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SINOPSE
PRÓLOGO
CAPÍTULO 01
CAPÍTULO 02
CAPÍTULO 03
CAPÍTULO 04
CAPÍTULO 05
CAPÍTULO 06
CAPÍTULO 07
CAPÍTULO 08
CAPÍTULO 09
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
CAPÍTULO 33
CAPÍTULO 34
CAPÍTULO 35
EPÍLOGO
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SINOPSE
Claro que a todo instante penso em desistir. Claro que sei que
se seguir em frente com esta minha decisão será um caminho sem
volta.
Lógico que tentei evitar. Saí infinitas vezes atrás de emprego e
em todo canto diziam que não tinha qualificação, experiência e toda
e qualquer desculpa que pudesse confirmar a negativa. Os dois
únicos sins que recebi nada mais eram do que emprego onde o
proprietário escolhia moças jovens que pudessem atrair a atenção e
as mãos de seus clientes. Sem ser consensual, desejado e o pior,
obrigando-nos a serem coniventes e até mesmo dóceis com algo
tão ultrajante.
Isso levou-me a demissão. A pedir para sair. Mesmo sabendo
que precisava ajudar Jéssica e que não era justo que somente ela
fosse responsável por nos manter.
E a incapacidade de conseguir outra qualificação, associada a
percepção de que os programas de Jéssica tinha um intervalo cada
vez menor, fez-me estudar outras possibilidades, fez-me decidir por
também ir por este caminho.
— Eu sabia que seria demais para você!
Ela diz com certeza, com propriedade.
— Pois se apenas estas roupas ousadas lhe causam
desconforto, imagina o contato, o toque.
Engulo em seco sabendo que ela está certa.
— Vou ligar agora para o Beto e...
— Não!
Digo firme, tentando encerrar a discussão.
— Mas Maya...
— Não é você que sempre diz que confia nas escolhas de
Beto, que ele jamais lhe colocou em roubada, que os clientes dele
são...
— Tá, tá eu sei o que digo sobre ele! Mas é diferente!
Sei o que ela quer dizer e por isso não vou enfrentar, vou por
outro caminho.
— Jéssica, não foi você que solicitou pessoalmente a ele que
escolhesse...
— Foi. Pedi que escolhesse um cara legal, que não tivesse
fetiches capazes de assustar você e que não fosse adepto do
BDSM.
Engulo em seco, pois até mesmo uma virgem como eu sabe o
que isso significa.
— Sou mais do que grata pelo seu cuidado...
— É o mínimo que poderia fazer tendo em vista que você é
virgem!
Sim, ela tem um ponto.
— Só pode estar louca de se propor...
— Jéssica, você acha que não tentei outras coisas? Acha que
faria isso se tivesse outra escolha, ou que você faria isso se também
tivesse escolha?
Ela engole em seco.
— Claro que não! E mais, você fala em virgindade como se eu
fosse intacta. Já beijei, já toquei e fui tocada. Apenas não tive
namorado sério, e talvez por isso não me entreguei, pois não queria
que o meu primeiro fosse um dos caras aleatórios que peguei em
minhas saídas. Mas não é que romantize a virgindade ou que ache
que casaria com o primeiro que transasse. Apenas não aconteceu.
Ela suspira, aparentemente mais tranquila com o que escuta.
De repente ela percebe que esta é uma briga perdida.
— Parece que não mudará de ideia e que não tem outro jeito a
não ser aceitar sua decisão.
Dou um sorriso fraco, pelo menos venci esta batalha, mesmo
que o meu interior esteja cheio de conflitos que não sei se serei
capaz de superar. Somente a noite mostrará se serei ou não capaz.
— O que não tem remédio, remediado está!
Filosofa.
— Então vem, Maya. Já que está decidida a seguir em frente,
ajudarei você a ficar ainda mais bela. Tornarei você irresistível.
Certamente o cara escolhido por Beto agradecerá aos céus assim
que colocar os olhos em você.
