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Copyright © 2022 MARCIA CANDIDO

Capa: Marcia Candido


Revisão: Marcia Candido
Diagramação: Marcia Candido
Autora: Marcia Candido
1◦ Edição

Está é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e


acontecimentos descritos são produtos da imaginação da autora.
Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é
mera coincidência. Está obra segue as regras da Nova Ortografiada
Língua Portuguesa.

Todos os direitos reservados.

É proibido o armazenamento e/ou a reprodução de qualquer


parte dessa obra, através de quaisquer meios (tangível ou
intangível) sem o consentimento escrito da autora. A violação dos
direitos autorais é crime estabelecido na lei nº. 9.610/98 e punido
pelo artigo 184 do Código Penal. 2018.
Sumário
Sumário

Agradecimentos!

Capítulo 01

Capítulo 02

Capítulo 03

Capítulo 04

Capítulo 05

Capítulo 06

Capítulo 07

Capítulo 08

Capítulo 09

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Capítulo 13

Capítulo 14

Capítulo 15

Capítulo 16

Capítulo 17

Capítulo 18

Capítulo 19
Capítulo 20

Capítulo 21

Capítulo 22

Capítulo 23

Capítulo 24

Capítulo 25

Capítulo 26

Capítulo 27

Capítulo 28

Capítulo 29

Capítulo 30

Capítulo 31

Capítulo 32

Capítulo 33

Capítulo 34

Capítulo 35

Capítulo 36

Capítulo 37

Capítulo 38

Epílogo

Redes Sociais

Livros da Série
Agradecimentos!

Mais um trabalho concluído e eu dedico essa obra a

todos os meus leitores com todo o meu carinho. Um grande beijo e

mais uma vez, obrigada pelo apoio e carinho de vocês!


Capítulo 01

— Fala parceiro! O que está fazendo por aqui? Não devia


estar de férias? — Pergunta Nelson vindo na minha direção assim
que entro na agência.
— Pobre não tira férias, meu irmão, a gente vende elas! —
Sorrio aproximando-me dele e o mesmo gargalha. — Vim falar com
o chefe para saber onde será o meu próximo trabalho, não posso
ficar parado, preciso terminar de pagar a minha moto. — Abraço-o
empolgado e seguimos juntos em direção a sala do Sr. Pires.
— Sei bem como é, eu fiza mesma coisa, também vendi as
minhas férias pois não posso ficar parado, também tenho contas
para pôr em dia. — Comenta ainda sorrindo mas para segurando-
me pelos ombros. — Se liga irmão! Está afimde arrumar um trampo
fixo? A agência só trabalha com temporários, a cada semana
estamos em um trabalho novo e cada um mais arriscado que o
outro, estou afim de um contrato para ficar em um lugar só e eu
soube que a agência foi procurada para contratar novos
seguranças, mas dessa vez, fixos,estou pensando em entrar nessa,
o que acha? — A sua sugestão me deixa pensativo, eu não sabia
dessa novidade.
— Qual empresa quer contratar? É empresa do que? Espero
que não seja para proteger famosos, estou afim de algo mais
tranquilo... Estou dentro! Vamos falar com o chefe. — Também me
empolgo guindo-o até a sala do chefe.
Ele bate na porta e ouvimos um entre, e assim o fazemos.
— Boa tarde Sr. Pires! Viemos saber onde será o nosso
próximo trabalho... Estávamos pensando em pegar um servido por
fora, mas, ficamos sabendo que estão interessados em contratar o
nosso pessoal, e queremos ficar à disposição... Ainda temos
chances de conseguirmos uma vaga? — O folgado já chega se
sentando em frente á mesa do chefee eu permaneço de pé com as
mãos nos bolsos, atento a conversa.
— Bom dia para vocês também...! Bom, ficofelizem ver que
vocês não se acomodam quando estão livre do trabalho, ao
contrário dos outros que preferem ficar à toa em casa coçando o
saco, gastando o dinheiro das férias em baladas... Nenhuma vaga
foi preenchida ainda, então considerem-se contratados, preciso de
mais cinco voluntários e agradeceria se vocês pudessem encorajar
os seus colegas, o contrato é muito bom e renderá uma boa grana
não só para a agência, mas para vocês também, o salário é ótimo,
mas não posso fecharo contrato até que a equipe esteja completa...
Esse cara que pediu os nossos serviços é bilionário, ele tem muita
grana e demos sorte por termos sido escolhidos, mas seus colegas
não estão empolgados com um contrato fixo, então cabe a vocês
montarem uma equipe e depois resolveremos isso, mas tem que ser
para ontem! — Explica calmamente com os seus olhos atentos em
nós.
— Bom, não são todos que gostam de trabalhar em apenas
um lugar, por isso recusam os contratos fixos, preferem contratos
temporários mas eu já me cansei disso, então eu e Nelson somos
os primeiros da equipe, vamos dar um jeito de recrutarmos alguns
dos nossos colegas para completarmos o restante da equipe, pode
contar com isso! — Aproximo-me mais da sua mesa pensativo, pois
vejo uma grande vantagem nesse contrato de trabalho e não posso
perder essa oportunidade.
— Muito me agrada saber disso, Sr. Ragazzi, providenciem
isso o mais breve possível, o nosso prazo vence em dois dias, ou
assinamos o contrato ou eles vão procurar outra agência de
segurança. — Avisa voltando a sua atenção em alguns documentos
sobre a sua mesa.
— Vou começar a falar com os nossos colegas agora mesmo,
não vamos perder tempo porque eu quero entrar nessa parada. —
Nelson se levanta no mesmo instante em que batem na porta e o Sr.
Pires pede para entrar.
— Com licença Sr. Pires...! Eu acabei de voltar das minhas
férias, vim ver o que tem disponível para mim. — Ravi entra na sala
e eu abro um pequeno sorriso.
— Na verdade, o Sr. Pires tem um ótimo contrato para nós,
meu amigo... Um contrato exclusivo, contrato fixo e precisamos
montar uma equipe para ontem! — Aproximo-me dele o abraçando
pelos ombros e ele parece confuso.
— É verdade, Ravi, eu e Matt já estamos na equipe, mas
ainda precisamos convencer os nossos colegas pois eles não
querem um contrato exclusivo, mas essa é uma ótima oportunidade
para nós pois ouvi falar que o nosso cliente paga bem. Na verdade,
paga muito bem e nós precisamos dessa grana, podemos contar
com você para nos ajudar a falar com o pessoal? Você está com a
gente nessa, parceiro? — Nelson mais uma vez se empolga
também abraçando Ravi.
— Cara, vocês me pegaram de surpresa com essa novidade,
sinceramente eu também não sou muito fã de contratos exclusivos,
mas... — Tenta argumentar mas o interrompo.
— Mas nada, cara! No contrato temporário nem sempre você
vai ter uma vaga de trabalho, não é todos os dias que aparece
atrapalho, e pelo menos no fixo o trabalho é garantido... Porra, nos
ajuda nessa irmão? Eu e Nelson precisamos dessa chance mas não
podemos ser uma equipe de dois. — Apelo esperançoso de que ele
concorde.
— Bom, se for para ajudar os meus amigos, eu aceito! Vamos
falar com os outros também. — Ravi nos arrasta para fora da sala
do nosso chefe e está mais empolgado que antes.
Fomos até o pessoal que acabou de chegar e explicamos a
eles a situação, estava esperançoso de que pelo menos alguns
deles aceitassem a entrar nessa com a gente, mas não adiantou,
não obtivemos sucesso com eles, apenas dois deles aceitaram a
formar uma equipe mas precisamos de mais gente.
Ligo para alguns dos rapazes que estão em serviço mas
apenas um aceita se juntar a nós. Não vou negar, estou frustrado,
estou bolado por não conseguir fazer parte desse contrato fixo.
Encaro Ravi e Nelson e eles olham em direção a porta do Sr.
Pires, eu faço o mesmo e o vejo balançar a cabeça negativamente
antes de entrar de volta na sua sala.
— Eu vou falarcom ele, mesmo que eu não consiga o que eu
quero eu preciso voltar a trabalhar de qualquer jeito... Eu falo com
vocês depois. — Respiro fundo e saio deixando eles ali.
Sigo para sala do Sr. Pires e entro, ele está falando ao
telefone e parece bastante decepcionado e apreensivo.
— Eu sinto muito por isso, Sr. Demétrio, eu queria ter uma
equipe para apresentar ao seu chefe, mas infelizmente os rapazes
da minha agência não curtem muito passar tanto tempo em um
único contrato... Mas se ainda estiver interessado eu tenho dois ou
três disponíveis para o tempo integral, eles estão muito interessados
nessa proposta e caso o senhor reconsidere, não deixe de me ligar,
está bem...? Certo! Eu que agradeço pela paciência em esperar... É
lamentável mas infelizes não posso tirar os meus garotos de um
trabalho para forçá-losa trabalhar em outro... Sim, perfeitamente,eu
tenho um rapaz excelente para esse serviço... Compreendo, então
se o seu chefese decidir é só me ligar, foi bom falar com você, Sr.
Demétrio, até mais. — Diz mais empolgado que antes e encerra a
ligação atento a mim.
— O que houve? Eles desistiram da equipe...? Porque está
me olhando assim? — Aproximo-me dele curioso e ele abre um
breve sorriso.
— Realmente o lance da equipe não vai mais rolar, eles já
estão fechandocontrato com outra agência de segurança... Porém,
parece que o bilionário ainda vai precisar de alguém para fazer a
segurança pessoal do filho, na verdade ele precisa de um guarda-
costas, alguém para ficar somente com o rapaz pois o segurança
que cuidava da segurança do rapaz foi demitido, e o mesmo guarda-
costas que cuida da segurança da filha está cuidando dos dois. Ele
quer um guarda-costas para cada um dos filhos...Se eles decidirem
contratar alguém daqui, você será a minha indicação então esteja
preparado, talvez você consiga o que você tanto quer. Um contrato
fixo. — Conta empolgado e eu realmente fico feliz com isso.
— Caramba, chefe, isso foi demais, muito obrigado pela
consideração e confiança, eu jamais vou te decepcionar, o senhor
sabe disso. — Empolgo-me ainda mais e o abraço confiantede que
essa vaga de guarda-costas será minha.
— Uau, eu não sabia que você estava assim tão
desesperado por um contrato exclusivo. Mas você merece, você é
um dos meus melhores funcionários, mas eu também vou tentar
conseguir algo para Nelson, já que ele também quer tanto. — Ele se
solta de mim com um largo sorriso e eu retribuo.
— Porra, o senhor está sendo mais que um chefe, o senhor
reconhece os nossos esforços e nos apoia, isso é demais, Sr.
Pires... Bom, eu vou ficar aguardando por boas notícias, o senhor
sabe onde me encontrar caso não consiga falarno meu celular... Eu
vou indo, chefe,mais uma vez obrigado por confiarno meu trabalho.
— Afasto-me da sua mesa indo em direção a porta, ele apenas
concorda.
— Não me agradeça, Matt, apenas continue sendo
exatamente como você é, continue fazendoum bom trabalho e você
vai longe, rapaz, você pode chegar a chefede segurança em algum
lugar porque você é muito bom no que faz.Agora vai aproveitar as
suas férias enquanto não pinta um novo trabalho... Eu te ligo. — Eu
concordo e agradeço mais uma vez antes de sair da sua sala.
Passo pela pequena sala de atendimentos e vou até o pátio
da agência, encontrando alguns dos meus colegas, mas só aqueles
que me decepcionaram hoje, pedi apoio e a ajuda de todos e
somente cinco daqueles que se dizem meus amigos, concordaram
em fechar um contrato exclusivo. Mas não rolou.
Estou cansado de trabalhar em um lugar em um dia, e no
outro nem sei para onde vão me jogar, as vezes até consigo dar
sorte de ficar até uma semana em um único lugar, protegendo as
mesmas pessoas, mas depois disso tudo muda, tudo começa do
zero e isso está me estressando, estou sempre indo para longe da
minha família e eu quero passar mais tempo perto deles. Todos
ficam muito sentidos com a minha ausência e eu não gosto disso,
mas eles entendem que é o meu trabalho.
Procuro por Nelson e Ravi mas não encontro-os, eles devem
ter ido embora então faço o mesmo, apenas aceno para alguns dos
meus colegas e saio do pátio indo até a minha Kawazaki ninja
cromada, subo na minha bebê ganhando as ruas de Seattle.
Moro nessa cidade linda faz cinco anos, mas estou sempre
viajando a trabalho com os famosos que contratam os nossos
serviços, esse povo viaja muito e consequentemente temos que
viajar junto, então quase não paro na cidade, por isso quero tanto
algo que me prenda por aqui, quero passar mais tempo com a
minha família e minha mãe está sempre me cobrando isso, meu pai
é mais compreensivo e tanta amenizar as coisas conversando com
a mamãe, mas se eu conseguir um contrato de trabalho para ficar
por aqui, eles vão adorar a notícia.
Capítulo 02

UMA SEMANA DEPOIS...

— Meu Deus, papai! Eu já disse que não preciso de um


guarda-costas, eu sei me cuidar sozinho! — Contesto pela milésima
vez mas meus pais são bem insistentes.
— Já conversamos sobre você me contestar tanto, Victor!
Porque você não pode ser mais obediente como a sua irmã? Porque
tem que ser tão teimoso...? Droga! Se acontecer alguma coisa você,
sua irmã ou o seu pai, eu não vou me perdoar nunca, e vai se
preparando pois Scott também vai conversar com você... Filho, se
alguém tentou invadir a mansão, com certeza vão tentar de novo, já
pensou se alguém resolve usar algum de vocês para me
chantagear? Nós temos muito dinheiro e isso desperta inveja e
certos interesses maldosos a nosso respeito, então não discuta
comigo e obedeça todas as recomendações que lhe passarem, eu
fui claro? Victor! — Explica-se mais uma vez e eu suspiro frustrado.
— Ok, papai! Eu faço o que você quiser para não te deixar
tão aflito e preocupado... Ahh, o papai Scott até me proibiu de sair
de casa, mas eu preciso estudar, não posso trancar a faculdade
porque um sem noção tentou entrar em casa... Aff! Tudo bem, eu
aceito o guarda-costas, mas só estou fazendo isso para deixá-los
mais tranquilo. — Me dou por vencido depois de passar quase três
dias ouvindo as mesmas justificativas.
— Só para deixar ainda mais claro, o guarda-costas não foi
uma sugestão, é a minha decisão final, mocinho! — Ele volta a se
sentar atrás da sua mesa e eu reviro os olhos. — Você não perde
essa mania de revirar os olhos, não é? Parece até o seu pai quando
quer me provocar. — Ele ergue uma sobrancelha antes de voltar a
sua atenção ao seu computador.
Tento contestar as suas palavras mas nesse momento, papai
Scott entra na sala.
— Oi filho? O que faz aqui? Você não devia estar em casa
em segurança? — Questiona vindo na minha direção e eu respiro
fundo mais uma vez.
— Relaxa, Scott, ele não veio sozinho, Alex e Roberto vieram
com ele, mas a partir de amanhã o nosso filho terá um guarda-
costas para segui-lo como uma sombra... Demétrio encontrou
alguém muito bem qualificado e com ótimas recomendações, ele
começa amanhã. — Papai Gael se levanta novamente dando a volta
na mesa e aproximo-me para beijar meu pai Scott.
Esses dois são lindos juntos, o amor deles é lindo como
nunca vi antes e eu tenho esperança de viver algo assim, como
eles.
— Na verdade, amor, o rapaz vai começar hoje e já está na
mansão para conhecer Victor, mas eu não sabia que o nosso filho
estava aqui. — Eu e meu pai Gael o encaramos confusos e ele
parece sem jeito.
— Demétrio não me disse nada sobre isso, aliás, o que me
foi passado é que o rapaz começaria amanhã, mas por mim tudo
bem ele começar hoje, o quanto antes melhor. — Reviro os olhos
mais uma vez fazendo ambos me encarar com uma sobrancelha
erguida.
— Eu desisto! Não vou mais contestar vocês sobre nada, a
minha opinião não vale muito mesmo. — Vou em direção a porta
afim de sair.
— Quando foi que esse garoto ficou tão respondão...? Volte
aqui, Victor! Vai sair assim? Sem nem se despedir dos seus pais? —
Ouço meu pai Gael e paro virando-me para encará-los, eles estão
vindo na minha direção.
— Eu já ia me esquecendo... Feliz aniversário de casamento
para vocês, o meu presente está esperando por vocês em casa...
Eu amo vocês e me orgulho muito por tê-los como os meus pais,
vocês são os melhores pais do mundo. — Aproximo-me mais
beijando cada um deles, admiro-os com ternura pois realmente os
amo muito.
— Obrigado pelo carinho e a consideração, filho, você
também é o nosso orgulho, cara... Nós te amamos muito, você e
sua irmã são tudo para nós. — Meu pai Scott abre aquele seu
sorriso amoroso antes de me abraçar carinhosamente, eu retribuo
com o mesmo amor.
— Eu posso saber que presente você reservou para nós,
filho? Espero que não seja mais a viajem de lua de mel, pois dessa
vez não vamos poder nos ausentar, estamos muito preocupados
com você e sua irmã, então... — Meu pai Gael Aproxima-se com as
mãos nos bolsos e aquele sorriso torto de lado, mas o interrompo.
— Relaxa, papai! Não quero vocês longe de mim e da minha
irmã esse ano, mas queremos sim que vocês tenham um momento
agradável, e a sós, então o presente de vocês está em casa e eu
não vou dizer o que é, acho que já falei o bastante... Agora eu
preciso ir, Thiago vai me buscar para me levar para faculdade. —
Dou mais um beijo em cada um e continuo o meu trajeto até a porta,
mas sinto meu pai Scott segurar o meu braço.
— O que conversamos sobre a faculdade hoje, mocinho...?
Por favor, filho? Fique em casa hoje? Eu estou muito preocupado
com você e sua irmã, não vou sair de casa hoje sabendo que vão
estar na rua e que tem um louco tentando invadir a nossa casa...
Sua avó já está de idade e não quero vê-la preocupada com vocês
também. — Ele lança-me aquele seu olhar me fazendo respirar
fundo, mas meu pai Gael se pronuncia antes de mim.
— Amor, ele não vai estar sozinho, os guarda-costas estarão
com eles, e sua mãe tem uma cuidadora para lhe fazercompanhia...
As crianças já faltaram a faculdade por três dias e além do mas,
Victor concordou em não nos deixar preocupados e vai seguir à
risca as recomendações do seu novo guarda-costas. E não
queremos você andando sozinho com Thiago, nós também já
conversamos sobre isso, filho, você disse que não sabia o que está
rolando entre vocês, por tanto, ele ainda não é seu namorado então
se cuida! Ainda não o conhecemos direito e...
— E você quer mesmo que eu acredite que você não
investigou a vida do Thiago, papai? Eu ouvi a sua conversa com um
tal investigador no escritório de casa, mas não foi intencional, eu
ouvir por acidente... Pensei que confiassemais em mim. — Seguro-
me para não rir da cara que ele faz.
— Filho, me desculpe? Eu só fiz isso pensando na sua
segurança, não sabemos de verdade quem são as pessoas a nossa
volta, eu só quis ter certeza de que você está seguro andando com
esse rapaz. — O vejo ainda mais desconcertado por papai Scott
estar o encarando chocado.
— Relaxa, vocês dois, eu e Thiago concordamos em sermos
apenas amigos... Digamos que ele gosta muito da sua vida de
pegação e não é bem isso que eu quero para mim, mas isso não
significa que não podemos ser amigos, não é? — Sorrio para
mostrar que está tudo bem, ouço batidas na porta e logo vejo meu
irmão David entrar.
— Papai, eu... Eu vim trazer esses documentos para você
assinar, já está tudo em ordem mas precisa da sua aprovação, se
preferir podemos marcar uma reunião para mais esclarecimentos. —
David encara-me brevemente antes de encarar o nosso pai, e
continua parado na porta evitando me olhar.
— Eu vou indo, papai, vejo vocês em casa. — Viro-me para
encarar brevemente os meus pais e saio passando David.
— Até quando vocês vão ficar nesse clima? David, vocês são
irmãos e nada nesse mundo me deixa mais triste do que vê a minha
família se distanciando, sei que você só quer o bem do seu irmão,
mas vocês...
Ouço meu pai Gael falar mas continuo andando sem olhar
para trás. Não dou muita atenção e sigo para o elevador sem ouvir
mais a voz deles, aperto o botão do elevador privado e espero o
mesmo se abrir, assim que o ele se abre eu entro afim de sair logo
dali, mas eu não entro sozinho, meu irmão entra correndo logo atrás
então as portas do elevador se fecham.
David não diz nada, apenas fica ali parado na minha frente
me encarando sério, respiro fundo e lhe dou as costas evitando
encará-lo, mas ele me puxa pelo braço me fazendo encará-lo
novamente.
— Eu só estava preocupado com você, eu só fiz o que fiz
porque me preocupo com você, caramba...! Porra, Victor! Aquele
cara não gosta de você, ele só quer se divertir e eu não vou deixar
ele te usar como se você fosse o brinquedinho dele! — Meu irmão
se alterar e se afasta andando pelo pequeno espaço de metal,
esfregando as mãos nos cabelos.
Apenas o encaro sem saber o que dizer, não imaginava que
meu irmão se preocupava tanto comigo.
— Os nossos pais estão tristes conosco e eu não gosto
disso, eu também não quero ficar brigado com você, então... Me
desculpa...? Eu prometo pegar leve com os meus ciúmes de irmão,
mas também prometo não desistir de cuidar de você ou das minhas
irmãs... Era só isso que eu tinha para falar. — Ele olha dentro dos
meus olhos e aperta o botão do próximo andar para sair.
Assim que as portas se abrem e ele sai, eu saio atrás
segurando a sua mão.
— Me desculpa também, David? Eu sei que você só queria
me proteger, e mesmo não gostando da forma como você agiu, eu
não devia ter te virado as costas daquela maneira... Não foi essa a
educação que os nossos pais me deram então me desculpe...? Eu
estava iludido e você abriu os meus olhos, eu só não queria admitir
que você estava certo... Obrigado, meu irmão. — Solto a sua mão e
seguro a porta do elevador para não se fechar.
Entro em seguida no mesmo mas David aproxima-se
novamente também segurando a porta do elevador.
— Será que podemos voltar a nós entendermos numa boa?
Eu sinto falta de conversar com o meu irmão, amo as minhas irmãs
mas não é a mesma coisa de quando conversava com você... Você
me entende melhor que elas. — David parece ainda meio sem jeito,
mas lança-me aquele seu olhar pidão.
Abro um largo sorriso e aproximo-me para abraçar o meu
irmão.
— Eu também sinto a sua falta, sinto falta de conversar com
você e ouvir os seus conselhos, afinal, você é o mais velho e
também o mais experiente. — Confesso ainda abraçado a ele.
Nos soltamos e ele entra de volta no elevador dizendo que
vai me levar até o carro. David também tem um guarda-costas só
para ele, além de alguns muitos seguranças vigiando a sua
cobertura. Meu irmão é o vice-presidente do nosso pai agora, é um
orgulho não só para os nossos pais mas para mim também.
Nós havíamos brigado porque ele viu Thiago aos beijos com
uma mulher, mesmo ele me afirmando ser gay aquele cachorro
estava saindo com uma garota da nossa faculdade,eu o confrontei
e terminei o nosso lance, na verdade, eu nem sei o que tínhamos.
Thiago se aproximou de mim a dois meses me pedindo ajuda
em uma matéria, mas ele nem é da minha turma, o infeliz já está
quase terminando a faculdade e veio me chamar para estudarmos
juntos, óbvio que eu desconfiei, mas os dias foram se passando e
ele foi me conquistando por ser tão gentil, ele até tentou me levar
pra cama algumas vezes mas a minha intuição me livrou de um
cretino mulherengo, e graças ao meu irmão eu abri os meus olhos
com aquele mentiroso.
Mas agora ele está se aproximando novamente se dizendo
arrependido, e como pedido de desculpas ele tem ido me buscar em
casa para me levar para faculdade,mas ele não vai me enganar de
novo, o encanto que eu via nele já se quebrou e ele não me
interessa mais, não quero mais me envolver com ninguém tão cedo
e vou focar a minha atenção somente nos meus estudos daqui em
diante.
Converso um pouco com David até chegarmos na garagem,
e ele me conta sobre as possíveis vagas que eu posso ocupar na
emprega quando me formar, estou pensando em fazer um estágio
até concluir a faculdade, mas os nossos pais querem que eu e
Emma demos prioridade aos estudos no momento, não gosto de
desobedecer os meus pais mas eu preciso encontrar uma ocupação
para mim.
Logo vou começar a minha pós graduação e estava
pensando em morar sozinho e me manter com um trabalho, mas
não posso nem tocar nesse assunto com os meus pais agora, ou
eles vão realmente me proibir de pôr os pés na rua.
Despeço-me do meu irmão e entro no carro com os
seguranças, sigo para casa com os meus pensamentos na minha
reconciliação com David e sorrio feitoum bobo, eu realmente senti a
faltadele, toda a nossa família aceitaram muito bem o fatode eu ser
gay, até porque, os meus pais são um casal gay e eu nunca me
envergonhei disso, muito pelo contrário, sempre me orgulhei muito
deles.
E agora me vejo sendo protegido não só pelos meus pais
mas também pelos meus irmãos, eu não poderia estar mais orgulho
da família que tenho.
Capítulo 03

— Boa tarde, Sr. Demétrio! Eu sou Matthew Ragazzi, eu vim


pela agência Ação & Segurança, eu falei com o senhor mais cedo.
— Apresento-me na entrada principal depois de dez minutos
esperando.
— E porque você não entrou para falar comigo? Está
esperando a muito tempo? — Ele pega o envelope de documentos
na minha mão e me dá passagem para entrar.
— Eu cheguei não tem muito tempo, a minha entrada
precisava ser verificadae esse é o procedimento correto a ser feito,
então não me importei em esperar... Bom, foi uma surpresa muito
grande ser chamado para trabalhar com a família Patterson, eu lhe
asseguro de que o senhor não vai se decepcionar com a minha
contratação. — Caminhamos para algum lugar e ele está atento a
mim, me analisando.
— Realmente eu espero não me decepcionar, afinal, você foi
muito bem recomendado pela sua agência. Vamos conversar um
pouco enquanto o Sr. Victor não chega, ele está na empresa dos
pais mas logo você o conhecerá, é ele quem você vai ter que
proteger com a sua vida se for preciso, mas acho que eu não
preciso mencionar tudo isso pois vejo no seu currículo, que você é
bastante experiente. Mais tarde os Sres. Patterson vão conversar
com você também, para te conhecer melhor já que a vida do filho
deles estará na sua responsabilidade. — Ele analisa os documentos
atentos e eu admiro a extensão desse lugar.
Isso aqui é muito grande, esse Sr. Patterson deve ser podre
de rico, por isso tentaram entrar aqui e com certeza vão tentar de
novo.
— Bom, Sr. Demétrio, eu já estou ciente do que aconteceu na
mansão, sei que terei que ficarcom o Sr. Victor por tempo integral,
mas gostaria de saber se serei substituído no meu dia de folga,se a
minha folga será por meio período ou o dia completo... Também
preciso saber a rotina do Sr. Victor, e mais uma coisa, gostaria de
saber se usarei o meu próprio equipamento ou vocês me fornecerão
o material de vocês? Me pediram para começar o trabalho hoje
então já quero me preparar. — Ainda olho a minha volta e vejo uma
garota saindo da casa falando ao telefone.
Um segurança sai logo atrás dela questionando alguma coisa
e ela tenta entrar no carro, mas ele fechaa porta e ela grita com ele
antes de voltar correndo para dentro de casa. Deve ser a filha dos
Sres. Patterson, espero que o rapaz seja mais simpático que essa
menina, não quero ter dor de cabeça para trabalhar com ele.
— Você usará o nosso equipamento, tudo é testado e
aprovado por uma empresa especializada nessa área, uma empresa
da nossa confiança. — Explica mas estou atento ao segurança
esfregando as mãos nos cabelos, ele nos olha e respira fundo
entrando atrás da garota. — Não se preocupe, todos nessa casa
são muito simpáticos e estão sempre dispostos a cumprirem com as
nossas recomendações, você sabe como são as mulheres, tem
sempre um período que temos que ter mais paciência que o
normal... Nessas horas eu dou graças a Deus por meus patrões
serem um casal gay, mesmo de mau humor a gente consegue lidar
com eles com mais facilidade.— Demétrio abre um sorriso de lado
e mais uma vez me surpreendo.
Eu não acreditei quando o Sr. Pires me contou que o Sres.
Patterson são um casal gay, mas essa questão não me incomoda,
pelo contrário, eu concordo que é mais fácillidar com o público gay,
tiro isso por experiência própria, afinal, eu também sou.
— Perfeito, Sr. Demétrio! E onde fica o alojamento dos
funcionários? Eu posso me instalar enquanto o Sr. Victor não
chega? Assim me apresento aos meus novos colegas. — Sugiro
confiante e ele concorda.
— Certo! Vamos lá, eu te levo até a casa dos funcionários,
você vai gostar das acomodações. — Ele me dá passagem e
seguimos pelo jardim até a área atrás da casa.
Entramos na casa dos empregados e eu fico embasbacado, a
casa é bem ampla com muitos quartos de solteiro, além de uma
bela sala de estar e uma cozinha com área de serviço, mas os
quartos das mulheres ficam a esquerda da sala, e o dos homens
ficam a direita para todos terem a sua privacidade. Gostei muito
disso.
Na maioria dos lugares onde trabalhei, ficávamos em
alojamentos todos aglomerados, e isso aqui é uma grande
vantagem para quem trabalhar em um lugar só, para uma pessoa
só, já estou gostando desse lugar.
Depois de me mostrar a casa inteira, Demétrio me apresenta
a alguns dos empregados antes que eu vá me arrumar. Depois de
pronto saio a procura de Demétrio novamente, o encontrando na
portaria e ele avisa que o Sr. Victor está a caminho, que assim que
chegar irá nos apresentar.
Não demora muito e entra um carro blindado pelos portões e
para assim que o mesmo se fecha, nos aproximamos do mesmo e
os vidros do carro se abaixam, dando-me a visão de um rapaz de
óculos escuro focado no celular.
— Sr. Victor! Quero apresentá-lo ao seu novo guarda-costas,
esse é Matthew Ragazzi, Matthew, esse é um dos filhos dos Sres.
Patterson, Victor Bennet Patterson, é ele quem você atenderá nessa
casa. — Nos apresenta Demétrio e o rapaz tira os óculos me
revelando os seus olhos verdes intensos, tão chamativos quanto os
seus lábios rosados.
— É um prazer conhecê-lo, Sr. Victor! — Estendo a minha
mão para cumprimentá-lo e ele pega gentilmente, seu toque é bem
suave.
— Me desculpe mas eu não vou dizer que é um prazer
conhecê-lo, eu não queria ninguém na minha cola como se fosse a
minha sombra, mas aceitei isso para não deixar os meus pais
preocupados... Mas enfim...Seja bem-vindo, Matthew. — Diz em um
tom pouco satisfeito mas ainda assim, ele até que foi bem gentil.
Eu apenas aceno com a cabeça e ele volta a pôr os óculos
fechando o vidro do carro novamente, meus olhos estão presos no
carro e na imagem daquele rosto delicado, e aqueles belos olhos
verdes, ele não é nada do que eu esperava, na verdade eu
imaginava um garoto mimado e arrogante por ser tão rico, um
verdadeiro filhinho de papai, mas encontrei o oposto disso, esse
Victor Patterson não aparenta ser nada do que eu imaginei.
— Bom, se você quiser, pode ir até a casa para conversar
melhor com o Sr. Victor e conhecê-lo melhor, saber dele mesmo
sobre a sua rotina, você terá que o acompanhar para onde quer que
ele vá, como ele mesmo disse, você será a sombra dele. Caso
tenham algo de estranho, suspeito ou ameaçador próximo a
mansão, você terá que montar guarda na porta do quarto dele, caso
o garoto resolva sair despercebido... Tem um cidadão aí que sempre
consegue convencê-lo a sair sem vermos, e isso você não poderá
deixar acontecer novamente. — Explica calmamente e eu respiro
fundo.
Bom, já que eu queria tanto um contrato fixo, vou ter que
aguentar essa situação sem reclamar. Me tornar guarda-costas não
era o que estava nos meus planos, mas foio que apareceu então eu
preciso estar satisfeito com isso.
Faço como Demétrio sugeriu e vou até a casa a procura do
Sr. Victor para conversarmos. Entro na casa mas não vejo ninguém,
encontro a empregada e ela me diz que os filhos dos patrões estão
em seus quartos, ela me manda subir para falar com ele e assim eu
faço.
Subo as escadas entrando em um extenso corredor, sigo até
uma das portas no final dele e bato na porta da esquerda como a
empregada sugeriu, e ouço um "já vou!"Espero por poucos minutos
e logo a porta se abre e o vejo me encarar atento.
— Pois não? Precisa de algo? Ou veio fazer a minha
segurança dentro do quarto também? — Ele encara-me sério em
um tom de ironia e eu ergo uma sobrancelha.
— Não se preocupe, no meu contrato não diz nada sobre
fazer a sua segurança dentro do seu quarto. Mas você não acha
que precisamos conversar? Eu preciso saber da sua rotina, você
tem uns minutos? — Olho dentro dos seus olhos e aproximo-me
mais da sua porta, ele suspira.
— Me desculpa? Estou irritado mas não queria descontar em
você, se importa se conversarmos depois? Não temos muito o que
conversar, a minha rotina é apenas ir para faculdadee depois voltar
para casa, as vezes eu saio com alguns amigos ou com o meu
irmão David e é só. — Seu tom é mais suave e não consigo evitar
reparar melhor no seu rosto.
Sua pele é bem clara e seu rosto delicado, seus lábios são
bem rosados quase vermelhos e sua voz tão suave, não tem como
não o admirar atento.
— Porque está me olhando assim? Algum problema comigo?
Quer me perguntar algo mais? — Questiona sem graça e o vejo
corar, só então me dou conta de que estou o admirando
descaradamente.
— Eu vou estar na sala esperando para conversarmos, com
licença, Sr. Victor. — Aviso antes de me virar saindo dali.
Desço até a sala ainda não acreditando que estou
trabalhando para o Sr. Gael Patterson, pelo que li no contrato, o
salário é bastante generoso, mas também, para arriscarmos a nossa
vida por um estranho, o salário tem que ser mesmo muito bom, além
de um seguro de vida que a empresa oferece.

Depois de meia hora andando pela sala admirando a beleza


desse lugar, vejo o Sr. Petterson entrar em casa de mãos dadas
com o seu marido, o Sr. Scott, foi ele quem ligou pedindo que eu
começasse a trabalhar hoje.
— Boa noite, Sres. Patterson! Sou Matthew Ragazzi, o novo
guarda-costas do Sr. Victor. — Aproximo-me deles cumprimentando-
os.
— É um prazer conhecê-lo, Matthew! Seja bem-vindo, já foi
apresentado ao meu filho? — O Sr. Gael tem um aperto de mão
bem firme, enquanto o Sr. Scott tem um aperto mais suave assim
como o filho.
Eles possuem uma grande semelhança, tanto na aparência
quando no jeito de ser.
— Sim senhor, já fomos apresentados, conversamos
brevemente mas ainda vamos conversar melhor para eu ficarciente
da sua rotina, quero estar preparado para qualquer eventualidade.
— Olho dentro dos seus olhos e ambos respiram profundamente.
— Você foi muito bem recomendado pelo Sr. Pires, tenho
certeza de que não vamos nos decepcionar com os seus serviços,
os nossos filhos são o bem mais preciso que temos nessa vida,
fazemos de tudo para preservar a sua segurança então contamos
que eles estejam protegidos... Você também precisa conhecer Bryan
Campos, o guarda-costas de Emma, pois muitas das vezes os meus
filhos saem juntos e vocês vão precisar trabalharem juntos. —
Comenta o Sr. Scott abraçando o marido que rapidamente retribui
ao seu afeto.
— Perfeitamente, Sr. Patterson! Quando os seus filhos
estiverem juntos, meu dever será proteger não somente um, mas
sim os dois e creio que meu colega de trabalho fará o mesmo...
Bom, não vou mais tomar o seu tempo, teremos uma melhor
oportunidade para conversarmos pois vejo que estão exaustos,
estarei a disposição dos senhores. Vou aguardar pelo Sr. Victor
assim como afirmei. — Digo no meu tom profissional de sempre
esperando-os se pronunciarem.
— Certo, Matthew! Conversaremos melhor depois, realmente
estamos cansados e precisamos relaxar um pouco, se precisar falar
conosco é só mandar nos chamar. Fique à vontade. — Afirma antes
de saírem e eu apenas concordo voltando a minha postura de antes.
Os dois seguem em direção as escadas e eu continuo aqui
esperando pelo Sr. Victor. Espero que tenhamos uma boa conversa.
Capítulo 04

Não acredito que não vou poder ir a faculdadede novo, meu


pai Scott já está ficandoparanoico com todo esse medo de que nos
aconteça alguma coisa, agora estamos eu e Emma confinados
nessa mansão imensa sem poder pôr a cara na rua direito, e
quando saímos tem que ser rodeados por seguranças.
— Victor! Tenta falarcom o papai de novo? Aquele insensível
do Bryan não me deixou nem pôr os pés dentro do carro... Eu tenho
um trabalho para entregar hoje e o pai Scott queria ir ele mesmo
entregar o meu trabalho, vê se tem cabimento uma coisa dessas?
— Emma reclama pela milésima vez mas eu já não tenho mais
como argumentar.
— Sinto muito, maninha, nós dois estamos no mesmo barco,
eu fui até a empresa hoje só para falar com eles sobre isso, mas
não teve jeito. Os nossos pais estão empenhados a nós colocar em
uma bolha gigante para nos tornarmos intocáveis, não vai adiantar
falar nada, eles não vão ceder... Você já viu o meu novo guarda-
costas? Vou ter uma sombra extra atrás de mim a partir de hoje e
nem pude contestar. — Comento arrumando os meus cabelos e ela
anda de um lado para o outro.
— Droga...! Até quando isso vai durar? Eu não sei mais o que
dizer para convencê-los a... — Diz ainda inquieta mas é
interrompida por uma batida na porta, logo os nossos pais entram
atentos a nós.
— Vá se arrumar, filha! E você termine de se arrumar,
Victor...! Vocês tem uma faculdade para ir e já estão atrasados! —
Avisa papai Gael de braços cruzados e uma sobrancelha erguida.
— Como assim? Não estávamos proibidos de irmos a
faculdade?— Questiono surpreso e ele sorrir de lado, mas meu pai
Scott respira fundo.
— O pai de vocês me convenceu de que estou exagerando
nos cuidados de vocês, então decidi baixar um pouco a guarda e
vou tentar não me preocupar ao extremo. Então se apressem antes
que eu mude de ideia! — Papai Scott avisa emburrado e vira-se
para sair, mas meu pai Gael puxa-o pela mão o trazendo para o seu
corpo.
— Não fica assim, amor? Eles não são mais crianças. Para
quê contratamos guarda-costas se não vamos deixá-los terem a sua
rotina normal...? Olha para mim, Scott? — Um fazcharme e o outro
o encara com ternura antes de lhe roubar um beijo, nos fazendo
sorrir.
— Papai Scott! Por favor confia na gente? Nós vamos nos
cuidar, prometemos! — Emma apela para o lado sensível do nosso
pai e mais uma vez ele respira fundo.
— Promessa é dívida e nós vamos cumprir! — Afirmo
abraçado a minha irmã e abro um largo sorriso antes de irmos
abraçar os nossos pais.
— Ok! Vocês me convenceram. Mas que fique claro que se
vocês desviarem o caminho da faculdade ou o caminho de casa,
vocês não vão mais sair tão cedo...
Avisa ao se soltar de nós mas papai Gael o interrompe com
um beijo e faz sinal irmos. Enquanto Emma sai do meu quarto
correndo eu corro para o meu closet para me trocar, estou muito
simples e não posso ir para faculdade assim.
— Gael...! Porque você sempre faz isso...? Amor, espera!
Gael, me põe no chão seu chantagista! Isso não é justo! — Ouço
meu pai contestar entre gargalhadas enquanto saem do meu quarto.
— Você está sorrindo para mim de novo, então é justo sim.
Agora vamos nos arrumar também, temos um jantar romântico para
irmos graças aos nossos filhos. — Diz já com a voz bem distante e
eu sorrio por ver os meus pais se entenderem tão bem.
Arrumo-me correndo e pego a minha mochila, saio do quarto
apressado e nesse momento recebo uma mensagem de Thiago,
dizendo que já está me esperando nos portões da mansão, ele não
entra aqui em casa porque meus pais não gostam dele, ou melhor,
deixaram de gostar depois que David se embolou em uma briga
com Thiago para me defender, mas como somos dois orgulhosos,
ficamosmais de um mês sem nós falarmos por causa dessa briga,
mas enfim, tudo está bem entre nós outra vez.
Desço apressado até a sala e sigo em direção a porta, mas
antes de sair sinto alguém me segurar pelo braço.
— Sr. Victor! Onde pensa que vai sem me avisar? Você não
pode sair sozinho, se lembra...? Não temos uma conversa
pendente? — Meu guarda-costas me encara confusoe só então me
lembro da sua existência.
— Me desculpe, mas a nossa conversa terá que ficar para
depois, estou atrasado para faculdade e meu amigo está me
esperando nos portões da mansão. — Solto o meu braço do seu
aperto ainda atento a ele, mas viro-me seguindo o meu trajeto.
— Me desculpe mas não posso deixar o senhor ir com o seu
amigo, estou aqui para ir e voltar com o senhor seja de onde for,
então você irá comigo... Vamos! — Seu tom é firme e ele passa por
mim me deixando chocado.
— Você vai trabalhar para mim, então você seguirá as
minhas ordens também... — Tento argumentar ao passar por ele,
mas o mesmo me interrompe.
— Me desculpe, senhor, mas eu sou pago para seguir
ordens, mas só sigo as ordens de que me paga, ou seja, dos seus
pais então cabe a você seguir as minhas recomendações, e isso é
para sua própria segurança. — Dispara mais uma vez no seu tom
firme me deixando ainda mais chocado.
— Você não pode estar falando sério, vai me impedir de ir
para faculdade com o meu amigo? Isso é um absurdo! — Contesto
emburrado mas dele passa por mim indo até o carro, abrindo a porta
para eu entrar. — Olha só! Eu vou cooperar com você, mas acho o
fim do mundo você querer me impedir de ir com o meu amigo,
sempre vou com ele. Poxa ele já está aí fora me esperando. —
Contesto mais uma vez e me esquivo para ir em direção aos portões
da mansão, mas novamente ele me segura pelo braço.
— Por acaso os seus pais sabem que você está acostumado
a ir de carona com esse amigo? Porque eu não fui informado sobre
isso? Se esse seu amigo vai te manter seguro, porque a
necessidade de um guarda-costas...? Por favor? Não complica a
minha vida? Eu preciso muito desse emprego e para isso, eu
preciso manter você seguro, Sr. Victor! — Justifica-se em um tom
sério mas me lança um olhar apreensivo.
Respiro fundo me dando por vencido, afinal, meus pais não
sabem que Thiago me busca na porta de casa, bom, pelo menos eu
acho que não.
Não digo nada, apenas me solto do seu aperto e vou em
direção ao carro entrando no mesmo emburrado. Meu guarda-
costas entra no carro em seguida e dá a partida no mesmo, ele me
encara pelo retrovisor mas não diz nada e eu agradeço por isso, ele
sai com o carro e vejo minha irmã sair de casa correndo até o carro
com o seu guarda-costas.
Saímos da mansão e passamos pelo carro de Thiago, e vejo-
o encarar-me confuso quando digo que nos encontraríamos na
faculdade.
Seguimos para o Campus eu e Emma mas estamos em
carros separados, pois quando saio da faculdadegosto de vir direto
para casa, isso quando não saio para dar umas voltas no shopping,
e Emma sempre deixa algumas de suas amigas em casa ou traz
algumas delas para mansão, para umas daquelas suas festinhasdo
pijama. Ou seja, nossos planos na hora da saída nunca são os
mesmos então estamos sempre em caminhos opostos, e eu não
teria paciência para circular com ela e suas amigas por aí.
Poucos minutos depois estamos entrando no estacionamento
da faculdade, saio do carro achando que vou conseguir entrar sem
esse cara na minha cola, mas ele me segue até a minha sala
dizendo que vai até a secretária falarcom o reitor, vi que ele tem um
envelope nas mãos e com certeza isso é coisa do meu pai, ou da
equipe de segurança para que permitam que ele fique comigo na
faculdade.
Entro na minha sala e Thiago entra logo em seguida vindo
apressado na minha direção, enquanto me sento respirando fundo
por essa situação, sei que os meus pais só querem o meu bem
então não posso contestar tanto quanto a isso.
— O que houve? Porque não veio comigo? Seu pai colocou
segurança na sua cola...? Fala sério, Victor? — Ele se senta na
cadeira de frente para mim com um olhar sério.
— Tentaram entrar lá em casa, ainda não se sabe ao certo
por qual motivo, então meu pai está preocupado com a minha
segurança. Sinto muito, mas não vou poder mais aceitar a sua
carona, meu pai vai acabar sabendo que estamos nos vendo e ele
vai se magoar comigo, eu menti dizendo que não estava mais te
vendo mas se ele descobrir a verdade, eu posso até perder a
confiança do meu pai... Meu irmão também está de olho em mim,
não posso decepcioná-lo de novo... — Explico em um tom baixo e
minto para que ele aceite a minha justificativa,mas ele se levanta
me interrompendo.
— Eu não tenho medo do seu pai e muito menos do
almofadinha do seu irmão! Não vou deixar de sair com você por
causa deles... — Contesta irritado mas também o interrompo.
— E quem foi que te falou que eu estou saindo com você?
Somos amigos e nada mais que isso, e não vou aceitar você falando
assim do meu pai e do meu irmão...! Eu acho que talvez eles
estejam certos, não tenho certeza se a nossa amizade é uma boa
ideia. É melhor você ir para sua sala, eu tenho aula agora. —
Rebato no mesmo tom irritado e levanto-me sério.
Thiago me lança um olhar apreensivo e se aproxima tentando
me tocar, mas afasto-me sentando-me novamente.
— Me desculpa? Eu não queria ter dito isso... Podemos
conversar melhor no intervalo? Por favor? Eu só quero me
desculpar com você? — Ele se abaixa na minha frenteme deixando
indeciso sobre conversar com ele ou não.
Não me agradou o jeito que ele falou do meu pai e meu
irmão, não é a primeira vez que ele fazisso e essa situação não me
agrada.
— Não sei se vou sair para o intervalo, eu preciso adiantar as
matérias que perdi nos dias que faltei. — Tiro a minha apostila da
mochila mas ele continua no mesmo lugar.
— Se quiser eu posso te ajudar com a matéria, podemos
encontrar um lugar mais reservado para não sermos incomodado...
Por favorme dá mais uma chance...? Victor? — Súplica pegando a
minha mão com carinho e eu amoleço, mesmo sabendo que não
devo deixar isso acontecer.
— Podemos conversar no intervalo, mas que seja aqui
mesmo ou nada feito. Não quero ficar sozinho com você por muito
tempo, agora me deixa estudar! — Concordo sem olhar para ele e
ouço-o respirar fundo ao se levantar.
— Beleza! Nos vemos depois então. — Concorda antes de
sair sem olhar para trás.
Que cara estranho, ele concordou em sermos amigos, então
porque ele me olhar desse jeito como se quisesse me devorar?
Droga! Eu gostei dele mas sei que a recíproca nunca foi verdadeira.
Capítulo 05

A primeira aula termina e começa a segunda, tenho mais


algumas matérias para entregar ao professor e espero que as
minhas faltas não tenham me prejudicado no meu desempenho, se
bem que, meus pais ajudaram muito a mim e minha irmã, então
acho que não tenho com o que me preocupar.
No meio da aula vejo o meu guarda-costas em pé na porta da
minha sala, olhando cá para dentro como se analisasse o lugar.
Ainda não acredito que os meus pais estão me fazendopagar esse
mico, ter um brutamonte na minha cola o tempo inteiro é
constrangedor, mas eu não posso deixar os meus pais preocupados
comigo, então tenho que aceitar essa situação.

O sinal para o intervalo toca e todos saem da sala indo em


direção a cantina e outros vão para o pátio, saio da sala e vejo
Thiago vir na minha direção com aquele seu sorriso largo e sedutor,
mas a mim esse sorriso não vai seduzir mais, não vou mais ser tão
ingênuo como sempre fui, eu preciso ser mais esperto para não me
dar mal levando em conta essa nossa sociedade tão
preconceituosa.
— E então, Victor? Podemos estudar agora se você quiser, a
menos que prefira ir a cantina primeiro. — Thiago aproxima-se
pegando a minha mão mas eu solto-a no mesmo instante.
— Olha só, eu vou ao banheiro primeiro, te encontro lá no
pátio, ok? Eu não me demoro. — Aviso já saindo e me afasto sem
dar chances para ele dizer nada.
Entro no banheiro e graças a Deus não tem muitos garotos,
apenas um usando a pia e outro usando o mictório. Entro em uma
das cabines fechando a porta, mas quando estou abrindo a minha
calça, sinto a porta se abrir abruptamente me assustando.
— Thiago...? O que está fazendo? Eu estou usando o
banheiro você não está vendo? Não podia esperar lá fora? —
Encosto-me na divisória assustado pela sua atitude.
— Eu quero saber o porquê você está me evitando? Porque
está mentindo e fugindo de mim? — Questiona furioso.
— Você ficou louco? Não estou te evitando e nem estou
fugindo de você... Não somos nada além de amigos, tentamos sim
sermos mais íntimos mas não deu certo, então não te devo
satisfação alguma...! Agora me deixe usar o banheiro, será que eu
posso? — Tento empurrá-lo para fora da cabine mas ele não move
um músculo sequer.
— Você está sim me evitando, eu já falei que quero você e
não vou aceitar que me rejeite. Poxa, eu errei mas pedi desculpa, eu
só quero mais uma chance, Victor? Eu gosto de você, por favorme
dê mais uma chance...? Eu quero muito você? — Thiago fecha a
porta da cabine ainda sério e aproxima-se fazendoeu me encolher
no canto da parede.
— Eu também gosto de você, mas apenas como amigo e
nada mais, então me deixe sair daqui! Eu preciso estudar algumas
matérias... — Tento passar por ele mas o mesmo me joga de volta
contra a parede e abre um sorriso malicioso, me deixando
assustado com a sua atitude.
— Você não vai a lugar algum, sua buchinha! Porra eu pensei
que por ser gay você fosse mais fácil, mais desesperado para
conseguir uma rola, mas não, o gayzinho fica fazendo cu doce
achando que alguém vai se apaixonar por ele... Se toca, seu
frutinha! Você achou mesmo que eu estava afim de você? Achou
que eu trocaria uma boceta gostosa por um cu arrombado como o
teu? — Surpreendo-me e ao mesmo tempo que me assusto com as
suas ofensas, tento passar por ele mas não consigo.
— Me deixa sair daqui! Me solta! Seu monstro me solta! — O
infeliz me prende contra a parede tentando abaixar a minha calça.
— É pau que você quer? Então você vai ter! Vou foder esse
cuzinho até você virar homem outra vez, seu viado! — Esbraveja
puxando com força a minha calça junto com a cueca, me deixando
apavorado.
— ME SOLTA! ME SOLTA! PARA COM ISSO POR FAVOR?
PARAAA!
Empurro-o com força tentando me livrar dele e vejo alguns
garotos pendurados nas cabines, gargalhando e incentivando a
esse monstro no que ele está fazendo.
— Vou te soltar apenas depois de comer essa bundinha
magra que você tem... — Vejo-o abrindo a sua calça tirando a sua
ereção para forae mais uma vez avança sobre mim, enquanto tento
me vestir novamente.
Thiago vira-me abruptamente e os garotos puxam os meus
braços por cima da cabine me imobilizando, entro em desespero
tentando me soltar mas não consigo, os garotos gritam incentivando
Thiago a me estuprar.
— Vai Thiago! Dá o que esse viadinho quer!
— Nunca mais ele vai querer saber de rola na vida dele.
— Quer ser mulherzinha então vai ter que aguentar uma rola
entrando nesse rabo, Vitinho!
— Depois de você sou eu, Thiago! — Eles gargalham e
zombam de mim e mais uma vez me desespero.
— SOCORRO! ME AJUDEM? POR FAVOR ME AJUDEM? —
Grito em pânico mais uma vez tentando me soltar, mas sinto Thiago
se posicionar na minha entrada para me penetrar.
Mas nesse momento a porta se abre abruptamente e Thiago
é arrancado de cima de mim, sendo arremessado contra a parede
do outro lado do banheiro.
— Me solta! Você não pode... AHH... Filho da puta... OHH...
— Thiago tenta se soltar das garras do meu guarda-costas mas ele
não permite.
Enquanto isso eu me desespero para me vestir ainda me
tremendo inteiro e chorando pelo terror que acabei de viver.
— Se você se aproximar dele mais uma vez! Eu juro que
quebro o seu pescoço e arranco o seu pau fora, você me ouviu?
Verme nojento! — O guarda-costas o alerta antes de lhe acerta um
chute no meio das pernas e outro no seu queixo, o deixando
desacordado. — Alguém mais aqui quer receber um carinho? Eu
estou disponível? — Ele olha a sua volta e todos saem do banheiro
correndo, ele me encara antes de chamar alguém pelo rádio.
— Bryan? Precis o da sua ajuda no banheiro da área leste! É
urgente!— Ele chama pelo guarda-costas da minha irmã.
— Certo! Estou a caminho!
— Você está bem? Esse desgraçado te machucou? Ei?
Estou falando com você? — Vejo-o parado na minha frente
chamando a minha atenção mas estou em choque, não consigo
dizer nada. — Droga! É hoje que eu perco o meu emprego, e tudo
por culpa desse infeliz do caralho! — Resmunga acertando um
chute na costela de Thiago e o mesmo grita se mexendo.
— AHH... Para... Você vai me matar...! Por favor para...? —
Pede com a voz fraca chorando de dor .
— Eu devia matar você mesmo, seu desgraçado! Eu comecei
nesse emprego hoje, seu merda! Porque você tinha que ser tão filho
da puta? Eu devia comer o seu rabo para você ver o que é bom
para tosse! Seu maldito! Mas não quero enfiaro meu pau nesse seu
cu imundo! — Esbraveja andando de um lado para ao outro e me
encara mais uma vez esfregando as mãos nos cabelos.
O cara vem até a mim e me puxa pelos braços levantando-
me do chão, só então percebo que estava sentado no chão ao lado
da privada.
— Me diz? Ele te machucou? Ele fez alguma coisa com
você...? Sr. Victor? — Ele estala os dedos na frente do meu rosto e
eu pisco algumas vezes sentindo os meus olhos embaçados.
— Por favor me tira daqui? Não conta aos meus pais o que
houve? Por favor...? Não conta nada a eles? — Peço com a voz
trêmula tentando segurar o choro, mesmo as minhas lágrimas
descendo pelo meu rosto.
— Me desculpe, Sr. Victor, mas eu não posso esconder o que
houve aqui dos seus pais, o que esse infeliz fez foi muito sério e
eles precisam saber. — Argumenta apreensivo e nesse momento o
guarda-costas de Emma entra no banheiro apressado.
— Puta merda! Que porra aconteceu aqui, cara? — Pergunta
ao ver Thiago caído no chão chorando de dor.
Tento correr até a porta e sair logo daqui, mas o meu guarda-
costas me abraça por trás, me impedindo de ir.
— Eu quero sair daqui...! Me tira daqui...? Me tira daqui...? —
Peço aos prantos e vejo os seguranças da faculdade entrarem
correndo.
— O que houve aqui? O que vocês fizeram? — Perguntam
espantados.
— Esse rapaz tentou cometer o crime de estupro contra o Sr.
Victor Patterson, vocês podem perguntar para os inúmeros colegas
dele que estavam aqui o incentivando a cometer o crime. E você,
reza para eu não perder o meu emprego! Ou você vai me ver de
novo, seu bastardo! — Explica furioso sem me soltar para eu não
correr. — Esse moleque precisa ser detido e levado para delegacia,
eu vou levar o Sr. Victor para o hospital e ligo para os pais dele
quando chegar lá, ele precisa ser atendido, ele está em choque... E
você, leve a irmã dele para casa, os Sres. Patterson vão querer vê-
la em casa quando souberem do que houve. Vamos Sr. Victor! —
Explica soltando-me aos poucos e mais uma vez tento passar por
ele, mas o mesmo não deixa.
Ele me segura pelo braço e me arrasta para forado banheiro,
vejo os garotos espalhados pelo corredor alguns rindo da minha
cara e outros com um olhar de pena. Abaixo a cabeça e apresso-me
para sair dali com o meu guarda-costas no meu encalço.
Quando saio até o pátio corro para o corro e ouço o cara me
chamar, mas eu não paro, apenas quando chego no carro eu
encosto no mesmo respirando fundo e vejo tudo rodar, sinto o meu
corpo escorregar pela lataria do carro e vou de encontro ao chão,
apago no mesmo instante.
Capítulo 06

