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TEASE
SINOPSE
Ela pensou que seria fácil, mas ser sexy é muito mais difícil do que ela imaginava.
Quando alguns percalços trabalham ao seu favor, ela consegue ficar com seu
trabalho e chamar a atenção do bartender mais bonito do Mad Hatter, Cam.
Ela também chamou a atenção de alguém que quer fazer mais do que olhar,
alguém que decidiu que ela não passa de uma provocação.
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Staff
Tradução: Selene
Revisão Final: Diana
Leitura Final: Hera
Formatação: Selene/Cibele
Disponibilização: Cibele
Grupo Rhealeza Traduções
07/2016
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Eu traí meu namorado. Antes de ir pensando que má eu sou, deixe-me
dizer-lhe, ele mereceu.
Então, eu o traí.
Mandei esse seu rumor, “ela é uma provocação”, para o inferno. Essa é a
coisa sobre um rumor... Ele pode se virar contra você em três segundos. E assim,
ele se tornou o cara que não sabia como satisfazer uma mulher; ele se tornou o
único que não sabia como finalizar o negócio.
Seria verdade?
Não.
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Eu realmente não tive relações sexuais com o outro cara. Eu realmente não
tenho tido relações sexuais com ninguém. Mas uma centena de dólares, e um
pacote de seis de cerveja, foram tudo o que levou ao capitão da equipe de futebol
dizer que ele dormiu comigo.
Ele tinha que ser o cara que finalizou o negócio, e eu tinha que me formar
sem o rótulo de ser uma provocação.
Por isso, foi bastante irônico que três anos depois, eu estava praticamente
me rotulando com o nome exato que tentei fugir.
Eu realmente nunca pensei que seria o tipo de garota que faria algo apenas
por dinheiro. Mas então eu comecei a pensar sobre isso, sobre que tipo de garota
faria coisas por dinheiro. Você sabe a que conclusão cheguei? Uma menina que
gostava de comer. Uma menina que gostava de pagar o aluguel de seu
apartamento. Uma menina que nunca admitiria, nem em um milhão de anos, que
sua mãe estava certa.
Eu repeti essas coisas mais e mais na minha cabeça enquanto saía da minha
Toyota Corolla, e fiquei olhando para a entrada do lugar onde eu deveria ser
entrevistada para um trabalho.
Eu nunca pensei que a vida me traria aqui. Eu nunca pensei que teria que
pegar o telefone e ligar para este lugar para ver se havia vagas de trabalho.
Quando a pessoa do outro lado da linha me disse que sim, havia vagas, e me
pediu para vir para uma entrevista, fiquei chocada quando me ouvi concordar.
—Basta ir. Verifique. Se isso for realmente horrível, você pode sair. —Eu
murmurei para mim mesma enquanto me dirigia pelo estacionamento, que era
surpreendentemente bem iluminado. O exterior não era tão decadente quanto
eu pensei que fosse. Talvez não fosse tão ruim, afinal. Claro, esse pensamento
não era exatamente reconfortante. Parte de mim esperava que o lugar fosse
detestável. Parte de mim pensava que na hora que eu saísse do meu carro,
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estaria tão ofendida com o que visse que iria de carro em direção a um lugar mais
seguro... Onde mais roupa fosse exigida.
E eu estava ali para ser entrevistada para ser sua mais nova stripper.
Ele sorriu e quase arruinou o efeito intimidador que tinha sobre mim.
Quase.
—Querida, eu acho que você está no lugar errado. —Ele disse com um
sotaque sulista em seu tom.
—Eu estou aqui para uma entrevista. —Eu disse, levantando meu queixo.
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O Chapeleiro Maluco
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Ele sorriu, exibindo dentes muito brancos. —Bem, você definitivamente
tem uma aparência que os deixará loucos.
Olhei para meu vestido de algodão de verão floral com pequenas mangas.
Ele estava sendo um espertinho? Eu não sabia exatamente o que vestir para uma
entrevista de emprego, onde o trabalho exigia ficar nua.
Ele jogou a cabeça para trás e riu. Então ele estendeu a mão enorme.
Eu não estava certa do que deveria fazer. Eu estava um pouco fora do meu
elemento aqui.
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Claro que a primeira regra quando tenta se misturar não é ficar de fora.
Então eu me afastei do bar, tendo um vislumbre rápido de mim mesma nos
espelhos atrás dele quando me virei, e suprimi o impulso de estremecer. Ou rir.
A primeira coisa que fiz foi parar de olhar para mim mesma no espelho, e
me virar, voltada para o interior do clube. Meus olhos estreitaram-se um pouco
na esperança de apagar aquele olhar arregalado, inocente, e substitui-lo com uma
expressão mais dura, inflexível.
Eu não tinha ideia do que significava dura. Mas parecia que eu deveria
olhar dessa forma.
Os pisos eram todos de madeira. Estava bastante escuro aqui para que eu
pudesse ter certeza, mas se eu tivesse que adivinhar, diria que o chão tinha visto
dias melhores, mas ainda tinha um alto brilho, por isso achei que estava encerado
ou limpo.
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Mas as luzes, as mesas, e os sinais de néon não eram o que as pessoas aqui
vinham ver.
Não.
Uma garçonete passou por mim, e minha boca se abriu. Ela usava um short
preto que era menor do que a maioria das minhas calcinhas, meia arrastão preta,
sapatos de salto agulha e sem camisa.
Ok, ela estava usando uma camisa. Mas, realmente, eu não sei por que ela
se preocupou com uma. Não cobria nada.
Era basicamente um top rosa pastel. Não, nada disso, era um par de
penduricalhos de mamilo em cordas.
Ela tinha um cabelo liso, louro e muito longo, puxada para cima em um
rabo de cavalo superalto, e uma gravata borboleta preta em torno do pescoço.
Enquanto se movia, a luz refletia o pó cintilante corporal que ela tinha aplicado
liberalmente em toda a sua parte superior do corpo exposta.
Não, Harlow. Eles vão pedir-lhe para usar menos do que isso.
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tocar. Uma que não tinha palavras. Era uma daquelas músicas sensuais que
acompanhavam pessoas saltando de bolos em programas de TV.
Em seguida, ela inclinou a cabeça para trás, olhando para o teto, e passou
as mãos através dos longos fios. Com um empurrão de seus quadris, ela se virou
para o lado, colocando as duas mãos em seu pé apoiado na cadeira, e ela
acariciou sua perna todo o caminho até a junção de suas coxas. Seus seios muito
amplos subiam com suas respirações profundas, lutando contra a roupa que os
cobriam.
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última mulher no planeta, e como se ela tivesse bens suficientes para atender
cada homem que a chamasse.
Ela deslizou-o para baixo, revelando um pouco mais de pele com cada
pequeno puxão. Ela fingiu que o abriria, e então ela deixou cair suas mãos, o que
criou um grande frenesi perto do palco.
Vi quando ela o abaixou, mais, mais, e mais, até que a peça escorregou de
seus braços completamente, e ela estava totalmente exposta. Agora ela estava
apenas com sua lingerie e saltos altos.
—Sim.
—Eu acho que cometi um erro. —Eu disse rapidamente. —Sinto muito por
ter gastado o seu tempo.
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Comecei a correr. Literalmente fugir das garotas de topless e homens
bêbados.
—Com essa fala mansa, você deve estar a caminho da esposa número três.
—Eu soltei e, em seguida, bati a mão sobre meus lábios. Oh, meu Deus! Acabei de
insultá-lo?
Ele jogou a cabeça para trás e riu. Então, ele passou um braço em volta dos
meus ombros e me levou para as banquetas finais.
—Bem não. Mas eu tiro minha roupa todo dia, e isso parece ser a coisa
mais importante que preciso saber.
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—Façamos o seguinte. Você vem amanhã à noite às sete. Vamos fazer um
teste. Se você puder se despir como uma profissional, o trabalho é seu.
—Depende.
—De?
Falando nisso, eu me virei e olhei por cima do meu ombro. A loira ainda
estava girando por todo o lugar, agora vestindo nada além de uma tanga.
Desculpe, mas quanto isso deve doer? Quero dizer, realmente, estava
praticamente enfiado na bunda dela.
Olhei para cima, um pouco mais do que meu copo, e peguei um conjunto
de abdome sólido e bronzeado. Meus olhos pousaram e, em seguida, viajaram
para cima, passando pelos músculos ondulando, o peito liso, definido, além da
gravata borboleta preta em torno do pescoço, para finalmente pousar em seu
rosto.
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Um cara como esse só poderia ser anexado à quase perfeição. Queixo
quadrado liso, nariz e maçãs do rosto proeminentes, lábios carnudos, pele beijada
pelo sol em tons de marrom, e os olhos que pareciam chocolate derretido. Eu não
poderia dizer qual era a cor do cabelo, porque ele usava um chapéu preto que
estava ligeiramente inclinado para um lado, dando-lhe um ar diabólico.
—Um brinde.
—Eu não beberei hoje à noite. —Eu disse orgulhosa por ter encontrado a
minha voz.
Seus olhos escuros varreram meu rosto e ele sorriu. Depois, ainda me
olhando, ele pegou o copo e esvaziou tudo em sua boca em um grande gole. Ele
colocou-o de volta na minha frente.
—Estou vendo.
Cara, esse lugar estava começando a me deixar louca. Eu tinha que sair
daqui.
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—Obrigada pela bebida. —Eu disse, girando no banco e me preparando
para descer.
Olhei por cima do meu ombro, olhando ao redor da cortina do meu cabelo
castanho. —Depende.
—De?
Um lento sorriso curvou seus lábios. —Bem, eu espero que você tenha.
—Por quê?
Então ele pegou o copo vazio e se virou. —A gente se vê por aí. —Ele disse,
jogando as palavras sobre o seu ombro largo.
Não foi até que eu estava do lado de fora procurando as chaves do carro,
que quis saber se isso significava que ele realmente queria me ver de novo... Ou
apenas as partes de mim que me atreveria a expor.
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Eu tentei me convencer naquela noite, pelo menos uma centena de vezes.
Mas então eu olhava as contas empilhadas no meu balcão, os suprimentos baixos
na minha geladeira e despensa, e me perguntava o quão ruim isso realmente
poderia ser?
Era só pele.
Olhei para o meu telefone celular jogado na minha cama. Eu poderia ligar
para ela, dizer que eu precisava de dinheiro. Ela me disse para voltar para casa,
para conseguir um emprego no restaurante local ou no banco. E então eu
transportaria as minhas malas para o meu antigo quarto, e começaria a minha
vida outra vez como a menina que tentou fugir, mas no final não pôde se
sustentar.
Ou…
Eu poderia escolher uma roupa, ir para o trabalho, e fingir que todo mundo
estava também com suas roupas de baixo, além de mim.
Não era a primeira vez hoje que eu ouvi essa frase na parte de trás da
minha cabeça. Sim, ok, provavelmente era só isso. Uma frase. Mas maldição, não
estava funcionando.
Olhei-me no espelho. Eu sabia que era uma mulher atraente, com pernas
longas, uma cintura fina, cheia de curvas, cabelo castanho escuro longo e olhos
azuis. Eu parecia exatamente como a menina da porta ao lado. Na verdade, eu era
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a menina da porta ao lado. Até que eu terminei o ensino médio, determinada
fugir da pequena cidade em que eu estava presa.
Eu considerei pegar uma tesoura para cortar uma camisa e torná-la acima
do umbigo, e uma saia para torná-la pecaminosamente curta, mas isso parecia
um desperdício de roupas perfeitamente agradáveis.
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No final, eu peguei a minha escolha e a coloquei, em seguida, fui fazer meu
cabelo, maquiagem e coloquei alguma loção corporal suave. Meu estômago
roncou durante a minha preparação, mas eu ignorei. Eu estava tão nervosa sobre
o que estava prestes a fazer, que eu não tinha comido alguma coisa durante todo
o dia. E eu não iria. A última coisa que queria fazer era subir no palco e mostrar a
todos exatamente o que eu tinha almoçado naquele dia.
Depois que eu estava pronta, fiquei olhando para o relógio até que eram
seis horas, e depois tranquei meu apartamento e fui para o Mad Hatter.
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Bem, nem eu, mas eu não disse isso em voz alta.
—Tem algum conselho para mim, Ty? Tenho certeza de como o segurança
disso você sabe todas as informações e truques.
—Bem, isso pode ser difícil, considerando que estou prestes a mostrar o
que minha mãe me deu.
Ele jogou a cabeça para trás e riu. —Eu vi um monte de meninas passarem
por aqui. Algumas delas eram boas, e algumas delas não. Aquelas que foram
melhores são as que perceberam que há uma linha tênue entre sexy e vulgar.
Entende?
—Lá vai você. —Disse ele, inclinando a cabeça. Em seguida, ele segurou a
porta e deu um passo atrás. —Boa sorte.
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—Então você apareceu. —Disse uma voz por trás do bar.
E o chapéu que ele usava na noite passada não estava na sua cabeça. Ele
tinha cabelos loiros. Muito loiro e tão confuso, que parecia que ele havia gastado
um tempo passando os dedos por ele durante todo o dia.
—Aqui estou. —Eu disse, dando um passo um pouco mais perto do bar.
—Onze.
—Ha. —Eu disse, sentindo meu estômago fazer esta coisa estranha toda
vez que ele sorria.
—Puxa, obrigada.
Ele estava rindo quando eu fui embora, tecendo através das mesas lotadas
e das gargalhadas.
Atrás do palco estava mais tranquilo, e eu descobri que era capaz de deixar
sair à respiração que estava prendendo. A sala de trás era alinhada com bancadas,
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todas com grandes espelhos e luzes. Havia pequenos bancos de veludo
empurrado em cada mesa, e maquiagem e latas de spray de cabelo foram
espalhadas por toda parte. No fundo da sala, havia várias prateleiras do que
parecia ser lingerie, e algumas cabeças de manequim que revestiam uma
prateleira, tinham várias perucas em cada estilo e cor. Saltos altos estavam
espalhados no chão, e havia uma sala para mulheres mais baixas à esquerda, com
a luz apagada.
Havia várias meninas ali, todas elas em vários estados de nudez. Estava
claro que ninguém usava o banheiro como um camarim. É claro que quando você
se despe na frente de uma sala cheia de pessoas, acho que fazê-lo na parte de
trás é considerado uma espécie de privado.
—Senhoras, esta é Harlow. —Disse Adam com uma voz que encheu o lugar.
Eu levantei meu queixo e fui para uma penteadeira que parecia que nunca
foi usada. —Posso usar essa?
A menina ao meu lado, uma ruiva com peitos gigantes, acenou com a
cabeça.
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Oh, merda. Era para eu ter uma música?
—Por enquanto, uma por hora. Se você for boa, então isso aumentará.
Eu nem sequer sei quanto tempo um turno tinha. Eu estava perdida aqui.
Talvez eu devesse fugir agora e me salvar do constrangimento de ser demitida.
Eu abri minha boca para anunciar minha partida, mas Adam me cortou ao
gritar. —Roxie! Traga seu traseiro aqui!
—Você nunca fez isso antes, não é? —Disse Roxie. Ela tinha os olhos roxos
e cabelos tão escuros que eram quase pretos. Ela o usava liso e reto, e comprido
até os quadris. A pesada franja reta na testa acentuava a cor ímpar de seus olhos.
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—A primeira vez é sempre a pior. Depois de um tempo, vai ser como
escovar os dentes. Você não vai nem mesmo pensar sobre isso.
Eu a sacudi. —Harlow.
—Adam nunca diz a qualquer uma das novas meninas que precisa de uma
canção. Ele é um homem, eu juro. Ele provavelmente ainda não sabe que música
toca por aqui. Tudo o que ele se preocupa é em ganhar dinheiro.
Eu não poderia realmente culpá-lo por isso. Quero dizer, olá, essa é a razão
pela qual eu estava aqui.
—É isso que você estará vestindo? —Ela perguntou, pegando no meu short
reduzido e camiseta branca.
—Sim?
—Tire o sutiã.
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Um protesto formou na minha língua. Se eu tirasse o sutiã, então, quando
eu tirasse minha camiseta, eu estaria completamente nua... Eu estava meio que
esperando adiar o inevitável.
—Ah, e Adam provavelmente não lhe disse que não somos um clube de
strip de nu completo.
—Isso significa que nós não tiramos a parte de baixo. Você pode tirar tudo
até a sua calcinha fio dental ou o que você estiver usando, mas é só isso.
Bem, essa foi a melhor notícia que eu ouvi durante todo o dia. —E nossas
camisetas?
Então, isso significava que eu tinha que fazer seis ou sete danças em uma
noite. Isso era ficar muito tempo nua.
Ela bateu no meu ombro. —Você pode fazer as mesmas rotinas um par de
vezes, portanto, nem toda vez que você dançar tem que ser uma rotina nova,
apenas não faça a mesma consecutivamente.
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—E quanto a esse material lá atrás? — Fiz um gesto para as prateleiras de
roupas.
—Eu não colocaria essas roupas comunitárias no meu corpo. Quem sabe
onde algumas destas cadelas sujas estiveram?
—Sério?
Ela levantou um ombro enquanto alisava meu cabelo. —O que posso dizer?
O dinheiro é ótimo.
—Uau. —Eu sussurrei, inclinando-me. Meu cabelo estava caíndo nas costas
e partido de lado para que ele caísse sobre um olho. Ele caía sobre meus ombros
levemente e mostrava minha clavícula.
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Era uma extensão de um fio de cabelo de tira grossa roxa que contrastava
com o meu cabelo escuro e realmente jogava um azul nos meus olhos.
—Isso é perfeito.
—Nah, ele entra em conflito com os meus olhos, então eu não uso. Fique
pra você.
—Sério? Obrigada.
E assim, meu nervoso voltou três vezes mais forte. —Eu não posso fazer
isso.
Eu balancei a cabeça.
Ela riu. —Faça o que fizer não se pareça com isso lá fora.
Ela me puxou para as escadas que levavam até a cortina atrás do palco.
Uma das meninas estava terminando e os homens estavam todos assobiando.
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—A canção. —Eu disse, virando-me para fugir do palco.
—Oh, nome! Qual é seu nome? —Disse Roxie antes de correr para longe.
A outra garota moveu-se para fora do palco e atrás da cortina. Suas mãos
estavam cheias de dinheiro.
Era o tipo de sorriso que acendia um fogo em meu sangue, como se ela
estivesse certa de que eu não teria meu grande momento.
Eu mostraria a ela.
Quando o DJ apresentou a nova garota, Violet, eu não sabia que ele estava
falando de mim até que a música começou a tocar.
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Enquanto eu olhava para a multidão, percebi uma coisa:
Não eram apenas os homens que esperavam por mim, para mostrar-lhes os
meus bens, mas as mulheres também.
Eu não podia imaginar por que uma mulher viria aqui para assistir outra se
despir. Quero dizer, se ela queria ver peitos, ela poderia olhar no espelho.
Um foco de luz acendeu e circulou pela sala até que pousou em mim. Era
uma luz roxa, lançando sombras em tons violeta sobre tudo ao meu redor. Eu
gostei porque de alguma forma sentia que me dava mais cobertura (hey, eu
nunca disse que a minha lógica não era falha).
Ouvi algumas risadinhas e virei minha cabeça para ver algumas das meninas
de pé atrás de Roxie, me observando.
Eu comecei a me mover. Fingi que eu era uma modelo desfilando por uma
passarela, balançando meus quadris e passando os dedos pelo meu cabelo,
dando-lhe uma agitação. Alguém na parte de trás assobiou.
Eu admito isso me fez sentir bem. Olhei para cima para ver quem era, mas
os holofotes me cegaram e eu tropecei um pouco. Como eu poderia tropeçar em
meus próprios pés? Olhei para baixo.
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Eu estava usando chinelos.
A canção era “Pour Some Sugar On Me”. Uma das canções mais populares
do Def Leppard. Era uma música sexy, e ela me ajudou a entrar no clima.
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—Desculpe por isso, gente. —Uma nova voz soou. —Aqui está uma garrafa
por conta da casa.
Claro.
Ele piscou.
Inspiração me superou.
—Obrigada pela captura, meninos. —Eu disse na minha melhor voz gutural.
Subi em cima da mesa, plantando meus pés descalços ali mesmo na poça de
cerveja. Em seguida, por instinto, me abaixei, mergulhando dois dos meus dedos
em sua nova garrafa, girei em torno dela, e fiquei de pé, passando os lábios em
torno de ambos os dedos e, lentamente, deslizando-os para fora.
A torcida vibrava.
Estava fria, e derramou sobre o meu rosto, meu pescoço, e minha camisa.
Quando a jarra estava vazia, eu atirei-a de volta ao barman e virei-me para os dois
homens que me rodeavam.
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—Uma menina pode obter uma pequena ajuda aqui?
Roxie estava ali de pé com uma toalha. Seus olhos estavam arregalados.
—Eu realmente não estou certa. —Eu disse, meu nervoso voltando com
força total. Eu realmente tinha acabado de criar meu próprio concurso privado de
camiseta molhada lá fora?
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—Bem, querida, o que quer que tenha sido com certeza eles gostaram.
Eu ainda estava muito nervosa para contar o dinheiro que eu fiz, então eu
empurrei tudo em minha bolsa e, em seguida, coloquei-a debaixo da minha mesa.
Roxie estava junto à porta, me acenando para apressar, então eu fui atrás
dela e paramos no final do bar.
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Dei-lhe um pequeno aceno, peguei uma bandeja e comecei a andar para
anotar os pedidos.
Não demorou muito tempo para descobrir que eu não estava realmente
aqui para anotar os pedidos de bebidas. Eu estava realmente aqui para dar ao
povo algo para olhar, a quem flertar, e geralmente manter os clientes satisfeitos.
Eu relaxei nesse papel porque pelo menos isso era algo que eu poderia
assumir.
Ele me demitiria.
—O que diabos foi aquilo mais cedo? —Disse ele, em pé ao lado de sua
mesa.
—Eu acho que você é exatamente o que este lugar precisa. — Ele
continuou.
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—Um mistério, uma menina que deixa a multidão em um frenesi apenas
para dar uma olhada.
—Desde que você não trouxe qualquer outra coisa para vestir, você pode
apenas servir o resto da noite. Mas amanhã você dançará a cada hora.
—Amanhã?
Ele me deu um sorriso. —Quem diria que debaixo dessa fachada de boa
menina você escondia uma cadela sexy?
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bobo, agitar minha Daisy Duke2, e despejar a água toda sobre mim, eu decidi que
isso aconteceria.
Ela sorriu. —Ainda bem que as roupas que você precisa são pequenas.
Adam abriu a porta do escritório e nos prendeu com um olhar. —Eu não
pago às senhoras para ficarem fofocando a noite toda.
—Ele parece mais com um urso pardo. —Observei. Ele era alto, com
ombros largos, uma cintura estreita, e os cabelos curtos. Ele parecia estar em
seus vinte e tantos anos, mas eu não podia ter certeza.
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Aqui ela se refere à marca do short.
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Passei o resto da noite servindo drinques e sorrindo. Parecia que quanto
mais amigável eu era, mais gorjetas eu recebia. Ainda assim, eu tentei
permanecer profissional. Bem, tão profissional quanto pude no centro de um
clube de strip.
Um monte desses caras tinha um problema com mãos bobas. Ainda bem
que eu me movia rápido.
Quando duas horas da manhã chegou, meus pés doíam, minha camiseta
estava seca e parecia meio dura, e eu realmente só queria um chuveiro.
Adam me disse que terminei pela noite, mas eu tinha que preencher a
papelada antes que pudesse ir. Eu fui até a parte de trás e peguei minha bolsa,
em seguida, me sentei no final do bar.
Ele balançou sua cabeça. —Nós não compartilhamos gorjetas aqui. O que
você ganha é seu.
—Sério?
—Sim. Adam diz que se a mesa lhe entrega uma gorjeta, é porque eles
gostam de você e não pela bebida que você trouxe a eles. É por isso que as
meninas realmente não têm seções. É uma espécie de vale tudo.
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Entreguei minha pilha de dinheiro. —Tem trezentos e cinquenta. Você pode
apenas dar-me notas de vinte ou o que você tiver.
—Não foi tão ruim para sua primeira noite. —Disse ele, em seguida, foi até
a caixa registadora e trocou todas as minhas gorjetas por notas maiores.
—Obrigada.
—Você tem um nome real, Violet? — Porque é que tudo o que ele dizia
soava como conotação sexual?
Ou talvez não fossem suas palavras. Talvez fosse o fato de que seus dedos
ainda estavam brincando com o meu cabelo.
Ele ainda estava girando meu cabelo ao longo de seu dedo e o movimento
simples, preguiçoso, estava literalmente fazendo o meu estômago dar
cambalhotas com algum tipo de antecipação.
—Cameron. —Disse ele com sua voz baixa, porque ele estava debruçado
sobre o bar em direção a mim. —Todo mundo me chama de Cam.
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—Você é um surfista, Cam? —Perguntei, com minha voz rouca e baixa.
