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O CONVITE DO BILIONÁRIO
MEU CHEFE OBSESSIVO – LIVRO UM

LARA FOXX

Acheron - Nacionais - Apollymi


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Índice

Capítulo 01

Capítulo 02

Capítulo 03

Capítulo 04

Capítulo 05

Capítulo 06

Capítulo 07

Capítulo 08

Capítulo 09

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Capítulo 13

Capítulo 14

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Capítulo 01

Meus pais estavam discutindo lá embaixo, mas isso não era nada novo.

Seus gritos já eram como se fosse o som ambiente da nossa casa. Eu podia ouvir também
meu irmão Kyle na cozinha, fazendo um sanduíche, o som das chapas e dos talheres
acompanhando os insultos.

Eu deitei na minha cama com os olhos fixos no teto, observando a forma como a luz do sol
dançava através da cortina.

Do lado de fora, o som de passos.

Levantei-me e espiei pela janela. Era o carteiro e ele tinha um envelope marrom evidente
na mão. Eu sabia que era para mim.

Correndo para baixo, cheguei a Kyle, empurrei-o pelo caminho e abri a porta.

— Você parece satisfeita em me ver! — O carteiro sorriu e entregou a carta na minha mão.

— Não se acostume com isso — fechei a porta na sua cara.

Eu tinha coisas mais importantes em minha mente do que formalidades triviais. Rasgando o
envelope, alisei a carta na palma da minha mão.

Por um segundo, tive medo de ler.

— O que é isso? — Kyle perguntou com a boca cheia.

Eu não disse nada.

— Você não vai ler?

— Cala a boca Kyle!

Ele parecia ofendido e irritado comigo.

— É sobre o trabalho na Leigh Enterprises, não é?


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Eu assenti e respire fundo.

— Ok... — Eu exalei. — É agora ou nunca.

Ao abri-la, as palavras me atingiram com força.

Fiquei atordoada.

Meus pais ficaram em silêncio.

— O que é isso, querida? — Mamãe entrou no corredor. — Ah, sim! O estágio!

Ela veio até mim e me abraçou forte enquanto Kyle e meu pai trocavam um olhar
preocupado.

— O que foi? — perguntei a eles.

— Nada — meu pai murmurou. — Parabéns.

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Capítulo 02

— Você sabe que Derek Leigh é um mulherengo profissional, não é? — Kyle perguntou.

— Um mulherengo profissional? Ele fez curso ou algo assim?

— Não seja engraçadinha, Katie. Estou realmente preocupado contigo. Você está
prestes a trabalhar para um cara que é praticamente famoso por suas façanhas sexuais,
tanto quanto por sua riqueza.

Eu não olhei para cima da minha mala, apenas continuei colocando minhas roupas
dentro enquanto me preparava para sair de casa.

— Por que você está fazendo as malas tão cedo? — Kyle sentou nos pés da minha
cama. — Você nem sabe onde vai morar ainda.

— A acomodação vem com o trabalho — expliquei. — Um pequeno apartamento perto do


prédio da Leigh.

— Oooooh.

— Você está apenas com inveja.

— Um pouco — ele suspirou. — Você vai deixar esta pequena cidade e se mudar para Nova
York. Eu vou ter que ficar aqui com eles — ele balançou a cabeça em direção a escada, onde
mamãe e papai gritavam de novo.

— Você pode me visitar quando quiser — prometi.

Uma suavidade veio sobre ele enquanto ele se afundava nos ombros.

— Eu sentirei sua falta. Quem mais vai me ajudar quando estou bêbado?

Nós rimos.

— Sério, assim que você terminar o ensino médio este ano você pode ficar comigo.

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— Obrigado — ele ergueu os olhos para mim. — Mal posso esperar para também sair daqui.

***

Era hora de dizer adeus.

Com uma mão ao redor da alça da minha mala e a outra limpando as lágrimas,
abracei minha mãe e meu pai.

— Nós vamos sentir tanto a sua falta! — Disse minha mãe. — Você tem certeza de que está
pronta para isso?

— Pela última vez, sim! Eu vou ficar bem.

— Você voltará para o Natal, não vai? — Perguntou papai.

— Obviamente.

O som de uma buzina veio da rua. Olhei pela janela e vi o táxi que me levaria para a estação
de trem.

— Eu tenho que ir. Eu vou ligar para você assim que chegar.

Uma vez dentro do táxi, deixo as lágrimas cair.

Eu estava ansiosa para sair de casa, mas eu também estava aterrorizada.

Eu sentiria falta dos meus pais, mesmo que gritassem o tempo todo e sentiria falta de Kyle,
mesmo que ele fosse uma praga.

O motorista me olhou no espelho retrovisor enquanto ele se afastava da calçada.

— Para a estação, certo?

— Sim — gaguejei. — Você pode ligar o rádio?

— Claro — ele mexeu num botão do painel. — Você parece estar passando por um momento

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difícil.

— Apenas um dia emotivo — eu disse, sentindo-me um pouco melhor assim que a música
começou a tocar. — Eu finalmente estou deixando este lixo de cidade.

Ele me deu um sorriso irônico.

Pude ver seus olhos cintilando no espelho enquanto sorria.

— Aaah... o que eu faria para ser jovem de novo... é a sua primeira vez longe de casa?

— Sim... estou mudando para Nova York.

— Eu não te invejo, garota — ele balançou a cabeça. — Eu vivi lá quando eu era


jovem. Parecia glamorosa na época, mas na verdade é um pesadelo.

— Um pesadelo?

— Sim, é um poço de loucura.

— Parece emocionante — sorri para mim mesma.

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Capítulo 03

A minha mala estava balançando na borda do suporte de bagagens acima de meu banco,
ameaçando cair sobre minha cabeça. Eu era muito baixa para empurrá-la mais, só conseguia
encostar meus dedos nela, enquanto o trem se afastava da estação.

— Aqui, deixe-me ajudar — uma voz veio de trás de mim.

Eu vi braços fortes empurrar a caixa para dentro do bagageiro e, quando me virei, encontrei
um homem bonito, com cerca de quarenta anos em um terno imaculado. As abotoaduras de
diamante eram tão brilhantes quanto seus dentes brancos.

— Obrigada — Eu sorri.

— Sem problema. Odeio ver uma donzela em perigo.

Ele se afastou e sentou-se algumas fileiras na minha frente, mas não sem antes olhar por
cima do ombro para dar uma última olhada no meu corpo. Ele era muito sexy, carregava um
tipo de confiança que raramente os jovens tinham.

Eu assisti ele abrir sua pasta e observei sua mão esquerda.

Não havia anel de casamento.

Um pensamento veio na minha cabeça.

Inspecionei o vagão atentamente. Além de uma velha no final com o nariz em um livro, nós
éramos as únicas pessoas a bordo e o inspetor de passagens não estava à vista.

Eu tossi.

O homem não percebeu.

Tossi de novo e ele se virou, com prazer em me ver.

Eu sabia que não deveria fazer aquilo. Havia câmeras no trem e eu poderia ser pega,
mas não consegui me impedir de me divertir. Abrindo minhas pernas, as deixei abertas por

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um momento antes de cruzá-las de volta. Deu tempo o suficiente para ele ver minha
calcinha.

Seus olhos se arregalaram e ele olhou em volta para ver se alguém estava
assistindo. Pude ver sua mão desaparecer entre as pernas e puxar algo.

Ele estava ajustando a ereção em sua calça.

— Mostra de novo — ele sussurrou.

Abri minhas pernas novamente, mas desta vez, não fechei.

Revelando a transparência da minha calcinha, recostei-me no banco e o deixei me olhar


completamente. Fiquei molhada rapidamente com o desejo de ser observada. Um líquido úmido
se espalhou por minha calcinha.

Olhei para ele e vi o homem corar, suas bochechas vermelhas e brilhantes. Ele grunhiu, fez
um som peculiar enquanto tentava recuperar o fôlego e se virou para sentar-se de frente para
mim.

Havia uma enorme protuberância no meio de suas pernas.

— Posso te mostrar também?

Sua voz era cortante e educada, um sinal de seu status burguês.

— Sim, eu quero ver — disse, mordendo o lábio. — Eu quero ver você se tocar.

Ele ficou atordoado.

Ele esperou alguns momentos com a mão no zíper antes de inspecionar o vagão
mais uma vez, para certificar-se de que ninguém mais veria.

— Eu nunca fiz nada assim — ele disse, seu rosto ficando cada vez mais vermelho.

— Eu já — sorri maliciosamente.

Ele abriu o zíper de sua calça, respirou profundamente e depois puxou o pau para fora. Era
enorme, maior do que eu esperava. Grosso e completamente duro, com a cabeça bem rosada.

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— Quantos anos você tem? — Ele perguntou.

Isso me divertiu.

Ele não pensou em perguntar até se exibir para mim.

Para sua sorte, eu havia acabado de completar a maioridade.

— Vinte e um — revelei.

— Perfeito — ele disse enquanto segurava seu pau pulsando de tão duro.

Ele apertou os dentes quando começou a se tocar. Eu poderia dizer que ele estava perto de
gozar apenas olhando para mim. Eu lambi meus lábios enquanto observava sua mão deslizar
para cima e para baixo em seu caralho, sua respiração pesada e excitante.

— Toque-se — ele pediu.

— Espere — disse. — Eu vou fazer isso quando estiver pronta.

Eu queria me tocar. Eu estava molhada só de imaginar em esfregar meu clitóris, mas eu


segurei. O prazer sempre é mais intenso quando você tem que esperar por ele.

Um ruído veio de um dos vagões de trás.

Olhando por cima do meu ombro, vi o inspetor de passagens se movendo pelo corredor. O
trem estava pouco ocupado, então não demoraria até chegar até nós. Talvez ele se juntasse...

Eu apertei meus olhos enquanto olhava para o homem misterioso na minha frente, o homem
com quem eu só falei uma vez antes dele começar a se masturbar na minha presença.

Eu estava desfrutando do poder sexual que eu tinha sobre ele, a capacidade de fazer um
completo estranho fazer o que eu queria. Com uma lentidão proposital, coloquei um dedo dentro
da minha calcinha e senti a umidade entre os meus lábios enquanto puxava minha roupa íntima
para o lado.

O homem começou a mover sua mão mais rápido.

— Toque-se — ele ordenou. — Faça isso, por favor.

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Eu balancei a cabeça, me divertindo em provocá-lo.

— Eu daria qualquer coisa para ver você se tocar — ele gemeu. — Qualquer coisa.

— Eu não quero nada de você.

Mudei minha mão e esfreguei os dedos contra meu clitóris.

Era divino, completa luxúria proibida.

Uma onda de prazer percorria meu corpo enquanto o trem balançava de um lado para o
outro. Olhei pela janela e vi os campos de milho rolando em um borrão. Olhando para o homem,
vi seu rosto vermelho e retorcido de prazer. Eu mostrei o que ele queria. Esfregando
furiosamente, lancei-me em um frenesi, gemendo e jogando minha cabeça para trás.

— Oh, Deus! — disse, entre gemidos.

Atrás de nós, o inspetor de passagens se aproximava.

— Porra!

Eu esfreguei-me mais forte, sentindo o orgasmo chegar.

Minhas coxas começaram a tremer.

Abri os olhos e vi o homem grunhir com os lábios molhados com cuspe. Seu corpo
estremeceu e ele caiu para frente, jatos de sêmen sendo lançados no assento diante dele.

Eu empurrei contra o meu clitóris uma última vez.

Minhas coxas tremiam enquanto eu gozava, meu líquido molhando o assento abaixo de
mim.

