, ticket previsto na norma coletiva, vale-
transporte pelo período em que trabalhou em home office e integração do vale-
cultura ao seu salário. Foram juntados os contracheques, cópia da CTPS,
comprovante de residência, acordo coletivo assinado pela sociedade empresária
Loteria Beta Ltda. e norma coletiva dos bancários de 2010 a 2017.
Contratado(a) pela sociedade empresária Loteria Alfa Ltda., você deve
apresentar a peça judicial adequada aos interesses da ré.
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz do Trabalho da 50ª Vara do
Trabalho de João Pessoa – PB

Processo nº XXXX

A empresa Loteria Alfa Ltda., devidamente inscrita no CNPJ 123456789,


estabelecida na rua Dinheiro Fácil, n° 10, bairro Ricos, cidade João Pessoa,
Paraíba, CEP 65058-120, por seu advogado que esta subscreve, com endereço
profissional na rua Problemas Resolvidos, n° 01, bairro Solução, cidade João
Pessoa, Paraíba, 65058-000, onde deverá receber intimações (procuração em
anexo), vem respeitosamente, com fundamento no art. 847 da Consolidação das
Leis do Trabalho – CLT, PROPOR:

CONTESTAÇÃO

A TODOS OS TERMOS DA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA proposta por


Hamilton, brasileiro, estado civil, profissão, RG n°, CPF n°, nascido na data de,
com CTPS n° e serie, residente e domiciliado na rua, n°, bairro, cidade, estado,
CEP, consubstanciado nos motivos de fato e de direito a seguir expostos:

1. DOS FATOS

O reclamante Hamilton alega que foi contratado pela reclamada no dia 13


de janeiro de 2010 e foi dispensado sem justa causa no dia 25 de março de 2017.
No ano da dispensa, o Reclamante ajuizou Reclamação Trabalhista
pleiteando adicional de periculosidade, vantagens previstas na norma coletiva dos
bancários, reintegração ao emprego, horas extras, horas de sobreaviso, ticket
previsto em norma coletiva, vale-transporte pelo período em que trabalhou em
home Office e integração do vale-cultura ao seu salário.
Cabe ressaltar que o mesmo laborava de segunda a sexta-feira, das 7h às
14h, com uma hora de intervalo intrajornada.
2. DAS PRELIMINARES

- INÉPCIA DA INICIAL
– INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL

O reclamante Hamilton afirma que trabalhou por três meses fazendo a


substituição do gerente da reclamante enquanto o mesmo esteve afastado
recebendo benefício de auxílio doença e que neste período o próprio reclamante
não recebeu nenhum acréscimo salarial.
No entanto, no rol dos pedidos o reclamante não alega nenhuma pretensão
relacionada à referida causa de pedir, sendo assim, deixa a sua inicial inepta nos
termos do art. 330, §1º, I, do CPC.
Por tal motivo, nos termos do art. 330, I, do CPC se faz requerido o
indeferimento da petição inicial, em razão da ausência de pedido quanto ao
acréscimo salarial que diz respeito ao período da substituição descrito na causa
de pedir.

DA PRESCRIÇÃO

O reclamante trabalhou na empresa de 13 de janeiro de 2010 a 25 de


março de 2017, entretanto a Reclamação Trabalhista foi postulada somente em 30
de abril de 2017. Conforme os art. 7º XXIX da CF e art. 11 da CLT, as verbas
trabalhistas prescrevem em 5 anos, contados da data do ajuizamento da ação,
com base na Súmula 308, I do TST.

Diante o exposto, requer a extinção do processo com resolução de mérito à


luz do art. 487, II do CPC, quando às verbas postuladas anteriores aos últimos 5
anos contados da data do ajuizamento da ação, ou seja, faz-se requerido o
acolhimento desta preliminar de prescrição quinquenal para declarar como sendo
prescritas todas as pretensões anteriores a 30 de abril de 2012.

3. DO MÉRITO
DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

O reclamante Hamilton relata em sede de sua inicial que ele permanecia


durante 10 minutos, uma vez a cada semana, em área de risco (subestação de
energia), motivo este a qual pede pela condenação da reclamada ao pagamento
de adicional de periculosidade.
No entanto, é improcedente a alegação do reclamante quanto à pretensão
ao adicional de periculosidade, pois a exposição a risco ocorre em tempo
extremamente reduzido. Logo, a pretensão do reclamante contraria redação do
art. 193 da CLT, a qual exige a implicação de risco acentuado em virtude de
exposição permanente do trabalhador à energia elétrica, além de estar em sentido
oposto ao disposto na OJ 324 da SDI1 do Tribunal Superior do Trabalho – TST e
também à Indicação Súmula 364, I, TST.

DAS PRETENSAS VANTAGENS PREVISTAS EM NORMA COLETIVA


DOS BANCÁRIOS

Em sua inicial o reclamante Hamilton requer a aplicação das vantagens


previstas nas normas coletivas dos bancários.
No entanto, o mesmo está sem razão. Isso conforme os termos da Súmula
374 do TST, a qual exibe vedação expressa, pois o empregado integrante de
categoria profissional diferenciada não tem o direito de haver de seu empregador
vantagens previstas em instrumento coletivo no qual a empresa não foi
representada por órgão de classe de sua categoria.
Logo, como a reclamada não teve a sua representatividade no instrumento
coletivo cuja aplicação é pretendida pelo reclamante, faz-se requerido a total
improcedência do pedido do reclamante senhor Hamilton.

REINTEGRAÇÃO NO EMPREGO

O senhor Hamilton realizou o registro da sua candidatura como presidente


do sindicato das lotéricas no tempo do aviso prévio por ele recebido da reclamada
e pretende a sua reintegração no emprego por considerar que tem o direito à
estabilidade no emprego.
No entanto se faz indevido tal pedido do reclamante, pois não há
estabilidade para odirigente ou representante sindical que registra sua candidatura
no curso do aviso prévio.
Tal entendimento é extraí do da Súmula 369, V do Colendo Tribunal
Superior do Trabalho – TST. Portanto, improcedente deve ser este pedido.

HORAS EXTRAS
O reclamante Hamilton pede em sua inicial a condenação da reclamada,
também, às horas extras, mas a jornada do reclamante não ultrapassava a
jornada legal prevista no art. 7, XIII da CF, ou seja, não ultrapassava a 44h por
semana.
Desse modo, improcede o pedido de horas extras e eventuais reflexos.

4- REQUERIMENTOS FINAIS

Diante do exposto, requer a produção de todos os meios de provas em


direito admitidos inclusive o depoimento pessoal do reclamante, sob a
consequência de confissão.
Requer o acolhimento da preliminar de inépcia do pedido com julgamento
sem resolução do mérito, na sequencia o acolhimento da prescrição quinquenal
com julgamento com resolução de mérito, bem como no mérito, a total
improcedência dos pedidos formulados pelo autor, condenando-o ao pagamento
de custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do art. 791-A da
CLT.

Termos em que,
Pede deferimento.

Local e data
_______________________________________________________
ADVOGADA, OAB Nº......

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