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Tradução: Vanessa

Revisão Inicial: Kiria


Revisão Final: Joseny
Leitura Final: Cristiane
Conferencia: Mag, C.M & Ariella
Formatação: Ariella
Ordem de Leitura
Este é para os Brads e as Elles.
Você contaria tudo ao seu marido?
Todo pensamento tórrido?
Toda fantasia distorcida?
As imagens proibidas que surgem na sua mente nos seus
momentos mais vulneráveis?
Eu não deveria.
Eu hesitei.
Mas, eu fiz.
E meu marido?
Ele deu todas elas para mim.
PRÓLOGO
─ Você tem certeza disso? ─ Meu marido estava diante de
mim e colocou o dedo sob meu queixo, levantando-o até que
meus olhos encontraram os dele. Eu molhei meus lábios, o
sabor de champanhe ainda sobre eles, e assenti.

─ Abra seus joelhos.

Agarrando a beira da cama, eu separei minhas pernas, o


tecido sedoso do meu vestido agarrado à minha parte interna
das coxas. Seu olhar caiu para o movimento e eu pude ver
sua vontade lutando com uma relutância em dar o próximo
passo.

Ele caiu de joelhos diante de mim. Correndo a mão até a


panturrilha, deu um aperto possessivo no músculo antes de
soltar a alça de cetim da minha meia direita.
Cuidadosamente, removeu o sapato caro e o colocou de lado,
depois se moveu para a esquerda. Na luz fraca do quarto,
observei suas feições se apertarem em concentração enquanto
suas mãos fortes faziam o trabalho rápido nos delicados
saltos.

Meus pés descalços se assentaram no chão de madeira,


enquanto ele corria as palmas das mãos reverentemente pelas
minhas pernas nuas, parando em meus joelhos abertos. Seu
olhar foi para o meu.
─ Abra mais. ─ Ele disse com voz rouca e empurrou meus
joelhos ainda mais afastados.

Eu cedi, permitindo que ele abrisse minhas pernas e


levantasse meu vestido, colocando-o fora dos meus joelhos
para que eu ficasse totalmente exposta. Ele sorriu quando viu
minha falta de calcinha, e passou uma mão macia sobre
minhas dobras úmidas. Seus dedos me espalharam, então
empurraram tão profundamente que o brilho platinado de seu
anel de casamento desapareceu. Eu ofeguei com a intrusão e
seus olhos escureceram com quão molhada e carente eu
estava. ─ Me diga o que você quer.

Eu encontrei seus olhos. ─ Você.

Eu disse e seus dedos se retiraram, depois empurraram


de volta, bombeando através do meu ponto mais necessitado.

─ Onde?

─ Bem aqui. Na nossa cama.

Meus olhos caíram e pude ver a resposta instantânea e


impressionante de seu pau, endurecendo com minhas
palavras.

─ Quando?

Eu olhei para ele e para o homem que estava sentado em


nossa cômoda, com os ombros curvados, as mãos segurando
a borda do mogno. Seus olhos encontraram os meus e ele
ficou de pé, com o rosto apertado de fome e desejo.
─ Agora.
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7 ANOS ANTES
ELLE

Eu costumava ser indiferente sobre pênis. Verdade seja


dita, eu pensei que eles eram feios. Disformes. Eu tive o
mesmo relacionamento de indiferença com eles como tinha
com o meu período. Uma espécie de oh. Você novamente. Eu
acho que posso lidar com você, assumindo que você não é
muito doloroso. Eu tinha lidado com sete pênis antes de ouvir
sobre o pau de Easton North. A palavra de quatro letras
estava tão fora de lugar na longa mesa da irmandade que eu
engasguei com um pedaço de brócolis e tive que beber um
copo de chá gelado só para lavá-lo.

─ Chelsea, ─ Eu repreendi, olhando ao redor do salão de


jantar para a nossa líder de nariz afiado. Ela tinha uma
habilidade incomum para farejar linguagem chula,
contrabando de álcool e o cheiro de maconha - todas as
violações que traziam punições severas e multas monetárias.
Chelsea já estava em sua lista de merda, uma situação que a
loira baixinha havia descartado com um único gole de sua
mão bem cuidada na França.

─ É verdade, Elle. ─ Ela insistiu, alheia ao modo como


sua voz era. ─ Eu estou dizendo a você, foi a coisa mais
bonita que eu já vi.
─ Bonita? ─ Laura examinou o pedaço de salmão colocado
sobre a salada com a intensidade de um cirurgião. ─ Essa é
uma palavra interessante para usar.

Eu concordei, embora concordar com Laura Pinn era


primordial para o suicídio social. Acordo significava servidão,
e uma vez que ela cheirasse um lacaio potencial, ela caçava e
encurralava-os com a crueldade de uma hiena.

─ Foi só que... ─ Chelsea afundou contra a parte de trás


da cadeira envolta em linho e suspirou, suas feições se
estabelecendo no olhar feliz de uma mulher que acaba de
comer sobremesas demais. Eu a observei com interesse. ─
Perfeição. ─ Ela terminou.

─ Grosso, bonito, perfeito.

Eu engoli minhas próprias perguntas, certas de que elas


seriam cobertas por outras pessoas. Com certeza, Ling se
animou, erguendo a atenção do grosso livro de cálculo diante
dela e se fixando em Chelsea. ─ Eu pensei que você estava
namorando esse jogador de futebol.

─ Eu estava. ─ Chelsea meditou. ─ Mas isso foi antes de


Easton. Antes de conhecer ele.

Parecia ser uma referência ao seu pênis. Sacudi o pacote


no meu chá e esperei, curiosa para ver onde esta conversa
estava indo.

Ela gemeu. ─ Vocês me conhecem. Não é como se eu


tivesse uma queda por paus. É apenas algo sobre o seu. ─ Ela
ergueu o olhar para o teto e sorriu como se estivesse o
imaginando acima dela.

Houve um longo período de silêncio atordoado onde


digerimos o fato de que Chelsea não achava que ela tinha
uma queda por paus. A garota era nossa prostituta de classe.
Ela foi a razão pela qual classificamos o bloco de futebol da
seção 13, a razão pela qual o toque de recolher de nossa casa
tinha sido alterado para meia-noite, e a única causa de uma
palestra de três horas sobre promiscuidade. Há certa altura, a
pobre Ling, que nunca tinha estado na segunda base, havia
ficado tão vermelha que o orador parou em alarme, certo de
que ela estava sufocando.

─ Você não tem nada por paus? ─ Repito, baixando a voz


na palavra final. ─ Então... ─ Eu não queria dizer isso. Eu
não queria deixar escapar a pergunta martelando dentro de
cada uma das nossas cabeças de segundo ano. Então... por
que você dorme com todo cara que cruza seu caminho?

Chelsea se endireitou na parte de trás da cadeira e a luz


do teto cintilou em um branco fortemente coberto de
corretivo. ─ Eu suponho que você estava fazendo sexo com
Jonah porque você gosta do pau dele? ─ Ela disse secamente.

Era um ponto válido e eu bati meus lábios, soltando meu


olhar do branco e voltando para a minha salada. Eu estava
fazendo sexo com Jonah porque eu gostava de Jonah, e o
sexo parecia ser o resultado final de qualquer relacionamento
universitário que sobreviveu por três semanas. O pau de
Jonah, dos sete que eu vi, era o menor - uma observação que
eu fiz para Chelsea no banco de trás de um táxi imundo, às
2:30 da manhã, bêbada de tequila. Uma observação que eu
esperava que ela tivesse esquecido. Ela não tinha.

─ Por que o pau dele é tão bonito? ─ Ling inclinou a


cabeça, olhando para Chelsea enquanto ela espetava um
pepino de sua tigela sem olhar. ─ Cor? Textura? Tamanho?
Forma?

Apenas Ling perguntaria sobre a textura de um pênis, e


Laura Pinn investiu na oportunidade, garras estendidas.

─ Ling ─ ela fungou. ─ Por que você não estuda na sala e


deixa as garotas grandes conversarem? ─ Ela deu um sorriso
delicado e generoso, do tipo que o lobo mostrou antes de
comer Chapeuzinho Vermelho.

Eu apertei a mão no braço de Ling antes que ela pudesse


se mover. ─ Foda-se, Laura. ─ Eu dei o meu próprio sorriso
doce. ─ Chelsea? ─ Eu levantei minhas sobrancelhas,
pedindo-lhe para responder à pergunta antes de Laura Pinn
explodir um vaso sanguíneo.

O olhar de Chelsea se lançou entre nós três como uma


caloura em seu primeiro golpe de cocaína. Eu poderia dizer
que ela estava dividida entre a potencial carnificina de uma
briga iminente e a suculência de sua história. Ela me deixou
esperar por um segundo dolorido, então suspirou, aquele
olhar de raiva voltou aos olhos dela. ─ Ok, então você sabe
como algumas cabeças são, tipo, cogumelos no topo de um
poço?

Com olhar horrorizado de Ling, ela continuou


redirecionando a próxima pergunta para mim.

─ E como os outros são menores que o eixo, como uma


borracha de lápis?

Eu balancei a cabeça, embora eu nunca tivesse


examinado os paus até esse ponto. A maioria das minhas
interações com eles tinham sido no escuro, minha mão
suada, contato mínimo, as experiências curtas. Dos meus
sete, eu poderia ter escolhido três em uma escalação,
incluindo Jonah. A relação cabeça/eixo de qualquer um
deles... eu não fazia ideia.

─ Ele é perfeito, não muito grande, nem muito pequeno.

─ Ótimo. ─ disse Laura secamente. ─ Os ursos


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Berenstain de paus.

─ Não Ursos Berenstain, ─ interveio Ling. ─ Três


porquinhos.

─ DE QUALQUER MANEIRA, ─ continuou Chelsea. ─


Também é robusto. Tipo, isso parece uma palavra estranha
para descrever um pau, mas é tão totalmente masculino. Ele
largou as calças e eu juro por Deus que queria apenas cair de
joelhos e adorá-lo.
Laura, cujos níveis vorazes rivalizavam com sua devoção a
Jesus, empalideceu diante da falsa imagem de Deus que
Chelsea estava pintando. Eu mastiguei uma garfada de
salada e teorizei que Chelsea provavelmente já estava de
joelhos naquele momento.

─ E é grande, obviamente ─ continuou Chelsea, sem saber


que as conversas em ambos os lados do nosso trio pararam
quando a lenda de Easton cresceu. Ponto feito. Deixou cair o
garfo com um tinido contra a tigela e estendeu as palmas das
mãos, espalhando-as a uma distância considerável até que
até Laura sibilou com aprovação.

─ Mas, honestamente, ─ Chelsea continuou baixando as


mãos e pegando a salada. ─ Não era que fosse grande, ou
bonito, isso realmente importava. O que importava... ─ ela fez
uma pausa para efeito.

O clima trabalhou em todas nós, inclusive eu. Eu olhei


para o relógio no final da sala, ciente de que eu deveria ter
saído há três minutos. Enfiando outro bocado de salada na
minha boca, mastiguei mais rápido e esperei pelas próximas
palavras de Chelsea.

─ O que importava, ─ ela repetiu, inclinando-se para


frente como se estivesse prestes a entregar o Santo Graal da
fofoca. ─ Foi como ele usou isso.

─ Usou o pau dele? ─ Ling perguntou estupidamente, e


para alguém com a maior pontuação na nossa classe de
compromisso, ela era dolorosamente burra às vezes.
─ Sim, Ling. Seu pau. ─ Laura estufou as bochechas e fez
um grande espetáculo de pegar sua bolsa Louis Vuitton e
colocá-la sobre um ombro. ─ Bem, isso foi divertido. Chelsea
dormiu com outra pessoa. Eu vou espalhar a palavra.

Eu vi, no breve momento em que as sobrancelhas de


Chelsea se juntaram, a dor do impacto. A evidência clareou
rapidamente e ela riu, encontrando meus olhos sem
responder a Laura.

─ Bruta, ─ eu murmurei logo que a morena estava fora do


alcance da voz.

─ Certo? ─ Chelsea enfiou a parte longa de sua franja


atrás da orelha. ─ De qualquer forma, foi incrível. Tipo, quatro
orgasmos incríveis. Eu não sei como vou encontrar alguém
para comparar com isso.

─ Talvez você não precise, ─ sugeriu Ling. ─ Talvez você se


case e tenha bebês e foda como coelhos até que esteja velha e
enrugada. ─ Ela riu para nós sobre a ponta de seu livro de
cálculo grosso e eu realmente a amei naquele momento,
apesar de sua ingenuidade. Porque o resto de nós sabia que
Easton não se casaria com a Chelsea. Nas regras da vida
universitária, o vadio masculino nunca se casa com a
vagabunda feminina. O vagabundo masculino encontra uma
boa menina, alguém imaculada e ingênua, e a leva para os
subúrbios, onde ele lhe dá 2.5 orgasmos, três vezes por
semana, junto com a lista de compras.
Ele se casaria comigo, mas Chelsea e Ling e Laura e eu
ainda não sabíamos disso. Tudo o que sabíamos era que
Easton North tinha um bom pau. E esse simples fato foi o
que, anos depois, me colocou nessa confusão.

De joelhos, entre dois homens. A mão do meu marido na


parte de trás da minha cabeça.
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Havia algo no ar naquela noite. Uma antecipação sem
fôlego. Eu senti quando estava me preparando, minha mão
pairando sobre a calcinha de algodão lisa antes de escolher a
de seda. Abracei quando me aproximei do bar, minha
identidade falsa avançou com uma confiança descarada e
pedi doses de tequila em vez de cervejas.

Passaram-se três semanas antes do verão e estávamos


inquietas, nossos pensamentos guerreando entre bronzeados
e as datas dos exames, cada final de semana abraçado com
um abandono imprudente em antecipação ao lento verão que
se aproximava. Chelsea, quatro caras além de Easton North,
iria perseguir um surfista até Jersey durante o verão. Laura
faria um estágio na Liga Júnior de St. Pete e Ling estudaria
no exterior, na Coréia. Eu seria a única que ficaria, minha
2
concha de sorvete estava pagando o aluguel enquanto eu
passava por dois semestres de verão que derrubariam doze
créditos fáceis.

Gostava dos verões, gostava da capacidade de encontrar


um lugar de estacionamento sem intervenção divina, gostava
da familiaridade fácil que eu encontrei em meus colegas de
classe, gostava das festas em casa que não foram embaladas
para as aberturas com calouros. Mas ainda assim, senti o
desespero como todo mundo. A contagem regressiva antes do
final do ano. A necessidade primordial de uma última conexão
humana antes de todos desaparecerem.
Eu poderia ter contado até o momento em que Chelsea
vomitou com uma precisão bizarra. Todos os elementos
estavam lá. Cerveja, depois licor. Nunca esteve mais doente.
Tequila seguida de rum. Não é muito divertido. Quando ela
pendurou de cabeça para baixo no rack de vidro, eu
estremeci. Quando ela tropeçou do topo do bar e em direção
ao banheiro, eu a levei para o mato mais próximo e ainda não
a levei até lá a tempo.

Eu assisti o líquido marrom espirrar precariamente perto


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do meu novo Steve Madden e ouvi o canto de uma centena de
garotas bêbadas ao coro de Brown Eyed Girl.

─ Estou bem. ─ ela resmungou, embora ninguém


estivesse realmente perguntando.

─ Vamos lá. ─ Eu puxei-a para cima e olhei ao redor em


busca de algo para limpar o queixo. ─ Fique bem aqui. Vou
pegar um guardanapo.

Ela cambaleou para a direita e eu cuidadosamente a


coloquei em uma das cadeiras de ferro forjado do bar. ─
Fique, ─ eu instruí.

Eu me virei para ir ao bar e corri para ele. ─ Desculpe. ─


murmurei, indo para a direita.

─ Aqui.

Foi apenas uma palavra. Quatro letras. Inocentes, mas


como a maldição sussurrada de Chelsea no meio da sala de
jantar da irmandade, eles me chamaram a atenção em um
instante. Eu olhei para cima e esse foi o meu erro.

Lindo problema, é assim que ele parecia. O tipo inocente


que usava camisa polo e calça cáqui para a igreja no
domingo, depois transava com você no iate da família dele. O
cabelo bagunçado, o boné de beisebol, a mandíbula forte e o
tipo de rei do baile de olhos azuis. O tipo que jogaria alguém
como Jonah de lado e arremessaria uma garota por cima do
ombro e espancaria sua bunda.

Não que eu estivesse pensando em Jonah naquele


momento. Depois do último final de semana, eu não estava
pensando em Jonah novamente. Ironicamente, esse voto
mental trouxe à mente a imagem dele, sua língua até a
metade de sua garganta, pegando nos seios de outra. Graças
a Deus nós decidimos sair. Graças a Deus, subi ao convés
superior. Graças a Deus eu os vi antes que meu coração
realmente caísse por ele.

─ Aqui. ─ A mão do cara se mexeu e eu me concentrei no


pedaço de toalhas de papel que ele estendeu.

─ Oh. Uau. Obrigada. ─ Uma média de 4,0 e eu estava


balbuciando sílabas como uma criança.

─ Eu vou fazer isso. ─ Ele puxou os guardanapos fora do


alcance e se agachou ao lado de Chelsea, limpando
cuidadosamente o grosso cordão de vômito de seu queixo. Eu
estremeci com a sua não-reação, seus olhos em mim, uma
mão balançando no ar em minha direção. ─ Vamos dançar! ─
Ela gritou.

Não vamos. Eu assisti quando ele bateu em seu joelho,


trazendo sua atenção para ele. ─ Chelsea? Vamos para casa.
Vamos. Eu te levo.

Minha surpresa pelo reconhecimento dela foi superada


pelo pensamento alarmante de ela sair com ele. ─ Não. ─ Eu
trabalhei meu caminho entre eles e tirei seu braço flácido
sobre o meu ombro, lutando para puxá-la para seus pés. ─
Eu tenho ela.

─ Oh meu Deus, ─ Chelsea cantou, completamente alheia


à respiração horrível que ela estava explodindo em nossa
direção. ─ Vocês estão brigando por mim! Isso é tão fofo.

O cara riu, mostrando um clarão de dentes brancos, e


discretamente jogou o guardanapo sujo na lata de lixo preta
mais próxima. ─ Adorável, ─ ele concordou, pegando seu
outro braço e jogando-a em volta do ombro.

Ele a ergueu com facilidade, levando-a através do portão


de saída e na calçada enquanto eu tropeçava atrás deles,
tentando acompanhar enquanto ele levantava uma quantia
considerável de Chelsea bêbada.

─ Espere, ─ eu protestei. ─ Pare.

Ele parou, Chelsea continuou, e nós dois nos lançamos


para mantê-la em pé.
─ Eu provavelmente deveria levá-la, ─ ele ofereceu.

─ Ele é tão forte, ─ concordou Chelsea.

─ Eu aprecio sua ajuda, mas eu cuido daqui. ─ Eu


pesquei no bolso de trás para o meu telefone. ─ Vou chamar
um táxi. Nós ficaremos bem.

Ele olhou para a rua escura, em seguida, de volta para o


bar alto. Um arroto soou em algum lugar, seguido pelo baque
de um rádio de carro barato. ─ Eu não me sinto bem
deixando você sozinha.

─ Elle, ele é um cavalheiro! ─ Chelsea gritou.

─ Meu carro está bem ali. Eu vou levá-la para a casa da


irmandade. ─ Ele acenou com a cabeça em direção a um
estacionamento escuro que parecia o lugar perfeito para
cortar a cabeça de alguém, supondo que você queria usar um
modelo da BMW como bloco de corte. ─ Estou sóbrio, ─
acrescentou.

─ Um cavalheiro SÓBRIO! ─ Chelsea emendou, sua voz


gritando suportável.

─ Olha. ─ Ele enfiou a mão no bolso de trás e pegou sua


carteira, tirou sua carteira de motorista e estendeu-a para
mim. ─ Tire uma foto. Envie um texto para uma amiga.

Peguei a ID dele e fiz uma demonstração de olhar entre a


imagem e ele. Maldição, sem o boné de beisebol, ele estava
ainda mais quente. Meu polegar se moveu, expondo seu
nome.

Easton North. Eu inalei sem pensar, meu estado de


embriaguez não foi muito longe para esquecer a conversa do
refeitório que tinha marcado a pobre Ling por semanas. Como
Chelsea descreveu seu pau? Bonito. Mas também algo mais.
Longo? Tinha sido isso?

Eu podia sentir minhas bochechas queimarem quando eu


desbloqueie meu telefone e tirei uma foto, e rapidamente
mandei uma mensagem para Ling junto com uma dúzia de
pontos de exclamação e um texto que provavelmente iria
confundí-la.

Esse cara está me levando e Chelsea em casa. Se


desaparecermos, diga-lhes que morremos de um pau
acidentado.

Eu comecei a rir, enviei o texto, depois entreguei a


licença.

─ O quê? ─ Ele olhou para a carteira como se houvesse


algo errado com ele.

Meus risos quebraram em uma gargalhada total.

─ O quê? ─ Ele repetiu, um sorriso lento se espalhando


por aquele rosto lindo como se ele estivesse lutando contra o
desejo de se juntar a ele. ─ Tem a minha idade? Muito velho
para você?
Revirei os olhos e gesticulei em direção a Chelsea,
indicando que ele poderia ir em frente e pegá-la. ─ Não sei a
sua idade. ─ Eu lutei contra o desejo de puxar meu telefone
de volta e examinar a data de nascimento da foto. Ele era
mais jovem que nós? Mais velho? Talvez ele fosse velho, um
desses garotos da faculdade de vinte e oito anos que se
estendia de quatro em dez anos. Ele levantou Chelsea e ela
vomitou, levantando as mãos no ar como se estivesse em uma
carona. Eu olhei para ela de perto e esperei que ela tivesse
acabado de vomitar.

─ Minha altura? ─ Ele perguntou, apontando para um


sedan branco na beira do estacionamento. ─ Esse é meu.

─ Eu estive neste carro, ─ disse Chelsea em voz alta,


enquanto os faróis do carro piscavam.

─ Não era a sua altura. ─ Era uma altura agradável.


Totalmente incomum.

Eu abri o banco de trás e segurei a porta, observando


criticamente enquanto ele cuidadosamente a levava para o
espaço.

─ Por estar neste carro, ─ ela sussurrou, ─ eu quis dizer


no sentido bíblico.

Easton me lançou um olhar de desculpas e mordi meu


lábio inferior para não rir de novo.

─ Fomos... ─ ele começou a dizer, e ela o interrompeu com


um grito ensurdecedor.
─ Estamos apaixonados Easton North. Não se atreva a
diminuir a beleza que é!

Levantei minhas sobrancelhas para ele, deixando-o suar


por um momento dolorosamente divertido enquanto ele
cuidadosamente colocava os pés no carro e fechava a porta.
De dentro, Chelsea começou a cantar o hino nacional.

─ Bem, ─ ele disse baixinho, girando a chave do carro em


torno de um dedo. ─ Eu não sei o quão bem você conhece a
Chelsea, mas estamos, de fato, prometidos para nos casar.

Acho que foi naquele momento que me apaixonei por ele.


Naquela época, na minha calça manchada de cerveja, com
Chelsea cantando o estandarte estrelado no topo de seus
pulmões, na noite que ainda estava encharcada de
antecipação.

─ Eu sabia, ─ eu disse com um sorriso discreto. ─ Eu sou


realmente sua dama de honra.

─ Ahhh... ─ ele disse. ─ Então você é a tentadora dama de


honra com os olhos de desejo e palhaçadas de solteira. Eu fui
avisado sobre você. ─ Ele abriu a porta do carro de
passageiros e esperou que eu entrasse. ─ Você é a única que
vai me seduzir na minha noite de núpcias e me levar para a
sua masmorra da paixão.

Eu soltei uma risada quando entrei no carro. Eu não


esperava que o lendário Easton North fosse encantador.
Puxando o cinto de segurança sobre o peito, tentei lembrar a
razão pela qual Chelsea parou de vê-lo. Teria sido sua decisão
ou dele? Eu não acho que tenha havido uma decisão, na
verdade. Eu acho que, como muitos de seus relacionamentos,
eles se conectaram algumas vezes, depois se afastaram. Caso
em questão - esta noite, que tinha sido uma tentativa
calculada para ela seduzir o guitarrista do Tainted Love,
apenas a banda cancelou no último minuto e nos deixou com
um DJ que parecia ter a lista de sucessos do ano passado na
repetição.

Ele se certificou de que meus pés estavam dentro, depois


fechou a porta. Eu olhei através do para-brisa empoeirado, o
bar ainda cheio de corpos bêbados que não se importavam
com o que estava bombeando pelos alto-falantes.

Ele sentou-se no banco do motorista e inseriu a chave, o


motor vibrando, e depois voltou à vida. Eu cuidadosamente
movi meus saltos para fora do caminho de uma pilha de
garrafas vazias de Gatorade no chão. Definitivamente não era
o elegante carro que Jonah aspirava e encerava todas as
tardes de domingo.

─ Então, Ellen? Isso está certo?

Tecnicamente, era, mas eu me arrastava por baixo do


meu edredom e morreria antes de responder a isso. ─ Elle. ─
Eu estudei o bar. ─ Você tem amigos que você precisa dizer
adeus?

─ Não, eu voltarei depois que eu deixar vocês. ─ Ele


colocou o carro em marcha a ré e se virou para mim,
agarrando a parte de trás do meu assento enquanto olhava
para trás e saía com o carro. Eu me aproximei da porta e
tentei não notar a maneira como a ponta do seu polegar tocou
meu ombro. Do banco de trás, Chelsea resmungou através de
uma versão horrenda do terceiro verso do hino, sem se
incomodar com a música em conflito tocando nos alto-
falantes de Easton.

─ Então, e você? ─ Ele freou e olhou para mim, a


iluminação fraca no carro apenas melhorando suas
características.

─ E quanto a mim?

─ Você está prometida?

Eu sorri. ─ Você sabe que ninguém diz prometida.

Ele me deu um olhar confuso e falso. ─ Todo cara no time


de baseball diz prometido.

Eu revirei meus olhos. ─ OK.

─ Essa foi a minha humilde passagem em mencionar que


eu estou no time de beisebol. ─ Ele puxou para a esquina e
olhou para a direita, antes de virar à esquerda. Eu tentei não
ser incomodada pelo fato de que ele sabia exatamente onde a
nossa casa da irmandade era.

─ Muito suave, ─ eu comentei. ─ E bem necessário. Com


um nome como Easton, presumi que você fosse um ciclista.
Foi a sua vez de rir, e um tiro de prazer bateu no som
desenfreado que veio dele. Ele olhou para mim, divertido, e eu
lutei para manter minhas feições entediadas. ─ Então? ─ Ele
perguntou. ─ Você está apaixonada?

─ Essa é uma pergunta estranha, ─ eu mexi no meu lugar


e assisti a luz se aproximando vermelha. Nós reduzimos a
velocidade a uma parada e um trio de sujeitos entrou na
estrada. ─ A maioria dos caras só pergunta se eu estou
namorando alguém.

─ A maioria dos caras provavelmente está dando em cima


de você.

─ O que você não está, ─ eu disse ceticamente.

─ Eu só estou fazendo uma pergunta. ─ Ele sorriu como


se soubesse exatamente o quão devastador o impacto era.

─ Ela é solteira, ─ Chelsea cantou. ─ Muito, muito, muito


solteira.

Eu gemi e me virei para encarar minha melhor amiga. ─


Eu não sou essa solteira.

─ Você deveria sair com E. ─ ela anunciou


brilhantemente, como se tivesse acabado de ter a ideia de
uma vida. ─ Vocês seriam perfeitos juntos!

Easton ofegou como se estivesse ofendido. ─ Eu pensei


que estávamos apaixonados. O que aconteceu com a
diminuição da nossa beleza e tudo isso?
─ Sim, sim, sim, ─ ela falou. ─ Vocês podem diminuir sua
própria beleza.

Ele virou na nossa rua, a curta viagem quase dolorosa em


sua rápida trajetória. ─ Aqui, certo? Você quer que eu te deixe
na frente ou atrás?

─ Na frente, por favor. ─ Eu encontrei minha carteira no


chão e virei para Chelsea, segurando o assento enquanto ele
dirigia através do buraco logo antes de nossa casa. ─ Estamos
na casa. Por favor fique quieta.

Ela bufou em resposta. Eu soltei o cinto de segurança.

─ Obrigada pela carona. Eu vou pegá-la.

─ Espere. ─ Ele agarrou minha mão e o contato pareceu


íntimo demais. ─ Eu nunca descobri por que você riu da
minha licença.

Eu franzi o nariz. ─ Talvez eu te diga da próxima vez que


eu te ver. ─ Eu puxei minha mão e abri a porta. ─ Se eu te
ver. ─ Saindo, esperei por Chelsea, obtendo uma visão
completa de sua calcinha enquanto ela se erguia do banco de
trás com um arroto sem graça.

─ Obrigado, E. ─ Ela se debruçou de volta no carro e


acenou com os dedos para ele como se estivesse lançando um
feitiço. ─ Vou te mandar uma mensagem com o número de
telefone da Elle mais tarde.

─ Não, ela não vai, ─ eu disse em voz alta.


Chelsea riu quando ela fechou a porta e se virou para
mim, envolvendo um braço em volta dos meus ombros em um
abraço feroz. ─ Eu fiz isso por você, você sabe. A coisa toda do
vômito. Foi para vocês dois ficarem juntos.

─ Provavelmente. ─ Eu lutei sob seu peso e nos dirigi para


a imponente porta da mansão do sul. ─ Mas você fez muito
bem. O vômito foi executado perfeitamente.

─ Eu sei que sim, ─ ela disse modestamente. ─ Eu tenho


praticado.

Eu plantei um beijo carinhoso em seus cachos loiros e


deixei seu lado, chegando à porta primeiro e batendo a nossa
senha, segurando o meu dedo na minha boca para indicar
que ela deveria ficar quieta. Era depois do toque de recolher,
então o barulho na casa tinha que ser mínimo. Nós entramos
na ponta dos pés e acenamos silenciosamente para um grupo
de garotas, debaixo de cobertores, com a televisão tocando
silenciosamente. Descendo o corredor de madeira, nos
dirigimos para as varandas abertas nos fundos da casa, as
camas reservadas para qualquer irmã que precisasse de um
lugar para dormir depois de estudar demais ou festejar.

─ Boa noite. ─ Chelsea caiu de cara na cama mais


próxima. Eu cuidadosamente extraí seu telefone do bolso de
trás, conectei-o ao lado dela e acariciei o topo de sua cabeça.

─ Noite.
3
O verão chegou e Easton North ficou, como um último
cookie que você guarda na caixa, debatendo a hora certa para
finalmente tirá-lo e comê-lo. Eu queria comê-lo. Deus, eu
queria atacar aquela alta estrutura atlética e lutar com ele no
chão. Devorar esse sorriso adorável.

Mas eu não fiz. Foi um respeito equivocado por Chelsea, e


uma desconfiança de todos os homens após a traição de
Jonah, eu fiquei o mais longe possível de Easton North.
Durante o ano letivo, teria sido fácil. Trinta mil corpos
permitiram a fácil evitação, que é como eu não sabia sobre as
conexões de Jonah até três meses em nosso relacionamento.
Mas no verão, o campus se tornou um lugar menor. Rostos se
tornaram familiares. As festas eram mais íntimas. A inevitável
colisão de Easton e de mim aconteceu de novo e de novo,
como jangadas descartadas ao longo de uma costa.

Uma festa em casa. Copos vermelhos na mão, cantos


enchendo o ar, um chute em progresso, meu quadril colidiu
com o dele. Eu me virei para me desculpar, depois vi Easton e
ri. Ele se aproximou e eu me afastei. ─ Acabamos de sair! ─
gritei, por causa de uma música do Bone Thugs, antiga o
suficiente para ser legal. Virando a cabeça, procurei minha
colega de quarto como prova de que não estava sozinha.
Ele fez uma careta e ergueu o copo, drenando o conteúdo,
seus olhos permanecendo em mim. O boné de beisebol ainda
estava presente, mas dava para ver tufos de cabelo saindo da
abertura, seus olhos azuis claros em plena exibição. ─ Eu sei
por que você riu! ─ Ele chamou quando eu saí para escapar,
meus chinelos grudados em direção à porta.

Eu olhei para trás e parei.

Ele levantou o copo vazio e torceu o dedo de cima,


acenando para mim mais perto. Tal jogador. Tanta confiança
nesse sorriso arrogante. Ele sabia que eu viria. Sabia que eu
iria deixá-lo inclinar-se e sussurrar qualquer besteira que ele
estava prestes a dizer. Ele sabia que nenhuma garota poderia
resistir aos seus olhos e à construção perfeita.

Por alguma força de vontade, eu me virei e saí, me


espremendo através da multidão, minha mão apertando meu
copo enquanto um pouco da cálida luz se derramava. Eu saí
e, infelizmente, Easton North não me seguiu.

A biblioteca. Meu lápis tremulou ao longo da página, 10mg de


Adderall fazendo seu trabalho enquanto escrevia notas em um
ritmo furioso. A cadeira ao meu lado rangeu em movimento,
seus pés chiando ao longo do tapete quando alguém o puxou
para fora.
Eu terminei a seção e abaixei meu lápis, lendo minhas
anotações e tentando memorizar as regras da distribuição
binomial. Fechando meus olhos, me movi pelos passos em
minha mente, tentando imaginar cada linha do livro.

Algo de leve bateu nos meus dedos mindinhos, e eu abri


meus olhos e olhei para a minha mão.

Era um pedaço de papel rasgado dobrado ao meio. Uma


nota. Olhei para a direita e vi-o lá, um casaco verde gasto ao
lado de um bloco de composição aberto, os olhos enrugados
nas bordas com humor. Seu olhar caiu para a nota e o meu
seguiu o exemplo. Desdobrei o papel e olhei para a caligrafia
apertada, mas arrumada em tinta azul.

Diga-me porque você riu e eu vou te deixar em paz.

Havia uma linha desenhada abaixo da promessa, uma


espera em branco a ser preenchida. Soltei um suspiro
dramático e exasperado e me inclinei para frente, usando meu
lápis para preencher o espaço vazio.

Pensei que você soubesse.

Eu empurrei para ele, de frente para a mesa. Ele se


inclinou, leu a resposta e o leve cheiro de sabão flutuou. Seu
cabelo estava molhado e grosso na testa, e eu me perguntava
onde estava seu boné de beisebol.

Seu olhar foi para mim e o canto de sua boca se contraiu.


Chelsea me disse uma vez que sua boca era mágica. Ela não
estava falando de um beijo. Ela descreveu, em detalhes
explícitos o suficiente para preencher um jornal, exatamente
como Easton North tinha caído sobre ela. Eu tentei não
pensar nesses detalhes nas últimas quatro semanas. Tentei,
enquanto observava um sorriso lento em seus lábios, para
não deixar minha mente vagar de volta através de sua
história.

Ele se debruçou sobre o bloco e escreveu outra coisa,


então cuidadosamente dobrou a página e rasgou-a ao meio,
dobrando-a em quatro e deslizando-a pela superfície de
madeira desgastada em minha direção. Parou a quinze
centímetros da minha mão que, segundo a lenda, era três
centímetros menores que o seu pau.

Eu fiz uma grande demonstração de olhar para o meu


relógio e então, de uma forma entediada e irritada, peguei o
bilhete e o espalhei sobre a mesa. Eu acho que minha boca
enganou. Eu podia sentir o sorriso puxando minhas
bochechas em antecipação do que leria.

Você sabe que eu não sei.

Meu lápis se moveu por conta própria.

Foi sobre o seu pau.

Eu olhei para a linha, sem saber se eu realmente queria


acender esse fogo. Eu não poderia apenas dizer isso e sair.
Haveria outra conversa. Ele perseguiria. Perguntaria. Seria
um ato intencional puxá-lo para mim.
Dobrei a nota o máximo que consegui e coloquei na mesa.
Formando um círculo com meu polegar e meu dedo indicador,
eu balancei a borda e observei ela voar pelo ar e aterrissar do
outro lado da sala, atrás de duas fileiras de mesas. Ele olhou
na direção que havia desaparecido, depois olhou para mim.
Eu me estiquei, deixando minhas costas curvarem a borda da
cadeira, então me levantei, reunindo meus livros.

─ Tenha uma boa noite. ─ eu sussurrei e dei-lhe um


sorriso inocente. Tomando meu tempo, eu vaguei lentamente
em torno das estantes de livros. Assim que eu virei a esquina
e saí de sua vista, comecei a fugir.

O clube. O cara antes de mim era o sul da Flórida, todo cabelo


de gel e esse jogo de mamãe que funcionava muito bem no
Delta Gammas, mas caiu de cara em mim. Eu olhei por cima
do ombro, procurando na multidão por Lizzy, que era minha
substituta de verão para Chelsea. Um pouco mais alta, muito
mais doce, mas sem a crua honestidade que eu amava em
minha melhor amiga safada.

─ É o destino, nos encontrarmos de novo. ─ O garoto de


Miami encostou-se no alto, sua pélvis me prendendo contra o
meu banquinho. ─ A academia e agora aqui?

Isso não foi o destino. Este clube era o único lugar para
estar em uma noite de terça-feira, e metade do campus tinha
um vício de treino. Eu poderia dar uma volta e apontar dez
pessoas que eu tinha visto na academia na última semana. A
única pessoa que eu não tinha visto - não que eu estivesse
procurando - era Easton, graças ao ginásio particular que os
atletas do campus usavam. De qualquer forma, se passaram
duas semanas do nosso encontro na biblioteca tarde da noite
e o evitei até agora.

─ Eu sei. ─ eu consegui um sorriso. ─ Louco.

─ Qual é o seu curso? ─ Seus olhos perfuraram os meus,


e não foi terrível ter a atenção, mesmo que não fosse original.

─ Filosofia.

Ele assentiu como se minha resposta significasse alguma


coisa. Inferno, eu tinha três anos, e eu realmente não sabia
em que graduação em Filosofia preparava alguém. Não
importava. A graduação era uma pedra que eu tinha que
pular para chegar à faculdade de direito, e as comunicações,
de acordo com meu orientador, eram a minha melhor chance
junto com as notas de impressionar o conselho de admissões
da faculdade de direito.

─ Você? ─ Eu levantei a onda pesada de cabelo das


minhas costas e abanei meu rosto.

─ Imóveis. ─ Ele deu um sorriso para mim, como se eu


devesse ficar impressionada. ─ Minha família está em
desenvolvimento. Você conhece Clearingworth?
Eu olhei para ele sem expressão e ele zombou, depois se
recuperou. ─ É seriamente a maior comunidade de
aposentados em Boyton Beach. Acabou...

Ele disse mais, mas eu não ouvi. Eu vi seus movimentos


animados, senti o calor dele quando ele se aproximou,
gritando para ser ouvido sobre a música. Senti sua mão
pousar no meu quadril, mas ignorei tudo quando me
concentrei em Easton.

Sua cabeça estava balançando para a música, sua


atenção na mulher diante dele. Eu olhei brevemente para a
loira, depois de volta para ele, pegando seu perfil enquanto
levantava sua bebida, em seguida, olhava seu copo.

─ É legal. Eu posso mostrar a você. ─ Seu brinco de


diamante se moveu para a esquerda e bloqueou minha visão.
Eu nem sabia o nome desse cara.

─ Vamos dançar. ─ Eu apertei minha mão em torno de


seu pulso e o arrastei para a pista, ignorando seus protestos
enquanto me estabelecia alguns casais de distância de
Easton.

─ Whoa, mamacita. ─ Ele tomou um gole de sua bebida


com o minúsculo canudo e me puxou para mais perto,
prendendo-me contra seu corpo. ─ É disso que estou falando.

Eu sabia o que estava fazendo quando comecei a dançar


com ele. Sua mão deslizou pelas costas do meu vestido e
segurou minha bunda e eu deixei. Sua língua, fria da bebida,
mergulhou em minha boca. Eu me afastei e seus dedos se
apertaram, me puxando para sua pélvis e ousei olhar por
cima de um ombro e encontrei Easton no meio da multidão,
seus olhos em mim. Pela primeira vez, não havia uma piada
de brincadeira em seus olhos.

Eu escapei do meu amante latino até a próxima música e


espremi através da multidão, indo para o corredor escuro que
levava aos banheiros. Pouco antes de chegar aos banheiros,
uma mão segurou meu pulso, puxando-me para a direita e
para dentro de um canto vazio, logo atrás dos alto-falantes do
palco.

─ Que diabos você está fazendo? ─ Easton estava perto,


empurrando-me contra a parede, sua voz um rosnado no meu
ouvido, seu corpo nivelado contra o meu.

─ O quê? ─ Eu dei uma tentativa indiferente de empurrar


contra seu peito. ─ Do que você está falando?

─ É disso que você gosta? ─ Suas mãos se fixaram na


minha cintura e ele me puxou com mais força contra ele. Ele
apontou a cabeça para a multidão. ─ Tipos Ricos?

─ Talvez. ─ Eu inclinei meus ombros contra a parede e


olhei para ele. ─ Isso importa?

─ Sim, ─ ele disse baixinho. ─ Importa.

─ Por quê?
Ele começou a dizer alguma coisa e parou, mudando de
rumo. ─ Por que você continua correndo de mim?

─ Eu tenho que ir ao banheiro. ─ Eu empurrei a parede e


me levantei.

Suas mãos apertaram, me segurando no lugar. ─ Uh-uh,


─ ele disse sombriamente. ─ Você não está fugindo de mim
novamente.

─ Eu tenho que fazer xixi, ─ eu disse, claramente


enunciando cada sílaba.

Aquele sorriso apareceu no rosto dele. ─ Você não precisa


fazer xixi.

─ Eu preciso, ─ eu insisti.

─ Você foi ao banheiro quinze minutos atrás e não bebeu


nada desde então. Você tem uma infecção da bexiga ou você
não quer falar comigo?

─ Eu... ─ Minha boca abriu, então fechou.

─ O que é isso, Elle? Infecção horrível ou intimidada por


minhas proezas sexuais? ─ Ele arqueou uma sobrancelha,
esperando. Como se eu pudesse escolher um desses
caminhos.

Eu cruzei meus braços sobre o peito. ─ Talvez eu


simplesmente não goste de você. Já pensou nisso?
Ele riu e se aproximou até que sua boca estava no meu
ouvido. ─ Se você não gostasse de mim, você não teria beijado
ele.

─ Oh meu Deus, ─ eu gaguejei. ─ Isso é o mais estúpido...


─ eu empurrei contra seu peito e ele ficou no lugar, minhas
palmas agora descansando sobre os seus peitorais.

─ Funcionou. ─ Ele levantou a cabeça longe da minha


orelha e encontrou meu olhar, sua boca a menos de 30
centímetros da minha. ─ Eu vi você beijá-lo e queria rasgá-lo
em dois.

Eu precisava parar de olhar em seus olhos. Precisava


parar de agarrar sua camisa. Precisava impedir meu corpo de
se inclinar em seu calor.

─ Você não tem ideia das coisas que eu quero fazer com
você, ─ ele rosnou, seu olhar caindo para a minha boca, seus
dedos apertando meus quadris. Ele baixou a boca e eu tentei
ficar parada, tentei não encontrar seus lábios no meio do
caminho.

Eu tentei e falhei. Empurrando a parede, colidi em sua


boca.

Quatro horas depois, em um minúsculo apartamento com


vista para o estádio, conheci a beleza que era o pau de
Easton.

Chelsea estava certa. Era lindo. Era perfeito. Ele


sobrecarregou meus receptores de prazer e desencadeou um
monstro sexual dentro de mim. Um monstro que, sete anos
depois, começaria a corroer nossas vidas.
4
3 ANOS DEPOIS
EASTON

O estado da Flórida estava cheio de mulheres. Começou


como uma faculdade para mulheres, nos anos 70, e o grupo
demográfico permaneceu inclinado, com bocetas
transbordando pelo campus em todas as direções, mas em
alta.

Eu cheguei em uma viagem de recrutamento em março.


Saí da minha casa com um cachecol e luvas e embarquei em
um 747 que ficou na pista por mais quarenta e cinco minutos
para permitir que uma nevasca passasse.

Seis horas depois, eu estava em um ônibus, rolando entre


as palmeiras e olhando para as garotas de biquíni, esticadas
como cachorros-quentes, do lado de fora do dormitório.

Eu tinha assinado minha carta de intenções na manhã


seguinte e comecei a visualizar minha carreira universitária
na Flórida. Cerveja fluindo como a água. Uma morena
diferente na minha cama todas as noites. Um bronzeado em
dezembro. Deixando Tallahassee com um grande cheque na
mão e contrato no topo do mundo.

Eu não esperava Elle. Eu a beijei e imediatamente senti


meus planos mudarem, meu futuro realinhando, meus
sonhos se diluindo quando ela entrou em foco.
─ Foda-se. ─ Ela olhou para cima de seu lugar no chão de
carvalho manchado e soprou uma respiração para cima, seu
cabelo escuro soprando para fora de seus olhos. ─ Você não
vai acreditar nisso, mas acho que colocamos isso errado. ─
Ela estendeu o pacote de instruções, com o dedo preso em um
diagrama, sua enorme aliança de casamento piscando sob a
luz delicada do candelabro.

─ Olhe para a base. Os nossos estão voltados para a


esquerda.

Eu estudei o diagrama, comparando a imagem apertada


com o labirinto de peças dispostas no chão antes de Elle. ─
Estes são os parafusos que acabamos de colocar?

─ Sim. Todos eles. ─ Ela gemeu e recostou-se em suas


mãos, inclinando a cabeça para trás em um ângulo que
expunha sua garganta. Deus, eu amava essa garganta.
Amava sentir o pulso de seu batimento cardíaco enquanto eu
beijava. Amava a flexão de seus músculos quando ela me
engolia. Amava o enrijecimento disso quando ela ficava brava.
─ Talvez devêssemos correr e pegar outra broca.

Os quatorze parafusos que prendiam a parte de trás da


cômoda eram todos uma espécie de chave de oito lados que
não tínhamos uma broca. O pacote de instruções da cômoda
incluía uma chave para o aperto manual e levamos quase
vinte minutos para colocarmos os parafusos no lado errado
da placa. Ela escolheu a cômoda por sua cor, o tom azul
quase perfeito para os uniformes que pendiam no meu
armário.