Como é que eu tentei a noite inteira fazê-la soar assim e nunca consegui?
Dei de ombros. —Você se parece com o tipo de cara que gosta de praia.
—O que posso dizer? Minhas mãos, por vezes, têm mente própria.
Uma bola caiu do meu estômago e algo abaixo em meu abdômen apertou.
—Cam. —Adam disse atrás de mim. —Você está cantando minha nova
dançarina?
Cam afastou-se, devolvendo a mim meu espaço pessoal que ele tinha
invadido. Meu corpo pareceu segui-lo, como se estivesse tentando estar perto
dele novamente.
Ele sorriu.
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—Aqui. —Adam disse, empilhando alguns papéis na minha frente e me
entregando uma caneta. —Quando estiver pronta, você pode ir. Esteja aqui
amanhã à noite para dançar as sete.
Quando Cam me pegou olhando, ele sorriu. Desviei meu olhar e terminei a
papelada. Apanhei-a para levar para o escritório de Adam, mas Roxie me
interceptou.
Eu balancei a cabeça.
—Eu quero.
Havia algo sobre a maneira como ela disse isso... Engoli em seco. —Você
tem uma queda por ele?
Ela tinha um olhar “quem, eu?” em seu rosto, mas então ela sorriu.
Ela suspirou. —Não importa de qualquer maneira. Ele não vai sair com as
dançarinas. Ele não mistura negócios com prazer.
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—Eu duvido que vá durar; nenhum de seus casamentos dura.
—Eu só acho que ele não tenha encontrado a mulher certa ainda.
—Talvez ele seja um cara típico, que pensa com o cérebro dentro de suas
calças.
Acenei adeus e dei a volta ao lado do prédio até a parte de trás do lote
onde fui capaz de espremer o meu carro. O ar estava pesado e úmido, mesmo a
essa hora. Eu levantei meu cabelo por cima dos meus ombros e amarrei-o em um
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nó confuso no topo da minha cabeça, para mantê-lo longe do meu pescoço. Eu
queria um chuveiro e cama. Se eu fizesse amanhã à noite o que fiz esta noite, eu
poderia pagar metade das minhas contas. Então eu só precisava pagar meu
aluguel e começar a pagar a minha taxa de matrícula.
Saí do carro, abri o capô e olhei para o motor imundo e gorduroso. Eca!
Estava tão escuro que eu não podia ver praticamente nada. O que eu podia ver
não pareceu estar quebrado.
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Com um suspiro, eu caminhei de volta para a porta. Ty levantou uma
sobrancelha quando me viu novamente, mas abriu a porta para mim. Olhei ao
redor procurando Roxie, pensando que talvez ela pudesse me dar uma carona
para casa. Mas ela não estava ali. Olhei para o escritório de Adam e a porta estava
fechada. Se ela estava lá, eu realmente não queria incomodá-la. Isso parecia ser
algum tipo de violação de código de garotas.
—Eu pensei que você tivesse ido? —Disse Cam, vindo ao redor do bar.
—Roxie está por aí? —Eu perguntei, me forçando a olhar a qualquer lugar,
além de seus quadris estreitos.
—Eu já fiz isso. Está muito escuro para ver qualquer coisa.
—Você sabe sobre carros? —Disse ele, com as sobrancelhas subindo até a
metade da testa.
—Bem, não.
Ele riu, pegou uma jaqueta de couro preta, e foi em direção à porta do bar.
—Vamos.
Segui-o para a escuridão e até o meu carro traidor. Ele abriu o capô e
inclinou-se sobre o motor. Foi muito difícil não notar o quão firme seu traseiro
parecia naquela calça.
—Gire a chave, sim? —Disse ele, com sua cabeça ainda fora de vista.
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Eu fiz o que ele pediu, e o motor não fez nada de novo.
Eu soltei um palavrão.
—Eu te daria uma carona, mas eu trouxe a minha moto para trabalhar esta
noite.
Olhei para baixo. Meus faróis estavam na posição ligada. —Como isso
aconteceu? —Eu murmurei. —Não estava nem escuro quando eu vim trabalhar.
—Talvez eu queira.
—Touché.
—Ela está bem ali. — Ele apontou para uma moto esportiva japonesa preta
e prata, contra o edifício.
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—Eu não sei. —Eu murmurei, saindo do meu carro e mordendo meu lábio
inferior.
—Eu sabia que ele a contrataria. Você tem essa doçura sobre você que
ninguém mais naquele lugar tem.
Ele puxou a moto para longe da parede, rolando-a para frente e ocupando
o assento preto. Ele parecia tão no controle, tão poderoso sentado lá com todo
aquele metal e aço entre as pernas.
—Então, o que será Harlow? —Disse ele, com um ligeiro desafio em sua
voz. —Você quer uma carona?
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Ele pegou um capacete preto na parte de trás da moto e estendeu-o a mim.
—Aqui.
—Esse é o meu.
Ele estendeu o elástico, o esticou com os dedos para que ele ficasse largo.
—Aqui. —Ele disse, apontando para a minha mão. Eu levantei meu braço e ele
segurou meus dedos, deslizando o elástico sobre o meu pulso.
Em vez disso, ele passou os dedos ao redor dos meus, deslizando para
circundar meu pulso onde a ponta do polegar acariciava sobre a carne fina,
sensível, na parte inferior.
—Eu gosto do seu cabelo solto. —Ele murmurou, abaixando meu braço e
sua mão, apenas para se aproximar um pouco para que ele pudesse enterrar o
nariz no cabelo que caía sobre a minha orelha.
Meu coração estava batendo tão forte que era a única coisa que eu podia
sentir. Bem, isso e a maneira como até mesmo sua respiração fez cócegas nos fios
macios, e ecoou em meu ouvido. Meus músculos da coxa travaram, e eu fiquei
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imóvel, porque eu estava com medo de que se eu me movesse, me derreteria em
uma poça a seus pés.
Cam afastou-se liberando seu aperto suave no meu pulso, e olhou para
baixo. Quando nossos olhos encontraram-se, senti o estalo do desejo nos
cercando, e então ele sorriu. Ele tinha uma covinha na bochecha esquerda.
—Eu vou ajudá-la. —Disse ele, com sua voz atingindo ao longo das minhas
terminações nervosas expostas e me fazendo tremer. —Está com frio? —Ele
perguntou, franzindo a testa.
—Não.
—Eu gosto disso. —Eu disse, arrastando o dedo ao longo do tecido que
envolvia ao redor de seu pescoço.
—Mm-hmm.
—Me dá coceira.
Eu fiz um som com a minha língua e deslizei o dedo em volta do tecido até
que minha mão estivesse presa entre o couro de sua jaqueta e a pele quente do
seu pescoço. Seu corpo endureceu um pouco quando os meus dedos tocaram em
cima dele, quando encontrei o fecho que segurava a gravata no lugar, e a desfiz
fazendo-a cair. Usando a palma da mão, passei ao redor da base da garganta
novamente, e então me afastei para olhar para cima.
—Está melhor?
47
Ele não disse nada, mas engoliu em seco, e eu dei-lhe um pequeno sorriso,
dobrando a gravata e colocando-a no bolso de sua jaqueta. Ele limpou a garganta
e colocou o capacete sobre a minha cabeça. Era pesado e um pouco grande
demais. Senti que se eu não mantivesse minha cabeça perfeitamente em linha
reta, o peso dele me tombaria.
Graças a Deus eu estava de bermuda. Eu joguei minha perna por cima dela
e sentei. O assento era estreito e não muito confortável. Segurei-me com
dificuldade, tentando não escorregar para ele, mas a forma como o assento
inclinava era difícil não escorregar.
Coloquei minha bolsa entre nós e, em seguida, ele agarrou minhas pernas
logo abaixo dos joelhos e puxou. Meu corpo subiu contra ele todo de uma só vez.
Meus seios pressionaram contra suas costas, e me ocorreu que eu não coloquei
meu sutiã de volta uma vez que eu terminei o trabalho. Ele era completamente
malhado, e não havia nada, além da minha camiseta fina e sua jaqueta separando
a minha pele da dele, e... Ele estava sentado entre as minhas coxas.
A moto veio à vida abaixo de nós, vibrando das minhas pernas por todo o
caminho até o centro da minha virilha. Cam me alcançou por trás dele, puxando
meus braços e os envolvendo em torno de sua cintura, onde a pele sensível dos
meus pulsos tocava contra o seu abdome. Quando eu pensei que ele fosse se
afastar, ele não o fez, em vez disso ele achatou a palma da mão contra as minhas,
colocando-as entre a pele lisa que esticava sobre suas costelas. Sua pele estava
3
Não achei tradução para isso, então deixei no inglês. Bubble Head são aqueles bonecos que tem uma cabeça
grande fixada ao corpo por uma mola e que balança sozinha.
48
quente, como se nunca tivesse perdido o calor que recebeu durante todo o seu
tempo no sol.
Eu não percebi a maneira como seu corpo tremia em primeiro lugar porque
tudo sobre esta moto tremia, vibrava sobre o zumbido do motor, mas isso era
diferente. Ele estava rindo.
Seus ombros balançaram mais. —Você está com medo! —Ele gritou por
cima do ombro.
—Não estou! —Eu gritei como uma criança petulante de cinco anos de
idade.
Sua mão grande e quente cobriu a minha onde eu estava segurando em seu
peito, e ele deu-lhe um aperto leve. Eu estava prestes a gritar com ele por dirigir
com apenas uma das mãos, quando ele falou novamente.
49
Quatro palavras.
Eu cuido de você.
Elas nem mesmo eram palavras particularmente excitantes. Mas havia algo
sobre a maneira como ele gritou enquanto cobria minha mão com a sua. Era
como se, em vez de me pedir para confiar nele, em vez de dizer-me para não ter
medo, ele estava me mostrando isso.
E eu acreditei nele.
Por causa da hora tardia, as estradas não estavam preenchidas com tráfego
como elas geralmente eram. Todas as lojas, os estúdios de tatuagem, os bares e
restaurantes, estavam iluminados com luzes de néon brilhantes e grandes placas.
Enquanto nós nos movíamos, as luzes nos atingiam, criando uma mancha de cor
na minha linha de visão.
50
Assim que eu estava começando a apreciar o passeio, a moto abrandou
debaixo de mim, e diminuiu quando ele saiu da estrada principal, e dirigiu-se a
uma curta distância para um prédio de apartamentos, que se erguia do concreto
como uma força imponente.
Pensando sobre isso, eu ainda não tinha dado a ele instruções para minha
casa.
—Onde estamos?
—Minha casa.
—No terceiro andar. Eu a convidaria a entrar, mas eu não sou esse tipo de
cara.
—Achei que poderia pegar meu carro e voltar para o bar. Eu posso ligar o
seu carro e, em seguida, você será capaz de levá-lo para casa. Você pode precisar
dele amanhã.
51
Na verdade, eu não precisava. —Você tem um carro e uma moto?
—Eu gosto disso. —Eu disse, saindo da moto. Minhas pernas pareciam
engraçadas, como se as células dentro delas ainda estivessem vibrando, como se
elas pensassem que eu ainda estava andando na moto. Enquanto eu estava assim,
eu tropecei um pouco e caí contra seu peito. Automaticamente, os braços vieram
na minha cintura, e fiquei ali em seus braços, completamente aturdida enquanto
o calor corria por minhas veias e queimava cada célula ativa do meu cérebro.
—Suas pernas ficarão normais daqui a pouco. — Sua voz era um mero
sussurro. Ele não teve que falar alto porque eu estava debruçada contra ele. Ele
se afastou, ainda mantendo os braços em volta de mim, e olhou para baixo.
Nossos olhos encontraram-se, e o calor que tinha estado correndo através de
mim drenou para o meu estômago, reunindo no pé da minha barriga, e colocando
esta forte pressão para baixo contra o meu núcleo.
Quando meu carro surgiu à vista, eu quis gritar com alívio, mas decidi que
poderia ser um pouco rude. Ele parou o Mustang bem na frente do meu Toyota,
de modo que os cabos chegassem de uma bateria a outra.
52
Antes que ele saísse do carro, eu coloquei a mão em seu antebraço. Ele
olhou para mim com uma expressão confusa.
—Eu realmente aprecio isso, Cam. —Eu disse a ele. —Você nem mesmo me
conhece e você saiu do seu caminho no meio da noite para me ajudar.
—Eu tenho certeza de que é a primeira vez que eu estou ouvindo sobre
isso.
Ele sorriu e caramba, mesmo no escuro sua covinha fez meu coração
derreter. —Você me deve Harlow.
Algo sobre a maneira como ele disse isso causou uma comoção entrando
em erupção dentro da minha barriga. Parecia que havia minúsculas pessoas lá
fazendo polichinelos. Pessoas minúsculas muito desajeitadas.
Eu tive esse desejo incrível de passar os dedos sobre aquela parte dele,
para segui-la até o ponto onde terminava.
53
Eu saltei como se tivesse acabado de ser pega roubando um banco, e corri
para abrir a porta. Ela abriu muito mais fácil do que eu pensava e se chocou
contra Cam, fazendo-o grunhir e dobrar-se.
Eu coloquei a mão em seu ombro e me inclinei para baixo assim que ele
estava se levantando, e sua cabeça se chocou contra a minha bochecha.
Uma série de palavrões saiu de seus lábios e ele agarrou minha cabeça,
inclinando-a para trás e virando meu rosto para que ele pudesse me ver sob as
luzes ofuscantes do estacionamento.
—Por que, eu tenho rugas? —Perguntei, olhando para ele estudando meu
rosto.
—Como diabos você conseguiu manter-se viva por vinte e um anos? —Ele
perguntou enquanto alisava a ponta do polegar em toda a carne macia do meu
rosto.
Doeu, mas eu quase não notei. Toda vez que ele se aproximava de mim, era
como se meu cérebro entrasse em algum outro universo, e nesse universo tudo
era composto apenas por ele.
—Como é?
54
Ele bufou. —Por favor. Como se você não soubesse do que estou falando.
Ele deixou cair às mãos, claramente decidindo que eu não estava ferida e
sorriu.
—Desde que conheci você, você tropeçou e caiu sobre seus chinelos, sobre
uma mesa, derramou cerveja em dois caras, conseguiu arriar a bateria do seu
carro, caiu sobre mim quando liguei minha moto, me bateu com a porta do carro
e, em seguida, bateu o rosto na minha cabeça.
Ele segurou meu rosto de novo, inclinando a cabeça para trás para estudá-
lo novamente. —Ainda dói? —Ele perguntou baixo.
Eu balancei a cabeça.
Ele inclinou-se, sua respiração roçando meu rosto antes dele pressionar
seus lábios não uma, nem duas, mas três vezes sobre a área. Foram beijos leves,
mas eles me atingiram como um caminhão.
—Me desculpe, eu bati em você, baby. Vou fazer isso melhorar. —Então ele
me beijou novamente.
55
Eu balancei a cabeça ligeiramente. Eu não me sentia melhor... Eu não
conseguia nem me lembrar do que me feriu em primeiro lugar.
Nos lábios.
Era mais um daqueles beijos leves, mas, oh meu Deus, cada lugar dentro de
mim sentiu isso. Algo dentro de mim se abriu, algo que eu nem tinha percebido
que estava fechado... Como se houvesse esse lugar secreto e a combinação de
entrada fossem seus lábios.
Eu fiz um som suave quando ele levantou a cabeça, então ele veio de novo,
dando-me apenas mais um sabor dele.
Suas mãos caíram longe de mim e ele deu um passo para trás, mas eu não
podia me mover. Eu não conseguia nem respirar. A única coisa que eu podia fazer
era ficar lá, e deixar a sensação do beijo dele afundar dentro de mim, até que a
realidade viesse correndo de volta.
Eu estava agindo como uma aberração. Como alguém que estivesse carente
de atenção, e que se agarrava a qualquer cara na primeira chance que tinha.
Que patético.
Limpei a garganta. —Então, vamos fazer isso ou o quê? — Eu passei por ele
e sentei-me no assento do motorista do Toyota. —Diga-me quando.
Ele deu a volta e foi até o Mustang, então sinalizou para eu girar a chave. Eu
fiz e nada aconteceu. Então, eu tentei novamente. Eu podia ouvi-lo acelerar o
motor do Mustang, então eu bombeei o acelerador um pouco e o motor
finalmente ronronou para a vida.
56
Dei um grito de alegria quando o carro roncou e não mostrou sinais de
estagnação.
Saí do meu assento para buscar a minha bolsa no chão de seu carro, mas
ele me encontrou no meio do caminho, estendendo-a entre nós. —Você deve
deixar o carro funcionar por mais alguns minutos apenas para que a bateria
carregue um pouco mais.
—Acho.
—Obrigada novamente.
—A qualquer hora.
Ele levantou o dedo, sinalizando para eu esperar, e correu para seu carro,
colocou a mão dentro, e depois voltou para o meu lado estendendo um cartão
branco para mim.
—Ele tem o meu número. Se você ficar presa ou precisar de uma carona
para o trabalho amanhã, me ligue.
Cam Malone
57
Ele assentiu. —É um hobby, mas algum dia espero ter a minha própria loja
de surf.
—Beaufort.
Dei de ombros. Surfar não era algo que eu um dia pensei em fazer. Até
agora.
Ele assentiu.
58
Seus dentes brilharam no escuro com seu sorriso rápido. —Você não se
afogará. Eu estarei contigo.
—E se eu te levar comigo?
—Você não vai afundar. — Ele fez uma pausa. —Eu cuido de você.
Ele assentiu.
—Isso é desumano.
—Você me deve.
Suspirei. —Bem. Então eu não posso amanhã. Já passa das três da manhã.
Vou nos afogar se eu só tiver duas horas de sono.
—Sim, tudo bem. Mas eu tenho que trabalhar às dez. Será tempo
suficiente?
Eu balancei a cabeça.
59
—Sim, este é o meu segundo emprego. — Eu realmente precisava do
dinheiro.
Eu corei.
—Abacaxi.
—E quanto a você?
—Cereja.
—Um clássico. —Eu disse enquanto ele se aproximava, mais uma vez
assumindo o meu espaço pessoal.
Meus olhos abriram quando ele se virou e caminhou de volta para seu
carro.
4
Broadway at the Beach é um centro comercial e de entretenimento localizado em Myrtle Beach, Carolina do Sul.
60
Deixei escapar um suspiro. Eu esperei até que ele tinha se afastado antes
de entrar no meu carro e sair.
Levou todo o trajeto para casa para o meu ritmo cardíaco voltar ao normal.
61
Eu parei para um café no caminho ao trabalho na manhã seguinte. Mesmo
às nove e meia da manhã, as temperaturas estavam subindo, então eu pedi um
café com leite gelado para viagem. Hoje seria ridiculamente quente, e eu me
sufocaria. O que quer que me possuiu para aceitar esse trabalho, que obrigava-
me a estar fora durante todo o dia, estava além de mim. Oh espere! Eu sabia. Era
a mesma razão pela qual eu tinha um emprego como stripper. Eu precisava de
dinheiro.
Eu liguei o ar condicionado do meu carro tão forte quanto ele iria, para ter
essa sensação gelada na superfície da minha pele, porque na hora em que eu
pisasse lá fora de novo, eu não faria nada além de suar o dia inteiro.
62
visita), e patos e aves de todos os tipos. As pessoas também podiam alugar barcos
a remo, e fazer passeios de barco capitaneados.
Havia também um mini golf, onde um dragão põe a cabeça para fora de sua
toca a cada trinta minutos, sopra fumaça, e faz um pequeno show para as pessoas
assistirem. É bonito, mas ouvi-lo mais e mais, todos os dias, deixou de ser bonito
para mim há muito tempo.
—Alô?
—Violet!
63
Eu sorri. —Hey, Roxie. — Eu sabia que tinha que ser ela, porque quem mais
poderia me chamar de Violet?
—Você estará depois que nós formos às compras. Que horas você pode me
encontrar?
Eu não sairia daqui até quatro horas. —Quatro está tarde demais?
—Deve funcionar.
Seu negócio deve estar crescendo, porque parecia que havia um clube de
strip em cada esquina aqui. Depois que combinamos de nos encontrar, eu
desliguei e coloquei meu telefone na bolsa. Olhei para o meu copo longo de café
vazio e suspirei.
64
—Lá vai você de novo. —Ele falou por trás.
—Cam? O que está fazendo aqui? —Eu disse, ainda esfregando o local no
meu quadril.
—Quer que eu a beije para melhorar isso? —Ele perguntou, com os olhos
escondidos atrás de um par de óculos de aviador espelhado. Mesmo assim, senti
o calor de seu olhar demorar nas minhas pernas.
Ele sorriu e maldição, ele parecia tão bom com um boné de beisebol para
trás na cabeça, os óculos de sol, uma camiseta sem mangas de cor escura e calção
de banho.
Até agora.
—Era meu caminho do surf para casa, e eu tive um desejo por uma
raspadinha.
65
Quando eu não podia adiar por mais tempo, eu me ergui e fechei a tampa,
estendendo a mão para o xarope com sabor de cereja. —Como as ondas estavam
esta manhã?
—Justas.
—Como é que você aguenta este calor o dia todo? —Perguntou ele,
tomando o deleite gelado vermelho encharcado por mim.
—Hoje não está fácil. — Eu admiti. —Mas eu só tenho mais algumas horas.
Ele fez uma pausa em sua raspadinha. —Eu amo meu trabalho.
Eu ri. Outro cliente se aproximou com dois filhos, e eu rapidamente fiz três
raspadinhas com as cores do arco-íris e entreguei a eles. Quando se afastaram,
me virei para Cam, mas ele já tinha ido.
66
Olhei para o copo, paralisada, dizendo a mim mesma que minha mente
estava conjurando miragens porque eu estava exausta com esse calor. Enquanto
eu observava, o copo chegou mais perto até que ele foi pressionado contra minha
bochecha, e depois minha testa. Suspirei. Isso me fez sentir incrivelmente bem.
Em seguida, o copo deslizou para baixo, até que o canudo cutucou meus
lábios e eu o puxei entre eles, tomando um gole do líquido doce e azedo. Senti
sua temperatura gelada mergulhar por todo o caminho até a minha garganta, e
depois espalhar através do meu estômago, revestindo-o em uma onda gelada.
—Você continua fazendo esses sons e eu vou lhe trazer um desses a cada
dia.
Meus olhos abriram e eu me virei. Cam sorriu e tirou o copo para que eu
não o batesse para longe de suas mãos.
Ele assentiu.
—Você me deve mais uma vez. —Disse ele, inclinando para colocar a
limonada ao lado do caixa.
Cruzei os braços sobre o peito. —Eu já vou surfar com você. O que mais
você quer? —Eu disse isso como se eu estivesse irritada, mas eu não estava. O
pensamento de dever a Cam algo me deixava tonta, e eu secretamente não podia
esperar para ouvir o que viria em seguida.
67
Eu arqueei uma sobrancelha.
Ele deu um passo para frente e deu um beijo na minha testa. —Beba sua
limonada enquanto ainda está fria.
Eu não respondi por que ele estava me tocando, e tudo que eu conseguia
pensar era como ele cheirava como óleo de coco e oceano, e como seus lábios
estavam frios contra a minha pele.
O que provavelmente foi uma coisa boa, porque eu não conseguia tirar os
olhos dele até que ele estava fora de vista. Voltei-me para a limonada, olhando
para ela enquanto eu voltava para minha cadeira. O exterior do copo já estava
suando, e vi quando uma gota de água escorreu por ele. Então, algo em torno do
lado dela chamou minha atenção.
Era uma pequena loja localizada entre uma padaria e uma tabacaria. Tinha
bom gosto na frente; cortinas roxas que revestiam as janelas, e apenas uma
pequena placa na porta com o nome da loja.
68
Roxie sorriu como um pirata que encontrou o tesouro quando ela abriu a
porta e fez sinal para eu entrar.
O interior não era de tão bom gosto ou... Digamos... Discreto como o
exterior, e parte de mim se sentia como uma freira, porque eu estava um pouco
envergonhada.
Se você chamasse o que estava nas prateleiras até nos balcões de roupas.
Do meu lado, Roxie riu e eu olhei para ela. —Eu amo novatas. —Disse ela
com um sorriso.
Então não era só eu. Ela também sabia que este lugar era de outro mundo,
ela só estava acostumada. Eu acho que se eu viesse aqui muitas vezes, a
decoração e nudez ao meu redor perderia um pouco de sua surpresa.
69
Poucos minutos depois, uma mulher com pele escura e uma peruca
vermelha brilhante saiu da parte de trás. Ela não era uma mulher pequena,
provavelmente próxima a 1,70 de altura, com uma vasta estrutura, que parecia
desfrutar muito da culinária sulista. A peruca tinha um corte ultra-elegante, que
terminava em seus ombros, e era o tipo de vermelho que você poderia tirar de
um pacote de Kool-Aid.
Ela estava vestida com uma túnica dourada solta, que brilhava quando ela
se movia, e ela tinha um anel em quase todos os dedos, e o maior sorriso mais
feliz que eu já tinha visto em alguém.
