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Copyright © 2021

Edilene P. Silva

Capa: Horus Editorial

Revisão: Fabiano Jucá

Diagramação: Monique Fernandes

Esta é uma obra de ficção.

Nomes, personagens,

lugares e acontecimentos descritos são produtos da

imaginação da autora. Qualquer semelhança com

nomes, datas e acontecimentos reais é mera

coincidência.

Esta obra segue as regras da Nova

Ortografia da Língua Portuguesa, porém no decorrer da estória poderão ser encontrados


termos e gírias para demonstrar a informalidade do texto. Todos os direitos reservados.
É proibido o armazenamento e/ou a reprodução de

qualquer parte dessa obra, através de quaisquer meios

(tangível ou intangível) sem o consentimento escrito da

autora. A violação dos direitos autorais é crime

estabelecido na lei nº. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.2018.

Sumário
Copyright © 2021
Sinopse
Agradecimento
Aviso da autora
Esse livro faz parte da série Loucas por CEO. Cada livro terá um casal e uma história distintos e pode ser lido separadamente .
Epígrafe
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Último capítulo
Sobre a autora
Redes Sociais:
Obras da autora:
Sinopse
A vida libertina que Julian Alves leva não é segredo para ninguém, sempre aparecendo na
mídia com belas mulheres ao seu lado, mas por trás dessa fachada existe um homem protetor que vai
fazer de tudo para realizar o desejo da mãe, mesmo que para isso ele tenha que deixar esta vida de
devassidão para trás.
Agradecimento
Agradeço a Deus, sem ele nada é possível, em seguida aos meus filhos, faço o meu melhor
sempre, me superando por vocês. E as pessoas que baixaram o e-book espero de coração que se
encantem com Julian Alves e Danielle Torres. E às minhas parcerias, que sempre estão me dando a
maior força nos meus lançamentos, o amigo e revisor Fabiano que fez um belo trabalho e a Monique
Fernandes pela maravilhosa diagramação, meu muito obrigada.

Beijos da Diih!
Aviso da autora
Esse livro faz parte da série Loucas por CEO. Cada livro terá um casal e uma história distintos
e pode ser lido separadamente .
Epígrafe
Ela mentiu e ele fingiu acreditar
Capítulo 01

Enrolo meu punho no cabelo da minha secretária quando fodo sua linda boca, seus olhos se
arregalam ao levar meu pau até o fundo da sua garganta.

— Isso, querida, mama gostoso no meu pau. — Ela tenta me afastar, mas não permito, minhas
bolas se apertam prontas para gozar e não adio, derramo toda a minha porra na sua garganta e puxo
meu pau de dentro dela, assistindo um pouco do esperma escorrendo pelo canto da sua boca.

— Você foi uma boa menina, chupa bem um pau. — Dou um meio-sorriso vendo seu rosto se
iluminar de orgulho, coloco meu pau de volta na calça e me dirijo para a minha mesa, de onde vejo
minha secretária arrumando sua roupa.

— Querida, foi bom tê-la por aqui, seu trabalho foi satisfatório… No entanto, está demitida,
passe no RH e pegue uma carta de indicação e um cheque de três meses.

Ela fez uma careta.

— Mas você acabou de falar que gostou.

— Como falei, foi satisfatório e agora quero que saia da minha sala, preciso trabalhar.

— Você é um babaca. — Dou de ombros.

— Adivinha? Você não é a única a me chamar assim e já recebi ofensas até mais elaboradas, e
tenho certeza que não será a última.

Sorrio assistindo-a sair batendo a porta. Passo a mão pelo meu cabelo e assobio, não demora
para a minha porta ser aberta, desta vez pelo meu amigo e sócio Alexandre.

— Mais uma? É a terceira esta semana? — Começo a digitar no meu computador no instante
que respondo Alex.

— Acho que é a quinta, faz alguma diferença?

— Pra mim não, mas para a empresa sim, já parou para pensar que você não consegue ter uma
secretária sem querer fodê-la? Meu amigo, acho que está na hora de ter seus encontros fora da
empresa.

Ergo meus olhos do computador para Alexandre, que está tranquilamente sentado em uma
cadeira à minha frente.

— Eu faço um excelente trabalho, Alex, e não aceito que questione o meu trabalho na empresa
porque ela está onde está, com vários prêmios, por nossa causa, e a minha vida não interferiu no
resultado final.

Vejo ele passar a mão pelos seus cabelos loiros, meu amigo é mano a mano comigo, temos 1,90
de altura e o mesmo porte físico, não é à toa que treinamos juntos. A diferença acaba aí, tenho o
cabelo castanho e Alex é loiro.

— Não estou questionando seu trabalho, Julian. Porra, cara, somos amigos, este é o nosso
sonho e temos que preservar a imagem da empresa, todo mês somos processados por uma mulher que
não durou uma semana no trabalho porque o chefe a fodeu e em seguida a demitiu; se continuar, os
prêmios que ganhamos não vão valer de nada futuramente.

Suas palavras me atingem, ele está certo.

— Não vou foder mais minhas secretárias. Para começar vou contratar uma senhora, este é
nosso sonho e não irei estragar tudo.

Levantamos nossos braços e chocamos o punho em um cumprimento.

— Isso aí, mano.

— Você pareceu a minha mãe.


— Foda-se, Julian.

— Você acabou de falar que não é para eu foder.

Um sorriso brincalhão toma conta do meu rosto e Alex mostra o dedo do meio quando sai da
minha sala. Antes de voltar a trabalhar, ligo para o RH e peço para eles contratarem alguém com
mais de 40 anos para ser a minha secretária. Agora entendo por que a secretária de Cain Velasquez,
meu primo, é a senhora Vilma, ele não vai cair na tentação. Porém, recentemente ele começou a
namorar uma ruiva quente, a Maria Luiza, com aquela mulher acho difícil Cain notar outra mulher,
fico feliz pelo meu primo.

Como sempre, sou o último a ir embora da empresa. Sim, gosto de foder as minhas secretárias,
porém, levo o meu trabalho bem a sério. Não me importo de chegar cedo e ser o último a sair, o que
sempre quero é que meus clientes tenham seus projetos na data marcada e que estejam satisfeitos.
Pego o elevador e aperto o botão para o estacionamento quando as portas se abrem. Giro as chaves
quando ando para o meu carro esportivo. Aperto o controle para desligar o alarme e entro jogando a
pasta no banco ao lado, então dirijo para fora do estacionamento e, no caminho para casa, faço uma
parada no restaurante onde sempre pego comida. Liguei mais cedo e fiz o meu pedido, uma moça me
entrega o meu perdido e sigo para casa. Sem diversão hoje e pelo resto da semana, tenho três plantas
para revisar. Em menos de meia hora adentro no meu prédio, moro no centro de São Paulo em um
prédio de classe alta, na cobertura. Todos os anos de trabalho pesado me deram o privilégio hoje de
levar uma vida confortável. Logo que a porta do elevador se abre na minha sala, uma criatura sem
qualquer sensor de contenção vem correndo, batendo em cada móvel.

— Jesus, não sei como você ainda está vivo, garoto.


Ele late como se estivesse me respondendo, lambe o meu sapato e pula na minha perna.

— Trouxe algo para você comer também. — Abro o saco e tiro de dentro uma bisteca, ele late.

— Vem, vamos para a cozinha, comida no prato, menino, Deus me livre da senhora Vânia vir
na segunda-feira e encontrar este chão sujo.

Vânia é a senhora que vem toda segunda-feira limpar o meu apartamento, a mulher está há tanto
tempo trabalhando para mim que tem a liberdade de ser mandona. Eu era mais bagunceiro, mas
depois dela estou me controlando e fazendo o mesmo com o meu cachorro Bisteca. Meu cão me
segue para a cozinha e lembro por que comprei uma bisteca para ele e por que o seu nome é esse.
Sete meses atrás eu estava saindo de uma reunião bem cansativa; quando estava andando pela
calçada vi um casal doando uns cachorrinhos. Não dei mais que uma olhada e segui o meu caminho,
estava quase próximo à empresa quando senti a minha calça sendo puxada. Olhei pra baixo e vi um
gorducho cãozinho puxando a barra da minha calça jeans. Abaixei e peguei-o para devolver ao casal;
ele, bem folgado, lambeu o lado do meu rosto e ri com sua travessura. Entreguei para o casal, mas,
quando me virei, ele latiu e aqueles olhinhos me convenceram a levá-lo para casa. E, no fim de
semana que fui almoçar na casa da minha mãe, este garotão roubou uma bisteca. Corri no jardim atrás
dele com uma grande bisteca suína na boca, e foi assim que este pequeno ganhou o nome Bisteca e eu
ganhei um companheiro para o crime, os homens não fazem ideia de como as mulheres adoram um
homem com cachorro. É claro que não adotei Bisteca por isso, mas quando levei esse safado para
passear no parque, ele arrumou duas cachorras e a dona delas ficaria para o papai aqui.

— Aqui seu jantar, vou tomar banho e comer o meu, e sem bagunça, garoto.

Deixo ele com sua bisteca e sigo para as escadas, pois depois do jantar ainda tenho que
trabalhar.
Capítulo 02

Almoço com a Mãe

Passei pela porta da casa onde cresci sentindo o aroma delicioso de massa, o meu prato
favorito de quando era criança, e de adulto, é claro, e modéstia à parte, dona Gina cozinha muito
bem. Quando era criança ela fazia bolo para vender na frente da escola, nunca senti vergonha da
minha mãe quando os garotos da escola me pirraçavam porque minha mãe estava vendendo bolo.
Mesmo pequeno, já compreendia que não importa qual trabalho você faz, se não está roubando tem
que se orgulhar. Esta guerreira me ensinou a dar valor ao trabalho honesto e respeitar as pessoas.
Sempre fui eu e minha mãe, o homem que a engravidou sumiu logo que descobriu que ela carregava o
seu filho, porém minha mãe é uma mulher forte que conseguiu me criar vendendo bolo e fazendo
faxina. Foi por ela que entrei na melhor faculdade e foi por ela que hoje em dia sou CEO de uma
grande empresa de arquitetura. Tenho orgulho da mulher que tenho como mãe e tudo que faço é por
ela, sempre.

— Mãe? Por onde anda a mulher mais bela do mundo?

Grito, dirigindo-me para a cozinha de onde vem barulho de panela, e encontro a mulher da
minha vida com um sorriso doce no rosto.

— Meu menino demorou, cheguei a pensar que não viria este fim de semana.

Estreito meus olhos para o seu draminha, todo fim de semana é assim.

— Não deveria ter pensado assim, mamãe, nunca deixei de vir a um almoço de domingo, só me
atrasei um pouco por conta do trânsito que peguei.

Dou um beijo na sua testa.


— Eu sei que você nunca vai deixar de vir pela comida.

— A senhora me ofende com isso, sempre venho pela senhora.

— Bom saber, porque não fiz o seu bolo de milho cremoso, então não vai ligar, né?

Olho para a minha mãe, perplexo.

— Mãe? O que a senhora bebeu? Isso é porque não me ama mais? É isso? Está tirando o bolo
de milho cremoso de mim, a senhora quer me matar? Diga logo.

Se aprendi uma coisa com a minha mãe, é o drama.

— Você falou que não vem pela comida.

— Sim, é por isso que precisa me matar de fome? Eu passo a semana comendo lanches e fim
de semana tenho que ficar sem o meu bolo.

Ela ri e belisca minha bochecha como quando eu era criança.

— Olha o drama, seu bolo está na geladeira.

— Ufa, a senhora salvou a minha vida.

Ela balança a cabeça rindo.

— Onde está Bisteca? — Encolho os ombros.

— Na sala. — Minha mãe sai apressada para fora da cozinha me xingando.

— Onde fica o amor, mãe?

— Fica na puta que te pariu se o seu cachorro estragar o meu tapete pela terceira vez.
Sigo ela para a sala aos risos, e, para sua surpresa, Bisteca está sentado em cima das suas
patas no chão. E para o meu desespero ele está sentado quieto; uma coisa que sei sobre o meu
cachorro é que ele não fica quieto antes de ter aprontando algo.

— Olha que fofo, Julian. — Minha mãe abaixa e pega o safado no colo e ele lambe seu rosto.

— Vovó vai te dar um presente hoje, meu fofinho.

Ela sai para o seu quarto com Bisteca.

— Hein, mãe, o seu filho sou eu, e o meu presente?

— Você já é um homem, Julian, Bistequinha é o bebê da vovó.

A minha mãe tem o meu cachorro como o neto que ainda não dei a ela, e nem sei se algum dia
darei. Deixo estes pensamentos de lado e vou ver o que o terrorista do meu cão fez. Entro no quarto
de hóspedes do andar de baixo e encontro o barro que o filho da puta fez no tapete. Ah, se ela
soubesse o que o Bistequinha fez, mas sabemos que se ela soubesse nós dois estaríamos ferrados.
Depois de um tempo que minha mãe subiu para o seu quarto, ela aparece na cozinha com o meu
cachorro usando um terno canino.

— Sério, mãe?

— Fica quieto, ele está lindo! Vem me ajudar a terminar o almoço.

— Tenho escolha? — digo só de pirraça para ela, cozinhamos juntos todo fim de semana.

— Não, não tem — minha mãe fala ao colocar Bisteca no chão e vai lavar as mãos.

— Okay, então, será uma honra cozinhar com a senhora.

Curvo meu corpo como um cavalheiro e ela ri, todo domingo venho almoçar na casa da minha
mãe, mas antes ajudo ela na cozinha; desde que me lembro, sempre fazemos isso, aprendi a cozinhar
assistindo dona Gina preparando a nossa refeição. A massa já estava pronta, então ajudei a preparar
o molho, levamos a comida para a mesa que fica no jardim e nos sentamos. Enquanto comia, falamos
sobre a nossa semana, não tenho muito o que falar porque é o mesmo de sempre, não comento sobre
minha vida libertina com a minha mãe. Apenas sobre a empresa e viagens que fiz durante a semana.
Minha mãe, por outro lado, curtiu bem a semana, fez ioga, foi ao cinema três vezes e ontem passou o
dia no SPA. Ela poderia fazer mais coisas se quisesse, dinheiro não falta, nunca deixei que faltasse.
Esta mulher me deu tudo e é minha obrigação retribuir agora.

— Está namorando? — minha mãe faz aquela mesma pergunta todo fim de semana, quando
estou repetindo o segundo prato. Estreito meus olhos para ela quando terminei de mastigar o
macarrão que acabei de colocar na boca.

— Não estou, e a minha vida amorosa está bem, mãe. — Seu suspiro é audível.

— Quando vai parar de levar esta vida, Julian? Você já está com 30 anos e está na hora de
conhecer alguém, casar e ter filhos, não quero morrer sem ver os meus netos.

Deixo o garfo lentamente no prato.

— Mãe, a senhora é jovem, não vai morrer e eu não quero me casar, estou bem como estou, e
se o amor fosse maravilhoso como a senhora disse, por que não se casou depois que aquele filho da
puta te deixou?

Minhas palavras são duras e me arrependo no momento em que fecho a boca. Minha mãe me
olha com orgulho.

— Por que, Julian? Eu tinha um filho para sustentar na minha vida naquele momento, não tinha
espaço para um homem, porém hoje eu namoro. Sim, filho, não estou morta, saio com homens, no
entanto não passa disso porque não encontrei a minha outra metade, e quando isso acontecer pode ter
certeza que vou agarrar.

Sinto um desconforto.

— A senhora está saindo com homens? Tipo, no plural? Que merda, mãe, não quero pensar na
minha mãe com um velho escroto.
Falo com horror.

— E quem disse que é velho? Tem muitos rapazes novinhos que adoram uma coroa.

Tenho certeza que a cara que faço é de incredulidade com espanto.

— Eu preciso de uma vodka, ainda tem ou a senhora deu para seus novinhos?

Rosno saindo da mesa, até perdi o apetite.

— Sobrou um pouco, eles não beberam muito, têm mais o que fazer ao invés de beber.

Ela fala com a maior cara lavada.

— Mamãe, Jesus Cristo, eu preciso de uma garrafa agora.

Ela sorriu e eu ando rápido para longe da mesa. Homens jovens no plural, que porra. No lugar
de ir para o bar, sigo para a geladeira, pego o bolo e dois pratos de sobremesa e colheres, volto para
a mesa e encontro minha mãe com o olhar distante. Deixo o bolo na mesa com os pratos e colheres e
me sento ao seu lado, segurando sua mão e lhe dando um beijo.

— Me desculpa, não quis falar aquilo, mãe! Tenho muito orgulho da senhora e acompanhei
cada dificuldade que tivemos e, se hoje sou CEO de uma grande empresa, é por sua causa.

— Eu sei, querido, que você não falou por querer, meu menino nunca machucaria alguém
querendo. Estou bem.

— Não está chateada? — questiono, preocupado se magoei a minha mãe.

— Não, prometo que não estou chateada, okay? Agora podemos comer este bolo.

Dou um beijo apertado na sua bochecha.


— Se está insistindo tanto, vamos comer e, ah, deixa um pedaço que vou levar para casa.

— Onde você coloca tanta comida?

— Mãe, trabalho, academia e outras coisas que não preciso falar para minha mãe.

— Fico feliz em não saber. — Sorrimos quando comemos o bolo mais delicioso deste mundo,
o meu dia favorito é o domingo onde passo o dia com a minha mãe.
Capítulo 03

Bar

O ar gelado da noite me arrepia. Fecho meu casaco e me sento em um banco no terraço


enquanto vejo Josy, minha amiga, pegar um cigarro e acender, colocando na boca e tragando. Não
tenho nada contra quem fuma, mas esta não é a minha praia. Sou mais para uma barra de chocolate e é
o que faço quando tiramos nossa hora de descanso. Puxo uma barrinha de chocolate do bolso do
casaco e abro, dando uma generosa mordida. Hoje a noite está bem fria aqui em São Paulo, e meu
uniforme não é do tipo que cobre muito, principalmente para mim que tenho um corpo avantajado.

— Sinto que a hora não passa, meus pés estão me matando e está muito frio.

Reclamo para Josy, que solta a fumaça do cigarro para cima.

— Hoje estou com a mesma impressão que a hora não passa, e estou no meu limite com estes
clientes filhos da puta. Você viu o velho da mesa 10?

Assinto com a cabeça, escondendo o sorriso.

— Então, ele pegou na minha bunda três vezes e fingiu que não fez nada, eu juro que se não
tivesse chegado a hora do meu intervalo eu teria dado um soco nele.

Lambo o dedo com o chocolate ao respondê-la.

— Eu entendo, minha noite não está sendo a melhor. Teve uma cliente da mesa 5 que não quis
que eu a atendesse, ela simplesmente me olhou dos pés à cabeça e falou para chamar outra pessoa.
Pode ser o meu peso, ou a minha cor, não importa, para ser sincera. Eu preciso deste trabalho, tenho
contas para pagar e os remédios da minha mãe.
— Oh, amiga, eu entendo, mas as pessoas não podem tratar a outra assim.

— Josy, esta é a vida de quem trabalha com público e que precisa muito. Por mais que São
Paulo seja a cidade que tem mais oportunidades de emprego, ainda assim é difícil quando passamos
dos 20 anos. Lojas querem pessoas novas para o primeiro emprego, tenho 24 anos e ainda curso a
faculdade, só tenho tempo para trabalhar à noite.

— Amiga, vamos pensar positivo, quando você terminar a faculdade vai conseguir um trabalho
onde ganhará muito e sairá desta. Como sua mãe está?

— Bem. Depois da última vez que ela parou no hospital estou mantendo um olho nela, os
medicamentos é que aumentaram de preço, não sei mais o que fazer, mas não posso falar com mamãe
sobre isso. Ela vai querer trabalhar e os médicos avisaram que ela não aguenta.

— Algumas vezes eu sinto que sou uma cadela, trabalho aqui porque meu pai é o dono, não
porque preciso, e você tem uma mãe doente, faz faculdade, trabalha e não vejo reclamar da vida
como eu faço.

Ela se senta ao meu lado e eu a empurro com o ombro de uma forma carinhosa.

— Realmente você é uma cadela. — Ela me empurra de volta.

— E você precisa vender um rim ou ser cartomante.

— Hã? — questiono confusa e ela ri.

— É uma brincadeira, é porque semana passada ouvi um cliente comentando que um deles era
cartomante, e recebe uma boa grana tipo trago seu amor em 7 dias, algo assim.

— Você está falando sério? Isso dá dinheiro?

— Eu não sei, só ouvi esta conversa e brinquei. Agora vamos que já passou uma hora, antes
que meu pai suba aqui e reclame.
Me levanto com ela.

— Vai indo que vou mandar uma mensagem rápido para a moça que olha minha mãe, quero
saber se ela está bem.

Josy desce as escadas e rapidamente envio uma mensagem para a mulher que eu pago para
olhar minha mãe, ela responde avisando que está tudo bem e que elas estão assistindo TV. Fico
aliviada, então volto ao meu trabalho.

Meus dedos congelaram no teclado do meu notebook e penso no que escrever. Mordo tanto
meus lábios que sinto o gosto de sangue na língua, será mesmo que estou fazendo a coisa certa? Mas
não vejo outra saída, já tentei de tudo. Há seis meses fui mandada embora do bar onde trabalhava
com a minha amiga Josy, as coisas não estavam indo muito bem e o meu chefe começou a reclamar do
meu peso, dizendo que eu não estava tendo a agilidade de alguém magra. É uma mentira, sou uma
pessoa esforçada e o meu tamanho não interfere no meu trabalho. Por mais que o Sr. Manoel tenha me
mandado embora com esta desculpa, eu sabia qual era a verdade. Os homens queriam ser atendidos
por mulheres gostosas, no padrão, e eu estou bem longe disso. Tentei encontrar outro trabalho e não
consegui nada, minha mãe ainda não sabe que estou desempregada. Estamos vivendo com o dinheiro
que recebi do tempo que estava no bar. Josy fez seu pai me pagar direitinho, ela é quem está me
ajudando com a minha mãe. Não tenho mais dinheiro para pagar alguém para cuidar dela, e a Josy faz
isso. Saio todos os dias à noite e espero ela dormir pra voltar, minha mãe não pode desconfiar que
não estou indo para o trabalho. Leio o que escrevi:

A conselheira amorosa Danielle Torres

E se eu te falasse que posso te ajudar a conquistar aquele amor que você tem medo de
declarar e levar um fora? Tenho dicas infalíveis que irão ajudar você, meu amigo e minha amiga,
a ter o seu amor em alguns dias. Não sou uma cartomante, mas sou uma conselheira amorosa que
vai te ajudar a encontrar o seu amor.

Será que está bom? Ou estou parecendo uma charlatã que quer ganhar dinheiro? Tecnicamente
não é de todo mentira. Não sou uma conselheira amorosa, estou longe disso, o motivo para estar
fazendo um site falso é exclusivamente para conseguir dinheiro. Não sou uma vigarista que quer
extorquir dinheiro das pessoas, estou fazendo isso porque é minha única saída para conseguir
dinheiro, e, por mais que seja mentira, vou tentar ajudar as pessoas a ter seu amor de volta, só não
garanto que seja em 7 dias. Mas o importante é que vai conseguir, né? Dou um pulo na cadeira
quando o meu gato passa pela janela e pula na minha cama.

— Jesus, Sr. Teodoro, quase me matou de susto.

Ele olha para mim e mia, e juro que tem hora que acho que ele faz isso de propósito.

— Por onde o senhor andou? Se aparecer uma gata grávida por aqui vou dividir sua ração.

