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Copyright © 2021 MARCIA CANDIDO

Capa: Marcia Candido


Revisão: Marcia Candido
Diagramação: Marcia Candido
Autora: Marcia Candido
1◦ Edição

Está é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e


acontecimentos descritos são produtos da imaginação da autora.
Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é
mera coincidência. Está obra segue as regras da Nova Ortografia da
Língua Portuguesa.

Todos os direitos reservados.

É proibido o armazenamento e/ou a reprodução de qualquer


parte dessa obra, através de quaisquer meios (tangível ou
intangível) sem o consentimento escrito da autora. A violação dos
direitos autorais é crime estabelecido na lei nº. 9.610/98 e punido
pelo artigo 184 do Código Penal. 2018.
Agradecimentos
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Epílogo
Redes Sociais
Próximos Trabalhos
Agradecimentos

Espero que tenham gostado de mais esse trabalho

que dedico a todos vocês, obrigada por acompanhar essa obra até o

final e também obrigada pelo apoio e incentivo todos, um grande

beijo e até a próxima história.


Capítulo 01

Droga! Se esse elevador não for mais rápido, ao invés de ser


um dos primeiros eu serei um dos últimos, já estou atrasado para
minha entrevista, quem mandou fazerem a entrevista no último
andar do prédio? Pelo que me informaram, a sala onde será feita as
reuniões é no mesmo andar da presidência, será que essa vaga de
secretária é para o CEO?
Alguns minutos depois e finalmente estou no último andar
juntando-me aos outros candidatos para entrevista, homens e
mulheres todos disputando essa vaga de ouro, trabalhar nessa
empresa é um sonho de consumo, não tenho certeza de que serei
contratado pois podem achar-me novo demais para o cargo, mas
não custa nada tentar, o meu salários de balconista não é o
suficiente para mim e minha mãe.
Aos poucos todos os candidatos são entrevistados e eu
realmente fiquei por último, pois estão chamando por ordem
alfabética, merda!
— Scott Bennet! Pode entrar por favor! — Pede uma mulher
de meia idade com uma cara de quem comeu e não gostou.
Entro na sala sentindo o meu coração acelerar e rezo
mentalmente para conseguir essa vaga, sei que deve ter pessoas
mais qualificadas que eu para esse emprego, mas eu preciso tanto
quanto qualquer um deles.
— Me diz o porquê você deve ser contratado, Scott? O que
você tem a oferecer a essa empresa? — Pergunta aquela mesma
mulher sentando-se atrás de uma mesa com uma plaquinha com o
seu nome, Madalena Carter, diretora de marketing.
— Bom, Sra. Carter, eu sou muito esforçado, focado e sei
separar o pessoal do profissional, quero dar o meu melhor a essa
empresa e ajudá-la crescer ainda mais no ramo imobiliário, quero
lutar por essa empresa como se estivesse lutando pela minha vida,
esse emprego é a coisa mais importante que eu posso querer no
momento e espero conseguir essa oportunidade, eu preciso muito
dessa vaga e faço o que for para merecê-la por mérito e muito
esforço. — Digo em um tom firme sem titubear para que ela veja
que sou uma pessoa séria com os meus compromissos.
— E você não vai me contar nenhuma história triste para
conseguir essa vaga, Sr. Bennet? Todos que passaram por aqui me
contaram algo triste e comovente, porque você é diferente deles? —
Questiona olhando-me de um jeito que não consigo decifrar.
— Não sou diferente deles, senhora, mas como eu disse
antes, eu sei separar o pessoal do promocional, a senhora quer uma
história triste? Eu tenho uma também... Minha mãe está nesse
momento em cima de uma cama de hospital internada a mais de
quatro meses, se recuperando de um acidente causando pelo
homem que passei uma vida chamando de pai, ela foi empurrada do
alto da escada e está com traumatismo craniano lutando para
sobreviver, mas ela precisa dos remédios e os tratamentos
indicados pelos médicos, e tudo isso custa muito caro e tem que sair
do meu bolso, eu tentei colocá-la em um hospital público mas não
tinha vaga na UTI, só me restou interná-la em um hospital particular
e por isso preciso dessa vaga, mas não vou chorar na sua frente
para te comover, quero conseguir esse emprego por mérito e não
por chantagens emocionais. — Relato no mesmo tom firme de antes
encarando o fundo dos seus olhos.
— Posso perguntar em que você trabalha atualmente? Como
faz para pagar os tratamentos da sua mãe e se sustentar? Já se
envolveu em algo ilegal? É usuário de drogas? — Pergunta
ajeitando-se na cadeira olhando-me atentamente.
— Sou balconista em um bar, isso foi tudo que consegui e
não uso drogas, meu único vício é o trabalho, Sra. Carter... Eu
almoço um dia sim e outro não pois preciso economizar para os
remédios da minha mãe, moro sozinho e não tenho mais ninguém a
quem recorrer, essa é a minha história, senhora... Espero não
perder essa oportunidade de trabalho por conta disso. — Limpo a
garganta tentando controlar a emoção de falar sobre isso.
Não vou chorar na frente dela e passar uma imagem de uma
pessoa frágil, mesmo que eu realmente seja.
— Vejo que no seu currículo não possui nenhuma faculdade,
apenas a escolaridade e alguns cursos técnicos... Você sabe que
antes de você passaram muitos candidatos muito mais qualificados
que você, não é? Eu entrevistei um candidato que fez faculdade em
Harvard, outro em Oxford entre outra muitas faculdades
renomadas... Você pelo menos entende algo sobre o cargo
oferecido? Daria conta do trabalho caso seja contratado? — Ela
inclina-se apoiando os cotovelos na mesa, e seus olhos me fitam
com curiosidade.
— Eu tive que trancar a faculdade no último período, por
motivos nas quais eu já expliquei, não posso pagar a faculdade e
arcar com as despesas da minha mãe no hospital ao mesmo tempo,
eu tive que fazer uma escolha e a minha escolha sempre será ela...
Estudei administração, mas garanto que dou conta do trabalho caso
me contratem, e desejo sinceramente conseguir essa vaga, prometo
que vocês não irão se arrepender. — Mantenho o foco em
permanecer tranquilo, encarando-a fixamente mas de forma serena.
Ela respira fundo.
— Bom, Sr. Bennet! Não sou eu quem decide as
contratações, essa entrevista está sendo gravada e será o próprio
presidente quem escolherá o melhor qualificado para essa vaga...
Isso é tudo, Sr. Bennet! Aguarde a nossa ligação pois entramos em
contato para informar se foi ou não aceito nessa instituição, tenha
um bom dia! — Ela se levanta estendendo-me a mão e eu respiro
fundo antes de pegá-la.
— Aguardarei ansioso, Sra. Carter! Bom dia! —
Cumprimento-a antes de me virar e sair da sala sentindo o meu
coração bater forte.
Não sei se vou conseguir essa vaga, mas sonhar não custa
nada então vou imaginar-me como funcionário dessa magnífica
empresa. Sigo para o elevador e espero pelo mesmo que está três
andares abaixo, olho no relógio e já está em cima da hora de ir ao
hospital ver a minha mãe, ela está internada com traumatismo
craniano por causa daquele verme asqueroso do marido dela, que a
empurrou do alto da escada, não sei como pude chamá-lo de pai
por tantos anos, aquele desgraçado não aceita a separação e por
isso tentou matá-la, Cretino miserável! Bem que ele podia morrer
logo e nos deixar em paz. "Que Deus me perdoe."
Saio dos meus pensamentos com o som das portas do
elevador se abrindo, entro no mesmo e aperto o botão do térreo,
quando as portas estão se fechando vejo uma mão segurar a porta
para que não se feche, logo entra um homem com pinta de
poderoso, um homem importante e imediatamente o reconheço
como Gael Peterson, dono e presidente dessa empresa. Ele aperta
o botão da garagem e afasta-se parando ao meu lado, sinto o seu
perfume invadir as minhas narinas deixando-me tenso, seu cheiro é
delicioso.
Ele permanece calado e vejo que mexe no celular, ele parece
nervoso com algo pois puxa a respiração com força e esfrega a mão
nos cabelos, minha nossa, esse homem é impecável, tento não
reparar muito nele para não dar na cara que sou gay, ninguém aqui
precisa saber disso, aliás, esse foi um dos motivos para a
separação dos meus pais, minha mãe sempre me apoiou mas o
crápula do Rodolfo sempre fez disso um inferno na minha vida,
consequentemente minha mãe está sofrendo por causa disso, me
sinto culpado e tenho vontade de sumir no mundo, mas não vou
deixar a minha mãe sozinha com aquele canalha solto rondando-a
tentando força-la a voltar com ele, e com isso ter mais oportunidade
de infernizar a minha vida por não aceitar que tem um filho
homossexual.
— MAS QUE INFERNO! Malditos!
Assusto-me com os gritos do homem ao meu lado e dou um
pulo apoiando-me na parede de metal, deixando a minha pasta de
documentos cair no chão.
— Puta merda...! Que susto... — Sussurro pondo a mão no
peito ofegante pelo susto.
— Me desculpa por assusta-lo, eu... Eu não percebi que
havia alguém aqui — Ele finalmente encara-me notando a minha
existência, mas ele me encara tão fixamente que perco o foco.
Não digo nada, apenas desvio os meus olhos dele e me
abaixo pegando os meus documentos, porra eu devo ser invisível
para ninguém notar a minha presença estando ao meu lado.
Recolho os papéis do chão os colocando novamente na pasta,
levanto-me com esse homem parado na minha frente me encarando
como se eu fosse um ET.
— Quem é você...? O que faz na minha empresa? É
estagiário? — Pergunta olhando-me fixamente de um jeito que não
consigo decifrar.
— Me chamo Scott, senhor, eu vim para uma entrevista para
cargo de secretária... Não sei se tenho chances mas, não me custou
nada tentar. — Sustento o seu olhar penetrante, mas não por muito
tento, a presença desse homem me deixa tenso demais.
— Entendo... Espero que tenha sorte. — Diz ainda
encarando-me atento, mas nesse momento as portas do elevador
se abrem no térreo.
— Obrigado! — Agradeço antes de sair o deixando para trás.
Apresso-me para sair do prédio e sigo para o ponto de ônibus
mais próximo, há alguns metros da empresa encontro um ponto de
ônibus e me sento para esperar o que me leve para o hospital, hoje
terei que chegar no LenosBar mais cedo porque ontem precisei
chegar mais tarde.
Alguns poucos minutos depois o meu ônibus aparece e eu
sigo para o hospital, alguns longos minutos depois eu desço em
frente ao hospital no centro de Seattle, entro na unidade e vou até a
recepção solicitar uma visita, e como sou o único parente eles me
dão acesso livre para visitá-la quando eu quiser.
Sigo para UTI onde minha mãe está internada, assim que
entro vejo os médico avaliando os seus monitores enquanto
conversam, aproximo-me e eles me encaram apreensivo.
— Dr. Paulo! Como está minha mãe? A recuperação dela
está muito lenta, não é? — Pergunto apreensivo assim como eles
pois pelas suas expressões, não é nada bom.
— Eu sinto muito, Scott, os batimentos cardíacos da sua mãe
estão muito fracos, já fizemos de tudo mas nada acontece, ela nem
melhora nem piora, não sabemos se ela vai sair dessa ou se não
resistirá... Ainda estamos esperando aquele remédio que você ficou
de trazer mas ainda não trouxe, ela já está sem o remédio a uma
semana e ela precisa de uma dose por dia, e os remédios que você
trouxe essa semana já acabou, esse remédio é essencial para ela
nos dar algum resultado e ela não pode esperar mais, é ele que a
mantém viva e você sabe disso. — Explica se aproximando de mim
me atento e eu sinto o meu peito se apertar, eu não posso perder a
minha mãe, eu só tenho ela e mais ninguém. — Sei que esse
remédio é caro e você não tem condições de comprá-lo toda
semana, por isso estamos tentando arrecadar algum valor para te
ajudar a comprar o remédio, mas são poucos os médicos dispostos
a realmente fazer um ato de solidariedade com o nosso próximo, eu
sinto muito, sua mãe não tem muito tempo de vida se ela não
conseguir esse remédio, estamos fazendo tudo que podemos, filho,
mas não está mais nas nossas mãos... Tome! Isso é tudo que eu
consegui para te ajudar, deve dar para três doses do remédio, mas
em três dias ela precisará de mais e eu não terei como te ajudar. —
Ele põe a mão no meu ombro apreensivo e tira do bolso uma
quantia em dinheiro.
Não consigo reagir diante disso, sinto o chão sumir abaixo
dos meus pés pois o meu pagamento não dá para comprar esses
remédios todos os dias.
— Obrigado doutor... Nem sei o que dizer, obrigado, eu vou
conseguir esse remédio... De um jeito ou de outro eu vou conseguir
esse remédio custe o que custar, mas eu não posso perder a minha
mãe... Eu só tenho ela é não posso perdê-la. — Solto a voz
embargada pelo choro que eu tento ao máximo segurar.
— Eu sei que você vai conseguir, só não faça nada que a sua
mãe vá se envergonhar depois que acordar... Você sabe o que eu
quero dizer, não sabe? Sei o quanto você quer ajudar a sua mãe,
mas, não estrague a sua vida para conseguir isso, está bem,
garoto? Vamos deixar você sozinho com ela. — Ele lança-me um
olhar encorajador mas ao mesmo tempo preocupado, e chama os
outros médicos saindo em seguida.
Eles saem e eu me aproximo mais da minha mãe já com
lágrimas nos olhos, seguro a sua mão com carinho e acaricio o seu
rosto pálido e frio.
— Por favor, mamãe...? Reage logo ou eu terei que fazer
algo que você não aprovaria... Estou disposto a tudo para conseguir
esse bendito remédio, eu já estou correndo atrás de outro emprego
mas eu vou demorar para receber o primeiro salário, se é que eu
serei contratado... Eu vou dar o meu jeito mas eu vou conseguir o
seu remédio, ouviu...? Por favor reage, mamãe? Eu só tenho você e
não vou te perdoar se me deixar sozinho, eu preciso de você para
me orientar, para me aconselhar e me ajudar a seguir o caminho
que você me ensinou... Você não me preparou para ficar sem você
então não faz isso comigo...? Se você me ama então fica comigo,
mamãe? Rodolfo não vai me deixar em paz se eu estiver sozinho...
Por favor eu não consigo ser forte sem você ao meu lado... — Choro
deitando a minha cabeça sobre o seu peito, rezando para que ela
me ouça e lute um pouco mais pela sua vida.
Fico aqui chorando em silêncio enquanto converso com ela,
acaricio e beijo o seu rosto mas me lembro do remédio que eu
preciso comprar, esse bendito remédio também está ajudando a
melhorar o inchaço que ela tem em uma região do cérebro, e
estamos rezando para que ela não sofra uma perda de memória
quando se recuperar.
— Eu preciso ir, mamãe, preciso conseguir o seu remédio de
hoje antes de ir trabalhar... Eu volto para te ver ainda hoje, está
bem? Eu te amo muito, fica comigo, ouviu? — Beijo mais uma vez o
seu rosto e sua mão, estou trêmulo de tanto medo que tenho de
perdê-la.
Saio da UTI e apresso-me para ir comprar logo esse remédio,
saio do hospital desorientado com os pensamentos nas palavras do
médico sobre o caso da minha mãe, paro na frente do hospital
olhando de um lado para o outro tentando lembrar-me do que
preciso fazer.
Encaro o dinheiro na minha mão e lembro-me dos remédios,
toda vez que eu vejo dinheiro eu só consigo pensar em remédios
então procuro a farmácia mais próxima, que é a farmácia onde
sempre consigo os remédios da minha mãe, mas quando chego lá o
farmacêutico diz que o remédio está em falta, eu quase enfarto
quando ouço que não tem o remédio, mas ele diz que na filial dessa
mesma farmácia do outro lado da cidade tem o medicamento que eu
preciso, não posso perder tempo então volto para o ponto de ônibus
e vou atrás do remédio.
Depois de comprar as três doses do remédio eu volto
novamente para o hospital e procuro pelo Dr. Paulo, para entregar a
ele pessoalmente os remédios da minha mãe, ele agradece por eu
ter comprado logo os remédios mas pede para eu providenciar logo
as próximas dosagens que ela precisará, respiro um pouco mais
aliviado por saber que por hoje amanhã é depois, a minha mãe
ficará tranquila com os remédios.
Passo na UTI para vê-la um pouco mais mas logo me
despeço para ir embora, vou conversar com o gerente do bar para
me conceder outro adiantamento, assim garanto alguns remédios
até conseguir outro emprego com urgência, e terei como pedir um
adiantamento no novo emprego também, bom, espero conseguir
logo esse emprego, na empresa Patterson eu ganharia um salário
razoável para arcar com os remédios e as despesas da minha mãe,
depois que ela sair dessa situação eu penso um pouco em mim,
mas agora não dá, agora eu só posso pensar nela.
Capítulo 02

Não pude acompanhar a entrevista dos candidatos pois tive


uma vídeo conferência logo pela manhã, quando pensei que estava
livre, Nathalia me liga avisando que David caiu do balanço e
machucou a boca, saí do meu escritório apressado e entrei no
elevador preocupado, nem percebi a presença do rapaz ao meu
lado, apenas quando me irritei com a mensagem de Nathalia
percebi um rapaz assustado encarando-me apavorado, fiquei
surpreso pois nunca o havia visto antes, magro, pele branca e
sensível e uns lábios carnudos e vermelhos como uma maçã
suculenta, não vou negar, me impressionei com ele.
Scott, ele parece ser bem novo e encarava-me atento e com
a respiração pesada, parecia tenso com a minha presença, espero
que ele não consiga a vaga de secretário, pois fiquei interessado em
experimentar carne nova mas não me envolvo com os meus
funcionários, não gosto de dar motivos para falarem de mim dentro
da minha empresa.
O rapaz saiu apressado pelo saguão do térreo e eu desci até
a garagem, Nathalia já saiu de casa com o meu filho sem esperar
por mim e eu não gostei disso. Somos separados mas continuamos
amigos, nos damos bem e temos o mesmo amor pelo nosso filho,
não chegamos a nos casar, apenas namoramos mas quando ela
descobriu que eu também tenho interesse por homens, ela me
deixou, ficamos brigados por um tempo pois ela não se conformava
que eu me envolvesse com homens e mulheres, mas quando o
nosso filho nasceu ela estendeu a bandeira branca e passamos a
nos entender bem. Nos tornamos melhores amigos e eu sempre
contei com ela para tudo, até mesmo na minha vida amorosa,
desenvolvemos um carinho especial um pelo outro e sei que mesmo
separados, seremos os melhores pais que o nosso filho precisa.
Entro no meu carro e sigo para o hospital do centro onde
Nath está com David, eles já devem estar chegando por lá então
apresso-me para ir até lá, poucos minutos depois estou entrando no
hospital e sigo para recepção, peço informação e logo estou indo
para a emergência onde meu filho está sendo atendido, mas quando
viro o corredor vejo um rapaz passar por mim apressado e parece
estar chorando, ele parece atordoado com alguma coisa e sai do
hospital feito um foguete, o reconheço ao lembrar-me daquele rapaz
de lábios sedutores que vi na empresa, não me lembro o nome dele
mas ele parecia bastante alterado, o que será que aconteceu para
deixá-lo assim? Será que ele tem parente internado aqui? Ou ele
está com algum problema?
Tiro a imagem daquele rapaz da minha mente e foco a minha
atenção no meu filho em algum lugar desse hospital, sigo para
emergência como fui orientado e logo vejo Nath sair de um
consultório com o nosso filho chorando manhoso no seu colo.
— Como ele está? O que houve para ele se machucar?
Porque não me esperou, Nath? — Questiono aproximando-me dela
e pego David dos seus braços.
— Acalma-se, Gael! Não foi nada grave e ele já está bem... A
babá se descuidou dele por um instante e ele caiu do balanço no
parquinho, ele está bem o médico só passou um remédio para dor e
disse que o corte vai se fechar sozinho, graças a Deus porque eu
iria odiar ver o nosso filho com baca cheia de pontos. — Explica
acariciando os cabelinhos dele que deita a cabeça em meu peito,
abraçando o meu pescoço.
— Ou essa babá tenha mais atenção com o meu filho, ou eu
mesmo vou contratar outra pessoa! Não vou dar o meu dinheiro
para uma pessoa que não está fazendo o seu trabalho direito! Ele
poderia ter se machucado mais gravemente, você já pensou nisso,
Nathalia? O que essa mulher estava fazendo para tirar a atenção de
David? Eu pago um bom salário para que ela cuide dele vinte e
quatro horas por dia quando ele não estiver comigo ou com você...
Não suporto imaginar o meu filho se machucando. — Reclamo
irritado mas tento manter-me calmo para não assustar o meu filho
no meu colo.
— Eu já conversei com ela, já dei uma advertência ou terei
que dispensá-la, e como ela nunca se descuido dele antes eu vou
dar sim uma segunda chance a ela, David gosta muita da Flávia, ela
é sim atenciosa com ele mas eu também me preocupei com a sua
falta de atenção hoje, por isso vou observá-la nos próximos dias
então tomaremos uma decisão definitiva, está bem assim? —
Explica calmamente e eu respiro fundo, ninando o meu filho.
— Tudo bem, você convive mais com ela então você sabe o
que deve fazer... Bom, já que ele está bem eu vou levar vocês em
casa e volto para empresa, saí sem avisar a ninguém e já devem
estar me procurando. — Volto com eles em direção a recepção e
meu filho encara-me brevemente antes de deitar novamente a
cabeça em meu peito.
— Como foi a entrevista com as candidatas? Já conseguiu
encontrar alguém para te ajudar? Como você conseguiu ficar três
meses sem uma secretaria, Gael? É um milagre você não estar
enlouquecendo sem alguém para te ajudar. — Pergunta curiosa
fazendo-me lembrar da entrevista.
— Não cheguei a participar porque tive uma pequena reunião
por vídeo conferência, mas deixei Madalena encarregada por isso,
as entrevistas foram gravadas e depois eu vejo com calma o melhor
candidato para ocupar a vaga... Só não estou enlouquecendo
porque a secretaria do Robson está me ajudando, mas isso apenas
até eu conseguir uma secretária nova. — Explico enquanto
passamos pela recepção e seguimos para o meu carro, Nath veio
de táxi pois David estávamos chorando muito.
Entramos no meu carro e sigo para o condomínio onde Nath
mora com o nosso filho, ela tem o namorado dela mas eu confio
nele, é um cara legal que hoje também é meu amigo por gostar
tanto de David, e apesar disso ele não se mete em nada em relação
ao meu filho a menos que eu peça, mas ele também cuida super
bem de David.
Não vou negar que no começo eu sentia ciúmes dele com o
meu filho, tinha medo de David chamá-lo de pai e esquecer que eu
sou o seu pai e não ele, mas não teve como não me simpatizar com
ele, o cara manda super bem como amigo de David além de aceitá-
lo muito bem como filho da sua namorada, tem uns cara babaca por
aí que não curte mulher com filhos, acha que não deve respeitar os
filho dela por serem filhos de outro homem, isso é ridículo porque se
for filho deles outra cara vai aceitar numa boa.
Deixo Nath e David na porta de casa mas não entro, preciso
voltar ao trabalho e me despeço dos dois com um beijo e saio do
condomínio seguindo de volta para empresa. David fez manha
querendo ficar comigo mas não posso ficar com ele agora, amanhã
e sexta-feira e é o meu final de semana para ficar com ele, mas se
ele ainda estiver enjoadinho mais tarde eu pego ele, não vou poder
sair para encontrar os meus amigos mas eles sabem que o meu
filho vem em primeiro lugar, sou apaixonado no meu filhotinho e eles
sabem disso pois alguns deles também já são pais.
Chego na empresa e subo para o meu andar, assim que saio
do elevador vejo Madalena sair da minha sala e para esperando eu
me aproximar.
— O que aconteceu, Sr. Patterson? Estou procurando-o
desde cedo e não o encontro, está tudo bem? — Pergunta
preocupada.
— Meu filho se machucou e precisou ir para o hospital, por
isso não tive tempo de avisar que estava saindo... Como foi as
entrevistas? O que achou dos candidatos? — Paro na sua frente
com as mãos nos bolsos e ela me dá um pequeno sorriso.
— Tem muitos candidatos perfeitos para a vaga senhor, vai
ser difícil escolher um entres os dez que apareceram, mas se o
senhor não aprovar nenhum deles, amanhã teremos uma nova
seleção no mesmo horário.
— Ótimo! Traga os vídeos até a minha sala, vou resolver isso
ainda hoje para não precisar esquentar a cabeça amanhã outra
vez... Eu preciso de uma secretaria logo, assim quando eu precisar
sair com tanta urgência eu terei alguém aqui para avisar que não
estou. — Entro na minha sala e ela entra atrás.
— O Arquivo já foi enviado para o seu computador, senhor, e
os currículos estão em sua mesa, eu acabei de deixar os relatórios
dessa semana para o senhor revisar e assinar, se precisar mudar
algo ou se não estiver do seu agrado, é só me avisar... Com licença
senhor. — Avisa parada na porta e eu apenas concordo antes dela
sair me deixando sozinho.
Acomodo-me na minha mesa e abro os arquivos de vídeo
com as entrevista enquanto pego os currículos, realmente alguns
candidatos são muito bons e outros nem tanto, quando chega no
oitavo vídeo eu já tenho uma decisão em mente, uma loira muito
bonita com os seios bem avantajados, ela é a minha preferida pois
entre os candidatos anteriores, ela parece ter mais experiência e
seu currículo é muito bom, mas resolvo ir até o final para ver se me
surpreendo um pouco mais que isso.
O último vídeo se inicia e prende a minha atenção ao ouvir
aquela voz aveludada e aquela boca rosada, quase vermelha
roubando a minha atenção para ela, impressiono-me quando ouço
ele falar da sua mãe e me lembro do seu estado no hospital, ele
estava chorando, parecia tão atordoado com algo, será que ela está
assim tão mal? Será que ela pode ter morrido? Afinal ele parecia ter
perdido alguém quando passou por mim daquela maneira.
Olho o seu currículo e vejo que ele tem apenas o ensino
médio completo, além de alguns cursos técnicos, mas Madalena fez
uma observação e vejo que ele estava cursando administração, mas
teve que trancar a matrícula e no vídeo ele explica isso claramente,
ele precisa muito do emprego, mas ele não estão tão bem
qualificado como os outros, a loira que eu escolhi fez faculdade em
Harvard e está melhor preparada para o cargo, mas o que eu faço
com Scott Bennet?
Termino os vídeos e faço uma observação sobre a minha
candidata escolhida e também sobre o rapaz com aparência
delicada, ele parece ser tão frágil, mas a situação em que ele se
encontra o faz forte por conseguir suportar um pai que é capaz de
tentar matar a própria mamãe, infeliz miserável! Ele citou que
trabalha em um bar como balconista, mas não disse o nome do bar,
reviso o seu currículo e vejo o seu endereço, é um bairro de classe
média um pouco distante da empresa, se ele fosse contratado como
ele conseguiria chegar na hora todos os dias?
Deixo essa questão de lado e pego os documentos que
Madalena me deixou para revisar, afundo-me no trabalho e nem
vejo o tempo passar, quando dou por mim já está na hora do almoço
e Robson vem me chamar para almoçar com ele e sua esposa
Clara, ela também trabalha aqui na empresa mas a área dela é a
publicidade, ela trabalha com a imagem da empresa e também a
minha imagem diante da empresa, a minha vida pessoal é só minha
e de mais ninguém, mas em relação a empresa eu apareço
estrategicamente.
— Vamos cara! Estou morrendo de fome e a minha esposa
também, ela está comendo por dois, esqueceu? — Apressa-me
Robson parado na porta da minha sala.
— Já estou indo! Eu também estou faminto e hoje vou querer
comer um suculento bife acebolado, sabe a quando tempo eu não
como isso? — Comento enquanto pego as chaves do carro e meu
celular sobre a mesa, confiro a carteira no bolso do blazer.
— Você está trabalhando demais, malhando demais e não
estar comendo a comida certa para sustentar o seu corpo, cara você
já está ficando paranoico com essa história de manter a boa forma,
não tem nada demais em ganhar um pesinho de vez em quando. —
Diz ele passando a mão na barriga e eu gargalho.
— Se você quer engordar o problema é seu, eu não quero
não, meu irmão... Essa história de engordar junto com a mulher
durante a gravidez é furada, Nath quando estava grávida de David
me ligava no meio da noite me pedindo para comprar alguma coisa
para ela comer, não satisfeita com isso eu ainda tinha que ajudar a
comer, consequência disso foram os muitos quilos que ganhei junto
com ela, agora ela está com o corpo sarado e eu estou fazendo o
mesmo, eu engordei por culpa dela e você está seguindo a mesma
linda. — Lembro-me ainda sorrindo e ele parece pensativo.
— Porra cara, mas eu não consigo sair dessa, quando eu
peço uma pizza tem que ser uma para mim e outra para ela, eu não
posso nem tocar na caixa da pizza da Clara ou ela me faz comprar
outra, mas ela não está engordando, apenas a barriga está
crescendo porque ela continua gostosa como antes... Em
compensação eu já ganhei quatro quilos a mais... Eu preciso mudar
isso e você vai me ajudar! — Conta pensativo mas encara-me
decidido, sorrio do seu desespero.
Seguimos para o elevador e descemos até o 17° Andar onde
Clara entra no elevador e nós mudamos de assunto, nesse meio
tempo Nath me liga avisando que está indo para casa da mãe com
David mas que amanhã trás ele para mim, peço para falar com o
meu filho e ele parece mais calmo, parece empolgado porque vai
ver a vovó, o que significa que hoje eu terei a noite livre para sair
pra beber um pouco e aliviar o estresse, vou a procura de uma
presa para hoje seja homem ou mulher, eu preciso me aliviar.

Chegamos no restaurante e fizemos os nossos pedidos, e


como planejado eu peço um suculento bife acebolado e está uma
delícia. Depois do nosso almoço voltamos para empresa mas já
combinamos de sair mais tarde para espairecer a mente, ambos
estamos precisando disso.
A minha tarde passa arrastando com muitos documentos
para assinar, tive duas reuniões bastante produtivas e conseguimos
o que tanto queríamos, na primeira reunião vendemos duas grandes
propriedades equivalentes a 15 milhões as duas, na segunda
vendemos um conjunto de lojas pela bagatela de 11 milhões para
um mesmo comprador, se estou feliz? Muito feliz pois a cada dia a
minha empresa cresce mais.
Tenho ao todos quatro filiais da Patterson imobiliárias
espalhadas pelo mundo, uma na China, outra na Austrália, Rússia e
Brasil, além da matriz aqui em Seattle. Nos negócios eu sou muito
bem sucedido mas no amor nem tanto, não conheço essa palavra
amor, conheço a paixão pois já fui apaixonado pela mãe do meu
filho, mas a paixão acabou e dizem que o amor não acaba, amo sim
o meu filho e por ele eu sou capaz de tudo, mas esse tipo de amor
eu sei que é incondicional, mas amor de homem e mulher, esse tipo
de amor eu nunca senti e espero não sentir, pois dizem que ele dói
e faz sofrer e eu não quero isso para mim.
Meu expediente acabou, estou recolhendo as minhas coisas
para ir embora e nesse momento, Madalena entra na minha sala
chamando a minha atenção.
— Com licença Sr. Patterson! O senhor já tem um candidato
escolhido para ser notificado amanhã? Assim a pessoa pode
começar o trabalho na segunda. — Questiona atenta e eu me
lembro dos entrevistados.
— Sim Madalena! Já escolhi um candidato, mas... Quero que
você notifique a candidata Aline Belmonte para começar na
segunda, mas também que venha me ver o candidato Scott Bennet,
quero falar com ele amanhã bem cedo, por favor. — Vou na sua
direção com os currículos dos selecionados e a entrego antes de
passar por ela.
— Sim senhor! Como desejar, farei isso agora mesmo. — Ela
vem atrás de mim mas eu sigo para o elevador e ela segue para sua
sala.
Eu preciso pensar melhor no que fazer em relação aquele
rapaz, ele precisa do emprego e eu quero ajudá-lo de alguma forma,
mas não como secretário, vou pensar em algo melhor para ele, algo
que o deixe perto de mim pois quero assim. Ele é muito
interessante, chamou muito a minha atenção com a sua aparência
delicada, a sua boca carnuda e chamativa, droga! Porque estou
pensando tanto nesse rapaz? Porque ele chamou tanto a minha
atenção?
Nunca me interessei por rapazes da idade dele, são muito
novos e inexperientes e eu prefiro homens com mais atitude, com
mais experiência, mas, esse rapaz me interessa muito. Não me
envolvo com os meus funcionários mas eu quero estar com ele e
quero ajudá-lo.
Tento não pensar tanto naquele jovem rapaz e desço até a
garagem, entro no meu carro e sigo para minha cobertura aqui
mesmo no centro, em cinco minutos já estou no elevador do meu
prédio subindo para minha cobertura. Eu comprei esse prédio há
alguns anos atrás, eu gostei tanto daqui que decidi ficar com a
cobertura, a vista da cidade aqui de cima é um espetáculo.
Entro em casa e sigo direto para o meu quarto, preciso tomar
um banho e me arrumar para encontrar Robson e os outros, hoje a
nossa noite promete.
Capítulo 03

— Por favor, Sr. Almir? Eu preciso desse adiantamento para


comprar os remédios da minha mãe... Por piedade me concede
esse adiantamento? Eu prometo chegar mais cedo todos os dias
para compensar? Por favor? — Suplico pela milésima vez
esperançoso que ele tenha mudado de ideia.
— Eu já te dei três adiantamentos esse mês, se eu for te dar
mais um adiantamento eu vou estar te pagando o seu salário antes
de virar o mês, se eu fizer isso com você os outros funcionários
também vão querer e eu não posso tolerar isso... A minha resposta
vai continuar sendo não! — Diz em um tom firme encarando-me
duramente e eu respiro fundo.
— Tudo bem, Sr. Almir... Eu não vou mais insistir, com
licença. — Respiro fundo e saio da sua sala com o coração na mão
por não conseguir o adiamento.
Meu Deus, o que eu vou fazer? Como vou conseguir esse
dinheiro? Eu já peguei o empréstimos no banho e não consegui
pagar nem a primeira parcela, eu não tenho mais um salário pois
pego adiantamento pelo menos três vezes no mês, e quando o meu
pagamento sai é uma mixaria, não dá para nada, mal consigo
comprar alguma comida para dentro de casa, muitas das vezes eu
tento aparecer na casa de algum amigo pedindo alguma coisa
porque não tenho o que comer, eu preciso sair dessa situações mas
não sei como conseguir isso, não vou negar, já pensei em roubar
mas não consigo fazer isso, já pensei em sair pedindo nas ruas até
uma alma bondosa resolver me ajudar mas nem tempo para isso eu
tenho.
Volto para trás do balcão e continuo o meu trabalho, depois
de servir não sei quantas bebidas eu estou frustrado e ansioso para
sair daqui, não sei mais o que fazer, não sei mais de onde arranjar
forças para continuar lutando por mim e minha mãe. Meu celular
toca no bolso e eu saio um instante para atender.
— Alô! — Atendo receoso de ser alguma má notícia, não
estou tendo muita sorte ultimamente.
— Boa noite! Por favor, o Sr. Scott Bennet! — Diz uma voz
firme que não me é estranha.
— Sou eu mesmo, em que posso ajudar? — Meu coração
acelera quando reconheço a voz da mulher que me atendeu na
entrevista de hoje.
— Sr. Bennet, estou ligando a mando do Sr. Patterson, ele
quer vê-lo amanhã bem cedo para conversar, posso confirmar a sua
visita? — Diz naquele mesmo tom e meu coração dispara.
— Sim! Claro, pode confirmar, eu estarei aí no primeiro
horário da manhã. — Concordo empolgado mas tento disfarçar, não
quero criar expectativas e acabar não sendo o que estou pensando.
— Ótimo! Estaremos aguardando, tenha uma boa noite, Sr.
Bennet... Até amanhã! — Ela se despede e eu agradeço antes de
desligar.
Volto correndo para o meu posto atrás do balcão mas agora
eu tenho um pequeno sorriso no rosto, não posso ser pessimista, eu
preciso ser mais confiante porque eu mereço isso, já estava
pensando em qual banco teria que assaltar para conseguir o
dinheiro, mas espero conseguir esse emprego... Mas espera um
pouco! Se o Sr. Patterson quer conversar comigo então pode ser
que eu não fui aceito, ou teriam me dito que eu fui aceito e
começaria a trabalhar em breve, droga! Voltamos a estaca zero e eu
me apavoro novamente, as lembranças da minha mãe em coma
invadem a minha mente.
Volto ao trabalho me segurando para não chorar, não posso
passar essa vergonha na frente dos clientes ou serei mandado
embora.

As horas vão se passando e meu desespero não some, já


passam das onze da noite e o bar está quase fechando mas eu
preciso limpar o bar antes de fechar, os clientes já estão saindo e o
bar está quase vazio, então aproveito para arrumar algumas das
mesas vazias. Quando já não tem nenhum cliente no bar eu e os
outros funcionários arrumamos tudo para fechar, despeço-me de
alguns deles assim que saímos e fomos cada um para um lado,
penso em ir até o hospital ver a minha mãe mas já está muito tarde,
sem falar que estou muito cansado pois hoje eu cheguei no trabalho
mais cedo.
Paro no ponto de ônibus e me sento respirando fundo, o que
eu estou fazendo aqui? A essa hora não tem mais ônibus e eu
preciso ir andando pra casa. Levanto-me e caminho pela calçada
com os meus pensando em uma maneira de arranjar o dinheiro dos
remédios, como vou salvar a minha mãe se não tenho condições de
comprar os seus remédios diários? Porque o hospital não pode
fornecer esse remédio? De onde vou tirar 43 dólares por dia para
comprar esses remédios? No final do mês dá um valor absurdo e eu
não ganho nem um terço desse valor por mês, estou perdido, se eu
não conseguir esse remédio nos próximos dias a minha mãe vai
morrer.
— Ela não pode morrer... Ela não pode me deixar.... Meu
Deus eu só tenho ela, não me tira a minha mãe por favor...? O que
eu faço meu Deus...? O que eu faço...? — Choro sem perceber
vagando pelas ruas sem rumo, sem reconhecer o caminho por onde
estou passando.
Sinto as minhas vistas embaçada e minha garganta
arranhando, minha cabeça dói como se estivesse recebendo
marteladas e eu atravesso a sua sem olhar, ouço um barulho alto de
um carro freando em cima de mim eu paro abruptamente, sentindo o
meu coração bater na boca.
— Qual é garoto, ficou maluco? Está tentando se matar
porra? — Ouço uma voz alterada se aproximar de mim mas não
consigo focar em nada.
Olho a minha volta soluçando de tanto chorar e encaro o
homem parado a poucos metros de mim.
— Me desculpa...? Me desculpa...? Me desculpa...? — Peço
entre soluços voltando a chorar e corro para longe dali, mal sinto os
meus pés tocarem no chão mas não vou muito longe, alguém me
segura por trás me impedindo de correr. — Me solta...! Me solta...!
— Peço alterado tentando me soltar mas não consigo, esse homem
é muito forte.
— PARA DE CORRER, SCOTT! Porra para de correr! O que
houve? Porque você está assim...? Olha para mim! Eu estou
mandando você olhar para mim, Scott Bennet! — Ele me sacode
antes de me virar para ele olhando-me fixamente, então percebo
quem está aqui na minha frente com um olhar preocupado.
— Sr. Patterson...? Me desculpa? Eu atravessei a sua sem
me dar conta do que estava fazendo... Me desculpa...? — Tento
controlar as minhas lágrimas sentindo-me envergonhado por essa
situação, mas ele continua me encarando sério.
— Você não respondeu as minhas perguntas! O que houve
com você? Porque está chorando desse jeito? É a segunda vez que
eu me deparo com você assim hoje... Está precisando de ajuda?
Aconteceu algo com você ou com alguém da sua família? —
Pergunta preocupado passando o polegar pelo meu rosto, limpando
as minhas lágrimas.
Isso me deixa confuso. Será que ele também é gay? Porque
ele está me olhando desse jeito? Fala sério Scott! Acorda!
— O senhor já deve ter problemas demais para querer se
preocupar com os meus... Mas já que está aqui e eu estou
desesperado... Eu quero implorar que me ajude...? Não sou de fazer
isso, mas... Eu imploro que me deixe trabalhar na sua empresa? Eu
preciso muito desse trabalho... Minha mãe está morrendo e eu não
tenho como ajudá-la, o remédio é muito caro e eu não tenho como
arrumar esse valor todos os dias... Eu preciso de um segundo
emprego ou a minha mãe não será a única a morrer... Se eu perdê-
la eu morro também então por... Por fav... — Suplico agarrando as
suas mãos com firmeza para que ele sinta o meu desespero, mas
vejo tudo girar e sinto que estou indo em direção ao chão.
— Ei! Scott! Porra Scott? O que você tem? Rapaz fala
comigo? Droga! — Sinto o meu corpo sendo embalado e logo não
ouço e não sinto mais nada.
Meu desespero é tão grande que passo mal por pensar que
não vou conseguir salvar a minha mãe, eu preciso de um emprego
ou uma boa oportunidade para roubar, essas são as minhas únicas
opções para tentar salvar a minha mãe, ou eu vou perdê-la.

Acordo com uma baita dor de cabeça por ter chorado tanto,
viro a cabeça de um lado para o outro tentando abrir os olhos mas
não consigo, minhas pálpebras estão pesadas demais e sinto
alguém segurar a minha mão.
— Você está bem? Está sentindo alguma coisa? — Ouço
uma voz pouco conhecida e forço-me a abrir os olhos.
Me deparo com o Sr. Patterson em pé ao lado da minha
cama em um hospital, ele está atento a mim mas parece
preocupado, estou surpreso.
— Sr. Patterson...? O que faz aqui? Como eu vim parar no
hospital? O que aconteceu comigo? — Pergunto espantado
soltando a sua mão e tento me ajeitar na cama, mas sinto algo no
meu braço doer.
— Não se mexe tanto! Ou o acesso no seu braço vai sair. —
Alerta-me ainda atento a mim. — Vou resumir para a história não
ficar muito longa. Você atravessou a rua sem olhar para os lados e
eu quase te atropelei, e você escapou por um triz, garoto... Você
parecia transtornado, chorava muito e acabou desmaiando, não tive
outra opção a não ser te fazer para o hospital, afinal eu não sabia o
que estava acontecendo com você, então, aqui estamos nós. —
Explica dando a volta na cama com as mãos nos bolsos, um gesto
tão sexy que me deixa aéreo.
— Me desculpa por ter te dado tanto trabalho, nunca me viu
na vida e já está me ajudando... Obrigado... Eu preciso sair daqui,
eu quero ir embora. — Tento me levantar mas ele põe a mão no
meu peito impedindo-me de me mover.
— Fica quietinho aí, garoto! São ordens médica! —
Repreende-me em um tom firme e sério, fazendo-me estremecer. —
O médico que te examinou disse que você está muito fraco, tem se
alimentado direito? A quanto tempo você não come algo? —
Pergunta ainda com um olhar sério como se me investigasse.
— Eu... É que... Não importa, eu só preciso sair daqui, eu
preciso ir pra casa pensar em como vou ajudar a minha mãe. —
Mudo de assunto pensativo.
Sinto os meus olhos se encherem d'água e vejo-o respirar
fundo, antes de se sentar na beira da minha cama.
— O médico que te atendeu te conhece, ele me explicou
sobre o caso da sua mãe e também me disse que você está tendo
dificuldade para conseguir os remédios... Bom, eu deixei com ele
uma quantia para que a sua mãe receba a medicação por dois
meses, depois veremos se ela precisará de mais pois se ela
melhorar, os remédios não serão mais necessários... São palavras
do médico. — Explica tranquilamente deixando-me de boca aberta e
os olhos arregalados.
— Mas... Mas Sr. Patterson... Meu Deus obrigado, eu não sei
como vou conseguir te pagar mas eu prometo que vou pagar, nem
que eu divida em oitenta vezes mas eu vou te pagar, eu prometo...!
O senhor não imagina o quanto a minha mãe é importante para
mim, eu não posso perdê-la e sou muito grato pela sua ajuda... Eu
vou trabalhar dia e noite para pagar cada centavo que o senhor
gastou com ela, e... — Agradeço eufórico tentando me levantar, mas
minha cabeça dói ainda mais depois dessa notícia, ele me
interrompe com um sorriso lindo.
— Ei! Relaxa, eu fiz isso com o maior prazer para te ajudar,
mas eu sei como você vai poder me pagar. — Ela se levanta com
um sorriso de lado que me deixa pasmo e ao mesmo tempo
confuso. — Eu mandei que ligassem para que você fosse me ver
amanhã na empresa porque queria conversar com você, bom, a
vaga de secretária já foi preenchida e você não foi o escolhido. —
Diz com aquele mesmo sorriso de canto.
Sinto o meu coração doer por saber que não vou conseguir o
trabalho, abaixo a cabeça me segurando para não chorar
novamente na frente dele.
— A partir de segunda feira você será o meu assistente
pessoal! Vai trabalhar diretamente comigo e terá uma mesa na
minha sala, o seu salário será o suficiente para cobrir as suas
despesas e as da sua mãe no hospital... Já vou deixando bem claro
que não gosto de atrasos, faltas ou desculpas para sair do trabalho
mais cedo, então pode pedir demissão do seu atual emprego pois
não quero você dormindo no trabalho porque não conseguiu
descansar a noite, estamos entendidos, Sr. Bennet? — Diz naquele
tom firme olhando-me de um jeito que me deixa tenso.
Ele está me contratando como seu assistente pessoal? É
sério isso? Abro um imenso sorriso ainda não acreditando que
estou sendo contratado pelo próprio Sr. Patterson, em um quarto de
hospital
— Me desculpe senhor, mas, eu peguei alguns
adiantamentos no meu atual emprego e preciso pagá-los com
trabalho, enquanto não receber o meu primeiro...
— Eu vou pagar o que você deve nesse emprego, mas não
se preocupe pois será descontado do seu salário quando você tiver
quitado as despesas da sua mãe... Agora melhore logo pois na
segunda você começa a trabalhar. — Ele novamente me olha
daquele jeito intenso e eu sorrio por finalmente ter conseguido um
emprego que vá me ajudar.
— Muito obrigado, Sr. Patterson... De coração muito
obrigado, eu serei grato pelo resto da minha vida. Farei tudo que
estiver ao meu alcance para fazer um trabalho impecável, o senhor
não terá reclamações minhas, eu prometo! — Finalmente consigo
me sentar e sorrio pegando a sua mão com carinho.
Ele lança-me novamente aquele sorriso de lado que me deixa
sem foco e encara a minha boca. Não tem como não encarar a sua
boca também, meu Deus o que está acontecendo aqui? Será que
ele é mesmo gay? Ou eu estou vendo coisa onde não tem?
Ele morde o lábio inferior ainda encarando a minha boca e eu
solto a sua mão, desfazendo aos poucos o sorriso de satisfação em
meu rosto. O que esse homem tem? Meu Deus porque ele me olha
assim? Porque ele tinha que ser tão lindo?
— Não me agradeça ainda, faça isso se dedicando ao
trabalho, está bem? Está em dívida comigo, rapaz, espero
realmente que não me decepcione. — Ele se levanta respirando
fundo, parece inquieto com alguma coisa.
— Não vou decepciona-lo, Sr. Patterson! Se eu fizer isso o
senhor pode me demitir e eu vou aceitar a sua decisão... Não tenho
palavras para descrever o quão valiosa é essa oportunidade que o
senhor está me dando, eu vou fazer valer a pena... Pelo senhor, por
ser um homem de coração tão bondoso, e pela minha mãezinha que
não merecia estar nesse hospital... — Afirmo atento a ele mas
emociono-me deixando as minhas lágrimas caírem sem a minha
permissão, ele parece surpreso com isso.
— Está bem, já chega de agradecimento... Não chore mais, a
sua mãe terá os remédios que ela precisa e você o trabalho que
merece, fico feliz em poder ajudar, Scott Bennet... Bom, o médico
disse que você precisará ficar no soro por algumas horas, está
muito fraco porque não tem se alimentado direito, mas espero que
isso mude, ouviu? — Seus olhos penetrantes em cima de mim me
faz corar e eu desvio os meus olhos dele. — Preciso ir agora, nos
vemos na segunda... E Sr. Bennet...? Seja pontual, eu fui claro?
Agora descansa, você está precisando disso... Até segunda! — Ele
aproxima-se mais com aquele sorriso de canto que faz o ar sumir
dos meus pulmões.
Ofego tentando não babar por ele e vejo-o sorrir ainda mais,
droga! Ele já percebeu o quanto me deixa tenso.
— Nos vemos na segunda... Sr. Patterson... — Engulo em
seco desviando os meus olhos dele para o acesso no meu braço.
— Nos vemos na segunda... Scott... — Concorda em um tom
rouco chamando a minha atenção de volta para os seus olhos.
Sua mão toca os meus cabelos suavemente e desce até o
meu rosto, seus olhos acompanha os movimentos dos seus dedos
até parar na minha boca entreaberta, o vejo trincar o maxilar e me
encarar duramente deixando-me confuso como nunca estive antes,
o que esse cara tem?
— Desejo que melhore logo, Sr. Bennet... Tenha uma boa
noite e descanse. — Ele vai em direção a porta e sai sem esperar
eu dizer nada.
— O que deu nele...? Que cara louco. — Questiono a mim
mesmo acomodo-me novamente na cama.
Porque ele me olhava daquele jeito tão intenso? Parecia
olhar-me com desejo mas isso não é possível, esse cara não é gay,
eu já o vi inúmeras vezes em revistas de fofocas na companhia de
mulheres lindas aos beijos, ele até tem um filho com uma mulher
exuberante de tão linda.
Eu estou realmente mal, estou vendo coisas onde não tem,
um homem absurdamente lindo como ele não é gay, ele não tem
pinta de gay, ele parece bem másculo e muito menos se interessaria
por um pobretão como eu, aff! Eu só quero começar a trabalhar logo
para pagar a ele tudo que já estou devendo, ainda não acredito que
eu conseguir um emprego melhor do que eu queria, ao invés de
secretário eu vou ser o assistente pessoal de Gael Patterson, se
estou feliz? Mais que ponto no lixo, vou fazer de tudo para
permanecer nesse emprego e depois de pagar as dívidas que eu fiz,
vou poder finalmente dar uma vida melhor a minha mãezinha, estou
ansioso para começar a trabalhar.
Capítulo 04

Pensa em um susto grande? Pois bem, foi esse o susto que


levei quando aquele garoto desmaiou nos meus braços, não pensei
em nada apenas o peguei no colo e o coloquei no carro correndo
para o hospital mais próximo, não sabia o que estava havendo com
ele então achei mais prudente trazê-lo para cá. Ele está com o rosto
inchado de tanto chorar e sua pele estava gelada, me preocupei de
verdade com ele pois no seu vídeo de entrevista ele disse
claramente que é sozinho com a mãe, ele está fazendo de tudo para
salvá-la e isso me comoveu.
Eu não imaginava que o meu fim de noite seria assim, quase
atropelar esse garoto e foi por muito pouco que eu não o joguei para
o alto e provocando um terrível acidente, mas o que ele estava
fazendo na rua uma hora daquelas? Será que ele trabalha por ali?
Porque sei que ele estava muito longe do endereço que consta no
seu currículo.
Assim que entrei no hospital com eles nos braços um médico
especialista do hospital logo o reconheceu e correu para atendê-lo,
e enquanto o fazia eu me deixei mover pela curiosidade e perguntei
sobre a mãe dele, já que o vi aqui mais cedo chorando e deduzi que
ela estivesse aqui, não deu outra, o médico me contou a história
desse garoto e realmente é surpreendente, ele está passando por
dificuldades e ainda está tentando salvar a mamãe que corre riscos
de morrer, não pensei duas vezes antes de oferecer a minha ajuda,
o médico ficou muito agradecido e por saber quem sou me pediu
ajuda para cuidar do rapaz, ele parece tão impressionado quanto eu
para ajudar essa família, e na mesma hora decidi o cargo que ele
ocuparia para trabalhar comigo, ele ficou bastante feliz e eu ainda
mais, mas ao me dar conta de que não poderia me envolver com ele
sendo meu funcionário, isso me irritou, eu quero ajudá-lo, mas
também quero estar com ele e não vou poder agora que fiz dele
meu assistente pessoal.
Saí do hospital irritado com essa situação em que me
coloquei, mas tento esquecer esse assunto por enquanto e entro no
meu carro seguindo para casa, poucos minutos depois estou
entrando na garagem subterrânea do prédio e logo estou no meu
elevador privado subindo para minha cobertura.
Entro em casa e vou direto para o bar me servir de uma dose
dupla de uísque, bebo o líquido aos poucos apreciando o seu gosto
enquanto lembro-me daquela boca rosada quase vermelha
entreaberta, não tenho como negar o meu interesse naquele garoto,
o mais estranho foi tudo que fiz por ele mesmo sem o conhecer,
sem saber se terei algum respaldo do gastei com ele e a mãe, bom,
mesmo que eu não o visse mais eu não me arrependeria do que fiz,
são duas pessoas humildes que precisavam de ajuda e aquele
garoto estava desesperado, com certeza ele não está se
alimentando por conta das preocupações com a mãe, não é todo
filho que faz o que Scott Bennet está fazendo pela mãe, então ele
merece sim a minha admiração por isso.
Meus pais já são mortos, infelizmente, perdi minha mãe para
um câncer de mama a cinco anos e meu pai não suportou a sua
morte, ele adoeceu gravemente de tanta tristeza e me deixou um
ano e meio depois da minha mãe. Eu herdei as suas empresas,
casas, ações entre outros, sou filho único e por isso cuido dos meus
negócios a pulso firme, quero manter o legado do meu pai e
expandir ainda mais aquilo que ele criou, meus pais me fazem muita
falta mas não posso fazer nada quanto a isso, só posso sentir
saudades e agradecer por tudo que fizerem por mim.
Deixo a bebida de lado e vou para o meu quarto seguindo
direto para o banheiro, tiro a minha roupa e entro no box ligando a
água mora, o tempo está frio então passo um bom tempo embaixo
da água para relaxar o corpo. Depois do banho eu saio do banheiro
enrolado na toalha e vou até o closet vestindo apenas uma cueca,
volto e me jogo na cama afim de dormir e descansar para trabalhar
daqui a pouco, já passa das duas da manhã e enquanto Robson e
os outros já devem estar dormindo para curar a ressaca, eu ainda
estou aqui, encarando o teto e pensando no meu filho, já estou com
saudades dele e logo mais vou buscá-lo para ficar comigo, amo
passar esse tempo com ele e meu filho também é bastante apegado
a mim.

A madrugada passou e eu já estou de pé me arrumando para


ir a empresa para mais um dia de trabalho. Em poucos minutos
estou saindo da minha cobertura e desço até a garagem e dessa
vez, eu saio no meu Civic grafite, a cadeirinha do David já está
instalada nele e como vou buscá-lo depois do trabalho, eu já vou
preparado.
Chego na empresa e subo direto para o meu andar, eu tenho
o meu elevador privado mas não sou diferente de ninguém aqui,
então muitas das vezes eu uso o elevador social mesmo e subo
com alguns dos meus funcionários. Antes das portas do mesmo se
fechar vejo Robson se aproximar correndo, e seguro a porta do
elevador.
— Valeu cara! Bom dia, que bom que te encontrei agora,
precisamos conversar sobre aquela assistente do Dominic, o cara
me ligou cedinho só para reclamar dela e como as contratações e
demissões precisam passar por você, será o Sr. Presidente que
decidirá o futuro da senhora engolidora de homens, porra a garota já
pegou o prédio todo e agora cismou com o Dom, a mulher dele já
falou em divórcio e tudo mais, o nosso amigo está desesperado, ele
precisa de uma secretaria nova com urgência. — Desabafa sorrindo
mas a situação é séria, não gosto desse tipo de comportamento
dentro da minha empresa.
— Diz a ele que ele tem a minha autorização para demiti-la,
eu acabei de passar por um processo de seleção para uma nova
secretária, ainda tenho os currículos e os vídeos das entrevistas,
tem candidatos ótimos... Na segunda ele terá uma secretaria nova.
— Afirmo certo das minhas decisões e ele sorrir respirando fundo.
Dominic não é o único homem casado a ter problemas com
essa garota, não sei o porquê demoraram tento tempo para
trazerem esse caso até a mim.
— Você é o melhor chefe, você está salvando muitas vidas e
muitos casamentos aqui dentro, tenho certeza de que todos serão
eternamente gratos por isso. — Ele ergue uma sobrancelha me
fazendo sorrir. — Eu sei que essa garota também já tentou algo com
você, mesmo ela sabendo das suas preferências sexuais, mas o
fato de você nunca ter se envolvido com uma funcionária e vice
versa, também te ajudou bastante a mantê-la longe... Ser o feche
também ajuda muito, não é? — Ele sorrir me fazendo gargalha.
Meus amigos nunca me julgaram por eu ser bissexual, ao
contrário, eles me aceitaram super bem já que essa foi a minha
escolha.
— Mesmo que eu não fosse o chefe, aquela garota não faz o
meu tipo... É bonitinha sim, mas, oferecida demais, eu sou um
conquistador e gosto de trabalhar a minha presa... Se a minha caça
vem correndo em cima de mim, pede a graça. — Comento ainda
sorrindo e é a vez ele gargalhar.
Subimos para o nosso andar e fomos cada um para nossa
sala, iniciamos o nosso trabalho e como prometido, eu envio para
Dominic os vídeos e os currículos dos entrevistados, menos é claro
o da Srta. Aline que será a minha secretária, e o de Scott Bennet
que será o meu assistente pessoal, não quero ele trabalhando para
ninguém mais além de mim, aquela boquinha tentadora que ele tem
chama muito a atenção e ele tem que ser meu primeiro, e eu vou
ter.
— O que eu estou pensando? O garoto acabou de chegar e
eu nem sei se ele é gay, e já estou desejando que ele seja meu...?
Não posso ficar com ele, Scott agora é meu funcionário e é contra
as minhas regras ficar com um funcionário... Merda! — Esfrego as
mãos no rosto suspirando frustrado.
Mas porque ele ficou tão tenso na minha presença? Quando
toquei os seus cabelos e a sua pele, o senti tremer e isso me
surpreendeu, aquela boquinha tentadora entreaberta me fez querer
beijá-lo ferozmente para saciar o desejo que estou sentindo por ele,
aquela boca no meu pau me levaria ao delírio com certeza.
— Droga! Eu preciso me focar no trabalho.
Balanço a cabeça espantando esses pensamentos mas
quando olho para baixo, vejo um volume na calça que não deveria
estar aqui.
— Inferno! Eu preciso trabalhar!
Confronto a mim mesmo irritado e nesse momento alguém
bate na porta.
— Entra! — Peço ajeitando-me na cadeira desconfortável por
estar de pau duro.
— Com licença chefe! Está muito ocupado? — Dominic entra
na sala sorridente, já estou sabendo que ele já demitiu a secretária.
— Pode falar, Dom! Estou ocupado mas consigo te ouvir. —
Respondo ainda inquieto com a minha situação aqui embaixo.
— Cara eu estou em dúvida entre dois dos candidatos da
entrevista, são dois rapazes... Não quero mais uma mulher
trabalhando perto de mim, ou a minha mulher me mata depois de se
divorciar de mim... Bom, um dos candidatos é ótimo, estudou na
faculdade de Oxford, mas o outro eu não achei o currículo dele, ele
se chama Scott Bennet e apesar dele não ter nenhuma... — Ele se
senta à frente da minha mesa colocando os currículos sobre ela,
mas o interrompo.
— Se não mandei o currículo dele é porque ele não está
disponível, Dominic! Ele já foi contratado, será o meu assistente
pessoal e como você mesmo disse... Apesar dele não ter se
formado, ele fará um bom trabalho, se for preciso eu mesmo o
ensino caso seja necessário. — Disparo em um tom firme e sério,
ele encara-me atento.
— Bom, então só me resta contratar o outro rapaz... Mas me
diz uma coisa, Gael...? Você tem algum interesse pessoal no
candidato Scott Bennet? Me desculpa mas o jeito que você falou me
deu a entender isso, cara. — Questiona desconfiado e eu me
levanto irritado, indo para frente da janela.
— Não posso me interessar por ele, agora Scott Bennet é
meu funcionário e me envolver com ele vai contra as minhas regas...
Então isso será impossível. — Respondo em um tom duvidoso até
mesmo para mim.
— Nada é impossível, Gael, foi você mesmo que se colocou
nessa situação e só você pode sair dela, cara... Bom, agora que já
foi decidido quem será o meu novo secretário, eu vou indo, preciso
voltar ao trabalho... Se precisar de mim é só me ligar ou me
procurar, tudo bem? — Ele se levanta atento a mim e se despede
para sair.
— Igualmente, Dom, me desculpe pelo tom, mas, não
comecei o meu dia muito bem hoje... Bom, hoje não vou poder me
juntar a vocês na boate, vou pegar o meu filho e quando estou com
ele o meu tempo é só dele. Vamos compensar amanhã depois que
eu colocá-lo na cama, a babá fica com ele enquanto eu estiver
fora... Estou precisando muito beber. — Respiro fundo voltando a
me sentar e ele sorrir satisfeito.
— Boa, meu irmão! Primeiro os filhos e depois a diversão,
mesmo que seja um pai solteiro... Nos vemos no almoço? — Ele
sorrir me fazendo sorrir também.
— Nos vemos no almoço! — Concordo antes dele sair me
deixando sozinho novamente.
Não posso mudar as minhas regras, se eu não der o exemplo
todos os funcionários vão se achar no direito de fazerem o que
querem, não quero reclamações sobre funcionários transando pelos
cantos da minha empresa e isso vale para mim também, mesmo eu
querendo muito provar aquela boca carnuda e rosadinha, merda!
Foco no trabalho Gael!
Esforço-me para me concentrar no trabalho e logo estou
perdido em revisões, assinaturas e uma reunião para lá de chata,
um comprador quer fechar negócios conosco mas não quer pagar o
valor que a mansão vale, ele quer que vendemos para ele por um
preço muito abaixo do valor de mercado e se fizermos isso, não
teremos a nossa comissão, se o proprietário colocou a casa nas
nossas mãos para vendermos então eles vão pagar o nosso preço,
se esse comprador não quiser aceitar o nosso valor, eu sei que vai
aparecer alguém que aceite e ponto final.
A reunião não foi muito produtiva e o cliente pediu um prazo
para pensar, dei a ele vinte e quatro horas para confirmar a compra
ou o imóvel voltará para lista de vendas, e se aparecer outro
comprar nesse meio tempo ele terá que disputar a compra, e que
ganhe o melhor.

A hora do almoço chegou e eu saí com Robson e Clara,


Dominic e Tatiana para o nosso almoço, quando já estávamos
chegando no nosso restaurante de sempre Wendy se junta a nós, e
logo em seguida Leonardo também aparece, todos trabalham
comigo na empresa e assim como eu, Léo também é gay e é
casado, ele e o marido adotaram duas crianças a cinco anos e são
muito felizes, já Wendy é uma iludida que sonha em se casar
comigo, só que não.
Wendy é uma garota legal, já ficamos juntos uma vez na
época da faculdade quando cursávamos direito juntos, mas hoje ela
não me interessa como me interessou no passado e ela sabe disso,
agora então que trabalhamos juntos não há possibilidade alguma de
rolar um flashback, quero algo novo mas apesar de estar muito
impressionado com o meu novo assistente, vou ter que procurar
carne nova amanhã, eu preciso encontrar alguém que me desperte
a mesma sensação que aquele garoto me despertou, eu preciso
olhar para outra pessoa como me peguei olhando para ele no
elevador da empresa, não sei o que aconteceu comigo mas senti
algo que nunca havia sentido antes, foi uma atração muito forte mas
espero que isso mude logo, espero não sentir mais isso já que ele
vai trabalhar comigo.

Depois do nosso almoço voltamos para empresa e


retomamos o nosso trabalho, no meio da tarde Nath me liga para
avisar que está vindo da casa dos pais e que levará David para mim
em casa, mas ela também diz que a babá não poderá ficar David
amanhã pois teve problemas com o pai e não vai poder vir, isso vai
complicar os meus planos para amanhã a noite se eu não conseguir
uma babá diarista. Nathalia sugere de pegar o nosso filho amanhã
no final da tarde mas eu não aceito, esse é o meu final de semana
com ele então darei o meu jeito.
Depois de falar com ela eu ligo para três agência a procura
de uma babá mas não dou sorte, todas estão indisponíveis e eu vou
ter que cancelar a minha saída de amanhã, mas tudo bem, pelo
meu filho eu faço qualquer sacrifício. No final da tarde eu tive mais
uma reunião e dessa vez tudo deu certo, fechei duas comprar
grandes para a nossa empresa e o comprador saiu feliz assim como
nós, o proprietário também está satisfeito como o resultado da
venda.
O meu expediente está quase no fim, já não tenho mais nada
parar fazer por hoje então recolho as minhas coisas para sair, pego
os currículos colocando-os na gaveta e foi inevitável pensar naquele
garoto, uma ideia me veio à mente, ele está em dívida comigo e por
falar em dívida, eu preciso falar com ele sobre a dívida que ele tem
no antigo emprego, vou dar a ele a quantia que ele deve ao seu
antigo patrão e ele me pagará com trabalho, será que ele sabe
cuidar de crianças?
Posso contratá-lo para fazer companhia ao meu filho
enquanto eu estiver fora a noite, David vai estar dormindo mesmo e
ele só vai vir para fazer companhia ao meu filho, será que posso
confiar nele para isso? Scott Bennet é um completo estranho assim
como qualquer babá que eu contratar na agência, com a diferencia
de que elas são muito bem recomendadas e possuem referências,
mas porque não confiar em alguém que faz de tudo para salvar a
mãe?
Pego o seu currículo revisando-o novamente e encontro o
seu endereço e telefone, ligo para ele duas vezes mas a chamada
vai para caixa de mensagens, anoto o seu endereço e decido ir
pessoalmente falar com ele, espero que ele aceite a minha proposta
já que será um único dia, a minha cobertura tem muita segurança
além das câmeras que monitoro pelo celular, sei que o meu filho
estará seguro com ele.
Saio da empresa e sigo para o bairro onde Scott Bennet
mora, levo pelo menos vinte minutos até chegar lá pois o trânsito
não está muito ruim, ou passaria uma hora na pista e isso pode ser
um problema para aquele rapaz chegar na empresa no horário,
espero que ele dê conta de conseguir isso.
Depois de vinte minutos estou entrando no endereço anotado
e procuro pelo número da casa dele, quando encontro eu paro na
frente da sua casa e procuro por uma campainha, mas não
encontro, decido abrir o pequeno portão e entro no quintal seguindo
até a porta.
Bato na mesma algumas vezes e espero ser atendido, mas
isso não acontece, será que ele não está em casa? Insisto nas
batidas e na quinta vez a porta se abre, revelando-me um garoto
descabelado e com a cara inchada de sono, sorrio de lado mas
quando percorro os meus olhos pelo seu pequeno corpo,
surpreendo-me ao vê-lo de camiseta e um shortinho com as pernas
de fora.
— Sr. Patterson...? O que faz aqui? — Pergunta surpreso e
assustado ao mesmo tempo.
Só tenho olhos para esses lábios entreabertos, tento não me
excitar por vê-lo assim.
Capítulo 05

Depois de passar a tarde inteira dormindo, ou melhor


dizendo, desmaiado no sofá, eu acordo com batidas insistentes na
porta, tento ignorar mas a pessoa não desiste de me incomodar,
decido atender e me levanto esfregando o rosto indo até a porta,
deve ser algum desses vizinhos chatos, bom, era isso que eu
pensava mas quando abro a porta dou de cara com o meu novo
chefe, parado aqui na minha frente encarando-me com um sorriso
de lado, minha nossa, que lindo.
— Sr. Patterson...? O que faz aqui? — Questiono surpreso
mas ele varre o meu corpo com esses olhos intenso, fazendo-me
estremecer.
— Você costuma receber as suas visitas vestido assim? Com
um short tão curto? — Questiona encarando as minhas pernas, só
então me lembro de como estou vestido.
— Droga...! Me desculpe, senhor, eu vou me trocar e já volto.
— Aviso envergonhado e viro-me para sair dali, mas ele entra na
sala segurando-me pelo braço.
— Não precisa se trocar, o que eu vim fazer aqui será breve.
— Ele encara-me daquele jeito intenso mas não consigo entender
bem o porquê.
— Por favor, sente-se e fique à vontade, senhor. — Peço
ainda envergonhado e ele solta o meu braço, indo em direção a
poltrona enquanto analisa a casa descaradamente.
— Você já resolveu a sua questão no bar onde trabalhava?
Já pediu demissão? — Ele vira-se para mim com um olhar curioso e
se senta, eu faço o mesmo sentando-me de frente para ele.
— Não senhor, não consegui resolver isso pois o Sr. Almir
está com receios de que eu não lhe pague o que devo, mesmo eu
avisando que o pagarei em breve, ele me fez concordar em
trabalhar um mês a mais, para pagar o que devo... Por falar nisso, já
está na hora de me arrumar, não posso me atrasar. — Ajeito-me na
poltrona sentindo-me tenso por ele encarar-me tão fixamente que
estremeço-me.
— Não se preocupe com isso, anota para mim o endereço do
bar que vou passar por lá quando for embora, vou pagar a sua
dívida e em troca, quero que faça um trabalho extra para mim. —
Dispara sem desviar os olhos de mim, analisando-me de cima
abaixo. Eu ofego.
— Claro senhor, eu faço o que o senhor precisar, já estou te
devendo muito então peça o que quiser. — Afirmo espontaneamente
e ele sorrir de lado.
— O que eu quiser...? Interessante... — Diz com uma certa
malícia encarando-me de um jeito que sinto o meu corpo se
arrepiar. O que foi isso?
— Em relação ao trabalho sim, Sr. Patterson... Peça o que
quiser. — Repito com a voz trêmula pois a sua presença me
intimida.
— Certo...! Bom, como você deve saber, eu tenho um filho
pequeno de quatro anos que mora com a mãe dele. O fato é que eu
preciso de alguém para ficar com ele amanhã a noite porque a babá
dele precisou se ausentar, e como você tem uma dívida comigo, eu
pensei que você pudesse ficar com ele amanhã na minha
cobertura... Você sabe cuidar de crianças, não sabe? — Explica em
um tom tranquilo pegando-me de surpresa com isso.
— Sim senhor... Sim eu sei cuidar de crianças, mas...
— Então está combinado, te espero na minha cobertura
amanhã as oito... Me dá um papel e caneta para eu anotar o meu
endereço. — Seu tom firme e decidido não me deixa contestá-lo, e
eu faço o que ele pede. Mesmo espantado.
Vou até o rack a nossa frente e inclino-me para pegar a
agenda na gaveta junto com a caneta, viro-me de volta para ele e
seus olhos penetrantes ainda estão sobre mim, analisando o meu
corpo descaradamente. Ofego tentando controlar a minha
respiração e entrego a ele a agenda e a caneta, meu Deus, porque
esse homem me olha assim? Já não basta eu ter sonhado com ele
e ter acordado excitado?
— Te espero amanhã na minha cobertura, e não se atrase,
está bem...? Anota para mim o endereço do seu antigo trabalho, vou
até lá ainda hoje. — Diz enquanto rabisca o papel e logo me entrega
a agenda.
— Sim senhor... — Minha voz sai quase em um sussurro e eu
engulo a seco.
— Você não respondeu a minha pergunta no hospital. Porque
não está se alimentando direito? Porque estava tão franco? —
Questiona olhando a sua volta até parar novamente os seus olhos
em mim.
Abro a boca para dizer a verdade mas não consigo, como
vou contar a ele que não tenho o que comer?
— Eu vou me cuidar melhor para ter um bom desempenho no
trabalho, senhor, não se preocupe. — Evito encará-lo e tiro a folha
com o endereço entregando-o em seguida.
— Qual é o seu problema? Porque não responde o que eu te
perguntei? — Rebate em um tom severo surpreendo-me com essa
sua preocupação. — Não precisa me responder, eu vou buscar a
resposta! A cozinha fica por aqui, não é? — Ele vai em direção ao
pequeno corredor da casa e eu arregalo os olhos.
— Espera Sr. Patterson! Você não pode...
Corro atrás dele segurando-o pelo braço, mas ele vira-se
rapidamente colocando-me contra a parede. Ofego com os olhos
levemente arregalados mas ele me encarar sério, seus olhos
desviam para minha boca e eu faço o mesmo, porra que vontade de
beija-lo, mesmo sabendo que ele pode me estrangular depois por
ter outro homem beijando-o.
— Você só tem duas opções, Scott Bennet...! Ou você
responde a minha pergunta com a verdade, ou eu vou entrar na sua
cozi... — Avisa naquele tom firme encarando-me daquele jeito
intenso, mas o interrompo.
— Eu não tenho o que comer! Está satisfeito, senhor...? Essa
é a minha verdade mas se quiser conferir, pode entrar na minha
cozinha. — Empurro-o sutilmente afastando-me dele e apresso-me
para voltar até a sala, mas ele me segura pelo braço.
— Porque não me contou isso ontem? Eu estou disposto a te
ajudar no que for mas você tem que me falar do que precisa, Rapaz!
— Contesta irritado soltando o meu braço, mas também surpreso e
isso me impressiona.
— O senhor não tem que me ajudar tanto, já fez o bastante
pela minha mãe e também por mim, e eu não posso aceitar mais
nada... Ou eu vou ter que trabalhar pelo resto da vida de graça para
lhe pagar o que devo, a minha dívida com o senhor já está bastante
alta. — Desvio os meus olhos dele tentando manter-me firme para
não me emocionar.
— Você não me deve tanto assim, além disso, o seu salário
será muito melhor do que no bar onde trabalhou... Vou te pagar bem
para ficar com o meu filho e não pretendo descontar nenhum
centavo. — Afirma ainda surpreso e tira a sua carteira do bolso,
tirando dela algumas notas. — Pega! Estou te pagando adiantado
para você ficar com o meu filho amanhã à noite, deve dar para você
se alimentar até receber o seu primeiro pagamento, não vou ficar
com o seu pagamento todo para descontar o que me deve. — Ele
entrega-me o dinheiro e ao contar, vejo que ele está me pagando
um pouco mais de mil dólares para ficar uma única noite com o filho
dele.
— Mas senhor, aqui tem muito dinheiro... Está me pagando
tudo isso para ficar uma única noite com o seu filho? — Questiono
espantado encarando o dinheiro na minha mão, ele sorrir.
— Sim, esse é o justo porque os cuidados com o meu filho é
a minha prioridade, por isso não vou esperar pouco de você e
espero que cuide muito bem dele... Se David gostar de você, eu
posso contratar os seus serviços outras vezes quando ele estiver
comigo. — Mais uma vez surpreendo-me com as suas palavras. Ele
encara-me atento.
— Obrigado por confiar em mim para ficar com o seu filho,
senhor, eu prometo não decepcioná-lo... Serei pontual e estarei na
sua cobertura antes das oito. — Sorrio largamente.
Estou satisfeito com essa grana pois além de comprar
comida, também vou poder pagar uma parcela atrasada do
empréstimo que peguei no banco.
— Não me agradeça, estou te pagando porque você vai
trabalhar para mim. — Ele retribui o meu sorriso pondo as mãos nos
bolsos em uma pose tão sexy.
Merda! Não tem como não desejar esse homem!
— Me diz uma coisa, Scott...? Você não tem outros parentes?
Irmão, tios... Amigos, namorada? Não tem mais ninguém além da
sua mãe? — Vejo a curiosidade nos seus olhos, mas não me
surpreendo.
— Não, senhor, não tenho mais ninguém além da minha
mãezinha... Nem mesmo um "namorado" e espero que a minha
orientação sexual não seja um impedimento para trabalhar com o
senhor. — Revelo apreensivo e ele parece ainda mais surpreso que
antes.
— Então você é gay? Já teve algum namorado? — Pergunta
com os olhos fixos nos meus, estremeço-me.
— Sim senhor... Sou gay e já tive sim um namorado... Mas
não deu certo, e... Bom, nos vemos amanhã então. — Viro-me
entrando na sala e ele vem atrás com um sorriso de satisfação no
rosto, isso me deixa confuso.
— Ok! Nos vemos amanhã. — Ele me encara por um breve
momento e se vira indo em direção a porta, mas para virando-se
novamente. — Não deixe de se alimentar, ouviu? Não quero você
desmaiando de fraqueza no trabalho. — Seu olhar preocupado não
me surpreende depois de tudo que ele fez por mim e minha mãe.
— Não se preocupe, senhor, eu vou me cuidar melhor... Mais
uma vez obrigado pela oportunidade que está me dando, eu vou
fazer por merecer... Tenha uma boa noite, Sr. Patterson! —
Respondo parado no mesmo lugar e lá da porta ele me dá um
pequeno sorriso.
— Boa noite Scott! — Diz antes de sair deixando-me aqui
ainda confuso e surpreso por tudo que acabou de acontecer.
Meu chefe esteve na minha humilde casa e me pagou
adiantado mais de mil dólares para cuidar do filho dele por uma
noite, quando ele me colocou contra a parede eu podia jurar que ele
iria me beijar, a maneira intensa como ele me encara me
desconcerta, seus olhos surpreso ao saber que sou gay ainda me
deixa confuso com a sua reação, não sei se isso é bom ou ruim mas
espero não me dar mal por conta da minha orientação sexual.
Tudo isso é loucura, eu devo estar vendo coisa onde não
tem. Tento tirar essa visita inesperada da minha mente e corro para
o meu quarto, procuro um lugar seguro e escondo parte do dinheiro,
pois amanhã mesmo eu vou quitar a primeira parcela do meu
empréstimo no banco, vou comprar alguma comida mas vou
comprar pouca coisa, eu preciso também guardar algum dinheiro
coso a minha mãe precise de mais alguma dose do remédio, e não
sobre muito do salário que ganharei na empresa, por falar nisso, eu
ainda nem sei quanto ganha um assistente e muito mesmo se estou
realmente apto para ocupar esse cargo, mas se estou tendo essa
chance então eu vou agarrá-la com unhas e dentes para me manter
nele, e conseguir dar uma vida melhor a minha mãezinha.
Me arrumo e saio de casa para ir ao mercado mais próximo,
não comi nada o dia todo e já estou imaginando um suculento bife
com batatas fritas e uma Coca-Cola bem gelada, não vou ficar só na
vontade.