—Honey, esta é a minha nova amiga, Violet. Ela é nova no Mad Hatter.
Honey riu. —Está tudo bem, garota. Eu continuo dizendo à Roxie aqui a
mesma coisa.
70
—Eu... — Comecei, mas Roxie me cortou.
—Fio dental de bunda? —Honey disse e olhou para mim com os olhos
arregalados.
—Eu não quero nada muito reduzido também. —Eu disse a ela.
71
—Violet é o seu nome artístico, não é? —Perguntou Honey, olhando para
mim novamente.
Eu balancei a cabeça.
—Como você sabe disso? —Perguntei, olhando para Roxie. Roxie deu de
ombros.
—Ty me disse que havia uma menina nova, uma senhorita Harlow no bar, e
que ele disse para ela não ser vulgar.
Roxie riu.
—Você acha que aquela barra de chocolate de homem estaria andando por
aí solteiro? —Ela disse, acenando com o dedo na minha cara.
Eu realmente não tinha pensado sobre isso, na verdade. Mas agora que eu
pensei... —Não, eu não acho.
Um deles era tão grande e irregular, que eu tinha certeza de que não havia
nenhuma maneira no inferno de alguém poder pensar que era bom... lá.
72
Após esse pensamento, eu me afastei e corri atrás da cortina onde o
provador ficava.
Metade das coisas da pilha que trouxe até aqui, eu não consegui descobrir
como colocar. Algumas peças eram inteiramente transparentes, e uma foi feita do
que eu suspeito fortemente ser rede de pesca. Essas todas ficaram no chão.
Percebi que uma stripper tinha que parecer sexy. Percebi que uma stripper
tinha que ser desejável e divertida.
Enquando eu mexia nas roupas, por algum motivo a imagem do meu ex-
namorado passou pela minha memória. Você não passa de uma provocação, ele
zombou de mim no dia em que o confrontei sobre espalhar boatos sobre mim por
toda a escola. Eu não sei por que meu cérebro decidiu trazer isso à tona neste
momento, mas eu estava feliz que aconteceu... Porque me deu uma ideia.
Era sexy como o inferno, e deixava pouco para a imaginação, mas em certos
ângulos, eu não tinha dúvida de que dava um bom visual. Em seguida, havia o
zíper... Eu poderia ter todo o tipo de diversão com um zíper.
Em seguida, tirei uma roupa prata. Parecia um maiô de uma peça simples,
exceto que sobre os seios era de material roxo transparente em forma de estrela.
Ele tinha um brilho, e enquanto eu trocava de roupa, as estrelas captavam a luz e
brilhavam.
73
Eu me perguntei o quão revelador seria, então eu me apressei em colocá-
lo, em seguida, virei-me para olhar para mim mesma no espelho.
Ficava bem alto em torno das coxas, e quando me virei para olhar para
minha bunda, eu engasguei um pouco, porque havia mais para ver através do
roxo lá atrás. Na forma de mãos. Parecia que alguém estava agarrando minha
bunda.
—Eu acho que você tem que comprar isso. —Disse Roxie.
—Docinhoooo. —Honey cantou, vindo de frente. —Eu tenho algo para isso.
— Ela apareceu segundos depois com uma peruca roxa. Antes que eu
pudesse protestar, ela deslizou sobre a minha cabeça, colocando o meu cabelo
escuro por baixo e suavizando-a.
Ela fez um som com a boca quando se afastou para olhar para sua obra.
74
—Definitivamente não. Especialmente com os holofotes sobre você quando
está no palco.
Eu estudei mais um segundo e decidi que ela estava certa. Esta não era uma
roupa que eu um dia fosse sair com ela. De fato, eu provavelmente a enterraria
na parte de trás do meu armário até que eu tivesse que levá-la para o trabalho,
mas isso seria incrível no palco, porque era para isso que estava destinada. E se
encaixava exatamente com o tipo de aparência que eu queria... Sem mostrar
muito, mas não tão pouco.
75
Cam estava saindo de sua moto quando eu estacionei na parte de trás do
lote, como fiz na noite anterior. Desta vez, me certifiquei de que meus faróis
estivessem desligados. Embora, parte de mim estivesse tentada a deixá-los
ligados, para Cam ter que ligar o meu carro novamente.
Uma vez que saí do carro, fui até a parte de trás para retirar a sacola preta
cheia com os meus novos itens da loja de Honey. Eu estava muito feliz com as
escolhas que fiz. Algumas eram um pouco mais picantes do que outras, mas eu
decidi tentar e olhar para isso como um negócio, como se fosse nada além de um
trabalho, e esperava que isso fizesse o ato de desfilar de calcinha um pouco mais
suportável.
Ele estava vestido com calça de trabalho preta, sapatos pretos, uma espécie
de camisa preta e uma jaqueta de couro preta. Era uma jaqueta de motoqueiro
com zíperes nos bolsos, e um colar que descia em torno de seu queixo quadrado.
Pelo menos meu cabelo estava arrumado. Eu tinha tido tempo para enrolá-
lo depois do meu banho, e ele caia em ondas espirais soltas por todo o caminho
até os ombros. Eu decidi manter minha maquiagem ao mínimo, porque achei que
ninguém olharia para a minha cara de qualquer maneira. Apenas uma camada de
batom e rímel adicional era o suficiente.
76
—Pensei em me certificar de que você tinha se lembrado de desligar os
faróis, e não tropeçaria e cairia no seu caminho para dentro. —Disse ele,
observando-me preguiçosamente.
Eu balancei a cabeça.
—Você sabe que os caras aqui... Eles não estão autorizados a tocar em
você. Se qualquer um deles cruzar a linha, você grita por Ty ou um dos outros
seguranças.
—OK.
Fiquei ainda mais nervosa com o aviso que ele estava me dando. —Alguma
menina foi... Ferida antes?
77
Ele soltou meu braço e colocou uma mecha de cabelo atrás da minha
orelha. —Não. Adam sempre foi muito atento sobre como manter a segurança de
todos.
—Merda. —Ele xingou e passou a mão pelo cabelo. —Eu não queria te
assustar. Eu só queria que você soubesse que... —Sua voz desapareceu e, em
seguida, ele xingou novamente. —Eu só...
Já havia uma multidão aqui, e eu sabia que no fim da noite o lugar estaria
lotado. Com quinze minutos até que eu tivesse que estar no palco, fui até os
bastidores, e coloquei minha sacola na minha penteadeira pequena. Eu
desempacotei meus cosméticos e, em seguida, tirei a peruca com a cabeça de
manequim branca e a deixei na frente do espelho. Tinha sido um presente de
Honey. A peruca ultrapassava meu orçamento, mas ela me fez levá-la, dizendo
que foi feita apenas para mim.
Sua loja poderia ser exagerada, mas ela estava certa sobre isso. Eu sorri
pensando na forma como ela me chamou de “docinho”.
78
me perguntei por que elas não faziam isso em vez disso, mas não era da minha
conta perguntar. Afinal de contas, eu estava fazendo isso também.
Roxie não estava aqui ainda para me dar uma conversa estimulante, por
isso optei por levantar minha bunda daqui e ir até o palco me apresentar. Graças
a Deus ela me emprestou um de seus CDs com músicas mixadas, para um
conjunto de rotinas que ela não tinha usado em vários anos. Ele já estava com o
DJ, e eu disse-lhe para tocar as músicas em ordem, enquanto eu aparecia no
palco para fazer minhas rotinas.
E então, era a minha vez. Candy me fez sinal para o palco por trás da
cortina, eu estava tremendo e tão nervosa, que senti como se fosse vomitar ali
mesmo, na frente de todos.
79
A música começou a tocar.
Era algo com uma batida pesada que fez meus quadris quererem balançar
um pouco mais do que o habitual. Isso poderia funcionar.
Sério? Quem acha que isso é quente? A menina interna em mim disse.
Eles acham, outra voz respondeu. Aparentemente, um alter ego mau que
tinha a sua residência dentro de mim sem o meu conhecimento.
O alter ego mal estava certo, apesar de tudo. Um cara enfiou uma nota de
vinte no topo da minha meia.
80
Num impulso, agarrei-o pelos cabelos (eu estava mais alta do que ele,
porque eu estava no palco) e puxei-o de volta, e os homens ficaram loucos. Então
eu deslizei meu peito ainda bastante coberto em seu rosto e, em seguida,
empurrei-o para longe.
Eu não podia nem ouvir as batidas do meu coração sobre o assobio e vaias.
81
—Foi tudo bem? —Eu me preocupei, pois estávamos nos bastidores. Eu
não tinha mostrado um único vislumbre das minhas partes realmente privadas.
Eu ri.
Mas então eu dei uma olhada no rosto dela na luz mais brilhante dos
bastidores. —O que está errado?
—Nada.
—Eu sei que nós não nos conhecemos muito e tudo mais, mas se você
precisar conversar, eu vou ouvir.
Roxie sorriu. Seu cabelo comprido, quase negro caiu sobre o ombro.
—Obrigada.
82
Cam me esperava com uma bandeja cheia de bebidas. Eu sorri quando o vi
e meu coração pulou uma batida. Eu não pude me conter e me perguntei se ele
havia gostado da minha dança, se ele me achou sexy.
—Obrigada.
Depois disso, o bar ficou ocupado muito rápido. Eu não tive tempo para
conversar com qualquer pessoa, incluindo Roxie. Eu estava tão ocupada rindo e
sorrindo e servindo bebidas, que as horas passaram sem que eu sequer pensasse
na minha próxima dança.
Para minha dança final, eu repeti a da noite anterior, com o short cortado e
o top branco na parte superior. Só que desta vez eu não derramei a jarra de
cerveja. Eu só derramei água sobre mim mesma.
Não.
83
Será que eu admitiria a alguém que eu era uma stripper?
Oh sim.
Uma vez que o meu turno acabou, eu troquei para o meu short de algodão
e camiseta azul bebê, finalmente, tirando os saltos (meus pés estavam
oficialmente mortos), e ficando confortável com meus chinelos. Eu usei um lenço
de limpeza para tirar a maioria da minha maquiagem e, em seguida, puxei meu
cabelo para trás em um rabo de cavalo alto. Isso me fez sentir mais como eu e
menos como Violet.
Ela apertou um botão na tela e fez um som, então girou, e seus olhos se
arregalaram quando ela me viu.
—Sinto muito, eu não sabia que havia alguém aqui. —Eu gaguejei, tentando
encobrir o fato de que praticamente tinha acabado de escutar a conversa.
84
Movi-me para a pia e lavei as mãos. Quando eu peguei algumas toalhas de
papel, ela disse. —Eu peguei meu namorado na cama com alguma puta
desagradável e agora ele quer que eu saia.
—Ele diz isso porque fui eu quem terminou tudo, e deveria ser a única a
sair.
—Que otário.
—Não é? — Ela deu um meio sorriso. —Esta não é a primeira vez que o
peguei me traindo, mas será a última. Ele acha que porque eu sou uma stripper
ele não tem que ser fiel ou algo assim. Ele acha que não tem que me respeitar.
—Sim. Eu sei. —Ela me deu um sorriso fraco. —Eu nem sequer o amava
mais já por um longo tempo. Ele é realmente muito bom em conseguir que eu
fique.
Ela riu.
85
—Quanto é o aluguel?
—Seria quinhentos por mês para cada uma de nós. Podemos dividir a TV a
cabo, mas todos os outros utilitários estão incluídos.
—Não.
—Usa drogas?
—Não. Se você quiser vir de noite só para ver o local antes de tornar isso
oficial, você pode. Se gostar, eu vou ter a certeza de dizer ao senhorio, e você
pode assinar o contrato de arrendamento e pegar as chaves de amanhã.
No bar, Cam tinha uma água com gelo e um canudo esperando por mim.
—Eu devo a você por isso também? —Eu perguntei quando alcancei a
bebida.
—Nah, isso é por conta da casa. — Ele piscou. —Ei, eu acho que perdi o
guardanapo com o seu endereço. Eu provavelmente acidentalmente joguei fora.
Você pode escrever novamente para mim?
86
—Eu não sei. Parece-me que se você realmente quisesse isso, não teria
perdido.
—Se a visão de uma mulher seminua o distrai, eu acho que você está na
linha de trabalho errada.
Ele saltou por cima do bar... Passou por cima mesmo. Dei um pequeno grito
e um par de pessoas que ainda estavam ali olharam em nossa direção. Mas não
deve ter sido excitante o suficiente (ou talvez fosse porque eu estava muita
vestida agora) porque elas desviaram os olhos em segundos.
Cam me apoiou para que meus ombros estivessem presos contra o bar e os
seus braços descansassem em ambos os lados da minha cabeça, criando uma
gaiola. Ele não estava usando a jaqueta de motoqueiro, só essa gravata borboleta
e a calça, e eu olhei para a forma como os músculos em seus ombros ondulavam
com seus movimentos.
Ele estalou os dedos na frente do meu rosto, e olhei para cima. —O que?
Eu coloquei minhas mãos em seu peito e o empurrei. Ele não se moveu. Ele
sorriu e se inclinou mais perto, sua respiração ventilando em meu rosto e seus
lábios tocando minha tempora.
—Eu tenho meios de conseguir o que eu quero, você sabe. —Ele sussurrou.
87
Engoli em seco, com o desejo tomando conta de mim e saturando cada
parte do meu corpo. Eu realmente não sabia o que fazer com tanto dele
literalmente me pesando assim. Era para eu ser a provocação, e aqui, eu era a
única a ser insultada. Por ele. Pelo meu próprio corpo. Por necessidades que eu
nunca tive antes.
—Você tem?
—Ah sim. E se você não for cuidadosa, descobrirá todos meus métodos.
Sua risada era rica e quente contra a minha orelha. Em seguida, ele se
afastou e pegou uma caneta do bolso e entregou-a para mim.
Quando entreguei a ele, ele deslizou no bolso da calça e sorriu. Então ele
esfregou as costas de seu pescoço com uma das mãos, e olhou para mim com
encanto infantil escrito por todo o rosto.
—Você sabe, parte de mim está desapontada que você me deu tão
facilmente.
—Bem, já que o meu endereço está no seu bolso, eu digo que você ganhou.
88
—O quê? — Eu perguntei a ela.
—Não?
89
Uma batida na porta da frente do meu apartamento me fez gemer e rolar
para olhar o relógio. Com os olhos turvos, eu olhei para os pequenos números
vermelhos.
Seis da manhã.
—Eu mudei de ideia. Eu não vou. —Eu disse e, em seguida, fechei a porta e
voltei para a cama.
Fui para cima dele. Mas como meus olhos estavam fechados e eu estava
deitada, a minha mira não estava tão boa. Ok, a minha mira era uma porcaria.
90
Ele pegou minha mão e puxou-a atrás de mim. Meu corpo rolou e eu me vi
deitada de costas com ele pairando sobre mim.
Algo grande e muito quente tocou minha perna logo acima do meu joelho.
Meus olhos permaneceram fechados, mas cada célula do meu corpo ficou em
estado de alerta.
Mas eu gemi.
Seu toque era como minha criptonita. Mesmo o contato mais leve, mais
acidental, fazia cada célula viva em meu corpo explodir de desejo.
—Você gosta disso? —Ele murmurou. Sua mão não tinha ido até mais
longe, mas ele continuou a acariciar a carne sensível dentro da minha perna.
Eu o senti subir ainda mais sobre a cama e, em seguida, ele levantou a mão.
Tristeza escorria dentro de mim com a perda do contato que eu queria tão
desesperadamente.
Mas então sua mão voltou. Seus dedos arrastaram pela pele exposta da
minha barriga entre a minha calcinha e camiseta, que tinha subido.
91
Eu me esqueci de respirar quando ele traçou o contorno da minha caixa
torácica e arrastou as unhas delicadamente em meu abdome. Meus mamilos
endureceram, e os meus seios começaram a doer de uma forma que eles nunca
tinham antes. Sem pensar, arqueei um pouco, tentando dar à sua mão alguma
direção, tentando fazê-la apenas subir um pouco mais.
—Harlow. — Meu nome em sua língua era como pólen para uma abelha.
—Olhe para mim. —Ele ordenou, com sua voz um pouco menos sedutora.
—Sim.
E então sua boca se fechou sobre o mamilo mais próximo a ele. Ele o
agarrou e rodou sua língua em torno do pico e mordiscou-o com os dentes.
92
Um gemido escapou da minha garganta quando eu apertei minhas coxas
juntas, sentindo a piscina de umidade entre as minhas pernas, preparando meu
corpo para algo que ele totalmente queria.
Abri os olhos e olhei para ele. Seus lábios estavam ligeiramente inchados.
Seus olhos estavam tão escuros que parecia o céu da meia-noite sem a lua.
Não foi como na primeira vez, aqueles beijos leves. Este foi o tipo de beijo
que eu li nos livros, o tipo de beijo que acontecia em finais de filmes épicos e
alterava completamente o mundo que você conhecia.
Sua língua mergulhou fundo na minha boca, como se ele não pudesse
chegar perto o suficiente, como se ele quisesse entrar em mim e fazer coisas para
o meu corpo que nunca ninguém tinha feito antes. Seus lábios eram insistentes,
mas não ásperos, o beijo úmido, mas não molhado. Nossas bocas não separaram,
nem uma só vez nós não quebramos o contato. Nós apenas nos beijamos,
interminavelmente, profundamente, febrilmente.
Agarrei a suas costas, puxando-o ainda mais, sugando seu lábio superior em
minha boca e passando minha língua sobre a sua suavidade. Ele gemeu assim que
eu fiz isso de novo. Ele me puxou um pouco mais perto e o cume duro de sua
cueca não era para ser desperdiçado. Eu podia senti-lo pressionado contra a
lateral do meu quadril, e a dor dentro de mim intensificou.
93
Cam acalmou os lábios e se afastou, descansando sua testa contra a minha.
Ambos respirávamos com dificuldade, o peito pressionado juntos.
—Você beija todo mundo que aparece em sua porta às seis da manhã desse
jeito?
—Só você.
Eu ri.
Eu gemi. Ele me puxou pelo tornozelo e pelo lençol. —Eu te trouxe café.
—Ok, então.
94
Ele gemeu. —Confie em mim, o pensamento de enterrar-me
profundamente em você me assombrará o resto do dia. Mas se eu dormir com
você agora, você sempre se perguntará se essa é a única coisa que eu quero de
você.
—E é?
Ele levantou minha cabeça de seu peito e me prendeu com seu olhar
escuro. —No começo, talvez. Mas então eu passei cinco minutos com você, e
naqueles cinco minutos eu percebi que não era apenas um corpo quente... Você
não era exatamente o tipo de garota que eu poderia tirar do meu sistema com
uma aventura. Eu não estou realmente certo do que isso significa... Mas eu sei
que não vou foder isto por dormir com você muito rápido.
95
Eu acho que eu não tinha ido à praia a uma hora tão cedo. Era belíssimo,
com o céu um pouco nublado e tudo, mas com o som das ondas no ar calmo da
manhã. Parecia que éramos apenas as duas pessoas nesta longa extensão de
areia vazia, como se todo mundo soubesse que estaríamos aqui, e que nós
queríamos ficar sozinhos.
—Todo dia.
—Sim. Nascido e criado. Minha mãe diz que eu tenho água salgada em
minhas veias.
—Sim. — Ele a empurrou de lado e eu puxei minhas pernas para mais perto
do meu peito para dar espaço. Eu não sabia muito sobre pranchas de surf, mas eu
sabia que esta era bonita. Era bastante longa e larga e eu achei que era porque
Cam tinha pelo menos 1,80m de altura. Tinha a forma como todas as outras
pranchas que eu já tinha visto, chegando a uma espécie de ponta no topo.
Pura Vida
96
—O que significa isso? — Eu perguntei a ele, traçando as letras com o dedo.
—É lindo.
—Quantos anos você tem? —Perguntei, pensando que ele parecia bastante
sábio para alguém que parecia tão jovem.
—Vinte e três.
—A arte é, porém. —Eu disse, estendendo a mão mais uma vez e colocando
o dedo no desenho em sua prancha. —Você pintou este projeto, não é?
97
—Sim.
—Às vezes dou aulas de surf e fiz algumas pranchas personalizadas e alguns
trabalhos de arte para alguns amigos. Ser bartender à noite só preenche meus
dias, e esse dinheiro é muito bom para que eu possa guardar para a loja de
pranchas e surf que eu te falei.
Oh sim.
Eu tinha essa sensação desconfortável, não porque eu queria sair com ele,
mas porque eu achava que ele não poderia me ver como material de
relacionamento, porque eu tirava minhas roupas para outros homens. Como ele
poderia respeitar alguém assim? Como ele poderia ficar bem com isso?
98
pensou que eu era uma prostituta que tinha relações sexuais o tempo todo e
tirava a roupa para todos.
Seus olhos estreitaram-se no meu rosto. —Você sabe que só porque eu não
namorei uma stripper não significa que eu não faria isso.
Eu não respondi, porque parecia que cada resposta que eu poderia dar
seria a errada. Se eu dissesse “bom”, então isso implicaria que eu estava tentando
sair com ele. E vendo como nós nos conhecemos, ele poderia pensar que sou
alguma perseguidora louca. Mas se eu dissesse a ele meus pensamentos reais,
sobre como strippers poderiam não ser bom material para namorada, eu estaria
basicamente me insultando (para não mencionar Roxie e todas as outras meninas
no clube).
—Então, você realmente vai subir nesta coisa? —Ele perguntou, dando
tapinhas na prancha.
—Puta merda. —Disse ele, e um assobio baixo escorregou por entre seus
dentes.
99
—Você pode amarrar isso um pouco mais apertado?
Seus dedos quentes pareciam como uma carícia suave na parte de trás do
meu pescoço, e eu resisti à vontade de estremecer. Nossa, ele pensaria que eu
era uma ninfomaníaca se eu continuasse reagindo assim cada vez que ele me
tocava. Ele trabalhou muito lentamente, desamarrando a parte superior
completamente, ajustando as cordas, e depois as amarrando confortavelmente
na base do meu pescoço.
—Eu tenho uma cura para isso. —Eu disse, virando-me e sorrindo para ele
com tristeza. Agarrei sua mão e puxei-lhe alguns passos em direção à água assim
que uma onda veio e espirrou sobre os nossos pés e nossas bundas.
Ele me agarrou pela cintura e me jogou por cima do ombro, andando mais
para dentro das ondas. Bati em suas costas com os punhos, exigindo que ele me
colocasse para baixo.
100
Comecei a protestar, mas já era tarde demais.
—Harlow, você está bem? Eu não queria assustá-la. —Disse ele, com
preocupação genuína em sua voz. Outra onda caiu sobre nós e seus braços
apertaram em torno de mim, e ele se virou para que a bloqueasse com suas
costas e seu corpo me protegendo do pior.
Eu olhei para cima, escondendo meu sorriso. Ele estava me olhando com
cautela, provavelmente se perguntando se eu me dissolveria em lágrimas.
Lancei-me sobre ele, e um grito saiu dos meus lábios. Eu pulei, envolvendo
minhas pernas em volta de sua cintura enquanto ele me pegava, mas ele não
estava pronto para o meu peso e ambos tombamos na água. Nós dois viemos à
tona e vários segundos depois, nós dois ainda estávamos sentados na areia e
rindo.
—Ha.Ha. —Eu disse. —Algo me diz que isso não será tão fácil.
Ele começou a dar lições divertidas dos princípios básicos do surf. Antes
que eu percebesse, ele me colocou na prancha e eu estava aprendendo como me
101
equilibrar e ficar. Não foi fácil, ficar em um objeto em movimento muito dinâmico
em águas agitadas exigia um monte de tônus muscular que eu, infelizmente, não
possuia.
Ele não hesitou e agarrou a prancha. Foi para mais longe, na água mais
profunda, para pegar uma onda. Eu não pude deixar de admirar a maneira como
ele parecia com seu calção pendurado baixo em seus quadris, contornando seu
bumbum e coxas, e seus ombros largos brilhando sob o sol da manhã enquanto
gotas de água desciam sobre seus músculos firmes.
Ele conhecia a água. Ele entendia as ondas. Ele movia-se com tanta
confiança e certeza, que eu poderia tê-lo chamado de encantador de água. Ele
estava tão em sintonia com as ondas, que ele parecia entender exatamente como
cada onda agiria e como segui-la habilmente.
Depois de pegar algumas ondas, ele parou ao meu lado. —Quer dar-lhe
mais uma chance?
—Claro. —Eu disse, e ele envolveu sua mão ao redor da minha, mantendo
junto a ele enquanto nós saltávamos sobre as ondas.
Beijos no início da manhã, café na praia, brincar no sol e areia. Cam estava
definitivamente enraizado nessa coisa toda de “Pura Vida”. Naturalmente, nada
disto teria sido tão divertido se ele não estivesse comigo.
—Parece que uma boa vem aí. —Ele disse, apontando à distância, onde
uma onda estava começando a se formar.
