Você está na página 1de 476

PERIGOSAS NACIONAIS

Nas Mãos
do
CEO
Elena Cadena

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

ÍNDICE
Capítulo um
A Face de um cafajeste

Capítulo dois
Começando no trabalho

Capítulo três
A culpa foi minha…

Capítulo quatro
A Ressaca

Capítulo cinco
A transa Inesperada
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Capítulo seis
Domingo…

Capítulo sete
A Gravidez

Capítulo oito
O Casamento do ano...
Prefácio

Robert Neto é um rico CEO que


comanda o grupo de família intitulado
‘Robert Companhia’, ele aproveita
todos os privilégios de ser
multimilionário e poderoso. Um
verdadeiro cafajeste. Tudo começa a

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

mudar quando a engraçada e


atrapalhada Luana entra em sua vida.
Os dois acabam se apaixonando. Mas
Robert tem um terrível defeito, obedece
cegamente o seu pai autoritário. Será
que essa paixão sobreviverá as
diferenças de classes sociais?!
E para complementar, Marcos aparece,
um homem sério, ríspido e arrogante, e
o triângulo amoroso está formado.
Quem será que a secretária Luana
escolherá?!

“As vezes não sabemos qual é a


diferença entre o amor e a paixão, e
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

isso é essencial!”

Capítulo um

A face de um cafajeste….
“As vezes não sabemos qual é a diferença entre o
amor e a paixão, e isso é essencial!”

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Luana persistia, mesmo com vários outros


relacionamentos fracassados, ela ainda acreditava
que conheceria o ‘cara certo’, por mais que seus
antigos namorados dissessem que o problema
estava nela!
Luana era uma romântica incorrigível, sonhava
com um homem perfeito, seu ‘príncipe azul’ que
chegaria em um cavalo branco, e a defenderia de
tudo e de todos.
Mas até agora isso não tinha acontecido, muito pelo
contrário, na trajetória de Luana havia trastes de
todos os tipos, e o pior é que logo depois de
‘conseguirem o que queriam’, eles a deixavam, e
ela se sentia usada, logo parecia uma outra
novidade, e o interesse deles logo acabavam.
- Mas nem todos os homens são iguais! - Pensava
Luana, querendo se consolar, sempre estava
buscando…
Já fazia cerca de 5 meses que Luana estava
desempregada, o aluguel estava atrasado, as contas
se acumulavam, e ninguém aparecia para ajudá-la.
Esta manhã, Luana tinha uma entrevista de
trabalho, colocou sua melhor roupa, e foi com a
cara e a coragem. O cargo de secretária não lhe
pareceu pouco, já que ela tinha ambições de ser
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

efetiva, afinal ela poderia crescer muito na ‘Robert


Companhia’, uma empresa renomada, especializada
em exportações ilimitadas. Parecia realmente, um
lugar muito requisitado e prestigiado, tudo o que
ela sabia era, que o CEO da empresa tinha o mesmo
nome da empresa, ele era Robert Neto, herdeiro de
uma das maiores fortunas do país, e super jovem,
ele tinha acabado de completar 30 anos, era o
solteiro mais cobiçado, várias mulheres já haviam
tentado conquistá-lo, porém sem sucesso, o cara era
um total cafajeste, diziam que ele tinha uma ‘Cara
de Santo’, mas quem vê cara não vê coração.
Atrizes, cantoras, famosas de todos os tipos
tentaram se casar com ele, porém o cara era difícil
de se fisgar.
Mas voltando a entrevista, Luana chegava perto do
prédio, eram tantos andares, que ela até tentou
contar, mas não conseguiu, parecia um lugar
luxuoso, e só pessoas bem-vestidas entravam ali,
quando ia se aproximando da porta, um homem que
entrou na sua frente, segurou gentilmente a porta, e
a deixou entrar, e como ele era galanteador, 8
segundos foram suficientes, eles se entreolharam, e
lá estava Luana, apaixonada pelo cara que segurou
a porta pra ela, esse era o novo recorde dela. Se
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

sério ele era bonito, quando abriu um sorriso,


Luana se derreteu, agradeceu mil vezes ao homem
misterioso, e ficou extremamente nervosa, tanto
que sem querer derrubou o café que o cara gentil
estava levando em sua mão direita, ficando
completamente sem graça.
- Me desculpa.
- Não tem problema! É só eu trocar a gravata.
E como era linda a gravata azul dele! Gravata essa
que ficou encharcada de café descafeinado. Luana
tentou demostrar que realmente sentia muito, e
pegou a ponta de sua camisa para limpar a roupa do
galã.
- Eu te ajudo, e por favor me desculpa!
- Mas você também vai se sujar!
- Não tem problema!
- Eu tenho que ir agora…
- Tudo bem…
- Se você quiser, a gente pode tomar um café
depois?!
- Ok.
Luana ficou pasma, e lógico, aceitou, com aquele
ela iria casar, o homem ficou fascinado com a
inocência de Luana, ela era tão simples e sincera,
não fazia jogo, como as demais, ela demostrava
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

seus verdadeiros sentimentos, se entregava.


- Então um dia desse a gente se vê.
- É, agora eu estou indo para uma entrevista de
emprego.
- Em que andar?
- No último, tenho uma entrevista para ser a nova
secretária do CEO, e dizem que ele não presta!
- Como assim?
- Bom, é o que eu ouvi.
- E o que você ouviu?
- Que o cara é um cafajeste, eu até já me preparei!
Ele deve ser um assediador!
- Eu já tenho uma opinião diferente, ele parece ser
um cara bem legal.
- Então você não o conhece direito, ele usa as
mulheres…
- Não acho que ele as use, ele só faz elas se
divertirem!
- Bom, não foi isso que eu ouvi…
- Não acredite em tudo o que você escuta por aí, as
pessoas inventam muitas coisas…
- É, quem sabe?
- Agora de verdade, eu tenho que ir, tenho uma
reunião em poucos minutos…
- Tudo bem, então tchau!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Tchau, foi um prazer conhecê-la!


- Igualmente!
E lá se foi, como veio, doce, sincero, não fala mal
dos outros, parece ser o cara perfeito.
Luana ainda tinha que fazer a bendita entrevista, foi
até o elevador, e chegou no último andar, logo era
possível ver uma recepcionista…
- Bom dia, aqui é o andar da presidência e só
pessoas autorizadas podem entrar!
- Eu vim para uma entrevista…
- Desculpa querida, mas não posso te ajudar!
- Mas eu vim até aqui para falar com a senhora
Carla…
- Entendi, eu sou Kimberly, sou a recepcionista
principal. Você deve ser a nova coitada que será a
secretária do chefe.
- Coitada?!
- Sim coitada, o senhor Robert é extremamente
exigente.
- Só nesse mês 4 secretárias foram demitidas…
- Mas eu preciso do emprego!
- Bom querida, isso já não é problema meu. Vou te
encaminhar para a Carla e ela vê o que faz com
você… Qual é mesmo o seu nome?
- Luana.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Kimberly pega o telefone e diz:


- Alô, é a Carla?
- Quem mais seria?
- Tem uma fulana aqui querendo falar com você
sobre a vaga da coitada da semana!
- Manda ela vir até aqui!
- Tudo bem.
Kimberly desliga o telefone.
-Ela pediu pra você ir até ela, Joana.
- Meu nome é Luana!
- Que seja! Sala três. A sua direita você verá um
corredor.
- Ok, então obrigada!
Kimberly nem deu atenção para Luana, que vai
procurar a tal sala três, ela bate três vezes e é
atendida…
- Você é a Luana?!
- Sou!
- Por favor entre e feche a porta!
- Ok!
- Bom, você está para a entrevista da vaga de
secretária?!
- Isso mesmo!
- O seu currículo é até ok, mas…
- Mas o que?
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Você talvez não se encaixe no perfil da empresa?


- Como assim?
- Tem que ter boa aparência para se trabalhar em
lugares requintados como esse, e você parece um
pouco desleixada, sabe?
- Eu continuo sem entender!
- Você é lenta né querida, você não é bonita o
suficiente para trabalhar na ‘Robert Companhia’!
- Eu pensei que aqui não fosse uma agência de
modelos, mas um Companhia de exportações! Mas
sou eu que não quero ser funcionária de uma
empresa que desrespeita assim as pessoas.
- Ótimo querida, porque você nunca vai trabalhar
em uma Companhia como essa, se enxerga!
Procure o lugar que te convém!
Luana saiu com a cabeça baixa, não pensou que
seria tão desrespeitada, ainda mais daquele jeito.
As lágrimas foram inevitáveis, elas corriam pelo
rosto de Luana, que estava realmente precisando
daquela oportunidade, mas é difícil viver em um
mundo em que o seu currículo não importa nada,
mas sim a beleza superficial exigida por pessoas
tão vazias quanto Carla.
Luana decidiu ir até o banheiro para se recompor,
para depois voltar a luta, e ir em outra entrevista.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Entre lágrimas e soluços, Luana percebe que


alguém entra lentamente no banheiro, era ele o
‘homem misterioso’ da porta. Ela se assusta e
mesmo chorando diz:
- Aqui é o banheiro das mulheres!
- Eu sei, mas eu ouvi alguém chorando e entrei para
ver o que estava acontecendo!
- É que eu não consegui o emprego!
- E por que não?
- Porque eu não tenho uma “boa aparência”!!! Eu
não achei que para trabalhar aqui precisaria ser
mega bonita!
- Mas se fosse necessária ser ‘Mega Bonita’, o
emprego já era seu.
Luana fica sem graça…
- Mas a responsável do Rh não achou isso!
- Quem? A Carla?!
- Sim, esse é o nome dela! Mas não tem problema
eu vou tentar outra coisa!
- Não, você não vai embora! Aqui nessa empresa o
que tem que valer não é a aparência do funcionário,
mas sim sua competência.
- Eu não quero trazer problemas para você, já sujei
sua roupa, e agora você pode ser até demitido por
minha causa!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Pode deixar, eu não vou ser demitido!


- E por que você tem tanta certeza disso?
O homem ri e diz?
- Eu sou amigo do chefe!
- Quem, do tal Robert?
- Ele mesmo!
- Entendi, mas mesmo assim! Não quero te meter
em confusões!
- Me dê 5 minutos, espere aqui, eu já volto!
- Ok.

5 minutos depois…

Carla entra no banheiro feminino, Luana se


surpreende…
- O que você está fazendo aqui?
- Antes de tudo senhorita Luana, queria pedir
desculpas em nível pessoal, e por toda a empresa!
O meu comportamento foi inaceitável, e jamais
deveria falar daquele jeito com uma jovem tão
estimada quanto a senhorita.
Luana fica pasma, não era a mesmo mulher que
tinha falado com ela a momentos atrás, pelo
contrário, Carla parecia um cordeiro!
- E por que você está me dizendo tudo isso?!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Recebi ordens explícitas e diretas para não tratá-la


dessa maneira. Meus superiores creem que eu fui
injusta com a senhora, e que deveria me desculpar
pessoalmente, ou faria isso ou perderia meu
emprego nessa Companhia. Também vim até aqui
para dizer que o emprego é seu, amanhã poderá
começar como a nova secretária do CEO Robert
Neto, e terá que cumprir todas as suas obrigações!
- Nossa! Bem que ele disse que iria resolver!
- Ele quem?
- Um amigo que eu conheci hoje quando cheguei
aqui, ele me disse que era amigo desse tal Robert.
- Amigo?
- Sim, amigo!
- Deve haver algum engano, a senhora se
confundiu!
- Por que me enganei?
- Porque o homem que saiu desse banheiro e foi
falar diretamente comigo, é Robert Neto,
proprietário desse prédio e diretor executivo dessa
Companhia!
- O que? Luana fica espantada!
- Isso mesmo que a senhora ouviu, ele não é o
amigo do chefe, ele é o chefe.
- E por que ele mentiu pra mim?!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Creio que o senhor Robert em nenhum momento


mentiu, creio que ele omitiu o fato.
- Mas ele parece ser uma pessoa tão simples…
- Lembre-se: quem vê cara, não vê coração….

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Capítulo dois

Começando no trabalho
Luana chegou em casa perplexa, não podia
acreditar no que realmente havia conhecido.
Conheceu um homem podre de rico, e nem se deu
conta. Ele era um cara gentil e simples, e não
parecia em nada com a pessoa que o descreveram.
As aparências realmente enganam.
Porém Luana não poderia nem sequer pensar muito
naquela situação, afinal deveria começar a se
concentrar no seu emprego, não poderia deixar uma
oportunidade daquela escapar, o salário valia super
a pena, e a empresa era mega renomada, qualquer
um queria ter como referência a ‘Robert
Companhia’.
Luana foi dormir com aquela imagem na cabeça,
não podia parar de pensar, estava empolgada, sentia
como se o seu coração fosse sair pela boca, será
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

que aquilo iria durar? Não se sabia, contudo as


vezes as pessoas se empolgam com as outras, e
acaba que nada acontece. Mas alguma coisa dizia a
Luana, que aquele homem marcaria a vida dela.
Na manhã seguinte…
Sempre pontual, Luana arrumou tudo com
antecedência, e foi para o seu primeiro dia de
emprego. Colocou seus óculos na bolsa, e foi,
chegou no prédio e logo entrou no elevador, e lá
estava ela, no último andar, as pessoas andavam de
um lado para o outro, e pareciam realmente
ocupadas, papéis e mais papéis eram visto em suas
mesas, fora os inúmeros cafés que bebiam
constantemente, a equipe estava totalmente
entrosada, e Luana era a novata da vez.
Um pouco tímida a primeira vista, a secretária da
diretoria viu sua mesa, afinal só poderia ser essa, já
que estava com seu nome e o nome do cargo
embaixo, um café estava em sua mesa transparente,
e uma pilha de papéis, compromissos, agendas,
reuniões, tudo isso tinha que ser marcado e
coordenado por ela, parecia ser muita pressão, mas
Luana parecia não se intimidar por isso, porém
agora fazia sentido dizer que aquele trabalho era
extremamente estressante.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Um computador branco, lindo, diga-se de


passagem, as pessoas pareciam tão ocupadas que
nem gastavam muito tempo com sociais em
intervalos de 5 em 5 minutos, aquela empresa
funcionava praticamente como uma fábrica.
Luana começou a ler alguns documentos que
estavam em sua mesa, doações, faturamentos
trimestrais, licenças que deveriam ser pedidas em
um prazo curto, reuniões em âmbito pessoal e
profissional, encontros com “ficantes”, sim estava
escrito isso em uma das agendas, havia pelo menos
nomes de 20 garotas para quem Robert ligava
quando estava se sentindo “solitário”, parecia ser
bem competitivo, a secretária-executiva tinha que
fazer praticamente tudo dentro da Companhia, além
de ser uma babá.
Ainda nem tinha chegado a metade do expediente,
e Luana ainda não tinha encontrado o seu ‘salvador
da pátria’. Ele era muito ocupado, e parecia estar
em um evento midiático como palestrante, ‘Como
ser um multimilionário antes dos 30’, bom ele sabia
como ser, afinal ele era.
Depois de um longo tempo, ele chegou olhando
para a tela do seu celular, que ainda nem tinha sido
lançado no Brasil, Luana estava com um
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

hambúrguer e o pior, havia machado sua blusa com


ketchup, isso porque o trabalho não parava. Ela
tinha que fazer 5 coisas ao mesmo tempo.
A maleta de Robert parecia estar pesada, e vários
funcionários vieram abordá-lo, ele disse que estava
muito ocupado naquele momento, Luana com seus
óculos remendados (ela estava passando por um
mal momento financeiro) fingiu que não ficou
abalada com a chegada dele, pois ela também
precisava ‘mostrar serviço’, ele a olhou e disse que
precisava falar com ela, Luana pegou a agenda, e
mesmo um pouco destrambelhada conseguiu entrar
no escritório principal.
- Quais são as boas novas?
- Bom, amanhã o senhor tem 3 reuniões pela
manhã, 2 compromissos na rua, e quando voltar
tem mais duas reuniões importantes;
- Antes de tudo, não me chame de senhor, ou eu
pareço ser velho?!
- Claro que não senhor! Me desculpa, Robert…
- Assim é bem melhor, e agora voltando ao trabalho
eu quero dizer que estou muito feliz que você tenha
perdoado aquela gafe da representante do RH, e
tenha ficando com a gente, quero que saiba que
desejo que nós sejamos uma bela equipe, e que
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

possamos trabalhar juntos.


- Eu que agradeço o senhor, que acreditou em
mim… E com certeza seremos uma dupla e tanto…
- Ótimo! E voltando, quero se você poder claro, um
relatório completo do dia, eu faço isso todos os
dias, é uma coisa que é muito útil, assim eu posso
controlar melhor, e faço resumos semanais
também, é um velho hábito.
- Claro.
- A outra coisa é que se você quiser, a gente pode ir
comer um cachorro quente.
- Agora?
- Sim, agora! Eu preciso descontrair um pouco,
tirar 5 minutos, você sabe?!
- Claro, vamos lá!
- Ótimo, te vejo em 10 minutos.
- Ok.
Luana saiu da sala, foi até sua bolsa e pegou seu kit
de maquiagem de imergência. No banheiro, ela deu
um tapa no visual, escovou os dentes, e colocou
mais um pouco de perfume, só para garantir.
Pensou em voz alta: - Aposto que ele não faz isso
com as outras! -
Até que foi surpreendida por uma mulher que
estava no banheiro.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Não faça isso!


- O que?!
- Eu escutei o que você disse!
- E o que foi que eu disse?!
- Você está se maquiando toda, colocou perfume, e
está com essa cara ‘Estou disponível e a gente pode
até transar, mas antes eu quero um anel no meu
dedo!’
- Eu não estou tão desesperada assim!
- Eu sei querida, ele causa esse efeito nas mulheres,
e todas elas sonham em fisgar um homem rico,
bonito e jovem! Ele te chamou para ir comer um
cachorro quente?!
- Sim.
- Droga! Antes de tudo, saiba que isso é um teste!
- Um teste?!
- Sim um teste. Ele vai te levar para comer um
cachorro quente, e se você ceder, bom… amanhã
você estará no olho da rua, ele não mistura assuntos
profissionais com assuntos pessoais! Afinal, isso
não faz bem para os negócios!
- Mas eu achei que ele estava sendo simpático
comigo!
- Todas acham isso, mas lembre-se, se quiser passar
no teste e manter o seu emprego, fique longe dele!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Não esqueça que está mais difícil arranjar um


emprego hoje em dia, do que um marido!
- Tudo bem, eu consigo superar isso! E qual é o seu
nome?!
- Me chamo Sara, eu trabalho no setor 4, qualquer
coisa, é só me chamar! E não fique assim, poderia
ser pior, ele poderia deixar a carteira dele cair, e
você não devolver, seria justa causa. Mas se você
for esperta mesmo, deixe ele te assediar, isso rende
muito mais, tô brincando e eu nunca disse isso!
Luana ri, e decide ir para a tal ‘descontração’ com o
chefe. Quando ela chega em sua mesa, ele já está a
esperando, com um sorriso matador no rosto, ela só
fica mais desconfiada.
- Estava te esperando!
- Eu já estou pronta!
- Você está linda.
- Obrigada! Então vamos?!
- Claro, vamos!
Eles entraram no elevador e não disseram nada em
quanto desciam todos aqueles andares.
Havia uma barraquinha de cachorro quente logo em
frente ao prédio, os dois vão até lá, Robert faz o
pedido e eles se sentam em uma praça para
comerem.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Você parece está incomodada com alguma coisa?!


- Não, eu sou só um pouco tímida!
- Sempre achei que as tímidas tinham um encanto
especial, não sei te explicar, elas sempre pareceram
mais interessantes.
- Só se for no seu mundo, as garotas tímidas sofrem
muito, principalmente na época da escola!
- E quem é que não sofre na época da escola?!
Aquilo parece uma selva de pedra!
- Isso é verdade! Mas deve ter sido diferente pra
você, o senhor sempre foi rico!
- Sim, mas poucas pessoas sabem que a ‘Robert
Companhia’ começou pequena, meu avô passou
fome, e todas as dificuldades da pobreza extrema,
por isso hoje nós damos muito valor a tudo aquilo
que conseguimos. Eu sou a terceira geração, meu
avó era Robert, meu pai o Robert Filho, e eu sou o
Robert Neto…
- Nossa! Quanto Robert! E o próximo, vão chamar
de tataraneto?
Os dois riem, e começam a caminhar…
- E você, como foi parar nessa empresa?!
- Eu estava desempregada, um pouco endividada e
essa oportunidade surgiu.
- Foi um prazer empregá-la!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- O prazer foi todo meu!


- E o seu namorado, o que ele acha disso?!
- Não sei! Até porque eu não tenho um namorado!
- Nossa! Eu pensei que você fosse comprometida!
- Não, não sou! Meu último namorado fugiu com
uma das amigas de infância…
- Meus Deus! Como assim?! Amiga de infância!
Puxa!
Os dois dão gargalhadas!
- Ainda bem que eles fugiram juntos! E o que você
deseja para eles?
- Eu queria ser uma pessoa evoluída e desejar
felicidades, mas aviões caem, acidentes de carros
acontecem, tijolos caem de prédios em
construção…
Robert ri alto, e todos em sua volta reparam…
- Você é engraçada!
- Não acho, prefiro o meu papel de tímida!
- Mas para o castigo ser melhor, o avião onde os
dois estivesse poderia cair em cima de um carro, e
tijolos atingiram a aeronave, e só os dois morrerem!
- Começo acreditar em telepatia, pois nos meus
sonhos exatamente isso acontece!
Os dois se entreolham, riem e o clima está no ar,
porém Luana continua mantendo a distância, afinal
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

ela quer passar no teste, depois de andarem mais


um pouco Robert decide comprar dois sorvetes…
- E foi só essa vez que você foi traída?
- Não, isso acontece o tempo todo, as vezes achava
que o problema estava em mim. Mas a minha
psicóloga disse que eu não tenho culpa se essas
pessoas não possuem caráter.
- Gostei, mas por que você vai na psicóloga?!
- Bom, quando o meu noivo e a minha irmã se
casaram…
- O que?
- Sim eles se casaram, eu, digamos, tive um
pequeno colapso, nunca pensei que isso poderia
acontecer, e foi quando tive que procurar ajuda
profissional!
- Você só pode estar de brincadeira?!
Luana sorri e disse:
- Não estou, foi verdade! No fim do mês passado os
dois tiverem o terceiro filho, quero dizer, filha e
colocar o nome da menina de Luana, em minha
homenagem…
Robert não se contém…
- E eles acharam que se colocassem o seu nome no
bebê, isso solucionaria as coisas?!
- Sim, foi o que eles fizeram. Não posso nem ao
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

menos desejar o pior, afinal ela é minha irmã,


mas…
- Mas o que?
- Os três partos foram normais, e todos doeram
muito, me sinto satisfeita…
- Verdade, três parto normais é o castigo perfeito!
- Eu sei disso!
- Temos que voltar agora!
- Tudo bem!
- Eu gostei de sair com você. Se você quiser, a
gente pode marcar um jantar amanhã?!
- Amanhã?
- Sim, amanhã!
- Não posso, amanhã tenho outro compromisso a
noite!
- Claro, eu entendo.
Robert fica um pouco frustrado, mas Luana tem
que seguir o protocolo. Os dois entram novamente
no prédio e em seguida no elevador, o chefe
começa a puxar assunto…
- Foi bem legal!
-É, eu também gostei!
- Você é uma boa pessoa!
- Obrigada.
Luana concordava com a cabeça…
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Eu só quero dizer que espero que você fique


muito tempo com a gente.
- Juro pela minha irmã…
Os dois riem, até que Robert tem uma atitude
inesperada, puxa a blusa de Luana e dá um beijo
nela, que corresponde, ele encosta ela na parede do
elevador, e passa a mão debaixo da saia dela,
porém a voz de Sara atormenta os pensamentos de
Luana, que não consegue se entregar ao momento -
Passe no teste! Passe no teste! - Até que a secretária
se afasta e dá um tapa na cara de Robert.
- O que foi isso?
- Isso senhor, é assédio!
- Mas no início você correspondeu!
- Não, eu não correspondi, apenas fiquei sem
reação! Não achei que o senhor faria uma coisa
dessas!
- Mas, mas eu achei que tivesse rolado um clima
entre nós! Jamais eu faria isso, se você não tivesse
me dado abertura!
- Abertura?! Eu?! Eu apenas estava sendo
simpática, afinal você é o chefe!
- Então você só me tratou assim, e disse aquelas
coisas, porque eu sou o seu chefe?!
- Eu não disse isso!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Disse sim!
- Não, eu disse que estava tentando ser gentil, pois
você é o meu superior! Eu só queria passar no
teste!
- Que teste?!
- Não se faça de santo! Eu sei que você testa as
secretárias, e se elas cederem você coloca elas no
olho da rua!
- Meus Deus! Quem disse isso pra você?! Eu nunca
fiz isso! Eu, de verdade, te chamei porque me
pareceu uma pessoa legal! Não existe teste
nenhum!
- Ok, eu vou passar no RH e pedir minha demissão!
- Não! Eu não vou te demitir! Afinal eu preciso de
uma secretária competente!
- Mas eu só trabalhei aqui um dia!
- Mas eu já percebi que você é uma funcionária
competente! Por isso quero que você permaneça!
Contudo a partir de agora, vamos manter nossa
relação apenas no nível profissional!
- Tudo bem!
- Ótimo!
O elevador chega….
Luana não consegue acreditar no que fez, deu um
tapa na cara do chefe depois dele ter a beijado,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

parecia uma situação bem constrangedora, ainda


mais para um primeiro dia. A secretária tentou
acabar bem o dia de trabalho, e resolveu esquecer
por alguns momentos do ocorrido. Mas, ela ainda
não tinha pedido desculpas para Robert, e tinha que
fazer aquilo, estava se sentindo mal. Luana foi até o
banheiro, e retocou novamente a maquiagem,
quando voltou, decidiu ir até a sala do chefe. Ela
até pensou em bater na porta, mas ele poderia estar
ocupado, e não gostaria de ouvir barulhos.
Quando Luana entrou, viu Sara em cima da mesa
com a blusa aberta, e Robert com o zíper da calça
aberto, uma imagem valem mais que mil palavras
para descrever, tudo aconteceu muito rápido, os
dois nem se deram conta que Luana estava ali, e ela
saiu bem devagar, fechou suavemente a porta, ela
se sentiu destroçada, além de se sentir uma burra,
caiu direitinho na armação de Sara, e todo aquele
papo de ‘teste’.
Ela foi até a sua mesa, pegou suas coisas, desligou
o computador, e apagou a luminária da mesa, e foi
embora dali… triste, pois querendo ou não, já
estava gostando dele.

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Capítulo três

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

A culpa foi minha…

Luana foi para casa, e não conseguia se perdoar –


Que Vergonha- pensava! Não conseguia se perdoar,
uma mulher de vinte e tantos anos cair naquela
historinha?! Era inaceitável. Em sua cama, Luana
se revirava e pensava ainda mais, a competição
feminina era dura, mas Luana admitiu: - A culpa
foi minha!
O beijo, ai o beijo, o cara tinha lábios doces, e uma
língua que fazia os movimentos certos, tudo parecia
se encaixar, inclusive quando ele passou a mão
debaixo da saia dela, sabe-se lá o que aconteceria,
se ela deixasse rolar! A atração, era forte, mas
Luana sabia que talvez, um cara daquele não ficaria
com ela, a secretária tinha uma visão bem modesta
sobre si mesmo. Nunca antes, ela tinha ficado com
um cara de uma classe social diferente da dela, e
isso a intimidava.
Talvez Luana fosse apenas mais um passatempo
para Robert, que via as mulheres como as cartas de
um baralhos, as tinha e depois as descartava, mas
será que uma conexão forte não poderia surgir entre

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

os dois?! Agora era tarde, Luana também não


gostava de ser vista como mais uma, Robert tinha
muito poder, isso é certo, mas ele não tinha o
direito de usar e jogar fora, a secretária estava
cansada de encontrar caras desses tipo, embora
Robert tivesse um charme peculiar em seu jeito, e
também fosse simpático, e humilde, características
que são difíceis de encontrar em chefes, ainda mais
naquela posição.
Luana decidiu, também iria ter uma relação
estritamente profissional em seu trabalho. Deixaria
suas ideias românticas de lado, pois só
atrapalhavam.
No dia seguinte, fez o mesmo trajeto, parecia que
estava trabalhando ali a meses, e era só o seu
segundo dia. Tentou fazer tudo certo,
cumprimentou o porteiro, chegou e disse bom dia a
recepcionista Kimberly, e seguiu até a sua mesa,
como se nada tivesse acontecido no dia anterior.
Ligou seu computador, foi até a sala de Robert, e
deixou todos os compromissos do dia na mesa dele.
Depois das reuniões, o chefe chegou, e chamou
Luana…
- Por favor, na minha sala.
Luana chega na sala, e os dois se entreolham por
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

alguns instantes, e depois voltam ao mundo real.


- O que houve com os seus óculos?
- É que ele quebrou e eu não tinha como comprar
um novo, tive que remendá-lo.
- Entendi, nem dá pra perceber, parece que você fez
de propósito, para parecer mais legal do que
realmente é!
Ela ri…
- Por que o senhor me chamou?!
- Bom, não foi para discutir sobre o tapa que você
me deu ontem!
- Eu pensei que isso tivesse superado?!
- E está! Mas nunca se sabe, vai ver você gosta de
estapear as pessoas inocentes, como eu?!
- Entendi! Mas o que o senhor deseja?!
- Eu tenho um compromisso chatíssimo essa noite,
é uma social do trabalho, e como você é a minha
secretária, bom… você tem que ir comigo!
- Uma social?!
- Sim.
- Entendi! Mas eu não estou nem tão bem-vestida
assim…
- Que isso, você está ótima! E afinal, só ficaremos
alguns minutos, é só pra marcar presença mesmo! E
depois vamos embora!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Se é assim, que horas nós vamos?!


- As 7, esteja pronta!
- Não preciso ficar pronta, porque eu já estou
pronta!
- Ótimo, é assim que se fala! Te vejo as 7! E não se
esqueça que isso não é um teste!
- Parece que o senhor não vai esquecer isso!
- Vai ser difícil.
Luana volta para sua mesa, ajeita algumas coisas, e
promete que não vai beber nessa festa, bebidas
alcoólicas e Luana não podem se misturar, é uma
combinação perigosa.
Chega as 7 horas, e Luana vê que Sara passa e entra
no escritório de Robert, a secretária vai atrás, quer
saber o que ela foi fazer lá.
- Já estou pronta Robert?
Diz Sara retocando o batom.
- Hoje não é você que vai Sara!
- Como assim?! Eu sempre fui nas sociais com
você!
- Mas hoje a Luana vai me acompanhar, eu preciso
de uma secretária ao meu lado!
- Tudo bem como você quiser!
Sara olha para Luana com se a tivesse fulminando
com os olhos, e a secretária diz bem devagar…
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Estou pronta chefe!


- Ok, vamos, não quero me atrasar!
Os dois descem, Robert abre a porta para Luana, e
lá fora os dois vão em direção a um carro.
- Pra onde você está indo?
- Pro meu carro!
- Nós vamos no seu carro?!
- Sim, qual é o problema?!
- Não sei, isso não é pessoal demais?
- Claro que não!
- Eu posso ir de táxi!
- De jeito nenhum, nós vamos no meu carro, assim
economizamos tempo! Acredite, eu não vou tentar
nada!
- Tudo bem, vamos no seu carro!
Luana entra no carro de Robert, e Sara observa
tudo de longe! De longe os dois parecem até
namorados apaixonados.
Chegando na ‘social’, há muitas pessoas, mas quase
não dá para ouvir o que elas diziam, pois o som
está bem alto. Luana se sente um pouco
incomodada e Robert percebe, nesse momento
passa um garçom que estava servindo champagne,
e ele pega duas taças, uma para ele e outra para ela.
- Aqui, toma você vai se sentir mais relaxada!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Eu não posso beber!


- E por que não?
- Eu me transformo em outra pessoa quando bebo!
- Eu não sabia disso!
- Agora sabe!
- Mas só uma tacinha não vai te fazer mal!
- Tem certeza?
- Absoluta!
- Tudo bem!
Luana tomou a primeira taça, e ela não deveria ter
tomado, depois daquela dose, ela tomou, outra e
outra e outra! Estava razoavelmente bêbada, porém
foi suficiente para soltar o outro lado da
personalidade dela! Solta, louca, descolada e
dançarina, em questões de poucos minutos, Luana
estava dançando em cima da mesa, e Robert estava
a observado, encantado. Ele não esperava que ela
guardava aquilo tudo dentro de si! Era realmente
impressionante! Os empresários que estava
conversando com Robert disseram:
- Onde você encontrou ela?
- Ela que veio até mim.
- Ela é ótima!! Secretária no horário normal, e
dançarina nas horas extras!
- Nem eu sabia disso!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Luana continuava bebendo, e rebolando, até que


um homem a chamou em um canto, e colocou uma
nota dentro da blusa dela!
- Eu não sou garota de programa!
- Quanto você cobra?
- Eu já disse que eu não sou prostituta! Dá pra me
soltar!
- Você veio com o Robert, deve ser acompanhante
dele!
- Não, eu sou a secretária dele, e hoje é o meu
segundo dia!
- Secretária?! Sei! E você faz o serviço completo?!
Luana empurra o cara, e Robert percebe que está se
aglomerando pessoas, e ouvi gritos!
- Eu já disse pra você me soltar!
- Tudo bem querida, não precisa ficar brava assim!
Robert chega e pergunta para Luana o que está
acontecendo?! E ela responde:
- Esse cara, ele tá achando que eu sou garota de
programa, só porque eu estava dançando!
- O que?!
- Isso mesmo!
Robert olha para o cara e diz:
- Está havendo uma confusão, ela é minha
secretária, e está aqui para me auxiliar!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Fala sério Robert, isso é uma festa! E não uma


reunião de trabalho! E, aliás, ela é bem gostosinha!
Robert se vira e dá um soco no sujeito que cai na
hora, Luana comemora!
- É isso aí! Quebra a cara desse idiota! Garçom me
traz mas uma bebida! Que essa festa está ótima!
- Luana vamos embora agora! Essa festa já acabou!
- Pra quem? Porque pra mim ela só está
começando!
Robert pega Luana no colo, e a leva até o seu carro!
- Meu Deus! O que foi aquilo?!
- O que? Diz Luana.
- Você definitivamente não pode beber! Você fica
louca! Sai de si! Perde o controle! Não se parece
em nada com aquela santa!
- E por que você acha que meus ex-namorados me
abandonavam? Eles se apaixonaram pela louca
aqui, mais não me aguentavam quando eu ficava
sóbria! Por isso me deixaram!
- Eu não acredito nisso!
- Por que não?! Eu sou insuportável sóbria!
- Não, não é! Você é apaixonante!
- Nossa, que brega, o que o cara não faz por uma
transa?!
Os dois riram, e Robert colocou Luana no carro, e
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

levou até em casa…


- Aqui, é o 62, bom você está em casa.
- Isso mesmo, minha casinha!!!!
Luana tenta sair do carro, mas não consegue abrir a
porta…
- Você precisa de ajuda?!
- Não, eu consigo!
Luana tenta três vezes, mas sem sucesso, até que
Robert abre a porta e quase que ela cai, mas ele a
segura…
- Está tudo bem?
- Sim, eu estou ótima!
- Eu vou e ajudar!
- Tudo bem!!!
O chefe tenta levar a secretária até a porta, mesmo
com muita dificuldade!
- Ai, eu estou com vontade de correr! Vamos
correr?!
- Não, nós não vamos correr, você vai entrar agora,
e dormir! Amanhã você corre!
- Mas eu quero correr agora, e nua!
- Definitivamente você precisa de uma noite de
sono!
- Eu já te contei que minha irmã se casou com o
meu noivo!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Já, e você foi homenageada, sua sobrinha divide o


mesmo nome com você!
- Isso é verdade! Meu Deus que brega! Duas
Luanas, como vai ser, vão chamar Luana, e nós não
vamos saber quem é!
- Isso é um problema bem grave!
- Sim, a não se que a chamem de Lulu, Lu ou
Luluzinha!
- Você é ótima em arranjar soluções!
- Eu sei.
Luana tenta colocar a chave na fechadura, mas
também não consegue!
- Você precisa de ajuda?
- Não, tudo bem, eu vou acertar!
Luana não consegue!
- Meu Deus! Nunca foi não difícil abrir essa porta!
- Posso tentar?!
- Claro!
Robert consegue!
- Você parece ter experiência em acertar coisas nos
alvos certos!
- Realmente!
- Então é isso!
- É isso!
- Você vai conseguir ir até a cama?
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Vou!
- Então é isso!
-É!
- Ótimo!!!!!!!
- Se você quiser, a gente pode transar?!
Robert fica espantado, não esperava aquela
proposta de Luana!
- Mas você está bêbada?!
- É assim que eu faço as melhores coisas, bêbada!
- Você tem certeza?!
- Eu queria muito transar com você agora!
Luana dá um beijo roubado em Robert, que a
princípio resiste, mas depois acaba cedendo, ele
pega a bolsa dela abre a porta, e depois a fecha,
enquanto a pega no colo, e continua a beijando, ele
a encosta na pilastra, e os dois se beijam
atrapalhadamente, afinal Luana está bêbada, mas
mesmo assim, os lábios se tocam de maneira
delicada e apaixonada.
Robert tira os sapatos, e Luana começa abrir a
blusa, os dois continuam se beijando! Até que o
chefe a coloca em cima da mesa, e tira a saia dela,
eles vão retirando tudo do caminho. Mas...
- A camisinha?
- Você tem uma?!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- No banheiro, dentro do armário!


- Ok, no armário! Eu vou lá pegar!
- Enquanto isso eu te espero na cama! Diz Luana!
- Tudo bem! Eu vou pegar a camisinha e já volto!
Robert corre para o banheiro, abre o armário e acha
a única camisinha que tinha! Enquanto isso Luana
está na cama, e pega no sono… Robert, ainda na
adrenalina volta, mas percebe que a ‘louca’ apagou.
Ele a cobre, acaricia seu rosto, pega seus sapatos e
vai embora fechando a porta!

Capítulo quatro
A Ressaca
Na manhã seguinte Luana acordou com muita dor
de cabeça, parecia que um ciclone tinha passado
pela casa, e pouco a pouco ela foi se lembrando da
noite anterior.
- Droga! Não acredito que eu fiz isso!
Mas tinha feito, ela jurou que teria apenas uma
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

relação profissional com o seu chefe, e algo a mais


aconteceu, quem mandou ela soltar aquela louca?!
Ela mantêm essa personalidade guardada a sete
chaves, pois sabe que ela é perigosa, mas agora isso
não importa, ela tinha que se recuperar daquela
ressaca, e encarar mais um dia de trabalho, na
verdade seria o terceiro.
Tomou um remédio para dor de cabeça, colocou os
sapatos, pegou seus óculos remendados e já estava
saindo, quando percebeu que a camisinha estava
fechada em cima da mesa!
- Meus Deus! O que eu fiz ontem?!
Mas a melhor pergunta seria: ‘O que ela deixou de
fazer na noite passada?’, pois não havia acontecido
nada.
Atrasada, desconjuntada e de ressaca, Luana
custava para fazer coisas que normalmente ela faria
com tranquilidade.
Chegou ao prédio ‘Robert Companhia’, e percebeu
que havia um burburinho, - Claro, na festa de
ontem, eu devo ter dado um show -
E coitado de quem não comprou ingresso, pois
perdeu uma festa e tanto, bebidas, danças e
discussões, realmente, o show foi completo. Luana
pegou o elevador e chegou até o andar presidencial,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

na recepção Kimberly falou para a secretária:


- A festa foi boa!
- Não sei do que você está falando?!
- É isso aí, as melhores festas te deixam com
amnésia.
Luana resolveu ignorar Kimberly e ir direto a sua
mesa, e mais uma vez a olhavam de uma maneira
estranha. Os comentários não cessavam, e a
secretária só queria se esconder atrás da sua mesa.
Apesar disso, tentou levar o seu dia como se nada
tivesse acontecido, e jurou para si mesma que entre
ela e o chefe, não haveria mais nada, isso não era
possível, ela era novata na empresa, e já tinha
acontecido aquilo tudo! Qual era a surpresa que o
terceiro dia aguardava?!
Robert já estava em seu escritório, tinha chegado
cedo, telefonou para Luana, e solicitou sua
presença, junto com os relatórios e a agenda do dia.
A secretária entrou, olhando para baixo, estava se
sentindo envergonhada…
- E a ressaca?
- Eu não estou de ressaca!
- Pela quantidade de álcool que você ingeriu
ontem! Era pra estar com uma dor de cabeça
insuportável.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Não senhor, estou muito bem!


- Que bom… E você se lembra do que aconteceu
ontem?
- Sim senhor….
- E o que aconteceu?
- Eu bebi, e fiz besteiras, que eu nunca faria se eu
estivesse sóbria.
- Tem certeza que você nunca faria?
- Absoluta, mas antes de tudo quero dizer que o
senhor me incitou a beber, eu havia alertado que o
meu consumo de bebidas alcoólicas era altamente
perigoso!
- Agora a culpa é minha? E pra falar a verdade, eu
não vi nada de mais, você fica ainda mais divertida,
solta, um pouco louca, e mais liberal.
- Não senhor, eu sou um perigo, mas eu quero
esquecer o que aconteceu ontem, e eu peço que o
senhor faça o mesmo, se não pudermos ter uma
relação profissional, creio que será impossível
minha permanência nessa empresa, apesar claro de
estar gostado muito de trabalhar aqui.
- Tudo bem, se é assim que você quer! Eu vou
respeitar a sua decisão!
- Ótimo, podemos voltar para o trabalho?!
- Sim.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Robert se sente rejeitado por Luana mais uma vez.


- O senhor tem compromissos em quatro lugares só
hoje, além de ter que começar o balanço trimestral,
também deve ver as cotações das ações da empresa,
e administrar e divulgar alguns pontos da política
social da ‘Robert Companhia’ para os funcionários!
- Tudo bem, isso vai ser no auditório?!
- Isso mesmo! Então agora eu vou voltar para a
minha mesa, deseja mais alguma coisa?
- Sim, eu comprei uma coisa pra você.
Robert abre a gaveta e tira uma caixinha lá de
dentro.
- Eu comprei um óculos pra você, porque acho que
você vai trabalhar melhor com eles, sabe?! É uma
coisa estritamente profissional!
- Estritamente profissional?!
- Exatamente, estritamente profissional!
Luana abre a caixa.
- Mas, esses óculos devem ser caríssimos?!
- Não, foram bem baratos!
Era uma mentira, os óculos foram caríssimos!
- Jura?
- Juro! Você gostou?
- Claro, achei lindo!
- De verdade?! Robert ri, apaixonado.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Sim, eu já tinha visto na ótica, mas a situação


estava um pouco crítica pra mim.
- Entendo, mas o importante é que você gostou?!
- Sim, eu amei! Vou voltar para o trabalho!
-Ok, te vejo no auditório mais tarde.
- Te vejo lá…
Luana voltou para sua mesa, e logo estreou seus
óculos, e como eles eram confortáveis, parecia ser
realmente feito pra ela.
As horas foram passando, e os funcionários foram
se encaminhando para o auditório, a palestra iria
começar dentro de poucos minutos, todo mundo já
estava entediado, ‘novos pontos na política social
da empresa’, parecia ser bem chato, mas protocolo
é protocolo, e todos tinham que estar presentes.
Lá estava o ‘data show’, e um cara ajeitava os
últimos detalhes, os primeiros palestrantes foram se
apresentando, e o último a fazer sua conferência,
seria o CEO Robert Neto.
Duas horas depois, todo mundo já estava dormindo
nos bancos, até que a entrada do chefe foi
anunciada, fazendo todos despertarem dos seus
cochilos, e obviamente ele foi muito aplaudido, era
o chefe, essas rituais de puxa-sacos da vida social
são bizarros. Luana estava em um canto, Sara está
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

no palco com Robert, e também com o microfone,


mas o que ninguém esperava, era o que Sara iria
fazer.
- Atenção! Queridos funcionários! Hoje além da
‘política da empresa’, vocês poderão assistir um
show ao vivo e a cores, uma secretária novata
bebeu um pouco a mais na noite anterior e deu um
vexame na social. Tanto que o chefe teve que detê-
la, solta o vídeo Fernando.
Em questão de segundos, aparece na tela um vídeo
de Luana dançando em cima da mesa, e bebendo
todas, imediatamente todos começam a olhar para
ela, que tenta se abaixar na cadeira, ela, nesse
momento, está morrendo de vergonha!
Sara morre de rir, junto com os funcionários que
estavam dentro daquele auditório, Luana estava
sendo ridicularizada. Até que Robert fala em um
tom acima do normal.
- Fernando, para esse vídeo agora!
Todos param de rir, inclusive Sara.
- Ontem eu e a senhorita Luana, fomos em uma
social, e nos divertimos muito! Não vejo a graça
que vocês acharam nesse vídeo! Só vejo uma
pessoa se descontraindo, afinal é para isso que
serve as festas, ou não?
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Ela foi a protagonista da social, e nós sabemos que


quando se é protagonista, isso incomoda muita
gente.
Robert olha para Sara nesse momento.
- Mas continuando, quero e exijo, isso é uma
ordem, que vocês respeitem a senhorita Luana, ela
é a minha secretária, e se ela me disser alguma
coisa que vocês fizeram, fazem ou farão contra a
sua pessoa, não vai me importar se esse funcionário
esteja trabalhando a trinta anos aqui, será
despedido! Essa ordem está clara para todos aqui?!
Se ouviu um harmônico sim.
- E quero dizer senhora Sara, que essa foi uma
brincadeira de péssimo gosto, e espero que não se
repita!
- Sim senhor!
-Ótimo, agora vocês estão liberados, acho que por
hoje foi o suficiente!
Todos começam a sair do auditório, e Robert
chama Luana no seu escritório….
- Nossa, até eu fiquei com medo de você!
Robert ri…
- Você viu a cara deles quando eu falei “não
importa se o funcionário trabalha aqui a 30 anos,
será despedido”?!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Vi, eles ficaram aterrorizados! Mas por que você


me defendeu?!
- Isso é simples, porque eu gosto de você!
- Gosta de mim, de que jeito?
- Como secretária, é óbvio!
Robert disfarça.
- Obrigada!
- Disponha! E como você vai pra casa?
- Vou de ônibus!
- Se você quiser, eu posso te levar?!
- Acho melhor não! Assim a gente mantêm o
distanciamento do profissionalismo!
- Entendo! Tudo bem!
Luana vai embora, e depois Sara entra no escritório
de Robert:
- Oi chefinho, me desculpa!
- O que você está fazendo?!
- A gente pode fazer coisas legais aqui!
- Não tô afim Sara!
- Como assim?! Nós já fizemos tantas coisas aqui
mesmo, e você sempre gostou!
- Mas hoje eu não quero, será que você não
entende?!
- O que foi?! Foi por causa do negócio do
auditório?! Eu já pedi desculpas!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Não foi só por isso! Foi muito legal enquanto


durou, mas acho que vamos parar por aqui!
- Você está me dando um fora Robert?!
- Não é isso, só estou dizendo que o nosso lance
acabou!
- E qual vai ser o próximo passo, você vai me
despedir?!
- Não Sara, você é uma ótima funcionária, só estou
dizendo para manter nossa relação estritamente
profissional!
- Agora você quer uma relação profissional?! Você
sempre faz isso Robert, procura as mulheres,
conquista elas, as usa e depois as joga fora, assim
com uma facilidade absurda!
- Isso não é verdade Sara!
- Claro que é, ou você se esqueceu?! Foi você que
me procurou!
- Eu sei disso!
- Mas claro, agora eu não sou mais uma novidade!
O que? Agora você quer comer quem?! É a
secretária, não é?!
- Sara eu não estou te rejeitando por ninguém!
- Claro que está, antes você saia com todas, mais
desde que essa garota chegou aqui, você mudou!
- Eu mudei?!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Sim, parece um idiota quando está do lado dela,


parece até estar apaixonado!
Sara começa a chorar!
- Eu não estou apaixonado por ninguém Sara!
- Claro que está, está escrito na sua cara! E deve ser
paixão mesmo, porque ela só trabalha aqui a três
dias! E olha como você está! Ela te enfeitiçou!
- Sara não complique as coisas!
- Eu estou complicando as coisas?! Eu só estou
apaixonada por você, e sabe como é difícil você ver
a pessoa que você gosta, apaixonada por outra?!
- Não estou apaixonado por ela! Ela é apenas minha
secretária!
- É por que ela é pobre?! O que você viu nela, o
que gostou tanto?!
- Acho melhor nós pararmos por aqui?!
- Tudo bem, eu não vou mais incomodar você! E
obrigada por me dar um fora, mas ser tão gentil e
manter o meu trabalho! Realmente, você é um cara
super legal!
- Me desculpa Sara!
E Sara vai embora, Robert ajeita suas coisas, e vai
para sua casa, toma um drink, tira a gravata e pensa
em Luana, senta no seu sofá e se questiona:
- O que está acontecendo comigo?!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Toma outro drink, e decide ver o vídeo de Luana na


festa, dançando, ele ri!
- Que sensação é essa?!
Um calafrio, coração acelerado, mãos suandas, e
não consegue parar de pensar na pessoa!
Robert estava apaixonado pela primeira vez, mas
ainda não sabia disso! Mas o que ele se
questionava, era como aquilo aconteceu tão rápido,
ele a conheceu faz pouquíssimos dias, e mesmo
assim parecia que a conhecia de toda uma vida.
O beijo! E que beijo! Robert não conseguia
esquecer o que tinha acontecido, Luana era
destrambelhada, não sabia exatamente o que queria,
e era completamente confusa, mas mesmo assim, o
chefe a admirava, admiração é um dos primeiros
sinais da paixão, empatia é outro, será que ele não
se deu conta? E o pior é que ele não percebeu, para
ele era uma atração forte, e que em algum momento
iria passar.
Já na casa de Luana, ela fazia planos, “quem sabe,
daqui a dois eu não junte um bom dinheiro e saia de
lá?! Sim porque com as comissões e horas extras,
meu salário quase dobra! E com esse dinheiro, eu
posso viver por quase 6 meses!”
Luana sempre foi romântica, mas dessa vez era
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

diferente, a coisa era forte de mais, e chegava a dar


medo, ela temia um envolvimento muito grande,
pois assim também a decepção seria grande!
Luana estipulava um tempo! Quando alguém partia
seu coração, ela demorava em média 5 meses para
se recuperar, ela curtia a deprê, via filmes
extremamente dramáticos, comia sorvete sem parar,
dizia para si mesma que nunca mais iria se
apaixonar, negava, falava que o cara não prestava, e
voltava a se reergue, até o próximo vir, e ela fazer
tudo aquilo novamente.
Mas Robert era diferente, por mais que pensasse
não conseguia calcular quanto tempo ela demoraria
para se recuperar, e olha que essa é a primeira coisa
que ela faz quando vê um homem, calcula quanto
tempo vai demorar para esquecê-lo.
(Aquele é médio, em 3 meses eu me esqueço, já
aquele é acima da média, 5 meses ainda não seriam
suficiente, já aquele é um cafajeste, talvez sete
meses bastassem, porém duvido muito, esses
sempre são os mais difíceis de se esquecer).
Robert era uma incógnita, mas para não se
machucar, Luana terá que se preservar, colocará o
emprego em primeiro lugar.
Foi até o espelho do banheiro e jurou:
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Ele é gostoso, mas não vale o esforço!


Ele é gostoso, mas não vale o esforço!
Ele é gostoso, mas não vale o esforço!
Repetiu aquela frase até virar uma verdade na sua
cabeça…
Será que vai funcionar?

Capítulo cinco

A transa Inesperada
Ainda bem que era sábado, nada de trabalho, um
dos melhores dias da semana. Luana acordava no
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

sofá, fazia frio, o que mais ela poderia fazer?!


Dormir, primeiro dormiu na cama, depois foi para o
sofá, e dormiu mais um pouco, em seguida pulou
para o sofá menor, e também tirou mais um
cochilo. De pantufas e pijama, ela foi até cozinha e
preparou um pouco de pipoca, ligou a televisão, e
foi ver o que tinha de bom para ver, escolheu uma
comédia romântica, que iria começar em 5 minutos,
dava tempo dela ir ao banheiro e fazer xixi, e
depois voltar para o sofá e se divertir um pouco!
Ela viu o filme, e adorou, aquela sensação que fica
depois de ver um filme que se gosta. Após a sessão
cinema, resolveu escutar um pouco de música, bem
alta, e dançou, até não ter mais energia.
Tomou banho, e era hora de ler alguma coisa, que
tal um romance?! E foi essa a sua escolha, Luana
tinha um dom, lia sem parar, desde que começou a
primeira página, ela não para, e vai até a última, ela
sempre gostou de concluir as coisas rapidamente!
Ela riu, chorou, ficou com raiva, não concordou
com a autora, dizia: “Mas ele deveria ter ficado
com ela! Não consigo aceitar isso!”
Já era noite, quando finalmente chegou a pizza que
ela estava esperando, quentinha, além da porção de
batatas fritas e o molho especial que vinha junto, e
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

de graça!
Comeu, ela estava faminta! Depois deitou mais um
pouco no sofá, estava um pouco entediada, e
lembrou-se que tinha uma garrafa de vinho no
armário da cozinha. Mas ela não poderia fazer
aquilo! Quando ela bebe, perde totalmente o
controle.
Mas ela estava tão entediada, só beberia um pouco,
e afinal de contas, ela não sairia. Tudo iria dar
certo, ela beberia um pouco, e depois iria dormir!
Abriu o vinho, pegou uma taça e a encheu, tomou
tudo, até que ela escuta uma campainha tocar…
- Quem será essa hora?
Ela foi até a porta para ver quem era, e aí a
surpresa, era ele…
- Você?
- Eu!
- O que você está fazendo aqui?!
- Bom, eu estava um pouco entediado, e queria
solucionar algumas questões de trabalho, sabe?!
- Agora?
- Sim, mas claro, se não for incomodar?!
- De jeito nenhum, você é o chefe!
- Sou? Sim sou!
- Entra!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Você já está de pijama?!


- Na verdade, eu nem tirei o pijama hoje!
- Por que não?
- Porque hoje é sábado, e sábado você dorme o dia
inteiro!
- Eu estou sentindo um cheiro de vinho, ou é
impressão minha?!
- Não, eu bebi uma taça, sabe?! Estava um pouco
entediada também, e queria me divertir um pouco!
- Eu também queria me divertir um pouco!
- É mesmo?
- Sim, que tal a gente ir tomar alguma coisa, sabe,
só uma dose?!
- Uma dose?
- Sim, relaxamos um pouco e voltamos!
- Mas o trabalho?
- Não tem problema! Nós resolvemos segunda-
feira!
- Ok, só uma dose?
- Só uma.
- Mas eu vou vestida assim mesmo!
- Tudo bem!
- Então vamos!
- Vamos!
Luana e Robert saíram, foram até o bar mais
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

próximo, que inclusive já estava fechando.


- O que você quer?!
- Talvez uma taça de champanhe?
- Ótimo, e eu vou querer uma dose de vodca.
Enquanto as bebidas não chegam, os dois
conversam…
- E aí, como foi o seu dia?
- Bom, eu acho! Foi bom, eu comi porcarias, fiquei
deitada o dia todo! Depois dancei, li um livro, só
falta eu plantar uma árvore!
- Parece que o seu dia foi bem legal!
- E você, o que fez hoje?!
- Eu tive um encontro, ou eu acho que aquilo foi
um encontro!
- Na hora do almoço?!
- Sim, na hora do almoço!
- Encontros diurnos não costumam dar certo!
- Isso é verdade!
- Tem alguma coisa na noite! Uma coisa que faz
acontecer! Uma magia, um encanto, e as nossas
crenças de que sexo acontece a noite!
– Você disse tudo!
As bebidas chegam, e eles tomam de uma vez só.
- Vai querer outra?! Pergunta Robert.
- Vou, não vai fazer mal, não é?!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Claro que não, só que agora eu quero uma taça de


champagne!
- E eu, quero uma dose de vodca!
E eles continuam conversando…
-E por que o encontro não deu certo?
- Eu queria fazer um teste, se as pessoas estão
comigo por causa dessa pessoa aqui, ou por causa
do dinheiro!
- E qual foi o resultado?
- Descobri que era por causa do dinheiro!
Os dois riem alto!
- Por que?
- Eu disse para ela, que iria declarar falência em
breve, e que ninguém sabia que eu vivia de
aparências! Estava devendo até as calças!
- E o que ela disse?!
- Ela estava muito interessada, inclusive me disse
que poderíamos transar, mas quando eu acabei de
montar o meu drama de empresário falido, ela disse
que tinha que ir ao toalete, e nunca mais voltou!
Mais risos, de doer a barriga… As bebidas chegam,
e eles tomam novamente, de uma só vez.
- Você quer outra?
- Aceito, o que poderia acontecer, esse homem aqui
está falido!!!! Me traga outra vodca!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Eu também quero vodca! Porque eu estou


falido!!!!!!!
Os dois gritam…
- Eu acho que estamos assustando as pessoas!
- Não, imagina! Elas estão acostumadas! Afinal
isso aqui é ou não é um bar?
O garçom chega perto da mesa e diz:
- Estamos fechando, essa é a última dose!
Luana levanta seu copo!
- A última dose!
- A última dose!
E bebem mais uma vez.
- Vamos embora!
- Sim, mas a gente vai pra casa?
- Por que, pra onde você que ir?
- Eu quero dançar!
- Ok, vamos dançar!
- Vamos pra uma boate!
- Isso mesmo, vamos pra uma boate!
- Vamos dançar, até cair!
- Concordo!
- Vamos correndo?!
- Obvio!
E eles começam a correr, até a boate mais próxima,
chamada ‘La La La’. A chuva caia, lentamente, eles
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

entraram, e tocava uma música contagiante, do tipo


daquelas que não se pode ficar parado.
Eles dançaram juntos e separados, o momento
parecia mágico.
Depois se algum tempo, eles vão embora…
- E aí, vamos pra onde agora? Pergunta Luana.
- Acho que devemos ir para casa.
- De quem?
- Vamos primeiro para a sua, e depois eu vou para
minha.
- Tudo bem.
Os dois caminhavam até a casa de Luana.
- Essa foi uma das melhores noites da minha vida.
Diz Robert.
- Também gostei muito, me diverti! Hoje foi um
excelente dia!
- Também achei bem proveitoso.
- Olha, já estamos chegando em casa!
- É verdade, nem me dei conta!
Os dois chegam até a porta…
- Vai precisar de ajuda hoje?!
- Ajuda?
- Com a chave!
- Não, obrigada. Minha capacidade motora não foi
completamente detonada pela quantidade de álcool
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

que eu consumi hoje!