Depois de fazer as compras eu corro para casa e logo estou


na beira do fogão fazendo bife acebolado como minha mãe me
ensinou a fazer, frito as batatas e logo estou arrumando a pequena
mesa de centro para comer em frente a TV, em poucos minutos
estou me deliciando dessa comida faminto como se não comesse a
dias, e na verdade já faz tempo que não sei o que é comida de
verdade.
Alguns dos amigos que fiz na faculdade já me ajudaram
algumas vezes quando souberam o barra que estou passando, mas
logo sumiram todos pois estão muito ocupados com as provas e eu
voltei a ficar sozinho, não vou negar, já roubei comida no bar onde
trabalhei até ontem, já comi sobras dos pratos de clientes que
muitas das vezes nem tocavam na comida direito, e teríamos que
jogar tudo fora depois, é humilhante? Sim! Muito, mas eu fazia para
não morrer de fome e sei que Deus me perdoará por isso, nunca fiz
mal a ninguém mas já fizeram muito mal a mim e minha mãe, e
aquele canalha do Rodolfo eu sei que um dia terá o que merece.
Depois de comer tanto eu me deito aqui mesmo no sofá e
acabo dormindo com a TV ligada, já faz tempo que eu não como
tanto e sinto-me até pesado de tão satisfeito que estou, durmo com
um sorriso gigante pregado no rosto e acho que essa é a primeira
vez que me sinto tão feliz depois de tudo que aconteceu nessa
casa, minha mãe está recebendo os medicamentos graças ao Sr.
Patterson, eu vou conseguir me alimentar regularmente também
graças a ele, sem falar no ótimo emprego que ele está me dando.
Eu fui para uma entrevista para o cargo de secretário e
consegui um melhor ainda, vou ser assistente pessoal e vou estar
sempre perto dele, minha nossa, como vou conseguir focar no
trabalho com aquele homem tão lindo e gostoso ao meu lado? Estou
ferrado.

Acordo na manhã seguinte cheio de dor no corpo e com o


meu celular berrando, só não pulei do sofá pelo susto porque mal
consigo me mexer com os músculos doendo tanto, parece que
acabei de sair da academia depois de passar quatro horas
malhando, como se eu aguentasse passar tanto tempo malhando.
Pego o telefone e vejo o nome do Sr. Almir piscar na tela,
respiro fundo e atendo.
— Sr. Almir? Bom dia! — Atendo ainda com a voz rouca de
sono.
— Em que mundo você está, Scott? Já são duas da tarde e
você ainda está no bom dia? — Pergunta com uma voz animada e
eu me assusto ao ouvir a hora.
— Meu Deus como eu consegui dormir tanto...? O que o
senhor quer comigo, Sr. Almir? Eu não trabalho mais para o senhor
porque a minha dívida já foi paga, certo? — Pergunto já sabendo a
resposta.
— Pelo visto você se deu bem, rapaz, encontrou um
namorado rico e está dizendo que é o seu novo chefe? Nenhum
chefe paga dívidas de um funcionário, muito menos um ricaço como
aquele... — Seu tom de ironia me incomoda e o interrompo pelas
suas insinuações.
— Sr. Almir! Já que eu não trabalho mais para o senhor e não
lhe devo nada, faz o favor de não me ligar mais, ok? Eu não lhe
devo satisfações da minha vida e sim! O Sr. Patterson é o meu
chefe e ao contrário do senhor, ele sim tem um bom coração e me
ajudou ao saber que minha mãe está mal... Passar bem Sr. Almir! —
O enfrento irritado e desligo na sua cara.
Ridículo! Sempre vê maldade onde não tem, enquanto ele me
negou ajuda sendo o meu patrão há mais de um ano, outro que
acabou de me conhecer já fez tantas coisas por mim, e por falar
nele, eu preciso me apressar para ir ver a minha mãe antes de ir
para cobertura do Sr. Patterson, espero que o filho dele não seja um
pestinha como estou acostumado a ver por aí, tem crianças que
parecem anjos de tão boazinhas, mas tem outras que parecem
possuídas de tão agitadas, desses sim eu tenho medo de tomar
conta, quem precisaria de cuidados seria eu e não a criança.
Levanto-me e subo para o meu quarto, toda vez que passo
por essa escada não consigo deixar de me lembrar da minha mãe
rolando por ela, meu coração se aperta só de lembrar-me que ela
ainda está no hospital e não em casa comigo.
Deixo esses pensamentos de lado e corro para o meu
banheiro, eu preciso tomar um banho para terminar de acordar, já
faz tanto tempo que não sabia como era acordar tarde, eu sempre
durmo tarde e acordo cedo para ver a minha mãe todos os dias, e
passo pelo menos três horas com ela antes de ir trabalhar, espero
que ela se recupere logo para não ficar dependente de remédios,
isso é horrível.
Depois do banho eu me arrumo e desço para comer alguma
coisa, faço uma macarronada com carne moída e como até me
sentir pesado, acho que eu nunca comi tanto em toda a minha vida,
mas também, eu nunca precisei passar fome antes da minha mãe ir
parar no hospital, ela costurava para fora e eu trabalhava no bar,
nunca nos faltou nada pois sempre tivemos o básico para
sobrevivermos tranquilos, mas há quatro meses eu venho
economizando camisa para garantir os remédios da minha mãe, por
falar em remédios.
— Meus Deus... Como eu vou conseguir pagar a conta do
hospital depois? Isso vai me custar uma fortuna e eu já estou
devendo até os pentelhos... Só esse trabalho não vai me ajudar...
Eu preciso de um emprego alternativo, um segundo emprego mas
meu chefe não pode saber disso. — Digo pensativo encarando o
meu prato.
Decido voltar a economizar comida, não vou passar fome
mas vou comer o mínimo possível para não ter mais gastos.
Que outro tipo de trabalho eu poderia conseguir a noite além
de trabalhar em um bar? Para o meu antigo trabalho eu não posso
voltar, aquele infeliz do Sr. Almir está insinuando coisas que não
existe pelo fato do Sr. Patterson ter me ajudado, além disso o salário
que ele paga não é lá essas coisas e eu preciso de dinheiro rápido e
fácil, o que eu faço?
Capítulo 06

Depois de comer eu pego o papel onde tem anotado o


endereço do meu chefe e subo novamente para o meu quarto, pego
duas mudas de roupas colocando em uma mochila e pego também
o meu kit de higiene e tudo mais que vou precisar e coloco na
mochila, eu vou precisar dormir na casa do meu chefe e amanhã
bem cedo eu vou direto para o hospital ficar com a minha mãe,
espero que ela tenha me ouvido ontem quando eu contei a ela que
vou começar em um emprego novo, e que o meu chefe está me
ajudando muito com os remédios dela.
Minha mãe precisa acordar logo porque as minhas dívidas só
vão aumentando e eu tenho receios de não conseguir pagá-las, de
acabar fazendo besteiras para conseguir ajudá-la e depois ela vai
ficar magoada comigo pelo que eu fizer.
Depois de arrumado eu desço com a mochila nas costas
apreensivo com esse trabalho de hoje, meu chefe está confiando
em mim para cuidar do filho dele e sei que essa responsabilidade é
maior que o meu cargo de assistente, então eu preciso fazer o meu
melhor para passar a melhor impressão possível não só para o pai,
mas para o filho também.
Desço a escada indo direto para porta mas paro antes de
chegar nela, ao nota a presença do diabo parado no meio da sala.
— O que você está fazendo aqui? Essa não é mais a sua
casa, a polícia está te procurando, sabia disso? — Questiono em
um tom firme sem demonstrar medo e ele aproxima-se atento, como
se me analisasse.
— Essa casa também é minha sim e eu tenho todo o direito
de estar aqui. Quanto a polícia, você vai agora mesmo retirar a
denúncia se não quiser que eu quebre as suas pernas, bichinha
protetora... Nem tente bancar o valentão para cima de mim porque
não cola, olha só para você? Tremendo de medo de levar uns tapas
na cara, porque você está merecendo muito mais que isso por me
denunciar. — Esbraveja aproximando-se mais e eu me apresso para
chegar na porta, mas ele me pega pelos cabelos me jogando longe
e eu vou parar no chão.
— SEU DESGRAÇADO! A CASA ESTÁ SENDO
MONITORADA PELA POLÍCIA! SE VOCÊ NÃO SAIR DAQUI
AGORA ELES VÃO CHEGAR LOGO PARA PEGAR VOCÊ, SEU
MALDITO! — Grito ainda caído no chão com ódio nos olhos mas ele
parece não se intimidar.
— Se a polícia me pegar eu mato você, seu miserável! Você
vai agora mesmo na delegacia e vai retirar a queixa ou eu mato a
sua mãe ainda no hospital, você está me ouvindo? — Esbraveja
avançando em cima de mim puxando-me pela camisa com
brutalidade mas o empurro para longe de mim.
— Se você se aproximar da minha mãe outra vez, sou eu
quem vai te matar, seu merda...! Agora sai da minha casa. —
Esbravejo de volta rezando para ele ir embora, mas ele me
responde com um soco no rosto que me faz ir parar no chão
novamente.
— Você acha mesmo que eu tenho medo de uma bichinha
como você? Me respeita porque eu ainda sou o seu pai é essa casa
é minha sim! — Rebate irritado com um olhar severo me acertando
um chute na costela.
— AHHH... Filho da puta...! Desgraçado...! — Gemo de dor
me contorcendo no chão e afasto-me rastejando para longe quando
ele se aproxima novamente.
— Eu devia torcer o seu pescoço agora mesmo e te fazer
virar homem, moleque, mas eu preciso de você inteiro para ir à
delegacia retirar a denúncia, ou eu volto aqui e você vai se
arrepender amargamente, eu fui claro? — Ele se abaixa me
encarando nos olhos e posso ver a maldade brilhar neles, esse
monstro não é o meu pai, não pode ser.
— Sai daqui...! Ou eu não retiro a denúncia... Não aparece
mais nessa casa ou eu denuncio você por me agredir, seu otário. —
Revido entre dentes sentindo as minhas lágrimas descerem e ele
sorrir se levantando.
— Eu volto para saber se você retirou a denúncia, do
contrário você já sabe o que vai te acontecer, não sabe...? Tem um
amigo meu querendo te ajudar a deixar de ser gay, ele está ansioso
para encontrar você e trazer o meu filho macho de volta, porque
esse que estou vendo na minha frente não é meu filho, é só uma
bicha que eu não reconheço e nunca vou reconhecer como filho! —
Afirma com uma certa satisfação na voz mas me olhando de um
jeito que me dá medo. — Eu volto ainda essa semana para saber se
você retirou a denúncia, e talvez eu te leve para dar um passeio,
está bem? — Ele vai em direção a porta mas para lançando-me um
sorriso malicioso antes de sair batendo a porta.
— DESGRAÇADO! CRETINO MISERÁVEL!
Grito para que ele me ouça fora da casa e me levanto
desejando ter uma arma nas mãos agora, eu resolveria a metade
dos meus problemas com isso.
Encaro a porta a minha frente decidindo se saio ou não de
casa agora, o que eu vou fazer se esse miserável voltar? Eu não
posso retirar a queixa, não posso deixar andando livremente o
homem que quase matou a minha mãe, o que eu faço? Se ele
realmente colocar alguém para fazer algo comigo? Para onde eu
vou? Agora mais do que nunca eu preciso de um segundo emprego,
eu preciso sair dessa casa o mais rápido possível para não correr
risco de ficar como a minha mãe, ou então vamos morrer os dois.
Corro até o meu quarto e vou até o banheiro, subo na privada
e tiro uma parte do forro de gesso onde escondi o dinheiro que
ganhei pelo trabalho que vou fazer hoje, tiro-o da caixinha e o
coloco em um bolso embutido dentro da calça, faço qualquer coisa
para não ser roubado porque esse dinheiro é a minha vida nesse
momento.
Pego também algumas mudas de roupas a mais e todos os
meus documentos pessoais e também os documentos da minha
mãe, saio da quarto apressado, ansioso para sair de casa e assim
eu faço, saio de casa olhando para os lados com medo de Rodolfo
ainda estar me vigiando, corro para o ponto de ônibus mais próximo
e logo estou seguindo para delegacia.
Alguns minutos depois já dentro da delegacia eu aviso ao
delegado que o canalha do Rodolfo esteve em casa e me ameaçou
para retirar a queixa contra ele, mostro que fui agredido e ele me
encaminha para fazer o exame de corpo de delito, essa será mais
uma denúncia na coleção de Rodolfo, já que ele já tem outras
passagens pela polícia pelo mesmo crime de agressão contra mim e
minha mãe, nunca vou retirar a denúncia contra esse infeliz, eu
quero mais é que ele morra e nos deixe em paz.
Depois de fazer o exame e registrar a queixa eu sou liberado,
saio da delegacia e sigo para o hospital para ver a minha mãe mas
a visita terá que ser rápida, já está escurecendo e eu não posso me
atrasar para o trabalho na casa do Sr. Patterson.
Depois de alguns minutos já estou entrando na UTI e
converso brevemente com o médico, minha mãe está estável com a
mediação mas isso é tudo, converso um pouco com ela para que
ouça a minha voz e conto que Rodolfo apareceu, peço para que ela
melhore logo para darmos o fora dessa cidade, enquanto aquele
monstro estiver solto não podemos ficar as vistas dele ou teremos
problemas de novo. Quando minha mãe sair desse hospital nós
vamos ter que ir embora, essa é a única solução.
Saio do hospital as sete e vinte da noite e paro no ponto de
ônibus, passo incansáveis quinze minutos esperando o ônibus e já
estou quase enfartando, eu prometi ser pontual então não quero me
atrasar. A droga do ônibus chega e eu finalmente sigo para o
endereço que fica a dez minutos do hospital, logo estou descendo a
duas quadras do prédio onde fica a cobertura do Sr. Patterson.
Mais alguns minutos e estou no saguão do prédio pedindo
autorização para subir, a minha entrada já havia sido liberada pelo
próprio Sr. Patterson então o porteiro me entrega um cartão de
acesso ao elevador da cobertura, que fica no vigésimo andar, esse
homem está tentando morar próximo do céu? Quer ser vizinho de
Deus?
Quando chego no andar desejado eu olho no relógio, faltam
apenas cinco minutos para as oito e o elevador se abre dentro da
cobertura, eu fico de queixo caído com o tamanho e a beleza desse
lugar, de repente eu quase me engasgo ao me deparar com esse
homem lindo e cheiroso aparecendo do nada na minha frente.
— Você é mesmo pontual, eu gosto disso... Entre! — Ele me
encara atento me dando passagem para entrar.
— Boa noite, Sr. Patterson! Licença. — Cumprimento-o
entrando na sua cobertura e eu fico de boca aberta.
Esse lugar é perfeito, o conceito aberto me dar uma ampla
visão da sala de estar com uma saída para sacada, sala de jantar e
a cozinha.
— Posso te fazer uma pergunta, Sr. Bennet? Por acaso anda
se metendo em brigas? Isso explicaria o lábio machucado. — Seu
olhar desconfiado faz eu me tremer inteiro só de pensar em dizer a
verdade, mas também não posso mentir.
— Não briguei com ninguém, Sr. Patterson... É que... Eu... —
Gaguejo com a voz trêmula e ele me lança um olhar severo.
— Se for para começar a mentir é melhor ir embora, Sr.
Bennet! Não gosto que mintam para mim fora e muito menos dentro
do trabalho... Talvez eu tenha me enganado com voc... — Dispara
em um tom ríspido encarando-me duramente e eu o interrompo
preocupado de perder o emprego.
— Foi o meu pai, Sr. Patterson...! Eu não menti para o
senhor, eu não me meti em brigas. O meu pai apareceu em casa
querendo que eu retire a queixa que fiz contra ele na delegacia por
tentar matar a minha mãe, e... Me ameaçou para eu fazer isso mas
eu me neguei, então...
— Então ele te agrediu? O seu pai fez isso com você? —
Questiona incrédulo.
— Ele não aceita o fato de eu ser gay, disse que vai mandar
um amigo dele me fazer virar homem e mesmo com medo dele me
faz algo eu... — Conto com a voz trêmula me segurando para não
chorar na frente do meu chefe que me interrompe novamente.
— Onde ele está? Esse canalha do seu pai está onde, Scott?
— Me interrompe alterado e eu até me assusto com a sua reação.
— Eu não sei onde ele está, deve estar escondido em algum
lugar mas o fato é que eu preciso sair aquela casa onde ele tem
acesso livre para entrar. Olha senhor, me desculpe por estar mais
uma vez despejando os meus problemas em cima do senhor, mas
dessa vez eu mesmo vou dar o meu jeito, vou procurar outro lugar
para ficar mas o senhor não tem que se preocupar com isso, não
vou deixar os meus problema interferirem no meu trabalho... Peço
que confie em mim, eu não vou decepcioná-lo. — Encaro-o
esperançoso de que ele me entenda e não me demita, ele respira
fundo esfregando as mãos no rosto.
— Tudo bem, por enquanto você fica aqui, na segunda
resolveremos o seu problema, podemos encontrar um apartamento
proxi...
— Não, senhor! Eu vou voltar para casa amanhã bem cedo,
mas também vou começar a procurar um novo lugar para morar,
Rodolfo não sabe que eu não retirei a queixa e eu posso ganhar
tempo com isso... Bom, se me explicar o que eu tenho que fazer, eu
agradeço... Onde está o seu filho? — Contesto em um tom firme
fazendo de tudo para fugir de mais dividas com esse homem
maravilhoso, ele me encara ainda sério e respira fundo.
— David já está dormindo, você só tem que ficar aqui para
ele não ficar sozinho, se ele acordar você já deve saber o que
fazer... Se precisar me ligar o meu número está anotado no bloco ao
lado do telefone... Alguma pergunta? — Ele pega o celular
verificando alguma coisa.
— Onde fica o quarto dele? Tem um quarto de empregados
onde eu possa tomar um banho e me trocar? Me desculpe, eu vim
do hospital direto para cá. — Conto envergonhado por admitir isso e
ele sorrir de lado. Cacete! Que sorriso lindo esse homem tem!
— Vem comigo! — Me chama seguindo em direção ao
corredor. — Tem três portas a esquerda, o quarto de David é o do
meio, a única porta à direita é o meu quarto... Você pode usar um
dos quartos de hóspedes, eu não tenho quartos de empregados
porque eu só contrato diaristas. — Explica parando em frente a
porta do seu quarto.
— Obrigado... Pode ir tranquilo, eu garanto que o seu filho
está em boas mãos. — Ele me encara fixamente e eu sustento o
seu olhar.
Me sinto trêmulo toda vez que esse homem está por perto,
ele me encara tão intensamente que me deixa perdido sem saber
onde estou, Sr. Patterson aproxima-se sem tirar os seus olhos de
mim, ele está muito perto e eu dou alguns passos para trás mas ele
continua se aproximando, quando bato as minhas costas na porta
ele se aproxima ainda mais tocando a maçaneta atrás de mim e
abre a porta.
— Entra! Meu filho está dormindo. — Manda desviando os
seus olhos dos meus para minha boca.
— Claro, senhor... — Engulo a seco desviando os meus olhos
dele e entro no quarto, me esforçando para me manter de pé.
Entramos no quarto e vejo um garotinho lindo dormindo em
uma cama em forma de carro de corrida, o quarto e lindo, digno de
uma criança filho de um ricaço como esse homem.
— Ele tem alergia a algo que tenha nessa casa? Tem algo
que não devo dar a ele caso ele acorde e me peça? Algo que não
devo fazer? — Pergunto admirando o garotinho com um pequeno
sorriso, ele tem sorte de ter um pai que cuida tão bem dele.
— Não! Se tivesse eu já teria tirado... Meu filho é uma criança
comum e normal como todas as outras. — Ele se aproxima da cama
e eu sinto vontade de contestá-lo, mas não o faço.
Essa criança claramente não é como as outras, ele é rico e
tem de tudo além de ser muito bem cuidado, e com certeza muito
amado pelos pais e muitas crianças não tem isso.
— Ok, isso era tudo que eu precisava saber... Se me der
licença eu vou tomar um banho antes de vir ficar com ele. —
Encaro-o atento e ele volta na minha direção.
— Está bem, pode ir. Já estou de saída mas se precisar falar
comigo, ou acontecer alguma emergência você já sabe onde está o
número do meu celular, na menor das hipnose é só chamar o
segurança que entra para verificar a casa a cada meia hora, ele está
sempre na entrada do elevador no térreo, é só você apertar o botão
vermelho dentro do elevador e o segurança vai saber que precisa
subir... Alguma dúvida? — Explica saindo do quarto e eu saio atrás
dele.
— Não senhor... Botão vermelho no elevador para
emergências e ligar para o senhor caso precise... Eu dou conta
disso, não se preocupe. — Repito em um tom firme e ele balança a
cabeça concordando.
— Ótimo! Até amanhã de manhã eu estou em casa, se
estiver com fome a cozinha você já viu onde fica... Tenha uma boa
noite, Scott! — Ele vai em direção a sala e eu fico aqui parado o
admirando descaradamente, até andando esse homem é sexy.
Ele segue para sala conferindo os bolsos e pega o seu blazer
sobre o sofá, o vestindo enquanto segue para o elevador, ele entra
no mesmo e vira-se com a sua atenção em mim até as portas do
mesmo se fecharem, suspiro fundo aliviado por estar aqui, pelo
menos hoje eu vou ficar seguro longe de casa sem a possibilidade
de encontrar Rodolfo, mas estou intrigado por ver o Sr. Patterson
tão empenhado em querer me ajudar, porque ele se preocupa tanto
comigo? É da humanidade dele ajudar assim um desconhecido? Ou
será que tem algum interesse pessoal por trás disso? E se tem, qual
será?
Deixo os meus pensamentos e questionamentos de lado e
entro no quarto de hóspedes, tomo um banho rápido e me troco
para ficar com o garoto, coloco uma box preta e uma calça jeans
Clara, uma camisa creme de mangas compridas e gola alta e calço
novamente o meu tênis, coloco a roupa suja em uma sacola e
guardo na mochila novamente, passo o meu desodorante de
sempre e vou até o quarto de David, o menino ainda dorme
tranquilamente então me sento na poltrona de frente para sua cama,
pego o meu celular no bolso e me distraio um pouco na internet
procurando opções de trabalho para fazer a noite.
Depois de um tempo ali distraído eu acabo pegando no sono
sentado na poltrona. Durmo tranquilamente e despreocupado, mas
acordo na manhã seguinte com alguém puxando a minha blusa,
esfrego os olhos para enxergar melhor e me deparo com o garotinho
parado na minha frente me encarando assustado.
— Quem é você? Porque está no meu quarto? Cadê o papai?
— Pergunta parado na minha frente fazendo bico para chorar.
— Olá! Meu nome é Scott, o seu pai pediu para eu ficar aqui
com você até ele chegar, só pra você não ficar sozinho porque você
já é um homenzinho, certo...? — Encaro-o atento e ele desfaz o bico
de choro.
— Certo! Eu já sou um homenzinho. Mas eu estou com fome,
eu quero achocolatado com biscoito que o papai comprou pra mim.
— Pede indo em direção a porta e eu me levanto indo atrás.
— Ok! Faremos o que você quiser, está bem? — Apresso-me
para acompanhá-lo enquanto olho no meu relógio de pulso,
caramba, já são seis da manhã.
Levo-o para a cozinha do outro lado da sala de jantar, uma
cozinha linda com tudo que há de mais caro e moderno. David me
mostra onde estão as coisas que ele quer e eu preparo em um
instante, sinto o meu estômago roncar de fome pois não jantei
ontem, será que o Sr. Patterson está em casa? Será que ele vai se
importar se eu comer algo? Resolvo me arriscar e preparo algumas
coisas para por na mesa, o suco de laranja já está pronto então
preparo algumas torradas e faço uma saladinha de frutas, vejo
queijo e presunto na geladeira e pão de forma no armário, na
mesma hora a minha boca enche d'água só de imaginar um
delicioso sanduíche, não perco tempo e faço dois sanduíches com
queijo e presunto, alface, rúcula e tomate, depois de pronto eu me
sento a mesa com David e começo a comer enquanto converso com
o menino, ele parece um pouco tímido mas logo se solta sorrindo
comigo quando lhe faço cócegas.
— Vamos lá, rapaz! Eu quero ouvir as suas gargalhadas...
Cadê os seus dentinho? Me deixa ver se estão branquinhos ou
sujos de chocolates? — Faço cócegas nele que gargalha e sai da
mesa correndo mas corro atrás dele.
— Você não me pega... — Grita correndo de mim mas pego
ele no colo girando ele no ar.
Coloco ele no chão e o mesmo corre novamente, mas
quando corro atrás dele para pegá-lo me deparo com aquele
homem maravilhoso sem camisa pegando o filho no colo, eu paro
no mesmo instante.
— Ele vai me pegar papai! Não deixa ele vai fazer cócegas
em mim... — Pede gargalhando abraçando o pai pelo pescoço mas
o homem não tira os olhos de mim.
— Bom dia, Sr. Patterson... Me desculpe se te acordamos,
não foi essa a nossa intenção. — Tento desesperadamente não
encarar o seu corpo e ele percebe.
— Tudo bem, filho, já chega de cócegas... Vamos sair para
tomar café? Está com fome? — Ele beija o filho com carinho
mexendo nos seus cabelos e eu sorrio com essa cena linda.
— Não estou com fome, papai, ele já me deu achocolatado e
biscoito... Vamos brincar também, papai? Você pega eu e Schoti. —
Diz o garotinho me pegando de surpresa com o seu pedido.
Sorrio largamente quando ele pronuncia o meu nome de um
jeitinho engraçado. O pai dele me encara daquele jeito intenso antes
de encarar o filho.
— Outra hora a gente brinca, filho, o papai está morrendo de
dor de cabeça mas nós vamos brincar depois, está bem? — Se
justifica vindo na minha direção mas passa por mim indo para
cozinha.
Fico aqui parado no meio da sala admirando os dois na
cozinha e vejo Sr. Patterson tomar alguma coisa que presumo ser
um remédio, ele vira-se encarando-me brevemente e olha para
mesa onde tomei café com o filho dele.
— Você já tomou café, Scott? Se importa se eu comer esse
sanduíche? Pode fazer mais se ainda estiver com fome. — Pergunta
pegando o sanduíche comendo em pé mesmo e eu sorrio
aproximando-me deles.
— Fique à vontade, senhor, já estou satisfeito, espero que
não se importe por eu ter mexido na sua cozinha... Eu vou arrumar a
bagunça que fiz. — Passo por ele para ir até a pia mas ele segura o
meu braço.
Capítulo 07

— Fique à vontade, senhor, já estou Fique à vontade, senhor,


já estou satisfeito, espero que não se importe por eu ter mexido na
sua cozinha... Eu vou arrumar a bagunça que fiz. — Scott passa por
mim mas seguro-o pelo braço.
— Não precisa fazer isso, a diarista já deve estar chegando
então ela limpa... Vocês acordaram cedo demais, deu formiga na
cama? — Solto o seu braço e me sento à mesa com o meu filho
comendo mais biscoitos.
— Tudo bem, senhor... Bom, ainda precisa dos meus
serviços? Quer que eu fique um tempo mais ou já estou liberado? —
Vejo-o parar à frente da mesa atento a mim e eu faço o mesmo, mas
antes que eu o responda ouço a voz de Sibele entrando na sala.
— Gael...? Bom dia! Acordei sozinha na cama, senti a sua
falta ao meu lado. — Ela vem na minha direção vestida em uma das
minhas camisas. — Quem são esses? Seus filhos? — Pergunta
sentando-se a mesa e vejo Scott a encarar sério, ele parece
incomodado com a presença dela.
— Com licença, Sr. Patterson! Já estou de saída, tenho uns
assuntos para resolver antes de ir ao hospital... Se precisar que eu
fique com o seu filho novamente não hesite em me chamar, ficarei
com ele com o maior prazer... Tchau amiguinho, adorei brincar com
você. — Avisa em um tom firme e sério mas mexe nos cabelos loiro
escuro de David, quando vou me pronunciar, meu filho o chama
primeiro.
— Schoti, você vai ficar comigo de novo? Porque você vai
embora? — David vão até Scott e o mesmo se abaixa para falar
com ele.
— Eu fico com você quando precisar e o seu pai quiser que
eu fique, mas agora eu preciso ir, amiguinho... Eu vou pegar as
minhas coisas para ir. — Scott mexe novamente nos seus cabelos e
faz cócegas o fazendo gargalhar, David gostou mesmo desse
garoto.
— Está bem, mas não demora pra voltar e ficar comigo, tá
bom...? Tchau Schoti. — Neu filho sorrir e corre de volta para mim.
Scott sorrir prendendo a minha atenção nele mas sai da sala
em seguida indo buscar as suas coisas.
Quando cheguei da rua eu entrei no quarto de David e me
deparei com Scott dormindo sentado na poltrona, não tem como
negar, esse garoto está consumindo os meus pensamentos como
ninguém mais faz além do meu filho.
Ontem na boate eu bebi bastante pensando na situação dele,
e por pensar demais nele decidi ficar com a primeira pessoal que
passasse perto de mim, e acabei trazendo essa garota pra casa ao
invés de levá-la para um hotel como estou acostumado a fazer, o
sexo foi bom, mas não era ela que eu queria na minha cama e sim
um garoto que dormia no quarto da frente com o meu filho.
— Gael, eu estou falando com você! Porque não me disse
que tinha um filho pequeno? E quem é aquele garoto? A babá do
seu filho? — Saio dos meus pensamentos com a garota ao meu
lado me questionando.
— Eu não te falei nada porque a minha vida pessoal não é da
sua conta! Foi um erro ter trago você para minha casa... Olha só, é
melhor você ir, eu vou te dar o dinheiro do táxi. — Levanto-me
incomodado e nesse momento Scott entra de volta na sala indo em
direção ao elevador.
— Você não vai revistar a mochila dele? Ele pode estar
levando algo de valor da sua casa. — Dispara a garota se
levantando e vejo Scott parar abruptamente com um olhar surpreso.
— Não estou levando nada que não seja meu, Sr. Patterson,
mas se quiser revistar a minha mochila não tem problema, assim a
sua namorada terá certeza de que não sou um ladrão. — Diz
ofendido e com toda razão.
Encaro sério a mulher que para ao meu lado encarando Scott
friamente.
— Se eu tiver que revistar a mochila dele então terei que
revistar a sua bolsa também, já que é a primeira vez que nos vemos
e esse rapaz não tem motivo algum para me roubar, já que ele é
meu funcionário... Ainda quer que eu o reviste? — Retruco em um
tom ríspido lançando-lhe um olhar severo e vejo-a estremecer.
— Me desculpe, eu não sabia que ele é seu funcionário...
— Mas é claro que você não sabia, eu não te falei nada! Mas
se ele está dentro da minha casa com o meu filho é porque eu
confio nele... Bom, vá se arrumar, eu vou chamar um táxi para você.
— Retruco irritado vendo-a apreensiva e assustada, Scott
permanece parado onde está.
— Com licença! — A garota corre de volta para o quarto,
encaro Scott e ele está de cabeça baixa evitando me encarar.
— Eu disse a você que se David gostasse de você eu
contraria novamente os seus serviços, Scott... Bom, ele gostou de
você, então quero que fique com ele hoje também, não precisa ir...
Precisamos conversar sobre a sua situação, eu quero te ajudar
com... — Vou na sua direção atento a ele e o mesmo levanta os
olhos para me encarar sério e me interrompe.
— Não, Sr. Patterson! Eu não quero a sua ajuda com mais
nada, aceito sim o trabalho para ficar com o seu filho, mas os meus
problemas resolvo eu mesmo... Mas obrigado pela intensão de
querer me ajudar... Precisa que eu fique a noite novamente? Ou
quer que eu fique o dia e a noite? — Contesta decidido me
surpreendendo com a sua recusa, se é outro aceitaria no mesmo
instante.
— Bom, quero que fique em tempo integral, preciso
descansar um pouco e meu filho não pode ficar sozinho... Pode ficar
com ele na piscina se quiserem. — Afirmo ainda surpreso mas me
afasto indo em direção ao corredor.
— Obrigado senhor...! Então amiguinho? Vamos escovar
esses dentes pretos de chocolate? Quero ver se você sabe escovar
direitinho, ouviu? — Diz um pouco mais empolgado e se apressa
para chegar até David.
Paro na entrada do corredor os admirando de longe e me
surpreendo por meu filho se soltar tanto com ele, isso é
impressionante. Deixo-os a vontade e sigo para o meu quarto,
lembro-me da garota assim que a vejo sair do mesmo e me dou
conta de que não chamei o táxi dela.
— Eu já vou indo, foi muito bom ficar com você mas já
percebi que não vai rolar de novo, não é? — Constata sem graça e
eu respiro fundo.
— Realmente não vai rolar de novo, mas foi bom ficar com
você também. — Passo as mãos pelos bolsos mas estou sem a
minha carteira. — Espera um minuto, eu já volto. — Entro no meu
quarto e vou até a minha carteira na mesinha de cabeceira.
Pego cem dólares e levo até ela que aceita rapidamente,
diferente de Scott que acabou de recusar a minha ajuda, bom, cada
é cada um. A garota segue para o elevador e eu fico aqui parado
olhando para ter certeza de que ela vai mesmo embora, assim que
as portas do elevador se fecham eu entro no quarto fechando a
porta, volto direto pra cama me jogando nela.
Ontem quando saí eu passei a verificar as imagens das
câmeras dentro de casa com mais frequência, vi cada passo de
Scott, exceto no quarto de hóspedes onde ele foi tomar banho e se
trocar, mas no quarto do meu filho eu vi quando ele entrou ajeitando
a coberta dele, se sentou no sofá entretido no celular e pouco tempo
depois ele adormeceu e eu parei de checar as imagens, foi uma
surpresa muito grande ver que meu filho gostou dele tão rápido,
David levou dois meses para se acostumar com a babá que está
com ele a um pouco mais de um ano, mas com Scott ele se
identificou muito rápido.
Adormeço minutos depois de me deitar e apago para valer,
não ouço barulho de nada e ninguém me incomoda, e eu acho isso
ótimo.
Sinto a cama mexe e abro os olhos me deparando com Scott
engatinhando na cama, pondo-se sobre mim, encaro-o surpreso e
ele sorrir.
— O que está fazendo...? O que pensa que está fazendo...
Questiono surpreso enquanto aperto as suas coxas e ele me
interrompe avançando na minha boca. Um beijo urgente e excitante,
um beijo saboroso que me faz agarrá-lo pela nuca devorando a sua
boca com mais vontade.
— Eu sei que você me quer, Gael... Eu também quero você...
Quero sentir você na minha boca... Você deve ser delicioso...
Ele interrompe o beijo ofegante lançando-me um
olhar de desejo e beija o meu peito, descendo a sua boca até o meu
abdômen.
— Porra, Scott... Eu não posso fazer isso, você é meu
funcionário... Ahh eu não devo... Céus que língua quente... — Tento
resistir mas gemo ao sentir a sua língua quente na minha pele.
Ele não diz mais nada, Scott abre a minha bermuda e puxa
junto com a cueca deixando o meu pau livre, ele o segura firme
umedecendo os lábios e sorrir para mim, enquanto se abaixa
lentamente e eu espero ansioso para sentir a sua boca em mim,
mas antes que isso aconteça eu acordo assustado e de pau duro
com alguém batendo na porta.
— Porra o que é? — Esbravejo irritado ao constatar que tudo
não passou de um sonho.
— Me desculpe por incomodar, Sr. Patterson, é o Scott! A
Sra. Silvana me pediu para avisar que o almoço está pronto. —
Ouço a sua voz e me levanto indo até a porta, abro a mesma e me
deparo com Scott sem camisa e com os cabelos molhados.
Encaro-o sério por me fazer desejá-lo quando sei que não
posso fazer isso, ele parece envergonhado pois vejo as suas
bochechas rosadas e ele desvia os de mim.
— Obrigado por avisar, já estou indo, só preciso tomar um
banho antes. — Encaro-o fixamente e o vejo ofegar evitando olhar
para o meu corpo.
— Tudo bem, senhor... Com licença. — Ele sai apressado
para se afastar de mim.
Porra! Porque o coloquei como meu funcionário? Eu queria
ajudá-lo mas acabei me ferrando por não poder ficar com ele, eu
quero estar com esse garoto mas não sei se é o certo abordá-lo
com toda essa situação que ele está passando, ele pode interpretar
mal já que o ajudei com a mãe dele e também no antigo trabalho.
Corro para o banheiro e tomo um banho frio para aliviar a
minha situação, estou de pau duro por causa desse garoto e não
posso tentar nada com ele, eu quase o beijei na casa dele quando o
coloquei contra parede, me esforcei ao máximo para conseguir
resistir aquela boquinha tentadora que ele tem, mas isso já está
saindo do meu controle, estou tendo sonhos eróticos com ele e isso
está me deixando ainda mais curioso e interessado em ficar com
ele.
Depois do banho eu me visto com uma sunga de praia
branca e uma bermuda de estampa fina, vou passar um tempo com
eles na piscina. Saio do quarto no mesmo instante em que vejo as
portas do elevador se abrir e Nath entra toda sorridente com o seu
namorado Ricardo.
— Oi filho! Vem dar um beijo na mamãe, amor? — Ela chama
por David enquanto eu entro na sala.
— Fala Ricardo! Tudo bem irmão? — Aproximo-me
cumprimentando-o.
— Fala Gael! Tudo de boa cara, e você como está? — Me
cumprimenta apertando firme a minha mão.
— Sim, está tudo bem... Eu acho que sim. — Digo a última
parte para mim mesmo olhando em direção a sala e vejo Scott na
mesa com David, ensinando-o a comer sozinho.
Sorrio espontaneamente e vejo Nath vir na minha direção
com um olhar atento, enquanto Ricardo vai até o meu filho, sei que
ela já percebeu alguma coisa, não tem como esconder nada dessa
mulher, ela me conhece mais do que eu mesmo.
— Namorado novo, Gael? Porque não me contou antes?
David parece gostar muito dele. — Pergunta curiosa e eu respiro
fundo.
— Não é meu namorado, Nath, ele é meu funcionário e vai
trabalhar comigo na empresa... Ele está aqui fazendo um trabalho
extra como babá de David, ele é humilde e está com uns problema
com a mãe no hospital, ele precisa de ajuda e eu estou ajudando...
É só isso. — Explico admirando Scott sorrindo com David.
— Ah não, Gael... Mas que droga, cara! Você está
interessado nele e o coloca como seu funcionário? Ele parece ser
um garoto legal. — Questiona baixinho e eu esfrego as mãos no
rosto frustrado com essa situação.
— Porra, Nath... Estou numa sinuca de bico que você não
imagina, mas não vou deixar de ajudá-lo por estar interessado nele,
você sabe que esse meu lance com homens é apenas curtição, por
isso não posso brincar com esse garoto... Ele parece ser diferente
de tudo que já vi, ele não merece que eu faça isso com ele. —
Encaro-o de longe e seu sorriso parece me encantar mais a cada
segundo, até o jeito como ele coloca o cabelo atrás da orelha é
encantador.
— Você olha para ele de um jeito diferente, nem para mim
você olhava assim, Gael... Você está apaixonado por esse garoto?
— Pergunta espantada e eu encaro-a incrédulo.
— Não diga besteiras, Nath! Você tem cada uma, viu...?
Vamos almoçar, eu estou faminto... Aliás! Porque não ligou avisando
que vinha? Eu teria agendado um horário para almoçarmos fora,
você não veio buscar David, não é? — Aproximo-me da mesa
tentando mudar de assunto.
— Ainda vamos conversar sobre aquele assunto, ouviu? Não
adianta fugir de mim... Mas não se preocupe, eu não vim buscar o
nosso filho, vim apenas ver como ele está e também porque Ricardo
queria vê-lo, já faz uma semana que eles não se vê porque Ricardo
estava viajando a trabalho. — Diz se acomodando à mesa ao lado
do namorado e eu me acomodo no meu lugar de sempre.
— Vou deixá-los a vontade, se precisarem de mim é só me
chamar... Com licença. — Avisa Scott se retirando da mesa mas
Nath o chama.
— Espera, Scott! Sente-se por favor? Coma conosco? —
Sugere com um largo sorriso no rosto.
Nath o admira de uma maneira diferente da qual ela faz com
qualquer um que se aproxima de mim, estou confuso.
— Imagina, Sra. Nathalia, eu sou apenas um empregado e
não devo agir com tanta intimidade com os patrões, eu vou comer
na cozinha, com licença. — Dispara em um tom decidido e se vira
para sair.
— Scott! Sente-se e coma conosco, você está aqui para ficar
com o meu filho então coma junto com ele... Silvana! Coloque um
prato a mais na mesa, por favor. — Insisto em um tom firme e ele se
vira respirando fundo.
— Está bem, como quiser senhor. — Concorda agora
evitando me encarar se sentando novamente, vejo Nath com os
olhos atentos em nós.
Silvana serve o almoço e nós almoçamos enquanto converso
com Ricardo e Nath, meu filho e Scott também parecem
empolgados na brincadeira que Scott inventou para meu filho comer
toda a comida, depois de terminarem eles vão escovar os dentes e
eu continuo na mesa com a minha ex e seu atual, não é sempre que
um ex se dá tão bem com o outro mas conosco é diferente.
Depois de terminarmos o nosso almoço meu filho aparece e
se despede da mãe que já vai embora com Ricardo, Scott espera no
canto da sala mas meu filho volta correndo chamando-o para
entrarem novamente na piscina, os dois saem sorrindo de mãos
dadas e Nath os admira com um sorriso largo.
— Se você for ter um relacionamento com esse rapaz eu
aprovo, e pelo visto David também aprovou. Ao contrário da sua
última namorada que o tratava indiferente... Esquece essa história
de que não pode se envolver com um funcionário, ou você o demite
para conseguir ter algo com ele, mas isso eu sei que você não vai
fazer. Ele também sente algo por você, Gael, ele te olha como eu
olhava pra você quando namorávamos e eu era louca por você.
Esse rapaz gosta de você ou te deseja intensamente. — Dispara
olhando nos meus olhos me deixando pensativo.
Esfrego as mãos nos cabelos tentando ver uma coerência
nas suas palavras.
— Eu vou pensar, esse garoto me deixa confuso mas não
vou negar que ele me interessa... Na verdade ele me interessa mais
do que eu gostaria. — Confesso pensativo.
— Está na cara que esse rapaz te interessa muito, Gael, eu
nunca vi você fazer tanto por alguém além do nosso filho como você
está fazendo para esse rapaz, por falar nisso, a nossa conversa de
ontem ainda não terminou, eu quero saber mais sobre esse rapaz...
Eu gostei dele... Passo para pegar David amanhã bem cedo, ok?
Até mais, Gael. — Recebo uma intimação na cara dura e ela me dá
um beijo carinhoso no rosto antes de segui para o elevador com
Ricardo.
— Até mais, Gael! Foi bom te ver cara. — Ele se despede já
entrando no elevador.
— Igualmente, Ricardo! Até mais. — Despeço-me antes que
as portas do elevador se fechem.
Eles vão embora e eu sigo para sacada subindo para área da
piscina no andar de cima, de longe posso ver os dois na água
gargalhando enquanto Scott gira David dentro da água, meu filho
está feliz, está fazendo com esse garoto coisas que ele não faz com
a babá, faz apenas comigo e a mãe dele.
Aproximo-me da piscina e paro admirando os dois, será que
ele está mesmo interessado em mim? Scott me deseja? Ele seria
capaz de desenvolver sentimentos por mim? E eu? Estou mesmo
gostando dele? Isso não é possível, isso é tolices, coisas da mente
fantasiosa da Nath, o fato de querer protegê-lo e ajudá-lo não
significa que estou tendo sentimentos por ele, isso é impossível, ou
não?
— Vem papai! Pula na água! — Pede David ao notar a minha
presença.
Não penso duas vezes e tiro a minha bermuda indo até a
ponta da piscina e pulo mergulhando até chegar neles, subo a
superfície ao lado de Scott e meu filho se joga para os meus braços,
sorrio o colocando nas costas e nado com ele gargalhando como
antes, eu amo passar esses momentos com o meu filho, isso é
muito bom. Eu não tenho mais os meus pais então pretendo dar ao
meu filho toda atenção do mundo, e sei que farei isso.
— Vem Schoti! Vem pegar a gente! — Grita David enquanto
nado com ele dando a volta na piscina.
— É melhor correr rapaz porque eu vou te pegar, ouviu? —
Scott entra na brincadeira nadando atrás de nós e David grita
fazendo uma farra.
Sorrio por ver o meu filho se divertir tanto sem precisar sair
de casa. Passamos uns bons minutos brincando na água e chegou
a nossa vez de nadar atrás do Scott, ele sorrir e gargalha tão
abertamente que perco o foco da brincadeira, seu sorriso fica mais
lindo a cada vez que o vejo tão radiante.
Nos aproximamos de Scott e o mesmo mergulha na água e
eu nado com o meu filho nas costas, consigo ver quando Scott sobe
para superfície da água e me aproxima abraçando a sua cintura
puxando-o para o meu corpo, ele se vira sorrindo tirando a água dos
olhos e eu me perco admirando essa boca tentadora que ele tem.
— Pegamos você, Schoti! Oba você é muito rápido papai! —
Vibra David me fazendo sorrir também.
— É... Vocês me pegaram... Mas é dois contra um então não
vale. — Ele me encara daquele jeito intenso e eu encaro mais uma
vez a sua boca.
Ele faz o mesmo antes de encarar David nas minhas costas e
se afasta.
— Já estamos a bastante tempo na água, é hora de sair para
comermos alguma coisa. — Aviso aproximando-me da porra da
piscina e coloco David para fora da água.
— É verdade campeão, olha os seus dedinhos como já estão
enrugados de tanto ficar na água... Outro dia a gente brinca mais, se
o seu pai deixar, é claro. — Comenta sorrindo e eu retribuo ao seu
sorriso espontaneamente.
— Mas é claro que eu deixo, David gostou muito da sua
companhia, mas você só vai poder ficar com ele se isso não te
atrapalhar de alguma maneira, eu te chamei para ficar com ele
porque foi uma emergência, você será o meu assistente pessoal
mas poderá vir ver o meu filho quando quiser... Vejo que de ontem
para hoje vocês se tornaram amigos. — Viro-me atento a ele e o
mesmo abre mais o seu sorriso aqui pertinho de mim. Ele não devia
fazer isso!
— O seu filho é um garoto adorável, Sr. Patterson, é
impossível não gostar dele. — Ele faz careta para o meu filho que
gargalha sorrindo para ele.
— Pelo visto é impossível não gostar de você também... Quer
dizer... Meu filho gostou muito de você. — Engulo a seco ao me dar
conta do que disse sem perceber. O que está acontecendo comigo?
Capítulo 08

Scott me encara de boca aberta e eu aproximo-me mais dele


louco para sentir esses lábios carnudos, encaro a sua boca com
tanto desejo que me excito, como um simples garoto pode me
deixar dessa maneira sem senti-lo tocar em mim?
— Eu... É... — Tento dizer algo mas é a primeira vez que fico
sem palavras.
— Sr. Patterson... É... Jesus me dá forças... — Sussurra
quase sem voz e engole em seco enquanto aproximo-me mais sem
saber ao certo o que estou fazendo.
— Papai eu quero comer um lanchinho, você faz batata frita
com hambúrguer pra mim? — Recuo lentamente ao ouvir a voz do
meu filho.
Scott se apressa para sair da piscina, encaro-o confuso e ao
mesmo tempo perdido.
— Sim filho... Claro! Eu vou fazer o seu lanchinho. —
Concordo saindo da piscina admirando Scott descaradamente
enquanto seca os cabelos.
Tento voltar ao meu mundo e saio dessa confusão de
pensamentos e sensações e vou até o meu filho, me seco e visto a
minha permuta tentando esconder o volume que se formou sem o
meu consentimento.
Desço com David até a cozinha e Scott vem logo atrás, mas
ele pede permissão para fazer uma ligação e sai até a sacada, sei
que ele vai ligar para o hospital para saber da mãe.
Silvana ainda está fazendo a arrumação da casa então eu
mesmo faço o lanche de David, coloco as batata palito na fritadeira
elétrica enquanto ponho o hambúrguer na assadeira, Scott volta a
se juntar a nós e arruma a mesa para o nosso lanche, mas depois
de pronto ele tenta se afastar como tentou fazer no almoço mas
David não deixa, meu filho está se apegando a esse garoto e não
sei se isso é uma boa ideia, ele é apenas o meu funcionaria, e se
ele não dê certo no trabalho e se afastar? David ficará sentindo já
que ele só tem amiguinhos da idade dele e a babá não faz o que
Scott está fazendo com ele.
Nunca vi o meu filho comendo sozinho mas hoje isso mudou
e ele parece ter gostado disso, ele comeu toda a comida sozinho e
gostou da decoração infantil que Scott fez em seu prato.
— Schoti? Você vai me fazer dormir? Você conta uma história
pra mim? — Vejo meu filho esfregar os olhos e me surpreendo com
o seu pedido, pensei que ele fosse pedir isso para mim.
— Mas é claro que sim, vamos já tomar um banho e trocar
essa roupa, depois eu conto uma história pra você dormir, está
bem...? Com licença, Sr. Patterson. — Os dois se levantam e
seguem para o quarto.
Fico aqui sentado pensando nas palavras de Nath, será que
esse garoto está mesmo interessado em mim? Será que ele sabe
que sou bissexual? Que me interesso por pessoas de ambos os
sexo? Isso não interessa agora, eu preciso descobrir como
concertar essa situação que está se formando entre mim e esse
rapaz, o problema é que não consigo me controlar perto dele, não
sei o porquê estou me esforçando tanto para me controlar, eu não
sou assim, quando eu quero eu vou lá e consigo o que quero e
ponto final, mas agora que o coloquei como meu funcionário a
situação mudou para mim, se envolver com um funcionária nunca
dá certo, quando você não quer mais a pessoa te cobra como se
você tivesse algum tipo de compromisso com ela e não é assim que
as coisas funcionam, pelo menos não para mim.
Saio da sala e sigo para o meu quarto, troco-me de roupa
colocando um short de malha e uma camiseta de estampa fina,
calço os meus tênis e subo de volta para o andar de cima indo para
minha academia, treino trinta minutos de corrida na esteira e depois
vou para os pesos, preciso trabalhar mais os bíceps, peito e coxa,
passo pelo menos duas horas na academia e não vejo o tempo
passar.
Termino os treinos e tiro a camiseta para ir ao vestiário, entro
no mesmo mas nesse momento ouço alguém me chamar.
— Sr. Patterson! — A voz de Scott vem de algum lugar e eu
paro na porta do vestiário.
Vejo-o entrar na academia admirando os equipamentos, não
digo nada, apenas o observo por um tempo e ele aproxima-se sem
notar a minha presença e mexe em alguns pesos, aproximo-me dele
silenciosamente atento a sua curiosidade. Scott pega um peso mais
pesado e por pouco o deixa cair em seu pé.
— Cuidado! Vai se machucar. — Aproximo-me rápido e pego
o peso da sua mão colocando-o no lugar, ele me encara assustado
e envergonhado.
— Perdoe a minha curiosidade, Sr. Patterson... Eu... Eu...
Hamm... Isso não vai se repetir. — Gagueja admirando o meu peito
e eu sorrio, ele se vira para sair, mas, seguro a sua mão.
— Se veio até aqui é porque precisa de algo, o que houve?
Aconteceu alguma coisa? David está bem? — Pergunto sem soltar
a sua mão e ele parece tenso por me ver sem camisa. Eu gosto
disso.
— Bom, é que já está tarde e... Eu só vim avisar que preciso
ir, David ainda está dormindo e... Como ele volta para casa da mãe
amanhã o senhor não vai mais precisar de mim aqui... Eu preciso ir
pois um amigo meu tem um quarto para alugar e... Eu preciso ir ver
ainda hoje pois já tem outra pessoa interessada e eu vou perder o
quarto se não for lá hoje. — Ele encara os equipamentos para não
ter que me encarar, sorrio soltando a sua mão.
— Tudo bem, você pode ir... Só espera um momento pois eu
preciso tomar um banho e pego o seu pagamento de hoje. — Viro-
me indo para o vestiário mas ele me chama.
— Não precisa me dar o dinheiro agora, Sr. Patterson, eu
prefiro que o senhor coloque na minha conta para não ficar andando
por aí com dinheiro na mão, eu anotei o número da minha conta no
bloco ao lado do telefone. — Mais uma vez ele evita me encarar e
parece apreensivo com alguma coisa.
— Ok! Bom, amanhã já é segunda e você começa a trabalhar
na empresa, não se esqueça de levar com você todos os
documentos necessários para a contratação, você vai chegar na
empresa e vai direto ao departamento de RH pois já estarão te
esperando, depois segue para minha sala, entendido? — Aproximo-
me novamente dele que fica ainda mais tenso com isso.
— Sim senhor, farei como o senhor disse... Até amanhã
então, tenha uma boa noite. — Ele dá passos para trás e se vira
saindo rapidamente.
Fico aqui parado admirando-o partir e sorrio ao constatar um
fato, ele fica nervoso na minha presença, principalmente quando
estou sem camisa e isso confirma o que Nath disse, Scott realmente
tem interesse em mim ou não ficaria tão tenso quando me aproximo,
na piscina quando toquei a sua cintura puxando-o para mim, eu
senti o seu corpo tremer, esse garoto está bagunçando a minha
mente, está me deixando confuso e prestes a quebrar as minhas
regras, nunca alguém me interessou tanto assim, eu preciso ser
mais profissional para não cair em tentação, só não sei por quanto
tempo vou aguentar ficar nessa situação.

TRÊS SEMANAS DEPOIS...

— Com licença, Sr. Patterson! O Sr. Parker trouxe esses


documentos para serem assinados, ele pediu urgência pois precisa
despachá-los em meia hora. — Scott entra na sala depois de duas
batidas e vem até a minha mesa.
— Porque você está fazendo o trabalho da Srta. Belmonte?
Você não é secretário, Scott. — Encaro-o brevemente antes de volta
a minha atenção ao computador.
— Não me custa nada ajudar, senhor, eu estava voltando do
meu almoço quando ele apareceu e pediu para lhe entregar os
documentos... Precisa que eu faça algo, Sr. Patterson? — Pergunta
parado à frente da minha mesa me estendendo os documentos.
Encaro-o atento antes de pegá-los.
— Preciso que você faça duas reserva em um hotel de Hong
Kong para daqui a três dias, você terá que vir comigo então vá se
preparando para viagem... Tenho uma reunião muito importante na
filial da China e não posso deixar de ir. — Aviso enquanto analiso os
documentos que ele trouxe, vejo-o apreensivo.
— Me desculpe senhor, mas... Eu não falo chinês, como vou
fazer as reservas? Tem alguém que eu possa pedir ajuda? Além
disso eu não tenho passaporte pois nunca saí do país... Não seria o
caso do senhor levar a Srta. Belmonte? — Pergunta em um tom
medroso e eu sorrio.
— Não quero levar a Srta. Belmonte comigo, eu quero levar
você! Você é o meu assistente pessoal, Sr. Bennet, e não ela! —
Irrito-me só de pensar em levar aquela garota.
Não gosto de funcionários me assediando e ela já está
passando dos limites, porra parece que está no cio, é só me ver que
ela começa a se insinuar, comigo ela não tem chances.
— Me desculpe, Sr. Patterson, não queria aborrecê-lo. — Se
desculpa envergonhado e eu respiro fundo.
— Não se desculpe... Bom, liga para a secretaria de Chang Li
na China, a Srta. Yang, ela fala o nosso idioma e pode te ajudar com
as reservas. Quanto ao seu passaporte não se preocupe, eu já dei
entrada no mesmo usando os documentos que você deixou para a
contratação, deve ficar pronto até amanhã e vão trazer para você.
— Aviso sério e vejo-o vermelho de vergonha.
— Tudo bem senhor, vou ligar para fazer as reservas agora
mesmo... O senhor tem alguma preferência de hotel para se
hospedar? Já fez reserva em algum dos hotéis de Hong Kong? —
Ele vai até a sua mesa e pega a sua agenda para anotar.
Explico a ele tudo que ele precisa fazer e rapidamente ele
volta para sua mesa, alguns minutos depois ele retorna com a
reserva feita e parece empolgado com a viagem, mas de repente ele
volta até a mim apreensivo mas não diz nada, apenas para na
minha frente pensando se diz ou não alguma coisa.
— Algum problema, Sr. Bennet? Precisa de algo? — Tiro a
minha atenção do computador e ponho a minha atenção nele.
— Me desculpe, Sr. Patterson, não quero que pense que não
quero acompanhá-lo nessa viagem porque eu quero sim, mas é que
estou preocupado por ter que viajar e deixar a minha mãe sozinha...
Eu só queria saber quanto tempo vamos ficar fora, eu preciso avisar
no hospital caso eles não consigam falar comigo e tentem me
localizar. — Explica calmamente olhando-me dentro dos olhos mas
encara as suas unhas das mãos.
— Ficaremos apenas três dias fora, daqui para Hong Kong é
longe então não vamos conseguir chegar para fazer a reunião e
depois voltar em dois dias... Mas não se preocupe, você pode ligar
todos os dias para saber notícias dela, ou pode mandar um e-mail
diretamente para o médico que está atendendo-a no hospital.
Depois eu te passo o e-mail e o celular pessoal dele. — Volto a
minha atenção para os documentos e sinto-o se aproximar mais da
mesa.
— Porque o senhor tem o número pessoal e o e-mail do
médico da minha mãe? Me desculpe mas isso me deixou confuso.
— Questiona surpreso.
— Dr. Paulo está me mantendo informado sobre o estado de
saúde da sua mãe, eu pedi isso a ele, porque? Algum problema
quanto a isso? — Olho-o dentro dos olhos e vejo-o engolir a seco.
— Não senhor... Problema nenhum... Com licença. — Ele se
afasta surpreso voltando para sua mesa, eu volto a minha atenção
para os documentos.
Está a cada dia mais complicado e intenso para mim ficar
perto desse garoto, Scott Bennet mexe comigo de uma maneira
inexplicável e muita gente já percebeu isso. À três dias encontrei um
dos estagiários da empresa dando em cima de Scott e isso me
incomodou, me descontrolei e acabei cancelando o estágio do rapaz
e Scott ficou totalmente constrangido, estou fazendo coisas que
antes não me importaria se uma presa minha fizesse, mas Scott não
é minha presa, talvez por isso eu esteja tão incomodado porque
estou interessado em ficar com ele mas não posso.
Respiro fundo para tirar essas ideias da minha mente e
termino de assinar os documentos, os coloco novamente na pasta e
me levanto indo até a minha secretária, que mais uma vez abre um
largo sorriso assim que me vê.
— Srta. Belmonte! Eu preciso que entregue esses
documentos ao Sr. Robson e tem que ser agora, ele está esperando
esses documentos. — Aproximo-me da sua mesa lhe estendendo a
pasta.
Ela se levanta rapidamente pegando a mesma, dando a volta
na mesa se aproximando de mim.
— Precisa que eu faça algo mais, Sr. Patterson? Pode pedir
qualquer coisa e eu faço na mesma hora. — Ela se encosta na
mesma e eu coloco as mãos no bolso erguendo uma sobrancelha?
— Você faz qualquer coisa que eu pedir...? Interessante, Srta.
Aline Belmonte. — Sorrio aproximando-me mais dela, ela respira
fundo encarando a minha boca. — Eu só tenho uma coisa para te
pedir, minha linda... Seja mais profissional que isso pois estou a um
passo de demiti-la. Deixa de ser ridícula e para de se insinuar para
mim dessa maneira pois eu sou o seu chefe e não o seu colega de
trabalho. — Disparo em um tom firme e sério, seu sorriso morre na
mesma hora.
— Me perdoe, senhor...? Isso não vai mais se repetir. — Se
desculpa em um fio de voz afastando-se lentamente de mim.
— Mais uma coisa, Srta. Belmonte! Não sou de dar
conselhos a estranhos mas vou te dar um de graça. Homens
gostam de mulheres difíceis, o poder da conquista é um desafio que
todo homem aprecia para conseguir o que quer, você está no
caminho errado... Uma mulher fácil demais deixa o homem inseguro
pois qualquer um pode pegar, uma mulher de atitude é totalmente
diferente de uma mulher oferecida, sigo o meu conselho e até o final
do ano você vai estar casada e esperando o seu primeiro filho. —
Ela me encara totalmente envergonhada e eu me seguro para não
rir.
Eu gosto sim de mulheres mas essa garota é aquele tipo que
nos interessa por um instante e depois perde a graça. Viro-me para
entrar na minha sala e vejo Scott parado na porta, com um pequeno
sorriso no rosto, decido provocá-lo para ver a sua reação.
— Diferente dela você está me dando muito trabalho, Scott
Bennet...! O que eu faço com você? — Vejo-o ficar pálido
rapidamente e ele tem a boca aberta em um formato de um O.
De repente ele fecha a porta na minha cara me pegando de
surpresa com a sua reação. Sorrio satisfeito e abro a porta!
— Me desculpe Sr. Patterson...? O senhor tem o poder de me
deixar nervoso e confuso... Eu preciso ir ao banheiro, com licença.
— Ele passa por mim feito um foguete e sai da sala me fazendo
sorrir ainda mais.
— Ah Scott Bennet, você ainda vai me fazer perder a cabeça.
— Digo para mim mesmo ainda sorrindo e volto para minha mesa.
Foco a minha atenção no computador e esqueço-me da vida
até ele entrar de volta na sala mais de meia hora depois, encaro-o
surpreso.
— Onde estava esse tempo todo? Não estou te pagando
para ficar desfilando pela empresa, Sr. Bennet. — Questiono sem
tirar a minha atenção do computador.
— Também não está me pagando para me deixar louco, está
fazendo isso de graça. — Diz baixinho e eu finjo não ter ouvido.
— O que disse, Sr. Bennet? Seja mais claro! — Peço
finalmente o encarando e vejo-o com os olhos levemente
arregalados, me seguro para não rir.
— Só estou pensando em voz alta, senhor, só estava me
desculpando. — Ele se senta na sua mesa e pega a sua agenda
evitando me olhar, mas o tom vermelho da sua pele me deixa
fascinado.
Ergo uma sobrancelha admirando-o discretamente e ele me
olha de rabo de olho. Já perdi as contas de contas vezes fantasiei
esse garoto ajoelhado na minha frente me chupando, só de me
lembrar dessas fantasias eu fico duro.
Por três vezes quase o beijei dentro do elevador, mas nas
três vezes fui interrompido por alguém entrando no mesmo, pensa
em uma pessoa furiosa? Esse era eu quando isso acontecia.
Scott não foi mais lá em casa depois que esteve com o meu
filho pois David viajou com a mãe e ficou dias fora, quando voltou
ele ficou resfriadinho e preferiu ficar com a mãe também, mas
quando eu voltar de viagem eu quero passar uns dias com ele, isso
sem dúvidas.
O horário de expediente acabou e como sempre Scott foi o
primeiro a sair, já faz uma semana que ele sai apressado da
empresa com a desculpa de ver a mãe no hospital, mas pelo que o
médico me disse ela está se recuperando bem graças aos remédios
que ajudei a comprar, mas parece que Scott ainda está bastante
preocupado para sair correndo todos os dias, segundo ele, agora
ele está morando em um sobrado que alugou de um amigo, já pedi
o seu novo endereço para atualizar o cadastro dele no sistema mas
Scott está me enrolando, não deve ser nada demais.
Tento tirar esse assunto da minha cabeça e arrumo as
minhas coisas para sair, mas antes de passar pela porta alguém
bate na mesma e em seguida a minha secretária anuncia a visita de
Edgar, um amigo que está providenciando o passaporte de Scott
então resolvo atendê-lo.
Capítulo 09

DUAS SEMANAS DEPOIS...

Saio da empresa o mais rápido que posso e corro para casa,


estou morando de aluguel em um sobrado de um dos amigos da
época da faculdade, eu preciso ganhar dinheiro para me sustentar e
pagar as dívidas que tenho no hospital, e também no banco, além
disso preciso me manter vivo pois Rodolfo me encontrou quando fui
buscar as minhas coisas no meu antigo endereço, e mais uma vez
me bateu por eu não ter retirado a queixa e me deixou com um olho
roxo, mesmo usando muita maquiagem e óculos escuro, o meu
chefe percebeu o que havia acontecido e me fez contar a verdade,
não preciso dizer que ele se irritou e quis ir atrás de Rodolfo mas
não quero-o se metendo em confusão por minha causa, ele já me
ajudou muito e não quero abusar da sua boa vontade.

Chego na minha nova casa e corro para o banheiro, preciso


tomar um banho rápido e me arrumar para o próximo trabalho, esse
mesmo amigo que me alugou o sobradinho nos fundos da casa dele
me arranjou um novo trabalho, como dançarino em uma boate gay e
eu achei a minha cara porque ninguém me reconhece, eu danço
usando uma máscara e não vou negar, eu gosto de dançar,
principalmente porque nenhum dos clientes lá dentro me conhece,
não é uma boate de prostituição, é mais como um Club de dança e
Stripper.
Já fazem duas semanas que estou trabalhando nessa boate
e as apresentações começam as nove, e como eu saio da empresa
as sete e ainda tenho que correr até em casa para tomar banho me
arrumar e correr para boate, eu sempre chego em cima da hora e
para evitar reclamações, eu já chego me arrumando, preciso fazer
quatro apresentações todos os dias e mesmo que a grana não seja
tão boa quanto o que eu ganho na empresa Patterson, já é algo que
eu posso guardar para pagar as despesas do hospital.
Depois do banho tomado e devidamente arrumado eu saio de
casa apressado para ir para boate, passo na casa de Fernando
rapidinho só para avisar que estou de saída e ele já sabe para onde
estou indo.
Fernando, mais conhecido como Nando, é um dos amigos
que fiz na faculdade, eu o encontrei por acaso no banco quando fui
pagar a primeira parcela do meu empréstimo, conversamos
brevemente e quando soube da minha atual situação, ele mesmo
me ofereceu o sobrado para alugar, ele me fez um preço ótimo e
talvez eu continue aqui quando a minha mãe sair do hospital, pois
para nossa casa não podemos mais voltar com Rodolfo a solta.
Sigo para boate de ônibus e quinze minutos depois estou
entrando na mesma, já são nove horas em ponto e eu sigo direto
para o camarim onde os outros rapazes também se arrumam, não
somos gogoboys, esses se exibem mais por serem fortes e sarados,
tem uns caras aqui que é uma delícia mas não me atrevo a
paquerar ninguém, já estou interessado em alguém que me deixa
louco com os seus olhares e indiretas, as vezes até acho que ele é
realmente gay, mas as vezes também tenho certeza de que estou
vendo coisa onde não tem, prova disso foi a loira que dormiu com
ele quando fiquei cuidando do filho dele, meu chefe me confunde,
me tira do sério e está me enlouquecendo, as vezes tenho vontade
de voar em cima dele e beijá-lo todinho, mas consciente de que
posso morrer depois.
— Scott, está na hora, cara! Termina de se arrumar logo pois
já vamos entrar no palco. — Alerta-me Breno, um dos garotos que
dança comigo, no nosso grupo somos quase todos da mesma
idade.
— Já estou pronto! Já podemos ir!
Apresso-me para sair do camarim mas volto correndo quando
me lembro da máscara. Me maquiei todo para usar mascar, mas
também, só assim para eu ter coragem para dançar. Nos
posicionamos no palco atrás das cortinas e esperamos a música
começar, assim como os outros rapazes, estou vestindo um
shortinho branco com um cumprimento um pouco acima do meio
das coxas e um top florescente, além do salto alto, é mais
confortável para dançar sem precisar ficar na ponta do pé.
— É a nossa hora meninos! Preparem-se! — Avisa Enzo
respirando fundo e eu faço o mesmo tomando coragem.
A música se inicia e eu ajeito melhor a minha máscara antes
que as cortinas se abram, assim que ela o faz começamos a dançar
andando pelo palco e já tem muita gente no salão, alguns homens
se aproximam do palco nos admirando melhor, homens acima dos
20/25 anos, os mais velhos acima de 30 anos são mais reservados
e permanecem nas mesas, nos admirando de longe, alguns casais
gays até se empolgam dançando no meio do salão acompanhando
os nossos passos.
Dançamos duas músicas e voltamos para o camarim,
recebemos alguns bilhetes de clientes mas os meus, ou eu jogo fora
ou passo para os outros meninos. Descansamos um pouco
enquanto os gogoboys se apresentam e nos trocamos para a
próxima apresentação.
O gerente da boate foi bem claro quando disse que as
nossas apresentações são as principais, pois os frequentadores
preferem ver os garotinho novos dançarem, não preciso dizer que
isso me agradou muito pois assim terei mais chances de me dar
bem na dança.
Bebo umas quatro vodikas com os meninos para levantar o
astral e não desanimar, já me sinto empolgado até demais pois não
sou de beber, raramente eu bebo mas hoje eu preciso de um
estímulo a mais pois já passa das dez, e eu ainda tenho duas
apresentações depois dessa.
— Já chega de descanso meninos! Voltem para o palco e
capricham na apresentação, os meus amigos acabaram de chegar e
querem muito ver a apresentação de vocês, não me decepcionem,
ouviram? Já faz tempo que eles não vem aqui e eu quero
impressioná-los... Vamos lá pessoal! Para o palco agora mesmo! —
O gente entra no camarim nos apressando e nós terminamos de nos
arrumar.
Colocamos as máscaras e dessa vez o nosso figurino é o
mesmo, mas porém, de cores diferentes e mais vibrantes,
passamos tintas florescentes pelos braços e pelo rosto, na barriga
de fora e nas pernas também, estamos uma verdadeira árvore de
Natal mas tem gosto para tudo, só estou seguindo os meninos para
não ficar diferente deles.
Nos posicionamos atrás das cortinas e uma música diferente
começa a tocar, as cortinas se abrem e nós entramos dançando
empolgados para não decepcionar o gerente e seus amigos.
Sensualizo para agradar a todos mas também não quero agradar
demais, sorrio mordendo o lábio inferior e passo as mãos pelo meu
corpo me sentindo leve, um dos meninos me joga para o lado e
puxa de volta contra o seu corpo me deixando zonzo, mas ele me
abraça para eu não cair.
Dançamos duas músicas e nem sei mais o que estou
fazendo, mas paro abruptamente quando vejo um homem logo a
nossa frente me encarando atento como se me investigasse.
— Sr. Patterson...? — Sussurro o seu nome enquanto ele se
aproxima mais do palco, me deixando em pânico.
Tento não encará-lo e vou para o outro lado do palco, mas ele
me segue com os olhos colocando a sua atenção na minha boca, e
isso me deixa tenso, nervoso, apavorado. Não sei se ele me
reconheceu mas antes que isso aconteça eu saio do palco
apressado. Não posso ficar aqui com ele bem na minha frente me
vendo dançar, e ainda está desconfiado então corro para o camarim,
mas antes de entrar no mesmo sinto alguém me segurar pelo braço.
— Que porra você pensa que está fazendo, Scott...? Vem
comigo! Agora! — Questiona furioso e me pega pela mão me
arrastando para algum lugar.
— Sr. Patterson, eu posso explicar... Espera...! Para onde
está me levando? — Tento argumentar apreensivo e estranhando
essa sua reação, mas ele não para.
Saímos da boate pela porta dos fundo mas ele não diz nada,
estamos os dois calados com ele me arrastando para o
estacionamento, está tudo deserto e escuro e isso me assusta. Me
solto da sua mão e ele finalmente para com um olhar ainda furioso.
— Então é isso que você anda fazendo a noite para não
atender as minhas ligações? Eu fui na sua casa duas vezes e você
não estava e te encontro onde? Dançando em uma porra de boate,
se exibindo para um bando de tarados? Qual é o seu problema,
Scott? Porque está fazendo isso? Vamos me explica? Eu estou
esperando...! Eu já pedi para você não mentir para mim! Eu não
gosto de mentiras e você sabe bem disso, caralho! — Esbraveja
furioso avançando na minha direção e eu dou alguns passos para
trás, assustado com a sua reação.
— Eu não estou mentindo para você, Sr. Patterson! Eu omiti
o que estou fazendo, é diferente... Não achei necessário contar ao
meu chefe o que eu faço ou deixo de fazer da minha vida fora do
trabalho...! Eu preciso de dinheiro...
— Precisa de dinheiro? O que você ganha na minha empresa
não é o suficiente para você, garoto? Resolveu ser ambicioso e quer
mais? Para que você precisa de tanto dinhei... — Questiona
incrédulo e eu avanço na sua direção interrompendo-o.
— Você não sabe para que eu preciso de tanto dinheiro
porque nunca foi pobre, Sr. Patterson! Nasceu em berço de ouro
mas eu não...! Eu preciso de dinheiro para comer, para pagar as
minhas contas e eu não sou corajoso o suficiente para roubar um
banco, e também não quero ter que me prostituir, por isso estou
dançando aqui. — Esbravejo de volta olhando-o dentro dos olhos e
ele parece furioso quando digo sobre me prostituir. — Eu estou
economizando comida para conseguir guardar dinheiro, eu como um
dia sim e o outro não pensando no que fazer quando a minha mãe
sair daquele hospital, porque ela vai sair, e quando isso acontecer
eu vou fazer o quê? Como vou pagar a conta do hospital se não
tenho dinheiro o suficiente para isso? Aquele hospital e muito caro e
eu preciso trabalhar... — Explico irritado sentindo as minhas
lágrimas caírem mas me mantenho firme, ele me interrompe aos
gritos.
— PORQUE VOCÊ NÃO ME PROCUROU PARA FALAR
SOBRE ISSO, SEU IDIOTA! A conta do hospital já está paga e você
não precisava estar passando por tudo isso! Você não checa os
seus e-mails, Scott? Eu mandei a fatura paga pra você, caramba! —
Esbraveja avançando novamente na minha direção.
Ele me pega pelos braços me colocando contra um dos
carros ao nosso redor, ele põe as duas mãos no carro me
encurralado e eu ainda estou chocado.
— Você achou mesmo que eu me preocuparia em comprar
os remédios da sua mãe e não pagaria a conta do hospital? Você
não conseguia nem comprar uma dose do remédio, então é claro
que eu também paguei a conta, Scott...! A porra do dinheiro que eu
te pago é para você gastar com você e não para se preocupar com
a sua mãe, cacete! Ela está bem e não está faltando nada para ela,
a conta do hospital já está paga e eu não quero mais você nessa
porra de boate! Você me ouviu...? Não quero mais você entrando
nesse lugar ou eu vou me aborrecer feio com você! — Esbraveja
ainda mais irritado com um olhar desapontado e eu estou sem
palavras.
Estou de boca aberta ainda não acreditando que ele fez
mesmo isso, me sinto eufórico por dentro e me deixo mover pelo
impulso, puxo-o pela nuca avançando na sua boca com um beijo
urgente, penso que ele vai me jogar longe e quebrar o meu pescoço
mas ele retribui o meu beijo abraçando a minha cintura. Seus lábios
são tão macios, tão saborosos que não quero parar de beijá-lo, ele
chupa a minha língua e geme na minha boca me deixando fora de
mim de tão excitado, mas me lembro que estou beijando o meu
chefe e me solto dele atordoado, interrompendo o beijo.
— Me desculpe, Sr. Patterson...? Eu agi sem pensar, me
desculpa...? — me desculpo apavorado mas ele me interrompe.
— Cala boca, Scott...! Cacete... Foda-se as minhas regas!
Me repreende em um tom firme mas avança na minha boca
me roubando um beijo avassalador, me colocando novamente
contra o carro. Me sinto flutuar, me sinto tão leve que o meu corpo
escorrega pela lataria do carro, mas ele abraça o meu corpo me
prendendo ao seu. Retribuo o seu beijo com o mesmo desejo
mesmo pensando estar em um sonho, e vou acordar dentro daquela
boate.
Aos poucos vamos parando o beijo e eu ainda estou surpreso
por ele ter me beijado, ele passa o seu polegar pelos meus lábios
encarando-os fixamente.
— A sua boca é deliciosa... Seu beijo me enlouquece, Scott...
— Comenta em um tom rouco me surpreendendo ainda mais, estou
curioso.
— Então você... Você é...
— Gay...? Sim! Eu sou gay e estou louco para ter você. —
Revela me olhando fixamente nos olhos me deixando de queixo
caído.
— Isso só pode ser uma pegadinha, você é gay e está afim
de mim...? Não brinca comigo, Sr. Patterson! Eu sei que você sai
com mulheres então você não pode ser gay, e não pode estar afim
de mim. — Me solto dele não acreditando no que está acontecendo.
— Eu sou bissexual, Scott, por isso você já me viu na
companhia de mulheres, mas eu quero você...! Eu estou te
desejando desde o dia em que te vi no elevador da empresa, saindo
da entrevista, se lembra? Eu desejei você a partir daquele momento
e a minha mente está um caos desde então... Não gosto de me
envolver com os meus funcionários mas eu quero você... Porra eu
quero você, Scott! — Retruca irritado visivelmente sério mas se
aproxima novamente encarando a minha boca.
— Eu bebi um pouco, então... Eu não vou conseguir acredita
nisso hoje. Ainda nem processei o que acabou de acontecer... Você
me beijou mesmo...? Poderia fazer isso de novo, Sr. Patterson? —
Tento ver verdades nas suas palavras e ele sorrir aproximando-se
mais.
— Odeio quando você me chamar assim... De Sr. Patterson...
— Contesta antes de me puxar pela nuca devorando a minha boca.
Me entrego ao seu beijo desejando jogá-lo em uma cama e
deixá-lo me possuir.
— Eu quero você, Sr. Patterson... Eu quero muito você... —
Sussurro entre os beijos sentindo um volume pressionar a minha
virilha.
Ele para o beijo me olhando atento e respira fundo.
— Porra, você bebeu, Scott! Com quem você bebeu? Você
saiu com alguém desse lugar? Como você veio parar aqui? E quem
é Nando? — Se afasta brevemente visivelmente sério.
— Nossa, quantas perguntas... Espera! Como você sabe do
Nando? Quem te falou dele? — Devolvo a pergunta e ele respira
fundo esfregando as mãos no rosto.
— Eu achei um papel na sua gaveta do escritório, com um
endereço e o nome desse tal de Nando... Agora responde as
minhas pergunta! Você está saindo com esse Nando? Como você
veio parar aqui, Scott? E não ouse mentir e nem me omitir nada, eu
fui claro? — Questiona ainda irritado e eu me aproximo olhando
dentro dos seus olhos.
— É um amigo da faculdade, foi ele quem me trouxe pra cá
porque ele também trabalha aqui nos finais de semana... E eu não
tenho nada com ele porque gosto do meu chefe... Não fala nada
para ele ou serei demitido. — Sinto a minha cabeça girar mas
permaneço encostado no carro, ele parece surpreso mas não diz
nada. — Eu preciso terminar as apresentações, eu tenho um
dinheiro para receber e... — Afasto-me do carro para voltar a boate
mas ele me segura pelo braço.
— Você vai para casa agora! Se colocar os pés dentro dessa
boate outra vez você vai se ver comigo, entendeu? — Me repreende
naquele tom firme mas não me intimido.
— Vai fazer o quê, Sr. Patterson? Vai me bater? — Confronto-
o com uma sobrancelha erguida e ele se aproxima rapidamente me
colocando contra o carro novamente.
— Quer mesmo que eu te mostre o que vou fazer com você,
Scott...? Não testa a minha paciência porque ela está no limite e não
quero te forçar a nada, você está bêbado. — Dispara entre dentes
me fazendo engolir a seco. Tá legal! Agora ele me intimidou!
— Eu preciso pegar as minhas coisas... Lá na boate... Estão
no camarim. — Ofego desejando que ele rasgue as minhas roupas
e me possua, mas sei que ele não vai fazer nada disso.
— Na hora certa, Scott... Hoje não! — Ele encara fixamente a
minha boca e só então percebo que estou mordendo o lábio inferior.
— Não sabia que tinha o poder de lê pensamentos... Eu já
volto. — Viro-me para sair mas novamente ele me puxa pela mão
me arrastando para algum lugar.
— Você vai me esperar no carro, eu busco as suas coisas...
Não quero ver aquele bando de tarados cobiçando o que é meu. —
Ele para em frente a uma Lamborghini azul metálico e destrava a
porta para eu entrar.
— Seu? Como assim gente? Não estou sabendo de nada...
— Ergo uma sobrancelha e gargalho ouvindo a
palavra "meu" ecoando na minha mente.
— Você fica bem soltinho quando está bêbado. Será que
essa língua é tão habilidosa o quanto é afiada? — Ele lança-me um
olhar tão intenso que estremeço, meu sorriso desaparece.
Não digo mais nada e entro no carro, ele pede para eu não
sair daqui e fecha a porta do mesmo em seguida, só se eu fosse
louco para sair daqui, está quentinho aqui dentro enquanto lá fora o
vento está frio.

