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Tradução: Skywalker

The Soldiers of Wrath MC


Livro 8
Tradução: Ju Oliveira

Revisão Inicial: Kaka

Revisão Final: Cindy Pinky

Leitura Final: Anna Azulzinha

Formatação: Lola

Verificação: Herdilane
Weasel nunca disse que ficaria longe de Renée,
a irmã de Vengeance, um “Patch” do “MC The
Soldiers of Wrath”. Ele fez isso, porque era a coisa
certa a fazer, pelo menos, era o que ele achava.

Ele não se importava com a opinião do clube


sobre ela. Devido a algumas brigas com seu irmão e
insultos trocados entre eles. Weasel não se
importava, pois ele a queria há muito tempo.

Agora, Renée retornou para a cidade e


pretendia ficar. Mas, ele não sabia se seria forte o
bastante para ficar longe dela. Especialmente,
quando fez um contrato de trabalho com ela e por
conta disso a teria se mudando para a sua casa.

Isso era uma tentação, uma vez que ele nunca


seria forte o bastante para se conter, pois não sabia
negar a si mesmo.

Renée sabia que voltar para ver Vengeance


sem avisar antes, não era uma boa ideia. Ela lhe
disse coisas horríveis, ofendeu o MC com suas
palavras e também veria Weasel.

O homem por quem se apaixonou


secretamente.

Não deixaria seu coração se apaixonar, ainda


mais, por ele. Entretanto, isso não era algo fácil a se
fazer.

Especialmente, quando a verdade apareceu.

Renée precisa descobrir se pode lidar com o


que lhe é oferecido ou se fugir é a melhor opção.
Weasel não estava com disposição para transar e por
mais que dissesse isso para a prostituta do clube, ela estava
bêbada e não aceitava um não como resposta.

— Vamos lá, querido. Fique duro para mim.

Ele balançou a cabeça e a dispensou, mas a boceta do


clube não saiu.

Eles festejavam na sede do clube e muitos dos membros


do MC também estavam fodendo algumas putas por lá ou
ficando mais bêbados. Aqueles que tinham suas esposas
estavam com elas.

— Vamos! — Ela chorava.

— Já falei que não estou de bom humor. — Disse


tomando um gole de cerveja e nem se preocupou em olhar
para ela.

Ela tentou pegar no pau dele, entretanto sua mão foi


empurrada de lá. Seu pulso foi pego em um aperto firme e
enérgico, sem machucá-la, e ele olhou-a. Estava ficando
chateado por ela não entender a indireta. A boceta do clube, a
qual ele nem sabia o nome, era mais burra do que a maioria.

— Eu disse não! Afaste-se. — E soltou a sua mão.

— Bem, se você não me quer, talvez seja porque você


não consegue ficar duro.
Ele ignorou a provocação.

Weasel foi para o bar, pegou uma garrafa de uísque e


começou a bebê-la diretamente no gargalo. Não se importava
o quanto estava ficando bêbado. Droga, ele queria encher a
cara.

Mesmo que não tivesse uma esposa, também não queria


uma foda aleatória só para se aliviar. Era um motociclista
durão, filho de um criminoso que o ensinou a ser homem, a
calar a boca e que também o usou como saco de pancadas
em algumas ocasiões. Isso o endureceu e fez o homem que
era hoje.

Ryker James Stewart.

Ou quem ele costumava ser. Agora, só Weasel1 e era


assim que queria que permanecesse.

A verdade era que ele não era um bom homem e por


esse motivo, sabia que não poderia e nem teria uma boa
mulher ao seu lado.

— Você está bem cara? — Vengeance foi um dos


motociclistas que encontrou recentemente uma boa mulher e
o amor. Mesmo apaixonados, ainda eram uns filhos das
putas durões.

1
Mustela é o gênero de mamíferos da família Mustelidae que inclui os animais popularmente
designados por doninhas e furões.
— Estou bem. — Mentiu descaradamente. Ele não
estava bem, pois estava só e sendo um otário. Fingir que as
coisas estavam bem era a sua especialidade.

O ―Patch‖ olhou para ele, rígido, com uma expressão


ilegível no rosto. Assim, virou-se e também pegou uma
garrafa de uísque e a bebeu direto no gargalo.

— Não, você não está legal. Parece que alguém chutou


suas bolas e em seguida, cuspiu na sua cara. — Vengeance
tomou outro gole. Ficaram se encarando sem falar nada. —
Aposto que o problema tem a ver com mulher.

— Merda! — Weasel tomou sua bebida.

— Você quer falar sobre isso?

— Pareço o tipo de idiota que fala sobre essas coisas?

— Não, você sabe que eu gosto de te incomodar.

Weasel passou uma mão sobre o rosto, sentiu que


precisava fazer a barba e não se importou com esse detalhe
no momento.

— Ouça! — Vengeance disse e encarou Weasel


novamente. — Não direi o que deve ou não deve fazer, mas
vou te dizer isto. Ele pausou por um momento. — Se você
quer tanto algo que te consome, então você tem que lutar por
isso. — Em seguida, deu uma tapa em suas costas, sorrindo.
— Mesmo que pareça impossível ou que não faça sentido,
você precisa lutar pelo que quer.
Fácil de dizer para um homem que tem tudo.

Isto é um erro, um grande erro.

Renée falou e descansou a cabeça contra o banco do


ônibus que estava. O cheiro de couro usado e sujo inundou o
nariz. O som de alguém tossindo atrás de si enchia suas
orelhas.

Mas, nada disso poderia clarear os pensamentos em sua


cabeça.

Procurar os ―Soldiers do Wrath‖2 não era o que a


preocupava. Ela estava prestes a ver seu irmão, um homem
que amava muito e que a protegia de qualquer ameaça.

Estava nervosa para vê-lo, visto que ele não sabia da


sua chegada e porque ela o afastou depois que começou a
namorar um babaca, quem ela pensou que amava. Fazia um
ano desde que o viu e por tê-lo afastado, não sabia se ele a
receberia de braços abertos.

O único telefonema entre eles foi há muito tempo. Sua


felicidade foi saber que encontrou a mulher que amava.

Esfregando a mão sobre o rosto, suspirou e se sentiu


esgotada.

2
Soldados da Ira.
Olhou pela janela, no entanto estava muito escuro.
Renée poderia dizer que não se importava por ele ser membro
de um MC, no entanto a verdade era que ele não sabia de
nada.

Apoiou a cabeça no banco de novo, concentrando-se no


que estava a sua frente. Sua mala estava ao lado, em um
assento vazio.

Depois de mais uma hora viajando neste ônibus,


apareceu um sinal de que estavam entrando na cidade. O
ônibus parou perto da calçada, abriu a porta e ela saiu.

O ônibus foi embora e dele só restou uma grande nuvem


de fumaça que a cobria e o peso do mundo sobre os seus
ombros.
Weasel estava do lado de fora do clube quando acendeu
um cigarro. Era noite e ele olhava para o céu pensando
quando sua vida se tornou tão mórbida que o fez encontrar
paz olhando para o nada? Sentia falta de ser o cara que podia
enfiar o pau na boceta, na bunda ou na boca de qualquer
mulher.

Fez isso com muitas há muito tempo e elas lhe


imploraram por sexo. No fim, elas sempre queriam um beijo.
Nojento, mas esse era o mundo que viveu por muito tempo e
era o que gostava.

Fazia parte dos ―Soldiers of Wrath‖ a tempo suficiente


para não conseguir imaginar ser outra coisa. Não que ele
quisesse ser algo diferente. Andar em sua moto e trabalhar
com eles estava no sangue.

Weasel não poderia ter de fato um trabalho de nove às


cinco. Isso nunca foi o que quis, já que não concordava com
os padrões impostos por essa sociedade de merda.

Ainda que estivesse sozinho e com inveja dos caras que


encontraram suas Senhoras3 ou uma mulher que não abriam
suas as coxas para mais ninguém. Era isso que queria? Uma
mulher que não houvesse fodido com outro irmão?

3
Esposa de MC. Old Ladies.
Droga, ele estava se tornando um babaca na sua
velhice. Tinha que ser. Seu aniversário se aproximava, estava
chegando aos quarenta e quando olhava para trás, não tinha
porra nenhuma. O clube era óbvio. Entretanto, estava sem
filhos, sem mulher e não tinha nada.

Vários caras deixavam o clube, indo para suas Senhoras


ou suas namoradas. Percebeu que alguns recrutas nem
levavam suas mulheres para lá. Eles estavam com medo de
perdê-las para os outros irmãos, pois competir estava no
sangue. Alguns caras só achavam engraçado que qualquer
mulher sentasse em seus paus.

Claro, novatos não costumam fazer muita coisa, eles


nem lutam. Não sabiam o que isso significava e que levava
tempo para os Soldados decidissem a quem deviam dar um
―patch‖. Fazer parte dos ‗Soldados da Ira‘ é fazer parte da
irmandade. Se você não está preparado para lutar contra um
irmão por sua própria mulher, por quem então você lutaria?

Dando um trago profundo no cigarro, sorriu para a lua.


Houve um tempo em que nunca a teria olhado,
simplesmente, porque estaria comendo uma mulher e ela
estaria gritando o nome dele.

Parecia que isso foi há anos.

Foi há muito tempo.

O barulho de saltos no asfalto o fez se mover e ficou


chocado ao ver a irmã de Vengeance, Renée. Ela estava na
porta, com os braços cruzados, olhando para o clube e
parecia estar com frio. A camisa que usava não escondia o
fato dela estar sem sutiã.

Sim, fazia muito tempo desde que a viu pela última vez.
Sem dúvida, ele sabia que ela não foi convidada.

Os dois irmãos tiveram uma grande discussão. Nomes


foram chamados, ameaças foram feitas e ela acabou, falando
a ele e aos membros do clube que todos eram desgraçados.
Claro que ela saiu para seguir um homem e até ali não tinha
nem se preocupado em entrar em contato.

— Olha o que o gato trouxe! — Weasel disse, esperando


enquanto Renée caminhava em sua direção.

— Ei, como vai? — Ela disse, descansando as mãos em


seus quadris.

— Estou chocado ao ver um Anjo tão intocado aqui, se


misturando com a escória da terra.

— Eu... eu vim ver Vengeance.

— A última vez que o vi ele estava ocupado. — Ele deu


outro longo trago no cigarro e depois o apagou.

— Como está, Weasel?

— Estou bem. O que você faz aqui?

— Vim pedir desculpas a ele.

— Quer dizer que deixou aquele idiota que falou


mentiras sobre o clube e virou sua cabeça contra nós?

Sim, ele era um cretino e estava sendo, especialmente,


imbecil com ela. Weasel sabia que não deveria falar com ela
desta forma, pois já tinha seus próprios problemas para lidar.
Já que sentia um grande tesão por Renée há muito tempo.

Ao ver o olhar de raiva de Weasel não pôde culpá-lo.


Cometeu tantos erros ao longo dos anos, saindo com um
homem que estava no topo da lista dos idiotas. Era uma
vergonha que enquanto trabalhava para se sustentar, ele
transava com várias mulheres. Foi ao seu apartamento, para
encontrá-lo no meio de uma orgia e o pior era que ele queria
que ela participasse.

Foi à gota d‘água. Ela pegou um voo para sua cidade no


dia seguinte e em vez de voltar para casa, estava trabalhando
em uma cidade, longe do alcance de qualquer membro do
clube. Do nada seu irmão a liga, dizendo que conheceu
alguém. Depois deste fato, deixou passar um tempo pensando
se deveria ignorar a chamada ou fazer as pazes.

Vengeance era sua única família. Eles só tinham um ao


outro e Renée estragou isso.

Não soube o que dizer quando Weasel olhou para ela,


fumando e olhando-a como se não tivesse nenhuma
preocupação.

— Eu não devia ter vindo aqui, deveria?

— Diga-me, o que aconteceu com aquele puto?


— Ele me traiu de novo e de novo. Continuei a
trabalhar. Nós nos mudamos e ele decidiu ser um vadio, pois
ficava sentado com a bunda no sofá o dia todo enquanto eu
trabalhava. Toda aquela conversa sobre começar a explorar
novos territórios, era tudo mentira. Eu fui apenas fácil. —
Ainda ficava com raiva quando lembrava que escolheu um
pau, no lugar do irmão. Ela o olhou nos olhos, recusando-se
a recuar. — É isso que você queria ouvir? Como fui estúpida,
porque eu decidi abrir as pernas para o primeiro cara que me
desse atenção? — Ela riu. — Pela primeira vez, não tinha
nada a ver com o MC. Sim, eu fui uma otária. — Mesmo com
lágrimas enchendo seus olhos, se recusou a deixá-las cair.
Não daria aquele bastardo outra chance de machucá-la.

Impaciente, Weasel puxou-a para seus braços. E


acariciou seus cabelos quando sua primeira lágrima começou
a cair. Ela não chorava, fazia muito tempo, nem chorou
quando pegou Jake com outra pessoa.

A última vez foi quando estava no avião e pensou no que


disse ao seu irmão mais velho e para o clube que adorava,
sabendo que não havia como voltar atrás.
Renée se afastou dele quando ouviu alguns caras
animados saindo do clube com mulheres e falando alto.

— Obrigada por ser decente. — Sabia que ele não tinha


que ser gentil com ela. Sim, acabou de mostrar um lado
idiota, no entanto só sabia o suficiente sobre ele, já que todo
membro do clube tinha aquela muralha para afastar as
pessoas e era assim que conseguiam ficar a salvo.

Diabos, ela se afastou do seu irmão.

Caminhou para a entrada do clube, com o coração e


respiração acelerados. Não sabia se Vengeance abriria os
braços para ela e a aceitaria de volta em sua vida.

Foi uma estúpida por afastá-lo e não queria perdê-lo,


porque agiu como uma puta que não sabia que a família
deveria ficar sempre em primeiro lugar.

Respirando profundamente, Renée empurrou a porta e


sentiu o cheiro de fumaça de cigarro, de álcool e de suor. A
música era ensurdecedora, o espaço estava repleto de
fumaça, mas podia ver as pessoas se balançando umas
contra as outras.

Passou para o bar sem saber por onde ele estava,


contudo precisava vê-lo e fazer a coisa certa.

— Oi, você sabe onde eu posso encontrar Vengeance? —


Ela gritou para ser ouvida por causa da música.
O motoqueiro estava de costas para ela e o calouro dizia
Recruta. Renée sabia o suficiente para saber que se tratava
de um calouro, alguém que tinha que mostrar algo de valor
para o clube, antes deles serem um membro oficial.

Ele se virou.

— O quê? — O calouro gritou de volta e os olhos subiam


e desciam por ela. — De onde diabos você veio? Não parece
que você quer foder.

Renée puxou as golas do seu casaco de lã e olhou.

— Você pode me dizer onde Vengeance está?

Ele apontou o queixo na direção do corredor dos fundos.

— Ele provavelmente está com sua Senhora em um dos


quartos dos fundos.

Ela se dirigiu para lá, moveu-se para desviar dos casais


e tentou descobrir em qual quarto ele estava. Algumas das
portas estavam abertas e podia ver que não estava nesses
quartos, porém duas portas estavam fechadas.

O som dos gemidos veio de uma e ela puxou o pino para


bater. Antes de interromper quem estava lá, outra porta
abriu-se atrás dela e uma voz de mulher pode ser ouvida.

— Você está sendo muito mal, Vengeance.

Renée virou e viu aquela linda mulher com uma cicatriz


no olho. Ela estava sorrindo e o amor no rosto dela era claro.

Devia ser Constance, a mulher por quem o irmão se


apaixonou. Na verdade, nunca tinha visto a mulher, mas
ouviu sobre ela.
Renée sabia o quanto ele se importava com ela, e a
emoção no rosto da mulher era claro como o dia.

Uma vez que ela abriu a porta, imediatamente, o viu.


Seu coração estava explodindo, suas mãos suando e tudo
nela ficou em silêncio.

— Vengeance. — Disse suavemente, seu coração estava


saindo pela boca e os nervos ameavam paralisá-la naquele
lugar.

Ele se virou e a encarou, percebia-se surpresa e


confusão em seu rosto.

— Renée?!

Estava perto da janela, o símbolo do clube bordado no


centro das costas como um aviso radiante no meio da noite.
The Soldiers of Wrath eram conhecidos como brutais em tudo
o que faziam. Ela ouviu muito isso dele no começo do clube.

À medida que os momentos passavam, suas emoções


começaram a se tornar ainda mais intensas. Ela sabia que
não poderia conseguir mantê-las sob controle, mesmo que
quisesse.

— Sinto muito. – Ela, finalmente, disse. Sabendo que


não abusaria da sorte, só precisava dizer o que estava na
cabeça. O peso de ver seu irmão, da confusão com o ex., só
de estar aqui, tudo pesava sobre ela. — Me desculpa por não
o escutar, virando as costas e pensando que sabia o que era
melhor. Você estava certo o tempo todo. — Sentiu que iria
chorar, apenas dizendo todo o resto e mostrando ao irmão
dela o quanto estava arrependida.
Antes que Renée soubesse, já estava na frente dela e lhe
dava um abraço.

— Somos uma família, isso significa que não importa o


aconteça temos de ficar juntos. Não me importo se nós não
nos falamos por anos. Você é minha irmã e eu faria qualquer
coisa por você.

— Odiei esse tempo que passamos sem nos falar.

Ele esfregou suas costas e ela sentiu que concordava


com a cabeça.

— Eu também! Agora você está aqui e é isso que


importa. — Se afastou e sorriu para ela que levantou o
pescoço só para olhar para cara dele. Sua altura de 1,68 não
chegava nem perto dos seus 1,83.

Não era só o irmão dela, sempre foi seu protetor e


sempre seria e Renée sabia disso.

— Prometo que tudo ficará bem. — Disse enquanto a


puxava para um outro abraço.

Seus pensamentos eram sobre o que ela queria e sentia.


Mas, agora tinha sua família de volta e era tudo o que
importava.
— Eu disse a você que aquele cara era um filho da puta!
— Vengeance falou no dia seguinte durante o café da manhã.

Renée sorriu. Eles não estavam na sede do clube e sim


na casa nova dele e ela amou o convite.

— Sei que fui muito idiota. Cada palavra que eu disse,


me arrependi no mesmo momento que falei... — Ela parou e
Constance colocou uma montanha de panquecas na frente
dela. — Obrigada!

— Quero que se sinta bem-vinda aqui. Seu irmão fala


muito sobre você e eu sei que significa muito para ele ter você
aqui.

Ela fez uma careta.

— Ele fala muito sobre mim, hein?

— Ele comentou que vocês dois se separaram brigados e


que agora está tudo no passado. — Constance se sentou com
eles. A cicatriz no rosto foi feita por um idiota chamado Craig
que a tinha roubado e quando tentou fazer sexo com ela,
ficou bravo e cortou seu rosto. Os irmãos conversaram muito
ontem à noite, quando ficaram acordados até tarde se
atualizando. Foi muito bom.

Constance era uma mulher muito simpática e forte


demais. O tipo que Renée sempre imaginou.
— Fui uma vagabunda de primeira para meu irmão.
Disse coisas sobre o clube que creio que não deixou Demon
muito feliz.

— Ele vai ficar bem. — Constance acenou com a mão.

Vengeance olhou para a sua mulher e o amor era claro


nos olhos dele. Quando se virou em direção a Renée, ele
levantou uma sobrancelha. Ela já sabia sem ele dizer nada
que não seria bom. Havia desrespeitado o clube. Quanto a
Demon e os outros irmãos, ela já sabia. Teria que ganhar de
volta o respeito deles e isso poderia nunca acontecer.

Para a maioria, ela era só uma vaca ou na pior, uma


prostituta. Talvez, nem mesmo uma traidora. O clube,
provavelmente, virou as costas para ela e com razão.

Sua irmã concordou com a cabeça e tentou comer


algumas das panquecas que Constance fez. Não eram ruins.
Na verdade, as achou deliciosas. O maior problema era saber
o que ia ter que enfrentar.

Weasel foi bom para ela ontem, o que foi ótimo. De todos
os membros, além de seu irmão de sangue, sentiu saudades
dele e lembrar da sua fisionomia sempre a atormentava.

Idiota.

Era o que ela era, uma idiota. Virando as costas a sua


única família porque um babaca disse. Fez revirar o estômago
e disso nunca iria se perdoar, nem em 1 milhão de anos,
mesmo que isso fosse um exagero.
— Estou sentido que vocês precisam conversar e eu
preciso me arrumar, pois estou parecendo um monstro. —
Constance se levantou, deu um beijo na bochecha do marido
e se apressou em torno para lhe dar um grande abraço.

— Ela é muito simpática. — Comentou quando estavam


a sós.

— Constance é a melhor coisa que já aconteceu comigo.


Fiquei um segundo em silêncio.

— Então, você deixou sua bunda na Europa e o quê


mais? — Perguntou ele.

