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Raina Wilson é uma alma pura e inocente - mas no fundo ela esconde
um passado sombrio e devastador que ela não consegue esquecer. Como
se não fosse o bastante, ela é forçada a se casar com Roman, o herdeiro
esquentadinho da poderosa família Marigold. Será que ela vai encontrar
paz nesta nova vida, ou o passado irá consumi-la?
Classificação: 18+
(Aviso de conteúdo: Violência, abuso sexual, estupro) Autor Original:
Silent Dreamer
Livro sem Revisão
E-book Produzido por: Galatea Livros e SBD
https://t.me/GalateaLivros
— Dê um tapa na vagabunda.
— Fode com ela, Viola.
— Cale-se! Deixe-me pensar no que fazer com essa merda de puta
desesperada. Vou te ensinar a não olhar para o Chris. Ele é meu, vadia!
Meus joelhos trêmulos bateram na grama molhada enquanto eu
tentava entender o que estava acontecendo comigo. Uma risada
ameaçadora ecoou por toda parte enquanto os rostos embaçados
perdiam suas formas.
Com um baque forte, me vi jogada no chão com o que parecia ser uma
tonelada de tijolos batendo no meu rosto, colidindo com meu nariz.
Não tentei me levantar. Em vez disso, eu apenas fiquei lá enquanto as
gotas de chuva fria substituíram minhas lágrimas.
— Essa vadia. Diana disse que estava tentando falar com ele!
— Que vagabunda. Como se o Chris algum dia fosse querer isso.
— Shh. Eu acho que alguém está vindo. Vamos sair daqui.
Os passos e gargalhadas sinistras desapareceram enquanto eu estava
deitada em rendição severa. Meus olhos estavam firmemente fechados
enquanto eu soluçava baixinho para mim mesma.
Depois do que pareceram horas, tentei me mexer, estremecendo com
a dor que irradiava de quase todas as partes do meu corpo.
Uma parte de mim desejou que eu tivesse morrido ali mesmo no
campo da escola, mas o destino tinha algo mais reservado para mim. O
pensamento de correr para casa enviou um arrepio pela minha espinha.
Minha casa deveria ser meu porto seguro. Era para ser um lugar para
um santuário silencioso, onde eu pudesse me sentir protegida.
Eu preferia enfrentar o abuso que sofri aqui todos os dias do que
enfrentar o que me esperava em casa.
Casa — o que eu gostava de chamar de inferno — ficava a apenas uma
curta caminhada de distância, mas parecia que meu corpo dolorido
estava mancando há dias.
Eu congelei ao ver os altos portões pretos e dourados enquanto eles
zombavam de mim, me desafiando a me virar e fugir.
Por fim, chegando às duas grandes portas de madeira, pensei em qual
seria meu castigo por chegar tarde em casa e, acima de tudo, no estado
em que estava.
Entrei no grande salão, tentando ficar quieta como um rato. Meu
coração parou quando duas mãos agarraram meus ombros.
Puta merda... Mas, para meu alívio, a mulher que estava diante de
mim era nossa criada, Henrietta. Eu a chamava de Hetty.
Hetty era a coisa mais próxima que eu tinha de uma mãe.
Frequentemente, ela cuidava de mim, quando era espancada. Ela trazia
comida escondida para o meu quarto quando me deixavam com fome.
Hetty foi a única que teve pena de mim. Posso não ter conhecido
muito sobre o amor, nunca o experimentei, mas sabia que amava Hetty e
era muito grata a ela.
— Jesus, Maria, José, — Hetty gritou, com seus olhos em pânico
examinando meu rosto machucado. Ela olhou em volta para se certificar
de que ninguém estava vindo antes de me arrastar para a cozinha.
O calor de seu toque gentil acalmou meu estado de tremor, e
estremeci quando ela pressionou o gelo frio no meu nariz.
— Foram aquelas garotas desagradáveis da escola de novo? — Ela
perguntou, com preocupação enchendo seus olhos amáveis enquanto ela
balançava a cabeça em descrença.
— Quantas vezes devo dizer para você simplesmente fugir delas,
Raina?
Eu dei a Hetty um pequeno sorriso enquanto pensava sobre sua
pergunta. — Fugir de quem, Hetty, daquelas meninas ou da minha
suposta família?