Dez minutos depois de sair o Sr. Patterson volta e eu estou


dançando dentro do carro, depois de mexer no rádio e encontrar um
CD top, ele entra no carro atento a mim e eu paro de dançar,
envergonhado por essa cena lamentável.
— Porque parou de dançar? Estou gostando de ver você
assim, animadinho. — Ele sorrir de lado me entregando a minha
mochila e não tem como eu ficar mais tenso do que já estou. —
Porque ficou tão calado de repente? Se arrependeu de ter me
beijado? — Pergunta se inclinando para o meu lado me olhando nos
olhos. Minha nossa!
Capítulo 10

— Porque parou de dançar? Estou gostando de ver você


assim, animadinho. — Ele sorrir de lado me entregando a minha
mochila e não tem como eu ficar mais tenso do que já estou. —
Porque ficou tão calado de repente? Se arrependeu de ter me
beijado? — Pergunta se inclinando para o meu lado me olhando nos
olhos. Minha nossa!
— Raramente eu me arrependo de algo que eu tenha feito. E
eu nunca vou me arrepender de tê-lo beijado, Sr. Patterson... Mas
você é o meu chefe e...
Ofego com a intensidade do seu olhar sobre mim, ele me
interrompe com um beijo. Aquele mesmo beijo delicioso que senti
minutos atrás e eu me rendo, me entrego ao seu beijo desejando-o
ardentemente abraçando o seu pescoço.
— Porra, vamos sair daqui... Estamos em um
estacionamento... Ahh... Scott o que está fazendo...? — Ele diz
entre os beijos enquanto tento abrir a sua calça, passo a mão por
cima da mesma e ele está tão duro que sinto-o latejar.
— Você não disse que me quer...? Eu também quero você,
Gael... Quero muito...
Sussurro na sua boca e ele geme quando aperto o seu pau
por cima da cueca, adentro a minha mão na mesma e o seguro
firme.
— Ohh que mãozinha sedosa... Cacete vamos embora daqui,
Scott...! Estou louco para ouvir você gemer o meu nome, garoto...
Ahh...
Geme na minha boca chupando a minha língua e eu estou
prestes a cometer uma loucura dentro desse carro, mas ouço o som
de uma buzina e me assusto.
— Porra! Eu falei para sairmos daqui...! Quem é esse infeliz
que...
Resmunga ofegante e irritado mas o interrompo totalmente
envergonhado.
— Vamos embora por favor...? Eu me deixei levar pela
bebida, eu não... Não devia ter feito isso, me desculpa...? Vamos
embora? Eu quero ir pra casa. — Mesmo bêbado sinto a realidade
bater na minha cara.
Como um homem desses vai estar realmente interessado em
mim? Ele vai me comer hoje e amanhã terá outro, ou outra em cima
dele exatamente como eu estava prestes a fazer.
— Vamos conversar quando a sua ressaca passar, e já vou
deixando claro que não quero ouvir aquela história de que não
podemos fazer isso porque eu sou o seu chefe, isso não vai mudar
o interesse que tenho por você e você por mim... Eu quebrei a
minha regra de não ficar com um funcionário para ficar você! Você
entende isso, Scott? — Argumenta ainda irritado enquanto saímos
do estacionamento, não sei o que dizer, estou surpreso com as suas
palavras.
Não digo nada, apenas encaro-o chocado, ele resmunga
alguma coisa olhando pelo retrovisor e tento não olhar tanto para
ele. Alguns minutos depois eu percebo que não estamos indo para
minha casa, mas reconheço o caminho assim que ele entra em uma
garagem subterrânea de um prédio que presumo ser onde ele mora.
— Estamos indo para sua casa? Porque me trouxe pra cá?
— Pergunto curioso mas ele não diz nada, apenas para o carro na
sua vaga e sai vindo abrir a porta para mim. É sério isso?
O meu chefe abrindo a porta do carro para mim? Saio do
mesmo e ele me encara sério antes de me arrastar pelo braço em
direção ao elevador.
— Eu sei andar, Sr. Patterson! Não precisa me arrastar como
se eu fosse uma criança. — Repreendo-o me soltando dele e o
mesmo para ainda sério e respira fundo.
— Vamos logo! Você precisar tomar um café forte e tomar um
banho frio para curar essa bebedeira. — Ele novamente me arrasta
e eu arregalo os olhos.
— Nem fodendo eu tomo banho frio... Sou só eu que estou
sentindo frio? — Sorrio enquanto ele digita uma senha no leitor
digital do elevador e o mesmo se abre.
— Devia ter pensado nisso antes de encher a cara, você
trabalha amanhã, já se esqueceu? Não vou te dar colher de chá,
querido! — Alerta-me em um tom irônico me fazendo gargalhar por
ele me chamar de querido. — Se continuar sorrindo assim, eu vou
foder você aqui mesmo nesse elevador! — Meu sorriso desaparece
rapidamente e eu engulo a seco.
— Grosso! — Digo baixinho mas o infeliz escuta.
— Realmente é grosso, espero que me aguente e não chore
feito um bebê. — Dispara com um olhar perigoso e eu estremeço. O
que esse homem pensa que está fazendo?
— Sr. Patterson...! Não estou te reconhecendo. —
Repreendo-o de boca aberta e ele sorrir de lado. Merda!
— Nem eu mesmo me reconheço perto de você, Scott... Você
me deixa louco, garoto... — Seus olhos famintos estão sobre mim
fazendo eu sentir as minhas pernas bambas. — O que foi? Ficou
com medinho? A poucos minutos você estava a um passo de
colocar o meu pau para fora e se sentar nele... O efeito da bebida
está passando? — Ele se aproxima mas o empurro para longe.
— Não tenho medo de você, Sr. Patterson! Você não será o
meu primeiro pois já tive outro antes de você... E você também não
será o último então me tira daqui! Eu quero ir embora daqui! Você
não me perguntou se eu queria vir e já está dizendo que vai fazer e
acontecer? Eu quero ir embora, Sr. Gael Patterson! — Contesto em
um tom firme e ele parece surpreso.
— Não serei o último? Como tem tanta certeza disso? Você
mesmo confessou que gosta de mim... E se gosta de mim não vai
ficar com nenhum outro! — Rebate me colocando contra a parede
de aço me fazendo mais uma vez estremecer.
— Não acredite em tudo que um bêbado diz... Pode não ser
verdade. — O que eu estou fazendo?
Eu não sou de mentir mas esse cara está merecendo por ser
tão cheio de si. Tento me soltar mas ele não deixa.
— Está mentindo para mim, Scott? A quanto tempo está
fazendo isso? — Questiona segurando o meu rosto me fazendo
encará-lo, me estremeço.
— Não estou mentindo... Eu só... É que... Me solta, vai! —
Empurro-o sutilmente me afastando dele mas o mesmo me joga
novamente contra a parede de aço, me beijando ferozmente.
Não consigo resistir, eu quero esse beijo, eu passei tanto
tempo desejando-o que esqueço de tudo a minha volta e qualquer
coisa a minha volta.
— Diz que quer ficar...? Diz que me quer, Scott...? Não vou
fazer nada contra a sua vontade, não sou esse tipo de homem...
Mas eu quero você. — Pede entre os beijos e eu poderia concordar
com qualquer coisa que ele quisesse, estou rendido a ele.
— Vai transar comigo bêbado se eu pedir...? Eu posso não
me lembrar de nada amanhã, eu nunca bebi assim antes... Eu só
bebi para me soltar um pouco mais no palco, mas acho que bebi
demais. — Passo as minhas mãos pelo seu peito e isso me excita,
mas ele se afasta me encarando sério.
— Se eu te pedir para não voltar mais naquele lugar, você vai
me obedecer? Estou falando sério, Scott, e espero que se lembre
disso amanhã... Não vou transar com você hoje, mesmo eu
querendo muito, mas amanhã assim que acordar você será meu,
está me ouvindo...? Eu preciso ter você, já estou enlouquecendo de
tanto me imaginar com você. — Ele volta a se aproximar me
deixando chocado por saber que ele se imagina comigo.
As portas do elevador se abrem e eu saio na sua frente
entrando na sala, automaticamente eu me lembro de David e sorrio
sentindo saudades dele. Sr. Patterson vem logo atrás de mim e
quando tento ir para o sofá ele me puxa para ir com ele pelo
corredor, paramos em frente a uma porta e ele abre me dando
passagem, fico surpreso por ele me trazer para o seu quarto mas
por curiosidade eu entro admirando tudo, olho novamente para ele e
o mesmo está fechando a porta antes de vir na minha direção.
— Acho melhor eu ir para o quarto de hóspedes, preciso de
um banho, estou cheio de tintas... Não quero incomodá-lo. — Vou
em direção a porta passando por ele mas o mesmo segura a minha
mão.
— Usa o meu banheiro, precisamos conversar e não quero
correr o risco de você tentar ir embora sem falar comigo... Eu espero
você tomar o seu banho. — Argumenta indo para o seu closet sem
me dar chances de contestá-lo.
Respiro fundo me dando por vencido, pego uma cueca limpa
e um short na mochila e vou para o banheiro, quando entro fico
embasbacado com o tamanho desse banheiro, é muito grande para
uma pessoa usar sozinha.
Fecho a porta e tiro o meu top, o shortinho e a cueca e entro
no box em seguida, ligo a água quente e entro debaixo fechando os
olhos ao sentir o meu corpo relaxar rapidamente. Pego o sabonete
líquido despejando um pouco na mão e começo a esfregar pelo meu
corpo, não vou usar a esponja dele para não manchar de tinta, de
repente sinto quando seguram firme a minha cintura e eu me
assusto me virando abruptamente.
— Sr. Patterson...? O que está fazendo... aqui...?
Ofego admirando o seu corpo completamente nu e uma puta
ereção apontando para o alto. Oh meu Deus, o que esse homem vai
fazer comigo? Engulo em seco.
— Relaxa, eu não vou fazer nada com você... A menos que
você queira... — Ele se aproxima mais e eu me afasto batendo as
costas na parede fria.
Olho para os lados e me vejo sem saída quando ele põe as
mãos na parede, me encurralando, mais uma vez engulo em seco
admirando o seu corpo e sinto a minha boca salivar ao encarar a
sua ereção, ele não diz nada, apenas se inclina sobre mim
chupando o meu pescoço.
— Ahh... Sr. Patterson...? — Gemi de olhos fechados e me
estremeço ao sentir suas mãos segurar com firmeza a minha
cintura.
— Esquece o Sr. Patterson, Scott... Me chama de Gael...
Diz com a voz rouca subindo a sua boca pelo meu pescoço,
mas avança na minha boca com um beijo urgente e excitante, ele
esfrega a sua ereção em mim e já me sinto duro também. Empurro-
o sutilmente olhando no fundo dos seus olhos e jogo-o contra a
parede, avanço na sua boca com vontade e ele retribui com a
mesma intensidade, sinto a sua mão descer até a minha bunda e
apertar.
— Eu quero sentir você, Scott... Eu quero você, pequeno...
Ahh...
Geme na minha boca invertendo novamente as nossas posições me
deixando tenso, totalmente dominado pelo desejo.
Não o respondo, apenas me abaixo na sua frente segurando
a sua ereção com força, ele me olha atento enquanto o masturbo e
levo a minha língua tocando a sua extensão, ele geme sem tirar os
olhos de mim, coloco ele na boca e o engulo até a metade.
— Cacete, Scott... Puta merda, que boca gostosa... — Geme
me segurando pela nuca forçando a sua entrada na minha boca. —
Me engole inteiro, Scott...! Eu quero entrar inteirinho na sua boca. —
Pede naquele tom rouco e eu o encaro com os olhos levemente
arregalados, não vou conseguir fazer o que ele quer. — Prende a
respiração e me engole... Vai! Você consegue... Quero me sentir
inteirinho na sua boca. — Manda ainda me segurando pela nuca e
eu faço o que ele quer, conto até três e prendo a respiração
engolindo-o quase por inteiro. — Ahh porra... Porra... Ahh gostoso...
Você é uma delícia pequeno... — Geme alto quando o engulo duas,
três e quatro vezes sentindo-o latejar na minha garganta.
Quando sinto que ele vai gozar na minha boca eu me levanto
deixando-o frustrado, entro novamente na água dando as costas
para ele, e de repente sinto ele esfregar a sua ereção na minha
bunda.
— Diz que me quer, Scott...? Diz que me quer inteirinho
dentro de você? Diz vai? Sei que não está mais tão bêbado e
também sei que me quer. — Sussurra no meu ouvido e esfrega a
sua ereção na minha entrada, massageando me deixando mole de
tanto tesão.
Sinto algo gelado escorrer pela minha bunda e um cheirinho
doce invadir as minhas narinas, é morango mas de onde ele tirou
isso? Ele passa a sua ereção no gel voltando a se posicionar na
minha entrada e já estou alucinado, louco para senti-lo.
— Eu quero você, Gael... Ahh eu quero você dentro de mim...
Estou desejando isso a tempo... — Peço quase em um sussurro
mas ele escuta.
— Agora você vai sentir o quanto estou te desejando,
pequeno... Ahh você é tão apertadinho... Caralho... — Diz naquele
tom rouco me penetrando aos poucos.
A sua voz no meu ouvido me deixa tão excitado que não ligo
para uma ardência incomoda que sinto, ardência essa que logo dá
lugar ao prazer quando ele começa a se movimentar, me
preenchendo.
— Ahh céus... Isso Gael...
Gemi de olhos fechados enquanto ele me penetra
vagarosamente, mas fundo o bastante para me fazer senti-lo todo
dentro de mim.
Ele sussurra, geme no meu ouvido apertando a minha cintura, mas
de repente sinto ele agarrar o meu pau me masturbando sem deixar
de se movimentar.
— Você é tão apertadinho, Scott... Porra, eu vou gozar logo...
Cacete, Scott...! Você é tão gostoso pequeno...
Geme me penetrando mais rápido, aumentando também os
movimentos da sua mão no meu pau e logo sinto o meu orgasmo se
formar rapidamente.
— Eu vou gozar, Gael... Oh meu Deus eu vou gozar... Mais
rápido...? Mais rápido? Gostoso... Me faz gozar...? Porra me faz
gozar...! — Peço gemendo descontrolado jogando a minha cabeça
para trás, deitando-a sobre o seu ombro.
— Goza logo, vai...! Goza porque eu não aguento mais... Ahh
goza Scott! — Ordena naquele tom rouco no meu ouvido e eu
abraço o seu pescoço tomando a sua boca para mim.
Beijo-o ardentemente sentindo o meu pau latejar na sua mão
e o seu pau latejar dentro de mim, me penetrando mais forte a cada
estocada. Não consigo resistir e gozo na sua mão enquanto ele
goza dentro de mim, me preenchendo, sinto as minhas forças
abandonarem o meu corpo e eu tento de todas as maneiras me
manter de pé, mas Gael abraça o meu corpo para eu não cair e eu
apoio a minha testa na parede, me sentindo exausto. Sinto os seus
lábios úmidos nas minhas costas e sua língua quente varrer a minha
pele.
— Consegue ficar de pé...? Ou prefere ir pra cama? Porque
eu ainda quero você. — Pergunta naquele mesmo tom rouco e
sedutor de antes, me deixando surpreso.
— Estou de pé por um milagre... Não me peça o impossível.
— Tento me soltar dele para tirá-lo de mim mas ele não deixa.
— Fica quieto! Vamos tomar banho juntos... Como eu disse,
eu ainda quero você. — Repreende-me em e eu me estremeço.
— Posso tomar um banho antes...? E eu vou ficar com a
segunda opção, prefiro ir pra cama... — Ofego por ter esse homem
delicioso dentro de mim e ainda querendo me comer mais.
Ele sai de mim lentamente e me vira de frente para ele
tomando a minha boca em um beijo calmo, diferente dos outros que
já ganhei hoje. Ele se afasta de mim tirando a camisinha e eu o
encaro confuso, quando foi que ele a colocou e eu não vi? Bom, eu
também não o vi pegar o gel lubrificante então não vou tentar
adivinhar as coisas.
Tomamos o nosso banho com o Sr. Patterson me encarando
o tempo inteiro, ele até me ajudou esfregando as minhas costas
para tirar a tinta que passei na boate, não tem como não achar isso
fofo. Depois do banho eu me seco enquanto o Deus grego ao meu
lado faz o mesmo, ainda com os seus olhos fixos em mim. Enrolo-
me na toalha e pego as minhas roupas saindo do banheiro para me
vestir, mas o o meu chefe vem atrás ainda nu e arrancar as roupas
das minhas mãos.
— Não se faça de desentendido, Scott! Você sabe que eu
ainda te quero e você também me quer. — Afirma aproximando-se
já de pau duro me deixando chocado. Como esse cara fica duro tão
rápido?
Ele me puxa pela nuca me beijando intensamente fazendo e
eu me rendo aos seus encantos novamente, não consigo resistir a
ele e me entrego mais uma vez, Sr. Patterson arranca a toalha da
minha cintura e literalmente me joga na cama, pondo-se sobre mim,
me beijando ardentemente enquanto sinto o meu corpo pegar fogo e
o meu coração bater forte.

Transamos mais uma vez com esse Deus grego me


chamando de pequeno, e eu me atrevi a chamá-lo de meu Gael,
mas foi apenas em um momento de delírios do nosso prazer pois
sei que esse homem nunca será meu, ele pode ter o homem ou a
mulher que quiser e eu não posso com tanta concorrência.
Desabamos os dois na cama e pegamos no sono ainda nus e
abraçados um ao outro, mesmo transando com o meu chefe duas
vezes eu ainda não acredito que estou aqui, na sua casa, na sua
cama e deitado sobre o seu peito ouvindo o seu coração bater, eu
devo estar sonhando, isso não pode ser real, definitivamente eu
devo estar sonhando.

Na manhã seguinte eu acordo sentindo algo pesar sobre a


minha cintura, tento me levantar mas sinto a minha cabeça girar,
para que eu fui beber se sou tão fraco para bebidas? Viro-me na
cama e me deparo com o meu chefe nu agarrado a mim também nu.
— Oh meu Deus... Oh meu Deus... Oh meu Deus. —
Sussurro tentando tirar bem lentamente o seu braço da minha
cintura para não acordá-lo.
Saio da cama de fininho e pego as minhas roupas do chão,
olho brevemente em direção a cama ainda não acreditando que
transei com o gostosão do meu chefe. Pego também a minha
mochila e saio do quarto na ponta dos pés, visto-me ali mesmo no
corredor e me apresso para chegar no elevador, ainda preciso ir em
casa me arrumar para o trabalho, além de tentar não viajar no que
aconteceu nesse apartamento.
Entro no elevador e logo estou descendo com um sorriso
largo no rosto ao me lembrar de tudo que houve ontem, o Sr.
Patterson pagou o hospital da minha mãe e eu me matando de
trabalhar sem saber que não precisava fazer isso, resolvo checar o
meu e-mail e pego o meu celular na mochila, entro no meu e-mail
para conferir a fatura que o Sr. Patterson me mandou, procuro mas
não acho nada então olho na caixa de Spam, e lá está ele, abro o e-
mail e me assusto com o valor pago nessa fatura.
— Puta merda! Quem em sã consciência pagaria um valor
absurdo desses para ajudar um estranho? — Questiono-me
espantado e me seguro nas paredes de aço para não cair.
Encaro o meu celular não acreditando que o meu chefe fez
isso, o que ele quer com isso? Me transformar em seu escravo me
fazendo dever tanto assim para ele...? Oh meu Deus...
— Esse homem está tentando me comprar...? Não pode ser
isso... Mas por outro lado isso explica esse seu interesse em me
ajudar tanto...
Constato que caí em uma armadilha, mas com que interesse
ele faria isso além do sexo? Ele não precisava ter feito isso para me
levar pra cama.
— Desgraçado! Como eu fui tão idiota para cair nessa
armadilha? — Questiono-me chocado e me sentindo um idiota por
deixar que me enganassem assim.
Estou me sentindo sujo depois de ter me sentido tão feliz em
ter ficado com ele, estou me sentindo um prostituto que transa em
troca do dinheiro que recebe, eu não acredito que ele fez isso
comigo, ele deve me achar um otário por cair assim tão fácil nas
suas armações.
— Idiota! Burro! Eu sou um ridículo por ser tão ingênuo! —
Esbravejo comigo mesmo sentindo os meus olhos arderem.
Não vou chorar por causa desse cara, mas por outro lado
estou tão irritado que não consigo evitar. As portas do elevador se
abrem no térreo e eu saio feito um foguete sem olhar para os lados,
ouço alguém me chamar e vejo o porteiro me encarar confuso, paro
apenas por um instante.
— Está tudo bem rapaz? Aconteceu algo? — Pergunta
preocupado e eu limpo o meu rosto.
— Sim senhor... Está tudo bem não se preocupe, com
licença. — Saio em seguida pela portaria e me apresso para ganhar
as ruas.
Sigo para o ponto de ônibus mas o mesmo demora a
aparecer, vejo um táxi vindo e faço sinal, não posso me dar ao luxo
de andar de táxi mas hoje eu preciso fazer isso para não me atrasar
para o trabalho, infelizmente eu não posso pedir demissão pois
estou devendo muito e meu chefe pode me cobrar a hora que
quiser, droga! Estou me sentindo péssimo.
Capítulo 11

Não sei descrever o que senti quando vi Scott dançando


naquele palco, se exibindo daquele jeito, eu senti uma raiva tão
grande por ver outros caras o cobiçando na minha frente que o tirei
daquele lugar, a sua iniciativa de me beijar me pegou de surpresa
mas eu adorei, seus lábios são tão macios, a sua boca é tão quente
que me enlouqueceu, não acredito que transamos e foi tão bom, foi
maravilhoso e eu vou querer mais, esse garoto me impressionou de
muitas maneiras diferentes, ele me encanta, o seu jeitinho delicado
me fascina de uma maneira que não consigo explicar, a nossa noite
juntos foi algo surreal, ele tem que ser meu, Scott Bennet tem que
ser meu.
Acordo com o meu celular tocando e olho para os lados
procurando Scott, mas não o encontro, pego o meu celular na mesa
de cabeceira e é Robson então olho no relógio.
— Puta merda! Estou atrasado para o trabalho... Nunca dormi
tanto na minha vida. — Pulo da cama assustando por ter dormido
tanto e atendo o celular. — Fala Robson? Bom dia irmão, o que
houve? — Atendo enquanto visto a minha cueca box e estranho não
encontrar as coisas de Scott espalhadas pelo chão.
— Bom dia parceiro! Eu é que pergunto o que houve? A
reunião é em dez minutos e você ainda não deu as caras por aqui, o
que aconteceu? Você não é de se atrasar, até o seu assistente já
chegou e você nada. — Questiona em um tom preocupado e me
surpreendo em saber que Scott já está na empresa.
Mas porque ele saiu sem me avisar? Porque não me esperou
para irmos juntos para empresa?
— Foi mal irmão, eu não dormi direito a noite, eu chego aí a
tempo da reunião, não se preocupe, até daqui a pouco e obrigado
por me ligar, ou eu não apareceria na empresa hoje. — Esfrego a
mão no rosto não acreditando que Scott fugiu de mim, porque ele
fez isso?
— Tranquilo irmão, vê se não demora, ok? Até mais. — Ele
desliga em seguida e eu me apresso para tomar um banho e me
arrumar.
Não acredito que aquele garoto foi embora, pensei que ele
fosse gostar de acordar ao meu lado mas pelo visto me enganei, é a
primeira vez que transo com alguém e acordo sozinho depois, será
que ele não gostou? Será que fiz algo que o desagradou? Merda! O
que será que houve?
Tomo um banho rápido e me arrumo para trabalhar, quase
dez minutos depois estou saindo de casa e desço até a garagem já
com as chaves do carro nas mãos, saio do prédio apressado e
acelero para conseguir chegar a tempo para reunião, não gosto de
atrasos e não sou de chegar atrasado, mas para tudo tem a sua
primeira vez.

Quase dez minutos depois estou entrando na garagem da


empresa e estaciono na minha vaga, vou para o meu elevador
particular para não precisar ficar parando para entrar alguém.
Longos segundos depois as portas do mesmo se abrem e eu saio
apressado seguindo para minha sala, ainda tenho que pegar os
documentos para a reunião.
Aproximo-me da minha secretaria e cumprimento-a com um
bom dia mas entro na minha sala sem esperá-la responder, assim
que entro vejo Scott sentado na sua mesa com a atenção na sua
agenda eletrônica.
— Bom dia Scott! — Cumprimento-o indo para minha mesa.
— Bom dia, Sr. Patterson! — Responde em um tom seco sem
nem ao menos olhar para mim.
Deixo as minhas coisas na mesa e vou até ele parando em
frente a sua mesa.
— Eu posso saber o porquê você saiu sem avisar? Porque
me deixou sozinho na cama e foi embora? Aconteceu alguma
coisa? Vamos me diz? Eu quero uma explicação coerente para
justificar a sua atitude! — Questiono-o meio irritado e ele finalmente
me encara.
Seus olhos estão vermelhos, o que indica que andou
chorando, logo penso na sua mãe.
— Não aconteceu nada, senhor, está tudo bem... O senhor já
está atrasado para sua reunião. — Ele volta a sua atenção para a
agenda eletrônica.
— Então vamos logo! Mas depois vamos conversar direito,
ouviu bem? — Aviso enquanto volto para minha mesa.
— Me desculpe senhor mas eu não sou sua secretária, sou
seu assistente pessoal então eu vou continuar aqui... A sua
secretária já está o aguardando para acompanhá-lo. — Responde
em um tom firme me surpreendendo com a sua rebeldia.
— Eu posso saber que diabos está acontecendo com você?
Que bicho te mordeu, garoto? — Questiono sério e ele se levanta
irritado com um papel na mão, vindo na minha direção.
— O bicho que me mordeu se chama Gael Patterson! Se
você está achando que vai me comprar gastando tanto dinheiro
comigo, você está muito enganado, senhor! Vou me vender para
qualquer um menos para você... Está usando a minha mãe para me
deixar em dívidas com você e assim conseguir me manipular, para
conseguir me levar pra cama sempre que tiver vontade, mas isso
não vai mais acontecer! — Rebate irritado mas controlando o seu
tom de voz para que ninguém o ouça, no fundo eu já esperava por
isso. — Eu vou fazer até o impossível mas eu vou conseguir te
pagar até o último centavo que te devo, mas você não vai brincar
comigo como esperava fazer, Sr. Patterson! — Vejo seus olhos
transbordarem e uma mágoa profunda escapar pelos seus lábios,
por isso eu não esperava.
— Não é o que você está pensando, Scott! Não estou usando
a sua mãe, garoto, de onde você tirou esse absurdo? Eu estou sim
interessado em você mas não vou te obrigar a ficar comigo se não
quiser, agora tire essas ideias absurdas da cabeça porque nada é
como você está imaginando... — Me aproximo dele apreensivo mas
ele se afasta.
— Não estou imaginando nada, senhor, mal nos conhecemos
e você já gastou rios de dinheiro comigo, e agora está interessado
em me levar pra cama em troca do dinheiro que te devo? Se for
para me vender não será para você...! Naquela boate de ontem eu
posso conseguir uma boa grana...
— VOCÊ NÃO É LOUCO DE VOLTAR NAQUELA BOATE,
SCOTT! Você está proibido de colocar os pés naquele lugar outra
vez, você me ouviu? — Esbravejo alterado só de imaginar o que ele
pretende fazer.
— Eu não sou surdo, senhor, não precisa gritar! E você não é
o meu dono então não pode me proibir de nada! — Esbraveja
também alterado e volta para sua mesa, mas quando vou na sua
direção Dominic entra na sala.
— O que está acontecendo, Gael? Estou ouvindo os seus
gritos lá da minha sala, cara, estamos atrasados para reunião... Está
tudo bem por aqui? — Pergunta olhando de mim para Scott, ele nos
dá as costas evitando nos encarar.
— Talvez seja melhor eu me demitir, senhor... Vou procurar
outro emprego e prometo pagar tudo que devo. — Dispara fungando
enquanto junta as suas coisas e isso me deixa ainda mais furioso.
— Se você sair dessa empresa! Eu te busco até no inferno se
for preciso, mas você vai ficar aqui, cacete! Não estou te cobrando
nada, Scott! Então chega de me irritar e volte ao trabalho! —
Aproximo-me dele ainda alterado, ele tem um olhar de surpresa mas
não diz nada.
— Se acalma, Gael! Você precisa estar com a mente aberta
para a reunião, se for o caso deixa o rapaz tirar o dia de folga ou
vocês vão... — Dominic tenta me acalmar mas eu só me irrito mais.
— Não, Dominic! Ele não vai embora! Ele vai continuar
exatamente aqui e vai fazer o que está sendo pago para fazer, o
trabalho dele! — Contesto ainda alterado e me afasto indo até a
minha mesa.
Pego os documentos e sigo em direção a porta saindo em
seguida sem olhar para trás, minha secretária se levanta sorrindo
vindo atrás de mim, reviro os olhos e respiro fundo tentando não me
irritar ainda mais.
Entro no elevador e Dominic se apressa para entrar junto
comigo, mas barra a entrada da secretária.
— Pega o próximo elevador, Srta. Aline, eu preciso conversar
a sós com o seu chefe. — Ele segura o elevador mas logo deixa as
portas do mesmo se fecharem, quando o mesmo começa a subir ele
aperta o botão vermelho fazendo o mesmo parar. — Vai me explicar
o que aconteceu entre você e aquele rapaz? Porque vocês estavam
brigando? Pareciam um casal de namorados tendo uma DR...
Espera! Vocês estão juntos, Gael? — Pergunta atento a mim mas
para surpreso.
— Não estamos juntos, Dom! Apenas transamos, e... Porra
ele acha que estou cobrando a ajuda que dei a ele com sexo, cara,
e não é nada disso. Eu me interessei de verdade por esse garoto e
ontem nós tivemos uma noite incrível, não sei como descrever mas
foi algo surreal, entende...? Esse garoto está mexendo comigo de
uma maneira que eu não esperava, está me deixando confuso.
Antes de ficar com ele eu só pensava em sexo, mas agora... Agora
eu não sei de mais nada, eu só não quero que ele vá embora. —
Explico irritado e desejando voltar para minha sala e vê se ele está
bem.
— Puta merda, Gael... Você está gostando mesmo desse
garoto... Eu nunca te vi estressado nem pela Nath, e agora essa
surpresa por causa desse garoto? — Afirma me deixando perplexo
mas não sei o que dizer quanto a isso. — É a primeira vez que te
vejo sem palavras por causa de alguém... Caralho! Esfria a cabeça
e depois vocês conversam. O garoto parece bastante magoado,
você vai precisar ter calma com ele, ele não parece ser um garoto
qualquer, ele não é daqueles que só se importam em se dar bem ou
que esteja apenas a procura de sexo... Se estar com ele é o que
você quer, então não desista, mas vá com calma. — Me aconselha
ainda surpreso com essa situação.
— Vamos logo para reunião, eu preciso manter a minha
mente ocupada para não fazer uma besteira! — Aperto o botão
colocando o elevador em movimento novamente.
Descemos dois andares abaixo e seguimos para sala de
reuniões. Entramos na mesma e todos já estão impacientes nos
esperando, tento me manter calmo e me focar na reunião que
começa com Robson falando e eu apenas presto atenção nas suas
palavras, mas também divido a minha atenção com aquele garoto
atrevido que ousou me enfrentar sem medo de ser mandando
embora, pelo contrário, ele queria se demitir mas não vou permitir
isso.
— E então, Gael? Aceita fazer o desconto sobre o valor da
venda ou não? — Questiona Robson preocupado por eu não estar
cem por cento presente nessa reunião.
— Não! Eu não aceito o desconto, esse valor sugerido no
contrato já está incluindo o nosso desconto, se esse valor não for
aceito pelos compradores o imóvel voltará para o catálogo de
vendas, tenho certeza de que não faltará compradores interessados
e dispostos a aceitar o valor pedido... Algo mais que eu precise
decidir? — Disparo em um tom firme e decidido e todos me encaram
surpresos.
Hoje eu não estou em um bom dia, apesar de ter tido uma
noite excelente.
— Isso é tudo, Gael! Por hoje só teremos mais uma reunião
as três da tarde. — Explica Robson olhando de mim para Dominic
que tem os seus olhos presos em mim.
— Ótimo! Eu preciso sair para resolver um assunto
importante, eu volto antes da próxima reunião... Com licença,
senhores! — Aviso já me levantando e todos fazem o mesmo,
menos o comprador que não gostou da minha decisão.
Saio da sala inquieto e nesse momento o meu celular toca,
olho no visor e vejo o nome da Nath piscar na tela, atendo enquanto
sigo para o elevador.
— Nath! Está tudo bem? Como está David? — Pergunto
entrando no elevador subindo para o meu andar.
— Sim, está tudo bem com a gente, mas e você? Sua voz
está estranha, aconteceu alguma coisa? — Pergunta curiosa.
— Eu queria mentir e dizer que está tudo bem, mas não está,
Nath... Arranjei um problema inesperado e não sei como resolver...
David Já melhorou do resfriado? Eu preciso ver o meu filho antes de
viajar. — Respiro fundo tentando esquecer um certo alguém e
desejando estar com o meu filho agora.
— Sim, ele já está melhor, é por isso que estou ligando...
Você acha que consegue vir almoçar com a gente hoje? David
também quer te ver e também não para de falar no Scott... Porque
não traz ele com você? — Sugere empolgada e posso ouvir a voz
de David ao fundo chamando por mim.
— Estou indo aí, chego em dez minutos mas não vou poder
levar Scott... O meu problema tem a ver com ele e preciso conversar
um pouco. — Revelo meio sem jeito de tocar nesse assunto mas sei
que ela vai me apoiar.
— Tudo bem, estou te esperando, quando você chegar a
gente conversa. — Ela se despede e encerramos a ligação.
Sigo para minha sala e ouço alguém vir atrás de mim, e pelo
barulho estridente do salto estalando no piso, sei que é a minha
secretária. Entro na minha sala e assim que passo pela porta, vejo
Scott na sua mesa anotando algo, ele nem se dá ao trabalho de
olhar para ver quem entrou mas sei que ele sabe que sou eu.
Sigo até a minha mesa e começo a juntar as minhas coisas,
me sento brevemente apenas para checar o meu computador e
surpreendo-me com Scott se aproximando.
— Com licença, Sr. Patterson! Aqui está as mudanças que fiz
para a sua viagem, a Srta. Belmonte o acompanhará no meu lugar.
— Revela me entregando um papel com a reserva em nome da
secretária, pego o papel calmamente e rasgo-o jogando-o no lixo.
— Trate de ligar agora mesmo e desfaça a merda que você
fez, Sr. Bennet! Você é meu assistente e é sua obrigação me
acompanhar nessa viagem, e não a Srta. Belmonte! — Rebato em
um tom rude encarando-o severamente e ele respira fundo.
— Não dificulta as coisa para mim, Sr. Patterson! Não vou me
sentir bem o acompanhando nessa viagem, então por favor? Me
libera dessa viagem? — Pede sem nem olhar nos meus olhos e eu
me levanto.
— A minha resposta é não! Você vai comigo e ponto final! Era
só isso, Sr. Bennet? Se não tem mais nada a dizer eu estou de
saída, só volto no meio da tarde... Se precisar falar comigo já sabe
como me encontrar. — Pego as minhas coisas e sigo em direção
porta, antes de passar pela mesma ele me chama.
— Sr. Patterson? Já que vai passar o dia fora eu posso
passar algumas horas com a minha mãe? Eu fico até mais tarde nos
próximos dias para compensar. — Pede naquele seu tom suave e
isso me desarma completamente, ponho a mão no bolso atento a
ele.
— Tudo bem. Se precisar de algo para ela é só me avisar, ao
contrário do que você pensar, eu realmente me preocupo com ela e
não estou te ajudando por interesse pessoal, Sr. Bennet... Eu só
quero que saiba que eu me interessei por você antes de começar a
te ajudar, e não fiz isso com segundas inversões... Bom, você não
vai acreditar em mim, então... Eu vou indo. — Penso em me
aproximar mas fico onde estou, saio da sala sem esperar ele dizer
mais nada.
Passo pela minha secretária e aviso que estou de saída e
volto mais tarde, depois dos conselhos que dei a ela o seu
comportamento melhorou bastante, nada que um fora não resolva.
Saio da empresa e sigo para o condomínio onde meu filho
mora com a mãe, em dez minutos estou entrando no mesmo
parando o meu carro ao lado do carro de Ricardo, na frente da casa.
Saio do carro e pego no porta malas um presente que comprei para
meu filho há uma semana atrás, um kit de canetinhas e lápis de cor
além de um livro de colorir dos vingadores, ele adora. Sigo até a
porta e toco a campainha, logo ouço os gritos do meu filho se
aproximar da porta.
— O papai chegou, mamãe! — Grita antes da porta se abrir e
ele corre para os meus braços.
— Oi filhão! Cara como você cresceu... Como foi às férias na
casa da vovó? Você já está melhor do resfriado? — Pego ele no
colo enchendo-o de beijos e ele me dá aquele sorriso que me faz
feliz.
— Sim, papai, eu meliolei, você trouxe presente pra mim? A
vovó me deu um monte de brinquedo do Bob Esponja. — Ele conta
empolgado me fazendo sorrir.
— Que legal, minha vida, mas dessa vez o papai não trouxe
brinquedo, ouviu? Eu trouxe algo que você vai gostar de fazer e a
mamãe pode te ajudar... Vamos entrar e eu te mostro, está bem? —
Entro na casa com ele e o mesmo pega o presente da minha mão
empolgado.
— O que é papai? Posso abrir? Você vai brincar comigo
também? — Pergunta eufórico sacudindo o presente.
— Mas é claro que eu vou brincar com você, campeão, pode
abrir... Mas esse presente nós vamos brincar sentadinhos na sua
mesinha, o papai trouxe um livrinho de colorir dos vingadores e um
monte de canetinhas e lápis de cor, eu quero ver você deixar esse
livro bem bonito, beleza? — Entramos na sala e nos sentamos no
sofá, nesse momento Nath entra em seguida e vejo Ricardo falar ao
telefone no canto da sala.
— Oba papai! Eu amo os vingadores, esse é o meu favorito.
— Comenta sorridente abrindo o presente e tira o livro com um
sorriso gigante no rosto. Eu amo isso.
— E então, pegador? O que você aprontou dessa vez e
porque? — Nath aproxima-se me dando um beijo no rosto e se
senta ao meu lado.
Capítulo 12

— E então, pegador? O que você aprontou dessa vez e


porquê? — Nath aproxima-se me dando um beijo no rosto e se
senta ao meu lado.
— É complicado, Nath. Eu evitei ao máximo que pude mas
não resisti, nós ficamos ontem mas hoje de manhã quando acordei,
ele já havia ido embora, quando cheguei na empresa descobri que
ele acha que estou usando a mãe dele para prendê-lo a mim, e você
sabe que não é isso... Ele me acusou de querer comprá-lo, Nath,
ameaçou se prostituir para pagar o que me deve e eu enlouqueci e
gritei com ele... Porra! Eu estou enlouquecendo, eu não sei como
definir o que está acontecendo comigo. — Explico angustiado e ela
apenas fica atenta a mim, surpresa assim como Dominic me
encarava mais cedo.
— Não tem outro nome para definir o que está acontecendo
com você, Gael... Você está apaixonado por Scott, meu amigo, não
tem como negar, você está caidinho por ele mas não quer admitir, e
se não quiser perdê-lo você precisa fazê-lo enxergar a verdade. Mas
me conta como aconteceu o lance de vocês? Quem deu o primeiro
passo? — Diz calmamente segurando a minha mão com carinho,
mas deixa a sua curiosidade falar por si. Sorrio respirando fundo.
— Acredite ou não, foi ele quem deu o primeiro passo. —
Conto pensativo lembrando-me do nosso primeiro beijo. —
Estávamos discutindo porque o encontrei dançando em uma boate,
ele alegou que precisava de dinheiro para pagar as despesas da
mãe no hospital, ele ainda não sabia que a conta já está paga, do
nada ele me agarrou e me beijou... Porra e que beijo... Bom, eu o
levei para minha cobertura e você já sabe o que aconteceu, mas
agora ele está me odiando por achar que eu estou comprando-o
com a minha ajuda financeira. — Levanto-me inquieto e ela se
levanta junto, mas David é mais rápido.
— Vem brincar comigo, papai! Você disse que ia brincar
comigo. — Pede me estendendo a mão e eu sorrio indo até ele.
— Claro, filho, vamos brincar, quem vai pintar o primeiro
desenho? Eu? Você ou a mamãe? — Sento-me novamente ao seu
lado mas ele espalha tudo no tapete e eu me sento no chão com
ele.
— Eu papai! Eu vou pintar primeiro. — Diz folheando o
livrinho.
— Pensa direitinho no que eu disse, Gael, conversa com ele
mas com calma, explica os fatos, explica o que você sente e eu
desejo toda a felicidade do mundo para vocês, meu amigo... Eu
desejo de coração que vocês se acertem e fiquem juntos, se
precisar da minha ajuda e só falar. — Ela se senta ao lado do nosso
filho empolgada. Sorrio piscando para ela.
— Fala, Gael! Desculpa aí, irmão, problemas no trabalho me
faz ficar horas no telefone. — Ricardo se aproxima me
cumprimentando e se junta a nós.
— Sei como é isso, parceiro, se precisar de ajuda sabe que
pode contar comigo, não é? — Iniciamos uma conversa enquanto
ajudamos David a pintar os seus desenhos.
Não vou negar, eu gosto desses momentos com eles pois
não me sinto tão sozinho.

A hora do almoço chegou e nós fomos para mesa posta no


jardim, a empregada caprichou na comida pois o cheiro está divino.
Enquanto comemos David pede para voltar comigo para empresa,
não acho uma boa ideia pois vou estar ocupado e não posso deixá-
lo sozinho.
— Deixa eu ir com você, papai? Eu vou me comportar, eu
prometo? — Insiste com aquela carinha de pidão e eu não consigo
mais negar.
— Tudo bem, cara, vai ser bom passar esse tempo com você
hoje pois o papai vai precisar viajar, e vamos ficar três dias sem nos
vermos, entendeu? Você vai se comportar na minha ausência? Vai
ajudar o tio Ricardo cuidar da mamãe? — Faço cócegas nele
pegando ele no colo e meu filho gargalha concordando. — Está
bem, você vai comigo e vamos trabalhar juntos... Deixa ele ficar
comigo hoje, Nath? Amanhã cedo eu trago ele sem falta, eu quero
matar a saudade que senti do meu filhote. — Peço imitando David
fazendo cara de pidão e ela gargalha.
— Não sei quem é pior, se é o pai ou o filho... Tudo bem,
você pode ficar com ele hoje, vou pedir a Flávia para ir com vocês.
— Ela se levanta para sair mas chamo a sua atenção.
— Não precisa, Nath! Eu tenho uma ideia melhor... David
quer ver Scott então vou tentar convencê-lo a ficar com e gente
hoje, não vou ser hipócrita de dizer que não gosto da ideia dele
estar me devendo, pois assim eu tenho mais chances dele aceitar
ficar com David lá em casa... Ele cuidou muito bem do nosso filho e
David adorou a companhia dele. — Sorrio lembrando-me daquele
garoto que tem atormentado os meus sonhos e os meus
pensamentos.
— Ótima ideia, Gael! Se quiser eu mesma ligo para ele,
David não para de falar desse rapaz e eu mesma vi o quanto ele é
atencioso com o nosso filho... Aproveita essa chance de ficar perto
dele e abre logo o jogo, conversa com ele, Gael...? Eu nunca vi você
gostar de ninguém mais além do seu filho então se dê uma
chance...? Se você gosta mesmo desse rapaz, então luta por ele. —
Me incentiva empolgada e mais uma vez sorrio.
— Essa mulher sabe o que fala, Gael, um conselho dela é
batata! Pode confiar que dá certo... E eu concordo com ela, já faz
tempo que você está só na pegação, cara, está na hora de você
pensar em uma só pessoa, desejar estar com uma só pessoa, e se
dedicar a uma só pessoa e acho que você já encontrou essa
pessoa... Não deixa essa chance passar porque você pode não ter
outra igual a essa, o arrependimento é uma das piores coisas que
existem, meu amigo. — Ricardo também me incentiva e eu respiro
fundo.
— Obrigado pelo apoio de vocês, eu sinto sim algo por
aquele garoto e não quero perde isso. Eu não vou desistir dele a
menos que ele não me queira, e, bom, eu sei que ele também me
quer, ele mesmo confessou que gosta de mim... Ele estava meio
bêbado, mas, eu sinto que ele sente algo por mim além de atração,
eu só preciso concertar as coisas com ele e tudo vai se esclarecer...
Assim espero. — Confesso pensativo pois eu realmente quero
consertar as coisas.
Não sei se ele vai querer ficar comigo novamente, mas eu
preciso fazê-lo enxergar as coisas como elas realmente são, eu
preciso que Scott Bennet enxergue o meu real interesse por ele.
Nath está certa, eu sinto algo forte por aquele garoto, eu só preciso
descobrir o que é.
— Diz a verdade, Gael? Você gosta desse rapaz, não é?
Você se preocupa com ele de uma maneira que ainda não tinha
visto, está até preocupado com o fato dele ter entendido mal o que
você realmente quer com ele, você nunca se preocupou com isso
antes. — Questiona Nath atenta.
— Eu preciso descobri o que realmente quero com aquele
garoto, Nath, não sei explicar e nem distinguir o que quero dele...
Realmente eu nunca me senti assim antes, não que eu não tenha
gostado de você, afinal nós tivemos um filho juntos e eu nunca vou
me arrepender disso, mas... Cacete eu não sei como definir o que
sinto... — Desabafo pensativo mas ela me repreende quando falo
um palavrão.
— Olha a boca, Gael! Seu filho ainda está aqui! —
Repreende-me séria e eu respiro fundo.
— Foi mal, me desculpe...? Você é minha amiga, Nath, me
ajuda, caramba...! E você Ricardo? Você é meu amigo então me diz
alguma coisa coerente, cara? — Levanto-me da mesa inquieto
esfregando as mãos nos cabelos e eles abrem um largo sorriso.
— Você está apaixonado, Gael! — Dizem juntos me deixando
perplexo.
— O quê? Como assim apaixonado? Eu conheci esse garoto
outro dia, só ficamos juntos ontem, como isso é possível? —
Encaro-os com os olhos levemente arregalados e eles
gargalham. Infelizes!
— O fato de você não saber o que sente por ele já diz tudo,
você conheceu esse rapaz em um dia e no outro já estava o
ajudando sem esperar nada em troca, você se interessou por ele a
primeira vista e se apaixonou... Está preocupado em fazê-lo
entender que não está comprando-o e pelo que sei, você não se
preocupa muito com o que pensam ou deixam de pensar de você...
Admite logo que está gostando desse garoto e tudo ficará mais fácil
de se resolver. — Diz Ricardo enquanto eu tento absorver tudo que
ele disse.
Não consigo contestá-lo, quero negar para eles que estou
apaixonado mas não consigo negar para mim mesmo, eu gosto de
Scott, porra eu me apaixonei por ele mas como isso aconteceu?
Apenas ontem nos beijamos e transamos, como é possível alguém
se apaixonar assim com tanta rapidez? Com tanta facilidade sem
nem ao menos ter estado com a pessoa?
— Porra! Cacete! — Sussurro pensativo lembrando-me
daquele garoto teimoso e mais uma vez sou repreendido.
— Gael! Você precisa limpar essa boca, ouviu? Olha o David!
— Mais uma vez ela me repreende e eu olho para David que sorrir
enquanto come a sua salada de frutas.
— Me desculpa...? Eu preciso ir, preciso falar com Scott
mesmo que ele não queira me ouvir. — Digo decidido e pego o meu
celular sobre a mesa.
— Eu quero ver o Schoti, papai, ele disse que vai brincar
comigo de novo. — Pede meu filho descendo da cadeira e eu
respiro fundo, eu havia me esquecido que o levaria comigo.
— Está bem, filho, vai lá pedir a Flávia para arrumar a sua
mochila, te espero aqui, ok? Não demorar, minha vida. — Peço
calmamente bagunçando os seus cabelos e ele sai correndo em
direção a casa.
— Não prefere pegar ele amanhã, Gael? Talvez você precise
ficar a vontade com Scott e David pode atrapalhar os seus planos...
Eu converso com ele e explico que você não vai...
— Não, Nath! O meu filho vem sempre em primeiro lugar, eu
vou levá-lo comigo, eu posso ter outros momentos com Scott outro
dia... Se é que ele ainda vai querer ficar comigo. — Afirmo decidido
mas fico apreensivo ao pensar que Scott pode não quer mais estar
comigo.
— Quem diria, hein garanhão? Depois de curtir noites
quentes com homens e mulheres do seu nível, agora se apaixonou
por um garoto humilde mas pelo visto, tem boa índole, tem caráter...
Não é todo filho que se sacrifica assim pelos pais, e pelo que você
nos contou, ele também sofre preconceito e foi agredido pelo próprio
papai... Tem alguma notícia daquele infeliz? Conseguiu encontrá-lo?
— Ricardo também se levanta atento assim como Nath.
— O pessoal que eu coloquei atrás dele ainda estão nas
buscas, mas já descobri que aquele verme está escondido com
gente muito perigosa. Mas eu serei mais perigoso que ele se aquele
maldito encostar as mãos no Scott novamente... Ele vai pagar pelo
que fez ao filho e a mãe dele. — Sinto o meu sangue bombear mais
forte nas veias ao me lembrar do Scott com o rosto machucado.
— Não sou a favor de violência, mas a situação desse rapaz
só vai mudar com outra violência, já que a polícia não consegue
pegar aquele desgraçado do pai dele. O cara quase matou a própria
mulher e vive espancando o filho por ele ser homossexual, isso é
inadmissível. — Diz indignado mas também pensativo, Nath sai para
ver o nosso filho e Ricardo aproxima-se mais. — Eu sei o quanto
esse garoto parece importante para você e quero te ajudar, Gael...
Conta comigo para o que precisar, beleza? Se tiver algo que eu
possa fazer é só pedir. — Sugere decidido e eu respiro fundo.
— Consegue um pessoal para me ajudar nessa caçada? Eu
preciso encontrar logo esse cara, ele precisa pagar pelos seus
crimes mas não será na cadeia que ele cumprirá a sua sentença...
consegue me entender? — Encaro-o fixamente nos olhos e ele
concorda.
— Conheço um pessoal que pode ajudar, não se preocupe
porque eu não tenho nenhuma ligação com eles e jamais colocaria
Nath e David em perigo, mas eu conheço um pessoal que faz o que
você quiser pelo preço certo... Eu vou falar com eles e tenha a
certeza de que você terá um resultado logo... O seu garoto ficará
seguro, não se preocupe. — Ele me dá um sorriso confiante e sei
que posso confiar nele.
— Valeu, irmão! Obrigado.
Cumprimento-o com um abraço vendo a minha ficha cair, a
minha preocupação com Scott é especial porque ele se tornou
especial para mim.
— Papai! A minha mochila já está pronta, vamos ver o
Schoti? — Pede meu filho correndo na minha direção e sua mãe
vem sorrindo atrás.
— Claro, filho, vamos sim campeão, mas o Scott não vai
poder ficar muito tempo com você porque ele tem que trabalhar,
entendido? — Pego ele no colo tirando a sua mochila das suas
costas mas ele não tira o sorriso do seu rosto.
— Mas ele disse pra mamãe que vai ficar comigo, papai, ele
quer brincar comigo na piscina de novo. — Me surpreendo com as
suas palavras e encaro Nath, ela me olha apreensiva.
— Que história é essa, Nathalia? Você ligou para ele? O que
você disse a ele? O que ele disse a você, Nath? — Questiono-a
sério com medo dela ter dito algo que não devia.
— Relaxa, Gael! Eu não falei nada demais para ele... Eu só
pedi para ele ficar com David hoje porque de repente a babá dele
ficou doente, e você precisa trabalhar no computador até tarde e
não vai poder dar muita atenção ao seu filho... É claro que você não
vai fazer isso, mas, acho que David vai gostar de brincar com o
papai e o seu novo amiguinho Scott, não é filho? — Ela aproxima-se
acariciando o rostinho do nosso filho enchendo-o de beijos. —
Aproveita essa chance para esclarecer as coisas com ele, vocês
dois precisam dessa conversa e precisam ficar juntos... Se precisar
que eu pegue David a qualquer hora é só me ligar, agora vai embora
logo porque você vai se atrasar para sua reunião... Se comporta
filho, mamãe te ama, ouviu? — Ela me dá um olhar sério antes de
sorrir para o nosso filho beijando-o novamente.
— Valeu! Eu vou seguir o seu conselho... Se precisarem me
liguem também, ok? Boa tarde para vocês! Eu vou nessa irmão, nos
falamos depois sobre aquele assunto. — Despeço-me de Ricardo
com um aperto de mão e dou um beijo em Nath antes de me afastar
com David no colo.
— Ei! Espera! Que assunto é esse de vocês? Estão de
segredinhos agora? Fala sério, Gael! — Questiona cruzando os
braços mas não paro de andar.
— Pergunta para o seu marido, ele vai te contar tudo. Até
mais! — Sigo pela lateral do jardim e vou para o meu carro.
Coloco Davi e na cadeirinha prendendo o seu cinto de
segurança e entro em seguida saindo do condomínio, sigo para
empresa com os meus pensamentos na conversa que tive com
Ricardo e Nathalia, eles têm razão, eu estou gostando de Scott e
não quero perdê-lo, eu preciso fazê-lo entender que as coisas não
são como ele pensa, preciso dizer que o que sinto por ele é mais
que uma simples atração, não é apenas desejo, eu tenho
sentimentos por Scott Bennet.

Chego na empresa e subo com o meu filho para o meu andar,


assim que saio do elevador de mãos dadas com David, vejo Scott
parado na porta da minha sala conversando com um cara que não
sei quem é, nunca o vi mais gordo.
Aproximo-me deles e vejo que o cara o admira com interesse,
ele encara a boca de Scott como eu faço, com desejo.
— Schoti! Schoti! — Grita David correndo na sua direção.
— Oi amiguinho! Que bom que veio... Bom, Sr. Mello, o Sr.
Patterson já chegou, você pode falar diretamente com ele agora,
com licença...! Vem David, eu tenho uns desenhos para te mostrar.
— Ele abre aquele sorriso que devia ser apenas meu, mas ele o
oferece para esse estranho.
— Espera, Scott? Você vai estar livre hoje a noite? Quer sair
para tomar um drink? — Convida o cara ignorando totalmente a
minha presença.
Scott me encara antes de abrir a boca para a dizer algo mas
sou mais rápido.
— Não! Ele não vai estar livre! Hoje ele vai estar comigo, e
você quem é? O que faz na minha empresa? — Disparo em um tom
rude e autoritário fazendo-o finalmente me notar.
— Me desculpe, Sr. Patterson, é um prazer conhecê-lo, eu
sou Ian Mello, consultor financeiro e fui transferido da filial da Rússia
para cá. — Explica estendendo-me um envelope pardo mas eu não
pego.
— Já temos um consultor financeiro e não preciso de mais
um, então dê meia volta e volte pelo mesmo caminho que você veio.
— Encaro-o severamente e passo por ele.
Entro na minha sala admirando Scott com o meu filho, mas
quando vou fechar a porta o cara me chamar.
— Me desculpe por insistir, Sr. Patterson, mas me garantiram
que eu teria uma vaga aqui, por favor me dê essa oportunidade? —
Apela esperançoso mas ele não me conhece, não sou de dar asas à
cobras para elas darem o bote depois.
— A pessoa que te garantiu isso se equivocou, Sr. Mello!
Primeiro que eu não estou sabendo de nada e ninguém será
admitido na minha empresa sem antes passar por mim, e eu só
estou te vendo agora, então sinto muito, mas se depender de mim
você vai ficar desempregado... Com licença, eu tenho mais o que
fazer. — Afirmo no mesmo tom rude encarando o indigente.
Fecho a porta sem esperá-lo dizer mais nada e encaro Scott
na sua mesa, empolgado com David.
Capítulo 13

Eu me surpreendi quando a Sra. Nathalia me ligou pedindo


para ficar com David hoje, eu tentei negar mas não consegui pois
ela é insistente, sem falar que ela pôs David na linha pois sabia que
eu não conseguiria negar para ele, e não consegui mesmo.
Outra surpresa foi a atitude do Sr. Patterson quando esse
cara que chegou aqui me encarava de um jeito estranho, na
verdade não é assim tão estranho pois ele me encara do mesmo
jeito que o meu chefe me olha as vezes, ele me olha com desejo.
Entrei com David indo para minha mesa evitando presenciar
os olhares severos do meu chefe para aquele cara parado na porta,
e agora ele entra batendo a porta e me encara sério, mas finjo não
notá-lo, me distraio com David fazendo alguns desenhos e modéstia
parte, eu desenho muito bem, o garotinho fica encantado com os
desenhos e cada vez pede para eu fazer mais.
— Bom, primeiro você pinta esses desenhos que a gente fez,
depois e eu faço mais, está bem assim? Eu preciso dar uma
saidinha rápida e já volto. — Levanto-me bagunçando os seus
cabelos e ele concorda.
Pego os documentos que eu terminei de separar colocando-
os em pastas diferentes e sigo em direção a porta, mas antes de
passar por ela ouço aquela voz que me fez gemer enlouquecido na
noite passada.
— Onde vai? Para quem são esses documentos? —
Pergunta me obrigando a me virar para encará-lo.
— Vou até a sala do Sr. Dominic Serrano, ele trouxe esses
documentos e me pediu para organizá-los e eu já terminei, vou
devolvê-los, com licença, senhor. — Aviso em um tom firme e me
viro para sair, mas novamente ele me impede.
— Você não trabalha para Dominic! Você é meu assistente
pessoal e não tem que fazer favores a ninguém, Dominic tem uma
secretaria para fazer isso... Deixe esses documentos aqui! Vou ligar
para que ele mesmo venha buscar. — Dispara em um tom firme e
rouco já pegando o telefone. Aproximo-me mesmo sentindo o meu
corpo tremer.
— Me desculpe, senhor, mas não tinha nada para eu fazer,
por isso achei que não teria problema em ajudá-lo, pois a secretaria
dele não veio hoje. — Justifico-me atento mas olho para David
distraído com os desenhos.
— Tudo bem... Me desculpe por ter me alterado, mas não
quero você desfilando por essa empresa fazendo favores para um e
outro, você é meu funcionário... Apenas meu! — Repreende-me
naquele tom firme e convicto das suas decisões, me pegando de
surpresa com isso.
"Eu queria ser mais que funcionário dele, mas não vou
sonhar tão alto."
— Tudo bem, senhor, isso não vai mais se repetir. —
Aproximo-me da sua mesa colocando os documentos sobre a ela.
Viro-me me afastando dele e volto para minha mesa voltando
ao trabalho, também dando a minha atenção a David.
As horas vão se passando e eu me sinto cada vez mais
tenso, Sr. Patterson foi para uma reunião a duas horas e ainda não
voltou, hoje eu terei que ficar novamente com David na cobertura
dele e não sei como vou evitar a presença dele perto de mim, ainda
estou magoado mesmo que talvez ele tenha dito a verdade sobre ter
se interessado por mim de verdade, mas não vou me iludir
esperando algo de um homem tão diferente de mim, eu sou cheio
de problemas e ele um homem milionário e lindo, pode ter o homem
ou a mulher quiser, ele não vai perder tempo comigo agora que já
conseguiu o que queria, meu Deus, não acredito que me entreguei a
ele.
— Schoti, eu quero ir no banheiro, minha barriguinha está
doendo. — Pede David ainda pintando os desenhos que fiz para ele.
— Tudo bem, vamos lá! Você fica no banheiro sozinho ou
quer que eu fique com você? — Levanto-me dando a volta na mesa
onde ele está sentado de frente para mim.
— Eu fico sozinho porque a mamãe disse que sou um
homenzinho. — Ele pega a minha mão e seguimos para o banheiro.
— Isso mesmo, você é um homenzinho e precisa começar a
aprender a fazer tudo sozinho, como por exemplo, escovar os
dentinho para não dar cárie, vestir a roupa depois do banho, igual
você aprendeu a comer sozinho, não é? Vamos lá! Abre a sua calça
e abaixa, depois abaixa a cuequinha também antes de se sentar na
privada. — Entramos no banheiro e o ensino o que fazer e como
fazer, ele faz exatamente como peço.
— Eu já fiz Schoti, agora pode sair pra eu ficar sozinho. —
Ele aponta para a porta para eu sair e eu sorrio.
— Está bem, se precisar de mim é só me chamar, ok? Eu vou
deixar a porta apenas encostada. — Aviso antes de sair do banheiro
mas de repente me jogam contra a parede devorando a minha boca.
Seu beijo é urgente e eu não consigo resistir, me entrego
beijando-o com a mesma intensidade me sentindo perdido em
desejo, mas quando me lembro de David o empurro sutilmente me
soltando dele
— O senhor ficou louco...? O seu filho está aqui...! —
Repreendo-o ofegante pelo beijo e ele parece surpreso.
— E você se importa com o meu filho? — Pergunta ainda
surpreso aproximando-se novamente.
— Mas é claro que eu me importo, ele é só uma criança, Sr.
Patterson! E não me beija outra vez porque não vou me transformar
no seu brinquedinho. — Afirmo sério e me afasto passando por ele,
mas o mesmo entra na minha frente fazendo eu me chocar contra
ele.
Meu chefe abraça o meu corpo devorando a minha boca
novamente, tento empurrá-lo mas acabo cedendo ao seu beijo
desejando mais, mas me solto dele atordoado voltando para minha
mesa sentindo o meu coração acelerado e minhas pernas bambas.
Ele segura o meu braço me puxando de volta para o seu corpo,
— Espera, Scott! Precisamos conversar. Eu preciso explicar o
que...
— Schoti eu já terminei, vem me ajudar? — Ouço a voz de
David e me solto do pai dele indo em direção ao banheiro, mas
novamente meu chefe me segura pelo braço.
— Pode deixar! Eu vou...! Mas nós ainda vamos conversar,
eu fui claro? Você precisa me ouvir. — Ele me olha fixamente nos
olhos e eu apenas concordo.
Volto para minha mesa e retomando o meu trabalho, já está
quase na hora de encerrar o meu expediente então me adianto para
organizar a minha mesa, pego alguns documentos do Sr. Patterson
que estão na minha mesa e levo até a sua, deixo os documentos e
volto para terminar de organizar as minhas coisas, nesse instante
David vem correndo na minha direção.
— Schoti! O papai disse que a gente já vai pra casa e você
vai vim com a gente. — Ele diz empolgado se aproximando e pega
os seus desenhos.
— Bom, eu vou ter que ir em casa primeiro para tomar um
banho e me trocar, depois eu vou encontrar você, está bem assim?
— Aviso terminando de arrumar as minhas coisas, evitando encarar
o homem do outro lado da sala.
— Não seja por isso, Scott, vamos levar você em casa e te
esperamos para voltar conosco... Assim você aproveita para me
apresentar o seu amigo, o Nando. — Surpreendo-me com as
palavras do meu chefe,
Levanto os meus olhos para encará-lo e ele está juntando as
suas coisas, mas a sua atenção está em mim e David.
Não consigo contestá-lo mas também não concordo com a
sua ideia, apenas termino os meus afazeres e em poucos minutos
estamos todos prontos para sairmos.
Saímos da sala e passamos pela secretária que ergue uma
sobrancelha para mim, ela não vai muito com a minha cara desde o
episódio em que o Sr. Patterson se exaltou com um estagiário por
minha causa, ouvi muito murmurinhos envolvendo o meu nome,
mas pararam quando passaram a ver o Sr. Patterson os encarar
duramente, como provavelmente não fazia antes. Alguns
funcionários que falavam comigo antes agora não falam mais direito,
e alguns que não falavam comigo agora estão se aproximando
mais, principalmente dois funcionários do décimo quinto andar, um
deles também é estagiário e o outro é assistente de uma advogada
da empresa, mas o interesse deles é somente amizade e eu gostei
disso.
Saímos da empresa e seguimos para o meu endereço, eu
tentei fazer o meu chefe mudar de ideia mas ele simplesmente me
ignorou e eu não tive escolha. Chegamos em casa e o meu chefe
parece surpreso por eu morar em um lugar tão humilde, mas a
minha antiga casa era tão humilde quanto, por isso ele não se
espantou tanto.
— Entre por favor! Não repare a bagunça, eu não tenho tido
muito tempo para arrumar a casa. — Lhe dou passagem para entrar
e assim ele o faz olhando tudo a sua volta.
— Você estava muito ocupado se exibindo em uma boate,
por isso não tinha tempo de se organizar, não é...? Mas até que a
casa está apresentável, apesar de não ter quase nada. — Diz
inspecionando a casa na maior cara dura, me deixando
envergonhado.
— Não deu para trazer todas as minhas coisas, eu só pude
trazer o necessário... Bom, eu não me demoro, fique à vontade por
favor. — Saio da sala em seguida deixando-o sozinho com o filho.
Corro para o quarto e pego uma muda de roupa colocando na
mochila, pego outra muda de roupa e corro para o banheiro
passando pela sala, e vejo o meu chefe fiscalizando a geladeira,
engulo em seco e paro abruptamente quando ele se vira com um
olhar sério.
— Porque essa geladeira está tão vazia, Scott? Não tem
comida alguma, como está se virando desse jeito? — Questiona ao
fechar a geladeira e vem na minha direção.
— Como eu disse antes, senhor, eu estava economizando
para não ter muitos gastos, eu me preocupo muito com o estado da
minha mãe pois não sabia que o senhor havia pago a conta do
hospital, e aliás, eu agradeço muito pelo seu gesto e mais uma vez,
afirmo ao senhor que vou pagar cada centavo que o senhor está
gastando comigo e minha mãe, mas eu não vou aceitar pagar essa
dívida servindo de objeto de diversão para ninguém... Nem mesmo
para o senhor! Com licença, eu não me demoro. — Olho-o dentro
dos olhos e ele abre a boca para contestar, mas saio deixando-o
para trás antes que ele me conteste.
Entro no banheiro trancando a porta e vou tomar o meu
banho, não demoro muito pois a água está muito fria e não tem
chuveiro quente. Poucos minutos depois já estou me secando e me
visto com uma box branca e uma calça jeans preta, uma camisa
branca de mangas compridas e um All Star também branco.
Depois de pentear os cabelos os deixando levemente
bagunçados, eu saio do banheiro encontrando o meu chefe
encostado no batente da porta. Passo por ele tentando me afastar,
mas ele me segura pelo braço como ja imaginava que faria.
— Espera, Scott...
— Para, Sr. Patterson! Já podemos ir, o senhor deve estar
muito desconfortável por passar tanto tempo em um lugar como
esse. — Me solto dele voltando para sala e o ouço respirar fundo.
— Se acha que vai fugir dessa conversa você está muito
enganado, Scott! Confesso que não estou acostumado a frequentar
lugares como esse, mas, não estou tão incomodado o quanto você
imagina... Vamos embora logo! Não vai ser aqui que vou fazer você
entender o que eu quero! — Ele vem atrás de mim me deixando
confuso com as suas últimas palavra. O que ele quis dizer com
isso?
Não digo nada e apenas o observo por uns instantes, tento
não deixar as suas palavras me afetarem e vou até o quarto pegar a
minha mochila, logo estou de volta na sala e saímos do pequeno
sobrado, mas na saída dou de cara com Nando vindo na nossa
direção, ele encara fixamente o meu chefe e ele faz o mesmo.
— Vai sair, Scott? Já está indo para boate? Nós podemos ir
juntos. — Pergunta sem desviar os olhos do meu chefe
Aproximo-me dele parando ao seu lado, mas quando vou
dizer algo o Sr. Patterson se adianta.
— Scott não vai mais trabalhar naquele lugar, Você deve ser
o Nando, acertei? O amigo que o levou para aquela boate? —
Questiona aproximando-se de Nando.
Nando coloca a mão nas minhas costas e vejo o Sr.
Patterson trincar o maxilar furioso.
— Para você eu sou Fernando! Mas quanto a voltar na boate,
isso quem decide é ele, cara, e não você! — Nando o confronta e
ele se aproxima mais, e para evitar uma discussão eu entro entre
eles.
— É sério que dois homens maduros vão discutir na frente de
uma criança? E você Nando! Não o provoque pois ele é o meu
chefe, e eu não posso perder o meu emprego! — Olho de um para o
outro sério. Nando respira fundo.
— Me desculpa, eu não quero te prejudicar com o seu chefe
mas ele não pode tomar decisões da sua vida por você. Aliás! O que
ele está fazendo aqui? — Nando me encara apreensivo mas encara
o Sr. Patterson, ambos muito sérios.
— O que eu estou fazendo aqui não é da sua conta,
moleque! Vamos embora, Scott! Ou você vai presenciar eu
quebrando o pescoço desse... — Meu chefe diz entes dentes.
— Por favor, Sr. Patterson! Fernando! Tem uma criança
presenciando essa palhaçada e se vocês não pararem agora! Eu
me demito do meu emprego e nunca mais falo com você,
Fernando...! Vamos sair daqui David! — Contesto irritado e pego a
mão de David saindo de perto deles.
— Você está zangado, Schoti? Porque você brigou com o
papai? — Pergunta enquanto seguimos pelo corredor saindo até o
carro.
— Não estou zangado, amiguinho, eu só não gosto de ver
ninguém discutindo, mas vai ficar tudo bem, não se preocupe. —Lhe
dou um pequeno sorriso para mostrar que está tudo bem, ele olha
para trás e eu faço o mesmo.
Lá vem o meu chefe com uma cara nada boa enquanto
Nando está lá parado com um olhar sério, suspiro fundo frustrado
com esse episódio e me viro encarando a rua. Pouquíssimos
segundos depois o meu chefe se aproxima abrindo a porta do carro
para o filho entrar, e eu entro em seguida ao lado dele.
— Vem na frente comigo? Precisamos conversar e gosto de
fazer isso olhando nos olhos da pessoa. — Pede ainda com a porta
do carro aberta esperando eu sair, mas eu não o faço, ao invés
disso eu puxo a porta fechando-a. — Porra de garoto teimoso! —
Resmunga inquieto mas dá a volta no carro entrando em seguida.
Ele dá a partida no carro mas não dissemos mais nada, eu
apenas converso com David sem dar muita atenção ao grosso do
meu chefe, só de me lembrar da nossa noite de ontem eu coro
envergonhado por ter transado com ele, e agora estou no carro dele
voltando para sua cobertura onde tudo aquilo aconteceu, droga! Se
ele tentar algo eu não sei se vou conseguir resistir, preciso me
manter longe dele.
Alguns minutos depois estamos entrando na garagem do
prédio e seguimos para o elevador, entramos no mesmo e David
pede colo ao pai que o pega rapidamente, vejo que o menino parece
com sono, será que vou poder ir embora depois que ele dormir?
Acho que o meu chefe não vai permitir, além disso, a Sra. Nathalia
me pediu para ficar com o filho dela hoje e não até ele dormir, droga!
Subimos para cobertura sem dizer nada um ao outro mas
David diz tudo que ele quer comer no jantar, sorrio mexendo nos
seus cabelos antes de encarar o monitor do elevador fugindo dos
olhares intensos do meu chefe.
Quando o elevador finalmente se abre dentro da cobertura,
eu saio rapidamente entrando na sala.
— Eu estou com fome, papai, eu quero comer agora. — Ouço
David correr pela sala e eu sorrio indo atrás dele.
— Eu vou preparar algo pra você comer, você não é o único
com fome, rapazinho. — Entro na cozinha admirando esse lugar
lindo, pois é tudo aberto, dá para ver a sala inteira até a saída para
sacada.
— Não precisa preparar nada, Scott, vou ligar para pedir
comida... Eu também estou com fome então coloca David para
tomar banho enquanto a comida não chega, eu vou fazer o mesmo.
— Avisa antes de seguir para o corredor e eu apenas concordo.
— Você ouviu o seu pai, David, você precisa tomar banho
antes do jantar, combinado? — Cruzo os braços e ele respira fundo.
— Está bem, eu vou tomar banho, eu quero colocar o meu
pijaminha do Bob Esponja. — Ele corre até a sala seguindo para o
corredor e eu vou atrás.
— Não corre, David! Você vai cair! — Peço correndo atrás
dele e vejo-o entrar no seu quarto.
Entro atrás dele e David já está tirando a sua roupinha me
fazendo sorrir, ajudo-o antes de seguirmos para o banheiro. David
entra no box pedindo para ficar sozinho, fico em pé na porta do lado
de fora do banheiro dizendo tudo que ele precisa fazer e ele
responde dizendo que já fez. Minutos depois ele pede a toalha e eu
entro enrolando a toalha nele, o ajudo a se secar e entrego a
cuequinha e uma roupa para vesti-lo, mas ele não quer, ele pede um
pijama do Bob Esponja e eu procuro pelo closet, mas gavetas e não
acho nada, ele diz que a mãe dele colocou na mochila e me lembro
que ela estava com o pai dele. Droga!
Vou até a sala mas não encontro a mochila, vou até a
cozinha e também não tem nada, será que ele esqueceu no carro?
Ou será que o pai dele levou para o quarto dele? Merda! Eu vou ter
que ir até lá mesmo contra a minha vontade.
Volto em direção ao corredor e sigo até a porta do quarto do
Sr. Patterson, bato duas vezes e ouço um entre e assim eu faço,
abro a porta e entro procurando pelo Sr. Patterson mas não o
encontro, vejo a mochila de David sobre a cama e me aproximo
para pegá-la, no mesmo instante em que vejo o meu chefe sair do
banheiro secando os cabelos e com uma toalha enrolada na cintura,
minha nossa! Porque esse homem tinha que ser tão gostoso?
— Precisa de algo ou precisa de mim, Scott? — Pergunta se
aproximando com aquele sorriso de lado que me deixa perdido.
— Não... Quer dizer... Eu... — Tento dizer algo mas gaguejo
babando no corpo do meu chefe, engulo em seco. — Eu vim buscar
a mochila... Do David... Ele quer o pijama do Bob Esponja mas está
na mochila... Era só isso, senhor, com licença. — Apresso-me para
pegar a mochila e me viro saindo apressado dali.
Saio do quarto ouvindo as suas gargalhadas e isso me deixa
irritado, cretino gostoso! Entro no quarto de David e ele está na
frente da TV só de cuequinha assistindo desenho. Coloco o pijama
nele e saímos do quarto indo para sala, ligamos a TV e nos
acomodamos no sofá enquanto a comida não chega, mas
pouquíssimos minutos depois o interfone toca e eu vou atender, é o
segurança da recepção perguntando se o Sr. Patterson havia pedido
comida, eu afirmo que sim e ele libera a subida do entregador, mas
sei que o mesmo será revistado antes de subir.
— A comida chegou? — Pergunta aquela voz rouca atrás de
mim e eu me tremo inteiro.
— Sr. Patterson... Sim... A comida já está subindo, eu vou pôr
a mesa. — Ofego pelo susto e mais uma vez fujo me afastando
dele.
— Fique à vontade, a cozinha é toda sua... Tomara que
encontre alguma coisa ainda hoje, eu estou faminto e o meu filho
também... E você? Está com a mesma fome que eu, Scott? — Ele
encosta na parede onde fica o interfone e cruza os braços me
admirando com um olhar malicioso.
— Já que a cozinha é sua, faça a mesa o senhor mesmo,
afinal eu não estou sendo pago para isso... Com licença. — Saio da
cozinha a passadas rápidas e vou ficar com David em frente a TV.
Capítulo 14