- Então…
- Então é melhor eu entrar, e você vai para sua
casa….
- Tem certeza?
- Claro, se você entrar, eu vou ter que pedir as
contas!
- Isso, não seria muito legal, não é?!
- Não, não seria nada legal!
- Tudo bem, então boa noite!
- Boa noite!
Luana entra, e Robert fica do lado de fora, se
passam 13 segundos, e Luana abre a porta e
percebe que Robert continua ali!
- O que você está fazendo aqui ainda?
- Por que você abriu a porta?
- Eu perguntei primeiro?
Luana dá um selinho em Robert, que se surpreende,
e dá um beijão nela. Os dois entram, continuam se
beijando, os lábios se encaixam perfeitamente, há
muita química entre os dois, Robert tira os sapatos,
e coloca Luana em cima do sofá, ele tira a blusa
dela, e passa a mão no seu corpo. Ela está por cima
e pergunta:
- Você trouxe a camisinha?!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Trouxe, tá aqui no meu bolso.


- Ok!!!
Ela tira a camisa dele, e beija o seu corpo, depois
tira a calça dele…
- Eu vou colocar a camisinha!
- Ok, sem pressa! Pode colocar!
Robert tira a cueca, mas não consegue abrir a
camisinha!
- Meu Deus! Não consigo abrir a camisinha!
- Essas são as piores! Tenta abrir com o dente!
- Eu já tentei, não consigo abrir de jeito nenhum!
- Eu acho que tenho uma tesoura!
Luana abre uma gaveta, e pega uma tesoura, só que
como estava muito bêbada, acaba cortando a
camisinha pelo meio!
- Meu Deus! O que você fez?!
- Droga! Cortei nossa única camisinha ao meio!
- E aquela que você tinha aqui?!
- Joguei fora, sei lá, pensei que não fosse fazer isso
por muito tempo!
- E agora?!
- Não sei!
- Eu tô com muito tesão!
- Eu também, sabe quanto tempo eu não faço isso?!
- Eu tenho uma proposta!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Tirando o saco plástico, eu aceito!


- Saco plástico?!
- Desculpa, foi só uma alternativa idiota, eu nem
deveria ter falado isso em voz alta!
- Tudo bem! Talvez a gente pudesse fazer sem
camisinha, o que você acha?!
- Não sei! Talvez tenha que fazer perguntas que
possam te magoar, mas lembre-se não é nada
pessoal!
- Que tipo de pergunta?
- Você tem algum tipo de doença sexualmente
transmissível?!
- Como assim?
- Gonorreia, Sífilis, AIDS, dentre outras?!
- Eu sei o que são doenças sexualmente
transmissíveis!
- Que bom!
- Eu só não entendi o por que da pergunta?!
- Simples, que tem relações sexuais com meio
mundo?! Não sou eu!
- Eu uso preservativos para isso!
- Não sei, então por que você me propôs fazer sexo
sem camisinha?!
- Por causa da situação, nós dois estamos com
vontade, mas não temos preservativos! Essa hora,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

todas as farmácias estão fechadas!


- Tudo bem, já que você afirma que não tem
nenhuma doença sexualmente transmissível!
- Mas espera aí, e se você engravidar?!
- Isso não vai acontecer!
- E como você tem tanta certeza disso?!
- Simples, porque eu não estou ovulando!
- Você tem certeza?!
- Claro que tenho! Eu controlo os meus ciclos!
- Então, tudo bem! Podemos fazer sem?!
- Ok, mas se eu sofrer qualquer tipo de
consequência, te processarei, e vou pedir todos os
meus direitos!
- Eu pagarei!
- Ok, vamos fazer!
- Vamos!
Luana tira a calcinha e Robert fica por cima dela, e
faz a penetração!
- Ai Meus Deus!
- O que foi?!
- O seu pênis, está muito gelado!
- Tudo bem, eu vou esquentar um pouquinho!
- Faça isso!
Robert retira o pênis, e começa a aquecê-lo com as
mãos!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Você vai demorar muito?!


- Não! Só não quero que esteja gelado!
- Ok, eu espero!
- Acho que agora está quentinho!
- Na verdade, eu não acho que o seu pênis esteja
frio, na verdade acho que a minha vagina está
quente demais!
- Realmente, vendo desse ponto de vista faz
sentido!
- Mas acho que agora vai!
- Tudo bem, vamos lá!
Robert volta a penetrar a vagina de Luana, e eles
começam a se beijar, beijos longos e lentos, assim
que já estava chegando o momento da ejaculação…
- Ai Meu Deus! Isso é muito bom! Continua, não
para Robert, não para!
- Não vou parar!
- Isso, continua, eu estou quase chegando!
- Eu também!
- Não para Robert!
Luana começa a arranhar as costas de Robert!
- Não vou parar! Você quer que eu ejacule fora?!
Não sei?!
- Não, não tem problema pode gozar dentro!
- Ok, já está chegando!!!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Ótimo! Eu tô quase lá!


- Continua Robert, não para!
- Não vou parar! Vamos lá!
- Acho que eu também tô chegando!
- Calma eu tô quase lá!
- Droga!
- O que foi, eu fiz alguma coisa errada?!
- Não, é que me deu vontade de fazer xixi!
- Você está muito apertada?!
- Sim! Se eu não fizer agora, vou fazer xixi no meu
sofá inteiro! Eu bebi muito, sabe como é?!
- Tudo bem, você vai lá rápido, e eu espero, mas
não demora muito se não vai dar errado, você sabe
né?!
- Não, imagina! Eu vou rapidinho!
- Ok!
Luana vai até o banheiro, e começa a fazer xixi!
- Meu Deus! Acho que tive um orgasmo!
Depois volta para sala!
- E aí?!
- Tudo bem, fiz xixi rapidinho! Vamos continuar!
- Ok! Vamos lá!
Robert volta a penetrar Luana.
- Acho que agora vai!
- Vai Robert!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Até que finalmente Luana goza, e em seguida


Robert!
- Meu Deus! Foi ótimo!
- Foi muito bom mesmo!
- Com certeza!
- Se você quiser, a gente pode fazer por trás!
- Pelo ânus?!
- Sim!
- Não faz isso comigo hoje!
- Por que?
- Porque doí muito! Principalmente para mulheres
da minha profissão, que ficam muito tempo
sentadas!
- É, quem sabe em um outro dia?!
- É, quem sabe!
- E antes de tudo, eu queria te dizer que você é
muito bonita!
- Meu Deus,não fale em beleza! O seu corpo é
escultural! Muito lindo mesmo!
- Jura?! Eu também adorei o seu corpo,
principalmente as manchinhas que tinham no seu
traseiro!
- Eu não tenho manchas no traseiro Robert! Aquilo
são estrias!
- Nem reparei! Me pareceu tão bonito!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Nunca mais toque nesse assunto!


- Ok! Foi mal!
- Foi péssimo!
- E você gostou?!
Luana dá uma gargalhada!
- O que foi? Pergunta Robert abismado!
- Essa transa foi um desastre!
- Meus Deus! Graças a Deus que você falou isso!
Achei que só eu tinha pensado isso!
- Isso que dá, ficar transando bêbados!
Os dois riem!
- Verdade! Nós já estávamos muito, mais muito
bêbados! Mas até que não foi tão ruim assim!
- Realmente não foi ruim! Foi péssimo!
- Quem sabe, quando a gente transar sóbrios?!
- É verdade! Sóbrios será bem melhor!
- Vamos dormir?!
- Sim, vamos! Mas você vai pra sua casa!
- Você vai me mandar agora pra casa?!
- Realmente, você pode ser estuprado por aí! Pode
ficar!
- Gracias!
- Mas amanhã você vai embora!
-Amanhã é domingo!
- E daí?!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- O dia do descanso!
- Amanhã você vai!
- Ok, não vou implorar!

Capítulo seis

Domingo…

Amanhecia na casa de Luana, e a dor de cabeça era


insuportável, ela dormiu na cama, porém esqueceu
uma pequena surpresa no sofá da sala.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Ainda de calcinha ela caminhava lentamente até a


cozinha, e viu um pé quase imperceptível no sofá, e
foi aí que se lembrou!
- Não pode ser!
Exclamou ela, que começou andar nas pontas dos
pés, os roncos também eram bem altos, - Nossa,
como a pessoa perde o glamour quando está
dormindo! - Pensou Luana, que abria a geladeira
bem devagarzinho, não queria enfrentar aquela
situação nem tão cedo.
Na verdade ela pensou em sair e dizer – Me
desculpa, eu tinha que comprar pão, só que não
tinha pão na padaria daqui, e eu demorei 4 horas
procurando outra padaria! Não! Essa não vai colar!
Depois pensou:
- Isso nunca vai dar certo, olha o que aconteceu
ontem?! Foi um desastre! Quem é que faz xixi bem
no meio do sexo?! Eu!
- Não, vou dizer que tem outra pessoa, e que eu
gosto muito dela! Isso sim vai espantá-lo! Mas na
hora dele me perguntar quem?! O que eu vou
fazer?! Bem que o Serginho tá me devendo um
favor, mas o Serginho?! O Serginho não engana
ninguém!
- Será que eu devo ser romântica melosa e dizer
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

que até já marquei a data do nosso casamento?!


- Talvez essa seja uma boa opção, assim ele vai
fugir rapidinho! Está aí! Essa vai ser minha única
alternativa!
- Até porque foi a melhor ideia que eu tive!
- Será que eu espero ele acordar naturalmente?!
- Ou forço ele a acordar?
- Vou acordar ele! Sim, assim vou parecer mais
insuportável!
Luana vai até o sofá e começa a catucar Robert.
- Acorda, AMOR! Preciso te dizer uma coisa!
Robert começa a despertar lentamente…
-Foi impressão minha, ou você me chamou de
amor?!
- Não, de nenhuma maneira, você ouviu certo, eu te
chamei de amor!
- Nossa! Adorei, me dá um beijinho!
- O que, você gostou?
- Sim, eu gosto desses apelidos de namorados!
- Namorados?!
- Sim, eu achei… bom, você me chamou de amor,
eu dormi na sua casa, achei que nós já fossemos
íntimos!
- Mas não no nível namorados!
- Tudo bem, se você quiser ir com calma!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Não amor, eu não quero ir com calma! Eu


inclusive já estava pensando no nosso casamento,
nos nomes dos nossos filhos, inclusive, como você
é rico, estava pensando em comprar uma mansão
bem esbanjadora, brega e esquisita, para nós
morarmos todos junto, eu, você, nossos filhos e
nossos cachorros! Mas lembre-se amor, quero
fidelidade! Por isso vai deixando essa sua vida de
solteiro para trás.
Robert ri…
- Não faça isso!
- Isso, o que?
- Eu sei o que você está fazendo!
- Sim, estou planejando o nosso futuro!
- Você é mais esperta do que eu pensava!
- Do que você está falando?!
- Você está fingindo que é uma desesperada, só pra
eu senti que você está me sufocando, e que eu devo
pular fora agora mesmo!
- E eu sou uma desesperada!
- Não, não é! Está tentando se livrar de mim!
- Por que eu faria isso?!
- Não sei, diga você!
- Ok, você é um gato, rico, e tudo mais, mas essa
situação aqui é constrangedora, eu te conheço faz
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

pouco tempo, e olha aí, você está até dormindo no


meu sofá!
- Eu gostei muito do seu sofá!
- É, eu sei, ele é muito confortável, e dá vontade de
dormir nele o dia inteiro!
- Isso é verdade!
- Mas voltando ao assunto, como eu vou voltar para
aquela selva de pedra, se nós, nós, nós…
- Nós transamos!
- Isso mesmo! É uma coisa um pouco chata, sabe
como é?!
- Mas isso é tão natural! Sabe, o chefe e secretária!
Você sabia que é um dos maiores clichês de livros
de romances da Amazon?!
- Eu não estou brincando Robert!
- Eu sei que você não está brincando, mas eu não
consigo ver nenhum problema nisso! Afinal, somos
livres para fazer o que bem entendemos!
- Bom… você pode fazer o que você quiser porque
é rico, mas eu não, pelo contrário, sou pobre!
- E o que que tem?! A gente não pode ficar junto
por causa disso?! As pessoas são livres Luana!
- Mas e o preconceito?!
- A gente precisa ligar pra isso?!
- Vão falar que eu estou com você só por dinheiro!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- E não é verdade?!
Luana ri, e fala…
- Para com a palhaçada!
- Se falarem isso eu vou responder: Ainda bem que
eu tenho dinheiro pra ela ficar comigo!
- Meus Deus! Você só fala merda!
- Eu sei disso! É um defeito?!
- Não acho! Acho que as melhores pessoas são
aquelas que falam merda!
- Viu como a gente combina!
- Talvez, mas se isso for continuar, saiba que temos
que tentar transar sóbrios dessa vez!
- Concordo plenamente, ontem a coisa não
funcionou!
- Não funcionou mesmo!
- E hoje é domingo, o que você quer fazer?!
- Não sei, você poderia me chamar pra fazer uma
coisa de rico!
- O que você quer esquiar, ir em um restaurante,
tomar champanhe com morangos! Pode escolher!
- Não sei, na verdade eu estou com muita preguiça!
Que tal você cozinhar alguma coisa pra mim! Aí
nós vemos um filme, e depois a gente pode tentar
transar de novo?!
- Concordo plenamente, gostei do seu plano!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Porque eu também estava com um pouco de


preguiça de pegar o helicóptero, aqueles caminhos
de rosa e tal. Sabe, isso tudo é muito cansativo!
- Realmente, além de cansativo, sempre achei essas
coisas bregas!
- Um pouquinho brega é mesmo!
- Mas voltando aqui! A única coisa que tem pra
comer é macarrão!
- Macarrão?!
- Sim, macarrão!
- Ótimo, porque eu sei fazer uma massa
maravilhosa!
- Então vamos começar a fazer?!
- Não, eu vou fazer, faço questão!
- Ok, só fico vendo!
Robert lavou as mãos, pegou alguns tomates, e
começou a cozinhar, quem diria que o chefe tinha
tanta desenvoltura na cozinha, ele fazia aquilo com
simplicidade e facilidade. Luana só o observava!
Robert parecia estar muito feliz, Luana também
aparentava um sorriso, como duas pessoas de
mundos tão diferentes, podiam ter coisas tão
parecidas?!
Os dois se completavam de uma maneira rara, um
começa a piada e o outro terminava. Robert não
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

parecia ser aquele homem frio e distante que o


descreviam, e Luana não era apenas uma secretária,
ela tinha alma, e era isso que fascinava Robert.
Os dois se apaixonaram de uma maneira tão fácil.
Se conheceram, e aí está!
Robert finalizava…
- Será que tá bom?!
- Com certeza, foi a minha mãe que me ensinou a
cozinhar.
- Sua mãe?!
- Sim, ela sempre dizia que os homens deveriam
aprender a cozinhar.
- E por que?
- Motivos da minha mãe! Ela era feminista, sempre
me disse que os homens que valiam a pena, sempre
lavavam a louça no final do jantar.
- Isso é verdade!
-Já o meu pai, era machista, dizia que eu deveria ter
da mulher o melhor dela, o sexo!
- Nossa, que horror!
- É, meu pai não é tão legal!
- Por isso que você ficou assim, fofo e
compreensivo, e cafajeste idiota…
- Pode-se dizer que sim.
- Fofo e cafajeste, essa mistura é perigosíssima!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Por que?
- Porque a gente não consegue mandar o homem
embora porque ele é fofo, mas também não
consegue ficar com ele porque é um cafajeste,
entendeu?
- Acho que sim! Você foi bem clara!
- Sempre procuro ser bem clara!
- Então vamos prometer que nós vamos ser sinceros
um com o outro!
- Isso mesmo! Sinceridade em primeiro lugar!
- E se um trair o outro, vamos contar?!
- Sim, e se um enganar o outro, vamos contar?!
- Sim.
- A sinceridade é a base de um relacionamento!
- Com certeza!
- Vamos brindar a sinceridade!
- Com que?!
- Com água!
- Concordo!
- Então um brinde a sinceridade! Vamos tentar ser
os mais sinceros possíveis!
- Com certeza!
E eles brindaram com água, e colocaram seus
pratos.
- Você vai comer na mesa?! Perguntou Robert.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Não, vamos pegar os pratos e comer no sofá!


- Estava pensando nisso.
Eles foram até o sofá.
-Estava pensando, a comida tem um gosto
diferente, quando se está no sofá!
- Com certeza, é mais divertido comer no sofá,
mais relaxante!
- É, tira aquela pressão social de quando você come
em um restaurante chique, onde todas as pessoas
usam trocentos talhares em uma única refeição!
- Também nunca entendi isso! Pra que sujar tantos
talheres?! Chega a ser uma questão de
conscientização ambiental. Quanto menos tralhares
você usa, menos água você gasta lavando-os.
- Salvemos o planeta!
- Vamos fazer um brinde a isso.
- Vamos.
- Menos talheres.
- Menos talheres!
Os dois acabaram de almoçar, e decidiram ver um
filme!
- Qual filme você quer ver?! Perguntou Robert.
- Não sei! Na verdade eu comprei semana passada
um filme de cachorro, embora eu não goste muito
desse gênero, mas sei lá, eu gostei da carinha dele.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Ok, vamos ver o filme do cachorro!


- Vamos ver!
E começaram a ver o filme no sofá, até que quando
acabaram de assistir, os dois estavam se
debulhando em lágrimas…
- Meu Deus! - Exclamava Luana. - Por que o
maldito cachorro tinha que morrer?!
- Eu não sei! Poderiam ter mantido o cachorro
vivo! Mas fazem isso para mexer com as nossas
emoções!
- Esse filme acabou comigo, eu achei que seria uma
coisa bobinha, que eu nem iria me lembrar amanhã!
Mas olha pro meu estado, vou demorar uma
semana pra superar a morte desse cachorro!
- Eu não quero ver esse filme nunca mais!
- Nem eu!
- Olha os meus olhos, estão inchados de tanto que
eu chorei!
- Olha os meus! Te conheço a menos de uma
semana, e você já está me vendo nessa situação.
- Tudo bem! Não gosto de homens que não
choram! Eles na verdade, me dão medo!
-É, qual é o problema dos homens chorarem?!
- Também não sei! Deve ser mais algumas dessas
bobeiras impostas por essa sociedade maluca!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Também acho!
Robert pergunta para Luana:
- O que você que fazer agora?
- Que tal a gente tirar um cochilo?! Eu preciso me
recuperar!
- Ok, a gente pode dormir! Mas aonde?!
- Na cama.
- Vamos lá!
Robert ajeita a cama, e Luana se deita, depois
disso, se passa algumas horas. E os dois
despertam….
- Oi.
- Oi.
- Dormiu bem?
- Sim, acho que sim! E você?!
- Fazia muito tempo que eu não dormia tão bem
assim! Confessa Robert.
- Que bom! E o que você gostaria de fazer agora?!
- A gente pode ficar mais um pouquinho aqui!
- Tudo bem!
Robert começa a fazer um carinho na perna
esquerda de Luana, e começa a surgir um clima. Os
dois começam a se beijar.
- Me beija de língua Robert!
E Robert começa a colocar levemente a língua na
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

boca de Luana, a coisa fica cada vez mais intensa.


Luana começa a tirar a blusa.
Robert também abre os botões da sua camisa
branca.
Eles se entreolham e Luana começa a tirar a calça,
Robert faz o mesmo.
Os beijos eram constantes…
- Você ainda não tirou a calcinha! Diz Robert.
- É verdade!
E Luana tira a calcinha lentamente, ele começa a
beijar todo o corpo dela, até chegar na sua vagina, e
começa a fazer sexo oral nela, que grita
delicadamente, e começa a segurar a quina da
cama, de tanto prazer. Robert estimula o clitóris de
Luana, e seu corpo estremece.
Até que ela tem o primeiro orgasmo.
Depois disso, Luana fica por cima, e Robert a
penetra, ele geme de prazer, e os dois continuam se
beijando. Ambos não falavam uma frase sequer!
Também as palavras nesse momento, são
totalmente inúteis, afinal, a sintonia era perfeita, e
nada poderia estragar aquilo.
Robert colocou os seios de Luana na sua boca, e foi
aí que ela ficou por baixo, enquanto ele beijava
delicadamente seu pescoço. As sensações eram
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

estremecedoras, e também inexplicáveis. Enquanto


a transa caminhava para o seu término, Robert
pensava:
- Eu nunca tive uma transa assim!
Já Luana pensava:
- Eu acho que eu estou muito apaixonada por ele.
A transa chegou ao fim, com um orgasmo e tanto.
Depois disso eles ficaram um tempo sem se
falarem.
Se a primeira transa foi um desastre, a segunda
compensou tudo, foi além das expectativas dos
dois.
Foi um domingo para ficar na memória, dois
estranhos passaram um dia inesquecível, mas tudo
que é bom, acaba.
E aquele dia estava acabando.
- Acho que está na hora de você ir! Diz Luana.
- Tudo bem, mas amanhã nós vamos nos ver na
empresa, não é?!
- Assim espero!
Robert pegou suas coisas e foi embora, Luana
ficou, quando estavam sozinhos os dois
pensaram…
- Acho que me apaixonei.
Isso não era novidade para Luana, mas para Robert
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

sim, nunca tinha sentido aquilo por ninguém, e


nunca tratou uma mulher com tanta doçura, aquilo
só poderia ser paixão.
Os dois não conseguiam ocultar o sorriso, e amanhã
se veriam novamente.
Mas o que estaria escrevendo o destino?!

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Capítulo sete

A Gravidez
Mais uma segunda-feira começando no planeta
Terra, com certeza o dia mais odiado da
humanidade, mas essa segunda tinha um sabor
especial, e tinha dois seres humanos que estavam
aguardando por ela.
Começava mais um dia na ‘Robert Companhia’,
ligações, fofocas de corredores, pessoas andando
pra lá e pra cá incessantemente, homens com
gravas alinhadas, e mulheres com saltos agulha.
Tudo parecia andar conforme o esperado.
Luana chegava para mais um dia de trabalho, e
estranhou o comportamento de seus companheiros
de trabalho, agora a olhavam com muito mais
respeito, já que parecia ser a primeira-dama do
local.
Kimberly até mesmo a cumprimentou na chegada,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

algo que é raríssimo.


- Boa dia senhorita Luana.
- Boa dia Kimberly!
- Posso te ajudar em alguma coisa?
- Não, não estou precisando de nada!
- Tem certeza?! Nem um café? Uma água?! Um
refrigerante?
- Não Kimberly, eu estou bem assim!
- Tudo bem! Mas não esqueça de me chamar se
você precisar de qualquer coisa!
- Não esquecerei disso!
Luana saiu dali pasma, afinal nenhuma pessoa
antes tinha puxado o saco dela, e a situação é um
pouco incomoda, porque você sabe que a pessoa
está sendo falsa com você, mas não pode falar isso,
é realmente constrangedor.
Quando chegou a sua mesa, mais uma surpresa,
tinha café quentinho na sua mesa, e ela não
precisou nem pedir, parece ter surgido do nada!
Luana não estava entendendo, afinal ela era apenas
uma secretária.
Mas o que ela não sabia, era o que Robert tinha
feito na noite anterior, tinha mandado um e-mail
pra todo mundo da empresa, dizendo que Luana era
sua nova namorada, e que eles poderiam até mesmo
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

se casar.
Ela ficou de boca aberta, se sentiu um pouco
constrangida, mas não gostou muito, pois achava
que o mundo inteiro não precisava saber daquilo.
E aí estava a explicação. Luana decidiu ir até o
escritório de Robert para tirar algumas satisfações.
E chegando lá…
- Oi amor!
- É isso que você tem pra me dizer?! Oi, amor!
- O que aconteceu?!
- Nada, fora o fato de você ter colocado no jornal
que nós começamos a namorar ontem!
- Você ficou chateada?! Eu pensei que as mulheres
gostassem de serem assumidas publicamente!
- Isso não foi publicamente, isso foi mundialmente!
Todo mundo está olhando pra minha cara como se
eu fosse um extraterrestre!
- Que isso amor?! Não é pra tanto!
- Inclusive, quando eu vinha pra cá, eu escutei
alguém cochichando: “Como ela fez, isso que é um
golpe do baú bem dado!” E olha que nunca mais eu
tinha ouvido essa palavra: ‘Golpe do baú’.
- Deixe essas fofoqueiras pra lá, não precisa gastar
energia com isso!
- Você tem razão, até porque a gente tem que voltar
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

ao trabalho!
- Isso mesmo!
- Inclusive, tem uma reunião com o vice, um tal de
Marcos, mais tarde.
- Meus Deus! O Marcos?! Eu tinha esquecido
completamente dele, ele voltou de uma viajem de
negócios! Mas voltou mais cedo, já que era pra ele
ficar no mínimo duas semanas.
- E ele ficou quanto tempo!
- Acho que ele ficou 8 dias! Mas ele só faz isso pra
me provocar!
- Por que te provocar?!
- Ele não gosta de mim! Ele me acha muito
irresponsável, e que eu não deveria ter assumido a
empresa! Sabe aquele típico cara, todo certinho?! É
o Marcos.
- Nossa! Parece mesmo que você não gosta desse
moço! E ele é o vice-presidente?!
- Sim, infelizmente o meu pai adora ele! E indicou
ele pra vaga!
- Relaxa, se ele é vice-presidente, deve saber o que
está fazendo!
- Não sei! Ele gosta de pegar tudo o que é meu!
- Vamos parar com isso! Temos que focar no
trabalho!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Robert se aproxima de Luana.


- Mas antes de tudo, você não vai me dar um
beijo?!
- Aqui?!
- Sim aqui, por que, qual é o problema?
- Aqui é um local de trabalho Robert!
Robert entra na frente da porta e diz:
- Eu não vou sair daqui, até você me dar um beijo!
- Tá bom, mas como você é teimoso!
Robert e Luana se beijam, e a câmera que tem na
sala presidencial permite que todos os funcionários
vejam o beijo dos dois.
Algumas funcionárias comentaram:
- Essas secretárias são as piores!
- Não sei como ela consegue?!
- Eu tinha certeza que ele era um solteiro convicto!
- Deixa eu ir pro meu serviço, porque a vida dessa
aí está ganha!
- Ela chegou devagarzinho, olha o que ela
conseguiu?! O chefe todinho pra ela!
- Não sei que feitiço foi esse, olha a cara de bobo
dele!
- Verdade, não consegue nem disfarçar que está
apaixonado!
- Essas com carinhas de santas, são as piores!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Definitivamente, ‘Quem vê cara, não vê coração’.


Voltando para o escritório presidencial…
- Meus Deus Robert! A câmera está ligada!
- E o que que tem?
- Nada! Só fato de nós sermos a atração principal
dos funcionários lá de baixo!
- Ok, vamos voltar ao trabalho! Mas tarde a gente
marca alguma coisa.
- Tá bom.
Luana sai do escritório, e ajeita os últimos detalhes
da reunião.

Algumas horas depois…

A reunião está rolando como sempre, mais


entediante impossível, até a chegada de Marcos, o
vice-presidente da empresa, sério e de óculos com
seu cabelo alinhado, ele se senta na sua cadeira,
Robert tinha ocultado o fato dele ser extremamente
bonito, uma beleza que até desconcertava.
Ele não era obvio, e conseguia ser o oposto de
Robert.
Contido e belo. Quando Marcos olhou para Luana
alguma coisa vibrou, não se sabe ao certo o que,
mas algo aconteceu, uma pequena atração talvez.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Luana ia em direção a Marcos, pra lhe entregar o


relatório dos últimos dias, já que o vice estava
ausente, porém quando foi entregar os papéis, ela
deixou cair, ele se levantou de sua cadeira, e a
ajudou a pegá-los, as mãos dos dois se tocaram por
um segundo, e Robert percebeu.
- Me desculpa. Disse Luana.
- A culpa não foi sua.
- Eu deveria ter entregado nas suas mãos.
- Tudo bem, não tem problema.
Robert interrompe a conversa dos dois…
- Está acontecendo alguma coisa?
- Não, a secretária só deixou algumas folhas
caírem.
- Sim, a culpa foi minha, senhor Robert.
- Então seja mais cuidadosa da próxima vez. Disse
Robert.
- Eu já disse Robert, que a culpa não foi dela, e
acho que temos coisas mais importantes para tratar.
- Também acho Marcos, mas parece que você e
senhorita Luana estão achando sua conversa
paralela mais interessante.
- Você sabe Robert, que eu prezo pelas coisas mais
importantes nessa empresa, tanto mais que o
próprio CEO.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- O que você quer dizer com isso Marcos?


Luana os interrompe….
- Senhores, os acionistas estão aguardando suas
declarações, vamos deixar as discussões para um
outro momento.
- Veja Robert, perderam a noção da hierarquia
nessa empresa, a secretária acha que pode dar
ordens nos dois cargos mais altos dessa
Companhia. Diz Marcos olhando para Luana, mas a
secretária não iria ficar quieta, e responde no
mesmo tom.
- Eu não estou dando ordens senhor, apenas acho
que brigas idiotas não vão levar essa reunião a
lugar algum!
- Talvez essas brigas não sejam idiotas, e sim o
resultado da incompetência de uma pessoa.
- De quem? Pergunta Robert.
- Sua. Óbvio, de mais quem mais seria?! Você não
respeita as regras. Só é o CEO dessa empresa,
porque o seu pai era o sócio majoritário!
- Você quer falar de nepotismo?! Porque o meu pai
também te colocou aqui dentro!
- Pelos meus próprios méritos, acho! Não foi
nenhum favor.
- Méritos?! Se for por isso, eu também tenho os
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

meus!
- E quais seriam eles?!
- Você quer que eu os enumere?!
- Por favor Robert, você acha que eu não vi o que
você está fazendo nessa empresa?! Pra você isso é
tudo uma brincadeira! Eu vi você beijando a
secretária e todos viram, os funcionários estão
comentando nos corredores! E você acha isso tudo
muito engraçado! Mas o seu pai vai saber disso!
- Ótimo! Conte pra ele, eu não ligo para o que as
pessoas pensam.
- São os seus funcionários!
Luana fica sem graça de ouvir aquilo, e decide sair
da sala de reuniões.
Robert dá o seu ultimato….
- Essa reunião acabou!
Marcos fica insatisfeito com aquela decisão, mas
não fala mais nada, enquanto isso Robert vai atrás
de Luana, que ele acredita estar no seu escritório.
Mas quando chega lá, é outra pessoa que encontra.
Advinha quem?
Sentada na cadeira, Sara aguardava a chegada de
Robert.
- O que você está fazendo aqui Sara?!
- Eu estava te esperando! Preciso falar com você!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Falar o que? Se não for assuntos de trabalho, acho


melhor você sair!
- Por que você está tão bravo?!
- Tive uma discussão com Marcos na sala de
reuniões! Ele me tira do sério!
- Entendi! Eu só queria falar algumas coisas com
você!
- Se for coisas pessoais, eu não quero nem saber!
- Eu liguei para o seu pai.
- O que?! Como assim eu liguei para o meu pai?!
- Eu chamei ele pra conversar com a gente, talvez
ele faça você compreender.
- Sara, do que você está falando, o que o meu pai
vai fazer eu compreender?! Eu já disse que a gente
acabou Sara, você sabe que eu gosto da Luana!
- Não é questão de gostar Robert, é questão de
cumprir!
- Cumprir o que?
O pai de Robert chega na empresa, e vê que tudo
está fora do lugar, os funcionários nos corredores,
ninguém parece estar trabalhando, na mesa, onde
deveria estar a secretária-executiva, está vazia.
Robert Filho sabia que alguma coisa de errado
estava acontecendo, mas ele chegou para colocar
tudo em seu devido lugar, ou melhor, fazer as
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

coisas ficarem como ele gosta, mesmo que para


isso tenha que ferir algumas pessoas. Mas isso não
o importava, ele só queria manter o seu império, e
ai de quem entrasse no seu caminho.
O patriarca decide entrar na sala do filho, Robert se
surpreende com a presença do pai…
- Pai, o que você está fazendo aqui?
Friamente Robert pai responde:
- É assim que você recebe o seu pai?
- Não pai, desculpa, como vai?!
- Nada bem filho, eu recebi alguns telefonemas
nada agradáveis, a não ser a ligação dessa moça tão
bela que está na nossa presença.
Sara sorri…
- E a mãe, como está?
- Eu não vim aqui pra falar da sua mãe! Eu vim
aqui porque você está usando as funcionárias, e
exibindo para Deus e mundo, filho! Isso não se faz.
- Quem te disse isso?!
- As notícias correm! As notícias correm! Se você
não tomar uma postura mais rígida! Terei que
colocar o Marcos pra comandar essa empresa!
Imagine filho, um estranho se tornando o CEO da
‘Robert Companhia’?! Que vergonha! Seu avô
estaria se revirando em sua santa tumba, mas fazer
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

o que? O Marcos é mais competente que você, mais


sério, mais honrado. E nunca falhou comigo, é um
vice-presidente impecável, com mais formações
para presidir do que você. E melhor ainda, não se
deixa levar por paixonites passageiras, que não vão
levar a lugar algum.
- Por que você está dizendo tudo isso?!
- Porque filho, as vezes você não sabe o que é o
melhor pra você mesmo, aí entra o papai, para
ajeitar as coisas. Estava vendo que funcionária
exemplar nós temos aqui, Sara sem dúvida tem um
valor e tanto! Sabia que ele vem de uma família
muito tradicional?!
- Não, não sabia!
- Sim, ela tem berço filho, e isso que importa, o
berço. As vezes oportunistas aparecem, e
confundem a cabeça de um homem inocente, como
você! Que sempre gostou de um rabo de saia!
- O que você quer dizer com tudo isso?!
- Quero dizer que está na hora de você entrar nos
trilhos! Tomar algumas responsabilidades
importantes. Quem sabe no futuro, você não siga
uma carreira na política?! E você sabe que tem que
ter uma vida privada impecável.
- Eu tenho meus próprios planos pai!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Ok, mas quem te deu tudo o que você tem? O


dinheiro, os carros, os estudos na Europa, as
viagens onde você esbanjava o dinheiro que o seu
avô demorou anos e anos para juntar?! Tudo isso,
eu dei a você! Sou o seu pai, e era minha obrigação,
mas não abuse da minha confiança! Quando se trata
dos negócios, não se pode brincar em serviço.
- E o que o senhor quer, eu ainda não entendi o
intuito dessa conversa?!
- É simples, filho, muito simples!
Sara fala:
- Eu estava aguardando o senhor para dar a notícia!
- Você é maravilhosa querida! Tão benevolente!
Sabia que eu joguei golf com o seu pai semana
passada?!
- Papai me contou!
- Que alegria, quando soube que você e meu filho
estavam se relacionando!
- Não pai, nós não estamos nos relacionando!
- Como não filho, a distinta senhorita Sara me
contou o que vocês fizeram!
- Você contou isso para o meu pai?!
- Sim, qual é o problema Robert, ele tinha o direito
de saber que nós estávamos apaixonados!
- Apaixonados?! Eu nunca me apaixonei por você
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Sara!
- Não minta pra você mesmo! Eu sempre fui a
pessoa certa pra você!
- A pessoa certa!
- Sim, da mesma classe social! Dos mesmos
costumes!
- Meu Deus! Se eu soubesse que você era igual ao
meu pai, nunca teria tido nada com você!
- Mas você teve! E é tarde demais!
- Tarde demais, por que?!
Robert pai então diz a frase enfática:
- Robert, ela está grávida, e o filho é seu! A quarta
geração dos Robert, parabéns!
Robert fica sem palavras, e o seu mundo vem
abaixo, antes ele estava de pé, mas quando ouviu a
notícia se sentou, estava se sentindo derrotado.
- Grávida?!
Sara sorri, e confirma…
- Sim, eu estou grávida!
- Mas como isso foi acontecer?! A gente sempre
usou camisinha!
- Mas as camisinhas não são 100% seguras!
- Assim é o destino filho, quando uma coisa tem
que ser ela é…
- Mas o que eu vou fazer agora?!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Relaxe filho, eu já sei exatamente o que vamos


fazer!
Sara faz mais um de seus comentários…
- Eu estou tão feliz! Nunca pensei em ter um filho,
e agora vou realizar esse sonho junto com o homem
que eu amo…
- Sim, toda a mulher sonha em ser mãe, e agora
chegou a sua vez Sara, estou tão feliz por vocês
dois.
Robert continua em catarse, ouvindo tudo aquilo,
mas sem entender. Até que resolve se pronunciar,
pois seu pai e Sara conversam como se ele não
estivesse ali.
- Eu vou assumir o meu filho, vou ajudar a criá-lo,
e com certeza vou amá-lo, mas saiba de uma coisa,
que quero que isso fique bem claro, eu não vou
ficar com você Sara!
- Como assim Robert?! Vamos ter um filho juntos,
e você já pensa em abandoná-lo?!
- Não vou abandoná-lo Sara, apenas não vou ficar
com você!
- É a mesma coisa, aposto que é por causa daquela
secretária!
Robert pai se pronuncia:
- A secretária! A secretária, ela está dando trabalho!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Vamos demiti-la.
- Como assim demiti-la?! Ela não fez nada!
- Ela está atrapalhando a sua vida filho! É melhor
ela ir embora! Vamos garantir todos os direitos
dela!
- Não pai, você não pode demiti-la, eu gosto dela!
- Você gosta de todas, filho! Não é primeira vez
que você fica entusiasmado com uma garota! Mas
hoje a brincadeira acabou!
- Acabou, por que?!
- Preste bem atenção, você vai se casar com a
futura mãe do seu herdeiro, e será uma cerimônia
muito luxuosa, com convidados da alta classe, e
nada de se misturar com os mais desprovidos!
Depois do casamento, você poderá permanecer
como o CEO da Companhia.
- Me casar?! Eu não vou me casar com ela! Você
ouviu!
- Que rebeldia Robert, quem te ensinou a tratar
assim o seu pai?!
Mas, eu quero que saiba, que se você não casar
com a senhorita Sara, mãe do seu filho, eu…
- Você vai o que pai?
- Vou tirar a diretoria-executiva das suas mãos, e
dar para alguém competente, você terá que ver o
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Marcos assumindo o seu cargo! E depois farei


questão de congelar suas contas bancárias, afinal o
dinheiro é meu! Quero ver você bancar essa vida de
playboy! Sem dinheiro, sem cargo e sem status!
- Você não faria isso!
- Claro que eu faria Robert, eu sou o seu pai! E
tudo o que você tem, você deve a mim! Você vai se
casar, ou será que você vai morar com aquela
secretária, vai viver de que? De amor? Por favor
Robert você foi criado no luxo! Não sabe o que é
passar uma necessidade na vida! E de um dia pro
outro, vai perder tudo?! Não dou uma semana pra
você voltar correndo!
- Eu posso te surpreender!
- Não Robert, não vai! Você é um dependente!
Sempre foi, um fraco! Um homem sem vigor!
Sempre foi acostumado na boa vida! Sempre foi o
filhinho da mamãe! Não é ninguém sem os milhões
de dólares da sua conta!
- Por que você está dizendo isso pai?
- Porque eu não vou ver você desfazer os planos
que eu fiz para sua vida! Você nasceu pra ser um
conquistador, e não um fraco, você me ouviu?! As
mulheres filho, só servem para uma coisa, pra
serem mães, e boas donas de casa, e nada mais!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Elas servem para serem ostentadas nas festas, como


um troféu, e não pra serem as protagonistas das
nossas vidas! Coloque isso na sua cabeça!
- Eu não vou fazer isso que você está me
mandando!
- Você sempre faz o que eu mando! E dessa vez,
não será diferente!A secretária vai ser demitida, e
você vai se casar com a Sara! E vai voltar a ser o
diretor-executivo dessa empresa!
- Mas eu gostava dela pai!
- Não tem problema filho, você supera isso! Essas
coisas passam!
- Você acha pai?!
- Claro filho, isso não dura muito!
- Mas eu não quero que você demita ela!
- Mas por que?!
- É isso que eu peço pai!
- Tudo bem filho, se você prometer que não vai
mais cometer erros tolos?!
- Eu não vou mais cometer erros!
- Isso mesmo, mantenha o seu cargo em primeiro
lugar! É isso que importa, você perderia milhões só
por causa de uma garota?! Acho que não, e quem
fizesse isso merecia a nomenclatura de grande
imbecil.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Sara comemora:
- E pra quando será a cerimônia? Não pode
demorar muito, já que daqui a pouco vai ficar
perceptível!
- Tem razão Sara, teremos que fazer esse
casamento o mais rápido possível!
Robert parece estar inconsolável, afinal entrou no
escritório querendo falar com Luana, e saiu de lá
noivo, e com um bebê a bordo, o mundo é
realmente um oito, tudo muda de uma hora para
outra, e as surpresas vem antes mesmo de você
abrir a porta!
Determinado a contar tudo para Luana, Robert sai
do seu escritório, e seu pai e Sara nem percebem, já
que estão satisfeitos com as promessas de um
futuro elitista.
Robert sabia que Luana só poderia estar em um
lugar, no banheiro feminino, e foi pra lá que ele foi.
Chegando lá, Robert pede para que todas as
funcionárias saiam, menos Luana, que estava na
última cabine, ele bate duas vezes na porta e ela
abre.
- Oi, nós precisamos conversar!
Luana percebe que Robert está abatido, porém não
decide dizer nada, ainda está chateada com a
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

discussão da sala de reuniões.


- Eu preciso te falar algumas coisas que
aconteceram a pouco!
- Eu sei o que aconteceu a pouco, você e aquele
vice, brigaram por nada! E sobrou até pra mim! Eu
sabia Robert que daria problemas a gente se
beijando no seu escritório, e olha só o que
aconteceu!
- É, eu deveria ter te ouvido!
- Mas o que aconteceu, por que você está assim, tão
pra baixo?!
- Lembra que lá na sua casa, a gente juraria que
seriamos sinceros um com o outro?!
- Lembro! Mas o que que tem?
- Meu pai veio hoje aqui na empresa, inclusive ele
continua aqui!
- O que ele veio fazer aqui?
- É, muito difícil o que eu tenho que dizer! Mas eu
peço que você compreenda!
- Aconteceu alguma coisa grave?!
- Sim, depois daquilo que aconteceu na reunião, eu
fui até o meu escritório pra falar com você, mas
infelizmente, você não estava lá! Quem eu
encontrei foi a Sara, me esperando…
- O que ela queria com você?!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Ela queria me contar uma coisa, mas não me disse


a tal coisa até o meu pai chegar, porque ela sabia
que ele iria me pressionar!
- Diz logo o que ela queria!
- Ela está grávida Luana, a Sara está grávida, e o
filho é meu!!!
Luana olha para o rosto de Robert, e fica sem
entender, aquilo foi como uma faca fria entrando
em um coração quente, nem nos seus piores
pesadelos ela poderia esperar uma coisa dessas. É
muito difícil você escutar que uma garota está
grávida do cara que você gosta.
- Ela está grávida?!
- Sim, ela está grávida!
- Nossa! Eu nem poderia supor isso! A gente
começou a namorar ontem, e olha o que temos
hoje? Uma gravidez! Isso realmente é uma coisa
grave, e que faz nós pensarmos se vale a pena
continuar!
- Eu não queria que ela estivesse grávida! Eu juro!
- Se você não quisesse mesmo! Você não transaria
com ela na mesa do seu maldito escritório Robert!
- Nós sempre usamos preservativos!
- Robert, me poupe dos detalhes! Porque eu não
quero saber!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Como você sabe, que eu e a Sara, fizemos no


escritório…
- Porque eu vi! Eu vi! Eu sabia que você iria me
decepcionar! Tudo estava muito perfeito, você era
muito perfeito pra ser de verdade!
- Mas o que aconteceu entre nós, foi verdadeiro
Luana!
- Tudo bem Robert, a gente pode lidar com uma
gravidez! Mas eu acho que você está me
escondendo alguma coisa!
- Eu vim aqui pra te dizer a verdade, e te fazer uma
proposta!
- Proposta, que proposta?!
- O Meu pai me ameaçou.
- Com o que?
- Ele queria tirar a diretoria do meu comando!
- Por que?
- Porque ele quer que eu faça o que ele mande!
- E o que ele mandou você fazer?!
- Ele quer que eu me case?!
- O que?!!!
- Ele quer que eu me case com a Sara, e assuma o
bebê!
- Como assim? Ele quer que você se case?!
- Meu pai leva muito em consideração essas
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

imposições sociais, de casamento, filhos… Por isso


quer tanto que eu me case com a Sara!
- Robert você fala isso com a maior naturalidade do
mundo, você parece que se esqueceu do que nós
vivemos ontem!
- Eu não me esqueci Luana, pelo contrário! Aqueles
momentos foram maravilhosos…
- O que foi Robert?! Você está terminando
comigo?!
- Não, não estou! Por isso que eu estou querendo te
fazer essa proposta, queria que você aceitasse ser
minha namorada, mesmo eu estando casado. Eu me
caso para agradar o meu pai, mas nós não nos
separamos!
- Namorada?! Se você for casado e se eu seguir me
encontrando com você, eu serei a sua amante! É
isso que você quer que eu seja? Sua amante?! E
como você tem cara de dizer isso assim?!
- Não é amante Luana, a gente só iria se esconder!
- Engraçado, porque faz poucas horas que você me
disse que achava que as mulheres queriam ser
assumidas pro mundo inteiro, e agora você me diz
que quer me esconder?! Como você muda de
opinião rápido!
- A culpa não é minha! Diz exaltado Robert.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Eu queria que a gente tentasse, eu realmente


gostei de você, eu gosto como você vive a sua vida!
Eu gosto da sua simplicidade!
- Você diz simplicidade, para não me chamar de
pobre, não é?!
– Claro que não, eu nunca olhei para sua classe
social!
- Então Robert, me diz agora! Você contou pro seu
pai que você tinha começado a namorar a secretária
ontem, e não poderia dar um pé nela por causa
disso?! Você disse isso, que nós estávamos
namorando?! Me diz?!
- Não, não disse!
- E sabe porque você não disse, porque você nunca
tinha intenções comigo de verdade! Só queria, o
que todos querem, e depois vão embora!
- Eu juro que não! Com você foi diferente, eu me
apaixonei por você de verdade Luana!
- Sabe?! Eu não acredito nisso! Na verdade nunca
acreditei! Você não presta, sempre usou as
mulheres como quis! E eu achei que você iria
mudar! Como eu fui burra!
Luana fica indignada, e decide, sair do banheiro,
Robert fica desesperado, pois ela não aceitou a
proposta. O que aconteceria depois?
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Capítulo oito

O casamento do ano…
Luana volta para casa inconformada, depois
daquela segunda-feira, destroçada, acabada,
humilhada e descontrolada. Como alguém pode
viver uma coisa com uma pessoa, e de repente, tudo
aquilo acabar?!
Luana realmente acreditou que dessa vez iria ser
diferente, pelo menos parecia, mas novamente, o

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

cara pula fora! E agora, o que aconteceria?! Ela


precisava daquele emprego mais que nunca! Mas
quem mandou se envolver com o chefe?
Enquanto Luana curtia sua fossa, Robert foi
afastado temporariamente do seu cargo, seu pai
disse que ele deveria se focar nos preparativos do
seu casamento, e depois da sua lua de mel.
Robert pai, Robert Neto e Sara foram até um
restaurante e brindaram a mais um casamento da
elite…
Alguns dias se passaram, e Luana não voltou mais
para a empresa, achou que a haviam demitido,
porém as pessoas de vez em quando surpreende, o
telefone toca, e Luana atende.
- Alô, quem fala?
- Luana, aqui é do RH da ‘Robert Companhia’,
queremos saber por que você não voltou ao
trabalho?!
- Eu achei que eu tinha sido demitida, ainda mais
agora que eu faltei alguns dias?!
- Não, não temos nenhuma ordem de demissão pra
você. Pelo contrário você foi remanejada.
- Remanejada pra onde?
- Como o senhor Robert tirou alguns dias, o senhor
Marcos assumiu temporariamente o cargo da
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

diretoria-executiva, e ele ficou muito


impressionado com o seu trabalho, ele quer que
você seja a nova secretária dele!
- O que?
- Sim, o senhor Marcos pessoalmente, pediu para
que a senhora fizesse parte da equipe dele, ele quer
que você comece amanhã mesmo!
- Mas eu nem conheço ele direito?!
- Ele é o chefe agora, mas você decide?
Luana não teve muito tempo para pensar, mas
precisava do emprego, e agora iria trabalhar para o
senhor Marcos, em outro setor, não teria que bater
de frente toda hora com Robert! Talvez essa fosse a
melhor opção.
- Tudo bem, amanhã estarei aí sem falta!
- Ok, vou confirmar com o senhor Marcos.

No dia seguinte:
Luana se levantou, ainda não estava recuperada,
colocou em sua cabeça que iria demorar 6 meses
para esquecer Robert, e jurou para si mesmo que
nunca mais se envolveria com ninguém do
trabalho! Isso nunca dá certo!
Luana se arrumou rapidamente, escovou os dentes,
pegou seus óculos, os velhos, porque os novos ela
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

tinha jogado fora, não queria nada que lembra-se


Robert na sua casa, na sua bolsa ou na sua vida.
Depois de algum tempo pegou um táxi e foi direto
a empresa, porém quando se lembrou que Robert
iria se casar, ela começou a chorar ali mesmo, e o
motorista perguntou para ela:
- Aconteceu alguma coisa moça?
- O cara que eu gostava vai se casar com outra?!
- E por que você não vai atrás dele?!
- Porque ele não vale a pena moço, ele é um
cafajeste!
- Tudo bem.
Luana seca as lágrimas, se recompõe, e entra na
‘Robert Companhia’ como se nada tivesse
acontecido. Quer evitar comentários dos outros
funcionários, que acham que ela está na pior por
causa do ‘casamento do ano’.
Ela ergueu a cabeça o máximo que pode, e entrou
naquele prédio como se nada tivesse a abalado!
Chega de sofrer por homens que não valem a pena!
Ela agora trabalharia na ala 2, onde ficava
localizada a vice-presidência, mesmo Marcos tendo
assumido o cargo mais importante da empresa,
preferiu ficar no seu antigo escritório, até porque
seria provisório, logo Robert voltaria e retomaria o
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

seu posto.
Luana chegou cedo, viu sua nova mesa, e começou
a arrumar suas coisas, colocou os seus óculos
remendados, e ficou impressionada com a
pontualidade de Marcos, era como um inglês, era o
primeiro a chegar e o último a sair.
Ele era muito mais discreto do que o Robert, porém
tinha o seu charme, seu tom sério o deixava ainda
interessante. Ele fazia as mulheres suspirarem,
porque era o tipo ‘pra casar’.
Marcos sai de seu escritório e chama sua nova
secretária.
- Olá senhorita, nós não fomos apresentados
oficialmente, me chamo Marcos, e atualmente sou
o CEO dessa empresa, então saiba que você é
secretária direta do CEO da ‘Robert Companhia’.
Devo dizer que não gostaria de ouvir sobre suas
relações interpessoais com o CEO afastado,
estamos claros?
- Claríssimos.
- Gostaria também de aclarar que nós não teremos
certas intimidades, que Robert permitia! Isso está
Ok pra você?
- Sim.
- E gostaria de confessar que sua índole me parece
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

duvidosa, espero que não se ofenda, mas o que eu


ouvi sobre a senhora é caracterizado como
comportamento antiprofissional!
- Eu não me sinto ofendida senhor, as vezes a
imagem que você demostra não corresponde a
realidade, mas o que pode ser feito?! Vivemos no
mundo onde as aparências importam mais do que a
própria verdade!
Luana parece estar um pouco nervosa, mas mesmo
assim Marcos não baixa a guarda.
- Espero não estar sendo rígido com a senhora, mas
preciso colocar certos pontos em seus devidos
lugares.
- Não, de nenhuma maneira!
- Porém também pude notar, pelos relatórios que
você fez, que nenhuma outra secretária foi tão
cirurgicamente competente como a senhora, seus
balanços e suas projeções te qualificariam para o
cargo de maior destaque, Robert realmente não viu
o tesouro que tinha nas mãos. Eu poderia até
mesmo efetivá-la agora, mas dados os escândalos
recentes envolvendo o seu nome, creio que não
seria de bom tom, já que alguns chefes da alta
cúpula, pediram a sua cabeça!
- Minha cabeça?!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Sim, o pai de Robert assinou uma ordem de


demissão, porém quando analisei o seu trabalho,
percebi que isso seria um tremendo absurdo, por
esse motivo, eu vou bancar a sua volta. E espero
que trabalhemos por muito tempo.
- Obrigada senhor Marcos, juro que não vai se
arrepender dessa decisão.
- Assim espero, assim espero…
- O que eu posso fazer hoje pelo senhor?!
- Eu quero que você marque uma reunião com o
conselho, e quero um relatório de cada setor, porém
com demarcações entendíveis, as vezes há tantos
vícios nos textos, que um conhecedor médio do
assunto, não consegue captar a mensagem.
- Sim senhor.
-Também quero que marque um almoço com a
minha noiva no restaurante ‘Lamarque’. A mesa
deve ficar no canto esquerdo da entrada, e tem que
ser nessa exata localização.
- Sim senhor. Mas alguma coisa?
- Quero saber, se a senhora pode fazer uma análise
sobre os últimos meses da empresa, um favor,
sabe…
- Eu?
- Sim, a senhora mesma, ou tem outra pessoa nessa
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

sala?!
- Mas eu sou apenas uma secretária?!
- Tudo bem, se a senhora não poder fazer a análise
eu entendo, não é o trabalho que a compele.
- Não, eu faço, se o senhor quiser, eu faço, posso
fazer.
- Tudo bem. Mas tarde nós vemos isso!
Luana sai do escritório de Marcos, e vai direto ao
telefone, para fazer as reservas, e logo as consegue,
já que Marcos é um cliente vip do restaurante.
- Alô senhor Marcos, só para avisar que a reserva
está feita.
- Tudo bem, obrigada.
Na hora do almoço, Marcos sai do seu escritório
falando ao telefone:
- Eu já marquei, a reserva já estava feita… Como
assim você não vai poder ir, e me avisa assim? Em
cima da hora?! Tudo bem, mais tarde a gente se
vê…
Marcos fica um pouco atordoado, e decide ir até a
mesa da sua secretária…
- Aconteceu alguma coisa senhor?
- Minha noiva, ela não vai poder ir ao restaurante!
- Que pena!
- É, que pena!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Que pena mesmo!


Marcos olha para Luana…
- E você, já almoçou?!
- Eu?!
-É, você!
- Não.
- Sabe, a reserva é pra dois, então, sabe?
- Sei o que?
- Você poderia me acompanhar?!
- Mas eu não posso senhor!
- Por que?
- Porque o senhor é o meu chefe!
- Mas esse almoço seria para tratar de assuntos
profissionais! Na verdade nós nem nos falaríamos.
Comeríamos, e depois iríamos embora, não vejo
nada de incomum nessa situação.
-É verdade, vamos lá, o que custa?…
Luana pega sua bolsa, e sai junto com Marcos,
quando Kimberly vê os dois saindo comenta:
- Essa aí não perde tempo.
Marcos e Luana chegam ao restaurante, e se
sentam…
- O que a senhora deseja?! Pergunta o garçom.
- Eu vou comer o mesmo que o senhor Marcos.
- E o que o senhor deseja?!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- O de sempre pra mim e pra ela. Obrigada.


- E para beber?!
Luana rapidamente responde:
-Água.
- Eu também, quero água!
Os dois começam a comer, e Marcos observa
discretamente Luana, que se sente incomodada.
- Algum problema? Pergunta Marcos.
- É que o senhor está olhando pra mim! E eu não
consigo comer quando tem alguém olhando pra
mim!
- Me desculpa, não era a minha intenção.
- Tudo bem.
Marcos e Luana não falaram uma palavra sequer,
enquanto o almoço rolava, já que o atual CEO era
muito reservado. Luana também não queria puxar
assunto, pois poderia passar a impressão errada.
- A comida estava boa?! Pergunta Marcos.
- Sim, deliciosa!
- Que bom.
Depois eles se ajeitam, e voltam ao trabalho, e mais
um dia na ‘Robert Companhia’ acaba.

2 semanas depois….