─ Quase direto para os profissionais, ─ meu agente tinha


cantado. ─ Você sabe o que isso significa? Eles têm grandes
planos para você, Easton. Grandes planos. Acomode-se em
Miami. Você vai ser dono desta cidade.

Eu acreditei nele, minha fé confirmada pelo contrato de


um milhão de dólares. Eu acreditei quando compramos esta
casa. Quando compramos com meu novo cartão American
Express quase quarenta mil dólares de móveis. Quando eu
colocaria minha linda esposa ao volante de um novo BMW.

Grandes planos para mim. Certo. Joguei as instruções


para baixo e estendi a mão para ajudá-la. ─ Sim vamos lá.

─ E enquanto estamos fora, talvez possamos tomar


sorvete. ─ Ela puxou minha mão e minha visão girou por um
momento.

Eu me estabilizei e olhei para o meu relógio. ─ É melhor


nos apressarmos se quisermos chegar lá antes que eles
fechem.

Ela olhou para o fragmento de peças, dispostas como um


quebra-cabeças no chão do nosso quarto principal.
Estávamos quase quatro horas na montagem, nosso
progresso interrompido pelo sexo, depois uma pausa para
checar e-mail e mídia social, depois uma caminhada até a
casa do vizinho para devolver a ferramenta que pedimos
emprestado. ─ Será rápido assim que tivermos a broca.

─ Super rápido. Podemos terminar quando voltarmos.

─ Talvez devêssemos fazer isso amanhã. Mentes frescas e


tudo mais. ─ Ela sorriu para mim e eu tive tanta sorte que
essa mulher me amou.

Eu forcei um sorriso. ─ Amanhã parece uma boa ideia.

─ Que horas você tem que estar no campo?

Enfiei a mão no bolso, procurando minhas chaves e


carteira.

─ Eles estão me dando amanhã.

─ Sério? ─ Ela tirou a sujeira da frente da calça. ─ Por


sua concussão? Eu pensei que você ainda tinha que estar no
treino.

Uma mentira estava na ponta da minha língua, pesada e


molhada. Observei o modo como ela pisou com cuidado sobre
a cômoda desmontada e sofri com a ideia de perdê-la.

O que ela diria quando descobrisse? Como ela se sentiria?


Ela teria os mesmos medos esmagadores que eu tinha? Ela
olharia em volta dessa enorme casa nova e daquele diamante
em seu dedo e veria tudo isso como um erro?

Eu tinha medo dela desde a primeira vez que ela riu de


mim. Instantaneamente viciado naquele sorriso,
imediatamente desconfiada do que minha atração química e
mental significava para ela. Eu encontrei e perdi, depois
desisti e fui - de certa forma - encontrado. E ela foi a primeira
coisa que pensei quando o raio-X foi feito.

A primeira coisa quando o médico chamou o treinador


Wade para o quarto.

A primeira coisa quando eu liguei para o meu agente,


desesperado por uma garantia de que tudo não estava
perdido.

Mas era. Eu estava no beisebol desde os sete anos. Eu


estudei os grandes. ESPN inalado. Sabia a longa lista que
poderia instantaneamente matar uma carreira.

Para um lançador, uma fratura no crânio era letal.

─ Hey. ─ Ela parou na minha frente e alisou a frente da


minha camisa, seus dedos delineando os músculos do meu
peito. ─ Você está bem?

Engoli. ─ Eu preciso te contar uma coisa.

Ela fez uma pausa e seu olhar foi do meu queixo para os
meus olhos. ─ Tudo bem, ─ ela disse com cautela.

Eu amei cada expressão que ela deu, mas esse olhar.


Essa apreensão prolongada de seus olhos. O medo por trás
deles. O aperto de suas sobrancelhas e achatamento de seus
lábios. Ela se arrepiou da mesma forma quando deslizou o
recibo do outro lado da mesa, o número da garçonete em uma
impressão espumante na parte inferior. Eu vi o aperto de
suas mãos em sua bolsa, a ideia de voar em seus olhos. Não
foi o que eu quis, e não foi a primeira garçonete que tentou
me dar o número dela, mas isso assustou absolutamente a
Elle.

Minha brava mulher ficou chocada em certas situações. A


instabilidade foi um gatilho, e eu passei os últimos três anos
tentando mostrar a ela o quanto eu a amava. Como eu nunca
a deixaria. Como eu nunca enganaria, ou faria qualquer coisa
para arriscar nosso casamento, ou sua felicidade.

Grandes palavras, considerando que eu estava prestes a


rasgar o mundo dela em dois.

─ Não é apenas uma concussão. ─ Eu rolei meu pescoço sem


pensar, e minha cabeça latejava. ─ Eles passaram os raios-x
comigo hoje.

─ Ok. ─ Ela se sentou ao meu lado no sofá sob a varanda


de trás, seu jeans fazendo cócegas nos pelos da minha perna.
─ Então o que é?

─ Uma fratura no crânio. ─ Eu soltei uma respiração


difícil. ─ É ruim, Elle. Fim de carreira.

─ Você está com dor?


─ Não realmente. ─ Eu gentilmente toquei o lado da
minha cabeça, passando o dedo sobre o nó onde a linha de
transmissão havia se conectado com o meu crânio. Eu nunca
vi isso chegando. Eu joguei a bola, então acordei na mesa, o
médico da equipe olhando para mim. Era um jogo fora de
casa, e Elle assistiu em alta definição, depois deixou uma
dúzia de mensagens lacrimosas no meu celular antes de me
pegar.

─ É perigoso? Existem efeitos colaterais a longo prazo? Eu


olhei para as fraturas do crânio naquela noite e disse...

─ O médico diz que eu estou bem, mas o risco é alto


demais para eu voltar a jogar. Outro choque poderia me
matar.

Ela inalou bruscamente. ─ E...

Ela não tinha ouvido o pior, e eu me preparei quando


entreguei a notícia. ─ E a renovação do contrato não foi
assinada. Nós enviamos de volta para eles com algumas
marcações. Uso do avião do proprietário e suíte particular,
um bônus de seis dígitos quando ganhei o Cy Young. Se eu
tivesse acabado de assinar o contrato, teria um contrato de
sete anos com um pagamento garantido de US $ 12M. Não
importaria se eu tropeçasse em um meio-fio e quebrasse meu
fêmur, ou se eu jogasse pêssegos no prato. Dinheiro
garantido. Nós estaríamos armados e a rachadura ao longo do
meu crânio não teria importância.
Sua mão apertou a minha. ─ Não se preocupe com isso.
Você pode fazer uma posição diferente? Um que não corre o
risco de linha?

─ Eles me cortaram. Eu dei esse argumento. Mais não


deu certo.

Seus olhos se fecharam por um longo e doloroso


momento. Quando eles se abriram novamente, eu assisti uma
lágrima correr por sua bochecha, rápida e frenética, como se
estivesse correndo para sair da tela antes de ser vista. Eu
peguei com o dedo e limpei.

Três anos juntos e ela chorou quatro vezes. Uma vez no


cinema. Uma vez, trancada comigo em um pequeno banheiro
em Wakulla Springs. Uma vez, a noite que propus. E na
semana passada, suas mensagens de voz encharcaram em
lágrimas preocupadas.

Em Wakulla Springs, eu jurei para mim mesmo que faria


tudo o que pudesse para evitar que ela chorasse de tristeza
novamente. Eu falhei.

Ela encontrou meus olhos e meu intestino se contorceu


na mágoa em seus olhos castanhos escuros. ─ Sinto muito, ─
ela sussurrou. ─ Eu sinto muito.

─ Eu sinto muito. ─ Eu fechei minha mão em um punho.


─ Eu não deveria ter pedido nada. Eu deveria ter assinado
esse contrato e...
─ Eu não estou falando sobre o dinheiro, E. ─ Ela olhou
para os meus punhos, e gentilmente abriu-os com as mãos.
Outra lágrima escorreu pela sua bochecha e deixei cair, então
me senti como um fracasso. Um fracasso ainda maior. ─ Você
ama tanto, ─ ela sussurrou, sua voz grossa. ─ Eu não posso
imaginar perder isso. ─ Ela olhou para mim, e nós estávamos
em dois planetas completamente diferentes.

─ A casa, ─ eu disse. ─ O dinheiro. Eu nem sei o que nos


resta, porra. Trezentos mil? Dois? Depois do corte do meu
agente e dos impostos... olhei para o quintal e pensei no
depósito que havia depositado na reforma da piscina de seis
dígitos. Nós estávamos indo para adicionar em uma banheira
de hidromassagem. Cascata. Um quarto para nossos futuros
filhos. Nós estávamos indo para beber champanhe na parte
rasa e foder na banheira de hidromassagem. Teríamos que
desistir e perder esse depósito.

─ Ignore o dinheiro, ─ ela disse bruscamente. ─ Nós nos


apaixonamos em apartamentos de merda bebendo e comendo
frango frito de seis dólares. Pegamos um ônibus na Cidade do
Panamá para um fim de semana romântico. ─ Ela acenou
com a mão. ─ Podemos vender a casa. Podemos conseguir
empregos de verdade e sermos normais. ─ Ela segurou meu
rosto, as pontas de suas unhas curtas arranhando minha
nuca. ─ Nós vamos ter bebês lindos e ensinar-lhes o seu
senso de humor e minha inteligência, e sermos tão felizes, E.
Eu posso te dar isso. Mas eu não posso te dar o beisebol e me
desculpe por isso.
─ Eu não posso pensar sobre isso agora. ─ Minhas mãos
apertaram em sua cintura. ─ E você não merece ônibus. Você
merece tudo e eu deveria dar a você.

─ Você fez. ─ Ela se inclinou para frente e me beijou. ─ E


eu amo você por isso, mas tudo que preciso é você. E estou
preocupada que você precise do beisebol para ser feliz.

─ Eu não, ─ eu disse com voz rouca. ─ Eu só preciso


saber que você não vai me deixar. ─ Eu não poderia fazer a
vida sem ela. Beisebol, sim. Mas não ela.

Ela se mudou para o meu colo e se enrolou contra o meu


peito, envolvendo os braços em volta do meu bíceps e
abraçando-o com força. ─ Eu nunca vou deixar você, ─ ela
prometeu ferozmente. ─ Nunca.

Minha tensão quebrou com suas palavras sem hesitação,


eu pressionei um beijo contra sua cabeça e lutei contra
minhas próprias lágrimas, minhas emoções guerreando com a
profunda tristeza que suas preocupações trouxeram.

Porque ela estava certa. Ela não podia me dar beisebol - e


eu não sabia quem eu era sem isso.
5
4 ANOS DEPOIS - PRESENTE
ELLE

Há coisas que eles não dizem sobre o casamento. Muitas


coisas.

Eu assisti meus pais navegarem em um aniversário de


trinta anos sem uma única luta. Ocasionalmente, haveria
tensão. Alguns jantares dolorosamente calmos. Um
xingamento irritado do meu pai quando minha mãe desligava
a televisão no meio do jogo. Mas sem brigas, certamente
nenhuma como esta.

A salada de ovo, que eu tinha desperdiçado quarenta


minutos e parecia nada com Rachel Ray, navegou pela
cozinha e respingou contra nossos armários verde-claros,
perdendo completamente o alvo. Eu grunhi, voltei para a
geladeira e agarrei a primeira coisa que minha mão entrou em
contato uma tigela de creme azedo. Girando em um pé, eu
arranquei a tampa e joguei o recipiente na direção do meu
marido, o creme azedo espalhado no meio de sua camisa azul

O silêncio caiu.

Ele baixou o queixo e observou a tigela afundar,


lentamente passando pela fileira de botões, uma bagunça
branca e pegajosa em seu caminho. Caiu no chão com um
estrondo alto. Ele rosnou e se lançou em minha direção,
tropeçando em nosso Dogue Alemão, que saiu correndo da
direita, dividido entre sair do caminho e defender minha
honra. Peguei a caixa de ovos da porta da geladeira e corri.

─ UM CARTÃO! ─ Eu gritei quando cheguei à sala de


jantar e me virei, jogando a caixa em direção a ele. Ele
estendeu a mão, pegando o recipiente de espuma com uma
mão. Se ele tivesse reflexos tão rápidos quatro anos atrás,
talvez ele não tivesse pegado a bola com sua testa. ─ UM
CARTÃO!

Cheguei à porta deslizante e apertei a trava, puxando a


maçaneta e tentando colocar a teimosa porta no caminho.
Deus, eu odiava esta casa. Por que eu tinha comprado suas
ideias idiotas de charme e personalidade? Nós poderíamos
estar em uma merda de mansão pelo preço que pagamos. Eu
poderia ter água quente toda noite, um ar-condicionado que
não chacoalhava como uma chaleira a vapor, e armários
reais, do tipo com gavetas, iluminação e tomadas elétricas
que não acendiam quando você se conectava a elas.

Em quatro degraus gigantes, ele estava ao meu lado, a


mão dura contra a porta, mantendo-a no lugar. ─ Sinto muito
pelo cartão. Eu não sabia que grande coisa era para você.

─ Não é grande coisa, ─ eu disse calorosamente, evitando


seu contato visual enquanto eu prendia meus lábios. ─ É só
que eu te disse isso no ano passado, e você deveria ter
lembrado. Eu não tenho que te dizer. Se eu lhe disser para
conseguir um cartão, ele perde o PONTO INTEIRO DO
CARTÃO!

Eu estava gritando de novo. Por que eu estava gritando?


Eu não deveria ser tão emocional. Se minha mãe estivesse
aqui, ela teria seus óculos encolhidos, seu tablete de
prescrição, julgamento por todo aquele rosto aprimorado com
botox. A profundidade da sua emoção imita a profundidade de
seus sentimentos, Ellen. Liberte suas emoções para liberar
esses sentimentos. Aquilo era uma linha de merda. Eu liberei
muitas emoções nos últimos quinze minutos e eu ainda
estava louca pra caramba.

─ Elle, me desculpe. Por favor me perdoe.

Eu o observei cautelosamente, conhecendo meu marido


muito bem para ser enganada por essa resposta passiva.

─ Eu sinto muito que eu não consegui um cartão para o


Dia das Mães. ─ Ele parecia sincero, mas eu podia ver a
exasperação naqueles olhos azuis. ─ Mas querida...

─ Não diga isso, ─ eu avisei.

─ Ele é...

─ Não diga isso!

─ Ele é um cachorro fodido. ─ Ele gesticulou para a besta


de 30 quilos atrás dele. ─ E ele não é muito bom.
4
Isso não era sobre Wayland . Como ele não entendeu
isso? Eu me abaixei sob o braço dele e fui para o corredor,
meu quadril direito colidindo fortemente com o canto da
mesa. Eu gritei e me joguei para fora, meu avanço para frente
frustrado pelo aperto de ferro que ele segurou na parte de trás
da minha camisa.

─ Hey! ─ Eu torci, arranhando atrás de mim. ─ Você está


bagunçando minha camisa!

─ Foda-se a camisa, ─ ele rosnou, puxando o tecido fino


até que eu estava ao seu alcance, seus braços envolvendo
meu torso, seu corpo me prendendo contra a cômoda de
jantar pintada à mão da minha mãe. ─ Olhe para mim.

Eu não fiz. Eu não pude. Eu olhei teimosamente para a


porta de vidro e amaldiçoei por ficar grudada. Se tivesse
aberto, eu estaria fora agora. Eu estaria correndo. Wayland
teria pulado para a porta, Easton teria ido para Wayland e eu
poderia ter escapado na confusão do momento.

─ Elle, ─ ele disse baixinho. ─ Olhe para mim.

Eu arrisquei tudo e olhei para ele por um pequeno


momento.

Ele tinha lindos olhos. Azul pálido. Azul claro. A mesma


cor que eu teria pintado no berçário do andar de cima. Eu até
tinha uma cor de tinta, uma escolhida do arco-íris de
amostras, com os olhos de Easton em mente. Agora, eles me
estudaram com a mesma intensidade cautelosa que tinham
no dia do nosso casamento, quando ele perguntou se eu tinha
certeza de que queria casar com ele.

─ Você não deveria perguntar isso, ─ eu respondi, puxando


a manga do meu roupão, o material coçando apesar das
garantias do spa de que era livre de poliéster. ─ Você nem
deveria estar aqui. É má sorte.

─ Eu só gostaria de ter certeza. Isso é para a vida. Tem


certeza de que eu sou o homem com quem você quer passar
uma eternidade? ─ Ele me enjaulou, colocou as mãos em cada
ombro e olhou para mim como se estivesse tentando ver a
imagem em um quebra-cabeça do Olho Mágico.

─ Claro que tenho certeza, ─ eu ri. ─ Eu te amo.

Eu estava tão confiante. Tão despreocupada. Eu beijei


meu futuro marido e o afastei do vestiário. Eu não parei para
perguntar por que ele estava fazendo a pergunta, ou tirei um
momento para realmente analisar minha resposta.

Talvez ele devesse ter se perguntado isso. Talvez se ele


tivesse, ele estaria comemorando o Dia das Mães com um
pacote de crianças, e não um cachorro gigante e uma esposa
excessivamente emocional.

─ Eu sinto muito por não ter te dado um cartão, ─ ele


disse, alisando meu cabelo longe do meu rosto. ─ Eu vou,
agora mesmo, e consertarei isso. E eu nunca vou esquecer de
novo, eu prometo.
Ele não deveria ter esquecido este ano. No ano passado eu
disse algo sobre isso. Algo pequeno, um comentário
irreverente que passou pela ESPN e se perdeu em nossas
cortinas da sala de estar. Eu esperei até que o Sports Center
acabasse e subi para tomar um banho. Sentada na água
gelada, amaldiçoei nosso aquecedor de água quente e solucei
minhas emoções. Este ano, eu não tive o autocontrole e não
pude enfrentar a ideia de outro Dia das Mães malsucedido.
Outro feriado de esperar ansiosamente por algo que talvez
nunca chegue.

─ É sobre isso... ─ ele hesitou.

Sim. Claro que foi. O Inominável. A caixa de testes,


achatada e virada do avesso, enfiada na parte inferior da lata
de lixo, para que ele não visse. As sutis seduções entre o
décimo quarto e o décimo sexto dia do meu ciclo. As
vitaminas pré-natais que eu despejei no multivitamínico das
mulheres, só assim eu não precisei ver a mulher grávida feliz
na garrafa.

─ Não. ─ Eu estava tentando por um tom alegre, mas a


palavra saiu de mim. ─ Não é. É só que eu não queria que
aquele maldito cachorro começasse... ─ Eu abaixei minha voz
para poupar os sentimentos de Wayland, ─ e sou eu quem
limpa seus travesseiros rasgados, ataques de lixo e merdas de
mamute. É cansativo, e não é como se ele apreciasse isso. ─
Olhei na direção do magro dinamarquês, que estava tentando
pegar o nome de ouro em seu colarinho nos dentes. Um feito
impossível, dado o grosso cordão de músculos do pescoço.
Cachorro estúpido. Eu corei, envergonhada com o
pensamento cruel. Talvez tenha sido bom que eu não fosse
mãe.

Sua mão apertou na parte inferior das minhas costas, me


puxando para mais perto dele, e ele me beijou. Eu suavizei o
afeto, segurando sua camisa rígida com uma mão enquanto a
outra se aproximava da caixa de espuma que ele colocava na
superfície lisa da cômoda de madeira. Ele soltou um gemido
suave, e nosso beijo se aprofundou, nossas bocas colidindo
com crescente urgência. Mordi suavemente o lábio dele,
depois joguei minha língua dentro dele enquanto eu
furtivamente trabalhava para abrir a tampa de isopor. Ele
deslizou a mão pela parte de trás da minha calça e agarrou
minha bunda quando meus dedos se fecharam, uma
rachadura já levantada sob o meu toque exploratório.

Levantei-me da boca dele e dei um tapa no rosto dele, o


ovo na palma da minha mão, a gema salpicada na bochecha e
no nariz dele.

─ Foda-se! ─ Ele se afastou de mim, e tocou sua


bochecha, pegando um pedaço de concha e examinando-o por
um longo momento antes de seu olhar cair para o recipiente
aberto. Eu peguei um segundo ovo antes que ele tivesse a
chance de reagir.

─ Você gosta dessa roupa? ─ Ele agarrou minha cintura


enquanto eu fugia, levantando-me do chão como se eu fosse
uma criança. ─ Porque eu estou prestes a arrancar de você.
─ Não! ─ Eu gritei, batendo o segundo ovo em cima de sua
cabeça, perturbando o molde perfeito de seus tufos loiros
curtos quando ele passou a mão sobre as pilhas de papelada
sobre a mesa. Eu ouvi a cascata de páginas bem antes das
minhas costas baterem contra a madeira polida. ─ Isso é foda
Ann Taylor. Se você...

Os botões saíram da minha camisa como as pernas de


uma lata, me atordoando em silêncio. Ele fez uma pausa,
seus olhos devorando meu estômago exposto e sutiã de renda.

─ Você tem problemas, você sabe disso?

Ele puxou um dos meus saltos altos, depois o outro,


jogando ambos na direção da cozinha. Um bateu em seu
cartão do Pudge Rodriguez quebrou o vidro. ─ Você deveria ter
tirado isso. Você poderia ter fugido de mim então.

Eu levantei meu queixo. ─ Talvez eu não quisesse fugir.

Seus dedos abriram o botão da minha calça listrada com


a facilidade de mil ações. Ignorando o zíper, ele segurou a
cintura e enfiou os dedos por baixo da bainha da minha
calcinha. ─ Levante seus quadris.

Eu plantei meus pés em seu peito e obedeci, inalando


enquanto ele deslizava as calças e calcinha pelas minhas
pernas. Ele levantou meus joelhos e se inclinou para frente,
gentilmente acariciando minha boceta com sua boca, sua
respiração fazendo cócegas na pele delicada, sua língua
tocando ao longo da minha abertura enquanto ele esticava
meus joelhos ainda mais. Eu ofeguei seu nome, minha mão
em seu cabelo e puxando os fios pegajosos. Inclinando minha
pélvis mais fundo em sua boca, eu amaldiçoei quando sua
língua mergulhou dentro de mim, seu rosto enterrado em
mim.

Meu marido adorava lamber uma mulher. Eu certamente


não fui a primeira. Além dos rumores de seu pau, elogios de
suas habilidades orais circularam as casas da irmandade com
consistência impressionante. Os últimos sete anos
aperfeiçoaram suas habilidades para adaptar-se às minhas
necessidades. Sua boca poderia me fazer gozar uma dúzia de
maneiras diferentes, o mais rápido ou devagar que ele
considerasse necessário. Ele não me deixaria vir agora. Eu
sabia, mas ainda agarrava sua camisa, tentando manter a
cabeça entre as minhas pernas, mesmo quando ele se
endireitou, um sorriso arrogante cruzando os lábios úmidos.

Ele chegou para lado, seus dedos cavando na caixa aberta


enquanto seus olhos seguravam os meus. Fui para os
cotovelos e tentei me recuperar. ─ Easton...

Ele se arrastou até a mesa com facilidade surpreendente,


e eu agarrei a borda com uma mão, preocupada com o peso
adicional. A madeira rangeu, depois segurou. Movendo-se
acima de mim, ele jogou o ovo no ar, em seguida, pegou. ─
Você se lembra daquelas batidas que você costumava fazer
para mim?
─ A proteína? ─ Todos os dias de sua primeira temporada
de treinamento de primavera, eu acordava de madrugada com
ele. Isso foi quando eu larguei a faculdade de direito para
mergulhar na vida de uma esposa de beisebol. Nutricionista-
chefe foi meu primeiro papel, um que consegui com a precisão
de um elefante raivoso.

─ Certo. Veja, você vê ovos como um ingrediente. Ou... ─


Ele franziu a testa, olhando para a camisa. ─ Uma arma. ─
Ele pressionou meu ombro com a mão livre, me prendendo de
volta na mesa. ─ Mas eu vejo isso como um lanche. ─ Ele
quebrou o ovo na borda da mesa, em seguida, abriu-o acima
de mim, deixando a gema espessa pingar sobre o meu decote
e estômago.

Eu tentei me afastar do líquido frio. ─ E...

Ele baixou a boca na minha clavícula e sugou minha pele,


passando a língua e sacudindo enquanto se movia. Ele beijou,
brincou e mordeu seu caminho ao longo do caminho do ovo,
sua boca ficando mais áspera, seu corpo pousando no meu,
minha excitação se aquecendo quando ele arrancou meu
sutiã e centrou sua atenção no meu mamilo direito, depois o
esquerdo. Eu puxei a gravata dele, meus dedos molhados e
eficientes enquanto eu soltava o laço de seu pescoço e abria o
botão de cima. Levantando a cabeça do meu peito, ele
estendeu a mão por cima da cabeça e puxou a parte de trás
de sua camisa, arrancando-a de sua dobra e puxando-a sobre
sua cabeça, seu torso bronzeado e musculoso subitamente
exposto.
Seu cinto e calças estavam próximos, a fivela batendo
ruidosamente contra a madeira, nossos corpos reposicionados
enquanto eu envolvia minhas pernas ao redor de sua cintura
e ele agarrou a borda superior da mesa e empurrou para
frente, empurrando seu pau para dentro.

Não foi bom. Doeu, minha vértebra esmagada contra a


mesa inflexível. Uma página que não chegou ao chão estava
grudada na minha bochecha, com o ovo seco no meu
estômago, e a cabeça dele bateu no lustre em um ponto, mas
estava quente pra porra. Animal. Cru. Ele grunhiu enquanto
me montava, seu pau muito duro, meu corpo ganancioso e
pronto, nossas bocas se encontrando para beijos frenéticos
em intervalos estranhos. Eu quebrei primeiro, agarrando seu
peito enquanto eu amaldiçoava o meu caminho sobre o pico
do orgasmo, meu coração martelando no meu peito enquanto
o prazer pulsava através de mim. Ele seguiu alguns minutos
depois, sua respiração quente no meu ouvido, seu corpo
abaixando o meu quando ele deu alguns impulsos finais.

─ Não se mova, ─ ele ordenou, sua voz irritantemente


nivelada. Eu estava ofegando como uma avó sem fôlego e ele
estava em perfeito controle, seu coração batendo em um ritmo
forte e regular, sua pele quase molhada de suor. Eu poderia
alguma vez quebrar sua resistência? Talvez eu deva ser grata.
O marido da minha irmã chiou depois de termos corrido de
um portão para o outro no aeroporto de Miami. Uma vez ela
me disse que o sexo com ele envolvia intermissões, e não
porque ele durou muito tempo.
Rolando de cima de mim, ele manobrou por cima de um
mar de papelada, pisando do local vazio para o local vazio,
como se estivesse jogando uma partida de lava quente. Ele
desapareceu ao virar da esquina e eu deixei minhas pernas se
abrirem, o delicado fio de ar da abertura superior
gloriosamente frio na minha pele superaquecida.

─ Estamos sem toalhas de papel, ─ anunciou ele, de volta


com uma caixa de lenço. Eu levantei minha cabeça e olhei
para ele. ─ Não use um lenço. Apenas... ─ levantei uma mão
enquanto tentava me sentar. Minha mão bateu em uma
mancha de ovo e eu bati nas minhas costas, o impacto
tirando o fôlego de mim. Eu deixei escapar um grito de dor.

─ Aqui. ─ A caixa de lenço jogada de lado, Easton se


arrastou por uma pilha de recibos e passou as mãos por
baixo de mim, cuidadosamente me colocando em seus braços.
─ Eu vou levar você para o chuveiro.

Eu passei minhas mãos em volta do seu pescoço. ─ E me


comprar uma camisa nova, ─ eu instruí, tentando não pensar
sobre a blusa de oitenta dólares que ele tinha acabado de
arruinar. Tanto para reduzir nossas faturas de cartão de
crédito este mês.

─ Eu vou comprar cinco camisas novas, ─ ele me


prometeu, e eu forcei um sorriso.

─ Pense melhor, vou escolher uma nova camisa e enviar-


lhe a conta. ─ Eu tracei suas feições com os dedos, trazendo o
foco de laser daqueles olhos azuis para mim. ─ Eu te amo.
─ Eu também te amo, ─ ele disse asperamente, suas mãos
apertando em mim quando ele se inclinou para um beijo.
Andando pelo corredor, ele me levou para o nosso quarto,
seus sapatos ao longo do chão de madeira enquanto ele se
movia. Passamos pela sala de estar e ouvi o som fraco da
televisão, o apresentador de talk-shows discutindo as
tradições do Dia das Mães.

Dia das mães. Foi estúpido para mim querer tanto um


cartão. Eu queria desviar a atenção da nossa falta de um bebê
e colocar no nosso cachorro. Eu pensava que um grande fedor
sobre um cartão poderia distraí-lo das insuficiências dos
meus óvulos. Mas isso foi estúpido. Em vez disso, eu tinha
desenhado flechas vermelhas gigantes para meu estômago
plano, nosso berçário que virou escritório, nossa sala de
jantar sem cadeiras altas.

Talvez isso não importasse. Dr. Phil disse que nem todos
os homens querem filhos. Talvez Easton estivesse feliz com as
coisas como elas eram, talvez ele gostasse de noites sem
interrupções, e de casais em férias, e a capacidade de festejar
e foder, com tanta frequência e livremente quanto
quiséssemos.

Talvez. Talvez. Talvez.

Eu apertei meu aperto nele, mesmo assim.


Eu fiquei no chuveiro, a água correndo sobre a minha pele
pegajosa, e tentei aproveitar os tremores do nosso amor. Mas
algo parecia fora, e eu fechei meus olhos sob o vapor,
tentando identificar o que era. Tínhamos sido tão
apaixonados como sempre, minha confiança em nosso
casamento sempre solidificada pelo nosso sexo. E a luta, é
claro, só a tornou mais quente. Nossas brigas sempre
pareciam terminar conosco nus, nossa raiva se dissolvendo
enquanto nossos orgasmos aumentavam.

Esfreguei um esfoliante em minhas bochechas e tentei


colocar o que ainda estava me incomodando sobre este
evento. Foi o assunto em si? Minhas inseguranças sobre
meus problemas de fertilidade? Sua evitação do tópico
completamente? Ou... oh. A realização veio com clareza
surpreendente.

Foi a primeira vez, em quase um ano, que fizemos sexo


sem que eu pensasse - pelo menos por um breve momento -
em outra pessoa.
6
Eu acho que você tem que experimentar a traição
corretamente para formar uma opinião válida sobre isso.
Como o traidor ou a traidora. É como a morte ou um
diagnóstico de câncer. A menos que você esteja nas
trincheiras, enfrentando a possibilidade ou a atualidade, não
é real. É um conceito que você pode julgar de longe e fofocar
durante horas sem realmente entender a profundidade dos
sentimentos e emoções envolvidos no evento.

Eu observei meu marido enquanto ele falava ao telefone,


seus belos traços marcados, seu diálogo unilateral me dando
pistas para a conversa. Traição era o assunto e com Aaron do
outro lado da linha, eu sabia quem era o culpado - Becca.

─ Quando ele está seguindo-a? Hoje? ─ Os olhos de


Easton cortaram para mim e ele me deu um olhar de dor.

Peguei meu saco e fui para a cozinha, raspando os restos


do espaguete no lixo. Wayland olhou preocupado do meu
prato para a lixeira, depois choramingou. Colocando a
porcelana salpicada de rosas no chão, observei enquanto ele
limpava rapidamente cada pedaço do molho de carne do pires
delicado, o pires passou raspando contra o azulejo espanhol
vermelho enquanto ele deslizava para o canto e tentava
prendê-lo no lugar, com a pata dele.

─ Deixe-me saber o que acontece. Desculpe, cara. Eu


odeio que você tenha que lidar com isso.
De trás de mim, ouvi sua cadeira ranger contra o azulejo
quando ele se afastou da mesa do café e se dirigiu para mim.
Pulando Wayland para longe, ele pegou o prato e baixou o
próprio prato.

─ OK. Me ligue então. ─ Ele terminou a ligação.

─ Becca? ─ Eu imaginei, pegando meu prato dele e


correndo sob a água quente.

─ Sim. Ela está sendo rabugenta com um cara no


trabalho. Aaron acha que ela está tendo um caso.

Eu fiz uma rápida matemática no relacionamento deles.


Eles estavam prestes a comemorar seu terceiro aniversário de
casamento, se eu estivesse calculando as coisas
corretamente.

─ Traição já? Isso é rápido.

Ele resgatou seu prato de Wayland e passou para mim. ─


Sim. Espero que ele esteja errado, mas Aaron não é
paranóico. Tudo o que ele descreve parece suspeito.

E Easton não era um cara suspeito. Tanto ele quanto


Aaron eram, no mínimo, um pouco tranquilos com sua
confiança. Não que eu quisesse um marido invejoso e
desconfiado, mas às vezes intencionalmente o provocava,
apenas para ter um vislumbre de seu lado macho alfa.

Talvez Becca estivesse fazendo a mesma coisa.


Sinalizadores vermelhos piscando apenas para chamar a
atenção. Isso parecia mais provável do que um cenário em
que ela trairia Aaron. Eu corri o prato debaixo da água
quente. ─ O que ela está fazendo?

─ Ela está trabalhando constantemente. Ela começou a


sair com os amigos e chegar tarde em casa. Ela está em seu
telefone o tempo todo.

Eu fiz uma careta. Os amigos de Becca não eram do tipo


que saíam. E sempre que Chelsea e eu a convidávamos para
algum lugar, ela sempre recusava, seu grupo social focado em
oportunidades de voluntariado e círculos de culinária. Eu
tentei imaginar uma nova versão da Becca, uma com uma
bebida na mão, mídia social estourando, sem os quinze quilos
extras que ela pegou na faculdade. Eu não consegui ver.

─ Aqui. ─ Easton veio atrás de mim e beijou a parte de


trás do meu pescoço. ─ Deixe-me fazer isso. ─ Ele alcançou a
água com sabão e roubou a esponja de mim.

─ Ok. ─ Eu fui me mover, mas ele me enjaulou.

─ Fique. Eu vou trabalhar em torno de você. ─ Seu peito


se encostou nas minhas costas e ele se aproximou da pia,
prendendo-me enquanto olhava por cima do meu ombro e na
pia. Havia apenas alguns itens. O grande pote de espaguete. A
colher e espátula. Nossos pratos e talheres. Recostei-me em
seu peito, deixando-o trabalhar e examinando nosso reflexo
na janela de vidro em cima da pia. Tão bonito, meu marido.
Essa iluminação também foi boa para mim. Ele escondeu
minhas cicatrizes de acne do ensino médio e a colisão na
ponte do meu nariz. Ele sempre foi melhor do que eu, e
parecia estar ficando ainda mais com a idade.

─ Eu simplesmente não posso acreditar que ela tenha


traído ele. Ela sempre foi assim...

─ Maldita?

Eu sorri. ─ Tanto de puritana. E tão superior a tudo. ─


Comportamento especialmente desviante. Quando Aaron
desmaiou em sua despedida de solteiro e teve que ser
carregado para casa, ela havia se enganado e nos chamado de
crianças, depois demitido Chelsea e eu do dever da dama de
honra.

─ Bem, as pessoas mudam. Nós mudamos.

Sim, nós certamente tivemos. Em sete anos, como eu


mudei tanto? Quando eu assumi tanto estresse? Tanta
insegurança? Achei que ficaria mais segura à medida que
crescesse, mas sentia-me como se estivesse solta. Sem
carreiras. Sem filhos. Sem utilidade. Senti, em momentos
raros e isolados, que cometi um erro, em tudo. E eu vi os
mesmos medos em meu marido. Talvez seja por isso que
mantivemos uma ligação tão forte. Nós dois constantemente
temíamos que não éramos bons o suficiente para o outro.

─ Para ser honesto, eu nunca gostei dela de qualquer


maneira. ─ Ele correu a esponja sobre a colher grande em um
movimento descuidado que exigiria que eu fosse atrás dele
mais tarde.
─ Eu odeio a ideia de que ela faria isso com ele.

Ele não respondeu, e meus pensamentos voltaram à


minha hipótese anterior de que, a menos que você tenha
traído, é um conceito muito fluido para realmente entender.
Meu marido de ouro nunca tinha sido traído, não por
qualquer um dos seus ingressos da faculdade e certamente
não por mim. Apesar dos meus cenários imaginários
desenfreados, eu nunca cruzaria essa linha, não quando
sabia da dor emocional que ela causava. Antes de Jonah me
trair, eu era quase convencida. Emocionalmente indestrutível.
Destemida em minha confiança nos relacionamentos e no
sexo oposto - como Easton ainda era.

─ Ele está seguindo-a, para que ele possa ver o que


acontece quando ela sai hoje à noite. ─ Ele colocou um beijo
rápido na parte de trás do meu pescoço.

─ Você já pensou em me trair? ─ A pergunta saiu


inesperadamente e me surpreendeu tanto quanto ele.

Ele desligou a torneira e me virou para encará-lo. ─ Não.


O que te fez perguntar isso?

─ Eu não sei. ─ Eu enrolei minhas mãos em volta do seu


pescoço e olhei para ele. ─ Talvez você tenha se arrependido
de termos nos casado. Ou talvez você esteja entediado.

─ Não. ─ Ele deslizou as mãos molhadas sob a minha


camisa, passando os dedos sobre meus seios, nus sob uma
das suas camisas de beisebol. ─ Definitivamente não
entediado.

Eu estava? A questão interna me atingiu tão


inesperadamente quanto a anterior, e eu a empurrei para o
lado. Eu não tinha certeza se era possível ficar entediada
quando constantemente tentava acompanhar tudo.

─ Qual é o mais perto que você chegou de me trair? ─ Eu


me movi para o lado e peguei a garrafa de vinho que ainda
estava no balcão. Puxando a rolha, eu enchi meu copo
novamente.

Ele não respondeu, e eu peguei outro copo do armário e


coloquei o resto da garrafa nele, então empurrei na frente
dele.

─ Vamos. Eu vou te dizer se você me disser.

Isso chamou sua atenção, seu olhar permanecendo em


mim enquanto ele lentamente circulou o balcão e se
estabeleceu em um banquinho. Puxando o copo em direção a
ele, ele pegou a taça delicada e olhou por um momento antes
de jogar de volta o líquido dourado. ─ O mais perto que
cheguei de te trair... ─ disse ele lentamente.

─ Sim... ─ Eu descansei meus cotovelos no balcão e me


inclinei para frente, encontrando seus olhos.

─ Você vai primeiro, ─ disse ele cautelosamente.


Eu queria rir. Ele deveria saber melhor do que pensar que
isso era uma armadilha. Eu nunca fui um tipo conivente e
honestidade brutal tinha sido o alicerce que construiu nosso
relacionamento quando eu era muito tímida para confiar em
outro homem.

Bem, eu considerei, para se franca. Afinal, Easton não


tinha ideia das fantasias que eu tinha, as centenas de
homens que eu imaginava acima e em mim. Algumas coisas,
minha mãe uma vez me disse, eram melhores se fossem
mantidas longe de seu marido. Esse tinha sido seu conselho
de casamento, proferido sobre um chá gelado, logo antes de
ela atirar em meu pai um olhar que era totalmente desprovido
de afeição. Eu sempre presumi que minhas fantasias sobre
outros homens se enquadravam na categoria ─ mantenha
segredo do marido. ─ Mas talvez essa conversa também
estivesse lá.

Inclinei o meu próprio copo e tomei um pequeno gole do


vinho. ─ Foi com Jonah, ─ eu disse finalmente, pousando o
copo. ─ Último ano. Ele estava na cidade para mudar as
coisas da irmã e veio no meu apartamento.

Seus olhos afiados. ─ Você me disse isso.

─ Sim, mas eu não contei tudo a você.

Suas mãos apertaram no lado do balcão. Eu observei os


músculos de seus antebraços flexionarem e senti um pico de
prazer estremecer através de mim. ─ O que você fez?
Uma maneira interessante de dizer isso. O que eu fiz?
Sexista, na verdade, para colocar a culpa tão solidamente em
mim, contra Jonah. Além disso, eu não fiz nada. Foi tudo
Jonah. ─ Eu não fiz nada. Mas ele tentou me pegar também.
Ele queria fazer sexo. Ele me beijou. Eu o empurrei para
longe.

Sua mandíbula se apertou. ─ Foi isso?

─ Nós conversamos por um tempo. Ele disse que eu


estava cometendo um erro com você. Que ele ainda me
amava. Coisas assim.

─ Quão perto você chegou a fazer algo com ele? ─ Sua voz
caiu um pouco, tornando-se rouca e possessiva. Ele estava
louco, mas lutando para escondê-lo, e meu coração se encheu
com a afirmação protetora da reação.

─ Perto. ─ Eu corri meu dedo ao redor da borda superior


do copo. ─ Eu queria. Eu sabia que você nunca descobriria. E
senti essa necessidade de ensinar uma lição a Jonah. Eu
queria que ele percebesse o que estava perdendo. Eu queria
foder seu cérebro e depois derrubá-lo. Mandá-lo embora e
dizer a ele que eu estava muito melhor com você.

─ Mas você não fez.

─ Não. ─ Eu trouxe meu dedo à minha boca e chupei o


final dele. Seu olhar seguiu o movimento. ─ Sua vez.

Ele não queria falar. Ele queria foder, me reclamar como


dele. Eu podia ver isso na maneira como ele segurava o banco
entre as pernas dele com uma mão, a outra correndo
rudemente pelo cabelo dele. ─ Hummm...

─ Pense com cuidado. ─ Eu me mudei para o lado dele do


balcão e me levantei no balcão, pendurando as pernas ao lado
dele enquanto me sentava diante dele.

─ Provavelmente a última, ─ ele hesitou, tropeçando na


palavra por um momento. ─ Ano passado. Havia essa mulher
em Idaho. No simpósio. ─ Sua mão encontrou meu joelho e
apertou o tecido macio do meu suor.

Eu me lembrei do simpósio. Eu originalmente planejei ir


com ele, mas acabei com algo alguns dias antes do final de
semana. Eu passei o final de semana na cama, aliviada por
ter sido deixada de fora da chata conferência financeira. ─ Ela
era uma participante?

─ Eu não sei. Ela estava no bar do hotel. Sábado à noite,


depois que você foi para a cama, eu fui até lá.

Sábado à noite, eu consegui um restaurante entregasse


uma tigela de sopa de galinha e tomei bastante remédio para
me derrubar por doze lindas horas. Easton poderia ter fodido
toda uma equipe de líderes de torcida em nosso quarto e eu
estaria alheia a isso. Eu olhei para a mão dele, ainda no meu
joelho, e considerei empurrá-lo.

Eu limpei minha garganta. ─ E?

─ E ela deixou muito claro o que ela queria.


─ Você flertou com ela?

Ele hesitou e eu vi a verdade na pausa, antes mesmo que


ele dissesse. ─ Sim.

Emoção inundou através de mim, uma mistura


complicada de ciúmes e excitação. Fazia muito tempo desde
que eu recebi esse flerte. Eu ainda podia lembrar a alta que
trouxe, o arrastar de seus olhos através da minha pele, o
olhar que ele deu que tinha queimado através das minhas
roupas. Aposto que ela fez as suas necessidades claras.
Aposto que ela sussurrou tudo o que ela queria no ouvido
dele. Ela passou a mão por sua virilha? Seus olhos se
arregalaram quando ela percebeu o que ele estava colocando
nas calças?

Eu abri meus joelhos mais largamente e usei meu pé para


enganchar a borda de seu banquinho, puxando-o em minha
direção. Não se moveu, mas ele viu a ação e moveu-a para
frente.

─ O que você disse a ela? ─ Eu puxei sua camisa até que


ele estava em pé diante de mim.

─ Nada demais. Eu disse a ela que ela era linda.

Isso doeu, e eu puxei seu cinto com agressão


desnecessária.

─ Ela era?
─ Sim. ─ Ele me viu soltar o couro do fecho. ─ Eu disse a
ela que eu era casado.

─ E? ─ Eu abri o botão e abri o zíper.

─ E ela disse que não se importava.

Ele estava na minha mão então, sua respiração sibilando


através dos dentes enquanto eu envolvi meu punho ao redor
dele.

─ Eu disse a ela que não poderia fazer nada com ela.

─ Mas você queria.

─ Sim.

─ O que você queria fazer com ela?

Suas mãos pousaram em minhas coxas e deslizaram até


meus quadris, encontrando a cintura do cordão. ─ Eu queria
fazê-la gozar.

─ E?

Ele engoliu em seco. ─ E eu queria que ela visse meu pau.

─ Você queria que ela visse quão grande era? ─ Ele estava
ficando duro em minhas mãos. Apertei-o, sentindo a rigidez, e
observei seus olhos se fecharem.

─ Sim, ─ ele gritou.


─ Estou feliz que você não mostrou para ela. ─ Eu beijei
seu pescoço e trabalhei minha mão ao longo de seu eixo.

─ Eu nunca faria.

Eu acreditava plenamente nisso, confiava nele totalmente.


Mas eu não o culpei por ter os desejos. Ele tinha três anos no
estado da Flórida mostrando seu pau para dezenas de
mulheres. Ele ouviu as fofocas que se espalharam, tinha sido
inflado como um pavão no momento em que ele começou a
namorar comigo. Mas depois nos tornamos exclusivos.
Casamos. Seu pau tinha se tornado propriedade exclusiva
minha, e eu me acostumei com a circunferência e tamanho
dele. Não era louco pensar que, como eu, ele ansiava pela
atenção e idolatria outras de um completo estranho.

Eu não poderia dar isso a ele, mas eu poderia fazer a


próxima melhor coisa. Eu abaixei seu corpo e caí de joelhos
no meio da nossa cozinha. Puxando-o para mim, dei a seu
pau a atenção que merecia e imaginei Jonah nos observando
o tempo todo, seu rosto sombrio de ciúmes, seus olhos no
enorme pau de Easton.
7
Em algum momento, meus ovários relutantes iriam entrar
em combustão, e eu culparia esse momento inteiramente pela
mulher que os criou. Colocando minha ligação para o
Bluetooth, coloquei o celular no porta-copos e olhei para o
engarrafamento de tráfego diante de mim.

─ Eu estou dizendo a você, você tem que olhar a sua


idade. Uma vez que você atingiu 31, você também pode
arrumar os carrinhos de bebê e esquecê-lo. Seus vinte anos
são o tempo de ouro! Mais alguns anos, querida. Isso é tudo o
que você tem. ─ A voz de minha mãe estava na altura, do jeito
que fazia quando ela estava incomodando meu pai sobre sua
direção, e de repente eu entendi por que ele parou de usar
seus aparelhos auditivos.