Suas palavras apenas me agitam mais, pois faz tudo parecer
ainda mais real. Infelizmente foi minha escolha e será minha opção
de vida até que consiga enxergar uma outra forma de não ser um
peso para aquela que me acolheu, que me deu um teto e comida,
em um mundo em que ela é meu único vínculo, minha única amiga.
Minha irmã.
Poderia dizer que fiz isso para não devolver o dinheiro, poderia
dizer que já estou pensando como a profissional que me dispus a
ser.
Mas esta não é a verdade, e está bem longe de ser.
A verdade é que jamais tinha me sentido assim, que jamais
nenhum dos poucos caras com quem fiquei me fizeram sentir o que
Marco me fez sentir.
E não saberia dizer se foi sua beleza, seu toque experiente, ou
a química explosiva entre nós. Realmente não saberia dizer.
O que certamente saberia afirmar é que bati o pé e não voltaria
atrás e nem ele tampouco, mas jamais poderia deixar este quarto
sem ter o meu desejo saciado, pois o que era para ser algo
profissional, tornou-se querer, tornou-se realmente um momento de
desejo entre um homem e uma mulher.
Talvez tenha sido sua experiência, ou minha inexperiência,
certamente eu não tenho a resposta e nem me esforçarei para ter.
Queria saciar suas vontades e o fiz, assim como Marco
seguramente retribuiu a gentileza.
E agora é vida que segue, cada um para o seu canto.
Universos diferentes, com chance nenhuma de reencontro.
E tendo esta certeza tento me recompor e, tão logo consigo
um mínimo de controle e dignidade, busco o afastamento. Dou
passos no sentido de evitar que acabe implorando para que me faça
dele, retirando a condição imposta por mim, sabendo que se
certamente tivesse dinheiro ofereceria para que ele me levasse para
a cama, consumando o que começamos mais cedo.
Mas como as coisas estão longe de ser assim, continuo a me
afastar, mesmo que não perceba movimento algum de sua parte.
Marco continua inerte, não fala nada, muito embora saiba que
acompanha meus movimentos. A respiração profunda, ruidosa.
E quando aproximo-me novamente das minhas roupas, escuto:
— Espere.
Continuo de costas, embora não tenha feito qualquer menção
de pegar as peças espalhadas pelo chão.
O coração bate alucinado, louco para que ele nos permita
concluir o que queremos.
Sei que ele está vindo em minha direção. Sei que ainda resta
uma chance.
Sinto suas mãos em meus ombros, fazendo-me virar-se para
si.
Olho ansiosamente para sua boca e espero as palavras, a
agonia é tanta que mordo meu lábio inferior.
Ele parece não saber o que dizer, ou como dizer. Até que ele
faz algo melhor, muito melhor.
Mostra o que quer. Marco surpreendentemente me beija.
Com desespero. Com fome. Com luxúria.
E eu retribuo, sem cantar vitória, porque nós dois somos
vencedores.
Pois teremos nossos desejos saciados, terminaremos o que
anteriormente começamos.
Sua língua na minha, seu gosto arrebatando-me. Tornando-me
desejosa, querente. Refém.
O sabor, o querer. Um simples beijo transportando-me a uma
espiral de sensações que sequer sei como nomear.
E verdadeiramente não o quero. Somente quero sentir.
Deleitar-me, entregar-me.
E o beijo parece durar para sempre, ao mesmo tempo que
parece não durar tempo suficiente.
Afastamo-nos ofegantes, arfantes.
Tão logo separamos nossos lábios, Marco me coloca em seus
braços. Leva-me para a cama.
Beijo seu pescoço. Faço carinho.
Pois ultrapassamos suas barreiras mais íntimas.
Ultrapassamos as minhas também.
E agora não é mais sobre o dinheiro, pois já prestamos conta.
Agora é a sua vontade, é a minha vontade.
Ele me coloca na cama e logo está sobre mim. Jamais deixa
de me tocar, de me beijar.
Coloco a mão em seu membro e sei que está pronto.
Masturbo-o, pois é mais forte do que eu.
Ele retribui o contato e arranca de mim um suspiro desejoso.