Depois do jantar Scott leva David para o quarto de


brinquedos e eu fico aqui na sala pensativo, ainda estou com as
palavras de Nath ecoando na minha mente, e a vontade de ir até
Scott só aumenta, mas não vou conseguir nada agindo por impulso
na frente do meu filho, não quero discutir, quero apenas me
entender com ele.
Ainda estou surpreso por esse garoto se importar tanto com o
meu filho, ele me repreendeu para que eu não brigasse na frente de
David e devo confessar, nenhuma das outras pessoas com quem já
me envolvi teve essa mesma preocupação, meu filho nunca teve
muita importante para outro homem ou outra mulher que eu tenha
trago na presença de David, mas até nisso Scott se mostra
diferente, mas também, ele é uma pessoa humilde e de bom
coração, ele já sofreu muito e não quer ver mais ninguém sofrendo,
muito menos uma criança, por isso quero não só ajudá-lo mas
também o quero para mim, definitivamente eu quero Scott Bennet
para mim, quero que ele seja meu.
Depois de tanto tempo pensando aqui sentado eu me
levanto, saio até a sacada admirando as luzes da cidade acesas,
um vento gelado bate contra a minha pele e eu entro indo para o
meu quarto, entro no mesmo e ouço pela babá eletrônica Scott
contando uma história para David, ouço suas risadas e sorrio ou
ouvir o meu filho se divertindo tanto na companhia de uma pessoa
que ele mal conheceu e já se apegou.
Pego o meu celular e me deito enquanto respondo a alguns
e-mails pessoais, junto com eles eu recebo um e-mail de Alexandre,
o nosso presidente da empresa da Rússia falando sobre a
transferência do novo consultor financeiro, mas a presença daquele
indivíduo é totalmente dispensável, não tenho vaga para ele na
matriz então sugiro que ele seja transferido para alguma das outras
filiais, Alexandre se desculpa pelo ocorrido e avisa que fará o que
sugeri.
Depois desse e-mail que me fez lembrar que aquele sujeito
chamou Scott para sair, eu me dou conta de que não ouço mais a
voz dele e nem do meu filho, resolvo ir vê-los e assim que entro no
quarto vejo que David já está dormindo, mas nem sinal de Scott por
aqui. Dou um beijo no meu filho e saio do quarto ouvindo o interfone
tocar na cozinha, sigo até lá e vejo Scott atender o mesmo.
— Pois não...! Olha eu acho que o Sr. Patterson já se
recolheu. Quem deseja vê-lo...? Está bem eu vou ver se ele pode
recebê-la, só um momento. — Diz a última frase em um tom
incomodado e se vira dando de cara comigo atrás dele. — Minha
nossa senhora, que susto...! Não sabia que o senhor tinha o poder
de se materializar na frente das pessoas... — Ele ofega espantado
pelo susto, eu sorrio.
— Quem é no interfone? Tem alguém subindo? — Pergunto
atento e ele encara o interfone antes de me encarar novamente.
— É o seu segurança dizendo que tem uma mulher lá em
baixo querendo vê-lo, disse que é sua namorada, senhor. — Diz em
um tom amargo me estendendo o interfone e eu pego, ele passa por
mim para se afastar mas seguro o seu braço o impedindo.
— Pois não, Demétrio? — Pergunto em um tom firme.
— Senhor, a Srta. Jessica deseja vê-lo, disse que é sua
namorada mas não posso deixá-la subir sem permissão, afinal o
senhor não nos avisou nada sobre ela.
— Fez bem, Demétrio, eu não tenho namorada, se eu tivesse
vocês saberiam sobre ela... Jessica foi apenas uma mulher com
quem saí algumas vezes mas não quero ver ninguém agora, estou
muito ocupado. — Encaro Scott e ele tem a sua atenção em mim,
mas se solta se afastando apressado com a cara emburrada. Sorrio
satisfeito com a sua reação!
— Tudo bem senhor, como quiser. — Diz antes de desligar o
interfone e eu faço o mesmo, me apressado para ir atrás de Scott.
Corro até o corredor e o vejo quase chegando na porta do
quarto de hóspedes, quando ele abre a porta para entrar eu o
alcanço abraçando o seu corpo.
— Vem comigo! Precisamos conversar. — Arrasto-o para
dentro do meu quarto e tranco a porta com ele protestando, pedindo
para soltá-lo, mas não o obedeço.
— O que você pretende com isso, Sr. Patterson? É melhor ir
atender a sua namorada, ou ela vai ficar zangada com você. — Ele
passa por mim e tenta abrir a porta mas está trancada.
— Você mesmo ouviu quando eu disse que não tenho
namorada, e não vou atender ninguém porque você e eu
precisamos conversar!
— Não temos nada para conversar, senhor, eu estou aqui
para cuidar do seu filho e nada mais... — Contesta com a voz
trêmula por eu me aproximar colocando-o contra a porta. Avanço na
sua boca.
Eu estava morrendo de saudade de sentir os seus lábios
carnudos e macios. Scott tenta resistir mas se entrega ao beijo
devorando a minha boca com a mesma intensidade, com o mesmo
ardor, mas de repente ele se solta de mim abruptamente e se afasta
indo para o centro do quarto, ofegante e furioso.
— Não tenho necessidade de mentir pra você Scott, eu posso
ter o homem ou a mulher que eu quiser aos meus pés, e não
perderia o meu tempo correndo atrás de um garoto que me rejeita,
mas se estou fazendo isso é porque eu me importo com você,
caramba...! É porque eu realmente quero você, Scott! — Aproximo-
me dele olhando nos seus olhos mas ele não diz nada, apenas
cruza os braços, sério. — Como eu já disse antes, eu me interessei
por você antes mesmo de saber que você e sua mãe estavam com
problemas, quando eu paguei pelos remédios e também o hospital,
eu só fiz isso para te ajudar e não para te prender a mim, ou usar
isso para te obrigar a ficar comigo, eu gosto de sentir prazer mas
também gosto de ver a pessoa que está comigo sentindo prazer,
gosto de ter alguém na minha cama por livre e espontânea vontade,
e eu jamais te forçaria ou te obrigaria a nada que você não
quisesse... Não pense que eu estou te ajudando com segundas
intenções porque não é isso, Scott, eu estou te ajudando porque eu
quero você para mim... Eu quero que você seja meu, Scott... Não
quero que seja de mais ninguém, você tem que ser meu... —
Aproximo-me cada vez mais e seguro a sua cintura, trazendo-o para
o meu corpo, ele ofega surpreso.
— Eu não mereço que brinquem comigo, Sr. Patterson... É
muito injusto o senhor se aproximar de mim me dizendo essas
coisas, me fazer ter sentimentos por você e depois dizer que não é
isso que você quer... Eu não mereço que brinquem comigo... —
Argumenta ainda ofegante, surpreendendo-me ao dizer que tem
sentimentos por mim.
— Não estou brincando com você, prometo que não estou
brincando... Me deixa cuidar de você? Seja meu...? Eu quero você,
meu pequeno. — Aperto a sua cintura puxando-o mais contra o meu
corpo e sinto-o estremecer.
Ele parece surpreso e eu encaro a sua boca, não resisto em
beijá-lo mais uma vez, me enlouquecendo de desejo por ele. Scott
se rende ao beijo e eu caminho com ele em direção a cama, desço
a minha mão até a sua bundinha e aperto fazendo-o gemer na
minha boca. Antes de deitá-lo na minha cama o admiro atento e
vejo-o aéreo me fazendo sorrir.
— Você me quer, Scott...? Diz para mim que você me quer,
pequeno? — Peço tirando a minha camisa e ele admira o meu peito
com desejo, mas não diz nada. — O que foi? O gato comeu a sua
língua afiada? Diz que me quer e eu serei seu, Scott... Eu quero
cuidar de você, quero te ajudar no que você precisar, quero te dar
tudo que você quiser, você só precisa me aceitar. — Passo o meu
polegar pelos seus lábios vermelhos e ele ofega, sussurrando um
gemido baixinho.
— Isso parece loucura... Mal nos conhecemos, só transamos
uma vez e você está me pedindo para ser seu...? Está me pedindo
para te aceitar? — Questiona em um sussurro se afastando.
— Ei! Relaxa, não estou te pedindo em casamento, estou
pedindo apenas que se seja meu. Eu quero conhecer você melhor,
eu sinto algo por você além de atração, eu não te desejo apenas na
minha cama, eu quero ficar com você, quero tê-lo sempre perto de
mim... Já faz mais de um mês que nos conhecemos, já faz mais de
um mês que convivemos juntos no trabalho e eu te desejo em
silêncio, era uma das minhas regras não me envolver com
funcionários, mas eu não resisto a você... Você me deixava confuso,
me deixava excitado com facilidade e eu já estava prestes a tomar
uma atitude quando você me agarrou, você deu o primeiro passo
porque também já estava interessado em mim... Porra, eu não
aguento mais ficar só te olhando sem poder me aproximar e te
beijar, eu quero você e muitos já perceberam isso. Você vir ficar com
David hoje foi uma armação de Nath para termos uma chance de
nos entendermos, Scott. A mãe do meu filho acha que estou
apaixonado por você... E acho que ela pode ter razão. Eu faço tudo
isso por você porque eu gosto de você, pequeno... Não fuja de
mim...? — Aproximo-me novamente tocando o seu rosto ele parece
espantado e até mesmo surpreso.
Puxo ele pela cintura e beijo-o mais uma vez saboreando os
sábios carnudos e rosados, sentindo o meu pau latejar de desejo.
Puxo a sua camisa arrancando-a do seu corpo e ele mesmo avança
na minha boca, me beijando ferozmente, chupando a minha língua e
mordendo o meu lábio inferior, aperto a sua bundinha pequena mas
Scott deixa a minha boca para beijar e chupar o meu pescoço, seus
lábios macios e úmidos descem pelo meu peito até chegar no meu
abdômen, ele se ajoelha na minha frente, abaixando junto a minha
bermuda e a cueca, a sua língua desliza pela minha pele e Scott
encara o meu pau com desejo, e olha para cima buscando os meus
olhos segurando o meu pau com firmeza, ele me acaricia e eu gemo
baixinho admirando os movimentos da sua mão me acariciando,
mas ele passa a sua língua por toda a minha extensão antes de me
engolir me arrancando um gemido rouco e alto, ele me chupa com
vontade me levando quase na sua garganta como ele fez ontem.
— Ahh Isso... Isso meu pequeno... Cacete, que boquinha
gulosa e gostosa...
Gemi segurando-o pela nuca, entrando na sua boca mais
rápido mas com cuidado para não machucá-lo, não quero que ele
sinta desconforto, quero fazê-lo gemer o meu nome com prazer.
Scott deixa o meu pau e se levanta se afastando, me deixando
frustrado e confuso, ele encara a minha cama e eu me aproximo por
trás beijando o seu pescoço, sentindo o seu corpo vacilar como das
outras vezes.
Desço beijando as suas costas chupando a sua pele e vejo-o
se arrepiar, me ajoelho atrás dele e abaixo a sua calça beijando a
sua bundinha lisinha, pequena, umedecendo a sua entrada com a
minha língua.
— Gael... Ahh Gael... Hummm...
Ele geme enquanto eu seguro firme as suas coxas lambendo-
o ainda com mais vontade.
Sinto as suas pernas tremeram e me levanto virando-o de
frente para mim, devoro a sua boca deliciosa em um beijo urgente
subindo na cama trazendo-o comigo, coloco Scott deitado no centro
da cama pondo-me sobre ele me encaixando entre as suas pernas.
Interrompo o nosso beijo e ergo a minha mão até a mesinha
de cabeceira, abro a gaveta pegando uma camisinha e o gel
lubrificante, me ergo para colocar a camisinha e vejo-o corar
admirando o meu pau, sorrio de lado e pego o gel inclinando-me
novamente sobre ele, beijando-o enquanto passo o gel na sua
entradinha, lubrificando-o para me receber, ele geme ao sentir o gel
geladinho e sorrir na minha boca, mas seu sorriso dà lugar a uma
expressão de prazer quando penetro um dedo nele, massageando-o
com cuidado. Encaro-o fixamente por um instante e ele ofega
mordendo o lábio inferior.
— O que está esperando, Gael...? Eu quero você...!
Ele desce a sua mão delicada entre nós e segura o meu pau
com força, posicionando-me na sua entrada e abraça a minha
cintura com as suas pernas.
— Não precisa pedir de novo, meu pequeno... Eu vou te dar o
que você quer... Ahh Eu te dou o que nós dois estamos queremos,
gostoso... Scott... — Sussurro em um tom rouco forçando a minha
entrada nele me instalando lentamente por completo dentro dele.
Tomo os seus lábios carnudos para mim em um beijo urgente
começando a me movimentar, acaricio o seu corpo pequeno
sentindo um prazer descomunal se instalar em mim, esse garoto é
gostoso demais, quanto mais eu meto nele mais eu quero me
enterrar preenchendo-o e permanecer aqui por longas horas, eu
quero isso mais vezes, quero isso todos os dias ou pelo menos o
quanto eu puder.
— Responde as minhas perguntas, Scott...? Você vai ser
meu...? Vai ser só meu e demais ninguém, pequeno...? Ahh diz? Diz
o que eu quero ouvir, vai...? Cacete que bundinha gostosa você
tem...
Apoio as minhas mãos na cama penetrando-o com mais
vontade, com mais força sentindo ele passa as suas mãos pelo meu
corpo, me acariciando e me excitando cada vez mais.
— Eu quero ser seu, Gael... Eu quero ser apenas seu... Ahh
eu sou seu... Gostoso...
Geme ofegante de olhos fechados me deixando fascinado
com os seus gemidos. Tomo a sua boca para mim chupando e
mordendo os seus lábios carnudos, me sentindo eufórico assim
como me senti ontem, me sinto insaciável querendo mais dele. Scott
geme com as suas pernas enroladas na minha cintura me puxando
contra o seu corpo, e ao mesmo tempo agarra o seu pau se
masturbando.
Ele geme em um sussurro mordendo o meu lábio inferior,
anunciando que vai gozar e posso sentir o seu corpo tremer.
— Goza gostoso, meu pequeno...? Goza porque eu também
vou gozar nesse cuzinho delicioso... Ahh cacete! Eu não aguento
mais...
Meto mais forte nele sentindo que vou gozar, me enterro todo
nele o esticando mais rápido e mais forte sentindo o meu corpo em
colapso, Scott geme com lágrimas nos olhos mas também vejo
desejo, ternura e isso me pega de surpresa, mas não paro os meus
movimentos, ele ainda se masturba e sei que ele vai gozar.
— Gael... Ahh...
Geme enquanto goza derramando o seu líquido entre nós e
eu gozo em seguida preenchendo essa bundinha gostosa que ele
tem.
— Cacete...! Puta merda...
Gemo ainda metendo nele, gozando, latejando nesse cuzinho
apertado. Devoro a sua boca ofegante, me sentindo sem forças e
desabo sobre ele, beijando e lambendo o seu pescoço, Scott tem a
pele tão delicada, tão macia e eu tenho vontade de passar horas
aqui, apenas cheirando e beijando a sua pele branquinha.
Suas mãos vagam pelas minhas costas e sinto seus lábios
quentes no meu ombro. Ergo-me para encará-lo e ele está sorrindo
de olhos fechados, aquele sorriso largo que só vejo quando ele está
distraindo David. Saio dele me deitando ao seu lado admirando-o
fixamente, o vejo corar, sorrio por isso.
— Porque está me olhando assim? Está me deixando sem
graça. — Questiona ainda sem graça e eu abro mais o meu sorriso.
Scott tenta se levantar mas puxo o seu corpo para o meu,
deixando-o de frente para mim.
— Eu gosto de ver você sorrindo, você fica ainda mais lindo...
Me dá mais tesão também. — Sorrio de lado e ele cora ainda mais
me fazendo gargalhar.
— Eu vou tomar um banho para ficar com David, com licença.
— Ele se solta de mim saindo da cama tentando cobrir as suas
partes intimas com as mãos, sorrio.
Ele entra no banheiro quase correndo e eu meu levanto indo
atrás, sorrindo por ele estar envergonhado. Entro no banheiro atrás
dele e Scott está ligando o chuveiro suspirando fundo, ele nem nota
a minha presença e eu me aproximo entrando no box parando atrás
dele, segurando firme a sua cintura mas ele se assusta, se virando
em um pulo.
— Sr. Patterson... Que susto...
Sussurra ofegante ainda envergonhado, ergo uma
sobrancelha para ele.
Capítulo 15

— Sr. Patterson... Que susto...


Sussurra ofegante ainda envergonhado, ergo uma
sobrancelha para ele.
— Você disse que é meu então pare de me chamar de Sr.
Patterson, entendido? E também não tem que ficar envergonhado
comigo, a poucos minutos atrás você não estava assim. —
Aproximo-me mais dele e o mesmo bate as costas na parede
gelada, voltando para mim quando sente o choque térmico da sua
pele no azulejo frio.
Abraço a sua cintura prendendo o seu corpo ao meu e mais
uma vez ele ofega, tomo a sua boca colocando-o contra a parede e
ele geme na minha boca.
— Diz o meu nome, Scott! Eu quero ouvir você dizer o meu
nome... Como você vai me chamar a partir de agora...? Diz o meu
nome! — Ordeno me esfregando nele sentindo ele ficar excitado
assim como eu.
— Gael... Eu preciso ir ver o David... Ahh...
Ele geme as palavras e isso só me excita mais.
— Você vai vê-lo sim... Mas não antes de sentir você mais
uma vez. — Aviso virando-o de costas para mim e ele não reage,
apenas geme baixinho pois sei que é isso que ele quer.
Acaricio a sua bundinha apertando com vontade e mordo o
lábio inferior, beijo o seu pescoço me esfregando nele louco para
senti-lo mais uma vez. Saio do box por um instante pegando uma
camisinha na gaveta da pia e volto para o box, Scott está ali parado
atento com aqueles olhos claros e intensos me admirando.
Aproximo-me dele ligando o chuveiro na água morna e entro
embaixo virando-o novamente, me encaixando na sua bundinha
apertadinha, transamos mais uma vez nos entregando aos desejos
dos nossos corpos e Scott parece menos envergonhado que antes.

Depois do nosso momento de prazer tomamos um banho e


nos enrolando em uma toalha voltando para o quarto, tendo
persuadi-lo a ficar na cama comigo mas ele sai catando as suas
roupas sem me dar confiança, ele se veste ali na minha frente e eu
tiro a toalha deixando a mostra o meu pau ganhando vida
novamente, ele me encara com desejo mas quando me aproximo
ele se apressa para chega até a porta, eu literalmente corro atrás
dele abraçando o seu corpo por trás, sentindo mais uma vez o seu
corpo ficar tenso com o meu toque.
— Ele está bem, Scott, se ele tivesse acordado ele teria vindo
até aqui, ou ouviríamos a voz dele na babá eletrônica... Porra, eu
passei duas semanas sem transar com ninguém desejando apenas
você, preciso recuperar o tempo perdido... Eu ainda quero você,
pequeno... — Sussurro no seu ouvido esfrego o meu pau nele, o
mesmo deita a cabeça em meu ombro respirando fundo.
— Me desculpe mas eu não vim aqui para transar com você,
e sim para cuidar do seu filho... Não que eu não tenha gostado de
transar com você, porque eu adorei, mas... Eu preciso dar atenção
ao seu filho mesmo ele dormindo... Então com licença, senhor. —
Rebate se soltando de mim e se afasta.
— Porra, deixa de ser teimoso, Scott! Vem ficar comigo...?
Scott! Scott...? Porra! Como é trabalhoso conseguir algo desse
garoto... Mas esse seu jeito impulsivo me fascina, droga! — Chamo
por ele mas ele entra no quarto do meu filho sem olhar para trás.
Entro de volta no quarto e vou até o closet, visto uma cueca
box branca e uma calça de moletom cinza, volto para o quarto e
pego o meu celular seguindo até a porta, saio do mesmo novamente
e sigo para o quarto de David entrando no mesmo instante, me
deparo com uma cena que me surpreende, Scott sentado na beira
da cama do meu filho acariciando os seus cabelos, sustentando um
largo sorriso, ele mal o conhece e já tem todo esse carinho por meu
filho.
Fecho a porta fazendo um pequeno barulho e Scott se
levanta surpreso, e ao mesmo tempo também sem graça.
— Vou deixá-lo com o seu filho, vou para o quarto de
hóspedes. — Ele vem na minha direção passando por mim mas
seguro o seu braço.
— Não vou demorar com o meu filho, eu vim te buscar para
passar a noite comigo, se não for no meu quarto será no seu mas
você vai ficar comigo hoje, você escolhe onde quer ficar. — Aviso
em um tom firme e decidido, sério, e vejo-o engolir em seco.
— Está bem... Como você quiser. — Concorda com a voz
trêmula e um olhar de desejo, porra, parece que gosta de me ver
contrariado.
Solto o seu braço e me aproximo da cama admirando o meu
filho, parece um anjinho dormindo tão serenamente. Lhe dou um
beijo demorado no alto da cabeça e me afasto indo até Scott, ele
tem um pequeno sorriso no rosto mas passo por ele pegando a sua
mão, levo-o para fora do quarto e sigo para o meu mas antes de
entrar no mesmo Scott aperta a minha mão e para me segurando no
lugar.
— Eu vou até a cozinha, estou com cede... Quer algo
também? — Pergunta em um tom suave, doce me fazendo desejar
beijá-lo agora mesmo.
— Tem um frigobar no meu quarto, você pode beber algo
aqui... Vem! — Ainda segurando a sua mão eu o arrasto para dentro
do meu quarto e o ouço respirar fundo.
Solto a sua mão fechando a porta e ele caminha pelo quarto
procurando o frigobar, fico aqui em pé admirando os seus passos e
pensando no que está acontecendo, depois de tantos anos me
divertindo sem me apegar a ninguém, me vejo preso a esse garoto
de aparência delicada e encantadora, eu quero que ele seja meu
como nunca quis outro alguém.
— Porque está me olhando assim...? Se não vai me dizer
onde fica o frigobar eu vou até a cozinha, já procurei pelo quarto
todo e não achei. — Questiona frustrado e envergonhado. Sorrio.
— Você cora com muita facilidade... Porra, isso me excita pra
cacete. — Comento me aproximo dele e mais uma vez ele engole
em seco.
Ele tenta passar por mim mas não deixo. Puxo-o pelo braço
trazendo ele para mim
— Minha garganta está seca... Estou com cede...
Interrompo-o com um beijo, chupo os seus lábios carnudos e
macios enquanto aperto o seu corpo contra o meu, merda! Já estou
duro de desejo para entrar nele novamente, estou viciado em Scott.
Ele se rende ao beijo sem reservas, sem timidez abraçando o meu
pescoço me puxando para si, gemendo na minha boca me deixando
enlouquecendo, sinto-o tão duro quanto eu e não resisto, caminho
com ele até a minha cama mas antes de deitá-lo na mesma ele
escorrega das minhas mãos se afastando de mim.
— Eu estou realmente com cede... Eu já volto... — Diz
extremamente ofegante e se apressa para chegar a porta, mas
chamo por ele.
— Espera! O frigobar ficar na porta daquele armário na
estante... Scott? — Ele não espera eu terminar de falar e sai
apressado do quarto. Porque ele está fugindo de mim?
Não vou ficar tentando descobrir a resposta para essa
pergunta, eu vou atrás dele agora mesmo. Saio do quarto mais uma
vez e sigo até a cozinha encontrando Scott em pé em frente a pia
bebendo água, me aproximo dele fazendo barulho para que ele não
se assuste e ele se vira, com a garrafa de água na mão, ele volta
até a geladeira e guarda a garrafa.
— Eu posso saber o porquê você está fugindo de mim?
Depois de tudo que aconteceu, eu sei, eu sinto o quanto você me
quer, então me diz, Scott...? Porque está fugindo de mim? —
Questiono sério e o mesmo parece apreensivo, mas desvia os seus
olhos de mim.
— Eu... É que... — Gagueja tentando se afastar mais, mas eu
não deixo e abraço o seu corpo por trás.
— Não fuja de mim, Scott? Porra, eu quero você, pequeno...
Eu quero você pra mim entenda isso! — Aperto a sua cintura
pressionando o meu pau na sua bundinha sentindo-o estremecer.
— Me desculpe, mas... Estou com dificuldade em acreditar
que você me queira de verdade, não estou com tempo para servir
de brinquedo para ninguém, Gael, peço que entenda o meu receio,
afinal, você é o meu chefe. — Se justifica se soltando de mim
apreensivo.
— Se eu quisesse apenas brincar com você, eu não perderia
o meu tempo me envolvendo com um funcionário meu, isso vai
contra as minhas regras pessoais, Scott. Eu já te expliquei isso, não
foi? — Aproximo-me novamente acariciando o seu rosto, mas ele
abaixa a cabeça.
Ergo o seu queixo com uma mão e com a outra puxo-o para o
meu corpo.
— Eu sinto algo por você, Scott, e não é apenas desejo. Eu já
me envolvi com muita gente e com nenhuma delas eu senti o que
sinto quando estou com você, com nenhuma delas eu senti o que
sinto quando você está longe, uma angústia, uma sensação de
perda como se me faltasse algo... Acredite em mim, pequeno...?
Não quero brincar com você, eu quero você para mim pois sei que
sou correspondido, sei que gosta de mim e eu também gosto de
você. — Confesso olhando fixamente em seus olhos e os vejo
marejados, o que está acontecendo com ele?
— Não vou mais fugir de você, Gael, eu não quero fugir... Eu
não planejei isso, mas... Estou me apaixonando por você, por isso
tenho tantos receios de que você esteja brincando comigo... Eu
quero você. Quero muito. — Revela com a voz emocionada e suas
lágrimas caindo me surpreendem.
Quando penso em questioná-lo Scott toma na minha boca me
beijando ferozmente, me deixando bêbado com esses lábios
viciantes, me desarmando completamente.
— Já está tarde... Vamos para o meu quarto, eu quero dormir
com você como fizemos ontem, foi tão bom, nunca me senti tão bem
dormindo ao lado de alguém como me sinto com você. —
Interrompo o nosso beijo com um largo sorriso no rosto, satisfeito
por ele decidir não fugir mais.
— Eu quero muito dormir com você, Gael, mas estou
preocupado em deixar David sozinho, a babá dele provavelmente
dorme perto dele e não quero que ele acorde sozinho. — Sinto a
sua preocupação no seu tom de voz, mas lhe roubo um beijo calmo,
um beijo prazeroso.
Estou encantado com a maneira como ele se preocupa e
interage com o meu filho, isso é impressionante.
— Se ele acordar ele vai me procurar no meu quarto como
ele sempre faz, a babá nem sempre dorme com ele...
— Eu não acho certo, Gael, David ainda é muito pequeno e
não sabemos como será a reação dele ao ver o pai dormindo com
outro homem, é melhor evitarmos isso, você não acha? — Ele se
solta de mim sério ainda preocupado.
Mais uma vez me surpreendo com a sua preocupação, Scott
é bem maduro para a idade que tem.
— Bom, eu nunca trago ninguém para minha casa quando o
meu filho está aqui, exceto no mês passado que bibi demais e
acordei com a aquela garota ao meu lado, mas... Talvez não seja
mesmo o momento de David me ver tão íntimo com outro homem,
não sei se ele será capaz de entender isso agora... Mas eu quero
tanto dormir com você, não precisamos fazer nada se não quiser,
podemos dormir vestidos e sei que ele não verá nada demais nisso,
apenas vamos dividir a cama... Bom, não sei se vou resistir com
você dormindo ao meu lado, mas... — Explico pensativo e sorrio de
lado.
— Gael! É melhor você dormir no seu quarto e eu durmo com
David, eu estou aqui para cuidar dele e não quero misturar as coisas
já que estou sendo pago para ficar com ele... Me desculpa mas é
melhor assim, quando ele não estiver com você tudo bem, mas com
ele aqui, não! — Me repreende em um tom firme e eu sorrio mesmo
frustrado. — Já nos divertimos bastante por hoje, então sei que
vamos dormir satisfeitos, mesmo não estando juntos... Boa noite,
Gael! Vou me deitar porque a manhã precisamos acordar cedo. —
Ele sorrir de lado, um sorriso torto mas encantador e isso me
fascina.
Quando foi que fiquei tão bobo por alguém como estou com
esse garoto?
Scott se vira para sair mas seguro-o pela mão me
aproximando rápido e lhe roubo um beijo ardente, cheio de desejo,
mas nos separamos ofegantes e vejo os olhos brilhando.
— Agora sim, tenha uma boa noite, pequeno... Nos vemos
amanhã no café da manhã. — Sorrio satisfeito por termos nos
entendido depois do que houve mais cedo.
— Boa noite, nos vemos amanhã. — Ele se afasta sorrindo
me deixando aqui feito um bobo.
Porra! Estou apaixonado como nunca estive antes, isso é
assustador mas estou feliz.
Vou até a geladeira e bebo um copo generoso de suco de
laranja, em seguida volto para o meu quarto e me jogo na cama e
como tem acontecido com frequência nas últimas semanas, meus
pensamentos estão nele, em Scott e naquela boca deliciosa que ele
tem.
Tento não pensar muito nele e foco os meus pensamentos
em tentar dormir, amanhã eu me levanto cedo então preciso dormir
cedo.
Me entrego ao sono me sentindo feliz como não me sinto a
tempos, sempre senti que me faltava algo mas agora me sinto bem,
me sinto completo mesmo dormindo sozinho longe do meu
pequeno.
Assim que pego no sono ouço o meu celular tocar mas o
ignoro, estou bêbado de sono e não quero acordar agora, o celular
para te tocar e eu durmo tranquilamente.
Novamente acordo com o meu celular tocando e me irrito
com isso, tento ignorá-lo mas o som insistente me incomoda e eu
pego o aparelho vendo um número desconhecido piscar na tela, não
atendo se eu não souber quem é, ainda más a uma hora dessas...
Mas o maldito telefone volta a tomar e só de raiva eu atendo.
— Espero que seja urgente e muito importante para me
incomodar a uma hora dessas! Quem é? — Atendo irritado e em
seguida ouço uma voz feminina enjoada.
— Eu posso saber o porquê você não quis me atender, Gael?
Eu passei uma hora na portaria do seu prédio...
— Eu perguntei quem é? Se não se identificar eu vou
desligar! — Aviso alterado por estar morrendo de sono.
— Sou eu! A Jessica! Eu quero te ver, porque não me ligou
mais? Eu estou com...
— Se toca, garota! Se eu não te liguei mais é porque o nosso
lance acabou, me desculpe por ser tão rude mas parece que você
só vai me entender assim, então por favor? Não me incomoda mais,
ok? Tenha uma boa noite! — Tento não ser tão grosso mas me
acordar a uma hora dessas por um motivo desses me deixa irritado.
Desligo o celular e tento voltar a dormir, não acredito que
essa mulher me acordou para me fazer cobranças, o sexo com ela
foi bom, foi gostoso mas nunca lhe prometi namoro ou algo do tipo,
me irrito com isso mas tento dormir novamente, meus pensamentos
vão naquele garoto gostoso dormindo no quarto da frente com o
meu filho, e eu nem posso ir até lá roubar-lhe um beijo para me
acalmar.
Viro de um lado para o outro tentando esquecer que Scott
está no quarto da frente, e cabo pegando no sono novamente.

Acordo já com o dia claro e o meu despertador tocando, são


seis da manhã e eu me levanto indo para o meu banheiro tomar um
banho e fazer a minha higiene pessoal, em menos de vinte minutos
já estou saindo do banheiro para ir me arrumar, entro no closet e
pego uma roupa para vestir, um conjunto social de três peças na cor
grafite, blusa branca e os sapatos pretos, me arrumo e poucos
minutos estou pronto pegando os meus pertences pessoais e saio
do quarto, sentindo o cheirinho de café, com certeza Silvana já está
terminando de preparar a mesa.
Sigo até a sala e assim que entro vejo de longe Scott
arrumando a mesa com o café da manhã e David já arrumado
tomando o seu café, olho para os lados e não vejo Silvana.
— Bom dia, Scott! Onde está Silvana? E porque você está
pondo a mesa do café? — Aproximo-me curioso e atento, mas ele
parece nervoso.
— Bom dia, Sr. Patterson... Quer dizer... Ahm... Dona Silvana
ligou avisando que chegará atrasada porque teve um problema
quando saia de casa, David acordou com fome então resolvi
adiantar o café da manhã... Espero que esteja do seu agrado. — Ele
encara a mesa para não me encarar, me sento atendo a ele que
continua de pé do outro lado da mesa.
— Bom dia, filho! Dormiu bem? — Dou um beijo no meu filho
admirando-o comer, mas volto a minha atenção para Scott.
— Sim papai, eu dormi bem... Estou com muita fome. — Diz
sem tirar a sua atenção do seu pãozinho.
— Que bom, filho, termina logo o seu café pois está quase na
hora de levar você na creche... Sente-se, Scott! Não vai tomar café?
— Dou uma golada no café e realmente está bom.
— Não estou com fome, Gael, depois eu como alguma coisa
se me der fome, eu vou arrumar a minha mochila para sairmos
logo... Com licença. — Ele sai me deixando confuso, aconteceu
alguma coisa e eu quero saber o que é.
— Filho, termina o seu café que o papai já volta, está bem?
— Peço já me levantando e ele apenas concorda.
Saio da mesa e sigo atrás de Scott afim de descobrir o que
houve para deixá-lo assim tão estranho, entro no corredor e vou até
o quarto de David mas ele não está, saio novamente e entro no
quarto de hóspedes o encontrando andando de um lado para o
outro inquieto.
Capítulo 16

— Vai me dizer o que houve ou vai continuar me escondendo


o que aconteceu? Eu já pedi para não mentir para mim Scott...! Me
diz o que houve? Estou vendo que está preocupado com alguma
coisa, seja lá o que for me diz? Eu posso te ajudar. — Fecho a porta
me aproximando dele, Scott esfrega as mãos nos cabelos
respirando fundo.
— Eu não queria te trazer mais problemas, Gael, você já está
me ajudando demais e eu não queria abusar... Mas estou com
medo... Eu realmente estou com medo, meu pai me ligou agora de
manhã me ameaçando de novo, ele está prometendo me entregar
para os amigos dele... O que eu faço? Me escondo ou o enfrento?
Me mato ou deixo ele me matar? — Revela ainda nervoso andando
de um lado para ao outro. Aproximo-me perplexo.
— Nunca mais repita uma besteira dessas, você me ouviu,
Scott Bennet? Eu não quero mais ouvir você dizendo essas
besteiras ou eu vou me chatear com você! — Repreendo-o em um
tom firme e bastante sério. Vejo-o me encarar surpreso. — Eu não
vou deixar nada acontecer com você se você não me esconder
nada, eu fui claro? Eu preciso saber o que acontece com você para
conseguir te ajudar e te proteger, e não se atreva a querer enfrentar
aquele covarde do seu pai sozinho, já tem gente atrás dele para
impedi-lo de se aproximar de você... Onde ele está? De onde ele te
ligou? Vamos me diz? — Questiono irritado incomodado por aquele
infeliz ter ligado o ameaçando.
— Eu não sei onde ele está, ele insiste que eu tenho que
retirar a denúncia que eu fiz contra ele, mas, ele tem que pagar por
quase ter matado a minha mãe... Eu só tenho ela, Gael, se eu retirar
essa queixa ele vai matá-la e a mim também! — Esbraveja tentando
manter o tom baixo mas sinto sua voz trêmula pelo choro que ele
segura.
— Você vai sim retirar essa queixa, Scott! — Aproximo-me
mais e ele me encara perplexo. — Precisamos encontrar logo esse
maldito do seu pai! E será mais fácil se ele puder andar livremente
por ai sem se preocupar em ser preso. Eu prometo que não vou
deixar nada acontecer com você e sua mãe enquanto ele estiver
livre, vou colocar seguranças vigiando o quarto dela no hospital e a
partir de hoje, você está proibido de andar sozinho. Vou colocar dois
seguranças a sua disposição para te acompanhar, e você não vai
mais me omitir nada, ouviu...? Eu prometo que vamos fazer o seu
pai pagar pelo que fez a sua mãe e também pelo que está fazendo
com você. — Explico ainda irritado andando pelo quarto, ele ainda
parece surpreso.
— Gael, eu... Eu não sei o que dizer... Obrigado por se
preocupar tanto comigo e com a minha mãe... E me desculpa por
trazer os meus problemas para você. Você não imagina o quanto
estou envergonhado por isso, mas não posso negar o quanto sou
grato por ter alguém como você tão empenhado em me ajudar...
Obrigado. — Scott avança sobre mim com um abraço tão forte, tão
sentindo e ouço a sua voz emocionada. Porra, ele está chorando?
— Não me agradeça, Scott... Não fica assim? Eu não quero
ver você chorando como da última vez que te levei para o hospital...
Por favor? Não chora, pequeno? — Aperto-o em meus braços
sentindo-o tremer vendo o quanto ele é indefeso, o quanto é frágil e
precisa dos meus cuidados.
Acaricio as suas costas e ele se solta de mim tomando a
minha boca em um beijo urgente e faminto, retribuo com o mesmo
ardor desejando estar dentro dele, desço a minha mão até a sua
bundinha apertando com vontade, ele geme na minha boca se
rendendo ao beijo chupando a minha língua e mordendo o meu
lábio me deixando louco de tesão, mas quando tento levá-lo até a
cama ele se solta de mim preocupado.
— É melhor voltarmos para sala... David está sozinho e pode
vir atrás de nós... — Alerta-me ofegante me deixando louco para
possuí-lo, mas ele tem razão.
— Claro... Vamos sim... Depois continuamos isso. — Puxo-o
de volta para mim. — Eu só preciso de mais um beijo. — Seguro ele
pela nuca e beijo-o ferozmente antes de me afastar. — Agora
podemos ir!
Pego-o pela mão e seguimos até a porta e abro lhe dando
passagem. Scott sai na frente com um sorriso tímido me fazendo
sorrir abertamente, adoro esse seu jeitinho tímido, é gracioso.
Voltamos para sala lado a lado e nesse momento o elevador se
abre, Nath sai dele entrando na sala empolgada.
— Bom dia! Eu vim buscar o meu filhote lindo que eu amo
tanto! — Ela nos admira sorridente mas corre até o nosso filho o
enchendo de beijos.
"Parece até que está a dias sem vê-lo. Sorrio abertamente."
— Bom dia, Sra. Nathalia! — Scott a cumprimentando com
um pequeno sorriso.
Paro no meio da sala e Scott vai até ela informando o que
David já tinha feito e o que não queria fazer, fico aqui apenas
admirando-os e eles conversam animados, me deixando satisfeito
por se entenderem tão bem. Nath tem sido uma grande amiga me
apoiando e me incentivando a fazer o que eu realmente quero, essa
mulher vale ouro.
Me junto a eles e Nath me encara com um sorriso imenso
percebendo que eu consegui me entender com Scott, apenas
balanço a cabeça concordando e ela abre ainda mais o seu sorriso,
admirando Scott com David. Os dois correm pela sala voltando até o
quarto do meu filho e Nath aproveita para pular em cima de mim.
— Ahh eu não acredito! Até que enfim vocês se acertaram,
Gael... Eu estou muito feliz por você, ex pegador, você está se
amarrando a esse garoto, eu não acredito nisso... Demorou mas
você foi fisgado, garanhão, fico feliz por isso. — Diz empolgada me
fazendo sorrir dessa sua eufórica.
— O que eu posso dizer? Eu estou mesmo gostando dele,
Nath. Não sei o que ele fez comigo mas eu gosto desse garoto e
estou disposto a tudo para ficar com ele. — Confesso pensativo,
sorrindo feito um bobo.
— Com essa cara de apaixonado você nem precisava ter me
dito nada, mas... Estou feliz de ouvir isso da sua boca. — Dispara
pegando uma torrada na mesa e se serve um copo de suco.
Me sirvo mais uma xícara de café, já que foi Scott quem
preparou para mim. Conversamos brevemente e logo David aparece
com Scott e assim saímos de casa, me despeço do meu filho e de
Nath na garagem e espero-os sair com o carro antes de entrar com
Scott na minha Lamborghini azul metálico.
Sigo com ele para empresa e no caminho ligo para Ricardo,
passando as novas informações sobre o pai de Scott, o mesmo fica
atento prestando atenção em tudo que falo, então mudo o rumo do
nosso trajeto e seguimos para delegacia, faço uma nova ligação
pedindo ao meu chefe de segurança para enviar três dos nossos
melhores homens para o hospital, onde a mãe de Scott está
internada, vejo do meu lado o meu pequeno respirar fundo e sei que
ele ainda está preocupado, mas lembro-o que tudo isso é para
pegarmos logo aquele infeliz e ele concorda.

Na delegacia eu acompanho Scott até a sala do delegado e


explico que estou assumindo as responsabilidades de Scott, e minto
que o pai dele foi embora do país prometendo não aparecer mais
por aqui em troca dele retirar a denúncia, o delegado contesta mas
Scott bate pé firme na decisão de retirar a queixa e o delegado
aceita sem contestar mais.
Saímos da delegacia e entramos no meu carro para
seguirmos para empresa, Scott atende a mais um pedido meu e liga
para o número que o pai dele ligou mais cedo, o informando que já
retirou a queixa contra ele, claro que ele pede uma prova então
Scott envia para ele uma foto do documento entregue pelo delegado
encerrando a denúncia.
O cara liga para o celular de Scott e eu atendo colocando no
viva voz, pedindo para Scott falar com ele.
— O que você quer agora, Rodolfo? Eu já fiz o que você me
obrigou a fazer, agora me deixa em paz por favor! — Diz Scott
irritado.
— Eu só liguei para te agradecer, filho, foi o melhor a se
fazer. Eu vou te deixar em paz, mas antes eu quero ver você... Eu
prometi te fazer virar homem e você sabe que eu não quebro as
minhas promessas. — Diz o infeliz gargalhando e eu aperto o
volante com força acelerando mais o carro.
— Porque é tão difícil pra você me aceitar como eu sou?
Porque você não some da minha vida já que me odeia tanto? Você
quase matou a minha mãe! Vive me desrespeitando me tratando
mal! Eu não entendo o porquê você está perdendo o seu tempo
infernizando as nossas vidas! — Esbraveja alterado e vejo o quanto
ele está tremendo.
Freio o carro bruscamente e pego o aparelho das mãos dele,
apertando-o com força.
— Eu vou te encontrar, seu infeliz! E quando isso acontecer
eu vou fazer você se lembrar de mim pelo resto da sua vida! Ou
melhor, eu vou te dar uma lembrança para você levar para o inferno!
UMA BALA NO MEIO DA TESTA ,SEU VERME MALDITO! —
Esbravejo entre dentes me controlando para não sair a procura dele
eu mesmo.
Aperto o celular com tanta força que ele se quebra saindo
fumaça do mesmo.
— Se acalma, Gael...! Por favor amor, se acalma? — Scott
segura a minha mão me encarando assustado, mas uma palavrinha
que sai pela sua boca me acalma instantaneamente.
— Você me chamou de quê...? Repete, Scott? Por favor
repete? — Peço surpreso ouvindo aquela palavrinha ecoar na minha
mente.
Ele parece apreensivo me olhando nos olhos, mas abaixa a
cabeça envergonhado.
— Eu te chamei de amor... Me desculpa, eu sei que não
devia...
— Ei? Diz de novo...? Me chama de amor de novo? — Peço
erguendo o seu queixo olhando-o dentro dos olhos e o vejo
estremecer.
— Aconteceu tudo muito rápido, Gael... Mas eu amo você...
Estou completamente apaixonado por você mas isso você já sabe...
— Declara ainda mais vermelho de vergonha e eu puxando-o pela
nuca.
Beijo-o ferozmente sentindo o seu gosto maravilhoso me
acalmar instantaneamente, mas interrompo o beijo ao ouvir buzinas
soarem atrás de nós.
— Meu Deus, Gael...! Coloca logo esse carro em
movimento... — Pede envergonhado se encolhendo no acento.
Sorrio.
Coloco o carro em movimento e sigo o nosso percurso me
esquecendo completamente do acontecimento anterior, depois de
ouvir essa declaração.
Meu sorriso está bem visível em meu rosto e Scott também
sorrir timidamente, me revelando o seu tom de pele rosado, como
esse garoto pode ser tão delicado? Sua pele é tão macia e seus
lábios rosados tão feminino.
Definitivamente eu nunca tinha ficado com um garoto tão
jovem e delicado, minhas conquistas se resumiam em mulheres
experientes e homens com o mesmo porte que eu, mas que
adoravam uma diversão a dois ou até mesmo a três.
Já transei com dois homens, duas mulheres, dois homens e
uma mulher e a diversão é sempre garantida, eu sempre desejei
curtir pessoas novas toda semana, mas, Scott me fez querer
experimentá-lo não só uma vez, mas quero tê-lo todos os dia porque
agora ele é meu.

Entramos na garagem da empresa e seguimos para o meu


elevador privado, subimos para o andar da presidência e vejo Scott
me encarar sem jeito, parece querer me dizer algo mas não diz
nada.
— O que foi agora? Quer me dizer algo? — Aproximo-me
dele mas ele se afasta encostando na parede de aço.
Aproximo-me mais apoiando as minhas mãos na parede de
aço e ele olha para a câmera acima de nós.
— O que pensa que está fazendo, Gael...? Aqui tem
câmeras! — Ele se esquiva de mim olhando disfarçadamente para
as câmeras.
— Esquece as câmeras, Scott! Ou você me diz o que quer,
ou me dá um beijo... O que escolhe? — Aproximo-me novamente
mas ele evita me encara, seu rosto está mais vermelho que um
tomate.
— É que... Eu... Eu preciso de um adiantamento para
comprar um telefone novo, você quebrou o meu celular e eu não
posso ficar incomunicável... O médico que atende a minha mãe
sempre me liga para me dar notícias dela. — Explica sem graça
mas me olha fixamente erguendo a cabeça, eu sorrio abertamente.
— Se precisar de um adiantamento para qualquer outra
coisa, eu te dou, mas para comprar o celular, não...! Fui eu quem
quebrou o seu aparelho então eu te dou um celular novo. —
Aproximo-me mais o encurralado pondo novamente as mãos na
parede de metal. Ele ofega encarando a minha boca. — Pelo visto
você também quer o beijo... E eu vou te dar. — Capturo os lábios
para mim em um beijo urgente.
Ele se entrega retribuindo com paixão, mas me empurra
sutilmente surpreso com a minha atitude diante da câmera.
— Gael, estão nos vendo agora e... — Interrompo-o com
mais um beijo e nesse momento as portas do elevador se abrem,
ele me afasta novamente.
— Coloca uma coisa na sua cabeça, Scott. Agora você é
meu! Você está apaixonado por mim e eu por você, então somos um
casal... Você quer que sejamos um casal? Quer namorar comigo,
Scott? — Afirmo confiante e decidido, ele arregala os olhos
chocado.
— Você... Você está me pedindo em namoro? Você não pode
estar falando sério, você... Quer mesmo namorar um garoto como
meu? Cheio de problemas...? Gael... — Pergunta incrédulo e eu
sorrio apertando o botão para fechar as portas do elevador
novamente, e assim acontece.
— Estou amando você, Scott Bennet... Não vou querer
namorar ninguém além de você... Problemas todo mundo tem e eu
quero estar com você para resolver os seus. E então? Quer ser meu
namorado? Você quer que eu seja o seu namorado, Scott? —
Coloco-o contra a parede de aço novamente e ele sorrir mesmo
ainda surpreso.
— Você é completamente louco... Graças a Deus por isso
porque eu quero sim namorar você... Cacete! Eu quero você, Gael!
— Diz eufórico e é a sua vez de me agarrar me jogando contra a
parede tomando a minha boca para si.
— Porra, Scott...! Se eu soubesse que ficaria assim tão
animado... Teria feito o pedido em casa. Assim eu conseguiria
comer essa bundinha gostosa que você tem. — Desço as minhas
mãos pelas suas costas e aperto a sua bunda fazendo ele sentir o
quanto estou excitado.
— Já que somos namorados agora, eu quero almoçar em
casa com você... Te darei a minha bundinha como sobremesa, mas
agora vamos trabalhar! — Ele se solta de mim me dando as costas
e eu abraço-o por trás, pressionando a sua bunda no meu pau.
— Porra... Porque você tinha que dizer isso...? Agora vou
passar a manhã inteira de pau duro querendo comer a bundinha do
meu namorado... — Lhe dou uma boa sarrada me esfregando nele e
ele geme.
— Ahh... Gael, vamos sair logo daqui...? Devem estar se
divertindo nos vendo aqui nesse agarramento... — Sussurra se
soltando de mim encarando a câmera, eu faço o mesmo.
— Esse... Garoto lindo...! É meu... Namorado! — Afirmo
pausadamente olhando para câmera e apontando para Scott, ele
me encara com um largo sorriso.
Aperto o botão para abrir a porta do elevador e pego Scott
pela mão saindo com ele em seguida, ele ainda parece chocado
mas não diz nada. Caminhamos de mãos dadas pelo corredor e de
longe vejo a minha secretária se levantar nos encarando espantada.
— Bom dia, Srta. Belmonte! Traga a minha agenda por favor.
— Cumprimento-a passando por sua mesa e entro na minha sala,
ainda de mãos dadas com Scott.
— Bom dia, senhor... Eu... Eu não acredito no que estou
vendo... Isso só pode ser um pesadelo! — Ouço ela dizer enquanto
entramos na sala e eu fecho a porta.
— Você percebeu o que acabou de fazer? Seremos alvos de
fofocas dentro dessa empresa por um longo tempo. — Comenta
indo para sua mesa e eu vou para minha.
— E você está preocupado com isso? Porque eu não estou...
Agora venha aqui dar um beijo no seu namorado! — Sorrio me
acomodando na minha cadeira e ele cruza os braços, mas vem na
minha direção.
— Não acho prudente misturar as coisas, Gael, aqui você é o
meu chefe... Não quero os outros funcionários falando mal de mim
por estar namorando o meu patrão. — Ele se aproxima se sentando
na ponta da mesa de frente para mim. Afasto um pouco a cadeira
para encará-lo melhor.
— Se alguém, qualquer um que seja falar ou fazer alguma
gracinha com você por causa disso, você vai me contar, está me
ouvindo? Eu não gosto de mentiras e omissões dos fatos e você
está ciente disso, então faz o que eu estou pedindo...? Não dê
ideias a ninguém aqui dentro, não dê importância a nada que ouvir e
faça você se sentir mal, entendeu? Promete para mim, Scott? —
Puxo ele para o meu colo e ele tenta sair, mas eu não deixo.
— Tudo bem, eu prometo! Agora me dá logo esse beijo
porque eu preciso voltar ao trabalho... — Tomo a sua boca para mim
lhe roubando o beijo que eu tanto queria.
— Oh meu Deus...! Sr. Patterson...? Scott...? Isso não pode
ser possível... — Nos assustando com a voz da secretaria e Scott
pula do meu colo apavorado.
Capítulo 17

— Oh meu Deus...! Sr. Patterson...? Scott...? Isso não pode


ser possível... — Nos assustamos com a voz de Aline e eu pulo do
colo de Gael apavorado por ter sido pego nessa situação.
— Isso é possível sim, Srta. Belmonte, é bom que vá se
acostumando com isso... Scott Bennet não é apenas o seu colega
de trabalho, ele também é o meu namorado e não quero ninguém
comentando sobre isso pelos corredores da minha empresa, eu fui
claro...? Precisa de algo? — Dispara Gael em um tom firme ainda
sentado na sua cadeira, eu fico aqui parado ao seu lado feito uma
estátua.
— Sim senhor, isso não vai acontecer... Eu trouxe a sua
agenda. — Ela nos encara perplexa e eu me sinto tenso, ela se
aproxima estendendo o Tablet para Gael e posso ver o quanto ela
está surpresa. Óbvio!
— Era só isso? Já pode se retirar! — Diz curto e grosso
pegando a agenda da mão dela e a mesma se apressa para sair.
Encaro Gael brevemente e ele faz o mesmo, afasto-me dele
indo para minha mesa sem saber o que dizer dessa reação de Aline.
Me sento na minha mesa e início os meus trabalho ainda sem
conseguir digerir a reação da secretária do meu namorado chefe, eu
preciso me acostumar com isso, na verdade eu não esperava me
envolver com ele e muito menos namorar, mas, aconteceu.
— É sério que você vai passar a manhã inteira desse jeito?
Você mal olha para mim, Scott. — Pergunta me encarando lá da sua
mesa e eu respiro fundo.
— Só estou focado no trabalho, Sr. Patterson. — Olho-o
brevemente antes de voltar a minha atenção nas minhas anotações.
— Você vai continuar com essa história de Sr. Patterson?
Porra acabamos de começar a namorar e não quero o meu
namorado me chamando de senhor... Isso me faz ter vontade de
foder você com força, Scott. — Me repreende em um tom rude e eu
me estremeço aqui sentado.
— Me desculpe, mas, aqui dentro eu sou seu funcionário
como todos os outros, por tanto vou continuar te chamando assim...
Mas fora daqui você será apenas o meu namorado, Sr. Patterson. —
Olho-o fixamente mesmo sentindo o meu rosto queimar de
vergonha. Porque eu tinha que ser tão tímido?
— Tudo bem, acho que posso aceitar os seus argumentos. —
Ele me dá uma olhada tão intensa que engulo em seco sentindo a
minha garganta áspera.
Volto ao trabalho tirando a minha atenção do meu chefe e ele
faz o mesmo, mas hora ou outra o surpreendo atento a mim.

A nossa manhã passa tranquilamente mesmo Aline entrando


algumas vezes na sala, nos olhando ainda sem acreditar que eu e
nosso chefe estamos juntos, na verdade ela não suspeitava de que
Gael fosse gay e de repente nos vê aos beijos nessa sala, talvez eu
também ficasse decepcionado se o visse beijando uma mulher, esse
homem chama atenção de qualquer um a sua volta, assim como
outros homens e outras mulheres se interessaram fácil por ele.
Saio dos meus pensamentos com um celular tocando e é o
celular de Gael, me lembro que estou sem o meu e preciso de outro
com urgência.
— Alô...? Sim sou eu, quem fala...? — Ele atende sério e faz
uma longa pausa. — Entendo perfeitamente, ele está sem telefone
no momento mas não se preocupe, pois esses homens estão aí
para fazerem a segurança da paciente, peço que no menor
problema em relação a eles ou a Sra. Adelaide, que o senhor me
ligue ou peça para me ligarem imediatamente, está bem...? — Ele
faz uma nova pausa e eu me surpreendo ao ouvir o nome da minha
mãezinha, me levanto indo até ele e paro na sua frente. — Sim, Dr.
Paulo, eu já liguei mais cedo e conversei com o diretor do hospital
sobre essa situação, ele está ciente sobre o acontecido com a Sra.
Adelaide e concordou que os seguranças serão o melhor para a
paciente... Bom, me desculpe por não ter ligado e avisado ao
senhor, pensei que o diretor o informaria sobre esse assunto, mas
como disse antes, pode me ligar a hora que for, eu atenderei... Está
bem doutor, obrigado por ligar e eu darei o seu recado ao Scott...
Igualmente! — Diz tranquilamente e encerra a ligação me
encarando atento.
— O que aconteceu? A minha mãe está bem? Eles vão
mesmo deixar os seguranças para cuidarem dela? — Pergunto
preocupado mas ele sorrir e se levanta dando a volta na sua mesa.
— Não se preocupe, a sua mãe está bem e está sendo bem
cuidada e protegida. Vamos passar no shopping na ida para casa
para comprarmos o seu telefone novo, eu te fiz um favor quebrando
aquele aparelho horrível, você estava mesmo precisando de celular
novo. — Ele me puxa para os seus braços mas ergo uma
sobrancelha.
— Aquele aparelho horrível foi o que pude pagar, Sr.
Patterson, não sou rico como você. — Tento me soltar sorrindo da
cara que ele faz mas ele não deixa.
— Você não é rico mas eu vou te dar tudo que você quiser...
É só me pedir, e não quero que se envergonhe por me pedir algo.
Eu estou mesmo levando você a sério, Scott, espero que me leve a
sério também, ouviu? — Ele abre um sorriso de lado me fazendo
retribuir espontaneamente.
— Eu sempre levo tudo muito a sério, Gael, mas quando eu
quiser brincar você vai saber. — Pisco para ele e mordo o lábio
inferior, ele respira fundo.
— Scott Bennet... Quando foi que começou a ser tão
provocante? — Ele desce a sua mão até a minha bunda e aperta
me puxando contra o seu corpo.
— Oh meu Deus...! Me desculpem... — Ouço a voz de Aline
parada na porta e me solto de Gael abruptamente.
— Srta. Belmonte! Eu sugiro que aprenda a bater na porta
antes de entrar se não quiser perder o seu emprego, é claro! Do
contrário eu posso demiti-la agora mesmo se preferir! — Gael a
repreende em um tom severo e eu engulo em seco, não quero ele
se exaltando com ninguém por minha causa.
— Me desculpe, senhor? Isso não vai se repetir. — Diz em
um fio de voz olhando de mim para Gael. — O senhor Robson quer
vê-lo antes de sair para o seu almoço... Com licença. — Vejo-a
vermelha de vergonha e sai sem dizer mais nada.
Encaro Gael apreensivo mas ele apenas se aproxima e
segura o meu rosto, me beijando calmamente, não tem como resistir
a um beijo dele, retribuo beijando-o com doçura, com paixão. Sinto o
beijo se aprofundar cada vez mais e isso é um perigo, então
interrompo o beijo.
— É melhor você ir falar com o Sr. Robson... Estou morrendo
de fome e ainda temos que passar no shopping, acho que podemos
aproveitar a viagem para almoçarmos lá, o que acha? — Sugiro ao
me soltar dele voltando para minha mesa.
— Negativo! Nós vamos almoçar em casa porque você me
prometeu algo para sobremesa, e eu quero receber, ouviu? — Ele
me lança um olhar faminto enquanto vai em direção a porta, engulo
em seco. Eu e a minha boca grande!
Não digo nada e ele sai me deixando aqui, recolho as minhas
coisas na minha mesa e arrumo a minha mochila, me sento
esperando Gael voltar e meus pensamentos vão na minha
mãezinha, eu preciso ir vê-la hoje e amanhã pois em dois dias vou
viajar a trabalho com Gael, vamos ficar dois ou três dias fora e vou
sentir muita falta dela.
— Quem diria! A mosquinha morta fisgou o nosso chefe... É
uma pena aquele Deus grego ser gay, isso explica ele não ter se
interessado por mim... Que desperdício, mas agora você vai se dar
bem, Scott, está pegando o chefe. — Saio dos meus pensamentos
com Aline entrando na sala vindo na minha direção.
— Eu não preciso pegar o nosso chefe para me dar bem,
Aline, não me interessa se ele é o meu chefe ou um estranho que
passar por mim na rua, se é rico ou pobre, nos interessamos um
pelo outro e ponto final! Ninguém tem nada a ver com a nossa
vida... Você está com inveja porque se ofereceu para ele e ele não
te quis, e agora está me tratando com despeito por eu estar com ele
e você não. — Me levanto dando a volta na minha mesa olhando-a
dentro dos olhos.
— Fala sério, Scott, como um homem do porte do Sr. Gael
Patterson vai se interessar por um morto de fome com você? O que
você fez para conseguir ir pra cama com ele? Você está pensando
que isso vai durar? Acha que está vivendo um conto de fadas onde
o empregado se apaixona pelo chefe? — Questiona sorrindo com
deboche e isso me surpreende, ela parecia ser uma pessoa
diferente.
— Eu não acredito em contos de fadas, não sou assim tão
iludido o quanto você está pensando, Aline. Mas uma coisa eu
posso te garantir, mesmo que amanhã ele não me queira mais eu
vou sair da vida dele feliz, porque eu estive nos braços dele como
você está desejando desde que entrou aqui, mas nem sequer
conseguiu chegar perto dele direito... Quer falar de mim? Fica à
vontade! Estou cagando para você, querida. — A encaro com o
mesmo sorriso de deboche e ela fecha a cara para mim.
— Eu não sabia que você se prestava a esse papel de se
tornar o brinquedinho do chefe, está gostando de dar a bundinha
para ele, bichinha? Viadinho escroto! — Ela força um sorriso mas
vejo o ódio e a inveja nos seus olhos. Respondo-a com um tapa no
rosto.
— QUE PORRA ESTÁ ACONTECENDO AQUI! SERÁ QUE
VOCÊS PODEM ME EXPLICAR? — Ouço os gritos de Gael parado
na porta e eu me assusto assim com Aline.
— Eu posso explicar, senhor... Eu fiz um comentário sem
maldade e Scott me respondeu com agressões... Eu juro que não fiz
nada demais. — Aline mente descaradamente e Gael parece
furioso.
Sinto os meus olhos arderem pelas lágrimas se formando,
mas seguro-as para não deixá-las cair.
— Ela está mentindo, Gael! Ela me ofendeu e eu apenas me
defendi, não é porque ela é uma mulher que não vou dar uns tapas
nessa cara de pau que ela tem... Por favor acredita em mim? Eu só
me defendi, eu prometo que não estou mentindo? — Me justificou
irritado olhando em seus olhos e ele se aproxima parando ao lado
dela, com um olhar sério.
— Não precisa prometer e nem jurar nada, Scott! — Seu tom
é firme fazendo o meu peito se apertar e a vadia sorrir de lado.
— Mas Gael eu não tive culpa de nada, foi ela quem...
— Calado, Scott! Eu não terminei! — Me repreende no
mesmo tom firme e eu sinto uma lágrima quente escorrer pelo meu
rosto, o meu peito se aperta e i meu coração acelera. — Eu ouvi
tudo, cada palavra que foi dita nessa sala e eu não tolero
preconceito! Racismo! Billings! Homofobia! Discriminação e nem
porra nenhuma! — Esbraveja me olhando fixamente nos olhos, mas
se vira para encarar Aline. — Você está demitida, Srta. Aline
Belmonte! Eu quero você fora da minha empresa agora mesmo!
Mas antes eu vou deixar uma coisa bem claro para você. Esse
garoto a quem você estava tirando sarro da cara dele, é melhor que
você em tudo, é por isso que eu não preciso de você aqui... E ele
não está me pegando, ele é meu namorado e você devia ter
pensado mil vezes antes de mexer com ele. Agora passe no RH
para acertar as suas contas! Você está saindo por justa causa! —
Diz em um tom rude com um olhar de desprezo, ela abre a boca
para argumentar mas ele faz sinal para ela parar. — Nem tente
contestar a minha decisão porque ela é uma só! Agora dê o fora da
minha empresa! — Insiste curto e grosso e ela sai furiosa comigo.
— Eu pensei que você não fosse acreditar em mim... Porra,
Gael! Você me assustou, eu pensei que fosse...
— Pensou que eu fosse te decepcionar...? Eu jamais farei
isso, Scott, eu gosto mesmo de você e não quero que me deixe, por
isso jamais vou te decepcionar, meu pequeno. — Ele toca o meu
rosto e passa o seu polegar pelos meus lábios, sem aviso prévio ele
toma a minha boca em um beijo calmo, mas muito intenso.
Ainda não acredito que ele me defendeu e ainda demitiu
aquela mal amada por minha causa, Gael Patterson realmente me
ama, não tem como duvidar depois dessa prova de amor.
— Vamos almoçar! Robson e os outros querem almoçar
conosco em um dos nossos restaurantes. — Ele se solta de mim ao
terminar o beijo e vai até a sua mesa pegar as suas coisas, e eu
faço o mesmo.
— O restaurante é de vocês ou é apenas um restaurante
preferido? Você acha uma boa ideia eu ir almoçar com você e os
outros? Não sei se vou me sentir à vontade, com certeza vão me
encher de perguntas... Você vai dizer a eles que estamos juntos? —
Pergunto apreensivo voltando na sua direção, ele sorrir atento a
mim.
— Quantas perguntas... Bom, o restaurante é realmente
nosso, temos três restaurante espalhados pela cidade, dois são
meus e um deles eu tenho uma sociedade com Dominic e Robson...
E sim, eu acho uma excelente ideia você ir almoçar conosco, porque
eu pretendo te apresentar a eles como meu namorado... E não se
preocupe, os meus amigos que a partir de agora também serão
seus amigos, eles sabem da minha orientação sexual, então relaxa,
ok? — Eu paro em frente a sua mesa e ele dá a volta na mesma se
aproximando de mim.
Respiro fundo ainda apreensivo, mas ele pega a minha mão
me guiando para fora da sua sala. Caminhamos pelo corredor mas
quando vejo o Sr. Robson saindo da sua sala com sua esposa, por
impulso e por receio eu solto a mão de Gael, que parece confuso
com a minha atitude, encaro-o envergonhado e ele sorrir
balançando a cabeça negativamente, mas respeita a minha atitude
de não seguir de mãos dadas na frente de seus amigos.
— Oi Scott! Tudo bem? Eu não te vi hoje, pensei que nem
tivesse vindo trabalhar... E sua mãe, como está? — Pergunta Sra.
Clara abraçada ao marido com um sorriso gentil.
— Eu estava concentrado no trabalho e praticamente não saí
da sala hoje. E minha mãezinha está bem, obrigado por pergunta,
Sra. Clara... Se me permite dizer, a senhora está muito linda, com
todo respeito, Sr. Parker. — Retribuo o sorriso admirando-a atento
pois essa mulher tem classe, ela sabe bem como se vestir.
— Concordo com você, Scott, a minha mulher está realmente
lindíssima... Aliás, a cada dia que passa ela fica mais linda, isso é
surpreendente. — Comenta encarando os lábios da esposa com
desejo e eu coro envergonhado.
— Obrigada, meu amor... E obrigada a você também, Scott.
Aliás, precisamos conversar, eu tenho uma proposta para você e
tenho certeza de que vai gostar, Tatiana também vai te procurar mas
a ideia dela é a mesma... Vem comigo! Vamos procurá-la porque
estamos ansiosas para saber a sua opinião. — Ela sorrir se soltando
do marido enlaçando o seu braço no meu e me arrasta para algum
lugar, deixando os nossos homens para trás.
Sra. Clara me arrasta para o outro corredor mas assim que
entramos no mesmo, vejo a Sra. Tatiana vir com o seu marido, o Sr.
Dominic, ela também se solta do mesmo se apressando para vir na
nossa direção.
— Oi Scott! Clara já falou com você sobre a nossa ideia? Eu
espero que não porque combinamos de falar com você juntas. —
Ela se aproxima empolgada e me cumprimenta com um beijo no
rosto, eu rapidamente retribuo.
— A única coisa que estou sabendo é que as senhoras
precisam falar comigo, espero poder ajudar. — Fico meio sem jeito e
elas gargalham.
— Pelo amor de Deus, Scott! Chega dessa história de
senhoras, você sabe os nossos nomes então nos chame por ele...
Vamos! Precisamos expor as nossas ideias para você pois
queremos colocá-las em prática logo. — Tatiana também enlaça o
seu braço no meu e juntas elas me arrastam em direção ao
elevador.
Encaro Gael parado com os outros chocados com esse
acontecimento.
— O que aconteceu com essas mulheres? E porque o Scott
se bandeou para o lado delas? — Pergunta o Sr. Dominic enquanto
seguimos a frente deles.
— É meus amigos, fomos abandonados... —Ouço a voz do
Sr. Robson e paramos em frente ao elevador.
Essas duas mulheres lindas estão realmente empolgadas,
falando sobre a tal conversa que ainda não sei do que se trata.
— Começamos a namorar hoje e suas mulheres já estão
tirando-o de mim... Eu ia ganhar uma sobremesa especial hoje mas
pelo visto, não vai rolar. — Ouço a voz de Gael atrás de mim e
rapidamente sinto o meu rosto esquentar de vergonha.
— Oh meu Deus...! Você e o Scott...? Vocês...? Você estão
namorando? — Pergunta Clara em um tom mais alto que o normal e
vejo Gael revirar os olhos.
— Fala um pouco mais alto, Clara, você está falando baixo
demais... Os funcionários do térreo não ouviram. — Ele se aproxima
me puxando para o seu corpo e vejo todos com um olhar de
surpresa.
— Gael, para com isso! Está me deixando constrangido! —
Repreendo-o me soltando dele mas o cínico me puxa de volta me
prendendo ao seu corpo.
— Eles são os meus amigos e eu não escondo nada deles...
Todos já sabiam do meu interesse por você, agora eles precisam
ficar sabendo que estamos oficialmente juntos, meu pequeno. —
Seu tom é suave e seu sorriso tão lindo que me derrete.
— Ai que lindo... Eu não acredito que você não nos contou
nada antes, Scott? Vocês estão juntos desde quando? Porque só
nos contaram agora? Porque está tão vermelho, Scott...? Agora
você é namorado do presidente e precisa se enturmar mais
conosco. — Tatiana se empolga me puxando para um abraço
apertado e eu me sinto bem com isso, pelo menos elas me
aceitaram bem como namorado de Gael.
— Eu sabia que isso iria acabar acontecendo, eu nunca vi
Gael tão estressado para ter alguém como ele ficou por Scott... É
rapaz, você conseguiu de Gael coisas que ninguém mais conseguiu
até agora. Está amarrando o meu amigo. — Comenta o Sr. Dominic
e eu me solto de sua esposa me deixando novamente
envergonhado.
— Não estou prendendo ninguém, Sr. Serrano... Ao contrário,
eu me prendi nele sem perceber. — Comento espontaneamente e
vejo Gael abrir mais o seu sorriso.
— Gente! Nós vamos almoçar ou não? Estou faminto...
Vamos conversar melhor com Scott no restaurante enquanto
comemos, meu estômago está dando nó. — Questiona o Sr.
Robson sorrindo, abraçando a sua esposa e nesse momento o
elevador se abre.
Entramos no mesmo e Gael me puxa novamente para o seu
corpo, me sinto envergonhado pois estamos os três casais
abraçados e todos ainda surpresos com essa novidade, mas com
um sorriso gentil em seus rostos.
Capítulo 18

Chegamos no restaurante e nos acomodamos todos em uma


mesa no canto próximo a janela, o garçom se aproxima nos
oferecendo o cardápio e todos fizemos os nossos pedidos, já faz
dias que estou querendo comer bife com batata frita então esse foi o
meu pedido, enquanto os outros pedem um prato mais sofisticado.
— Estou curioso para saber sobre a proposta de vocês para
Scott, Clara, do que se trata? — Gael pergunta realmente curioso
assim como eu.
— Preocupado com o namorado, Gael? Que bonitinho, estou
adorando esse seu lado fofo. — Comenta Tatiana me fazendo corar
envergonhado, Gael sorrir largamente.
— Mas é claro, eu preciso cuidar do que é meu assim como
os maridos de vocês cuidam das esposas... Scott está se tornando
muito importante para mim e sei que vocês sabem disso. — Ele me
dá um sorriso de lado e pega a minha mão sobre o meu colo, me
fazendo corar violentamente, não estou acostumado com gestos
como esse em público.
— Está certo! Bom, como você mesmo sabe, eu e Clara
estamos inaugurando três lojas de grife essa semana, e uma das
lojas será voltada para o público masculino, nós vamos contratar
alguns modelos para um dia de desfile, para apresentação de
algumas peças que entrarão no portfólio, e Scott tem exatamente o
perfil que queremos para modelar nesse desfile... Seriam apenas
uma vez na semana dependendo da movimentação, mas caso
precise e Scott concorde, nós passaremos para dois dias de desfiles
na semana... Já temos alguns modelos das três categorias mas eu
gostaria muito de ter você na nossa equipe, Scott... Então? O que
me diz? — Explica Clara empolgada assim como Tatiana, mas eu
estou surpreso, não imaginava e não esperava por isso.
— Bom, eu me sentiria honrado em poder fazer parte desse
projeto, Clara, principalmente porque será ao lado de duas pessoas
tão incríveis como vocês, mas... Não sei se isso implicaria na meu
trabalho na Patterson pois não posso ficar em dívidas com Gael, já
estou devendo muito e... — Comento empolgado mas me encolho
na cadeira ao admitir para eles a minha atual situação, Gael me
interrompe.
— Se trabalhar com elas é o que você quer e vai te fazer
feliz, eu te libero nos dias indicado para os desfiles... Não quero que
deixe de fazer o que gosta por estar me devendo, Scott, nós já
conversamos sobre isso. — Seu tom é sereno e seus olhos estão
atento em mim. Sorrio.
— Obrigado, mais uma vez você está sendo muito generoso
comigo... Só não te dou um beijo agora porque estamos em público
e isso me mataria de vergonha. — Digo espontaneamente em um
tom baixo mas vejo todos na mesa sorrir atento a nós.
— Porque isso te envergonharia? Somos um casal como
qualquer outro, somos namorados, Scott... Posso te beijar onde e
quando eu quiser. — Gael se inclina me roubando um selinho.
— Gael! Existem muitas pessoas preconceituosas e você
sabe disso, sabe o quanto pessoas como nós sofremos pela nossa
orientação sexual e eu convivi muito com isso dentro da minha
própria casa... Me desculpem, eu não devia estar falando sobre
esse assunto chato em um momento tão agradável como esse. —
Repreendo-o sério mas abaixo a cabeça ao perceber os olhares
atentos em mim.
— Imagina, Scott, você não tem que se desculpar, vocês não
são o único casal gay que conhecemos e sabemos o quanto é triste
ver a orientação sexual de alguém sendo motivo de críticas... Mas
saiba que você tem em nós uma amizade que você vai poder contar
sempre, não se envergonhe por quem você é e por quem você quer
ser, a vida é sua e ninguém tem o direito de dizer o que você deve
ou não ser. — Tatiana estende a sua mão pegando a minha com
carinho e Clara faz o mesmo.
— Essa é a minha garota, inteligente e muito sábia com as
palavras... Faço das palavras da minha esposa as minhas, Scott...
Você sempre terá o nosso apoio, rapaz. — Dominic me estende a
mão e eu pego sustentado o seu aperto de mão firme, seu olhar
confiante me passa a segurança de que eu precisava.
— Agradeço a todos pelo apoio, vocês não imaginam o
quanto é importante poder contar com alguém mais além da minha
mãe, além de alguns poucos amigos que fiz na faculdade, minha
mãe era a única que me entendia e me apoiava nas minhas
escolhas, tudo que ela queria para mim é a minha felicidade e
mesmo ela em uma cama de hospital, eu posso dizer que estou
feliz... Graças ao Gael a minha mãe está melhorando e vai sair
daquele hospital em breve, eu creio nisso... E também graças ao
Gael eu tenho amizades importantes como a de vocês. — Pego a
mão dele por baixo da mesa e ele sorrir de lado me fazendo mais
uma vez corar.
— Você é um bom garoto, Scott, merece tudo de bom que
está acontecendo com você, rapaz. Agora vamos comer porque eu
estou faminto. — Robson me dá um pequeno sorriso mas encara o
garçom chegando com a nossa refeição.
Sorrio abertamente enquanto somos servidos e assim
começamos a almoçar. O clima está bem agradável e o papo bem
descontraído, estou surpreso mas também muito feliz por estar
presenciando Gael sorrir tanto, esse homem tem o sorriso tão lindo,
é difícil não o admirar mas tento fazer isso discretamente.
— Com licença, senhor! Me pediram para lhe entregar isso...
Do cavalheiro sentado no bar. — Me assusto com um garçom
parado ao meu lado me entregando uma taça com um drink e um
bilhete.
Olho em direção ao bar e vejo um homem muito bonito me
encarando, mas não o conheço, volto a olhar para o garçom e vejo
Gael pegar a taça e o bilhete da mão do mesmo. Gael encara o
bilhete e se levanta irritado saindo da mesa, mas também me
levanto entrando na sua frente.
— Filho da puta! Eu vou ensiná-lo não ficar mandando
bilhetinho para o meu...
— Por favor, Gael? Não faz isso? Na certa esse cara pensou
que somos apenas amigos por isso mandou o bilhete, não arruma
confusão aqui dentro, por favor? Eu estou te pedindo? — Peço aflito
encarando o fundo dos seus olhos e ele respira fundo encarando o
cara lá no bar.
— Se esse cara te mandar mais um bilhete sequer, eu acabo
com ele aqui dentro mesmo, eu fui claro? — Avisa naquele seu tom
sério e acena com a cabeça para eu me sentar.
Não digo mais nada e me sento vendo-o se sentar em
seguida, aquele sorriso de antes desapareceu e sei que não vou vê-
lo tão cedo. “Porque os pretendentes só aparecem quando você já
está comprometido?” Quando a gente está solteiro parece que já
está todo mundo comprometido e só a gente está sozinho, mas é só
começar a namorar para chover pertencentes de todos os lados.
Terminamos o nosso almoço com Gael ainda emburrado
encarando o cara ainda lá no bar bebendo, mas dessa vez ele está
acompanhado mas hora ou outra seus olhos estão em mim. Gael
chama o garçom e pede para encerrar a conta, fico atento a ele mas
o mesmo continua emburrado, o garçom volta com a maquininha de
cartão e vejo uma breve discussão para decidir quem pagará a
conta, mas parece que Gael sempre consegue o que quer.
Depois da conta paga saímos do restaurante e nesse
momento os carros encostam na entrada do estabelecimento, Gael
abre a porta da sua Lamborghini preta para eu entrar e dá a volta na
mesma entrando em seguida, mas antes que eu consiga entrar, uma
loira me empurra para o lado e entra no carro fechando a porta me
deixando chocado, olho para os lados e vejo os outros me
encarando sem entender nada.
— Que porra você pensa que está fazendo? Ficou maluca?
Sai da porra desse carro agora! — Esbraveja Gael saindo do carro
irritado e a mulher também sai com um olhar furioso.
— Você está enganado se acha que vai me dispensar assim,
Gael! Eu não vou aceitar isso, ouviu bem? Eu não sou mulher para
ser dispensada! — Esbraveja a loira furiosa e vejo Gael dar a volta
no carro feito uma águia.
Afasta-me pois se ele tem algum problema com essa mulher,
ele vai ter que resolver. Vou em direção a Clara e Tatiana enquanto
ouço Gael esculachar a mulher que ele chama de Jessica.
— Eu não sou homem de ficar aceitando ninguém falando
comigo nesse tom! Nós transamos e foi muito bom, mas acabou! Eu
enjoei de você e não quero mais ter que te ver outra vez...! Estou
comprometido com outra pessoa e não quero você fazendo
escândalos com o meu nome, ou você verá do que sou capaz! —
Esbraveja entre dentes olhando-a dentro dos olhos e vejo-a se
encolher.
— Tatiana? Será que vocês poderiam me dar uma carona até
a empresa? Não vou ficar aqui presenciando isso. — Peço
esperançoso e ela parece preocupada.
— Mas é claro que sim, Scott, entra no carro! — Ela abre a
porta do carro para mim e eu entro, Tatiana e Dominic entram em
seguida e saímos dali.
O carro passa pelo carro de Gael e vejo-o tentando se soltar
da mulher que gruda nele feito um carrapato, abaixo a cabeça
insatisfeito com essa situação, não vou negar, odiei ver uma mulher
fazendo essa cena toda por causa de Gael, sei que ele não tem
nada com ela pois não é a mesma mulher do outro dia, mas porque
ela está fazendo tudo isso se eles não tem nada sério? Acorda
Scott! Um homem lindo e milionário como Gael? É lógico que elas
vão cair matando em cima dele, agora que me dei conta de que vou
ter que me preocupar não só com homens dando em cima dele,
mas com mulheres também.
Tatiana me encara pelo retrovisor mas não diz nada, ela sabe
que não quero falar sobre o que aconteceu e me deixa quietinho no
meu canto. Seguimos para empresa calados e em poucos minutos
estamos entrando na garagem subterrânea do prédio, Dominic para
na sua vaga e nós saímos do carro no mesmo instante em que vejo
o carro de Gael, e também o carro de Robson entrando na garagem,
mas não consigo esperar por ele e vou em direção ao elevador,
aperto o botão e o mesmo se abre, entro no elevador e aperto o
botão para as portas se fecharem.
— Scott? Espera, vamos conversar? Scott! Merda! — Vejo
Gael vir apressado na minha direção mas deixo as portas do mesmo
se fecharem.
Preciso respirar fundo, não estou acostumado com cenas
como aquelas assim na frente de todos, Rodolfo sempre me
humilhou, me bateu e me desprezou, mas nunca passei por algo
assim em públicos, as pessoas que entravam e saiam do
restaurante paravam para prestar atenção naquela cena lamentável,
imagine o tamanho da minha vergonha?
Não estou chateado com Gael mas eu preciso digerir aquela
situação sozinho, talvez aquela mulher não seja a única a aparecer
atrás dele cobrando alguma satisfação, e eu preciso saber lidar com
isso.
O elevador se abre no andar da presidência e eu saio
indeciso se vou ou não para sala dele, olho para os lados e sigo em
direção às escadas, subo para o terraço afim de respirar um pouco,
não quero nenhuma explicação de Gael pois eu entendi claramente
que ele a dispensou, mas ela não está aceitando isso bem, bom,
azar dela porque esse homem agora é meu, não sei até quando
mas vou aproveitar ao máximo a sua companhia.
Saio no terraço andando pensativo, me vem a imagem da
minha mãezinha na memória, eu preciso passar no hospital para vê-
la hoje, preciso me desabafa com ela mesmo sabendo que não terei
respostas, mas vou me sentir bem só por estar perto dela.
Me encosto no muro de proteção admirando a cidade daqui
de cima, minha nossa, isso aqui é muito alto, dá até tontura olhar lá
para baixo.
— Que merda você pensa que está fazendo? Se afaste daí,
Scott! — Me assusto com a voz de Gael e me viro abruptamente.
— Que susto, Gael...! Quer me fazer cair daqui de cima...?
Você não pensou que eu iria pular, não é? Seu louco! Custava fazer
um barulho ou avisar que estava se aproximando? — Repreendo-o
em um tom sério pondo a mão no peito e vejo-o respirar fundo.
— Você estava distraído, não foi a minha intenção te
assustar... Porque veio para cá? Está chateado com o que
aconteceu agora pouco? — Ele se aproxima sorrateiramente meio
sem jeito, me fazendo sorrir.
Me afasto do muro de proteção indo até ele sorrindo, mas o
meu sorriso morre ao me lembrar daquela mulher o agarrando.
— Eu precisava respirar um pouco, não estou acostumado a
passar por uma situação como aquela em público... Vou ter que me
acostumar com homens e mulheres te cobrando atenção? Te
cobrando compromisso...? Você é meu, Gael! Não vou dividir você
com ninguém, ouviu bem? Se ainda tem algo com aquela mulher é
melhor...
— É melhor você parar de falar...! Me beija logo, eu estou
com saudades dessa boca deliciosa. — Ele me puxa para o seu
corpo sorrindo de lado, me deixando tenso.
— Pensei que não fosse me pedir isso nunca. — Abraço o
seu pescoço e beijo-o calmamente, mas Gael me beija de um jeito
intenso e faminto.
— Eu quero sentir você... Já estou enlouquecendo de tanto
tesão. — Sua mão desce até a minha bunda e aperta me puxando
contra o seu corpo.
— Aqui não, Gael... Não sei se hoje vai ser possível, eu
quero passar a noite com a minha mãe... Gael... Ahh... —
Interrompo o beijo ofegante mas ele chupa o meu pescoço me
fazendo gemer.
— Fala sério, Scott...! Não vou conseguir dormir sem sentir
você... Vai ver a sua mãe e volte, se quiser pode ir agora mesmo
mas eu quero você na minha cobertura quando eu chegar... Ouviu?
— Sugere antes de avança na minha boca novamente.
— Gael...! Eu tenho casa, não posso ficar dormindo na sua
cobertura. — Contesto me soltando dele e o mesmo suspira
frustrado.
— Porra, eu sou o seu namorado, Scott! Não quero você
morando com aquele tal de Nando, você pode não ter percebido
mas aquele moleque está afim de você. Não quero você morando
perto dele então leve as suas coisas lá para casa, se não quiser
morar comigo você pode ficar em um dos meus apartamentos, mas
com aquele Nando você não fica! — Contesta irritado andando de
um lado para o outro me pegando de surpresa com essa reação.
— Eu não posso aceitar isso só por estarmos namorando,
Gael, não quero que pense que estou me aproveitando da sua boa
vontade por...
— Pensa na sua mãe, Scott? Para onde você vai levá-la
quando ela tiver alta do hospital? Vai colocá-la naquele buraco que
o seu amiguinho te alugou? Estou te oferecendo uma vida de
conforto porque eu me preocupo com você, aquele doente do seu
pai ainda está solto só esperando a hora de te encontrar... Eu quero
que você e sua mãe fiquem seguros, mas vocês não terão essa
segurança morando naquele lugar. Não vou mentir para você, não
gostei daquele sobrado, aquilo não é lugar pra você então não
discuta comigo e aceite um dos meus apartamentos? Nem que seja
apenas até pegarmos o seu pai, se depois você e sua mãe
quiserem ir para outro lugar ou voltar para sua antiga casa, eu ajudo
vocês. — Ele me encara atento e eu respiro fundo me dando por
vencido.
— Eu vou aceitar o apartamento pensando na minha
mãezinha, não quero correr o risco do Rodolfo encontrar a nós dois
e nos matar como ele já tentou fazer antes... Obrigado pela sua
generosidade, Gael... E me desculpe por te dar tanto trabalho. —
Aproximo-me novamente dele me sentindo envergonhado, mas ele
respira fundo e sorrir acariciando o meu rosto.
— Você só me dá trabalho quando cisma de me contrariar.
Não suporto quando você faz isso. — Ele me puxa pela nuca e
devora a minha boca ferozmente me deixando sem fôlego.
— É melhor voltarmos ao trabalho... Não vou sair antes da
hora para ver a minha mãe... Farei isso depois que sair do trabalho.
— Me solto dele ofegante tentando resistir a essa tentação que é o
meu chefe namorado, me viro me afastando dele mas Gael me puxa
de volta para o seu corpo.
— Está vendo só como você gosta de me contrariar? Vai ver
a sua mãe mais cedo e assim você volta mais cedo também... Estou
ansioso para sentir você, Scott, então não me deixe esperando,
pequeno...? Eu quero muito você. —Diz a última frase em um tom
tão rouco que me estremece e ofego.
— Gael... Eu... Caramba, eu também quero você... Quero
muito... — Avanço na sua boca me sentindo dominado pelo desejo.
— Você me enlouquece quando sussurra o meu nome... Ahh
eu quero você agora, pequeno... — Sussurra na minha boca
apertando a minha bunda, sinto o quanto ele está excitado e isso
me excita também.
— O que estamos fazendo, Gael...? Precisamos descer,
amor... Ainda estamos em horário de trabalho... — Tento me soltar
mas Gael não deixa, ele sorrir abertamente me beijando
urgentemente.
— Vamos descer... Quero pegar você dê jeito em cima da
minha mesa. Quero sentir essa bundinha gostosa e não vou esperar
mais, eu quero agora! — Ele se solta de mim e me pega pela mão
me arrastando em direção às escadas.
— Você ficou louco, Gael? Não vou transar com você na sua
sala, e se alguém aparecer? E se nos interromperem? Eu vou ficar
muito puto além de muito envergonhado. — Contesto enquanto
descemos as escada e ele gargalha.
— Eu demito quem nos interromper, não se preocupe. — Diz
ainda sorrindo.
— Gael! — Repreendo-o e ele gargalha. O que está
acontecendo com esse homem hoje?
— Relaxa! Eu estou brincando... Arrume as suas coisas e vá
ver a sua mãe, eu vou sair mais cedo da empresa e quero te
encontrar na minha cobertura me esperando, não me conteste e me
obedeça, ouviu? — Avisa enquanto descemos de mãos dadas os
quatro lances de escadas.
— Está bem, não vou contestar... Vou ver a minha mãe e
passar um tempo com ela, já que não fui ontem e há duas semanas
quase não tenho tido tempo para ela. — Entramos no corredor do
andar da presidência ainda de mãos dadas e seguimos para sua
sala.
Mais uma vez Gael reclama que eu não estava tendo tempo
de ver a minha mãe porque estava me exibindo na boate, não teve
como não sorrir do seu ciúmes. Quem diria, um homem perfeito
desses com ciúmes de mim, se dizendo apaixonado e fez de mim o
seu namorado eu não poderia estar mais feliz.
Capítulo 19

