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Como vai ficar essa relação com a mãe se metendo? E ainda tem o
Wirley que não vai desistir tão fácil da morena.
Faz três anos desde que concluí a minha graduação de
secretariado executivo, sem perder tempo cursei uma pós-graduação
de dez meses, para poder trabalhar na área tanto de secretariado
quanto de assessora empresarial.
Foram longos anos de estudo e esforço querendo conseguir
alcançar o meu objetivo, trabalhar na maior empresa de advocacia
do Rio de Janeiro, Montenegro Advocacia. Era o meu sonho
trabalhar nessa empresa.
E quando eu acessei os sites de emprego e vi que estavam
precisando de uma secretária executiva, nem acreditei no que estava
vendo. Não podia perder aquela oportunidade, sem pensar duas
vezes mandei o currículo para o e-mail do anúncio.
Só precisei aguardar. Torcendo para que conseguisse essa
vaga, eu estudei tanto, batalhei tanto. E Deus ouviu minhas orações,
pois duas semanas depois eu tive minha entrevista. A responsável
pelo RH gostou do meu currículo e a moça que fez a entrevista foi
extremamente simpática. Disse que ia passar para o Sr. Montenegro
o meu currículo, que era para aguardar que eles me ligaram.
Saí de lá toda esperançosa. Cheguei em casa fui para o meu
quarto, joguei a minha bolsa na cama, me ajoelhei e conversei com
Deus mais uma vez. Claro que fui pedir para ele me dar aquela
forcinha. Agradeci por essa oportunidade que apareceu, orei um Pai
Nosso e me levante.
Estou saindo da cozinha com o pote de pipoca, levando para
sala pra mim e minha amiga Patrícia. Claro que antes de vir aqui, tive
que aceitar suas brincadeiras sobre o meu fracasso encontro com o
meu namorado. Deixo a pipoca na mesa de centro junto com as
cervejas.
— O que você está fazendo? Está colocando dublado? Achei
que não gostasse? — digo, pegando a cerveja na mesa e dou um
gole.
— Sim, mas uma garota que fiquei mandou o trailer dublado.
Menina, que voz é aquela, doce e muito sexy do boy, minha calcinha
ficou até molhada, acredita? — caçoa, encostando-se no sofá,
apontando o controle na tela para começar a série.
— Que isso, hein? Patrícia, você está começando a gostar de
garotos? — olho para minha amiga e começamos a rir.
— Até parece, o meu negócio é com garotas, você sabe disso.
Mas espera começar que você vai ver — diz, e aponta o controle
para mim.
Quando ia zoar o meu celular vibra, noto que é um número
desconhecido. Quem está me ligando às nove da noite numa sexta-
feira?
— Alô? Quem fala? — sigo, irritada.
— Gostaria de falar com Raquel Oliveira? — pergunta.
— É ela — respondo, minha amiga diminui o volume da
televisão e olha pra mim.
— Aqui é Camila do RH da empresa Montenegro Advocacia
Ltda, lembra que foi chamada para uma entrevista semanas atrás?
— dou um salto no sofá. Não pode ser, levo a mão no rosto.
— Raquel, o que houve? Está tudo bem? — Patrícia vem na
minha direção, pega no meu braço e começa sacudir.
— Hã? Oi? Sim Patrícia, estou bem. Para de me balançar que
estou ficando tonta — peço, ela solta o meu braço.
— Alô? Senhorita Oliveira está aí? Está me ouvindo? — Escuto
uma voz no celular. Droga! Fiquei tão em choque que esqueci a
mulher do RH do outro lado da linha.
— Sim, estou aqui. — Minha amiga começa perguntar
querendo saber quem é, afasto-a pedindo pra fazer silêncio. —
Desculpa, pode falar... — vou para o sofá e me sento, Patrícia
também se senta fazendo gestos, mas a ignoro.
— Como estava dizendo, entreguei o seu currículo para senhor
Montenegro e ele gostou muito, ele perguntou se você tinha alguma
experiência, eu disse que não. — Escuto tudo, na parte da
experiência fico preocupada. Ai, ai meu pai do céu! Bato a ponta do
pé freneticamente. — E ele disse tudo bem, a senhorita vai começar
na segunda-feira às nove horas da manhã, vou enviar o endereço.
— EU SEI ONDE FICA! — grito, dou um pulo no sofá. A mulher
fica em silêncio por um momento — Digo... Sei onde fica... —
Patrícia ri da minha atitude, mas lanço um olhar de reprovação, ela
para na mesma hora.
— Tudo bem. — escuto uma risada no fundo da linha. —
Aguardo você para explicar e mostrar a empresa. Ah... Não se
atrase, senhor Montenegro detesta atrasos. — orienta a mulher.
— Ok, ok. Não vou me atrasar, pode deixar. — confirmo,
parecendo séria, mas no fundo pulando de alegria. Agradeço a
oportunidade e ela desliga.
Começo a pular e gritar sem parar, parecia que estava em
Salvador.
— Raquel? Raquel? — Patrícia se levanta e me fita em
entender o porquê comecei a pular. — Ei, você está me ouvindo,
mulher? — Segura o meu braço me fazendo parar de pular.
— Hã? Oi? O que foi?
— O que foi? Primeiro você ficou aí toda parada e imóvel,
parecia que viu alguém morrer, agora está pulando como uma louca.
Isso porque só deu um gole nela. — Pega a cerveja e começa
analisar. — Só falta ter vindo batizada. — olho para a minha amiga e
começo a rir.
— Patrícia, a cerveja não está batizada. — Pego a cerveja da
sua mão, colocando na mesa. — Vamos nos sentar que te explico o
que aconteceu, ok.
— Está bem... Mas se você tiver mentindo... — aponta o dedo
pra mim.
— Não estou. — sorrio. — Posso contar? — balança a cabeça
que sim. — Se lembra que mandei o currículo e duas semanas
depois fui chamada para uma entrevista?
— Claro que lembro, você só ficou falando isso durante uma
semana. Que a tal mulher do RH ia levar seu currículo para o tal
Monteiro, se ele gostasse você seria chamada — diz a minha amiga.
— Isso, amiga, não é Monteiro e sim Montenegro. — ela
balança os ombros, como se dissesse "tanto faz". Não aguento e
começo a rir, mas logo paro e continuo. — Vou trabalhar na
Montenegro Advocacia como secretária executiva! — revelo, ela fica
imóvel ali na minha frente, faço gestos e nada, começo a ficar
preocupada com a minha amiga.
Então dou um beliscão no seu braço e ela dá um salto do sofá
gritando de dor. Ufa, ela está bem.
— Merda, Raquel! Porque diabos você fez isso? — alisa o
braço, gemendo de dor do beliscão que dei.
— Era o único jeito, você ficou paralisada no sofá — digo, me
levantando do sofá e ficando na sua frente.
— Que exagero, mas esquece isso. É sério mesmo? Você vai
trabalhar naquela empresa que você sonhou tanto? — balanço a
cabeça confirmando. — Caramba, Deus ouviu suas preces, hein? —
ela diz, voltando a se sentar no sofá.
— Sim... Estou tão feliz, sabe? Um sonho sendo realizado... Vai
ser tudo... — ela me corta.
— Tudo de bom? — completa ela, nos olhamos e começamos a
rir.
— Sim e mais um pouco... — o meu rosto chega a doer de
tanto sorrir. Ela se vira e me fita.
— Mudando de assunto, Fabrício sabe que você mandou o
currículo? Melhor, qual vai ser a reação dele ao saber que você vai
trabalhar nessa empresa, porque se me lembro, ele não gostou
nadinha dessa ideia — relembra Patrícia, me fazendo lembrar
quando falei para o meu namorado que queria muito trabalhar na
Montenegro Advocacia.
Ele fez um drama para eu não mandar o meu currículo, me
proibiu de fazer isso. Até parece. Ele tem que entender que é o meu
sonho.
— Ele pensa assim porque acha que vou trocá-lo por um
bilionário engravatado sadomasoquista. — na hora, a Patrícia
começa a gargalhar. E lembramos quando nós três fomos para o
cinema assistir ao filme cinquenta tons de cinza, ver aquela delícia
do Christian Grey. Confesso que ia amar trocar de lugar com aquela
mocinha do filme.
— Até que não seria mal, né? — pisca pra mim e finjo que nem
escutei esse comentário dela.
Ela acha que estou perdendo tempo numa relação sem futuro,
tipo, estamos juntos faz cinco anos, ele não para em serviço nenhum
e sempre tá pedindo dinheiro e quando saímos eu que pago. Eu
gosto do Fabrício, foi o primeiro a quem me entreguei, vamos dizer
assim. E sei que ele sente alguma coisa por mim... Mas demonstra
de um jeito diferente, só isso...
— Ei, já está começando — avisa Patrícia, me cutucando com o
cotovelo, que tira dos meus pensamentos. — Está tudo bem? — me
fita.
— Sim. — ergo meu braço para pegar a cerveja. Ela aproveita e
pega a sua.
— Vamos comemorar! Brindar que você conseguiu esse
emprego, que você merece — comenta minha amiga.
— Sim, sim. — concordo logo tomamos um gole e começamos
assistir a série. Não vejo a hora de chegar segunda-feira para
começar a trabalhar.
É domingo e ainda estou na cama, acho que deve ser meio-dia
e está fazendo muito frio. E quem está aqui do meu lado é o meu
namorado, ontem ele veio aqui depois que saiu do seu turno. A noite
foi boa, pedimos comida, claro que paguei, porque o Fabricio não
tinha dinheiro. Nós nos divertimos muito, demos boas risadas com
uma série que assistimos na Netflix. Foi tudo perfeito. Estou muito
ansiosa, não paro de pensar que é amanhã que começarei a
trabalhar na Montenegro Advocacia. E meu celular começa a tocar.
Imediatamente me levanto da cama, com cuidado para não
acordar o Fabrício. Vou até a minha bolsa que está perto da cama,
pego o celular e coloco a mão no alto-falante para abafar o toque,
saio do quarto e encostei a porta vou para cozinha. Vejo que é a
Patrícia. Raios! Por que está me ligando?
— Oi? Nem no domingo você me dá folga? — sussurro, dou
uma espiada para o quarto ver se o meu namorado não levantou.
Acho que não. Continua dormindo, que bom.
— Nossa, que mau humor hein? — reclama. — Nem pra isso
ele serve, melhor trocar de namorado.
Vou pra cozinha, encostando na pia. Dou aquela bufada pelo
comentário da minha amiga.
— Tivemos uma noite ótima, tá? — digo, ela resmunga alguma
coisa na linha que ignoro. — Também estou muito ansiosa pra
amanhã.
— Depois eu que sou ansiosa, né? — diz, me zombando do
outro lado da linha. — Vem cá, você já contou para o Fabrício que
você começa amanhã?
— Ainda não... Mas sei que não vai gostar nadinha disso —
digo, com celular no ombro enquanto estou pegando o pó de café do
armário. — Por enquanto é melhor ele não saber.
— O que é melhor eu não saber? — dou um salto que derrubo
o pó de café na pia e o celular no chão, pelo susto que ele me deu.
— Que isso, gata, está devendo? — pergunta sorrindo e se
abaixa para pegar o celular que caiu. Em seguida me entrega, depois
vai na pia e limpa a sujeira que fiz. Fico por um tempo observando
ele.
— Que foi, gata? — especula, ao se virar de frente para mim,
apoiando as mãos na pia.
Ele está me fitando, usando uma regata branca e uma cueca
boxer preta, ele não é aquele tipo de caras fortes e malhados, pelo
contrário é magro, mas um magro bem definido e com aqueles olhos
castanhos levemente puxados me encarando.
Como vou dizer a ele que consegui o trabalho dos meus
sonhos? Pensa, Raquel! Pensa!
— Raquel? Raquel? — escuto alguém me chamar, olho para
Fabrício e ele faz um sinal apontando para o celular que estou
segurando. Então, lembro que estou na linha com a Patrícia. Esqueci
completamente.
— Oi? Patrícia, estou aqui. — aponto para sala que preciso
falar com a minha amiga e Fabrício balança a cabeça concordando.
Saio da cozinha indo para outro cômodo, pelo menos ganho um
pouco de tempo para criar coragem, para contar ao meu namorado
que conseguir o trabalho.
— Oi, amiga, desculpa. Aconteceu uma coisinha aqui em casa
— digo, me ajeitando no sofá.
— Sério? — pergunta. — O que o Fabrício aprontou agora?
— Não fala assim, Patrícia! — sussurro, chamando a sua
atenção. — Mudando de assunto, não sei como dizer a ele que vou
trabalhar na empresa... — Inclino para frente, dando aquela espiada
na cozinha, se ele não está nos ouvindo.
— Garota, para de graça fala que você mandou o currículo e foi
chamada. É assim que acontece quando se manda um currículo,
você sabe? — ela diz em um tom de ironia.
— Eu conheço o meu namorado, sei que quando contar ele não
vai gostar nada. — Encosto no sofá, encolhendo os ombros. — E
também ele é muito ciumento.
— Raquel, minha linda, escute aqui. Isso não é ciúme e sim,
posse. Você não é objeto dele, acorda! — ela fala um pouco alto,
afastei o celular para não ficar surda, mas acrescenta. — E se me
lembro isso é seu sonho, não? Como foi difícil terminar sua
graduação, noites em claro estudando e ainda você fez de tudo para
fazer aquela pós-graduação, vai desistir por conta desse traste do
seu namorado?
— Patrícia! — advirto.
— Ok, ok. Foi mal, mas é verdade, amiga. Então fala a verdade,
se ele gosta mesmo de você não vai ser contra. Ou prefere ele saber
por outra pessoa? — indaga.
Tenho que concordar que ela está certa. Criar coragem e contar
pra ele, não posso deixar ele me controlar desse jeito.