Os olhos de Hetty se arregalaram com a minha resposta e eu assobiei
quando o gelo frio começou a arder.
— Criança, sua vida é injusta, — ela colocou a mão em minha
bochecha, — mas estas são as cartas que você recebeu. Você deve aceitá-
las e mudar seu próprio destino. Você tem a força de sua mãe. Eu vejo
isso em você.
Os olhos de Hetty se voltaram para a porta da cozinha e ela deu um
passo rápido para trás. Eu sabia que não estávamos mais sozinhas.
— Onde diabos você esteve, Raina? — Minha madrasta sorriu com
desdém, o nariz pontudo erguido e o cabelo claro bem preso em um
coque, nem um fio fora do lugar.
— Você perdeu o jantar, e não ouse pensar que a empregada vai te dar
algo. — Seus olhos azuis gelados se voltaram para Hetty, enviando-lhe
um aviso também. Minha madrasta nem se preocupou em questionar
meu estado sangrento ou perguntar se eu estava bem. Por que não estou
surpresa?
Fui mandada para o meu quarto, mas ela mal sabia que eu sempre
ficava feliz quando me mandavam para o meu quarto.
Pela maneira como minha madrasta estava vestida, eu sabia que ela
devia ter recebido convidados, o que me salvou de ser punida naquela
noite. Graças a Deus.
Eu caí na minha cama e soltei um longo suspiro de derrota. Meu
corpo ainda doía da surra que recebi não muito tempo atrás. Pensei no
início daquele dia e por que o dia na escola terminou de forma tão dura.
Eu nem me lembro de ter olhado para Christopher. Devo ter caído em
um devaneio na biblioteca e não percebi que estava olhando diretamente
para ele.
Eu não podia negar que sempre tive uma pequena queda inofensiva
pelo Christopher — toda garota desmaiava com sua beleza infantil —
mas desta vez, realmente não foi minha culpa.
Eu geralmente ficava sozinha na escola, tentando evitar o contato
visual com qualquer pessoa.
Minha meia-irmã Diana era a garota mais popular da escola e falava
mal de mim para todos os seus amigos, que então tomaram para si a
tarefa de tomar minha vida um inferno.
Eu ouvi uma batida rápida à porta e recuei com o barulho repentino
que me tirou de meus pensamentos. Hetty entrou correndo, segurando
um pequeno prato sob um grande guardanapo. Seu corpo frágil correu
até mim.
Meus lábios se levantaram em um sorriso atrevido quando Hetty
colocou o prato na minha cama. Ela tocou minha testa com sua mão
doce. — Meu Deus, criança, você está queimando. — Sua voz estava
baixa, mas sua preocupação era alta.
Ela me ajudou a tirar minhas roupas encharcadas, a vestir um pijama
limpo e, em seguida, tirou o guardanapo do prato, revelando algumas
sobras do jantar.
Ela me observou enquanto eu devorava a refeição deliciosa, com seus
olhos tentando esconder sua pena. Hetty costumava me abraçar na cama,
contando histórias de minha mãe até eu adormecer.
Minha mãe veio de uma família muito rica. Seu pai era um empresário
extremamente bem-sucedido.
Muitas vezes me perguntei se esse era o único motivo pelo qual meu
pai se casou com ela. Uma imagem de seu rosto ganancioso passou pela
minha mente.
Minha mãe era gentil e linda. Ela acreditava em ajudar as pessoas e
organizou muitos eventos de caridade.
Hetty me contava como ela comprava vestidinhos e os guardava logo
depois de se casar com meu pai.
Era seu sonho ter uma menina. Mal sabia ela que não viveria para ver
ou mesmo realizar seu sonho. Ela morreria nas mãos de seu sonho. Eu
matei minha mãe.
Nem mesmo três semanas após a morte de minha mãe, meu pai se
casou com sua prima distante, que era viúva, minha tia e agora madrasta,
Vivian. Minha madrasta teve um filho de seu casamento anterior, meu
primo, Troy.
Um ano depois de se casar com meu pai, ela deu à luz uma menina,
Diana. Hetty me disse que tudo mudou para pior depois que minha mãe
faleceu. A única coisa boa era eu.
Eu nem me lembro de ter adormecido naquela noite. Hetty adorava
cantar para mim; sua voz quente me acalmava em um sono tranquilo,
mas não por muito tempo. Os pesadelos me encontrariam.