— Sr. Victor? Sr. Victor? Draga! Mas que merda! — Pego ele
no colo chamando por ele mas o mesmo não responde.
Destravo o carro e o coloco no banco de trás, entro no carro
em seguida e dou a partida acelerando para sair dali.
— Mas que inferno! — Esbravejo socando o volante por
passar por isso no meu primeiro dia de trabalho.
Como eu iria imaginar que aquela algazarra era alguém
tentando estuprar o filho do meu chefe? Eu pensei que fosse uma
brincadeira de amigos, já que o Sr. Victor até queria vir para
faculdade com esse tal de Thiago, merda! Com certeza eu serei
mandado embora no meu primeiro dia de trabalho, eu esperei tanto
por uma oportunidade com essa e acontece isso?
Pego o celular que Demétrio me deu para contato direto com
ele, disco o número já respirando fundo e espero ele atender
enquanto coloco no viva voz, no quarto toque ele atende.
— Fala, novato? Como está se saindo? Está tudo
tranquilo?— Pergunta animado.
— Me desculpe, Sr. Demétrio,mas eu não tenho boas
notícias.Preciso que avise aos patrõesque estou levando o Sr.
Victorpara o hospital.
Eleestavacom o amigodeleno banheiro,um
talde Thiagoe o mesmo tentouviolentá-lo,
eu imobilizei
o indivíduo
e ele será encaminhadopara delegacia.— Conto sem rodeios e a
linha fica muda por um tempo.
— Puta que pariu!Merda! Cacete!— Ouço sua voz alterada
mais distante e sei que isso não é bom. — Ok! Vou avisaraos
patrões,assimque eleschegarem no hospitalvocê me encontrana
delegacia.Como eleestá?O Sr. Victorestáferido?— Pergunta em
um tom preocupado.
— Elenão estámachucado, mas não seidizerse elechegou
a ser violentad
o, ele estava muitoabalado e acabou desmaiando,
ele ainda está desacordado... Eu pedi ao Bryan para levara Srta.
Emma para casa, eles devem chegar aí em alguns minutos . —
Informo ainda prevendo a minha demissão eminente.
— Ok, leveo rapaz para o hospital do centro,nos vemos em
poucos minutos.— Orienta-me antes de encerrar a chamada e eu
xingo um palavrão.
Concentro-me no trânsito e acelero rumo ao hospital do
centro. Em menos de dez minutos estou estacionando na porta da
emergência, saio do carro e pego o Sr. Victor no banco de trás,
apressando-me para entrar na emergência.
— Por favor!Eu preciso de ajuda! — Entro corredor adentro e
um enfermeiro vem ao meu encontro.
— O que houve com ele? O que ele tem? — Ele guia-me pelo
corredor e entramos em uma sala onde coloco o rapaz em uma
maca.
— Tentaram estuprá-lo, não sei se o ato foicometido mas ele
estava muito abalado, acabou desmaiando e é isso. — Conto
admirando o rapaz na maca e sua expressão tão suave não mostra
o que acabou de acontecer.
— Certo! Eu vou pedir para que o senhor aguarde do lado de
fora, se precisar eu mesmo chamo-o de volta. — Pede examinando
o rapaz e um médico entra na sala perguntando o que houve.
Saio da sala mas permaneço ali na porta preocupado, uma
das recepcionistas aparece para me chamar para fazer a ficha do
rapaz mas eu não me movo do lugar, aviso que sou o guarda-costas
do rapaz e não sei nada além do nome e sobrenome, aviso que os
pais dele está a caminho e ela concorda em esperar por eles.
Pouquíssimos minutos depois vejo os meus patrões entrarem
na emergência correndo indo até a recepção, não saio do meu
posto e aguardo por eles aqui, logo eles estão vindo apressados e
eu respiro fundo.
— Cadê o meu filho? Eu espero que tenha pelo menos
quebrado as pernas daquele infeliz, ou você será demitido! —
Questiona enquanto se aproxima e eu me sinto tenso.
— Serve algumas costelas, senhor? Eu não podia matá-lo
dentro da faculdade,me desculpe por isso, fizo meu melhor dentro
dos limites permitidos. — Respondo na minha postura profissional e
ele encara a porta a minha frente.
— O meu filho está aqui? Eu quero vê-lo agora mesmo! —
Pergunta já invadindo o consultório médico com o seu marido ao
lado e eu permaneço no meu posto.
— Desembucha, Matthew! Quero saber o que houve nos
mimos detalhes, onde você estava quando tudo aconteceu? — Vejo
Demétrio vir na minha direção, sério.
Conto a ele tudo que aconteceu e explico que estava fazendo
a ronda na área do campus quando o sinal do intervalo tocou,
imediatamente eu fui ao encontro do Sr. Victor e cheguei bem na
hora em que uma algazarra acontecia no banheiro masculino, ouvi
os gritos do Sr. Victor e entrei no mesmo instante para ajudá-lo, ou
seja, eu não tive culpa de nada.
— Tudo bem, vamos esperar os Sres. Patterson saírem do
consultório, então nós vamos até a delegacia para você dá o seu
depoimento... Aquele bastardo já está detido...
— Cadê o meu irmão? Eu quero ver o meu irmão! —
Surpreendo-me com um cara aproximando-se correndo, mas
Demétrio entra na sua frente.
— Fica calmo, Sr. David! O seu irmão está sendo atendido e
seus pais estão com ele, eles não devem demorar para saírem. —
Demétrio o tranquiliza e vejo que o cara parece bastante alterado.
— Eu avisei ao Victor para não dá ideias para aquele
delinquente! Onde ele está? Vocês pegaram aquele rato de esgoto?
Se vocês não o pegarem eu mesmo vou pegar! — Avisa entre
dentes então me aproximo um pouco mais deles.
— Eu dei uma boa surra nele, senhor, só não o matei pois
estávamos dentro da faculdade, mas ele já está detido...
— E você quem é? O guarda-costas dele? Você não devia
protegê-lo? Onde você estava quando aquele desgraçado quase...
— Questiona alterado mas ouço a voz do Sr. Victor o
interrompendo.
— David! Não desconta a sua raiva nele, ele não teve culpa...
Você tinha razão, eu errei por não ter me afastadodaquele canalha,
então o único culpado sou eu...! Eu não quero mais colocar os pés
naquela faculdade... Não quero mais estudar! — Vejo-o segurar o
choro mas ele cede as suas lágrimas.
— Não ficaassim, meu filho? Isso vai passar, você não está
sozinho... — Sr. Scott abraça o filho sentado em uma cadeira de
rodas, mas o Sr. David o interrompe.
— Você vai parar a sua vida por causa daquele monstro?
Você não vai fazer isso porque eu não vou deixar! Eu vou acabar
com aquele miserável...
— Se acalma, filho! Não vai adiantar você fazer nenhuma
besteira, deixa esse assunto que eu resolvo! — Contesta em um
tom firme e o filho respira fundo. — Seu irmão vai precisar ficarem
observação por algumas horas, eu preciso ir à delegacia com
Matthew e Demétrio... Fica com o seu pai e seu irmão? Por favor?
Eu não vou me demorar, sua irmã deve estar preocupada por estar
sozinha em casa sem saber de nada. — Explica pensativo. —
Victor! Fica bem, filho, nós estamos aqui com você, ouviu...? Isso
não vai ficar assim, eu prometo...! Vamos Demétrio! Matthew! Os
seguranças que vieram conosco vão ficarno hospital para fazerem
a segurança deles. — Sr. Patterson abaixa-se na frente do filho que
limpa o rosto ainda chorando em silêncio.
Encaro o filho mais velho e ele parece transtornado de raiva,
mas se controla por ver o irmão tão abalado.
— Me deixa ir com vocês, papai? Eu quero dois minutos com
aquele verme peçonhento, eu juro que dois minutos é o suficiente
para... — Pede Sr. David esperançoso mas novamente é
interrompido.
— Não, David! Nem pense nisso! Deixe que o seu pai resolva
isso do jeito dele, mas eu quero você em casa com o seu irmão, ele
vai precisar do seu apoio e sua mãe não vai gostar de saber que
você está se metendo em... — Contesta o Sr. Scott mas também é
interrompido.
— Não, papai Scott! Eu só quero defendero meu irmão como
eu defenderia qualquer um da minha família, então não me peça
isso...! Eu avisei que aquele merda não prestava! Então me deixem
dar um fim nele! O que fizeram com o meu irmão foi um ato de
crueldade e eu não vou deixar isso de lado, então não me peça isso!
Eu não vou obedecer! — Esbraveja indignado e vai em direção a
saída do corredor.
— David! Por favor...? Eu estou te pedindo...? Se acontecer
alguma coisa com você eu não vou me perdoar, eu me não quero
me sentir culpado então por favor...? Se cuida? Não faz nada de
cabeça quente? Dos nossos irmãos você é o mais racional então
por favor...? Eu não vou pedir para você ficar pois sei que não vai
me ouvir, mas eu poço pedir para você ir me ver em casa...? Você
vai estar bem para ir me vê? — Sr. Victor se leva abraçado ao Sr.
Scott, vejo David voltar na nossa direção.
— Eu prometo que vou ficar bem se você também me
prometer o mesmo...? Eu posso contar com isso? Você vai ficar
bem? — Ele abraça o irmão apertado e Victor chora ainda mais.
Porra! Eu não imaginava que ele fosse tão sensível, mas
também depois de tudo que passou hoje, não é para menos.
— Eu vou ficar bem, eu prometo! — Ele se solta do irmão
envergonhado e abraça o pai novamente.
David apenas encara Victor atento e sai indo em direção a
saída do corredor, eu sigo logo atrás com Demétrio e o Sr.
Patterson.
Capítulo 07

— Fica tranquilo, filho, o seu pai e seu irmão sabem se


cuidar, além do mas, eles não estão sozinhos e vão estar dentro de
uma delegacia. Agora descansa um pouco, o médico injetou um
calmante no seu soro, isso vai te fazer dormir um pouco... Meu
Deus, eu não acredito que um filho meu esteja passando por isso.
— Meu pai Scott acaricia o meu rosto e me dá um beijo no alto da
cabeça.
Ele ainda está choroso depois de tudo que soube em relação
ao que aconteceu comigo, ainda não estou acreditando que passei
por uma vergonha como aquela.
— Eu quero sair da faculdade, papai... Por favor me tira
daquela faculdade? Eu vou para qualquer outra faculdade mas eu
não quero mais ficarnaquele lugar... Eu não vou suportar olhar para
aquelas pessoas outra vez... — Choro em silêncio lembrando-me
daquela cena horrorosa.
Não acredito que Thiago me enganou esse tempo todo, ele ia
me estuprar na frente de todos aqueles garotos que gritavam
incentivando o seu ato cruel. Não sei se vou conseguir superar tudo
isso.
— Tudo bem, meu amor, nós faremos tudo para você se
sentir bem outra vez, se não quer mais estudar naquele lugar, tudo
bem, nós vamos encontrar outra faculdade boa para você e sua
irmã, tenho certeza de que Gael não vai se opor... Agora descanse
um pouco, por favor? Não quero mais te ver chorando tanto, isso
está me destruindo por dentro. — Ele segura firme a minha mão
enquanto eu tento me acalmar para não deixá-lo ainda mais
preocupado.
Ele não diz mais nada e eu também não, sinto as minhas
pálpebras pesar e eu luto para ficar de olhos abertos, mas aos
poucos o sono vai me ganhando e eu me acomodo melhor na cama,
vou ter que ficar nesse hospital até o soro acabar, então me deixo
levar pelo sono.

Estou na sala de aula sentado bem no centroda sala, e a


minhavoltatodasas mesas e cadeirascom os alunosgargalhando
e apontando para mim, outro
s zombam me chamando de todo tipo
de nome feio e eu fico sem saber o que fazer
.
Tentome levantar para sairdalicorrendomas eu não consigo
me mover, minha respiraçãopesa e meu peitose aperta,um medo
absurdo de que tentemme agredirde novo ou pior , minha voz sai
tão baixa que nem mesmo eu consigo me ouvir.
— Papai...? Papai...? Papai...?
Chamo por ele tentandoencontrarno meio dessas pessoas
alguém quepossa me ajudar a sair daqui, mas não vejo ninguém.
— Quer dá essa bundinha para mim, Vitinho?Prometoser
carinhosocom você, afinal,você é todo delicadinho.— Caio
aproxima-se com um sorriso malicioso e isso me apavora.
— Saifora,Caio!Elegostade homem e sou eu quem vaidá
o que elequer. — Outrogarotoaproxima-seempurrandocaiopara o
lado.
— Vocês estão se esquecendo que ele me escolheu,Victor
é gamadinhoem mimmas estáfazendocu doce. EntãoVitinho? Me
dá logoesse cuzinhopoisjáestouficandoimpaciente. Você vaime
dá por bem ou por mal porque ninguém aqui vaideixarvocê sair...
Depois de me satisfazer , você vai satisfazeros meus amigos
também, você entendeu? Elesprecisamsentira mesma sensação
que eu. — Thiago olha-me sérioao se aproximaabrindoa sua
calça, seus amigos se põe ao meu lago segurando os meus braços.
— Você não pode fazer isso, Thiago... Por favor eu confiei em
você? Me deixa irembora...? NÃO! POR FAVOR ME DEIXA IR
EMBORA? — Suplicosentindoo meu coração baterna boca mas
ele gargalha.
Seus amigos me jogam de bruços no chão e arrancama
minhacalçacom brutalidade , o medo e a angústia tomam conta de
mim.
— ME AJUDEM! ME AJUDEM...! PAPAI? PAPAI? — Me
desespero e debato-me tentandome soltar , mas não consigo. —
Não faz isso...! Não faz isso...! Não faz isso...! NÃOOO! NÃOOO!
Suplico aos prantos me debatendo ao sentir Thiago me
violentando, me abrindo com brutalidade, entrando em mim
enquanto gargalha achando graça do que está fazendo.
— Sr. Victor? Sr. Victor, acorda! Acorda, está tudo bem agora.
— Ouço alguém me chamar enquanto apertam a minha mão.
— Me tira daqui! Me tira daqui! Não fazisso? Eu imploro? Eu
imploro? — Peço em um fio de voz sentindo o meu corpo mole
depois de lutar para me soltar desses animais, mas eles não
deixam.
— O que houve? Eu ouvi gritos... Meu filho está bem? —
Ouço mais vozes mas não consigo abrir os olhos, só consigo ver
esses monstros em cima de mim.
— Ele está delirando, está tendo um pesadelo e não acorda,
já chamei por ele mas o mesmo não me responde. — Ouço mais
uma vez aquela voz diferente.
— Papai...? Papai...? Me ajuda? Me ajuda? Ele está me
machucando, ele está me machucando...
Peço esforçando-me para me livrar de tudo isso, então sinto
um carinho no meu rosto e aquela voz suave e amorosa.
— Filho? Por favorabra os olhos? Você está no hospital, não
aconteceu nada com você graças a Deus, você está bem então
acorda...? Por favoreu não quero te ver assim? Acorde, querido? —
Sinto um beijo demorado na minha testa e seus dedos acariciar o
meu rosto.
Abro os olhos me deparando com os meus pais e meu irmão
em volta da minha cama, encarando-me apreensivos, encolho-me
na cama e choro escondendo o meu rosto no travesseiro, me sinto
envergonhado, muito envergonhado.
— Não fica assim, meu filho? Tudo isso vai passar, eu
prometo...! Aquele delinquente já está pagando pelo que fez e vai
ficar preso por um bom tempo, eu queria ter matado aquele merda
mas não pude fazer isso dentro de uma delegacia. A faculdade
também vai nos pagar caro pelo que aconteceu, isso não vai ficar
impune! — Meu pai Gael anda de um lado para o outro inquieto
assim como meu irmão.
— Eu quero ir para casa... Por favorme levem para casa? Eu
quero sair daqui! — Peço ainda sem encará-los mas ainda sinto os
carinhos do meu pai Scott.
— Sr. David! Podemos conversar um instante? Por favor? —
Ouço a voz firme do meu guarda-costas mas não me dou ao
trabalho de me mover para encará-lo.
Não ouço a voz do meu irmão, só ouço a porta bater e meu
pai Gael diz que vai chamar o médico para me liberar, continuo na
mesma posição mas sinto um novo carinho nas minhas costas. Viro-
me encarando meu pai Scott sentando na beira da minha cama com
um olhar aflito.
— Eu não escolhi ser gay, papai, eu sou assim e não consigo
mudar... Porque as pessoas não podem me aceitar como eu sou?
Porque eu não posso ser aceito como você e o papai Gael foram...?
Porque é tão difícil ser quem somos? — Questiono tentando não
chorar mais, mas minhas lágrimas ainda descem.
— Coloca uma coisa na sua cabeça, filho, sempre existirá
pessoas preconceituosas! Sempre existirá pessoas insatisfeitascom
as escolhas e a felicidadealheia! Então não ficaassim? Você nunca
estará sozinho, você sempre terá os seus pais e seus irmãos ao seu
lado... Um dia, quando você menos esperar, você vai encontrar
alguém que te aceite como você é, alguém assim como você,
alguém que dê prioridades ao que você é. — Meu pai diz atento e
de um jeito tão amoroso, com tanta ternura que me jogo em seus
braços desejando nunca ter passado por algo como aquilo.
— Estou muito envergonhado, papai... Eu nunca me imaginei
passando por uma situação dessas, aquele canalha do Thiago
brincou comigo e com os meus sentimentos, ele brincou com a
minha autoestima, com a minha sexualidade ele me ferrou em
tudo... Não sei se vou conseguir confiaralguém outra vez, será que
um dia eu vou conseguir esquecer tudo que aconteceu? —
Desabafo ainda abraçado a ele.
— Em primeiro lugar! Você não tem que se envergonhar por
nada, meu filho, e em segundo lugar, ninguém esquece as coisas
ruins que lhes acontecem, e infelizmente com você também não
será diferente... Eu já te contei tudo que passei antes de me casar
com o seu pai, já contei até que fui morto pelo meu próprio pai e
Gael me trouxe de volta a vida, eu e a sua avó Adelaide... Mas nem
por tudo isso eu deixo de ser feliz, nem por tudo isso eu deixo de
acreditar que ainda existam pessoas boas, então meu filho, levante
essa cabeça e não se envergonhe de nada! Você é mais forte do
que imagina e vai superar tudo que aconteceu com um belo sorriso
no rosto, porque você é lindo, e vai encontrar alguém que mereça
não só a sua confiança, mas também o seu amor. — Suas palavras
suaves e seus carinhos apertando-me em seus braços, me
tranquilizam.
— Um dia alguém vai te fazeresquecer todo esse pesadelo,
alguém vai te amar tanto quanto eu amo o seu pai, você vai ver...
Agora limpe esse rostinho lindo porque nós vamos para casa, o
médico já está vindo para te dar alta, meu amor. — Papai Gael entra
de volta no quarto com um olhar mais confiante.
Ele se senta de frentepara mim segurando a minha mão com
aquele seu sorriso amoroso, mas ainda vejo a sua preocupação em
seus olhos.
Olho para o lado e vejo meu irmão conversando com o meu
guarda-costas do lado de fora do quarto, os dois estão bem sérios.
Volto a encarar os meus pais.
— Obrigado por serem os meus pais, vocês são perfeitos...
Tenho certeza de que vou conseguir passar por essa fase com
vocês ao meu lado me apoiando... Eu amo vocês. — Abraço o meu
pai Scott mais uma vez mas me solto para abraçar também o meu
pai Gael.
Depois de alguns poucos minutos o médico aparece para me
dar alta e me recomenda um psicólogo, caso eu queria e me sinta
bem em fazer isso. Ainda estou me sentindo trêmulo mas levanto-
me com a ajuda dos meus pais e saímos do quarto, meu irmão
aproxima-se meio acanhado mas me abraça ajudando-me no trajeto
para fora desse hospital.
Capítulo 08

DOIS DIAS DEPOIS...

Não vou negar, estou desesperado para continuar nesse


emprego pois uma chance como essa, não aparece todos os dias.
Já conversei com o Sr. David e o Sr. Gael oferecendo-mepara dar
um jeito naquele maníaco miserável, porém, ambos preferem
resolver as coisas do seu jeito então não tive muito o que fazer, só o
que me resta e melhorar o meu desempenho para manter-me nesse
cargo.
Hoje faz dois dias desde o acontecido e eu ainda não fui
mandado embora, graças a Deus, mas ainda estou apreensivo
mesmo o Sr. Patterson dizendo que gostou da surra que eu dei
naquele miserável, e eu ainda acho que bati pouco. Também faz
dois dias que não vejo o Sr. Victor pois ele não sai daquele quarto
para nada, ou seja, fazdois dias que não saio dessa casa com ele
mas também não estou reclamando.
— Matthew! Entra! O Sr. Patterson quer falar com você, ele
está esperando no escritório. — Avisa Demétrio e eu respiro fundo.
Acho que a minha hora chegou, já sei que serei demitido.
— Ok, eu vou falar com ele agora mesmo. — Levanto-me da
mesa do café e saio da cozinha sentindo-me mal por ter que ir
embora, mas fazer o quê? Vida que segue.
Saio da cozinha e sigo até a sala passando por ela e vou até
o escritório do homem, rezo mentalmente antes de bater na porta e
ouço um entre, então o faço.
— Mandou me chamar, senhor? — Entro fechando a porta
atrás de mim.
— Sim, eu preciso que arrume as suas coisas, temos uma
viagem para fazermosainda hoje então quero que converse com o
meu filho, eu preciso que o convença a ir nessa viagem, por favor...!
Acho que vai fazer bem a ele se distrair um pouco, mas ele não quer
ouvir ninguém, só fica enfiado naquele quarto e não quer sair para
nada, então preciso da sua ajuda, posso contar com isso? — Escuto
tudo calado e surpreso por não ter sido demitido.
— Sim, senhor! Farei isso agora mesmo... Era só isso...?
Com licença. — Encaro-o atento e na minha pose profissional, ele
apenas concorda e eu viro-me para sair do escritório em seguida.
— Matthew? Não deixe de me avisar caso tenha algum
progresso com Victor, isso é importante para mim. — Pede por fim
então saio seguindo de volta para sala.
Subo para o segundo andar e sigo para o final do corredor,
paro em frente a porta do quarto do Sr. Victor e bato duas vezes,
espero ele me responder mas ele não responde, bato mais duas
vezes mas ele não responde e isso me preocupa, giro a maçaneta e
como sempre a porta está aberta então entro procurando por ele,
mas não o vejo pelo quarto, vou até o closet e nada dele então corro
até o banheiro imaginando que ele possa ter feito alguma besteira.
— Sr. Victor! — Abro a porta abruptamente já entrando e ele
dá um pulo pelo susto.
— Meu Deus, o que você está fazendo aqui...? Porra, que
susto...! — Ele põe a mão no peito ofegante pelo susto e eu não
consigo evitar encarar o seu corpo nu, sustentando apenas uma
cueca nessa bundinha redondinha.
— Me desculpa...? Eu chamei, bati na porta, mas... Mas o
senhor não respondeu, então... Eu... Você está bem? Precisamos
conversar, o seu pai me mandou aqui. — Ele vira-se procurando
uma toalha para se enrolar e eu me pego admirando o seu corpo.
Ele é magro mas na medita certa, e sua pele branca chama a
minha atenção, não sei o que deu em mim mas aproximo-me mais
dele e o mesmo vira-se encarando-me espantado, então me afasto
novamente com os meus olhos presos nos seus lábios vermelhos.
— Você pode esperar lá fora...? Eu preciso me vestir. —
Pede vermelho de vergonha.
— Claro... Me desculpe. — Concordo antes de sair do
banheiro me perguntando o porquê estou reparando tanto nele.
Esse garoto é filhodo meu patrão, ele é sim interessante mas
eu não teria a menor chance com ele, mas eu não estou interessado
em arranja problemas para mim. Balanço a cabeça tirando esses
pensamentos da minha mente.
— Vou me trocar e já volto. — Vejo-o sair do banheiro vestido
em um roupão e seu rosto ainda está corado.
Eu apenas balanço a cabeça concordando e o admiro ir em
direção ao closet, imagens do seu corpo seminu voltam a minha
mente e não consigo evitar imaginá-lo completamente nu. Me
lembro dos seus lábios vermelhos e sinto o meu pau latejar.
— Porra, eu não acredito nisso...! O que está acontecendo
comigo? Não posso me interessar por ele, ele o filho do meu chefe!
— Resmungo baixinho esfregando as mãos nos cabelos não
acreditando que estou excitado por pensar nesse garoto.
O Sr. Patterson me mata se desconfiar de uma coisa dessa!
Ando de um lado para o outro inquieto e o vejo sair do closet
já devidamente vestido, não sei o porquê mas lamentei por isso.
— Pode falar! Eu estou ouvindo. — Diz acomodando-se na
sua cama puxando as cobertas com um dia tão lindo lá fora.
— Seu pai Gael me pediu para avisar que vocês vão viajar
ainda hoje, você precisa arrumar as malas... — Começo a explicar
calmamente mas ele me interrompe.
— Eu não vou! E não perca o seu tempo tentando me
convencer a ir porque eu não estou afim...Eu vou ficarbem sozinho
em casa, eles podem ir sem mim... Não vou a lugar nenhum com
eles e muito menos sem eles. — Vejo-o ajeitar-se melhor nos
travesseiros e virar-se para o outro lado, me dando as costas.
— Ok! Eu vou dar o seu recado a ele, mesmo não sendo um
pombo correio... Me desculpe, Sr. Victor! Não sou homem de ficar
insistindo muito em convencer ninguém a nada, afinal, a vida
pessoal dos meus patrões não me diz respeito... Mas quero expôr a
minha opinião sobre tudo isso, não precisa dar importância ao que
vou disser se não quiser, a escolha e sua e não minha... Bom, eu
não acho justo vê um rapaz na flor da idade ainda iniciando a sua
vida, parar tudo de repente por causa de um moleque sem noção,
um cuzão que não tem noção do que é ser homem. A vida tem altos
e baixos para todos, ricos ou podres precisamos aprender a dar a
volta por cima, e eu sei que você consegue fazer isso. Tenho
certeza de que tem alguém melhor que aquele babaca esperando
por uma oportunidade de te conhecer, um cara especial que você
vai ter certeza de que vale a pena dedicar o seu tempo a ele. — Ele
vira-se lentamente atento a mim. — Eu só acho que você tem que
mostrar o quanto é grande para aqueles que te julgaram pequeno,
mostre que é forte para aqueles que pensaram que você é fraco,
porque eu sei que é forte, eu vejo isso nas suas atitudes, nas suas
decisões... Olha, eu sei que nos conhecemos a pouco tempo e não
sabemos nada da vida um do outro, mas eu não sou cego, eu vejo
que vocês são uma família unida e todos se preocupam com você,
assim como você deve se preocupar com todos. Eles só querem te
ver sorrir novamente, só querem te ver bem então não pense só no
que aconteceu? Sei que vai ser difícil esquecer mas tenta pensar
nas pessoas que te amam, e não nas pessoas que brincaram com
você... Você ainda vai mostrar o seu valor a todos... Eu vou dar o
seu recado ao seu pai, e me desculpe pelo atrevimento em dizer
tudo isso sem a sua permissão. Com licença, Sr. Victor. — Sou
sincero em cada palavra pois também não me conformocom o que
fizeram a ele.
Encaro-o por alguns breves segundos e viro-me para sair do
seu quarto, mas quando chego na porta ele me chama e eu paro
para encará-lo.
— Espera...! Para onde os meus pais vão? A que horas eles
vão sair para essa viagem? — Pergunta sentando-se na cama.
— Me desculpe mas eu não sei, Sr. Victor, eu só fui
informado que vocês vão viajar ainda hoje. — Afirmo atento
esperando ele me dispensar, mas me surpreendo.
— Ok! Eu vou tentar. — Ele respira fundo pensativo mas se
levanta da cama decidido. — Preciso de ajuda para pegar uma mala
em cima do armário, eu não alcanço, sei que esse não é o seu
trabalho, mas...
— Tudo bem! Eu te ajudo! — Concordo já indo em direção ao
closet e passo por ele.
Entro no mesmo e procuro por uma mala em cima do
armário, logo encontro e pego entregando-a ao rapaz, ele me olha
fixamente nos olhos e eu me perco na imensidão verde dos seus
belos olhos.
— Eu ainda não te agradeci por ter me salvado daquele
monstro do Thiago, então... — Argumenta novamente com aquele
tom rosado em seu rosto, mas o interrompo.
— Não me agradeça, eu só fiz o meu trabalho. E ainda deixei
a desejar por não estar por perto antes de tudo aquilo acontecer,
então não me agradeça. — Desvio os meus olhos dos seus e
encaro a sua boca brevemente.
— Ok... Se puder me dar licença, eu preciso arrumar a minha
mala, pede ao meu pai para vir falar comigo, por favor. — Ele
afasta-se colocando a mala sobre um pufe no centro do closet,
respiro fundo sentindo-me confuso.
— Certo! Com licença!
Saio do closet e saio do quarto em seguida dando de cara
com os Sres. Patterson parados, pensativos.
— Me desculpem, Sres. Patterson... Ahm... O Sr. Victor
deseja falar com o senhor, Sr. Gael, ele está arrumando a mala, ele
cedeu a ideia da viagem. — Sinto o meu rosto queimar de vergonha
por pensar que eles podem ter ouvido o meu desabafocom o rapaz.
Agora sim eu estou ferrado!
Capítulo 09

— Obrigado por convencê-lo, Matthew. Gostei muito das suas


palavras ditas ao meu filho, ele precisava ouvir de alguém mais
além da sua família, que ele vai ficar bem, que ele é forte e só
precisa se dar conta disso, eu concordo com você em cada
palavra... Bom, faça a sua mala, sairemos em uma hora, se tiver
que avisar a sua família, seja breve, vamos manter a nossa viagem
em sigilo, não quero que saibam para onde estamos indo, você só
precisa saber que ficaremosfora pelo resto da semana. — Sr. Gael
respirar fundo, no entanto, também parece pensativo.
Surpreendo-me por ele me deixar me despedir da minha
família, isso significa muito para mim pois não gosto de deixá-los
preocupados.
— Vamos amor? Acho que o nosso filho vai precisar da
nossa ajuda com as malas. — Eles passam por mim de mãos dadas
e apenas acenam com a cabeça.
Concordo e saio em seguida descendo até a sala principal,
saio da casa e vou até a casa dos empregados para arrumar a
minha mochila. Não tenho muito o que levar, apenas três conjuntos
de uniformes e poucas peças de roupas informais.
Aproveito para ligar para minha mãe e aviso que preciso
viajar com os meus patrões, ela fica sentida por eu não ir me
despedir pessoalmente, mas ela também é bastante compreensiva
apesar dos seus dramas por eu ficartanto tempo fora de casa, mas
meu pai sempre dá um jeito de fazê-lacompreender o meu trabalho,
mesmo eu me arriscando tanto, por isso os amo incondicionalmente.
Depois da mala pronta eu volto para casa principal e vejo os
carros já parados na entrada, deixo a minha mochila no porta mala
do carro onde vão os seguranças e aguardo pelos meus patrões.
Demétrio aparece para nos dar instruções e todos nós ficamos
atentos.
— Ragazzi e Campos! A atenção de vocês sobre o Sr. Victor
e a Srta. Emma, não pode existir falhas, vocês estarão em território
aberto com acesso fácil de desconhecidos, por isso, eu exijo
cuidado redobrado! No menor problema, Arthur vai ficara frente de
tudo para tomar qualquer decisão, mas somente depois de falar
comigo, eu fui claro! — Demétrio nos encara nos olhos e nós
concordamos.
— Sim senhor! — Respondemos juntos.
— Me desculpe, Sr. Demétrio, sei que o destino da nossa
viagem não é da nossa conta, mas gostaria de saber para onde
vamos, assim podemos nos programar melhor na segurança,
levando em conta o conhecimento da areia onde vamos estar. —
Sustento o seu olhar sério e ele encara-me como se me estudasse.
— Sinto muito, Ragazzi! Você é novato e nós só passamos
esse tipo de informaçãoaos que tem mais tempo de casa conosco...
No passado tivemos um infiltrado na nossa equipe e isso custou a
vida do Sr. Scott, ele se salvou por muito pouco. Mas isso não é
conversa para termos agora, você precisa merecer a nossa
confiança, só então te passaremos informações mais sigilosas, e
isso não é só com você, todos que entram na nossa equipe passa
por esse mesmo processo de confiança, então eu sugiro que
continue fazendo um bom trabalho, você parece ser um cara legal,
mas isso não é o suficientepara confiarmosem você, entende? —
Ele cruza os braços na minha frente olhando nos meus olhos, eu já
esperava por isso.
— Entendo perfeitamente, senhor! Eu sempre darei o meu
melhor. — Respondo em um tom firme sustentando o seu olhar.
Não vou negar, fiquei surpreso em saber que um dos meus
patrões quase morreu por causa de um infiltrado na equipe, agora
entendo o motivo desse excesso de segurança.
— É isso aí pessoal! Se preparem pois os patrões estão a
caminho, vocês sairão em alguns instantes, tomem os seus postos!
— Demétrio vira-se atento a todos e nós o obedecemos.
Paro ao lado do carro junto com Bryan e outros seguranças,
aguardamos pelos nossos patrões e logo os vejo sair empolgado, e
o Sr. Victor parece um pouco mais animado que antes, isso fazum
pequeno e breve sorriso surgir em meu rosto.
Aproximo-me com Bryan e os outros e pegamos as suas
malas colocando-as no porta malas, eles entram no carro com
Arthur e Demétrio, mas apenas Demétrio não seguirá viagem
conosco pois ele é responsável pela equipe que atua na mansão, e
também na empresa.
Entro no carro de trás com Bryan e os outros e assim saímos
da mansão, seguimos para algum lugar e descubro por Bryan que
estamos indo para o hangar particular da família,eles tem uma pista
de pouso e decolagem só para eles, isso é incrível, quem tem
dinheiro parece que tem tudo.
Poucos minutos depois estamos parando em uma ampla
pista na frente de um extenso hangar, de longe consigo ver o hangar
aberto com dois helicópteros, dois jatos de luxo e alguns carros
importados.
— Caralho... Eu sabia que esses caras são muito ricos, mas
não imaginei que fossem tanto... Quem são eles? A encarnação de
Michael Jackson e Elvis Presley? — Comento baixinho mas Bryan
me ouve.
— Ficou impressionado só por ver isso...? Espera até vê as
inúmeras mansões de luxo que essa família tem, eles tem dinheiro
que não acaba mais... Vamos mudar de assunto. — Comenta
admirando o jatinho que estão posicionando na pista.
— Vocês! Ajudem a levar as bagagens para a aeronave,
vamos decolar! — Arthur nos lança um olhar sério e rapidamente
fazemos o que nos foi ordenado.
Ainda estou impressionado, mas é melhor não me
impressionar tanto, não posso perder esse emprego.
Depois de colocar as nossas malas na aeronave vejo a
família Patterson subir a bordo, mas também percebo mais a diante
o Sr. Victor hesitar em subir na aeronave. Vou ao seu encontro e ele
parece pensativo, então lhe estendo a mão.
— Posso levar a sua bagagem, Sr. Victor? — Pergunto atento
e o vejo suspirar.
— Claro! Obrigado.
Ele me entrega a sua mochila e vai em direção a aeronave,
vejo lá de dentro o seu pai apreensivo por ainda perceber a tristeza
do filho. O rapaz sobe na aeronave e os seguranças sobem logo
atrás, ficopor último mas paro quando vejo um carro se aproximar,
mas reconheço o carro do Sr. David. Ele para o carro ao lado dos
carros em que viemos e sai do mesmo apressado.
— Esperem! Esperem por mim! — Pede correndo em direção
a aeronave. Vejo o Sr. Victor sair do mesmo correndo até o irmão.
— David! Que bom que você veio! — Eles se abraçam
empolgados mas logo sobem a bordo.
O rapaz parece mais animado agora que o irmão chegou,
eles parecem bem unidos e isso me deixa contente.
— Irmão! Não acredito, você vai com a gente? — A Srta.
Emma faz o mesmo pulando nos braços do irmão.
— Não vou poder ficar por muito tempo, mas pelo menos o
finalde semana vamos passar juntos. — Ele se acomoda ao lado da
irmã de frente para o Sr. Victor.
Acomodo-me no fundo da aeronave junto com Bryan e alguns
dos seguranças que vão conosco, os outros vão em uma segunda
aeronave pois não dá para irmos todos juntos, afinal, somos muitos.
De longe vejo o Sr. Victor olhando pela janela pensativo, mas
o irmão puxa assunto o fazendosorrir, não tem como negar, ele tem
um belo sorriso e não é antipático como pensei que fosse, ele é
lindo, no entanto estou ciente de que desejá-lo é sonhar alto
demais. Victor Bennet Patterson é muita areia para o meu
caminhão, mas não me importaria em dar algumas viagens só para
tê-lo para mim.
— É impressão minha ou você está de olho no Sr. Victor? —
Ouço Bryan ao meu lado e engulo a seco olhando pela janela do
jatinho.
— Não é impressão sua, eu estou realmente de olho nele. Eu
estou sendo pago para isso, se lembra? — Tento desconversar mas
o vejo me encarar desconfiado.
— Você entendeu o que eu quis dizer. Você também é gay?
Está interessado no filho do chefe? Pode confiar em mim? Eu não
tiro a sua razão, se for para arrancar uma grana desse povo, até eu
viro viado... Mas eu estou de olho na mocinha, essa gracinha ainda
vai ser minha. — Bryan Sussurra só para eu ouvir e seu comentário
não me agrada.
— Não sou homem de me interessar por alguém por dinheiro,
não sou cafetão... E eu não sou viado, eu sou gay! Entre viado e
gay há uma diferençamuito grande mas acho que você não é capaz
de entender isso. E que fique bem claro, eu não estou interessado
no filho do nosso chefe, estou aqui para fazer a segurança dele,
apenas isso e você devia fazer o mesmo! — Rebato em um tom
firme mas baixo o suficiente para apenas ele me ouvir.
— Relaxa, cara! Eu não falei por mal, desculpa aí? — Ele
encara-me sério e vejo que ele não gostou da minha resposta.
Encaro novamente o Sr. Victor e ele está distraído
conversando com os irmãos, mas percebo que a Srta. Emma olha
discretamente para Bryan. Encaro-o mais uma vez e ele tem um
sorriso malicioso para a menina, não sei o porquê, mas estou tendo
uma má impresso de Bryan depois de ouvir o que ele disse, pode
ser coisa da minha cabeça, mas não me custa nada ficar de olho
nele.
A aeronave levanta vôo e logo estamos a caminho de sabe
se lá onde, sou novato e o rumo da viagem dos nossos patrões não
é da minha conta, então apenas tento relaxar e descansar a mente
até chegarmos ao nosso destino.
Olho brevemente na direção dos nossos patrões e eles estão
conversando atentos ao Sr. Victor, ele parece mais animado
conversando com os irmãos e hora ou outra ele conversa com os
pais também. Ele olha na minha direção encarando-me atento, mas
logo desvia o seu olhar para a janela da aeronave, espero ele voltar
a olhar para mim mas isso não acontece, ele se ajeita bocejando e
vira-se para ao lado.
"Falasério,Matt!Você queriaque eleprestasseatençãoem
você? Esse garotoé podre de ricoe não vaiolharpara um simples
empregado."
Disso eu já sabia, não precisava me lembrar! Discuto com o
meu subconsciente e respiro fundo, tentando não pensar em
besteiras, mas estou satisfeito por ele ter me ouvido e aceitado vir
nessa viagem, ele precisa reagir depois do que e acho que essa
viagem pode ajudar.
Capítulo 10

ALGUMAS HORAS DEPOIS...

Chegamos na nossa casa de praia no Havaí e realmente


esse lugar é incrível, esse lugar é o paraíso e estar aqui me faz
muito bem. Todos foram para os seus quartos e eu fico com uma
das suítes com vista para a praia, esse quarto é maravilhoso e todas
as vezes que viemos para cá, eu sempre fico nele.
— Vic! Estamos te esperando na praia, não demora! Vamos
entrar na água. — Ouço a voz de David parado na porta do quarto
mas ele sai antes que eu possa dizer algo.
— Espera, David! Você ficou maluco? Já é noite e a água
deve estar fria! — Corro atrás dele contestando mas ele não para.
— Fala sério! Está com medo da água fria?Não se preocupe,
vou pedir a Deus para aquecer a água para você. — O infeliz
gargalha me fazendo revirar os olhos.
— Seu cretino! Eu te odeio! — Resmungo sorrindo e ele para
com uma sobrancelha erguida. Paro também.
— Você o quê...? Repete se tem coragem? — Ele vem na
minha direção e eu arregalo os olhos dando passos para trás.
— Não é nada, eu disse apenas que te amo e você é o
melhor irmão do mundo! — Corro para o meu quarto gargalhando e
tento fechar a porta, mas ele coloca o pé me impedindo de fechar.
— Me desculpa David? Eu estava brincando... Ahh... Me põe no
chão! David! O que vai fazer? Me desculpa! — Grito entre
gargalhadas e ele me joga nos ombros correndo comigo para fora
da casa.
— Cuidado crianças! — Ouço papai Scott mas David não dá
a mínima.
— Quero ver você repetir que me odeia! Vamos! Não tem
coragem? — David corre comigo para água e se joga comigo ainda
em seus ombros.
Vamos para o fundo e voltamos gargalhando e isso me faz
um bem enorme. Pulo em cima de David tentando pegá-lo mas ele é
mais rápido e foge de mim, a nossa irmã se junta a nós na farra e
nem vimos o tempo passar, os nossos pais ficam da varando da
casa nós admirando abraçados, acenando para nós.
O nosso início de noite foi incrível mas logo saímos da água
quando a empregada vem nos avisar sobre o jantar, fomos cada um
para os seus quartos tirar a roupa molhada e tomar um banho para
tirar a areia do corpo. Sorrio pela farra que fizemos na água, foi
maravilhoso e eu adorei.
Já de banho tomado e arrumado, eu saio do quarto descendo
até a sala, olho em direção a praia e vejo ao longe um homem
fazendo massagem cardíaca em alguém, paro para ver melhor e
reconheço o meu guarda-costas. Corro até lá pensando ser alguém
conhecido e vejo que ele está tentando salvar um garotinho, de mais
ou menos dez anos de idade que parece ter se afogado.
— Meu filho! Meu Deus salvem o meu filho? Por favor? —
Grita uma mulher desesperada andando de um lado para o outro.
— Meu Deus o que houve? O que aconteceu filho? —
Assusto-me com papai Scott abraçando a minha cintura.
— Eu não sei direito papai, mas o menino se afogou e o meu
guarda-costas está tentando salvá-lo. — Explico apavorado com a
cena a minha frente.
Meu pai fica atento assim como eu, de repente o menino
começa a tossir cuspindo toda a água que havia ingerido, mas ele
parece fraco e desorientado.
— Meu filho... Oh meu Deus... Meu filho está vivo! Meu filho
está vivo! Obrigada! Você salvou o meu filho... Obrigada! — A
mulher ajoelha-se ao lado do filho puxando-o para os seus braços
chorando emocionada.
— Ele precisa ir para um hospital, senhora, ele está fraco,
engoliu muita água e precisa de atendimentos médicos. — Explica o
meu guarda-costas levantando-se ainda com a sua atenção no
menino.
Eu ainda não havia reparado nele com tanta atenção como
agora, ele é um homem muito bonito, loiro alto, forte e tem os olhos
azuis, a julgar pelos músculos através da camisa molhada, ele
também é bem forte, como é mesmo o nome dele?
Saio dos meus pensamentos com as pessoas batendo
palmas agradecendo por ele ter salvo o menino. Ele aproxima-se de
nós apreensivo.
— Me desculpe, Sr. Patterson, sei que estou aqui para cuidar
única e exclusivamente da segurança do seu filho, mas eu não
podia ficar parado vendo esse garotinho se afogando, a minha
consciência não me deixaria tranquilo se eu permitisse isso. — Vejo
nos seus olhos o quanto ele está preocupado com a nossa reação,
mas antes que meu pai diga algo, eu me adianto.
— Se você não tivesse salvo a vida dessa criança, eu mesmo
demitiria você por ter ficado de braços cruzados, ele é só uma
criança e pelo visto estava sozinho sem um adulto por perto...
Parabéns pela sua atitude. — Afirmoem um tom seguro mas sinto o
meu rosto esquentar, ele encara-me tão fixamente que me deixa
perdido.
— Faço das palavras do meu filho as minhas, Sr. Ragazzi, a
sua atitude foi louvável e eu não esperava menos de você... Agora
vá se troca, você está encharcado. — Meu pai divide a sua atenção
entre o meu guarda-costas e a mãe desesperada com o filho nos
braços.
Vejo outras pessoas aproximando-se para ajudar a mulher a
levar o garoto.
— O que houve, papai? Que confusão foi essa? — Ouço
David parado ao meu lado.
— O Sr. Matthew Ragazzi acabou de salvar um garotinho que
se afogou,mas ele está bem graças ao Sr. Matthew... Vamos entrar,
meus filhos, o pai de vocês está nos esperando para jantarmos. —
Explica guiando-nos de volta para casa.
Olho para trás e vejo meu irmão e Matthew conversando, ele
tira a camisa me confirmando os seus músculos bem visíveis, paro o
admirando com mais atenção.
— O que foi filho? Você ficoubem impressionado com o que
houve, não é, querido? — Meu pai chama a minha atenção e eu
coro ainda mais.
— Sim, papai, eu fiquei bastante impressionado, era só uma
criança e o desespero daquela mulher é angustiante. —
Desconverso para ele não perceber que a minha atenção estava no
meu guarda-costas, e não no garoto que já está bem junto a sua
família.
Arrasto o meu pai para dentro de casa e seguimos direto para
mesa, minha irmã já está comendo e meu pai Gael de braços
cruzados pensativo.
— Onde vocês estavam? Aconteceu alguma coisa? Cadê
David? — Pergunta assim que nos sentamos a mesa.
— Um garotinho se afogou e o Sr. Ragazzi o salvou, David
está na praia conversando com ele. — Explica meu pai Scott
enquanto se serve o prato do meu pai Gael e eu me sirvo também.
— Só pais irresponsáveis deixam uma criança sozinha na
praia, é noite e poderia não ter ninguém para salvá-lo, essa criança
deu muita sorte por Matthew encontrá-lo no escuro. — Comenta
indignado e ele tem toda razão, se não fosse pelo Sr. Matthew esse
garotinho teria morrido.
David aparece se juntando a nós na mesa e começamos a
comer enquanto conversamos sobre o ocorrido na praia, vejo minha
irmã distraída mexendo no celular mas o nosso pai Gael chama a
sua atenção por isso, rapidamente ela larga o celular.

O nosso jantar foi maravilhoso e acabamos esquecendo o


incidente na praia agora pouco, meus irmãos e meus pais estão
muito carinhosos comigo, a nossa família é muito unida e amorosa,
mas sei que esse excesso de carinho e atenção é para que eu
esqueça o que houve com Thiago, mas acho que não vou conseguir
superar isso nunca.
Ainda é difícil para mim acreditar que ele foi capaz de fazer
uma monstruosidade daquelas comigo, eu gostava dele, eu
acreditava que o nosso lance só não deu certo por ele também se
envolver com mulheres, eu acreditei que ele pudesse ser bissexual,
mas a verdade é que tudo não passava de um plano para ele me
humilhar na frenteda faculdade inteira, agora todos vão rir da minha
cara até se cansarem, Thiago ia me estuprar na frente de toda
aquela gente sem se importar com nada.
— Victor? Filho o que houve...? Está chorando de novo,
querido! — Saio das minhas lembranças com a voz do meu pai
Scott e vejo todos na mesa atentos a mim.
— Não é nada, papai, não se preocupe... Eu já terminei o
jantar, vou para o meu quarto. Com licença. — Levanto-me já saindo
da mesa e subo a escada correndo.
— Filho espera! Victor! — Ouço meu pai Gael mas não paro
para ouvi-lo.
Entro no meu quarto correndo e tranco a porta, me jogo na
minha cama e me cubro até a cabeça não querendo ver e nem ouvir
ninguém, eu só quero ficar sozinho.
— Victor, abre a porta...! Por favor vamos conversar, meu
irmão? Abre a porta, vai? — Ouço a voz de David seguida por
batidas na porta.
— Victor? Maninho abre a porta? A gente não quer ver você
assim, vamos conversar? — Ouço também a minha irmã mas eu
não me mexo.
Não respondo pois não quero conversar agora, eu só quero
ficar sozinho. Eles insistem mas não respondo então desistem,
choro lembrando-me das vezes que beijei aquele canalha
imaginando que poderíamos ter um relacionamento, por vezes ele
tentou transar comigo e por vezes eu não me senti pronto para isso,
com toda certeza eu iria me arrepender se tivesse me entregando
aquele canalha miserável.
Passo longos minutos chorando me sentindo um idiota por ter
confiado naquele filho da mãe, me sentindo ingênuo demais por
confiar tão cegamente nas pessoas, mas a partir de agora eu não
vou mais ser assim, vou ser mais desconfiadopara não cair em uma
nova armadilha como aquela. Não é porque eu sou gay que mereço
ser tratado daquela maneira.
Meus pais são gays e eu amo-os exatamente como eles são,
não sinto falta de ter uma mãe pois eu já tenho tudo com eles, os
meus pais me dão tudo que eu preciso ter, amor, carinho, educação
e os seus ensinamentos, e eu sou feliz com isso, sou feliz com eles.
Capítulo 11

Ando pela praia ainda escura verificando a área, mas está


tudo tranquilo por aqui, todos já estão dormindo então acho que já
posso me recolher e descansar um pouco.
Volto em direção a casa e entro para verificarse está tudo ok,
passo pela varanda e tropeço em uma garrafa de tequila ao lado de
uma confortável poltrona. Surpreendo-me por ver o Sr. Victor de
shortinho e uma camiseta fina, vindo da sala com uma garrafa de
tequila bebendo no gargalo.
— Sr. Victor? O que faz acordado a uma hora dessas? —
Percorro os meus olhos pelo seu corpo e volto para o seu rosto.
Ele passa por mim indo em direção à praia, mas seguro o seu
braço o impedindo de ir.
— Me solta! Eu preciso dar um mergulho... Está calor e eu
preciso me refrescar... — Diz enrolando a língua de tão bêbado e se
solta de mim seguindo em direção à praia.
— Me desculpe, Sr. Victor, mas não está calor, e o senhor
não pode entrar na água bêbado desse jeito... — Seguro novamente
o seu braço mas ele me interrompe.
— Para de me chamar de senhor...! Eu não suporto ser
chamado assim, você sabe o meu nome então me chame por ele...
Droga...! Cadê a escada que estava aqui...? AHHH... — Esbraveja
se soltando novamente de mim, mas pisa em falsoe vai de encontro
ao chão.
Consigo puxar a sua mão e trazê-lo para o meu corpo
impedindo a sua queda, seus lábios são ainda mais convidativos
assim de pertinho, seu corpo está trêmulo e a sua pele arrepiada,
ele me olha atento nos olhos e de repente se altera tentando se
soltar de mim.
— Não...! Você não! Você não vai fazer aquilo comigo de
novo...! ME SOLTA! ME SOLTA THIAGO! ME SOLTA THIAGO...!
PAPAI! PAPAI! — Grita empurrando-me para longe e corre em
direção a praia, mas corro atrás abraçando o seu corpo.
— Se acalme, Sr. Victor! Sou eu, Matthew! — Ele tenta mais
uma vez correr mas desaba de joelhos na areia chorando
compulsivamente. — Por favor não fica assim...? Sr. Victor? —
Abraço o seu corpo amparando-o em meus braços, mas ele apenas
chora tentando se soltar.
— Victor! Filho? O que houve? O que ele tem? — Ouço a voz
do Sr. Gael vindo correndo na nossa direção.
— Ele está bêbado, Sr. Patterson! Queria entrar na água mas
o impedi... Ele me confundiu com aquele desgraçado do Thiago e
começou a gritar. — Levanto-me com o rapaz no colo e o pai pega-o
dos meus braços.
— Tudo bem, Matthew! Eu cuido dele agora... Obrigado! —
Vejo o rapaz abraçar o pescoço do pai com tanta força como se
estivesse com medo.
Não vou negar, estou puto e desejando ardentemente
quebrar as pernas e os braços daquele delinquente chamado
Thiago, eu quero destruir a vida daquele filho da puta!
O Sr. Patterson entra na casa com o filho ainda chorando e
vejo o Sr. Scott e o Sr. David vir ao encontro deles, preocupados, os
pais entram com o rapaz mas David vem na minha direção, furioso.
— Matthew! Precisamos conversar! — Vejo a fúria nos seus
olhos enquanto ele para na minha frente. — A sua ajuda ainda está
de pé? Consegue me ajudar a dar um jeito naquele infeliz? —
Pergunta entre dentes em um tom firme e decidido, eu sorrio de
lado.
— Pensei que não fosseme pedir isso nunca! Tenho os meus
contatos, no máximo até amanhã o senhor terá a confirmação. —
Concordo decidido e ele puxa a respiração.
— Perfeito! Eu vou te dar uma grana para você pagar quem
ou o que tiver que pagar... — Concorda pegando o celular mas o
interrompo.
— Relaxa, Sr. David! Os caras que eu conheço me devem
um favor, eles não vão cobrar nada e eu só não faço o serviço eu
mesmo, porque preciso desse emprego e não posso me sujar. Pode
confiarem mim! Eu jamais faria nada contra ninguém sem um bom
motivo, eu também já sofri muito na minha adolescência e os caras
que me defenderam são os mesmos que vão me ajudar agora...
Não tenho as costas quente como dizem por aí, mas tenho amigos
dispostos a tudo para fazerjustiça, e só estão presos hoje por existir
pessoas corruptas dentro da lei. Mas enfim, o serviço será feito,
pode ter certeza disso! — Afirmo convicto da minha decisão e olho
em direção a casa antes de encará-lo mais uma vez.
— Você parece ser um cara legal, é por isso que estou te
dando essa chance de mostrar que podemos confiar em você...
Seus amigos e você também devem ter famílias, se vocês não
precisam de dinheiro as suas famílias com certeza precisam, então
depois você me dá o número da sua conta, vou dá um agrado a
vocês, é o mínimo que eu posso fazer. Amanhã conversaremos
mais, eu preciso ver o meu irmão. Tenha uma boa noite, Matthew!
— Ele olha no fundo dos meus olhos antes de se virar indo em
direção a casa.
Tiro o meu celular do bolso, procuro na minha agenda um
número específico e coloco para chamar, no quarto toque alguém
atende mas a chamada fica muda até eu dizer o código.
— Doce lar! Precisoda sua ajuda. — Ando pela praia
afastando-me um pouco mais da casa.
— Fala parceiro!Para você estarme ligandoa uma hora
dessas, com certezaa coisaé séria...Fala aí! — Ouço a voz de
Damian e respiro fundo.
— Preciso resolver um B.O, não tenho como fazer
pessoalmenteentão precisoda sua ajuda... A encomenda está em
um presídiode segurança mínima,eu vou te passar todas as
informações por mensagem. Você consegue me ajudar?— Olho a
minha volta me certificandode que estou sozinho, a chamada fica
muda por uns breves segundos.
— Quer o serviçopara quando? — Pergunta em um tom
decidido.
— Para ontem se forpossível.Estou fazendo um favorpara
um amigo, eleofereceuum agrado peloserviço,a parada é urgente.
— Comento esperançoso de que ele resolva essa situação o mais
rápido possível.
— Bom, você sabe que eu não costumo cobrar nada de
amigos,mas não vou negar, esse agrado viráem boa hora. Preciso
que você envie esse agrado para minha mulhere meu filho, eles
estão precisando,irmão...Quanto ao serviço,considerefeito!No
máximo até de manhã você receberáa confirmação.— Respiro
aliviado e olho em direção a casa, lembro-me daquele choro de
desespero do Sr. Victor.
— Perfeito, irmão!Obrigadopelaajuda...Se precisar de mim,
você sabe como me encontrar ... Ficafirme!— Despeço-me dele e
encerro a ligação.
Começo a preparar a mensagem com todas as informações
que Damian vai precisar, em menos de cinco minutos eu envio a
mensagem e vou descansar, amanhã eu saberei se o serviço foi
feito e se finalmente Victor Bennet Patterson terá paz desse
pesadelo.
Entro na varanda da casa e sigo pela lateral do jardim até a
casa dos fundos, a casa dos empregados. Entro em casa e vejo
Bryan e alguns dos seguranças largados no sofá, uns assistindo TV
e outros dormindo feitobebês. Passo direito em direção aos quartos
e vou até a minha mochila, sigo para o banheiro e tomo um banho
pouco demorado, me troco e vou para um dos quartos.
Eu tenho uma boa resistência física e consigo pernoitar
tranquilamente sem cair de sono, mas vou aproveitar que tem
muitos dos nossos homens acordados para cochilar um pouco, se
houver alguma emergência eu tenho o sono leve e sei que vão me
chamar.
Acomodo-me em uma das camas de solteiro e me pego
pensando no acontecimento de agora pouco, porque ele me
confundiu com aquele otário do Thiago? Porque ele bebeu tanto
daquele jeito?
Perco-me em pensamentos e acabo adormecendo, durmo
um sono tranquilo e me permito sonhar, um sonho tão bom. Sonho
com a minha família em um almoço de domingo, todos reunidos, eu
e meu irmão sorrindo com os nossos pais contando as suas
histórias engraçadas, sinto falta de passar mais tempo com eles,
mas eu preciso trabalhar e só os verei na minha folga em alguns
dias.
Meu irmão tem 23 anos e está terminando o seu curso de
medicina, ele sim é um orgulho para os nossos pais pois ele não se
arrisca como eu e minha mãe vive pegando no meu pé por isso,
mas eu preciso dar uma vida mais confortávela eles e para isso eu
preciso ralar, e o trabalho de segurança me rende uma boa grana,
eles pagam super bem, afinal, estamos arriscando as nossas vidas.
Meus pais já estão de idade mas ainda não se aposentaram,
minha mãe é dona de casa e meu pai trabalha em uma oficina
mecânica para conseguir pagar os estudos do meu irmão Richard, e
eu preciso ajudar nas despesas de casa e também tenho a minha
vida, também tenho a minha casa e os meus próprios gastos. Eu
trabalho demais e quase não paro em casa, minha mãe vive
pedindo para eu voltar a morar com eles, mas não tem lógica
alguma nisso pois não tenho liberdade para levar as minhas
paqueras em casa.
Meus pais são super liberais comigo e meu irmão, eles
sempre aceitaram bem a minha orientação sexual e isso me faz
amá-los ainda mais, isso fazeu me esforçar ao máximo para dar o
melhor a eles, e eu darei o melhor a eles.
Capítulo 12

— Eu quero ir pra casa papai...? Por favorme leva pra casa?