— Bilhetes por favor!

Eu fechei minhas pernas e sentei rapidamente.

O homem fechou as calças e endireitou a gravata, piscando para mim antes de mudar para
o seu assento. O bilhete estava preso entre meus dedos úmidos enquanto eu passava para o
inspetor.

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Ele me deu um olhar estranho quando se afastou, sentindo que eu estava fazendo alguma
coisa. Então ele pegou o bilhete da velha, sua cabeça ainda entre as páginas de seu livro e
entrou no próximo carro.

— Isso foi por pouco — disse o homem enquanto tirava o suor em sua testa.

Olhei para ele, mas não disse uma palavra.

Em vez disso, peguei meu telefone e o ignorei.

Seu olhar continuava em mim, eu podia sentir isso no meu corpo.

— Alguma chance de eu te ver de novo? — Perguntou.

Mais uma vez, não respondi.

Eu já havia conseguido o que eu queria dele.

— Você é uma garota estranha — ele disse enquanto se levantava. — Esta é a minha parada.

Quando o trem parou na plataforma, eu o vi sair, seus olhos não me deixaram até ele
desaparecer na multidão de passageiros. Mais pessoas vieram a bordo e o trem começou a
preencher. Coloquei meus fones de ouvido e dei play nas minhas músicas.

Viver sozinha seria divertido.

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Capítulo 04

Você sabe que Derek Leigh é um mulherengo profissional, não é?

Essas palavras ressoavam na minha cabeça enquanto caminhava pelas escadas até a entrada
de Leigh Towers.

O edifício em que eu trabalharia era gigantesco.

Quando eu olhei para o último andar, eu vi o pico logo abaixo das nuvens. Isso me deixou
tonta, mas toda a Nova York deixava. Era alta, imensa e mais ocupada do que qualquer coisa
que eu já experimentara e cheia de uma grande variedade de pessoas que eu nunca vi na TV.

Havia todo os tipos de pessoas ali, de pessoas sem-teto a banqueiros de Wall Street. Estava
constantemente em movimento, mudando, glamorosa e desprezível ao mesmo.

Eu mal podia esperar para me tornar parte disso.

Minha mala estava pesada, principalmente enquanto eu arrastava-a degraus acima. Logo
senti um dos meus braços dar câimbra e tive de parar no meio do caminho, esfregando meu
bíceps.

— Você precisa de ajuda, senhorita?

Um guarda de segurança veio correndo pela entrada com um sorriso estampado em seu
rosto. Ele me olhou de cima para baixo, aparentemente gostando do que viu e pegou minha mala
antes de eu ter tido a chance de responder.

— Obrigado. Parece pesar uma tonelada.

— Imagino, não é comum vermos pessoas trazendo mala para o escritório — disse ele,
levando pela porta principal.

— Vou começar a trabalhar aqui, como estagiária.

Peguei a carta de aceitação da minha bolsa e mostrei a ele.

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— Diz aqui que tenho que me apresentar para a empresa para obter as chaves do meu
apartamento.

— Ah! Claro! Sim, vamos lá até lá.

Nós nos esgueiramos para um elevador cheio de homens em ternos e uma mulher com uma
saia tão apertada que eu pude ver os botões de sua camisa empurrar o tecido.

Ela me deu um olhar sujo, claramente não gostava da competição.

Eu estava começando a me perguntar por que o guarda de segurança ainda estava comigo,
minha mala ainda estava apertada na sua mão como se ele tivesse medo de perder.

Certamente ele poderia simplesmente me apontar na direção certa e me deixar sozinha. Eu


me virei para encará-lo e vi que ele estava olhando meus seios. Revirei os olhos e os cobri com
meus cabelos longos e loiros.

Ele encontrou o meu olhar antes de demonstrar confusão.

O elevador abriu e após sairmos, mostrando-me a mesa a qual eu deveria me dirigir, ele me
deu uma pequena saudação fingida e riu.

— Boa sorte! Espero que nos vejamos por aí.

Ele desapareceu entrando de volta no elevador, acenando para mim enquanto as portas se
fechavam.

— Estranho... ele nunca está tão feliz — disse a garota atrás da mesa. — Você deve ter
sido muito legal com ele.

Entreguei minha carta.

— Eu sou legal com todos — disse.

Ela inspecionou a carta e digitou meus detalhes em seu computador.

— Ok... então você vai ficar no complexo de apartamentos em Windermere. Sortuda.

— Você fica lá?

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— Não — ela zombou. — Quero dizer, gostaria disso. O chefe vive lá, na cobertura.

— Você quer dizer Derek Leigh?

— Ele mesmo! Se você tiver sorte, pode ser convidada para uma das suas festas lendárias. —
Ela entregou a carta de volta. — De qualquer forma, eu vou chamar um táxi para você chegar
lá. Você pode se instalar hoje e começa a trabalhar amanhã.

— Perfeito!

O elevador em que subi se abriu.

Eu esperava ver mais homens em ternos e não fiquei desapontada, exceto que estes eram
diferentes. Eles eram mais jovens, mais altos, lindos e caminhavam como se fossem da realeza.

— Aí vem ele — a garota atrás da mesa inclinou-se para a frente. — O grande chefe e seus
amigos.

Eles estavam rindo e brincando, cheios de si mesmos e sua própria importância. Então eu o
vi, o homem no meio do grupo.

Ele era mais alto e musculoso do que os outros. Ele passou uma mão por seus cabelos
completamente negros e virou-se para olhar em nossa direção.

Nossos olhos se encontraram.

Meu coração começou a bater descontroladamente enquanto ele me observava, seus olhos
lentamente escanceando meu corpo inteiro. Um de seus amigos disse algo em seu ouvido e
ambos riram.

Então, eles foram embora, atravessando as grandes portas duplas de mogno que protegiam o
santuário interno do escritório principal.

— Esse era Derek Leigh, não é?

— Sim — a garota sorriu.

Eu me virei para ver suas bochechas rosadas.

— Eu não sabia que homens assim existiam, sabe... fora das revistas.

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Ela não estava prestando atenção.

Em vez disso, ela tinha os olhos fixos na porta pela qual ele havia atravessado.

— Então, é verdade? Ele é um mulherengo profissional?

Ela piscou como se estivesse acordando de um transe e se virou para mim.

— Praticamente, essa é uma maneira de descreve-lo, mas nunca tive muita sorte. De qualquer
forma, aqui estão suas chaves. Me avise se você tiver algum problema.

— Obrigada.

Apertei na mão as chaves do meu futuro.

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Capítulo 05

Eu não sabia o que estava esperando.

Definitivamente, não era uma cobertura opulenta, mas também não era um apartamento
simples. Este lugar ficava no meio termo entre os dois.

Mas uma coisa era certa:

Era muito grande para alguém como eu.

Se eu conhecesse pessoas, eu poderia dar uma festa.

A cozinha era enorme, muito grande para eu usar. Tudo o que eu conseguia fazer era fazer
batatas fritas no forno e fazer uma salada simples. Aquela era para alguém que sabia o que
estava fazendo.

O banheiro também era espaçoso, com belas torneiras cromadas e uma banheira
aparentemente confortável. Era muito mais luxuosa que a que tinha na minha casa, que se
afastava da parede quando eu deitava nela.

Quando desembalei minhas coisas, pensei sobre o homem no trem e a aparência de traição
no rosto quando eu não queria mais conversar com ele.

Isso me divertiu.

Claro, eu me senti cruel por um momento, mas havia algo sobre possuir tanto poder sobre
um homem que me despertou. A forma como eu pude fazer um estranho fazer algo tão proibido
me excitou muito mais do que qualquer homem tinha feito antes.

Minhas calcinhas ainda estavam úmidas e, ainda tremendo, enterrei meus dedos no fundo
dos meus lábios cor de rosa. Eles ficaram ainda mais quentes quando lembrei da expressão de
tesão no rosto daquele homem, ele se masturbava intensamente e de forma até desesperada para
encontrar seu alívio no orgasmo, enquanto sua mão se movia para cima e para baixo tão rápido
que seus dedos se tornavam um borrão.

As coisas da mala ainda estavam espalhadas pela minha cama e eu deitei sobre tudo aquilo,
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livrei-me da calcinha por baixo da minha saia e espalhei minhas pernas. Eu estava inchada,
precisava ser tocada.

Levei a mão para dentro de minha mala e apalpei uma longa varinha metálica, aquela que me
trazia tanto prazer. Puxando meu vibrador para fora, senti sua frieza na minha mão. Coloquei-o
na minha boca para aquecer e suguei com força. Então o penetrei profundamente dentro de mim,
minhas costas arqueando enquanto eu empurrava tudo para dentro.

— Ahhhh…

Meus dedos do pé se contorceram quando meus olhos se fecharam.

Imaginei que ainda estava no trem, os campos de milho passando ao fundo, a velha mulher no
fim do vagão lendo seu livro, inconsciente dos sórdidos acontecimentos à sua frente. O que teria
acontecido se ela tivesse olhado para nós? Talvez ela tivesse visto...

Lembrei também do pau de cabeça bem vermelha daquele homem, seus gemidos saiam como
grunhidos animais, guturais e baixos. Ele movia seus quadris em um movimento constante para
que seu pênis pudesse encontrar sua mão mais rápido e durante todo o tempo ele permaneceu
com os olhos fixos no tesouro entre minhas pernas.

Além do meu rosto angelical, era a coisa mais poderosa que eu possuía.

— Nossa... ahhhhh....

Eu empurrei o vibrador com mais força, após colocá-lo na potência máximo e o senti
zumbir contra o meu ponto G. Com o meu corpo contra ele, peguei o cheiro da minha nova
casa e senti a emoção da cidade se misturar com minha própria excitação.

Então pensei novamente na viagem de trem e na forma como o corpo do homem


convulsionou enquanto ele se movia para a frente tomado de êxtase. Mordi o lábio enquanto
gozava, minhas coxas trêmulas quando coloquei uma mão no rosto.

Quando aquele misto de sensações intensas e deliciosas se esvaiu, respirei fundo, enquanto
as imagens sumiam da minha mente.

Após alguns momentos, pensando que seria o momento de tomar um banho, olhei para a
minha própria viscosidade entre as minhas coxas.

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Então houve uma batida na porta.

Por um momento pensei ter imaginado. Quem gostaria de me ver já? Não conhecia
ninguém na cidade ainda. Então novamente, o som de alguém tocando uma melodia alegre
contra a madeira. Sentindo-me um pouco desconfiada, segui pelo corredor até a porta.

— Olá? — Eu gritei.

— Olá, — voltou uma voz masculina e baixa.

Era profunda e grave, mas jovem também. Eu rapidamente espiei o olho mágico.

Meu estômago revirou.

Era ele.

Derek Leigh.

— Olá? — Eu ouvi sua voz de novo, mais alta e confiante.

Por um momento, fiquei muito nervosa para abrir a porta. Então respirei fundo e abri o trinco
para ficar de frente com o homem que era cabeça e ombros mais alto do que eu.

Só então lembrei que não estava vestindo nenhuma calcinha e o cheiro de sexo era forte na
minha pele. Minha saia, felizmente, cobria até metade das minhas coxas. Torci para ele não
perceber o que eu estava fazendo.

— Oi — eu sorri.

— Você é a nova estagiária, não é?

— Sou sim...

— Quis apenas passar aqui para dizer um oi e dar boas-vindas.

— Muito legal da sua parte, obrigada. Você recebe todos os seus funcionários dessa maneira?

— Apenas os especiais — ele disse enquanto colocava um pé dentro da porta.