— Está bem, vou fazer isso. Obrigada.
— Pra isso que servem as amigas. — sorrio. Agradeço mais
uma vez e desliguei o celular.
Levanto-me do sofá e vou para a cozinha, assim que entro ele
está debruçado no balcão. Vai lá Raquel. Você consegue. Aproximo-
me e faço um carinho no seu braço, ele olha de lado para mim, está
com um semblante sério. Coloco uma mecha de cabelo atrás da
orelha, quando vou dizer algo ele leva seu braço ao redor da minha
cintura, vindo pra cima de mim e me beija, sua língua invade o céu
da minha boca, me deixando perdida nos seus lábios que me entrego
completamente.
Ergo meus braços na altura do seu peito, me afastando dos
seus carinhos, sei que vou me arrepender por isso. Me fita sem
entender porque fiz aquilo.
— Achei que estava gostando? — Leva a sua mão no meu
rosto e faz um carinho, fecho os olhos sentindo o seu toque.
— Fabrício, tenho uma coisa para te dizer... — Pego na sua
mão e a tiro do meu rosto. — Mandei o meu currículo para a
empresa Montenegro Advocacia. — Dou um passo para trás,
apoiando-se no balcão da cozinha. E acrescento. — Na sexta-feira
eles me ligaram e fui aceita para começar amanhã...
— Uau... Que maneiro... — Força um sorriso, a voz está rouca
e desanimada. Se vira dando as costas pra mim, que vai para o
quarto que fecha a porta com força.
Ok, sabia que não ia ser uma recepção calorosa. Mas essa
atitude foi demais, me ignorando completamente. Vou atrás dele? Ele
aparece na cozinha com um semblante diferente.
— Olha... Sei que tenho só dado mancada com você... — Levo
a mão no peito. Não diz isso, Fabrício. Tento me aproximar, ele me
pede para ficar onde estou e em silêncio, balanço a cabeça que sim.
— Sei que você ralou muito naquela faculdade, noites em claro
estudando. Ralou mais ainda para conseguir aquele tal de pós... —
Fico aqui observando, falando daquele jeito, me faz lembrar da
minha amiga Patrícia. As mesmas palavras... — Trabalhar nessa
empresa é seu sonho... Então, eu dou meu total apoio... — Fico sem
palavras. Não estou acreditando nisso, fui pega de surpresa.
Estou em choque depois do que o Fabrício acabou de dizer.
Tinha me preparado para seu ataque de ciúmes... Ele está me
apoiando? Não estou entendendo nada e não foi nada daquilo que a
minha amiga estava falando, que ele quer me controlar... Ai, Jesus!
Estou confusa...
— Raquel? Está me ouvindo? — Estala os dedos na minha
frente, que me faz levar um susto e o fito.
— Ai, o que foi? — indago.
— Estava dizendo que tenho uma mulher maravilhosa e incrível
como namorada. Agora vai trabalhar na empresa... Empresa... — Ele
para um tempo de falar e começa a coçar a cabeça. — Qual o nome
da empresa mesmo? — Olha para mim sem graça, perguntando o
nome da empresa. — Não resisto, solto um sorriso o abraçando.
— O nome da empresa é Montenegro Advocacia. A maior
empresa de advocacia do Rio de Janeiro — digo, meus braços estão
sobre o seu pescoço.
— Raquel... Você é incrível, linda, esforçada... — elogia, e
sorrio para ele. — Você merece isso e mais, já eu... — Vira o seu
rosto. Ah, gatinho não fala assim.
— Não diz isso que chega doer o meu coração. — Ergo as
minhas mãos no seu rosto fazendo ele olhar pra mim. — Você é
incrível também, viu? — Beijo seu rosto, em seguida faço um carinho
no seu cenho. — E que tal, mudarmos de assunto?
— E quer falar sobre o quê? — Volta me abraçar. Está com um
olhar diferente, gosto desse olhar.
— Pensei de assistirmos um filme... — Começo a fazer carinho
na sua nuca.
— Filme? — Faz uma careta. — Tive uma ideia melhor. —
Ergue a mão afastando uma mecha de cabelo que estava no meu
ombro, jogando para trás e começa beijar o meu pescoço. — Como
está frio, poderíamos voltar para o quarto... Deitar na cama...
— Humm... Interessante... — sussurro, ele vai subindo e indo
na minha orelha que dar uma leve mordida.
Meu corpo se arrepia com o seu toque. Viro o meu rosto, ele
para de morder a minha orelha, indo direto para os meus lábios,
sentindo aquele gosto maravilhoso que me faz arfar na sua boca de
desejo. Então ele me puxa para si, suas mãos descem indo para a
minha bunda, estou apenas usando uma camisa velha de algodão
cinza e uma calcinha vermelha, acabo soltando um gemido.
Ele sem perder tempo me pega no colo e sem demora vai para
o quarto, a porta está encostada, ele chuta a porta e me deposita na
cama. Sem rodeios tira a minha calcinha e vai abrindo as minhas
pernas indo direto no meu sexo. Começa fazendo movimentos leves
com a língua, dando voltas ao redor do meu clitóris. Levo as mãos
para o travesseiro, apertando com força, acho que percebe a minha
reação e aumenta o ritmo.
Puta merda! Sentindo sua língua com mais intensidade. Estou
quase chegando lá, começo a rebolar o meu quadril freneticamente,
ele continua sem parar o ritmo. Nessa velocidade vou gozar... E de
repente ele para!
Oi? Como assim? Me levanto e noto que ele está mexendo na
sua mochila preta perto da minha penteadeira. Parece procurando
algo. Sério? Precisava ser agora? Ele olha para mim encolhendo os
ombros.
— Foi mal, gata. Mas meu celular começou a tocar e precisava
ver quem é — explica, se desculpando. Atende o telefone e sai do
quarto. Jogo-me na cama decepcionada, é assim que me sinto.
Estava perto de... E ele para?
Estou com tanta raiva. Pego o travesseiro e coloco sobre o meu
cenho, dou grito de raiva, depois me jogo na cama de novo. Não
demora muito ele entra no quarto penso que agora vai.
Sua gata está pegando fogo e vem pagar meu gostosão. Então
volto abrir as minhas pernas do jeito que estava para ele continuar
onde parou, deitada na cama fecho os olhos. Fico assim por tempo,
acho que uns dez minutos, logo me levanto da cama e vejo ele se
vestindo.
Merda! Inacreditável! Tá de brincadeira, né? Saio da cama para
procurar a minha calcinha, só de lembrar começo a sentir raiva de
novo. Ah, Fabrício vou te matar!
Fico de pé com os braços cruzados na altura do peito o
encarando com o sangue nos olhos. Tem que ter uma explicação.
Pelo menos isso, né? Ele se aproxima e diz que conseguiu um
emprego hoje com um conhecido dele, um tal de ratão. Um trabalho
de motorista. Não sei, não... Não confio nesse cara, mas o Fabrício
confia nele.
— Precisa ir? — pergunto, olhando para ele. — Não precisa
fazer esse "trabalho", você já tem um trabalho... — Ele me corta.
— Fui demitido — revela. Sentando-me na cama, fico sem
ação.
— Demitido? Isso foi quando? — indago, viro o meu rosto
olhando pra ele.
— Na sexta-feira. — Encolhe os ombros.
— Mas por que não me contou isso?
— Eu ia te contar hoje, mas você deu sua notícia que vai
começar trabalhar na tal empresa dos seus sonhos, fiquei com
vergonha em dizer que seu namorado foi mandado embora. — Se
inclina para frente para pegar o tênis, que está embaixo da cama.
Tadinho do meu gatinho.
Faço um carinho no seu rosto. Depois calça o tênis, se levanta
da cama e vai para onde está a sua mochila. Fabrício sai do quarto
com a mochila nas costas, mas volta para o quarto e vem na minha
direção.
— Já ia esquecendo. Olha, que a cabeça a minha. — Leva a
mão na testa. Ufa, que bom. Já estava achando que tinha esquecido
de mim? — Tem como você me emprestar uma grana para encher o
carro? — Olho para ele incrédula, após a sua pergunta. — E aí, você
tem? — Fica ali esperando uma resposta.
— Sim... — Solto o ar, vou para o guarda-roupa e puxo a
segunda gaveta para pegar a minha carteira. — Cem reais está
bom? — Vou em sua direção separando as notas.
— Pode ser uns trezentos reais? — Paro na sua frente e
levanto a sobrancelha. Que merda é essa?
— Trezentos? Pra que tanta grana, Bruno? — grito, fechando a
carteira.
— Vou trabalhar como motorista de aplicativo. Vou ter que
encher o carro e comer algo, vou ficar nesse trabalho até meia-noite
— esclarece, ajeitando a mochila nas costas. Fala sério. Vai ficar o
dia todo fora? Poxa, eu tinha outros planos... — Tudo bem? —
Meneio a cabeça que entendo ele ir trabalhar, dou o dinheiro para ele
que coloca dentro da mochila, em seguida dá um beijo na minha
testa e sai.
Vou para minha cama e me sento, em pleno domingo, sozinha
em casa e com um tremendo fogo. Só me resta ir para o banheiro
tomar aquele banho, principalmente água gelada para apagar esse
fogo, já que o meu namorado me deixou na mão.
Que ódio que estou e não é pouco não. Fabrício, seu filho da
puta. Que ódio. Dou um soco no travesseiro de raiva. É, Raquel não
tem jeito, engole o choro. Depois do banho gelado, vejo algo na
Netflix para me distrair... Mas vai demorar para eu esquecer isso.
— Licença, senhor Montenegro, posso entrar? — pergunta
Camila, responsável pelo RH da empresa.
— Sim, pode sim. — Abre a porta e se aproxima da minha
mesa. Estou exausto depois de uma negociação que acabei de fazer
para um cliente. — Pode falar, Camila.
— Trouxe o currículo para o Senhor dar uma olhada. É para
vaga de secretária executiva — ela informa, me entregando o
currículo.
— Humm... Tomara que não seja igual à última que tive que
mandar embora, ficava mais no celular do que fazia o seu trabalho.
Aquela incompetente esqueceu de me avisar do julgamento de um
cliente? A sorte que lembrei e cheguei em cima da hora, se não
fosse isso estaria ferrado! — acrescento, irritado, enquanto analiso o
currículo.
— Sim, entendo — responde, sem olhar pra mim.
— Interessante. Fez graduação e pós-graduação meses
depois... Gostei disso, mas aqui não está falando da sua
experiência? — pergunto para ela, ainda com o papel na minha mão.
— Fiz uma entrevista, conversamos e ela nunca trabalhou, aqui
vai ser seu primeiro trabalho nessa área. — levanto a sobrancelha.
— Espera aí. Essa garota não tem experiência? — dou um pulo
na cadeira, aponto para merda do papel. — Porra, Camila! O que
deu na sua cabeça? Eu não tenho paciência para explicar como ela
deve fazer seu trabalho! — jogo o currículo na mesa. Estou puto da
vida, vou até o frigobar e pego a minha garrafa d'água, bato com
força a porta do frigobar.
— Calma, Senhor Montenegro. O currículo dela é bom,
excelente pra falar a verdade, melhor que das outras. O senhor viu o
currículo e também gostou? — balanço a cabeça para um lado e
para o outro, enquanto sorvo a água.
Volto para a minha mesa e coloco a garrafa d'água sobre a
mesa. Nesse exato momento a Elena entra na sala.
— Que gritaria é essa Bruno? — questiona.
— Pergunta para Camila, ela quer contratar uma secretária
executiva sem experiência? — digo, sentando na minha mesa.
— Ela tem um ótimo currículo, Elena, dá uma olhada? — pega
o currículo da mesa e mostra para Elena.
— Uau. Tenho que dizer que é bom currículo, tirando a parte da
experiência. — Se vira e fita para Camila. — Você acha que vale a
pena ela trabalhar aqui? Ela vai ter que aguentar essa mala de chefe.
— Aponta para mim, zoando.
— Ei? Olha como fala, mocinha! — advirto. Camila leva a mão
no rosto para disfarçar o riso. — Elena Montenegro, não é porque é
minha irmã pode falar assim. — ela balança os ombros me
ignorando.
— E aí, Camila? — pergunta Elena.
— Acho que devíamos dar uma chance, o currículo é muito
bom. Eu posso assumir a responsabilidade de explicar como
funcionam as coisas aqui na empresa — Camila comenta.
— Estou com a Camila, podemos fazer uma experiência? E
outra a Camila não é de se enganar, então confio nela. — olha para
ela e sorri. E volta olhar para minha direção.
— O que diz? — olho para minha irmã e depois para Camila,
dou uma bela bufada.
— Ok, ok. Fui vencido por vocês duas. Camila avisa a essa
garota para começar na segunda-feira. — As duas comemoram, ela
olha o relógio e aperta o passo para ligar para a tal garota.
— Camila? — levanto da mesa e a chamo.
— Sim, Senhor Montenegro? — está com a mão na maçaneta
da porta.
— Avisa para não se atrasar, odeio atrasos — digo, firmemente.
Ela assente e a libero para sair. Minha irmã se aproxima da mesa
encostando.
— Eu sei que você tem um coração aí dentro — diz, tocando
com a ponta do dedo no meu peito.
— Mas é claro, senão não estaria vivo. — Ela sorri. — Mas fala
por que veio aqui na minha sala?
— Nossa, já estava esquecendo, com essa confusão toda. —
Dá uma pausa. — A Sheila está te chamando?
— Por que ela não me ligou?
— Ela ligou, mas acho que você não atendeu? — tiro o celular
do bolso da calça. Vejo várias chamadas não atendidas. Merda! —
Ela está na sala dela? — pergunto para minha irmãzinha.
