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Copyright © 2021 Nina Pimenta

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e


acontecimentos descritos, são produtos da imaginação do autor. Qualquer
semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência.
Revisão Nina Pimenta

Capa Nina Pimenta


Diagramação Nina Pimenta

Esta obra tenta seguir as regras do Novo Acordo Ortográfico.


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dessa obra, através de quaisquer meios – tangível ou intangível – sem o
consentimento escrito da autora.

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Edição Digital/ Criado no Brasil.
“Sexo é escolha. Amor é sorte."
Querido leitor(a),
Essa minha nova remessa de contos picantes está vindo para desafiar
a sua sanidade. Está uma loucura, insuportável de quente.

Recomendo que você leia sozinho(a), com calma, e se deleite ao


máximo, sem regras, sem nenhum pudor, sem preconceito e sem julgamentos!
Esqueça tudo, relaxe!

E mais uma vez eu aviso, se você for sensível, nem comece.


Agora se não for...
Aproveita, devora!

Vem curtir o Henrique, vem...


Um beijo gostoso.

NINA
PRIMEIRO VOU ME APRESENTAR

Oi, meu nome é Alexia, tenho 21 anos.


Bom, acabei de me formar em Psicologia. Sou solteira, meus pais
são divorciados, moro com minha mãe num bairro de classe baixa na capital.
Namorado? Já tive dois, mas no momento, só meu vibrador me faz
companhia.
E eu estava muito nervosa para o meu primeiro emprego!
Sou bem reservada sabe, perfeccionista, e a ansiedade estava me
consumindo! Só de pensar no que eu iria fazer nessa empresa gigantesca e
com quem eu teria que lidar me dava um frio na barriga. Formei agora!

E eu não era a menina mais bonita da sala e muito menos puxava saco
de gente influente, então acho que se o meu currículo foi aceito, foi realmente
por mérito mesmo. Sim, eu era bem nerd.
Desde que eu vim tentar uma vaga de emprego no RH eu confesso
que a minha vida nunca mais foi a mesma, e por um motivo que eu jamais
poderia imaginar. O motivo beirava um metro e noventa, cheiroso, corpo
malhado, moreno, cavanhaque, queixo quadrado, cabelos castanhos, cheios e
de uma maciez deliciosa. Boca bem desenhada, dentes brancos, sorriso
safado, maldoso, cara de mau. À primeira vista parecia muito convencido,
autoconfiante demais. Homem feito também, caramba.

O nome dele era Henrique. Henrique Montenegro.


Esse homem quase me fez perder a cabeça.
Virgínia

E já que estávamos falando dele, foram muitas coisas que me


afastaram do Henrique, que acabaram com o meu casamento. Ter tido o Théo
há três anos foi o meu maior erro, mas também o meu maior acerto. Ele é o
nosso pequeno milagre, que nos uniu para sempre.
A gente fez tudo muito depressa, sem planejar. Com 37 anos,
Henrique era louco para ser pai, mas eu ainda não tinha nem trinta, queria
esperar mais, aproveitar com ele, conhecê-lo melhor. Mas fui na onda,
deixei fluir, não preveni nada, ele sempre ia até o final comigo. Estávamos
apaixonados, cheios de tesão um no outro.
E eu nunca achei que fosse mudar, parecia que eu estava num conto
de fadas, que a nossa relação duraria para sempre.

Fomos morar juntos, e foi quando, aos poucos, nos conhecemos.


Henrique sempre trabalhou demais, mal tinha tempo para mim. Quantos e
quantos finais de semana passei à espera dele sozinha na cama. Me dava seu
cartão de crédito sem limite, me despachava para o shopping com o seu
motorista.
Eu chegava até a desconfiar, paguei detetive, fui atrás mesmo.
Mesmo sendo ausente, ao mesmo tempo ele era muito quente, safado, fogoso.

Meu ex-marido não era moleza, e antes de eu me casar já sabia da


fama dele, mas mesmo assim investi. Seu passado não me interessava, mas
deixei bem claro para ele que traição eu não perdoaria. Nunca consegui
provar nada, mas homem quando é macaco velho já viu, né? Acostumado a
dar os “perdidos”, e ia ser muito difícil entrar na fortaleza que era a sede da
empresa, um conglomerado de siderúrgicas em Minas Gerais, ficava na
capital, e a gente morava num condomínio de luxo nos arredores.
Nosso filho nunca nos afastou, como eu via que acontecia com muitos
casais.
Eu confesso que sou muito ciumenta mesmo, e não soube lidar com
isso. Talvez tenha sido a gota d’água para que eu pedisse a separação.
Henrique sempre foi lindo, moreno de traços lindos, alto, forte, voz grossa...
chamava a atenção demais, cara de mau, de cafajeste, aquele tipo de homem
que promete tudo só com o olhar.

Fiquei de quatro quando o conheci na academia onde malhávamos,


rolou paquera descarada mesmo, e depois que a gente transou então... meu
Deus... daí para frente é que foi a minha perdição. Fiquei completamente
fissurada nele. Homem delicioso.
Mas não dava mais. Era intenso demais quando estávamos juntos,
era ausente demais quando estávamos separados. E o pior de tudo, eu tinha
que confessar que...
Sexo. É, não tinha limite. Queria me fazer gozar todo dia. Tive que
dar um basta.

Nos divorciamos, tem pouco tempo, tem pouquíssimo tempo (seis


meses).
Mas eu ainda não o esqueci.
Henrique

Detesto conversar disso, mas vamo lá!


Foram muitas coisas que me afastaram da Virgínia.
Culpado? Não sei. Acho que a culpa foi nossa. Todos têm sua
parcela quando um relacionamento não dá certo. Sem essa de que só fulano
errou, o outro era um santo. Isso não existe, caralho!

A decisão partiu dela, e eu pensei muito, relutei, afinal meu sonho de


construir minha família estava indo por água abaixo. Tentei de tudo, mas ela
foi implacável. Por fim, só me restou acatar sua vontade. E eu daria todo o
suporte do mundo para o meu mundo, Théo, meu filho, que na época tinha
dois anos. Meu amor.

Eu sei que não sou fácil. Não fui correto com ela, caramba.

E depois de alguns meses separado, o que tirou o meu sono foi algo
que nunca passou pela minha cabeça. Eu sei lá porra, acho que estava
ficando carente, apaixonando fácil. Lembro como se fosse hoje, ela entrando
toda envergonhada na minha sala... calça jeans apertadinha, sapatinho de
salto, camiseta. Era uma menina, cara... mas assim, muito mais nova...
cacete... onde é que eu fui me meter...

Eu confesso. Tinha um defeito. Um não, vários. Mas talvez esse vício


foi o que arruinou o meu casamento. Eu estava no fundo do poço. Não parava
com ninguém.
Quando a vi pela primeira vez, a voz macia, jeitinho meigo, feminina
pra caralho... Vontade de estar dentro dela, de ensinar tudo a ela...
Cacete.
ALEXIA

O que a gente não fazia para agradar ao chefe... meu Deus, como fui
louca, louca, louca!

Ainda era o meu primeiro mês como funcionária e fui inventar de


fazer graça. No fundo eu já estava era muito afim dele, mas não queria
admitir. A desculpa era passar uma boa imagem como profissional.
Pois bem, não era nem um pouco a minha obrigação, mas quando fui
mostrar uns números a ele, inventei de entregar junto um espresso (mesmo
com a máquina do lado dele ali). Tinha tudo à disposição, frigobar... aquela
sala da diretoria era enorme, até copa tinha do lado.

Entrei, Henrique estava ao telefone. Fiquei parada de pé esperando,


observando tudo. A única vez que tinha estado ali foi no dia da entrevista,
não entrava para nada. Agora reparava melhor, o lugar era um luxo.
Poltronas enormes de couro, mesa de centro toda de vidro, tapeçaria bacana,
móveis em madeira escura, tudo muito clean e masculino. A cara dele.
A mesa dele era enorme, uma madeira escura polida, brilhante, cheia
de papéis organizados em cima da mesa, notebook e porta-lápis de couro.
Do lado uma xícara de café vazia. Droga. Devia ter acabado de tomar. Que
se danasse, agora eu já estava ali, não ia sair fora.
Henrique olhou para mim e fez sinal para que eu aguardasse. Mordi o
lábio, suspirei. Aquele olhar me perturbava, era intenso demais. Me afastei
um pouco, vi que conversava sobre ações, falava em cifras altíssimas. Eu
devia ser insignificante mesmo, do contrário ele não me deixaria escutar.
Parei para observar um mural na parede, cheio de papeizinhos
pregados. Dentre eles, um convite de aniversário. “Théo, 3 anos.” Lembrei
que vi a secretária ao telefone com uma loja de brinquedos, perguntou ao
vendedor qual era o mais caro, que era para o filho do chefe dela, dando o
endereço do prédio da empresa para entregarem. Foi aí que tive uma ideia
maluca, até deixei o café em cima da mesa dele e saí...

Eu ia aparecer de surpresa naquele aniversário.


Virgínia

O aniversário de três anos do Théo estava chegando, e eu o convidei,


lógico! Não queria que meu filho tivesse um pai ausente, e ele de fato não
era. Isso eu não podia falar do Henrique. Ele sempre foi muito carinhoso, e
esse menino era tudo na vida dele, toda vez que encontrávamos eu via seus
olhos brilharem, e o Théo era o único ser desse universo que fazia meu ex
escorrer lágrima do olho. Nem comigo o filho da mãe nunca derrubou uma
sequer, nem quando casamos, nem quando nos divorciamos... nada!
Era festa de criança, mas contratei um buffet caríssimo com tudo o
que tínhamos direito, reunimos minha família e a dele, amigos próximos,
gente importante lá da empresa, chegados dele.
Ainda ficava aquele clima...
É muito esquisito quando a gente se separa de alguém. Num dia ele
dorme do seu lado, te beija, troca juras de amor enquanto está dentro de
você. No outro essa mesma pessoa mal conversa, se torna um completo
estranho.

A decisão partiu de mim.

Às vezes me arrependia, principalmente por questões financeiras.


Ele me dava uma vida de luxo, como jamais imaginei viver. A pensão para o
Théo era maravilhosa, mas nada se comparava ao que eu tinha antes. Mas
enfim, chega de lamentar, o que passou, passou.
No dia da comemoração, Henrique foi dos primeiros a chegar na
casa de festas. Estava lindo.

Eu estava à mesa com os meus pais e o Théo brincava com a babá no


parquinho. Levantei depressa para recebê-lo, coração acelerou, respiração
ficou difícil. Não achei que ainda sentiria algo por ele, mas assim que o vi,
foi isso que aconteceu.
Ele parou na porta principal segurando um embrulho enorme, seu
olhar varreu o salão, o mesmo olhar de predador que ele tinha, que me
matava. Vestia social, camisa comprida para dentro da calça realçando as
coxas grossas e a bunda gostosa que ele tinha, volumoso na frente, gostoso.
Vi que seu cabelo estava mais curtinho, ele estava mais forte, mais malhado.
Cavanhaque começava a aparecer. Lindo. Eu babava mesmo.

- Henrique...
- Tudo bem, Virgínia? – Chegou perto, evitou me reparar, me segurou
pelo ombro, beijou meu rosto. Perfume delicioso. – Cadê ele?

- Com a babá no parquinho. – Apontei para a área externa, tinha


grama, uma piscina enorme, um caminho de jardim cheio de flores. O lugar
era mágico.

- Vou lá.
- Não vai cumprimentar meus pais? Os seus ainda não chegaram...
- Depois. Primeiro quero ver meu filho.

Henrique passou a festa inteira com o nosso Théo no colo. Circulava


entre os colegas de empresa que não deixei de convidar, só não o deixei
chamar sua secretária piriguete (que nada me tirava da cabeça que tinha um
caso com ele), mas ele havia convidado todo mundo próximo, até por
questão de educação mesmo.

Eu não conseguia puxar assunto, ele estava sempre acompanhado,


quando não era pela família eram os amigos, cheguei a achar até que me
evitava. Ele não me olhava, simplesmente não olhava...

Entre um canapé e outro, me entupi de prosseco, fiquei alta... acho


que tentava era criar coragem para chegar nele, conversar, sei lá. Estava
carente demais. Desde que nos separamos, tive uma transa ou outra, mas
nenhum homem chegava aos pés dele, nossa, mas nem de longe... Ele era um
tesão na cama.

Finalmente depois dos parabéns, vi que o Théo estava em segurança


com a babá, sentada à mesa junto com os meus pais. Era o meu momento.
Vasculhei ao redor, não vi Henrique. O filho da mãe não iria embora sem se
despedir de mim, ele não seria capaz disso. Entrei na casa para procurá-lo.
O lugar estava vazio, a equipe do buffet estava usando o outro chalé
que havia ali em frente. Decidi ir até a cozinha. Ouvi barulho de geladeira
abrindo, e quando cheguei perto, Henrique estava lá, colocava um copo
vazio de uísque sobre a bancada, abria o congelador para pegar uma garrafa
de Blue Label.

- Henrique... – Suspirei, minha boca armou um sorriso.


Ele me lançou aquele olhar fatal, mas já um pouco alterado. Na cara
que estava um pouco zonzo. Conhecia aquele homem como a palma da minha
mão.

- Virgínia. Garçom parou de servir uísque. Vim aqui pegar do que eu


trouxe.
- Ah. – Cheguei mais perto, peguei o copo, tomei um gole, passei a
língua ao redor dos lábios, encarando-o de modo profundo, dentro dos olhos.
– Delícia... – Seu olhar pairou sobre a minha boca, a sua entreabriu de um
jeito muito safado. Ele não comentou nada. Pegou o copo e tomou um gole, já
ia saindo, mas eu bloqueei sua passagem.

- Me dá licença, Virgínia?

- Fica. Fica aqui... – Gemi baixinho, passei o indicador naqueles


lábios cheios, molhadinhos de uísque. Henrique puxou o ar com força.
- O que foi? Quer conversar agora, porra? – Passou a mão pelos
cabelos, até nervoso o filho da puta era puro tesão.

- Nossa... precisa falar desse jeito? – Dei um sorrisinho para ele,


cheguei mais perto. – Eu não quero conversar, quero outra coisa...
- O quê? O que você tá querendo, Virgínia?

Espalmei uma mão sobre aquele peitoral duro, gostoso, fui descendo
até alcançar o volume delicioso no meio das pernas dele. Acariciei suas
bolas grandes, pesadas, apertei de leve...

- Ai, que delícia... que saudade... – Gemi e olhei para ele.


- Virgínia... – Falou em tom de ameaça. – Para com isso, porra. – Seu
corpo estava todo rijo, parado. Fechou os olhos, puxou o ar com força,
tentando me afastar.
- Fala que não tem saudade disso, Henrique... – Cheguei mais perto,
mordisquei sua orelha, continuei massageando sua calça, senti seu pau
crescendo na minha mão, endurecendo.

- Para com isso... – Fechou os olhos, ofegou.


- Me deixa matar essa saudade, deixa... – colei minha boca no ouvido
dele, sussurrei. Henrique era tarado, safado até o inferno. Já estava pronto
para mim, pronto para o que eu quisesse.

Com uma mão envolvi sua cintura larga enquanto a outra


desafivelava seu cinto, abrindo o botão e descendo a braguilha.

- Deixa... – Empurrei ele contra a bancada, Henrique foi para trás,


uísque derramou no chão. Ajoelhei aos seus pés com ele me xingando.
- Vagabunda...

Ele sabia que eu gostava que me xingasse. Esse homem era um deus,
fazia exatamente o que sua parceira gostava, pedia. Seu prazer vinha depois,
sempre foi assim.
Lambi os lábios, meu clitóris pulsava na calcinha melada, puxei sua
cueca boxer branca para baixo e vi aquele pau enorme saltar, veiúdo, grosso,
a cabeça inchada, parecendo um cogumelo, rosadinha. Ah, tesão, era
perfeito.

Fiquei louca. Choraminguei, cheguei perto, cheirei, apertei, esfreguei


no meu rosto... ai, delícia... morria de saudade...

- Sua puta. Puta. – Ralhou comigo, a voz grossa ecoando pela cozinha
vazia. Ele apoiou os cotovelos na bancada e jogou o quadril para frente,
todo oferecido. Olhei para cima, delirando com a imagem fenomenal... ele
todo vestido de executivo, a calça arriada, a camisa mostrando a trilha de
pelos do abdômen sarado, só seu pau de fora, grosso, apontando para cima.
- Me dá, Henrique, me dá... – Me humilhei como uma faminta,
pedindo uma migalha que fosse. Ele segurou o pau pela base e começou a me
bater no rosto, abri meus lábios e o safado ficou brincando de me acertar na
língua.
- Toma sua puta, vou te dar uma surra, é disso que você gosta, não é?
– Batia de um lado, de outro, passava perto da minha boca, eu o acertava
com a língua, lambia, beijava, ele tirava, me provocando.

Ficamos brincando assim, até que eu não aguentei mais e o agarrei,


meus dedos não fechavam em volta, abri a boca e engoli a cabecinha,
comecei a chupar, lamber, arranhar com os dentes, Henrique segurou minha
cabeça, ficou balançando o quadril, fodendo minha boca, seu pau melado
escorregava entre os meus lábios tirando todo o meu batom, ficamos nós
dois ali gemendo, ele falava sacanagem e puxava meu cabelo, meu couro
cabeludo ardia quando ia mais fundo, era quando ele delirava.

- Goza na minha boca, seu puto. Você não vale nada, Henrique. Nada!
– Apertei sua bunda deliciosa e mergulhei fundo, coloquei o quanto
consegui, varando a minha garganta, tirei, comecei a esfregar com a mão,
enquanto chupava, lambia, concentrava na parte mais deliciosa que já estava
vermelhinha, cada vez mais inchada, toda melada com a lubrificação dele.
Henrique estava louco, gemia, seu quadril ondulava sem parar, do
jeito mais sexy que eu já tinha visto um cara fazer. Sua mão me agarrou com
força quando ele começou a urrar, e eu me preparei para receber o cúmulo
do prazer dele na minha boca, veio quente, me encheu, me lambuzou, engoli
tudo...
Olhei para ele enquanto chupava a cabecinha para limpar o restinho,
mas tirei a boca na hora e virei para trás para ver o que o Henrique olhava,
paralisado: uma mocinha com ares de adolescente nos observava parecia
fazer tempo, e só agora tínhamos nos dado conta. Estava paradinha
segurando um embrulho de presente na mão. De queixo caído.
ALEXIA

Eu não sabia o que pensar, fiquei perplexa. Junto com minha calcinha
melada estava a certeza da minha demissão.

Cheguei mega atrasada para a festa, me perdi na estrada, pneu do


fusca furou, suei, descabelei, tudo o que não podia ter acontecido aconteceu,
mas só de pirraça eu ia chegar nesse lugar, tinha virado questão de honra!
Mas agora eu tinha visto que tudo isso era um aviso, parece que eram
os anjos tentando me proteger.

Cheguei na recepção e não tinha ninguém, pelo contrário, famílias


com crianças pareciam que estavam indo embora. Percorri aquele lugar
maravilhoso com os olhos e não vi o gostoso do meu chefe. Claro que eu ia
me reportar primeiro a ele, depois iria no bebê, se não perguntariam o que a
louca estava fazendo aqui (se é que ele próprio não iria me perguntar isso).

De enxerida que eu era, decidi entrar na casa, vi que estava vazia.