Eu não devia ter saído de lá... Não me sinto seguro fora de casa...
Eu queria me trancar em um cofree esquecer a senha para nunca
mais sair de lá... — Choro embolando língua e sem conseguir
enxergar nada a minha frente.
— Não diga bobagens, filho! Você está seguro, meu amor,
nós estamos aqui com você... Meu Deus o que deu nele para beber
tanto? — Meu pai Scott junto com o meu pai Gael me seguram
embaixo da água friae eu sinto o meu corpo trêmulo, arrepiado pelo
frio.
— A minha vida não vai ser mais a mesma, papai... Ninguém
naquela faculdade vai me olhar com os mesmos olhos, eu não vou
mais voltar naquele lugar... Vocês precisam me tirar de ela, papai!
Por favor...? Me tira de lá? — Imploro tentando conter as minhas
lágrimas e vejo meu pai Gael sério andando de um lado para ao
outro.
— Tudo bem, filho, será como você quiser mas eu não quero
mais ver você assim! Chorando! Bebendo desse jeito porque você
não é assim! Eu quero o meu filho alegre, sorrindo como antes e
fazendoas suas piadas... Droga! Eu preciso fazeralguma coisa ou
eu não vou ficar tranquilo. Coloca o nosso filhona cama, Scott, eu já
volto! — Meu pai se altera e eu me sinto mal por estar dando
trabalho a eles.
— O que você vai fazer Gael...? Eu confio em você, faça o
que tiver que fazerpara trazer a paz do nosso filhode volta! — Meu
pai Scott pega um roupão para eu vestir e meu pai Gael sai sem
dizer mais nada. Ele parece furioso.
Tento aos poucos conter o meu choro e visto o roupão, meu
pai Scott me carrega até o quarto e eu me jogo na minha cama
vendo tudo rodar.
Meu pai traz uma roupa para eu me vestir e assim o faço,
acomodo-me melhor na minha cama e abraço o meu travesseiro, a
imagem dele vem na minha mente, o seu sorriso debochado
enquanto tenta me violentar na frente daquelas pessoas me
entristece mais uma vez.
— Papai...? Fica comigo até eu dormir? Por favor...? Eu não
quero ter outro pesadelo com aquilo. — Estendo-lhe a mão e ele
suspira vindo se deitar ao meu lado, puxando-me para os seus
braços.
— Vou conversar com Gael, amanhã mesmo voltaremos para
casa... Eu disse a ele que essa viagem não era uma boa ideia,
entretanto, pensamos que essa viagem fosse te fazer bem. —
Comenta tocando os meus cabelos com tanto carinho.
— Não, papai! Eu não vou estragar a nossa viagem... Me
perdoa por estar dando tanto trabalho a vocês, mas é que... Eu
nunca me imaginei passando por algo como aquilo, foi vergonhoso
demais ver todas aquelas pessoas compactuando com o que iria
acontecer... Se não fosse por Matthew, Thiago teria me estuprado
na frente daquelas pessoas, ele me usou, disse que gostava de mim
somente para ganhar a minha confiança, e depois me humilhar
daquela maneira... É isso que eu não consigo aceitar... Pensando
melhor, não quero voltar para casa tão cedo, lá eu vou estar ao
alcance dele caso ele decida tentar contra mim outra vez. Vamos
ficar aqui o quanto você e o papai Gael quiserem. — Abraço-o
apertado sentindo o seu coração bater forte no peito, sei que está
preocupado.
— Tenta esquecer tudo isso, meu filho? Eu sei o quanto está
sendo doloroso para você passar por isso, mas não pensa mais
naquele cretino... Se lembra da história que eu e seu pai contamos a
você e seus irmãos? Sobre tudo que eu passei com Rodolfo...? Ele
era o meu pai e tentou me matar por eu ser gay, ele nunca me
aceitou mas em compensação, a sua avó sempre esteve ao meu
lado, ela quase morreu para me proteger e eu só tinha ela por mim,
até conhecer o seu pai... Você não está sozinho, filho, você tem a
mim, o seu pai Gael, os seus irmãos e todos os nossos amigos que
sempre estiveram ao nosso lado. Estou muito triste por te ver nessa
situação, mas nós vamos passar por isso juntos... Todos juntos. —
Sinto um beijo demorado no alto da minha cabeça e meu pai
também me aperta em seus braços.
— Tem espaço para mim nessa cama enorme? Eu também
quero dormir com o meu pai e meu irmão. — Emma entra no quarto
pulando na cama e me abraça por trás, beijando as minhas costas.
— Se ela ficar, eu também vou...! Nem que eu tenha que
dormir nos pés da cama, mas eu também vou ficar!— Surpreendo-
me com David também entrando no meu quarto, se acomodando ao
lado de Emma.
— Eu já faleihoje o quanto amo vocês...? Vocês são incríveis
por me aturar desse jeito... Eu amo a nossa família. — Bocejo
mesmo com um pequeno sorriso e abraço o nosso pai mais uma
vez.
— Nos também te amamos maninho... Agora descansa,
amanhã nós termos um dia incrível para curtirmos na praia. E eu
não aceito não como resposta! — Avisa Emma empolga.
— Falou e disse maninha! Agora vamos dormir, eu estou
morrendo de sono. — David bagunça os meus cabelos e abraça a
nós três nos apertando, eu sorrio me deparando com meu pai Gael
parado na porta do meu quarto.
Ele nos admira atento mas ainda está sério, me sento na
cama e encaro David que tem os seus olhos atentos no nosso pai,
eles apenas acenam um para o outro então o nosso pai aproxima-se
da minha cama, suspirando fundo e me dá um breve sorriso.
— Vem, amor! Tem espaço para você aqui também. O nosso
filho precisa de nós então venha! A cama está quentinha. — Meu
pai Scott dá lugar para meu pai Gael se deitar ao seu lado, eu
sorrio.
Meu pai sorrir acomodando-se na ponta da cama e abraça
papai Scott pela cintura. Conversamos brevemente mas seus olhos
estão atentos em mim.
— Me desculpa, papai...? Não vou estragar a nossa viagem,
pelo contrário. Quando eu melhorar a minha ressaca, quero dar uma
volta de iate, o que acham de um almoço em alto mar? Eu gostaria
muito. — Pego a sua mão com carinho e mais uma vez ele suspira
fundo me dando um pequeno sorriso.
— Tem certeza, filho? Seria maravilhoso passarmos um
tempo juntos em alto mar, na verdade, eu e seu pai já havíamos
programado algo assim para nós, mas ficofelizque você esteja com
a mente aberta para curtirmos esse momento em família... Isso é
perfeito,querido. — Ele se mostra um pouco mais animado e isso já
me tranquiliza um pouco, não quero vê-los tão preocupados comigo.
— Ótimo! Então está combinado, amanhã vamos passar o
dia em alto mar, mas agora vamos dormir porque sei que estão
todos cansado da viagem... Boa noite meus amores! Eu amo vocês.
— Meu pai Scott se aconchega melhor na cama e eu me aconchego
em seus braços.
— Nós também te amamos, papai Scott...! Te amamos papai
Gael! — Dissemos juntos eu, Emma e David.
— Amo vocês, meus filhos...! Amo você minha vida! — Meu
pai Gael abre aquele sorriso amoroso para nós antes de beijar meu
pai Scott.
Papai e David apagam os abajures ao lado da cama e todos
nos aconchegamos melhor uns nos outros, me sinto seguro
novamente então me permito dormir. Durmo um sono tranquilo e
dessa vez eu não sonhei com aquele crápula do Thiago, sonhei
apenas com o nosso passeio em alto mar porque eu amo mesmo
estar na água, e no meu sonho eu estou felizcomo não me sinto a
dias.

Acordo na manhã seguinte ainda sentindo a minha cabeça


girar, não encontro mais os meus pais na cama mas vejo os meus
irmãos dormindo serenamente. Sento-me na cama olhando de um
lado para o outro, resolvo me levantar e faço isso com cuidado para
não acordar David e Emma, não acredito que eles dormiram mesmo
aqui comigo... Espera! Mas porque eles dormiram aqui comigo?
Forço a minha memória para me lembrar de algo e fleshs da
noite de ontem invadem a minha mente, eu bebi muita tequila, quis
entrar no mar bêbado mas o meu guarda-costas me impediu, eu
chorei nos braços dele.
— Oh meu Deus... Não acredito que dei um vexame desses...
Eu quero me bater por isso. — Arregalo os olhos envergonhado e
vou para o banheiro esfregando as mãos no rosto.
Entro na água fria para terminar de acordar mas não me
demoro muito, a água não está tão fria pois aqui a temperatura é
diferente de Seattle, lá faz bastante frio mas aqui é quente.
Depois do banho eu me seco e vou para o meu closet, visto
uma cueca e um short não muito curto, visto também uma camiseta
confortávele arrumo os meus cabelos me deparando com os meus
olhos inchados de tanto que chorei ontem. Merda! Eu estouhorrível!
Pego um óculo de sol e calço um chinelo havaianas, saio do
quarto deixando os meus irmãos na minha cama e desço até a sala
de refeições, as empregadas ainda estão arrumando a mesa do
café e meus pais ainda não desceram.
Olho de um lado para o outro e não vejo mais ninguém, saio
até a varanda e o sol ainda está nascendo, uma bela imagem para
se apreciar, mas ainda me sinto envergonhado pelo que houve
ontem então decido ir falar com o meu guarda-costas, com certeza
ele já está de pé então sigo até a casa dos empregados.
Saio da casa principal e vou até a casa dos fundos, a porta
da frente já está aberta então entro me deparando com alguns dos
empregados jogados no sofá, mas eles se levantam assim que me
vêem.
— Sr. Victor? Bom dia! Precisa de algo? — Bryan me
cumprimenta enquanto eu permaneço parado na porta.
— Bom dia a todos! Eu preciso falar com o Sr. Ragazzi. —
Cumprimento-os também sentindo-me um idiota por estar aqui.
Não sei como todos eles não apareceram na praia com o
meu vexame de ontem, a minha vergonha seria ainda maior.
Capítulo 13

— Ele está no quarto, Sr. Victor, a terceira porta a esquerda,


pode ir até lá. — Um deles aponta para o corredor e eu olho na
mesma direção.
— Obrigado! Com licença. — Entro na casa e vou em direção
ao corredor.
Sigo até a porta indicada e bato duas vezes até ouvir um
entre! E assim eu faço,não vejo ninguém, mas de repente ele sai do
banheiro só de cueca enquanto seca os cabelos, o meu queixo vai
no chão.
— Puta merda...! Me desculpa? Eu não sabia que estava se
trocando, eu... Eu só... Esquece, eu falo com você outra hora...
Ofego por admirar o seu corpo tão descaradamente, mas
viro-me para sair dali apressado e quando chego na porta, ele
segura o meu braço.
— Ei? Relaxa! Agora estamos quites... Eu vi você de cueca e
agora você me viu também. — Ele me puxa sutilmente me fazendo
encará-lo.
O infeliz tem uma sobrancelha erguida e um sorriso atrevido
de lado me deixando ainda mais envergonhado. Encaro-o sério
esforçando-me ao máximo para não encarar o seu corpo, não tem
como negar, ele tem um corpo perfeito.
— Eu não vim aqui para vê-lo de cueca, Sr. Ragazzi...! Vim
apenas me desculpar pelo trabalho que lhe dei ontem à noite, e
agradecer por me impedir de fazer uma estupidez... Droga...! É
melhor você colocar uma roupa, com licença! — Ofego soltando-me
do seu braço para sair, mas novamente ele me segura pelo braço.
— Espera! Você está bem? Está melhor? — Ele aproxima-se
mais e por algum motivo isso está me deixando tenso.
Ele está mesmo preocupado comigo? Os outros seguranças
que tive não se interessavam em sabe se eu estava bem, depois de
algo acontecido.
— Sim... Estou bem, obrigado por perguntar... Vamos passar
o dia no mar, então é melhor se vestir...! Vamos sair logo, com
licença. — Ele aproxima-se mais encarando a minha boca e isso me
deixa confuso.O que deu nesse cara?
Apresso-me para sair do seu quarto e saio da casa sem olhar
para trás, o que esse cara pensa que estava fazendo? Porque ele
me encara daquela maneira? Porque isso me deixou tão confuso?
Não é porque eu sou gay que todos a minha volta são
também. Droga!
Entro de volta na casa principal e vou em direção a escada,
mas paro quando ouço alguém me chamar.
— Victor! Filho, onde você estava? Porque acordou tão
cedo? — Viro-me encarando o meu pai Gael em pé na varanda com
uma xícara de café na mão.
— Papai... Bom dia! Eu fui ver o Sr. Ragazzi... Fui agradecer
por ele ter me impedindo de entrar na água ontem à noite, se não
fosse por ele com certeza eu teria me afogado, como aquele
garotinho de ontem... Por falar nele, será que ele está bem? —
Confesso aproximando-me dele pensativo mas seus olhos estão
atentos em mim.
— Não se preocupe tanto, com certeza ele deve estar bem...
Seu pai me contou que você mudou de ideia, que pretende
prosseguir com a nossa viagem... Tem certeza que você quer ficar?
Está se sentindo melhor em relação a tudo aquilo? — Meu pai
aproxima-se sem desviar os seus olhos de mim, mas ainda vejo
aquela mesma preocupação de antes.
— Eu não vou me sentir melhor tão cedo, papai, mas eu não
posso parar a minha vida por causa disso, não posso me isolar do
mundo e das pessoas que me amam por causa de alguém que não
merece o meu sofrimento... Vou tentar seguir a minha vida
normalmente sem me deixar abalar, afinal, eu tenho a minha família
ao meu lado e isso me basta para não me deixar abater... Eu amo
muito vocês, papai. — Desabafo pensativo mas ao mesmo tempo
decidido. Meu pai respira fundo puxando-me para um abraço
apertado.
— Esse é um verdadeiro Patterson! Não se deixa abater
assim tão fácil,e quando cai, se levanta decidido a continuar... Nós
também te amamos meu filho, e sempre vamos está ao seu lado,
sempre vamos te apoiar, ouviu bem...? — Retribuo o seu abraço
também o apertando mas sinto alguém me abraçar por trás beijando
o meu ombro.
— Independente de qualquer coisa, nós sempre vamos estar
com você, querido... Estou muito feliz que você esteja decido a
aproveita a nossa viagem, a gente pode não conseguir fazer você
esquecer o que houve, mas com certeza vamos viver com você
momentos maravilhosos. — Solto-me do meu pai Gael para abraçar
meu pai Scott.
— Obrigado, papai! Vocês são os melhores pais do mundo...
Mas eu também tenho os melhores irmãos do mundo, não tem
como não amar essa família. — Solto-me do meu pai quando vejo
David descer a escada arrumando os cabelos.
— Acho bom mesmo! Porque ontem você teve a audácia de
dizer na minha cara que me odeia... Brincadeiras à parte, eu
também sou muito feliz com a família que temos, e eu também
tenho os melhores irmãos do mundo, porque somos mais que
irmãos, somos amigos, cara! — David aproxima-se me abraçando
tão forte que por pouco não quebra a minha espinha.
— Meu Deus, David! Você não acha que está malhando
demais? Minha nossa, quase me quebrou no meio. — Faço careta e
ele gargalha mostrando os seus músculos.
— As garotas gostam de homens fortes, por isso eu malho
tanto... Thais não reclama nem um pouco. — Ele sorrir largamente
ao falar da sua namorada.
— Por falar em Thais, porque ela não quis vir com você? Ela
ainda está viajando com a mãe dela? — Pergunto curioso.
— Ela chega de viagem em dois dias, por isso não vou poder
ficar muito tempo, amanhã à noite estou voltando pra casa para
buscar a minha gata. — Comenta todo bobo, David é apaixonado
naquela mulher, mas além de linda ela é uma pessoa incrível.
— Está perdoado... Quando vê-la diz que mandei um beijo...
Bom, eu vou tomar café da manhã, estou faminto. — Lhe dou um
breve sorriso e viro-me para sair, mas vejo o meu guarda-costas vir
na nossa direção já devidamente arrumado.
Lembro-me daquele peitoral nu e aqueles músculos
definidos, aqueles olhos azuis tão pertinhos de mim. Coro
envergonhado enquanto ele aproxima-se.
— Bom dia, Sres. Patterson...! Com licença, Sr. David,
podemos conversar um instante? Eu serei breve para não atrapalhar
o seu café da manhã. — Ele encara fixamente o meu irmão e o
mesmo concorda rapidamente.
— Claro! Vamos até o escritório do meu pai. — David segue
na frente e Matthew segue logo atrás.
Encaro os meus pais e vejo meu pai Gael seguir atrás deles.
Encaro meu pai Scott confuso sem entender o que houve aqui. Será
que a nossa segurança foi comprometida? Será que aconteceu
alguma coisa grave para eles estarem reunidos?
— Está tudo bem, papai? Aconteceu alguma coisa? —
Pergunto curioso.
— Está tudo bem, filho, não se preocupe... Se for o que eu
estou pensando, depois o seu pai Gael e seu irmão vão conversar
com você, mas eu não posso dizer mais nada além disso, então
vamos tomar o nosso café da manhã... Sua irmã ainda está
dormindo então ela vai demorar. — Ele abraça a minha cintura e
guia-me até a sala de refeições.
Nós acomodamos e começamos a comer, mesmo
preocupado com naqueles três homens lindos conversando a sós.
Pego-me lembrando daquele loiro alto seminu, aqueles braços
fortes e aquele peitoral definido não saem da minha mente, e eu
nem olhei por muito tempo, mas não posso negar, ele é realmente
muito bonito.
Meu Deus o que estou fazendo? Eu não posso me interessar
pelo meu guarda-costas, não é porque eu sou gay que ele também
é, eu acabei de passar por um momento traumático com Thiago e
não quero arranjar mais problemas para mim.
— O que foi, meu filho? Porque está vermelho...? Quer
conversar? — Saio dos meus pensamentos com o meu pai atento a
mim.
— Está tudo bem, papai, não se preocupe... É só que... Me
desculpe, não sei se devo falar sobre isso, é bobagem. — Sinto o
meu rosto queimar de vergonha mas ele não desvia os olhos de
mim.
— Bobagem ou não, nós sempre conversamos sobre tudo,
sempre nos aconselhamos e nunca tivemos segredos um com o
outro... Mas se você não quer conversar, eu vou respeitar a sua
decisão. — Meu pai lança-me um olhar desconfiado mas não diz
mais nada.
— Tudo bem, papai... Aconteceu algo que não sei explicar,
algo inesperado... O meu guarda-costas, o Matthew, ele me olha de
um jeito que me deixa confuso, sem saber se ele é gay ou não... Eu
procurei o Sr. Ragazzi agora de manhã para agradecer por ele ter
me impedido de entrar na água ontem, mas o encontrei de cueca,
me peguei reparando no seu corpo e isso me deixou tenso, me
deixou confuso e nervoso, não sei explicar. — Conto ainda mais
envergonhado por admitir tudo isso, ele sorrir carinhosamente.
— A gente não escolhe por quem se interessar, meu filho,
simplesmente acontece independente de raça, cor, classe social ou
orientação sexual... Mas não conhecemos esse rapaz e você
passou por algo terrível nos últimos dias, então não sei se é uma
boa ideia você demonstrar interesse nesse rapaz nesse momento,
você me entende, querido? — Diz com cautela para não me
magoar, mas no fundo sei que ele tem toda razão.
— Fica tranquilo, papai, eu não estou interessado em
ninguém, e também não quero me envolver amorosamente com
ninguém... Tudo que eu quero nesse momento é focar a minha
atenção nos estudos, e seria perfeito se eu pudesse estagiar na
empresa com você e o papai Gael... Por favor?Me deixe trabalhar?
— Afirmo um pouco mais tranquilo por ter desabafado, mas ele
ergue uma sobrancelha quando falo em trabalhar.
— Sinto muito, Vic, mas sobre esse assunto você terá que
falar com o seu pai Gael, você já sabe a minha opinião sobre isso...
Não quero você trabalhando agora, você ainda é muito novo, meu
filho, aproveite mais a vida, o seu tempo e seus amigos antes de se
prender em trabalho. — Ele dá uma longa golada no seu cafésem
desviar a sua atenção de mim.
Capítulo 14

— Mas você disse que começou a trabalhar cedo, então eu


também quero começar a trabalhar. Eu preciso ocupar a minha
mente, papai, não sei quanto tempo vou levar para superar o que
aconteceu, não sei se um dia vou ficar frente a frente com aquele
canalha outra vez, mas se isso acontecer eu quero estar preparado
para enfrentá-lo de cabeça erguida... Sei que você acha que sou
forte, mas eu quero ser ainda mais forte que isso. Eu quero ser
como você, quero ser como o papai Gael e até mesmo como David.
Vocês são decididos, são firmes no que querem e no que não
querem, e eu não quero mais ser tão ingênuo como já jogaram na
minha cara... Eu não pedi para ser assim, eu não escolhi ser assim
mas eu me amo exatamente como eu sou, e eu quero ter a
segurança que você e o papai tem... Preciso conviver mais com
vocês, então me deixe trabalhar perto de vocês? Por favor fala com
o papai? — Seguro a sua mão sobre a mesa esperançoso de que
ele reconsidere a sua opinião.
— Em primeiro lugar! Eu só comecei a trabalhar cedo porque
não tive escolha, eu precisava ajudar a sua avó, eu nem sonhava
com uma vida como a que eu tenho hoje, por isso quero que você e
seus irmãos aproveitem mais a vida de vocês sem trabalhar tanto.
Em segundo lugar! Eu estou orgulhoso de você por se aceitar e se
amar exatamente como é, esse é você, é a sua essência, filho. E
você não é assim tão ingênuo o quanto pensa, você é mais forte
que eu na sua idade, você também é decidido, também sabe o que
quer e o que não quer, você confia demais nas pessoas e nós
somos muito parecidos em muitas coisas, principalmente nisso, na
confiança...Você não vê maldade nas pessoas assim como eu não
via, mas eu aprendi muito com o seu pai, e você vai aprender com
nós dois. O seu pai é um homem maravilhoso, se espelhe nele e
você será um grande homem, você será uma pessoa tão incrível
quanto ele. — Seus olhos brilham ao falar do papai Gael, sua pele
ilumina de um jeito que não sei explicar e isso é incrível.
— Obrigado pela consideração, meu amor, mas não se
desmereça, você também é uma pessoa extraordinária de tão
especial, e sei que os nossos filhos serão como você. — Assusto-
me com a voz do meu pai Gael parado na porta, nos admirando com
um sorriso amoroso.
Meu pai vem até nós acomodando-se a mesa e meu irmão
faz o mesmo, vejo Matthew parado na porta e ali mesmo ele fica
olhando-me de um jeito que não sei decifrar. Lembro-me que ele
estava até agora com meu pai e meu irmão.
— Está tudo bem, papai? Aconteceu alguma coisa? A nossa
segurança foicomprometida? — Pergunto curioso e ele olha de mim
para o meu irmão e depois olha para o meu pai Scott antes de voltar
a sua atenção para mim.
— Precisamos conversar, Victor, nós estamos vendo o
quanto você ainda está afetado com o que aconteceu, mesmo você
tentando ser forte o tempo todo, mas ninguém consegue essa
façanha e eu não quero mais o meu filho tendo pesadelos, ou
tentando fazer alguma bobagem para fugir do que aconteceu, isso
eu não vou permitir jamais! — Seu tom de voz é mais firme e sério
que antes, isso não me surpreende.
— Papai, eu não tentei me matar se é o que está pensan...
Defendo-me mas ele me interrompe.
— Eu não terminei, Victor! — Repreende-me e eu me calo
para ouvi-lo mas não abaixo a cabeça, apenas me desculpo. —
Você pode não ter tido a intenção de se matar, mas o que você acha
que aconteceria se você tivesse entrado no mar bêbado daquele
jeito? Eu não te perdoaria nunca se acontecesse algo com você, eu
te amo, você é a minha vida assim como o seu pai e seus irmãos, e
não vou permitir que nenhum de vocês me deixem dessa maneira
tão cruel, eu fui claro? — Ele nos encara um por um e nós apenas
concordamos. — Bom, o que tenho a falar, eu prefiro que o Sr.
Ragazzi explique... Por favor, Matthew! — Surpreendo-me por ele
chamar o meu guarda-costas para se explicar.
— Ahm... Sr. Scott! Sr. Victor! Eu tenho alguns conhecidos
dentro da polícia federale também dentro do FBI, tenho amigos que
lutam para fazer justiça acima de tudo. Bom, o que eu estou
tentando dizer, é que esses meus amigos fizeram uma pequena
investigação sobre Thiago Maia, e o que descobrimos já era de se
esperar, o rapaz tem algumas passagens na polícia por estupro,
furto, extorsão, estelionato entre outras coisas, mas por ter um pai
com as costas quentes dentro da política, as suas fichas foram
apagadas do sistema federal. Mas como estou acostumado a dizer,
nada pode ser escondido para sempre. — Revela calmamente
enquanto eu estou chocado ao descobrir tudo isso sobre Thiago.
— Ele é um bandido, um traficante, estuprador e tudo mais,
eu estive em perigo ao lado dele esse tempo todo...? Se ele tem
quem o tire da prisão então logo ele estará solto novamente, e se
ele vier atrás de mim para se vingar por ele ter sido preso? Eu não
quero ficar com medo de sair na rua e dar de cara com ele me
esperando para terminar de fazero que não conseguiu! — Levanto-
me da mesa alterado, pronto para sair correndo mas meu irmão
entra na minha frente, me abraçando forte.
— Relaxa, Victor! Eu não falei que iria cuidar de você? Não
falei que protegeria a nossa família? Então não precisa mais ficar
com medo, os amigos do meu mais novo amigo, já deram um jeito
nele, é isso que estamos tentando explicar. — David me segura
pelos ombros olhando dentro dos meus olhos.
— Como assim...? O que você quer disser com deram um
jeito nele? — Pergunto já imaginando a resposta.
— Aquele maldito está morto, Victor...! Aquele infeliz nunca
mais chegará perto de você! Ele nunca mais fará mal a mais
ninguém! — Dispara meu pai Gael me fazendo arregalar os olhos.
Encaro meu irmão, encaro os meus pais e encaro Matthew
que tem os seus olhos atentos em mim. Sento-me novamente sem
conseguir sentir as minhas pernas,
— Morto...? Ele está morto...? Quem o matou? — Sussurro
pensativo, eu nunca mais precisarei me preocupar com ele.
— Sim, meu irmão, ele está morto e nunca mais você terá
que se preocupar em olhar na cara dele outra vez. Quem o matou
não interessa, o importante é que não teremos que nos preocupar
mais com aquele infeliz.Quem mexe com um Patterson, mexe com
todos! — David senta-se ao meu lado me olhando nos olhos e vejo
a sua fúria ao falar de Thiago.
— Você só tentou me defender, só queria me livrar de um mal
maior quando enfrentouaquele monstro para afastá-lode mim, e eu
como o irmão ingrato que fui ainda fiquei brigado com você por
semanas... Me perdoa, David...? Todos vocês me alertaram, todos
enxergaram naquele maldito algo que eu não conseguia ver... Eu
estava cego por gostar dele, mas eu não quero mais gostar de
ninguém, não quero mais me enganar dessa maneira... — Choro
envergonhado escondendo o rosto em minhas mãos. Sinto alguém
me abraçar e ouço a voz do meu irmão.
— Não se desculpe, Vic! Quando a gente gosta muito de
alguém, a gente quer acreditar naquela pessoa e acaba não
enxergando a verdade, não consegue enxergar defeitos ou a
maldade. Você não teve culpa de nada, talvez eu no seu lugar
também tivesse feito o mesmo... Não fica assim, cara? — Meu
irmão acaricia as minhas costas e sinto mais braços me apertar por
trás.
— Seu irmão tem razão, filho,não ficaassim? Você não pode
evitar gostar de alguém ou de se envolver com outra pessoa porque
aquele infelizte iludiu, como você mesmo disse, ninguém é igual a
ninguém... Agora não chore, meu amor, vamos terminar o nosso
cafépara sairmos, temos um dia incrível para curtirmos em alto mar
como você mesmo sugeriu, se lembra? — Meu pai Scott me
conforta e eu me sinto um pouco melhor.
— Vocês tem razão... Eu não vou me afundar em tristezas
por alguém que não merece... Eu vou me arrumar para sairmos. —
Solto-me deles e me levanto decidido.
Encaro o meu guarda-costas que tem os seus olhos atentos
em mim e o vejo balançar a cabeça positivamente.
Limpo o meu rosto e vou na sua direção para sair da sala de
refeições, nesse momento minha irmã entra ainda com cara de
sono.
— Bom dia a todos...! Vic...? Estava chorando de novo, meu
irmão? O que houve dessa vez? — Ela para na minha frente
apreensiva, eu apenas sorrio lhe dando um breve abraço.
— Não foi nada demais, minha irmã, não se preocupe, eu
estou melhor... Não demora para tomar o seu café, vamos sair em
alguns minutos para o nosso passeio de iate. — Solto-me dela
mostrando um pouco mais de animação, mesmo chorando por
dentro.
— Oba! Eu nem estou com fome, vou separar o meu melhor
biquíni para pegar um bronzeado, já que em Seattle eu não consigo
fazer isso. — Emma faz menção de voltar por onde veio mas o
nosso pai Gael chama a sua atenção.
— Nada disso, mocinha! Pode tomar o seu café da manhã
com calma porque ninguém vai sair dessa casa sem comer nada...
Pode se sentar! — Papai lança-lhe um olhar sério e ela suspira
frustrada.
— Mas papai! Se eu comer agora eu vou ficar inchada e o
biquíni vai ficarmarcando, eu posso comer alguma coisa no iate até
dar a hora do almoço. — Contesta manhosa e meu pai respira
fundo.
— Eu não vou discutir com você sobre isso, Emma... Scott!
Conversa com sua filha porque eu estou de cabeça cheia e sem
paciência para isso hoje, eu vou mandar prepararem o nosso iate.
— Papai dá uma longa golada no seu cafée se levanta da mesma
vindo na minha direção.
— Que bonito, Sr. Gael! Emma te contesta e ela vira minha
filha,mas se ela concorda ela é nossa filha...Não estou acreditando
nisso! — Papai Scott retruca também se levantando sério.
Meu pai Gael suspira fundo esfregando as mãos no rosto.
— Scott? Amor espera! — Papai chama mas papai Scott vai
em direção a cozinha sem dizer mais nada. — Era só o que me
faltava! E você, dona Emma! Se eu souber que você não se
alimentou, você vai ficarem casa de castigo! Eu fui claro? — Alerta
em um tom sério e rapidamente minha irmã concorda.
— Me desculpa, papai...? Eu não queria que se zangasse
comigo e muito menos com o papai Scott. — Emma abaixa a
cabeça envergonhada e nosso pai suspira mais uma vez.
— Tudo bem, eu só quero que você se alimente direito, não
quero saber dessa ideia absurda de ficar sem comer para não
engordar, você é linda, minha filha, tem um corpo muito
desenvolvido para sua idade e isso não me agrada, mas mesmo
assim, eu reconheço que você é uma mulher linda... É bobagem
você ficar sem comer por achar que vai ficarinchada, você precisa
se amar e amar o seu corpo antes de querer agradar alguém, se é
que me entende. Enfim,seu pai Scott tem mais jeito para falarsobre
isso com você e seus irmãos, mas eu não quero ver você fracapor
não se alimentar, ouviu bem...? E você também, Victor! Eu não vi
você comendo nada, você se alimentou direito, filho? — Papai
encara-me com uma expressão um pouco mais suave por me ver
ainda com cara de choro.
— Sim, papai, eu comi enquanto conversava com o papai
Scott... Vou me trocar para sairmos, com licença. — Saio antes que
sobre para mim também.
Passo pelo meu guarda-costas evitando encará-lo e corro
para o meu quarto. Arrumo uma mochila com poucas coisas que eu
vá precisar, me arrumo colocando um short mais confortávele mais
soltinho, coloco uma camiseta um pouco transparente e ficocom as
minhas havaianas, estou pronto para curtir o dia com a minha
família e esquecer todo aquele pesadelo, pelos menos espero
conseguir esquecer.
Capítulo 15

UM MÊS DEPOIS...

— Eu posso saber o porquê você está tão inquieto? Está


nervoso com alguma coisa? Não é de hoje que você está estranho,
parceiro. — Questiona Ravi com uma sobrancelha erguida.
Respiro fundo me dando por vencido, eu preciso conversar
com alguém, preciso desabafar.
— Porra, cara, eu arrumei um problema inesperado e não
estou sabendo lidar com isso. Estou uma pilha de nervos sem saber
o que fazer para mudar isso. — Comento pensativo, lembrando-me
daquele garoto delicado e atraente.
— Se você não me contar do que se trata eu não vou saber
te orientar, ou te aconselhar. Me diz o que está pegando? Se abre
comigo, irmão? Esse problema é confidencial? — Insiste se
levantando do sofá enquanto eu ando de um lado para o outro
inquieto.
O encaro decidido a lhe contar o meu problema, ele é meu
amigo e vai saber me ajudar a sair dessa.
— Porra, Ravi. Me interessei por quem não devia e isso está
acabando comigo. Não sei o que fazer para sair dessa situação
porque eu não vou poder investir nisso... Estou afimdo filhodo meu
chefe!— Conto de uma só vez e ele se engasga com a sua cerveja.
— Puta merda, Matt! — Dispara mais alto que o normal e
minha mãe o repreende.
— Olha a boca, Ravi! Você está merecendo uns puxões de
orelha assim como Matt. Esse menino anda muito agitado
ultimamente, o que vocês andam aprontando? — Mamãe aproxima-
se com um prato de petisco e meu pai com três cervejas.
— Não estamos aprontando nada, mamãe! É só o trabalho
que está me deixando agitado. Mas está tudo na mais perfeita
ordem, não se preocupe. — Desconverso mas ela parece
desconfiada.
— Desculpa, tia, isso não vai mais se repetir... Matt! Vem
comigo um instante, parceiro? Eu preciso de um conselho sobre
uma gata. — Ravi se desculpa enquanto me arrasta para algum
lugar e meu pai sorrir balançando a cabeça negativamente.
Ele já percebeu que estamos escondendo alguma coisa, mas
ele também sabe que não é nada sério, ou então eu teria falado
com ele primeiro antes de falar com o meu melhor amigo.
— Fala logo, Matt! Que encrenca foi essa que você foi se
meteu, cara? — Questiona atento e eu esfrego as mãos nos
cabelos.
— Eu não sei como fui deixar isso acontecer, eu sempre me
cuidei para não me envolver com ninguém dentro do meu trabalho,
e agora acontece isso! Hoje é o meu dia de folga mas já estou
ansioso para voltar ao trabalho, só para vê-lo de novo mas ele não
dá a mínima para mim... As vezes até o pego me admirando
discretamente mas ele logo disfarça, eu cheguei a pensar que ele
também tivesse se interessado por mim, mas me enganei... Depois
do que houve ele parece diferente de quando o conheci, ele parece
querer se fechar para as pessoas a sua volta, ele só não mudou
com a família e eu adoro vê-lo sorrir... Porra ele tem um sorriso tão
lindo... Eu fico febril só de me imaginar beijando aquela boca, mas
eu não posso correr o risco de ser mandado embora, eu preciso
desse emprego. — Desabafo pensativo e o vejo me encarar
surpreso e chocado ao mesmo tempo.
— Caralho, Matt...! Porra, irmão, o que você pretende fazer
quanto a isso? Ele sabe do seu interesse por ele? Já rolou alguma
coisa entre vocês? — Pergunta visivelmente curioso.
— Não! Ele não sabe que tenho interesse nele, mas acho
que desconfia.Nunca rolou nada além de olhares pois não sei qual
reação ele vai ter quando perceber que o quero, que o desejo já
algumas semanas... Já pensei em pedir transferência para outro
cliente, mas eu nunca recebi tão bem como estou recebendo agora,
esse emprego está me tirando do sufoco, Ravi... Mas se eu
continuar naquela casa perto dele, eu não vou resistir, porra eu
estou me esforçando ao máximo para não roubar um beijo dele e
acabar com uma demissão e um tapa na cara... O que eu faço?
Você é meu amigo então me ajuda a sair dessa situação, cara? —
Sinto-me angustiado, sinto-me perdido e ao mesmo tempo sinto que
estou exatamente onde quero estar, mas nada depende somente de
mim.
— Sinto muito, irmão, nesse caso eu não tenho como te
ajudar, somente você vai poder sair dessa, sozinho... Não posso te
aconselhar a cair fora se isso for mesmo o que você quer, mas por
outro lado, eu não posso te incentivar a ir em frente, levando em
conta que se trata de um cliente, você foicontratado para proteger o
rapaz, e não para se envolver com ele. Mas se é o que você quer e
você sente que pode ser correspondido, aí a decisão é sua. — Seu
olhar apreensivo me deixa inseguro.
— Eu vou cair fora! Eu não vou conseguir nada com esse
garoto, a família dele é podre de rica e ele não se envolveria com
um pobretão como eu, não posso ficar me iludindo tanto achando
que tenho chances com ele, porque eu estou ciente de que não
tenho. — Decido mesmo sentindo-me frustrado.
Não sei quando foique isso aconteceu, mas eu me interessei
por quem não devia. Estou desejando ardentemente Victor Bennet
Patterson.
Converso um pouco mais com o meu amigo mas voltamos
para junto dos meus pais, hoje é o meu único dia de folga e não
consegui ver o meu irmão, ele saiu com a namorada e deve chegar
tarde, eu pretendo dormir mais cedo para pegar no batente amanhã
bem cedinho.
— É uma pena você só vir em casa uma vez na semana,
meu filho, será que não tem como você conversar com o seu patrão,
e pedir para dormir em casa? Você nem trabalha tão longe assim, o
seu trabalho fica apenas uma hora de distância da nossa casa. —
Mamãe sugere manhosa tentando me convencer a ceder.
— Impossível, mamãe, eu sou o guarda-costas de um dos
filhosdo homem mais rico dessa cidade, o meu trabalho é integral e
não posso ficar vindo em casa todos os dias, e mesmo que eu
pudesse vir, não ia me ajudar muito, eu chegaria em casa cansado
para ter que sair cedo no dia seguinte... Alivia para mim, mamãe...?
Eu ligo para vocês todos os dias, pedir que eu venha em casa todos
os dias também já é demais. Eu preciso desse emprego e vocês
precisam da minha ajuda. — Explico calmante e ela respira fundo.
— Nós já conversamos sobre isso, meu bem, se Matt não
estivesse nos ajudando eu não conseguiria pagar os estudos de
Richard, o nosso filho precisa se formar e nós precisamos ajudá-lo.
— Mais uma vez meu pai me defende.
— É verdade, papai, eu não cheguei a me formar porque
precisei começar a trabalhar cedo, mas o nosso caçula terá uma
vida melhor do que nós tivemos até agora, por isso faço questão de
ajudar vocês o máximo que eu puder. — Comento pensativo,
lembrando-me que tranquei a minha faculdade de direito e nunca
mais voltei a estudar.
— Vocês podem ter certeza de que eu vou fazerpor merecer
tudo que estão fazendopor mim! — Ouço meu irmão atrás de mim e
levanto-me indo abraçá-lo.
— Pensei que não fosse te ver hoje... Como está Yara?
Porque ela não veio com você? — Cumprimento-o com um abraço
forte mas logo nos soltamos.
— Ela está bem, eu vim apenas buscar as minhas apostilas
que esqueci, vou dormir na casa dela hoje e amanhã saio cedo para
faculdade. — Ele vai até os nossos pais os beijando
carinhosamente.
— Entendo, diz que mandei um beijo para ela... Mas e você?
Está tudo bem? Está precisando de alguma coisa para faculdade?
— Sento-me novamente reparando melhor no meu irmão.
Nós quase não nos vemos, estamos sempre nos falando por
telefone mas pessoalmente é difícil nos vermos, estamos sempre
muito ocupados.
— Tô de boa, não se preocupe, o papai já me deu tudo que
eu preciso...
Iniciamos uma breve conversa e logo ele se despede para
voltar para sua namorada, eles estão se apoiando nos estudos e um
ajuda o outro, e acho isso admirável. Despeço-me para ir para o
meu apartamento, mas minha mãe não deixa.
Fui literalmente intimado e obrigado a ficarcom os meus pais
hoje, então vou para o meu antigo quarto e já deixo a minha roupa
passada e separada para trabalhar amanhã. Despeço-me do meu
amigo que já está de saída e me jogo na cama para descansar um
pouco, pego no sono rapidamente pois realmente estou cansado,
mas foi inevitável sonhar com aqueles lábios rosados. Acordo no
meio da noite suado e de pau duro por ter sonhado com ele em
cima de mim, me chupando e me fazendo gemer .
— Só podia ser sonho mesmo... É foda sonhar com algo tão
impossível... Merda! — Levanto-me frustrado e vou para o banheiro
tomar um banho morno.
O imagino aqui na minha frente só de cueca e sorrindo
daquele jeito sexy, mesmo ele não fazendo isso de propósito,
aqueles lábios vermelhos é uma perdição. Me toco, me acaricio e
não resisto em me masturbar pensando nele, no filhodo meu patrão
e mesmo sabendo que isso é errado, eu gozo desejando
ardentemente estar com ele.
Depois do banho eu volto para o meu quarto enrolado na
toalha e me seco vestindo uma cueca, me jogo na cama novamente
e olho no relógio na cabeceira da cama, são quase quatro da manhã
e sei que não posso voltar a dormir.
Volto a me levantar e me arrumo para seguir logo para o
trabalho, sinto um cheirinho de café fresco e sei que minha mãe já
está acordada, mas porque ela acordou tão cedo?
Me arrumo e pego a minha mochila saindo do meu quarto, da
sala vejo minha mãe na cozinha preparando a mesa do café da
manhã, as quatro da manhã?
— Se você me disser que se levantou a essa hora da manhã,
só para fazer o meu café você vai levar um puxão de orelha, dona
Cássia! — Entro na cozinha lhe dando um beijo no alto da cabeça e
ela me abraça apertado.
Capítulo 16

— Raramente você dorme na casa dos seus pais, então é


claro que eu não iria deixar o meu filho sair sem tomar café da
manhã. Ontem a noite eu preparei o seu bolo preferidopara assar a
tempo de você comer no café. Sente-se! Eu vou te servir. — Ela
puxa a cadeira para mim e eu balanço a cabeça negativamente.
— Você não tem jeito, mamãe! Está a cada dia mais teimosa,
não sei como o papai não enfartou ainda. — Sento-me pegando
uma generosa faria de bolo e começo a comer enquanto ela me
serve o café.
— Gostar de cuidar bem da família não é teimosia, é carinho
e preocupação, e isso é diferente de ser teimosa... Agora pare de
brigar comigo e tome o seu café,eu ainda sou a sua mãe, sabia? —
Ela começa com os seus dramas me fazendo gargalhar uma hora
dessas. Só a minha mãe mesmo!
Converso com ela enquanto tomamos café juntos e meu pai
aparece se juntando a nós, mas não posso demorar muito então
logo estou me despedindo com a minha mãe chorando como se eu
estivesse indo embora para sempre, dona Cássia daria uma
excelente atriz de novela mexicana pois ela chora com uma
facilidade absurda.
Saio da casa dos meus pais e subo na minha moto Kavasaki
ninja e sigo para o outro lado da cidade, mais precisamente a
mansão Patterson. O meu trajeto de moto dura em torno de
quarenta e cinco minutos a uma hora, é bem longe e minha mãe
ainda queria que eu viesse para casa todos os dias, ficaria muito
corrido para mim, e além do mas, eu trabalho em tempo integral e
caso precisem de mim durante a noite, eu preciso estar mansão
Patterson e não na minha casa.

Chego na mansão Patterson e a minha entrada


imediatamente é liberada, sigo para o pátio próximo a garagem dos
Sres. Patterson e deixo a minha moto na vaga de sempre.
Cumprimento alguns seguranças que já estão fazendo a ronda e
sigo para casa dos empregados, quando chego na porta da casa
ouço algo que me fazparar para prestar mais atenção e eu pego o
meu celular.
— Que nada cara, não vai dar ruim para ninguém, essa
patricinha mimada já está na minha, vai ser fácil levá-la até eles mas
antes eu quero um momento a sós com ela, essa garota me quer e
eu vou dar a ela um momento inesquecível, e ainda vamos ganhar
uma grana. — Ouço a voz de Bryan vindo do lado da casa e seus
planos me deixam chocado.
— Fala baixo, porra! Alguém pode nos ouvir... Então está
combinado, amanhã quando você forlevá-la para faculdade, o carro
vai estar te esperando no caminho e você precisa pegar a rota mais
longa, precisamos simular um sequestro para não desconfiaremque
ela foi tirada daqui de dentro. Mas ficaatento para não ser pego, ou
a sua cabeça vai rodar, eu fui claro? Você já vacilou uma vez e um
dos nossos quase foi pego, foi por uma idiotice sua que reforçaram
a segurança! — Ouço a voz de Arthur repreendendo Bryan.
Esses filhosda puta estão por trás dessa tentativa de invasão
a mansão, e eu não vou correr o risco de entrar nessa de bucha,
não quero levar a culpa só por ser um novato na equipe.
Já ouvi o suficiente então me afasto bem devagar para não
ser descoberto, mas nesse momento alguém abre a porta e dou de
cara com dona Silvana saindo, já vestida em seu uniforme de
cozinheira.
— Bom dia dona Silvana! Já tem um cafezinhopronto aí? Eu
acabei de chegar e acordei com fome. — Aproximo-me dela
escondendo o meu celular, fingindo que acabei de chegar. Vejo
Arthur e Bryan sair de trás da casa. — E aí pessoal! Já estão
fazendo a ronda? Eu vou tomar um café e já me junto a vocês. —
Aceno para eles e os menos aproximam-se feito gato escaldado.
— É cara, hoje foia nossa vez de ficarde guarda, mas a área
está limpa, pode tomar o seu cafésem pressa. — Entramos na casa
juntos e eles se jogam no sofáenquanto eu sigo para cozinha com a
dona Silvana.
— Dona Silvana, a senhora não acha que já passou da hora
de se aposentar? A quanto tempo a senhora trabalha para os
Petterson? — Início uma conversar enquanto entramos na cozinha e
ela vai direto na cafeteira pegar o meu café.
— Eu gosto de trabalhar, meu filho, gente velha não gosta de
ficarparado, então enquanto me quiserem trabalhando aqui, eu vou
ficar, já estou nessa casa a anos e sou muito feliztrabalhando aqui.
— Ela sorrir voltando na minha direção e conversamos brevemente.
Ela diz que precisa ir para casa principal e eu sigo com ela
conversando e sorrindo para disfarçar, passamos pela sala e
aqueles infelizes ainda estão sorrindo falando de mulheres.
Saímos da casa e eu despeço-me da dona Silvana dizendo
que preciso falar com Demétrio, apresso-me para procurar por ele e
o encontro no meio do jardim dando instruções para alguns dos
nossos colegas, então paro um pouco mais afastado.
— Sr. Demétrio! Bom dia! Por favoreu gostaria de conversar
um instante com você... Eu preciso de um adiantamento para
mandar para minha mãe e queria falar com você antes de falar com
o nosso chefe.— Minto para atrair a sua atenção para mim, logo ele
vem na minha direção.
— Bom dia, Matt! Você recebeu o seu salário não tem uma
semana e já precisa de um adiantamento, cara? — Ele aproxima-se
com um sorriso de lado mas permaneço sério olhando a minha
volta.
— Eu não preciso de um adiantamento, Sr. Demétrio, mas eu
preciso ter uma conversa séria com o senhor e o Sr. Patterson, é
urgente e eu gostaria que fosse discreto... Por favor tem que ser
agora! — Informo apreensivo e ele parece desconfiado.
— Do que se trata? Não posso acordar os patrões sem um
motivo muito forte... — Questiona aproximando-se mais, mas o
interrompe.
— Te dou a minha palavra de que o assunto é muito mais que
forte, é muito grave, Sr. Demétrio, peço que me desculpe, mas para
minha segurança moral, eu só vou dizer do que se trata na presença
do Sr. Patterson. — Solto num tom firme olhando nos seus olhos e
ele respira fundo.
— Tudo bem, eu vou te dar um voto de confiança e espero
que não me decepcione, porque se você pisar na bola o meu
também estará na reta, você consegue entender isso, certo? — Ele
me indica o caminho até a porta da casa principal e eu concordo.
— Perfeitamente, senhor! — Limito-me a dizer isso.
Entramos na casa e Demétrio pede a uma das empregadas
já andando pela casa, para chamar o Sr. Patterson e dizer que é
urgente, ele avisa que vamos estar esperando no escritório.
Seguimos para o mesmo e entramos aguardando pelo Sr.
Gael Patterson, ando de um lado para o outro e Demétrio ficaatento
a mim, mas não diz nada, ele sabe que não vou dizer nada até o
nosso chefe chegar, e poucos minutos depois o vejo entrar pela
porta com uma cara nada boa.
— Eu posso saber do que se trata esse assunto tão urgente,
para me tirarem da cama tão cedo? Ainda está escuro lá fora. —
Questiona dando a volta na sua mesa esfregando os olhos.
— Bom dia, Sr. Patterson! Me desculpe por incomodá-lo tão
cedo, mas Matthew acabou de chegar para assumir o seu posto e
disse ter algo muito grave para dizer ao senhor, eu também não sei
do que se trata mas ele disse que precisava ver o senhor. —
Demétrio aproxima-se da mesa dele e eu faço o mesmo.
— E que assunto grave é esse, Matthew? Vá direto ao
assunto por favor! — Ele lança-me um olhar sério ainda com cara de
sono por ter sido acordado.
— Bom dia, senhor! Bom, serei breve! Como o Sr. Demétrio
mesmo disse, eu acabei de chegar da minha folgae surpreendi dois
dos nossos colegas conversando as escondidas, eu tomei a
liberdade de gravar a conversa porque o tema dela é muito grave, e
antes de tirar as suas conclusões, eu gostaria que o senhor, e o Sr.
Demétrio ouvissem a gravação... Com licença. — Tiro o meu celular
do bolso do meu blazer e coloco a gravação para rodar deixando o
aparelho sobre a mesa. Eles me encarando confusos.
— Que nada cara, não vai dar ruimpara ninguém, essa
patricinha mimada já está na minha, vai ser fácil levá-la até eles mas
anteseu quero um momento a sós com ela,essa garotame quer e
eu vou dar a ela um momento inesquecível, e ainda vamos ganhar
uma grana.
— Fala baixo, porra! Alguém pode nos ouvir ... Então está
combinado,amanhã quando você forlevá-lapara faculda de, o carro
vaiestarte esperando no caminhoe você precisapegar a rotamais
longa,precisamossimular um sequestropara não desconfiarem que
elafoitiradadaquide dentro . Mas ficaatentopara não ser pego, ou
a sua cabeça vairodar, eu fuiclaro?Você jávacilouuma vez e um
dos nossos quase foipego, foipor uma idioticesua que reforçaram
a segurança!
Eles ouvem a gravação tão chocados quanto eu fiquei, Sr.
Patterson se levanta com os olhos levemente arregalados e a
gravação termina.
— Me desculpe, senhor, eu só consegui gravar isso mas
creio que seja o suficiente para deter esses malditos! — Justifico
apreensivo e o no segundo seguinte ouço um estrondo, um soco
que o Sr. Patterson acerta na mesma.
— Infiltrados na equipe de novo, Demétrio? Como isso é
possível? Como você permitiu isso? Me explica! Esse infeliz se
ofereceupara ser o guarda-costas da minha filha já na intensão de
usá-la! — Questiona alterado e vejo Demétrio sem saber o que
dizer, então me adianto.
Capítulo 17

— Me desculpe, senhor! Mas acho que não são infiltrados,


acho que eles foram comprados por conhecerem a segurança da
mansão, algumas pessoas se deixam cegar por um punhado de
dinheiro a mais na conta. A primeira coisa que podemos fazer
agora, é deter esses traidores e cuidar da segurança da Srta.
Emma, pois mesmo pegando os infelizes que a levaria até os
sequestradores, alguém pode tentar se aproximar dela fora da
mansão. — Olho do Sr. Patterson para Demétrio e ambos estão
pensativo.
— Você está se mostrando muito leal a nossa equipe,
Matthew Ragazzi, continue assim e logo você ocupará um cargo
mais alto dentro da nossa segurança. Eu estou te observando desde
que entrou aqui e eu gostei muito do que tenho visto. Matthew tem
razão, Sr. Patterson, Bryan e Arthur já estão conosco há algum
tempo, se eles fossem infiltrados eles já teriam agido a mais tempo.
Esses miseráveis foramcomprados! Estão sendo usados contra nós
mas eu vou resolver isso agora mesmo! — Demétrio olha de mim
para o nosso chefe, seu tom é firme e decidido, mas o Sr. Patterson
se pronuncia.
— Você vai fazer exatamente o que eu mandar, Demétrio!
Você vai pegar o celular do Matthew, vai pegar aqueles filhos da
puta e vai direto para delegacia, eu quero eles presos! Quero dar
um jeito neles sem precisar me preocupar em me livrar dos corpos
depois... Matthew! Eu quero o contato daquele seu amigo, quero
falar diretamente com ele e diz que ele pode confiar em mim, nós
estamos jogando do mesmo lado... Tenho certeza de que ele pode
me ajudar a encontrar essa gang que quer se dar bem mexendo
com a minha família! — Seu tom de voz é visivelmente irritado mas
ele se acalma para não alarmar os outros seguranças.
— Pois não, senhor! Agora mesmo! — Pego o meu celular e
disco o número do meu parceiro.
— Demétrio! Liga para a agência e contrata um novo guarda-
costas para Emma, mas que seja na mesma agência de onde
Matthew veio, tenho certeza de que posso confiar neles!
— Doce Lar! Parceiroeu precisode maisum favorseu, mas
dessa vez o clientequer falardiretamentecom você, está
disponível?— Digo assim que Damian atente o telefone.
— Sim! Estou disponível. Mas esse clienteé confiável? É
seguro falar com ele?
— Pergunta apreensivo.
— Sim! Totalmenteseguro. Você se lembrado último favor
que fez para mim? Pois é, da primeirovez quem fez o pedido da
encomenda foi o filho,mas dessa vez você vainegociarcom o pai
dele. Você pescou peixepequeno, mas agora o mar está cheiode
tubarões,me autoriza a passar o contato?— Explico aproximando-
me da mesa olhando nos olhos do meu chefe.
— Beleza! Se você confiaeu vou confiartambém. Pode
passar o contato!
— Concorda por fim.
— Beleza, irmão,te devo essa! A gente se faladepois...
Passando o contato. — Encerro a ligação e pego uma caneta sobre
a mesa, anoto o número de telefone e entrego ao meu chefe.— O
senhor vai ligar para esse número, quando atenderem, a ligação vai
ficar muda mas o senhor só precisa dizer "Doce Lar" então ele vai
conversar diretamente com o senhor, Sr. Patterson. Me desculpe,
senhor! Não sou de cobrar favores de ninguém e não vou começar a
fazerisso agora, mas se o senhor puder entrevistar um amigo meu
para o cargo de guarda-costas, eu tenho certeza de que o senhor
não vai se arrepender se o contratar, ele é da minha agência e
também precisa de um contrato fixo...
Encaro-o apreensivo por pedir tal coisa, mas ele se pronuncia
antes que eu termine.
— Se é seu amigo e você confia nele, então ele está
contratado! Mas se um de vocês pisar na bola, vai os dois para o
olho da rua, eu fuiclaro...? Obrigado pela sua lealdade em defender
a minha família, agora se me dá licença, eu preciso ligar para o seu
parceiro. — Diz por fim em um tom firme enquanto pega o seu
celular já discando o número que passei para ele.
Apenas concordo e saio do escritório com Demétrio e
seguimos para sala, mas Demétrio para me segurando pelos
ombros.
— Matthew! Cara, valeu por me ajudar a esclarecer essa
situação, te devo essa, meu irmão! Assim que eu resolver esse
pepino eu chamo o seu amigo para ocupar o lugar de Bryan, vou
ligar direto para a agência e falo diretamente com o Sr. Pires, seu
amigo precisa começar com urgência, se possível hoje mesmo...
Bom, o seu trabalho aqui é cuidar do Sr. Victor, então fica aqui e
espera por ele, o rapaz já deve estar de saída para faculdade.
Depois eu te devolvo o seu celular, valeu mais uma vez, cara. —
Vejo-o respirar fundo, com certeza esta aliviado por manter o seu
emprego, mas ele realmente não teve culpa de nada.
Ele sai para resolver o B.O e eu ficoaqui na sala esperando
pelo Sr. Victor, meia hora depois ele desce correndo em direção a
sala de refeições e seu pai Scott desce logo atrás pedindo para ele
não correr, ele diz apenas que já está atrasado e eu olho no relógio
constatando esse fato.
— Bom dia, Matthew! Meu marido desceu para falar com o
chefe da segurança e não subiu de volta, você o viu? — Sr. Scott
aproxima-se com um olhar investigativo.
— Bom dia, Sr. Scott! Sim, eu vi o seu marido, o Sr. Patterson
está no escritório resolvendo um assunto de extrema importância,
por hora creio que o senhor não deva permitir que a Srta. Emma
deixe a mansão... Me desculpe, eu não devia ter falado mais que o
necessário, o Sr. Gael vai explicar melhor a situação assim que ele
deixar o escritório. — Explico atento e vejo o seu semblante mudar.
— O que aconteceu para eu ter que proibir a minha filha de
sair de casa? O que houve? — Pergunta aflito.
— Eu descobri que Bryan e Arthur estão envolvidos na
tentativa de invasão que houve na mansão, há algumas semanas
atrás, eles foram comprados para pegar um dos herdeiros Patterson
e...
Conto calmamente mas ele me interrompe.
— E o herdeiro escolhido foi a minha filha...? Meu Deus, isso
não pode estar acontecendo. — Seu tom de voz trêmulo mostra
claramente o quanto ele está amedrontado, então resolvo encerrar o
assunto por aqui.
— Me desculpe, Sr. Scott, eu só contei tudo isso para o
senhor abordar o seu marido com calma, pois ele já está nervoso o
bastante com a situação, mas nós vamos resolver tudo da melhor
maneira possível, enquanto a sua filha estiver dentro da mansão,
segura, o senhor pode ficar despreocupado, mas Demétrio já está
providenciando a contratação de um novo guarda-costas para sua
filha... Agora se me der licença, vou ver o Sr. Victor. — Saio antes
que ele me faça mais perguntas e eu acabe contando o que Bryan
pretendia fazer com a filha dele.
Sigo para sala de refeições, mas quando passo pela porta me
choco contra alguém e abraço a sua cintura para ele não cair.
— Ahh... Que susto você me deu...! Você já pode me soltar,
estou atrasado para faculdade então vamos logo! Por favor. — Ele
solta-se de mim abruptamente me olhando de um jeito que não sei
decifrar.
— Bom dia, Sr. Victor! — Ele passa por mim evitando me
encarar nos olhos.
— Bom dia!
Ele segue para sala e eu vou atrás, ele passa direto e vai em
direção a porta e assim saímos da casa, consigo ver ao longe Bryan
vir correndo na nossa direção com uma arma em punho, me coloco
na frente do rapaz sacando a minha arma o protegendo, mas nesse
instante Bryan é rendido com um mata leão e desarmado por um
dos seguranças.
— O que está acontecendo? Porque esse louco apontou uma
arma para nós, Matthew? — Victor agarra a minha cintura
apavorado mas eu me viro para encará-lo.
— Relaxa! Já está tudo bem! Esse canalha foi comprado para
agir contra vocês, mas eu descobrir os planos dele a tempo e o
delatei, por isso ele está furioso comigo... Vamos, já não tem mais
perigo sair da mansão. — Levo-o até o carro e abro a porta para ele
entrar.
Ele o fazdepois de olhar mais uma vez na direção de Bryan,
eu entro no carro logo em seguida.
— Espera! Se Bryan estava agindo contra nós, então a minha
irmã estava em perigo esse tempo todo...? Para o carro! Eu quero
ficar em casa com a minha irmã...! Para esse carro, Matthew! —
Victor se inclina para frentepara se aproximar de mim, então paro o
carro já na saída dos portões da mansão.
— Segue em frente, Matthew! Isso aqui vai ficaragitado hoje,
cara, tire o Sr. Victor daqui! Vai! — Diz um dos seguranças enquanto
Victor tenta abrir a porta do carro, mas está travada então acelero
saindo dali.
— O que está fazendo? Eu mandei você parar, seu idiota...!
Eu não posso sair deixando os meus pais e minha irmã para trás.
Volta com esse carro! Por favor? — Ouço sua voz chorosa e olho
pelo retrovisor, seus olhos já estão vermelhos pelo choro que vem
rapidamente.
— Eu fui contratado para protegê-lo, Sr. Victor, e é isso que
estou fazendo, me desculpe. — Acelero o carro mas não sigo para
faculdade, ele não vai estar com cabeça para estudar mesmo.
Ele pergunta para onde estamos indo mas eu não digo, ele
se dá por vencido e se cala sem perguntar ou mandar fazer mais
nada. Ouço o seu celular tocar e rapidamente ele atende.
— Papai o que está acontecendo? Fala para esse
brutamontes me levar de volta para casa...? O quê? Mas papai...
Mas porque eu vou estar mais seguro na rua do que em casa? Me
conta o que está acontecendo...? Está bem, eu não vou mais
contestar... Me promete...? Tudo bem, eu amo vocês, se cuidem
ouviu...? — Não consigo ouvir a voz do outro lado da linha, mas seja
quem for, agora Victor estar mais tranquilo e não vai mais me xingar.
Pensei até que ele fosse me bater. — Meu pai mandou você me
levar para algum lugar seguro, e só voltar quando ele me ligar. —
Avisa emburrado e eu sorrio de lado, esse biquinho que ele fazme
deixa louco.
— Ok! — Limito-me a dizer isso para não deixar escapar
alguma gracinha que vá chateá-lo.
Sigo sem rumo sem sabe para onde ir, para onde posso levá-
lo para deixá-lo seguro...? Penso por um instante e resolvo ir para o
meu apartamento, ele ficado outro lado da cidade e quase ninguém
sabe onde moro.
— Estamos nos afastando muito do centro, para onde
estamos indo? — Pergunta curioso.
— Eu preciso te manter seguro, então vamos para um lugar
onde nem mesmo você já imaginou que iria... Relaxa! Falta pouco
agora. — Sorrio de lado o admirando pelo retrovisor e o vejo revisar
os olhos.
Sorrio ainda mais, mas foco a minha atenção no trânsito.
Alguns minutos depois estou entrando na garagem do meu prédio.
Victor olha para todos os lado mas ele não parece surpreso por
estar em um bairro mais inferior que o bairro onde ele mora. Ele
mora no bairro mais rico da cidade enquanto eu, moro em um bairro
de classe média.
— Você já pode me dizer onde estamos? Ou ainda é
segredo? — Pergunta em um tom de ironia.
— Eu precisava esconder você, então eu te trouxe para o
meu apartamento. — Saio do carro abrindo a porta para ele, e agora
sim ele parece surpreso.
— Então é aqui que você mora...? Realmente, é bem distante
de onde eu moro. — Ele sai do carro olhando a sua volta.
Não digo mais nada, fico atento as suas reações enquanto
vamos para o elevador, subimos para o quinto e último andar e
saímos no corredor, caminhamos até o final dele em silêncio mas
ele não parece estar incomodado por estar aqui.
Capítulo 18