Eu estava tão perto dele que podia sentir o cheiro do seu perfume. O perfume era tão
masculino quanto ele era; amadeirado, forte e muito chique. Ele entrou na sala do meu
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novo apartamento e olhou ao redor.

— Você precisa de mais coisas aqui — ele comentou. — Está muito vazio.

— Eu acho lindo. É o meu primeiro apartamento, então...

— Seu primeiro apartamento? — Ele me interrompeu. — Você deve estar animada.

— Bastante!

Ele inclinou a cabeça para o lado e me olhou de cima a baixo, seus olhos fitando
minhas roupas.

— Eu acho que você vai gostar daqui — ele disse. — Precisa de alguma coisa?

Eu balancei minha cabeça em negativa.

— E o quarto? Você gostou dele? — Ele perguntou com um sorriso malicioso estampado em
seu rosto.

Sem pedir, ele entrou no meu quarto onde minhas coisas ainda estavam jogadas sobre a cama
e chão. Quando segui atrás dele, vi o vibrador de prata sobre a cama, ainda pingando e
brilhando.

Eu sei que ele viu, eu pude ver seu rosto se contrair enquanto ele sentia o cheiro, mas não
falou nada. Ele se virou e sorriu antes de voltar para o corredor.

— Eu acho que você vai se divertir aqui — ele pousou uma mão no meu ombro.

Senti uma onda de eletricidade percorrer meu corpo, enquanto seu calor parecia penetrar
através de minhas roupas.

Então ele se afastou e abriu a porta.

— Voltarei para te ver novamente — ele disse fitando-me nos olhos. — Não tenha muita
diversão sem mim.

E então ele se foi.

Saiu do meu apartamento e seguiu até o elevador.

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— Puta que pariu — eu sussurrei enquanto fechava a porta.

Ele havia me deixado sem fôlego.

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Capítulo 06

Mal consegui dormir de tanta ansiedade que estava sentindo por causa do meu primeiro dia
no trabalho.

Eu tinha sentimentos mistos sobre como seria.

Por um lado, eu mal podia esperar para ser uma adulta independente.

Por outro, eu estava aterrorizada.

Passei a maior parte da noite olhando para o teto, pensando em milhares de formas diferentes
de como eu poderia estragar tudo.

Tentei tirar esses pensamentos da minha mente e respirei fundo.

Ia dar tudo certo... tinha que dar!

Em pé na frente do espelho, finalizei minha maquiagem e olhei para mim mesma em todos os
ângulos. Eu estava muito bonita.

Peguei minhas chaves e minha bolsa e segui para a porta respirando fundo.

***

— Está bem estabelecida? — Uma voz masculina surgiu atrás de mim.

Girei e vi o guarda de segurança, aquele que me ajudou com a mala no dia


anterior e parecia gostar muito de mim. Vi ele fitar meu corpo e então acariciar
seus cabelos lisos e grisalhos.

— Sim, estou ótima — disse, virando-me novamente.

— Espera!

Urgh... O que esse cara queria?

Ele estava começando a ficar irritante.

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— Você está morando no prédio da Leigh, não é?

— Sim — sorri sabendo que eu veria Derek novamente em breve.

— Tenha cuidado — disse o guarda de segurança enquanto me olhava


nervosamente. — Você é exatamente o tipo dele.

Aquilo era uma coisa estranha de se dizer e me incomodava, não porque parecia ser uma
advertência séria, mas porque o guarda de segurança parecia ter tido aquela conversa antes.

— Eu vou ficar bem.

Apertei meus lábios e dei-lhe um olhar triste antes de me afastar.

— É para seu próprio bem — ele continuou. — Ele vai te usar e depois te
descartar, como fez com todas as outras. Mulheres não passam de esporte para ele.

Eu o ignorei e entrei no elevador.

***

Ao descer no último andar, foi como se eu tivesse sido atingida por um tornado. Aquele era
um lugar onde os negócios eram sérios, onde as pessoas não podiam cometer erros. As pessoas
estavam gritando nos telefones, havia papéis sendo levados de um lado para o outro e
empilhados. Havia homens estressados ​procurando homens andando com cafés fumegantes em
suas mãos e os rostos molhados de suor.

Era um pouco como o inferno.

— Posso ajudar? — Perguntou uma mulher mais velha segurando uma prancheta. Um sorriso
falso estampado em seu rosto.

— Estou começando aqui hoje e...

— Katie?

— Sim.

— Por aqui.

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Acompanhei ela por um longo corredor até ela sinalizar para eu entrar na última sala da
esquerda.

— Aqui é onde você ficará a maior parte do tempo. Você ficará arquivando e
escaneando os relatórios que te trouxerem.

— Certo.

— Pode começar por esses.

Ela apontou para uma pilha enorme de papéis sobre a mesa.

— Enquanto você manter sua cabeça baixa e focar nos relatórios, você estará indo bem. Nós
odiamos os enrolados aqui, então não seja preguiçosa. Se pedirem para você fazer café para
alguém, faça isso e qualquer outra tarefa que possa surgir. Entendeu?

— Sim — respondi, sentindo-me já sobrecarregada.

— Ok... então vou deixá-la começar.

Ela se moveu em direção à porta.

— Só um momento — eu a detive.

Ela voltou a olhar irritada para mim, mas de alguma forma ainda teve forças de abrir um
sorriso que era ainda mais fraco do que o último.

— Derek Leigh, ele estará aqui, certo?

Eu me senti boba por perguntar.

Eu parecia uma estudante desesperada.

O sorriso de seu rosto desapareceu e ela franziu a testa.

— Ele às vezes aparece, mas nem sempre está aqui. Ele tem coisas mais importantes para
fazer.

— Entendi... obrigada, vou começar meu trabalho — sentei na minha mesa.

Ela se virou e saiu sem dizer mais nada.


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A porta bateu forte e eu dei um pulo assustada.

Minha mesa ficava de frente para uma parede bege sem vida. Eu só estava sentada trinta
segundos ali, mas já estava mais aborrecida do que nunca. Puxei uma pasta da pilha e comecei a
escanear as páginas. As palavras maçantes dançavam diante dos meus olhos, só tinha projeções
de lucro e gráficos que não faziam sentido para mim.

— Oh meu Deus —, eu bocejei. — Isso é chato demais!

Olhei para o relógio.

Eram apenas nove e cinco.

Quando descobri que trabalharia na Leigh Enterprises, imaginei que eu estaria em um grande
escritório, com janelas que dariam uma visão do horizonte da cidade e onde eu poderia assistir o
mundo passar. Mas tudo o que eu faria ali era assistir a poeira me sufocar e cortar meus dedos
com papel.

Eu já tinha um corte na ponta do polegar, aliás.

Suguei-o e senti arder ainda mais.

Nesse exato momento a porta se abriu e eu olhei para cima com meu polegar ainda na boca
e os olhos arregalados de surpresa. Um homem mais velho havia entrado com um olhar
intrigado em seu rosto.

— Você deve ser a nova estagiária.

Sua voz era tão fina quanto seu cabelo, fraca e tímida. Ele não parecia com os outros caras
no escritório, que podiam ser o motivo dele estar escondido comigo naquela sala.

— Sim — eu sorri. — Eu sou Katie.

— Prazer em conhecê-la.

Ele estendeu a mão e eu o cumprimentei.

Estava trêmula e molhada. Quando ele não estava olhando, enxuguei minha palma
do lado da minha saia.

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— Então, há quanto tempo você trabalha aqui? — Perguntei.

— Oh... vinte anos eu acho, talvez mais.

— Vinte anos, uau! Nesse departamento?

Ele riu.

— Não, não. Mudei algumas vezes de departamento, agora estou aqui e para ser sincero
parece que estou pagando por meus pecados, mas logo devo conseguir um trabalho melhor em
outra empresa.

— Boa sorte — forcei um sorriso.

Ele me encarou por alguns momentos e então lambeu os lábios.

Senti um arrepio de nojo percorrer meu corpo.

Voltei então a encarar a pilha de papel sobre a minha mesa, mas ainda podia sentir seus
olhos em mim. Olhando por cima do ombro, vi seu olhar congelado na minha bunda.

Desde que havia mudado para Nova York, eu só havia falado com três caras. Dois deles
eram estranhos e um era um garoto alfa e bilionário.

Onde estavam os caras normais?

— Você não me disse seu nome — eu disse, me conformando que teria que dividir a sala
com ele.

— Ah, — ele balançou a cabeça como se estivesse tentando se lembrar disso. — É Cecil.

— Cecil...

Eu pensei que ele estava brincando e o encarei por alguns momentos, esperando ele revelar
seu nome verdadeiro. Mas ele não fez.

— Cecil... — Eu disse novamente. — Esse é realmente um nome incomum. Nunca conheci


um antes.

— Sim, era o nome do meu bisavô. Todos os homens da minha família são

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chamados Cecil. Eu sou tecnicamente Cecil quarto, mas eu não posso realmente ir me
apresentando dessa forma. Seria estranho que você conhecesse. E de qualquer
maneira…

Ele continuou falando e eu parei de prestar atenção.

Ele era possivelmente a pessoa mais entediante que eu já havia conhecido. Ele era tão chato
que era quase bizarro.

Eu assisti enquanto ele falava sem ouvir uma palavra sequer. Ele parecia excitado por sua
própria existência. Eu senti como se estivesse falando com uma versão antiga de Norman
Bates. Ele parecia um serial killer.

Talvez ele realmente tivesse corpos escondidos no porão de sua casa...

— Então foi assim que ganhei o concurso — ele finalmente terminou sua história, para minha
surpresa.

— Impressionante — assenti com a cabeça e voltei para o meu trabalho.

Olhei para o relógio.

Era 09:15.

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Capítulo 07

Lágrimas escorreram de meus olhos quando bocejei.

A sala era abafada e quente, sem falar do cheiro de poeira e traças dos papéis. Eu queria
tanto dormir que tive que me controlar para não acabar cochilando sobre a mesa.

O expediente estava quase acabando, mas naquela sala sem janelas era como se já tivesse
passado uma semana lá fora. As pilhas de papel continuavam gigantes, não importava o quanto
eu trabalhasse nelas.

Era inacabável... e chato.

Enquanto isso, Cecil sentou-se numa mesa atrás de mim e ficou o tempo todo olhando
para meu corpo por cima de seu trabalho. Se fosse outra pessoa, eu ficaria preocupada, mas
ele parecia tão impróprio e tímido que, se ele tentasse me tocar, eu provavelmente conseguia
bater nele sozinha.

Ainda assim, enquanto eu encarava a parede com uma mão no scanner e a outra
apoiando minha cabeça, eu podia ouvir a maneira como ele passava a língua sobre seus
lábios ressecados, como um inseto.

— Você está gostando do seu primeiro dia de trabalho, Katie?

— Hmm... Acho que sim.

Desejei que fosse verdade.

— Você virá todos os dias aqui? — Ele perguntou com um pouco de alegria.

Ele esfregou as mãos e me deu uma olhada que poderia ter sido sua tentativa de me seduzir.

— Sim... virei todos os dias aqui.

Nunca imaginei que iria desanimar tão rápido.

— Bem, foi um prazer conhecê-la. Tenho um encontro importante hoje à noite, então é

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melhor eu ir.

— Um encontro importante?

— Sim —, ele sorriu timidamente. — Com meus quatro gatos e uma reprise de Gilmore
Girls.

Controlei-me para não revirar os olhos.

— Alguma chance de um abraço antes de partir?

Ele estendeu as mãos para mim.

— O quê? — Eu recuei com pavor.

Uma batida na porta me salvou.