Fui andando, percorrendo os cômodos, e já ia saindo quando escutei de
longe barulho de discussão vindo da cozinha. Lógico que eu resolvi ir
atrás...
Pra quê...

A cozinha não tinha porta, era toda aberta, de modo que quem
atravessasse um corredor logo chegava nela, e sua visão era por completo.

Cheguei de mansinho e consegui ouvir melhor, era voz de um casal,


um xingando o outro, mas não era de discussão como eu pensava, aquilo ali
era ofensa de tesão, de trepada mesmo, e das boas!
Quando vi que era o Henrique meu coração disparou. Ajoelhada aos
pés dele, uma mulher numa cena humilhante, submissa, implorando para
chupar, como se sua vida dependesse disso, como se aquilo fosse um
remédio para a sua dor. Sua cabeça tampava, não conseguia ver direito, só a
calça e cueca dele nos joelhos, as coxas grossas de fora. Pude perceber
como aquele homem era turrão, era faminto, masculino, bravo. Xingava,
gemia, fazia de tudo com aquele pau na cara dela, na boca, como seu objeto
de poder.

Fiquei hipnotizada, morrendo de tesão. Não consegui sair dali, a


cada gemido dele, a cada estocada na boca dela meu clitóris latejava,
dolorido. E quando vi ele gozar não me contive. Por um descuido, tomada de
tesão, dei um passo à frente, e foi quando ele me viu. Seu olhar encontrou o
meu e eu gelei. Paralisei. A mulher tirou a boca e virou o rosto para me
olhar, se afastando dele, os lábios inchados e melados, terminando de
engolir. Mirei direto no meio das pernas dele, não resisti, estava ali bem na
minha frente, escancarado. E era perfeito. Perfeito! Puta merda, foi o pau
mais gostoso que eu já tinha visto. Ele não escondeu. Parado como estava
ficou, sem pudor nenhum. Aquela carne grossa, grande e rosada pendulava,
toda esporrada. E o jeito que ele gozou na boca dela foi a coisa mais
indecente e deliciosa do mundo...

- Ai meu Deus... - O presente caiu da minha mão, e eu saí correndo.

- Ei! Espera aí!


Sua voz grossa e mandona ecoava no corredor, mas eu não dei
ouvidos. Me bateu desespero, uma mistura de sentimento que eu não sabia
explicar.

Tremendo, procurei a chave do carro na bolsa, atravessei correndo o


portão de entrada da casa de festas. Liguei o fusca e saí cantando pneu em
disparada, nem olhei para trás para ver se alguém me seguia. O ar começou a
me faltar, eu tremia toda, tive medo de perder a direção. Respirei fundo,
tentei concentrar, mas aquilo não saía da minha cabeça. Minha calcinha toda
melada, eu tinha visto tudo, quase tudo, até a cena mais erótica, mais safada,
aquele rosto magnifico gemendo, estocando, tendo o ápice do prazer na boca
da mulher.
Eu já o achava lindo, maravilhoso, um puta tesudo. Agora então... ai
Deus, eu já não sabia mais o que pensar, o que sentir, vê-lo daquele jeito me
deixou muito excitada, e eu sabia que enquanto estivesse naquele emprego,
nunca mais eu conseguiria olhá-lo de outro jeito.

Cheguei em casa, tentei me acalmar na garagem. Sabia que se mãe me


visse daquele jeito eu ia ter problemas, e eu não queria dar satisfação.

- Alexia! Chegou, minha filha?


Mãe estava sentada no sofá assistindo TV e me viu passar na sala.
Demorei tanto procurando o lugar e ajudando o moço a trocar o pneu, que foi
como se eu tivesse de fato participado da festa. E ela continuou falando.

– Trouxe docinho? Lembrancinha?

- Não, mãe.
- Ei, que voz é essa? Vem cá me contar tudo! E o chefe? Gostou de
você ter ido?!

- Depois eu te conto! – Saí correndo e fechei a porta do meu quarto.


Pulei na cama, agarrei meu travesseiro. Aquela cena não saía da minha
cabeça.
Ao mesmo tempo um desespero me invadiu. Era certo que ele ia me
demitir. Já podia me preparar, segunda-feira eu estaria no olho da rua! E que
desculpa eu daria para minha mãe? Já tinha que começar a pensar logo...
Ainda beirava os trinta dias que eu estava naquela empresa. Droga, droga,
droga!

Eu estava ferrada.
HENRIQUE

Eu não tive força nenhuma para sair fora. Virgínia sabia muito bem o
meu ponto fraco, ela sabia por onde atacar, e se aproveitou disso.

Ela não tinha era vergonha na cara! Me chutou, falou na frente do juiz
que eu era um viciado, que só pensava em sexo. Ironia do destino, agora
queria meu pau, achou o jeito mais fácil de conseguir, que homem nenhum
resistia. Eu era fissurado mesmo, mas orgulho era coisa que eu tinha, e eu
não ia procurá-la, não queria nada dela mais. Sofri igual um cachorro
abandonado, só agora recuperava minha dignidade.
Estava zonzo, e porra, que homem nega uma mamada? Ela era
metida, enjoada, mas tinha experiência, a boca deliciosa. Só se eu fosse
louco, a mulher chupava gostoso pra caralho.
A safada foi atrás de mim na cozinha, me cercando, me agarrou com
aquelas unhas de gata, me arranhando, miando. Caí para trás que derramei
até uísque na camisa, a doida não me poupou de nada. Ganhou surra de pau
na cara para aprender, era minha ex mas que fosse, eu não ia negar, a gente
não tinha brigado nem terminado por conta de sacanagem de um com o outro
(até rolou, mas não foi o motivo). E a gente tinha um filho junto, o convívio
ia ser eterno, meu parça!

Delícia demais ela me mamar, comecei a foder aquela boca gostosa,


indo e vindo, indo e vindo... fiquei louco com ela sugando a cabecinha dele,
em plena festa de aniversário do meu filho a gente fazer isso, era putaria
demais, se alguém chegasse ali eu nem sei o que ia responder, como de fato
aconteceu.
Aquela gostosinha novinha apareceu, recém-contratada na empresa
como chefe do RH, minha cabeça deu um nó. Tinha acabado de gozar na
boca da Virgínia, ainda curtia meu êxtase, e tentei tirar lá dos quintos dos
infernos a memória de tê-la convidado para a festa de aniversário do meu
filho.

Fiquei parado igual a um idiota com o pau duraço à mostra, a menina


deixou o presente cair no chão e saiu correndo como se tivesse visto o bicho
papão.
- Quem era ela? – Virgínia me perguntou curiosa, terminando de
limpar a boca.

- Sei lá. Torça para não ser nenhuma babá perdida por aí.

Virgínia começou a rir e eu também. Não contaria a ela que aquela


delicinha era minha funcionária, não queria nenhum tipo de questionamento
depois. Eu conhecia muito bem a minha ex-mulher. Não tínhamos nada um
com outro mais, mas quando ela estava com ciúme, era o diabo. Tudo era
muito recente ainda, a gente tinha que agir com cuidado para um não
machucar o outro.

Lavei o pau na pia ali mesmo e vesti a calça, virei o resto do uísque
e pedi que ela fosse na frente para ninguém desconfiar.
Virgínia chegou perto e segurou meu queixo, nossas línguas trocaram
lambidas gostosas e ela ajeitou o vestido, piscou para mim e saiu toda
serelepe lá para fora.

Ah, diabo.

Esfreguei o rosto, mão passou pelo cabelo.


Segunda-feira eu resolveria o lance com aquela virgenzinha enxerida.
ALEXIA

Segunda-feira, seis horas da manhã. Eu nem acreditei quando o


despertador tocou. Não tinha dormido nada, pregado o olho, e só quando o
relógio marcou cinco horas foi que consegui começar a cochilar. Desliguei o
aparelho na base do soco e amassei meu travesseiro, me ajeitei na cama de
novo. Fechei o olho, tornei a dormir.

- Alexiaaa! Vai perder a hora, menina!

Mãe estava histérica quando chegou da porta do meu quarto


segurando uma xícara de café. Acordei num pulo, olhei para o relógio,
faltavam quinze minutos para as oito horas. “Excelente começo de carreira,
Alexia. Viu o pinto do chefe e ainda chegaria atrasada na primeira reunião
importante”.

Dei um pulo da cama e saí correndo para o banheiro, joguei água na


boca e enchi a escova com pasta de dente, escovei de qualquer maneira.
Voltei para o quarto, abri a porta do guarda-roupa e catei a primeira calça
jeans que vi na frente, nem coloquei calcinha. Enfiei uma camiseta e um
colete por cima, peguei um par de sapatilhas debaixo da cama e meti nos
pés, a bolsa já estava pendurada na porta e foi só enfiar o celular dentro.
Pronto, o cabelo eu ajeitava no ônibus.
Fui direto para a sala do RH (que era bem próxima da do Diretor
Executivo) e lá eu me enfurnei até sentir meu estômago roncar nove e meia
da manhã. Agradeci a Deus porque tinha um par de óculos reserva, e ele
ficava na gaveta da minha mesa.
- Bom dia Alexia. – A secretária do Henrique chegou na porta e me
abriu um sorriso tão grande que até desconfiei.

- Bom dia, Paula.

- Tudo bem? Já terminou a conferência online?


- Tudo sim. E você? Acabou agora.

Vi que ela olhou para os cantos e entrou na sala, fechou a porta logo
em seguida. Eu estava sozinha e parece que ela aproveitou disso para puxar
assunto comigo.
- Já tomou café?

- Ainda não. Por quê? – Senti meu estômago roncar de novo.

- Vamo lá na copa da sala do Henrique, ele saiu para uma reunião e


só volta depois do almoço.
Ê ê. Aí tinha coisa.

- Nossa, Paulinha, mas...


- Vem, menina. Não precisa ficar com vergonha, você é muito
medrosa... – Começou a rir.

- Desliguei o computador e peguei meu celular.


- Vamos.

- Eu chego cedinho e faço o café do jeitinho que ele gosta... deixo


tudo arrumado para ele trabalhar. – Falou toda orgulhosa.
Sentei numa cadeira superconfortável na copa ao lado da sala dele,
fiquei observando a mulher falar, parecia até minha amiga íntima. A Paula
era linda, loira com os cabelos lisos que batiam quase até na bunda (que era
enorme por sinal), a cintura fininha e o decote da camisa mostrava a volta
dos seios, que eu tenho certeza que eram de silicone - e davam dois dos
meus em tamanho. Ela era elegante e ao mesmo tempo muito sensual.

- Você trabalha pra ele tem muito tempo? – Perguntei.

- Hummm... mais ou menos um ano.


- Ah, não tem tanto tempo assim...

- Pra mim é bastante tempo. Já rolou tanta coisa... – Suspirou,


mordeu o lábio.

- Ah é mesmo? Tipo o quê?


Vi que ela deu uma risadinha. Seus dentes eram branquinhos, parecia
clareamento.
- Alexia, você é bem novinha para ouvir certas coisas. E muito nova
de empresa também. E eu espero que você fique aqui conosco por bastante
tempo. Não quero te assustar, até sua carinha é de anjo, de menina inocente.

- Mas me deixando curiosa desse jeito, Paulinha... e eu não sou


nenhum anjo não, sem essa.
- Um dia eu te conto, tá bom? – Colocou uma xícara de café para
mim, abriu um pote de biscoitinhos de leite condensado. – Agora come aí.

- Valeu. E você, vai comer o quê?

Ela foi na geladeira e pegou um iogurte light zero lactose.


- Vou tomar isso aqui, se não meu instrutor me mata!

Dei uma risadinha, olhei bem para ela, tentando entender o motivo de
ter me levado até ali, naquele local que era exclusivo para uso do Henrique.
Só uma pessoa muito íntima dele mesmo teria tanta liberdade. A mulher
sabia onde estava tudo, e até os lanchinhos dela ficavam ali na geladeira
dele, separados dos do resto dos funcionários na cozinha coletiva.
- Mas e aí, Paulinha, o que você manda de novo? – Perguntei, aflita.

- Nada demais não. Eu quero saber é de você...

Ela deu um sorriso misterioso. Enfim o motivo de ter se preocupado


com o meu café da manhã.
- O que tem eu?

- Me conta, como é que foi o aniversário do Theozinho?

Se eu não tivesse acabado de engolir o biscoito eu acho que teria


engasgado.
- Ah... foi legal. Como sabe que eu fui?
- Eu só deduzi. Sexta você voltou do almoço com aquele presente de
loja de criança...

- Ah. Você é bem observadora hein, Paulinha...


- Eu sou. Reparo tudo. Mas e aí, me conta!

“Foi ótimo. Cheguei já no final da festa, depois de ter furado o pneu


do carro e ficado um tempão agarrada na estrada. Toda esbaforida,
descabelada e com o presente na mão. Ah, e também flagrei uma mulher
ajoelhada com a boca grudada no pau delicioso do seu chefe, chupou até ele
gozar. Foi assim! Que tal?”

Comecei a rir sem parar, atiçando mais ainda a curiosidade da


mulher.
- Fala, Alexia. Responde! Tá rindo de quê, menina?

- Ai, desculpa Paulinha. Olha, foi um desastre. Eu quis fazer uma


surpresa para o Henrique mas o pneu do carro furou e eu cheguei quase no
fim, não o vi lá, só deixei o presente e vim embora.
- Não acredito!

- Pois é verdade.

- Você perdeu uma das festas mais concorridas da cidade, as festas


do Henrique e da ex são as mais chiques!
- Ex?

- É, ex-mulher dele, não sabia?

- Nem sabia que ele era casado. Nem que tinha filho, fiquei sabendo
essa semana.
- Mas tem pouco tempo também que ele divorciou dela... Você viu
ela lá, a Virgínia? – Fez uma cara engraçada quando falou o nome da mulher.
- Não faço ideia. Como ela é?
Pois essa secretária era da pá virada. O jeito que ela descreveu, eu
soube na hora que era a mulher com ele na cozinha.

- E aí, viu?

- Vi não... Não reparei em ninguém.


- Hum. Que pena.

- E você, por que não foi, Paulinha?


- Eu? Fui proibida! – Danou a rir.

- Ué, por quê? Por quem?

- O Rique achou melhor eu não ir... A Virgínia tem um ciúme mortal


de mim.
- Mas gente...

- É. Ela acha que eu e o Rique nós...

- Hum. Acha que vocês têm um caso.


- Isso.

A próxima pergunta era se eles realmente tinham um caso, mas


preferi fechar minha boca. Assunto polêmico e de vida pessoal quanto menos
a gente souber melhor.

Enchi minha xícara com mais café para levar à minha sala, eu era
viciada.
- Bom. Vou nessa então, Paulinha. Muito trabalho. Obrigada pelo
cafezinho.

- Ah, por nada Alex. Posso te chamar assim? Você é o nosso


mascotinho agora.
Eu ri. Coitada, a inocente aqui era ela.

- Claro, Paulinha.

- Você já é uma amiga que eu ganhei.


- Valeu. Você também é. E pode contar comigo para o que precisar,
enquanto eu estiver aqui.
- Você tem que ficar aqui pra sempre, o Rique tem que te contratar
definitivamente!
Eu comecei a rir mas parei na hora quando ouvimos a porta da sala
abrir de uma vez, seguida de uma voz grossa e impaciente ao telefone.
- Mas isso não foi passado para o Conselho! Como ele se atreve a
tomar decisão assim, caralho? Tô com uma viagem marcada para daqui a
uma semana! Como vou apresentar isso lá em São Paulo?!

Eu gelei. Só olhei para a cara da Paula, mas ela estava tranquila,


como se nada estivesse acontecendo. Estava completamente à vontade, como
se estivesse em casa.
- Bom, vou nessa Paulinha. – Dei um tchauzinho para ela e olhei de
relance para ele, evitando encará-lo. Queria sair logo dali, desejei ser
invisível, como sempre. E já ia com minha xícara abrindo a porta
devagarinho...

- Ei. – Tapou o celular com a mão. – Quero falar com você. Aguarda
aí no sofá, por favor.
Puta que pariu. Acho que eu já ia assinar minha demissão antes do
almoço mesmo.

Paula despediu de mim e saiu, me deixando sozinha com a fera.


Fiquei sentada aguardando ele finalizar sua conversa ao telefone.
Henrique andava de um lado para o outro, nervoso, entremeando os dedos
naquele cabelo lindo, cheio, sedoso. Nem com cara de bravo o homem
ficava feio, pelo contrário. Reparei com o canto do olho em como ele estava
bonito, como tudo caía perfeitamente bem naquele corpo escultural. Calça e
sapato social, camisa comprida e gravata. Nada disfarçava seus músculos
bem desenhados e saltados. Desligou o telefone e foi até a copa, voltou com
um copo d’água.
Suspirei fundo e virei o café todinho, gelado mesmo. Provavelmente
seria a última vez que eu provaria daquele grão importado chique que a
Paulinha pegou no armário dele.

- Tudo bem? – Seu semblante mudou na hora, me abriu um sorriso


que me desconcertou, sem querer apertei a xícara de café no colo. Ainda
bem que estava vazia.
- É... tudo.

- Sei que chegou tem poucas semanas, mas preciso ter uma conversa
com você. Esqueci seu nome. – Sentou ao meu lado, bebeu a água toda.
- Alexia.
- Isso. Lembrava que era um nome bonito e diferente, mas não
consegui guardar, me perdoa.

Eu não consegui sorrir. Só remexi no sofá, rezando para que ele me


despejasse logo, não enrolasse. Dependendo ainda dava tempo de chegar em
casa e preparar o almoço para mãe.
- É que...
Paulinha entrou de novo sem bater, chegou já com uns papéis na mão
para ele assinar.

- Com licença Rique, as atas da reunião de sexta à tarde, levando


para arquivar. Aliás, vai precisar delas para hoje, né?

Ela veio para perto e parou de frente, entregando a ele. Enquanto ele
assinava, ela pediu minha xícara e virou para pegar o copo d’água vazio na
mesinha de centro. Ele parou o que estava fazendo na hora, seus olhos foram
direto na bunda dela.
- Valeu, Paulinha. – Falou sem tirar os olhos, vidrado.
Ela pegou tudo e saiu para a copa, andava rebolando em cima do
salto, a bunda e os peitos empinados. Henrique a acompanhou até a perder
de vista, só depois voltou a encarar os papéis, voltou a olhar para mim.
- Só um minuto, Alexia. – Sacou uma caneta chiquérrima do bolso.
Devia valer mais do que o meu fusca.
Meu corpo arrepiou ao ouvir meu nome sair daquela boca, a voz
grossa, macia, absurda de sexy. Imaginei essa voz gemendo no meu ouvido.

Eu era ridícula. Só uma pessoa muito carente mesmo para prestar


atenção nisso estando prestes a ser demitida.
- Achei que só voltava depois do almoço, Rique. Nem fiz reserva em
restaurante nenhum. – Ela veio para perto toda dengosa, a voz saía até
anasalada.
- Ah, tive um contratempo.
- Uhum. Vai querer a reserva no restaurante daquele hotel cinco
estrelas de novo?
- Por favor, Paulinha.
- Mesa para quantos?

- Dois. Só eu e o Fábio.
- Certo.
Ele acabou de assinar e entregou o maço de papel para ela. A mulher
virou e foi até a mesa dele, ganhou mais uma conferida na bunda até chegar
lá.