Scott saiu para ver a mãe e eu me concentrei no trabalho


para não pensar tanto naquela bundinha gostosa, sem falar naquela
boca carnuda e rosada que me deixa louco. Nunca uma pessoa
havia me impressionado tanto, nunca havia me interessado por
alguém tão inferior a mim, mas Scott é uma exceção, é como se ele
estivesse na classe social errada, como se estivesse vivendo a vida
de outra pessoa, porque tudo que ele tem passado até agora não
combina com ele, Scott merece muito mais do que tem tido até
agora e eu quero dar isso a ele.
São três da tarde e estou entrando em uma reunião para
fechamento de três grandes compras de um shopping center e duas
mansões, ambos com um preço que nos trará grandes rendimentos.
Quando herdei as empresas do meu pai eu não fazia ideia do
quão lucrativo era fazer parte de uma corporação como essa, mas a
minha vida mudou muito depois que assumi todo o patrimônio da
família e dei continuidade a esse império, estou seguindo o legado
do meu falecido pai em me tornar um homem de negócios como ele
foi.
— Quero fechar o contrato com vocês agora mesmo, Gael,
não quero perder essa oportunidade então onde eu assino? Quero
garantir que não aparecerá outros interessados depois de mim. —
Diz o comprador do shopping center me fazendo sorrir satisfeito.
— Já estamos com o contrato pronto, assim como está
estabelecido nesses documentos, a propriedade é sua assim que o
pagamento for concluído, você está fazendo um ótimo negócio, sei
que não vai se arrepender. — Ergo os documentos para ele e o
mesmo pega rapidamente, ja rabiscando as folhas uma por uma.
— Já estou com o cheque na mão, ele poderá ser depositado
hoje mesmo então você terá o valor total da compra... Sei que não
vou me arrepender pois confio no trabalho de vocês... Bom, os
documentos já estão assinados e o cheque nas suas mãos, quando
tomarei posse dos documentos da propriedade? — Ele se levanta
me estendendo o cheque e eu pego conferindo-o.
— Os nossos advogados vão levar documentação para ser
registrado em seu nome, no máximo em três dias você terá as
chaves e os documentos da sua propriedade... Quanto a venda das
mansões os senhores tem mais alguma dúvida sobre o contrato? —
Pergunto aos outros dois compradores atentos a nossa conversa.
— Já estou satisfeito com tudo que foi dito e esclarecido aqui,
podemos fechar o contrato agora mesmo. — Afirma o comprador
decidido e vejo o outro respirar fundo ajeitando o seu terno.
— Faço das palavras do meu colega, as minhas, podemos
fechar o contrato...! Eu também não quero perder essa propriedade
e já sei que ela possui outros interessados, não quero desapontar a
minha esposa pois ela quer muito essa mansão, então, onde eu
assino? — Concorda também se ajeitando na cadeira e vejo Robson
erguer para eles os contratos para serem assinados.
— Bom, já que está tudo acertado, acho que com isso
podemos encerrar a nossa reunião, mas na menor dúvida vocês
podem nos ligar que estaremos sempre disponíveis para
esclarecimentos, entre outros... Agora se me derem licença, eu
preciso me retirar. — Me levanto ajeitando o meu blazer e pego os
documentos assinados de volta, entrego-os a Robson juntamente
com os cheques recebidos, ele sempre cuida dessa parte para mim.
Robson e Dominic são o meu braço direito aqui na empresa,
deixo-os a frente de muita coisa na minha ausência mas eles nunca
fazem nada sem antes me notificarem, e isso é ser profissional,
além de sermos grandes amigos, como irmãos.
Saio da sala de reuniões já quase cinco da tarde e sigo para
o elevador, subo de volta para o meu andar e no trajeto recebo uma
ligação do meu segurança confirmando a entrada de Scott no
prédio, eu liguei mais cedo autorizando a entrada dele e pedi para
me avisarem quando ele chegasse, pelo visto meu namorado
passou bastante tempo com a mãe.
Os seguranças que estão no hospital fazendo a segurança
dela, estão sempre me informando quem entra e quem sai do seu
quarto, e sei que está tudo em ordem, aquele canalha do Rodolfo
ainda não tentou se aproximar dela e acho bom que ele não
consiga, ou eu mesmo mato aquele infeliz quando eu pôr as mãos
nele.
Entro na minha sala e arrumo as minhas coisas, desligo o
computador e nesse momento a secretária de Robson entra na sala.
— Com licença, Sr. Patterson, eu acabei de receber esses
documentos do RH, para a contratação do Sr. Ian Mello, ele mesmo
os trouxe e a Sra. Madalena me pediu para entregar ao senhor... Ela
quer saber se o senhor aprova a contratação. — Me informa parada
na frente da minha mesa e eu a encaro sério, já sentindo o meu
maxilar trincar de raiva só por ouvir falar daquele infeliz.
— O Sr. Mello já foi avisado que nós já temos um consultor
financeiro, não preciso dele aqui então que ele volte para filial da
Rússia, quando precisarmos dele eu avisarei... Isso era tudo? Se
não tiver nada mais importante que isso eu estou de saída... Com
licença. — Dou a volta na minha mesa sério, e saio da sala em
seguida com ela vindo atrás.
— Isso era tudo senhor, tenha um ótimo final de semana. —
Ela me acompanha indo para sua mesa ao lado da porta de
Robson.
— Obrigado! Igualmente.
Sigo direto para o meu elevador particular pois tenho pressa
de ver Scott, já estou morrendo de saudades, só em vê-lo já me
sinto bem, mas óbvio que não quero apenas vê-lo.
Desço até a garagem e entro no meu carro saindo em
seguida, assim que saio da garagem paro no sinal a uns seis metros
da empresa, vejo um carro parar ao meu lado e mesmo com o vidro
escuro a imagem daquele homem no volante me chama atenção, o
conheço de algum lugar mas não me lembro de onde. Ele vira o
rosto para o meu lado admirando o meu carro e sorrir abertamente
comentando algo com alguém ao seu lado, o encaro mais
atentamente e me lembro de uma foto que Scott me deu para
conseguirmos identificar o pai dele.
— É ele! Esse miserável é Rodolfo, pai de Scott. — Na
mesma hora eu pego o meu celular e ligo para o pessoal que está
atrás dele.
Aviso que estou vendo o nosso alvo e passo a localização e a
placa do carro, se dermos sorte e ele não trocar de carro, vamos
pegar esse infeliz ainda hoje.
Depois de falar com o meu pessoal eu consigo seguir aquele
carro por alguns poucos minutos, mas não posso continuar a
perseguição para ele não desconfiar que está sendo seguido, ou ele
vai se esconder novamente.
Sigo para minha cobertura e vejo que já está escurecendo e
Scott deve estar me esperando. Por sorte não estava muito longe
então não me demoro para entrar na garagem do meu prédio, logo
estou no elevador subindo para minha cobertura.
Entro em casa e vejo tudo quieto, procuro Scott pela casa
mas não o encontro, será que ele foi embora? Ele não pode ter feito
isso, eu pedi para ele estar em casa quando eu chegasse, e sei que
ele veio aqui, ele pode estar no meu quarto ou no quarto de
hóspedes.
Sigo para o meu quarto e assim que entro no mesmo, me
surpreendo ao encontrar Scott na minha cama, dormindo com um
shortinho curto e sem camisa. Deixo as minhas coisa na poltrona e
o admiro por um tempo, ele tem uma aparência tão delicada,
dormindo ele é ainda mais lindo, e essa bendita boca rosada me
deixa louco. Não vou acordá-lo agora, vou tomar um banho primeiro
antes de sentir essa bundinha gostosa empinada para o alto.
Suspiro fundo e sigo para o closet já me despindo, volto para
o quarto nu e sigo para o banheiro afim de tomar logo um banho e
voltar pra cama, quero me juntar ao meu namorado e passar um
tempo com ele. Não sei se devo contar a ele agora que vi o pai dele
na rua, talvez seja melhor falar apenas quando o pegarmos pois
assim ele não fica preocupado.
Depois do banho eu me seco e saio enrolado na toalha, vejo
Scott se mexer abraçando o meu travesseiro e isso me faz sorrir, me
aproximo da cama e tiro a toalha da minha cintura subindo na
mesma, ponho-me sobre ele, beijo as suas costas percorrendo a
minha língua pela sua pele cheirosa, ele resmunga.
— Estou com sono, Gael... Porque demorou tanto...? —
Questiona sonolento mas não respondo, me esfrego nele subindo a
minha boca pelo seu pescoço e sussurro no seu ouvido.
— Já chega de dormir... Você terá a noite toda para fazer
isso. Agora você será meu... — Chupo a sua orelha me esfregando
nele, pressionando o meu pau na sua bundinha. Ele geme ainda de
olhos fechados.
— Eu quero você, Gael... Ahh eu quero você, meu gostoso...
Quero agora... — Pede em um sussurro manhoso e eu sorrio
satisfeito.
— Eu já sou seu, meu pequeno... Eu sou todinho seu e já vou
te dar o que você quer... — Sussurro novamente no seu ouvido.
Ele ergue o rosto para me encarar, mas tomo a sua boca em
um beijo urgente e faminto de desejo. Me sinto latejar de tesão mas
quero curti-lo com calma, quero saborear esses lábios maravilhosos
que ele tem. Scott se vira em baixo de mim sem deixar a minha
boca e eu não saio de cima dele, sinto o quanto ele também está
excitado, seu pau está tão duro quanto o meu e uma vontade insana
de chupá-lo todinho me atinge em cheio.
Desço a minha boca pelo seu pescoço e vejo-o se arrepiar,
desço um pouco mais a minha boca pelo seu peito e encontro a sua
barriga, chegando na barra do seu short. Me ergo puxando o
pequeno tecido, tirando-o do seu corpo e a sua base rosadinha me
faz salivar, seguro-o masturbando-o sutilmente enquanto ele ofega,
me abaixo entre as suas pernas e passo a língua no seu pau
voltado até as suas bolas pequenas o colocando na boca.
— Ahh... Gael... Ohh Gael... Meu Deus... Ahh Deus...
Geme em um tom trêmulo mordendo o lábio inferior e vejo o
seu peito subir e descer rapidamente. Admiro-o atento enquanto
masturbo-o e acaricio as suas bolas com a minha língua, ele geme o
meu nome me enlouquecendo com os seus gemidos, porra quero
senti-lo logo. Passo novamente a minha língua pelo seu pau e o
coloco na boca o engolindo todo.
— Ahh... Porra... Gael... Gael...
Geme alto jogando a cabeça para trás, agarrando os lençóis
com força. Suas expressões são as mais lindas e excitantes que já
vi. Ele me encara surpreso e ofegante ainda gemendo enquanto
chupo-o com vontade, não acredito que Scott nunca tenha recebido
um sexo oral, pode ser coisa da minha cabeça mas acho que não
estou errado.
Sinto o meu pau babar de tesão e Scott latejar na minha
boca, deixo o seu pau e me ergo virando-o abruptamente,
colocando-o de bruços, empino a sua bundinha e desço de boca
nele lambendo e chupando lubrificando-o para me receber.
— Caralho... Gael eu vou gozar... Ahh Eu vou gozar... — Ele
rebola na minha boca delirando de prazer.
— Você vai gozar sim, meu gostoso, mas vai gozar comigo
dentro de você para eu sentir essa bundinha deliciosa me apertar...
— Ergue-me pondo-me sobre ele me encaixando na sua entrada
penetrando-o lentamente. — Ohh... Delicioso... — Sussurro no seu
ouvido me movimento entrando fundo nele.
— Você está sem camisinha, Gael... Ahh Deus, que delícia...
Você está sem camisinha, amor...
Alerta-me entre gemidos mas não me importo, apenas sorrio
por mais uma vez ouvi-lo me chamar de amor.
— Você é meu agora... Não terá mais ninguém além de mim
então não quero te sentir usando aquilo... Você é uma delícia assim,
sem nada... — Paro de me movimentar para não gozar logo, quero
ficar o máximo de tempo dentro dele.
— Eu sou seu... Apenas seu e de ninguém mais então não
para...! Me fode ou faça amor comigo, mas não para! — Pede em
um tom firme e eu sorrio.
— Quero fazer amor com você, mas quero fazer isso olhando
em seus olhos. — Saio dele virando-o novamente mas antes de me
pôr sobre ele, Scott me empurra na cama pondo-se sobre mim,
sorrindo daquele jeito lindo que me faz ofegar.
— O que você quer fazer comigo, Gael...? Repete...? Você
me chamou mesmo de amor...? — Pergunta sorrindo segurando o
meu pau, me encaixando na sua bundinha se sentando lentamente.
— Meu amor... Você é meu amor, Scott... Ahh eu quero tudo
com você, meu gostoso... Quero fazer amor com você... Scott... Ohh
pequeno você está tão gostoso... — Olho no seus olhos enquanto
ele cavalgando em mim, mas não resisto em agarrar a sua cintura
dando impulsos, entrando nele mais rápido.
— Eu também quero tudo com você, Gael... Quero você só
para mim... Você é meu amor... Te amo, Gael Patterson...
Ele geme descontrolado descendo em mim com força me
deixando louco não só com a sua declaração, mas com os seus
olhos brilhando pelas lágrimas que se formam transbordando
sentimentos.
— Te amo, Scott... Te amo, pequeno...
Me sento tomando a sua boca em um beijo urgente enquanto
ele rebola no meu pau. Deito ele na cama pondo-me sobre ele e
tomo novamente os seus lábios carnudos para mim em um beijo
calmo, começo a me movimentar devagar sem quebrar o beijo e
sinto as suas mãos deslizar pelas minhas costas, Scott abraça a
minha cintura com as suas pernas me puxando mas para si,
gememos na boca um do outro e posso sentir entre nós o seu pau
latejar, aumento um pouco mais os meus movimentos entrando nele
mais rápido e mais forte, ele geme de olhos fechados passando as
suas mãos pelo meu peito e sobe até a minha nuca abraçando o
meu pescoço.
Ele pede para eu meter mais rápido, mais forte, pede me
olhando nos olhos e eu não resisto ao seu pedido, faço o que ele
quer e apoio as minhas mãos na cama metendo nele mais rápido e
também mais forte, estamos a poucas estocadas de gozarmos.
— Goza logo, Scott... Eu não vou aguentar esperar mais...
Essa bundinha apertadinha é muito gostosa... Caralho, eu vou
gozar...
Sinto o meu pau latejar e a sua bundinha se contrair, ele me
puxa pela nuca devorando a minha boca enquanto se masturba.
— Isso... Isso... Ahh isso, gostoso... Gael...
Geme na minha boca ofegante e grita o meu nome quando
goza, sinto o seu corpo tremer me excitando além do normal e eu
gozo, preenchendo-o com o meu líquido. Gemi enquanto gozo me
movimentando dentro dele, deixando as minhas forças se esvair aos
poucos e uma sensação exaustiva me atinge.
Olho fixamente nos seus olhos, ofegante assim como ele,
sinto os seus dedos delicados tocarem o meu rosto em um carinho
suave, tão bom. Lhe dou um pequeno sorriso e beijo-o calmamente,
mesmo sem sentir o ar nos meus pulmões. Desabo sobre ele
enterrando o meu rosto no seu pescoço, sentindo o perfume da sua
pele, um aroma tão bom, tão gostoso que chega a ser inebriante.
— Você é tudo que eu quero, Scott... Amo você...
Sussurro beijando o seu pescoço e seus dedos delicados
caminham pelas minhas costas, um carinho delicado, sutil, gostoso.
— Idem... Eu também amo você... Mas você não é tudo que
eu quero. — Seu tom é suave e doce, mas me ergo surpreso vendo-
o me encarar com uma sobrancelha erguida. — Você sabe que tem
mais alguém nessa vida que eu amo com toda a minha alma, não
sabe...? Sabe que ela precisa de mim mais do que qualquer um
nesse momento, certo? — Ele abre um sorriso tão lindo que me
desarma no mesmo instante.
— Engraçadinho! — Retribuo o seu sorriso saindo dele, me
deitando ao seu lado.
— Mas tem outro alguém que estou gostando muito, nossa
ele é incrível e me conquistou assim que o vi... Espero que não fique
com ciúmes dele porque é impossível não gostar dele, você o
conhece. — Scott se vira para o outro lado da cama empinando
essa bundinha gostosa para mim.
— Scott! Não brinca comigo, garoto! Eu posso saber quem é
esse infeliz de quem você está gostando? — Puxo-o de volta para
os meus braços o encarando sério, ele gargalha na minha cara, me
deixando confuso.
— Relaxa, Gael... O único homem que eu amo e quero na
minha vida e você, mas também tem uma pessoinha que conquistou
o meu coração e eu vou ficar muito triste se um dia eu perder o
carinho dele... David é um garotinho incrível e tenho receios da
reação dele quando souber que estou namorando o pai dele... Não
quero decepcioná-lo, não quero vê-lo triste comigo e muito menos
com você. — Ele sorrir ao falar de David, mas vejo a sua expressão
mudar.
Estou surpreso e ao mesmo tempo encantado com a sua
preocupação com o meu filho, isso é surpreendente.
— Gosta mesmo do meu filho, Scott...? Essa sua
preocupação com ele me fascina, sabia...? Meu filho não é de
gostar das pessoas assim tão de repente, dos relacionamentos que
já tive com mulheres e até mesmo com homens, ninguém
demonstrou essa preocupação com David, e por sua vez meu filho
sempre foi indiferente as pessoas que ele via comigo... Isso prova o
quanto você é diferente, prova o quanto acertei em escolher você, e
pelo visto meu filho também te escolheu... Você é incrível e isso faz
eu me apaixonar ainda mais por você. — Olho no fundo dos seus
olhos acariciando o seu rosto, e mais uma vez hoje, vejo os seus
olhos marejados transbordando ternura.
— Você não imagina como me deixa feliz ouvir tudo isso,
saber que não só o pai mas o filho também gostou de mim, me
deixa muito feliz. — Sua voz é emocionada mesmo um sorriso lindo
estampando o seu rosto.
Ele se inclina sobre mim me beijando com doçura, um beijo
tão bom, tão saboroso que me prende facilmente a ele.
— Eu tenho uma ótima notícia, amor, minha mãe está se
recuperando bem, já tiraram ela dos aparelhos mas ela ainda vai
precisar continuar com os remédios... Mas os que você pagou ainda
tem então não vai precisar comprar mais por enquanto... Eu estou
tão feliz e devo isso a você, Gael... Obrigado, meu amor. — Ele se
solta de mim abruptamente se sentando na cama, me encarando
eufórico me fazendo sorrir por isso.
— Fico feliz por ela e por você também, meu anjo, você não
imagina como estou torcendo para que essa situação dela se
resolva logo... E a sua situação também... Não sei se é uma boa
ideia te contar isso agora, mas, eu preciso que você se cuide ainda
mais a partir de agora, Scott... Eu vi o Rodolfo hoje quando voltava
pra casa, ele parou ao meu lado no sinal admirando o meu carro,
sorrindo satisfeito por estar livre, ele pode estar atrás de você então
eu não quero você saindo sozinho se não for um caso de extrema
urgência, se eu não puder ir com você, evita sair, ou me avisa para
que eu possa colocar mais dos meus seguranças a sua disposição.
Não vou suportar se aquele canalha fizer algo com você, então se
cuide, está me ouvindo? — Conto atento a ele, mas me levanto
irritado só de pensar naquele filho da puta encostando as mãos nele
outra vez.
— Eu prometo fazer o que você achar melhor para mim,
enquanto esse monstro estiver solto, mas se acalme, por favor...?
Gael, eu não sei se é uma boa ideia eu viajar com você e deixar a
minha mãe sozinha, eu vou ficar muito preocupado e não vou
conseguir fazer o meu trabalho, não vou conseguir me concentrar
e...
— Eu não queria te afastar da sua mãe, mas... Eu não sei se
vou conseguir viajar sem você, estou muito preocupado com o seu
pai andando livremente por aí. Sem falar que vou sentir muito a sua
falta... Por favor não me deixar viajar sozinho, pequeno? Eu prometo
encher aquele hospital de segurança ou até mesmo posso tirá-la de
lá, posso colocá-la em uma clínica particular bem monitorada e... —
Argumento esperançoso de que ele mude de ideia, mas o mesmo
me interrompe.
— Não Gael! Já chega! Você já gastou demais com a minha
mãe, eu já estou te devendo demais e nem sei quando vou
conseguir terminar de te pagar. — Contesta em um tom firme me
surpreendendo com isso.
— O que conversamos sobre você me constatar dessa
maneira? Já te pedi para não fazer isso, Scott! Sou seu namorado e
não quero mais você recusando a minha ajuda, eu fui claro? —
Retruco em um tom severo e rouco colocando-o contra parede,
vendo ele ofegar.
— Gael... Eu... É que... Não é justo, você já fez demais por
mim e minha mãe... Gael... — Sussurra com a voz trêmula e um
olhar intenso, assim como eu.
Pressiono o meu corpo no seu, nós dois ainda nus e ele
ofega ainda mais, gemendo o meu nome.
— Porra... Você me deixa louco quando geme o meu nome
desse jeito... Você é meu, Scott! E eu sou todinho seu, então para
de dizer que está me devendo... A sua dívida comigo morreu no
instante em que você se declarou para mim, no dia em que te
encontrei naquela boate se exibindo para outros... Eu tive vontade
de te dar umas palmadas por aquilo, sabia? — Aperto a sua cintura
descendo a minha mão até a sua bunda trazendo-o mais para mim.
— Meu Deus, Gael... — Sussurra quase sem voz e sinto o
seu corpo tremer.
— Vamos tomar um banho! Ainda quero dar umas tapas
nessa bundinha enquanto entro fundo em você... Porra esse
cuzinho apertado é viciante. — Afasto-me dele pegando-o pela mão
e sigo para o banheiro.
— Você é um tarado insaciável, sabia...? — Comenta
sorrindo e eu paro para encará-la.
— Me responde uma pergunta? Estou curioso... Já recebeu
sexo oral antes...? O seu primeiro namorado chupou você? —
Pergunto realmente curioso e o vejo ficar mais vermelho que uma
pimenta.
— Meu Deus, você faz cada pergunta, Gael...! Vamos tomar
banho logo. — Retruca ainda envergonhado e entra no banheiro
apressado me fazendo sorrir abertamente.
— Não precisa me responder, eu já sei a resposta... Bom,
pelo menos nisso eu fui o seu primeiro. — Afirmo entrando no
banheiro atrás dele mas o mesmo não diz nada.
Isso só confirma ainda mais as minhas suspeitas, sorrio
largamente, satisfeito. Quero dar a ele todo o prazer que o outro não
deu.
Capítulo 20

UM MÊS DEPOIS...

— Mamãe...? Mãe você está me ouvindo? — Acaricio o seu


rosto enquanto beijo a sua mão e ela vira o rosto para mim, sorrindo
ainda de olhos fechados.
— Sim, filho... Eu estou te ouvindo... Meu amor... — Diz em
um tom baixo e fraco, ainda grogue pelo efeito dos remédios.
— Eu trouxe alguém para conhecer você, mamãe, mas não
precisa dizer nada para não se cansar. — Revelo atento e ela
finalmente abre os olhos olhando de mim para Gael. — Esse é Gael
Patterson, meu chefe, é ele quem está me ajudando com o seu
tratamento aqui no hospital. — Puxo Gael pela mão o aproximando
mais da cama dela, minha mãe está atenta a ele.
— Muito prazer em finalmente conhecê-la, Sra. Adelaide. O
seu filho se esqueceu de mencionar que também somos
namorados... Eu estou cuidando bem dele, não se preocupe. —
Dispara o cínico beijando a mão dela me matando de vergonha por
revelar o nosso compromisso para minha mãe assim na cara dura.
— Gael! Eu mesmo ia contar a ela na hora certa. —
Repreendo-o mas o descarado dá de ombros.
— Não gosto de enrolação, se eu não falasse agora sabe-se
lá quando você iria contar... Quero poder chamá-la de sogra se
assim ela concordar. — Ele encara minha mãe atento às suas
reações, vejo-a surpresa.
— Chefe...? Namorados...? Mas como assim...? Scott! Você
seduziu o seu chefe, filho? — Questiona espantada me deixando
pálido com as suas insinuações.
— Não, mamãe! Mas é clarão que eu não...
— Foi exatamente assim, Sra. Adelaide, o seu filho me
seduziu e eu não resisti. Na verdade, ele não teve trabalho algum
para me seduzir, seu filho é uma pessoa incrível, não tem como não
gostar dele. Mas no meu caso, eu me apaixonei à primeira vista...
Parabéns, a senhora tem um filho de ouro, eu vi o sofrimento de
Scott tentando de tudo para ajudá-la, conheci um pouco da sua
história e enquanto o ajudava descobri que o queria não só como
meu funcionário, mas também como meu companheiro. Espero
sinceramente que me aceite, Sra. Adelaide, porque eu não pretendo
desistir dele... Eu amo Scott e por ele farei tudo que estiver ao meu
alcance, e por ter criado tão bem o seu filho, fazendo dele essa
pessoa maravilhosa, farei de tudo pela senhora também como
agradecimento por isso. — Me surpreendo com as palavras de Gael
e vejo minha mãe atenta, tão surpresa quanto eu.
— Estão apaixonados... Eu vejo isso em seus olhos... — Ela
estende a mão para Gael e me encara antes de voltar a encará-lo.
— Proteja-o do pai dele? Rodolfo é um monstro... Não o deixa se
aproximar do meu filho? Por favor...? — Pede esperançosa
apertando a sua mão, Gael se inclina lhe dando um beijo na testa.
— Fica tranquila, já estou protegendo não só ele, mas a
senhora também... Eu coloquei alguns dos meus seguranças aqui
na porta do seu quarto, ninguém vai entrar aqui além dos médicos e
mesmo assim, eles precisam ser identificados pelo diretor do
hospital antes de serem liberados, ninguém vai fazer mal a nenhum
de vocês, eu prometo! — Afirma olhando dentro dos olhos da minha
mãe e a vejo respirar fundo, antes de lhe dar um pequeno sorriso.
— Obrigada... Muito obrigada, querido... Saiba que você foi
aceito no instante em que estendeu a mão para meu filho e decidiu
ajudá-lo... Você é um anjo e eu serei eternamente grata a você. —
Minha mãe se emociona com um olhar de ternura e isso não me
surpreende, minha mãe é a melhor pessoa do mundo.
— Me agradeça melhorando logo, seu filho se preocupa
muito com a senhora e não gosto de vê-lo preocupado... Se
soubesse a loucura que ele fez a um tempo atrás para conseguir
ajudá-la, a senhora... Aiii... Scott! — Conta Gael na maior
tranquilidade do mundo me deixando roxo vergonha, belisco a sua
costela e ele me repreende com um olhar severo.
— Acho que você já falou demais por um dia só, já está
falando até o que não deve, Sr. Patterson! — Devolvo o olhar severo
mas vejo minha mãe atenta a nós.
— O que você fez, Scott...? Não fez nenhuma besteira, não
é, filho? — Questiona séria me estendendo a mão e eu pego
receoso.
— Me desculpe, mamãe, eu não sabia mais de onde tirar
dinheiro para arcar com as suas despesas aqui no hospital,
economizei comida e tudo mais só para conseguir juntar algum
dinheiro... Eu não sabia que Gael já tinha pago a conta do hospital
então, eu...
— Então ele foi se exibir em uma boate para um bando de
abutres esfomeados! — Dispara Gael em um tom amargo ao se
lembrar da situação.
— Gael! Aqui não é o lugar para discutirmos mais uma vez
por causa disso... Poxa o que a minha mãe vai pensar? —
Repreendo-o mais uma vez e ele respira fundo esfregando as mãos
nos cabelos.
— Me desculpa! — Ele se afasta da cama sem me olhar e eu
reviro os olhos.
Não acredito que ele ainda está bravo por eu ter recebido
uma cantada na frente dele, eu relevei mais uma vadia dando em
cima dele mas ele não pode maneirar nos seus ciúmes. Encaro
minha mãe e ela tem os olhos atentos em mim e em Gael.
— Não briguem, por favor...? Eu acabei de conhecer o meu
genro, e não quero ver vocês nesse clima... Me conta um pouco
mais sobre você, Gael...? Quero conhecê-lo melhor... Me desculpe
por não falar tanto, mas... Estou me sentindo um pouco cansada...
Mas adoraria ouvir mais de vocês. — Ela Pede tentando se ajeitar
melhor na cama e vejo meu namorado se apressar para ajudá-la.
Não vou negar, estou gostando de vê-lo interagir tão bem
com a minha mãe, mas acho que ele está interagindo até demais,
está até falando coisas que eu não pretendia contar a ela agora mas
sim depois com mais calma, fora desse hospital.
Não sei o que está acontecendo com Gael hoje, mas ele
desata a conversar com a minha mãe e não para mais, deixo eles
sozinhos por uns instantes enquanto saio para ir ao banheiro.
Minha mãe ainda está na UTI mas graças a Deus está muito
melhor, já fazem três dias que ela acordou do coma induzido e
apenas hoje de manhã ela conseguiu falar comigo.
Fiquei eufórico quando o médico dela me ligou avisando que
ela havia acordado, na verdade ele ligou para o celular de Gael mas
como estávamos juntos, ele me passou o telefone para atender, eu
estava sentado no colo dele assistindo a um filme na TV, mas
quando ouvi que a minha mãezinha havia acordado, eu dei um pulo
assustando Gael, na mesma hora corremos para o hospital mas ele
não quis entrar, preferiu que eu tivesse um momento com a minha
mãe sozinho e em outra ocasião ele entraria, mas hoje quando falei
com ela sobre ele, minha mãe quis conhecer Gael, então avisei que
voltaria mais tarde com ele para que ela descansasse um pouco.
— Scott? O que está fazendo aqui? Está tudo bem? — Ouço
uma voz me chamar assim que saio do banheiro, me deparo com
Ian Mello vindo na minha direção.
— Oi... Eu é que pergunto o que está fazendo aqui? Está
tudo bem? Pensei que não te veria mais. — Paro para falar com ele.
— Estou na cidade para tentar mais uma vez um diálogo com
o Sr. Patterson. Minha família se mudou para cá, por isso estou
tentando convencê-lo a me aceitar na Matriz, mas, ele é osso duro
de roer... Minha irmã deu entrada aqui no hospital, eu vim
acompanhá-la até o marido dela chegar, ela está grávida mas está
tendo sangramento, e... Bom... Mas e você? O que faz aqui? — Se
explica abrindo um largo sorriso para mim, se aproximando mais.
— Minha mãe está internada aqui, eu vim vê-la e trazer o
meu... — Sou interrompido por alguém abraçando a minha cintura.
— Scott! Como a sua mãe está? Me desculpa mas eu tinha
que vir, eu sabia que você estaria aqui e quis estar ao seu lado...
Estou feliz que sua mãe finalmente tenha acordado do coma, se
vocês precisarem de mim, você já sabe que pode contar comigo,
não é? — Me surpreendo com Nando ainda abraçado a minha
cintura.
— Não precisava ter vindo, Nando, minha mãe está bem, já
está até conversando bem, e...
— Scott!
Ouço aquela voz firme e autoritária que me faz estremecer,
olho para o lado e vejo Gael parado com um olhar furioso. Merda!
Afasto-me de Nando me aproximando de Gael que vem na
minha direção passando por mim, sem nem olhar na minha cara, ele
para de frente a Nando e Ian com um olhar mortal.
— Vocês dois também tem parentes internados nesse
hospital? Porque estão aqui de papinho com o meu namorado?
Estão devendo alguma coisa a ele? — Questiona ainda naquele seu
tom firme e novamente me aproximo atento aos dois a nossa frente.
Ele nos encaram surpresos, nenhum deles sabiam que eu e
Gael estamos juntos.
— Foi mal aí, cara, mas eu não te devo satisfações da minha
vida, o que estou fazendo aqui não é dá sua conta... Eu e Scott
somos amigos e não creio que ele... — Nando o enfrenta e vejo
Gael dar dois passos na sua direção já de punho fechado para
agredi-lo, mas eu entro na sua frente.
— Por favor, Nando! Vai embora, eu não quero confusão
dentro desse hospital! Obrigado por se preocupar com a minha mãe
e também por ter vindo, mas é melhor você ir. — Peço apreensivo e
esperançoso de que ele atenda ao meu pedido.
— Tudo bem, eu vou, mas só porque é você quem está me
pedindo... Depois eu te ligo para saber melhor sobre a sua mãe. —
Ele encara Gael fixamente nos olhos e sinto o mesmo tentar passar
por mim, mas eu não permito.
— Tudo bem, nos falamos depois, agora vai por favor? —
Empurro-o em direção a saída do corredor e me viro, encontrando
os olhos furiosos de Gael.
Ele se vira para Ian mas antes que o mesmo abra a boca, eu
falo por ele.
— Ian está acompanhando a irmã dele que deu entrada no
hospital, por isso ele está aqui e nos encontramos por acaso...
Agora vamos entrar, por favor? Eu quero me despedir da minha
mãe, antes de irmos. — Tento arrastar Gael para longe de Ian mas
ele parece uma estátua chumbada no chão, e mais uma vez me
ignora.
— Você é bem insistente rapaz, e quanto mais você insiste,
mais repulsa eu sinto da sua presença... Se antes eu não te queria
na matriz, agora eu não te quero em nenhuma das minhas empresa,
eu fui claro? — Avisa olhando-o dentro dos olhos mas Ian parece
não se intimidar.
— E eu posso saber o porquê disso? Eu não fiz nada contra
o senhor, muito menos contra a sua empresa... Tudo isso é medo de
perder o seu namorado para mim? — Rebate Ian com um sorriso
debochado me fazendo arregalar os olhos. Puta que pariu!
— Não tenho medo de perdê-lo para um bosta feito você.
Não teve competência nem para me convencer a ficar, muito menos
terá para me tirar o que nasceu para ser meu! — Gael se aproxima
sustentando o seu olhar e eu me apavoro temendo uma briga
eminente.
— Acho que você não tem tanta certeza sobre o que diz, do
contrário não se incomodaria tanto com a minha presença. — Ian
olha para mim e pisca me deixando chocado com a sua ousadia.
Só tenho tempo de ver Ian cair no chão pondo a mão no
nariz, que jorra sangue escorrendo pela sua boca.
— Sr. Patterson, está tudo bem?
Pergunta um dos seguranças se aproximando e entra na
frente dele, o impedindo de se aproximar de Ian. Onde esse infeliz
estava que só apareceu agora?
— Sim! Eu estou bem, mas vou ficar ainda melhor quando
vocês tirarem esse lixo daqui! Não me interessa se ele está com
alguém nesse hospital ou não, só tirem ele da minha frente antes
que eu quebre o pescoço desse infeliz! — Esbraveja irritado
enquanto Ian se levanta do chão, eu não consigo reagir, estou em
choque com essa cena.
— Agora mesmo, senhor! — Concorda o segurança já
arrastando Ian para longe de nós.
— Vocês não podem fazer isso! Eu não fiz nada demais e
vou processar você por agressão, Sr. Patterson! Pode esperar por
isso! — Esbraveja o cretino enquanto é arrastado para longe.
— Então faça isso, seu infeliz! E eu te processo por
assédio...! Você está assediado o que é meu! Você não me
conhece! Não sabe do que sou capaz para defender o que é meu!
— Esbraveja tentando ir na sua direção mas dois dos seus
seguranças o impede.
Não vou ficar aqui assistindo isso, não vamos conseguir
conversar chateados desse jeito, então deixo-o ali alterado e sigo
para UTI para ver minha mãe, na verdade estou fugindo de uma
discussão com Gael pois sei que isso será inevitável.
Entro na UTI e vejo que minha mãe está dormindo, me
aproximo dela acariciando o seu rosto e lhe dou um beijo na testa
ainda me sentindo tenso pela confusão de agora pouco, não sei
como ela não ouviu os gritos de Gael lá do corredor.
Eu não imaginava que ele pudesse ser tão ciumento, mas
também esse Ian está o provocando não é de hoje, a dois dias ele
esteve na empresa tentando falar com Gael de novo, mas, mais
uma vez ele não teve sucesso, como Gael ainda não tem uma
secretária eu estou temporariamente fazendo as duas funções, sou
assistente pessoal e secretário do meu chefe namorado, então
quando Ian esteve na empresa ele ficou de papo comigo tempo o
suficiente para Gael chegar e o ver se despedindo de mim com um
carinho no rosto, isso nos rendeu uma brigar feia e por isso estamos
a dois dias dormindo longe um do outro, eu no apartamento que
Gael me emprestou e ele na sua cobertura, e pelo visto hoje não
será diferente.
— Vamos embora! Precisamos conversar! — Ouço sua voz
rouca atrás de mim e me assusto dando um pulo.
— Puta merda...! Que susto... — Resmungo pondo a mão no
peito o encarando sério.
— É bom não se assustar... Quem não deve não teme! — Diz
em um tom rude e sai do quarto sem esperar eu dizer mais nada. O
que ele quis dizer com isso?
Respiro fundo juntando energia e paciência para aturar o que
está por vir, é sério que vamos brigar mais uma vez? Estava tudo
indo tão bem e de repente tudo desmorona.
Me despeço mais uma vez da minha mãe não querendo ir
embora, queria eu que ela estivesse acordada para me aconselhar
sobre essa situação, o que vou fazer com tudo isso? Por quanto
tempo mais essas brigas vão continuar? Será que ele está bravo o
suficiente para terminar comigo? Será que ele desconfia de mim
com Ian ou até mesmo com Nando?
Saio da UTI e dou de cara com ele andando de um lado para
o outro, encaro-o brevemente e sigo em direção a saída do corredor
sentindo o meu coração pequenininho, sentindo um aperto estranho
no peito, o sentimento de perda me invade e me entristece no
mesmo instante.
De repente sinto agarrarem o meu braço e Gael me arrasta
para uma saída de emergência, assim que saímos pela porta vejo o
seu carro estacionado na rua lateral do hospital e ele abre a porta
para eu entrar, assim o faço ainda calado.
Gael entra no carro dando a partida e assim saímos dali, com
alguns dos seus seguranças nos seguindo no carro de trás, percebo
que ele está indo em direção a sua cobertura então quebro o
silêncio que se instalou entre nós.
— Me leva para o apartamento, por favor? — Peço
calmamente mas sem olhar para ele.
Gael não me responde e continua calado, resolvo não insistir
para não acabarmos discutindo e ele se alterar tirando a sua
atenção do trânsito.
Poucos minutos depois ele está entrando na garagem do seu
prédio e para na sua vaga exclusiva, ele sai do carro enquanto eu
reluto em fazer o mesmo.
— Anda! Sai do carro...! Você vai sair ou quer que eu tire
você? — Insiste enquanto penso duas vezes antes de obedecê-lo.
Saio do carro respirando fundo e sigo para o elevador, meu
coração ainda dói pois já não estávamos bem antes, e agora
estamos ainda pior. Seguimos lado a lado e entramos no elevador,
os dois calados, abaixo a cabeça tentando não encará-lo mas ele
me coloca contra a parede erguendo o meu queixo.
— Qual é o seu problema, Scott? Porque deixa esses
infelizes se aproximarem tanto de você se sabe que eles têm
interesse em você? Parece que faz isso de propósito para me ver
irritado! — Questiona me olhando dentro dos olhos e se irrita se
afastando de mim.
— Não faço isso para te irritar, Gael, não fui eu quem me
aproximei deles, além do mas, Nando é meu amigo e foi ao hospital
porque se preocupa comigo... Quanto a Ian, eu o encontrei por
acaso porque ele estava acompanhando a irmã...
— E você acreditou naquele infeliz, Scott? Você acha mesmo
que eu não investiguei aquele sujeito que fica rondando o meu
namorado...? Deixa de ser tão ingênuo! Esse Ian Mello não tem
irmã, ele nem se quer tem uma família porque ele é órfão! Ian
perdeu os pais em um acidente de carro quando era pequeno, foi
adotado por outra família que o devolveu para o sistema com
quatorze anos por agir feito um delinquente... Não sei por qual
motivo ele está mentindo, mas o fato é que ele tem muito interesse
em se aproximar de você. Ou ele está realmente interessado em
você, ou quer se aproximar por algum outro motivo, o fato é que eu
não o quero perto de você e não vou te perdoar se acontecer algo
com você...! Eu estou fazendo de tudo para te proteger mas você
precisa cooperar, cacete...! Não quero perder você, seja para uma
tragédia ou para outro homem que queira te tirar de mim, então eu
não quero você perto desse Nando, e muito menos perto desse Ian,
eu fui claro, Scott? — Rebate ainda mais irritado e eu estou
surpreso. Chocado.
Capítulo 21

— Tudo bem, eu vou me cuidar mais e vou deixar de ser tão


ingênuo como você mesmo disse, não vou mais deixar o Ian se
aproximar de mim mas também não vou deixar você me afastar das
minhas amizades por causa de ciúmes! Não vou me isolar do
mundo para agradar você só porque acha que fulano ou ciclano está
interessado em mim... Se você se sente tão inseguro quanto a mim
é porque não confia em mim, e isso me machuca, porque eu confio
em você de olhos fechados... Eu sei que a minha situação é crítica,
sei que preciso me cuidar e te agradeço de coração por fazer tudo
isso por mim, mas não é justo você me tratar dessa maneira quando
eu nunca te dei motivos para isso. — Olho-o dentro dos olhos para
ele sentir a minha mágoa, e sei que ele sentiu, mas mesmo assim
me contesta.
— Você não sabe o que está dizendo! Quem foi que disse
que eu não confio em você, Scott? Quem foi que disse que estou te
afastando das suas amizades...? Sabe quem são os seus amigos de
verdade? São aqueles que estão do seu lado te apoiando sem
esperar nada em troca, e esse Nando eu sei muito bem o que ele
quer de você, mas ele não vai ter! É muita falta de respeito ficar
agarrando o namorado de outro como ele fez, ele estava abraçado
em você mas você só se afastou quando eu cheguei, e depois não
quer que eu fique com ciúmes e ainda acha que estou
exagerando...? E aquele infeliz do Ian me enfrentou pela segunda
vez dando em cima de você na minha cara, como se eu fosse um
otário que não iria reagir, eu não tenho sangue de barata e você
sabe disso! — Retruca furioso e o elevador se abre, entramos na
sala e eu sigo direto para o corredor, mas ele me segura pelo braço.
— Onde pensa que vai? Não terminamos a nossa conversa!
— Não estou afim de brigar, Gael! Então a nossa conversar
terminou por hoje... Quero ficar sozinho, com licença! — Me solto
dele magoado sentindo uma lágrima descer pelo meu rosto. Sigo
pelo corredor.
— É sério que vamos passar mais uma noite assim, Scott...?
Eu estou falando com você, será que dá para me responder? —
Ouço ele me questionar mas finjo não ouvir, se eu responder pode
ser ainda pior então sigo para o quarto de hóspedes.
Entro no mesmo e sigo direto para o banheiro, tiro as minhas
roupas e entro no box ligando o chuveiro na água fria, entro em
baixo da água e sinto a minha pele se arrepiar.
— O que pensa que está fazendo? Esse não é o nosso
quarto... Porque está tomando banho gelado com um frio desses,
Scott? Está tentando ficar doente? — Me assusto com a voz de
Gael atrás de mim e me viro abruptamente.
— Estamos os dois chateados e de cabeça quente, Gael, eu
não quero que essa nossa discussão se estenda, por isso pedi para
ficar sozinho...! Não estou me sentindo bem, por isso estou tomando
banho frio... Agora me deixa, por favor? — Encaro-o sério e me viro
novamente entrando na água, mas ele me puxa para o seu corpo
desligando o chuveiro.
— Já pedi para você deixar de ser teimoso! Não quero ver
você doente. — Me repreende me prendendo ao seu corpo, mas me
solto dele.
— Ok! Se o problema é o banho frio então eu tomo o bendito
banho quente! Está satisfeito? — Volto a abrir o chuveiro na água
quente e entro em baixo lhe dando as costas, mesmo não querendo
fazer isso.
Ouço ele suspirar frustrado e meu coração se apertar por
essa situação, não sei o que está acontecendo conosco mas eu não
quero perdê-lo.
Me viro para encará-lo e ele está saindo do box, minha
respiração pesa e deixo o meu amor falar por mim, saio da água me
apressando para segurar a sua mão.
— Gael...! Não vai, amor? Fica comigo...? Não me deixa? —
Me atiro em seus braços abraçando o seu pescoço ainda nu e
molhado. Sinto ele me apertar em seus braços beijando o meu
ombro.
— Ei? O que está acontecendo? O que você tem, amor?
Porque está chorando...? Scott? — Questiona preocupado e se
solta brevemente de mim para me encarar.
— Me desculpa...? Eu não queria estar nessa situação com
você, não quero ficar brigado e não quero perder você por ser tão
ingênuo, Gael... Meu coração está apertado e não gosto de me
sentir assim... Me desculpa? — Peço entre lágrimas sem me dar
conta de que estou chorando.
Gael acaricia o meu rosto secando as minhas lágrimas ainda
abraçado a minha cintura.
— Me perdoa também? Eu não devia ter reagido daquela
maneira com você, não devia ter me alterado tanto com a pessoa
que eu amo... Me perdoa...? Eu te amo e você não vai me perder...
Aquieta o seu coração porque o meu sempre será seu... Diz que me
ama? Diz que não vamos mais brigar? — Pede passando o seu
polegar pelos meus lábios e eu beijo-o com todo o meu amor.
— Eu te amo... Não vamos mais brigar... Te amo... Te amo...
Declaro entre os beijos puxando-o para dentro do box
entrando em baixo da água.
Gael sorrir na minha boca me colocando contra a parede mas
eu inverto as nossas posições, coloco-o contra a parede
aprofundando o nosso beijo, puxo a sua camisa com força para abrir
os botões e ele sorrir novamente, me ajudando a tirá-la.
— Estou morrendo de saudades de você... Estou a dois dias
sonhando com essa bundinha deliciosa... Nunca mais faça isso,
meu amor...? É um castigo ficar longe de você. — Diz entre os
beijos descendo a sua mão pela minha bunda enquanto eu tento
desesperadamente abrir a sua calça.
— Você também precisa colaborar, ninguém mandou ser tão
ciumento... Entende logo que eu sou seu e só quero você... Eu amo
você, meu gostoso... Eu só desejo você... — Finalmente abro a sua
calça ansioso para senti-lo na minha boca, mas antes que eu me
abaixe para cair de boca nele, ouvimos o interfone tocar.
— Não acredito nisso! Quem será o infeliz que veio nos
incomodar...? Droga! Justo agora? — Resmunga irritado e eu sorrio,
mesmo frustrado.
— Relaxa! Vai atender e depois volta, eu vou estar te
esperando na sua cama, no seu quarto mas hoje eu serei seu de um
jeito ou de outro. — Acaricio o seu rosto mas puxo-o pela nuca
beijando-o com calma, ele sorrir na minha boca.
— Sendo assim... Eu fico mais tranquilo... Eu não me
demoro. — Diz na minha boca antes de se afastar saindo do box.
Gael sai do banheiro fechando a calça novamente e eu
suspiro fundo, sorrindo feito um bobo por estarmos bem outra vez,
finalmente aquele clima chato se desfez e nós vamos poder nos
amar como fazíamos todos os dias.
Termino o meu banho e visto um roupão saindo do banheiro,
assim que entro no quarto ouço o meu celular tocar em algum lugar
e me lembro dele no bolso da minha calça, no chão do banheiro.
Volto até lá e pego o aparelho voltando para o quarto, mas paro
quando vejo um número estranho piscar na tela, quase ninguém tem
esse número, quem será que está me ligando?
Fico na dúvida se atendo ou não essa chamada, decido não
atender e a ligação cai, saio do quarto de hóspedes para ir para o
quarto de Gael, e novamente o meu celular toca, é o mesmo
número então decido atender.
— Alô?
— Pensei que não quisesse mais falar comigo, filho! Sentiu
saudades do papai? — Ouço a voz de Rodolfo do outro lado da
linha e meu estômago revira.
— O que você quer? Eu retirei a queixa contra você
justamente para me deixar em paz, e não para ficar me
perturbando! — Retruco irritado entrando no quarto de Gael.
Já faz tempo que ele não liga, Rodolfo parecia ter evaporado
e agora essa surpresa?
— Você precisa vir me ver, Scott! Precisamos conversar mas
tem que ser pessoalmente, eu vou te passar o endereço...
— Eu não vou a lugar algum! Muito menos para encontrar
você...! Você nunca escondeu que não gosta de mim, quem me
garante que você não está armando uma emboscada para mim? Eu
não confio em você, Rodolfo! — Contesto em um tom firme certo de
que ele está mesmo armando para mim.
— Bom, você não quer vir então tudo bem... Sabe o que eu
descobri hoje? Descobri que um garotinho muito bonitinho chamado,
David Patterson, estuda em uma das melhores creches de Seattle...
E também descobri que o pai desse garotinho é o viadinho com
quem você está namorando... Que vergonha meu Deus, o meu
próprio filho me obrigando a cometer um ato abominável contra uma
criança. — Diz em um tom calmo e sinto as minhas pernas
tremerem.
— Se você se aproximar de David, eu juro por Deus que...
— Jura por Deus o quê, seu viadinho? Ou você vem me ver
ou a morte desse garotinho estará na sua consciência, ouviu bem?
E é melhor você não dizer nada ao seu namoradinho, porque se eu
ver algum dos seguranças dele na sua cola, eu não vou matar só o
filho dele, os meus amigos vão adorar se divertirem com a mãe dele
antes de meterem uma bala no meio da testa dela... Ela sempre
leva e busca o garotinho nos mesmos horários, de manhã e antes
de almoço... E então, Scott? Vai obedecer o seu velho pai? Eu estou
fazendo isso para o seu bem, meu filho, você precisa de ajuda e eu
vou te ajudar. — Esbraveja do outro lado da linha, mas logo seu tom
é calmo como se estivesse dizendo algo comum de se ouvir.
Não consigo responder, estou sem reação diante de tanta
maldade, sinto o meu coração acelerar e minha pressão cair, vejo
tudo girar e me sento no chão antes que eu caia com tudo.
— Estou esperando a sua resposta, Scott...? Vou te mandar o
endereço, quero ver você em meia hora ou amanhã você receberá
notícias chocantes sobre o seu futuro enteado, entendeu? — Insiste
nessa maldade sem tamanho e eu tento reagir.
— Tudo bem... Você venceu... Me manda o endereço, eu vou
te encontrar mas pela primeira vez na sua vida... Me promete que
vai deixar essas pessoas em paz? Por favor...? Se algum dia você
teve consideração pelo filho que você queria que eu fosse, me
prometa que vai deixar essas pessoas em paz se eu for até
você? — Peço com a voz trêmula, ofegante sentindo o ar dos meus
pulmões evaporar tamanha é o medo que estou sentindo.
— Acho que eu posso fazer isso... Tudo bem, eu prometo que
os deixo em paz, agora não demora e venha logo! Estou te
mandando o endereço... E Scott! Não vacila! Se você me trair, eu
juro que você e a sua mãe serão os próximos a morrerem depois do
garotinho e a mãe dele, ouviu? — Novamente ele me ameaça e eu
sinto o meu mundo se perder de mim.
— Eu não vou trair você! Não vou, não se preocupe! Eu só
quero que deixe essas pessoas em paz... Alô...? Alô Rodolfo...?
Droga! Mas que merda! Merda! — Esbravejo me tremendo feito vara
verde mas ele desliga na minha cara.
— Scott? Amor o que houve? Porque está tão irritado? —
Questiona Gael entrando no quarto correndo até a mim sentado no
chão, chorando e me tremendo de nervoso.
— Me desculpa...? Me perdoa, Gael...? Me perdoa? Por favor
me perdoa...? — Peço chorando de soluçar escondendo o meu
rosto nas minhas mãos, mas sinto-o me puxar para os seus braços.
— Você está me assustando, Scott! O que aconteceu?
Porque você está assim...? Por favor confia em mim? Eu prometi te
ajudar no que fosse, mas para isso você precisa confiar no homem
que te ama e está disposto a tudo por você... Por favor, meu amor?
Me diz o que está acontecendo? — Pede preocupado se afastando
para me encarar, mas não consigo sustentar o seu olhar.
— Eu não sei o que fazer... Eu não sei o que fazer, Gael! —
Me levanto nervoso e corro para o seu closet para pegar uma roupa
para me vestir, por sorte tem roupas minhas aqui.
— Você vai ou não me diz o que está acontecendo? E aquele
papo de confiança, Scott? — Ouço sua voz alterada atrás de mim e
paro o que estou fazendo, mas não me viro pois não vou conseguir
encará-lo.
— Eu queria terminar com você e te afastar da minha vida
para sempre... Mas eu não consigo fazer isso porque te amo
demais... Eu sei que ele não vai cumprir a promessa dele... Me
desculpa por isso? Eu não queria ter trago tantos problemas para
você, Gael. — Me viro o encarando aflito ainda sentindo as minhas
lágrimas descerem e ele se aproxima atento, ainda preocupado. —
Eu estou desesperado... Eu preciso de ajuda e não sei o que fazer.
Rodolfo me ligou e está me obrigando a encontrá-lo em meia hora,
ele quer que eu vá sozinho e que não conte nada a você... Gael ele
ameaçou a minha mãe, ameaçou David e Nathalia, ele está
seguindo-os e sabe os horários de entrada e saída de David na
creche... Me perdoa por colocá-los em risco? Sei que sou o único
culpado por isso e você pode nunca mais querer olhar na minha
cara se não quiser, eu vou entender, mas... Eu quero que saiba que
jamais faria algo para pôr o seu filho e a mãe dele em risco, muito
menos você. — Conto nervoso tentando conter as minhas lágrimas
e Gael escuta atento a cada palavra minha.
— Onde ele quer que você o encontre? Me dá o endereço e
não quero que você ponha os pés para fora dessa cobertura, eu fui
claro Scott...? Você entendeu o que eu disse? Eu vou atrás dele! —
Ele me segura pelos ombros me olhando dentro dos olhos, me
deixando em pânico.
Me desespero com medo de que algo o aconteça.
— Você não vai atrás dele, Gael! Coloca o seu pessoal atrás
dele mas você não vai sair daqui...! Liga para Ricardo, ele precisa te
ajudar na segurança de Nathalia e David... Posso atrair Rodolfo
para uma armadilha e assim a polícia pode pegá-lo e...
— Eu quero que você coloque uma coisa na sua cabeça!
Você agora faz parte da minha vida e eu vou fazer até o impossível
para proteger você. Não se preocupe comigo, nem com a sua mãe e
muito menos com Nath e David, eles estão seguros e ninguém vai
se aproximar deles, eu te garanto! Já esperávamos por essa ação
de Rodolfo e ele não é o único que está de tocaia, ele também está
sendo seguido a semanas e hoje nós vamos pegá-lo dentro do seu
esconderijo... E esquece essa história de se usar como isca, eu não
vou te perdoar se você fizer isso, você ouviu? Eu posso confiar em
você? Nada disso é culpa sua então para de se culpar, para de me
pedir perdão, meu amor...? Eu não vou deixar nada de mal
acontecer com você, nem com a sua mãe e nem com os outros, ok?
Mas para isso faça o que estou pedindo e não saia daqui! — Ele me
olha nos olhos mas me abraça tão apertado que penso termos nos
fundido um no outro.
— Pode confiar em mim, eu só saio daqui quando você disser
que eu posso... Por favor se cuida? Eu não vou te perdoar se
acontecer algo com você, entendeu...? Eu te amo. — Volto a chorar
preocupado temendo pela sua vida, ele se solta de mim, tomando a
minha boca em um beijo urgente.
— Obrigado por confiar em me contar tudo isso, obrigado por
não fazer nenhuma estupidez sem me dizer nada antes... Eu vou
me arrumar para sair... Eu volto para você, não se preocupe. —
Afirma entre os beijos mas se solta pegando uma roupa para se
trocar, eu faço o mesmo mas estou ciente de que não vou poder sair
de casa hoje.
Depois de arrumado Gael anota o endereço que chegou por
mensagem no meu celular, ele se despede e segue para o elevador
falando ao telefone, ele desce e eu fico aqui andando de um lado
para o outro preocupado, decido ligar para o hospital e saber
notícias da minha mãe, converso diretamente com o médico dela e
graças a Deus ela está bem e está segura. Peço para ele proibir
qualquer tipo de visita para minha mãe e explico a situação, ele
atende o meu pedido rapidamente e eu agradeço por isso.
Depois de vinte minutos andando de um lado para o outro
com o coração na mão de tanta preocupação, vejo o monitor do
elevador apitar e eu corro até o mesmo esperançoso de que seja
Gael, mas quando as portas do mesmo se abrem eu vejo um dos
seguranças entrar vindo na minha direção.
— Sr. Scott! Está tudo bem por aqui? O senhor está bem? —
Pergunta se aproximando e eu reviro os olhos por ele me chamar de
senhor.
— Sim, está tudo bem por aqui, você tem notícias do Gael?
Ele saiu do prédio sozinho? — Pergunto curioso e ainda
preocupado.
— Sim, ele saiu com o nosso pessoal, eu estou aqui a mando
dele, o Sr. Patterson me deu ordens para levá-lo para um local
seguro, a segurança da cobertura foi comprometida pois há intrusos
no prédio, informantes se passando por moradores... Precisamos
sair imediatamente! — Informa olhando para os lados verificando se
não há mais alguém na casa.
— Tudo bem, mas antes eu vou ligar para Gael, eu prometi a
ele que não sairia daqui sem que ele mesmo me dissesse que eu
posso sair, então vou ligar para confirma a minha saída. — Aviso já
tirando o celular do bolso e disco o número do Gael, mas antes de
colar para chamar sinto o segurança me agarrar por trás colocando
algo forte no meu nariz. — AHHH... PARAAAA... Porque está
fazendo... Isso...? Para... Ahhh... — Me debato desesperado para
me soltar dele mas esse homem é muito forte, longe estou perdendo
os sentidos e não ouço mais nada.
Capítulo 22

— Não podemos entrar ainda, Gael! Precisamos ter cautela


para não pôr os nossos planos a perder... Os nossos homens já
cercaram a área, agora só precisamos esperar o momento certo de
agir, Rodolfo ainda não chegou e a escuridão da noite vai nos
favorecer, só os capangas dele entraram aí e não vamos cair
mantando em cima de peixe pequeno... Queremos o tubarão então
vamos pescá-lo! — Ricardo me alerta confiante mas confesso, não
estou aguentando mais esperar, eu quero pegar logo esse miserável
mas meu amigo tem razão.
— Veja! Tem um carro entrando no local, Ricardo... Espera! É
ele! É o nosso tubarão, meu amigo! Vamos pegar esse desgraçado!
— Me empolgo ao ver um carro se aproximar.
Pego o meu binóculo e consigo reconhecer Rodolfo no banco
do carona do carro, enquanto o seu capanga dirige.
— Vou dar o sinal verde para os nossos soldados, quando
Rodolfo e sua corja forem rendidos, nós entramos para acabarmos
com aquele infeliz pessoalmente. — Ele pega o seu rádio
comunicador e se afasta para falar com eles.
Saco as minhas pistolas e me posiciono com alguns dos
homens que vão entrar conosco, estou ansioso para ficar frente a
frente com esse monstro, esse inseto maldito!
Meu celular toca pela segunda vez mas não atendo, estou
ansioso demais e não quero me desconcentrar, sei que deve ser
Scott querendo saber se estou bem mas não posso falar com ele
agora.
— Chefe! Temos problemas! — Avisa Demétrio ao se
aproximar correndo. — A segurança do prédio foi corrompida,
alguns dos nossos homens estão mortos e na cobertura não tem
ninguém... Não consigo falar com Adoni, mas tudo indica que Scott
foi levado, sinto muito, senhor. — Revela Demétrio fazendo o meu
coração disparar.
— Não...! Isso não pode ter acontecido, a nossa segurança é
uma das melhores do país, eles não podem ter levado Scott...! Ele é
esperto, Scott deve ter conseguido escapar. — Tento me convencer
de que Scott está bem, mesmo sentindo dentro de mim que algo
está errado. — Tenta contatar Elijah! Ele ficou responsável pela
segurança da cobertura junto com Adoni... Se acontecer algo com
Scott, eu mesmo mato aqueles dois inúteis! — Esbravejo irritado
sentindo o meu corpo suar frio por medo de terem levado Scott.
Mas como tiraram ele de dentro da minha cobertura?
Infiltrados na nossa segurança!
— Gael! Cara eu sinto muito mas não tenho boas notícias...
Um dos nossos soldados acabou de identificar um refém e ele está
desacordado... Sinto muito, meu amigo, mas é Scott. — Ricardo
afirma apreensivo e eu me controlo para não entrar correndo nessa
porra desse armazém.
— Filho da puta miserável! Eu quero matar esse desgraçado,
Ricardo! Eu não aceito que ninguém o mate além de mim, ouviu
bem? Eu quero meter meia dúzia de balas no crânio desse verme
maldito! — Esbravejo tentando avançar em direção ao armazém
mas Ricardo e Demétrio entram na minha frente.
— Se acalma, Gael! Você precisa agir de cabeça fria para
não pôr a vida de Scott em risco, cara...! Se prepara pois nós vamos
entrar. — Ele me olha dentro dos olhos me passando a confiança
que eu preciso. Respiro fundo.
— Então vamos entrar logo! Eu preciso tirar Scott daqui! —
Concordo entre dentes me controlando para não me precipitar.
Ricardo se afasta falando pelo rádio, mas volta no mesmo
instante em que ouvimos tiros e uma gritaria vindo de dentro do
armazém.
— Vamos entrar homens! Vamos! — Grita Ricardo sacando a
sua arma correndo em direção a entrada do armazém, e eu corro ao
seu lado com dez soldados atrás de nós.
Quando chegamos na entrada do armazém, um dos nossos
que já estava lá dentro abre os portões nos dando acesso para
invadir, entramos correndo no local e de longe avisto três carros
parados em círculos e no meio deles está Rodolfo, com uma arma
apontada na cabeça de Scott desacordado nos ombros de um dos
seus capangas.
— Demorou mas apareceu o namoradinho... Eu sabia que
essa bichinha que infelizmente é meu filho, iria dar com a língua nos
dentes, eu sabia que ele traria você direto para mim, seu
almofadinha metido a gay. — Ele abre um largo sorriso ainda
apontando a arma na cabeça do meu Scott. Esse filho da puta
armou para mim!
— Solta Scott, Rodolfo! E eu te prometo uma morte rápida e
sem dor... Do contrário você sofrerá o inferno antes de conhecer o
dono dele. — Me aproximo com cautela apontando as minhas
pistolas na sua direção, assim como os demais.
— Quem foi que te iludiu dizendo que eu vou morrer? Você
está enganado, Sr. Patterson. Você não vai arriscar a vida do seu
namoradinho, tenho certeza de que você usará o bom senso. — Ele
agarra os cabelos de Scott erguendo a sua cabeça.
Nesse momento ele começa a se debater tentando sair dos
ombros daquele homem, mas ele está com as mãos amarradas.
— Me solta! Seu infeliz de merda, me solta! — Esbraveja
meu pequeno socando as costas daquele infeliz mas o cara nem se
mexe.
Scott faz algo impensável, ele saca a arma na cintura do cara
e aponta para Rodolfo, meu coração se aperta com medo deles
atirarem nele.
— Manda ele me pôr no chão ou eu atiro em você, seu
maldito! — Esbraveja destravado a arma e eu respiro fundo me
orgulhando do homem forte que ele é.
— Ora! Ora! O meu filho resolveu virar homem de repente?
— O cretino gargalha voltando a apontar a arma na minha direção.
— Da uma olhadinha para lá, querido filho! Você atira no seu pai, e
todos os meus homens que estão se aproximando nesse instante
matam o seu namoradinho, e os amiguinhos dele... O que me diz? É
justo, não é? A minha vida pela de todos eles? — Rodolfo abaixa a
sua arma se aproximando de Scott que me encara apavorado.
— Gael...
Sussurra o meu nome com um olhar aflito, posso ver o
desespero em seus olhos marejados. Rodolfo aproveita a sua
distração para desarmá-lo e acertar um soco no seu rosto.
— INFELIZ! VERME MALDITO! SOLTA ELE! — Esbravejo
tentando avançar na sua direção mas Ricardo entra na minha frente
sem dar as costas para os nossos inimigos.
— Se acalma, Gael! Ele não vai escapar dessa porque ele
não é o único bem armado aqui... SOLDADOS! — Diz Ricardo sem
desviar a sua arma de Rodolfo, e chama pelos nossos soldados que
aparecem rendendo os capangas de Rodolfo a nossa volta.
— Bravo...! Por essa eu não esperava... Acho que subestimei
o playboyzinho gay. — Rodolfo olha a sua volta surpreso.
Quando um dos nossos se aproxima para rendê-lo, o infeliz
arranca Scott dos ombros do seu capanga lhe dando uma gravata,
apontando a sua arma na cabeça dele.
— Tenho que admitir que você é bem esperto, Gael
Patterson! Mas eu tenho uma surpresa para o meu querido filho...
Se for para morrermos, que seja em família! — Rodolfo abre o seu
sorriso cínico segurando o queixo de Scott, o obrigando a olhar para
o lado. — Veja quem chegou, filho! Peça a benção a sua mãe.
Me surpreendo ao ver um dos nossos seguranças trazendo a
mãe de Scott quase desfalecendo de tão fraca.
— MAMÃE! — Grita Scott tentando se soltar de Rodolfo.
— Adoni! Infeliz miserável! Eu vou matar um por um desses
malditos inúteis! — Esbravejo me sentindo roxo de tanto ódio!
— Fomos traídos, Gael! Esse maldito era o infiltrado na
segurança... Graças a Deus eu coloquei Nathalia e David em um
novo esconderijo onde só a segurança do meu pai tem acesso. —
Ricardo respira fundo e eu me sinto culpado por essa falha na
segurança das pessoas que eu amo.
— Scott...! Filho fica calmo...! Vai ficar tudo bem... — Dona
Adelaide tenta se solta de Adoni mas não consegue.
— Eu sou um cara muito generoso, Gael Patterson, e vou te
dar duas únicas escolhas... Ou você e seus homens se rendem, ou
haverá um grande confronto e os primeiros a morrerem serão o seu
namoradinho, e a sua sogrinha, o que me diz? — Ele caminha com
Scott em direção a mãe dele e nós o seguimos cautelosamente pois
o capanga ao seu lado o protege.
— Não somos covardes como você, Rodolfo! Vai ter coragem
de matar o próprio filho e mãe dele? Seu miserável! Não vamos nos
render, e não vamos sair enquanto não libertar Scott e a mãe! —
Esbravejo entre dentes sem desviar as minhas armas de Rodolfo e
o capanga ao seu lado.
Mais uma vez vejo um dos nossos se aproximar por trás e
render Adoni que finalmente solta a mãe de Scott, ela tenta correr
em direção ao filho mesmo ainda muito debilitada. Scott acerta um
soco no rosto de Rodolfo o fazendo soltá-lo, ele corre de encontro a
mãe e nós disparamos as nossas armas em direção a Rodolfo, mas
o infeliz também dispara em direção a Scott.
— SCOOOOTT! — Corro na direção deles atirando em
Rodolfo que mesmo ferido continua disparando.
— FILHOOOO! — Grita minha sogra o abraçando e inverte
as posições, também recebendo os disparos nas costas, caindo os
dois ao chão.
Me desespero mas me aproximo de Rodolfo que aponta a
sua arma para mim, mas sou mais rápido e descarrego as minhas
armas na sua cabeça como havia prometido, apenas quando vejo
os seus olhos arregalados já sem vida e as minhas armas sem
munição, eu olho em direção a Scott, corro até ele me abaixando ao
seu lado e vejo mãe e filho sangrando muito, e isso me apavora.
— Scott...? Meu amor fala comigo? Eu vou tirar você daqui,
você precisa ir para o hospital... RICARDO! ME AJUDA! ELES
PRECISAM DE UM MÉDICO RÁPIDO! — Divido a minha atenção
entre meu namorado e minha sogra, ambos parecem se engasgar
com o próprio sangue escorrendo de suas bocas.
— Gael... Você... Você me fez... Uma promessa... Cuida...
Cuida do meu filho...? Cuida do... Scott... Por favor...? — Sinto dona
Adelaide segurar firme o meu braço me encarando com os olhos
arregalados e suas lágrimas descendo.
— Me perdoa...? Eu falhei na segurança de vocês... Por favor
me perdoa...? ME AJUDEM AQUI! RÁPIDO! — Sinto minha voz
trêmula e um medo absurdo me consumir.
A vejo morrer segurando o meu braço. Encaro Scott e ele
está sorrindo enquanto segura a mão dá mãe, já sem vida.
— O que está fazendo...? O que pensa que está fazendo,
Scott? — Questiono em meio ao desespero e vejo seus lábios se
moverem.
— Te amo... — Sussurra antes de desfalecer em meus
braços.
— NÃO! NÃO SCOTT...! VOCÊ NÃO VAI ME DEIXAR, EU TE
PROÍBO! SCOTT! SCOOOTT! — Entro em pânico enquanto
começo a fazer a massagem cardíaca nele mas nada acontece,
faço respiração boca a boca e nada.
— Merda! Merda...! Eu já chamei uma ambulância, eles já
devem estar chegando porque já estavam por perto. — Ouço a voz
de Ricardo ao longe e quando olho para o lado, vejo-o fazendo a
massagem cardíaca na mãe de Scott.
— Você não vai me deixar...! Eu vou te odiar pelo resto da
minha vida se você fizer isso comigo, ouviu bem, Scott...? Reage
por favor...? Reage meu amor...? REAGE SCOTT! — Peço ainda
mais apavorado por ele não reagir, continuo a massagem e nesse
momento vejo paramédicos se aproximando medindo os batimentos
deles.
— Sinto muito, eles estão mortos... Não há mais nada o que
fazer. — Constata um dos paramédicos segurando a minha mão
para eu parar, mas o empurro para longe encarando Scott com os
olhos abertos e sem vida, assim como os da mãe.
— SCOOOOOTT! — Grito dando um soco no meio do seu
peito e faço o mesmo com a mãe dele.
Os vejo respirar fundo e seus olhos se fecham no mesmo
instante.
— O soco precordial...! A tempos não ouvia falar sobre ele...
ELES VOLTARAM! ME AJUDEM RÁPIDO! Precisamos removê-los
agora mesmo ou vamos perdê-los de novo! — Grita o paramédico
enquanto eu caio para trás respirando fundo, aliviado por eles
estarem de volta.
Os paramédicos se aproximam imobilizando Scott e a mãe e
em seguida os levam para ambulância.
— Vá ver Nath e David, Ricardo! Certifique-se de que eles
estejam bem e me dê notícias, eu vou com eles para o hospital. —
Me levanto correndo para ambulância e ele corre ao meu lado
surpreso.
— Me diz, Gael? Como sabia sobre o soco precordial? Você
salvou a vida de duas pessoas, cara. — Pergunta curioso ainda
surpreso.
— Acredite ou não, eu vi isso em um filme e acreditei que
funcionária... E eu vou assistir esse filme de novo com Scott ao meu
lado... Agora vá e me dê notícias! Eu vou precisar da sua ajuda para
contratar uma nova equipe de segurança, faça isso por mim, irmão?
Não estou com cabeça para mais nada agora. — Confesso ainda
me sentindo trêmulo e assustado com tudo isso.
Entro na ambulância o encarando esperançoso e ele apenas
concorda, saindo em seguida com o celular já na mão, ainda
consigo ver os capangas do Rodolfo rendidos e sendo levados pelo
nosso.
A ambulância sai do armazém às pressas seguindo para o
hospital mais próximo, enquanto isso eles colocam Scott e a mãe no
soro e no oxigênio pois suas respirações estão fracas, os aparelhos
apitam normalmente mas eles dizem que a pressão dos dois está
caindo. Seguro firme a mão de Scott e me aproximo do seu ouvido.
— Eu te amo... Espero que lute por mim como eu lutei por
você... Não vou te perdoar se me deixar, ouviu bem...? Eu amo você
e não vou permitir que me deixe! — Declaro em um tom
emocionado e acaricio o seu rosto antes de beijar de leve os seus
lábios.
Pego a mão da minha sogra e coloco sobre o peito dele,
unindo as suas mãos pondo a minha por cima, sinto as minhas
lágrimas descerem ainda não acreditando que quase o perdi, eu não
posso mais viver sem ele, não consigo mais respirar sem pensar
nele.
— Graças a Deus, os batimentos estão normalizando. —
Comenta um dos paramédicos verificando os aparelhos.
Sinto a mão de dona Adelaide se mexer por um breve
instante fazendo um pequeno sorriso surgir em meu rosto. O outro
paramédico termina de estancar o sangue nos ferimentos de Scott e
o outro faz o mesmo procedimento com a minha sogra.
— Dona Adelaide? Sei que está me ouvindo... Eu vou cumprir
a minha promessa mas você precisar estar ao meu lado para me
ajudar nisso... Eu não tenho mãe, mas gostaria muito de poder
conviver com uma pessoa como você... Para o seu filho ter feito
tantos sacrifícios por você, sei que deve ser uma ótima mãe... Ele
precisa de você, ouviu? — Acaricio a sua mão levemente mas tudo
que consigo ouvir é o som dos aparelhos e a sirene da ambulância.
Poucos minutos depois estamos parando na entrada da
emergência do hospital onde dona Adelaide estava internada, uma
equipe de enfermeiros aparecem para ajudar e logo estão correndo
com os dois hospital a dentro, tento ir junto mas sou barrado assim
que se aproximam do centro cirúrgico.
Não tive opção, tive que ir até a recepção preencher a ficha
deles mas informo que eles já deram entrada aqui antes, não tenho
documentos de nenhum deles então a recepcionista puxa o
cadastro deles no sistema, e se espanta ao ver que dona Adelaide
ainda consta como internada na UTI, explico que ela foi sequestrada
e que agora ela e o filho estão em estado grave, ela liga para o
diretor para passar a situação.
Peço para falar com o médico que atendia a mãe de Scott
então ele é chamado, mas sou avisado de que ele já se encontra
acompanhando o caso dessas duas pessoas que acabei de salvar.
Fico na sala de espera aguardando por notícias e rezando
mentalmente para que eles saiam bem dessa situação, pois eles
ainda correm riscos de vida, ainda vão passar por cirurgias e eu
temo que eles não resistam.
— Gael! Meu Deus que loucura, cara, Ricardo nos ligou e
viemos direto para cá... Como eles estão? Como você está? Foi
ferido? Esse sangue na sua roupa é seu? — Pergunta Dominic
entrando na sala com Robson e suas esposas.
Não respondo nada, apenas vou ao seu encontro e o abraço
forte tentando encontrar algum conforto que me acalme, estou
destruído por dentro, o medo me assola e a tristeza por ter quase o
perdido está martelando dentro do peito.
— Não estou ferido, esse sangue é de Scott e da mãe dele...
Estão os dois no centro cirúrgico e sei que a situação é grave...
Porra, eu só consegui salvá-los porque me lembrei de uma cena de
filme, já imaginou isso, Dom...? Eu estou desesperado, não posso
perder Scott... Eu amo esse garoto de verdade... Eu não posso
perdê-lo mas não sei o que fazer para ajudá-lo. — Minha voz é
trêmula e sinto as lágrimas quente escorrer pelo meu rosto.
— Nesse momento tudo que você e nós podemos fazer, é
rezar, infelizmente não podemos fazer mais nada além disso...
Vamos pensar positivo pois sei que tudo vai dar certo, Scott é
valente e não lutou até agora para desistir assim tão fácil...
Pensamento positivo, meu amigo! — Robson se aproxima me
segurando pelos ombros e vejo Tatiana e Clara com os olhos
marejados, todos eles têm um carinho muito especial por Scott.
— Eu vou tentar... Eu preciso acreditar que vai ficar tudo
bem, ele se salvou uma vez e preciso que ele se salve outra vez...
Aquele maldito Adoni me traiu, eu preciso mudar a minha equipe de
segurança porque tudo isso é culpa minha, Scott estava em casa e
a mãe dele aqui internada, os dois estão nessa situação porque eu
confiei demais nesses malditos que são pagos para nós proteger e
agiu contra nós. — Esbravejo alterado mas ao mesmo tempo
pensativo sobre essa falha imperdoável.
Quase perdi o homem que amo por causa de um maldito que
trabalhava para mim.
— Não fica se culpando, Gael, como você iria imaginar que
seria traído justo por aqueles que estavam sendo pagos para serem
fiéis? Que você depositou a sua confiança e no final fez uma
sacanagem dessas...? Você acha que será necessário mudar a
equipe toda nesse momento? — Tatiana se aproxima um pouco
mais abraçada a Clara e vejo a preocupação em seus olhos.
Clara está grávida e não queria ela aqui se preocupando
tanto conosco no estado dela.
— Uma maçã podre pode contaminar um cesto inteiro de
frutas, Tatiana... Eu confiei uma vez, não vou confiar de novo!
Prefiro mudar a equipe inteira a pagar para ver quem vai me trair
novamente. — Afirmo decidido andando de um lado para o outro
inquieto.
Estou preocupado e aflito sem notícias de Scott e a mãe.
Eles precisam estar bem.
— Scott passou por muitas coisas para ajudar a mãe dele,
desejo de coração que os dois saiam dessa juntos e bem, do
contrário um não vai suportar a perda do outro... Se ele fez tantos
sacrifícios pela mãe é porque ela merece, e se ela é uma mãe tão
boa o quanto parece ser, ambos vão sofrer e eu desejo que eles não
precisem passar por essa dor... De qualquer modo, estaremos aqui
por eles e para eles. — Diz Clara com a voz chorosa e sinto o meu
coração apertado, pequenininho com a possibilidade de perdê-lo.
— Ele não vai me deixar... Scott sabe que não pode me
deixar. — Sussurro para mim mesmo e nesse momento vejo um
médico entrar na sala de espera.
Capítulo 23