Brinco e ele volta a miar vindo para o meu pé e se esfregando. Pego a bola de pelo no meu
colo e afundo os meus dedos na sua pelagem. Este gato apareceu no terraço do bar no meu primeiro
mês de trabalho, ele era apenas um filhotinho. Brinquei com ele e o deixei no terraço achando que ele
voltaria para sua casa, mas no fim da noite, quando estava pronta para ir embora, decidi ir ver se o
gatinho tinha ido embora e, para minha surpresa, ele estava onde o tinha deixado, tremendo de frio.
Enrolei ele no meu casaco e o trouxe para casa, não poderia deixar o coitado no sereno. Esperei por
alguém aparecer e ninguém apareceu, então ele é meu e dei o nome de Sr. Teodoro, e este danado
sempre desaparece para voltar depois de algumas semanas.

— O que você está fazendo, Dani? — Rapidamente fecho o meu notebook e viro para minha
mãe, que entra no meu quarto segurando sua muleta.

— Nada de muito importante, mãe, apenas enviando alguns currículos e este danado pulou pela
janela me assustando.

Ela sorri e balança a cabeça.


— Desde pequena que você não sabe mentir, minha menina.

Faço o meu melhor para parecer ofendida.

— Eu não estou mentindo, e sinto uma dor no peito por minha própria mãe falar assim.

Ela esconde o sorriso.

— Okay, vamos fingir que você nunca usou esta mesma estratégia para me convencer que não
está aprontando algo.

— Como uma senhora na sua idade pode pensar isso da sua única filha, senhora Ivone?

Meu rosto nem treme com a mentira que escorre pela minha boca, minha mãe aperta os olhos
para mim.

— Não me teste, Danielle. — Finjo inocência.

— Eu? Testando a minha mãe querida? Nunca!

Minha mãe suspira com um ar de diversão.

— Realmente, você nunca faz isso. Vim chamá-la para tomar sopa comigo antes de ir para o
trabalho, e como o Sr. Teodoro está aqui, vai dar a ração dele.

Ele adora minha mãe, pula do meu colo e vai para os pés dela.

— Ele deve estar com algumas namoradas por aí, vou dar a comida dele e aceito tomar a sopa,
estou morrendo de fome, tenho a impressão que tem um buraco no meu estômago.

Dou meu braço para que ela segure e andamos para fora do quarto.

— Filha, não tenho impressão, tenho certeza que aí dentro tem um buraco negro!
Como essa brincadeirinha nossa me deixa feliz! Minha mãe passou a semana ruim e de ontem
para hoje teve uma melhora. E quando ela está assim, bem, me deixa muito feliz. Só espero que não
demore para alguém entrar em contato comigo. Os medicamentos da minha mãe são caros e não tenho
de onde tirar este dinheiro. Minha única saída é tentar ganhar o dinheiro que precisamos dando
consulta amorosa. Por mais que não seja uma expert na arte da sedução, não é como se eu já não
tivesse lido vários livros de romance, posso fazer isso acontecer. Né? Uma virgem é a Conselheira
Amorosa, que irônico.

Volto para casa por volta das 23 horas, minha mãe já foi se deitar e Josy mandou uma
mensagem avisando. Entro silenciosamente sussurrando.

— Tem certeza que ela está dormindo? — pergunto a Josy, que abre a porta para mim.

— Sim, ela foi dormir há mais de uma hora, Dani, dona Ivone está desconfiada.

Arregalo os olhos.

— O que ela falou?

— Que você anda muito estranha e está mais preocupada que o normal.

— Preciso me cuidar, ela hoje quase me pegou no site.

Josy bate palminha.


— E você conseguiu fazer sua página? Já tem alguém?

Suspiro me jogando no sofá com ela.

— Consegui fazer a página, mas ninguém entrou em contato comigo ainda.

— Não desanima não, amiga, logo vai aparecer alguém.

— Espero que sim. Você quer assistir algo?

— Não, tenho um encontro, ele é bem gatinho.

— Humm, sei, não é a senhora que não queria namorar?

Ela levanta do sofá batendo os cílios.

— E quem disse que estou namorando? Estou apenas curtindo, ele tem uma língua e um pa…

— Chega, não quero saber dos detalhes. — Ela ri e nos despedimos, levo Josy até a porta e,
quando ela some no corredor, fecho a porta e me dirijo para a cozinha, preparo um chá, pego alguns
biscoitinhos que a mãe fez e vou para o quarto ainda sem sono. Me sento na escrivaninha, abro meu
notebook e entro no site que criei mais cedo.

— Puta merda — digo logo que abro o site e vejo que alguém quer contratar meus serviços, e
marcou para nos encontrar amanhã em um café. Mando uma mensagem para a minha amiga: Alguém
entrou em contato e quer me ver amanhã. Ela me respondeu em seguida: Quem? Quer que eu vá
junto? Amo esta minha amiga, mas preciso fazer sozinha. Obrigada, vou fazer isso sozinha, até
porque é meu trabalho, né? A resposta não demora. Se ele começar com graça, acerto as bolas
dele. Sorrio. Pode deixar, beijo, boa noite. Me despeço dela e vou para cama, preciso estar bem
amanhã.
Capítulo 04

Em algumas ocasiões das nossas vidas passamos por situações que nos deixam com medo,
algumas mais que outras, e neste momento estou experimentando um medo que nunca tinha sentido
antes. Com 30 anos já vivi muitas coisas, mas nada comparado ao que estou prestes a viver hoje.
Quando cheguei na empresa estava feliz, tudo está indo bem e, com a reunião que eu teria em poucas
horas, a empresa estaria fechando um grande negócio, só não imaginava como meu dia terminaria.
Quando cheguei na sala de reuniões, Alex e o senhor Joaquim já estavam à minha espera. A reunião
começou e discutimos alguns termos da planta, que entrego para o Sr. Joaquim para ele ver se está
como nos pediu. Quando sua cabeça se ergue dos papéis tenho a certeza que fizemos um ótimo
trabalho.

— Entre todas as empresas de arquitetura em que estive, nenhuma conseguiu fazer como eu
queria, mas a Arquitetura Alves&Santos conseguiu fazer a planta da minha casa como eu e minha
esposa sonhamos. Cada coisa que falamos vocês colocaram. Vamos assinar este projeto e sinto que
em breve teremos mais.

A satisfação no rosto de um cliente é o que nos deixa felizes. Alex aperta a mão dele, e em
seguida faço o mesmo.

— Trabalhamos em equipe, mas tenho que admitir que a maior parte da planta foi Julian quem
fez.

Deve ser por isso que sou amigo e sócio do Alex, nós dividimos tudo. Aqui na empresa não
tem “ele fez tudo” ou “eu fiz tudo”, fazemos em equipe.

— Posso até ter feito a maior parte, mas somos uma equipe. Se alguém tem que ganhar algum
crédito, somos nós dois.

Joaquim ri ao pegar a caneta e assinar os papéis, ele levanta e aperta as nossas mãos.
— Gostei disso de vocês, não são o tipo de gente que quer passar por cima de todos para
conseguir algo. Obrigado por desenhar a nossa casa, minha esposa vai ficar muito feliz.

Nos despedimos dele e, logo que a porta se fecha, Alex dá um tapinha no meu ombro.

— Vamos sair para comemorar hoje à noite? — Antes que possa responder a porta é aberta
outra vez, mas por minha secretária, uma mulher de meia-idade. Estou gostando de trabalhar com a
senhora Gisele, pelo menos não há qualquer interesse de fodê-la.

— Senhor, recebi uma ligação do hospital avisando que a sua mãe…

Não espero ela terminar e já saio correndo da empresa. Uma frase onde tem minha mãe e
hospital não me desce bem.

A cada passo que dou na sala de emergência meu coração se aperta mais um pouco, não sei
como consegui dirigir até aqui, minhas mãos estão geladas e trêmulas, estou me ordenando
mentalmente a continuar andando. Viro a esquina do corredor do hospital e encontro Otávio, o
médico da família.

— Otávio, onde está a minha mãe? Eu exijo vê-la.

O medo de algo grave ter acontecido com a minha mãe me faz rosnar para o médico que não
tem culpa de nada.

— Acalma, Julian, sua mãe está bem, ela teve muita sorte, teve uma lesão no tornozelo e pelo
impacto na escada, seu quadril está um pouco roxo. Já dei para ela um remédio para dor e
inflamação.

— Ela pode ir embora, Otávio?

— Acho melhor ela ficar algumas horas em observação, e pelos remédios que ela tomou logo
vai estar dormindo.

— Posso vê-la?

— Claro, ela está no quarto à esquerda, número 250.

Passo por ele e vou em direção ao quarto. Por mais que o médico tenha dito que ela está bem,
eu só vou ficar em paz ao vê-la com meus próprios olhos. Minha mãe é tudo para mim, ela é a única
pessoa que tenho neste mundo e não posso imaginar perdê-la; abro a porta do quarto e, quando entro,
seus olhos encontram os meus e ela ri para em seguida fazer uma careta.

— Mãe, você quer me matar? — Sem hesitar, projeto meu corpo sobre ela, dando um abraço
forte.

— Estou bem, filho, foi só uma queda de nada, estou pronta para outra.

— A senhora ficou louca? Não estou pronto para passar por isso nunca mais, e a partir do
momento que a senhora sair daqui vai morar comigo.

— Não seja tolo, Julian, tenho a minha casa e meu jardim, não vou morar em um apartamento
só porque você quer.

— Eu irei morar com a senhora então, está resolvido.

— Você não vai, e suas namoradas? Eu não quero que minha casa vire um puteiro.

Um pouco do meu medo alivia e eu gargalho.


— A senhora minha mãe está falando que o meu apartamento é um puteiro?

— Sim, é isso que estou afirmando, então você fica no seu apartamento e eu na minha casa.

— Nada disso, eu vou morar com a senhora, quando sair daqui as minhas coisas já vão estar
lá, e agora que já resolvemos isso me diga, como a senhora caiu?

Ela me olha apertando os olhos, minha mãe sabe que sou tão teimoso quanto ela. Com um
suspiro, ela me responde.

— Foi muito rápido, estava descendo para ir ao supermercado quando meu pé virou e não deu
tempo para me apoiar em nada e caí.

— Acho que seria melhor comprar outra casa que não tenha escadas.

Falo pensativo.

— Você não se atreva a cogitar algo assim, Julian, tenho certeza que você não vai me querer
aborrecida.

— Desculpa, mãe, falei sem pensar. — Tirá-la da casa que ela lutou tanto para comprar a
mataria, a minha mãe a comprou com o maior esforço. Mesmo depois de eu ter ficado bilionário ela
não quis outra casa. Até tentei comprar, mas minha mãe não aceitou. Reformei e mobiliei tudo, foi
apenas isso que a mãe aceitou. Ela fala que este lugar lembra cada dificuldade e alegria que
passamos e é por isso que não posso tirar isso dela.

— Eu sei que você só quer o meu bem, Julian, é só por isso que não vou ficar chateada com
você.

Ela boceja e imagino que o remédio esteja fazendo efeito.

— Dorme um pouco, mãe, vou pegar um café e já volto.

— Tudo bem. — A deixo com um beijo na testa e saio do quarto, ainda sinto aquele aperto no
peito ao me dirigir para a lanchonete.

Duas semanas mais tarde…

— JULIAN, QUERO VOCÊ NO SEU APARTAMENTO NA PRÓXIMA HORA.

Escuto minha mãe gritar do meu quarto no andar de cima.

— O que você fez agora? — Alex pergunta sentado ao meu lado no sofá.

— Não faço a mínima ideia, a última vez que ela gritou comigo foi por causa da toalha
molhada na cama, agora não faço ideia.

Como falei, vim morar com a minha mãe, mas pelo visto ela não está gostando da minha
presença aqui, todos os sábados Alexandre ia para o meu apartamento, jogávamos videogame e
tomávamos algumas cervejas, agora fazemos isso na casa da minha mãe.

— E como você está indo? Notei que nestas duas semanas está em uma rotina entre trabalho e a
casa da sua mãe.

Dou uma pausa no jogo e coloco o controle na mesa de centro.

— Nada bem, toda vez que fecho os meus olhos volto para o momento em que recebi a notícia
que a minha mãe está no hospital. Se alguma vez eu já senti medo foi neste momento, Alex, minha
mãe é tudo que tenho e não posso me imaginar perdendo-a, tudo que construí perde o sentido se ela
não puder desfrutar.

Ele aperta o meu ombro.

— Você precisa relaxar, Julian, te entendo, mas sua mãe está bem, isso que aconteceu com ela
poderia acontecer com qualquer um.

Aperto meu maxilar e soco o sofá.

— Mas não foi qualquer um, foi a minha mãe, e sabe o que mais venho pensando? Se algo
tivesse acontecido com ela naquele dia…

Dou uma pausa sufocando a emoção que enche minha garganta.

— Ela teria ido sem ver a única coisa que sempre me pediu.

— O que seria?

— Que eu parasse com a vida que venho levando, e encontrasse alguém e me apaixonasse.

— E pelo seu tom de voz, presumo que é o que vem pensando em fazer.

— Sim, eu vou encontrar uma mulher e pela primeira vez irei ter um relacionamento sério.

Alex assobia.

— Julian, você não acha que está indo ao extremo? Porra, cara, te entendo, mas ficar com
alguém só porque você está com medo de algo acontecer com sua mãe e ela não te ver com alguém,
não é um pouco demais?

— Não, Alex, aquela mulher me deu tudo, ela foi deixada sozinha para criar um filho e lutou
muito para me dar o melhor, e o que ela sonha é apenas me ver feliz com alguém, isso não chega
perto do que ela me deu.
— Você tem razão, sua mãe é uma guerreira que lutou muito por você, o que ela deseja não
chega perto do que ela fez por você, no entanto, se você continuar aqui não vai conseguir essa
namorada.

— Ele já está de saída, Alexandre, meu filho não passa mais uma noite aqui.

Viramos para a porta da sala onde minha mãe estava, com o rosto furioso, segurando algumas
peças de roupas minhas que estavam jogadas no chão.

— Mãe, desculpe, eu juro que já ia pegar.

— Você não vai pegar, Julian, você nunca pega.

Dou um sorriso de lado porque senti falta dela gritar por eu deixar roupas no chão, toalha na
cama.

— Mais uma semana e eu prometo ir embora.

— Você falou isso semana passada.

— Mas agora é verdade, né, Alex?

— Senhora Gina, desta vez ele vai voltar para o apartamento.

Minha mãe olhou entre nós e saiu resmungando que nós ficamos cobrindo a mentira um do
outro.

— Como você ainda não tem uma namorada, que tal sair hoje à noite? A empresa recebeu dois
convites de uma casa noturna que abriu recentemente.

— Eu tento ser alguém decente, mas o meu amigo não ajuda.

Gargalhamos e voltamos a jogar.


Capítulo 05

Percebi quando o garçom se afastou de uma mesa com duas mulheres e veio para a nossa, estou
com Alex em um barzinho à noite, tomando uma cerveja depois de um dia de trabalho. Há três dias
saí da casa da minha mãe, para ser mais exato fui literalmente expulso da casa da dona Gina, a
ingrata da minha mãe não aguenta um marmanjo na sua casa por muito tempo. Todos os dias depois
do trabalho eu passo lá para ver como ela está, no entanto, hoje meu amigo me arrastou para o
barzinho próximo à empresa, onde vem toda sexta-feira.

— Senhores, as moças da outra mesa mandaram entregar esta bebida.

Ele coloca dois copos de chopp na mesa; o nosso estava pelo meio. Pego o copo e ergo em
direção à mesa das meninas em um cumprimento.

— Filho da puta de sorte — Alex fala olhando para as meninas.

— O que eu posso fazer se sou irresistível? — Sorrimos e bebemos a nossa cerveja, estamos
no século XXI, as mulheres não precisam de um homem para ter a iniciativa. E vejo que estas
mulheres são assim.

— Vamos lá agradecer pelas bebidas — antes de se aproximar, Alex murmura.

— A morena é minha?

— Podemos revezar durante a noite. — Balanço a sobrancelha e ele ri, chegamos na mesa
delas e conversamos um pouco. Elas são do Rio, estão em São Paulo a trabalho, não quis perguntar
qual trabalho porque quero transar, não fazer uma entrevista de emprego. Vamos ao ponto.

— Que tal irmos esticar a noite no apartamento do Julian, que não fica muito longe daqui?

Alex, um puto como eu, não perde tempo em convidá-las para o meu apartamento.

— Isso mesmo, uma bebida e nós nos conhecemos melhor.

Meus olhos passam pelos seios da morena, que ri.

— Por mim tudo bem, temos que estar no aeroporto às 7, você topa, Angela?

Maria, a morena, pergunta para a loira que nos olha com suspeita, mas termina aceitando o
convite. Saímos do bar e pegamos um Uber. Eu não dirijo depois de beber, por mais que não esteja
bêbado não vou arriscar minha vida e de outras pessoas.

Logo que a porta do elevador se abre na minha sala, puxo Angela pela cintura e beijo seus
lábios vermelhos, conduzo-a para o sofá e me sento com ela em meu colo com uma perna em cada
lado da minha cintura. Nos beijamos urgentemente, minhas mãos erguem seu vestido e ela quebra o
beijo, ofegante.

— Seu amigo e a minha amiga estão próximos!

— E daí?
— Eles vão nos ver. — Dou de ombros.

— Eu não me importo em dividir ou ter uma plateia, e você?

Angela fica pensativa. Escorrego uma mão para dentro das suas coxas e, por cima da calcinha,
esfrego seu clitóris.

— Não se preocupe, se não quiser te levo para um quarto.

Ela geme e sinto que a renda fica úmida.

— Só nunca fiz isso antes, mas topo se Maria topar.

Como sua amiga está próxima a nós, ela responde em um gemido, Alex está com a boca no seu
pescoço.

— Eu já fiz e topo. — Pelo jeito Angela é tímida e mais quieta, no entanto quando ela sair do
meu apartamento vai estar sabendo muitas coisas, só não garanto que ela vai encontrar homem como
eu e meu amigo.

— Alex, vem aqui, Angela precisa relaxar para nós começarmos a diversão.

Maria sai do seu colo e ele encosta próximo a mim. Abaixo a alça do vestido da Angela,
deixando um seio de fora, e em seguida faço o mesmo com a outra alça. Assobio ao ver seus seios,
Alex fecha a mão neles e sinto ela tensa. Meus dedos entre as suas coxas voltam à ação, afasto a
calcinha e mergulho dois dedos na sua boceta babada. Alex chupa seus seios e ela grita se
balançando no meu colo. Alex geme chupando Angela e vejo Maria abrir a calça do meu amigo e
puxar seu pau para fora. Ela cospe na mão e começa a bater uma punheta e chupar o seu pau. Seguro
a nuca de Angela e esmago meus lábios nos dela; com o polegar eu faço círculos no seu clitóris e
meus dois dedos fodem sua boceta. Angela estremece e goza forte nos meus dedos.

— Isso, querida, gostou? — Sua íris dilatada me olha.

— Quero mais, oh Deus, quero os dois.


— Gulosa, tenha paciência que vamos cuidar de você depois que fizermos sua amiga gozar.

Ela geme quando a coloco no sofá, as duas ficam lado a lado enquanto Alex e eu nos despimos.

— Toquem uma na outra e se beijem — Alex fala, elas se entreolham e Maria toma a iniciativa,
segurando Angela pela nuca e a beijando. A timidez de Angela desaparece, ela agarra os seios de
Maria e os amassa.

— Quente pra caralho, cara — digo e me ajoelho na frente da Maria, abro suas pernas e as
coloco nos meus ombros. Afasto sua calcinha para o lado e pincelo sua boceta com a língua, ela
agarra os meus cabelos. Alex deve estar fazendo algo com Angela, porque ela geme como uma
cadela no cio. Não me importo quando tenho o rosto entre as pernas de uma mulher, saboreando do
seu mel. Maria tenta fechar as pernas quando seu orgasmo está na beira, a seguro e chupo gostoso sua
boceta até que ela goza na minha língua. Levanto a cabeça para encontrar Alex fazendo o mesmo com
Angela. Ficamos de pé e trocamos de lugar com elas, sento com Maria no meu colo e Angela no colo
do Alex, colocamos camisinha e entramos nelas. Seguro o quadril de Maria e empurro meu pau até as
bolas na sua boceta, que me recebe com facilidade.

—Se beijem as duas — peço e elas rebolam no nosso pau e viram para a outra para se
beijarem. É quente, é sujo e é muito gostoso. Estapeio o traseiro da Maria e a fodo forte. Escorrego
uma mão para a frente e acaricio o seu clitóris ao mesmo ritmo que meu pau entra e sai da sua boceta.
Maria grita apertando o meu pau, rosno e encho toda a camisinha com a minha porra. Estamos suados
e ofegantes, Alex e Angela duram um pouco mais e logo eles estão gozando.

— Antes de irmos embora, quero o número dos dois.

Gargalhamos.

— Com certeza vamos dar o nosso número — Alex responde e eu continuo.

— Mas por agora vamos tomar banho, quero foder a Angela.

— E eu quero a Maria. — Levamos as meninas para um banho no banheiro no andar de baixo,


apenas começamos com elas.
Desvio do soco que Alex tenta me dar, acerto ele na costela e ele se afasta torcido.

— Chega por hoje, não aguento mais, já gastei muita energia ontem.

Estamos na academia do meu prédio, treinando no ringue. Não dormimos, passamos a noite
com as meninas e, depois que elas foram embora, descemos para treinar um pouco.

— Vamos subir que vou preparar um café da manhã para nós dois e dormir um pouco.

Ele joga a toalha em mim.

— Tudo bem, esposa.

— Babaca, o único que sabe cozinhar entre nós dois sou eu, deveria estar agradecido por eu
não deixar você morrer de fome.

— Oh, desculpe, mas estou agradecido, tenho uma esposa prendada.

— Vai se foder, Alex — rosno passando por ele e o empurrando, e o idiota ri. Subimos para o
apartamento, tomo um banho no meu quarto e Alex no quarto de hóspedes. Desço para a cozinha e
começo a preparar um café saudável para nós; algum tempo depois o folgado do meu amigo aparece
na cozinha usando uma peça de roupa minha.

— Cheiro bom, esposa, e… Mas que porra, o seu cão acabou de fazer xixi no meu pé.
Gargalho e assobio para o meu cachorro, que corre para o meu pé.

— Por isso vou te levar para passear, na próxima você solta um barro no sapato dele.

Bisteca late e Alex grunhe furioso.

— Você não vai ensinar o seu cachorro a fazer cocô no meu sapato, caralho.

Encolho os ombros.

— Vou ensinar sim, esposa. — Balanço a sobrancelha e ele mostra o dedo do meio.

— Como você consegue trazer uma mulher aqui e ele não fazer xixi nela?

— Ele sabe quando o papai aqui vai namorar, então fica no meu quarto, agora você ele não
gosta, por isso faz isso.

— Babaca o dono, babaca o cachorro. E quando a comida vai sair?

— Nunca se você continuar chamando meu cachorro de babaca.

— Desculpa, agora posso comer ou vai me matar de fome mesmo?

Reviro meus olhos e coloco um prato na sua frente com ovos, bacon, queijo derretido e
torrada. Sento ao seu lado na ilha e começamos a comer.

— Alex, tenho que parar com estas noitadas. Quando falei que queria uma namorada, falei
sério.

Ele bufa.

— Curtimos a noite passada. Supere, você não está namorando.


— Este é o problema, eu ainda não estou e indo assim nunca estarei.

Ficamos em silêncio até terminarmos.

— Estou indo, obrigado pelo café e tenta relaxar um pouco sobre esta coisa de namoro.

— Você lava as louças, depois pode ir embora, e já está decidido que vou começar a namorar.

Saio da cozinha escutando ele reclamar de ter que lavar as louças, sorrio e levo meu cachorro
para comer.
Capítulo 06

Coloco um pedaço de frango na boca e mastigo sentindo os olhos da minha mãe em mim.

— Você está bem? — é a quarta vez que ela faz a mesma pergunta.

— A resposta é a mesma da primeira vez que a senhora fez, mãe, eu estou bem.

— Então por que você não está saindo à noite, e em plena sexta-feira está aqui na minha casa?