Seus dedos se lambuzam em meu querer, em minha vontade de tê-
lo dentro de mim.
E ele parece entender esta minha necessidade, parece não
mais suportar esta espera.
Pelo jeito como busca pelo preservativo, pela forma apressada
com que o coloca.
Olho-o e mostro que estou pronta. Ele encara-me com fome.
— Faça valer a pena.
Diz simplesmente.
E não temos mais tempo. Não podemos esperar mais.
Ele se coloca na minha entrada. Com cuidado, como se
temesse me partir.
Marco avança lentamente, temendo me causar dor.
E mesmo com tanto zelo, a dor é inevitável.
Ele parece temer continuar. Eu, ao contrário, somente quero
que ele continue.
E mostro isso pelo aperto que minhas pernas fazem ao seu
redor, pela forma como ergo meus quadris.
— Continue. Prometo que farei valer a pena.
E o beijo.
Com sofreguidão. Dando-lhe permissão.
E ele entende. E continua.
Rompendo a barreira derradeira, causando-me uma dor que
parece insuportável.
Até que seus dedos encontram novamente meu clitóris, até
que ele faz-me desmanchar novamente sob seu toque.
E então Marco inicia os movimentos lentamente, como se lhe
fosse custoso, como se lhe matasse controlar-se tanto.
Ele grunhe, eu gemo.
Ele percebe que a dor foi substituída, percebe que estou
totalmente rendida às sensações.
E os movimentos aumentam o ritmo. E o toque de seus dedos
levam-me rapidamente à borda.
— Porra de ruiva apertada!
Ele diz de forma descontrolada. Os movimentos alucinados.
E sei que estou perto. Que falta pouco, muito pouco.
Talvez um toque. Um comando. Uma arremetida derradeira.
E ele me proporciona tudo, enquanto diz:
— Goza, ruiva safada. Goza gostoso no meu pau.
— Ah Marco....
E o êxtase vem.
Intenso. Glorioso. Devastador.
Algo que jamais senti, algo que me faz perder todo e qualquer
controle.
E gemo, mordo. Aperto-o em meu interior.
E era talvez o que faltava, o estímulo que Marco precisava.
Pois ele logo me acompanha. Sua libertação acontece.
Dura. Violenta. Pecaminosa.
Mostrando uma expressão de prazer aparente. Sua boca
emitindo um som que não deixa dúvida nenhuma de sua satisfação.
E sem que eu espere, Marco cola nossas bocas. Sem que eu
precise pedir, sem que seja condição alguma para algo entre nós.
Apenas porque quer, porque queremos.
Pois o beijo entre nós é bom demais para ser reprimido. O
contato de nossas bocas é fodidamente necessário depois do que
se passou neste quarto.
Algo que não tem a ver com obrigação, dinheiro e muito menos
dever.
Que tem a ver com a vontade mais primitiva, com o anseio
mais insano.
Com o desejo visceral entre um homem e uma mulher. Com o
querer cru entre o macho e a fêmea.
Onde se desconsidera a experiência, a inexperiência e os
limites autoimpostos.
Onde somente a luxúria e o prazer são senhores soberanos de
todas as vontades.
CAPÍTULO 07
Não sei como as coisas chegaram a este ponto. Não sei como
isso foi acontecer.
Apaixonada por Marco. É assim que estou. Não foi difícil para
mim reconhecer meus sentimentos, mesmo que eu jamais tenha
sentido algo nem minimamente parecido.
A ansiedade por sua chegada, as mãos suadas ante a mera
visão de Marco, o que sentia durante o sexo. Não era mais apenas
prazer, estava diferente. O coração faltava explodir de emoção
perante o orgasmo, ou ao pegar no sono juntinhos, acordando
sempre emaranhados um no outro. Para começar tudo de novo. E
começar de novo.
E cada vez mais o contato com ele era insuficiente. Cada vez
mais a separação era doída para mim.
Mesmo que fosse por pouco tempo. Mesmo que ele sempre
retornasse à noite.
E durante estes dois meses, Marco somente não esteve
comigo nas noites em que viajou, não que ele tenha me informado,
não temos este tipo de relação.