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

O casamento se aproximava mais ainda, na casa de


praia dos ‘Robert’, a cerimônia será sob a luz do
luar.
Sara está radiante, a felicidade está estampada na
sua cara, enquanto isso Robert está bebendo mais
do esperado no escritório da casa, o patriarca
também está exibindo a sua felicidade, afinal casará
o seu herdeiro, porém há um pouco mais de
satisfação no rosto daquele homem.
Sara e seu irmão Ricardo estão no quarto do andar
de cima.
- Abre um champanhe! Não é só o Robert que tem
direito de encher a cara hoje!
- Cuidado irmãzinha, isso não é bom para o bebê.
- Eu não estou nem aí pra esse bebê.
- Mas deveria, ele é a nossa salvação! Ou você
esqueceu que nós estamos falidos?!
- Não, não esqueci isso! Se não pra que eu estaria
trabalhando naquela empresa?! Eu não nasci pra
isso!
- Então, mais um motivo! Cuida bem desse bebê,
porque é por ele que a gente vai entrar em uma das
famílias mais ricas do Brasil.
- Eu sei disso!
Robert pai, se aproxima do quarto da sua futura
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

nora…
- Imagina, consegui! Consegui me livrar daquela
secretária, e ficar com ele!
- Imagina quando ele saber que não é o pai dessa
criança?!
- Cala boca Ricardo! Eu já não disse pra você não
dizer isso em voz alta?!
Robert pai que estava atrás da porta, escuta tudo e
entra no quarto!
- Você contou pra ele Sara?!
- Mas eu só contei pra ele senhor Robert!
- Muito bem, mas imagina se ele conta isso pra
alguém?!
- O Ricardo não vai contar isso pra ninguém!
Robert pai se aproxima de Sara e diz…
- Se o meu filho souber que esse bebê que você está
esperando não é dele, eu juro que eu te mato Sara!
E deixou você e sua família de imprestáveis na
miséria, você me ouviu?!
- Sim, eu juro que ninguém vai saber que esse filho
não é do Robert!
A cerimônia começa, os músicos começam a
tocarem, e Robert começa a caminhar rumo ao
altar…

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Enquanto isso…
Luana e Marcos estão em um restaurante
conversando sobre negócios, quando a secretária
começa a passar mal…
Ela vai até o banheiro, e as náuseas era
insuportáveis, Marcos entra no banheiro e pergunta
para Luana:
- O que você tem?
- Eu estou grávida…

“As vezes não sabemos qual é a diferença entre o


amor e a paixão, e isso é essencial!”

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Aguarde a segunda parte da história…

‘O CEO e a Secretária – Livro


II’

Prévia do Segundo Livro:


Luana está grávida.
Segredos serão revelados na sequência.
De quem é o filho que Sara está esperando?
Por que Robert pai sabe que o bebê de Sara não é
de seu filho, mas mesmo assim quer casá-lo com
ela?!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Será que Robert vai mesmo se casar?!


Marcos começa a se apaixonar por Luana.
Reviravoltas e surpresas tomarão conta da
sequência de ‘O CEO e a Secretária – Livro II’.
Aguarde….

Diga nas avaliações o que você caro Leitor(a),


achou do livro.
Isso é muito importante, desde já agradeço por ter
lido essa história, e espero que esteja aguardado a
sequência.

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

O
CEO
EA
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Última
Virgem

Uma história original de:


(Elena Cadena)

Atenção:
Essa é obra de ficção que não tem o
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

menor vínculo com a realidade.

O Tráfico humano movimenta por ano


cerca de 32 bilhões de dólares.
Vítimas saem dos países mais pobres
do mundo, e são exploradas
sexualmente.
Estima-se que 98% das pessoas
traficadas para fins sexuais sejam
mulheres.
Elas vão em busca de melhores
condições de vida, ajudar as famílias
ou sustentarem os filhos que já
tiveram.
Porém se deparam com um verdadeiro
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

pesadelo...

Prefácio
O que você faria pelo amor da sua vida?
Flávia vai em busca de uma vida melhor em outro
país, mas o pior acontece, a brasileira é uma vítima
a mais do ‘Tráfico Internacional de Mulheres’.
Apesar do pesadelo, ela acaba se apaixonando pelo
CEO Alemão Albert Hans, herdeiro da
Multinacional ‘Hans’. O romance começa a ficar
mais sério, no entanto ele nem desconfia que na
realidade Flávia seja uma garota traficada.
Entre tramas mal resolvidas, segredos e traições,
‘As Traficadas’ farão de tudo para reconquistarem
sua liberdade.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

O que você faria se você fosse traficada?


‘O CEO e a Última virgem’ (Traficadas – Parte I)
Uma história onde todos procuram a mesma coisa,
a liberdade…
“A Distância faz ao amor aquilo que o vento faz ao
fogo: apaga o pequeno, inflama o grande”
“O Tempo não faz alguém esquecer um amor mal
resolvido, o tempo só o fortalece, pois tudo aquilo
que não é vivido, não morre dentro da gente”

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

“Tudo aquilo que não é


vivido,
não morre dentro de você”

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Índice:
Capítulo um
Capítulo dois
Capítulo três
Capítulo quatro
Capítulo cinco
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Capítulo seis
Capítulo sete
Capítulo oito
Capítulo nove
Capítulo dez
Capítulo onze
Capítulo doze

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Capítulo um
Não me culpem, era 1998 e eu era
apenas uma garota de 18 anos.

Ainda me lembro daquele ano, foi um dos piores


da minha vida, tinha acabado de enterrar o meu pai
e minha mãe se foi apenas dois meses depois, a
minha vida desabou, meus parentes não foram
muito úteis naquela hora, na verdade eles também
me abandonaram, me vi sozinha em um ‘mundo
cão’ que parecia querer me engolir, cansada de
tantas pressões e com a cabeça cheia, eu tentava,
tentava de verdade não ver tudo de uma maneira
negativa, mas isso parecia praticamente impossível,
é muito difícil ter que aceitar que daqui para frente
eu iria ter que me virar sozinha.
Me lembro também da época da escola, todas as
garotas tinham ‘ficantes’ e namorados, e eu ficava
no zero a zero, nunca tive certos traquejos para ser
uma garota que se doava, eu sempre fui muito
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

retida, foi por isso que minha virgindade foi


preservada por muito tempo, tinha tanto medo de
fazer sexo, para os outros parecia tão fácil, mas pra
mim, sei lá… parecia uma coisa muito incomoda,
primeiramente por causa da minha autoestima, não
me sentia a vontade com o meu corpo, segundo
porque eu achava que nenhuma pessoa iria me
amar, na verdade eu dizia isso porque eu nunca
tinha sido amada por ninguém em toda minha vida,
então era extremamente fácil pra mim acreditar no
negativo, sabe, as vezes as pessoas te colocam pra
baixo, e você começa a acreditar nelas.
Eu não estou reclamando ou sendo demasiado
dramática, é que na minha história as tristezas são
muitas, coisas horríveis aconteceram, eu pensei que
estava acabada, mas… teve alguém que se
sacrificou por mim, teve alguém que me amou
incondicionalmente, teve alguém que me enxergou
por trás das minhas barreiras, essa pessoa, é a essa
pessoa que hoje eu agradeço pela minha liberdade.

Era verão de 1998, como já relatei, um dos anos


que eu queria esquecer que havia existido. Tinha
acabado de concluir o meu ensino médio, e só me
restava ingressar no mercado de trabalho, sem os
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

meus pais a situação ficou ainda pior pra mim, eu


não tinha opção, as escolhas eram escassas, meu
futuro era como um céu nublado, eu não conseguia
ver absolutamente nada, só tinha o meu hoje,
andava e andava, dava voltas, nada… nada…
Até que uma esperança surgiu, estava lendo o
jornal, e foi quando vi que estavam precisando de
garotas entre 17 e 25 anos para fazer parte de um
projeto internacional, era necessário falar inglês
intermediário, e uma das coisas que eu mais gostei
no anúncio foi: ‘Viaje o mundo inteiro com a JF’,
me parecia libertador, era exatamente o que eu
queria naquele momento da minha vida, viajar, eu
era só uma garota em busca de um pouco de
sossego, imagina, poder trabalhar e viajar ao
mesmo tempo? Parecia mesmo um sonho, um
sonho possível…
Me julgo muito por causa daquela decisão, mas na
verdade isso não deveria acontecer, já que hoje vejo
a situação de uma maneira panorâmica, vivi tudo
aquilo, e aquela Flávia de 18 anos não tinha a
menor ideia do que iria acontecer com ela.
Eu era inocente demais, estava em um péssimo
momento financeiro, realmente aquela proposta era
como uma luz no fim do túnel, sei que hoje as
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

garotas estão mais ligadas nessas ‘propostas


imperdíveis’, mas aquilo era em 1998, as coisas
eram bem diferentes e não tínhamos tanta
informação como temos agora.
Circulei aquele classificado e fui até aquele
endereço, a faixada não era muito convidativa, mas
mesmo assim resolvi entrar, afinal o que eu tinha a
perder? Mal sabia eu, que tinha tudo a perder.
Subi aquelas escadas vermelhas, até que me deparei
com aquela porta amarela, bati duas vezes, e logo a
vi, um dos piores seres humanos que conheci na
minha vida, Cristina abriu a porta e
simultaneamente também abriu um sorriso, ela era
sem dúvida muito amistosa, te tratava super bem,
oferecia as estrelas, o céu, a lua, tudo que eu
pedisse para ela naquele momento, ela estava
disposta a me dar, parecia realmente uma mulher
incrível, depois descobri sua verdadeira cara.
Ela me disse que eu trabalharia em um navio
fazendo cruzeiros pela Europa, seria uma ‘faz
tudo’, seria garçonete, camareira, e teria que fazer
qualquer serviço na área de limpeza, porém seria
extremamente recompensada por isso, e fora que
viajaria para os quatro cantos da Terra, parecia
realmente algo verídico, ela era muito convincente,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

me mostrou os catálogos, e depois as rotas de


viagens, me deu os nomes das empresas, e também
os pré-contratos, que eram chatos demais para eu
ler, lembro que ela me disse.
- Flávia, não precisa ler muito, basta apenas assinar,
acredite eu estou te fazendo um favor…
Os lugares que ela me mostrou... nossa! Era um
sonho, eu nunca tinha visto lugares daquele jeito.
Antes de começar a trabalhar nos cruzeiros, eu
tinha que fazer um curso na Alemanha, coisa de
três meses no máximo, depois começaria o meu
novo ‘trabalho’.
O mais engraçado, foi que em nenhum momento eu
desconfiei dela, muito pelo contrário, ela me
guiava, era a primeira pessoa em muito tempo que
começava a sorrir para mim, era uma época muito
vulnerável.
Passou um mês, eu assinei os pápeis que ela me
pediu, a papelada estava toda em inglês, pois
aquele tinha que ser um documento universal, ela
também adiantou uma parcela do meu primeiro
salário, tirei o passaporte e também comprei
algumas roupas, também passei nas e livrarias
comprei vários livros de inglês, queria aprimorar a
língua, e estudei, estudei como nunca tinha
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

estudado na minha vida, mais dois meses se passou,


até que Cristina novamente entrou em contato, eu
estava pronta para recomeçar a minha vida, em um
outro lugar, era exatamente o que eu queria.
Sem nenhum receio, e com toda a inocência do
mundo, arrumei as minhas malas e fui até o
aeroporto, a bagagem estava um pouco pesada,
afinal de contas achei que não fosse mais voltar.
Um pouco desnorteada, vi Cristina me esperando,
fui até ela, que me fez uma pergunta um pouco
indiscreta:
- Você é virgem Flávia?
Eu estranhei, mas respondi com a cabeça que sim,
vi imediatamente um sorriso sair do canto da sua
boca, quando uma garota é virgem ela vale o triplo
do preço para os atravessadores, depois que eu fui
sacar isso.
Quando estávamos passando pelo controle,
estranhei outra coisa, Cristina disse que ela era
minha tia, e que nós íamos a passeio para
Alemanha, voltaríamos no prazo de 90 dias no
máximo, não entendi por ela mentiu, mas eu
confiava tanto nela, que tudo o que ela fazia parecia
certo. Tanto que eu nem a questionei sobre isso.
Depois de algumas escalas, lá estávamos nós,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Alemanha, eu nunca tinha pisando em um país


estrangeiro, a sensação era boa, de recomeço de
vida, saímos do aeroporto, e Cristina pegou um
táxi, eu não sabia muito bem aonde eu estava, o
nome da cidade, e nem nada disso, apenas confiava
em Cristina como se ela fosse minha mãe.
Até que o táxi parou em uma esquina deserta, tinha
uma van branca, me lembro que tinha dois homens,
Cristina pediu para eu esperar, ela conversava com
aqueles homens, e entregou alguns pápeis, eles
deram um envelope pra ela, em seguida ela pediu
para eu me aproximar, eu fui, me lembro das portas
daquela van branca, elas se abriram, e eu vi muitas
garotas desmaiadas, antes que eu pudesse gritar, me
lembro de Cristina rindo e dizendo:
- Boa sorte Flávia, tenha uma boa vida…
Depois daquela frase não me lembro de mais nada,
tudo apagou, de tão forte que foi a pancada que um
daqueles homens deram na minha cabeça.
Me lembro de recobrar a consciência, e ouvir em
inglês vozes dizendo….
- Cuidado com a carga, cuidado com a carga.
Estava em uma espécie de container, todas
desnorteadas, todas acordando para um pesadelo,
havia 12 meninas agrupadas em um espaço
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

mínimo, mal dava para se mexer, algumas gritavam


outras não tinham força para fazê-lo, ficavam
caladas, esperando a caixa ser aberta, só
escutávamos ecos, e o que seriam as tais cargas que
eles falavam? Éramos nós as cargas, pois eles não
nos viam como seres humanos, nós éramos apenas
mercadorias, que tinham que ser vendidas.
A porta se abriu e vimos homens armados até os
dentes, o medo era latente, a qualquer momento
alguma coisa poderia acontecer, algumas garotas
gritavam em uma língua que eu não entendia, mas
pela dor com que elas se expressavam, deveriam
estar pedindo socorro, e perguntando por que
aquilo estava acontecendo, nós não tínhamos a
menor noção do que estava acontecendo.
Nós levaram até uma casa, e que lugar era aquele?
Bem diferente daquelas paisagens afrodisíacas que
Cristina tinha me mostrado.
Não tinha camas, apenas colchões velhos, roupas
sujas, era um lugar deplorável, havia garotas nessa
casa, mas elas já não gritavam mais, na verdade
pareciam já estar conformadas com aquela situação,
seus rostos tinham uma expressão de derrotismo, e
eu só queria ir embora dali imediatamente.
Nos levaram até um quarto, que cheirava mal,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

havia apenas três colchões e dois pratos de comida.


E nos deixaram lá, estávamos catatônicas. Eu nem
poderia chorar, não conseguia, minha cabeça doía
muito e estava sangrando.
Ficamos assim por aproximadamente duas horas,
até que a porta do quarto se abriu e eu o conheci,
ele era a personificação do mal, falava com
agressividade ao mesmo tempo que parecia um
psicopata…
- Atenção, eu sou o encarregado por essa leva…
Encarregado é nome que eles dão para os cafetões.
- Aqui quem não trabalha não come, quem não
trabalha não dorme, quem não trabalha não vive. Se
você consumiu você tem que pagar, você já me
devem 2.500 euros, e eu vou cobrar com juros,
todas vocês possuem uma caderneta, onde será
pautado todos os seus gastos, esses 2.500 euros são
os gastos das suas passagens, e da primeira parcela
do salário de vocês.
Eu nem sabia o que pensar, nunca tinha escutado o
termo ‘Tráfico de mulheres’ na minha vida, e nem
sabia que estava sendo vítima disso.
As garotas que estavam comigo tentaram indagar o
nosso cafetão, mas em vão, ele deu um soco na
boca de uma menina que estava na minha frente,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

ele não gostava muito daquelas que abriam a boca.


Seu nome era Klaus, e ele será um personagem
recorrente do meu pesadelo, no final, ele nos disse
porque aquelas 12 garotas estavam ali juntas,
separadas das outras.
- Vocês, são nossas últimas 12 virgens, e acho
melhor não fazerem nada com essa virgindade que
vocês possuem no meio dessas pernas, pois é isso
que fazem vocês serem tão valiosas.
Era difícil conceber a ideia de que você é apenas
um parque de diversões de cafetões e homens ricos,
eu acreditava que a escravidão humana já havia
acabado, mas muito pelo contrário, ela só se
fortalece ao longo dos anos, e continua girando
bilhões e bilhões de dólares todos os anos.
Com uma desesperança na mente, e um grande
desespero no coração, as horas pareciam não
passarem naquele lugar, as garotas conversavam e
tentavam entender, eu já havia entendido, seríamos
escravas sexuais, objetos nas mãos daqueles seres
humanos deploráveis, tão novas e tão indefesas, as
histórias eram sempre as mesmas, garotas pobres
que precisavam de dinheiro o mais rápido possível,
mas a maioria delas não sabiam o que as
aguardava.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Nós não falávamos a mesma língua, tampouco


tínhamos sido criadas sob a mesma cultura, mas
éramos irmãs, não tinha como você passar por
aquilo tudo e não criar laços afetivos com aquelas
pessoas, era praticamente impossível.
Passou-se uma semana, o tempo não passava
naquele lugar, demorava para anoitecer e demorava
para amanhecer, as horas eram enfadonhas, a
comida escassa e cara, quando chegava o prato de
comida os ‘guardas’ faziam questão de anotar o que
você estava consumindo, e você teria de pagar na
hora certa.
Das 12 virgens que foram compradas por Klaus,
apenas 6 realmente nunca haviam tido relações
sexuais, e uma das quais mentiu para o atravessador
foi Angélica, ela chegou encurvada, não queriam
que descobrisse que ela estava grávida, ela
acariciava sua barriga, achou que indo para a
Europa daria um futuro melhor para o seu filho,
mas ela era uma carga, não um ser humano, e seria
tratada assim, como uma simples mercadoria.
As náuseas foram ficando mais frequentes, eu
tentava ajudá-la, mais era como tapar o sol com a
peneira, eles descobriam em poucos dias que a
‘virgem’ estava grávida, no dia seguinte a levaram,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

não sabíamos o que iria acontecer com Angélica,


tememos pela sua vida, mas quando a noite caiu ela
estava de volta, serena, calada, e com uma tristeza
profunda no olhar, já não sorria mais, já não
passava mais a mão na sua barriga.
Ninguém se atreveu a perguntar o que tinha
acontecido com Angélica, ela apenas ficou quieta
no seu canto. 4 dias depois soubemos que eles
pediram para um veterinário fazer o aborto, e como
o procedimento foi feito de uma maneira precária,
Angélica veio a óbito algumas horas depois de
passar mal, ela vomitava sangue, e estava
tremendo, sua boca estava branca.
Uma vida perdida para o tráfico, na verdade duas…

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Capítulo dois
As seis virgens do harém

Quando você vê a primeira morte, aquilo te abala


e te revolta, e o pior foi que as outras garotas
pareciam não se importam com isso, e era excelente
para aqueles cafetões, colocaram medo, e Angélica
tinha sido o primeiro exemplo, seja obediente e
nunca fique grávida.
Parecia mesmo ser a primeira lição.
As 6 virgens que poderiam reder o que foi investido
eram: Angela, Ester, Mônica, Sabine, Eva e eu.
As primeiras a serem vendidas eram as mais
bonitas, eu agradecia por ser uma das menos
favorecidas com a beleza que eles cultuavam.
Mônica foi a primeira, um milionário iria pagar
muito dinheiro só para ser o primeiro a passar uma
noite com ela.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Mônica tomou banho, e a vestiram com as


melhores roupas, ela tinha que aparentar ter 16
anos, mesmo tendo 19, o magnata queria uma
menininha, considerava as maiores de 18 anos
‘muito maduras’.
Mônica foi, e nós esperamos sua volta, com um
olhar de curiosidade, ela voltou com a boca
manchada, e marcas por todo o seu corpo, Klaus a
enganou, primeiramente disse para ela que seria um
homem só. Ela voltou, e no seu colchão, nos disse o
segundo absurdo que eu vivi dentro daquele lugar,
nos contou que foi obrigada a ter relações sexuais
com 5 homens, era uma orgia de magnatas, ela
disse que tinha que sorrir, foi apenas a primeira vez
dela, depois disso ela voltava a ser prostituída por
um valor mais abaixo, e não ganhava nada, já que
devia mais do que conseguia com o seu estupro
coletivo.
Em um ritmo acelerado, era chegada a vez de mais
uma garota perder a virgindade, e a escolhida foi
Angela.
A mais nova das 6, parecia um anjo, quando eu a vi
arrumada, parecia um anjo que havia caído do céu.
Sua doçura era cativante, conseguia com um olhar
dizer o que sentia.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Ela foi, e mais uma vez esperávamos a sua volta, o


que aconteceria? Angela voltou, completamente
bêbada, mal se aguentava em pé, mais uma vez, o
corpo estava cheio de marcas.
Angela dizia que aquele homem não a tratava como
uma pessoa, mas sim como um objeto, que era
usado e depois descartado, um brinquedinho.
Ester, talvez a mais realista das seis, se preparou
para tudo de ruim que poderia acontecer, estava
tentando se preparar psicologicamente para o mal.
Mas uma vez, lá vai mais uma, e eu ficava
angustiada, estava chegando a minha vez.
Ela foi e voltou, não havia marcas, mas Ester nos
contou uma das histórias mais peculiares daquele
lugar, quem havia a contratado foi uma mulher, ela
queria que seu marido fizesse sexo com uma
virgem, e que ela presenciasse tudo, e foi o que
aconteceu, a mulher viu todo o ato sexual, Ester
contou que tudo foi muito bizarro, mas que
resolveu fingir que não estava ali, pelo menos
enquanto acontecia.
O que Sabine temia, aconteceu, era sua vez de
sacrificar-se, com medo, ela nem conseguiu dormir,
mas foi rápido, nos contou, disse que era um só, e
ele não era velho, ela apenas tirou a roupa e se
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

deitou na cama, o resto ele fez, e deu uma certa


quantia a mais para Sabine.
Klaus disse que era a vez de Eva, que ela deveria
ser uma boa garota e cumprir com a sua obrigação
como todas as outras tinham cumprido, porém Eva
era diferente, não aceitava tudo tão fácil, ela
resistia, não duraria muito tempo ali.
Na noite anterior, Eva tentou fugir, mas alguém já
havia alertado Klaus sobre os planos de Eva, ela
levou uma surra, e ficou tão mal, que não tinha
como fazer o programa na noite seguinte, acabando
assim, que eu tive que substituí-la, e assim é o
destino, funciona de maneira misteriosa e confusa,
ainda me pergunto se Eva tivesse ido no meu lugar,
aonde eu estaria agora?
Klaus me avisou que eu substituiria Eva, ele
comprou um vestido e mandou eu me maquiar,
antes ele tinha uma conversa com cada garota, era
na verdade um ultimato, ele dizia que eu tinha um
determinado tempo para voltar e fazer o programa,
se eu não voltasse até essa hora, ele mataria uma
garota a cada hora, e a culpa seria minha, se eu
contasse para os clientes que eu estava sendo
mantida em cárcere privado, e sendo prostituída
contra a minha vontade, elas também sofreriam as
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

consequências.
Ele me disse que esse cliente não fazia noção que
aquilo era uma rede de tráfico internacional, e que
por isso eu não poderia demostrar estar
desconfortável, eu era uma ‘dançarina’, e iria em
uma despedida de solteiro, o melhor amigo do
noivo tinha me ‘contratado’ para ‘alegrar’ a noite
do solteiro.
Esse amigo do noivo era um dos homens mais ricos
da Alemanha, o nome dele era Albert Hans, um
CEO de uma empresa familiar, era a festa das
elites.
O motorista me levou até o prédio, a festa estava
acontecendo na cobertura, entrei no elevador, e
quanto mais eu me aproximava, mas a música
parecia estar alta, muita gente na piscina, bebidas
por todos os lados, e eu tinha que ir falar com o
homem que havia me contratado.
Chegando, foi a primeira vez que eu o vi, ele estava
falando ao telefone, parecia realmente estar super
ocupado, ele era um homem muito atraente, e o que
ele tinha de bonito, ele tinha de arrogante.
De cara eu não gostei dele ‘que tipo de pessoa
contrata uma mulher virgem, para que o amigo se
divirta na despedida de solteiro?’ Deve ser um
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

machista, que acha que é melhor do que todo


mundo só porque é rico, mas eu estava ali para
fazer aquilo o mais rápido possível, não estava com
medo tampouco nervosa, só queria fazer para
aquilo acabar.
Quando me viu, eu fui logo me apresentando:
- Eu sou a garota do Klaus.
- Você é a garota do Klaus, ok… que bom que você
chegou…
- Onde está o meu cliente?
- Eu sou o seu cliente, eu te contratei para o meu
amigo, que aliás está caindo de bêbado. De onde
você é?
- Do mesmo lugar que você, do planeta Terra.
- Você é interessante, mas aonde você nasceu?
- Brasil.
- Você é brasileira, é eu já sabia… O Klaus me veio
com uma conversa de que você era virgem, na
verdade isso não me interessa, eu só queria uma
garota de programa.
- Mas eu sou virgem senhor, na verdade eu achei
que o senhor tinha me contratado especialmente por
isso.
- Eu não acredito nisso, isso é conversa, também
não me interessa muito se você é virgem ou não.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Então por que o senhor me contratou?


- Eu gosto como se pronuncia o seu nome, Flávia…
- Você não deveria pagar o triplo do preço por
causa de um nome.
- Quando eu gosto de algo, eu pago o que for
preciso para ter aquela coisa.
- Eu não sou uma coisa senhor.
- Eu sei disso. E em que lugar do Brasil você
nasceu?
- Eu sou do Rio de Janeiro…
- Rio de Janeiro, é uma dos lugares mais bonitos do
planeta…
- Você acha?
- Sim… O que uma brasileira veio fazer na
Alemanha?
- Eu acho que eu devo encontrar o seu amigo agora,
não é?
- Você está com pressa?!
- Não, apenas não estou entendendo o propósito
dessa conversa.
- Vou ser sincero com você, eu não gosto muito
dessas festas, e na verdade eu não conheço o seu
‘chefe’, na verdade acho que foi um dos acionistas
que contratou você. A empresa achou que
Sebastian deveria ter uma despedida de solteiro
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

inesquecível, eu particularmente não gosto desse


tipo de coisa, você sabe, contratar uma pessoa?!
- Então foi a empresa que me contratou?! Isso não
te livra de ser uma machista que só vê nas mulheres
um objeto?
- Me desculpa, mas você disse que esse era o seu
trabalho.
- Você já parou para pensar que as vezes as pessoas
não tem escolhas, e que são obrigadas a fazerem
coisas que elas não querem fazer?! Nem todo
mundo nasce com a sorte de ser rico e poder fazer o
que quiser na vida.
- Agora você vai me dar um sermão?!
- Não! Eu só estou dizendo que você não é tão
santo quanto aparenta ser, tenta se livrar da culpa
dizendo que foi a diretoria da sua empresa, que me
contratou, mas você também foi cúmplice!
- Eu não sei por que você está com tanta raiva?!
- Acredite eu tenho meus motivos! Se eu pudesse,
eu iria embora agora!
- Tudo bem Flávia, ninguém está te forçando a
ficar!
- Então tudo bem, eu estou indo!
Flávia sai, vai até o elevador, mas se lembra que
não pode voltar sem o dinheiro, e volta….
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Ela olha para Albert e diz…


- Eu não posso voltar sem o dinheiro senhor Hans!
- Eu sei disso, eu iria pagar depois para o seu
‘representante’.
- Se o senhor for gentil, por favor me pague agora.
- Tudo bem, se é assim que você prefere.
Albert abre a gaveta e pega um envelope e dá para
Flávia.
- E agora? Pergunta Flávia.
- Está tudo certo. Garante Albert.
- Você vai contar para o meu ‘representante’ que
nada aconteceu?
- Não, não tenho nenhuma intenção de fazer isso!
- Ok, eu agradeço!
- Mas me diga uma coisa, por que você está assim,
tão nervosa, com raiva, parece que está
desconfortável?!
- É impressão do senhor!
- Você veio até a Alemanha obrigada?
- Não, eu vim porque eu quis!
Albert não era burro, concluiria a verdade em
pouco tempo.
Ele me olhava, até que Sebastian bateu a porta, e
entrou, logo perguntou:
- Esse é o meu presentinho?!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Não, Sebastian, essa é uma convidada minha, ela


é a pianista que é uma das candidatas para tocar no
seu casamento. Disse Albert.
- Se ela é mesmo a pianista, pede para ela tocar
alguma coisa?!
- Não Sebastian, ela já estava de saída.
- Eu quero ouvir ela tocar.
Albert e eu nos entreolhamos, e Sebastian foi até a
sala e abriu o piano, e pediu para a música parar,
todos olham para ouvir o que ele está falando…
- Atenção, meus queridos amigos, eu acho que o
Albert quer ficar com o meu presente, e inventou
que essa moça aqui era pianista! Essa é a piada do
ano!
Mas para a surpresa de todos ali, eu fui até o piano,
abri e comecei a tocar, minha mãe tinha me
ensinado um pouco, o suficiente para me sair bem,
afinal aquelas pessoas estavam todas bêbadas, para
elas não faziam diferença de uma ópera para um
‘dó, ré, mi, fá, sol, lá, si’.
Achei que depois daquilo poderia finalmente ir
embora, estava no lucro, não precisei ficar com
ninguém, e ainda fui paga, parecia que foi a melhor
coisa que tinha acontecido. Além disso, me livrei
de Sebastian, que era um completo idiota.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

A única coisa que eu estranhava, era a atração que


estava sentido por aquele idiota do CEO, ele me
seduzia com os olhos, um homem nunca tinha me
olhado daquele jeito, estranhamente nós não nos
comunicávamos bem, nossas conversas eram sem
sentido, perguntávamos coisas sem nexo, mas os
olhares, os olhares diziam tudo, era um pouco
confuso, mas eu gostava do jeito que ele me
seduzia, não sabia o que era aquilo, um homem
nunca havia demostrado interesse por mim, eu
estava vivendo um pesadelo, mas ao mesmo tempo,
eu não tinha me arrependido de ter conhecido
aquele homem.
Acabei de tocar, e Sebastian já estava disperso,
encostado na pilastra, Albert me observava, fui até
o seu escritório para pegar minha bolsa, que eu
tinha deixado lá.
- Eu não sabia que você era pianista?!
- Nem eu.
- Você já vai?
- Acho melhor? Mas antes você poderia me fazer
um favor?
- O que eu poder ajudar?!
- Você poderia tirar minha virgindade, é que eu vim
aqui para isso!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Me lembro até hoje da expressão dele, primeiro me


olhou com espanto, e depois sem falar uma palavra,
me levou até o quarto.
Ele acendeu a luz, e me deu um selinho no canto da
minha boca, ele era um homem muito carinhoso,
depois ele começou a tirar os sapatos, a gravata, eu
tirei o vestido, e ele começou a beijar os meus
lábios novamente, ele pegou na minha cintura, e
não dizia nada, eu também achei que as palavras só
iriam atrapalhar naquele momento.
Ele me deitou na cama, tirou minha calcinha, e ele
tirou a calça, e aconteceu o que tinha que acontecer,
foi extremamente prazeroso, ele chupava levemente
os meus seios, e me beijava de uma maneira tão
suave.
Eu achei que aquela noite iria ser traumatizante, e
de repente eu estava gemendo de prazer em cima da
cama de um cara que eu nem conhecia direito, e
olha que era a minha primeira vez. Aquilo era
como acertar na loteria.
Eu definitivamente era a última virgem, visto que
algum tempo depois foi descoberto que Eva tentou
fugir, porque já não era mais virgem, e temia ser
castigada por causa disso.
Foi com ele que eu perdi a virgindade, mas o meu
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

tempo estava acabando, teria que voltar, o


motorista já devia estar me esperando.
Depois, ele dormiu, e eu aproveitei para sair sem
ser percebida.
Quando desci, lá estava, meu carrasco a minha
espera…

Capítulo três
Ainda bem que eu encontrei você

Voltei para aquele lugar, era tudo o que me


restava, a primeira coisa que era para ser entregue
era o dinheiro, não poderia faltar nenhum centavo.
O desrespeito imperava, os homens de Klaus, com
um sorriso de canto de boca me diziam:
- E aí, como foi sua primeira vez?
Eu estava completamente envergonhada, nunca
pensei que me tornaria uma prostituta, mesmo que
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

eu não estivesse me sentindo assim, na verdade


aquilo era uma grande sorte, pois o meu ‘cliente’
não me pediu para fazer nada bizarro, tampouco me
agrediu fisicamente ou psicologicamente, eu tinha
adorado fazer sexo com ele, mas não poderia
transparecer isso, não queria me sentir melhor do
que as outras, pois eu sei o quão traumatizante
havia sido suas experiências, contudo também não
queria mentir para elas, achava isso injusto, então
decidi dar apenas alguns detalhes.
Quando cheguei no nosso quarto, todas elas vieram
me abordar, queriam saber o que tinha
acontecido…
- Foi muito ruim Flávia?! Me perguntou Mônica.
- Não, acho que foi normal.
- Doeu muito, ele te bateu? Falava baixinho Ester,
que estava reprimida por aquele lugar.
- Não, ele não me bateu.
- Ele fez alguma coisa esquisita? Disse Sabine.
- Não, foi algo bem natural, não teve nada demais.
- Então você teve sorte. Concluiu Eva.
- Pode-se dizer que sim.
- Ela não quer falar, mas com certeza foi a que teve
mais sorte, dentre todas nós! O cara era rico e
jovem, quem aqui não queria ficar com alguém
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

assim?!
E eu disse:
- Eu mesma Sabine! Não gostaria de ficar com
alguém com uma relação simplesmente de
dinheiro! Eu queria ficar com alguém por amor!
- Amor? Riu Mônica! - Acorda pra vida, olha onde
você está?! E ainda vem falar de amor?!
- Falo, que acredito nessas coisas, eu acredito que
as pessoas podem ficar juntas por amor uma a
outra!
- Não me venha com essas besteiras! A única coisa
que os homens querem de nós, é o que temos no
meio das pernas! Conclui Angela!
Ester se interveio, e foi ao meu favor.
- Eu também acredito que nós não devemos julgar
todos os homens pelos lixos que vocês conheceram
na vida, e deram o nome de namorado! Seria uma
idiotice odiar as rosas, só porque uma te espetou!
- Nossa! Que belas palavras da Ester, disse tudo, e
não disse nada ao mesmo tempo! Parece realmente
que você não aterriza na realidade! Você é uma
puta de merda, que fica sonhando que há pessoas
diferentes lá fora, e que algum desses homens com
quem você fode, vai te libertar, pelo amor de
deus!!!!!!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Disse Mônica revoltada.


- Não sou tão pessimista quanto a Mônica, acredito
que tem pessoas boas no mundo, só que acho que
nós estamos muito longe delas. Falou Eva.
- Também acho, eu não disse que acho que algum
desse homens vão se casar com a gente e realizar
nossas fantasias românticas, só acho que talvez
alguém pudesse ajudar a gente a sair daqui, não sei,
avisar alguém.
- Flávia, você acha que alguém realmente iria se
arriscar? As pessoas são egoístas.
- Não sei Angela, talvez… Não estou dizendo pra
gente fazer isso com qualquer cliente, nós
poderíamos sondá-los, ver se eles são de confiança
ou se são só uns filhos da puta!
- Isso parece muito perigoso, sabe o que
aconteceria com a gente, caso alguns desses
homens dissessem que nós estamos tentando
fugir?!
- Mas é exatamente isso que eu estou tentando dizer
Sabine, eu disse pra primeiro sondar, se você vê
que o cara tá na sua, e te faz algum tipo de pergunta
mais pessoal, aí sim, aí sim nós podemos falar
alguma coisa! Qual é o nosso contato com o mundo
lá fora? Só os clientes podem ajuda a gente!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Isso faz sentido Flávia! Mas isso tem que ser feito
com muita cautela, afinal uma está se arriscando
por todas!
- Eu sei Sabine, mas veja bem, é a única chance que
a agente tem, ou vocês querem ficar aqui até o final
de suas vidas?!
- Eu não quero! Disse Eva! - Estou com você, acho
que a gente tem que tentar tudo! Isso não é vida,
eles batem na gente, fazem a gente trepar com
aqueles nojentos, pra eles ficarem com todo o
dinheiro!
- A Anett disse que nós ainda temos sorte, daqui
um tempo eles vão começar a nos drogar, para
manter a gente nesse lugar horroroso! Eles só não
fizeram isso ainda, porque querem a gente limpa,
porque os clientes são vips! A partir do momento
que isso mudar, eles vão começar a nos tratar como
fazem com as outras! Primeiro o retorno, depois a
escravidão! Concluiu Eva.
- Isso faz sentido, primeiro nos usam, depois vem a
parte mais difícil. Disse Ester.
- Não acho que nós sejamos beneficiadas, o que
acontece é que vocês não deram uma boa olhada
naquelas garotas lá fora, elas são zumbis, mortas
em vida, eles enchem elas de drogas, e elas não
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

conseguem nem falar, uma me disse que todas


trabalham no bar aqui do lado, e que depois de um
tempo, nós vamos pra lá também.
Nos informou Mônica.
- Eu sei, cada dia que a gente fica aqui é pior!
Esbravejou Eva.
- Por isso que tem que ser rápido!
- Eu sei disso Flávia!
- Eu também sei disso Angela!
- E o plano b? Perguntou Sabine
- Que plano b? Indagou Ester.
- Se isso não funcionar, a gente tem que dar um
jeito de se proteger!
- Concordo, nós não podemos confiar plenamente
nos clientes!
- A Mônica tem razão, a gente precisa de alguma
coisa pra chantageá-los, algo que eles tenham
medo!
- Isso é genial Flávia, mas temos que ser rápidas,
não podemos ser notadas!
- Exato, por isso que é melhor ter clientes fixos,
assim você sabe da vida do cara, e consegue
alguma coisa mais rápido!
- Isso mesmo Sabine! Quanto mais você conhece o
cara, mais chances você tem de pegar algum podre
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

dele.
- E quem aqui tem mais chances de saber disso?!
- A Flávia, ela disse que o cara não era ruim!
- Mas eu também não disse que ele era um
cordeiro!
- Fala sério – Disse Mônica – O cara é um CEO,
podre de rico jovem e ainda te tratou bem, quais
são as chances que temos de encontrar alguém
assim?!
- Não sei Mônica, mas não vou sair confiando
assim em um cara com quem eu fiquei só uma vez!
- Isso é verdade! Me defendeu Ester!
- E o pior, eu nem sei se eu vou encontrar com ele
de novo!
- Quem gosta, sempre volta! Disse Angela.
- Ainda não acredito nessa história, você foi lá pra
ficar com o noivo, e acabou ficando com o amigo, e
o pior, o cara era podre de rico e gentil, você tem
mesmo muita sorte!
- Não sei se tanto Eva, mas foi exatamente isso que
aconteceu!
- Parece até mentira, mas pode me agradecer! Pois
esse cliente era para ser meu! Brincou Eva!
- Quem mandou perder a virgindade na hora
errada! Disse Ester para Eva!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Ester cala boca, eu não iria guardar uma coisa


tanto tempo, igual você!
- Cala boca você Eva!
- Parem de brigar, temos que ficar unidas!
Apaziguou Sabine.
- E Eva, não leve os créditos por esse cliente, você
não viu que ele mudou de ideia, ele escolheu a
garota que se chamava Flávia, porque gostou como
o nome soava! Me provocou Mônica!
- Isso é tão brega, parece aqueles filmes românticos
com aquelas falas ridículas! Seguiu Angela!
- Eu gosto de filmes românticos com falas bregas!
Confessou Eva.
- É verdade, eu não posso ficar com os créditos, já
que o grande CEO gostosão, que deve fazer sexo
como um rei, escolheu a brasileirinha ali!
- Por favor parem de falar assim, vocês parecem
esquecer em quais circunstâncias as coisas foram
feitas!
- Para Flávia! Eu aqui posso falar por experiência
própria, já que vocês não tinham experiência no
assunto! Foder com um homem bonito, é uma das
três melhores coisas do mundo!
- E quais são as outras duas Eva?! Perguntou Ester!
- Ser rica, e foder com o cara com quem você
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

gosta!
- Eu pensei que você já tinha dito foder, na verdade
você disse a mesma coisa duas vezes! Disse
Sabine!
- Não, eu não disse isso! Eu disse três coisas, a
primeira foder com um homem bonito, a segunda
ser rica, e a terceira é foder com o homem com
quem você gosta!
Tem uma enorme diferença em fazer sexo por
fazer, e fazer sexo com quem você gosta! É mil
vezes melhor fazer amor, do que transar por
transar!
- Agora Eva virou uma garota idiota e romântica!
- Eu não sou idiota Mônica por querer fazer amor
com o cara que eu gosto, você que é burra demais
para não perceber que isso é realmente muito bom!
Assumam, o amor é o ingrediente mais vital em
uma boa foda! Disse a poetiza Eva.
- Olha do que vocês estão falando, as vezes
parecem que vocês perdem o senso de realidade!
Terra chamando!
- A Angela faz sempre questão de foder com as
nossas conversas! Disse Ester!
- Claro, ela é uma amargurada! Opinou Sabine!
- Da próxima vez Sabine, que você dizer isso, eu
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

juro que vou quebrar a sua cara!


- Eu quero ver você quebrar de verdade!
- Quer saber… vai se foder e esquece que eu
existo!
- Atenção garotas, vamos manter o foco no nosso
plano A, e também no nosso plano B! Precisamos
nos unir e deixar nossas diferenças de lado! Todo
mundo aqui tem o mesmo objetivo, que é sair
daqui!
- A Flávia tem razão, temos que manter focadas!
Vamos ser garotas inteligentes! Disse Ester!

Enquanto isso, do outro lado da história…

Albert foi trabalhar no dia seguinte normalmente,


mas alguma coisa naquela garota o deixava
desconcertado, sua arrogância se anulava na
presença dela, era como se ela o transformasse em
outra pessoa. Entre as doses de cafés intermináveis,
Cláudia foi fazer uma visita…
- Quem é vivo sempre aparece!
- Oi irmãozinho, vim ver como você estava
administrando os nossos milhões!
- É Cláudia, eu administro e você os gasta!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Você sempre foi melhor com números do que eu!


- Isso com certeza é um fato, e uma das coisas mais
inteligentes que você vai dizer hoje!
- Deixando um pouco de lado as suas brincadeiras
sem graça! Como foi a despedida de solteiro
ontem? Se divertiu?!
- Sim, não posso negar que foi bem proveitosa!
- E com quantas garotas o meu irmão incorrigível
foi para cama?!
- Não vou falar as minhas intimidades pra você!
- Ok, me desculpa se eu sou curiosa!
- Não fale assim! A festa foi normal! E não me
descreva como um homem cafajeste, eu só amo as
mulheres!
- Eu sei que você ama as mulheres, mas o problema
é que você ama todas elas!
- E tem alguma coisa de errado nisso?!
- Depende do ponto de vista de cada um!
- Exatamente!
- Um passarinho me contou que você contratou até
mesmo uma garota de programa! E que o sotaque
dela era bem sexy!
- Por favor Cláudia! Pare de ouvir o que os
funcionários dizem!
- O que eu posso fazer! Gosto de saber de
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

tudo!!!!!!!!!!! É o meu defeitinho…


- Com certeza você está sendo modesta, quando diz
que é um defeitinho!
- Meu Deus Albert! Você não me diz nada! Eu
quero saber se ela é brasileira! Eu sempre gostei
das brasileiras, elas parecem tão bonitas! E o
sotaque delas é tão bonito! Me dá vontade de falar
igualzinho a elas!
- Não adianta Cláudia! Não vou dizer nada!
- Tudo bem, não pergunto mais!
- Me diz, o que você vai fazer quando sair daqui!
- Ah, deixa eu ver: Eu vou comprar, depois eu vou
comprar mais um pouco, e para finalizar eu vou
comprar mais metade da loja!
- Você é compulsiva!
- O que eu posso fazer! Fui criada assim, não posso
fazer nada para mudar! Eu sou uma princesa! E
vivo como quero, ao contrário de você!
- O que você quer dizer com isso?
- Você é um bom CEO, mas tenho certeza que seria
um excelente jornalista! Você nasceu para
investigar!
- Pra você é fácil dizer isso, já que não é você que
tem que lidar com a pressão do chefão!
- Você tem razão! Mas dei sorte, papai me trata
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

como uma princesa, deixa eu fazer tudo o que eu


quero, não tenho culpa se ele é mais seu ‘chefão’
do que seu pai!
- Cláudia, se você não percebeu, eu estou ocupado!
- Tudo bem, mas que tipo de irmão você é?
- Do tipo, muito ocupado!
- Mas antes de ir embora, eu queria te mostrar uma
coisa!
- O que é?!
- Eu trouxe um presente!
- Pra mim?
- Pra mais quem seria?!
- E o que é?
Cláudia tira um embrulho da bolsa! E depois pega
sua máquina fotográfica.
Albert abre o presente…
- Um porta-retratos? Eu já tenho um milhão de
porta-retratos!
- Mas você vai separar um espacinho pro meu!
Porque nós vamos tirar uma foto agora! Diga X!!!!
Cláudia tirou a foto de surpresa!
- Meu Deus Cláudia! Você me pegou em um
péssimo ângulo!
- Você é lindo de qualquer jeito irmão!
- Eu não vou colocar essa foto no meu escritório!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Claro que vai! Pensa assim, um dia, daqui a


muitos anos, você vai olhar essa foto, e você vai
sentir saudade dessa época, acredite em mim você
vai sentir saudades desse dia!
- Acho que eu nunca vou sentir saudade dessa foto!
- Claro que vai! Principalmente porque você vai se
lembrar que nessa época você estava apaixonado!
- Meu Deus! Você é louca, por quem eu estaria
apaixonado?!
- Ainda não sei! Um dia vou conhecer ela! Mas dá
pra perceber que você está apaixonado, o único
problema é que ainda não percebeu isso!
- Acho que você vê coisas demais.
- Não vejo coisas demais, apenas tenho uma
sensibilidade afiada para ver apaixonados de longe!
O que posso fazer, é uma espécie de dom!
- Tudo bem, mas dessa vez, acredite… esse dom
está descalibrado!
- Tudo bem! Vamos ver… agora eu tenho que ir…
- Vai ao seu labor diário de todos os dias, fazer
compras até os cartões não passarem mais!
- Meus cartões são iluminados, desculpa por isso!
Mas não esqueça de colocar esse porta-retrato em
um lugar bem destacado!
- Pode deixar Cláudia, que não farei isso!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Tudo bem, eu tenho certeza que um dia você amar


essa foto, e que ainda vai sentir falta dessa época!
- Tudo bem Cláudia, você e suas previsões
malucas!
- Não vou tomar o seu tempo irmão! Beijinhos e até
a próxima!
- Até a próxima!
Cláudia foi embora, e Albert continuou a fazer seu
trabalho enfadonho, mas não conseguia parar de
pensar naquela brasileira, ele ficou enfeitiçado pelo
seu jeito de falar, tudo nela o atraia, se lembrava
dos seus lábios, e das curvas do seu corpo. Pensou
naquilo o dia inteiro.
Sua pela, seu toque, sua inexperiência no sexo, o
deixava ainda mais excitado, era algo tentador, ele
não sabia entender que química era aquela, mas
com certeza sentia uma forte conexão.
Quando Albert olhou para Flávia, e Flávia olhou
pra Albert, pronto… todo mundo entendeu, não
precisava dizer mais nada, era algo, que em
português tinham 4 letras, e um super significado,
‘Amor’, uma das palavras mais bonitas em
qualquer língua…
O que será que as pessoas faziam por amor?
Sacrifícios.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Juras eternas.
Correriam riscos.
Perderia tudo o que tem.
Viveria sem nada.
Jogaria tudo ao vento, só para viver com aquela
pessoa?
Era difícil saber, mas com certeza, aquela não era
uma história de amor convencional, os obstáculos
eram reais e assustadores, pois mostravas duas
faces do ser humano, a boa e a má, mostrava o que
os seres humanos poderiam fazer de pior, e o que
os seres humanos poderiam fazer de melhor, mas
no final qual triunfaria, a generosidade ou a
ganância, a amizade ou a maldade, o amor ou o
ódio?!
As vezes, na vida real, as coisas não acabam como
nos contos de fadas, mas o mundo ainda não está
perdido, ainda há esperança, afinal seria uma
idiotice odiar as rosas, só porque uma delas te
espetou...

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Capítulo quatro

Eu quero a garota brasileira…

Em sua sala, por mais que Albert tentasse se


distrair, não tinha como, sempre que estava ansioso
cruzava os braços, o CEO alemão simplesmente
não conseguia parar de pensar naquela brasileira,
era fatal, era algo inevitável, o céu estava forrado
de estrelas, e ele olhava pela janela a vista, era uma
vida tão solitária, sozinho naquele escritório, mal se
notava a vida acontecendo lá fora, o cheiro da vida,
o gosto da vida, a cor da vida, se há algo mais
excitante do que alguém que te desperta
curiosidade, isso é uma coisa que ainda não foi
descoberta.
Ele pensou, pensou, tentou evitar, analisou papéis e
mais papéis, foi até a sua mesa, queria se manter
distraído, mas tudo era em vão, não podia controlar
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

a sua vontade de ligar…


Depois de mais algumas tentativas frustradas de
tentar fazer alguma outra coisa, Albert pegou o
telefone, abriu a gaveta onde tinha o contato de
Klaus, discou o número, e logo foi atendido…
- Senhor Albert Hans, um dos nossos clientes mais
vips! No que posso ajudar?
- Eu queria saber se aquela garota que você me
mandou ontem está disponível?
- Qual garota?
- A brasileira?
- A brasileira, o senhor ficou satisfeito com os
serviços dela, ou ela fez alguma coisa que não o
agradou?
- Eu só quero saber se ela está disponível?!
- Calma senhor Hans, não se preocupe, para
clientes tão importantes como o senhor temos
garotas de alta classe, alguém que se equivale ao
seu nível!
- Eu não quero outra! Eu quero a garota brasileira.
- Tudo bem se o senho insiste! Mas tem um
problema aqui!
- Qual problema?
- É que a brasileira já tinha um cliente hoje!
- E não dá para o senhor fazer nada?!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Sempre tem um jeito para fazer alguma coisa, só


que isso custa?
- Quanto?
- Não posso dispensar um cliente assim em cima da
hora! Terei que cobrar o dobro da última vez.
- Não tem problema! Que horas e aonde?
- Vou marcar com o senhor, daqui a uma hora, ela
encontrará o senhor!
- Vou estar esperando.
Klaus desligou o telefone e disse para um de seus
homens:
- Vai chamar a brasileira!
- Sim senhor!
- Essa garota ainda vai render muito dinheiro pra
gente! Ela é uma galinha dos ovos de ouro!

Enquanto isso no quarto…

Estávamos conversando, quando de repente a porta


se abre, e nós vemos um dos capangas de Klaus…
- Ei você!
- Eu?!
- Sim, você, se arrume! Daqui a meia hora eu vou
voltar, esteja pronta, você tem um programa!
Confesso que me espantei, estava muito nervosa,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

eles não me disseram quem era o cliente. Todas me


olharam com um olhar de pena! - Coitada! Mas
um?- Por mais que elas não dissessem com suas
bocas, seus olhos diziam isso!
Fiz o que aquele traste me mandou, me arrumei
rapidamente, confesso que estava devastada, sabia
que não teria sorte todas as vezes, e que me
depararia com algum crápula.
Exatamente 30 minutos depois, o capanga abre a
porta e me leva até Klaus…
- É brasileira, continue assim e nós não teremos
problemas! Faça o que tenha que fazer e volte com
o dinheiro! E lembre-se, sabemos exatamente
quanto o cliente vai pagar, por isso não queira
bancar a esperta, ouviu sua vagabunda!
- Sim!
- Eu disse pra você falar só sim?! É sim senhor! Me
responde de novo!
- Sim senhor!
- Isso, você aprende rápido, continue assim, e você
vai longe garota, longe! Agora vai, que eu não
quero que o cliente te espere por muito tempo.
- Sim senhor!
- Ivan, leva ela!
- Sim senhor!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Estava tão nervosa, que as mãos tremiam, eu estava


apavorada, era apenas minha segunda vez, e eu
ainda não tinha me acostumado com aquilo, mal
tinha conseguido assimilar a primeira, e já teria a
segunda!
Ivan me levou até um hotel muito discreto, sua
faixada cinza, fazia minha curiosidade aumentar
mais e mais, porém ao mesmo tempo tentava tardar
aquela ‘sessão’, andava mais devagar, mas Ivan
estava ali para me apressar. Dizia que eu não podia
falhar, e que eu tinha sorte, já que esse homem era
muito poderoso e que eu era uma felizarda por
passar uma noite com ele, ele ainda ressaltava que
o dinheiro que ele ia me dar, eu não ganharia em
um ano de trabalho.
Obviamente eu achava aquilo uma hipocrisia da
parte dele, já que eu não ficaria com nada! Tudo
iria para os bolsos sem fundos do meu cafetão, ele
sim poderia se vangloriar de quanto ganhava por
noite com cada garota, além dele não ter que
submeter aquelas humilhações, também ficava com
100% do lucro, aquela exploração era incabível.
Eu não era nem uma prostituta, pois eu não ficava
com um centavo do lucro da venda do meu corpo.
Eu era sim uma traficada, sem direitos, sem
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

escolhas…
O número do quarto era 143, e eu andei por aquele
corredor muito lentamente, em um percurso de 30
segundos, e demorei 5 minutos, não queria ir, mas
era obrigada, sabia das regras.
Cheguei em frente a porta, e bati, porém vi que ela
estava entreaberta, pensei que o cara era tão tarado,
que não queria nem que eu batesse.
Vagarosamente, fui entrando, até que vi um homem
sentado em uma poltrona de costas com um copo
de uísque na mão, seu relógio era redondo e preto,
a fivela de couro, não reconheci de cara, pois estava
espantada.
Segui lentamente, e comecei a falar…
- Olá… Eu sou a garota, você sabe…
- Alguma coisa me diz que você não tem muita
experiência no que está fazendo!
A poltrona se vira, e era ele, Albert Hans, eu mal
pude acreditar, relaxei na hora e agradeci aos céus.
Mas ao mesmo tempo fiquei um pouco
desconfiada, afinal por que aquele homem me
chamou de novo? Minha autoestima não era tão
alta assim para pensar que eu era irresistível. Mas
Albert interrompeu os meus pensamentos, fazendo
uma pergunta que eu não sabia como responder:
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Por que você foi embora daquele jeito?!


- De que jeito?
- Você nem falou comigo, foi embora enquanto eu
estava dormindo!
- Eu achei que não era necessário, já que nós já
tínhamos feito o serviço!
- Você não se envolve com os seus clientes,
entendi!
- Na verdade eu não sei como são os meus clientes,
pois o senhor foi o meu primeiro!
- Primeiro?!
- Sim, você foi o primeiro com quem eu fiz sexo na
minha vida!
- Me desculpa se eu foi insensível, mas na verdade
eu nem percebi!
- Engraçado, porque você pagou exatamente por
isso!
- Na verdade, eu tinha pedido os seus serviços para
o meu amigo, e não para mim!
- Eu sei disso.
- Você realmente era virgem?!
- Se a definição de virgem, é alguém que nunca fez
sexo, bom… sim, eu era virgem.
- Você nunca teve um namorado?!
- Na verdade eu nunca me encaxei em
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

relacionamentos! Acho que eu não nasci para fazer


parte de um.
- E por que?
- Porque eu me acho esquisita demais, para ter que
me adaptar a uma outra pessoa!
-E por que aceitou se tornar garota de programa?!
- As vezes as pessoas não tem tantas opções, como
você, que nasceu rico em um país desenvolvido!
- Você é muito perspicaz, não entendo como
escolheu essa vida!
- Talvez eu goste, você não tem como saber!
- Sim, é verdade, talvez eu não te conheça tão bem!
- E nem eu conheço você tão bem! Na verdade esse
é o segundo encontro, e acho que já esperamos
muitas coisas um do outro!
- Por que você diz isso?
- Bom… é pra se desconfiar, um dia você me
contrata, e no dia seguinte também, eu não sou tão
egocêntrica de pensar que você me chamou de
novo porque eu sou irresistível na cama!
- Sabe de uma coisa, você é irresistível! Tem
alguma coisa em você, alguma coisa que eu não sei
dizer o que é! Você tenta dissimular, tem uma
tristeza no olhar, mas por algum motivo, você tenta
esconder. Primeiro esconder de mim, e segundo,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

esconder de você mesma.