102
Ele posicionou a prancha, e eu repeti o que fazer mais uma vez, enquanto a
onda se aproximava. Então, ele gritou para eu ir, para pegar a onda.
Atrás de mim, Cam soltou um grande grito e me virei para sorrir para ele.
103
Lavada. Isso é exatamente como eu me sentia no momento. As ondas
estavam me punindo, caindo em cima de mim cada vez que eu pensava ter
encontrado o chão. A areia debaixo de mim parecia como o concreto em um
momento, então no próximo, isso daria lugar a um buraco que me sugava mais
para dentro da água.
Abri os olhos, tentando discernir a direção, mas tudo que eu podia ver era
água turva que, de repente, ficava branca quando uma nova onda caia em torno
de mim. Eu lutei muito, girando e, adiando o pânico que se afundava em mim
como um conjunto gelado de garras afiadas.
Mesmo que eu tenha parado de me mover, meu corpo não parou. Ele ainda
estava sendo puxado pelo mar muito ganancioso.
104
E o som... O som das ondas parecia mais longe.
Era uma voz muito boa e meu corpo rolou em direção a ela.
Seu rosto estava pálido, o cabelo grudado na testa, e ele estava curvado
para frente sobre mim como se eu precisasse de algum tipo de escudo.
Eu quase me afoguei.
Seu riso era tenso enquanto seus braços me envolviam e arrastavam meu
corpo cheio de areia em seu colo. —Eu acho que você acabou de levar cerca de
dez anos da minha vida.
105
—Isso não é culpa sua. —Disse ele, acariciando minha bochecha. —Eu
nunca deveria ter te soltado naquela onda. A água estava ficando muito agitada.
—Eu estava indo bem. —Eu protestei, tentando me sentar. A dor subiu pela
minha cabeça. —Até que eu bati minha cabeça.
Eu gritei.
—Se não fosse por você, eu seria isca de tubarão agora mesmo.
—Não, não está. —Disse ele, com sua voz séria. Ele passou o braço sob os
meus ombros. —Você pode se sentar? Eu preciso verificar sua cabeça.
Eu fiz isso e depois levantei os dedos para onde meu crânio latejava.
—Eu não preciso ir para o hospital. Eu estou bem. —Para não mencionar
que eu não gastaria todo o dinheiro que fiz apenas com uma conta médica.
106
—Qualquer outra coisa dói?
—Não.
—Se você quer que eu me levante, tem que liberar o aperto de morte que
tem sobre meu corpo.
—Que horas são? — Eu disse e me inclinei para pegar meu celular da minha
bolsa. Curvar-me não foi uma boa ideia, porque todo o sangue correu para a
minha cabeça muito rápido e eu oscilei.
—Whoa. —Cam disse, puxando-me de volta. Então seu rosto fez uma
careta. —Nós vamos ao médico.
—Sente-se por um segundo. Eu vou tirar minha prancha da água. Então nós
vamos.
107
Era bom me sentar. Meu corpo estava tão incrivelmente cansado. De
repente, senti como se eu tivesse acabado de lutar dez rounds em um ringue de
boxe e perder cada um deles.
Cam voltou, colocou sua camisa, e pegou a minha bolsa e sua prancha.
Levantei-me, limpando o que pude da areia e o segui. Eu fiz isso por cerca
de cinco passos quando tudo tipo inclinou sobre mim. Parei de andar e apenas
foquei no chão, afastando o pior da tontura.
Bem, se isso não foi a coisa mais perfeita que ele poderia dizer. Como
sempre.
Eu praticamente repeti essas palavras na minha cabeça até que ele parou
no estacionamento de algum tipo de clínica médica. —Nós não precisamos estar
aqui.
—Não brinca.
Suspirei. E cedi. Não havia uma mulher nesta terra que ainda tinha ovários
que não teria dado qualquer coisa por seu olhar fixo e sua súplica.
Antes de entrar, liguei para o meu chefe, e expliquei que caí e bati com a
cabeça e estava naquele momento no médico sendo examinada por uma
concussão (eu certamente não diria a ele que eu estava surfando antes do
108
trabalho). Eu pensei que ele ficaria zangado sobre isso, pois é apenas uma hora
antes do meu turno começar, mas ele foi muito compreensivo e me pediu para
pegar um atestado do médico para que eu levasse no dia seguinte.
—Bem, pelo menos agora eu posso estar em casa para ajudar Roxie a se
mudar. —Eu disse enquanto caminhávamos pelo estacionamento.
—Por que Adam se importaria? —Perguntei, olhando para ele com o canto
do meu olho.
109
—Não tinha vontade de falar? — Cam perguntou, casualmente colocando
seu braço nas costas da minha cadeira. Inclinei-me para ele. O ar-condicionado
aqui estava definido para o pólo ártico.
—Na verdade, sim. Mas minha mãe tem ideias muito claras sobre como ela
acha que eu deveria viver minha vida. Estar aqui não é realmente uma delas.
Ele arqueou uma sobrancelha. —Ela não queria que você fosse para a
faculdade?
—Eu acho que ela só me queria por perto para que ela pudesse dar um
parecer sobre todos os aspectos da minha vida. Ela queria que eu trabalhasse em
um banco, sossegasse e casasse. Ser como ela. Não há nada de errado com isso.
Só não era o que eu queria.
—Parece que você tem um pouco de “Pura Vida” com você. — A maneira
como ele disse essas duas palavras... Elas fluiam suavemente com um ligeiro rolar
de sua língua. Eu me inclinei para seu lado um pouco mais perto.
110
barulhento branco. Ela checou alguns sinais vitais e fez algumas perguntas e, em
seguida, saiu da sala, deixando-nos para esperar o médico.
Você pensaria que eu estava batendo na minha cabeça com alguma coisa.
—Dói. — Eu reclamei.
—Eu deveria ter pensado melhor antes de levar uma desastrada como você
para surfar.
—Eu estava surfando e caí. Eu não tenho certeza de em que eu bati minha
cabeça. A água estava muito escura para eu ver.
111
Eu pensei sobre como eu achava que tinha estado deitada no fundo do
oceano, quando na verdade eu tinha estado contra o peito de Cam. —Não, mas
eu estava desorientada em primeiro lugar.
—Dor de cabeça?
—Sim.
—Náusea?
—Apenas significa que você terá uma dor de cabeça por um dia ou dois.
Desde que seja leve, alguns analgésicos provavelmente serão o suficiente para a
dor. Não dirija por um dia ou dois. Se você sentir quaisquer sintomas novos, volte
aqui imediatamente. Se o inchaço em sua cabeça não desaparecer em poucos
dias, volte. Não vá dormir por pelo menos duas horas. Ao fazê-lo, tenha alguém
para acordá-la a cada duas horas só para ter certeza de que está tudo bem.
Ele sorriu. —Eu diria que poderia ter sido muito pior. Pelo menos você não
estava sozinha e ele foi capaz de puxá-la para fora da água.
O médico me deu uns papéis e nos disse que estávamos livres para ir.
Enfiei os papéis na minha bolsa e me preparei para saltar da mesa alta. Mas
Cam apareceu, agarrando minha cintura e gentilmente me colocou sobre os meus
pés. Sem dizer uma palavra, ele passou os dedos em torno dos meus e nos levou
pelo consultório.
112
Quando eu tentei me orientar em direção ao balcão da recepção, ele me
puxou para o outro lado. —Eu tenho que ir lá, Cam. Eu preciso pagar a conta.
—Eu já paguei.
Senti meus olhos se arregalarem. —O que! Por que você fez isso?
—Você vai?
113
Foi bem depois das dez horas quando Cam estacionou o Mustang no
estacionamento do meu prédio. Este edifício não era tão alto quanto o dele.
Parecia mais estilo espanhol, com um telhado de terracota, um reboco no
exterior em amarelo-pálido, e era mais largo do que alto. Tinha apenas dois
andares com escadas ligando cada um deles. Meu apartamento ficava no segundo
andar, no centro do edifício.
—Roxie está aqui. —Eu disse, olhando para cima para ver a porta do
apartamento aberta com caixas empilhadas do lado de fora da porta. —Parece
que ela já está se mudando.
Roxie enfiou a cabeça para fora de seu quarto novo. —Violet! Achei que
você tivesse ido trabalhar.
—Ela bateu com a cabeça. —Cam explicou. (E, assim como um cara normal,
ele disse o suficiente para fazer isso soar muito pior do que era).
—Meu Deus! O que aconteceu? —Ela correu para o meu lado, olhando-me.
Dei-lhe uma explicação mais completa e, em seguida, sentei-me no sofá.
Eu ri.
5
Remédio para dor.
114
—Eu faço todo o trabalho pesado e ele ganha um abraço? —Alguém
resmungou por trás de uma pilha de caixas na porta.
Quando ele levou-as ao corredor, vi que era Adam quando ele desapareceu
em seu quarto. Dei-lhe um olhar “oh meu Deus!” e ela realmente corou.
Antes que eu pudesse perguntar alguma coisa, Adam voltou para a sala de
estar. —Bom, alguém com músculos reais. —Disse ele, olhando para Cam. —Você
pode me dar uma mão com seu colchão?
Quando eles foram embora, acenei para Roxie para sentar-se ao meu lado.
—Eu disse que nós somos amigos. —Disse ela. Depois acrescentou: — Ele
tem ficado atrás de mim por um tempo para me livrar de Craig.
—Eu acho que ele está apenas feliz por não ter que me encontrar chorando
no banheiro mais. — Ela sorriu com tristeza. Hoje, ela estava usando um short
curto e um top preto, o que acentuava sua cintura fina e a forma como os quadris
se sobressaiam, era provocativa.
115
Eu sorri e assenti. O sorriso dela morreu. —Bem, ele não vai sair com
qualquer uma de suas dançarinas, por isso não importa.
Quando Adam ouviu falar sobre a minha contusão, ele quase me obrigou a
ficar em casa do trabalho naquela noite, mas eu recusei. Não havia nenhuma
maneira que eu fosse perder trabalho. Eu precisava do dinheiro.
Cam não estava feliz, mas isso não era muito ruim.
Ele também não ficou muito feliz quando teve que me deixar aos cuidados
de Roxie para que ele pudesse ir para casa e ficar pronto para o trabalho.
A água fria estava tão boa, ela lavou o que restava da areia e do sal do mar
da manhã. Eu lavei meu cabelo suavemente, encolhendo-me quando o spray
entrou em contato com o machucado. Depois disso, eu me distrair com
pensamentos de Cam e eu na minha cama esta manhã.
116
não estava com pressa. Ele não enlouqueceria tentando chegar ao objetivo final
de seu plano.
Eu gostei disso.
A maneira como ele se parecia certamente não doía nada também. Meu
Deus, seu corpo era o pacote total. Magro, mas malhado, bronzeado, mas suave.
Movia-se com a graça de um atleta (surfar faz bem para o corpo), e ele sorria
como um cara com algum tipo de segredo impertinente.
Eu nunca me senti tão atraída por um cara. Eu nunca tinha sentido o tipo de
carga sexual que percorria meu corpo quando ele estava por perto. Era tão forte,
que eu sabia que se ele não tivesse parado as coisas esta manhã, eu teria dormido
com ele. Eu não seria mais virgem.
Ele disse que não queria apressar as coisas, mas meu corpo não se
preocupava com o quão rápido nos movíamos. Meu corpo parecia que estava
esperando uma vida inteira por alguém para me fazer sentir assim.
Minha cabeça me dizia que esperar não era uma coisa ruim. Minha cabeça
me dizia que cada menina deveria ser cautelosa.
E o meu coração... Meu coração sussurrava que ele poderia ser o único. Ele
me dizia que eu não estava apaixonada por ele, ainda não, mas era apenas uma
questão de tempo.
Se Cam queria apenas uma coisa de mim, suas ações teriam me dito isso.
Sim, ele teria me levado para o centro médico, e ele poderia até ter ficado. Mas
ele não teria me seguido na sala de exame. Ele não teria pagado a conta. E tão
tola quanto era... A minha mente continuava pensando naquele coração
desenhado em meu copo de limonada.
Parecia que meu coração e meu corpo estavam se unindo contra o meu
cérebro e tentando derrubá-lo.
117
Depois do banho, coloquei um vestido branco, pensando que mostraria um
pouco do bronzeado que peguei esta manhã na praia. Eu sequei meu cabelo em
um estilo suave, em linha reta e, em seguida, enrolei as pontas ao redor do meu
rosto e sobre os meus ombros.
Roxie sacudiu a cabeça e mordeu o lábio inferior. —Você acha que ele me
seguiu?
—Quem?
—Craig.
Inquietação deslizou através de mim. —Ele estava bravo que você saiu?
A julgar pelo olhar em seu rosto, eu me perguntei se ele fez mais para ela
do que lhe trair. —Volte ao seu quarto. —Eu disse a ela, andando em direção à
porta.
—Quem é? —Eu chamei, decidindo que era muito medrosa para abri-la e
ver.
—É Cam.
Deixei escapar um suspiro de alívio e abri a porta. —Ei, desculpe por isso.
118
—Qual é o problema? —Disse ele, estreitando os olhos no meu rosto
quando ele entrou.
—Nada.
Roxie abriu a porta e olhou para fora, alívio encheu seu rosto.
—Eu vim para levá-la ao trabalho. Você não pode dirigir, lembra?
—Como está sua cabeça? —Ele perguntou, passando aqueles olhos cor de
ônix em cima de mim.
Voltei para o meu quarto e ignorei Roxie que estava nos observando
atentamente da porta do quarto. Se ela me provocasse sobre Cam, mais tarde, eu
iria provocá-la sobre Adam.
Eu teclei seu nome nos contatos e o telefone começou a tocar. Eu tinha que
admitir, eu me senti um pouco aliviada quando seu correio de voz veio na linha.
119
Bip.
—Ei, mãe, desculpe eu perdi a sua chamada mais cedo hoje. Estou indo
para o trabalho agora, mas vou chamá-la de manhã e podemos conversar. Diga ao
papai que eu disse oi!
Eu balancei a cabeça. —Eu sei que ele é um saco de sujeira, a traiu e outras
coisas, mas ela nunca disse nada sobre ele machucá-la fisicamente.
—Shh! — Eu o silenciei, com meus olhos voando para a porta. —Eu não vou
chutá-la para fora!
120
—Eu gosto dela, também.
—Hey. —Cam disse quando eu tentei passar por ele. Sua mão enrolou no
meu braço e me guiou mais para perto. —Não fique brava. Eu só estou pensando
sobre a sua segurança.
Suas mãos não ficaram nas minhas costas por muito tempo. Em vez disso,
ele segurou minha bunda, me pressionando ainda mais perto, e eu engasguei
quando sua excitação sólida tocou contra minha barriga. Luxúria, pura e simples,
me inundou. Se fosse um oceano, eu certamente teria me afogado. Era como se
eu fosse feita apenas para ele e ele soubesse exatamente dos meus desejos
ilícitos, anseios, necessidades que eu estava começando a pensar que eu não
possuía.
Mas ele se afastou. —Porra, Harlow. Você é tão sensível. Toda vez que eu
te toco, é como se você se derretesse em minhas mãos.
121
Eu totalmente me derretia.
—Sinto muito. —Eu pedi desculpas, então parei. O que uma menina diria
quando ela agia como uma completa puta? Eu não saio muito? Sim, porque isso
seria crível. Inferno, neste momento eu estava começando a pensar que eu perdi
minha virgindade ao longo do caminho e apenas esqueci.
Eu ri.
Então, ele me soltou e colocou minha bolsa um pouco mais alta sobre seu
ombro. —Vamos, ou nos atrasaremos.
Dei adeus a Roxie e nós fomos para o meio-fio. —Sem moto? —Eu disse,
um pouco decepcionada.
122
—Eu achei que um capacete não seria bom sobre esse galo na sua cabeça.
Além disso, você tem uma concussão. Andar de moto não é uma boa ideia.
Ele riu.
—Sim.
Ele gemeu... O tipo de gemido que implicava dor. —Eu sinto muito.
123
Minhas bochechas aqueceram. Esse não era exatamente o tipo de conversa
que eu queria ter. Mas se eu não fosse madura o suficiente para ter essa conversa
com ele, então eu não tinha nada que estar em seus braços. E eu totalmente
queria estar em seus braços.
—Você não foi longe demais. Eu... Queria, se você quer saber. —Eu respirei
fundo. —Eu nunca me senti assim, desse jeito, com ninguém antes.
—Sério?
Ele passou a mão sobre sua mandíbula. —Não, esse navio partiu há muito
tempo.
Revirei os olhos. —Eu quis dizer que você não se sentiu assim antes com
qualquer outra.
Ele se levantou e fechou a porta entre nós, mas foi capaz de se inclinar,
porque a capota ainda estava abaixada. Equilibrando-se sobre a parte superior da
porta, ele inclinou-se, beijando-me de uma forma que foi concebida para ser
breve, mas se aprofundou no minuto em que nossos lábios se moveram.
—Eu não iria tão longe, querida. — Ele riu e me beijou na ponta do meu
nariz. Então, ele deu a volta e pulou para dentro do carro sem abrir a porta.
124
O Mad Hatter estava além de cheio hoje. Estava tão lotado que cada mesa
estava ocupada. Havia duas despedidas de solteiro em ambos os lados do salão, e
isso ocupava somente a área ao redor do palco.
—Praticamente.
As primeiras três meninas que acabaram suas rotinas tiraram tudo até
ficarem somente de tangas. Dinheiro praticamente choveu sobre elas enquanto
dançavam.
Eu não tinha certeza se poderia fazer isso, mesmo para chover dinheiro.
Eu perdi minhas duas primeiras danças da noite porque o bar estava tão
lotado, que Adam me pediu para ficar no salão e servir bebidas. Eu não me
importei; na verdade, fiquei aliviada. Coloquei o espartilho preto, as meias e os
saltos e ri e sorri o melhor que pude. Fiz boas gorjetas em pelo menos fazendo
isso, eu me sentia um pouco menos exposta.
Mas enquanto a noite passava, a multidão falava mais alto e ficava mais
bêbada.
125
Eu peguei um bustiê cor de rosa, que amarrava na frente com fitas de cetim
pretas. Então eu coloquei um boy short preto minúsculo com crânios cor de rosa
sobre ele. O fio roxo já estava no meu cabelo e eu decidi apenas deixá-lo caído em
torno dos meus ombros. Então eu coloquei meus saltos pretos e acrescentei um
batom rosa e um pouco de maquiagem extra nos olhos.
Fui para o meu lugar atrás da cortina enquanto meu coração batia forte e
as palmas das mãos suavam. A multidão gritava tão alto, que tive que me esforçar
para ouvir o DJ me anunciar.
Olhei para a parte traseira do clube onde estava evidente, que Ty estava
olhando na direção do senhor de mãos leves. Dei-lhe um ligeiro aceno de cabeça
e ele relaxou. Então eu me virei de volta para o homem que me tocou, e coloquei
a ponta do meu salto em seu ombro. A multidão gostou, então eu fiz um pequeno
movimento e, em seguida, empurrei o sujeito, fazendo-o cair para trás.
Ele mereceu.
As de Cam.
126
Só de pensar em seu nome foi um erro, porque eu parei meus movimentos,
e me virei na direção do bar, meus olhos procurando-o automaticamente.
Ele estava entregando a alguém uma cerveja, quando pareceu sentir que eu
o estava procurando e ele olhou para cima. Nossos olhos se encontraram.
Ele acenou com a cabeça levemente, me dizendo que eu poderia fazer isso.
Eu comecei a me mover.
Para ele.
E então eu rebolei até o fim do palco onde dois homens estavam de pé,
olhando. —Poderiam dar a uma garota uma mãozinha, meninos? — Eu disse,
estendendo minhas mãos.
127
—Hey! —Ele gritou até que ele conseguiu me ver.
Ele ficou ereto, abrindo espaço quando cheguei mais perto. Ao lado dele
havia uma pequena prateleira cheia de tubos de ensaio de plástico, que estavam
meio cheios de doses azuis. Eu não tinha ideia de que tipo de álcool estava neles.
Não importava.
Eu esperava, eu rezava, para que Cam entrasse no jogo, porque ele estava
prestes a tornar-se parte da minha rotina. Se ele não cooperasse, eu tinha certeza
de que teria que me esconder no banheiro pelo resto da noite.
Eu estava diretamente sobre ele, dando à multidão uma visão total do meu
traseiro, e depois me inclinei e peguei um dos tubos de ensaio. Levantei-o para
que todos pudessem ver.
Enrolei minha mão em torno da sua nuca, logo abaixo do chapéu preto
empoleirado em sua cabeça, e puxei-o para mais perto. Senti um estrondo de um
riso vindo dele, e eu tive um medo momentâneo pensando que ele se afastaria.
128
encontraram o tubo. Ele puxou-o com os dentes, então inclinou a cabeça para
trás e bebeu o líquido.
129
Ele lambeu meu estômago, logo acima do meu umbigo. Sua língua era
como um fogo ardente deixando um rastro escaldante na minha pele. Eu não
tinha que fingir que eu gostei.
Porque eu gostei.
Então, ele levantou uma fatia de limão e colocou-o entre meus seios, bem
onde a fita estava se soltando.
Os homens estavam dando High Five uns aos outros em todo o lugar.
Idiotas.
130
Num impulso, eu agarrei o chapéu da cabeça de Cam e o coloquei em mim,
puxando para cobrir parte do meu rosto. A música terminou. Os holofotes se
apagaram.
Tinha acabado.
—Eu lhe devo por isso. —Eu disse a ele quando ele me ajudou a recolher o
dinheiro do bar.
Ele se foi.
Roxie já estava no palco fazendo sua rotina quando eu fui para minha
penteadeira. Um par de meninas me parabenizou por como a dança foi orientada,
e eu sorri e agradeci-lhes, quando tudo o que eu realmente queria era um
momento de silêncio.
131
Meu celular estava tocando em cima da minha penteadeira quando me
aproximei. Era minha mãe. Mais uma vez. Preocupada que algo estivesse errado,
eu atendi.
—Não mamãe, está tudo bem. — Isso não era uma mentira total. Eu não
precisava de dinheiro. Eu tinha acabado de encher um balde dele no bar. —Há
algo de errado?
—Eu vou ter que ligar de volta na parte da manhã. Minha recepção é muito
ruim aqui.
132
—Telefones celulares estúpidos. —Eu murmurei. Pelo menos eu sabia que
ela e meu pai estavam bem. Todo o resto poderia esperar até de manhã.
Eu esperava que ela se esquecesse do meu novo trabalho até então, e que
se esquecesse de pedir os detalhes. Minha mãe amava detalhes.
Eu não reclamaria.
O Motrin perdeu efeito horas atrás. Minha cabeça latejava e o ovo de ganso
na parte de trás da minha cabeça doía.
Ele afastou-se da parede quando me viu, chegando mais perto, e usou seu
corpo para empurrar o meu de volta contra a porta que acabei de sair.
—Esse seu short... —Ele murmurou entre beijos. —... Tem que ser a coisa
mais sexy... —Mais beijos. —... Que eu já vi. — Mais beijos.
133
Eu ri. —Que bom que você gostou deles.
Ele se afastou e passou a ponta de seu polegar sobre meu lábio inferior.
—Um pouco.
Nós não dissemos nada durante a curta viagem para o meu apartamento.
Quando chegamos lá, Cam foi até a parte de trás do carro e tirou uma mochila de
cor escura.
134
—Bem. Você quer ficar, fique. —Eu estava muito cansada para discutir.
Liguei uma lâmpada ao lado do sofá e disse a Cam para se sentir em casa e,
em seguida, agarrei meu pijama curto e me tranquei no banheiro.
Sem camisa.
Seu sorriso era lento. —Eu pensei que se você precisasse de mim, eu
deveria estar por perto.
—Uh-huh. —Eu disse, deitando no lado oposto. Graças a Deus eu tinha uma
cama Queen-size, ou não haveria espaço para mim. Não que isso importasse. Eu
encontraria uma maneira de me espremer ao lado dele, mesmo se minha cama
fosse do tamanho de uma lata de sardinha.
135
—Belo quarto que você tem aqui.
—Obrigada.
Ele fechou a porta e, em seguida, virou-se e olhou para mim. —Eu não
gostaria de acordar Roxie cada vez que eu te acordasse.
—Eu não sou responsável por qualquer dano corporal que aconteça a você,
se você realmente tentar me acordar.
Eu bufei.
—Diga-me uma coisa, Harlow. —Disse ele, voltando para a cama. Eu mal o
ouvi falar. Eu estava meio que encantada com a maneira como seu short de
ginástica estava pendurado baixo, expondo os músculos paralelos que cortavam
seus quadris e desapareciam sob o tecido. —Esta é a primeira vez que você tem
um homem em sua cama?
136
—Não posso dizer que não estou feliz com isso. — Ele puxou o lençol sobre
nós dois.