- Bom. O que eu tenho para conversar com você é... – Ele parou de
falar, ficou esperando a Paulinha sair da sala, parecia que não queria que ela
ouvisse. Ao mesmo tempo, aproveitou para admirar cada detalhe dela, seu
olho brilhava, ardia. Me deu até inveja, acho que nunca fui olhada assim. Ela
desfilava toda empinada, mexia o cabelão loiro de um lado para o outro.
Fiquei pensando no que devia rolar nessa sala depois do expediente.
Assim que ela saiu, ele voltou-se para mim de novo. Eu não aguentei
mais. Abri a boca para ajudá-lo, eu mesma já ia falar logo o assunto, acabar
com isso.
Mas o problema foi que ele soltou também.

E saiu tudo junto.


- Você vai precisar viajar comigo na semana que vem.

- Já sei que vai me demitir porque vi a mulher chupando seu pau.


Pode fazer.

Puta que pariu.


- O que foi que disse?! – Ele me olhou perplexo.
- Eu...
Ele parou de repente. Começou a rir. Eu continuei séria, morrendo de
medo.

- Ah, mocinha...
- O quê?
- Achou mesmo que eu ia te demitir por causa disso?
- Não vai?!

- Mas é claro que não! – Continuou rindo.


Nossa. Fiquei tão feliz, mas tão feliz, que não aguentei. A cagada já
estava feita mesmo, cheguei perto e o abracei com força. Ele me abraçou de
volta, cheiroso pra caramba, o corpo quente, músculos duros, abraço
aconchegante demais, vontade de não soltar essa delícia.

- Obrigada! Muito obrigada!


Sentei de volta no meu lugar e coloquei as mãos no peito, suspirei.
- Você é doidinha... – Ele ria sem parar.
- Ufa. Obrigada mesmo!

- Quem nunca, né? – Parou de rir, ficou sério. Me olhou no fundo dos
olhos. - Que atire a primeira pedra a mulher que nunca caiu de boca no pau
do namorado.
Senti meu rosto queimar. Me subiu um calor... Vergonha e tesão ao
mesmo tempo. Safado.
- É verdade. Fico aliviada. Mas então, o que quer comigo?
- Seguinte... semana que vem tenho que ir a São Paulo numa reunião
importante, é sobre a aquisição de uma siderúrgica para o grupo, precisava
que você fosse. Tem um gerente de projetos excelente que estamos de olho,
queremos contratá-lo também, e você faria essa ponte.
- Ué... claro. Posso sim.

- Combinado. Vou pedir a Paulinha para reservar o hotel e comprar


as passagens.
- A Paulinha não vai?
- Dessa vez não.

- Hum. Beleza então, combinado.


- Já venha de mala pronta na segunda. Aliás, meu motorista vai te
pegar cedinho.
- Certo. E voltamos que dia?

- Na terça à noite.
- Tranquilo. Era só isso?
O safado começou a rir.
Eu me levantei mais do que depressa. Ele levantou junto.
- Só isso. E Alexia...
- Hum?

- Esquece o que você viu naquela cozinha.


“Eu nunca vou me esquecer do seu pau gostoso, Henrique. Nunca!”
- O que aconteceu naquela cozinha?

- Danadinha. Pode ir. Bom trabalho.


- Igualmente.

Saí da sala dele de perna bamba, mas parecendo que tirei uma
tonelada das costas. Ufa, tinha dado tudo certo.
HENRIQUE

Voltei para o escritório quando vi que tinha deixado documentos


importantes em cima da mesa, mas acabei cancelando o resto da reunião
porque não compensava retornar até o prédio onde eu estava. Remarcamos.

Fábio, diretor financeiro, passou por cima de mim numa decisão


importante e eu o faria voltar atrás, ou levaríamos ferro na assinatura do
contrato na próxima semana. E por falar em próxima semana, eu já tinha
tomado a minha decisão, e não ia voltar atrás...

Queria ser um novo homem depois do divórcio. Canalizar meus


vícios, minhas taras e meu excesso de testosterona para outros setores da
minha vida, e a Paulinha não poderia participar disso. Ela era parte do
problema. Do meu problema.

Eu não poderia levá-la nessa viagem, não queria repetir os mesmos


erros do passado. A gente trepava gostoso pra caralho, de todo jeito
imaginável e inimaginável. Eu virava um tarado pervertido perto dela e ela
se transformava numa puta safada.
Sexta-feira nós trocamos nosso último beijo, último amasso, nossa
última... foda. Pois é. Não resisti, mais uma droga de vez.

No sofá da minha sala, na copa... porra, era de todo jeito.

Conversamos sério, falei que não dava mais. Fiquei com o coração
apertado, ela chorou igual criança comigo enterrado nela, disse que me
amava, que achava que ficaríamos juntos depois que eu me separasse da
Virgínia. Que fique claro, nunca a prometi nada, nunca enganei mulher com
promessa, caramba!

Fui um cretino durante o meu casamento.

Não vou mentir. Desde que a Paulinha veio trabalhar aqui, não nos
desgrudamos um dia sequer. Ela me aliviava, me relaxava, topava tudo a
qualquer hora.

Eu chegava em casa, tomava um banho e estava pronto pra outra,


pronto para a Virgínia. Eu não me orgulhava dessa vida dupla, longe disso.
Mas não conseguia parar, cacete.
Quando a Virgínia me colocou na parede exigindo mudança e
sugerindo tratamento psicológico, aí que a ficha começou a cair.

Mas não foi o suficiente. Continuei, queria mais, sugava a Paulinha


até a última gota. Com a Virgínia eu tentava fazer o mesmo, mas ela não era
fogosa que nem a outra, me negava na maioria das vezes, jogava na minha
cara, me xingava, humilhava. Acho que não curtia tanto sexo, sei lá, estava
sempre ocupada para mim. Eu saía com raiva, às vezes tarde da noite,
pegava o carro e ia parar na boca da favela, no apartamento da Paulinha. Eu
já tinha cópia da chave, e quantas vezes chegava e ela já estava dormindo,
acordava comigo de boca na sua buceta, lambendo que nem louco, chupando
seu grelo devagarinho, e depois que ela gozava eu já caía matando,
varávamos a madrugada. Essa vida estava me esgotando, eu precisava parar.
E isso já estava decidido.
PAULA

Eu tinha que ter um espaço para falar tudo, principalmente sobre o


Henrique. É. Fazia um ano que eu estava completamente, perdidamente
apaixonada por esse homem maravilhoso em todos os sentidos.

Desde o dia em que pisei nesse lugar, eu falo que foi uma atração
fulminante.
Bati o olho e vi a aliança grossa no dedo dele, mas para mim isso foi
apenas um detalhe, ele não era o primeiro homem casado que eu dava em
cima, e nem seria o último.
Falou que primeiro faríamos uma experiência, que tinha gostado do
meu currículo. E depois de um mês, eu agradeci a Deus quando ele bateu o
martelo e disse que me queria como seu braço direito. Finalmente eu daria o
primeiro passo para conseguir buscar uma vida mais regrada, com dinheiro
certo.

Eu já tinha feito vários cursos, me acho uma mulher inteligente,


preparada, mas sabe quando o olho brilha? Pois é. Eu não conseguia nada,
emprego estava difícil, então eu... fiz alguns bicos como acompanhante de
luxo antes de começar a trabalhar aqui.
Confesso, ganhei muito dinheiro, gorjetas altíssimas, eu era das mais
caras, fiz fama. Mas levava uma vida que não estava me agradando, tive que
me submeter a muita coisa, sabe? Achei melhor parar com isso.

O Henrique foi o meu príncipe, meu salvador. Quantas vezes depois


do sexo delicioso dele conversávamos por horas na cama antes de começar
de novo... nesse tempo ele ficou sabendo tudo da minha vida, contava tudo a
ele, em detalhes. Homem geralmente não é muito de conversa mas esse era
especial, vou te falar, ele era um ouvinte como poucos. E eu sabia que a
nossa conexão era especial, não é possível que ele tinha esse fogo com a
Virgínia, essa química toda.

A gente não desgrudava. Ele sempre dava um jeito de me levar nas


suas viagens de negócios, ficávamos nos melhores hotéis, me apresentava os
restaurantes mais finos, me dava presentes caríssimos, mas o melhor de tudo
era o seu jeito carinhoso, atencioso, romântico comigo. E o detalhe que não
podia ficar de fora: ele trepava gostoso pra caramba. Eu brincava com ele
que isso era um perigo, mulher que fizesse com ele depois não desgrudava
mais, e coitado do próximo pretendente da pobre coitada. Ele se divertia
com isso, contava muito caso de ex-namoradas, amantes que já teve, a gente
ria muito, ninguém julgava ninguém, era perfeito. O que conversava comigo
não falava para mais ninguém, eu sabia.
Ele só não me contou direito o motivo do fim com a Virgínia. O que
ele fez para a louca dar o pé na bunda dele, para mim era um mistério, ela
nunca soube da gente. E eu não entrava em detalhes, o respeitava. Sei que ele
não gostava de falar dela.

Mas eu estava arrasada agora.


Ele já vinha estranho comigo não era de hoje, e na sexta-feira
ficamos pela última vez. Começou com assunto do aniversário do Theozinho,
pediu que eu não fosse, que a Virgínia faria um escândalo. Respeitei. Fiquei
chateada, mas entendi. Era um momento deles, e a família da madame fresca
estaria toda lá, eu não poderia nem chegar perto dele.
Pouco antes do almoço, transamos no sofá da sala dele. Ele me
comeu gostoso, ainda havia algumas pessoas no prédio, mas não
conseguimos esperar. Eu tinha ido de saia, e ele ficava louco quando me via
assim. Só afastou minha calcinha para o lado e abriu a calça, ficou
esfregando a cabecinha do pau no meu clitóris, subindo e descendo,
deslizando entre os meus lábios, meladinho. Adorava ficar brincando assim
comigo. Abri mais as pernas, abracei sua cintura. Me penetrou gostoso
demais, pressionando, apertadinho, melado. Começou a estocar me beijando
de língua, eu delirava, chorava de tesão. Não parou até gozar. Entrava e saía
delicioso, escorregava, bombava, me deixava toda melada...

Henrique é delicioso, um presente de Deus. A gente acabava e ele


continuava dentro, abraçado comigo, me enchendo de chamego, de elogio. Ai
Deus, não posso nem ficar lembrando...
E mesmo assim, ficou a tarde inteira atrás de buceta. Teve uma hora
que tive que baixar a calcinha na porta do banheiro para ele chupar, parecia
enlouquecido, queria me ver gozar. Enquanto não fiz isso naquela boca
gostosa ele não me deu descanso. Lambeu tanto, clitóris ficou inchadinho
depois.

Ele estava demais, parecia até despedida. No finalzinho da tarde


fomos para a copa, me prensou contra a parede, só desceu a calça e afastou
minha calcinha de lado, me comeu me segurando no colo, fazendo flexão de
braço e de perna, fiquei impressionada. E que trepada deliciosa, puta que
pariu nesse cara, fechou o dia com chave de ouro, safado.
Algum homem já te comeu tão gostoso que você nunca esqueceu?
Pois é...
Henrique.
Não era porque o pau dele era grosso e a cabeça era grande (e tinha
um formato delicioso), nem pelas coxas grossas, abdômen desenhadinho e
braços musculosos. Ele tinha um beijo delicioso, mas o seu jeito de fazer
amor é que me deixava louca. Ele se entregava todo, me fazia sentir a mulher
mais linda, mais gostosa e mais especial do mundo! Ele criava uma conexão
hipnotizante, fazendo meus sentidos ficarem aguçados ao extremo. Eu
chorava de tesão.

Depois que a gente gozou ele me deu um beijo de língua delicioso,


ficamos abraçados, fiquei inspirando seu cheiro gostoso, fazendo carinho
naquele cabelo lindo, ele ainda todo enterrado em mim, a boca no meu
pescoço, carinhoso demais. Estava tudo certo, mas nessa hora ele falou todo
ofegante que era melhor a gente dar um tempo, que era loucura o que
estávamos fazendo, e que precisávamos parar. Que ele precisava parar.
Parecia falar para si mesmo.
Fiquei sem entender mais uma vez. Mil coisas passaram pela minha
cabeça, inclusive que ele tinha conhecido outra mulher.
Meu final de semana foi péssimo, fiquei imaginando a festa de
aniversário que eu poderia ter ido, daria um jeito de me apresentar, sei lá,
deixar escapar que estávamos nos conhecendo melhor, quem sabe ele não me
assumia de vez. Por isso chamei a sonsinha da Alexia para um café, eu a vi
toda estabanada chegando com o embrulho de presente, e fiquei magoada,
imaginei que até ela o Henrique havia convidado, e eu, sua secretária
particular, nada. Preferiu obedecer a mãe do seu filho, que me queria longe.

Bom, infelizmente a menina não viu nada, não viu a metida lá.
Paciência.
Agora era esperar. O Henrique não ficaria muito tempo sem me
procurar, ele simplesmente não aguentava ficar sem sexo, era viciado em
fazer mulher gozar.

E eu não tinha certeza, mas desconfiava de que essa tara foi o que o
fez separar da Virgínia.
ALEXIA

Passei o resto do dia na maior alegria dentro da minha sala. Além de


não ser demitida, ainda teria a oportunidade de ouro de mostrar o meu
trabalho para o CEO de um dos maiores conglomerados siderúrgicos do
Brasil. Faria minha primeira viagem de avião, ficaria num hotel chiquérrimo
e seria responsável por ajudá-lo a contratar um recurso humano
importantíssimo para a empresa. Show de bola, mãe ia amar saber.

Tudo certo.
Estava tudo certo, até escutar o grito fino da Paula vindo do
corredor, me chamando desesperadamente.

- Alexiaaaa! – Abriu a porta correndo, olhou ao redor e viu que a


turma do RH tinha ido à cantina tomar um café.
- Entra, Paulinha, o que foi, amiga? – Tentei manter a calma.
Ela entrou correndo e bateu a porta com força.
- Você vai viajar com o Henrique?!

Ai meu Deus.
- Vou sim. Semana que vem para São Paulo. Inclusive ele disse que
você ficaria de olhar as passagens e o hotel.

Ela veio chegando perto, parecia que queria me matar, o olhar de


fúria.
- E como ousa, Alexia? Escuta, você vai trocar comigo essa viagem.
Inventa qualquer coisa, fala que não vai poder ir.
- Ficou maluca, Paula? Estou indo a trabalho! Não posso fazer isso.
Por que quer que eu faça?

- Porque quem sempre viajou com o Rique fui eu! Não tem motivo
nenhum pra você ir no meu lugar!
Eu não queria humilhar nem ofender ninguém, mas eu tinha que
explicar de algum jeito.

- Bom, na verdade motivo tem sim. A não ser que você faça a
entrevista presencial, os testes de habilidades, de aptidões sociais, demais
testes técnicos e o do perfil comportamental do candidato à vaga de um dos
cargos mais altos da rede de siderúrgicas do seu patrão.

Ela começou a gaguejar.


- Ah, eu... é... eu posso fazer. Quero dizer, você vai precisar de
alguém para ajudar, vocês dois vão precisar, não podem viajar sozinhos!
Tirei meus óculos, olhei bem para a cara dela.
- Paulinha, senta aí. Vamo conversar de mulher pra mulher agora.

- Sim. – Era puxou uma cadeira de rodinhas e sentou.

- Vamo falar sério? Você é minha amiga, ou pelo menos diz que quer
ser, então amigos não têm segredos, certo?
- Certo.

- Qual é a sua com o Henrique? É impressão minha, ou está com


ciúme?

- Ah, pronto. Ciúme de você?! Olha pra mim e olha pra você, Alexia,
eu tenho espelho em casa, menina!
- O que quer dizer com isso? Está dizendo que eu sou a feia e que
você é a gostosa, é isso?

- Você quem pediu, Alexia. – Piscou para mim com ar de vencedora.


- Eu não pedi coisa nenhuma. Agora responde logo, o que você e o
Henrique tem juntos?

- Nada. Ele é o meu chefe, só isso.

- Paula Vicentina Aparecida...


- Como sabe meu nome completo?

- Vi na sua folha de pagamento. Mas isso não vem ao caso. E não


minta pra mim, Paula, eu não nasci ontem.
- Ok. Vai, confio em você.

- Sim. Desembucha. Vocês têm um caso. Ahn.

- É. Temos. Tínhamos, até sexta-feira. Ele disse que não quer mais,
que a gente precisa parar com isso.
- Hum. E por que ele disse isso?

- Não faço ideia. Acho que tem outra na jogada, só não sei quem é...

- Hum... e o que eu tenho a ver com isso? Está achando ruim porque
vou viajar sozinha com ele, isso é fato. O que acha que vai acontecer nessa
viagem?
- Não acho nada, até porque você não faz nem um pouco o tipo do
Henrique. É baixinha, sem sal, não tem nem peito direito, bunda, ele gosta de
mulherão. Mas o lance é que eu queria ir com ele. E você tem que me ajudar,
me incluir nisso.

- Ai que sono... mais alguma coisa, Paula?


Vi que ela estava parada, pensativa.

- Já sei! Fala que sua mãe não deixa você viajar sozinha com homem!
Pronto, olha que legal, Alex!
- Uhum. Tá bom, Paula, vou ver o que posso fazer.

- Então olha hoje! Assim que você acabar suas coisas aí. Fala que
ligou pra sua mãe e ela te xingou, te colocou de castigo! – Ela bateu
palminhas e deu uma gargalhada maldosa.

- Uhum. Ótima ideia, Paula. Vou falar que ela ameaçou me dar uma
chinelada na bunda!
A mulher ficou meio em dúvida se eu falava sério, mas no fim abriu
um sorriso branco radiante. Idiota.

- Isso! Valeu, Alex. Agora deixa eu voltar para o meu trabalho.


- Tchauzinho!

Vá tomar na casa do caralho! Pro quinto dos infernos, sua piriguete!

Meu Deus, eu tive que contar até mil para não estapear a cara dessa
bunduda loira oxigenada!
O que ela pensava que eu era? Assanhada que nem ela? E achava que
era dona dele? O cara acabou de dar o pé na bunda dela! Ela tinha era que
acordar para a vida, eu hein!
Para mim entrou num ouvido e saiu pelo outro. Continuei fazendo
meu trabalho, e não ia me envolver em rolo dos dois, e principalmente,
queimar o meu filme e prejudicar o meu trabalho, para piriguete conseguir
senha na fila da trepada.

Final da tarde e comecinho da noite, enquanto deitava a cabeça na


janela do ônibus, fui pensando...
Sempre fui madura para a minha idade, pelo menos sempre me achei.
Meus amigos eram mais velhos, namorados, idem. Um ex tinha trinta e cinco.

Sou miúda, seios e bunda pequenos, como disse a loira boazuda lá.
Não chamo a atenção, nunca parei o trânsito como ela, e duvido que um
homem como o Henrique me olharia daquele jeito, como olhava para ela,
cheio de tesão.
Que se fodesse, sabia?

Mesmo nova assim, aprendi a me amar, a me valorizar, achava a


maior estupidez esse lance de aparência, e nunca fiquei sozinha por isso,
pelo contrário, sempre beijei quem eu quis, e sabe por quê? Porque uma
coisa que eu tinha era autoestima, e estava para nascer o homem que
conseguiria me colocar para baixo!
Cheguei em casa e fui direto contar a novidade para mãe.

- Amei a notícia, minha querida! Tão pouco tempo e já ganhou a


confiança do patrão, isso é muito bom!