- Nossa! Como o senhor é curioso, para alguém que
apenas administra empresas!
- Eu não sou apenas um administrador de empresas,
na verdade o que eu mais queria fazer na vida era
ser jornalista!
- E por que não foi?!
- Como você disse a pouco, nem todos nós temos
escolhas, o meu pai tinha muitas expectativas sobre
o meu futuro! Ser CEO, foi quase uma obrigação!
- E por que você não larga tudo, e vai viver a sua
vida!
- É porque eu não sei exatamente o que eu quero!
Mas eu sei exatamente o eu quero agora!
- E o que você quer?
- Eu quero você!
Ele era extremamente sedutor, sua voz, seu jeito de
ser expressar, a maneira como movimentava suas
mãos, era muito fácil se apaixonar por um homem
assim. A arrogância primária caiu, estava mais
doce, e mais atencioso, e aquilo me amedrontava,
eu não sabia, ele poderia muito bem ser um lobo
envolvido em uma capa de cordeiro.
Mas como ele era encantador, isso eu não poderia
negar…
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Foi pra isso que você me pagou, não é? Mas antes


eu quero te fazer um pedido!
- Qual pedido?!
- Me ensina!
- Ensinar o que?
- Me ensina tudo o que você sabe sobre fazer sexo!
- Você quer que eu seja o seu professor?!
- Sim. Quero que você me ensine o que fazer e
como fazer!
- Com certeza você aprende rápido!
- Sim, eu aprendo rápido!
- E o que você acha de nós começarmos essas aulas
agora mesmo?!
- Pode ser!
Albert se aproximou de mim, sua camisa branca
estava com os dois primeiros botões abertos, ele
então sussurrou no meu ouvido:
- Aula um…
Confesso que me arrepiei inteira, ele era sem
dúvida um homem sensual…
- Quando você fazer amor com alguém, toque
suavemente no seu rosto, desse jeito…
Ele acariciou a face do meu rosto, quando ele me
tocou, eu instantaneamente senti o meu coração
bater mais forte.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Depois de tocar, você fala bem baixinho, e toca


no cabelo dela, que coincidentemente é muito
bonito.
Após, beije a sua orelha, isso é muito bom, nada de
pressa, a pressa acaba com a perfeição de uma boa
transa.
- Tudo bem, eu prometo que eu estou gravando
tudo.
- Não fale, sinta, o sexo é pra ser sentido, e não
comentado, por isso o que você fizer entre quatro
paredes, deixe lá dentro, isso é privado, faça as
coisas mais proibidas, e não conte a ninguém.
O beijo, não tem nada mais importante do que o
beijo, pode ser o primeiro ou o último, mas se você
não conseguir um bom beijo, de nada vale, a transa
será fria, sem emoção, e uma transa sem emoção é
o mesmo que ver um belo piano, e não poder tocá-
lo, sabe, a música é a sintonia entre os dedos e o
piano, na verdade a música não é nada além do que
o orgasmo de dois objetos, a pessoa e o
instrumento.
De nada vale ter um belo livro e não poder lê-lo.
Ele envolveu seu braço direito na minha cintura, e
tocou no meu rosto com a mão esquerda, me
lembro como se fosse hoje.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Ele encostou seus lábios na minha boca tão


suavemente, depois delicadamente chupou meu
lábio inferior, e como aquilo era excitante, me dava
vontade de beijar cada vez mais.
Não sei mais quantos anos vou viver, mas com
certeza aquele foi um dos melhores beijos da minha
vida. Depois que ele me beijou daquele jeito, foi
muito difícil, pois não achei mais ninguém que
beijasse como ele o fazia, ele tinha algo a mais nos
lábios, uma coisa mágica que fazia você flutuar
sem tirar os pés do chão. Quando se aproximava,
quando me tocava, meu coração parecia que iria
parar, meus pés saiam do chão, sentia borboletas
dentro do meu corpo, como ele beijava bem. Bem
que uma das minhas concelheiras me disse:
- Não tem nada melhor do que foder com o cara
que você gosta.
Ele beijava, e de repente pausava, e olhava
profundamente dentro dos meus olhos, e me
paralisava, aqueles olhos, eu tremia só de vê-los,
era algo perturbadoramente maravilhoso.
Depois de um longo beijo, e uma longa troca de
olhares, ele me deita lentamente na cama, eu já
estava completamente excitada, ele tirou a camisa,
e me disse…
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Quando você tirar a calcinha, faça disso seu maior


ato sedutor, hoje eu vou te ensinar como.
- Como?
- Eu vou tirar pra você…
Ele tirou o meu vestido, e enquanto as velas se
apagavam, ele começou a tirar a minha calcinha
com a boca, lentamente, a calcinha ia sendo
retirada, e por cada pedacinho do meu corpo que
ela ia passando, ia me dando um prazer
inexplicável, era bom, simples e eficiente.
Em seguida ele tirou a parte de cima da minha
lingerie, meus seios ficaram a mostra, e ele
encostou o peito dele sobre o meu, e como aquele
era selvagem e doce, ele lambia os meus seios,
delicadamente, eu estava a flor da pele, não sabia
que fazer sexo era algo tão prazeroso, na verdade
nunca senti aquilo antes, como dois corpos podiam
compartilhar sensações tão deliciosas?!
Eu dava pequenos gemidos, segurava o lençol com
força, minhas pernas tremiam, ele beijava cada
pedacinho do meu corpo, até que chegou na minha
vulva, ele começou a estimular o meu clitóris, fazia
questão que eu sentisse o maior prazer que eu
pudesse.
Depois de muita estimulação, ele finalmente tirou a
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

calça social, a bunda dele era muito bonita, e foi


quando começou a me penetrar, eu sentia muito
prazer, só me restava arranhas as suas costas, os
gritos ecoavam pelo quarto, ele me olhava, e
também gemia…

Meus dedos escorregavam pelas suas costas….


Ele penetrava o mais profundo que podia…
Me olhava, e me paralisava…
Depois me levantou, e me encostou na parede…
Os beijos eram simples e constantes…
Os corpos suavam, e suavam…
Dava pra ouvir o barulho do pênis dele me
penetrando…
Gemidos…
Gemidos…
Corpos unido….
Gemidos…
Beijos…
Aranhões…
Meu cabelo encostava na pele dele…
Meus pés tocavam em suas pernas…
Meus seios tocavam em seu peito forte…
Uma tatuagem…
Eu dava pequenas mordidas em seu pescoço…
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Ele mordia os meus lábios…


De repente ele me virou..
Apertou a minha bunda…
Depois a mordeu…
Penetrou…
Apertava os meus seios…
Tocava na minha vulva…
Gemidos..
Gemidos…
Minhas pernas tremiam…
Minha voz falhava…
Minhas mãos estavam encostadas na parede…
Ele queria me dominar…
E eu deixei…
Fomos para o chão…
Tinha um pequeno espelho no teto…
Vi ele me penetrando…
Gostei da imagem...
Estava quase lá…
Estava quase lá…
Faltava pouco…
Muito pouco…
Gozei…
Minhas penas relaxaram…
Ele gozou…
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

E me olhou…
Falou:
- E aí, gostou?
Não respondi…
Não precisava dizer nada..
- Essa foi a aula de hoje… Se você quiser, o seu
professor ainda tem muita coisa para te ensinar.
Acabou?…
Me levantei, e coloquei a roupa, a parte boa tinha
acabado, iria voltar para a infelicidade…

- O dinheiro? Perguntei pra ele…


- Está aqui.
- Obrigada…
- Eu posso te chamar de novo?!
- Se você quiser?!
- Isso é tão estranho! Transamos e depois dissemos
adeus, assim?
- É assim que tem que ser!
- Sei lá, a gente poderia sair!
- Sem saídas, eu só sou uma garota de programa, só
uma garota de programa…
- Você é mais do que isso! Só que não acredita!
Eu sorri…
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Quanto você me cobraria por um beijo a mais?


- Um beijo?
- Sim, um beijo?
- Não vou cobrar!
- Que bom, então vem aqui…
- Não vou cobrar, porque eu vou deixar para uma
próxima vez!
- Bem que você disse que aprende rápido.
- Isso mesmo professor.

Capítulo cinco
Enquanto o bem tira férias, o mal
trabalha dobrado…

Enquanto alguns tentam, outros conseguem, o mal


trabalha mais, e o bem descansa mais.
É difícil saber ao certo como o jogo funciona,
regras, jogadores e jogadas, a vida parece mesmo
estar sempre brincando, pra lá e pra cá, as vezes um

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

lado ganha e as vezes perde, e no meio disso tudo


estão as pessoas, que são apenas peças em um
imenso sistema de corrupção.
O tráfico de pessoas não é epenas feito por ‘caras
maus’, ele é feito por ‘caras’ que são super
respeitados, e que ninguém desconfiaria.
As aparências enganam, e como enganam…

Mas um dia de trabalho, Albert despertava tinha


todo um império para cuidar, e não sabia que uma
das pessoas que iria lhe fazer mais mal, estava bem
do seu lado.
Sebastian, o cara da despedida de solteiro, era um
dos melhores amigos de Albert, se conheciam
desde sempre, e eram quase inseparáveis.
Sebastian sempre teve uma queda por Cláudia, irmã
de Albert, mas isso nunca foi correspondido,
porque por algum motivo, a irmã do CEO nunca foi
com a cara dele. Tinha alguma coisa de esquisito.

Cláudia mais uma vez foi visitar o irmão, só que


desta vez, ele não estava sozinho. Sebastian estava
junto com o CEO. Cláudia não se intimidava,
mesmo que tivesse um pé atrás.
- Olá irmão! Como está sendo o seu dia.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Está indo muito bem. Você não vai falar com o


Sebastian Cláudia?! Onde está a sua educação?!
- Hoje eu deixei ela em casa!
- Cláudia!
- Tudo bem Albert, não precisa obrigar ela a falar
comigo! Disse Sebastian se fazendo de vítima.
- Nossa. Como ele está sensível hoje!
- Cláudia, pare de provocá-lo.
- Tudo bem Albert, não falo mais nada! Desculpa
eu bancar a chata! Mas vocês dois não valem nada!
A Isabel não sabe, mas o que vocês fizeram foi
imperdoável!
- O que?
- Me admira você Albert, esse cara vai se casar com
a sua irmã, e você faz uma despedida de solteiro
pra ele?! Eu até jurei que não iria falar nada! Mas
isso é muita sacanagem!
- Eu já falei Cláudia, foi só uma festa entre amigos,
não teve nada demais! Se retrata Albert.
- Nada demais?! Você contratou uma prostituta
para o seu futuro cunhado!
- Eu me arrependi Cláudia, tanto que depois eu não
deixei ele ficar com ela!
- Aí você ficou né Albert?! Comenta Sebastian.
- Nossa, vocês dois são dois nojentos!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Foi um erro Cláudia, não podemos nos arrepender


dos nossos erros?!
- Eu sei Albert que você pode ter dado uma
vacilada, em você eu confio, mas nele não!
- Não fique com ciúmes Cláudia, se eu escolhi a
sua irmã, e não você!
- HaHaHaHaHa!!!!!!!! Isso é uma piada?!
- Não diz isso Sebastian! Diz Albert!
- Eu nunca quis ficar com você Sebastian!
- Eu sei que você guarda ressentimentos, mas você
era muito nova pra mim Cláudia!
- Desce dessa nuvem que você subiu! Eu nunca
quis nada com você, e você é ridículo de supor uma
coisa dessa!
- Vamos para com essa discussão! Tenta
harmonizar Albert.
- Eu não sou ridículo Cláudia, só que nós homens
temos necessidades!
- Não me venha com essa conversa machista e sem
nexo! E quer saber de uma coisa, hoje eu não saí de
casa para ouvir merda! Por isso vou sumir daqui!
- E qual foi motivo da sua visita Cláudia!
- O papai, ele me mandou para te perguntar sobre
os desfalques da empresa!
- Isso sim está tirando o meu sono! Os relatórios
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

não fecham, tem alguém que está nos roubando!


Diz Albert.
- Isso é mesmo um problema sério! Lealdade é
tudo! Diz Sebastian.
- É difícil saber quem fez, pois o cara camufla tudo,
podemos culpar a pessoa errada, e isso eu não me
perdoaria!
- Realmente Albert, você deve agir com muita
cautela!
- Cláudia, diz para ‘chefão’, que depois nós
resolvemos isso! Afinal temos um casamento para
comemorar!
- Infelizmente!
- Por favor Cláudia!
- Tudo bem Albert, não falo mais nada! Minha
boca é um túmulo!
Você sabe que eu e a Isabel não nos damos muito
bem, por isso não vou mais falar desse aí, mas
saibam que eu não sou obrigada a guardar o
segredinho de vocês!
- Por favor Cláudia, não vá criar problemas com a
família, por causa de nada! Diz Sebastian!
- Quer saber de uma coisa, eu não vou falar mais
com você, finge que eu não existo! Porque eu já
faço isso há muito tempo!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Tudo bem Cláudia, se assim que você prefere?!


- E para de se fazer de santo Sebastian, porque você
pode enganar todo mundo aqui, mas a mim você
não engana!
- Tudo bem!
- Estou indo!
- tchau Cláudia!
Cláudia saiu do escritório do irmão, foi até o
banheiro para retocar a maquiagem, porém quando
mesmo esperava Sebastian aparece bem na sua
frente…
- O que você está fazendo aqui? Ficou louco de
vez?!
- Não só vim até aqui pra te dizer que é melhor
você parar com essas ameaças!
Sebastian pega no braço de Cláudia…
- Você está me machucando Sebastian!
- E é pra machucar, aí de você se continuar no meu
caminho!
- Me solta! Descompensado! Eu não tenho medo de
você!
- Mas se você fosse uma garota inteligente, teria
muito medo de mim!
- E por que?
- Você não me conhece Cláudia! Não sabe o que eu
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

sou capaz!
- Eu não sei o que você é capaz, mas sei que você
não vale nada!
Sebastian tenta beijar Cláudia na boca, mas ela
resiste…
- O que você está fazendo?!
- Me diz, você ainda é virgem ou aquele idiota do
seu namorado já se portou como um homem de
verdade, e deu o que você merece?!
- Me solta seu porco! Eu não vou dizer isso pra
você!
- Tudo bem! Mas você é tão gostosinha! Se eu
tivesse a chance, você veria o que é um homem
com H maiúsculo!
- Duvido muito! Você é um covarde!
- Você não deveria tratar assim o noivo da sua
irmã!
- Pena que a Isabel seja tão burra, e não perceba
que você e nada são a mesma coisa!
- Você quer saber de uma coisa?! Eu nunca gostei
da sua irmã como eu gosto de você!
- Se você tentar mais alguma coisa, eu juro que eu
conto tudo pro meu pai!
- Vai pode ir contando pro seu papaizinho! Mas
ninguém vai acreditar em você! Todo mundo confia
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

em mim! Seu pai, seu irmão, sua irmã, inclusive


vou me casar com ela!
- Ela não gosta de você! Seu nojento!
- E quem disse que as pessoas se casam porque são
apaixonadas?! As pessoas se casam porque isso é
conveniente!
- Quer saber de uma coisa?! Se ela quiser se
enganar o problema é dela, mas eu não sou
obrigada a ficar aqui com você! Eu te odeio! E um
dia, um dia a sua máscara vai cair, e todo mundo
vai saber quem é você de verdade!
- Se conforme Cláudia! Esse dia não vai chegar
nunca!
- Se eu fosse você, eu não teria tanta certeza assim!
Porque nunca, é muito tempo!
- Eu sempre quis te comer Cláudia!
- Sabe o dia que isso vai acontecer Sebastian?!
Nunca!
- Nunca, é muito tempo Cláudia!
Cláudia se solta, e vai embora, transtornada! Mas
não pode ir imediatamente para casa, tem que
encontrar o seu namorado…
Ela pega o carro, e o espera em um café próximo de
uma escola, é quando Antônio chega até a mesa.
- Oi Cláudia.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Meu Deus! Até quem em fim você chegou! Sabe


quanto tempo eu te esperei?!
- Eu já disse pra você não chegar tão cedo, eu
estava dando aulas, e agora tenho que fazer isso em
dois turnos…
- Você trabalha demais amor! Eu já disse que se
você quiser eu te dou uma ajudinha!
- Eu já disse que eu não quero o seu dinheiro
Cláudia! O seu pai já acha que eu estou com você
só por causa do seu dinheiro! Quero dizer, todo
mundo acha isso! Alguém como você, não deveria
ficar com alguém como eu!
- E por que não?! Eu te amo Antônio e é isso que
importa!
- Eu também te amo Cláudia! Mas…
- Mas o que? Deixa os outros pra lá Antônio! Aqui,
a única coisa que importa é você e eu. Mas
mudando de assunto, como foi o seu dia?
- Um pouco estressante, mas eu estou levando. E o
seu?
- Também foi um pouco estressante, mas eu
também estou levando!
- O que você quer fazer?!
- Eu quero transar!
- Na minha casa ou na sua?!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Na sua!
- Feito.
Cláudia e Antônio saíram dali, e foram direto para
a casa dele. Tudo estava bagunçado! Mas Cláudia
não se importava com isso, pulou no colo do
professor, e foi logo tirando a roupa, Antônio por
sua vez, um pouco atrapalhado, estava tentando
tirar a blusa, mas não estava conseguindo, depois
deixou os óculos caírem.
Cláudia jogou um sapato para cada lado, e Antônio
não conseguia andar muito já que ele não tinha
tirado a calça por completo, e ainda tinha que
carregar Cláudia, quase que ele tropeçou!
Ele estava se conduzindo para a cama, mas Cláudia
o interrompeu.
- Não, na cama não!
- E aonde você quer?
- Em cima da máquina de lavar!
- A máquina de lavar roupa?!
- Sim! Eu quero lá em cima!
- Ok, vamos pra máquina de lavar!
- Não esquece de ligar ela!
- Você quer que a gente transe em cima da máquina
de lavar roupa ligada?
- Exatamente! Você tem algum problema com
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

isso?!
- De jeito nenhum! É por isso que eu te amo!
- Vamos pra máquina!
- Vamos pra máquina!
Antônio chega até a máquina de lavar, a liga, e os
dois começam a transar ali mesmo, o balanço não
os incomodava!
- E aí amor tá gostando?!
- Tô adorando amor! Balança um pouco, mas
depois de um tempo a gente se acostuma!
- Isso aí amor! Não para não!
- Não vou parar amor!

30 minutos depois…
- E aí amor, gostou?
- Você tá brincando comigo?! Isso foi muito bom!
Disse Antônio!
- Sabe o que eu mais gosto em você?!
- O fato do professor aqui ser pobre!
- Não palhaço! É você me entender assim! A gente
se completa, sabe! Eu sou a garota materialista, e
você é o cara que condena o consumismo!
Realmente, os opostos se atraem.
- Realmente!
- Agora eu tenho que ir!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Por que tão cedo?!


- Tem um jantar idiota na minha casa hoje! “O
casamento idiota da minha irmã” se esqueceu?!
- Não, não me esqueci!
- Então hoje todo mundo vai resolver os últimos
detalhes dessa besteira, e eu tenho que estar lá!
- Que pena! Você poderia ficar mais um pouco!
- Esquece Antônio! Meu pai me obrigou a ir! Não
tenho como fugir, afinal de contas, não vou perder
o meu cartão de crédito favorito, só por causa
daquele idiota!
- Tudo bem, então quando vamos nos ver de novo?!
- Eu te ligo!
- Ok, fico aguardando!
-Se eu não te ligar, eu venho aqui! Não tem
nenhum problema, não é?
- De nenhuma maneira! Se eu pudesse, ficaria o dia
inteiro com você!
- Fazendo o que?
- O que você mais gosta de fazer?!
- Não me faça essa perguntinha! Agora vamos
parar com a brincadeira, eu realmente preciso ir!
- Tudo bem, vai lá amor! Mas eu vou sentir
saudades!
- Eu vou sentir mais!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Não, eu vou sentir mais!


- Me dá um beijo e me leva até a porta!
Antônio dá um beijo em Cláudia!
- E aí como foi esse beijo?!
- Esse beijo foi melhor do que o de ontem! E o de
amanhã, vai ser melhor do que o de hoje!
- Você sempre diz isso Cláudia!
- As melhores coisas ainda vão acontecer! Tchau!
- Tchau! Boa sorte!
- Me deseje mesmo! Porque eu vou precisar!
Cláudia entra no carro, e manda um beijo para
Antônio!
A patricinha, chega em sua mansão, onde está
acontecendo um jantar muito importante, quando
Cláudia chega, seu pai vai em sua direção para
abraçá-la. Alexandre nunca fez questão de esconder
que Cláudia era sua filha favorita. Isso incomodava
algumas pessoas.
Isabel, a irmã de Cláudia, e Sebastian os
observavam de longe, ele fazia questão de destilar o
seu veneno…
- Olha lá! Nem no jantar de organização do seu
casamento ele se lembra de você Isabel! Ele a ama,
e vai amar muito mais os filhos que ela tiver! Você
terá que se contentar com as sobras!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Por favor Sebastian! Será que você pode parar de


me provocar pelo menos hoje?!
- Isso não é provocação Isabel! Isso é constatação!
E eu nem sei por que você fica tão nervosa com
essa situação?! Sempre foi assim, desde que ela
nasceu, roubou toda atenção!
- Ela não é perfeita!
- Claro que é! Olha só, todos gostam dela, é
autentica! Inclusive namora um professorzinho
barato, e ninguém se opõe as suas vontades!
Enquanto que você se casará com o partido que lhe
corresponde! E ninguém te dá atenção! Você faz
tudo o que seu pai manda você fazer, e mesmo
assim ele não te ama, como ama ela.
- Você pode parar com isso Sebastian!
- Não, não vou parar! Ela é um perigo! Eu já te
avisei! Se você não fizer nada! Ela sempre estará
entre você e o amor do seu pai! Lembra como ele te
amava, quando você ainda era a filha única?!
Hoje te resta apenas as migalhas!
- O que você quer que eu faça! Essas suas
conversas não vão nos levar a lugar nenhum!
Melhor você ficar quieto e aceitar o lugar que a
minha família está te oferecendo!
- Atenção a todos, vamos a mesa! O jantar está
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

servido! Disse Alexandre!


E Sebastian solta o último comentário venenoso…
- Claro, a filha favorita dele chegou, agora nós
podemo ir até a mesa! Porque nós temos a noiva
mais desimportante de todas!
Isabel não diz nada, mas está envenenada por sua
inveja, não consegue mais dissimular todo o ódio
que sente pela sua irmã.
Todos vão até a enorme mesa de jantar da família
Hans.
Alexandre começa a falar…
- Antes de tudo, eu quero agradecer a presença de
todos, e dizer que quero dar as boas vindas ao meu
futuro genro, Sebastian é um grande prazer recebê-
lo aqui!
- O prazer é todo meu senhor Alexandre, estou
muito feliz de poder fazer parte dessa família tão
especial!
- E você filha tem alguma coisa a dizer? Pergunta
Alexandre para Isabel.
- Eu queria também agradecer a presença de todos,
e dizer que vou realizar um sonho, me casarei com
o homem certo pra mim! Que manterá a minha
estirpe elevada! Ao contrário da minha irmã! Que
só dá dores de cabeça para o meu pai!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Vai começar! Sussurrou Albert.


- O que você quer dizer com isso Isabel?! Pensei
que hoje fosse o seu dia, e que eu não devesse abrir
a boca!
- Exatamente Cláudia! Mas ficamos aqui a sua
espera! O papai não queria que o jantar fosse
servido até você chegar! Você sabia que hoje era
um dia importante para mim! Por que você não
chegou?! Onde você estava?!
- Eu estava transando com o meu namorado!
Todos se entreolham, Albert desaperta o nó da
gravata, Alexandre bebe um pouco de vinho e
Sebastian ri.
- Por favor Cláudia, não baixe o nível dessa
conversa! Disse Isabel.
- Me desculpa Isabel, mas quem baixou o nível
dessa conversa foi você! Rebate Cláudia.
- Eu só perguntei aonde você estava! Não te pedi
detalhes da sua vida privada!
- Você me provocou, eu só respondi a altura!
Alexandre se mete na conversa…
- Por favor meninas, não vamos brigar! Vamos
ficar em harmonia! O casamento está chegando…
- Eu não acredito nisso pai! Ela fala uma coisa
nessa na mesa, e eu não posso nem ao menos
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

criticá-la! Esbraveja Isabel…


- Vamos manter a compostura Isabel!
- Diga isso para a Cláudia! Não fui eu que disse que
transei com o meu namorado!
- E digo de novo Isabel! Transei com ele! E foi
muito bom! Ao contrário do que você faz com esse
crápula, que vai ser o seu marido!
- Não chame ele de crápula Cláudia!
- Eu chamo sim! Porque é isso que ele é! Um
crápula! Você não percebe Isabel, você vai cometar
o maior erro da sua vida se casando com ele!
- Eu não vou cometar erro nenhum! Ele será o
maior acerto da minha vida! Não sou eu que gosto
de um homem de uma classe inferior!
- Você é muito soberba! Julga os de baixo e os de
cima! E a única coisa que realmente te importa é a
classe social de alguém, as contas bancárias! Mas
me diga uma coisa Isabel, você transa com as
contas bancárias do Sebastian?!
- Cláudia por favor! Diz Alexandre!
- Não pai, eu não vou me calar! Eu não posso me
calar! Eu sei que eu gosto de comprar coisas, mas
eu sei que no fundo não é aquilo que me completa!
E ela não pode me julgar por eu namorar um cara
pobre! Porque ela também já se apaixonou por um!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Isabel se levanta e grita descontrolada…


- Cala boca!!! Você não tem o direito de dizer isso!
Alexandre fala de novo…
- Por favor Cláudia, não nos lembre desse episódio!
Isso ficou no passado!
- Não, eu não vou fingir que nada aconteceu! Por
que a culpa também é sua pai!
- Minha?!
- Sim, você sabe, no fundo a culpa é sua! Não
deixou a Isabel ficar com o motorista, e olha só no
que deu?! Caiu de paraquedas nos braços desse
aproveitador!
- Cala boca Cláudia! Você não tem o direito de
falar sobre isso! Isso não é problema seu!
- Você tem razão! Se você é uma fraca, e não
conseguiu nem ficar com quem você queria ficar de
verdade, realmente isso não é problema meu!
- Eu não sou fraca! Apenas obedeci o meu pai!
- Se obedecer significa nunca fazer o que se quer
fazer, prfirio mil vezes desobedecer!
- Vamos controlar os ânimos! Disse Albert…
- Não se meta nesse assunto Albert, isso não tem
nada a ver com você! Diz Cláudia.
- Tudo bem…
- Um dia, vocês vão saber que esse cara aí, que é
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

tão estimado por vocês, não vale absolutamente


nada! Eu sinceramente espero que não seja tarde
demais!
- Tarde demais para que? Pergunta Sebastian
ironicamente.
- As vezes não adianta dizer, mas o tempo vai
mostrar quem você é!
- Eu sou o que vocês estão vendo! Um amigo da
família! Vocês me conhecem desde sempre! Acha
que eu faria alguma coisa?!
Alexandre responde…
- Claro que não Sebastian, você é de casa, conheço
seu pai desde que éramos adolescentes…
Albert também se manifesta a favor do amigo…
- Por favor Cláudia, Sebastian é um excelente
amigo na vida pessoal, e um ótimo parceiro nos
negócios!
- Pensem o que vocês quiserem?! Em terra de cego
quem tem um olho é rei! Diz Cláudia;
- Sabe Cláudia, por que você não fica quieta?! É
melhor, ninguém aqui liga para sua opinião! Diz
Isabel sorrindo.
- Não diga isso Isabel! É óbvio que nos ligamos
para o que a sua irmã pensa e diz! Defende
Alexandre!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Claro pai, o jantar é meu, mas você não para se


orbitar em torno da Cláudia!
- Por favor filha, não fique com ciúmes! Eu amo
vocês três da mesma maneira!
- Não diga isso, porque é uma mentira!
- E lá vem a Isabel se fazendo de vítima!!! Diz
Cláudia!
- Eu não me faço de vítima, eu apenas estou
constatando! Você faz tudo o que ele desaprova,
mas mesmo assim continua sendo a favorita!
- Para com esses seus dramas! Não me culpe pelas
suas frustrações! Por que você não desiste de tudo
isso, e vai correndo atrás daquele seu motorista!
- Olha ela me provocando pai!
- Por favor Cláudia, deixe a sua irmã em paz! E
esqueça desse assunto!
- Não. Não vou esquecer! Porque todo mundo acha
que essa família é perfeita! E isso é uma mentira!
Uma hipocrisia! Essa família está desabando, e
ninguém faz nada! Essa família está convidando
um inimigo pra fazer parte da mesa, e não percebe,
porque ele se disfarça de cordeiro, mas ele é um
lobo! Então eu não vou fazer coro para loucuras de
vocês! Se você quiser se casar Isabel, então case!
Mas quero que você saiba, que você ainda vai ser
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

uma mendiga, que vive implorando por amor, mas


que nunca vai recebê-lo em abundância! Você deu
as costas para você mesma! Não coloque a culpa
em mim, não fui eu quem te traiu, você fez isso
consigo mesma!
Todos ficam calados!
Cláudia se levanta da mesa, e vai embora, e
Alexandre anuncia…
- Acho que não temos mais clima para jantar!
- Concordo pai! Diz Albert.
- Então, acho que devo dizê-los, que tenho uma
reunião com alguns clientes, e como aqui acabou
mais cedo, acho que devo ir andando.
Diz Sebastian…
- Reunião a essa hora? Questiona Alexandre…
- Sim, devo adiantar algumas negociações antes do
casamento…
- Entendo, então vá. Diz Alexandre…
- Vou indo Isabel.
- Tudo bem.
Quando Sebastian estava de saída, ouvi Alexandre
dizer:
- Que bom que você veio Albert, precisamos falar
sobre os desfalques, cada vez o rombo fica maior.
- Eu sei pai, não entendo como está acontecendo, o
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

controle é tão rígido! Quem está fazendo isso, com


certeza é de confiança!
- Eu sei! Temos que descobrir quem é!

Sebastian vai embora, e vai ao encontro ‘dos


clientes’ dele.

Chegando em um bar, ele pergunta…


- Eu quero falar com o chefe?
- Quem deseja?
- Diz que é um grande amigo;
O homem vai até o ‘chefe’, e volta…
- O chefe disse que você pode entrar.
- Onde ele está?!
- Nos fundos.
Sebastian vai até uma sala que tinha nos fundos do
bar. E chegando lá tem três homens, dois capangas,
e o ‘chefe’, e ele começa a falar…
- Pensei que você não fosse mais aparecer?! Onde
está o meu dinheiro Sebastian?!
- Eu já estou providenciando chefe!
- Acho bom! Porque a sua dívida é grande! Ou será
que você quer pagar com a vida!
- De nenhuma maneira ‘chefe’! Eu vou pagar, só
que está cada vez mais difícil desfalcar, notaram o
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

rombo.
-Isso não é problema meu!
- Eu sei disso! Mas eu vou me casar! Vou
conseguir muito dinheiro com esse casamento!
- Assim espero, mas lembre-se: Eu não sou um
homem muito paciente.
- Eu sei disso!
- E pra quando é o casamento?!
- Muito em breve chefe!
- Quantas vezes eu tenho que te dizer para você
parar de me chamar de ‘chefe’, afinal há quanto
tempo nos conhecemos?
- Faz muito tempo!
- Então por que você não me chama pelo meu
nome?!
- Eu sei Klaus, prometo que vou te chamar pelo seu
nome! Klaus é um nome muito forte!
- Foi isso que o meu pai disse quando colocou esse
nome em mim!
- Mas mudando um pouco de assunto! Eu quero
saber se você pode me fazer um favor?!
- Depende que tipo de favor você está pedindo!
- Eu quero que você dê um jeito em uma garota!
- O que? Matá-la?!
- Não sei, o que você quiser! Afinal não é isso que
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

você faz? Você sabe lidar com as garotas!


- Ela é bonita?
- Sim.
- E é arisca?
- Muito!
- Adoro, adoro domar uma garota arisca! Traz ela
aqui, e a gente vê o que faz com ela!
- Tudo bem!
- E o seu cunhado?! Ele gostou de uma das minhas
garotas! Aquela que foi pra sua despedida de
solteiro!
- Se eu fosse você abriria o olho, o Albert não é
burro, daqui a pouco ele saca que você não é
apenas um cafetão! Em um piscar de olhos ele
descobre que a sua garota é traficada.

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Capítulo seis
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Pedido de ajuda

Novamente lá estava eu, enfurnada naquele lugar,


e como eu odiava aquele quarto, o pior era a
sensação de estar presa sem ter feito absolutamente
nada. Eu olhava as paredes, e confesso que quase
enlouqueci lá dentro. As horas não passavam, e eu
acho que estava começando a me apaixonar por ele,
Albert parecia confiável, mas ainda não tinha
certeza se deveria contar alguma coisa para ele. Eu
sabia que só tinha um tiro, uma oportunidade, e se
eu falhasse, pagarias as consequências. Eu só
queria sair de lá, e tirar o máximo de garotas que ali
se encontravam, eu não queria bancar a heroína, e
nem nada disso! Eu só queria ajudar quem foi
retirada de casa com falsas promessas, e que agora
eram escravizadas sexualmente.
Contei para as garotas que Albert tinha me
chamado novamente, e eles me pressionaram, me
perguntaram por que eu não disse nada pra ele, eu
tentava explicar, mas elas não entendiam…
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Aí a Flávia vai encontrar o cara, e olha o que


acontece? Não fala nada! Você sabe que talvez nós
não vamos ter outra oportunidade como essa!!! Me
disse Mônica transtornada.
- Mônica, era só a segunda vez que eu me
encontrava com ele, não sei se ele é confiável!
Você sabe o que pode acontecer com a gente se o
cara saber de toda essa merda aqui?!
- Flávia, não acho que ele saiba que nós somos
traficadas! O cara acha que você é só uma
prostituta! Disse Ester;
- Não sei, como ele sabe o contato do Klaus?! Ele é
tão ingênuo assim?! Ele pode muito bem estar
fingindo!
- Não acho que isso seja possível! Diz Eva. - Ele
pareceu mesmo achar que você é só mais uma
putinha em um país estrangeiro.
- Não sei, antes de abrir a boca, devemos ter muito
cuidado! E vocês me julgam, mas não estou vendo
nenhuma de vocês se mexendo para resolver essa
situação! E os clientes de vocês?!
- É fácil falar né Flávia, os caras que eles arranjam
pra gente, é um pior do que o outro!!! Diz Sabine. -
Olha a cara da Angela, você acha que aquele roxo
ele fez por que quis?!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Eu sei Angela! Só estou tentando me defender!


Vocês ficam me pressionando!
- Me desculpa Flávia! Mas quem aqui tem a melhor
chance?! O cara é podre de rico deve ser influente,
conhecer um monte de gente, pode colocar essa
merda toda no ventilador! Me adverte Mônica.
- Eu sei disso! Por isso não vou perdê-lo de vista!
Se tiver um terceiro encontro, eu juro que vou pedir
ajuda! Vou dizer a verdade!
- Isso aí! Esse cara tem que ajudar a gente! Afirma
Ester.
- Mas sabem o que a Flávia não contou?! Que o
cara chamou ela, e eles devem ter transado a noite
inteira! Diz Eva.
- Não vou falar isso com vocês!
- Qual é o problema de falar Flávia?! Olha a nossa
vida, você não pode nos entreter um pouco?!
Pergunta Eva.
- Não é isso! É que eu tenho vergonha!
- A coisa deve ter sido tão boa, que ela nem quer
contar pra gente! Afirma Angela!
- Foi bom, eu não posso negar!
Todas riem….
- Então conta pra gente! O que aconteceu?! Como
ele fez?! Perguntou Ester.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Primeiro a gente conversou um pouco! Depois eu


pedi pra ele me ensinar algumas coisas! Depois a
gente transou! Foi mágico, pena que depois daquilo
eu tive que voltar pra cá!
- É, a carruagem vira abóbora depois da meia-noite!
Diz Eva.
- Infelizmente… Mas eu tenho esperança, nós
vamos sair daqui!
- Sim, vamos sair daqui! Eu já não aguento mais
esse lugar! Confessou Ester.
Alguns dias passaram, eu não tive mais notícia do
Albert, e estava começando a ficar desesperançosa,
ele era a minha única esperança. Klaus começou a
perceber que nós, as seis, estávamos nos reunindo
demais. Aquilo me deixava preocupada, mas eu
tentava disfarçar sempre que podia, ele não poderia
desconfiar de nada.
Anos mais tarde, fui saber que Albert ligava todas
as noites para saber se eu estava ‘disponível’, e
Klaus sempre dizia que aquela noite eu não podia,
porque estava com outro cliente, o que não era
verdade. Ele queria me afastar de Albert, pois ele
poderia causar problemas para o seu negócio.

Enquanto isso na vida de Albert…


PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Sebastian chamou Albert para ir até uma festa, mas


o CEO parecia estar desanimado.
- O que está acontecendo Albert? Vai ter uma
mulherada top lá! Eu sei que eu não posso, mas
você é livre, desimpedido. Aproveita essa vida de
solteiro!
- Eu não estou com vontade de ir nesses lugares,
cansei disso!
- Eu sei o que está acontecendo! Desde que você
conheceu aquela prostituta, você está esquisito!
Fica olhando pro nada! Pensando não sei no que!
- Não é isso Sebastian, eu só quero ficar no meu
canto! Curtindo a minha solidão!
- Não minta pra mim! Por que você não vê a garota
de novo!
- Bem que eu queria! Mas tem alguma coisa de
estranho! Não sei, o cafetão dela, ela mesma,
parece que está escondendo alguma coisa! É tudo
muito nebuloso, por isso resolvi deixar isso pra lá!
- E faz muito bem! Essa coisa de prostituição é
muito barra pesada! É melhor você não se meter
nisso!
- Mas você não acha que tem alguma coisa de
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

errado?!
- Não, é assim mesmo cara, quem paga mais leva a
prostituta pra casa!
- Não sei!
-Lá vem você, montando castelos de areia! Não tem
nada cara, relaxa!
- Mas me diz uma coisa, como você descobriu esse
tal de Klaus, você conhece ele faz muito tempo?!
- Que isso Albert?! Eu tendo relações com
cafetões? Por favor né?! Um conhecido me passou
o cotado dele, eu nem conheço esse cara!
- Não só te perguntei, porque foi você que tinha o
contado dele.
- Eu sei disso, mas agora porque eu sei o número de
um cafetão, eu estou envolvido com ele?
- Eu não disse isso! Eu sei que você jamais estaria
envolvido com esse tipo de pessoa!
- Ainda bem que você sabe disso!
- Bom, vou acabar de fazer esse relatório e vou pra
casa!
- Então tá ok! Amanhã a gente se fala.
- Tá certo! Tchau, e lembre-se que o grande dia está
chegando, não faça nenhuma besteira!
- Pode deixar, tenho que ter responsabilidades de
um futuro homem casado!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Isso mesmo!
- Tchau, e não vá embora muito tarde!
- Pode deixar….
Sebastian vai embora, e Albert fica sozinho. O que
será que está acontecendo?!
Por mais que Albert tente negar para si mesmo!
Não consegue tirar aquela garota da cabeça! Tem
algum mistério que sonda a vida dela, e cada vez
ele está mais curioso! Fora que o jeito como ela é, o
encantava.
- O que está acontecendo comigo?! Se pergunta
Albert.
Tentou fugir, andava de um lado para outro,
resolveu ir embora. Ele já não conseguia se
concentrar, não fazia nada direito, aquilo nunca
tinha acontecido! Albert era um CEO muito
competente, focado, e ao que tudo indica, nunca
havia se apaixonado por ninguém.
Chegou em seu apartamento, tudo estava
impecável, a decoração cinza, dava um ar diferente
ao ambiente.
Se tinha alguma coisa que Albert adorava, era sua
organização, nenhum talher fora do lugar. Mas
faltava algo naquele apartamento tão luxuoso,
amor…
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Lustres, luxo, uma vista impecável da cidade, um


lugar muito agradável, porém também era muito
frio. A solidão, algo que Albert estava muito
acostumado, de repente começou a incomodá-lo.
Faltava algo, algo faltava…
Ele ainda não sabia o que era…
Com um uísque na mão, ele caminhava pelo seu
apartamento…
- E se ela estivesse aqui? Pensava ele…
- Talvez se sentasse naquela cadeira ou talvez
caminhasse, e iria ver a paisagem… Será que
criticaria alguma coisa? Ou diria que o lugar é
muito agradável?! - Meu Deus! O que eu estou
pensando?! Tenho que me afastar dela, estou
perdendo o controle! Estou perdendo o controle!
Ela me seduziu…
Albert achava que Flávia estava jogando com ele,
que o seu jeito tímido, era apenas algo para atraí-lo,
e que ela fazia isso com todos…
Parecia estranho, outro uísque pronto, - Será que
ela faz isso com todos? - Meus Deus por que eu não
consigo parar de pensar nessa mulher?! - Que
tormento -
O amor é um furacão, não se pode evitá-lo, ele
acontece, quando passa, que se pode dar conta do
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

tamanho do estrago deixado por ele.


Uma tormenta, uma tormenta, não se pode fugir,
muito menos se esconder….
- E quando ela morde os lábios – Que boca! Que
boca!
Albert recordava os beijos, que foram de tirar o
fôlego!
Algo dentro dele o movia, tinha que ligar, tinha que
ligar, mas não poderia, não poderia…
- Só mais uma vez! Só mais uma vez! E isso tudo
acaba!
Albert começou a mentir para si mesmo, “Só mais
uma vez”.
“Só mais uma vez” Será que isso era possível?
Quando acabou de tomar o terceiro uísque, Albert
pegou o telefone e ligou novamente, Klaus não
acreditou que o CEO estava ligando novamente…
- Olá senhor Albert, no que posso ajudar?!
- Eu quero saber se a brasileira está disponível
hoje?!
- Senhor Albert, como o senhor é um cliente
especial, hoje vou te mandar uma garota top,
jovem, e muito mais bonita do que a brasileira!
Também vou fazer um preço especial para o
senhor.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Eu pago o dobro pela brasileira…


- Infelizmente hoje, ela não está disponível,
senhor…
- Eu pago o triplo…
Klaus não acredita no que escuta, o triplo, era uma
oferta quase irresistível, mas ele se manteve
firme…
- Infelizmente, hoje ela não pode…
- Eu não quero nenhuma outra garota, e não gosto
de ficar negociando pessoas, mas como isso é um
negócio, eu pago 5 vezes mais do que o outro
cliente está pagando…
Klaus não poderia recusar aquela oferta, era as
regras do jogo, em um programa, uma garota
ganhar tanto assim, isso era praticamente
impossível…
- Ok senhor Albert, vou mandar a brasileira. Qual o
endereço?
- No meu apartamento.
- Ok, dentro de uma hora ela chegará aí…
- Estou esperando….
Quando desligou o telefone Albert comemorou, iria
finalmente encontrá-la novamente…
Mas Klaus tinha outros planos….
- Arrume a Mônica, hoje ela tem um programa, mas
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

peça para ela se arrumar bem, o cliente vai pagar


uma fortuna…
- Mas senhor, o cliente não pediu a brasileira?!
- Ele é um homem poderoso, vou mandar a Mônica,
ela é mais bonita que a Flávia, e com certeza vai
agradá-lo mais! Também não quero que a brasileira
se envolva muito com os clientes, não quero que
isso vire um romance, você sabe como que é
quando eles se apaixonam!
- É verdade!
- Então vai logo, arrume a Mônica, peça para ela
ficar bem sensual, que hoje ela vai encontrar um
CEO.
- Sim senhor.
Ivan chega até o quarto e pede para Mônica se
arrumar…
- Mônica, vai se arrumar, hoje você tem um
programa;
- E com quem que eu vou me encontrar?!
- Isso não deveria te interessar! Mas saiba que não
vai ser nenhum sacrifício, vai ser com um homem
bem rico, um CEO.
Quando escuta aquilo, Flávia fica um pouco
receosa, será que era Albert, ela só saberia quando
Mônica voltasse…
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Mônica se arrumou, colocou um vestido do tipo


‘matador’, e foi ao encontro só seu cliente.
Albert estava ansioso, ajeitou seu cabelo, passou
perfume, parecia até mesmo um adolescente.
Andava de um lado para o outro, aguardava a
chegada dela…
Mônica chegou ao prédio de Albert, e ficou
impressionada com a riqueza do lugar….
Subiu até a cobertura, tocou a campainha e
aguardou…
Albert foi até a porta, e estava até nervoso, porém
quando abriu, se deparou com Mônica, que com
certeza era uma mulher muito atraente, porém
Albert não conseguiu disfarçar a frustração…
- Quem é você?
- O Klaus me mandou.
- Mas eu pedi a brasileira….
- Ela não pôde vir, foi aí que ele me mandou…
- Me desculpa, mas eu queria mesmo a Flávia…
- Olha pra mim, eu não sou atraente?!
- Não, eu não disse isso! É que eu realmente estava
a esperando! Você é muito bonita, mas eu estou
pagando 5 vezes mais, porque eu queria que fosse
ela.
Mônica não aguentou a rejeição, não poderia
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

entender, se achava mais bonita do que Flávia,


então por que aquele homem não queria transar
com ela?
Mônica ficou surpresa, não esperava que Albert
fosse tão bonito e educado, o que fez ela ficar com
mais raiva ainda.
Ela começou a tirar a roupa, e Albert a perguntou:
- O que você está fazendo?
- Olha pra mim! O meu corpo é perfeito, por que a
gente não faz o que temos que fazer?!
Albert viu Mônica nua, e disse…
- Você realmente é muito bonita, mas eu não estou
no clima! Vou te pagar o que combinamos, mas por
favor se vista!
- Tudo bem.
Mônica se sentiu humilhada…
- E você conhece a Flávia? Pergunta curioso
Albert…
- Sim, eu conheço ela! Adora seduzir homens como
você, ela se faz de tímida, e fisga os clientes mais
inocentes!
Mônica demostrava o seu veneno…
- Eu não acho ela falsa! Defende Albert…
- Deve ser porque você não a conhece!
- Eu já percebi que você não gosta muito dela!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Não é isso! É que eu só não consigo entender


como alguém como o senhor, viu alguma coisa de
especial nela.
- As vezes as palavras não conseguem explicar os
sentimentos.
- Eu acho melhor eu ir embora.
Albert pega a carteira, e dá o valor acordado para
Mônica…
- Aqui está, mas diga para o seu chefe não me
enganar mais!
- Muito obrigado por me pagar! Mesmo a gente não
tendo feito nada!
- Não precisa agradecer! Afinal você veio até aqui!
- Em vão!
- É, foi em vão.
Albert abre a porta para Mônica ir embora.
O CEO fica decepcionado, até pensa em ligar para
Klaus para reclamar, mas depois desiste!
Bebi mais três uísques e cai na cama.
Mônica volta até o seu cativeiro. Klaus quer saber
como foi o programa.
- E aí ele te pagou?
- Aqui está o dinheiro!
Klaus pega o dinheiro e mostra para Ivan…
- Aqui Ivan, eu te falei que ele ia gostar da Mônica,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

pagou cinco vezes mais… O que você fez para ele


gostar tanto de você?
- Eu não fiz nada!
- Como assim você não fez nada?!
- Você enganou ele, disse que iria mandar a Flávia,
e me mandou! Ele não gostou disso!
- Se ele não gostou, por que te pagou 5 vezes
mais?! Se ele não tivesse gostado não teria nem te
pagado!
- Ele me pagou porque é educado! Porque ele não
fez absolutamente nada comigo, ele queria a
brasileira!
- Como assim ele não fez nada com você?!
- Ele não fez nada, eu fiquei nua na frente dele, e
ele pediu para eu me vesti novamente! Nem me
tocou.
- Você deve ter feito alguma coisa de errado!
- Eu não fiz nada! Quero dizer, ele não fez nada!
- Não estou gostando disso!
- Volta para o seu quarto, e se alguém perguntar,
diga que o serviço foi feito!
- Então eu vou contar uma mentira?!
- Eu mando em você! E se eu mandar você mentir,
você simplesmente menti! Você está me
entendendo?! Ou quer ficar uma semana sem
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

comer?!
- Não!
- Então faça o que eu mandar você fazer!
- Sim senhor!
- Agora vai! Ivan leva ela!
- Sim senhor.
Ivan leva Mônica até o quarto.
Todas estão ansiosas para saber o que aconteceu.
Ivan diz para Mônica que é melhor ela fazer o que
Klaus mandou, pois senão sofreria as
consequências.
A porta abre…
A primeira a aborda Mônica é Eva…
- E aí, era o mesmo cara?
- Que cara?
- O CEO da Flávia, era o mesmo?
- Eu não sabia que a Flávia tinha um CEO.
- Fala logo Mônica, era o mesmo cara? Insiste Eva.
E Mônica responde…
- Sim, era ele mesmo.
Eu juro que eu poderia ouvir qualquer coisa, menos
aquilo, senti meu coração apertado na hora que ela
confirmou.
Todas ficaram perplexas.
- Por que ele não chamou a Flávia? Perguntou
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Ester.
- Porque ele queria uma coisa diferente.
- Como assim ele queria uma coisa diferente?
Insistiu Ester.
- Ele queria variar, o cara é rico pra caramba, você
acha que ele ia se ligar em uma garota só?
- Não sei, isso está muito esquisito! Diz Eva.
- Esquisito por que Eva?!
- Porque o cara parecia interessado nela, e de
repente pede uma outra garota?! Você pode muito
bem estar mentindo!
- Eu não estou mentindo Eva, se você quiser eu
posso dar detalhes!
Aí eu me pronunciei…
- Não precisa de destalhes Mônica!
- Mas eu quero saber Flávia! Quero saber se isso é
mesmo verdade, ou essa aí está mentindo!
- Eva, eu não sou mentirosa! Eu já disse que eu fiz
o serviço, e ele gostou tanto, que me pagou 5 vezes
mais!!!
- Que?!!!!!!! Exclama Sabine…
- Sim, isso que vocês estão ouvindo, ele me pagou
5 vezes mais, eu queria perguntar para Flávia, se
ele já pagou tanto assim pra ela?!
Eu abaixei a cabeça, e disse..
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Não.
- Ela não tem nem vergonha de mentir tanto!
Contestou Eva.
- Eu já disse que não estou mentindo!
- Mas eu não acredito em você!
- Eva, se não quer acreditar em mim, não acredite!
Confesso que fiquei decepcionada.
- É parece que foi melhor eu não ter falado nada!
Ele não era de confiança!
- Como você sabe Flávia?! Me perguntou Eva.
- Você não ouviu o que ela disse?! Eu ache, eu
achei…
- Achou o que Flávia?! Que ele estava gostando de
você?! Cai na real, eu sou a mais bonita daqui, e
todo mundo sabe disso!
- Nossa! A humildade passou longe! Diz Ester!
- Quem é bonita não precisa ser humilde!
- Mônica, por que você não cala essa sua boca?!
- Por que? Quem vai calar, você Eva?!
- Se você dúvida eu posso aí fazer você calar essa
boca!
- Então vem…
Sabine se pronuncia…
- Por favor, não vão brigar por causa disso!
- Como assim não vão brigar?! Essa idiota acabou
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

com a nossa única chance de sair daqui! Grita Eva.


- Agora a culpa é minha?! Eu só fui lá pra fazer um
programa! Eu não tenho culpa se ele gostou de
mim!
- Ele gostou de você Mônica?! Faça-me o favor!!!
Diz novamente Eva!
- Claro, quando eu fiquei nua, ele ficou paralisado!
- Ninguém quer saber disso Mônica!
- Eu pensei que vocês queriam detalhes!
- Não, ninguém aqui quer saber de nada disso!
- O cara é um garanhão, agora eu entendo porque a
Flávia sempre voltava com um sorriso no rosto!
- Para de provocar ela Mônica!
- Será que dava pra vocês pararem com isso! Se
não conseguimos desse jeito, vamos arrumar outra
maneira! Agora eu vou no banheiro tomar banho!
Vou pensar um pouco, vamos encontrar outro jeito
de sair daqui!
Sai dali, entrei no banheiro, liguei o chuveiro, e
chorei, não podia evitar, as palavras de Mônica me
feriram profundamente. Não queria que ninguém
percebesse, mas estava desolada.
Do lado de fora, Eva dizia:
- Aposto que ela está chorando! Ligou o chuveiro
pra gente não perceber!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Também acho! Disse Ester.


- Ela gostava dele! Deve ter sido decepcionante!
Falou Ester.
- Você não tem pena do que você falou pra garota?!
Perguntou Eva para Mônica.
- O mundo é cruel…

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Capítulo sete
A descoberta do desfalque

Faltavam poucos dias para o casamento de Isabel e


Sebastian, a cerimônia contaria com centenas de
convidados, dentre os mais ilustres, o matrimônio
seria um acontecimento.
Contudo pouquíssimas pessoas sabiam a real
situação da Família do noivo, eles estavam falidos a
um bom tempo, e iriam achar nesse casamento a
‘salvação da lavoura’.
Sebastian conseguia dissimular e enganar a todos
ao seu redor, era como um malabarista, mentia
tanto, que esqueceu que a verdade existia, e via
nessa sua pior inimiga. A única pedra de tropeço
nos planos de Sebastian era justamente sua
cunhada, Cláudia estava a alguns passos de
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

descobrir toda a verdade, e que era ele que vinha


desfalcando a empresa, a última pessoa que
ninguém suspeitava.
Isabel era sua cúmplice, sabia que ele estava falido
e mesmo assim aceitou se casar com ele, ele
parecia ser o ‘marido ideal’, com algumas falhas,
porém que não influenciava tanto no final das
contas, ela era igualmente da mesma estirpe, se não
fosse pior.
As vésperas do grande dia, Sebastian chegou
normalmente ao trabalho, e logo foi ao seu
escritório para fazer uma ligação importantíssima.
Discou o número, e esperou chamar…
- Alô;
- Quem é?
- Eu, Sebastian?
- Você está com o dinheiro?
- Ainda não, mas como você quer que eu arranje o
dinheiro?! O Albert tem que estar distraído! Você
não deixa mais ele ver a garota!
- Não sei, mas a minha intuição diz que isso vai dar
merda. É melhor ela não voltar a vê-lo.
- Você tem que abrir uma exceção, ele tá louco pela
garota, se você deixar ele ver ela, com certeza vai
ficar distraído, e aí que a gente entra!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Não me parece uma boa ideia!


- Vai por mim. Só mais uma vez, e depois você
some com essa garota do mapa. Tudo depende de
você, se quer o dinheiro, dá a garota pra ele.
- Você está me ameaçando Sebastian, porque se eu
não estiver enganado, é você que me deve dinheiro!
- Claro que não Klaus, eu só estou dizendo, que se
você quiser o seu dinheiro de volta, dá mais uma
noite pra ele!
- Tudo bem, eu vou pensar no assunto, mas depois
disso eu vou sumir com ela daqui!
- Tudo bem! Por mim, tanto faz o que você fizer ou
deixar de fazer com ela.
- E Me diz uma coisa, e aquela garota que você
disse que ia trazer pra mim?!
- Fica calmo, por enquanto ela só suspeita de mim,
não tem nada de concreto, talvez eu não precise
mais da sua ajuda!
- Que pena! Eu precisava de mais uma garota, mas
tudo bem eu arranjo em outro lugar.
- Vai por mim, eu estou te livrando de uma dor de
cabeça.
- Tudo bem, vamos manter o contato, e não se
esqueça de pagar o que você deve, de um jeito ou
de outro.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Claro, eu não vou te decepcionar mais uma vez!


- Assim espero.
Sebastian desliga o telefone, e gira sentado em sua
cadeira, mastiga o chiclete incessantemente, mexe
no seu cabelo, e revisa alguns papéis. Se levanta e
decide ir até o escritório do contador, e chegando
lá, o homem não fica muito contente de ver
Sebastian novamente.
- O que você quer?
- Eu vim até aqui para saber como está indo os
nossos negócios.
- Já é a terceira vez nesse mês!
- Que fosse a décima! Você vai fazer o que eu estou
mandando você fazer ou não!
- O senhor Albert vai descobrir tudo, você está
retirando muito dinheiro!
- Eu sei, e juro que quando eu me casar com a
Isabel, vou devolver tudo.
- Eu trabalho nessa empresa há anos! O senhor
Alexandre que me contratou, e olha pra mim, estou
roubando da empresa dele.
- Você não está roubando! Apenas está
remanejando verbas, pense assim, é menos
dolorido!
- Eles vão descobrir Sebastian.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Pra você, é senhor Sebastian. E agora preste bem


atenção, ou você faz o que eu estou mandando ou
todo mundo aqui vai saber que você desviou
dinheiro dessa empresa, você quer passar por isso?
- Não, de nenhuma maneira!
- Então faça o que eu te pedir!
- Mas o chefe, hoje ele trabalha até tarde, vai
desconfiar se eu ficar aqui até mais tarde, ele
precisa ir embora mais cedo hoje!
- Já estou providenciando isso! Faça a sua parte,
que eu faço a minha!
- E quanto você quer dessa vez?!
- Eu quero o dobro da vez anterior!
- Mas isso é muito dinheiro?!
- Faça o que deve ser feito.
- Tudo bem, e onde vamos nos encontrar?!
- No lugar de sempre, perto da ponte.
- Eu sou vou ir até a minha casa, hoje é o
aniversário da minha filha!
- Dê a ela minhas felicidades!
Sebastian sai da sala, e deixa o contador sem
reação, ele está nitidamente nervoso, porém tem
que disfarçar, já que hoje é aniversário de sua filha.
Enquanto o contador demostra um pouco de
remorso, Sebastian caminha com total serenidade e
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

calma. Parece que nasceu para fazer aquilo,


dissimular era um dom em sua percepção.
Casa do Contador – 1998 – Aniversário de 21 anos
de sua filha…
Era tarde, Irina estava completando 21 anos de
idade, e jamais esqueceria aquela data em
específico.
O contador Clóvis chegou e deu um beijo nela, a
festa ainda estava sendo preparada, e entre as várias
amigas de Irina estava Cláudia, elas se conheciam
há muito tempo, e eram inseparáveis.
Toda vez que Clóvis iria se encontrar com
Sebastian, ele ia até o seu quarto e pegava um
revólver que ficava dentro do seu cofre, o genro de
Alexandre era frio e calculista, e Clóvis não
confiava nele, a qualquer momento Sebastian
poderia tentar alguma coisa.
Enquanto a aniversariante abria os presentes,
Cláudia levantou para ira até a cozinha pegar um
copo d’água. Só que em cima do balcão ela viu a
pasta de Clóvis, que estava escrito, ‘Desfalque
Sebas’, aquilo chamou a atenção de Cláudia, que
não podia conter sua curiosidade.
O que significava ‘Desfalque Sebas’? Aquilo
estava matando Cláudia, ela pensou em perguntar
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

para Clóvis, mas tinha medo, será que era ele que
estava desfalcando a empresa?! Não, não podia ser,
Clóvis era amigo de longa data de seu pai, e seria
incapaz de fazer uma coisa dessas!
Mas era a chance de Cláudia descobrir a verdade,
só lhe restava se aprofundar naquela única pista que
apareceu.
Ali mesmo decidiu seguir Clóvis.
Clóvis deu um abraço apertado em Irina, e também
beijou sua mulher, se despediu de Cláudia e das
outras amigas da filha, e depois saiu.
Cláudia deu uma desculpa esfarrapada, e resolveu
ir atrás de Clóvis, porém o contador estava
entrando na empresa, o que fez Cláudia se sentir
uma idiota, que estava vendo coisas que não
existiam. Mas sua intuição, a dizia: ‘Corre atrás
dele, corre atrás dele, não desista’.
Cláudia não poderia desistir, algo muito forte a
deixava determinada, e hoje ela descobriria o que
havia por trás de tudo aquilo.
As horas passavam, e nada de Clóvis sair, mas lá
estava Cláudia, escondida em seu carro, do outro
lado da rua.