—Você não é tão ruim. —Disse ele, deslizando mais debaixo das cobertas e
girando de lado para me encarar. Uma mecha de cabelo loiro caiu sobre a testa e
eu queria tanto empurrá-la de volta. Mas eu me senti um pouco tímida de
repente. —Você só precisa relaxar.
—Esse cara teve sorte que ele te soltou depois que te segurou. —Disse ele,
com sua voz se tornando sombria.
Ele assentiu. —Você deveria ter visto seu rosto quando chegamos ao
estacionamento e não havia lugar para estacionar.
—Eu não sei como você lida com todas essas pessoas.
Eu ri. Ele era um cara muito bom. Quase desde o momento em que nos
encontramos, ele estava olhando por mim, mesmo quando eu não estava
prestando atenção (ok, eu tinha um déficit de atenção horrível).
137
Estendi a mão e tirei seu cabelo da testa. Seus olhos fecharam-se. Sentindo-
me um pouco mais ousada, eu passei minha mão pelo seu cabelo, flexionando os
dedos contra o seu couro cabeludo.
Depois de alguns minutos, ele puxou minha mão e deu um beijo na palma
dela, em seguida, enfiou-a perto de seu peito. —Você deveria ir dormir. Você está
exausta.
—Se você me mantiver acordada, não terá que me acordar em uma hora.
—Então…?
138
Com o braço livre, ele desligou a lâmpada de cabeceira. Escuridão
mergulhou em torno de nós.
139
Cada hora ele me acordou.
Com beijos.
Eu não sei que horas era quando a necessidade começou a dominar todo o
resto. As cortinas estavam fechadas, e o quarto ainda estava escuro. Minhas mãos
ficaram ousadas quando ele se deitou para trás e tentou dormir.
140
Havia um cordão lá para ajustar a cintura. Eu brinquei com esse cordão,
ocasionalmente passando meus dedos através de sua barriga. Toda vez que eu
fazia isso, seus músculos contraíam.
Ele gemeu.
Depois voltei, mais uma vez explorando a forma e dureza dele. Um pouco
mais ousada, eu coloquei a mão em torno dele, deslizando de volta para baixo em
direção à base.
—Te acordando.
141
—Não tão rápido. —Ele sussurrou. —Você não é a única que quer jogar.
Uma pequena onda de emoção passou por mim, e meus dedos curvaram
contra o colchão. Ele me rolou suavemente, certificando-se de que havia um
travesseiro debaixo da minha cabeça. E então ele estendeu a mão para as alças da
minha parte superior do pijama, puxou-as para os lados, baixando lentamente a
camisa até que todo o meu peito estivesse nu.
Cam baixou mais a camisa sobre meus quadris, passando pelas minhas
pernas, e em seguida, jogou-a fora. Sua pele estava quente quando o seu corpo
veio sobre o meu e estávamos pele contra pele, peito contra peito. Meus mamilos
endureceram instantaneamente, e o atrito dele contra mim me fez ofegar.
Sua boca reivindicou a minha em um beijo que foi mais agressivo do que os
suaves que me tiraram o sono. Seja qual fosse o desejo que ficou adormecido
dentro de mim, veio rugindo para fora de sua gaiola. Nossas línguas acariciavam
uma a outra como uma espécie de segredo que só elas sabiam. Meus membros
cantarolaram com prazer, e seu peito vibrou como se ele fosse um gato gigante.
Seu beijo viajou para baixo no meu corpo, parando em um dos meus seios e
sugando a pele sensível, até que o interior das minhas pernas formigava e
começava a levantar do colchão. Segurei sua cabeça enquanto ele beijava mais
abaixo em toda a minha barriga, e quando ele puxou o cós do meu short com os
dentes, meus joelhos começaram a tremer.
Ele tirou meu short e fez uma pausa. Eu podia sentir seu olhar em mim.
—Eu vou tocar em você agora. —Ele sussurrou. —Você vai gostar.
Ele começou subindo pelas minhas pernas até o centro do meu corpo,
passando um dedo por cima de cada lado ao longo da minha vagina, e fazendo a
minha língua deslizar sobre os dentes. Um pequeno gemido escapou da minha
boca, e ele riu baixo.
142
Gentilmente, Cam deslizou mais perto, cada mão separando as dobras e
mergulhando no lugar mais sagrado do meu corpo. Ele gemeu. —Você está
encharcada.
Seu dedo deslizou para trás e para frente, para cima e para baixo, e de vez
em quando roçava contra o pequeno botão situado entre as dobras, e meu corpo
deu espasmos involuntários.
Quando eu pensei que não aguentaria mais, ele abaixou, abrindo mais
minhas coxas.
Seus dedos foram substituídos por sua boca, e sua língua era muito hábil
em dar prazer. Sua língua era um pouco áspera, e construiu este tipo de pressão
dentro de mim, que só pedia por liberação. Ele chupou, beliscou, e alisou seus
lábios sobre tudo.
Cam sugou meu clitóris, ao mesmo tempo em que deslizava dois dedos
dentro de mim, entortando-os para frente.
143
Eu desmaiei na cama, totalmente desossada, enquanto ele cobria meu
corpo com o seu, e sua masculinidade dura empurrava o tecido da cueca para
frente e balançava contra o meu núcleo.
Um momento atrás, eu achei que ele havia levado todo o meu desejo.
Eu estava errada.
—Por favor, não me faça esperar. —Eu sussurrei, agarrando-o pelo rosto e
beijando-o com um desespero que só uma mulher faminta poderia possuir.
Ele respirou fundo. Será que isso acabou de sair da minha boca?
Passei minhas mãos em suas costas, com meus dedos entrando debaixo de
seu short e empurrando-o para baixo. Ele sentou-se sobre os joelhos e empurrou-
o mais longe, com sua dureza brotando, a prova de seu desejo.
—Whoa. —Disse ele, puxando para trás. —Você pode fazer isso mais tarde.
144
Gentilmente, ele jogou-me de volta no colchão, dando-me um beijo rápido,
e então ele se levantou, arrancando seu short o resto do caminho e, em seguida,
moveu-se ao pé da cama.
—Só pegando algo para protegê-la. —Ele disse com sua voz completamente
rouca.
—Sim.
Seus lábios voltaram para os meus, e ele uniu nossos corpos com uma única
estocada. Meu corpo ficou tenso com a ligeira pontada de dor, e ele manteve-se
ali parado, embora eu sentisse o tremor em seus braços, e o esforço em seu
corpo inteiro.
145
então ele começou a se mover, lentamente no início, indo profundamente e me
esticando.
Eu não podia fazer muito, além de agarrar seus bíceps e gemer. Foi o
sentimento mais impressionante que eu já tinha experimentado. E ele fez isso
uma e outra vez. Até que eu estava ofegante, e meus quadris começaram a se
mover, exigindo algo próprio.
Mais e mais alto. O corpo dele me levou mais alto até que nós dois
estávamos prontos e na beira de um penhasco, olhando para a queda sem fim.
Ele caiu ao meu lado com um xingamento suave, estendeu a mão para mim,
me arrastando sobre o peito, e me segurou com força.
—Doce Jesus. —Disse ele. —Isso foi... — Ele fez uma pausa. —Eu nem sei o
que foi.
—Isso quer dizer que foi tudo bem? —Perguntei, esperando que tivesse
sido tão bom para ele quanto foi para mim.
Ele me levantou em seu peito. Seus olhos focaram em mim através da luz
do amanhecer. —Por favor, me diga que você amou isso. Por favor, me diga que
quer fazer isso novamente.
Eu ri. —Eu amei. Eu realmente espero fazer isso novamente. Muitas vezes.
146
Ele gemeu e me apertou contra ele. —Não se preocupe em pensar que
achará coisa melhor. —Disse ele, apalpando minha bunda. —Porque você não vai.
Isso foi incrível.
—São oito e meia. A que horas você tem que estar no trabalho?
—Dez. — Eu gemi. Como eu sairia dessa cama? —Eu não achei que isso
seria possível, mas acho que acabei de me tornar uma pessoa ainda menos
matinal.
Ele riu.
E foi assim que ele reinvicou mais outro pedaço do meu coração.
Nós tomamos banho juntos. Eu não quis molhar o meu cabelo, então eu
puxei-o em um rabo de cavalo, e ele foi gentil o suficiente ao lavar o meu corpo.
Algumas partes ficaram realmente limpas.
147
começando acima do meu olho, e trançando em toda a frente até atrás da orelha.
Eu prendi a trança com um pequeno elástico e o restante em um pequeno coque
na parte de trás da minha cabeça, com uma fivela linda que eu comprei numa
noite após o trabalho, em uma das lojas nas proximidades. Era trabalhada com
peças coloridas de vidro. Eu esperava que isso me mantivesse fresca.
—Estou pronta.
6
Pop-Tarts é um biscoito pré-cozido recheado, produzido pela Kellogg.
148
Roxie saiu tropeçando de seu quarto quando estava colocando minhas
sandálias. Ela parecia exatamente como eu na parte da manhã. Um olho aberto, o
cabelo uma confusão, e andando como um zumbi.
—Eu tinha que me levantar porque eu tenho que levar meu carro para
consertar o ar-condicionado. Ele parou de funcionar e eu não vou dirigir por aí
com este calor sem ar-condicionado.
—Ugh. —Eu concordei. —Eu trabalho até as quatro, mas eu não estou na
agenda esta noite no clube. Então, se eu não vir você antes de ir para o trabalho,
te vejo amanhã.
—Você não vai trabalhar hoje? — Cam disse enquanto caminhávamos para
o estacionamento.
—Oh, bem, eu vou levar meu carro para que você não tenha que se
apressar entre me pegar e, em seguida, começar a trabalhar. — Eu olhei para o
meu carro, notando que algo vibrava ligeiramente na brisa.
Fui até ele, apertando os olhos, tentando ver o que era enquanto me
aproximava. Quando eu soube o que era, parei e olhei para ele, com uma
sensação estranha tomando conta de mim.
149
—Um dólar? —Repetiu Cam, olhando por cima do meu ombro.
—Sim. —Eu concordei, imaginando o que era engraçado sobre uma nota de
dólar.
150
Broadway at the Beach estava lotado. Não fiquei surpresa, no entanto,
porque era fim de semana e era verão. O tempo estava lindo, céu azul claro, as
nuvens brancas, e o cheiro fraco do oceano pairavam no ar.
Mas, como todos os outros dias no Sul, estava quente. Não era o calor que
estava assassino, porém. Não, o pior era a umidade. Era um daqueles dias em que
o ar grosso, estagnado, ameaçava sufocá-lo. Ele batia contra seu corpo,
ameaçando levar a última gota de umidade que você tinha em sua pele, e
torcendo apenas para passar alguém novo.
151
—Oh droga. Quanto?
—Sim. Eu vou ter que agir como uma puta no trabalho hoje à noite para
pagar por isso.
Ela deixou escapar um suspiro. —Está tudo bem. Meu carro tem que ficar lá
durante a noite. Eu acho que a peça estará aqui pela manhã. Eu sei que você está
fora esta noite, mas você se importaria de me dar uma carona para o trabalho?
Posso pedir a uma das outras meninas para me deixar a caminho de casa.
—Não vai sair com Cam? —Ela disse, fazendo barulhos de beijos em seu
lado da linha.
Meu telefone soou e eu puxei-o da orelha, olhando para a tela. Minha mãe
estava chamando. —Cam tem que trabalhar hoje à noite. —Eu disse ao telefone,
rindo.
—Bem, talvez você deva tomar uma bebida no bar depois de me deixar.
—Talvez eu vá.
152
Nós nos despedimos e eu desliguei. Uma mensagem apareceu na tela que
dizia: “Novo Correio de Voz”. Um casal aproximou-se, e coloquei o telefone na
borda do carrinho, e abri o refrigerador para fazer duas raspadinhas, uma de
framboesa azul e uma de melancia, em seguida, coloquei o dinheiro no caixa.
Meus olhos foram imediatamente para o caixa, mas estava fechado e não
parecia ter sido prejudicado. Todos os aromas ainda estavam lá também. Dei de
ombros, pensando que alguém provavelmente tinha visto alguém e que correu
para alcançá-lo.
Então eu percebi.
Ela estava ali mesmo ao lado do caixa. E agora o espaço estava vazio.
—Hey! —Eu gritei, mesmo que fosse tarde demais. A pessoa já estava fora
de vista. Corri até o outro lado do carrinho, pensando que talvez ela tivesse caído
no chão.
153
Passei tanto tempo o abrindo e fechando esta manhã, e estava tão quente,
que parte do gelo começou a derreter e pingar no fundo.
—Eu a deixo sozinha por algumas horas e... — uma voz falou lentamente
atrás de mim. Ele me assustou e eu gritei, deixando cair o telefone novamente no
gelo.
—Sério? — Eu suspirei.
—Eu não acho que o meu telefone teria bom gosto para arroz cozido.
—O que?
154
Ele torceu o nariz. —Por que fariam isso?
—Era valiosa?
Eu balancei minha cabeça. —Ele era feita de vidro. Não era cara, mas era a
minha favorita.
Ele passou um braço em volta dos meus ombros, me puxou para o seu lado
e beijou o topo da minha trança. —Vamos comprar para você uma nova.
—Eu adoraria.
—Esta noite.
—Eu preciso. Mas troquei com um dos outros barmen. Agora eu estou livre
esta noite e trabalho amanhã com você.
155
Ele balançou a cabeça e tomou um gole de seu refrigerante. —É óbvio que
você sente falta de mim terrivelmente quando eu não estou por perto. E você
maltrata seu pobre telefone celular.
Dei de ombros e me calei antes que deixasse escapar algo como “qualquer
coisa, desde que eu esteja com você”. Se eu não tivesse cuidado, eu estaria
batendo meus cílios para ele e me oferecendo para alimentá-lo com uvas.
—Eu acho que é pacífico. Toda a água e os peixes. As cores... —Ele estava
me observando então peguei meu refrigerante e tomei um gole.
Eu rodei uma batata frita ao redor do meu ketchup. —Eu não tive muitos
encontros desde o colegial.
—Você não vai me dizer que uma garota como você não recebeu ofertas.
156
—Eu perdi um monte de tempo e energia em um cara durante todo o
ensino médio. Ele era um idiota. Depois disso, decidi passar mais tempo comigo e
não com caras.
Sim, eu estava. Ele era como um ímã gigante para Harlow, que me puxava
com um único toque. —Só não venha a ser um idiota, ok? — Eu disse, brincando.
Eu disse-me que era melhor assim. Que descobrir que ele era um idiota
agora era melhor do que mais tarde, depois que ele roubasse meu coração.
Mas ele não saiu, ele não tinha uma carranca por ofendê-lo. Ele deslizou
para o meu lado da cabine, com o quadril e a perna direita pressionados ao meu
lado. Então, ele passou o braço pelas costas do banco, e usou a mão livre para
segurar o meu queixo para que ele pudesse olhar nos meus olhos.
157
—Você não deu para o cara errado. —Ele murmurou.
—Sua virgindade. Você não deu para o cara errado. Sei que fomos rápidos.
Eu sei que você provavelmente acha que eu vou desaparecer como o sol em um
dia nublado. Mas eu não vou a lugar nenhum. Eu ainda estaria aqui se não tivesse
dado a si mesma para mim. Mas você se deu. E você sabe que essa parte é apenas
uma das muitas partes que eu penso em reclamar. Partes que eu nunca pretendo
deixar ir.
Eu descansei minha cabeça na parte de trás de seu braço e sorri. —Você vai
me beijar ou o quê?
Seus lábios não exigiram nada, mas deram tudo, e ele inclinou-se para que
estivesse praticamente em volta de mim. Ele tinha gosto, fracamente, de Cherry
Coke, meu favorito, e eu lambi sua boca querendo outro gostinho.
158
—Eu tenho que voltar ao trabalho. —Eu disse, me sentindo muito
chateada.
—Eu vou ajudá-la com o carrinho. —Disse ele, reunindo ambas as nossas
bandejas e depositando-as no lixo.
Quando cheguei mais perto dele, ele me olhou. Seu olhar cor de café focou
em mim, e minha barriga deu um salto. Em seguida, deu outro. O canto da sua
boca curvou para cima e ele estendeu a mão, me puxando para que minhas
costas estivessem contra sua frente e nós dois estivéssemos olhando para a água
escura.
159
Logo quando eu estava bem perto dele, ele inclinou o braço livre contra a
grade, efetivamente me enjaulando entre ele e a ponte.
—Ei, você.
Ele esticou seu punho esquerdo e abriu-o na minha frente, revelando uma
mão cheia de alimentos para peixes. —Quer ajudar?
As pontas dos meus dedos roçaram sua mão, e eu catei alguns dos
alimentos e os joguei para dentro da água. Um muito grande e brilhante peixe
vermelho atingiu a superfície, abrindo sua boca carnívora para engolir
avidamente a comida.
Ficamos ali em silêncio, com nossos corpos se tocando, sem dizer nada até
que a palma da mão estava vazia.
Sexo com Cam esta manhã tinha sido incrível, uma experiência
verdadeiramente incrível, mas eu estava percebendo que este momento aqui,
onde nós estávamos calmos e ainda juntos, era o tipo de momento que nos atraia
ainda mais perto de uma maneira que o sexo nunca poderia.
Química entre duas pessoas era uma coisa... Mas isso... Essa sensação que
estava borbulhando dentro de mim e fazendo tudo isso parecer trêmulo e
animado, era algo completamente diferente.
—Agora?
—Sim, agora.
160
—Mas eu estou toda suada e suja do trabalho.
—O suor é nojento.
—Vamos, eu vou te levar para casa, assim você pode tomar banho.
Eu sorri e subi atrás dele depois que ele amarrou o capacete na parte de
trás.
—Eu seria como o maior idiota vivo, se eu dirigisse por aí com um capacete
em minha cabeça e não na minha menina.
Minha menina.
Juro que tudo o que saía de sua boca me transformava em uma pilha
gigante de carne derretida.
161
—Segure-se. —Disse ele, e ligou a moto enquanto meus braços enrolaram
ao redor de sua cintura. Quando saímos do estacionamento, eu inclinei-me contra
ele, pressionando meu rosto em suas costas, e observando a paisagem passar
lentamente.
Eu me agarrei a ele até que ele soltou meus braços e saiu da moto.
—Vou correr até em casa para tomar banho e me trocar. Estarei de volta
em uma hora para buscá-la.
Roxie estava sentada no sofá, lendo uma revista de fofocas. —Hey. —Eu
chamei a caminho da cozinha para pegar uma garrafa de água fria.
162
—Ele trocou seu turno e agora está de folga também.
—Eu espero isso mais cedo ou mais tarde. —Disse ela, olhando para baixo
em sua revista. —Ooh, olha, Ian Somerhalder tem um novo cachorro!
Eu ri. —Eu tenho que tomar banho. Ele estará aqui em breve. —Eu enfiei a
mão em minha bolsa e tirei as chaves do carro. —Aqui, você pode simplesmente
pegar o meu carro para ir ao trabalho. Eu não vou precisar de qualquer maneira.
Dessa forma, você não terá que pedir a ninguém por uma carona para casa.
—Absolutamente.
163
164
Fiel à sua palavra, uma hora depois, ele tocou a campainha da porta. Corri
para abri-la, com borboletas vibrando dentro de mim enquanto eu ia.
Ele segurava um frasco de vidro com uma alça. —Trouxe-lhe uma coisa.
Disse ele, sorrindo.
—Não é qualquer pote de arroz, mas o arroz que vai salvar o seu telefone.
—Eu pensei que fosse melhor do que flores. —Disse ele, fechando a porta e
seguindo-me para a cozinha onde eu coloquei o meu presente. —Bem, isso e
flores que teriam sido apenas um monte de hastes após a viagem na minha moto.
—Claro. Qualquer desculpa para ter seus braços em volta de mim. —Ele
estendeu a mão para mim, dando-me um beijo longo e lento.
—Obrigada pelo meu presente. —Eu disse quando ele se afastou. Minha
voz estava sem fôlego e meu coração disparado.
—Eu espero que sim, também. — Eu comecei a me virar para pegar minhas
coisas. —Deixe-me pegar minha bolsa e podemos ir.
165
—Mas ela tem o meu dinheiro e meu... — Eu protestei, mas ele me cortou.
—Você não precisa de nenhum dinheiro. Esta noite é por minha conta.
—É apenas a minha maneira de ter certeza de que você será toda minha
hoje à noite.
—Eu acho que não deveria ter usado uma saia. —Pensei quando tentei
sentar-me no couro quente. Não estava dando muito certo. Eu estava vestida
com uma longa saia de malha tingida com azul marinho e branco. Eu usava uma
blusa branca folgada em camadas sobre um top confortável, e enfiei a frente da
blusa branca no cós da saia. Para finalizar, eu adicionei uma corrente de prata
longa com um par de penas coloridas na extremidade como um pingente. Eu
deixe meu cabelo castanho liso e solto.
—Talvez eu devesse me trocar. —Eu disse com uma risada quando não
podia abrir minhas pernas sobre a moto por causa da saia.
166
Cam riu e rapidamente levantou-se, estendeu a mão, e puxou a saia em
torno das minhas coxas, colocando o tecido extra debaixo da minha parte inferior,
e acomodou-se entre as minhas pernas como se ele pertencesse ali.
Ele me perguntou sobre a minha cor favorita (verde), meu filme favorito
(Uma Linda Mulher), e então eu disse a ele sobre meus planos de me tornar um
dia uma conselheira de carreira.
Quando jogamos golfe, ele atingiu o buraco com uma tacada e eu perdi
minha bola... O que nos levou a ter que procurar por ela... Atrás da cachoeira. Nós
não encontramos a minha bola, mas eu descobri que ele não estava a
escondendo em qualquer lugar em seu short.
—Não?
—Onde?
167
Ele sorriu maliciosamente e acariciou o assento da moto. Nós terminanos
na Broadway at the Beach. —A maioria das lojas está fechada, Cam. —Eu disse,
pensando certamente que nós não iríamos sair para comer novamente.
Ele me levou até a fonte de água gigante em frente ao aquário, que tinha
estátuas gigantes de arraias saindo das águas. —Eu acho que eles fecham em
quinze minutos.
Ele não parou para comprar nossos ingressos. Ele simplesmente aproximo-
se do balcão, onde uma das meninas que estava trabalhando nos viu e apontou
para a porta. Ela vibrou quando nos aproximamos, e ele abriu-a e fez sinal para eu
ir em frente.
O edifício era muito grande, com tetos altos e um conceito bastante aberto.
Em frente havia uma rampa que descia para a área inferior, onde os tanques e
programas de alimentação estavam. Ao longo do caminho, eles também tinham
alguns quartos separados, dedicados a determinados temas de interesse. À
esquerda havia uma loja de presentes, cheia até a borda com bichos de pelúcia,
camisetas, e várias recordações. Além da loja de presentes, havia uma área que
levava a um nível mais baixo, e a um de caranguejos e arraias, onde os visitantes
poderiam colocar suas mãos na água por uma chance de tocar no peixe. Também
no nível superior ficava uma lanchonete.
168
embora, e o edifício estava quase vazio. Havia alguns funcionários movimentando
ao redor, limpando, e fazendo o que os funcionários faziam no encerramento.
Ele sorriu maliciosamente. —Eles podem ter tido uma ideia de que eu a
traria aqui.
—Você deve vir aqui muito. Eu pensei que teria que ser mais convincente,
mas na hora em que eu disse seu nome, eles sabiam exatamente quem eu queria
dizer, e não hesitaram em concordar.
Minha boca se abriu e ele sorriu. —Nós temos todo este lugar para nós?
—Você disse que este era o seu lugar favorito. — Ele soltou nossas mãos
para arrastar os dedos pela minha bochecha.
Esta foi facilmente a coisa mais bonita, mais romântica que alguém já tinha
feito para mim. Eu nem sequer sabia o que dizer. —Ele é o meu lugar favorito.
Eu... Muito obrigada, Cam.
169
Dei-lhe um olhar confuso. —Estragar mais o que?
Ele passou o polegar ao longo do lado do meu lábio. —Você sabia que o seu
lábio superior é apenas ligeiramente maior do que o inferior?
—É. E é tão sexy que me deixa louco. Ele grita para eu sugá-lo.
Isso enviou uma onda de desejo em mim. Deus, as coisas que ele fazia para
mim. —Você acha que estragou alguma coisa? —Perguntei, puxando a mão dele
antes que eu o atacasse aqui.
—Como?
—Encontros que acabam com alguém no centro médico não contam como
encontros.
—Você tem feito tudo certo. Eu não posso imaginá-lo fazendo isso de outra
forma.
—Estou falando sério quando digo que eu não quero que você pense que
estou somente atrás de você por causa do seu corpo sexy.
170
—Eu posso ver isso. —Eu disse, puxando-o em direção a um grande tanque
cheio de água-viva. —Mas eu acho que, eu e sexy na mesma frase, é um desastre.
Adam provavelmente deu-me esta noite de folga, porque ele estava com medo
de que eu fosse arruinar sua noite mais movimentada da semana no clube.