─ Não é como costumava ser, mãe. Nós não temos que ter
um bebê para sermos felizes. Se eu não achasse que Easton
iria ver isso, eu colocaria um post-it com essa frase no
espelho do meu banheiro, apenas para me lembrar
constantemente do fato. ─ Nós não temos que ter um bebê
para sermos felizes. Nós não temos que ter um bebê para
sermos felizes. Nós não temos que ter um bebê para sermos
felizes.

Aqui estava outro. Eu não tenho que ter um bebê para ser
valiosa. Aquela pérola de sabedoria veio,
surpreendentemente, de Ling, que já tinha dois bebês, apesar
de toda sua inocência de olhos arregalados na faculdade. Eu
escrevi o conselho dela e o escondi na gaveta da minha
escrivaninha, bem ao lado do meu calendário de ovulação.

─ Eu sei que você está fazendo sexo, com aquele


orangotango de marido. E uma em cada quatro mulheres
engravida em qualquer ciclo menstrual, Elle. Eu fiz sexo com
seu pai uma vez em 1991, uma vez. Isso foi tudo o que
precisou!

Não é de admirar que Easton se sentisse inseguro em


volta da minha mãe. Respirei fundo e tentei não gritar quando
o carro à minha frente acendeu sua seta. ─ Eu gostaria que
você não dissesse coisas assim.

─ Bem, nós fizemos. Um tempo. Seu aniversário, claro.


Como se nascer fosse algo que precisasse ser comemorado.

─ Eu não estou falando sobre isso. Eu estou falando sobre


Easton. Meu marido.

─ Eu nem sei o que eu disse. Você pode apenas me ouvir?


Você pode? Eu não estou ficando mais jovem aqui, e você
também não é. Lizzie Sommers tem dois e sua nora é chinesa.

─ Eu realmente não tenho certeza do que isso tem a ver


com qualquer coisa.

─ É um problema de esperma? Sabe, sempre suspeitei


que Easton fumava maconha. É muito comum entre os
atletas, de acordo com Margie.
─ MÃE. Por favor. ─ Não que nós não tivéssemos nossos
próprios medos sobre esse assunto. Medos que foram
rapidamente dissolvidos por um teste médico que mostrou
que meu marido era um atleta olímpico de produção de
espermatozoides.

─ E o que ele está fazendo agora? Eu vi no Facebook que


ele mudou de empresa novamente. Ele foi demitido?

─ É a mesma empresa. Eles simplesmente se fundiram


com outra e mudaram de nome. ─ Aqui estava, a transição da
nossa conversa do meu estado sem filhos para a crítica do
meu marido. Eu estava cansada disso. Cansada de tudo isso.
Houve algum momento na vida em que você poderia demitir
seus pais? Quanto tempo você teve que apreciar os sacrifícios
deles? Eu fiz um voto mental, se é que eu poderia conceber e
dar à luz uma criança, respeitar as suas decisões e guardar
as minhas opiniões para mim.

─ Eu só não acho que finanças é o trabalho certo para ele.


Ele não é uma pessoa de números. Lembre-se do seu
casamento? A conta? Quando ele não calculou na taxa de
serviço?

Oh meu Deus. Foram há cinco anos. E naquela época,


nós estávamos soprando dinheiro como se fôssemos feitos
disso. Todas as coisas que eu não podia contar à minha mãe,
não quando eu estava trabalhando duro para manter a ilusão
cuidadosamente fabricada de que ainda estávamos
financeiramente seguros.
Mordi de volta uma resposta e mudei para a pista do lado,
seguindo um Prius amarelo com mais adesivos do que tinta. ─
Mãe, estou atrasada para uma consulta com um
dermatologista e com um trânsito horrível. Deixe-me focar na
estrada e falo com você mais tarde.

Houve o habitual silêncio desapontado, depois um grande


suspiro de derrota. ─ Bem. Eu vou dizer ao seu pai que você
disse oi.

Eu adicionei em um extra eu te amo, e ainda deixou a


conversa se sentindo culpada e insuficiente. Talvez esse fosse
o dever de toda mãe - nos tornar melhores ao apontar nossas
deficiências. Se assim fosse, ela pregou a maternidade desde
o começo, e eu tinha grandes planos para ignorar esse dever
por completo.

Eu fiquei parada, meus pés descalços encolhidos contra o


chão frio de azulejo, e esperei enquanto o médico passava as
mãos pelas minhas costas. ─ Isso... ─ ele disse
pensativamente. ─ Você tem estado de olho nisso? ─ Ele girou
um dedo em torno de um ponto no meio das minhas costas. ─
Não me lembro de ver isso na nossa sessão anterior.

Eu torci para olhar no espelho de corpo inteiro, incapaz


de ver o item em questão. ─ Não tenho certeza.
Ele se virou e levantou sua prancheta, consultando meu
último esboço de exame. ─ Eu vou tirar uma foto dele por
enquanto. ─ Ele abaixou a prancheta e se aproximou. Houve
um flash rápido e o som de um obturador.

Eu me virei para frente novamente, fechando os olhos


enquanto ele movia meu cabelo para o lado e passou um
polegar áspero sobre o local. Ele cantarolou em contemplação.

─ Você precisa de mim para desfazer seu sutiã?

Eu senti as duas mãos dele agora, correndo sob a faixa do


meu sutiã e deslizando o delicado tecido por uma polegada. ─
Não, eu posso resolver isso. ─ A nova posição fez o arame ser
cortado em minhas costelas, e eu olhei para baixo para ver
meus seios projetados em um ângulo exagerado. Eu não era
uma garota peituda, mas neste ângulo, eu parecia
assustadoramente grande.

─ Nada lá. ─ Ele moveu a alça do sutiã de volta ao lugar e


suspirou enquanto seus dedos corriam pela curva da parte
inferior das costas, atingindo a parte superior da minha
calcinha. Eu me vesti com este compromisso em mente.
Rendas pretas pareciam muito sexy, então eu tinha ido com
algodão branco, as calcinhas um estilo de biquíni lisonjeiro,
mas modesto - o sutiã um estilo conservador.

Imaginei sua mão deslizando para baixo, puxando minha


calcinha para o lado e deslizando seu toque ao longo da fenda
da minha bunda. Incline-se para a frente, Sra. North. Isso pode
exigir um exame mais completo. Ele me separaria com aqueles
dedos longos e talentosos. Mergulharia um dentro de mim e
maravilharia com o ajuste apertado. Então um segundo. Você
sempre foi tão sensível, Sra. North?

Você gosta quando eu te toco lá?

Que tal aqui?

Eu me endureci contra a fantasia, tentando afastá-la e me


concentrando em um recipiente de bolas de algodão, colocado
na parte de trás do balcão. Eu não precisava disso, não agora.
Eu apertei meus olhos e forcei o caminho de volta.

Ele empurrava seus dedos mais profundamente e ficava


duro, seu pênis projetando-se contra aquelas roupas soltas, a
ponta dele batendo contra a minha perna enquanto ele se
movia ao meu redor. Ele mudaria sua postura e alcançaria
para ajustá-lo. Olhe para a porta e lute com o dilema moral.

Ele não seria capaz de resistir. Não quando me recostei na


mesa de exame e abri minhas pernas. Não quando ele viu o
ponto úmido na virilha da minha calcinha, a evidência da
minha necessidade. Não quando abri meu sutiã, tirei as alças
de meus ombros e deixei que ele visse os seios que ele
continuava escondendo.

Ele gemeu. Hesitei novamente. Sua mão se acomodaria


em sua virilha. Ele provocava o eixo através do material. Ele
daria uma última olhada na porta. Então ele puxaria o cinto
de suas calças para baixo. Ele avançaria. Deite-se, ele
rosnaria. Eu vou te dar exatamente o que você quer. Eu
aposto que ele é grande. Apostei por trás daqueles óculos de
armação grande e corte de cabelo nerd, havia uma besta de
um pau, esperando para ser liberto. Aposto que ele está
pronto. Seu aperto provavelmente se fecharia ao redor da
minha garganta. Ele colocaria a mão na minha boca para
abafar meus gritos. Ele se inclinaria para a frente, bem
quando ele empurraria para dentro de mim, e me chamaria de
putinha suja.

Eu separei meus pés levemente enquanto ele passava a


ponta da caneta pela minha bochecha, puxando a calcinha
mais para cima para expor mais pele.

─ Qualquer coisa que eu preciso saber aqui?

─ Não que eu saiba. ─ Eu tentei rir. ─ Mas eu também


não sabia sobre as sardas que você acabou de tirar fotos. É
difícil ver minha bunda.

─ Peça ao seu marido que verifique você a cada dois


meses. Entre nossos compromissos. Com a história da sua
família, é importante que permaneçamos diligentes.

Nós. Pensei nele fazendo o exame com Easton. Easton


franziria a testa com a familiaridade fácil que o médico tinha
com meu corpo. Ele iria parar suas mãos antes que elas
chegassem perto da minha bunda. Eu teria a atenção de
ambos, os dois olhos, as duas mãos, correndo por cima de
mim ao mesmo tempo. Mordi o lábio para manter minha
respiração sob controle, a ideia praticamente me fazia ofegar.
─ Vire-se, Sra. North. ─ Ele ficou no banco baixo, e
quando me virei, ele estava no nível dos meus quadris.

Ele jogou um bom jogo. O Dr. Richards era estritamente


profissional. Isso só fez a fantasia mais quente, só me fez
questionar mais as fronteiras. Eu não comprei a aliança de
casamento de ouro ou os uniformes passados, seu jeito nerd
com o horário de 24 horas. Foda-se o diploma da escola de
medicina na parede. Ele escolheu uma profissão onde ele
poderia colocar suas mãos em todas as mulheres. Ele gostava
de que nos despirmos em seu escritório e ficamos diante dele,
tremendo sob o termostato muito frio que ele próprio colocou.
Esta noite, talvez ele tivesse se recuperado para mim. Ele me
imaginaria assim e ficaria duro. Pegando seu pênis e imagino
minha boca, minha pele, minha boceta molhada e apertada.

Eu apertei meus músculos internos e não pude parar o


tremor que me atingiu quando sua mão pousou na minha
coxa. Eu mantive meus olhos no chão, mas senti o rubor
bater nas minhas bochechas. Ele tinha notado?

─ Você parece bem, Sra. North. Tudo aqui é semelhante


em tamanho. Eu não vejo nenhuma necessidade de biópsia
nesta visita.

Ele se levantou, seus olhos movendo-se criticamente


sobre o meu decote, mesmo que ele já tivesse coberto.

─ Eu acho que você deveria voltar em um mês, só para


dar uma olhada nesse novo lugar nas suas costas. A menos
que você queira apenas me manter informado, e faça seu
marido verificar isso. ─ Seus olhos encontraram os meus.

─ Não, eu vou marcar. ─ Eu ri. ─ Meu marido não tem


muita atenção aos detalhes. Pode ser do tamanho de um
quarto e ele não notaria.

Ele sorriu. ─ Então eu vou te ver em um mês.

Ele me deixou para me vestir e eu apertei a fechadura na


porta, deitando em sua mesa de exame e empurrando minha
calcinha até as minhas coxas. Esfregando meus dedos
suavemente sobre o meu clitóris, cedi à fantasia ilícita. Fechei
meus olhos e pensei em seu toque. Imaginei que ele tinha
uma câmera escondida nas aberturas. Ele provavelmente
estava de volta ao escritório agora. Mal conseguia fechá-la
antes que ele tirasse o pau, inchado de necessidade, com a
ponta molhada de pré-gozo. Endireitei minhas pernas, meu
corpo enrijeceu, e pensei nele me observando, seus olhos se
arregalando com a visão. Ele mal chegaria a sua cadeira antes
que suas bolas se apertassem, seu orgasmo se fechasse. O
meu estava perto. Meu corpo estava zumbindo, meus
mamilos espetados e sensíveis no ar frio, meus pés arqueando
enquanto eu quase me levantei da mesa de exame e na minha
mão.

Ele não seria capaz de segurar o gemido. Ele atirava em


toda a sua mesa, em documentos importantes, arquivos de
clientes e resultados de testes. Ele continuaria vindo, seus
olhos grudados na tela, colados na imagem de mim, e ele não
se importaria, não pensaria em nada, exceto o quanto ele me
queria.

Meu orgasmo se arrepiou, meu toque se suavizou, minhas


costas se arquearam enquanto as ondas de prazer se
acumulavam e se rompiam, meu corpo afundando no plástico
acolchoado enquanto elas diminuíam, depois caiam.

Minha mão caiu da minha abertura encharcada e fiquei lá


por um longo momento, me recuperando.

Recuperando... e me odiando pelo que eu havia me


tornado. Insaciável e louca. Eu tinha uma estrela pornô de
um marido e ainda não conseguia manter meus joelhos
imaginários juntos.

Easton não sabia disso, mas eu parei de tomar meus


medicamentos para fertilidade há três meses em uma
tentativa de conter as fantasias. Elas não pararam. Se alguma
coisa, elas estavam ficando mais fortes. Mais frequentes. Mais
insistentes. Drogas prévias de fertilidade, eu poderia ter uma
atração passageira e seguir em frente sem pensar duas vezes.
Na semana passada, eu fechei temporariamente uma casa
aberta para que eu pudesse me tocar no banheiro, minha
cabeça entupida com pensamentos sujos do dono voltando
cedo e me pegando.

Eu tive que fazer algo. Eu não podia continuar assim, não


sem ser pega por alguém.
Um carrinho sacudiu no corredor e eu rolei com um
suspiro contente, então me vesti.
8
Passei a mão pela buzina, preparada para me tocar se o
Maserati à minha frente tivesse alguma ideia. ─ Continue, ─
eu insisti sob o fôlego, soltando um suspiro enquanto
observava o nariz do carro esportivo roxo em direção ao único
ponto paralelo em Lincoln. Suas luzes de freio se acenderam e
depois escureceram, o motor soou quando o motorista o
acelerou para frente. Eu chicoteei meu volante para a
esquerda, depois para a direita, ignorando a buzina irritada
do carro atrás de mim enquanto manobrava meu carro para o
ponto apertado. Levantando a mão, acenei para agradecer ao
motorista impaciente, depois empurrei para o
estacionamento.

Abrindo a porta do carro, fui atingida com toda a força da


umidade de Miami. O calor era como um cobertor de lã,
arranhando minha pele e abrindo caminho sob a minha blusa
solta. Tirei um pé, depois o outro, me aproximando do carro
enquanto descia e evitava a faixa de tráfego que passava.

Dando a volta no BMW, eu apertei o botão de bloqueio no


alarme, desviando meus olhos para o bipe barato que fazia.
Já era ruim o suficiente na nossa rua arborizada, onde o
dinheiro antigo mantinha o clássico Rolls Royces em suas
garagens de quatro carros. Neste endereço eu sou um tipo
diferente de patética - o tipo ofuscado por carteiras
chamativas que veem minha introdução como o que era -
uma tentativa de sentar na mesa dos adultos, apesar da
minha falha.

─ Elle! ─ Chelsea gritou de uma mesa sob um guarda-


chuva listrado. Acenei para ela e passei pelo estande da
recepcionista e pelo pátio lotado da rua. Na Lincoln Avenue, o
espaço era caro, e eu acidentalmente derrubei pelo menos
duas pessoas com a minha bolsa antes de chegar a Chelsea.

─ Não há lugares lá dentro? ─ Eu joguei a bolsa debaixo


da mesa e afundei no banco oposto. Agarrando o menu, eu
me abanei para o meu pescoço.

─ Não. Mas os ares estão ligados. Apenas sente aí por um


minuto, você vai senti-los. ─ Ela levantou uma mistura rosa
pálida para seus lábios. ─ Eu te pedi um mojito.

─ Ótimo. ─ Eu olhei para o meu relógio. ─ Desculpe estou


atrasada. O inspetor da casa não apareceu até dez e demorou
uma eternidade.

─ Está tudo bem. ─ Chelsea acenou os dez minutos sem


preocupação. ─ Eu tenho flertado com o garçom. Ele e eu
estamos em total concordância de que você é uma vadia
impensada, então não deixe de representar o papel.

Eu soltei uma risada. ─ Sem problemas. Estou me


sentindo como uma vadia totalmente imprudente. A
propósito, você está comprando o almoço e eu quero o
aperitivo de atum.
─ Há a minha cadela. ─ Ela sorriu para mim. ─ E eu já
pedi o aperitivo de atum para encontrar algo mais difícil.

─ Hmm... ─ Eu enruguei meu nariz. ─ Me dê tempo. Eu


vou pensar em alguma coisa.

─ Mojito? ─ A bebida foi entregue por um homem de pele


muito escura que encheu sua camisa de golfe verde com
perfeição. Ele sorriu para mim. ─ Bem-vindo ao Papitos.

Chelsea puxou a manga do homem e, em seguida, lançou


um questionário detalhado sobre as opções sem glúten no
cardápio. Eu pedi, em seguida, sentei-me na minha cadeira e
levei um momento para soltar a tensão da manhã.

Esse fechamento seria a minha morte. Duas semanas


depois de contrato em uma casa que eu precisava
desesperadamente vender, e meus vendedores estavam sendo
baratos. A inspeção da casa tinha sido um longo
procedimento de retenção da respiração, onde eu esperei as
inevitáveis más notícias, então consegui exatamente o que eu
esperava. Fiação de alumínio nos tubos de sótão e cobertura
no banheiro de baixo. Custaria dez mil para consertar, se não
mais. Dez mil dólares em um contrato em que eu já havia
comido uma grande comissão, apenas para selar o acordo.

─ Você já esteve com um cara negro? ─ Chelsea colocou a


pergunta no volume normal, em seguida, colocou um pedaço
de pão em sua boca. Pão que certamente continha glúten,
apesar do interrogatório ela acabou de pegar o cardápio.
Eu olhei para o pão e considerei minha própria evitação
de carboidratos, um que estava em um período de doze dias.
─ Oh não.

─ Eles são bons, ─ ela meditou com a boca cheia de pão, a


palavra esticada e saboreada, a cabeça virando para ver como
o garçom passou e para uma mesa ao lado, um jarro de água
gelada na mão. ─ Muito atlético.

Rasguei o canto mais jovem do topo de um rolo e cavei-o


no monte de manteiga, reprimindo minhas opiniões sobre o
comentário. Chelsea já teve aspirações políticas - uma
carreira de curto prazo que abandonou na época em que as
primeiras acusações de propina começaram a voar. Nós
sentamos ela sobre margaritas e tacos e explicou muito
gentilmente que ela era uma ofensa ambulante e falando de
assédio sexual. Ela escutou nossos pontos com muita
atenção, depois pediu uma rodada de doses de tequila e
brindou à promiscuidade e à paz mundial.

─ Falando em boa... ─ ela ergueu um dedo e engoliu o


pedaço de pão, depois continuou. ─ Como está esse seu
delicioso marido?

─ Ele está bem. ─ Eu abaixei o vidro frio. ─ Por favor, não


o compare a nenhum homem negro que você fodeu. Eu
gostaria de fingir, pelo menos até eu conseguir algo para
comer, que você não tenha dormido com meu marido.

Foi um comentário inoportuno, minha réplica aérea


aterrissando na cara do homem idoso que parou na nossa
mesa. Ele hesitou, seu olhar passando de mim para Chelsea,
depois passou a mão pela gravata e começou a falar.

─ Senhorita Pedicant?

Chelsea se endireitou em seu assento. ─ Sr. Bronson. Que


maravilha te ver. Você está com sua esposa?

─ Infelizmente, não. ─ Ele me deu um sorriso educado e


eu meio que me levantei na cadeira, oferecendo minha mão e
me apresentando. Voltando sua atenção para o Chelsea, ele
começou a aliviar o passado. ─ Por favor, diga ao seu pai que
eu disse olá. Temos grandes planos para o próximo ano e
precisaremos do apoio total de sua estação.

─ Eu certamente direi a ele. Por favor, dê o meu melhor


para sua esposa.

Ele acenou para Chelsea, depois para mim, depois


continuou sua lenta e metódica jornada para fora do
restaurante.

Chelsea esperou até que ele estivesse fora do alcance da


voz, então falou. ─ Se você quiser sair de Easton para um
bilionário, esse é o seu homem aí mesmo. Frank Bronson. A
esposa dele é da nossa idade e tem seios tão grandes quanto a
sua cabeça.

─ Sério? ─ Eu estiquei minha cabeça para dar uma


olhada final no cavalheiro mais velho. ─ Ele não parecia desse
tipo.
Ela soltou um suspiro quando enfiou a mão na bolsa. ─
Todo homem é desse tipo, é apenas uma questão de saber se
eles têm o dinheiro e as bolas para tirá-lo. ─ Ela puxou o
telefone. ─ Deixe-me mandar uma mensagem para meu pai
rapidinho. Ele vai querer saber que eu o vi.

─ Não foi exatamente o melhor momento para ele entrar


na nossa conversa, ─ eu disse secamente.

Ela sorriu enquanto seus dedos passavam pela tela. ─ Eu


sei direito? Você viu o rosto dele?

A ausência de preocupação foi uma das razões pelas


quais eu a amava. Foi também, nos meus momentos
estressantes, um dos aspectos mais irritantes da nossa
amizade. Tudo na vida do Chelsea parecia ser fixado por
dinheiro ou sexo. Ela trabalhava para o conglomerado de
mídia de seu pai e desfrutava de segurança de emprego
incontestada, de suas próprias horas, de uma conta bancária
interminável e de uma noite suficiente para impressionar até
mesmo as putas mais vorazes.

O aperitivo de atum foi entregue e eu puxei minha cadeira


para mais perto da mesa, ansiosamente mergulhando na
montanha tártara.

─ Antes que eu esqueça. ─ Chelsea olhou para cima de


seu telefone. ─ Eu tenho um cliente para E.

─ Um atleta?

─ Sim. Nicole Fagnani - ouviu falar dela?


Eu não, mas isso não significou nada. Quando se tratava
de atletas profissionais e esportes, meu repertório de
conhecimento era muito pequeno. ─ Que esporte ela pratica?

Chelsea me deu um olhar exasperado. ─ Tênis, Elle. Juro


por Deus, você presta atenção em alguma coisa? Nicole é
quem amarrou Agassi naquele jogo de caridade em dezembro.
Agassi, Elle.

Eu ouvi falar de Agassi. Eu lutei para lembrar o porquê. ─


Ele é casado com alguém famoso, certo?

─ Oh meu Deus, pare com isso. ─ Ela mergulhou um


biscoito crocante no atum. ─ De qualquer forma, a Nike
acabou de assiná-la para um contrato ridículo e ela está
fazendo anúncios na semana que vem. Eu pensei que você
poderia vir com E, e eu poderia fazer a introdução.

─ Quem é a sua atual agente? ─ Revirei a ideia na minha


cabeça. Depois que Easton foi dispensado pelo Marlin, ele
decidiu usar seu diploma de finanças para ficar em Miami e
aconselhar atletas profissionais. Pelo menos esse era o plano.
Juro por Deus, todo o seu plano de carreira foi idealizado
depois de três cervejas e um único episódio de uma série. Só
que, ao contrário de Dwayne Johnson e sua casa grande e um
bando de carros exóticos, estávamos encarando a crescente
dívida de cartão de crédito e uma casa que parecia estar à
beira do colapso.

─ Quem sabe ou se importa? Ela vai dar uma olhada em


seu marido e se inscrever para qualquer merda que ele esteja
vendendo. ─ Ela dispensou a preocupação como se a
aparência de Easton fosse uma poção mágica que
transformou mulheres inteligentes em idiotas.

Embora... olhei para o diamante no meu dedo anelar


esquerdo. Eu era um exemplo bastante brilhante de
exatamente isso. Quando ele propôs, ele estava cheio de
sonhos das grandes ligas. Jatos. Estádios embalados.
Mansões de férias e equipes domésticas. Ferraris e contratos
de monstros. Todas as coisas que ele achava que me
impressionariam, mas eu comprei em Easton North por um
conjunto totalmente diferente de fatores - fatores que ele
ainda possuía em espadas. Charme. Paciência. Inteligência.
Calor. Uma combinação letal que seria difícil para qualquer
mulher resistir.

─ Ela é bonita?

Chelsea me lançou um olhar perplexo. ─ Isso importaria?


Não me diga que você está subitamente insegura sobre o seu
casamento. Você sabe que E. é louco por você. E achei que ele
precisava de mais clientes.

─ Ele precisa, ─ eu disse bruscamente. A lista de clientes


do meu marido era magricela - alguns jogadores de beisebol
que ele comprou usando todas as conexões profissionais que
ele possuía, além de um jovem jogador de golfe que parecia
mais interessado em festejar do que em ganhar. Ele tinha
alguns pagamentos agradáveis, mas nada que aliviasse o
aperto firme que se instalou no meu peito a cada rodada de
contas mensais. ─ Envie-lhe os detalhes da filmagem. Vou
falar com ele.

─ E não, ─ ela comentou suavemente. ─ Ela não é bonita.


Mas realmente, Elle. ─ Ela levantou uma sobrancelha loira
para mim. ─ Ciúme não é sua coisa.

Foi alguma vez? Talvez tenha sido a nossa conversa


franca em que Easton me contou sobre o flerte do simpósio,
ou a minha culpa pelas minhas fantasias desenfreadas, mas
eu estava me sentindo mais possessiva em relação ao meu
marido. E talvez um pouco insegura, especialmente onde uma
potencial cliente atlética e bem-sucedida estava envolvida.

Meu telefone soou, me salvando de uma resposta


inteligente que eu não tinha. Eu fiz um grande show pegando
minha bolsa e vasculhando seu conteúdo, deixando de lado o
relatório de inspeção e encontrando o telefone fino. ─ Falando
do diabo. ─ Eu sorri e abri o texto de E. Lendo a mensagem
curta, meu humor afundou.

Acabei de receber uma ligação de Aaron. Becca só o


serviu com papéis de divórcio. Diz que ela está
apaixonada por outra pessoa.

─ Oh meu Deus.

─ O quê? ─ Chelsea pegou meu telefone, querendo ler a


mensagem.

Eu segurei fora do alcance dela. ─ Becca está se


divorciando de Aaron. Ela está traindo-o.
Seus olhos se arregalaram, expondo sua sombra roxa
brilhantemente aplicada. ─ E ela está deixando-o? Por que
diabos ela trairia Aaron?

Pensei na consulta de dermatologia de ontem. O barista


masculino na cafeteria que eu passava três manhãs por
semana. As fantasias que estavam começando a bater contra
a minha moralidade a cada dia. Eu seria Becca um dia?
Enquanto eu nunca sairia de Easton, duas das minhas
amigas incrédulas criticariam minha traição por um aperitivo
e bebidas diluídas?

Soltei a parte de trás de uma perna do assento de plástico


e cruzei as pernas, prendendo minhas mãos debaixo das
minhas coxas. ─ Talvez devêssemos ligar para ela.

Chelsea cantarolou uma barra de trepidação. ─ Eu não


sei. Melhores amigos de Aaron. Nossas alianças parecem
bastante claras.

Sim, no mundo das divisões, a escolha foi fácil. A mulher


malvada ou o marido enlutado. Nosso amigo ou sua esposa
traindo. Que bom seria um ramo de oliveira? Ela ainda
merecia um gesto amigável?

Não, mas meu coração ainda quebrou ao pensar em um


casamento morrendo. Olhei para a toalha de mesa branca e
apaguei o desejo de estender a mão.

─ Agora, ─ Chelsea anunciou com a maldade que só


poderia preceder uma declaração ridícula. ─ É cedo demais
para finalmente confessar meus sonhos molhados sobre
Aaron? Porque meu Deus, esse menino é delicioso.

Eu soltei uma risada. ─ Finalmente confessar? Você disse


a Becca que queria que ele enchesse você como um brinquedo
de pelúcia.

─ Isso foi um elogio, Elle. ─ Ela tentou revirar os olhos,


mas acabou rindo em vez disso. ─ Eu estava tentando
quebrar o gelo! Ela estava tão dura naquela noite que a
conhecemos. ─ Ela se endireitou em seu assento e adotou um
sotaque sulista que ninguém usou em cem anos. ─ Prazer em
conhecê-la, Chelsea. Embora eu deva dizer, você está vestida
de branco depois do Dia do Trabalho.

─ Ela não disse isso, ─ eu protestei.

─ Ela queria dizer isso. Eu podia senti-la querendo dizer


isso. ─ Ela brincou com o final do seu canudo. ─ Então eu dei
a ela um elogio ao namorado dela. ─ Ela encolheu os ombros.
─ Eu não teria feito isso se eles já fossem casados.

─ Oh certo. ─ Eu balancei a cabeça. ─ É aí que você


desenha a linha. Porque você certamente quebrou sua
armadilha sobre Easton desde que eu desci o corredor.

─ Easton é diferente, ─ ela choramingou. ─ Eu o tive


primeiro, então estou autorizada a falar sobre suas proezas
sexuais. Além disso, preciso lembrá-lo do enorme sacrifício
que fiz em prol da nossa amizade. ─ Ela segurou as mãos a
cerca de trinta centímetros de distância para deixar o
trocadilho perfeitamente claro. Joguei o invólucro do meu
canudo para ela.

─ Falando em sacrifício... ─ ela se animou ao ver nosso


garçom retornando, um jarro de água na mão. ─ Eu pretendo
me desnudar no altar do nosso garçom hoje à noite. Seja uma
querida e corra para o banheiro, vai? Eu estou prestes a...

─ Não diga mais nada, ─ eu interrompi, empurrando para


os meus pés. Você só assiste Chelsea bater em um homem
uma vez, e você aprende sua lição. Eu tive ceras de biquíni
que são menos desconfortáveis. Eu peguei minha bolsa e
escapei a tempo.
9
Vegas?

Três dias depois, o texto de uma palavra do Chelsea


apareceu. Eu puxei a porta da caixa de correio, abrindo a
dobradiça enferrujada. Havia um pacote pequeno e macio,
enfiado entre as notas, enfiei na bolsa e olhei para a casa.
Easton não estava à vista, mas seu jipe estava na estrada,
junto com o caminhão da cabine da tripulação de Aaron,
Talbot’s Construtora impresso em vermelho na lateral.

Eu fechei a porta da caixa de correio e destranquei meu


telefone, digitando uma resposta rápida.

Não.

Eu não sabia o que ela estava pensando, mas nossas


finanças atuais fizeram de Vegas uma ideia terrível agora.
Especialmente com o amor por jogos de Easton.

Os pontos apareceram imediatamente, seguidos por um


emoji com vapor saindo de narinas irritadas. Eu ri e respondi.

Onde está você?

Deixando os altos pinheiros. Fiquei presa aos pais,


mas estarei lá em breve.

Enviei um sinal de positivo, em seguida, dirigi-me para a


casa, folheando a correspondência enquanto subia o caminho
de concreto pintado. Olhei na caminhonete de Aaron quando
passei, curiosa se ele trouxe uma sacola. Além de uma taça e
uma prancheta estofada, o banco da frente estava vazio.

Balançando a porta da frente, fiz uma pausa, me


preparando para a saudação entusiástica de Wayland e o
grito de Easton. Nem veio, e olhei pela entrada aberta. ─ Olá?

Silêncio. Eu chutei meu pé esquerdo e tirei o sapato,


depois fiz o mesmo com a direita. Abrindo o armário de
entrada, coloquei as bombas elétricas azuis em um local
aberto em uma prateleira do meio, entre um conjunto de
medalhas de ouro e algumas sandálias. Alcançando minha
bolsa, peguei o pequeno pacote e coloquei na prateleira mais
alta, empurrando-o para trás de um par de sandálias
gladiador que eu não usava desde que Selena e Justin se
separaram. O pacote bateu contra o do mês passado, e eu me
amaldiçoei por deixar passar outro mês sem cancelar o
autopreenchimento do medicamento de fertilidade. As pílulas
eram ridiculamente caras.

Puxando a minha camisa, tirei-a da saia lápis que se


apertava na cintura enquanto fazia meu caminho através da
sala de estar formal e escura. Originalmente, nós tínhamos
planos para derrubar essas paredes e criar um piso plano
aberto, que olhasse para o quintal e a piscina. Talvez isso
ainda aconteça um dia. Por enquanto, tínhamos seis salas
que dividiam nossa metragem quadrada em um plano instável
que seria uma droga de vender. Eu não sei o que as pessoas
estavam pensando nos anos setenta. Talvez eles gostassem de
estar separados o tempo todo. Talvez a esposa quisesse
cozinhar em uma caixa quadrada onde não pudesse ver
ninguém e gostasse que seus joelhos batessem na banheira
quando ela se sentasse para fazer xixi.

Entrando na cozinha, avistei Easton e Aaron reunidos na


varanda de trás, as cabeças inclinadas para baixo, olhando
para algo aos pés deles. E, assim, a visão inesperada e
indesejável avançou.

Meus joelhos, raspando contra o áspero chão de concreto


quando me ajoelhei entre eles.

A mão de Aaron, pousando na parte de trás da minha


cabeça e me puxando para dentro.

O tecido gasto do jeans de Easton sob a minha mão, sua


pose mudando impacientemente quando deixei Aaron guiar
minha boca em seu pau duro.

─ Pegue tudo, ─ Easton ordenou, sua voz rouca.

─ Jesus, ─ Aaron jurou. ─ Sua esposa sabe como chupar


um pau.

Eu me afastei da janela bruscamente, tentando apagar a


visão da minha cabeça. Piscando rapidamente, eu fiz meu
caminho até a porta deslizante e abri, colando um sorriso no
meu rosto. ─ Ei pessoal.

Eles olharam e um sorriso lento se espalhou pelo rosto de


E. ─ Olá baby.
Entre as pernas, sentou-se Wayland, com o queixo para
cima, a boca aberta, a língua pendendo para o lado. Ele me
viu e latiu, a cauda balançando, mas não se mexeu.

─ E. estava me contando sobre o seu dia, ─ explicou


Aaron.

─ Dia de Wayland? Ou E.? ─ Eu naveguei ao redor da


mobília do pátio e dei um beijo em Easton, coloquei outro no
focinho de Wayland e, em seguida, abracei Aaron. Ele era tão
alto quanto E, e eu tinha que ficar na ponta dos pés para
envolver minhas mãos no pescoço dele. ─ Desculpe ouvir
sobre tudo, ─ eu sussurrei em seu ouvido. Ele me apertou
mais em resposta.

─ Obrigado. ─ Nós nos separamos. ─ E o dia de Wayland.

Eu olhei para Easton. ─ Ah não. O que ele fez?

─ Wayland, ─ ele disse solenemente, ─ foi expulso do


recreio.

─ Chutado para fora do recreio? ─ Eu fiz uma careta,


cruzando os braços e olhando para o cachorro, que me
ofereceu uma pata gigantesca, seu sorriso se fechando
enquanto ele observava minha expressão severa. Enquanto eu
observava, uma longa linha de baba escorria no chão.

─ Ele estava transando com os outros cachorros, ─


explicou Easton. ─ Impiedosamente.
─ Oh Deus. ─ Estendi a mão entre os dois homens e
peguei o rolo de toalhas de papel, arrancando um pedaço e
me agachando. Eu limpei a mancha de baba antes de esfregar
a bochecha do cachorro. Ele tentou comer a toalha de papel e
eu frustrei a tentativa, envolvendo meus braços em volta do
seu peito e dando-lhe um abraço. Puxando as orelhas, fiquei
de pé. ─ Onde você acha que ele aprendeu isso?

─ Impaciente impiedoso? ─ Easton levantou uma


sobrancelha e ergueu as mãos em inocência. ─ Eu não faço
ideia.

─ Uh-huh. ─ Agarrei sua camisa e puxei, trazendo sua


boca para a minha. ─ Eu vou me trocar.

─ Você se importa de me pegar uma das camisetas do E.?


─ Aaron perguntou. ─ Estou morrendo de vontade de sair
dessa roupa. ─ Ele virou a cabeça para o lado e abriu a
gravata.

Eu comecei, de repente ciente de sua camisa branca e


gravata marinha escura. Eu não o via de gravata desde o
nosso casamento. ─ Olhe para você. Todo engravatado. ─
Como Easton, ele podia empatar com os melhores. Ele tinha
um físico maior do que o meu marido, mas era um bom
contraste, a camisa justa nos ombros e bíceps. Fazia tanto
tempo desde que eu o tinha visto em outra coisa que não uma
camiseta e jeans, levou um momento para se ajustar. Eu
gostaria de dizer que minhas fantasias mantiveram a
distância correta do melhor amigo do meu marido, mas eu
tinha uma fantasia de trabalhador da construção civil que eu
sempre reservei para o Aaron. Agora, meu cérebro
reformulou, colocando essa imagem no arquivo executivo
também.

─ Tive uma reunião no banco. ─ Ele fez uma careta. ─


Olhando para um empréstimo de negócio para comprar a
parte de Becca.

Fiquei séria ao perceber que ela possuía metade de seus


negócios de construção. ─ Eu sinto muito, Aaron. Isso é uma
droga. ─ Eu empurrei Wayland para longe antes que ele
subisse na minha perna. ─ Você já falou com um advogado?

─ Eu não estou contestando isso. Vamos nos encontrar


com um mediador amanhã para discutir a casa e o negócio.
Se pudermos concordar com essas coisas, tudo poderá ser
feito em trinta dias.

Trinta dias e seu casamento acabaria. Alarmante, com


que rapidez uma união poderia desmoronar. Eu me virei
antes de começar a me emocionar com o pensamento. ─ Eu
vou trocar de roupa. E vou te pegar uma camisa.

Puxei a porta e os deixei sozinhos na varanda.

─ Foda-se ela e seus sentimentos.

Eu parei atrás do dois e bati na borda do ombro de


Easton com uma cerveja gelada. ─ Aqui. ─ Ele se virou e eu
entreguei outro para Aaron, junto com uma camiseta gasta de
E. que tinha o beisebol do estado da Flórida em sua frente. ─
Se troque no banheiro da piscina e me traga sua camisa, ─ eu
instruí, esperando que ele seguisse a ordem e não se despiria
aqui.

─ Sim senhora. ─ Ele sorriu e pegou os itens. ─ Obrigado.

─ De quem são os sentimentos que estamos fodendo?

─ Becca, ─ respondeu Easton, espiando por baixo da


tampa da grelha. ─ Estou tentando convencê-lo a começar a
namorar.

─ Já? ─ Eu me empoleirei na borda da mesa do pátio. ─


Isso é muito rápido.

─ Ele não fez sexo em três meses. ─ Easton ergueu as


sobrancelhas para mim.

─ O que? ─ Eu fiz uma pausa, minha própria cerveja em


meus lábios. ─ Você e Becca não fizeram sexo em três meses?

Ele ignorou a pergunta e atirou em Easton um olhar


penetrante. ─ Eu vou me trocar. ─ Ele terminou sua cerveja e
a jogou na lata de lixo. ─ Sinta-se livre para discutir a merda
da minha vida enquanto eu estiver fora. ─ Ele caminhou na
direção do banheiro desatualizado pelo equipamento da
piscina. Seria quartos apertados, quentes pra caralho, e
rastejando com aranhas, mas eu não queria arriscar
desencadear outra fantasia com a visão do seu abdômen de
seis gomos.
─ Três meses? ─ Eu sussurrei. ─ Aí. ─ Não é de admirar
que Becca o tenha traído. Assim que pensei nas palavras, eu
as odiei. Becca provavelmente estava pulando no pau de seu
colega de trabalho nos últimos três meses e ignorando as
necessidades de Aaron no processo. Outro cara pode ter se
desviado do relacionamento antes, mas eu conhecia a
lealdade de Aaron. Ele era como Wayland com um brinquedo.
Uma vez que ele assumisse um compromisso, ele ignoraria
todo o resto, não importando o quão desgastado ou sujo ou -
no caso de Aaron - mal-humorado e assexuado - isso se
tornaria.

─ Você não duraria três meses, ─ disse Easton com um


sorriso arrogante, como se ele fosse a única fonte de pulsação
exagerada do meu desejo sexual.

─ Nem você, ─ eu respondi.

─ Ele está hospedado na casa de sua mãe. ─ Easton olhou


para o banheiro. ─ Ela está em Nova York esta semana, então
tudo deu certo, mas na próxima semana... ─ Ele fez uma
pausa enquanto Aaron chegava ao redor da casa, com a
camisa na mão, o cabelo molhado, a camiseta de Easton um
pouco apertada demais.

─ Você terminou de me ridicularizar ou devo levar mais


tempo?

─ Tudo feito. ─ Peguei sua camisa e fui em direção à casa.


─ Vamos encontrar uma mulher para você, ─ disse E.,
como se fôssemos peças de reposição em uma esteira
transportadora. ─ Eu tenho a garota perfeita. Super atlética.
Bonita. Solteira.

Parei um pouco antes da porta dos fundos, curiosa para


ver a quem ele estava se referindo.

─ Ela é esse cliente em que estou trabalhando. Nicole


Fagnani. A estrela do tênis.

Aaron resmungou algo que eu não consegui entender.

─ Estou apenas começando com ela. Ela é alta, cara.


Vocês teriam altas crianças.

Nicole Fagnani? Eu olhei para Aaron, tentando olhar para


ele através de olhos imparciais, mas confirmei o que eu já
sabia. Ele estava com calor. Realmente quente. Pegue um
cavalheiro sulista e faça-o passar por dez horas de trabalho
manual a cada dia e você tinha Aaron - apenas refinado o
suficiente para manter aberta a porta, mas áspera e forte o
suficiente para transar com você.

Eu pesquisei a tenista no Google por pura insegurança,


querendo saber com quem meu marido iria trabalhar e soltei
um suspiro de alívio quando os milhares de resultados de
pesquisa produziram uma mulher comum. Levemente bonita,
mas nada que eu precise perder o sono.

Aaron pegou seu telefone, supostamente para fazer sua


própria busca da mulher. Eu me demorei na sombra do pátio,
ocupando-me com a colheita de flores mortas da minha
planta de margarida.

─ Ela está bem. ─ Suas palavras foram abafadas por trás


de uma cerveja e eu dei um passo sutil para perto. ─ Não
Becca.

─ Não é a sua aparência, ─ disse meu marido. ─ Ela é


apenas uma daquelas mulheres que tem algo sobre elas,
sabe?

Minha canela direita colidiu com a ponta da lavadora de


pressão e eu mordi de volta um grito de dor oculto pelo
barulho da lata de spray quando ela caiu no chão. Os dois se
viraram para olhar para mim.

─ Você está bem? ─ Easton olhou para mim.

─ Oh sim, ─ eu disse despreocupadamente, tentando


avançar sem mancar. ─ Eu estava apenas limpando aqui.
Achei que poderíamos comer fora.

─ Neste calor? ─ Ele acenou com a cerveja em direção à


casa. ─ Nós podemos comer na cozinha.

─ Oh. ─ Eu levantei meu ombro como se eu não me


importasse de qualquer maneira, como se a minha camisa
não estivesse grudada nas minhas costas pelas temperaturas
ridículas do lado de fora. ─ Seja como for. ─ Eu me mudei
para o refrigerador e levantei a tampa, pegando uma garrafa
de cerveja e torcendo a tampa. ─ Então, ela tem algo sobre
ela?
Meu marido olhou para mim como se não tivesse a menor
ideia do que eu estava falando.

─ A tenista, ─ Aaron cutucou.

─ Oh. Sim. ─ Easton voltou-se para ele. ─ Como uma


química sexual. Apenas encontre ela. Você vai ver o que eu
quero dizer.

─ Uma química sexual, ─ repeti, olhando para ele.

Ele riu. ─ Não comigo. Apenas em geral.

─ Uh-huh. ─ Meu nível de conforto com sua nova cliente


de repente deu uma curva acentuada para a direita.

─ Para ser honesto, eu nem posso pensar em conhecer


outra pessoa agora. ─ Aaron abriu a grelha e olhou para os
bifes. ─ Eu acho que...

─ Espere. ─ Eu apontei para Aaron e voltei para Easton. ─


Essa cliente vai ser um problema?

─ Baby. ─ Ele colocou sua cerveja e colocou as duas mãos


nos meus ombros, olhando nos meus olhos. ─ Nenhuma
mulher será um problema.

─ Não flerte com ela, ─ eu instruí.

─ Você me disse para flertar com ela, ─ ele me lembrou, e


foi um ponto excelente e irritante. Eu me encolhi com a
lembrança de eu empurrá-lo para fora da porta com
instruções para fechar o negócio. Flerte com ela se for preciso.
─ Isso foi antes.

─ Antes do que?

─ Antes de descobrir que ela tem algum tipo de química


sexual potente, você sente a necessidade de sair correndo e
contar a Aaron! ─ Ele está certo, você sabe. Ela está bem.
Quase bonita. ─ Eu pude ouvir a insegurança da crueldade
em minhas palavras, mas não me importei, não na alarmante
consciência de que meu marido achava sua nova cliente
atraente.

─ Correr? ─ Easton levantou uma sobrancelha para mim.


─ Eu não corro. Confiantemente passeio.

─ Passeia, ─ Aaron sugeriu.

─ Ritmo.

─ Exploro.

─ Eu gosto desse. ─ E apontou para Aaron. ─ Exploro.


Muito autoritário e decisivo.

Eles têm sorte de eu não ter essa cerveja ainda na minha


mão. Eu teria jogado por cima da cabeça deles. Soltei uma
expiração altamente controlada e observei o sorriso de Easton
se suavizar. Ele se inclinou para frente e me deu um beijo
gentil. Eu me desviei. ─ Você não tem nada para se
preocupar, ─ ele disse baixinho. ─ Você é tudo para mim.
Eu sabia, acreditava, mas ainda sentia um nó de estresse
se desenrolar com as palavras. Fingindo irritação, me afastei
dele. ─ Vou preparar o milho. Não queime os bifes.

─ Sim, senhora, ─ Aaron gritou. Eu olhei para ele em


resposta, então mordi de volta um sorriso quando ele riu.
10
Eu decidi em algum lugar no meio do meu bife que eu
odiava Becca. Odiava-a veementemente. A traição era uma
coisa e imperdoável em si mesma. Mas foi sua atitude sobre
isso que estava enviando minha fúria para uma nova direção.
Ela estava sendo desdenhosa para Aaron, como se ela não
tivesse que se explicar para ele, como se os últimos três anos
de casamento não lhe concedessem o direito de fazer
perguntas sobre suas razões para pedir o divórcio.
Apaixonada por outro homem? Isso não era bom o suficiente.