— Acho que sim, maninho. — guardo o celular no bolso e vou
para lá, nem me despeço da Elena. Assim que chego à sala ela está
acompanhada com um homem alto e moreno, vestido com um terno
preto.
— Pode entrar, Bruno. Esse é Wirley Lacerda, o cliente que
você fez um acordo ontem, se lembra? — aproximo-me deles, me
viro ficando de frente para ele e o cumprimento apertando a sua
mão.
— Sim, claro. O que quer? Acho que ficou tudo resolvido
ontem. — coloco a mão no bolso da calça e o fito.
— Mudei de ideia sobre o acordo. Quero tudo! — o homem
informa.
— Deixe-me ver se entendi, você mudou de ideia? — olho para
ele e depois para Sheila, que fica em silêncio. Caminho até a
poltrona e me sento. — O senhor não pode mudar de ideia depois
que o acordo foi assinado. Por que essa mudança?
— Eu que levantei aquela empresa para chegar onde chegou,
trabalhei muito duro e meu irmão vai ficar com a metade? Não!
Mudei de ideia e quero que ele fique sem nada — declara,
ferozmente. Ergo meu braço até a minha sobrancelha e começo a
coçar. Inacreditável! Inacreditável! Então me levanto da poltrona.
— Como disse não tem como "mudar de ideia", além do acordo
está assinado... — Dou uma olhada para meu relógio, logo abaixo o
braço. — Há uma hora caiu o meu pagamento e não tem como
desfazer isso. — Sorrio.
— Caiu nada. Para de me enrolar! — protesta, vindo pra cima
de mim.
— Então, o que é isso? — Pego o meu celular e mostro a
transferência.
Fica surpreso, dá um passo para trás e olha em direção a
Sheila que balança a cabeça concordando com o que eu disse. Ele
sai da sala puto da vida. Ela se aproxima.
— Já caiu o dinheiro? — Olho para ela e solto um sorriso largo.
— Claro que não. Só vai cair na segunda-feira. — Me fita, não
acreditando.
— Mas e a transferência que você mostrou para ele? —
pergunta, indicando para o meu aparelho que está no meu bolso.
— Ahh, isso aqui. Foi de um acordo entre funcionário e o chefe
que o demitiu por roubo — digo com suavidade.
— Você não tem jeito. — leva sua mão no meu ombro. Logo
coloca sua mão no meu queixo, virando-me para ela. — O que seria
de mim sem você.
— Acho que estaria completamente perdida. — digo, olhando
nos seus olhos. — Vamos para casa, mãe? Ou tem mais alguma
coisa para eu resolver? — Ela balança a cabeça que não, vai até a
sua mesa pegando sua bolsa e saímos da sala, no caminho
passamos na sala da minha irmã e saímos do prédio. E juntos
seguimos para casa, com as mulheres da minha vida.
Merda. Merda. Saio do banho correndo, nem deu tempo de
secar o cabelo. Merda de novo. Calma, Raquel. Respira fundo, vai
dar tempo. Não estou tão atrasada assim. Aproximo-me da minha
escrivaninha, ligo a tela do celular para ver a hora. Faltam dez
minutos, merda! Merda!
Jogo o celular na cama, vou para o meu closet para ver logo
essa roupa. Bora, Raquel! Não vai ficar indecisa agora, né? Coloco
uma calça social preta, pego uma blusa de cetim rosa claro
colocando dentro da calça para parecer séria – tentar ao menos –,
agora está faltando o sapato, acho que scarpin cairia bem, mas cadê
esse sapato?
Droga. Esse quarto está uma bagunça, quando chegar do
trabalho vou dar uma geral, parece aqueles quartos daqueles
solteirões que a gente assiste nos filmes. Procuro embaixo da cama
e nada. Cadê esses benditos sapatos? Então paro no meio do quarto
e tento lembrar onde eu deixei pela última vez? É isso.
Corro pra sala, vou para estante do lado esquerdo... Achei! Ufa,
que bom. Depois eu penso como eles foram parar ali? Neste
momento tenho que voltar para o quarto e terminar de me arrumar.
Cinco minutos depois já estou pronta e maquiada, saio do
apartamento e vou até o elevador. Não sei o porquê tenho a
impressão que estou me esquecendo de alguma coisa.
Ignoro isso, por sorte acaba de subir o elevador, não vou
chegar atrasada. Também estão duas senhorinhas com um
cachorrinho esperando o elevador. Assim que me aproximo, dou uma
olhada para os meus pés.
Sabia que estava esquecendo alguma coisa. Esqueci de
colocar a porra dos sapatos. Caralho! Caralho!
Começo a gritar de raiva. Nesse momento as duas velhinhas e
o cachorrinho me olham com desaprovação. Volto para o
apartamento e ignoro aquelas senhoras, vou para o quarto e coloco
os benditos sapatos, dessa vez estavam perto da cama. Pronto.
Dou mais uma olhada para ver se não estou esquecendo de
mais nada. Ufa... Está tudo ok. Saio do apartamento, vou pro
elevador, já dentro da caixa metálica aperto o botão para ir ao
estacionamento, nesse período olho a hora no celular.
São nove horas? Merda! Estou atrasada. Inferno! Saio do
elevador, vou correndo para o meu carro, já dentro dou uma
respirada, coloco o cinto e ligo o carro. Tento me acalmar.
Imprevistos acontecem. Vai que o trânsito esteja bom, posso chegar
rapidinho. Isso, pensamento positivo.
Estávamos tão perto, com sua mão no meu rosto pude sentir o
seu toque, sua mão é tão macia... Não resisti e coloquei minhas
mãos sobre o seu peito. Com olhos já abertos vi que seus estavam
perto dos meus... Meu Deus! O que está acontecendo comigo?
Ele está se inclinando para frente para me beijar. Devia recuar,
mas quero que ele me beije... De repente levo um susto pelo barulho,
acho que foi uma buzina, que me faz sair de perto do Bruno. Nisso
sai uma loira de dentro do carro e olha para o meu chefe com
bastante raiva.
— O que significa isso? Por que está agarrado com essa daí?
— Me ignora e fita o Bruno.
— Letícia, o que está fazendo aqui? — Pergunta, ficando
espantado com a presença da loira que está na nossa frente.
— Vim aqui te ver e vejo essa piranha com as mãos em cima
do meu homem. — Ela disse olhando para mim.
— O que você disse? Olha aqui… Sua louca. Vou te mostrar…
— Bruno pega no meu braço me impedindo de ir pra cima daquela
louca.
— Não faça isso. Deixa que eu resolvo. — Disse com
suavidade olhando nos meus olhos.
— Ela me ofendeu e do nada! Depois… — Olho para ela e
depois volto a olhar para o meu chefe. — Do ocorrido mais cedo…
— Eu sei, eu sei. Me deixa resolver isso. — Pede, solto o ar e
balanço a cabeça que sim. Fico onde estava e ele foi em direção da
loira, não estava longe deu pra ouvir o que eles estavam falando.
— Merda Letícia! Não pode falar assim da Raquel, o que deu
em você? — Pergunta com voz áspera, ela cruza os braços
encarando ele.
— E queria como eu agisse? Aquela piranha jogada nos braços
do meu homem, precisava… — Ele a corta.
— Para com isso Letícia! Primeiro eu não sou seu homem, só
trocamos carícias e nada mais. Tira isso da cabeça que temos
alguma coisa! E outra ela é minha secretária e não temos nada, ela
passou por uma situação desagradável.
— Estava dando uma atenção especial pra ela. — Leva a mão
no rosto esfregando os olhos, em seguida volta olhar para ela.
— CHEGA! Escuta aqui vai se desculpar imediatamente com
ela. Não admito falar dessa maneira com a Raquel! — Lança um
olhar severo.
— Eu vou, mas você tem que jantar comigo. — Ela disse, ele se
afasta olhando confuso. E continua. — Só peço desculpa a essa
cadelinha se jantarmos hoje?
— Espera ai… Só pede desculpas se eu jantar com você? —
Questiona, não acreditando no que ela acabou de falar. — Está
zoando?
— Claro que não. Sua mãe me convidou para um jantar com
você e insistiu para ela cancelar. — Ergueu o braço em direção ao
cabelo jogando ele para trás, olhando para ela com um olhar de fúria.
— Isso é um absurdo! — Ele respira fundo, fecha os olhos
tentando se acalmar, depois solta o ar. — Está bem. Eu janto com
você, pode falar com minha mãe do jantar. Ela comemora e logo se
joga nos braços dele, que em seguida afasta ela. — Agora que está
tudo certo, pode fazer o que lhe pedir?
— Claro meu amor. — Ela se inclina para beijá-lo e desvia o
rosto. Sai da frente para ela passar, caminha na minha direção. Para
e começa a se desculpar por ter me ofendido.
Disse que estava estressada por conta do trabalho e não podia
ter feito aquilo. Enquanto estava se desculpando pude notar o seu
rosto, que engraçado… Parece que já conheço? E me lembrei quem
era. Puta merda! É a Letícia Garcia, a promotora que resolveu vários
casos de criminalidade e feminicídios, principalmente daquela
deputada que foi espancada e morta pelo seu ex-marido, o deputado
federal Sérgio Campos. Passou em todos os jornais. Ela é incrível! —
E aí? Vai me desculpar ou não?
— Sim… — Digo, voltando para realidade. Depois ela dá as
costas indo diretamente até o meu chefe.
Logo ele a ignora e vem até mim. Depois pede para eu ir para o
escritório e deixar separado alguns relatórios na sua mesa, que logo
vai para lá. Sacudir a cabeça que sim, antes de ir para o elevador ele
puxa o meu braço, me fazendo olhar nos seus olhos. E diz: "sobre o
desgraçado do seu ex, vou fazer de tudo para ele não chegar perto
de você.".
Sussurrando no meu ouvido, meu corpo se arrepia ouvindo
aquela voz rouca. Engulo a seco, coloco uma mecha de cabelo atrás
da orelha, me despedi e entrei no elevador, antes de fechar o vi
voltando para senhora Garcia. E eles se beijaram, a porta se fechou.
Encosto no espelho, fiquei sem graça por ter visto isso, mas
sinto uma coisa… Quer dizer, um sentimento de… Tristeza? Por que
estou sentindo isso? Ai meu Deus! Será que estou gostando do
Bruno?
Não pode ser? Não, não! Estou imaginando coisas, é isso! Não
posso está gostando do Bruno. Não mesmo. O elevador se abre,
estou no escritório. Tento me acalmar, não posso ficar assim na
minha sala, com certeza vão perceber o meu estado. Se acalme
Raquel! Se acalme! Fecho os olhos para afastar esses pensamentos
e sem perceber esbarrei em alguém.
— Tudo bem Raquel? — Abrir os olhos e vejo que é Wirley, que
está com as mãos nos meus braços me segurando.
— Oi... estou bem... — Digo, me afastando. Tenho que me
acalmar. Não posso falar pra ele o motivo por está assim, então olho
para ele. — É que teve uma confusão lá no estacionamento.
— Que confusão? — Pergunta, mirando em mim, ficando
curioso.
— É, estava conversando com o Bruno... — Estava indo para
minha mesa, Wirley levanta a sobrancelha, estranha o modo como
chamei o meu chefe. Droga! Assim vai perceber que tenho alguma
coisa com ele, tenho que dar um jeito nisso. — Quer dizer, o senhor
Montenegro... Apareceu a Letícia Garcia, toda brava, que até me
ofende, mas o Senhor Montenegro conversou com ela, que em
seguida veio se desculpar.
— A Letícia está aqui? — Fica surpreso, ainda olhando para
mim. — O que ela quer... Ah, claro, veio ver o Bruno! — Disse, me
acompanhando até abrir a porta, que em seguida sentei-me à mesa.
Sentir um desapontamento na sua voz. Mas Por quê?
— Wirley, tudo bem? — Pergunto, mas continua não me
ouvindo. Está encostado na mesa, com a mente longe. Levanto-me,
tento me aproximar dele. — Wirley? Wirley?
— Hã?! Oi? — Volta olhar para mim. — O que foi?
― Estava falando da Letícia Garcia e você ficou aí pensativo...
Menciono, ele se distancia da mesa, dá um sorriso tentando
disfarçar. Mas deu para perceber que está incomodado com alguma
coisa. ― Olha se quiser conversar, estou aqui. ― Dou um passo
para frente, ergo a minha até o seu braço, que em seguida coloca a
sua sobre a minha.
― Obrigado. Estou bem. Estava pensando em um caso... —
Ele ergue o braço e olha para o relógio que está no seu pulso, depois
olha para mim. — Tenho que ir. — Assenti, ele saiu. Voltei para
minha mesa. Comecei a trabalhar, tinha que imprimir alguns
relatórios que o Bruno me pediu, mas não paro de pensar nele.
Antes da Letícia Garcia chegar, estávamos muito perto um do
outro, aqueles olhos verdes me encarando. Nossa... Meu corpo
chega queimar. Nunca me senti assim. Fecho os olhos por um
momento, fico imaginando nossos corpos juntos...
Dou um pulo da cadeira com o susto, meu celular começar
vibrar. Droga ! Que susto! Pego a minha bolsa e quando vejo são
varias mensagens do Bruno. Noto que ele mandou uma mensagem
de voz, olho para a porta para ver se vem alguém. Está tranquilo.
Dou play para ouvir.
"Raquel, isso não vai ficar assim! Quero falar com você!"
— Querida! Isso não é hora de mexer no telefone. A última foi
demitida por conta disso! — Levo um susto, colocando o celular no
meu colo. — É esse tipo de funcionário que Bruno coloca aqui... —
Ela disse, enrolando a mecha de cabelo.
— Olha aqui... — Me levanto da mesa, apoio as mãos sobre a
mesa e a fito. — Faço muito bem o meu trabalho. E Bruno nunca
reclamou dos meus serviços. Não pode vir aqui dizer como é meu
trabalho.