Soube de seus compromissos por sua rede social, que
acompanho sem nenhum pudor, através de um perfil falso. Lá soube
que tinha viajado a trabalho.
E foi então que percebi o tamanho da merda em que estava
metida. Por não receber nenhuma justificativa por sua ausência, por
temer que durante esta viagem outra ocupasse um lugar ao seu
lado na cama.
E sofri, muito. E neste dia vieram as primeiras lágrimas. Por ter
sido tão fraca ao ponto de deixar-me dominar por um sentimento
sem futuro algum, por ter me permitido apaixonar perdidamente por
alguém que somente me vê como um objeto, que somente me quer
em sua cama, e eu jamais fui iludida ou enganada do contrário.
E isso me martirizava, deixava-me entristecida.
Até mesmo Jéssica já tinha percebido, e por isso sempre me
convidava para ir ao shopping, para um almoço, algo que me
distraísse, que me ajudasse a passar por meus dias solitários, pois
por mais que minhas noites fossem quentes, com sexo tórrido, meus
dias eram monótonos, permeados de uma expectativa sem fim.
E as coisas só não estão piores porque Jéssica me presenteou
com um curso completo de escrita, além é claro de um tanto de
material voltado para aqueles que desejam publicar livros de forma
independente. O meu sonho. E ela sabia disso.
Existiam muitos rascunhos, mas antes não tinha tempo e nem
dinheiro para ir além. Pois tinha que tentar ajudar minha amiga a
colocar um teto sobre nossas cabeças e comida na mesa.
Talvez até, em algum momento, eu poderia pensar em dedicar-
me totalmente a este universo ao qual tenho devoção, muito embora
antes do contrato, meu passado não oferecia condições para isso.
O que não é o caso agora. Atualmente tenho tempo e dinheiro.
Posso dar-me ao luxo de pagar por serviços como revisão,
diagramação, divulgação e até mesmo ilustração. Além de poder
passar todas as horas do meu dia escrevendo, pesquisando.
E é este meu envolvimento com tudo isso que me impediu de
surtar, de fraquejar.
Tudo isso me manteve forte até aqui. Até hoje.
Pois desde que o relógio marcou a hora em que ele
comumente aparece, meu coração se comprimiu no peito. Por sua
ausência. Por saber que ele não virá.
Esta certeza me foi trazida por um site de fofocas qualquer,
que me mostrou o destino de Marco. Sim eu os acompanho, recebo
até mesmo alerta de novas notícias. Acompanho desde a fatídica
viagem dele. Para saber se descobria algo, para saber se realmente
as fotos em sua rede social condizia com a total realidade do que
ele se propôs a fazer fora do estado.
E a reportagem de hoje me trouxe o lugar onde Marco estava.
Uma festa, em uma mansão. Na casa de um tal de Leandro
Vasconcelos.
Na matéria foi mostrado sua chegada, devidamente
acompanhado. Numa intimidade aparente, a posição de sua mão
não deixava dúvida alguma disso.
E a stalker que me tornei foi muito além das fotos. Foi na rede
social do, até então desconhecido para mim, Leandro Vasconcelos.
E praticamente acompanhei a festa pelos stories. Mulheres
fazendo topless à beira da piscina. Casais em situações
comprometedoras e ele.
Com uma ruiva no colo. Íntimos, sabidamente nas preliminares
que antecederam o sexo que certamente aconteceu.
E foi quando chorei. Foi quando me desesperei.
Não sei se pela dor de saber que o homem por quem sou
apaixonada não sente o mesmo por mim, ou se foi porque para
Marco é muito fácil e prazeroso ter outra em sua cama, quando para
mim ele é o único, quando morro por tê-lo dentro de mim. Ou se foi
pela minha menstruação que desceu pela manhã, trazendo uma
cólica infernal, acompanhada por uma TPM jamais sentida, não
antes de ter colocado meus olhos nestas imagens que destruíram
meu coração.
E a certeza de sabê-lo ao lado de outra, derrubou-me.