— Achei que a casa também fosse minha, e não posso querer passar uma noite de sexta-feira
com a minha mãe?

— Para outra pessoa, sim, é normal passar uma noite de sexta-feira com a mãe, no entanto, o
meu filho adora curtir a noite com mulheres.

Afasto o prato limpo e bebo um pouco de água.

— Quero passar mais tempo com a senhora, não gosta da presença do seu único filho?

— Não começa com o drama, sei o que está fazendo, Julian, e está errado.

— A senhora não sabe, é tão difícil acreditar que só quero passar mais tempo com a minha
mãe?

Me levanto e saio da mesa pegando os nossos pratos e levando para a cozinha. Coloco na pia e
lavo todos. Ao terminar, seco as mãos e me viro, encontrando a dona Gina com os braços cruzados.

— Não faça isso com você, filho, eu te conheço como a palma da minha mão, Julian, e sei
quando está com medo e assustado, e agora você está agitado, está com medo de me perder e
assustado por não passar tanto tempo comigo, mas eu estou aqui e estarei feliz se você estiver feliz.
Me aproximo dela e abraço-a, descansando um beijo no topo da sua cabeça.

— Eu quero sossegar, mãe, depois que lhe vi no hospital notei como estou levando uma vida
vazia. Posso ter muitas mulheres, mas, no fim da noite, estou sozinho na minha cama. Não é só pela
senhora que estou querendo encontrar alguém.

— Você quer encontrar alguém? — Sorrio.

— Sim, se prepare que em breve conhecerá minha namorada.

— Estou feliz por você, filho, você estando feliz eu também estarei.

— Eu estou feliz, e ficarei mais se tiver alguma sobremesa.

Ela revira os olhos.

— Na geladeira, fiz mousse de maracujá.

— Eu te amo, mulher.

— Também te amo, filho, vem, vamos comer, e já fiz outra para você levar para casa.

Como não amar esta mãe? Pegamos o mousse e seguimos para a sala de TV, uma sexta-feira à
noite com a minha mãe e um filme vai ser divertido.
Saio da casa da dona Gina já tarde, precisei voltar para o meu apartamento porque recebi
ligação de um cliente e ele queria mudar uma coisa na planta que mandei para ele na quinta-feira, e
não tinha como deixá-la para segunda. Ligo o computador no meu escritório e entro no arquivo que
mandei para ele, mexo no desenho como ele pediu e, quando termino, já passou da uma da manhã.
Envio o arquivo outra vez e me estico na cadeira, meus ombros estão tensos. Tento desligar o
computador, mas ele entra em uma página.

— Mas que merda, só me faltava essa. — O computador trava, tento mexer para destravar e
acabo entrando em um site. Quando percebo, rio. O site é algo de namoro, leio o anúncio e franzo a
testa com o pensamento que enche a minha mente.

A Conselheira Amorosa Danielle Torres

E se eu te falasse que posso te ajudar a conquistar aquele amor que você tem medo de
declarar e levar um fora? Tenho dicas infalíveis que irão ajudar você, meu amigo e minha amiga,
a ter o seu amor em alguns dias. Não sou uma cartomante, mas sou uma conselheira amorosa que
vai te ajudar a encontrar o seu amor.

Não sou ingênuo, isso pode ser uma charlatona querendo ganhar uma grana enganando os
otários, mas não custa nada marcar um encontro com ela, a tal de Danielle Torres. Clico no campo
para enviar uma mensagem. Saio da página e desligo o computador. Depois do ménage que fiz com
as meninas e Alex há três semanas, saí com algumas mulheres. No entanto, passei toda a minha vida
tendo apenas sexo com muitas mulheres. Sei a arte da conquista, mas essa coisa romântica que as
mulheres gostam, eu não faço ideia do que fazer, para onde levá-las, ou o que dar de presente. Dei
flores para uma e ela falou que tem alergia; a outra odeia flores. Então não sei como uma mulher
pensa, e essa conselheira amorosa pode me ajudar com isso.
Quarta-feira às nove da manhã estou em um café para encontrar com a Conselheira Amorosa.
Levanto meus olhos do cardápio para a atendente que está com o rosto levemente corado ao
perguntar se já quero fazer o meu perdido.

— Me traga um café preto com o bolo de chocolate que está na vitrine.

— Já trago, senhor. — Depois que ela sai me questiono se estou fazendo a coisa certo e por
que mesmo uma conselheira amorosa marca uma consulta em um café? Alguns minutos depois a
atendente coloca o café e o bolo que pedi na mesa; seguro a xícara com café e dou um gole
saboreando o líquido fumegante, quando olho para a rua pelo vidro. Se esta mulher não chegar até eu
ter terminado o meu café, vou embora. Às onze tenho uma reunião e, acima de tudo, odeio esperar,
ela marcou um encontro em um café, já acho superestranho, e ainda se atrasar, não dá. Estou
terminando de comer o pedaço de bolo quando a porta é empurrada e uma mulher entra, seus olhos
dispararam em volta do café à procura de alguém, presumo. Ela está usando um jeans desgastado nas
suas coxas grossas e uma blusa branca de seda que marca orgulhosamente seus seios grandes, ela não
é o tipo de mulher que estou acostumado a sair, mas é o tipo de mulher que faz qualquer homem babar
quando passa ou entra em um café. Seus saltos altos te dão alguns centímetros, mas vejo que ela deve
ter 1,61 de altura, quadril avantajado e bumbum grande; a mulher é uma gordinha sexy. Pele negra e
cabelo liso em um rabo de cavalo. Quando seus olhos estreitaram-se em mim, mentalmente me
amaldiçoei ao assistir ela se dirigir para minha mesa. Ela não pode ser a minha conselheira amorosa!
Ou pode?

— Senhor Alves? — É nítido o nervosismo em sua voz, e como o puto que sou não respondo
de imediato, bebo o café que já está frio curtindo um pouco do seu nervosismo.

— Sim, e você deveria ser quem? — Vejo que ela estuda o meu rosto para em seguida erguer a
sobrancelha.

— A conselheira amorosa! — Vagarosamente deixo meus olhos correrem dos seus pés à
cabeça e adoro como sua boca bem desenhada repuxa de lado em sinal de aborrecimento.

— Imaginava alguém mais… madura — digo escondendo o sorriso, consigo ver faíscas de
fogo saindo de seus olhos.
— E eu imaginava alguém mais… Como posso descrever?

Ela coloca um dedo no queixo como se estivesse refletindo e estreito meus olhos esperando
pelo que vem a seguir.

— Ah, sim, menos arrogante e prepotente. — Minha boca se curva em um sorriso, ainda não
tive o privilégio de encontrar alguém com o espírito dessa garota. Por mais que ela queira mostrar-se
madura, vejo que essa garota deve ter uns 20 anos, então me pego pensando no porquê dela estar
fingindo ser uma conselheira amorosa. Só um tolo para cair nessa, mas quero ver até onde ela vai
com isso tudo, estou me divertindo muito.

— Oh, é assim que você trata seus clientes? — Ela morde os lábios e senta em uma cadeira na
minha frente.

— Prazer, sou Danielle Torres, e não é assim que eu me refiro aos meus clientes, até porque
eles não se referem a mim como você fez.

Com a maior cara deslavada, aperto a mão dela.

— Desculpe-me, vamos recomeçar. O prazer é meu, Danielle Torres, sou Julian Alves, por
onde começamos?

Quando as nossas mãos se tocam sinto um choque passar pelo meu corpo e acho que ela sentiu
o mesmo porque vejo seus olhos se arregalarem, o que tem nesta mulher que mexe tanto comigo? Três
coisas que eu sei neste momento: 1 - Não vou me afastar de Danielle Torres até descobrir por que
reagi assim a ela; 2 - Ver Danielle nervosa me deixa de pau duro; 3 - Vou descobrir por que ela está
mentindo.
Capítulo 07

A arrogância que vejo estampada em seu rosto me deixa furiosa, ninguém até hoje despertou
este sentimento em mim, mentalmente falo comigo mesma que é pela minha mãe que vou engolir esse
babaca e sua arrogância. Seus medicamentos a cada dia estão mais caros e ela não pode mais
trabalhar, minha mãe tem diabetes tipo 1, ela nasceu com diabetes, mas sempre tenta ao máximo levar
uma vida saudável. Teve algumas complicações quando estava grávida de mim, mas conseguiu dar à
luz. Logo que nasci, meu pai sofreu um acidente e morreu, não cheguei a conhecê-lo, e eu fui a força
que a dona Ivone teve para seguir em frente e criar sozinha uma criança. Trabalhou duramente para
não deixar nada nos faltar, mas ano passado as coisas apertaram e mamãe escondeu isso de mim.
Seus medicamentos acabaram e ela não falou nada para não me preocupar, até que eu descobri a sua
façanha quando ela foi levada para o hospital porque tinha passado mal no supermercado. O médico
que a atendeu disse que ela estava sem tomar seus remédios e por isso ficou tão mal, e se isso
acontecer novamente pode levá-la à morte e eu não irei permitir que isso aconteça. Quando recebi
um e-mail do site imaginei que a minha sorte estava mudando, mas, olhando para o babaca pomposo
na minha frente, tenho que repensar o que é sorte. O que ele tem de bonito tem de babaca, Julian é
alto, com um corpo de atleta, seus cabelos são pretos e estão penteados severamente para trás, tenho
vontade de afundar os meus dedos nos seus fios como faço com o Sr. Teodoro e bagunçar tudo. Seus
olhos são azuis penetrantes e a boca, Jesus Cristo, que boca, bem desenhada, se puxa de lado em um
sorriso convencido, do tipo eu sei que sou gostoso e fodo bem.

— Então, senhorita Torres? — Sou puxada dos meus pensamentos com a voz do Julian e me
lembro que ele tinha feito uma pergunta antes.

— Oh, desculpe-me, vamos começar, qual é seu problema em um relacionamento? Preciso


saber de tudo e o que você espera de mim.

Julian me olha profundamente no outro lado da mesa e me sinto quente com o peso do seu olhar
sobre mim.

— Quero uma namorada, senhorita Torres, nas últimas semanas fui em alguns encontros, mas
não passou disso, quero saber o que dar a uma mulher e aonde levá-la, sem ser para a minha cama,
por enquanto, é claro.

Minha boca deve estar aberta, olho para seus ombros largos e de volta para seu rosto bonito.

— Você é o tipo de homem que qualquer mulher quer namorar, não entendo por que está me
contratando. Não seria fácil apenas falar que quer namorá-la?

Já mencionei que ele tem o melhor sorriso safado que já vi?

— As duas que eu pedi em namoro mal chegaram, terminaram o jantar, falaram que iam ao
banheiro e nunca mais voltaram.

Mordo meus lábios para não rir, a cara que ele faz é a melhor.

— Você está sorrindo para mim? — responde com a maior cara cínica.

— Eu? Não, estou analisando a situação.

— Humm, analisando, hein? — Seus olhos correm pelos meus seios e eu limpo a garganta
chamando sua atenção, e ele sabe que acabei de pegá-lo olhando para os meus seios e ri como se não
fosse nada de mais.

— Você já pensou em primeiro conhecê-la e depois fazer o pedido de namoro?

Julian coloca um pedaço de bolo na boca e assisto ele mastigar, ele é o único cara que tudo que
faz parece que está transando ou fazendo uma dança de acasalamento. Que merda.

— Não, nunca namorei, então não sei o que fazer, mas agora eu tenho você que vai me ajudar, e
acredito que você seja experiente em relacionamentos. Né?

Limpo a minha garganta. Se ele soubesse que em toda minha vida tive apenas um namorado e
nunca passou de beijinhos, sem mão boba nem nada do tipo, ele não pensaria que sou experiente.
— Sim, sou superexperiente, trabalho como a Conselheira Amorosa há mais de três anos, perdi
a conta de quantos casais se uniram comigo. Vamos trabalhar em que lugar você pode levar uma
mulher e encontrar alguém para você começar a sair.

Deus me perdoa por ser uma cadela mentirosa.

— E por que não posso sair com várias e depois escolher uma?

Ele tem a cara deslavada de falar isso rindo.

— Porque você quer uma namorada, ou estou errada? Se você quer algo sério precisa sair com
uma pessoa e ver se vocês têm química.

— Tudo bem, você quem manda. Preciso ir agora, mais tarde te ligo e vamos combinar um
lugar para ir, este dinheiro é pelo dia de hoje e para você tomar um café.

Julian coloca algumas notas de 50 na mesa e sai, isso é muito mais do que vou pedir em um
mês, e que café da manhã o quê? Vou passar em uma barraca no caminho da faculdade e comprar uma
coxinha e Coca-Cola. Ainda como o pedaço de bolo que Julian mal tocou e saio do café.

Com todos os acontecimentos dos últimos seis meses, não deixei de ir para a faculdade nem um
dia, estou no meu último ano de medicina. Quero ser pediatra, não vejo a hora de poder trabalhar
com crianças. Acho que por ser filha única adoro crianças, algumas vezes vou no parque com Sr.
Teodoro para ver os pequenos brincando. Às vezes temos sorte e devemos agarrá-la. Quando estava
no meu último ano do ensino médio, teve um concurso em que a vencedora ganharia uma bolsa de
estudos na melhor universidade de São Paulo. Participei e dei o meu melhor. Cinco pessoas
passaram e eu era uma entre elas, é por isso que me dobro em mil, mas o meu estudo eu não deixo. Se
quero dar uma vida melhor para minha mãe, preciso terminar a faculdade e conseguir um trabalho
que me faça ganhar bem. Cheguei na sala meia hora adiantada, e aproveitei que ninguém chegou ainda
para começar a ler algumas questões que o professor vai trabalhar esta semana. No entanto, minha
mente vagueia para um libertino de olhos azuis e sorriso safado.

— Estou literalmente ferrada.


Capítulo 08

Algumas semanas passaram e não consegui me encontrar com a senhorita Torres, como o
planejado. Tive que sair da cidade para acompanhar uma obra e só pude voltar ontem. Passei a noite
na casa da minha mãe e mandei uma mensagem para Danielle, que marcou de me encontrar em um
parque. Meus pés afundam na grama e franzo a testa, em pleno sábado eu poderia estar em qualquer
lugar ou até em casa bebendo e jogando com Alex, menos em um parque rodeado de crianças
barulhentas, mas aqui estou eu com a minha conselheira amorosa, só ainda não entendi o porquê de
estarmos em um parque.

— Não compreendo por que estamos em um parque. Não combinamos de ir a um lugar para
encontrar alguém que me interesse?

Falo para Danielle que ri ao meu lado, ela está descalça como eu e de bermuda com camiseta,
nossos trajes se assemelham. Já tinha algum tempo que não me vestia assim, estou sempre de terno e
jeans, até quando vou ao domingo na casa da minha mãe uso calça jeans e blusa social. Aqui estou de
bermuda e camiseta.

— Este é o melhor lugar para encontrar alguém que queira namorar. Numa balada ou barzinho
você só vai encontrar sexo, se é isso que você quer, mas aqui você tem chance de encontrar alguém
para namorar.

A diversão no seu rosto é notável, não cheguei a passar muito tempo na companhia de Danielle,
no entanto, gosto quando estou com ela. Ela me faz sentir leve, descontraído. Não deveria, porém
gostei quando ela mesma se propôs em me ajudar não apenas com dicas de conquista, mas me
levando a alguns lugares onde eu posso encontrar a minha futura namorada. Achei até fofo ela querer
dar dicas de conquista para um libertino. Quanto mais tempo passo com Danielle mais acho que ela
não tem experiência com homens, basta olhar para mim para saber que posso levar qualquer mulher
na conversa.
— Boa estratégia, senhorita da sedução, vamos tomar um sorvete enquanto estudamos nossas
opções?

Falo com ironia e vejo ela revirar os olhos.

— Será um prazer acompanhá-lo a um sorvete — ela fala com deboche e eu rio.

— Vejo um carrinho logo à frente. — Andamos na direção que apontei com o dedo onde o
carrinho que vende sorvete está; ao chegar lá compro dois sorvetes, um de chocolate, que é meu, e
morango com calda de hortelã para Danielle; damos uma volta no parque conversando até sentarmos
em um banco. A conversa com ela fluiu tão bem que nem notei o tempo passar, sei que Danielle faz
faculdade de Medicina e mora com a mãe e um gato.

— Você está ciente de que está no caminho de ser a louca dos gatos, né?

Dou uma piscadela e ela revira os olhos, mas vejo o sorriso no seu rosto.

— E você está ciente de que falando assim vai ser difícil encontrar uma namorada?

Encolho meus ombros e tomo o meu sorvete até Danielle me cutucar.

— Tem uma mulher a 15 metros daqui que não tira os olhos de você, acho que é o seu tipo.

Não preciso olhar para onde Danielle está olhando, desde que sentamos aqui notei uma mulher
me olhando, de cabelos pretos presos em um rabo de cavalo, magra e seios maiores que a estrutura
do seu corpo. Isso me faz ter a certeza de que são falsos; se me importo? Claro que não, porém os
meus olhos recaem nos seios de Danielle, que são grandes e naturais.

— Já percebi desde que nós sentamos aqui. E qual seria o meu tipo?

Ergui a sobrancelha para ela.

— Em forma, bonita e com seios grandes.


— Você tem seios grandes. — Aponto e ela deixa o sorvete que ia para sua boca cair nos seus
seios e desesperadamente tenta limpar-se com o guardanapo.

— Eu não sou o seu tipo! — A convicção em sua voz mexe com algo em mim, Danielle é linda
e é o tipo de qualquer homem, é isso que eu falo para ela.

— Você é o tipo de qualquer homem, Danielle, basta olhar para você que vai ver isso, e pode
apostar que sim, você é o meu tipo, eu só não fodo a minha conselheira amorosa.

Dou uma piscadela e ela desvia os olhos de mim.

— Acho que você deveria ir lá falar com ela. — Noto sua mudança de assunto e a respeito,
mas estou curioso em relação a ela. Por que está fingindo ser alguém que não é? Já tinha desconfiado
que ela estava mentindo e depois que cheguei no meu escritório mandei um amigo investigador
descobrir quem é Danielle Torres. Ele ainda não terminou a investigação, o que sei até agora é que
ela trabalhou num barzinho à noite.

— Você está certa, não vou deixá-la esperando por mais tempo.

Estou prestes a sair quando ela segura o meu braço e sinto novamente aquela mesma corrente
elétrica que senti na primeira vez.

— Você não é o meu tipo. Mesmo se eu não fosse a sua Conselheira Amorosa eu não te
deixaria me foder.

Puxo meus lábios de lado e me abaixo, deixando a boca próxima ao seu ouvido.

— Eu sou o tipo de qualquer uma, até de uma virgem como você.

Descanso um beijo no lado do seu rosto e me afasto, me dirigindo para a mulher; jogo o resto
do sorvete no lixo. Ao me aproximar ela se vira para mim com um sorriso como se não tivesse me
visto antes.

— Olá, posso ajudá-lo?


— Olá, sou o Julian, estava ali conversando com minha amiga, notei você e fiquei intrigado:
por que uma mulher tão bela está sozinha?

— Moro perto daqui, e sempre venho para o parque. Algumas pessoas não gostam deste
barulho, mas eu adoro, passo a semana toda em um estúdio.

Humm, modelo, olho para o corpo dela e não sinto nada como sinto quando estou próximo à
Danielle. Porra, ela não é o meu tipo, então por que me sinto desse jeito?

— Estranho, sempre estou aqui e nunca tinha te visto, e a propósito, você ainda não falou o seu
nome.

— Luciana. Prazer em conhecê-lo, Julian.

— O prazer é todo meu, Luciana, agora que já dei um olá, tenho que ir, acho que a minha amiga
já deve estar querendo ir embora.

Me viro e dou alguns passos, posso sentir o peso dos seus olhos nas minhas costas. Vejo
Danielle franzir a testa. A uma distância que posso falar sem gritar, me viro de volta para Luciana
com a expressão de quem se esqueceu de algo.

— A gente poderia tomar um café ou algo assim um dia destes.

— Me passa seu número que mando uma mensagem, aí você pode salvar.

Passo meu número e sinto o meu celular vibrar no meu bolso.

— Te mandei uma mensagem.

— Okay, até breve, Luciana. — Desta vez sigo meu caminho até Danielle.

— Então, como foi? — ela pergunta com a testa enrugada.


— Trocamos telefone e a chamei para um café — falei como se não fosse nada de mais.

— Ótimo, isso mesmo, conheço uma padaria que vai ser o lugar ideal para você levá-la.

— Vamos lá primeiro, não quero ter surpresas.

— Você está insinuando que não posso escolher um lugar legal para um encontro?

Andamos lado a lado.

— Algo do tipo, afinal você é uma conselheira amorosa que é virgem. Um pouco irônico, não?

Danielle morde os lábios e me fuzila.

— Por que você implicou que sou virgem? A minha vida pessoal não interfere em nada na
minha vida profissional.

Levanto os cinco dedos.

— Não impliquei, tenho certeza que você é virgem. 1 - Você não é tímida, fala comigo como se
fôssemos amigos e só nos encontramos duas vezes. 2 - Toda vez que falo de sexo você fica sem jeito.
3 - Quando olho profundamente nos seus olhos você morde os lábios, nervosa. 4 - Basta eu falar que
você é virgem para vir com este olhar assassino contra a minha pessoa; e 5 - Juntando tudo isso,
tenho a certeza que você é uma virgem.

Ela apressa os passos.

— Não sou virgem, já tive mais homens do que posso contar.

Quero rir, é divertido estar com Danielle, mas é hora de dar um tempo com as brincadeiras.

— Ótimo ponto, mas quero ver o lugar antes de levar meu encontro.
— Tudo bem, posso levá-lo lá, mais tarde mando o endereço.

Suas mãos em punhos e seu corpo tenso me fazem ver que atingi o alvo, Danielle é tão fácil de
provocar. Como falei, passar um tempo com esta mulher está sendo divertido.
Capítulo 09
Primeiro encontro

Encontro com Julian na porta do café. Passei o endereço hoje mais cedo e, quando entramos,
sinto um pouco de desconforto, o lugar é próprio para um encontro romântico, nunca tinha entrado
aqui e nas vezes que passei em frente fiquei encantada, imaginando que um dia um cara me traria aqui
e teríamos uma noite romântica. Diferente de agora que vim apenas para ajudar o meu cliente a ter
uma noite perfeita. Com outra pessoa que não sou eu. O café tem aquele ar romântico, luz baixa, mesa
com sofá juntos; em cada mesa tem um vaso com uma única rosa vermelha e a toalha da mesa também
é vermelha; para completar, uma música dos anos 90 enche o salão. Escolhemos uma mesa próxima à
parede de vidro que dá vista para a rua. Mordo meus lábios e olho para Julian, que está com sua
atenção em volta do lugar.

— O que achou? — Estamos sentados um ao lado do outro.

— Romântico — ele só fala isso. Sigo seu olhar para a parede onde tem algumas fotos de
casais, tipo um mural. Presumo que é dos casais que se apaixonaram aqui.

— E o que isso quer dizer? — questiono temerosa por sua resposta.

— Que o lugar é bem romântico. Esse é o local onde menos imaginaria trazer alguém, acho que
Luciana vai gostar.

Não gostei dele falar que Luciana vai gostar do lugar, eu quero saber se ele gostou.

— E você, gostou? — Não sei por que me importo se ele gosta, mas eu quero que Julian goste
daqui como eu gostei, ele me olha por alguns segundos com a testa franzida e por fim sorri.

— Sim, gostei muito, você tem bom gosto, Danielle, estou surpreso, pra uma virgem você se
superou.
Tento, mas não consigo não revirar os olhos com suas provocações. Pego o cardápio que está
na mesa e escondo o sorriso que toma conta do meu rosto.

— Fico feliz que você gostou, vamos fazer o pedido? E não sou virgem.

Não afasto meus olhos do cardápio, mas sinto o peso do olhar de Julian em mim.