- Calma lá, mãe... não empolga tanto assim também, a gente nem sabe
como vai ser...
Enquanto eu me servia de uma xícara de café, ela fatiava um pedaço
de broa para mim. Mãe era assim, do tipo “coruja”. Éramos só nós duas, e
ela me tratava com o maior mimo.

Fez o maior sacrifício para me formar, pai nunca deu pensão. Foi
tudo com seu trabalho como faxineira em casas de família, junto com a ajuda
de bolsa parcial da faculdade.

Aqui em casa tudo era regrado, a conta certa. Eu ficava com


vergonha era quando namorado ia vir dormir aqui, a gente sempre tinha que
fazer umas comprinhas antes (com o dinheiro deles, é claro). Mãe ficava
feliz da vida.
- Eu tenho certeza, Alexia. Vai dar tudo certo, você vai ver. E o avião
hein, tá com medo? – Ela disparou a rir. Estava num orgulho danado de mim,
seus olhinhos brilhavam como há muito tempo eu não via.

- Ai nem me fala, não vou nem dormir hoje, frio na barriga!


- É... mas acho que vai ser só a primeira viagem de muitas.

- Ai meu Deus, será? Por que acha isso?


- Intuição de mãe. – Piscou para mim.

Dei um beijo na sua testa e agradeci pelo café, tirei a mesa e levei
tudo para lavar. Mais tarde tomei um banho, escovei os dentes e vesti uma
camisola. Estava acabada.

Passei por ela no sofá, mãe perguntou se eu não ia assistir à novela.


Era assim, quando não tinha faxina no dia, ela emendava uma atração na
outra.
- Tô cansada demais, mãezinha. Amanhã a gente assiste juntas. Vou
deitar.

- Com Deus, filha.


- Benção. – Saí e fui para o quarto, fechei a porta.
Estava morta, mas uma ansiedade tomava conta de mim.

Fiquei pensando tanta coisa... principalmente naquele homem lindo.


Meu Deus, mulher não dava sossego mesmo, com razão. E ele também não
parecia ser fácil, devia ter um fogo... tinha cara de cafajeste, de homem
safado, que fazia gostoso... sei lá gente, estou chutando... falou putaria
comigo de um jeito tão natural, parecia estar acostumado com isso. E o
desespero que aquela loira arrumou... logo uma mulher daquela, que podia
ter o homem que quisesse. Eu fiquei foi rindo.
Ai, ai... eu estava era carente pra caramba, e agora que o aperto tinha
passado, fiquei pensando naquela cena da cozinha, pensando nele... ah,
Henrique...
Eu tive dois ex-namorados até hoje. Lógico que a gente transava,
todo final de semana dormiam aqui em casa. Às vezes bate uma saudade, era
muito gostoso, eram homens mais velhos, experientes... Mas pau igual o
daquele cara eu nunca vi igual de tão perfeito, era enorme, grosso...
combinava com ele mesmo, masculino, lindo... ai que lindo que aquele filho
da mãe era...
Eu não aguentava mais, ia ter que gozar pra ele...
Fiquei alisando a buceta por cima da calcinha, sentindo um choque
gostoso quando meus dedos passavam nos pequenos lábios, no clitóris... não
aguentei, enfiei a mão dentro, fiquei acariciando meus pelinhos, meus
grandes lábios... Abri um pouco mais as pernas, fiquei alisando os pequenos
lábios, contornando, até por fim esfregar o clitóris... ai, que delícia fazer
isso... ai... daí não parei mais.
Para mim não tinha sensação mais deliciosa que essa, e puta merda,
não tirava aquele homem da minha cabeça. Fiquei esfregando, circulava,
mexia de cima para baixo, sentia ficando inchadinho, buceta toda
meladinha... enfiava um dedo, dois dedos, fazia vai-e-vem, colocava
pressão... tanto tempo sem transar, sem gozar, que eu já estava a um passo,
corpo todo alerta, muito excitada...

Ai, que delícia... que tesão... aaah, estava vindo, não sei que
momento era mais gostoso, se eram os segundos antes de vir, ou se era a
explosão. Quando eu sentia que ia chegar eu parava, estava doida, fora de
mim, não queria parar de esfregar, meu dedo já estava todo melado, meu
grelinho durinho, inchado...
Pensava nele todinho, na bunda linda, redondinha com marquinha de
sunga, as coxas firmes, grossas com pelos escuros, as costas largas, nuca
larga, o cabelo curtinho... sem querer eu já decorava cada detalhe dele,
ficava imaginando sua voz grossa no meu ouvido falando sacanagem
enquanto me esfolava com aquele pau gostoso, escorregando para dentro,
entrando e saindo, entrando e saindo, me castigando... seu peso jogado em
cima de mim, quente, cheiroso, lambendo a minha boca. Fiquei chupando
meu polegar, a outra mão esfregando, fazendo círculo no grelinho, enfiava na
buceta, tirava, saía todo melado. Não aguentei segurar mais, abafei um grito
mordendo o lábio quando explodiu, agarrei no lençol, me contorci toda,
gozei tanto que molhei a cama.

- Aaai, Henrique... aaai, Henrique gostosooo... – Gemi baixinho,


sentindo espasmos no clitóris.
Mal mal tinha um mês, e o nome desse filho da puta já estava na
minha boca.
Santa, eu? Só a cara.
E eu já sonhava com o dia que a gente ia ser um só, que eu ia dar
gostoso para ele...

Mas eu tinha uma lei...


Não dava em cima de homem nem fodendo.
HENRIQUE

Cheguei na cobertura de cabeça quente!


Para completar, foi só a porta do elevador abrir, deixei cair no chão
a pasta com o notebook, ela abriu e uma pilha de documentos que eu tinha
que ler para assinar espalhou pelo chão. Só não fiquei mais puto porque já
estava dentro do meu apartamento, era novo, comprei quando saí do
condomínio fechado em que morava com a Virgínia e o Théo.
Juntei tudo e levei direto para o escritório. Maria deixou tudo
arrumado, até meu jantar já estava pronto na geladeira, depois que treinava
na academia do prédio eu já subia direto, tomava uma ducha e ia comer.

Tirei minha roupa usada de escritório, vesti bermuda, camiseta,


meião, calcei tênis, peguei garrafa d’água na geladeira e desci direto para a
academia do prédio.

- Fala Henrique, beleza cara? – Daniel me cumprimentou entregando


minha ficha.

- Beleza.
O que eu gostava nessa academia é que além de ficar vazia, tinha
uma puta estrutura e personal à disposição, meu treino rendia pra caramba.

Comecei a correr na esteira. Tentava relaxar, mas fiquei remoendo o


que tinha acontecido durante o dia no escritório...
A Paula veio tirar satisfação comigo, fez um escândalo dentro da
minha sala porque eu não quis levá-la para São Paulo, veio falando da
Alexia, que eu estava de olho nela, que a levaria só para comê-la. Fiquei
puto, ela me deu um tapa na cara depois me beijou na boca, a mulher tinha
virado o diabo por causa de ciúme (como se tivéssemos algum
compromisso). Nunca prometi nada além de sexo gostoso. E ela sabia disso.

Intercalei cardio com musculação. Enquanto trabalhava perna,


lembrava da outra. Alexia.
De onde a Paula tirou que eu queria alguma coisa com aquela
menina? Menina. Porra, eu devia ter uns vinte anos a mais. Tinha idade para
ser minha filha, tá certo que eu seria um pai adolescente, mas tinha.
Magra, baixinha, cabelos castanhos batendo nos ombros, sem
novidade. Bundinha redonda, seios pequenos e empinadinhos, imaginei
sugando tudo, arrebitados em cima de mim. Boca carnuda, fiquei pensando
se meu pau cabia dentro. Cacete.
Puxei ferro com força, tentei distrair minha mente traíra, sempre me
levava para esse caminho.

Finalizei o treino com elogio do Daniel, saí de lá aliviado, corpo


relaxado, suado, sensação gostosa.
Voltei no apartamento e fui direto para o banho, era a hora que me
relaxava, que eu conseguia esfriar a cabeça. Corpo quente, água de morna
para fria, comecei a me ensaboar, rosto, pescoço, ombros... fui descendo,
tórax, abdômen, pau... ah... gostoso pra caralho encostar nele... não podia
nem pegar, meu menino começava a endurecer... na hora pensei na Paulinha...
Era para a gente ter trepado gostoso hoje, era para eu tê-la incluído
na viagem, ter garantido dias deliciosos com ela. Mas eu queria ser um novo
homem. E juro, a Alexia não tinha nada a ver com as minhas carências, tudo
o que propus a ela foi legítimo, a presença daquela menina era importante.
Menina esperta, viva, perspicaz.
Tinha visto meu pau, ficou olhando. Podia ter ido embora, mas não
foi. Ficou paradinha, só saiu correndo porque foi descoberta. Boquinha linda
rosadinha, os lábios da buceta deviam ser daquele jeito também, diziam que
pra saber era só olhar para a boca de uma mulher. Os seios não eram
pequenos, tinham o tamanho ideal para caber com perfeição na minha boca.
E a buceta, será que era pequenininha, apertadinha?
Meu pau já estava grandão, inchado, pesado... estava delícia bater,
esfolar, não ia aguentar tanto tempo mais, pensamento todo errado, sem ética
nenhuma, mas que se fodesse, que tudo se fodesse, caralho.
Gemi rouco, amparei a mão no azulejo frio, pau debaixo da água
quente começou a latejar delicioso, esfreguei mais, cabeça inchada toda de
fora, imaginei a buceta da menina, saiu pra caralho, quente, grosso, pingando
tudo no chão. Eu sabia que quando acumulava ficava desse jeito.

Terminei de tomar meu banho num completo estado de relaxamento.


Saí, me sequei, só vesti uma cueca boxer e fui para a cozinha aquecer meu
jantar.
Estava tranquilo, eu ia me virar do jeito que desse, mas sexo a todo
custo como era antes, isso eu não ia deixar meu corpo fazer mais.

Gostava da Paulinha, tinha um carinho enorme por ela, um tesão dos


infernos, mas não passava disso, eu não sabia explicar, mas mexer com o
meu coração, de me balançar igual a Virgínia balançou, isso ela não tinha
feito.
Era culpa minha? Não. Eu a usava? Depende do seu ponto de vista.
Era uma troca. Uma troca deliciosa. Ela também usufruía, e para mim isso
era o mais importante, nunca vi mulher como objeto, sempre tentei ser
cavalheiro, carinhoso, protetor pra caramba, minha natureza era essa. Mas
como todo ser humano eu tinha defeitos, e esse vício era o que acabava
comigo, me afastava delas.

Quase quarenta nas costas, um filho pra criar e um império para


administrar. Tinha hora que eu não podia pensar muito, o fardo era pesado
pra caralho, dava apreensão.
Mas é isso, vamo que vamo porque a vida não espera. E eu gostava
exatamente disso, viver um dia de cada vez, viver o momento, apreciar cada
pequena coisa, por mais simples que fosse.

Às vezes o fato de morar sozinho me causava isso, estava reflexivo


como nunca. Não sei se era a idade também, amadurecimento.
Acabei de jantar, escovei os dentes e fui finalizar o que tinha ficado
pendente do escritório, já preparava papelada para reunião em São Paulo.

Deitado na cama e cansado pra caralho, bati a tela do notebook, sono


já vinha ferrado, mas antes de adormecer só me vinha uma imagem na
cabeça...
A da baixinha arretada. Alexia.
ALEXIA

A gente quando trabalha muito ou está muito ocupada com alguma


coisa nem sente o tempo passar.

E foi assim a minha semana no escritório. Uma quantidade gigantesca


de entrevista, a siderúrgica estava contratando técnicos e gerentes de
manutenção, processo de aquisição de outras empresas estava a todo vapor,
adquirindo uma fatia generosa do mercado. Não era à toa que o gostoso
estava de cabeça quente, mal mal me cumprimentava, e a loira boazuda
estava em tempo de enlouquecer, eu saía para ir ao banheiro e nunca a via na
sua mesa, devia estar na sala dele, dando a “assistência” que ele precisava.
E confesso que de uns dias para cá isso começou a me incomodar, me
irritar! E me dei conta também que eu estava era muito feliz por ela não nos
acompanhar, se quer saber! Era bem-feito!

- Bom dia Henrique, mandou me chamar?


Era sexta-feira, nosso último dia útil antes da viagem, e eu quase tive
um troço quando entrei na sala dele de manhã e vi a outra lá. Hoje ela tinha
vindo vestida para matar... Usava um sutiã de renda branco ultra decotado,
mostrando a marquinha de biquíni, uma camisa social por cima, aberta,
amarrada na cintura. Minissaia colada mostrando o formato daquela bunda
enorme marcando a calcinha fio-dental, e por fim nos pés, salto agulha
altíssimos, ela estava quase do tamanho dele (se quisessem transar em pé
não teriam dificuldade alguma). Fiquei imaginando o fuzuê que deve ter sido
essa mulher dentro do ônibus mais cedo. Acabava de colocar na mesa dele
uma xícara com espresso, coisa que ele mesmo podia fazer, era só girar a
cadeira que tinha uma máquina bem atrás, em cima de uma bancada gigante.

- Mandei te chamar sim, Alexia. Queria repassar com você os


detalhes da nossa reunião segunda.
- Ah, sim, claro. Os papéis estão na minha mesa, vou lá agora e já
volto.

- Combinado.

Virei para sair andando em direção à porta e só escutei um grito de


dor dele, seguido de um “tá, maluca, mulher?”. Me deu uma vontade louca de
rir, fiquei pensando no que o safado devia ter feito para levar a puxada de
orelha dela, mas me empolguei mais ainda quando imaginei uma coisa
ridiculamente ridícula... ela o pegou olhando para a minha bunda.
HENRIQUE

Hoje a mulher estava o diabo, uma indecência de deliciosa. A filha


da puta sabia o meu ponto fraco certinho, e aquilo parecia que era a maior
prova de fogo que eu já tinha passado na vida.

Assim que eu cheguei, joguei a pasta em cima da mesa, fui direto na


copa tomar um copo d’água, porrada de reunião ao longo do dia tudo
relacionado à viagem de segunda-feira, e a louca veio atrás de mim, nem
precisei ver, virar para trás. Senti o perfume doce importado que eu tinha
dado para ela de presente, e ela sabia que eu adorava, usava quando a gente
saía para jantar fora, tirava ele todinho na cama com o meu suor, misturado
com o cheiro da minha pele, das minhas colônias caras.
- Bom dia, Paula. – Falei sem nem olhar para trás, virando o copo
d’água gelado. Só senti ela puxando meu paletó para tirá-lo.

- Bom dia, Rique. Tudo bem? – A voz toda mansa, voz de pilantra,
safada...
- Uhum. – Deixei que ela levasse o paletó para o cabideiro ao lado
da porta, só virei de costas quando ela já ia saindo, quase tive um troço
quando vi o tamanho da saia que a safada estava usando. Parecia que tinha
feito escova, cabelão loiro lisinho até quase na bunda, deixou a copa toda
perfumada. Delícia de cheiro de mulher.
Respirei fundo e fui atrás. Não podia deixar isso me afetar, o dia
hoje ia ser cheio. E eu não queria mais ser o filho da puta tarado com buceta
e gozada de mulher.
- Rique, aqui estão os contratos para você ler e assinar... – Baixou
para colocar a pasta em cima da minha mesa, só consegui enxergar dois
melões na minha frente. Caralho.
- Beleza.
- Aceita um cafezinho? Eu passo agora...

Quando vi que não já a comia com o olho. Porra.

- Não precisa.
- Já tomou em casa?

Ela me conhecia, sabia cada hábito meu.


- Ah, mais tarde eu faço um espresso.

- Não tomou, né? Sabia...


Sentei à mesa e puxei a pasta para perto. Ela veio atrás, ligou a
máquina, escutei o barulho da cápsula furando seguido do cheiro do café.
- Prontinho... – Chegou perto me oferecendo aquela visão mais do
que privilegiada, inspirei seu perfume e quase caí de boca, mas parece que a
menina entrou ali bem na hora para me salvar.

- Bom dia Henrique, mandou me chamar?

Puxei o ar com força, aliviado. Vi que a Paula fez uma cara de quem
comeu e não gostou. Tinha dado para ficar de rixa com a minha melhor
funcionária do RH. Adivinha quem ia sair perdendo? Que Deus me
perdoasse.
- Mandei chamar sim, Alexia. Queria repassar com você os detalhes
da nossa reunião de terça. Desde lá de baixo na recepção eu já tinha pedido
para anunciarem ela no microfone.
Falou que ia buscar os papéis na sua sala. Assim que assenti ela se
virou, e caralho, eu não consegui não olhar. Tinha vindo com uma camisa
transparente atrás que mostrava o sutiã rosa todo delicadinho, as costas
lisas, pele parecia muito macia, a calça jeans clara até no meio das
panturrilhas, justa, marcando a bunda redondinha. Olhei seus tornozelos, os
calcanhares rosados saltando da sapatilha baixinha. Uma onda de tesão me
varreu, meu pau endureceu na hora, eu amava cada parte feminina.

A Paula endoidou, me beliscou no braço com aquelas unhas enormes


pintadas de preto.
- Tá maluca, mulher?!
Assim que a Alexia fechou a porta ela já veio para cima de mim.

- Maluca o que, seu canalha, safado! Não pode ver bunda de mulher,
hein Henrique!
- Caralho, Paula, onde você tá com a cabeça? Não sei do que tá
falando!

Ela me puxou pela gravata, arreganhou as pernas e encaixou no meu


colo, começou a rebolar, ensandecida.
- Tá de pau duro, desgraça! – Me abraçou, começou a se esfregar
toda, relando a buceta em mim.

- Paula, quer parar com isso?! A menina vai voltar agora! Vai pegar
nós dois aqui!

- Que se foda, Henrique! Eu quero esse pau gostoso, anda! Canalha,


cafajeste! – Puxou minha gravata e caiu de boca na minha, foi tão forte que a
cadeira rodou e bateu na parede. A pilantra começou a me lamber, enchi a
mão naquela bunda deliciosa, meti a língua na sua boca, línguas deslizaram
com perfeição, do jeito que eu adorava.

- Safada... desce daqui, anda... - Xinguei antes de meter a língua na


boca dela de novo. Desgraça.
Ela rebolava, esfregava, meu pau inchava mais e mais.

- Olha que delícia, Henrique... fala que não tá com saudade, fala... –
Mordeu meu lóbulo da orelha, sussurrou. - Tá toda depiladinha pra você,
com marquinha do jeito que você gosta...

- Puta que pariu, para com isso!


- Sente, sente minha buceta, vem, põe esse pau pra fora logo,
Henriqueee...

Segurei ela pelos pulsos, pedi para se levantar mas ela negou, estava
louca, buceta gulosa dos infernos, vontade que eu estava de meter até o talo.
- Desce agora Paula, anda, caralho!

- Não! Não vou sair! Ela vai ver, ela vai chegar e ver quem é a dona
desse pauzão gostoso!

Não deu outra. A menina abriu a porta, entrou, e me viu com a


Paulinha no colo.
ALEXIA

Que praga de homem que tinha mel no caralho!


Em plena sexta-feira de manhã, cheio de trabalho para fazer, prestes
a viajar a negócios, e ali, com a secretária no colo rebolando com a bunda à
mostra, a calcinha minúscula que mal tampava o cú! Abri a porta e achei que
tinha caído dentro de um estúdio pornô, aquilo parecia cena dos filmes que
eu gostava de assistir. E caramba, os dois eram modelos perfeitos!
Contei até três e me virei, já ia saindo mas a voz grossa me gritou.