— Por favor! Os familiares de... — O médico faz uma pausa


para conferir a prancheta na sua mão e isso faz o meu coração
acelerar. — Os familiares de Pedro Augusto Linhares! — Chama ele
olhando a sua volta e vejo um homem e duas mulheres se
levantarem apressados.
Fico aqui atento ao assunto deles mas meus pensamentos
vão em Scott e sua mãe, rezo mentalmente pedindo o livramento
deles, pedindo para acalmar o meu coração pois estou muito
angustiado.
Depois de falar com aquelas pessoas o médico se vira para
sair, mas me apresso para chegar até ele e o seguro pelo braço.
— Por favor, doutor? Eu preciso de notícias de Scott e
Adelaide Bennet, eles estão no centro cirúrgico já algum tempo e
ninguém veio me dar notícias, como eles estão? Eles estão vivos?
— Pergunto ansioso e aflito mas o médico me encara com uma
expressão neutra, não consigo decifrar.
— Olha, não vou mentir para você, eles ainda estão na
cirurgia e o estado de saúde deles é delicado... O rapaz teve um dos
pulmões perfurado e uma das balas está alojada na costela, ele está
com uma hemorragia interna que estão tentando conter... A senhora
levou dois tiros nas costas e como o seu estado de saúde já era
crítico, isso agravou um pouco mais a sua situação, pois ela
também perdeu muito sangue, e precisará de uma transfusão assim
como o filho, por sorte temos o tipo sanguíneo deles e os mesmos o
receberão assim que saírem da cirurgia... No momento isso é tudo
que eu tenho a dizer, mas desejo que eles se recuperem logo,
estamos acompanhando a luta dessa família já há um tempo e
estamos torcendo por eles... Bom, mandarei alguém trazer mais
notícias assim que possível, com licença. — Ele conta atento ao
meu desespero, mas sai sem me deixar perguntar mais nada.
Viro-me encarando os meus amigos sem saber o que dizer,
meus pensamentos estão nele, no meu pequeno e no medo de
perdê-lo. Não vou perdoá-lo se me deixar, isso nunca! Ele não pode
bagunçar a minha vida e os meus sentimentos dessa maneira para
depois me deixar sozinho.
— Gael...? Meu amigo não fica assim, ele vai sair dessa você
vai ver... Scott é forte, ele não lutou até agora para desistir assim tão
facilmente. — Dominic se aproxima me segurando pelos ombros.
— Ele não vai me deixar, ele me prometeu isso tantas
vezes... Eu sei que ele não vai me decepcionar, não é o feitio de
Scott, eu sei disso... Ele me ama e não vai me deixar. — Afirmo
ainda pensativo desejando estar ao lado dele agora.
— Não sei se Scott comentou sobre isso com você, Gael...
Mas ele me confessou que jamais te deixaria, o amor dele por você
é tão grande, tão puro e sincero que eu posso te afirmar... Scott vai
sim lutar por você com todas as suas forças... O único desejo dele
além de ver a mãe fora desse hospital, é te fazer feliz e ser feliz ao
seu lado, e sei que ele não vai deixar isso para trás... Eu confio nele.
— Clara se com um sorriso amoroso e encorajador, mesmo as suas
lágrimas descendo.
— Eu não sei se aguentaria passar por tudo isso sem o apoio
de vocês... Obrigado. Obrigado a cada um de vocês por estarem
aqui comigo, mas estou preocupado com você também Clara, você
está grávida, é melhor aguardar por notícias em casa, não estou
gostando de te ver tão agitada nesse estado. — Minha voz ainda é
trêmula e minhas vistas embaçam, minhas lágrimas descem sem
reservas mas não me importo com isso.
Clara me encara com uma expressão abatida e mesmo assim
me contesta para não ir embora.
A única pessoa por quem já chorei nessa vida além dos meus
pais, foi o meu filho, mas agora Scott faz parte de mim e ele merece
o meu melhor, ele merece tudo.
— Gael? — Ouço a voz de Ricardo atrás de mim e me viro
dando de cara com ele e Nath. — Me desculpe, eu não consegui
impedi-la de vir... Como eles estão? — Ele respira fundo enquanto
Nath corre para os meus braços me apertando forte.
— Eu sinto muito... Eu sinto muito, Gael... Não queria te ver
em uma situação dessa mas sei que vai dar tudo certo... Você tem
notícias deles? — Ela chora ainda abraçada a mim e isso me
surpreende, eu não fazia ideia de que Nathalia se importava tanto
assim com Scott.
— Eles ainda estão na cirurgia, o estado deles ainda é grave
mas tenho fé de que eles vão sair dessa, estamos aguardando por
mais notícias... Como está o nosso filho? David está bem? Está em
segurança? — Me solto dela para encarar os seus olhos, vejo
Ricardo também com um olhar abatido assim como todos nessa
sala.
— Relaxa cara, seu filho está bem, eu fiz o que você pediu,
ele está em segurança e a família de Nath também... Estão todos
muito preocupados com você e Scott, mas estão torcendo para que
vocês saiam dessa logo. — Ele se aproxima e me abraça forte.
Desabo como nunca deixei acontecer antes, choro aflito me
sentindo tão impotente por não poder fazer nada.
— Não fica assim, Gael...? Meu Deus, não fica assim meu
amigo...? Eu nunca te vi assim antes... Vai ficar tudo bem você vai
ver! — Nath me abraça mais uma vez e sinto Clara e Tatiana se
juntarem a ela, me apertando com ternura tentando me acalmar.
— Estou tentando... Prometo que estou tentando mas não
estou conseguindo... Eu preciso vê-lo, preciso estar com ele para ter
certeza de que esteja mesmo bem... Eu não aguento mais ficar aqui
angustiado sem saber de nada! — Me solto delas inquieto mas
Robson se coloca na minha frente.
— O médico acabou de sair, Gael, não vai adiantar nada
você ir até lá agora, Scott ainda está na cirurgia então teremos que
esperar um pouco mais... Relaxa e pensa que logo ele vai estar no
quarto e você vai poder vê-lo, conversar com ele e pedir que ele
melhore logo. Mas por enquanto tenha um pouco mais de paciência,
meu irmão? estamos aqui com você e por você... Não vamos deixar
você aqui sozinho nessa situação, ouviu? — Robson me olha dentro
dos olhos me fazendo respirar fundo, pois sei que ele tem toda
razão.
— Tudo bem... Eu vou me esforçar um pouco mais, vou
esperar por notícias dele aqui mas eu não saio desse hospital sem
vê-lo...! Ou melhor, eu só saio daqui com ele! — Concordo decidido
mas volto a ficar inquieto.
Não vou conseguir me acalmar tão cedo, não vou conseguir
sossegar o meu coração e tirar essa imensa angústia de dentro de
mim enquanto não conseguir ver o meu pequeno, tocar os seus
lábios com os meus e sentir a sua pele macia nos meus dedos, eu
não posso perdê-lo, isso destruiria a minha alma.

Depois de longos minutos angustiantes aqui esperando por


notícias de Scott, finalmente vejo Dr. Paulo entrar na sala de esperar
e eu ainda estou andando de um lado para o outro.
— Sr. Patterson! — Me chama ao se aproximar e eu me
apresso para chegar até ele.
— Dr. Paulo, como eles estão? Scott está bem? Ele está vivo,
não está? — Pergunto esperançoso, mas ele está sério demais e
isso me apavora.
— Fizemos tudo que estava ao nosso alcance, Sr.
Patterson...
— Para! Não faz isso comigo...! Por favor não faz isso
comigo...? Ele não pode estar morto, eu não permito isso! Não
permito! — Contesto irritado sentindo o meu coração parar e voltar a
bater em um ritmo descompassado.
— Se acalma, Sr. Patterson? O rapaz está bem, ele está vivo
mas o seu estado ainda é grave... Ele vai ficar na unidade de terapia
intensiva por quarenta e oito horas até termos certeza de que ele
está fora de perigo, esse período será decisivo para sua
recuperação e estamos torcendo para que ele reaja logo... Mãe e
filho já estão recebendo a transfusão de sangue, eles já estão na
UTI mas ainda estão sedados, o senhor já pode vê-los se quiser, a
Sra. Adelaide voltou para o mesmo quarto de UTI que ela estava
antes, o filho está na UTI ao lado do quarto dela, achamos que seria
melhor deixá-los perto um do outro pois sei que quando acordarem,
eles vão querer saber um do outro... Depois vá ao meu consultório
para conversarmos, eu quero entender melhor sobre o que houve,
espero que não se incomode com isso. — Explica calmamente
ainda sério, eu consigo respirar aliviado por saber que eles estão
vivos.
— Eu faço questão de conversar com o senhor depois, mas
por hora, eu peço apenas que faça até o impossível se necessário
para salvá-los, para mantê-los fora de risco e me avise sobre
qualquer alteração no quadro de saúde deles, por menor que seja
mas não me esconda nada... E não se preocupe com os gastos,
remédios, tratamentos o que for, eu vou arcar com tudo... Agora eu
preciso vê-los, ou também terei que ser internado pois estou a beira
de um ataque de nervos. — Divido a minha atenção com ele e meus
amigos, que parecem esperançosos assim como eu.
— Tudo bem, eu vou acompanhá-lo até lá. — Ele finalmente
me dá um pequeno sorriso e eu me viro para os meus amigos.
— Nos vemos depois, se eu voltar e não estiverem mais aqui
eu ligo para dar notícia. — Aviso antes de sair com o médico e eles
apenas concordam.
Sigo Dr. Paulo pelos corredores sentindo o meu coração
acelerar e a minha respiração pesar a cada passo que damos, mas
o seu sorriso não sai da minha mente, seus olhos sem vida me
deixando aflito, apavorado, em choque e com muito medo.
Dr. Paulo me leva para me trocar e me higienizar, pois ainda
estou com as roupas sujas de sangue e eu não posso entrar assim
no centro cirúrgico, mas a minha ansiedade é tão grande que faço
tudo isso o mais depressa possível.

Chegamos na UTI e eu entro primeiro me deparando com


Scott ligado a um monte de aparelhos, meus olhos lacrimejam na
mesma hora e eu choro, ele está vivo mas está tão debilitado, não
posso pegá-lo em meus braços e tirá-lo daqui, não posso nem
sequer conversar com ele e ouvir a sua voz.
Me aproximo da sua cama e pego a sua mão gelada sentindo
o desespero voltar a me consumir, me tremo feito vara verde de tão
nervoso que estou.
— Scott... Meu amor, me perdoa...? Me perdoa por ter
falhado na sua segurança...? Eu não vou me perdoar nunca mas eu
preciso que me perdoe...? Minha vida melhore logo...? Por favor me
deixe tirar você daqui? Melhore logo, meu amor...? — Choro
acariciando o seu rosto tão pálido e toco os seus lábios
esbranquiçados, sem aquele tom rosado que tanto amo.
Beijo a sua mão demoradamente enquanto choro em silêncio,
sentindo o meu coração sangrar, sinto um imenso vazio dentro de
mim e aquela mesma angústia volta com tudo, por ver o homem que
amo nesse estado.
— Eu vou deixá-lo sozinho com ele, Sr. Patterson, se precisar
de mim eu vou estar na UTI ao lado, vou ver a Sra. Bennet. — Avisa
o médico antes de sair me deixando aqui, imóvel segurando a mão
de Scott com força, com medo de soltá-la e ele me deixar.
Não sei como vou conseguir sobreviver com isso, não sei se
vou conseguir sair desse hospital antes de ter certeza de que ele
não vai me deixar, eu tenho medo, tenho muito medo.
Puxo uma cadeira e me sento ao seu lado sem soltar a sua
mão, encaro o seu rosto com uma expressão tão serena, mas ao
mesmo tempo tão abatida. Mais uma vez acaricio o seu rosto
pensativo, talvez eu devesse transferi-lo para outro hospital, um
hospital melhor e... Espera! Esse é um dos melhores hospitais da
cidade, além disso, talvez ele não resista a uma transferência e aqui
ele tem os melhores médicos dessa unidade a disposição dele e da
mãe.
Me levanto da cadeira ainda pensativo e tento me afastar da
sua cama, mas sinto ele segurar levemente a minha mão e eu paro.
— Scott? Meu amor você pode me ouvir...? Por favor me diz
que você vai ficar bem? Me diz que não vai me deixar...? Scott...?
Eu te amo e não vou sair daqui sem você, está me ouvindo...?
Espero que me ame o suficiente para lutar por nós, para lutar por
mim, eu fui claro? — Peço em um tom emocionado mas tento me
controlar, Scott mexe a cabeça mas não abre os olhos.
— Te amo... Você... Não vai se livrar de mim... Tão
facilmente... — Diz quase em um sussurro mas isso é o suficiente
para fazer o meu coração acelerar, se enchendo de alegria pela sua
declaração.
— Não diz mais nada, você já disse tudo que eu precisava
ouvir... Descansa meu amor... Descansa e melhore logo, eu quero
levar você pra casa. — Sorrio entre lágrimas e ele abre os olhos
para me encarar.
— Eu vi você... Você estava... De branco... Estava sorrindo
para mim... Me estendendo a mão... Minha mãe estava ao seu
lado... Sorrindo para você... Meu amor... Onde ela está...? Está
viva? — Vejo um pequeno sorriso em seu rosto, mas uma lágrima
escorre de seus olhos me lembrando do sorriso que ele me deu
antes de morrer em meus braços.
— Não sorrir assim para mim! Eu não gosto mais, esse
sorriso me apavora... Deixe para sorrir assim quando estiver fora de
perigo, entendeu...? Sua mãe está bem, voltou para mesma UTI de
antes e está sendo bem cuidada. — O encaro atento mas ele não
me obedece, seu sorriso continua pregado em seu rosto. — Nem
em uma situação como essa você deixa de me contrariar, não é...?
Eu amo o seu sorriso, Scott... Mas a última vez que o vi foi antes de
você morrer em meus braços... Se você me deixar, eu nunca vou te
perdoar... Nunca! Você ouviu, Scott? — Lanço-lhe um olhar sério e
ele continua sorrindo, aquele mesmo sorriso lindo que fez eu me
apaixonar por ele.
— Eu não vou... Te deixar... Nunca... — Seu sorriso se desfaz
e ele respira fundo, cansado e também sonolento por causa do
sedativo.
— Não diz mais nada, apenas me ouça e balança a cabeça
concordando ou discordando, está bem? Me obedece por favor?
Não se esforce. — Peço preocupado e novamente ele respira fundo.
— Fica calmo... Eu vou ficar bem... — Novamente ele me dá
um pequeno sorriso, me desobedecendo mais uma vez. Respiro
fundo.
— Me prova que você vai ficar bem? Me obedece vai...?
Melhora logo...? Eu te amo. — Sorrio quando me declaro e vejo os
seus olhos presos nos meus.
— Sei que já provou... O quanto me ama, mas... Você pode
provar... Mais uma vez...? Me ama o suficiente... Para se casar
comigo...? Eu quero você para sempre... Quero ser seu... Para
sempre... Casa comigo, Sr. Gael Patterson...? — Não vejo mais o
seu sorriso, Scott me encara sério e eu o encaro surpreso, na
verdade muito surpreso.
— Você quer se casar comigo, Scott...? Está mesmo me
pedindo em casamento em uma cama de UTI? — Questiono ainda
surpreso mas abro o meu melhor sorriso para ele, vendo-o fechar os
olhos virando o rosto para o outro lado. — Era para eu fazer esse
pedido, e não aqui com você desse jeito, mas... Sim... Eu quero me
casar com você, meu pequeno... Agora mais do que nunca você
precisa sair logo daqui. Eu aceito o seu pedido de casamento, eu
quero me casar com você... Scott...? Amor? — Me emociono
sentindo mais uma vez o meu coração acelerar, mas dessa vez de
alegria.
Scott vira novamente o rosto para mim me olhando
brevemente antes de fechar os olhos outra vez, mas sorrir daquele
mesmo jeitinho doce de antes.
— Eu te amo. — Declara antes de adormecer novamente.
— Eu também te amo, meu amor... Descansa e melhore logo,
está bem? Eu vou ver a sua mãe, depois vou dar notícias aos
nossos amigos e volto, eu não saio daqui sem você, ouviu...? Eu
não me demoro, minha vida. — Sorrio largamente sentindo a minha
felicidade voltar, mesmo com Scott ainda nessa cama de UTI.
Lhe dou um beijo de leve nos lábios e acaricio o seu rosto.
Reluto em me afastar da sua cama, mas diante dessa felicidade e
essa certeza de que ele não vai me deixar, eu saio da UTI o
deixando sozinho, mesmo essa não sendo a minha vontade.
Olho para os lados procurando a UTI onde minha sogra está,
e vejo Dr. Paulo sair do quarto ao lado vindo na minha direção
apressado.
— Sr. Patterson! Preciso da sua ajuda, a Sra. Adelaide está
muito agitada, ela quer ver o filho de qualquer jeito pois não acredita
que ele esteja mesmo bem, ela acha que estamos mentindo para
protegê-la, talvez o senhor consiga acalmá-la depois de ter visto
Scott. — Explica enquanto me leva para UTI ao lado, eu apenas
concordo e entramos no quarto.
— Eu quero ver o meu filho... Eu quero ver... O meu filho... —
Pede Sra. Adelaide com a voz cansada e eu me apresso para
chegar até ela.
— Adelaide? Minha sogra se acalme, eu te garanto que Scott
está bem, eu acabei de vê-lo. — Sorrio para ela ver que realmente
está tudo bem, mas mesmo assim ela me encara desconfiada.
— Não mente para mim...! Por favor me diz a verdade...?
Meu filho está bem...? Ele não está morto? — Pergunta ofegante,
cansada por se esforçar tanto em falar. Seguro a sua mão com
carinho e beijo demoradamente.
— Prometo que não estou mentindo, eu estive com ele, falei
com ele e ainda recebi um pedido de casamento... Espero que não
se arrependa por me aceitar, porque eu vou me casar com o seu
filho. — Sorrio abertamente acariciando o seu rosto com carinho, ela
me encara atenta me analisando.
— Então... Ele está mesmo vivo...? Meu filho... Está vivo...?
— Ela chora tentando apertar a minha mão e mais uma vez toco o
seu rosto, secando as suas lágrimas insistentes.
— Sim, ele está vivo! Eu não estaria sorrindo agora se ele
não estivesse conosco... Eu preciso pedir perdão, Sra. Adelaide...
Eu prometi proteger vocês e falhei, Scott foi tirado de dentro da
minha casa por um dos meus seguranças que nos traiu, esse
mesmo homem conseguiu tirar a senhora de dentro desse hospital...
Eu não tenho palavras para descrever o tamanho da minha
vergonha por isso, eu só não estou profundamente triste porque
estou feliz que vocês estejam bem, vocês só precisam sair logo
desse hospital pois quero levar vocês pra casa. — Tento não me
emocionar mas é inútil tentar evitar.
Hoje a minha noite está sendo uma das piores da minha vida,
além de ser uma das melhores também, pois o homem que amo me
pediu em casamento.
— Não há nada para te perdoar... Você foi um anjo nas
nossas vidas, Gael... Sem você nos protegendo, já estaríamos
mortos a tempos... Então não se sinta culpado por nada... Ninguém
antes fez por nós, o que você tem feito até agora. — Sua voz é
ainda mais cansada que antes, vejo ela piscar com lentidão e sei
que ela não devia estar falando tanto.
Capítulo 24

— Conversaremos melhor depois quando a senhora for para


o quarto, agora tente descansar um pouco, está bem? Me promete
que vai ficar calma? Não vou conseguir aclamar mãe e filho a todo
momento se ficarem agitados dando trabalho para os médicos... Eu
prometo que volto com mais notícias do Scott, ele está logo aqui ao
seu lado... Eu não vou sair desse hospital sem vocês, eu prometo.
— Tranquilizo-a para mantê-la calma e ela respira fundo
concordando.
— Está bem... Eu confio em você, Gael... Eu confio em você.
— Diz em um sussurro antes de fechar os olhos, adormecendo
novamente.
— Mãe e filho tranquilizados, graças a Deus e a você. —
Ouço Dr. Paulo atrás de mim e me viro.
Encaro-o brevemente antes de encarar novamente a mulher
debilitada sobre essa cama.
— Não deixe faltar nada a ela nem a Scott, Dr. Paulo, tudo
que eles precisarem, seja o que for para o bem deles, faça sem
precisar me pedir permissão, eu estou autorizando qualquer tipo de
gastos adicionais que eles precisem e o hospital não possa arcar,
depois é só me mandar a conta, ok? — Informo ainda admirando
Sra. Adelaide, mas volto com a minha atenção a ele.
— Ok, Sr. Patterson, agradeço pela sua compaixão em ajudar
essas pessoas... Sei que eles são especiais para o senhor, eu farei
por eles tudo que for necessário, não se preocupe. — Ele toca o
meu ombro enquanto fala então saímos do quarto conversando
sobre o estado dela.
O médico do meu namorado e minha sogra me explica como
está a situação deles, desde o momento da cirurgia até a internação
deles na UTI, ambos tiveram uma parada cardíaca mas felizmente
eles foram fortes e resistiram, agora só precisam aguentar um
pouco mais, precisam reagir bem a essa transfusão de sangue e se
recuperarem logo.
Depois de conversar com o médico eu decido voltar até a UTI
para ver Scott, mas me lembro dos meus amigos e resolvo ir até lá
para lhes dar notícias, já que todos estão aqui para nos apoiar
nesse momento tão crítico.
Entro na sala de espera e os vejo sentados pensativos, todos
ainda aqui me esperando, mas assim que me ver entrar, Nath vem
correndo na minha direção.
— E então, Gael? Como eles estão? Scott está bem? David
já ligou perguntando quando Scott vai cuidar dele de novo, ele sente
falta do amigo. — Pergunta preocupada mas sorrir ao falar do
carinho do nosso filho por Scott.
— Ele está bem, eu falei com ele e com a mãe dele também,
ambos estão muito debilitados mas creio que logo estarão
recuperados. — Sorrio abraçando Nath e beijo o alto da sua cabeça.
Me solto dela ainda sorrindo e os outros se aproximam
atentos a mim.
— Agora eu acredito que Scott esteja mesmo bem, você está
até sorrindo... Diferente de uma hora atrás. — Dominic sorrir de lado
e eu abro ainda mais o meu sorriso.
— Eu estou feliz, não só por Scott está vivo, mas também
porque eu fui pedido em casamento pelo homem que amo. — Conto
com um sorriso preso nos lábios e todos parecem chocados.
— Não brinca! Scott te pediu em casamento...? Ahh que
lindo...! Que ousado! Que fofo! — Tatiana e Clara se abraçam
compartilhando conosco os seus sorrisos de satisfação.
— Olha, eu tiro o meu chapéu para esse rapaz, depois de
tudo que passou, voltou do mundo dos mortos e está lutando pela
vida, e ainda te surpreende com um pedido de casamento...? Agora
você pode respirar tranquilo, esse pedido de casamento é mais uma
prova de que ele não vai te deixar... Estou surpreso, mas muito feliz
por vocês, meu amigo... Você escolheu uma pessoa incrível para
dividir a sua vida, eu tenho certeza de que daqui em diante, nada e
nem ninguém separa vocês. — Robson me segura pelos ombros me
olhando nos olhos.
Ele me abraça apertado mais uma vez me dando o seu apoio
estando ao meu lado, assim como os outros.
— Eu agradeço a vocês mais uma vez por estarem aqui, não
sei se conseguiria passar por isso sozinho, mas, eu não esperava
outra atitude de vocês que não fosse essa, sei que posso contar
com vocês assim como cada um de vocês também podem contar
comigo... Agora eu só preciso espera Scott sair desse hospital para
comemorarmos o pedido de casamento. Quero me casar o quanto
antes e me amarrar de vez a esse ser incrível que é o meu
namorado... Porra eu estou feliz, estou muito feliz mas ainda sinto
falta de alguém aqui comigo... Meu filho, traz ele para me vez, Nath?
Quero muito ver o nosso filho. — Me empolgo como não faço a
tempos.
Me sinto eufórico, me sinto como uma criança que acabou de
ganhar o melhor presente do mundo.
— Deixa comigo! Eu trago ele para te ver amanhã, mas não
sei se é uma boa ideia ele ver Scott nesse estado em um hospital,
bom, eu nem sei se ele vai poder ver Scott, mas o fato é que ele vai
querer sim ver o amigo. — Argumenta sorridente assim como os
outros.
— Até amanhã eu vou saber se ele vai poder receber visitas,
se puder eu não vejo o porquê de David não poder vê-lo, vai fazer
bem ao nosso filho ver que Scott está bem, ou ele vai ficar
preocupado e impressionado por saber que Scott está no hospital
mas não pode vê-lo. — Explico um pouco mais calmo da minha
agitação. — Antes de trazerem David, eu preciso saber, Ricardo,
como está funcionando a segurança dele e de vocês também?
Quero saber o que houve com os capangas do Rodolfo e se temos
algum problema relacionado a isso... Outra coisa que eu quero
saber, é se você mexeu ou não na segurança do meu prédio, quero
uma nova equipe de segurança mas não quero uma equipe
qualquer, eu quero a melhor equipe que existe, quero algo de outro
mundo porque não quero a minha família correndo riscos
novamente. Vou me casar com Scott, ele e a mãe dele serão a
minha família também, então eu tenho que dar o melhor a eles e ao
meu filho. — Questiono sério e decidido mas ele apenas escuta até
eu terminar.
— Quanto a isso você não tem com o que se preocupar, já
estou cuidando disso, até vocês voltarem para casa já estará tudo
resolvido, eu te garanto. — Seu tom firme mais uma vez me deixa
tranquilo por poder confiar nele.
— Obrigado, meus amigos, vocês são incríveis... Bom, já
está muito tarde, já são três da manhã e vocês precisam descansar,
eu vou ficar aqui no hospital então vocês podem ir para casa. Estou
espantado por Clara está aguentando ficar aqui esse tempo toado
no estado em que está... Quanto a empresa, vocês podem tirar meio
período de folga para conseguirem descansar um pouco mais, se
quiserem um dia completo de folga, remarquem os seus
compromissos, mas Clara vai tirar o dia de folga querendo ou não,
ouviu bem...? Prometo que depois eu recompenso vocês melhor
pelo apoio que estão me dando nesse momento... A presidência vai
ficar na sua responsabilidade, Robson, até eu sair daqui com Scott,
se precisar da minha assinatura para alguma coisa, ou até mesmo
se a minha presença na reunião for indispensável, participarei por
vídeo conferência aqui mesmo do hospital, depois você traz os
documentos para eu assinar. Dominic vai estar ao seu lado na
minha ausência, eu confio plenamente em vocês. — Afirmo decidido
e eles concordam.
— Mais uma vez obrigado pela confiança, meu amigo,
faremos o nosso melhor até a sua volta, faremos como você
sugeriu, em casos de reuniões importantes serão feitas vídeo
conferências com você, quanto aos documentos para serem
assinados, eu mesmo ou Dom traremos pessoalmente até o
hospital... Vou pedir para trazerem o seu notebook e roupas limpas.
— Robson me segura pelo ombro com um olhar confiante.
— Deixa isso comigo, Robson, eu vou até a cobertura e pego
tudo para ele. Vou aproveitar para trazer roupas para Scott também,
para quando ele tiver alta, ou caso ele não queria usar esse
modelito horrendo de hospital. — Comenta Nath nos fazendo sorrir,
eu já estava sentindo falta desses momentos descontraídos. —
Parabéns pelo pedido de casamento, eu desejo de todo o meu
coração que vocês sejam felizes, Gael... E por favor? Não deixa de
me avisar com antecedência sobre a alta de Scott, quero preparar
algo legal para recebermos ele de volta nas nossas vidas. — Pede
um pouco mais empolgada mais uma vez me fazendo sorrir
abertamente ao me lembrar que vou me casar.
— Eu aviso sim, pode deixar. Todos vocês tem sido
maravilhosos comigo e Scott, mas em especial, você, Nathalia, você
está sendo incrível me ajudando com ele e o nosso filho... Obrigado.
— Puxo a mãe do meu filho para um abraço apertado e sinto
Tatiana nos abraçar também.
— Assim eu vou ficar com ciúmes, eu também quero um
abraço. — Clara sorrir abertamente assim como nós.
— Não se preocupem, aqui tem abraço por todos! — Abraço
um por um agradecendo mais uma vez por estarem aqui comigo.
Depois de nos despedimos os acompanho até a saída do
hospital, eles se vão e eu volto para UTI para ver Scott, mas assim
como antes eu tive que me trocar para não transmitir nenhum tipo
de bactéria para UTI.
Quero ficar o máximo de tempo com Scott, sinto a falta dele
como se estivéssemos a semanas sem nos vermos, acho que
jamais serei capaz de esquecer tudo que aconteceu, eu quase o
perdi, Scott quase saiu da minha vida daquela maneira trágica, mas
eu jamais vou permitir que isso aconteça, vou cuidar melhor da
segurança dele e da mãe também. Nada vai acontecer com eles
novamente pois não vou permitir.

DOIS DIAS DEPOIS...

— Cadê o Schoti papai? Eu quero ver ele, porque eu não


posso vê ele? Eu estou com saudade dele. — Questiona meu filho
no meu colo mexendo na minha barba.
— Se acalma, filho? Ele está vindo aí... Finalmente hoje ele
será transferido para o quarto e a mamãe dele também. — Explico
andando pelo corredor com David, ansioso para ver o meu amor.
— A mamãe do Schoti vai ser a minha vovó? — Dispara meu
filho me pegando de surpresa com a sua pergunta, me fazendo
parar abruptamente.
— Como assim, filho...? Do que você está falando? Porque
acha que ela será a sua vovó? — Pergunto atento e ele finalmente
me olha nos olhos.
— Porque você tá namorando o Schoti... A mamãe tá
namorando o tio Icardo, e eu ganhei um papai novo, um vovô e uma
vovó, e tem a minha tia Sanda... E você tá namorando o Schoti e eu
vou ganhar mais uma vovó? — Explica calmamente voltando a
mexer na minha barba, me viro encarando Nathalia que pisca para
mim.
— Sei que você precisa conversar com ele sobre isso, mas
achei melhor prepará-lo para essa conversa... Mas o nosso filho é
bastante inteligente, ele entendeu e aceitou numa boa que Scott
agora faz parte da nossa família. — Conta com um sorriso amoroso.
Respiro fundo por saber que meu filho não vai se decepcionar
comigo.
— Obrigado, Nathalia... Você não imagina como é importante
para mim que meu filho aceite Scott... E você, meu amor, obrigado
por aceitar Scott, depois com calma, nós três vamos conversar
melhor, está bem? Eu amo você, e assim como sua mãe e Ricardo,
Scott também gosta muito de você, meu filho... Ele já deve estar
sendo trago para o quarto, logo nós vamos vê-lo, ok? — Sinto o
meu coração acelerado tamanha é a minha felicidade.
Encaro meu filho atento e ele balança a cabeça concordando,
nesse mesmo instante vejo Dr. Paulo ao lado de uma maca, e um
maqueiro empurrando Scott.
— Schoti! Papai é o Schoti! — Aponta David empolgado se
jogando do meu colo querendo ir para o chão.
— Se acalma, filho! Você vai vê-lo. — Tento acalmá-lo e o
coloco no chão, mas ele sai correndo até a maca com Scott.
— Schoti eu vim te vê, você ainda está dodói? Você vai pra
casa com a gente? — Pergunta próximo a Scott e o mesmo estende
a mão para ele.
— Oi, amiguinho? Eu ainda estou dodói sim, não vou poder ir
para casa com vocês agora, mas assim que eu estiver melhor eu
vou com vocês, está bem...? Eu senti a sua falta, estou morrendo de
saudade de brincar com você. — Scott sorrir para ele daquele seu
jeitinho encantador, roubando a minha atenção para ele.
Estamos todos no quarto e eu ajudo ao maqueiro a transferir
Scott para cama, ele ainda está no soro e vai precisar de ajuda para
tomar banho e se locomover pelo quarto, e é claro que eu não vou
deixar nenhum enfermeiro fazer isso.
O médico nos explica mais uma vez a situação de Scott e diz
que em alguns dias ele poderá ter alta, assim como a mãe dele
também.
— Não brinca comigo, Dr. Paulo, a minha mãe vai sair daqui
junto comigo? Eu vou poder levar a minha mãe para casa? —
Pergunta empolgado segurando forte a mão do médico.
Sorrio, isso era tudo que ele queria, poder levar a mãe para
casa despreocupado.
— Sim, Scott, finalmente depois de meses aqui internada, a
sua mãe vai sair desse hospital e voltar para casa com você...
Vocês dois reagiram muito bem desde a cirurgia, estão totalmente
fora de riscos e estão se fortalecendo. — O médico sorrir para ele e
o mesmo respira fundo, sorrindo tão abertamente que me apaixono
ainda mais por ele. — Tem mais uma coisa que você precisa saber,
pois acho que você ainda não sabe, na verdade eu só fiquei
sabendo disso depois conversando com os outros médicos... O
médico de plantão que recebeu você e sua mãe aqui no hospital, no
dia do ocorrido, me relatou que ouviu dos paramédicos que tanto
você quanto a sua mãe, só foram salvos por causa do soco
precordial, é um dos antigos métodos usados para reanimar
pacientes que sofrem paradas cardíacas, mas no seu caso assim
como no de sua mãe, vocês já estavam sem vida, os paramédicos
já tinham desistido de vocês, mas Gael não desistiu... Gael
Patterson salvou a sua vida e a vida da sua mãe, rapaz, você tem
um anjo da guarda aqui na terra e ele está bem ao seu lado agora.
O médico conta emocionado, também me emociono ao me
lembrar de Scott sem vida e o meu desespero me fez agir daquela
forma, o meu desespero salvou as duas pessoas que agora também
são muito importantes para mim.
Scott me encara surpreso e com lágrimas nos olhos, ele me
estende a mão e eu pego depositando um beijo demorado.
— Não precisa dizer nada, não ouse me agradece porque eu
não mereço... Se eu não tivesse falhado na sua segurança e na
segurança da sua mãe, vocês não estariam aqui agora, estariam em
casa se curtindo como tanto desejavam... — Sinto minha voz
embargada pelo choro que eu seguro para não soltar, mas Scott me
interrompe.
— Obrigado... Eu vou te agradecer pelo resto da minha vida,
Gael... Você fez tudo por mim e por minha mãe mesmo sem nos
conhecer direito, então você não tem que se sentir culpado por
nada... Por favor não se culpe? Você nos salvou, eu jamais te
culparia por nada, Gael... Mesmo que eu tivesse morrido, pelo
menos eu tive tempo para conhecer você e te amar, tive tempo para
viver o amor que eu sempre sonhei para mim, e... Oh meu Deus, me
desculpa...? Me desculpa, eu... — Scott chora emocionado mas
sorrir daquele jeito que me deixa fascinado, ele se desculpa ao
encarar David.
— Não se preocupe, Scott, ele já sabe sobre vocês e aceitou
bem... Está tudo bem. — Nath diz mais emocionada que
normalmente, vejo Scott respirar fundo olhando dela para David e
abre um pequeno sorriso.
— É sério...? Estamos todos bem então...? Não precisamos
mais nos esconder. — Pergunta agora olhando de mim para David.
— Sim, David já sabe que estamos namorando, que estamos
felizes e seremos uma só família... Mas não repete mais essa
história de que se tivesse morrido isso ou aquilo... Eu já falei que
não vou aceitar que me deixe, isso nunca...! Posso está sendo meio
obsessivo, mas... Eu não posso perder você... Não posso e você
sabe disso. — Lanço-lhe um olhar sério tentando não me alterar, ele
sorrir envergonhado.
— Você é tão fofo... Fico mais tranquilo por saber que você
não vai permitir que eu te deixe, porque essa não é a minha
intensão... Minha intensão é poder passar o resto da minha vida
brincando com esse rapazinho esperto, não é amiguinho? —
Confessa ainda mais corado que antes e estende a mão para David
que pega sorrindo.
— Pensei que fosse querer passar o resto da vida comigo...
Mas escolheu o meu filho. — Comento pela primeira vez na minha
vida envergonhado por algum motivo. Olho para o lado e Nath pisca
para mim sorrindo.
— Se eu tiver o filho ao meu lado, eu sei que sempre terei o
pai dele também... No meu coração tem espaço para vocês dois,
não se preocupe. — Ele sorrir com uma sobrancelha erguida nos
fazendo sorrir também.
— Garoto esperto, por isso gostei tanto de você, Scott. —
Nathalia se aproxima mais da cama acariciando o rosto de Scott
com carinho, com ternura como ela faz com o nosso filho.
Não tem como negar, Nathalia tem me surpreendido muito na
nossa amizade, ela se tornou a minha melhor amiga, aquela com
quem eu posso dividir qualquer assunto, qualquer segredo. Bom,
melhor ter a sua ex, ou o seu ex como amigo do que como inimigo,
e no meu caso deu muito certo. Graças a Deus por isso!
Capítulo 25

UMA SEMANA DEPOIS...

— O que está acontecendo Gael? Porque não vamos para o


apartamento que você nos cedeu para ficarmos? — Pergunto
confuso pois ele havia dito que nos levaria para o apartamento e
está indo sentido ao contrário.
— Relaxa! Eu só estou mudando os nossos planos um
pouquinho, mas vocês estão indo para casa, não se preocupe. —
Explica me olhando pelo retrovisor enquanto o segurança ao seu
lado permanece com os olhos fixos na estrada.
Atrás de nós vem mais um carro com cinco seguranças. A
sua preocupação conosco parece ainda maior que antes.
— Você não vai me dizer o porquê disso? Aconteceu alguma
coisa e você não quer me dizer. — Questiono sério e o vejo suspirar.
— Sra. Adelaide? A senhora é assim tão teimosa também?
Eu queria saber a quem o seu filho puxou, porque as vezes ele me
tira do sério por me contestar tanto. — Ele se vira encarando a
minha mãe, mas me encara em seguida e eu reviro os olhos. — Não
revira os olhos para mim, Scott! — Me repreende em um tom firme,
me fazendo engolir a seco, olho para o lado e minha mãe está
segurando o riso.
— Mamãe! Vai ficar rindo de mim? — A repreendo e ela
gargalha na minha cara.
— Me desculpe, filho, mas estou achando fofo ver vocês dois
interagindo como um casal... Agora não discutam mais! Deixa o seu
noivo nos levar para casa seja ela onde for, eu só quero viver
tranquila com você ao meu lado, filho... Parece um sonho a gente
estar aqui agora, juntos e vivos. Eu ainda não agradeci o suficiente
por você ter salvo as nossas vidas, Gael... Se tiver algo que eu
possa fazer por você, pode contar comigo, ouviu, meu filho? —
Mamãe estende a mão para Gael e o mesmo pega sorridente.
— A única coisa que eu preciso da senhora, é que seja feliz
junto com o seu filho, e consequentemente comigo também... Não
gosto de ver Scott triste ou preocupado, e para isso a senhora
precisa estar bem. Sei que não me culpam pelo que aconteceu, mas
eu prometi cuidar melhor de vocês então estamos indo para a nossa
nova casa, Scott não vai querer ficar longe da senhora e nem eu
longe dele, então vamos morar todos juntos após o casamento, a
senhora está de acordo com isso...? Se não gostar da ideia eu
posso ver outro lugar para mim e Scott enquanto a senhora fica
com...
Me surpreendo com as palavras de Gael, ele está fazendo
tudo isso por mim e minha mãe pois sei que ele ainda tem medo de
que aconteça algo comigo. Minha mãe o interrompe.
— Eu aceitarei tudo se for para ficar perto do meu filho.
Obrigada Gael, muito obrigada querido. — Mamãe se emociona
ainda segurando a mão de Gael, mas segura a minha também.
Gael não diz mais nada, apenas sorrir concordando e puxa a
mão dela beijando demoradamente, ele me olha brevemente e pisca
antes de voltar a sua atenção na pista.
O segurança fala com alguém pelo rádio avisando que
estamos chegando, mas ele diz um código e o segurança no volante
encara Gael antes de voltar a sua atenção na pista, sei que está
acontecendo alguma coisa mas Gael não quer me dizer, estou
começando a ficar preocupado e com isso o meu sorriso de
felicidade desaparece.
— Chegamos! Vocês vão adorar a nossa casa nova.
Avisa Gael enquanto percorremos um extenso corredor de
muros dos dois lados da rua, só então percebo que estamos em
uma área de mansões.
— Espera! Aqui só tem mansões nessa área... É aqui que
vamos morar? — Pergunto chocado e ele me dá um sorriso de lado.
— Não gostou da ideia de morar aqui? Amor aqui é uma das
áreas mais seguras dessa cidade, eu tenho alguns imóveis nessa
área e achei que seria legal se morássemos aqui, já que vamos nos
casar... Eu quero cuidar melhor de você e da sua mãe, então aqui é
o lugar ideal para isso. Não me conteste por favor? — Explica
voltando a ficar sério.
Sinto o meu coração acelerar toda vez que ele me chama de
amor, principalmente na frente da minha mãe.
— Tudo bem, não vou contestar. Mas em troca disso você vai
ter que me contar a verdade, está acontecendo alguma coisa e tanto
eu quanto a minha mãe temos o direito de saber. Seremos sua
família também, Gael, não vamos começar isso escondendo as
coisas um do outro, foi você mesmo quem me pediu isso, lembra?
— Rebato com um pequeno sorriso, mas fico sério ao afirmar que
algo está errado.
Gael respira fundo esfregando as mãos no rosto, ele parece
muito apreensivo.
— Está bem, você tem razão, mas vamos entrar em casa
primeiro, depois conversaremos os três juntos, está bem assim? —
Ele se vira me estendendo a mão e eu pego me dando por vencido.
Apenas concordo e o carro se aproxima de um grande portão
preto, uma equipe de segurança se aproxima do carro enquanto os
seguranças do carro de trás saem do mesmo nos seguindo a pé.
— Sr. Patterson, é um prazer finalmente conhecê-lo
pessoalmente, a aérea está sendo rigorosamente monitorada, vocês
podem entrar tranquilos.
— Obrigado, depois eu quero uma reunião com todos vocês
aqui mesmo na entrada da casa, para não precisarem largar os
seus postos, quero a ficha de todos nas minhas mãos e quero
conhecê-los pessoalmente, tenho algumas exigências e
recomendações a fazer... Isso é tudo! — Avisa Gael naquele seu
tom firme me dando ainda mais certeza de que tem mesmo algo de
errado e muito sério acontecendo.
Vou confiar no meu noivo e esperá-lo me dizer do que se
trata. Encaro minha mãe e ela tem o mesmo olhar apreensivo que
eu, mas não diz nada, assim como eu ela decide confiar em Gael
então o carro entra conosco na mansão, um lugar magnífico de tão
lindo e muito bem iluminado.
— Misericórdia! Esse lugar é imenso... Vamos precisar
colocar um chip em cada um, ou vamos nos perder ai dentro. —
Comento espontaneamente admirando o lugar e Gael explode em
uma gargalhada tão gostosa que me faz sorrir também.
— Você tem cada uma, Scott... Mas bem que a ideia do chip
não é má. — Ele sorrir me encarando pelo retrovisor.
— Gael! Eu estava brincando... Mas devo confessar, isso
aqui é lindo, eu nunca havia visto algo assim antes. — O repreendo
mas volto a admirar o extenso jardim a minha frente.
Minha mãe não diz nada, ela está encantada olhando tudo lá
fora do carro e o mesmo para na entrada da casa.
— Ela é sua...! A casa, agora ela é sua, já está no seu nome.
— Revela enquanto sai do carro me deixando perplexo.
— O quê...? Como assim? Do que você está falando, Gael...?
Você não pode ter feito isso, nós nem nos casamos ainda... E
porque você colocaria no meu nome uma mansão dessa
magnitude? — Questiono enquanto ele abre a porta do carro para
minha mãe e o segurança abre para mim, estou chocado.
— Nossa, quantas perguntas! — Ele revira os olhos me
fazendo sorrir. — Scott eu te amo, vamos nos casar em um mês e
eu vou ser seu marido. É o meu presente de casamento para você,
não pensei que tivesse que pedir permissão para isso.
— Você é louco... E eu te amo ainda mais por isso. — Sorrio
abertamente para ele e corro pulando nos seus braços empolgado.
— Ahh... Merda! — Resmungo sentindo uma pontada no peito por
causa da cirurgia e Gael se assusta.
— Você está bem, amor? O que está sentindo? Scott... ?
Quer voltar para o hospital? Me diz alguma coisa? — Questiona me
descendo do seu colo e eu sorrio satisfeito com a sua preocupação
comigo.
— Relaxa! Eu estou bem... Foi só uma pontada no peito mas
já está passando... Nem fodendo eu volto para aquele hospital... —
Tranquilizo-o ainda sorrindo mas minha mãe me repreende.
— Scott! Olha boca menino! O seu noivo vai pensar que eu
não te eduquei direito. — Me repreende mas me abraça
preocupada.
— Desculpa, mamãe? Saiu sem querer. — Sorrio lhe dando
um beijo no rosto para mostrar que está tudo bem.
Ela acaricia o meu rosto e seguimos até a imensa porta de
entrada da casa, ainda não estou acreditando que essa casa
maravilhosa e luxuosa é mesmo minha, ou melhor, nossa.
Gael abre a porta da casa e entramos em seguida me
deparando com uma imensa sala de estar maravilhosa.
— SEJAM BEM-VINDO SCOTT! ADELAIDE! — Me assusto
com os nossos amigos em pé na sala jogando fitas, confetes e
balões para o alto.
— Schoti! — David corre na minha direção abraçando a
minha cintura.
Sorrio abertamente surpreso com essa surpresa, mas me
abaixo dando um beijo e um abraço bem apertado em David.
— Oi amiguinho, é muito bom te ver de novo, sabia? —
Acaricio os seus cabelinhos e me levanto recebendo os
cumprimentos dos outros que um por um, abraçam a minha mãe
antes de me abraçarem.
— É muito bom te ver fora daquele hospital, meu amigo, se
recupera logo porque estamos precisando de você nos nossos
desfiles... Vem! Eu tenho uma surpresa para você. — Tatiana me
arrasta para o outro lado da sala me mostrando alguns portas
retratos com fotos minhas nos desfiles, ao lado fotos minhas com
Gael sorrindo daquele jeito sedutor. — Agora só faltam algumas
fotos novas suas com a sua mãe, porque algumas das fotos antigas
nós conseguimos tirar do seu perfil na internet... Olha aquela na
parede.
Ela me vira para o outro lado da sala, em direção a porta de
entrada onde tem um porta retrato enorme com uma foto minha com
a minha mãe, antes dela ir parar no hospital.
— Caramba... Ficou lindo... Está perfeito agora...
Emociono-me admirando aquela imensa foto e olho para
minha mãe, feliz e interagindo com os meus amigos, e aquele seu
sorriso de antes de está lá, pregado em seu rosto.
— Você tem toda a minha admiração por ter todo esse
carinho e respeito pela sua mãe, Scott... Você é um garoto... Garoto
não! Você é um homem extraordinário. Você é uma pessoa incrível.
— Ela diz sorrindo mesmo bastante emocionada.
Viro-me encarando-a com carinho e abraço-a apertado.
— Obrigado por tudo, Tatiana. Eu não tenho palavras para
descrever o tamanho da gratidão que sinto por todos nessa sala,
vocês mudaram a minha vida, e mudaram para melhor... Obrigado.
— Declaro ainda abraçado a ela, mas nos soltamos ao ver Clara,
mamãe e Nath se aproximando.
— Eu não sou ciumenta, mas, eu também quero um abraço.
Estamos todos muito felizes por você, Scott. — Clara me puxa para
os seus braços me apertando forte, mas a sua barriga parece maior
a cada dia e já nos impede de nos abraçarmos como antes.
— Quando foi que essa barriga cresceu tanto, mulher? Há
umas semanas atrás ela estava bem menor. — Admiro-a de cima
abaixo contemplando a beleza da maternidade.
Será que um dia Gael e eu vamos ter um filho nosso? Existe
a reprodução assistida e a adoção, mas será que ele iria querer algo
assim para nós? Afinal ele já tem um filho, mas eu não.
— Nem me fale, Scott, estou me sentindo enorme e isso está
me deixando insegura, mas graças a Deus eu tenho o marido mais
paciente do mundo... Robson é maravilhoso. — Ela sorrir
acariciando a sua barriga e eu me atrevo a tocá-la também.
— Você não faz ideia do quanto está linda grávida. Você já
pensou em fazer uma seção de fotos com Robson? Uma
recordação para vocês mostrarem aos filhos de vocês no futuro? —
Sugiro empolgado ao falar do assunto, pois eu quero uma seção de
fotos do meu casamento com Gael.
— Mas é claro que eu já pensei nisso, até agendei um horário
com o fotógrafo... Há duas semanas atrás, meu Deus! Quando foi
que eu fiquei tão desligada dos meus compromissos? — Diz
pensativa mas faz uma cara engraçada nos fazendo sorrir.
— Com licença, meninas! Será que eu posso roubar o meu
noivo um pouquinho? — Sinto Gael me abraçar por trás e beija o
meu pescoço me deixando tenso com isso.
Sinto falta dos seus toques, dos seus beijos pois não me
atrevo a beijá-lo na frente da minha mãe, me sinto envergonhado
mesmo ela dizendo que não vê problema algum nisso.
— Negativo, Gael! — Contesta Nath me puxando para os
seus braços mas segura a mão de Gael também. — Nós
preparamos um jantar surpresa, para comemorarmos o pedido de
casamento e o noivado de vocês, espero que não se incomodem
com isso. Depois vocês podem ter todo tempo do mundo só para
vocês. — Nathalia nos arrasta em direção a sala de refeições. —
Pessoal! Vamos para mesa, o jantar será servido. — Avisa parada
no meio da sala e todos seguimos atrás dela, mas Gael segura a
minha mão me impedindo de ir.
Encaro-o confuso mas ele apenas pisca para mim, assim que
todos saem da sala ele me puxa pela nuca me roubando um beijo
ardente e urgente, retribuo com a mesma intensidade, com a
mesma saudade que sinto dele. Gael abraça a minha cintura me
apertando contra o seu corpo e eu ofego na sua boca.
— Estou com saudade... Estou louco para ter você, meu
amor... Eu estou tão feliz, muito feliz por estarmos aqui, na nossa
casa comemorando com os nossos amigos... Eu te amo, Scott
Bennet... Te amo! — Declara tocando o meu rosto com carinho, mas
me beija novamente.
— Eu também te amo... Te amo e estou muito feliz só por
saber que você também me ama, mas eu vou ser ainda mais feliz
quando me tornar seu marido... Que confuso dizer isso, seremos
marido e marido? — Abro um largo sorriso e ele retribui.
— Não tem essa de marido e mulher, marido e marido,
esposa e esposa, somos um casal como qualquer outro, e é isso
que importa para nós, certo? — Diz com uma naturalidade absurda,
mas isso não me surpreende, Gael é um homem muito bem
resolvido assim como eu.
— Fomos feitos um para o outro, e eu serei para sempre seu,
meu amor... Minha vida... Você é literalmente a minha vida, Gael
Patterson. — Toco o seu rosto e levo a minha mão até a sua nuca,
beijo-o apaixonadamente.
— Vamos nos juntar aos outros, eu quero fazer algo mas tem
que ser na presença deles, na presença da sua mãe. — Afirma ao
quebrar o beijo me arrastando em direção a sala de refeições, me
deixando confuso.
— Como assim, Gael? O que você vai fazer? — Pergunto
curioso mas ele não diz nada, apenas sorrir me arrastando até a
sala de jantar.
— Meus amigos! Antes do jantar eu quero aproveitar a
presença de vocês para fazer algo importante... Scott já me pediu
em casamento e eu aceitei, mas não sei se perceberam mas nós
ainda não oficializamos isso. — Diz ao entrarmos na sala parando
na ponta da mesa encarando a todos já sentados em seus lugares.
— Eu quero aqui hoje, diante das pessoas mais importantes das
nossas vidas, reafirmar o meu compromisso com Scott, quero
refazer o pedido que ele me fez em um leito de hospital. —
Surpreendo-me com isso, ele se ajoelha na minha frente tirando
uma caixinha do bolso me pegando de surpresa. — Scott Bennet!
De todas as pessoas que já passaram pela vida ou pela minha
cama, nenhuma delas me surpreendeu tanto quanto os seus olhos
aflitos, vermelhos pelo sofrimento que a ausência da sua mãe te
causava, um momento de prazer com um homem ou uma mulher
que já esteve comigo, não se compara a esse sorriso lindo que você
me dá por algo que eu tenha dito ou feito por você, seus gestos
simples, sua alma pura, seu coração inocente e grande dentro de
você era tudo que eu buscava em alguém, mas nunca encontrava...
Não vou negar, tudo isso me conquistou sem eu esperar, mas o seu
amor, seu carinho e sua preocupação com o meu filho me pegaram
desprevenido, isso me conquistou de maneira repentina, inesperada
e definitiva, isso foi a certeza de que você era mesmo diferente, de
que você era tudo que eu precisava e preciso... Quando você me
chamou de amor pela primeira vez, eu senti dentro de mim algo que
eu nunca havia sentido antes, e eu quero sentir isso pelo resto da
minha vida mas só se for com você... Então, Scott Bennet, é a sua
vez de dizer sim para mim... Você aceita se casar comigo, meu
amor? — Declara segurando a minha mão com carinho, mas abre a
caixinha me revelando um lindo par de alianças de ouro Rose.
— Gael... Depois de conhecer o verdadeiro amor ao seu lado,
eu não diria sim para nenhum outro homem que não fosse você...
Então sim...! Eu aceito me casar com você, meu amor. — Confesso
com a voz trêmula mas seguro o choro, Gael abre um sorriso tão
lindo para mim enquanto tira uma das alianças a colocando no meu
dedo.
— Puta merda...! Me desculpem...? Eu não pensei que isso
fosse me deixar tão nervoso e tão eufórico ao mesmo tempo. —
Comenta nos fazendo sorrir e se levanta do chão. Eu pego a outra
aliança a colocando no seu dedo.
— Não quero prolongar muito esse momento, mas, eu
preciso que todos saibam como me sinto quando estou com você...
Eu preciso de palavras ou o meu sorriso já está valendo? — Olho
nos seus olhos, emocionado mas abro o meu melhor sorriso para
ele.
Gael respira fundo encarando fixamente a minha boca, seu
polegar toca os meus lábios daquele jeito que faz desejar me atirar
em seus braços. Gael encara Nath antes de encarar David e ela o
distrai pondo-se na frente dele, Gael encara a minha mãe antes de
me puxar pela nuca e me beijar com paixão, um beijo tão intenso,
tão profundo que me sinto flutuar.
— Esse sorriso acaba comigo... Seja para o bem ou para o
mal, esse sorriso é o céu e o inferno pesando na balança da minha
vida... Ao mesmo tempo que te amo, eu te odeio por quase ter me
deixando sorrindo desse jeito... Mas você sempre terá o meu amor...
O meu coração é seu, Scott. — Declara tocando o meu rosto me
fazem sorrir mais uma vez.
Capítulo 26

— Vivam os noivos! — Diz mamãe empolgada se


aproximando para nós abraçar.
— VIVA! — Dizem todos.
— Que essa felicidade de vocês seja blindada contra a
maldade humana, que esse casamento que acontecerá em breve
seja duradouro, que essa união de vocês seja eterna e esse amor
tão bonito vença tudo e a todos, e que continue crescendo cada vez
mais... Eu estarei aqui para tudo que vocês precisarem, você tem
em mim muito mais que uma mãe, meu filho... Você tem em mim
uma amiga que sempre estará ao seu lado, assim como estarei ao
seu lado, Gael. — Ela se emociona segurando a nossa mão com
ternura.
Não consigo mais segurar as minhas emoções, choro
puxando-a para um abraço apertado me sentindo completo agora.
Ela está aqui comigo e não corre mais riscos de vida, estamos
juntos e estamos felizes como não imaginávamos que pudesse ser
possível.
— Obrigado, minha sogra, você também terá em mim muito
mais que um genro, quero ser seu amigo, quero ser com um filho e
fazer por você tudo que não pude fazer pela minha mãe... Ela,
assim como o meu pai me faz muita falta, assim como a senhora
sempre apoiou o seu filho e esteve ao lado dele, minha família
também fazia igual, sempre pude contar com eles para tudo mas
não tive a oportunidade de retribuir tudo que fizeram por mim, mas
acho que estou tendo uma segunda chance para fazer isso através
da senhora... Obrigado por tudo, obrigado por estar ao nosso lado.
— Gael me abraça pela cintura e abraça minha mãe pelos ombros,
mas em seguida se solta de mim para abraçá-la carinhosamente.
— Quem tem que agradecer por tudo sou eu, meu querido.
Mas sempre vou estar ao lado de vocês ajudando-os a serem
felizes. — Suas lágrimas descem pelo seu rosto copiosamente, mas
seu sorriso mostra claramente a felicidade que ela está sentindo por
nós.
Nossos amigos vem nos abraçar e nos felicitar pelo noivado,
mas as empregadas vem servir o nosso jantar e todos nos
sentamos para nos servirem.
Enquanto comemos encaro Gael com um largo sorriso e ele
pega a minha mão sobre a mesa, beijando demoradamente.
— Está feliz? Está faltando algo para você se sentir completo
assim como eu estou? — Pergunta sem soltar a minha mão e eu
mordo o lábio inferior, ele encara a minha boca e respira fundo.
— Você sabe o que está faltando para eu me sentir
completo... Estou ansioso para conhecer o nosso quarto... Vou
deixar para conhecer o resto da casa amanhã, com a minha mãe,
mas o quarto eu quero que você me apresente o quanto antes. —
Alerto-o em um tom baixo e vejo ele puxar ainda mais a respiração,
me fazendo ofegar também.
Pego a taça de suco e bebo uma longa golada, não posso
beber champanhe e muito menos vinho, ainda estou tomando
remédios e não posso ingerir álcool.
— Eu não estava falando disso, Scott... Mas já que
mencionou... Podemos nos retirar da mesa mais cedo, se você
concordar. — Meu noivo me lança um olhar tão intenso que
estremeço-me de desejo.
— Esses dois não vê a hora de saírem dessa mesa
correndo... Não se acanhem meus amigos, podem ir, nós já estamos
terminando o jantar e já estamos de saída, nos veremos novamente
amanhã pois voltaremos para visitá-los. — Dispara Robson me
matando de vergonha, será que está assim tão na cara que estamos
desesperados para estarmos a sós?
— Imagina, Robson, vocês não precisam ter pressa para irem
embora, porque não ficam aqui hoje? Amanhã podemos passar o
dia juntos. — Tento não parecer constrangido pela situação mas
sinto o meu rosto queimar de vergonha.
Eu preciso aprender a lidar com esse tipo de situação, ou
viverei pagando mico pois esses nossos amigos são muito caras de
pau.
— Até que não seria uma má ideia ficarmos aqui, mas não
tem lógica alguma nisso, Scott... Me desculpa, meu amigo, mas
vocês acabaram de conhecer a casa nova, deixaram o hospital hoje
e precisam de um tempo para vocês. Podemos voltar amanhã para
uma nova visita, mas hoje esse momento é de vocês. — Nathalia
me olha de um jeito amoroso.
Eu adoro essa aceitação de todos quanto a mim, e minha
mãe também, afinal, éramos pessoas humildes e sem importância
alguma para ninguém, e agora olha onde estamos? Sorrio
amorosamente para ela também.
— Papai, eu posso ficar com você hoje? Eu quero dormir na
sua casa nova. — Pede David surpreendo Nathalia.
— Mas filho! Nós havíamos combinado que você ficaria com
o seu pai no final de semana, e não hoje... O papai, o Scott e a vovó
Adelaide precisam descansar, meu amor. — Ela tenta argumentar
mas minha mãe se pronuncia antes que eu possa o fazer.
— Deixa ele ficar, querida? Eu tomo conta dele... Já faz
tempo que não sei o que é estar na presença de uma criança, pois
Scott já é um homem adulto, mas gostaria de passar um tempinho
com David... Nos conhecemos no hospital e nos demos muito bem,
Scott não mentiu quando disse que não tem como não se apaixonar
por esse rapazinho, eu estou encantada por ele. — Mamãe abre um
largo sorriso.
— Imagina, Sra. Adelaide, a senhora pode passar o tempo
que quiser com David, mas hoje a senhora precisa repousar e
descansar, amanhã David ficar com vocês se ele ainda quiser. —
Diz meio sem jeito por David ainda insistir em querer ficar.
— A gente tem todo tempo do mundo para descansar, Nath,
deixa ele ficar? Ele não vai atrapalhar... Deixa ele passar um
tempinho mais com a gente? Eu só não vou poder correr com ele
como estamos acostumados porque ainda estou me recuperando,
mas acho que consigo assistir a um dos nossos desenhos
preferidos até a hora de dormir... O que acha, amor? — Sorrio para
ele e o mesmo desse da cadeira correndo para mim, encaro Gael e
pisco sorrindo de lado.
— Eu acho uma excelente ideia, minha vida... Deixa ele ficar,
Nath? Já faz tempo que não acordo ao lado do meu filho e eu sinto
muita falta disso. Deixa ele ficar? — Apela meu amor sorrindo
admirando o filho sentado no meu colo.
— Está bem, vocês venceram, David fica o quanto vocês
desejarem, vai ser bom para ele passar mais tempo com vocês. —
Ela abre um pequeno sorriso para David e o mesmo me abraça
apertado, me fazendo sorrir.
— Oba! Eu vou ficar com pai Gael e o papai Schoti! —
Dispara o menino empolgado me pegando de surpresa com as suas
palavras.
Sinto o meu coração bater descompassado, minha respiração
pesa e me sinto trêmulo. Encaro David no meu colo ainda não
acreditando no que ouvi, encaro Gael e os outros na mesa e todos
parecem tão surpreso quanto eu.
— O... O que foi que você disse, David...? Você chamou
Scott de papai, meu filho? — Pergunta Nathalia emocionada e
minha mãe já está aos prantos.
— É mamãe, agora eu tenho três papais assim oh. — Diz
mostrando os três dedinhos nos fazendo sorrir ainda surpresos. —
O papai Gael, o papai Schoti e o papai Icardo. — Ele aponta para
cada um de nós e eu já sinto os meus olhos embaçados pelas
lágrimas de emoção.
— Você quer mesmo que eu também seja o seu papai,
David...? Você gosta de mim o suficiente para me chamar de papai,
meu amor? — Pergunto abraçado a ele enquanto brinco com a sua
mãozinha, encaro-o atento.
— Sim, Schoti! Eu amo você porque você é o meu melhor
amigo, você gosta de mim igual o papai Gael, igual o papai Icardo e
mamãe Nath... Você namora o papai igual a mamãe Nath namora o
papai Icardo, você beijou o papai Gael na boca. — Diz
envergonhado e esconde o rostinho no meu peito, encaro Gael
envergonhado, vermelho feito uma pimenta.
— Oh meu Deus... A gente precisa conversar sobre isso,
Gael! Nada de intimidade na frente dele, ouviu bem? — Lanço-lhe
um olhar sério e todos gargalham me deixando confuso.
— Relaxa, Scott! Está tudo bem, não se preocupe tanto com
isso, aos poucos vocês vão se adaptando e se adequando em
relação a David, vocês não precisam se soltar um do outro caso ele
esteja perto, não precisam evitar gestos de carinhos pois David já
sabe que vocês são um casal... É claro que para uma criança é um
pouco incomum ver dois homens ou duas mulheres se beijando,
mas... Enfim, eu já estou conversando muito com ele e acho que
vocês deviam fazer o mesmo, aos poucos eu sei que... Que... Oh
meu Deus... — Explica Nath com um olhar carinho, mas de repente
a vejo se escorar em Ricardo deitando a cabeça em seu ombro.
— Amor o que houve? Nath você está bem? O que está
sentido? — Pergunta Ricardo preocupado e ela respira fundo.
— Eu estou bem, não se preocupe... Eu estou bem, amor. —
Diz ainda deitada no ombro do namorado.
— Como assim você está bem? Você está pálida, está quase
desmaiando, Nathalia. — Questiona Ricardo pegando ela no colo e
se apressa para chegar na sala, nos levantamos todos indo atrás
deles.
Chegamos na sala e Ricardo está deitando Nath no sofá, nos
aproximamos ficando a uma certa distância para dar espaço para
ela respirar.
— Meu Deus, Tatiana está vomitando! — Me assusto com a
voz alterada de Dominic arrastando a esposa para o canto da sala.
— O que está acontecendo aqui? Será que colocaram
alguma coisa na comida? — Pergunta Robson preocupado
enquanto vejo Gael já falando no telefone com alguém.
Corro para ajudar Tatiana mas vejo que ela já está melhor.
— Me desculpa, Scott...? Meu Deus que vergonha, vomitar
assim na sua sala. — Se desculpa ofegante em um tom fraco e
Dominic pega ela no colo levando-a para o outro sofá.
— Não se preocupe com isso, como você está se sentindo?
O que houve, Tati? — Pergunto preocupado e vejo Dominic aflito.
— Eu vou levar você para o hospital, meu amor, isso não é
normal eu nunca te vi assim antes. — Diz decidido já pegando o
celular no bolso e vejo Gael se aproximar.
— Não sei o que houve, o chefe da segurança me garantiu
que não entrou ninguém aqui além dos empregados, e mesmo
assim todos eles são monitorados e vigiados por câmeras nessa
casa... Eu sinto muito, meu amigo, eu não sei o que houve, se fosse
a comida todos estaríamos passando mal, mas apenas Nath e
Tatiana estão assim. — Gael os encara ainda preocupado mas vejo
Tatiana sorrir.
— Meu Deus do céu, vocês podem parar com essa
preocupação toda...? — Tatiana se levanta e vejo Nathalia fazer o
mesmo
As duas mulheres se aproximam uma da outra sorrindo e se
olham, antes de encarar os seus maridos novamente.
— Estamos grávidas! — Dizem juntas.
— O QUÊ...? — Ricardo e Dominic as encaram chocados.
— Era para contarmos durante o jantar, mas esse momento
era de Scott e Adelaide, então não queríamos atrapalhar isso... Eu e
Nath estamos grávidas, descobrimos ontem. — Tatiana conta
emocionada e vejo Ricardo e Dominic se aproximarem de suas
mulheres sorrindo feito bobos.
— Eu vou ser pai? Não brinca comigo, Tati...! Porra eu vou
ser pai? — Pergunta puxando a sua mulher para um abraço forte
antes de acariciar a sua barriga, Tatiana apenas concorda sorrindo.
— É sério, Nath...? Você vai me dar um filho, meu amor? —
Ricardo se ajoelha na frente de Nath beijando a sua barriga.
— Agora mais do que nunca eu quero me casar com você,
amor... Quero ser sua esposa o quanto antes. — Menciona
emocionada também emocionando a todos com essas notícias
maravilhosas.
— Como assim vocês vão se casar? O pedido já foi feito e
vocês não contaram nada...? Enfim, parabéns pelo bebê, David vai
ficar feliz por ganhar um irmãozinho. — Pergunta Gael sorrindo,
abraçado a minha cintura.
— Obrigado, Gael, valeu mesmo, cara... Eu a pedi em
casamento hoje no nosso almoço na casa dos meus pais, me
desculpe por não ter chamado vocês mas foi algo inesperado...
Acordei desejando ardentemente me casar com essa mulher
maravilhosa, então fui lá e a pedi em casamento... Já passou da
hora de sermos eternamente um do outro... Eu te amo demais,
Nathalia. Obrigado por esse presente incrível que você está me
dando, você está me dando um motivo a mais para querer acordar
todos os dias ao seu lado e ao lado dos nossos filhos. Um motivo a
mais para te fazer ainda mais feliz... Eu vou amar essa criança com
a mesma intensidade que amo David, vou amá-los igualmente
porque os dois são os nossos filhos. — Ricardo se emociona
abraçado a cintura de Nathalia que chora em silêncio, mesmo
sorrindo abertamente de felicidade.
Vejo ao lado Dominic também se declarando a sua esposa,
os casais se beijam apaixonadamente então fomos cumprimentá-los
e felicitá-los pelos bebês, e também pelo casamento de Nath que
segundo ela, será após o nosso. Assim eles ficam com David para
viajarmos e depois ficamos com o nosso filho para eles viajarem
também. Não vou negar, estou muito feliz por David me querer
também como pai dele, pensa em uma criança incrível? Esse é o
David, o nosso garoto.