─ Então você não sabe de nada? ─ Eu apunhalei um


pedaço de carne. ─ Nada sobre o que ela planeja fazer? Se ela
está se casando com ele? Há quanto tempo eles estão se
vendo?

─ Ela disse que eu preciso respeitar sua privacidade. ─


Ele suspirou e se recostou na cadeira. ─ O que quer que isso
signifique.

─ Mas ela nem sequer considera a ideia de trabalhar com


isso e ficar junto? ─ Chelsea se curvou para a frente,
colocando seu copo de vinho com as duas mãos como se fosse
uma xícara de café.

─ Eu não sei. Eu tentei falar com ela sobre isso e ela disse
que eu estava pressionando-a.

Eu encontrei o olhar de Chelsea do outro lado da mesa e


pude ver seu desprezo mútuo. ─ Honestamente, acho que
estamos focados na coisa errada, ─ anunciei, largando meu
garfo. ─ Foda-se implorar para ela dar outra chance ao seu
casamento. Você ainda quer ficar casado com ela depois
disso? ─ Minha voz subiu a cada afirmação, e eu assisti
Wayland colocar o rabo entre as pernas e correr para fora da
sala em antecipação a uma briga.

─ Elle está certa. ─ Chelsea colocou um pedaço crocante


de batata em sua boca. ─ Você deveria estar deixando-a. Por
duas razões. ─ Ela esticou o dedo indicador da mão direita. ─
Um, porque ela não está tentando te reconquistar. E dois ─ o
dedo do meio se juntou à festa. ─ Ela não era tão boa para
começar. E se apaixonar por outra pessoa? Total de merda de
galinha.

Aaron estremeceu, e eu olhei para sua completa falta de


tato.

─ Não temos certeza de que ela está apaixonada por esse


outro cara. ─ Eu cutuquei a perna dela com o meu dedo do
pé, na tentativa de pontuar o meu ponto. ─ Ela poderia estar
emocionalmente confusa. Ou talvez seja apenas uma crise de
meia-idade. ─ Com seus vinte e poucos anos.

─ Uh-uh. Ela está comprometida com esse cara. Ou pelo


menos, comprometida com a ideia de abandonar o
casamento. Se houvesse uma chance de que Becca quisesse
permanecer casada, ela agiria completamente diferente. ─ Ela
assentiu com a cabeça através do resto de sua mordida, em
seguida, pegou sua taça de vinho. ─ A questão é que há
apenas uma maneira de consertar os problemas de Aaron.

O grupo ficou em silêncio enquanto ela tomava um gole


longo e dramático de vinho, em seguida, bateu os lábios
juntos. Eu ignorei a sua teatralidade, com certeza onde eles
estavam liderando.

─ Vegas, ─ ela anunciou, um pouco de brilho para as


vogais.

─ Vegas? ─ Aaron repetidamente cautelosamente.

Easton assentiu com entusiasmo e eu queria lançar o


mais recente extrato do cartão de crédito em sua cabeça.

─ Este fim de semana. ─ Chelsea ficou em pleno vigor. ─


Podemos levar o jato do meu pai. Dividir uma suíte. Ter o pau
de Aaron, sugado e fodido por cada vagabunda no lugar. No
momento em que o levarmos para casa, a mágoa dele será
curada e ele não vai se lembrar do nome do meio daquela
vadia. ─ Ela levantou o vinho em um brinde. ─ Vamos. Quem
está comigo?
11
─ Ocorreu a alguém que eu sou a única neste avião que
poderia se casar neste fim de semana? ─ Chelsea ficou no
meio do jato e ajustou seu véu branco.

─ Eu me casaria com você, ─ disse Easton do seu lugar


em uma das poltronas de couro. ─ Supondo que eles
permitem várias esposas em Nevada.

─ E supondo que você se divorcie de mim e encontre outra


esposa que esteja bem com duas esposas, ─ retruquei de
brincadeira.

─ Eu aprecio a proposta, mas eu nunca poderia ser uma


segunda esposa, ─ disse Chelsea com ar. ─ Estou pensando
em manter meu marido muito ocupado. ─ Ela se virou e
passou a mão nas costas dela, ajustando a delicada fileira de
rosas que escondia o zíper. ─ Mas eu estou falando sério. Até
que o divórcio de Aaron se torne definitivo, eu sou a única
esperança de um casamento de Las Vegas.

─ Eu não sou especialista, ─ comentou Aaron. ─ Mas eu


sinto que o vestido de noiva pode afastar qualquer candidato
a pretendentes.

─ Ainda bem que eu não estou procurando uma proposta


então. ─ Ela levantou a barra do vestido e cuidadosamente se
moveu para o sofá, posicionando as dezenas de camadas de
tule no lugar antes de se sentar com cuidado. ─ Eu estou
indo para os bad boys que querem contaminar uma noiva
inocente.

─ Eu gostaria de poder lhe dizer que era um plano


estúpido, mas ver você tentar vale a pena toda essa viagem. ─
Sorri para ela enquanto abria uma sacola de amendoim M &
Ms. ─ Alguém quer apostar em sua taxa de sucesso?

─ Espere. ─ Ela levantou a mão antes que os homens


pudessem falar. ─ O que determina o sucesso? Porque só
planejo deixar um homem dentro dessas coxas virginais neste
fim de semana.

─ Um cara parece muito fácil, ─ comentou Aaron. ─


Especialmente para ela.

Chelsea sorriu para ele. ─ Eu vou aceitar isso como um


elogio.

Ele ergueu sua bebida para ela em resposta. Eras atrás,


quando estávamos na faculdade e assistíamos aos jogos de
beisebol de Easton e Aaron - eu entretinha as noções de um
sanduíche de Chelsea e Aaron. Apesar de suas proclamações
de atração, ela nunca seguiu esse caminho, e eles se
estabeleceram cedo em um tipo de relação irmão/irmã que
continha muita provocação, mas nenhuma química sexual.

Tomei o lugar ao lado dela no sofá e ofereci-lhe o saco de


chocolates. ─ E cinco beijos? Ela tem que conseguir cinco
estranhos para beijá-la.
─ Não apenas beijando. Eles têm que sair com ela, ─
corrigiu Easton. ─ Com a língua e tateando.

─ Oooh... ─ Chelsea saltou um pouco no lugar. ─ Isto vai


ser divertido. Aaron, tem certeza de que não quer se dedicar a
isso? Podemos alugar-lhe um smoking e colocá-lo como um
noivo nervoso.

Ele acenou com o pedido. ─ Eu estou bem em assistir ao


espetáculo que você vai criar. Cem dólares dizem que você
consegue seis beijos.

─ Eu vou apostar, ─ eu disse, roubando de volta o M &


Ms do Chelsea. ─ Aqui. ─ Eu passei um guardanapo a tempo
de impedi-la de limpar o chocolate em seu vestido. ─ Onde
você conseguiu essa coisa? ─ Era ridículo. Estilo puro da
Cinderela, com um cinto de fita, bastante perolado para
esconder suas curvas, e tanto tule que ela não conseguia
encaixar na cabine do banheiro do avião. Ela piorou com a
sombra azul brilhante, lábios cor de rosa pálidos e uma tiara.

─ Foi a minha tia, aquela que faleceu. Eu comprei da


propriedade para usar no Halloween no ano passado, mas
depois decidi...

─ O dinossauro sacana, ─ eu terminei, porque era um


visual que eu ainda não conseguia tirar da cabeça.

─ Eu era um dragão, ─ ela respondeu. ─ Um dos


Daenerys. De qualquer forma, ─ ela me deu um olhar
aguçado para deixá-la terminar sua história. ─ isso acabou
sendo um uso melhor para isso de qualquer maneira.

Ai sim. Um uso muito melhor do que um casamento real,


que eu tenho certeza que nunca passou pela sua cabeça. Eu
puxei para trás a bainha do vestido e olhei para os pés
descalços, os dedos pintados com um polonês amarelo neon.
─ O que você vai fazer sobre os sapatos?
12
Estávamos a oito horas em Vegas e só gastamos quarenta
e cinco dólares, então eu contragosto concordei com a
limusine de metros que o Chelsea insistia que precisávamos.
Nossa segunda opção era encontrar táxis de minivan, o que
ela se recusou a fazer, especialmente porque este era seu fim
de semana de casamento e tudo mais.

Tinha sido uma boa ideia inicial. Chelsea decidiu, depois


de quatro drinques e uma péssima apresentação nos caça-
níqueis, abrir todo o espaço extra para os pedestres que
pareciam cansados de andar. Era por isso que Easton e eu
estávamos amontoados na frente do banco, entre uma família
chinesa de quatro pessoas, duas prostitutas, um estudante
bêbado do Colorado que havia perdido um dos seus sapatos e
um promotor do clube que já nos dera quatro folhetos para
cada. Chelsea, na contagem de beijos de estranhos, estava em
baixa, faltando 28 horas para o final. Seu foco atual não era
beijar. Ela se apegou às prostitutas com intensidade total e
estava explorando-as sobre suas horas, métodos de
pagamento e o que exatamente “brincadeira de fetiche”
envolvia. A mãe chinesa à minha direita cobria os ouvidos de
seu filho mais novo.

─ Isso é divertido, certo? ─ Easton beijou minha


bochecha, sua mão enrolada em torno do meu joelho. Eu virei
minha cabeça para ele e consegui um beijo desajeitado nos
lábios.
─ É. ─ Eu sorri. ─ Mas estou preocupada que Aaron não
esteja se divertindo.

Nós dois olhamos para ele, seu corpo alto encostado na


moldura da porta, os dedos da mão direita brincando com os
botões. Uma das prostitutas estava ao lado dele, sua mão
deslizando para cima e para baixo de sua coxa enquanto ela
arrulhava em seu ouvido. Ele parecia infeliz. Eu olhei para
Easton. ─ Veja o que eu quero dizer?

─ Ele nunca foi para as sacanagens, ─ ele sussurrou. ─


Olhe para Becca.

Era verdade, e talvez seja por isso que ele e o Chelsea


caíram tão naturalmente na zona de amigos. Becca tinha sido
toda certinha e correta, do tipo que nunca perdeu um culto de
domingo, ou um botão no topo de seu cardigã, ou uma
oportunidade de ficar em casa e ler em vez de sair com os
amigos. Não que eu tivesse algum problema com um bom
livro, eu simplesmente não agarrei minhas pérolas e pulei
qualquer uma das seções “imundas” enquanto as lia.

─ Então, por que não o levamos para um clube de


striptease? ─ O destino, que parecia lógico depois de três
horas de caça-níqueis e bebidas gratuitas, de repente parecia
sem sentido.

─ Relaxe. ─ Seus dedos tocaram ao longo da minha coxa


nua, empurrando a borda da minha saia dourada para cima.
─ Ele vai se divertir.
A limusine desacelerou e eu coloquei meus pés para
dentro, ficando fora do caminho enquanto a família chinesa
se arrastava para fora, seguida pelas duas prostitutas. Aaron
fechou a porta e esticou as pernas, olhando do promotor do
clube para o garoto da faculdade para nós. ─ Bem, isso é
divertido.

─ Nós passamos pelo Cassino? Ei! ─ Chelsea rastejou em


direção à frente da limusine, dando a todos uma visão do
vestido de noiva ao longo do caminho, e bateu na porta da
privacidade do motorista.

─ Ela realmente vai se casar? ─ O garoto da faculdade


perguntou, olhando para a bunda de Chelsea, que balançou
no ar quando ela deu ao nosso motorista uma enxurrada de
instruções.

─ Sim, ─ eu respondi, ao mesmo tempo em que Easton e


Aaron disseram ─ não. ─ Eu olhei para os dois, em seguida,
enfrentei o garoto confuso. ─ Sim, ─ eu repeti solenemente.

─ Estamos quase lá, ─ Chelsea rastejou de volta, seus


saltos cravejados de lantejoulas quase perfurando meu dedão
do pé esquerdo. ─ E eu tenho um sutiã cheio de dinheiro,
então a primeira dança para todos é por minha conta. ─ Ela
franziu a testa para os dois estranhos. ─ Onde estamos
deixando vocês de novo? Eu preciso sair com um de vocês
antes.
─ Isso não conta, ─ argumentei, tomando um martini de
maçã azeda enquanto observava Aaron e Easton na borda do
palco principal. ─ Você não pode pedir para alguém sair com
você e contar.

─ Mas ele gostou, ─ ela respondeu. ─ E olha, eu recebi um


cupom de bebida. ─ Ela produziu um cartão laranja brilhante
de seu sutiã, em seguida, pegou mais dois. ─ Tecnicamente
três cupons de bebidas.

Eu examinei os cupons, que eram para um restaurante de


sushi, e bom entre quatro e cinco da tarde às terças-feiras. ─
Você tem um argumento convincente, ─ eu bati na frente do
primeiro cupom como se estivesse pensando profundamente.
─ Oh, espere, eles estão vencidos. ─ Prendi meu dedo na
validade escrito à mão, que passou na semana passada.

─ O quê? ─ Ela gritou, pegando de mim e examinando os


outros dois. ─ Isso é treta.

Vi quando duas strippers se aproximaram de Easton e


Aaron. ─ Temos caçadores se aproximando de presas.

─ Ooh, deixe-me ver. ─ Ela rastejou em cima de seu


banquinho, e se inclinou para frente como se estivesse na
quadra de um jogo quente. ─ Elas são sexys.

─ Sim. ─ Me distrai com um longo puxão da minha


bebida. ─ Se você gosta de peitos grandes e rostos bonitos.
─ Claro que não, ─ ela disse alegremente.

Easton virou-se por cima do ombro e olhou para mim,


levantando uma sobrancelha com permissão. Eu acenei para
ele.

─ Eu li um estudo uma vez sobre a psicologia de clientes


de clubes de strip, ─ anunciou Chelsea, com seus cupons de
bebida inúteis esquecidos. ─ Dizia que os frequentadores do
clube de strip são masoquistas sociais. Eles aproveitam o
breve apelo de algumas afeições de uma stripper, mas ficam
insatisfeitos, de novo e de novo - essa é a parte dolorosa.

─ Sim, eu entendi. ─ Eu assisti como a menor das duas


meninas levou meu marido a uma cadeira e empurrou-o para
dentro dela. Ele sorriu e o ciumento pedaço dentro do meu
coração voltou à vida.

─ E é o ciclo viciante que começa, ─ ela balbuciou. ─


Onde eles estão com medo de parar de pagar a stripper,
porque isso acaba com a chance de uma consumação
emocional ou física. ─ Ela me deu uma cotovelada. ─ Você
está ouvindo? Vender a crença de que algo vai acontecer é o
que gira a roda.

Eu assisti quando ela se acomodou em seu colo, suas


pernas em cada lado dele, seus quadris girando enquanto ela
brincava com sua virilha rosa brilhante. Ele não ficaria duro.
Eu sabia, estava confiante nisso, mas meu estômago ainda
estava apertado, minha pele ficando vermelha enquanto eu
me aproximava do corrimão da varanda que separava a nossa
parte do clube dos deles.

─ Com licença, senhoras. Esses assentos foram


ocupados? ─ A voz era profunda e rica, e eu olhei para ver
dois dançarinos pairando ao lado da nossa mesa.

Eu falei antes que Chelsea pudesse abrir suas coxas e


convidar os dois para morar. ─ Sim, nossos namorados estão
no banheiro. ─ Eu dei um sorriso pesaroso e estendi a mão,
segurando o braço de Chelsea para mantê-la quieta.

Ela, claro, ignorou o gesto. ─ Na verdade, é meu noivo, ─


ela sorriu. ─ O casamento é à meia-noite hoje à noite. ─ Ela
estendeu a mão para que os dois homens de short pudessem
examinar seu anel. Eu lancei meu próprio vislumbre na
pequena pedra de diamante e esperei que não fosse real.

Depois que os homens foram embora, ela se virou para


mim. ─ A sério? Mandando embora perfeitamente um bom
pau? Você não tem amor algum por mim?

Voltei-me para o patamar mais baixo e vi as mãos do meu


marido apertando os braços da cadeira, o rosto virado para a
stripper enquanto seus seios nus pendiam pesados em seu
rosto. ─ Eu não queria que você fosse uma masoquista, ─ eu
disse em voz alta, sobre o refrão de uma música.

─ Olha. ─ Ela tocou meu braço. ─ Disse que ele precisava


disso.
Segui o dedo indicador e avistei Aaron, reclinado em uma
cadeira, as mãos segurando os seios da mulher diante dele.
Ela sussurrou algo em seu ouvido e seus olhos encontraram
os meus.

Eu dei a ele um pequeno sorriso, mas ele não respondeu.


Eu observei enquanto a mão dela roçava sua virilha, então o
agarrou. Eu desviei o olhar.

─ Vamos, ─ Chelsea puxou meu braço. ─ Vamos descer e


mostrar essas cadelas.

Estávamos a seis minutos do Taco Bell quando Chelsea


percebeu que ela não tinha a carteira. Eu olhei para cima do
programa de GPS do meu celular com um olhar alarmado. ─
Você trouxe sua carteira? ─ Ela estava tirando dinheiro de
seu sutiã como um caixa eletrônico quebrado, mas eu não vi
a carteira dela a noite toda.

─ Não a coisa toda, ─ ela bufou, batendo freneticamente


no vidro do motorista. ─ Eu cortei a bolsa de moedas no meu
sutiã. Eu devo ter deixado no banheiro quando fui fazer xixi.

Eu tinha uma lembrança difusa dela pescando seu


American Express preto e sua carteira de motorista na linha
de segurança. Pelo menos, com a gente voando em particular,
ela não precisaria de uma carteira de motorista para chegar
em casa. Mas ainda assim, o pensamento de terminar esta
viagem sem ela ter esse cartão? Ela seria John Wayne sem
cavalo. Thor sem seu martelo. Cenoura Top sem seus
adereços. Eu olhei para o meu relógio. ─ Há quanto tempo
você foi ao banheiro?

Ela apertou as mãos contra a testa. ─ Eu não sei. Talvez


trinta minutos atrás. Oh meu Deus. Alguma stripper pegou.
Eu sei que ela fez. E o problema é que eles poderiam usar
minha identidade. Eu pareço com metade delas.

Eu sufoquei um sorriso. Deus, eu a amo, mas Chelsea era


uns bons oito tamanhos maior do que qualquer stripper
naquele lugar. Se qualquer uma dessas garotas tentasse usar
sua identidade, elas teriam que falar rápido para explicar a
dramática perda de peso.

─ Vamos lá... ─ ela tamborilou as mãos nos joelhos,


olhando pela janela da limusine.

─ Você quer que eu ligue para o Amex? ─ Eu ofereci. ─ Eu


poderia fingir ser você. ─ Eu sabia seu número de segurança
social e data de nascimento, bem como o meu próprio, o
resultado de oito anos de melhor amizade.

─ Ainda não. ─ O carro diminuiu e ela correu em direção


à porta. ─ Deixe-me correr e ver se ainda está na tenda
primeiro.

─ Eu posso entrar com...


─ Fique! ─ Ela latiu, abrindo a porta e correndo em
direção à entrada acarpetada de vermelho, seu vestido de
casamento preso acima de seus joelhos.

Easton fechou a porta atrás dela.

O silêncio caiu, então uma risada estranha veio de Aaron.


─ Eu vou dizer isso, ─ disse ele, esfregando a mão sobre o
rosto. ─ As coisas nunca são chatas com ela. ─ Sua voz
estava mais suave do álcool, uma de suas pernas chutou no
assento, seu corpo reclinou contra o assento de couro.

─ Não. ─ Eu sorri de acordo. ─ Elas não são.

─ Vai morrer se ela não a encontrar. ─ Ele fechou os


olhos, descansando a cabeça para trás contra o encosto de
cabeça. Ele gostava disso. Eu acabei com Easton após o
primeiro, ocupando o lugar deixado pela loira e reivindicando-
o como meu. Eu estava levemente excitada assistindo-a
dançar sobre ele, mas estava mais excitada pela maneira
gananciosa que ele me deu boas-vindas em seu colo, seu
interesse - e seu pau - despertando no minuto em que eu
passei minhas mãos pelo seu peito.

─ Nós estamos contando sua sessão de amamentação


com a stripper em direção ao seu beijo total? ─ Easton
perguntou, suas mãos trabalhando ao longo da minha
panturrilha e massageando o músculo lá. ─ Você sabe que ela
vai querer.
─ Eu acho que nós deveríamos, ─ eu disse graciosamente,
me sentindo mal por seu beijo expirado com cupom de mais
cedo.

─ Como ela conseguiu mais língua do que eu? ─ Aaron


perguntou em voz alta, com os olhos ainda fechados. ─ Isso é
uma besteira. Eu estava embalado aqui com promessas de...
─ ele acenou com a mão no ar para abranger a proclamação
grosseira de Chelsea.

Eu tentei lembrar o que ela tinha torrado em nossa sala


de jantar. Algo sobre chupar e foder. Eu estendi a mão e dei
um tapinha no joelho dele. ─ Não se preocupe. A noite ainda é
uma criança.

─ Pena que eu sou velho. ─ Ele estremeceu. ─ Se eu não


estivesse com tanta fome, eu estaria rastejando na cama
agora.

─ Eu não gosto que ela vá lá sozinha. ─ Easton apertou


minha panturrilha, em seguida, mudou minha perna de seu
colo e no chão. ─ Vou dar uma olhada nela.

Eu olhei para o clube. ─ OK. Me ligue se acontecer


alguma coisa.

─ Vou fazer. ─ Ele me deu um beijo rápido e abriu a


porta. ─ Tranque isso atrás de mim.

─ Eu vou protegê-la, ─ Aaron gritou, levantando uma mão


fraca em reconhecimento.
Easton riu em resposta e encontrou meus olhos pouco
antes de fechar a porta. Tranque-o, ele murmurou.

Eu balancei a cabeça, apertando o botão assim que ele


fechou a porta. Voltando para o meu lugar, eu gentilmente
cutuquei a perna de Aaron, agitando-o para a vida. ─ Você
está bem?

Ele me deu um sorriso lento. ─ Depois de muitas bebidas?


─ Ele bufou. ─ Eu estou bem. Entorpecido, mas bem.

─ Você está autorizado a sofrer, ─ eu disse baixinho. ─ Eu


sei o quanto você a ama. ─ Eu não entendi, mas eu pude
reconhecer o terno carinho que ele sempre deu a ela.

─ Amei, ─ ele corrigiu, seu olhar indo para o teto. ─ É o


que tenho que descobrir. O passado de emoção.

Senti minha raiva em direção a ela novamente. Fazia


menos de três anos. Ela já o amou? Eu pensei em Easton e
meu amor. Pode ser volátil e inseguro, mas sempre foi intenso
e presente. Sua retirada fria e a aceitação resignada de Aaron
era algo que eu não entendia.

Eu assisti enquanto ele engolia, o forte flexionamento de


sua garganta. ─ Você vai encontrar alguém melhor.

Ele virou a cabeça e olhou para mim. ─ Eu sou velho,


Elle. Muito velho para voltar ao namoro.

─ Ei, ─ eu protestei. ─ Você tem a mesma idade que eu.


Você não tem permissão para me chamar de velha.
─ Sim, mas você é linda. ─ Ele sorriu ironicamente, como
se tivesse sido pego no meio de roubar alguma coisa. ─ Você é
o tipo de mulher que todos nós caímos para nos encontrar.
Eu estou... ─ ele procurou pela palavra certa. ─ Cansado.
Cansado e de coração partido.

─ Não se preocupe. ─ Eu estendi a mão e escovei o cabelo


da testa dele, então parei, o movimento muito íntimo. ─ Isso
pode ser uma combinação irresistível para algumas mulheres.
Cansado e desolado é a pergunta mais comum entre as
mulheres atraentes de dezenove a trinta anos.

Ele riu. ─ Ok, Elle Bell. ─ Ele fechou os olhos. ─ Obrigado


por tentar me animar.

O apelido era um que ele não usava há anos, não desde


que eu iria me hospedar no apartamento dele e Easton, no
último ano. Eu quase chorei de nostalgia e me inclinei para
frente, envolvendo meus braços em volta dele em um abraço.
─ Tudo vai ficar bem, ─ eu disse suavemente. ─ Eu sei que
vai.

Nós nos separamos quando algo bateu no teto do carro e


eu olhei para ver Chelsea pulando ao lado da porta e
sacudindo a maçaneta. Abri a porta e deslizei de volta para o
meu lugar no assento enquanto ela entrava, seguido por um
Easton exasperado.

─ Entendi, ─ ela disse alegremente. ─ Embora eles me


fizeram girar no poste para ganhar de volta do gerente.
─ Sim, não foi assim que aconteceu, ─ Easton respondeu,
fechando a porta e me puxando para o seu colo. ─ Se eu não
tivesse entrado, ela ainda estaria naquele poste.

Chelsea se lançou em sua versão de eventos e eu amarrei


meus dedos através de Easton, sorrindo quando ele levantou
minha mão até a boca e a beijou. Com o canto do meu olho,
meu olhar ficou preso em Aaron, que nos observava, seu
próprio sorriso tingido de tristeza.

Eu tentei pegar seu olhar, mas ele baixou a cabeça para


trás no assento e fechou os olhos, cruzando os braços
protetoramente sobre o peito.
13
FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO DA POLÍCIA DE LAS
VEGAS

Nome: Chelsea Pedicant

Ofensa: Indecência, propondo um Oficial

Localização: 3570 S Las Vegas Boulevard

Pena: multa de $ 500 e uma noite na cadeia

Relatório:

A Sra. Pedicant aproximou-se a pé dos oficiais da


cavalaria estacionados na entrada do The Majestic e parecia
fortemente intoxicada. Ela começou a se agarrar ao oficial
Stanton, que também estava a pé. Ao ser instruída a recuar,
ela começou a tentar se despir do vestido de noiva, mas teve
dificuldade em soltar os laços traseiros. Virando-se de costas
para o policial McGully, ela pediu sua ajuda com o vestido, e
então perguntou se ele estava ─ pendurado como seu cavalo.
Após repetidos comandos para colocar o vestido de volta e se
afastar dos policiais, o policial leu seus direitos e então foi
detida.
─ Isso é culpa sua. ─ Eu joguei um bolinho na cabeça de
Aaron do meu lugar no capô. Balançando as pernas
suavemente, observei nosso motorista de limusine acender
um cigarro do outro lado da delegacia. Ele não parecia nem
um pouco incomodado com a prisão de Chelsea, e talvez esse
fosse um lugar comum na cidade do pecado.

─ Ei, eu disse a ela para obter instruções a partir deles. ─


Aaron levantou as palmas das mãos em inocência. ─ Eu não
pedi a ela para começar a coçar a perna do cara.

─ Ela está se referindo à parte em que você disse ao


Chelsea que policiais contavam o dobro na contagem de
beijos. ─ Easton sentou ao meu lado, um cheeseburger em
uma mão, bebida na outra.

Eu roubei o refrigerante dele. ─ Sim. Além disso, você


sabia o que estava fazendo. Mandar Chelsea para um trio de
uniformes é como colocar algodão doce na frente das
crianças. ─ Eu tinha minha própria fantasia policial, uma que
eu costumava visitar com regularidade frequente, toda vez
que corria por delegacias.

─ Existe uma razão pela qual você está com tanta pressa?
─ O policial olhava para mim, seu olhar permanecendo no
pescoço aberto da minha camisa, os quatro primeiros botões
desabotoados, meu sutiã de renda à vista.

Minhas desculpas e explicações confusas seriam


ignoradas, sua expressão ficando mais firme quando ele me
instruiu a sair do carro e se mover para o lado do passageiro,
fora da vista do tráfego. Lá, ele me disse para colocar minhas
mãos no teto do carro. Ele passou as mãos pelas minhas
costas e pelos meus quadris. Ele me dizia para ampliar minha
postura e passaria as mãos pelas minhas pernas nuas e por
baixo da minha saia solta. Sua respiração aceleraria quando
ele percebesse que eu não estava usando calcinha. Ele passou
a mão entre as minhas pernas e sorriu quando descobriu
como eu estava molhada. Sua mão apertava meus ombros e
eu ouvia a indecisão em seu silêncio enquanto ele lutava
entre o que deveria fazer e o que queria fazer.

─ Toque-me novamente, ─ eu imploraria. Por favor, oficial.


Eu preciso tanto disso.

As fantasias normalmente tomavam caminhos diferentes


a partir daí. Às vezes ele me dizia que eu era uma garota suja
e precisava ficar de joelhos e chupar seu pau. Outras vezes
ele empurrava seus dedos dentro de mim, meu rosto
pressionado contra o lado frio do meu carro, minha boca se
abrindo em um silêncio O de prazer quando ele estava atrás
de mim, sua mão furiosamente trabalhando entre as minhas
pernas. Às vezes ele me dizia para me curvar sobre o capô, e
ele desabotoava as calças, e me levava para lá, o chicote dos
carros que passavam abafando meus gritos de prazer.

A mão de Easton pousou no meu joelho e ele apertou,


depois se inclinou para um beijo. Eu permiti, então tirei um
pedaço de glitter do pescoço dele com mais força do que o
necessário. Ele estremeceu e eu sorri docemente para ele.
Meu telefone tocou e eu olhei para o visor. Ligar para o
pai do Chelsea no meio da noite não foi minha primeira
escolha, mas, pelo menos uma vez, o fuso horário funcionou a
nosso favor. Sua prisão ocorreu 2 da manhã e aconteceu na
mesma hora em que o pai enfiou a manta de caxemira e
desceu os degraus incrustados de sua mansão. Quando
liguei, ele estava sendo servido com lagosta Benedict e suco
de laranja espremido na hora, a fruta colhida em suas
próprias árvores. Ele absorveu as informações da prisão do
Chelsea com uma risada silenciosa, depois perguntou pelo
local onde ela estava sendo detida. Ele desligou com
promessas para lidar com isso. Agora, US $ 40 de comida
rápida barata depois, sua mensagem chegou.

Ela está sendo liberada agora. Por favor, pegue-a na


subestação da Sierra Vista Drive.

Olhei para a placa da rua, verifiquei nossa localização,


mandei uma mensagem de volta para que ele soubesse que já
estávamos aqui.

Obrigado Elle. Eu aprecio sua ajuda.

Ele era realmente o pai mais legal do planeta. Chelsea


disse que não compensou sua falta de mãe, mas não foi por
falta de tentativa. Eu amava meus pais rígidos e
conservadores, mas se minha amiga ligasse com a notícia da
minha prisão, meu pai diria a eles que me deixassem na
cadeia por mais uma semana, só para ter certeza de que
aprendi minha lição.
Eu me afastei do capô. ─ Papai Warbucks disse que ela
está sendo liberada.

─ Bom. ─ Aaron se esticou. ─ Estou exausto.

─ Exausto? ─ Eu o provoquei. ─ Nós tínhamos planos de


visitar um bordel em seguida. Limpar as teias de aranha que
estão penduradas no seu pau.

─ Ha. ─ Ele pegou a bolsa do McDonalds e enfiou o lixo


nela. ─ Tenho grandes planos para dormir na próxima hora.

─ Acho que até o Chelsea concordará com esse plano.

Como se fosse uma sugestão, a porta da frente da estação


abriu e Chelsea saiu, com o cabelo meio desfeito do penteado,
a tiara presa no decote da frente do vestido como um par de
óculos escuros. Ela nos viu espalhados ao longo da limusine e
levantou as mãos em posição de toque, deixando escapar um
grito alto de vitória.

─ Nunca chato, ─ Easton me lembrou quando me ajudou


a sair do capô da limusine.

Eu sorri em resposta, então fui atirada para o lado


quando Chelsea me atacou em um perfume e abraço
encharcado de cerveja.
Nossa suíte era interligada formando duas suítes. Para evitar
um acordo de dormir de Chelsea/Aaron, colocamos Chelsea e
eu no da esquerda, Aaron e Easton, à direita. Entre os dois
quartos havia uma sala de estar rebaixada que ostentava um
sofá secional, mesa de sinuca e lareira. Nossa varanda dava
para a sacada e corria de um quarto para o outro. Nós, para o
desgosto de Chelsea, não tivemos uma piscina, embora o site
tenha mostrado uma nas imagens de pré-visualização quando
fizemos a reserva.

Eu entrei na suíte e tirei meus sapatos, sentindo como se


tivéssemos com ele a uma semana. Soltando meus
calcanhares e minha bolsa, cheguei à geladeira e peguei uma
garrafa de água, tentando não pensar em seu preço quando
parti o selo e bebi a água.

─ Estou tomando banho, ─ anunciou Chelsea. ─ Fique no


lado direito da cama.

─ Deixe-me correr lá e usar o banheiro muito rápido. ─ Eu


abaixei a água e fui para o banheiro luxuoso que estava
aberto para o nosso quarto. Sentada no vaso sanitário, olhei
ansiosamente para a profunda banheira de imersão. Amanhã
eu teria que levar uma hora e aproveitar isso. Talvez quando
eles voltassem para o cassino novamente.

─ Estou tão exausta. ─ Chelsea passou por mim e olhou


para o espelho, examinando seu cabelo arruinado. ─ Bom
senhor, não admira que o policial tenha me recusado. Há
quanto tempo meu cabelo está assim?

Eu me limpei, então sai do banheiro. ─ Não até a cadeia.

─ Bom. ─ Ela lutou com a mão nas costas, lutando pelo


fecho superior. ─ Você pode desfazer isso? Eu juro, da
próxima vez que eu pegar um vestido de noiva, ele vai ter um
zíper lateral para facilitar o acesso.

Eu rapidamente lavei minhas mãos na pia, então fui


trabalhar na parte de trás de seu vestido, meus dedos
estalando cada um dos botões embrulhados em tecido para
fora de seus fechos. Chegando ao fundo, eu puxei seu zíper e
ri quando vi a calcinha nua de vovó que ela usava debaixo do
vestido. ─ Eu não posso acreditar que você está usando isso.

─ Eles são o meu cinto de castidade, ─ ela me informou,


trabalhando as mangas do vestido. ─ Para me impedir de
estragar tudo. Eu queria que o foco estivesse em Aaron.

─ Sim, eu não tenho certeza se você conseguiu esse


objetivo, ─ eu disse secamente.

─ Ele parecia estar pensando em Becca? ─ Ela piscou


para mim.

Eu pensei naquele momento na limusine, o jeito que ele


deixou cair a cabeça para trás e afundou no assento. Nesse
momento particular, sim. Mas na maior parte, ela estava
certa. Suas travessuras e a cidade em geral nos mantiveram
entretidos.
─ Eu vou dizer a E. boa noite. ─ Eu dei-lhe um abraço. ─
Não ronque muito alto esta noite.

Deixei-a resmungando e saindo do vestido. Voltando para


a cozinha, fechei a porta do quarto atrás de mim e peguei
Easton vindo do corredor. ─ Alguma sorte?

Ele levantou uma pequena sacola branca. ─ O concierge


trouxe fio dental e pasta de dente. ─ Ele largou a sacola no
balcão e olhou ao redor da sala vazia. ─ Todo mundo na
cama?

Eu assisti uma das suas sobrancelhas levantar e


antecipou o sorriso sugestivo, mesmo antes de se espalhar
por seus lábios. ─ Eu acho que eles estão tomando banho.
Pelo menos eu sei que Chelsea está.

Ele estendeu a mão e acendeu o interruptor de luz na


porta, a sala escurecendo. ─ Quanto tempo você acha que
temos?

Eu circulei a mesa de sinuca, chegando ao seu lado e me


erguendo sobre a borda baixa. ─ Tempo suficiente. ─ Eu
reclinei de volta, meus cotovelos descansando sobre o feltro. ─
Já fodeu em uma mesa de sinuca, Sr. North? ─ O lustre
acima da mesa estava aceso, um holofote iluminando-me, e
eu prendi em seu brilho, abrindo meus joelhos para ele.

Ele parou diante de mim e demorou para soltar o cinto e


puxá-lo pelo fecho. ─ Você sabe que eu já.
Eu sabia. A sala de sua casa de fraternidade tinha uma
versão respingada de cerveja, muito mais feia que essa. Antes
de ir para o depósito de lixo, ele fodeu a mãe de um irmão da
fraternidade durante o fim de semana dos pais. ─ Eu gostaria
da experiência completa de bilhar do Easton North, ─ eu disse
suavemente, ciente da nossa falta de privacidade. ─ Supondo
que você possa manter minha voz baixa.

─ Não peça algo que você não quer. ─ Ele levantou o cinto.
─ Abra, minha esposa imunda.

Eu não entendi o que ele estava se referindo até que seu


cinto estava na minha boca, o couro empurrando a minha
língua, meus dentes cavando no cinto. Ele apertou o cinto
firmemente em volta da minha cabeça e encontrou meus
olhos. ─ Você pode respirar?

Eu balancei a cabeça e tentei falar, minhas palavras


abafadas, a perda de fala estranhamente excitante. Ele se
inclinou para frente e colocou a boca perto do meu ouvido. ─
Tem certeza de que quer a experiência completa de Easton
North?

Eu balancei a cabeça e estendi meu pé para fora,


esfregando-o ao longo da virilha de sua calça.

─ Você quer que eu te foda como eu fodi ela?

Meu grito de afirmação foi comido pelo couro, então


assenti novamente. Sob o meu pé, seu pau endureceu.
─ Vai ser mais duro do que você gosta. ─ Ele puxou as
tiras da minha blusa, puxando o tecido elástico para baixo
sobre o meu sutiã sem alças. ─ Eu a tratei como uma
prostituta e ela adorou. ─ Ele se inclinou para frente, seu
dedo raspando contra o meu ombro, e soltou meu sutiã,
jogando-o para o lado. Ele agarrou um dos meus seios
expostos e seus olhos encontraram os meus. ─ Acene se você
entendeu.

Eu zombei dele com meus olhos.

Ele desabotoou e abaixou o zíper, afastando meu pé


enquanto retirava seu pau. ─ Acene se você entendeu.

Meu severo marido. Tão mandão. Tão selvagem. Eu


segurei seu contato visual e balancei a cabeça, meus joelhos
se abrindo, e sorri ao redor da mordaça quando ele me puxou
para a borda da mesa. Puxando minha calcinha para um
lado, ele se posicionou na minha entrada. Ao recostar-me
mais nos cotovelos, vi algo na sacada se mexer.

Eu endureci, meus olhos se estreitando no espaço além


do ombro de Easton, e no momento antes de ele empurrar
dentro de mim, eu entendi o que era. Aaron. Ele estava de pé
na varanda, sua silhueta quebrando a paisagem pontilhada
de luzes. Entre nós havia uma parede espessa do chão ao teto
de janelas que bloqueavam o som, mas dava a ele uma visão
clara de tudo o que estava acontecendo.

Meu marido, ainda vestido, seu pau projetando-se em


suas calças, seu cinto em volta da minha cabeça.
Meus seios pendurados para fora, mamilos duros no ar
frio da suíte, oferecidos como se para sacrifício.

O holofote do lustre, brilhando em mim quando ele


agarrou minhas coxas e empurrou para dentro de mim.

Eu agarrei o antebraço de Easton, minhas unhas


cavando. Ele não reagiu, seu braço me apertou quando ele
começou a empurrar seus quadris em um movimento rápido,
meu corpo ansiosamente recebendo a intrusão. Eu poderia ter
dito a ele. Eu poderia ter voltado e desfeito o cinto. Puxado da
minha boca. Deixando saber que estávamos em plena
exibição.

Mas eu não fiz. Eu não, porque sabendo que Aaron estava


lá, sabendo que seus olhos estavam em mim, que seu
contorno sombrio não tinha se afastado da visão... era
poderoso. Ligou meus nervos de uma maneira que eu nunca
tinha experimentado antes. Eu caí contra o feltro e arqueei
minhas costas, apertando e puxando meus seios. Eu envolvi
minhas pernas ao redor da cintura de Easton e o incitei,
fodendo-o de volta quando ele penetrou em mim.

Eu me apresentei, sabendo que o melhor amigo do meu


marido estava assistindo. Aaron estava com o pau para fora?
Ele estava se acariciando? Ele estava assistindo meus seios
balançarem do impacto e querendo enterrar seu rosto entre
eles? Um inferno de excitação espalhou-se pela possibilidade
de que eu tinha atenção, excitação, necessidade total.
O feltro roçou meus ombros e Easton grunhiu, seus olhos
se apertaram em mim, excitação que queimava através deles.
Eu olhei para baixo, entre os nossos corpos e me senti tonta
vendo seu pau molhado e inchado, rigidamente trabalhando
para dentro e para fora. Ele poderia ver o ponto de nossa
conexão? Ele podia ver o aperto do meu corpo quando meu
orgasmo se aproximava? Eu endureci quando o orgasmo
chegou, chegando mais rápido e mais duro do que qualquer
outro que eu já tive. Easton xingou, apertando as mãos em
mim para me manter no lugar, seu ritmo furioso e
ininterrupto enquanto ele continuava no meu orgasmo.

Quando terminou, Easton me puxou para seus braços e


me abaixou no chão. ─ Estou perto, ─ ele cerrou. ─ Fique de
joelhos.

Eu fiz. Minha boceta flexionando, clitóris formigando,


meus mamilos doloridos pela boca de Aaron - fiquei de
quatro, minha cabeça quase arrancada quando Easton puxou
a ponta do cinto. E lá, ainda mais perto das janelas, meu
marido me montou e me fodeu, em cima de mim,
repetidamente, até que eu me agarrei contra o tapete grosso,
outro orgasmo chegando.

Aaron estava perto? Sua mão estava tão furiosa em seu


pênis quanto Easton estava bombeando dentro de mim? Era
isso, tão perto quanto eu cheguei às minhas fantasias e isso
estava acontecendo, eu estava sendo fodida como uma
prostituta enquanto o melhor amigo do meu marido assistia.
Estava acontecendo e eu estava amando cada momento disso.
O conhecimento, a atenção, os sons furiosos e a sensação
do meu corpo sendo usado - tudo se transformou em uma
curva de prazer, caindo em um crescente prazer que fez meus
olhos revirarem, minhas costas flexionando, um grito mudo
soando contra o corpo. Gosto seco do couro. Easton sentiu e
se inclinou para a frente sobre meu corpo, suas mãos
emolduradas em cada lado meu, seu peito contra minhas
costas, e deu um rugido suave, os sons abafados em meu
cabelo, seu corpo estremecendo quando ele deu alguns
impulsos finais e parou...

Meus joelhos deslizaram para fora e eu relaxei na minha


barriga, com medo de olhar para a janela e ver se Aaron ainda
estava lá. Easton gentilmente abriu o cinto e libertou minha
boca. Trabalhando meu queixo aberto e fechado, sorri ao beijo
suave que ele colocou nas minhas costas.

─ Deus, eu te amo, porra, ─ ele disse baixinho. ─ Eu não


achei que conseguiríamos isso sem um deles sair.

─ Acho que Chelsea está em coma, ─ rolei de costas e


reposicionei minha calcinha no lugar, esperançosa de que ele
não trouxesse Aaron. ─ Como eu sou em comparação com a
mãe do fim de semana dos pais?

─ Sem comparação. ─ Ele me deu um longo beijo, sua


boca demorando enquanto ele tomava seu tempo no ato. ─
Você acaba com todas as fantasias e experiências anteriores
que eu já tive. É meio chato, na verdade. ─ Ele enfiou o pau
meio duro de volta em suas calças e as deixou abertas.
─ Oh realmente? ─ Eu provoquei, inchando de orgulho
quando puxei minha blusa de volta sobre os meus seios.

─ Sim. Eu vou ficar arruinado se você me deixar.

Como se eu pudesse ou quisesse. Eu fiz uma careta. ─ Eu


nunca deixaria você. ─ Eu o puxei para outro beijo e passei
meus braços em volta do seu pescoço. ─ Você é meu para
sempre.

─ Na pobreza e na riqueza? ─ Ele sorriu, mas eu vi o


pouco de medo em seus olhos. Nós éramos iguais, ele e eu.
Ambos agarrados um ao outro, ambos aterrorizados pela
rejeição. Quando havíamos perdido nossa arrogância? Foi a
evolução normal da juventude? Ele me levantou e eu
pressionei um beijo mais profundo em sua boca.

─ Para sempre, ─ repeti. ─ Em tudo.

Ele me puxou contra seu peito e eu arrisquei um olhar


para a sacada, aliviada ao ver que estava vazio, sem um
sombrio esboço a par deste momento particular.
14
Eu não consegui dormir. Eram quase cinco da manhã no
horário de Vegas, oito da manhã em Miami e minha mente
não parava de girar. Ao meu lado, Chelsea - apesar de suas
afirmações em contrário - roncava como uma morsa
congestionada. Eu rolei para o lado direito e tentei pensar em
algo - qualquer coisa - além de Aaron em pé na janela, nos
observando fazer sexo.

Minhas fantasias não costumavam ser um problema. Elas


surgiram depois que comecei os tratamentos de fertilidade, o
que é estranho, já que abaixar libido foi um dos muitos efeitos
colaterais listados pelo Dr. Rowe. Talvez essa fosse mais uma
prova de que meu corpo estava rejeitando a terapia, assim
como rejeitou o esperma de Easton e rejeitou minhas
esperanças por uma família.

O mostrador digital no relógio de cabeceira virou um


minuto mais alto e senti minha ansiedade aumentar com a
mudança. E se eu não conseguisse dormir? E se os homens
chegassem aqui às dez horas, prontos para o café da manhã,
e eu ainda estivesse com os olhos vermelhos e bem
acordados, marcados pelo visual do que Aaron tinha visto?

Eu não fiquei olhando, eu me lembrei. Ele poderia ter


saído. Ele poderia ter percebido que estávamos prestes a fazer
sexo e mudado para varanda, fora de vista. Ele poderia ter
nos dado a nossa privacidade, mas ele não nos deu.
Por quê?

Talvez tenha sido a curiosidade da natureza humana.


Afinal, eu olhei em janelas iluminadas à noite enquanto
caminhava por Wayland. Enquanto ele fazia seus negócios, eu
assisti os McDaniels discutirem em sua cozinha, cativados
pelo vislumbre secreto de suas vidas. Houve algo emocionante
em ver o momento pessoal entre eles quando todas as
pretensões se foram, escudos abaixados, a filmagem crua sem
censura e sem filtros. Isso foi diferente?

A verdade é que, se nossos vizinhos não estivessem


discutindo - se o sr. McDaniel estivesse abrindo a blusa e a
debruçando sobre o balcão da cozinha -, eu não teria ido
embora. Eu teria ficado. Eu teria ficado ali, incrédula com o
que estava vendo e encarando. Talvez isso tivesse me
excitado. Talvez eu quisesse participar.