- Alexia! Espera!
Fiquei parada de costas. Tremi na base. Do jeito grosso que falou, se
eu desobedecesse era capaz que ia ser demitida ali mesmo.
- Desce. Agora. Paula. – Sua voz era grave, irritada. Eu não quis nem
me virar, de tão constrangida. Vergonha alheia também.

- Se precisar de novo, é só chamar, Rique...


- Saia agora, por favor.
Continuei de costas sem olhar, cruzei os braços, esperando a
indivídua sair. Ela passou por mim rebolando, me olhou de cima, abriu um
sorriso safado, de vitoriosa.

- Foi mal, Alex... é que a gente não aguenta... isso foi só um abraço
de bom dia.
- Paula. Agora. Por favor.

A voz agora estava mais perto, bem mais perto. Atrás, mais
precisamente no meu pescoço. Quente, perfumada. Cheiro de colônia cara,
de homem gostoso, bom de cama.

- Desculpa interromper vocês. – Virei para ele quando a mulher saiu.


– Desculpa mais uma vez. Quer dizer, já é a segunda vez que interrompo uma
foda sua.
Minha filha, eu não sei como, ele espremeu o lábio, tentou segurar
mas não aguentou, nós dois caímos na gargalhada.

Ele foi andando em direção à mesa e eu fui seguindo segurando a


papelada; sentia meu rosto queimar, mas eu não podia perder a piada. Ele
era gente boa pra caramba, não rasgava para nada, gostava de uma
sacanagem. Aos poucos eu desfazia aquela imagem de deus inatingível do
começo. Quero dizer, ele continuava como um “semideus”, lindo, gostoso e
cheiroso.

Afff... ele era tudo de bom.


- Você é sensacional, sabia? – Ficou sério de repente, aqueles olhos
castanhos me penetraram fundo, senti um incômodo, brilhavam.

- Que nada...
- É sim. Minha admiração por você só aumenta a cada dia, Alexia.

- Para com isso, Henrique.

- Por quê? Por que não aceita o que eu falo?


- Não estou acostumada com elogio.
- Pois trate de se acostumar. É um desperdício não te elogiar, sabia?
Inteligente, bem-humorada, eficiente, educada...

- Chega. Ai meu Deus, que vergonha. – Cobri meu rosto, virei para o
lado. Ele ficou rindo da minha cara.
- Aceita um café para descontrair?

- Até aceito, só não tenho os peitos daquele tamanho para te servir na


mesa, e meu sutiã também não é de renda.
Aí que a gargalhada foi geral.

- Eu te adoro, garota.

Nossos olhares se cruzaram, vi que ficou um clima meio de paquera


no ar. Sei lá, mas que estava gostoso demais, estava. E ele ficava
maravilhoso de lindo quando sorria. Ai Jesus, os dentes branquinhos,
covinhas charmosas no rosto...
- Vou esperar você nos servir, enquanto isso dou uma passada de olho
aqui nesses documentos antes de te apresentar o meu plano de ação. – Nem
sei de onde tirei coragem para pedir ao CEO da maior rede siderúrgica do
estado que me servisse um cafezinho.

- Perfeito.
Ele se levantou da mesa e eu não consegui desviar os olhos. Era um
privilégio, um colírio ver como aquele homem se portava, seus gestos, seu
modo de vestir, de falar, de tudo. Ele era absurdo de sexy, e tenho certeza
que tinha plena noção disso. Metido safado.

- Aqui está. – Chegou com a xícara cheia acompanhada de um


amanteigado.
- Nossa, tô podendo.

- Aproveita. Raríssimas têm esse privilégio. – Piscou para mim. Eu


ri que nem uma idiota. Metido.
É, Henrique... Raríssimas deviam ter mesmo. Mas sem querer, eu
também já fazia parte do outro grupo, o da maioria das mulheres.
O grupo das que ficavam de quatro por você.
HENRIQUE

Alinhamos tudo, mostrei para ela rapidamente os slides da minha


apresentação, ela fez umas anotações, depois me explicou mais sobre o
perfil do candidato, faixa salarial e outros acertos.

Repassei tudo, e só parei quando já estava perto da hora do almoço.


Olhei no relógio, me veio uma ideia...

- Alexia?

A sala do RH estava aberta, cheguei da porta e bati. A menina estava


concentrada, eu nem sabia que usava óculos, mas lia um texto na tela do
notebook, um lápis preso nos lábios, a pontinha da língua umedecendo-o.
Fiquei desconcertado com aquilo.
- Henrique? – Ela olhou assustada para a porta. A sala já estava
vazia, estagiários tinham saído para almoçar.
Alexia se levantou e veio até mim.

- Estava pensando... – Comecei a falar. - Queria acertar mais alguns


detalhes e à tarde não vou poder fazer isso, tenho outros compromissos.
- Certo. Eu estava agora mesmo revisando uns currículos, mas posso
retomar com você. Quer aqui mesmo ou na sua sala?

- Na verdade eu queria te convidar pra almoçar comigo...


- Ahn? Almoçar? – Ela me olhou com uma cara muito engraçada, de
espanto.

- É. Se tiver algum problema eu...


- Não. Claro que não. Vamos sim. É só que... ai Deus, é ridículo o
que vou falar...

- Pode falar, Alexia. O que foi?


- Eu não recebi ainda, só no final do mês. Tô sem grana...

Vi que ficou vermelha. Vontade que deu de abraçá-la.

- E quem falou que vai precisar de grana? Você é minha convidada,


ora essa! – Acariciei de leve seu ombro. Ela estremeceu, como se sentisse
um arrepio.
- Vou só pegar minha bolsa e desligar o note.

- Te espero no estacionamento coberto. Lembra do Valter, meu


motorista? É aquele AUDI preto.
- Uhum. Te encontro lá.
Dei as costas e saí. Passei depressa pela mesa da Paulinha, ela
retocava o batom.

- Rique! – Me chamou na hora. Parecia uma boneca de porcelana, a


maquiagem perfeita, olhos escuros, cílios grandes, lápis no olho. Ficava gata
demais.
Olhei no relógio, falei que estava atrasado. Detestava ter que fazer
isso com ela, me dava um aperto no peito, mas era o único jeito, ou eu cairia
em tentação.
Ela comentou que eu não tinha pedido para fazer nenhuma reserva,
perguntou se eu estava saindo para almoçar.

- Estou sim. De saída, atolado de serviço hoje, Paulinha. Me perdoa.


Ela levantou da mesa na hora, veio desfilando igual gata na minha
direção. Gata no cio.

- Rique... – A vozinha manhosa que me matava. Quando eu penetrava


fundo ela gemia meu nome desse jeito. Eu ia na lua e voltava.
- Eu não posso conversar agora, Paulinha. Você consegue entender
isso, não consegue? – Tentei falar com carinho, com jeito. Odiava ser bruto
com mulher (a não ser que me pedisse).

Ela me abraçou, arranhou minha nuca, me deu uma lambida no


pescoço sem preocupar se alguém ia ver. Cacete de mulher gostosa.

- Consigo entender sim... mas que tal almoçar comigo hoje? Vamos
naquele motel de novo? – Cochichou no meu ouvido, esbarrando o seio no
meu peito de propósito.
Olhei para a porta da sala do RH, Alexia já devia ter descido.

Não respondi. Dei um beijo no rosto dela e saí depressa, me deixou


de pau duro, apertei na calça para ajeitar, tentei pensar em outra coisa. Não
olhei para trás, mas vi que ficou gemendo, lamentando, sapateando no
carpete.
Negar uma mulher dessa, qualquer um ia falar que eu estava ficando
doido mesmo.

Mas sei lá. Vontade que eu estava era de passar mais tempo com a
menina. Desculpa mais esfarrapada de resolver coisa de trabalho, eu já
estava mais do que pronto, louco para dar mais uma tacada certeira na minha
vida profissional. Mas aquela coisinha linda me divertia, eu me sentia
completamente à vontade na presença dela, parecia uma velha amiga, apesar
de novinha. E que gostosinha que ela era... meus banhos essa semana foram
bem quentes e demorados, só pensava se ela me aguentaria, se caberia tudo...
droga.

Apertei com força o botão do elevador, por sorte estava vazio e


chegou rápido, desci direto para a garagem.
Chegando lá vi que o Valter me esperava de pé ao lado do carro, a
menina junto dele, os dois rindo e conversando.

- Perdoem pelo atraso.

- Tudo bem.
- Sem problemas, doutor. Vamos pra onde?

- Vamos no Fasano hoje.


- Certo.
ALEXIA

Entrei naquele carro chique, morrendo de vergonha. Cheiro de couro,


de carro novo, geladinho de ar-condicionado. Henrique sentou ao meu lado,
perfume masculino delicioso, senti o calor emanar da sua pele.

Comecei a ficar nervosa. Fora do ambiente de trabalho parecia


informalidade demais, fiquei pensando sobre o que íamos conversar, mas ele
era tão agradável, me deixou muito à vontade, fomos o caminho todo
conversando sobre a nossa viagem, tanto que eu achei que não havia mais
nada a ser resolvido.

Chegamos naquele absurdo de luxo, ele escolheu uma mesa


reservada no canto, num outro ambiente do restaurante, isolado, parecia
privativo. Pediu dois couverts, uma dose de uísque para ele.

- Bebe alguma coisa, Alexia?


- Ah não, depois como vou trabalhar?
- Que nada. Só para relaxar, que tal uma taça de vinho?

Eu é que não ia fazer uma desfeita dessa.


- Aceito.
Começamos a beber e conversar, uma música instrumental tocava
bem baixinha de fundo, estava muito gostoso ali, o lugar ela lindo,
chiquérrimo. Eu jamais viria se não fosse convidada, óbvio. Só se ganhasse
na loteria ou arrumasse um bofe bem rico.

- Animada para a viagem?


De novo essa pergunta.

- Estou sim.

- Tudo pronto?
Suspirei, me deu um frio na barriga.

- Quase tudo. Domingo eu termino de organizar.


- Certo. E sua mãe? Uma vez me falou que morava com ela, só vocês
duas...
- Mãe tá superanimada, primeira viagem minha de avião...

- Ah, é? – Ele disparou a rir.


- É sim. Sou pobre, Henrique.

- Que besteira, Alexia. Nem precisa ficar falando isso. Tem saúde, é
jovem, tem sua mãe por perto, é linda...

Ai, Deus. Era hoje que eu não ia dormir...


- Henrique...

- Oi?

Me lembrei de um assunto delicado, mas que eu precisava falar.


Sentia que ganhava pontos com ele à medida que o tempo passava, parecia
me valorizar, vi que me admirava, e era bom demais sentir isso de alguém,
nem que fosse como profissional.

- Olha Henrique, um assunto chato que preciso falar...


- Com você não existe nada chato, Alexia. Pode falar o que você
quiser comigo.

Ai, esse jeito...

Não tinha como não reparar. Parecia mais relaxado, tinha afrouxado
o nó da gravata, sentava descontraído na poltrona, o cabelo até um pouco
desalinhado, o rosto meio corado e a boca vermelhinha do uísque. Gostoso
pra caralho.
- Deus me livre, sei que não tenho nada, absolutamente nada a ver
com a sua vida particular, mas é sobre a Paula que eu queria falar...

- Hum.
Seu semblante ficou mais sério.
- Então... ela tá muito enciumada com essa nossa viagem.

- Tô sabendo. – Começou a rir.


- Pois é... eu queria te falar que assim... eu tenho medo de ela me
prejudicar com você de alguma forma, sabe... ficou muito brava comigo, foi
na minha sala tirar satisfação...

- É mesmo?

- Uhum. Contei até dez para não ser mal-educada com ela.
- Não consigo te imaginar sendo mal-educada nem com um mosquito.

- É porque me conhece pouco.


- Eu sei. Mas quero conhecer mais.

Puta merda. Ficou um clima estranho na mesa. Mais uma cantada


dessa e eu ia me enfiar debaixo dela.
- Tomara que me dê a chance de mostrar o meu trabalho por muito
tempo. – Aproveitei a brecha, levei para outro lado.

- Com certeza. É o que eu pretendo também. Quero você por perto


sempre, Alexia... – Chegou perto de mim, tirou uma mecha caída do meu
rosto. Não sei se era o vinho, mas eu já estava pegando fogo.

Sorri sem graça para ele. Seu rosto estava a poucos centímetros do
meu, sentia seu cheiro de homem, o hálito adocicado do álcool.
- Seus olhos são castanhos, mas têm um fundo esverdeado, cor de
mel...

Ai meu Deus. Só me faltava essa...


- Uhum. Dizem que é âmbar. Eu nunca vi ninguém com o olho da cor
do meu.

- Acho que são os olhos mais bonitos que eu já vi.

- Henrique... – Chamei a atenção dele. Estava demais, me matando de


vergonha. E eu não sabia se era sincero.
- Sério, sem sacanagem nenhuma Alexia.

- Os seus também são lindos. Você é...

Raspei a garganta na hora que vi a besteira que já ia falando.


- O quê?

- Nada não.
- Eu sou o que, o que acha de mim, Alexia? Você nunca disse.

- Acho o mesmo que o resto da população feminina do planeta. –


Comecei a rir igual uma boba. Ele não achou graça. Até parece que não se
gabava disso.
- Mas você não é nem de longe igual ao resto. Você é totalmente
diferente de todas as mulheres que eu já conheci.

Conta outra. Esse uísque era dos bons. Não sei se o cortava ou se
aproveitava essa chance de ouro que eu estava tendo.
- E o que eu tenho de tão especial assim, meu Deus? – Fiquei rindo
enquanto virava o restinho do vinho.
- Você gosta de elogio sim, danadinha... – Pegou na minha mão, me
percorreu um arrepio na hora.

O garçom apareceu bem na hora para me avacalhar. Henrique fez


sinal que queria mais uma rodada das nossas bebidas e ele logo se afastou.
- Não estou acostumada, mas gosto de elogio sim. Muito. – Esse
vinho era dos bons. – Mas como já te falei antes, nunca fui de ganhar elogio
na minha vida.

- E eu já te falei que a partir de agora vai ganhar sempre. – Não tirou


a mão de cima da minha. Ficou acariciando, dedos grossos, mão grande,
macia, unhas curtinhas. Fiquei imaginando me pegando de todo jeito, me
alisando. Meu corpo pinicou todo, fiquei com tesão. Ele estava muito perto,
colado em mim, a gente parecia namorado. Só faltava um maldito beijo na
boca. Tentação dos infernos.

- Eu agradeço. Você é um homem muito gentil. Isso é uma das coisas


que acho de você, viu como falei?
Ele deu um sorriso de canto de boca.

- Valeu.
O garçom voltou com as bebidas novamente.

- Meu Deus, Henrique... desse jeito não vou conseguir terminar meu
trabalho...

- Alex, posso te chamar assim?


- Claro que pode.

- Já te falei para não preocupar.


- Depois vai fazer mau juízo de mim. A doida que saiu para beber
com o chefe depois de interromper duas fodas deliciosas dele.

Ele deu uma gargalhada gostosa, eu acabei rindo também.

- Pelo amor de Deus, esquece isso. Olha, vou abrir o jogo com você.
Lá vinha...

- Eu e a Paulinha, a gente...

- Tinha um caso. Já sei. Que mais?


- Calma... então, mas eu coloquei um ponto final. Na sexta passada.

- Hum. E por quê?

Já que estava me contando, me senti no direito de perguntar.


- Porque estava exagerado. Passando dos limites.

- Mas não estava bom? Não era... gostoso?

- Gostoso pra caralho...


Ai, ciúme do caramba que me deu.
- Então... por que não continuaram? Ela tá na cara que é louca por
você. – Falei contra a minha vontade.

- Olha Alex, você é novinha, tem muita coisa pra viver ainda. Eu sou
divorciado, faço quarenta esse ano, tenho um filho, tô tentando buscar outras
coisas, mudar certas atitudes...
- Mas o que isso tem a ver com idade?

- Isso o quê?

- Tesão.
Nem acredito que falei isso.
- Não tem nada a ver. Mas é que... bom. É complicado de explicar.
Vi que ele queria falar, mas media bem as palavras. Talvez não
quisesse me assustar com alguma coisa, achava que eu era inocente, se
bobear até virgem.
- Eu não sou essa menina boba que você pensa. – Pois se ele queria
confissão, ele ia ter. E que essa imagem de santa se desfizesse para sempre
na sua cabeça. Queria que me visse como mulher, que me desejasse assim
como desejava a Paula, que me quisesse ajoelhada de boca no seu pau assim
como quis a ex.
Cacete! Virei o resto do vinho, minha cabeça rodava. Continuei.
– Já tive dois ex-namorados, todos dois mais velhos, trinca e cinco e
trinta e sete, um era separado e o outro era colega de sala, descobri depois
que tinha mulher e filho. Entendo um pouco esse conflito na sua cabeça, mas
não acho que isso tem a ver com idade. Tem a ver com pele, com desejo,
atração. Você e ela parecem mesmo ter uma química ferrada. Mas se você
acha que isso não te faz bem, parta para outra. – Só me faltou falar “parta
para mim”, mas o vinho não foi suficiente.

- Caramba, Alex... – Pegou na minha mão de novo, beijou. – Tô


impressionado com você, garota.
- Não me chama de garota, Henrique. Não sou garota. Sou uma
mulher. Não tenho nada de pura, nada de inocente. Você não imagina meus
pensamentos, não tem ideia.

Ele começou a rir.


- Fiquei muito curioso. Me conta um?
- Se eu te contar você me demite na hora!
Nós dois caímos na risada.
- Linda... – Sua mão me segurou pela nuca, chegou perto, beijou meu
rosto. – Linda e cheirosa... – Inspirou meu pescoço, minha calcinha já estava
meladinha.

- Não faz isso, Henrique, por favor...


- Por quê? Não gosta?
- Ai meu Deus... – Olhei disfarçada para baixo, a calça dele tinha um
volume delicioso.

- Tá bom. Já que não gosta, parei... – Afastou de mim contra a minha


vontade.

Droga. Continua, delícia...


O garçom chegou com nossos pratos, filho da mãe me atrapalhou de
novo.
O clima estava delicioso, só nós dois ali naquele lugar lindo, música
gostosa, tesão dos infernos rolando entre a gente, homem lindo, carinhoso,
gostoso, cheiroso. Ai, tesão.

- Hummm... tá com uma cara ótima! – Meu Deus, eu só tinha visto um


prato chique desse na televisão, programa culinário.
- Alex, você não faz ideia da delícia que é essa comida daqui. Vai
querer almoçar comigo todo dia! – Começou a rir, me fazendo imaginar mil
coisas. Pegou a primeira garfada do prato dele, levou na minha boca.
- Só você, Henrique...

- Experimenta, vai. Sopra...


- Hummm... bom demais!
- Não é? Uma comida dessa, com uma mulher dessa do lado, o que
mais posso querer?
Ai, Jesus. Estava tontinho mesmo. Segunda-feira ia morrer de
vergonha de mim, se arrepender de tudo o que falou.

- Menos, Henrique. Bem menos...


- Alexia. Olha bem pra mim. – Largou o garfo na mesa, me encarou
sério, até assustei.
- Ai meu Deus, o que foi?