20:00
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Cláudia estranha, era 20h e Albert sai apressado do


trabalho – Pra onde ele está indo? - Se perguntou
ela, e com tanta pressa assim?
Era estranho, pois Albert era um dos últimos a
saírem, mas passou mais alguns minutos e nada de
Clóvis sair…
Cláudia continuou esperando, alguma coisa estava
errada ali, ela não sabia o que, mas hoje iria
descobrir…
22:20
Sebastian sai da empresa, algo realmente estranho,
já que ele teria um jantar em breve com a Família
Hans, era demasiado tarde.
22:45
Clóvis sai da empresa.
Cláudia segue Clóvis, sem que ele perceba, ela
acelera o carro, parece que está com muita pressa.
Não era para ele está na festa de Irina?
A intuição de Cláudia estava certa…
Clóvis vira duas vezes a esquerda, e chega a uma
ponte, lá estava Sebastian sentado em um dos
bancos, não havia ninguém naquele lugar, os dois
se aproximam e se cumprimentam, mas Cláudia
não consegue ouvir absolutamente nada, ela precisa
se aproximar, ela se enconde atrás de uma pilastra,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

e percebe que Clóvis está retirando alguma coisa do


porta-malas.
Era uma bolsa, ele a entrega para Sebastian, que a
abre e confere, Cláudia vê dinheiro, e fica
espantada.
- Eu sabia! Era ele o tempo todo!
Quando ia tirando a máquina de fotografar de sua
bolsa, Cláudia percebe que Sebastian está se
movimentando se uma maneira estranha, ele toca
no sobretudo de Clóvis, e pega a sua arma.
Sebastian diz para Clóvis?
- Por que você trouxe isso ao nosso encontro?
- Foi por segurança Sebastian!
- Você não estava pensando em atirar em mim,
estava?!
- Claro que não Sebastian, eu não sou um
assassino! Eu só quero ir embora e ver a minha
filha!
- Sabe qual é o seu maior problema Clóvis? Você é
muito medíocre! Sempre se satisfaz com pouco!
Sempre esperando as migalhas caírem da mesa! E
sabe qual é o problema disso Clóvis?!Pessoas como
você são simplesmente esquecidas pela história!
Você é uma pessoa que não veio pra acrescentar
nada! É só um velho decrépito que já não serve pra
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

mais nada.
- Por que você está me dizendo isso Sebastian, eu
não fiz tudo o que você mandou?!
- Sim, você fez. Mas também trouxe um problema
junto!
- Que problema!
- Eu não sei como você pode ser tão burro!
- Você está sendo seguido, e nem se deu conta
disso!
- Seguido, eu? Impossível!
- Você trouxe a vagabundinha até aqui! Seu
desgraçado!
- Que vagabunda Sebastian, de quem você está
falando?!
- A Cláudia te seguiu, e está vendo tudo o que nós
estamos fazendo aqui, agora! Você o tamanho do
problema que você me arranjou?! Agora como eu
vou limpar essa merda toda?!
- Não sei, hoje eu vi a senhorita Cláudia na minha
casa, ajudando minha filha no aniversário dela!
- Ela deve ter visto alguma coisa!
- Deve ter sido a pasta que eu uso para maquiar os
desfalques! ‘Desfalque Sebas’!
- Mas me diga uma coisa, quem é que desvia
dinheiro, e coloca uma pasta com o nome
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

‘Desfalque Sebas’? Você realmente é um ser com


uma inteligência abaixo do normal.
- Mas ninguém nunca viu essa pasta.
- Parece que agora alguém viu! Vou ter que arranjar
um problema por sua causa!
- Você já não me serve para nada! Inútil.
Cláudia de longe fotografa, Sebastian com uma
arma na mão, e Clóvis com as mãos levantadas.
- Solta a bolsa Clóvis!
- Não, não vou solta! Eu quero ir embora!
- Solta a bolsa, que eu deixo você ir embora!
- Não, primeiro me devolve o revólver!
Clóvis fica com a bolsa em uma das mãos, e vai se
aproximando da porte.
Sebastian fica apontando o revólver para a cabeça
de Clóvis, Cláudia está vendo tudo e também
registrando…
- Me dá a merda do dinheiro Clóvis!
- Não, me deixa ir embora, eu tenho família
Sebastian, eles dependem de mim! Hoje é
aniversário da minha filha!
- Me dá o dinheiro e eu deixo você ir pra casa!
- Não você está mentindo.
Clóvis não se dá conta que está andando de costas
diretamente para a ponte. Uma queda, seria fatal.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Clóvis, raciocina! Você quer que aqui seja o fim


da linha pra você?! Pensa bem, você não quer ver
seus netos?! Você é um homem honrado!
- Eu era um homem honrado, hoje eu sou um
ladrão!
- Ladrão todos nós somos um pouco, a diferença é
o que você está roubando!
- Eu nunca me senti bem com isso!
- Eu sempre soube que você era um fraco.
- Se ser fraco é ser honesto, então eu sou fraco!
- O mundo Clóvis, é dos mais fortes! Quem vai
sobreviver hoje?! Eu ou você?!
- Você é um louco!
- Não sou louco! Eu sou um jogador, e quem
deverá ganhar o jogo hoje sou eu!
- Não!
- Game Over…
Sebastian se aproxima dele e dá um tiro a queima-
roupa na cabeça de Clóvis, com a própria arma do
contador, e acaba caindo da ponte com a bolsa nas
mãos.
Cláudia vê aquela cena toda, e fica em estado de
choque, ela para de fotografar, e corre até o seu
carro, ela abre a porta, e quando coloca a mão na
chave, percebe que ela não está lá.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Cadê a chave?! Cadê?


Cláudia fica desesperada, e procura a chave no
porta-luvas, até que Sebastian aparece do lado de
fora da outra porta, e ele está com a chave nas
mãos!
- Procurando alguma coisa, cunhadinha?!
Cláudia fica branca, pega sua bolsa no desespero e
começa a correr, pedi ajuda, mas ali é um lugar
deserto, ninguém a escuta…
- Pra onde você pensa que vai Cláudia?!
- O que você fez?! Você matou o Clóvis?!!!!
- Sim matei! Algum problema com isso?!
Cláudia está visivelmente abalada pelo que viu!
- O que você vai fazer comigo?!
- Cláudia, eu falei pra você não se meter no meu
caminho, e agora o que eu faço com você?! Quer
nadar com o contador Clóvis!
Cláudia anda desesperada, e Clóvis ri…
- Olha pra você, ainda não se recuperou?! É só uma
morte, não é pra tanto!
- Era você o tempo todo, eu sempre soube! Mas
todo mundo vai saber quem você é!
- Será que vão mesmo?!!! Acho difícil!
- Você é um doente, você não vai se casar com a
minha irmã!!!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- E o que faz você acreditar que ela não sabia de


nada?! Só por ela é sua irmã?
- Do que você está falando, seu assassino?!
- Que os iguais se reconfortam! E eu e a sua irmã
somos iguais! Tão parecidos!
- Minha irmão não é igual a você
- Tem razão, ela deve ser pior!
- Você vai pagar pelo que acabou de fazer!
- Eu, vou pagar pelo que? Não fiz nada!
- Você se acha um Deus! Que vai ficar impune,
mas saiba que eu tirei fotos!
- Quais, aquelas que eu posso queimar na hora que
eu quiser?!
- Eu vi tudo! Você acha que o meu pai não vai
acreditar em mim?!
- É verdade! Ele pode até acreditar em você, mas
isso se você fosse ver ele de novo! Uma coisa que
não vai acontecer nunca mais!
Uma coisa eu te prometo, nunca mais você vai ver
o seu querido papai!
- Por que? Você vai me matar?
- Deveria! Você só me traz problemas!
- Então me mata que eu quero ver se você tem
coragem!
- Não me desafie Cláudia! Você não me conhece!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Não, aí que você se engana! Eu sempre soube


quem você era! Sempre, soube que você não valia
nada!
- Agora você quer ser a esperta?! Ok!
- O que você vai fazer comigo?!
- Bom, eu vou te levar pra um lugar! Você fez eu
perde o meu dinheiro todo, vou ter que consegui-lo
de outra maneira!
- Do que você está falando?!
- Bom, até descobrirem o corpo do nosso amigo ali,
vai demorar uns três dias! Enquanto isso, eu vou
ver o que vou fazer com você, mas te garanto, você
ferrou com tudo! Não vai dar para se despedir da
família! Que pena!
- Eles vão descobrir tudo Sebastian, mas cedo ou
mais tarde!
- Eu vou te falar uma coisa Cláudia que não insiram
na sua escola, as maiores verdades do mundo,
nunca vem a tona.
Nesse momento Sebastian dá um golpe na cabeça
de Cláudia, que desmaia na hora, e a coloca dentro
do porta-malas dele.
Ele coloca um pano na boca dela, além de prender
suas mãos.
Sebastian assovia, e fecha o porta-malas, depois
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

friamente dirige até a mansão ‘Hans’, e Cláudia


está desacordada no porta-malas.
Chegando lá, há uma pequena festa, porém o
barulho é ensurdecedor.
Ele coloca o carro na garagem, entra na mansão e
socializa como se nada tivesse acontecido.
Sebastian chama Isabel em um canto…
- Vai pegar o carro da sua irmã nesse endereço…
Sebastian dá um papel para Isabel.
- Mas por que pegar o carro dela?
- Faz o que eu estou te mandando, some com o
carro dela!
- Mas por que?
- Você o amor do seu pai de volta?!
Isabel diz que sim com a cabeça.
- Então faça o que eu estou te pedindo.
Isabel sai rapidamente, Sebastian dá a desculpa que
ela foi buscar uma amiga.
Isabel acha o carro de Cláudia, e o esconde em um
estacionamento clandestino, onde ela dá um nome
falso.
Ela regressa até sua festa, e Sebastian pergunta se
ela conseguiu…
- Consegui, sumi com o carro do radar, o que
aconteceu com ela?!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Ela viu demais, ela está desacordada no porta-


malas do meu carro dentro da garagem do seu pai!
- Desacordada ou morta?!
- Desacordada!
- E por que você foi trazer ela justamente pra cá
Sebastian?!
- Eu precisava de um álibi?!
- De um álibi?!
- Depois eu te explico, agora haja naturalmente?!
- Eu tenho que ir lá ver ela, desacordada! Eu tenho
que ver isso!
- É perigoso Isabel!
- Que seja! Eu vou lá!
Isabel abre a garagem, e vai até o carro de
Sebastian, chegando lá, ela abre o porta-malas
lentamente, com tranquilidade ela o fazia, e com
um imenso prazer, não tinha perigo, o barulho da
festa não permitia ninguém ouvir algum pedido de
socorro.
Ela abre e vê a Cláudia amarrada e amordaçada,
sua cabeça sangrava, enquanto a olhava, Isabel
sorria, por dentro e por fora.
Cláudia despertava lentamente e quando viu o rosto
de Isabel, pediu ajuda com os olhos, depois tentava
falar mas era em vão, Isabel sorria e disse…
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Era assim que eu sempre quis te ver na vida, sem


voz, assim você não pode chamar a atenção de todo
mundo, não é?
Cláudia chorava de desespero, estava na casa de
seu pai, mas não poderia pedir ajuda…
- Tenta gritar Cláudia, ninguém vai te ouvir…
Enquanto estava com o porta-malas aberto,
Alexandre chega pela frente e pergunta o que Isabel
estava fazendo ali.
Isabel fica apreensiva.
- Estava guardando um presente pai.
- E a sua amiga, cadê ela?
- Que amiga papai?
- Sebastian disse que você saiu porque iria busca
uma amiga para a festa!
- Ha… Sim, ela não pode vir…
Cláudia tentava se mexer dentro do carro, pois
tinha escutado a voz do seu pai…
- Que barulho é esse Isabel?
- Que barulho pai?
- Que está vindo do porta-malas?!
- Não ouvi nada, o barulho é da música!
- Não Isabel, o barulho está vindo do porta-malas!
Deixa eu ver o que tem aí dentro?!
- Não tem nada!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Cláudia fazia ainda mais barulho, e Alexandre


desconfiava! Isabel estava nitidamente nervosa, já
que se ele visse Cláudia ali, tudo estaria acabado…
- Abra o porta-malas Isabel!
- Não tem nada aqui!
Alexandre vai em direção ao porta-malas, porém
quando estava bem perto, a porta da garagem se
abre, e Sebastian está com o microfone na mão,
chamando o sogro para fazer um discurso, ela até
pensa em ver o porta-malas, mas desiste, não queria
deixar os convidados esperando.
Quando chega ao palco, Alexandre diz:
- Onde está a minha a Cláudia, alguém viu ela
hoje?
Isabel respira aliviada...

Capítulo oito
Traficadas...
Para despistar Albert, Klaus liga para ele e diz que
finalmente Flávia está disponível. O CEO não
acredita, e logo marca um encontro com a
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

brasileira, há dias Albert não conseguia dormir,


precisava encontrá-la, e assim, de repente surgiu a
oportunidade perfeita, o irmão de Cláudia nem
desconfiou do “cafetão” de Flávia.
Novamente, o CEO marcou um encontro em seu
apartamento, e as 20:00h ele saiu da empresa.
Enquanto isso no cativeiro…
Flávia não tinha acordado bem naquele dia, estava
com náuseas, além do mal humor, a brasileira já
não estava aguentando mais aquela situação, ela
estava extremamente estressada.
A noite, Ivan chegou até o quarto das ‘ex-virgens’,
elas haviam brigado tanto, que nenhuma dirigia
mais a palavra.
(Naquele dia eu estava muito fora de mim, só
conseguia chorar e chorar mais, estava sensível por
algum motivo, já fazia alguns meses que eu estava
ali, e já não aguentava mais. Na minha cabeça não
iria ficar tanto tempo em cativeiro, e lógico que
isso começou a abalar o meu psicológico, vomitava
e sentia uma azia terrível.
Eu só tinha 18 anos, meu Deus… como o tempo
voa, eu me lembro que naquela semana foi muito
difícil, eu não estava falando com a Mônica, por
mais que eu não tivesse absolutamente nada com o
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Albert, estava profundamente decepcionada com


ele, senti como se fosse uma traição, longe da
minha casa, longe do meu país, eu não conhecia
ninguém ali, estava rodeada de pessoas estranhas, e
era a única coisa que eu tinha. Estava desolada, me
imaginei mais de um milhão de vezes sendo
resgatada, voltando para minha casa, andando
livremente pelas ruas, mas infelizmente a minha
esperança estava se esgotando, já havia chegado ao
meu Limite.
Ainda assim, naquele dia anoiteceu, me lembro de
Ivan ter entrado no nosso quarto e mandado eu me
arrumar, tinha um programa aquela noite, eu ainda
estava dando sorte, não tinha me relacionado com
mais ninguém além de Albert, mas eu sabia que
uma hora teria que enfrentar tudo aquilo.
Sem a ajuda de ninguém fui até o banheiro, me
olhei no espelho e pensei: - Hoje eu vou fugir! Não
me importa mais! Eu não aguento mais isso! Está
me matando! - Mesmo eu sabendo que se eu não
voltasse, as outras iriam pagar as consequências,
porém quando alguém está desesperado, não olha
muito o que irá acontecer depois de um ato
precipitado. Eu tinha uma vida e tinha que vivê-la,
até ali, eu ainda achava que poderia superar o fato
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

de ter sido traficada, poderia esquecer, passar uma


borracha, recomeçar, mas a realidade te alcança, te
derruba, te tortura…
Andei pelo corredor da morte, estava de saco cheio
daquele lugar, queria ir embora sem olhar pra trás,
a essas alturas tanto fazia o que acontecesse,
inconsequentemente eu achei que não tinha mais
nada a perder, e a vida depois me mostrou que eu
tinha muito o que perder, e que isso me deixaria
dilacerada.
Era um jogo de perdas e ganhos, ganhei um amor, e
perdi dois…
Era um edifício muito alto, tipicamente de Classe
A, mas já não importava, fiquei em dúvida, não
sabia se fugia dali mesmo ou se faria o programa
para roubar o dinheiro para poder me sustentar por
uns dias.
Quando estava dentro do elevador, lembre dos
rostos de Mônica, Eva, Sabine, Angela e Ester, e de
tantas outras, me sentia culpada, o remorso me
consumia, mas era eu ou elas.
Já não podia mais aguentar aquilo calada…
Cada garota traficada tem uma história de sonhos
destroçados para contar a alguém, e isso era o mais
encantador em cada uma delas, suas histórias eram
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

motivadoras, até chegarem ali.


Sabe aquele sonho que te vendem, - Seja Feliz, é
pra isso que a gente nasceu, para ser feliz! Foi para
isso que Deus fez o ser humano! -
Bom, descobri que isso tudo não passava de
palavras bonitas, eu nunca tinha sido feliz na minha
vida, ninguém nunca tinha me dito ‘Ei, eu te amo’,
ou coisas desse tipo, eu só era uma garota querendo
um pouco dessa tal felicidade, que até agora nunca
havia chegando, será que é tão difícil entender que
a vida é mais dura pra uma garota solitária?!
Abriu a porta do elevador, ela corria para a direita,
parecia que eu estava entrando em um cemitério,
não queria vender o meu corpo, um tapete
vermelho conduzia até a grande porta branca, onde
meu ‘cliente’ estava me aguardando, os lustres
eram hipnotizantes, e havia um quadro,
coincidentemente uma garota chorando, quando o
vi, fiquei ainda mais triste, não queria fazer aquilo.
A menina do quadro chorava, mas o mais
engraçado era que ela ainda transparecia algum tipo
de alívio, me lembrei da minha infância, e depois
recordei que eu era tão romântica, acreditava em
coisa como ‘O amor da sua vida’, e que um dia ele
chega para todos, será?
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Estava exatamente a um passo da porta, e não


toquei, simplesmente entrei.
Albert estava sentado no sofá da sala, quando o vi,
mesmo não querendo, meu coração bateu mais
forte, olhei pra ele, e senti um imenso alívio, e
também algum tipo estranho de felicidade
momentânea, ela sorriu, e veio até mim, me
abraçou, ele parecia estar muito nervoso, e eu não
sabia o por que.
Quando ele me abraçou, sentia que os meus
problemas no espaço daquele abraço,
desapareciam, me sentia confortável, quando ele
me tocava, sentia um ‘Choque’, desculpa, mas eu
não posso descrever de outra maneira, saía faísca,
mas eu não podia esquecer que estava chateada,
afinal de contas ele tinha transado com a Mônica, e
isso me partiu no meio, mesmo que eu disfarçasse.
- Meu Deus! Eu achei que não iria te ver mais!
Eu tentei ser bem fria, mas não me contive e
perguntei:
- Por que?
- Simplesmente porque eu estava tão ansioso para
te ver, eu precisava te ver, eu precisava falar com
você, eu precisava te tocar.
- Não sei por que toda essa ansiedade?
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Deve ser porque eu gosto de você!


- Gosta mesmo?
- Por que você está me perguntando isso?
- Porque você contratou outra garota de transou
com ela.
- O que? Isso não é verdade! Eu não transei com
mais ninguém depois de você!
- Não minta pra mim Albert, a Mônica me contou
que vocês transaram sim!
- Não, isso é uma mentira, e se eu tivesse feito isso,
te contaria!
- Não sei, por que a Mônica mentiria pra mim?!
- Não sei, mas ela chegou a vir aqui, mas eu juro
que não aconteceu absolutamente nada!
- E por que eu deveria acreditar em você?!
- Por que você deveria acreditar em mim?! Bom,
hoje eu tinha um festa de família para ir, mas
quando eu soube que poderia me encontrar com
você, deixei tudo pra trás.
- Que festa?
- A minha irmã mais velha, ela vai se casar em
breve, e hoje tinha tipo uma cerimônia pré
casamento só para os amigos e familiares. E deixei
tudo, só pra falar com você! Inclusive eu tinha que
falar com a Cláudia, mas hoje eu não vi ela!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Quem é Cláudia?!
- Minha irmã mais nova, quando você conhecer ela,
vocês vão se tornar grandes amigas, disso eu não
tenho dúvida!
- E quem disse pra você que eu vou conhecer sua
irmã?!
- Eu supus que sim.
- Baseado em que?
E Albert diz a frase que caiu como um raio
diretamente no coração de Flávia…
- Deve ser porque Eu te amo.
Flávia não acredita no que escuta…
- Você o que?
- Eu sei que isso é estranho, mas eu nunca senti
isso, e cheguei a essa conclusão…
- De que?…
- Eu te amo, tá na cara, Eu te amo muito, não tenho
como esconder isso…
- Você tem noção do que você está dizendo?! Está
dizendo para uma prostituta que ama ela!
Flávia começa a chorar, e Albert se aproxima dela,
e toca em seu rosto…
- Eu amo você, eu amo você desde a primeira vez
que te vi, u também não sei explicar isso! Mas não
me importa que você seja uma prostituta, porque
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

desde do momento que eu te vi, tudo o que é meu


é seu, e tudo que é seu é meu.
Eu sou seu, minha alma, meu corpo e o meu
coração te pertencem, estou completamente
enfeitiçado, eu tentei, eu tentei fugir, mas todos
os caminhos me levavam direto pra você. Me
deixe tentar te fazer feliz, e por favor, não me
negue essa oportunidade.
Foram as palavras mais bonitas que eu tinha
escutado na minha vida, fico arrepiada só de
recordá-las, como quando se escuta uma música
que você gosta muito, e que faz anos que você não
a escutava. Essa era a sensação, eu nem sabia o que
dizer pra ele!
Fiquei ali, paralisada, estava dominada por aquele
sentimento, e fiquei surpresa quando escutei aquilo,
logo eu que há pouco dizia que ninguém nunca
havia me dito Eu te Amo, escutei várias vezes em
um curto intervalo de tempo.
Ele me olhou profundamente, me entendia
completamente, eu só queria que ele me beijasse, e
com lágrimas correndo pelo meu rosto, ele me
beijou da maneira mais perfeita que eu pudesse
imaginar nos meus sonhos mais impossíveis.
Foi um beijo longo, doce e apaixonado…
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Ele sorriu, e eu soube que poderia confiar nele, na


ocasião não repeti para ele que eu também o
amava, ainda estava me acostumando com aquelas
expressões, que foram tão raras até então no
vocabulário da minha vida.
Era ele, ele que poderia me ajudar, e não só a mim,
mas todas que se encontravam naquela situação.
Me sentei e comecei a dizer, aquilo parecia tão
secreto, que eu tinha medo de falar em voz alta.
Ele viu a minha expressão e me perguntou:
- O que foi?
- Eu tenho uma coisa pra te falar!
- O que, eu fiz ou disse alguma coisa de errado?
- Não, não é nada relacionado a você, é outra coisa!
- Então me diga!
- Eu, Albert, não estou aqui porque eu quero!
- Como assim? Você queria estar aqui no meu
apartamento?!
- Não, eu estou falando que eu não vim até a
Alemanha porque eu queria!
- Então veio por que?
- Eu fui obrigada a vir aqui!
- Obrigada?!
- Sim obrigada, sabe no Brasil eu não era prostituta.
- Eu sabia disso, você não me disse que era virgem?
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Exatamente isso, eu só estou aqui porque eu era


virgem.
- E que isso significa?!
- Virgens valem três vezes mais…
- Do que você está falando?
- Antes de te contar, eu tenho que voltar um pouco
a história.
- Tudo bem. Siga!
- Eu estava no Brasil, eu era pobre e não tinha
nenhuma oportunidade a vista, até que eu conheci
uma pessoa.
- Quem?
- O nome dela era Cristina, ela parecia um anjo,
sempre disponível, sempre me agradando, e eu
estava tão suscetível naquela época!
- O que ela fez com você?!
- Primeiro ela me ofereceu um emprego com um
salário exorbitante, era tanto, que parecia
irrecusável, eu não poderia virar as costas pra
aquela proposta.
- E então?
- Cristina me adiantou uma parte do salário, e aí
não tinha mais volta, eu não podia mais recusar o
trabalho.
Depois de um tempo, finalmente ela marcou a data
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

da viajem, e tudo parecia um sonho, iriam ter uma


vida em um outro lugar, mas eu não tinha a menor
ideia no que estava me metendo.
- O que aconteceu depois disso?
- Nós viajamos, e aí cheguei aqui na Alemanha,
logo Cristina me mostrou sua verdadeira face, e
descobri no que eu iria trabalhar!
- Espera aí, você está querendo me dizer que você
foi…
- Sim, eu fui traficada, vivo em cativeiro, e não só
eu, dezenas de garotas também estão. Elas são
mantidas como escravas sexuais, vendem seu
corpo, e não ficam com absolutamente nada!
Chegam aqui com promessas de uma vida nova, um
sonho, e acabam se tornando prostitutas de homens
ricos.
A Cristina foi a minha atravessadora, Klaus o
responsável pelo nosso grupo, eu vivo em um
quarto com outras 5 garotas!
Albert fica atordoado com as revelações de Flávia.
- Mas por que você não me disse isso desde a
primeira vez?!
- Eu não podia, ele nos ameça, diz que se a gente
abrir a boca, as outras vão pagar! Nós ficamos
totalmente acuadas!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Isso é muito grave Flávia!


- Eu sei disso! Você não tem ideia em que
condições nós vivemos!
- Isso não pode continuar assim! Bem que eu nunca
confiei naquele homem!
- E como você conheceu ele?!
- E não o conhecia, quem me passou o contato dele
foi o Sebastian.
- Se ele souber que eu te contei tudo, eu sou uma
garota morta!
- Você não vai voltar pra lá Flávia, eu vou te
ajudar, a gente vai dar um jeito de tirar aquelas
garotas de lá!!!
- Você jura?!!
- O poder tem que servir pra alguma coisa Flávia?!
- E o que a gente vai fazer?!
- Vamos pra impressa pra expor toda essa sujeira!
Depois vamos colocar todas essas pessoas atrás das
grades!
- Você jura Albert?!!!
- Claro Flávia, o que você esperava, que iria me
contar tudo isso e eu iria ficar quieto?!!!
- Não, eu sabia que você iria me ajudar!!!
- Primeiro vamos até a casa do meu pai! Ele é um
homem influente, vai saber o que fazer!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Sim!
- Depois vamos salvar as outras! Mas antes de tudo
me diz o endereço do lugar onde vocês estão sendo
mantidas me cativeiro!
- O endereço eu não sei ao certo, eles tentam
manter isso em silêncio! Mas eu sei que o nome do
bar é ‘JF’.
Albert abre sua agenda e anota esses nomes, Klaus,
Cristina, bar Jf, e tráfico de mulheres.
Ele pega a chave do carro e sai do apartamento.
- Nós não podemos sair pela frente, o motorista vai
ver a gente.
Alerta Flávia.
- Não, tem uma saída por trás. Ninguém vai ver a
gente!
- Tudo bem!
Os dois descem até o subterrâneo, onde fica a
garagem.
Albert abre a porta do carro, e Flávia também entra,
os dois seguem até a saída traseira do prédio.
No carro, Albert acelera, está visivelmente
desnorteado, não consegue acreditar em tudo o que
está acontecendo.
Ele coloca a mão sobre a mão esquerda de Flávia e
tenta tranquilizá-la:
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Vai dar tudo certo no final, você vai ver!


- Eu sei Albert!
- Eu te amo!
Albert dá um selinho na boca de Flávia, para
acalmá-la e demostrar apoio!
- Você não vai voltar pra aquele lugar horrível! Eu
te prometo!
- Jura pra mim!
- Eu juro Flávia, pra aquele lugar você não volta!
- Tudo bem, eu acredito em você!
Chegando perto da mansão de Alexandre, Albert vê
que a festa ainda está rolando, mesmo que ele não
de importe nem um pouco com aquilo.
Ele estaciona o carro de qualquer maneira, está com
pressa para alar com o pai.
Sai do carro e pega na mão de Flávia, e eles entram
na festa, os convidados cumprimentam Albert, que
nem se dá conta disso, já que seu único objetivo era
falar com Alexandre.
Entrando na casa, Albert vai diretamente ao
escritório do pai, que está sentado e pensativo,
querendo saber onde Cláudia está.
Albert entra com Flávia e diz:
- Pai, precisamos conversar urgentemente!!
Alexandre percebe que o filho está muito abalado e
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

também inquieto, e estranha a reação dele. O que


também se dá conta é que o filho chegou com uma
garota de programa, o que não o agrada nem um
pouco!
- O está acontecendo Albert?
- Eu preciso da sua ajuda!
- Por que você está tão descomposto?
- Pai eu preciso que você faça…
- Antes de tudo, peça para a moça aí esperar lá fora,
se é uma conversa importante, vamos conversar a
sós.
Albert pede para Flávia sair…
- Flávia, por favor, me espera lá fora, eu juro que já
te encontro!
- Tudo bem, eu te espero lá fora!
Flávia sai do escritório, e espera na sala da mansão
de Alexandre.
Sebastian percebe que Flávia está na casa de seu
sogro, e concluí que ela tenha aberto a boca. Ele
fica preocupado, mas depois se acalma, pois sabe
que ela não sabe que ele e Klaus são cúmplices.
Ele sobe as escadas e vai até o quero de Isabel,
pega o telefone e disca um número.
- Alô.
- Quem é?!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- É o Sebastian, quem mais seria!


- O que você quer agora?!
- Estou te ligando para te fazer um grande favor; a
sua garota, ela abriu o bico! Está aqui na casa do
meu sogro, já deve ter contado tudo, com detalhes,
para o Albert, por isso se apressa, não vai demorar
muito pra polícia bater aí no seu barzinho!
- Desgraçada! Eu sabia que ela iria abrir a boca!
Era tão óbvio! Vou ter que tirar todo mundo daqui!
Filha da puta! Essa ela vai me pagar muito caro!
- Isso mesmo, se eu fosse você, começava a
deslocar as mercadorias agora mesmo!
- Eu quero ela, Sebastian, fica de olho e me diz
tudo! Você acha que o seu sogro vai fazer alguma
coisa?!
- Acho que não, Alexandre é muito egoísta para se
preocupar com os problemas de uma putinha! Mas
te mantenho informado de tudo o que acontecer!
- Tudo bem!

No Escritório de Alexandre…

- Pai, eu ainda não sei como eu consegui dirigir até


aqui!
- O que foi que aconteceu de tão grave assim?!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Aquela moça que veio comigo, ela precisa de


ajuda!!!
- Que tipo de ajuda! É dinheiro?! Não sabia Albert,
que você se envolvia com garotas desse meio!
- Não é a hora de discutir sobre isso!
- Tudo bem, mas me diga o que te traz até aqui?!
- Essa garota pai, essa garota não é garota de
programa!
- Claro que é, isso se percebe a quilômetros de
distância!
- Não pai, ela nem está aqui porque quer!
- Então o que aconteceu?! Você está começando a
me deixar preocupado!
- Ela foi traficada pai! Ela saiu do país dela pra ser
prostituída aqui!
- Nossa! Realmente é um fato lamentável! Diz
Alexandre friamente!
- Como assim lamentável?! Isso é um crime, a
gente tem que chamar a polícia, colocar na
imprensa! Procurar os culpados, e libertar as
vítimas!
- Calma Albert, você está querendo apagar um
incêndio, mas não tem água para apagar uma
fogueira! Você nem sabe se isso é realmente
verdade!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- E por que ela mentiria?!


- Não sei filho, ela é uma mulher da vida, quem
sabe não está apenas jogando pra obter mais
dinheiro?!
- E de que maneira ela ganharia dinheiro com isso
pai?!! Isso é um absurdo!
- Não, não é! Talvez ela esteja apenas brincando
com você!
- Pai, eu disse pra você que aquela garota lá fora foi
traficada, e você em vez de estar telefonando pra
polícia, só sabe falar o meu nome, e o que
supostamente ela faria comigo!!! Você tem noção
da gravidade desse assunto!
- Eu sei Albert, mas você tem que entender que isso
não é problema nosso!
Albert fica espantado com o egoísmo do pai…
- Como assim, isso não é problema nosso?!!!
- Isso não é relevante para nós, nossa obrigação é
cuidar da nossa família, e fazer a nossa parte, só
isso! Os problemas do mundo não nos interessa! Se
ela foi traficada, eu sinto muito, mas eu não vou
mover uma palha pra me meter nesse assunto!
Albert fica indignado…
- O que?! Você é muito egoísta! Se da porta pra
dentro estiver tudo bem, que se dane que tiver lá
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

fora, não é?!! E se fosse com você pai, se coloque


no lugar, se fosse a sua filha que fosse traficada,
você se importaria?!!!
- Não me diga isso Albert! Isso nunca aconteceria!
- E por que não?!
- Porque nós somos ricos, estamos acima disso!
Fala aos gritos Alexandre!
- Não é porque somos ricos, que estamos acima do
bem e do mal! Não temos o peito de aço, e nem
viveremos mais do que os outros! Você me dá
vergonha! Mas tudo bem, se você não me ajudar,
eu faço isso sozinho!
- Albert, não se meta nisso! Isso é um vespeiro!
Não vale a pena!
- Sim, ela vale muito a pena!
- Você está cego, foi gostar logo de uma prostituta
Albert!
- Eu gosto de quem eu quiser pai, e nem você e
nem ninguém vai me parar! Por ela, eu vou até o
fim do mundo!
- Faça o que você quiser Albert! Mas antes de fazer
o que está pretendendo, me diga onde está a sua
irmã?!
- Eu não vi a Cláudia hoje!
Albert sai do escritório do pai decepcionado.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Flávia o vê saindo, e vai abordá-lo!


- E aí? Ele vai te ajudar?!
- Flávia, eu tenho que ligar pra polícia!
Albert vai até o telefone, e liga para a polícia, diz o
que aconteceu, e fala o endereço do local onde as
garotas estão sendo mantidas em cativeiro, o
policial diz que já está encaminhando viaturas até o
local.
Sebastian vê aquilo tudo e sussurra…
- Que comecem os jogos…
Albert diz para Flávia que ela não precisa ir até o
local, mas ela insiste…
- Eu quero estar lá pra ajudar as meninas!
- Tudo bem, vamos até lá!
Os dois entraram no carro, e seguiram até o tal bar
‘JF’.
Se aproximando local, os dois visualizam várias
viaturas, e lá estava o bar, e ao lado o cativeiro…
O delegado se aproxima do carro de Albert…
- O senhor é Albert Hans? O cara que fez a
denúncia?!!
- Sim sou eu mesmo! Acharam as garotas?!!!
- Deve ter havido algum engano, e nós pedimos
para que isso não aconteça mais!
- Que engano? O que aconteceu?!!!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Acontece que isso aqui é só um bar, e não tem


nenhum cativeiro do lado, ninguém habita aquele
lugar! Também não achamos ninguém chamado
Klaus e Ivan, e ninguém na região sabe de algum
movimento suspeito, ou ponto de prostituição de
estrangeiras por aqui!
- Como assim?!
- Aqui está tudo limpo! Tem certeza que a sua
amiguinha aí não viu coisas de mais?!
Flávia fala espantada, pois até poucas horas atrás,
tudo estava ali! O bar com as traficadas, e o
cativeiro do lado! O que tinha acontecido?!!
- Não delegado! Era aqui! Era aqui, que tudo
acontecia! Estava tudo aqui!!!
O delegado ri e fala…
- Querida, então onde está todo mundo?! Saíram
voando, desaparecera do mapa? Assim, se mais
nem menos, sem deixar vestígios?
- Eles estavam aqui até pouco tempo!
- AÍ, acho melhor o senhor não acreditar em tudo
que escuta por aí, principalmente sobre um assunto
tão sério como o tráfico de pessoas! Diz o delegado
para Albert.
Albert olha para Flávia, que parece não entender o
que está acontecendo!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Ele dá a volta, e ela fica desolada, eles conversam


dentro do carro.
- Você deve estar achando que eu sou uma
mentirosa!!!
- Não, eu acredito em você! Eles devem ter saído as
pressas, por isso a polícia não acharam eles!
Flávia começa a chorar desesperada!
- Eu não sei o que está acontecendo! Eu pensei que
esse pesadelo tinha acabado! Mas olha só, eles
fugiram…
- Não tem problema Flávia, você está salva! E
vamos dar um jeito de ajudar as outras! Vamos
colocá-lo na prisão, e eles vão pagar!
- Você me promete?!
- Sim, e eu tenho um outro plano! Vamos chamar a
atenção da mídia, vamos pra casa de um amigo
meu jornalista! Lá você conta tudo que sabe, e ele
com certeza vai nos ajudar! Benjamin é um grande
amigo!
- Ele pode ajudar a gente?
- Sim, com certeza ele vai ajudar!
- Tudo bem.
Albert vai até a casa de seu amigo jornalista
Benjamim. E chegando lá…
- Oi Benjamim, há quanto tempo eu não te vejo?!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Que surpresa, você por aqui!


Benjamim olha diretamente para Flávia.
- Posso entra?!
- Claro Albert, somos ou não amigos?!!!
- Sim, claro eu somos, e é por isso que eu estou
aqui!
- Entra!
- Obrigado!
Flávia e Albert entram na casa de Benjamim.
- Essa é a Flávia Benjamim, ela é brasileira.
- Muito prazer Flávia!
- O prazer é meu!
- Nós estamos aqui para fazer uma denúncia, aí
você publica onde puder!
- E que tipo de denúncia! É uma coisa muito
grande?!
- Garotas que foram traficadas!
- Meu Deus! Isso é muito grande!
- Eu sei disso!
- A Flávia, é uma das vítimas do tráfico humano!
- Eu sinto muito Flávia, isso realmente é muito
triste e, infelizmente, comum! Mas vamos trabalhar
em cima disso!
- Você acha que pode expor isso?!
- Claro que posso!!! Eu pesquisei por muitos anos o
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

tráfico de mulheres! Conheço o assunto, tudo o que


eu queria era chamar atenção pra isso, e você me
deu um caso, ou não?!!
- Sim, Flávia disse que tem centenas de garotas,
talvez milhares, isso é sistema podre!
- Sim isso é um sistema, organizações, empresários,
até a própria mídia, nunca se sabe quem está
comprado, o tráfico humano tem muito dinheiro!
- Eu sei que é um sistema corrupto!
- Você nem imagina o quanto!
- Acho melhor, nós conversamos amanhã! A Flávia
está muito cansada, ela conta tudo! Você concorda
Flávia?
- Sim, amanhã!
- Acho melhor a gente ir indo… Diz Albert..
- De nenhuma maneira Albert, dormi aqui na minha
casa, no quarto de hóspedes!
- Eu não quero incomodar!
- Não é incômodo nenhum! Aí amanhã é só pegar
as informações e soltá-las.
- Você tem razão! Até porque nós não podemos pro
meu apartamento!
- Então, fique aqui!
- Tudo bem!
Benjamim leva Albert e Flávia até o quarto, e na
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

porta o CEO diz:


- Ainda bem que ela está salva!
- É, ainda bem.
Albert fecha a porta, e pergunta se Flávia está
bem…
- Está tudo bem?
- Sim, eu acho que sim! Mas eu estou um pouco
preocupada com as garotas!
- Calma, vamos dar um jeito nisso! Todo mundo
vai acabar bem!
- Se você diz, eu acredito em você!
- No final tudo vai dar certo!
- Sim, no final tudo vai dar certo!
Albert tira os sapatos de Flávia, e a deita na cama,
em seguida ele também dormi.
Os dois são despertados pelas batidas na porta de
Benjamim…
Albert abre a porta…
- O que houve Benjamim?
- Seu pai está no telefone, diz que é uma coisa
importante.
Albert vai até o telefone, para saber o que o pai
quer…
- O que foi pai?
- Você tem que vir até a empresa?!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Hoje eu não posso, tenho que resolver uma coisa


importante!
- Nada é mais importante do que isso!
- Diz logo o que aconteceu pai!
- Um ciclista passava por uma porte, aquela que
fica perto da empresa, ele viu um corpo, era o
contador, o Clóvis está morto, e ainda por cima,
acharam uma mala de dinheiro junto com ele.
- O Clóvis está morto?!!! Como assim?
- Morto! Uns dizem que foi suicídio, outros que ele
foi assassinado! Mas ainda não se sabe ao certo! A
filha dele está desesperada! Você tem que vir pra
cá!
- Tudo bem, já estou indo!
Albert conta o que acontecei para Benjamim e
Flávia, e diz que tem que ir até a empresa, é um
assunto sério.
- Vamos Flávia, você vai comigo!
- Tudo bem!
- Mas Albert, ela tem que me contar o que
aconteceu, não é melhor você deixá-la aqui? E
depois que resolver aqueles problemas você vem
até a qui buscá-la.
Albert fica na dúvida, mas Flávia o convence…
- Isso Albert, eu fico aqui, você vai lá, vê o que está
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

acontecendo e depois volta. Eu te espero!


- Você tem certeza Flávia!
- Absoluta! Você já fez tanto por mim!
- Tudo bem, mas eu vou voltar o mais rápido
possível!
- Tudo bem, eu vou te esperar!
Albert pega suas coisas, e vai até a porta, era
impressionante a sequência de coisas inacreditáveis
que estavam acontecendo, mal sabia ele que tudo
estava interligado!
Na porta, Albert dá um beijo em Flávia, e eles se
despedem…
- Fica bem por favor, e não esquece que Eu te
amo…
- Tudo bem, vai tudo dar certo!
- Lembre-se, eu vou até o fim do mundo pra te
encontrar!
- Eu sei disso!
Os dois se beijam, e Benjamim vê tudo.
Antes de sair, Albert fala para seu amigo…
- Cuida bem dela!
- Pode deixar! Eu vou cuidar bem dela!
Albert olha pela última vez para Flávia, e vai
embora.
Na mesma hora, Flávia se senta no sofá, e
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Benjamim fala com ela:


- Vamos começar?
- Tudo bem!
- Você pode começar a contar a história! Me diga
detalhes, nomes, lugares, coisas importantes, pra
que assim nós tenhamos uma matéria de capa! Me
ajude a te ajudar!
- Tudo bem…
Flávia começa a contar tudo para Benjamim, de
repente o telefone toca, e ele vai atender…
Ele sussurra:
- Ela sabe demais…
- Quem é? Pergunta Flávia.
- Minha irmã, ela vai fazer uma prova, e está
insegura, mas eu já disse que ela sabe demais, não
precisa ficar com medo!
- Entendi!
Benjamim desliga o telefone, e pergunta para
Flávia:
- Como você vai fazer pra todo mundo acreditar
nessa história?
- Eu não sei, só estou dizendo a verdade!
- As vezes a verdade não é o suficiente!
- Do que você está falando?!
- Já viu um castelo?
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Um castelo de verdade não!


- Não se constrói um castelo de cima para baixo!
Primeira tem a base, e depois se faz o topo, e assim
funciona, se todas as partes do sistema do Castelo
fizerem o seu trabalho, o Castelo inteiro funciona
perfeitamente!
- Eu não sei por que você está me dizendo isso!
- É que as vezes, as pessoas acham que os Castelos
são feitos de areia, porém não sabem que eles são
mais sólidos do que suas próprias vidas!
- Você dá voltas demais!
- Não Flávia, o mundo é um oito, uma hora em
cima, a outra em baixo, e assim ele funciona!
Assim o planeta Terra continua girando.
Não se coloca a mão no vespeiro, e se sai sem
nenhuma picada.
Flávia não entendi nada.
Benjamim se levanta e diz que vai até o banheiro.
- Se alguém bater na porta você atende, é a minha
irmã, ela vai passar aqui pra pegar algumas dicas
comigo, ela está muito nervosa pra prova!
- Tudo bem!
A campainha toca…
- Acho que a sua irmã!
- Pode abrir por favor.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Flávia abre a porta…

- Oi brasileira… Diz Klaus…

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Capítulo nove
A Ameaça
Enquanto tudo se encaminhava, lá estava Cláudia,
despertando lentamente, o despertar era o mais
difícil…
Ela já não estava mais no porta-malas do carro de
Sebastian, estava sentada em uma pequena sala,
que tinha uma luminária bem fraca, e que ficava se
mexendo para lá e pra cá.
Cláudia estava desnorteada e sentia muita dor de
cabeça, por causa dos golpes que Sebastian tinha
dado nela.
Com as mãos amarradas e a boca amordaçada,
Cláudia se contorcia pra ver se tinha algum jeito de
sair dali, mas não podia gritar, e estava fraca para
conseguir tirar as amarras.
O desespero começou a tomar conta dela, começou
a chorar, e ninguém, ninguém poderia ouvir seus
anseios por ajuda.
Até que a porta finalmente se abre, e ela avista um
homem que nunca tinha visto na vida. Era Klaus, a
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

primeira vez que tinha visto aquele rosto, um


semblante aterrorizante, e uma imensa cicatriz que
percorria todo o lado direito da sua face. Uma
tatuagem no braço esquerdo, era alto, e sua
presença impunha medo.
- Oi mocinha, dormiu bem?
Cláudia não diz nada…
- Quer que eu tire a sua mordaça, vou fazer isso, e
não pense em gritar, porque ninguém vai te ouvir.
Klaus vai até Cláudia e tira sua mordaça…
- Pronto, assim é bem melhor, eu sabia que você
seria uma boa garota…
Cláudia olha pra ele e diz:
- Eu não vou gritar, não tenho força pra isso! Eu só
quero saber por que eu estou aqui!!!
- Você está aqui porque quis bancar a detetive, e
descobriu coisas demais, e quem sabe muito,
sempre tem que ter a boca calada, de um jeito ou de
outro!
- O que foi? Você é o cúmplice do Sebastian?!!
- Temos negócios juntos.
- Que tipo de negócios?
- Importações e exportações.
- E o que vocês importam e exportam?
- Você logo vai saber!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- É você quem vai me matar.


- Talvez.
- Eu não sabia que o Sebastian era um bandido tão
barra pesada, pensei que ele fosse só mais um
parasita!
- Ele realmente tem muito talento pra o mundo do
crime; mas você não deveria ter bancado a heroína
que quer desmascarar tudo e todos, o mundo é
assim, um derrubando os outros, e todo mundo
querendo o mesmo, poder. Seu pai é um homem
importante, logo você também é, pagaria uma boa
quantia pra te ter de volta.
- Então é isso? Eu fui sequestrada, você vai pedir o
resgate?!
- Calma, que eu não disse isso!
- Mas insinuou que isso aqui é um sequestro!
- Não, eu só pensei alto; mas você não é de e jogar
fora, é bem bonita, iriam chover cliente pra você…
Klaus chega perto de Cláudia, e começa a passar a
mão nos cabelos dela…
- E ainda é bem tratada, sempre foi rica, não é? Dá
pra notar, nunca passou por nenhuma necessidade
nessa vida, nunca soube o que significada a palavra
não. A princesa pedia, e papai sempre dava, sempre
foi assim, não é?
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Aonde você quer chegar com essa conversa?


- A lugar nenhum, mas as vezes assim é a vida,
estamos lá em cima, e de repente caímos de uma só
vez.
De repente Ivan bate na porta, e diz para Klaus:
- Ele chegou.
- Então deixe ele entrar….
Sebastian entra na sala:
- Então esse aqui é o seu novo esconderijo?!!
- Você não ideia como foi difícil tirar tudo de lá tão
rápido, ainda bem que a equipe é grande.
Cláudia confronta Sebastian:
- Pra que você me trouxe aqui?!
- Você tem sorte de ainda está viva.
- Então por que você não me mata logo?!
- Vontade é o que não me falta.
Klaus acalma os ânimos…
- Calma, temos que seguir os planos Sebastian,
tudo deve ser feito com paciência, a pressa é
inimiga da perfeição.
- Você tem razão! Só que as vezes eu perco o
controle, por causa dessa vagabunda eu perdi uma
mala de dinheiro.
- Calma Sebastian, vão-se os anéis e ficam os
dedos. Diz Klaus.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Já descobriram o corpo do maldito contador! Eu


achei que todo mundo só iria saber daqui a três
dias, mas um ciclista filho da puta viu o corpo
daquele desgraçado boiando.
- Calma, poderia ser pior! Vamos seguir o plano!
- Eu estou nervoso, está todo mundo em cima do
caso, quem matou e essas coisas! Acho bom esse
seu plano funcionar!
- Você está com a arma do crime?
- Sim.
- E o carro da garota?!
- Também está escondido!
- Já se deram conta que ela sumiu?!
- Já, o namorado estava preocupado e foi procurar o
meu sogro!
- O Antônio?! Pergunta desesperançosa Cláudia!
- Cala a boca! Você nunca mais vai ver aquele
professorzinho! Você me entendeu?! Diz Sebastian.
- Presta atenção Sebastian, vamos seguir com o
plano!
- Ok, vamos seguir com o plano! E cadê aquela
vagabunda brasileira?
- O jornalista me entregou ela em uma bandeja de
prata!
- Quem, o Benjamim?
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Sim. Ele mesmo!


Quando escuta o nome Benjamim, Cláudia
estranha, será que seria o amigo de Albert, mas o
que ele teria a ver com tudo isso?! E quem era a tal
brasileira?!
- E o que você fez com ela?
- Dei uma boa surra! Não aguentei, bati nela com o
meu próprio cinto, eu falei que aquela desgraçada
iria me pagar, mas ainda é pouco!
- E você confirmaram mesmo isso?!
- Sim, a amiga dela contou, e nós já descobrimos,
podemos colocar o plano em prática agora mesmo!
- Vamos apresentar as cunhadas?! Diz Sebastian
rindo.
- Claro. Vou chamar ela agora mesmo!
Klaus abriu a porta, e deu uma ordem a Ivan:
- Traz aquela piranha aqui!
- Sim chefe!
Flávia não conseguia andar sozinha, sua boca
estava sangrando, seu olho estava roxo, suas costas
estavam em carne viva por causa da surra que tinha
levado de Klaus, mas o mais engraçado, é que ela
não chorava, em seu semblante só se via a dor de
alguém que viu a liberdade escapar entre suas
mãos…
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Arrastada por Ivan, Flávia chega até a salinha, e


senta em uma cadeira de frente para Cláudia, que
vê aquela moça toda surrada, e fica espantada, a
irmã de Albert nunca tinha visto a violência tão de
perto, indignada ela pergunta:
- O que vocês fizeram com ela?!
Por mais que Flávia fosse uma desconhecida para
Cláudia, ela pode sentir a dor que aquela moça
estava sentindo.
- Bom, agora vamos apresentar, uma para a outra,
tudo bem?! Debocha Sebastian…
- Vamos fazer o que deve ser feito!
- Nossa Klaus, você acabou com ela! Está toda suja
de sangue, por favor diga pra ela se afastar de mim,
não quero que suje o meu terno! Diz Sebastian!
Cláudia fica indignado com o que Sebastian disse:
- Ela é um ser humano! Um ser humano! Como
você pode tratar alguém assim?!!!
Ninguém responde…
- Vamos lá Cláudia, o plano é o seguinte,
considere-se uma pessoa morta! Você me viu
matando o contador, e se sair daqui vai contar isso
pra todo mundo!
- Com certeza! Diz Cláudia!
- É por isso que você vai morrer! Mas antes disso,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

eu vou te dar a chance de ligar para o seu pai, e se


despedir, mas obviamente você dirá o que eu
mandar você dizer!
- Nunca…
- Calma, eu ainda não acabei! Você vai dizer que
quem matou o Clóvis, foram as mesmas pessoas
que te sequestraram, porque lembre-se, você foi
sequestrada, por esse mesmo motivo que quando
acharem o seu carro, vão encontrar a arma que
matou o Clóvis, eles vão demorar tanto tempo pra
desvendar esse caso!
Aí você se despedirá da sua amada família!
- Se você me der um telefone, eu vou gritar que foi
você que matou o Clóvis e está me mantendo em
cárcere privado junto com os seus bandidos!
- Eu acho que você não vai fazer isso!
- Tenha a certeza que sim!
- Sabe por que eu tenho certeza que você vai fazer
o que eu mandar você fazer?! Porque você sempre
quis bancar a heroína, sempre… Sempre quis salvar
o mundo, sempre ajudando o próximo…
- Mas eu não vou te ajudar…
- Eu sei disso, na verdade eu nem esperava isso!
- Então como você acha que eu vou ligar pro meu
pai e não vou contar nada?!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Sebastian pega uma arma, vai até Flávia, puxa o


cabelo dela pra cima e diz:
- Você não vai me ajudar, você vai ajudá-la!
- O que, você vai me chantagear?!
- Sabe quem é essa moça aqui?! Ela é a prostituta
por quem o seu irmão estava apaixonado! Ela é a
brasileira!
- Eu não sabia!
- Agora sabe! E sabe qual é a melhor parte?!
- O que você quer Sebastian?
- Sabe o seu querido irmão? A felicidade dele está
em suas mãos, agora eu quero ver se você é tão boa
quanto diz que é! As moças que estavam no mesmo
quarto de Flávia, disseram que ela estava passando
muito mal, sabe! Depois Flávia foi malcriada e
contou para o seu irmão que ela tinha sido
traficada! O Benjamim, sabe, o amigo jornalista do
Albert?! Ele entregou ela para o meu amigo Klaus
aqui! E você pode ver o estrago, Klaus não teve
nenhuma piedade de Flávia, ele açoitou a
pobrezinha, depois fez um teste de gravidez nela! E
sabe o que ele descobriu, bingo… Flávia está
grávida, e sabe qual é a melhor parte?! Ela só
transou com o seu irmão, então essa puta aqui, está
esperando um herdeiro do seu querido irmão,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Albert Hans, uma das maiores fortunas da


Alemanha, e olha onde está o filho dele, no ventre
de uma vagabunda de rua!
- Grávida?! Diz espantada Cláudia.
- Grávida! Ela vai ter um filhinho ou uma filhinha
do seu querido irmãozinho, você vai ser titia!
- O que você vai fazer com ela Sebastian?!
- Bom, aí depende de você!
- O que você quer que eu faça?!
Nessa hora, Sebastian aponta a arma para a barriga
de Flávia…
- Você vai ligar agora para o seu pai, e vai dizer
tudo o que eu mandar você dizer, e se você for
teimosa, na hora eu dou um tiro no seu sobrinho, e
você vai ser a única culpada pela morte dele.
A tensão aumenta naquela sala, e Cláudia começa a
chorar, Flávia se pronuncia…
- Não faça o que eles querem! Sussurra a
brasileira…
(Não faça o que eles querem!)
- Cala a boca, ou você quer perder esse bebê que
está dentro do seu ventre?!! Diz Klaus…
- Não vale a pena! Sussurra Flávia novamente!
Nessa hora Klaus dá um tapa fortíssimo em Flávia,
e Cláudia grita desesperada:
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Não faça isso com ela! Por favor! Vocês já


bateram muito nela!
Sebastian fala:
- Tem gente que não aprende nem apanhando!
- Por que você tá fazendo isso Sebastian?!
Questiona Cláudia.
- Eu não tenho nenhum problema com você, só que
agora Cláudia você se transformou em uma
ameaça. Você sabe demais! Daqui a pouco o seu
pai morre, nós sabemos que você e o Albert iriam
ficar com quase tudo, Isabel iria ficar apenas com
as sobras, e nós não podemos admitir! Tirando você
da jogada, o único que sobra é o Albert, que vai
estar tão distraído te procurando, que não vai
prestar atenção em mais nada.
Sebastian continua apontando a arma para o
abdômen de Flávia.
- E aí Cláudia, vai ligar agora ou vai esperar eu
matar o seu sobrinho primeiro?!
- Eu ligo. Diz Cláudia desesperada.
Klaus disca esse número aqui! Depois passa o
telefone para nossa querida amiga ali.
Klaus começa a ligar, a tensão só aumenta, Flávia
tem a boca amordaçada, Sebastian fica um pouco
apreensivo, nada pode dar errado, sabe que
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Alexandre está esperando o pior.