— Sim, vamos, e você é, admita. — Ele fica esperando por minha resposta.

— Nunca, você tem que se preocupar mais com a sua vida sexual do que com a da sua
Conselheira Amorosa.

— A minha vida é um livro aberto, a sua, por outro lado, é cheia de segredos.

Finjo não ouvi-lo e mudo de assunto.

— Eu aconselho a pedir um chocolate quente acompanhando estes biscoitos de nuvem, quando


coloca na boca ele derrete.

— Mais alguma coisa? — Deixo o cardápio na mesa e olho para ele.

— Em algum momento segura na mão dela, não de uma forma erótica, com segundas intenções,
por mais que eu saiba que você vai querer.

Brinco, recebendo um sorriso de lado de Julian.

— Mas de uma forma como se você quisesse um pouco de contato, Julian. Os sofás são juntos
por um único propósito, isso é para o casal ter contato e oferecer biscoitos na boca dela.

— E como você sabe que terei segundas intenções?

Seus olhos descem para minha boca e engulo em seco, este momento constrangedor é
interrompido com a chegada do garçom; fazemos o pedido e ele sai, minutos mais tarde o garçom
volta com o nosso pedido e uma minitorta em forma de coração.

— Nós não pedimos a torta — eu que falo com o garçom.

— Não, mas nós aqui temos uma tradição, quando um casal passa por aquela porta e sentimos a
química e a paixão dos dois, entregamos esta torta. A senhora Gisa, a dona, falou que este casal é
para casar, que é o tipo de amor que acontece apenas uma vez na nossa vida.

Ele sorri e se afasta, nos deixando. Dou um sorrisinho.

— É cada uma que vejo, eles devem fazer isso com todos que entram. Eu e você? Até parece.

Bufo notando Julian pálido quando força um sorriso.

— Isso mesmo, nós com química? Você não gosta de mim e não é o meu tipo.

— Nem você o meu. Agora que já resolvemos isso, vamos comer?

— Vamos, e qual é a próxima dica? — Belisco o chocolate quente antes de responder, não me
desceu bem ele falar que não sou o seu tipo. E daí? Eu nem gosto desse babaca mesmo.

— Elogiar ela, o cabelo ou a roupa. — Assisto Julian colocar um biscoito na boca, acompanho
seus lábios mexerem e sinto um desconforto no meu corpo.

— Gostei da sua roupa, você fica bem nela. E seus lábios com este batom me fazem pensar em
uma coisa.

Julian está com aqueles olhos intensos focados em mim.

— O que você tem em mente? — Minha voz é insegura.

— Como ela seria sendo beijada. — Tenho certeza que meus lábios se abriram com o que
acabou de sair da boca de Julian.
— O quê? — gaguejo e ele encolhe os ombros, desviando os olhos dos meus para seu
chocolate quente.

— O que você achou, fui bem?

— Hã? — Julian volta a me olhar e desta vez há um sorriso brincalhão em seu rosto.

— Eu perguntei se fui bem. É assim que falo com as mulheres que saio, não sou inexperiente
para atrair uma mulher, Danielle, te contratei para me guiar para onde levá-las, mas em uma conversa
estou me saindo melhor que você.

Sua sobrancelha se ergueu, e quero me chutar por pensar que Julian estava falando de mim.

— Saiu-se tão bem como um verdadeiro imbecil.

Murmuro baixo.

— Você falou o quê? — ele perguntou.

— Está ótimo, e, pra constar, posso conquistar qualquer homem, já parou pra pensar que sou
uma conselheira amorosa por um motivo?

Com a maior cara de pau ele ri. Furiosa, dou mais algumas dicas e logo que terminamos de
comer saímos de lá. Julian paga a conta, até porque estou em horário de trabalho com ele. Nos
despedimos na porta do café e cada um foi para seu lado, fui para um ponto de ônibus e peguei um
para casa. Só vou tomar banho quando chegar em casa e ir estudar, tenho prova amanhã logo cedo,
faço uma anotação mental para promover um anúncio do meu site antes de ir dormir. Depois que
Julian encontrar uma namorada não sei se vou ter outro cliente e está difícil de encontrar trabalho,
por isso tenho que aguentar esta vida dupla. Com o dinheiro que ele me pagou consegui pagar as
contas vencidas e os remédios da dona Ivone. Uma parte minha quer que Julian encontre alguém, mas
a outra parte não quer se afastar dele. Mas sei que uma hora cada um seguirá o seu destino, e Julian
Alves é apenas meu cliente, nada mais que isso.
Capítulo 10

Três dias mais tarde, estou abrindo a porta do carro para Luciana sair, como Danielle falou.
Particularmente acho uma besteira, mas vamos lá. Fico ao seu lado e, com a mão nas suas costas, a
guio para a porta da cafeteria, entramos e escolho uma mesa oposta àquela em que estive com
Danielle, não sei, só sinto que não é legal ocupar o mesmo lugar que passamos juntos, mesmo que na
maior parte do tempo estávamos nos alfinetando. Sorrio ao lembrar, gosto de Danielle até mais do
que eu queria.

— É aqui que vamos ficar? — Afasto meus olhos da mesa onde me sentei com Danielle para
Luciana.

— Sim, lhe convidei para um café, não gostou do lugar?

Seu nariz franze e ela tenta sorrir, mas vejo que Luciana odiou este lugar.

— Não é o tipo de lugar que pensei que me traria… — Ela deixa a frase no ar.

— E em qual tipo de lugar você pensou? — questiono.

— Seu apartamento, por exemplo, seria um lugar legal, bebemos uma bebida e conversamos
e… nos conhecemos um pouco.

Estreito meus olhos para ela e ergo a mão para chamar um garçom.
— Sou um homem de palavra, Luciana, quando prometo algo eu cumpro, e te prometi um café e
vou te dar. Depois podemos ir para o meu apartamento nos conhecer.

O garçom se aproxima e para o meu azar é o mesmo que me atendeu quando estava com
Danielle, ele anota nosso pedido e sai sem esboçar qualquer reação. Não demora muito para ele
voltar com um chocolate quente e um café, apenas o que pedimos.

— E a torta? — questiono antes que ele se afaste.

— Como falei, senhor, a senhora Gisa dá a torta quando sente a química do casal.

Com isso ele se afasta e Luciana me olha com um olhar confuso.

— O que foi isso? — Dou de ombros.

— Nada de mais. — Bebemos nossa bebida e tentei começar um diálogo perguntando um


pouco sobre ela. Descobri que ela é modelo e não fiquei surpreso pelo corpo magro e pernas longas,
não é de se admirar, pois ela tem um corpo de modelo. A nossa conversa fluiu bem e ficamos apenas
na bebida. Luciana não quis comer nada, até perguntei se ela queria o biscoito que Danielle falou pra
eu pegar, no entanto Luciana falou que não come doce ou qualquer coisa que possa fazer engordar.
Ao terminar nossas bebidas paguei a conta e a acompanhei até o meu carro, não tinha por que ficar
mais tempo no café se a mulher mal tocou no café. Dirigi para o meu apartamento. Pelo canto dos
meus olhos vejo Luciana retocar a maquiagem, volto minha atenção para a rodovia e alguns minutos
mais tarde chegamos ao meu prédio. Pegamos o elevador no estacionamento subterrâneo que se abre
dentro da minha sala. Antes mesmo das portas se fecharem, puxo Luciana para os meus braços e
esmago nossas bocas quando esfrego minha dureza na sua barriga. Ela geme na minha boca logo que
as portas se abrem, levanto o corpo de Luciana para ela colocar suas pernas em volta da minha
cintura e ando para o sofá; sempre que trago mulheres para o meu apartamento não chegamos no
quarto de hóspedes, a urgência não deixa passar do sofá. Não fodo ninguém na minha cama, não
posso dormir sentindo o perfume adocicado de mulheres. Minhas mãos tateiam pelo corpo da mulher
atraente e erguem seu vestido, tendo o prazer de encontrá-la nua por baixo.

— Veio pronta para ser fodida, puta! — Luciana morde os lábios e geme quando passo a mão
pela sua boceta que está começando a ficar úmida.
— Humm, sim… Desde que te vi no parque quis estar na sua cama.

— Então não seja por isso, querida, você já está no meu sofá.

Sorrio de lado ao abrir mais suas coxas e abaixo meu rosto entre elas, passo a língua na
extensão da sua boceta e sugo seu pequeno nervo escutando seus gemidos delirantes; introduzo dois
dedos no seu canal e os movimento indo e vindo até sentir suas paredes apertarem em volta dos dois
dedos. Paro de fodê-la com os dedos para me erguer e tiro a calça, coloco meu pau em um
preservativo e volto para o sofá, ficando entre as coxas de Luciana, que rodeia meu quadril. Empurro
meu pau dentro da sua boceta quente, que me recebe facilmente. Puxo para fora e empurro de volta,
Luciana grita com o movimento mais rápido, indo e vindo da sua boceta quente. Abro a frente do seu
vestido e encontro seus generosos seios. Abaixo minha cabeça para chupar um, e em seguida passo
para o outro.

— Oh… Julian, estou gozando tão gostoso. — Sinto sua boceta esmagar o meu pau, fecho os
meus olhos quando a sensação relaxante toma conta de mim e as minhas bolas se apertam. Estou
pronto para gozar quando uma imagem aparece em minha mente, Danielle mordendo os lábios.

— Filha da puta — rosno quando encho a camisinha com a minha porra. Saio de dentro de
Luciana e vou até o banheiro, jogo a camisinha dentro do vaso e dou descarga, coloco meu pau de
volta na cueca e fecho a calça. Ao voltar para a sala, a encontro esticada no sofá com um sorriso no
rosto.

— Segunda rodada? — ela pergunta, mas depois do que vi quando estava gozando não tenho
vontade de transar outra vez com Luciana.

— Tenho que fazer algumas ligações e trabalhar, você pode ficar e passar a noite.

Vejo seu olhar desviar de mim. Ela pega a calcinha e em seguida sai do sofá.

— Se for para dormir eu durmo em minha casa, Julian.

Ela passa por mim e a acompanho até o elevador.


— Quer que eu a leve para casa? Ou posso pedir um táxi.

— Obrigada, eu ligo na portaria para um táxi da minha confiança.

Vejo a raiva em seu rosto quando passa por mim, mas só consigo pensar no rosto de Danielle, o
que está acontecendo comigo, porra? Dou um soco na parede mais próxima e passo a mão pelo
cabelo, frustrado.
Capítulo 11

— Amigaaaa, que filme maravilhosooo, amei. Vamos comprar mais um ingresso e pegar mais
uma sessão?

Josy pergunta, estamos no cinema, eu, ela e minha mãe, um dinheirinho sobrou este mês, então
trouxe minha mãe para sair um pouco.

— Você amou o ator, sua safadinha.

— O filme é bom, e com aquela delícia fica melhor ainda.

Mamãe ri entre nós duas.

— Tudo bem se pegarmos mais uma sessão, mamãe?

— Adoraria, filha, como a Josy disse, o filme é bom e, com aquele homem, ah, eu na sua
idade…

— Mamãe, por favor. — Elas riram, nos dirigimos para a bilheteria e compramos mais
pipocas, refrigerantes e os ingressos. Tem um tempinho que o filme começou, estou tão envolvida que
quando o meu celular vibra no meu bolso dou um pulo e deixo cair um pouco de pipoca, ganhando os
olhares curiosos da minha mãe e da Josy. Puxo o celular do bolso e, ao identificar o nome de quem
mandou a mensagem, enrugo a testa. Julian? Não lembro de ter marcado nada com ele hoje. Abro a
mensagem e fico olhando pra ela sem uma reação por alguns segundos, ele foi direto e preciso.

Julian: Danielle, no próximo sábado vai ser o casamento do meu primo, você aceita ir
comigo?

Mordo meus lábios quando os meus dedos rapidamente digitam uma mensagem.
Danielle: Tenho certeza que você tem uma lista de mulheres que se matariam para sair com
você, Julian.

Mando e espero por sua resposta, que não demora.

Julian: Até pode ter muitas mulheres, mas a que eu quero que vá comigo é você, Danielle.

Fico impactada com sua resposta, demoro para responder e ele manda outra.

Julian: Eu sei que é difícil sair com um cara como eu, lindo e gostoso. Seus olhos não vão
conseguir ficar longe da minha boca, mas tenta superar e aceitar ser o meu par neste casamento,
prometo compensá-la.

Danielle: Mas está muito convencido, hein? E pra constar, neste momento estou em um
encontro e pode ser que no sábado eu esteja em outro encontro.

Julian: É feio mentir, senhorita Torres, se você estivesse em um encontro, não estaria
trocando mensagens picantes com outro homem.

Danielle: Rá rá rá, não, Julian, não vou com você para o casamento! Procura outra
disponível.

Estou prestes a guardar o celular quando ele vibra com a chegada de uma mensagem.

Julian: Amanhã minha secretária vai mandar entregar o seu vestido e no sábado às 7 da
manhã passo na sua casa para te pegar. Um spoiler: esteja pronta, odeio esperar.

Bufo furiosa quando digito.

Danielle: Não vou, Julian, e você não sabe onde eu moro e não vai saber, procura outra
pessoa.

Mando a mensagem e silencio o celular, guardando-o no bolso. Quando levanto a cabeça dou
de cara com a minha mãe e Josy me olhando com olhares de interrogação.
— Você está namorando, filha?

— Ela está namorando, dona Ivone, e nem me falou.

Elas começaram a falar entre si como se eu não estivesse presente.

— Alô? Eu ainda estou aqui, vocês duas poderiam fazer o favor de parar?

As duas param de conversar e olham para mim.

— Quem era? — minha mãe pergunta, como posso explicar isso? Então minto suspirando.

— Estou saindo com uma pessoa, ok? Ainda não é sério, por isso não falei nada.

Digo a última parte olhando para minha amiga.

— Agora podemos voltar a assistir ao filme?

— Sim — as duas respondem em uníssono, voltamos para o filme, mas a minha mente ainda
está em um certo alguém de 1,90, cabelos pretos e sorriso molhador de calcinhas. Eu ir em um
casamento com Julian? Nunca, jamais.

Estou colocando algumas roupas na máquina enquanto preparo o almoço, só vou pra faculdade
mais tarde para entregar um trabalho. Então resolvi fazer uma faxina no apartamento, mamãe está no
quarto organizando algumas coisas. O telefone toca, imagino ser a Josy, mas é o porteiro avisando
que tem uma encomenda no meu nome. Rosno as palavras quando ando para fora de casa.

— Ele não fez isso! Julian não sabe onde moro e não teria como descobrir.

Todas as minhas convicções desaparecem ao entrar na portaria e o porteiro me entregar uma


caixa grande. Agradeço e subo para o apartamento; ao entrar, não vejo minha mãe, agradeço a Deus
mentalmente e me dirijo para o meu quarto, fechando a porta atrás de mim. Deixo a caixa na cama e a
abro. Dentro tem um cartão.

— Danielle, obrigado por aceitar meu convite!

Mas é muito folgado mesmo, continuei a ler.

— Eu mesmo comprei tudo, espero que esteja do seu agrado. Te vejo amanhã às 7. Não
esqueça que odeio atrasos, hein.

Termino de ler e pego meu celular para ligar para Julian, que me atende no primeiro toque.

— Ligou para dizer que amou? Tudo bem, eu sei que sou foda nisso.

— Não, Julian, liguei para dizer que não aceitei seu convite e muito menos irei nesse
casamento, pare de ser cínico.

— Uma pena, Danielle, porque a noiva já sabe que você vai pedir para ela colocar na lista o
seu nome. Minha mãe sempre fala que nunca se pode deixar uma noiva triste no dia do casamento.

— Aargh! Vou te matar quando tudo isso acabar.

Desligo rindo, queria estar puta com ele, mas não consigo sentir raiva do Julian, o que não quer
dizer que não vou me vingar dele.
O sábado chegou e se vocês pensaram que fiz tudo rápido para não me atrasar, estão erradas,
fiz o oposto de tudo. Neste momento Julian está plantado na minha sala me esperando e eu estou
pacientemente fazendo minha maquiagem.

— Filha, adianta, o moço já está lhe esperando há mais de meia hora.

— Já estou terminando, mamãe. — Só não me enrolei mais porque sei que ele é o padrinho e
não pode chegar atrasado. Mamãe voltou para a sala e eu terminei de me maquiar, escolhi algo claro
para usar, já que o casamento é de dia. Nos meus cabelos fiz uma trança de lado, jogando sobre o
ombro; pego o vestido na cama e visto lentamente para não amassar. Ele é vermelho, de seda, abraça
perfeitamente cada curva minha, estou impressionada por Julian, sem qualquer medida, conseguir
comprar um vestido que cabe em mim. Ele é longo e cobre os meus pés. Julian mandou sapatos altos,
e até a lingerie na cor do vestido. Minhas bochechas aqueceram quando a vi, no entanto acabei
usando e estou me sentindo sexy quando saio do meu quarto e vou para a sala, onde encontro Julian
de terno preto sentado no pequeno sofá e minha mãe de frente para ele na poltrona. Seus olhos
encontraram com os meus e seus lábios se abriram, e pela primeira vez desde que nós nos
conhecemos ele me olha com desejo e admiração, me sinto como a mulher mais desejada neste
mundo por um belo homem.

— Uau, você está maravilhosa. — Ele se levanta aproximando-se, mas para a um passo de
mim.

— Ela está mesmo muito bonita, vai competir com a noiva.

— Mamãe, por favor — digo envergonhada.


— Sua mãe está certa, Danielle, você irá competir com a noiva.

Ficamos nos encarando sem falar mais nada até que a louquinha da minha amiga Josy chega,
ela vai ficar com a minha mãe hoje.

— É ele que é seu namorado? — Antes de podermos responder ela estende a mão.

— Prazer, sou Josy, melhor amiga dessa aí que não falou de você para nós.

— Julian Alves, prazer em lhe conhecer, e que coisa feia, Danielle, não fala de mim para sua
mãe e sua amiga.

Ele tem que se aproveitar da situação. Reviro os meus olhos quando Josy joga minha mãe no
meio, que ri, mas logo fica séria olhando para Julian, que não parece se sentir intimidado com seu
olhar.

— Fico feliz que a minha menina está saindo com alguém, a última vez que ela trouxe um
namorado aqui foi quando tinha 15 anos. Mas fique sabendo, Julian, que Danielle tem uma mãe que é
capaz de tudo por ela, então não machuque a minha menina.

— Nunca machucaria sua filha, senhora, pode ficar em paz.

O olhar de diversão nos olhos do Julian é impagável, quando minha mãe não está olhando ele
move os lábios apenas para eu ver.

— Virgem. — Puxo a mão de Julian antes que estas duas falem algo mais constrangedor; ele,
todo educado, se despede delas e as deixa suspirando. Entramos no elevador e antes que as portas se
fechem ele se vira para mim com um sorriso.

— Um namorado com 15 anos, humm, virgem, admita.

— Não sou virgem. Não é porque não levo homens para a casa da minha mãe que eu não tenha
transado com muitos. Você leva todas as mulheres com quem já dormiu para conhecer sua mãe?
— Não, você está certa em um ponto, mas ainda não me convenceu.

— E quem disse que quero convencê-lo? — digo no mesmo instante, mas me arrependo ao ter
Julian com o peito tão próximo de mim a ponto de sentir seu perfume.

— O vestido ficou melhor do que eu imaginei que ficaria, cada olhar no casamento vai ser em
você, Danielle.

Ele cantarola meu nome e abaixa a cabeça deixando seus lábios próximos ao meu pescoço.

— Só faltou uma coisa. — Ele ergueu um colar delicado.

— É lindo — murmurei.

— Se vira para eu colocar. — Faço o que ele pede e sinto o gelo do colar no meu pescoço.
Suspiro sentindo o seu perfume.

— Agora está magnífica. — A forma como as palavras escorrem dos seus lábios é como uma
carícia. As portas se abrem e eu consigo respirar, para dentro e para fora. Julian segura minha mão e
nos guia até o seu carro, abre a porta para mim e, ao me ajeitar no banco, ele dá a volta e entra no
lado do motorista. Ele não fala mais nada e nem me olha, apenas dirige para a avenida principal. A
viagem para o casamento é rápida, saímos do carro e andamos para a entrada de uma mansão. Dá
para perceber que o casal tem dinheiro e não é pouco. Julian nos leva para o jardim onde será a
cerimônia, ele cumprimenta algumas pessoas no caminho. Mas o que noto é que todos os olhares
estão em nós.

— Para um pegador, as pessoas parecem estranhar muito vê-lo com uma mulher.

Sussurro próximo a ele, que ri.

— Acho que elas estão preocupadas que eu te leve para um canto para fodê-la, enquanto todos
escutam os seus gritos, mas isso não vai acontecer, você não é o meu tipo.

Quando ele fala que não sou o tipo dele, não sinto como um insulto, mas uma provocação.
— Você que não faz o meu tipo — rebato.

— Oh, para tudo e repete mais uma vez, coisa linda, quero gravar uma mulher falando que
Julian, o libertino, não é o tipo dela.

Um cara com o mesmo porte físico de Julian se aproxima de nós, com a pele negra e cabelo
raspado. Notei uma semelhança entre eles, os dois se cumprimentam com um abraço e Julian me
apresenta para o cara.

— Danielle, este mala é o noivo, o meu primo Cain, e, Cain, esta coisa linda da língua nervosa
é Danielle, uma amiga.

Cain levanta a sobrancelha para Julian quando pega minha mão e a beija, já dá para perceber
que o charme vem de família.

— É um prazer conhecê-la, não sabia que Julian tem uma amiga agora.

— Eu tenho, e não está na hora de você se amarrar?

Cain ri e aperta o ombro de Julian.

— Com aquela mulher sou capaz de me amarrar todos os dias, meu primo. Há cinco anos tento
convencê-la a se casar comigo, e agora que ela aceitou não vou deixá-la esperando. Quando você
conhecer alguém que mexe com sua estrutura vai entender do que estou falando. Te vejo no altar.

Ele se afasta com um último cumprimento, um clima tenso fica entre nós. Limpo a garganta
chamando a atenção dele.

— Acho melhor você ir para o altar, vou procurar um lugar para me sentar.

— Não precisa procurar, vem, vou lhe deixar no nosso lugar, você quer alguma coisa antes da
cerimônia?

— Não, obrigada, estou bem. — Julian segura minha mão e nos leva para uma fileira de
cadeiras, me sento em uma delas e ele se afasta e me olha de um jeito estranho, como se estivesse em
dúvida quanto a me deixar sozinha.

— Vou ficar bem, relaxa e vai lá. — Sorrio tranquilizando-o.

— Qualquer coisa me chama, não demorarei. — Relutante, Julian se vai, assisto ele se juntar
com os outros padrinhos. Ele pode estar conversando com Cain, mas seus olhos não deixam os meus,
em algum momento ele dá uma piscadela.

— Ele é um gato, é seu namorado? — Me assustei com a chegada de uma senhora que senta ao
meu lado, e o engraçado é a forma como ela fala do Julian.

— Não, olha para ele, não é o tipo que namora alguém como eu.

— Estou olhando pra você, querida, e ele seria um bobo se não te namorasse.

— Ele não é o meu tipo, é muitíssimo irritante, arrogante, se acha o dono da verdade e a maior
parte do tempo está me tirando do sério.

Sorrio com a lembrança das mensagens de Julian.

— Ele te faz rir e quando está falando dele, seus olhos brilham. Você está apaixonada.

— Eu? Apaixonada por ele? Não, não estou.

— Sim, você está, mas só vai perceber no momento certo, tudo ao seu tempo.

A senhora me faz sentir bem ao lado dela. Falo “senhora”, mas vejo que ela deve ter a idade da
minha mãe. Sua pele é negra e o cabelo preto liso na altura dos ombros, ela está usando um vestido
creme com pedrarias.

— Me chamo Danielle — mudo de assunto.