— Escuta aqui, querida! — Dar um passo para frente, me
olhando de cima para baixo, depois me fita. — Em primeiro lugar, é
senhor Montenegro para você e outra sabe que está falando?
— Claro que sei! É Letícia Garcia, a promotora de criminalística
e feminicídio aqui do Rio de Janeiro. — Me afasto da mesa, vou até
ela e a encaro nos olhos. E continuo. — Não é por isso que vai me
desrespeitar desse jeito!
— Eu falo como eu quiser! Aqui você é apenas uma
empregadinha e tem que me obedecer! — Nesse momento, entra
Wirley. Perguntando o que está acontecendo? E fica paralisado
quando vê a Letícia. Depois que ouviu minha voz, volta em si e vem
até mim. E explico o que aconteceu ele olha para ela.
— Enlouqueceu? Você não tem esse direito de falar assim da
Raquel! — Disse o Wirley bravo.
— Que isso Wirley, isso é jeito de falar comigo. Ainda mais por
conta dessa... — Ele a corta.
— Cuidado que você vai falar! Posso lhe processar por
agressão verbal, a pena é de seis meses... — Ela olha para ele e
começa rir.
— Para com isso. Não está falando sério? — Para de rir,
voltando a olhar para ele. — Está? — Indaga.
— Estou por acaso rindo? Nunca falei tão sério. — Cruza os
braços encarando seriamente.
— Nossa, não precisa falar assim... — Ela se aproxima dele
colocando sua mão no seu peito, em seguida faz movimentos
circulares.
Ela olha para ele. Ficam assim por um tempo, dar pra notar
uma tensão entre eles, não. Um sentimento. Tento sair, sei que estou
sobrando, de novo. Logo ele tira a mão e fazendo ela se afastar dele.
— Agora as coisas mudaram. E faz um favor pra nós dois. —
Ele olha pra mim e depois volta olhar para ela. — Saia daqui, antes
de entrar no processo contra você. — Ele aponta para a porta.
Olha incrédula, não está acreditando no que ele acabou de
fazer e sai bufando de raiva pela boca. Vou até ele e agradeço por
me defender daquele jeito. Disse que não foi nada, que lembrou que
foi a segunda vez que me salvou hoje e se acontecer a terceira que
vai pedir música para o fantástico, logo nós rimos. Depois ele ficou
me encarando, com doçura e se aproximou.
— Agora é sério, para Letícia implicar assim aconteceu alguma
coisa? — Abaixei a cabeça, estou com vergonha de dizer que meu
ex mandou mensagem. Nesse instante começa a cair lágrimas no
meu rosto. Com sua mão leva no queixo, fazendo eu olhar para ele,
que enxuga em seguida. — Sabe que pode confiar em mim? —
Assenti, balançando a cabeça. Decido falar. Preciso falar com
alguém, se não vou explodir!
— Recebi uma mensagem do meu ex...
— O que de tacou mais cedo aqui no estacionamento? O que
ele queria? — Pergunta, que encosta na mesa. Digo que sim,
confesso que estou com medo de ir pra casa sozinha, dele me seguir
e tentar alguma coisa comigo. Minha voz sai falhada.
Fica pensativo, que depois me abraça para me acalmar. Alisa o
meu cabelo fazendo um carinho. Não sei o que dizer, mas naquele
momento estava me acalmando é bom está nos braços dele, sinto
uma tranquilidade.
Ele leva suas mãos no meu rosto e olha nos meus olhos. Me
diz que depois do meu horário vai me levar para casa, falei que não
precisa, ele insiste e acabo dizendo que sim. Se despede e diz que
precisa ir resolver uma negociação, falo que pode ir, mas antes de ir
ele beija a minha testa. Sai da sala que logo entra o meu chefe.
— Está tudo bem? — Pergunta, vem até mim, parece
preocupado.
— Sim... Só um problema com a senhora Garcia, mas o Wirley
conseguiu resolver. — Volto para minha mesa, ele está na minha
frente esperando que eu diga sobre a Letícia.
Não posso dizer que ela me ofendeu, de novo, provavelmente
ele vai querer tirar satisfação e não quero mais problemas. Porém,
ele está ali me fitando, com um olhar sereno... Meu coração começou
acelerar, minha garganta ficou seca...
Não, Raquel! Vai acabar fazendo besteira! Então, digo que não
há nada de mais que soube resolver e Wirley só veio ver se estou
bem. Ele levanta a sobrancelha não acreditando muito.
Depois pergunta sobre os relatórios que pediu, digo que já
estou fazendo isso. Ele vai para seu escritório e fecha a porta. Ufa!
Que confusão! Vamos que tem muita coisa para fazer.
Acabamos de chegar ao apartamento, cumprimentei o porteiro,
eu e Wirley entramos no elevador. Apertei para o quinto andar, em
seguida a porta se fechou, ficamos encostados no espelho. No
caminho até aqui não dizemos nada, Wirley ficou calado a viagem
toda.
Pude notar que está pensativo, depois que ele voltou para a
empresa para me levar para casa, quando estávamos saindo da
minha sala, ele olha para o lado e vê o Bruno saindo com a Letícia
Garcia abraçados indo para o elevador. Ele ficou triste e confesso
que eu também senti uma dor no peito vendo aquela cena.
Olho para o alto para não cair uma lágrima no meu rosto.
Depois que eles entram e o elevador fecha, o Wirley vira e olha para
mim perguntando se estava pronta? Respondo que sim, dar
passagem para eu passar e logo depois fecha a porta. Não demorou
para o elevador chegar.
Não entendo porque ele está assim. Ele não é assim, fechado,
pelo contrário ele gosta de conversar. Chegamos no meu
apartamento, abri a minha bolsa para pegar a minha chave, demoro
um pouco para achar, tem muita coisa aqui dentro.
Cacetada! Onde coloquei essa bendita chave? E finalmente
achei, abri a porta. Convido o Wirley para entrar. Ele aceita e peço
para não reparar a bagunça, sorrir para mim. Tenho que dizer que
tem um belo sorriso. Logo se senta no sofá, pergunto se quer alguma
coisa: água, cerveja, suco…
Ele responde cerveja. Vou para cozinha, abro a geladeira e tiro
duas long neck, volto para sala. Dou umas das cervejas, que me
sento ao seu lado. Ele abriu e em seguida deu um gole, depois eu.
Tento puxar um assunto para quebrar aquele silêncio.
— E aí como foi a negociação? — Perguntei, coloca a cerveja
sobre a mesa de centro e olha para mim.
— Foi tranquilo… Quer dizer, pude convencer o meu cliente a
fazer a negociação, se fosse por ele não teria acordo. — Disse com a
voz saturada. Parecia cansada, mas não do trabalho, porém, com
outra coisa.
— Olha desculpa… Não é da minha conta… Mas por que você
está assim? Depois que viu a Letícia Garcia na minha sala? — Se
vira, pega sua cerveja que estava na mesa e dá longo gole. Fico
esperando ele me responder, mas continua bebendo. Encosto no
sofá, bebo a minha cerveja, quando olho para o lado ele está bem
perto de mim, olhando nos meus olhos.
— Por que quer saber?
— Estou preocupada com você, está estranho. — Levanta a
sobrancelha, desconfiou.
— Estranho como? Me conhece tão bem assim? — Ele disse,
me inclino para frente para deixar a long neck na mesinha, depois
volto a olhar para ele.
— Está apreensivo, distante… E também você sempre está
sorrindo e hoje não está… — Se vira esticando o braço para pegar a
cerveja dando um gole. Dar uma olhada e ver que está vazia, põe na
mesa voltando olhar para mim. Mas estava diferente o seu olhar,
estava com um olhar de desejo… Inclina seu rosto em direção ao
meu. Coloca sua mão na minha nuca, acho que vai me beijar,
imediatamente, virei o meu cenho e ele recua depois que virei o meu
rosto. ― O que está fazendo?
― Me desculpe. Não sei o que deu em mim. Você tem
namorado... ― Olho para ele, seu semblante está sem graça, depois
que virei o meu rosto
― Eu tenho, quer dizer, agora é meu ex, também estou
gostando de alguém… ― Ele me corta. Fitando-me.
― Sério? É lá do escritório? ― Pergunta-me, levanto e pego as
cervejas, vou para cozinha, e ele vem atrás de mim. ― Raquel, pode
dizer. Tudo bem gostar de alguém. Você é linda, inteligente. Qualquer
cara ficaria interessado em você. ― Coloquei as long neck no canto
da pia. Ele está perto do balcão, me aproximo.
― Ele tem sido tão atencioso comigo, me ajudou muito… Ele
veio aqui pedir desculpas o que ele fez comigo…
― Peraí! Não está falando do Bruno? Do seu chefe? ― Sacudo
a cabeça que sim. ― Porra! Que canalha! Está fazendo de novo! ―
Se afasta do balcão e anda para um lado e para o outro. Sua
fisionomia tranquila muda para com muita raiva.
― Wirley, o que foi? Está bravo comigo? Indago, ele veio até
mim.
― Não estou bravo com você e sim com ele, o Bruno! — Com
as mãos no meu rosto, olhando nos meus olhos. A voz está suave.
— Ele fez algo comigo no passado… E acho que você precisa saber!
— O que ele fez? — Recuo para trás me afastando dele. Ele
vira o rosto para o lado para não me encarar. — Wirley fala! O que
ele fez? — Pergunto, seguro no seu braço.
— Vou contar, estava noivo de Letícia, faltava uma semana
para o nosso casamento…
— Você estava noivo? E da Letícia Garcia? — Ele balança a
cabeça concordando. E ele continua.
— Ela veio até mim dizendo que não queria mais se casar, que
era um erro. Eu tentei dialogar para resolver aquilo, por que queria
terminar, justamente faltando uma semana do nosso casamento? —
Ele disse, está ao meu lado perto do balcão, olhando para mim.
— O que ela disse? — Perguntei, ele abaixa a cabeça. Logo
volta a olhar para mim com os olhos cheios d'água.
— Ela disse que não queria casar mais. Pegou suas coisas e foi
embora. Não acreditei, decidi ir atrás dela. — Dar uma pausa. Me
aproximei e segurei sua mão. — A seguir até o estacionamento,
quando ela foi até o Bruno, abraçou e o beijou…
— Meu Deus! — Ergo minhas mãos até meu rosto, ficando em
choque com essa revelação. Bruno estava tendo um caso com a
noiva do seu amigo. Estou perplexa.
Wirley para de falar, fecha os olhos lembrando-se dessa dor
que sofreu. Lágrimas começam a cair. Ele estava saindo dali e no
súbito pego no seu braço, puxo e o abraço. Ele me abraça também.
Ficamos ali no meio da cozinha, abraçados, um dando força um para
o outro.
Eu tive uma decepção com o Bruno e ele teve uma dupla
decepção, com a Letícia e com o Bruno. Nós dois estávamos
quebrados. Em seguida enxugou suas lágrimas, quando ia tirar
minha mão ele colocou sua sobre a minha. Sinto um arrepio. Ele
abre os olhos, me fitando.
— Raquel, você é uma mulher incrível, inteligente, carinhosa e
linda. Estou completamente apaixonado por você, desde que
almoçamos juntos. — Disse, sua voz está rouca.
Meu coração está acelerado. Ele se inclina para me beijar. Não
viro meu rosto, quero sentir seus lábios nos meus. Jogo meus braços
em volta do seu pescoço, ele me puxa para si, apertando a minha
cintura. Nos beijamos loucamente.
Ele me levanta, colocando em cima do balcão. Tiro seu terno e
sua camisa, deixando seu peitoral à mostra. Puta merda! Como ele é
lindo! Por sua vez ele abre o meu vestido, beijando meus seios,
inclino a cabeça para trás sentindo suas carícias, depois passa a
língua em volta do meu bico e solto um gemido.
Logo ele sai dali indo para minha boceta, levantando a saia do
vestido e afastando minha calcinha para o lado. Sinto sua língua me
invadindo completamente, tão delicioso que minhas pernas se abrem
sozinhas, ele vai até meu clitóris, com a língua fazendo movimentos
circulares e dando chupões. Caralho! Nossa, como é gostoso sentir
isso!
— Ahhh… — solto um gemido e ele aumenta o ritmo, com as
mãos nas minhas pernas, vai acariciando e passando a língua na
minha boceta que já está bem molhada. Estou quase gozando! Não
consigo segurar…— AHHHHH…
Ainda estou deitada no balcão, quando ele me pega com
cuidado e beija minha boca, um beijo com muito desejo e voracidade,
consigo sentir meu gozo nos seus lábios. Me fazendo ficar molhada
de novo.
— Onde é seu quarto? — Sussurra, olho para ele que está com
um sorriso bem malicioso. Então vou até a sua orelha respondendo a
sua pergunta.
— Entrando no corredor depois de passar a sala na primeira
porta esquerda. — Mordo sua orelha. Ele pega na minha cintura com
suas mãos me colocando no seu colo. Sinto seu membro duro e
pulsando na minha calcinha. Ainda me segurando ele diz.
— Já que fiz você gozar gostoso, agora é minha vez. Estou
louco para enviar meu pau dentro de você e sentir essa quentura
toda. Espero que sua cama aguente, pois você me deixou com muita
fome. — Dou uma leve mordida no lábio inferior. E fomos para o meu
quarto. Hoje a noite promete!
DOIS ANOS ATRAS
— O que foi Letícia? — Pergunto, estava de terno e gravata,
tinha acabado de chegar em casa.
— Não podemos fazer isso! É um erro! — Ela disse, andando
de um lado para o outro. Está bem nervosa.