Era a mulher de antes. Ela parecia tão horrorizada quanto eu quando deu de cara com Cecil
de braços abertos.

— Katie —, ela disse oficiosamente enquanto me entregava um envelope. — Você foi


convidada.

— Convidada para o quê? — Eu perguntei, mas ela já havia saído apressada.

Cecil olhou por cima do meu ombro para o envelope.

— Sortuda! É o seu primeiro dia e já vai sair com os garotos populares.

Cale a boca, Cecil, pensei.

Abri o envelope e tirei o cartão que havia era dentro.

Era um convite dourado de uma festa... no apartamento de Derek Leigh.

Não havia muitas informações.

10 horas, na cobertura Leigh, Windermere. Vestir preto.

Meu coração disparou.

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— Será que o convite permite levar um convidado extra? — Perguntou Cecil, esperançoso.

— Não — disse de imediato.

Ele pareceu magoado e me senti mal.

— Seus gatos precisam de você, Cecil. Eles estão esperando por você — brinquei.

Seu rosto se iluminou.

— Você está certa. As latas de atum não vão se abrir sozinhas — ele sorriu.

Esse cara era um show de horrores.

— De qualquer forma, é melhor eu ficar pronta para a festa — Peguei minha bolsa. — Te
vejo amanhã.

— Não deixe de me contar como foi!

Forcei um sorriso e sai, fechando a porta atrás de mim.

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Capítulo 08

Eu estava com fome, mas não conseguia comer por causa das borboletas que eram galopantes
no meu estômago. Nunca imaginei que seria convidada para uma das famosas festas de Derek
logo no meu primeiro dia de trabalho.

Tentei vestir uma meia dúzia de vestidos pretos diferentes, mas eu não conseguia decidir qual
deles era o melhor. Eu estava em dúvida se Leigh esperava que eu fosse com algo elegante e
sofisticado, com maior parte da minha pele escondida ou algo mais sexy, com um grande
decote.

Depois de vestir todos mais uma vez, eu finalmente decidi pelo vestido elegante e
sofisticado. Ele ia até os joelhos e cobria uma parte de meu pescoço, mas ainda assim destacava
meu corpo.

Após finalizar minha maquiagem com um pouco de brilho labial, eu estava pronta para ir.

Segui até o elevador e cliquei no botão que levava para o último andar. Aproveitei para
conferir minha aparência nas paredes espelhadas.

Eu tinha que parecer perfeita se queria que Derek me notasse novamente.

Algo me dizia que ele só cobiçava o melhor.

Logo que saí do elevador, pude ouvir a música. Soava ao vivo, um quarteto de cordas
tocando uma melodia melancólica. Aquela ia ser uma festa mais extravagante do que eu
esperava.

Por um momento eu hesitei, pensei em virar e sair correndo de volta para o meu apartamento.

E seu parecesse boba? Deslocada?

Respirei fundo e decidi que eu não devia desistir.

A porta para a cobertura de Leigh estava logo na minha frente, elegante e despretensioso,
mas misteriosa. Quando me aproximei, a música ficou mais alta.

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Houve um tilintar de risos lá dentro e então de taças.

Estendi a mão para bater na porta e ela se abriu antes mesmo de eu tocá-la, como se fosse
magia. Um mordomo parecia feliz em me ver. Ele me entregou uma taça de champanhe com
uma cereja balançando dentro.

— Bem-vinda! — Ele fez um gesto para eu entrar. — Eu vi você no interfone, se


você estiver se perguntando como eu sabia que você estava na porta.

— Oh, eu realmente estava.

— Me acompanhe, por favor.

Não era o tipo de festa que eu esperava.

Na verdade, não parecia muito uma festa. Assim que fui levada até o salão, dei de cara
com apenas seis pessoas; quatro homens e duas meninas. Uma pequena banda entretendo-
os no canto da sala.

— Você veio! — Leigh se levantou. — Eu estava preocupado, achei que não gostaria de vir.

Fiquei imobilizada com o silêncio. Havia algo tão íntimo sobre a ocasião, pessoal e cheia
de expectativas. Podia perceber que todos do pequeno grupo estavam olhando para mim, seus
lábios úmidos e seus olhos famintos.

Leigh sinalizou para que eu me sentasse junto a eles, no pufe que ele estava até então. Um
pouco receosa fiz o que ele pediu.

— Ela é linda, Derek — um dos homens disse e então tomou um gole de sua bebida — Onde
você encontrou ela?

— Ela está estagiando com a gente — ele sentou-se atrás de mim, em uma cadeira alta. Sua
presença arrepiando minhas costas.

— Sorte sua — um senhor mais velho à minha esquerda comentou, — Ela é requintada.

Derek se inclinou, apoiando os cotovelos nos joelhos e sussurrou em meu ouvido.

— Eu acho que você vai se encaixar muito bem aqui.

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Eu estava prestes a me levantar para fugir quando senti seus dedos na minha cabeça. Ele
estava acariciando meu cabelo e me acariciando enquanto eu estava sentada entre suas pernas.

Tomei um gole do meu champanhe para me acalmar, mas ele só fez meu coração disparar
mais rápido e minha cabeça ficar tonta.

Do outro lado de onde eu estava, as duas meninas estavam compartilhando uma poltrona,
as pernas enroscado uma na outra. A morena estava mergulhando morangos em uma tigela
com creme para então colocar na boca da loira. Elas riram quando o creme caiu sobre o peito
da loira, correndo entre os seios. A morena se inclinou e os lambeu.

O que chamou mais minha atenção do que esse espetáculo foram seus vestidos. Eram
divinos, além de muito elegantes. As pérolas adornavam o vestido azul da loira enquanto o
vestido da morena estava cravejado de svarovskis.

— Não se preocupe com elas — o homem à minha direita se inclinou sentindo meu
nervosismo. — Elas estão apenas se exibindo, adoram chamar atenção.

— Entenda isso como um elogio —, sussurrou Derek no meu ouvido. — Elas estão apenas
com ciúmes porque têm competição dessa vez.

Sua respiração demorou em meu pescoço, fazendo minhas partes intimas umedecerem. Eu
empurrei meu sexo contra o chão enquanto começava a latejar.

— Você é linda — Leigh inclinou minha cabeça para o lado, expondo meu pescoço
como se ele fosse um vampiro prestes a se alimentar da sua presa. — Você é perfeita.

Ele traçou um dedo sobre minha jugular.

— Ela é tão pálida, quase como porcelana — disse outro homem.

Eu estava cada vez mais cansada deles falando sobre mim como se eu não estivesse lá,
mas ao mesmo tempo, havia uma certa emoção em ser desejada daquela forma.

Enquanto eu olhava pela sala, meus olhos entraram em contato com um homem sentado
no braço de uma cadeira de veludo. Ele era tão decadente quanto grande. Ele estava inclinado
em sua postura, uma posição bêbada e sexual enquanto empurrava sua protuberância nas
calças em minha direção. Eu podia ver que ele estava duro, seus olhos fixos nos dedos de
Leigh enquanto eles acariciavam meu pescoço.
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— Desde que eu a vi ontem, eu soube que queria você.

Ele tirou a taça da minha mão, colocando-a no chão fora do meu alcance. Então ele se
abaixou e beijou meu pescoço, seus lábios eram gentis, mas firmes. Eu soltei um suspiro.

Ele foi descendo sua boca por minha pele e meus mamilos ficaram eretos, salientes através
do tecido fino e frágil do meu vestido.

Derek agarrou minha mandíbula com a mão e me puxou para ele. Não tive escolha senão
deixar seus lábios tocarem os meus. Senti o gosto doce e delicioso de sua bebida. Coloquei
minhas mãos em volta de seu pescoço e puxei-o mais perto.

Meu corpo reagiu imediatamente a ele, crescendo macio e ansioso dentro de seus braços. Sua
mão acariciou minha parte inferior das costas, seu calor afundando no meu vestido.

Então ele se afastou e me olhou de cima a baixo.

— Exatamente o que eu queria — ele mordeu o lábio inferior.

Ele deu a seus amigos um sorriso irônico, olhando-os pelo canto de seus olhos antes de lhes
dar uma piscadela conspiratória.

— Vá em frente, amigo — o homem mais velho ao meu lado bateu nas costas de Leigh.

Meu estômago revirou.

Eles estavam esperando que eu fizesse sexo ali, na frente de todo mundo? Ao
me virar, vi todos olhando para mim, esperando que eu fizesse alguma
coisa. Olhei confusa para Leigh, esperando que ele me dissesse o que estava
acontecendo.

— Você nunca esteve em uma festa assim antes, não é?

Eu balancei minha cabeça.

— Eu estava certo, afinal — ele acariciou meu rosto. — É por isso que eu queria você
aqui. Você não tem ideia do quão difícil é encontrar uma garota nova nisso com suas
qualidades.

— Muito difícil encontrar carne nova! — Um de seus amigos acrescentou.


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Leigh olhou para ele, repreendendo-o.

Havia risadinhas atrás de mim. As garotas estavam sussurrando uma no ouvido da outra, seus
cabelos caindo luxuosamente sobre seus corpos. Quando sentiram meus olhos nelas, elas
olharam para mim e depois olharam uma para a outra antes de rir mais uma vez.

Nunca me senti tão consciente de mim mesma na minha vida, mas ainda assim, entre minhas
pernas permanecia o fluxo constante de desejo líquido. Voltei minha atenção para Leigh
enquanto suas mãos me acariciavam amorosamente. Seus dedos estavam no meu pescoço,
massageando em pequenos movimentos circulares.

— Que tal nós sairmos daqui? — Ele sussurrou em meu ouvido.

A sua voz quente contra minha pele me deixou sem fôlego e fez meu coração bater um pouco
mais rápido. Também senti o interior das minhas coxas ficarem mais pesadas.

Abri meus lábios para falar, mas descobri que nada saiu, exceto um croque nervoso. Ele
achou minha ansiedade divertida e envolveu uma mão ao redor do meu pulso.

— Vamos lá — disse ele. — Vamos tirar você de perto dessas pessoas estranhas.

Seus amigos zombaram e riram e senti minhas bochechas queimarem.

O que tinha de errado comigo?

Eu adorava ser vista.

Adorava me sentir desejada.

Mas mesmo assim eu podia sentir essa sensação estranha em meu estômago. Havia algo tão
ameaçador nas meninas e algo tão predatório vindo daqueles homens de terno, com suas ereções
gritantes entres as pernas e conversas animadas que me deixava desconfortável.

Então entendi o motivo.

Pela primeira vez, não era eu o motivo disso.

Derek me puxou gentilmente pelo pulso para longe da sala. Seu apartamento era excêntrico,
um grande museu planejado e cheio de artefatos e obras de artes um tanto quanto grotescas que
eu não compreendia.
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Nós atravessamos um corredor longo, meus calcanhares afundando em um tapete profundo e


grosso enquanto caminhávamos. Ao lado de mim, Leigh era muito alto, tão alto que, mesmo de
salto, eu ficava na altura de seus ombros. Ele olhou para mim e sorriu, exibindo as lindas
covinhas de suas bochechas.

— Quase lá — ele colocou uma mão nas minhas costas. — Vamos entrar aqui.

Ele abriu uma porta preta.

Fui imediatamente atingida por um cheiro de incenso, sândalo, se eu não estivesse


enganada. Dava ao quarto um aroma almiscarado, que parecia selvagem e terroso. Então eu
vi a cama. Estava coberta com um tecido macio e luxuoso tingido com vários tons de
vermelho. A poucos passos estava a varanda com as portas abertas, a brisa soprando as
cortinas de renda.