- Quer fazer a porra do favor de parar de se diminuir? Por que acha


que eu não gostaria de estar aqui com você? Por que não pensa que eu posso
te achar linda, te achar maravilhosa, incrível?!

Nossa mãe... sem querer, meus olhos se encheram de lágrimas. Do


tesão eu fui direto para o mico de chorar na frente dele.
Não falei nada. Abaixei a cabeça, continuei comendo. Mas não
consegui segurar, lágrimas rolaram do meu rosto.
- Ai meu Deus, me desculpa, Alex... – Me puxou pelo braço, me
sentou no seu colo, ficamos abraçados.
- Não tem que pedir desculpa, Henrique. Eu é que sou boba mesmo,
choro à toa...

- Me desculpa, meu bem. – Enterrou o nariz no meu pescoço, ficamos


abraçados. Ai caramba, que abraço gostoso, quente, aconchegante...

- Desculpa, Henrique. Eu sou uma tonta mesmo, estragando o seu


almoço...
- Já te falei para parar com isso. Para de pedir desculpas por tudo,
Alex. Para de achar que sempre atrapalha, que incomoda as pessoas.
Sequei as lágrimas, tomei um gole d’água.
– Vamos terminar de comer antes que esfrie...

- Vamo. – Me deu um beijo no rosto, terminamos de almoçar.

Ele tinha razão.


Chorei porque mexeu comigo, porque falou a verdade sobre mim.
Nunca ninguém me definiu tão bem, me enxergou no fundo. E ele mal me
conhecia.
Ficou bravo porque duvidei dele. Henrique tinha a mulher que
quisesse na palma da mão, não precisava dar em cima de ninguém com
cantada barata. Ele era mesmo sincero.
Terminamos de comer, aos poucos me acalmei, ele voltou a me fazer
rir, pediu uma sobremesa maravilhosa.
- Que tal essa? “Semifreddo de cappuccino e nutella com calda de
chocolate”?

- Não faço ideia do que seja, mas parece ótima.


- Queremos uma dessa. – Falou para o garçom.

- Tenho uma reunião daqui a uma hora. Tô cheirando a álcool? –


Virou para mim, parecia que fazia para provocar. Eu também não ia deixar
barato. Cheguei muito perto, cheirei sua camisa, cheiro de macho misturado
com colônia cara, inspirei, funguei seu pescoço roçando meu nariz, meus
lábios, ele soltou um gemido.

- Puta merda... Aí é golpe baixo, Alexia...


Fiquei rindo. Pensei se perguntava o mesmo para ele, mas me
controlei. Num minuto o garçom voltou com a sobremesa.
- Meu Deus, o que é isso... – Meus olhos brilharam, ele achou graça.
O garçom deixou duas colheres.

Henrique cortou uma fatia, levou na minha boca. Gemi de tão


gostoso.
- Meu Deus do céu...
- Bom?

Peguei outro pedaço, levei na boca dele. Ele sorriu e balançou a


cabeça mostrando que sim, que tinha gostado.
- Sabe o que é melhor que isso? – Me perguntou, um sorriso pra lá de
safado.
- Não. O quê?

- Um beijo com gosto disso.


Ai, caralho.
- Nossa... agora quem deu um golpe baixo foi você, Henrique...
Ele riu, cara de cafajeste.
- Mas eu não fiz nada, só falei...
- Fez minha imaginação trabalhar a mil aqui.
- É mesmo?
- Fez... – Ai, tesão. Não estava aguentando mais.

- Ficar só na imaginação às vezes pode ser ruim, não acha?


- Acho. Acho sim. – Estava cega, não ia negar mais nada, ele teria de
mim o que quisesse.
- Posso te mostrar como a realidade é bem mais gostosa?

- Ai meu Deus, pode.


O cara tinha a manha total, puta que pariu. Me puxou de uma vez, abri
as pernas e caí sentada no seu colo, exatamente igual a secretária estava
mais cedo. Agora eu a entedia perfeitamente.
Veio com a boca deliciosa, me abocanhou de uma vez, beijo gostoso,
gosto de sorvete, geladinho misturado com sua língua quente, macia,
deslizando na minha, me comendo, sugando, chupando. Tinha o tom certo, a
pressão ideal misturada com suavidade, suas mãos me apertavam contra ele,
me envolviam toda, abraço gostoso, pegada de homem gostoso, que sabia
como fazer. Sentia seu pau duro encostar na minha buceta por baixo da sua
calça social, suas mãos quentes passeavam por baixo da minha blusa,
acarinhava minhas costas, me puxavam mais para perto dele, me querendo.
- Ah, Alexia... que tesão...
Ficamos de testa colada e olhos fechados trocando carinho,
massageava minhas costas, apertava minha bunda. Eu não podia ficar assim
mais, se não ia cometer uma loucura.
- Meu Deus, acho que eu perdi a cabeça... – Saí do colo dele toda
atrapalhada, ajeitando minha blusa, meu cabelo.

- Não perdeu nada.


- Nossa... – Vontade de soltar um palavrão. Buceta melada, latejando.

- Eu só quero saber o seguinte, gostou ou não gostou da sobremesa?


- Cala a boca. – Nós dois caímos na risada.
- Vou pedir a conta, certo?
- Manda ver.

Tomamos um espresso e fomos embora.


No carro ficou um clima gostoso, mas sem graça. Eu ainda estava um
pouco zonza, mas já pensava na segunda-feira, em como ele iria se portar
comigo.

- Agora é sério, quero te trazer mais vezes. – Virou para mim,


segurou minha mão, colocou no seu colo, ficou acariciando.
Dei mais um dos meus sorrisos bobos. Para ele eu tinha uma coleção.
- Eu venho sim. Eu faço esse enorme sacrifício por você, Henrique.
- Promete mesmo?
- Mas é lógico. – Comecei a rir sem parar.
- Em São Paulo vamos ter um jantar na segunda.
- Que bom pra vocês.
- Que bom pra nós, Alexia.
- Por que nós?
- Você tá incluída nisso.
- Ai, Deus. Nem roupa eu tenho.

- Duvido.
- Sério.
- Não preocupa com isso.
- Deixa eu ver se entendi... Você tá pedindo para uma mulher não se
preocupar com o que vestir num jantar de negócios chiquérrimo? – Falei
toda inocente, brincando. Mas a cara que ele fez não era de brincadeira.
Estava sério, me olhando no fundo dos olhos. Cara de safado.
Ele aproximou de mim no banco, afastou meu cabelo para um lado,
colou a boca no meu ouvido.
- Acontece que você tá comigo, não vai nem conseguir preocupar
com nada...

Um arrepio atravessou meu corpo.


- Hum... E por quê?
Mordiscou o lóbulo da minha orelha, sussurrou sua voz grave
devagarinho. Que tesão...
- Quer mesmo saber?
- Quero...

- Primeiro porque vai estar muito ocupada, fazendo algo muito


gostoso... segundo porque vai ficar remoendo depois, e essa lembrança não
vai estar só na sua cabeça...
- Ai Henrique... por favor... onde mais?

Apertou minha coxa, fungou meu pescoço, deu uma mordiscada.


- Na sua buceta.
- Ai meu Deus...
- O que foi? Hein? Deu tesão?

Apertei os olhos, minha boca estava seca, coração disparado.


- Deu... muito...
- Não viu nada, Alexia. Não faz ideia do que eu tenho vontade de
fazer com você, de como eu te imagino...
- Ai meu Deus... por favor, Henrique. Vamos parar por aqui com
isso...
- Fico com tanta dúvida... me fala, é pequenininha?
- Para com isso, Henrique... por favor... – Falei gemendo, mordi o
lábio sentindo ele fungar meu pescoço, lamber, mordiscar o lóbulo da minha
orelha.

- Será que aguenta meu cacete enfiando gostoso? Já imaginou Alexia?


Eu deitado em cima de você, te comendo gostoso, esfolando meu pau sem
parar? Você toda meladinha, gemendo de tanto tesão, me beijando de
língua... lembra do tamanho?
- Ai, para delícia...
- Gosta, né?
Fiz que sim com a cabeça.
- Eu sei que gosta... pensa que eu não percebo o jeito que você me
olha? Essa carinha de menina... aposto que na cama é uma sapeca...
- Ai, delícia... para, Henrique por favor, não me demite, não quero
que pense nada mal de mim, por favor, eu...
Ele me puxou para o seu colo na hora, me agarrou com fome, cheio
de tesão, o pau duraço, começamos a nos beijar gostoso de novo, um tesão
absurdo, não conseguíamos segurar mais, eu não conseguia fingir nada,
falava o que pensava dele, na lata, respondia tudo.
- Quer parar de falar tanta bobagem, Alexia? – Me beijou gostoso de
novo, continuei agarrada no seu colo, abraçados, grudados, esfregando um
no outro, nossos sexos se buscando por baixo da roupa enquanto nossas
bocas se deliciavam uma na outra.
- Ai que delícia... – Falava baixinho no ouvido dele, puxava seu
cabelo gostoso, macio.
– Olha, a gente tá chegando de volta, esquece trabalho por hoje, pega
suas coisas, o Valter te leva pra casa. Segunda cedinho a gente te busca para
irmos juntos pro aeroporto...
- Tá bom...
- Gostosa... – Me lambeu, puxou meu lábio com os dentes. Acho que
eu não ia conseguir nem andar, estava fraca. – Adorei o almoço. – Me deu
um beijo e eu saí de cima dele. Sentei no banco, ajeitei minha roupa, meu
cabelo. Um milhão de coisas passavam pela minha cabeça, mas eu só queria
chegar em casa e dormir um pouco, colocar tudo no lugar.
E só sei que isso tudo parecia um sonho, e eu não queria acordar dele
nunca mais.
HENRIQUE

Esse clima gostoso fazia muito tempo que eu não tinha com alguém,
acho que nem no começo do meu namoro com a Virgínia.

Não havia pretensão de nada, a menina ficava na dela, ao menos eu


não percebia nenhum interesse da sua parte, apenas olhares, diferente de
tantas outras, como a Virgínia que foi tesão puro no começo, e a Paulinha
então nem se falava...
A Alexia era diferente, não sei nem por que eu estava comparando as
três, cada mulher tinha a sua beleza, suas qualidades, além do que ela devia
me achar um coroa, talvez buscasse alguém da sua idade para se relacionar,
e ela estava era certa.

E eu vou te falar, mulher quando quer ser vingativa, quer dar o troco,
não tem homem que segura!
Eu sabia que a Paula ia aprontar alguma. Na sexta-feira se despediu
de mim numa boa no final da tarde, no domingo me ligou, conversamos um
tempão ao telefone, e na despedida me desejou uma ótima viagem e ótima
reunião.

Vim tranquilo para São Paulo, aliviado porque tinha dado tudo certo.
Chegamos no hotel perto da hora do almoço, mas qual foi a minha surpresa
quando a recepcionista falou que só havia reserva para um quarto, e era de
casal.
- Deve ter algum engano, minha senhora. Minha secretária ligou com
antecedência, foram pedidos dois quartos single premium.
- O que consta pra mim no sistema é somente um quarto com cama de
casal. A reserva foi feita na semana passada por... deixa eu ver aqui... Paula.

Esfreguei a cara, irritado.


- Olha, tá certo. Depois resolvo isso com ela. Agora faz o seguinte,
quero mais uma reserva de um quarto de solteiro.

- Me desculpe senhor, mas o hotel está cheio.

- A gente dá um jeito, Henrique, deixa. – Alexia falou baixinho atrás


de mim, a carinha meio que assustada.
Olhei para a menina, desconfiado.

- Tem certeza?
- Não tem problema não. Eu durmo no sofá... – Insistiu.
- É bem capaz mesmo, Alexia.

Virei para a recepcionista.


- Então, certo. Nós vamos ficar aqui mesmo. Mudar em cima da hora
também só vai nos prejudicar.

- Certo. Vou pedir que subam com suas bagagens.

Saí irritado, sem acreditar.

- Eu sei por que ela fez isso. – Alexia virou para mim e falou assim
que entramos no elevador, estávamos só nós dois.

- Por quê?
- Ela queria me fazer brigar com você. Que eu pensasse que isso foi
armação sua para dormir comigo. Ela quer que eu pense que você me trouxe
para São Paulo pra gente transar.

- Tá maluca, Alexia?
- Aposto com você, Henrique. Sou mulher, poxa. Sei muito bem
dessas coisas...

- Eu hein... não acho que a Paulinha faria isso não, Alexia.

- Você melhor do que eu deve saber muito bem como age uma mulher
ciumenta. E eu já tinha te falado do ciúme que ela estava de mim.
Fiquei calado, não comentei mais nada. Mais tarde eu ligaria para a
Paula e resolveria com ela. Mas fiquei intrigado com essa informação da
menina. Mexer com mulher ciumenta era igual cutucar um vespeiro. Talvez
ela tivesse razão mesmo.
ALEXIA

É lógico que o plano da Paula de me fazer brigar com o Henrique


tinha dado errado. Meu Deus, ela devia pensar que eu era uma adolescente
imatura, só podia.

Eu não vou mentir que me deu um frio na barriga quando imaginei


que dormiríamos no mesmo quarto, mas quando entrei nele, eu até relaxei.
Gente, o lugar parecia um apartamento de tão grande, acho que era quase do
tamanho da minha casa, e bem que a recepcionista falou que era um tal de
“Master Premium”. Eu nunca tinha visto uma cama tão grande na minha vida,
devia dar para umas quatro pessoas dormirem com folga. Tinha sofá,
televisão gigante na parede, uma mesa com champanhe gelado nos
esperando, parede toda espelhada, chão todo de carpete... mas quase caí
para trás quando vi o banheiro: não tinha porta, era tudo separado por um
vidro transparente. Nossa, até suspirei, mas não comentei nada, eu é que não
ia pagar nenhum mico nesse lugar.
- Quer tomar uma taça antes de descer? – Ele pendurou o paletó na
cadeira e olhou para mim, deu um sorriso de canto de boca que me derreteu.

- Vamo deixar pra noite, que tal?


- Você que manda, Alex.
- Tô morrendo de fome...

Ele achou graça.


- Então vamos.
A gente almoçou e foi conhecer um pouco a cidade, na verdade
combinamos de encontrar com o Pedro num espaço de coworking num
shopping da zona sul, era pertinho do hotel onde estávamos hospedados.
Henrique nos apresentou, conversou um pouco, e depois falou que
nos deixaria à vontade para a entrevista, me passou tanta confiança, fez tanto
elogio de mim para o cara... Ei, eu não era candidata a nada não, caramba!

Ficamos mais ou menos uma hora conversando enquanto o gostoso


zanzava pelo shopping nas lojas de grife masculina, chegou cheio de sacola,
nos convidando para um espresso.
Tomamos aquilo foi como brinde. A entrevista tinha sido um sucesso,
o cara se encaixava perfeitamente no perfil da vaga e tinha tudo a ver com os
valores do Grupo. Fechei com ele ali mesmo, só comuniquei ao Henrique,
que aproveitou para me elogiar quando o Pedro foi ao banheiro.

- Você me mata de orgulho... – Me segurou pela nuca, chegou perto


do meu ouvido, falou baixinho. Virei o rosto para ele, me deu um selinho na
boca.

- Ai, meu Deus, Henrique...


- O que foi? – Deu outro. – Vontade louca de beijar a sua boca, desde
o aeroporto... – Cochichou olhando ao redor, procurando o Pedro.
- Não podemos fazer isso aqui...

- Eu sei. Por que acha que só te dei um beijo bobo?


Fiquei rindo, contei mais ou menos como tinha sido. Com pouco
vimos o cara voltar.

- Bom, vou me despedir de você, foi um prazer, te agradeço pela


disposição, Pedro. Nos vemos à noite no jantar.

- O prazer foi meu. E conta comigo, vai ser muito bom fazer parte do
seu time. Conheço seu trabalho espetacular, e tem a minha admiração,
Henrique.
- É muito bom saber disso.

Pedro virou-se para mim.


- E Alexia, obrigado pela oportunidade, pela confiança. Você também
é nota dez. Tão novinha, né? Tem certeza que não é estagiária, Henrique?

Os dois ficaram rindo, eu acompanhei, mas sem graça.

- É novinha mas é mulher feita. Te garanto, tem muito talento.


Meu rosto ardeu. Seu olhar brilhou para mim, não consegui falar
nada.

- Bom, então é isso. Vejo vocês no jantar. – Pedro nos cumprimentou


e saiu.

- Henrique... você me deixa muito sem graça!

- Eu quero te deixar sem outra coisa, Alexia... sem fôlego. – Ele me


pegou pela cintura e me levantou, buscando minha boca num beijo quente,
deixou até as sacolas de compras caírem. Dei um gritinho e um tapa nele, me
afastei o mais depressa que consegui, vi que algumas pessoas olhavam.

- Você tá parecendo adolescente, seu doido!


Ele ficou rindo, catando as sacolas do chão.

- É o jeito que você me deixa. Me faz sentir.

Desviei o olhar dele, sem graça, enquanto caminhávamos para a


saída.
- E isso é bom ou ruim?

- É bom. É muito bom.

Chegamos no hotel. E como aquele banheiro era totalmente


indiscreto, a gente combinou que quando um estivesse no banho, o outro
ficaria no saguão do hotel, ou em qualquer lugar que não fosse dentro do
quarto. E ele fez como eu pedi. Falou que se arrumaria primeiro, que iria
receber o pessoal, já estava quase na hora.

Henrique estava me respeitando, desde o dia no carro, quando foi


nosso último amasso e até então nosso último beijo. Não me veio mais com
nenhum pedido, não avançou o sinal. E eu entendia cada vez mais essa
atitude dele, de querer se controlar, era isso que parecia. Com a Paula era
um total descontrole, era fogo, pura combustão. E eu precisava parar de
pensar nela, senão ia ficar louca! Essa mulher parecia assombrar minha
viagem, e eu me pegava imaginando-a no meu lugar, se ele faria o mesmo, se
agiria da mesma forma, falaria as mesmas palavras, as mesmas
declarações...

Pura estupidez da minha cabeça! O nome dela não saiu da boca dele
nem por um segundo sequer, nem por engano.

Saí do banho com os cabelos úmidos, eram lisos e em pouca


quantidade, secavam rápido. Passei um hidratante com a pele ainda molhada,
sequei o excesso com a toalha. Fui para o quarto, e tamanha foi a minha
surpresa que dessa vez tive vontade de cavar um buraco e me enfiar dentro...

Em cima da cama, esticadinho e com etiqueta, um vestido tubinho


branco maravilhoso, junto com um colar prateado fininho, brincos, e um par
de sandálias de tira de strass, de salto bem fino. Um bilhete aberto ao lado
chamou a minha atenção.
“Eu falei que não precisava se preocupar com o que vestir. Mas se
quiser ocupar sua mente com outra coisa mais gostosa, eu vou adorar.”

O danado tinha comprado tudo no shopping enquanto eu estava com o


Pedro. Balancei a cabeça de um lado pro outro, fiquei rindo. Esse homem
não tinha condição...
Coloquei um roupão, peguei o celular e mandei uma mensagem para
ele agradecendo, falando que depois o faria pessoalmente.

Estava me sentindo linda nessa noite. O vestido era de alcinha com


um decote grande nas costas, nem coloquei sutiã, caiu perfeitamente em mim,
não sei como ele sabia, até mesmo as sandálias! Tudo ficou lindo, parecia
feito para mim. Passei uma sombra escura nos olhos, um blush de leve, nos
lábios só um gloss. Desci confiante.