O telefone chama três vezes…
- Alô… Atende Alexandre…
Sebastian continua apontando a arma para Flávia,
está com o dedo trêmulo no gatilho…
- Pai, sou eu Cláudia… Chorando ela atende, sabe
que a última vez que ouvirá a voz do pai.
- Filha, onde você está?! Nós estamos preocupados!
Tá todo mundo te esperando!
- Me sequestraram pai, as mesmas pessoas que
mataram o Clóvis, elas me sequestraram! Eu ia pra
festa da filha dele, e uns homens fecharam o carro,
mataram ele, levaram o meu carro, e eu estou aqui!
Alexandre se surpreende com a declaração de
Cláudia, ele coloca a mão no telefone e fala para
Isabel, Antônio e Albert…
- Ela foi sequestrada…
Antônio e Albert ficam espantados com a revelação
de Alexandre, Isabel finge que também ficou
surpresa…
- Tudo bem filha, quanto eles querem pra te liberar,
seja quanto for, eu pago!
- Eles ainda não falaram pai, mas por favor fica
tranquilo, eles disseram que vão entrar em contato
com você!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Agora me escuta, eu vou ficar bem, diz pro Albert


que eu vou sentir muita falta dele… Cláudia não
consegue falar, os nós em sua garganta deixam sua
voz travada, era um sacrifício, sua vida por outra.
Ela tinha que fazer isso, não suportaria ter que
conviver com a morte do filho do seu irmão.
Mais difícil ainda eram as despedidas, imagine ter
que se despedir das pessoas que mais ama na vida,
e não poder contar o que está acontecendo?!
Cláudia retomou, as lágrimas deslizavam pelo seu
rosto, o semblante de dor era indescritível…
- Pai, eu te amo, Albert eu ti amo, Antônio segue a
dua vida…
A ligação foi interrompida, não tinha mais nada
para ser dito…
Era o fim, o fim…
- Muito bem Cláudia, fez o que deveria ser feito,
estou orgulhoso de você! Diz Sebastian, que abaixa
a arma…
Do outro lado, todos ficam apreensivos…
- Chame a polícia, Cláudia foi sequestrada pelos
homens que mataram o Clóvis. Anuncia
Alexandre…
- Mas pai, como assim?! Eles não pediram o
resgate?! Pergunta Albert ansioso!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Ainda não, são bandidos profissionais. Primeiro


criam a expectativa, e depois ligam de novo.
- Mas o que o senhor vai fazer?! Pergunta Antônio.
- Já disse, vamos chamar a polícia.
O telefone toca novamente, Alexandre corre para
atender…
- Alô…
Alexandre escuta, e depois desliga…
- Quem era pai? Questiona Isabel.
- Era a polícia disseram que acharam o carro da sua
irmã, e também acharam a arma que matou o
Clóvis.
- São profissionais, não deixaram pistas! Nenhuma
sequer. Diz Isabel.
- Vamos esperar o próximo contato…
- Eu tenho que sair! Tenho que buscar a Flávia,
deixei ela com o Benjamim, e depois de tudo que
aconteceu, é melhor eu mantê-la por perto! Diz
Albert.
- Sua irmã sequestrada, o mundo desabando, e você
só pensa nos problemas alheios Albert, essa garota
não nos interessa! Diz Alexandre.
- Ela pode não interessar você, mas ela me interessa
e muito!
Albert sai e vai buscar Flávia na casa de
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Benjamim…
- Onde está o Sebastian nessa hora?!! Questiona
Alexandre.
- Ele estava procurando a Cláudia papai, você
deveria ter mais consideração com ele, afinal ele
estava super preocupado! Diz falsamente Isabel.
Albert chega na casa de Benjamim, já era bem
tarde, já havia passado da hora, mas aquele dia não
estava sendo fácil pra ninguém…
Ele toca a campainha, Albert está visivelmente
alterado, ainda não tinha dado tempo dele assimilar
tudo o que tinha acontecido, ele só queria pegar a
Flávia e ir embora…
Benjamim estava aguardado Albert, e já tinha
arranjado toda a farsa, tinha acabado de limpar o
sofá, que estava sujo de sangue de Flávia, já que
Klaus tinha espancado a brasileira bem na sua
frente. Com uma frieza de psicopata, ele abre a
porta…
Albert entra…
- Tudo bem Albert?
- Não, Benjamim, nada está bem! Minha irmã foi
sequestrada, nós estamos desesperados, eu só vim
aqui pra buscar a Flávia e ir embora, sabe?! Se não
fosse tão grave…
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Que coisa mais lamentável Albert, a Cláudia foi


sequestrada?!
- Foi…
- Isso sempre acontece com as famílias mais
ricas…
- É, eu sei… Mas onde está a Flávia?!
- É isso que eu queria te contar.
- O que? Aconteceu alguma coisa com ela?
- Sim.
- Onde ela está?
- Ela não está aqui Albert!
- Como assim ela não está aqui?! Se altera Albert.
- Ela quis ir embora.
- Por que?!
- Depois que eu descobri a farsa dela, ela achou
melhor ir embora!
- Que farsa?! Do que você está falando?!!!
- Ela mentiu pra você Albert, eu estranhei, a
história dela estava cheia de furos, você sabe que
eu estudo com tráfico de mulheres estrangeiras! E
ela, ela não me contou detalhes importantes sobre
como uma mulher era trafica, o cativeiro também,
você mesmo viu que não tinha nenhum lugar, não
havia nenhuma garota sequer para confirmar a
história dela, a polícia não achou um vestígio! Tudo
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

isso fez eu juntar as peças do quebra-cabeça, ela era


só mais uma prostituta querendo se dar bem com
um homem rico.
- Do que você está falando Benjamim?! Pergunta
Albert furioso pegando na camisa de Benjamim, e
quase batendo nele.
- Se acalme Albert, seu sei que você gostava muito
dela, mas acredite em mim, ela era só uma golpista.
- Ela não era golpista, ela estava falando a verdade,
me disse que foi obrigada a estar aqui! Então não
me venha com isso!
- Você é um homem inteligente Albert, ela tentou
te envolver nessa história desde começo. Primeiro
te encontrou na despedida de solteiro, depois veio
com aquela conversa de ser virgem, e me responda
agora, você se deu conta que ela era virgem?
- Não, mas talvez eu…
- Não Albert, ela não era virgem coisa nenhuma,
ela apenas estava começando a te manipular! Ela
mesmo me contou!
- Te contou o que?
- Me contou que percebeu que você era diferente
dos outros clientes dela, primeiro viu que você era
um homem muito rico e influente, ela e o cafetão
dela planejaram tudo, ela mesmo teria pedido para
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

ele dizer que ela não estava disponível para você,


assim manteria o interesse da sua parte, depois as
transas, todas sem camisinha, ou eu estou errado?
- Não, nós não usamos camisinha.
- Exatamente por isso! Depois ela sabia que tinha
que te comover com algo realmente grande, e
inventou que tinha sido traficada, porque assim
você ficaria do seu lado, e daria todo o apoio
necessário. Eu confesso que telefonei para alguns
contatos e ninguém conhecia os nomes que ela
tinha dado, eram falsos.
- Por que ela faria isso?
- Dinheiro Albert, dinheiro, queria que você ficasse
com ela, ela mesmo me confessou…
- Ela disse tudo isso pra você?
- Sim. Me confessou tudo, depois que eu a
desmenti! Inclusive quis fazer um programa
comigo, obviamente eu não aceitei!
- O que?
- Sim, ela disse que se eu quisesse nós poderíamos
dormir juntos!
- Isso é mentira!
- Não é Albert!
- Eu não acredito em você Benjamim!
- Em quem você prefere acreditar Albert, em um
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

amigo da vida toda ou uma garota que você mal


conhece? Mas eu sabia que você custaria pra
acreditar, ela disse que ligaria daqui a pouco para
aclarar as coisas, e eu acho que você deve esperar,
para ouvir da própria boca dela…

Do outro lado…
Cláudia fica perplexa, tiram a mordaça de Flávia, e
em seguida Klaus começa a falar com a
brasileira…
- Presta bem atenção, seja grata com o gesto da sua
amiga ali, e comece a falar agora, vou te dar a
chance de falar com o seu CEO, você vai dizer a
ele que tudo o que você disse era mentira, e que só
estava tentando sair da vida, e que o usou por causa
disso, se você não for convincente, eu dou um tiro
na cabeça da irmã dele…
Flávia olha pra Cláudia, e percebe que vai ter fazer
aquilo, pois ela tinha acabado de salvar a vida do
seu filho, mesmo sem nunca antes ter conhecido
ela.
Klaus liga pra a casa de Benjamim…
O telefone toca, Albert fica apreensivo, Benjamim
vai atender o telefone…
Klaus aponta uma pistola para a cabeça de
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Cláudia…
- Albert, é ela…
Albert se levanta e vai direto ao telefone.
Angustiado ele diz…
- Flávia, onde você está, eles te pegaram de volta,
te bateram, fizeram alguma coisa com você?!! Me
diz por favor!
- Não existe ninguém Albert, ninguém, foi tudo
uma mentira.
- Por que Flávia, por que?!
- Eu tive uma vida tão difícil, mais tão difícil, eu só
queria dinheiro, e você tinha tanto Albert, queria
engravidar, mas eu não consegui! Aí eu pensei, ele
não vai querer ficar comigo! A não ser, a não ser
que ele tenha pena de mim. Aí ele vai querer ficar
comigo, mas eu percebi que isso não era legal,
sabe, mentir só pra conseguir ficar com um homem
rico, e eu sempre menti pra você, desde o princípio!
Eu vi que você era um homem com um coração de
ouro, e me aproveitei disso!
- Não Flávia, eu não consigo acreditar…
- Eu sei que é difícil, mas é verdade, você era tão
rico…
- Você então gostava do meu dinheiro! Mas antes
de tudo, me responda uma coisa, você algum dia
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

chegou a gostar de mim?


Flávia fecha os olhos, a garganta fecha, a voz não
sai, e ela diz bem baixinho…
- Não, eu nunca gostei de você, você é muito
inocente, pra não dizer bobo.
- Mas eu sim te amo…
- Você não deveria ter sentimentos tão nobres por
pessoas que só desejam o seu dinheiro..
A ligação é finalizada...

Capítulo dez
Vendida…
Naquela mesma salinha, Flávia e Cláudia estavam
desoladas, uma de frente para outra. Sebastian e
Klaus se entreolhavam, felizes estavam os dois,
conseguiram seguir seus planos, e parecia que
absolutamente nada poderia dar errado. Tinham se
livrado de Albert, Alexandre e Cláudia deixaria de
ser um problema em breve. E o que aconteceria
com Flávia e as outras garotas?
Os dois saíram por um momento, e Ivan foi o
responsável por tomar conta das ‘garotas’.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Eu quero ela morta!


- Quem?
- A Cláudia, enquanto ela ainda respirar será uma
ameaça.
- Se você quer tanto isso Sebastian. Mas eu estava
aqui pensando, onde está o dinheiro que você me
deve?
- Eu pensei que depois de tudo aquilo que eu fiz por
você, o senhor poderia pelo menos perdoar a minha
dívida.
- Não, Klaus não perdoa dívidas, Klaus vive disso.
- Depois do casamento eu pago o que te devo.
- Não, depois do casamento não. Eu quero o
dinheiro agora, faça o que tenha que fazer, mas
quero o dinheiro nesse momento, não posso mais
aliviar pro seu lado.
- Tudo bem, mas o que você quer que eu faça?
- Não sei, venda alguma coisa, pede dinheiro
emprestado pra sua noiva, roube alguma coisa de
valor da casa do seu sogro.
- Eu não sou ladrão, e o meu ego é muito grande
pra eu ‘pedir’ alguma coisa pra alguém.
- Dê o seu jeito, mas faça agora!
- Tudo bem, você tem alguma solução?
- Sim.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- E qual?
- Eu quero a garota.
- Que garota?
- A tal Cláudia.
- O que?! Como assim você quer aquela
desgraçada?!
- Ela é bonita e também muito arisca. Eu gosto
disso em uma garota. Os clientes vão adorar ela. Eu
preciso investir, e por isso eu quero ela, veio de
berço, rica, bem tratada, tudo isso só aumenta o
valor dela.
- Você só pode estar brincando!
- Nunca falei tão sério na minha vida!
- Você é louco ou você esqueceu que ela sabe de
tudo, e se um dia ela escapar?
- Isso não vai acontecer, daqui alguns dias eu vou
pra Espanha, vou levar todas as minhas garotas,
ordem de cima, depois de toda aquela merda que
deu.
- Me desculpa, mas o seu plano me parece
inverossímil!
- Me escuta, ninguém nunca vai descobrir de nada,
é impossível!
- Um homem precavido vale por dois, eu não posso
deixar pontas soltas, ela tem que estar bem morta,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

você me entende.
- Tudo bem, já que você não quer me vender a
garota, arranje o dinheiro.
- Eu já disse que não tenho agora.
- Se vira, mas traga agora!
Sebastian pensou e repensou, não tinha como
conseguir aquele dinheiro assim, do nada, sabia que
não podia dormir no ponto com Klaus, quando se
tratava de dinheiro, ele não brincava em serviço.
Por mais que queria muito ver Cláudia morta, ela
viva iria pagar todas as suas dívidas, e realmente,
era impossível alguém descobrir alguma coisa, tudo
estava indo muito bem.
- Quanto você me daria por ela.
- Pagaria a sua dívida, e você sabe que não é
pouco!
- Ela vai sofrer?
- Muito.
- Me prometa que ela vai sofrer!
- Não tenha a menor dúvida disso!
- Então tudo bem, vendida…
- Isso que é uma escolha bem feita.
- Mas me jure que ela nunca vai fugir!
- Eu já disse que não tem como ela fugir. Aqui os
pássaros não voam.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Tudo bem, eu já vou indo, tenho que estar em


casa quando a polícia chegar, não quero levantar
nenhuma suspeita, mas antes de tudo, o que você
vai fazer com a tal brasileira?
- Eu tenho algo muito especial pra ela, algo que ela
nunca vai esquecer.
- Não faça nada antes de me consultar!
- Pode deixar, tudo vai ficar bem, eu garanto, pode
ir embora.

Na salinha…
- Tem algum jeito de escapar daqui? Pergunta
Cláudia para Flávia.
- Não, não tem.
- Então você era a garota por quem meu irmão
estava apaixonado?!
- Eu acho que nesse momento ele deve estar me
odiando.
- Calma Flávia, vamos dar um jeito de sair daqui!
- Você sabe o que está te aguardado Cláudia, você
sabe o que é isso aqui?
- Não.
- É uma rede internacional de tráfico humano, e
eles tiram o melhor de você, te usam, te exploram,
depois te jogam fora, como se você não tivesse
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

nenhum valor.
- Nós podemos fugir.
- Eu tentei fugir, e olha o que aconteceu comigo,
descobrir hoje que eu estou grávida, e não tenho
nenhuma esperança, sei que não vou poder ficar
com o meu bebê.
- O que eles vão fazer com você?
- Eles vão me levar até um veterinário, e ele vai
fazer um aborto em mim. Uma garota como eu, não
posso me dar ao luxo de ter um bebê nesse lugar.
Imagina se fosse uma menina então? Iriam esperar
ela crescer para ter o mesmo destino da mãe.
- Isso não vai acontecer Flávia, me escuta, tudo vai
dar certo, nós vamos sair daqui, e também vamos
contar a verdade pra todo mundo, eles vão me
procurar.
- Mas quanto tempo será que eles vão continuar te
procurando. Eu aprendi na vida, que não há um
sentimento eterno, as pessoas sempre te esquecem,
de uma maneira ou de outra, o tempo passa e vai
apagando tudo, qualquer amor, qualquer
lembrança, qualquer vestígio de algo que algum dia
foi muito bom. As pessoas vão substituindo umas
pelas outras, e assim o tempo passa…
- Não Flávia, você vai nós vamos sair daqui.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Eu também já tive esperança, mas ela morreu


hoje.
- Flávia olha pra mim. Nós não vamos morrer aqui!
- Morrer, viver, qual é mesmo a diferença?
Por mais que Cláudia se mostrasse esperançosa,
Flávia já tinha se se entregado, estava rendida e
sem forças, perdeu o brilho da rebeldia, perdeu a
pouca fé que ainda tinha dentro dela. Era o amor
que alimentava Flávia, era o amor que fazia ela se
levantar cada dia, e agora? Em um piscar de olhos,
ela tinha todas as chances do mundo, e agora estava
em um beco sem saída, era o mundo, girava como
um oito, pra cima e pra baixo, de baixo pra cima.
Klaus chegou até a salinha, e chamou Ivan.
- Leve a brasileira até o meu quarto.
Flávia já nem fazia mais questão de se debater, com
hematomas por todo corpo, Ivan a levou até o
quarto.
Antes de sair, Klaus olhou pra Cláudia e disse:
- Bem-vinda ao time.
Cláudia não entendeu muito bem o que ele quis
dizer com aquilo.
Depois disso Klaus deu outra ordem.
- Leve essa aqui pro quarto das virgens.
- Sim senhor.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Era um corredor interminável, parecia um


esconderijo perfeito, ninguém iria procurar em um
hotel de beira de estrada. Homens para todos os
lados, faziam a segurança, e garantiam que
ninguém estrava e ninguém saia.
Carregada por Ivan, Flávia finalmente chegou ao
quarto de Klaus, era escuro, sinistro, não se podia
ouvir nada.
Ela se sentou em cima da cama, suas costas doíam
muito, seus joelhos estavam arrebentados, e suas
mãos raladas.
Sua roupa estava ensanguentava, e ao fundo
poderia se ouvir uma canção no rádio, era uma
canção dos anos 60, dizia que o amor vinha rápido
e demora pra ir embora, não adiantava, os anos
passavam e o esquecimento não vinha, um grande
amor é assim, o tempo o alimenta e a espera o faz
mais forte.
Era uma canção tão romântica, que chegou como
uma flecha no coração de Flávia, ela chorava
lágrima por lágrima, passava a mão pela sua
barriga…
“O amor é assim, chega rápido, tão rápido,
mas demora, como demora, pra ir embora.
Os anos passam, e eu te amo mais.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Achei que algum dia iria te esquecer,


mas não adianta, não adianta.
Quando se ama alguém, como eu amo você.
O tempo é alimento, e a espera o fortalece.
Quem dera, que eu pudesse te encontrar de novo.
Só pra dizer que nunca gostei de alguém, como eu
gostei de você;
Por que? Por que? Por que você me abandonou
daquele jeito?
Eu não sei…
Eu não sei…
O amor é assim, chega rápido, como uma flecha
Mas você já viu, como é doloroso tirar uma flecha
de um coração?
Você levou meu coração, no dia em que você foi
embora…
Desde aquele dia, não respiro, não acordo, não vivo
mais.
Por isso volte, volte… Traga de volta o que você
levou contigo.
O amor demora, quem dera eu pudesse te dizer...”
A canção rolava, e Flávia a ouviu, porém de
repente a porta rangeu, e era ele, caminhava
devagar, seus passos eram assustadores, Flávia ia se
encolhendo, e ele ia ficando cada vez mais gigante.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Ele desligou o rádio, e disse:


- Odeio essa rádio, só toca essas porcarias
românticas, pra tolas no mundo inteiro, tolas como
você.
Flávia não responde nada.
- Você tinha tanto potencial! Quando eu bati o olho
em você, sabia que seria uma das melhores garotas
daqui. Mas assim é a vida, quanto mais se espera,
mais se decepciona.
Por isso eu fiquei com tanta raiva, sabe por que?
Porque você era a garota dos meus olhos, minha
brasileirinha. Eu paguei caro por você, esperei, te
reguardei, não injetei nenhuma porcaria no seu
corpo, e nem te explorei, mas tudo isso vai mudar a
parti de agora. Não vou mais ser tão bom, isso não
funciona.
Você vai me pagar cada centavo que eu investi em
você, cada moeda, vai me devolver cada grão que
você comeu até hoje.
Mas olha só pra ela! Parece que não está ligando
pra nada que eu digo, ela é superior?! Grita Klaus!
Ela se acha superior, só porque está grávida de um
CEO filho da puta, que não quer saber mais dela!
Klaus bebe um drink, e solta suas gargalhadas,
Flávia fecha os ouvidos.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Você não que ouvir?! Mas foi você quem


procurou por tudo isso! Iludida! Iludida! Você não
se enxerga? Você não sabe o seu lugar? Veio
daquela favela, e achou que a vida iria te colocar no
topo do mundo?! Olha pra você!!! Uma pobre
coitada, o que você iria ser no Brasil? Nada. Eu te
dei a chance de conhecer, ter clientes de luxo, e
olha como você me paga?! Me apunhalando pelas
costas.
Mas tudo tem um preço, o que vai sempre volta, e o
mundo não é como nos filmes, que os vilões são
punidos no final, e os mocinhos são felizes para
sempre, o mundo real não é assim Flávia! No
mundo real, existe um vilão a cada esquina,
disposto a foder com a sua vida!!! Esse é o mundo
real.
O que eu faço com você, e com esse seu maldito
bebê?!
O que eu faço.
Na hora que Klaus falou no bebê de Flávia, ela
levantou a cabeça e demostrou interesse, com os
seus olhos tristes.
- Ah, ela se importa com o bebê dela! Que bonito,
só depende de você o que eu vou fazer com essa
criança aí!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Eu quero que ele viva!


- Fala mais alto que eu não estou te escutando!
- Eu quero que ele viva!
- Isso só vai depender de você!
- O que eu tenho que fazer?!
- Bom, a partir de agora, você vai se tratada como
uma puta, vai trabalhar bastante, e será um
exemplo, quem sabe eu não seja benevolente?!
- O que você quer?!
- Bom, eu poderia chamar o meu amigo veterinário,
sabe quantas vezes ele fez isso pra mim?! Nossa,
foram tantas vezes que eu até já perdi a conta!
- Eu não quero abortar.
- Você não tem querer aqui. Você vai fazer o que
quiser que você faça!
- Eu só quero que o meu bebê sobreviva!
- É né, uma criança que foi feita com tanto amor,
não merece terminar assim, não é verdade! Mas eu
ainda vou pensar no seu caso, bom por agora te
confesso que não posso te matar, seria um tiro no
pé, só mato uma garota minha quando o caso é
irreversível, o que não é o seu caso. Quanto ao
bebê, ainda estou pensando.
- Por favor não me obrigue abortar, é a única coisa
que eu te peço!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Não adianta pedir! Eu vou fazer o que eu quero!


Mas tem algo que pode amolecer meu coração!
- O que?
- Sabia, eu trabalho tanto, estou tão estressado, e
você está aqui, tão bonita, sabia, que assim
machucada, destruída, você parece ser ainda mais
bonita? Na verdade eu sempre gostei da sua beleza
ocultada, a primeira vista é imperceptível, mas
quando se olha mais de outra maneira, percebe-se
que tem algo especial em você!
Deve ser a sua nacionalidade, as brasileiras são
especiais, todo homem sabe disso, por isso que
vocês são as mais caras, porque valem a pena.
- O que você quer?!
- Essa foi a pergunta mais inteligente que você fez
hoje.
Klaus se aproxima de Flávia…
- Você foi a última virgem da minha leva, sabia?!
Não tem mais virgens por aí, bem que você é
praticamente virgem ainda, só se dentou com um
homem, e poucas vezes…
Está quase intacta, o CEO teve muita sorte de te
pegar assim, virgem, pura… Isso é raríssimo.
Klaus passa a mão nos cabelos de Flávia…
- Minha última virgem, contou tudo pro CEO
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

ricaço, as mulheres sempre se deslumbram com


dinheiro e poder.
- O que você quer?!
- Fica de quatro…
Flávia não se moveu.
- Fica de quatro agora!
Flávia vai para cima da cama.
- Eu não quero fazer isso!
- Desculpa amor, você não tem opção! Talvez eu
não seja tão romântico quanto o seu CEO.
- Eu não quero!
- O que foi? Verdade, você só fez com aquele
idiota, mas não se preocupe, agora você vai
conhecer um homem de verdade, e com deve-se
tratar uma mulher!
- Por favor, não!
- Não adianta pedir!
- Eu não quero, eu tô grávida!
- Isso não é problema meu!
- Tira a roupa agora, ou amanhã o veterinário vai
vir cuidar de você pessoalmente!
- Não, não!!!
- Fica de quatro, agachada… Tira a calcinha agora.
Flávia pensou, não podia deixar Klaus se livrar do
seu bebê, então ela fez o que tinha que ser feito, ela
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

lutou pela vida só seu filho.


Flávia ficou de quatro, Klaus segurou seus cabelos.
- Agora você vai ver como um homem de verdade
pega uma mulher…
Puxando os cabelos de Flávia, Klaus começou a
estuprá-la em cima daquela cama, o corpo da
brasileira estava todo dolorido, mas isso já nem
importava, a tristeza nos olhos dela demostravam
seu sofrimento.
Klaus era cada vez mais agressivo, batia nela,
xingava, humilhava, aí estava o seu prazer, ele
repetia…
- Está gostoso ou o CEO fazia melhor?! Hem, me
responde…
Flávia não conseguia dizer nada, só queria que
aquilo acabasse logo…
Violência e estupro do seu corpo…
Ela só estava tentando proteger alguém ainda nem
tinha nascido…
O estupro, é a maior violência contra um corpo…
O amor, é a maior força da natureza...

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Capítulo onze
O Casamento de Isabel e
Sebastian
Alguns dias se passaram, na mansão dos ‘Hans’
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

agentes entravam e saiam, esperavam a ligação dos


‘sequestradores’, que nunca mais iriam manter
algum tipo de contato.
Os policiais chegaram a avisar a família, que em
casos de sequestros de filhos ricos, a probabilidade
da vítima desaparecer ou morre são muito grandes.
Porém isso não tirava a fé de Alexandre, ele queria
encontrar sua filha de qualquer maneira, gastaria o
quanto fosse preciso. Antônio não estava nem
conseguindo dar suas aulas, foi acompanhar o
desenrolar do sequestro, porém Alexandre o olhava
de uma maneira tão estranha, que ele preferiu não
voltar mais, mas sempre mantinha contato com
Albert, que sempre tentava dar as informações mais
recentes.
Albert vai à casa de Antônio…
- Oi, tudo indo? Perguntou Albert.
- Não, não consigo comer, dormir nem trabalhar.
- Mas as notícias não são animadoras.
- Alguma pista.
- Nada, desapareceu do mapa, nem os agentes estão
com esperança, disseram que já era pra eles terem
ligado.
- Não, mas temos que manter a esperança, por que
esses caras sequestrariam uma garota rica? Eles
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

estão querendo alguma coisa, tem algum interesse.


- Eu sei, eu estou confiante, acho que eles estão
criando expectativa pra pedirem mais dinheiro. Mas
sei lá, para que as desgraças não vem sozinhas.
- Por que? É a tal brasileira?
- Sim cara, ela me fez de trouxa, e eu acreditei em
tudo o que ela disse! Fui muito burro mesmo!
- Não fique assim cara, você ainda vai conhecer
uma garota bacana, você vai ver!
- Pior que eu gostava dela pra caramba, não
consigo entender por que ela fez isso comigo!
- As pessoas sempre tentam se aproveitar. Ela viu
que você era um cara rico, ela só viu uma chance
de mudar de vida, também não vou culpá-la por
completo, vai saber em quais condições a vida dela
de desenvolveu, talvez ela só queria uma
oportunidade!
- Não acho que seja isso, ela quis me fazer de
otário, se o Benjamim não tivesse descoberto tudo,
quem sabe até onde ela chegaria? Eu estava
disposto a tudo Antônio, eu queria me casar com
ela, você sabe o que é isso?! Eu nunca quis me
casar com ninguém, mas sei lá, ela parecia tão
diferente!
- Assim são as decepções, em um momento você
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

acha que a pessoa é a certa, e depois descobrir que


a tal pessoa não existe, era apenas uma idealização
da sua mente!
- É, talvez você esteja certo, acho que eu idealizei
demais. O erro foi meu, me entregue muito rápido,
deveria ter ido mais devagar!
- E a paixão lá espera alguma coisa? Quando você
vê, já está completamente dominado por ela. E
assim são as melhores coisas da vida, as que
acontecem rápido, e que demoram para ir embora.
Reserve algum tempo pra esquecer essa mulher aí,
dá pra perceber que você está bem apaixonado por
ela.
- Se eu conseguir esquecer ela! Ainda tem essa!
- O tempo cura tudo, o tempo faz os sentimentos
ficarem mais fracos.
- E seu eu disse pra você esquecer a Cláudia?!
Você responderia da mesma forma.
- Não.
- E por que não?
- Porque a Cláudia vai voltar em breve, e nesse
caso, o tempo só iria fazer eu gostar mais dela.
- Pois a minha conclusão é quase a mesma! Tudo o
que não é vivido, não morre dentro da gente, o
tempo só iria potencializar isso!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Acho melhor nós pararmos com isso! Vamos


focar no sequestro, e vamos fazer o possível para
trazer a Cláudia de volta.
- Isso, enquanto isso eu esqueço aquela mulher, que
só me fez mal.
- Isso cara, esquece o que não te faz bem.
- Eu vou esquecer, eu vou esquecer!

Enquanto isso na mansão Hans…

“Tudo o que respira, conspira”

Alexandre estava em seu quarto, e Isabel chega


para consolar o pai…
- Pai, por que você está tão triste?!
- Eu quero a minha filhinha de volta, a minha filha
querida.
Isabel fica insatisfeitíssima quando escuta aquilo,
Alexandre não faz nem questão de esconder que
Cláudia é a sua filha preferida.
- Eu sei pai, nós vamos encontrá-la em breve, mas
tudo aqui tem continuar bem pra quando ela voltar.
- Do que você está falando Isabel?
- Eu soube que você está pensando em cancelar o
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

meu casamento papai?


- E como você acha que eu vou fazer uma festa
nesse momento Isabel, minha filha está
sequestrada.
- Mas papai, nós planejamos essa festa durante
vários meses, como eu vou cancelar assim, em
cima da hora?
- Não sei Isabel, mas cancele, eu não vou abrir casa
para festejar, olhe pra mim! Estou acabado, desde
que sua irmã se foi, não consigo nem levantar dessa
cama.
- Se eu fosse você papai, já me prepararia para o
pior, caso aconteça!
- Não diga uma coisa dessa Isabel, nem de
brincadeira, a sua irmã vai voltar viva, e quando ela
volta, esse vai ser o segundo dia mais feliz da
minha vida.
- E qual foi o primeiro dia mais feliz da sua vida
papai?
- Quando ela nasceu!
Aquelas palavras entram como uma lâmina no
coração de Isabel.
- Mas voltando aquele assunto papai, não posso
cancelar meu casamento, tenho que fazer de
qualquer jeito.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Por que tanta pressa Isabel?


- Não é pressa pai, só que eu esperei demais por
isso, não seria justo comigo!
Alexandre muda de assunto do nada, nem dá
atenção para o que Isabel.
- Sabe qual era o meu maior sonho?! Ter uma
netinha, queria tanto que no final da minha vida,
uma netinha me alegrasse, é o meu maior sonho,
achei que Albert seria o primeiro a me dar netos,
mas pelo que vejo isso não vai acontecer. Depois
eu achei que a Cláudia me daria um neto, e agora
aconteceu isso.
- E eu papai, eu não poderia te dar netos?
- Se você me desse uma netinha, eu me orgulharia
tanto de você Isabel, você me faria tão feliz.
Por alguns momentos, Isabel estava convicta que se
desse netos para o seu pai, aquilo faria ele a amar
mais.
Porém o que poucos sabiam, era que Isabel não
podia ter filhos, era um segredo, que ela escondeu
muito bem. Era uma obsessão para Isabel ser mãe,
tinha uma crença que isso a ajudaria na relação com
o seu pai, que estava distante dela. E tinha que ser
uma menina, ela precisava de uma filha, mas aonde
conseguiria uma filha, se não podia ter filhos?
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Isabel saiu do quarto de Alexandre maquinado seu


plano, chegou até a sua suíte e pensou: - Mas é
claro, uma neta, uma neta! É isso!
Assim ele vai deixar eu fazer o casamento!
Isabel já tinha o plano todo em sua cabeça, só
faltava praticá-lo.
Voltando ao quarto de Alexandre…
- Pai, temos que fazer a festa do casamento!
- Você de novo com isso Isabel, eu já disse que
não!
- Eu tenho que me casar pai, daqui a pouco vai ficar
perceptível!
- Perceptível o que?
- Eu estou grávida.
Alexandre fica surpreso.
- Grávida?
- Sim, grávida. Por isso eu queria me casar o mais
rápido possível!
- Mas por que você não me contou antes?!
- Eu até iria contar, mas você sabe, tantos
problemas, que eu até desisti!
- Mas isso é uma coisa maravilhosa! Eu vou ser
avô! Vibra Alexandre.
- De quanto tempo você está?
- Faz pouco tempo que eu descobri pai!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- E você sabe o sexo?!


- Ainda não! Mas acho que vai ser uma menininha!
- É o meu sonho ser avô de uma menininha Isabel!
Meu sonho! Você vai cumprir o meu sonho!!!
Isabel achava que conseguiria fazer Alexandre
esquecer Cláudia, só pelo fato dela dar uma neta
pra ele. Mas o que Isabel estava planejando, já que
ela não podia ter filhos?
Diante da novidade, Alexandre mudou de ideia:
- Tudo bem filha, diante dessa notícia, não posso
continuar adiando o seu casamento, mas por favor
respeite a ausência da sua irmã e faça uma coisa
mais simples.
- Claro papai, farei algo bem reservado.
- Pelo menos uma notícia boa diante de tanta
desgraça!
- Você jura que você gostou pai?
- Claro filha, eu sempre quis ser avô!
- Eu juro que você vai amar muito essa criança!
- Eu já amo filha.

Na casa de Antônio…

“O lobo sabe que sua pele afasta as


PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

pessoas, por isso roubou o pobre


cordeiro, e anda por aí com sua pele,
cara de santo com um coração cheio
de maldade.”

- E os negócios, estão sendo comandados por que?


Pergunta Antônio.
- Sebastian está controlando tudo, nesse momento
ele está se mostrando uma pessoa incondicional,
além de ser da família, ele cuida dos negócios,
auxilia minha irmã, tenta ajudar a polícia, meu pai
está muito impressionado com ele. Responde
Albert.
- Engraçado, a Cláudia sempre teve um pé atrás
com ele, dizia que não poderia existir alguém
assim.
- E veja só, é justamente ele que não está medindo
esforços para achá-la, eu penso que ela não o
conheceu muito bem, senão se daria conta que ele é
um cara do bem, não faz mal pra uma mosca. Mas
Cláudia sempre foi desconfiada, você sabe né?!
- É, ela é muito desconfiada, acha que nada é o que
parece ser, pra ela todos estão vestindo peles de
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

cordeiro, mas na realidade são lobos insaciáveis.


- Isso sim é verdade, mas o do Sebastian, eu sempre
soube que era uma perseguição sem pé nem cabeça,
o cara é meu amigo faz anos, ele nunca me deu
nenhum motivo pra desconfiar dele, sempre foi
correto, seu único defeito é ser mulherengo, mas aí
já não é problema meu, ou não?
- Depende.
- Do que?
- Bom, você conhece um homem pelo jeito que ele
trata uma mulher. Se ele é um mau-caráter, vai
tratar uma mulher de uma maneira nada elegante e
respeitosa, porém se ele é gentil e amável, bom,
esse cara vale a pena, isso não é uma verdade
absoluta e nem nada disso, é apenas uma coisa que
eu acho.
- Faz sentido.
- E você, como trata as mulheres?!
- Sempre tratei bem, sei lá, um dia um amigo me
disse que estava apaixonado, e que não conseguia
pensar em mais nada na vida, só na mulher por
quem ele estava apaixonado, um belo dia ele me
liga do Marrocos e diz que está lá curtindo um dos
melhores momentos da sua vida, a mulher por
quem ele estava procurando estava lá, e ele deixou
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

tudo pra trás só pra poder viver com ele, o pai dele
ficou puto da vida, ele era um herdeiro de uma das
maiores Indústrias farmacêuticas, e deixou tudo por
causa dessa mulher, eu me lembro de ter
perguntado se tinha valido a pena, e ele disse que
foi a melhor coisa que ele tinha feito na sua vida.
Bom, desde aí eu vivia me perguntando se essa
paixão avassaladora existia mesmo, essa coisa de
abandonar tudo e ir atrás, era incrédulo até o dia
que conheci aquela brasileira, depois que eu
conheci aqueles olhos negros, nossa! Não consegui
mais esquecer, a pele, o cheiro o gosto, tudo ficou
marcado no meu corpo, agora mesmo, eu sinto
como se ela tivesse aqui, e sabe por que? Porque
ela está dentro de mim. Pra todo lugar que eu olho,
pra cada pensamento do meu dia, lá está ela, eu
imagino ela indo e vindo, pra lá e pra cá, é
angustiante, e as vezes eu acho que eu vou ficar
louco, mas não posso evitar, quanto mais eu me
esforço para esquecer, mas eu me lembro.
Ela me cantou uma canção em português, depois
me contou o significado, e eu não consigo parar de
ouvir essa música…
Ela disse que essa seria a ‘Nossa Canção’…

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

“Olha aqui
Preste atenção
Essa é a nossa canção
Vou cantá-la seja aonde for
Para nunca esquecer
O nosso amor.

Você partiu e me deixou


Nunca mais você voltou
Pra me tirar da solidão
E até você voltar
Meu bem eu vou cantar
Essa nossa canção”
- É meu amigo, torça pra isso não ser amor. Porque
se for, vai demorar pra ir embora, vai demorar…
- Não é amor não, eu vou conseguir, é só uma
questão de tempo, você vai ver, mas agora eu tenho
que me focar na volta da minha irmã!

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Mansão Hans…
Algumas semanas depois….
Dia do Casamento de Sebastian e Isabel.

Alexandre até tentou, mas Isabel não seguiu suas


instruções, e fez uma festa para 500 convidados,
algo nada aconselhável para uma família que estava
passando por um drama de um sequestro.
Semanas passaram, e A família Hans não tinha
recebido mais nenhum telefonema dos
sequestradores, a polícia disse que estava
desconfiada que Cláudia poderia ter sido vendida,
ou no pior das hipóteses, poderia ter morrido nas
mãos dos tais bandidos.
Mas Alexandre não iria desistir assim, queria
encontrar Cláudia com vida de qualquer maneira,
mas não havia rastro, nenhuma pista sequer que
pudesse mostrar o paradeiro da herdeira dos Hans.
Era como procurar uma agulha em um palheiro.
A festa começava, os convidados já estavam em
seus devidos lugares, tudo parecia muito luxuoso,
Sebastian já estava no altar, ao lado de Albert.
E chegou a hora de Isabel entrar, seu vestido era
deslumbrante, um modelo original feito sob
encomenda em Paris, o custo era exorbitante,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

equivalia quase ao custo final da festa, também era


cravejado em pedras preciosas.
Ela passou bem devagar pelo tapete vermelho, seu
maior orgulho, seu pai a segurou pelo braço e a
conduzia, não existia mais o fantasma de Cláudia
para roubar a atenção de Isabel, apenas ela
brilhava, era novamente a filhinha do papai, nem
desconfiava que ela e um futuro marido eram
cúmplices no desaparecimento de sua própria irmã,
e o pior, sabiam do tráfico de mulheres, e venderam
Cláudia, assim como na Bíblia, quando José foi
vendido pelos próprios irmãos, Isabel não sentiu o
menor remorso quando soube que seu noivo tinha
vendido Cláudia para pagar dívidas com o cafetão.
Era algo repulsivo, a inveja e o ódio destroem elos
fraternos, amizades falsas, amores fingidos, a
aparência realmente engana, e os segredos que
estavam sendo guardados por Isabel e Sebastian,
teriam consequências irreparáveis.
Quanta glória Isabel ostentava naquele momento,
com certeza era o momento de maior satisfação de
sua vida.
Seu pai a conduzia, rumo ao pior homem do
mundo, mas ela não se preocupava com isso, ela
não o amava, ele não a amava, era apenas interesses
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

e conveniências, algo que era o bastante para os


dois.
Quanto tempo aquele castelo de mentiras
permaneceria de pé?
Quanto tempo os segredos seriam mantidos naquela
família?
Por quanto tempo aquela Família ficaria presa as
aparências?
Por quanto tempo seriam mantidos enganados?
E os destinos dessas pessoas?
E os inocentes?
E os culpados?
Quais seriam seus desfechos?
Ou nada iria ser descoberto, e a verdade nunca viria
a tona?
“A mentira é um doce veneno que é tomado em
doses extrapoladas, e a verdade é a coisa mais
difícil de se tragar, quando por muito tempo o que
se imperou foi uma ilusão.”
A mentira ilude corações que não enxergam a
beleza da verdade...
Isabel finalmente se casou com Sebastian, sob os
olhares de aprovação de seu irmão e de seu pai, era
realmente um absurdo, até que ponto alguém pode
ser enganado dessa forma?
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Enganar, iludir e omitir, três artes dominadas por


Isabel e Sebastian, os dois realmente nasceram um
para o outro.

Na suíte dos recém-casados:


- De onde você inventou pro seu pai que você está
grávida?!
- Eu tenho um plano.
- Você vai fazer o que Isabel, roubar uma criança
da maternidade?
- Eu já disse que eu tenho um plano, e você é muito
burro mesmo!
- Desculpa se eu não acompanho a sua cabeça, qual
parte do você não pode ter filhos você não
entendeu?!
- Pode deixar, que daqui a pouco tempo, vai ter
uma menininha chorando pelos quatro cantos dessa
casa!
- Você realmente está delirando! Ainda vai ser uma
menina?!!
- Fica calma, tudo vai dar certo, é só você confiar
em mim!
- Vai em frente Isabel, mostre-me do que você é
capaz!

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Capítulo doze
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

O nascimento dos gêmeos...

Era algo realmente estranho, eu estava grávida,


sentia uma enorme conexão com o meu filho, mas
estava tão triste por não saber como ele estava, ou o
seu sexo. Eu estava ansiosa para ele nascer, o Klaus
havia me dito que deixaria eu ter o bebê, se eu me
portasse bem. E foi assim que eu fiz, fiquei calada,
aceitei tudo, e o tempo foi passando.
Ainda me lembro das primeiras noites que Cláudia
foi mantida em cativeiro, as garotas não gostavam
muito dela, pelo fato dela ser rica. Todas estavam
com muita raiva, já que o meu plano tinha
fracassado, elas também foram terrivelmente
agredidas.
Um dia Ivan entro em nosso novo cativeiro e disse:
- Tem um cliente, vamos ver como vai ser a sua
primeira vez Cláudia?!
Ela ficou em pânico, não conseguia falar
absolutamente nada, Cláudia era tão atenciosa,
sempre me perguntava como eu estava, mas eu via
que ela não estava nada bem, nunca antes tinha
vivido daquela maneira, sem respeito, sem
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

dignidade, sem dinheiro, sem poder ir e vir. Era


uma escrava, e pela primeira vez estava sentindo o
que era se sentir daquele jeito, uma prisioneira,
uma traficada…
Ela sabia que tinha que obedecer, mas a alma de
Cláudia era rebelde, por mais que tentasse, ela não
conseguia abaixar a cabeça.
Angela disse:
- Agora você vai ver como é ser estupradas todos
os dias e não poder fazer nada pra se libertar disso!
- Por que você está com tanta raiva da garota
Angela, ela nunca te fez nada! Disse Eva
- Agora você vai defender a rica aí Eva! Respondeu
Angela.
- Não é culpa dela, a gente estar aqui, e nos odiar,
não vai ajudar em absolutamente nada! Completou
Eva.
- Temos que nos unir, se não ficarmos unidas,
vamos perder tudo!
- Olha quem fala?! Logo você Flávia, você estragou
tudo, e foi tão burra que ainda voltou pro cativeiro,
e para completar ainda mais a tragédia, está
grávida! Disse Sabine.
- Eu escolhi engravidar Sabine? Me responda! E eu
só estava tentando ajudar!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Que bela ajuda, todas aqui apanharam por sua


culpa, e ainda temos que olhar pra sua cara!
- Que ódio é esse Sabine?! Eu entendo que todas
nós estamos passando por momentos difíceis, mas
não desconte em mim!
- E na sua cunhada pode?! A rica, a alemãzinha,
com ela ninguém mexe, e agora você não quer
deixar ela fazer um programa com um velho
nojento te tocando sem você querer?! Por que? Por
que?
- Eu não disse isso Sabine, eu apenas disse que não
devemos no dividir, vamos nos unir, eu vou ter um
bebê agora, e todas vocês serão as tias dele, todas
vocês, porque vocês são minhas amigas! Vamos
nos unir agora!
Cláudia no interrompeu:
- E quando o bebê nascer, o que vai acontecer?
- Eu vou trazer ele pra cá Cláudia, junto comigo!
- E se eles não deixarem você ficar com o bebê?!
- Claro que vão deixar Cláudia, o Klaus me disse
que eu posso ficar com ele!
- Pelo pouco que eu conheço desse lugar, a única
pessoa que não deve confiar é no cafetão. Ele pode
tirar o bebê de você!
- Claro que não Cláudia, o filho é meu!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Isso não importa Flávia, ela pode querer se vingar


de você!
- Pelo que?
- Você denunciou ele! Isso deve ter sido o fim!
- Não, ele me estuprou, você sabe o que é isso?! Ela
já se vingou de mim! No meu filho ele não toca!
- Tomara Flávia, tomara que esse monstro não
esteja planejando nada!
- O meu filho vai ficar comigo, assim que vai ser!
- Tomara.
Mônica disse:
- Desculpa interromper a conversa das convidadas
vips, mas senhorita Cláudia, está quase chegando a
hora de você encontrar o seu novo cliente.
- Eu não vou transar com ninguém, ninguém vai
tocar no meu corpo, sem a minha permissão!
Mônica riu:
- Parece mesmo que você não seu conta ainda, olha
onde você está! Você vai ser obrigada, e se não
cumprir as consequências, vai pagar muito caro!
- Eu já disse, no meu corpo ninguém toca!
Eu me senti totalmente incapaz de fazer alguma
coisa por Cláudia, era extremamente difícil pra ela,
naquela primeira noite, ela apanhou do cliente,
porque não quis fazer nada com ele, para e vingar
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

de Cláudia, Klaus deixou ela na solitária três dias,


sem comida e sem água. Quando ela voltou, estava
ão pálida, parecia tão frágil, eu tentei cuidar dela
com o que tinha, logo a resistência das garotas
perante Cláudia foi diminuindo, elas não a
enxergavam mais como uma inimiga, e sim como
mais uma vítima de tudo aquilo.
Klaus pegou uma implicância de Cláudia, começou
a arranjar vários clientes para ela, porém ela sempre
dava um jeito de sair daquela situação, e sempre
voltava para solitária, quando voltava nós a
ajudávamos, e assim foi passando o tempo…
Um dia Ester chegou dizendo que Klaus estava
planejando uma viagem, ele iria para a Espanha, e
obviamente iria nos levar também, estava muito
perigoso ficar na Alemanha, a polícia ainda estava
procurando Cláudia, o pai dela não deixava as
buscas pararem.
Depois de um longo período, Cláudia baixou a
guarda, e teve o seu primeiro programa, ela voltou
arrasada, mas tinha perdido as forças, parecia ter
entregue os pontos.
Seus olhos, que antes eram tão cheios de vida,
foram lentamente perdendo o brilho, o tempo tinha
o poder de fazer um ser humano se adaptar a
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

qualquer tipo de situação.


E assim, 7 meses se passaram, sete meses de
espera, havia chegando o grande momento…
As garotas estavam apreensivas, Klaus me levou ao
hospital, e disse lá que eu era sua esposa, as dores
eram insuportáveis, mas eu queria ver o meu bebê o
mais rápido possível, eu já o amava tanto.
Entrei na sala, na verdade eu apaguei, não pude
fazer o parto normal, fui obrigada a fazer uma
cesariana.
Depois de um longo período, acordei em um
quarto, a enfermeira trazia dois bebês, eu estranhei,
já que eu só aguardava um.
- Aqui senhora, seus gêmeos, lindos e saudáveis,
quais serão os nomes deles?
- Como assim gêmeos?! Disse eu espantada!
- Sim, a senhora teve gêmeos, uma menina e um
menino. Aqui estão, segure.
Ela colocou as duas crianças em cima do peito, eles
eram tão pequenos, e tão lindos, as mãozinhas
fechadas, como eu poderia sentir algo tão grande
por pessoinhas que eu havia acabado de conhecer?!
Era um sentimento especial, fiquei com eles
durantes 30 minutos.
Depois disse a enfermeira:
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- A menina vai se chamar Lena, e o menino vai se


chamar Ben.
- Belos nomes.
- Eles são muito bonitos, eu nem acredito que eu
sou mãe agora!
- Me desculpe perguntar, mas de onde você é?
- Eu sou brasileira.
- Brasil, eu queria tanto conhecer um o Brasil,
quem sabe um dia eu vou lá!
- Quem sabe…
Ela disse que tinha que levar os bebês para o
berçário.
Eu olhei pra os dois, me despedi, e lá se foram
eles…

Alguns minutos depois:


Sebastian e Isabel avistam os bebês no berçário…
- Eu quero a menina.
- Você tem certeza que você quer fazer isso Isabel,
ainda dá tempo pra desistir!
- Não vou desistir de nada! Eu quero a menina.
- E o menino, o que você vai fazer com o menino?!
- Não sei, coloca na adoção, ou sei lá, pede pro
cafetão dar um destino pra ele, mas a menina não, a
menina eu quero pra mim.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Você tem certeza?


- Sim.
Pra disfarçar a gravidez falsa, Isabel viajou e disse
que não poderia ficar na Alemanha, por causa da
dor de ‘perder’ a sua querida irmã, ela mandava
fotos com uma barriga falsa para seu pai e o seu
irmão.
Klaus havia se registrado como o marido de Flávia,
por isso o hospital liberou a sua saída com os
bebês, enquanto a brasileira repousava.
Klaus entregou Lena para Isabel. E deixou Ben em
um lar de adoção.
Quando foi buscar a brasileira no hospital, ele disse
que os bebês já haviam sido levados para o
cativeiro, para não chamar tanta atenção.
Flávia acreditou na mentira de Klaus, e quando
chegou ao cativeiro, o cafetão disse sorrindo que
ela nunca mais voltaria a ver os filhos, a brasileira
partiu pra cima dele, e teve um colapso, teve que
ser medicada, e ficou vários dias gritando que
queria seus filhos de volta na solitária, isso era a
única coisa que mantinha Flávia viva, a esperança
de voltar a ver seus filhos.
Cláudia também ficou revoltada, assim como as
outras garotas, ele não podia tirar os filhos dela
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

assim, mas essa era a vingança de Klaus, ele não


iria deixar Flávia ficar com os filhos do homem que
ela amava.
Na mansão “Hans”, todos conheceram a pequena
Lena, e logo de cara Alexandre caiu de amores pela
menina, Isabel ficou tão satisfeita de ver como seu
pai a agradecia por ela ter cumprido o sonho dele.
- Agora só falta encontrarmos Cláudia, pra nossa
família ficar completa. Disse Alexandre.
E Isabel respondia:
- Claro que sim papai, nós vamos encontrar minha
querida irmã!
Foi a vez então de Albert conhecer Lena, mal ele
sabia que na verdade estava segurando sua própria
filha, era uma emoção tão grande que ele sentia
quando segurava aquela menina.
- Que estranho. Disse Albert.
- O que tem de estranho? Perguntou Sebastian…
- Parece que eu conheço essa menininha, ela me
lembra alguém!
- Quem? Indagou Isabel.
- Ela me lembra uma brasileira, que eu conheci a
algum tempo atrás, na verdade ela é igualzinha a
ela…
Alexandre repreende Albert:
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Você vê essa brasileira em qualquer lugar, agora


diz que a sua sobrinha se parece com ela, isso já
passou dos limites.
Isabel e Sebastian se entreolham…

O CEO e a Última Virgem - (Traficadas – Parte II)


Albert não consegue se esquecer de Flávia, e
continua a procurando, mesmo agora estando
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

casado com Penélope.


O sofrimento das traficadas continua.
Alexandre sofre um infarto, e Isabel conta toda a
verdade para o pai.
Através de um exame de DNA, Albert descobre
que Lena é sua filha.
Antônio avista Cláudia na Espanha…
Klaus tenta matar o filho de Flávia e Albert.
Depois de anos, Albert finalmente reencontra por
acaso Flávia em uma festa.
As traficadas tentam se libertar…
Segredos revelados, mortes, reencontros, não perca
a segunda parte da história.
O CEO e a Última Virgem – (Traficadas – Parte II).

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Cara
de
Santo

(O Santo e a Libertina)

Elena Cadena

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

‘Ele só tem a cara de santo, não se


engane!’

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Eles são completamente diferentes,


porém é fato que os opostos se atraem...
Santo: Essencialmente puro, aquele que não pode
ser violado. Pessoa de conduta exemplar. Aquele
que não se rende aos pecados carnais. Aquele que é
sagrado e reguardado.

Libertina: Aquela que é livre de senso moral.


Aquela que tem comportamento devasso,
licencioso e depravado. Aquela que é livre das
regras sociais impostas pelos outros.

Será que poderá nascer um amor verdadeiro entre o


puro e o devasso? Entre o santo e a libertina?

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Prefácio:
Esse livro contém cenas eróticas explícitas,
devendo ser consumido por maiores de 18 anos.
Ele era um padre ingênuo e puro, ela uma mulher
livre e devassa, ela era o prazer ele a castidade.
Um acaso une os dois opostos, porém eles se
separam por longos 7 anos, e tudo muda…
De ingênuo e virgem o padre acaba se tornando um
bad boy imponente, prepotente e arrogante, ela fica
mais contida, e só quer falar a verdade, as posições
mudam, agora ela terá que trabalhar para ele, o ex-
padre quer humilhá-la, mas será que ela abaixará a
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

cabeça?
Fatal é a única palavra que pode descrever Aurélio.
Será que ele perdoará Lívia?
Santo: Essencialmente puro, aquele que não pode
ser violado.
Libertina: Aquela que demostra comportamento
devasso, e que é livre das regras sociais impostas
pelos outros.
Reviravoltas e traições…
Ele tem ‘Cara de Santo’, mas ninguém sabe o que
ele esconde debaixo daquela batina…
‘Cara de Santo’: O Santo e a Libertina

Próximo livro da série ‘Cara de Santo’:

‘Cara de Santo’: ‘Quem vê cara, não vê


coração’.

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Sumário:
Capítulo I

Se entregando ao Pecado

Capítulo II

O sexo muda tudo

Capítulo III

A chegada de Aurélio e a grande


Virada

Capítulo IV

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

7 anos depois, o surgimento de um bad


boy (cara de Santo)

Capítulo V

A demissão e a transa fatal

Capítulo VI

A Verdade

Capítulo I
Se entregando ao pecado.
Em uma capela padre Aurélio acaba suas últimas
orações:
- Nos proteja das tentações do dia a dia, e livrai-nos
de todo mal que possa se apoderá de nossos frágeis
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

corpos humanos, não deixe nos levar pela


libertinagem, e faça que nossa alma e nosso corpo
sejam limpos de qualquer tipo de sujeira
mundana…
Padre, trinta e quatro anos de idade, alto, olhar
penetrante e um tentador biotipo de galã, não era
fácil ser Aurélio, era tão bonito, que praticamente
todos diziam que algum momento ele iria ceder,
não era possível que um homem tão belo,
desperdiçaria tudo aquilo em baixo de uma batina,
contudo Aurélio guardava dentro de si um fé
inabalável, em seus trinta e quatro anos de idade,
nunca havia passado uma noite com uma mulher,
mas também guardava dentro de si um desejo
profundo que não poderia ser saciado, manteve
tudo ali, escondido, ele mesmo fugia daqueles
sentimentos libidinosos, mas sabia que não poderia
suportar por muito tempo, a noite era pior, uma
crença popular diz que o pecado caminha pelos
corredores das madrugadas, e que é nesse período
do dia que os corpos se deixam levar pelos desejos.
- Nos proteja o Deus, de todos os pecados que
caminham sorrateiramente pela noite, de todos os
desejos impróprios que o corpo anseia…
Apesar de estar rezando, Aurélio foi interrompido
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

por um de seus companheiros….


- Padre Aurélio, telefone para o senhor, estão te
chamando, é a sua tia, parece urgente.
- Tudo bem, vou atender…
Aurélio corre para saber o que havia acontecido…
- Alô.
- é o padre Aurélio.
- Sim, ele mesmo.
- Sua tia precisa de cuidados, não há ninguém aqui
para tomar conta dela, e além disso ela está muito
debilitada.
- Mas eu não posso largar a igreja!
- Então quem vai cuidar dela?
Padre Aurélio ficou entre a cruz e a espada, não
sabia se iria ou se ficava. Lá fora é tão cheio de
tentações, pelo menos dentro da igreja ele estaria
mais seguro, mas e sua tia? Ficaria abandonada,
logo ela, tão querida, e que sempre foi amável com
ele, agora na hora que ela mais precisava, ele lhe
viraria as costas, parecia algo muito cruel.
Aurélio pediu uma licença, arrumou suas poucas
coisas e partiu rumo a pequena cidade onde sua tia
morava, pelo caminho percebeu que era visto de
uma maneira muito diferente, muitas mulheres o
olhavam, parecia um desperdício, mas ele seguia
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

focado.
Desceu do ônibus e com sua pequena mala seguiu
caminhando até a casa de sua tia, tocou a
campainha e aguardou, foi aí que a porta se abriu e
ele a viu, foi amor a primeira vista, aquela mulher,
ele nunca havia visto uma mulher tão bela, seus
cabelos, seus olhos negros que brilhavam, seu
corpo escultural, seu rosto de anjo e sua pela
morena, que reluzia ainda mais sobre o olhar de um
homem que nunca tinha ficado com uma mulher,
Lívia também ficou impressionada com a imagem
do padre, de batina, mas sexy ao mesmo tempo, um
corpo de fazer qualquer mulher ter um orgasmo só
de olhar, e uma vibração estranha, ele era padre,
mas cheirava a sexo, ou a falta dele. Logo Lívia,
que sempre gostou de fazer sexo com pessoas
exóticas, ele tinha cara de santo, tinha se
preservado santo, mas algo nele queria pecar, e
Lívia iria pagar pra ver.
- Olá.
- Olá, eu sou o padre Aurélio.
- Sim, eu sou a vizinha da dona Bárbara, e quando
posso venho ver como ela está.
- Muito obrigada, eu vim até aqui para cuidar dela.
- Que bom, ela realmente está precisando… já que
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

você chegou eu vou indo.