— Venha ver a vista — ele disse com os dedos ainda em volta do meu pulso. — É linda.

O ar estava gelado quando saímos, soprando meu cabelo ao redor do meu rosto como um
lenço. Eu nunca tinha sido bom com alturas e a vertigem sempre atacava quando eu olhava em
janelas de grandes alturas.

Quando senti o champanhe subir à minha cabeça, o chão abaixo de mim parecia prestes a se
abrir. Eu tropecei em meus calcanhares e agarrei a grade.

Estávamos tão alto que não conseguia ver a calçada lá embaixo, apenas escuridão com
poucas luzes de laranja pontuando o abismo. Respirando profundamente, olhei para o horizonte
da cidade. Luzes distantes em arranha-céus iluminavam o céu como estrelas sintéticas.

Era lindo, cada luz parecia contar uma história diferente.

Eu me perguntei quantas garotas estavam balançando nos calcanhares à beira de uma


cobertura ao lado de um homem tão lindo quanto Derek.

Não consegui adivinhar.

— É só uma suposição — ele envolveu um braço em volta dos meus ombros e


olhou para baixo. — Mas me parece que você não gosta muito de altura.

Eu engoli e balancei a cabeça.

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— Achei que você não teria medo de nada — ele disse com a metade do rosto sendo banhada
pela luz da lua.

— Eu tenho medo de muitas coisas — eu me virei para o quarto. — Eu simplesmente não os


conto a ninguém.

Voltei para dentro, contente em sentir a firmeza do chão contra meus pés e o calor do
interior. Derek entrou também e fechou as portas.

— Eu gosto muito desse quarto — sua voz, de repente, tornou-se bastante séria.

Ele abriu as portas do armário de bebidas e examinou as prateleiras cheias de garrafas


caras. Parecia tão normal para ele que por um momento não me questionei por que alguém
teria um bar em seu quarto.

No entanto, quando olhei ao redor, percebi que aquele não era o quarto dele. Não havia
nada pessoal ali, nem bugigangas nem fotos. Este era um quarto apenas para convidadas
como eu. Olhei para a cama e me perguntei quantas garotas ele tinha colocado sob os lençóis
vermelhos.

— Sim, realmente gosto desse quarto — ele reiterou.

No sutil brilho da lâmpada única, seus traços pareciam mais suaves, quase juvenis. Então ele
se levantou em linha reta e seu rosto régio voltou, todas as maçãs do rosto cinzeladas e um nariz
forte. Ele parecia um herói grego, um que eu lia nos livros quando criança. Enquanto eu olhava
para os braços grossos e o amplo peito eu me perguntei se ele era capaz de matar um Minotauro.

— Absinto? — Ele perguntou.

— Absinto? — Eu repeti.

Eu nunca tinha experimentado isso antes.

Não era algo que os garotos na minha pequena cidade natal bebiam nas ruas nos fins de
semana. Olhei para o copo de líquido verde com aspecto tóxico na sua mão e apertei os
olhos. Na luz fraca do quarto, de alguma forma não parecia real. Ele deu um passo mais perto e
colocou o copo na minha mão.

— Experimente — ele pediu. — Eu acho que você vai gostar.

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Eu não tinha certeza disso, mas tomei um gole de qualquer maneira.

A primeira coisa que notei foi o entorpecimento do meu lábio superior. Ele vibrou, senti
como se eu tivesse recebido uma injeção lábio. Em seguida, o gosto azedo do licor dançou
na minha língua.

Eu fiz uma careta e engoli tudo.

— Meu Deus!

Meu rosto deve ter ficado completamente vermelho. Ele riu, um risinho gentil e
brincalhão se divertindo com o meu desconforto.

— Muito bom, não é? — disse ele e então virou seu copo como um especialista.

— Não seria o adjetivo que eu usaria.

— A fada verde vai levá-la a lugares que você mal pode imaginar. Sabia que pode causar
alucinações?

— Está brincando, não é?

Ele abriu um sorriso malicioso.

Eu estava começando a ficar preocupada. Ele estava começando a ficar embaçado


em minha visão. Não que isso fizesse ele ficar menos atraente.

— Era a bebida favorita entre a maioria dos boêmios, os rebeldes artísticos e libertinos,
sabe... — ele passou a mão pelo cabelo e se sentou no final da cama. — Eu sempre pensei que,
se eu estivesse nascido cem anos atrás eu teria definitivamente sido francês. Ei... você poderia ter
sido uma dançarina do Moulin Rouge!

— Eu adoro esse filme!

Ele levantou as sobrancelhas.

— Enfim... você gostou?

Eu queria dizer a ele que sim.

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Eu desesperadamente não queria desapontá-lo e parecer deslocada. As meninas lá embaixo


no salão, elas provavelmente bebiam absinto diariamente e tinham ido para Paris diversas
vezes. Eles provavelmente comiam abacate esmagado com bagas de goji no café da manhã com
suco de grama orgânica.

Eu, por outro lado, seguia uma dieta baseada em cheeseburgers e milkshake de morango. Eu
ia para festas onde serviam cerveja em barril. Eu não sabia nada sobre Paris. Por mais que eu
queria dizer que eu amei o líquido verde fedendo na minha mão, tudo o que eu pude dizer era:

— Eu odiei.

Ele demonstrou-se decepcionado e então abriu um sorriso.

— Você é muito jovem para isso, talvez — Ele pegou o copo da minha mão.

— E você é muito delicada e pura, não é? Você é muito inocente para


desfrutar de algo tão forte e venenoso.

— Deve ser isso — eu dei um passo para mais perto dele.

Agora eu estava ao seu alcance e ele aproveitou sua chance, estendendo suas mãos e me
puxando pelo quadril contra seu corpo.

— Vamos nos conhecer melhor, não é?

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Capítulo 09

Ele abaixou-se e pressionou seus lábios contra meu estômago, mesmo com o tecido do
meu vestido pude sentir o calor de sua boca e desejei estar nua.

Ajoelhado, suas mãos deslizaram com vontade por minhas coxas, depois subiram
lentamente até meus quadris até que então estavam pressionando minha cintura. Engoli em
seco quando seus dedos cravaram em minhas costelas.

Ele estava sorrindo maliciosamente, o brilho de seus dentes brancos brilhando à luz da
lâmpada.

— Você é tão perfeita e pequena, — ele sussurrou. — Eu quero você por completo.

Sem aviso, ele rasgou meu vestido.

Assustada, me afastei, mas já era tarde demais, meu vestido caiu no chão em frangalhos em
torno de meus tornozelos. Eu estava agora exposta a seu poder, e novamente ao alcance de suas
mãos grandes, que voltaram a acariciar cada centímetro da minha pele.

Ele se inclinou e beijou meu ombro enquanto suas mãos percorriam minhas costas. Eu tremia
de desejo e medo em seus braços e ele riu antes de enganchar um dedo dentro da alça do meu
sutiã.

— Desde a primeira vez que te vi, eu quis tocar seus seios. Eles têm o tamanho ideal para
mim.

As alças caíram em torno de meus braços.

Inclinando-se mais um pouco como em um abraço, ele soltou meu sutiã deixando-o
cair. Meus mamilos despertaram, ficando duros e desesperados para serem sugado. Ele beliscou
um com o polegar e o indicador e apertou com força. Doeu e eu gritei, não tendo certeza se eu
queria esbofeteá-lo ou senti-lo apertar com mais força.

— É isso — ele suavemente murmurou. — Sua voz é como música quando está com dor.

Fechei os olhos e então senti ele beliscar mais forte. Quando eu pensei que não podia mais
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suportar, ele soltou. Meu mamilo estava roxo, cheio de sangue e altamente sensível.

— Eu sinto muito — disse ele com um toque de zombaria. — Deixe-me beijá-la para ver se
ajuda.

Ele acariciou a pele ferida com os lábios e então passou a língua sobre minha aréola,
gemendo avidamente enquanto provava meu gosto.

— Maravilhosa.

Ele beijou o espaço entre meus seios, sua respiração quente fazendo meu corpo inteiro se
arrepiar.

— Tão perfeita.

Ele desceu mais um pouco com sua boca e beijou minha barriga.

— Sua pele é como seda.

Ele desceu ainda mais e, em seguida, caiu de joelhos, meu sexo implorando para ser tocado
na frente de sua boca.

— Eu faria qualquer coisa para ver seu rosto enquanto goza.

Minha calcinha estava encharcada com meus sucos.

Ele puxou-a para o lado e ficou com o rosto a um centímetro de distância de mim, sua
respiração quente atingindo meu clitóris.

— Eu acho que você está mais do que pronta — ele disse enquanto respirava meu
aroma. — Sim... Mais do que pronto para mim — então senti sua língua sua língua faminta
lamber a pele macia de meus lábios.

Gemi alto, tomada por uma explosão de calor e prazer, uma onda de euforia. Minhas
pernas tremiam, mas ele as agarrou, suas unhas pressionando forte nas minhas coxas.

— Você gosta disso? — Ele perguntou, afastando-se para respirar profundamente.

— Sim... m-muito — respondi, quase sem fôlego.

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Ele não se moveu, apenas trouxe seus lábios para muito perto de mim, provocando-me.

— Diga por favor.

Olhei para ele confusa.

— Eu disse “diga por favor”.

— Por favor…

— Por favor, Sr. Leigh, me faça gozar — ele insistiu.

— Por favor, Sr. Leigh me faça gozar — implorei.

Nossos olhares se conectaram por um segundo e, após ele abrir um sorriso de vencedor,
enfiou de forma faminta a boca no meu clitóris e sugou.

Seu queixo ficou úmido como se estivesse sugando uma fruta madura e suculenta. Eu gritei,
convulsionei violentamente e perdi meu equilíbrio.

O orgasmo percorreu-me enquanto minha buceta estremeceu em sua boca e nunca, nem uma
vez, ele tirou os olhos do meu rosto.

Mesmo depois que eu gozei, quando meu corpo estava quase sensível demais para ser
tocado, ele continuou sugando, mais e mais forte até que meus olhos se encheram de
lágrimas e eu gritei.

Senti como se eu estivesse saindo do meu corpo.

Isso o divertiu, eu podia ver em seus olhos. Ele adorava sentir todo aquele poder sobre
mim. Quando eu não aguentei mais, ele se afastou e enxugou a boca com a parte de trás da
mão. Percebi que a parte da frente da sua camisa estava úmida. Ele puxou-a com os dedos e
olhou para mim.

— Olhe o que você fez.

— Eu sinto muito.

— Não sinta. É um elogio.

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Ele levantou-se de seus joelhos e segurou meu rosto, me beijando gentilmente. Tive a
sensação de que ele estava dando um beijo de adeus.

— Você não quer se deitar um pouco? — Ele gesticulou em direção à cama.

— Não se preocupe, não vou fazer você fazer nada. Às vezes, um homem só precisa de
alguém ao seu lado.

Aproximei-me da cama e sentei, senti o colchão macio e luxuoso acariciar minhas coxas e
mãos. Se fosse minha cama, eu nunca mais sairia. Me deitei e, como se eu fosse criança, ele
cobriu meu corpo nu com as cobertas.

— Irei deitar em um minuto — ele disse quando começou a tirar sua gravata.

Era a primeira vez que eu o veria sem suas roupas.

Ele desabotoou a camisa com uma lentidão deliberada, abrindo os botões ao mesmo tempo
que mantinha seus olhos escuros nos meus.

Tudo o que eu podia fazer era assistir enquanto cada centímetro de sua pele me era revelada.
Meu coração bateu mais rápido quando a roupa macia de sua camisa caiu.