— O que você está falando amor? — Vou até ela para abraçá-la
e recua para trás. Olho confuso. Por esta evitando o meu abraço?
— Não piora! Não podemos casar, já disse. — Rebate, não olha
nos meus olhos. Está bem apreensiva. Aconteceu alguma coisa que
não quer me falar. Me aproximo mais uma vez e mais uma vez ela
desvia de mim. E continua. — Não insista, está decidido! EU NÃO
QUERO MAIS CASAR COM VOCÊ! — Ela se vira e sai do meu
apartamento.
Fico ali sem entender. Como ela pode ter mudado de ideia tão
rápido, faltando uma semana para o nosso casamento? Pego a
chave do carro que está sobre o rack e vou atrás dela.
No estacionamento entro no meu carro, ela está saindo. Dou a
partida e começo a segui-la, estou bem atrás dela. Não quero
acreditar que ela não me ama mais. A Letícia não pode fazer isso?
Será que pode está me traindo? Ela está falando com o porteiro e
logo entra, mas reconheço esse prédio?
É o prédio onde eu trabalho junto com meu amigo, o que ela
está fazendo aqui? Não vou ficar aqui especulando, me apresento
para o porteiro que me reconhece e deixa eu passar. Estou distante
do carro dela que consigo ver, ela sai do carro. Dar uma olhada no
relógio, noto que está impaciente.
Quando o elevador se abre e vem o Bruno que estava falando
no telefone, que quando ver Letícia guarda o aparelho no bolso da
calça e se abraçam, que em seguida se beijam.
PUTA MERDA! Encosto a cabeça no volante do carro! Não, não
pode ser! Bruno e Letícia juntos? Lágrimas caem no meu rosto, tento
enxugar, mas não param de cair. MERDA E MERDA!
Não posso deixar por isso mesmo. Saio do carro e vou em
direção aos dois, Ela quando me vê fica assustada e o Bruno sorrir
pra mim. Que desgraçado! Empurro a Letícia e dou um belo soco no
seu rosto que perde o equilíbrio e cai.
— Que merda Wirley! Por que fez? — Pergunta, com a mão no
rosto.
— Ainda tem audácia de perguntar isso? Está tendo um caso
com minha noiva! — Olho para ele com muita fúria, que se levanta
em seguida me fitando confuso.
— Noiva? Que noiva? — Olha para Letícia, que depois volta a
olhar para mim. — Está falando dela? Quando a conheci ela me
disse que não é noiva.
— O quê? — A fito, não entendendo o que está acontecendo.
Ergo as mãos na cabeça. Estou muito confuso.
— Olha Wirley, ela nos enganou. Vamos esquecer isso… —
Coloca a mão no meu ombro, afasto e miro com muita raiva.
— Fique longe de mim! Você me traiu! Poderia ser qualquer um,
menos você. Meu melhor amigo… Fizemos faculdade juntos… — Ela
se aproxima e acabo dando um empurrão nela. — Não se aproxima
de mim! Sua… Nem vale a pena, estou com muita raiva de você
Letícia, quer dizer, com os dois. Fui duplamente traindo. Pela minha
noiva e pelo meu melhor amigo. — Me viro deixando eles ali.
Entrei no meu carro. Bruno tentou me impedir mas já tinha
ligado e saído dali. Já em casa me joguei no sofá. Estava devastado,
com muita dor no peito, lágrimas caindo no meu rosto pela dor que
estava sentindo.
Como eles puderam fazer isso comigo. Meu celular tocou
direto, fui olhar se era Letícia. Que nada, era o Bruno. Não atendi,
mandou mensagens pedindo perdão, mas não respondi, estava
muito mal.
Até pensei sair da empresa, porém, a senhora Montenegro
insistiu para eu continuar. Então disse que sim com tanto que eu
Bruno não trabalhamos juntos.
HOJE EM DIA
Ela estava em cima de mim, rebolando, sentindo seu sexo
molhado. Com as mãos nos seus seios, acariciando e ela vai
aumentando as reboladas que meu pau começa a pulsar dentro dela.
Puta merda! Como é incrível! Tiro minhas mãos dos seus peitos
e coloco na sua cintura apertando, dando início nas socadas e ela
solta um gemido. Ela se inclina para frente com as mãos no meu
peito e vai ao meu ouvido e sussurra.
― Se continuar assim vou gozar... ― Ela mordeu o meu ouvido
com tesão. Com os braços na sua cintura a abraço deixando ela
presa junto do meu corpo como se fossemos um só.
― Então goze pra mim. ― Peço, ela me beija, um beijo cheio
de paixão e desejo.
Continuo com as investidas, com o ritmo bem acelerado que ela
quica no mesmo ritmo das minhas socadas, que chega ao orgasmo
gemendo o meu nome.
Logo fica deitada no meu peito por uns instantes e levanta a
cabeça para olhar pra mim dando sorriso. A viro-lhe ficando em cima
dela abrindo suas pernas e voltando com as socadas. Começa a ficar
molhada de novo com as investidas do meu pau na sua vagina.
Como é incrível sentir isso! Ela é maravilhosa! Me inclino em
direção aos seus seios, começo sugando eles e ela solta um gemido,
aproveito vou aumentando o ritmo. Puta merda vou gozar.
Ela posiciona os braços no meu pescoço e solta: "estou quase
Wirley". Então, beijo seus lábios loucamente, nos envolvendo ali,
nesse tesão chegamos no clímax juntos. E me jogo no seu peito,
depois dessa foda incrível ficamos por tempo ali até recuperarmos o
fôlego, que em seguida fomos ao banheiro nos lavar e depois fomos
dormir.
Já era de manhã, tinha acordado umas seis e pouca da manhã,
estava aqui deitado admirando essa mulher que está na minha
frente. Como ela é linda. Parece um anjo...
Quem diria, que depois de tudo que aconteceu comigo, estaria
apaixonado de novo. O destino gosta mesmo de pregar peças, não é
mesmo? Olha, que prometi a mim mesmo que não me envolveria
assim de novo, mas quando aqueles olhos castanhos encontraram
os meus com medo, precisando de ajuda pelo modo como Bruno
estava tratando ela, tinha que fazer algo.
Ela me faz bem, quer dizer, muito bem. Mesmo que nesse
momento ela esteja confusa e abalada depois dos últimos
acontecimentos, vou lutar por seu amor. Está decidido. Eu a quero na
minha vida e não vou deixar Bruno se intrometer nas nossas vidas!
Ela está despertando, seus olhos encontraram os meus e solta um
sorriso.
— Bom dia... — Ela se espreguiça e vira-se ficando de lado.
— Bom dia linda. — Ergo minha mão e aliso seu cabelo. Que
fecha os olhos sentindo o meu toque. Nossa, ela é tão linda. —
Dormiu bem a noite?
— Sim, muito bem. — Dar um sorriso malicioso. E completa. —
Acordei com fome... Mas acho que não dá tempo, pois temos que ir
para a empresa.
― Bom, acho que dá para matar a sua fome e já sei como.―
Desço minha mão que estava no seu cabelo e vou para sua cintura
puxando para ficar bem colada no meu corpo. Logo em cima dela
trocando carícias.
Merda! Não dormi nada essa noite. Depois desse jantar que
minha mãe armou pra mim, ainda descobrir que minha irmã é de
algum caso do meu pai. Nem ligo, pra mim continua sendo minha
irmã querida, mas a minha mãe Fica maltratando como se fosse uma
intrusa. E ontem no jantar foi demais, ver ela daquele estado…
Parecia que estavam enfiando uma faca no meu peito. Sai do
meu quarto e já com meu terno de dez mil reais. Quando desço as
escadas a Maria se espanta em me ver.
— Meu menino, já está de pé? — Indaga, vindo na minha
direção e me abraça. Retribuo e dou um beijo na sua testa.
— Não consegui dormir, depois da noite de ontem... — Disse,
me afasto e puxo a cadeira para me sentar. Está com café da manhã
já posta, com frutas, croissant, café e suco de laranja.
— Imagino… Vai querer alguma coisa?
— Só vou querer um café. Estou sem fome. E a Elena? Como
ela está? — Pergunto olhando para ela.
— Não saiu do quarto, tentei levar um lanche pra ela. Bati na
porta para eu entrar, porém, disse que não queria nada. Notei pela
voz falhada, acho que chorou a noite toda… — Ela me serve o café,
depois coloca a jarra no centro da mesa. Dou um gole no café.
Coitada da minha irmãzinha. Ela não merece isso.
— Ok. Maria. Acho que ela não vai para a empresa hoje,
também não tem cabeça para isso… — Dou mais um gole no café e
me levanto da mesa.
— Meu menino, já vai? Está cedo, come alguma coisa. Não
pode sair de estômago vazio. Se quiser faço aquele sanduíche que
você tanto gosta? — Insiste a Maria, balanço a cabeça que não.
Quando estava me despedindo dela, chega a minha mãe.
— Olha quem pulou da cama? — Disse a Sheila, que está
usando uma camisola de seda preta e robe da mesma cor. Puxa a
cadeira para se sentar e pede para Maria para lhe servir o suco.
Desconsidero o que ela disse, estava saindo da mesa, quando me
puxa para o braço. — Vai sair sem falar com sua mãe? — Afasto o
meu braço, me inclino indo para seu ouvido.
— Tenho nada para dizer. O que tinha, falei ontem no escritório.
— Sussurro, ela levanta a sobrancelha alarmada. Olha para o lado e
ordena para Maria se retirar, logo deixa nós dois sozinhos.
— Não está falando sério? Achei que isso era brinca… — Me
viro ficando de frente para ela e a corto.
— Estou fazendo muito sério. Se não se desculpar com a Elena
e começar tratá-la como filha, porque é isso que ela é. Eu saio da
empresa hoje mesmo e não duvide, sabe muito bem que faço isso!
— Ameacei, ela fica pensativa. Me viro indo para porta, quando ouço
seu grito.
—ESTÁ BEM, ESTÁ BEM. — Me viro dando um sorriso para
ela.
— A senhora fez uma boa escolha, também sou um ótimo
negociador. — Com as mãos no bolso da calça e em seguida dou
uma piscada. — Agora que está tudo resolvido, tenho que ir para
empresa, pois tenho uns casos para resolver, como por exemplo do
filho do governador.
— Então, você vai pegar o caso? — Ela se levanta e dar um
passo para frente toda entusiasmada. Ergo a minha mão para ela
parar, que me fita.
— Vou pegar, mas não porque é um cliente antigo ou porque a
senhora me pediu. Vou fazer isso, porém, vou negociar para fazer
trabalho comunitário ou doar dez mil para um centro comunitário. —
Ela recua e me fita.
— Mas esse não foi o que prometi… — A interrompi, levo a
mão no rosto e fazendo o gesto para ela ficar quieta.
— Foda-se o que a senhora prometeu para esse merda! Vou
pegar esse caso e esse é o meu termo! Estamos resolvidos. — Ela
assente cruzando os braços que em segunda abaixa a cabeça. —
Como estamos resolvidos. Vou para a empresa e estudar o caso.
Agora tenho que ir, mamãe. — Me despedi e dei um beijo na sua
testa. Depois me viro e abro a porta. Fui até o meu carro. Depois de
ontem, espero que hoje seja tranquilo e sem estresse.
Acabei de chegar ao estacionamento da empresa. Fico no
carro, tento criar coragem para sair, mas estou cansado. Cansado da
merda do jantar de ontem, o jantar que minha mãe armou pelas
minhas costas com a Letícia. Outra que falou com a minha mãe
sobre a gente. O combinado era só encontros casuais e nada de
"algo a mais".
Odeio de ser tratado como idiota. Não posso esquecer do fato
sobre a Elena, além de descobrir que ela é um dos casos do meu
pai. O que me deixou mesmo com raiva foi a nossa mãe tratar ela
como um lixo, pois foi isso que ela fez com minha irmãzinha. Ainda
tem a porra do ex da Raquel. Já não basta ter feito o que fez com
ela, o desgraçado deu pra segui-la! Só de pensar isso chega ferver a
minha mente. Como queria quebrar a cara daquele filho da puta pra
ele nunca mais encostar um dedo nela.
Encostado no banco, olho para o lado e noto um Porsche
branco chegando. Acho que é carro do Wirley, ele estaciona na
minha frente. Não percebeu o meu carro. Até ia ignorar ele mas
reparei uma morena saindo do lado do carona. Em seguida ele pega
na sua mão e vão para o elevador de mãos dadas. Não sei porque,
mas estou agoniado, parece que conheço aquela morena.
Saí do carro, tranquei a porta. Já do lado de fora do carro, olho
para o elevador pude ver. Não estou acreditando! Não pode ser?
Wirley a puxou para seus braços e a beijou. Logo a porta do elevador
fechou. CARALHO! MERDA E MERDA!
Ele e Raquel juntos? Adiantei o passo até o elevador, começo
apertar o botão freneticamente para a porra do elevador. Estou
bastante exasperante, depois dessa cena. Eles dois… Juntos?
Finalmente estou no escritório. Vejo a Raquel, ela está linda.
Me cumprimenta. Estou com muita raiva e vou para sala do Wirley.
Ele não pode ficar com a Raquel. Ela não. Chego na sala do Wirley,
a secretária tenta me impedir mas já estava abrindo a porta. Disse
alguma coisa, porém o ignoro, não me interessa.
— Que porra é essa? Você está transando com a Raquel? —
Rosto, entredentes apontando para ele. Que se levanta e dá volta da
sua mesa. Encosta na mesa com as mãos no bolso, me fita com um
sorriso.
Nem percebi que tínhamos chegado no andar da empresa,
estava ocupado, estava nos lábios da Raquel, sentido o seu gosto.
Quando chegamos no andar ela me empurra.
— Wirley, para. Chegamos. — Ela se ajeita, arrumando o
cabelo.