— O meu apartamento é bem simples, não repara a bagunça,


ontem eu não consegui vir em casa, minha mãe me prendeu na
casa dela e eu não tive como contestar. Aqui é seguro, ninguém vai
vir te procurar aqui pois poucos sabem onde moro. — Comenta
enquanto abre a porta me dando passagem para entrar, ainda não
estou acreditando que ele me trouxe para o seu apartamento.
— Até que é bem arrumado... A sua namorada deve te ajudar
a mantê-lo limpo enquanto você trabalha, não é? — Ando pela sala
olhando tudo discretamente, mas quando viro-me para encará-lo ele
está logo atrás de mim. — Misericórdia...! Você tem o dom de me
assustar. — Repreendo-o mas viro-me novamente saindo até a
varanda.
— Me desculpa? Eu não quis assustá-lo... E respondendo a
sua pergunta, é a diarista quem limpa o meu apartamento. Eu não
tenho namorada porque eu sou gay... Mas também não tenho um
namorado, sou solteiro. — Viro-me para encará-lo ainda mais
surpreso.
Não digo nada e lhe dou as costas novamente. Eu sempre
desconfieique ele fosse gay pela maneira como me olha, e ele me
deixa tenso, nervoso quando me olha daquele jeito. Minha nossa.
— Aqui parece ser um lugar legal, parece calmo... Eu estou
tão cheio de tudo que está acontecendo, eu estou tentando não
pirar, estou tentando seguir a minha vida normalmente... Estou me
sentindo sufocado,estou sentindo uma vontade tão grande de gritar
e soltar tudo que está preso na garganta. — Comento pensativo
admirando as árvores em um pequeno parque a frente do prédio,
mas não tem ninguém.
— Se vai te fazer bem, então grite...! Se quiser eu posso
gritar junto com você. — Ele para ao meu lado olhando na mesma
direção que eu. O encaro chocado.
— Você ficoulouco? As pessoas vão ouvir e nos chamar de
malucos. — Seguro o riso mesmo achando a sua sugestão uma
loucura.
— Não sabia que você se preocupava tanto com a opinião
dos outros. Quem paga as suas contas? Quem te sustenta? É os
outros? — Ele me olha nos olhos me deixando tenso como das
outras vezes. Porque esse cara mexe tanto comigo?
— Se alguém me chamar de maluco, eu digo que a ideia foi
sua. — Sorrio abertamente depois das preocupações que já tive
hoje.
Olho de um lado para o outro mas não vejo ninguém, encho
os meus pulmões de ar e faço o que eu tento queria.
— AHHH! — Grito até sentir os meus pulmões arderem pela
falta de ar, mas eu não grito sozinho, Matthew grita no mesmo tom
que eu.
— Vamos de novo! No três! Um... Dois... Três... AHHH! —
Gritamos mais uma vez, mas uma voz nos interrompe.
— Vai gritar no inferno, infeliz! — Grita alguém de algum lugar
e eu empurro Matthew para dentro da sala gargalhando.
Piso sem querer no seu pé e fomos parar no chão
gargalhando de nos contorcer, acho que eu nunca ri tanto em toda a
minha vida.
— Eu não acredito que você me convenceu a fazer isso...
Você é louco... E eu sou ainda mais louco por ir na sua ideia... Meu
Deus eu não fiz isso. Confesso que estou me sentindo mais leve
depois desses gritos...
Sinto a minha barriga doer de tanto rir mas paro aos poucos,
ao me deparar com Matthew me encarando daquele mesmo jeito
intenso, com aquele sorriso que me deixa confusoe me fazquerer
beijá-lo. Estremeço-me. Droga!
Levanto-me ajeitando a minha roupa e olho em direção a
janela, mas Matthew também se levanta me puxa pela cintura
colocando a sua boca na minha, no susto eu o empurro
abruptamente e lhe acerto uma bofetada, ele me encara apreensivo
e eu o encaro assustado com a minha atitude.
— Oh meu Deus, me desculpa...? Eu não esperava por isso,
eu não imaginei que...
Aproximo-me brevemente dele me desculpando, mas
novamente ele me puxa pela nuca devorando a minha boca
enquanto me prende ao seu corpo.
Seguro os seus braços tentando empurrá-lo mas ao invés
disso eu retribuo ao seu beijo, sentindo as suas mãos me apertar e
um desejo implacável me consumir. Mas quando lembro-me que
estou beijando o meu guarda-costas eu o empurro interrompendo o
beijo.
— O que eu estou fazendo...?Isso é loucura... Eu não estou
preparado para estar com alguém, eu não posso fazer isso... —
Afasto-me ofegante e desnorteado depois desse beijo avassalador,
sigo em direção a porta mas ele me segura pelo braço.
— Me desculpa, Victor? Eu sei que não devia ter feito isso
mas eu não consegui me controlar, na verdade eu estou tentando
me controlar a semanas... Não sei como deixei isso acontecer, mas,
eu me senti atraído por você logo na primeira semana... Olha! Eu sei
que fui audacioso demais mas eu prometo que isso não vai mais se
repetir. Eu já estava mesmo querendo me demitir então hoje será o
meu último dia de trabalho! Não posso continuar te protegendo sem
desejar estar ainda mais perto de você. — Ele aproxima-se com
cautela e toca o meu rosto suavemente, mas as suas palavras me
surpreendem e eu o interrompo.
— Não! Eu não aceito a sua demissão...! Quer dizer... Você
não pode se demitir, você disse que precisava desse emprego,
então não vai se demitir por causa disso...! — Surpreendo-me com
as minhas próprias palavras e ele parece surpreso, mas sorrir de
lado.
— Você tem um beijo tão doce... Seus lábios são tão macios,
exatamente como eu imaginei... Não vou conseguir trabalhar perto
de você sem desejar te beijar de novo, e eu não quero que se
chateie comigo caso eu não resista e o faça. — Ele aproxima-se
mais abraçando a minha cintura e eu não consigo impedi-lo de fazer
tal coisa.
— Eu não vou me chatear com você se quiser me beijar de
novo... Estou sonhando com isso a semanas... — Confesso em um
tom trêmulo, sentindo o meu rosto pegar fogo.
— Caralho... Então você também me deseja...? Porra... —
Ele avança novamente na minha boca me beijando ardentemente.
Mais uma vez me rendo ao beijo saciando o meu desejo de
sentir os seus lábios nos meus. Sinto as minhas costas bater contra
a parede e ele chupa a minha língua enquanto desce uma de suas
mãos até a minha bunda, agarro os seus cabelos mordendo o seu
lábio inferior e ele geme na minha boca.
Seus lábios descem para o meu pescoço enquanto se
esfrega em mim e sinto o quanto ele está duro, a sua ereção
pressiona a minha e eu me sinto a ponto de gozar na calça, então o
interrompo antes que isso aconteça.
— Matthew...! Oh meu Deus... Vai com calma... Nesse
momento eu não consigo passar dos beijos, então é melhor parar
por aqui... — Afasto-me dele indo em direção a varanda, mas ele
segura a minha mão.
— Relaxa! Eu não estou com pressa... Eu sei espera a hora
certa. — Ele morte o lábio inferior admirando-me de cima abaixo e
eu coro violentamente. Será que ele percebeu que sou virgem?
— Onde é o banheiro...? Eu preciso me refrescar. — Solto-
me dele andando pela sala procurando a direção do banheiro.
— O banheiro ficano meu quarto, eu te levo até lá. — Vejo-o
se aproximar com aquele sorriso sedutor e isso me apavora.
— O quê...? Não! Não precisa, eu vou sozinho...! — Ofego só
de imaginar as segundas intenções que se passam pela sua mente.
— Ei? Relaxa! Eu estou brincando... O banheiro fica ali, no
final do corredor. — Matthew morde o lábio inferior e não consigo
evitar encarar a sua boca. Ofego!
Meu Deus o que está acontecendo aqui? E porque eu
confessei que estava desejando beijá-lo? Porque afirmei que não
ficaria chateado se ele quisesse me beijar de novo? Eu estou
ficando louco!
Apresso-me para chegar no banheiro e entro trancando a
porta, me olho no espelho e estou vermelho feitoum tomate. Eu não
devia ter deixado aquilo acontecer, isso é loucura... Mas eu também
não consigo mais esconder o meu desejo por esse homem, ele me
deixa tenso quando me olha daquele jeito sedutor, ou quando faz
alguma gracinha que eu não esteja esperando, ao mesmo tempo
que quero dar na cara dele, quero agarrá-lo e deixá-lo me possuir.
— Meu Deus o que eu estou pensando...? Eu estou ficando
louco, essa é a única explicação... — Ofego lembrando-me dos seus
lábios nos meus e das suas mãos grandes me apertando.
Me sinto trêmulo, sinto o meu corpo em chamas, sinto o meu
rosto pegar fogo apenas por me lembrar que o beijei.
Tento não pensar em tudo isso e jogo uma água no rosto,
passo a mão molhada na nuca e no pescoço. Procuro uma toalha
de rosto no armário e pego uma delas para me secar, até a toalha
tem o cheiro dele, o seu cheiro me faz querer beijá-lo outra vez.
— Victor? Está tudo bem aí...? Precisamos ir, Demétrio ligou
pedindo para voltar com você, a mansão já está segura. — Ouço a
sua voz e me assusto ao mesmo tempo em que estremeço-me.
Não respondo, apenas abro a porta dando de cara com ele
em pé na porta, abotoando a sua camisa.
— Já podemos ir. — Passo por ele apressado indo em
direção a porta e pego a minha mochila sobre o sofá.
Toco a maçaneta abrindo a porta mas a mesma se fecha
novamente e ele me vira abruptamente, me colocando contra a
porta me olhando daquele mesmo jeito que sempre me deixa
nervoso.
— Não vai começar a fugir de mim agora, não é...? Olha, eu
estou louco por você, mas jamais te forçaria a nada então se quiser
que eu me afaste, é só pedir... Vou lamentar muito se me pedir para
fazer isso, mas jamais vou desrespeitar você... Eu acho uma loucura
me envolver com o filho do meu chefe,mas eu não consigo resistir,
é mais forte que eu... — Sua voz suave e ao mesmo tempo rouca
me amolece, seu corpo se cola ao meu e seus dedos longos
percorrem o meu rosto antes de passar pelos meus lábios.
— Não estou fugindo de você... Estou fugindo de mim
mesmo, Matt... Ainda estou tentando superar o que houve, e não sei
se é uma boa ideia deixarmos isso acontecer... Ahh... — Tento
argumenta mas gemo quando ele beija o meu pescoço.
— Não precisa acontecer nada entre nós agora, mas me
deixa te conhecer melhor...? Me deixa ao menos beijar você...? Não
vou resistir a essa boquinha gostosa que você tem... — Diz quase
em um sussurro e me beija de um jeito faminto.
Não resisto e retribuo beijando-o com o mesmo ardor,
desejando que ele me beije inteiro mas lembro-me das suas
palavras, "me deixaao menos beijarvocê" empurro-o soltando-me
dele sério.
— Você não vai se divertir comigo me beijando a hora que dê
vontade! Não sou um brinquedinho para você brincar como aquele
canalha do Thiago fez!— Repreendo-o num tom magoado e abro a
porta saindo em seguida.
— Você só pode ter ficado louco! Eu jamais brincaria com
você, Victor! Nunca usei ninguém e não fariaisso justo com você! —
Ele me segura pelo braço antes que eu chegue no elevador.
— O que quer dizer com, "não fariaisso justo com
você?" Está com peninha do viadinho ou só está tentando transar
comigo? Eu não quero a sua piedade! Eu só quero que me tire
daqui! — Solto-me dele alterado e corro para as escadas descendo
apressado.
— Eu não admito que você faça isso, Victor! — Sinto ele me
puxar abruptamente me colocando contra a parede da escada, tento
me soltar mas ele não deixa. — Não é pena o que eu sinto por você,
você é um garoto forte e não precisa da piedade de ninguém! E se
eu quisesse apenas transar, oportunidade para isso eu tenho de
sobra por aí! Mas se vai te fazer se sentir melhor, vamos esquecer o
que aconteceu aqui, finge que nunca nos beijamos, está bem
assim...? Mas não me confunda com aquele canalha que tentou te
estuprar! Eu não sou esse tipo de monstro...! Agora vamos! O seu
pai está nos esperando. — Esbraveja irritado, parecendo ofendido
mas se solta me dando passagem para descer.
Desço apressado e entramos no elevador do próximo andar,
descemos até a garagem em silêncio evitando nos encarar,
chegamos na garagem e entramos no carro saindo dali. Talvez eu
tenha exagerado, mas talvez seja melhor assim, não vou me iludir
só porque ele é pago para me defender.
Seguimos de volta para casa em silêncio, e mesmo me
sentindo mal pelo que houve, não vou deixar isso me abalar
emocionalmente, não vou deixar ninguém mais brincar comigo, nem
mesmo esse brutamontes lindo e gostoso. Meu Deus ele tem uma
pegada que me deixa fora de mim.
Capítulo 19

O que será de mim agora que senti os seus beijos? Se ele


também me deseja porque reagiu daquela maneira? Porque
desconfiade mim depois de fazerde tudo para protegê-lo? Entendo
que ele ainda esteja ferido pelo que aconteceu na faculdade,
também entendo essa sua insegurança e desconfiançadepois de se
decepcionar com alguém que ele gostava e confiava,mas ninguém
é igual a ninguém, eu não sou igual aquele crápula e me ofendi sim
por ele me comparar com aquele maldito, eu ajudei a arranjar a
morte daquele delinquente por ele.
Depois que chagamos na mansão ele saiu do carro feito um
foguete e sumiu casa a dentro, não o vi mais depois disso e estou
me sentindo mal pelo clima que ficouentre nós. Não sei se devo me
demitir ou continuar aqui, não vou conseguir ficar perto dele sem
desejá-lo. Esse garoto é dono dos lábios mais saborosos que já
sentir em toda a minha vida, eu vou enlouquecer se não puder beijá-
lo outra vez.
— Matt! Cara, eu tiro o meu chapéu para você, estávamos
convivendo com aqueles infelizesdo Bryan e Arthur a anos e nunca
desconfiamosde que eles poderiam ser uns traidores. Eles terão o
mesmo fim que aquele delinquente do Thiago, e tudo isso graças a
você também, o chefe está muito satisfeito com você. — Demétrio
aproxima-se confiante, eu diria até mesmo empolgado. Ele me
entrega o meu celular.
— Eu não fizmais do que a minha obrigação, Sr. Demétrio, o
meu dever é proteger acima de qualquer coisa, e foi o que eu fize
faria tudo de novo. — Afirmo no meu tom profissional e ele me
abraça pelos ombros.
— Precisamos de mais homens como você, Matt, leal!
Destemido e disposto a tudo para proteger o seu cliente, tomara que
o seu amigo seja como você, o nosso chefe vai te agradecer
pessoalmente pelo contato que você passou para ele... Você tem
futuro aqui dentro, rapaz. — Ele me guia em direção a casa mas eu
paro o encarando sério.
O meu futuro vai ficar por um fio aqui dentro quando
souberem o que aconteceu hoje.
— Eu sou muito grato a você e aos Sres. Patterson por
confiarem em mim, Demétrio, vocês não vão se arrepender de
contratar os serviços do meu amigo, Nelson também é um dos
melhores homens da nossa agência, mas... Eu não posso mais
continua aqui, eu quero a minha demissão! — Justifico-medecidido
mesmo me sentindo péssimo pelo que vou fazer, ele parece
confuso.
— Não estou entendendo, porque você quer se demitir? Você
está indo muito bem, já ganhou a confiançados patrões e foi muito
elogiado por eles... O que aconteceu para você tomar essa decisão?
Espero que não minta para mim depois de toda a confiança que
depositei em você. — Ele lança-me um olhar sério e eu respiro
fundo.
Tento pensar em uma desculpa convincente mas acabo
falando a verdade.
— Não sei como, mas... Me deixei envolver emocionalmente
pelo Sr. Victor, e preciso sair daqui antes que as coisas se
compliquem para o meu lado. Sei que errei em deixar isso
acontecer, por isso estou pedindo a minha demissão, não vou
conseguir protegê-lo sem sentir o que sinto... Eu nem sei o que
sinto, mas... O fato é que não quero decepcionar ninguém, então
antes que isso aconteça eu preciso sair. Me desculpe por quebrar a
sua confiança, não estava nos meus planos fazer isso, não quero
que pensem jamais que sou um canalha como Bryan que tinha más
intenções com a Srta. Emma, pois eu não sou assim, por isso estou
aqui sendo sincero com você. — Encaro-o envergonhado e abaixo a
abraça prevendo a minha expulsão daqui a ponta pés.
— É muito corajoso da sua parte admitir isso, e mais
surpreendente é você pedir demissão para evitar um mal maior...
Não vou deixar de te admirar por isso, cara, e eu não sabia que
você é gay. — Demétrio encara-me ainda mais surpreso me
deixando aliviado com a sua reação.
— Pois é, eu sou gay e estou gostando de quem não devia.
Se ajudar, posso indicar um novo colega meu para cuidar do Sr.
Victor. Ravi, eu te asseguro que ele assim como Nelson, também e
hétero e ambos são comprometidos, você não terá problemas com
nenhum deles. — Comento cabisbaixo por ter que deixar um
emprego perfeito desses.
— Bom, quem tem que assinar a sua demissão é o Sr. Gael
Patterson, então você vai precisar falar com ele. Espero de coração
que ele não mate você por se interessar pelo filho dele, mas não
garanto que isso não vá acontecer. — Diz Demétrio apreensivo e eu
sinto as minhas mãos soar frio, acho que estou ferrado.
— Eu já esperava por isso, eu vou falar com ele, mas antes
quero me despedir do Sr. Victor, tudo bem?
— Vai lá! E boa sorte. — Ele sorrir de lado coçando a cabeça
e eu respiro fundo.
Vou em direção a casa e entro na sala, mas não tem
ninguém, melhor assim. Subo para o segundo andar e vou até o
quarto do Sr. Victor e bato na porta três vezes.
— Entra! — Ouço a sua voz distante pedindo para entrar e
assim eu faço.
Entro no quarto e o vejo sentado em frente a janela, assim
que me ver ele se levanta apressado, apreensivo.
— O que você quer? Não vou mais precisar dos seus
serviços por hoje, já está dispensado. — Ele cruza os braços me
dando as costas e eu respiro fundo.
Mas estou decidido a conseguir um último beijo então
aproximo-me puxando ele pelo braço, avançando na sua boca com
um beijo urgente, ele nem sequer tenta resistir e me beija de volta,
um beijo tão doce, tão intenso que pode me levar a fazer uma
besteira, então interrompo o beijo afastando-me dele ofegante.
— Você... O que foi isso...? — Questiona em um fio de voz,
ainda mais ofegante que eu.
— Relaxa... Isso foisó uma despedida... Adeus, Sr. Victor, se
cuida, tá legal? — Afasto-mesem lhe dar as costas e saio do quarto
em seguida, fechando a porta atrás de mim.
Sigo pelo corredor apressado para sair dali e desço até a
sala, mas quando estou no meio da escada ouço a sua voz aflita.
— Matthew! Espera...? O que você quis dizer com adeus?
Você está indo embora...? Você não pode me deixar! Quer dizer...
Você é meu guarda-costas, não pode ir embora assim, eu não
aceito isso! — Ele aproxima-se me encarando chocado e eu paro
esperando por ele.
— Me perdoa? Eu não devia ter feito aquilo, sei que errei e
por isso estou indo embora... Não posso proteger você assim, eu
acabaria me descuidando da sua proteção e eu não me perdoaria
nunca por isso. Você vai estar melhor sem mim, vão contratar outro
guarda-costas para me substituir...
— Eu não quero outro guarda-costas, eu quero você! Quer
dizer... Eu já me acostumei com você, não vou deixar outro se
aproximar de mim que não seja você... Por favor...? Não vai...? Não
me decepcione você também...? — Seu tom embargado pela
emoção me surpreende.
Aproximo-me mais tocando o seu rosto constatando os seus
olhos marejados. Isso não é possível, ele está assim por mim?
— Tenta me entender...? Por favor não dificulta as coisas,
Victor...? Não quero que pense que sou como aquele desgraçado
que tentou te machucar, porque eu jamais faria isso, não gostei de
ser comparado com ele, e além do mas, sei que jamais serei
correspondido por você, e nem os seus pais aprovariam isso, então
eu preciso evitar que as coisas se complique para nós dois... Eu
gosto de você. Estou apaixonado por você, Victor Bennet Patterson,
mas olha para mim? Sou apenas um guarda-costas que não tem
nada para te oferecer, ao contrário dos muitos pretendentes riscos
que você tem na faculdade... É um deles que os seus pais vão
aprovar, não um simples guarda-costas como eu... Não quero me
machucar então eu preciso ir... — Toco os seus lábios macios com o
meu polegar e me seguro para não beijá-lo.
— O que está acontecendo aqui...? Quem vai me explicar,
você, Victor? Ou o Sr. Ragazzi? — Assusto-me com a voz do Sr.
Gael no alto da escada e afasto-me de Victor que limpa os olhos
discretamente.
— Papai?
— Sr. Patterson! Precisamos conversar, o senhor tem um
minuto? — Limpo a garganta vestindo a minha postura profissional
novamente.
— Com toda certeza iremos conversar, eu quero saber a que
se deve a essa intimidade toda entre você e meu filho!E espero que
seus argumentos me convençam, vamos para o meu escritório! —
Afirma em um tom severo enquanto se aproxima e passa por nós
com un olhar sério, eu sigo logo atrás dele.
Olho para trás e vejo Victor sentado na escada apreensivo,
mas o deixo para trás e entro no corredor com o seu pai. Entramos
no mesmo e o clima pesa pois não quero sair daqui expulso, afinal,
não fiz nada de errado, ou nada que se considere muito grave.
— Estou esperando, Sr. Ragazzi! Você pode me dizer o
porquê estava acariciando o rosto do meu filho?Por um instante até
pensei que fosse beijá-lo. — Suas perguntas são diretas mas no
fundo eu já esperava por elas.
— Primeiramente, quero me desculpar pelo que houve, e
prometo ao senhor que isso jamais me aconteceu antes, e não vai
voltar a se repetir pois já falei com Demétrio sobre a minha
demissão. — Enquanto falo ele me lança um olhar de surpresa. —
Sr. Petterson! Eu me apaixonei pelo seu filho, o beijei mas por isso
eu não vou me desculpar, mesmo ciente do meu erro... Peço perdão
sim se o decepcionei, se quebrei a sua confiança deixando isso
acontecer, por isso estou me demitindo e...
Explico-me calmamente sustentando o seu olhar sério, mas
sou interrompido pelo Sr. Scott entrando no escritório.
— Gael! Eu posso saber o porquê o nosso filho está
chorando? O que houve com Victor? Ele passou por mim chorando
e se trancou no quarto, eu não acredito que isso vai começar de
novo! Eu não quero ver o meu filho assim! — Questiona nervoso e
vejo o Sr. Patterson suspirar fundo.
— A culpa é desse infeliz aí! Ele se declarou para o nosso
filho e o beijou! E agora está pedindo demissão... Iludiu o meu filho
e agora vai embora! Bela atitude essa sua, seu incompetente! —
Esbraveja alterado e eu ergo uma sobrancelha.
Ele está furiosoporque eu vou embora ou porque beijei
o
filho dele?
— Como assim...? Matthew...? Você e Victor... Você se
declarou? Minha nossa até que enfim! Eu não aguentava mais essa
novela. — Dispara tranquilamente.
— Oi? — Encaro-o chocado e confuso.
— Como assim, Scott? Então você sabia do envolvimento
dos dois, e não me contou nada? — Questiona tão surpreso quanto
eu mesmo.
Capítulo 20

— Você precisa ficar mais atento aos nossos filhos, Gael! A


semanas Victor vem olhando para Matt de um jeito diferente e você
não percebeu...? Eu o aconselhei a ir devagar para ele não se
magoar de novo, de um certo modo, é por causa de Matt que o
nosso filho está se recuperando daquele acontecido... O nosso filho
está se apaixonando de novo, Gael, e me alegro muito que seja pelo
homem que o salvou e te ajudou a fazer justiça, você não concorda?
— Desembucha de uma só vez me deixando zonzo.
— Me desculpem, Sres. Patterson, eu não estou entendendo
nada do que está acontecendo aqui, então se me derem licença, eu
vou me adiantar... Onde eu assino a minha demissão? — Olho de
um lado para o outro e ambos estão sérios e isso sim me assusta.
— Você não ouviu o que o meu marido acabou de dizer? Meu
filho gosta de você, ele está voltando a si por sua causa então você
não sai dessa casa! Eu fui claro...? Mas que droga! Só eu não
enxergo o que acontece dentro dessa casa...? Um tenta contra nós,
e o outro nos salva e se apaixona pelo meu filho... Eu preciso de
uma bebida. — Esbraveja irritado mas ainda assim, não entendi se
ele está furioso comigo ou com a situação.
— Com todo respeito, senhor! Eu também preciso de uma
bebida, eu fiquei muito lerdo de repente e ainda não entendi o que
está acontecendo aqui... Afinal, eu serei demitido ou não? Eu não
posso mais proteger o seu filho, o senhor terá que me substituir. —
Aproximo-me com cautela e o vejo puxar a respiração com força.
— Aí é que você se engana, meu querido, por gostar do meu
filho, tenho certeza de que você o protegerá ainda com mais
atenção a partir de agora. Por isso a sua demissão é inaceitável!
Pode voltar para o seu posto! — Afirma Sr. Scott em um tom
confiante me deixando perplexo.
— Mas Scott? Amor você acha mesmo...
— Gael! Pelo amor de Deus, amor! Não vamos tirar essa
alegria do nosso filho, depois do que houve ele só está reagindo
novamente como antes porque Matthew tem sido muito presente e o
aconselha sobre não mudar pelo que houve, e eu agradeço muito
por isso, Matthew... Gael? Quando nós pedimos para aquele
delinquente se afastar do nosso filho, o que ele fez? Ficou
assediando o nosso menino e tentou violenta-lo, mas Matt o salvou
e por gostar do nosso filho, ele quer se demitir por achar errado
essa situação, por achar que seus sentimentos pelo nosso filho,
possa o prejudicar na proteção de Victor... E então Gael? Você
ainda vai deixá-lo se demitir? — Sr. Scott intercede por mim e eu
ainda estou surpreso por isso, pois pensei que seria expulso daqui
na porrada.
— Tudo bem! Ele fica!— Concorda emburrado e aproxima-se
de mim com dois copos de uísque nas mãos.
Espera! Ele vai mesmo me deixar beber com ele? Vou
precisar de mais uma dose desse uísque.
— Quanto a ver você íntimo do meu filho, Sr. Ragazzi! Não
estou preparado para vê-los se agarrando na minha frente, e não
quero esse tipo de comportamento durante o seu horário de
trabalho... — Alerta-me em um tom severo, mas é interrompido.
— Gael! Vai começar com isso? — O marido o repreende e o
vejo bufar.
— Scott! O que conversamos sobre você me contestar
tanto...? Não estou pedindo nenhum absurdo... — Retruca inquieto
mas agora sou eu quem o interrompe.
— Não se preocupe, Sr. Gael, não pretendo faltar com o
respeito nem aos senhores, e muito menos a Victor... Tenho que
admitir que estou surpreso com o rumo dessa conversa. Não serei
demitido, e os senhores não estão contra o meu envolvimento com
o seu filho...? É isso que estou entendendo? — Questiono sobre
mim e Victor.
— Eu ouvi a sua conversar com o meu filho na escada, vi o
quanto ele está sensível em relação a você. Scott tem razão, meu
filho também gosta de você, Matthew. Por tanto, eu não posso
afastá-lospor isso, Victor já sofreuo suficiente,não vou permitir que
ele sofra mais. Entretanto, estou levando em conta tudo que você
tem feito pela minha família, e principalmente pelo meu filho. Victor
ainda está se recuperando do que houve, então eu só vou lhe dar
um aviso, rapaz! Se você magoar o meu filho, seja por qual motivo
for, você não vai escapar de mim, eu não vou precisar da ajuda do
seu amigo para acabar com você, eu fui claro? — Seu tom severo
me assusta pela primeira vez.
— Puta merda! Quer dizer... Eu já prometi não decepcioná-lo
antes, e não vou fazer isso justo agora... Cacete! Está me dando
permissão para me aproximar mais do seu filho, senhor? Isso é
sério ou está me testando? — Sinto-me eufórico e ainda surpreso,
ele sorrir de lado com uma sobrancelha erguida.
Sr. Scott aproxima-se abraçando o marido com um largo
sorriso no rosto, acho que isso foi um sim?
— Vou testar você todos os dias enquanto estiver perto do
meu filho. Se prepare! A sua vida se tornará mais difícil a partir de
agora. — Ele me dá um sorriso diabólico deixando-me de boca
aberta.
— Nem tente, Gael! Ou quem será testado será você, meu
amor. E você sabe do que eu estou falando... Faço qualquer coisa
pela felicidade dos nossos filhos e você sabe muito bem disso. —
Sr. Scott afasta-se do marido sorrindo de lado e Gael o encara
chocado.
— Porra, assim não dá, Scott! Não posso nem fazer um
medinho no rapaz, amor...? Você me transformou em um frouxo,
sabia? — Sr. Gael corre atrás do marido o abraçando por trás me
deixando constrangido com essa pegação toda.
— Se tem uma coisa que você não é, é frouxo, meu amor...
Mas não vamos colocar isso a prova na frente do nosso futuro
genro. — Dispara Scott me fazendo engasgar com o meu uísque.
Encaro-os com os olhos levemente arregalados e os mesmos
estão rindo da minha cara. Pensei que eu fosse o engraçadinho
aqui, mas essa família está me surpreendendo.
— Eu não escolheria um pretendente rico para o meu filhosó
por conta da classe social, Matt. Eu sempre vou apoiar as escolhas
do meu filho, desde que seja para a felicidadedele, não importa se
você é rico ou pobre, parece que ele escolheu você então que assim
seja... Você já me provou o seu valor, só por isso estou permitindo
que se aproxime do meu filho. — Gael se solta do marido voltando
novamente na minha direção, me olhando nos olhos.
Vejo aqui de antes de mim algo que não fazia ideia de que
pudesse acontecer, Gael Patterson aperta a minha mão me dando
permissão para me aproximar do seu filho, eu, Matthew Ragazzi, um
simples guarda-costas que se apaixonou pelo filho do patrão.
— Obrigado pela confiança, Sr. Patterson! Sr. Scott!
— Nem vem com essa história de Sr. Scott, ou Sr. Patterson,
Matt! Não sou tão velho assim, rapaz... Agora tire o resto do dia de
folga, você merece pelo que fez hoje salvando a minha filha dos
planos diabólico de Bryan e Arthur, e ainda tirou Victor de casa para
afastá-lo dessa confusão... Você protegeu os meus dois filhos,
merece muito mais que a nossa confiança,merece também a nossa
admiração. Agora vá! Vá descansar e volte amanhã, Victor não vai
mais sair de casa hoje então você já pode ir. — Scott sorrir
abertamente com o marido o abraçando por trás e eu finalmente
respiro aliviado.
— Eu agradeço pela consideração, Sr. Scott... Quer dizer,
Scott, mas eu prefiroficara disposição caso haja algum imprevisto e
o Sr. Victor precise de mim... Mas se me permitirem, eu gostaria de
ir em casa, espairecer um pouco a mente para voltar ao trabalho. —
Atrevo-me a pedir tal coisa mas eles apenas concordam.
— Vá! Acho que você precisa mesmo pensar depois dessa
nossa conversa. Vou conversar com Victor também, quero saber o
que ele realmente pensa sobre tudo que conversamos... Nos dê
licença, Matt! — Diz antes de saírem do escritório mas eu saio logo
atrás.
Eles vão em direção a escada mas eu vou em direção a
porta, saio pela mesma e sigo até a minha moto, encontro Demétrio
vindo na minha direção com um pequeno sorriso no rosto.
— Bravo! Você está vivo, isso é um bom sinal... Como foi a
conversa com o chefe? — Pergunta surpreso mas eu não quero
falar disso agora.
— Você vai se surpreender quando eu te contar tudo que
aconteceu, mas não agora. Eu ainda preciso acreditar no que
houve, preciso ter certeza de que não estou sonhando, então depois
conversamos... Os Sres. Patterson me deram permissão para me
ausentar por algumas horas, vou em casa mas até o final da tarde
eu estou de volta... Com licença, senhor! — Ainda me sinto zonzo,
passo por ele indo para minha moto e ele apenas concorda.
Subo na minha Kawazaki e ponho o capacete dando a
partida, saio da minha vaga para ir embora mas de repente, Victor
aparece correndo na frente da minha moto me obrigando parar
abruptamente.
— Você não pode ir...! Não sem mim! — Avisa vindo na
minha direção e eu tiro o meu capacete.
— Eu vou em casa, mas eu volto... Os seus pais também não
aceitaram a minha demissão, mas me deram a tarde livre para
pensar na nossa conversa. — Desligo a moto atento a ele e o vejo
corado.
— Me leva com você...? Podemos pensar juntos? —
Surpreendo-me com o seu pedido e um pequeno sorriso nesses
lábios vermelhos.
— Porra...! É melhor não, os seus pais podem não...
— Precisamos conversar, então ou você me leva ou você
fica! — Avisa em um tom firme e autoritário, me fazendo sorrir
.
— Ok! Sobe! — Entrego a ele o meu capacete e ele abre
ainda mais o seu sorriso enquanto põe o capacete.
Olho em direção a casa e os pais dele estão lá, em pé na
porta abraçados atentos a nós. Espero que agora eles não resolvam
me demitir, pois sabem exatamente o quanto o filho deles consegue
ser teimoso.
Saio da mansão com ele abraçado a minha cintura, se
segurando firme em mim e eu sorrio por isso. Acelero afim de
chegar logo em casa mas diminuo quando sinto-o tremer, sei que
está com medo. Ainda não acredito em tudo que acabou de
acontecer.
Capítulo 21

Não sei de onde tirei tanta ousadia para fazer isso, mas eu
não podia deixá-lo ir sem antes conversarmos. Quando passei pelos
meus pais correndo e os vi tranquilo, tive a certeza de que isso era
um bom sinal, levando em conta que meu pai havia ido conversar
com Matthew, depois de nos flagrar em um momento bem íntimo,
pensei que meu pai fosse colocar a casa abaixo por isso mas me
surpreendi, eu preciso confiar mais nas minhas intuições.
Apenas perguntei onde Matthew estava e meu pai Gael
suspirou fundo apontando em direção a porta, não dei tempo para
eles me contestarem e sai apressado atrás do meu guarda-costas.
Não vou negar, me surpreendi quando ele disse que meus pais
também não aceitaram a sua demissão, isso fez o meu coração
disparar de alegria.
Quando saímos da mansão eu os vi parados na porta de
casa, e mesmo me vendo sair de moto com Matthew, eles pareciam
tranquilos com isso. O que será que aconteceu quando eles
conversaram?
Chegamos novamente no apartamento de Matthew e ele
estaciona na mesma vaga de hoje cedo, ele me dá a mão para me
ajudar a descer e assim o faço, ele desce em seguida encarando-
me de um jeito que não sei explicar, sua expressão é neutra e isso
me confunde.
— Você deve estar me achando um tolo pelo que fiz,mas eu
precisava falar com você longe dos meus pais e...
— Vamos subir! Conversaremos melhor lá em cima. — Ele
me indica o elevador ainda sério, no entanto, seguimos lado a lado.
Será que errei em vir com ele? Será que ele ainda tem
interesse em mim? O que ele conversou com os meus pais? Será
que ele ainda vai querer se afastar de mim?
Subimos em silêncio e logo estamos entrando no seu
apartamento, olho em direção a varanda fechada e sorrio ao me
lembrar da loucura que fizemos hoje.
— Eu gosto disso... De te ver sorrindo. — Ele para na minha
frente atento a mim.
— O que você conversou com os meus pais? Porque você
disse que eles não aceitaram a sua demissão...? Porque precisava
ficar sozinho para pensar sobre o que conversaram? — Pergunto
curioso e vejo-o respirar fundo.
— Vem! Vamos nos sentar. — Ele me pega pela mão me
levando para o sofá, nos sentamos lado a lado. — Em primeiro
lugar, a conversa com o seu pai foimais tranquila do que eu poderia
imaginar. Em segundo lugar, eles não aceitaram a minha demissão
por tudo que eu já fiz e sempre vou fazer por você e sua família...
Em terceiro lugar, eu precisava ficar sozinho para pensar em tudo
que está acontecendo, para pensar em tudo que ouvi dos seus pais.
— Seus olhos estão fixos nos meus mas me levanto abruptamente.
— Olha, eu não sei o que os meus pais te disseram para te
deixar assim tão pensativo, mas coisa boa parece que não foi...
Matthew! Vou afirmar o que eu disse mais cedo, ainda não estou
pronto para me envolver com ninguém agora, mas eu quero te
conhecer melhor, eu... Eu estou confuso, ao mesmo tempo que
tenho medo de me deixar envolver, eu quero estar perto de você,
não quero que se afaste de mim... Cacete! Você disse estar
apaixonado por mim e confesso que não esperava por isso. Não sei
ao certo o que sinto por você, mas... Meu pai Scott afirma que eu
também me apaixonei por você... Eu não sei explicar, eu nunca senti
isso antes, nem mesmo por aquele canalha do Thiago...
Me sinto aflito, me sinto eufórico mas também me sinto
amedrontado e tímido como nunca me senti antes.
— Não fala o nome daquele desgraçado! Não suporto ouvir
esse nome saindo da sua boca. — Repreende-me em um tom sério
também se levantando. — Eu vou dizer sobre o que eu conversei
com os seus pais, e vou dizer a resposta que tive.
Ele aproxima-se mais me olhando dentro dos olhos e a sua
aproximação me estremece, me deixa tenso como ninguém mais
deixou antes. Engulo em seco.
— Eu falei a verdade a eles, contei que não posso te proteger
porque me apaixonei por você e reconheci o meu erro, eu não devia
ter deixado isso acontecer. — Suas palavras me causam um aperto
no peito e minhas lágrimas aparecem rapidamente, mas me seguro
para não chorar. — Eu pedi demissão para me afastar de você,
mesmo não sendo esse o meu desejo, porque não sei como seria
para mim não poder te ver mais. — Sinto seus dedos tocarem o
meu rosto e minhas lágrimas descem sem a minha permissão. —
Mas graças a Deus, os seus pais me deram permissão para me
aproximar de você, pois eles também já perceberam que nos
gostamos, que somos correspondidos um pelo outro... E eu quero
você, Victor Bennet Patterson! Estou louco por você. — Ele me puxa
para o seu corpo e eu vou de bom grado, sentido um imenso sorriso
crescer em meu rosto. — Estou ciente de que preciso ir devagar,
que preciso merecer a sua confiança, e... Eu também quero te
conhecer melhor. Mas nesse momento, eu daria tudo por um beijo
seu... Quero sentir os seus lábios doces e macios mais uma vez. —
Ele sorrir vagando os seus dedos pelo meu rosto e eu abraço o seu
pescoço.
— Compartilhamos o mesmo desejo... Matthew Ragazzi. —
Minha voz trêmula não me impede de puxá-lo pela nuca e beijá-lo
ardentemente.
Matthew retribui com a mesma intensidade me apertando
contra o seu corpo, como se quisesse nos fundir um ao outro. Suas
mãos me apalpam e me acariciam, sinto que ele já está excitado e
ofego na sua boca. Ele me ergue em seus braços e eu enlaço as
minhas pernas na sua cintura, sinto quando ele se senta no sofá
comigo em seu colo e geme na minha boca, quando me sento no
seu colo pressionando a sua ereção. Meu corpo inteiro se arrepia
com as suas mãos subindo por baixo da minha blusa, acariciando
as minhas costas.
— Eu quero tanto você... Ahh eu quero muito, Victor...
Caralho... — Sussurra deitando-me no sofá pondo-se sobre mim e
isso me assusta.
— Vamos com calma...? Por favor...? — Peço tão ofegante
que mal consigo respirar.
Matthew encara a minha boca e volta a encarar os meus
olhos, ele se ergue voltando a se sentar no sofáe eu façoo mesmo.
— Me desculpa? Eu não queria me descontrolar com você,
mas é que... Porra você me deixa louco... Essa boquinha
vermelhinha é tentação demais para eu conseguir resistir. — Vejo-o
se levantar angustiado mas ele para me olhando daquele mesmo
jeito intenso.
— Que tal pedirmos comida...? Ou podemos sair para
almoçar em algum lugar... Estou com fome... — Me levanto me
sentindo tenso com os seus olhares sobre mim.
— É melhor pedirmos algo para comermos aqui mesmo. Não
quero ficar tão à vontade e acabar me descuidando da sua
segurança, não vou me perdoar se eu cometer esse erro. Seus pais
estão confiando em mim e acredite, ainda estou surpreso por eles
permitirem que eu me aproxime de você emocionalmente, jamais
imaginei que isso fosse possível, e digo mais, eu pensei que seria
expulso da mansão a ponta pés pelo meu atrevimento de me
apaixonar por você... — Sorrio pelo seu jeito engraçado de falar,
quando dou por mim já estou as gargalhadas. — Não ria! Eu estou
falando sério... Quer dizer, ria... Eu adoro ver você sorrindo, você
fica ainda mais lindo assim... Jamais imaginei que um garoto tão
lindo, rico, tão doce e gentil fosse capaz de se interessar por um
simples guarda-costas, jamais imaginei que você pudesse me olhar
dessa forma... Com carinho, com desejo. — Ele aproxima-se me
admirando de um jeito diferente, não sei explicar, será que é mesmo
paixão?
— Quando eu me interesso por alguém, não olho a classe
social, não olho o status financeiro,não olho beleza mas não posso
negar... Você é lindo e seus olhos azuis intensos me deixam
nervoso... Me faz ofegar como agora... Eu... Eu sinto que quero
você, mas ainda tenho receios, ainda não me sinto pronto para
isso... — Ele me puxa para o seu corpo me deixando ainda mais
ofegante que antes.
— Relaxa! Será tudo no seu tempo, eu jamais vou te forçar
ou te obrigar a nada que você não queira... Mas quero que me
perdoe caso eu não resista e passe um pouco dos seus limites, se
isso acontecer, é só pedir para eu parar e eu o faço,você me ouviu?
— Seu sorriso se abre mais aqui pertinho do meu rosto, me
deixando mole e de pernas bambas. Eu apenas concordo.
— Ok... Tudo bem... Obrigado pela compreensão... — Aperto
os seus braços fortes me sentindo trêmulo por ele sorrir tão
abertamente para mim.
— Posso te fazer uma pergunta? Se não quiser responder
não tem problema, eu vou entender. — Suas mãos grandes apertam
sutilmente a minha cintura e eu engulo em seco. — Eu fiquei muito
aliviado quando soube que aquele canalha não conseguiu cometer o
ato contra você, você não merecia ter passado por aquilo, mas...
Estou curioso para saber se ainda é virgem? Se já teve alguém...?
— Pergunta receoso e eu tento me soltar do seu aperto, mas ele
não deixa. — Ei! Relaxa? Como eu disse, se não quiser responder
não tem problemas, se é virgem ou não isso não importa, eu só
fiquei curioso. — Ele me segura pela nuca apreensivo mas consigo
me soltar dele.
— É melhor pedirmos logo a comida... Podemos conversar e
nos conhecer um pouco mais enquanto almoçamos... Ahh...
Sigo em direção a varanda mas sinto ele me puxa me
colocando contra a parede. Gemo respirando com dificuldade.
— Não foge de mim? Não vou te fazermal algum, Victor... —
Seu tom rouco mais uma vez me estremece.
— Eu ligo...? Ou você ligar...? Para pedir comida... Oh meu
Deus... Você já sabe a resposta para sua pergunta, então não me
torture...? — Pergunto em um fiode voz, mas amoleço quando sinto
os seus lábios úmidos no meu pescoço.
— Realmente... Eu sei a resposta, mas queria ouvir da sua
boca a confirmação.
Seus dedos mais uma vez tocam o meu rosto, seu corpo
pressiona o meu me fazendosentir o meu pau latejar pois não tem
como não ficarexcitado com ele assim, colado em mim me olhando
desse jeito faminto. Balanço a cabeça concordando.
Capítulo 22

— Por isso o meu medo e receio... Por isso não estou pronto.
Porque eu nunca transei antes, nunca dormi com ninguém... — Olho
nos seus olhos e vejo carinho, ternura e paixão, vejo a sua
preocupação comigo, vejo tudo que não vi com Thiago e nenhum
outro.
— Eu só perguntei para ter certeza, não quero fazer nada
que te deixe desconfortávelou com medo de mim. Vou ser paciente
e esperar o seu tempo porque eu sei que você será meu. — Sua
voz suave e tranquila me acalma, mas as suas mãos apertando a
minha cintura me faz tremer.
— Você é mais maduro e experiente que eu. Porque se
interessou por mim? Você também me acha ingênuo demais? —
Encaro a sua boca desejando beijá-lo mais uma vez, mas preciso
me controlar ou não vamos conseguir conversar.
— Eu não te acho ingênuo, você é inocente demais e não vê
a maldade das pessoas, você é puro, é doce e gentil, é meigo e
algumas pessoas se aproveitam disso para o mal... Mas eu me
apaixonei por você exatamente assim, então não mude. Se tiver que
se tornar mais forte e ser mais malicioso com as coisas do mundo,
eu vou te ensinar a ser assim, eu vou estar com você a partir de
agora. — Seus lábios aproximam dos meus lentamente e ele me
beija com calma, com doçura de um jeito diferente.
Me entrego ao prazer desse beijo sem me dar conta de que
estou gemendo na sua boca, e puxando os seus cabelos
intensificando o nosso beijo.
— Se continuar assim eu não vou resistir... Porra você me
deixa louco... Você é tão gostoso... — Sussurra entre os beijos se
esfregando em mim e eu me assusto.
— Oh meu Deus... Matthew... Pede a comida pra gente? Eu
estou com fome... Vou ao banheiro e já volto... — Solto-me dele
abruptamente e me apresso para chegar ao banheiro.
Meu Deus, esse homem me deixa forade mim, me fazquerer
coisas que ainda não me sinto preparado. Ainda não nos
conhecemos e eu já sinto esse fogo todo, esse tesão que me
enlouquece.
Jogo uma água no rosto e passo a mão molhada no pescoço
e na nuca, sinto a temperatura do meu corpo mais quente que o
normal, na verdade sinto que estou pegando fogo.
Depois de alguns minutos trancado no banheiro, eu
finalmente saio o encontrando falando ao telefone, ele conversa
bem descontraído me olhando daquele mesmo jeito intenso de
antes.
Passo por ele olhando algumas fotosna sua estante, vejo um
casal com um rapaz sorridente ao lado de Matthew, eles parecem
felizes.Olho algumas molduras na parede também de fotos com as
mesmas pessoas, será que é a família dele?
— São os meus pais, eu e meu irmão... Na minha próxima
folga vou te levar para conhecê-los, você vai gostar deles. — Me
assusto com ele me abraçando por trás, quando foi que ficamostão
íntimos assim?
— A sua família aceita o fato de você ser gay? Você já
apresentou alguém para eles antes? — Pergunto curioso enquanto
admiro a fotografia.
— Sim, todos eles aceitaram bem a minha orientação
sexual... E sim, eu já apresentei alguém a eles antes e foi super
tranquilo. — Comenta tranquilamente então me viro para encará-lo.
— Você disse que está apaixonado por mim, mas paixão
pode ser passageira... Quais são as suas reais intenções em se
aproximar de mim? Quer passar tempo? Se divertir ou algo do
tipo...? — Me deixo mover pela curiosidade e o vejo respirar fundo,
mas ele não me solta de mim.
— Se eu quisesse passar tempo ou me divertir com alguém,
não escolheria justo o filho dos meus patrões, além de colocar o
meu emprego a prêmio estaria colocando a minha vida em risco
também. A minha sorte é que os seus pais enxergaram a minha
verdade, eles sabem exatamente o que eu quero e sinto por você.
— Argumenta me olhando nos olhos e eu fico sem palavras. —
Você já se apaixonou antes por alguém? Sabe como é estar
apaixonado...? Sei que sente desejo por mim, mas além disso você
saberia me dizer o que mais sente por mim, Victor...? Você já me
disse que está confusoe eu te entendo, mas você se ver tendo um
relacionamento comigo? O seu guarda-costas? — Suas perguntas
me deixam ainda mais tenso.
— Eu pensei ter me apaixonado por aquele infeliz,você sabe
a quem me refiro, mas tudo que eu pensei estar sentindo por ele
mudou no instante em que ele me decepcionou pela primeira vez,
eu não sentia mais que pudesse ser paixão, e depois do que ele fez
tudo se transformou rapidamente em ódio e repulsa... Como eu
disse antes, não sei dizer o que sinto por você, eu só sei que
também te quero... Não quero que me deixe, não quero que se
afaste e tenho medo de me magoar, de me decepcionar mas eu
sinto que você pode ser diferente... E com certeza eu me vejo tendo
um relacionamento com o meu guarda-costas, mas ainda quero te
conhecer melhor. — Desabafo ainda em seus braços e vejo aquele
sorriso lindo se abrir aqui pertinho.
— Você não faz ideia de como é bom ouvir isso. Você não vai
se arrepender por me dar uma chance, eu te garanto... Agora vem!
Eu vou te apresentar melhor a minha casa, mais cedo você ficoutão
tenso que não tive oportunidade de te mostrar tudo. — Matthew me
dá um breve beijo e me puxa pela mão me levando até a cozinha.
Sorrio enquanto ele me mostra tudo, ele me serve um copo
de suco e fomos para os outros cômodos do apartamento, ele me
mostra o quarto de hóspedes e depois o seu quarto. Até que é bem
agradável e bem arrumado, as corres não são tão escuras mas
também não muito claras, a sua cama parece muito confortávele eu
coro ao me imaginar deitado nela.
— Está corado, porque está envergonhado...? — Sinto ele
abraçar a minha cintura por trás, e mais uma vez o seu toque me
estremece e me deixa excitado.
— Não estou envergonhado... Até que o seu apartamento é
bem aconchegante, eu gostei daqui. — Solto-me dele dando a volta
na cama e olho pela janela, tento me acalmar internamente mas
falhei.
— Se não está envergonhado, então porque está vermelho
desse jeito...? Seus lábios ficamainda mais vermelhos quando está
corado, e isso me deixa ainda mais louco para ter você. — Sua voz
rouca no pé do ouvido me faz sentir as minhas pernas bambear.
Suas mãos apertam a minha cintura e sinto a sua ereção
pressionar a minha bunda. Ofego e me estremeço, viro o rosto para
encará-lo mas ele me beija ardentemente, me beija com desejo e
mais uma vez me rendo, retribuo beijando-o ferozmente e me viro
para ele abraçando o seu pescoço.
Matthew abraça o meu corpo me guindo para algum lugar,
logo sinto-o me deitar na sua cama macia pondo-se sobre mim.
Sinto o quanto ele está excitado porque eu também estou, estou em
chamas, sinto o desejo me consumir me deixando fora de mim.
Sua boca desce chupando o meu pescoço enquanto suas
mãos me apertam, me faz ofegar , me deixa possuído pelo desejo.
— Você é maravilhoso... Porra eu não consigo resistir... —
Geme no meu pescoço enquanto me apalpa. Sinto ele segurar o
meu pau me acariciando.
— Matthew... Caramba... Ahh... O que está fazendo...?Ohh...
— Me descontrolo gemendo e me arqueando de tesão.
— Relaxa! Não vamos transar ainda... Eu só quero te dar um
pouquinho de prazer. — Sua mão entra na minha calça invadindo a
minha cueca e me agarra, me segurando firme.
— Estamos indo rápido demais... Não íamos nos
conhecermos primeiro...? Meu Deus... O que você está fazendo
comigo...? Porque me faz te desejar tanto...? Ahh... — Questiono
em um fio de voz sentindo que posso gozar a qualquer momento.
Mas não quero passar vergonha e sou salvo pela campainha
tocando, respiro fundo aliviado.
— Merda...! Eu esqueci da nossa comida... Ainda não
terminamos o que começamos, ouviu? — Ele me dá um breve beijo
e se levanta me deixando aqui sem reação.
Meu guarda-costas sai do quarto ajeitando a sua roupa e eu
tento me recompor. Me levanto ainda me sentindo atordoado com o
que aconteceu aqui, porra eu quase gozei na mão dele de tão
excitado que estou.
Saio do quarto e me apresso para entrar no banheiro, me
olho no espelho e estou vermelho feito um tomate, meu Deus que
louca é essa que está acontecendo aqui? Esse homem se declarou
para mim hoje e eu já estou quase me entregando a ele, porque sou
tão vulnerável com ele? Com Thiago eu não era assim e hoje
agradeço por isso, ou me arrependeria pelo resto da vida.
Depois de jogar uma água no rosto e ajeitar o cabelo, arrumo
também a minha roupa e saio do banheiro, vendo-o arrumar a mesa
com o nosso almoço, e o cheiro está divino.
— É melhor comermos antes que esfrie. — Ele espera que
eu me aproxime e puxa uma cadeira para mim.
Sento-me e ele fazo mesmo servindo dois copos com Coca-
Cola. Nos servimos e começamos a comer e ele tem os seus olhos
atentos em mim.
— Não acredito que você está aqui, almoçando comigo e
aceitou que nos conhecêssemos melhor... Você é um garoto muito
especial, Victor. — Comenta entre uma garfadae outra mas eu ergo
uma sobrancelha.
— Não sou mais um garoto, Sr. Ragazzi! Sou um homem
adulto assim como você! — Rebato com um pequeno sorriso e ele
também ergue uma sobrancelha.
— Tem razão, você não é mais um garoto... Um garoto não
me deixaria assim tão louco como você me deixa. — Seu sorriso
malicioso me faz corar violentamente, pois sei a que ele se refere.
— A comida está deliciosa... Você teve muito bom gosto na
escolha dos pratos... Me fala um pouco mais de você? A quanto
tempo trabalha como segurança? Quais são os seus gostos e
preferências? — Pergunto realmente curioso e ao mesmo tempo
tentando evitar os seus olhos maliciosos sobre mim.
Capítulo 23

Passei uma tarde maravilhosa na companhia de Victor, ele é


um rapaz excepcional, ele é incrível, é doce e gentil, eu não estava
enganado em relação a ele, Victor é tudo isso é muito mais,
conversar com ele me fazesquecer de tudo, me fazperder a noção
do tempo e eu só me liguei nisso quando Demétrio me ligou, para
saber se eu voltaria para o trabalho ainda hoje, só então me dei
conta de que passei a tarde inteira com ele aqui comigo.
— Precisamos ir, estão sentindo a nossa falta na mansão...
Não sei como o seu pai não mandou alguém para te buscar. —
Sorrio descontraído e ele faz o mesmo.
— Meus pais sabem que estou em segurança estando com
você, ou então não teriam me deixado sair de casa. Mas eu
concordo com você, precisamos ir, hoje seria o meu primeiro dia de
volta a faculdade e vou precisar pôr a matéria em dia... Não queria
voltar naquele lugar, só vou fazerisso porque você e os meus pais
me convenceram, não posso fugir disso a vida toda então que seja o
que Deus quiser. — Ele se levanta do sofá ajeitando a sua roupa e
eu me levanto do tapete o admirando um pouco mais.
— Já conversamos bastante sobre isso, você vai dar a volta
por cima, tenho certeza de que está mais fortedesde o acontecido...
Concordo com você, a gente não pode fugir dos nossos traumas a
vida inteira, sempre vai ter uma hora em que a gente vai precisar
enfrentar tudo de frente, e eu te garanto que você não vai estar
sozinho... Eu vou estar lá com você! — Sei o quanto ele está
confiante em voltar a enfrentar a vida como antes, e eu vou estar
com ele. — Já nos conhecemos bastante por hoje, já falei de mim e
já ouvi sobre você, que tal se me desse um beijo agora...? Estou
desejando isso a horas. — Aproximo-me admirando a sua boca e o
vejo ofegar antes mesmo que eu puxe-o para mim.
— Não se esqueça de que você concordou em irmos com
calma... Eu... Eu quero me sentir à vontade para irmos avançando
aos poucos... — Seus braços enlaçam o meu pescoço e seus dedos
delicados acariciam a minha nuca, isso me faz arrepiar
.
— Não vou me esquecer, agora pare de em enrolar e me
beija logo! — Avanço na sua boca faminto para sentir o seu gosto.
Beijo-o com vontade e ele retribui me fazendo sentir o seu
corpo reagir, ele é tão sensível, tão delicado que me fascina. Já
estamos os dois nós excitando então acho melhor parar por aqui,
não quero que ele se assuste com os meus assédios, não vou
obrigá-lo e nem induzi-lo a nada, não sou um canalha cretino que
consegue as coisas desse jeito, posso até ser insistente, mas eu sei
respeitar limites.
Lhe roubo mais um beijo e nos preparamos para sair, pego o
meu celular e a minha arma pondo no coldre embaixo do blazer,
pego um capacete extra e saio logo atrás de Victor seguindo para o
elevador.
Entramos no mesmo calados e ele encosta-se na parede de
metal evitando me olhar, mas vejo um sorriso tímido brotar em seus
lábios.
Aproximo-me dele erguendo o seu queixo, fazendo-o me
olhar nos olhos.
— O que foi? Ficou pensativo e parece envergonhado... Está
tudo bem? — Ponho a mão na parede de aço aproximando o meu
rosto do seu, ele respira fundo.
— Não é nada demais, eu só... Eu adorei passar a tarde com
você, mas estou ciente de que os meus pais não vão permitir que
isso aconteça com muita frequência, depois do que houve hoje eles
vão ficar ainda mais preocupados com a minha segurança e
também com os meus irmãos... Não sei como ficará tudo isso que
está acontecendo com a gente, quando você estiver em trabalho
não sei se você vai... — Comenta a última parte meio sem jeito, mas
o interrompo.
— Simples! Enquanto eu estiver te protegendo, seja em casa
ou na rua, não vou poder te roubar nem um único beijo, mesmo eu
desejando muito. Não quero dar motivos para os seus pais
pensarem que a nossa aproximação possa ser um erro, não posso
me descuidando da sua segurança, agora mais do que nunca eu
preciso manter você seguro e não posso deixar que nada me
atrapalhei nisso... Nem mesmo o meu desejo insano de ter você em
meus braços o tempo todo. — Afasto-me pensativo mas também
decidido, ele parece desanimado. — Não sabemos se tem mais
infiltrados na equipe, todos vão precisar passar por uma rigorosa
investigação, então, eu vou precisar vistoriar o seu quarto algumas
vezes durante o dia, durante a noite e até mesmo no meio da
madrugada... Se você sentir um carinho nos seus lábios, não se
assuste, serei eu apenas me certificando de você esteja bem. —
Aproximo-me novamente dele e o mesmo abre um pequeno sorriso
se mostrando mais animado.
Victor suspira fundo aproximando-se para me beijar, mas
nesse instante o elevador se abre e ele se afasta sorrindo. Saímos
do mesmo e seguimos de volta para minha moto, lhe entrego o
capacete extra e pego o meu preso na moto, subimos na mesma e
eu saio da garagem ganhando as ruas de Seattle novamente.
Sigo de volta para mansão Patterson e dessa vez corro um
pouco mais só para senti-lo me abraçar forte, vejo pelo retrovisor
que ele está sorrindo e isso me faz sorrir também, ele gostou de
estar comigo, ele me deu uma chance para nos conhecermos
melhor e isso foi uma grande surpresa para mim, mas estou feliz,
estou muito feliz por isso.