Eu estava fugindo da escuridão e isso enchia o ar ao meu redor. Eu via
uma sugestão do rosto de minha mãe através da névoa negra, mas se
transformava em algo sinistro.
Meus olhos se abriam, mas eu não era capaz de me mover ou falar.
Muitas das surras de meu pai resultavam em acordar todo mundo no
meio da noite com meus gritos frenéticos.
— Garota idiota, você deveria ter morrido junto com sua mãe. — Ele
costumava xingar, com fúria em seus olhos enquanto me atacava com os
punhos. Era a isso que eu estava acostumada. Essa era a minha vida.
*
Uma tarde, eu estava vagando sozinha pela cozinha. É onde me sinto
mais segura em casa, assim como em meu quarto. Peguei uma garrafa de
água da geladeira, mas engasguei quando fechei a porta.
Parado lá em um traje todo preto estava Troy, com seus olhos curiosos
examinando meu rosto. Ele estava parado perto. Muito perto.
— Troy! Você me assustou. — Minha voz saiu trêmula e insegura. Algo
nele sempre me deixou inquieta.
Eu frequentemente o notava olhando para meu peito ou traseiro, mas
nunca olharia por tempo suficiente para ver toda a extensão de seus
ataques oculares.
Troy tinha começado a ficar um pouco musculoso, e seu cabelo loiro
era longo e frequentemente penteado para trás no estilo do super-
homem.
Seus olhos azuis sempre estavam cheios de mistério. Nunca soube o
que ele estava pensando.
— Sou só eu, Raina, — ele sussurrou, com sua voz enviando um
arrepio pela minha espinha.
Tentei responder casualmente, mas ele se aproximou e começou a
cheirar meu cabelo. Minha respiração cessou e meus olhos se
arregalaram. Que porra é essa!?
Meu grito saiu baixo e abafado quando sua mão grande cobriu minha
boca.
— Shh. Não faça isso, — ele sibilou. Minhas costas bateram contra a
porta da geladeira. — Não aja como se você não me quisesse. Eu sei como
você olha para mim, Raina. Você quer que eu te toque.
Meus olhos arregalados estudaram seu rosto. Isso tinha de ser uma
piada, uma piada doentia, mas tinha de ser. Troy lambeu os lábios, me
observando tremer. Fiquei em silêncio, com medo e choque se
espalhando por meus ossos.
Observei quando ele tirou a garrafa de água da minha mão e a
esfregou no meu peito, com seus olhos assustadores observando como
meus seios reagiam à sensação de frio.
Fechei meus olhos, minhas lágrimas derramando sobre sua mão.
Troy se pressionou contra mim para que eu pudesse sentir sua ereção
crescente. Eu poderia ter vomitado ali mesmo, mas, como um cervo
diante dos faróis de um carro, eu congelei.
Eu abri meus olhos para testemunhar seus lábios se contorcerem em
um sorriso escuro e tortuoso, um que eu nunca iria tirar da minha
mente.
Depois daquele dia, Troy me encontrou em meus pesadelos. Eu sabia
que em algum momento Troy Wilson viria atrás de mim. Nada mais seria
o mesmo depois disso.
Capítulo 2
SEIS SEMANAS
RAINA
Consegui evitar Roman com sucesso o dia todo. Felizmente, ele estava
ocupado em seu escritório. Sim, ele tinha um escritório aqui em casa.
Jantei na cozinha com Marie antes de me retirar para o quarto.
O sol de verão começou a se pôr e eu o observei pela grande janela.
Essa era uma visão da qual eu nunca me cansaria.
Grace me ajudou a desempacotar minhas caixas de casa. Minhas
roupas velhas se juntaram perfeitamente ao resto no guarda-roupa, e
Grace gentilmente se ofereceu para levar meus livros para a biblioteca.
Coloquei a foto da minha mãe na mesa de cabeceira enquanto o sol se
dissipava além da linha da floresta.
O chuveiro estava chamando meu nome. Eu precisava
desesperadamente lavar meu cabelo. Tenho certeza de que ainda tinha
muito spray de cabelo do casamento.
A água fumegante massageou minha pele e fechei os olhos,
apreciando a sensação. Paraíso.
Minha conversa irritante com Roman continuava passando na minha
cabeça. Ele estava tentando me enrolar, ou ele realmente pensava que eu
tinha tesão por ele ou algo assim. Estava realmente surpresa?