— Assim que pude voltei e então tenho trabalhado,


fazendo bicos. Quis te ligar, porém toda vez que eu tentava,
me faltava coragem para isso. Eu sei. Uma droga, certo?

— Weasel ficava me pedindo para ligá-la. Ele parecia


pensar que você estava com algum tipo de problema ou que
gostaria de falar comigo.

— Não estava em apuros. Só trabalhando e tentando


sobreviver. — Ela respirou forte. — Sinto muito sobre tudo
isso.

Mesmo que eles tivessem se abraçado e estivessem


conversando, faltava algo. Ainda havia uma tensão entre eles
e Renée não conseguia parar as lágrimas que enchiam os
seus olhos e rapidamente ela virou o rosto para disfarçar.
Largou o garfo. Não havia mais como ela comer as
panquecas. Nem engolir ela conseguia com suas lágrimas
caindo.
— Eu errei muito. — Ela fungou e foi até Vengeance.

Eles se abraçaram.

— Sinto muito, sinto muito... — Ela repetia as mesmas


palavras, esperando que ele acreditasse nela.

— Eu sei que você sente, querida e estou muito


arrependido também. Você e eu podemos trabalhar nisto e
vou te ajudar a encontrar um emprego aqui. Não vou jogá-la
fora e tratá-la como um nada. Somos uma família e sempre
seremos.

— Obrigada! — Ela deu um beijo na sua bochecha.


Houve uma batida na porta da frente e ela se afastou.

— Eu acho que sei quem é.

Renée observava enquanto ele ia para a porta, desviando


o seu olhar tempo suficiente para tomar um pouco de água.
Ouviu o timbre profundo da voz do homem que sempre quis.

Weasel.

— Pensei em fazer uma parada para o café da manhã.

— Desde quando?

— Desde agora. — Weasel entrou na casa e tomou um


lugar à mesa. — Onde está Constance?

— No chuveiro.

— Quando eles estavam no clube, nós os ouvíamos


fodendo durante a noite toda.

— Sério, esse é o meu irmão.


— Sério, Demon teve que os proibir. — Weasel começou
a rir. — Todo mundo estava esperando... Ai! — Vengeance
bateu na parte de trás da cabeça de Weasel.

— Mostre algum maldito respeito. É da minha Senhora


que você está falando.

— Ok! — O Patch agarrou uma panqueca e enfiou na


sua boca. — Como estão as coisas entre vocês dois? —
Perguntou com a boca cheia de comida.

Sobrou para Weasel a tarefa de tornar as coisas


estranhas, ela sentiu falta disso também.
Após o café da manhã Renée foi procurar emprego. A
primeira coisa na lista dela era realmente isto. Em seguida,
encontrar uma casa e tentar viver na cidade, próximo do
irmão e continuar a trabalhar no relacionamento com ele.
Eles ainda tinham muita coisa para corrigir antes que
voltasse a ser do jeito que era.

Renée encarou Weasel, se perguntando qual era a sua


intenção.

Ou talvez ele só estivesse sendo gentil.

Ele insistiu em acompanhá-la até a cidade para


procurar um emprego. Ela não pôde evitar, era uma sensação
muito boa ter alguém ao seu lado. Ela empurrou os
sentimentos por Weasel para trás, sabendo que eles não
levariam a lugar nenhum. Uma vez que ele vive uma vida de
motociclista endurecido e provavelmente, a via só como a
irmãzinha do Patch.

Sua companhia neste momento era suficientemente boa.


Ela tinha outras coisas para resolver antes que considerasse
algo romântico com Weasel ou qualquer pessoa.

Renée tinha se candidatado para três trabalhos


diferentes e embora não fossem bons cargos, ficaria feliz em
conseguir alguma coisa neste momento.
Deixar tudo para trás e começar de novo era difícil,
todavia relacionando-se melhor com o irmão, sentia que as
coisas ficariam bem, Renée sabia que este era o começo de
futuro melhor.

Ela olhou para Weasel e havia algo sobre ele que sempre
fez o coração dela bater mais rápido e mais intenso.

Ele não fazia a barba há dias e os cabelos estavam mais


longos, porém o olhar desgrenhado lhe agradava. Ele era tão
atraente e bruto que fazia o sangue correr em suas veias. Seu
corpo era grande, musculoso e perfeitamente desenhado.

Ele era muito viril e isso fazia com que ela se sentisse
muito feminina ao lado dele.

— Vengeance comentou a respeito dos problemas que


tivemos, sobre os meus problemas pessoais e o motivo de eu
estar aqui?

— Não se ofenda, ele me contou. Somos uma família e


ele não tinha ninguém para conversar. Doeu nele, vocês não
se falarem ou se verem, foi muito difícil.

Ela olhou para as suas mãos que estavam sob o seu


colo. Sim, sua relação esteve atribulada por um bom tempo.

Ambos deixaram as relações tensas, contudo eles


tinham o futuro para fazer a coisa certa. Agora que
Constance estava em sua vida, podia ver o quanto o irmão
mudou e como ele estava feliz.

— Sim, cometemos alguns erros bem grandes, mas


esperamos que as coisas possam começar a melhorar agora.
— Ela olhou, novamente, o inabalável rosto do motociclista,
sem emoção. Mas, podia ver em seus olhos escuros que ele se
compadecia e que talvez ele nem conhecesse briga de família.

— Então, você finalmente se livrou daquele idiota, hein?

Ela não pôde deixar de rir. Conte com ele para dizer a
verdade.

— Sim, algo assim.

— Você está melhor sem alguém que te trata como nada.


Ele a olhou bem nos olhos e quis dizer cada palavra que ele
disse. — Você merece alguém que vá tratá-la como você
merece, que fique em suas mãos e se ajoelhe adorando o chão
que você pisa. — Ele olhou para fora da janela e seu rosto e
olhos estavam tensos. Parecia chateado com o que acabou de
falar.

Renée se emocionou e pensou que fosse chorar naquele


instante. Rapidamente, se recompôs, pois sabia que de agora
em diante precisava demostrar força.

Este era o primeiro dia do resto de sua vida e ela não ia


estragar tudo.

Weasel a encarou e os sentimentos por ela cresciam a


cada minuto.
Ele sempre se preocupou com ela, diabos, seria muita
viagem dele dizer que a amava. Mesmo que fosse um
sentimento só da parte dele? Porém, ficou na sua, mantendo
as suas emoções em cheque por causa do irmão e o fato dela
não gostar do clube.

Bem, ela gostava do clube, apenas não concordava com


algumas se suas práticas. Nem poderia culpá-la, porque a
vida do clube não era para todo mundo e depois que se entra,
não há mais volta.

Olhou para o perfil dela, o longo cabelo escuro voando


levemente na brisa. A vontade de estender a mão e empurrar
os fios para longe de seu rosto era forte. No entanto, isso
seria atravessar a linha e ele não era um bastardo.

Esta foi a única mulher com quem ele já teve qualquer


tipo de apego e tinha que acreditar que isso significava mais
do que apenas levá-la para cama.

Não a queria só para transar, a queria ao seu lado e


sempre fazê-la sorrir. Ela teve um momento difícil com o ex e
essa era a parte onde Weasel queria caçá-lo e tirar todos
dentes.

Não se importando com o momento, estendeu a mão e


sua mão tocou a dele. Renée o olhou, seus olhos estavam
confusos e havia surpresa em seu rosto. Ele deu um aperto
em sua mão, deixando-a saber, sem dizer nada que estava
aqui para ela.

Ele só esperava que ela entendesse isso, porque não iria


embora.
Ele não conseguiria.
Renée viu-se em uma lanchonete às 06:00h sentindo-se
como se o mundo inteiro estivesse contra ela. Agarrou o
cardápio e começou a lê-lo. Ninguém lhe telefonou de volta e
isso em uma pequena cidade como a deles, era como o beijo
da morte. Soltou o cardápio e em seguida, colocou a cabeça
em cima dos seus braços cruzados.

Tudo o que ela fez hoje foi inútil. Tudo isso era um pé no
saco e ela só queria chorar. Sempre foi capaz de conseguir
um emprego. Queria colocar sua vida nos trilhos novamente e
sem trabalho estava condenada.

Weasel sentou-se ao lado dela depois de usar o banheiro


e ficou em silêncio.

— Qualquer um pode se juntar ou você quer ter uma


festa de piedade só para você?

— Ninguém me ligou de volta.

— Então, tiveram um dia cheio?

— Ou estou na lista negra.

— Querida, você não é a única procurando por um


emprego e com todo o respeito, você deixou a cidade. Para
algumas pessoas isso pode ser um problema.

— Por quê?
— Eles querem alguém que fique aqui. Não uma que
possa querer ir embora a qualquer momento.

— Me perguntaram e eu lhes disse que estava aqui para


ficar.

— Provavelmente, não acreditaram. Vai ser preciso


muito mais do que isso para todos acreditarem, você saiu
com uma má reputação. — Parou de falar quando uma
mulher se aproximou e encheu seus copos de café.

— Obrigada! — Ela falou.

A garçonete não disse nada e saiu.

— Eu, realmente, sou uma perdedora. — Disse em um


suspiro.

— As pessoas sabem o que você fez. Como tratou seu


irmão e o clube. Nós também contribuímos para manter esta
cidade viva. Não querem ser vistos como se tivessem
facilitando as coisas para você.

Claro que não! Ela devia saber. Lealdade para com os


Soldiers of Wrath era para toda vida e Renée abusou dessa
confiança.

— Sabe que com essa sua nova liberdade poderia fazer


algo como um hobby para passar o tempo.

— Liberdade?

— Você não tem emprego.

— Isso não é liberdade é ser desempregada e para fazer


um hobby é preciso dinheiro. Para ter dinheiro, precisa-se de
um emprego e agora você está me fazendo parecer uma puta
e não quero isso. Ela gemeu e deixou a cabeça cair mais uma
vez sobre seus braços. — Sou uma perdedora.

— Você não é.

— Olhe para mim. Provavelmente, não posso pagar essa


xícara de café.

— Sorte sua, eu posso e vamos comer também. — Ele


empurrou o menu para ela. — Escolha e depois podemos
falar sobre o que você pode fazer.

Ela pegou o cardápio dele e começou a olhar.


Hambúrgueres suculentos gigantes ofereceriam duas coisas
— iria alimentá-la e também dar-lhe conforto. Estava
procurando conforto neste momento. A garçonete veio e ela
fez o pedido. Enquanto estava fazendo o dele, Renée tomou
um gole de café amargo. Ela não reclamou. Queria muito
uma boa xícara de café.

Weasel sentou e olhou para ela. Ficou lá a olhando,


enquanto Renée olhava ao redor para ver se alguém a estava
vendo.

— Você está me assustando. — Ela disse.

— Quero tentar algo com você.

— O... o que? — Ela franziu a testa. Ele era o único


irmão do clube que já teve uma paixonite em sua vida e o
comparava com todos os outros homens. Na verdade, foi
depois de vê-lo fodendo com uma mulher que foi para o Jake
e assim, saiu da cidade. No entanto, ela jamais o contaria
isso.
Ela teve inveja daquela mulher. Porém, não podia culpá-
lo por estar com ela. Raios, Renée nunca lhe disse como se
sentia e nunca agiu como se gostasse dele. Passaram-se anos
e nunca demonstrou qualquer sentimento por ele.

— Tenho uma casa e sempre passo meu tempo no


clube. Preciso de uma dona de casa, alguém de confiança.
Vou te pagar para manter minha casa limpa e se me lembro
bem, você é uma ótima cozinheira. Se fizer isso, o seu quarto
e comida estão assegurados e ainda vou te pagar.

— Você quer que eu cozinhe e limpe para você?

— É a oferta.

— Está brincando comigo?

— Nunca brinco com dinheiro e é disso que estamos


falando.

— Terei que fazer tudo o que uma Senhora faz?

— Não, você não. — Weasel disse. Ele tomou um gole de


café e ela viu o movimento em seu pescoço quando engoliu.
Porque isso pareceu erótico?

— O que uma Senhora faz que não vou fazer, então?

— Foder.

Sua boceta ficou escorregadia só de pensar nele entre


suas coxas, empurrando o pau dentro dela. Renée apertou
suas coxas... e se inclinou, precisando se distrair.

— Esqueci o quanto você pode ser grosseiro.


— Eu não sou grosseiro. Estou apenas dizendo como é.
Uma Senhora toma conta da casa e do homem dela. Estou
pedindo para cuidar da minha casa e colocar comida na
mesa. Deixo você comer comigo. — Ele disse com uma
piscadela. — Claro que se você quiser foder comigo, isso é
com você.

Droga. Ela estava tão tentada a aceitar essa oferta. Para


livrar sua mente das fantasias constantes que teve ao longo
dos anos. Não era culpa dele e sim dela.

— Quando posso fazer a mudança?

— Ele já está te deixando inibida?

— Não quero magoar ele ou Constance. Já lhe dei muita


infelicidade. Não quero fazer de novo.

— Entendo. Então, qual é sua resposta?

A garçonete voltou com a comida. No momento que ela


se foi, Renée concordou. Faria qualquer coisa para ganhar a
vida, até mesmo trabalhar para o homem que desejou por
toda sua vida, todavia nunca poderia ter.
Weasel sabia que estava brincando com fogo, oferecendo
o emprego para Renée. A verdade era que seu coração estava
partido por ela se sentir tão sem sorte. Tê-la em casa seria
muito difícil dado o fato que ele a queria desesperadamente.

Ele podia se controlar, pelo menos era o que dizia a si


mesmo. Contudo, podia ser uma história totalmente diferente
quando estivesse fora de controle.

Passara-se uma semana desde que ele lhe ofereceu o


emprego. Renée estava se mudando hoje e porra ele não
previu isso. Vengeance parecia surpreso de que ela fosse
embora tão cedo e ainda mais chocado que estivesse se
mudando para a casa do seu Patch.

Ela gaguejou ao falar para o irmão que só estava lá


como ajudante.

Não, ela não era só a ajudante. Ela seria dele. Seria


apenas uma questão de tempo.

Caminhou até a janela e viu o irmão tirando o carro da


garagem. A casa de Weasel era pequena, apenas dois quartos,
no entanto era grande o suficiente para ele e Renée.

Ao longo do tempo, o clube iria esquecer tudo e daria as


boas-vindas a ela, especialmente com Vengeance consertando
as coisas com ela. Sim, ela estragou tudo por ofender o clube,
mas não importa ela ainda era família e isso era mais
importante do que qualquer outra coisa.

Ele saiu da casa e foi para o alpendre... apenas quando


Vengeance parou em frente às escadas. Renée saiu do banco
de trás, segurando as duas malas com seus pertences. Ela
parecia tão bonita que o seu pau ameaçou dar um empurrão
poderoso e se tornar um pau duro entre suas pernas.

Constance foi a próxima a sair do banco do passageiro,


com um sorriso largo quando olhou para ele. Ela era boa para
ele, realmente muito boa. O Patch mudou desde que estava
com a mulher dele e foi para melhor. Ainda era um
motociclista durão, mas a empatia que sentiu, o amor que
sua mulher lhe deu, fez dele um homem melhor.

E Weasel, um dia, queria isso.

Olhou para Renée depois que pensou nisso, sabendo


que era o que ele queria, mas só com uma mulher.

Ele só queria isso com Renée.

Weasel deu três passos até a varanda a fim de recebê-


los. Pegou as malas das mãos de Renée, sorriu para ela e
deixou que seu pau ficasse calmo. Era doloroso demais,
porque o filho da puta estava louco para ficar duro.

Era bom em se controlar, pelo menos, ele tinha sido.


Renée, vivendo sob o mesmo teto, poderia mudar isso.

— Vão ficar para uma bebida?

— Não. Nós temos algumas coisas para fazer. —


Vengeance veio pela frente do carro e agarrou Constance,
puxando-a firmemente. — Vou levar minha mulher para
comprar móveis.

Era engraçado para caramba, ver um grande


motociclista, falando sobre compra de móveis, mas ele
parecia tão feliz que Weasel só pode sorrir em troca.

Depois de jogarem conversa fiada por uns cinco


minutos, eles saíram, deixando Renée em pé, bem ao lado
dele.

Weasel a olhou de relance e se perguntou se ela estaria


nervosa. Sem pensar, porque tudo o que queria fazer era
estar ali para ela, pôs a mão no centro das suas costas e
esfregou para cima e para baixo, a confortando. Ela ficou
tensa sob o seu toque, mas depois de alguns segundos
relaxou e olhou para ele.

— Você está bem? — Ele a perguntou, sabendo que ela


poderia se sentir fora de lugar. No entanto, logo isso iria
mudar.

— Estou bem. Só não quero me sentir como se isso fosse


uma esmola. Você sabe o que quero dizer?

Ele sorriu.

— Querida, espere até você ver a minha casa, é um


naufrágio e se você ainda achar que é uma esmola, podemos
conversar. — Ele começou a rir e os dois entraram.

Diabos, ela podia correr gritando na outra direção


quando visse o estado em que sua casa estava. A verdade era
que ele não era um bom dono de casa e quando estava ali só
queria relaxar e não se preocupar em arrumar nada.

Weasel abriu a porta e a deixou entrar em primeiro


lugar. Não poderia ajudar, mas sorriu com a maneira que seu
corpo ficou tenso. Sim, ela provavelmente estava percebendo
que isto não uma esmola.

— Que merda! — Ela olhou ao redor e olhou para ele


com os olhos arregalados. — Você não estava brincando
sobre a bagunça.

Ele riu e entrou, fechando a porta atrás deles.

Weasel colocou as malas no chão e viu enquanto ela


andava.

— E não tenho comida em casa, provavelmente nada


que seja comestível. Então, seus deveres também incluem ir
para o supermercado. — Ela se virou e o enfrentou, com uma
expressão fechada em sua cara.

— Nada comestível? — Não me surpreende. — E


começou a rir depois.

— Deixe-me mostrar o quarto em que você vai ficar. — A


casa era pequena e o perfume doce dela parecia preenchê-la
rapidamente. Mostrou o quarto, viu quando ela entrou e
agora, sentiu-se estúpido.

Sua casa era nojenta e ele trouxe a mulher que queria


aqui. Merda, ele nunca trouxe uma fêmea aqui. Então, se
sentiu fora de lugar.
Ela virou e o enfrentou com um sorriso e assim ele foi
relaxando.

— Bem, parece que tenho muito trabalho a fazer.


— Você é um porco total. Não tem como dormir neste
quarto.

— Então, por que está sorrindo? — Weasel perguntou.


Seus grandes e musculosos braços estavam dobrados sobre o
peito, mas ela ignorou isso. Ele era um dos amigos mais
próximos do irmão e isso seria cruzar várias linhas. Não tinha
como alguém assim não quebrar o seu coração e este era o
simples motivo pela qual nunca iria se arriscar.

— Agora sei que este emprego não era só uma desculpa


para me fazer sentir melhor. Você, realmente, precisa de mim
e preciso trabalhar na vida. Seu bagunceiro. Ela franziu a
testa. — É estranho. Nunca pensei isso de você, uma vez que
o seu quarto no clube estava sempre limpo.

— Este lugar tornou-se um depósito por muito tempo.


Era mais fácil largar aqui do que realmente fazer alguma
coisa com isso. Porém, não se preocupe, me livrei dos ratos e
camundongos.

Ela pulou, gritou e subiu em uma cadeira.

— Ratos?

Ele começou a rir.

— Ainda é muito fácil provocá-la.

— Você é um idiota. Só para você saber, Vengeance me


disse para chamá-lo, se você fosse muito idiota.
— Ora! — Ele disse, oferecendo uma mão. — Isso foi
engraçado. Não há ratos ou camundongos. Há um monte de
aranhas, lembre-se, sempre mato quando as vejo.

Ela estremeceu e fez um som de nojo.

— Estou satisfeita que parei na loja e tenho isto, rasgou


um pacote de luvas de borracha e rapidamente as puxou. Em
seguida, tinha um avental amarrado e o cabelo em uma
touca. Virando na direção dele, viu quando ele começou a rir.

— Isso tem que ser o traje mais desagradável que já vi.


Ele disse.

— O que você esperava? O uniforme de empregada. Algo


que elas usam em filmes pornôs.

— Isso seria bom, poderia sair agora e comprar alguma


coisa.

Ela o ignorou e caminhou em direção à janela. Abrindo-


a, então pegou dois sacos de lixo grandes. Pegava coisas
aleatórias que foram deixadas ali e jogava fora.

Por trinta minutos, ela trabalhou para limpar as


superfícies e, em seguida, os pisos. Pelo canto do olho, viu
Weasel, de pé com os braços dobrados.

— Não me olhe com esses olhinhos bonitos e julgadores.


Você queria trabalhar e esta é a tarefa que você precisa fazer.
Estou apenas curioso e quero vê-la trabalhar.

Renée fez uma careta quando levantou uma calcinha.


Havia uma espessa camada de poeira em torno dela.