Aniquilou-me.
Fazendo-me chorar sem parar. Causando ao meu ser uma dor
sem precedentes.
Por saber que aquele a quem meu coração escolheu amar,
jamais poderá ser meu. Aquele por quem meu coração clama,
jamais poderá saber daquilo que trago em meu peito.
E ainda resta tempo demais para eu fingir. Ainda restam dez
meses para eu aguentar calada noites como a de hoje. Silenciada
por um contrato que outrora achei que pudesse me trazer algum
benefício. Hoje percebo que este dito contrato apenas me colocou
numa linda e triste gaiola dourada.
Sei que a esta hora ela está deitada, então não perco tempo
nos demais cômodos. Sigo rapidamente para o quarto. O coração já
bate ansioso, o corpo já vibra por ela. Um ano e ainda é assim e, se
eu for sincero comigo mesmo, as sensações apenas aumentam.
Uma vontade de tê-la sempre por perto. Uma saudade a cada
instante que me afasto e um aperto no peito, quase incontrolável,
quando me obrigo a ficar longe.
Talvez, com a história deste casamento, eu não precise me
obrigar a estar em festas e orgias, pois não será esperado de mim.
Então esporadicamente posso fazer um programa cedo com Bianca
e depois correr para onde eu realmente quero estar: na cama de
Maya.
Deixo o blazer pelo caminho e já começo a desabotoar
ansiosamente a minha blusa. Entro no quarto, já excitado, já louco
pela ruiva.
O ambiente escuro não me deixa ver a beleza que tenho entre
os lençóis. Infelizmente.
Deixo como está, apenas sigo para colar meu corpo no dela.
Deito-me e suspiro alto. Finalmente, depois de um domingo de
saudade. Certamente este instante é sempre o ponto alto do meu
dia. Admito que sou um viciado, não nego a minha dependência.
E viro-me sabendo exatamente onde ela está. Minhas mãos
desesperadas por tocá-la.
Mas não a encontro. Ela não está na cama. Seu lugar está
vazio.
Rapidamente sento na cama e procuro o interruptor. Aperto-o e
escaneio o quarto. Nada.
Sigo para o banheiro e uma imagem nítida de como a
encontrei em seu primeiro dia aqui, aparece na minha mente.
Na banheira. Linda. Uma visão que jamais consegui esquecer.
E minha calça já estufa, a ruiva tem este poder sobre mim.
Apenas imagens e lembranças são capazes de me pôr assim.
Louco de desejo. Arrebatado de tesão.
Pronto.
Abro a porta do banheiro e nada.
E neste momento o desejo se vai e fica a angústia.
O closet. A varanda ao redor do quarto.
Nada.
Um aperto, o início de um desespero. E um mau presságio me
toma.
Retorno ao quarto e meu olhar encontra uma folha de papel.
Sobre um móvel qualquer, com um molho de chaves
encostado.
Dizendo um milhão de coisas, a simples imagem falando que
acabou.
Seguro o papel com meus dedos gelados e nem preciso ler
para saber o que ele significa.
O fim.
Maya me deixou.
Fecho os olhos sem conseguir ler o que está escrito. Sem
conseguir acreditar no que está acontecendo.
Apenas torcendo para que isso seja a porra de um pesadelo.
Rezando para que eu acorde deste sonho ruim.
Pois não posso ficar sem a minha ruiva.
Meu corpo não aguentaria.
E mais uma vez a vozinha aparece e diz: o coração não
suportaria.
CAPÍTULO 20
Maya
Leio e releio as letras à minha frente e não consigo acreditar
no que está escrito.
Ela viu reportagens sobre Bianca e eu.
Maya foi embora e deixou tudo para trás.
São muitas informações e trazem uma certeza dolorida
demais: ela se foi.
E não ficaria, não aceitaria a minha nova oferta. Não depois
que decidi acatar os desejos de minha mãe.
Porra. A garota nunca reclamou de qualquer imagem minha
que saiu na imprensa durante todo este tempo. Cenas com
mulheres em meu colo, cenas em que se demonstrava uma
intimidade além do que jamais aconteceu, mas ainda assim bem
sugestivas.