Talvez se casar com Roman fosse o conto de fadas perfeito para
qualquer outra garota, mas não para mim. Príncipe Encantado e finais
felizes não existiam no meu mundo. Eles nunca tiveram espaço nele.
Vesti uma regata rosa com um par de shorts de pijama e andei para
fora do banheiro. Meu cabelo molhado caiu solto ao meu redor.
Eu bati direto no batente da porta, quase me derrubando no chão.
Minha respiração parou quando uma grande mão agarrou minha cintura
e me puxou para cima sem esforço.
Eu vacilei com o contato enquanto olhava para os verdes dos olhos de
Roman.
— Você se acalmou, princesinha? — Sua voz estava baixa, com sua
mão pressionando firmemente na parte inferior das minhas costas.
Eu me contorci para fora de seu controle e imediatamente me soltei.
Seus lábios formaram uma linha fina enquanto sua testa franzia em
confusão.
Então é como se ele percebesse a expressão escrita em meu rosto:
medo.
— Vou ficar no sofá esta noite, — ele proferiu, se afastando de mim.
— Oh, não, eu fico no sofá, ou posso apenas dormir em um dos
quartos de hóspedes.
De jeito nenhum eu poderia permitir que ele dormisse no sofá de seu
próprio quarto. Não seria justo. Eu preferiria ficar em um dos quartos de
hóspedes. Seria uma vitória para nós dois.
— Sem quartos de hóspedes, — ele murmurou. — As empregadas
falam, e se for divulgado que não dormimos juntos, as coisas vão ficar
feias. — Ele observou meu rosto por mais um momento antes de apontar
para a cama.
— A cama é sua. Estarei na academia. — Ele me deu um último olhar
sem emoção antes de sair da sala. Meu Deus.
Arrastei-me para a cama, deixando escapar um suspiro que não sabia
que estava segurando. Um sentimento de culpa passou por mim quando
pensei em Roman dormindo no sofá.
Eu não poderia nem culpá-lo por estar zangado com este casamento.
Não foi surpresa que ele não quisesse dividir a cama comigo. Diana
estava certa; ninguém em sã consciência ficaria feliz em se casar comigo.
Engoli o nó na garganta e fechei os olhos.
Eu estava fugindo da escuridão. Isso encheu o ar ao meu redor. Eu caí
no chão, e então uma mão fria e afiada agarrou minha perna. Virei-me
para encará-lo: o rosto do diabo — o rosto de Troy.
Eu gritei no silêncio assustador. Ninguém poderia me salvar.
Ninguém.
— Raina? Acorde, — uma voz baixa e familiar chamou.
Houve uma sacudida suave no meu braço. Eu pulei, ofegante, com
meu corpo tremendo de medo.
Meus braços se agarraram com força ao redor do calor que acalmou
meu estado de tremor. Enterrei meu nariz profundamente no cheiro
almiscarado que me acalmou neste exato momento.
O calor se espalhou do meu peito em direção às minhas costas. Fiquei
assim o máximo que pude.
É como se todos os meus sentidos tivessem voltado ao mesmo tempo,
fazendo-me ciente dos dois braços musculosos em volta de mim. Um
calor subiu ao meu rosto enquanto eu lentamente levantei minha cabeça
para encontrar os olhos escuros de Roman.
Meu coração começou a bater freneticamente.
Ele ficou quieto, gentilmente me abaixando na cama, seu rosto a
apenas alguns centímetros do meu.
Minhas bochechas esquentaram quando percebi que meus braços
ainda estavam em volta do seu pescoço, puxando-o para mim.
Eu soltei meus braços para libertá-lo e o observei enquanto ele se
levantava. Seu torso nu era um espetáculo para ser visto, e meus olhos
errantes percorreram a curva de cada músculo na luz fraca.
Este homem era absolutamente deslumbrante.
Roman puxou o cobertor sobre mim, com seus olhos intensos não
deixando os meus antes que ele silenciosamente voltasse para o sofá. Eu
estava sonhando?
Eu não tinha tanta certeza, mas estar nos braços de Roman não
parecia com nada que eu já tivesse sentido antes.
*
O sol brilhou sobre meus olhos trêmulos enquanto se estendia através
das cortinas. Eu preferia as cortinas de malha muito mais do que as
cortinas blackout. Davam ao quarto uma sensação aconchegante.