Eu finalmente pude ver seus músculos bronzeados e a forma como eles ondulavam. Uma
tontura me atingiu quando ele tirou o cinto.

Caiu no chão fazendo um forte estralo, um sinal de que eu estava prestes a ver ainda
mais. Suas calças também vieram ao chão e ele demonstrou confiança ao ficar somente de cueca
boxer preta.

Assumo que senti meu corpo todo esquentar ao ver suas coxas saradas e o volume generoso
entre suas pernas.

— Obrigado por estar aqui — ele disse enquanto se juntava a mim para baixo dos lençóis.

Sua pele quente se pressionou contra a minha e, naquele momento, nunca me senti tão
feliz. Mas por que ele estava me agradecendo por estar ali?

Certamente, eu não era tão especial, não é?

— Quero dizer — ele disse como se estivesse lendo meus pensamentos. — Há algo
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especial sobre você. Você não é como as outras meninas, sabe? Não é como aquelas que
pensam que o mundo lhes deve algo.

— Eu sou apenas uma garota de cidade pequena.

— Você diz como se fosse uma coisa ruim.

— Não é?

— Não, de jeito algum!

Ele envolveu um braço em volta de mim e me aproximou dele, meu rosto apoiando-se em seu
ombro.

— Ser de uma grande cidade como Nova York não diz nada. Quero dizer, tem suas
vantagens obviamente, tudo está na sua porta, você sente como se estivesse no centro do
mundo, mas não é tudo.

Ele enrolou meus cabelos em seus dedos e beijou o topo da minha cabeça. Comecei a
sentir sono enquanto suas mãos me acariciavam.

Fechando os olhos, não consegui imaginar nada melhor que aquilo, a menos que ele me
pedisse para ficar. Mas eu sabia que aquilo logo teria um fim.

Nós íamos acordar pela manhã para seguir nossos caminhos separados e amanhã à noite
essa cama seria ocupada por outra pessoa, outra loira de vinte e um anos com uma
necessidade de ser amada.

— Quero dizer — ele continuou. — As meninas da cidade são ótimas. Nada as choca ou
surpreende, elas são realmente experientes. Elas sabem quais talheres usar num jantar chique e
podem encaixar-se em qualquer festa, mas isso as faz perder a jovialidade muito cedo. Elas
atingem vinte e um anos e pensam ter visto tudo já. Elas chegam ao auge pelos vinte e cinco
anos e depois disso, tudo o que querem é um marido rico, uma segunda casa no Hamptons e
um guarda-roupa que é maior que a maioria das casas familiares.

— Você está falando por experiência? — Eu olhei para cima.

— Oh — ele riu. — Talvez. Quero dizer, claro que eu tive minha cota de socialites.
Várias tentaram algo comigo, mas tudo o que querem é meu dinheiro.

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— Deve ser uma maldição, de certa forma.

Eu queria me chutar por dizer algo tão idiota.

— É — ele respondeu de forma genuína. — Embora muito divertido.

Pressionei-me ainda mais contra seu corpo e ele percebeu que eu estava prestes a adormecer.

— Boa noite, pequena.

Eu bocejei e puxei as cobertas sobre meus ombros.

— Boa noite, chefe.

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Capítulo 10

Quando acordei, havia uma comoção no apartamento.

Virei-me na cama e vi a porta do quarto aberta, revelando a cena que estava se desdobrando
no corredor. À distância, eu podia ver a sala onde havia acontecido a festinha, iluminada como
uma pequena televisão.

Esfreguei os olhos e me sentei, só então dando-me conta que Derek não estava a meu lado. O
som de sua voz estava aumentando, vindo do corredor, misturado com a voz aguda de uma das
meninas.

— Você a deixou passar a noite!

— Ela é sua namorada agora, por acaso? É isso que você está tentando me dizer? — ela
perguntou e então ouvi o barulho de vidro quebrando, como se algo tivesse sido jogado.

Que diabos estava acontecendo?

— Ela não é minha namorada, Valentina! — Leigh gritou.

Oh meu Deus, Valentina... Eu devia ter adivinhado que ela teria um nome assim. Não
havia como ser algo normal como Susan ou Jessica.

— Mas ela ainda está lá, certo? Se eu for para lá eu vou encontrá-la em sua cama
ainda, como se ela fosse a porra da Rainha do Egito!

— Valentina, você está sendo ridícula. Você sabe o que essas festas são. Elas são apenas
diversão. Quero dizer, sabemos que você não foi uma santa ontem à noite também.

Sua voz era suave.

— Claro — ela bufou. — Eu me diverti muito, mas eu sei até posso ir, sem ultrapassar os
limites.

— Limites? — Ele cuspiu. — Você não tem nem ideia do que é isso!

Saí da cama e os lençóis de cetim deslizaram para o chão.

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Parecia que a diversão havia sido oficialmente encerrada e que era hora de me vestir e ir
embora. Minhas coisas estavam espalhadas pelo tapete, um sapato aqui, outro ali. Minha
calcinha havia sido empurrada para baixo da cama, meu sutiã no outro lado do quarto.

Então eu vi o meu vestido.

Ele estava em pedaços ​na parte inferior da cama. O segurei ao lado do meu corpo e vi o
enorme rasgo em sua lateral. Ele havia praticamente o destruído quando arrancou do meu corpo
com tesão. Era um daqueles momentos em que tudo parecia uma boa ideia até a manhã seguinte.

Embora eu soubesse que era inútil, puxei o vestido em torno de meu corpo e me olhei
no espelho. Eu estava ridícula.

— Aff, horrível.

Eu o deixei cair de volta para o chão.

Os insultos estavam intensos na sala. Os outros convidados já haviam se envolvido


também. Parecia que metade deles estavam felizes por eu passar a noite, os outros do lado de
Valentina estavam furiosos.

— Você normalmente não deixa as meninas de fora passar a noite, Derek. Por que isso?

Dessa vez era o senhor mais velho falando, como se ele tivesse acabado de sofrer uma
grande injustiça. Eu não tinha ideia do que estava acontecendo ou por que era algo tão sério eu
ter permissão para ficar.

Havia tantas meninas que passavam por aquela cama, apenas para ser descartadas na manhã
seguinte, da mesma maneira como o meu vestido.

Claramente, algo estava errado, algo sério.

Havia um sentimento muito ruim me correndo por dentro. A menina estava certa, eu não
deveria estar ali. Eu não era um deles.

O único problema era que eu não podia sair dali sem passar pelo meio daquela discussão.
Sentei-me na beira da cama em vez disso, envolvendo-me nas cobertas e esperando a hora de
sair.

Foi então que, enquanto meus olhos percorriam o armário de bebidas que eu percebi um
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armário misterioso no canto do quarto. Eu não tinha notado aquilo na noite anterior, mas ali,
como o sol de inverno soprando através das janelas da varanda, eu podia ver sua forma sutil
esculpida na parede, a maçaneta brilhando com a luz do sol.

Com mais nada para fazer, fui até ela.

Ao abrir a porta, dei um pulo de susto para trás.

Fantasias de Dias das Bruxas?

Não, eles não pareciam tão baratos assim. Havia seis mantos pendurados como homens
em cabides, longos e aveludados.

— Que porra é essa?

Passei a mão em um.

Era macio entre meus dedos e feito de um material que eu nunca tinha visto antes. Puxei
uma manga para fora de modo que a luz do dia poderia alcançá-la. Era pele, embora eu não
conseguia descobrir de que tipo de animal.

Senti um arrepio percorrer meu corpo e o deixei cair de meus dedos de volta para o
armário. Com que diabos eu havia me metido?

Ouvi então passos vindos da sala.

Engoli em seco, fechei a porta do armário e corri de volta para cama.

— Desculpe por isso — Derek vociferou da porta, sem fôlego e de rosto vermelho.

Ele parecia diferente da noite anterior, ainda tão bonito quanto, mas a magia tinha sumido
de seus olhos. Ele não estava mais frio e calmo, ele estava emocional e estressado, além de
que parecia ter sumido toda sua confiança. Ele estava roendo uma unha nervosamente.

Ele quase parecia uma pessoa comum.

— Não se preocupe... mas ela já saiu?

— Valentina?

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— Sim, essa vaca! Eu não entendo o que eu fiz de errado.

— Oh querida! —, Ele correu para o meu lado. — Você não fez nada errado, absolutamente
nada.

Ele segurou meu rosto e me beijou forte.

Seu antigo eu estava de volta, o forte protetor da noite anterior.

— Valentina e eu... nós temos história, apenas isso.

— Apenas isso?

Pensei nas vestes secretas no armário, a sensação de que eu era tão indesejada em sua
casa e a sensação de que eu estava invadindo um clube secreto.

— Sim, é apenas isso. Ela sempre fica assim. Ela não é divertida como você.

Ele me beijou na ponta do nariz e eu ri como uma adolescente.

Mas, mesmo assim, eu não pude deixar de notar que seu rosto ainda parecia uma estátua de
tão rígido e sério.

Ele estava escondendo algo.

Eu podia ver na forma em que seus olhos corriam de um lado para o outro e a maneira como
seu corpo ainda estava lutando para conter as verdadeiras emoções.

Mas quem era eu para ficar analisando isso?

Eu mal conhecia aquele homem.

Dei de ombros e deixei para lá.

— É melhor eu voltar para o meu apartamento — disse.

Estava na hora de eu tomar banho e me preparar para outro dia no trabalho.

Pensei em toda a poeira e papéis sem fim e então em Cecil e estremeci.

— O que há de errado? — Perguntou Derek.

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— Ah, nada. Apenas lembrei desse cara com quem compartilho minha sala. Ele é um pouco
esquisito.

— Sério? — Ele riu. — De qualquer forma, precisamos arrumar roupas para você. Se eu me
lembro bem, seu vestido já teve dias melhores.

Ele o pegou e sacudiu a cabeça.

Caminhando até a cama, ele pressionou um botão que eu não tinha notado antes, um
vermelho ameaçador que parecia que poderia detonar uma bomba.

— Sim, senhor — uma voz aguda veio de um alto-falante pela cabeceira da cama.

Eu reconheci a voz, era do mordomo.

— Um tamanho quatro — Derek disse.

— Sim, senhor — repetiu o mordomo.

Um momento depois, bateu na porta.

— Obrigado, John — Derek disse assim que recebeu uma misteriosa caixa preta
das mãos do mordomo.

Ele então entregou para mim.

— Peço perdão, eu sempre estou rasgando vestidos.

Eu abri a caixa e vi seda preta.

— Vista-o — insistiu Derek.

Puxei para fora da caixa. Era o vestido preto mais bonito que eu já tinha visto. Eu nunca tinha
possuído algo tão sedutor ou caro assim.

— Com isso você poderá voltar para seu apartamento sem parecer ter sido atacada por um
tigre — ele riu.

Eu não sabia o que estava mais me incomodando.

O fato de eu ter recebido um presente tão caro ou que ele tinha grande quantidade
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desses vestidos, prontos para serem distribuídos a suas conquistas sexuais.

Por mais que eu não quisesse, me senti ferida.

— Obrigada.

Ofereci um sorriso fraco enquanto comecei a me vestir.

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Capítulo 11

Eu não sou do tipo paranoica, mas assim que eu entrei no escritório, tive certeza de que todo
mundo estava olhando para mim.

Eles todos deviam saber que fui convidada para a festa de Derek e por algum motivo estavam
com raiva.

— Ela é parte de seu círculo íntimo agora — uma voz veio de um cubículo nas proximidades.