Ou talvez eu estivesse forçando meus próprios desejos na


hipotética cabeça de Aaron, porque a principal questão
importante era que eu gostava dele assistindo. Eu queria ligá-
lo. Eu queria, e até esperava, que ele abrisse a porta da
varanda e se juntasse.

Eu rolei de costas e olhei para o teto. Na escuridão da


sala, senti minhas fantasias se agitarem. Sedutor. Mais forte.
Ponderado com possibilidade real.

Eu fechei meus olhos e foquei na minha respiração.


Contando a mil, imaginei cada número flutuando acima da
minha cabeça, seus dígitos se dissolvendo na escuridão e
sendo substituídos pelo seguinte. Eu lutei, com unhas e
dentes, contra as imagens que deslizaram em meus
pensamentos, acariciando minha pele, pulsando dentro da
minha cabeça.

Aaron abaixo de mim, sua boca no meu peito, seu olhar


no meu.

Easton atrás de mim, meu cabelo atado em seu aperto,


seu dedo apertado na minha bunda.

Ambos, me encorajando. Adorando-me. Me revezando.

Não poderia acontecer. Estava muito perto da vida real.


Era uma fantasia que deveria ter ficado em seu lugar, por trás
da corrente de impossibilidade, mas ali - na Cidade do Pecado
- senti que ela florescia para a vida.

─ Eu juro, eu faria coisas imundas com o garçom por um


waffle agora. ─ Chelsea encostou a cabeça no ombro de Aaron
e olhou para o servidor gordinho coreano.

─ É hora do almoço. Acorde mais cedo amanhã. ─ Ele a


cutucou no lugar com o ombro para evitar que ela caísse.

─ Oh, certo. Porque você acordou de madrugada, ─ ela


murmurou.
─ Na verdade, ─ ele inclinou a cabeça. ─ Eu poderia ter
acordado de madrugada. Acho que adormeci por volta das
cinco.

Eu estudei atentamente o rolo francês na minha mão,


rasgando-o ao meio e observando o pão se separar. Então eu
não tinha sido a única deitada na cama, incapaz de dormir.

─ Ugh. Eu estava morta para o mundo assim que sai do


banho. Eu quase adormeci lá dentro. ─ Chelsea levantou um
pulso pesado em correntes de David Yurman e olhou para o
relógio. ─ Quanto tempo a nossa comida vai levar? Eu estou
faminta.

O olhar de Easton encontrou o meu na mesa redonda. Eu


bocejei, depois estremeci, meus músculos da bochecha ainda
estavam doloridos de seu cinto. Seu sorriso aumentou e eu
rapidamente fechei minha boca. Do lado de Easton, eu podia
sentir Aaron assistindo, o calor de seu olhar não ajudando a
queimadura das minhas bochechas.

Eu enfiei parte do pão na minha boca e mastiguei.

─ Hey. ─ Chelsea se endireitou no ombro de Aaron e se


inclinou para mim. ─ Acho que cometi um erro com o
cheeseburger. Quer trocar?

─ Não. ─ Eu tomei um gole de limonada para lavar o pão.


─ Peça outra coisa.

─ Ellleee, ─ ela choramingou. ─ Mas então vai demorar


séculos e eu já estou com tanta fome. Deixe-me dividir sua
salada com você.

─ Vou trocar meu bife pelo seu hambúrguer, ─ Aaron


ofereceu. Ela se animou com a perspectiva, e irritação
floresceu no meu peito.

─ Não negocie com ela, ─ eu retruquei. ─ Ela precisa


aprender a pedir o que ela quer. ─ Meu olhar virou para ele e
eu fui pega, com força total, em seu contato visual. Foi
semelhante à quando eu dirigi uma curva cega e encontrei
um cervo. Ele congelou, eu inalei, então eu desviei e ele fugiu.

Ele sabia. Eu levantei meu copo de limonada e sacudi o


gelo, tentando pegar um pedaço na minha boca. Ele sabia que
eu o vi. Era uma lasca de possibilidade que parecia tão sólida
quanto uma faca.

Ele sabia que eu sabia e que diabos eu estava pensando?

De repente me senti quente, o tipo de superaquecimento


rápido que vem logo antes de você desmaiar. Eu pressionei o
vidro frio na minha testa e fechei os olhos, focando em
respirar curtas e rasas.

─ Você está bem? ─ Chelsea de repente estava em concha


de sucção ao meu lado, sua respiração no meu ombro, sua
mão mordendo meu braço. ─ Elle?

Eu levantei minha cabeça antes que ela surtasse e tentei


sorrir. ─ Estou bem. Apenas ressaca.
Tons melódicos escuros vieram da cadeira de Aaron, o
toque de Becca mudado por Easton no meio do voo para algo
de Star Wars que não significava nada para mim. Aaron
suspirou e silenciou a ligação. ─ Ela me ligou mais neste fim
de semana do que no mês passado. ─ Assim que Becca soube
que ele estava indo para Vegas, ela foi ao tribunal na tentativa
de falar com ele. O toque dela era um ruído de fundo quase
constante, os sinos tocando na fila do bufê do jantar, na
suíte, na limusine e no clube de striptease. Fizemos uma
breve pausa depois que o Chelsea respondeu, fingiu ser uma
stripper, e então - em um sotaque do meio oeste que poderia
enrolar o papel de parede - começou a contar a Becca o
quanto o seu ex-marido era exagerado e sujo.

─ Basta atender, ─ Easton insistiu. ─ Descubra o que ela


quer.

Meu marido era muito romântico - seu desejo pelo amor


lutando com sua proteção para com seu melhor amigo. Eu
podia ver a luta nele, seu conselho muitas vezes guerreando
para frente e para trás. Chelsea e eu, por outro lado,
estávamos firmemente na equipe “Esqueça essa cadela”.
Aaron poderia fazer melhor. Ele merecia melhor. E tanto
quanto eu odiava o pensamento de divórcio - pelo menos ela
tinha apresentado antes que eles tivessem filhos.

Aaron levantou-se e apalpou o telefone. ─ Eu voltarei.

Minha ansiedade diminuiu quando seu corpo alto


caminhou em direção ao pátio ao ar livre, com o telefone no
ouvido. Tive a súbita vontade de puxar Easton para o lado e
contar tudo a ele. Ele saberia o que fazer e como lidar com
isso. Porque agora… parecia que eu tinha feito algo errado. E
se Aaron soubesse que eu sabia que ele estava na varanda,
então ficamos a par de algo que Easton não sabia. E isso fez
meu estômago doer com culpa.

─ Você está constipada? ─ Chelsea se inclinou para mim,


seu rosto comprimido de preocupação. ─ Você tem esse olhar
no seu rosto quando fica constipada.

─ Não, ─ disse Easton devagar. ─ Isso não é seu rosto


constipado. Esse rosto é mais um olhar de lábios largos. ─ Ele
imitou o rosto que eu supostamente faço quando minhas
entranhas estão lentas e jurei a Deus - a constipação não
aconteceu o suficiente para eu ter uma expressão facial
dedicada.

Eu empurrei Chelsea para longe de mim. ─ Vá embora.


Estou de ressaca. Eu te disse. Sua presença não está
ajudando.

─ Oh, senhor - isso é meu. ─ Chelsea se concentrou no


garçom antes de colocar o bife de Aaron em seu lugar vazio. ─
Nós trocamos. Dê a ele o cheeseburger, por favor.

Ele hesitou, depois seguiu as instruções dela.

─ Eu não posso acreditar que você está tomando seu bife.

─ Tanto faz. Trouxe vocês para o almoço, então vou pedir


outro. Senhor? ─ Ela bateu os cílios para o garçom. ─ Você
pode colocar outro para ele?

─ O dinheiro não resolve tudo, você sabe. ─ Peguei meu


garfo e olhei para a minha salada de frango asiática, uma
escolhida porque era quatro dólares mais barata do que
qualquer outra coisa no cardápio do almoço.

─ Nossa, a calcinha encharcada de alguém está torcendo


esta manhã, ─ disse Chelsea. ─ Você está em Vegas, querida.
Com seu marido deliciosamente delicioso e seu amável melhor
amigo. Como você não está de bom humor agora? Ajudaria se
todo o meu dinheiro não solucionável nos pagasse uma
massagem? Eu estava pensando em pegar uma pedra quente.

Uma massagem ajudaria. O mesmo aconteceria com uma


conversa com Easton, que parecia muito mais urgente do que
minha salada ligeiramente murchada. Eu dei a Chelsea um
olhar de desculpas.

─ O que você acha que ela está dizendo a ele? ─ Chelsea


enfiou um pedaço de bife na boca e metade subiu em seu
assento, tentando ver do lado de fora. ─ Eu vou cortar suas
bolas se ele voltar com ela.

─ Ele não vai voltar, ─ disse Easton, recostando-se na


cadeira e tomando sua Pepsi. ─ Nós conversamos sobre isso
ontem à noite. Nenhum de nós conseguiu dormir.

Minha consciência pesou mais. Tentei olhar casualmente


para Easton sem me levantar como uma cobra pisada. ─
Sobre o que vocês falaram?
─ Eu acho que ela me viu. Eu tinha o meu pau fora e estava
masturbando, e eu podia sentí-la olhando para mim, me
observando.

─ Isso te excitou, ter minha esposa assistindo você?

─ Porra, E. — eu queria abrir essa porta e me juntar a você.


Quando ela estava de quatro, seu cinto na boca...

─ Você devia ter. Nós poderíamos ter revezado ela. Você


não vai acreditar em sua boceta apertada, na maneira como
ela aperta você. E ela adora ser fodida, Aaron. Você não tem
ideia de como minha mulher pode ficar suja.

Eu me mexi no banco, empurrando minha boceta contra a


borda dura da cadeira de madeira. A borda dela tocava meu
clitóris e se fosse socialmente aceitável, eu me tocaria como
um animal no cio.

─ Ele terminou com ela. Emocionalmente terminado. ─


Easton continuou, alheio à minha condição febril. ─
Especialmente com o jeito que ela está agindo - o que é
completamente desdenhoso sobre suas ações. Ela não se
desculpou nem pareceu se importar com seu bem-estar
emocional. Além disso, ele checou suas câmeras de
segurança, e na noite passada Becca nunca voltou para casa,
então ela deve ter ficado com desse cara.

─ A cadela, ─ disse Chelsea com prazer quase alegre. ─


Espero que ele a jogue na rua.
─ Na verdade... ─ Easton franziu a testa. ─ Aquela casa foi
construída na terra de seus pais. Lembra? Esse foi o presente
de casamento deles para eles?

Eu esqueci minha fantasia desenfreada na memória de


como a casa de Aaron parecia estar - um campo enorme nos
arredores de Miami. Sua casa tinha sido o projeto de paixão
de Aaron - a linda casa de plantação construída entre os
empregos, seus fins de semana gastos transformando a área
plana e pantanosa. ─ O que isso significa? Isso importa?

─ Eu não sei. ─ Easton esfregou a parte de trás do


pescoço e mordeu uma fatia de batata. ─ Eles estão
trabalhando nisso e nos negócios com um mediador. Nenhum
deles quer envolver advogados.

Eu odiava o pensamento de que todo o seu trabalho duro


naquela casa poderia ir para ela.

E se curvou para a frente sobre o prato. ─ A mãe dele


voltou neste final de semana. Eu disse a ele que ele poderia
morar com a gente até que ele resolvesse essas merdas.

Suas palavras pairaram no ar acima da mesa. Eu


mastiguei lentamente, uma tangerina azeda aparecendo na
minha língua. Ficar conosco? Não. Não. Não. Não. Não.

─ Mas... ─ Eu larguei meu garfo. ─ Talvez ele precise do


apoio de sua mãe. É um momento difícil para ele. Além disso,
eu tenho todas essas coisas de Natal no quarto de hóspedes.
É muita coisa… ─ Eu terminei fracamente. Easton inclinou a
cabeça para mim como se eu tivesse enlouquecido. Até
mesmo Chelsea levantou sua atenção de sua comida.

─ Eu posso movê-lo para a garagem. É onde deveria estar


mesmo assim. E você conheceu a mãe D. ─ Ele não precisou
elaborar. Eu tinha conhecido mamãe D. Eu a conheci, fui
esmagada em um abraço por ela, e saí de sua casa dez
minutos depois com conselhos suficientes para escrever um
livro, e dois recipientes de Tupperware cheios de comida. Ela
era bem-intencionada, mas tinha a sutileza e os limites do Dr.
Phil no ácido. ─ Você tem um problema com ele ficar com a
gente?

─ Claro que não. Por que eu teria? ─ Enviei um apelo


silencioso ao universo para me mandar de volta uma desculpa
bem pensada e perfeitamente razoável do porquê de o melhor
amigo de Easton não conseguir se esconder em nossa casa
enquanto sua vida se desfaz.

Nenhuma desculpa assim veio. Enfiei outra garfada de


salada na minha boca e mastiguei.

─ Parece que eles podem encaixar-nos às três e meia, ─


anunciou Chelsea, olhando para cima de seu telefone. ─
Easton, você e Aaron também querem massagens?

─ Não, eu acho que vamos ficar nas mesas. ─ Easton se


inclinou para frente e bateu na minha mão, chamando minha
atenção. ─ Se você não quer que ele fique conosco, apenas me
avise.
Eu estava bem ciente de Chelsea, do zumbido das mesas
vizinhas, e Aaron se aproximava rapidamente da esquerda.
Forcei um sorriso e encontrei os olhos de Easton. ─ Não, está
bem. Sério. ─ No meu estômago, os pedaços de frango e alface
se agitaram quando a ansiedade aumentou.

Ansiedade... e outra coisa. Eu tomei um gole de água e


coloquei a mão no meu estômago, tentando colocar o
desconforto e esperando como o inferno que não era emoção.
15
Há algumas coisas que seu marido nunca deveria saber.
As palavras de minha mãe ecoaram em minha mente
enquanto eu observava Easton abrir a porta de vidro e entrar
na varanda, juntando-se a Aaron no corrimão. Juntos, eles
examinaram a vista de Vegas e eu senti uma pontada de
desejo por quão bonitos ambos eram. Easton virou-se para
Aaron e riu, a mão batendo no ombro dele com afeição.

Os eventos da noite passada teriam um limite entre os


dois amigos? Easton ficaria louco?

Eu não fazia ideia. Eu também não sabia o quanto dizer a


Easton quando chegasse esse momento da verdade. Havia
uma diferença entre saber que alguém estava assistindo e se
apresentando para eles.

Os dois homens se aproximaram e Aaron apoiou os


antebraços no corrimão. Pensei na época em que Easton fez
uma cirurgia no ombro e A. adormeceu na poltrona reclinável
em seu quarto de hospital e ficou a noite. Houve a noite em
que ele apareceu em nossa casa, uma hora depois de saber da
fratura craniana de Easton, uma caixa de cerveja na mão.
Todos nós ficamos bêbados naquela noite, e eu acordei para
encontrar a nossa cômoda do quarto abandonada montada -
uma tarefa que me deixaria amarrada para ele para sempre.

Não importa se minha imaginação hiperativa se envolve


em explícitas fantasias de Aaron. Ou se - num momento
solitário e bêbado - ele nos observasse fazendo sexo. Eu não
podia jogar uma bola de demolição na amizade deles.

Mas eu também não pude dizer a Easton.

─ O que você está fazendo?

Eu pulei ao som mais próximo da voz de Chelsea, virando-


me bruscamente para vê-la de pé ao meu lado, os braços
cruzados sobre o peito generoso. Saltando para fora de seu
short rosa-choque, suas pernas estavam bem abertas, como
se ela estivesse prestes a entrar em uma série de
agachamentos.

─ Eu estava apenas pensando. Pensando no trabalho.

─ Alguma notícia sobre suas negociações de contrato?

─ Os compradores ainda estão pensando nisso, ─ eu


menti. Na verdade, a inspeção condenada não matou o
negócio, afinal de contas. Os compradores aceitaram nossos
reparos propostos e só precisávamos fechar por duas
semanas - ainda um pouco mais apertados financeiramente,
mas sem induzir a problemas.

─ Não admira que você tenha estado tão quieta. ─ Ela se


inclinou para frente e colocou seu peso sobre meus ombros. ─
Você ficou de fora a manhã toda.

Eu fiz uma careta. ─ São quase três. Acho que perdemos


totalmente a manhã.
─ Uh-huh, ─ disse ela, não distraída de sua avaliação de
mim. ─ Bem, você é permitida ficar aborrecida por mais trinta
minutos. Então espero que esta massagem derreta tudo isso.
Temos Luke e Thomas reservados, e o concierge me disse que
eles têm dedos mágicos e soltam um sex appeal.

Eu observei enquanto ela se esticava para tocar os dedos


dos pés, o que era provavelmente a extensão da atividade
física que ela planejou para a semana. ─ Mesmo? Isso é o que
o porteiro disse?

─ Na velha e esnobe conversinha que, graças a Regina,


sou fluente. ─ A referência à madrasta foi feita com um
gemido, enquanto ela lutava para alcançar os dedos dos pés,
depois se erguia. ─ Estou começando yoga, ─ ela anunciou. ─
Terças e quintas-feiras às dez, naquele lugar que gosta de
fazer micro-ondas enquanto você desce. Você está dentro?

─ Por mais tentadora que seja essa oferta, não. ─ Fiz meu
próprio miniestiramento por obrigação, amarrando minhas
mãos nas minhas costas e tentando expandir os músculos
tensos do meu peito. Olhei de relance para a sacada, onde
Easton havia se virado, agora de costas para o corrimão,
ainda com atenção em Aaron.

Devíamos descer as escadas agora, antes que eu tivesse


que sofrer outra rodada de interações desajeitadas. Easton já
havia me perguntado uma vez se tudo estava bem. Eu não
suportaria entregar outra garantia forçada, quando tudo o
que eu realmente queria era levá-lo de volta à nossa casa e
conversar com ele sozinho.

Mas quando eu poderia fazer isso? Com base no final da


nossa conversa de almoço, Aaron estava movendo seus itens
pessoais amanhã. Nós aumentamos nosso plano de voo para
levá-lo a Miami cedo o suficiente para ir para casa e fazer as
malas. Meu marido prestativo estaria bem ali, interferindo
com Becca enquanto despejava as coisas de Aaron em sacos
de lixo e caixas de papelão.

Quando Easton finalmente chegasse em casa, ele teria


Aaron no reboque. Eles querem comer e assistir beisebol. Eu
não seria capaz de falar.

─ Hey. ─ Chelsea gentilmente me bateu com o ombro. ─


Você está vindo? É hora de ir ao spa.

Eu peguei minha bolsa e me afastei da vista. ─ Sim, estou


pronta.

Por mais aterrorizante que fosse, eu precisava ter essa


conversa com Easton aqui em Vegas, então eu poderia matar
tudo isso agora, antes de nós três voltarmos para a Flórida
como companheiros de quarto.

Eu encurralei meu marido entre uma máquina de caça-


níqueis Aladdin e uma anoréxica com cabelo azul e um
piercing no nariz. ─ Precisamos conversar. ─ Eu reivindiquei a
máquina ao lado dele e enfiei a chave do meu quarto.

Easton olhou para o outro lado, meio distraído pelas


bobinas ainda girando. ─ O que há de errado?

A máquina exibiu meu total de pontos, então me desejou


boa sorte. ─ Em frente e aja normalmente.

─ Você ganhou alguma coisa? O da Roda da Fortuna? ─


Ele me encheu, sua voz subiu, e eu fiz uma nota mental de
que - se eu ganhasse - ele tinha uma cara de pôquer horrível.

─ Nada, nós não ganhamos nada. Onde está Aaron? ─ Eu


coloquei uma nota de cinco dólares na máquina e mantive
meu rosto calmo, caso ele estivesse espreitando na esquina e
nos observando.

─ Jogando pôquer. ─ Ele sacudiu a cabeça em direção aos


jogos de mesa e eu abandonei meu ato com a notícia de que
estávamos sozinhos.

─ Bom. ─ Eu empurrei minha manga esquerda para cima


do meu cotovelo, então a direita. ─ Eu preciso te dizer uma
coisa, mas eu não quero que você surte ou fique estranho
sobre isso.

Ele me olhou com cautela. ─ OK.

─ Ontem à noite, quando você e eu estávamos na sala de


estar... ─ Eu parei. ─ Aaron... ─ Eu respirei fundo. ─ Eu acho
que Aaron estava na varanda.
A garota gemeu, tirou o cartão da máquina e levantou-se
para sair. Eu peguei a desculpa para desviar o olhar de
Easton.

─ Ele me disse.

As três palavras me trouxeram de volta. ─ Aaron disse a


você?

─ Sim. ─ Ele esfregou a parte de trás do pescoço e deu um


sorriso irônico. ─ Eu estava realmente lutando com como
contar a você. ─ Ele riu. ─ Então, olhe, problema resolvido.

Não, o problema não foi resolvido. De modo nenhum. Eu


me aproximei dele e abaixei minha voz, consciente do fato de
que estávamos em um lugar muito público. ─ Então ele te
disse que ele nos observou? Assistiu você… engasgar e me
foder?

─ Bem, eu não tenho certeza se nos assistir foi a palavra


que ele usou. Mas ele nos viu, sim.

─ E? ─ Eu assisti seu rosto para dizer. Suas feições


estavam relaxadas, seus olhos divertidos, e eu não vi
nenhuma das tensões que estavam apertando minhas
omoplatas com um aperto de ferro. Mesmo a massagem não
ajudou, embora o homem tivesse recebido dez dólares extras
em sua gorjeta por ter tentado muito, muito mesmo.

Ele encolheu os ombros. ─ E o que?


Eu soltei uma respiração irritada. ─ Isso é um grande
negócio, Easton. Ele poderia ter descido a varanda e ido para
o seu quarto, mas ele não tinha. ─ Eu poderia ter puxado a
mordaça e ter dito, mas eu não fiz. Eu quase disse isso, quase
coloquei os holofotes em mim apenas para tirar aquele sorriso
descontraído de seu rosto.

─ Você está certa. ─ Seu rosto ficou sério e ele se


aproximou. ─ Eu sinto muito. Ele estava bêbado e a porta do
nosso quarto estava trancada. Mas ainda assim, ele poderia
ter batido na janela. Vou dizer que ele deve desculpas a você.

─ O que? Não, não. Não o faça fazer isso. ─ Eu balancei


minha cabeça enfaticamente e adicionei minhas mãos na
mistura, meu alarme fazendo minha voz disparar em um nível
excessivamente alto.

─ Tudo bem... ─ ele disse lentamente. ─ Estou confuso. O


que você quer que eu faça?

─ Eu quero... ─ Eu hesitei, insegura. Eu queria ser


honesta com ele. Eu queria que as coisas fossem abertas e
francas entre nós. Eu realmente não queria que ele soubesse
que eu abrigava fantasias secretas de um sanduíche de
Easton e Aaron, mas de repente estava apavorada com a ideia
de ele vir morar conosco. E se eu não conseguisse lidar com
isso? E se eu estivesse ofegando contra o balcão da cozinha,
minha mão profundamente na minha calcinha, no meio da
fantasia, e Aaron me pegasse?
Eu não sou responsável pelas coisas que acontecem em
minha própria casa. Era para ser meu refúgio seguro. Minha
zona de conforto. Eu era uma viciada, e colocar Aaron em
nossa casa era fundamental para estocar armários de
alcoólatras com bebidas. Eu poderia espanar em torno dessas
garrafas por uma semana ou mais, mas eu estaria me
arrastando da garrafa com uma camiseta coberta de vômito
em pouco tempo.

Eu gostaria. E se ele estivesse ali, nos observando na


noite passada... talvez ele também estivesse.

Agarrei o braço de Easton e tentei encontrar as palavras


certas. ─ Eu não sei se quero que ele fique com a gente.

─ O que? ─ Ele recuou o suficiente para se concentrar


corretamente no meu rosto. ─ Por causa da noite passada?
Elle, estávamos todos bêbados ontem à noite, acho que ele
nem se lembra do que viu. Você não pode, ─ ele inalou. ─
Elle...

─ Não é só porque ele nos viu. É que eu gostei disso.


Estava lá, eu disse, e eu assisti como um fusível queimando,
me preparando para a explosão resultante.

─ Você gostou de quê? ─ Ele entendeu, ele tinha que


entender, ainda assim ele se fez de bobo, seus belos traços se
contorciam em pensamentos como se eu tivesse acabado de
lhe dar uma equação algébrica.
─ Não haja assim. ─ Cruzei os braços e dei-lhe um olhar
irritado. ─ Eu sabia que ele estava nos assistindo foder e eu
gostei.

─ Humm... ─ A menina de cabelo azul limpou a garganta


e me virei para encontrá-la bem atrás de mim, uma unha
preta apontada para a máquina de caça-níqueis. ─ Eu deixei
minha bebida lá.

Eu me movi para um lado e observei quando ela passou


por nós e pegou seu copo limpo. ─ Aberrações, ─ ela
murmurou.

Easton esperou enquanto se afastava ao passo mais lento


possível, sugando alto o canudo. Ele seguiu seu movimento,
em seguida, sacudiu os olhos azuis para mim.

Ele estava excitado. Ele tentava escondê-lo, mas deu para


ver no modo faminto que se aproximava, a forte pressão na
testa, a maneira como tentava se recompor antes de falar. ─ E
é por isso que você não quer deixá-lo morar com a gente?
Suas tendências voyeurísticas não são exatamente uma
surpresa, Elle. Afinal de contas... ─ ele checou a área por
mais ouvidos. ─ Lembra...

Eu levantei minha palma. ─ Eu não preciso de uma


recapitulação de cada vez que eu fodi em público. Eu culpo a
maioria das vezes pela tequila. ─ E quão incrivelmente quente
Easton era. Meus parceiros de fantasia sempre
empalideceram em comparação com o que ele poderia fazer
com apenas uma inclinação arrogante de sua boca.
─ A maioria. ─ Sua mão fechada carinhosamente ao redor
do meu. ─ Mas nem todos.

Eu não respondi, não quando ele suavemente beijou


minha bochecha, depois ao lado da minha boca, depois a
ponta do meu nariz. Seu peito roçou no meu e eu inalei o
cheiro sutil de suas amoras e colônia de praia. ─ Você está
tentando me distrair, ─ eu disse, no momento antes de seus
lábios macios pousarem nos meus.

─ Está funcionando?

─ Não. ─ Eu me afastei e sentei no banquinho acolchoado


mais próximo. ─ Isso é sério, E.

Ele suspirou. ─ Não é grande coisa. Ele nos viu juntos.


Você gosta de sexo em público. Nós seguimos em frente.

─ Eu nunca fiz sexo em público onde alguém realmente


nos viu. Não tão perto, e certamente não... ─ Eu apontei para
a minha boca e fiz uma careta como se eu ainda tivesse a
mordaça nela. Nossos raros momentos de indecência pública
foram o tipo de rapidinha em público que poderia ter sido
suspeitada, mas não confirmada - um boquete nos fundos da
biblioteca, sexo no quintal no meio do dia, uma sessão de
dedos em um voo transatlântico onde eu mordi um
travesseiro de pescoço para abafar meus gemidos.

─ Eu já disse a ele que ele poderia ficar. Vai ser estranho


se eu disser que ele não pode agora. Além disso, para onde ele
vai? De volta para a mãe dele?
─ Ele poderia conseguir um hotel, ─ eu disse, então
percebi o quão egoísta eu soava.

Easton suspirou. ─ Vamos, Elle. Trabalhe comigo aqui. Se


você está desconfortável perto dele, então vou manter vocês
separados. Mas é Aaron. Você ama-o. Eu não sei porque você
está agindo como se tudo tivesse mudado de repente.

Talvez eu estivesse soprando isso fora de proporção. Eu


vivi com eles antes, por duas semanas, quando eu estava no
meio dos apartamentos. Estava tudo bem. Não digna de nota.
Um pouco irritante, a sua irmandade que às vezes me fazia
sentir como uma terceira roda. Mas tudo bem. Eu poderia
fazer isso de novo.

Ele beijou o topo da minha cabeça. ─ Estamos bem?

─ Sim. ─ Olhei para a máquina de entalhe Aladdin, onde


restavam 14 créditos. Estendendo a mão, apertei o botão e
observei quando os mostradores giravam. Aladdin, Jasmine e
Jafar se alinharam em formação irregular, o presságio
misterioso com seu tempo.

─ Vamos. ─ Easton colocou um braço em volta dos meus


ombros e me puxou para os meus pés. ─ Vamos encontrar os
outros e comer alguma coisa.
16
Depois do calor seco de Vegas, Miami parecia um forno a
vapor. Ainda com meus sapatos, eu deitei no topo das
cobertas e escutei o zumbido do cortador de grama. Em um
dia normal, eu poderia ter ficado na janela e observado o
homem, admirando a maneira como sua camisa se agarrava a
suas costas musculosas, suas pernas fortes se agitando
contra a grama recém-cortada enquanto ele empurrava o
cortador ambulante.

Agora, eu não tenho tempo para uma fantasia sobre o


meu paisagista sexy. Eu tinha problemas maiores, que
ocupavam atualmente as duas extremidades do sofá da sala,
os pés chutados na poltrona, a cerveja na mão, os olhos
grudados na TV, a masculinidade fedendo a eles e infectando
a sala.

Eu tinha tirado a tampa da minha própria cerveja e me


juntei a eles, atraída pelo som familiar do jogo. Eu evitei o
sofá e me acomodei na grande poltrona reclinável de couro
vermelho, enfiando meus pés debaixo de mim e olhando para
a tela.

Eu tinha durado dez minutos antes de perceber que


Aaron estava me ignorando. Todos os comentários que fiz,
todos os olhares que atirei - ele era educado e empenhado no
jogo, mas duro como uma prancha ao meu redor.
Eu odiava e deixei a sala, dando uma desculpa sobre
precisar de um banho.

Da direção da sala de estar, gritos duplos ecoaram.


Easton gritou algo no alto de seus pulmões. Eu mudei para o
meu lado e me perguntei o que tinha acontecido.

Isso era ridículo, eu em nosso quarto, me escondendo


como uma leprosa. Eu inclinei minha cabeça para a porta do
armário e considerei mudar para algo legal e sair. Os
corretores de imóveis em nosso escritório estavam tendo um
evento de vinho e queijo em um bar no centro da cidade. Eu
poderia me juntar a eles, embora a ideia de confundir com
aquelas muitas testas reforçadas com botox parecesse
exaustiva. Além disso, não tive novos contratos. Nenhuma
nova listagem. Nenhuma conquista para casualmente
comemorar enquanto todo mundo saciava sob o disfarce de
conversa de loja. Meu olhar foi para a mala alta, estacionada
perto da porta do armário onde estive nos últimos dois dias.
Nós dois iríamos ignorá-lo, evitando até o terrível momento
em que Easton precisava de seu barbeador elétrico, ou eu
queria minhas costas vermelhas.

A maçaneta da porta balançou e eu me virei quando a


pesada alavanca de bronze girou. A porta se abriu e Easton
enfiou a cabeça para dentro.

─ O intervalo acabou de começar. Você já tomou banho?

─ Ainda não. ─ Eu rolei em direção a ele e me sentei. ─ Eu


não queria fazer isso com Luke no quintal, dadas as cortinas
quebradas. ─ Eu balancei a cabeça na direção do quintal,
onde o comedor de ervas daninhas rugiu para a vida. ─ Está
quase escuro. Por que ele está aqui tão tarde?

─ Não faço ideia. ─ Ele olhou para as cortinas do nosso


banheiro, que estavam empilhadas ao lado da cômoda,
precisando serem levadas para a lata de lixo. Eles estavam no
mesmo cronograma de espera até a outra pessoa que agendou
a nossa mala, e em farrapos esfarelados graças a uma
tentativa entusiasta de Wayland de pegar uma mariposa. ─
Quer que ele pare? Aaron e eu podemos terminar tudo o que
ele não conseguiu.

─ Não. ─ Eu me levantei e me estiquei. ─ Eu acho que vou


trocar de roupa e ir para a academia. Qual é o resultado?

─ Amarrado. ─ Ele observou enquanto eu abria os botões


da minha camisa. ─ Aaron está correndo para Bobalo para
pegar uma pizza. Então... ─ Ele manobrou em torno das
cortinas e puxou minha camisa, me puxando para mais perto
dele.

Eu soltei uma risada estrangulada com o sorriso sugestivo


em seu rosto. ─ Agora?

─ Venha. ─ Sua mão se atrapalhou com o botão do meu


longo short. ─ Levará meia hora, dada a construção na
Quarta. Além disso, pedi um prato fundo, só para nos dar
mais tempo.
─ Oooh... prato fundo. ─ Eu enfiei a ponta da minha
língua para ele. ─ Isso foi ardiloso. E se eu não estivesse de
bom humor?

─ Minha esposa? ─ Ele sorriu. ─ Ela está sempre de bom


humor.

Se eu não tivesse sido antes, essa frase fez isso por mim.
Eu gostei da ideia de ele ser casado, e do cenário hipotético de
eu ser sua outra mulher. ─ Ela compartilharia você comigo? ─
Agarrei-o através de seu jeans, aproveitando o assobio de
cautela que ele soltou.

─ Foda-se não. Ela ficaria furiosa se soubesse o que eu


estava prestes a fazer com você. ─ Ele beijou meu pescoço
com força enquanto puxava meu short sobre meus quadris
largos, suas ações competindo com as minhas enquanto nós
dois lutávamos para tirar a roupa um do outro. Nós nos
beijamos, sua boca possessiva, e eu tremi quando minha
camisa caiu, minha pele se arrepiou na sala fria.

─ Você sabe, minha esposa dá um inferno de um boquete.


─ Ele espalmou meus seios em cada mão quente e apertou. ─
Você acha que pode fazer melhor?

─ Há. ─ Eu o empurrei na cama e o montei. ─ Eu


distribuo boquetes depois do orgasmo. Leve-me, e vou chupar
seu pau com tanta força que você deixará sua esposa por
mim.
─ Sim senhora. ─ Ele sentou-se e sorriu para mim, suas
mãos acariciando meus mamilos enquanto seu pau se
contorcia contra a minha bunda. Levantei-me de joelhos e
estendi a mão, posicionando-o entre as minhas pernas. Suas
mãos apertaram em mim em advertência. ─ Espere, a porta...

Eu olhei por cima do meu ombro para a porta, que não


estava totalmente fechada atrás dele. ─ Está tudo bem. ─ Eu
me abaixei para ele, suspirando em contentamento quando
seu pau grosso empurrou para dentro de mim. Tão duro, tão
rápido. Foi um dos rumores no estado da Flórida, provado
verdadeiro e ainda preciso, sete anos depois.

─ Você gosta dela aberta? ─ A pergunta assobiou através


de seus lábios antes de ele recuperar a minha boca, sua mão
envolvendo o meu cabelo e puxando-o. ─ Você espera que ele
volte para casa mais cedo e veja você cavalgando meu pau?

Eu hesitei no meio da minha ação, seu pau dentro, e


encontrei seu olhar. Foi intenso e possessivo, seu aperto em
mim feroz, seu pau duro. Se ele estava bravo, foi a versão
mais quente da emoção que eu já vi. Ele empurrou seus
quadris debaixo de mim, apontando mais fundo. Eu desci
completamente. ─ Talvez.

─ Foda-se, talvez, ─ ele jurou, suas mãos subindo pelas


minhas coxas e agarrando minha bunda, puxando minhas
bochechas quando um de seus dedos encontrou minha
bunda. ─ Conte-me. Diga-me que você quer que ele veja essa
linda bunda subindo e descendo pelo meu pau.
Minhas unhas cravaram em seu peito enquanto falava, o
cuidado jogado ao vento, o risco tão quente quanto o prazer. ─
Eu quero que ele veja.

─ Você quer? ─ Ele gritou, seu dedo empurrando o buraco


da minha bunda. ─ Você sabe que ele não vai ficar parado aí.
Não quando ele vê o quão suja você é. Não quando ele ouve
como você é quando toma meu pau. ─ Ele me puxou para o
seu peito e me prendeu no lugar, me segurando ainda quando
ele assumiu o movimento, seus quadris iniciando um ataque
furioso de impulsos para cima em meu corpo necessitado. Ele
virou a cabeça e colocou a boca perto do meu ouvido. ─ É isso
que você quer, Elle? Você quer que ele entre no nosso quarto?
Você quer ver o pau dele? Você sabe que ele vai ficar muito
duro, vendo o que ele está prestes a foder.

Eu quebrei o visual, segurando seus ombros e deixando


escapar um uivo de prazer quando seu segundo dedo
empurrou minha bunda, o ajuste apertado, sujo e quente,
meus músculos se formando ao redor dele enquanto meu
orgasmo pulsava.

Seus dedos arrancaram e ele rolou, ficando em cima de


mim. ─ Vire, ─ ele ordenou. ─ De joelhos.

Eu subi na cama, obedecendo a ele, o edredom lilás


caindo sob meus joelhos. Ele os puxou para fora, espalhando-
me amplamente, e empurrou meus ombros para baixo até
meus seios roçarem a cama. ─ Fique aí mesmo.
A cama mudou e eu parei, inclinando a cabeça para o
lado. O peso de seus passos soou quando ele se moveu para o
lado. Seu cinto batia contra o piso de madeira e eu o vi
segurar o telefone. ─ O que você está fazendo?

─ Fique aí. ─ Houve o som de uma veneziana e eu recuei.

─ Por que você...

Ele agarrou um punhado de bunda e apertou, em


seguida, espancou a carne, quase me levantando da cama. ─
Você é tão linda pra caralho. Eu quero que você veja isso. ─
Houve outro som, então o telefone foi jogado ao meu lado, a
tela para cima, e quando Easton ficou atrás de mim, vi o que
ele havia tirado. Era o tipo de foto inútil que você veria em um
site pornô amador. Minhas pernas se separaram, minha
boceta rosa e brilhante, costas arqueadas, rosto virado para
longe, meus dedos dos pés apoiados na cama. Seus dedos
estavam mordendo minha bochecha e seu pau duro era
visível na metade inferior da foto, molhado de estar dentro de
mim.

Ele empurrou e eu fechei meus olhos para o


preenchimento rígido dele, a foto desaparecendo por um
momento agradável. ─ Isso é o que ele vai ver, ─ Easton
começou a bombear em mim, sua pélvis batendo alto contra a
minha bunda. ─ Ele vai ouvir você gritando por mais e ele vai
andar pelo corredor e ver a porta aberta. Ele vai ficar duro ao
som de você gozando. Ele vai olhar, e ele vai ver você, só
assim.
Eu agarrei os lençóis mais apertados e imaginei Aaron na
porta, seu peso apoiado contra o batente, sua boca
entreaberta enquanto ele observava a cena.

─ Olha como você é linda pra caralho. ─ Easton apertou


ainda mais a minha cintura, seus golpes encurtaram
enquanto sua velocidade aumentava, sua excitação
crescendo.

Olhando para o telefone do meu marido, eu me deixei


olhar para ele sem me concentrar nas covinhas da minha
bunda, ou na minha linha do biquíni sem depilar. Eu escutei
o grunhido de sua voz, senti a urgência de suas fodidas, e
olhei para a porra pura e gostosa da foto. Eu estava linda. Eu
parecia necessitada, Easton parecia enorme, e eu me senti
bêbada com o pensamento de Aaron vendo essa visão. Bêbada
e imprudente.

─ Fale comigo, baby. ─ Easton abriu minhas bochechas


com as mãos, o ar frio da sala batendo no buraco exposto da
minha bunda. ─ Me diga o que você quer.

Eu não pude responder, mal consegui controlar um


gemido de prazer quando meus músculos se apertaram ao
redor de seu pau. Eu consegui exalar. ─ Mais.

Ele se retirou e eu senti o toque quente de sua língua ao


longo da fenda da minha bunda, em seguida, o empurrão
contra a faixa apertada de terminações nervosas. ─ Nãoo... ─
eu avisei. ─ Eu não estou preparada.
─ Eu preciso disso, Elle. ─ Ele empurrou o polegar na
minha bunda e meu clitóris formigou, um tiro de prazer
atirando de um centro nervoso para o outro, meu corpo
zumbindo como um fio elétrico em preparação. ─ Por favor.
Eu vou gozar no momento em que empurrar para dentro.

Isso era uma mentira. Ele amava minha bunda demais


para ser rápido. Mas eu também ansiava a maneira como ele
reagia quando ele estava dentro dela. As coisas imundas que
ele disse. A posse feroz que veio sobre ele. A junção crua, não
filtrada e animalesca de nossos corpos e quão íntima e feroz
era a conexão.

Eu senti a ponta de outro dedo, me abrindo.

─ Vamos. Por favor. ─ Seu pau bateu contra o meu clitóris


inchado, a cabeça empurrando insistentemente contra tudo o
que tocava. Ele se inclinou para frente e mordeu minha nuca
do lado direito. ─ Ou você está preocupada que você vai ser
muito alta? ─ Ele colocou a cabeça contra a abertura
apertada. ─ Você está preocupada, que ele vai ouvir você
implorar por mais?

Foda-se. Eu empurrei de volta contra sua cabeça, miando


de dor quando minha bunda se esticou para levá-lo, meu
clitóris engolindo, pesado com a necessidade. Estendi a mão
entre as minhas pernas e passei a mão sobre o clitóris
sensível, batendo suavemente sobre as dobras molhadas, o
prazer necessário trazendo lágrimas aos meus olhos. ─
Lentamente, ─ eu sussurrei.
─ Jesus Cristo, ─ ele murmurou. ─ É tão quente e
apertado. É uma loucura. ─ Ele se inclinou para a frente e
segurou meus seios, suas palmas úmidas rolaram sobre
meus mamilos, e ele deu mini estocadas de seus quadris
enquanto ele relaxava mais profundamente dentro de mim, a
pitada de um mamilo me distraindo da dor.

─ Use seus dedos, ─ ele pediu. ─ Brinque com essa bela


boceta e finja que é a língua dele.

Eu não pude. O orgasmo foi cegante demais, intenso


demais, inesperadamente repentino e eu balancei de volta,
empalando-o em mim, seu grunhido de prazer quebrando o
último empate de controle. Eu gritei, meu corpo tremendo, e
ele segurou meus ombros, movendo seu pau escorregadio
para dentro e para fora do meu rabo apertado. Eu gritei de
novo, meu orgasmo estimulado pelo volume imprudente, a
crença de que Aaron poderia ouvir, ele poderia saber, ele
poderia estar em pé na fenda escura da porta e assistir
enquanto Easton tomava minha bunda e me fodia com esse
orgasmo.

─ Eu vou gozar. ─ A mão de Easton apertou meu ombro e


ele praguejou, ofegando enquanto seus quadris diminuíam,
seu prazer chegando, e ele gritou meu nome, um grito de
culto no momento antes dele cair em um lado do corpo na
cama e me puxou com ele.

Nós ficamos lá embaixo do movimento lento do ventilador


em silêncio saciados. Ele se moveu, seu pau deslizando para
fora de mim, e eu estremeci com o desconforto.

─ Porra, ─ ele demorou. ─ Você é louca, você sabe disso?


─ Ele me puxou para seu peito e eu coloquei minha cabeça
contra sua cabeça, os batimentos cardíacos rápidos
diminuindo em um ritmo mais pacífico. Estendendo a mão,
ele puxou o lençol, cobrindo meu corpo nu, protegendo a
vista. Um longo momento passou e eu escutei os sons da
casa. Do fundo do corredor, a televisão mal era audível. O
pátio estava quieto e de repente pensei no paisagista.

─ Quanto você acha que o jardineiro ouviu?

─ Ele provavelmente não pode ouvir nada depois de ouvir


o cortador pela última hora. Não se preocupe com isso. ─ Ele
torceu uma mecha escura do meu cabelo em volta do dedo e
puxou gentilmente. ─ Deixe-me fechar a porta.

Apoiei-me em um cotovelo e vi quando ele chegou até a


porta e a fechou, trabalhando a porta na armação. Ele chutou
com o pé e bateu no lugar. Quando nos mudamos, nossos
vizinhos nos disseram que o furacão Donna pegou um pouco
a casa e depois a colocou de volta. Eu não sabia se acreditava
nessa história, mas isso explicaria por que ela não parece ter
um único ângulo reto. Voltando para a cama, eu assisti
enquanto ele abaixava seu corpo nu ao meu lado.

─ Isso é interessante. ─ Ele usou o dedo indicador para


tirar um pedaço caído do cabelo dos meus olhos. Pegando o
dedo em um grampo, ele removeu cuidadosamente o item
ofensivo, depois o jogou na direção geral do banheiro. ─ Esse
fascínio por Aaron que de repente você tem.

─ Eu não chamaria isso de fascínio. ─ Eu fiz uma careta.


─ Você é o único que levou tudo isso lá.

─ Você parecia gostar. ─ Seu dedo percorreu minha


clavícula e puxou o lençol, arrastando-o até que meus seios
estivessem expostos. Reverentemente, ele acariciou os dois.
Eles eram uma das suas partes favoritas do meu corpo. Eu
tive um breve momento de vaidade, pensando no que a
gravidez faria com eles. Talvez meu útero teimoso fosse o
melhor. Talvez, com todos os pensamentos tórridos na minha
cabeça, eu não estava apta para ser uma mãe de qualquer
maneira.

─ Gostou? ─ Easton baixou a cabeça e levou o mamilo


mais próximo à boca, sugando ternamente o bico sensível.

Suspirei e segurei a parte de trás de sua cabeça,


observando. ─ Eu gostei.

─ Você já pensou sobre ele antes? ─ Seu olhar subiu para


encontrar o meu, mas ele manteve a boca no lugar, a nuca da
barba roçando a curva delicada do meu peito.

─ Antes de Vegas? ─ Eu hesitei. ─ Às vezes. Mas nunca só


ele. Eu pensaria nele e em você, fazendo coisas comigo.

Ele levantou a boca. ─ Realmente? ─ Ele franziu a testa,


considerando a ideia. ─ Nós dois com você ao mesmo tempo?
Como dupla penetração?
─ Não, não, não. ─ Eu fiz uma careta para a ideia. ─ Tipo,
outras coisas. Eu não sei. Coisas estúpidas.

Ele subiu na cama até nossos rostos estarem nivelados. ─


Conte-me.

─ Nãoooo. ─ Eu chutei uma perna debaixo do lençol,


libertando-a.