Quem tinha ido? Olha... era uma mesa grande. Eu, Henrique, outros
dois executivos, o Pedro era um deles, dois advogados do Henrique, e mais
duas mulheres muito bonitas, pareciam modelos, uma era secretária de um
deles e a outra tinha um cargo alto, era diretora.

Quando eu cheguei já estavam todos lá. Henrique se levantou da


mesa para me receber, veio andando até mim, de terno, lindo de morrer, um
sorriso sensual. Suspirei. Nos encontramos no meio do salão.

- Alexia... você está... – Seu olhar me queimou, senti cada parte do


meu corpo acender. Era esse olhar que eu tanto queria. Era esse olhar. –
Maravilhosa...
Mordi o lábio, mexi o cabelo.

- Não tenho como agradecer tudo o que está fazendo por mim.
- Não tem que agradecer nada. Faço porque quero, porque me dá
vontade. E porque acho que você merece. Vamos? – Sua mão quente tocou
minha pele nua na base da coluna, me fazendo estremecer.

Fomos o centro das atenções até chegar à mesa. O salão do


restaurante estava cheio, um pianista tocava ao vivo, cada lustre de cristal
maior que o outro, brilhavam, iluminavam tudo, estava me sentindo num
filme.
Quando a gente chegou, ele me apresentou como sua melhor
funcionária do RH. Senti um pouco de timidez, mas muito orgulho.
Obviamente não comentamos sobre a contratação do Pedro, fingimos que nos
víamos pela primeira vez.

Tentei conversar o mínimo possível, só respondia o que


perguntavam, até porque muita coisa eu não entendia, era assunto digamos
“técnico”. Henrique se preocupava comigo o tempo todo, cochichava no meu
ouvido, perguntava se eu estava gostando do lugar, da comida, às vezes fazia
brincadeira, planos bobos, ficávamos rindo, brindando.

Teve uma hora que pedi licença e me levantei para ir ao banheiro. A


gente já tinha finalizado a sobremesa, ele pediu um espresso e os outros vi
que ainda continuavam pedindo bebida, conhaque, licor. Vi que uma das
mulheres foi logo atrás de mim, mas só depois quando eu já lavava as mãos
é que ela veio puxar conversa.
- Oi. – Chegou ao meu lado, sorrindo para mim.
- Olá. – Dei um sorriso forçado.
- Então... meio indiscreta a pergunta que eu vou fazer, mas... você e o
Henrique, vocês... estão juntos?
- Não. Por quê?

A mulher deu um sorriso safado, umedeceu os lábios, começou a


retocar o batom.
- Pra saber se eu posso... você me entende, né? A gente tá pensando
em estender a noite num clube...
- Uhum. Entendo sim.

Ela suspirou.
- Ai... aquele cara é um sonho, vamo combinar... já tinha visto só em
web conferência, mas ao vivo ele é ainda mais lindo, que tamanho de
homem...

- Bom proveito. – Nem rendi assunto. Amassei a toalha de papel com


força e fiz uma cesta perfeita dentro da lixeira.
- Ué, você não vai com a gente?
- Não.

A mulher ficou me olhando com cara de boba, segurando o batom.


Saí pisando duro, vontade de tirar os saltos e jogar da sacada lá
embaixo. Jogar na cara dela!
Eu não me reconheci, mas sabia o motivo de estar assim. Era lógico,
eu estava era morrendo de ciúme daquele filho da mãe! Vontade de encher
aquele corpo delicioso de tapas e mais tapas. Segurar aquele queixo lindo,
dar uma surra de beijo naquela boca safada!
Voltei para a mesa, os homens já estavam digitando senha na
maquininha de cartão.
Henrique pagou nossa parte, virou para mim todo carinhoso, colocou
a mão na minha coxa, falou baixinho.

- Alexia, eu só vou...
- Não.
Me deu mais irritação! Não o deixei terminar de falar nada. Não
queria ouvir nenhuma desculpa esfarrapada da boca dele! Não tinha que me
dar satisfação, não era nada meu! Nunca tinha sido!
Saí do restaurante cansada, mesmo que com a sensação de dever
cumprido, tinha honrado meus compromissos com ele, fiz tudo certo, tudo
como me pediu.

Não quis me estender. Vi que o grupo realmente combinava de ir para


uma boate, clube privativo (devia ser de strip-tease) e lógico que o
Henrique iria junto. Era fato que ficaria com ela, a mulher era uma beldade,
influente, poderosa.
Peguei o elevador, fui direto para o apartamento.
Eu só queria estar bem gostosinha debaixo das cobertas quando ele
enfiasse o cartão magnético naquela fechadura. Sofre quem é bobo, e eu é
que não ia ficar acordada para ver a hora que ele iria chegar, se é que viria,
o mais certo é que dormiria com ela em algum lugar por aí, motel ou sei lá o
quê!

A primeira coisa que fiz quando pisei no carpete fofo foi tirar os
saltos que estavam matando meus pés. Fui andando, desabotoei o vestido,
desci o fecho, joguei de qualquer maneira no chão junto com a calcinha.
Minha cabeça rodava, e eu comecei a pensar naquele jantar, pensar em tudo,
na parte profissional sim, mas principalmente, na vontade que aquele homem
me fazia.

Minha autoestima era boa (pelo menos eu me enganava fingindo que


achava), me sentia uma mulher desencanada, mas sabia dos meus “limites”.
Eu tinha senso, caramba. Um homem daquele tipo podia ter a mulher que
quisesse num estalar de dedos, para que perderia o seu tempo comigo?
Parei em frente ao espelho que cobria a parede do banheiro, fiquei
me olhando, me admirando. Joguei meus cabelos de lado, acariciei meus
seios, massageei, apertei os biquinhos, desci as mãos para a barriga,
contornei minha cintura, acariciei os lábios da minha buceta. Gostava do
meu corpo do jeito que ele era, não mudaria nada. E ele gritava por atenção,
com vontade daquele homem, e ao mesmo tempo me sentia rejeitada agora,
excluída.

Escovei os dentes e fui para a cama, peguei meu celular para ver as
mensagens, navegar até o sono chegar. Decidi que hoje eu dormiria toda nua,
e problema era dele se me visse assim quando chegasse da noitada (se
chegasse).
Deitei por cima dos lençóis macios, minha cabeça rodava.
E foi só a conta de começar a mexer no celular...
De repente levei um susto, até o deixei cair no chão. Escutei barulho
do cartão enfiando na porta, a maçaneta girou, a porta abriu. Fechei os olhos
na hora e fingi que tinha dormido. O safado estava voltando.
HENRIQUE

Eu não sei em que momento comecei a admirar essa menina, mas


tanto, a ponto de querer a companhia dela para tudo, querê-la junto, dividir
tudo com ela.

Tive uma puta sorte de coincidir o trabalho dela com o meu, e de eu


precisar que ela realmente viesse comigo, sem segunda intenção nenhuma.

Chegou linda no salão do restaurante, foi o vestido mais bonito que


encontrei, era simples, sem brilho, mas tinha um decote lindo, realçava seu
corpo delicado. Ela destoava das outras ali na mesa. Estava mais quente,
mais feminina, mais mulher.

Fiquei babando, senti tesão, nunca a tinha visto daquele jeito, nem no
aniversário do Théo, quando estava usando traje de festa, o cabelo
desarrumado, o rosto coradinho. Eu fiquei foi rindo quando lembrei. Linda.
Comportou-se de maneira exemplar durante o jantar, esperta, sentei
do lado, prestava atenção nas nossas conversas, tentava entender, eu
explicava com a maior paciência, preocupado com ela, saber se estava tudo
bem, se estava gostando. Sua companhia era muito agradável, ela tirava as
situações de letra, mesmo com as brincadeiras dos colegas, falaram que ela
parecia adolescente, que era estagiária.

Mas logo no final saiu igual uma maluca da mesa, não me deixou
conversar, explicar para ela que o grupo estenderia a noite mas que eu não
ia, só aguardaria que todos saíssem para não ficar deselegante da minha
parte.
Ela parecia que tinha ficado com raiva, fechou a cara para mim do
nada, fiquei sem entender.

Alicia implorou para me levar ao clube, ou que fôssemos para outro


lugar, falou que iria onde eu quisesse, mas neguei. Me peguei rindo de mim
mesmo. Era sexo fácil, gostoso, garantido, e eu neguei, cara. Eu neguei!

Abri a porta do quarto devagar e fechei. Tirei sapatos, paletó,


afrouxei o nó da gravata. Cheguei devagarinho, tudo em silêncio, penumbra,
não sabia se Alexia já tinha dormido. Eu tinha falado que passaria a noite no
sofá mas não tinha arrumado nada.

- Alexia?
Chamei, não respondeu.

Fui entrando. E quando cheguei na cama, foi que eu quase tive um


ataque cardíaco.

A menina estava deitada de barriga para cima, um braço em cima do


rosto, dormindo toda nua.

Meu Deus, fiquei sem acreditar, quase pirei. Não consegui segurar,
queria ver, admirar seu corpo todo, nos mínimos detalhes. Meu pau subiu na
hora, uma onda de tesão me queimou como fogo, me tomou. Era toda linda,
os seios pequenos, biquinhos marrons, estavam durinhos, e o que mais me
matava, me deixava louco, a minha maior perdição... a buceta linda,
pequenininha do jeito que eu imaginava nos meus banhos, um triangulozinho
de pelos escuros, os lábios grandes, rosados. Cheguei ao seu lado da cama,
parei de pé, fiquei reparando, teso, tomado de tesão, calça toda estufada,
meu pau já apontava para cima, empurrando a cueca, a cabeça melada.
Devagarinho subi na cama, engatinhando no rumo dela.

E sem aguentar mais, sem pensar em mais nada, perdi a noção, o


controle de tudo...
Abaixei, cheguei a cara perto da buceta, coloquei a língua para fora,
lambi seus pequenos lábios. Ela se contorceu, mas não acordou, sua mão
continuava sobre o rosto, agora eram os antebraços. Lambi de novo,
deixando-os brilhantes, úmidos. E de novo. Com o toque da minha língua
eles se abriram, seu grelinho apareceu, quase pirei. Apertei minha calça,
bolas doíam, desabotoei, desci o fecho. Sua boca estava entreaberta,
respirava forte, mas não estava se mexendo.

Apoiei meus cotovelos no colchão, deitei de bruços bem no rumo, e


que tudo fosse para o inferno! Suas pernas estavam um pouco abertas,
mergulhei de cabeça, lambendo, chupando, sugando os pequenos lábios,
esfregando seu clitóris durinho com a minha língua.

- Aaai... Henrique...aaai... – A menina acordou, me pegou com a boca


na sua buceta, mas não reclamou, não me afastou, a danada começou a se
contorcer, a gemer.
- Tá gostoso? – Dei outra lambida.

Ela estremeceu toda, mordendo o lábio, gemendo.


- Ai que delícia, Henrique... – Gemeu, a vozinha toda dengosa, me
deixava louco.
Lambi de novo. Minha boca agora só saia de lá quando ela gozasse;
quando eu começava não conseguia parar mais. Chupava, sugava, lambia,
quanto mais ela gemia mais eu passava a língua, brincava com a pontinha da
língua mexendo nele, roxinho, inchadinho... era a minha perdição...

- Ai meu Deus, para... para Henrique...


Nem respondi, estava concentrado em fazer ela gozar, queria sentir
tudo, sentir seu gosto, seu gozo na minha boca, sugar seu melzinho, buceta
deliciosa, peluda, pequenininha dos lábios grandes...

- Assim eu vou gozar... para, por favor, delícia...

- Goza na minha boca, faz o que você quiser comigo Alexia, qualquer
coisa...
Ela arreganhou as pernas e me puxou, eu deitei em cima, e foi só o
tempo de baixar a cueca e colocar o pau pra fora.
ALEXIA

Meu coração pulou de alegria a hora que vi que ele tinha voltado. Eu
não acreditei que ele não iria, que tinha dispensado a companhia daquele
mulherão para passar a noite.

Fiquei quietinha na cama, cobri os olhos. Queria que ele me visse,


que me notasse, desejasse. Se eu mostrasse que estava acordada, teria que
me cobrir, demonstrar vergonha.
Ele veio chegando perto, senti sua presença, senti que me olhava.
Aproximou tanto que eu conseguia sentir o calor que irradiava do seu corpo,
a gravata macia roçando na minha coxa. Eu já imaginava o que ele queria,
mas só acreditei quando senti aquela lambida indecente, safada, abrindo
meus pequenos lábios, me molhando com saliva. Senti tanto tesão que fiquei
fraca. Começou e fez de novo, lambeu uma, duas, três vezes, abrindo minha
buceta, melando tudo. Boca macia, língua quente, deliciosa, me provocando,
atiçando. Quando chegou no clitóris, aí que não parou mais. Lambia com
pressão, ia e voltava, circulava a língua, brincava de empurrá-lo com a
pontinha dela...eu me contorcia de prazer, desse jeito ia gozar na boca dele,
mas eu queria mais, queria ele dentro de mim, depressa, se não ia
enlouquecer!
Eu não queria pensar em nada mais, se era errado, se ele ia me
dispensar no dia seguinte, se ia ficar um clima ruim na empresa. Mandei meu
bom senso para a puta que pariu! Esse homem era o meu sonho, e eu sei lá se
já estava era apaixonada ou se era só vontade de dar para ele, mas eu não ia
voltar atrás!
Puxei o gostoso pela gravata, Henrique deitou em cima de mim com
aquele traje de executivo, sexy pra caralho, aquela imagem eu nunca mais ia
esquecer.
Desceu a calça junto com a cueca até o meio das coxas, e vontade foi
de xingar um palavrão quando vi aquele pau saltar, pendulando de tão
inchado, grosso. Começou a bater punheta, espremendo a cabeça para sair
lubrificação.
- Alexia... tem certeza? – Perguntou ofegante.
- Vem... vem Henrique, por favor, vem... – Choraminguei, puxei pela
gola da camisa e ele caiu em cima de mim, homem danado de grande,
pesado, quente, cheiroso! Arreganhei as pernas, joguei meu quadril para
cima, doida para encostar nele, esfregar, sentir.

Henrique não demorou muito, espalhou sua lubrificação pela minha


buceta, esfregando a cabeça do pau no grelinho.
- Quer juntar seu meladinho com o meu, quer? – Falava e esfregava,
batia no meu clitóris, esfregava, apertava, desceu e tateou meu buraquinho,
começou a gemer quando seu pau começou a entrar. – Aaah Alexia... você
vai me aguentar, Alexia? É pequenininha demais, muito apertadinha... aaah
caralho...

Entrou apertado, mas a gente estava tão melado que escorregava.


Devagar colocou tudo, até o final, suas bolas colaram na minha bunda, me
preencheu, senti uma pressão deliciosa.
- Deixa eu tirar essa roupa, deixa...

- Não. Quero você vestido assim, desse jeito...

- Me quer assim?
- Quero... por favor, quero...

- É, sua safada? – Estocou um vez. – Gosta assim, é? – Estocou de


novo, enfiou tudo, batendo o quadril contra o meu. – Então toma. – Estocou
mais uma vez. – Toma, safada... – Enfiava gostoso demais, me matava de
tesão... era grosso... me preenchia toda...
- Ai, para delícia... para...

- Toma, Alexia... toma, safada... me queria o tempo todo, né? Doida


pra ganhar cacetada na buceta... toma, sua moleca!

- Ai, delícia... ai, delícia... – Eu não conseguia parar de gemer a


cada estocada dele, de falar, meus olhos escorriam lágrimas, meu clitóris
estava a ponto de explodir de tesão, eu ia gozar a qualquer minuto. Henrique
me comia sem parar, lambia minha boca, mordia meu queixo, puxava meu
cabelo, descia a boca pelo meu pescoço, lambia meus seios, mordiscava os
mamilos, eu estava zonza, fraca, seu corpo grudado no meu, suado, apertei
sua bunda deliciosa, ajudando-o estocar, a me penetrar fundo. Bombava, me
empurrava para cima na cama. Não aguentei mais, ele acelerou, senti
pressão me invadindo, tomando conta.
- Ai delícia, vou gozar... aaah Henrique... aaah...

Ele me abraçou com força, gemendo no meu ouvido, bombou mais


uma, mais duas vezes e desabou em cima de mim, ficou ondulando dentro de
mim até liberar tudo.
- Ah, Alexia... que delícia que foi... - Ele me beijou na boca e
percorreu os dedos pelo meu rosto. - Eu te adoro, Alexia...

Ficamos abraçados de rosto colado. Ele estava todo suado, falei que
podia se levantar, não precisava esperar nada. Mesmo assim ficou quietinho
me acarinhando, enterrado gostoso em mim.
- Tô louco por um banho... vem comigo? – Passou o nariz no meu
cabelo.

- O que você não me pede chorando que eu não faço rindo?


Ele abriu um sorriso gostoso.

É, eu tinha dobrado a minha língua bonito...

Desde que pisei pela primeira vez naquela empresa eu fiz mal juízo
da Paulinha. Em pensamento, eu condenava a pobre secretária, achava graça
da forma como ela rastejava aos pés dele, de como era oferecida. Também
fiquei sem entender o motivo de sua ex-mulher ter pedido o divórcio e meses
depois cair de boca no pau dele. Mas agora eu entedia as duas. Agora eu
entedia tudo.
O cara comia gostoso demais... ah meu Deus, ele era viciante...

Devagarinho levantou da cama, o pau todo melado e ainda um pouco


ereto, tirou a roupa, me dando o privilégio de ficar olhando sua bunda linda,
seu corpo fenomenal. Virou para trás e piscou para mim, dando um sorriso
de cafajeste. Ah, meu pai... aonde eu estava me metendo...
Sorri de volta e levantei, mesmo morrendo de preguiça. Era o jeito,
eu não era nem louca de negar um banho com um homem desse.

Estava claro quando eu abri os olhos. Já ia me levantar para ir ao


banheiro mas não consegui me mexer. Uma mão grande e pesada me envolvia
pela cintura, um corpo quente me abraçava por trás. Ai Deus, era difícil até
de acreditar. Virei devagarinho, Henrique tinha um sono profundo, uma
expressão de paz naquele rosto lindo, seus traços eram tão perfeitos.

Por um momento a Paula me veio à cabeça.

Cada vez mais eu entendia sua paixão, sua devoção por ele, a raiva
de não poder ter vindo. Era ela que estaria no meu lugar a uma hora dessa,
nua, agarrada nele debaixo do lençol, depois de uma madrugada de sexo
delicioso na cama, depois na banheira. Fiquei por cima, deitada sobre ele,
estocava sem parar, me abraçava, apertava, gemia falando putaria.
Molhamos o banheiro todo, água quente espalhou pelo chão, mas nem
ligamos. Gozei de novo, gozei gostoso no pau dele enquanto ele me fodia e
lambia a minha boca.

Não consegui alcançar o celular para ver que horas eram, fiquei
preocupada, nossa reunião era na segunda parte da manhã.

- Henrique... – Chamei baixinho.


- Hum? – Respondeu sem abrir os olhos.
- Já é de manhã...

- O quê? – Me abraçou mais, seu corpo se ajeitando para aninhar ao


meu, sua ereção roçando a minha bunda.
- Hummm... pelo visto você já está bem acordado... – Falei rindo.

Ele abriu os olhos e me deu um sorriso maravilhoso.