Fiz uma careta enquanto tentava ver quem era, mas como eu olhava por cima das baixas
paredes de madeira que dividiam as mesas, apenas vi um rosto se encolher atrás de uma tela de
computador.

— Este lugar é um circo maldito —, eu murmurei sob a minha respiração.

Comecei a olhar através do mar de mesas para a mulher carrancuda, aquele


que carregava uma prancheta perto de seu peito como um bebê recém-
nascido. Então eu ouvi a voz dela.

— Cecil! Me desculpe, mas eu estou apenas fazendo o meu trabalho.

— São vinte anos, Karen! E agora eu não significo mais nada para a empresa, para ser
mandado pra rua sem motivo algum?

Cecil veio caminhando para fora da sala carregando seus pertences em uma caixa de
papelão, uma planta triste caída sobre a borda. Lápis e canetas caíram no chão, mas ninguém se
importou em ajudá-lo.

Karen observou ele sair, uma mão em seu quadril.

— Eu estou apenas seguindo ordens — ela balançou a cabeça. — Por favor, não faça uma
cena, Cecil.

— O que está acontecendo? — Perguntei.

— Urgh... Aparentemente, a gestão decidiu cortar alguns funcionários do quadro e ele foi um

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dos escolhidos.

— Oh... — murmurei, sabendo que aquilo era uma mentira.

Derek, ele tinha sido responsável por aquilo.

— Eu vou falar com o meu sindicato sobre isso! — Cecil gritou por cima do ombro antes
de entrar no elevador.

— Claro que sim, amigo — Karen revirou os olhos.

Então ela olhou de volta para mim.

— Então... como foi a festa?

Pensei nas meninas glamorosas e seus surtos de raiva, as vestes misteriosas no armário e a
forma como Derek me segurou quando estávamos dormindo... a forma como ele me chupou até
minhas pernas cederem.

— Ah, foi legal.

Ela levantou uma sobrancelha para mim.

— Apenas legal, tem certeza?

Fiquei quieta.

— De qualquer forma — ela mudou de assunto. — Você não está nesta sala mais.

— Sério?

— A administração decidiu também que você precisava de uma mudança de


cenário. Você está recebendo uma promoção.

— O que? — Perguntei, surpresa.

— Dessa forma — ela sacudiu o dedo para mim.

Ela me levou até o fim do corredor, seus quadris balançando de um lado para o
outro enquanto ela habilmente caminhava em seus saltos altos.

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— Você ficará aqui — ela abriu uma porta para revelar uma escada escondida.

Quando chegamos ao topo, ela digitou um número em um teclado e uma porta se abriu.

— O código é 5-5-4-2-3.

— Okay. Só um momento, deixa eu anotar. Como era mesmo?

Mas ela já estava no meio da escada, os saltos batendo nos degraus de metal.

— Aproveite, garota. Eu não sei o que você fez na noite passada, mas você deve ter feito
muito bem — ela disse após abrir a porta e descer as escadas para ir embora. Não consegui dizer
nada.

Eu olhei para dentro da sala e suspirei.

O escritório era enorme, com uma mesa de mogno luxuosa e uma cadeira de couro tão
grande que eu não tinha certeza se eu iria caber nela. Quando entrei, vi um envelope sobre a
mesa, dourado e em relevo com insígnias da Leigh. Ele cheirava a colônia de Derek.

Com as mãos trêmulas, abri.

Boa sorte em seu novo escritório. Fique bonita.

Meu coração acelerou e as palmas das minhas mãos suaram. Senti vontade de pular e gritar
como uma criança de 7 anos após ganhar um presente.

— Ah, meu Deus! — disse, ainda sem saber como reagir.

Sentei-me à mesa e deslizei os dedos sobre a madeira suave da mesa.

— Bonita… — repeti a palavra da carta.

Então me veio à mente a demissão de Cecil. Ele não merecia aquilo.

Ele era um homem bom, tinha gatos para alimentar.

De repente, me senti como uma idiota.

O que eu havia feito de bom para ganhar uma sala maravilhosa daquelas? Era justo
eu receber aquele privilégio apenas por ter ido para a cama com o chefe?
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Tentei não pensar sobre isso e me recostei na cadeira respirando fundo. Então o telefone
tocou e eu dei um pulo assustada.

— Jesus!

Me levantei e peguei o telefone receosa

— Olá?

— Você gostou do seu presente? — a voz de Derek surgiu do outro lado da linha, fazendo
meu coração palpitar ainda mais forte.

— Sim, gostei muito... obrigada — disse, sem jeito.

— Não precisa agradecer. Você merece um lugar confortável.

— Na verdade, eu realmente não sei o que eu fiz para merecer.

— Você estava perfeita.

— Perfeito?

— Você não
entenderia, você é
muito doce para
isso.

— Realmente
não consigo...

— De qualquer forma, eu tenho uma reunião agora, só queria ter certeza de que você gostou
da nova sala.

— É maravilhosa.

— Não tanto quanto você — ele disse, me deixando sem graça.

Tinha sorte dele não estar ali para ver meu rosto corado ou o sorriso bobo em meu rosto.

— Mas o que eu deveria estar fazendo aqui? — perguntei.

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— O que você quiser — ele respondeu de imediato. — O mundo é sua ostra — e então
desligou.

O que diabos aquilo significava?

Olhei para o telefone silencioso como se, de alguma forma, fosse me dar alguma
resposta. Em seguida, ele tocou novamente.

— Olá?

— Não toque nas vestes! — uma voz feminina sussurrou.

Em seguida, a linha ficou muda.

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Capítulo 12

A neve caía fortemente, cobrindo toda a cidade, como fios de algodão.

Eu inclinei minha cabeça contra a janela e observei enquanto ela caia através do vidro.
Aqueles borrões brancos que combinavam com as paredes da minha nova luxuosa sala. Porém,
me sentia um pouco enclausurada.

Não toque nas vestes.

Aquelas palavras não abandonavam minha mente e nem a voz feminina que sussurrou
com raiva. Eu me sentia agoniada, até mesmo um pouco tonta em imaginar que poderia
haver alguém me observando.

O dia tinha passado lentamente, enquanto eu tentava me ocupar com as tarefas mais simples
possíveis. Eu troquei os locais dos móveis da sala, arquivei coisas que não precisavam ser
arquivadas e fiz café para todos no corredor, duas vezes. Tudo isso para me sentir segura, ao
redor de outras pessoas.

— Não toque nas vestes — eu sussurrei, pela milésima vez tentando entender. Só podia estar
se referindo aos mantos no armário de Derek, não é? Mas quem sabia que eu vi?

Olhei para o relógio e vi que era quase cinco horas da tarde.

Uma batida na minha porta soou antes de eu ouvir o código ser digitado na porta da sala. Era
muito estranho minha sala possuir senha para entrar.

— Hey — Karen entrou com uma caneca fumegante. — Eu pensei que você gostaria disso. É
chá verde.

— Obrigado — eu peguei dela e senti meus dedos queimar.

— Você parece cansada.

— Sim — Eu balancei a cabeça, mas não dei mais detalhes. — Mas ainda tem mais pela
frente.

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Ela apertou os lábios pensativa. Por um momento pareceu querer dizer algo, mas no seguinte
pareceu desistir.

— Tenha cuidado — disse ela por fim antes de virar para sair.

— O que? Espera!

Estendi a mão e a agarrei pelo braço.

— Você trabalha aqui há muitos anos, não é? — perguntei soltando-a.

Ela parou e olhou para o chão, limpou a mancha de sua camisa onde eu a segurava.

— Eu estou na Leigh Enterprises desde que o pai de Derek havia começado aqui — ela
disse enquanto seu peito se encheu de orgulho. — Ele era um bom homem, um homem
trabalhador do povo.

Eu poderia dizer que ele significava muito para ela.

— Você gostava muito dele, não é?

Ela assentiu com a cabeça. Por um momento, parecia que ela estava à beira das
lágrimas, mas ela virou-se para esconder o rosto.

— Sim... eu gostava.

— Karen, — Eu sentei na minha cadeira e fiz um gesto para ela se sentar à minha
frente. — Eu não posso dizer o quê, mas sinto que há algo acontecendo aqui.

— Algo acontecendo? — Ela zombou.

Eu não sabia como explicar.

Além de uma festa estranha e um telefonema misterioso, eu não tinha muito mais para falar.

— Alguma vez você já foi convidada para uma festa dos Leigh?

Ela estreitou os olhos como se ela não tivesse certeza se deveria dizer-me ou não. Então ela
soltou um suspiro quando cedeu.

— Eu costumava ir o tempo todo antes de Derek nascer. Eram tempos selvagens, mas
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acabou pra mim há tempos — ela acenou com a mão com desdém.

— Mas tenho a impressão de que são realmente uma grande coisa, como...

— São mais do que apenas reuniões de negócios... — ela me interrompeu.

— Eu não consegui deixar de sentir que os outros além de Derek não queriam que eu
estivesse lá.

Mais uma vez, ela estreitou os olhos.

— Bem, ouça, garota. Você me diga, você estava lá. Rolou algo grande ou não?

— Na verdade não...

— Pois é — ela levantou-se e agarrou a sua prancheta. — Mas, às vezes, achar isso
não significava que não tenha rolado — ela piscou, seus cílios postiços acenando para
mim.

— Espere!

Ela parou seu andar e bufou.

— Só mais uma pergunta.

Ela estava de costas para mim, uma mão na porta pronta para abri-la.

— As vestes negras — eu gaguejei. — Quem as usa?

Ela não respondeu, mas suas palavras não ditas eram ensurdecedoras.

Eu podia ouvir sua respiração, o som de seu peito sacudindo com os restos de um milhar de
cigarros.

— Tem algo por trás daquelas roupas? Sinto que não são apenas fantasias de dia das
bruxas.

Sua mão tremia, as unhas postiças batendo na porta.

Ela olhou por cima do ombro e sacudiu a cabeça.

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— Não se meta com coisas que não são suas.

E ela saiu da sala, seus saltos fazendo barulho nas escadas enquanto fugia.

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Capítulo 13

Meus pés estavam doendo enquanto eu andava para casa.

Tirei meus sapatos quando pisei no chão do andar do meu apartamento, e senti o tapete
macio entre os dedos dos meus pés.

— Aah...

Segui para meu apartamento, a última porta no fim do longo corredor sem janelas. Então
ouvi uma música clássica tocando suavemente a distância. Parecia que algum dos meus vizinhos
estava relaxando no final de um longo dia de trabalho.

Mas enquanto eu caminhava em direção à minha porta, eu percebi que não era os
vizinhos. A música estava vindo da minha casa.

A porta estava destrancada, receosa abri alguns centímetros, suficiente para ver que havia
alguém lá dentro na penumbra. Prendi a respiração enquanto tentava identificar a silhueta na
minha sala. Havia algo em sua mão reluzindo com a luz. Algo afiado? Senti as pernas
estremecerem.

— Derek?

Eu entrei.

— Olá, minha querida.

Ele girou a mão e tirou a rolha da garrafa que ele estava segurando, era o saca-rolhas que
brilhava. Ele derramou um pouco do vinho tinto de tom de sangue em uma taça.

— O-o que você está fazendo aqui? Quero dizer, foda-se que soe rude, mas, o que
diabos está fazendo aqui?

— Eu pensei em surpreende-la.

— Você definitivamente conseguiu.

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Ele sorriu e serviu outra taça, entregando-me com um largo sorriso no rosto.

Sério que ele não pensou no quanto aquilo era esquisito e assustador?

— Você gostou do seu novo escritório?

— S-sim... é lindo — disse, pegando a taça com receio.