De qualquer forma, estar aqui a esta hora da noite foi tão especial e
incrível. As únicas luzes vinham dos tanques e da pequena iluminação revestindo
o piso. A grande sala com o tanque onde eles faziam os shows de mergulho, tinha
uma iluminação neon, e uma grande tela plana que mostrava fotos e fatos sobre
determinados tipos de peixe existentes nos tanques.
171
—Toda vez que eu venho aqui, há algo novo para ver. Está sempre
mudando, no entanto, permanece o mesmo.
—Sim, eu posso ver porque você gosta tanto. Esqueci-me de como era legal
aqui.
Eu apontei para um dos maiores tubarões que tinha aqui enquanto ele
nadava acima de nós. Saímos da esteira transportadora e entramos em um
corredor escuro, que conduzia a outro tanque. Em vez de caminhar no meio, ele
se inclinou contra a parede e abriu as pernas, puxando-me entre elas. Suas mãos
estavam no meu cabelo instantaneamente, correndo através dos fios sedosos, e
ele levantou meu rosto para ele e inclinou sua boca sobre a minha. Ele me beijou,
virando a cabeça para um lado e depois o outro. Cada vez, o beijo igualmente
agredia meus sentidos, mas de uma forma totalmente nova.
Ele fez jus a suas palavras anteriores, e chupou meu lábio superior em sua
boca, amassando-o com a língua. Um gemido involuntário irrompeu na parte de
trás da minha garganta, e eu levantei-me na ponta dos pés, tentando me
aproximar ainda mais.
Umidade inundou minha calcinha, com meu corpo quase exigindo o dele.
Meus músculos começaram a tremer e meus joelhos começaram a ficar igual
gelatina enquanto o beijo continuava, e assim por diante.
Eu deslizei meus dedos por baixo da barra de sua camisa pólo de algodão
branca, e levantei-a, abaixando minha cabeça para lamber o centro de seu
abdomen e pressionar beijos suaves ao longo de todo ele. Ele gemeu e relaxou
contra a parede, com as mãos caindo para os lados, a minha boca moveu-se para
cima e parou em um de seus mamilos, enquanto eu rolava a minha língua em
torno dele, provocando-o até ficar duro.
172
Eu fiz um som e tentei chegar perto dele novamente. —Não é minha culpa
que você me deixa louca. —Eu disse a ele.
Ele riu e pegou minha mão, puxando sua camisa de volta para baixo.
—Vamos lá.
Eu pensei que ele fosse me levar para a saída. Ele não o fez.
Em vez disso, ele levou-me de volta através das passagens e em todo o piso
principal até o centro, onde várias atrações estavam esperando por nós para
explorar. Nós não paramos; ele apenas continuou indo, com seus pés acelerando
a cada passo que dava.
—Para onde estamos indo? —Perguntei assim que nós dobramos a esquina
para o maior tanque do lugar. Era o tanque onde eles faziam os shows de
mergulho. Era completamente do chão ao teto com dois corredores que uniam
ambos os lados.
—Como você espera que eu passe um encontro inteiro quando sua boca
quente envolve em torno do meu mamilo e suga com a pressão certa? —Ele disse
entre beijos.
173
Ele trouxe os quadris para frente sem levantar a boca, para que sua
excitação roçasse contra mim, pedindo-me, me provocando com a sua
necessidade.
Ele levantou a cabeça, pressionando o beijo mais suave nos meus lábios, e
então nossos olhos se encontraram.
Eu solucei.
—Eu amo as suas respostas. —Ele sussurrou. —Eu quero você agora, baby.
Eu posso ter você agora?
Eu balancei a cabeça, incapaz de formar até mesmo uma única sílaba para
responder.
Mordi o lábio inferior para não gritar e, quando seu dedo começou a
mover-se, foi o suficiente para que eu me inclinasse e afundasse os dentes em
seu ombro direito através de sua camisa.
Apenas quando eu pensei que poderia explodir, ele tirou a mão e baixou
seu short. Ele enfiou a mão no bolso de trás, tirou um pacote, e usou os dentes
para abri-lo.
174
—Você acha que alguém vai nos ver? —Murmurei, com o desejo deixando
minha voz grossa.
—Eu gosto desse nome. —Eu disse enquanto ele segurava o preservativo.
—É? —Ele sussurrou, alcançando entre nós. —Ajuda-me com isso, querida.
—Isso não será como da última vez. Será mais rápido, mais forte. Se eu te
machucar, mesmo que seja pouco, diga-me, está bem? E eu vou parar.
Seus músculos dos braços tremiam quando ele olhou para baixo. —Você
está bem?
Ele riu e me agarrou pelas costelas, deslizando meu corpo para cima e para
baixo ao longo do comprimento dele. Tudo dentro do meu corpo voltou a ficar
líquido. Eu teria deslizado direto para o chão se ele não estivesse me segurando.
175
Ondas de choque e prazer tomaram conta de mim enquanto eu continuava
a moer contra ele, e pequenos ruídos escaparam de mim quando o orgasmo me
atingiu completamente.
Cam enterrou a cabeça no meu pescoço e gozou, seu corpo lutando contra
mim e sua respiração quente na minha pele. A mão que tinha estado contra a
parece baixou, e ele acariciou minha perna enquanto nós dois acalmávamos os
nossos corações acelerados.
—Não. Eu adorei. —Meus pés bateram no chão e minha saia caiu em torno
de mim. Meu top ainda estava meio puxado para baixo, e ele ajustou para que
nada aparecesse.
—Acha que há algum tipo de clube para pessoas que fazem isso em
aquários?
Eu ri.
Cam ainda estava no banheiro dos homens quando eu saí, então eu andei
até o pequeno tanque onde as arraias estavam nadando, e coloquei dois dedos na
176
água fria e os mantive lá, esperando para ver se alguém viria e me permitiria
acariciá-las.
Quando ela se foi, ele beijou o topo da minha cabeça e me entregou uma
toalha para limpar a água das minhas mãos.
—Ele tem seu nome nele. —Disse ele, levantando uma pequena etiqueta
branca que definitivamente tinha o meu nome nela.
177
—Você fez isso? —Perguntei, tocando o centro e, em seguida, explorando o
couro trançado.
Eu entreguei a ele e, em seguida, estendi o meu pulso para que ele pudesse
colocá-la. —Eu não consigo pensar em nada que eu gostaria mais. O fato de que
você fez isso só torna ainda melhor.
Ele apertou-a e então eu puxei minha mão, virando-a para que eu pudesse
olhar para baixo, para a forma como ela enrolava no meu pulso.
Eu joguei meus braços em volta do seu pescoço, ficando na ponta dos pés e
o abraçando tão forte quanto eu ousava. — Você é realmente bom com as mãos.
—Murmurei, pressionando um beijo na parte inferior de sua mandíbula.
—Eu ainda não posso acreditar que você planejou tudo isso.
Eu balancei a cabeça.
No meio do caminho, ele pegou uma pequena arraia branca, recheada com
pontos marrons e entregou-a para mim. Então ele correu de volta para o balcão,
pôs algum dinheiro sobre a mesa, e depois deixamos o aquário para sair para a
noite.
178
A Broadway estava quase inteiramente vazia, e a fonte estava iluminada
com luzes cor de rosa e azul. O som da água que derramava do alto soava como
uma tempestade em um dia ensolarado.
—Que horas são? — Eu perguntei quando notei que o meu Toyota estava
estacionado nas proximidades. —Roxie já está em casa.
—Eu não olhei para o relógio. —Disse ele. —Não pode ser duas da manhã,
no entanto.
—Provavelmente.
—Eu não quero ir rápido demais e estragar isso. —Disse ele, seus olhos
varrendo o meu rosto.
—Eu acho que nós devemos apenas parar de nos preocupar se estamos
indo muito rápido, e apenas irmos a nosso próprio ritmo. —Eu disse, realmente
querendo dizer isso. Quais eram as regras para isso de qualquer maneira? Havia
alguma? Quero dizer, eu passei quase quatro anos com um cara que eu senti
como se estivesse esperando o momento perfeito para tudo. Mas esse tempo
nunca veio. Porque ele não era o cara certo.
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Eu não tinha certeza se Cam era o cara certo, mas depois de hoje à noite,
eu estava pensando que ele poderia ser.
Ele abriu a boca para responder, mas eu não ouvi o que ele disse.
180
Quando Roxie gritou, a porta do meu apartamento se abriu, batendo contra
a parede com um som de quebra acentuada. Eu não tinha notado até aquele
momento que a luz da varanda acima da nossa porta estava desligada, e só tinha
um poste aceso nas proximidades.
—Oh meu Deus, Roxie. —Eu disse, caindo de joelhos na frente dela. —O
que aconteceu? Você está bem?
181
—Eu estou bem. —Disse ela, com a voz um pouco instável. —Ele não fez
nada para mim.
—Eu o vi correr para fora daqui. O que aconteceu? O que você está fazendo
em casa tão cedo?
—Eu não estava me sentindo bem. Eu tenho uma dor de cabeça horrível. Eu
só tive um par de horas de sono na noite passada, e eu me sentei naquela
garagem metade do dia, e eles não tinham qualquer ar condicionado também.
Ela assentiu com a cabeça. —Adam me mandou para casa. Ele me disse que
eu parecia uma merda.
—Ele deve ter ficado vigiando o apartamento, esperando por mim. A luz da
varanda estava desligada quando cheguei em casa, e eu só pensei que estivesse
queimada. Quando eu estava tentando abrir a porta, ouvi o barulho de vidro sob
os meus pés e percebi que a lâmpada tinha sido quebrada.
Fiz ruídos simpáticos enquanto horror corria sobre minha pele, deixando
para trás uma fina camada de arrepios.
—Eu me virei para ir embora, mas ele já estava subindo os degraus. Tentei
entrar e prendê-lo, mas ele empurrou a porta e me abordou. Eu consegui chutá-lo
e fugir, mas ele me pegou novamente e foi me arrastando pela sala quando eu
caí.
Uma garrafa de água fria apareceu diante de Roxie e ela olhou para Cam,
que oferecia a ela. —Obrigada. —Ela murmurou e pegou-a, tomando um gole e
dando uma respiração profunda. —Eu gritei para ele parar e me deixar em paz. E
182
era tão estranho. Sempre que eu dizia isso, ele fazia uma pausa, como se
estivesse realmente considerando o meu pedido.
—Ele se levantou e correu para fora da porta da frente. Então você chegou
aqui.
Ela se encolheu e ele se afastou. —Eu acho que sim. —Disse ela, ainda
chorando.
—Eu vou chamar a polícia. —Disse ele e ficou de pé, puxando o seu
telefone celular.
Ao som de sua voz, ela começou a chorar ainda mais forte. Seus olhos
arregalaram-se, e ele olhou para Cam por uma explicação.
183
O rosto de Adam ficou completamente branco. Então ele atravessou a sala
e estendeu a mão para ela. Ela me soltou e moveu-se de boa vontade em seus
braços. Ele a pegou do chão enquanto Cam falava baixinho ao telefone.
Eu assisti Adam levá-la até o sofá e sentar-se com ela em seu colo. Ela não
era uma menina pequena. Ela era muito alta, mas ela parecia pequena sentada
em seu colo.
—Hey. —Ele murmurou, tentando puxá-la para longe de seu peito. Ela se
agarrou a ele, não se mexendo, não querendo se mover. —Eu só estou tentando
ver se você está ferida. —Ele disse a ela calmamente. —Deixe-me ver.
Ela deixou-o afastá-la e ele a olhou. Assim como eu fiz. Não parecia haver
qualquer dano que eu pudesse ver.
—É uma boa coisa, porra. Eu vou matá-lo. —Disse ele, com sua voz calma e
mortal. Ele era realmente intimidante.
Roxie começou a chorar mais e Adam xingou. —Eu não queria te assustar.
Acalme-se. Eu não vou a lugar nenhum.
—Os policiais estão a caminho. —Cam disse quando ele desligou o telefone.
Ele aproximou-se e fechou a porta da frente, bloqueando-a para uma boa olhada.
184
—Teríamos de voltar para casa algum dia. —Eu disse a ele.
—Ele quem? —Perguntei, indo ao redor do sofá para olhar para ela.
Adam soltou uma série de palavrões que deveriam ter lhe rendido um
prêmio. Mesmo Cam soltou alguns enquanto ele sentava na única cadeira da sala
além do sofá.
—Então, foi Craig quem estava aqui? —Perguntei, tentando dar sentido a
tudo isso.
—Roxie, tem certeza de que era Craig? Ele disse alguma coisa para você?
Ela fez um som frustrado e apertou mais ainda a camisa de Adam. —Não,
ele não falou. Eu não... Eu não tenho certeza. Mas quem mais poderia ter sido?
Quem, de fato?
Ainda assim, ficou claro que Roxie estava com medo. E estava claro que era
de Craig que ela estava com medo.
185
Eu tomaria isso como um sim.
—Por quê?
Roxie assentiu e saiu do colo de Adam. Ela endireitou sua calça de ioga e
camiseta, e enfrentou o policial magro e um atarracado que vinha atrás dele.
186
Os policiais ainda estavam lhe fazendo perguntas quando Cam abriu a porta
da frente e olhou para fora. Eu fui até ele e olhei ao redor da porta aberta.
—Volte para dentro. —Disse ele suavemente. —Não, eu não vou embora.
—Você tem uma vassoura? Vou varrer este vidro da lâmpada quebrada.
Fui para a cozinha para pegar a pá de lixo e vassoura e dei a ele. —Eu posso
fazer isso na parte da manhã.
Uma vez que o vidro foi limpo, ele o jogou fora e colocou a pá de lixo de
volta na cozinha. Eu ainda estava de pé na porta, olhando para fora. —Não fique
aí. — Ele falou baixinho, pegando a minha mão e me puxando para longe da
escuridão.
Ele fechou a porta atrás de mim e roçou os dedos no lado do meu rosto.
—Eu não estou. — Meus olhos foram para Roxie falando com a polícia. E se
eles não puderem provar que era Craig? Será que eles simplesmente o deixariam
lá fora, para que ele pudesse voltar?
187
tinha olheiras sob seus olhos, e quando ela levantou a água para seus lábios, suas
mãos tremiam.
—Você deve ir para a cama. —Eu disse a ela, entregando-lhe uma garrafa
de Motrin para tomar com sua água.
—Eu vou ficar esta noite. —Cam disse a ela. —Vocês meninas não estarão
sozinhas.
Roxie e eu viramos para olhar para ele. —Você vai dormir aqui esta noite?
—Perguntei.
Ele assentiu. —Vou ficar no sofá. — Ele olhou para Roxie. —Apenas no caso
de alguém precisar de qualquer coisa.
Roxie visivelmente relaxou com o anúncio de Adam, por isso achei que era
uma boa ideia. Eu encontrei um cobertor e Roxie lhe deu um travesseiro de sua
cama. Cam e eu dissemos boa noite enquanto Adam usava o seu telefone para
checar o clube.
Hoje à noite tinha sido tão maravilhoso. Nem mesmo todas as coisas ruins
que aconteceram desde que chegamos em casa, poderiam tirar toda a vertigem
que eu senti sobre o meu primeiro encontro oficial com Cam.
188
Algo chamou minha atenção.
Então eu soube que a razão nada tinha a ver com Roxie, esta noite, quando
alguém invadiu esta casa.
189
Os próximos dois dias se passaram em um borrão. Eu andava no piloto
automático, indo para o trabalho, vendendo raspadinhas, dançando (vamos
encarar, eu nunca seria uma grande stripper), e servindo bebidas no Mad Hatter.
No meio de tudo isso, Roxie e eu obsessivamente verificávamos as fechaduras das
portas e olhávamos para as sombras do estacionamento à noite.
Será que isso realmente importa? Porque quanto mais eu pensava, mais eu
ficava obcecada, e mais eu começava a pensar que não era Craig. Eu estava
começando a pensar que o visitante de Roxie estava atrás de mim.
Mas isso parecia louco, tão louco que eu não tinha confiado os meus medos
a ninguém. Por que alguém viria atrás de mim? Eu era uma estudante
universitária quebrada, que passava todo o seu tempo no trabalho. Claro, eu
tinha amigos, mas ninguém com quem eu realmente andava. Minha companheira
de quarto tinha sido a única pessoa que passou um tempo comigo fora da escola,
e ela mudou-se para outro estado no mês passado, para obter um emprego com
sua nova e brilhante graduação em bacharel.
Foi a razão pela qual eu estava tão feliz por ter encontrado Roxie. Ela
parecia boa amiga. E Cam... Cam era material para namorado perfeito. Não que
nós fôssemos oficiais ou qualquer coisa. Nós realmente não tínhamos tido tempo
para ter a “conversa”. Além disso, era tudo ainda muito novo. Não havia
nenhuma razão para apressar as coisas. Sim, está bem, algumas pessoas podem
dizer que apressamos as coisas por já termos tido relações sexuais tão rápido,
190
mas a maneira que eu vejo é que eu tenho vinte e um anos de idade, uma mulher.
Vou para a faculdade, trabalho em dois empregos, e cuido de mim. Cam me faz
sentir coisas que nunca senti antes. Meu corpo praticamente ronrona sempre que
ele está próximo. Seu toque embaralha os meus pensamentos e me transforma
em gelatina. Eu poderia não amá-lo (ainda não de qualquer maneira), mas eu
tinha idade suficiente para tomar minhas próprias decisões.
—Você está bem? —Ele perguntou, olhando para baixo. —Você ainda está
chateada com a outra noite? — Ele passou um dedo debaixo do meu olho onde
eles estavam, sem dúvida, sombreados com olheiras.
Dei de ombros.
—Fale comigo.
—Eu não sabia se nos veríamos hoje. —Eu disse, mudando de assunto.
191
Eu sabia que era apenas uma expressão, mas cada vez que ele me chamava
de sua menina, ou querida, algo dentro de mim derretia um pouco mais. —Estou
feliz que você veio.
Ele inclinou-se e me beijou. Seu beijo era como um bom livro ou filme. Ele
me transportava completamente para outro lugar. Levava-me para fora da minha
própria cabeça, e eu não fazia nada além de me perder nele.
—Eu preciso?
—Sério, como é que você vai comer tudo isso? —Perguntei observando-o
enfiar uma colher enorme do sorvete em sua boca.
Abri a boca e ele deslizou a colher entre meus dentes e, em seguida, puxou-
a de volta, com meus lábios arrastando todo o plástico frio enquanto ele puxava.
Seus olhos escureceram enquanto observava o movimento da minha boca.
192
—Definitivamente não. — Eu segurei a casquinha para ele, e ele lambeu o
lado dela lentamente.
Depois que ele engoliu, ele baixou a voz e inclinou-se ainda mais perto.
Ele parecia tão bom hoje com um chapéu de baseball azul-marinho virado
para trás, cobrindo seu cabelo loiro, que contrastava com seu bronzeado praiano
que nunca ia embora, e vestindo uma camiseta branca, calção azul-marinho com
uma faixa cinza ampla de cada lado.
—Não. —Eu disse, franzindo a testa. —Eu realmente pensei que eles
deveriam ter dito algo a Roxie até agora.
—Eu posso ver isso nos seus olhos. Você tem estado muito calada desde a
outra noite. O que está te incomodando?
Cam franziu a testa. —Vamos, vamos para outro lugar para conversar.
Fomos para a praia. Nós dois deixamos os nossos sapatos no banco de trás
do meu carro e tomamos o nosso sorvete andando na areia e caminhando ao
longo da borda da água. O calor era mais suportável aqui por causa do vento forte
que saía das ondas.
193
—Isso vai parecer loucura. —Eu disse enquanto caminhávamos. —Mas eu
estou começando a me preocupar que não foi Craig na outra noite.
—Eu não sei. Mas eu tenho esse pressentimento ruim de que ele estava
atrás de mim.
—Você sabe a fivela que eu perdi, aquela que alguém pegou do carrinho no
outro dia?
Ele assentiu.
—Não. Eu fui trabalhar com ela naquele dia. É a única fivela que tenho
assim, alguém a levou... E então ela apareceu no meu quarto.
—Você acha que a pessoa em seu apartamento na outra noite foi para
deixar alguma coisa lá?
—Você acredita?
Eu não sei por que, mas lágrimas ardiam nos meus olhos. Pisquei
furiosamente, tentando fazê-las irem embora. Cam pegou minha casquinha de
chocolate e a colocou dentro de sua maior de waffle meio comido, colocando-os
na areia.
194
Ele puxou-me em seus braços, envolvendo-os em torno de mim, me
segurando perto e apoiando o queixo no topo da minha cabeça. —Por que não
disse isso mais cedo, querida?
—No começo, eu pensei que só estava sendo irracional. Mas quanto mais
eu penso sobre isso...
—Tem mais?
—Roxie levou meu carro naquela noite. —Eu comecei. —Ela e eu temos a
aparência semelhante... Nós temos o cabelo escuro longo. Nós duas somos cheias
de curvas...
—Mas você está com medo. — Seu braço veio ao redor da minha cintura,
com os dedos tocando minha barriga. Ele deslizou meu corpo ao seu lado e eu
deitei minha cabeça em seu peito.
195
Suspirei. Eu poderia sentar-me assim, enrolada em seu lado durante todo o
dia. —Talvez um pouco.
—Não há problema em ter medo. —Ele me disse. —Isso não faz de você
fraca. Isso faz você inteligente.
—Eu sei.
—Verificando se aquele galo ainda está aqui. Eu acho que danificou sua
mente quando você caiu.
—Ha. Ha.
Ele deu um beijo na minha testa. —Quer que eu fique na sua casa esta
noite?
196
Eu queria. Eu sabia que me sentiria melhor se ele estivesse ali. —Você não
tem que fazer isso. Eu ficarei bem.
—Eu sei que não tenho que fazer isso. Eu quero. Dormir com você é muito
mais emocionante do que dormir sozinho.
—Você dormiu sozinho muitas vezes? —Eu perguntei antes que eu pudesse
cortar o desejo de falar. —Isso realmente não é da minha conta. —Eu consertei.
—Eu durmo sozinho toda noite que não estou com você.
Isso me fez pensar com quem ele dormiu antes de nos conhecermos, mas
felizmente eu fui capaz de conter essa pequena jóia de pensamento antes que eu
dissesse isso em voz alta.
—Mas eu juro que eu não tenho pensado sobre... Eu nem sequer olhei para
outra mulher desde que você entrou no Mad Hatter, e sentou-se na minha frente
com aquele vestido floral sexy e em pânico.
Certamente não era uma declaração de amor, mas era mais do que o
suficiente para fazer o meu coração saltar uma batida. —Eu realmente gostaria
que você ficasse esta noite. Eu dormiria melhor.
—Você quer dizer que temos de dormir? —Ele ronronou, sua mão
movendo-se para cima e cobrindo meu peito, dando-lhe um aperto suave.
—Isso depende. — Eu passei minha mão pelo seu braço ainda descansando
no meu peito.
197
—De?
—Awww, Cam não quer molhar seu calção. — Eu me preparei, pronta para
correr.
Aqui está a coisa: desafiar um cara atlético que tem pernas quase duas
vezes maiores do que as suas é estupidez.
Eu não queria, contudo, tropeçar nos meus próprios pés e cair. Cam me
pegou pela cintura e levantou-me do chão, me levando para a água enquanto eu
gritava.
Ele continuou andando até que ele estava com o oceano na cintura e além
do ponto onde as ondas quebravam, rolando até a costa. Eu já estava molhada
quando ele me colocou de pé na água e me encarou.
Ele inclinou-se para que a água batesse contra seu peito, e estendeu a mão
para mim, cobrindo minha boca com a dele. Ele tinha gosto salgado como a água,
198
e sua língua era áspera enquanto ele a mergulhava em minha boca. Meus dedos
flexionaram contra a sua camiseta que estava colada ao seu corpo, e minhas
unhas arranharam suas costas enquanto seu beijo se aprofundava. Minhas pernas
embrulharam automaticamente em torno de sua cintura, com meu núcleo
entrando em contato direto com a protuberância sob seu calção.
Uma onda nos abalou um pouco, deixando-nos ainda mais próximos, e nós
dois gememos, beijando com um fervor apaixonado que, literalmente, roubou
meu fôlego. Quando meus pulmões começaram a queimar, eu afastei minha boca
e dei uma sugada de oxigênio necessário, enquanto nós flutuávamos na
ondulação do mar.
Eu gemi quando ele enfiou a mão dentro do meu short e colocou um dedo
sobre o meu clitóris. —Eu... — Mas minhas palavras sumiram quando um
orgasmo ameaçou levar o meu corpo.
—Oh não, você não vai. —Ele murmurou, puxando sua mão.
Eu solucei.
199
Ele desenrolou minhas pernas e me puxou de volta, alcançando entre nós e
desatando o meu short. Eu o desci pelas minhas pernas, enquanto ele o tirava e
flutuava até a superfície entre nós. A água do mar acariciava minha pele e
aumentava a minha excitação ainda mais.
Então ele fez a mesma coisa com a minha calcinha, só que ele a enrolou em
seu pulso como uma espécie de pulseira.