E nada. Nenhuma reclamação.
E agora ela se vai, sem sequer me escutar, sem sequer saber
dos planos que tinha para nós dois.
Mas isso não vai ficar assim. Não pode ficar assim.
Pego meu telefone e disco seu número.
Meu coração falta sair pela boca, enquanto espero a chamada
completar.
Somente para ouvir uma gravação. Telefone desligado. E tento
novamente.
De novo. E de novo.
Sempre a mesma mensagem, que a cada vez que é ouvida,
apenas me desmonta mais.
Rapidamente tenho um estalo. Lembro de Beto.
Ele deve saber o telefone da tal Jéssica, ou até mesmo o
endereço.
Maya está com ela, isso para mim é um fato.
Acho o contato e ligo. Não completa.
Vou no aplicativo de mensagens e a foto que aparece nem de
longe lembra o cafetão.
Mudou de número, e isso era esperado, visto que saiu
totalmente do ramo.
Um desespero me bate. Por não saber dela. Por não conseguir
qualquer contato.
Quero gritar, bater. Quero quebrar tudo.
Mas não é isso que preciso.
O que preciso agora é de álcool. Para espairecer as ideias,
para tentar pensar em algo.
Levanto-me e vou rapidamente para o bar.
Pego uma garrafa de uísque e sigo para o sofá. Nada de voltar
para o quarto, as lembranças que lá me assombrarão, em nada me
ajudarão.
Como se não tivesse lembranças no sofá, no tapete e na
parede. Como se vocês não tivessem lembranças em cada canto
deste lugar.
A vozinha. A fodida da vozinha.
Tento calá-la, tento ignorá-la.
Foco no litro. Foco em encher a cara.
Em buscar uma solução. Em tentar não enlouquecer.
Pois a dor é sem precedentes. A angústia que sinto ameaça
me tomar.
Viro a garrafa diretamente na boca. Tento uma amortização, ou
até mesmo algum conforto.
Tento pensar em algo, tento pensar no que fazer.
Pois não posso ficar sem a ruiva. Nem agora. Nem tão cedo.
Sequer sei se algum dia posso abdicá-la.
Meu corpo sabe a resposta. E o aperto em meu peito não me
deixa iludir-me em achar que posso ficar sem ela.
Sem seu corpo. Sem seus carinhos. Sem seus beijos.
Beijos que nunca consegui evitar. Que jamais consegui ficar
sem eles.
E esta certeza me instiga a beber mais, me instiga a pensar
em algo.
Para trazê-la de volta para cá. Para mim.
Sei que quando amanhecer conseguirei a localização da amiga
e, assim, achar a ruiva.
Mas encontrá-la não será o bastante. Não depois do que li.
Ela não ficará comigo, pois acha que este pretenso casamento
é de verdade.
Resta a mim contar-lhe que é meramente um acordo de
negócios. Talvez até mesmo prometer-lhe que jamais tocarei em
Bianca.
E isto é fácil. Afastar-me de qualquer mulher nada me custa.
Somente desejo a ruiva. Meu tesão tem nome e sobrenome.
Maya Oliveira.
Claro que isso me assusta, leva-me a pensar no motivo de
tanta dependência.
Mesmo que já esteja apaziguado dentro de mim que sou um
dependente físico, que sou um viciado.
Penso que não se trata somente disso, mas minha mente
impede que eu me aprofunde em tal necessidade.
Pois não é hora para isso. Não é hora para reflexões.
É hora de montar planos e estratégias. É hora de pensar em
algo que seja capaz de trazer Maya de novo para mim.
Porque preciso dela. Muito. Mais até do que sou capaz de
mensurar.
E o meu corpo trêmulo diz isso. Meu coração apertado
confirma isso.
Então tenho que pensar no que precisa ser feito. No que
preciso ofertar. No que preciso abrir mão.
Penso que posso oferecer dinheiro, imóveis, e até mesmo uma
vida de rainha.