Chegamos na mansão e eu estaciono na minha vaga de


sempre, descemos da minha moto e entramos na casa lado a lado
mas não vimos ninguém. Andamos pela sala com Victor ainda
sorrindo daquele jeito encantador que me deixa fascinado, e louco
para lhe roubar um beijo.
— Filho? Até que enfim você chegou, pensei que fosse
dormir fora hoje. — Ouço a voz do Sr. Scott vindo de algum lugar e
o vejo vir da sala de refeições, seu marido vem logo atrás com as
mãos nos bolsos.
— Me desculpa, papai, eu tive uma tarde tão agradável que
perdi a noção do tempo... Conversar com Matthew e muito
interessante. — Victor corre para os braços do pai empolgado, e
devo confessar que isso também me surpreende.
— Fico muito feliz em te ver tão feliz, meu filho, parece que
conversar com Matthew te fez muito bem... E vocês apenas
conversaram? — Dispara Sr. Gael se aproximando do filho que fica
vermelho rapidamente.
— Papai! Pelo amor de Deus! Você está me deixando
constrangido. — Victor repreende o pai e o mesmo suspira.
— Me desculpa, filho, é só preocupação de pai, afinal, vocês
passaram a tarde toda juntos, é tempo demais. — Vejo os ciúmes
do meu futuro sogro sendo disparado na minha direção.
Espera!Futurosogro?Não seise devo sonhartãoaltoainda.
— Apenas conversamos papai. Precisamos conversar
também, não gosto de fazer nada escondido de vocês mas eu
precisava desse momento a sós com Matthew, eu sei que vocês
ainda estão apreensivos com o que passei a umas semanas atrás,
eu também falei que não queria saber de ninguém tão cedo e que
iria focara minha atenção apenas nos estudos, mas... A verdade é
que eu estou sim interessado em Matthew e ele em mim... Ele
parece ser diferente, parece ser honesto e se importa não só
comigo, mas com toda a nossa família, tanto que ele queria se
demitir por achar que havia errado em se interessar por mim...
Enfim... Nós conversamos bastante e decidimos nos conhecermos
melhor, então eu queria saber se tenho a aprovação de vocês
quanto a isso, sei que já conversaram com nele, mas eu quero ouvir
de vocês o que acham sobre isso. — Ele parece tenso por seus pais
nos encarar tão atentos.
Me sinto apreensivo mesmo depois de já ter conversado com
eles.
— Eu e seu pai já conversamos sobre isso, filho, você já é
bem grandinho para saber as escolhas que faz, e se conhecer
Matthew melhor é o que você quer, não vamos ficarcontra você por
isso... Realmente Matthew tem provado ser um cara de confiança,
então é claro que vocês terão o nosso apoio caso decidam ficar
juntos... Seu pai Scott também não era rico quando nos
conhecemos, enfrentamos muitas dificuldades para ficarmos juntos
mas não desistimos. E se vocês também passarem por algum
obstáculos e precisarem de apoio, nós estaremos aqui para vocês.
Me desculpe por estar falando assim, Matt, não sei o que será de
vocês amanhã, mas eu só quero que o meu filho seja feliz, e se
você tiver que ser o motivo dessa felicidade, você tem a minha
aprovação para seguir a diante... Já faz semanas que não vejo o
meu filho tão empolgado, isso me deixa feliz. — Me surpreendo
mais uma vez com as palavras do Sr. Gael, na verdade estou
chocado ainda.
— Você é demais, papai, eu te amo tanto. — Victor se joga
nos braços do pai, e realmente eu ainda não havia o visto tão
animado assim antes.
— Nós também te amamos, filho, e ver você e sua irmã
felizesdepois do que houve, é tudo que mais queremos. — Sr. Scott
se emociona abraçado o filho junto ao marido.
O amor que essa família tem uns pelos outros é algo que eu
não esperava ver, levando em conta todo o dinheiro envolvido, pois
eles são podre de ricos, e geralmente gente rica são muito
antipática, só pensam em si próprios e no quanto podem ganhar a
mais as custas dos outros, mas essas pessoas são totalmente
diferente de tudo que eu poderia imaginar.
— Eu agradeço a compreensão e o apoio dos senhores, volto
a afirmar que vocês não vão se decepcionar comigo, não vou falhar
no meu trabalho por estar emocionalmente envolvido com Victor,
pelo contrário, vou ser ainda mais cuidadoso de agora em diante, eu
prometo. — Afirmo em um tom seguro e profissional.
— Eu não esperava menos de você, rapaz, nesse pouco
tempo que está conosco, você já se mostrou mais fiel que muitos
que ficaramaqui por anos, estamos levando isso em conta também.
Mas agora volte ao seu posto, vocês dois já passaram muito tempo
juntos e Demétrio precisa te passar o que foi decidido na reunião
que tivemos, a segurança foi mais uma vez reforçada e temos dois
amigos seus começando hoje no trabalho, porque não vai dar as
boas-vindas a eles? Depois conversaremos melhor. — Surpreendo-
me ao saber que mais alguém da agência está aqui. Não acredito,
dois amigos meus aqui?
— Quem está aqui, Sr. Gael? Quem foi escalado para a
nossa equipe? — Pergunto curioso.
— Eles foram muito elogiados pelo Sr. Pires, assim como
você foi quando o contratamos... Nelson e Ravi agora fazem parte
da minha equipe de segurança, Ravi vai ser o novo guarda-costas
de Emma, mas para o bem dele, é melhor que ele seja gay também,
ou que pelo menos seja casado. Estou apoiando a sua aproximação
do meu filho porque você tem feito por nós, coisas que ninguém
mais fez antes, e Victor já é adulto e sabe o faz, sabe das suas
escolhas, mas com a minha filha é diferente! Então aconselha os
seus amigos a não passarem dos limites com ela, eu fui claro? Ela
ainda está traumatizada com o que pretendiam fazercom ela, e não
quero ninguém se engraçando para cima da minha menina. —
Alerta em um tom firme e severo.
— Não se preocupe, Sr. Patterson, eles são os meus
melhores amigos e assim como eu, eles também farão até o
impossível para manter a segurança da sua família, ambos são
comprometidos e eles amam as suas mulheres... A Srta. Emma é
uma garota incrível além de muito linda, mas é muito nova e não faz
o tipo deles... Mas é verdade que idade é só um número, tiro isso
por mim mesmo. — O tranquilizo ao falar dos rapazes, mas admiro
Victor que suspira fundo me dando um pequeno sorriso.
Seus pais olham de mim para ele e vice versa, Gael
aproxima-se me guiando em direção a porta e Victor fica ali,
abraçado a seu pai Scott. Sorrio por dentro por eles estarem nos
apoiando nessa questão, mas também porque terei os meus
melhores amigos trabalhando aqui comigo, isso vai ser demais, com
certeza o nosso desempenho será ainda melhor trabalhando juntos.
Capítulo 24

— Estou muito feliz por tê-los aqui trabalhando comigo, não


vamos deixar a nossa amizade atrapalhar o nosso desempenho e
vamos dar o nosso melhor! Vamos nos ajudar para que o nosso
trabalho seja mais uma vez reconhecido, não estamos trabalhando
para um famoso qualquer, a família Patterson é uma das famílias
mais ricas do país... Vamos impressioná-los com o nosso trabalho,
vamos fazero que fazemosde melhor! Vamos proteger essa família
a todo custo! — Incentivo os meus amigos me sentindo eufóricopor
mais uma vez podermos trabalhar juntos.
— Falou e disse, meu amigo! Vamos dar o nosso melhor,
pode ter certeza disso! — Nelson se empolga me abraçando pelos
ombros e Ravi faz o mesmo.
— Somos os três mosqueteiros, e sempre vamos fazer o
nosso melhor... Um por todos!
— E todos por um! — Dissemos os três juntos.
— Já estou sabendo que você indicou Nelson para fazer
parte da equipe, e graças a isso eu também estou aqui, meu
amigo... Valeu por não se esquecer de nós. — Ravi me guia em
direção a Demétrio com Nelson ao nosso lado.
— Por falar nisso, como ficou aquela história que você me
contou ontem? Você tinha dito que pediria demissão, mas pelo você
visto mudou de ideia, está tudo bem? — Nelson pergunta curioso.
— Deixa que eu respondo a sua pergunta, Nelson...! O seu
amigo aí é um filho da mãe sortudo, ele conquistou a confiança de
todos nessa casa, até mesmo a do nosso chefe...Ele tem feito um
ótimo trabalho e isso o fezmerecer a oportunidade de se tornar um
membro da família... Em breve teremos que protegê-lo também. —
Demétrio se aproxima com um sorriso largo me fazendo gargalhar
.
— Não exagera, Demétrio, ainda estou no processo de
conhecimento e adaptação, para só então saber se terei realmente
uma chance de conquistar o que eu quero... Ainda é cedo para
afirmar alguma coisa. — Rebato ainda sorrindo e Ravi me encara
confuso.
— Acho que eu perdi alguma coisa, do que vocês estão
falando? — Ele olha de mim para Demétrio que sorrir de lado.
— O seu amigo aí, caiu nas graças do Sr. Victor e vice
versa... A paixão está no ar, meu caro Nelson... Mas já vou deixar
bem claro que essa façanha não se repetirá com a Srta. Emma, ou
vocês estão mortos, eu fui claro? Matthew já fez muito por essa
família no pouco tempo que tem aqui conosco, só por isso o chefe
abriu uma exceção, levando em conta que eles sempre apoiarão a
felicidadedo filhodepois do que houve, e o rapaz se apaixonou pelo
seu guarda-costas, e o guarda-costas pelo seu cliente mas isso não
se repetirá com vocês. — Explica um pouco mais sério e meus
amigos estão atentos.
— Quanto a isso você não tem com o que se preocupar, Sr.
Demétrio, eu tenho uma noiva ciumenta pra cacete mas mesmo
assim, eu a amo e é com ela que eu quero me casar, quero passar o
resto da minha vida com aquela mulher... Mas fico feliz que meu
amigo esteja finalmente apaixonado, foi muito audacioso na sua
escolha mas que bom que teve sorte e é correspondido, e bem
aceito também. — Rebate Nelson todo bobo ao falar da sua noiva.
— Faço das palavras do meu amigo as minhas, Sr. Demétrio!
Estou felizpelo meu amigo, principalmente porque ele não vai mais
sair desse emprego e vamos poder trabalhar juntos, vamos dar o
nosso melhor... Mas eu também sou casado, e muito bem casado,
minha mulher está esperando o nosso primeiro filho e nada nem
ninguém nesse mundo vai me fazer perdê-los. — Ravi é outro
apaixonado incorrigível, mas eu também quero um amor assim, tão
forte e tão verdadeiro, assim como o amor dos meus pais também.
— Fico muito feliz em saber disso, rapazes, isso vai deixar o
nosso chefemais tranquilo também. — Demétrio nos dá passagem
para seguirmos até os outros seguranças, e assim fomos.
Conversamos um pouco mais com Demétrio mas nos
juntamos aos outros falandosobre o novo esquema de segurança, e
enquanto alguns seguranças estão sendo investigados e afastados
do trabalho, eu, Ravi, Nelson e alguns dos seguranças com mais
tempo de casa, vamos ficar na mansão e alguns outros vão ser
substituídos pelos seguranças da empresa, não podemos vacilar na
segurança dessa família então vamos montar as melhores
estratégicas para que algo como aquilo não se repita, não podemos
correr o risco de termos novos seguranças corruptos na equipe.
Já está escurecendo e é hora de fazermos a ronda pelas
proximidades da mansão, enquanto Ravi e alguns outros vão para a
área externa. Eu e Nelson ficamos com a área interna juntos com
outros seguranças, juntamente com Demétrio.
— Nelson! Matthew! Vocês dois são os guarda-costas da
família, então vocês ficam com a areia interna da casa, verifiquem
cada cômodo e se precisarem olhar embaixo das camas, dentro dos
armários, embaixo das mesas, não hesitem! A cabeça de todos aqui
está a prêmio! Então vão! — Demétrio nos alerta no seu tom firmee
nós concordamos.
— Sim senhor!
Saímos em seguida e entramos na casa, andamos pela sala
e seguimos cada um para um lado dos corredores do ambiente,
vistoriamos o primeiro andar inteiro e só depois subimos para o
andar de cima.
Seguimos pelo mesmo corredor e cada um verificaum lado
do mesmo, quando terminamos seguimos paro o outro corredor e
ouço uma música alta vindo de um dos quartos, quando nos
aproximamos percebo que a música vem do quarto de Victor, sorrio
por finalmente vê-lo empolgado, e se está escutando música é
porque ele está feliz.
— A julgar por esse sorriso bobo em seu rosto, já sei de
quem é esse quarto... Vai lá ver se o seu amado está bem, eu
termino de verificaros dois últimos quartos. — Nelson sorrir de lado
e se adianta, eu apenas concordo.
Aproximo-me da porta do quarto e bato duas vezes, mas
ninguém me responde então giro a maçaneta e entro de uma vez,
não vejo ninguém então fecho a porta atrás de mim e sigo para o
banheiro, mas também não tem ninguém, volto e sigo para o closet
e me deparo com Victor só de shortinho dançando empolgado
enquanto escolhe uma camisa, ele rebola passando as mãos pelo
seu corpo e seus movimentos me prendem, até que ele leva jeito
para dançar, e dança tão sensual, a sua bundinha colada nesse
shortinho está me deixando de pau duro.
Encosto-me no batente da porta e cruzo os braços o
admirando de cima abaixo, sua pele branquinha é muito sedutora.
Victor se mexe rebolando sensualmente e se vira sorrindo, mas se
assusta ao me ver aqui parado o admirando.
— Oh meu Deus...! Matthew...? A quanto tempo você está aí?
— Respira ofegante pondo a mão no peito e eu aproximo-me dele.
— Estou aqui a tempo o suficiente para ficar de pau duro te
admirando... Você é muito sedutor, Victor... Estou tentando resistir a
você, mas eu não consigo. — Puxo-o pela cintura e o coloco contra
o armário.
Tomo a sua boca beijando-o ferozmente, desejando
ardentemente sentir mais do que apenas essa boquinha gostosa.
Sinto o seu corpo perder as forças escorregando pelo armário, mas
abraço-o prendendo ele a mim, sentindo-o me beijar com doçura,
me beijar com desejo. Mas interrompo o beijo ao sentir que posso
querer passar dos limites, pois já me sinto em chamas de tanto
desejá-lo.
Afasto-me dele ofegante e zonzo de desejo, ele está ainda
mais ofegante que eu, vejo-o se segurar no armário para não cair e
eu sorrio por isso.
— Eu só vim para verificarse está tudo bem... Se precisa de
algo... — Faço menção de me aproximar novamente, mas paro
puxando a respiração com força, ou vou fazer uma besteira.
— Eu só preciso terminar de me vestir... Para descer para
jantar... — Ele pega uma camisa cobrindo o seu corpo
envergonhado.
— Se não for pedir muito... Por favor? Coloca um short
menos revelador? Você vestido assim não vai me ajudar a me
controlar. Você assim me fazquerer arrancar esse short fora e... Me
desculpa? Não quero assustá-lo... Vou estar lá embaixo caso
precise de mim. — Aproximo-me admirando a sua boca com desejo,
mas ele se esquiva com os olhos levemente arregalados.
Ele apenas concorda sorrindo de lado então eu saio do
closet, ajeito o meu pau dentro da calça me sentindo desconfortável
e tentando me acalmar. Saio do quarto e sigo para as escadas,
desço até a sala e saio da casa respirando fundo, vendo Nelson se
aproximar.
— Você parece tenso, está tudo bem lá em cima? Você
demorou no quarto do Sr. Victor. — Questiona se segurando para
não rir da minha cara.
— Porra, cara, eu estou enlouquecendo... Ele tem um beijo
tão perfeito, estou tentando me controlar para não passar dos
limites, afinal, ainda estamos nos conhecendo, e ele... Ele ainda é
virgem, ainda não teve ninguém então vou precisar ser duplamente
paciente, preciso esperar o tempo dele mas até lá eu vou pirar...
Estou desejando esse garoto a semanas. — Desabafo em um tom
baixo enquanto me afasto da casa com ele ao meu lado.
— Puta merda, ele ainda é virgem...? Você vai precisar
adquirir uma paciência absurda, meu amigo, só assim você vai
conseguir esperar o tempo dele, e reze para não demorar muito...
Falo isso por experiência própria. — Comenta o filho da mãe rindo
da minha cara.
— Rir mesmo, seu cretino! Você já passou por isso antes e
sabe o quanto é difícilse controlar... Mas eu vou ser forte, você vai
ver. — Retruco emburrado mas sorrio ao me lembrar novamente
aquele garoto de aparência delicada, daquela boquinha vermelhinha
que me deixa louco.
Converso brevemente com o meu amigo e ele me conta que
já conheceu a Srta. Emma, mas que ela parecia bastante abalada
por saber do que estava prestes a acontecer com ela, mas no fundo
sei que a decepção foi maior por saber que quem estava tramando
contra ela, era justamente o cara por quem ela estava interessada,
mas sei que ela vai superar isso.
Vejo ao longe Demétrio falando ao telefone e ele não parece
satisfeito com o rumo da conversa, paro um pouco mais distante e
ficamosatentos para saber se está tudo bem, ou se aconteceu algo
que vá nos deixar em alerta.
Depois de encerrar a ligação, Demétrio vem na nossa direção
apressado, no mesmo instante em que Ravi se aproxima com outros
seguranças.
— Matthew! Ravi e Nelson! Vem comigo! — Demétrio passa
por nós seguindo em direção a casa e nós vamos atrás.
— Aconteceu alguma coisa, Demétrio? É algo sério? —
Pergunto enquanto entramos na casa e finalmente ele para nos
encarando sério.
— Bryan e Arthur foram soltos, aqueles infelizes! Aquela
gravação não foi o suficiente para mantê-los presos, e os infelizes
estão negando envolvimento na tentativa de invasão a mansão,
precisamos nos reprogramar porque eles podem tentar algo contra a
família Patterson, e eles não virão sozinhos... Chame o Sr. Gael,
Matthew! Vamos está o aguardando no escritório, é urgente! —
Revela fazendoa fúriacrescer dentro e mim, eu queria os encontrar
sozinho para eu mesmo meter uma bala no seu crânio.
— Vou avisar o Sr. Patterson agora mesmo!
Aviso antes de sair em direção a sala de refeições, sei que a
essa hora já estão todos jantando e não queria interromper esse
momento em família com uma notícia dessas.
Entro na sala e vejo todos a mesa comendo empolgado,
encaro Victor e o vejo suspirar, encaro o seu pai Gael e ele tem os
seus olhos atentos a mim.
— Com licença, Sr. Gael! Me desculpe por interromper a sua
refeição, mas precisamos conversar, é urgente! — Aviso sério
olhando em seus olhos e sei que ele sabe que o assunto é
realmente sério.
— Terminem o jantar sem mim, meu amor, preciso resolver
algo sobre a segurança. — Avisa já se levantando e vem na minha
direção.
Saímos da sala sem olhar para atrás mas assim como já
previa, a sua pergunta vem em um tom cortante.
— Que caralho aconteceu agora? Será que não vou ter um
minuto de sossego? — Questiona furioso mas continua o nosso
trajeto até a sala.
— Demétrio está nos esperando no escritório, senhor...! Não
temos boas notícias, Bryan e Arthur foram soltos pois a gravação
que fiz, não foi o suficiente para mantê-los presos... Creio que os
nossos problemas só estejam começando. — Relato enquanto
seguimos para o escritório, mas ele para com aquela ruga no meio
da testa e sei que a sua fúria foi alcançada.
— Malditos! Eu quero aqueles infelizes mortos! Quero essa
corja no inferno!— Esbraveja alterado e se apressa para chegar até
o escritório, sigo logo atrás dele.
Quando estamos chegando no escritório, ouço a voz de
Victor atrás de nós.
— Papai? O que houve? Aconteceu alguma coisa? —
Pergunta preocupado.
— Agora não, Victor! Depois, filho! — Diz irritado e entra no
escritório em seguida. Encaro Victor brevemente.
— Relaxa! Vai ficartudo bem. — O tranquilizo antes de entrar
no escritório fechando a porta atrás de mim.
Capítulo 25

— Eu quero saber o que está acontecendo, papai! Tem algo


de muito errado acontecendo, o papai Gael estava furioso e agora
eles estão trancados no escritório a mais de meia hora. —
Questiono inquieto andando de um lado para o outro.
— Se aclama filho! Se estiver acontecendo algo sério, o seu
pai precisa resolver isso junto com Demétrio e os outros, não vai
adiantar você ficarassim... Vamos subir, não sabemos a que horas
eles vão terminar essa reunião, e dependendo do rumo da
conversa, dependendo das decisões que estão sendo tomadas eles
podem ir noite a dentro nesse assunto... Depois o seu pai vai nos
explicar o que está acontecendo, agora vamos! Vem Emma! Vamos
subir, minha filha. — Papai Scott abraça a minha cintura e pega
minha irmã pela mão nos guiando para a escada.
Tento não contestar mais enquanto subimos, mas minha irmã
faz uma pergunta que faz todo sentido.
— Esse problema que o papai está resolvendo, será que tem
a ver com Bryan e as pessoas a quem ele iria me entregar? Ainda
corremos perigo, não é papai? — Pergunta pensativa e nós
paramos atentos.
— Não vou mentir, filha, tudo é possível, Bryan estava
envolvido na tentativa de invasão a mansão, e ele estava tramando
para te entregar para sabe se lá quem, e ainda pretendia abusar de
você... Meu Deus, eu não gosto nem de imaginar uma coisa dessas
acontecendo com você, já foi cruel demais o que fizeramcom o seu
irmão, e agora tentam contra você... Eu não estou tranquilo, estou
muito angustiado e preocupado... Não vou suportar vê-los sofrendo
por causa de pessoas perversas, eu já sofri no passando e o pai de
vocês sofreu junto comigo para me ajudar, e agora mais isso! —
Vejo meu pai emocionado, vejo o medo nos seus olhos mas ele
tenta ser forte para não nos assustar.
— Vamos subir, papai! Não vai acontecer nada conosco,
agora estamos mais preparados para essas eventualidades, a
nossa segurança foi reforçada pela segunda vez, ninguém vai se
aproximar de nós. — Abraço-o com carinho e minha irmã faz o
mesmo.
Beijamos o seu rosto com ternura e subimos o levando
juntos. Seguimos para o seu quarto e entramos com ele, nos
deitando os três juntos na sua cama, conversamos brevemente para
tranquilizá-lo mas deixo-o com Emma, minha irmã é tão frágil quanto
eu, somos parecidos em muitas coisas mas por ser mulher, claro
que os meus pais e até mesmo eu e meu irmão nos preocupamos
mais com ela, vai ser bom ela passar esse tempo com o papai Scott,
ele vai se sentir mais tranquilo com ela ao seu lado.
Sigo para o meu quarto e me troco para dormir, coloco um
shortinho confortável e uma camiseta, me jogo na cama e me pego
pensando no dia de hoje, passar um tempo com Matthew foi
maravilhoso, eu me senti tão a vontade em conversar com ele, em
estar em seus braços, na verdade eu me senti bem até demais.
Sentir os seus beijos e as suas mãos me pegando, me
apalpando e me apertando me deixou de um jeito que ainda não
estive antes, me deixou eufórico de tanto tesão, me senti tão duro
que poderia gozar apenas com ele me tocando enquanto me
beijava.
— Meu Deus... Que calor... Porque estou tão ofegante se ele
nem está aqui...?
Sussurro arrancando a minha camiseta fora, aliás, nem sei o
porquê o coloquei se sempre durmo de cueca, gosto de dormir à
vontade e meus pais já se acostumam com isso.
Arranco também o meu short e apago a luz me deitando
novamente, toco o meu pau por cima da cueca e me sinto duro, me
lembro da sua mão me tocando e ofego mais uma vez.
— Mas será possível...? Ele não pode me tirar o sono dessa
maneira!
Me levanto inquieto e me aproximo da janela abrindo uma
fresta da cortina, olho para ao jardim na esperança de o ver e lá
está ele, mas ele não está sozinho, ele está concentrado
conversando com o meu pai Gael, Demétrio e um grupo grande de
seguranças, sei que vão entrar noite a dentro para resolverem seja
lá o que estiver acontecendo.
Me jogo na cama novamente e pego o meu celular para
mexer um pouco, ainda está cedo e não vou conseguir dormir
pensando tanto nele. Mas quando dou por mim já estou
pesquisando o seu nome no Instagram e o encontro, vasculho as
suas fotos e vejo cada uma mais linda que a outra, o vejo sem
camisa com aquele tanquinho de fora, minha nossa, fico ofegante
apenas olhando as suas fotos.
Deixo o meu celular de lado e me viro para o outro lado da
cama, não vou me masturbar pensando nele, isso é o cúmulo do
absurdo. Mas me lembro dos seus beijos quentes e a sua pegada
forte, gemo baixinho de olhos fechados desejando-o aqui comigo.
Eu devo estar ficando louco, só pode ser isso.
Depois alguns minutos me entrego ao sono. No meio da noite
sinto um carinho no meu rosto e logo desce para os meus lábios,
abro os olhos ainda sonolento e o vejo sentado na beira da minha
cama, não sei se estou sonhando ou se ele está mesmo aqui.
Ele não diz nada, apenas me admira mas estou com muito
sono.
— Deite-se comigo...? Só um pouquinho...?
Puxo a sua mão me virando para o outro lado da cama e
sinto-o deitar-se ao meu lado, abraçando a minha cintura
— Cacete... Você está quase nu... Ahh isso é tentação
demais... — Ouço sua voz rouca no meu ouvido e logo os seus
lábios molhados estão no meu pescoço.
Viro o meu rosto para encará-lo mas ele me beija com calma,
mas tão intensamente enquanto sinto ele se esfregar em mim, e
aperta a minha cintura.
— Eu preciso sair daqui... Porra, eu preciso me controlar... —
Sua voz é grave, tão rouca que me assusto e me afasto pensando
ser outra pessoa.
— Matthew...? Você está mesmo aqui, eu pensei que tivesse
sonhando... Meu Deus você está tão excitado... — Sinto minha voz
trêmula de tão ofegante que estou.
Ele se levanta ajeitando a sua roupa mas não desvia os olhos
de mim, lembro-me que estou só de cueca e me sento puxo o
edredom, me cobrindo.
— Volte a dormir, me desculpa por ter te acordado... Você
estava tão lindo dormindo que não resisti... — Ele também ofega e
se aproxima rápido me roubando um beijo pouco demorado. —
Tenha bons sonhos, meu anjo, nos vemos ao amanhecer, agora
volte a dormir. — Seus dedos acariciam o meu rosto antes dele se
afastar.
Apenas concordo e ele sai me deixando aqui atômico. Me
jogo novamente na cama ainda pensando ter delirado, ele estava
tão duro, tão excitado que me deixou duro na mesma hora.
— E agora? Como vou conseguir pegar no sono outra vez?
Suspiro frustradoe tento pegar no sono outra vez. Sorrio feito
um bobo por ele ter estado aqui na minha cama, coladinho em mim
e tão excitado. Ele parece ser tão grande, será que vou conseguir
me entregar a ele? Eu quero me entregar a ele mas não quero que
seja assim tão rápido, ainda estamos nos conhecendo mas se as
coisas continuarem quentes desse jeito, não sei por quanto tempo
mais vou resistir.
Pego no sono novamente e durmo tranquilamente, foi
inevitável sonhar com ele me possuindo, mas foi algo tão intenso
que acordo assustado e molhado de suor, e uma ereção inesperada.
Olho no relógio na cabeceira da cama e vejo que faltam
apenas meia hora para eu me levantar, decido fazer isso agora e
vou direto para o banheiro tomar o meu banho quente, não me
demoro muito e logo estou me arrumando para descer, mas antes
pego a minha mochila e meu celular.
Saio do meu quarto e sigo até o quanto de Emma mas ela
ainda está dormindo e nem sei se ela vai voltar para faculdadehoje.
Resolvo não chamar por ela e a deixo dormir um pouco mais, se ela
for a faculdade ela vai se levantar no horário programado no seu
despertador.
Era para voltarmos a faculdadeno horário da noite que era o
nosso habitual período de estudos, mas depois do que houve com
Thiago, e também com Bryan e Arthur, meus pais acharam mais
seguro trocar o nosso horário na faculdade, agora ao invez de
estudar a noite, vamos estudar de manhã e eu não vou precisar
encontrar aqueles malditos que riram da minha cara quando
tentaram me estuprar. Ainda estou receoso em voltar para
faculdade, mas não vou parar a minha vida por causa de ninguém.
Desço até a sala mas não vejo ninguém, sigo até a sala de
refeições mas vejo os meus pais virem do escritório e vou até eles.
— Bom dia, papai Scott! Papai Gael! Porque estão
arrumados tão cedo? Aconteceu mais alguma coisa? — Aproximo-
me dando um beijo em cada um e recebo o mesmo carinho.
— Está tudo bem, filho, não se preocupe... Bom dia, querido!
— Papai Gael me abraça pelos ombros me guindo para sala de
refeições.
Meu pai Scott vem ao meu lado segurando a minha não com
a mesma ternura de sempre. Nos sentamos a mesa e o café é
servido, começamos a comer mas ouço algo que me surpreende.
— Não precisava ter se levantado tão cedo, filho, eu e seu
pai ligamos para sua faculdade e explicamos a situação ao diretor,
você e sua irmã vão estudar online até tudo se acalmar novamente,
enquanto essa situação não for resolvida, você e sua irmo não saem
de casa sem uma escolta bem organizada. — Explica meu pai Scott
atento e consigo ver a sua preocupação.
— Tudo bem, papai, eu faço qualquer coisa para vê-los
tranquilos, mas... O que aconteceu de fato? Porque toda aquela
movimentação? — Pergunto curioso e ambos os meus pais
respiram fundo.
— Bryan e Arthur foram soltos, a gravação que Matthew fez
não é prova o suficiente para aqueles cães sarnentos
permanecerem presos... Você e sua irmã ainda correm riscos, meu
filho... Eu já pedi ao seu irmão para de cuidar e já reforcei a
segurança ele, falei também com Nath e Ricardo para que eles
também se cuidem, não quero ninguém sendo usado como alvo
para me atingir. Todos nós precisamos nos cuidar ao máximo que
pudermos, não vou suportar se acontecer algo com qualquer um de
vocês, eu fui claro, Victor? — Meu pai Gael me encara sério, mas
olha de mim para meu pai Scott, ambos concordamos.
— Não se preocupe, meu amor, ninguém nessa casa vai se
descuidar, e para te deixar mais tranquilo, vou conversar com David,
não quero o nosso filho sozinho naquela cobertura com tudo que
está acontecendo... Ainda me lembro como se fosse hoje o dia em
que me tiraram desacordado de dentro daquela fortaleza, por mais
seguro que aquele lugar seja, não quero o nosso filho sozinho, Gael.
— Mais uma vez vejo meu pai Scott emocionado em falar do seu
passado, mas também pela preocupação com a segurança de
todos, ele sempre se preocupa com todos além de si próprio.
— Não se preocupe tanto, minha vida, eu mesmo vou falar
com David, nosso filho é bastante compreensivo e sei que ele não
vai me negar esse pedido, vou sugerir que ele passe um tempo aqui
conosco, isso vai mantê-lo mais protegido e nós mais tranquilos. —
Meu pai Gael argumenta fazendo um largo sorriso surgir no rosto do
meu pai Scott.
É assim que eu gosto de vê-lo, sorrindo e despreocupado,
isso também deixa meu pai Gael mais tranquilo, sem falar que vai
ser ótimo ter o meu irmão por perto.
Capítulo 26

UM MÊS DEPOIS...

Já faz um mês que estou estudando online e mesmo não


gostando, eu aceitei pelos meus pais, também não quero pôr a
minha vida em risco e gostei bastante dos concelhos de Matt. A
gente tem conversado muito, namoramos muito e as coisas tem
ficado bem quentes entre nós, estamos passando mais tempo juntos
pois estou evitando sair da mansão, mas já fui no seu apartamento
duas vezes mas com uma equipe de segurança ao nosso lado, a
pedido do meu pai Gael.
Matt queria me levar para conhecer a sua família,no entanto,
concordamos que não é uma boa ideia fazer isso agora, podem
estar nos seguindo e eu não me perdoaria se colocássemos a
família dele em período por um capricho, não vai faltar
oportunidades para nos conhecermos então vamos esperar até essa
situação se resolver.
Até agora não tivemos mais notícias sobre Bryan ou Arthur,
ninguém tentou invadir a mansão novamente e tudo parece estar
dentro das normalidades, mas a preocupação dos meus pais
continuam.
Meu irmão David continua aqui conosco e ter a sua
companhia tem sido maravilhoso, Thais tem vindo com frequênciae
sua presença também tem sido maravilhosa, ela é uma mulher
maravilhosa e nos aproximamos ainda mais.
— Vai me dizer o porquê está assim tão inquieto...? Não quer
conversar? — Thais se senta ao meu lado atenta a mim.
— Eu... Eu estou apreensivo com um assunto... É que... Meu
Deus, como é difícilfalardisso, estou meio sem jeito. — Levanto-me
andando pela biblioteca e ela se levanta também.
— Acho que entendi do que se trata. Você está pensando na
sua primeira vez com o bonitão, certo? Já aconteceu? Porque não
me contou nada? — Ela abre um sorriso atrevido me deixando ainda
mais envergonhado, mas resolvo abrir logo o jogo.
— Ainda não aconteceu mas eu quero que aconteça. Ele está
tendo uma paciência de Jó comigo, mas ele também já percebeu
que eu estou super afim. Mas como vai rolar se não podemos sair
da mansão? Eu só consegui pôr os pés na rua duas vezes durante o
mês inteiro. Não quero que a minha primeira vez seja com os meus
pais por perto, e se eles chegarem de repente? Se alguém nos
interromper? Isso não vai ser nada romântico. — Desabafo ainda
mais apreensivo que antes e ela suspira fundo, pensativa assim
como eu.
— Podemos conversar com os seus pais, sei lá, eles são tão
liberais, e se preparamos algo na casa da piscina? Ninguém vai lá
mesmo. Podemos montar um grupo de seguranças e impedir que
qualquer um se aproximem da casa. — Sugere empolgada me
fazendo sorrir.
— Você é demais, Thais... Mas não sei se é uma boa ideia,
de qualquer forma os meus pais vão saber o que pode acontecer
entre nós, e meu pai Gael pode querer aparece de repente e isso
vai ser broxante. — Gargalho imaginando a cena e ela me
acompanha.
— Uau! Que gargalhada gostosa... Do que estão rindo? —
Meu irmão David entra na biblioteca acompanhado de Matt e meus
olhos param nele.
— Me desculpe, amor, mas é segredo, não podemos contar.
— Thais vai para os braços de David e eu fico aqui, desejando
loucamente me atirar nos braços do meu guarda-costas.
— Já estão de segredinhos? Meu irmão e minha mulher
conspirando juntos, eu devo me preocupar? — Ele ergue uma
sobrancelha e nós gargalhamos.
— Não seja bobo, David, não estamos conspirando, estamos
conversando e trocando conselhos, mas não é nada demais. Vamos
comer alguma coisa? Estou com fome.— Sugiro evitando encarar o
loiro de olhos azuis, ele sempre consegue me deixar vermelho
mesmo sem intenção.
— Vamos sim, mas antes, o seu namorado tem algo para te
contar. Vamos, amor! Vamos deixar os pombinhos a sós. — David
nos lança um olhar malicioso e Matt sorrir abertamente.
— Ainda não somos namorados, David... Ainda não me
pediram em namoro... — Contesto mais vermelho que um tomate.
— Não seja por isso... Você quer namorar comigo, Victor...?
Todos já nos aceitaram, é como se já fossemos um casal então só
falta formalizar... Eu pretendia fazerisso hoje à noite em um jantar,
mas você estragou a surpresa... E então? Me aceita como seu
namorado? — Surpreendo-me com as suas palavras e meu queixo
vai no chão.
— Namorados...? Você quer namorar comigo...? —
Questiono ainda não acreditando no que ouvi.
— Acho que eu não fui muito claro... Espero não te deixar na
dúvida outra vez. — Matt aproxima-se puxando-me para o seu corpo
e me beija ferozmente, me deixando zonzo de desejo. — Você me
quer como seu namorado...? Diz que me quer...? Não vou desistir
de você, então é melhor me aceitar. — Ele sorrir entre os beijos me
fazendo sorrir também.
— Acho bom não desistir de mim mesmo, porque eu também
não vou desistir de você. — Afirmo convicto das minhas palavras e
ele parece surpreso.
— Então isso é um sim...? Somos namorados?
— Sim...! Somos namorados! — Matt sorrir e me beijar mais
uma vez.
— Ei! Vocês dois! Chega desse agarramento... Não é porque
eu te aprovei como meu cunhado, que vou querer te ver agarrando
o meu irmão pelos cantos dessa casa. Você ainda está de uniforme,
então se recomponha soltado!
— Sim senhor! — Matt bate continência e eu seguro o riso.
— Descansar, soldado! Relaxa um pouco e tira logo o meu
irmão daqui. — David gargalha nós fazendo gargalhar também.
— Valeu, cunhado, você é demais. — Matt tem uma
gargalhada tão gostosa que me faz flutuar, mas a última frase do
meu irmão me deixa confuso.
— Como assim tira o meu irmão daqui...? E que história foi
aquela de jantar, Matt? — Questiono curioso.
— Conversei com o seu pai, comentei que você estava
tristinho por não poder sair de casa, então pedi para te levar em um
passei de iate, creio que em alto mar nós vamos estar seguros. Uma
equipe vai nos acompanhar, mas nós vamos ter privacidade, já
estou com uma ideia elaborada na minha mente e seu irmão me
ajudou em algumas coisas... Vamos sair agora mesmo. — Revela
ainda me prendendo em seus braços e eu sinto um sorriso bobo
crescer no meu rosto.
— Eu vou poder sair de casa? Isso é incrível... Vocês são
incríveis! —Solto-me dele correndo para os braços do meu irmão e
o abraço apertado.
David apenas sorrir e eu volto para os braços do meu
namorado, ainda não acredito que somos namorados. Beijo-o
brevemente e me apresso para sairmos da biblioteca pois quero
pegar algumas coisas para levar, mas Matt segura a minha mão
dizendo que não preciso pegar nada, ele apenas me arrasta pela
mão e saímos os quatro da biblioteca.
Passamos pelos meus pais na sala e eu cubro-os de beijos,
ele nos fazem mil e uma recomendações mas logo saímos da
mansão com um grupo de 12 seguranças.
Seguimos para marina e em poucos minutos estamos
estacionando em uma vaga particular, saímos do carro e seguimos
para o iate do meu pai e embarcamos a bordo, logo zarpamos mas
pelo que entendi, não vamos ficar a bordo do Patterson, vamos
mudar de embarcação no meio do caminho e estamos saindo no
iate da família apenas para dar a entender que vamos ficar nele.
Alguns minutos depois e já bem distante da cidade, mudamos
para um iate pequeno e voltando em direção a cidade, questionei
sobre isso mas Matt apenas diz que logo eu vou entender para onde
estamos indo.
Não pergunto mais nada, apenas curto o pôr do sol que está
bem lindo, está divino mas poucos minutos depois estamos subindo
a bordo do iate do Spenser, o iate do Ricardo Spenser, o marido da
tia Nathalia, mãe de David.
Ando pelo iate olhando tudo e não consigo tirar o sorriso do
rosto, estou feliz por estar aqui, por estar com ele.
— Não brinca...? Vamos jantar aqui? — Paro no deck com
esse por do sol maravilhoso e um largo sorriso no rosto.
— Não vamos somente jantar aqui, Victor. Seu pai nos deu
permissão para passarmos a noite em alto mar, vamos curtir
bastante esse tempo juntos pois não sei quando vamos poder sair
outra vez... Quero dormir e acordar ao seu lado como seu
namorado. — Sinto ele me abraçar por trás beijando o meu ombro e
eu fico tenso rapidamente.
— Nós dois... Sozinhos? Vamos dormir juntos...? — Ofegosó
de me imaginar dormindo na mesma cama que ele.
— Relaxa, não trouxe você aqui para transarmos. Claro que
se tiver que acontecer, eu vou amar, mas não te trouxe aqui com
essas intensões, eu só quero te dar um momento agradável, quero
te tirar um pouco daquela prisão domiciliar. — Ele me vira de frente
para ele com aquele sorriso lindo e esses olhos azuis intensos aqui
de pertinho.
— Você é prefeito... Teve várias oportunidades para insistir
em transar comigo mas mesmo assim, me respeitou como o
cavalheiro que é... Eu já sei o que eu sinto por você, Matt... Estou
apaixonado por você... Muito apaixonado... — Abraço o seu
pescoço e vejo o quanto ele está surpreso.
— Está falando sério...? Se apaixonou por mim, Victor? —
Seus dedos tocam o meu rosto em um carinho suave.
— Me beija e eu não vou precisar te responder... Me beija,
Matt? — Ele não diz nada, apenas me beija como pedi.
Um beijo doce, um beijo apaixonado, um beijo de amor, um
beijo calmo porém ardente, profundo.
— Eu amo você... Eu amo você, Victor... Te amo... — Declara
entre os beijos e sua declaração me faz sentir uma calmaria tão
grande, os meus medos e receios desaparecem rapidamente.
— Eu também te amo... Amo você, Matt... Amo tanto que
quero... Quero estar com você. — Olho fixamente nos olhos e ele
demora um pouco até entender o que quero dizer.
— Como assim você quer estar comigo...? É o que eu estou
entendendo, Victor? Você está pronto para se entregar pra mim...?
Quer fazeramor comigo? — Seus olhos estão atentos em mim e a
sua respiração pesada, eu apenas concordo sentindo o meu rosto
queimar.
Capítulo 27

— Sim, eu quero fazeramor com você, e quero agora... Não


quero esperar mais... Me leva para o quarto? Eu não consigo
esperar mais...
Ele ofega puxando-me pela nuca e me beija ardentemente,
me beija com desejo. Não penso duas vezes e pego ele pela mão
seguindo para a suíte principal, ainda não acredito que ele vai se
entregar para mim, finalmente vou senti-lo, eu já não aguentava
mais espera, mas por ele eu fiz esse sacrifício e sei que vou ser
recompensado por isso.
Entramos na suíte e nos deparamos com algo incrível, nem
eu esperava por isso, a cama está repleta de pétalas de rosas, há
alguns lindos arranjos de flores decorando o quarto, as cortinas
estão entreabertas e a luz baixa dando um ar bem romântico.
— Caramba... Você pensou mesmo em tudo... — Comenta
ofegante e eu sorrio de lado.
— Vai por mim, estou tão surpreso quanto você... Isso é coisa
do seu irmão e sua cunhada. Mas eu gostei, estou adorando estar
aqui com você. Sozinhos. — Encaro-o ansioso para tê-lo em meus
braços.
— Thais... Ela sabia de tudo e estava me enrolando... Estou
nervoso, me desculpa. — Victor parece sem jeito e eu suspiro
fundo.
— Está tudo bem, não precisamos fazer amor hoje se não
quiser, podemos esperar um pouco mais... — Aproximo-me mais
tocando o seu rosto delicado, mas ele me rouba um beijo quente,
um beijo faminto que me tira o fôlego
— Vou fazer vinte anos, já esperei tempo demais por um
momento como esse, e eu quero que seja com você... Quero agora!
— Afirma entre os beijos me deixando louco de tesão.
Não consigo dizer nada, não consigo formular nada, minha
reação e tirar a sua camisa enquanto ele abre a minha, estamos os
dois ofegantes, nossos olhares são bem intensos e me sinto
trêmulo, nunca fiquei tão nervoso para ficar com alguém com o
estou agora com ele.
Termino de tirar a minha camisa e abro a minha calça, tiro-a
enquanto ele tira a sua bermuda, ficandoos dois apenas de cueca.
Pego a sua mão e levo-o até a cama, ele se deita apreensivo, é a
sua primeira vez então é normal esse nervosismo.
Deito-me ao seu lado atento as suas feições, beijo os seus
lábios calmamente tentando não apressar demais as coisas, vou
precisar ir com calma para não assustá-lo. Aos poucos ponho-me
sobre ele sentindo o meu pau pressionar o seu, caramba estou
muito ansioso.
Sinto-o respirar com dificuldade e desço a minha boca pelo
seu pescoço, beijo e chupo a sua pele arrancando-lhe gemidos e
sussurros. Ergo-me puxando a sua cueca gentilmente e tiro-a do
seu corpo, suspiro desejando beijá-lo inteirinho, mas da última vez
que tentei fazer isso ele fugiu de mim como o diabo da cruz, mas
dessa vez ele não vai escapar.
— Você vai me deixar fazertudo com você...? Ou você quer
fazer tudo comigo...? — Sorrio de lado e ele ofega fechando os
olhos.
— As duas coisas... Somos namorados agora, não posso
fugir de você o tempo todo... — Dispara sentando-se na cama e
puxa a minha cueca, descendo-a me ajudando a tirar.
Surpreendo-me com a sua atitude mas eu gostei disso,
mesmo envergonhado e nervoso ele parece mais desinibido. Beijo-o
deitando-o novamente pondo-me outra vez sobre ele. Seguro o seu
pau e ele está bem duro, está pulsando assim como eu.
Deixo a sua boca e desço até o seu pau acariciando-o com a
minha língua, vejo-o se contorcer e gemer baixinho. Porra ele tem
cheiro de morango, o que ele passou aqui? Será apenas o cheiro do
sabonete?
O engulo chupando lentamente e Victor agarra os lençóis
jogando a cabeça para trás.
— Ahhh... Matt...
Sussurra quase sem voz e ofega. Porra ele é delicioso e
pulsa na minha boca, estou tentando não apressar as coisas mas
não vou conseguir evitar, estou a ponto de gozar antes mesmo de
senti-lo. Ergo as suas pernas e seguro firme as suas coxas
lubrificando o seu cuzinho lisinho, dando-lhe um pouco mais de
prazer antes dos finalmentes.
— Caramba... Ahh... O que está fazendo...? Droga, eu não
quero gozar ainda...
Seus gemidos sai um pouco mais alto que antes e eu sorrio
satisfeito.
— Estou tentando ir devagar como você sempre me pede...
Mas eu não estou aguentando mais esperar. — Me ponho sobre ele
e o mesmo segura os meus braços com força.
Ele parece amedrontado ao sentir o meu pau pressionar a
sua entradinha, mas não penetrá-lo ainda, é a primeira vez dele,
Victor nunca transou antes e não posso fazer isso sem prepará-lo.
Quando vejo-o mais relaxado, ergo a minha mão até a
mesinha de cabeceira e pego uma caixinha que sei que é um gel
lubrificante,isso coisa da namorada de David, ela pensou realmente
em tudo pois eu não esperava por isso.
— Matt... Eu... Eu não vou conseguir, você é grande, eu não
vou aguentar você...
Victor se desespera tentando sair debaixo da mim mas eu
não deixo. Beijo-o ardentemente segurando a sua cintura
sutilmente, e sinto-o relaxar aos poucos ao se entregar ao beijo.
Tiro a pomada gel da embalagem e abro, Victor estar atento a
mim e eu receoso de que ele desista de fazer amor comigo.
Espremo um pouco do gel na mão e passo no meu pau me
preparando para ele, mas pego um pouco mais e ponho-me sobre
ele novamente, Victor volta a ficar tenso e eu tento ser o mais
delicado possível
— Relaxa...! Eu não vou machucar você... Não precisamos
fazer amor se você não quiser, mas eu sei que você consegue. —
Tranquilizo-o enquanto passo o gel na sua bundinha, massageando
a sua entrada. — Eu quero muito você, Victor... Estou te desejando
ardentemente porque você é meu, assim como eu sou seu... Ahh eu
quero você meu amor... Não desiste de mim...? Me deixa sentir
você? Já chegamos tão perto. — Insisto massageando a sua
entrada com o meu pau e sinto ele estremecer.
Meu pau está latejando, babando de tanto tesão, tento me
controlar para não penetrá-lo de um vez e machucá-lo
— Eu quero você. Quero muito... Eu vou tentar relaxar...
Ele respira fundo cravando as suas unhas nos meus braços
enquanto forço a penetração aos poucos e bem lentamente.
Respiro fundo me sentindo entrar nele aos poucos, vejo
Victor ficar vermelho feito um tomate então para no meio do
caminho.
— Respira, Victor! Relaxa, meu amor...? Não estou te
machucando... Caralho você é apertado demais... Ohh... — Tento
me manter parado mas automaticamente começo me movimentar
aos poucos me controlando para não me enterrar nele de uma só
vez. — Está doendo? Me diz...? Quer que eu pare...? Diz amor...?
Ahh minha nossa que cuzinho delicioso... Você é delicioso...
Tomo a sua boca novamente sem parar de me movimentar e
ele não reclama, Victor agarra os meus cabelos me beijando com
mais vontade.
— Já está parando de arder... Não para...! Caralho, não
para...! Ahh isso é tão bom... Matt isso é tão gostoso...
Geme de olhos fechadosabraçando a minha cintura com as
suas pernas, me puxando contra o seu corpo.
Entro inteiro nele e vejo-o se contorcer, vejo-o delirar
enquanto sinto o meu corpo tremer tamanho é o tesão que estou
sentindo. Tento ir devagar para não meter mais forte, não quero lhe
causar nenhum desconforto.
Saio dele devagar e viro-o de bruços, acaricio essa bundinha
linda que ele tem e ponho-me novamente sobre ele, penetrando-o
novamente, não consigo mais me controlar e meto mais forte, mais
rápido sentido o meu pau latejar anunciando o meu orgasmo.
— Merda! Merda...! Ohh não vou resistir... Victor eu não vou
resistir, você é tão gostoso... Me deixa descontrolado... Ahh me
perdoa...? Caralho, me perdoa...? Ahh bundinha gostosa...
Aumento os meus movimentos entrando nele mais rápido,
mais forte me sentindo tomado pelo desejo.
— Matthew... Matthew... Ahh...
Victor morde o lençol com força e empina a bunda para mim.
Gozo sem conseguir esperar que ele goze também, mas não paro
os meus movimentos até que sinto-o se contrair e latejar no meu
pau. Ele goza chamando por mim e eu diminuo aos poucos os meus
movimentos, beijando as suas costas, subindo a minha língua pelo
seu pescoço.
— Você é maravilhoso... É delicioso, meu amor... Por mim eu
não sairia mais de dentro de você... Ohh... Gostoso...
Chupo o lóbulo da sua orelha me movimentando lentamente,
ainda latejando dentro dele.
— Você tem uma pegada tão forte... Não vou mentir... Me
assustei um pouco. — Sua voz trêmula me preocupa, encaro o seu
rosto e vejo os seus olhos marejados.
— Victor...? Amor eu te machuquei...? Me responde e não
minta para mim...! — Saio dele lentamente e me sento ao seu lado
preocupado.
Victor não me responde, apenas se senta de cabeça baixa
evitando me encarar. Ergo o seu queixo e meu peito se aperta ao
ver uma lágrima escorrer pelo seu rosto.
— Me perdoa se te machuquei? Não foi essa a minha
intensão... Victor...? Merda! Eu devia ter me controlando mais. —
Levanto-me irritado comigo mesmo, esfrego as mãos no rosto
tentando me acalmar.
— Você não me machucou, Matt... Doeu um pouco mas logo
me acostumei, e...
Ele se levanta tentando argumentar mas o interrompo.
— Não, Victor! Era para eu ter me controlando mais, eu sou
um idiota! Pensei mais em mim do que em você... Droga! Me
desculpa? Por favor me desculpa? — Aproximo-me tocando o seu
rosto ainda preocupado, mas ele me abraça pela cintura deitando a
cabeça em meu peito.
— Não se desculpe, amor! Você não me machucou... Como
você mesmo disse, foi a minha primeira vez e é normal esse
desconforto, isso só prova que nem toda primeira vez é perfeita
como dizem... Não fica se culpando, apesar do susto eu gostei de
estar com você... Matt? — Ele me dá um pequeno sorriso mas ainda
não estou tranquilo.
— Vamos tomar um banho...? Logo vão servir nosso jantar.
— Lhe dou um beijo no alto da cabeça e pego a sua mão levando-o
para o banheiro.
Entramos no mesmo e fomos direto para o Box ligando a
água na ducha quente, entro em baixo com ele já me ensaboando,
ele fazo mesmo mas quando estou tirando o sabão do meu corpo,
Victor me joga contra parede me beijando ferozmente, não tenho
como resistir a isso, em relação a ele eu sou muito fracoe abraço o
seu corpo desejando senti-lo novamente, mas me lembro dos seus
olhos marejados por minha culpa e interrompo o beijo afastando-me
dele.
— O que foi...? Não vai querer me tocar de novo, é isso...?
Matt...? — Ele tenta mais uma vez me beijar mas eu me esquivo.
— Não, Victor! Eu não quero te machucar de novo... Amor
não faz isso...? Victor...
Novamente ele me põe contra parede segurando firmeo meu
pau, me masturbando.
— A segunda vez pode ser melhor, e na terceira vai ser
melhor ainda... Eu preciso me acostumar com o seu tamanho, então
não me evite...? Por favoreu quero você de novo...? Você é o meu
homem, não vai me deixar na vontade... Certo? — Vejo-o se abaixar
na minha frente encarando o meu pau envergonhado, mas fico
atento as suas ações
Sua língua toca o meu pau e eu gemo baixinho, fico atento ao
seu toque e suas ações, ele me coloca na boca ainda tímido mas
me chupa suavemente, me fazendo latejar na sua boca.
— Onde você apreendeu a fazerisso...? Até poucos minutos
atrás você era virgem... Ahh... Que boquinha gostosa...
Acaricio os meus cabelos surpreso. Ele sorrir com o meu pau
na boca.
— Já assistiu filmes porno antes...? Eu já e sempre quis fazer
isso...
Pergunta antes de me engolir com mais vontade, eu gemo.
Victor geme no meu pau de olhos fechadosme surpreendendo mais
uma vez, seus lábios e sua língua me acariciam tão delicadamente
que me faz latejar em resposta.
— Chega, Victor...! Venha aqui! Eu quero você...
Puxo ele pela nuca fazendo-o se erguer. Devoro a sua boca
em um beijo feroz desejando estar novamente dentro dele, mas
novamente me lembro dos seus olhos marejados, me lembro que
preciso ir com calma com ele. Afasto-me brevemente, apreensivo,
mesmo morrendo de desejo para senti-lo outra vez.
Capítulo 28

— O que foi, amor...? Vai me evitar de novo...? — Questiona


apreensivo e eu respiro fundo.
— Você é o ser mais delicado que eu já toquei até hoje, eu
preciso aprender a ser mais gentil com você também... Eu me
descontrolei enquanto fazíamos amor, tenho receios de te
machucar, afinal, você não está acostumado com isso eu não quero
ser bruto com você outra vez... Aliás, não usamos camisinha mas
espero que confie em mim, eu estou limpo. — Aproximo-me
novamente dele tocando o seu rosto delicado, ele suspira frustrado.
— Eu posso ser delicado, mas não vou quebrar ao meio se
você me pegar de jeito... E sim, eu confioem você... Droga! Eu... —
Contesta inquieto e envergonhado.
Sorrio avançando na sua boca mais uma vez chupando a sua
língua e mordiscando os seus lábios vermelhos.
— Depois não diz que eu não avisei... Estou desejando faz
isso a tempos... — Sussurro entre os beijos mas viro-o
abruptamente prendendo as suas mãos na parede.
Asfrego-me na sua bundinha e ele ofega, passo o meu dedo
na sua entrada acariciando de leve e o vejo tremer. Encaixo-me
nesse cuzinho delicioso e esfrego-me sutilmente antes de começar
a me enterrar nele lentamente.
— Meu Deus... Ahh...
Victor geme baixinho empinando a bunda para me receber
inteirinho. Tento mais uma vez me controlar metendo nele devagar,
mas entro inteiro nessa bundinha apertada, aumentando um pouco
a estocada, me excitando mais ao sentir essa bunda redondinha se
chocar contra mim.
— Não quero te machucar, mas se eu estiver fazendo isso,
me manda parar... Ouviu, meu gostoso...? Sentir você me deixa
alucinado, me deixa louco de tesão... Ahh você é tão meu...
Solto as suas mãos e seguro firme a sua cintura, meto nele
com mais vontade me descontrolando mais uma vez.
— Gostoso... Você é tão gostoso, Matt... Ahh...
Seguro o seu pau masturbando-o sem diminuir os meus
movimentos. Sinto o seu pau latejar na minha mão e o seu cuzinho
me apertar mais que o normal, porra eu não vou durar por muito
mais tempo se ele continuar assim.
Beijo o seu ombro e subo a minha boca até o seu pescoço,
chupo a sua pele e sinto a sua mão nos meus cabelos me puxando
para um beijo faminto. Victor geme na minha boca e rebola no meu
pau me deixando louco, me enterro todo nele com estocadas mais
fortes e sinto-o gozar na minha mão, enquanto eu gozo essa
bundinha apertada.
Seu corpo escorrega pelo meu mas abraço-o prendendo-o a
mim, beijo o seu pescoço ainda gemendo e latejando dentro dele,
estamos os dois ofegantes e trêmulos depois desse sexo
maravilhoso.
— Eu te falei... Na segunda vez foi melhor, e na terceira será
ainda mais prazerosa... Caramba... A sua pegada forte não me
assusta mais, pelo contrário... Me faz querer mais... — Seu tom
doce e suave me fazsorrir feito um bobo, ele se entregou para mim
e sei que não se arrependeu.
— Você me deixa louco, me deixa ainda mais apaixonado por
você... Você é lindo, é delicado e delicioso, e eu ainda te quero,
mas, já está na hora do nosso jantar. Quero curtir essa noite ao seu
lado sem preocupação. — Seguro o seu rosto e beijo-o calmamente
enquanto saio dele.
Victor vira-se para mim sem quebrar o beijo e juntos
entramos na água, tomamos um banho pouco demorado e saímos
para nos trocar. Thais separou algumas poucas peças de roupas
para nós e mandou que trouxessem quando o iate estava sendo
preparado.
Não vou negar, ter a aprovação e o apoio da famíliadele está
sendo essencial, a minha família também sabe do nosso
envolvimento, mais eles se preocuparam bastante por Victor
pertencer a uma família tão rica, no entanto, quando souberem que
a família dele nos apoiam, eles ficarammais tranquilos em relação a
nós.