Depois de nos despedirmos de todos eles se foram, mamãe


raptou David para andar pela casa e disse que ficará um tempo com
ele antes de ir dormir, mas se por acaso ele dormir com ela eu
posso ir buscá-lo depois para levá-lo para o nosso quarto. Gael
pisca para minha mãe e me arrasta em direção a escada, encaro-o
chocado por esses dois já estarem assim tão íntimos a ponto de
planejarem algo escondido de mim, mas estou feliz por ver a minha
mãe e o homem que amo se entendendo tão bem, ao contrário de
Rodolfo que morreu tentando me matar por eu ser gay. Espero um
dia poder esquecer tudo que houve e sei que vou conseguir isso.
Entramos em um quarto enorme, muito bem decorado com
cores douradas e brancas. Uma cama imensa chama a minha
atenção, acho que cabem umas quatro pessoas dormindo nela.
— Uau... Tudo isso é de tirar o fôlego de tão lindo... Já estava
assim antes ou você...
— Eu mandei mudar tudo pensando em você... Espero que
goste, mas se não gostar você pode mudar de novo e...
— Está brincando? Eu amei isso aqui, na verdade eu amei
tudo, mas amo você muito mais. — Me viro abraçando o seu
pescoço e ele aperta a minha cintura, me prende ao seu corpo com
firmeza. Porra! Eu amo quando ele faz isso.
— Eu quero muito fazer amor com você, estou desesperado
para fazer isso... Mas sei que teremos que ir com calma, afinal, você
está se recuperando e não pode fazer movimentos bruscos... Que
tal tomarmos um banho de banheira? — Sugere descendo a sua
mão até a minha bunda e aperta de leve beijando o meu pescoço.
Me arrepio inteiro de desejo, mas me afasto brevemente para
encará-lo.
— Eu faço o que você quiser, onde você quiser... Mas antes
precisamos conversar. — Ele se solta de mim suspirando fundo.
Não me esqueci de que ele está muito preocupado com a
nossa segurança, e se está é porque tem algo errado.
— Tudo bem, vamos conversar. — Ele me arrasta pela mão
até a cama e se senta me puxando para o seu colo. — Você se
lembra que eu disse que havia investigado Ian Mello? Lembra o que
eu te disse sobre a vida dele? — Pergunta com um olhar atento me
deixando confuso.
— Sim, eu me lembro, mas o que ele tem a ver com essa sua
preocupação? Descobriu algo mais sobre ele? — Pergunto curioso.
— Ian Mello é nada mais nada menos que um dos capangas
do seu pai, Scott. — Revela me fazendo levantar do seu colo
chocado.
— Como assim? Do que você está falando, Gael...? Rodolfo
está mesmo morto, não está? — Pergunto assustado e com medo
de que tudo aquilo aconteça novamente. Gael se levanta
apreensivo.
— Se acalme, amor! Rodolfo está mesmo morto, mas ele
também deixou para trás alguém disposto a cumprir o que foi pago
para fazer, mesmo o seu chefe já morto... Ian foi comprado por
Rodolfo para cumprir as ameaças que te fazia, se lembra que ele
dizia que iria fazer você virar homem...? Pois bem, aquele
desgraçado do Ian tentou entrar no seu apartamento atrás de você,
achando que você já estava em casa, por sorte os seguranças o
pegaram e o interrogaram, ou melhor, o torturaram... Ian confessou
ser próximo de um dos amigos do seu pai e foi contratado para
pegar você, por isso ele aparecia em todo lugar que você estava,
ele estava te rondando para conseguir um melhor momento para
levar você, Scott. — Conta irritado andando de um lado para o outro
me deixando em pânico, sinto tudo rodar e vou parar no chão.
— SCOTT! Meu amor o que você tem? Está sentindo alguma coisa?
— Pergunta preocupado me pegando no colo e me leva pra cama.
Gael me põe deitado e se senta ao meu lado, sinto minhas
lágrimas descerem rapidamente.
— Por favor...? Não deixa ele se aproximar de mim...? Eu não
quero passar por tudo aquilo de novo... Não quero... — Choro
compulsivamente e ele me abraça me puxando para o seu colo.
— Fica calmo, meu amor? Eu não vou permitir que ninguém
chegue perto de você, não se preocupe... Por favor não chore
assim...? Por favor, Scott...? Scott? Amor fala comigo...? SCOTT?
— Sinto o meu corpo amolecer e meus olhos se fecharem, ouço a
voz aflita de Gael ao longe mas perco os sentidos em seus braços.
Capítulo 27

— Eu sabia que não devia ter contado nada a ele, depois de


tudo que passou é óbvio que ele entraria em pânico, mas
prometemos não esconder nada um do outro... Droga! Porque ele
não acorda? — Ouço a voz alterada de Gael ao fundo enquanto
sinto um carinho gostoso em meu rosto.
— Se acalme, querido, ele está bem, é bom que ele não
desperte agora, assim ele descansa um pouco e quando acordar...
Veja! Ele está acordando, Gael. — Ouço a voz suave e amorosa da
minha mãe e abro os olhos vendo Gael inquieto.
— Graças a Deus! Graças a Deus... — Ele se aproxima
rapidamente se sentando ao meu lado na cama, pegando a minha
mão com carinho e a beija demoradamente. — Nunca mais faça
isso, Scott! Porra eu quase tive um enfarte... Não se levante, fique
deitado, você ainda está fraco, meu amor. — Seu olhar ainda é aflito
e eu tento me levantar, mas meu noivo não deixa.
— Ian ainda está solto? O que fizeram com ele...? Me diz que
o mataram pelo amor de Deus? — Pergunto me deitando
novamente e Gael parece surpreso.
— Scott! O que é isso meu filho? Nunca desejamos a morte
de ninguém por pior que ele seja. — Minha mãe me encara
espantada e eu a encaro sério.
— Me perdoa, mamãe? Mas eu não quero mais ninguém
tentando nos matar, então antes eles do que nós! — Rebato em um
tom firme e ela respira fundo.
— Todos os homens envolvidos no seu sequestro e no
ataque organizado por Rodolfo já estão fora de circulação, estão
mortos mas Ian ainda está preso sob os nossos domínios, não
sabemos se tem mais alguém envolvido com ele nessa tentativa de
invadir o apartamento onde você estava morando, por isso eu trouxe
vocês para cá, afinal nós vamos morar todos juntos depois do
casamento, então... Bom, enfim, ainda estamos tentando arrancar
mais informações de Ian, mas enquanto ele não abre a boca, não
vou vacilar na segurança de vocês. Não vou me perdoar se
acontecer mais alguma coisa com vocês, isso eu não vou permitir
de novo, eu prometo! — Ele segura firme a minha mão dividindo a
sua atenção entre mim e minha mãe. — Me perdoe pelo que vou
fazer minha sogra, sei que não aprova esse tipo de coisa mas eu
faço pensando na segurança de vocês, tenho que concordar com
Scott, antes eles do que vocês... Entenda que agora vocês fazem
parte da minha família, da minha vida e eu preciso protegê-los a
qualquer custo... Eu já perdi os meus pais, não posso perder mais
ninguém. — Ele estende a mão para minha mãe e ela pega lhe
dando um sorriso amoroso.
— Está bem, faça o que achar melhor, meu genro, não vou
me opor e nem ficar contra você por isso... Você está fazendo o meu
filho feliz, ele confia em você então eu vou confiar também. — Ela
acaricia o meu rosto antes de soltar a mão de Gael, se levantando
em seguida. — Eu vou deixar vocês descansarem um pouco, David
está vendo TV no meu quarto e depois eu trago ele para vocês, ou
ele pode dormir comigo, não tem o menor problema nisso, está
bem? Tenham uma boa noite, meus filhos. — Ela dá a volta na
cama e dá um beijo no rosto de Gael antes de me beijar também, se
despedindo para sair.
Minha mãe sai nos deixando a sós e Gael se levanta para
sair, mas seguro a sua mão o prendendo no lugar.
— Me desculpa? Eu não queria te assustar de novo... Me dá
um beijo? — Peço fazendo cara de pidão e ele sorrir.
— O que eu não faço por você, meu amor...? Me pede tudo e
eu te dou... — Ele se inclina para me beijar e eu abraço o seu
pescoço devorando a sua boca.
Beijo-o com desejo, com paixão puxando-o para mim, Gael
põe-se sobre mim me beijando mais intensamente que o normal,
seus beijos são famintos, são profundos e eu retribuo com o mesmo
ardor.
— Eu quero você... Quero você, amor... Faz amor comigo...?
— Peço na sua boca enquanto abro a sua camisa e ele se esfrega
em mim.
— Você ainda está se recuperando, pequeno... Não sei se
devemos... Mesmo eu te querendo ardentemente eu não fazer
isso... — Me alerta descendo a sua boca pelo meu pescoço, me
arrancando gemidos abafados.
— Não vou me mexer, não vou me cansar mas faz amor
comigo...? Por favor eu te quero? — Imploro por ele e ele parece
receoso.
— Porra, Scott... Caralho eu também quero você. — Ele se
ergue puxando a minha blusa tirando-a do meu corpo.
Admiro-o intensamente me sentindo trêmulo com o desejo
fervendo em seus olhos. Gael puxa também a minha calça junto
com a cueca e encara o meu pau com desejo, mas ele sai da cama
terminando de tirar a sua camisa e em seguida tira a sua calça junto
com a cueca, eu apenas o admiro com desejo e mordo o lábio
inferior, sorrindo feito um bobo por saber que vou me casar com
esse homem lindo, gostoso e fogoso, ele será todinho meu.
— Porque está me olhando assim...? E esse sorriso lindo?
Não quer me contar o motivo dele? — Pergunta curioso.
Ele sobe na cama pondo-se novamente sobre mim, me
fazendo ofegar de desejo ao sentir a sua ereção pressionar a minha
virilha.
— Ainda não estou acreditando que vamos nos casar... Você
será todinho meu para sempre... Eu vou ter você todos os dias...
Ahh... Eu vou querer você todos os dias... Oh meu Deus... Ahh
Gael... — Confesso enquanto ele beija o meu pescoço e desce um
rastro até o meu peito, mas continua descendo até tocar o meu pau.
Gemo ofegante.
Gael me segura com firmeza e a sua língua brinca
percorrendo a minha extremidade, de depende ele me engole me
fazendo tampar a boca para não gemer alto, me contorcendo de
prazer.
— Gostoso... Eu senti a sua falta... Senti muito a sua falta...
Ahh... — Ele me chupa com tanta vontade que rapidamente sinto o
meu corpo estremecer.
Gael desce a sua boca até a minha entrada lambendo e
chupando, me purificando para recebê-lo. De repente ele se ergue
me olhando nos olhos e se encaixa entre as minhas pernas, abraço
a sua cintura com as mesmas e ele se posiciona na minha entrada,
me penetrando lentamente.
— Ahh...
Gememos juntos enquanto ele se instala todo dentro de mim.
Fecho os olhos mordendo o lábio inferior e percorro as minhas mãos
pelo seu peito, Gael se movimenta devagar e geme baixinho,
acaricio a sua nuca e ele me beija com doçura, me beija com
ternura, com amor como ele ainda nunca havia feito antes, Gael
sempre me beijou com desejo, com paixão, mas hoje ele está
especialmente amoroso comigo.
Ele desce a sua boca pelo meu pescoço e desliza a sua
língua pela minha pele até o meu mamilo, chupando e prendendo-o
entre os seus lábios, gememos juntos e ele volta a tomar a minha
boca chupando a minha língua e eu chupo a sua, sinto ele latejar
dentro de mim me penetrando mais rápido e mais forte.
— Scott... Eu quero ir devagar mas não consigo... Ahh não
consigo me controlar... Merda! Ohh merda... Amor... Caralho eu vou
gozar... Scott... Ahh...
Geme descontrolado me penetrando mais forte e eu sinto o
meu corpo em chamas, trêmulo pelo orgasmo se formando
rapidamente.
— Não se controle, amor...? Não precisa... Ohh não precisa...
Puta merda eu vou gozar... Ahh...
Olho nos seus olhos gemendo com a voz trêmula e gozo
chamando o seu nome.
— Isso! Aperta o meu pau, amor...? Aperta ele todinho nesse
cuzinho gostoso...
Pede ao me sentir latejar o apertando então sinto ele gozar,
me preenchendo com o seu líquido.
Gael desaba sobre mim ainda se movimento enquanto geme
na pele do meu pescoço, chupando e lambendo me fazendo gemer
junto. Quando para os seus movimentos, Gael respira fundo se
apoiando nos seus cotovelos, me olhando fixamente nos olhos.
— Você é tão lindo... Tão delicado e eu amo isso. Amo
você... Em um mês estaremos casados e você será para sempre
meu, Scott Bennet Patterson. — Seus dedos tocam o meu rosto
delicadamente em um carinho gostoso, sorrio admirando a aliança
em meu dedo.
— Scott Patterson... Tem certeza de quer mesmo que eu use
o seu sobrenome? Temos a opção de usarmos ou não o sobrenome
um do outro. — O questiono atento e ele sai de mim se sentando na
cama, me encarando confuso.
— Já conversamos sobre isso e você havia concordado em
usar o meu sobrenome... O que foi? Mudou de ideia? Não gosta do
meu sobrenome? — Rebate com uma sobrancelha erguida e eu
gargalho me sentando também, sinto a minha barriga melada com o
meu próprio orgasmo mas não ligo.
— Mas é claro que eu não me arrependi, muito pelo
contrário... Estou ansioso para ouvir nos chamarem de Srs.
Patterson... Vai ser engraçado mas eu vou adorar. — Sorrio me
sentando no seu colo e abraço o seu pescoço. Ele sorrir de lado
apertando a minha bunda.
— Vamos tomar um banho? Mas não posso demorar, ainda
preciso falar com os seguranças, avisei que queria conhecê-los
pessoalmente, se lembra? — Avisa se levantando comigo no colo e
me leva para o banheiro.
— Tudo bem, mas não saia de casa sem me avisar ou eu vou
ficar preocupado, ouviu? — Peço apreensivo e ele concorda me
beijando.
Entramos no banheiro e tomamos um banho pouco
demorado, o banho de banheira vai ter que ficar para outro dia pois
já nos amamos, Gael ainda está preocupado com a minha
recuperação e se arquivou de mim quando tentei persuadi-lo a fazer
amor comigo mais uma vez, mas tudo bem, amanhã ele não me
escapa, estou morrendo de saudade de senti-lo me pegar de jeito,
só de me lembrar eu fico febril de tanto desejo.
— Não me olha assim, Scott! Já se divertiu bastante por hoje.
Amanhã podemos comemorar um pouco mais, mas agora vá
descansar um pouco, eu volto logo... Se eu me demorar não me
espere acordado, está bem...? Descansa! — Meu noivo me segura
pela cintura e me beija antes de se afastar saindo do banheiro indo
para o closet, eu vou atrás.
— Está bem, se eu estiver dormindo quando voltar, me
acorda para buscar David... E não demora! — Lhe roubo mais um
beijo e pego um short, uma cueca e uma blusa de manga para
vestir, está um pouco frio hoje.
Gael se veste e sai enquanto eu vou pra cama, me acomodo
na mesma e puxo o edredom no mesmo instante em que David
entra correndo no quarto.
— Schoti! Eu quero dormir com você e o papai. — Pede
subindo na cama e eu o ajudo pois essa cama além de enorme,
também é alta.
— Mas é claro que você pode dormir comigo, meu anjo,
venha aqui! Você já escovou os dentinhos? Já fez xixi para dormir?
— Puxo-o para os meus braços mas ele se solta descendo da
cama.
— Eu esqueci de fazer xixi, eu vou no banheiro. — Ele corre
em direção ao banheiro me fazendo sorrir.
Olho em direção a porta e minha mãe está sorrindo
encostada no batente, faço sinal chamando por ela e a mesma vem
se sentando ao meu lado na cama.
— Esse garotinho lindo disse que agora você também é o pai
dele, David me contou que você gosta muito dele e eu concordo
com você, filho, não tem como não gostar desse menino... Agora
que você vai se casar com o pai dele, já estou me sentindo um
pouquinho avó... Estou feliz como nunca estive antes, Scott, estou
feliz por mim, mas principalmente por você, querido... Vou ter a
oportunidade de ver o meu único filho se cansando, vivendo a sua
vida feliz do jeitinho que você escolheu, e não do jeito que aquele
monstro queria para você... Parece um sonho não precisar mais me
preocupar com Rodolfo. — Ela acaricia o meu rosto mas em
seguida parece perdida em pensamentos, me deito no seu colo e
ela acaricia os meus cabelos.
— Obrigado por estar aqui comigo, mamãe, você não faz
ideia do quanto é importante para mim ter você ao meu lado... Mais
uma vez obrigado por não me deixar. — Fecho os olhos me
lembrando daquele momento horrível de vê-la com uma arma
apontada na cabeça. — Nunca mais vamos passar por aquilo de
novo, nunca mais vamos precisar ver aquele monstro outra vez... Eu
te amo tanto, mamãe... Obrigada por me aceitar como eu sou, e
principalmente por me apoiar, por estar ao meu lado sempre. — Me
ergo abraçando-a forte e ela retribui sorrindo.
— Não fiz nada perto de tudo que você vez por mim, meu
filho. Eu estou aqui para fazer por você e sua família tudo que vocês
fizeram por mim... Eu te amo... Te amo demais, por isso não poderia
te deixar sozinho, por isso sempre vou estar onde você estiver. —
Ela se solta brevemente me olhando com aquele seu jeitinho
amoroso que tanto senti falta nos últimos meses.
— Obrigado! — Abraço-a mais uma vez e David volta
correndo para cama.
Mamãe se despede de nós com um beijo amoroso e sai nos
deixando sozinhos, me acomodo com David no centro da cama e
lhe conto uma historinha, como sempre fazia quando ele ficava
comigo antes. Em poucos minutos ele está dormindo e eu apago
logo em seguida, adormeço abraçado a David.
Um tempo depois de adormecer eu sinto um carinho gostoso
no meu rosto seguido por um beijo de leve nos lábios, abro os olhos
ainda sonolento e vejo Gael sem camisa deitado ao lado de David.
— Você demorou... Está tudo bem? — Pergunto lutando para
me manter de olhos abertos mas o meu sono é grande.
— Shiii... Durma, minha vida, está tudo bem sim não se
preocupe, apenas durma, meu anjo. — Recebo um breve carinho no
rosto e adormeço em seguida.
Um tempo depois de adormecer eu sinto um carinho gostoso
no meu rosto seguido por beijo de leve nos lábios, abro os olhos
ainda sonolento e vejo Gael sem camisa deitado ao lado de David.
— Você demorou amor... Está tudo bem? — Pergunto lutando
para me manter de olhos abertos mas o meu sono é grande.
— Shiii... Dorme minha vida, está tudo bem sim não se
preocupe, apenas durma meu anjo. — Recebo um breve carinho no
rosto e adormeço em seguida.

Acordo na manhã seguinte e me deparo com a cama vazia,


mas meu sorriso se abre ao ver uma bandeja de café da manhã e
um bilhete amarrado em um botão de rosa, pego a mesma sorrindo
feito um bobo e leio o seu bilhete.
"Me perdoe por acordar e eu não estar ao meu lado, meu
amor, nosso filho quis entrar na piscina logo cedo, te esperamos na
água depois de tomar o seu café. Te amo! Seu futuro marido!

Sorrio abertamente admirando a bandeja de café da manhã e


me sento começando a comer, eu estou mesmo faminto. Depois de
comer eu me levanto para fazer a minha higiene pessoal e tomo um
banho pouco demorado, visto uma cueca, um short e uma camiseta
deixando os meus cabelos levemente bagunçados, saio do quarto e
desço até a sala de estar seguindo até a piscina onde ouço risadas
gostosas.
Aproximo-me da piscina e paro admirando o meu noivo e o
filho brincando na água, sorrio abertamente por estar tão feliz, a
minha vida mudou muito, mas mudou para mil vezes melhor.
Aproximo-me da minha mãe sentada em uma
espreguiçadeira lendo um livro, seu semblante é tão sereno, tão
suave.
— Bom dia mamãe! — Lhe dou um beijo no rosto e me sento
ao seu lado.
— Veja que livro maravilhoso, filho! A biblioteca dessa casa
tem de tudo, até os livros que eu tentei comprar para você estudar
na faculdade mas não consegui, essa biblioteca é incrível... Por falar
em faculdade, como vai ficar os seus estudos com você
trabalhando? E ainda tem a casa para administrar e um marido para
cuidar... Você está feliz, eu vejo e sinto isso meu filho, mas estou
preocupada com os seus estudos, afinal era o seu sonho concluir a
faculdade de administração, e só não o fez porque teve que trancar
a faculdade para cuidar de mim... Eu sinto muito por ter te dado
tanto trabalho, Scott, eu prometo compensar todo o esforço que
você fez por sua mãe te dando todo o meu amor, meu carinho e
meu apoio no que você precisar. — Comenta sorridente mas vejo-a
ficar pensativa ao falar da minha faculdade, mais uma vez ela se
justifica e vejo os seus olhos marejados.
— Esquece tudo isso, mamãe, eu não me arrependo por ter
trancado a faculdade para cuidar de você, e faria tudo de novo por
você... Quanto a faculdade, não se preocupe, já conversei com Gael
e ele vai me liberar do trabalho no período da manhã, e assim vou
poder voltar a faculdade, ele não quer que eu estude a noite então
vou estudar de manhã e trabalhar a tarde. Só vou me sentir mal por
te deixar tanto tempo sozinha. — Me inclino abraçando-a apertado e
ela larga o livro retribuindo o meu abraço.
— Você já se preocupou demais comigo, filho, agora
aproveita a sua vida como você achar melhor, eu vou estar aqui com
você. Os pais de Nathalia assim como os pais de Clara e Tatiana
foram muito gentis comigo, eu fiz novas amizades então não vou me
sentir tão sozinha... Os pais dos rapazes também são ótimas
pessoas, meu Deus, eu nunca tive tantos amigos como tenho agora,
eu praticamente saí do anonimato, você entende? — Comenta
empolgada me fazendo gargalhar por vê-la tão animada.
— Aproveita a vida você também, mamãe, todos eles
gostaram muito da senhora, todos eles me apoiaram muito quando
eu estava aflito para te ajudar, e todos eles estiveram ao meu lado,
são realmente pessoas incríveis. — Sorrio abertamente beijando a
sua mão e ela faz o mesmo.
— Que gargalhada gostosa foi aquela, amor...? Quero te ver
sorrindo assim mais vezes... Bom dia, minha vida! Dormiu bem? —
Gael aparece sem eu perceber e me rouba um beijo na frente da
minha mãe, me deixando vermelho de vergonha.
— Bom dia, amor! Eu dormi bem sim, obrigado por perguntar.
— Respondo meio sem jeito e minha mãe sorrir escancaradamente.
— Ele ainda está tímido por eu presenciar esses momentos
íntimos de vocês, Gael... Já falei para ele não se preocupar pois
vejo vocês como um casal normal, como todos que existem por aí,
mesmo que haja muitas pessoas preconceituosas eu nunca fui
assim... Estou torcendo muito por vocês. — Mamãe volta a pegar o
seu livro mas divide a sua atenção comigo, Gael e David vindo
correndo na nossa direção.
— Obrigado pelo seu apoio, minha sogra, mas eu já falei para
o seu filho não se importar tanto com o que os outros falam, o que
importa para nós é a penas a nossa felicidade, se ele está feliz eu
também estou, e vida que segue... Mas da mesma maneira que eu
já disse a ele também vou dizer a senhora... Se houver algo ou
alguém incomodando a qualquer um de vocês, é só me dizer e eu
resolvo, seja fora ou dentro dessa casa, os problemas de vocês
agora são meus também. — Ele se senta ao meu lado e me puxa
para o seu colo me apertando contra o seu corpo. Tento sair do seu
colo mas ele não deixa.
— Gael! Você está molhado, e gelado também. — Sorrio
bagunçando os seus cabelos e ele retribui sorrindo largamente.
— Poxa, Schoti, você dormiu muito, eu quero brincar na
piscina com você e o papai... A vovó Daide não quer brincar na
água. — David me puxa pela mão tentando me arrastar mas eu
pego-o no colo sorrindo pela maneira como ele pronuncia o meu
nome e o de minha mãe.
— Meu anjo, lembra-se do que conversamos no hospital?
Que por enquanto eu não vou poder fazer movimentos bruscos
porque eu ainda estou me recuperando...? Pois bem, nós podemos
fazer outros programas, que tal assistirmos aquele seu desenho
favorito? Nós acabamos não assistindo ontem. — Sugiro fazendo
cócegas nele e o mesmo gargalha pulando do meu colo para o colo
da minha mãe.
— Tá bom, eu quero vê desenho com você, o papai e a vovó.
— Ele sorrir abraçado a minha mãe e sinto Gael beijar o meu
ombro, sorrindo tão amoroso.
— Então vamos logo! O pessoal vai chegar para o almoço e
teremos que deixar o desenho para outro dia. — Gael se levanta
comigo no colo e David pede para minha mãe carregá-lo também,
mas ela não pode.
Gael se abaixa comigo e eu pego David no colo, ele carrega
a nós dois e o nosso pequeno gargalha achando graça, esse é um
dos muitos momentos que ficarão gravados na minha memória.
Capítulo 28

UM MÊS DEPOIS...

Hoje vou me casar com Scott Bennet, vou me prender de vez


a esse garoto extraordinário, essa pessoa incrível pela qual sou
completamente apaixonado, com quem escolhi viver o resto da
minha vida, com quem me sinto feliz, com quem me sinto completo.
Estou em um dos quartos de hóspedes no andar de baixo da
mansão, Scott está se arrumando no nosso quarto no andar de cima
e eu já estou ansioso para estar com ele. Já tentei ir até lá por duas
vezes mas não me deixaram, tudo que consegui foi falar com ele
atrás da porta e as meninas o segurando para ele não sair do
cômodo para me ver, mas eu consegui diminuir um pouquinho da
ansiedade que me consumia.
Já são cinco da tarde e a cerimônia está marcada para as
cinco e meia aqui mesmo na mansão, como foi o desejo de Scott,
queremos nos casar ao pôr do sol e assim será, se o meu noivo não
resolver se atrasar.
Ando de um lado para o outro inquieto, a minha ansiedade de
estar logo casado volta a me incomodar, encaro Ricardo e os outros
e eles estão rindo da minha cara.
— Estão rindo do quê? Nos casamentos de vocês eu os vi
pior que eu hoje. — Questiono emburrado e olho pela janela, tudo
está perfeito, tudo está exatamente como Scott desejou.
— Não vou negar, Gael, ver você assim, nervoso para se
casar é uma novidade para nós, nunca imaginamos ver você
casado, e você já fez tanto por amor a Scott... Você salvou a vida do
seu amado e também da sua sogra, não imagina o quanto estou
orgulhoso de você, meu irmão. — Dom se aproxima me segurando
pelo ombro, confiante.
— Às vezes tenho dificuldade em acreditar que tudo aquilo
aconteceu, mas quando a minha ficha cai o meu único medo é de
que algo como aquilo aconteça novamente, e eu não consiga fazer
nada, medo de não conseguir trazê-lo de volta para mim... Eu estou
feliz, muito feliz mas depois do que houve, ainda me sinto
inseguro... Quero protegê-lo o máximo que eu puder, só não fico
vinte e quatro horas perto dele porque não quero sufocá-lo, não
quero pressioná-lo a me aceitar como a sua sombra. — Comento
pensativo, Robson e Ricardo se aproximam também.
— Entendo o que você está sentindo, meu caro amigo, mas
agora não há mais motivos para essa insegurança. Conseguimos
eliminar Ian e o seu cúmplice, já investigamos e varremos essa
cidade atrás de algum outro envolvido com Rodolfo mas não
achamos nada... Tudo voltou ao normal agora, a paz e a felicidade
de vocês é certa a partir de agora, além do mas, a equipe que você
contratou para mansão e também para empresa, são de nível
superior, vocês vão seguir a vida de vocês em segurança e na mais
completa tranquilidade, eu te garanto! — Ricardo me abraça pelos
ombros me passando a certeza de que eu tanto precisava, pois
confio nele plenamente. Respiro fundo.
— Obrigado a todos vocês, eu não sei o que seria de mim
sem o apoio dos meus irmãos... Valeu por estarem aqui comigo
hoje. — Abraço a cada um deles e nesse momento vejo Leonardo
entrando com o seu marido.
— Já está na hora Gael! A cerimonialista pediu para avisar
que já está na sua hora de se posicionar no altar, Scott já está
pronto. — Avisa Felipe, marido de Leonardo vindo empolgado na
minha direção.
— É sério, Lipe? Ele já está pronto...? Então vamos logo! Eu
quero me casar o quanto antes. — Pergunto eufórico sentindo o
meu coração bater na boca.
— É sério, meu amigo, a mãe da Nath já está te esperando
para entrar com você, e a Sra. Adelaide já está na sala esperando
você sair para seguir com Scott. — Confirma sorridente por me ver
tão ansioso.
Arrasto os meus amigos para fora do quarto e seguimos para
o jardim saindo pela varanda do quarto. A decoração está linda e há
um arco de flores silvestres no início do tapete vermelho, os
convidados já em seus lugares e o juiz de paz nos aguardando no
pequeno altar, em baixo de uma cascata de flores do mesmo tipo
que há na entrada.
Scott chamou alguns dos poucos amigos que fez na
faculdade, mas os nossos amigos em comum estão todos aqui, não
há muitas pessoas, mas, a festa é para poucos convidados e todos
que estão aqui torcem por nós.
Me posiciono ao lado da Sra. Carla, minha ex sogra e uma
grande amiga, ela lamentou o fato de que eu e Nath nos separamos
a anos atrás, mas também entendeu o meu lado, eu não era feliz
como eu sou agora e sei que todos que me conhece bem, sabem
disso.
Uma música suave e instrumental começa a tocar e nós
caminhamos de braços dados em direção ao altar.
— Desde já quero deixar a você e a Scott, o meu carinho e
meu desejo de que sejam felizes, que esse amor de vocês seja
duradouro e que nunca lhes falte discernimento, para aprenderem a
lidar com as dificuldades e os obstáculos que a vida põe em nossos
caminhos... Parabéns pelo casamento e conte comigo para o que
precisar, sabe que eu sempre estarei aqui por vocês, não é? — Diz
enquanto caminhamos pelo tapete, sorrindo para os nossos
convidados.
— Eu não esperava menos da senhora, sei que não só eu,
mas também Scott e a mãe dele, sempre vamos poder contar com
você, e faço das suas palavras as minhas, assim como a sua filha, a
sua família também sempre poderão contar conosco... E obrigado
mais uma vez por estar aqui, por me apoiar como eu sei que os
meus pais fariam. — Lhe dou um beijo no alto da cabeça e ela
retribui com um beijo no rosto antes de me deixar no altar.
Em seguida vejo entrar Dominic e Tatiana, Robson e Clara,
Leonardo e Felipe, Nath e Ricardo e mais três casais de amigos que
trabalham na empresa. Assim que o último casal entra, vejo um
pouco mais distante Scott de braços dados com a mãe, ele está
todo de branco assim como eu e ele está lindo, segurando um
pequeno buquê, parece um anjo, o meu anjo que me faz chorar de
felicidade por ele estar aqui, e querer se casar comigo.
Scott caminha na minha direção com a mãe ao som de uma
música instrumental com uma linda melodia, e seu sorriso é tudo
que consigo ver, não sei se choro ou se retribuo ao seu sorriso, mas
a medida que ele se aproxima mais, sinto as minhas pernas
trêmulas e o meu coração acelerado, minha respiração pesa e
minhas mãos suando frio mostra claramente o quanto estou
nervoso. Nunca me imaginei assim antes, nunca quis tanto me
casar com alguém como quero me casar com Scott, ele é a minha
outra metade, ele é a parte de mim que faltava.
Scott para na minha frente sorrindo daquele jeito que me faz
perder o ar, me aproximo mais dele limpando o meu rosto e pego a
mão da minha sogra beijando demoradamente.
— Acho que eu já disse a vocês tudo que tinha para dizer,
mas tem algo que eu faço questão de repetir... Sejam felizes! É só
isso que eu peço a vocês. — Sra. Adelaide me dá um beijo no rosto
antes de abraçar o filho carinhosamente.
— Obrigado mais uma vez... Isso é tudo que eu consigo dizer
no momento, obrigado. — Beijo o seu rosto com carinho e ela se
afasta se juntando a mãe de Nath, e eu beijo a festa de Scott antes
de enlaçar o seu braço no meu.
— Você está lindo... E está de branco como no meu sonho...
Eu te amo. — Meu noivo me encara emocionado me emocionando
também.
— Um de nós dois precisa parar de chorar... Você me faz tão
feliz, eu te amo. — Abro um largo sorriso e nos aproximamos do juiz
que celebrará o nosso casamento.
— Queridos amigos! Estamos reunidos aqui hoje para
formalizar a união de duas pessoas que se amam, duas pessoas
que se escolheram para serem felizes juntas, duas pessoas que me
alegra ver que são bem aceitas, que são queridas e amadas... Hoje
vamos unir legalmente, Scott Bennet e Gael Patterson...
O juiz inicia a cerimônia e eu tento me acalmar, sinto os meus
batimentos acelerados e minhas mãos ainda suando frio. Encaro
Scott e ele tem aquele sorriso lindo e radiante estampando o seu
rosto, me fazendo sorrir também. Me lembrei de Scott dizendo que
sonhou comigo vestido de branco, e é claro que decidi realizar o seu
sonho de casarmos de branco no Jardim da nossa casa, e com
todos os nossos amigos presente, comemorando conosco esse
momento marcante para nós.
— Scott! Gael! Vocês têm algo a dizer um ao outro nesse
momento decisivo das suas vidas? — Pergunta o juiz olhando de
Scott para mim.
Me viro de frente para Scott segurando as suas mãos, e ele
faz o mesmo.
— Acho que as palavras que vou dizer aqui não é surpresa
para ninguém. Nunca me imaginei casando, nem mesmo com
Nathalia que é uma pessoa maravilhosa e eu realmente gostava
dela, mas a verdade é que eu nunca me senti completo com alguém
como me sinto agora, com você, nunca me senti realizado como
você faz eu me sentir. Eu nunca senti tanto medo de perder alguém
além do meu filho, como eu sinto de perder você, não importa de
qual maneira seja. Mas uma coisa eu te garanto, Scott, eu vou te
amar eternamente, vou fazer pela nossa família tudo que estiver ao
meu alcance... Conhecer você foi como ganhar um dos melhores
presentes do mundo, conhecer você foi a oportunidade que eu tive
para amar verdadeiramente, e você me conquistou de uma maneira
tão inesperada que até me assustou, mas me prendeu a você para
sempre porque eu sou completamente apaixonado por você... Eu
amo você, Scott Bennet, e sempre vou amar. — Tento segurar a
minha emoção mas sinto a minha voz trêmula, nunca me senti tão
nervoso assim antes.
Scott sorrir abertamente mesmo os seus olhos marejados.
— Conhecer você foi como a realização de um sonho. Eu
sempre sonhei em ser amado por alguém mais além da minha
amada mãe, eu desejei que mais alguém além dela fizesse o melhor
para mim, então eu conheci você, Gael Patterson... Você fez por
mim muito mais que me amar, você me devolveu a vida, me
devolveu a razão de viver. — Diz emocionando olhando de mim
para sua mãe, mas volta os seus olhos para os meus. — Eu
prometo que serei para você tudo que você precisar que eu seja,
serei mais que seu marido, serei seu amigo, seu companheiro para
resto da vida. Serei o seu motivo de orgulho, terei você para sempre
como o amor da minha vida... Amar você foi o desafio mais fácil que
a vida já me impôs, lutar para viver esse amor foi mérito nosso,
continuar lutando por nós será o meu objetivo... Eu te amo, Gael
Patterson, e pela eternidade eu vou te amar. — Sua declaração me
faz derramar as lágrimas que eu tanto segurava.
Nunca me emocionei tanto em toda minha vida como
acontece quando ele é o motivo das minhas emoções. Acaricio o
seu rosto e ele faz o mesmo. O juiz pede as alianças e eu procuro
no meu bolso, mas não ás encontro. Uma música começa a tocar ao
som de um violino e vejo o meu filho vir na nossa direção com uma
mini almofada com as nossas alianças.
— Oh meu Deus... Meu filho... — Choro ainda mais
emocionado que antes.
Jamais imaginei algo assim, confesso que fui pego de
surpresa com essa novidade. Encaro Nath e ela está chorando rios
ainda mais emocionada que eu, essa mulher não tem jeito, ela é
maravilhosa, ao invés de colocar o meu filho contra mim por eu ser
gay, ela o incentiva a me aceitar como sou, ela é a minha melhor
amiga.
Meu filho se aproxima e eu me abaixo recebendo-o em meus
braços, aperto-o e beijo-o muito antes de o soltá-lo para Scott fazer
o mesmo, meu noivo está super emocionado hoje.
Eu e Scott fizemos a troca das alianças e o juiz faz a
pergunta que tanto esperávamos.
— Scott Bennett! É de livre e espontânea vontade que
aceitas Gael Patterson como seu legítimo esposo? Para amá-lo e
respeitá-lo, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na
riqueza ou nas dificuldades até o fim da sua vida?
— Sim! Eu aceito! — Responde me olhando nos olhos, mas
com aquele seu sorriso lindo que tanto amo.
— Gael Patterson, é de livre e espontânea vontade que
aceitas Scott Bennett como seu legítimo esposo? Para amá-lo e
respeitá-lo, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na
riqueza ou nas dificuldades até o fim da sua vida?
— Sim! Eu aceito! — Rapando firme e confiante sem tirar os
olhos do mm eu amor.
— Sendo assim, pelos poderes a mim concedido pelo estado,
eu os declaro casados! Os noivos podem se beijar. — Finaliza o juiz
e eu me sinto ansioso para beijar o meu marido e sentir os seus
lábios nos meus.
Aproximo-me mais de Scott e puxo-o para mim, seus braços
se envolvem no meu pescoço e seus lábios vem de encontro aos
meus, nos beijamos com paixão, com todo o nosso amor e ele não é
pequeno, é amor para o resto de nossas vidas.
— VIVAM OS NOIVOS! — Ouço gritos e aplausos mas nem
por isso interrompo o nosso beijo.
Scott tem os lábios mais doces que já senti em toda a minha
vida, ter os seus beijos se tornou um vício para mim.
— Parabéns, meus queridos! Que a felicidade de vocês seja
tão grande quanto esse amor que vocês sentem um pelo outro... Eu
amo você, filho... E já amo você também, Gael. — Minha sogra nos
cumprimenta emocionada, mas o sorriso em seu rosto diz
claramente que ela está mesmo feliz por nós.
— Eu não tenho os meus aqui comigo hoje como eu gostaria,
e sei que de onde eles estiverem estão torcendo por nós... Mas ter a
senhora aqui ao meu lado, me apoiando e me amando com um filho
ou como genro, já é o bastante para mim... Saiba que eu aprendi a
gostar da senhora antes mesmo de conhecê-la, ainda internada
naquele hospital, mas hoje eu posso afirmar com toda certeza do
meu coração... Eu também já amo você, minha sogra, muito! —
Abraço-a apertado sentindo como se estivesse abraçando a minha
mãe.
Sinto também como se estivesse sendo abraçado por meu
pai e isso me traz uma paz sem tamanho.
— Meu Deus, eu também quero um abraço! — Scott me
abraça por trás e beija as minhas costas.
Me solto da minha sogra para abraçar o meu marido e beijo-o
brevemente, antes de recebermos os cumprimentos dos nossos
amigos. Falamos com todos, abraçamos a todos e todos estão
torcendo pela nossa felicidade, e eu não esperava menos deles.
Felipe e Scott parecem amigos de infância conversando
sobre algo interessante para eles, os sorrisos em seus rostos me faz
sorrir também pois sei que o homem que eu amo está feliz.
— Foram poucas as vezes que eu parei para falar com Scott,
eu estava sempre muito ocupado até mesmo para acompanhar
vocês em um almoço, mas Lipe tem conversado muito com ele nas
últimas semanas. Eles estão se dando muito bem... É maravilhoso
quando a gente se sente como parte de algo, quando nos sentimos
em uma mesma sintonia e pelo que estou vendo, essa amizade
deles vai longe. — Comenta Léo parado ao meu lado admirando os
nossos companheiros conversando empolgados.
— Fico muito feliz com essa amizade deles, assim Scott não
se sente tão deslocado tendo apenas amigos héteros, e Lipe e Scott
tem muito em comum em relação ao nosso universo... Eu gosto
dessa interação deles. — Sorrio feito um bobo admirando o meu
marido, ele olha na minha direção e me lança aquele bendito sorriso
que me enlouquece.
Respiro fundo retribuindo o seu sorrindo e ele vem na minha
direção com Lipe ao seu lado, Lipe se joga nos braços de Léo e
Scott vem para os meus me abraçando pelo pescoço.
— Vamos entrar para iniciar a nossa festa, meu amor! Já é
noite e eu estou faminto, estou ansioso para comer aquele bolo e
fazer o nosso brinde. — Diz empolgado e me dá um breve selinho
antes de me arrastar pela mão seguindo pelo tapete vermelho.
Sorrio por vê-lo tão entusiasmado depois de tudo que sofreu.
— Meus amigos! A festa será dentro da casa, nos
acompanhem por favor! — Aviso parado no final do tapete e Scott
acaricia o meu rosto com tanta ternura.
Seguimos para a entrada da casa onde tem um pequeno arco
de flores igual aos da cerimônia. Entramos na sala e me deparo com
uma incrível decoração, os sofás foram remanejados de lugar para
dar espaço a algumas mesas para os convidados e a mesa do
buffet, além da mesa do bolo, o ambiente é grande e tem um
excelente espaço para tudo isso.
Os convidados entram logo atrás de nós já se acomodando
nas mesas, os garçons aparecem para nos servirem e eu me
acomodo com Scott e minha sogra em uma mesa reservada para
nós. Somos servidos com um maravilhoso jantar e o melhor
champanhe que existe.
Conversamos enquanto comemos e o meu filho vem para
nossa mesa, ele está lindo e faz o meu sorriso congelar no rosto, eu
estou feliz, estou muito feliz pois agora eu tenho a minha família.
Capítulo 29

Eu não imaginava que a minha felicidade pudesse crescer


ainda mais, se eu já estava feliz antes desse momento tão especial,
agora eu posso afirmar com toda certeza do mundo que eu sou uma
pessoa completa, sou realizado em todos os sentidos. Tenho uma
mãe maravilhosa e viva aqui ao meu lado, e sei que ela nunca mais
me dará um susto como aquele, sei que ela não vai me deixar.
Estou casado com o homem dos meus sonhos, o amor da
minha vida e ganhei uma mansão como presente de casamento,
tenho um emprego muito melhor do que eu já tive antes e trabalho
ao lado do meu amor, o homem que salvou a minha vida e a vida da
minha mãe.
Rodolfo está morto e todos aqueles que queriam o meu mal
também. Gael me confessou há duas semanas que Ian Mello já não
vive mais.
"— Precisamos conversar, Scott, vem comigo! Agora! —
Ordena em um tom grave e incomodado e me pega pela mão, me
arrastando para algum lugar.
Não sei o porquê dessa sua reação já que estamos bem, mas
mesmo assim o sigo sem questionar. Entramos no escritório e ele
tranca a porta enquanto eu o encaro ainda confuso.
— Sente-se...! Por favor? — Manda irritado mas depois pede
apreensivo. Mas eu não o obedeço.
— O que está acontecendo, Gael? Porque está falando
comigo nesse tom tão rude? Eu fiz alguma coisa que te
desapontou? Você desistiu de se casar comigo? É isso...? Por favor
vamos conversar com calma? — Questiono aflito e com medo
de perdê-lo pois não sei o que está acontecendo.
— Do que você está falando, Scott? Eu não desisti do
casamento, e não vou desistir de você se é o que está pensando...
Droga! Não é nada do que você está pensando, amor... Me
desculpa se fui rude com você, não era essa a minha intenção, mas
é que... — Se justifica confuso mas me puxa para o seu corpo. Me
solto dele apreensivo.
— Se não é nada do que eu estou pensando então diz logo o
que está acontecendo! Você está me assustando e me preocupando
com esse mistério todo... É algo com a empresa? É algo com você
ou comigo? — Questiono inquieto e ele respira fundo.
— Eu fiz algo que não sei se você vai aprovar, não sei como
você vai me ver daqui em diante e isso me deixa inseguro... Não
quero perder você e muito menos quero ouvir do homem que eu
amo que eu sou um assassino, não quero ser condenado por você,
eu aceito isso de qualquer um, menos de você... Isso acabaria
comigo. — Desabafa andando pelo escritório inquieto e para em
frente a sua mesa apoiando as mãos nela.
Aproximo-me dele e o abraço por trás beijando as suas
costas, Gael está muito tenso.
— Você salvou a minha vida e a vida da minha mãe, então
seja lá o que você tenha feito eu sei que não merece ser julgado...
Pelo menos não serei eu a fazer isso porque o meu amor por você
vai além do que você possa ter feito... Sei que não me traiu, sei que
não vai me trocar por outro, ou por outra, então, não se sinta
apreensivo em me contar nada, por favor? — Argumento em um
tom suave e tranquilo e beijo mais uma vez as suas costas, ele se
vira me puxando para os seus braços me apertando tão forte.
— Eu te amo demais, nunca na minha vida eu tive tanta
certeza do que eu queria como eu tenho agora, de que você foi feito
para mim... Só para mim, meu amor. — Sinto-o relaxar um pouco
mas ele não me solta. — Lembra que eu te falei que Ian Mello
estava sob o nosso domínio? Que estávamos investigando para
saber se havia mais alguém nos rondando a mando do Rodolfo?
— O que você descobriu? Tem mais alguém além daquele
infeliz atrás de mim a mando daquele monstro? Tem gente
querendo vir atrás de mim, é isso Gael...? Você prometeu cuidar de
mim, prometeu me proteger então por favor? Por favor amor não
deixa eles me pegarem de novo? — Me solto dele desesperado por
pensar que querem me pegar novamente como fizeram antes.
Vou ficar com medo de pôr os pés para fora de casa. Mas
Gael não parece preocupado com isso.
— Por favor não fica assim? Se acalma? Não e nada disso,
ninguém vai vir atrás de você...! Eu matei Ian Mello e o maldito de
um comparsa que estava solto armando contra nós a mando dele...
Eu os matei com as minhas próprias mãos e é por isso que eu tinha
receios de ouvir você me chamar de assassino, porque eu os matei,
Scott! — Confessa irritado voltando a andar inquieto, me pegando
de surpresa com a sua revelação.
— Estão mortos...? Você os matou...? Gael então eu estou
livre? Não tem mais ninguém querendo vir atrás de mim? Eu vou
poder sair sem me preocupar que tentem me pegar a mando do
Rodolfo? É isso...? Me Deus me responda, amor? Me diz que você
me salvou mais uma vez? Eu te amo... Te amo Gael. — Pergunto
com a voz trêmula e choro de alívio não acreditando que a minha
paz chegou. Pulo nos braços dele o apertando forte.
— Cacete, amor...! Que alívio... Sim minha vida, você está
livre, não vai mais precisar se preocupar com ninguém vindo atrás
de você... Eu te amo... Te amo e não vou quebrar a promessa que
te fiz, eu sempre vou proteger você... Em poucos dias vamos nos
casar e seremos felizes, eu prometo isso. — Sinto ele respirar
aliviado mesmo me apertando em seus braços.
Me solto brevemente dele tomando a sua boca em um beijo
feroz, cheio de desejo.
— Eu estou feliz... Estou tão feliz que quero você... Agora!
Pulo no seu colo abraçando a sua cintura com as minhas
pernas, Gael sorrir na minha boca mas leva para algum lugar. Meu
noivo me põe sentado na mesa e devora a minha boca enquanto
tento desesperadamente tirar a sua camisa, ele me ajuda nesse
processo mas quando terminar de tirar a camisa, Gael agarra uma
das pernas do meu short no meio das minhas pernas e puxa com
força, rasgando o mesmo transformando em uma
saia. Ofego excitado e ele me tira da mesa me virando
abruptamente, me fazendo debruçar sobre a mesa.
— Gael... Porra isso foi foda... Me come? Me fode gostoso
como só você sabe fazer? — Peço com a voz trêmula de desejo.
— Porra, Scott, pedindo assim eu não tenho como negar... —
Ele puxa a minha cueca para baixo e se esfrega em mim.
— Ahh... Eu preciso fazer algo antes... Estou desejando isso
desde cedo mas não pude fazer... — Me viro para ele e inverto a
nossa posição.
Meto a mão na sua calça e abro o seu cinto antes de abrir a
sua calça, Gael respira fundo atento e logo estou segurando o seu
pau, já latejando na minha mão. Não perco tempo e me abaixo o
engolindo com vontade.
— Scott... Amor... Caralho... Que boca quente... Ahh está
pegando fogo... Ohh minha nossa...
Geme rouco jogando a cabeça para trás mas segura a minha
cabeça dando pequenas estocadas na minha boca.
O engulo quase todo, chupo-o com toda vontade do mundo
como se estivesse a meses sem senti-lo, chupo-o com força faminto
para sentir o seu gosto, mas como sempre acontece não
conseguimos esperar até o final, queremos nos sentir logo então
deixo o seu pau e me ergo avançando na sua boca.
Mais uma vez Gael me coloca debruço na mesa e logo sinto
a sua língua quente serpenteando a minha entrada, gemo mordendo
o meu dedo para abafar os meus gemidos, mas poucos segundos
depois sinto Gael se encaixar em mim me penetrando com
cuidado. Gememos juntos mas Gael começa a me penetrar com
força me fazendo perder o fôlego.
— Ahh... Meu Deus... Oh Deus...
Gemo em um fio de voz me soltando sobre mesma, me
sentindo sem forças.
— É assim que você gosta, amor...? É assim que você me
quer entrando em você...? Porra, você já está me apertando...! Você
já vai gozar, meu gostoso...
Seu tom de voz é tão rouco que me estremeço, empino mais
a minha bunda para ele e recebo um tapa na mesma.
— Ahh Gael... Puta merda, que delícia...
Sussurro entre delírios e sinto a sua mão nos meus cabelos
me puxando de volta para o seu corpo.
— Me beija, Scott! Chupa a minha língua como só você sabe
fazer... Vamos! Agora! — Ordena entre dentes sem parar de se
movimentar e mais uma vez estremeço.
Ofego de olhos fechados mas faço o que ele manda, abraço
o seu pescoço puxando-o pela nuca, beijo e chupo os seus lábios e
sua língua sentindo ele entrar em mim com mais força e mais
profundo.
Anuncio que vou gozar e peço que me meta mais rápido,
mais forte e ele atende ao meu pedido. Gemo me soltando dele e
me debruço novamente sobre a mesa sem sentir as minhas pernas,
ele me pega de jeito acabando comigo em um orgasmo
maravilhoso.
Ele geme alto enquanto goza em mim me preenchendo e a
sensação é deliciosa e excitante. Ele geme palavras de amor,
palavras de desejo enquanto ainda lateja dentro de mim e acaricia
as minhas costas.
Me ergo puxando-o pela nuca e devoro a sua boca
ferozmente, chupo a sua língua e ele chupa a minha parando de se
movimentar aos poucos, não tem como não amar esse homem,
como não ser realizado com um homem desses? Me sinto um
sortudo e dou graças a Deus por isso."
Estou curtindo muito a minha festa de casamento, ver o
sorriso radiante de Gael me deixa fascinado por saber que ele está
feliz por estar comigo. David desce da sua cadeira e me pede colo,
é óbvio que eu pego ele no colo enchendo-o de beijos.
— Você está feliz, Schoti? Poxa você está me beijando muito
igual a mamãe. — Diz entre gargalhadas me fazendo abrir mais o
meu sorriso.
— É porque nós te amamos igualmente, meu anjo... E sim!
Eu estou muito feliz, estou tão feliz que preparei uma surpresa pra
você, vem comigo! — Me levanto com ele no colo mas o coloco no
chão lhe dando a mão. — Eu já volto amor. — Pisco para Gael e ele
me encara confuso por eu sair da mesa, mas apenas me manda um
beijo antes de eu sair de mãos dadas com David.
— Que surpresa você preparou pra mim, Schoti? É um
brinquedo? O que é? — Pergunta curioso e eu sorrio correndo com
ele em direção ao escritório.
— Não vou te dizer porque é uma surpresa, mas nós já
estamos chegando e você vai ver o que é, está bem? — Passo com
ele pelo escritório e paro duas portas depois, paro na frente dela e
David parece ansioso.
— Cadê a minha surpresa, Scott? Eu quero muito ver o que
você vai me dar. — Pergunta eufórico e eu sorrio.
— Se acalme, meu anjo! Você já vai ver a sua surpresa, ok?
Eu mandei preparar com muito carinho pensando apenas em você.
— Tiro uma chave do meu bolso e destranco a porta.
Nem Gael sabe que eu preparei esse quartinho de
brinquedos para David, queria fazer uma surpresa para David já que
ele vai passar mais tempo conosco e precisa ter um cantinho
especial para ele se divertir.
Abro a porta da sala de brinquedos e David entra apressado,
entro atrás dele e o vejo olhar tudo a sua volta.
— Poxa que montão de brinquedo, é tudo meu, Schoti? Você
comprou tudo pra mim? — Pergunta pegando um boneco do
homem aranha e um carrinho de controle remoto.
— Sim, meu amor, é tudo seu, você gostou? Vai me deixar
brincar com você quando eu voltar de viagem? — Aproximo-me dele
me abaixando na sua frente e pego uma caixa de massinha de
modelar com alguns acessórios, ele se senta para mexer nos
brinquedos e eu faço o mesmo.
— Sim, Schoti, eu deixo você brincar comigo porque você e
meu pai, eu quero brincar com você e o papai Gael... Eu gostei
muito dos meus brinquedos novos, obrigado papai eu gostei muito.
— Diz com uma firmeza na voz que me deixa emocionado.
Não posso negar que ouvi-lo me chamar de papai me
surpreende, mas eu gosto disso, é como se ele realmente fosse
meu filho porque o amo.
— Que bom que gostou, filho... Você gosta que eu te chame
assim? De filho? Eu quero muito que você seja realmente meu filho,
eu amo muito você, David. — Tento não chorar na frente dele e
sorrio para disfarçar as minhas emoções.
— Sim, papai, eu gosto muito, porque agora eu sou seu
filho... Eu também te amo igual eu amo o papai Gael, o papai Icardo
e a mamãe Nath. — Diz enquanto abre alguns presentes e eu me
emociono ainda mais.
— Então eu quero um abraço, você me dá? Um abraço assim
bem apertado? — Peço com um pequeno sorriso e ele solta os
brinquedos para me abraçar.
O recebo em meus braços e o aperto enchendo ele de beijos,
aproveito ao máximo que posso desse abraço mas logo solto-o e ele
volta a mexer nos seus presentes. Me levanto e fico aqui o
admirando mexer nos brinquedos, mas me assusto ao sentir alguém
me abraçar por trás e beijar o meu pescoço, mas pelo arrepio que
senti pelo meu corpo eu sei que é ele, o meu marido.
— Você continua me surpreendendo... Porque não me contou
que estava preparando essa sala de brinquedos para David? Eu já
tinha pensado nisso antes mas por andar tão ocupado eu não tive
tempo de falar sobre isso, mas você mesmo ocupado com os
detalhes e os preparativos do casamento ainda pensou no nosso
filho... Te amo ainda mais depois disso, meu amor. — Sua voz é
doce, suave e amorosa o suficiente para me fazer viajar.
— Somos casados agora, não posso pensar só em mim, ou
só em você ou apenas em nós... David também me quer como pai
dele e eu não posso decepcioná-lo... Somos uma família agora. —
Sorrio largamente admirando David mexer nos brinquedos. — Sei
que a fatura do seu cartão ainda não chegou, mas... Tente não me
matar quando descobrir o quanto gastei, eu só achei que o nosso
filho merecia algo legal e sei que tudo que diz respeito a ele...
— Shiii...! Relaxa, não precisa me explicar nada, não te dei
aquele cartão para você usar só com os gastos do casamento, dei
para você gastar com você e com o que você precisar... Não vou
negar que me surpreendeu ao ver essa surpresa linda que você
preparou para o nosso filho, eu amei isso, esse seu cuidado e
preocupação com David me fascina e você sabe disso... Mas enfim,
aquele cartão agora é seu até o seu próprio cartão chegar... Eu
transformei a minha conta pessoal em conta conjunta, agora ela é
nossa conta. — Diz com aquele seu sorriso sexy e sedutor, mas as
suas últimas palavras me surpreendem.
— Mas Gael... Eu não acredito que você fez isso, você é
louco...! Não sei se te bato ou se te beijo. — O encaro chocado e ele
me lança aquele mesmo sorriso sedutor.
— Eu prefiro que você me beije, mas se quiser me bater terá
que ser em um lugar mais apropriado, porque eu vou te pegar de
jeito depois disso. — Meu marido me puxa pela cintura me olhando
daquele jeito faminto, mas me solto dele ofegante.
— Gael...! O David... Meu Deus você me deixa louco... —
Repreendo-o me virando para David distraído com os seus
brinquedos.
— Precisamos nos despedirmos dos nossos amigos, já está
na hora de irmos. — Avisa se abaixando para beijar o filho.
— Como assim? Nós nem cortamos o bolo ainda, e eu quero
um generoso pedaço de bolo para matar a minha vontade... David?
Vamos voltar para junto da sua mãe, meu anjo, ou você quer ficar
aqui brincando? O problema é que você vai ficar sozinho e não
gosto de ver você sozinho. — Me abaixo ao lado de Gael e mexo
nos cabelos de David que faz uma carinha de pidão igual o pai está
acostumado a fazer quando quer algo comigo e eu estou indisposto.
— Deixa eu ficar aqui, papai? Eu quero ver todos os meus
brinquedos novos, poxa são muitos brinquedos e eu quero brincar
com todos eles. — Meu coração dispara quando ele me encara me
chamando de papai. Meu Deus isso é real? Eu não estou
sonhando?
— Está bem... Você pode ficar, meu amor, mas vou ter que
pedir a babá para ficar com você, assim você não ficar sozinho, ok?
— Sorrio abertamente para ele e encaro Gael, o sorriso estampando
o seu rosto é o mais lindo que já vi hoje.
Me assusto com David pulando nos meus braços dizendo
que me ama, em seguida ele se solta de mim para abraçar o pai.
Nos despedirmos dele e saímos voltando para nossa festa,
entramos na sala de mãos dadas e seguimos até a mesa onde Nath
está com Ricardo e alguns dos nossos amigos, avisamos a ela onde
David está e pedimos que a babá vá ficar com ele, rapidamente ela
vai ao encontro David e nós fomos para mesa do bolo tirar fotos
com os nossos amigos.
Cortamos o bolo e eu comi como um esfomeado, estava com
desejo de comer esse bolo pois adoro bolos de aniversários e
casamentos, são os melhores. Fizemos o nosso brinde e é claro que
vamos ter a valsa dos noivos, e Nath está à frente da organização
junto com Tatiana e Clara, faço qualquer coisa para agradar essas
grávidas, eu as amo então a ajuda delas foi fundamental.
Uma bela música soa no ambiente e nós fomos para o centro
da sala entre as mesas, Gael me puxa pela cintura e segura a
minha mão me fazendo sorrir com esse momento.
— Não vou nem perguntar se está feliz, esse sorrir sexy e
encantador já responde a minha pergunta... Eu só quero completar
dizendo que te amo... Você é tudo que eu sempre quis e sempre
vou querer. — Encaro o fundo dos seus olhos antes de admirar os
seus lábios sensuais. Ele sorrir ainda mais me deixando tenso.
Capítulo 30

— Não vou nem perguntar se está feliz, esse sorrir sexy e


encantador já responde a minha pergunta... Eu só quero completar
dizendo que te amo... Você é tudo que eu sempre quis e sempre
vou querer. — Encaro o fundo dos seus olhos antes de admirar os
seus lábios sensuais. Ele sorrir ainda mais me deixando tenso.
— Faço das suas palavras as minhas, meu amor. Eu vejo a
felicidade nos seus olhos, e nesse sorriso provocante que você
tem... Scott Bennet Patterson! Você tem o poder de me enlouquecer,
mas não abusa... Estou sim ansioso para a nossa noite de núpcias,
mas não quero ter que antecipar as coisas com você sorrindo desse
jeito. Você sabe que essa boquinha carnuda e rosada me destrói. —
Sinto ele me aperta contra o seu corpo e eu ofego sentindo o meu
rosto queimar.
— Me desculpa... Eu não faço isso intencionalmente, e da
minha natureza fazer isso sem pensar, mas você faz de propósito...
Parece que gosta de me ver envergonhado. — Retruco em um tom
baixo próximo ao seu ouvido e ele aperta mais a minha cintura.
— Eu adoro ver você envergonhado, porque não é apenas o
seu rosto que fica vermelho, mas essa boquinha gostosa também...
Isso me deixa louco de tesão, Scott... Você me deixa louco... — Seu
tom é tão rouco que ofego e estremeço em seus braços.
Me solto dele antes que eu faça algo que vá me deixar ainda
mais constrangido. Puxo a minha mãe para dançar comigo e ele
dança com a sua ex sogra, antes de dançar também com Nath.
Depois de dançar com a minha mãe, Nathalia também me pede
uma dança e me deseja a mesma felicidade que ela quer para si,
não tem como não gostar dessa mulher, se Gael não fosse gay, com
toda certeza ele teria se casado com Nath e a faria muito feliz, pois
ela realmente merece. Mas não vou ser hipócrita de dizer que não
agradeço por meu marido ter escolhido a mim, porque sim,
agradeço muito por ter esse homem lindo, gostoso e safado só para
mim.
Depois da nossa dança nós finalmente nos despedirmos de
todos um a um, afinal não são muitas pessoas pois eu convidei
apenas alguns dos poucos amigos que reconquistei quando voltei
para faculdade, a uma semana atrás, além de alguns amigos do
Gael e suas famílias.
Nos despedirmos mais uma vez em especial da minha mãe,
David e Nath, além dos nossos amigos mais próximos. Minha mãe
faz mil e uma recomendações para eu não deixar de ligar, mas
também pede para eu não me preocupar com ela pois ela não
estará sozinha. Encho ela e David de beijos e meu marido me
arrasta para o seu carro parado na porta de casa, dessa vez uma
Lamborghini dourada parecendo ouro, um luxo de carro, e luxo é a
marca registrada de Gael.
Sorrio para ele e o mesmo abre a porta do carro para mim,
me aproximo dele lhe roubando um beijo, mas antes de entrar no
carro ouço Lipe me chamar.
— Schott! O buquê! Você precisa jogar o buquê porque eu
quero me casar de novo com o meu grandão. — Avisa empolgado
abraçado ao seu marido e eu sorrio, só então me dou conta de que
estou segurando o buquê.
— Ok! Se juntem aí quem tem interesse em se casar ou
renovar os votos! E eu desejo que e buquê traga a quem o pegar, a
mesma felicidade que ele está trazendo para mim agora. — Me
solto de Gael encarando essas pessoas sorrindo enquanto se
aglomeram a frente da porta de casa. — Se preparem! Um... Dois...
Três e...
Viro-me de costas para eles fazendo a contagem regressiva e
jogo o buquê, quando me viro me surpreendo ao ver o meu buquê
nas mãos de Nando. Mas o que ele está fazendo aqui? Ele não foi
convidado e eu nem sabia que ele estava na casa.
— Eu posso explicar, eu acabei de chegar e só vim desejar a
vocês, toda felicidade do mundo porque você merece, Scott, e vejo
que seu marido é tudo que você precisa... De coração eu estou
muito feliz por vocês. Espero que possamos esquecer o mal-
entendido entre nós, Gael... Nós dois gostamos do melhor, mas
essa não era a minha hora, era a sua e eu vou respeitar isso... A
minha hora está chegando, eu sinto isso. — Nando se aproxima
sorrindo com um olhar confiante.
Me surpreendo quando vejo-o olhando para um garoto mais
ao menos da minha idade, um dos meus colegas de faculdade.
— Nando...? Fico muito feliz que você esteja encontrando a
sua outra metade, assim como eu encontrei a minha, te desejo de
coração que você seja feliz, e espero um dia poder voltar com a
nossa amizade, mas dessa vez meu marido também tem que querer
a sua amizade. — Abraço Gael pela cintura apreensivo com a
presença de Nando.
Sinto o meu marido tenso mas ele faz algo que eu não
esperava.
— Não entendi o porquê não veio para cerimônia e só
chegou no final da festa, eu pensei que depois da nossa conversa
você tivesse aceitado a minha proposta, de tentarmos uma amizade
pelo Scott... Confesso que só estou fazendo isso por ele e não
quero me arrepender disso, mas também espero que possamos
realmente nos entendermos. — Gael estende a mão para Nando
mesmo me apertando contra o seu corpo.
Sei que ele está inseguro mas está fazendo isso por mim.
Nando pega a sua mão apertando forte.
— Se estou aqui é porque entendi o recado e aceitei a sua
proposta, não deu para vir antes mas pelo menos cheguei a tempo
de pegar o buquê... Eu também quero me casar um dia e espero
que esse dia não demore. — Nando sorrir abertamente para Gael e
volta a encarar o garoto que sorrir para ele.
— Sei que terá a mesma sorte que eu, afinal, nós dois temos
o mesmo gosto. — Gael solta a mão dele sorrindo e olha para o
garoto antes de olhar para mim.
— Eu não acredito no que estou vendo... O meu marido e o
meu amigo se entendendo? Isso é perfeito, eu te amo, minha vida.
— Sorrio satisfeito e me declaro a Gael antes de lhe dá um beijo. —
Foi bom te ver de novo, Nando... Conversaremos melhor depois que
voltarmos de viagem. — Lhe estendo a mão e ele aperta
concordando.
Olho para minha mãe e lhe mando um beijo antes de entrar
no carro e Gael fechar a porta, ele dá a volta no mesmo e entra
dando a partida. Saímos dali sob aplausos e assobios e somos
seguidos por um carro com alguns seguranças. Sorrio para Gael
pondo a mão na sua perna e ele retribui sorridente.
Seguimos para o hangar onde o seu jatinho já está pronto
nos esperando para nos levar para o Havaí. Essa semana Gael me
contou que tem uma casa de praia no Havaí, então é lógico que
resolvemos passar a nossa lua de mel lá e já está tudo pronto para
nos receber, se estou ansioso? Imagina, eu só tive que me controlar
para não roer as unhas e ficar com as mãos feias para receber a
minha aliança. Mas enfim, vou tentar me distrair um pouco mais até
chegarmos lá.

Chegamos no hangar e de longe posso ver o jatinho parado


na pista, Gael para o carro próximo a aeronave e sai do carro dando
a volta para abrir a porta para mim, esse homem é um príncipe, um
verdadeiro cavalheiro que me deixa ainda mais apaixonado por ele.
Saio do carro me deparando com um largo tape vermelho.
Encaro meu marido e ele sorrir de lado me estendendo a mão, eu
pego sorrindo com o coração explodindo de felicidade. Seguimos
para o jatinho e entramos ao sermos cumprimentados pelo piloto e o
copiloto, além de duas comissárias de bordo.
Seguimos para os nossos acentos e nos acomodamos, vejo
três dos nossos seguranças se acomodarem logo atrás de nós um
pouco mais afastados. Colocamos o cinto de segurança e eu pego a
mão de Gael beijando demoradamente.
— Sua mão está gelada, Scott... Não precisa ter medo, amor,
eu estou aqui. — Ele também beija a minha mão antes de me dar
um selinho, então ouço o aviso de decolagem.
Respiro fundo e aguardamos a aeronave levantar vôo.

A viagem foi bem longa mas essas poltronas são bastante


confortáveis, então conseguimos dormir um pouco. Depois de um
bom tempo de descanso eu acordo com beijos pelo meu rosto,
sorrio virando o rosto ainda de olhos fechados e ele toma a minha
boca em um beijo calmo, um beijo tão bom.
— Estamos chegando, amor... Está na hora de acordar... —
Avisa entre os beijos e se afasta.
— Não para...? Quero mais beijos, só então eu vou acordar
de verdade. — Ergo uma sobrancelha e ele gargalha.
— Está negociando comigo ou está me chantageando, Sr.
Bennet Patterson? — Diz os nossos sobrenomes com uma voz tão
doce que me derrete.
— O que for mais viável, o que te convencer mais, Sr. Meu
marido. — Sorrio abertamente para ele, chamando a sua atenção
para minha boca.
— Não precisava ter dito nada, apenas esse sorriso é o
suficiente. — Afirma antes de tomar a minha boca em um beijo
urgente.
— Puta merda... Que desperdício meu Deus... — Ouço
alguém sussurrar e me separo de Gael, mas ele também ouviu o
mesmo que eu e encara a mulher parada um pouco mais a diante.
— Desperdício é eu perder o meu tempo dando um fora em
você, então nós dá licença! Não estou pedindo, estou ordenando! —
Rebate Gael em um tom rude e cortante fazendo a mulher se
encolher, ela não diz nada, apenas se afasta apressada.
Gael me encara apreensivo mas eu tiro o meu cinto de
segurança avançando em cima dele beijando-o com urgência, me
sento no seu colo aprofundando o nosso beijo e sinto ele apertar a
minha bunda.
— Amor, o que está fazendo...? Tem certeza que quer fazer
isso agora...? Porra isso me enche de tesão... — Sussurra entre os
beijos só então me dou conta do que estou fazendo.
— É... É melhor esperamos chegar em casa. — Sorrio
timidamente e mordo o lábio inferior.
— É... Já vamos pousar e logo estaremos em casa... Então
eu serei todo seu e você todinho meu... Porra eu estou com um
tesão do caralho, não fazemos amor desde ontem. Estou na seca e
quero matar a minha vontade de você até não aguentar mais, meu
marido. — Gael acaricia a minha perna e sobe para minha coxa
apertando levemente, me fazendo gemer.
— Ahh... Gael... Se não vai me pegar de jeito agora, é melhor
não me provocar... Estou subindo pelas paredes igual ou pior que
você. — Encaro-o tão intensamente que ele ofega sussurrando
um "porra" em um tom rouco. — Tem mais uma coisa que eu quero
que saiba, agora somos casados e você já conversou com todos os
nossos empregados, avisando que me devem respeito, que também
devem seguir as minhas ordens, então... — Comento em um tom
firme e confiante e ele está atento. Olho para a comissária nós
encarando lá do seu ascendo e volto a olhar para ele. — Quando
ouvirmos alguma gracinha de algum funcionário ou até mesmo de
um estranho, deixa que eu resolvo... Eu também preciso me impor
diante deles. — Afirmo decidido voltando para o meu acento e ele
sorrir de lado.
— Esse é o meu garoto... Te amo. — Ele acaricia o meu rosto
sorrindo, me fazendo sorrir também.
Coloco novamente o meu cinto de segurança e logo ouço o
comandante avisar que iremos pousar, Gael segura firme a minha
mão pois ele já percebeu o quanto fico tenso quando a aeronave
balança.
Finalmente pousamos e a porta da aeronave é aberta, Gael
me dá passagem para seguir na frente e ele vem atrás segurando a
minha mão. Nos aproximamos da porta para descer e eu vejo
aquela mesma comissária em pé com um sorriso reprimido, paro
olhando-a fixamente nos olhos.
— Não sei se você percebeu, mas agora eu também sou o
seu patrão, por tanto também seguirá as minhas ordens... Eu vou te
ver de novo quando voltarmos, e se eu te ver com esse sorriso
cínico escondendo o veneno que escorre pela sua boca, se você se
quer olhar torto para mim você será demitida! Eu fui claro, Srta.
Raquel? — Aviso em um tom suave e sereno sorrindo de lado para
ela enquanto leio o seu nome no uniforme. — Eu posso parecer
doce como mel, ingênuo e inocente, mas consigo ser amargo feito
fel, é só me dar uma oportunidade para isso. — Pisco para ela e
sorrio com deboche, ela me encara com os olhos arregalados e
apenas balança a cabeça concordando.
— Sim, Sr. Patterson, peço desculpas pela minha falta de
respeito, isso não vai mais se repetir. — Diz de cabeça baixa e ouço
Gael gargalhar.
— Porra, amor, te ouvir falando assim me dá um tesão do
caralho. — Gael me dá um tapa na bunda me fazendo dar um pulo.
— Gael! Será que dá para esperar até chegarmos em
casa...? Não quero gemer na frente da comissária ou ela vai ficar
com inveja. — O repreendo me segurando para não rir, mesmo
sentindo o meu rosto queimar de vergonha. — A convivência com
você está me afetando, isso é um fato! — Comento sorrindo e
saímos da aeronave.
Gael me pega no colo me roubando um beijo sem me dar
chances para contestar. Meu marido me leva para o carro que nos
espera na pista e entramos no mesmo, só agora percebo que
estamos em uma pista particular e o carro que nos aguardava é
assumido por um dos seguranças que vieram conosco.
Seguimos para a nossa casa de praia e eu deito a minha
cabeça no ombro de Gael, bocejo ainda sonolento pois ainda é
madrugada, rapidamente adormeço com o balanço do carro me
ninando, mas me sinto seguro por sentir o meu marido ao meu lado
e o seu perfume inebriante invadir as minhas narinas.

Um tempo depois eu sinto carícias nos meus cabelos e sua


voz serena no meu ouvido.
— Amor, chegamos... Scott? Acorda meu amor, nós estamos
em casa. — Sua voz é mais audível agora e eu acordo ainda
bocejando.
Gael sai do carro e espera eu sair também, estou
cambaleando de sono e ele percebe isso ao me apoiar nele
deitando a cabeça em seu peito.
— Você vai cair, Scott...! Eu te levo. — Sinto ele abraçar o
meu corpo e me pegar no colo, deito novamente a minha cabeça em
seu ombro e agradeço por ele ser tão forte.
Sinto ele caminhar comigo por alguns poucos minutos e subir
uma escada em seguida, logo sinto ele me deitar em uma cama tão
macia e cheirosa. Viro-me para o lado abraçando o travesseiro e
sinto ele se sentar ao meu lado.
— Scott? Amor você está me ouvindo...? Tira essa roupa
para você dormir mais confortável, eu vou lá em baixo buscar a
nossa bagagem e falar com os seguranças, eu volto logo, ouviu? —
Ele acaricia as minhas costas e eu sorrio ainda de olhos fechados,
eu amo esse seu jeito tão carinhoso.
— Está bem, não demora... Não quero dormir sem você...
Estou morrendo de sono, mal consigo ficar de olhos abertos. —
Viro-me novamente para ele e deito a minha cabeça no seu colo,
sinto os seus dedos entrarem nos meus cabelos em um movimento
suave.
— Então durma, não espere por mim... Eu não me demoro.
— Ele se levanta puxando o travesseiro para mim e me dá um beijo
no alto da cabeça.
Sinto ele tirar os meus sapatos para me deixar confortável e
sai do quarto me deixando na cama, me viro de um lado para o
outro e resolvo me levantar, tiro a minha roupa ficando
completamente nu e vou até o closet, pego um roupão para vestir
enquanto meu marido não traz as nossas malas. Volto para o quarto
e me jogo na cama novamente agarrando os travesseiros, bocejo
coçando os olhos e aos poucos adormeço mais uma vez.

Sinto o seu corpo quente colado ao meu, seus lábios quentes


descendo pelas minhas costas e suas mãos segurando a minha
cintura, ele está excitado, sinto a sua ereção pressionar a minha
bunda. Só agora percebo que estou praticamente sem o roupão que
se encontra embolado embaixo de mim.
— Não consigo dormir, amor... Não antes de sentir você...
Estou te desejando tento...
Sua voz é rouca e ele esfrega a sua ereção na minha
entrada, mas não me penetrar. Ofego agarrando os lençóis e me
viro procurando a sua boca, rapidamente meu marido toma os meus
lábios em um beijo ardente chupando a minha língua enquanto me
penetra lentamente, sinto-o escorregadio e com isso sei que ele me
lubrificou para não me machucar.
— Você está tão gostoso... Agora como meu marido você
está ainda mais irresistível, meu amor... Ahh está perfeito... Eu amo
sentir você, Scott... Meu marido... Eu te amo... Porra, eu te amo
tanto... Ahh você é perfeito para mim, meu amor...
Ele geme as palavras no meu ouvido enquanto prende o meu
quadril no lugar me penetrando mais rápido, mais forte e me empino
para ele.
— Me ame Gael...? Me ame meu amor...? Ahh me ame
gostoso meu marido...? — Peço ofegante me sentindo nas nuvens
por estar mais uma vez em seus braços.
Gael sai de mim me virando de frente para ele mas se põe
sobre mim, ele se encaixa novamente na minha entrada me
penetrando devagar. Gememos nos braços um do outro nos
entregando ao nosso prazer, nos amamos com calma, com amor e
paixão, nos amamos até nos sentirmos exaustos.
Depois do nosso momento de amor tomamos um banho entre
carícias picantes e muitos beijos apaixonados, em seguimos
voltamos para cama e eu me aconchego em seus braços
adormecendo rapidamente vencido pelo cansaço.
Capítulo 31

DUAS SEMANAS DEPOIS...

Estou no paraíso com o homem que amo, Scott está a cada


dia mais solto e menos envergonhado, está mais carinhoso também,
sem falar no quanto ele é romântico me acordando com café da
manhã na cama quase todos os dias antes de nos amarmos, dormir
agarradinho com ele sem me preocupar com nada é muito bom, é
perfeito.
Falamos com David, Nath e minha sogra todos os dias, para
dar notícias e receber notícias também, já está chegando a hora de
irmos embora e eu eu estou morrendo de saudades do meu filho,
Scott então nem se fala, o dia que ele não fala com David ele fica
até preocupado, isso faz eu me apaixonar ainda mais por ele.
Essas duas semanas que se passou foram as melhores da
minha vida, nunca estive tão feliz como estou agora, nunca estive
tão realizado e completo como agora, Scott é a minha vida, o meu
porto seguro, Scott é tudo para mim.
— Vem amor? A água está uma delícia! — Grita Scott lá da
água enquanto eu converso com Robson no telefone.
Vamos voltar pra casa em dois dias e eu quero chegar em
casa informado sobre tudo que está acontecendo na empresa, mas
graças a Deus está tudo na mais perfeita ordem.
— Já vou, meu amor! Me dá um minuto! — Faço sinal para
ele e continuo falando ao telefone. — Tudo bem, Robson, eu falo
com você mais tarde com mais calma, meu marido está na água
requisitando a minha presença... Dá um beijo na Clara por mim, e
por Scott também pois ele falou nela bastante hoje, ele está
sentindo falta de modelar para os catálogos das lojas dela. — Sorrio
abertamente sentindo uma felicidade sem tamanho.
— Valeu irmão, eu falo com ela, pede para ele ligar depois,
Clara também sente a falta dele e acredita ou não, hoje estavam as
três grávidas falando nele, é impressionante como essas mulheres
se apegaram a Scott... Mas enfim, diz que estamos mandando um
abraço para ele, divirtam-se bastante, nos vemos em alguns dias. —
Ouço ele sorrir ao falar das meninas e Scott, não tem como não se
apegar a ele.
— Obrigado, irmão, nós vemos em breve, um abraço. — Me
despeço dele e encerro a ligação.
Entrego o meu celular ao meu segurança e corro para água
atrás do meu marido, vejo-o nadando feito um peixe e me junto a
ele. Passamos um momento agradável na água namorando e nos
divertindo, vejo Scott tão feliz, tão empolgado e isso me faz bem, me
deixa satisfeito.

Depois do nosso momento na praia voltamos para casa,


corremos para o banheiro e tomamos um banho de banheira bem
relaxante, não vou negar, não resistimos e fizemos amor mais uma
vez hoje, estamos muito fogosos por estarmos em lua de mel,
termos esse tempo só para nós está sendo maravilhoso, está sendo
perfeito e eu vou querer viver isso mais vezes.
Depois do nosso banho nos vestimos confortavelmente e
fomos almoçar, a mesa já está posta com muitas comidas
saborosas, e eu e Scott praticamente atacamos a mesa pois
estamos realmente famintos, ele sorrir de mim e eu sorrio dele,
estamos felizes, muito felizes.
— Porque está me olhando assim, Sr. Patterson? Tem algo a
me dizer? — Encaro-o fixamente e ele se levanta vindo até a mim,
se sentando no meu colo.
— O que eu tenho a dizer eu já disse hoje, talvez você até já
tenha se cansado de ouvir, mas... Eu sinto uma necessidade imensa
de dizer outra vez, e de ouvir também... Eu te amo, Gael, conhecer
você foi a melhor coisa que já me aconteceu nessa vida. Estar
casado com você vivendo esses momentos nesse lugar lindo, é um
presente maravilhoso... Eu apenas te amo, te amo e sempre vou te
amar, meu amor. — Declara com os olhos marejados, mas sorrir
abertamente me dando aquele seu sorriso encantador.
— Conhecer você foi como uma libertação para mim, eu me
encontrei em você, Scott, você é parte de mim, por isso não consigo
e não posso viver sem você... Eu te amo e sempre vou te amar,
nunca vou me cansar de ouvir você dizer que me ama, pelo
contrário, eu amo ouvir você dizer que me ama e até sinto falta
quando passo algumas horas sem te ouvir... Eu te amo igual ou
muito mais, minha vida... Eu te amo! Te amo! Te amo! — Acaricio o
seu rosto e passo o meu polegar pelos seus lábios carnudos.
Levo a minha mão até a sua nuca e trago-o para um beijo
calmo, saboreando os seus lábios maravilhosos.
— Te amo... Te amo... Muito... Para sempre... — Declara
entre os beijos abraçando o meu pescoço e acaricia os meus
cabelos.
Depois dos nossos beijos Scott volta para sua cadeira e
continuamos comendo, enquanto trocamos olhando intensos e
amorosos. Comemos de tudo um pouquinho, acho que nunca comi
tanto em toda a minha vida, mas a verdade é que comi com gosto.
Terminamos o nosso almoço e fomos para o sofá assistir a
um filme na TV, Scott se deita com a cabeça no meu colo atento ao
filme. Passamos a tarde jogados no sofá e eu vejo que Scott
adormeceu, decido desligar a TV e pego ele no colo levando-o para
o nosso quarto, o nosso ninho de amor. Coloco ele na cama e me
deito ao seu lado pondo a minha cabeça sobre o seu peito, ouço o
seu coração bater e me lembro daquele maldito episódio onde ele
morreu em meus braços.
— Você nunca vai me deixar... Eu não vou permitir... Você é a
minha vida, você é meu e eu nunca vou te perder! — Abraço o seu
corpo ainda ouvindo as batidas do seu coração e me aconchego em
seus braços.
Passo um bom tempo pensativo, me lembrando do passado
mas também pelejando o nosso futuro, não sabemos o dia de
amanhã então eu vou fazer por ele hoje o que eu puder, o que eu
não puder eu dou o meu jeito, mas o meu marido terá tudo que
quiser, eu vou dar a ele o mundo se esse for o seu desejo pois ele
merece.
Durmo agarrado em Scott, não sei por quanto tempo mas ele
vem para os meus braços beijando o meu peito ainda dormindo,
sorrio ainda sonolento e volto a dormir.
DOIS MESES DEPOIS...