Posso abrir mão de farras, e prometer que meu casamento
será apenas de fachada e que jamais encostarei em Bianca.
Ela comprovará isso na minha presença constante neste lugar,
pois não penso em dormir longe dela mais nenhuma noite sequer.
Acho que isso confirmará minhas intenções, garantirá que
ceda e que retorne à esta cobertura.
Desejo, do fundo do meu coração, que isto baste, pois não
saberia ficar sem Maya.
Jamais conseguiria não tê-la em minha cama, não tê-la em
minha vida.
Pois nunca seria capaz de viver com esta dor e muito menos
com esta saudade absurda.
Jamais conseguiria existir tendo Maya longe de mim.
Isso é a certeza absoluta de um homem já dominado pelo
efeito do álcool, mas também dominado por algo que ele se nega a
sequer pensar em reconhecer.
CAPÍTULO 21
FIM
CONHEÇA OS OUTROS TRABALHOS DA
AUTORA
Depois de tudo...amor
Mariana sonha com um amor impossível!
Menina humilde, trabalha há algum tempo na casa de
abastados e influentes advogados da capital paulista. Mesmo sem
qualquer esperança, alimentou por anos uma paixão platônica pelo
filho de seus patrões, o herdeiro e sucessor do legado Andrade.
Percebendo ser em vão este sentimento, resolve mudar
atitudes e comportamentos. Após anos de dor e sofrimento, resolve
seguir em frente.
Leonardo é o típico cafajeste. Libertino, jamais se apega. Muito
ligado a aparência e status, descrente no amor e no casamento.
Não quer compromisso e está sempre rodeado de lindas mulheres
de sua classe social.
Mesmo com toda a vida desregrada que leva, tem na doce
Mariana, seu ponto fraco. Seu limite absoluto.
No decorrer do livro percebemos o crescimento e o
afastamento de Mariana e como isto afeta e desestabiliza o
inveterado mulherengo. Como a distância imposta por nossa
protagonista, abala tão afamado pegador.
Neste embate entre amor, simplicidade, dinheiro e poder, qual
lado sairá vencedor?
Totalmente Seu
Alice não aguenta mais viver um casamento de aparências.
Não suporta saber que não faz parte da vida de seu esposo, saber
que com o tempo, o sucesso e o dinheiro, ela foi ficando para trás. É
nítido como ela e as crianças ficaram em segundo plano na vida de
Paulo.
Ela percebe que há sentimento, carinho, mas sente que para
Paulo isso não é suficiente. É visível a necessidade que ele tem de
ir além, de ir sozinho em busca de algo que talvez nem ele saiba o
que é. O coração dela sangra por saber que não bastam para ele,
sofre porque sabe que não pode e nem merece continuar assim. Em
algum momento se perderam pelo caminho. Infelizmente o cansaço
pela situação imutável a domina. Jamais tentará concorrer com o
glamour e a ostentação da vida que aparentemente ele tanto gosta.
Deixará Paulo livre. Sabe que não merece estar numa relação
assim. Não quer nunca mais sentir que não é o bastante para seu
próprio esposo.
Estes são os conflitos que preenchem o âmago da nossa
personagem. No decorrer do livro exporemos os sentimentos de
Paulo e veremos se serão capazes de superar os muitos obstáculos
que os impendem de alcançar a felicidade.
Completamente Dela
Flávia sempre foi tranquila em seus relacionamentos. Quando
jovem procurou viver intensamente e nunca buscou amor ou
compromisso. Gostava do novo, de sair e se divertir. Independente,
dona do próprio nariz, não deixava ninguém guiar seus passos e a
forma como vivia suas relações favorecia ainda mais essa faceta de
sua personalidade.
Dizer que ficou feliz em conhecer alguém tão parecido com ela
não reflete tudo o que sentiu ao conhecer Ricardo. Colegas desde o
curso de marketing, trabalham desde formados na mesma empresa
de publicidade, que hoje é responsável pela maior fatia deste tipo de
mercado no país.