─ Venha. ─ Ele avançou mais perto até que sua boca


estava a centímetros de distância, o sopro quente de sua
respiração contra os meus lábios. ─ Conte-me.

─ Easton... ─ Eu tentei puxar para trás e sua boca


capturou a minha, sua mão em concha na minha cabeça e
me puxando para ele. Eu lutei contra o beijo dele, mantendo
meus lábios rígidos, minha língua sem resposta.

─ Pare de lutar comigo, ─ ele sussurrou, pressionando


suavemente pequenos beijos contra os meus lábios antes de
tentar novamente para um beijo mais profundo.

Eu cedi, relaxando em seu toque enquanto minha mente


se agitava através de suas perguntas. Você já pensou sobre
ele antes? Conte-me. Não era como se Aaron fosse o cerne das
minhas fantasias. Eu tinha tantos pensamentos indesejáveis
sobre tantos homens - Aaron era o único que eu estava
literalmente tropeçando, aquele que estava naquela sacada
escura e fez minha primeira fantasia ganhar vida. Se eu
começasse a confessar meus pensamentos a Easton, talvez
devesse mencionar meus cenários secretos sobre outra
pessoa, alguém que não estava em nossa casa, jantando
conosco todas as noites. Alguém que não estava tão perto.

Alguém que não se sentiu como uma possibilidade real.

Por que ele não estava certo? Tudo o que Easton acabou
de dizer, esse cenário que acabamos de fazer…

─ Eu não quis dizer tudo isso. ─ Eu me afastei do beijo,


olhando para o teto enquanto ele plantava beijos no meu
pescoço, então clavícula. ─ Eu estava apenas jogando um
cenário.

Sua mão viajou pelo comprimento nu do meu corpo, e eu


soltei um gemido quando seus dedos mergulharam entre as
minhas pernas, minhas dobras escorregadias, sua entrada
molhada. ─ Você tem certeza? ─ Ele virou a cabeça,
observando seus dedos brilhantes quando eles empurraram,
então se retirou. Em seguida, fora. Minha pélvis inclinou-se
por conta própria, implorando por mais. ─ Porque você
parecia como se tivesse feito. ─ Ele se virou, fixando seu olhar
no meu. ─ Diga-me o que você pensou. Com Aaron.

Eu respirei fundo, ciente de que este era um risco de


relacionamento desnecessário, apenas moderadamente
justificado pelo olhar sombrio de excitação em seu rosto, o
jogo sedutor de seus dedos enquanto hipnoticamente
pulsavam dentro e fora de mim. Eu já tinha visto tanta
intensidade em suas feições? Tal necessidade? Talvez no
começo. Talvez durante as primeiras noites cheias de luxúria.
Mas não em muito tempo, mesmo com os fogos de artifício,
mostram que o nosso sexo muitas vezes se tornou.

Eu separei minhas pernas mais largamente, minhas


coxas começando a tremer. ─ Só estando entre vocês dois.
Nos meus joelhos.

Seu olhar escureceu, seus olhos encobriram enquanto


seus dedos pressionavam mais fundo, curvando-se para
raspar ao longo do meu ponto G. Eu arqueei no meio da
cama. Ele assentiu. ─ Continue.

─ É isso aí.

─ Você não é uma boa mentirosa, minha doce esposa. ─


Ele esfregou o dedo indicador ao longo da minha crista
interior e eu comecei a ofegar, minha pélvis se contorcendo
em resposta ao seu toque. ─ Continue.

─ Alguém atrás de mim, ─ eu suspiro. ─ Não


necessariamente ele. Apenas alguém. Enquanto você me faz
chupar seu pau. ─ Eu torci em cima dos lençóis, frenética
para chegar ao orgasmo. Ele aliviou seus dedos um pouco,
torturando mais, então fez algo que parecia puro céu.

─ Eu gosto do pensamento de competir com você. ─ Ele


colocou a mão no meu peito e pressionou, prendendo-me para
baixo. ─ Eu gosto da ideia de ver o olhar em seu rosto quando
alguém diferente de mim empurra dentro de você. ─ Ele
continuou o movimento e eu agarrei ao longo de um
travesseiro, meus olhos se fechando enquanto eu flexionava
cada músculo do meu corpo e depois quebrava.

Ondas. Ondas gloriosas de prazer. Eu gemi seu nome


enquanto estremecia, meu corpo enrolado em torno de sua
mão, minha sensibilidade crescendo enquanto o orgasmo
desaparecia, seu toque suavizado. Eu exalei e relaxei, um pé
se contorcendo enquanto uma última mecha de prazer se
desenrolava. Eu abri meus olhos e o encontrei me
observando.

─ Mas eu não acho que eu poderia deixar alguém ter você,


─ ele disse rudemente, inclinando-se para frente até que seu
rosto estava logo acima do meu. Ele deu um beijo carinhoso
na minha bochecha esquerda e depois na minha direita. ─ Eu
acho que mataria qualquer um que tocasse em você, não
importa o quanto eu me importasse com o que você acabou
de dizer.

Eu encontrei seu terceiro beijo com meus lábios e sorri


contra o toque. ─ Eu estou bem com isso.

─ Tem certeza? ─ Ele cuidadosamente afastou meu cabelo


do meu rosto, então embalou meu queixo, me estudando. Da
frente para a casa, uma porta bateu e Wayland deu uma série
de latidos altos, depois ficou em silêncio. As chances eram de
que Aaron, com uma pizza na mão, estivesse sendo atacado
por um cachorro com vício em qualquer coisa que envolvesse
queijo, pão ou carne.
─ Eles eram apenas pensamentos, ─ eu disse. ─
Pensamentos que me apavoram.

─ De que maneira?

─ O que eles podem fazer para nós.

Ele me beijou de novo, depois rolou para fora da cama e


se levantou, os músculos de seu corpo delineados com
precisão. Quatro anos sem jogar, ele ainda era um espécime
atlético perfeito. Seu pau, grande e bonito, sobressaindo entre
as coxas fortes. Seu cabelo loiro, áspero nos meus dedos,
aquele nariz queimado de sol e feições bonitas, com olhos que
brilhavam com promessa sexual. Houve momentos em que eu
vi insegurança em Easton - discutindo nossas finanças, a
caminho de reuniões importantes -, mas no quarto, ele
sempre esteve confiante. Nu, sua arrogância estava em todos
os anos. Eu estudei as linhas e cortes de seu corpo e tentei
imaginar como eu me sentiria se ele dissesse essas mesmas
coisas para mim.

Que ele estava fantasiando sobre outra mulher. Várias


outras mulheres.

Que ele estava excitado com o pensamento delas em


nossa cama.

Que ele queria fodê-las enquanto eu usava sua boca.

Eu sairia da cama, vestira minhas roupas e arrumaria


uma mala. Prendi a respiração, tensa quando Easton se
abaixou e pegou sua calça jeans. Pulando a roupa de baixo,
ele puxou uma perna e depois a outra. Pegando seu pau, ele
fez uma careta quando ele empurrou para baixo e no ajuste
apertado de seu jeans.

Eu estudei o nível de sua ereção. ─ Você tomou alguma


coisa?

Ele parou seus esforços e me deu um olhar exasperado.


─ Mesmo? Eu já precisei tomar alguma coisa?

─ Estou apenas perguntando por causa da última vez. A


última vez, ─ foi a primeira e única vez que ele tomou um
5
Cialis . Um cara da equipe lhe passou a pílula, que produziu
resultados imediatos e impressionantes que duraram sete
horas, apesar de ele ter três orgasmos e muitos esforços de
deflação de nossa parte. Eu queria ligar para o pronto-
socorro, ele tinha recusado firmemente, e nós tínhamos
pacotes de gelo e o médico da equipe no momento em que
finalmente começou a murchar.

─ Não. Isso é tudo você. ─ Ele esticou uma camiseta


branca e a colocou sobre a cabeça. Curvando-se sobre a
cama, ele me deu outro beijo. ─ Eu te amo.

─ Eu também te amo. ─ Eu puxei o lençol de volta sobre


mim, e vi quando ele fechou as calças. Suas feições lindas
estremeceram quando ele fechou o botão. ─ Você tem certeza
de que isso vai baixar?

─ A qualquer minuto. ─ Ele veio para a frente e sentou-se


na beira da cama e eu fiquei tensa. Talvez fosse isso. O
momento da luta. Uma cumulação das confissões de Vegas e
do sexo.

Virando para mim, ele se inclinou sobre o meu estômago,


seu peso puxando o lençol com força contra os meus seios.
Eu movi, e ele colocou a maior parte do seu peso em seu
cotovelo. ─ Você pode me dizer a verdade, Elle. Sobre o que
você quer.

Eu queria dizer a mesma coisa para ele, dado que seu pau
estava prestes a perfurar um buraco na frente de sua calça
jeans. Talvez a ideia de eu estar com outra pessoa o deixasse
furioso, mas também, definitivamente, transformou meu
marido em alguém.

Ele estava esperando, e eu tentei descobrir o que eu


realmente queria. Um casamento aberto? De jeito nenhum.
Um trio? Talvez. Sim. Talvez. ─ Eu não sei o que eu quero, ─
eu disse finalmente. ─ Eu acho que as drogas da fertilidade
estão derrubando meus hormônios. Não é só Aaron. Eu estive
pensando em muitos homens.

Parecia errado culpar as drogas da fertilidade, mas elas


tinham sido o que havia trazido tudo isso. Antes dessas
drogas, eu tinha uma libido perfeitamente normal, se não
levemente excessiva, totalmente centrada no meu marido.

Ele não reagiu, sua palma roçando o topo do lençol e


despertando um mamilo atrevido. ─ Que homem?
Eu estremeci. ─ Muitos diferentes. Muitos para listar.
Honestamente, é embaraçoso.

Ele parou. ─ Dr. Jenthric?

Uma risada explode inesperadamente de mim. ─ O que?!


Não. Ele é como um idoso!

─ Seu chefe? Por favor, não diga isso. Eu sei que é uma
fantasia comum entre as mulheres. ─ Ele parecia quase sério
o suficiente para vender a pergunta, se você perdesse o brilho
brincalhão em seus olhos.

Peguei um travesseiro e coloquei na cabeça dele. ─ Te


odeio. Seja sério por um momento. Eu não estou falando de
gays carecas ou pediatras velhos.

Ele se esquivou de um segundo balanço do travesseiro,


roubou de mim e jogou para o lado. Agarrando meus pulsos,
ele os prendeu na cama em ambos os lados da minha cabeça.
─ Quão preocupado eu deveria estar com essas fantasias?

─ Não fique preocupado, ─ eu disse honestamente. ─ Elas


vêm acontecendo desde que começamos a tentar engravidar, e
eu não fiz nada com ninguém.

─ Mas é por isso que você não queria que Aaron ficasse
com a gente? ─ Ele me estudou de sua posição dominante, em
seguida, aliviou o peso dos meus pulsos, libertando-os.

Eu imediatamente peguei o cabelo dele, passando minhas


mãos pelos fios grossos. ─ Todas as minhas outras fantasias
eram com pessoas com quem tenho pouco ou nenhum
contato. Apenas parece perto demais, tê-lo aqui. E se eu
estragar tudo?

─ Estragar? Você não vai. ─ Era assustador, o quanto


meu marido confiava em mim. A fé clara em seu rosto, a
absoluta confiança de que eu nunca ultrapassaria a linha
com seu amigo. Ele se inclinou e roçou os lábios nos meus. ─
Você não vai. Você é boa demais para isso e somos fortes
demais para isso.

Era possivelmente a coisa mais imprudente que qualquer


cônjuge poderia pensar, quanto mais dizer. Eu sabia que
éramos fortes. Eu não tinha interesse em realmente tentar
qualquer uma das minhas fantasias, mas ainda estava
apavorada com a ideia de que Aaron estava hospedado
conosco e Easton havia se envolvido em uma dramatização
que o envolvia.

Passos soaram pelo longo corredor, então pararam do


lado de fora da nossa porta. Houve um barulho na porta. ─
E.? O jogo está de volta.

─ Estou indo, ─ gritou Easton, depois se pôs de pé. ─


Falamos sobre isso mais tarde?

─ Claro. ─ Por favor, não. Nós precisávamos colocar essa


conversa e sua última camisa havaiana restante em uma
caixa de madeira, enterrá-la em um buraco profundo e depois
correr como o inferno. Estas não eram as conversas em que
os casamentos bem-sucedidos foram construídos. Esses eram
os tipos de conversas que levavam ao perigo, o tipo de
confissão que, mais tarde, ao revisar a papelada do divórcio,
todos lamentavam.

Ele me deu um beijo e pareceu uma promessa de alguma


coisa. ─ Sair e comer?

─ Estou indo tomar um banho. Lavar todos vocês, fora de


mim, ─ eu provoquei, e saiu certo. Leve e divertido, vazio do
buraco escuro que se instalou em meu estômago ao pensar
em deixar nosso quarto e encarar Aaron, depois de tudo que
eu acabei de imaginar. Abraçados. Gozando.

─ Te vejo daqui a pouco.

Eu balancei a cabeça e deitei na cama. ─ Me salve uma


pizza.

Quando ele saiu, ele ainda estava duro e eu ainda estava


molhada, suas palavras grudadas no meu ouvido.

─ Brinque com essa bela boceta e finja que é a língua dele.

Deus. O que nós começamos?


17
Sentei-me na seção de hemorragia nasal da sala de
conferências, em uma das cadeiras extras que saíam dos
escritórios e me espremia ao longo da parede. Se eu girasse
muito para a esquerda ou para a direita, meu joelho atingia
Tim Rowland ou Charity Freeland, ambos agentes novatos
com vendas maiores do que eu. Enquanto a hierarquia do
nosso escritório podia ser facilmente lida por nossas posições
na sala, o gigantesco quadro branco, montado em uma das
extremidades do impressionante espaço, também registrava:
todos os sessenta e três agentes da empresa listados e
codificados por cores por ordem volume. Em marcador verde e
no topo, as cadelas ricas que sempre dominaram a
classificação e está sala de conferências. Natalie Bestenbreur.
Maria Bott. Jacks Williams. Lorna Pulley, a abelha rainha,
atualmente ocupava um tribunal em seu local padrão na
extremidade mais ao norte da mesa de reuniões, com a caneta
com ponta de ouro na mão.

─ Precisa ser aparado. Eu não entendo o problema.


Consiga alguém lá fora e faça isso! ─ Ela apontou a caneta
cara para a página diante dela como se fosse o peito de Neal
Blanton.

Neal, nosso corretor destemido que deveria ter se


aposentado com seu derrame quatro anos atrás, suspirou. ─
É uma árvore histórica. Este é o centro da cidade, Lorna. Você
sabe como essas coisas funcionam. Nós não podemos
simplesmente cortar isso.

Eu estudei a lista de agentes no quadro, descendo a lista,


onde os nomes iam de tinta verde para preto e, em seguida,
perto do fundo, vermelho. Eu tinha dois nomes acima do
vermelho, não que ser demitido da Blanton & Rutledge
importaria no grande esquema das coisas. Se a vida crescesse
assim, eu estaria enviando currículos para um trabalho
assalariado de qualquer maneira, e estaria fora dessas portas
douradas antes que eles tivessem uma chance de limpar
minha mesa.

─ É inaceitável. ─ Ela cheirou, e a pele apertou ao longo


de suas orelhas, uma dobra artificial surgindo. Seu mais
recente botox foi impressionante, mas entrou em jogo às
vezes. Eu desenhei um coração de bolha na margem da
minha agenda para não encarar.

─ Você poderia estacionar em um dos outros lugares,


longe da árvore. ─ Essa visão brilhante foi oferecida pelo
nosso mais novo assistente de marketing, um desses gays
sarcásticos que poderia insultar as calças da última
temporada fora de você enquanto ainda ganha seu carinho.
Sua sugestão era ridiculamente ignorante, já que os quatro
pontos sombreados na vanguarda do estacionamento estavam
claramente marcados.

Pessoa de vendas do ano.

Pessoa de vendas do mês.


Agente de Listagem do Ano.

Agente de Listagem do Mês.

Não importava se aqueles pontos estivessem ocupando


um aterro, não havia um agente com esse título que não
passasse por merda para estacionar lá. Eles ganharam aquele
lugar, e o Bentley de maçã vermelha de Lorna estava
estacionado em um ângulo entre dois deles. Também estava
salpicada de cocô de passarinho da família de nove ninhos no
galho acima do veículo, motivo pelo qual desperdiçáramos os
primeiros quinze minutos do encontro semanal de vendas
discutindo o corte de árvores e não a geração de vendas,
nossas metas de vendas ou Corretor aberto que estava
ocorrendo em... eu dei uma olhada sutil no meu relógio.
Quatro horas.

─ Se pudéssemos seguir em frente, Tyler tem uma


excelente apresentação sobre o novo contrato da FAR-BAR
que eu acho que todos nós vamos beneficiar. ─ Neal passou o
braço bom em direção ao advogado magro sentado no meio da
mesa. Tyler se levantou e nos afundamos um pouco mais em
nossas cadeiras. Por mais desinteressante que o tópico de
merda da Lorna fosse, ainda era melhor do que um louco
Tyler. Eu cuidadosamente troquei minhas pernas e de alguma
forma consegui bater Tim na panturrilha.

─ Desculpe, ─ eu murmurei.

─ Agora, espere um minuto. ─ Lorna ergueu um pulso


bronzeado envolto em um relógio antigo que, segundo fofocas
do escritório, pertenceu a Elton John. ─ Não resolvemos o
meu problema.

─ Vamos apresentar a conversa sobre o corte de árvores


até o próximo mês, ─ anunciou Neal com determinação, e
fiquei desapontada ao ver Lorna se acomodar em seu assento,
seus lábios cor de coral se fechando. Lorna e Neal, segundo o
folclore do escritório, tiveram uma briga física em uma
reunião semanal há duas décadas, um evento que
infelizmente ocorreu antes da tecnologia das câmeras de
celular.

─ O novo contrato da FAR-BAR tem várias mudanças que


afetarão os direitos do comprador. ─ Tyler endireitou as
linhas de seu terno e passou pelas cadeiras, indo para o
projetor de 1980 no extremo sul da sala. Nossa corretora
havia fechado oitocentos milhões de dólares em imóveis no
ano passado, mas não conseguiu investir em uma smart TV.
Ele inseriu uma página sob a lâmpada e limpou a garganta.
Ao meu lado, observei Charity abrir o Instagram e percorrer
seu feed.

Sufocando um bocejo, eu escutei Tyler e enviei uma


oração agradecida para o céu que eu nunca me tornaria uma
advogada. Entediada, eu corri através das mudanças na
minha vida.

E se... Easton não tivesse assinado pelos Marlins? Nós


não teríamos nos mudado para Miami. Ele não teria
conseguido esse bônus de um milhão de dólares. Nós não
teríamos comprado uma casa de quatro mil metros quadrados
que precisava de seis valores de trabalho. Ele teria proposto
tão rapidamente? Teríamos ficado em Tallahassee?

E se... Eu não tivesse desistido da faculdade de direito?


Eu teria aprendido a amar a documentação seca, brechas
legais e detalhes intricados? Eu ainda teria terminado no
mercado imobiliário, apenas por um caminho diferente?

E o sempre inevitável E se…

E se eu não tivesse perdido o primeiro bebê? E se


soubéssemos que eu estava grávida? E se eu não tivesse
ficado tão bêbada na formatura? E se eu tivesse tomado
vitaminas e cortado refrigerantes e, o mais importante, não
tivesse ido a Wakulla Springs e caísse de barriga-cheia? O
bebê estaria em segurança até o nascimento? Teríamos mais?
Eu estaria empurrando um carrinho de bebê agora, em vez de
ouvir essa besteira?

E tão assustador... era ainda o que eu queria? Eu estava


começando a duvidar de mim mesma, começando a
questionar se a minha luta para ser mãe estava fora de uma
necessidade equivocada de segurança e autoestima e não por
uma vida que eu realmente queria. Nós começamos a tentar
um bebê quando Easton estava em Marlin, nossa conta
bancária era gorda, meu objetivo na vida era confuso e
incerto. Nós não precisávamos da minha renda. Eu não
estava mais interessada em direito. Eu era uma nova esposa,
apaixonada pelo meu marido e almejava algo que não
conseguia identificar. Um papel. Um noivado. Cimento que
tornaria nossa nova vida e casamento.

Então nós tentamos por um bebê. E quando três anos de


foda como coelhos não funcionaram, nós trouxemos os
médicos. E quando os médicos não trabalharam, adotei um
cachorrinho adorável que se transformou em uma bagunça,
destrutiva e indecente.

─ Vamos olhar para um estudo de caso. ─ Tyler


substituiu a página atual por uma nova e a energia na sala
afundou ainda mais no desespero. Ao meu lado, eu assisti o
tipo de caridade seguido por seis emojis em um post de gato
que não valiam um simples. Meu próprio telefone zumbiu
contra a minha perna e eu o puxei com cuidado, dando uma
olhada casual para ter certeza de que ninguém estava
olhando.

Foi um e-mail do outro agente no meu acordo pendente.


Examinei os anexos e enviei uma resposta rápida. Eu estava
saindo do meu aplicativo de e-mail quando vi um e-mail do
Easton que havia chegado à minha caixa de entrada pessoal.

Linha de assunto: suas fantasias...

Estou com dificuldade em me concentrar em qualquer


coisa, exceto nas coisas que você descreveu.

Eu rolei para baixo para mais, mas não havia nada.


Apenas aquela linha indiscernível.
Eu conhecia Easton melhor do que ninguém neste
mundo, mas não sabia onde ele estava indo com isso. Se eu
tivesse que adivinhar, ele não se conhecia. Eu entendi isso.
Eu tinha tolerado minhas fantasias nos últimos dois anos
porque sabia que elas não tinham potencial. Eles eram uma
foto em um quadro no qual eu podia atirar dardos, sem
repercussões reais, além de alguns orgasmos auto-induzidos
muito agradáveis. Mas agora eles - ou pelo menos uma
daquelas fantasias - foram expostos.

E agora ele queria saber se eu realmente queria. Por que


eu compartilhei com ele se eu não queria que isso
acontecesse? Só para arejar meus segredos? Ou para solicitar
uma ação?

Talvez eu quisesse que acontecesse, eu só queria que


fosse algum evento mágico que não afetasse nossas vidas ou
relacionamentos de maneira alguma.

Ha

Meus dedos pairaram sobre a tela e eu brinquei sobre


como responder.

Eles eram apenas fantasias. Nós podemos esquecer


que elas existem.

Pressionei o botão enviar e soltei uma respiração contida,


levantando a cabeça bem a tempo de ver a cabeça de Maria
Bott balançar para baixo, em seguida, empurrei para trás, os
olhos piscando rapidamente na tentativa de acordar. As
tendências de sono de Maria eram o motivo pelo qual Charity,
Tim e eu nos sentamos nessa parte do muro. O momento
determinaria qual de nós compraria o almoço. Antes do novo
resumo de listagens: eu. Entre o início do resumo de listagens
e o final da reunião: Tim. Se ela soltasse um ronco audível:
Charity.

Mudei meu telefone para trás da agenda e fiz uma rápida


revisão do cronograma. A atualização legal de Tyler estava
bem antes do resumo das listagens. Se Maria conseguisse
segurar esse cochilo por mais cinco ou seis minutos, eu
estaria almoçando um sanduíche de filé e queijo de graça.

Tyler virou para outra página e a inquietação na sala


cresceu. Eu olhei para Maria Bott e desejei que ela
mantivesse aqueles grandes olhos castanhos abertos.

Meu telefone zumbiu, quente contra a minha coxa. Uma


resposta de Easton.

Sim, nós podemos. Ou poderíamos explorá-las ainda


mais.
18
─ Eu nunca vi tantas bolas em um lugar antes. ─ Chelsea
chupou em voz alta em um canudo, em seguida, me cutucou
com o cotovelo.

─ Sim, sim, eu entendi. Muito espirituosa. ─ Eu empurrei


meus óculos de sol em cima da minha cabeça e olhei para a
quadra, tentando dar uma olhada melhor na deusa do tênis
que transbordava sexualidade. Nicole Fagnani estava de pé na
extremidade direita da quadra, com a raquete na mão,
concentrando-se em sua Nike esquerda. Ela parecia
exatamente como suas fotos na internet, vídeos, entrevistas
de imprensa e mídias sociais haviam mostrado. Uma mulher
normal. Ninguém para se preocupar.

─ Aqui. ─ Chelsea esticou o binóculo. ─ Eu posso


literalmente ver as rugas se formando de seus olhos.

─ Obrigada. ─ Eu usei o binóculo e prontamente perdi a


tenista, três ajustes necessários antes que a mulher alta
voltasse ao foco.

─ Como vai com Aaron?

Mantive os binóculos firmes e lembrei-me de que ela


estava fazendo uma pergunta inocente, sem motivos para
suspeitar que Easton e eu estávamos fantasiando em
adicioná-lo à nossa vida sexual. ─ Bem. Ele fala muito com
Becca. Ela passou lá em casa ontem.
─ Mesmo? Você falou com ela?

Eu desisti e entreguei o par de volta para ela. ─ Não. Eu


estava no trabalho. Easton a viu. Ela foi mal-educada com ele
e queria conversar com Aaron sozinha. Os dois sentaram e
brigaram. ─ Naquela noite, Aaron voltou do ginásio com uma
expressão de aço no rosto, que não encorajou o comentário, e
foi direto para o seu quarto. Eu ouvi o chuveiro correndo
alguns minutos depois, e não o viu o resto da noite. Deixei
uma porção de comida na geladeira para ele e encontrei o
prato enxaguado e na lava-louças na manhã seguinte. Nós
fomos para a cama em torno de uma, então ele estava muito
quieto ou comido muito tarde.

─ Eu não posso acreditar que eu a deixei na minha boca.


─ Chelsea desembrulhou um chiclete, então me ofereceu um.

Eu aceitei o pedaço com um sorriso. ─ Você não fez


exatamente nenhum favor a ela. Limpar os dentes é como
correr uma maratona com pantufas. É possível, mas
exaustivo. Duvido que ela tenha saudades de ter você como
cliente.

─ Considerando que você não sabe quase nada sobre


higiene dentária ou corrida, eu vou ignorar seu insulto e
oferecer uma fofoca em resposta. ─ Chelsea enrolou sua
embalagem de chiclete em uma pequena bola e se virou para
mim, a partida de tênis sendo ignorada.

Ela poderia ter me dito que estava fazendo a transição


para uma pantera e ainda não tocaria no e-mail que - três
dias depois - ainda estava queimando um buraco no meu
telefone. O e-mail que Easton e eu ainda tínhamos para
discutir. O e-mail que vi toda vez que eu fechei meus olhos.

Eles eram apenas fantasias. Nós podemos esquecer


que eles existem.

- Sim nós podemos. Ou poderíamos explorá-los ainda


mais.

Já faz três dias e eu não tive uma única fantasia


improvisada. Talvez eu tenha me curado. Talvez todo o meu
corpo fosse necessário para alguém chamar seu blefe.

─ Você conhece o vizinho do meu pai, o cara que deixa as


cortinas abertas?

─ Sim. ─ Eu assisti Easton subir as arquibancadas em


direção a nós, o sol refletindo em sua camisa branca de golfe.
Com calça cáqui, um Rolex e um par de óculos Ray-bans, ele
parecia a imagem que queria projetar. Jovem, arrogante e
bem-sucedido. Alguém saberia que dois dos quatro cartões de
crédito em sua carteira estavam no limite?

Que o Range Rover que puxamos para cima tinha um


farol quebrado?

Que sua esposa limpa e esganiçada havia inclinado a


balança em seu casamento perfeito com suas confissões?

─ Ele foi preso neste fim de semana e você nunca vai


adivinhar por quê. ─ Chelsea bateu na minha perna com uma
unha nua, lixada até certo ponto. ─ Roubo de lojas.

Isso foi surpreendente o suficiente para eu tirar minha


atenção de Easton, que estava quase na nossa fila. ─ Esse é o
cara na casa grande? ─ Na rua do seu pai, todas as casas
eram enormes. Mas esse cara - se eu estivesse pensando no
cara certo - ainda era chamado de “casa grande”. Cobrindo
quatro lotes e ancorando-se em uma propriedade à beira-mar
que o próprio Deus cobiçava, sua casa tinha 40 mil metros
quadrados ridículos.
6
─ Sim. E foi no Kmart . ─ Ela disse, depois se animou ao
ver uma mulher que passava carregando um algodão doce do
tamanho de sua cabeça. ─ Oooh, eu não sabia que eles têm
algodão doce.

Easton chegou ao final da fila e se moveu para o lado,


passando por cima dos joelhos, pedindo desculpas e
mostrando aquele sorriso de milhões de dólares o tempo todo.
Um poço possessivo de repente torceu no meu estômago. Não
havia como Nicole Fagnani não se apaixonar por ele. Todos se
apaixonaram por ele. Inferno, mesmo Chelsea teve pelo menos
seis dias antes de ela ter visto outro atleta desgrenhado e ter
ido embora. Eu olhei de volta para a quadra, esperando ver
Nicole observando-o. Em vez disso, a loira musculosa
perfurou a bola de tênis sobre a rede com um saque que
quase quebrou o ar.

─ Ele estava comprando micro-ondas e depois


devolvendo-os, mas colocando velhos micro-ondas na caixa. ─
Ela bufou. ─ Você pode acreditar nisso?

─ Não, mas eu não tenho certeza se é considerado roubo


de lojas. ─ Eu disse distraidamente, meus olhos pegando
Easton enquanto ele chegava aos nossos lugares.

Acomodando-se na dele, ele apertou meu joelho. ─ Eu


perdi alguma coisa?

─ Sim, a bola foi para frente e para trás na rede, ─


comentou Chelsea. ─ Oh, e a multidão aplaudiu.

─ Obrigado. Muito útil. ─ Ele passou a mão mais para


cima da minha perna e deixou-a assentar na pele nua pouco
antes da bainha do meu short. ─ Esqueci a atenção aos
detalhes que vocês dão aos esportes.

─ Nós prestamos muito mais atenção aos seus jogos, ─ eu


jurei, inclinando-se para ele e pressionando um beijo em seu
pescoço. ─ E eu entendi o sistema de pontuação, o que
ajudou.

─ Além das múltiplas insinuações sexuais que posso fazer


sobre bolas, isso não é tão excitante, ─ disse Chelsea. ─ Pelo
menos em seus jogos eu tinha bundas em calças de beisebol
para olhar.

─ Eu sinto muito, ─ ele brincou. ─ Da próxima vez, vou


escolher meus clientes com base na simplicidade de seus
esportes.
─ Ei, não vamos esquecer quem te deu essa cliente, ─
apontou Chelsea.

─ Touché. ─ Ele ergueu a bebida e eles bateram nos copos


antes de mim. ─ Essa é a gerente de Nic, Anne. ─ Ele apontou
para a fila da frente, onde Shakira estava sentada ao lado de
um cara que Chelsea jurou ser Lenny Kravitz, sem os
dreadlocks. ─ Vê a morena com chapéu?

Eu vi a morena. Eu também notei o encurtamento do


nome de Nicole. O que foi uma observação absolutamente
ridícula, dado que eu estava entretendo fantasias e trocando
e-mails com meu marido sobre seu melhor amigo. E talvez...
talvez fosse por isso que eu estava mais no limite do que
possível. Porque eu queria ter certeza de que não havia
nenhum mal-entendido de que a minha honestidade sobre
minhas inclinações lhe permitia qualquer tipo de liberdade.

Recostando-se em seu assento, seus dedos acariciaram


minha coxa em pequenos círculos, provocando uma reação
instantânea entre minhas pernas. Eu capturei sua mão e
passei meus dedos pelos dele. Ele olhou para mim. ─ Sem
depósito ainda, ─ ele disse baixinho. ─ Mas nós marcamos
uma reunião para segunda-feira. Então, espero que sim.

Eu balancei a cabeça. ─ Eu tenho certeza que ela vai fazer


isso então. ─ Foi uma transferência de fundos, do Morgan
Stanley para a empresa de Easton. Nicole havia discutido
verbalmente a transferência de seis milhões de dólares para
testar as águas - mas evitava realmente puxar o gatilho. A
taxa de administração de um por cento de Easton sobre esse
montante nos permitiria pagar os cartões de crédito e cobrir
cinco meses de pagamentos de hipoteca.

Se ela seguisse adiante.

Se não, eu estava desperdiçando uma potencial


oportunidade sentada aqui, e Easton estava beijando sua
bunda atlética por nada. De qualquer forma, eu precisava
engolir meu estresse e ciúmes e apoiá-lo no processo. Apertei
a mão dele e ele se inclinou, tirando meu cabelo do meu
pescoço e dando um beijo suave logo acima do meu colar de
pérolas. ─ Você é tão bonita.

Eu virei minha cabeça e encontrei seus lábios, nosso beijo


curto e breve, o momento interrompido por Chelsea.

─ Hey E. ─ Ela se inclinou sobre o meu colo e sorriu para


ele. ─ Você sabe por que você nunca deveria entrar em um
relacionamento com uma jogadora de tênis?

─ Por quê?

─ Por favor, não a encoraje, ─ eu implorei, a piada que eu


estava prestes a ouvir pela terceira vez.

─ Adivinha. ─ Ela sorriu para ele.

─ Hummm... elas gostam de bater bolas?

─ Não, embora seja um excelente ponto. ─ Ela empurrou


os óculos de sol no alto da cabeça e fez uma pausa dramática.
─ Porque... para elas o amor não significa nada.
Foi meio engraçado, mas só porque - para Easton e eu - o
amor significava tudo.
19
Minha libido acordou na tarde de quinta-feira, no meio de
uma ligação com um agente do comprador cuja voz soava
como sexo puro, mergulhada em chocolate. Eu terminei a
ligação e me afastei da minha mesa. Alcançando de volta, eu
abri o zíper da minha saia, em seguida, peguei em torno dos
meus quadris. Girando na cadeira, fechei a porta com o dedo
do pé e apertei a fechadura. Eu tinha meia hora antes de
Easton chegar em casa. Talvez mais, dependendo do tráfego.
Muito tempo. Eu chutei meus calcanhares para um lado e
coloquei meus pés descalços na borda da mesa, abrindo meus
joelhos e trabalhando minha calcinha para baixo em torno de
minhas coxas.

Eu me senti nervosa. Ressaqueada. A dor de cabeça na


parte de trás do meu crânio latejava em harmonia com a dor
entre as minhas pernas. Ontem à noite, nós voltamos para
casa do jogo beneficente bêbados, dormimos sem sexo, então
ambos dormiram demais. Eu tinha lidado com o tráfego
matinal e com a creche canina de Wayland, que não queria
levá-lo depois das nove horas porque isso ─ atrapalharia os
outros cães. ─ Tipo, que porra é essa? Ele tinha cento e
quarenta quilos de energia irrestrita durante todo o dia. Se ele
não estivesse atrapalhando os outros cães por sua mera
presença, algo estava horrivelmente errado com ele.

Eu estava com a mão no fundo, minha bunda cavando no


banco, minhas fantasias profundamente em uma
dramatização onde uma falta de comissão só poderia ser
resolvida pela minha boca, quando a nossa porta da frente se
fechou.

Fiz uma pausa, meus pensamentos sexuais fugindo para


a abertura do meu andar, onde eles correram para morrer.
Passos soaram e eu tentei colocar sua localização na casa.
Trabalhando minha calcinha de volta no lugar, eu puxei um
tecido para fora do suporte e limpei meus dedos. Fechando a
parte de trás da minha saia, eu silenciosamente soltei a
fechadura e saí do escritório. A pessoa tinha ido para a sala
de estar formal, em seguida, para fora, melhor que eu poderia
dizer da acústica.

Tomei o caminho oposto, dobrei a esquina para a cozinha


e gritei. Meu dedo do pé pegou dolorosamente no painel, e eu
agarrei a parede para não cair. ─ Aaron!

Ele olhou de seu lugar na geladeira, uma melancia na


mão. Uma sobrancelha se ergueu de maneira confusa. ─ Elle.
Você está bem?

─ Você é o único aqui?

─ Sim. Acabei de chegar. Eu pensei que você estivesse


dormindo.

─ Não, eu estava no escritório. ─ Eu apontei um dedo


desnecessário na direção geral do escritório. ─ Preparando um
contrato de listagem. Uma cabana em Meadow Hills. Você
conhece esse bairro? É muito legal. Eles não são de estilo
artesanal, eles são como o Tudor. Tudor moderno do meio do
século.
7
Ele olhou para mim. ─ Você tomou um Adderall ?

Então eu estava falando demais. Eu cruzei meus braços


sobre o peito e fiz o meu melhor para caminhar na direção da
pia da maneira mais casual possível, bem consciente de que
minha calcinha ainda estava presa a mim em minhas
recentes atividades. ─ Não. Eu poderia ter exagerado no
expresso. Ainda estou me recuperando da noite passada. ─
Fechei a boca antes de dizer qualquer outra coisa.

Ele fechou a geladeira e se virou para a ilha, colocando


um recipiente de pirex de melancia fatiada no granito. ─ Quer
um pouco?

─ Claro. ─ Eu olhei para o relógio de microondas. ─ O que


você está fazendo aqui? Eu pensei que você estaria em algum
lugar.

─ Eu tenho uma reunião com Becca e o conselheiro às


quatro. Queria tomar um banho primeiro, me limpar um
pouco.

Sim. Meu olhar percorreu sua camisa, que estava presa


em seus ombros e peito fortes. Havia uma poeira de serragem
sobre seus braços e costas, o cheiro dela e a grama saindo
dele. Eu dei um passo para trás e reconsiderei minha
necessidade de melancia, bem ciente da condição ainda
molhada das partes de minha dama. Movendo-me para o
armário, abri a porta e peguei um copo. ─ Como está indo o
aconselhamento?

Eles tiveram dois compromissos até agora, e eu não falei


com ele depois disso. Eu pedi a Easton uma atualização, mas
dei de ombros em resposta. Eu fechei a porta do armário.

─ Tem sido um desperdício gigantesco até agora. ─ Ele


arrancou um cubo de melancia da bandeja e colocou-o em
sua boca. ─ Ela está se recusando a me dar uma razão pela
qual ela começou a ficar com ele. Ela diz que precisa aprender
quem ela é, o que eu acho que ela planeja fazer na cama dele.
Ela está na casa dele agora. Provavelmente está transando
com ele antes da nossa sessão. ─ Seu rosto endureceu em
linhas severas.

─ E o divórcio definitivamente está acontecendo? ─ Eu


ainda não conseguia entender. Meu casamento foi a única
coisa sólida na minha vida. Nosso relacionamento era meu
alicerce. Meu batimento cardíaco. Eu não conseguia entender
Becca pulando de navio e não olhando para trás.

─ Sim. Hoje é a última sessão de aconselhamento


ordenada pelo tribunal. Nós classificamos a casa e o negócio
através de mediação, então só temos que passar hoje, então
pedir a um advogado que revise o acordo e então... ─ Ele
passou o polegar pela frente de sua garganta. ─ Acabou.

─ Isso rapidamente? Tem sido... ─ Eu tentei fazer as


contas. ─ Três semanas? Duas e meio?
─ A beleza de morar na Flórida. O divórcio de trinta dias.
Contanto que concordemos com a divisão de ativos, é rápido e
simples. ─ Ele deu de ombros. ─ A parte ruim é que passamos
mais tempo discutindo sobre a casa do que discutindo nosso
relacionamento. ─ Uma casa que ele acabou dando a ela em
troca da metade de seus negócios. ─ E seria menos doloroso
se ela estivesse me deixando por um bom rapaz, mas ele é um
completo idiota. ─ Ele fez uma careta, a dor clara em suas
feições.

Sim. Essa foi uma coisa que Easton descreveu com


clareza - a introdução de Aaron para o cara, que estava
esperando do lado de fora da primeira sessão de mediação,
com o peito estufado, o braço pendurado no ombro de Becca,
como se a marcasse como seu território. Meu coração
quebrou pelo jeito que ele foi tratado, e eu acendi
mentalmente qualquer compaixão restante por Becca.

─ Eu sinto muito. ─ Eu senti uma pontada de culpa por


evitá-lo nos últimos dias. ─ Você não merece nada disso.

─ Não, mas estou quase feliz que tenha acontecido. ─ Ele


pousou a melancia e pegou seu refrigerante. ─ E se
tivéssemos filhos juntos? E se eu não tivesse descoberto até
que fosse tarde demais?

─ Sim.

─ Você tem estado ocupada ultimamente. ─ Ele puxou a


guia da lata de refrigerante e olhou para mim. ─ Eu mal vi
você por perto.
─ Sim. O trabalho tem sido uma loucura. ─ Eu podia
sentir o rubor bater nas minhas bochechas e me perguntei se
minha ausência tinha sido tão transparente. Desde o
embaraço depois de Vegas, eu tinha programado tudo ao
redor, evitando Aaron, um esforço que também havia reduzido
significativamente meu tempo com Easton. Alguma coisa
tinha que mudar, e talvez essa conversa quebrasse o
constrangimento e nos colocasse de volta em um piscar de
olhos.

─ Eu esperava que não fosse por minha causa. ─ Seu


olhar caiu para o chão da cozinha. ─ E o que aconteceu em
Vegas.

Oh meu Deus. Ele estava realmente trazendo isso agora,


bem aqui, sem lugar para eu escapar e nada para nos distrair
da conversa. Tanto para mudar as coisas.

Agarrei o copo vazio e me forcei a caminhar até a pia e


pegar o bocal. ─ Não, não foi isso.

─ Mas Easton disse a você, certo?

─ Sim. ─ Eu liguei a água e observei enquanto enchia o


copo.

─ Eu só não queria que as coisas fossem estranhas.


Especialmente desde que ele me ofereceu para ficar aqui. Mas
é, não é?

Eu desliguei a água. ─ Não, está tudo bem.


─ Elle. ─ Meu nome era uma corda, uma que segurou
meu queixo e puxou em direção a ele. Ele descansou seu peso
no balcão e encontrou meus olhos. ─ Estou farto agora. Eu
estou em um lugar muito estranho, e vocês dois são meus
melhores amigos. Eu estava bêbado e estava com tesão e fodi.
Por favor me perdoe. Eu não posso... ─ ele engoliu em seco. ─
Eu não quero fazer nada que vai atrapalhar as coisas entre
vocês, ou com a gente.

─ Não é... ─ Eu suspirei, meu coração quebrando com a


maneira desesperada que ele olhou para mim. Havia tanto
medo em seus olhos, tanta vulnerabilidade em cada linha de
seu corpo, apesar de sua forte postura. ─ Você não fez nada
de errado. ─ Eu molhei meus lábios e continuei. ─ Eu sabia
que você estava lá. Eu te vi na varanda e disse isso a Easton.
Não está certo então, mas depois, como você fez. Eu poderia
ter parado ele e eu não. Então não se sinta culpado. Não foi
só você. Eu também estava bêbada. Todos nós. ─ Tomei um
longo gole da água, em seguida, coloquei. ─ E eu tenho sido
estranha porque eu não sabia como você se sentia sobre isso,
e eu não queria que você pensasse diferente de mim. Mas vou
parar de te evitar.

─ Eu nunca pensaria diferente de você. Por favor, me diga


que você sabe disso.

Era um sentimento genuinamente legal, mas eu tinha


estado no final do julgamento muitas vezes para acreditar. ─
Olha, eu quero estar lá para você, e eu não estive. E eu sinto
muito por não ter te apoiado nisso. Quero dizer, E... ─ soltei
um riso estrangulado. ─ E. dá conselhos de relacionamento
de merda. Ele uma vez disse a Chelsea para enviar uma carta
de agradecimento depois de um encontro.

Ele riu, e houve uma pausa bem necessária na tensão,


uma inclinação do eixo de volta ao normal. ─ Sim, ele dá
conselhos de merda.

─ Basta fazer o oposto do que ele sugere, ─ eu sorri.

─ Aqui, eu vou pegar um pouco de gelo. ─ Ele estendeu a


mão e eu passei o copo para ele.

─ Obrigada.

─ Não se engane sobre Becca. ─ Ele falou por cima do


ombro quando ele puxou uma bandeja de gelo e torceu o
plástico, quebrando os cubos. ─ Honestamente, tem sido uma
dor de cabeça financeira e legal, mas emocionalmente? ─ Ele
encolheu os ombros. ─ Além de um grande sucesso para o
meu ego, estou bem. Estou quase aliviado. Por um ano, senti
esse muro entre nós e não consegui descobrir como derrubá-
lo. Tem sido bom ter uma pausa e apenas dizer foda-se.

─ Sim, eu acho. Mas é assustador. Eu me lembro do


quanto você a amava no dia do seu casamento.

Ele limpou a palma da mão na calça, depois


cuidadosamente pegou alguns pedaços de gelo, colocando-os
no meu copo. ─ A parte difícil é que uma grande parte de mim
ainda faz. Você passa quatro anos da sua vida com alguém e
eles têm um pedaço disso. Eu não parei de amá-la no dia em
que descobri. Eu comecei a odiá-la ao mesmo tempo.

Eu pude entender isso. Mas eu também não sentia - não


tinha certeza - que ela ainda o amava. Eu não conseguia
imaginar alguém se apaixonando por uma nova pessoa se ela
ainda estivesse apaixonada pelo marido, e não podia justificar
que ela tratasse Aaron como ela era se ela o amasse de
alguma forma.

─ Então, de qualquer forma, preciso que você me encontre


uma garota. Alguém imunda na cama e desinteressada de
apego emocional. ─ Ele estendeu o copo de água com um
sorriso. ─ E aparentemente não é uma famosa estrela do
tênis.

─ Ha. ─ Eu puxei o banquinho que se escondia debaixo da


ilha e subi nele. ─ Easton lhe contou sobre a noite passada?

Depois do evento de tênis, tomamos uma bebida com


Nicole que foi incrivelmente deliciosa, abençoe a alma de meu
ciúme e incrivelmente gay. Como... super gay. Como um bom
exemplo, meu pescoço pode conter um chupão da boca de
ouro olímpico da nova cliente do meu marido - o resultado de
uma dose de tequila que foi um pouco longe demais. Ele
estava certo. Nicole fedia a sexualidade. Sexualidade que
realmente gostava de mim e não do meu marido. Não que
Easton se importasse. Eu vi o brilho em seus olhos quando
ela se tornou mais e mais bêbada. Ele me deu um sorriso
sugestivo e eu balancei minha cabeça vigorosamente para ele,
matando a ideia de um sanduíche Nicole/Aaron/Elle.