— Desculpa, mas essa boca me enlouquece. — Sorrio. E pisco
para ela.
— Sei… Fica aqui. Primeiro eu saio, depois você.
— Ok. Mas antes… — A puxo pegando ela de surpresa e dou
outro beijo. Esse é demorado e intenso, depois paro de beijá-la.
Ainda nos meus braços, me fita com aqueles olhos castanhos
admirando.
— Não devia ter feito isso. Se alguém nos ver? — Indaga.
— Mas não tem ninguém. — Olho para frente para confirmar,
depois olha para ela. — E outra, você me deixa louco… Não consigo
me controlar com esses lábios me provocando.
— Senhor Castro, se controle. Pois estamos no local de
trabalho. E se meu chefe ver com certeza vai me dar uma bronca.
— Ele que se atreva a falar alguma coisa com você. Processo
ele. — Ergue a mão na minha boca, fazendo eu ficar quieto.
— Para com esse negócio de processo. Vocês advogados
querem ganhar dinheiro de alguma maneira. — Dar uma pausa. — É
sério. Por favor, vamos nos controlar, só aqui.
— Está bem. Você está certa. É proibido relacionamento aqui
dentro. Mas assim que o expediente acabar, vamos jantar. — Digo,
me ajeitando na frente do espelho. — Ela sorri. Gostou da ideia de
sairmos para jantar. Fiquei no elevador enquanto ela ia na frente,
depois eu saí e fui para minha sala. Cumprimentei a Ana, minha
secretária.
Já dentro da minha sala, ela bate na porta e grito para ela
entrar. Deixa uma planilha de um caso, ela explica que foi a dona
Sheila que pediu para eu resolver. Como é da minha área de
desfalques e crimes financeiros. Eu agradeci e pedi para ela sair.
Sento-me na minha cadeira, pego a planilha e dou uma olhada.
Logo entra o Bruno na minha sala. A Ana entra nervosa, dizendo que
não conseguiu o impedir, falei que poderia deixar.
— Nossa Bruno. O que foi dessa fez? Está precisando de
alguma ajuda? — Pergunto, ainda sentado na cadeira. Ele está muito
irritado.
— Que porra é essa? Você está transando com a Raquel? —
Rosnou, entredentes apontando para mim. Tento me manter calmo.
Como ele sabe de mim e da Raquel? Ele nos viu? Mas aonde? Não
interessa. Tenho que dar um chega pra lá nele.
— Isso não é da sua conta! Mas garanto que isso não vai
atrapalhar aqui no trabalho. — Me levanto com as mãos no bolso da
calça. Dou a volta da mesa, ficando de frente pra ele e me
encostando, o fito.
— Quero você longe da Raquel! Não se atreva a se aproximar
dela! — Rosna, cerra os punhos. Seu semblante parece bem
alterado. Bom, avaliando daqui, não parece uma atitude de um chefe
brabo, mas sim… Não pode ser…
— Bruno você está com ciúmes? — Ele fica calado por um
tempo. — É inacreditável!
— Não… Não estou com ciúmes. Só estou querendo proteger
ela de caras como você, que querem se aproveitar da Raquel! —
Olho pra ele confuso. Ele está insinuando que vou fazer mal a ela?
Logo eu?
— Você não está insinuando que vou fazer mal a ela, pois eu a
salvei daquele idiota do ex dela ou esqueceu? — Dou um passo para
frente o confrontando. Ele me encara, acho que está tentando me
convencer com esses argumentos para me afastar da Raquel.
Porém, não adianta, estou completamente apaixonado e não vou
desistir de ficar com ela. Ele tenta falar mais alguma coisa e o corto.
— Esquece Bruno! Estou apaixonado por ela. Então, me dê um real
motivo, porque esses argumentos não estão funcionando. — Ele
abaixa a cabeça.
Seu semblante mudou, antes estava bem puto, como de um
caso deu errado. Agora ele está pensativo. Em seguida ele levanta a
cabeça e olha nos meus olhos.
— Wirley você não pode ficar com ela… — Cruzo os braços e o
fito seriamente.
— Fala logo! Por que não posso ficar com a Raquel?
— Eu estou apaixonado… É por isso que não pode ficar com
ela.
Não acredito que disse isso? Eu estou apaixonado na Raquel?
Por isso que não paro de pensar nela e quando estou perto dela meu
dia fica mais agradável…
— O que você disse? — Levanto a cabeça e Wirley está na
minha frente.
— É isso mesmo que você ouviu, estou apaixonado pela
Raquel e você tem que ficar longe dela!
— Sério? Você decidiu isso ontem durante o jantar que teve na
sua casa para apresentar Letícia como sua namorada, lembra dela?
MINHA NOIVA ANTES DE VOCÊ TER ROUBADO DE MIM! —
Esbraveja, que depois me dar um empurrão, que me faz recuar.
— Caralho Wirley! Já disse que não te roubei, ela que se jogou
pra cima de mim! Quantas vezes tenho que explicar!
— Tadinho dele. Ele foi forçado a transar com a minha noiva,
quer dizer, minha ex noiva. — Zomba. Virei o rosto, estava tentando
me controlar mas não aguentei.
— Porra, sou homem! Não tenho culpa que você não estava
dando no couro e ela teve que procurar fora de casa. — Rebati
sorrindo. O semblante dele muda e vem para cima de mim me dando
um soco, me pegando de surpresa. — Caralho Wirley! Está louco?
— Queria fazer isso a muito tempo! Sempre quer tudo que é
meu. Primeiro foi a Letícia e agora que estou com a Raquel. Você
sempre teve inveja de mim. — O encaro, não estou acreditando no
que diz.
— Eu? Com inveja de você? Está doido mesmo. — Puxo a
cadeira pra eu sentar. Ainda com a mão no rosto, sentindo o soco
que o Wirley me deu. Merda, como dói. — E sobre a Letícia, não
quero nada com ela. Nunca quis, era só transa mesmo.
— Ainda tem cara de pau de falar assim? Tratar como objeto,
usou e depois jogou fora! — Se vira ficando de costas para mim.
Depois puxa a cadeira que estava do meu lado e se senta. — Qual
será a reação dela você falando que não quer nada com ela e
preferindo a sua secretária?
— Tô nem aí. Ela tem que aceitar. Você fala como eu fosse um
canalha. Eu não sou, ela não é uma menininha inocente. Ela se
envolveu comigo sabendo que não teria esse negócio de romance!
Não sou disso!
— Inacreditável! Foda-se ela né? E vem aqui me dizer que está
apaixonado! Apaixonado pela Raquel! — Se levanta e ergue a mão
apontando para mim. Levanto a sobrancelha, balanço a cabeça que
sim encostado na cadeira. Ele se vira indo para o canto da sala com
a mão na cabeça, está receoso. Me levantei e fui até sua direção e
me examina cautelosamente.
— Agora que nós resolvemos, você termina com a Raquel,
inventa alguma coisa, depois… — Ele me dá outro soco que me faz
cair. — Puta merda Wirlely! Por que bateu seu desgraçado?
— Ainda pergunta? Eu não vou terminar com ela pra você ficar
um tempo e depois descartá-la. — Ele aponta para mim que ainda
estava no chão, por conta do soco que tinha me dado. Logo consigo
me levantar, com dificuldade tenho que confessar.
— Não vou fazer isso com ela! Eu gosto de… — Apoiado na
cadeira. Ele me corta.
— Igual que você vai fazer com a Letícia! — Ia responder, mas
sou impedido. — Você não gosta da Raquel, isso é capricho. Puro
capricho! Você diz que está apaixonado, mas quem não me garante
que vai descartá-la como vai fazer com a Letícia.
— Se está tão preocupado com a Letícia, por que não vai ficar
com ela! Se for fazer isso, termine com a Raquel. — Digo, dando um
sorriso torto. Ele está vindo até mim, notei que está com o punho
fechado que ia tentar me acertar mais uma vez, só que dessa vez me
desviei e dei um soco no seu estômago que se inclina para frente
sentindo o impacto. Em seguida peguei no seu pescoço e o joguei
sobre sua mesa, ele sente o impacto e grita de dor. — O seu defeito
é que você é muito sentimental! Fala que é apaixonado pela Raquel,
mas o meu ver que você não se esqueceu da sua ex noiva. E está
usando a Raquel para esquecê-la.
— Claro que não… Eu a amo… Não sinto nada pela Letícia! —
Ele tenta se levantar, estou com as mãos no pescoço, segurando
firme.
— Não ama, não como eu! Você não sabe ter a pessoa que
ama nos teus braços toda ferida e achar que estava morta, por isso
que não sabe! — Ele me fita.
— Bruno… Me solta… Está me… Enfocando… — Ele
murmura, com a mão no meu braço dando três tapas.
Estava com vontade de acabar com ele. Ele estava sendo um
empecilho para eu ficar com a Raquel. Escuto alguém chamar meu
nome, mas continuo ignorando, quando sinto me puxarem.
— Senhor Montenegro? Solta ele! Assim o senhor vai o matar!
— Me afasto e acabo soltando-o. Que se levanta tossindo apoiado
na mesa. — Você está bem? — Ela vai até ele, colocando suas mãos
no rosto dele, toda preocupada. — O que aconteceu aqui? — Ela
questiona, me encarando. Eu não disse nada, fiquei calado. —
Responda!
— Não aconteceu nada, Raquel. — Disse Wirley, pega no seu
braço fazendo ela olhar pra ele.
— Nada? — Ela o fita por um momento. Depois olha para mim.
— O senhor também vai dizer nada? — Se aproxima, ficando bem
perto me encarando. Esperando alguma resposta.
No entanto, sai dali às pressas, fechei a porta com força. Fui
para minha sala e tranquei a porta. Não conseguir ficar ali vendo
aquilo, ela toda preocupada com ele… Será que ela gosta dele? E
será que o Wirley está certo?
Seria um capricho eu querer a Raquel? Mas só penso nela,
imagino sentindo ela nos meus braços… Principalmente quando me
lembro do seu beijo que dei, aqui nessa sala. Merda e merda! Tenho
um caso para resolver, ainda tenho que me livrar da Letícia e lutar
para conquistar a Raquel.
Estava na sala, de frente para computador e anotando na
agenda uma reunião para senhor Montenegro quando a Ana,
secretária do Wirley, aparece na minha frente.
— Raquel, por favor, vem comigo. — Ela pede, está bem aflita.
— O que foi? — Pergunto, levantando da cadeira assustada
com seu estado.
— O senhor Montenegro que entrou todo alterado lá na sala do
senhor Castro, ouvir uns barulhos… — Sai da minha mesa e me
aproximei dela.
— Barulhos? Tipo, se como estivessem brigando? — Sacode a
cabeça que sim. Ela tira os óculos para enxugar as lágrimas. —
Calma Ana. Vou lá agora ver isso! — A tranquilizo, saímos da sala e
fomos para lá. Tomara que não seja tarde.
Chegamos à sala, peço para Ana se sentar na sua mesa que
vou abrir a porta da sala do Wirley. Com a mão na maçaneta pude
ouvir algo e parecia a voz do meu chefe.
Não consegui entender, porém, sua voz parecia furioso. Abri a
porta e fiquei impactada no que estava ali na minha frente. Wirley
sobre a mesa e meu chefe com as mãos no seu pescoço, apertando
com força. Wirley pedindo para ele parar, mas ele continua apertando
ainda mais.
— Senhor Montenegro? Solta ele! Assim o senhor vai o matar!
— Ele me escuta e se afasta e acaba soltando-o. Que se levanta
tossindo apoiado na mesa. — Está bem? — Larguei o braço do meu
chefe e vou até o Wirley, elevei minhas mãos até o seu rosto, depois
ele coloca suas sobre as minhas, e encosta sua testa na minha.
— Sim… Estou bem… — Ele disse, quase não deu pra ouvir.
Respiro aliviada que ele está bem. Em seguida me viro e vou ao meu
chefe e dou um empurrão que dá um passo para trás.
— Qual é o seu problema? Por que fez isso com o Wirley? —
Ele não responde. Estão me escondendo alguma coisa.
— Não foi nada, Raquel. — Disse o Wirley. Olho para ele por
um tempo, depois volto a olhar para o meu chefe.
— Nada? — Me aproximo do meu chefe, ficando de frente pra
ele. — O senhor também não vai dizer nada? — Continuo ali,
esperando ele me falar porque ágil daquele jeito com o Wirley.
Porém, está de cabeça baixa. O estranho que não está me
encarando como faz o de costume… De repente ele se vira dando as
costas para mim, saindo às pressas fechando a porta com força. —
O que deu nele?
— O deixe pra lá. Vem cá. — Wirley pega no meu braço me
puxando para me abraçar. Coloco minhas mãos na frente impedindo.
— Está maluco? Estamos no local de trabalho e se ele voltar…
— Ele já sabe, sabe que estamos juntos. — Ele diz com
serenidade. Levanto a sobrancelha assustada no que acabou de
dizer.
— COMO ASSIM ELE SABE? — Ele faz um gesto para eu não
falar tão alto. — Desculpa… Mas como ele sabe? Ele vai me mandar
embora? Apesar que tinha pedido demissão e depois pediu pra eu
voltar… Mas ele vai me mandar embora?
— Raquel? Raquel se acalme. — Sai da mesa e vem até a
mim, eleva suas mãos nos meus braços alisando, tentando me
acalmar. Toque dele é macio e está funcionando. — Ele sabe, mas
não foi por causa disso que brigamos.
— Sério? E por que então? — Perguntei, ele ficou calado. Ele
andou para um lado e para o outro, pensando no que vai me dizer.
Ele para no canto e continua em silêncio, me aproximo dele. —
Wirley, me fala por que o senhor Montenegro queria com você se não
era sobre está juntos? — Voltei a perguntar, ele olha pra mim e
depois sorri.