— Gisa Alves. — Minha boca se abre em choque.

— A senhora é mãe do Julian?

— Sim, Julian é meu bebê… — Não sei mais o que ela disse, mas também não tenho tempo,
porque uma canção começa a tocar e todos se levantam para ver a noiva entrar. Linda é a palavra que
descreve a ruiva de vestido de noiva com uma longa cauda, seus olhos brilham e o seu sorriso é
lindo. A cerimônia começa e o casal fala os votos, é uma declaração linda de amor, todos riem
porque antes do padre mandar beijar a noiva, Cain já estava beijando sua futura esposa. Depois da
cerimônia seguimos para a ala de bufê, comemos, dançamos e rimos muito. Julian me apresentou sua
mãe formalmente e gostei muito da dona Gisa. Ela não comentou com seu filho o que tinha me dito,
apenas ficou nos olhando como se soubesse de algo que não sei.

Por volta das 23h, Julian estaciona o carro em frente ao meu prédio, passamos o dia nos
divertindo e amei estar com ele, só não vou admitir isso.

— Obrigada por aceitar ir comigo. — Tiro o cinto, me viro para ele e levanto a sobrancelha.

— Tecnicamente eu não aceitei, fui obrigada a ir.

— Tecnicamente eu não te obriguei, você veio porque queria sair com o gostosão aqui.

Ele dá uma piscadela e eu reviro meus olhos.

— Idiota — falo.
— Besta — ele responde.

— Chato.

— Chata.

— Arrogante.

— Linda. — Nos olhamos e mais uma vez o ar entre nós fica tenso.

— Acho melhor você entrar, já é tarde.

— Sim, obrigada pela noite, eu adorei. Até breve, Julian.

— Até breve, Danielle. — Saio do carro e entro no meu prédio, só aí que Julian liga o carro e
sai. Subo para o meu apartamento com a lembrança do que a mãe de Julian falou. Eu, apaixonada
pelo Julian? Nunca.
Capítulo 12

Saio do meu prédio com uma bolsa pequena de alças finas apoiada no ombro, ela é perfeita,
cabem o meu celular, documentos e cartão de crédito. Hoje a noite está quente, por isso optei por um
vestidinho florido soltinho e botinha cano baixo. Parado em um carro esportivo, encontro com Julian,
de calça jeans e blusa polo preta e tênis. Quem nos vê pode imaginar que estamos indo a um
encontro, um homem bonito encostado em um carro e uma garota indo ao seu encontro, uma grande
piada. As coisas ficaram estranhas depois do casamento, sempre que Julian pensa que estou distraída
pego ele me olhando de um jeito pensativo.

— Uau, você está linda. — Por mais que tenha me olhado três vezes ao espelho, ainda assim
me vejo esfregar as mãos no vestido secando o suor que há nelas, não é sempre que escuto alguém se
referir a mim como linda, mas isso não quer dizer que eu não me ache linda e maravilhosa. Sim, eu
me acho, no entanto sou acima do peso, meu corpo tem mais curvas que muitas mulheres e algumas
pessoas veem isso como fora do padrão que eles mesmo criaram; não me importo, sou feliz do jeito
que eu sou, mas fico mexida quando alguém como Julian, com aqueles olhos intensos e voz rouca, me
diz que sou linda.

— Boa noite, e você está lindo também, Julian.

Dou a volta no carro e, antes que eu possa abrir a porta, Julian o faz.

— Senhorita, por favor, me dê a honra. — Dou uma risadinha ao ver Julian curvar o corpo e
abrir a porta como um cavalheiro.

— Olha ele, aprendeu direitinho — comento.

— Tive uma excelente professora. — Entro no carro e me sento no banco sentindo o cheiro de
couro de carro novo. Julian dá a volta no carro. Aproveito e pego a lista na minha bolsa e, quando
ele se senta ao meu lado no banco do motorista, mostro a lista.
— Aqui estão alguns lugares que poderíamos ir hoje à noite…

Julian pega a lista da minha mão e coloca no porta-luvas, meus olhos se estreitaram e ele riu.

— Hoje estou te levando para sair, não para procurar uma namorada pra mim. Vamos dar um
tempo na missão encontrar uma namorada para Julian, e vamos nos divertir um pouco, você
trabalha demais, Danielle, deve ser por isso que não tem um namorado.

Faz algumas semanas que trabalho com Julian, ele já teve alguns encontros, mas não passaram
do primeiro; ele não entrou em detalhes, apenas disse que não deu certo e que vamos partir pra outra,
não vou reclamar até porque o que Julian me paga está me ajudando muito. Todos os medicamentos
da minha mãe estão comprados, contas pagas e despensa abastecida. O site da Conselheira Amorosa
está conseguindo alguns clientes e estou ganhando um bom dinheiro, o único para quem ainda não
consegui encontrar uma namorada foi Julian. Algumas vezes penso que ele que não quer uma
namorada, mas descarto isso, quem iria gastar dinheiro por nada? Viro meus olhos para Julian,
fuzilando-o.

— Você não sabe da minha vida amorosa, eu poderia ter um namorado gostoso e bem
musculoso.

Julian joga a cabeça para trás gargalhando até seus olhos se encherem de lágrimas, depois de
alguns segundos ele para e seca os olhos.

— Qual é a graça? Acha que não posso ter um namorado gostoso e musculoso?

Perguntei ofendida.

— Não é isso, como já citei, você pode ter qualquer homem, a questão aqui é que você está
mentindo.

— Está tão convicto com isso por quê?

— Estou porque observo e analiso, chegando à conclusão que você está mentindo. Começando:
quando fala uma mentira sua voz estremece, seus olhos desviam para qualquer lugar que não seja o
meu rosto e você franze o nariz.

Quero gritar.

— E agora você está puta comigo por ter observado você bem, mas a gente não tem tempo pra
isso, tenho que levá-la para se divertir.

— Não sei como vou aguentar passar mais tempo ao seu lado.

— Posso fazer uma lista de coisas que podemos fazer.

Julian balança as sobrancelhas e dá uma piscadela, em seguida liga o carro e dá partida para a
rodovia. Reviro meus olhos suspirando. Tão convencido.

Meus lábios se abrem ao ver onde Julian nos trouxe, coloco as duas mãos na boca e olho para
ele, que tem um sorriso tímido no rosto e as mãos nos bolsos, parecendo um pouco apreensivo.

— Você me trouxe para um parque de diversões? Meu Deus, há tantos anos que não venho em
um.

— Você gostou? — ele questiona.

— Se gostei? Eu amei, Julian, vem, quero ir primeiro na roda-gigante.

Sem dar tempo pra ele, seguro sua mão e saio puxando e passando pela multidão. Julian me
trouxe em um parque com roda-gigante, carrossel, carrinho bate-bate, entre outros brinquedos, pareço
uma criança no meio de tudo isso.

— Eu vou te esperar aqui, Danielle, não sou muito fã de altura.

Me viro para Julian com a testa enrugada, já passamos pela bilheteria e compramos várias
fichas, quero ir em todos os brinquedos.

— Você tem medo de altura? — Ele passa a mão pelo cabelo, suspirando.

— Sim, Danielle, vai lá que eu te espero. — Esta revelação mexe com algo dentro de mim e eu
quero ajudá-lo a superar seu medo.

— Nada disso, não vou sem você, vem comigo, Julian, vai ser divertido, prometo segurar sua
mão. Por favor, você falou que ia fazer eu me divertir hoje, e só vou se você estiver ao meu lado.

Não estou querendo fazer uma piada, mas não posso descartar um pouco de drama, estou
falando sério quando falei que ia segurar a sua mão e ele vê isso em meus olhos porque Julian agarra
a minha mão e sai me puxando.

— Estou começando a me arrepender de ter te trazido aqui.

Ele resmunga e mordo meus lábios para não rir, suas bochechas rosadas mostram que ele não
está gostando nada disso. Entramos na fila e quando chega a nossa vez sentamos no nosso assento.
Um instrutor nos ajuda a colocar o cinto e, quando a roda-gigante começa a subir, seguro a mão de
Julian. Até então ele estava com os olhos fechados e, ao sentir minha mão na sua, ele olha para
nossas mãos juntas e em seguida para o meu rosto. Dou um sorriso tranquilo.

— Eu tenho você! — Sua mão aperta tanto a minha que sinto meus dedos ficarem dormentes,
mas não reclamo. Duas voltas depois a roda-gigante para. Julian sai como se sua bunda estivesse
pegando fogo.

— Nunca mais me faça andar nesta coisa.


— Ah, sério? Você não gostou nem um pouquinho?

Junto as mãos como se fosse rezar e faço cara de cachorrinho. Julian bufa.

— Sim, sim, eu gostei só um pouco, e agora, pra onde vamos?

Dou um pulinho animada.

— Vamos no carrinho bate-bate e depois na barraca de cachorro-quente.

Mais uma vez puxo Julian. Ao chegar onde os carrinhos estão, entregamos as nossas fichas
para o moço e subimos cada um em um carro. Antes de começar gritei para Julian.

— Vou acabar com você. — Ele ergue a sobrancelha.

— Vamos fazer uma aposta, se você ganhar te dou o dobro do que te pago.

Aperto meus olhos, desconfiada.

— E se você ganhar? — Julian encolhe os ombros.

— Isso quer dizer que acha que vai perder?

— Não, só não vou fazer uma aposta sem saber o que tenho que pagar se eu perder.

— Se você perder, vai me dar o que eu quiser.

— Isso não é justo, só aceito se o mesmo for comigo, se eu ganhar quero qualquer coisa.

— Okay, está valendo.

— Está valendo! — No instante seguinte começamos, Julian está em uma distância longa, ainda
não o alcancei, tem algumas pessoas me fechando, até que consigo sair e perseguir Julian. Quando
ele me vê começa a rir, batemos o carro um no outro até ele conseguir me deixar presa. O nosso
tempo acaba e os carros param de funcionar.

— Você roubou, Julian.

— Não está sabendo perder, Danielle? Foi um ganho justo.

— Sabemos que não foi, mal tive qualquer chance.

— Você foi bem, só sou melhor. — Ele dá uma piscadela e eu dou um tapa no seu braço quando
andamos para a barraca de cachorro-quente, eu desta vez pago os cachorros-quentes e os
refrigerantes, não acho justo ele pagar desta vez, até porque não estou a serviço. Devoramos nosso
lanche em pé no meio da multidão.

— Tem tanto tempo que não como um cachorro-quente em um parque.

Julian fala pensativo, empurro o meu ombro no braço dele, estou com as duas mãos ocupadas.

— E ainda fala que eu que não sei me divertir?

— Eu me divirto de outro jeito, Danielle, não assim.

A forma que ele fala que se diverte de outro jeito não deixa dúvida de que jeito Julian está
falando. De sexo.

— Vamos pra barraca dos ursinhos? Sou boa de mira e conseguirei um urso.

Mudo de assunto e ele não disse nada, seguimos para a barraca, brincamos um pouco. Julian
conseguiu um urso e eu, um golfinho, um leão e um hipopótamo. Quando notamos já era tarde, então
decidimos ir embora. Eu estava próxima ao carro quando Julian segurou em meu braço e olhou em
meus olhos, a sua voz bem áspera.

— Eu ganhei!
— Sim, você ganhou, o que quer?

— Um beijo! — Meus lábios abrem e fecham e, quando crio coragem pra responder, meu
celular toca e meu corpo fica tenso porque este toque é de emergência quando a minha mãe está em
perigo.

— Mãe?

— Não, senhorita Danielle, é o Mateus, o porteiro, estou ligando porque sua mãe está indo
para a emergência, não sei ao certo, mas ela me ligou pedindo para eu ir lá no seu apartamento, mas,
quando cheguei, a encontrei desacordada.

O porteiro continua a falar, porém deixo o celular escorrer da minha mão para a bolsa, me viro
para Julian que me olha preocupado.

— Me leva para o hospital, é a minha mãe, ela não está bem, Julian.

— Vem, vamos, vai ficar tudo bem, Dani. — Não respondo, estou com as pernas trêmulas.
Entro no carro. O medo de algo mais grave ter acontecido me agarra e seria minha culpa. Se eu não
estivesse me divertindo nada disso aconteceria. A Josy não pôde ficar com ela e mesmo assim aceitei
sair com Julian. Mamãe parecia tão bem que pensei que nada aconteceria se ela ficasse por algumas
horas sozinha. Sou uma pessoa horrível!
Capítulo 13

Faz meia hora que chegamos no hospital e Danielle não para de andar de um lado para o outro,
ainda não tivemos notícias do estado de sua mãe.

— Vou ver se consigo um chá pra você, está muito nervosa.

— Foi minha culpa, se eu não tivesse saído, se eu estivesse com ela nada disso teria
acontecido.

Danielle murmura. Me aproximo dela e a puxo pros meus braços, beijando o topo da sua
cabeça.

— Não foi culpa sua, não se culpe por algo que não está no seu controle, Dani, você é forte e
acredito que esta força vem da sua mãe, então pode ter certeza que ela vai sair desta.

Ela se afasta de mim olhando em meus olhos quando lágrimas grossas escorrem pelo seu rosto.

— Você não entende, e sabe de uma coisa? Nunca vai entender, a minha mãe é minha única
família, Julian, é meu tudo, não sou rodeada de pessoas ricas nem nasci em um berço de ouro.

As palavras de Danielle não me feriram, ela está triste e é seu jeito de demonstrar sua dor,
querendo me magoar e achando que falando isso eu vou agir da mesma forma. Mas não irei!

— Se for para você se sentir melhor, Danielle, sinta-se à vontade para me menosprezar, e juro
que entendo seu desespero. Sua mãe vai ficar bem e eu vou estar aqui.

— Julian, eu não quis…

— Familiares da senhora Ivone? — o médico nos interrompe, fico logo atrás de Dani quando o
médico dá a notícia do estado da sua mãe.
— O que você é da paciente?

— Filha, doutor, o que a minha mãe tem?

— Sua mãe está bem, senhorita, a pressão dela abaixou e seu nível de açúcar no sangue está
elevado, conseguimos reduzir, mas ela vai precisar ficar aqui por três dias.

— Eu posso entrar para vê-la?

— Ela está dormindo, aconselho a ir para casa e descansar. Amanhã pode, ela já vai estar
acordada. Está tarde e ficar aqui não vai resolver nada, dou minha palavra que sua mãe está bem.

— Eu quero vê-la dormindo, só aí vou conseguir ir para casa.

— Tudo bem, ela está no quarto 2. — Ele se afasta falando que vai dar uma ronda. Sem perder
tempo Danielle corre para o quarto da sua mãe, penso em ir atrás dela, mas decidi ficar, não é o
momento de conhecer sua mãe e Dani precisa deste tempo. Me dirijo para a lanchonete, pego dois
cafés com leite e volto para a sala de espera, não sei quanto tempo se passa até Danielle aparecer
com o rosto ainda molhado de lágrimas, mas com um olhar mais tranquilo.

— Trouxe um café pra você. — A entrego quando ela se senta ao meu lado, vejo ela abrir a
tampa do copo e dar alguns goles antes de olhar para mim.

— Me desculpe…

— Não há necessidade de se desculpar, eu entendo que você estava com medo.

Seus olhos brilham com lágrimas.

— Não estou me desculpando por somente hoje, Julian, depois de falar o que venho
escondendo de você acho que não vai querer mais me ver, mas é o certo.

Assisto Danielle engolir em seco.


— Eu não sou uma conselheira amorosa, antes de tudo deixa eu explicar… Fiz tudo isso por
minha mãe, eu não consegui um trabalho e ela precisava dos remédios. Minha mãe não pode ficar
sem, Julian, eu tinha um trabalho em um barzinho à noite, mas fui demitida.

Abaixo a vista e dou um sorriso triste.

— O meu peso era um problema, os homens querem ser atendidos por mulheres gostosas e eu
não entro na equação. Depois de seis meses sem conseguir nada e o dinheiro acabando e as contas
aumentando, me veio a ideia de criar um site e o meu primeiro cliente foi você. Eu te enganei, Julian,
e vou entender se não quiser mais me ver.

Me levanto tranquilamente, jogo o copo no lixo do corredor e volto para Dani, me sento de
volta ao seu lado e seguro seu rosto com uma mão de cada lado.

— Eu já sabia, no mesmo dia que nos encontramos no café, um amigo meu investigou e puxou
sua ficha. Eu sou o CEO de uma grande empresa, Danielle, ninguém se aproxima de mim sem ser
investigado antes. E o problema nunca foi o seu peso, mas sim as pessoas, Dani, você é linda, uma
mulher forte que está levando muita coisa nas costas sozinha, sua mãe deve sentir muito orgulho de
você. Eu tenho orgulho.

Passo a mão pelo seu rosto limpando as lágrimas.

— Fui criado apenas pela minha mãe, não tenho um pai. A minha mãe lutou muito para pagar os
meus estudos e colocar um prato de comida na mesa e nunca deixou que nada me faltasse. Quando te
falei que entendia, é porque eu entendo, Danielle, ela é meu tudo e minha única família, não posso
imaginar uma vida sem a minha mãe nela. Este foi o motivo por eu querer uma namorada, minha mãe
não concorda com a vida que eu estava levando, e depois que ela caiu das escadas meu mundo deu
uma guinada e tive que repensar a vida que eu estava seguindo.

— Eu sinto muito, sua mãe está bem?

— Sim, ela está bem, eu só te falei isso pra você me conhecer um pouco, eu não sou um
filhinho da mamãe, o playboy que não sabe o que é necessidade. Eu sei e nunca vou sentir raiva pelo
que você fez.
Ela segura minha mão.

— Desconsidere o que falei, Julian, eu sei o cara maravilhoso que você é, só estou fora de
mim com tudo que está acontecendo.

Meus olhos desviam dos seus olhos para seus lábios e, como um ímã, nossas bocas se juntam,
uma mão minha se afasta do seu rosto para ficar atrás da sua cabeça quando minha língua mergulha
dentro da sua boca, sentindo o gosto do café. Danielle corresponde ao beijo com a mesma paixão que
eu transmito. Meu corpo reage ao beijo como nunca fez antes, Dani geme na minha boca e meu pau
duro empurra na calça jeans. Tenho que quebrar o beijo ao lembrar onde estamos, nossa respiração
está rápida e os olhos negros de Danielle não deixam os meus.

— Vou te levar para casa e dormirei no sofá ou em qualquer lugar, mas não irei deixá-la
sozinha.

— Obrigada! — ela murmura. Levantamos e seguimos para fora do hospital. Já sentia uma
atração incontrolável por Danielle, mas, depois deste beijo, sei que não posso ficar nunca mais longe
desta mulher.
Capítulo 14

Sentada em uma cadeira no mesmo café onde encontrei com Julian, alguns meses atrás, assisto
Any, minha cliente, entrar. Ela encontrou o site e mandou uma mensagem há três semanas. Any é
apaixonada pelo seu amigo, mas não tem coragem de se declarar, dei algumas dicas, mas não deu
resultado. Pedi para Any me apresentar o amigo, não consegui ficar perto dele por 30 minutos, o cara
se acha demais e se sente como se fosse o último biscoito do pacote, e hoje marquei de me encontrar
com ela para lhe dizer isso, mas de uma forma sutil para não magoá-la, ela é uma pessoa muito doce.

— Bom dia, Danielle — ela me cumprimenta.

— Bom dia, Any, como passou a semana?

Ela senta em uma cadeira na minha frente.

— Bem, só um pouco ansiosa para saber o que você achou do Caio.

Seguro a mão dela por cima da mesa de um jeito carinhoso.

— Vamos pedir uma bebida antes, querida?

— Não, Danielle, quero saber sua opinião logo, já passei uma semana ansiosa sem saber.

Farei como a minha mãe dizia. Se for para sentir dor, Danielle, sinta de uma vez por todas.
Puxa o band-aid de uma só vez.

— Ele nunca vai te ver como algo mais que uma amiga, Caio não é o tipo de homem pra você,
Any, sinto ter que te falar isso. Ele é uma pessoa esnobe que só pensa em si próprio, em 30 minutos
na presença dele eu notei isso. Você é uma mulher forte e linda e vai encontrar alguém que te veja e te
ama como você é. Não precisa mudar a cor do seu cabelo ou se vestir como as mulheres com quem
ele é acostumado a sair, seja você mesma, é isso que tenho para falar, e o dinheiro que me pagou eu
estou transferindo para sua conta.

Any é loira natural e pintou o cabelo de preto porque Caio gosta de mulheres com a tonalidade
preta, ela comentou que para atrair a atenção dele começou a usar roupas mais justas. Por que temos
que mudar quem somos para agradar alguém? Dá para imaginar como será a vida de um casal assim?
Meu conselho sempre será: nós sempre viremos em primeiro lugar. Se um homem nos ama, deve nos
aceitar como somos.

— Eu sabia, só tentei de tudo por não querer enxergar. — Seus olhos se enchem de lágrimas e
aperto sua mão.

— Devemos estar com alguém que ama os nossos defeitos e qualidades, não somos perfeitas, é
claro, mas quem é? Merecemos alguém que deite na cama conosco em seus braços e assista um filme,
que você seja o centro da atenção e paixão dele, você não pode aceitar nada menos que isso, Any.

Ela concorda.

— Sim, você está certa, tentei evitar muito esta verdade, mas Caio nunca vai ser esse cara que
você falou, nem namorar ele quer. Vou ser quem eu sou, obrigada, Danielle, por me ajudar e, por
favor, fica com o dinheiro, você me fez ver com pontos de vista diferentes.

Por mais que Any possa querer parecer forte, ainda vejo dor nos seus olhos, mas sei que esta
mulher é forte e vai sair dessa.

— Vamos pedir nossa bebida e brindar pela vida nova e pelas novas escolhas.

Pedimos nossas bebidas e brindamos, fiquei mais um tempo com Any conversando, mas
precisei ir embora. Tenho que organizar algumas coisas antes de começar o meu estágio; sim,
consegui um estágio em uma clínica. Faltam quatro meses para terminar a faculdade e graças a Deus
já estou com um trabalho em vista e na minha área. Este é o motivo da minha decisão. Entro em casa
e grito pela minha mãe, a menina aqui do prédio a quem paguei para ficar de olho nela sai da
cozinha.

— Mila, onde está a minha mãe?


— Está no quarto, Danielle.

— Ela está bem? — pergunto já preocupada, não estou saindo para não deixar a dona Ivone
sozinha, ela me assustou muito.

— Sim, ela está ótima — ela fala com otimismo, pego o dinheiro na minha bolsa e entrego para
Mila, que agradece e sai. Me dirijo para o quarto da minha mãe e não a encontro, então vou para o
meu e congelo na porta.

— Mãe? — Ela me olha séria e todo meu corpo se arrepia.

— O que é isso, filha? — Entro no quarto e tiro meus sapatos me sentando na cama enquanto
olho para minha mãe na minha cadeira, com o meu computador ligado. Devo ter deixado ligando
quando saí, e na página do site.

— Você vem mentindo todo esse tempo? — Está na hora de falar a verdade, a parte mais difícil
disso tudo foi mentir para minha mãe.

— Sim! Eu estava mentindo, mãe, mas prometo que não fiz mal a ninguém.

— Como e quando tudo isso começou? — Conto para ela do início, de como estive
desesperada para pagar os medicamentos, e que fui demitida, tudo, sem deixar nada de fora, nem
sobre o Julian.

— Me perdoa, mãe, por tudo — peço com medo dela estar com raiva.

— Oh, minha filha, vem aqui me abraçar, eu não tenho nada que lhe perdoar, tudo que fez foi
por mim e sou muito grata. Eu deveria me sentir chateada comigo mesma, se eu estivesse com a
saúde boa você não teria feito isso.

— Não diga isso, mãe, eu faria tudo novamente se for para nunca faltar nada para a senhora, te
amo, mamãe.

Saio da cama me aproximando dela e nos abraçamos, sinto-me leve por não mentir mais para
ela.

— Julian sabe?