- Tudo bem…
E ela foi embora, para o pesar de Aurélio, ele
entrou e encontrou sua tia Bárbara na cama, bem
debilitada, ela ficou feliz quando viu seu sobrinho
querido. Aurélio colocou a mão sobre a testa dela, e
esperou ela pegar no sono.
Preparou seu quarto, e começou a ajeitar a casa,
cozinhou, e levou a comida para o quarto de
Bárbara, que continuava dormindo, foi aí que ele
ouviu a campainha tocar.
- Será que era ela?
Foi abrir a porta com ansiedade, - mas o que era
aquilo?- Ele nunca havia sentido algo assim, e
percebeu que era perigoso.
Mas não era ela, era outra vizinha, nesse momento
todos sabiam que o padre bonitão tinha chegado na
cidade, e todos queriam ver se ele era realmente
isso tudo, e era até mais.
- Olá, eu sou a vizinha aqui do outro lado, quero
dizer que estamos aqui para qualquer coisa.
- Muito obrigada.
Elisa viu o padre e convocou uma reunião no seu
‘clubinho da fofoca’, claro que Lívia não fazia
parte dessa turminha, a vizinha libertina era mal
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

vista por todos, porém era a única, dentre todas as


fofoqueiras do bairro, que iria ver se dona Bárbara
estava bem.
Aurélio decidiu usar roupas pretas, e colocou a
batina um pouco de lado, afinal de contas ele já não
estava mais na igreja, porém seus velhos hábitos de
padre sempre estavam ali, rezava pelo menos 5
vezes ao dia, quanto tomava banho, tinha todo o
cuidado para não tocar em suas áreas íntimas, já
que estavam excessivamente sensíveis. Cada gota
de água que deslizada sobre o seu corpo, era como
um toque, que ele jamais havia recebido, as ereções
era inevitáveis, o desejo ficava cada vez mais
latente, e ficava mais e mais irresistível, só uma
libertina conseguiria apagar todo aquele fogo, era
insuportável a ideia de sempre imaginar, e nunca
poder fazer. Mas como todo bom santo, quando o
momento passava, a culpa o assolava, ele era um
homem de Deus, ele escolheu ser um padre,
ninguém havia imposto aquilo para ele, mas ver
aquela mulher acedeu um desejo que era difícil
disfarçar, e o problema era que não parecia ser
apenas desejo, era uma paixão irresistível, que
tirava o padre do lugar, se antes ele tinha que orar 5
vezes, agora talvez 10 orações não fossem
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

suficientes.
Na casa da Tia Bárbara tudo era uma bagunça, nada
funcionava bem, e Aurélio, que tinha muito tempo
livre, resolveu arrumar tudo, mas naquela cidade
fazia um calor infernal, o padre tinha que tirar a
blusa, que estava encharcada, no porão ele
consertava a torradeira, o liquidificador, o rádio,
porém enquanto fazia isso, ouviu um barulho e
subiu para ver quem era, foi até o quarto de sua tia
e viu Lívia dando comida para Bárbara, ele ficou
totalmente sem graça, já que estava sem camisa na
presença de uma mulher. Lívia quando se virou
para ele, ficou impressionada, se de roupa ele era
irresistível, sem camisa ele era insuperável, mortal,
fatal, avassalador, ela era um devorador de homens,
ele um homem de fé, que era consumido pelo gosto
do pecado.
- Eu não queria assustar você padre!
- Não me assustou, eu apenas estranhei, mas eu que
peço desculpas!
- Padre, eu vim até aqui para me confessar!
Aurélio ficou espantado com o pedido dela, e
imediatamente negou.
- Você não pode se confessar, nós não estamos na
igreja!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Mas eu preciso padre, minha alma está pesada, eu


tenho muito pecados, e o senhor pode me ajudar,
por favor padre me ajude! Disse Lívia, nitidamente
querendo a atenção do padre.
Aurélio tinha que fazê-lo, era o dever dele, ouvi-la
era sua obrigação.
- Tudo bem, vamos até o meu quarto, lá nós
ficaremos mais à vontade.
- Tudo bem.
E lá foram os dois, Aurélio decidiu colocar a blusa,
não poderia ouvi-la daquele jeito, ele temia que ela
tentasse alguma coisa, como por exemplo: pular em
cima dele, mas o grande problema era que talvez
ele quisesse isso.
No quarto ele pediu para que ela sentasse e dissesse
o que a atormentava.
- Eu pequei padre… muitas e muitas vezes… sou
uma devassa, já estive com vários homens, e o
grande problema é que quanto mais eu tenho, mas
eu quero, não consigo controlar os meus desejos
mais baixos, todos me condenam por eu gostar de
sexo, ainda mais nessa cidade.
- O pecado da carne é o mais perigoso, ele
atormenta nossos corpos, e depois fica cada vez
mais difícil, mas lembre-se estamos nesse mundo
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

para salvar nossas almas, e não o nosso corpo.


- Eu sei padre, mas o grande problema é que só me
julgam porque eu sou uma mulher que gosta de
sexo, se fosse, por exemplo o senhor, que gostasse
de sexo, todos iriam aceitar.
Nesse momento Aurélio fica incomodado,
chegando inclusive a afrouxar um pouco o
colarinho da camisa.
- Independente de ser homem ou mulher, o pecado
é o mesmo.
- Toda vez que eu vejo um homem, imagino ele nu
padre…
- Inclusive eu?
Perguntou Aurélio, com medo da resposta, mas a
curiosidade era maior ainda…
- Sim, padre, imaginei o senhor completamente nu,
imaginei como seria as suas costas, imaginei como
seria suas pernas, imaginei, como seria o toque das
suas mãos, e imaginei qual seria o formato do seu
pênis, e por fim, imaginei qual seria a sensação de
ter o seu pênis dentro de mim…
- Pare por favor! A senhora está indo longe
demais…
Aurélio ficou exitado, parecia que havia uma
erupção acontecendo dentro de suas calças, e Lívia
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

era direta, não fazia nenhuma questão de esconder


seus pensamentos, afinal de contas aquilo era uma
confissão.
- Por isso padre, que me sinto culpada, porque
desejei um santo como o senhor, um homem que
doou sua vida para fazer o bem para outras pessoas,
eu não me lamento por gostar de sexo, me lamento
de querer fazer isso com alguém que nem deve
pensar nessas coisas.
Ai se Lívia soubesse, que Aurélio está
transbordando desejo por todos os poros do seu
corpo. Mas assim como o desejo marcava, o
remorso massacrava, era um sacrilégio, um
sacrilégio.
- A paixão é uma heresia padre, um erro, um
sacrilégio?
- Quando a paixão faz com que percamos o
controle, ela é um pecado sim!
O clima de tensão aumenta naquele quarto, se
pudesse medir a temperatura, não seria possível,
estava altíssima, mas vale uma paixão quente, do
que um amor frio.
- Uma vez conheci um homem em um bar, ele era
como o senhor, alto, muito bonito, e extremamente
atraente, ele me olhou e eu correspondi, não
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

demorou muito, e lá estávamos nós em um quarto


como esse, pequeno e aconchegante, ele gostava de
jogos, primeiro pediu para que eu tirasse a roupa,
mas eu estava apenas de vestido, sem nada por
baixo, quando tirei, estava eu completamente nua,
ele passou delicadamente as mãos nos meus seios,
depois começou a passar a língua em volta deles,
eu já estava estimulada, mas ele era paciente,
visava o meu prazer, me beijava muito lentamente,
e de um jeito febril, foi quando foi tirando peça por
peça, pegava nos meus cabelos, e começou a
penetrar minha vagina com o dedo, tive meu
primeiro orgasmo aí, depois mais estimulação no
meu clitóris, e eu não conseguia me conter, ele já
havia me dado tanto prazer, eu tinha que retribuir,
desci até o pênis, que já estava totalmente ereto, e
chupei, ele gritava de prazer, eu passava a língua
por debaixo, e depois voltava chupar, cada vez
mais lentamente, tive meu segundo orgasmo, em
menos de 5 minutos, quando estava completamente
lubrificada, ele me penetrou, e a sensação foi
maravilhosa, o pênis dele era muito grande, e
chegava nos lugares certos com facilidade. Depois
foi a vez da penetração anal, e foi mágico, tive meu
terceiro orgasmo, e aquela acabou sendo a melhor
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

transa da minha vida, nunca mais vi aquele cara de


novo, mas quando vi você, foi como se eu pudesse
senti-lo dentro de mim novamente.
Enquanto Lívia falava, Aurélio tentava se controlar,
mas foi inevitável, sua imaginação desenhou toda
aquela cena, mas ele era o cara com quem ela
transava, ele podia sentir tudo aquilo, mesmo sem
nunca ter feito.
- Acho melhor a senhora parar, a confissão já está
feita, espero que esteja se sentindo melhor, agora
tenho que voltar para cuida da minha tia.
- Claro, eu não quero te atrapalhar, e quero que o
padre saiba que farei o possível para não voltar
aqui, ver o senhor é muito difícil, para uma mulher
como eu.
Lívia vai embora, Elisa vê que a vizinha passou
tempo demais dentro da casa da dona Bárbara, e a
fofoca começa. Já padre Aurélio vai direto para o
banheiro, liga o chuveiro, e mesmo de roupa toma
um banho de água gelada, porém a excitação não
passa, ele precisa de um toque, mas depois de
alguns minutos, e muitas inspirações ele consegue
se estabilizar. Mas não dava para esquecer tudo
aquilo que Lívia havia dito.
Elisa bate na porta, e Aurélio atende, ela pede para
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

que o padre receba as boas-vindas da comunidade


em uma pequena reunião na casa dela, mal sabe ele
que ela quer é amostrar o padre para suas amigas.
Aurélio aceita.
- As oito horas estarei lá.
- Ótimo padre, vamos estar te esperando.

Na casa de Elisa…

7 vizinhas unidas, e de repente toca a campainha,


aos gritos frenéticos elas dizem…
- Ele chegou, ele chegou…
Aurélio é recebido como um convidado de honra,
aquelas mulheres o recebem, e Elisa orquestra tudo.
- Oi padre, seja muito bem-vindo, nós preparamos
essa festa para você.
- Fico muito feliz, vocês são muito receptivas.
- Nós que estamos contentes do senhor estar aqui
padre.
- é muito bom conhecer pessoas novas, ainda mais
quando alguém chega em um lugar. Até agora só
conheci a senhorita Lívia.
- Lívia???
Disse uma das vizinhas…
- Se eu fosse o senhor, eu ficaria bem longe dela.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Mas por que? Ela me parece tão gentil. Indagou o


padre.
- Ela é uma devassa padre, uma pecadora, ninguém
aqui respeita ela, sobretudo pelo fato de ficar por aí
em cada esquina, ficando com qualquer tipo de
homem.
- Tome cuidado padre, parece que o senhor
conheceu logo a pior pessoa dessa cidade.
- Mas ela foi a única que eu encontrei ajudando a
minha tia, que inclusive estava muito doente.
Todas ficam caladas com a frase do padre, mas
Elisa provoca.
- Não me surpreenderia se ela tivesse levando
homens para a casa de sua tia, o que a dona Bárbara
iria fazer? Está entrevada em uma cama. Naquela
mulher não se confia, sempre temos que ter os
olhos bem abertos.
- Elisa tem razão padre, Lívia não vale nada, nunca
vi uma mulher se portar daquele jeito.
- O bolo está excelente, mas está na hora de ir
embora.
- Tão cedo padre, ainda nem conversamos direito,
fique mais um pouco.
- Realmente não posso, já está na hora de voltar e
cuida da minha tia.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Ok padre, mas não pense que vai escapar de nós


tão facilmente, agora que temos um padre na
cidade, vamos aproveitar e ficar bem juntinhas do
senhor.
- Tenho que ir.
E lá se foi o padre.
- Meu Deus! Você viu esse padre? Agora que eu
me converto de vez.
- Eu disse que ele era um gato!
- Nossa, que desperdício!
Elisa olhou o padre indo embora, e sentiu que ele
despertou alguma coisa nela, ela daria um jeito de
conseguir aquele homem. Afinal de contas, dentre
alguns meses ele se tornaria o único herdeiro.
Enquanto voltava para casa, padre Aurélio
percebeu que a luz da casa de Lívia estava acesa. -
Será que tem alguém lá com ela? - Pensou, mas não
poderia ir lá na casa dela, não tinha uma desculpa,
contudo percebeu que quanto mais aquelas vizinhas
falavam mal de Lívia, mas ele sentia curiosidade
pela vida dela, - O que essa mulher faz, para que os
outros parem tanto tempo de suas vidas para
falarem mal dela?! - Era uma questão intrigante, e
só havia duas respostas, ou as vizinhas realmente
repudiavam Lívia, ou na verdade, ocultamente, elas
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

desejavam ser como Lívia, e na conclusão de


Aurélio, na verdade todas elas sentiam inveja de
Lívia, pois Lívia não escondiam seus desejos em
um armário, ela não era uma hipócrita.
Enfeitiçado, Aurélio percebeu que aquela mulher
era especial, por isso era tão perigosa. - Será que
ela sabe do poder que tem em suas mãos?! - Talvez
não, mas era sim, encantadora, seduzia até sem
querer, e falava suas experiências sem o menor
pudor, mas quem gostaria de pudor? Ali o que
importava, era simplesmente a paixão, e os outros,
bom… os outros que não se intrometam…
Lívia colocava um roupão de seda branco
transparente, onde deixava nítido suas curvas, seus
seios, e que ressaltavam seus atributos, de repente a
campainha toca, ela, mesmo estando
completamente nua debaixo daquele roupão de
seda, vai atender, e era ele. Os dois ficam parados
por alguns segundos, e se olham intensamente, ela
quebra o silêncio pedindo para ele entrar.
Aurélio olha ao redor, e vê a casa de Lívia, que é
exatamente como ela aparenta ser, tem um clima
confortável, e nada intimidante. Ele olha para ela e
vê praticamente todas as curvas de sua vizinha, e
Lívia deixa ele ver, a seda lhe cai muito bem.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- eu queria dizer, que se a senhorita quiser, poderá


seguir visitando minha tia, eu acho que ela gosta
muito da companhia da senhorita.
Lívia ri.
- Tudo bem, eu também gosto muito dela, se não
tiver problema para o senhor, eu posso continuar
visitando ela.
- Por mim não tem nenhum problema.
- E de onde o senhor está vindo?
- A senhorita Elisa fez uma reunião de boas-vindas.
- Elisa?! Que bom que ela foi educada com o
senhor, porque naquela casa eu sou o prato
principal.
- Talvez…
Mas antes de qualquer coisa, eu gostaria de fazer
um pergunta indiscreta.
Aurélio já ficou um pouco apreensivo, afinal de
contas Lívia não tinha nada de cautelosa, mas ele
entrou ali para se arriscar.
- Claro, se eu poder responder…
- O senhor é virgem?
Quando Lívia acabou de pronunciar a palavra
virgem, imediatamente Aurélio ficou totalmente
vermelho, e com um pouco de receio respondeu.
- Sim, sou virgem.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Quando ouviu aquilo, Lívia mordeu os lábios, e


Aurélio se tornou ainda mais tentador, ela supunha
que ele fosse virgem, afinal ele era um padre, mas
quando ela teve a certeza, bom, as coisas ficaram
mais interessantes para ela, apenas um pensamento
assolava a cabeça de Lívia – Eu tenho que levar ele
para cama, eu tenho que levar ele para a cama, eu
tenho que levar ele para cama – Aquelas palavras
ardiam dentro do ser dela.
Aurélio percebeu o lapso de interesse de Lívia, e o
fato dele ser virgem, deixou ela ainda mais
excitada. Ele poderia não demostrar, mas quando
percebeu isso, ficou totalmente excitado também,
era muito interessante a ideia dela tirar a virgindade
dele.
E lá vem mais uma pergunta direta:
- O senhor já viu uma mulher nua padre?
- Não.
Bastou dizer não que Lívia deixa o roupão de seda
cair, como se fosse em câmera lenta, e lá estava seu
corpo nu, escultural, seus seios esféricos, e sua pela
macia, Aurélio ficou surpreso, e olhou, e olhou,
percebeu cada detalhe, tudo isso em menos de 5
segundos, depois tapou os olhos, dizendo.
- O seu roupão caiu, senhorita Lívia!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Não padre, eu deixei ele cair!


- E por que?
- Porque eu queria que você me visse nua!
- A senhorita sabe que eu não posso fazer isso!!!
- Isso não significa que você não queira. Toque em
mim padre! Por favor...
- Não posso!
Lívia começa a chorar, e suas lágrimas deslizam no
seu corpo nu…
- Por favor padre, olha pra mim…
Aurélio percebe que Lívia está chorando, e se vira,
e novamente vê o seu corpo, ele já havia
imaginando o corpo de uma mulher nua, mas aquilo
era mais do que sua imaginação poderia supor.
- Por que você está chorando?
- Porque eu quero que o senhor me abrace!
Aurélio se aproximou, e abraçou aquela mulher,
nua, ele sentia todos os seus contornos, e ela o
abraçava forte, um sentimento incontrolável
tomava conta dos dois.
Aurélio se sentou, Lívia permaneceu de pé.
- Toque nos meus seios!
Um pouco tímido, padre Aurélio levantou sua mão
direita seus dedos começaram a tocar o seio de
Lívia, quando sentiu o primeiro toque, ela sentiu
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

um calafrio, ela fechou os olhos, e ele abriu os dele.


O sexo é como uma dança, os corpos começam a se
mexer involuntariamente, e seguem um ritmo
incontrolável. Nunca nenhuma boca havia se
aproximado da boca de padre Aurélio, mas os
lábios carnudos de Lívia se aproximavam cada vez
mais e mais, mas ela parou no meio do caminho,
não queria forçar Aurélio a nada, mas aqueles
lábios rosados eram tentadores, ela primeiro
encostou sua boca no lábio inferior do padre, bem
lentamente, depois ele abriu seus lábios
completamente, e foi um beijo de tirar o fôlego, - O
que era aquilo? - pensava padre Aurélio, ele não
conseguia parar, as línguas se tocavam, e a timidez
dele era totalmente sexy, excitava cada vez mais
Lívia.
Ele colocou a boca no seio esquerdo dela, e ela
gemia, depois ela sentou em cima dele, e percebeu
que seu pênis estava completamente ereto, chegou
a hora…
- Tira a roupa… Disse ela…
Ele se levantou, e começou a tirar peça por peça,
primeiro a camisa, depois a calça, por fim faltava a
cueca, e ele tirou, e lá estava ele da mesma maneira
que veio ao mundo. - E que homem! - (pensava
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Lívia). As costas largas, alto, um traseiro perfeito,


mãos firmes, e um pênis enorme, ela ficou em
êxtase com a perfeição do corpo do padre.
- Vem. Disse Lívia.
Ela se deitou na cama, abriu as pernas
suavemente…
Ele foi por cima dela, um pouco acanhando ele a
beijou, e foi sacramentado, o pênis entrou
suavemente, - Que sensação! - Algo que é difícil de
se explicar, porém extremamente prazerosa, e os
movimento de ir e vir, tornavam as coisas ainda
mais deliciosas, o padre se deleitava no prazer,
ainda assim, mesmo naquele momento tão especial,
ele não sentiu nenhum tipo de culpa, estava fazendo
amor, e isso é perfeitamente natural, o ato mais
natural do mundo, não havia nada de sujo nem de
errado, apenas existia amor misturado com prazer,
e recheado de paixão, mas não, não tinha nada de
errado naquilo.
Trinta e quatro anos, e aquele homem, que sempre
havia rendido sua vida para o celibato, conheceu o
sexo da maneira mais profunda e prazerosa
possível.
Naqueles toques inconfundíveis, chegava a hora do
clímax do sexo, o orgasmo, e a sintonia de Aurélio
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

e Lívia era tão grande, que os dois gozaram juntos,


os gritos foram contidos, já que a vizinhança não
poderia ouvir, porém dentro daqueles corpos
trêmulos de prazer, era possível escutar os gritos
suaves – ahhh – gemidos e mais gemidos, o
coração acelerando, cada batida um prazer
diferente, lágimas, o estado era ofegante e latente,
era o ápice do prazer que o corpo poderia alcançar.
O gosto, o gosto do sexo ficaram em suas bocas
durante um bom tempo, e o cheiro do ato tomava
conta do quarto, Lívia e Aurélio permaneceram
deitados, um olhando para o outro, era um
momento de cumplicidade; nada poderia acabar
com aquele instante, absolutamente nada.
Muito foi feito, mas nada a ser falado, assim como
entrou Aurélio se foi, Lívia não interrompeu, sabia
respeitar o espaço dele.

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Capítulo II
O Sexo muda tudo
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Quando chegou do lado de fora, o padre pensou


que aquilo não poderia ter acontecido, mas
aconteceu, e foi maravilhoso, mas se um segundo
atrás ele não sentia nenhuma culpa, bastou pisar
fora do templo do sexo para a culpa perturbá-lo –
Eu não vim aqui para isso, vim cuidar da minha tia.
Como isso foi possível?! Eu sou um padre! Eram
muitas questões, quando se estar entre dois
extremos, o ser humano fica confuso, pois sabe que
uma escolha anula automaticamente outra, se
ficasse com ela, teria que largar toda uma vida
dedicada a fé, se a deixasse, provavelmente nunca
mais poderia sentir aquela sensação de novo, e seria
um grande pesar.
Voltando para a casa, deu comida para sua tia, mas
Aurélio já não se sentia o mesmo, já era outro, se
enxergava de outra maneira, o sexo muda tudo.
Tomou banho, e não parava de pensar em todos
aqueles momentos, era estranho, debaixo do seu
chuveiro parecia até mesmo que nada daquilo havia
acontecido, mas tinha sim, não era mais um sonho,
era uma realidade, não era uma fantasia, ele
realmente viveu tudo aquilo.
Mas não podia viver aquilo, estava um pouco
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

receoso de chegar ao seu quarto, e fazer a sua


última reza do dia, o que ele iria falar com Deus?
Que pecou e tinha se arrependido?! Possa ser que
ninguém da igreja tenha visto, mas Aurélio sabia…
- Meu corpo fraquejou perante o pecado meu Deus,
deixei me levar pelas tentações carnais, já não
aguentava mais desejar e não poder ter. Pequei,
mas por mais que tente não consigo me arrepender,
e isso é imperdoável.

No dia seguinte…
Elisa vai até a casa de Aurélio.
- Padre, conversei com o padre Antônio, e ele
concordou que o senhor atenda a missa hoje, ele
está muito feliz em saber que tem outro padre na
cidade.
- Acho que eu não posso hoje.
- E por que não?! O senhor é um padre, e tem uma
igreja… então…
Elisa insiste, e Aurélio não vê como recusar, qual
seria o motivo que ele daria para não ministrar?!
- Tudo bem, eu vou pegar minhas coisas e já vou;

Na Igreja…
Aurélio começa a ministrar a missa, o clima de
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

tensão toma conta do ar, Elisa fica cada vez mais


interessada no padre, as fofoqueira de plantão
contemplam a beleza do padre galã, até que para
completar, Lívia chega e senta nos últimos bancos.
Inevitavelmente Aurélio olha para ela, e lembra de
tudo o que tinha acontecido no dia anterior.
A missa acaba, e padre Aurélio entra no
confessionário; quando derrepentemente Lívia
chega e diz:
- Eu pequei padre…
Aurélio fica calado, não consegue acreditar que
Lívia realmente está fazendo aquilo.
- Sou uma libertina, cometi um grande pecado…
Fiz sexo com um padre, na verdade tirei a
virgindade dele, e não me arrependo padre, não me
arrependo, faria tudo de novo. Quando o vi, sabia
que não resistiria, ele é um homem muito bonito,
juro que tentei me controlar, mas meus impulsos
me dominam, e quando me dei conta lá estávamos
nós na cama.
Diz Lívia com um inegável tom de sarcasmo. Para
ela aquilo não era errado.
- Por favor Lívia, não repita essas coisas dentro do
templo sagrado…
- E o que é mais sagrado que o amor, padre, me
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

diga?
- O que fizemos não foi amor, talvez seja
depravação, quero que saiba que me arrependo, se
você não sente remorso, não posso te julgar, mas a
culpa está corroendo meus ossos. E ainda por cima
venho aqui, como aquele que não tem pecados, e
julgo essas pessoas. Quem sou eu para fazer isso?
- Padre, somos completamente diferentes, não sinto
nenhuma culpa, pois o que fizemos ontem, foi algo
natural, não se pode fugir disso! Aurélio, faria tudo
de novo, e se você quer saber, faria até aí dentro do
confessionário, levantaria sua batina, faria sexo oral
em você, e faria você gemer de prazer, para que
todos ouvissem o que o seu corpo pode fazer,
chegaria ao clímax do prazer, e iria além, sairia
nua, e diria que fui eu que fiz você gozar!
- Meu Deus Lívia, olha o que você está falando?!
Barbaridades! Esse lugar é santo, e agora percebo
que tudo foi um grande erro, jamais deveria ter
vindo aqui, jamais deveria ter te conhecido, jamais
deveria ter feito o que fiz com você…
- Duas coisas são certas na vida, a primeira que não
se pode voltar no tempo, e a segunda que o
arrependimento sempre se apresentará de uma
maneira ou de outra. Se você lamenta, eu também
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

lamentarei, não vou implorar por alguma coisa de


você, acho que você é grande suficiente para fazer
suas próprias escolhas, e se eu fui assim um erro
tão grande, não me procure mais. Eu nunca fiquei
implorando para nenhum homem, e você não vai
ser o primeiro…
Lívia levanta e sai, Aurélio permanece dentro do
confessionário, confuso, milhares de coisas se
passam por sua cabeça, decide então ir para casa.

Em casa…

Chegando em sua casa, o padre toma banho, e


cuida de sua tia, que parece estar melhorando
bastante, mas há um preço por ser muito bonito, a
campainha não para de tocar – E agora, quem
seria? -
- Olá padre, queria saber como o senhor estava,
saiu tão esquisito, parecia que alguma coisa tinha
acontecido.
- Não aconteceu nada senhora Elisa.
- Não me chame de senhora, padre, eu não sou
casada, sou completamente solteira.
- Não sabia.
- Agora já sabe, eu também vim até aqui, por que
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

tenho coisas para lhe contar.


- Diga…
Elisa era uma mulher muito libidinosa, sempre
dizia o que os homens gostavam de ouvir, sua
beleza ajudava nessa hora, jovem e ruiva sempre
conseguia o queria, nunca havia sido rejeitada por
nenhum homem, e quando viu Aurélio pela
primeira vez, se apaixonou perdidamente por sua
beleza, além da sua futura fortuna, apenas esperava
a oportunidade certa…
- Eu sou uma mulher solitária, ninguém me faz
companhia, apenas tenho minhas amigas, mas não
confio plenamente nelas, afinal de contas todas elas
me invejam, invejam a minha beleza, invejam o
meu corpo, eu chamo a atenção dos homens, e isso
é a morte para elas.
- Pensei que a senhora fosse mais preservada…
- E sou padre, preservo meus desejos, e preservo a
minha sede por coisas indevidas, mas do que
adianta? Quando a noite chega, meu corpo pede um
toque, um calor humano, eu sou uma mulher
bonita, qualquer homem faria isso por mim, mas o
problema é que eu não quero qualquer homem, eu
quero o certo.
- Não entendo aonde a senhora quer chegar?
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- A sua ingenuidade é tão… tão…


- tão… o que…
- sexy… Desculpa, mas não achei outra palavra.
Aurélio se afasta de Elisa, que se aproxima cada
vez mais…
- Qualquer homem daria o que tivesse para ficar
comigo… Você não acha padre?!
- Sim, qualquer homem, mas eu não posso te
oferecer absolutamente nada.
- Desde que te conheci, cada vez que te vejo, a
minha vagina lateja, quando chego em casa percebo
que estou completamente molhada, tenho que
trocar minha calcinha, e ninguém sabe disso padre.
Aurélio parece não acreditar que Elisa está mesmo
dizendo tudo aquilo...
- Isso é anormal padre?!
Aurélio não sabe o que responder…
- Senhorita Elisa, acho melhor você para casa
agora…
- Não padre, eu não vou embora, até concluir o que
eu vim fazer aqui!
Elisa começa a tirar a roupa e ali mesmo na sala,
fica completamente nua, seu belo corpo ressalta aos
olhos de Aurélio, até uns dias atrás ele nunca havia
visto uma mulher desnuda, e assim do nada, já
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

foram duas…
- Por favor senhorita Elisa, vista-se…
- Não padre, faça o que você quiser comigo, eu
quero que você me pegue do jeito que você quiser!
- Por favor, eu sou um padre!!!
- Você não é um padre, você é um Deus! Um
homem lindo, seria um desperdício, você não usar
isso tudo o que você tem aí!
- Por favor se controle!
Nessa hora, Elisa dá um pulo e vai parar bem no
colo de Aurélio, lhe rouba um beijo, porém não é
correspondida, ele coloca ela no chão e diz que não
pode fazer aquilo.
Elisa fica desolada, aquilo nunca havia acontecido,
ele nunca tinha sido rejeitada em toda sua vida…
- Como assim padre, por que você me rejeitou? Eu
sou linda, meu corpo é lindo, todos os homens me
desejam, e você faz isso comigo…
- A beleza não é a única coisa que importa Elisa!
- Por que? Já sei… você gosta de outra, não é?
Quem é ela?
- Não existe outra pessoa Elisa.
- Claro que existe, se não por que você me
rejeitaria?!
- Você não é o centro das atenções Elisa, o mundo
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

não gira ao seu redor porque você é bonita!!


Diz Aurélio um pouco exaltado…
- Não entendo… não entendo
- Acho melhor você ir embora.
Elisa não se conformou tão facilmente, ficou
indignada com a rejeição do padre…
- é padre você só tem a cara de santo, porque sabe
exatamente partir um coração!!!
Ela se veste, e jura para si mesmo que não vai se
conformar com aquele ‘não’, ela nunca aceitaria
isso.
Padre Aurélio fecha a porta, e a única coisa que
deseja é dormir, afinal de contas o dia foi
extremamente conturbado.
Mas quando chegou na cama, só pensava nela,
virava para um lado e outro, contou carneirinhos,
mas nada aconteceu, a imagem dela ia e voltava em
seus pensamentos, ela tinha sido a primeira, e até
agora a única, ele sonhava com ela…

No dia seguinte…

Lívia está na cozinha de sua casa cozinhando, e


Elisa chega.
- Oi Lívia.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- O que você quer aqui?!


- Não, vim apenas pra te dizer que ele está
voltando…
- Ele quem?
- Você sabe muito bem, ele chegará em breve e vai
transformar a sua vida em um verdadeiro inferno.
- Foi você que chamou ele, sua cretina!!!
- Não, não foi preciso, parece que ele sentiu, ele te
fareja não é mesmo, sempre fugindo e ele sempre te
achando, se eu fosse você empacotava tudo de
novo, e acharia um outro lugar pra viver!!!
- Não Elisa, eu não vou embora agora, e você está
blefando! Ele não vai me encontrar aqui!
- Mulheres como você Lívia, tem o que merecem,
não se dão ao respeito, por isso atraem isso! A
libertinagem tem um preço.
- Antes uma libertina, do que uma hipócrita que
morre de vontade de dar e que condena quem tem
coragem para fazer!
- Lívia, não sou eu que estou fugindo de um
homem, porque sempre fui respeitada e sempre me
dei ao respeito.
- Elisa sai da minha casa, antes que alguma coisa
muito desagradável aconteça.
- Tudo bem, não estou interessada em você, tenho
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

coisas mais importantes para fazer, vou pegar o que


me pertence.
Elisa vai embora, mas depois de um tempo a
campainha de Lívia toca novamente, era o padre.
- Eu estava esperando ela sair. Queria falar com
você.
- Eu não falo, se você quiser alguma coisa, saiba
que eu estou aqui para transar, foder… Nada além
disso.
- Posso entrar?!
- Depende… você trouxe a camisinha dessa vez?!
- Por favor Lívia…
- Tudo bem…
- Eu não acostumado com essas palavras…
- Aprende uma coisa, agente se acostuma com tudo
na vida, nem sempre tudo é tão rosa quanto parece
nos contos românticos que você lê por aí.
- Eu entendo Lívia que você esteja chateada
comigo! Mas eu nunca quis te magoar.
- Você pensa que ontem eu não vi aquela puta
subindo em você?! Porque parece que ninguém
resiste a você! E o pior é essa cara de santo, de
ingênuo, mas todo mundo parece querer subir nesse
seu pênis santo.
- Como você viu?
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Eu sei que aquela puta mal resolvida tá doida por


você, e ela não vai descansar até fazer de você o
cachorrinho dela.
- Isso não vai acontecer Lívia.
- E por que não vai acontecer?
- Porque você foi a minha primeira, e será a minha
última…
Eles se entreolham e um silêncio profundo invade
aquele lugar, não há mais nada para ser dito, mas
talvez tenha algo para ser feito.
Lívia retira tudo que havia em cima do balcão da
cozinha, seu vestido leve solto a deixava mais sexy,
soltou os cabelos, tirou a calcinha, o caminho
estava livre, sentou no balcão…
- Abra o zíper da calça.
Ele parecia outro quando estava com tesão, deixava
o padre de lado, e soltava o garanhão, pegou firme
nos cabelos dela e disse:
- Eu quero por trás hoje.
Ela virou e ele foi levantando lentamente o vestido
dela, o pênis dele estava ereto desde que ela havia
entrado na casa dela, e parecia apenas aguardar o
sinal. - Mas vale uma paixão quente, do que uma
batina fria. -
Ele penetrou com força, foram 17 minutos de uma
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

transa frenética e incessante pelo ânus.


Depois eles se separaram, Lívia foi se recuperar um
pouco, aquela posição requeria muita energia,
Aurélio foi até o banheiro tomar banho, molhou
seus cabelos sedosos, quando Lívia entrou no
banheiro, ela ainda estava de vestido, porém não foi
um obstáculo, foi a vez dela fazer sexo oral nele,
por cinco minutos, o padre não estava mais ali,
apenas um homem insaciável, ele rasgou o vestido
dela com as mãos, que força! Que Virilidade! E
isso só aumentava o tesão de Lívia, nem parecia
que aquela era a segunda vez do padre galã. Ele a
ergueu e os gritos se ouviam de longe, ele
demostrou uma força surpreendente, além de
segurá-la firmemente, também penetrava com uma
força total, se na primeira vez eles fizeram amor, na
segunda ele foderam com muita força.
Mas era exaustante, inevitavelmente o clímax
chegaria, e chegou, o orgasmo, o pico da montanha,
depois da ofegação ela se virou no boxe, e o vidro
ficou completamente embaçado.
Mas se o amor é o combustível da vida, o tesão é o
motor do sexo. Mesmo exaustos, eles foram tentar
ir ao paraíso pela terceira vez, - quem sabe o
terceiro gozo concomitantemente? -
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Dessa vez foram até a cama, ela abriu as pernas e


mandou ele colocar a boca na vagina dela, ele
passava a língua no clitóris dela, e ela gozava
múltiplas vezes, estava completamente lubrificada,
aquilo era sexo e do bom.
Ele segurou os braços dela, e começou a penetração
novamente, houveram agora beijos longos e lentos,
a pele queimava, as penas tremiam, os corpos
dançavam, o pênis enorme dele chegava longe, e
Lívia sentia o gosto do sexo nas suas entranhas, não
havia uma parte de seu corpo, que não houvesse
sentido prazer naquele dia.
E acabou, línguas, orgasmos e beijos, foi uma
transa simplesmente perfeita… E qual seria o
ingrediente que fazia aquilo tudo ser tão especial?
O amor...

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Capítulo III
A Chegada de Alberto, e a grande
virada...
Três dias depois…
Lívia estava tranquila em casa, quando ouvi um
barulho na cozinha, - Quem será? Deve ser ele… -
Ela correu para ver quem era, feliz e sorridente,
mas tomou um susto quando chegou, era ele… Seu
pior pesadelo, a sensação foi de decepção total, ela
não conseguia se livrar daquele homem, já havia
fugido várias e várias vezes, mas ele sempre a
achava. Alberto estava de volta… Sinistramente se
pronuncia…
- Oi amor, demorou mas te achei novamente…
Lívia corre, e tenta se trancar no seu quarto, mas
Alberto consegue entrar…
- Não faz assim amor, cadê minhas boas-vindas,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

depois de tanto tempo?! Que foi, estava gostando


da liberdade?! Ou você estava gostando de piranhar
por aí?…
Nesse momento Alberto pega na boca de Lívia e
aperta, ela começa a chorar.
- Não, me deixa em paz, eu não te aguento mais,
por que você não deixa em paz?! Diz gritando
Lívia…
- Porque você é minha, eu disse que você era
minha!
-Eu não sou sua, não sou de ninguém!!!
- Não amor, aí que você se engana, você tem dono!
Mas me diz uma coisa, tô sentindo cheiro de
sexo… - Alberto debocha… - Com quem você
trepou enquanto eu não estava aqui?
- Eu trepo com quem eu quiser!
Alberto olha para Lívia, e dá um soco na cara dela,
que cai sagrando no chão…
- Não amor, você acha o que? Que você é muito
dona de si, não é?! Que pode sair por aí e fazer o
que bem entende! Mas o mundo não funciona
assim Lívia!!! Quero dizer… o mundo até que
funciona assim, mas para os homens…
Lívia está desnorteada no chão, ainda não se
recuperou do forte soco que acabou de receber, e
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

fala baixo…
- Sai daqui… sai daqui…
- Não, sabe quanto tempo eu demorei pra te
encontrar?! Sabe, sua vagabunda?! Sabe quanto
dinheiro eu gastei pra te encontrar?! Eu ficava
imaginando, onde essa piranha se meteu, ela se
escondeu muito bem dessa vez, inclusive deve
achar que se livrou de mim, não é?! Mas eu te
achei, e agora você vai comigo…
- Não… não
- Vai, mas antes eu quero matar a saudade amor!!!
Vem aqui, sabia que você está cada vez mais
bonita!!!
Lívia começa a gritar, e Alberto começa a calar a
boca dela…
- Quieta, quieta… você não gosta tanto de fazer
isso, então, agora você vai fazer com o seu
maridinho… vem…
Alberto deu mais um tapa em Lívia, ela grita sem
parar, ninguém na vizinhança parece se importar,
Alberto vira Lívia e abri o zíper da calça, ele sufoca
ela, que está coberta de sangue no rosto.
Aurélio escuta gritos, e vem da casa de Lívia, ele
vai ver sua tia e tudo está bem, decide ir até a casa
de sua amante, quanto mais se aproxima mais os
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

gritos são audíveis, ele corre, tenta abrir a porta,


está trancada… olha pela janela, também está
fechada, os gritos não param, é Lívia, - o que será
que está acontecendo?-
Aurélio toma uma decisão drástica, arromba a
porta, não há ninguém na sala, percebe que os
gritos estão vindo do quanto, e vai até lá.
Quando abri a porta, vê um homem em cima de
Lívia, tentando estuprá-la, além de tudo percebe
que ela está sagrando, aquele homem tinha batido
nela, Aurélio sempre foi pacífico, nunca sentiu ódio
por ninguém, mas naquele instante a raiva o
dominou por completo, pegou Alberto e deu um
soco nele, o marido de Lívia caiu na mesma hora, e
o padre gritava:
- Desgraçado, o que você fez com ela?!
E mais um soco, Alberto não conseguia nem se
defender, e outro e outro.
- Você é o novo amante dela? - Disse rindo
Alberto.
- Você bateu nela?!!
O ódio se apossou do corpo de Aurélio, seus olhos
estavam flamejando raiva, ele colocou Alberto para
fora, e toda a vizinhança ouviu os gritos, e ficaram
surpresos, o padre galã parecia tão tranquilo, agora
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

estava batendo na cara daquele estranho sujeito, - o


que havia acontecido?-
Aurélio ficou por cima de Alberto, e deu mais três
socos nele, seu rosto já estava inchado, mas a raiva
do padre não acabava, Elisa pediu para o padre
parar…
- Para padre, você vai matá-lo!!!
Aurélio parou, caminhou até a casa de Lívia, foi ao
quanto e a pegou no colo, na frente de todo mundo
ele a levou até sua casa, e em seguida trancou a
porta. Naquele momento Elisa percebeu, Aurélio
estava apaixonado por Lívia, e ela não suportava
aquilo, ele tinha rejeitado ela, porque estava
apaixonado por aquela libertina…
Em casa, ainda sob a adrenalina da briga, Aurélio
começa a cuidar de Lívia, a leva para o quarto,
onde ela dormi por algumas horas…
- Quem é aquele homem?
- Meu marido… infelizmente ele é o meu marido…
- Você não me disse que era casada!
- Você não me perguntou isso!
- E essas coisas precisam ser perguntadas?!
Aurélio se exalta, e Lívia também..
- Por que você acha eu moro nessa maldita cidade?!
Eu fujo dele, mas ele sempre me encontra!!!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Quando você se casou com ele?!


- Faz muito tempo, eu era muito nova, ele era muito
gentil no começo, mas depois de alguns anos foi se
transformando em um monstro. Foi aí que eu
comecei a me descobrir, comecei a ver que a vida é
muito mais que um casamento precoce, e pedi o
divórcio, e ele nunca me deu, foi aí que comecei a
fugir, comecei a me relacionar com outras pessoas.
Até que conheci você…
- E como ele te achou aqui?
- Foi a Elisa, no começo ela se fez de minha amiga,
eu não a conhecia, disse tudo pra ela, e obviamente
foi ela que disse onde eu estava.
- Não acho que ela seria capaz disso…
- O que foi Aurélio?! Agora você está defendendo
ela? Ela é uma víbora!!!
- Acho que você se enganou com ela Lívia, ela não
é uma má pessoa!
- Tudo bem Aurélio, acredita em quem você quiser!
Mas o que vão dizer agora? Você bateu nele na
frente de todo mundo!!!
- O que você queria que eu fizesse Lívia?! Que
visse tudo isso e ficasse quieto! Ele te bateu, e
quase te estuprou!!!
- Eu sei disso! Mas talvez as pessoas não entendam
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

isso!
- Agora nós temos que ficar unidos, que se danem
os outros, você fica aqui até esse lunático ir embora
de vez.
- Você não entende, não é Aurélio? Ele nunca vai
embora! Nunca!
- Dessa vez é diferente, porque eu vou atrás de você
até o fim do mundo!
Aurélio toca em Lívia…
- Eu não vou deixar ninguém te fazer mal, você me
entendeu?! Ninguém!
Lívia: - Eu sei…

Enquanto isso…

Os comentários são invetáveis, só se fala nisso,


todos ficam surpreendidos com a atitude do padre.
E o pior, Lívia entrou na casa dele, e até agora não
saiu, - O que será que está acontecendo lá dentro?-
Elisa está devastada com tudo o que aconteceu, ela
não poderia perder Aurélio para Lívia, para ela não,
Elisa nutria um sentimento de inveja, era sua
concorrente direta.
Para se vingar do padre e de Lívia, Elisa resolveu
dizer tudo para suas colegas, que os que o padre e a
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

libertina tinham um tórrido romance, e que


inclusive iriam fugir juntos, isso só não aconteceu
porque o marido Alberto chegou, e graças a Deus,
evitou o pior.
A fofoca correu toda a cidade, e virou um tremendo
escândalo. O padre Antônio diz que tomará as
medidas cabíveis, e que não deixaria uma coisa tão
absurda acontecer naquela cidade.
Mesmo Elisa tendo espalhado tudo aquilo, ainda foi
até a casa de Aurélio bancar de boa moça, e prestar
toda sua ajuda, o padre aceitou.
- Eu sei que você estão passando por um momento
muito difícil, mas quero que saibam que estou aqui
para apoiá-los!
- muito obrigada Elisa.
Lívia não acredita na bondade repentina de Elisa, e
decide ir embora.
- Ela ainda está muito sensível, eu sei, mas quero
dizer padre que em nenhum momento compactuei
com essas fofocas que estão circulando por aí. E
inclusive acho lindo, o amor que vocês nutrem, e
torço por vocês.
- Obrigada Elisa, eu sabia que você era uma boa
pessoa.
- Claro padre, estou aqui para o que der e vier.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Enquanto Elisa engana Aurélio, Alberto fica


inconformado com a notícia de que Lívia e o padre
eram amantes, o pior é que todos sabem, ele não
suportaria isso também. Teria que se vingar.
No outro dia tia Bárbara não acorda bem, Aurélio é
obrigado a levá-la ao hospital, Lívia fica sozinha
em casa, mas ela precisa de algumas coisas que
deixou na sua casa, era uma passada rápida, e
parecia que Alberto tinha saído da cidade.
Lívia decidiu ir até sua casa, com muita cautela, ela
pegou algumas roupas, e um dinheiro que havia
guardado, quando Aurélio voltasse iria lhe propor
uma fuga, iriam os três, ela, o padre e a tia Bárbara.
Mas de repente, quando Lívia está arrumando suas
coisas, é surpreendida por trás:
- Onde você pensa que vai?! Já sei está arrumando
as coisas para ir embora comigo, finalmente amor!
Agora eu estou entendendo!
- Eu não vou a lugar algum com você!
- Claro que vai amor, eu vim aqui pra te buscar e
não volto sem você!!!
- Eu vou ficar com ele!
- Não, você vai ficar comigo! Só comigo!
- Eu gosto dele.
Um tapa sem mão na cara de Alberto foi aquela
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

frase, mas ele retribuiu, e começou a bater em Lívia


novamente, foram socos, tapas, puxões nos cabelos,
no final de toda violência, ela sagrava, estava
completamente roxa, e quase desmaiada no chão,
mas uma vez ninguém na vizinhança a ajudou,
Aurélio não pode socorrê-la, estava no hospital
com sua tia, e lá também estava Elisa, do lado dele.
Alberto ficava extremamente satisfeito quando
acaba de agredir Lívia, sentia um alívio, e muito
prazer. Ele não a suportava, mas o que ele mais
odiava nela era sua liberdade, ela ia e vinha, não
era presa a nada e nem a ninguém, era solta pelo
mundo, e as pessoas consideravam isso
libertinagem.
Ali, no chão, sem ninguém para ajudá-la, Lívia
ainda sonhava, queria fugir novamente, a fuga
estava em sua alma, sempre ia sem olhar pra trás,
sonhadora, nada a detinha, e isso causava muita
inveja, e muito fascínio, alguns a odiava por causa
disso, outros a amavam pelo mesmo motivo, era o
caso de Aurélio, se apaixonou pela liberdade dela,
característica que fez Alberto a odiá-la
mortalmente.
- Você não vai ficar com ele! Quando o padre
voltar você vai dizer o que eu mandar você dizer!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Não, não vou! Grita Lívia!


- Vai sim amor, você vai dizer o que mandar você
dizer, ou você está pronta para as consequências?!
- Do que você está falando?!
- O que você está pensando?! Ele chega aqui, come
a minha mulher, me bate na frente de todo mundo,
e ainda pensa que vai ficar com ela?!!! Não, isso
não é justo! Eu vou ter que fazer alguma coisa!!!
- Do que você está falando?!
- Você sabe do que eu sou capaz! Lembra daquele
namoradinho que você teve?!
- Não…
- Sim, lembra?! Qual era mesmo o nome dele?!
Théo, ele teve o que merecia! Você também dizia
que gostava muito dele! Pena que ele morreu, né
amor?! Que pena, ele era tão jovem!
- Você não faria isso de novo, seu desgraçado!
- Claro que faria, eu disse, que se você não fosse
minha você não seria mais de ninguém!
- Você é um assassino!
- Claro que eu sou, e se você não fazer tudo direito
dessa vez, terei que mandar o padre ver Deus mais
cedo! Eu fico imaginando a sua dor! Seria
lastimável! Dois amores perdido em uma única
vida!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Não, não faz isso Alberto!


- Você sabe do que eu sou capaz! E aí vai mandar o
segundo para o cemitério, ou vai ser uma boa
garota?! Errar é humano amor, prevalecer no erro é
burrice!
Lívia não tinha escolha, pelo menos por agora,
decidiu ganhar tempo, e concordar com Alberto,
mas tinha um plano.
- Tudo bem, eu vou com você!
- Eu sabia amor, eu sabia que você não iria me
decepcionar!

No Hospital…

- Infelizmente ela não resistiu…


Tia Bárbara morre, Aurélio fica sem chão, e Elisa o
consola, ele não acreditava que ela iria morrer
agora, desesperado, ele decide ir até o quarto e
rezar pela alma de sua tia, Elisa vai junto.
Ao chegar, Aurélio vê o corpo de Bárbara sem
vida, e passa a mão em seu rosto, ele chora, e
começa a rezar…
- Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da
morte, não temeria mal algum, porque tu estas
comigo, a tua vara e o teu cajado me consolam.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Refrigera a minha alma, guia-me pelas veredas da


justiça, por amor do seu nome.
Certamente que a bondade e a misericórdia me
seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na
casa do Senhor por longos dias… Amém…
Devastado, Aurélio volta para casa, mas na porta
percebe que Padre Antônio está a sua espera, sua
cara é de poucos amigos.
- Podemos conversar padre Aurélio.
- Acho que não é a melhor hora.
- O assunto é urgente…
- Então pode falar….
- Como o padre da região fui obrigado a dizer suas
falhas para meus superiores, tive que dizer que
você vivia em pecado com uma mulher, e mesmo
assim ministrava sua função como clérigo. Venho
dizer, que faz poucos momentos, que recebi a
notícia, da sua justa excomungação da Igreja
Católica Romana, e que você já não faz mais parte
do corpo santo de Cristo. A partir de hoje, o senhor
não poderá mais dizer que é um padre, e não terá
mais nenhuma utilidade dentro da igreja, não vá em
nenhuma missa, não podendo assim exercer
nenhuma cerimônia. Esqueça que algum dia o
senhor foi um padre! Não olhe para atrás.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

O padre tinha acabado de perder um ente querido,


logo depois recebe a notícia que não poderá exercer
algo, que ele tinha feito praticamente por toda a sua
vida. Foram dois golpes duros. E ninguém estava
ali para apoiá-lo em um momento tão difícil.
Aurélio se sente perdido, entra em casa e tenta
descansar um pouco, tudo é tão pesado, difícil
carregar sozinho.
Elisa chega e lhe faz companhia, percebendo que o
ex-padre está suscetível, ela se aproveita da
situação.

No dia seguinte…

Lívia bate na porta de Aurélio, percebe que a porta


está aberta, ela entra, se depara com Elisa e o ex-
padre dormindo no sofá.
Aurélio levanta, e tira Elisa de cima dele.
- Oi Lívia, ela só dormiu aqui, você sabe… minha
tia morreu!
- Eu sei, sinto muito! Não precisa se preocupar, eu
sei que vocês nunca tiveram nada.
- Eu vou ajeitar as coisas do enterro.
- Antes eu preciso falar com você.
- O que? Mas antes eu queria dizer que fui
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

excomungado, talvez o celibato não fosse


realmente a minha vocação…
- Eu tenho que ser sincera…
- O que está acontecendo Lívia? Você está distante.
- Eu vou embora Aurélio.
- Não, nós vamos embora, eu vou junto com você,
agora não tem nada que nos prenda aqui!
- Não Aurélio, eu vou embora com o meu marido!
- O que?! Se exalta o ex-padre – Como assim você
vai embora com aquele covarde?!
- Eu percebi… eu percebi que ainda gosto dele.
- Como assim Lívia?! Como assim você gosta de
um homem que te espanca?!
- Eu conheço ele há muito tempo Aurélio, nós
temos uma história juntos… Diz Lívia
sacrificadamente,
- Não, não é possível, o que ele deu pra você?!
Porque você já não é a mesma pessoa com quem eu
falei ontem!
- Eu sei que é difícil Aurélio, mas não importa, eu e
o Alberto sempre acabamos juntos, de uma maneira
ou de outra. Eu não quero que você guarde mágoas
de mim, apenas estou sendo sincera.
Aurélio grita:
- Sai daqui Lívia, e me faz um favor: nunca mais
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

volta aqui! Eu não quero te ver! Você acabou


comigo!!
Aurélio vai as lágrimas, e Lívia não pode fazer
nada, apenas está tentando poupá-lo do pior, mas o
ex-padre a amava, e seria difícil perdê-la assim.
Aquele foi o último golpe, Lívia, mesmo com boas
intenções, partiu o coração de Aurélio, e já havia
alguém ali bem perto que estava esperando por
isso.
Lívia olha para Aurélio, e sai, foi a última vez que
eles se viram, bateu a porta…
- Eu sabia Aurélio, eu sabia que ela te machucaria,
mas você não me ouviu.
- Eu acho que você tinha razão Elisa, ela me
abandonou no momento em que eu mais precisei.

No enterro

Aurélio caminhava pelo cemitério, sentia a terra


sobre os seus pés, e sentia uma grande dor, parecia
que as desgraças vinham todas de uma só vez, a
única que o apoiava naquele momento era Elisa.
Viu o corpo de sua tia descer a sepultura, e não
poderia fazer mais nada.

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

2 meses depois
- É hoje! É hoje que ele vai me pedir em
casamento, depois de muito tempo vou ter minha
recompensa. Pensa Elisa, já fazia alguns meses que
tudo aquilo tinha acontecido.
E para a surpresa de todos naquela cidade, Aurélio
era um homem riquíssimo, ninguém sabia, mas tia
Bárbara havia guardado uma enorme valor no
banco, e quando faleceu essa fortuna veio a tona,
Aurélio se tornou o único herdeiro, e Elisa teve
mais um bom motivo para se casar com ele, além
de bonito, era agora podre de rico…
- Elisa, você foi a única pessoa que me apoiou em
tudo isso, e acho que está na hora de me casar, eu
queria saber se você quer ser minha mulher?!
- Claro Aurélio, esperei por isso por muito tempo.
E os dois se casaram, depois disso Aurélio quis
levar uma vida mais simples e pacata, porém Elisa
era muito esbanjadora, comprava as melhores
roupas, se cobria de joias, suas amigas a invejavam
ainda mais, e ela gostava disso, gostava de
despertar a inveja alheia.
As noites entre Aurélio e Elisa era frias, por mais
que ela tentasse, não tinha a mesma paixão na cama
como Lívia, inclusive esse nome não podia ser dito
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

naquela casa.
E assim foram passando os anos...

Capítulo IV
7 anos depois, o surgimento de
um bad boy (Cara de Santo)
Sete anos se passaram, e a vida daquelas pessoas
seguiam, Aurélio, antes ingênuo, atualmente era
extremamente amargurado além de ser um
alcoólatra, ele raramente falava com Elisa, era hoje
o homem mais rico da cidade, e já não era a sombra
do padre que havia chegado ali há sete anos, como
as coisas mudam…
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Mulherengo, tinha várias amantes, esbanjava seu


dinheiro com elas, Elisa não se incomodava, desde
que ele não se separasse dela, no fundo ela sabia
que ele poderia ter todas, mas não gostava de
nenhuma delas.
Tudo parecia mais cinza, agora o padre era um bad
boy, andava de moto e óculos escuro, e a noite era
o seu apogeu, agora era uma criatura que ia a caçar
de madrugada, não havia uma mulher daquela
cidade com quem ele não houvesse ficado,
inclusive com todas as amigas de Elisa.
Ninguém se entrometia e nem falava nada, Aurélio
era o homem mais poderoso da cidade.
Do outro lado da história Lívia consegue de livrar
de Alberto, ele foi preso pelo assassinato de Théo, e
ficará muitos anos na cadeia por causa disso.
Ela decide voltar, e explicar tudo para Aurélio, isso
iria mudar muita coisa, talvez eles finalmente
poderiam ficar juntos.
Lívia volta, aluga sua casa novamente, mas percebe
que Aurélio já não mora ali do lado. Ela pensa que
talvez ele esteja passando por necessidades, já que
não era mais padre.
A notícia da volta de Lívia voa na cidade, e chega
até os ouvidos de Elisa, antes de Aurélio descobrir,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

ela decide dar um jeito na situação.


- Ela está aqui, não pode ser, ela é uma ameaça!
Elisa chama dois seguranças, e os manda ir até a
casa de Lívia, e pede para que eles a expulsem da
cidade, eles obedecem a ordem.
Eles vão até a casa de Lívia, chegando lá bagunçam
a casa dela inteira…
- O que você estão fazendo?!
Eles a pegam, e a levam até os limites da cidade.
Um deles falam:
- Não volte aqui nunca mais, é melhor, isso foi
apenas um aviso!
- De quem? Quem mandou vocês fazerem isso
comigo?
- Você já ouviu falar em Aurélio.
- Sim.
- Então, foi ele que mandou a senhora sair da
cidade dele! E se eu fosse a senhora obedeceria.
Lívia não entendeu, como assim? Aurélio era um
homem dócil, compreensivo e amoroso, não um
arrogante, como aqueles homens o descreveram.
Os homens foram embora, mas Lívia não era de se
deixar abater, voltou para sua casa, arrumou tudo e
chegou a uma conclusão:
- Já sei, ele quer se vingar de mim, ele me odeia!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Elisa fica furiosa em saber que os seguranças não


resolveram a situação, Lívia tinha voltado para
casa, e seria uma questão de tempo para Aurélio
descobrir, e ela não poderia deixar isso acontecer.
Mas já era tarde demais...

Lívia vai até um bar, porém no meio do caminho


ela o vê, totalmente transformado, cabelos
arrepiados, calça jeans, blusa preta, óculos escuros,
corpo esbelto, se ele era bonito antes, hoje ele era
um Deus, a motocicleta dava todo um charme a
parte, e sua pose era impactante, a cara era de
santo, mas o jeito era de um bad boy indiferente.
Em contraponto, ela estava igual, seus cabelos, seu
jeito, sua pose, só era um pouco mais reservada.
Quando ele percebeu que era ela, Lívia achou que
ele pararia para falar com ela, ou demostraria pelo
menos algum tipo de reação, mas a surpresa foi
grande, nem uma linha de expressão se moveu,
nem um fio de cabelo, a olhou indiferentemente, e
passou por ela de moto, o vento soprou seus
cabelos, ele era fatal…
Parou na frente do bar e entrou, nem olhou para o
lado, como se não a conhecesse. Aquilo foi como
uma faca fria entrando em um coração quente,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

doeu, ela achou que aquele reencontro seria


totalmente diferente, e foi totalmente decepcionante
por um lado, e totalmente instigante por outro, se
tinha algo que Lívia gostava era de jogos, e aquilo
foi um convite declarado.
Ela estava a caminho do bar, mas pensou – Não
posso entrar lá despreparada – Deu meia volta,
chegando em casa foi procurar saber o que tinha
acontecido, e descobriu que o ex-padre agora o
devasso dono da cidade, além de ter casado com
Elisa, era um homem podre de rico, que tinha todos
os seus desejos saciados, por isso toda aquela
prepotência e arrogância.
Lívia pensou em ir embora, já não valia a pena
voltar, afinal Aurélio já não era mais Aurélio, então
por que ela permaneceria ali?
Elisa acorda, e mais uma vez Aurélio estava
voltando naquela hora, completamente bêbado…
- De novo Aurélio? Já é a terceira vez só nessa
semana.
- Se não estiver bom para você, é só ir embora, e
me deixar em paz!!!
- Esse mal humor é por causa dela?!
- Eu não sei do que você está falando!
- Ela voltou, com certeza para te procurar!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Por que você não para de dizer besteiras?!