— É sobre um caso que a Sheila me passou… — Balbucia,
desviando o olhar. — Era um caso que ele estava trabalhando e não
gostou que a má… Quer dizer, a senhora Montenegro passou o caso
pra mim. Só isso. — Ele disse com as mãos no bolso da calça. O foto
por um tempo. Não sei por que estou achando que está me
enrolando.
— É verdade isso? — Cruzei os braços.
— Mas é claro, minha linda. — Me dá um beijo na boca.
— Está bem, agora pare de me beijar senão vou de agarrar e
esqueço que estamos na empresa. — Me afasto, colocando as
minhas mãos na sua frente o fazendo parar.
— Vai me agarrar aqui mesmo? Humm… Gostei disso. — Ele
solta um sorriso malicioso.
— Pará Wirley! Meu Deus, nem parece que levou uma surra. —
Dou um tapa no seu ombro. Levanta a sobrancelha.
— Eu levei uma surra? — Começa rir. — Se não reparou, foi o
"seu" chefe que saiu daqui com rosto todo quebrado. — Ele diz todo
contente, apontando na porta quando o senhor Montenegro saiu.
Peço para ele parar, pois não ia ficar bem ele falando isso. Ele
continua zombando, mas depois ele para. Digo que tenho que ir para
minha sala que tenho muito trabalho, visto que depois o que
aconteceu aqui vai atrasar um pouco e talvez eu deva sair mais
tarde.
Então, desmarco o jantar e deixar outro dia, ele balança a
cabeça concordando. Quando estava saindo ele puxa o meu braço
pela força solto grito.
— AI! Por que fez isso?
— Desculpa, foi sem querer… Você disse que vai ficar mais
tarde na empresa? Isso quer dizer com o Bruno? — Indaga.
— Acho que sim. Bom, ele é meu chefe né? — Afirmo, ele me
puxa de novo. Estou ficando sem paciência com isso. — Caramba,
qual é o problema, Wirley?
— Desculpe, de novo. Mas acho que devo te esperar e levo
você pra casa. — Olho para ele não entendendo essa atitude. Por
que ele não quer que fique sozinha com o Bruno?
Me afastei do Wirley, em seguida cruzei os braços e o encarei.
— Pode me dizer por que não posso ficar sozinha com o meu
chefe?
— Não confio nele. Acho seguro eu esperar e levá-la pra casa.
— Continuo fitando. — E também por conta do seu ex que está solto
por aí, vai que você sai daqui da empresa e ele tenta fazer alguma
coisa? — Conclui, olhando para mim. Tenho que dizer que ele está
certo… Mas sinto que tem mais coisa aí.
— É só isso mesmo? — Pergunto, ele se distancia e vai para
sua mesa e se senta.
— Claro que é. O que mais poderia? — Pega uma planilha,
abre e começa olhar e ler o que está escrito. Observo com cautela.
Caminho até sua direção, paro e me apoio na cadeira que estava na
sua frente, percebe que estava olhando pra ele. Então, para o que
estava fazendo e olha pra mim. — O que foi?
— Estou pensando aqui porque faz tanta questão para não ficar
sozinha com o meu chefe… — Ergo a mão e levo para meu rosto,
pensando.
— Já disse. É perigoso você sair daqui por… — O corto. Puxo a
cadeira para sentar. Eu sei por que não quer me deixar sozinha. Há,
há. Não acredito!
— VOCÊ ESTÁ COM CIÚMES! — Levo as mãos na minha
boca e olho para trás para ver se alguém ouviu. Ufa, ninguém ouviu.
Volto a olhar para ele e dou início às gargalhadas.
— Eu não estou com ciúmes. — Ele acena negativamente,
depois encosta na sua cadeira.
— Está sim e não adianta negar, há, há, há. — Aponto pra ele,
insistindo.
— Não estou com ciúmes. — Afirma, se levanta da mesa,
dando a volta e encostando-o. — Ele nem é bonito.
— Ele é lindo pra caramba! E aqueles olhos verdes sedutores.
— Wirley ergue a sobrancelha, desconfiado. — Com todo respeito, é
claro.
— Humm… Sei… — Cruza os braços, me fitando.
— Não fica assim, você também é lindo. Lembra como a minha
amiga Patrícia te chamou? — Levanto e o abraço, colocando meus
braços em volta do seu pescoço.
— De bonitão. — Ele disse, logo solta gargalhada, depois eu
também rir.
— Não se preocupe, Wirley. Não precisa ter ciúmes, como sua
namorada…
— O que disse? — Segura na minha cintura, fazendo me girar
para outro lado, eleva sua mão no meu rosto e alisou minha
bochecha. Fechei os olhos sentindo o seu toque. — Raquel?
Raquel? — A voz doce me faz abrir os olhos.
— Oi? — Sussurro, olho nos olhos dele.
— Repente o que você disse? — Pergunta, seus lábios estão
perto dos meus. Deu pra sentir sua respiração.
— Que sou sua namorada… — Ele não deixa eu terminar, me
beija. Um beijo urgente e doce, sua língua me invade
completamente, até esqueço que estamos na empresa e me entrego
às suas carícias. Saímos daquele momento mágico quando
escutamos alguém bater na porta.
— Raquel? Raquel? — Escuto uma voz me chamando.
— Wirley… Para… Tem alguém me chamando… — Sussurro,
bem pertinho nos seus lábios.
— Finge que não ouviu… Vamos continuar aqui quentinho. —
Ele sai dos meus lábios e desce indo no meu pescoço dando leves
mordidas. Tento me segurar para não soltar um gemido.
— Raquel? O senhor Montenegro está te chamando. — Dou
um empurrão no Wirley pelo susto, que é pego de surpresa e cai em
cima da mesa.
— DESGRAÇADO! — Braveja, de raiva. Apoiar-se na mesa.
— Desculpa Wirley. Quando ouvir que meu chefe está me
chamando levei um susto. — Levei as mãos no rosto, estou
morrendo de vergonha do que fiz com ele.
— Tudo bem, linda. É melhor você ir mesmo. Eu tenho um caso
para resolver. — Assenti, me despedir dele e sair da sua sala. Assim
que abrir me esbarrei com a Ana. Aceno para ela e adiantei o passo
e fui para minha sala, assim que abri a porta, estava o meu chefe
saindo da sua sala.
— Escuta aqui! Essa empresa não é bagunça, tenho um caso
muito importante para resolver e preciso da minha secretária para me
ajudar. Ouviu? — Adverte, firme. Parando bem na minha frente, me
fitando.
— Sim… Senhor… — Sacudir a cabeça, como sinal que sim.
Depois, seu semblante mudou, antes estava irritado, agora está
brando.
— Vou sair por um momento, enquanto isso pesquise tudo
sobre Alexandre Farias. — Ele disse, com a voz serena. Me afasto e
vou para minha cadeira, começo a pesquisar. Engraçado, esse
sobrenome é familiar. Quando acho aqui no computador sobre esse
rapaz, nem acredito.
— Senhor Montenegro?
— Sim, senhorita Oliveira. — Estava prestes a sair, mas se vira
quando o chamo.
— Esse nome que o senhor me pediu… É o filho do
governador, o senhor Túlio Farias… E pelo sei, tem um vídeo dele
circulando nos jornais… — Digo, com moderação. Estou de pé,
coloco uma mecha de cabelo atrás da orelha.
— Quando a senhorita pesquisou o nome apareceu um vídeo?
— Pergunta, vindo na direção. Balancei a cabeça que sim, encolhi os
ombros.
— Droga! — Dar um soco na mesa pela explosão, que me faz
dar um salto pelo susto. — Desculpe. Não queria assustá-la. — Ele
ergue as mãos para se desculpar. — Esse vai ser um caso bem
complicado… Bota complicado nisso!
— O que senhor vai fazer? Vai desistir? — Indago. Ele se
afasta da mesa, caminha para o outro lado, onde eu estava ficando
na minha frente.
— Eu, desistir? Bruno Montenegro não é de desistir, eu só
ganho! — Leva sua mão no meu queixo, olha nos meus olhos.
Aqueles olhos verdes… Me fazem queimar meu corpo por inteiro.
Permanece no mesmo lugar, estou parada diante dele. — Essa
boca… Estou com vontade de saboreá-la… — Sussurra, a voz está
rouca que deixa arrepiada.
Acabei fechando os olhos. Umedeço os lábios e ele se
aproxima, posso sentir ele tocando a minha boca… Meu Deus…
Esse homem consegue me deixar assim… Será que ele vai me
beijar? E de repente ouço a porta se fechar. Abro os olhos e ele não
está mais aqui? Ele saiu? Puta merda! Não posso ficar sozinha com
ele, se não vou fazer uma loucura!
Puta merda! Essa morena me deixa louco! Até esqueci-me da
merda do caso, ficar tão perto dela poderia trepar ali mesmo no
escritório. Só de tocar aqueles lábios meu pau ficou duro! Bom, sei
que ela tem uma queda por mim. Então, ainda estou na parada, mas
antes tenho que terminar com a Letícia. Terminar que nem começou,
isso tudo foi armação dela com a minha mãe para me obrigar ter um
relacionamento. Mas se ferrou, só aumentou a minha vontade de
acabar de vez com isso! Vou ter que passar em casa para pagar
esse fogo que a Raquel deixou em mim! Caralho, fiquei assim só de
tocar nos seus lábios, imagina ela nos meus braços? Com certeza
perco o controle fácil, rs. Aperto o passo para não perder o elevador.
— SEGURA PRA MIM! — Grito, alguém coloca o braço no meio
da porta para não fechar. — Obrigado. — Agradeci, indo para o canto
do elevador, por sorte estava vazio. Me viro e olho para o meu lado
esquerdo. Caralho! Estou com muito azar mesmo! — Você?
— Sim, Bruno, sou eu. Você não é o único que está
decepcionado. Se soubesse que era você, nem teria parado o
elevador, deixaria mofando para pegar o próximo. — Disse o Wirley,
com as mãos no bolso da calça, encostado no espelho.
— Bom saber! Ah, obrigado por isso. — Aponto para o meu
rosto, todo roxo pelos socos que ele me deu. — Vai ser bem legal, eu
estando nesse estado, para me encontrar com o cliente! — Ele vira o
cenho e olha para o meu rosto, logo começa a rir.
— Desculpa… Mas está bem engraçado. Me faz lembrar nos
tempos da faculdade, quando chegava no quarto assim porque você
Deus uns pegas numa mina que era comprometida.
— Verdade, o cara era o dobro do meu tamanho. Até apanhei,
mas ele ficou mal também. — Começamos a gargalhar com a
lembrança, depois nos entreolhamos e paramos na hora de rir,
ficando sérios de novo.
— E sobre a demora da sua secretária, lamento por isso, mas
estávamos ocupados… — Olho para ele sem entender. — Sabe,
quando um casal está junto, começa a se beijar, trocar carícias… —
Solta o sorriso de canto da boca. Desgraçado! Filho da puta, por isso
que ela demorou para voltar! Certo o punho, que vontade de dar um
soco na cara desse merda! Controla-se Bruno. Agora você tem um
encontro com cliente, o deixe… Só um instante, se bem que posso
me vingar nesse exato momento…
— Sabe Wirley por conta dessa demora que a minha secretária
teve de ficar na sua sala, isso atrasou o meu caso e por conta disso
vamos ter que fazer hora extra hoje. — Ele balança os ombros,
desdenhando. E continuo. — Acredita que ficamos tão perto um do
outro que pude tocar nos lábios dela. — Ele vira o rosto e me fita,
firme. — Até esqueci que estávamos na empresa… — Antes de falar
alguma coisa a porta do elevador se abre, aproveito e aperto o botão
para ele subir, consigo sair antes dele fechar e o otário do Wirley
sobe. Isso deve demorar uns dez ou quinze minutos, vou para o meu
carro, sai logo daqui. Com certeza vai querer brigar e não estou com
tempo, pois tenho um caso para resolver.
Depois de banho bem gelado e vestido, desço as escadas para
ir logo me encontrar com o Alexandre Farias. Mas vou comer algo,
quando vou para mesa ver se a Maria tinha posto a mesa, noto a
minha irmã e está acompanhada com uma loira.
— Oi Elena, estou vendo que saiu do quarto. Mas quem é
essa? — Pergunto, apontando para a tal loirinha que está ao lado
dela.
— Bruno, isso são modos! Não foi essa educação que lhe dei!
— Aparece Maria que me dá um tapa na minha nuca. Inclinou-me
para frente, sentindo o tapa. Merda! Que mão pesada. — Nem
adianta reclamar! E sentar aí que vou trazer o seu prato! — Faço o
que ela disse, puxei a cadeira e me sentei.
Olho para o lado, reparei a Elena e tal loira rindo depois do que
a Maria fez. Em seguida traz o meu prato. Depois almoçamos, o
almoço hoje foi pato com molho de laranja com batata assada.
Estava maravilhoso! Maria tem mãos fadas. Depois conversei um
pouco com a minha irmã, ela estava mal e ligou para a Patrícia.
Ela conseguiu animá-la, o que fez a minha irmã sai do quarto
para comer alguma coisa, olhando aqui ao lado dela a Elena parece
bem. Nos cumprimentamos, ela disse que gosta muito da minha
irmã, que tem as melhores intenções com ela e sabe como ela é
muito importante pra mim. Estava encostado na cadeira a vendo
dizendo aquilo tudo, parece ser sincera. Digo que aprovo o namoro
delas, mas disse que a não faça ela sofrer e ela disse que sim, que
nunca faria isso porque a ama muito. Minha irmã olha para ela
admirada, que em seguida se beijam. Viro o meu rosto de lado para
não ver aquilo, fico um pouco sem graça.