— Sim, ele sabe, falei pra ele no hospital.

— E qual foi a reação dele?

— Ele já sabia, mãe, e me beijou.

— Demorou para acontecer, vocês até tentam esconder, mas seus olhos não mentem, vocês se
amam.

Dou uma risadinha.

— Nem pra isso consigo mentir.

— Não, não consegue, mas voltando para este site, pretende continuar?

— Não, hoje foi o último encontro que tive, pretendo apagar o site, mãe.

— Faz bem, filha, não é legal viver com mentiras.

— Não vou continuar, mãe, e para comemorar o meu estágio, que tal um cinema?

— Boa ideia, vamos sim. — Mando uma mensagem para Josy perguntando se ela quer ir junto.
Mas ela responde dizendo que está fazendo uma coisa e que depois me fala, isso tem cheiro de
homem.

— Vamos ser só nós duas, a Josy não pode ir.

— Um dia de mãe e filha então?


— Isso aí, vamos?

— Você está linda, mas esta velha senhora precisa se arrumar um pouco.

— Tudo bem, vai lá. — Ela sai e eu me sento na cadeira em frente ao meu computador, o tempo
passou tão rápido que sinto que foi ontem que eu estava sentada nesta cadeira com a ideia louca de
criar um site. A ideia deu certo. Se me arrependo? Não, eu ajudei muitas pessoas e no processo
amadureci com elas. Dar um fim neste ciclo não está sendo fácil, no entanto fechamos uma porta e
abrimos outras. É assim que é a vida, o site da Conselheira Amorosa acaba aqui, porém tenho outro
tema para criar e me divertir. Vou trabalhar em algo que estudei muito e que eu amo. Lágrimas
escorrem pelo meu rosto quando na tela do computador aparece: Site Deletado. Acabou.
Capítulo 15

Ando pelo campus da universidade distraída olhando as minhas notas, poderia ter perdido o
estágio se as minhas notas não estivessem boas, e estava preocupada porque fiquei um mês inteiro
sem vir para a faculdade, queria passar um tempo com a minha mãe depois que ela saiu do hospital.
Mesmo faltando em muitas aulas, consegui me recuperar. Dou um gritinho de felicidade quando
esbarro em um peito duro, só não caí porque braços fortes seguram minha cintura. Ao levantar a
cabeça meus olhos encontram com as íris azuis como o oceano e todo o meu corpo ganha vida, nunca
me senti assim antes. Meu coração bate tão forte no meu peito que aposto que ele consegue escutar, e
as minhas mãos suam e meus lábios ficam secos. Umedeço com a língua antes de encontrar a
habilidade de falar.

— Julian? — Estou surpresa com a presença dele aqui.

— Danielle, passei no seu apartamento e sua mãe falou que poderia te encontrar aqui, acabei
de chegar de viagem.

Depois que a minha mãe recebeu alta, vi Julian naquele dia, e daí em diante ele sumiu me
enviando uma única mensagem: Estou saindo da cidade por três dias, quando voltar precisamos
conversar sobre o que aconteceu no hospital. Estes três dias viraram três semanas sem qualquer
notícia dele, até agora.

— Que três dias longos, hein? — Me refiro a ele sarcasticamente, me recuperando do meu
momento surpresa e passando por ele, que segue ao meu lado para a rua.

— O negócio demorou mais tempo do que eu previ, os dias foram difíceis, estava preocupado
com a minha mãe, hoje logo que saí do aeroporto fui vê-la, e em seguida vim ver você, Danielle.

A raiva que estava sentindo até aquele momento se dissipa.

— Ela está bem, Julian?


— Sim, está, estes dias ela passou no SPA.

Sorrio com a expressão que ele faz.

— O que foi?

— Minha mãe está com um namorado e passou esses dias com ele.

— Ah, e qual é o problema?

— Porra, Dani, é a minha mãe.

— Sim, é sua mãe, é por isso que ela precisa viver a vida. Você mesmo citou antes que ela já
trabalhou muito e te deu de tudo, agora é a vez dela aproveitar a vida, Julian.

— Fico puto quando você tem razão, só não consigo imaginar minha mãe com um homem.

— Então não imagina, querido! — Paramos ao lado do seu carro quando Julian puxa o papel
com as minhas notas.

— Uau, você é boa, então está cursando Medicina?

— Sim, estava com medo de não ter me saído bem porque me afastei por algumas semanas,
mas me recuperei e consegui um estágio em uma clínica de Pediatria e já comecei.

Julian me olha de uma forma tão intensa que me faz notar a roupa que estou usando e a calcinha
de algodão fica úmida.

— Você é perfeita, nunca tive dúvida de que conseguiria.

— Obrigada! — respondo ainda me sentindo afetada por sua presença.

— Podemos conversar, Danielle? Sobre o que aconteceu?


Eu não estava indo para casa, ia na casa da Josy, ela anda muito sumida e quero saber o
motivo. A minha mãe está com a Mila, falo com a Josy depois, eu e Julian precisamos realmente nos
falar.

— Tudo bem, vamos conversar. — Dou a volta no carro e entro no lado do passageiro quando
Julian senta no lado do motorista.

— Estamos indo pra onde? — questiono.

— Para o meu apartamento, prometi que quando voltasse teríamos uma conversa e vamos tê-la
hoje.

A ansiedade aumenta no meu interior, o que será que ele terá para me dizer? Que foi um erro o
beijo? Que não quer mais me ver? Ou encontrou uma namorada? Todas as alternativas me deixam
apreensiva. Julian liga o carro, mas, antes que o possa colocar em movimento, seu celular, que está
no suporte, toca e ele aperta um botão. A voz rouca de um homem enche o espaço entre nós.

— Julian, onde você está, caralho? Mova sua bunda até aqui na empresa, precisa assinar
uns papéis antes de encontrar uma boceta…

— Já entendi, Alex, estarei aí em meia hora. — Julian não espera que o outro homem fale mais
nada, e desliga a chamada.

— Mudança de planos, vamos passar na empresa e em seguida te levo para almoçar, acredito
que não comeu nada ainda, e a nossa conversa ficará pra depois.

— Realmente não comi nada, ia passar em uma lanchonete a caminho da casa da Josy.

— Prometo que será rápido. — Julian coloca o carro em movimento e seguimos para sua
empresa, pegamos um pouco de tráfego e, depois de quase uma hora, chegamos na empresa. Julian
estacionou o carro na sua vaga, ele está pronto para sair quando percebe que ainda estou no meu
lugar.

— Acho melhor eu te esperar aqui.


— Nada disso, Danielle, você vem comigo, quero que veja onde trabalho.

Não me movo e Julian abre a porta estendendo a mão.

— Você me fez andar em uma roda-gigante, qual o problema de entrar na minha empresa?

— Não tem problema, só não vejo por que entrar com você.

— Não é o suficiente eu te querer lá? — Novamente aquele ar de luxúria nos seca; suspirando,
seguro sua mão quente.

— Okay, vamos lá. — Pegamos o elevador e subimos para o último andar e Julian não soltou a
minha mão, nem sei se ele notou isso; ao parar, as portas se abrem e saímos, sigo ao lado de Julian
com ele ainda segurando a minha mão pelo caminho. Vejo alguns olhares em nós, principalmente em
mim. Eles devem estar se perguntando o que o CEO Julian Alves está fazendo com uma mulher como
eu. Paramos em uma mesa onde se encontra uma senhora de meia-idade.

— Gisele, onde está Alexandre? — A senhora se levanta da sua cadeira logo que vê Julian, ela
até parece um pouco nervosa.

— Senhor, o senhor Alexandre está na sala dele.

— Gisele, peça para ele vir até a minha sala, quero assinar logo os documentos que ele falou e
ir para casa, acabei de chegar de viagem.

— Vou ligar pra sala dele neste exato momento.

Os olhos dela param em mim.

— O senhor quer que eu leve algo para beber? Um café ou chá?

— Você quer algo, Danielle?


— Não, obrigada. — Olho para Gisele e ergo a mão.

— Prazer, sou Danielle, amiga de Julian.

Compartilho um sorriso com ela.

— Prazer, senhorita Danielle, sou Gisele, secretária do senhor Alves.

— Só Danielle, por favor!

— Tudo bem, Danielle.

— Vamos, Danielle — Julian me chama e andamos até uma porta identificada com a plaquinha
CEO. Ele abre a porta e me dá espaço para que eu possa entrar, meus lábios se abrem com a bela
visão que tenho à minha frente. O lugar é amplo, uma mesa de madeira bruta com cadeira de couro
fica ao meio; no lado, um sofá de couro preto. Do outro lado há um minibar, a decoração tem um
estilo para homem, design masculino.

Deixo Julian e sigo para a parede de vidro que dá para uma vista linda da cidade.

— Posso ver o parque em que fomos, olha lá a roda-gigante e o carrossel.

— Lindo, né? A parte que mais gosto. Quando preciso refrescar a mente, é nessa vista que
foco.

— Eu amei sua sala, um lindo lugar pra criar…

Paro de falar quando sinto que sua mão descansa na minha cintura e o calor do seu corpo
abraça o meu por trás.

— Senti sua falta, não tinha notado como você virou alguém tão importante pra mim até viajar,
meus pensamentos estavam naquele beijo.
Sua voz baixa e sexy sussurrou próximo ao meu ouvido; me viro e fico de cara com Julian.

— Também senti sua falta. — Julian levanta uma mão e segura o meu queixo, erguendo-o.
Lentamente sua cabeça abaixa e seus lábios tocam os meus timidamente, abro a boca e recebo seu
beijo. Meus braços se enrolam em volta do seu pescoço quando nos entregamos ao beijo, Julian beija
tão bem, apenas com sua boca na minha eu já fico molhada. Minhas mãos descem passando na frente
da sua camisa e, com facilidade, Julian me coloca em cima da mesa e fica entre minhas pernas. Ele
esfrega seu pau duro na minha boceta enquanto devora minha boca; em seguida, sua boca deixa a
minha para se aventurar no meu pescoço, e eu gemo com seus beijos.

— Julian… — Empurro Julian e saio da sua mesa quando a porta se abre e seu amigo entra,
tento ao máximo me recompor.

— Alex, você poderia bater na porra da porta? — Julian esbraveja com seu amigo, que o fuzila
com os olhos.

— Achei que já tinha conversado sobre não trazer mais ninguém para o escritório!

Julian segura o meu olhar.

— Você é diferente, não escuta ele.

Eu nunca me senti tão mal como nesse momento, queria ter um buraco para poder enfiar minha
cabeça.

— Alexandre, esta é Danielle, e, Dani, este é meu melhor amigo e sócio, Alex.

Dou um sorriso forçado.

— Oi, prazer. — Sua sobrancelha ergue.

— Danielle? Como Danielle Conselheira Amorosa?

Julian suspira e senta na sua cadeira.


— Isso, Alex, agora podemos ir para os papéis?

— Ah, claro, estão aqui. — Limpa a garganta.

— Vou me sentar no sofá enquanto você termina aí.

— Não vou demorar.

— Não se preocupem comigo, vou ficar bem.

O amigo de Julian senta em uma cadeira em frente à sua mesa e os dois começam a trabalhar,
em algum momento nossos olhos se encontram e meu corpo ainda está zumbindo de luxúria. Não sei
se estou fazendo a coisa certa, mas sabe de uma coisa? Não ligo, a minha vida toda estive
preocupada em fazer a coisa certa, agora é hora de arriscar um pouco.
Capítulo 16
Agarro firmemente no saco com comida e entro no elevador. Aperto o botão da cobertura e
aguardo a máquina subir. Hoje mais cedo, quando troquei mensagens com Julian, ele comentou que
iria ficar até mais tarde na empresa e que tinha que terminar um trabalho muito importante. Por causa
das semanas que passou em viagem, o trabalho acumulou e foi pensando nisso que decidi fazer uma
surpresa trazendo uma comida para ele. Com certeza Julian passou o dia sem comer nada. Quando o
elevador apitou avisando que cheguei no meu destino, um frio subiu pela minha espinha, a última vez
que estive no escritório de Julian foi com ele há dois dias, era para termos uma conversa depois que
ele assinasse alguns documentos, porém ele teve que participar de uma videoconferência e acabou
ficando até mais tarde, e tive que ir embora, não fico muito tempo sem ver como minha mãe está.
Adiamos nossa conversa para outro dia, acho que este dia será hoje. Ergo o queixo e ando para sua
sala, não tem ninguém na recepção e o lugar está um pouco escuro; também, já passou das oitos. Ao
chegar na porta de Julian, antes que eu possa bater percebo que está entreaberta, então a empurro e
congelo no mesmo momento que coloco o pé em sua sala com a cena que se desenrola na minha
frente. Alex, o amigo de Julian, está com uma mulher no colo, eles não me notaram porque estão
ocupados se beijando, um gemido atrai minha atenção para a mesa do Julian, onde uma mulher de
cabelos pretos usando apenas lingerie está em cima da mesa dele com as pernas abertas e ele está na
sua cadeira assistindo-a se tocar. De onde estou não dá para ver se ele está com a frente da calça
aberta, mas só em ver o seu rosto coberto de luxúria enquanto assiste uma linda mulher se tocar na
sua frente é o suficiente para eu deixar o saco com comida escorregar da minha mão e deixar um
suspiro escapar dos meus lábios. Os olhos de Julian se afastam da mulher para mim, a mulher se vira
também com um sorriso no rosto, não a reconheço de nenhum lugar que estive com Julian.

— Desculpe-me. — Me viro afastando-me rapidamente para o elevador, aperto os botões do


elevador, mas ele não se abre. Escuto Julian gritar e me pedir para eu esperar, mas não posso, me
dirijo para as escadas e desço. Chego no 5° andar sem fôlego, não estou em forma e descer todos
estes degraus me cansou, vou para o elevador e ele, para o meu alívio, abre e não tem ninguém.
Julian deve estar terminando o que atrapalhei, aperto o botão do terraço e quando o elevador desce
as minhas lágrimas molham meu rosto. Como fui boba em pensar que alguém como Julian poderia
gostar de alguém como eu. Saio do elevador e me dirijo para a rua, neste momento a chuva está mais
forte do que quando cheguei, mas isso não me impede de continuar caminhando. Estou triste e com o
coração partido, a chuva está lavando a pessoa patética que sou. Que irônico, dou conselhos para
Any sobre não se iludir com alguém que não a merece e eu estou fazendo o mesmo comigo. Estou um
pouco afastada do prédio quando meu braço é agarrado fortemente e meu corpo é girado para ficar
de cara com Julian, encharcado e com o rosto furioso.

— Você não me esperou e agora está andando nesta chuva, está louca?

Puxo meu braço.

— Você estava muito ocupado, não quis atrapalhar, e ando na chuva quando quiser, você não
manda em mim.

Seus lábios se puxam de lado e seus olhos são sinceros.

— Não era para você ver aquilo porque não significa nada para mim, Danielle, eu estava
trabalhando, como tinha falado, e elas chegaram.

Chupei meus lábios antes de perguntar.

— Vocês já transaram? — Julian passa a mão pelo cabelo molhado suspirando.

— Sim, não quero mentir pra você, Dani, antes de lhe conhecer nós quatro transamos. Maria e
Angela são do Rio de Janeiro, hoje elas vieram para a cidade e ligaram para o Alex, ele passou o
endereço da empresa e elas acabaram aparecendo, eu não sabia até alguns segundos atrás.

— Vocês iam ficar outra vez? — O nó está instalado na minha garganta.

— Não! Eu mandei ela ir embora, ela só tirou o sobretudo porque achou que eu mudaria de
ideia.

— É, pelo visto mudou, a expressão que eu vi no seu rosto foi de desejo, Julian.

Ele passa a mão pelos cabelos tirando um pouco de água, abraço meu corpo com a friagem que
sinto.
— Desejo? É quando eu olho para você e penso em várias coisas que posso fazer, desejo é
quando me imagino com o rosto entre suas coxas te lambendo, isso é desejo, Danielle. Aquilo ali foi
tédio, estou cansado e não quero ser rude com elas, mandei ela embora e não mudaria meu
pensamento mesmo se ela estivesse nua na minha frente, sabe por quê? Bocetas eu já vi e já fodi
muitas, mas o que eu sinto só senti uma vez e foi por você.

Não sei se posso acreditar em um libertino. Passo a mão pelo rosto tirando o excesso de água e
balanço a cabeça.

— Tanto faz, Julian, eu não me importo mais, eu não vou permitir que me magoe, não mereço
sofrer por você nem por ninguém. Adeus.

Tento sair mais uma vez e ele me segura colocando uma mão em cada lado do meu rosto e
olhando nos meus olhos.

— Não tem um adeus entre nós, você não percebeu? Eu estou apaixonado por você, sua tola,
todos os encontros não deram certo porque eu não ligava no dia seguinte para nenhuma delas, e se ela
me ligasse eu não atendia, sabe por quê? Eu quero você, Danielle Torres, a única mulher que me
deixa duro é você, e que não sai da minha cabeça é você. O meu corpo arde apenas pelo seu, eu estou
louco e completamente e absolutamente apaixonado por você.

Não tenho tempo para reagir porque no momento seguinte os lábios de Julian cobriram os meus
em um beijo apaixonado, a chuva cai sobre nós, mas não nos importamos, seus braços circulam
minha cintura e jogo os meus em volta do seu pescoço, aprofundando mais o beijo até que Julian
quebra o beijo colando nossas testas. Estamos com a respiração pesada.

— Vem, vou te levar para o meu apartamento, que não fica tão longe daqui, e quando a chuva
parar te levo para sua casa.

— Não me lembro de ter dito que te perdoei.

— Então vou me certificar em fazê-la me perdoar, porque, senhorita Torres, eu não penso em
desistir de você facilmente.
— Você terá que se esforçar muito.

— Você vale a pena todo o esforço, agora vamos antes que fiquemos doentes.

Sorrio e andamos de volta para o prédio. Ao chegar no estacionamento, paramos próximo ao


carro do Julian, ele me prende entre seu corpo e o carro e voltamos a nos beijar.

— Você é a única mulher que quero!

— Eu deveria me sentir sortuda? — faço uma piada.

— Não, eu que devo me sentir sortudo, na verdade já me sinto.

Julian abre a porta do carro para mim, mas antes que eu entre ele rouba um beijo.

— Você é linda.

Entro no carro sentindo borboletas no estômago, estou tão feliz que compartilhamos do mesmo
sentimento. Julian senta ao meu lado, liga o carro e logo que entra em movimento sua mão segura a
minha e a leva até seus lábios, dando um suave beijo.
Capítulo 17

As portas do elevador se abrem em uma sala bem decorada, demoramos um pouco para chegar.
Julian dirigiu devagar porque a chuva está muito forte e não queríamos sofrer um acidente. Não
pensei que estaria tão nervosa em estar no seu apartamento até o momento que ele segurou minha mão
e me guiou para dentro.

— Espera um segundo, Dani, vou ligar a lareira da sala e do meu quarto, isso vai ajudar a
aquecer o apartamento.

Assisto Julian ligar a lareira elétrica da sala e em seguida subir a escada. Aproveito este
momento para dar uma olhada melhor ao redor. Há um sofá em L e no centro uma mesinha, além de
uma televisão em um suporte na parede que parece um telão de cinema. Tiro meus sapatos e afundo
os pés no tapete fofinho, estou tão distraída olhando ao redor que me assustei com um cachorro
branco parado próximo de mim. Seus olhos azuis me encaram, como não sabia que Julian tem um
cachorro?

— Julian, Julian — grito com a voz trêmula, mas Julian não aparece, o cachorro faz movimento
para se aproximar e eu me afasto batendo as pernas no sofá.

— Cachorro bonzinho, você não vai gostar da minha carne, ela é dura e amarga.

Tagarelo para ganhar tempo, e para minha surpresa ele abana o rabo se aproximando e
passando a cabeça na minha perna como uma carícia. Ainda com muito medo, abaixo a mão e passo
pela sua cabeça e ele ronrona.

— Oh, que fofo. — No instante seguinte estou acariciando o pelo do cachorro, me sento no
tapete com ele no meu colo.

— Você é um fofo, só não sei se vai gostar do Sr. Teodoro, ele parece um velho ranzinza, mas
amo muito ele.
Sou a louca que fala com os animais, batemos um papo até eu olhar para a estante no canto, me
levanto e pego a bola de pelo no colo e ando pela sala até uma estante onde há algumas fotografias de
Julian na faculdade com uma turma de amigos e outras com sua mãe. Como não notei no casamento a
semelhança entre eles? Os olhos são bem parecidos. Vejo também ele com Alexandre, mas o que me
chama atenção e não penso ao pegar na mão é uma de Julian sentado em uma pedra gigante ao pôr do
sol. Sua pele parece dourada e seus cabelos desalinhados como nunca vi, Julian sempre está bem
penteado. Meus dedos passam pelo seu peito nu, ele está usando apenas uma sunga e meus olhos
param no lado esquerdo do seu peito onde tem uma tatuagem escrita com letras finas e pretas.

"Não posso existir em um mundo onde você não exista, Mãe"

— Fiz essa tatuagem quando tinha 18 anos, minha mãe não ficou tão brava porque é uma frase
para ela.

Dou um pulo ao escutar a voz de Julian atrás de mim e termino deixando a fotografia cair e
abaixo para pegar.

— Desculpa, você me assustou. — Coloco de volta a foto no lugar, aliviada que não quebrou.

— Lhe gritei quando o seu cão apareceu e você não veio, como eu não sabia que você tem um
cachorro tão fofo, Julian?

Acaricio o cachorro que lambe o meu rosto.

— Bisteca não é o tipo de cachorro que gosta das pessoas, Danielle, me surpreendo que você
está com ele no colo, e não comentei porque não chegamos ainda no assunto de animais de estimação,
no entanto, este é o Bisteca.

— Como assim ele não gosta das pessoas? Ele abanou o rabo e veio para mim, achei tão fofo.

— Ele tem bom gosto como o dono, mas, realmente, quando trago alguém aqui ele fica no meu
quarto porque senão as pessoas fogem. Ele quando quer pode ser bem assustador.

Não posso imaginar este cachorro assustador.


— Uma boa que ele gostou de mim. — Julian se aproxima segurando o meu olhar.

— Vim chamá-la para subir até o meu quarto, preparei um banho pra você. Depois da
tempestade que pegou, um banho quente vai ajudar a não ficar resfriada.

Engulo em seco.

— Não precisava, Julian, mas aceitarei, estou morrendo de frio.

E como se fosse para provar, estremeço com a friagem.

— Vem antes que a água esfrie. — Coloco Bisteca no chão e andamos para as escadas,
subimos e passamos por algumas portas até o seu quarto, paro no meio sem saber o que fazer a
seguir, mas, com a graça de Deus, Julian toma a iniciativa.

— As toalhas estão no armário, vou deixar aqui na cama uma peça de roupa para você
enquanto você toma banho e vou para o quarto de hóspedes tomar um banho também.

— Obrigada. — Não espero que ele responda, saio para a porta que Julian indicou, entro e
fecho atrás de mim. Meu coração está batendo rápido e a boca está seca. Estar em um lugar sozinha
com Julian afeta o meu corpo. Ele está quente por Julian, menti quando falei que estava morrendo de
frio, o meu problema aqui é outro.

Me dispo e entro na banheira, a água quente me abraça fazendo o meu corpo relaxar, fecho
meus olhos por alguns instantes apreciando a sensação. E, ao notar que estou mais calma, termino o
meu banho e saio da banheira. Pego uma toalha e enrolo no meu corpo. De volta no quarto vejo uma
camisa em cima da cama, pego e me visto. Espremo a toalha nos meus cabelos até retirar o excesso
de água, deixando ele apenas úmido. A camisa pega nas minhas coxas e estou sem nada por baixo.
Me dirijo para o closet à procura de uma cueca de Julian. Não irei ficar andando pela casa quase
nua. Estou quase chegando no closet quando a porta do quarto se abre e Julian, apenas de toalha em
volta do quadril, entra.