─ Você está voando, ─ comentou Aaron.

─ Eu estou? ─ Corei e mordi uma fatia de melão. Para ser


sincera, a atenção tinha sido boa.

─ Estou realmente surpreso que você esteja funcionando


corretamente. E disse que você tinha meia dúzia de drinques.
─ Ele me deu o tipo de expressão fraternal que Easton
gostava de adotar, bem antes de me lembrar de usar meu
cinto de segurança, ou não dar carona a pessoas
desabrigadas, ou ligar para ele quando eu entrei em um Uber.

─ Eu fiz, e eu estava bem. ─ Acenei fora de sua


preocupação. ─ Eu manejo meu álcool melhor do que você
pensa.

─ Em Vegas, você vomitou no balde de gelo da limusine, ─


ele me lembrou.

─ Eu fiz? ─ Eu fiz uma careta para ele, e a fraca


lembrança de segurar o balde de gelo se destacou em foco. ─
Não, eu não fiz. Você me confundiu com um desses
acompanhantes. Eu estava sóbria e elegante o tempo todo.

Ele sorriu para mim e eu me perguntei se ele estava


pensando em me observar pela janela.

─ Quase o tempo todo, ─ eu emendei. ─ Definitivamente,


nenhum vômito ocorreu.
Ele mastigou outro pedaço de melancia e deixou minha
mentira deslizar. ─ Então, Nicole é gay.

─ Muito. ─ Dei de ombros. ─ Mas você nunca sabe. Talvez


ela atravessasse a rua por você.

─ Nah. ─ Ele arrancou um pedaço de papel toalha e usou-


o para limpar o suco de melancia de seus dedos. ─ Eu assisti
a uma entrevista que ela fez com 30-para-30 e ela não fez
nada para mim de qualquer maneira. Eu prefiro morenas. ─
Ele sorriu para mim e eu não pude deixar de devolver o gesto.
Ele sempre foi um paquerador, e esse movimento fácil nos
trouxe de volta ao terreno familiar.

─ Aqui. ─ Ele empurrou o recipiente de melancia para


mim. ─ Eu vou tomar um banho e limpar para que minha
futura ex-mulher possa jogar um monte de besteira em mim.
─ Ele apontou para mim. ─ Beba muita água.

Eu revirei meus olhos em resposta. ─ Não deixe sua


toalha molhada no chão.

─ Qual é? ─ Ele zombou, abrindo as mãos enquanto


andava. ─ Com quem você pensa que está falando?

─ Uh-huh. ─ Eu puxei o recipiente mais perto de mim e


selecionei uma peça maior. ─ Vá dizer a alguém que vai
acreditar em você.

Eu o ouvi rir enquanto ele caminhava pelo corredor e


soltou um suspiro lento de alívio, feliz que as coisas estavam
de volta ao normal entre nós. Pegando meu copo, olhei para o
conteúdo claro. Deus, eu vomitei naquela limusine. Como eu
me esqueci disso? Inclinei a cabeça para trás e terminei o
copo, sacudindo o gelo até que um pedaço caiu na minha
boca.

Ouvi o som da porta da frente e virei-me, observando o


nariz de Wayland atravessar a abertura. Ele correu com meu
marido a reboque.
20
Dois dias depois, eu estava no meio da parte mais alta de
nossa rua quando Easton puxou a coleira de Wayland por
cima do pulso e jogou a granada para fora.

─ Você nunca respondeu ao meu e-mail.

O e-mail estava agora com uma semana de duração


sólida, o que eu esperava que fosse longo o suficiente para
sair do nosso radar.

Eles eram apenas fantasias. Nós podemos esquecer


que eles existem.

Sim, nós podemos. Ou poderíamos explorá-los ainda


mais.

─ Não exigiu uma resposta, ─ eu indiquei.

─ Sim, mas provavelmente deveria ter. ─ Nós atingimos a


parte de cima da colina e nos movemos para o canto para
deixar um SUV branco passar. ─ Você já pensou mais sobre
isso?

─ Pensar sobre o quê? ─ Qual parte? Quem?

─ Qualquer uma delas. ─ Fizemos uma pausa para deixar


Wayland fazer um longo e intenso exame de um grupo
indomável de grama. ─ Você já pensou em Aaron?
─ Ele mora com a gente. É difícil não pensar em alguém
quando você está tropeçando nele. ─ Eu estava fugindo e ele
sabia disso. O próximo passo seria um confronto, um
emparelhado com sua voz séria e algum contato visual.

─ Elle. ─ Ele se moveu na minha frente e bloqueou meu


caminho, seu olhar queimando um buraco nos meus olhos. ─
Estou tentando fazer você feliz.

Eu puxei as duas sacolas de plástico que eu coloquei na


frente do meu short e acenei para Wayland. ─ Seu filho está
fazendo cocô. ─ Eu me movi em direção ao cão e me
bloqueou.

─ Elle...

─ Easton...

─ Fale comigo.

─ OK. Eu não quero fazer nada com Aaron.

─ Por quê?

Eu soltei uma respiração frustrada. ─ Porque isso vai


tornar as coisas realmente muito estranhas.

─ Eu pensei que vocês conversaram e voltaram ao normal.

Eu fiz uma careta para ele. ─ Onde você conseguiu isso?

De repente, ele percebeu a pilha gigante que Wayland


havia criado. Passando-me a coleira, ele pegou as sacolas e
dobrou-as. ─ Parece que você está bem de novo.

─ Besteira. ─ Eu o segui, puxando a coleira de Wayland


para mantê-lo fora da rua, e pulverizei uma cabeça de
margarida em minha jornada distraída. ─ Você falou com ele?

─ Eu falo com ele o tempo todo. Ele mencionou que você


falou. Nada para surtar.

─ Eu não gosto de vocês falando de mim. Especialmente


não com todos... ─ Meu sangue gelou. ─ Você não contou a
ele sobre a outra noite, certo? O papel que fizemos?

─ Não. ─ Easton se agachou ao lado da pilha e


cuidadosamente trabalhou na bolsa, de alguma forma ficando
impecável durante o processo. ─ Mas...

Eu esperei.

Ele passou as costas do antebraço pela testa, depois


puxou a sacola e amarrou-as em uma só.

─ Mas o que?

─ Ele se sentiu uma merda sobre toda a coisa do


voyeurismo, então eu disse a ele para não se preocupar com
isso. Eu disse a ele que você gostou. ─ A frase final foi mais
suave do que a primeira, jogada por cima do ombro como se
fosse um sal supersticioso, e depois correu de suas longas
pernas em direção à lata de lixo no final da entrada.

Eu fiquei no lugar, minhas mãos cruzadas sobre o peito, e


esperei ele voltar, fazendo uma varredura de emergência da
rua por qualquer coisa grande e brutal o suficiente para
matá-lo. A menos que eu fosse arrancar uma caixa de correio
do chão com as mãos vazias, eu estava sem sorte. Quando ele
voltou, seu olhar estudou em Wayland, eu falei. ─ Você disse
a ele que eu gostei? Você está fora da porra da sua mente?

─ O que? Você gostou disso! ─ Sua atenção cortou para


mim e carregou um lampejo da atitude descuidada que
tipicamente encharcava minha calcinha.

─ E às vezes você gosta de me foder em roupas de colegial,


mas eu não corro para baixo e conto às freiras locais, ─ eu
repliquei. ─ Eu não posso, não vou ser sincera com você se
não posso confiar em você. Essa não era sua informação para
contar, era minha.

─ Mas você não teria dito a ele.

Eu gaguejei. ─ Eu não precisava contar a ele! Por que


diabos eu diria a ele?!

─ Para ver como ele reagiria. ─ Algo veio sobre o rosto


dele, um sorriso arrogante que me fez querer dar-lhe um tapa
na bochecha e, em seguida, escarranchar a marca resultante.
Ele tinha alguma coisa. Um cartão na manga. Algo que
inclinou esse campo de jogo.

─ E? ─ Eu não pude evitar. Eu literalmente não consegui


conter a palavra.

Ele encolheu os ombros. ─ Eu não deveria estar falando


sobre isso. Como você acabou de apontar, isso não é minha
coisa para contar. Se você quiser saber, fale com Aaron.

Eu o enfrentei em seu passo para trás, minha perna


enganchando em torno de seu joelho ao mesmo tempo em que
colidi com seus ombros. Ele caiu, Wayland se lançou para
nós, e eu dei um soco sólido em seu peito antes que Wayland
estivesse em cima de mim, suas unhas cravadas na minha
coxa esquerda, suas costas começando a se curvar quando
ele começou a fazer a pior coisa possível antes de eu entrar
em uma altercação física no meio do nosso bairro.

Ele começou a me fazer cócegas.

─ Wayland! ─ Eu gritei, batendo em seu peito com a mão.


─ Sai fora! Abaixo! Encontrei o cordão de sua coleira e puxei.
─ Ele começou a ofegar. Meu marido, que mexeu até os
cotovelos, uma das mãos pressionada contra o centro de seu
abdômen, começou a rir. Eu rolei para a direita, e estava
quase no topo do ponto do cocô quando percebi o meu erro e
fui para a esquerda. Wayland se esforçou para seguí-lo e eu
gritei quando uma de suas patas bateu na minha bochecha.

─ Wayland, ─ Easton falou com a voz calma de alguém


que não estava a centímetros de grama manchada de
excrementos. ─ Pare. ─ Ele encontrou o fim da coleira e
puxou, arrastando Wayland para fora de mim.

Eu respirei fundo e me sentei, tirando a poeira das suas


patas. Meu top de malha foi, sem dúvida, arruinado. ─ Pare
de jogar comigo e diga-me exatamente o que foi sua conversa
com Aaron.
Ele se agachou e estendeu a mão, me ajudando a ficar de
pé. ─ Eu disse a ele para parar de se preocupar com isso. Que
você teve um pouco de nervosismo voyeurista e que a excitou.

Eu enterrei minhas unhas nas costas de suas mãos


enquanto me levantava. ─ E?

─ E ele disse... ─ ele levou um momento para colocar as


palavras certas. ─ Ele disse... interessante.

─ Esse foi o grande sorriso que você me deu? Por que ele
disse interessante?

─ Olha, eu realmente não quero refazer toda a nossa


conversa. Foi uma merda pessoal. Tudo que você precisa
saber é que ele está absolutamente bem com você estar bem
com ele nos vendo. ─ Ele sorriu para mim.

─ Uh-uh. Não. Eu preciso que você repita toda a conversa,


especialmente considerando que era sobre mim.

─ Ele achou que estava quente. Ele acha que você é a


mulher mais sexy de Miami... de uma maneira absolutamente
respeitosa, ─ ele ergueu as mãos como se quisesse evitar
outro ataque ─ disse-me que eu tive sorte como o inferno e
nunca deixei você ir. É isso aí. Fim da conversa.

─ Você tem sorte, ─ apontei de má vontade. ─


Excessivamente assim.

─ Excessivamente assim, ─ ele permitiu. ─ E... ─ Ele


enrolou um dedo na cintura do meu short e me puxou para
mais perto. ─ Eu tenho a mulher mais sexy do mundo. É por
isso que estou tentando mantê-la feliz no quarto.

─ Estou muito feliz no quarto. ─ Tomei o beijo que ele


deu, depois me afastei. ─ Mas não fale mais com Aaron sobre
mim. ─ Era difícil não sentir um calor pegajoso com o que
Aaron disse. Mulher mais sexy de Miami? Ele achou que
nosso sexo era quente?

Houve um impulso que ocorreu quando Easton me deu


elogios, um efeito que diminuiu lentamente com o tempo. Em
um ponto, eu teria brilhado sobre ele me dizendo que eu era
linda. Agora, senti uma pequena satisfação com uma
obrigação cumprida - e não muito mais. Mas esse novo
estímulo... trouxe de volta aquele sentimento antigo, aquele
zumbido de excitação e nervosismo. Não foi só que Aaron
pensou que eu era sexy, foi a reação de Easton. Ele amava
que seu melhor amigo me achasse quente. Eu podia ver em
seu sorriso arrogante, podia sentir a energia em seu toque.

Eu me afastei de Easton como se isso fisicamente me


separasse da sensação.

─ Eu não vou. ─ Ele inclinou a cabeça para a parte


inferior da colina. ─ Pronta para voltar? Prometo não trazer
orgias durante o jantar se você fizer macarrão com queijo.

─ Ugh. ─ Eu abaixei meus braços e marchei na direção de


casa. ─ Nós não temos macarrão. Tacos de peixe?
─ Feito. ─ Ele soltou um beijo na minha cabeça e troquei
a guia de Wayland para que ele pudesse segurar minha mão.
21
O divórcio tornou-se final na terça-feira, no mesmo dia
que a minha malfadado venda foi concluída. Easton e eu
estávamos no meio de uma discussão sobre como fazer com
que Wayland fosse seu próprio guia quando recebi a
mensagem de Chelsea, que ouviu as notícias da irmã de
Becca.

Olhei para o meu telefone, parei Easton no meio da frase e


contei a notícia. Abandonando nosso lugar no drive-tru do
Burger King, atravessamos o estacionamento, pegamos um
meio-fio e fomos para casa. Do banco de trás, Wayland soltou
um lamento triste.

─ Eu disse a você, ele sabe. ─ Easton tentou chegar para


trás e acariciar sua cabeça, mas Wayland esgueirou-se para o
lado do passageiro, fora do alcance.

─ Não importa se ele sabe. Ele não precisa conseguir algo


só porque estamos conseguindo algo. Essa expectativa o
ensina a implorar.

─ Não conseguir algo para ele, ensina-o a implorar. Você


não sabe disso, porque nunca lhe dá nada, e ele sempre
implora.

─ Aaron mandou uma mensagem para você? Eu não


posso acreditar que a Chelsea descobriu isso antes de nós.
Pegue o Freeman. A Madison Avenue vai ser ridícula.
─ Eu não ouvi nada dele.

─ Talvez ele esteja em casa.

Ele estava na casa. Parei na cozinha e o espiei sentado no


deque traseiro, um pé de chinelo apoiado em nossa panela de
hibisco. Enquanto eu observava, ele tirou a tampa da cerveja
e a jogou na direção geral da lata de lixo. Easton veio ao meu
lado e seguiu meu olhar pela janela.

─ Olha, ─ eu sussurrei, apontando para os papéis na


mesa do pátio ao lado de Aaron. Era uma pilha grossa,
recortada em gema no topo, com um selo de corte
pressionado na capa. ─ Chelsea estava certa. O divórcio
acabou.

─ Pobre rapaz.

─ Ele está apenas olhando para a piscina.

─ Ele provavelmente está se perguntando por que não


podemos arcar com os custos.

─ Ou por que não colocamos alguma decoração lá fora. ─


Nossa piscina tinha estado no topo de uma lista de renovação
que nunca começamos, a bomba quebrada e paredes
rachadas agora emoldurando um lago de lodo de três metros
de espessura de algas que ocupou o fundo do poço e subiu e
desceu com os níveis de chuva.

─ Eu acho que você teria que instalar um filtro de ar ou


bomba, para que vivesse.
─ Ela é tão puta. Não acredito que os apresentamos.
Tecnicamente, isso é parcialmente culpa nossa. Você acha
que ele está chorando?

─ Ele não é um grande chorador. Lembra quando


assistimos ao Armagedom?

─ Nem todo mundo chora nesse filme. Eu acho que ele


chorou no casamento deles. Quando ela estava andando pelo
corredor?

─ Aqueles poderiam ter sido lágrimas de remorso.

─ Ou alergias.

─ Ou a sua respiração de cebola. ─ Eu agarrei o braço


dele. ─ Espere, alguma coisa está acontecendo. ─ A cabeça
de Aaron virou lentamente para um lado, seu perfil forte
visível.

─ Elle? ─ Aaron disse meu nome claramente, em um


volume normal, e eu endureci.

─ Sim?

─ Você sabe, a porta do cachorrinho está aberta. Eu posso


ouvir tudo o que vocês estão dizendo.

Easton olhou para mim e eu atirei o olhar de volta para


ele. ─ Eu não abri! ─ Eu sussurrei.

─ Você deveria ter verificado, ─ ele sussurrou.


─ Sim, eu também posso ouvir isso. A acústica aqui é
incrível. É como estar em uma tigela de concreto.

Pelo menos ele não parecia estar chorando. Eu empurrei


Easton e abri a porta, dando-lhe um sorriso cauteloso. ─ Olá.

─ Deus, vocês têm conversas complicadas. Sua


preocupação por mim foi ofuscada por outras nove coisas.

─ Nós estávamos voltando para você, ─ disse Easton,


seguindo-me para a varanda e fechando a porta atrás de si.

─ Bem, estou bem. ─ Aaron tomou um gole da cerveja,


seu olhar voltando para a piscina.

─ Você não precisa ficar bem, ─ eu movi a outra cadeira


para a parte sombreada da varanda e sentei nela. ─ Tudo bem
ficar chateado.

─ Honestamente, estou exausto agora. Estou feliz que


acabou. É a vida.

Eu assisti enquanto ele tomava outro gole de cerveja, suas


belas feições em branco e sem emoção. Ele parecia exausto.
Eu pensei nele na limusine, a maneira como ele fechou os
olhos e descansou a cabeça para trás no assento. O que ele
disse? Que ele estava cansado. Cansado e com o coração
partido.

Três semanas e meia depois, e ele certamente não tinha


conseguido descansar.

Easton pegou a pilha de papéis. ─ Isso parece grosso.


─ Isso é o que ela disse. ─ Ele deu um sorriso fraco, em
seguida, levantou os ombros em um encolher de ombros. ─ É
todo o jargão legal. Eu nem li isso. Se ela está me fodendo, ela
está me fodendo.

Easton me lançou um olhar e eu sutilmente balancei a


cabeça, não querendo que ele empurrasse Aaron,
especialmente quando ele estava com esse humor.

Eu empurrei para fora da cadeira e abri o cooler.


Mudando através do gelo meio derretido, peguei mais duas
cervejas. Quebrando os topos de ambos, passei um para E. ─
Ei. Para novos começos.

Aaron estendeu a cerveja. ─ Para novos começos.

Nós tilintamos garrafas e eu vi um pouco da tensão aliviar dos


ombros de Aaron.

Nós terminamos uma briga sobre tacos de peixe,


enquanto compartilhamos toda história terrível que tivemos
sobre Becca. Contei-lhes sobre a vez em que ela pegou
emprestada minha bolsa Betsy Johnson, que tinha vinte
dólares no bolso interno, e devolveu o dinheiro. Aaron nos
contou sobre o tempo em que ela ficou tão bêbada que contou
à avó cubana que os refugiados políticos eram a queda da
economia e da cultura do sul da Flórida. Nós éramos horríveis
e cruéis e rimos com mais força quando a noite cresceu mais
tarde. Às dez e meia, enviei-lhe um texto que continha uma
claridade crivada de erros, todas as razões pelas quais ela era
uma pessoa terrível. Às onze e quinze, decidimos dar ao
funeral viking a cópia dos papéis do divórcio e passamos
trinta minutos bêbados montando um barco. Easton produziu
uma prancha rachada como base, e criamos uma estrutura
com garrafas de cerveja, uma lenha e galhos, a pilha de
papéis colocada em cima e depois mergulhada na Turquia
Selvagem.

Sentado no degrau mais alto da piscina, observei Aaron


parado na parte rasa e seca e segurando um isqueiro sobre o
fundo da pilha. Chamas piscaram e ele cuidadosamente
empurrou a tábua para frente, a mini ilha cortando um
caminho através da água verde da extremidade funda. Alguns
metros depois, acendeu.

Eu aplaudi e os meninos se juntaram, Easton inclinando


a cabeça para trás e soltando um longo uivo que fez Wayland
entrar na tela, sua própria cabeça se levantando para se
juntar. Eu tentei imitar o som, minha pequena voz logo
combinou com Aaron, os sons se elevando no céu noturno
junto com o crepitar e a fumaça do casamento de Aaron.
22
O ar-condicionado do Range Rover ainda estava desligado,
então Easton e eu levamos meu carro para jantar. As noites
de sexta-feira em Miami costumavam significar a Smith &
Wollensky, mas nossas novas restrições orçamentárias agora
significavam que cruzávamos a 395 e íamos a uma
churrascaria que parecia chique se você se embriagava cedo e
não se importava com guardanapos de linho manchados.

Eu dei as chaves do meu carro e um beijo para Easton


quando ele entrou na casa, uma garrafa de Moscato barato já
meio desaparecida, minha pele zumbindo. Eu tinha feito um
contrato em um aluguel de dezoito meses - à beira-mar - que
traria quatro mil dólares e eu queria comemorar. Eu já tinha
comprado um novo par de sapatos, um par um pouco
pequeno demais, mas à venda, de Jimmy Choos, que faria um
padre católico reconsiderar seus votos. Meus dedos rosados já
estavam queimando de dor. Quando subimos pelo caminho de
paralelepípedos até a porta da frente do restaurante, eu engoli
em seco com o couro rosa contra o dedo do pé.

─ Você está bem? ─ Easton abriu a porta e franziu a testa


para mim, seu olhar caindo para os meus pés.

─ Perfeita, ─ eu disse despreocupadamente, varrendo por


ele e no restaurante. Um adolescente entediado estava de pé
atrás da recepção e me deu um olhar de folga. ─ Reserva para
dois, ─ eu consegui. ─ Está no nome North.

Ele nem olhou para o tabuleiro. ─ Ok. Me siga.

Eu o segui e pensei no meu primeiro emprego, também


como recepcionista de restaurante, e no que meu gerente teria
feito se eu tivesse dito “Ok” em resposta à declaração de um
cliente. Diane Rutledge foi uma gritadora. Eu teria sido
puxada para a cozinha, vestida em frente à equipe de cozinha,
depois jogada de volta no restaurante com ordens de
embrulhar talheres até minhas mãos ficarem dormentes.

O garoto, pelo menos, puxou minha cadeira. Eu afundei


com um suspiro satisfeito.

─ Dia longo? ─ perguntou Easton.

─ Bom dia. ─ Desenrolei os talheres e coloquei o


guardanapo no meu colo. ─ Você?

─ Lento. Nenhum dinheiro da Nicole ainda. Eu me


encontrei com um jogador da Heats, mas não acho que nada
vai acontecer lá. Ele está se encontrando com David Sax na
segunda-feira.

David Sax. O beijo da morte e sugador de bola de todos os


atletas. Não literalmente, mas gostamos de dizer isso quando
ele roubou um cliente de Easton. Isso ajudou a aliviar a dor
do fato de que Sax era provavelmente sem noção que Easton
existia.
─ Estou surpresa que Nicole ainda não mudou nada. Você
já falou com ela? ─ Ouvi o lado irritante de mim se
engatinhando, o lado que queria fazer com que ele pensasse
positivamente, acompanhando suas perspectivas via e-mail e
trabalhando em seu centro de influência. Eu confrontei esse
lado e forcei-a a descer pela minha garganta. Sem mais
perguntas, prometi a mim mesma. Apenas divirta-se.

─ Eu falo com ela todos os dias desde o evento de tênis.


Ela não é comprometedora. ─ Ele suspirou. ─ Eu sinto que
sou um abutre, mas ao mesmo tempo, eu não tenho a energia
para ouvi-la falar sobre o dia dela, quando tudo que eu
realmente preciso saber é se ela está perdendo meu tempo.

─ Todos os dias? ─ Eu fiz uma careta. ─ Por quanto


tempo?

─ Dez, quinze minutos.

─ E, isso é muito contato para ela não ter puxado o


gatilho.

─ Eu sei. Mas eu preciso desse depósito. Eu não trouxe


um novo cliente desde março.

Um fato que eu estava dolorosamente consciente. Fechei


meu cardápio e empurrei para o lado. ─ Ela é uma menina
grande. Seja franco e pergunte a ela quando ela vai passar
alguns de seus fundos. ─ Tanto para engolir as palavras.

─ Eu perguntei a ela. ─ Ele fez uma careta e eu pude


sentir a virada da conversa pairando na sala meio vazia. ─ Ela
não vai me dar uma resposta direta.

─ Talvez você possa trazer uma oportunidade de


investimento específica para ela. ─ Ok, lá. Foi isso. Eu
fecharia minha boca depois daquele. Eu mentalmente
tranquei meus lábios e joguei fora a chave.

Ele encontrou meus olhos e o canto de sua boca torto. ─


OK. Algum outro conselho?

─ Você deveria usar essa camisa mais. Você parece


delicioso nela.

─ Você deveria tirar esse vestido. Está encobrindo todas


as suas melhores partes. ─ Ele sorriu.

─ Não tenho certeza se o restaurante estaria bem com


isso.

O restaurante escolheu aquele momento para


interromper, um garçom esbelto se aproximando com uma
gravata tortuosa e a mesma expressão surda que o anfitrião
carregou. Talvez todos tenham ficado juntos bem antes do
trabalho. Ouvi educadamente enquanto ele tagarelava uma
lista de especialidades, depois pedi a mesma coisa que
sempre os recebia medalhões de carne, batata cozida seca ao
lado.

Easton pediu o fettuccine de camarão, depois devolveu o


cardápio e me deu um sorriso irônico. ─ Lembra-se de
jantares pós-jogo?
Claro que sim. Ele iria pegar o filé com osso coberto com
lagosta. Escolheríamos um aperitivo enquanto saboreávamos
bons vinhos. Sobremesa foi uma reflexão tardia, mas
emparelhada com um vinho doce ou café cravado, a nossa
longa refeição tendeu a por três garçons atentos que foram
recompensados generosamente com uma gorjeta de arregalar
os olhos.

Nós tínhamos vivido grandes e imprudentemente e não


tínhamos absolutamente nada para mostrar a não ser
lembranças borradas e meio embriagadas. Tomei um gole de
água e fingi que era vinho. ─ Sinto falta da lagosta.

─ Eu vou pegar um pouco para você, ─ ele prometeu. ─


Vamos dirigir a Maratona para a minitemporada.

Nós não iríamos, mas eu ainda sorri com o pensamento.


Talvez nós o fizéssemos. Talvez houvesse uma tarifa de hotel
barata on-line, e nós realmente encontrássemos nossas
barbatanas e íamos mergulhar e fazer lagostas e nos
banquetear como reis.

─ Você sabe do que eu sinto falta? ─ Ele se recostou na


cadeira e brincou com o cenário de seus talheres. ─ As noites
de Guthrie.

─ Ah. ─ Eu apoiei um cotovelo na mesa e descansei meu


queixo no bloco da minha mão. ─ Eu também. Deus, eu
mataria por uma caixa agora. ─ Os dedos gordurosos de
frango frito, combinados com batatas fritas e uma coca
gelada... não havia uma refeição melhor em Tallahassee às 3
da manhã.

─ Lembra-se da nossa lista?

─ Claro. Eu ainda tenho isso em algum lugar. Lembro de


ter lido no dia do nosso casamento. ─ Eu mantive a página
borrada, dobrada em quatro, a letra apertada de Easton em
fileiras ordenadas ao longo da página.

Lista de coisas felizes de Elle e Easton

Tinha sido uma longa lista, dividida em passado, presente


e futuro. Nossos itens anteriores incluíram o vômito de
Chelsea no Potbelly, Segurança não garantida, estilo
cachorrinho (que originalmente tínhamos considerado nossa
posição favorita), bebidas de cereja e nosso primeiro beijo.

Nossos itens atuais incluíam Drive-tru, Jogos de Baseball,


o jeito que ele estudou minha boca antes de me beijar,
Bolacha de micro-ondas - o que eu argumentei deveria ir na
lista futura também, mas ele disse que podemos nos cansar
deles. ─ Eu disse a você que nunca ficaríamos cansados das
coisas de micro-ondas, ─ eu apontei. ─ E olhe, eu estava
certa.

─ Você estava certa. ─ Ele sorriu, aquele sorriso lento e


quente que parecia como se fosse feito para mim. ─ Como eu
pude ser tão estupido?
─ Bem, você teve uma boa resposta. ─ Eu inclinei minha
cabeça para um lado, lembrando-me disso. ─ Eu lhe disse
que tudo na vida empalideceu em comparação com as
sensações de micro-ondas, e você me disse que tudo na vida
era pouco comparado a mim.

─ E então eu propus. ─ Seus olhos enrugaram.

─ E então você propôs, ─ eu disse suavemente. ─ E eu


disse sim.

─ O que você estava pensando?

Eu ri. ─ O que você estava? Você nem sequer conseguiu


se ajoelhar. E você não teria desejado, não naquele monte
nojento.

─ E eu não tinha um anel.

─ Impulso total.

─ Foi a melhor decisão que já tomei na minha vida. ─ Ele


se inclinou para frente e capturou minha mão, passando o
polegar sobre as costas dela. ─ Eu não mudaria, o
estacionamento e tudo.

Eu também não. Eu amava a memória daquela noite, a


empolgação que tive com a ideia de ser a Sra. Easton North
pelo resto da minha vida. Eu tinha empurrado o contêiner
para o chão e rastejei pelo console central e entrei em seu
colo. Ele cheirava a couro de beisebol, suor e frango e tinha
gosto de cerveja e batatas fritas. Nós ligamos para minha mãe
e depois para a dele, acordando os dois com as notícias.

─ O que estava na nossa lista futura? Um anel da liga. ─


Ele fez uma careta.

─ Um bebê, ─ eu disse baixinho.

Sua mão apertou a minha. ─ O que mais?

─ Uma casa grande o suficiente para a nossa família. ─


Quase disse nossos filhos. Cinco filhos. Foi isso que
escrevemos na lista. Nós também discutimos sobre isso. Eu
queria três e ele queria seis. De alguma forma, nós
concordamos em cinco, mas eu escrevi “ou três” em pequenos
parênteses após o número, seguido por um rosto sorridente.
Tudo era rostos sorridentes e corações naquela época.

─ Temos a casa e o cachorro.

─ Eu não acho que um cachorro estava na lista. ─ E a


casa que eu tinha em mente não era o lugar que acabamos.

─ Faculdade de direito. ─ Eu fiz meu próprio rosto.

─ Você ainda pensa sobre isso? ─ Ele soltou a minha mão


e cruzou os braços em cima da mesa, os cotovelos quase
largos demais para o topo redondo.

─ Não. ─ Eu balancei a cabeça. ─ Honestamente, eu não.


Eu quis dizer isso quando saí. ─ Eu deixei o programa seis
semanas depois, bem na época em que ele começou a jogar.
Ele tinha pressionado contra isso, preocupado que eu estava
renunciando ao meu sonho por ele, mas eu mantive o meu
terreno então, e eu enfatizei isso agora. ─ Eu não quero ser
uma advogada.

─ E você está feliz no setor imobiliário?

─ Eu estou... ─ Eu desenhei uma linha na condensação


do lado de fora do meu copo. ─ Acho que vou gostar mais de
imóveis quando começar a vender mais. Neste momento, é
muito estressante, porque cada negócio parece crucial.

─ Sim. Eu estou bem aqui com você. ─ Ele desviou o olhar


quando o garçom pousou nossos pratos, depois esperou que
ele saísse antes de continuar. ─ Isso é temporário, a luta. Seu
negócio está crescendo, então o meu. Nós vamos passar por
isso.

─ Eu sei. ─ Meu sorriso aumentou. ─ Mesmo quando é


uma droga, não há ninguém que eu prefira estar ao lado. Eu
amo a nossa vida juntos.

─ Sim? ─ Ele me estudou. ─ Porque você merece muito


mais.

Eu fiz uma careta. ─ Eu mereço você. Eu estou


exatamente onde deveria estar. Então é você.

─ Deus, você é boa demais para mim. ─ Ele disse isso com
sinceridade, como se não importasse que a maior parte da
nossa lista futura - uma família - estivesse faltando. E talvez
isso não importasse. Talvez encontremos uma nova lista.
E talvez, assim como eu não precisei do sucesso dele - ele
não precisava dos meus bebês.

Ele pegou o garfo. ─ Vamos comer. Eu tenho em algum


lugar que eu quero te levar depois do jantar.

Depois do jantar nos levou a um estacionamento escuro


em Doral, perto o suficiente para a pista que eu podia sentir
os aviões decolando. Abaixei a janela e olhei para o letreiro em
néon. ─ Um clube de striptease? ─ Eu estava pensando nos
sorvetes. Possivelmente um desvio. Talvez, pelo amor dos
velhos tempos, uma cereja.

─ Não é um clube de striptease. É um clube de casais.

Olhei de volta para o prédio, que ficava em frente a um


hotel para estadias prolongadas e dividia um shopping com
uma loja de azulejos. ─ Um clube de casais.

─ Criei um perfil online e tudo mais. Parece legítimo. Você


tem que pagar uma taxa de adesão para participar. Eles têm
quartos onde você pode fazer sexo enquanto as pessoas
assistem.

Eu olhei para o meu marido que tinha que ter perdido a


cabeça. ─ O que? Eu não vou entrar lá.
Ele inclinou a cabeça para mim. ─ Eu pensei que você
gostou disso. Como com Aaron.

─ Eu... ─ Eu levei um momento para me recompor e tentei


trabalhar através da complexa teia de razões pelas quais o
que aconteceu em Vegas era completamente diferente do que
este shopping com um monte de estranhos aleatórios. ─
Isso... isso não me excita.

─ Deixe-me abrir o site e mostrar as fotos.

─ E. ─ Eu coloquei minha mão em seu telefone. ─ Pare.


Eu aprecio você fazendo isso, mas por favor pare. Isso não faz
nada para mim. Isso nunca faria nada por mim.

Houve um clique audível quando ele trancou o telefone. ─


Bem. OK. Desculpe. ─ Ele estendeu a mão e puxou o cinto de
segurança, em seguida, prendeu-o no trinco.

Eu olhei pela janela e vi um avião entrar, o assento do


meu BMW vibrando da turbulência. ─ Eu gostaria de poder
explicar para você. É só... diferente.

Ele saiu do estacionamento e acelerou com força. Durante


os quatorze minutos que levou para chegar em casa, dirigiu
em silêncio e me arrependi de todas as coisas que eu havia
dito a ele.
23
Nós nos despimos em silêncio pedregoso, cada som
ampliado. O barulho de seu relógio bateu na cômoda. O
raspar do cabide. Eu tirei meu short e joguei-o em direção ao
cesto e caiu fora da cesta. Sentou-se na beira da cama, tirou
as botas e as deixou onde elas caíam. Wayland se esgueirou
para debaixo da cama e se escondeu, com a cauda saindo.

─ Estou indo tomar um banho.

─ Claro. ─ Ele não olhou para mim. Eu estava puxando a


porta do banheiro quando ele falou. ─ Espera.

Eu esperei. Eu sempre, para sempre, esperaria se ele


pedisse.

─ Venha aqui. ─ Ele estendeu a mão. Eu fui, e ele me


reuniu contra ele, seus braços ao redor das minhas coxas,
seu rosto enterrado contra o meu estômago. Eu corri meus
dedos pelos cabelos dele e ele olhou para mim. ─ Eu sinto
muito.

─ Você não precisa se desculpar. Você estava tentando


fazer algo por mim e eu reagi mal a isso.

─ Estou perdido, Elle. Você não vai me dizer o que te


excita, então estou supondo aqui. Você não me deixa falar
com Aaron e não me diz quem mais te excita. Você não quer
um estranho de um clube, então quem? Quem você quer?
─ Você. Você me excita. Eu não preciso de mais ninguém.

─ Sim, bem. Você também diz que não precisa de um


bebê. E eu não posso te dar isso. Ou... ─ ele jogou a mão na
direção geral do resto da nossa casa. ─ Ou consertar esta
casa. Porra, Elle. ─ Ele me empurrou um passo para trás e se
levantou. ─ Eu não posso te dar nada. Mas eu posso te dar
isso.

Eu olhei para ele, horrorizada. ─ Eu não quero que você


faça nada por causa de...

─ Não é só isso. ─ Ele descansou as mãos nos quadris e


olhou para o chão. ─ É também porque me deixa ver em seu
elemento sexual. Isso me faz sentir essa necessidade crua de
te segurar e foder uma dúzia de orgasmos de você. E pensar
em ver outro homem ter você - não deveria me excitar, mas
sim. Porra, isso acontece. Eu odeio isso, mas agora está na
minha cabeça e eu não sei o que fazer com isso.

Eu queria acreditar no que ele estava dizendo. Eu queria


abraçar meus sentimentos com a crença de que estávamos
ligados pelas mesmas coisas, mas tudo o que ele disse me
aterrorizou.

Era isso que ele queria? Ou ele estava apenas tentando


em um aspecto de nossas vidas me dar o que ele achava que
eu merecia?

Estendi a mão para ele e deslizei minhas mãos pelas


riscas em sua camisa, em seguida, agarrei-a em seu
colarinho. ─ Eu não sei se você se sentiria assim se realmente
acontecesse. Não sei se me sentiria do mesmo jeito. É muito
arriscado. Nós não podemos desfazer algo assim. Você não
poderá apagar a imagem de mim com outro homem. Você me
disse que mataria outro homem que me tocasse. Que o
pensamento fez você louco, mesmo que isso te excitasse. O
que mudou desde então?

Foi um vômito de todo medo que eu tive. Eu vomitei tudo


e, em seguida, queria desesperadamente recuperá-lo.

─ Eu não sei, ─ ele admitiu. ─ Ainda faz meu sangue


ferver, mas é como aquela raiva, aquela fúria masculina -
como se isso tornasse o pensamento ainda mais quente.
Quanto mais eu tenho pensado nisso, mais eu não consigo
parar de pensar nisso.

─ E se você estiver errado e manchar tudo?

Suas sobrancelhas se uniram em pensamento. ─ Então


não é o ato que você tem medo. São as consequências?

Eu parei, considerando a pergunta. ─ Eu acho. Embora -


esse clube - não tenha consequências. A ideia disso me
assustou. Eu... ─ eu engoli em seco, tentando encontrar as
palavras certas para as emoções que se agitaram em nosso
carro indo para casa. ─ Eu não senti que estaria no controle
lá. E não quero dizer que quero ser dominante - só preciso
saber que só fazemos coisas com as quais me sinto
confortável. Eu quero me sentir segura. Amada. Adorada. ─
Corei com a confissão nua. ─ E lá, eu não sentiria nada disso.
Eu não me importo com o que estava dentro daquela porta.
Isso me assustou.

Eu vi o momento em que ele entendeu, seu rosto caindo


com compreensão e arrependimento. Ele esperou que eu
terminasse, então me embalou em seu peito, pressionando
um beijo no topo da minha cabeça. ─ Você está certa.
Completamente. Eu me sinto como um idiota.

─ Não, eu...

Ele me calou. ─ Elle. Eu fui um idiota. Mas eu também


precisava saber tudo que você acabou de me dizer. Eu não
consigo ler sua mente.

Eu balancei a cabeça contra o peito dele. ─ Ok. ─ Eu dei-


lhe um aperto, em seguida, recuou e se virou. ─ Abra o meu
zíper?

Ele juntou meu cabelo para o lado e cuidadosamente


puxou o zíper. ─ E se começarmos com algo pequeno?

Eu esperei enquanto ele puxava para baixo.

─ Alguém assistindo, mas só com você e eu juntos. E


durante isso, se você quiser mais, então você pode instigar
isso. ─ Seus dedos roçaram meu pescoço quando ele abriu
meu sutiã. ─ Mas será o show da Elle. Tudo focado no seu
prazer, e em algum lugar você se sente segura. ─ Suas mãos
deslizaram para a frente e seguraram meus seios sob o sutiã
solto.
Eu sorri e girei para encará-lo, tirando a camisa. ─ Se
você quiser ter uma ideia, pode simplesmente perguntar.

─ Eu estou perguntando. ─ Ainda havia uma cautela em


seus olhos e eu agarrei suas mãos e as coloquei em meus
seios em uma tentativa de afastar a hesitação.

Levantando na ponta dos pés, coloco a boca no ouvido


dele. ─ Eu acho que gosto dessa ideia.

─ Sim? ─ Suas mãos apertaram, seus polegares roçando


ternamente sobre os meus mamilos. ─ Porque isso me deixa
excitado. ─ Ele se inclinou e beijou meu pescoço. ─ Você
precisa mais dessas calcinhas?

Eu me abaixei antes que ele tivesse a chance de arrancá-


las e as roçasse. ─ Melhor?

─ Melhor. Toque me.

Eu desfiz o seu cinto e sua calça jeans e soltei um suspiro


feliz quando minha mão se fechou ao redor de seu pênis. Ele
não mentiu. Meu marido estava excitado, duro ao ponto de
aço. Eu levantei meu olhar para encontrar seus olhos, e
qualquer hesitação foi embora de suas profundezas.

Ele sorriu, uma expressão maliciosamente deliciosa de


pura confiança e promessa. Meu próprio sorriso se alargou e
eu agarrei-o com mais força, ansiosa pelo que estava por vir.

─ De joelhos─ ele ordenou. ─ E abra sua garganta.


24
Uma hora depois, estava deitada de costas no meio do
colchão ao lado de Easton. Wayland estava esparramado de
costas no meio do quarto, roncando alto. Na TV, uma reprise
do Big Bang envolvendo Billy Bob Thornton tocou, o volume
quase insuficiente para ouvir.

─ Você acha que poderia realmente fazer isso? Fazer sexo


enquanto alguém assiste?

Eu virei meu rosto na direção de Easton. ─ Uh-sim. Eu já


fiz isso.

─ Mas você estava bêbada, ─ ele apontou. ─ E você tinha


uma negação plausível de que você estava ciente disso. Pode
ser diferente quando está organizado.

─ Talvez, ─ eu concedi. ─ Mas sim, eu vou ser capaz de


fazer isso. ─ Pensei no borrão bêbado que eu tinha em Vegas.
Pode ser uma boa ideia fazer algumas fotos antes, só para
acalmar meus nervos. Meu estômago se encolheu em
apreensão e excitação e talvez eu não precisasse de nenhuma
coragem líquida. Talvez eu estivesse faminta por isso. Pensei
na maneira como me senti quando vi a foto que ele tirou no
celular dele. Quão cru e quente foi. A explosão de confiança
que me deu. Quão viva eu me senti.

Eu rolei para o meu lado e apoiei minha cabeça com uma


mão. ─ Então, se um cara está nos observando... onde você
está pensando que ele estaria? Lá fora? ─ Olhei para as
janelas do quarto, que estavam parcialmente cobertas por
arbustos de buganvílias. Se alguém tentasse nos vigiar, ele
seria devorado por hera venenosa, teias de aranha e espinhos.
O que os trouxe para o nosso quarto. Meu olhar pousou no
sofá que estava emoldurado pelas duas janelas e meio coberto
com roupas e sapatos dobrados. Eu tentei imaginar um
homem sentado lá, seus olhos em mim.

Parecia estranho. Tipo, realmente estranho. Ele se


masturbaria? Apenas sentar aí e olhar?

─ Eles poderiam estar no banheiro, ─ sugeriu Easton. ─


Olhando pela porta quebrada.

Eu não estava apaixonada por essa ideia também. Parecia


assustador para um homem se esconder no escuro, o rosto
pressionado contra a rachadura. E então eu teria que limpar
o banheiro. Eu não podia me sentir sexy com meu creme de
cravo gritando com eles no balcão. ─ E Aaron? ─ Eu abaixei a
minha voz, embora se ele pudesse ouvir nada disso, já
estávamos fodidos de cinco maneiras diferentes. ─ Esse cara
vai andar por ele e entrar no nosso quarto? Como vamos
explicar isso? E onde estamos mesmo encontrando esse cara
hipotético? ─ Afundei nas minhas costas, me sentindo
sobrecarregado com os detalhes da implementação. Esta foi a
questão de ser um capricorniano. Nós pensamos muito sobre
as coisas.

─ Você percebe a solução mais fácil para tudo isso, certo?

─ Não. ─ Sim, mas eu não ia expressar isso.


─ Nós apenas fazemos isso com Aaron.

Um raio traiçoeiro de excitação cantou através do meu


corpo, um mais profundo e mais forte do que qualquer coisa
que eu tinha experimentado na última hora com Easton.
Apenas seu nome, apenas essa possibilidade proibida, e meu
corpo cantarolou para a vida. Eu estudei o sofá e imaginei ele
sentado na borda, seu corpo curvado para frente, seu olhar
faminto. Energia iria voar daquele lado da sala. Minha pele
esquentaria apenas com o conhecimento de que ele estava lá.
Tudo seria mais intenso, cada um mais profundo, cada
orgasmo mais penetrante. Eu soltei uma respiração instável.
─ Não podemos fazer isso com o Aaron.

─ Podemos. Ele não está com uma mulher desde a última


vez com Becca, que foram quatro meses atrás. Eu não ficaria
surpreso se ele estiver roubando seus catálogos Victoria
Secret apenas para ter algo para se masturbar.

─ Seria tão estranho com ele.

─ Realmente não seria. Elle, você está confortável com ele.


Você conhece Aaron. Se você peidasse no meio de todos nós,
porra, você olharia para ele e riria.

─ Eu nunca peido, ─ interrompi com um sorriso, porque


ele estava certo. Todos nós riríamos disso, e eu não tinha
certeza se isso era mais uma razão para me aproximar dele ou
não.
─ Hey. ─ Sua mão encontrou a minha debaixo do lençol.
─ Com ele, se for estranho, você pode sair e dizer isso e ele vai
sair. Provavelmente, falar algumas besteiras sobre a nossa
vida sexual em sua saída. ─ Ele sorriu e eu considerei a ideia
novamente, deixando a possibilidade realmente respirar.

Eu inalei, um arrepio de excitação formigando através de


mim. ─ Me conte tudo, como você falaria com ele.

E então meu marido distraído, que mal conseguia


programar nosso controle remoto da garagem, traçou as
diretrizes para uma situação que pudesse realmente
funcionar. Eu deitei do meu lado e o observei falar, sua voz
me embalando em um sono gradual, mas profundo, meus
sonhos cheios de erotismo no tempo.
25
Eu afundei na água quente e fechei meus olhos, forçando
meus membros a relaxar, tentando encontrar um batimento
cardíaco que não estivesse batendo no meu peito. Meu
estômago revirou, tensão acumulando no meu intestino.
Colocando minha cabeça de volta em uma toalha enrolada, eu
escutei o silêncio da casa e me perguntei onde eles estavam.

Ouvindo música?

Twisted Mermaid, no bar à beira-mar, dando gorjeta por


cervejas?