— Isto é seu?
Weasel começou a rir.

— Isso, provavelmente, foi de um dos caras do clube que


trouxe um troféu para me mostrar e deixou aqui.

— Desagradável.

— Você que está dizendo isso.

Sacudindo a cabeça, encheu vários sacos cheios de lixo


e os armazenou na porta.

— Há quanto tempo você tem esse lugar?

— Uns dois anos. Comprei várias coisas e as deixei aqui


e não arrumei nada.

Renée ficou surpresa ao ver que o colchão ainda tinha


até o protetor sobre ele. O que deu esperança de que ela
estaria dormindo em uma cama confortável e limpa.

—Quantas mulheres você já trouxe aqui?

— Nenhuma. Este é meu domínio e nenhuma boceta,


além da sua é permitida aqui.

— Parece, completamente, errado.

— Por quê?

— Esta é sua casa. Não faria sentido trazê-las para cá?

— Não. Este é meu castelo e só as pessoas que eu gosto


podem vir aqui.

— E você não gostou de nenhuma das mulheres com


que já dormiu. — Ela precisava pensar nele com outras
mulheres, caso contrário, correria o risco de ficarem muito
íntimos e não queria ficar tão perto, nem ter sentimentos por
ele.

— Tenho certeza de que você está ciente de que existem


pessoas lá fora que não precisamos gostar para trepar.

Ela concordou.

— Tem razão.

— Por que te interessa às mulheres com quem já estive?


— Ele perguntou, dando um passo no cômodo limpo. Bem,
ela não diria que estava limpo. Digamos que ele podia andar
sem medo de se suicidar.

— Não estou.

— Sim, você está. — E ficou parado bem na frente dela.


—Não se preocupe, princesa. Ninguém vai invadir o seu
espaço, se é o que te preocupa.

— Esta é sua casa. Você pode trazer quem você quiser.


— Forçou um sorriso mesmo que o ciúme começasse a atingi-
la. Não estava feliz, só em pensar em outra mulher, sendo
capaz de tocá-lo. Isso foi suficiente para fazê-la enjoar. —
Melhor eu voltar ao trabalho. — Como Weasel não saiu do
caminho ela teve que dar a volta.

Agarrando os sacos de lixo, levou todos para fora e os


deixou em pilhas separadas. Finalmente, olhando para a
cozinha, mais uma vez estremeceu. Garrafas e bandejas de
comida vazias estavam por toda parte. Ela arrumaria o
quarto dela primeiro e, em seguida, a sala. A casa estava uma
bagunça, mas pelo menos Weasel não teve problema com ela
jogando as coisas dele fora. Teria parado no mesmo instante
se ele tivesse algum problema com a sua limpeza.

— Tenho que sair. Vai ficar bem lidando com isto


sozinha?

— Sim, eu acho que se alguém tentasse roubar o lugar,


eles dariam meia volta e iriam embora. Nada aqui vale a pena
roubar.

— Você é uma comediante. Tenho certeza que nos


daremos muito bem.

Renée pegou um balde cheio de água e vários panos.


Caminhou de volta para o seu quarto, encarando a tarefa de
limpar a poeira e a sujeira de longos anos. Não sabia como
alguém poderia viver assim.

Este lugar estava uma bagunça. Após duas horas


esfregando cada superfície para que estivesse brilhando e
trocado a água várias vezes, parou no patamar de fora do
quarto dela. No mesmo corredor estava o quarto de Weasel.
Precisava saber se ele também vivia assim.

Andando em direção ao quarto dele, estendeu a mão,


tocando a maçaneta.

Isso era muito errado e sentiu como se estivesse


invadindo sua privacidade. Deixando esses pensamentos para
trás, virou a maçaneta e abriu a porta. O aroma de lavanda a
cumprimentou e o quarto dele estava... impecável. Sua cama
não tinha uma única ruga e cada superfície estava limpa.
Ela franziu a testa. Por que o resto da sua casa estava
um lixo?
Weasel e alguns outros caras estiverem afastados por
alguns dias resolvendo transações do clube. Haviam
comprado armas e munição. Deixaram o excesso em um
armazém coletivo e agora estavam voltando para a sua casa.

A estrada na frente dele passou em um borrão, o sol


batia e o vento açoitava seu rosto. Isso era liberdade; a
estrada aberta era a melhor maneira de viver. Ele não iria
querer viver de outra forma. Ficar preso em um trabalho
normal, não sendo capaz de viver a vida que ele queria, seria
muito ruim.

O tempo todo em que esteve longe só pensava nela. Era


loucura pensar que em um curto espaço de tempo desde que
esteve de volta, tinha se apaixonado mais ainda por ela. Não
pensou que isso era possível.

Mesmo que ele não precisasse avisar a Renée que ele


estava indo ou chamá-la quando estivesse na estrada, fez
exatamente isso. Ele queria ter certeza que estava tudo bem,
para sua própria paz de espírito.

Se ele fosse completamente honesto, poderia admitir que


a teria deixado ficar em sua casa, sem qualquer
compromisso. Não precisando limpar ou cozinhar. Queria
ajudá-la, porque a amava. Contudo, sabia que Renée era
orgulhosa demais para aceitar uma oferta assim. Então,
colocar algumas exigências sobre a sua mudança foi a única
maneira que pensou para que concordasse.

Mas esteve longe ―pelo menos por alguns dias‖ na


esperança de conter seu desejo por Renée, talvez pensando
que ela precisava do tempo dele também. Não queria sufocá-
la, nem ser um idiota que era sem autocontrole quando a
mulher que ele queria estava em jogo.

Ele não queria ficar um tolo apaixonado quando


estivesse por perto dela.

Weasel entrou na sua rua e foi com sua moto


barulhenta em direção a sua casa. Virou a motocicleta para a
entrada, desligou o motor e desceu. Uma vez parado, se
alongou, pois, suas costas estavam doendo. Olhou para sua
casa se perguntando se Renée estava lá dentro.

Ela ainda não tinha um carro, mas estava


economizando para um e também para comprar uma casa
própria. Só em pensar que ela não estaria nesta casa, não
estaria perto dele, o consumia.

Weasel sabia que a menos que ele virasse homem e lhe


dissesse como se sentia, não teria o direito de pensar
qualquer coisa.

Estacionou a moto e foi em direção à porta da frente.


Assim que a abriu, o perfume dos limões e flores se chocou
com ele. Era afeminado, mas não podia negar que tinha um
cheiro agradável. Lembrou-se de Renée, de sua feminilidade e
sua inocência que tentava manter escondida.
Finalmente, percebeu o estado de sua casa. Lentamente,
fechou a porta atrás dele, olhando da sala a cozinha. A casa
estava limpa. Não havia nenhuma roupa no chão, sem latas
de cerveja espalhadas ao redor da mesa de café. A moldura
de madeira da lareira foi polida.

Ele colocou o baú da moto no chão e se dirigiu para a


cozinha. Diabos cheirava a bife, caralho, carne vermelha. Sua
boca encheu de água e maldição quase teve uma ereção com
o cheiro incrível. Caminhou até a panela no fogão, levantou a
tampa e viu legumes fritos. Abriu o forno, viu bifes e batatas
assadas.

E no balcão esfriando estava uma maldita torta de


maçã. Weasel se apoiou no balcão. Ouviu Renée rindo atrás
dele e se virou.

Ela ficou lá com os panos de prato dobrados na mão,


com um sorriso largo em seu rosto.

— Você está bem? — Ela perguntou com um provocante


brilho nos olhos.

Ele não conseguia encontrar voz para responder.

Uma casa limpa.

O jantar feito.

Uma maldita torta de maçã no balcão esfriando.

E Renée, sendo o centro de tudo.

Isto era como o céu.

— Acho que morri e fui para o céu.


Ela começou a rir mais e entrou, colocando os panos de
prato de lado, se virou para olhar para ele.

Parecia tão linda naquele momento, tinha um pouco de


farinha na bochecha dela. Sem pensar, estendeu a mão e
passou o polegar ao longo de sua pele, limpando a farinha.

— Merda, me desculpe! — Disse, soltando a mão para o


lado e olhando para a torta. — Eu não como uma refeição
caseira há... — Pensou sobre isso. — Raios, além de
churrascos no clube, ninguém nunca cozinhou para mim
assim.

— Bem, isso é parte do trabalho. — Ela sorriu e ele


podia ver que o estava provocando. — Pensei que eu poderia
muito bem fazer sua primeira refeição.

Ele era o único a rir agora.

— Pegue uma cadeira, vou servi-lo.

Weasel caminhou até a mesa e sentou-se. Assistiu


quando ela largou os panos de prato e, em seguida, agarrou
um prato e começou a enchê-lo com comida para ele. Seu
estômago deu um alto grunhido naquele momento e ele ouviu
a risada dela. Era bom tê-la ao redor, sua presença era
bálsamo para a sua alma.

Tinha certeza de uma coisa. Não podia deixá-la ir, não


sem admitir o que sentia primeiro.
Depois de ver o quarto de Weasel limpo, Renée se sentiu
tentada a jogar todo o lixo lá dentro. Em vez disso, deu para a
caridade tudo o que poderia ser mantido. Tudo o que era
pessoal como CDs e DVDs, colocou em uma prateleira na
sala de estar.

Ela ficou impressionada com o quanto a casa estava


boa, ela sempre foi muito boa em limpar e arrumar. Renée
odiava bagunça e tinha deixado seu irmão louco com o fato
de gostar disso.

Uma vez ele se queixou que ela usou muita água


sanitária. Ela o ignorou até que ele finalmente jogou fora toda
sua água sanitária que havia. Renée estava usando seis
garrafas por semana e decidiu reduzir.

— Gostou? — Perguntou, colocando um prato grande na


frente dele. Ela saiu, agarrando um bife e uma batata para si.

A torta de maçã era sua fraqueza. Amava cozinhar e


torta de maçã era uma receita que aperfeiçoou. Vengeance
teria alguém para lhe fazer a torta de maçã? Não sabia o
porquê isso lhe doeu, mas não tinha o direito de comentar.

— Fez uma boa viagem? — Renée perguntou.

— Fiz, estou vivo. Se não há nenhum buraco novo,


então foi muito bem. — Ele deu uma mordida no bife e se
jogou para trás. — Esqueci o quanto você cozinha bem. Está
muito suculenta. — Deu outra mordida e ela viu quando seus
olhos fecharam.

Renée comia.

— A casa está fantástica. Pensei por um segundo que


entrei na casa errada.

Ela riu.

— Você é um porco. Vou lhe agradecer, não havia


nenhum rato, mas as aranhas foram suficientes para fazer a
minha pele arrepiar. — Ela mastigava o bife e olhava para ele.

— O que é?

— Nada.

— Não comece. Seus olhos dizem que você está


preocupada com algo e está com receio de me contar.
Desembuche.

Ela lambeu o molho que estava fora dos lábios e quando


olhou Weasel, ele estava olhando para eles.

— Seu quarto.

— O que ele tem?

— Sua casa inteira estava destruída e seu quarto estava


em perfeito estado.

— Entrou no meu quarto?

— Por que estava limpo? — Renée não gostou do jeito


que seu corpo respondeu a sua proximidade. Os dias em que
esteve longe, a fez sentir saudades. Limpar sua casa não
ajudou muito. Passou a maior parte do tempo vendo todas as
suas coisas. — Que trouxe de volta todos os sentimentos e ela
odiava.

Esta distância entre ela, o irmão e o clube foi culpa sua.


Não havia mais ninguém para acusar.

Havia uma foto na gaveta do seu escritório. Deixou a


imagem trancada, mas trouxe de volta muitos sentimentos.
As fotos foram tiradas em uma festa perto da fogueira antes
dela conhecer Jake. Tudo havia sido perfeito. Ela e o irmão
estavam felizes, fazia faculdade e trabalhava no restaurante
local.

A foto foi tirada por Weasel no estilo selfie, ali fora ele,
estava Renée e Vengeance. O braço dele estava ao redor de
seus ombros e ele a tinha puxado para perto, pressionando
os lábios contra a sua bochecha.

Ela lembrou deste o momento como se fosse um ponto


de ruptura, ele inspirava tantos sentimentos, tanto anseio e
ela sabia, sem dúvida, que não havia nenhuma esperança
para nenhum dos dois. Weasel nunca olhou para ela como
um homem olhava para uma mulher.

No entanto, quando lambeu o lábio, viu um fogo em seu


olhar, quase como se ele quisesse tocar onde sua língua
estava. Pensou ter sido um erro ou que estava imaginando
coisas novamente.

Forçando-se a mudar de pensamentos, olhou para ele.

— Não gosto de dormir em quarto sujo.

— Mas o resto da casa?


— Não importa, Renée. O clube não visita aqui. Isto era
uma lixeira e não me importava com isso. Foi uma... compra
por impulso. Foi só isso. Você fez um trabalho incrível e não
vou desarrumar a casa.

Algo estava acontecendo aqui e ela não sabia o que era.

— Eu gosto de sua casa, já comecei a cuidar do jardim,


cortei o gramado ontem e tenho trabalhado na parte de trás.
Sabia que lá haviam garrafas de cerveja aleatórias lançadas
por toda parte? — Ela perguntou.

— Sim, sim. Te disse que isto era uma bagunça. — Ele


encolheu os ombros. — Como estão as coisas com você e
Vengeance?

— Estão boas. Apesar de tudo. Estou muito feliz que


voltei para casa. — Renée terminou a refeição e colocou a
faca e o garfo para baixo. — Também senti sua falta enquanto
esteve fora. — Pronto, ela disse isso, admitiu.

— Você tem alguma ideia de quantas vezes eu quis que


você viesse para casa? Longas noites preocupado que algo
acontecesse com você.

— Peço desculpa.

Ele colocou a faca e o garfo para baixo.

— Você era a minha família também. Não queria que


você fosse embora. Você sabia disso?

Ela balançou a cabeça. Tinha ignorado todas as


chamadas, os textos e as mensagens de correio de voz. Não
importa quantas vezes Jake lhe dissesse para trocar de
número, entretanto ela não conseguiu. Ouvir a voz de Weasel
a fez se sentir uma idiota. Em vez de voltar para casa,
continuou a andar, odiando a sua vida e então, quando quis
vir para casa, não pode. Ela esperou a chamada de
Vengeance, antes de voltar.

— Me desculpe, Weasel!

Ele se levantou e deixou a mesa. Renée sentiu sua dor e


desejava que ela pudesse fazer algo para mudar isso.
Weasel teve que sair e se afastar de Renée e dos
sentimentos que ela evocava. Ele a amava, mas não sabia se
estava pronto para lhe dizer isto.

Era um covarde de merda.

Quando partiu com aquele cretino que tentou controlá-


la, tentou falar com ela e trazê-la de volta. No entanto, Renée
o ignorou em cada tentativa e ele não teve escolha senão
deixá-la viver a sua vida. E teve que seguir em frente com a
sua.

Weasel virou sua motocicleta no estacionamento na


frente do MC, desligou o motor e por um segundo, ficou lá
sentado. Viu alguns dos Patches e calouros espalhados lá
fora, alguns deles trabalhando em motos, alguns poucos,
fodendo uma puta ao lado do clube.

Esta era a vida dele, a que ele conhecia há mais tempo


do que poderia se lembrar. Agora, queria algo mais, sentia
que estava faltando algo em sua vida.

Nunca pensou que ele iria querer uma Senhora, alguém


para estar ao seu lado. Tinha os irmãos do clube, sabia que
sempre teriam suas costas, mas isso não significa que
preenchia o vazio que sentia. Tentou fingir como se estivesse
bem, como se ele não se importasse com o que estava
faltando ou com o que poderia ter.
Mas, desde que conheceu Renée, ela era tudo o que ele
pensava e tudo o que queria em sua vida.

Agora que ela estava de volta, morando na sua casa era


mais difícil se afastar e tentar fingir que ele não a queria.

Weasel sabia que não podia fingir isso para sempre,


sabia que a tensão e a necessidade que sentia dentro de si
sairia mais cedo ou mais tarde.

Não queria estragar as coisas, não queria afastá-la ou


fazê-la se sentir desconfortável e não podia viver com esta
emoção que o consumia.

Weasel colocou o capacete no braço e saiu da moto.


Passou pelos membros do clube cumprimentando-os e
entrou. Ignorando tudo o que acontecia ao redor. Pessoas
bebiam, fumavam e outros se drogavam.

Lá embaixo era a sala de musculação. Era uma


estrutura crua, quase selvagem na natureza e havia ali coisas
que você não encontraria em uma academia e que para as
necessidades deles funcionavam muito bem.

Quando finalmente chegou, tirou o colete e foi para os


armários enferrujados que foram montados ao lado da
parede. Tirou a calça jeans e pegou um short comunitário.
Depois que estava com o short e com o tênis devidamente
amarrados, andou até o saco de pancadas. Ele só precisava
extravasar alguma agressão, tentar anestesiar suas emoções.

Pela próxima meia hora, bateu no saco de pancadas


repetidamente, seus dedos estavam doendo e o corpo estava
coberto de suor. Porém, não parou. Tudo que ele pensava era
em Renée, como queria voltar para casa, tirar as roupas dela
e mostrá-la como iria cuidar dela.

E puta que pariu, ele iria cuidar muito bem dela.

Não tinha nada organizado em sua vida, nenhum


controle para ser honesto. Ele próprio se continha em tudo o
que fazia. Seu único controle, era esconder o que queria e
como ele se sentia.

Parou de dar socos no saco, estava ofegante e arfando.


Estava concentrado no balanço leve da fita adesiva vermelha
do saco remendado. Weasel iria falar com Renée. Finalmente,
iria dizer-lhe como se sentia para parar de mexer com suas
emoções.

O pior que ela podia fazer era dizer que não queria e que
não poderia acontecer entre eles.

Desse modo, teria que aprender a lidar com isso e


respeitar a sua decisão. No entanto, nunca deixaria de amá-
la e não pararia de querê-la.

Com a cabeça no lugar, pegou suas roupas, subiu para


tomar um banho rápido. Também tomaria coragem e,
finalmente, diria a Renée como se sentia. Ele não sabia como
Vengeance reagiria, mesmo que ela o rejeitasse. Estava indo
atrás da irmãzinha dele e tendo eles um passado manchado
ou não, era sua família.

Diria a ela como se sentia e o que queria fazer por ela. A


faria saber que não poderia ir embora. Amava e precisava que
ela fosse dele.
De banho tomado e vestido de novo, deixou o clube e foi
para a sua casa. Estacionou a moto. O coração batia forte
com o que ele planejava dizer. Sem pensar demais entrou,
seguiu o som dela até a cozinha e parou ali um segundo a
observando.

Caralho, ela parecia tão linda!

Estava cantarolando para si mesma, talvez não tenha


percebido que ele estava lá. No entanto, ela logo descobriria
mais do que ela provavelmente queria. Renée perceberia como
era amada e veria que um motociclista violento como ele
poderia tratá-la como uma dama.

Se havia uma coisa que Weasel sabia, era que não podia
mais ignorar o que sentia. Isso o estava matando e não
poderia mais viver com isso.
Ignorá-lo foi uma das coisas mais difíceis que Renée fez.
Já o amava a tanto tempo. Tinha desenvolvido uma paixonite
por ele quando era mais jovem, contudo sabia que não tinha
como acontecer alguma coisa entre eles. Não poderia. Eram
de mundos diferentes e sabia disso. Vengeance iria ficar puto
e Weasel tinha todas aquelas putas de clube que o amavam.

A maneira que ele a olhava naquele momento, notava-se


algo... mais fundo.

— Vengeance ligou. — Disse, sem saber o que dizer, as


palavras saindo como se elas significassem algo mais.
Terminou de lavar alguns pratos que estavam lá, com a
necessidade de se manter ocupada e pegou um pano para
secar as mãos. — Falou que o clube tem uma reunião
amanhã e que você tem que estar lá.

Ela escondeu um pouco de cabelo atrás da orelha.


Apenas uma pequena mesa os separava.

Os músculos dele pareciam mais rígidos, como se os


tivesse trabalhado.

Uma memória distante veio à tona.

Ela tinha 15 anos e no subsolo do clube havia uma


academia para os membros extravasarem. Weasel estava lá e
ela ficou atrás da porta, encostada na parede, observando
como ele atacava um saco de pancadas. O saco estava caindo
os pedaços de tanto que foi usado, mas isso não o impediu de
atacá-lo.

Suas costas estavam cobertas de suor e as veias nos


braços dele pareciam inchadas como estavam agora.

Ela sorriu, lembrando-se do que ele disse a ela.

— Às vezes você precisa bater em algo apenas para se


sentir melhor.

Depois que foi embora, houveram muitas vezes que quis


bater em alguma coisa.

— Vejo que você ainda está matando o saco de


pancadas, disse.

— Às vezes, você precisa bater em alguma coisa.

Foi tudo o que ele disse.