— Não tenho roupa no quarto de hóspedes. — Os seus olhos me medem da cabeça aos pés
parando nas minhas coxas por um tempo e de volta para o meu rosto.
— Danielle… — Engulo em seco assistindo Julian se dirigir até mim, suas mãos seguram meus
quadris e aproximam os nossos corpos.

— Você está perfeita com a minha camisa, Jesus Cristo, tenho que me controlar para não te
despi-la.

Passo a língua sobre meus lábios e, antes que eu perca a coragem, digo:

— Não se controle, porque eu não vou. — Passo meus braços em volta do seu pescoço e fico
na ponta dos pés puxando Julian pra baixo.

— Me beija — falo antes de cobrir seus lábios nos meus, timidamente, não sou expert na arte
do beijo, mas tento o meu melhor, e logo Julian está conduzindo o beijo, penetrando sua língua morna
na minha boca. Suas mãos descem para as minhas nádegas e facilmente ele me ergue como se eu não
pesasse nada. Sempre sonhei em ser pega assim, mas pensava que nunca iria acontecer pelo meu
peso. E com Julian me sinto até pequena em seus braços; sem afastar nossas bocas ele nos leva até a
cama, me espalhando nela. Ele descarta a toalha no chão e tenho uma visão privilegiada do seu pau
duro com veias apontando pra mim, me sento na cama e puxo a camisa pra cima da cabeça. Nua e
com todas as minhas perfeições e imperfeições, estou diante do homem que faz meu corpo reagir
como nunca antes.

As minhas dobras ou as estrias que tenho em minhas coxas e um pouco na barriga não
incomodam Julian, porque o que vejo em seus olhos é fome, um rosnado passa pelos seus lábios
quando olha para minha boceta, Julian pode ver o brilho em que ela se encontra.

— Se abra para mim, Danielle, vou me alimentar da sua boceta antes de fodê-la com o meu pau
que está louco pra afundar em você.

Passo a língua sobre os lábios secos.

— Sou virgem! Não sei o que fazer. — Seus olhos intensos se afastam da minha boceta para o
meu rosto.

— Eu sei, prometo ser cuidadoso, você confia em mim?


— Sim, eu confio, Julian.

— Bom, muito bom, porque hoje vou me lambuzar da sua boceta virgem.

Cada palavra sua me excita ainda mais e não perco tempo em abrir as minhas pernas. Julian
engatinha na cama e fica entre as minhas pernas, ele se abaixa colocando cada perna minha no seu
ombro, mantendo o rosto pairando sobre minha boceta. Engasgo quando ele abaixa o rosto com a
boca aberta na minha boceta, Julian espalha a umidade dando longos beijos, sua língua balança no
meu broto enviando faíscas de fogo pelo meu corpo.

— Sim… Sim, ooh. — Tento fechar as pernas quando o prazer é demais para aguentar, Julian
não deixa e me segura aberta, fodendo mais rápido minha boceta com sua língua faminta. Ele é
impiedoso com sua boca, ele literalmente se alimenta da minha boceta como se fosse seu prato
favorito.

— Tão doce, querida, sua boceta é o céu. — Sua voz vibra em meu clitóris que pulsa em
resposta, as suas mãos cravam nas minhas nádegas e apertam quando intensifica os movimentos da
sua boca. Jogo a cabeça para trás me entregando ao prazer que treme todo o meu corpo, Julian bebe
cada gota minha até não restar mais nada. Estou ofegante quando escuto uma embalagem de camisinha
sendo aberta, e um segundo mais tarde Julian se ergue em cima de mim. Em seguida sinto a coroa do
seu pau na minha entrada, abro meus olhos para ver a perfeição do homem quente molhado de suor
sobre mim. Sim, Julian estava certo quando falou que desejo é o que ele sente por mim, seus olhos
estão como um animal que está pronto para comer sua presa. Eu vejo agora, a testa franzida, lábios
entreabertos, o rosto do homem é pura luxúria.

— Vou tentar ao máximo ser carinhoso, baby, mas vai doer, o que posso prometer é que depois
da dor você vai desejar cada centímetro do meu pau.

Julian fala como se estivesse sentindo a dor, seu rosto está contorcido.

— Eu sou durona, posso aguentar. — Seus lábios puxam de lado.

— Você é durona, mas não precisa parecer que está indo pro matadouro.
Não tenho como não rir, mas logo fico séria quando seu pau invade lentamente a minha estreita
abertura, ele vai ganhando proporção até eu estar cheia do seu pau. Julian paira sobre mim, ofegante.

— Você é tão apertada, querida, que estou me segurando para não ir muito rápido, quero
aproveitar cada segundo que meu pau estiver na sua boceta.

— Está doendo, se mova e me dê o que prometeu: prazer.

— Então não seja por isso. — Um sorriso se contrai de lado no seu rosto, Julian puxa para fora
e volta, indo fundo na minha boceta, que recebe ele facilmente. A dor não desaparece por completo
como nos livros de romances que leio, ela está lá, mas o prazer faz com que a dor não seja o foco.
Ele beija meus lábios quando o nosso corpo se une em uma dança erótica com cada penetração.
Choramingo pedindo por mais, Julian faz amor comigo com golpes firmes e lentos, indo e vindo, me
preenchendo. Ele afasta a boca da minha para pegar um seio meu, mamando como um menino
faminto.

— Tão suculentos, humm. — Minhas unhas arranham suas costas, meu clitóris começa a pulsar
e um frio passa por minha espinha, estou tão perto de gozar, quando grito pelo susto de ser virada
bruscamente.

— O quê? — Julian me coloca por cima e dá um tapa na minha bunda.

— Quero você cavalgando no meu pau. — Fico sem reação por alguns segundos, ele está com
as mãos nos meus quadris e um sorriso grande no rosto.

— O que está esperando que ainda está parada?

Não respondo e timidamente movimento, fico com um pouco de vergonha, é minha primeira vez
e ainda tenho um homem embaixo de mim esperando para eu foder ele, não vou deixá-lo esperando.

— Nada, apenas apreciando a vista. — Sou uma virgem, mas já li muitos livros de romance
hot, e quem é leitora deste gênero não é tão inocente assim que não sabe de nada. Os livros da autora
Edilene P. Silva, por exemplo, ela escreve muito bem um hot, e lembrando de como as mocinhas
fazem nos livros dela, rebolo no colo do Julian sentindo ele crescer dentro de mim. Ele coloca dois
dedos na boca e os molha, levando para entre as minhas coxas e encontrando o meu clitóris. Ele faz
pequenos círculos, meu canal se aperta e me balanço mais rápido no seu pau até gritar seu nome
quando gozo forte. As veias do pescoço de Julian estão saltadas e ele rosna ao mesmo tempo que
enche a camisinha. Mesmo com a borracha ainda sinto seu esperma quente. Exausta, caio no seu peito
escutando as batidas do seu coração.

— Você está bem? Te machuquei? — A preocupação na sua voz é evidente, levanto a cabeça
do seu peito apoiando o queixo com um sorriso cansado.

— Estou bem, posso me sentir um pouco dolorida, mas estou bem, você me cansou.

— Pretendo cansar muitas outras vezes.

— Não me importo em me cansar assim. — Ele acaricia o meu rosto.

— Você sabe que nós somos mais que sexo, não sabe? Eu te amo, senhorita Torres.

— Eu sei que somos, também te amo, senhor Alves.


Capítulo 18

Estico meu corpo na cama, bocejando. Já tem muito tempo que não durmo tão bem, sinto um
corpo quente ao meu lado e abro meus olhos para encontrar com os de Julian, sonolentos.

— Bom dia, linda.

— Bom dia. — Dou um sorriso feliz que dura pouco tempo quando me lembro de algo, ou
melhor, de alguém.

— Jesus Cristo, é de manhã e deixei a minha mãe sozinha, ela deve estar preocupada.

Tento sair da cama, mas Julian me abraça.

— Hey, relaxa, sua mãe está bem, depois que você adormeceu liguei para a portaria do seu
prédio e pedi ao porteiro o telefone da sua vizinha, ele me passou e liguei pra ela e pedi para passar
a noite com a sua mãe, você já tinha comentado que quando vai demorar na faculdade ela fica com a
sua mãe, e avisei para sua mãe também que você passaria a noite no meu apartamento.

Escondo meu rosto no seu peito.

— Sou uma filha horrível, como esqueci da minha mãe, Julian?

Suas mãos massageiam as minhas costas.

— Não faz isso, você é perfeita, faz de tudo para cuidar da sua mãe sozinha. Tirar uma noite
para você, Dani, não é ser egoísta.

Não respondo e Julian agarra minha bunda num apertão.

— Vai tomar um banho e depois um café delicioso que vou preparar pra você, como nunca
tomou antes, só aí que vou levá-la para casa.

Levanto meu rosto e beijo seus lábios antes de me afastar da cama e andar para o banheiro nua.
Entro no box e ligo o jato de água, esperando aquecer para entrar embaixo. Lavo meus cabelos e,
logo que termino de tirar o shampoo, a porta de vidro se abre e Julian, completamente nu e com uma
monstruosa ereção, sorri.

— Imaginei que poderia precisar de alguém para esfregar suas costas.

— Por favor, entre, posso esfregar as suas também.

Julian entra no box e, ao invés de pegar uma bucha para esfregar as minhas costas, ele segura
em cada lado do meu rosto e beija meus lábios, sua língua mergulha no vão da minha boca me
saboreando. Faço o mesmo com ele. Sem afastar nossas bocas, suas mãos descem para baixo das
minhas nádegas e erguem meu corpo.

— Você ainda está dolorida?

— Um pouco, mas ainda lhe quero. — Enrolo minhas pernas em volta da sua estreita cintura e
meus braços em volta do seu pescoço, fico com as costas apoiadas na parede quando Julian cobre
todo o meu corpo com o dele, a única coisa que passa entre nós é a água que sai do chuveiro.

— Você me deixa louco, Dani, quero estar dentro de você o tempo todo.

Puxo o cabelo da nuca de Julian, afastando nossas bocas por alguns instantes.

— Eu também te quero dentro de mim o tempo todo, estou me viciando em você, Julian, quão
ruim isso é?

— Não é ruim porque já estou viciado em você.

Lentamente ele me enche do seu pau, a princípio sinto um pouco de dor, mordo seu ombro ao
sentir seu membro por completo.
— Mexe, por favor — suplico.

— Estou tentando ser delicado, baby, e você não está ajudando.

— Não quero delicadeza, quero você. — Foi preciso apenas isso para ele me tomar contra a
parede do banheiro, rápido e forte.

— Oh, que delícia, mais rápido, por favor — imploro gemendo quando Julian movimenta seus
quadris com golpes precisos.

— Foda-se — ele rosna e morde entre meu ombro e o pescoço, a dor se mistura com o prazer e
toda a minha boceta se aperta em torno do seu pau. Julian bate tão rápido e forte que penso que ele
vai me partir ao meio, me sinto uma deusa em ter um homem como Julian. Ele me faz sentir desejada,
a mulher mais gostosa que já existiu.

— Amor, não vou poder me segurar por mais tempo…

Seu rosto está contorcido de luxúria.

— Não precisa se segurar, já estou… ohh…

Nossas bocas se chocam em um beijo ardente e nos entregamos ao prazer. Alguns segundos se
passam e estamos agarrados, Julian afasta o rosto do vão do meu pescoço e olha em meus olhos.

— Namora comigo? — Sorrio.

— Isso é por causa do sexo alucinante? — Ele franziu a testa.

— Não, Dani, eu quero que você seja minha namorada, o sexo é realmente alucinante, mas
quero mais que isso com você.

O sorriso do meu rosto se desfaz quando vejo a sinceridade nas suas palavras.
— Você está falando sério? Quer mesmo namorar comigo?

Julian passa a ponta do nariz no meu e sorri.

— É o que mais quero, você aceita?

— Sim, eu quero ser sua namorada.

— Agora sou o homem mais feliz deste mundo.

Julian balança a cabeça espirrando água no meu rosto. Eu amo este homem e ele me faz querer
coisas que nunca pensei em ter.
Capítulo 19

— Será que estou bem? Acho que vou me trocar e colocar algo mais formal.

Ando pelo quarto procurando outra roupa para me vestir. Mamãe para na minha frente
segurando o meu rosto entre as mãos.

— Filha, se acalma, por favor, é só um almoço e você já até conheceu a mãe do Julian.

— Sim, mamãe, já conheci e chamei o filho dela de irritante, entre outras coisas desagradáveis,
preciso impressionar ela.

Minha mãe me puxa para a cama e sentamos.

— Você não tem que impressionar ninguém, filha, Julian te ama como você é, e tenho certeza
que a mãe dele também vai amar. Uma roupa não vai definir o caráter de alguém, hoje está quente, o
vestido que está usando é lindo.

— Escuta sua mãe, ela falou as palavras certas. Se fosse eu, teria te dado uns tapas no traseiro
por ficar nervosa para conhecer a minha mãe. Não é porque é minha mãe, mas ela é de boa e vai
gostar muito de você. Principalmente por você ter me agarrado.

Julian dá uma piscadela da porta do meu quarto e eu rio. Não tinha notado sua presença até
esse momento. Acabo de perceber que me enrolei mais do que imaginei, ele me ligou há umas duas
horas avisando que logo chegava. Estamos indo para a casa da mãe do Julian, minha mãe está indo
junto. Não deveria, mas estou uma pilha de nervos.

— Só não quero que ela não goste de mim — digo e ele entra no quarto parando a pouca
distância de mim.

— Eu amo a minha mãe, Danielle, no entanto a vida é minha e quero você nela, eu te amo,
mulher, então relaxe e vamos logo que estou a ponto de cair desmaiado de fome.

— Muito dramático. — Rimos dele quando saímos do quarto. Deus ajude que a senhora Gisa
esqueça o que falei com ela no casamento do primo do Julian, e que a gente se entenda bem. No
caminho Julian conta algumas histórias da mãe dela com seu cachorro, demos muitas risadas.
Afastei meus olhos da churrasqueira onde estou assando alguns pedaços de carne ao escutar a
gargalhada da minha namorada, que está na mesa no jardim com a minha mãe e a dela. Dani estava
tão nervosa de medo que a dona Gisa não gostasse dela, e olha lá as duas inseparáveis. Minha mãe
fala algo que faz todas rirem. Estamos reunidos no jardim da casa da dona Gisa em um churrasco.
Logo que a minha mãe conheceu Dani elas se deram bem, tão bem que a mãe exigiu que todos os
domingos eu traga a Dani para almoçar, ou eu nem precisaria vir. Mulher traidora.

— Disfarça a baba, idiota. — Me viro para Alex parado ao meu lado com um sorriso
debochado no rosto.

— Vai se foder, Alex, e quem mesmo que lhe convidou? Aqui é almoço em família.

Cara de pau como ele é, dá de ombros.

— Não preciso de convite, sou da família, só porque agora você está namorando, esqueceu que
somos amantes há mais tempo?

— Vai à merda, Alex, eu sei que você gosta de pau, porra, mas eu sempre vou amar uma
boceta.

Ele gargalha e bebe sua cerveja, volto para a carne virando para assar o outro lado.

— Como você está? — questiono Alex, ele estava saindo com a Maria, no entanto, ele queria
algo sério, mas ela disse que não estava pronta e queria ter outras experiências com outros homens,
como teve conosco. Um galinha nato como Alex querer algo sério com uma mulher, pode apostar que
ela mexeu com ele, é por isso que estou preocupado.

— Acabou, Julian, eu não posso ficar esperando a minha namorada sair fodendo um monte de
homens pra depois ver se eu realmente sou o que ela quer. Tenho honra e amor próprio.

— Você vai encontrar alguém que te ame, amigo, desta vez não era para ser.

O sorriso volta ao seu rosto.

— Acredito que sim, no mundo deve ter alguma doida à minha espera. Olha você, o puto
conseguiu encontrar alguém como Danielle.

Tentei ajudá-lo, mas agora quero matá-lo.


— O que vocês estão falando de mim? — Dani, a minha linda namorada, me abraça por trás e
não notei que ela se afasta da mesa.

— Nada relevante, Dani, você está linda — o filho da puta, como sempre, flerta com ela, que
apenas ri.

— Obrigada, Alex, você também está. — Giro meu corpo e enrolo meus braços em volta da
cintura dela.

— Você está falando que meu amigo está lindo? Que isso, mulher?

Ela riu.

— Ele é bonitinho. Você que é o meu namorado musculoso e gostoso, somente meu.

— Ainda não estou convencido. — Dani vira para Alex.

— Alex, você poderia olhar a churrasqueira por um tempo? Preciso convencer meu namorado
que é ele que eu amo.

— Vai em frente, casal, vocês parecem dois adolescentes na puberdade.

— Lembra que já mandei ir se foder?

— Isso é um convite? Não ligo em participar. — Dani sai me puxando para o quartinho
próximo à piscina antes de dar um soco no meu amigo filho da puta. Nós nos esprememos entre os
materiais de limpeza.

— Nossas mães estão a menos de 20 metros e você está me arrastando para um canto, senhorita
Torres?

— Nem vem, você está adorando e vai amar muito mais quando terminar.
Seguro Dani pela nuca e em seguida esmago nossas bocas, provoco seus lábios com a língua
quando minhas mãos descem apalpando suas nádegas. Ela geme na minha boca e meu pau se aperta
no calção de banho. Dani quebra o beijo se afastando de mim, tento impedi-la, mas ela coloca uma
mão no meu peito e me empurra para a parede próxima. Deixo meu corpo bater na parede e fico à
disposição dela, pois tenho mais de 90 quilos de músculos, Dani não tem chance de me empurrar.

— Quieto e aprecie — foi a última coisa que ela falou antes de se ajoelhar na minha frente e
abaixar o meu calção com a cueca junto, meu pau duro pula para fora e ela fecha sua mão nele. Quero
urrar com o prazer que passa pela minha espinha até meu cacete. Ela abre a boca quando seus olhos
encontram os meus e leva meu pau até a sua boca.

— Puta que pariuuuu. — Jogo a cabeça para trás e fecho os olhos, estou no céu quando sinto
meu pau no fundo da garganta da minha namorada. Tento pensar em coisas horríveis que me fazem
não gozar, mas não adianta, minhas bolas se apertam…

— Pare, ou vou gozar… — Puxo o seu cabelo afastando sua boca de mim, Dani se ergue e
passa a língua sobre os lábios.

— Não vou terminar porque quero você dentro de mim.

— Concordo com você, querida, agora empina esta bundinha pra mim.

Seguro Dani, viro os nossos corpos afastando-nos da parede e coloco ela no meu lugar.
Levanto seu vestido soltinho até a cintura e coloco sua calcinha de lado, brinco com sua boceta
quando falo palavras sujas no seu ouvido até ela estar pronta para me receber. Empurro meu pau na
sua boceta até a base, a melhor coisa foi quando a Dani começou a tomar anticoncepcional porque
agora podemos ir pele contra pele. Seu calor arde por todo meu corpo, beijo seu ombro quando a
fodo, golpeando sua boceta com meu cacete até sentir ela esmagar meu pau e gemer meu nome.
Escorrego uma mão para a frente do seu corpo e brinco com seu clitóris, Dani joga a cabeça para trás
e geme. Bom que estamos afastados e ninguém pode nos ouvir.

— Oh, Julian, foda-me mais forte…

— Seu pedido é uma ordem, prometo não deixá-la cair.


Seguro seu quadril e intensifico meus golpes até nós dois gritarmos o nome um do outro e nos
entregarmos ao clímax surreal.

— Eu te amo, minha senhorita Torres. — A seguro em meus braços, mentalmente penso que em
um futuro não tão distante seu sobrenome seja Alves.

— Também te amo, Julian. — Não tivemos qualquer pressa de sair do quartinho, ficamos
trocando carícias.
Capítulo 20

Fecho a tampa do vaso sanitário e fico olhando pro nada, ainda sinto o gosto azedo na boca,
hoje de manhã Julian saiu bem cedo para correr. Ele passou a noite no meu apartamento porque daqui
a pouco estaremos pegando a estrada, vamos tirar uns dias de descanso. Três anos se passaram e
muitas coisas mudaram. Terminei minha faculdade, trabalho na clínica onde fiz o estágio e ganho
muito bem. Tenho meu próprio apartamento e a minha mãe ficou tão amiga da mãe do Julian que elas
decidiram morar juntas. Vão para SPAs, cinema, entre outras coisas. Fiquei meio mexida da dona
Ivone não querer vir morar comigo, mas, depois de conversarmos, entendi o que deixa a minha mãe
feliz. As duas foram deixadas para criar seus filhos sozinhas e depois que crescemos elas decidiram
fazer companhia uma para a outra. Ela queria uma amiga para conversar e ter uma vida mais social.
Por mais que a gente saia, não é a mesma coisa como, por exemplo, eu e Josy, saímos e é diferente
quando estou com a minha mãe. Mas acima de tudo ela está feliz, ano passado elas saíram em viagem
por um mês, fiquei tão feliz de ver elas tão bem.

— Amor, cheguei. — Escuto a voz do Julian, levanto do vaso e escovo os meus dentes, então
saio do banheiro para encontrar com ele entrando no quarto todo suado e sem camisa.

— Se você continuar me olhando assim, ao invés de banho, vou te comer.

— Não me importaria se não estivéssemos prestes a pegar a estrada.

Ele bufa passando e me dando um beijo quando anda para o banheiro.

— Quer se juntar a mim em um banho?

— Não, se entrarmos juntos não vamos sair tão cedo.

Ele rouba mais um beijo antes de seguir para o banho, ando até o espelho que pega o meu
corpo completo e levanto a camisa do Julian, ficando apenas de calcinha. Passo a mão pela barriga,
mordendo os lábios, nervosa. Não sei quanto tempo fico olhando até que a voz do meu namorado soa
atrás de mim.

— Tudo bem? — Rapidamente abaixo a camisa e me viro pra ele.

— Acho que engordei um pouco. — Julian se aproxima parando à minha frente.

— Notei que suas curvas aumentaram, mas só a deixaram mais sexy, você é muito linda, Dani.

Ele abaixa a cabeça e beija meus lábios suavemente ao se afastar, murmurando:

— Vamos nos vestir antes que coloque você nessa cama e prove cada pedacinho do seu corpo.

Nos separamos para nos vestir, claro que meu namorado se arrumou primeiro que eu. Me
encontro com ele na cozinha.

— Preparei um café, não é bom você sair sem comer nada. Não está muito bem de saúde esses
dias.

O cheiro do bacon com os ovos mexidos entra pelas minhas narinas, mas a reação de agora é o
oposto de antes, quando eu correria para comer. Agora eu vou para o banheiro e coloco tudo para
fora. Sinto as mãos de Julian segurarem meus cabelos e alisarem as minhas costas. Termino e escovo
os dentes com os olhos preocupados do meu namorado em mim.

— Acho melhor nós não irmos viajar.

— Eu estou bem, vamos sim, estamos planejando há um mês, e se lembra que estamos indo
justamente para relaxar?

— Podemos esperar, Dani, você não está bem, vou ligar para o doutor Otávio, ele vai dar uma
olhada em você.

Ele tenta se afastar, mas pego sua mão.


— Hein, eu estou bem, é sério, deve ser algo que comi ontem e você não deveria ver isso,
ainda estamos na fase de namoro.

— E o que isso quer dizer? — Facilmente mudo de assunto.

— Quando estamos namorando queremos impressionar o outro. Depois que casamos fazemos
até o número 2 na frente um do outro.

Julian me olha com o rosto brincalhão.

— Se você pensa que vou fazer o número 2 com você, esqueça, nossa privacidade nós teremos
namorando ou casados. Não acho que isso tem que mudar e cuidar da minha namorada vomitando não
muda nada com os meus planos de passar a eternidade com ela.

— Você é um fofo.

— Você não acharia fofo se soubesse o que estou pensando.