Depois de nos arrumarmos saímos da suíte e seguimos para


sala de estar, andamos um pouco pelo deck de mãos dadas,
admirando a lua no céu, a noite está linda conspirando a nosso
favor. Puxo o meu namorado para os meus braços, agora é oficial,
estamos juntos, estamos namorando.
— Onde estamos, amor? Para onde estamos indo? — Sorrio
abertamente ao ouvi-lo me chamar de amor.
— Não estamos muito longe de Seattle, o seu pai não quis
que nos afastássemos muito da cidade, por isso fizemos aquela
estratégia de sairmos do Patterson durante o trajeto... O iate vai
para a cidade vizinha enquanto nós permanecemos aqui, porém,
para todos os efeitos ainda estamos a bordo do Patterson. Se
alguém tentar ir atrás de você, ninguém te encontrará, meu amor. —
Abraço ele por trás sentindo uma felicidade tão grande me consumir,
não consigo tirar o sorriso do meu rosto.
— Eu te amo... Meu Deus, eu te amo, Matthew... É a primeira
vez que sinto algo assim, é a primeira vez que me declaro a alguém.
— Victor se vira para abraçar o meu pescoço com um sorriso
radiante.
— Fico honrado em ser o seu primeiro em tantas coisas, mas
já vou deixar bem claro que serei o último também. Você é meu,
Victor! Eu te amo e jamais vou desistir de você. — Afirmo sério ao
me lembrar que hoje vi novamente um fedelho de gracinha com ele
na sala online da faculdade, eu não gostei daquilo.
— Eu também quero que você seja o último, não quero mais
ninguém além de você, amor... Você é o meu amor. — Ele abre mais
esse sorriso lindo e sedutor.
Respiro fundo admirando os seus lábios vermelhos e beijo-o
mais uma vez hoje, ele parece ainda mais doce agora que nos
amamos.
— Com licença, Sr. Ragazzi! Sr. Patterson! O jantar já está
servido. — Avisa uma das empregadas abordo, apenas
concordamos.
Entramos de volta na sala e vejo uma bela mesa posta para
duas pessoas, a luz está mais baixa que antes dando um clima
romântico, há velas acesas na mesa bem arrumada e uma garrafa
de champanhe no gelo. Não vou negar que estou surpreso mas
estou gostando dessa situação.
Aproximo-me da mesa puxando a cadeira para Victor e ele se
senta, faço o mesmo em seguida sentando-me de frente para ele.
Uma das empregadas do iate nos serve a comida e começamos a
comer, ambos com um largo sorriso no rosto.
Sirvo as duas taças de champanhe e entrego uma ao meu
namorado, fizemos um brinde e demos uma longa golada na bebida,
sorrindo um para o outro, um sorriso radiante de emoção pelo nosso
momento.
Pego a sua mão sobre a mesa e beijo demoradamente, seu
sorriso vai nas orelhas assim como o meu. Ele é sensível, delicado
e se encanta com facilidade.Sirvo novamente as nossas taças mas
Victor faz sinal para eu parar.
— O que foi? Não quer beber mais? O champanhe está
delicioso. — Questiono confuso mas ele cora por algum motivo.
— Meu pai Scott me aconselhou a não beber muito, quando
eu estiver com um homem maravilhoso ao meu lado, ou esse
homem maravilhoso não vai querer tocar em mim se eu estiver
bêbado. — Victor ofega ainda mais vermelho que antes. Sorrio de
lado.
— Me lembra de agradecer ao seu pai pelo conselho... Com
certeza eu quero muito mais que tocar em você hoje, mas bêbado
realmente não vai rolar... É melhor esquecer o champanhe por hoje,
o suco de laranja parece bem geladinho. — Mordo o lábio inferior,
ele sorrir abertamente para mim.
— Das vezes em que namoramos, eu senti a sua pegada
forte,mas você estava realmente se controlando... Meu Deus, como
está quente aqui... Vamos comer logo a sobremesa? — Vejo-o
inquieto e sorrio por ele estar tão solto em relação ao sexo. Sei que
ele quer estar comigo novamente hoje.
— Por mim podemos pular a sobremesa, mas tenho certeza
de que você vai sentir fome no meio da noite. — Sorrio
maliciosamente e mais uma vez Victor ofega.
— Por favor! Podem servir a sobremesa... Eu ainda estou
faminto. — Diz a última parte encarando-me com desejo e é a minha
vez de ofegar.
Ajeito-me na cadeira sentindo o meu pau apertado dentro da
bermuda, porra, já estou excitado outra vez. Tento me controlar para
conseguir terminar o nosso jantar, esse momento está tão agradável
que quero curtir isso um pouco mais.
Quem diria, eu, Matthew Ragazzi em um encontro romântico
com um namorado, e mais, esse namorado é nada mais nada
menos que o meu cliente, não sei se sou sortudo ou muito azarado
por trabalhar preocupado com ele todos os dias, saber que tenho
que protegê-lo vinte e quatro horas por dia de um lunático, que só
está interessado na grana dessa família, não é algo tão bizarro,
afinal, a maioria dos filhos da puta que sequestra ou mata, está
fazendo isso por dinheiro.
Não vou negar, eu gosto de dinheiro, mas quem não gosta?
Mas não sou ambicioso ao ponto de matar, roubar ou sequestrar
para conseguir o que eu quero, se essa família tem mais dinheiro
que eu, é porque eles batalharam duro para conseguir, então, tudo
que me restar é fazer o mesmo, batalhar sem precisar prejudicar
ninguém.

Terminamos o nosso jantar e fomos passear pelo deck do


iate, sento-me em uma das espreguiçadeiras e ele se senta entre as
minhas pernas, deitando-se sobre o meu peito, eu adoro tê-lo assim,
em meus braços tão sereno e despreocupado. Conversamos um
pouco mais sobre esse nosso momento juntos, ainda não acredito
que transamos antes mesmo do jantar, Victor se entregou para mim
e mesmo com receios de passar dos limites com ele, eu quero-o
mais uma vez, duas ou três vezes mais hoje. Agora ele é meu,
todinho meu.
— Matt... Estou sentindo o quanto você está excitado... Meu
Deus, os seguranças estão a nossa volta e você está assim...? —
Victor se solta de mim levantando-se ofegante.
Sua pele branca sustenta um tom avermelhado me
mostrando o quanto está envergonhado, ele não fazidéia do quanto
fica lindo assim.
— Não seja por isso. Vamos agora mesmo para suíte, estou
ansioso para te ver nu mais uma vez, você é tão lindo. E é meu
namorado...! Meu... — Levanto-me puxando-o para o meu corpo, ele
fica ainda mais tenso que antes.
— Você ama o seu namorado...? Sabe que ele te ama
profundamente?Que está te desejando nesse exato momento...? —
Sua voz é trêmula e suave ao mesmo tempo.
Encaro o fundo da imensidão verde dos seus olhos e só vejo
ternura, só vejo um amor que nunca recebi de nenhum outro homem
antes.
— Compartilhamos o mesmo amor e o mesmo desejo... Eu
amo o meu namorado com todo o meu coração, quero fazerpor ele
o que ninguém mais fezaté agora, e quero receber apenas tudo que
já estou recebendo agora. — Declaro.
Seus dedos tocam o meu rosto de um jeito suave e meigo,
seus lábios se movem em um sorriso amoroso e sedutor.
— Quero te dar muito mais do que eu tenho te dado até
agora, quero te dar mais de mim... Você entende o que eu quero
dizer...? Quero que me pegue como você tanto deseja, eu sou seu,
então me dar o que eu quero...? — Sua voz vem entrecortada e
sinto o seu corpo tremer, sorrio de lado admirando o seu rosto mais
vermelho que um tomate maduro.
— Vem! Já chega de falar... Estou desesperado para te sentir
outra vez. — Solto-me dele e pego a sua mão.
Arrasto-o para longe dali e entramos de volta na sala, paro
jogando-o sobre os meus ombros e corro em direção a suíte.
— Meu Deus, você ficou louco, Matt...? Me põe no chão!
Você vai me deixar cair! — Gargalha segurando-se em mim para
não cair, mas só paro quando chego na porta da suíte.
Ponho ele no chão ofegantepor ter corrido, ele encosta-se na
porta admirando-me com aquele mesmo sorriso lindo.
— Ninguém mandou correr comigo, por isso está ofegante
desse jeito. — Ele cruza os braços com uma sobrancelha erguida.
— E quem falou que estou ofegante por correr...? Não menti
quando disse que estou desesperado para sentir você... Nunca vi
alguém tão delicado, tão meigo e tão sensível, tão doce. Você foi a
minha melhor descoberta até hoje, e não quero perder você. —
Apoio uma de minhas mãos na porta e a outra aperta a sua cintura
trazendo-o para o meu corpo.
Capítulo 29

— Você não vai me perder, Matt. Não vai... A menos que


você me magoe e eu sei que você não vai fazer isso, agora vou
repetir as suas palavras, já chega de falar...! Faz amor comigo ou
me pegue de jeito, mas faça agora! — Sinto o desejo me dominar,
sinto as minhas pernas trêmula pela minha ousadia, sinto o meu
corpo pegar fogo.
— Cacete...
Sussurra tomando a minha boca em um beijo faminto e
avassalador, ele abre a porta da suíte guindo-me para dentro e bate
a porta, não me interessa para onde ele está me levando, eu só
quero ir com ele.
Sinto ele me erguer em seus braços e eu envolvo as minhas
pernas na sua cintura, nao demora e sinto-o me deitar no colchão
macio pondo-se sobre mim, me deixando ofegante de tesão por
senti-lo pressionar o seu pau no meu.
— Eu amo você... Prometo nunca te decepcionar, meu
amor... — Sussurra na minha boca enquanto ergue a minha camisa.
O ajudo a tirar a minha camisa e também a sua, Matt me
admira com tanto desejo que me sinto mais uma vez tenso. Ele
ergue-se puxando a minha bermuda junto com a cueca e tira do
meu corpo me deixando completamente nu.
— Você é a coisa mais linda que os meus olhos já viram... —
Me admira intensamente e eu ofego.
Me sento na cama e agarro a sua bermuda também
abaixando junto com a cueca, coro violentamente por ter a sua
ereção assim, apontando para mim.
Matt me encara atento e eu esforço-me para deixar a minha
timidez de lado. Agarro o seu pau e acaricio-o enquanto puxo ele
pela nuca devorando a sua boca, mas não por muito tempo, estou
tomado pelo desejo.
Abaixo-me beijando e lambendo o seu pau, coloco-o na boca
tentando engoli-lo até onde consigo, mas acabo me engasgando e
paro envergonhado.
— Relaxa! Vai devagar e não se força a fazer nada... Mas
não vou negar, você tem uma boquinha maravilhosa. Para uma
primeira vez você está se saindo bem. — Seus dedos acariciam o
meu rosto e seus lábios se entortam em um sorriso sedutor. Aquele
sorriso de lado.
— Não pensei que fosse gostar de fazer isso, mas chupar
você me deixou mais excitado...
Coro ainda mais com a sua expressão de surpresa e aquele
sorriso ainda mais aberto em seu rosto.
— Fique à vontade, faça o que quiser comigo... Eu sou seu,
não se esqueça disso. Agora me deixa sentir você? Estou ansioso
para isso. — Ele me puxa para o seu corpo me prendendo a ele.
Meu namorado me beija com doçura, me beija com paixão
me deixando mais relaxado que da primeira vez, não estou mais tão
tenso, talvez apenas um pouco apreensivo mas não vou deixar isso
me atrapalhar de novo.
Matt se deita na cama comigo em seus braços sem parar o
beijo, suas mãos grandes acariciam o meu corpo e agarra a minha
bunda apertando com uma pegada forte, de repente sinto o seu
dedo brincar na minha entrada acariciando-me sutilmente, a
princípio me assusto, mas seu beijo é tão intenso que mais uma vez
me deixa relaxado e totalmente entregue.
Com a outro mão ele pega algo na cabeceira da cama, é uma
pomada, a mesma que ele usou antes. Ele abre a mesma e voltar a
tocar a minha entrada deixando mais lubrificada, seu dedo volta a
me invadir e eu rebolo esfrego-me nele, sentindo um tesão
avassalador tomar conta de mim, gemo na sua boca apalpando o
seu copo, desejando senti-lo de uma vez dentro de mim, quero que
me preencha, quero que me possua e me deixe completo como
senti a minutos atrás.
— Eu quero você... Eu preciso sentir você... Meu corpo
treme, grita de desejo por você, meu amor... — Ponho-me sobre ele
esfregando-me no seu pau enquanto beijo-o mais profundamente.
Matt apenas geme agarrando a minha bunda me fazendo
rebolar ainda mais, mas novamente surpreendo-me com ele me
erguendo e se encaixando em mim, se esfregando em mim.
— Respira fundo e relaxa! Ou você vai se machucar... Desce
em mim lentamente, está bem...? Ahh delicia... — Me orienta
ofegante e eu apenas concordo.
Faço como ele disse e respiro fundo, começo a me sentar
nele deslizando-o para dentro de mim.
— Ohhh...
Gememos juntos até recebê-lo por completo dentro de mim,
tento respirar fundo e puxar o ar para os meus pulmões, Matt segura
a minha cintura me prendendo no lugar até eu me acostumar com
ele.
Inclino-me para beijá-lo e o mesmo começa a se mover
dando pequenas estocadas, entrando inteiro em mim. Gemo na sua
boca e ele morde o meu lábio inferior, meu corpo está em chamas e
seus gemidos de prazer só me excitam mais.
Ergo-me rebolando na sua ereção e Matt agarra o meu pau
me masturbando. Gemo descontrolado totalmente entregue aos
desejos insanos do meu corpo, jamais havia me sentido assim
antes, completamente ensandecido de prazer.
Começo a cavalgar nele me sentindo possuído pelo tesão,
sua mão me masturba com mais afinco e posso sentir o meu
orgasmo se formar, estou a ponto de gozar quando Matt se ergue
abraçando o meu corpo e me deita na cama.
— Me perdoe? Não quero ser bruto com você mas não
consigo evitar... Ahh caralho... Ahh... — Geme me penetrando com
mais vontade, me fazendo senti-lo se chocar contra mim.
— Matt... Ahhh...
Deliro abraçando a sua cintura com as minhas pernas,
sentindo-o me preencher por inteiro, continuo me masturbando e
não demora muito estou gozando na minha barriga, Matt geme entre
dentes tentando se controlar, mas goza me dando o seu líquido, me
preenchendo.
Gememos, sussurramos e nos beijamos, nos acariciamos e
nos declaramos ainda ofegantes.
Ele sai de mim deitando-se ao meu lado me admirando com
um sorriso largo, retribuo sorrindo feito um bobo apaixonado, me
sentindo tão bem.
— Não que eu não tenha gostado, mas, a terceira vez foi
realmente melhor que a primeira e a segunda vez... Foi mais
prazeroso e me deixou querendo mais. — Confesso
espontaneamente e coro no minuto seguinte.
Desvio os meus olhos dele envergonhado mas Matt segura o
meu queixo, me fazendo encará-lo novamente.
— Eu vou te dar mais! Vou te dar muito mais... Você é
viciante, sabia? — Meu namorado me puxa de volta para os seus
braços ainda com aquele mesmo sorriso lindo e provocante.
— Vai com calma, garanhão! Estou exausto, me deixe
descansar um pouco. — Sorrio com o seu apetite sexual, já vi que
terei que ser bastante resistente para aguentar esse homem.
— Adoro esse seu sorriso, você ficaainda mais lindo assim,
ficamais radiante e é assim que quero te ver sempre. — Recebo os
seus carinhos e aquele sorriso sedutor, retribuo abraçando o seu
pescoço e beijo os seus lábios com calma.
Conversamos um pouco sobre esse nosso momento íntimo e
a minha primeira vez no mundo do sexo, e também sobre como será
para nós a partir de hoje, Matt não gosta muito da ideia de
transarmos dentro da minha casa, mas ou é isso, ou vamos ficar
sem nos amarmos, pois sair da mansão ultimamente tem sido uma
missão impossível, não sei que milagre foi esse que convenceu o
meu pai a nos deixar sair, mas a verdade é que eu adorei.
Vou pensar nessa situação com mais calma depois, talvez eu
deva reconsiderar a ideia de Thais em usar a casa da piscina para
me encontrar com Matt, mas agora eu só quero curtir esse loiro
gostoso agarrado a mim, querendo me comer mais uma vez, esse
homem tem um fôlego impressionante.
Passamos uma noite maravilhosa juntos, o jantar foi perfeito
com ele sendo tão gentil comigo, mas os nossos momentos íntimos
depois do jantar foram ainda mais perfeitos e intensos.
A minha primeira vez não foi como eu imaginava, Matt é
muito alto e também é bem dotado, não foi fácilacomadá-lo dentro
de mim no primeiro momento, e para completar ele me fezsentir o
quão viril ele é, ele até tentou ser delicado mas pelo tempo que está
comigo sem sexo, é normal que ele tivesse se descontrolado um
pouco, mas depois da nossa primeira transa as outras foram
melhorando significativamente. Foi maravilhoso.
Acordar nos braços de Matt foi melhor do que imaginei, foi
maravilhoso acordar sentindo os seus carinhos, os seus beijos,
ouvindo os seus sussurros dizendo que me ama, estou me sentindo
nas nuvens, eu realmente amo esse homem, sou louco por ele.
— Eu não posso estar sonhando, me diz que acordamos
mesmo aqui? Juntos na mesma cama com você em meus braços...?
Porra, eu vou ficarmuito puto se eu estiver sonhando, fizemosamor
ontem...? — Admiro o sorriso gigante em seus lábios e sorrio
também.
— Engraçado, eu ia te fazer a mesma pergunta. — Abro
ainda mais o meu sorriso e ele me vira na cama pondo-se sobre
mim.
— Só tem um jeito de descobrirmos se estamos sonhando ou
não... Precisamos fazeramor de novo para termos certeza... — Sua
boca rapidamente devora a minha em um beijo faminto.
Rendo-me a ele rapidamente deixando-o me possuir
calmamente como fizemos ontem, nos amamos sem pressa e
acordar assim com certeza vai me deixar mal acostumado.
— Eu te amo... Ahh eu te amo meu pequeno... Você me deixa
louco... — Seus sussurros enquanto goza me fazgozar junto, fazeu
me sentir leve como uma pluma.
Depois de saciarmos os nossos desejos fomos tomar banho
juntos, inevitavelmente nos amamos mais uma vez pois não sei
quando vamos poder ficar tão íntimos novamente. Meu pai Gael
mesmo aceitando o nosso envolvimento ainda ficade olho na gente,
não sei qual será a reação dele quando souber que não sou mais
virgem, que eu e Matt transamos pela primeira. Só espero que ele
não surte.
— Vamos tomar café da manhã antes de irmos, você me
deixou faminto. — Avisa me estende uma toalha.
Apenas concordo admirando-o enrolar a toalha na sua
cintura, admiro melhor o seu peitoral malhado e molhado, não tem
como não desejar esse homem a cada vez que o vejo assim,
seminu na minha frente.
Tento não admirá-lo tanto mas ele tira a toalha da cintura
secando os cabelos, ofego ao ver a sua ereção semiereta e ele me
olhando com aquele sorriso torto.
— Se continuar me olhando assim, em poucos segundos ele
vai estar maior e mais duro do que está agora, aí você não vai poder
correr de mim. — Alerta-me se virando completamente para mim e
eu ofego ainda mais.
Respiro fundo e passo por ele apressado ouvindo as suas
gargalhadas, filho da mãe gostoso! Ele adora me deixar nervoso.
Bem que eu queria ceder a ele de novo, mas eu estou famintoe não
podemos demorar para voltarmos pra casa.
Como vou conseguir resistir a ele dentro da mansão? Será
que meus pais vão se decepcionar comigo caso eu caía em
tentação? Preciso ter uma conversa com eles, preciso me abrir e
talvez eles não se importem se eu me mudar para a casa piscina, a
casa é bem espaçosa e tem o mesmo luxo que a casa principal, vou
estar em segurança do mesmo jeito, eu só quero poder ficarmais à
vontade com Matt já que não podemos sair de casa com frequência.
Bom, isso é conversa para mais tarde, agora eu preciso
comer alguma coisa antes que alguém me coma. Encaro Matt
saindo do banheiro só de cueca e pega a sua mochila, tirando o seu
uniforme para vestir.
Capítulo 30

Chegamos na mansão e entramos direto na casa, Victor


parece diferente, parece mais radiante, mais felize sei que isso se
deve a noite que tivemos juntos.
Andamos pela sala mas não tem ninguém, aproveito para
roubar um beijo apaixonado do meu namorado e como sempre, ele
se rende rapidamente me beijando com a mesma paixão, com o
mesmo amor pois finalmente ele se declarou para mim, Victor me
ama.
Interrompo o nosso beijo ao ouvir alguém limpar a garganta
atrás de nós, afasto-me brevemente de Victor encarando o meu
sogro envergonhado por termos sido flagrados.
— Parece que a noite de vocês foi muito boa, pela hora que
estão chegando, creio que já almoçaram. — Comenta meu sogro
aproximando-se com cautela, estudando as nossas reações.
— Ainda não almoçando, Sr. Gael, mas tivemos uma manhã
maravilhosa, tomando café em alto mar, obrigado por nos permitir
termos um momento como esse... Por falar em momento,
precisamos conversar, nós três. — Abraço Victor pela cintura
olhando o meu sogro nos olhos e ambos parecem surpresos.
— Ok, eu estou ouvindo! — Ele cruza os braços sério
enquanto vejo o Sr. Scott descer as escadas.
— Bom, ontem eu deixe claro para o senhor o meu desejo de
namorar o seu filho, e ele me aceitou como namorado. O fato, Sr.
Gael, é que agora que as coisas ficaram mais sérias entre mim e
Victor, eu quero poder passar mais tempo com ele, quero poder
levá-lo a minha casa e também quero apresentá-lo a minha família,
estou devendo essa visita a ele e só não o fiz ainda por conta da
nossa atual situação na segurança. Quero poder dormir com Victor
mais vezes, quero ter mais intimidade e privacidade com o seu filho,
Sr. Gael. — Tento manter-me firme mesmo me cagando de medo
dele me enxotar daqui ao descobrir que tirei a virgindade do filho.
— O que você quer dizer com, ter mais intimidade, Sr.
Ragazzi? Por acaso você está tentando me dizer que... Que você e
o meu filho... Vocês... Já aconteceu entre vocês o que eu estou
pensando? — Seu tom severo me faz tremer, engulo em seco
afrouxando a minha gravata.
Encaro Victor antes de encarar novamente o seu pai Gael,
minha nossa, ele parece furioso mas não posso negar tudo que
aconteceu.
— É exatamente isso que você está pensando, papai...! Eu e
Matt somos namorados e é normal que certas coisas aconteçam...
Por favor, não brigue com Matt? Ele não me forçou a nada, eu cedi
porque eu quis, eu tenho dezenove anos e nunca me senti pronto
para estar com ninguém, mas com Matt sempre foi diferente e você
sabe disso. Não sou mais um garoto, papai! Eu sou um homem! —
Victor se solta de mim envergonhado aproximando-se do pai dele,
mas vejo mais a diante Sr. Scott emocionado.
— Filho, eu... Eu não esperava por isso... Você está feliz? Era
isso mesmo que você queria...? Você o ama, Victor? — Pergunta
surpreso tocando o rosto do filho com ternura.
— Sim, papai... Eu o amo, o amo como nunca amei ninguém,
foi só por isso que me entreguei a ele... Estou feliz como nunca
estive antes, Matt é o amor da minha vida e eu concordo com ele,
precisamos de mais privacidade, queremos poder passar mais
tempo juntos, quero poder dormir com ele mais vezes então... Eu
pensei que talvez eu pudesse me mudar para a casa da piscina, não
quero desrespeitar você e meu pai Scott dentro da nossa... —
Surpreendo-me com as suas ideias assim como os seus pais que o
interrompe.
— O que? Como assim se mudar, Victor?
Questionam os dois juntos e até eu estou ansioso para saber
o rumo dessa conversa, vejo os meus sogros perplexos e confesso
que não tinha pensado nessa possibilidade, de poder ter mais
privacidade com ele aqui mesmo na mansão.
— Que ideia absurda é essa, filho? Não tem necessidade de
você se mudar, se quer ficar mais tempo com Matt, se quer poder
dormir ao lado dele não precisa sair do seu quarto, eu não vou
dormir direito com você foradessa casa, mesmo que seja para você
morar na casa de atrás... Droga! Eu não esperava por isso. — Sr.
Scott segura a mão do filho com carinho, olhando-o atento nos
olhos, ainda perplexo.
— O que você está fazendocom o meu filho,Matt? Você não
acha que estão indo rápido demais? Só vou te dar um aviso, rapaz!
Se você tirá-lo de perto de mim, eu mato você, eu fui claro? —
Esbraveja Gael avançando na minha direção furioso, mas seu
marido põe-se na sua frente.Cacete!
— Acalme-se, Gael! Pelo amor de Deus, meu marido! Por
acaso você acha que teremos os nossos filhos a vida inteira
grudados em nós? Onde David está agora? Acha que com Victor e
Emma será diferente...? Amor? O nosso filho já é um homem e ele
não está saindo da nossa casa, ele só quer ficarna casa da piscina
atrás da casa principal... Ele vai continuar seguro, vai continuar
dentro da mansão... Meu Deus, eu estou mesmo concordando com
isso? — Scott intercede por nós mas surpreende-se com a suas
próprias palavras.
Gael anda de um lado para o outro pensativo, Victor chama
por ele mas o mesmo parece não ouvi-lo e não sei se isso é bom.
— Com todo respeito, Sr. Scott! Mas eu não posso aceitar a
sugestão de Victor, não estou sugerindo morarmos juntos, mas, eu
tenho o meu apartamento e podemos passar mais tempo nele, eu
também tenho a minha família e não vou conseguir vê-los com
frequênciase aceitar o que Victor sugeriu... Não quero que pensem
que estou me aproveitando de vocês por amar o seu filho, então
eu... — Argumento me sentindo tenso com essa situação, mas sou
interrompido.
— Você mora muito longe da mansão, Matthew! Não vou
aceitar o meu filho dormindo no seu apartamento longe de nós,
vamos ficar preocupados então a sua família pode vir te visitar
sempre quiserem, mas o meu filho fica aqui! E consequentemente
você também... Diante da nossa atual situação, eu não tenho
escolhas a não ser aceitar a sugestão de Victor... Como Scott
mesmo disse, pelo menos ele estará perto de nós. Vocês podem
ficar com a casa da piscina. — Rebate emburrado com um olhar
sério, vejo Victor com os olhos arregalados assim com os meus.
— Papai...? Você está sugerindo que... Eu e Matt morenos
juntos na casa da piscina? Ou eu entendi errado? — Pergunta tão
surpreso quando eu. Fico atento e ansioso para ouvir essa resposta.
— Você quer ter mais liberdade para ficarcom Matthew e ele
quer a mesma coisa, por tanto, aceito o que vocês quiserem desde
que você não saia dessa casa...! Santo Deus, eu não acredito que
estou passando por isso. — Ele solta uma respiração pesada
esfregando as mãos nos cabelos. — Quando comecei a namorar o
seu pai, eu também não perdi tempo, quis carregá-lo para morar
comigo logo na primeira semana de namoro, mas seu pai era mais
teimoso que você, ele me deu um trabalhão até alcançarmos o que
queríamos, e tudo que mais queríamos era ficar juntos... Scott
também não era rico, Matt, meu marido era mais humilde que você
e vivia cheio de problemas com aquele canalha do pai dele, além de
lutar para salvar a própria mãe, e mesmo assim eu me apaixonei a
primeira vista por aquele garoto complicado e nos amamos até
hoje... Espero que você e meu filhotenham a mesma sorte que nós,
se o amor de vocês for mesmo verdadeiro, quando vocês tiverem a
nossa idade, vão estar tão felizes e apaixonados quanto nós. —
Conta pensativo mas com um pequeno sorriso no rosto.
Ele fala com muito carinho do seu passado com o marido e
surpreendo-me mais uma vez, por saber que o Sr. Scott era mais
pobre que eu, a cada dia que passa me surpreendo mais com a
capacidade que essa família tem de amar, e se deixar ser amado.
— Eu amo ouvir as suas histórias com o meu pai, amo ver
que mesmo depois de tantos anos o amor de vocês não mudou,
apenas ficou mais forte e se tornou ainda mais lindo. É esse amor
que eu quero para mim, e acho que já o encontrei. — Victor abraça
o seu pai Scott com carinho, mas me dá aquele sorriso fascinante.
— Não tenho dúvidas de que vocês se amam de verdade. O
jeito como se olham lembra muito eu e seu pai, esse olhar
apaixonado que vocês trocam a todo instante, essa ansiedade para
estarem um com o outro, nós também passamos por isso... Estou
feliz que vocês tenham dado um passo tão importante no
relacionamento de vocês, espero e desejo que se amem cada vez
mais, vocês sempre terão o meu apoio, e tenho certeza de que meu
marido, o amor da minha vida também estará aqui para vocês, não
é, amor? — Scott diz com ternura.
Esses dois são hilários, essa conexão que eles tem no amor
me dá um pouquinho de inveja, um fala e o outro amolece
rapidamente.
— Claro, minha vida. Como eu disse antes, eu façotudo pela
felicidade dos nossos filhos. Por falar em filhos, Emma está no
quarto da sua mãe, ela está empolgada porque amanhã ela volta
para faculdade,assim como Victor, por mim eles não voltariam, mas
eles estão em semana de provas e não podem deixar de irem. —
Ouço falar dessa porra de faculdade e me irrito.
Lembro-me do engraçadinho que estava cheios de sorrisos
para Victor em uma das aulas online, o professor fez chamada de
vídeos com alguns alunos e o infeliz não perdia uma oportunidade
para puxar assunto com Victor, não gostei disso e vou ficarde olho
no que é meu.
— Você ficou sério de repente, não gostou da ideia de
podermos passar mais tempo juntos...? Vamos poder dormir juntos
mais vezes. — Victor aproxima-se novamente abraçando-me pela
cintura.
— É claro que eu gostei, não imaginei que algo assim
pudesse acontecer tão cedo, mas aconteceu e eu adorei... É só
que... Não é nada, esquece! Eu vou falarcom Demétrio sobre a sua
volta a faculdade, depois nos vemos. — Lhe dou um beijo casto e
me afasto para sair, mas ele segura a minha mão.
— As coisas estão ficandomais sérias entre nós a cada dia,
então não comece a me esconder as coisas agora! Você ficou
estranho por algum motivo e eu quero saber o porquê! — Seu tom
sério e autoritário me surpreende, ele também ficoumais sério que
de costume.
— Não gosto da ideia de te ver no meio daqueles moleques,
mesmo estudando a distância eu já vi que vou ter dor de cabeça
com aquele infeliz dando em cima de você! E eu não vou aceitar
isso! Se eu tiver que dar uns cascudos em um e quebrar os dentes
de outro, eu não vou hesitar! — Aviso em um tom severo e sério e
saio em seguida o deixando ali.
— Era só o que me faltava! Matt? Espera...? Matthew...!
Me chama mas não paro, saio da casa ainda inquieto e sigo
para a sala de segurança, preciso realmente falar com Demétrio
sobre a segurança de Victor e Emma, se não me engano eles vão a
faculdade uma semana direto e não podemos nos descuidar da
segurança deles, vou acompanhar Victor até no banheiro se for
preciso mas não posso falhar na sua segurança, se alguém chegar
perto dele eu mato o infeliz!
Capítulo 31

Depois de falar com Demétrio eu volto para o jardim me


juntando aos outros seguranças, converso com os meus amigos
avisando sobre a nossa saída de amanhã, e montamos um plano
para conseguirmos fazer um bom desempenho no nosso trabalho.
Passo um bom tempo conversando com Ravi, Nelson e os
outros seguranças que vão conosco amanhã acompanhar os filhos
dos patrões, meus amigos estão empolgados por finalmente
poderem mostrar serviço.
— Com licença, Sr. Matthew! O Sr. Victor o aguarda na casa
da piscina, e pediu para que não demore. — Avisa uma das
empregadas aproximando-se. Olho em direção a casa e a encaro
novamente.
— Ok, já estou indo! Rapazes, conversaremos melhor depois
para programarmos a nossa saída de amanhã... Com licença! —
Aviso antes de me afastar seguindo pela lateral do jardim.
Eu já havia entrado nessa casa da piscina antes para fazer
uma vistoria no local, e tenho que admitir, é uma bela casa além de
muito luxuosa, para uma casa de piscina eu não entendo a
necessidade dela possuir dois andares, Demétrio também já me
disse que essa casa raramente é usada como casa de hóspedes.
Aproximo-me da casa e entro ouvindo uma música suave,
nem alta e nem baixa demais, olho a minha volta mas não vejo
ninguém, mas de repente o vejo descer a escada saltitante e com
aquele sorriso largo no rosto, Victor vem correndo para mim e se
joga em meus braços me fazendo sorrir.
— A casa já foi limpa e está pronta para nos receber nela, vai
ser maravilhoso poder passar mais tempo com você aqui... Ainda
está bravo...? Não sabia que você era tão ciumento. — Vejo a sua
empolgação antes do seu sorriso tímido aparecer ao falar de
ciúmes.
— Não estou bravo, estou furioso com a possibilidade de ver
um daqueles fedelhos dando em cima de você. No entanto, posso
deixar isso de lado por enquanto, porque agora eu quero um beijo.
— Prendo o seu corpo no meu e o seguro pela nuca, devoro a sua
boca faminto para sentir o seu gosto.
Victor retribui rapidamente e posso senti-lo amolecer em
meus braços. Seus beijos são tão suave, tão envolvente, seus
lábios tão doces e macios. Quero senti-lo mais uma vez, já estou
ansioso para isso mas ouço alguém limpar a garganta atrás de nós,
novamente me deparo com os meus sogros.
— Sr. Gael...? Sr. Scott...? — Tento controlar a minha
respiração pesada e abraço Victor por trás, escondendo o volume
na minha calça.
— Não pensei que já encontraríamos vocês nesse clima
todo... Vocês realmente não perdem tempo. — Dispara meu sogro
com um olhar sério mas vejo-o respeitar fundo.
— Eles me lembram um certo casal também muito fogoso...
Não podemos reclamar deles, Gael. — Scott abraça o marido
sorridente, mas vejo as empregadas entrarem com algumas malas
nas mãos.
— Ok, eu não estou reclamando. Viemos apenas verificar se
a casa está em ordem, e também pedimos para trazerem as suas
coisas, filho, já que agora você vai morar aqui vai precisar delas.
Depois traga também as suas coisas, Matt! Já que meu filho vai ficar
isolado nessa casa a noite, você terá que ficar com ele, não tem
mais necessidade de você ficar na casa dos empregados. —
Argumenta Gael andando pela sala, pegando-me de surpresa com
essa sua decisão.
As coisas estão mesmo acontecendo rápido demais, e não
pensei que fosse gostar tanto disso.
— Como quiser, senhor, obrigado pela generosidade. —
Aperto a cintura de Victor prendendo ele no lugar quando sinto que
ele vai se afastar e me deixar em uma situação constrangedora.
— Vocês estão sendo demais, papai, eu não esperava menos
de vocês, por isso os amo tanto... Eu estou tão feliz,acho que nada
e nem ninguém será capaz de estragar essa felicidade. — Sinto o
seu tom de voz emocionado e mais uma vez me surpreendo com
esse garoto. Porra a gente se ama de verdade.
— Você merece essa felicidade, meu amor, e no que
depender de mim, farei até o impossível para que você seja ainda
mais feliz, ou que pelo menos continue assim, exatamente como
você está. — Beijo o alto da sua cabeça e Victor se vira para me
beijar, ele me dá aquele beijo doce que me deixa impossibilitado de
raciocinar.
— Meu Deus, eles são tão lindos juntos... Nosso filho está
realmente amando, ele está feliz, Gael. — Interrompo o beijo
sorrindo ao ouvir a voz amorosa do meu sogro Scott.
— Bom, vamos deixá-los a vontade... Só mais uma coisa,
Matthew! No final de semana traz os seus pais para conhecermos,
vamos fazer um almoço para que nossas famílias se conheçam, já
que é sua folga. Você está namorando um dos herdeiros Patterson,
então as nossas famílias devem se unir. — Meu queixo vai no chão
com as últimas palavras do meu sogro.
— Mas senhor, a minha família é muito humilde, são pessoas
muito simples e...
— Não vejo onde está o problema nisso, você também é uma
pessoa simples e está namorando o meu filho, com a nossa
permissão! Se nos importássemos com isso você jamais chegaria
perto do meu filho com essas intensões, então não discuta comigo e
apenas faça o que pedi! Traga a sua família para almoçar conosco,
podemos passar o dia juntos e assim nos conhecer melhor... Bom,
vamos deixá-los, meu amor, sei que querem ficarsozinhos... — Meu
sogro Gael finalmente abre um breve sorriso para nós, mas é
interrompido por Emma entrando apressada.
— Sinto muito, maninho, mas vocês não vão ficar sozinhos
agora, eu vim para ajudar o meu irmão a arrumar as suas coisas,
enquanto meu cunhado busca as coisas dele. — Emma aproxima-
se arrancando Victor dos meus braços nos fazendo sorrir.
— Fiquem a vontade! Eu preciso mesmo ligar para os meus
pais e informá-los sobre o almoço de domingo, depois trago as
minhas coisas para cá, também não são muitas. — Sorrio
abertamente eufórico com essa novidade, vou poder dormir com
Victor sem me preocupar que me mantém por isso.
— Não seja por isso, Matt! Já que você vai morar com o meu
irmão, você precisa trazer mais coisas pra cá... Meu irmãozinho está
praticamente casado, já vai morar junto com o namorado e tudo. —
Dispara empolgada e só então me dou conta desse pequeno fato.
Vou morar com ele ou apenas passar mais tempo com ele?
— Vamos com calma, querida cunhada, ainda está muito
cedo para falarmos de casamento. Victor ainda precisa concluir a
faculdadee para isso, precisa se focarnos estudos, e eu não quero
atrapalhar. É verdade que vamos ter mais liberdade e privacidade
para ficarmos juntos, mas sei que seu irmão não pensa em se casar
tão cedo, afinal, ainda estamos nos conhecendo um pouco mais,
precisamos aproveitar muito essa fase do namorado, começamos a
namorar ontem então... — Tento argumentar sem que Victor se
ofenda com o meu ponto de vista, mas ele me interrompe.
— Você tem toda razão, meu amor, precisamos aproveitar ao
máximo cada fase do nosso relacionamento, ainda teremos muito
tempo para pensar em casamento e tudo mais. Estamos realmente
indo rápido demais, mas não posso negar que estou amando tudo
que tem acontecido entre nós. — Ele aproxima-se com um olhar tão
intenso que sinto o meu coração disparar.
— Eu te amo... Ouvir você falar assim só me dá ainda mais
certeza de que eu quero somente você para ser meu... Eu só quero
você para amar e ter o seu amor, Victor. — Toco o seu rosto
suavemente admirando esse tom rosado da sua pele.
— Me dá um beijo antes de ir? — Pede envergonhado por ter
os seus pais e sua irmã atentos a nós com um sorriso bobo.
Respiro fundo e seguro-o pela nuca beijando-o ardente,
aquele beijo que me deixa louco para ganhar mais que um beijo.
— Ok! Eu estou muito feliz por vocês mas agora é melhor
pararem com isso... Estão me deixando com inveja. — Separo-me
de Victor sorrindo ao ouvir a voz de Emma.
— Nem vem com essa história, Emma! Nós já conversamos
sobre isso e não vou repetir tudo que eu já disse! Vai começar tudo
de novo. — Sr. Gael encara a filha sério e respira fundo saindo da
casa abraço ao marido, mas Emma vai atrás retrucando emburrada.
— Espera papai! Vamos conversar melhor? Papai Gael...?
Eles saem discutindo mas eu só tenho olhos para o meu
namorado, Victor tem um lindo sorriso olhando-me com ternura. Não
resisto em beijá-lo mais uma vez antes de sair da casa, mas Emma
entra de volta sorrindo da sua pequena discussão com o pai, na
verdade acho que ela só está fazendo isso para contrariá-lo, e ela
sempre consegue. Mulher é um bicho terrível.
Sigo até a casa dos empregados e entro para pegar as
minhas coisas, não são muitas porque não trago muitas coisas para
cá, então em uma mochila consigo reunir tudo que tenho aqui.
Depois de pegar as minhas coisas eu saio da casa
encontrando Demétrio conversando com Ravi e Nelson, eles me
encaram confusos mas aproximam-se mais.
— Onde pensa que vai, Ragazzi? Hoje não é o seu dia de
folga.— Questiona o chefedos seguranças mas me sinto meio sem
jeito pelas regalias que estou tendo aqui por namorar Victor.
— O Sr. Gael me deu permissão para ficar na casa da
piscina... Com Victor... Nos assumimos como namorados e Victor
quer que tenhamos mais espaço, digamos assim... — Coço a
cabeça sem graça, mas Nelson me interrompe.
— Filho da mãe sortudo! Já está quase casado com o filhodo
chefe, o grande amor da sua vida. — O infeliz gargalha me
abraçando pelos ombros e eu suspiro fundo.
— O que posso fazer?Sou apaixonado por aquele garoto, já
não consigo me imaginar vivendo sem ele. Mas ainda está cedo
para pensarmos em casamento, ainda temos muito para
aproveitarmos desse namoro. — Sorrio abertamente me sentindo
eufórico.
— O Sr. Victor não poderia ter escolhido uma pessoa melhor
que você para se relacionar, Matt, de verdade, eu estou feliz por
vocês, eu nunca vi essa família tão satisfeita com alguém, como
estão com você, então continue assim... Agora vai lá ajeitar as suas
coisas nas suas novas acomodações, e aproveite o quanto pode,
porque se você pisar bola, meu amigo, eu mesmo vou chutar você
para fora dessa mansão, e com a permissão do chefe.— Alerta-me
com uma sobrancelha erguida mas sorrir abertamente, ele sabe que
pode confiar em mim.
Trocamos mais algumas poucas palavras e volto para a casa
da piscina, ansioso para vê-lo novamente, a cada segundo que fico
longe dele para mim é uma eternidade, estou loucamente
apaixonado por Victor Bennet Patterson. Ele está se tornando o ar
que respiro e sem ele, sinto que posso deixar de existir.
Capítulo 32

Acordo com beijo nas minhas costas e suas mãos subindo


pelo meu peito, sinto a sua ereção pressionar a minha bunda e
sorrio ainda de olhos fechados, mas também ofego por sentir que
ele já está excitado a uma hora dessas.
— Está na hora de acordar, mocinho... Você tem faculdade,
se esqueceu? — Sua não desce até a minha bunda e aperta com
vontade abrindo-me.
Sinto ele se encaixar em mim brincando na minha entrada
sem me penetrar, sinto que ele está melado com algo geladinho e
sorrio.
— Ainda está cedo... Então me deixe dormir um pouco mais
ou fazamor comigo de uma vez. — Resmungo manhoso pelo sono
e sinto-o me preencher lentamente.
— Gostoso... Tão apertadinho... — Sussurra no meu ouvido
enquanto tento respirar.
Sua mão segura firme a minha cintura enquanto se
movimenta mais rápido, entrando inteiro em mim. Gememos,
sussurramos e nos beijamos com paixão, mas de repente Matt põe-
se sobre mim em um movimento rápido e ágil.
— Já estou mal acostumado... Quero dormir e acordar
fazendo amor com você todos os dias... Ahh você me deixa louco
com facilidade,meu amor... — Ouço os seus sussurros e delírios no
meu ouvido enquanto recebo as suas estocadas fortes.
Agarro o travesseiro com força gemendo descontrolado, me
empinando para recebê-lo inteirinho, desejando ardentemente senti-
lo gozar em mim.
— Eu vou gozar... Ahh eu vou gozar... — Anúncio sentindo-
me trêmulo, sentindo o meu pau pulsar.
— Vem! Eu quero sentir você gozar... Gostoso... — Matt
abraça o meu corpo e ergue-se erguendo-me junto, ficamos de
joelhos na cama.
Meu namorado agarra o meu pau me masturbando enquanto
volta a se movimentar, rebolo na sua ereção e ergo a minha mão até
a sua nuca, puxo-o para um beijo urgente gemendo na sua boca
enquanto sinto o meu pau latejar na sua mão, e o seu latejar dentro
de mim.
— Puta merda... Ahh eu vou gozar nessa bundinha
apertadinha... Vou preencher você, meu gostoso... Ahh... — Geme
na minha boca e eu não resisto, gozo na sua mão sentindo-o gozar
dentro de mim.
Estremeço-me inteiro, sinto-me mole, sem forças, sinto-me
preguiçoso e deito a cabeça em seu ombro. O silêncio se faz
presente mas os seus carinhos pelo meu corpo não param, Matt
ainda acaricia o meu pau enquanto percorre a outra mão pelo meu
peito, seus lábios úmidos vagam pelo meu ombro e sobe para o
meu pescoço.
— Eu amo você... Amo demais, meu pequeno... — Sussurra
no meu ouvido e como sempre eu me derreto com a sua
declaração.
— Também amo você... Mais do que você possa imaginar...
— Declaro emocionado por estar vivendo algo tão mágico, tão
especial como não imaginei que pudesse ser possível.
— Ei? O que foi...? Porra você está chorando, Victor? O que
houve amor? — Pergunta preocupado saindo de mim devagar.
Jogo-me na cama me aninhando nos meus travesseiros e ele
se deita ao meu lado, com os seus olhos atentos em mim.
— Não foi nada, está tudo bem... Só estou feliz e eu não
imaginava que pudesse sentir algo tão... Tão grandioso, tão
surreal... E também não imaginava que alguém pudesse sentir o
mesmo por mim, mas você sente... Você me faz feliz e eu vou te
amar a cada dia mais por isso... Não quero nunca perder o seu
amor, não quero nunca perde você, Matt... — Vou para os seus
braços deitando-me sobre o seu peito e ele me aperta, me abraça
forte.
— Você nunca vai me perder, eu prometo isso... Não fica
assim, amor? Você parece tão angustiado e eu não quero ver você
assim. — Sinto pelo seu tom de voz que ele está preocupado
comigo, e eu amo ver o quanto ele se importa comigo. — Vamos
tomar um banho...? Estou com a mão cheia de porra, você gozou
pra caralho hein? Nem parece que gozou algumas horas atrás. — O
infeliz gargalha me fazendo corar
.
— Cretino! Eu aqui me declarando e você me zoando... —
Solto-me dele e me levanto ao som das suas gargalhadas.
— Espera amor...? Victor? Foi mal, pequeno, eu só queria
descontrair um pouco, não gosto de te ver tristinho mesmo que não
seja por algo ruim... Espera amor! Venha aqui! — Sigo para o
banheiro mas ele corre atrás de mim me abraçando por trás.
— Eu devia te dar uma surra! Você tem uma capacidade
muito grande de me deixar constrangido, sabia? — Tento me soltar
sorrindo mas ele não deixa.
— Eu falei alguma mentira...? Quer me bater? Então me
bate? Eu deixo você fazero que quiser comigo... — Seu tom de voz
um pouco mais rouco me estremece e ele me vira de frente para
ele, devorando a minha boca.
Isso me desarma completamente e ele sabe disso, me rendo
a ele mais uma vez. Entramos banheiro e tomamos um banho
quente em meio a amassos e pegadas fortes, não transamos
novamente pois Matt é muito pontual e não quer se atrasar para
ocupar o seu posto.
Depois do nosso banho nos arrumamos e ele me dá um beijo
enquanto descemos para tomar caféjuntos, ainda é muito cedo mas
eu pedi que ele me acordasse quando ele fosse se levantar, e o
bom disso é que podemos aproveitar o caféda manhã juntos como
só fizemos ao amanhecermos no iate do tio Ricardo. Poder dormir
com Matt está sendo maravilhoso.