— Amor, a sua reunião é em cinco minutos, já te avisei duas


vezes, você vai se atrasar. — Scott me alerta mais uma vez
enquanto faz alguma anotação.
— Eu sei, amor, mas eu preciso terminar esse e-mail, é o
último, eu prometo... É muito importante, ou então nós já teríamos
saído. — Explico ainda concentrado no meu computador, eu preciso
terminar isso antes da reunião.
— E o que tem de tão importante nesse e-mail que rouba
tanto a sua atenção? É algo sério? Eu posso te ajudar em algo? —
Pergunta vindo na minha direção e dá a volta na mesa tocando os
meus ombros, massageando do jeito que eu gosto.
— Vamos ter que viajar outra vez, meu amor, tenho uma
reunião muito importante na filial que vamos inaugurar em Dubai,
esse será de longe o maior investimento que já fiz em toda minha
vida e sei dará certo, estou muito confiante e a minha intuição na
falha, você sabe disso. — Comento sem desviar os olhos do
computador, mas sinto o meu corpo relaxar com a massagem
maravilhosa do meu marido assistente.
— E quando viajaremos? Quanto tempo ficaremos fora?
Preciso avisar a minha mãe que vamos viajar, para ela não se
preocupar de chegar em casa e não encontrar ninguém. — Sinto
sua voz sorridente e viro a cadeira puxando-o para o meu colo.
— Ficaremos o tempo que você quiser, caso queira conhecer
melhor a cidade... Vai ser bom tiramos um tempo a mais para nós, o
que acha? Precisamos de uma nova lua de mel, estar a sós com
você sem nenhuma preocupação é algo extraordinário. — Encaro a
sua boca hipnotizado nesse sorriso provocante estampando o seu
rosto.
— Amor, só temos dois meses de casados e você já quer
uma nova lua de mel...? Bom, você é o chefe, será que pode se
ausentar assim com tanta frequência...? Me desculpe, não quero
jogar água fria nas suas ideias, mas, por mais que confiemos
cegamente nos nossos amigos para deixá-los a frente de tudo, não
é bom abusarmos tanto... Espero que entenda o que quero dizer,
não estou desconfiando deles, pelo contrário, mas o presidente da
empresa não pode ficar se ausentando tanto dos assuntos
importantes da empresa, podemos aproveitar melhor os nossos
finais de semana e os feriados. — Explica calmamente em um tom
tão calmo, tão sereno.
— Você está certo, minha vida! Como sempre... Scott, você
tem se mostrado muito maduro para sua idade, é um verdadeiro
companheiro, está sempre me apoiando, me incentivando e me
ajudando a não meter os pés pelas mãos... Ao mesmo tempo que
você me deixa bobo a ponto de cometer as piores e as melhores
loucuras da minha vida, você me faz pôr os pés no chão e enxergar
tudo com mais clareza... Você é tudo que eu preciso, meu amor... É
tudo que eu quero e sempre vou querer. — Toco o seu rosto
gentilmente e acaricio os seus lábios sensuais.
Ele faz o mesmo antes de me beijar com tanta paixão.
Saboreio os seus lábios perfeitos segurando-o pela nuca, intensifico
o nosso beijo desejando colocá-lo de bruços nessa mesa e possuí-
lo.
— Gael... A reunião amor... Mais tarde continuaremos o que
começamos, mas agora precisamos ir... — Ele se solta de mim
abruptamente se levantando do meu colo, me deixando frustrado.
— Droga! Eu me esqueci da reunião... Quando sinto você em
meus braços eu me esqueço até de mim mesmo. — Me levanto
puxando-o de volta para mim e devoro a sua boca ferozmente antes
de soltá-lo.
Pego os documentos sobre a minha mesa e desligo o
computador, vejo de relance Scott se sentar na minha mesa
respirando fundo, ele está vermelho e posso jurar que está trêmulo
de desejo, eu conheço bem o marido que tenho, conheço as suas
fraquezas e ele já conhece bem as minhas.
— Já podemos ir, amor! Está pronto? — Me aproximo dele
tocando a sua cintura mas ele se afasta correndo até a sua mesa,
Scott pega as suas coisas e volta correndo até a mim.
— Podemos ir, chefe! — Vejo aquele seu sorriso provocante
se aproximar, mas passa direto indo em direção a porta.
— O que eu faço com você, Sr. Bennet Patterson...? Não
rebola essa bundinha na minha frente, você sabe o que acontece
quando faz isso, não sabe? — Sigo atrás dele vidrado nessa bunda
redondinha que ele tem e me deixa louco.
— Sinto muito, chefe, mas você terá que se controlar até a
reunião acabar, depois disso eu decido se realizo alguma das suas
fantasias eróticas... Dessa vez será aonde? Na sua mesa? No sofá?
No banheiro? Nas escadas? — Me provoca ainda seguindo na
minha frente e eu já me sinto latejar só por imaginar o meu pequeno
gemendo o meu nome, porra isso é surreal.
— É melhor não falar mais nada, Scott. Você está me
complicando, amor! — Seguro-o pelo braço e puxo ele para o meu
corpo abraçando a sua cintura.
— Gael! Meu Deus, amor, o que está fazendo...? Já
conversando sobre não fazemos isso aqui dentro, lembra? — Me
repreende ofegante tentando se soltar de mim mas não deixo.
— Eu já falei que não estamos fazendo nada demais, Scott,
somos casados, amor... Somos um casal como todos os outros não
importa o que digam, não quero me privar de beijar o meu marido
por receios do que vão pensar, já falei que você não tem que se
envergonhar por isso. — Guio-o para o elevador e ele não se solta
de mim como já fez algumas vezes depois que voltamos ao
trabalho.
— Não estou preocupado com o que vão pensar ou falar de
nós, Gael, a minha preocupação é a empresa e não as pessoas que
trabalham aqui, penso em como vão associar a imagem da empresa
a nós e...
— Presta atenção no que você está dizendo, Scott? Já
estamos casados e todo mundo sabe disso, e o nosso casamento
não interferiu em nada na empresa, não estou entendendo essa sua
preocupação... Você tem algo a me dizer além do que já disse até
agora? Aconteceu ou está acontecendo alguma coisa, Scott? —
Questiono confuso e desconfiado e vejo-o tentar não me encarar.
— Conversaremos sobre isso depois da reunião, agora não é
o melhor momento. — Diz enquanto paramos em frente ao elevador
e quando tento argumentar, Clara aparece com Robson e seu filho
recém-nascido.
— Oi Scott? Estaremos te esperando na boutique amanhã,
ouviu? Não deixe de ir pois precisamos muito de você, meu amigo,
você é o nosso modelo principal e não pode faltar. — Avisa
empolgada se aproximando mais e vejo Scott abrir aquele seu
sorriso que me desarma.
— Pode contar comigo, eu irei sem falta... E esse bonequinho
lindo? Minha nossa ele está a cada dia maior... Tão fofo que dá
vontade de apertar. — Admiro a sua empolgação brincando com o
bebê, Scott leva muito jeito com crianças e isso me fascina.
Entramos todos no elevador e descemos até a sala de
reunião, seguimos pelo corredor até a entrada da sala e Clara
entrega seu filho a babá que o levará até o berçário da empresa.
Oferecemos esse serviço aos nossos funcionários pois sabemos
que muitos pais não tem com quem deixar os seus filhos, ou até
mesmo preferem tê-los por perto e com os meus amigos não é
diferente, e sua babá se junta as cuidadoras do berçário.
Clara e Scott entram na sala de reuniões e antes que eu
possa entrar atrás do meu marido, Robson me segura pelo braço
me afastando da porta da sala.
— Preciso falar com você, Gael, não sei se Scott já
conversou com você sobre esse assunto, mas... Bom, o fato é que
Clara me abordou sobre um assunto que me preocupou, e gostaria
de saber se você já tomou alguma providência quanto a isso... É
sobre alguns comentários que estão fazendo aqui na empresa e que
deixou Scott constrangido... Por acaso ele conversou com você
sobre isso? — Robson me encara apreensivo e eu o encaro
surpreso e também confuso.
— Do que você está falando, Robson? O que aconteceu que
Scott não quer me contar? — Pergunto já sentindo o meu maxilar
endurecer prevendo uma fúria eminente.
— Se ele não contou antes, com toda certeza porque teve
receios da sua reação, Gael, ou porque ele deve estar tentando
resolver ele mesmo, eu acho que é ele quem deve ter essa
conversa com você e...
— Começou, agora termina, Robson! O que aconteceu?
Scott disse sim que precisamos conversar mas não disse sobre o
quê, mas já que você sabe então diz logo o que houve? Estou
ficando impaciente. — Disparo furioso e o mesmo respirando fundo.
— Tudo bem, eu vou te contar mas eu quero que você
converse com Scott depois com calma, ouviu? Ele não teve culpa de
nada. — Ele respira fundo e olha para os lados antes de me
encarar. — Scott pegou a recepcionista do térreo falando sobre o
casamento de vocês com algumas secretárias, elas faziam piada
sobre trabalharmos apenas com o público gay e etc. Enfim, Scott
deu um corte nela mas os comentários continuam e Clara viu isso
hoje... Acho que você deve fazer alguma coisa já que você é o
presidente, e elas não vão respeitá-lo se você pessoalmente não
fizer nada, elas temem a você pois as contratações e demissões
passam apenas por você. — Revela ainda apreensivo pois ele sabe
o quanto sou explosivo quanto estou furioso.
Olho em direção ao elevador e vejo Tatiana vir com Dominic,
os dois sorridentes, mas me encaram confusos quando sigo na sua
direção a passada rápidas.
— Gael, espera! O que vai fazer? — Pergunta Robson vindo
atrás de mim preocupado mas não digo nada.
— Tatiana! Preciso que você desça agora mesmo até o
térreo, convoque para mim uma reunião com todas as
recepcionistas e secretárias do prédio... Pede também para
Madalena comparecer a essa reunião que acontecerá em meia
hora, por favor! — Peço em um tom firme olhando-a nos olhos e ela
apenas concorda, acho que ela já entendeu do que se trata.
Mas porque todos sabiam disso menos eu? Porque sou o
presidente? Ou porque Scott escondeu isso de mim?
— Vou fazer isso agora mesmo Gael, com licença. — Afirma
antes de voltar em direção ao elevador.
Me viro voltando até a sala de reuniões e entro indo direto
para o meu lugar. Me sento sem olhar para os lados e nem para
frente, ouço Scott conversando com Clara mas não consigo olhar
para ele agora, não quero questioná-lo na frente de todos pois sei
que será constrangedor para ele.
Vejo Clara se calar assim que Robson se senta ao seu lado.
Dou início a reunião ainda incomodado com o que acabei de
descobrir, mas faço até o impossível para não deixar isso interferir
na reunião, esse assunto agora se tornou pessoal para mim.

Meia hora depois e a reunião acaba, todos se levanta saindo


da sala, menos Scott que percebe que não estou legal, e também
Robson, Dominic e suas esposas, eles sabem do que houve e
sabem que vou fazer alguma coisa.
— Amor, está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? Você está
estranho, eu posso te ajudar em alguma coisa? — Scott se senta na
ponta da mesa de frente para mim enquanto eu encaro a pasta de
documentos ao seu lado.
Levanto os meus olhos buscando os seus encarando-o por
um tempo, o analisando, respiro fundo e me levando olhando dentro
dos seus olhos.
— Porque não confiou em mim para dizer que estava com
problemas? Porque todo mundo sabe do que está acontecendo,
menos eu que sou o seu marido e presidente dessa empresa? Por
acaso você deixou de confiar em mim, Scott? — Questiono em um
tom decepcionado com um olhar severo.
— Me desculpe, Gael? Você já tem problemas demais para
resolver nessa empresa, eu pensei que conseguiria dar conta da
situação mas parece que não adiantou... Eu ia te contar depois da
reunião mas não pensei que você fosse ficar sabendo disso antes
da nossa conversa... Me desculpa? — Explica se aproximando para
acariciar o meu rosto mas eu me afasto me controlando para não
passar dos limites com ele.
— Com licença, Gael! Posso mandar as meninas entrarem?
Elas já estão aqui. — Avisa Tatiana parada na porta.
— Sim Tati! Pode mandá-las entrarem.
Ando pela sala e paro em frente a janela de vidro olhando
além dos prédios a minha frente. Ouço um cochicho de mulheres
entrando na sala e eu continuo no mesmo lugar, apenas quando
Tatiana avisa que já estão todas ali eu me viro encarando-as atento.
Não são poucas, são muitas mulheres espalhadas por essa sala e
alguns homens também, mas acho que com eles eu não tenho com
o que me preocupar, bom, vou saber disso agora.
— Por favor! Quem trabalha no térreo levante a mão. — Peço
calmamente enquanto ponho as mãos nos bolsos e três mulheres
levantam as mãos. — Ótimo! Agora eu quero que as secretárias
levantem as mãos, e os estagiários e temporários sentem-se! — A
maioria das mulheres levantam as mãos e poucos temporários e
estagiários se sentam como mandei. — Perfeito! Quem está de pé
está demitido! Os que estão sentados ocuparão o lugar de quem
está deixando a empresa, e isso está valendo a partir de agora!
Muito obrigado a todos! Isso era tudo, e Madalena! Separe para mim
os currículos para novas contratações... Estão dispensados. —
Aviso calmante como se tudo que foi dito fosse algo comum de se
ouvir todos os dias a toda hora.
Pelo menos cinco mulheres se aproximam parando na minha
frente enquanto os demais me encaram chocados e sem reação.
— Sr. Patterson? Porque estamos sendo demitidas? O que
fizemos para merecermos isso...? Eu preciso desse emprego? Por
favor não me mande embora? — Implora uma das mulheres a
minha frente chorando.
— Sinto muito, mas vocês não pensaram no seu emprego
antes de desrespeitarem o meu marido! Scott Bennet Patterson é
meu marido e merece respeito assim como qualquer um dentro
dessa porra dessa empresa! Se um mendigo bater na nossa porta
pedindo um copo d'água, ele também merece respeito! Mas vocês
se acham melhores que todo mundo para desrespeitar os outros a
sua volta...! NÃO GOSTO! NÃO SUPORTO E ABOMINO RACISMO!
PRECONCEITOS E FALTA DE RESPEITO DENTRO E FORA
DESSA EMPRESA! — Esbravejo aos gritos, furioso, indignado com
essa situação. — Eu estou cansado de demitir funcionários pelos
mesmos motivos! Parece que os que ficam não aprendem com os
erros de quem sai... Talvez eu adote a ideia de alguns de vocês e
passe a trabalhar apenas com o público LGBTS, assim os meus
problemas com vocês acabam de uma vez. — As encaro furioso
ainda vendo algumas delas chorando por perder os seus empregos.
— Não adianta chorar! Não adianta implorar já que não pensaram
nisso antes de fazerem o que fizeram, a minha palavra é uma só e
vocês sabem disso, por tanto! RUA! Eu quero vocês fora da minha
empresa! E para aqueles que ficarem eu já deixo o meu aviso... Não
sigam os erros que seus colegas cometeram, ou vocês não ficarão
aqui por muito tempo! Tem muita gente ai fora querendo trabalhar e
cabe a mim dar a eles a vaga de vocês, caso esse episódio volte a
se repetir, eu fui claro? — Aviso ainda alterado e todos abaixam a
cabeça evitando me encarar nos olhos.
Capítulo 32

— Sim senhor! — Dizem em todos juntos.


Estou ferrado, Gael está magoado comigo e com razão, eu
devia ter contado a ele antes mas não o fiz, não sei como ele
descobriu sobre o que houve mas eu já esperava essa atitude dele.
Fora dessa empresa eu posso demitir qualquer um dos nossos
funcionários, mas aqui dentro ele é o presidente, nada é feito sem a
autorização dele então eu não tive muito o que fazer.
Eu me impus com essas malditas invejosas mas não
adiantou muito, elas não acreditaram que poderiam ser demitidas
como eu as ameacei e agora elas sabem que sim, mas elas não
sabem que eu não tive nada a ver com essa demissão em massa.
Droga! Eu posso acabar dormindo sozinho hoje por não ter contado
nada a ele antes.
— Estão todos dispensados! Para quem fica na empresa já
podem voltar ao trabalho. — Ele se vira voltando para frente da
janela enquanto um a um, todos saem da sala.
— Conversem com calma, Scott, se precisar de mim eu vou
estar na minha sala. — Clara me dá um beijo no rosto e sai
acompanhada de Tatiana que me manda um beijo no ar.
Quando estamos somente eu e Gael, eu finalmente me
aproximo dele parando ao seu lado.
— Não precisa dizer nada, eu não quero ouvir nada agora...
Não quero acabar falando algo que te magoe, mas eu estou
magoado. — Seu tom é profundamente decepcionado e isso me
fere.
— Só quero pedir que me perdoe...? Se não te contei antes
foi porque pensei que pudesse resolver sozinho e... — Tento
argumentar mesmo ele não querendo me ouvir, ele me interrompe.
— Pensou que pudesse resolver sozinho? Eu sirvo para quê
na sua vida então, Scott? Meu marido está com problemas e eu não
posso ajudá-lo? Ele tem que resolver tudo sozinho? Esse problema
dentro da empresa também era problema meu, você tinha a
obrigação de me contar já que eu te pedi isso muito antes de nos
envolvermos, agora que somos casados você não podia ter me
escondido isso... Por quanto tempo mais você iria aguentar calado o
que estava acontecendo? Quanto tempo mais você iria me esconder
isso, Scott? — Questiona alterado com um olhar sério e eu respiro
fundo.
— Não estou fugindo do meu erro, Gael, pelo contrário, estou
assumindo o meu erro e te pedindo perdão por isso... Como eu já
falei antes, eu ia te contar, mas as coisas se anteciparam e deu
nisso... Eu não queria estar nessa situação com você, e
sinceramente estou me sentindo inseguro porque nunca te
decepcionei antes como parece ter acontecido agora... Eu... Eu
quero ir pra casa... Não estou me sentindo bem, amanhã eu falto a
faculdade para compensar o período de hoje... Te vejo em casa,
com licença. — Rebato em um tom trêmulo mas não vou chorar na
frente dele, não por isso.
Viro-me saindo dali apressando e deixo o Tablet sobre a
mesa.
— Scott! Espera Scott? — Não dou ouvidos e saio da sala
feito um foguete.
Me apresso para chegar no elevador mas nenhum está
subindo, então entro no elevador privado de Gael.
Desço sem rumo e vou direto para garagem, encontro os
nossos seguranças e peço para um deles me levar para casa,
rapidamente as minhas ordens são atendidas e logo estou saindo
da garagem seguindo para mansão Patterson.
Poucos minutos depois estamos entrando pelos portões da
mansão e eu lamento por minha mãe não estar aqui para me
aconselhar, ela viajou com os pais de Nath e está feliz da vida,
estou feliz por ela também, lógico, mas nesse momento eu queria
ela aqui comigo mas não posso perturbá-la com os meus
problemas.
Entro em casa e subo direto para o meu quarto, já entro
tirando a roupa e vou direto para o banheiro. Tomo um banho pouco
demorado e visto um short e uma camisa larga e confortável, me
jogo na cama e me enrolo nas cobertas. Tento dormir mas o sono
não vem, me lembro de Gael triste por estar magoado comigo e
minhas lágrimas vem, choro e grito em baixo das cobertas para
extravasar esse medo que estou sentindo dentro de mim, não vou
negar, tenho medo de Gael se arrepender de ter se casado comigo,
mesmo sabendo que ele me ama.
Depois de tanto tempo pensativo eu finalmente adormeço
agarrado ao travesseiro do meu marido, sentindo o seu perfume
maravilhoso encher as minhas narinas e rapidamente o meu interior
de acalma.

Não sei por quanto tempo adormeci, mas acordo sentindo


carícias pelo meu rosto e a sua voz suave ao fundo.
— Amor...? Acorda...! Scott? Minha vida, acorda? — Seu tom
de voz é mais amoroso que o de mais cedo na empresa.
Abro os olhos e me deparo com Gael sentando ao meu lado
na cama, todo arrumado como se estivesse pronto para sair.
— Amor... Chegou a muito tempo? Porque não me
acordou...? Você vai sair? — Pergunto enquanto me sento na cama
surpreso. Ele vai sair sem mim?
— Levante-se e se arrume, vamos sair para jantar... Não se
esqueceu do nosso jantar, não é? — Ele me encara atento e eu me
lembro do nosso jantar.
— Não me esqueci, mas pensei que não iria mais querer sair
hoje... Ainda está magoado comigo? — Encaro-o esperançoso e
ainda receoso, mas ele me dá um breve sorriso.
— É impossível ficar magoado com você, Scott... Mas agora
vai se arrumar, conversaremos melhor depois. — Ele faz um breve
carinho no meu rosto e se levantar com as mãos nos bolsos, faço o
mesmo correndo até o closet para me arrumar.
Pego uma calça jeans preta e uma camisa branca de mangas
comprida e gola alta, pego também uma meia sapatilha e um
sapatênis calçando em seguida. Corro até o banheiro e arrumo os
cabelos, passo o meu desodorante e passo também manteiga de
cacau nos lábios pois está muito frio e não quero ficar com os lábios
ressecados.
Saio do banheiro apressado mas me choco contra Gael
parado na porta do banheiro.
— Que susto você me deu, amor... O que houve? Mudou de
ideia? Não vamos mais sair? — Questiono apreensivo e vejo-o
respirar fundo.
— Quero me desculpar pela forma como agi com você mais
cedo, eu não queria te tratar daquela maneira mas eu estava
decepcionado por você não ter confiado em mim... Scott, eu já pedi
para você não me esconder e nem me omitir nada, prometemos isso
um ao outro, se lembra? — Apesar do seu tom de voz ser tranquilo
ele ainda parece triste.
— Eu não queria esconder e nem omitir aquilo de você, Gael,
eu só pensei que... Bom, eu já me expliquei mais cedo e os meus
argumentos são os mesmos, só o que eu posso dizer de diferente é
que eu prometo que isso não vai mais se repetir... Eu estou
prometendo... Me perdoa? Por favor...? Eu te amo e preciso do seu
perdão, Gael? — Sinto os meus olhos marejados mas me seguro
para não chorar de tristeza.
Encaro o fundo dos seus olhos antes de encarar as minhas
mãos sem saber o que dizer. Gael ergue o meu queixo me
encarando com uma sobrancelha erguida e sinto uma lágrima
escorrer pelo meu rosto.
— Não faz isso, Scott! Não tem motivos para isso, meu
amor... É claro que eu te perdôo, minha vida. Eu fiquei chateado
sim, não vou negar, mas eu seria incapaz de ficar brigado com você
por mais de alguns poucos minutos, mas você saiu da empresa sem
me dar chances de... — Meu marido acaricia o meu rosto secando a
minha lágrima e me dá um pequeno sorriso. Interrompo-o.
— Então me beija...? Estou com saudades, estou tão
desesperado que parece que estamos a séculos brigados... Preciso
sentir o seu beijo para me tranquilizar. — Peço subindo as minhas
mãos pelo seu peito e ele abraça a minha cintura.
Gael sorrir antes de me beijar profundamente, de um jeito tão
apaixonado que me derrete. Mas o nosso beijo não dura muito, meu
marido finaliza o beijo com alguns selinhos antes de se afastar de
mim me pegando pela mão.
— Vamos descer! O nosso jantar nos espera. — Ele me
arrasta pela mão e juntos saímos do quarto.
Me lembro que me esqueci do meu casaco e solto a sua mão
para voltar até o quarto, mas Gael segura a minha mão novamente
me impedindo de ir.
— Não vai precisar de casaco, não vamos sair de casa e
você está lindo assim... Meu marido está muito estiloso. — Ele me
puxa para o seu corpo me prendendo pela cintura e eu abraço o seu
pescoço.
— Como assim não vamos sair de casa? Você se arrumou
todo, está perfeitamente irresistível e nós não vamos sair? —
Questiono surpreso e ele me dá um breve beijo antes de me guiar
pelo corredor.
— A intensão era sairmos, mas depois que você saiu da
empresa daquele jeito eu achei que seria melhor se ficássemos a
sós, em casa, então pedi para prepararem algo para nós... Mas se
preferir podemos sair. — Comenta enquanto descemos as escadas.
— Não! Eu prefiro ficar em casa. Nos últimos dois meses
foram poucas as vezes que jantamos em casa, sempre saímos para
jantar fora sozinhos ou com a minha mãe, então hoje vamos curtir
esse momento a sós na nossa casa. — Terminamos de descer as
escadas e seguimos para sala de refeição, mas Gael passa direto
me guindo para algum lugar.
Questiono mas ele apenas sorrir e diz que é surpresa,
seguimos para o outro lado da mansão e entramos em uma sala
que estava vazia, mas agora ela está decorada com muitas fotos
nossas pelas paredes, fotos do nosso casamento, fotos minhas com
a minha mãe antes de conhecer Gael, e fotos dele com os pais, com
os nossos amigos e também fotos mais recentes nossas com David,
Nath e Ricardo. Há uma mesa preparada para nós no centro da sala
e um piano mais a diante, velas acesas espalhadas por todo o
cômodo e algumas poltronas pelos cantos, o carpete e tão fofo que
dá vontade de ficar descalço nele.
— O que achou da surpresa? Gostou? Não acha muito
careta? — Pergunta parado atrás de mim enquanto estou vidrado
admirando tudo, principalmente as fotos nas paredes e são muitas.
— Não é nada careta, amor, é romântico e eu amei... Quando
foi que preparou esse lugar? Porque não me contou o que estava
aprontando...? Esse lugar está incrível. Parece um mural de
recordações. — Olho para ele brevemente e ele está ali, no centro
da sala com as mãos nos bolsos me admirando enquanto eu ando
atento as fotos.
— A intensão é exatamente essa, transformar esse cômodo
em uma sala de recordações... Ao invés de deixar as fotos nas
gavetas vamos colocá-las nessas paredes... Você gostou mesmo?
— Ele se aproxima parando atrás de mim e eu fixo os meus olhos
nas fotos do nosso casamento, foi o dia mais feliz da minha vida.
— Eu amei, amei de verdade... Quando você não me achar
pelo resto da casa você pode vir aqui, pois vou estar admirando
essas fotos lindas... O nosso casamento foi perfeito, foi o dia mais
feliz da minha vida. Espero que você nunca se arrependa por ter se
casado comigo, porque você não vai se livrar de mim jamais. —
Viro-me abraçando-o pelo pescoço e ele abraça a minha cintura me
puxando para o seu corpo.
— É um alívio para mim toda vez que ouço você dizer isso,
que não vai me deixar jamais... Isso é tudo que eu preciso ouvir de
você, Scott, não precisa dizer que me ama, só em saber que você
nunca vai me deixar, isso é o suficiente para mim. — Sinto os seus
dedos tocarem o meu rosto e ele respira fundo.
— Eu faço questão de dizer que te amo, e que jamais vou
deixar você, minha vida. Eu te amo demais. Nunca amei alguém
como eu amo você. — Me declaro olhando no fundo dos seus olhos
e sinto-o me apertar contra o seu corpo, meu marido sorrir antes de
me beijar apaixonadamente.
— Me desculpe, Srs. Patterson, eu só queria avisá-los que o
jantar será servido assim que desejarem. — Avisa a empregada nos
encarando meio sem jeito, mas com um pequeno sorriso no rosto.
— Está bem, dona Silvana, já podem servir porque eu estou
faminto, e você, amor? Quer esperar um pouco mais ou...
— Eu também estou faminto, então podem servir o jantar, por
favor. — Ele sorrir abertamente me guiando até a mesa e puxa a
cadeira para mim.
Nos sentamos e esperamos dona Silvana nos servir, ela
trabalhava como diarista na cobertura de Gael e ele quis que ela
continuasse conosco aqui na mansão, ela é uma ótima pessoa e
está se dando muito bem com a minha mãe por terem quase a
mesma idade.
O nosso jantar é servido e eu me surpreendo ao ver o menu
do prato. Arroz, feijão, salada e bife com batatas fritas, encaro Gael
surpreso pela escolha do cardápio.
— Bife com fritas? Foi você que escolheu, amor? — Sorrio
largamente olhando dele para o prato.
— É o seu prato preferido, não é...? Me disseram que para
ser romântico e ser perfeito, temos que fazer aquilo que agrade a
quem a gente ama, bom, eu te amo e sei que você ama bife com
batatas fritas, e se você gosta eu também gosto... Só não posso
comer todos os dias pois não é muito saudável, e eu não quero
engordar, você não tem tendência a isso então pode comer
despreocupado. — Ele sorrir enquanto fala e sua voz é tão doce e
suave.
— É verdade, eu amo bife com batatas fritas... Mas eu amo
você muito mais. — Me levanto sorridente e me aproximo dele lhe
roubando um beijo urgente.
— Porra... Vou ter que mandar preparar bife com fritas mais
vezes, só para ganhar mais beijos assim. — Sorrio do seu
comentário e volto para minha cadeira.
— Bobo... Não precisa mandar prepararem nada só para
ganhar um beijo, é só pedir e eu te dou. — Comento
espontaneamente e o vejo me encarar com malícia.
— Então é só pedir e você me dá...? Interessante, acho que
já sei o que vou pedir de sobremesa. — Comenta na frente de
Silvana me deixando roxo de vergonha.
— Gael! Pelo amor de Deus, homem, se comporta! —
Repreendo-o mesmo me sentindo tenso e o infeliz do meu marido
gargalha.
Não dissemos mais nada e começamos a comer enquanto
conversamos, Gael fala sobre a nossa próxima viagem me fazendo
esquecer a sua gracinha de agora pouco. Nesses dois meses que
se passaram nós viajamos bastante e eu estou adorando isso, eu
nunca viajei tanto em toda minha vida, estou conhecendo muitos
lugares ao lado do meu marido, estou vivendo um sonho real e esse
sonho é lindo, um pouco mais de um metrô e oitenta, moreno claro e
olhos castanhos, um espetáculo de homem.
— Porque está sorrindo assim? Lembrou de algo
engraçado...? Não quer me contar o motivo desse sorriso? —
Pergunta com os olhos atentos em mim.
— O motivo do meu sorriso é o meu marido, me desculpe por
te decepcionar mas eu não estava pensando em você... Eu o amo
com toda a minha vida, eu só quero fazê-lo feliz, mas... Será que
estou conseguindo? — Sorrio de lado e ergo uma sobrancelha, ele
sorrir abertamente para mim do jeito que eu gosto de vê-lo.
— Que cara sortudo, não é para qualquer um ter alguém
como você ao seu lado... Nunca tenha dúvidas de que você está o
fazendo feliz, sei que ele se sente a pessoa mais realizada do
mundo só por ter a sua companhia, ter o seu amor é algo surreal
para ele... Seu marido está disposto a realizar todos os seus
sonhos, do mais simples ao mais complexo, é só você pedir e ele o
fará... Mas e você, Sr. Bennet Patterson? Está feliz com o seu
marido? Ou te falta alguma coisa... Seja sincero por favor? —
Revida me lançando aquele sorriso sedutor que ele sabe que mexe
comigo.
Respiro fundo sentindo dentro de mim um pequeno receio de
tocar nesse assunto.
— Sim, eu estou muito feliz como jamais estive em toda a
minha existência... E sim, há algo que eu venho pensando há alguns
dias, mas, não sei se é o momento certo para falar sobre isso, não
estou te escondendo e nem te omitindo nada, meu amor, eu
prometo, mas é que... Me desculpe mas eu não sei como entrar
nesse assunto, para falar a verdade eu tenho receios da sua reação,
não quero te decepcionar. — Argumento meio sem jeito e abaixo a
cabeça me sentindo tenso e eufórico pelo rumo dessa conversa.
— Do que se trata? Por favor confia em mim? Se for para te
fazer feliz eu faço qualquer coisa, Scott... Me diz o que é...? Meu
amor? — Gael pega a minha mão sobre a mesa carinhosamente.
Olho no fundo dos olhos e tento forçar um sorriso, mas ele
respira fundo percebendo o meu sorriso forçado.
— Está me deixando preocupado e eu não gosto de estar
assim quando se trata de você ou David, então por favor? Me diz do
que se trata? — Pede mais uma vez largando o talher sobre o prato.
— É só uma ideia, Gael, se você não concordar eu aceito a
sua decisão, afinal, já temos David para alegrar as nossas vidas e
eu o amo como se também fosse meu filho. — Me levanto da mesa
me sentindo angustiado pois sinto que meu marido não vai
concordar comigo e não vou negar, vou ficar um pouco triste.
— Então é isso...? Você está angustiado desse jeito porque
quer ter um filho nosso, acertei? — Ouço a sua voz atrás de mim e
logo suas mãos estão na minha cintura. — Eu concordo com você,
eu também já tinha pensado nisso, mas nós dois precisamos pensar
com calma colocando os prós e os contras de tomarmos essa
decisão agora, nós estamos trabalhando muito e viajando bastante,
além do mas você ainda está na faculdade e eu não quero um filho
nosso sendo criado por uma babá, quero você cuidando dele como
cuida de David quando ele está conosco, também quero ter tempo
para estar com você e com ele então não acho que esse seja o
melhor momento para decidirmos isso... Não concorda comigo,
amor? — Seu tom calmo enquanto me abraça por trás e sua voz é
tão tranquila, tão serena que me acalma instantaneamente.
Não vou negar, estou surpreso com as suas palavras.
— Você tem toda razão, mas eu também não pensava nisso
para agora, por isso não comentei nada com você antes. Acabamos
de nós casar e quero curtir essa fase antes de tomarmos uma
decisão como essa, mas o fato é que... — Me viro para ele
abraçando o seu pescoço mas ele me interrompe.
— O fato é que você pensou que eu não iria querer ter um
filho nosso porque já temos David, não é isso? — Ele ergue uma
sobrancelha e eu apenas concordando, me sentindo envergonhado.
— E você estava errado, sei o quanto você gosta de David, sei do
imenso carinho que existe entre vocês, mas David não vive
conosco, ele apenas vem para nós a cada quinze dias e mesmo
assim, ele não mora com a gente, ele mora com a mãe dele e sei
que você quer um filho nosso para cuidar, criar e educar a nossa
maneira, na nossa casa, mas vamos tomar decisões com calma, no
seu devido tempo para não metermos os pés pelas mãos, quando
sentirmos que estamos preparados para isso, então nós vamos
atrás do que queremos, está bem assim? Ou você discorda? Quer
agir sobre isso agora? — Seus dedos tocam o meu rosto
suavemente e mesmo sério, vejo o quanto ele está tranquilo com
esse assunto.
— Sobre essa questão, faremos como e quando você achar
melhor, realmente esse não é o momento então vamos esquecer
esse assunto por enquanto... Eu estou tão feliz. Você me faz tão
feliz, você é um marido perfeito... Eu te amo com todo o meu
coração, Gael. — Respiro aliviado por finalmente ter tido essa
conversa com ele, e foi mais fácil do que imaginei.
Eu preciso confiar mais no meu marido, isso é um fato, e
reconhecer o meu erro também me ajuda a ver isso com mais
clareza.
— Já conversamos demais, agora eu quero um beijo... Quero
namorar você como o casal apaixonado que somos, mas eu quero
somente isso essa noite... Quero mimar você, quero te dar carinho e
também o meu amor. — Seu polegar toca os meus lábios antes dele
me beijar com calma, com paixão. Sorrio na sua boca.
— É só isso que você quer hoje...? Mimar o seu marido
dando carinho e amor...? Não vou negar, isso é essencial, mas...
Você vai se contentar só com isso, tarado do jeito que é? —
Questiono entre os beijos e acaricio a sua nuca.
— A minha primeira intenção é exatamente essa, mas se
você me provocar eu não respondo por mim. Você tem uma grande
parcela de culpa no fato de eu ser um tarado... Você me deixa louco
e sabe disso. — Seu olhar é mais intenso que antes, suas mãos
grandes me apertam mais que antes e posso sentir que ele já está
excitado.
— Ok! Vamos terminar o nosso jantar, depois veremos como
a nossa noite termina. — Me solto dele voltando a me sentar e ele
faz o mesmo sorrindo de lado. Ofego imaginando-o nu sobre mim.
— Está me provocando antes da hora, amor... Ainda não
comemos a sobremesa e a menos que você desista dela, é melhor
não me olhar assim... Está me fazendo te desejar além do que eu
queria nesse momento, estou tentando ser mais romântico e ir
devagar. — Gael pisca para mim ainda me olhando intensamente e
eu bebo a minha taça de champanhe em uma só golada. — É
melhor não beber tanto, se ficar bêbado não vai rolar nada, você
sabe disso. — Meu marido ergue uma sobrancelha e eu encaro a
minha taça fazia antes de encarar a garrafa no gelo.
— Acho melhor eu parar de bebe então... Não quero dormir
sem sentir você, estou viciado em você, Gael... — Mais uma vez
ofego de desejo, mas quando ele ameaça se levantar, dona Silvana
entra com a nossa sobremesa. Ele respirar fundo.
— Com licença, senhor, vou servir a sobremesa, mousse de
maracujá com chocolate como o senhor pediu. — Diz enquanto nos
serve.
— Você pediu para fazerem essa sobremesa, amor? Mas é a
minha preferida... Você tirou a noite realmente para me agradar, o
nosso jantar está sendo maravilhoso. — Encaro-o com os olhos
brilhando e o ele mais uma vez respira fundo antes de me dar
aquele sorriso que mexe comigo.
— Porra, Scott... Amor você me quebra quando sorrir assim...
Eu te conheço o suficiente para conseguir te agradar, e sei que
também conhece todos os meus gostos e os meus pontos fracos,
você não é o único que sabe surpreender alguém e eu estou feliz
por isso. — Meu marido sorrir abertamente por me ver tão
empolgado.
Gael realmente me surpreendeu hoje com essa surpresa
linda que está esse cômodo, sei que ele fez isso por mim e isso me
deixa ainda mais apaixonado, sem falar no prato escolhido para o
nosso jantar, algo simples e nada sofisticado como estamos
acostumados a comer depois que viemos morar aqui, meu marido
simplesmente adotou as opções mais simples só para me agradar.
Eu tenho ou não o melhor marido do mundo?
Capítulo 33

SEIS ANOS DEPOIS...

Encaro Scott atentamente mas ele está tão distraído, está tão
focado no seu trabalho que não percebe que estou o admirando
com um sorriso bobo nos lábios. Eu o amo demais, Scott tem sido
para mim tudo que eu precisava e ainda preciso, ele é o melhor de
mim.
Não parece mas já faz seis anos que nos casamos e estamos
vivendo intensamente desde o nosso primeiro beijo, tudo está
perfeito e na medida certa, tudo está como sempre desejamos e a
nossa felicidade não para por aí.
Há três anos eu e Scott tivemos uma conversa séria e
tomamos uma decisão importante, decidimos ter um filho nosso e
por isso optamos pela reprodução assistida, mas é claro que a
mulher que gerou o nosso filho foi muito bem escolhida, foi
investigada e preparada para o processo. Buscamos por uma clínica
especializada nesse assunto e tudo foi feito legalmente, através dos
nossos advogados e a clínica de fertilização, todo o processo foi
monitorado e acompanhado de perto para garantir que tudo desse
certo, e quando meu filho nasceu ele saiu da maternidade conosco
direto para nossa casa.
Hoje o nosso filho tem um aninho e meio e é a coisa mais
lindo desse mundo, não tenho dúvidas de que ele é filho biológico
de Scott, a pele branca e os olhos claros é do meu marido, mas os
cabelos e o temperamento lembra muito a mim mesmo. Os nossos
material colhido foram misturados para fazer a fertilização com os
óvulos de uma doadora anônima, mas de um jeito ou de outro,
Victor é o nosso filho mas também é o xodó da avó, minha sogra
não tem olhos para mais ninguém além de Victor e David.
Scott quis trazer o nosso filho para o trabalho por diversas
vezes, mas minha sogra não deixou, nem a babá consegue fazer o
serviço dela pois dona Adelaide não desgruda do neto, mas eu
gosto disso, eu a amo como amei a minha mãe e qualquer decisão
dela com os cuidados do meu filho é muito bem aceito. A nossa vida
está perfeita pois estamos vivendo exatamente como planejamos,
ou melhor, como desejamos.
Ouço duas batidas na porta mas antes que eu peça para
entrar, Scott se levanta apressado indo até a porta, assim que ele
abre minha sogra entra com Victor no colo.
— Meu Deus, mamãe! Porque demorou tanto? Eu estava à
beira de um ataque cardíaco de tanta saudade do meu filho. —
Resmunga dando um beijo na mãe antes de rouba o nosso filho do
colo da avó, o enchendo de beijos.
Sorrio abertamente e me levanto indo até eles, mas Scott
vem na minha direção com o nosso bebê.
— Me desculpe pela demora, filho, mas Victor estava
dormindo e eu não iria acordá-lo para sair de casa. Não gosto de
interromper a sonequinha do meu neto. — Rebate dona Adelaide
vindo me dá um beijo e eu retribuo abraçando-a carinhosamente.
— Não se preocupe, minha sogra, a senhora fez o certo.
Apesar de estarmos morrendo de saudades dele, sabemos que
devemos seguir a rotina de Victor, e a nossa também pois temos
muito trabalho. — Dou um beijo no meu filho e acaricio as suas
bochechas rosadas.
— Papa... Papa... — Victor estende a mãozinha para mim e
eu sorrio por ele já estar falando as suas primeiras palavrinhas.
Quando ele falou papai pela primeira vez Scott não sabia se
sorria ou se chorava de tão emocionado que ficou, eu fiquei com um
sorriso largo pregado no rosto por horas, nem sentia mais o meu
maxilar de tanto que doía, mas é um dos melhores momentos da
paternidade, quando o nosso filho começa a dizer as primeiras
palavrinhas, e já estou ansioso para vê-lo das os primeiros
passinhos.
— Estamos trabalhando demais, Gael, você anda muito tenso
e eu não gosto de te ver assim, amor. — Scott reclama enquanto eu
pego o nosso filho dos seus braços.
— Eu sei, vida, não se preocupe, eu vou resolver essa
questão ainda essa semana. Ainda não comemoramos o nosso
aniversário de casamento, então pensei em uma viagem para
passarmos um tempo juntos, na verdade eu pensei em umas férias
para nós, o que acha? — Comento enquanto sigo para perto da
janela admirando o rostinho lindo do meu filho.
— De quanto tempo estamos falando quando você diz tirar
férias? Vamos só nós nessa viagem? — Pergunta ao meu lado
atento a mim, Scott beija e acaricia as costas do nosso filho ainda
no meu colo.
— Bom, eu pensei em duas ou três semanas, o que acha...?
O nosso filho vai com a gente então a avó dele tem que ir também,
se ela quiser, é claro. — Viro-me para ele mas encaro a minha sogra
sentada na poltrona um pouco mais a diante.
— Confesso que seria demais para mim ter que ficar tanto
tempo longe do meu neto, mas não quero de modo algum atrapalhar
o momento de vocês... Se quiserem passar um tempo junto, a sós,
por mim tudo bem, mas vocês terão que me ligar pelo menos três
vezes ao dia para eu ver o meu netinho, ou eu vou morrer de tanta
saudade. — Ela sorrir nos admirando de longe mas Scott vai a seu
encontro se sentando ao seu lado.
— Eu também não quero ficar tanto tempo longe de você,
mamãe, então por favor? Viaja conosco? O seu neto não é o único
que vai precisar da avó, eu também vou precisar da minha mãe...
Gael já disse que não se incomoda de você vir conosco, então
aceita, vai? — Ele implora a abraçando forte e ela sorrir respirando
fundo.
— Tudo bem, não precisa insistir mais, você já me
convenceu, filho... Eu viajo com vocês, mas vou sentir muita falta de
David por ficar tanto tempo longe dele, de todo jeito eu vou sentir
falta de alguém especial. — Ela sorrir antes de ficar pensativa.
— Talvez eu possa resolver isso, dona Adelaide... Vou
conversar com Nath e tentar levar David conosco. Nathalia está
perto de dar à luz a mais uma menina, e cuidar de um recém-
nascido e mais duas crianças correndo pela casa não deve ser fácil,
então vou pedir a ela para deixar David comigo por umas semanas,
acho que ela não vai se opor. — Explico pensativo me lembrando da
festinha de aniversário de Victor e David.
Por coincidência eles fazem aniversário no mesmo mês, um
no início do mês e o outro no final, então fizemos uma festa única
para os dois e David adorou, meus dois filhos estavam lindos e
radiantes com a festa, Victor ainda é novinho e não entende muito,
mas adorou brincar com o irmão nos brinquedos.
— Sendo assim, eu vou amar viajar com vocês, já estou até
ansiosa por isso. — Ela comenta nos fazendo gargalhar.
— Então se prepara, mamãe! Pois vamos viajar na próxima
semana... Mas para onde vamos, amor? Já decidiu para onde
vamos? — Scott se empolga e eu vou até ele me sentando ao seu
lado.
Victor se joga para o colo do pai esfregando os olhinhos, ele
ainda está com sono.
— Pensei em voltarmos para o Havaí, ou podemos ir para
Tailândia, o que me diz? Para onde você prefere ir? — Acaricio o
rosto do meu marido com carinho e ele me dá aquele bendito sorriso
encantador.
— Desde que estejamos juntos eu vou para onde você
quiser, mas não vou negar, eu gosto desses dois lugares, fomos
para o Havaí na nossa lua de mel e fomos para Tailândia nos
nossos dois primeiros aniversários de casamento. Então acho que
podemos voltar ao Havaí, eu também amo aquele lugar e acho que
vamos ter mais privacidade por termos uma casa lá, ao invés de
ficarmos em um hotel. — Ele se encosta em meu peito com Victor
deitado em seus braços, ainda esfregando os olhinhos.
— Tudo bem, será como você quiser. Mas sugiro que comece
a arrumar as malas porque vamos antecipar a nossa viagem...
Vamos viajar amanhã depois do café da manhã. — Beijo o alto da
sua cabeça enquanto brinco com os dedinhos de Victor, mas Scott
ergue o rosto para me encarar.
— Como assim amanhã, Gael? Meu Deus tem tanta coisa
para arrumarmos antes da viagem, tem as nossas malas as bolsas
de Victor e...
— Se acalma, querido, é só ligarmos para Silvana e pedir
para ela ir arrumando as nossas malas, depois fica só as bolas do
Victor para você arrumar do jeitinho que você achar melhor... Não
precisamos sair correndo também, podemos ir depois do almoço se
você preferir, assim a gente ganha mais tempo para ajeitar tudo. —
Sorrio com esse seu desespero por ter que arrumar tudo em cima
da hora.
— Bem melhor, não gosto de sair de casa apressado pois
sempre acho que estou esquecendo alguma coisa. Sem falar que
você ainda precisa falar com a Nath e também tem que ir buscar
David se ele for mesmo viajar conosco. — Ele se deita novamente
em meu peito mas ergue a sua mão me puxando pela nuca. Me
dando um beijo pouco demorado.
— Eu não me canso de dizer o quanto vocês são lindos
juntos... São um casal mais que perfeito e ainda me deram um neto
lindo. Por falar em neto, me dê ele, Scott? estou vendo que Victor
ainda está com soninho, e também sei que ele adora dormir no colo
da avó. — Comenta minha sogra nos admirando, mas já com
segundas intenções pois ela rouba Victor de Scott na maior cara
dura.
— Que desculpa mais esfarrapada, mamãe. Victor dorme
bem no colo de qualquer um, esse preguiçoso adora colo e a culpa
é sua por colocar o meu filho mal acostumado. — Scott gargalha
escandalosamente me fazendo sorrir também.
— O que eu posso fazer se o meu neto me ama? Ele gruda
em mim feito um chicletinho, olha só...? É o amor da vida da vovó, é
a coisinha mais lindo do mundo. — Se defende dona Adelaide
enchendo meu filho de beijos e ele sorrir passando a mãozinha no
rosto da avó.
— Em uma coisa eu tenho que concordar. Não tem como não
te amar, minha sogra, por isso Victor parece um chicletinho grudado
em você. — Abraço o meu marido e admiro a avó paparicando o
neto, o pedacinho do meu mundo.
Conversamos um pouco mais mas Scott diz que já está na
hora do nosso filho ir para casa, ele adormeceu no colo da avó e
achamos melhor ela o levar. Toda vez que queremos trazer Victor
até a empresa minha sogra não deixa a babá vir com ele, ela vem
pessoalmente trazer o meu filho e fica conosco todo o tempo em
que Victor está aqui, é sempre assim, ela trás e leva meu filho
quase todos os dias só para termos mais tempo com ele, e essa sua
dedicação é surpreendente.
Descemos até a garagem e nos despedirmos do nosso filho
com muitos beijos, mesmo ele ainda dormindo. Colocamos avó e
neto no carro e o motorista sai com eles sendo seguidos pelo carro
de trás com quatro seguranças, quem olha assim diz que é exagero
ou excesso de proteção com o meu filho, mas eu não acho, pelo
contrário, todo cuidado é pouco depois de tudo que passamos a
anos atrás, não quero me descuidar com a segurança da minha
família e muito menos com os meus filhos.
Assim que os carros saem da garagem nós voltamos para o
elevador, subimos para o nosso andar abraçados e conversando
sobre a nossa viagem.
A relação de Scott com os funcionários da empresa mudou
bastante, ele está se relacionando muito bem com todos e cada um
dos nossos funcionários o aceitam e o respeitam como meu marido,
aquela palhaçada de fofocas pelos corredores passando de boca
em boca acabou, pois todo funcionário que entra aqui, antes da
contratação eu converso com cada um deles deixando as minhas
regras bem claro, e caso alguém não as sigam será demitido
imediatamente sem qualquer advertência, e não preciso dizer que
todo mundo tem medo de uma demissão.
Entramos na minha sala e Scott vai direto para sua mesa, eu
propus arrumar uma sala para ele ao lado da minha, mas meu
marido me surpreendeu ao dizer que prefere ficar aqui pertinho de
mim, não preciso dizer que adorei isso pois não consigo mais ficar
longe dele, já me acostumei com a sua presença ao meu lado e o
dia que ele precisa faltar eu nem consigo trabalhar direito.
Scott já terminou a faculdade há alguns anos e está me
ajudando muito na administração da empresa, ele me apoia em
tudo, aqui dentro ele é o meu braço direito e o esquerdo também.
— Minha vida, só falta uma hora para terminar o nosso
expediente. Você sabe que não sou de fazer corpo mole para
trabalhar, mas, você se importa se eu sair um pouco mais cedo
hoje? Estou me sentindo exausto e ainda tenho que ajudar Silvana
arrumar as nossas malas... Ontem Victor chorou a madrugada
inteira enjoadinho por causa do dentinho que está nascendo, eu
passei a madrugada em claro com ele por isso ele está dormindo
tanto durante o dia. — Scott vem até a mim e se senta no meu colo
me abraçando pelo pescoço.
— É claro que eu não me importo, meu amor, você está
merecendo um descanso e é por isso que antecipei a nossa viagem.
Mas se você me esperar por cinco minutos a gente vai juntos, eu
também quero sair mais cedo hoje, quero curtir um pouco mais o
nosso filho, se ele ainda estiver acordado. — Acaricio a sua perna e
subo até a sua coxa apertando levemente.
— Então não demora, estou ansioso para ir pra casa... Eu
também quero passar mais tempo com o nosso filho. — Ele sorrir
acariciando a minha nuca e passa a língua pela minha boca antes
de me beijar, mas se levanta saindo do meu colo em seguida, me
deixando frustrado.
— Eu também quero passar mais tempo com você, amor...
Estou com saudade, ontem nem conseguimos fazer amor porque
você passou a noite no quarto do Victor, eu nem vi a hora que você
voltou pra cama... Quero sentir você, Scott. Estou morrendo de
saudade de beijar você inteirinho. — Me levanto indo atrás dele e o
abraço por trás prendendo o seu corpo ao meu.
— Eu também estou com saudade, amor... Estou com muita
saudade de você... — Ele se vira para mim abraçando o meu
pescoço me beijando com vontade, um beijo cheio de desejo.
Aperto-o contra o meu corpo descendo a minha mão até a
sua bunda e puxo-o mais para mim, porra já estamos os dois muito
excitados, eu o quero e quero agora. Ando com o meu marido de
volta para minha mesa me sentindo embriagado de desejo, mas ele
se solta de mim abruptamente me deixando desnorteado.
— Você me pediu cinco minutos para irmos embora, amor...
Vamos embora logo? Em casa a gente termina o que começamos...
— Contesta ofegante e morde o lábio inferior enquanto ajeita o seu
pau dentro da calça, mas não consigo obedecê-lo e puxo-o de volta
para mim.
— E você acha que vamos conseguir terminar o que
começamos em casa...? Scott, sabemos que não vamos conseguir
fazer isso com Victor manhoso querendo colo o tempo todo... Não
vamos conseguir dizer não a ele então não diz não para o seu
marido...? Por favor eu quero você...? Quero agora, amor... —
Encaro-o tão intensamente que sinto-o escorregar pelo meu corpo.
Prendo o seu corpo ao meu com firmeza e avanço na sua
boca, chupando a sua língua e os seus lábios carnudos e
saborosos.
— Então me deixe trancar a porta...? Não quero que nos
interrompam. — Ele se solta de mim meio aéreo e se apressa para
ir até a porta.
Sorrio satisfeito enquanto abro o meu cinto e a minha calça,
abro um pouco mais a minha camisa sentindo o meu corpo
esquentar mais que o normal. Scott volta até a mim também abrindo
a sua calça e sorrindo malicioso, seu olhar é tão sexy e provocante.
Acabo com a nossa distância indo até ele e puxo-o para mim,
avanço na sua boca beijando-o ferozmente desejando estar logo
dentro dele. Sinto Scott adentrar a sua mão na minha cueca e
segurar firme o meu pau colocando-o para fora, faço o mesmo com
ele e o sinto latejar na minha mão assim como estou latejando na
sua, gememos na boca um do outro.
— Quero chupar você... Estou desejando isso desde ontem
mas não quis te acordar. — Scott me empurra fazendo eu me sentar
na minha mesa.
— Faça tudo que tiver vontade... Eu sou todo seu, se
lembra...? — Ofego atento a ele e o mesmo me dá aquele sorriso
que fode o meu raciocínio.
— Eu sei que você e todo meu. Não vou esquecer isso
jamais... — Sussurra enquanto se abaixa na minha frente e me
engole de uma só vez.
— Cacete...! Ahh... Você está tão quente... Está com febre,
amor...? Ohh Scott...
Estremeço enquanto ele me chupa me engolindo inteiro me
levando na sua garganta.
Me sinto no inferno em chamas, sua boca está mais quente
que o normal e isso me enlouquece. Scott me tira da sua boca e
passa a língua nas minhas bolas as colocando na boca enquanto
me masturba, acaricio a sua nuca vidrado na sua boquinha me
engolindo inteiro, estremeço mais uma vez sentindo o meu pau
latejar e minhas veias pulsarem, espero Scott me tirar da sua boca
mas ele não o faz.
— Amor...? Ahh isso... Me chupa, me engole inteiro, minha
vida...? Ahh cacete...
Admiro esses lábios rosados me engolindo e não resisto,
gozo com força latejando na sua garganta.
Ouço Scott ronronando feito um gatinho manhoso enquanto
ainda me chupa e engole mamando todo o meu leite, porra eu fico
fascinado quando ele faz isso, mas ainda quero entrar nele com
força como ele gosta.
— Minha vez de fazer você gozar...
Seguro o seu queixo fazendo o me encarar e ele se levanta
me beijando ferozmente.
— Vamos terminar as preliminares mais tarde... Agora me
fode! Me come com força! — Pede em um tom trêmulo e não
consigo desobedecê-lo quando ele me pede algo me olhando assim.
Ofego mas não digo nada, seguro firme a sua cintura e
inverto a nossa posição virando-o abruptamente, colando-o de
bruços na minha mesa. Me abaixo atrás dele descendo a sua calça
junto com a cueca, abro a sua bundinha pequena e percorro a
minha língua por ela, não sei o que ele faz mas ele está sempre tão
macio, tão cheiroso e isso me excita, ele sempre espera que eu faça
isso, é a única explicação para ele estar sempre preparado para
mim.
Lubrifico a sua entradinha mas sinto o meu pau latejar
novamente. Me ergo me posicionando atrás dele e me encaixo no
seu anel penetrando-o devagar, Scott geme baixinho enquanto me
instalo por completo dentro dele, seguro ele pelos ombros e começo
a estocar com força entrando rápido e fundo nele, meu marido leva
a mão na boca mordendo para abafar os seus gemidos, mas puxo
as suas mãos segurando os seus braços atrás das suas costas o
impedindo de me privar dos seus gemidos.
— Gael... Oh meu Deus vão me ouvir... Ahh isso amor...
Geme manhoso quase sem voz jogando a cabeça para trás.
— Ninguém vai nos ouvir, a sala inteira é a prova de som,
esqueceu...? Agora geme gostoso... Os seus gemidos me
enlouquecem então geme, meu amor... Geme para mim meu
gostoso...? — Dou lhe um tapa na bunda sem diminuir as estocadas
fortes e vejo-o estremecer.
Scott deita a cabeça na mesa gemendo de olhos fechados e
eu solto os seus braços, agarro a sua cintura e meto nele mais
rápido vendo as minhas veias latejando enquanto entro e saio dele.
— Porra eu vou gozar de novo... Scott!
Mal eu digo o seu nome e ele goza enquanto me enterro todo
nele. Apoio as minhas mãos na mesa ao lado do seu corpo e
diminuo um pouco os meus movimentos enquanto sinto os meus
jatos se esvair dentro dele. Gememos ofegantes mas eu abraço o
seu corpo para ergue-lo, Scott abraça o meu pescoço e vira o rosto
tomando a minha boca para si em um beijo calmo, um beijo doce
mesmo ainda gemendo na sua boca. Mordo os seus lábios
carnudos e chupo-os em seguida.
— Te amo... Amo transar com Você... Amor fazer amor com
você... — Sussurra na minha boca e eu ainda me sinto latejando
dentro dele.
— Eu amo tudo com você... Amo você, meu amor... — Beijo-
o mais profundamente e ele retribui sem hesitar.
Epílogo

Saio dele mesmo não querendo sair, fomos para o banheiro


nos limpar e nos arrumarmos para irmos embora. Volto para minha
mesa e enquanto arrumo as minhas coisas Scott limpa os vestígios
que deixou no chão bem em frente à minha mesa. Sorrio
admirando-o e ele retribui, seu sorriso após um bom sexo ou um
momento de amor é fascinante, será que é possível amar ainda
mais a mesma pessoa? Porque a cada dia que passa eu o amo
mais, é oficial, não sou mais bissexual pois não me interesso mais
por mulheres como antes, aprendi a respeitá-las como tal, mas o
meu único interesse nelas é a amizade e nada mais, também não
me interesso por nenhum outro homem além do meu marido,
ninguém chama a minha atenção como ele faz, ninguém é mais
especial que a minha família.
— Guarda esse sorriso lindo e vamos embora, está na nossa
hora e o nosso filho está nos esperando... Você ainda precisa ligar
para Nath, amor, e já que vamos viajar depois do almoço eu busco
David amanhã cedo, assim ele passa a noite com os pais e a irmã.
— Sugere enquanto vai até a sua mesa pegar as suas coisas e eu
sorrio abertamente, suspirando de felicidade.
Mesmo depois desses anos de casados, Scott não mudou
em nada em relação a sua preocupação e carinho com David, ou
melhor, mudou sim, ele se preocupa ainda mais que antes e
também o ama mais que antes, como não amar esse homem?
Como não ser louco por ele?
— Faço isso no caminho, já está pronto? Podemos ir. — Dou
a volta na mesa o esperando e ele volta correndo na minha direção,
me dando um beijo casto antes de sairmos da minha sala.
Seguimos para o elevador e descemos até a garagem, Scott
pede para dirigir e eu lhe entrego as chaves do meu carro indo para
o lado do carona.
— Me lembra de ligar para oficina para saber se a revisão do
seu carro está pronta, vou pedir ao Jeremy para ir buscar amanhã...
Pelo tempo já deve estar pronto sim. — Comento enquanto ele
destrava o carro e entramos em seguida.
— Não se preocupe, eu já liguei e o Jeremy já pegou o carro
agora a tarde, já está na garagem... Eu me esqueci de te avisar, me
desculpe, estávamos com o dia tão corrido que essa questão
passou despercebido. — Explica ligando o carro mas acaricia o meu
rosto antes de dar a partida.
— Tudo bem, não se desculpe, esquecimentos acontecem,
ainda mais quando estamos trabalhando tanto. — Saímos da
garagem e seguimos para casa, no caminho ligo para Nath pra falar
sobre David.
Como já esperava Nathalia concordou em deixar o nosso
filho viajar conosco, ela vai avisar na escola dele que precisamos
viajar e o colocaremos no reforço depois se for preciso, mas sei que
não vai precisar, não é porque ele é meu filho mas David é muito
inteligente, mas quando está com dificuldade em alguma matéria ele
tem a mim e a Scott para ajudá-lo, e também Nath e Ricardo.
Falei com o meu filho por telefone e ele ficou muito
empolgado com a nossa viagem, ele perguntou por Victor e disse
que comprou um presente para o irmãozinho, uma coleção de
bonecos de super heróis, sorri satisfeito com a união da nossa
família, a minha família e a família de Nath somos uma só e isso é
perfeito, de onde quer que eles estejam sei que os meus pais estão
orgulhosos de mim pela família que construí.

Entramos em casa e vejo minha sogra andando pela sala,


cantarolando uma música para Victor, mas ele parece enjoadinho e
sei que é pelo dentinho que está nascendo, como sempre Scott se
preocupa e corre para pegar o nosso filho, não sei se ele ainda vai
querer viajar com Victor nesse estado e também não sei se será
uma boa ideia.
Me aproximo deles e Scott mima o nosso pequeno que
acaricia o rosto do pai. Lhe dou beijo no alto da cabeça e ele ergue
o bracinho chamando por mim, pego-o no colo e ando pela sala
conversando com ele, Victor parece se acalmar um pouco atento a
minha voz.
Paro em frente a porta que dá para o jardim da piscina e fico
aqui, conversando com ele enquanto admiro o pôr do sol, me perco
naquele horizonte avermelhado no céu e nem percebo que meu filho
adormeceu, apenas quando Scott se aproxima me pedindo para pôr
ele no berço eu percebo que nosso pequeno dormiu agarrado a
minha camisa.
Subimos juntos para o quartinho do nosso filho e o colo no
berço, ficamos aqui o admirando dormir e sorrimos feito bobos.
— Se não quiser viajar por causa de Victor nesse estado,
podemos adiar um pouco mais a nossa viagem, a decisão é sua. —
Puxo Scott para mais perto de mim e ele me abraça pela cintura.
— Você sabe que eu me preocupo até com um simples
espirro dele, minha vida... O pediatra já disse que não é nada sério
e avisou que ele poderia ficar enjoadinho, não acho que vai mudar
alguma coisa se não viajarmos... Precisamos de mais tempo com
ele e o único jeito é tiramos umas férias... Além do mas, lá também
tem médicos caso ele precise de um, mas sei que ele não vai
precisar. — Ele deita a cabeça em meu peito me abraçando
apertado.
— Tudo bem, então vamos seguir com os nossos planos
originais. O que acha de começarmos a arrumar as nossas malas,
para termos um tempo livre mais tarde...? Quero namorar você um
pouco mais. — Ergo o seu queixo fazendo ele me encarar, Scott não
diz nada apenas sorrir me roubando um beijo pouco demorado.
— Vamos para o nosso quarto, vamos ver o que Silvana
preparou para nós... Colocá-la como nossa governanta foi uma
excelente ideia. — Saímos do quartinho de Victor abraçados e
entramos no quarto da afrente.
Vejo dona Silvana arrumando duas malas grandes sobre a
cama e nos juntamos a ela, Silvana já conhece os nossos gostos e
sabe o que gostamos de vestir entre uma ocasião e outra, ela
separou roupas de banho, roupas casuais e roupas de noite, roupas
para eventos. Deixamos as bolsas de Victor por última pois Scott
quer fazer isso com calma, para não esquecer nada, já vi que ele vai
virar a noite fazendo isso, eu tenho um marido maravilhoso, ele é
um pai excepcional, ele é perfeito.

DIA SEGUINTE...

Depois de algumas longas horas de vôo finalmente estamos


chegando no Havaí, David dorme serenamente no colo de Scott e
Victor dorme no meu, mas assim que pousamos eles acordam e
saímos da aeronave entrando no carro seguindo para nossa casa
de praia, sei que teremos as melhores férias da nossa vida pois
agora os nossos filhos estão conosco, não é mais algo somente
meu e dele, agora é nosso, a nossa família está aqui então
pensaremos primeiro neles e depois em nós.
Foi uma excelente ideia trazer a minha sogra e a babá de
David, assim podemos ter os nossos momentos a sós sem
nenhuma preocupação.

Chegamos em casa e David corre pela casa ansioso para ir


até a praia, mas já é noite e precisamos descansar da viagem para
amanhã aproveitarmos bem o nosso dia. Já está na hora do jantar e
a mesa já está posta para nós, como sempre os funcionários dessa
casa são muito eficientes.
— Oba! Batata frita eu adoro! — Vibra David empolgado
assim que nos sentamos a mesa.
— Vai devagar, filho! Não queremos que você passe mal
durante a noite, ouviu? Amanhã teremos um dia maravilhoso para
curtirmos na praia, e se você passar mal não vai poder ir, ok? — O
alerta Scott enquanto serve o pratinho dele
— Está bem, papai, eu não vou comer muito, vou comer
apenas o suficiente para ficar satisfeito... A gente vai poder andar de
iate? Tem peixinhos na água pra pescar? — Pergunta com a mesma
empolgação começando a comer, sorrio por ele querer pescar.
— Deve ter sim algum lugar onde possamos pescar, amanhã
veremos isso juntos, está bem? — Abro um sorriso largo por estar
aqui com a minha família.
Vou poder viver momentos especiais com os meus dois
filhos, meu marido e minha sogra que é como uma mãe para mim.
— Está bem, papai, tomara que amanheça logo, eu quero
muito pescar com você igual eu pesquei com o papai Ricardo, ele
me ensinou a colocar a isca no anzol. — Conta sorridente se
lembrando de tal acontecimento.
— Sério, filho? Poxa que legal... Quando voltarmos vamos
marcar um dia para pescamos juntos, eu, você e o seu pai Ricardo,
já é? — Estendo a mão para ele e o mesmo estende a sua batendo
na minha mão.
— Já é, papai! — Concorda sorridente e vejo Scott sorrir com
uma sobrancelha erguida.
— O que foi? É coisa de garotos. — Pisco para ele e sorrio
de lado, ele balança a cabeça negativamente e volta a comer.
Jantamos entre uma conversa e outra mas logo estamos
colocando as crianças para dormir, já está tarde e novamente Victor
está enjoadinho, mas minha sogra aparece com o mordedor dele e
meu filho parece mais tranquilo mordendo um brinquedinho de
silicone, isso nos deixar mais despreocupados também.
Graças a Deus a nossa noite foi tranquila, tentamos dormir
com as crianças mas fomos dispensados para dormirem com a avó,
mas tudo bem, aproveitamos para namoramos um pouquinho
parque sei que amanhã o dia vai ser longo e cansativo. Queremos
dar o máximo de atenção as crianças e sei que vamos nos
divertirmos bastante.

Na manhã seguido acordo com beijos pelo meu rosto e um


carinho suave no meu peito, sorrio já sabendo quem é, quando eu
não o acordo é ele que me acorda assim, com beijos e carícias e
isso é maravilhoso.
— Bom dia, amor! Está na hora de acordar. — Sussurra com
uma voz tão doce, tão meiga que abro mais o meu sorriso com
preguiça de abrir os olhos.
— Quero um beijo de bom dia, só então vou acordar de
verdade. — Uso os seus próprios argumentos contra ele e ouço ele
gargalhar.
— Com quem você está aprendendo essas coisas, hein...?
Está negociando comigo ou está me chantageando? — Rebate com
os meus argumentos e eu gargalho abrindo os olhos, ele está com
uma sobrancelha erguida sorrindo de lado.
— Estou tentando a sorte, vai que cola. — Abraço o seu
corpo deitando ele na cama me pondo sobre ele.
— A mesa do café já está posta e eu estou faminto... Já
estou sentindo o cheirinho de café pronto. — Desconversa sorrindo
mas ele não vai me enrolar como está acostumado a fazer.
— Eu também estou faminto. Estou morrendo de fome,
amor... Você ainda não me deu o meu beijo. — Desço a minha mão
pelo seu corpo e aperto a sua coxa me esfregando nele.
— Gael...! Agora não, amor... As crianças já estão
acordadas... Só um beijo, ok...? — Contesta ofegando e eu sorrio de
lado.
— Sabe de nada, inocente. — Tomo a sua boca em um beijo
urgente e ele retribui abraçando o meu pescoço.
Scott geme e ofega na minha boca e sinto-o tão excitado
quanto eu, me levanto e pego-o em meus braços jogando-o sobre
os meus ombros e ele gargalha contestando, mas não dou ouvidos,
levo ele para o banheiro e tomamos um banheiro gostoso e
excitante, fizemos amor mas não demoramos muito.
Ouvimos David bater na porta nos chamando para irmos
tomar café pois ele quer ir para praia, então saímos de roupão e
fomos nos vestir, eu também estou ansioso e animado para curtir o
dia de hoje.

Depois do nosso café fomos todos para praia e enchemos


uma pequena piscina para Victor brincar, espalhamos um monte de
brinquedos para David e ele brinca com a babá fazendo castelos de
areia. Minha sogra se acomoda em uma espreguiçadeira para ler o
seu livro, mas a sua atenção não sai das crianças, me sento ao lado
do meu marido e conversamos animados enquanto admiramos o
horizonte azul do mar, isso é perfeito, nunca fiz isso antes com outra
pessoa, mas depois que nos casamos eu e Scott fizemos muitas
outras coisas que ainda não havíamos feito com outras pessoas,
tivemos muitas primeiras vezes juntos.
— Com licença, Sr. Patterson! Telefone para o senhor. É do
orfanato Luz da vida. — Uma das empregadas aparece com o meu
celular na mão e me entrega.
— Gael Patterson! Pois não? — Atento rapidamente ansioso
por notícias.
— Olá, Sr. Patterson, aqui é a madre superior Maria das
Graças, estou ligando para dar notícias sobre o seu processo de
adoção. — Se identifica calmamente mas sinto um certo entusiasmo
na sua voz.
— Sim madre, que notícias a senhora tem para mim? O
processo foi aprovado? Eu vou conseguir adotar uma das
crianças? — Pergunto meio eufórico e vejo Scott respirar fundo tão
ansioso quanto eu.
— Sim, Sr. Patterson! O seu processo foi aprovado, o senhor
e seu marido podem vir dentro de duas semanas para assinarem a
documentação e buscarem o bebê, todos os exames solicitados
pelos senhores já estão sendo feitos para garantir que esteja tudo
bem com a saúde da criança, estamos muito felizes em saber que
mais uma criança está ganhando um novo lar, uma nova família...
Parabéns por essa linda atitude de vocês. — Diz empolgada e eu
me levanto ansioso.
— Eu que agradeço madre, não imagina o quanto estamos
felizes em podermos ajudar essa criança, em podermos dar a ela o
que lhe foi negado, um lar, uma família e muito amor e carinho. —
Sorrio abertamente e vejo Scott se levanta me encarando ansioso e
até mesmo eufórico.
— Eu não esperava ouvir de você outra coisa que não fosse
isso... Foi um enorme prazer atender o senhor e seu esposo, vou
ficar aguardando-os nas próximas semanas, mas vamos nos
falando no decorrer da semana, eu ligarei para avisá-los quando
chegar os resultados dos exames, mas posso afirmar que a criança
está com a saúde perfeita, o relatório médico que chegou junto com
o bebê deixou isso muito claro... Bom, não vou prolongar demais a
ligação, caso tenham alguma dúvida e precisem falar comigo, é só
me ligarem, estarei sempre à disposição. — Seu tom é confiante e
isso me anima ainda mais.
— Está bem, madre, obrigado por ligar e caso tenha alguma
novidade e os exames chegarem antes, me ligue por favor, se
pudermos antecipar as coisas eu agradeço... Estou viajando de
férias com a minha família, mas não temos problema algum em
voltarmos antes para buscar o bebê... Bom, madre, mais uma vez
obrigado, eu ligo se precisar. — Me despeço dela e encerro a
ligação em seguida.
— É o que estou pensando, amor...? Conseguimos? Vamos
adotar a menina? — Pergunta empolgado pulando no meu pescoço
me fazendo gargalhar.
— Sim, minha vida...! Conseguimos adotar uma menina, ela
já é praticamente a nossa filha... Ela vai fazer dois meses e precisa
de um nome, já pensou em algum? — Abraço-o apertado e tiro ele
do chão girando ele no ar.
— Sim! Eu já pensei em muitos nomes mas apenas um me
agradou mais, e sei que você vai gostar também... Eu quero que a
nossa filha se chame Emma... Emma Bennet Patterson, o que você
acha? — Me surpreendo com a escolha do nome.
Encaro-o fixamente ouvindo o nome Emma ecoando na
minha mente e a imagem dela enche a minha memória.
— Porque escolheu esse nome, amor? Você ouviu em algum
lugar? Alguém te falou esse nome? — Coloco ele no chão atento a
ele e o mesmo parece apreensivo.
— Me desculpe, Gael, não pensei que você fosse se chatear
pela escolha do nome... Você me falou dos seus pais uma vez, você
mencionou a sua mãe com tanto carinho que pensei que fosse
gostar da homenagem... Me desculpa se te ofendi de alguma
maneira ou... — Se explica de cabeça baixa e posso ver o quanto
ele se preocupa comigo em relação as lembranças dos meus pais.
Interrompo-o.
— Para, Scott! Amor chega de se justificar, eu amei a escolha
do nome... Minha vida eu apenas me surpreendi mas eu gostei, na
verdade eu amei... Obrigado por essa linda homenagem, sei que
agora mais do que nunca eu vou sentir a minha mãe perto de mim
só em pronunciar o nome da nossa filha. Isso significa muito para
mim, obrigado... Eu te amo ainda mais por mais essa prova de
amor. — Ergo o seu queixo olhando nos seus olhos verdes e
brilhantes, vejo-o respirar aliviado ao ver o meu sorriso de
satisfação.
— Graças a Deus... Pensei que não tivesse gostado... Não é
só porque é o nome da sua mãe, mas também porque sei da
importância que ele tem para você, além de ser um lindo nome... Eu
estou tão feliz, amor, quando eu penso não ser possível ser ainda
mais feliz, vem você e me surpreende. — Scott pula novamente no
meu pescoço e me beija apaixonadamente, um beijo tão saboroso.
— A nossa família vai aumentar, meu Deus muito obrigada
por me dar a oportunidade de viver tudo isso, por me deixar ao lado
do meu filho e vê-lo sendo feliz... Eu nunca fui tão feliz em toda a
minha vida como estou sendo agora. — Ouço a minha sogra rezar
baixinho e de olhos fechados, mas o sorriso em seu rosto mostra a
sua felicidade.
— Você vai ser vovó de novo, minha sogra! Vai ser avó de
uma menina, e ela vai se chamar Emma... Emma Bennet Patterson!
A nossa princesinha e ela é linda. — Corremos até ela e a
enchemos de beijos, ela gargalha nos abraçando com aquele seu
jeitinho carinhoso.
— Parabéns, meu genro... Parabéns filho, vocês vão ser pais
de novo... Já estou ansiosa para conhecer a minha netinha, eu vou
mimá-la muito, vou comprar muitos vestidinhos lindos, ela vai viver
como uma princesa assim como os nossos príncipes lindos da vovó.
— Ela se empolga nós fazendo sorrir mas admira os netos
brincando na sua frente.
— Papa... Papa... — Encaro Victor na sua piscininha
balançando os bracinhos sorrindo abertamente, mostrando os
dentinho que estão nascendo.
— Oi filho...? Oi meu amor, você vai ter uma irmãzinha meu
pequeno, nós vamos ter uma princesinha em casa em breve, filho, e
você e seu irmão vão me ajudar a cuidar dela, ouviu? — Pego Victor
de dentro d'água e giro ele no ar fazendo-o gargalha
escandalosamente.
Meu filho sorrir balançando os bracinhos e eu giro ele mais
uma vez, ganhando mais uma gargalhada gostosa.
— Eu também quero, papai! Faz aviãozinho comigo também?
— Pede David largando os seus brinquedos de lado e corre até a
mim.
Encaro Scott e ele sorrir pegando Victor dos meus braços.
— Vamos, amor! Temos dois filhos para dar conta... E vai se
preparando porque em breve serão três. — Pego David no colo e o
coloco sobre os meus ombros.
Corro em direção a água e ele abre os braços fazendo
aviãozinho, Scott vem logo atrás balançando Victor no ar.
Nossos filhos gargalham e sorriem abertamente, agora sim,
não nos falta mais nada, ou melhor, só falta irmos buscar a nossa
filha daqui a duas semanas e a nossa vida estará mais que perfeita.
Tenho a sogra que pedi a Deus pois ela é como uma mãe para mim,
uma família linda e perfeita que agradeço a Deus todos os dias por
ter conquistado, eu tenho tudo que uma pessoa pode querer para
ser feliz.
Caminho na beira da água abraçado ao meu marido com o
nosso filho caçula no colo, e eu de mãos dadas com o nosso filho
mais velho apontando para o mar dizendo que quer pescar, faremos
isso com toda certeza, mas agora eu só quero ficar assim, juntinho
com a minha família para o resto das nossas vidas, quero essa
união e esse amor para sempre e sei que terei.
— Te amo, Scott... Te amo, meu amor... Minha eterna paixão.
— Declaro enquanto caminhamos com os nossos filhos.
— Eu também te amo, Gael... Minha Inesperada Paixão. —
Ele sorrir abertamente e eu lhe dou um breve beijo.
MATTHEW – MEU DOCE GUARDA-COSTAS – LIVRO 6

Matthew Ragazzi é um dos melhores seguranças da agência,


seu desejo de obter um contrato fixo é realizado quando na família
Petterson acontece algo inesperado.
Uma tentativa de invasão a mansão do bilionário Gael
Patterson, o obrigará a contratar uma nova equipe de segurança, e
entre eles virá também um novo guarda-costas para Victor Bennet
Patterson, o filho do meio do casal Scott Bennet Patterson e Gael
Patterson.
Diferente do que esperava, Matthew se impressiona com a
delicadeza do jovem rapaz, seu desejo de protegê-lo vai além das
suas obrigações, vai além do seu profissionalismo. Matthew
conquistará a confiança de seus patrões ao ajudar a solucionar
problemas indesejados, acontecimentos que provocará a fúria não
só de Gael Patterson, mas também de seu filho mais velho, David
Patterson, que contará com a ajuda de Matthew para cortar o mal
pela raiz, conquistado assim não só os seus patrões, mas também o
rapaz a quem protegerá com a sua vida.
O rapaz inocente e delicado terá o amor de quem ele menos
espera, mas seu coração também baterá forte pelo seu doce
guarda-costas.

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