- Bom dia, meu bem...
- Bom dia... deixa eu pegar meu celular. – Virei de costas e estiquei
meu braço até o criado.
- Hummm... Aí é sacanagem comigo... – Henrique veio atrás e deitou
em cima de mim.
- Ai... Henrique, já são oito horas...

- Então dá tempo... – Jogou meu cabelo de lado, beijou minha nuca,


minhas costas, esfregando o pau na minha bunda, me provocando,
procurando.

- Ai, Deus... tempo de quê? – Gemi de tesão.


- Tempo... – Falava entre um beijo e outro, ondulava, esfregava. –
Tempo de te foder gostoso... – Passou a mão por baixo, alcançou minha
buceta, seus dedos foram direto no meu clitóris.

- Ai...
- Gosta assim, gosta?

- Gosto...

- Mas tem um jeito mais gostoso ainda, sabia? – Ficou montado em


mim esfregando o pau na minha bunda, seus dedos esfolando meu grelinho, a
boca colada no meu ouvido. Quase fiquei sem ar.
- Aaah... qual?

- Abre um pouquinho a perna, abre...

Afastei as pernas e arrebitei a bunda para cima, Henrique não


esperou, me penetrou com vontade, de uma vez, colocou tudo, me arrancando
um gemido.
- Aaah...
- Gostosa.... achou que ia acordar do meu lado e ia ficar por isso
mesmo? - Tirou tudo, tornou a enfiar, tirou de novo, voltou a penetrar...

- Ai que delícia, Henrique... que delícia...


- Estava doida pra me experimentar, né? Eu também estava... louco...
louco pra provar você...

- Você me queria? – Perguntei. Queria ouvir dele. Saber o que


pensava de mim.

- Meu pau já tá te dando a resposta, sua gostosa... é lógico que eu te


queria.
A cada estocada eu agarrava o lençol, arranhava, apertava os olhos,
a boca aberta, meu corpo estava entregue a ele, me penetrava fundo, colado
na minha bunda, sentia suas bolas pesadas batendo, ritmo gostoso, sem parar,
sem parar...
- Ai delícia, vou gozar, Henrique...
- Goza no meu pau, sente ele entrando e saindo, olha como escorrega,
tudo meladinho, apertado... vou gozar junto com você... quer meu leitinho,
quer?

- Ah, Henriqueee... aaah... aaah...


- Ahhh caralho! Que delícia.... aaah.... – ele me apertou colando o
peito nas minhas costas, ficamos ondulando até o último espasmo dele.
- Ah, Deus... que gostoso...

Dessa vez não demorou dentro de mim. Me deu um beijinho nas


costas, uma mordidinha, tirou o pau e rolou para o lado.
- Agora sim o dia pode começar. – Falou, nós ficamos rindo. – Vamo
pro banho?

- Desse jeito vou ficar mal-acostumada demais, banho de banheira


todo dia...
- Se casasse comigo ia ser assim.
A gente parou de rir na hora. Henrique ficou calado, seu olhar me
penetrou, como se esperasse minha reação à sua fala.

- Até hoje não entendo certas coisas... – Comecei a falar.


- O que você não entende?
- Deixa pra lá...
- Fala.

- Por que você e a Virginia se separaram?


Me arrependi de ter perguntado. Vi que ficou calado, pensativo. Mas
me dava uma vontade de saber...
- Olha, Alexia... foi a Virgínia quem terminou tudo.

- E por que ela fez isso? Quero dizer, você e a Paula, vocês...
estavam juntos também. Sei que não tenho nada com isso e...
- Mas eu quero te contar. Não quero esconder nada de você. Pode
perguntar o que quiser, meu bem.
Eu precisava saber. Já estava muito envolvida, entregue a ele. Já
sonhava com nós dois, sei que era ridículo, mas já sonhava, fantasiava.
Queria conhecê-lo, saber seus segredos, seus defeitos. Ele não era perfeito,
ninguém é. E eu precisava saber.
- Então me conta. Me conta por que a Virgínia te deixou. Foi por
causa da Paula?

- Não. Não foi. A Paula foi uma fuga, na verdade. Um alívio para o
meu vício.
- Que vício?
Eu sabia. Sabia que tinha alguma coisa errada, ele não era perfeito. E
para a Virgínia o largar, é porque era grave.

Tive medo. Senti um tremor, principalmente porque já tínhamos


transado, porque eu já estava... apaixonada.
Henrique me contou. Me contou o que considerava ser seu
“problema”. E suas atitudes para mim fizeram algum sentido. Não o
condenei, não o julguei. Era um homem maravilhoso, cheio de qualidades, de
virtudes. Para mim não fazia o menor sentido isso. E pelo visto, a Virgínia
tinha se arrependido.

- Eu não quero essa vida mais. Por isso me afastei da Paulinha. É


uma mulher maravilhosa, tenho um carinho imenso por ela, mas eu quero um
relacionamento novo, quero ter uma família. Quero uma família, Alexia.
- E você não acha que poderia ter essa família com a Paula? – Essa
pergunta não tinha nada a ver, principalmente para alguém que até poucos
minutos me fodia gostoso, e agora estava agarrado comigo na cama, nossos
corpos nus. Fiz para provocá-lo, porque eu sabia muito bem o que queria
ouvir.

- Não acho. Alexia, já que está me perguntando eu não vou negar, não
vou mentir nada pra você, e espero que não sinta ciúme, que não me ache um
canalha.
- É claro que não. Não vou te julgar por nada, Henrique, quem sou
eu...
- Sinto muito, quero dizer, sentia muito tesão pela Paula, a gente fazia
muita loucura, mas não passava disso.
- Entendi. Então nunca pensou em assumir nada com ela...

- Nunca. Ela nunca mexeu comigo a ponto de eu me imaginar


apresentando-a para a minha mãe, para o meu filho. A ponto de querer a
presença dela do meu lado num jantar de negócios, de sentir uma vontade
ferrada de apresentá-la como minha, poder abraçar e beijar na frente de
conhecidos, de deixar de sair pra noitada porque ela estava na cama me
esperando, de parar totalmente de pensar em outra mulher por causa dela.
- Ai meu Deus, Henrique...
- Eu tô falando sério, Alexia.
Meu coração batia disparado, a ponto de achar que ele estava
escutando, sua cabeça entre os meus seios, a mão acariciando minha barriga.
- Eu não sei o que dizer.

- Não precisa falar agora se não quiser. Mas eu te falo que eu quero.
Alexia. Eu estou apaixonado por você, Alexia. – Ele ergueu a cabeça para
me olhar nos olhos. Meu Deus, seus olhos brilhavam tanto, parecia que
estavam cheios de lágrimas.

- Eu gosto tanto de você, Henrique. Eu te adoro...


- Eu também te adoro.
Ele me beijou, ficamos abraçados de conchinha. Olhei no relógio,
faltava só uma hora para a reunião dele. E parecia que sabia o que eu ia
dizer, falou na frente.
- Só mais dez minutos assim, por favor. – Me abraçou forte,
enterrando o nariz no meu cabelo, nossas mãos entrelaçadas.
Fechei os olhos, suspirei, tentando curtir nosso momento. Mas com
muito medo, medo de sofrer depois, medo de achar que não conseguiria, que
não daria conta desse relacionamento.

Chorei escondido para ele não ver.


HENRIQUE

Abri meu coração de um jeito para essa menina como eu nunca tinha
feito na minha vida com ninguém. Contei tudo, joguei tudo pro alto, falei o
que realmente sentia.

Que se fodesse, era agora ou nunca, e se ela não me quisesse, ainda


dava tempo de tentar esquecê-la para não sofrer. Pelo menos eu achava que
sim, mas já sofria só com essa droga de pensamento.
Eu ia dar o tempo que ela pediu, levaria o tempo que precisasse, eu
esperava, teria paciência, era uma menina, estava com medo. Senti meu
punho molhar com suas lágrimas, me deu um aperto no peito... grudei nela,
ficamos agarrados, a protegi com meu corpo.

Caralho, o que eu estava fazendo?

A reunião acabou tarde, mas foi um sucesso, saiu tudo como eu


esperava. Fechamos a compra de mais uma siderúrgica de grande porte, com
respaldo de dois advogados na minha retaguarda. Agora era só comemorar.

O grupo saiu para almoçar, mandei mensagem para Alexia dizendo


que a encontraria num restaurante badalado da zona sul, já tínhamos feito
reserva há semanas. Dei a ela o endereço, pedi que pegasse um Uber.
Nos sentamos à mesa, o garçom começou a servir as bebidas e os
couverts, mas eu não conseguia me concentrar na conversa, nada de ela
aparecer. Comecei a ficar preocupado, ansioso. Não me sentia assim há
muito tempo, mas parece que tudo relacionado àquela menina me dava
apreensão, vontade de proteger, de cuidar.
Quando deu trinta minutos, olhei meu celular, nenhuma mensagem
dela. Resolvi ligar, mas quando comecei a abrir a agenda o aparelho tocou,
era ela. Na hora corri o olho pelo restaurante, meu coração acelerou quando
a vi na entrada conversando com a recepcionista. Fiquei de pé, pedi licença,
fui ao encontro dela. Ela veio sorrindo para mim, simples, linda.

Me deu um abraço apertado, ficou na ponta dos pés. Fechei os olhos,


respirei fundo, inspirando seu perfume doce, cheiro de mulher.

- Cheguei meu bem. – Falou baixinho.


Fomos andando de mãos dadas, parecíamos namorados. Fiquei numa
esperança ferrada, cheio de expectativa. Mas não perguntei, esperei o tempo
dela, respeitei.

Sentamos à mesa, foi simpática com todos, ficamos muito perto, até
que surgiu assunto de relacionamento, e vi quando ela virou para a Alicia e
falou que estávamos namorando.
- Mas ontem você me falou que...
- Falei. É que está recente, eu não queria rotular. – Puxou minha mão,
nossos dedos entrelaçados. - Mas estamos namorando sim.

- Por isso ele não quis ir... – Ela me encarou, sorri e confirmei com a
cabeça.
- Exatamente. Henrique é um homem comprometido agora. – Alexia
acariciou minha nuca, me deu um beijo na boca.

Alicia ficou desconcertada.


- Eu só tenho que desejar felicidades para os dois.

E nem precisava.
Eu não podia ter ficado mais feliz.

Chegamos no hotel, deixamos nossas malas prontas, fiz nosso check-


in no aeroporto e check-out no hotel com antecedência.
Enquanto aguardávamos, ficamos de amasso no sofá. Alexia sentou
no meu colo de frente com as pernas bem abertas, usava um vestido
delicado, combinava com ela, fiquei louco. Estava muito gostoso, abri a
calça, coloquei o pau pra fora, afastei sua calcinha, transamos gostoso,
cavalgou em mim, rebolando, esfregando, desci a alça do seu vestido, chupei
seus seios, coube tudo na minha boca, chupava, mordia o biquinho enquanto
ela rebolava, subia e descia, arrebitava a bunda. Eu massageava, abria,
brincava de enfiar o dedo no seu cuzinho. Gozei demais, gozei igual louco,
buceta apertadinha, pequenininha, toda melada; me engolia todo, pau grosso,
bruto, contrastava demais, era delicioso.
Eu estava doido com essa moleca, era uma moleca, sapeca na cama,
gostava de dar, de ganhar cacetada na buceta, a gente combinava muito.

Fiquei pensando em como ela me enganou no começo; mas essa é a


maior beleza que existe numa mulher, cada uma com seu jeitinho, seus
segredos, seus mistérios, quem vê cara não vê coração, caralho!

Viajamos agarrados, ela morrendo de medo, suando frio, fui


acalmando-a a viagem toda, protegendo-a, já me sentia tão dela, ao mesmo
tempo vê-la tão frágil, precisando de mim, deu vontade de cuidar, de
proteger, senti uma puta responsabilidade surgindo nas minhas costas.

Comecei a pensar daqui para frente, em como seria, como


contaríamos a novidade para a Paulinha, para minha família e
principalmente, para a mãe dela.

Assim que chegamos, pedi um voto de confiança à Alexia. Falei que


eu queria conversar a sós com a Paulinha, fora da empresa, num lugar
tranquilo. Minha namorada entendeu super bem, aceitou de boa, ao menos
para mim não demonstrou ciúme.
Isso foi num sábado, marquei com a Paulinha num restaurante, pedi
um canto reservado porque já temia escândalo, e foi justamente o que
aconteceu. Chegou maravilhosa como sempre, mas nem elogiei para não
criar expectativa.

A reação foi das piores. Levei tapa na cara, tentou me beijar, chorou
abraçada comigo grudada no meu colo. Foi foda, cara. Não vou mentir que
não sofri, porque doeu. Doeu pra caralho.
Mas hoje...

Hoje...
HENRIQUE

A vida às vezes revela tanta surpresa que é até difícil de acreditar.


Acontecimentos que a gente nem imagina surgem do nada, quando a gente
menos está esperando.

Eu buscava mudança, tinha amadurecido pra caramba nos últimos


tempos, apesar do meu conhecido “problema” com sexo.
Essa menina parece que veio para me ensinar tanta coisa, me revelou
um mundo que eu nunca imaginava conhecer, reviver...

Quem me conhece sabe que é pouca coisa nesse mundo que me


assusta, que me amedronta. Mas... caramba, é até engraçado falar... eu senti
um frio na barriga no dia em que fui conhecer a mãe dela...
Alexia combinou de me apresentar para a dona Glória, falou para eu
não reparar, que na casa dela era tudo simples. Eu lembro que era uma sexta-
feira, ela tinha ido trabalhar de carro. Eu quis entrar no clima, mergulhar no
mundo dela, ficar mais perto, chegar junto. Dispensei o Valter depois do
trabalho e embarquei naquele fusca azul de terno e gravata, paletó e mala de
executivo. Ela riu até chorar.

Fomos conversando, ela tentava me descontrair mas estava difícil.

Falou que sua mãe ia preparar um jantarzinho para a gente, que eu


não precisava me preocupar com nada, que ela já tinha recebido seu salário
e estava tudo certo, passamos no supermercado e ela me proibiu de pagar,
acabou que levei só um vinho.
Tive medo, medo da mãe não me aceitar por ser homem divorciado,
por ser mais velho e já ter um filho. As pessoas têm preconceito, eu sei
muito bem disso. Lembro muito bem da minha mãe dizendo para minha irmã
muito mais nova do que eu, que era para ela tomar cuidado com homens mais
velhos, que eram vividos, tinham muita experiência na cama, que eram
maldosos em relação a sexo, essas coisas.

Mas a recepção que eu tive foi a melhor possível, ela me abraçou


super carinhosa, o mesmo jeitinho da filha. Perguntei à Alexia se a mãe
importaria de eu dormir lá e ela disse que não, que sempre levou namorado.
Tomamos banho juntos, trepamos gostoso debaixo do chuveiro enquanto a
mãe assistia à novela na sala do lado, tive que tampar a boca da menina para
a sapeca não gritar, ficou chupando meu polegar enquanto levava estocada,
prensada contra o azulejo. Cacete, que delícia que foi ficar brincando assim,
nesse dia esporrei demais dentro dela.

Tá desse jeito, estamos indo devagar, com calma, com cuidado. Não
quero ser afoito, fazer nada precipitado como foi com a Virgínia. A gente se
conhece mais a cada dia, e está delicioso. Às vezes vou para a casa dela, às
vezes ela vem para o meu apartamento no meio da semana para quebrar a
rotina, a gente sai, janta fora, vamos ao cinema, como um casal normal.

Não quero fazer planos para o futuro, ficar imaginando o que vai
acontecer com a gente. Quero viver o agora, o dia de hoje é um presente, o
próprio nome já diz.
E estou feliz pra caralho desse jeito.
ALEXIA

Eu acho que esse último mês foi o melhor da minha vida, apesar de
saber que muita coisa maravilhosa ainda está por vir junto desse homem que
Deus colocou no meu caminho.

E começando a falar de coisa boa, tá querendo saber notícia da


Paulinha?
A Paulinha...é... bom.
Eu não sou lá ciumenta, mas desde o começo sabia muito bem onde
estava pisando. Henrique não gostava de falar dela comigo, e eu respeitava a
decisão dele. Basicamente, tudo o que eu sabia que havia rolado entre eles
era coisa que ela me contava. E puta que pariu, eu tinha ciúme, mas ao
mesmo tempo me dava um tesão... era cada detalhe que ela me falava...
minha calcinha ficava toda melada...

Achei melhor correr com ela de lá! Eu hein...


A gente tem que confiar no nosso taco, mas para que ficar dando
chance ao azar? Eu não era dessas, não colocaria nosso amor à prova. O ser
humano é falho, o desejo sexual é algo inerte à nossa natureza (lá vem a
psicóloga), podemos controlar nossas ações, mas nossos sentimentos, nossos
instintos mais primitivos, não. E eu não estaria ajudando-o a se tornar um
novo homem dessa forma. Sexo é muito bom, é delicioso, e sinceramente,
não o condenava por isso, não via como problema. Mas é que era um desejo
dele de mudar.
O Henrique decidiu transferi-la. Quero dizer, eu e ele decidimos
juntos. Ela agora seria secretária de um coordenador geral numa cidade de
menor porte aqui perto da capital. Paulinha relutou um pouco, mas por fim
aceitou, falou que não podia ficar desempregada e tal...

Olha, eu não vou mentir, às vezes ela liga para o Henrique, os dois
ficam conversando, eu vejo mas não falo nada. Não posso proibir a amizade
dele. Confiança é a base de todo relacionamento e eu decidi que no meu isso
viria em primeiro lugar.
Sim. Estamos juntos. E está sendo sensacional... Não gosto nem de
ficar elogiando, mas ele é um namorado delicioso... nunca tive um homem
assim. A cada dia descubro uma faceta nova dele.

Acho que eu trouxe leveza para a sua vida, ele fala que está
revivendo muita coisa agora, que tinha anos que não fazia, coisas que o
tempo tirou dele, o peso da idade, das responsabilidades da vida adulta.

Ao mesmo tempo me traz uma segurança maravilhosa, amo ser


cuidada por ele, me protege, me mima o tempo todo, é homem feito, né? Tem
outra cabeça...
O sexo dispensa comentários. Não tem condição de ser mais
delicioso. Não é todo dia, mas bate tesão toda hora, não vou mentir. Se você
estivesse no meu lugar ia me entender, eu tenho certeza, minha amiga. Você
não tem noção do que esse homem faz...

Às vezes acho que estou num sonho, que está bom demais para ser
verdade, já fico esperando qual vai ser a pegadinha da vez.
Mas é isso.

A gente tá indo com calma, fazendo tudo com cuidado. Eu e o Théo


nos damos muito bem, já veio aqui em casa, mãe ficou encantada, brincaram
até! A Virginia está namorando (um banqueiro, pelo que o Henrique me
contou), mas ainda assim fica meio ressabiada comigo, acho que é questão
de tempo para a gente se acertar e viver todo mundo bem. Eu a entendo, se
fosse mãe também ficaria do mesmo jeito.

E uma coisa eu digo:


A vida é feita de momentos, e muitas vezes eles passam e não voltam
nunca mais. Por isso mesmo eu acho que a gente não deve se privar de nada
que nos faz feliz.

E a gente está se fazendo feliz... e muito!

Se você gostou, avalia o meu conto, diz que sim!


Vai me ajudar tanto...
Escrevi com muito carinho pra você.

E se quiser me escrever para comentar qualquer coisa, meu e-mail


é:

autoraninapimenta@gmail.com
Um beijo e até o próximo conto!

NINA

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