Depois de passar na casa grande para ver os meus pais e


minha irmã, encontro David já saindo de casa também com Thais,
mas eu nem sabia que ela havia dormido aqui, a verdade é que eu
estava tão empolgado com a ideia de morar na casa da piscina, que
até me esqueci que ela ficaria aqui ontem.
— Já estou sabendo da novidade e estou muito feliz por
vocês, Victor, que bom que vocês deram um passo tão importante
no relacionamento de vocês, e não digo apenas pela mudança para
a casa da piscina, vocês se amam e isso é nítido para todos, então
vá em frente sem medo de estar indo rápido demais, aproveite o
bom da vida porque não sabemos até quando essa felicidade vai
durar, então viva sem se importar com nada e nem com ninguém,
realize os seus sonhos e seja o que você quer ser, e sei que você só
quer ser feliz, então seja felizes, cunhado, meu grande amigo. —
Thais me abraça pela cintura guiando-me em direção a porta.
— Obrigado pelas suas palavras, Thais, você também é uma
grande amiga para mim, os seus conselhos tem sido de grande
ajuda assim com os conselhos dos meus irmãos e meus pais, todos
vocês tem sido tão perfeitos comigo que já me sinto eu mesmo outra
vez, vou continuar sendo o que sempre fui, vou continuar sendo eu
mesmo, vou ser o que eu tanto desejo... Vou ser feliz. — Abro um
sorriso largo e abraço-a empolgado.
Sorrimos e conversamos brevemente antes de me despedir
novamente dos meus pais, me despeço também dos meus irmãos
pois vamos todos em carros separados, cada um com o seu guarda-
costas e seus seguranças.
Meus pais, David e Thais seguem para empresa, e eu e
Emma seguimos para faculdade. Ainda estou receoso com isso e
Matt percebe, mas basta ele me dá um sorriso e tudo parece ficar
mais simples e mais fácil de lidar.
Poucos minutos depois estamos entrando no estacionamento
da faculdade, e Matt para em uma vaga mais próximo a entrada do
prédio.
— Me beija? Não quero fazer isso fora do carro para você
não sofrer com comentários e piadinhas desses moleques
imaturos... Eu só quero proteger você, meu grandão. — Toco o seu
rosto suavemente e beijo-o profundamente.
— Você está se esquecendo de um detalhe, meu pequeno...
Quem tem que proteger alguém aqui, sou eu... Agora vem! Vamos
sair desse carro. — Ele se solta de mim e sai do carro dando a volta
no mesmo.
Assim que saio Matt me puxa para os seus braços me
roubando um beijo feroz de tirar o fôlego.
— Meu Deus... O que está fazendo, Matt...? — Retruco ao
quebrarmos o beijo mas ele não me solta.
— Preciso mostrar a todos que você tem dono, e esse dono
sou eu! — Dispara em um tom sério e com um olhar severo.
— Eu preciso me acostumar com esse seu lado ciumento...
Você está terrível. — Solto-me dele ofegante mas me recomponho.
— Me desculpe, sei que isso não foi nada profissional, mas
quero que todos saibam que não estou aqui para te proteger apenas
como seu guarda-costas, mas também como seu homem! —
Argumenta guiando-me pelo estacionamento. Não digo nada pois
gostei dessa sua reação.
Sorrio de lado e entramos pelos corredores da faculdade,
recebo alguns olhares curioso que me deixam receoso, mas tento
não me importar tanto com isso. Encaro Matt e ele diz
apenas, "você consegue" isso foi o suficiente para me acalmar
internamente.
— Victor! Irmão, espera! — Ouço a voz de Emma e paro
esperando por ela que vem correndo na minha direção. — Eu só
queria te desejar uma boa aula. Nos vemos no intervalo? Não quero
me sentir tão sozinha nessa faculdade,não conheço ninguém desse
horário. — Diz apreensiva e eu sorrio abraçando-a apertado.
— Nos vemos no intervalo, mas se precisar de mim antes
disso, me manda mensagem, ok...? Tenha uma boa aula também,
maninha. — Beijo o seu carinhosamente e ela sorrir antes de se
afastar.
— Te amo! Se precisar de mim também, manda mensagem.
Apenas concordo e ela segue com Nelson para o corredor
seguinte. Encaro Matt mais uma vez e ele faz sinal para eu entrar na
minha sala, queria mais um beijo dele agora, mas não vou fazerisso
aqui na porta da sala de aula.
Respiro fundo e entro na sala pedindo licença.
— Aluno novo? Qual é o seu nome, rapaz? — Pergunta o
professor.
— Eu me chamo Victor Bennet Patterson, senhor Molina,
faço aulas online com o senhor, estou aqui para fazer as provas
como o senhor solicitou. — Justifico-memesmo me sentindo tenso,
mas permaneço firme diante dos olhares da turma.
— Certo! Estou me lembrando de você... Bom, Sr. Patterson,
sente-se! Já vou distribuir as provas.
Diz curto e grosso e assim eu faço, me sento em uma das
cadeiras no meio da classe e pego a minha caneta na mochila,
percebo alguns dos alunos atentos a mim e outros cochicham entre
si.
— Ele é o Victor Patterson? Não foi ele que tentaram estuprar
alguns meses atrás? — Ouço uma garota perguntar atrás de mim e
sinto o meu corpo inteiro enrijecer.
— É ele mesmo, o viadinho que tentaram comer no banheiro
masculino... — Ouço a voz de um garoto ao lado dela mas o Sr.
Molina o interrompo.
— Eu posso saber o motivo da conversa, Sr. Dantas? Porque
não está prestando atenção no que estou falando?— O professoro
repreende mas eu me levanto irritado.
— O motivo do assunto deles sou eu, Sr. Molina! Eu sou gay
e sempre sou confundido com os viadinhos encubados que
implicam comigo...! Eu sofri uma tentativa de estupro aqui mesmo
nessa faculdade meses atrás, fui atacado por seres malignos e
desalmados... Mas fui salvo pelo meu guarda-costas e os envolvidos
foram expulsos dessa instituição, com exceção do principal
envolvido no acontecido que foi preso, e como muitos sabem, na
prisão, estupradores não esquentam lugar...! Bom, foi isso que eu
ouvi falar... Sei que todos nessa faculdadesabem que homofobia é
crime, e eu não vou pensar duas vezes antes de denunciar qualquer
um que mexer comigo aqui dentro, seja quem for! Espero que o
senhor me entenda e me apoie caso eu sofra algum tipo de
agressão, seja físicaou verbal, não sei se o senhor sabe, mas meu
pai tem as costas quentes dentro dessa faculdade, e não vou me
importar nem um pouco se a metade desses alunos forem expulsos
por mexerem comigo, não me importo se vão me chamar de filhinho
de papai, pois pelo menos eu tenho um pai que vai brigar com tudo
e com todos para me defender! — Aviso em um tom firme e
confiante como jamais imaginei que pudesse acontecer
.
— Não se preocupe, Sr. Patterson! Se algo acontecer contra
você, eu serei o primeiro a denunciar qualquer tipo de desrespeito
dentro dessa faculdade,seja na minha turma ou na turma dos meus
colegas professores... Eu fiquei sabendo sobre o que aconteceu
com você e lamentei profundamentepelo ocorrido, não quis tocar no
assunto durantes as nossas aulas online mas saiba que estou do
seu lado. Não é porque somos gays que podem nos desrespeitar,
isso é o cúmulo do absurdo! — Surpreendo-me com as suas
palavras e vejo a classe inteira o encarar tão surpreso quanto eu. —
E só para reforçar as palavras do Sr. Patterson, eu vou deixar bem
claro que o próximo comentário racista, preconceituoso ou
homofóbico dentro dessa instituição, o Sr. Patterson não será o
único agir contra isso! Vou levar o caso pessoalmente até o diretor e
os engraçadinhos serão expulsos dessa faculdade, pois essa é a
nova regra da universidade, eu fui claro? — Esbraveja o professor
com um olhar sério e ninguém da um pio, apenas concordam.
Olho em direção a porta e vejo através do vidro o meu
namorado com aquele seu sorriso de lado, ele acena positivamente
e vira-se voltando para a sua postura profissional.
— Obrigado, Sr. Molina, por ser tão condescendente
comigo... Isso significamuito para mim. — Agradeço antes de voltar
a me sentar, mas também me surpreendo com alguns poucos
alunos nos aplaudindo.
Sinto-me ainda mais confianteque antes, sinto-me realmente
mais forte para enfrentar as humilhações e preconceitos dessas
pessoas mal amadas.

A nossa aula segue tranquilamente e ninguém mais fezmais


nenhuma gracinha comigo, vejo até alguns garotos e garotas
também sem jeito depois de tudo que falei, sorrio por dentro me
sentindo vitorioso, não vou deixar ninguém mais me desrespeitar,
não vou abaixar a cabeça para ninguém e vou enfrentar qualquer
um que se aproximar com más intensões.
Olho em direção a porta e vejo Matt conversando com
Nelson, o guarda-costas de Emma, mas eles parecem tranquilos
então creio que está tudo como tem que estar.

A primeira aula termina e outra começa, e mais uma vez tudo


está como desejei que estivesse. Algumas garotas à minha frente
puxam assunto comigo sobre a matéria, converso com elas
normalmente mas vejo do outro lado da sala, Miguel me olhando
com um sorriso malicioso.
Evito encará-lo pois não vou deixar ninguém me iludir outra
vez, além do mas, já tenho um namorado lindo que ama e eu o amo
como jamais imaginei amar alguém.
Capítulo 33

O sinal toca para o intervalo e eu saio da sala para ir


encontrar a minha irmã, mas quando passo pela porta sinto alguém
segurar a minha mão.
— Espera, Victor! Tá afim de comer um lanche comigo?
Podemos trocar uma ideia? — Miguel se aproxima mais que o
necessário.
— Não! Vocês não podem trocar uma ideia, e se você se
aproximar dele outra vez, a única coisa que você vai poder trocar,
será os dentes que eu vou quebrar na sua boca! Então vaza,
moleque! — Matt surge do nada me assustando e fazendo Miguel
encará-lo com os olhos arregalados.
— Não estou fazendo nada demais, cara, somos amigos e eu
só quero conversar com...
— Não! Vocês não são amigos! Você falou com ele uma ou
duas vezes durante as aulas online, isso não significa que já são
amigos... E eu estou ligado no tipo de amizade que você quer com
ele, mas você está perdendo o seu tempo, garotão...
— Matthew não é apenas o meu guarda-costas, Miguel! Ele é
meu namorado e também é bastante ciumento, então vamos ser
apenas colegas de turma, ok? Já me decepcionei com esse lance
de amizade antes, não vou mais deixar ninguém nessa faculdade
me iludir outra vez, então por favor? Não me obrigue a ser grosso
com você porque não é essa a minha intensão, ok? Com licença! —
Argumento sério antes de pegar Matt pela mão e o arrastar dali.
— Custava ter feito isso antes? Não precisaríamos estar
passando por isso! — Retruca emburrado e eu me seguro para
anão rir desse seu ciúme.
— Você não me pediu para fazer isso antes, está pedindo
agora. — Olho-o por cima do ombro e ainda o vejo sério.
— Precisamos conversar melhor sobre isso, Sr. Victor! —
Seu tom sério e rouco me faz parar para encará-lo.
— Ok! Sr. Ragazzi! Conversaremos melhor depois!
Ergo uma sobrancelha e ele respira fundo me olhando de
cima abaixo. Viro-me seguindo para o corredor seguinte e vejo
minha irmã vindo com o seu guarda-costas.
— Vic! Vamos até a cantina comer alguma coisa? Estou com
fome e quero comer algo antes da minha última prova, o professor
do último tempo não veio e a prova dele será transferida para outro
dia. — Emma enlaça o seu braço no meu empolgada, me
arrastando até a cantina.
— Bom, eu vou ter que ficar até o último tempo, todos os
meus professores vieram então você vai pra casa antes de mim. —
Entramos na cantina e eu vou direto ao balcão pedindo um
sanduíche natural.
— E como foivoltar a faculdadedepois do que houve, irmão?
Será que alguém se lembra do que houve com você quando
cursava a noite? — Pergunta apreensiva e eu lhe dou um pequeno
sorriso.
— A julgar pelos olhares curiosos na minha direção, é claro
que todos se lembram, Emma...! Assim que entrei na minha sala já
tive que enfrentaralguns engraçadinhos, e pelo visto eles não serão
os únicos. — Olho a minha volta e alguns me encaram com
desdém, outros com pena e até mesmo com deboche.
— Se eu ouvir uma única gracinha sequer se referindo a
você! Eu não respondo por mim, Victor! — Minha irmã avisa séria,
também olhando a nossa volta.
— Fica tranquila, Srta. Emma! Não vamos deixar ninguém
insultar ou se aproximar do Sr. Victor com más intensões... Eu e
Matt estamos trabalhando juntos, então eu vou ajudá-lo na defesa
do seu irmão e ele me ajudará na sua defesa. — Nelson põe-se ao
lado da minha irmã olhando sério para as pessoas a nossa volta,
segurando a sua arma sem tirá-la da cintura.
Matt faz o mesmo ao meu lado mas não diz nada, ele está
sério demais, ele olha em todas as direções e vejo os seus olhos
azuis ficaram cinzas, seus olhos estão nublados e isso me assusta
ao mesmo tempo que me preocupa.
— Vic, vamos lanchar lá no pátio! Não precisamos passar por
isso. — Emma me segura pela mão tentando me arrastar para longe
dali, mas eu não deixo.
— Não, Emma! Uma hora ou outra eu vou ter que passar por
isso, então que seja agora! Não vou fugir de ninguém, eu não fiz
nada de errado! Fizeram comigo! Pessoas covardes que estão
estudando para serem perversas! Eu não sou assim então não
tenho que ter medo ou vergonha de ninguém! — Contesto em um
tom firme e alto o suficiente para que todos me ouçam. — Nunca
desrespeitei ninguém! Mas se me desrespeitarem de novo vão
sofrer as consequências, assim como o canalha do Thiago Maia
sofreu, e eu não estou ameaçando ninguém, estou avisando pois a
justiça existe para ser cumprida...! Agora vamos nos sentar e comer
tranquilamente, ninguém vai ser idiota o suficiente para mexer
comigo outra vez! Eu não vou permitir! — Meu tom ainda é sério e
alto o suficiente.
Vejo o diretor se aproximar de queixo erguido e parar na
minha frente, ele balança a cabeça positivamente e vira-se para os
alunos espalhados pelo ambiente.
— Eu já passei de sala em sala falando com todos os alunos
no período da manhã, tarde e noite! Já deixei bem claro que não
vou permitir nenhum tipo de humilhação! Racismo! Preconceito!
Homofobia e nada do tipo...! Muitos alunos já foram expulsos dessa
instituição por esses motivos e eu não vou me importar em expulsar
mais alguns, não vou me importar de ter um ou meia dúzia de
alunos nessa faculdadese for para fazerdeles homens e mulheres
de bem, pessoas honradas e decentes! Então pensem duas vezes
antes de jogarem no lixo a chance que vocês estão tendo de se
formarem, de terem um diploma pois se forem expulsos, vocês não
vão querer perde tempo em outra faculdade, e nem os pais de
vocês vão querer jogar o dinheiro deles fora,pagando para vocês se
transformarem em monstros! — O diretor encara a cada um deles
severamente e todos escutam calados. — O Sr. Matthew e o Sr.
Nelson estão aqui para preservar a integridade física dos Sres.
Bennet Patterson! Mas eles também estão autorizados a deter e
encaminhar até a delegacia, qualquer um que ousar a ofender
moralmente os alunos sobre a sua proteção... Eu fui claro ou vou
precisar repetir tudo outra vez? — Ele encara Matt e Nelson antes
voltar a encarar a todos de braços cruzados.
— Não! Senhor diretor!
Todos respondem juntos olhando uns para os outros antes de
nos encarar atentos, sei que a partir de agora ou essa gente me
aceita como eu sou e viveremos na mais perfeita paz, ou todos vão
viver com medo de chegar perto de mim com um homem armado ao
meu lado, sem falarque eles estão autorizados a deter qualquer um
que tentar me humilhar ou algo do tipo.
— Sr. e Srta. Patterson! Eu vim lhes desejar boas vindas e
dizer que estou muito satisfeito com o seu retorno a nossa
instituição. Não tive a oportunidade de vê-lo pessoalmente, Sr.
Petterson, e lhe oferecer os meus mais sinceros pedidos de
desculpas, sinto muito pelo ocorrido no passado mas espero que
possa concluir os seus estudos conosco, a nossa equipe de
segurança estará a disposição para somar na sua segurança junto
aos demais alunos... Mais uma vez, sejam bem-vindos! — Ele vira-
se para mim e minha irmã com um olhar apreensivo.
Sei que ele não teve culpa de nada do que houve e o meu pai
entendeu isso, por isso nos deixou voltar a essa faculdade, e
mesmo depois de sofrer um processo, estamos sendo bem
recebidos pelo próprio diretor.
— Muito obrigado, Sr. Diretor, é bom estar de volta e espero
ser respeitado como eu não era antes, mas sinto que agora será
diferente... Agora se me der licença, eu ainda estou com fome...
Vem, Emma! — Lhe dou um breve sorriso e puxo a minha irmã pela
mão, seguindo para uma das cadeiras vazias no centro do
ambiente.
— Você mandou bem, Sr. Victor! Parabéns! — Comenta Matt
assim que nos sentamos e eles fazem o mesmo. Reviro os olhos
para ele.
— Odeio quando você me chama de senhor, isso me irrita
mesmo sabendo que não estar errado, pois está no seu horário de
trabalho, como diz o meu irmão. — Começo a comer o meu
sanduíche e minha irmã sorrir.
Converso com ela um pouco mais sobre as provas e os
nossos seguranças estão atentos a tudo e a todos.
— Com licença, Matt? Oi! — Vejo uma garota loira se
aproximar parando ao lado de Matt. De onde eles se conhecem?
— Oi baixinha? O que fazaqui? — Ele se levanta lhe dando
um beijo no rosto e eu largo o meu sanduíche atento aos dois.
Meu coração dispara, não pode ser o que eu estou
pensando, será que ela é alguma ex dele? Será que ele mentiu
quando disse que é gay e na verdade ele é bissexual?
— Eu também curso aqui, Richard não te falou? Já estou no
meu segundo ano aqui. — A garota parece empolgada e bastante
íntima dele.
A menina se vira para nós meio sem jeito, só então Matt se
lembra de nos apresentar.
— Bom, me deixa te apresentar, esses são Victor e Emma
Bennet Patterson, eu sou guarda-costas do Sr. Victor... E pessoal,
essa é Yara, minha cunhada, namorada do meu irmão Richard. —
Respiro aliviado ao saber desse detalhe.
— Então você é o namorado de Matt? Somos concunhados!
Eu posso me sentar com vocês? — A garota se empolga ainda mais
já se senta ao lado de Emma, que sorrir assim como eu.
— Verdade, você é namorada do meu cunhado e eu sou
namorado do seu cunhado... Nossa, que confusão.— Gargalhamos
juntos e minha irmã entra na conversa.
Por um momento até me esqueci onde estou, não posso
negar, Yara é muito simpática e eu gostei dela, mas minha irmã
gostou ainda mais de poder termos uma nova amiga em comum, as
duas se deram super bem.
— Oi... Meu nome é Betina, esses são meus amigos Juliana,
Sérgio e Marcelo, podemos nos sentar com vocês? — Pergunta
uma garota aproximando-se acanhada com mais três pessoas,
Nelson e Matt se levantam cedendo os seus lugares.
— Claro! Fiquem à vontade.
Sorrio confiante por minha vida na faculdade estar voltando
ao normal, encaro Matt e ele pisca para mim me dando um breve
sorriso. Não tem como não retribuir, esse homem consegue me
acalmar com apenas um sorriso, e essa piscadela sexy que ele tem
sempre me faz ofegar
.
Tento não olhar muito para ele, não preciso ficarpaquerando
o meu namorado na frente dessas pessoas, prefiro fazerisso a sós,
na nossa casa.
Capítulo 34

TRÊS MESES DEPOIS...

Já fazem três meses que eu e Victor nos assumimos como


namorados e transamos pela primeira vez, a nossa convivência tem
sido a melhor possível pois estamos praticamente morando juntos,
dormimos e acordamos ao lado um do outros todos os dias, até
mesmo na minha folga eu volto só para dormir com ele, com
exceção de duas vezes em que dormi na casa dos meus pais.
Dormir longe de Victor é um tormento para mim, já não
consigo mais ficar longe dele um único dia por isso os meus pais,
meu irmão e minha cunhada tem vindo nos ver com mais
frequência. Depois do almoço que tivemos juntos para as nossas
famílias se conhecerem, tudo parece estar mais perfeito, meus pais
se encantaram com os meus sogros, e eles por sua vez, se
mostraram muito atenciosos com os meus velhos, mesmo eles
sendo pessoas tão humildes.
Agora eles vem me ver na mansão com mais frequência, ou
melhor, em toda a minha folga já que eu não estou mais indo em
casa na minha folga, e quando vou, volto no mesmo dia.
Meu irmão pediu para ficarno meu apartamento enquanto eu
estiver na mansão com Victor, não acho que os meus sogros vão
aprovar que o filho saia daqui para viver comigo longe deles, então
se as coisas tiverem que ficar mais sérias do que já estão, não
vamos precisar sair de onde já estamos.
Sorrio feito um bobo em pé na beira da cama, admirando o
meu namorado nu na cama, dormindo feito um anjo após uma noite
intensa de amor. Transar com ele tem sido cada vez mais
prazeroso, tem sido cada vez mais com amor mas isso não me
surpreende, eu amo demais esse garoto incrível, ele já é parte de
mim, já não existe mais a possibilidade de viver sem ele.
Volto para cama deitando-me ao seu lado e abraço o seu
corpo beijando as suas costas.
— Me deixe dormir um pouco mais, amor...? Você já me
comeu a noite inteira, me dá um descanso? — Murmura sonolento
me fazendo sorrir.
— E estou na intensão de te comer o dia todo também... Mas
infelizmente você tem faculdade daqui a pouco, e a tarde vai
começar a trabalhar na empresa dos seus pais, então só vou poder
te comer a noite, vou ter que ficar o dia inteiro com fome de sentir
você. — Sussurro no seu ouvido e ele sorrir ainda de olhos
fechados.
— Não seja por isso... Você vai estar comigo na empresa, eu
vou precisar ir ao banheiro algumas vezes e você vai ter que ir
comigo... Podemos interditar um dos banheiros por alguns minutos?
— Sugere virando-se para mim ainda sonolento. Sorrio abertamente
para ele.
— Não é uma má ideia, mas não sei se vou conseguir fazer
isso dentro da empresa do seu pai... Se alguém nos flagrar eu serei
demitido e afastado de você. — Comento pensativo mas ele
gargalha me deixando confuso. — Não entendi o motivo da graça,
Victor!
— E você acha mesmo que os meus pais não fazem o
mesmo...? Até parece que o Sr. Gael Patterson vai demitir o próprio
genro por transar com o seu filhoem horário de expediente. Se você
bater na porta da sala do meu pai e ninguém responder, é melhor
nem insistir, pois aí sim você pode ser demitido... Meus pais são
ainda mais fogosos que nós. — Ele me abraça envolvendo a sua
perna na minha cintura, me puxando para o seu corpo.
— Sendo assim. Quero que você vá ao banheiro pelo menos
três vezes durante a tarde... — Ponho-me sobre ele e o mesmo
gargalha mais uma vez.
— Três vezes...? Ficou louco...? Que homem insaciável, meu
Deus... Não sei se vou arranjar tempo para ir ao banheiro três
vezes, estou indo a empresa para trabalhar e não para transar o dia
todos, Matt! — Repreende-me entre gargalhadas e eu sorrio
também.
— Vou te dar um desconto só porque vamos estar dentro da
empresa dos seus pais. Mas na primeira oportunidade que eu tiver
de raptar você para mim, não vou perder tempo e você não vai me
contestar, eu fui claro? — Ergo uma sobrancelha esfregando-me
nele, Victor ofegar e concorda.
— Só vou te contestar quando for muito... Mas muito
necessário mesmo... Agora me deixe dormir um pouco mais? Você
me deixou exausto essa noite... — Suas mãos me apertam e ele
ofega daquele jeito que sei que está excitado.
Se eu quiser, nem preciso insistir muito para senti-lo outra
vez, mas sei que ele está mesmo cansadinho. Apenas beijo-o
ardentemente antes de sair de cima dele me deitando ao seu lado.
Victor vem para os meus braços ainda com a respiração
pesada e deita sobre o meu peito. Puxo o edredom nos cobrindo
pois a noite está mesmo fria.
Conversamos por um breve momento sobre a hora que
sairemos de casa, mas rapidamente ele pega no sono e me entrego
também para descansar um pouco mais.

Hoje tomamos caféda manhã na casa principal com os meus


sogros, a empregada veio nos avisar que a nossa presença na
mesa do caféfoisolicitada e rapidamente atendemos ao pedido dos
Sres. Patterson, e até que foiagradável, me sentei a mesa como um
membro da família e não como um empregado.
A cada dia que passa estão me aceitando melhor do que
imaginei, eles são muito atenciosos comigo e meu sogro está mais
tolerável em me ver aos beijos com o filho, pois ele também não é
diferente de mim, meus sogros vivem se agarrando pelos cantos
dessa casa, isso me dá até inveja e eu acabo não resistindo em dar
uns amassos no meu namorado também.
A rotina de Victor voltou ao normal, ele voltou para faculdade
e está estudando normalmente sem precisar de aulas online. Aquele
fedelho que estava dando em cima dele não ousou mais chegar
perto dele, e eu não saio da porta da sala de Victor para nada, nem
mesmo para ir ao banheiro, sempre aproveitamos para irmos juntos
e tentei entrar na mesma cabine para dar uns beijos nele, mas fui
barrado e ainda fiquei de castigo pela minha ousadia. Victor fica
mais vermelho que uma pimenta quando tento beijá-lo na faculdade.
Meus sogros aceitaram que Victor trabalhe na empresa por
meio período, Victor já estava entediado por ficar tanto tempo em
casa sem sair e sem fazer nada, então meus sogros não tiveram
outra saída a não ser deixá-lo trabalhar, pelo menos assim ele
estará perto dos pais.
Emma também não quer ficar em casa, mas diferente de
Victor, ela não conseguiu convencer os pais a deixá-la trabalhar,
muito menos depois de presenciarem um dos estagiários dando em
cima dela, a menina tem um fogo que parece não apagar nunca,
isso deve ser herança de família pois Victor também é assim, ou
seja, os filhos puxaram os pais. Aqueles dois tem um fogo de dar
inveja em qualquer um.
— Vamos amor! Já estou atrasado para faculdade... Você
vem comigo hoje, Emma? — Victor se levanta da mesa e eu faço o
mesmo.
— Sim, maninho! Eu vou com você... Papai Scott! Tem algum
problema se trouxemos alguns amigos da faculdade para uma
pequena reunião...? Não são muitos e a cunhada de Matt virá
também com o irmão dele. Eu estou entediada por ficartanto tempo
sozinha nessa casa. — Pergunta minha cunhada me pegando de
surpresa com essa novidade.
Não sabia que meu irmão passaria a frequentar essa casa
também e não sei se isso é a boa idéia, não quero que ele acabe
confundindo as coisas tomando liberdade demais por eu namorar
Victor.
— Por mim não há problema algum, filha, você pode trazer
sim os seus amigos. Tudo bem para você, amor? — Scott concorda
mas encara o marido pedindo também a sua aprovação.
— Vão vir garotos para essa casa, Emma? Eu posso confiar
em você, minha filha? — Gael analisa a filha e ela respira fundo.
— Não estou interessada em nenhum deles, papai, somos
apenas amigos. Eu quero que você confie em mim, não quero
esconder nada de você então relaxa...? Quando eu estiver gostando
de alguém, quero me sentar com você e o papai Scott e conversar
sobre isso para pedir a sua aprovação, antes de tomar qualquer
atitude, e é isso que eu vou fazer... Confia em mim? — Ela
aproxima-se abraçando o pai carinhosamente e o mesmo respira
fundo, retribuindo o abraço da filha.
— Eu confio em você, querida... Tudo bem, pode trazer os
seus amigos. Pelo menos aqui você vai estar segura, agora vá!
Você e seu irmão vão se atrasar. — Ele dá um beijo amoroso na
filha antes de se soltar dela.
— Obrigada papai! Eu amo você. — Emma beija o pai antes
de correr para Scott também se declarando a ele.
O sorriso em seu rosto é lindo após tal declaração, Victor
herdou esse mesmo sorriso do pai, é impressionante o quanto eles
são parecidos não só na delicadeza, mas no jeito amoroso e
carinhoso de tratar as pessoas.
Saímos da sala de refeições e seguimos para sala onde eles
pegam as suas mochilas, Nelson se junta a nós e saímos da casa
entrando todos em um único carro, meu amigo vem comigo na
frente enquanto Victor e Emma se acomodam no banco de trás.
Saímos da mansão e seguimos rumo a faculdade,os irmãos
conversam empolgados falando sobre o trabalho e a menina faz
planos de conseguir convencer os pais a deixá-la trabalhar também.
Encaro Nelson e ele ergue uma sombrancelha, essa família tem o
dom de conseguir o que querem então não dúvido de que ela vá
mesmo conseguir trabalhar.
Alguns minutos depois estamos nos aproximando da
faculdade,mas poucos metros a nossa frente um carro atravessa a
pista na nossa frentee isso me deixa em alerta, freiobruscamente e
vejo alguns homens armados saírem do carro apontando na nossa
direção, rapidamente dou a marcha rê e acelero para voltar, mas os
seguranças atrás de nós ainda não perceberam o que está
acontecendo e bato o meu carro no carro deles.
— VICTOR! EMMA! ABAIXEM-SE!
Grito acelerando o carro mais uma vez e os seguranças
recuam me dando espaço para fugir, e quanto percebem que estou
me afastando, tiros são disparados na nossa direção.
— AHHH... O que está acontecendo? Matt tira a gente daqui!
— Grita Emma agarrada ao irmão assustado assim como ela, mas
ele tenta se manter calmo.
Ainda ouço os tiros enquanto desvio dos carros ainda
andando de rê.
— Você reconhece algum daqueles homens, Matt? São eles
os envolvidos em toda aquela armação?
— Sim, Nelson! Era aquele maldito do Bryan! Ele e Arthur
estavam ali! Armados e atirando contra nós. Malditos!
Esbravejo alterado, rodopiando o carro no asfalto e acelero
seguindo de volta para mansão. A todo momento olho pelo
retrovisor e vejo um carro aproximando-se em alta velocidade.
— Merda! Estão nos seguindo, Matt! Não vamos poder voltar
para mansão! — Alerta-me Nelson enquanto liga para alguém, logo
ouço a voz de Demétrio.
— Fala Nelson? Está tudo em ordem?
— Precisamosde reforços,
Sr. Demétrio!
Atiraram
contranós
e estamos sendo seguidos, Bryan e Arthur!
— Filhosda mãe malditos!Tentem despistá-los
o máximo
que dê, me mantenham informadoda localização
de vocês, estou
mandando reforços... ictor
V e Emma estão bem? Estão feridos?
— Eles estão bem, senhor , apenas muito assustados.
Entro em uma curva perigosa mas consigo sair da rodovia
principal, sigo até o finalda rua e mais uma vez entro em uma curva
afim de despistar esses malditos. Olho pelo retrovisor e não vejo
ninguém, Emma e Victor ainda estão apavorados e chorando muito,
Nelson volta a falarcom Demétrio pelo celular, ele nos orienta a sair
da cidade e diz que três equipe de segurança estão logo atrás de
nós, Damian também já está sendo informado da situação e seus
amigos já estão saindo a procura desses miseráveis.
Faço como Demétrio sugeriu e pego um atalho, estou
correndo tanto que todos se seguram onde pode. Mais uma vez
Demétrio liga e diz que o Sr. Gael quer que o encontremos no seu
hangar particular, posso ouvir ao fundo Gael esbravejar alguma
coisa enquanto Scott chora.
— Eu quero falarcom os meus filhos, Gael!Eu quero ver os
meus filhos!
— Ouço a voz alterada de Scott.
— A gente está bem, papaiScott!Estamosmuitoassustados
mas estamosbem... Vamos nos ver logo,ficacalmo.— Victor tenta
tranquilizar o pai, mas seu tom trêmulo e choroso diz claramente o
quanto ele está aflito.
— Filho,você está mesmo bem? A sua irmã está bem,
querido...?Meu Deus! Eu não acreditoque estamospassando por
esse infernode novo! — Sr. Scott está ainda mais nervoso que o
filho.
— Se acalme,meu amor! Não vaiadiantar
nada a gente ficar
nesse estado,precisamosnos acalmar
... Matt!Segue o nosso plano
a ris
ca! Leve os meus filhos
para o hangar, elesvão sairda cidade
com Scottenquanto resolvem os esse problema...Nelson! Matthew!
Por favor?Protejam os meus filhos?
— Seu tom rouco diz o quanto
ele está emocionado.
— Daremos as nossas vidas por eles se for necessário,
senhor! Chegaremos no hangar em cinco minutos.
Afirmo antes dele encerrar a ligação. Fico atento a pista mas
também estou sempre olhando pelo retrovisor, Nelson também
divide comigo essa tarefae logo vejo que estamos nos aproximando
do hangar, mas vejo ao longe dois carros virem na nossa direção
em alta velocidade e sei que não são dos nossos.
— Merda! PISA MATT!
Nelson saca a sua arma enquanto viro na entrada do hangar
acelerando em direção a aeronave já parada na pista, vejo Scott
tentando vir na nossa direção mas o marido o segura enquanto os
seguranças correm até nós, assim como alguns dos amigos de
Damian que estão com eles, todos já disparando em direção ao
carro entrando logo atrás de nós, mas perco a direção do carro
quando sinto que os dois pneus traseiros do carro foramfuradospor
tiros.
— Papai! Papai! — Emma e Victor se desesperam
novamente.
Paro o carro o mais próximo que consigo da aeronave, saio
com Nelson sacando também a minha arma e tiramos Emma e
Victor do carro, nos colocando na frente deles, os protegendo
enquanto atiramos junto com os outros seguranças.
Tentamos seguir até os meus sogros atrás do carro ao lado
da aeronave mas vem tiros de todos os lados e isso nos deixa
encurralados atrás do nosso carro, Scott mais uma vez se
desespera por causa dos filhos.
— EMMA! VICTOR...! MEUS FILHOS!
Mais uma vez ele tenta vir até os filhos mas Gael põe-se na
sua frente atirando em direção aqueles malditos.
— Precisamos sair daqui, Nelson! O carro já está todo furado,
mesmo sendo blindado uma hora ele não vai nos proteger mais...
Victor! Emma! Eu vou dar uma ordem a vocês e quero que cumpram
sem piscar, eu fui claro? Não saiam de trás da gente, vocês
ouviram? — Eles apenas concordam chorando muito e é nítido o
quanto estão trêmulos.
— Vamos, Matt! Precisamos dar um jeito de tirá-los daquilo
logo!
Olho de um lado para o outro e vejo os portões do hangar
aberto, a aeronave e os carros estão alvejados de tiros mas um dos
carros próximos ao jatinho, ainda está com os pneus intactos.
Recarrego a minha arma e Nelson faz o mesmo.
— DEMÉTRIO! NOS DÊ COBERTURA...! Vamos Nelson!
Precisamos ir agora...! Amor! Não saia de trás de mim por nada,
ouviu? Emma! Atrás de Nelson, agora! Os dois abaixem a cabeça!
Vamos!
Saio de trás do carro atirando com Victor agarrado na minha
camisa e Emma fazo mesmo com Nelson, Demétrio e os outros nos
dão cobertura enquanto avançamos até eles e assim que
chegamos, Scott e Gael arrastam os filhos para trás do carro.
— Meus filhos... Meu Deus, vocês estão bem? — Gael se
emociona apertando os filhos e o marido em seus braços.
— Sr. Gael! Vou dar cobertura para vocês entrarem no
hangar, lá vocês vão estar seguros... Quando eu me aproximar com
o carro vocês correm, ouviram?
Aviso antes de sair sendo escoltado por Demétrio, Nelson e
Ravi , corro até o carro e entro ligando o mesmo, os tiros acertam o
carro e sinto um dos pneus arriar.
— MALDITOS! MISERÁVEIS!
Grito saindo com o carro enquanto o mesmo é alvejado por
disparos, mas mesmo assim consigo seguir com o carro e façosinal
para Nelson e Ravi correr com a família Patterson, e assim eles
fazem, eles correm na frente do carro em direção a entrada do
hangar enquanto a traseira do carro é atingida, mas todos os nossos
homens estão nos dando cobertura. Assim que eles entram no
hangar eu atravesso o carro e saio disparando em direção a eles.
— Ravi! Nelson! Fiquem com eles! Vou voltar para ajudar os
outros! — Aviso já saindo de trás do carro para seguir de volta
atirando.
— NÃO MATT! NÃO VAI! POR FAVOR NÃO VAI! Você pode
se ferir, amor! — Victor aparece correndo atrás de mim mas volto
apressado pondo-me na sua frente.
— VICTOR!
Gael e Scott gritam quando caio de joelhos levando Victor
junto, depois de sentir dois impacto na costas e outro no ombro.
Caio para o lado levando Victor junto e Nelson e Ravi aproximam-se
me dando cobertura.
— Matt! Cara, fala comigo? Consegue aguenta? — Ravi me
arrasta junto com Victor e Nelson e Gael nos dão coberta. Não
consigo me soltar de Victor.
— Você está bem...? Amor? Está ferido...? Fala comigo,
você... Está ferido? — Aperto-o contra o meu corpo.
— Não... Eu não estou ferido... Matt...? Amor me perdoe...?
Meu Deus, me perdoe...? — Chora agarrado a mim e eu tento
encarar o seu rosto, mas vejo tudo desfocare sua voz ficar distante.
— MATT? MATT? PAPAI SOCORRO! ELE ESTÁ MORRENDO...
MEU DEUS, ELE ESTÁ MORRENDO!
Seu choro angustiado é tudo que ouço além do som dos
disparo.
Capítulo 35

Ouço o som de algo apitando e um choro sentido de cortar o


coração, tento abrir os olhos mas não consigo, alguém segura a
minha mão tão forte que não consigo me soltar, na verdade não
consigo me mexer.
— A culpa foi minha... Eu agi por impulso e ele só quis me
proteger... Não vou me perdoar por isso... Ele vai me odiar, vai me
achar um tolo imaturo que não pensa nas atitudes que toma... Ai
meu Deus... Eu não posso perdê-lo, papai... Eu não vou me
recuperar disso nunca... — É a voz do Victor, mas porque ele está
tão aflito? Porque não consigo abrir os olhos?
— Não fica assim, filho? Matt jamais te culparia por isso, você
agiu sim por impulso mas fez por se preocupar com ele, e isso é
normal... Ele vai ficabem, meu amor, ficacalmo. — Ouço a voz de
Scott tão aflita quando a do filho.
— Cadê o meu filho? Eu quero ver o meu filho eu sou a mãe
de Matthew Ragazzi!
Ouço a voz da minha mãe e isso me surpreende, o que ela
está fazendo aqui? Onde estou? O confronto... O que aconteceu?
Conseguimos derrotar os nossos inimigos?
— Filho? Matthew...? Meu Deus o que aconteceu com ele?
Porque o meu filho está entubado? O que ele tem? — Sinto alguém
segurar a minha outra mão e apertar forte,como se tivesse medo de
me soltar. Espera! Eu estou entubado?
— Ele foi feridoem um confronto para salvar o meu filho,Sra.
Cecília... Tiveram que colocá-lo em coma induzido até que ele
responda aos procedimentos da terapia... Eu sinto muito por isso
estar acontecendo... Sinto muito de verdade... — É a voz chorosa
de Scott e novamente me surpreendo ao saber que estou em coma.
Mas como consigo ouvi-los e sentir o seu toque mas não
consigo responder? Não consigo sequer mexer as minhas mãos.
Droga! Porque não consigo acordar? Quero tanto ver Victor, quero
ter certeza de que ele esteja mesmo bem. Quero sentir os seus
lábios nos meus, quero apertá-lo em meus braços mas não posso.
Eles conversam entre choros e lamentações enquanto eu me
esforço para sair dessa situação, mas é em vão, não consigo obter
resultados positivos para acordar.
— Victor? Meu filho o que você tem? ME AJUDEM! GAEL O
NOSSO FILHO ESTÁ PASSANDO MAL!
Ouço o desespero de Scott e me desespero para tentar
acordar, mas novamente não consigo, o que aconteceu com nele?
Victor? VICTOR? Tento gritar mas minha voz não sai, tento me
levantar mas também não consigo, só ouço os aparelhos apitar
freneticamente e um aperto insano atingir o meu peito.
— Filho? Matt? O que está acontecendo? Ele está tento uma
convulsão! CHAMEM UM MÉDICO! RÁPIDO CHAMEM UM
MÉDICO!
Mais uma vez minha mãe se desespera e sinto o meu corpo
se debater, não sei o que está acontecendo mas sinto que posso
morrer a qualquer momento, sinto que estou me perdendo em um
abismo, sinto que posso nunca mais ver o amor da minha vida.
— Levem o rapaz para emergência! Se afastem! Preciso
aplicar a medicação no paciente ou ele morrerá!
Ouço uma voz alterada antes de não ouvir mais nada. Não
quero morrer sem antes vê-lo uma última vez, não quero ter como
lembrança suas últimas imagens diante de um confronto,quero um
último beijo que seja, mas vou lutar para conseguir isso.

UM MÊS DEPOIS...

Já faz um mês que estou tentando abrir os olhos e não


consigo, já fazum mês que não ouço mais a voz de Victor, já fazum
mês que me agito tentando acordar mas nada acontece. Todos os
dias recebo a visita dos meus pais, do Sr. Scott e as vezes do Sr.
Gael, até David e Emma já vieram aqui, mas Victor não apareceu
mais, estou com medo de que tenha acontecido alguma coisa com
ele e ninguém quer que eu saiba.
Minha mãe e meu sogro Scott sempre conversam comigo,
contando tudo que tem acontecendo desde o confronto, já sei que
Arthur e Bryan foram mortos e os amigos de Damian exterminaram
todos os envolvidos naquele maldito confronto, o cabeça da
organização não estava presente naquele acontecimento, mas ele
foi descoberto e torturado até a morte, ouvi do próprio Sr. Gael que
ele mesmo o matou com dois tiros na testa, sorri por dentro
querendo vibrar junto com ele, mas também não pude fazer isso.
Todos falamde tudo e de todos, espero ansioso para eles me
falarem sobre Victor mas ninguém toca no nome dele, isso sempre
me desestabiliza, isso me irrita e os monitores sempre disparam
deixando os médicos em alerta.
Quero saber como ele está, quero sentir o seu toque mas não
posso, ele me abandonou aqui, talvez ele não me ame mais como
dizia amar, só isso explica o fato dele não ter mais voltado, o que
aconteceu com ele?
— Já chega dessa palhaçada! Eu não aguento mais ver o
meu filho se definhando trancado naquele, chorando e se sentindo
culpando por você estar assim, Matthew! Acho bom você acordar e
se levantar dessa maldita cama! Ou eu juro que tiro você daí na
porrada, você me ouviu! Seu cretino! Levante-se daí agora,
Matthew! — Ouço a voz alterada do Sr. Gael e meu coração dispara
ao ouvi-lo falar de Victor.
— Se acalme Gael! Ele não vai acordar só porque você está
estressado, amor! Tudo tem o seu tempo e Matt...
— O tempo dele já passou, Scott! Esse infelizjá está há um
mês nessa maldita cama! Victor não é mais o mesmo! Meu filho só
chora e não sai daquele quarto por nada...! Matthew precisa acordar
ou eu vou tirá-lo dessa cama no tapa!
Sinto ele me segurar pelos ombros e me sacudir, os
aparelhos novamente se agitam e eu me sinto sufocar.
— Gael pare com isso! O que está fazendo? Você ficou
louco?
— Ele vai acordar nem que eu tenha que dar uma surra
nele...! Acorda, Matt! Não estou pedindo! Eu estou ordenando!
Acorde infeliz! — Mais uma vez sinto ele me sacudir com mais
brutalidade e mais uma vez me sinto sufocar
.
Ouço o choro de Scott ao fundo e sinto algo sendo retirado
da minha boca gentilmente, respiro fundo puxando o ar para os
meus pulmões com força mas ainda não consigo abrir os olhos.
— Vi... Victor... Victor... — Sussurro ainda de olhos fechados.
— Abra os olhos, Matt! Saia logo dessa cama, rapaz...! Meu
filhoprecisa de você... E não ouse desistir dele ou eu mato você, eu
fui claro...? É bom que saiba que não estou brincando, não vou
aceitar que desista do meu filho... Victor estar se destruindo aos
poucos porque você não sai dessa cama... — Suas palavras me
surpreendem ainda mais e tento abrir os olhos, mas ouço uma
terceira voz no quarto.
— O que vocês estão fazendo? O que houve com o
paciente? Porque fizeram isso? Estão tentando matá-lo? —
Questiona o mesmo médico que vem todos os dias me examinar.
— Quem vai morrer nesse instante será você, se não tirá-lo
desse coma imediatamente! Vamos! Acorde-o agora mesmo! —
Ouço Gael bastante alterado enquanto me esforço mais que o
normal para abrir os olhos.
A claridade me cega por alguns instantes e eu tento esfregar
os olhos, mas as minhas mãos pesam uma tonelada, me sinto em
uma academia tentando levantar milhões de quilos em uma única
barra de ferro.
— Ele está acordando! Gael! Matt está acordando! — Scott
segura firme a minha mão sorrindo em meio ao choro.
— Eu sabia! Sabia que ele só precisava de uns tapas para
acordar... Filho da mãe, eu devia te dar uma surra... É o que você
está merecendo por ficar tanto tempo nessa cama! — Gael está
sério, mas pelo seu tom rouco e emocionado sei que eu não vai me
bater como está sugerindo.
— Eu preciso examinar o paciente, se afastem por favor!
O médico começa a me examinar e eu tento não fechar os
meus olhos outra vez, tenho medo até de piscar e voltar para aquele
maldito coma. Tenho vontade de matar o infelizque fezisso comigo
sem a minha permissão.
— Victor...! Quero ver Victor...? Me tirem daqui...? Por favor?
— Respiro forçadamente e o médico olha de mim para os meus
sogros.
— Se você me disser que ele não vai poder sair daqui agora,
eu juro que será você a ocupar o lugar dele nesse leito! Então
assina logo a alta dele! O médico da família cuidará dele em casa.
— Gael avisa entre dentes encarando o médico severamente e vejo
o homem tremer e engolir a seco.
— Si... Sim senhor... Vou apenas prescrever alguns
medicamentos e assino também a alta. — Ele pega a prancheta
com as mãos trêmulas. Estou tão ansioso para ver Victor que nem
consigo sorrir.
Ainda me sinto debilitado, mas Ravi e outro segurança entra
no quarto me tirando da cama, eles me põe em uma cadeira de
rodas e Ravi me entrega o seu blazer para vestir, não posso sair
daqui apenas de camisola hospitalar com a bunda de fora, não
quero me tornar motivo de piada para esses infelizes.
Peço apenas para escovar os dentes pois sinto a minha boca
amarga, então, Scott pega um kit descartável no armário do
banheiro e ele mesmo me ajuda gentilmente, não me espanta esse
seu carinho comigo, ele é assim com todo mundo. Escovo os dentes
o mais rápido que consigo pois estou ansioso para sair daqui.
Já fora do hospital eles me colocam no carro e seguimos de
volta para mansão, no caminho meu sogro Scott liga para os meus
pais avisando que acordei, e que estou indo para mansão,
rapidamente eles se agitam dizendo que estão a caminho para me
ver, eles pedem para falar comigo mas não estou com cabeça para
falar com ninguém agora. Eu só quero ver Victor nesse momento,
mas meus sogros me alertam que ele não está bem, que está em
depressão se culpando pelo que me aconteceu, que tem tido
pesadelos e por isso não foi ao hospital me ver.
Sinto-me angustiado, trêmulo e à medida que nos
aproximamos da mansão, meu coração dispara e meu peito se
aperta, me sinto estranho mas não sei explicar o porquê.
O carro entra pelos portões e eu peço para me levarem direto
para casa da piscina, mas descubro que Victor não está mais
dormindo lá, isso me surpreende e me entristece ao mesmo tempo.
Tento não me abalar com isso e finalmente o carro para na entrada
da casa principal, tento sair do carro eu mesmo mas ainda estou
muito fraco, ainda estou com uma faixa no peito e no ombro
preservando os ferimentos.
— Seja bem-vindo de volta, meu amigo! Você foi incrível...
Depois que descansar desse ferimento precisamos comemorar o
seu retorno! — Demétrio e Nelson aproximam-se sorridente.
— Depois, Demétrio! Com certeza vamos comemorar... Agora
me levem até Victor! Eu preciso vê-lo! — Peço ansioso e eles
concordam.
— Consegue ficar de pé, Matt...? É melhor carregarmos ele,
Matt ainda está debilitado.
— Vão a merda! Não vou desfilar pelado no colo de vocês...
Era só o que me faltava! — Resmungo sério mas eles gargalham.
— Levem ele com cuidado! Vamos para o quarto do Victor! —
Ordena Scott com a voz um pouco mais animada que antes.
Subo as escadas sendo carregado por Ravi e Nelson e ainda
sinto o meu coração disparar, ele está tão perto e ao mesmo tempo
tão longe, não poder sair correndo até ele é uma tortura tão grande
para mim, espero não ser rejeitado depois do que houve.
— Andem mais depressa! Estão com medo de me deixar
cair? Não sou de porcelana!
Reclamo impaciente enquanto Scott passa na minha frente
apressado, seguindo pelo corredor e vejo-o parar em frente a porta
do quarto de Victor já emocionado, me solto de Ravi tentando andar
sozinho, mas Nelson não deixa.
— Vai com calma, meu amigo! Ele não vai sair dali... Já faz
um mês que ele não sai desse quarto. — Meu coração se aperta
ainda mais com essas palavras e eu me sinto ainda mais ansioso.
— Boa sorte, querido, você vai precisar... Por favor, Matt?
Não desista do meu filho? Por mais que ele te peça isso ele só vai
insistir nisso por se sentir culpado pelo que houve... Mas ele te ama
como nunca o vi amar alguém. — Pede em um tom baixo deixando
as suas lágrimas rolarem, mas não entendo o porquê de tudo isso
se eu e Victor nos amamos.
Apenas concordo e ele abre a porta me dando passagem
para entrar. Assim que o faço vejo Victor deitado com o quarto
escuro, enrolado no edredom com um olhar perdido. Aproximo-me
dele lentamente mas ele não percebe a minha presença, dou a volta
na cama com dificuldade e paro na sua frente, ele finalmente
levanta os olhos até a mim.
— Matt...? Meu Deus, Matt...? Matt... — Sussurra o meu
nome sentando-se na cama surpreso, mas começa a chorar
compulsivamente.
Ele está muito abatido, parece até um pouco mais magro que
antes, seus olhos estão fundos e sem brilho, seus cabelos estão
maiores e vejo a barba aparecer em seu rosto delicado.
— Porque não foi me ver no hospital? Eu estava em coma
mas eu ouvia e sentia tudo, Victor... Fiquei esperando por um beijo
seu, ou um eu te amo, mas o meu desejo nunca foi atendido... Eu
senti tanto a sua falta... Me deixe tocar você...? — Aproximo-me
mais da cama tentando tocar o seu rosto, mas ele se afasta indo
para o outro lado da cama.
— Me desculpa...? Eu não posso... Eu queria ter ido te ver
mas eu não consegui... Você quase morreu por minha culpa... Me
perdoa...? Eu não te mereço, Matthew... Não te mereço... — Ele
chora ainda mais me dando as costas, evitando me encarar.
— Eu levei três tiros por você, fiquei um mês em coma e é
assim que você me recebe...? — Dou a volta na cama aproximando-
me novamente dele, Victor se encolhe ainda evitando me encara.
— Estou feliz e aliviado por você estar bem, mas... Eu não
quero mais você! Não te amo mais! Você está demitido! Não te
quero mais como meu guarda-costas, não te quero mais arriscando
a sua vida para me salvar! Não quero mais namorar um homem que
pode não estar mais comigo amanhã... Está tudo acabado entre nós
então você já pode ir embora...!
Ele se levanta com lágrimas nos olhos e uma tristeza tão
grande que dói em mim. Encaro-o perplexo sem acreditar no que
está acontecendo, sinto o meu coração em pedaços com as suas
decisões, mesmo sabendo que ele está mentindo quando diz que
não me ama mais.
— Você não pode terminar comigo! Você prometeu não
desistir de mim, vai fazer isso justo no momento em que mais
preciso de você...? Vai ser covarde o suficiente para me deixar
assim, com essa facilidade...? Você não é quem eu pensei que
fosse, é isso?
Abraço a sua cintura, ele tenta se soltar mas gemo de dor
sentindo as minhas pernas fracas.
— Matt? Amor você está bem...? Sente-se! Você está muito
fraco. — Sorrio mesmo sentindo tudo girar.
Ele me chamou de amor mesmo querendo terminar comigo,
mesmo dizendo que não me ama mas sei que só está fazendoisso
por culpa, ele está se culpando pelo que me aconteceu.
— Você precisa voltar para o hospital! Você não está bem! —
Victor me põe sentado na sua cama, mas tenta se afastar e eu
seguro a sua mão.
— Não vai! Fica...? Já que você vai terminar comigo... Ao
menos mereço um último beijo...? Não me negue isso? Você me
deve! — Respiro fundo levantando-me novamente, ele parece
surpreso.
— O que...? Não vou beijar você! Eu não quero... —
Interrompo-o puxando ele para os meus braços.
Vejo-o ofegar como antes, sinto o seu corpo tenso e beijo-o
ardentemente sentindo-o retribuir com a mesma paixão. Me sinto no
céu como me sentia antes em seus braços, mas sinto as minhas
pernas falharem e desabo indo parar no chão.
— SOCORRO! ME AJUDEM! Matt...? Matt não me assusta
de novo! Por favor não faz isso ou eu vou ficar traumatizado pelo
resto da vida...? — Sua voz chorosa e angustiante me deixa
preocupado.
Tento a todo custo me manter acordado e ouço vozes
preocupadas enquanto sou erguido do chão, sou colocado na cama
de Victor e mesmo tudo girando, procuro por ele. Sinto ele segurar a
minha mão com carinho como ele faziaantes, seus dedos delicados
acariciam o meu rosto em um gesto se ternura.
— Chame o nosso médico, Scott! Ele precisa ser atendido,
rápido! — Pede Gael.
— Não me deixa...? Victor...? Eu morro por você... Mas
enquanto eu viver... Não me deixa...? Por favor...? Diz que me ama?
Mesmo que não seja verdade...? — Peço de olhos fechados
ouvindo ele fungar, ele está chorando por mim, sei que ele me ama,
mas quero ouvir isso da boca dele.
— Eu digo que te amo, mas para isso você precisa me
perdoar...? Não vou deixar você, mas para isso você precisa deixar
essa profissão... Não quero você como meu guarda-costas nunca
mais, você será meu namorado e somente isso! — Seu tom é
trêmulo e eu abro os olhos surpreso com o seu pedido.
— Não tenho nada para te perdoar... Porque pensou que
precisaria do meu perdão...? Você é a minha vida, Victor Bennet
Patterson... Eu posso pensar na sua última proposta... Se você
voltar a ser o que era antes... — Abro um pequeno sorriso e ele
chora ainda mais.
— Eu te amo... Jamais vou deixar você, eu não quero fazer
isso... Me perdoe por não ter ido vê-lo no hospital? Estava me
sentindo muito culpado, estava com medo de perder você por minha
culpa... Fiquei com remorso por te ver daquele jeito por uma
imprudência minha... Me perdoa, meu amor...? Você é a minha vida,
Matt... Se você morresse eu morreria junto... — Declara entre
soluços e dessa vez meu coração dispara de felicidade, de alívio.
Capítulo 36

— Eu te perdôo... Mas para isso você precisa me dar um


beijo... Vai ter que dizer que me ama todos os dias, ou eu não vou
perdoar você. — Sorrio em meios as lágrimas e inclino-me,
beijando-o calmamente.
Só Deus sabe o quanto senti falta dos seus beijos, fui no
hospital três vezes para vê-lo mas não conseguir passar pela porta
do quarto, a minha culpa era tão grande que não me achei digno de
estar perto dele, não me achei digno do seu amor.
Aos poucos ele deixa de corresponder ao meu beijo, sua
respiração parece mais fraca e vejo-o desfalecer
.
— Matt...? MATT...! PAPAI ME AJUDA! — Meu coração
dispara e sinto a veia do meu pescoço pulsar mais rápido.
— Se acalme, filho! Ele só desmaiou... Eu sabia que era
loucura tirarmos ele do hospital, mas o seu pai é tão teimoso quanto
você! — Papai Scott me tranquiliza enquanto mede o pulso de Matt.
Suspiro aliviado.
Nunca me assustei tanto em toda a minha vida, quando vi
Matt todo ensanguentado desfalecendo em meus braços, eu entrei
em pânico, quando descobri que ele estava em coma quase morri
de tenta tristeza, passei mal e fiquei dois dias internado em um
quarto um andar abaixo do dele, e agora ele me dá mais esse susto.
Não queria prendê-lo a mim depois do que houve, mas não
vou resistir se eu me afastar dele, eu posso acabar morrendo de
tanta depressão, mas ele me perdoou com mais facilidade do que
imaginei, pensei que ele fosse se afastar ou me desprezar antes de
me perdoar, mas aconteceu exatamente o contrário e eu quem
quase cometi a burrice de afastá-lo de mim.
Ele quase morreu para me salvar, sei que ele fezisso não só
porque é a sua obrigação como guarda-costas, mas também porque
me ama, ele salvou não só a mim, mas a minha família inteira. Eu o
amo, o amo mais que a minha vida e desejei estar no lugar dele.