— Sei que bateu por minha causa. — Ela não desviou o


olhar. Desta vez se forçou a olhar bem nos olhos dele
enquanto falava. — Quando fui embora, sabia que era o
maior erro que eu já tinha cometido. Lamentei o tempo todo.
Odiei cada segundo, pensava que estava apaixonada. Pensei
que estava fazendo a coisa certa.

— Como você pode estar fazendo a coisa certa se


detestou cada segundo? Te liguei todos os dias por mais de
um ano. Implorei para você voltar.

Lágrimas encheram seus olhos quando se lembrou de


todas as mensagens. Às vezes, quando ele ligava, se sentava,
via a chamada e lutava contra a tentação de atendê-lo. Em
vez disso, esperava ir para a caixa postal e então ouvia a
mensagem de voz.

— Estava com medo.

— Do que você estava com medo?

— De ser ridicularizada e ouvir que não poderia mais


voltar. Devido as coisas que eu disse a Vengeance, para você
e para o clube. Só quando estava longe fui capaz de perceber
o que tinha feito e dito, fui uma pessoa horrível. Você não vê
isso?

— Todos fazemos coisas erradas.

Ela deixou cair os braços e suspirou.

— Isso não parece uma boa desculpa para mim.


Vengeance é meu irmão e você era meu melhor amigo.

— Foda-se, esse negócio de ser só amigo. — Weasel


andou na direção dela para que ficasse bem na sua frente,
quase de igual para igual. — Você acha que eu dou a mínima
para isso?

— Não estou entendendo.

— Eu era seu amigo, Renée. Assisti você crescer e vi que


você se tornou uma linda mulher e então, vi quando você
começou a se afastar. Sei que a culpa foi minha, não fiz nada
para detê-la.

— O que você está dizendo?

— Eu te queria. Porém, você era jovem. Não queria


correr o risco de estragar a sua vida. O clube não é para
todos. Vi algumas Senhoras sucumbirem à bebida e as
drogas, porque não podiam lidar com isso. Elas tiveram que
ser sacrificadas, porque não podiam lidar com a vida.
Quando você é parte disso, não há volta. Não pode haver
ninguém nos denunciando. Somos nós ou eles. Você é uma
garota esperta, mesmo que seu irmão fizesse parte do clube.
Não queria nada disso para você.

Lágrimas caíram das bochechas dela quando ele a


acariciou.

— Eu não te merecia. Então, a vi com aquele maldito


palhaço na cidade. Porra! Nunca havia sentido ciúmes antes,
mas dessa vez eu o provei. Perdi a conta do número de vezes
que eu quase matei aquele filho da puta. Vi o que ele estava
fazendo, poluindo sua mente contra o clube. Vengeance não
sabia o que fazer. Houveram tantas oportunidades para
pará-lo, porque você e eu sabemos, não é?

Mais uma vez, ela estava confusa.

A ternura em seus olhos era demais. Ela esperava que


ele pelo menos se importasse e que não estivesse aqui com
esses sentimentos desde o início.

Ele suspirou.

— Você realmente não tem a mínima ideia de como me


sinto, não é?

— O que você está dizendo? Perdoe-me por ser um


pouco lenta, mas apenas diga o que você está querendo. — O
corpo dela estava tenso e não sabia o que dizer, fazer ou
esperar.
— Que tal eu te mostrar?

Antes que ela tivesse a chance de reclamar, ele segurou


seu rosto, inclinou a cabeça para trás e a beijou. No começo
ela congelou, pois não tinha certeza do que fazer.

Weasel a beijava.

O homem que ela queria por toda a sua vida estava,


finalmente, beijando-a. Era um sonho se tornando realidade e
não tinha a menor ideia do que fazer. Queria mesmo era
pular de alegria e gritar como estava feliz.

Então agarrou seus braços quando ele se afastou.

— Você não está me beijando de volta?! — Disse,


lambendo os lábios.

— Você me beijou.

— Eu sei.

— Beije-me outra vez. — Ela pegou a parte de trás da


cabeça dele e outro beijo se iniciava. Nada mais importava,
para eles dois. O irmão teria um ataque se descobrisse, mas
se preocuparia com isso mais tarde.

Agora, ela só queria seus lábios, seu beijo e talvez um


dia, seu amor.
Renée pulou contra seus lábios e então se abriu para
ele. Weasel reivindicou sua língua como se fosse propriedade
dele e ele dono de cada parte dela. Mal sabia que sempre a
possuiu.

Antes que entendesse o que estava acontecendo Weasel


a pôs nos braços. Renée não teve escolha e envolveu suas
pernas ao redor dele, enrolou seus braços em volta do
pescoço e enquanto continuavam a se beijar loucamente.

— Seu beijo é tão bom, Renée. Sempre soube que você


teria um gosto assim. — Ele os levou em direção à parede e
ela sentiu o contorno duro de seu pau contra sua boceta.
Deus, ela estava muito molhada e tudo por causa deste
homem, por causa dos sentimentos que tinha por ele.

Ela o amou por mais tempo do que gostava de admitir,


mas o medo do desconhecido e o fato de que não sabia se
poderiam ter uma vida juntos, a fez retroceder. Isso a fez
seguir em frente com sua vida e tomar uma terrível decisão.

Mas Weasel a queria agora e Renée não podia pará-lo.

Bateram contra a parede, continuando o beijo,


crescendo mais forte e mais intenso.

Weasel se afastou para olhá-la, e ficaram se olhando por


um momento. Estava a envolvendo em meus braços
segurando-a firmemente, sua mão segurando sua bunda e a
mantendo perto dele. Renée podia sentir o tamanho e o calor
que emanava dali através da sua roupa.

— Tenho de ir devagar, com cuidado. — Ele baixou o


olhar para seus lábios. — Entretanto, quando se trata de
você, não consigo me controlar. — Olhou para a sua boca
antes de subir para os seus olhos.

Sua respiração normalizou. Sua expressão feroz e o


corpo grande e forte, a fez sentir frágil.

— Saber que você estava com aquele filho da puta me


faz querer matar alguém, Renée.

— Eu o quis por muito tempo, mas estava com medo do


que poderia ou não acontecer.

— Caralho, querida, — ele disse suavemente. Era uma


situação que ela nunca pensou que pudesse viver.

— E tudo o que aconteceu e o meu irmão?

Ele balançou a cabeça.

— Só quero pensar sobre nós. — Ele aproximou o rosto


para mais perto dela e disse em voz baixa e rouca. — Quis
você por muito tempo, mas disse a mim mesmo que você e eu
nunca ficaríamos. — Descansou a testa na dela, fechou os
olhos e suspirou.

Deus, isso está realmente acontecendo.

— Quero ouvir você dizer que também quer isso e me


quer.
Seu coração bateu acelerado. Ela o queria a muito e não
estava perto do fim, agora que ela poderia tê-lo.

— Eu quero você. Agora. — Renée o puxou para mais


perto, então poderia ser ela quem reivindicaria a sua boca.
Acariciou sua língua ao longo da dele, gemendo pelo seu
sabor. Ele gemeu, agarrou o cabelo dele e o puxou. Com a
intensidade ela até engasgou.

— Gosta disso baby?

Ela admitiu.

Weasel agarrou o lábio inferior com os dentes, puxou a


carne sensível e depois alisou a mordida com um pouco de
sua língua. Renée gemeu. O som que ele fez foi muito
selvagem e muito perturbador. Ele era diferente de tudo o que
já experimentou antes.

— Poderia devorá-la agora e não seria o suficiente. —


Ele chupou e lambeu seu pescoço bem abaixo de sua orelha e
esfregava o pau em sua boceta ao mesmo tempo. — Diga que
me quer.

— Eu quero e preciso de você. — Ela respirava pesado e


fechou os olhos.

Weasel fez um barulho grosseiro contra sua garganta,


apertou a mão que ainda segurava a bunda dela e disse: —
Você não pode dizer uma coisa dessa e esperar que eu
mantenha meu controle, baby. Já estou prestes a perdê-lo.

Ela respirou fundo, pois estava muito molhada e


carente.
Ele deslizou a mão sobre sua garganta para segurá-la
contra a parede. Era uma pressão suave, porém feroz,
suficiente para fazê-la saber que ele estava no controle.

Renée queria dar-se a ele e não se preocupar com mais


nada.

— Sim. Quero isso, pois sempre quis você por muito


tempo. — As palavras saíram de sua boca antes que pudesse
detê-las.

— Porra, baby! — Respirou duramente contra seus


lábios.

— Diga-me que isso está, realmente, acontecendo,


Weasel.

— Está acontecendo, baby.


Beijando o pescoço dela, ele não se conteve enquanto a
beijava. Contudo, não podia parar. A mordeu, ouviu seu
suspiro e segundos depois a cabeça recuou contra o ombro
quando ela tentou se aproximar dele. Renée não lutou
quando ele correu a mão pelo seu corpo, segurando primeiro
seu seio e depois indo em direção a boceta. Soltou o botão da
calça jeans e abriu o zíper. Ele enfiou os dedos dentro de sua
calcinha e encontrou sua abertura.

— Está tão molhada, querida, — ele disse.

—Por favor. Preciso de você.

Nos últimos três anos ele lutou. Tentou seguir em


frente, esquecer essa mulher e foi um fracasso total. Não
havia mais ninguém, ele sempre a quis. A mulher que nunca
poderia ter ou assim pensava.

Vengeance iria matá-lo no momento em que descobrisse.


Agora, não poderia pensar nisso. Não queria pensar nos
riscos que estava correndo, não apenas para si mesmo, mas
também para o clube. Steel fez a mesma coisa com a mulher
dele.

Não queria mais pensar nisto e tentou concentrar-se na


mulher em seus braços. Ela sussurrava o nome dele e
implorando por mais. Ele não podia negar o que ambos
precisavam?
— Quer que eu te foda? — Perguntou.

— Sim. Quero. Não pare. Por favor, não pare. — Ele


deslizou os dedos em seu clitóris, a sentiu estremecer e
gemer. A virou de costas para ele e pressionava o pau contra
sua bunda, chupava o seu pescoço, precisando dela mais do
que tudo.

— No momento em que eu fizer isso, você se torna


minha. Ele disse. — Meu pau na sua boceta e todo mundo
deixa de existir para você.

— Weasel, eu quero e você me quer. Nós não podemos


continuar lutando.

Ele deslizou os dedos até sua abertura e mergulhou dois


dedos lá dentro. Ela gemeu e empurrou seus dedos.
Querendo-o, precisando dele. Ele sentiu sua boceta apertar
ao redor dele, enquanto ela os encharcava.

— Não vamos lutar. — Ele a soltou, a virou novamente,


tirou os dedos e os pressionou em sua boca. — Tire a roupa.

Ela não hesitou. As roupas dela acabaram empilhadas


no chão. Weasel fez o mesmo, tirando o colete de couro, a
camisa e a calça jeans. Ele quase chutou as botas dele fora.
Os dois ficaram nus. Ele segurou seu pau. A ponta já estava
vazando, quantidades copiosas de pré-gozo. Ele correu a mão
por todo o comprimento.

Quando Renée lambeu os lábios, Weasel se esforçou


para conter um gemido.

— De joelhos, ele disse.


Renée ajoelhou-se e inclinou-se para a frente. Ele
afundou suas mãos em seus cabelos e envolveu o pau em
torno das mãos.

— Abra.

Renée abriu a boca e ele deslizou a cabeça do pau para


dentro. Ela fechou os lábios em torno dele junto com os
olhos. O pôs dentro da sua boca e levou um segundo para
senti-lo nos lábios. Isto era melhor do que qualquer coisa que
já imaginou. Tantas vezes fantasiou sobre ter sua boca
envolvida em torno do pênis. A realidade era muito melhor do
que qualquer fantasia.

Movendo os quadris, ele foi um pouco mais fundo. Não


queria assustá-la e deu um tempo para que se acostumasse
com o tamanho e a largura. Ele não era um homem pequeno
e a última coisa que queria fazer era machucá-la. Renée
pertencia a ele.

— Que boca deliciosa! — Disse usando a cabeça dela


para guiar os movimentos, tornando-a mais dele, indo cada
vez mais, um pouco mais fundo, até que bateu no fundo da
garganta. — Não quero gozar em sua boca.

Ela soltou e ele a puxou, pressionando-a contra a


parede. Pegando seu rosto, beijou-a. Mergulhando a língua
em sua boca, aprofundou o beijo, querendo mais do que
tudo, marcá-la.

— Vai me foder ou vai me fazer implorar por isso? — Ela


perguntou quando ele terminou o beijo.
— Oh, querida, vou te fazer implorar por isso. Você pode
garantir que vou fazer você implorar para conseguir o que
quer. Agora vou te foder tão duro que não vai nem se lembrar
do seu nome. — Ele soltou o rosto dela, agarrou suas coxas e
a levantou.

Renée circulou as pernas ao redor da cintura dele, o


segurando. Ele a alcançou, agarrou o pau e o alinhou à sua
entrada. Sem chance de ter um preservativo entre eles.
Queria sentir a boceta apertada envolvida em torno de seu
pau, sem barreiras entre eles. Para sentir cada pulsar quando
ela gritasse o seu nome.

Estava determinado a fazer isso.

Uma pausa na sua entrada, Weasel a olhou nos olhos.


No momento em que ele fizesse isso, realmente não haveria
mais volta. Ela pertenceria a ele em cada único sentido da
palavra. Ele lutaria com Vengeance e com o clube. Ele faria o
que fosse necessário para se certificar de que ela lhe
pertencia.

Ambos ficaram calados.

Os únicos sons audíveis eram de suas respirações. Seu


pau estava desesperado e ele também.

Pressionou para que apenas a cabeça do pau estivesse


dentro dela. Isso bastou. Segurando os seus quadris, bateu
com vontade dentro dela. Renée arqueou as costas,
empurrando mais para cima e gritando o seu nome.

Estava feito.
Ele estava dentro dela e ela agora pertencia a ele. A
sensação de sua boceta era tudo o que esperou. Eles estavam
destinados a ficar juntos. Sabia disso, mas nunca agiu.

Foi seu maior erro e era um que ele não iria repetir.

Não havia como voltar atrás.

Seus destinos estavam selados.


Renée sentiu o alargamento e uma queimadura pelo
tamanho do pau do Weasel.

— É muito bom, querida. É muito apertado e gostoso...


tão minha. — Eles estavam no quarto, ela cercada por lençóis
com o cheiro dele. Ele colocou uma mão em cada uma das
suas coxas e continuou a empurrar profundamente nela,
fodendo-a, tentando fazer os dois gozarem.

E então, foi como se algo dentro dele se quebrasse. Ele


começou a fodê-la com movimentos longos e duro. Os sons de
sexo e os de seus gemidos enchiam o quarto. Ambos suados,
a umidade escorrendo sobre o corpo, tornando-a ainda mais
excitada.

Ela agarrou o bíceps dele e cavou as unhas em sua


carne.

— Eu vou te foder muito e duro. Weasel a virou de


barriga e deu uma forte bofetada na sua bunda. Ele
empurrou as pernas dela separadas e Renée sentiu o ar
refrigerado ao longo dos lábios de sua boceta aquecida.

Renée olhou por cima do ombro para ver Weasel


acariciando o pênis, seus movimentos eram rápidos,
frenéticos. Ele usou a outra mão para escorregar o dedo no
meio de sua fenda e recolher seus sucos. Ela gozaria, mais
cedo ou mais tarde.
E então ela sentiu que ele deslizou aquele dedo
escorregadio no traseiro dela. Ficou tensa, o calor se movendo
através dela, rapidamente.

Preparou-se para o que estava por vir, mas também


antecipou. Ele a penetrou de novo em um longo e duro golpe,
fazendo-a gritar de prazer.

Weasel bombeou rápido e duro, a fodendo até o


esquecimento.

— Sabe o que estou fazendo com você? Sua voz era


rude, quando lhe fez a pergunta.

—Deus, sim. Ela sussurrou.

— Implore por mais.

— Quero mais! — Ela disse sem hesitação, a


necessidade era imensa como se ela precisasse respirar. Ele
tirou seu pau antes que ela pudesse protestar. Foi passando
um dedo através das dobras dela novamente, reunindo neles
a sua umidade. Moveu aqueles dedos para o ânus dela e
esfregou o seu buraco apertado.

Depois ele meteu os dedos ali até seu músculo interno


cerrar em torno deles.

—Sim! — Ele disse em um sussurro grosseiro.

Removeu os dedos da bunda dela, agarrou as bochechas


e abriu aquele imenso traseiro. Ele podia vê-la... por inteiro.
Ela virou a cabeça para olhá-lo e antes que soubesse o que
estava acontecendo Weasel deixou uma gota de sua saliva
cair no ânus dela, deixando-a molhada e encharcada para
ele.

— Diga que me quer fodendo seu cu. Peça por isso. —


Ele usou o dedo para espalhar o cuspe em torno de seu
buraco apertado. — Peça.

— Come meu cu. — Renée nem ligava como soaria isso,


nunca fez sexo anal antes.

Weasel se distanciou dela antes que soubesse o que


estava acontecendo e um segundo depois, estava por trás
dela, esfregando o lubrificante. Escorregou o dedo dentro da
bunda dela até que estivesse todo enterrado, tornando-a
agradável e molhada para ele. O gemido que veio dele era
longo e profundo.

Após alguns segundos, removeu o dedo e o substituiu


pela grossa cabeça do pau.

Renée estava muito nervosa, mas também estava


pronta.

— Você está pronta para mim?

— Sim Weasel.

Ele começou a empurrar.

— Vai ser bom para você, Renée. Eu vou ser gentil e


muito delicado. — Quando estava totalmente dentro dela,
ambos soltaram um gemido rouco. Ela estava totalmente
cheia e muito esticada.

— Eu sei, você sempre é bom para mim.


— Caralho! Muito bom. Porra. — Por longos minutos,
tudo o que ele fez foi empurra e puxar lentamente, a deixando
ficar ajustada. Então, começou a ganhar velocidade e a comia
com pinceladas longas e poderosas. As bolas dele batiam na
sua boceta, o som era sujo... erótico e muito bom.

— Você é minha. — Agarrou uma mecha do cabelo e


com a outra mão puxou a sua cabeça para trás. Com sua
boca aberta e despida se sentia vulnerável, mas no bom
sentido.

— Isso, solte-se para mim, querida! — Aumentou a


intensidade do puxão do cabelo, a dominando ainda mais.
Renée gritou quando ele penetrou mais forte e mais rápido. —
Sim, isso é muito gostoso. — Então, Weasel gemeu
profundamente e puxou o pênis para fora. Ela sentiu os jatos
quentes do gozo dele cobrir sua bunda e a parte inferior de
suas costas.

Weasel relaxou em cima dela por apenas um segundo


antes de deitar ao lado, ofegante. Renée entrou em colapso,
fechou os olhos e deixou a névoa pós-coito passar por ela.
Abriu os olhos para ver que ele a observava.

— Como é ser possuída, baby? — Ele rolou para o lado e


a puxou para mais perto dele. — Ser minha é isso.
Quatro dias depois
— Aconteceu alguma coisa com você? — Vengeance
perguntou.

Renée olhou para cima do prato e olhou para o seu


irmão. Constance foi pegar mais umas garrafas de cerveja.
Esse jantar era a última coisa que ela queria fazer, mas não
conseguiu encontrar uma saída. Ele era seu irmão e tinham
muita coisa para compensar. A última coisa que Renée queria
fazer era insultá-lo.

— Não há nada errado, por quê?

— Você parece um pouco preocupada.

— Não estou preocupada. Ela passava o garfo através


dos alimentos e de repente estava sem apetite. Os últimos
quatro dias foram incríveis. Renée amou cada segundo,
especialmente com Weasel. Estar com ele era sujo, cru e
altamente sensual. Não se passara um momento em que não
tivesse implorado por sexo.

Weasel poderia fazer amor tão bem, quanto podia foder e


nada com ele era proibido. Se ele queria o rabo dela, ele teve.
Ele ainda reivindicou sua boca, sua boceta e até os seios.
Estando sempre dentro da sua cabeça e seu corpo.

— Eu estou perfeitamente bem.


Constance voltou, e Vengeance pegou a garrafa de
cerveja que ela lhe entregou, bebendo um grande gole.

— Você fica me encarando? Isso está me deixando louca.

— Você está me escondendo algo.

Ela revirou os olhos.

— Você tem razão, estou menstruada e eu estou


sofrendo. E aí, como se sente?

Instantaneamente, ele recuou e ficou pálido. Ela não


estava menstruada, mas desde que os dois sentaram, quando
ela era jovem, e ele a explicou detalhadamente o que era o
período de uma mulher, seu irmão havia pedido para nunca
mais falar sobre isso novamente. Ela tinha treze anos quando
isso aconteceu e Vengeance era a única pessoa em quem
confiava, a única pessoa que poderia ter-lhe explicado algo.
Os pais, com certeza, não estiveram lá com eles.