Estendi a mão para seu short, deslizando-o para baixo por suas coxas e
libertando o seu sexo. Minha mão foi para ele, acariciando-o, com a água fazendo
a minha mão deslizar sobre a sua espessura com facilidade.
—Porra, baby.
—Não.
—Você quer?
Ele agarrou meu rosto entre as mãos e me puxou para frente beijando-me
sem sentido. Segurei sua masculinidade latejante e acariciei-o até que os
músculos de seu estômago tremeram.
Ele agarrou meus quadris e me puxou para frente, com minhas pernas
envolvendo em torno de sua cintura mais uma vez. Eu nem sequer tive que guiá-
lo para a minha entrada. Era como se ele se lembrasse do caminho; ele sabia
exatamente onde ele pertencia.
200
—Estou tomando a pílula. — Eu vinha tomando desde que eu tinha
dezessete anos, e pensei que a minha primeira vez seria apenas algumas semanas
depois. Isso não aconteceu, mas eu continuei tomando.
—Você me deixa... — Sua voz foi sumindo enquanto seu pênis flexionava,
roçando-me.
—Eu nunca fiz isso com mais ninguém. —Ele jurou. —Eu nunca fiz isso sem
camisinha.
—Faça. —Eu rosnei, movendo meus quadris para que ele escorregasse para
dentro.
Um tremor passou por todo o seu corpo e moveu-se para o meu. Seu pau
entrou em mim e seus olhos fecharam. Eu segurei um pouco mais forte em torno
de seu pescoço, e ambos apenas ficamos assim, com a água empurrando contra
nós enquanto ele me estendia totalmente.
Ele me segurou perto, com seu aperto sendo quase doloroso. Seus braços
eram como um vício, me segurando tão apertado que nem mesmo a água poderia
ficar entre nós. Ele começou a se mover, lentamente, balançando enquanto
flexionava dentro de mim, porque ele não puxou para fora, mas permaneceu
penetrado profundamente no interior.
Ele estava tão duro e tão profundo, que ele esfregou contra o interior da
minha parede vaginal, e de repente, eu entendi toda essa conversa sobre um
ponto G. Eu tinha certeza de que ele conseguiu encontrá-lo.
Algumas maldições deslizaram dos meus lábios, soando mais como uma
oração do que uma linguagem ruim. —Isso é...? — Sua voz estava rouca e ele
abriu os olhos para olhar para mim.
Ele riu. —Querida, eu não seria mesmo capaz de parar se um tubarão viesse
aqui e comesse meu braço.
201
Eu gemi quando a primeira onda de orgasmo tomou conta de mim. Eu caí
contra ele, deixando-o para apoiar o meu peso completamente. Eu não poderia
fazer isso. Eu não pude me segurar, e experimentei a coisa mais poderosa que
alguma vez assumiu o meu corpo.
Ele durou mais tempo do que qualquer outro orgasmo que eu já senti.
Arrancou seriamente cada obstáculo que estava dentro de mim, e me mostrou a
ele de uma forma que era muito mais íntima do que estar nua com os nossos
corpos se unindo.
Emoção borbulhou em meu peito até que eu pensei que poderia explodir.
Foi quase intenso demais. Se eu não estivesse tão presa na sensação disso, de sua
pele contra a minha pele, eu poderia ter ficado constrangida.
Nenhum de nós disse uma palavra. Não havia palavras que possivelmente
poderia mesmo aproximar do que acabamos de experimentar.
202
Tenho certeza de que os pequenos pedaços do meu coração que ele tinha
reinvidicado desde a noite em que nos conhecemos, já não eram apenas pedaços.
Eu tenho certeza de que meu coração tinha se dado a ele por inteiro, enquanto os
nossos corpos estavam unidos.
Eu balancei a cabeça.
—Eu não vou te machucar. —Prometeu, quase como se ele pudesse ler
meus pensamentos.
Ele me deu um sorriso torto. —Você fica bem com meu chapéu.
—Eu sei.
203
Não havia nenhuma dúvida em minha mente. Meu coração pertencia a
Cam.
204
Cam já estava atrás do bar quando eu entrei no Mad Hatter. Ele estava
usando o uniforme padrão de calça preta, sem camisa e uma gravata borboleta.
Hoje à noite o chapéu estava longe de ser visto, e seu cabelo ainda estava
parcialmente confuso, o que me lembrou do jeito que eu passei meus dedos por
ele apenas algumas horas antes.
—Sem problemas.
Eu não era uma pessoa violenta, mas nessa fração de segundo, eu pensei
em fazer algum dano corporal.
—Aqui está a sua bebida. —Disse ele, entregando o copo. —Por conta da
casa.
—E o seu número?
Só então passei pelo bar no meu caminho aos bastidores. Cam chamou
minha atenção e piscou.
205
Ele sabia que eu estava assistindo.
—É a coisa toda de bad boy. Toda mulher pensa que ela quer um, até que
realmente tem um. Então, ela não pode correr rápido o suficiente.
Eu acho que não poderia realmente dizer se isso era verdade. Meu ex na
escola era um idiota, e espalhou boatos sobre mim, mas ele não era realmente
um bad boy. Desde então, eu praticamente evitei namorar a todo custo. Tudo
parecia demais. Até que eu conheci Cam.
Fiquei imaginando o que a polícia faria agora. O que isso significava para o
nosso caso, se eles eliminaram o único suspeito que nós tínhamos?
206
—Você está tão cansada quanto eu? —Ela perguntou, cansada, colocando a
maquiagem e olhando para mim.
—Sim. Cam disse que ficaria na nossa casa hoje à noite. Talvez possamos
dormir um pouco.
—Bem, eu vou. —Disse ela, dando-me uma olhada. Senti minhas bochechas
corarem e ela riu. —Eu não sei como você gerencia isso sendo uma stripper,
Violet. Eu realmente não sei.
Eu não sabia o que queria. Tudo que eu sabia era que a parte do nervoso,
do enjoo, e da timidez, realmente não ia embora.
—Seu homem tem que lhe dar algumas lições sexys. —Ela gritou enquanto
eu caminhava para a minha mesa.
Oh, ele me deu algumas lições. Eu já sabia mais sobre sexo e prazer do que
um dia pensei que saberia. Mas isso era parte do problema. Eu só queria
compartilhar essa parte de mim com ele. Parecia errado de alguma forma dar a
qualquer outra pessoa. Especialmente depois de hoje na praia.
Eu fiz isso durante as primeiras horas e dancei bem. Sempre que eu sentia
como se fosse ficar nervosa, meus olhos procuravam Cam. Nós gostávamos de
207
bloquear nossos olhos, e eu gostava de fingir que era apenas ele e eu, e meus
movimentos eram para ele.
Eu consegui mais uma vez não ficar nua, eu não queria ficar nua, mas até o
final da minha segunda dança, alguns dos homens na parte de trás estavam
gritando para eu tirar tudo.
Voltei para fora do palco, sem mostrar qualquer uma das minhas... Roupas
íntimas. Eu me perguntei quanto tempo eu poderia fazer isso antes de Adam me
puxar para seu escritório, e me dar à velha dispensada (vulgo, eu te demito).
—Violet. —Adam chamou, colocando a cabeça nos bastidores assim que fui
para a minha penteadeira.
Eu congelei.
Sério?
—Adam. —Eu disse, entrando sem bater. —Eu posso fazer melhor... — Eu
comecei a dizer, mesmo enquanto me perguntava por que estava me
incomodando em mentir.
—Como é? —Eu disse, minha frase anterior teve uma morte rápida e
indolor.
—Nós temos um cara lá na frente que quer uma dança privada na sala VIP.
208
Eu nunca estive na sala VIP. Eu sabia que ela existia, com certeza. Eu tinha
visto meninas entrando e saindo em todas as noites. Eu nunca perguntei o que se
passava lá dentro, mas eu sabia que era mais ousado do que o palco... Se não
fosse, não haveria a necessidade de uma sala privada.
—Eu não... Quero dizer... Eu não sei o que fazer. —Eu disse
miseravelmente.
Ele suspirou e sentou-se atrás de sua mesa. —Eu lhe disse que não, em
primeiro lugar. Disse que não estava pronta. Mas ele foi persistente. E então ele
me deu um número. Eu disse que lhe daria a opção.
—Claro que não. —Disse ele. —Eu posso possuir um clube de strip, eu
posso ganhar dinheiro com meninas agitando seus seios e mostrando um pouco
de pele, mas eu respeito às mulheres.
Ele sorriu. —Por favor. Você não acha que eu sei como eu pareço? O que
todo mundo pensa de mim? —Ele sentou-se na cadeira de couro e passou a mão
sobre a parte superior de seu cabelo curto demais.
—Eu posso não ser um menino do coral. Inferno, eu posso nunca ter pisado
em uma igreja. Mas eu não forço as mulheres. As meninas que trabalham para
mim têm melhor remuneração horária do que qualquer outra em outro lugar. Eu
tenho seguranças que cuidam das meninas em primeiro lugar, e eu aplico uma
política estrita de sem-toques. Vocês meninas não têm que fazer qualquer coisa
que vocês não se sintam confortáveis, e eu acho que você sabe disso. —Ele olhou
diretamente para meus peitos. —Se eu fosse qualquer outra pessoa, você já
estaria demitida.
209
—Sobre isso... — Eu disse nervosamente.
Ele levantou uma mão. —Vamos falar sobre isso mais tarde. — Ele olhou
para cima, estudando-me com seus olhos azuis. Eu realmente nunca percebi o
quão azuis eram antes. —Eu gosto de você. Roxie gosta de você. Você tem sido
boa para ela. Você a convenceu a sair e viver com você. —Ele fez uma pausa. —E
de alguma forma, você conseguiu capturar e prender a atenção de um cara que
eu nunca vi com a mesma garota mais do que um punhado de vezes.
—Dois mil.
—Ele se ofereceu para pagar-lhe dois mil dólares por quinze minutos na
sala VIP.
—Isso é normal?
—Eu estou achando esse pequeno ato de moça recatada que você tem em
curso, deixou alguém verdadeiramente curioso sobre o que está por baixo dessas
roupas.
210
—Como se isso deixasse algo para a imaginação. —Eu murmurei.
Isso era um monte de dinheiro. Um monte. Isso quase pagaria por todo o
semestre da escola. Eu seria uma tola ao recusar. —O que vou fazer?
—Exatamente.
Parte de mim se perguntava o que Cam diria sobre eu entrar em uma sala
privada com outro homem e que era esperado que eu tirasse a roupa. Mas isso
não era sobre Cam. Era sobre mim. Minha vontade de fazer isso e minha
necessidade pelo dinheiro.
211
Ele me estudou. —Você está com algum tipo de problema?
—O que? Não. Nada disso. Perdi a minha ajuda financeira para a escola, e
se eu não conseguir o dinheiro, terei de desistir e mudar de casa.
—Dois anos.
—Tudo bem. Vou dizer a ele que você irá fazer. Eu vou deixar Ty na porta.
Se ele respirar engraçado em cima de você, você grita por ele.
—Vá se trocar, faça o que você precisa fazer, e depois vá até o quarto. Ele
estará à espera. Quando seus quinze minutos terminarem, Ty lhe dirá.
Saí do seu escritório e meus olhos foram direto para o bar. Cam estava
observando a porta. Ele parecia um pouco mais contido do que o habitual. Eu dei-
lhe todo o sorriso que eu pude reunir e, em seguida, virei-me e fugi para os
bastidores.
212
Eu não queria ver a decepção ou a dor em seu rosto com o que eu estava
prestes a fazer.
Eu decidi no corpete rosa forte com os laços de cetim preto até a frente, e o
minúsculo short preto com os crânios cor de rosa. Talvez eu pudesse tomar o meu
tempo desatando rendas e laços.
Por que será que alguém pagaria tanto dinheiro para me ver dançar? Isso
era além de ridículo. Será que ele não tinha coisas melhores para comprar? Ele
era provavelmente algum idiota colossal que não poderia obter um encontro. Ou
talvez ele fosse um pervertido que queria olhar para mim enquanto ele se
masturbava.
Eu ia vomitar.
—Não. —Eu disse, dando uma respiração profunda. —Eu tenho que ir para
a sala VIP.
—Quanto tempo?
—Quinze minutos.
213
Ela pegou uma escova e começou a pentear o meu cabelo. Eu deixei porque
estava ocupada demais pirando.
Eu balancei a cabeça.
—E se toque. Você pode fazer isso pela sala para que você não tenha que
estar tão perto dele. Toque-se e depois toque nele. Eles amam isso também.
Ai credo.
—Eu fecho minha mente e não penso nisso. Ou eu penso em alguém para
quem eu gostaria realmente de dançar.
—Quem é esse para você? — Eu perguntei, sabendo que para mim era
Cam.
Meu cabelo estava caindo em meus ombros e o fio roxo acentuava meus
olhos.
214
Cam estava parado do outro lado da porta quando eu a abri e saí.
Eu balancei a cabeça.
Eu não hesitei e tomei tudo em um gole. Ele queimou todo caminho abaixo.
—Obrigada.
Ele moveu-se tão rápido que eu não o vi chegando. Num minuto ele estava
do outro lado do corredor, e no próximo estava me prendendo contra a parede
com seu corpo. Seus lábios cobriram os meus em um beijo agressivo, que ateou
fogo em meu sangue.
Eu não o culpava.
—Lembre-se desse beijo quando estiver dançando para ele. Não o veja,
veja a mim. E quando você sair da sala, eu quero que você esteja pronta.
—Esteja pronta para que? —Eu disse, com minha voz tremendo.
215
—Esteja pronta porque eu vou fazer amor com você durante toda a noite,
até que a única coisa que você sinta seja eu e você, nem se lembrará de seu rosto.
216
Ele estava sentado nas sombras.
O homem estava sentado em uma cadeira de encosto reto, que não estava
sob a luz do candelabro. Em vez disso, ela foi empurrada para trás no perímetro
sombreado do quarto.
Ele usava jeans e sapatos de cor escura e uma blusa escura. Ele tinha um
boné de beisebol na cabeça, e meu coração deu um pequeno aperto, porque me
fez lembrar de Cam. Pelo menos não estava virado para trás. Isso podeira ter me
feito fugir do quarto.
Suas mãos estavam ao seu lado e ele ainda estava sentado, mas eu podia
sentir seus olhos em mim enquanto eu me movia através do quarto.
—Eu sou Violet. —Eu disse, mantendo a voz baixa. —Você pediu minha
presença e eu vim.
217
Uma música sexy começou a tocar nos alto-falantes na sala, e eu sabia que
meus quinze minutos tinham começado.
Eu ouvi outro som e olhei de volta para a cortina, observando que os pés de
Ty já não estavam visíveis.
—Vá para a cama. —O homem falou, com sua voz me assustando. Olhei
diretamente para o rosto dele, mas eu era incapaz de fazer qualquer tipo de
reconhecimento. Estava escuro e a aba do chapéu tornava ainda mais difícil de
vê-lo.
218
—Deite-se. —O homem instruíu. Sua voz soava extraordinariamente
profunda, quase como se ele estivesse tentando disfarçar.
Talvez ele não quisesse que ninguém soubesse que ele estava aqui.
Deitei-me enquanto ele falava, olhando novamente para Ty. Ele ainda não
estava lá.
Eu terminei de desatar, mas não o abri. Meu coração batia tão forte que eu
mal ouvi seu próximo comando.
Ele não o fez. Ele chegou mais perto, pairando sobre mim e olhando para
baixo.
Eu não podia fazer isso. Eu não podia. Eu queria apenas lhe dar todo o seu
dinheiro de volta e, em seguida, sair de lá.
Ele riu.
219
—Ty! — Eu gritei.
Ele colocou a mão sobre minha boca, para me silenciar. Comecei a entrar
em pânico. Eu tentei derrubá-lo. Isso foi um grande erro, porque todo o meu
corpo lutando parecia excitá-lo. A protuberância em suas calças crescia mais e
mais até que era tudo que eu podia encarar.
—Não grite. —Ele ordenou em voz baixa. —Ou eu vou fazer doer.
Cam estava em cima do homem, batendo com o punho na sua cara uma e
outra vez.
220
—Cam! — Eu chorei. Seu punho parou no ar e ele deixou o homem caído
no chão. Os olhos dele focaram na minha aparência amarrotada e parcialmente
exposta no peito.
Olhei para cima, assim que o estranho puxou a cortina que estava atrás de
sua cadeira para revelar uma saída de emergência. Ele abriu a porta e correu para
a noite.
Ele olhou para o meu rosto, tocou onde a pele queimava e ardia, e ele
xingou novamente quando eu estremeci.
—Vamos lá. —Disse ele, pegando a minha mão e me levando para trás do
bar. Ele pegou sua jaqueta de couro preta e estendeu-a. Eu coloquei meus braços
dentro. Cheirava a praia, como ele.
221
Vidro quebrado me fez olhar para o bar e, de repente eu entendi por que
Ty tinha desaparecido. Uma briga de bar estava acontecendo. Garrafas de cerveja
estavam voando, as pessoas estavam correndo e gritando, e um cara estava
empunhando uma cadeira.
Ela estava no centro de tudo, mas Adam estava ao lado dela, e qualquer um
que chegasse perto era eliminado com bastante facilidade.
—Bem, ele estava puto, gritando com Roxie por fazê-lo ser preso pelos
policiais. Ele se lançou para ela. Alguém o interceptou. O resultado foi uma briga
de bar enorme, uma grande confusão, e você foi deixada sozinha na sala VIP com
a porra de um estuprador.
222
A maior parte da luta parou. O resto continuou, e os seguranças tiveram o
cuidado de, no curto prazo, jogarem os homens para fora no estacionamento.
Perguntei-me onde meu agressor estava, se ele ainda estava lá fora à espreita.
Adam pareceu sentir-nos olhando e ele olhou para mim. —Que diabos
aconteceu com você?
Eu abri minha boca para lhe dizer que estava bem, mas Cam falou por mim.
O corpo de Adam sacudiu como se tivesse sido baleado. Eu tentei não ouvir
as palavras que eram arremessadas de sua boca como espadas. Eu me perguntei
onde ele aprendia palavras como essas.
Roxie não parecia tão aliviada quanto eu, mas achei que, uma vez que o
choque passasse, ela ficaria.
223
Depois foi a minha vez de falar com a polícia. Eu não pude dar-lhes uma boa
descrição do homem que me atacou porque eu não vi seu rosto claramente. Tudo
o que eu vi foram flashes de uma mandíbula forte, barba por fazer, e lábios que
poderiam ter sido bons se ele não estivesse balbuciando palavras doentes.
Enquanto eu falava, percebi que... Havia algo sobre ele que era vagamente
familiar. Algo que eu não peguei imediatamente, porque eu tinha ficado tão
assustada e apavorada.
Quando eu terminei de falar, a única coisa que ele disse foi dirigida à
polícia. —Quando é que vocês pegarão esse estuprador?
—Ele não me estuprou. — Por que ele continua dizendo isso? Isso estava
me deixando doente. E realmente, eu não sabia se ele planejava me estuprar ou
não. Eu realmente não sabia nada do que ele ia fazer. Embora, o que quer que
fosse, não era bom.
—Nós faremos de tudo para pegar esse cara. Se você o vir ou pensar que
ele pode estar por perto, por favor, ligue para o 911 imediatamente. —O oficial
respondeu em um tom calculista.
224
Adam ouviu e aproximou-se, com seus pés esmagando vidro quebrado
enquanto andava.
—Eu vou chamar o serviço de limpeza que eu uso. Vou trazê-los aqui
amanhã de manhã e, em seguida, vamos abrir as quatro amanhã à noite.
Negócios, como sempre.
Eu respirei. —Vou ter que dar meu aviso prévio. Eu apenas não estou
talhada a ser uma stripper. Posso ficar até encontrar uma substituta, mas, eu... Eu
acho que não posso dançar mais.
Quando eu abri minha boca para protestar, ele apenas continuou falando.
Como um trem em uma pista, ele acelerou sobre minhas palavras.
—Você não tem que dançar. Você pode apenas servir mesas.
—Sério?
Ele assentiu. —Mas você vai ter que usar roupas provocativas enquanto o
faz. Você pode lidar com isso?
—Bom. Sinto muito sobre o que aconteceu esta noite. Ty deveria ter estado
lá na porta. Isso não deveria ter acontecido.
—Está tudo bem. Estou certa de que Ty estava apenas tentando ajudar
aqui.
Os lábios de Adam esticaram em uma linha fina. —Esse idiota nem sequer
mesmo tente dar um passo no estacionamento deste lugar, e ele vai desejar ainda
estar na cadeia.
225
A testosterona aqui estava ficando um pouco demais.
—Então, está tudo bem para eu sair? —Perguntei a Adam, decidindo que
uma mudança de assunto era provavelmente o melhor. Roxie apareceu enquanto
eu falava, parecendo tão cansada quanto eu me sentia.
—O que quer dizer? —Ela disse, olhando minha aparência e o fato de que
eu estava usando o casaco de Cam sobre a minha roupa.
Olhei para Cam. —Você ainda vai dormir na nossa casa? — Eu perguntei,
querendo saber se ele tinha mudado de ideia.
—Por que você não me disse que não conseguia dormir? — Adam disse,
olhando para Roxie com uma preocupação genuína.
Seus lábios apertaram novamente. —Eu vou te levar para casa. E então, vou
dormir no sofá.
226
Eu pensei que ela fosse argumentar, mas ela não o fez. Em vez disso, ela
balançou a cabeça e foi até o bar e sentou-se. Fui pegar minha bolsa, cansada
demais para me preocupar em me trocar, ao invés de apenas deixar a jaqueta de
Cam sobre a minha roupa. Cam estava na porta e me olhava como se ele estivesse
com medo de me deixar fora de sua vista.
Olhei para o envelope como se fosse uma cascavel. —Você não tem que me
pagar.
Ele bufou. —Ele pagou antes de entrar na sala VIP. Esse dinheiro é seu. Eu
sei que não compensa o que aconteceu, mas eu sei que você poderia usá-lo.
227
Quero dizer, eu sei por que um homem estupraria uma mulher. Mas no
meio de um clube? E tudo o que aconteceu antes me levou a acreditar que esse
cara poderia ter estado me observando por um tempo.
E sim... Talvez parte de mim, uma parte muito pequena, se perguntava isso.
Saber se talvez ele estivesse tão atraído por mim porque até ele, eu tinha sido
basicamente intocada. Sim, eu fiquei com caras antes. Sim, eu fiz coisas... Coisas
sensuais... Mas o que Cam e eu tínhamos? O que nós compartilhamos? Ele foi o
único. Ele foi o meu único. Eu sabia que ele gostava disso. Que cara não gostaria?
Eu estava suja.
228
Eu puxei o volante, desviando da minha pista, evitando por pouco um
acidente.
Cam estava estacionado e fora de sua moto na velocidade da luz. Ele abriu
a porta do carro e inclinou-se, assim que eu desliguei o motor.
—Você está bem? —Perguntou ele. —Que diabos foi isso? — Ele passou a
mão pelo cabelo e, em seguida, olhou para mim. —Tem certeza de que não está
ferida? Você me diria se estivesse ferida, certo?
Ele andou de volta para mim e, em seguida, enfiou a mão na parte de trás
para pegar minha bolsa. Eu andei na frente dele até as escadas e abri a porta.
Cam passou por mim, indo primeiro e acendendo as luzes. Ele passou pelo
apartamento enquanto eu fui para a cozinha pegar uma garrafa de água. A frieza
da bebida gelada foi uma sensação maravilhosa contra a minha garganta.
229
No banheiro, eu abri o zíper da jaqueta de couro e a tirei, tendo cuidado ao
pendurá-la na parte de trás da porta. Então eu olhei para mim mesma no espelho.
O espartilho rosa ainda estava desamarrado. A fita de renda estava amarrotada e
enrugada. Ele estava aberto apenas o suficiente para que eu pudesse ver uma
diferença de pele, do meu pescoço até abaixo do meu umbigo.
Saí dos meus saltos e tirei o boy short, chutando-o para o canto onde eu
esperava que nunca tivesse que vê-lo novamente. Então peguei o espartilho.
A contusão.
Havia uma contusão no meu peito, marcas deixadas onde sua mão tinha
me agarrado, onde seus dedos brutalizaram minha carne. Eu não tinha nem
sentido. Por que eu não o senti me tocando?
230
Ela queimou. Ela fez a minha pele formigar e ficar um vermelho manchado.
Mas eu não me importei. Eu queria isso fora de mim. Eu queria todos os últimos
vestígios desse ser humano doente levado pelo ralo, então eu nunca teria que me
sentir assim novamente.
Eu estava com raiva de mim mesma. Raiva por me colocar nessa posição.
Raiva por não ouvir o meu instinto e tentar segurar um trabalho que eu
realmente não queria. Raiva por me sentir suja e usada. Raiva que cada vez que
eu olhasse para o meu peito e visse a contusão, eu seria lembrada.