Me levanto, jogo o guardanapo na mesa, antes falo pra elas se
controlarem, se quiserem transar vão para o quarto. Elas param na
hora, ficando sem jeito pela chamada. Dei a volta e fui me despedir
da minha irmãzinha dando um beijo na testa. Sai dali indo para o
meu carro, olho para meu relógio para ver se estava atrasado, faltava
quinze minutos para o meu encontro com o filho do governador.
Espero não me estressar, pois hoje bem complicado, bom, tirando
que pude ficar bem pertinho da minha morena e sei que ela se sente
atraída por mim, isso é muito bom…
Desgraçado! Ele apertou o botão e o elevador sobe, acho que
para o escritório. O que me deixa com mais raiva ele ter beijado a
Raquel e ela ter deixado! Estou ficando doido com isso! Tenho um
encontro com uma cliente sobre seu sócio desviar o dinheiro da
empresa, se não devolver o dinheiro, a empresa vai para falência.
Mas estou com muita vontade de ir lá tirar isso a limpo. Merda!
Essa provocação do Bruno está me tirando do sério! Quer saber?
Caso que espere, depois invento uma desculpa, mas agora preciso
resolver isso!
O elevador abre as portas e sim, estou no escritório. Caminho
em direção à sala da Raquel. Ela está ali sentada, concentrada no
computador. Dou duas batidas na porta, ela olha para mim, sorrindo.
— Oi, não tem um caso para resolver?
— Não… Quer dizer… Tenho, mas vir aqui falar com você
primeiro. — Me aproximo até a sua mesa. Ela se levanta da mesa
dando a volta e me abraça. Também retribuir a abraçando. Mas vem
na minha mente o que Bruno disse. Ergo meus braços e me afasto,
ela me fita.
— O que foi? — Pergunta confusa.
— Raquel eu quero que você fale a verdade, pois eu já sofri
muito com a Letícia… E não quero passar por isso de novo. — Ela
me olha intrigada.
— Claro, nunca mentiria pra você. Por que está perguntando
isso? — Indaga, tocando no meu braço. Fechei os olhos e respirei
fundo, abri os olhos e a fito, firme.
— Você e Bruno se beijaram?
— Que absurdo! Quem te falou isso pra você? — Ergue a
sobrancelha, alarmada.
— Então aconteceu? — Questiono, aflito. Dou um passo para
frente, sobe uma raiva que nunca senti antes.
— Não… — Dar uma pausa, umedece os lábios, está tensa. —
Não estou entendendo o porquê dessas perguntas!
— NÃO MENTE PRA MIM! FALA, FALA QUE VOCÊ E BRUNO
SE BEIJARAM? — No súbito de raiva elevo a minha mão e pego no
seu braço, puxando até a mim. — RESPONDE!
— Ai, Wirley. Pará com isso!
— RAQUEL, ME FALA! — Sem perceber, apertei mais o seu
braço.
— WIRLEY! ME SOLTA! — Esbraveja, isso faz eu voltar em si.
Vejo que estou fazendo e imediatamente a solto. Ela recua para trás,
ficando longe de mim. Parece… Assustada? Mas por quê?
— O quê está acontecendo aqui? — Ouço uma voz atrás de
mim. Me viro, ergo a sobrancelha pelo choque. — Wirley Castro, eu
fiz uma pergunta? Por que essa moça estava gritando e por que
diabos o senhor estava segurando o braço dela? — Questiona a
senhora Montenegro. E o pior, por que fiz isso com a Raquel? Logo
com a mulher que amo.
Estava ali, a Sheila, quer dizer, senhora Montenegro estava
bem na minha frente perguntando por que estava sendo tão
agressivo com a Raquel. Meu Deus! Eu, apertando seu braço… Por
conta do ciúme… Olho para direita, noto a Raquel no canto da sala,
perto da porta que dá pra sala do Bruno. Está com os braços
cruzados, olhos cheios d'águas segurando, mas queria deixar elas
cair. Merda! Sei que isso foi um gatilho pra ela, depois do que ela
passou com o seu ex. Por outro lado, a senhora Montenegro está
esperando a minha explicação, principalmente essa minha atitude…
— Senhor Castro? — Me chama, levantei a cabeça e a fitei.
— Sim… — Respondi, com os ombros encolhidos.
— Não perguntar de novo, vai me explicar o motivo dessa
gritaria na minha empresa?
— Não houve gritaria… — Me viro e olho para a Raquel que
desvia o olhar. Depois volto olhar para senhora Montenegro. — Foi
só um desentendimento, sabe? É comum entre um casal de
namorados.
— Namorados? — Ela fita a Raquel, demorou uns cinco
minutos, logo voltou a olhar para mim. — O senhor Castro vem para
minha sala… Agora! — Ordena, ela vai na frente. Antes de ir atrás
dela, me aproximo. Quando ia tocar no seu ombro, ela me dar um
empurrão.
— Não se aproxima de mim! Sai daqui! — Aponta para a porta
para eu sair. Ela está brava, com toda razão. Não insisto e saio da
sala e vou me encontrar com a senhora Montenegro na sua sala.
Abrir a porta, ela estava encostada na sua mesa, me esperando.
— Por favor, fecha a porta, não quero que ouçam. — Ela pede,
com a voz suave. Faço que me pediu, fechei a porta. — Sente-se. —
Mira na cadeira. Assenti, vou em direção a cadeira que estava na
sua frente, a puxo e em seguida me sento. — Ótimo! Me explica isso,
você, bom, o senhor acabou de dizer, isso que o senhor disse lá na
outra sala, que teve um desentendimento com sua namorada? Como
pode isso se é proibido ter relacionamento aqui na empresa? —
Cruza os braços, me encara, firmemente.
— Assim que a Raquel começou a trabalhar aqui, aos poucos
fomos nos conhecendo… O sentimento surgiu… — Gesticulei,
olhando para ela, saiu da mesa e caminhou para um lado e para o
outro, analisando no que acabei de falar. Depois vai para sua mesa,
puxa a cadeira e se senta.
— Tudo bem. Sabe, um advogado do seu porte merecia alguém
do seu nível, mas… — Ela disse. Ergo a sobrancelha, confuso. — Eu
entendo, ela é bonita, normal, os homens ficam encantados, até o
meu filho ficou. Sinceramente, prefiro o senhor com essa secretária
do que meu filho. Já basta as loucuras que ele fez por causa dela.
— Loucuras? Como assim? — Me levanto e alcanço a sua
mesa.
— Vou contar, mas que fica entre a gente. — Faz um gesto com
as mãos para guardar um segredo, sacudir a cabeça em sinal q sim.
E continua. — Lembra que falei que o Bruno nome foi naquele
julgamento porque estava cuidando da irmã que estava no hospital,
por isso que te chamei para esse julgamento?
— Lembro o que tem isso? — Indago, me afastei da mesa,
estava com as mãos no bolso da calça, a observando.
— Na verdade, não era a irmã que estava no hospital e sim,
essa secretária aí. — Balança a mão no ar, como "tanto faz". —
Parece que tinha apanhado desse namorado e Bruno a levou,
cuidou, até ela receber alta e ainda arcos com os custos.
— Não acredito! Bruno ajudar a Raquel? Não pode ser! — Me
distancio, estou incrédulo com essa notícia. Será que ele está
gostando da verdade dela? Sheila receber uma ligação do interfone.
— Sim. Ela já chegou, que ótimo. Já terminei aqui, pode deixá-
la entrar! — Desliga, olho pra ela. — Terminamos por aqui, Senhor
Castro. Pode ir. — Estava saindo, quando ela me chama. — Senhor
Castro, já ia esquecendo. O senhor é um excelente advogado, senão
um dos melhores aqui da empresa.
— Obrigado. — Agradeci, ele ergue a mão para o alto para ficar
calado. — Eu não terminei! Nunca mais faça isso, primeiro lugar os
nossos clientes, pois eles que pagam o seu salário. Nunca mais o
deixe esperando sem dar satisfação por que não apareceu numa
reunião, porque tinha que conversar com a sua namoradinha,
estamos entendidos? — Balancei a cabeça que sim.
Eu abri a porta e entra Letícia, nos cumprimentamos rápido e
logo sai, deixando elas ali. O que a Letícia veio fazer aqui falar com a
senhora Montenegro?
Acabei de chegar no apartamento playboy. Falo com o porteiro
e me apresento com advogado do Alexandre Farias. Ele ergue a
sobrancelha desconfiado. Digo se não me deixar subir ameaço, que
ligo para o senhor Farias, o governador do Rio de Janeiro ele tira
satisfação com ele.
Continuo diante dele, pleno e com as mãos no bolso da calça,
já ele fica tenso e sem pensar duas vezes, deixando eu passar e fala
que o apartamento é no terraço. Acenei e entrei no elevador. Quando
chego, bato na porta e ninguém atende. Estranho, pois o porteiro me
garantiu que ele estava em casa?
Caralho, odeio marcar um encontro e a porra da pessoa não
está ou não aparece! Fico com ódio! Estava desistindo e ouço gritos.
Dou meia volta me aproximando e encosto a orelha na porta, ouvir o
tal grito, era de uma mulher, conheço muito bem esse grito por sinal.
Me afasto e vou bater na porta, com mais força. E alguém abre.
— Quem é você? — Pergunta, a bela loira de olhos azuis
dentro de um robe branco.
— O Alexandre Farias se encontra? — Pergunto, sorrindo para
a loirinha que estava na minha frente. Tenho que dizer, esse idiota
tem um bom gosto. Logo aparece o tal Alexandre Farias, enrolado
numa toalha na porta.
— Gata, porque essa demora? O entregador errou o ped… —
Ei, quem é você? — Me fita.
— Eu tenho cara de entregador? Acho que não, pois sou muito
lindo para ser um entregador, não acha? — Olho para a loira que
sorriu, concordando comigo. Ele a puxa e pede para ela ir para sua
suíte, depois deixou eu entrar. Peço para falar pra sair, que ele já se
divertiu muito, agora temos muita coisa para resolver sobre o seu
caso.
— Pô cara, não pode ser outra hora? Estou ocupado se não
reparou? — Aponta para a bela loira que entrou lá dentro.
— Você está me dizendo para eu vim numa outra hora? —
Ergui a sobrancelha, com a mão na cabeça, comecei a coçar o couro
do cabelo. Estávamos na sala de jantar, estava enchendo o seu copo
com gelo e conhaque. Depois dar um belo gole. Balançou a cabeça
em sinal de sim. — Escuta aqui playboy de merda!
— Ei, olha como você ousa falar. Sabe quem eu sou? —
Caminho, indo até ele, com muita calma e digo.
— Claro que sei. O desgraçado que matou um pobre de um ser
humano porque queria se divertir, pois, o filhinho do governador
estava entediado! E antes que pergunte, eu sou o cara que não vai
permitir que você vá para cadeia, caso contrário, posso adiantar esse
processo? — O encaro, firme. Pego o seu copo que estava bebendo,
dou um gole. — Cara, coloco gelo demais. Argh, isso está horrível!
— Entrego na sua mão. Depois me sento no sofá.
— Ok. Já entendi. Vou pedir para ela sair, temos muito que
resolver sobre o meu caso né? — Ele disse, com a voz baixa. Mira
que vai lá dentro trocar de roupa.
— Agora estamos nos entendendo. Vou aguardar você. — Ele
assentiu e saiu. Depois de meia hora, a loira saiu e ele entrou na
sala, vestido. Conversamos sobre o caso, perguntei se ele estava
sozinho quando fez essa burrada, disse que estava com dois amigos
e também tem o posto de gasolina. Dou uma bufada. É muita gente
que viu, deve ser por isso o vídeo ter saído na internet. Respira fundo
Bruno. Falo que preciso falar com esses amigos deles, que
precisamos nos encontrar para nós combinarmos o que falar,
principalmente no dia do julgamento. Quando disse isso o cara ficou
louco!
— Peraí? Vai ter julgamento?
— Se acalme. E sim, vamos para o julgamento, por que você
matou um homem! E tem mais. — Ele me fita, alarmado. — Vou
negociar que faz um trabalho comunitário por que fez.
— Não, não. Esse não foi o combinado…
— Se levanta, revoltado. Pego pelo seu braço e olho nos seus
olhos.
— Foda-se o combinado! Eu trabalho assim, é pegar ou largar?
— Ele assente e o solto. Voltar-se a sentar-se no sofá. Voltamos a
conversar. Falo para ele não falar nada, deixa que de resto eu
resolvo. Ele concorda e nos despedimos e sai dali e entrei no
elevador que estava vazio. Aproveito, pego o celular e mando
mensagem para Letícia.
Leticia:
Wirley, queria pedir desculpas. Pelo que aconteceu na outra
noite.
Você foi tão legal de vir aqui…
E como desculpa, você poderia vir aqui para fazer um jantar.
Prometo, que vamos só conversar.
Topa?
Ela está me chamando para ir no seu apartamento e vai fazer
um jantar? Me lembra da velha Letícia que cozinhava para mim…
Merda! Jogo o celular na mesa! Não, não! Você está com a Raquel.
E escuto batidas na porta, fazendo eu sair daquele transe.
— PODE ENTRAR! — Grito e entra a minha secretária.
— Trouxe os arquivos que o senhor me pediu. — Ela se
aproxima e coloca sobre a mesa. Depois se afasta.
— Obrigado. — Peguei e folheei. Depois falei que ela pode ir,
em seguida ela acena com a cabeça que sim, saindo da sala. Levei a
mão no rosto, esfregando os olhos. Tenho que pensar na Letícia, ela
é do passado. Me fez muito mal. Agora estou com a Raquel e com
ela vou ser feliz. Me levanto da cadeira, pego os arquivos e minha
pasta e saio da minha sala. Tenho uma reunião para ir agora!