— Eu espero que isso te traga lembranças felizes — disse ele.

Aquilo havia soado estranho na minha cabeça, como palavras ocas que não significavam
nada.

— Tenho certeza que sim — disse e tomei um gole de vinho.

Era quase tão repugnante como o absinto, azedo e amargo, mas eu o engoli mesmo
assim. Derek estava em pé na minha frente, atento aos meus movimentos.

Eu queria perguntar-lhe sobre as vestes, estava desesperada para dizer a ele sobre o
telefonema que ainda fazia os pelos dos meus braços se arrepiarem, mas eu sentia que não
podia.

Em vez disso, apenas o observei e me questionei mais uma vez por que ele estava realmente
em meu apartamento e se ele tinha as chaves de todos.

Era um pensamento arrepiante.

— Eu não acho que você está aqui apenas para beber vinho.

Ele sorriu, as covinhas de seu rosto se evidenciando.

— Você está certa — ele disse passando a mão pelo cabelo. — É realmente tão terrível
que eu queira passar um tempo com você? Você é linda Katie e tão... diferente do que estou
acostumado.

— Diferente? Por que eu sou de uma cidade pequena e eu não sou uma socialite rica de
alguma forma te excita? Como se eu fosse algum pedaço de carne barata com quem você
pode ter algum prazer proibido?

Ele franziu a testa.

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— Jesus, você não está acostumada a ser elogiada, não é? Eu ia dizer que você é
diferente, porque não é mesquinha como as outros.

— Ah...

Minhas bochechas queimaram.

— Desculpa.

— Não peça, você fica ainda mais linda quando está com raiva.

Ele esvaziou sua taça com um gole e se livrou dela. Seus olhos pareciam selvagens quando
olhou para mim, uma escuridão profunda e misteriosa que poderia afogar uma garota como eu.

Quando ele se aproximou deixei-me ser tomada por seus braços e meu corpo ficou
completamente mole quando me beijou com força.

Ele me pegou em seus braços e me levou para o quarto, onde me soltou na cama
com o seu corpo pesado sobre mim.

— Eu estive pensando em você o dia inteiro — ele grunhiu enquanto brincava com o
volume entre suas pernas. — Não consegui parar de imaginar como é a sensação de foder sua
buceta. Diga-me, quantos homens já estiveram dentro de você?

Ele puxou minha calcinha para o lado, sentiu a minha umidade molhar seus dedos e
massageou meus lábios, enquanto com sua outra mão abria o zíper de sua calça. Gemi alto.

— Diga-me, Katie. Quantos homens já estiveram dentro de você?

Eu não queria mentir.

Ele descobriria a verdade em algum momento.

— Nenhum — Eu engasguei quando senti a ponta do seu pênis empurrar contra a minha
abertura. — Eu nunca deixei alguém entrar em mim antes.

Ele parou por um momento, arregalando os olhos.

— Você está falando sério? — Perguntou.

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Eu balancei minha cabeça.

— Você é realmente diferente — ele disse abrindo um sorriso safado.

Então senti ele empurrando seu pau para dentro de mim.

Doeu muito.

Ardia como se eu estivesse sendo queimada, mas em seguida, a dor diminuiu e eu estava
cheia de prazer. Ele metia em mim cada vez mais forte e rápido, como um animal selvagem, e
eu cravei minhas unhas em suas costas.

Meus gritos sobrepondo a música que ainda estava tocando alegremente na cozinha. Eu me
contorcia de prazer na cama, e logo estava pedindo pra ele me foder ainda mais forte. Aquilo
era maravilhoso.

Queria sentir cada centímetro de seu pau me penetrar profundamente.

— Oh Deus!

Seus dentes estavam cerrados e o rosto completamente vermelho.

— E-eu não consigo segurar mais — ele disse entre gemidos e isso me excitou ainda mais.
Senti meu corpo todo ser tomado por um ondas elétricas e calor intenso.

O orgasmo me atingiu com força, enquanto Derek metia freneticamente em mim. Seus dedos
estavam no meu cabelo, segurando minha cabeça contra o travesseiro, seu hálito quente em meu
rosto.

Era quase impossível dizer quem gemia mais alto.

Quando finalmente retomei a consciência, senti ele baixar a cabeça em meu pescoço e
estremecer uma última vez. Suas nadegas apertando enquanto ele gozava dentro de mim em
vários jatos quentes.

Em seguida, seu corpo afrouxou e ele caiu sobre mim exausto.

— Puta que pariu — ele respirou. — Você é... Você é perfeita.

Ele ainda estava lutando para respirar quando me beijou, seus lábios tremendo contra os

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meus.

— Ainda não consigo acreditar que você era virgem — ele se virou e olhou para o
teto. — Só se é virgem uma vez.

Eu estava atordoada.

Só então cai na real com o ardor entre as minhas pernas retornando.

Eu havia dado a ele aquilo que tanto guardei...

O último pedaço da minha inocência.

E faria isso mais uma centena de vezes. Coloquei minha cabeça no peito dele e deslizei o
dedo para baixo de seu estômago. Sua pele estava completamente molhada de suor.

— Hey — eu sussurrei em seu ouvido. — Você acha que podemos fazer de novo?

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Capítulo 14

O quarto estava escuro quando abri os olhos, mas uma fresta de luz vinha do chão do
corredor por baixo da porta. Eu rolei na cama para sentir o corpo de Derek, mas tudo o que eu
senti foi um colchão quente.

Bocejo e ouço sua voz abafada vindo da sala.

O relógio na parede mostra que são quatro horas da manhã, o que diabos ele estava fazendo a
esta hora? Uma chamada de negócios?

Deve ser isso.

Mas como minha curiosidade é enorme, ando nas pontas dos pés pelo corredor, e sua voz vai
tornando-se mais alta a medida que me aproximo.

— Valentina, pare de gritar, por favor. Chorar não vai ajudar, vai? — Ele sussurrou com
raiva. — Se você não se acalmar eu não posso ajudar.

Valentina... senti o ódio tomar conta de mim.

Aquela vaca!

Dei mais um passo para a frente e senti uma pontada entre as minhas pernas, um estalo de
dor vindo de onde ele entrou em mim. Eu não poderia passar uma noite com ele sem que essa
garota se intrometesse?

Observei Derek da abertura da porta.

Sua cabeça estava em suas mãos quando ele se sentou na ponta do sofá. Ele ainda estava nu
e seu rosto estava sendo iluminado pela luz da luz que vinha da janela.

Parecia uma pintura antiga.

Com os dedos, ele esfregava sua testa com impaciência, enquanto uma única veia pulsava
com raiva em seu pescoço.

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— Pare de ser uma cadela! — Xingou e balançou a cabeça. — É impossível conversar


contigo quando você está assim.

Eu podia ouvir a voz abafada de Valentina a partir do telefone, mas eram claramente
gritos altos. Soava como um animal sendo torturado ou uma harpia com o coração partido
implorando pela morte.

— Olha, mana — ele segurou o telefone com tanta força que sua mão tremia — Você falou
com o papai?

Mana?

— Puta merda! — minha boca disse silenciosamente antes de eu tampa-la com as mãos.

Valentina era sua irmã.

Por que ele não me contou isso?

Por que todo esse mistério?

Eu tremia de frio e nervosismo, encostada àquela parede. Como uma estranha em minha
própria casa, o assisti em desespero. Em seguida, ele disse as palavras que fizeram um arrepio
correr pela minha espinha.

— Só porque ela viu as vestes não significa que ela sabe alguma coisa.

Engoli em seco e dei um passo atrás, uma tábua do chão rangeu com meu peso. Ele olhou
para cima, em direção aonde eu estava.

— Valentina, eu te ligo depois.

Ele desligou.

— Venha aqui — ordenou.

Eu recuei, mais e mais até que eu estava de volta no quarto.

Pensei em fechar a porta, mas não adiantaria, não trancava.

— Venha aqui — ele repetiu, sua voz ficando ainda mais irritada.

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Podia ouvir seus passos, ele estava vindo até mim.

— O que está acontecendo? — Eu gritei, mas era uma uma pergunta muito vaga para todas as
respostas que eu queria.

No escuro do quarto, tropecei e cai sobre a cama.

Ele rapidamente veio para cima de mim, ajoelhando-se sobre meu corpo e segurando meus
pulsos.

— Calma — disse ele. — Não é o que você pensa.

— O que é então? — Perguntei enquanto me debatia inutilmente. — Por que você não me
disse que ela é sua irmã?

— Por que eu deveria? Até então eu não era obrigado a te contar nada.

Ele me soltou e então saiu de cima de mim.

— Eu normalmente não conto para cada garota com quem saio minha história de vida. Você
por acaso quer uma cópia da árvore genealógica da minha família ou minha certidão nascimento,
é isso?

— Ok, não há necessidade disso — eu resmunguei enquanto esfregava meus pulsos. — Eu


apenas quero entender tudo isso.

Por um longo momento tenso ficamos em silêncio, de costas um para o outro com nada
além do ar frio e escuro ao nosso redor. Enquanto esperava ele dizer algo, eu mexia
nervosamente em uma mecha de cabelo até que ele a colocou atrás da minha orelha.

Um arrepio percorreu todo meu corpo.

Eu corri de volta para baixo das cobertas e puxou-as por cima da minha cabeça como uma
criança em um forte improvisado. De alguma forma, parecia mais fácil falar com ele dessa
maneira.

— O que há de errado com a Valentina? Me diga!

— Ela está tendo alguns problemas no momento.

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— Problemas?

— Olha, é muito complicado para explicar agora, mas sim... ela está passando por um
momento difícil.

— Por que ela me odeia?

— Ela só está com ciúmes de eu ter encontrado alguém como você.

— Ela não tem namorado?

— Não... bem, ela tinha, mas agora não mais.

— E quanto a aquela outra garota?

— Ophelia? Esqueça-a.

— Nenhuma das meninas que você conhece têm nomes normais, como Sarah, Sandra ou algo
assim?

Ele riu.

Senti ele levantar as cobertas e então seus dedos cavando profundamente em minhas
costelas. Eu gritei e rolei enquanto ele entrava debaixo do meu cobertor, fazendo-me cócegas e
me cobrindo com seu grande peso.

— Venha aqui!

Eu me contorcia sobre a cama, rindo e tentando fazê-lo se afastar.

Até que ele finalmente parou e me encarou.

— Você não tem noção do quanto é linda — Ele estendeu a mão e beijou meu rosto. —
Você é tão adorável e engraçada.

Deitou-se e me puxou para ele, o cobertor ainda por cima de nossas cabeças. Ficamos
escondidos ali, em nosso pequeno mundo, com a mistura de nossas respirações aquecendo
nossos corpos nus.

Naquele momento eu senti uma onda de amor por ele, mas não disse uma palavra sequer. Eu

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não podia suportar a idéia de assustá-lo e ele ir embora.

Eu ainda tinha muitas perguntas, mas no fundo, eu sabia que ele não seria capaz de estar
envolvido com nada ruim.

Eu só podia ter interpretado tudo errado, como fiz com Valentina.

Com ele me abraçando apertado, senti meu corpo relaxar e protegida por seus braços, deixei-
me adormecer. Apesar de tudo, eu estava feliz.

Verdadeiramente feliz.

Mas a tranquilidade não durou.

Meu sono foi interrompido pelo som do meu telefone tocando e eu vi ele piscar do
chão, entre minhas roupas.

Tentando não acordar Derek o peguei.

— Alô? — Disse sussurrando.

— Não fique muito confortável.

— Valentina?

Continua no livro 02!


Previsão de lançamento: 10/10/2017

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