—Hey. —Ele murmurou, levantando a mão, mas deixando-a cair entre nós.
—Não chore. —Disse ele, com sua voz quebrando um pouco. Seu corpo se
aproximou.
231
Ele estava usando todas as suas roupas. Até seus sapatos.
—Estou manchada agora, não estou? —Eu disse com minha voz oca e
profunda.
—O que?
—É a razão pela qual você não quer me tocar. É por causa dele. Porque ele
me tocou.
Ele fez um som como se estivesse com dor. —É isso que você acha? Você
acha que eu não quero tocar em você agora?
—Eu tenho medo de tocar em você. Eu tenho medo de que se eu fizer isso,
você vai recuar e se afastar. Se você recuar, eu vou caçá-lo e matá-lo.
—Sua pele está queimando. —Disse ele, virando-se para que a água
batesse em suas costas e eu não estivesse mais por baixo do spray.
232
porque a sua ternura era totalmente demais. —Eu sinto muito, baby. —Ele
sussurrou e me puxou para ele, abraçando-me perto.
—Por quê?
Ele soltou um suspiro. —Por causa do que aconteceu. Eu não tenho ideia do
que você precisa.
233
—Tem certeza de que é isso que você quer? Eu não espero que você...
—É o que eu quero.
—Roxie e Adam ainda não estão aqui. —Disse ele e, em seguida, varreu-me
em seus braços, embalando-me contra seu peito, e caminhou de volta pelo
apartamento, usando o pé para empurrar a porta do quarto e, em seguida,
movendo-nos para dentro. Ele me deitou sobre a cama, que já havia sido
arrumada, e depois foi fechar a porta e trancá-la.
Ele chegou ao lado da cama. Ele me fez sentir caçada, mas ele era o tipo de
caçador que você deita e apenas o deixa pegar você. Ele era o tipo de assassino
que você imploraria para matá-la apenas para que ele colocasse suas mãos em
qualquer lugar em sua pele.
—Isso não será como das outras vezes. —Disse ele, em voz baixa. —Isso
não será agressivo, isso não será em um lugar público.
—É só eu e você agora. Eu vou tomar meu tempo com você esta noite. Vou
te tocar suavemente, não porque eu acho que você está quebrada, mas porque
234
para mim você é algo a ser valorizado. E porque a única maneira de afastar
completamente essa escuridão de sua mente é enchê-la tão completamente com
a luz, que a escuridão não terá onde se esconder.
—Se você mudar de ideia, tudo que você tem a dizer é pare. Eu irei parar.
Eu não vou sair, e eu não vou ficar bravo.
Passei a mão pelo seu cabelo, amando o jeito como os fios grossos
enrolavam em torno dos meus dedos, e depois abri meus dedos, colocando-os na
parte de trás do seu pescoço e puxando sua cabeça para baixo.
Seu braço saiu de debaixo de mim e eu abaixei na cama. Ele subiu em cima
de mim, bloqueando completamente todo o resto. Eu estava tremendo
levemente, provavelmente de paixão, mas ele puxou as cobertas sobre nós dois,
nos unindo ainda mais, com o peso dos cobertores deixando nossas peles apenas
um pouco mais próximas.
235
Cam se moveu sobre mim, beijando cada polegada. Eu observei o modo
como sua pele era de uma textura diferente da minha. Parecia mais grossa, não
tão suave, enquanto a minha era como seda que batia de frente com a sua
rugosidade.
Cuidando para manter seu peso de cair em cima de mim, ele baixou apenas
o suficiente para que seu leve toque me deixasse louca. Suas mãos e dedos nunca
pararam. Ele encontrou lugares no meu corpo que eu ainda não tinha descoberto.
Havia um ponto atrás da minha orelha que sempre que ele beijava, eu ronronava.
Havia três sardas no lado do minha mama direira, eu sabia quantas eram porque
Cam sussurrava enquanto as contava.
Ele beijou minhas pálpebras, nariz, e todos os lugares no meio, mas ele
ainda tinha que beijar meus lábios.
Eu estava tão saturada de desejo por ele, que o interior das minhas coxas
estava úmido com meus sucos. Ele lambeu isso também. Dois dedos
escorregaram para a minha entrada, mergulhando dentro de mim com fácil graça.
Ele moveu-os desta maneira, e que maneira, inclinando-se para colocar o broto
inchado em sua boca para sugar um pouco mais.
236
Uma deliciosa pressão começou a construir. Meu corpo estava pesado com
ela, mas estava longe de ser desconfortável. Então, ele escorregou seus dedos
fora de mim, e estendeu a mão, girando os dedos úmidos sobre o meu mamilo,
puxando-o e apertando a ponta.
Eu gemi.
Ele deslizou pelo meu corpo, soltando o mamilo de sua boca e, em seguida,
finalmente chegando e abaixando a boca para a minha. Ela tinha o gosto um
pouco diferente, e eu sabia que estava me provando em seus lábios. Eu lambi sua
boca, querendo mais, querendo, pelo menos, parte de mim que estava dentro
dele. Eu balancei meus quadris, procurando o que eu queria, tentando dizer a ele
sem dizer uma palavra.
Ele parecia saber o que eu estava pensando, porque ele sacudiu a cabeça e
depois voltou para cima de mim, pressionando um beijo leve em meus lábios.
Nós nos movemos um contra o outro. Nós nos movemos enquanto seus
lábios exploravam meu peito e meus lábios sussurravam seu nome. Ele levantou-
se sobre as mãos, bem acima de mim, e olhou para baixo.
—Nem eu.
237
quebrando-me em um milhão de pedaços minúsculos, sabendo que quando as
peças se juntassem novamente, eu não seria mais a mesma de antes.
Meu nome saiu de seus lábios, soando como um gemido, enquanto a sua
libertação percorria seu corpo, fazendo com que sua cabeça caísse para trás e um
gemido flutuasse acima de nós, no teto.
—Eu acho que te amo. —Ele sussurrou. —Não. Eu não acho. Eu sei. —Ele
afastou o cabelo do meu rosto. —Eu estar tão apaixonado por você me assusta.
Ele segurou meu rosto em suas mãos. —As pessoas vão dizer que é muito
cedo. Que o que há entre nós é apenas luxúria.
—Eu não ligo para o que as outras pessoas pensam. Eu só me importo com
o que você pensa. E você sabe o que está aqui. —Eu coloquei a mão sobre o
peito. —Você sabe o que sente quando nossos olhos se encontram do outro lado
da sala, ou quando você está dentro de mim, e não é apenas nossos corpos que
estão ligados.
238
—Porque eu perdi um pouco da minha assistência da escola. Minha
companheira de quarto se formou e mudou-se para fora do estado, e eu fiquei
me perguntando como eu manteria o aluguel e a escola.
—Por que você perdeu seu auxílio à educação? Você recebeu notas ruins?
—Deixa?
Ele sorriu, a covinha apareceu em sua bochecha. Eu a beijei. —Eu mal pude
ver direito quando você voltou para aquela sala VIP.
—Por que você não disse alguma coisa? —Perguntei, apoiando o queixo no
seu peito e olhando para ele.
—Dizer que você é linda. Beijar você. Amar-te. —Ele falou suavemente,
colocando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.
239
Minha barriga fez um salto com a combinação de suas palavras e seu toque.
Eu ouvi a porta da frente abrir e fechar. Meu corpo ficou tenso e minha
respiração falhou. —É Roxie. —Murmurei.
Minutos depois, ele voltou ao quarto com uma garrafa de água que
entregou a mim. Sentei-me e tomei um gole.
Isso foi uma resposta tão evasiva. Ele provavelmente não sabe como ela
estava a menos que ela estivesse chorando ou rindo. Gostaria apenas de ver por
mim mesma amanhã. Adam estava com ela e eu poderia dizer que ele se
preocupava muito com ela, mesmo que nenhum deles estivesse disposto a
admitir.
240
Eu levantei as cobertas na cama e convidei Cam. Ele sorriu e deslizou entre
elas, levando-me em seus braços e desligando a luz.
241
A suave carícia de seus lábios me acordou e eu abri um olho para olhar para
ele através da luz de muito cedo, e muito fraca, de um novo dia. Sua cabeça
estava descansando ao meu lado, e ele me olhava com um pequeno sorriso no
rosto.
Ele riu. Mesmo eu não podia ser ranzinza quando ele parecia tão satisfeito.
—Eu tenho que dar uma aula de surf na praia, daqui a pouco. Quer vir?
—Tem certeza? —Eu rosnei. Ele riu novamente. —Eu voltarei quando
terminar.
—Okeyyy.
Mesmo depois que ele tinha ido embora, os lençóis ainda carregavam o
cheiro dele. Eu respirei-o e deslizei de volta para uma noite de descanso.
242
Infelizmente, o meu plano de dormir e afundar na cama foi de curta
duração. Aparentemente, Adam era uma pessoa da manhã como Cam (malditos
madrugadores), e ele começou a bater em torno da cozinha, fazendo-me
perguntar o que no mundo ele estava fazendo.
Com um gemido, eu rolei para fora da cama (literalmente rolei para fora da
cama e caí sobre a minha bunda), e vi a camiseta de Cam caída no chão. Apanhei-
a e a coloquei sobre a minha cabeça, apreciando a forma como cheirava e parecia
na minha pele. Então eu peguei uma calça de yoga e coloquei também.
Na língua dos homens, isso significava que ele a quebrou, mas ele estava
culpando o pobre aparelho.
—Eu realmente nunca conheci alguém que não poderia usar uma máquina
de café. —Eu disse, olhando para o aparelho alagado.
Roxie riu.
243
Adam olhou para ela bruscamente. —Você está rindo de mim?
Adam sorriu. —Onde diabos está Cam? E o que há com todos esses
alimentos de garotas na geladeira?
—Sim, mas esses exigem que você cozinhe. —Disse Roxie, abafando outra
risada. —E é claro que Adam não sabe nada sobre culinária.
—Desde que eu arruinei a máquina de café, o café é por minha conta esta
manhã. Mesmo que você duas hienas não mereçam isso, eu vou até saltar para
donuts.
—Eu vou com você. —Disse Roxie, indo para seu quarto, onde eu assumi
que ela trocaria seu pijama.
—Bem, essa é a primeira vez. —Eu disse, olhando para ela ir.
—O que?
244
Eu balancei minha cabeça. —Você não tem que me comprar nada. Cam
trará um café para mim depois de sua aula de surf. Mas eu não vou discutir com
um donut.
Ele estudou-me por um minuto. —Quer que eu espere até Cam voltar antes
de eu ir?
Roxie reapareceu usando um short curto e uma camiseta colada. Ela tinha
óculos de sol já sobre os olhos. Eu ri. —É melhor pegar o café. Parece que acordar
tão cedo não está fazendo bem para o corpo.
Adam pegou as chaves do balcão e colocou uma das mãos na parte inferior
das costas de Roxie, enquanto ele a levava até a porta. —Tranque quando
sairmos. —Ele falou.
—OK.
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Virei o telefone em minhas mãos, certificando-me de que não havia
nenhum arranhão ou dano, e em seguida, ele fez uma série de pequenos sinais
sonoros. Virei-o de volta para ver que eu tinha várias mensagens de voz.
“Oi, querida, é sua mãe. Parece que estamos nos desencontrando muito
ultimamente. Espero que tudo esteja bem. Eu só queria que você soubesse que
John, sabe, o garoto com quem você estudou no ensino médio?”
Sim, eu me lembrava do John. Ele era o cara com quem eu disse a todos
que traí meu namorado, causando todo esse rumor sobre eu ser uma
provocadora.
“John apareceu na minha casa no outro dia. Ele não tinha percebido que
você foi embora para a faculdade, e ele pensou que pudesse falar com você.
Quando eu lhe disse que você não estava aqui, ele me pediu para transmitir uma
mensagem. Ele disse que foi atrás do Brody no bar, e deixou escapar seu pequeno
segredo.”
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“Ele parecia alarmado com isso. Ele disse que Brody estava chateado.
Querida, eu não entendi...”.
BIP.
Ela tinha falado por tanto tempo que a mensagem cortou. Eu estava feliz
porque eu não queria ouvir mais nada. Eu terminei a mensagem e coloquei o
telefone no balcão, olhando para ele.
O cara da noite passada na sala VIP, não era um estranho. Essa era a razão
pela qual ele parecia familiar... Porque ele era.
—Eu acho que você recebeu a mensagem um pouco tarde. —Disse uma voz
da entrada da cozinha.
—Então você me reconhece agora? Ontem à noite você parecia não ter
nenhuma pista. Ou todos os homens são apenas objetos sem rosto para você
brincar? —Ele não era tão alto quanto Cam, não chegava a 1,80 de altura, mas ele
era amplo na sua parte superior do corpo. Ele usava um short, uma camiseta e um
boné de beisebol. O chapéu pode ter sombreado o rosto, mas não podia disfarçar
completamente o olho preto, lábio arrebentado, e hematoma em sua maçã do
rosto.
Agora eu não tinha dúvidas de que era ele na noite passada. Claramente, os
punhos de Cam fizeram uma série de prejuízos.
—Você sabe por que estou aqui. —Disse ele, sua voz calma e mortal.
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—Você realmente deveria trancar as portas.
Eu acho que eu suspeitava do por que ele estava aqui, mas isso não tornava
mais fácil de entender. E mesmo se minhas suposições estivessem certas, eu
ainda tinha dificuldade em compreender seu comportamento. Em todos os anos
em que eu conheci Brody, namorei com ele, eu nunca pensei que ele fosse capaz
de me atacar ou entrar em minha casa sem ser convidado (com realmente más
intenções).
—Eu estou pensando que não poderia ser pior do que andar pelo corredor,
e com pessoas sussurrando as palavras frígida e provocação nas minhas costas.
Inclinei a cabeça para o lado. —Quem disse? Você? Só porque eu não dormi
com você, então, deu-lhe o direito de espalhar boatos sobre mim? Você pensou
que, rotular-me como uma provocação ou alguma princesa frígida, que você me
faria finalmente desistir?
—Eu estava com você há anos. —Ele retrucou. —Anos pensando que ia
acontecer e, em seguida, quando eu pensei que iríamos chegar aos finalmentes,
você me ignora. E então você me trai. Com o quarterback idiota. Eu fui a chacota
de toda a escola. Eu me tornei o cara que não podia transar. Eu me tornei o cara
que nenhuma menina queria... Inferno, algumas pessoas ainda acharam que eu
era gay.
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—Você trouxe isso a si mesmo.
—Cale a boca! —Ele gritou. —Você não consegue dizer que está
arrependida. Há apenas uma coisa que pode compensar o que você fez.
Gelo formou em minha barriga. Estava tão frio que se espalhou pelas
minhas veias, congelando tudo em seu caminho. —Vá. Agora. Ou eu vou chamar a
polícia. —Cheguei atrás de mim e peguei meu telefone, me preparando para fazer
uso da minha ameaça.
Ele pulou para frente, pegou o telefone da minha mão, e o jogou do outro
lado da sala, onde ele bateu contra a parede e rachou, escorregando para o chão
em vários pedaços quebrados.
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—Eu não vou embora até conseguir o que vim buscar.
Seus olhos correram sobre meu corpo, fazendo-me sentir doente e suja de
uma só vez. —Você me dará o que era meu por direito. Eu vou foder você, e vou
garantir que todos saibam que fiz isso. —Ele enfiou a mão no bolso de trás e tirou
um telefone e ergueu-o.
Que inferno.
—Eu não farei sexo com você. —Eu disse, com minha voz dura e clara.
—Então você pode dançar para estranhos? Você pode ficar nua e dançar
em torno de uma mesa para eles e deixar que um bartender desprezível tome
tequila em seus seios, mas você não vai me dar algo que eu ganhei?
Ele era o estranho no bar naquela noite. Ele estava assistindo Cam e eu. Foi
ele que eu senti olhando para mim do outro lado da sala.
—Passei quatro anos da minha vida aturando você, pensando que isso
valeria a pena, mas tudo que eu consegui foi uma má reputação, e o quarterback
roubou meu momento.
E daí? Eu tinha sido um jogo para ele? Algum prêmio a ser obtido? Será que
ele estava pensando em levar a minha calcinha e acená-la em torno da escola
depois que ele reivindicasse a minha virgindade?
Idiota.
—Eu acho que você está muito atrasado. —Eu cuspi. —Minha virgindade já
foi tomada.
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Ele soltou um grito frustrado e saltou para mim, tentando me agarrar. Eu
gritei e pulei para trás, estendendo a mão e agarrando o frasco cheio de arroz.
Sem pensar duas vezes, eu o levantei e bati-lhe no rosto.
Ele tropeçou para trás, com sua mão indo para seu rosto. O vidro do frasco
era grosso o suficiente para que ele não quebrasse, então eu o estendi na minha
frente como uma arma.
Brody olhou para cima, o lado esquerdo do seu rosto já inchado. —Você vai
pagar por isso.
Ele rosnou. —Cadela estúpida. Pensei que era você. No minuto em que ela
abriu a boca, eu sabia que não era.
Meu Deus. Roxie tinha sido atacada por minha causa. Ela vivia com medo
ainda mais de seu ex por minha causa.
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Ele me pegou quando eu estava correndo para o lado de fora. Eu gritei, mas
ele cobriu minha boca com a mão e me guiou para trás, com meus pés arrastando
pelo concreto enquanto ele me levava. Eu mantive meus olhos treinados no
estacionamento, orando a Deus que alguém visse o que estava acontecendo.
A mão dele ainda estava cobrindo minha boca, então eu a mordi. Mordi a
carne macia da palma da mão com tanta força que eu senti meus dentes
juntarem. Ele deu um grito de dor e empurrou-me para longe. Eu escorreguei
para frente, tropeçando e deslizando na parte de cima da mesa de café, e então a
coisa toda quebrou e eu aterrei no chão.
Algo estalou dentro dele. Alguma coisa realmente o descontrou. Ele não era
o mesmo menino que eu me lembrava. Ele parecia o mesmo. Sua voz soava
praticamente a mesma... Mas seus olhos... Eles não possuíam a centelha que eles
costumavam ter. Eles eram planos e sem vida... Quase como se a sua consciência
já houvesse desocupado completamente seu corpo.
—Aquele pequeno strip tease que fez para mim na noite passada me
excitou. —Disse ele, chegando mais perto. —Você ainda é tão quente quanto
costumava ser. Embora, essa listra roxa que você tinha em seu cabelo... Ela fez
você parecer como uma vagabunda. Fico feliz que ela se foi.
—Não.
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—Essa é sua camisa? Do bartender? Ele foi o único que a teve? Diga-me,
Harlow, o que é que ele tem que eu não tenho?
Eu não estava prestes a dizer-lhe isso, apesar de tudo. Algo me disse que só
pioraria as coisas. Havia uma garrafa meio vazia de água sobre a mesa lateral ao
lado do sofá. Apanhei-a e joguei-a nele. E então eu joguei o controle remoto da
TV nele também. Eu sei que um deles o atingiu porque eu ouvi o seu grunhido.
Corri para a porta, mas mais uma vez ele me pegou, desta vez, quando eu estava
a ponto de abrí-la.
Ele puxou-me de volta contra seu corpo. Ele me girou de frente para ele.
Ele estava duro. Comecei a chorar silenciosamente. Uma faca apareceu do nada.
Ele a colocou na frente do meu rosto enquanto sussurrava em meu ouvido.
—Você vai parar de tentar fugir. Você não vai gritar. Se fizer isso, eu vou te
matar quando eu terminar.
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Brody espetou a faca na minha pele novamente e choraminguei. —Eu só
não estou me sentindo bem, Cameron. —Eu gritei. —Eu te ligo mais tarde.
Por favor, Deus, deixe-o perceber a razão pela qual eu o chamei pelo seu
nome, um nome completo que eu nunca usei - era porque eu estava precisando
desesperadamente de ajuda.
Nós dois nos sentamos lá por longos momentos, ouvindo o som dos seus
passos se afastando. Meu coração caiu. Novas lágrimas correram pelo meu rosto.
Ele não percebeu. Ele estava saindo. Minha chance de sair dessa se foi.
Eu tentei derrubá-lo e ele riu. —Oh yeah, baby, é isso. Eu gosto quando
você mexe debaixo de mim.
Ele pegou seu telefone e ouvi o pequeno som do gravador ligando. —Diga a
todos como sou bom. —Ele instruiu, treinando a câmera no meu peito nu
enquanto ele estendia a mão e o torcia com força. Eu gritei.
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Ele se lançou sobre Brody enquanto ele o atingia com a faca. Eu gritei, mas
Cam se esquivou dela, atingindo seu pulso e batendo na faca. Ela caiu no chão e
Cam chutou-a para baixo do sofá.
Brody girou, batendo em Cam na mandíbula, e sua cabeça foi para trás. Eu
fiquei de pé, procurando outra coisa que eu pudesse usar como uma arma, e Cam
e Brody atacaram um ao outro como selvagens.
Cam abaixou-se e olhou para ele. Ele estava desmaiado, então ele sentiu
seu pulso.
Por favor, Deus, não deixe que ele morra. Eu não queria matá-lo. Eu só
queria que ele parasse.
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Eu me afastei. —É o meu ex-namorado do ensino médio. Eu comecei um
rumor sobre ele anos atrás e ele descobriu. Ele estava aqui para... —Minha voz se
quebrou.
—Shhh, está tudo bem agora. Eu sei por que ele estava aqui. Ele tem sorte
de ainda estar vivo.
Olhei para trás, para Brody, que ainda estava inconsciente no chão. Senti-
me culpada que ele sofreu com a minha mentira. Senti-me culpada que eu nunca
pensei sobre como ele poderia ter se sentido. Mas, ainda assim, arrombar minha
casa, roubar minha fivela, atacar Roxie, vir ao clube, e, em seguida, em última
análise, tentar me estuprar (e gravá-lo!) não foi legal.
Rezei para que ele tivesse a ajuda que precisava e que ele ficasse preso,
enquanto conseguia.
Cam olhou para mim, os olhos procurando o meu rosto. —Eu não deveria
ter deixado você aqui esta manhã.
—Eu encurtei a lição. Eu tinha essa... Sensação ruim. —Ele olhou para
Brody. —Agora eu sei o porquê.
—Eu tive medo de que você não tivesse entendido o meu sinal. Achei que
você tivesse ido embora.
—Eu entendi perfeitamente. Você fez bem. Você fez bem real.
—Obrigada por ter vindo. —Eu disse a Cam, olhando para cima para olhar
nos seus olhos cor de chocolate.
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—Eu cuido de você. —Ele sussurrou, puxando-me mais uma vez. —E eu
nunca deixarei você.
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Quatro anos depois…
—Cam? — Gritei.
—Cam! — Gritei de novo, impaciente por sentir seus lábios nos meus.
Quando ele ainda não respondeu, olhei pela grande janela da frente e do
outro lado da rua em direção ao trecho de acesso público da praia.
Enrolei meu jeans, arranquei meus chinelos, e empurrei os dedos dos pés
na areia aquecida pelo sol. Eu senti seus olhos no momento em que me viu, e eu
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levantei minha mão e acenei. Ele sorriu e se inclinou para o cara que estava com
ele, e eu vi sua boca em movimento.
Eu ri. —Eu fui à loja primeiro. Você precisa contratar alguém para sentar-se
atrás do balcão.
Ele suspirou e acariciou minha bochecha com seu nariz. Fios molhados de
seu cabelo se agarraram à minha pele e eu me mexi em torno de seu aperto.
Até alguns dias atrás, eu tinha sido a menina atrás do balcão de sua loja. Eu
amava trabalhar lá, estando na praia durante todo o dia, fazendo com meu chefe
minha pausa para o almoço, e vendo-o fazer as mais belas pranchas de surf que
eu já vi.
Ele se afastou e sorriu para mim. —Seu escritório vai ser preenchido com
um monte de caras jovens universitários que apenas não podem decidir o que
fazer com suas vidas. —Disse ele, apertando a mão ao peito e falando tudo de
forma dramática.
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Ele bufou. —Você é a planejadora de carreira mais sexy que eu já vi.
Ele estendeu a mão e puxou a minha mão esquerda para olhar o diamante
incrivelmente brilhante que enfeitava meu dedo. Eu ainda me beliscava sempre
que eu olhava para ele. Eu era tão incrivelmente sortuda em ter alguém como ele.
—Eu não posso esperar para te fazer minha esposa. —Disse ele enquanto
pressionava um beijo no anel que ele colocou lá apenas alguns meses antes.
—Seu trabalho vai dar-lhe o tempo para nossa lua de mel? —Ele perguntou,
seus olhos se desviando para seu aluno na água.
Seus olhos voltaram para os meus e ele sorriu. —Bom. Agora vá sentar sua
bunda bonita na areia e pare de me distrair do meu trabalho.
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—Você. Eu. Hoje à noite. —Então, ele balançou as sobrancelhas
sugestivamente. Seus olhos suavizaram e ele beijou a ponta do meu nariz. —Para
sempre.
FIM
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