— Mudando de assunto. Este fim de semana vai ter uma


grande festa. Todo mundo está chegando, até Zeke e sua
mulher e filhos e quero que venha. Ele disse.

Ela brincava com a comida novamente e franziu a testa.

—Tem certeza disso?

— Sim.

— Não acho que é uma boa ideia estar em qualquer


lugar assim agora. Você mesmo disse que não estou em um
bom momento com eles. Especialmente, depois de tudo o que
disse e fiz.
Vengeance estendeu a mão e colocou uma em cima da
dela.

— Renée, você não pode esperar que a perdoem durante


a noite, mas não é uma coisa totalmente ruim o que fez. Não
é como se você os delatasse ou qualquer coisa. Eu te perdoei,
e eles também vão.

Com os olhos cheios de lágrimas, ela sorriu para o


irmão.

— Não quero deixar as coisas mais estranhas.

Vengeance se levantou da mesa e envolveu os braços ao


redor de seus ombros.

— Não será. — Beijou a sua testa. — Agora pare de se


preocupar.

Ela sorriu e beijou sua bochecha.

— O que eu perdi? — Weasel perguntou, entrando na


sala e a surpreendendo por um segundo, fazendo-a ficar
tensa. Felizmente, Vengeance não disse nada e agiu com
tranquilidade enquanto se levantou.

— O que faz aqui?

— Acontece que estou faminto e soube que a comida ia


ser boa. — Ele disse, piscando para Constance que revirou os
olhos. — Estou aqui também para levar Renée para casa.

— Fui buscá-la. Posso levá-la de volta.

— Isso não vai acontecer, pois estou aqui agora. — Ele


sorriu para ela e Renée olhou para ele.
Toda vez que Weasel estava perto, ela lutava para
controlar corpo. Era como se ele, realmente, tivesse cada
parte dela.

— Só vou ao banheiro, — Renée disse, levantando-se.

Precisava de uma pausa, pelo menos de dois segundos


para esfriar a cabeça.

Vengeance mataria Weasel se descobrisse sobre eles.


Não o faria? Talvez ele não ficasse chateado, se ela fosse feliz
com alguém que a fizesse sorrir?

Entrando no banheiro, olhou o reflexo, vendo o rubor


em seu peito.

Não demorou muito para a porta do banheiro abrir e


Weasel aparecer.

— O que você está fazendo?

— Vim para verificar e ver se você está bem.

— Por que está aqui?

— Eu queria passar um tempo com você.

— Não consigo pensar enquanto está aqui. Ambos


concordamos que Vengeance não pode saber, pelo menos não
agora. — Ela franziu a testa. — Onde ele está?

— Em uma ligação com Demon e Constance tinha que


ver uma coisa. — Estendeu a mão, dobrando um cacho atrás
da orelha. — Senti sua falta.

— Isso é loucura. Você é louco. Se ele descobrir que você


está aqui...
— Não vai, Renée. — Adiantou-se e afundou os dedos
em seu cabelo. Todos os protestos cessaram quando o cheiro
dele a invadiu. Cheirava a couro, cerveja e graxa. Esse era o
perfume que sempre lhe fez lembrar dele. — Eu não queria
que ninguém mais levasse você para casa.

Pôs a mão livre no quadril dela que não pôde segurar


um pequeno suspiro devido ao toque. A camisa já estava
levantada e os dedos dele tocavam sua barriga.

— Eu estava em casa pensando em você. — Ele brincava


acariciando sua pele. Lentamente, os dedos descem em
direção as suas calças de brim e tocam a sua boceta. — Eu
estava olhando para minha cama e não pude deixar de
pensar em como sua bundinha montava meu pau ontem à
noite.

Ela fechou os olhos, recordando o quanto queria isso.


Seu pau comia a sua boceta, mas ela o queria em sua bunda.
Empurrando-o para a cama, as posições se inverteram e ela
empurrou a bunda dela sobre o pau e ele o pôs
profundamente dentro dela.

Ele mergulhou um dedo na sua boceta e ela gritou de


prazer. Weasel cobriu sua boca com a mão.

— Não faça barulho, não queremos que Vengeance nos


ouça.

Ela não deveria ficar excitada pelo pensamento de ser


pega, mas estava e o queria ali.

— Assim, a maré baixa até eu chegar em casa. Deixe-me


chupar a sua boceta. Quero fazer você gozar e então nós
vamos terminar o jantar. Você vai pensar em nós e sobre o
que vou fazer com você quando chegarmos em casa. Primeiro,
eu vou foder sua boca, depois vou foder sua boceta, antes de
encher esse rabo bonito com meu esperma para, em seguida,
ver como ele sai.

Pareceu tão pecaminoso, tão mal e ela queria.

Seriam às duas horas mais demoradas da sua vida.


Foram longos segundos, olhando um para o outro. As
bochechas dela estavam vermelhas, as pupilas dilatadas.
Weasel podia ver a maneira que seu pulso batia
descontroladamente bem abaixo de sua orelha, sabia que
estava ligada e preparada para ele.

Ele a queria naquele exato momento.

Fodam-se as repercussões se Vengeance descobrisse


desta maneira, se ele soubesse que isso estava acontecendo
entre eles. Teria que descobrir mais cedo ou mais tarde de
qualquer maneira. Ele não ia se afastar de Renée e quanto
mais cedo ela percebesse e aceitasse esse fato as coisas iriam
melhorar.

Ela abriu a boca, talvez para dizer algo sobre este não
ser o momento certo que Vengeance e Constance poderiam
chegar, mas ele a parou com um beijo. Colocou sua boca na
dela, lanceando a língua entre os lábios e engolindo o gemido.

Pegou sua bunda, curvou os dedos ao longo dela e


gemeu. Ela era muito perfeita.

Ele se separou, os dois ofegando, puxando uma grande


respiração, tentando ficar sãos. Weasel olhou nos olhos dela,
querendo dar-lhe o mundo.

— Como eu quero foder você agora, para fazer você


gritar quando chegar ao orgasmo. — Ele disse e levantou-a
na pia do banheiro no mesmo segundo, — Eu vou ser um
cara legal e me privar do meu próprio prazer, até que
estejamos em casa. — Era verdade, fazê-la gozar era quase
tão bom quanto gozar.

Renée fez um pequeno barulho no fundo da garganta.

— Agora, como eu prometi, eu vou colocar minha boca


por toda sua boceta e empurrar minha língua,
profundamente, dentro de você. — Ele a beijou novamente,
acariciou sua língua ao longo dos lábios, fodendo sua boca,
como se estivesse fazendo entre suas coxas.

Ele não conseguia segurar os gemidos.

— Weasel, eles podem ouvir. — Ela respirou e a sua voz


era suave.

— Deixe-os ouvir. — Disse sinceramente.

— Deus! — Ela engasgou, seu foco era a porta, estava


claramente preocupada, mas sua excitação e necessidade
tornaram-se mais intensa.

— Quero que goze na minha língua, com meus lábios,


lambendo os sucos que saem de você. — Ela fez o som mais
doce para ele, com a necessidade primordial que só ele
poderia dar a ela.

Suas pernas estavam separadas, entretanto sua calça


jeans estava no caminho. Ele a desceu do balcão, apenas
para ajudar a puxar suas calças e calcinhas fora e a subiu de
volta um segundo mais tarde.
Não desperdiçando mais o momento, porque não tinham
muito tempo antes de Vengeance ou Constance quererem
saber onde diabos eles foram, Weasel ficou de joelhos na
frente de Renée.

— As pernas nos meus ombros, baby. — Ela fez o que


ele disse, imediatamente. Ele colocou as mãos sobre a parte
interna das suas coxas, abrindo-as mais. Apertou o clitóris,
molhado e inchado entre as pernas dela.

Era tudo dele e só para ele.

Sem desperdiçar mais um segundo, caiu de boca, o doce


sabor lavava sua língua. O seu cheiro e sabor eram viciantes
e inebriantes.

Mergulhava sua língua dentro e fora dela, mas não


conseguiu se segurar e acabou chupando o clitóris com sua
boca. Porra, ela era muito gostosa, respondia muito bem
contra ele, suas mãos no cabelo e os gemidos ofegantes,
diziam como se sentia.

Renée agarrou o cabelo dele e puxou forte. Doía o


suficiente para fazer com que o pau crescesse mais ainda.
Caralho, ele estava duro, duro como aço, pronto para entrar
naquela boceta apertada e pequena.

O pau latejava, suas bolas estavam doloridas e foi muito


difícil manter esse filho da puta dentro das calças. Não sabia
quanto tempo poderia aguentar. Do jeito que estava, poderia
gozar só em fazer um oral.
Ele a devorava lambendo-a, passava a língua pela fenda,
e ficava mais embriagado a cada segundo. Ele era frenético e
a queria desesperadamente.

— Muito bem, baby! — Ele murmurou contra a carne


dela, enquanto recebia um forte puxão de cabelo.

Weasel segurou suas pernas abertas e enrolou os dedos


em sua carne.

— Sim! — Ela sussurrou.

Olhou para cima, mas isso não o impediu de mergulhar


a língua dentro e fora dela. Precisava que ela gozasse para
ele.

— Estou tão perto!

Isso era exatamente o que ele queria ouvir.

— É isso aí, querida. Goze! — Ele chupou, lambeu mais


duro. Quando a sentiu tensa, sabendo que ela estava no
limite, renovou seus esforços. Ela gemia suavemente e não
parou de comê-la, até que gozasse para ele.

Weasel ficou de pé, não limpou a sua boca, querendo


que Renée se provasse nele. Ele estendeu a mão, puxou-a
para perto, colou os lábios nos dela e a fez saborear seus
fluídos.

O pau dele latejava, precisava ser mergulhado no


interior de Renée.

Finalizou o beijo, mas a olhou nos olhos.

— Você é minha e eu quero que todo mundo saiba disso.


Ela tentou recuperar o fôlego e Weasel gostou do jeito
que a deixou.

— Eu quero isso também. — Disse com sinceridade.

Ele a ajudou a descer do balcão, agarrou suas calças e


calcinha do chão e viu quando as colocou. Era quente para
caralho, ver suas pernas longas e macias, escorregando nas
calças jeans.

Sua boca tinha o gosto dela e ele queria muito mais.

Weasel a ajudou a ficar apresentável novamente e saiu


do banheiro primeiro. Saiu alguns segundos mais tarde, sem
sequer se preocupar se alguém o viu. Ela se dirigiu à sala de
estar e através da janela podia ver Vengeance e Constance lá
fora. Olhou de relance para Renée e seu olhar se perdeu em
tudo o que ela significava para ele.

Esta mulher sempre iria deixá-lo de joelhos e ele sempre


lutaria por ela.

Não importa o quê.


Renée olhou em torno da cozinha.

Já tinha vários lotes de brownies empacotados e


prontos para ir à festa.

— Algo errado? — Weasel perguntou, chegando por trás


dela e envolvendo um braço em volta da sua cintura e a
puxando perto.

Por um breve momento, permitiu-se usufruir do conforto


de seu toque a aquecendo apenas por estar perto dele.

— Nada.

— Esse olhar em seu rosto, diz outra coisa, querida.


Diga-me o que se passa?

Ela suspirou e mordeu o lábio.

— Não quero ir para a festa que o clube está fazendo.


Não estou pronta.

— Você não pode se esconder para sempre.

— Eu sei disso, mas... isto parece tão... rápido. Tem o


nosso relacionamento e não estou pronta para essa realidade.

Ele segurou rosto dela e a forçou a olhar para ele.

— Não se preocupe sobre nós. Vamos dizer a Vengeance


quando você estiver pronta e nem um momento antes.

— Não quero perder você ou qualquer outra pessoa.


— Você não vai. Posso te prometer isso. Estou aqui por
você e vou estar lá se o clube pensar por um segundo que
eles podem dizer algo de ruim sobre você.

— Mas, eu mereço e sei o quanto são protetores com


seus membros e sua reputação. Os ofendi. — Ela disse e
então gemeu. — Apenas me ignore. Só estou tentando
descobrir tudo e não está funcionando. Estou dividida, quero
dizer ao mundo que eu estou com você e estou com medo,
porque, em primeiro lugar, eu já causei muito problema. —
Ela caiu na cadeira mais próxima, afundando os dedos em
seu cabelo.

— Pare de tomar toda a culpa para você. Vengeance


disse umas merdas, também. Ele também é culpado por tudo
isso.

Este sentimento estava ameaçando engoli-la por inteira,


e odiava isso. Odiava estar vulnerável.

— A última vez que chequei, Renée, não era covarde.

Ela deixou às mãos caírem e olhou para ele.

— Você sabe que não está ajudando.

— Não é para ajudar. Estou tentando fazer você ver que


você é forte e não está se comportando como uma. — Ele se
virou em uma cadeira e sentou-se nela — Isso não vai
acontecer. Não no meu turno. Brownies são um bom começo.
Arrume-se e vamos lá nos divertir.

Parecia que estavam lá em pouco tempo, uma sensação


sufocante ameaçando estrangulá-la. Especialmente, quando o
Grit Chapter chegou. Ela viu a Bridget e Beast junto com a
Vicky e a Payne.

— Bem, bem, bem, veja quem chegou para a festa. —


Weasel disse, brincando.

Ele se afastou dela e Renée observou o quando ele


balançou a mão de Grim, seguido por Reaper. Eles eram
gêmeos e os rumores sobre eles eram assustadores, tipo de
coisas em que eles gostavam de fazer dentro e fora do quarto.

Mantendo os brownies em seus braços, Renée caminhou


em direção à cozinha. Lá viu várias mulheres do clube
conversando, incluindo Deanna, Amy, Eloise e Constance.

Conhecia todo mundo e ainda assim sentia-se isolada de


todos. Esperou perto de uma parede até que todas as
mulheres saíssem, menos Constance, para entrar na cozinha.

— Eu me perguntava quando você iria sair da


clandestinidade.

— Me desculpe. Eu não queria interromper.

— Eu e Vengeance não temos segredos. Você está


sofrendo e eu entendo isso.

— Eu não gosto de estar de volta. Não tinha ideia de que


o Grit Chapter estaria aqui. — Disse, apontando para trás.

— Sim, foi um bom ano para os dois clubes, com


casamentos, bebês e tudo mais. Parecia uma boa ideia para
festejar.
— Os soldados nunca precisaram de uma razão para
festa. Adoram fazer uma e isso nunca vai mudar. — Renée
disse, rindo baixinho. — Eu vou tomar uma cerveja.

Não havia como continuar na festa sem algo para beber.


Foi para o refrigerador e pegou uma garrafa.

— Que merda! — Joker disse, se esticando para pegar


uma garrafa de cerveja. — Olá, estranha.

— Olá para você também. — Ela escondeu algum cabelo


atrás das orelhas e forçou um sorriso. — Parabéns pela
mulher, pelos filhos e tudo mais. De todos, não pensei por
um segundo que você iria se instalar.

— As crianças, realmente, são uma surpresa, como


tenho certeza que você sabe. Assentar-me, sempre foi algo
importante para Amy. — Joker deu um longo gole em sua
cerveja.

— Sim. Ela é um doce também.

— Quando você vai crescer e parar de agir como uma


vítima? — Perguntou.

— Com licença?

— Você me ouviu. — Joker deu de ombros. — Acha que


é a primeira pessoa perto deste clube a cometer um erro?
Você não nos ferrou, nem nos denunciou. Claro, você disse
algumas coisas dolorosas..., mas já superei isso. Tenho
certeza de que todos aqui também. Vengeance queria você de
volta e todos nós também.
— Aí está você! — Disse Weasel, chegando por trás dela.
— Desculpe por te deixar assim. Eu raramente tenho a
chance de ver os caras do Grift mais.

— Está tudo bem. Estou bem, tenho uma cerveja e está


tudo ótimo.

— Então vamos sair e dançar.

— E quanto a Vengeance? — Rapidamente perguntou,


olhando em volta para qualquer sinal dele.

— Ele não está aqui ainda e não há nada de errado em


dançar um pouco.

Weasel agarrou o braço dela e a puxou para perto.


Ambos tinham uma garrafa de cerveja, mas não parecia
impedi-lo de segurá-la. Seu toque a deixou um pouco
nervosa, mas tão excitada que não conseguia nem pensar
direito.

— Você realmente precisa relaxar.

— Eu vou.

— Quando? — Ele perguntou, dando-lhe uma piscadela.


— Você tem que parar de fazer isso consigo mesma. Aqui não
é um playground. Ninguém está olhando para você ou
apontando o dedo dizendo que você deveria ser intimidada.
Você está bem. Estamos bem e você vai dançar comigo,
querendo ou não. — Ele descansou a mão no quadril e ela
respirou fundo. Lentamente, relaxando os braços.

— Veja, não é tão ruim, é?


— Acho que não, — Renée respondeu com sua voz
grossa, pesada com desejo. Amava seu toque mais do que
qualquer outra coisa. Weasel tinha um grande poder sobre
ela. Ela o amou por tanto tempo quanto se lembrava. Nunca
achou que fosse possível tê-lo, mas agora que o tinha, não
queria desistir dele.
Renée não sabia quantas cervejas... consumiu, mas já
sentia um zumbido. O calor do seu corpo aumentou e gotas
de suor escorriam entre os seios. Weasel ainda a segurava
bem perto, sua mão bem em cima da sua bunda, com um
toque possessivo e quente.

Se chegou a pensar que poderia manter em segredo o


relacionamento com ele, contudo era uma idiotice.
Principalmente, desde que estavam na sede do clube e todos
os olhos estavam sobre eles.

— Sinto que todos estão nos observando. — Disse


contra seu pescoço, o cheiro de sua colônia, couro e aroma
todo macho, tornando-a ainda mais excitada.

— Isso é porque todo mundo está nos observando.


Respondeu em um rosnado baixo, as vibrações viajando bem
ao centro do seu corpo. — Sim, mas deixe-os ver. Deixe-os
assistir. Quero que saibam que você é minha. Queria que eles
soubessem desde o momento em que você se entregou para
mim.

Um frio correu sobre corpo de Renée, apesar do fato de


que estava superaquecida. Ela foi tocada o suficiente, para
desejar ir a um dos quartos dos fundos.
Ela se afastou e olhou para o rosto. Seus olhos estavam
entrecerrados, as pupilas dilatadas. Weasel se inclinou perto
dela, junto da orelha, sua respiração quente fazia cócegas.

— Poderia fodê-la agora e não seria o suficiente. — Ele


correu a língua ao longo da sua orelha, fazendo com que o
coração dela batesse mais forte. — Poderia levá-la para um
dos quartos dos fundos e devorá-la até que eu estivesse
bêbado com o seu sabor, mesmo assim não seria o suficiente.

Ela também o queria naquele momento, entretanto não


era à noite para isso. Renée queria fazer as pazes com o clube
e se eles iriam saber que estavam juntos, não queria que
fosse daquela maneira. Tinham muito tempo para fazerem
isso.

Renée sorriu e passou o dedo ao longo dos lábios. —


Deixe-me ir ao banheiro e, talvez, possamos conversar sobre
como poderemos oficialmente dizer as pessoas sobre nós,
você quer? — Não havia porque tentar negar ou ocultar, uma
vez que estavam se esfregando durante os últimos vinte
minutos.

— Não demore querida.

Renée se afastou dele e antes que ele a puxasse de volta


enrijeceu o corpo. Passou os dedos ao longo de sua testa,
sentindo as gotas de suor vindas da dança apaixonante. O
espaço simplesmente girou, não porque ela estava totalmente
bêbada, mas porque ouvia um zumbido, seu corpo estava
quente e também porque se sentiu como se estivesse muito
excitada.
Foi ao banheiro, fechou a porta, inclinou-se contra ela e
suspirou. Seu coração batia forte e rápido. Olhou para o
reflexo e podia ver um brilho no rosto. Se eles não
perceberam ainda que ela e Weasel já estavam juntos,
descobririam logo.

Ou talvez eles só pensassem que ela compartilhava sua


cama, apenas uma aventura para ambos?

Depois de usar o local, lavou suas mãos, deixando a


água fria escorrer ao longo de seus dedos e palmas das mãos.
Olhou-se no espelho novamente, salpicou um pouco de água
no rosto para refrescar-se e pegou uma toalha para se secar,
sentindo a felicidade preenchê-la.

Sorriu para si mesma no espelho e então se virou e


abriu a porta do banheiro. Estava tão concentrada em suas
mãos que quando saiu bateu de cheio em alguém.

O ar a deixou e ela cambaleou para trás, entretanto


alcançou o batente para se equilibrar. Quando olhou para
cima, viu um jovem, de pé na sua frente. O colete de couro
afirmava que era um recruta do clube.

Ele desviou um pouco, olhos dele estavam vidrados e


vermelhos, o cheiro de álcool que emanava dele era como
uma tapa na cara. Ela o olhou de cima a baixo e embora
nunca o tenha visto antes, sentia que ele já a conhecia.