— Bobo, vamos logo, não quero comer, estou bem.

A contragosto Julian aceita continuar com a viagem. Saímos do meu apartamento, espero que
esta viagem me dê coragem para falar com meu namorado sobre algo que descobri há três dias.

Julian pega as nossas malas no carro e andamos para o casarão na fazenda.


— Uau, que lugar lindo — comento quando subimos as escadas indo para a varanda.

— Esta é a fazenda do Cain, o meu primo, quando pensamos em tirar uns dias de descanso
lembrei deste lugar e achei que você ia amar, já vim algumas vezes aqui. É calmo e tranquilo, o único
barulho que vamos ouvir é dos grilos e dos mosquitos.

— Não me caiu bem essa coisa de mosquitos. — Julian ri.

— É fazenda, amor, sempre tem, mas estaremos protegidos dentro de casa. Vem, vamos entrar,
quero lhe mostrar tudo.

Ele tira as chaves do bolso e abre a porta me guiando para dentro. Se achei o lado de fora
lindo, dentro é ainda mais magnífico. Meu namorado nos leva para o andar de cima, vejo
rapidamente uma sala bem decorada, deixamos pra explorar o andar de baixo mais tarde. Entramos
em um quarto, com cama dossel e janelas que dão vista para o jardim com cortinas pesadas. Deixo a
bolsa que está com algumas coisas pessoais na cama e sigo para o banheiro, que é maior que o meu
quarto.

— Quando voltarmos quero você nua na banheira — Julian fala atrás de mim com suas mãos
em volta da minha cintura.

— E onde estamos indo? — pergunto e ele me vira para olhar seu rosto.

— Tem uma cachoeira dentro da propriedade. Quando vinha eu tomava banho lá, vamos nos
trocar que vou lhe levar para conhecer o lugar.

Pegamos nossas coisas e trocamos de roupa, algumas vezes pego Julian me olhando quando
estou nua e ele não tenta esconder. Coloquei chinelos e biquíni e seguimos para a cachoeira, estamos
levando uma cesta com comida, o plano é passar o dia lá.

— Que lindo, amor, parece o paraíso — comento parada próxima à água cristalina.

— Paraíso, amor, é estar dentro de você, e lembre-se que nós não fizemos a nossa foda
matinal.
Ele ri quando andamos para debaixo de uma árvore.

— Você não tem jeito, Julian.

— Não tenho culpa de você ter me viciado na sua boceta, querida.

Tiramos tudo da cesta e arrumamos na toalha, pego uma garrafinha com suco de uva e tento
beber. Silenciosamente peço a Deus para não colocar o suco para fora, meu estômago está difícil de
aceitar algo. Preciso me esforçar para comer alguma coisa, já passou do meio-dia. Dou dois goles e
fico feliz por não sentir enjoo. Me viro para Julian e meus lábios se abrem. Ele está nu e de pau duro
apontando para mim.

— Jesus Cristo, veste algo, Julian, alguém pode aparecer.

— Relaxa, amor, ninguém vai aparecer, tira seu biquíni e vamos nadar nus.

— Não vou fazer isso. — Balanço a cabeça e ele encolhe os ombros como se tivesse aceitado
o que falei, mas no segundo seguinte um Julian nu está correndo comigo nos seus braços. Grito e ele
ri.

— Não, não, não! — Mas já é tarde demais, ele está pulando na cachoeira comigo em seus
braços. Embaixo da água nos separamos, então volto à superfície e dou um tapa na água, jogando no
seu rosto.

— Idiota, vou te matar, Julian — esbravejo e ele me olha apaixonado como se tivéssemos
acabado de começar a namorar.

— E eu vou te beijar, Danielle. — Suas mãos em forma de concha seguram o meu rosto e seus
lábios encontram com os meus. Correspondi ao beijo com a mesma urgência que ele demonstra, meus
braços ficam em volta do seu pescoço e Julian agarra minhas nádegas com suas mãos grandes,
erguendo-me para que as minhas pernas fiquem em volta da sua cintura. Uma mão sua ficou entre nós,
afastando o biquíni para brincar com a minha boceta.

— Eu preciso de você dentro de mim — supliquei.


— Como queira, amor. — Um segundo mais tarde Julian está guiando seu pau na minha boceta,
gemo na sua boca sentindo cada centímetro dele dentro de mim. Nossos movimentos são constantes,
indo e vindo, fundo e fora. A água está na altura da minha cintura e os meus seios estão doloridos,
Julian sabe como gosto, ele desamarra o biquíni pegando um seio na sua boca gulosa e grito com a
invasão de espasmo que agarra o meu corpo. Grito para ele ir mais rápido e forte e meu namorado
faz o que pedi, com mais algumas estocadas violentas mordo seus lábios e gozo forte, alguns
segundos depois Julian derrama sua essência dentro de mim.

— Eu te amo tanto, senhorita Torres. — Fecho meus olhos, feliz por estar em seus braços.

— Te amo muito, senhor Alves. — Rimos quando os nossos corpos se conectaram.

Jantar à luz de velas

— Você está bem? — Meus olhos se afastam do prato de massa com molho vermelho para o
meu namorado, que está ao meu lado da mesa. Ele preparou um jantar bem romântico à luz de velas
quando eu estava dormindo depois que chegamos do riacho.

— Estou bem, tudo está muito lindo. — Forço um sorriso e engulo em seco quando falo.

— Preciso falar uma coisa.

— Preciso te falar uma coisa — falamos em uníssono e rimos com isso.

— Fala primeiro, Dani. — Esta é a hora, respiro fundo e solto.


— Estou grávida, descobri há três dias. — Lentamente Julian deixa a taça com água na mesa e
fica me olhando em silêncio. Passam alguns segundos e ele continua calado.

— Sabe, de todas as vezes que imaginei sua reação, ficar em silêncio foi a única que não
pensei, fala algo, grita, se quiser, mas não fica calado, por favor.

— Casa-se comigo? — Desta vez sou eu que fico sem fala, mas logo me recupero.

— Não precisamos nos casar porque estou grávida, Julian, podemos ficar como estamos,
namorando, cada um na sua casa.

Ele se apressa pegando a minha mão quando coloca uma caixa preta na mesa.

— Esta viagem não foi só para descansarmos, Dani, planejei te pedir em casamento e este
jantar em especial foi pra isso, eu quero muito que você aceite ser minha esposa, não tenho dúvidas
que você é a mulher da minha vida. Três anos com você na minha vida me fizeram perceber que
quero passar a eternidade ao seu lado, quero ser o pai dos seus filhos e o homem que vai acordar
todas as manhãs e ver a mulher linda que está ao meu lado. Não estou lhe pedindo em casamento pelo
bebê que está no seu ventre, estou lhe pedindo em casamento porque você é minha outra metade. Diga
sim, linda.

Ele sai da cadeira e se ajoelha na minha frente com a caixinha aberta, dentro há um anel com
pedra branca. Neste momento já estou me desmanchando em lágrimas.

— Sim, eu aceito me casar com você. — Ele coloca o anel no meu dedo, se levanta e nos
beijamos. Ao se afastar, encontramos as nossas testas.

— Seremos uma família, puta merda, as nossas mães vão ficar loucas quando souberem.

— Sim, elas vão ficar loucas, mas por agora vamos comemorar o nosso noivado e o bebê a
bordo.

— Sim, querida, primeiro você come, depois vamos para o quarto.


— Não quero comer, quero você.

— Nada disso, você está comendo para dois agora, precisa se alimentar bem, é por isso os
enjoos?

— Sim, não estava me sentindo bem e fui procurar um médico, fiz alguns exames e há três dias
peguei o resultado e deu positivo. A médica explicou que o anticoncepcional pode falhar, não é
comum, mas acontece.

— Fico feliz que falhou, amor, uma família com você é tudo que mais quero.

— Também fico. Vamos comer que esta gravidez está me deixando faminta, mas não é por
comida.
Capítulo 21

— No plural? Dois? Tipo, dois bebês estão dentro de você? Eu vou ser pai de gêmeos!

Atropelo as palavras e minha linda noiva ri e chora ao mesmo tempo, é algo bem confuso.
Viemos em uma consulta para descobrir o sexo do bebê, mas a médica acabou de falar que vamos ter
gêmeos, no plural.

— Parabéns, papais, vão ter um menino e uma menina.

Seguro a mão da Dani e olhamos para o monitor onde dois coraçõezinhos batem forte, lágrimas
enchem os meus olhos e a minha garganta se fecha em emoção.

— Vamos ter dois bebês, amor — digo com a voz rouca.

— Meu Deus, Julian, como nós vamos conseguir criar dois bebês?

Sua voz está a ponto de entrar em pânico, abaixo minha cabeça e selo os nossos lábios. Quando
me afasto, olho dentro dos seus olhos.

— Eu estou morrendo de medo de fazer algo errado desde o momento que descobri que você
está grávida, Danielle, mas o que percebi com os dias é que isso é normal, o medo vai nos ajudar a
não cometer erros, e se por desventura errarmos, com certeza que vai ser tentando fazer o certo pelos
nossos bebês, e eu sempre estarei ao seu lado, amor, você não está nessa sozinha.

— Eu te amo. — Voltamos a nos beijar, só nos separamos com a médica limpando a garganta.

— Acho melhor vocês comemorarem em casa. — Dani esconde o rosto entre as mãos,
envergonhada, eu apenas sorrio feliz. Ajudo a minha noiva grávida de 5 meses a descer da cama, nos
despedimos da médica e seguimos para fora da clínica. Ao entrar no carro, seguro a mão da
Danielle.
— Tenho você, sempre.

— Tenho você! — ela repete com um lindo sorriso no rosto.

— Vamos para a casa da sua mãe contar para elas o sexo dos bebês e que vão ser dois?

— Não, vamos passar em algumas lojas para ver algumas coisas para os bebês, você topa?

— Claro que sim, vamos. — Ligo o carro e o coloco em movimento, mas os meus pensamentos
ainda estão nos dois bebês, um menino e uma menina, puta merda, demorei para ter um filho e quando
tenho já vem dois. Olho pelo canto dos olhos para Dani, que está perdida em seus pensamentos,
imagino que ela está tão assustada como eu estou. Mas sempre estarei com ela e com nossos bebês,
sempre.

— Ela está bem, mãe? — Ando pelo quarto tentando colocar a gravata, estou nervoso. Em
menos de uma hora estarei me casando com a mulher da minha vida, e tento não pensar em coisas
negativas.

— Filho, a Danielle está bem, está terminando de colocar o vestido com a Ivone, se acalma um
pouco.

Suspiro e a deixo arrumar a minha gravata, a porta do quarto se abre e me viro rápido
pensando se é alguém com uma má notícia, mas é apenas Cain, o meu primo.

— Vim acalmar o noivo, não vou roubar sua futura esposa.


Maria Luiza dá um tapa no braço dele, que ri.

— Cala a boca, Cain — ela fala quando se aproxima de mim com sua barriga arredondada.

— Danielle está tão nervosa quanto você, e me pediu para entregar o celular, pois quer falar
com você…

Ela até tenta me entregar o celular, mas não pego, passo por ela indo para a porta. Ninguém
nem tem tempo de me parar. Corro pelo corredor até o último quarto, estamos na casa da fazenda que
comprei. Depois dos dias que passei na fazenda do Cain, decidimos comprar uma fazenda vizinha da
dele. Abro a porta da suíte ao mesmo tempo que a minha noiva se vira, nossos olhares se encontram e
o medo e nervosismo que vejo nos olhos dela partem o meu coração. Com passos decididos,
atravesso o quarto e pego Dani em meus braços.

— Tenho você, linda, tenho você. — Ficamos abraçados por um tempo até ela levantar a
cabeça e olhar pra mim.

— A regra é não ver a noiva antes do casamento.

— Foda-se as regras, se você precisa de mim eu vou estar aqui do seu lado.

— Obrigada, estava muito nervosa, mas com você aqui me sinto mais tranquila.

— Mas ele não deveria estar aqui, vem, Julian, você precisa estar no altar quando Danielle
entrar.

Minha mãe fala, mas não solto minha mulher.

— Regras são feitas para quebrar, vou entrar com a minha mulher.

— Você ficou louco? — nossas mães esbravejam e Dani esconde o rosto no meu peito, rindo.

— Você quer entrar comigo, Danielle? Se não quiser, amor, eu te espero no altar, a noiva é
você e a escolha também.
Danielle me olha com determinação.

— Regras são feitas para quebrar! Vamos fazer do nosso jeito.

Nossas mães suspiram.

— Tudo bem, vou avisar o padre que vocês já estão indo.

Elas saem e eu me afasto da Dani para vê-la melhor, sua barriga arredondada está linda no
vestido branco soltinho. Minha noiva estava muito preocupada em conseguir um vestido de noiva que
entrasse no seu corpo. Por causa da gravidez, todos os dias ela engorda um pouco. Falei pra ela usar
qualquer coisa que a deixasse feliz, não precisa fazer o que as pessoas querem. O casamento é nosso
e fazemos o que quisermos. Seus cabelos estão presos em um coque alto com pedraria, como sempre
Dani usa uma maquiagem leve e, nos lábios, um batom rosa clarinho. Maravilhosa está a minha futura
esposa.

— Você está linda, gostei muito do vestido, principalmente a parte de cima.

Dou uma piscadela, o vestido tem um decote discreto, mostrando a delícia que são os seus
seios.

— Hein, nem pensar nisso, já me custou muito encontrar um vestido que entra na minha barriga
e que seja lindo, não vou estragá-lo.

— Eu não estou pensando em nada, senhorita Torres.

Ela estreita os olhos e levanta a sobrancelha.

— A frente da sua calça mostra outra coisa, Julian, e o seu rosto safado também.

— O que eu posso fazer se tenho uma noiva muito gostosa? Um beijo eu posso?

Faço cara de pidão e ela revira os olhos.


— Não, vai borrar minha maquiagem, só depois do casamento, senhor Alves.

Dani riu colocando a mão na barriga.

— Os bebês estão chutando. — Coloco minha mão na barriga dela sentindo os chutes, todos os
dias é uma descoberta com estes pequenos que ainda nem chegaram ao mundo.

— Ei, casal, o padre já está esperando por você, e, Julian, sua mãe está bem puta.

Cain entra no quarto atrapalhando o meu momento.

— Avise que já estamos indo. — Ele sai e me viro para Dani.

— Vamos, amor, nos casar?

— Vamos, não posso esperar mais para ser sua esposa.

— Nem eu. — Seguro a mão da Dani e andamos para fora do quarto, ao chegar no jardim os
olhares das pessoas nos fazem rir. Pela primeira vez um casal sobe no altar juntos, onde nossas mães,
Alex, Josy, Cain e Malu nos esperam. Vejo dois degraus e, sem aviso prévio, pego a minha noiva e
subo os degraus.

— Julian, me coloca no chão — ela murmura.

— Me deixa tê-la em meus braços, você fica bem neles.

Só abaixo quando estamos em frente ao padre.

— Pode começar, padre — digo e todos riem.

— Que a cerimônia comece. Hoje, 24 de julho de 2021, estamos reunidos para celebrar a
união de Danielle Torres e Julian Alves.
O padre começa a falar, mas meu único foco é a minha futura esposa, alguns anos atrás eu não
poderia imaginar me casar e muito menos começar uma família. Portanto, com esta mulher eu quero
um mundo, junto aos nossos filhos.

— Vocês podem falar os votos. — Viro para Dani e seguro suas mãos.

— Dani, eu agradeço a Deus todos os dias por ele ter colocado você na minha vida, algumas
vezes penso que não te mereço. Você é gentil e maravilhosa, portanto, prometo estar sempre com
você na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na pobreza e na riqueza. Sempre e para sempre te
amarei.

Uma lágrima escorre pelo seu lindo rosto, passo a mão afastando cada gota, ela limpa a
garganta e começa com o seu voto.

— Julian, obrigada por ser meu amigo, companheiro, meu amante, por estar nos momentos
felizes e desesperados ao meu lado. Sei que não sou uma pessoa fácil, mas você me ama assim
mesmo, portanto, prometo estar sempre com você na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na
pobreza e na riqueza. Eu tenho você.

Antes mesmo que o padre possa falar pode beijar a noiva eu já estou com meus lábios
beijando minha esposa apaixonadamente. As pessoas gritam e batem palmas assobiando, e encosto a
testa na da Dani.

— Você é minha senhora Alves!

— Você é meu senhor Alves. — Volto a beijar a minha mulher até Alex parar ao nosso lado.

— Procura um quarto, casal.

— Vai procurar alguém para encher, Alex. — Então, sussurro no ouvido da Dani: — É uma boa
ideia encontrar um quarto.

— Temos uma festa, Julian, e convidados que esperam por nós, por mais que eu queira estar no
quarto com você.
— Okay, vamos lá para terminar logo e ter você só pra mim.
Último capítulo

Silenciosamente entro no quarto dos gêmeos, encontrando Dani sentada na poltrona com Clara
no colo. As duas estão dormindo, meus olhos seguem para o berço e vejo que Caio está dormindo
também. Me aproximo dela, pego o bebê do seu colo e o levo para o outro berço. Faz um mês que
fomos abençoados com estes pequeninos que adoram trocar o dia pela noite; revezamos entre eles,
fico um pouco com Caio quando Dani fica com Clara. E mesmo assim ainda é bem exaustivo para
nós, pais de recém-nascidos, nossas mães vieram nos ajudar na primeira semana, mas, com todas as
noites acordada, Dani pediu para elas deixarem nós vivermos esta fase. Suspiro aliviado por Clara
não acordar quando a coloco no berço, ligo a caixinha de som para, se eles acordarem, nós podermos
escutar. Volto para minha esposa, a pego em meus braços e ando para o nosso quarto que fica em
frente ao dos gêmeos. A deito na cama e ela geme abrindo os olhos.

— Os bebês? — Sua voz sonolenta.

— Shiii, eles estão dormindo, descanse um pouco.

Sem protesto, seus olhos voltam a fechar e ela dorme em um sono profundo. Me arrasto atrás
dela pegando-a em meus braços, fico acariciando seus cabelos, não sei quando tempo passou até
escutar a caixinha próxima à nossa cama. Saio da cama antes que Dani acorde e volto para o quarto
dos bebês. Desta vez quem está acordado é o Caio.

— Ei, garoto, vamos assistir a um jogo enquanto sua mãe tira uma soneca?

Ele apenas me olha com seus olhos azuis como os meus. Ligo a TV no quarto no volume baixo
e pego o meu filho, sentando com ele na poltrona. Com todo cansaço e exaustão, não troco essa minha
nova vida por nada. Durante o jogo Clara acorda e se junta a nós. Meus pequeninos.

1 ano mais tarde…


Saio do carro e dou a volta até a porta do passageiro, em seguida abro-a para a minha esposa,
lembro-me da primeira vez que saímos juntos e ela olhou em meus olhos e falou: Julian, sempre
abra a porta para uma mulher quando sair com ela, faça ela se sentir uma rainha. E desde então
eu abro a porta para ela. Seguro sua mão e andamos pela calçada até a padaria onde estivemos
alguns anos atrás.

— Você não esqueceu? — Dani para de andar na porta da padaria, e passo a mão pelo seu
rosto.

— Eu nunca vou esquecer o dia que você aceitou ser minha senhora Alves, assim como nunca
vou esquecer este café, foi aqui que eu percebi que você seria mais que apenas a minha conselheira
amorosa.

Em todos os aniversários de namoro nós voltávamos para o café onde a proprietária nos deu
uma torta. Logo depois que casamos os gêmeos nasceram e não tivemos mais tempo para nós. Hoje
completamos 3 anos de namoro e 1 ano de casados. Pedi para as nossas mães cuidarem dos bebês
para eu ter uma noite com a minha esposa.

— Esta semana você esteve tão ocupado, pensei que…

Coloco um dedo em seus lábios, calando-a.

— Shii, entenda, você e os bebês sempre serão minha única prioridade. Passei a semana
planejando tudo para sua noite ser especial. Você é minha namorada, amante e amiga. Não é apenas a
esposa e mãe dos meus filhos, Danielle.

O sorriso no seu rosto me deixa sem ar.

— Você é o melhor marido, amante e amigo que eu poderia ter.

— Sou tudo isso por você. Vem, vamos entrar.

Empurro a porta de vidro do café e entramos, escolho a mesma mesa onde sentamos na
primeira vez que estivemos aqui. Antes de sentarmos, andamos para o mural com fotos de casais que
se apaixonaram neste lugar. Sorrio ao ver a nossa foto. Sim, a proprietária tirou esta foto na primeira
vez que viemos e, quando voltamos como namorados, ela pediu permissão para colocar no mural.
Ficamos felizes e permitimos, fiquei feliz dela estar certa, Danielle é o amor da minha vida. Guio
Dani para a mesa e afasto uma cadeira para ela, me sento ao seu lado e o mesmo garçom vem para
nos atender e descobrimos que ele é filho da proprietária, a senhora da torta, que se chama Helena.

— O mesmo de sempre? — ele questiona.

— Você quer pedir alguma coisa, amor? — pergunto para Danielle.

— Não, quero o mesmo de sempre, Vitor. — Ele assente com a cabeça e sai para trazer o
nosso pedido, alguns minutos depois ele volta com o nosso chocolate quente e biscoitos que derretem
na boca, além da torta. Vitor coloca tudo na mesa e se afasta nos deixando sozinhos, começamos a
comer e aproveito quando minha esposa está distraída para pegar um embrulho dentro do paletó.
Limpo a garganta para chamar sua atenção.

— Linda, nosso amor não foi como nos filmes ou livros que você assiste ou lê, não nos
apaixonamos à primeira vista, eu achei você uma chata, mandona e você me chamou de arrogante e
prepotente. Nós afirmamos que não éramos o tipo um do outro, mas estávamos enganados porque o
que não percebemos é que somos almas gêmeas. Com você eu tive os mais belos anos da minha vida,
minha maior alegria é abrir meus olhos e encontrar com os seus pela manhã, e seu grande sorriso.
Toda vez que você olha pra mim, Dani, meu coração bate forte. Eu vejo o amor em seus olhos e
algumas vezes pergunto: será que eu mereço essa mulher? Não tenho uma resposta, então o que eu
faço a respeito disso é te amar como se fosse o último dia da minha vida.

Dani está segurando um guardanapo e limpando as lágrimas enquanto lhe entrego o embrulho.
Ela respira fundo ao abrir e tira de dentro um colar com o pingente em forma de coração.

— O meu coração tem apenas uma dona, e ela é você.

Para a minha surpresa ela tira uma caixinha da bolsa e me entrega, abro e dentro encontro uma
pulseira com um casal e dois bebês. Nossos olhos se encontram quando ela começa a falar.

— Eu não imaginava que existia príncipe encantado até ter um apenas para mim, a princípio
você era arrogante e prepotente, mas eu vi além das camadas. Eu vi você, Julian, o homem que é
capaz de tudo pela mãe, o amigo e a pessoa carismática que você é. Eu te amo por vários motivos, e
todos os dias te amo ainda mais. Você é e sempre será o tipo de homem para mim. Eu te amo, te amo
tanto.

— Te amo, linda. — Coloco uma mão por trás da sua nuca, puxando-a pra mim e beijando seus
lábios. Nunca vou cansar de beijar a minha esposa. De Conselheira Amorosa a mulher da minha vida
e mãe dos meus filhos.

— Um CEO rendido a uma Conselheira Amorosa Virgem.

Sussurro entre seus lábios e sorrimos.

FIM …
Sobre a autora
Edilene P. Silva é uma jovem escritora brasileira nascida na Bahia; afrodescendente; 26 anos de
idade; atualmente mora em São Paulo - capital; casada, mãe de duas crianças; signo de sagitário.
Escreve desde sua adolescência quando descobriu sua vocação para escrita de estórias românticas,
carregada de certo erotismo, mas, que retrata a realidade da sexualidade humana.
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Obras da autora:
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