Na taverna, assistindo esportes e comendo asas de


frango?

O que eles estavam falando? Eles tinham esse mesmo nó


de apreensão ou estavam bem?

Wayland estava com Chelsea, suas repetidas ofertas de


babá finalmente aceitas. Seria sua primeira e última visita a
casa dela. Isso eu tinha certeza. Eu já tinha visto evidências
disso quando ele destruiu seu quintal, através de uma cama
de perenes delicadas, então rolou com alegria absoluta em
uma poça de lama.

Para a primeira noite em muito tempo nossa casa estaria


livre de cachorro. Sem distrações. Nenhum arranhão na porta
ou ganidos.
Virei a cabeça e olhei para a tira de tecido de cetim preto
pendurada no gancho ao lado do espelho de maquiagem, onde
uma de nossas toalhas de mão bordadas normalmente ficava.
Eu comprei na loja local e demorei mais do que deveria para
escolher. O primeiro material, eu finalmente decidi, era muito
liso. Eu não queria que a textura sedosa perdesse aderência e
se soltasse do nó. O segundo material, muito arranhado. Um
me senti quente. Um era magro demais. Ou, eu pensei,
segurando-o para a luz, deveria ser fino? Eu queria poder ver
um pouco através da venda? Eu imaginei os contornos
distorcidos deles se aproximando, segurando seus paus, e
precisava sentar por um momento. Minha excitação
despencou quando o vendedor andou em volta do balcão e
olhou para mim através de óculos com armação de girassol e
perguntou se eu precisava de alguma ajuda.

Ah claro, pensei. Estou procurando algo para usar como


venda nos olhos, enquanto meu marido e meu melhor amigo se
revezam em mim. Alguma sugestão de comprimento e textura?

Embora isso tenha sido um exagero selvagem dos


próximos eventos. Estaríamos dando passos de bebê. Aaron
assistiria, assim como em Vegas só que não de fora da janela.
Daqui. No nosso quarto. Perto o suficiente para eu ouvi-lo.
Perto o suficiente, se eu tirasse minha venda - para ver tudo.

Eu olhei através da porta aberta, à beira da nossa cama


visível. O canto da cômoda. O sofá, que eu tinha limpado em
preparação para esta noite. Havia lençóis limpos na cama, o
chão estava esfregado, e todo o lixo em cima de nossa cômoda
foi varrido para as gavetas de cima. As velas acesas
tremulavam das mesas de cabeceira e dos peitoris das
janelas.

Talvez eu devesse apagar as velas. Era uma espécie de


vibração romântica, e esse certamente não era o clima que eu
estava procurando.

Apesar de que humor alguém escolheu nesse cenário?

E se eu apagasse as velas, a sala estaria muito escura.


Acender uma mesa de cabeceira seria muito leve, e enquanto
eu estava confortável com meu corpo nu, eu não queria que
ele fosse visto sob forte iluminação por alguém que não E.

Eu estudei as telhas do teto. A casa estava quieta demais.


Até o aparelho de ar condicionado tinha silencioso. Isso não
funcionaria. E se fosse assim durante o evento? Devo colocar
música? O som dos grilos e das ondas do oceano seria
perturbador?

Eu rolei para a direita e peguei meu telefone, tomando


cuidado para não o deixar cair na água. Abrindo meus textos,
enviei um para Easton.

Vamos cancelar isso. A casa é muito quieta. Eu não


consigo descobrir a iluminação do quarto. Não sei dizer
se estou com fome ou enjoada.

Eu vi o momento em que ele leu o texto, então tive uma


longa espera enquanto ele escrevia a resposta;
Se você quiser cancelar, nós iremos. Sem pressão.
Mas nós dois estamos com muito tesão e ninguém vai
ouvir ou olhar para nada além de você.

Urgh. Coloquei o telefone no chão ao lado da banheira e


afundei na água, submergindo totalmente.
26
─ Como nós entramos nessa merda? ─ Easton sentou no
banco perto da água, uma garrafa de corona na mão. ─ Você
se divorciou, minha esposa nos esperando em casa? Nós
deveríamos ser os reis dos solteiros. Bem, ─ ele corrigiu com
um sorriso. ─ Eu ia ser um rei. Você teve uma chance muito
provável de estar na minha comitiva.

─ Ei, nós tivemos um ano disso. Você quase estragou meu


primeiro emprego naquele ano. Acho que perdi mais dias do
que apareci.

─ Oh, certo. Eu quase estraguei o seu trabalho. Seu braço


estava tão torcido que foi deslocado. ─ Easton franziu o
cenho. ─ Foi distorcido quando fomos para Bimini?

─ Não, mas acho que senti uma pontada em Cabo. ─


Aaron rolou o ombro e fingiu um estremecimento. ─ Sim. Ali.

Eles riram e depois ficaram em silêncio, observando um


grupo de turistas posar para uma foto no surf. O telefone de
Easton apitou e ele olhou para baixo.

─ Ela está ficando nervosa.

─ Acha que ela vai recuar? ─ Aaron jogou a pergunta


como se não se importasse, mas a evidência estava na
maneira tensa como ele se sentava no banquinho, no
constante ressalto de seu joelho e no fato de que ele estava
em seu lugar. Terceira cerveja, o rótulo meio descascado.
─ Não. Ela não vai cancelar. Ela está apenas com dúvidas.

─ Sim. Entendi. Estou nervoso pra caralho.

Easton estudou-o. ─ Você sabe que podemos apenas


cancelar tudo. Eu posso voltar sozinho e cuidar disso.

─ Não, eu quero isso. É só que... ─ ele saiu do banquinho


e ficou de pé, abaixando o bolso da calça jeans e se
reajustando. ─ É apenas estressante. Como diabos você está
tão calmo?

Easton sorriu. ─ Ela é minha esposa, cara. Não há outra


pessoa no planeta com quem eu me sinta mais confortável. E
eu confio em você com ela. Se fosse um estranho, alguém que
eu estava preocupado que seria duro com ela, ou um idiota -
sim, eu ficaria preocupado. Mas você vai ser legal, supondo
que você possa manter seu pau duro.

─ Engraçado. ─ Aaron estremeceu quando


cuidadosamente manobrou de volta no banquinho. ─ Isso não
vai ser um problema. Eu tenho sido uma vara de aço nos
últimos dois dias. Estou mais preocupado em vir no minuto
em que ela me tocar.

─ Se ela tocar você. ─ Easton corrigiu. ─ Ela só poderia


querer que você assistisse.

─ Eu podia ouvir através das paredes e ainda seria a


maior interação que meu pau teria em quatro meses.
─ Sim, precisamos dar um jeito nisso. Você esteve fora do
jogo por um tempo.

Aaron estremeceu. ─ Eu vou ficar abatido por um tempo


até que a poeira assente nesse divórcio. Você não tem uma
mãe judia é. Eu juro, ela está gritando comigo o tempo todo.
Ela não para nuca. E minha próxima garota tem que ser
judia. Caso contrário, minha vida será um inferno vivo. Eu te
disse o que ela fez com as minhas coisas, certo? Como ela
tinha puxado tudo da minha casa e de Becca e colocado em
sua garagem? Ela não perdeu a esperança de voltar ao meu
antigo quarto.

─ Ok, então encontramos um apartamento e uma garota


judia. Um bizarro. ─ Easton piscou para ele. ─ A garota, não o
apartamento.

─ Deixe-me sobreviver hoje à noite primeiro. Com tudo


que você fez na faculdade, você está acostumado com essa
merda. Provavelmente vou preencher minha cota sexual
depois de trinta minutos dentro do seu quarto e ficar sentado
por um ano. ─ Ele inclinou a cabeça para trás, esticando o
pescoço. ─ O apartamento, por outro lado, eu queria saber o
que você acha de eu indo morar com a Chelsea.

Easton tossiu no meio do gole e largou a garrafa para


bater em seu peito. ─ Chelsea? ─ Ele engoliu em seco, seus
olhos rasgando, em seguida, soltou outro latido de limpeza da
garganta. Agarrando um pequeno guardanapo quadrado, ele
bateu em sua boca. ─ Na casa dela?
─ Ela tem o quarto. E seria apenas por alguns meses, até
encontrar algo para comprar.

─ Eu não sei... ─ Easton refletiu. ─ É só... Chelsea.

─ Eu sei. É por isso que ainda durmo com um cavalo


pequeno todas as noites.

─ Ei, você é o único que deixou Wayland na cama. Nós o


fazemos dormir no chão.

─ Estou pensando - depois desta noite - pode ser


estranho, eu ainda morar lá. ─ Aaron olhou para ele.

─ Pode ser. ─ Easton deu de ombros. ─ Mas eu te disse o


que ela disse. Isso é uma coisa de uma só vez. Só para ver se
ela gosta disso.

─ Ou se você não gosta, ─ ele apontou. ─ Você pode me


falar no minuto em que eu a tocar.

─ Bom ponto. Com a sua mandíbula de vidro, poderíamos


transar com o seu corpo e apenas acordá-lo no final.

Aaron esfregou a palma da mão sobre o queixo com um


estremecimento. ─ Talvez eu não tenha coragem de fazer isso.

O telefone apitou novamente. Easton olhou para a tela,


leu o texto e ficou em pé. ─ Bem, encontre-os e vamos
embora. É hora de chegarmos em casa.
27
Eu estava no nosso quarto, deitada de costas na cama,
quando ouvi a porta da frente abrir. Sentando-me, peguei a
taça de champanhe e tomei um rápido e nervoso gole.

As tábuas rangeram e os sapatos soaram contra a


madeira quando se aproximaram. Eu deslizei para a beira da
cama e prendi a respiração, olhando para o canto escuro onde
a porta estava.

Isso era uma loucura. Estúpido. Realmente muito


estranho. Tomei outro gole e agarrei a faixa preta com mais
força.

Houve uma batida, dois, três rápidos toque. Nosso sinal.


Sentei-me ereta e observei a porta se abrir e a forte silhueta
do meu marido passar. Ele fechou a porta atrás dele.

─ Ei.

Eu sorri apesar dos meus nervos. ─ Hey. ─ Ele veio parar


diante de mim e me examinou. Eu me mexi, alisando as
linhas do meu vestido.

─ Você está linda. ─ Ele se aproximou, embalou meu rosto


em suas mãos e olhou para mim. ─ Você tem certeza de que
quer fazer isso?

Eu balancei a cabeça, minha pele zumbindo em


antecipação. Meus medos se misturam com pensamentos do
que estava prestes a acontecer. Aaron estava de pé do lado de
fora da porta. Esperando para entrar. ─ Sim. Tem certeza de
que ele está bem com isso?

Ele riu. ─ Ele está muito bem com isso. Confie em mim.
Você quer usar a venda?

─ Sim. ─ Passei-lhe o pedaço de cetim preto e esperei


quando ele colocou sobre meus olhos, amarrando-o em um nó
apertado na parte de trás da minha cabeça.

─ Bem?

Eu balancei a cabeça.

─ Nervosa?

Eu balancei a cabeça.

─ Mova os joelhos. Espalhe-os abertos.

Era estranho a perda dos meus olhos. Eu me mudei para


o chão e encontrei o travesseiro grande que eu coloquei lá,
meus joelhos se abrindo enquanto eu me sentava nos meus
calcanhares. Meu vestido, um azul escuro, agrupou-se em
torno dos meus joelhos e eu corri minhas mãos sobre o
pescoço da gola, certificando-me de que eu estava totalmente
coberta. O som profundo de sua risada veio de cima de mim.
─ De repente tímida?

Eu enfiei a língua para fora e comecei quando sua mão se


fechou no meu queixo, o seu polegar esfregando minha
língua. Mordi suavemente e sua mão apertou minha
mandíbula.

─ Coisa impertinente, ─ ele repreendeu. ─ Eu vou te punir


por isso. ─ Ele puxou a mão e eu senti um calafrio na saída,
meu corpo desejando mais uma conexão. ─ Pronta?

Eu balancei a cabeça, minhas mãos segurando o tecido


fino do meu vestido, meus nervos afiados em um ponto quase
doloroso. Era isso. De repente, senti-me grata pela venda,
pela proteção que ela parecia me dar. Nenhum contato visual
desconfortável. Nenhuma interação. Eu agradaria e ficaria
satisfeita com Easton, e ele iria assistir. Tecnicamente, eu
teria uma negação plausível de que Aaron estivesse em nosso
quarto.

O clique de seus sapatos soou pelo chão e o rangido do


pesado sapato, a mudança sutil no ar quando a porta se
abriu e um segundo par de passos soou.

Rangendo.

Rangendo.

Rangendo.

Eu fiquei congelada no lugar, acompanhando a jornada de


Aaron enquanto ele se movia para ficar à minha esquerda,
mais perto do que eu esperava. Se eu esticasse minha mão eu
o tocaria? Foi difícil julgar a distância. Easton encostou em
mim e eu estendi a mão, sentindo meu caminho até a calça
jeans. Ele soltou o cinto e nossas mãos se tocaram enquanto
ele puxava o zíper para baixo. ─ Tire.

Eu obedeci, autoconsciente enquanto trabalhava em seus


jeans e cueca, então passei minhas mãos suavemente por
suas coxas musculosas e por seu pau. Já estava inchado e
cresceu rigidamente rapidamente sob minhas mãos.

─ Jesus, ─ Aaron murmurou ao nosso lado. ─ Eu esqueci


o quão grande você é.

─ Ela pode levar tudo. ─ Sua mão se fechou na parte de


trás da minha cabeça e gentilmente puxou. ─ Mostre a ele,
Elle. Mostre a ele o quão bem você chupa meu pau.

Calor floresceu na minha barriga e minhas mãos


apertaram, minha boca se abriu quando a ponta dura de seu
pau empurrou para dentro. Eu peguei a cabeça, então me
retirei, rolando minha língua ao redor da ponta antes de
descer, mais desta vez, minha garganta se abrindo para sua
largura. Os dedos de Easton prenderam meu couro cabeludo,
sua pélvis se inclinou para cima e senti suas coxas
flexionadas. ─ Foda-se, baby.

Eu trabalhei minha boca mais rápido, esvaziando minhas


bochechas enquanto eu pulsava e saía de seu pau, ficando
mais ousada enquanto ele ficava mais duro. Ele já tinha sido
tão duro? Ele certamente nunca foi tão mandão, sua mão
agora em punhos no meu cabelo, sua voz áspera enquanto ele
me encorajava.
─ O vestido dela. ─ O pedido veio de Aaron, sua voz rouca
de desejo. ─ Ela pode tirá-lo?

Encorajada, comecei a me afastar, para desfazer o fecho,


mas parei quando a mão de Easton se fechou na minha,
puxando-a para longe. ─ Vamos fazer isso.

Houve um sussurro de comunicação, então Aaron se


mudou para a área apertada entre mim e a cama, suas calças
roçando minhas costas enquanto ele se sentava, o colchão
suspirando com o peso.

─ Continue chupando, ─ insistiu Easton, as pontas dos


dedos voltando à minha cabeça.

Eu fiz, grata pela distração da tarefa, minha pele


aquecendo na antecipação e percepção de que Aaron estava
bem atrás de mim. Seus dedos roçaram minha nuca, alisando
meu cabelo e quase gemi.

Ele parou. ─ Está tudo bem se eu desfazer isso?

Eu balancei a cabeça, minha boca cheia demais para


falar. Ele soltou o elo e deslizou o tecido dos meus ombros, o
vestido escorregando para o meu colo, deixando meus seios
nus. Eu agarrei Easton em meu punho e lambi a parte de
baixo de seu pênis, lambendo minha língua contra a ponta de
sua cabeça. ─ Peça-lhe que me toque. Meus seios.

Aaron não esperou pelo comando de Easton, suas mãos


deslizando pelos meus lados e depois para a frente. Senti sua
respiração contra o meu ombro enquanto ele se inclinava
para frente para mais acesso, a cama rangendo enquanto ele
se movia para o chão atrás de mim. Ele deve estar ajoelhado
atrás de mim, o tecido duro de sua camisa roçando minhas
costas enquanto suas grandes mãos seguravam meus seios.
Ele era mais gentil que Easton. Mais hesitante. Seus dedos
passaram sobre meus mamilos como se ele estivesse com
medo de tocá-los. Sob o contato fraco, eles endureceram,
desesperados por mais. Eu arqueei em seu toque.

─ Você gosta disso? ─ Easton disse asperamente. ─ Você


gosta dele tocando em você?

Eu balancei a cabeça e, contra a minha língua, seu pau se


contorceu em resposta. Eu tirei seu pau e suspirei em uma
respiração. ─ Eu amo isso.

─ Foda-se... ─ Aaron murmurou atrás de mim, seu toque


ficando mais ousado, e eu gemi quando ele puxou um
mamilo, depois o outro.

─ Isso é o suficiente. ─ A voz de Easton era dura e


possessiva, seu pau se afastou da minha boca e foi
substituído por seu beijo. Eu me levantei de joelhos,
agarrando seu cabelo enquanto ele me reclamava com um
beijo áspero e selvagem. Quando ele se afastou, senti Aaron
se levantar e ouvir seus passos soarem contra a madeira
quando ele ficou de pé ao lado de Easton.

Ambos, antes de mim. Eu hesitei, ainda de joelhos, meus


seios arrepiados ao ar livre.
─ Puxe o seu pau.

O som do zíper era tão alto na sala. Nunca fiquei tão grata
pelo silêncio, pelo estalo erótico da ruína, pelo farfalhar de
seu jeans, pelo tilintar de seu cinto. Isso era... isso estava
prestes a acontecer?

─ Mãos fora, você assiste ela.

Eu lambi meus lábios, ciente de que Easton estava me


dando a chance de restringir Aaron para assistir, ou levá-lo
mais fundo no ato. Hesitei, guerreando entre o que eu queria
desesperadamente e uma resistência arraigada fortalecida por
uma vida inteira de expectativas e opiniões da sociedade. ─
Posso?

Eu limpei minha garganta. ─ Eu quero prová-lo.

Aaron respirou fundo e senti Easton se aproximar. Ele se


inclinou e beijou meu ombro, em seguida, apertou
suavemente um dos seios. ─ Boa garota. Agora abra essa
boquinha perfeita. Eu quero que ele sinta como você pode
levar um pau.

Minha necessidade se desenrolou, como uma bandeira


batendo no vento, a ansiedade surgindo através de mim
quando eu estendi a mão e encontrei Aaron na escuridão. Ele
ficou esticado, tão duro quanto Easton, e eu o explorei com as
mãos e, em seguida, coloquei a ponta da minha língua no seu
eixo.
─ Jesus. ─ Ele recuou, então veio para frente. Sua mão
tocou minha cabeça, então ele abruptamente puxou seu pau
para longe.

─ Eu deveria parar? ─ Eu inclinei minha cabeça para


cima como se eu pudesse vê-lo.

─ Foda-se não. Eu só... ─ Ele soltou um suspiro. ─ Deus,


você é quente. Eu só... ─ A ponta do sapato bateu no meu
joelho. ─ Apenas vá devagar. Por favor.

Eu me aproximei de joelhos e tomei meu tempo, deixando


minha língua tocar ao longo dele. Ele era mais fino que
Easton, mas quase o mesmo tamanho. Seu pau era como sua
construção, forte e alto. Eu circulei a cabeça dele com a
minha língua e, em seguida, trabalhei-o em minha boca,
retardando o processo ainda mais quando ele inalou
bruscamente.

─ Eu não sei como você faz isso, E. Eu estou prestes a


gozar só de vê-la tomar meu pau.

─ Eu sei. Sua boca é louca. ─ Eu ouvi o orgulho na voz do


meu marido quando ele tirou minha mão esquerda da coxa de
Easton e colocou em seu próprio pau. Eu enrolei meus dedos
em torno de seu membro rígido, inchando sob o elogio deles.

Era isso. Minha fantasia se concretizou. Eu estava entre


os dois. O pau de Aaron estava na minha boca. Meu marido
era mais duro que o aço e eu nunca tinha estado tão molhada
ou excitada em minha vida.
─ Minha vez. ─ A mão de Easton se fechou na parte de
trás da minha cabeça e eu me virei para ele, levando-o o mais
profundamente que pude, e então me retirei.

Voltou para Aaron. Levou-o para sua base e incitou uma


série de maldições de sua boca.

Voltei para Easton, minha mão trabalhando sobre Aaron,


meu peso mudando de joelho para joelho enquanto eu repetia
o processo, indo e vindo entre os dois homens. Minha boceta
ficou pesada com a necessidade, e eu mudei, trazendo meus
saltos para baixo de mim, o salto do sapato deixa incapaz que
eu tocasse meu clitóris.

Meu marido notou minha necessidade e sua mão apertou


meu ombro, impedindo meu movimento. ─ Agora, é a nossa
vez.
28
Eu me levantei, ainda nua em cima, meus mamilos ainda
ferozmente duros e clamando para estimulação. Entre as
minhas pernas, eu estava molhada, meu corpo latejando,
cada sensor de prazer em alerta máximo. A venda ainda
estava firme, tudo escuro e cada sensação mais alta como
resultado.

A mão de alguém escovou no meio das minhas costas. Um


dedo lento percorreu um mamilo e depois o outro. Duas mãos
pousaram na parte de trás das minhas coxas e deslizaram
para baixo, sob a bainha do vestido, tomando suas liberdades
através da curva da minha bunda. Era Easton ou Aaron?
Antes desse momento, eu teria jurado que reconheceria o
toque de Easton em qualquer lugar. Mas agora, no escuro,
tudo estava começando a se contorcer e se misturar em um
coquetel desconhecido de erotismo.

Deveria ter me aterrorizado. Uma mulher diferente teria se


apavorado. Eu queria mais.

Uma língua passou pelo meu mamilo e eu estendi a mão


instintivamente, capturando a cabeça e puxando-a para o
meu peito. Não os tufos curtos de Easton. Este era o cabelo
mais grosso, e um arrepio percorreu meu corpo ao saber que
era Aaron, que agora estava tomando meu mamilo em sua
boca. Aaron cujas mãos estavam segurando meus seios.
Aaron que estava se aproximando, suas roupas roçando
minha pele, seu gemido vibrando para fora de sua língua. Eu
puxei seu cabelo, trazendo sua boca para o meu outro seio, e
apertei meus olhos fechados com a necessidade desesperada
que me inundou.

─ Easton, ─ eu sufoquei. ─ Eu preciso de mais.

─ Fique na cama.

Aaron se retirou e Easton puxou minha cintura, me


trazendo de volta. Eu tropecei, então senti a cama atrás de
mim e me sentei.

Houve movimento. Itens farfalharam. Algo espirrou. Um


sapato caiu. Uma leve pincelada de ar percorreu minha pele
enquanto o ventilador se aproximava. Pés descalços batiam
no chão. Comecei, depois relaxei enquanto a boca de Easton
roçava a minha e depois me beijava mais fundo, com um
pouco de champanhe na língua.

Ele se moveu para o meu ouvido, beijou o lóbulo e


sussurrou para ele. ─ Pronta?

─ Espere. ─ Eu hesitei, transformando uma ideia na


minha cabeça antes de colocá-la em ação. Eu estava pronta?
Eu tinha certeza?

Mas eu estava. Eu queria mais, e parte disso incluía


visão. Estendi a mão e peguei o nó de cetim na parte de trás
da minha cabeça, soltando-o, o tecido caindo ao redor do meu
pescoço. Eu o tirei, deixando cair no chão e abri meus olhos.
Easton estava diretamente diante de mim, olhando para
baixo como se quisesse me adorar e devorar-me. Eu não
procurei por Aaron, não fiz nada além de pegar o copo na mão
de Easton, inclinando a delicada flauta e enchendo minha
boca com o conteúdo borbulhante. Um sorriso incrédulo
atravessou seu rosto, e ele realmente era lindo demais às
vezes. Meus olhos arrastaram para baixo o tecido branco duro
de sua camisa e encontraram seu pau, projetando-se através
do fundo aberto, balançando sugestivamente diante de mim.
Ele se contraiu e eu sorri. Ele era lindo... e tão safado.

Eu não puxei dos olhos de Easton, mas pude sentir Aaron


no quarto, silenciosamente nos observando. Esperando.

─ Você tem certeza disso? ─ Easton colocou o dedo


debaixo do meu queixo e levantou-o até que meus olhos
encontraram os dele. Eu molhei meus lábios, o sabor de
champanhe ainda sobre eles, e assenti.

─ Abra seus joelhos.

Agarrando a beira da cama, eu separei minhas pernas, o


tecido sedoso do meu vestido agarrado à minha parte interna
das coxas.

Ele caiu de joelhos diante de mim. Correndo a mão até a


panturrilha, ele deu um aperto possessivo no músculo antes
de soltar a alça de cetim do meu lado direito.
Cuidadosamente, ele tirou o sapato e colocou-o de lado,
depois se moveu para a esquerda. Na luz fraca do quarto,
observei suas feições se apertarem em concentração atenta
enquanto suas mãos fortes faziam o trabalho rápido dos
delicados saltos. De algum lugar para a esquerda, Aaron
soltou uma tosse suave e cada centímetro do meu corpo se
apertou.

Meus pés descalços se assentaram no chão de madeira


enquanto ele corria as palmas das mãos reverentemente pelas
minhas pernas nuas, parando em meus joelhos abertos. Seu
olhar foi para o meu. ─ Abra mais, ─ disse ele com voz rouca,
e os afastou ainda mais.

Eu cedi, permitindo que ele esticasse minhas pernas e


levantasse meu vestido, colocando-o fora dos meus joelhos
para que eu ficasse totalmente exposta. Ele sorriu quando viu
minha falta de calcinha, e passou uma mão macia sobre
minhas dobras úmidas. Seus dedos me espalharam, então
empurraram tão profundamente que o brilho platinado de seu
anel de casamento desapareceu. Eu engasguei com a
intrusão, finalmente, e seus olhos escureceram com a quão
molhada e carente eu estava. ─ Me diga o que você quer.

Eu encontrei seus olhos. ─ Ele.

Eu falei e seus dedos se retiraram, depois empurraram de


volta, bombeando através do meu ponto mais necessitado. ─
Onde?

─ Bem aqui. Na nossa cama. ─ Meus olhos caíram e eu


pude ver a resposta instantânea e enrijecida de seu pau.

─ Quando?
Eu olhei para ele e para Aaron, meu estômago apertando
quando o vi encurvado contra a penteadeira, seu rosto virado
para mim, suas mãos segurando a borda do mogno. Nossos
olhos se encontraram e ele se levantou, pegando a camisa por
cima da cabeça, o rosto apertado de fome e desejo.

Fome. Desejo. E expectativa. Era uma combinação feroz e


de tirar o fôlego, o olhar que eu nunca vi nele, o calor em seus
olhos quase queimando minha pele. Nua, ele deu um passo à
frente e meus joelhos se abriram mais amplamente,
recebendo-o.

Eu cavei minhas unhas no tecido da camisa de Easton.


─ Agora.
29
Aaron aproximou-se até que ele estava ao lado de E. Sua
mão se fechou no meu pé esquerdo, Easton fechou à minha
direita, e eles levantaram minhas pernas, minhas costas
batendo na cama, meu corpo aberto. Entre as minhas pernas,
a outra mão de Easton continuou seu movimento,
trabalhando mais rápido enquanto ele empurrava seus dedos
dentro e fora de mim. Eu encontrei seus olhos e eles
queimaram em mim, seu rosto apertado com a excitação, me
observando enquanto meu corpo se apertava, meu orgasmo se
aproximava.

Eu agarrei seu ombro, minhas pernas tremendas. Aaron


se aproximou, com os olhos na mão de Easton, e me senti
quase tonta com o que ele deveria estar vendo. Ele estendeu a
mão e segurou meu peito, seus dedos rolando sobre o
mamilo. Eu fechei minha mão sobre a dele, prendendo no
peito. ─ Aperte, ─ eu ofeguei. ─ Mais forte.

─ Ela gosta de algo bruto, ─ Easton disse. ─ Belisque-os.

─ Eu vou... ─ Eu apertei meus olhos com força, sentindo o


orgasmo se aproximando. Empurrando para fora com as
minhas pernas, eu arqueei na mão de E., meus seios
acendendo em chamas quando Aaron beliscou meu mamilo
com força. Seu pau nu cutucou minha perna e eu quebrei,
endurecendo quando o orgasmo caiu, depois inchou, depois
quebrou. Eu deixei acontecer, sabendo que Easton suavizaria
seu toque, que ele deslizaria outro dedo quando eu
precisasse, que ele me seguraria no lugar se eu deslizasse da
cama para o chão.

Quando abri os olhos, Aaron estava se afastando de mim


e abrindo uma embalagem de camisinha. Eu observei através
dos olhos encapuzados quando ele trouxe o anel de látex para
seu pau e viu o tremor de sua mão enquanto ele tentava
trabalhar sobre a cabeça inchada. ─ Hey, ─ eu estendi a mão
e agarrei o braço dele. ─ Sem pressa.

Olhando para cima, ele me deu um sorriso tímido. ─


Honestamente, é a primeira vez que eu coloco o preservativo
em quatro anos. Estou enferrujado e nervoso.

Deitei-me de volta e esperei, acariciando meus seios nus,


minha confiança encorajada por seus nervos. Virando minha
cabeça, eu vi Easton parado ao lado, seu olhar em mim, olhos
queimando com o calor.

─ Coloque seus dedos em si mesma, ─ ele ordenou. ─


Mostre a ele como você está molhada.

Eu balancei meu olhar para Aaron e lentamente passei


uma mão pelo meu estômago e pela fina faixa de cabelo entre
as minhas pernas. Eu empurrei um dedo, em seguida, um
segundo, abrindo minhas pernas e mostrando-lhe o ajuste
apertado em torno dos meus dedos. Seus olhos seguiram o
movimento e sua respiração encurtou enquanto ele acariciava
seu pau no ritmo dos meus dedos. ─ Foda-me, ─ eu implorei.
─ Por favor.
Easton assobiou, movendo-se para frente, e eu virei
minha cabeça, observando enquanto ele andava para o lado
da cama, suas mãos flexionando ao seu lado.

─ E... ─ Aaron rangeu, sua mão segurando minha coxa, a


cabeça de seu pau batendo contra a minha abertura
encharcada. Eu gemi, abrindo mais as minhas pernas,
instigando-o dentro de mim, quando meus olhos se
encontraram com os de Easton. Ele parecia letal. Mortal. Eu
pensei em suas palavras, que ele mataria qualquer um que
me tocasse. Eu estendi a mão e envolvi minhas mãos em
torno de seu pau, e achei tão duro quanto vidro.

─ Faça isso, ─ meu marido grunhiu. ─ Coloque isso nela.


Eu quero ver o rosto dela quando você faz. ─ Ele se inclinou
para frente, suas mãos apoiadas na cama ao lado da minha
cabeça, e olhou para mim, seus quadris empurrando
enquanto ele trabalhava seu pau dentro e fora do meu punho.
─ Você é tão gostosa, ─ ele sussurrou. ─ Você não tem ideia
de como você me arruinou.

─ EU...

Aaron empurrou dentro de mim. Eu ofeguei. Easton


xingou, e tudo se transformou em uma mistura deliciosa e
erótica. Com um impulso simples, houve uma pausa, um
momento em que a fúria de Easton desapareceu, onde minha
confiança aumentou, onde cada nervo estranho fugiu na
presença de prazer mútuo.
Minha mão apertou o pau de Easton, sua boca se fechou
na minha e Aaron agarrou minhas pernas.

Foi o mesmo, mas diferente. Ele não era tão bom quanto
Easton. Não tão confiante. Inseguro às vezes. Pausa nos
outros. Ele era ganancioso com o contato visual, encarando
meu corpo como se nunca tivesse visto uma mulher nua
antes. Eu amei. Eu devorei. Eu me apresentei para Easton e
imediatamente fiquei viciada no olhar furioso possessivo em
seu rosto, no ritmo de seu movimento. Ele furiosamente
pegou seu pau, empurrando a mão sobre a ereção como ele
ficou ao nosso lado, seu olhar preso aos nossos movimentos,
seus olhos escuros com a necessidade.

Quando gozei, Easton quase saiu do chão. Deixou cair


seu pau e sibilou entre os dentes, cruzando os braços sobre o
peito enquanto insistia com Aaron. Eu me agitei, agarrei os
braços de Aaron, e quando vi o gotejar pré-chegado do pênis
de Easton, meu prazer atingiu um novo pico de êxtase. Eu
estava descendo, o quarto girando, quando Aaron endureceu.

─ Merda, eu vou gozar. ─ Aaron mordeu as palavras e


puxou seu pau para fora de mim, tirando o preservativo.
Easton não hesitou, tomando seu lugar entre as minhas
pernas. ─ Onde eu deveria...

─ No meu rosto, ─ eu cheguei em direção a ele do meu


lugar nas minhas costas. ─ Aqui. Por favor...

─ Você tem certeza? ─ Ele avançou enquanto falava, seu


belo rosto apertado em concentração, sua mão segurando seu
pau.

─ Sim. Por favor. ─ Minha cabeça caiu para trás quando


Easton empurrou para dentro de mim. Maior. Duro. A
diferença entre os dois era perceptível e eu encontrei seus
olhos e mordi de volta um sorriso ao olhar arrogante em seu
rosto. Ele sabia. Meu marido sempre soube, e seria chato se
aquele pau bonito não fosse totalmente meu.

─ Você gostou quando ele fodeu você? ─ Easton


perguntou, seu pau se arrastando para dentro e fora de mim,
mais lento do que eu gostava. Eu bombeei meus quadris,
tentando fodê-lo de volta, e ele balançou a cabeça para mim.
Eu fiz uma careta para ele e ele sorriu. ─ Você gostou quando
ele fodeu você? ─ Ele repetiu lentamente.

─ Sim, ─ eu ofeguei. ─ Eu amei.

─ Diga a ele. ─ Ele acenou para Aaron, que estava na


minha cabeça, com a mão empurrando seu pau.

Eu levantei meu olhar para Aaron. ─ Eu adorei quando


você me fodeu. ─ Entre as minhas pernas, Easton aumentou
sua velocidade, me recompensando. ─ Seu pau estava tão
bem dentro de mim.

─ Jesus, ─ Aaron praguejou, com os olhos presos no meu


rosto, seus golpes ficando cada vez mais curtos, trabalhando
sobre sua cabeça brilhante.

─ Eu amei ter seu pau na minha boca. ─ Eu agarrei meus


seios, empurrando-os juntos, minha pele se aquecendo com a
força ardente de seu olhar, toda a sua atenção em cada
movimento, cada palavra. ─ Eu adorava ter sua boca nos
meus seios. Eu amei.

─ Porra, eu vou gozar. ─ Aaron ofegou as palavras,


aproximando-se, seu pau apontado para mim como se fosse
uma espada. Eu abri minha boca, mostrando minha língua,
meu corpo e meus seios saltando das estocadas de Easton.

─ Por favor, ─ eu implorei. ─ Eu quero tanto isso.

Ele gemeu, seu rosto apertando, e eu pulei quando o


primeiro tiro pousou na minha bochecha. O segundo, minha
boca. O terceiro bateu em algum lugar acima da minha
cabeça. Eu agarrei-o e sentei-me, enterrando-o na minha
garganta, meus olhos rasgando a profundidade. Sua mão
espalmou minha cabeça, um som gutural arrancando dele
enquanto ele empurrava em minha boca.

Eu engasguei e Easton segurou meus quadris com força.


─ Porra, Elle. Faça isso de novo.

Eu saí do seu pau, respirei fundo e depois desci


novamente, o gosto dele veio um pouco amargo, minha
garganta escorregadia de cuspe e suco, e amordaçou de novo,
mais forte desta vez.

─ Eu estou gozando. ─ Easton bateu em mim com golpes


rápidos, rápidos, rápido. As mãos de Aaron se fecharam em
meus seios, apertando-as e meu próprio orgasmo perseguiu
Easton.
─ Não pare! ─ Eu chorei descontroladamente, sentindo
sua libertação e desesperada por mim mesma. ─ Não pare!

Ele não parou, e minha mão e boca caíram do seu eixo


quando eu me joguei contra a cama, meu corpo se ligando e
apertando em uma requintada bola de prazer.

─ Elle... ─ Easton avisou, mas isso não importava. Não


importava porque eu estava rolando, meu corpo flexionando
debaixo de seu pau, os espasmos de prazer tão puro, tão
intenso, que parecia uma droga. Uma droga dolorosa, linda e
perfurantemente requintada.

Quando finalmente parou, fiquei flácida e as mãos de


Aaron se abriram, depois soltaram. Easton ficou dentro de
mim, mas rolou para frente, me colocando em seu corpo e me
colocando em seu peito. Sua perna envolveu-se
protetoramente em volta de mim, e eu ouvi o som suave da
porta se abrindo, depois fechando quando Aaron saiu.

─ Uau, ─ disse Easton baixinho, com o coração batendo


embaixo de mim.

─ Sim. ─ Eu fechei meus olhos e cedi contra seu peito,


meu corpo esfriando enquanto nossos batimentos cardíacos
gradualmente diminuíam para o normal.

Uau.
30
Trinta minutos depois, meu batimento cardíaco se
recuperou, o lado de Aaron da casa estava quieto e meus
medos de uma briga pós-trio estranha tinham se dissolvido.
Eu esperava repercussões. Culpa. Arrependimento. Em vez
disso, senti-me ainda mais perto de Easton. Isso me lembrou
daquelas semanas depois de Wakulla Springs, quando eu
estava tão emocionalmente frágil, e ele era tão protetor, e
nossa dinâmica estremeceu em um novo tipo de forma onde
nos abraçamos e bloqueamos tudo e todos para nos
curarmos. Algo que nem sabíamos que tínhamos.

Aquela intimidade nasceu da dor, esta do prazer. Eu


observei quando Easton desligou a luz do banheiro. Seu
cabelo estava molhado, uma toalha pendurada no pescoço
dele. Ele estava sem camisa, calça de pijama xadrez baixa nos
quadris. Ele esfregou a toalha sobre a cabeça, depois a
pendurou no gancho ao lado da porta do banheiro.

Nós tomamos banho juntos após o evento, suas mãos


ásperas repentinamente macias, seu toque sensível enquanto
ele passava uma toalha ensaboada sobre o meu corpo. Ele me
beijou sob o jato, depois desligou a água e me enxugou, seus
olhos colados no espelho, devorando a vista. Minha pele tinha
estava rosa da água quente, viva de seu toque, ainda
formigando do que acabou de acontecer.

Eu me arrastei para dar espaço a ele na cama e peguei o


copo de champanhe esquecido. ─ Da próxima vez que
tivermos um ménage à trois, ─ engoli o último gole, depois
coloquei o copo vazio na mesa de cabeceira. ─ Vamos nos
certificar de que o cara não more conosco. Porque eu
realmente quero me esticar no sofá com você agora, mas sinto
que isso pode ser um pouco estranho.

Easton riu e sentou-se na cama ao meu lado. ─ Sim, o


sofá parece muito bom agora.

─ Mas estranho.

─ Potencialmente desajeitado, ─ ele concordou. Ele puxou


o cobertor mais alto sobre mim. ─ Que tal eu nos fazer um
forte, em vez disso?

─ Um forte?

─ Sim. Eu sou realmente muito bom nisso. Não para me


gabar ou qualquer coisa, mas na quarta série, algumas
pessoas me chamavam de rei.

─ Um rei do forte?

─ Foi uma grande honra na Presley Elementary.

─ Tudo bem. ─ Descansei minha cabeça no travesseiro. ─


Uau, um marido com suas habilidades de fazer forte. Eu te
dou... ─ Eu olhei para o relógio de cabeceira. ─ Cinco minutos
para me impressionar.

─ Porra, um limite de tempo. ─ Ele rolou para fora da


cama e se levantou. ─ Maneira de tornar isso desafiador.
─ Tome mais tempo do que isso e eu vou estar dormindo.
─ Eu bocejei.

Seis minutos e meio depois, eu estava em uma caixa com


cortinas de lençóis desencontrados, o tecido pendurado no
encosto de cabeça, enfiado em uma gaveta de cômoda e corda
elástica amarrada a uma cadeira da sala de jantar. Uma
lanterna estava entre nós, cobertores e travesseiros extras
adicionados à cama, e o efeito era inocente e doce. O que foi
engraçado, considerando tudo o que aconteceu neste lugar
hoje à noite.

─ O que você acha? ─ Ele pressionou um beijo no topo da


minha cabeça e me puxou com mais força contra seu peito.
Eu afundei em seu aperto, meus olhos se fechando enquanto
eu inalava o cheiro dele. Ele cheirava como eu, como sexo e
gozo e champanhe. Mas também, como em casa. Conforto.
Força.

─ Eu acho que é o melhor forte que eu já vi na minha


vida. Você definitivamente ganha é rei do forte, apesar de
passar o tempo dando.

─ Você será minha rainha do forte?

Eu sorri contra seu peito. ─ Isso é uma proposta?

─ Isto é. E olhe. ─ Ele trouxe algo de debaixo do cobertor.


─ Eu até tenho um anel.

Eu ri do clipe de papel, inclinado em um círculo, com uma


massa torta de metal no topo. ─ Uau. De onde veio isso?
─ Para ser honesto, é a única razão pela qual eu perdi
meu prazo, ─ disse ele sobriamente. ─ Demorou quase dois
minutos para fazer. Mas eu não poderia arriscar outra
proposta sem um anel.

─ Eu amo isso. ─ Eu trabalhei o anel no meu dedo anelar


direito e admirava seu brilho sob o feixe fraco da lanterna. ─
E eu te amo. ─ Eu virei a cabeça e tomei um beijo suave.

─ Eu também te amo, minha rainha do forte. ─ Ele sorriu


e afastou o cabelo do meu rosto. ─ Então, ─ ele disse com voz
rouca. ─ E agora?

─ O que você quer dizer com isso? O que fizemos esta


noite?

─ Sim. ─ Ele me puxou mais perto de seu corpo, em


seguida, envolveu uma perna em volta de mim.

─ Eu não sei, ─ eu admiti. ─ Você gostou?

─ Sim. Eu não tenho que perguntar se você fez. ─ Ele


sorriu para mim. ─ Então, o que isso significa para nós?

─ Essa é uma boa pergunta, ─ eu brinquei com o anel. ─


Eu acho que vamos descobrir isso enquanto fazemos.

─ Acho que enchemos a cota sexual de Aaron para o ano.

─ Ha. ─ Eu inclinei minha cabeça contra seu ombro. ─ Ele


lidou bem com isso. Quão super estranho isso será amanhã
de manhã?
─ Eu estarei lá. Não será estranho. Eu vou fazer uma
piada e quebrar o gelo.

Eu gemi. ─ Sem piadas, por favor.

─ Eu tenho uma que eu tenho guardado apenas para esta


ocasião. Vai ser perfeito. Eu prometo que você vai rir.

─ Diga-me agora e eu vou decidir.

─ Não vai ser engraçado agora. Tem que ser


autenticamente trabalhado em conversação.

─ Eu posso praticamente garantir que não será


engraçado, então.

─ Olha, é por isso que eu não queria fazer um trio.

─ O que você quer dizer?

─ Se eu quisesse decepcionar duas pessoas, eu iria jantar


com meus pais.

─ Por favor, me diga que não foi a piada.

─ Eu posso ver as bordas da sua boca aparecendo. Você


tem que admitir, é engraçado.

Eu prendi meus lábios para esconder o sorriso que


realmente queria sair. ─ É super coxo. Nós não teríamos rido
disso.

─ Tudo bem. ─ Ele beijou o topo da minha testa. ─ Eu


tenho outro. É quase tão bom. Vou tirar essa daqui.
─ Por favor, não fale nada. Eu acho que estou cheia de
piadas ruins e paus para a semana.

Ele abaixou a cabeça e gentilmente mordiscou meu


pescoço. ─ Você sabe, foi muito estranho vê-lo com você.

Eu esperei por mais, minhas mãos patinando em seu


peito úmido.

─ Foi tão gostoso ver você. Mas também, então... ─ ele fez
uma pausa e eu pude vê-lo procurando as palavras certas. ─
Foi assim que o calor possessivo passou por mim. Eu queria
empurrá-lo para longe de você, mas também te segurar
enquanto ele te fodia. Era como uma batalha de emoções
acontecendo dentro de mim, e cada lado estava derramando
mais gás na minha excitação. Eu pensei que ia vomitar no
minuto em que você colocasse a boca em seu pênis.

Apesar do meu estado saciado, suas palavras enviaram


uma onda de prazer pelo meu corpo. Eu nunca me senti tão
sexual antes. Tão destemida. Tão desejada. Eu me estiquei,
em seguida, me reorganizei em torno de seu corpo, formando
um ajuste mais apertado contra seus músculos.

Easton recostou-se nos travesseiros, a mão passando


suavemente pelo meu cabelo enquanto ele desligava a
lanterna e a colocava na mesa de cabeceira. Fechei os olhos e
tentei entender o que tudo isso significava para nós.

Eu tinha amado, mais do que eu esperava, e minha mente


clicou em cada fantasia que eu tinha desfrutado
recentemente, atribuindo cenários reais para eles, com
Easton e eu em cada um deles. Tentei desligar minha mente e
bloquear as imagens, tentei aproveitar esse momento com
meu marido. O alongamento saciado dos meus músculos, o
contentamento em meus quadris, o prazer ainda formigando
pelo meu corpo.

Podemos voltar a uma vida normal? Eu poderia ser uma


esposa normal? Nós poderíamos ter um casamento normal?

Ou tudo mudou inexplicavelmente?

A questão era que eu queria mais. Muito mais. E naquela


tenda escura, ao som dos suspiros cada vez mais profundos
do meu marido, senti minhas asas sexuais se desenrolarem,
seus músculos enrijecerem como se estivessem em
preparação para o voo.

Levei muito tempo para adormecer e, quando o fiz, meus


sonhos foram cheios de prazer e dominados pelo olhar
possessivo e aquecido de Easton.
31
Você quer mais de Easton e Elle?

Conti
Notas
[←1]
Berenstain Bears: é uma franquia de literatura infantil, no caso a autora quer dizer
que o pênis é fofinho
[←2]
Concha de Sorvete- Se refere ao emprego de Verão na Sorveteria
[←3]
Marca de calçados estadunidense
[←4]
Time de beisebol
[←5]
Remédio usado para disfunção erétil
[←6]
Loja de departamentos de compras nos Estados Unidos
[←7]
Remédio usado para déficit de atenção

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