Como se estivesse lendo sua mente ele abriu a boca


para zombar com a cara dela. Ele deu um passo para
aproximar-se, mas Renée se manteve rígida, não sabia o que
estava planejando, mas estava prestes a mostrar a ele.
Ser irmã de Vengeance a fez forte. Ele a ensinou a não
aturar tretas de outras pessoas.

— Você é aquela puta que brigou com o clube.

Renée não teria chamado de desentendimento, mas até


então não sabia que era para se preocupar, já que nunca o
viu antes. Talvez ele tenha ouvido rumores do que ela fez no
passado, todavia como a conhecia ou sabia da situação?

Renée tentou passar por ele, porque não queria entrar


em uma briga com aquele idiota bêbado, no entanto ele
agarrou seu braço e a puxou para trás. O movimento foi tão
repentino que ela se chocou contra a parede, sua cabeça
bateu e a dor foi intensa.

Depois do pequeno som de choque a dor passou e


instintivamente Renée levantou a mão e a pôs na nuca.

— O fato de você achar que pode vir aqui e achar que é


bem-vinda é engraçado para cacete.

O idiota estava bem na frente dela e sua respiração


quente e úmida próxima do seu rosto. Mas, antes que
pudesse dizer ou fazer algo, o corpo dele foi jogado do outro
lado da sala. Ela piscou algumas vezes e encarou Weasel,
com seu corpo grande e muita raiva.

Renée não tinha ideia do que ia acontecer, mas não


poderia ser nada bom.
Weasel não parava de bater naquele filho da puta. Ele
nem era um Patch completo, mas um recruta de merda e esse
filho da puta tocou no que era dele.

— Pare! — Weasel, pare! — Ele ouviu Renée implorar,


mas tudo que lembrava era de ter visto o bastardo violento
colocar suas mãos em sua mulher e essa merda o irritou
mais do que qualquer outra coisa. Levantando o punho de
volta, bateu repetidamente na cara do nojento até que
finalmente alguém o puxou.

— O que é que diabos significa isto? — Demon


perguntou.

Weasel parecia pronto para matar, mas não se


importava. Sua mão estava coberta de sangue e quando
olhou em direção a Renée, viu que Vengeance estava lá.
Caralho! Isto não podia acontecer assim. Sentiu seu
estômago doer.

— Ele pensou que poderia colocar suas mãos em Renée.

Demon olhou em direção a Renée.

— Ele a estava machucando. A última vez que chequei,


não deixamos que nada assim aconteça. Não para nossas
mulheres, não para qualquer um. — Weasel estava gritando
agora. A adrenalina correndo pelo corpo dificultava sua
concentração. Ele queria matar. O sangue em suas mãos não
foi suficiente, precisava de mais.

Porra, isto era para ser divertido, uma festa e quando


olhou em direção a Renée, ela estava apavorada.

— Ele está fora, disse Demon.

— Ele está morto? — Renée perguntou com sua voz


aguda.

— Não, mas eu quero saber o que se passou aqui.

—- Ele me agarrou e me empurrou para trás. Ele não


me queria aqui.

— Eu vou levar você para casa. — Weasel disse, com a


intenção de alcançá-la. Contudo, parou quando ela recuou.
— Renée, que merda?

— Desculpe-me. Está tudo bem. Estou só um pouco


abalada.

Ele não gostou. O fato dela recuar o deixou um pouco


nervoso.

Renée deu um passo em direção a ele e Vengeance a


puxou de volta.

— Não, você ainda não vai embora.

— Por favor, eu realmente só quero ir para casa. Não


queria que algo assim acontecesse, por favor, não faça cena.

— Renée, ele não deveria ter te tocado porra, — Demon


falou. — Eu vou começar a resolver isso.
— Ele estava apenas sendo honesto, não tenho o direito
de estar aqui.

— Não, esta merda não está certa, — Weasel disse.

— Weasel está certo. — Demon falou. — Essa é a sua


família e a sua casa. Eu vou ter certeza que esse filho da puta
pague caro por ter se aproximado de você.

Ela assentiu com a cabeça, mas Weasel viu as lágrimas


em seus olhos. O olhar dela caiu em cima dele.

— Eu gostaria de ir para casa agora.

Com Vengeance, seguindo de perto por trás deles,


Weasel pegou sua moto e puxou para a frente.

— Você vai cuidar dela, ok? — Vengeance perguntou.

— Com a minha vida. Vou protegê-la.

— Bom. Eu amo você menina. — Vengeance a segurou e


a abraçou apertado.

Eles iam dizer a verdade a Vengeance, mas aquele idiota


dentro do clube parou tudo isso e Weasel ficou irritado que
ainda ia ter que esperar.

Renée subiu na traseira da moto e ele viu quando ela


escondeu algum cabelo atrás das orelhas e enxugou as
lágrimas.

— Não queria que isso tivesse acontecido.

— Não é culpa sua, querida. — Estavam voltando para


casa e pegou na sua mão, dando beijos em seus dedos.
— Não tem nada para se envergonhar. — Ele disse sobre
o ronco do motor.

— Ele só apareceu do nada. Nunca o vi, mas ele sabia


quem eu era.

— Temos um monte de pessoas que ficam ao redor e ele


era um novato.

— Você já me odiou tanto?

— Não, não. Eu nunca poderia odiar você.

Ela estava chorando e ele não estava fazendo nada de


bom para sua raiva. O fato de ter sido impedido de matar
aquele filho da puta o irritou, assim como cada lágrima
derramada o deixava ainda mais furioso.

Quando chegaram em casa, estacionou a moto e a


ajudou a descer. Ele a levantou e a abraçou forte. Ele não
pararia, não quando a levou para dentro e para a sala.

— Ele estragou o nosso anúncio. — Renée disse. —


Vengeance estava de bom humor e poderia não te matar.

Weasel começou a rir.

— Seu irmão vai tentar me matar, não importa quando


contaremos.

— Vão matar aquele cara? — Ela perguntou.

Weasel hesitou em responder. Não queria aborrecê-la


mais do que já estava.

— Por favor, apenas diga a verdade.

Ele a puxou em seus braços, beijando o topo da cabeça.


— Eles vão ver o que diabos está acontecendo com ele e,
então, vai ser punido severamente. Demon verá isso como
desrespeito ao clube. Vengeance o verá como um golpe
pessoal, porque é irmã dele. Diabos, eles podem matá-lo só
por isso. Se ele não estiver morto quando o encontrar eu o
matarei.

— Não quero ir tão longe.

— Não quero te preocupar. Essa confusão acabou, está


feito. Você está de volta em casa com sua família e você vai
começar a ser tratada como merece, eu não a teria de outra
maneira. — Weasel deu outro beijo em sua cabeça. — Você é
minha. Vai está ao meu lado, como minha mulher e ninguém
vai dizer o contrário. Nem mesmo seu irmão quando
descobrir a verdade.

Ela suspirou e se aconchegou contra ele, quando se


sentaram no sofá.

— Jamais se afaste de mim novamente. Nunca vou te


machucar. Eu garanto.

— Não é isso. Tudo estava acontecendo muito rápido.


Não sabia o que fazer. — Ela olhou para cima dele. — Me
abrace e não solte.

— Nunca. Ele beijou o topo de sua cabeça pela terceira


vez, muito agradecido que ela não tenha sofrido nada.
Durante os últimos dias Renée esteve preocupada com o
que aconteceria com aquele homem. Verdade que ele tentou
machucá-la e disse-lhe coisas horríveis. Entretanto, ela não
queria que ninguém morresse por causa disso. Tentou falar
com Vengeance sobre ele, mas não quis ouvi-la, calou-se, lhe
dizendo que era o negócio do clube e ela não precisava se
preocupar com isso. Foi a mesma coisa que Weasel disse a
ela.

Renée olhou para o café, o creme agitando-se e


misturando-se com a escuridão, criando uma cor de
caramelo. Seus pensamentos estavam longe e não ouviu a
porta abrir e fechar até som pesado de passos.

Renée se virou e viu Vengeance ali. Ele aproximou e


sentou-se na mesa em frente a ela. Por longos segundos, não
disse nada, mas era um tipo confortável de silêncio, o tipo
que ela mesma abraçou.

— Como está?

Ela olhou para o café e deu de ombros.

—Tudo bem, eu acho. — Ele não respondeu... e quando


ela levantou a cabeça e o olhou, ele estava sorrindo. — Por
que o sorriso?
— Vamos correr, — disse não dando tempo nem para ela
responder. — Como antigamente. Lembra-se quando
costumávamos ir para a rua e correr por horas?

Sim, ela se lembrou. Faziam para escapar. Sua infância,


talvez, não tivesse sido a melhor, todavia sempre tiveram um
ao outro. A corrida era a maneira que eles tinham para
tirarem todo o estresse, a frustração e tudo que esta vida de
porcaria tinha jogado neles.

— Agora? — Passaram-se anos desde a última vez que


fizeram isso, mas ela estava ansiosa.

— Sim, por que não? Ele ainda estava sorrindo quando


ofereceu a mão para ela pegar.

Renée encontrou-se sorrindo também, deu sua mão


para ele e o deixou puxá-la da cadeira.

Bem, parecia que eles iriam correr.

Suor corria pelo corpo de Renée que já estava ofegante


procurando ar. Eles, finalmente, conseguiram voltar para
casa de Weasel e sua garganta estava tão seca que era como
se tivesse engolido areia.

Fazia anos que não corria assim com o irmão dela e


quando olhou para ele, pôde ver que ele nem suou. Ele sorriu
para ela e juntos entraram na casa.
Quando eles entraram na casa, pode ouvir um sussurro
na cozinha. Caminharam até lá e viram Weasel pegando uma
cerveja na geladeira. Ele os viu e tirou de lá mais duas.

Ela foi até a pia e encheu um copo de água, bebendo


tudo de uma vez, antes mesmo que pudesse se afastar dali.
Quando Renée se virou viu que os dois olhavam para ela e
estavam sorrindo.

Ela revirou os olhos quando viu o que eles faziam.

Sabia que estava fora de forma, pois não corria assim há


muito tempo. Isso lhe fez muito bem, dando uma sensação de
liberdade. Estava fazendo uma promessa a si mesma para se
exercitar com mais frequência, não apenas pelo exercício,
aquilo lhe ajudava a clarear suas ideias.

Renée olhou para os dois e tudo o que queria fazer era


dizer ao irmão dela o quanto se preocupava com o outro
motociclista. Encontrou-se dando um passo mais perto, as
palavras na ponta da sua língua, a necessidade de ser
honesta com ele e falar que estava com Weasel a fazia se
sentir viva.

— Vengeance... — Ela falou subitamente, sua mente


estava turva com a necessidade de ser honesta. O seu irmão
era a coisa sólida em sua vida antes de Weasel aparecer. Ele
esteve lá para ela, protegeu-a, certificou-se de que sempre
estivesse segura e cuidada acima de qualquer outra pessoa.

E esconder algo dele estava lhe fazendo muito mal.

— O que houve? — Vengeance olhava para ela, não


sabendo o que ela ia dizer, contudo ele parecia calmo.
Ele ficaria chateado com isso? Machucaria Weasel ou
talvez aceitasse a relação de braços abertos.

Renée olhou para Weasel e viu sua confirmação para


ela. A expressão de seu rosto denunciou para ele o assunto.
Não poderia mais mentir para a pessoa que ela mais amava, a
única que era sua verdadeira família. Não poderia mais
mentir e dizer o que estava acontecendo era a melhor opção.

Pelo menos, esperava que fosse.

Engolindo o nó de sua garganta, ela olhou para


Vengeance. Basta dizer, só fale o que está acontecendo. Não
tenha medo, é o seu irmão.

— O que está acontecendo? — Vengeance parecia


preocupado.

Diga. Não seja fraca.

— Eu amo Weasel e estamos juntos. — Pronto, ela disse.


Houve um longo silêncio que tornou o ar mais consistente e
pesado.

Deus, será que essa ideia foi boa?


— Eu pensei que seria uma boa ideia lhe dizer, disse
Renée.

Weasel estremeceu quando ela pressionou uma


compressa com antisséptico contra o corte na sua testa. Ele
olhou através da sala para onde Constance também atendia
os cortes e contusões de Vengeance.

— Uau, vocês sabem mesmo como destruir uma casa, —


Demon disse.

Ele nem viu quando o Prez do clube chegou. Esteve


muito ocupado levando vários golpes no rosto. No momento
que ela disse que eles estavam juntos tudo virou uma
confusão.

— Você vai pagar por essa bagunça! — Falou Weasel,


cuspindo um pouco de sangue em uma tigela.

— Eu não vou pagar nada, vou te matar e Renée afaste-


se dele.

Ela não parou de cuidar das feridas do amado, contudo


olhou para o irmão.

— Você deveria ficar feliz com isso e não tentar matá-lo.

— Eu não sou altamente evoluído. Ele tocou em você e


não devia. Deveria ter vindo a mim primeiro e conversaríamos
sobre isso.
— Vai se ferrar! — Weasel gritou.

— Uau, caminhamos para um drama familiar muito


bom, — Joker disse.

Pelo que Weasel ouviu, Renée ficou em pânico depois


que eles começaram a brigar e pediu ajuda ao clube.

Weasel estremeceu quando ela colocou o pano contra o


corte. Sem álcool? Sim, bem, eles estavam ardendo como se
ela derramasse uísque sobre eles. Seu rosto estava inchado e
não conseguia ver com um dos olhos.

— Não posso acreditar que vocês não poderiam


conversar sobre isso, disse Constance. — Olhe. Você está
uma bagunça!

— Eu estava protegendo minha irmã, disse Vengeance.

Constance olhou para ele.

— Ela está feliz e não quer a sua proteção.

— Obrigada! Pelo menos alguém entendeu, — Renée


disse. — Eu não falei para que vocês começassem a bater um
no outro e sim para não esconder ou para você não ficar
sabendo pela boca dos outros. Eu não vou ocultar meus
sentimentos por ele. — Ela suspirou quando olhou para baixo
e viu o pano que estava cheio de sangue. — Olha para esta
confusão. — Ela olhou ao redor da sala.

A mobília foi quebrada e parecia que um tornado passou


ali. Weasel jogou Vengeance através de uma mesa, com o
excesso de peso ela quebrou e agora estava em pedaços no
chão.
Sua casa estava destruída.

Renée colocou suas mãos nos quadris e olhou.

—Ninguém mais além de mim vai limpar isto. Porra!


Estou tão chateada com os dois neste momento.

Weasel olhou para ela.

— Por que diabos você está com raiva de mim? Não dei o
primeiro soco.

— Mas você também revidou. — Ela olhou para ele,


pegou a tigela de água suja e saiu. — Se você só tivesse se
rendido e recuado, ele faria o mesmo.

As únicas pessoas rindo na sala eram Joker e Demon.


Eles não tinham energia para tirar da cara os sorrisos de
satisfação.

Ele pode ter quebrado algumas costelas, estava doendo


tudo.

Finalmente, Weasel olhou em direção a Vengeance... e


esperou.

— Eu me ofereceria para limpar a bagunça, se eu fosse


vocês. — Demon disse, sentando-se em uma das cadeiras
restantes. — Quando Renée ligou e disse que estavam se
matando, pensei que ela estava mentindo.

— Ele tocou minha irmã quando deveria ter sido


honesto desde o início. Não deixaria isso passar e ele está
vivo é um milagre.
Weasel não respondeu, o queixo doía e, provavelmente,
estava muito inchado. Fazia tempo desde que esteve em uma
luta e seu corpo estava lhe mostrando isso.

— Vocês dois acabaram com essa luta ou precisamos de


um árbitro? — Joker perguntou.

Ele olhou em direção a Vengeance e não disse nada. O


que havia para dizer? Era um irmão do clube e aconteça o
que for, ele ainda morreria por ele.

— Eu sei que não sou o cara que você quer para a sua
irmã. Você pode me dizer que ela merece alguém melhor e
que não faça parte do clube. Ela partiu, porque alguém que
não fazia parte do clube entrou na vida dela encheu a sua
cabeça. — Ao passar os dedos pelo seu cabelo, teve a certeza
de que havia sangue no couro cabeludo. — Na verdade, a
única pessoa boa o suficiente para Renée é o cara que vai
amá-la, protegê-la e lhe dar carinho. Me odeie o quanto
quiser, no entanto prometo-lhe que ninguém vai amá-la como
eu.

Assim, encarou o irmão do clube com toda a


sinceridade. De fato, amava aquela mulher. Quando Renée foi
embora, ele fez de tudo para esconder a sua dor.

No momento em que a viu, jurou a si mesmo que não a


deixaria ir embora e lhe daria uma razão para ficar.

Weasel não queria que sua decisão de possuir Renée


atingisse o clube e nem queria causar uma briga entre ele e
Vengeance. Só desejava o direito de ter sua mulher ao seu
lado, já estava cansado de toda aquela confusão. A última
coisa que ele queria era que ficassem juntos às escondidas.

Renée merecia coisa melhor do que isso.


Vários dias depois
Renée deixou Vengeance esfriar a cabeça, deu-lhe uns
dias para se acalmar antes que fosse falar com ele. Ela não
podia permitir que ficassem sem se falar novamente e não
pararia de se comunicar com ele por conta deste mal-
entendido.

Renée bateu na porta duas vezes, antes de ouvir


Constance pedindo para que entrasse. Uma vez dentro, foi em
direção à sala onde a viu no sofá com as pernas apoiadas na
mesa e um livro no colo. Ela sorriu, embora não tivesse
perguntado onde estava Vengeance, fez um gesto para fora
em direção aos fundos da casa.

— Ele ainda está lambendo suas feridas?

Constance revirou os olhos e deu um sinal positivo.

— Ele vai superar, só se passaram dois dias e você sabe


como são esses caras. Seu ego está ferido.

Sim, Renée sabia o quanto eram teimosos. Ela


gesticulou concordando com a cunhada e foi a procura do
irmão.

Abriu a porta e caminhou para o deck. Vengeance


estava sentado em uma cadeira com as pernas apoiadas no
corrimão e estava tomando uma cerveja.
Ele se manteve de costas, Renée não tinha dúvida de
que ele já soubesse que ela estava bem atrás. Após alguns
segundos, Renée se aproximou e sentou ao lado dele. Ela
também ficou admirando o pôr do sol e a paisagem.

— Ainda está chateado? — Ela perguntou e não olhou


para ele. Podia ver pelo canto dos olhos que ele levantou a
garrafa de cerveja e bebeu um longo gole. Finalmente, ela
olhou para ele.

— Estou bem. — Disse sem olhar para ela. Ela podia ver
sua expressão dura e não pôde evitar que um suspiro
aborrecido saísse.

— Você sabe que está sendo ridículo? — Ele a olhou,


seus olhos eram da mesma cor, contudo o olhar dele era de
desapontamento. Odiava o fato de não ter sabido antes,
porém ela era adulta, podia tomar suas próprias decisões e
ele devia apenas respeitar.

— Renée, como devo agir?

Ela o ignorou por um momento e olhou novamente para


a propriedade.

— Não sei, talvez ficar feliz por mim? — Então, olhou


para ele. — Eu queria te dizer antes, planejei isso, entretanto
algumas coisas aconteceram e me impediram. Não era para
esconder isso de você. Só que aconteceu.

Ele concordou com a cabeça..., mas sua expressão


ainda estava tensa. Por longos segundos, ninguém disse
nada. Ela abriu a boca, prestes a dizer algo, então Vengeance
começa a falar.
— Você sabe com o que estou mais chateado? É o fato
de que você não me disse logo, pois achou que não a
entenderia.

Ela suspirou e abanou a cabeça.

— Você reagiu exatamente como eu pensei. Pode me


culpar por ter medo de dizer alguma coisa? Se foi capaz de
atacar o homem que amo. Ele não me obrigou a fazer nada.
Sou uma mulher adulta e o amo.

Permaneceram calados por um longo tempo.


Finalmente, ele pronunciou ao passar a mão na cabeça.

— Eu sei. — Ele a olha. — Eu acho que eu estou


acostumado a cuidar de você, contudo saber que você toma
decisões sobre com quem você quer estar é difícil para mim.

Ela sentou-se mais perto dele.

— Eu juro que ninguém se propôs a traí-lo. Aconteceu,


agora estou feliz e animada para o que o futuro nos reserva.
— Eles se deram as mãos. As mãos de Vengeance eram muito
maiores que a dela e repleta de cicatrizes, calos e tatuagens
que cobriam sua pele clara.

Uma leve brisa sopra e ela se sente em casa, as coisas


estariam bem se ela lhe desse algum tempo.

— Ainda preciso de você e sempre precisarei na minha


vida. — Ela apertou a mão dele. — Você é meu irmão mais
velho, meu sangue e nada vai mudar isso. — Renée pediu
para ele a olhar nos olhos, quando ele finalmente fez ela
sorriu. — Eu preciso que você fique feliz por mim. Tem que
concordar com isso, embora eu tenha cometidos erros no
passado, eu ainda preciso do seu apoio.