Toda essa convivência com Ricardo criou uma cumplicidade e
intimidade que evoluiu rapidamente para os dois rolando na mesma
cama. Sexo sem compromisso, oportunidade de variedade e
ausência de cobranças. Esta situação era a realização dos seus
sonhos, era a certeza de continuar com o estilo de vida que sempre
prezou.
Com o passar dos anos tudo isso passou a ser insuficiente. A
vontade de estar com outros acabou e o estilo de vida de Ricardo,
que sempre foi perfeito para Flávia, passou a ser fonte de dor e
sofrimento. Flávia se apaixonou, viu-se amando alguém averso a
relacionamentos, um solteiro convicto e um cafajeste assumido.
Sabendo que ele jamais se comprometeria com ela, desfez a
relação aberta que tinham e a partir de então tenta juntar os cacos,
tenta reconstruir sua vida.
Percebeu que esse estilo de vida não lhe era mais suficiente.
Percebeu que queria amor, não queria mais viver ilusões
passageiras.
Precisava então se afastar de Ricardo e seguir em frente.
Precisava ser forte e tentar esquecer esse sentimento que habitava
todo o seu ser.
O CEO e a Loba Má
Essa história não terá nenhum final que não seja Álvaro aos
meus pés. Que não seja nós dois juntos como tem que ser.
Nunca entro numa batalha para perder. Tudo o que quero
consigo. E eu o quero. Deus como eu o quero!
Lindo, gostoso, safado e mulherengo. Nunca quis
compromisso, não promete fidelidade e muito menos deseja largar a
vida de libertinagem.
Quer a mim como a tantas outras, sem vínculo e sem
cobranças. E me tem. Arrebatada e entregue. Com um amor no
peito maior do que se é capaz de mensurar. Mas com muito orgulho,
força de vontade e sabedoria para fazer esse cafajeste ser meu e de
mais nenhuma outra.
Não jogarei limpo, não me dobrarei. Passarei por cima de tudo
e de todas como um rolo compressor.
Essa sou eu, Mirela.
E esta é história onde transformo um CEO inalcançável em um
cordeirinho apaixonado. Onde transformo um homem de baladas
em um cara de família.
Este é meu conto de fadas às avessas, mas certamente com
um final feliz.
Acompanhem e conheçam o meu para sempre.
O CEO e um conto de fadas moderno
Esta história contém quase todos os elementos de um conto
de fadas: uma madrasta má, uma bela princesa e um príncipe
encantado.
Mas como tudo se passa na nossa época, pequenas
diferenças se fazem presentes.
A bela princesa não consegue manter a inocência dos antigos
contos, a madrasta não é apenas má, ela é além e o príncipe foi
corrompido pelo universo de bebidas, farras e belas mulheres.
Então seria errado tal designação? Certamente não.
Clara, nossa linda princesa, perderá sua inocência com todos
os dissabores vividos, a madrasta má pagará por suas crueldades e
o príncipe, quando se descobrir apaixonado, fará tudo que estiver ao
seu alcance para viver o seu felizes para sempre.
Haverá muita intriga, inveja e injustiças.
Mas haverá muito amor, romance e redenção.
Apaixone-se por Marcelo, odeie com todas as forças a
malvada Virgínia e lute junto com Clara por seu grande amor e por
sua afirmação pessoal.
Esteja pronto para viver intensamente esta história, que
representa a pureza do amor verdadeiro e a certeza de que com
força de vontade e fé, dias melhores sempre virão.
A Proposta do Bilionário
Melissa Lacerda tem tudo que o dinheiro pode comprar, mas o
que ela mais deseja não está à venda.
Lucius Martins pode comprar qualquer coisa, mas o seu
dinheiro e poder não são capazes de evitar algo que ele mais
abomina: compromisso.
Ela sempre o quis para si, mas jamais achou que pudesse
competir com as festas e toda a luxúria em que ele estava
envolvido.
Ele sempre percebeu sua devoção, mas sabia que ela não se
encaixava no seu mundo de devassidão.
Infelizmente o destino não pensava desta forma.
Infelizmente para garantir a solidez de sua empresa, ele
precisaria fazer a proposta.
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