O médico da família chegou para examiná-lo e o colocou no


soro, o braço dele também foi imobilizado por conta do ferimento no
seu ombro, e ver o quanto ele está ferido e debilitado me apavora.
A família de Matt também veio e estão todos muito surpresos
por ele ter saído do hospital antes da hora, mas estão felizespor ele
ter acordado.
Enquanto eles estão no quarto eu fico no corredor andando
de um lado para o outro evitando encará-los, me sinto
envergonhado mesmo depois de Matt ter me perdoado, não consigo
encarar a família depois do que houve, ainda estou me sentindo
mal, ainda me sinto culpado e isso me deixa angustiado, não sei o
que fazer com isso, sei que sou um covarde.
— Victor...? Matt acordou e quer te ver, querido. — Ouço a
voz da minha sogra e viro-me me deparando com os meus sogros
chorando abraçados.
Respiro fundo, tento aproximar-me deles mas não consigo.
— Eu sinto muito... Do fundo do meu coração eu sinto
muito... Sei que Matt não me culpa pelo que houve, mas... Não
estou tranquilo, sinto a minha consciência pesada e o coração
apertado, por saber que ele quase morreu por uma imprudência
minha... Vocês estão no direito de vocês em não me perdoar, e eu
vou entender se... — Tento segurar as minhas lágrimas mas não
consigo. Meu sogro me interrompe.
— Por imprudência ou não, Matt sabia do risco que estava
correndo ao aceitar esse tipo trabalho, protegendo você ou qualquer
um lá foraera isso que ele iria fazer, se pôr na frentede uma arma...
Mas com você ele não fez só por isso, ele fez para proteger a
pessoa que ele ama. Não se sinta culpado, nós não vamos culpar
você por nada, sei que você temia pela vida dele e por isso agiu por
impulso, e eu no seu lugar talvez tivesse feito pior para proteger o
meu filho.— Meu sogro se solta da esposa aproximando-se de mim
com cautela, ele tem um olhar de carinho e isso me surpreende. —
Tranquilize o seu coração, meu genro, se quer se redimir de alguma
maneira, então faça o meu filho feliz...? Ele merece muito por te
amar tanto, você não acha? — Ele me dá um sorriso amoroso me
segurando pelo ombro. Em seguida me abraça apertado.
— Obrigado... Muito obrigado pela compreensão... Prometo
fazer o seu filho feliz pois ele é a minha felicidade também. —
Retribuo ao seu abraço com ternura e minha sogra respirar fundo,
acenando positivamente.
Ela veio conversar comigo enquanto Matt ainda estava em
coma, ela tentou me convencer a ir vê-lo mas eu não consegui, a
culpa não permitia e tudo que eu consegui fazer foi me trancar no
meu quarto e implorar por perdão, e rezar para que ele ficasse bem
logo.
— Vá vê-lo, querido! Ele está chamando por você. — Dona
Cecília aproxima-se acariciando o meu braço em um gesto de
carinho.
Solto-me do meu sogro para abraçá-la e rapidamente ela
retribui, apenas agradeço e me apresso para entrar no meu quarto,
Matt está deitado conversando com Ravi, mas quando me vê entrar
ele abre um sorriso tão lindo que me faz sorrir também.
Ele não diz nada, apenas me admira silenciosamente com os
olhos transbordando ternura e amor. Encaro Ravi e ele olha de mim
para Matt.
— Ok! Se precisarem de mim estarei logo ali, do outro lado
da porta.
Ravi sorrir e sai fechando a porta. Aproximo-me da minha
cama e me sento ao seu lado atento a ele, seguro a sua mão com
carinho mas ele me puxa para mais perto dele, fazendo eu me deitar
ao seu lado. Ficamos assim por um bom tempo, em silêncio nos
braços um do outro.
— Eu te amo, Victor... Sempre vou te amar independente de
qualquer coisa, então nunca mais me ignore, nunca mais me evite
ou se afaste de mim, ouviu bem...? Se você fizer isso de novo, aí
sim eu não vou perdoar você. — Avisa em um tom sério e eu sinto o
peso do seu alerta. De um jeito ou de outro eu quase o perdi.
— Prometo jamais fazerisso de novo. A culpa me feztomar
decisões erradas, mas isso não vai mais acontecer... Não quero
perder você, Matt... Não posso... Ficar longe de você me doeu na
alma e não cometerei o mesmo erro duas vezes. — Emociono-me
mais uma vez e sinto-o me apertar em seus braços.
— Também me doeu não poder te ver ou ouvir a sua voz, eu
esperei muito que você aparecesse e me beijasse, ou que pelo
menos segurasse a minha mão com carinho, como você está
fazendoagora. — Seu tom suave me tranquiliza, me traz a paz que
eu tanto procurei durante um mês e não encontrei.
Ergo o meu rosto e beijo-o com amor, com ternura e paixão,
com calma para aplacar a saudade que senti dele, e também para
me desculpar por não ter ido vê-lo em todo esse tempo.
— Porque voltou para o seu antigo quarto? Porque não
esperou por mim na casa da piscina?
Pergunta curioso ao interromper o beijo e eu coro
envergonhado. Não quero ter que admitir que sai por causa dele,
mas essa é a verdade.
— Não quis ficar lá sem você, por isso voltei pra cá... Mas
podemos voltar para lá se você quiser. — Sugiro apreensivo pela
minha confissão.
— Podemos voltar para lá, mas com uma condição...
Sento-me na cama atento a ele, seus olhos azuis me deixam
tenso, me deixa apreensivo mas mesmo assim, tento me manter
calmo.
— E qual seria essa condição? Vai mudar alguma coisa no
nosso relacionamento? — Questiono sem jeito e mais uma vez evito
encará-lo, mas Matt ergue o meu queixo.
— Precisamos fazer uma mudança radical, e eu não aceito
não como resposta... Eu só volto para aquela casa com você, se
aceitar se casar comigo. — Dispara em um tom sério.
Matt abre um sorriso lindo ao tirar uma caixinha vermelha
debaixo do travesseiro, ele abre a mesma e vejo um belo par de
alianças.
— Sei que o combinado era curtirmos o nosso namoro por
um tempo, mas a vida é muito curta e eu quero garantir que você
não vai me deixar, quero que seja meu para sempre então case-se
comigo, Victor Bennet Patterson...? Me aceita como seu marido? —
Suas palavras são dão suave mas estou chocado e com os olhos
arregalados.
— Oh meu Deus...! Matt...? Eu me caso com você, te aceito
como meu marido e tudo mais que você quiser... — Atiro-me em
seus braços beijando-o profundamente, mas paro quando ele geme
na minha boca e não é um gemido de prazer. — Me desculpa...?
Amor me desculpa? Eu me empolguei, oh meu Deus, você pediu em
casamento? Você quer se casar comigo? — Pergunto eufórico
arrancando-lhe um sorriso lindo.
— Prometo que o nosso casamento não vai atrapalhar os
seus estudos, prometo te fazer muito feliz,meu amor... Esse anel é
simples, mas é o que eu posso te dar com todo o meu amor... — Ele
toca o meu rosto gentilmente mas o interrompo com um breve beijo.
— Não importa se o anel é simples, o importante é o
significado que ele tem para mim... Se me desse um anel de lata
mas me desse com amor, eu iria amar do mesmo jeito. Mas eu
também amei esse anel de ouro. — Ele gargalha antes de me puxar
e me beijar apaixonadamente, um beijo de amor profundo.
Deito-me ao seu lado beijando-o com mais vontade,
desejando ardentemente fazer amor com ele mas sei que ele não
está em condições, então afasto-me.
— Você precisa colocar o anel no meu dedo, meu noivo! —
Sorrio abertamente, ele retribui.
— Com o maior prazer, meu noivo!
— O nosso filho vai se casar? Oh meu Deus...! O meu
menino vai se casar! — Assusto-me com meu pai Scott parado na
porta chocado e emocionado ao mesmo tempo.
— Se eu soubesse que aquele solavanco que dei nele no
hospital fosse surtir esse efeito, teria feito logo no primeiro dia.
— Gael! Você quase matou o nosso genro tirando-o do
hospital daquele jeito.
— O nosso filho está feliz de novo, e é isso que importa.
Meu pai Gael entra no quarto sorridente e confessoque não
esperava essa reação. No mínimo pensei que ele fosse assustar
Matt por querer se casar tão cedo.
— Estamos esperando a troca das alianças, ainda vai
demorar muito? — Meu sogro entra no quarto empolgado e minha
sogra entra logo atrás abraçada ao meu pai Scott.
Sorrimos abertamente e Matt tira uma das alianças para pôr
no meu dedo, assim que ele o faz,eu também pego a outra aliança
colocando no seu dedo. Nos beijamos apaixonadamente recebendo
os aplausos dos nossos pais desejando a nossa felicidade.
Não foi um pedido de casamento muito romântico, mas pelo
menos ele me pediu em casamento e os nossos pais aprovaram, eu
vou me casar e formar uma família assim como os meus pais
fizeram,mas não é porque vamos nos casar agora que precisamos
apressar as coisas, queremos pertencer um ao outro, queremos nos
unir de todas as formas possíveis então, eu quero sim me casar e
estou feliz porque será com o meu primeiro e único amor
.
Capítulo 37

UM MÊS DEPOIS...

— Meu Deus, eu estou tão feliz, o nosso filho vai se casar,


Gael. Não imaginei que pudesse me emocionar ainda mais... Meu
filho, eu desejo do fundo da minha alma que vocês sejam muito
felizes, esse amor de vocês é para sempre, não tenho dúvidas
disso, meu amor. — Meu pai Scott tenta conter as suas lágrimas
assim como meu pai Gael.
— Não imaginei que você se casaria tão cedo, meu filho,mas
já que está acontecendo, já que você está feliz,você e seu marido
sempre terão o nosso apoio. Que esse dia seja tão especial para
vocês o quanto está sendo para nós... Eu te amo e sempre vou
apoiar a sua felicidade, Victor, nunca se esqueça disso, filho. — Meu
pai declara emocionado como só vi no dia em que quase morremos
naquele maldito confronto.
— Eu nunca duvidei disso, papai. Sei que sempre vou poder
contar com vocês, e meu marido também... Vocês são os melhores
pais do mundo, nos apoiaram desde o início e agora estão aqui,
ansiosos para me levar para o meu noivo no altar... Tudo aconteceu
tão de repente, mas eu estou tão feliz... Eu amo tanto vocês...
Obrigado por me apoiarem em um momento tão importante como
esse. — Abraço-o apertado sentindo-me trêmulo. Puxo meu pai
Scott para junto de nós.
— Me desculpa por chorar tanto, filho... Não quero entrar na
cerimônia com o rosto inchado de tanto chorar, mas eu não consigo
evitar... Meu filho vai se casar... Vai formar a sua própria família e vai
nos deixar. — Meu pai Scott chora ainda mais agarrado a mim com
medo de me soltar.
— Meu Deus, que drama, papai...! Falando assim parece que
vamos nos mudar do planeta... Vamos morar praticamente na
mesma casa, não vamos sair da mansão, vamos continuar na casa
da piscina. E tudo isso porque vocês não aceitaram que saíssemos
para ter a nossa própria casa, Matt foi um fofo aceitando as
condições do papai Gael para se casar comigo... Não vamos
abandonar vocês como estão acostumados a dizer para nos
chantagear. — Sorrio ao me lembrar da conversa que meu pai teve
com Matt, não sei quem estava mais nervoso, meu pai ou meu
noivo.
— Não diz isso, filho, nunca chantageamos você. Só temos
medo de te perder, mas estamos felizespois a partir de agora você
vai ser um homem casado, vai ter um marido perfeito ao seu lado
pois aquele sim, te ama de verdade... Matt quase deu a vida dele
por amor a você, sei muito bem que ele se colocou na frente
daquelas balas não só por ser o trabalho dele, mas também porque
te ama... Seu pai Scott tem razão, você não poderia ter escolhido
uma pessoa melhor para estar ao seu lado. Por te amar tanto, sei
que ele estará disposto a tudo por você, só por isso confio tanto
nele. — Meu pai Gael mais uma vez se emociona, mas sorrir ao
falar de Matt com tanto carinho.
— Eu o amo com toda a minha alma, papai, obrigado por
atender ao meu pedido, vou ficarmais tranquilo se ele não precisar
se arriscar tanto nessa profissão... Matt adorou o novo cargo de
chefe de segurança, já que Demétrio está se aposentando e ele
mesmo sugeriu a promoção de Matt... Estou tão feliz. — Me sinto
nervoso e eufórico, sinto as minhas mãos suar frio e respiro fundo.
— A sua felicidade é nítida, filho, mas agora vamos nos
apressar! O seu noivo já deve estar ansioso com a sua demora...
Vamos descer! O jardim está lindo, eu e seu pai também nos
casamos nessa mansão e também foi ao pôr do sol... É um presente
lindo poder relembrar aquele momento tão especial, com o
casamento do nosso filho. — Papai Scott me abraça
carinhosamente.
Ele sorrir daquele jeito meigo que deixa meu pai aéreo, eles
ficam bobos quando estão assim tão conectados de alguma
maneira, quando estão encantados um com o outro. Sorrio deles
lembrando-me de mim mesmo com Matt.
— Vamos, minha vida! Vamos levar o nosso filho para se
casar! — Meu pai Gael abraça a nós dois amorosamente, antes de
nos guiar para fora do meu antigo quarto na casa principal.
Saímos do meu quarto e eu me apresso arrastando os meus
pais para descermos logo, meus pais sorriem de mim me pedindo
para ficar calmo, mas tudo que eu quero é ver logo o meu noivo.
Thais e meu pai Scott expulsaram Matt de casa ontem e o fizeramir
dormir com os pais dele, alegando que não confiam em nós perto
um do outro, pois com certeza tentaríamos nos encontrar as
escondidas. Sorrio.
Desde que ele acordou do coma não saímos mais do lado um
do outro, eu fiquei um mês sem ir a faculdade depois do ocorrido
com ele pois me sentia culpado, eu agi sem pensar, agi por impulso
por me preocupar com ele e não pensei nas consequências do meu
ato. Quase perdi o homem que eu amo e sei que morreria de tanto
remorso se ele tivesse morrido, e tudo por minha culpa.
Paro abruptamente no meio da sala pensando no que houve,
pois mesmo ele me perdoando eu ainda me sinto culpado ao me
lembrar que quase o perdi. Meu coração dispara, o medo e a culpa
voltam a me assombrar, será que vou conseguir conviver com isso?
Eu tenho pesadelos quase todos os dias com ele morrendo nos
meus braços.
— Filho, o que houve? O que aconteceu? Você estava tão
empolgado agora pouco, mas essas lágrimas não parecem de
felicidade... Victor? — Meu pai questiona preocupado.
Respiro fundo algumas vezes, puxando o ar para os meus
pulmões pois me sinto sufocado.
— Eu não o mereço e mesmo assim aceitei me casar com
ele... Estou sendo egoísta por me aproveitar desse amor tão grande
que ele sente por mim...? Eu o amo com toda a minha vida, mas
depois do que ele passou por minha culpa eu mereço ser feliz ao
lado dele? — Ando pela sala aflito com esses pensamentos, meus
pais me encaram apreensivos.
— Se você não merecesse ser feliz com ele, o próprio
Matthew não estaria nesse momento ansioso para se casar com
você, ele não teria nos apressado tanto para vocês se casaram em
um mês, fizemos tudo às pressas só porque ele queria estar casado
com você o quanto antes... Por favor, meu filho? Não deixa essas
crises te dominar? Sei que ainda se sente culpado pelo que houve,
mas ninguém culpa você por nada, Victor. — Meu pai Scott
aproxima-se com cautela e eu me afasto chorando.
— Eu não acredito nisso! No dia do seu casamento, filho...?
Eu sabia que isso poderia acontecer! — Papai Gael esfrega as
mãos no rosto aflito. — Você ama esse cara! Você o escolheu para
passarem as suas vidas juntos, Victor! Então não vai desistir agora
por causa dessas paranoias! Essas crises não podem atrapalhar a
sua felicidade, eu não vou deixar! — Esbraveja inquieto andando
pela sala assim como eu.
Vejo minha cunhada e meu irmão entrarem na sala confusos
mas atentos em nós.
— O que está acontecendo aqui, papai? Ouvimos os seus
gritos lá de fora... Porque Victor está chorando? — David aproxima-
se olhando do meu para mim.
— Ele está tendo uma crise, pede ao Matt para esperar um
pouco mais, não vou deixar o meu filho decepcioná-lo! Eles se
amam e não vai ser uma crise que vai atrapalhar isso! — Papai
Scott aproxima-se novamente e me abraça apertado.
— Poderia ter sido qualquer um dos seguranças, Vic! Nelson
e Ravi também estavam com vocês e eles também poderiam ter se
ferido,três dos nossos seguranças forammortos defendendovocês,
poderia ter sido você, Emma ou os nossos pais feridos para salvar
alguém... Se eu estivesse lá também me colocaria na frente de uma
bala ou três para salvar você, ou qualquer um deles, assim como
você também fariasem pensar duas vezes... Eu tenho seguranças e
guarda-costas a minha disposição e Thais também, mas se eu tiver
que dar a minha vida para salvar a dela, eu também o farei porque
eu a amo, essa mulher é a minha vida assim como você é a vida de
Matt, esse cara te ama pra caralho, Victor...! Ninguém aqui está te
obrigando a se casar com ele, você está fazendo isso por amor,
então não o deixa esperar mais porque ele não vai desistir de você!
Todos sabemos que você ainda se culpa pelo que houve, então
ameniza essa culpa fazendo aquele cara feliz, é o mínimo que ele
merece, você não acha...? Esse será o seu castigo de agora em
diante! Fazer o meu amigo feliz!Então engole esse choro e vamos
até ele, e você não vai precisar escolher ninguém para te levar até o
altar, nos três vamos fazerisso! Não é papai Gael? Papai Scott? —
Ouço cada palavra do meu irmão sentindo um pouquinho da minha
culpa se esvair, respiro fundo e engulo o choro como ele ordenou.
— Você tem alguma ideia, filho? Aceito qualquer coisa desde
que levemos o nosso garoto até o altar ainda hoje. — Pergunta meu
pai Gael e finalmente eu sorrio.
— Papai! Victor? É melhor vocês saírem agora! Ravi e
Nelson não vão mais conseguir segurar Matt no altar. Ele ouviu
gritos e quer vir até aqui de qualquer jeito... Estava chorando, meu
irmão? O que houve? — Minha irmã entra apressada e eu limpo o
rosto tentando me recompor.
— Não houve nada, maninha, vá até Matt por favor?Diz que
já estou indo, que o amo e estou ansioso para encontrá-lo
exatamente onde ele está! — Sorrio para ela ver que está tudo bem.
— É assim que se fala, filho! Vá Emma! Faz o que seu irmão
pediu, minha filha, nós já vamos sair. — Meu pai Scott sorrir
abertamente limpando o meu rosto com carinho, mas ele se segura
para não chorar.
— Vamos! Eu quero me casar logo com o amor da minha
vida...! Obrigado a todos vocês pelo apoio, por estarem sempre ao
meu lado quando eu mais preciso... Amo vocês demais. — Abraço o
meu pai Scott apertado e corro para abraçar meu pai Gael, antes de
escorrer para os braços do meu irmão, ele e Thais também tem sido
maravilhosos comigo.
Minha cunhada sai na frente para avisar a organizadora que
já estou chegando, meu pai Scott me entrega um pequeno buquê e
então saímos da casa os três de braços dados, enquanto meu irmão
segue na frente.
De longe vejo o jardim bem decorado e os nossos
convidados já sentados em seus lugares, olho em direção ao altar e
meu coração dispara ao ver Matt andando de um lado para o outro,
não sei se está nervoso ou ansioso, mas quando me vê aproximar
ele para com os seus olhos atentos em mim. A minha vontade é sair
correndo até ele mas quero que tudo saia como planejamos, então
paramos na entrada do tapete e meus pais sorriem para mim.
Meu irmão se aproxima me estendendo o braço e eu pego
sorrindo, meus pais seguem sorrindo de braços dados pelo tapete
como David instruiu, e vejo meu pai Scott parar no meio do caminho
beijando o meu pai Gael, antes do mesmo seguir sozinho e parar
antes do altar. Os dois viram-se para mim e vejo Matt sorrir
abertamente, mesmo confusocom o que os meus pais e meu irmão
estão fazendo, tenho certeza de que ele não esperava por isso.
Uma música suave toca ao som de um violino e um piano,
meu irmão sorrir para mim e me guia pelo tapete repleto de pétalas
de rosas de todas as cores, um verdadeiro arco-íris se tão lindas,
quando chegamos até o meu pai Scott, David me dá um beijo no
rosto entregando a minha mão ao nosso pai, o mesmo sorrir
largamente me guindo de braços dados até o meu pai Gael, ele
repete o gesto de carinho do meu irmão antes de entregar a minha
mão ao meu pai Gael.
— Seja felizindependente de qualquer coisa, meu filho... Eu
te amo, querido. — Papai Scott se emociona mas não tira o seu
sorriso do rosto.
— Obrigado, papai! Também te amo!
Beijo o seu rosto com carinho antes de enlaçar o meu braço
no braço do meu pai Gael, o mesmo respira fundo e em poucos
passos a nossa frente paramos diante de Matt, ele tem o sorriso
mais lindo do mundo direcionado a mim. Matt respira fundo
encarando-me tão fixamente que me faz corar
, como sempre.
— Vou dar um único conselho a vocês dois! Nunca! Em
hipótese alguma deixem as dificuldadesafastar vocês um do outro,
porque casamento é isso, estarem juntos na alegria e na tristeza,
nos melhores e nos piores momentos e um sempre vai precisar do
outro, mas nós sempre estaremos aqui para vocês também... Sejam
felizesnão importa o que aconteça, se agarrem um ao outro quando
tudo parecer desmoronar pois tudo são fases, e fases passam... Eu
amo você, meu filho, estou muito orgulhoso de você... E você é
muito mais que um genro, Matt... Você se tornou um filho para mim
também, rapaz. Só tenho a agradecer por ter entrado nas nossas
vidas... Bom, é isso, continue cuidando do meu filho e você sempre
terá o meu apoio e a minha admiração. — Meu pai deixa as suas
lágrimas caírem finalmente, ele me dá um beijo antes de abraçar
Matt tão apertado.
— Obrigado pela consideração, meu sogro. Jamais vou te
decepcionar, tenha certeza disso. — Afirma em um tom rouco e sei
que também está emocionado. Meu pai lhe entrega a minha mão.
Matt limpa os olhos discretamente e pega a minha mão,
enlaçando o meu braço no seu.
— Porra... Você está lindo nessa beca... Obrigado por não
desistir de mim. — Comenta enquanto nós aproximamos do altar.
— Eu que agradeço por me aceitar, mesmo com erros e
acertos, com defeitos e qualidades... Eu te amo!
Olho fixamentenos seu olhos e sinto minha voz trêmula, me
sinto angustiado, desesperado e não resisto em puxá-lo pela nuca e
beijá-lo ardentemente, ansioso para sentir o seu gosto.
— Victor! Ainda não chegou a hora do beijo, meu irmão!
Ouço a voz da minha irmã e me separo de Matt sorrindo
entre lágrimas, sentindo o meu rosto queimar de vergonha pois
estão todos sorrindo.
— Relaxa, meu amor, eu estava mesmo precisando desse
beijo... Já estava quase pirando de tanta saudade de você. — Ele
toca o meu rosto com ternura, me dando aquele sorriso torto e
encantador. Nos viramos para o juiz.
— Queridos amigos! Estamos aqui hoje para unir esse belo
casal em sagrado matrimônio, para selar de uma vez esse amor tão
grandioso entre Matthew Ragazzi, e Victor Bennet Patterson!
O juiz começa a cerimônia e eu encaro Matt ofegante de
tanta emoção e felicidade, ainda não acredito que estou me
casando com ele, com o amor da minha vida. Sussurro um eu te
amo e ele retribui com aquele sorriso sedutor.
A hora da troca de alianças finalmente chegou e eu estou
ainda mais nervoso, mas também estou ansioso para ouvi-lo dizer
sim. Quando Matt coloca o anel no meu dedo a minha mão treme
tanto que ele sorrir, beijando a minha mão me deixando um pouco
mais tranquilo. Pego a outra aliança e repito o seu gesto de carinho,
beijando a sua mão depois de pôr a aliança em seu dedo.
— Matthew Ragazzi! Você aceita como seu legítimo esposo,
Victor Bennet Patterson? Para amar, respeitar e ser fiel,na alegria e
na tristeza, na saúde e na doença por todos os dias da sua vida?
— Sim! Eu aceito! — Seu sorriso vai nas orelhas.
— Victor Bennet Patterson! Você aceita como seu legítimo
esposo, Matthew Ragazzi? Para amar, respeitar e ser fiel,na alegria
e na tristeza, na saúde e na doença por todos os dias da sua vida?
— Sim! Eu aceito! — Meu sorriso é ainda maior que o de
Matt.
— Vocês querem dizer algo antes que eu encerre a
cerimônia?
— O que eu tenho a dizer todos já sabem de cor... Se eu
soubesse que trabalhar nessa casa me faria encontrar o grande
amor da minha vida, eu teria batido nas portas dessa mansão a
mais tempo. Eu não vim aqui com a intensão de me apaixonar, mas
eu me apaixonei perdidamente por esse cara incrível, digo e repito,
nada do que você fizer ou deixar de fazer, me afastará de você,
nada e nem ninguém vai fazer esse amor dentro de mim diminuir.
Não quero que nunca na sua vida você pense que pode me perder,
pois isso será impossível, eu preciso de você para viver, mal
consigo respirar quando está longe de mim... Sinto que a minha vida
está ligada a sua de uma maneira que não sei explicar... Eu te amo
tanto, Victor... Por favor, meu amor? Sei que está sofrendo pela
culpa que você carrega sem necessidade, eu teria feitoo mesmo se
fosse a sua irmã, seus pais ou um estranho na rua, mas com você
eu fiz por amor e farei outras mil vezes se for necessário. — Seus
dedos acariciam o meu rosto enquanto choro em silêncio. — Me diz
que as suas lágrimas são de felicidade, e você fará de mim o
homem mais felizdo mundo? Eu não saí de um coma para ver você
chorar de tristeza, eu lutei para estar aqui agora vendo o meu
marido feliz ao meu lado.
Não consigo respondê-lo, apenas aceno concordando. Ele
aproxima-se me abraçando forte, um abraço tão amoroso que me
acalma por dentro. Ele se solta de mim me dando um sorriso lindo.
— Não sei se vou conseguir dizer algo, mas vou tentar... Não
vou falar das suas qualidades pois elas são muitas, não vou falarde
tudo que você já fez por mim e pela minha família, pois você
também já fez muito... Tudo que eu posso fazer nesse momento é
prometer a você que sempre vou te amar, que estarei sempre ao
seu lado não importa para o que for, prometo fazervocê feliztodos
os dias, prometo que jamais se arrependerá por me escolher, jamais
se arrependerá de arriscar a sua vida para salvar a minha...
Prometo que vai valer a pena cada momento que passarmos
juntos... Meu Deus... Eu prometo que também darei a minha vida
pela sua se fornecessário, prometo lutar por nós todos os dias... Eu
te amo tanto... A minha vida também está ligada a sua, eu também
preciso de você para viver, você também é o ar que respiro,
Matthew Ragazzi! — Tento segurar o choro, tento ser forte mas
falhei, choro admirando a imensidão azul dos seus olhos que
transbordam assim como os meus.
— Minha nossa... Eu não esperava me emocionar tanto com
essa cerimônia... Bom, pelos poderes a mim concedidos! Eu os
declaro casados...! Vocês já podem se beijar! De novo!
O juiz funga enquanto nos declara casados e nós sorrimos,
Matt me abraça pela cintura e eu seguro-o pela nuca beijando-o
apaixonadamente.
— VIVA OS NOIVOS! — Ouço a voz da minha irmã fazendo
festa enquanto somos aplaudidos.
Mas eu não quero parar esse beijo e parece que Matt
também não, pois ele não me solta.
Capítulo 38

— Eu não queria estar chorando tanto, mas quem me


conhece sabe o quanto sou sensível, e casar um filho é um
momento marcante para todos os pais... Me desculpem... Eu só
quero desejar que sejam felizes...E quero agradecer por aceitarem
a continuar na casa da piscina, por aceitarem a ficar perto de nós.
— Meu sogro chora tanto quanto meu marido.
Ahh como é bom dizer meu marido, agora ele será meu e
nada nem ninguém vai nos separar.
— Papai! Pare de chorar ou eu não vou conseguir parar
também... — Victor limpa o rosto abraçando o pai demoradamente,
um abraço tão amoroso.
— Pelo amor de Deus, eu também quero um abraço do meu
sogro! Estou esperando a horas. — Tento desfazerum pouco esse
clima de choro, até eu já chorei o suficiente e não acredito que
paguei esse mico. Mas por ele pago todos os micos do mundo.
— Não seja por isso meu genro... Me dê aqui um abraço! —
Eles se soltam e meu sogro me puxa para os seus braços me
apertando forte. — Obrigado, Matt... Você é o genro que eu pedi a
Deus, obrigado por cuidar tão bem do meu filho, por amá-lo tanto
como sempre desejamos que alguém o amasse... Não vou
prolongar muito esse momento, eu só quero que sejam felizes e
nunca deixem de se amar, contém conosco sempre que precisarem,
está bem, querido? Mais uma vez, seja muito bem-vindo a essa
família. — Ele se solta com um olhar de ternura, me olhando de um
jeito diferente de antes de tudo aquilo acontece, ele me olha
amorosamente.
— Eu que agradeço por me receberem tão bem nessa família
maravilhosa, é uma honra para mim poder dizer que essa agora é a
minha família também... Obrigado por tudo, obrigado pela força que
tem nos dado desde o início, você é demais, meu sogro. — Abraço-
o mais uma vez empolgado mas nos soltamos em seguida.
Abraço também o meu sogro Gael e meus cunhados David e
Emma. Meu irmão e Yara também vem falar conosco junto com os
meus pais, mas entramos na mansão para curtirmos a nossa festae
recebermos os cumprimentos de todos os convidados.
Nathalia e Ricardo também vem falar com a gente assim
como as irmãs de David. O pessoal da empresa do meu sogro
também estão aqui e todos nos desejam felicidade,não vou negar,
ter tantas pessoas aqui hoje comemorando o nosso casamento,
aceitando a nossa união, é algo surpreendente para mim, eu não
esperava por isso.
Estou feliz como nunca estive antes em toda a minha vida,
agora somos casados, pertencemos um ao outro legalmente e esse
sorriso lindo em seu rosto, é tudo que eu mais queria ver nesse
momento.
— O que foi? Porque está me olhando assim? — Victor
abraça a minha cintura e eu admiro o seu rosto corado.
— Estou ansioso para estar a sós com você... Quero sentir
você como meu marido... Ainda não acredito que estamos mesmo
casados, tudo aconteceu tão rápido e o mais impressionante, é que
seus pais aceitaram numa boa, isso foi incrível. — Sorrio tocando o
seu rosto, ele abre ainda mais o seu sorriso para mim.
— Os meus pais são maravilhosos mesmo, isso não tem
como negar... Mas eu também estou ansioso para estar a sós com o
meu marido... Cacete! Estou nervoso só por imaginar. — Ele cora
ainda mais me fazendo sorrir por isso.
— Eu amo esse tom rosado da sua pele, você ficaainda mais
lindo assim. O problema é que isso me dá um tesão do caralho
também. — Aperto a sua cintura prendendo-o ao meu corpo, mas
ele se solta ofegante.
— A que horas vamos sair para a nossa lua de mel? As
nossas malas já estão no novo jatinho? — Desconversa evitando
me encarar, sorrio me segurando para não arrastá-lo para nossa
casa e iniciar logo a nossa lua de mel.
— Temos um pouco mais de uma hora para sairmos, melhor
já irmos nos despedindo de todos mas antes, vamos fazero nosso
brinde, cortar logo o bolo e tudo mais.
Pego-o pela mão e fomosaté a minha mãe conversando com
o meu sogro Scott, Thais e Nathalia, avisamos sobre a nossa hora
de partida e eles se agitam para fazermos o brinde com a nossa
família, tirar mais fotos e também cortar o bolo.
Chamo os meus amigos para tirarem fotos conosco pois eles
não são apenas seguranças nessa casa, também são nossos
amigos. Agora Ravi ocupou o meu lugar como guarda-costas de
Victor, e meu sogro me intimou a colocar alguém como meu guarda-
costas também, na verdade ele não me quer mais trabalhando na
área de segurança, e tudo isso para agradar Victor que ainda se
preocupa comigo, mas eu não sei fazer nada além de proteger as
pessoas. Então ocupei o lugar de Demétrio que está se
aposentando, depois de anos trabalhando para essa família.
Estou com uma ideia de montar uma empresa de formação
de segurança e meu sogro está me apoiando nessa decisão, na
verdade ele quer fazerparte dessa ideia e eu estou empolgado com
isso, Victor ainda não sabe dessa minha decisão e eu quero fazer
uma surpresa para ele, e espero que ele goste e me apoie também,
afinal, eu não vou mais me arriscar como antes, vou ensinar outras
pessoas a como se defendere defenderas pessoas para quem vão
trabalhar, e sei que posso ajudar muitos iniciantes com isso.

Já é hora de partirmos e mais uma vez nos despedimos de


todos, as mulheres apressam Victor para jogar o buquê e eu fico
aqui, com os meus sogros, meus pais e meus amigos apenas
admirando essa confusão para ver quem vai pegar o buquê.
Victor sobe até o meio da escada se preparando para jogar o
buquê, mas de repente ele desce apressado e entrega o buquê para
sua cunhada, Thais, ela pega o buquê confusa e sem entender
nada, mas David se aproxima ajoelhando-se na frente dela que
rapidamente já está chorando.
— Thais Queiroz! Eu preciso de uma companheira fiel,
preciso de uma amiga que esteja ao meu lado nos melhores e nos
piores momentos da minha vida, alguém para me amar e que eu
possa amar eternamente, mas eu só quero essa mulher se for
você... Então minha princesa! Você aceita se casar comigo? Quer
ser minha esposa e futura mãe dos meus filhos? — Dispara David
ainda ajoelhado na frente dela com um sorriso bobo no rosto.
— Sim! Eu aceito me casar com você meu amor... Mas não
tem como aceitar ser a futura mãe dos seus filhos... Pois eu já sou
mãe, e você já é pai! — Revela pegando a todos de surpresa e
David não sabe se olha para o rosto da sua mulher ou para a mão
dela na barriga.
— Você... Você está... Grávida...? Amor você está grávida?
— David encara fixamentea barriga de Thais e abraça a sua cintura
emocionado.
— Meu Deus, Gael...! Vamos casar mais um filho e vamos
ser avós, amor...! Nath... O nosso filho vai se casar e vai ser pai,
minha amiga. — Scott se agita assim como Nathalia.
— Precisamos começar a pensar na festa, nos convidados e
também em um salão para alugar, David tem muitos amigos então
precisaremos de muito espaço, o quartinho do bebê também vai
exigir muito a nossa atenção então precisamos nos dividi para...
— Nathalia! Scott! — Gael e Ricardo os interrompe chocados.
— O nosso filho ainda está fazendo o pedido e vocês já
planejaram a festa e o quartinho do bebê...? Meu Deus, esses dois
não tem jeito... Vamos ser avôs, Ricardo! — Meu sogro os
repreende chocado mas se empolga ao falar do bebê.
— EU VOU SER PAI...! VOU ME CASAR E VOU SER PAI! —
David grita empolgado pegando a sua mulher no colo enquanto
Victor vem correndo para os meus braços, sorrindo abertamente.
— Esse aí pulou uma etapa, primeiro ele engravida a mulher
para depois pedir em casamento. — Comenta Ravi nós fazendo
sorrir.
— Amor, vamos sair logo daqui? Eu quero você então vamos
adiantar a nossa viagem! Meus pais estão tão empolgados com a
notícia do bebê que nem sentirão a nossa falta. — Sugere me
pegando pela mão e seguimos sorrateiramente em direção a porta.
Saímos da casa sorrindo e entramos no carro seguindo para
o hangar, Victor me beija ardentemente me fazendodesejá-lo nesse
instante, mas teremos que esperar até estarmos a sós pois não
queremos plateia. Sorrio entre os beijos tentando acreditar que tudo
isso é real.
Passamos o caminho conversando sobre a nossa viagem e
ele está empolgado, vamos para as Bahamas por duas semanas
com tudo pago, esse foi o presente de casamento que ganhamos
dos meus sogros.
Quando Victor disse para onde queria ir, eu fiquei receoso
pois já fui naquele paraíso antes a trabalho, e eu não conseguiria
pagar uma única diria em um daqueles hotéis, pois tudo por lá é
muito caro, mas como a viagem foi um presente eu não tive como
negar.
— Não... Não, Matt...! Eu não quero entrar ali! Eu não quero!
Para o carro, vamos sair daqui, Matt! — Assusto-me com Victor me
agarrando agitado assim que nos aproximamos da entrada do
hangar.
— Se acalma, meu amor! Está tudo bem fica calmo! —
Abraço-o tentando tranquiliza-lo mas ele me aperta com tanta força
que sinto-o trêmulo.
— Você... Você estava sangrando muito... Você estava
morrendo nos meus braços, Matt... Só em olhar para lá as imagens
vem na minha mente e isso me apavora. Eu não quero ver aquilo de
novo... Não quero ver você morrendo, Matt... — Victor se desespera
me abraçando ainda mais forte, parece com medo de alguma
cosia. Droga! Ele está tendo uma crise!
— Não vai acontecer nada, meu amor, se acalme...! Dá a
volta! vamos voltar! Agora!
Peço apertando Victor em meus braços mas ele puxa a
respiração com tanta força, que de repente ele desmaia nos meus
braços me deixando em pânico.
— Não, Victor! Não faz isso comigo, amor! Pare o carro!
Para...! Victor? Meu amor, responde! — Chamo por ele mas o
mesmo não reage.
Deito ele no banco do carro tentando reanimá-lo chamando
por ele, beijando os seus lábios mas nada acontece, chacoalho-o
para ver se ele reage, e aos poucos ele volta a si me encarando
atordoado.
— Você está bem? Quer volta para mansão? Não precisamos
viajar hoje, podemos ir quando você se sentir melhor, minha vida. —
Toco o seu rosto mais uma vez, ainda preocupado com o seu
desmaio.
— Não podemos voltar, meus pais vão se preocupar comigo
e eu não quero isso... Me desculpa...? Eu não quero estragar a
nossa lua de mel. Talvez possamos embarcar em outro lugar,
podemos embarcar no final da pista? Eu posso tentar... — Ele se
senta me abraçando novamente tentando controlar o choro, mas
ainda sinto-o trêmulo.
— Já que não quer voltar para mansão, você vai ter que
confiar em mim, está bem? Você confia em mim, amor?
— Sim! Eu confio em você, aceito qualquer coisa para
conseguir passar por isso.
— Está bem, então fechaos olhos? Confia em mim? Eu não
vou sair do seu lado, vou levar você em meus braços até a
aeronave, está bem assim? — Beijo-o brevemente tentando mantê-
lo calmo.
Victor apenas concorda e faz o que pedi. Tiro a minha
gravata e vendo os seus olhos para não correr o risco dele ter outra
crise, ao ver que estamos entrando no hangar, e a todo momento
converso com ele para tranquiliza-lo. Peço ao motorista para seguir
em frente e assim ele faz,encaro Ravi e ele parece tão apreensivo
quanto eu, mas não diz nada. Victor se segura firme em mim com
medo que eu o solte.
O carro entra no hangar e para o mais próximo possível do
jatinho, saio do carro segurando a sua mão e pego ele no colo,
Victor deita a cabeça sem meu ombro abraçando forte o meu
pescoço, sinto o seu medo, sinto o quanto está apavorado e isso
não me agrada, não gosto de vê-lo assim mas tive que aprender a
lidar com isso nas últimas semanas, acordar com ele gritando no
meio da noite chamando por mim não tem sido fácil,eu sofro junto
com ele.
— Boa noite comandante! Vamos entrar a bordo primeiro e lá
dentro nos falamos, ok? — Aviso quando o vejo vir na nossa direção
mas passo direto por ele, o mesmo apenas concorda.
Entro a bordo com Victor e o acomodo em uma das poltrona
colocando o seu cinto de segurança, me sento ao seu lado e faço o
mesmo.
— Me desculpe, Sr. Ragazzi, mas está tudo bem? Precisam
de algo? — Pergunta o comandante preocupado e eu respiro fundo.
— Não se preocupe, ele teve uma crise de ansiedade mas
vai ficar tudo bem. Eu preciso que você decole imediatamente!
Precisamos sair logo daqui, comandante! Ele precisa descansar. —
Peço em um tom firme e rapidamente ele concorda.
— Perfeitamente, senhor! Desejo que tenham uma boa
viagem, a comissária vai estar a disposição caso precisem de algo...
Com licença!
Avisa antes de sair e vejo os seguranças embarcarem,
acomodando-se em seus lugares. Ravi me encara ainda
preocupado e Balbucia as palavras perguntando se Victor está bem,
apenas pisco para ele e aceno concordando.
Victor aperta o meu antebraço com tanta força que consigo
sentir o quanto ainda está apavorado. Pego a sua mão beijando
demoradamente e seguro a mesma sobre o meu peito, sinto-o
relaxar um pouco mais quando a aeronave se move seguindo pela
pista, logo estamos decolando nos afastando da cidade.
Tiro a venda dos olhos de Victor e ele limpa o rosto
envergonhado, evitando me encarar.
— Podemos ir para o quarto? Precisamos conversar. —
Sugere tirando o seu cinto de segurança e eu faço o mesmo.
Ele segue apressado em direção ao quarto e entra no mesmo
feito um foguete, respiro fundo e entro atrás dele fechando a porta
atrás de mim.
— Me desculpa...? Eu tentei me controlar mas não
consegui... Sou um idiota por deixar esse tipo de coisa acontecer,
sou frágil demais e...
— Não faz isso, Victor! Por favor não se desculpe...! Não
quero você se desculpando, você não feznada de errado... Mas se
quiser se redimir pelo susto que me deu, então me beija! Agora! —
Puxo ele pela cintura sentindo o seu corpo mais relaxado que antes.
— Não te envergonhei? Meu Deus, acabamos de nos casar e
eu já dou um vexame desses... Não vou estragar a nossa lua de
mel, eu prometo... É só você não me deixar nunca, e se forsair sem
mim, me avisa antes? Não quero pirar achando que você me deixou
ou que aconteceu alguma coisa. — Vejo-o corar violentamente me
fazendo sorrir.
— Não pretendo ir a lugar algum sem você, não vou te deixar
sozinho um único segundo. Agora chega de falar e me beija? Meu
marido. — Aperto a sua cintura tocando o seu rosto suavemente.
— Meu marido... Vou recompensar você pela paciência que
tem comigo... Eu prometo.
Victor toma a minha boca me beijando ardentemente, um
beijo calmo mas profundo e desesperado de tanto amor e desejo.
Caminho com ele até a cama, começo a tirar a sua roupa e ele a
minha, em poucos segundos estamos os dois nus.
Victor me admira de cima abaixo com um olhar de malícia,
um olhar de desejo e eu respiro aliviado por ele estar mais tranquilo.
— Não precisamos fazernada se você não estiver bem para
isso, te amo e te quero muito, meu amor, mas não precisamos fazer
nada agora se...
— Quero chupar você... Quero te sentir na minha boca. —
Seu tom rouco me faz latejar.
— Cacete...! Tá legal... Sou seu marido, então você pode
fazer o que quiser de mim...
Agarro o meu pau me acariciando e ele sorrir de lado. Victor
se abaixa na minha frente e não demora para eu sentir a sua língua
em mim, em um movimento tão preciso, tão delicado mas ao
mesmo tempo tão forte, ele me engole me chupando faminto, me
fazendo gemer.
Victor está a cada dia melhor no que faz, a cada dia ele me
deixa mais louco por ele.
— Droga...! Vamos pra cama? Eu quero sentir você... —
Victor se levanta tomando novamente a minha boca e eu o arrasto
até a cama.
Deito-o pondo-me sobre ele beijando-o mais intensamente
enquanto me esfrego nele, sinto o quanto ele está duro e isso me
excita ainda mais, seguro-o firme masturbando-o, ele está latejando
assim como eu. Olho fixamentenos seus olhos e vejo puro desejo,
ergo a mão até a gaveta da cabeceira e pego o nosso lubrificante
preferido.
Encaro o tubo de gel na minha mão e encaro novamente o
meu marido.
— Agora somos um só para sempre... Lembra do que eu
disse sobre ser o seu primeiro em muitas coisas...? Então, hoje você
decide quem vai usar o gel... Você ainda não me sentiu como eu te
sinto, e se você estiver pronto para fazer isso, eu também estou...
Não é justo só você me dá e não receber. — Olho dentro nos olhos
e vejo a sua surpresa.
— Amor... Eu quero muito fazer isso, estou desejando a
tempos, mas... Estou inseguro, tenho receios de...
— Shiii... Relaxa! Você consegue, quero que tenha os
mesmos prazeres e sensações que eu tenho com você, então
relaxa... Lembra das vezes que fizemos amor e você vai saber o
que fazer, e como fazer... Deixa o desejo te guiar, minha vida... Meu
marido gostoso. — Beijo-o calmante, mais profundamente enquanto
acaricio o seu corpo.
Desço beijando o seu peito, o seu abdômen e logo estou
chupando o seu pau saboroso, seu gosto me deixa fascinado e
excitado, chupo-o com tanta vontade que já sinto ele latejar na
minha boca, mas Victor se ergue me puxando pela nuca, me
beijando ardentemente.
Quando estamos sem ar ele se afasta apreensivo, então
resolvo lhe dar uma ajudinha.
Pego o gel da sua mão e abro passando no seu pau, sorrio
maliciosamente para ele e mais uma vez vejo-o corar. Me deito na
cama de bruços e sinto ele se pôr sobre mim, beijando, chupando e
lambendo as minhas costas, gemo ao sentir o toque quente da sua
língua na minha pele, Victor se esfrega em mim gemendo e
sussurrando enquanto se encaixa em mim, respiramos fundo e ele
começa a me penetrar lentamente.
— Cacete... Ahh...
Gemo sentindo ele me esticar, Victor também tem um ótimo
tamanho e também já o imaginei me fodendo como faço com ele,
mas sempre percebi o quanto ele ficava inseguro quando eu
insinuava algo assim.
— Matt... Caralho você é apertado, amor... Ohhh... Você já
fez isso antes? — Pergunta curioso e eu sorrio entre gemidos.
— Sim... Um tempo antes de te conhecer... Ohh... Já faz
tempo que não faziaisso... Caralho, amor... Não para... — Sussurro
empinando-me para ele.
Victor me penetra mais rápido e mais forte enquanto sua
língua desliza pelas minhas costas. Porra, isso me dá um tesão do
caralho. Gememos, sussurramos e meu marido parece estar
gostando mesmo de fazer isso, ele se empolga me fodendo mais
rápido e eu mordo o travesseiro para não gemer alto.
Nos erguemos ficando de joelhos na cama e ele aproveita
para acariciar o meu corpo enquanto eu rebolo no seu pau. Mesmo
sendo delicado, Victor também tem uma pegada forte quando quer.
Ele repete o que faço com ele e segura o meu pau me
masturbando enquanto sinto ele latejar em mim, me esticando assim
como gosto de fazer com ele. Gozamos delirando de prazer,
gememos o nome um do outro e nos declaramos mais uma vez
hoje.
Victor sai de mim lentamente e se joga na cama ofegante,
exausto exatamente como ele me deixa todas as vezes que nos
amamos ou transamos. Admiro-o com um largo sorriso e me deito
ao seu lado, como sempre ele vem para os meus braços me
beijando e acariciando o meu peito.
— Te amo... Obrigado por me proporcionar algo tão surreal...
Eu... É que... Vai me deixar fazer isso de novo...? Sentir você? —
Pergunta envergonhado e eu sorrio abertamente.
— Sou seu marido agora, Sr. Ragazzi! Você pode me sentir
quantas vezes você quiser, sempre que quiser... Você nunca se
negou para mim, então jamais vou me negar para você... Eu te amo.
Acaricio os seus lábios vermelhos sensuais antes de beijá-lo,
seu beijo está ainda mais doce que antes, seus olhos brilham ainda
mais que o normal.
— Amei me sentir dentro você, e vou querer te sentir outras
vezes com toda certeza... Mas eu também amo sentir você dentro
de mim, e disso eu jamais vou abrir mão... Ainda estou desejando
você, meu marido... Quero me dar para você como se deu para
mim... Quero agora! — Sua respiração pesada bate no meu rosto e
sua voz trêmula me excita novamente.
— Porra... Vamos tomar um banho juntos e eu te dou o que
você quer... Cacete! Vamos logo, amor! — Levanto-me apressado
fazendo-o sorrir daquele jeito meigo e sexy
.
Estou tão excitado que nem parece que acabei de gozar.
Pego ele pela mão e fomos para o banheiro, quero me acabar de
tanto fazer amor com o meu marido. Sorrio feito um bobo ouvindo a
palavra marido ecoar na minha mente.
Epílogo

OITO ANOS DEPOIS...

Entro na academia do meu pai e vejo meu marido malhando


pesado e seus músculos salientes me dão água na boca, me
deixam excitado por vê-lo tão suado. Paro admirando-o mais atento
e mordo o lábio inferior desejando-o ardentemente.
Seus braços e seu peitoral estão ainda mais definidos, Matt
malha tanto que sua pegada está a cada adia mais forte e me
enlouquecendo mais. Ofego sentindo o meu corpo esquentar e o
meu pau latejar, estou me excitando apenas admirando-o malhar.
— Não me olha assim, amor...! Eu estou malhando e você
está tirando a minha concentração ofegando desse jeito. — Saio do
meu transe encarando-o chocado.
— Como assim? Não sei do que você está falando... Só
estava atento ao peso que você está levantando... Só isso. —
Aproximo-me dele lentamente e seus olhos estão atentos em mim.
— Sei... Atento ao peso...? — Ele deixa o equipamento de
lado respirando fundo.
Ele tira a sua camisa jogando-a sobre o banco e pega uma
garrafa d'água, bebendo e deixando escorrer pelo seu peitoral. Não
tem como não babar e ofegar por esse homem. Ele sorrir
aproximando-se de mim e eu tento me esquivar, mas ele me abraça
por trás beijando o meu pescoço.
— Nunca vi você babar admirando o peso que estou
levantando... Mas vi você babar pelo seu marido, assim como ele
baba por você. — Sua voz rouca me amolece rapidamente.
— Amor... As crianças estão no jardim com os avôs e eles
podem entrar aqui... Você está suado, amor... Droga! Você está
suado... Matt... — Tento me soltar dele mas Matt me vira de frente
para ele tomando a minha boca.
Não tento resistir, me rendo facilmente percorrendo as
minhas mãos pelo corpo suado, isso me excita tanto.
— Vamos tomar uma ducha juntos...? Por favor eu quero
você? Estou louco por você, quero te sentir mais uma vez hoje...
Vic... — Suas mãos me apertam e ele morde o meu lábio inferior.
— Que seja rápido... Não podemos demorar, ouviu...? Amor
você ouviu o que eu disse...? Matt! — Meu marido me pega no colo
apresando-se para me levar para o banheiro.
— O papai tá no colo, vovô Gael! Me pega no colo também,
papai? — Martim entra correndo na nossa direção e rapidamente
Matt me põe no chão, vejo Vicenzo entrar correndo logo atrás.
— Filhos! Vocês não estavam brincando com os seus avôs?
— Meu marido questiona sem graça coçando a cabeça e eu me
seguro para não rir.
— Sim papai, mas o vovô Schotti disso que tá na hora do
papa. — Vicenzo estende os braços para o pai pegá-lo e assim ele
faz.
— Me pega, papai? Quero subir também? — Martim me
estende os braços e eu sorrio pegando-o no colo.
Encaro Matt e ele suspira fundo piscando para mim, quando
esse homem quer alguma coisa ele não desiste fácil e sei que ele
vai querer me comer em algum outro lugar dessa casa. Sorrio
abertamente enquanto ele me entrega o nosso filho e corre para
tomar banho.
Há três anos atrás eu e Matt comentamos com os meus pais
o nosso desejo de termos um filho, perguntamos a eles como
fizeramquando decidiram ter um filho também, e meu pai Gael nos
levou pessoalmente até a clínica onde ele e meu pai Scott
escolheram uma barriga de aluguel, não foi difícilresolver as coisas
já que meus pais já haviam passado por isso antes, e com o
conhecimento deles tudo ficou ainda mais fácil.
Eu e Matt fizemos os mesmo procedimentos dos meus pais,
colhemos os nossos DNA para a fecundação dos óvulos, e
adivinham? Tivemos gêmeos, mas um e a cara de Matt, loirinho e
de olhos azuis igual ao pai, esse é o Martim, e o Vicenzo meu pai
diz que é a minha cópia quando era pequeno, pele branquinha,
cabelos negros e olhos verdes, meus filhos são lindos e não ouse
chamar atenção deles, meus pais viram uma fera conosco por isso.
Martim e Vicenzo foram a melhor decisão que já tomamos em
toda a nossa vida, eles foram e sempre serão a cura para os meus
traumas, os meus medos e receios. Eu passei um bom tempo me
culpando pelo que houve com Matt no passado, meu marido
acordou várias vezes no meio da noite para me acalmar e dizer que
estava tudo bem, que tudo ia passar e ele tinha razão.
Matt curou as minhas feridas e a minha consciência se
dedicando todos os dias a dizer que me ama, e que eu nunca vou
perdê-lo, isso me ajudou muito mas quando conhecemos os nossos
filhos, toda aquela culpa e remorso se transformou em amor e
ternura, se transformou em vidas.
Meu irmão David também tem dois filhos, uma menina e um
menino, mas minha irmã por enquanto só tem uma menina que
também é a coisa mais linda, ela se parece muito com Vicenzo por
ter a pele branca, cabelos negros e olhos verdes, e todos os primos
são muito apegados uns com os outros. Minha irmã se casou dois
anos depois de mim e já casou grávida, nossos pais quase
enfartaram mas ficaram tranquilos quando Igor pediu a mão de
minha irmã em casamento.
Minha irmã também mora na mansão, meus pais também
não quiseram deixá-la sair de perto de nós, por isso eles deixam a
metade da mansão para eles, Igor teve que aceitar mesmo vindo de
uma família também muito rica.
Meus pais só precisam se acostumar com a ideia de que já
somos adultos e temos a nossa própria família, mas justamente por
não terem mais ninguém além de nós é que eles não nos deixam
sair. Mas por mim tudo bem, não quero ficar longe dos meus pais
também.
Ao longo desses anos, Matt abriu mais três agências de
seguranças e ele vai pessoalmente a cada uma delas todos os dias,
ele mesmo passa os treinamentos para os alunos mesmo tendo
professores para atendê-los. Se estou orgulhoso do meu marido? É
óbvio que estou.
Meu marido também tirou a família dele daquele bairro
humilde, agora eles moram no centro da cidade em uma bela casa
de dois andares. Richard também se casou e também mora com os
pais que não querem ficarsozinhos, ele também tem dois filhos, um
de quatro anos e um recém-nascido, Yara é uma excelente mãe e
tem sido muito presente nas nossas vidas, todos nos aproximamos
bastante e estamos nos dando muito bem a cada dia.
Ando pelo jardim pensativo, admirando uma bela e farta
mesa montada com toda a nossa família reunida. Sinto alguém me
abraçar por trás e beijar o meu pescoço, respiro fundo pois adoro
receber os seus carinhos.
— No que está pensando, meu amor? Ficou tão distante de
repente. — Matt me aperta com carinho em seus braços.
— Estou pensando no quanto sou feliz ao seu lado, no
quanto te amo... Na família que construímos. A nossa família é
linda, amor. — Sorrio admirando meus pais gargalhando enquanto
brincam com as crianças, e não são poucas, a casa está cheia hoje.
David e Thais estão exatamente como nós, abraçados e
pensativos. Minha irmã e o marido se juntam aos nossos pais
correndo atrás das crianças. Meus sogros sorriem com o netinho
caçula no colo, enquanto Richard pega Yara no colo girando-a feito
uma boneca.
Lembro-me da minha vozinha que se foi, mas não antes de
conhecer todos os bisnetos, a sua morte é tão recente que ainda me
dói, ela ainda faz muita falta.
— Ei? Não fazisso, amor! Não quero ver você triste, sei que
está pensando na dona Adelaide e também sei que de onde ela
estiver, vai ficarmuito triste se você não me der aquele sorriso que
tanto amo... Ela também amava o seu sorriso, então seque essas
lágrimas. — Meu marido se solta de mim limpando o meu rosto e eu
lhe dou o meu melhor sorriso.
— Você tem razão... Vamos nos juntar aos outros... Vamos
comemorar mais um ano de casados em família, não tem nada
melhor que isso. — Abraço-o pelo pescoço e beijo-o
apaixonadamente.
— Esse é o meu garoto! É assim que eu gosto de ver você,
minha vida... Te amo, meu marido... — Diz entre os beijos me
pegando no colo me fazendo gargalhar.
— Eu também te amo, Sr. Ragazzi... Meu marido, minha vida,
meu mundo... Te amo. — Toco o seu rosto com ternura antes de
beijá-lo mais uma vez.
— Ei! Vocês dois! Venham para mesa, o almoço será servido!
— Avisa meu pai Gael sorridente com Vicenzo no colo e meu sogro
com Martim sobre os ombros gargalhando.
Sorrimos abertamente e meu marido me leva para mesa. Nos
acomodamos todos em volta dessa imensa e farta mesa e nossos
filhos vem para o nosso colo, Matt pega Vicenzo e eu pego Martim.
— Eu quero dizer algo antes de começarmos a comer...
Quero apenas agradecer por essa família numerosa e maravilhosa
que nós temos, é sério, eu não poderia estar mais felizdo que estou
agora... Tenho um marido maravilhoso que eu amo com todo o meu
coração, tenho filhos perfeitos e netos ainda mais perfeitos, lindos.
Devo confessar que antes de conhecer Scott, eu não me imaginava
casado e agora tenho até netos, amigos que se tornaram essenciais
nas nossas vidas, nora e genros exatamente como imaginei para os
meus filhos, consigo ver essa como uma família perfeita, e não
mudaria exatamente nada nela... Estou muito felizpor ter a casa tão
cheia, por ter uma famíliatão harmoniosa. — Meu pai Gael discursa
em um tom emocionado, mas ele tem aquele mesmo sorriso
amoroso e gentil de sempre.
— Faço das suas palavras as minhas, meu bem... Temos
uma família perfeita. — Reforça meu pai Scott tão emocionado
quando todos nessa mesa.
Esses momentos em família são sempre muito
emocionantes, e inesquecíveis também.
— Eu também quero agradecer a Victor e Matt por unir as
nossas famílias, por nos dar netos tão lindos. E também concordo
com vocês, meus amigos, a nossa família é perfeita e não consigo
imaginá-la de outro jeito. — Meu sogro nos dá um sorriso gentil e
amoroso.
— Não agradeça, meu sogro, o destino uniu as nossas
famílias, o destino pôs Matt trabalhando na nossa casa para nos
unir. E o destino vai nos manter unidos e harmoniosos como tem
sido por todos esses anos. Amo a nossa família, sou grato a Deus
todos os dias por nos preservar exatamente assim como somos. —
Seguro a mão do meu marido com carinho, ele inclina-se me dando
um breve beijo.
Continuamos a nossa conversa enquanto somos servidos e
começamos a comer, a minha família, a família dos meus irmãos e
meu cunhado, meus sogros e meus pais, se estou feliz? Muito!
Estou realizado, estou completo com o meu marido e nossos filhos,
e sei que essa felicidade só está no começo. Ainda seremos mais
felizes do que somos agora.
— Qual o motivo desse sorriso lindo, amor? Divide com o seu
marido? — Saio dos meus pensamentos com Matt sorrindo daquele
jeito que tanto amo.
— O motivo do meu sorriso é você, meu doce guarda-
costas... Eu me apaixonei e me casei com o amor da minha vida. —
Declaro olhando no fundo dos seus olhos.
Ele sorrir de lado e aproxima-se para me beijar, um beijo
doce e intenso, o mesmo beijo que ele tem me dado todos esses
anos e me dará por muitos anos mais.
— Te amo, Victor!
— Te amo, Matthew!

FIM!!!
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