Ele apertou sua mão em troca.

— Você sempre terá o meu apoio. É difícil pensar que


minha irmã está com um Soldiers of Wrath. — Ele falou e
balançou a cabeça, no entanto houve um ligeiro sorriso em
seu rosto. — Não posso prometer que vou superar isso de
imediato, contudo tem meu apoio. — Ele largou sua mão e
pôs o braço ao redor de seus ombros, puxando-a para mais
perto. — Se você está feliz, estou feliz por você.

Ela descansou a cabeça no peito dele e sorriu, ouvindo a


batida do seu coração. Isto a fez lembrar que quando eram
mais novos Vengeance sempre a apoiava, quando ela se
sentia assustada, sozinha e confusa.

— Sem mais segredos, está bem?

Ela concordou.

— Está bem. — Renée se sentiu mais leve e mais


otimista sobre o futuro.
Weasel dirigiu para o complexo e parou, olhando para o
clube. Não esteve ali fazia alguns dias, queria dar a
Vengeance tempo para esfriar a cabeça. Além disso, ele tinha
Renée e a última coisa que queria fazer era deixá-la sozinha
enquanto as coisas estavam mal.

Ele esperava que Vengeance ligasse, já sabia como ele


era e que isso não aconteceria. Renée foi hoje vê-lo e lhe
pediu para tentar consertar as coisas, então era por isso que
ele estava aqui.

Depois de descer da moto, ele inclinou contra a parede,


puxou um cigarro e acendeu.

— Ei, querido, você quer companhia? — Uma das vadias


do clube passou uma mão no peito dele, indo em direção ao
seu pau.

Ele agarrou o braço dela e a afastou.

— Vá entreter outra pessoa. Tenho uma Senhora. —


Droga, isso soou muito bem.

Então, olhou para o céu e deu um longo trago no


cigarro. Já era tarde e tudo o que ele queria fazer era estar
com sua mulher.

— Você a despachou rápido. — Vengeance disse.

Weasel virou-se para ver seu Patch na porta do clube.


—Tenho uma mulher em casa, não preciso de uma
vadia me tocando.

— Você está sério com a minha irmã?

— Se não o fizesse, acha que eu arriscaria ser morto


pelo meu irmão de clube? — Ele jogou o cigarro no chão e o
apagou. Em seguida, andou até ficar ao lado do cunhado.
Ambos encostados na mesma parede.

— Por quanto tempo esteve apaixonado por ela?

Weasel soltou um suspiro.

— Antes dela ir eu já tinha sentimentos por ela. Tentei


escondê-los. Porra, fingi que não sentia nada por ela. Mas, na
minha cabeça, eu estava pensando nela.

— Era por isso que você queria que eu ligasse para ela.

— Isso foi há muito tempo, claro que me importava


Vengeance. Ela é sua irmã e eu sei que você a ama.

— E você a ama também?

— Sempre. As mulheres não vão ter nada de mim. A


única pessoa que eu quero é a Renée. Prometo que vou
protegê-la e amá-la.

— Sempre me senti o guardião dela. Ela é minha irmã e


eu a amo. Exagerei no outro dia e quero me desculpar.
Constance anda me criticando. Me disse que se eu estava tão
desesperado para me desculpar era só pegar o telefone e
deixar de ser um pé no saco. Desculpe-me.

Weasel riu.
— Isso é um belo de um pedido de desculpas vindo de
você.

— É tudo o que você vai conseguir. Tudo o que peço é


que você seja discreto por um tempo. Não estou pronto para
ver a minha irmã divertindo-se contigo.

— Eu a amo e vou protegê-la.

— Eu sei. Você já me disse isso.

Ambos descansaram contra a parede e Weasel olhou


para o céu.

— Lamento muito, sei que deveria ter te dito e não


deixar as coisas saírem de controle.

— É passado agora, irmão.

Novamente ficaram em silêncio, Weasel sabia que


precisava ser honesto e disse.

— Quero me casar com ela. disse.

— Uau, você realmente não gosta de um cara se


acostumando ao namorado da irmã dele, não é?

— Eu quero que saiba que vou me casar com ela. Vou


ser o pai dos filhos dela. Não queria esconder isso de você.
Sei que você não quer ouvir sobre isso agora, no entanto terá
que começar um curso intensivo sobre todas essas coisas.
Não vou recuar. Eu quero tudo com ela. Todas as coisas,
crianças e tudo. — Encontrou-se sorrindo enquanto dizia
isso.
— Você vai me fazer vomitar. Vamos, vamos lá tomar
uma bebida. Acho que posso lidar com qualquer plano, desde
que eu tenha muita bebida para me ajudar a ficar bêbado.

O clube aplaudiu enquanto eles entravam. Demon


avançou e lhes deu palmadas nas costas.

— Pensei que teríamos que cavar duas sepulturas hoje.


Seus filhos da puta destruidores de casa!

Vengeance resmungou.

— Sabia que Renée me deu uma maldita conta hoje?

— Conta?

— Sim, por toda a mobília que destruí. Passou a lista e


ela colocou um V de Vengeance, ao lado de alguns itens e um
W para Weasel contra os outros. Na verdade, ela tinha
rotulado. Ela sabe como documentar a raiva fora das coisas.

Todo mundo começou a rir.

Sentado no bar, Weasel sorriu. Muitas vezes a encontrei


fazendo listas. Havia uma na geladeira que ele viu umas duas
semanas atrás, que tinham as tarefas que ela escolheu fazer
por alguns dias. A cozinha ficava bem limpa toda segunda,
quarta e sexta, juntamente com a limpeza regular de todos os
dias. Ela era muito minuciosa.

Vengeance colocou um copo de uísque na frente dele.

—Acho que vamos estar relacionados, em breve, no


sentido legal.
— Acho que sim, se ela me aceitar, assim será. —
Weasel fez uma pausa. — Droga, eu não acho que poderia
lidar com você sendo meu cunhado. — Ele bufou.

Pelo menos por agora, tinham parado de darem socos.

— Calma. Acho que é justo dizer que outro de nós


comeu poeira. Weasel reivindicou uma Senhora. Outra
mulher vai juntar-se a dupla e sabendo como Renée é, todos
nós sabemos que problemas vão surgir. — Vengeance disse e
levantou o copo. — Mesmo que não ache que qualquer um
seja bom para a minha irmã, eu estou contente que ela o
tenha encontrado. Mesmo com todos os seus defeitos, você é
um bom homem e sei que sem dúvida vai fazê-la feliz.

Weasel começou a rir com o discurso de aceitação, este


ia ser o melhor que ele teria.
Sentaram-se ao redor da fogueira, as chamas grandes e
fortes queimando a madeira. Era meio surreal se sentar ao
redor com os MC The Soldiers of Wrath, sendo parte da
família.

Renée estava no colo de Weasel, o clube inteiro rindo e


os acolhendo. Ela olhou para seu irmão que segurava
Constance próximo de si. Ela estava feliz por eles, ainda bem
que ele encontrou alguém que podia amar e cuidar.

E quando ele a envolveu em seus braços, Renée


afundou-se contra ele. Ele era duro e forte... todo homem.
Cheirava a couro e deserto, com um tom de masculinidade e
óleo de motor. A combinação era inebriante, lhe fez lembrar
todas as emoções que ela sentiu quando era mais jovem e
tudo o que ela queria com ele.

— Você está se sentindo feliz? — Ele perguntou, seu


hálito quente e lábios roçando a sua orelha. Ela virou para
enfrentá-lo e pôs os braços em volta do seu pescoço,
puxando-o ainda mais próximo.

— Sim, sempre quando estiver com você. — Ela admitiu,


porque estava cansada de esconder o que sentia e cansada de
fingir, tinha que ser honesta com suas emoções. Renée
percebeu que mentir para si mesma não machucava ninguém
além dela mesma.
Ele a puxou mais perto e amou que Weasel não se
importava em demostrar carinho com ela na frente dos outros
e dos seus irmãos do moto clube. Amava este homem e não
queria nada mais do que passar a vida com ele.

Ela não sabia o que o futuro reservava, isso não


importava, porque neste momento estava feliz e no lugar
certo. Enquanto ela estivesse com ele tudo estaria bem.

Weasel a prendeu perto dele, sentir o toque de seus


corpos nus era quente e reconfortante. Deixaram o churrasco
há horas, ele a levou para casa, fez amor com ela e fez isso
com muita calma.

Não precisava ser um filho da puta sujo o tempo todo,


embora ambos gostassem dessa forma. Havia tempos que ele
só queria se deliciar com o sentimento dela e o conhecimento
de que ela era dele.

Desde que oficializaram as coisas, Renée mudou-se para


o quarto dele e Weasel disse a ela que não queria que a sua
mulher limpasse para se sustentar. Eram iguais e a mulher
dele não ia limpar sua casa para ficar ali.

Aqui era onde ambos viviam.

— Eu te amo, Renée! — Disse contra o cabelo dela,


sabia que ela estava dormindo, entretanto, a necessidade de
dizer era mais forte. Rugiria para o mundo se ela quisesse.
Antes de saber que Renée seria dele, que teria uma
chance de tê-la em sua vida, ele não achava que teria uma
Senhora. Foi testemunha do amor dos seus irmãos para com
suas mulheres e tudo o que ele conseguia pensar era que
aqueles pobres coitados nunca estariam livres novamente.

Mas caramba, a vida mudou para ele.

Ele enrolou o dedo ao redor do quadril e deslizou para


baixo. Perguntava-se o que ela pensaria de se casar com ele e
ser a mãe dos seus filhos. Ele disse ao seu cunhado que iria
casar-se com ela, mas ainda não a pediu em casamento.

Ele a observou quando lentamente abriu os olhos. Renée


estava sonolenta e nisso ele não poderia ajudar, mas se
inclinou para beijá-la.

Tudo porque ele não conseguia pensar em viver sem ela,


não queria desperdiçar mais um minuto, então fez a pergunta
que mudaria sua vida.

— Case comigo, baby. Seja minha para sempre. — Ele


disse e se afastou, ligeiramente, para olhar para o seu rosto.
Ela parecia bem acordada agora e ele se perguntou no que
estava pensando.

O silêncio se estendeu e ele se perguntou se tinha


arruinado tudo e só devia ter ficado calado.

— Sim, — ela disse devagar, sonolenta. Não havia


hesitação, nenhuma confusão nas palavras dela ou na
maneira que olhou para ele.
Ele a puxou para cima e a segurou, querendo saber se
isso era real.

Droga, como um idiota como ele conseguiu ter tanta


sorte?
— Você tem alguma ideia de como vai querer o seu
casamento? — Amy perguntou.

Renée balançou a cabeça.

— Eu não sei. Acho que quero que todos os caras e as


garotas do clube estejam lá.

— Você não vai nos manter afastados. — Disse Deanna.


— Você poderia exigir que os caras vestissem um smoking.
Faz muito tempo que eu vi meu homem em um.

— O Demon usaria um smoking?

— Claro que sim. Se eu conseguir do meu jeito, pode


usá-lo durante todo o dia.

— Eu, pessoalmente, gosto do meu homem em couro,


Eloise disse. — Somos todas casadas com motociclistas e
amo o meu cara com o seu colete de couro.

— Há uma grande pergunta, Daniella disse. — E as


prostitutas do clube estarão presente?

Franzindo o nariz, ela viu que as outras Senhoras não


gostavam muito da ideia.

— Nossos homens não ligam por elas estarem lá, mas os


irmãos sem quaisquer Senhoras ou até mesmo alguns com,
querem elas lá por companhia. — Disse Amy. — Joker não irá
até elas.
— Está confiante disso? — Renée perguntou.

— Sim. Confio minha vida a Joker. Eu sei que ele faria


qualquer coisa por mim, arriscou sua vida mais vezes do que
consigo contar. Jamais fará qualquer coisa que iria me fazer
odiá-lo.

— Se tem dúvida, não acha que você deve lidar com elas
agora, antes de se dirigir ao altar? — Constance questionou.

Renée deu de ombros.

— Se isso vai acontecer, não há muita coisa que eu


possa fazer para mudar isso, não é mesmo.

—Isso é negativo. — Deanna disse. — Se você está se


sentindo assim, então acho que não deve continuar com isso.
— Deanna se serviu de outra taça de vinho.

— Você acha que devo dizer não a ele? — Renée


perguntou.

Deanna sentou-se ao lado dela e agarrou sua mão,


dando-lhe um forte aperto.

— O que eu penso não importa. Eu amo Demon. Eu sei


que ele fodeu as prostitutas do clube antes de me conhecer.
Ele até tinha uma quando eu estava aqui, mas isso foi antes
de nós ficarmos juntos. Eu sei que ele é fiel a mim e eu sou a
ele. Casamento é difícil, querida. Se você tem dúvidas, agora,
você acha mesmo que vai desaparecer depois?

— Eu pensei que isto era suposto ser uma celebração e


agora eu estou realmente deprimida. — Disse Elena.
— Acho que ela deve considerar suas opções. — Deanna
disse.

Fez-se um silêncio mortal ao redor da sala e a felicidade


que Renée experimentava momentos atrás tinha diminuído.
Ela o amava mais do que tudo. Foi sua primeira paixão, e ela
acreditava que ele era o amor de sua vida.

Sentada, tomou um gole de vinho e pensou em sua vida


com ele. Weasel estava cercado de garotas que pareciam mais
jovens com corpos perfeitos e um entusiasmo para agradar
que ainda não foi esgotado.

— Olha! — Amy disse, se sentando. — Nós casamos com


motociclistas, irmãos do clube. As mulheres se atiram o
tempo todo. Agora, estão cercados por mulheres e tentação. A
questão é se isso te incomoda? Você acha que ele pode ser
fiel? Além disso, você se importa?

— Claro que me importo. Não quero que ele transe com


uma vadia aleatória e volte para mim fedendo a puta. —
Renée levantou-se. — Preciso de ar.

Renée saiu da sala, indo para o quintal. Weasel estava


no clube e ela confiava nele. Tinha toda a fé nele, mas havia
uma minúscula dúvida no fundo da sua cabeça que se ela se
entregasse ele iria machucar o seu coração e não havia nada
que ela pudesse fazer sobre isso.

Era isso, se ele a traísse. Ela não queria casar com um


homem que a machucasse assim.

— Ei! — Constance falou indo para o lado de fora. —


Você está bem?
Com olhos dela cheios de lágrimas, Renée sinalizou com
a cabeça.

— Não. Eu não estou bem. Nem mesmo perto. Não tinha


dúvidas e... agora estou uma pilha de nervos. E se eu estiver
cometendo o maior erro da minha vida?

— Você acha que nenhuma outra mulher se sente do


jeito que você está? É um grande compromisso. Não é tão
grande quanto costumava ser. Existe divórcio se der errado.

Ela virou-se para sua cunhada, com um olhar.

— Você não está ajudando.

— Sentar aqui e chorar por ele não está ajudando


também. — Constance sentou nos degraus. — Adoro estar do
lado de fora. Você sabe há muito tempo, eu costumava me
sentar ao lado do túmulo dos meus pais e do meu noivo
morto.

— Você estava noiva antes de conhecer Vengeance? —


Renée perguntou.

— Sim, eu estava. Nos conhecemos em um cemitério.


Meio assustador agora que você pensa sobre isso. Todos
temos a morte em torno de nós e fomos ainda capazes de nos
unir. Ele me pegou de surpresa.

— Você sente falta do outro? O falecido? — Renée


encolheu-se com sua falta de tato. Ela não sabia o que estava
acontecendo com ela ultimamente.

Suas emoções estavam por todo o lado.


— Não. Faríamos um ao outro, infelizes. Eu sou tão
grata que eu não tive a chance de me casar com ele. Eu amo
o seu irmão e amo o clube. — Constance se levantou e andou
em direção a ela. — A única pessoa com quem pode falar
sobre os seus sentimentos neste momento é o Weasel. Não o
afaste ou tente lidar com isso sozinha. Não seja uma garota
estúpida que acha que pode fazer tudo sozinha. Você não é
ignorante e não tem que ser. — Constance a abraçou
firmemente.

— Você acha que estou sendo estúpida? — Renée


perguntou.

Constance pensou nisso.

— Ele é um motoqueiro. Eu amo Vengeance, quando se


conhece alguém e você o ama tanto que não pode imaginar a
vida sem ele, você aprende a ser uma parte deles. Eu sei que
ele nunca me trairia, principalmente porque eu o espancaria
até a morte com uma pá. Fale com Weasel, diga a ele suas
preocupações, suas dúvidas e supere esse obstáculo antes de
andar até o altar. Isso vai fazer você se sentir muito melhor.
Acredite em mim.
Renée sentou-se nos degraus da varanda da frente com
o copo de vinho, meio cheio, na mão. Ela o encheu
completamente até o topo, mas desde então estava tomando
um gole, apreciando a composição da bebida enquanto olhava
para a paisagem.

Ela estava esperando Weasel chegar em casa, porque


tinha que falar com ele, tinha que tirar do peito esta
preocupação e incerteza.

Do lado de fora de casa tinha muito espaço para eles


terem um pouco de privacidade, mas ainda podia ver alguns
vizinhos à distância. Provavelmente, pensaram que algo
estava errado com ela, estava sozinha apenas sentada
olhando, mas sua cabeça estava cheia.

Deu um longo gole no copo de vinho e segurou o líquido


na boca, só saboreando o sabor. Weasel deve estar em casa a
qualquer momento e ela queria falar com ele sobre as suas
dúvidas, para tentar acabar com elas. Queria ver se ele
pensava da mesma forma, se tinha alguma coisa que ele
queria tirar do peito também.

Não foi culpa das meninas, elas não colocaram nada na


cabeça dela. No fundo, sempre quis saber sobre tudo isso de
qualquer maneira, sobre se ele queria ver ou estar com
outras mulheres. Deus, só de pensar nisso ficava enjoada.
Ele era dela, era o único homem que ela queria.
Envolver-se com o motociclista não era tão fácil como
talvez fosse uma relação "normal". Eles eram homens alfa,
durões até o núcleo. Não eram como os outros homens e por
isso a população feminina também os queria. Tinham desejos
e necessidades mais primordiais, eram brutos e ásperos.

Ela confiava nele e o amava por mais tempo que ela


mesma queria admitir. Embora ele a tenha pedido em
casamento, disse que também a amava. Estaria realmente
pronto para isso?

Ele iria querer uma velha em sua cama?

Ela não queria arrastar ninguém para baixo e ela não


queria se envolver em outro relacionamento desastroso.

Ouviu um barulho de moto antes de vê-lo virar a


esquina e descer a rua em direção a casa. Renée bebeu muito
mais do vinho, sabendo que precisava falar isso antes que as
coisas avançassem.

Embora Renée confiasse nele com sua vida, confiava


nele com fidelidade, dizendo-lhe que sua preocupação era
parte de estar em um relacionamento. Não queria esconder
nada dele, não queria que suas emoções fossem
engarrafadas, porque tinha medo de dizer algo.

E diabos, talvez ele tivesse as mesmas preocupações


sobre ela.

Weasel estacionou sua moto na garagem e desligou o


motor. Tirou o capacete e desceu da moto, com foco nela. Viu
a emoção no seu rosto, sua expressão mostrava amor.
Renée sorriu, sentindo o coração bater mais rápido
quanto mais perto ele chegava. Antes que ela pudesse ficar de
pé, ele a puxou para os seus braços. Graças a Deus ela tinha
colocado o copo de vinho no chão antes.

— Senti sua falta, querida. — Ele se afastou e segurou


suas bochechas antes de dar um beijo. Seus lábios estavam
firmes e fortes e ela se derreteu.

— Eu também! — Ela disse contra sua boca. Ele


afastou-se e sorriu. Queria perguntar-lhe como se sentia
sobre tudo isso, se ele tinha certeza que era o que queria
fazer.

Renée queria ter a certeza de que ele não teria


arrependimentos. Casamento era um grande compromisso e
como ela queria fazer tudo certo, também queria ter certeza
de que ele sentia o mesmo.

— O que está errado? — Ele perguntou, talvez vendo


pela expressão de seu rosto que tinha algo em mente.

— Nada. — Ela disse e afastou-se, mas agora era a vez


de falar com ele. — Na verdade, eu queria falar com você
sobre o casamento e outras coisas. Eu quero ser aberta e
honesta e não quero fazer nada escondido.

— Tudo bem! — Falou preocupado.

Era agora ou nunca, sem esperar pelo tempo certo, sem


saber pelo resto da vida dela se manteria a boca fechada. Eles
precisavam falar sobre isso e ela precisava falar agora.
Amava-o e não havia nada no mundo que quisesse mais do
que estar ao lado dele para o resto de sua vida.
Mas se não falasse disso agora iria sempre se perguntar.
E tudo o que faria era abrir um abismo entre eles.
Weasel sabia da preocupação dela.