- Porque sei que você vai atrás dela!
- Não, eu não vou atrás de ninguém, quem vai
querer uma só, quando pode ter várias!!!!
Elisa dá um tapa na cara de Aurélio…
- Eu não me casei com você pra isso? Eu sou
humilhada por você! Todo mundo sabe disso! Você
me envergonha, você não era assim!
- Se você não gosta da minha nova versão Elisa, é
só ir embora, eu não estou te prendendo!
Aurélio vai para o seu quarto…

No dia seguinte

Lívia vai ao cemitério visitar tia Bárbara, deixa


uma flor para ela, e depois vai embora, no caminho
até sua casa vê uma loja de construção onde está
escrito: ‘Há Vagas’.
O dinheiro dela já estava quase acabando, teria que
arrumar um emprego. A entrevista é rápida e ela
consegue o emprego, virando assim a caixa de uma
loja de construção. Ela começa amanhã.

Três dias depois…

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Lívia estava se acostumando com o trabalho,


quando no meio do serviço ela avista Aurélio, de
novo de moto, e prepotente ele entra na loja, e vai
direto na sala do gerente. Ela fica apreensiva, assim
como chegou, ele vai embora, logo em seguida ela
é chamada na sala do gerente, chegando lá…
- Olá senhorita Lívia.
- Olá, tem alguma coisa de errado?!
- Sim infelizmente, encontramos um problema na
documentação que você apresentou, e infelizmente
não poderá mais fazer parte do quadro de
funcionários dessa loja.
- Mas… mas…
- Infelizmente agora estou extremamente ocupado,
mas quero que saiba que foi um prazer conhecê-la.
- Mas o pagamento dos meus três dias de trabalho,
eu preciso desse dinheiro.
- Infelizmente o erro da senhora faz com que a loja
não tenha qualquer responsabilidade monetária,
porém obviamente, claro que a senhora pode entrar
na justiça, se achar que não foi justa causa. Tenha
um bom dia, e boa sorte.
Lívia foi embora…
- Foi ele, só pode ter sido ele!
A situação estava crítica para Lívia, seu dinheiro
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

acabando, e as portas fechadas, ela sabia que


qualquer emprego que ela arranjasse naquela
cidade, ele faria ela ser despedida, Lívia pensou
pela segunda vez em partir, mas para onde? Ela só
sabia que teria que encontrar uma solução e rápido.
Elisa ficou sabendo o que Aurélio fez, e ficou
satisfeita, com certeza ele estava se vingando de
Lívia, para que ela fosse embora da cidade, mas
ninguém sabia a verdadeira intenção do ex-padre
bad boy.
Chega uma carta na casa de Lívia, não sabia de
quem era, não tinha remetente.
Apenas estava escrito ‘ Há uma oportunidade para
você, não rejeite’.
Havia um endereço em baixo, Construtora Xavier,
15° andar, o que Lívia achou estranho, foi que a
construtora tinha o mesmo nome da Loja que ela
havia sido demitida, tinha alguma coisa aí, mas ela
não tinha absolutamente nada a perder, e resolveu
ir.

Construtora Xavier, 15° andar…

O prédio ficava um pouco afastado da cidade, mas


era sem dúvida um lugar intimidador, Lívia chegou
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

subiu até o 15° andar, apreensiva, não sabia o que a


aguardava.
- Por favor, eu vim para uma entrevista…
Disse Lívia para uma das secretárias.
- Sim, ele está te esperando senhorita. Aguarde só
um instante…
- Ele, quem?- ela pensou, mas mesmo assim
resolveu aguardar.
A secretária então recebe a ordem para deixar Lívia
entrar.
- A senhorita pode passar…
Lívia então abriu a porta, não dava para ver quem
estava sentado na cadeira, pois ela estava virada, o
escritório era muio elegante, ela não disse nada,
esperaria aquele homem misterioso falar primeiro.
- Quanto tempo…
A cadeira se vira, e o mistério é revelado, era ele,
de terno, mil vezes mais atraente, e mil vezes mais
arrogante, Lívia tinha se esquecido que o
sobrenome de Aurélio era Xavier, sendo assim a
Construtora era dele, assim como a loja, da qual ele
a demitiu.
- O que você quer?!
- Eu quero te ajudar.
- E por que? Se foi você que me demitiu da loja!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Aquilo não era pra você, aqui eu posso te dar um


trabalho melhor…
- Talvez eu não queira…
- Não seja orgulhosa senhora Lívia, eu sei que a
senhora está passando por um momento difícil.
Ele queria humilhá-la.
- Eu não estou passando por nenhum momento
difícil!
- Eu sei que está, não tem emprego, não tem
dinheiro, e é pra isso que serve velhos amigos…
Lívia o interrompe…
- Nós nunca fomos amigos, Aurélio.
- A partir de hoje, eu exijo que a senhora me chame
de senhor Aurélio, fica mais polido assim, fica mais
fácil trabalhar com funcionários que sabem o seu
lugar.
- Ok, senhor Aurélio, mas como eu estava dizendo,
não preciso de nenhum emprego. Muito obrigada.
Eu só voltei para essa cidade para esclarecer que…
Aurélio a interrompe…
- Deixe o passado no passado senhora Lívia, assim
fica muito melhor.
Lívia resolve ir embora…
- Ok, senhorita eu quis te dar uma oportunidade,
mas o seu orgulho impede que a senhora raciocine
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

corretamente.
Lívia pensa mais uma vez.
- E de que seria esse tal emprego?!
- Bom, a senhora seria a minha assistente pessoal,
seria responsável pelas minhas atividades
profissionais.
- E qual seria o meu horário?
- De segunda a sexta, de 10h as 22h.
- Feito.
- Ótimo, amanhã a senhora começa.
- Não vejo a hora!
- Eu que não vejo a hora disso começar.
Lívia sai da sala, não sabendo se tomou a decisão
correta, ou se cometeu mais um erro, mas com
certeza quem tinha conseguido o queria era
Aurélio.

1° dia

Lívia não sabia o que usar no seu primeiro dia de


trabalho, tampouco sabia ao certo o que uma
assistente pessoal fazia, mas não se acovardou,
colocou uma saia lápis bege, um salto agulha 15
preto, e uma blusa social com os primeiros dois
botões abertos, para o arremate final, colocou um
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

óculos de grau preto, e ajeitou o cabelo, o perfume


era o de sempre, mas seu maior predicativo era sua
personalidade, enfrentava Aurélio de frente, e não
se deixava dobrar por ele.
Lá ia ela rumo ao prédio da Construtora Xavier,
15° andar, saiu cedo de casa, pegaria as 10h em
ponto, não poderia falhar, assim no primeiro dia.
Foi de elevador até o último andar, chegando as
9h30, 30 minutos antecipada, isso com certeza era
um bom começo, ainda deslocada, Lívia não sabia
para onde ir ou o que fazer, os outros funcionários
ficavam observando, era perceptível que Lívia se
sentia um peixe fora d’água.
Depois de um certo tempo, resolveu sentar e
aguardar Aurélio, e ali passaram uma, duas, três e
quatro horas, até que o elevador finalmente se
abriu, e lá estava ele, impecável, mais prepotente
do que qualquer coisa, esnobe e presunçoso,
características que o deixavam cada dia mais
irresistível, Lívia ainda tinha esperança que hoje
mesmo eles iriam transar em cima daquela mesa
enorme que ele ostentava bem no meio de seu
escritório.
Pobre Lívia, não sabia o que a aguardava…
A primeira pessoa com quem Aurélio fala é sua
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

secretária Rute.
- Alguma ligação urgente?
- Não senhor Aurélio.
- Desmarque todos os meus compromissos.
- Sim senhor.
O andar estava muito cheio, os funcionários
estavam trabalhando a todo ritmo, já que amanhã
era a reunião trimestral, e tudo deveria estar pronto
a tempo, para demostrar seu poder, Aurélio olha
para Lívia e diz:
- Para que eu contratei a senhora?
Lívia fica assustada, e não entende a pergunta dele,
mas não tinha problema, ele a repetiu, e um tom
acima da vez anterior:
- A senhora pode me responder para que eu a
contratei?
Todos os funcionários param e olham para Lívia.
- O senhor me contratou para ser sua assistente
pessoal.
- Exatamente. E por que a senhora está aí parada,
como se estivesse assistindo um desfile?!
- Eu apenas… eu estava esperando o senhor chegar.
- Eu acho que você não entendeu, a senhora é
minha assistente pessoal, não o contrário, não sou
eu que tenho que vir até você, você que tem que vir
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

aonde eu estou.
Todos comentam… Lívia fica totalmente sem
graça…
Rute, que é a secretária de Aurélio, fica pasma, ele
nunca tinha tratado alguém daquela maneira tão
rude, e o pior estava por vir…
- Rute, prepare a sala da senhorita Lívia.
- Claro senhor, vou preparar agora mesmo, a sala
que era da assistente do senhor Ricardo.
- Não aquela, sabe aquele depósito que nós usamos
para guardar arquivos?
- Sim.
- Tire tudo lá dentro coloque uma mesa, uma
cadeira e aí está.
- Mas senhor, aquele depósito é minúsculo e muito
quente?!
- O que a senhora queria, que eu a colocasse na sala
da ex-assistente do Ricardo, primeiramente que ela
tinha curso superior, segundo falava várias linguás,
e por fim, estava totalmente inserida no mundo da
Construção, agora a senhorita Lívia aqui é uma
novata, nos diga Lívia, você tem curso superior?
Lívia, a essa altura está completamente humilhada
e não consegue nem erguer a cabeça para
responder.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Não senhor.
Ele sabia como machucá-la, e era cruel…
- Por isso Rute, coloque a senhora Lívia no lugar
que lhe é devido.
- Sim senhor.
- Agora, senhora Lívia por favor entre no meu
escritório, e vamos trabalhar.
Aurélio abre a porta do seu escritório e Lívia vai
atrás, ela não consegue demostrar qualquer reação,
ele finge que nada aconteceu.
- Pode anotar aí…
- Por que você fez isso?
- Isso, o que?
- Você me humilhou em público! Por que?!
- Senhora, eu realmente não sei do que você está
falando!
- Claro que você sabe Aurélio!
- Eu já disse, que a partir de agora é senhor
Aurélio!
- Que seja… Eu posso estar precisando de um
emprego, mas eu não vou aturar isso de ninguém, e
muito menos de você.
- Se a senhorita não estiver satisfeita, quero que
saiba, que a porta da rua é a serventia da casa.
Vamos trabalhar, ou teremos que interromper
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

assuntos importantes, já que a senhora parece está


um pouco mais sensível do que o normal?!
- Não, vamos continuar, eu estou aqui para isso.
E assim passou, uma semana, duas, três, Aurélio
sempre se mantinha afastado e frio, Lívia já tinha
desistido de lhe contar a verdade, pois era obvio
que ele já não era o mesmo homem, e que não
gostava mais dela.
Lívia chegou mais um dia para trabalhar na
Construtora Xavier.
- Senhorita Lívia.
Disse a secretária Rute.
- Sim.
- O senhor Aurélio pediu para a senhora fazer um
relatório completo, daquelas duas pilhas de
arquivo.
- E é pra quando Rute?
- Pra daqui a três dias.
- Então é melhor eu começar agora.
- Senhorita Rute, eu não quero parecer intrometida,
mas eu gostaria de saber, por que o chefe te trata
tão mal? Ele não era assim.
- As vezes conhecemos uma pessoa, e o tempo vai
transformando ela, e quando a reencontramos já
não é a mesma, porém ainda tentamos nos iludir,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

pensando que aquela pessoa ainda está ali dentro,


em algum lugar, mas aí a ficha cai, e vemos que
tudo o que temos é uma boa lembrança, só uma
lembrança.
Rute parece não entender o que Lívia disse, mas
viu que a assistente estava bem abatida.
Lívia vai até sua salinha, que era um forno, e
começa a ler alguns arquivos para fazer o relatório,
o calor era tão forte, que ela abrir um pouco sua
blusa, quando percebe que alguém está espiando,
mais uma vez o sócio de Aurélio, Ricardo, estava a
assediando, ele era um homem muito bonito, porém
Lívia não foi com a cara dele, parecia cínico
demais.
- Olá Lívia, vejo que está com calor?!
Lívia fecha a blusa imediatamente.
- Estava com calor, agora não estou mais.
- Calma, eu só vim aqui para saber se o relatório
sairá daqui a três dias.
- Você pode ter certeza disso.
Ricardo sai da sala, e vai ao escritório de Aurélio.
- Onde você estava Ricardo? Eu preciso de você
aqui.
- Estava na sala da sua assistente.
Aurélio para o que estava fazendo, e pergunta:
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- O que você estava fazendo lá?


- Calma, calma, só estava interessado em assuntos
profissionais. Os relatórios. Bem que quando eu
cheguei, ela estava com a blusa praticamente toda
aberta, depois que entrei ela abriu levemente as
pernas, e pareceu estar bem interessada em mim.
Ricardo sabia que Aurélio gostava de Lívia, e o
provoca com isso.
- Eu duvido muito que ela tenha feito isso, eu
coloquei ela no lugar dela.
- Você não entende, né Aurélio?! Quando você vai
colocar nessa sua cabeça que ela é uma
vagabunda?!
- Eu sei muito bem disso, tanto que eu a desprezo…
- Quem você está tentando enganar?! Essa mulher
ainda vai te levar a ruína.
- Ela não é nenhuma ameaça, afinal de contas por
que eu vou ter uma, se posso ter todas?!
- É assim que se fala! Então já que você não gosta
mais dela, bom.. ela é bem gostosa, vou tentar levar
ela pra cama.
Aurélio se incomoda…
- Você não vai tocar nela Ricardo, você me ouviu?!
- Mas Aurélio, foi você que acabou de dizer que
não liga pra ela!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Mas eu não quero que você toque nela, nem a


perturbe.
- Tudo bem, não toco na garota…
Aurélio espera Ricardo sair, e vai até a sala de
Lívia, que está fazendo o relatório com afinco.
- Eu quero que você saiba, que eu não vou permitir
esse seu comportamento aqui?!
- Que comportamento?!
- Você está agindo como uma vadia, abrindo a
blusa pra chamar a atenção dos outros.
- Mas é isso que eu sou, uma vadia, tava escrito no
contrato que era pra eu parar de gostar da coisa,
porque se estava eu nem li. Não banca o hipócrita
comigo!
- Hipócrita, hipócrita por que?!
- Você transa com um monte de mulheres no seu
escritório! E Vem me cobrar puritanismo?!
- Se você não percebeu Lívia, eu sou o chefe e faço
o que eu quiser!
- Tudo bem, mas eu sou adepta dos direitos iguais,
se você pode eu posso também!
- Cara… você não presta! Você não vale nada!!!
Tem a coragem de dizer na minha cara que está
dando mole pro Ricardo.
- Se eu quiser transar com aquele depravado do seu
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

sócio, eu transo! Ninguém manda no meu corpo! E


não me chame de Lívia, pra você é senhora, é bom
manter a distância entre o chefe e a funcionária
ignorante que o senhor mesmo contratou!
- Já estou me arrependendo disso!
- Que ótimo, me demita! E acaba de uma vez por
todas com esse inferno!
- É isso que você quer, não é! Se livrar, mas pode
esquecer, e se você se demitir, vai sair daqui sem
nenhum centavo!

Três dias depois…

Lívia acorda e vai direto para a reunião, que


acontecerá na Construtora dentro de alguns
minutos, os relatórios estão prontos, só falta
entregar.
Todos estão aguardando as cópias dos relatórios na
sala de reuniões, Lívia entrega para todos os
acionistas.
O primeiro a abrir a cópia é Ricardo, depois de
alguns segundos...
- O que é isso? Esse relatório foi feito em péssimas
condições, está longe de ser algo profissional. Isso
que dá Aurélio, contratar pessoas incompetentes.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Lívia fica com a cabeça baixa, não esperava que


Ricardo iria fazer aquilo, e ela tentou fazer os
relatórios da melhor maneira possível. Foi quando
Aurélio abriu a sua cópia, e se levantou, Lívia
achou que o bad boy iria humilhá-la mais ainda,
porém…
- Senhorita Lívia, há quanto tempo você trabalha
aqui?
- Há 4 semanas.
- Bom… Ricardo demorou 2 anos para fazer um
relatório muito inferior a esse que a senhora
apresentou hoje, e ele estudou para isso por anos, e
a senhora não, tanto que esse é o motivo pelo qual
ninguém pede para o Ricardo fazer os relatórios,
que era inclusive uma função que era para ser feita
por ele.
Todos riem…
- Por isso Ricardo, pense duas vezes antes de dizer
que eu contrato pessoas incompetentes, pois assim
ficará obvio que o maior incompetente é o senhor, e
que só senta nessas cadeiras, porque o seu pai
comprou um lugar para você, todos aqui sabemos,
que competência, infelizmente, não é o seu forte, e
que seu único mérito é ser filho de quem é.
Ricardo se sente totalmente humilhado.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Vamos continuar essa reunião senhores.


Lívia olha para Aurélio, e o agradece com um gesto
por defendê-la.
A reunião transcorre bem, e Lívia se sente vingada,
vários pensamento circulam por sua cabeça – será
que ele está mudando? - Quem sabe ele ainda gosta
de mim? - Por que ele me defendeu? -
Eram tantas perguntas sem respostas, mas a ilusão
de Lívia foi ressuscitada, ela agora tinha quase
certeza que toda aquela indiferença, era amor
disfarçado.
Mas quando Lívia achou que Aurélio estava
baixando a guarda, mais uma surpresa negativa…
Lívia estava resignada, iria contar toda a verdade
para Aurélio naquela noite, seu horário estava
quase acabando, era o momento certo, ela sentia,
tudo iria se esclarecer, chega de mais mal-
entendidos, tudo iria para seu devido lugar, com o
coração transbordado de esperança, Lívia
caminhava rumo ao escritório do seu ex-padre bad
boy galã, mas assim como existe o céu, também
existe o inferno, e Lívia iria saber o que significava
aquela expressão, com um sorriso de canto de boca,
pensou – será que eu bato na porta?!- Não… eu vou
entrar direto…
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Abriu a porta lentamente, e lá estava Aurélio, nu,


transando com Rute em cima daquela mesa, era tão
obvio assim? A secretária com o chefe! Mas Lívia
não percebeu, Rute parecia tão boazinha e solicita
com ela, mas o ditado é certo – as boazinhas eram
as piores – Lívia escutava os gritos de Rute, que
parecia gozar a cada vez que Aurélio a penetrava,
sua boca estava escorrendo um líquido branco, e
Lívia só conseguia pensar: - Quantas vezes ele
gozou na boca dela? - Aquele momento parecia
durar uma eternidade, mais não passaram de 4 a 7
segundos. Quando viu Lívia, Aurélio penetrava
Rute com mais força ainda, ele queria que ela visse,
maldade? Não. Aquilo era um jogo, quem sofreria
mais? Não se sabe.
A cara de santa de Rute enganou Lívia, e o pior
que Aurélio tinha uma certa preferência por sua
secretária jovem e ‘ingênua’, ela ainda cheirava a
leite.
Era o fim, Rute era a garota da vez, de ‘lanchinho
da tarde’, a secretária evoluiu para o ‘prato
principal’, mas Lívia não se dava por vencida, saiu
do escritório de Aurélio devastada, abalada, e com
muita raiva, mas não tinha problema, hoje era
sexta-feira e ela iria a caça.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Saiu da Construtora, desceu 15 andares, pegou um


táxi, e entrou no primeiro bar que viu pela frente.
Logo de cara, viu sua vítima da noite, braços fortes,
corpo musculoso, e muito alto, Lívia era
considerada uma mulher baixa, mas isso para ela
não tinha o menor problema, se fosse para escalar,
ela escalaria, nem se fosse para ir de duas vezes, ela
foi fatal, abriu o decote, colocou um batom
vermelho, e tirou seus óculos, chegou arrasando.
Sentou no bar e pediu um drink. Foi se o tempo que
as mulheres ficavam chorando por homens
mulherengos.
E lá vem o gostosão do bar, cada vez mais
próximo, só de vê-lo as pernas de Lívia já
bambeavam, - ele deve ter um pênis enorme - ela
pensou, os olhos azuis a confundia, mas o que mais
chamou a atenção dele foram os olhos negros
marcantes dela.
- Oi.
- Na minha casa ou na sua? Lívia foi direta!
- Na sua.
A pegação começou ali mesmo no bar, para que
todos vissem.
E que pegada aquele homem tinha.
Entraram dentro do carro, e quase que o ato
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

aconteceu ali, mas conseguiram chegar na casa de


Lívia.
- Qual é o seu nome?
- Fernando.
- Oi Fernando, vamos ver do que você é capaz?
Lívia tirou o cinto de Fernando, e depois abaixou as
calças dele, e que surpresa!
- Meu Deus! E não vou deixar você colocar isso
tudo em mim!
- Se você quiser eu uso apenas um terço.
Os dois riram, a batom na boca de Lívia estava
completamente borrado, e ela queria mais, o cara
beijava super bem, se ele fizesse com o pênis, o que
fazia com a boca, a noite estava ganha.
E ela não se decepcionou, Lívia tinha um ótimo
dedo para homens de transas rápidas, eles sempre
eram gentis e legais, além de fazerem o serviço
bem feito.
Depois de uma longa penetração, vinha o ‘gran
finale’:
- Goza na minha boca! Pediu Lívia sussurrando no
ouvido de Fernando.
E ele obedeceu, soltou todo o esperma na boca
dela.
Ela engoliu tudo e depois pediu um beijo ardente, e
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

ele deu!

2 dias depois…

Na Construtora começa mais um dia, todos


comentam do show que Lívia havia dado no bar na
sexta-feira, e obviamente Aurélio ficou sabendo de
tudo, ele inclusive tinha chegado mais cedo para
esperá-la, e tirar satisfações, porém hoje ela havia
se atrasado, eram 13h, e nada de Lívia aparecer,
Rute vendo a ansiedade de Aurélio em falar com
Lívia faz uma proposta para o chefe.
- Oi chefe, se você quiser agente pode ir até o
banheiro, e brincar um pouco.
- Agora não Rute. Agora eu não estou afim.
Rute fica preocupada, Aurélio nunca tinha rejeitado
uma rapidinha no banheiro.
E depois de uma longa espera, lá está ela com a
melhor cara do mundo, chega e nem olha para
Aurélio e nem para Rute, vai direto para sua sala.
Era obvio que ele iria atrás dela imediatamente,
para fúria da secretária.
- Dá uma olhada no relógio!
Lívia olha debochadamente, e Aurélio pega no
pulso dela.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Eu não estou brincando Lívia! O que aconteceu


pra você chegar tao tarde?!
- Nada. Diz Lívia seca.
- Como assim nada?! Você não vai se dignificar
dando pelo menos uma desculpa?!
- Não.
- Tudo bem, ok… você acha que pode fazer o que
quiser aqui dentro, não é?! Mas saiba que aqui nós
temos regras e horários, passa agora no RH, justa
causa pra você.
- Ótimo, até que enfim você teve a primeira atitude
certa!
Aurélio pega Lívia pelos dois braços!
- Como assim Lívia, que atitude certa?! Você não
entendeu? Eu estou te demitindo, você está fora!
- Me solta!
- Eu entendi perfeitamente, e acho que tudo isso
aqui foi um erro, o seu único acerto até agora foi
me demitir, eu não vou tomar mais o seu precioso
tempo, adeus…
Lívia abre a porta, mas Aurélio fecha na mesma
hora.
- Você não vai embora assim, não antes de me dizer
qual foi o escândalo que você fez naquele bar
sexta-feira!?!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Por que isso te interessa?!


- Por causa da imagem dessa empresa aqui Lívia,
na qual você trabalha!!!
- Trabalhava, já não faço mais parte do grupo, você
acabou de me demitir, e você é um belo de um
covarde e hipócrita, o cara que traça as secretárias
no fim do expediente.
- Eu não sabia que você ficaria com ciúmes! Diz
Aurélio com um sorrido no canto da boca.
- Eu, ciúmes?!!
- Sim, confessa que você morreu de ciúmes!!
- Você está muito enganado ex-padre! Muito
enganado! Você pode fazer o que você quiser, só
não me julgue pelos atos que você mesmo comete!
- Com quem você saiu naquele bar, me diz?!!
- O nome dele é Fernando?
- Vocês transaram?! Me diz.
Lívia ri, e se esquiva de Aurélio.
- Isso não te interessa!
Aurélio fica mais nervoso ainda, e pergunta para
Lívia, novamente pegando nos seus braços.
- Você deu pra ele?! Me responde.
- Dei! Agente transou a noite toda!
- E você tem a cara de dizer isso assim?!
- Tenho!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Você não presta!


Lívia provoca…
- Agente transou a noite toda, e quando ele acabou
eu pedi pra ele gozar na minha boca, e ele gozou!
Aquilo parece torturar Aurélio…
- Agora me da licença que eu tenho que arranjar
outro emprego.
- Você não vai arranjar nenhum emprego nessa
cidade, isso eu te garanto.
- Agora tanto faz.
- Você não entende, né Lívia?! Você não tem
estudos, nem dinheiro, o mundo aí fora vai te
engolir, e você morde a única mão que te ofereceu
ajuda!
- Ajuda? Por favor Aurélio, você me trouxe aqui
para passar por cima de mim. Para demostrar o seu
poder, pra esfregar isso tudo na minha cara. E me
fazer sentir uma merda! Você que não presta, não
vale nada.
- Tudo bem Lívia, vai embora, eu quero ver como
você vai sobreviver, mas eu tenho certeza que a
senhora ainda vai voltar implorando por ajuda.
- Já acabou Aurélio? Porque eu tenho que fazer
coisas mais importantes do que te ouvir.
- Pra onde você vai Lívia? Vai encontrar com ele?!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Talvez.
- Me desculpa Lívia, eu me excedi, não precisa ir
embora, pode ficar com o seu emprego.
- Talvez eu tenha vontade própria e não queira mais
ficar aqui.
- Você é quem sabe.
Aurélio queria ficar mais um pouco, mais sabia que
o clima estava demasiado pesado, Lívia pensou, e
pensou de novo, não estava gostando de trabalhar
ali, mas ainda não tinha conseguido juntar o
dinheiro suficiente para se manter por alguns
meses.

Capítulo V
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

A demissão e a transa fatal


Alguns dias depois…

Sob um clima muito tenso, uma festa era


organizada por Elisa, Aurélio pediu para ela ficar à
parte dos detalhes, afinal muito investidores
estavam passando pela cidade, e aquilo faria muito
dinheiro entrar, por isso eles tinham que passar uma
boa impressão. Era uma reunião social super
importante para os negócios.
Aurélio estava apreensivo, nada poderia dar errado.
Rute chega antecipadamente, e procura Aurélio, ele
estando muito nervoso a chama para eles relaxarem
um pouco no quarto.
A secretária começa a levantar seu vestido de festa,
o clima começa a esquentar entre os dois. Contudo
são interrompidos por Elisa, que se sente
completamente humilhada, já que os dois estavam
na cama dela.
- Aurélio, você perdeu completamente o senso de
respeito!
- Por favor Elisa, não começa!
- Você tinha que me humilhar logo hoje, já tenho
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

que aturar a presença daquela sua vagabunda


oficial, e agora você transa com sua secretária na
minha cama!?!
- Senhor Aurélio, acho melhor eu ir agora!
- Vai Rute, depois nós acabamos o que a Elisa
atrapalhou!
- Atrapalhou?! Quantos anos ela tem, hem?!
Quantos, 19, 20?!
- Não sei Elisa!
- Me diz Aurélio, eu preciso saber!
- Eu acho que ela tem 21.
- 21?! Eu também sou jovem Aurélio, sou bonita,
mas você nunca gostou de mim! O que faltava em
mim, me responde!? Por que eu nunca fui boa o
suficiente pra você!
- Se você vai começar com o seu show, é melhor eu
sair daqui!
- Se você não respeita essa casa, respeite pelos
menos o meu quarto! Não traga suas vagabundas
pra cá!
Os convidados começam a chegar, e o clima é
tenso, Lívia também chega, deslumbrante, leva
Fernando junto com ela.
Os acionistas, sócios, e os homens mais ricos da
região se encontram presentes.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Elisa vê Lívia e não perde a chance de provocá-la.


- Eu apostava em você! Mas olha, parece que nós
duas perdemos, a ninfetinha do escritório guardou
ele no bolso.
- Elisa, eu acho que você já está bêbada demais!
- Eu nem comecei!
Lívia vai ao banheiro, e lá encontra com Rute, que
estava retocando a maquiagem.
- Oi Lívia, vejo que finalmente desistiu do Aurélio.
- Oi pra você também Rute, não sabia que você era
tão venenosa.
- As vezes é necessário se fazer de boba pra pescar
informações valiosas das concorrentes.
- Bom pra você.
- Você sabia que nós vamos ficar juntos?! Daqui a
pouco ele se livra daquela mulher chata dele, e
você se tornará simplesmente um fantasma.
- Boa sorte então…
- Você realmente não se importa?!
- Não Rute, faça bom proveito!
- Farei, eu sou jovem, bonita, atraente, tenho tudo
que um homem precisa, ela vai ser meu! Só meu!
- Sabe qual é o problema Rute, garotas bonitas,
jovens e atraentes existem aos montes, o que
realmente vai fazer diferença na sua vida é a sua
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

singularidade, coisa que você não tem a menor


ideia do que seja. Hoje você só é um corpo de
plástico, recheado com um pouco de veneno, eu
tenho pena de você, pois todas as garotas aí fora
são suas concorrentes.
- Obrigada pelos conselhos, quando eu chegar na
sua idade vou colocá-los em prática.
- Quando você chegar aqui, infelizmente você não
terá mais o seu corpinho para te consolar, e terá que
suportar outras secretárias de 20, olha bem para a
Elisa, ela é você no futuro, amargurada, e traída por
tudo e por todas, não tem amigas, e nada na vida
dela é verdadeiro! A única coisa que lhe resta é
uma gaiola de ouro, mas do que adianta, se ela está
presa nela?!
Rute fica sem nenhuma resposta, Lívia vai embora,
sobe as escadas, e vê Aurélio, bebendo no
escritório da sua casa.
- Ainda lembro de quando você era um santo!
Ingênuo, achava que tudo era pecado, ai se você
pudesse ver o futuro naquela época!
- O que você quer dizer com isso Lívia?!
- Talvez nada, eu só vim aqui hoje para pedir
demissão, e dizer que eu vou deixar o passado onde
ele deve ficar, na página que eu virei há muito
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

tempo.
- Você não pode se demitir!
- Claro que eu posso! Eu posso fazer o que eu
quiser fazer, eu sou dona de mim, e das minhas
ações;
- Eu tento ser gentil com você Lívia, mas você
insiste em querer ver o meu pior lado.
- Não Aurélio, você quer mostrar o seu pior lado
para mim, porque você quer se vingar de mim. Eu
te peço desculpas se te magoei no passado, de
verdade eu sinto muito, mas não vou ficar
implorando, desculpas são aceitas ou não, e você
parece não querer aceitá-las.
- Pra você é muito fácil, vem aqui e pede desculpas,
mas saiba que eu não quero elas, porque eu não me
importo com você! Eu apenas sinto pena de você!
- Eu antes até me importava com o que você me
dizia, mas percebi que suas humilhações não me
atingem mais, posso não ser estudada, e nem ter
tanto dinheiro, assim como você, que esbanja, sem
pensar, mas quer saber de uma coisa?! Tanto faz!
Não importa, você tem tudo, e olha… está mais
perdido do que nunca, se transformou em algo
insuportável, nem você se aguenta, não percebe que
faz mal para todas as pessoas que te rodeiam,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

chegou para cuidar de uma tia doente, e hoje é um


prepotente que se acha melhor do que qualquer um,
só porque tem um punhado de dinheiro! Você é o
mais mesquinho de todos.
- Bonitas palavras Lívia, quem escuta você falando
até pode acreditar. Mas não fui eu que abandonei os
outros no momento que eles mais precisavam, se
hoje eu sou assim, com todos os defeitos que você
enumera com facilidade, bom, a culpa é sua. Eu era
apenas um padre que sentia curiosidade pelo sexo,
que inclusive você me apresentou!!
- O que? Você queria fazer sexo tanto quanto eu!
Mas não tinha coragem para admitir que não tinha a
menor vocação para ser padre.
- Claro que eu tinha!
- Mentira, você nasceu para ser livre, você nasceu
para conhecer, você sabe tanto quanto eu, que não
poderia ficar atrás de uma batina, eu posso ter te
apresentado o mundo, mais quem primeiro quis
conhecê-lo foi você.
Aurélio fica estarrecido, como alguém poderia
saber tão precisamente quem ele era, e com tanta
sensibilidade, era como se ela o conhecesse desde
sempre, uma conexão tão rara quanto bela. Mas
talvez fosse tarde demais para os dois, havia muito
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

rancor e coisas mal resolvidas entre eles.


- Se você quer se demitir ótimo, mas sai sem
nenhum centavo, acho melhor você arrumar suas
malas e ir para bem longe, porque aqui você não
vai consegui nada!
- Eu sei, mas eu não vou deixar isso barato Aurélio,
se você me prejudicar, eu prejudico você.
Lívia vai embora, e o que ela fará espantará a
todos, com raiva de Aurélio, ela chama Fernando e
aproveita que ninguém está na piscina.
Lívia fica completamente nua, e mergulha na
piscina, Fernando também tira a roupa e a segue,
era uma loucura, ela se apoia na beirada da piscina
abre as pernas, e Fernando começa a penetrá-la, ela
começa a gemer de prazer, os convidados escutam
os barulhos, e percebem que estão vindo da piscina
– O que será que está acontecendo? - pensam.
Eles começam a sair, e se deparam com a cena
fatal, sexo explícito na piscina! Foi um escândalo
total, os dois nus, ela gemendo, tudo parecia muito
surreal, Aurélio foi averiguar o que estava
acontecendo, e da sacada de seu escritório se
depara com aquela cena, um casal fazendo sexo em
público, bem na piscina da casa dele, a mulher era
Lívia, e o ódio o consumia por dentro, ele sabia que
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

ela estava se vingando, mas aquilo tinha ido além


dos limites, a imagem da Construtora ficaria
arranhada, Aurélio não poderia ficar quieto, desceu
as escadas e chegou na beirada da piscina!
- Sai daí agora Lívia!
- Mas eu ainda nem tive um orgasmo!
- Saí daí agora Lívia! Olha o que você está
fazendo?!
- Você quer que eu saia?!
- Sim!
- Tudo bem.
Lívia, completamente nua, sai de dentro da piscina,
e o que estava ruim fica ainda pior, que escândalo!
Os sussurros e murmúrios se ouvem de longe,
Aurélio tira seu paletó e cobre Lívia, que vai
embora, depois daquela cena inesperável.
A Construtora Xavier perdeu vários contratos por
causa daquilo, e durante um mês, aquele foi o
escândalo mais comentado de toda a cidade.

Capítulo VI
A Verdade...

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Mais Alguns dias depois…


Os dias passaram, e as economias de Lívia ficam
cada vez vez mais escassas, ela terá que dar um
jeito, e rápido.
Para esparecer um pouco as ideias, a ex-assistente
decide ir a um bar, lá bebe alguns drinks, e dança
um pouco, porém ela escuta um barulho de moto de
longe, e reconhece, é ele, já faz um bom tempo que
ela não o vê, tempo suficiente para sentir falta, ele
chega, novamente com seu ar de superioridade,
como se fosse o dono da cidade.
Pede um drink e fica no seu canto, Lívia paga sua
conta, pega seu cachecol e vai embora, ele a segue.
- Você me deve um bom dinheiro, sabia?
- Não, não sabia!
- Tudo bem, se você não pagar se um jeito, vai
pagar de outro!
- Será que você pode me deixar em paz?
- Não, não posso! Foi você que começou isso tudo!
- Tudo bem, me culpe pelo que você quiser, mas
por favor, esquece que eu existo! Vira a página!
- Já virei Lívia, já virei a muito tempo!
- Então por que você está aqui?!
- Não sei!
- Volta pra casa Aurélio, você está bêbado!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Você está certa, na verdade já estava bêbado antes


mesmo de chegar aqui! Me falaram que você estava
aqui, e eu tinha que vir! Eu precisava te ver, pra
dizer na sua cara que eu nunca conheci uma pessoa
tão baixa como você!
- Está dito! Pode voltar pra sua casa!
Era estranho, os dois não se suportavam, porém
sempre davam um jeito de se verem.
Depois de muitas ofensas trocadas, discussões sem
sentido, e mágoas encobertas por mal entendidos,
um seguiu por um caminho, e outro foi na direção
contrária, será que seria o fim de um romance
relâmpago, que foi muito intenso, mas
interrompido por intrigas de terceiros?! Aurélio
parecia já ter se conformado com a sua vida atual, e
Lívia estava começando a se ajeitar com Fernando,
eles deveriam colocar um ponto final naquela
relação que não tinha sentido para ninguém? Mas
quando se acha que está no final, a vida vem e dá
uma reviravolta, o que não era mais possível se
torna viável, o que não tinha mais sentido, começa
a ganhar um hiper significado.
Tem gente que vem na vida apenas para jogar o
jogo, e outras que vem para amarem e serem
amados, e esse era o caso de Aurélio e de Lívia,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

vidas que se transformaram de maneiras


irreversíveis…

Alguns meses depois…

Quase sem nada, Lívia decide tomar uma decisão


extrema, aceitar um trabalho, que havia sido
ofertado faz poucos dias, ela não tinha outra saída,
precisava se manter, e sabia que não poderia contar
com a colaboração de absolutamente ninguém,
sozinha e sem muitas opções, Lívia aceitaria se
tornar garota de programa.
Era o único modo, não tinha o necessário nem para
sair daquela maldita cidade.
Quem havia feito a proposta para Lívia foi Jorge,
um homem super esquisito que era conhecido com
o cafetão da cidade, explorava suas garotas, e as
faziam trabalhar até a exaustão. Ele disse a Lívia,
que todas as portas estavam fechadas para ela, e se
não aceitasse aquele emprego, teria que se humilhar
para Aurélio, para que ele devolvesse seu trabalho,
- Se humilhar para o Aurélio?! Jamais! Antes
morta, do que qualquer outra coisa! - Ela estava
com seu orgulho ferido, e preferia se prostituir do
que baixar a guarda, ela disse para si mesma que
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

seria por pouco tempo, apenas para conseguir o


mínimo para ir embora e se manter por um tempo, e
depois esqueceria aquela fase da sua vida.
Lívia aceitou, e começaria dentro de alguns dias.
Mas antes mesmo de começar, a notícia se
espalhou, algo que não incomodava de nenhuma
maneira Lívia, pois sendo prostituta ou não, as
pessoas falavam mal dela. Era uma questão de puro
ponto de vista, ela já estava cansada de ser julgada
por todas aquelas pessoas.

Primeira Noite de Lívia como garota de programa.

Jorge liga para Lívia.


- Arranjei um programa pra você, é um cliente
super vip, você tem que agradá-lo, colocar uma
roupa bem provocante, e faça o que tem que ser
feito. Ele te encontra na suíte 67 às 23h.
- Tudo bem, estarei lá.
Lívia não podia negar, estava super nervosa, nunca
feito aquilo antes, e tudo teria que dar certo.
Escolheu uma roupa bem sexy, e depois colocou
um sobretudo, a ocasião pedia um salto agulha
preto, uma maquiagem simples mais poderosa, e
um pouco de perfume suave. Ela estava pronta,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

tentava sanar o nervosismo dizendo para si mesma


que esse tal cliente poderia ser agradável e gentil.
Eram exatamente 23h, e ela estava na porta da suíte
67, entrou sorrateiramente, queria saber quem era o
homem, tudo estava escuro, e ela começou a sentir
medo, parecia que não havia ninguém no quarto.
Até que… alguém alto e de terno preto olhava pela
janela, não era necessário nem que ele se virasse,
era ele, novamente ele, Lívia experimenta duas
sensações ao mesmo tempo, decepção e alívio.
- O que você está fazendo aqui?
- Te comprando Lívia! Agora sim você é uma
vagabunda completa!
- Se você não percebeu, eu sempre fui uma
vagabunda, uma devassa, uma libertina, e você
sempre gostou disso.
- Você poderia arranjar uma opção mais digna, mas
não! Você tem a necessidade de fazer as coisas para
chamar a atenção dos outros, não é?! Os outros
precisam falar de você, das suas decisões, você tem
que chamar a atenção de todos, e depois se fazer de
vítima!
- Sabe Aurélio, cada dia você está mais louco! Por
que você não me deixa em paz de uma vez por
todas?!!!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Sabe por que?! Porque você que me deixa louco,


desde que você voltou eu não consigo dormir, fico
pensando no que você faz e deixa de fazer!
- Deixa essa obsessão de lado, segue com a sua
vida que eu sigo com a minha, e sinceramente eu
me cansei! Me cansei dessa cidade, me cansei
dessas pessoas e me cansei de você!
Lívia vai em direção a porta, mas Aurélio diz com
uma voz de comando:
- Eu já paguei Lívia, paguei pelo programa
completo, e você veio aqui para fazer o seu
trabalho, não é?! O que o seu cafetão vai pensar
quando saber que você deixou plantado um dos
seus melhores clientes?! Eu aposto que ele não vai
gostar nada disso.
- Quem tem que gostar de alguma coisa sou eu, e
nesse momento não tenho a menor vontade de ficar
aqui com você! Se não fizer um programa com
você, eu farei com outro, não tem nenhum
problema!
- Se você quer ser uma vadia, pelo menos tente ser
a melhor vadia que você puder.
- Tudo bem, quanto você pagou por esse programa?
- Eu dei 10 mil reais pro seu cafetão!
- 10 mil por quanto tempo!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Você é a vadia mais cara que eu já paguei, 10 mil


por 1 hora, espero que você faça valer a pena o seu
preço.
- Ótimo, vamos começar! Mas qualquer tempo que
passe disso, você vai me pagar as horas extras!
- 1 hora com você me basta, afinal eu já conheço
tudo o que você guarda embaixo desse sobretudo.
Lívia senta Aurélio na cama, e tira o sobretudo,
revelando sua lingerie branca, seus olhos escuros,
sua pele morena, seus cabelos pretos, parecia um
anjo virgem, Aurélio não queria demostrar, mas
ficou excitado, ele bebeu seu drink todo, e a
contemplava, ele queria chegar e tocá-la como se
fosse, um objeto, mas Lívia não deixou, primeiro
beijou as mãos dele, depois abriu a camisa, todo
gesto era calculado, Aurélio suava frio, estava
completamente rendido, ela sentou em cima dela,
sua pele tocou na dele, e era extremamente febril,
ela dominava toda a situação, e o beijou, muito
suavemente, deu um leve mordida no lábio inferior
dele, depois de Lívia Aurélio transou com várias
mulheres, mas ele não podia negar que com ela era
diferente, havia algo a mais.
Ele pegava no cabelo dela com delicadeza, a tocava
com ternura, passava suas mãos por todo o seu
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

corpo, afetos, abraços, carinhos, Lívia se levanta, e


ele a pressiona levemente contra a parede, a beija, e
ela arranha as costas dele por dentro de sua blusa
branca, os dois já estão completamente excitados,
Aurélio tira a parte de baixo da lingerie de Lívia, e
percebe que ela está molhada, ele abre o zíper da
calça e penetra lentamente nela, os beijos são
incessantes, o amor parece transcender, a atração
fatal cria um ambiente inconfundível.
Ela foi a primeira, não tinha como competir.
O que era para durar apenas 1 hora, se prolongou
para 7.
Lívia aproveita que Aurélio está dormindo, e acaba
indo embora.
A noite foi maravilhosa, mas havia algo a mais em
fazer sexo com ele, não era apena corpos se
encontrando, era toda uma atmosfera diferente que
proporcionava intimidades que não era possíveis
com outras pessoas, tem gente que diz que isso é
química, porém a definição mais correta e aplicável
tem 4 letras, e um hiper significado dentro de quem
sente, não se pode negar, não é confundível, aquilo
era amor.
As vezes certos relacionamento fazia Lívia se
perguntar se era realmente possível sentir essa coisa
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

tão poderosa, ela havia se casado cedo demais,


conheceu um relacionamento abusivo, e tentava
viver sua vida sexual da maneira mais livre que
podia, mas encontrando tantos corpos, ela sempre
tinha a sensação, que no final do sexo, faltava
alguma coisa, uma coisa que iria além do sexo, um
conexão, algo tão especial, que nada nem ninguém
poderia quebrar, romper, comprar…
Aurélio acordou naquela suíte, sozinho, mas o seu
despertar foi ainda mais simbólico, ele até tentou,
contudo não conseguia esquecê-la, ele mentiu para
todos, inclusive para ele mesmo, dizia para si que
todas as mulheres eram iguais, e por isso não
deveria se apaixonar, porém o que ele não sabia,
era que não é questão das mulheres serem ou não
iguais, a questão foi que ele sempre foi apaixonado
por ela, - Sabe, quando você se identifica tanto uma
pessoa, que não consegue imaginar o mundo sem
ela, e que se ela não tiver presente nada tem graça?!
- Bom, Aurélio já tinha encontrado essa pessoa na
vida, e quando se acha essa pessoa, você não pode
deixar ela ir embora…
O que aguardava o futuro de Lívia? Ela era
descolada demais, aquilo não iria funcionar. Era
melhor ela decidir de uma vez por todas, e ela o
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

fez, sairia da cidade, e faria o que sempre fez,


juntar os cacos e começar tudo do zero.
Rute idealizava um casamento com Aurélio, queria
ser a nova mulher dele, e inclusive foi até a casa de
Elisa…
Chegando lá…
- Sabe qual foi o meu maior erro? Pergunta Elisa
para Rute.
- Não.
- Eu queria status, casa, uma boa reputação,
dinheiro, um homem bonito, coisas que as pessoas
dizem que você tem que ter…
- Todos querem isso!
- Não, mas esse foi o meu erro, eu nunca quis amor,
achava que ele era desnecessário, quem precisa de
amor quando se tem uma casa grande, amigas
falsas e uma vida de plástico? Foi aí que eu errei,
achei que bastava ser bonita, e arranjar um bom
casamento, passando por cima de quem fosse.
Quando conheci o Aurélio, ele era padre, mais era
visível que ela não tinha vocação para aquilo. Foi aí
que eu tentei me aproveita disso, eu sempre soube
que a velha tia dele era rica…
- Você foi esperta!
- Não, se eu fosse esperta eu teria ido atrás da
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

minha felicidade e não de coisas superficiais, coisas


que no fundo não preenchem ninguém…
- Isso parece discuso derrotista.
- E quem disse que não é?! Eu inventei uma
imagem de uma inimiga na minha cabeça, sempre
odiei a Lívia, por que ela não tinha quase nada e
parecia ser tão feliz, ela não ligava para os outros,
não precisava ser falsa, sabe? Por isso nutri
sentimentos tão ruins por ela. Mas ele sempre
gostou dela…
Diz Elisa deixando algumas lágrimas caírem pelo
seu rosto…
- Ele sempre gostou dela, isso é um fato, que eu
demorei tempo demais para reconhecer.
- Se você vai abrir o caminho, eu faço questão de
fechá-lo.
- Não adianta, ela vai embora, ele fica, depois ela
volta, e eles continuam se apaixonando, uma vez e
outra vez, isso não vai acabar. Por que você acha
que ele fica bebendo, procurando mulheres?! Ele
tenta esquecer ela e não consegue! Tudo por ela,
sempre, e sempre continuará assim. Eles se
apaixonam se desapaixonam e se apaixonam
novamente.
Se você quer tentar vai em frente, pode ficar com
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

essa casa, afinal de contas ela é uma gaiola, de


ouro, mas mesmo assim uma gaiola.
- Ótimo, comigo vai ser diferente.
Aurélio chega nesse momento…
- O que você está fazendo aqui Rute?!!
- eu vim aqui pra te ver amor!
- Não, volta pra Construtora, eu não quero que você
venha na minha casa, agora vai!!!
Rute não entende a rejeição de Aurélio, mas mesmo
assim decide ir embora.
Quando Rute vai embora, Elisa faz seu
pronunciamento.
- Eu quero o divórcio…
Aurélio fica surpreso com o pedido dela, mas fica
feliz em ouvir…
- Já estava na hora…
- Eu vou embora dessa casa, mas antes tenho uma
coisa pra te dizer… fui eu que espalhei o boato que
você e Lívia tinham um romance, na verdade eu te
fiz o favor de ser excomungado, e deixar de ser
padre, coisa que você nunca deveria ser, também
sempre soube que sua tia era rica, te conheci
sabendo que você herdaria tudo quando a velha
morresse, nosso relacionamento nasceu no
interesse, e olha aonde nós viemos parar?! Fui eu
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

que liguei para o Alberto e disse onde a Lívia


estava, sabia que se eu não conseguisse aquele
louco iria separar vocês.
- Você não presta Elisa, mas eu não sei o que é o
pior, o que você fala, ou a maneiroa como você
fala?!
- Eu não quero brigar Aurélio, só quero resolver
essas coisas, sabemos que não temos mais muito
tempo. Você se encontrou com ela, não foi?!
- Me encontrei sim Elisa e o que você tem com
isso?
- Nada, só ia te dizer que é notável quando você
esteve com ela, os seus olhos voltam brilhando.
Você parece ser aquele padre ingênuo novamente.
- Não diga bobagem Elisa!
- Não é bobagem! Só estou dizendo que você gosta
dela!
- Isso é o que? Uma crise de consciência?!
- Não, eu só quero deixar tudo em pratos limpos.
Você tem que admitir… você gosta dela, sempre
gostou…
- Não Elisa, tudo é só sexo, simplesmente isso!
- Não minta pra você mesmo, todos nós nessa
cidade sabemos que você morre de amores por ela.
- Eu não morro de amores por ninguém Elisa.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Uma vez eu amei um homem, eu era muito


jovem, ele era atraente e calado, tímido, nunca foi
de demostrar seus sentimentos, mas ele se abria
comigo, ele fazia eu me sentir especial, pelo menos
pra ele, eu iria até o fim do mundo com aquele
homem, íamos morar juntos, mas meu pai
descobriu tudo, e não aceitou a ideia da sua filha
caçula fugir com um negro. Pra ele era
inconcebível, ele se chamava Adam, nunca mais
conheci ninguém como ele.
- Eu não sabia dessa história…
- É, não é só você que tem o direito de ser especial
para alguém…
- E pra onde você vai agora?
- Eu vou procurá-lo, vou dizer tudo o que eu
sempre quis, mas que nunca tive coragem… Depois
eu vou fazer o que deve ser feito, vou aos tribunais
e pegar o que me pertence dos nossos bens…
Os dois riem… isso nunca tinha acontecido antes…
- Eu sabia que você não abria mão de tudo…
- Ainda prefiro ser infeliz bebendo champanhe…
- Vai Elisa, chegou a hora de se libertar…
- Eu sei disso…
Os dois dão um selinho, concluindo assim o fim de
um casamento que nunca deveria ter acontecido…
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Mas o que seria dos humanos, se não houvesse as


coisas que nunca deveriam ter acontecido? Afinal
somos tudo aquilo que aconteceu, e que não
aconteceu nas nossas vidas.
Aurélio toma uma decisão, havia chegado a hora,
vai a Construtora e anuncia sua saída definitiva,
coloca a venda sua parte. Rute espera Aurélio do
lado de fora…
- Aurélio, aonde você vai?
- Eu vou embora Rute.
- Mas você não pode fazer isso, vai largar tudo
assim? E sua carreira, e seus clientes e a sua vida?
- A minha vida vai estar aonde quer que o meu
corpo se encontre.
- Pra que Aurélio? Vai ficar com aquela mulher que
já te humilhou, te abandonou, e que para arrematar
virou prostituta! Como você pode querer ficar com
uma pessoa assim?!
- Assim o que Rute?!
- Libertina…
- Eu não me importo Rute, e o que eu mais gosto
nela é o fato dela justamente ser uma libertina.
- Mas, e nós? Nós nos amamos, deveríamos ficar
juntos!
- Rute, eu nunca te amei!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Aurélio vai até sua moto, coloca seus óculos


escuros e deixa tudo para atrás.

Chegando na casa de Lívia…

- Eu quero saber se você tem um horário pra mim


na sua agenda de programas?
- Depende?
- Do que?
- De quanto você quer pagar, hoje a cotação está
mais cara.
Aurélio ri…
- Eu pago o dobro…
- Posso conseguir um cliente mais generoso!
Aurélio tira os óculos…
- Eu pago o triplo… Sua cachorra!!!
Ele tira o dinheiro do bolso e joga para o alto, entra
na casa de Lívia e dá um beijão nela, os dois
riem…
- Que felicidade é essa?!
- Depois de um divórcio, tudo fica mais fácil.
- O que você fez pra ela te largar assim? Ou você
ficou pobre da noite pro dia e ninguém me contou?!
Brinca Lívia, pegando uma cerveja na geladeira.
- Talvez seja isso, e eu ainda não sei, mas deixando
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

a brincadeira de lado, ela me contou que foi ela que


chamou seu ex-marido, e ela que espalhou sobre o
nosso romance.
- Disso eu já sabia a muito tempo.
- Mas tem coisas que eu ainda não sei, como por
exemplo, saber o real motivo que fez você me
abandonar no momento que eu mais precisava.
- Bom, antes de te contar isso, eu vou ter que ir um
pouco além do que você conhece.
Eu tinha 17 anos, uma vontade de viver, conheci o
Théo ainda na escola, éramos melhores amigos,
além de estarmos apaixonados, ele sempre foi
muito doce, mas tinha uma namorada muito
ciumenta, eu sabia que não poderia interferir, foi aí
que eu conheci o pior homem da minha vida, era
minha primeira vez e eu não tinha a menor ideia do
que era sexo consensual ou estupro, ela não tinha
nem camisinha, e foi horrível, me senti muito mal,
mas de alguma maneira achava que a culpa era
minha, Alberto era educado normalmente, mas na
hora do sexo ele se transformava.
Fiquei grávida, parecia que a minha vida tinha
acabado, foi aí que nós nos casamos. Alguns meses
depois, ele me deu a primeira surra, fiquei três dias
internada, perdi o bebê, e fiquei muito mal, até hoje
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

eu me sinto culpada, não sei, talvez se… se… mas


a vida não se faz de se, não é mesmo?
Voltei para casa, e ele não ficou nem um pouco
ressentido, eu era uma garota cheia de sonhos em
uma casa com um homem que queria que eu ficasse
ali, sentada vendo a minha vida passar, foi quando
eu voltei a falar com o Théo, ele era um amigo raro
de se encontrar, não me julgava, e inclusive me
ajudou a fugir pela primeira vez.
Moramos juntos, foi mágico, ele era simplesmente
perfeito, o oposto do Alberto, ele queria que eu
voasse, e não me prender a uma vida de merda!
Foi quando ele nos encontrou, e assassinou o Théo,
bem na minha frente… eu nunca vou conseguir me
recuperar daquilo, ele fugia para não ser preso,
nunca conseguiam pegá-lo, mas ali estava ele,
sempre tentando me achar, depois daquilo jurei
para mim mesma, que seria o mais livre que eu
pudesse ser, e fui… aí eu te conheci, e o Alberto
me achou, ele me disse que iria fazer a mesma
coisa com você, e eu não poderia suportar aquilo de
novo, você entende?! Não poderia, e eu tinha
certeza que ele iria fazer, ele era possessivo demais
Eu disse aquilo para você para ganhar tempo, tanto
que depois de um tempo, consegui que ele fosse
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

preso. Não queria te abandonar, nunca quis… voltei


2 meses depois, mas me falaram que você estava
prestes a casar com a Elisa.
Eu estava grávida, era seu…
Aurélio chora, e pergunta…
- Grávida?!
- Sim, grávida…
- Mas o que aconteceu?!!!
- Eu não posso ter um bebê Aurélio! Sempre
minhas gestações são interrompidas antes dos
quatro meses.
- Por que você não me contou isso?!!!
- Porque isso não são coisas muito fáceis de se
dizer, sabe Aurélio?!
- Tudo poderia ser diferente?!
- Eu sei, mas não foi…
- Eu iria adorar ter um filho com você!
Lívia chora…
- Agora já era, não posso mais…
- Claro que podemos, nós podemos tudo…
Aurélio abraça Lívia…
- Você enfeitiçou a minha alma e o meu corpo, eu
te esperei por todo esse tempo, e não tem ninguém
nesse mundo, que quer ficar mais do seu lado do
que eu…
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

- Eu gosto de ser livre…


- Eu sei disso, eu sei disso…
- Por isso, eu vou ser livre com você…
- Mas e suas coisas, suas lojas, a construtora?
- Isso eram apenas distrações de um cara que estava
esperando uma garota voltar?!
- Essa cara de santo, nunca me enganou…
- Os padres são os melhores, especialmente quando
há loucas nas cidades!
Lívia beija Aurélio…
- Nunca vá cuida de sua tia, se existir uma vizinha
ninfomaníaca do lado!
Os dois riem…
- Pra onde você quem ir?
- Eu quero ir para um lugar longe! Diz Lívia…
- Dá pra ir de Moto?
- Sim, mas se não desse, agente jogava a moto fora,
e iria correndo.
Aurélio e Lívia se olham, e dão um beijo
apaixonado…
- Eu amo você. Diz Aurélio
- Eu também te amo..
- Agora vamos embora dessa maldita cidade!!
- Mas assim, sem nada?
- Não é preciso nada! O que faltar agente compra
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

no meio do caminho!
Lívia pegou seu óculo escuros, que estavam em
cima da mesa, trancou a porta…
Aurélio olhou para Lívia, e pensou:
- Finalmente…
Lívia pegou a moto, e Aurélio foi no carona…
Pra onde eles foram?
Ninguém soube, na verdade eles nunca voltaram,
Elisa encontrou Adam, que era viúvo e tinha três
filhos, bom… ela ganhou três enteados e uma nova
chance.
Rute se casou com Ricardo (o ex-sócio de Aurélio),
os anos passaram e ela se tornou uma mulher
amargurada, que se arrependeu por não ter feito o
que ela queria fazer, e ter focado apenas nas
aparências.
Lívia e Aurélio viajaram o mundo inteiro, e
adotaram três filhos.
Até hoje, todos os dias ela o acorda dizendo:

- Cara de Santo…
- Quem vê cara, não vê coração...

FIM...
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

PERIGOSAS ACHERON

Você também pode gostar