Não conseguia esconder dele, nem poderia esconder


pelo fato de que Deanna voltou ao clube e pediu desculpas a
ele. Agora, ele teria que lidar com as consequências.

Sendo parte de um MC, já esteve louco por um tempo.


Transando com todas as mulheres, como se elas estivessem
saindo de moda. Frequentou as festas barra pesada e fodeu
ainda mais duro. As mulheres eram fáceis, quando começou
sua vida no clube. Elas queriam só uma coisa, agradar os
motociclistas que estavam lá.

Já teve sua cota de boceta... e não se importava com


nada nem ninguém. Foi tudo tão fácil para ele e ele apreciou
isso. Ele adorou.

Então, um dia, percebeu que estava vazio... que estava


perdido. Claro, o vazio começou a crescer gradualmente até
que quando se olhou no espelho, já não se reconhecia mais.

As mulheres se tornaram desfocadas, tudo veio junto.


Não importava quem elas eram e ele perdeu o interesse.
Encontrou-se saindo do sexo livre e ficando muito mais no
clube.

Viu vários de seus irmãos de clube se apaixonarem. No


início, não se importava. Era só outra mulher dentro do
clube. Depois de um tempo ele começou a assistir as
Senhoras com seus homens e soube, imediatamente, que ele
estava perdendo.

Ao longo dos últimos anos, Weasel queria o que eles


tinham. Ir para casa à noite para uma Senhora, uma família.
Uma mulher que estaria ao seu lado em todos os momentos.
Ele queria muito isso.

Sendo com Renée, sabia que nunca iria machucá-la.

Ele a perdeu uma vez e não ia fazer nada que arriscasse


sua relação novamente. Amava-a mais do que qualquer outra
coisa.

Renée sentou e ele agarrou uma cerveja da geladeira.


Abrindo a garrafa, tomou um longo gole e depois sentou-se
olhando para ela. Esperou que lhe dissesse qual era o
problema. Ela precisava ser aberta com ele.

— Sou todo... ouvidos, querida.

Ela sorriu.

— Você sabe que eu pensava no que dizer. Não sei as


palavras certas ou como descrevê-las.

— Diga-me o que você está pensando.

— Não quero que você fique com raiva.

— Eu não vou. Não imagino que isto é fácil para você. —


Weasel olhou para baixo para o dedo onde estava o anel dele.
— Não vou dizer nada. Isto tem que ser com você.

Haviam lágrimas em seus olhos e viu que ela estava


lutando com isso. — Eu não...
— Pergunte-me, Renée. É tudo o que você tem que fazer.
Pergunte-me e eu vou ser aberto e honesto com você.

— Tenho dúvidas sobre nosso casamento. — As


lágrimas caíam e doía vê-la assim.

Ele inclinou e colocou a mão sobre a dela.

— É uma loucura, porque quando estou com você sei


que meus pensamentos estão loucos. Te amo tanto. Contudo,
se eu não for suficiente e você encontrar uma mulher mais
jovem que pode fazer coisas que não faço?

Ele não riu e não fez nada. Agarrou sua mão e a segurou
enquanto guardava seus medos.

Um motociclista não tem uma boa reputação e como já


vi estilo de vida mais de uma vez sabia o que podia acontecer.
Na maioria das situações, os homens foram fiéis às suas
mulheres.

Weasel sempre ficou chocado pela fidelidade dos seus


irmãos para com às suas mulheres e agora ele entendia o
porquê.

Quando você está com a mulher certa, você não sonha


fazer alguma coisa para correr esse risco. Além disso, não
havia mais ninguém.

Ele não olhava e nem procurava outras mulheres. Tudo


o que ele queria era Renée. Ela era a única mulher que ele
desejava mais do que qualquer outra coisa.

— Estou sendo estúpida.


— Você está sendo só cuidadosa, querida. — Ele
acariciou o anel de noivado que comprou para ela. — Você
sabe que quando você saiu, pensei que uma parte de mim
estava morta. Eu fodia e não dava à mínima. Nada disso
preencheu o buraco que deixou. Tem razão, sou um
motociclista e uma jovem modelo poderia vir junto, mas eu
sei que eu te amo. Você é a única mulher que eu quero. —
Ele estendeu a mão e limpou algumas das suas lágrimas. —
Você é a mulher mais bonita que já conheci e não faria nada
para magoá-la. Absolutamente nada. — Se moveu, a pegou e
a colocou no colo.

— Me sinto louca.

— Você sempre vai ser um pouco louca. Corre no seu


sangue. — Isso a fez rir. — Você é muito mais para mim do
que qualquer outra coisa no mundo. Eu te amo querida. Se
você quer esperar para se casar, então podemos esperar. Eu
não vou apressar ou forçá-la a nada.

— Eu quero me casar com você.

— Só quero salientar que isto pode ir nos dois sentidos.

Ela franziu a testa.

—O que você quer dizer?

— Você pode encontrar outro homem e pensar que ele


pode agradá-la melhor do que eu. O que farei seguida?

Ela começou a rir.

— Ninguém se compara a você. — Ela segurou o rosto


dele e o beijou. — Ninguém me agrada como você.
— Exatamente, esses são meus pensamentos sobre
você. Então, o que te faz pensar que alguém poderia significar
algo para mim? Você é minha garota e eu sou o seu cara. —
Ele pressionou a mão contra o coração dela e tomou a dela,
colocando sobre o seu. — Nós sempre estaremos juntos, você
e eu. Isso nunca vai mudar. Nunca. Você quer as coisas no
seu tempo. Eu posso esperar para me casar com você. Não
quero, mas você precisa saber que quando se trata de você,
vou fazer tudo. Espero semanas, meses e anos para ficar com
você.

Ela lambeu os lábios e depois balançou a cabeça.

— Não quero esperar muito tempo.

Ele acariciou a bochecha dela.

— Você pode escolher a data e nós podemos lidar com


tudo. Eu quero você para sempre, venha a mim sempre que
tiver dúvidas, preocupações ou seja lá o que for.

— Mesmo se for estúpido?

— Especialmente quando for estúpido. — Weasel


agarrou a nuca dela e puxou para baixo para lhe beijar os
lábios, a silenciando com a única maneira que ele sabia.
Três meses depois
Casamento
Renée não podia acreditar que o dia finalmente chegou e
que estava prestes a se casar com Weasel, o homem que
amava por mais tempo do que gostaria de admitir. Quase
parecia que estava sonhando, como se o mundo tivesse
parado e ela estava neste outro mundo.

Ela planejou o casamento com a ajuda das outras


Senhoras e em apenas três meses, eles organizaram tudo.
Sem ninguém ao lado, com exceção de Vengeance, fez a lista
de convidados rápido.

Esse era um casamento de motociclista, afinal de


contas, essa era a única família que ela precisava aqui.

Aqui estava ela, em um dos quartos nos fundos da sede


do clube, o vestido que usava era lindo e delicado. Tinha laço
e cristal e em um casamento de motociclista, provavelmente,
pareceria fora do lugar, mas ela não podia esperar para
Weasel vê-la.

Renée alisou as mãos para baixo no vestido... e não


conseguiu evitar o sorriso que cobria o rosto. Isso estava
acontecendo e ela estava prestes a casar com o homem que
amava mais do que tudo neste mundo.
Ouviu uma batida na porta e então ela foi aberta.
Deanna, Amy, Elena, Eloise, Daniella, Hannah e Constance,
todas entraram com seus vestidos de damas de honra azuis
escuro, um pouco diferentes, mas combinando já que faziam
parte da festa nupcial.

— Oh, uau!

— Lindo.

— Weasel vai sujar as calças.

Cada uma das meninas a elogiou, enquanto vinham em


sua direção. Elas tocaram o cabelo, o vestido e lhes diziam
como estava linda. Ela se sentiu amada naquele momento,
parte de uma família, um vínculo fraterno.

— Como se sente? — Perguntou Constance e Renée se


virou e olhou para si mesma no espelho. As outras garotas
estavam arrumando e preparando toda a sala.

— Estou muito nervosa!

— Isso é normal. Weasel vai ver você e vai chorar. Temos


uma aposta entre nós. — Constance riu.

Renée moveu a longa mecha do cabelo sobre um ombro


e olhou para os pequenos brincos de pérola, que Constance
tinha lhe emprestado. Cada mulher lhe deu algo que era
importante para ela e isso tocou Renée dentro do coração.

Tudo nela agora parecia delicado, frágil, talvez não a


garota que era há um tempo ou a mulher que ela tinha
crescido para ser.
Também sentia que não era ela, que esta não era sua
vida.

Constance anexava o véu na parte de trás do cabelo de


Renée com um cristal e quando tudo estava realmente preso
lá, ela suspirou e se esforçou para não chorar.

Renée fechou os olhos por um momento e só respirava.

— Preciso acalmar meus nervos. Sei que isso deve ser


normal, mas sinto que vou me desfazer em lágrimas.

— Isso é normal. Você vai fazer muito bem. E sim, todo


mundo vai cuidar de você, mas isso é só porque é o seu dia.

— Pronta? Amy apareceu e perguntou a Renée.

Ela suspirou e assentiu com a cabeça.

— Tão pronta como nunca estarei.

Dez minutos depois as meninas estavam todas de pé no


pódio com os padrinhos do outro lado e Weasel em pé no
centro, esperando por ela. Deus, ele estava bonito de fato.

Havia mais de cento e cinquenta convidados presentes,


todos eles amigos dos Soldados da Ira MC. Uma parte de
Renée ficou triste por não ter outros familiares presentes,
mas tinha seu irmão e isso era tudo o que importava.

Ver todos os motoqueiros querendo compartilhar esta


celebração à fez chorar de verdade agora. Ela não conhecia a
maioria deles e isso não importava. Os soldados eram uma
grande família.

— Você está pronta?


Renée virou e olhou para Vengeance. Tinha o braço
cruzado com o dele e quando o olhou emocionada, pois este
era o homem que sempre esteve com ela, demonstrando como
sobreviver, tomando conta dela, sabia que tudo estava
exatamente certo no mundo.

Este era o primeiro dia do resto da sua vida e ela estava


mais do que pronta. Esteve esperando por isso desde que
percebeu que Weasel era tudo o que ela queria, tudo que
precisava.

— Estou pronta.

E ela estava. Renée estava pronta para ser parte


integrante desta vida. Ela estava pronta para tornar isto
realidade.
Weasel envolveu os braços em volta de Renée,
segurando-a. Ele não queria deixá-la ir para poderem
permanecer neste momento para o resto de suas vidas.
Respirando o perfume dela, fechou os olhos, ignorando tudo
ao seu redor, até que ele se distanciou.

Renée agora era sua esposa e ele estava decidido a amá-


la para o resto de sua vida. Vengeance tinha parado para vê-
lo e quis lhe dar a conversa de aviso. A conversa que ele
imaginou que a maioria dos irmãos dá aos homens que iam
se casar com sua irmã.

— Se você a machucar de qualquer maneira, irmão ou


não, vou caçá-lo e fazer você desejar a morte antes de tê-la.

Isso foi um aviso e ele o respeitava.

— Não acredito que estamos aqui, dançando... casados.


— Ela disse.

Ele afastou e sorriu.

— Você achava que eu iria correr?

Renée deu uma risadinha.

— Não, mas eu estava tentada. — Ela provocou.

Este casamento tinha sido difícil de decidir,


simplesmente, por causa das preocupações que ele sabia que
ela sentia.
A maioria dos homens iria começar a se sentir inseguro
acerca de tudo, preocupado por ficar com apenas uma
mulher. No entanto, ele não pensou em nada disso, ansiava
em passar o resto da sua vida com a mulher que amava. Esta
vida era difícil e ele notou que toda vez que ela tinha dúvidas,
era no tempo de uma festa do clube, quando as putas saiam
para entreter os garotos que as queriam. Ele nunca ia
desviar.

O amor da sua vida estava nos braços dele, onde ela


deveria permanecer.

— Eu não poderia correr. — Ela disse. — Eu sei que eu


fui um pesadelo em todo este processo, mas hoje foi o melhor
dia da minha vida.

— Você sabe que poderia ter um homem se


preocupando com sua masculinidade.

Ela riu.

— Que eu saiba não tem nenhum problema com a sua


masculinidade.

Girando-a, ele a segurou firmemente.

— Talvez você precise me mostrar o quanto você me


ama.

Renée se abaixou e agarrou a bunda dele, dando-lhe um


apertão.

— Não me tente.

— Agora, isso é uma conversa lutadora. — Ele disse.


— Eu não estou falando, você está. Assim é como eu vou
segurar sua bunda mais tarde quando estiver me fodendo. —
Ela beijou o seu pescoço e lambeu a sua extensão. O seu pau
endureceu e quando ele a girou novamente, ela voltou as
mãos à cintura. — O que vai fazer comigo mais tarde?

— Oh, querida, eu vou te foder tanto que você não vai


poder andar em linha reta por uns dias.

— Isso soa como uma boa promessa.

— É, baby, é uma grande promessa.

A música terminou, mas em vez de se despedir com os


convidados, ele pegou na sua mão e levou-a para o quarto
que usou no clube.

— Você está sendo muito rude. — Ela disse, parecendo


sem fôlego.

Ele abriu a porta, puxou-a para dentro e fechou, a


pressionando contra a madeira. Segurando as mãos dela, as
prendeu acima da cabeça, olhando nos seus olhos enquanto
fazia isso.

— O que está acontecendo? — Ela perguntou.

Por alguns segundos, ele não falou. Não podia.

— Não havia palavras para ele usar. — Agora é sua


chance, — disse.

Ela franziu a testa.

— Não tenho a menor ideia do que você está falando.


— Eu sei que parte do motivo que estava se sentindo um
pouco louca sobre o nosso casamento é por causa do clube.
Isto vai ser a última vez que peço. Só quero você e eu. — Ele
apontou lá fora. — Elas não me interessam. Só você é
importante e quero que me responda. Você quer que eu saia
do clube?

— Já falamos sobre isso.

— Eu sei, mas quero que pense nisso. Esta será a


última vez que pergunto. Eu prometo. Você precisa confiar
em mim. Tem que perceber que para mim há apenas uma
mulher que eu amo e que quero estar e essa mulher é você.
Não quero estar com mais ninguém. Só você. — Ele viu as
lágrimas em seus olhos e continuou. — Todo esse tempo, foi
só você. Não vou me afastar. Toda noite eu vou para casa,
porque sei que você vai esperar por mim. Com sua louca
obsessão por limpeza e meias combinando. Dobrando tudo e
organizando. A maneira que você limpa todos os balcões na
cozinha, mesmo que você não os use. Quero que pegue a
caixa de leite das minhas mãos e encha um copo. São coisas
que me deixam louco, mas também me fazem te amar ainda
mais. Eles são o que faz de você, única.

As lágrimas corriam agora pelo seu rosto e ele as


limpou.

— Isso não é justo!

Ele riu.

— Não foi algo que planejei Renée. Isso era algo que eu
tinha que te dizer, pois você me faz sentir assim. — Ele
empurrou o cabelo da frente e a beijou. — Para sempre. Isso
é o que eu vejo para nós. O que vai ser?

Ela olhou para ele por vários momentos o que lhe


pareceu uma vida inteira.

— Você não vai deixar o clube e eu não tenho nenhum


problema com você. — Ela puxou suas mãos e as envolvendo
no pescoço. — Eu te amo, Weasel. Confio em você. O clube
tem sido a sua vida por tanto tempo que é uma parte de você.
Se tirar isso, você não seria o homem com quem casei. Então,
eu vou ser um pouco ciumenta e um pouco doida de vez em
quando. — Ela deu de ombros. — Isso vai manter a vida
interessante. — Ela correu a mão pelo seu corpo, indo para o
seu pênis ereto. — E talvez te foda só um pouco mais difícil.

Ele não aguentou mais um momento. A virou na cama,


a pressionando e se afundou de joelhos no chão.

— O que você está fazendo?

— Eu tenho que saborear você. Podemos sair e nos


misturar, mas primeiro, preciso provar você. — Baixou o
vestido dela até sua cintura. O tempo todo ela estava rindo,
como se fosse a coisa mais engraçada que ouviu o dia todo.

Ignorando a risada dela, ele abriu suas coxas e beijou a


sua bela boceta. Deslizou dois dedos dentro de sua boceta,
sentindo o quanto estava molhada.

Ela gritou o nome dele e ele continuou a brincar com


ela. A queria muito, mas sabia que tinha que esperar.
Eles tinham uma vida inteira juntos. Tudo o que queria
agora era uma prova dela. Usando sua língua e os dedos,
trouxe-a ao orgasmo que a fez gritar seu nome. Ele lambeu
sua boceta, engolindo os sucos. Parando só com o pedido
dela. Todo o corpo de Renée tremia de prazer.

Ela segurou seu rosto, beijando-o de volta.

— Não quero voltar lá embaixo.

— Temos convidados. — Ele disse, usando suas


próprias palavras contra ela.

— Não me interessa. Eles são da família e os


conhecendo como eu conheço, nem sentiram nossa falta.

Ela o puxou para baixo da cama e atacou as calças. Ele


puxou o seu vestido e em questão de minutos, estava dentro
dela.

Ambos ofegaram quando ele encheu a sua boceta.

— Isto é o que eu quero para o resto da minha vida.


Nenhuma mulher pode ser comparada com você.

O sorriso em seus lábios mostrava que suas palavras


eram tudo para ela.
Um ano depois
O coração de Renée estava batendo muito rápido e jurou
que o pauzinho que tinha na mão iria deslizar e cair no chão
devido ao suor de suas mãos. Ela não conseguia pensar
direito, nem conseguia respirar. Sentou na beira do vaso e
exalou duramente, tentando pensar em como ela ia contar a
Weasel.

Diabos, ela precisava descobrir como ela ia concordar


consigo mesma.

Levantou a mão e olhou para o teste de gravidez


novamente, olhando para as duas linhas-rosa que foram
refletidas de volta.

Grávida.

Embora ela e Weasel estivessem casados desde o ano


passado, esta não era uma gravidez planejada. E tão
assustada quanto ela estava, não tinha certeza como Weasel
reagiria, ela não poderia mentir e dizer que não estava
animada.

Um bebê.

Ela não conseguia envolver sua mente em torno de tudo,


não podia nem se ver como uma mãe. Nunca pensou em ser
mãe devido a sua forma de vida. Todavia, tudo mudou e se
transformou quando ela e Weasel decidiram ficar juntos.
Agora eles estavam casados, prestes a ter um bebê e ela
precisava descobrir como lhe dizer.

Só então ouviu a porta abrir e fechar. O coração dela


parou, momentaneamente, antes de bater forte e rápido.
Ouviu Weasel gritar por ela e rapidamente se encontrou em
pé e saindo do banheiro.

Ela não tinha percebido que ainda segurava o teste até


que estava na porta da cozinha, olhando as costas de Weasel
enquanto ele pegava uma bebida na geladeira. Porém,
quando se virou, seu olhar imediatamente disparando para
baixo para o que segurava, ela sentia o peito apertar.

Tudo ficou calmo e o ar espesso.

— Renée, baby? — Ele deu um passo mais próximo a


ela, colocando sua lata de refrigerante na mesa e ergueu seu
olhar para o seu rosto. — Renée? — Ele disse novamente
quando ela não respondeu.

— Eu... — Foi a única coisa que poderia sair de sua


boca. Em vez disso ela levantou a mão e lhe mostrou o teste
de gravidez, deixando-o ver as duas linhas rosa. Ele olhou
para aquele pauzinho por longos segundos..., mas não disse
nada.

O ar aqueceu e desejou que pudesse avaliar sua reação.


Contudo, ele não esboçava nenhuma expressão.

Só então ela viu acender a felicidade em seu rosto. Um


sorriso largo se espalhou e ele a puxou para um abraço. Ele
continuou murmurando como estava feliz e o quanto estava
ansioso para ser pai. Em seguida, ele caiu em direção aos
seus quadris e colocou sua testa contra sua barriga.

Renée ficou atordoada sem palavras, não conseguia nem


pensar quando olhou para baixo e o viu conversando com o
filho. Lágrimas brotavam em seus olhos pelo amor que ele lhe
mostrou, instantaneamente, aceitando a gravidez. Renée não
sabia como iria ter esta conversa, mas certamente não
imaginou que iria por este caminho.

Ele levantou, deu-lhe outro abraço segurando a sua


nuca e beijou o lado do seu rosto.

— Eu te amo! — Ele disse com uma voz rouca e


profunda. Renée sentiu a umidade nas bochechas, as
lágrimas eram felizes e bem-vindas.

— Eu também te amo! — Não foi capaz de interromper o


sorriso. Ela nunca pensou que poderia ser mais inteira do
que era quando estava com seu marido. A criança crescendo
dentro dela era a confirmação de que eles seriam uma
família.

Esta era a sua vida e ela não mudaria isso por nada no
mundo.

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