Eu amava o sol da manhã. Isso me fazia sorrir.
Meu corpo se esticou sob os lençóis antes de eu me levantar. Eu podia
ouvir o som de uma respiração pesada, mas calma, vindo do sofá. Roman
ainda estava dormindo.
Eu me arrastei em direção ao banheiro para me refrescar antes de sair
do quarto.
A casa estava em paz enquanto eu caminhava pelo corredor
sombreado em direção à cozinha.
Tons de pêssego e laranja foram pintados no céu enquanto eu olhava
para cima através da claraboia da cozinha. Eu mexi na máquina de café,
tentando me lembrar das instruções de Grace sobre como usá-la.
Depois de conseguir me servir uma xícara de café de aparência
bastante decente, sentei-me em um banquinho e parei por um momento
para apreciar a serenidade que enchia o ar.
Os pássaros chilreavam e cantavam nos jardins. Eu definitivamente
poderia me acostumar com isso.
Meu terror noturno foi esquecido há muito tempo, superado por
sentimentos confusos em relação a Roman. Ele parecia tão convencido e
arrogante, mas há algo que parecia gentil e amável sobre ele.
Era apenas uma ilusão?
Meus pensamentos voltaram para seu peito nu. Mordi meu lábio,
lembrando daqueles músculos ondulantes contra a luz fraca. Senti o
sangue familiar correr para minhas bochechas. De novo, não.
— Bom dia, querida. — Marie me fez engasgar como se eu tivesse sido
pega fazendo algo errado. Ela colocou uma sacola de compras no balcão
antes de levantar a sobrancelha e sorrir com a minha reação.
— Dormiu bem, Sra. Marigold?
— Sim, obrigada. Uh, bom dia, Marie. — Eu dei a ela um sorriso
tímido.
Marie me deu uma de suas famosas omeletes espanholas e eu saboreei
seu sabor. Grace e outra criada chegaram pouco depois.
Elas anunciaram que estariam trabalhando na casa principal hoje.
Eu caminhei pelos jardins, me sentindo um pouco boba de pijama,
mas estava animada demais para explorar.
Eu caminhei até a bela ponte floral observando o riacho abaixo de
mim enquanto fluía entre os grandes seixos.
Eu apreciei a vista celestial ao meu redor antes de olhar para a casa e
para onde o quarto estava. A grande janela estava completamente
escurecida pelo lado de fora.
O jovem senhor realmente gostava de sua privacidade.
O som de risadas e conversas leves chamou minha atenção enquanto
eu caminhava de volta para a cozinha.
Uma garota estava sentada em um dos banquinhos. Ela devia ser um
pouco mais velha do que eu. Seu cabelo negro caía direto em seus
ombros, e seus olhos de um azul oceânico brilharam quando ela me viu
entrar.
— Raina! — Ela gritou, saltando e disparando na minha direção, me
dando um abraço apertado.
— Eu sou Jane, prima do seu marido. — Ela sorriu enquanto me
forçava a virar.
— Puxa, você é deslumbrante. Quase não vi você no casamento.
Acabei de assistir seu pobre corpo sendo arrastado pelo corredor. — Ela
deu uma risadinha. Sua voz era alta e borbulhante, e não pude deixar de
sorrir para ela.
Conversamos um pouco, Jane direcionando a maior parte da
conversa. Ela era uma lufada de ar fresco.
— Meu Deus, Raina, você não é nada como eu pensei que seria. — Ela
me deu um sorriso tranquilizador.
Parece que todas essas pessoas esperavam que a esposa de Roman
fosse algo totalmente diferente, mas pareciam encantados em me
conhecer, mesmo eu sendo bastante tímida.
Foi bom me sentir aceita apenas por ser eu. Contudo, eu só podia
esperar que eles estivessem sendo sinceros.
Era uma sensação estranha ser apreciada por estranhos quando minha
própria família não suportava me ver.
— Precisamos almoçar e fazer compras algum dia, Rae, — Jane insistiu
enquanto colocava seu número no meu telefone.
Rae? Eu nunca tinha recebido um apelido antes.
— Princesinha?
Exceto por aquele.
Os olhos de Roman encontraram os meus enquanto ele entrava na
cozinha. Ele se virou para encarar Jane. — E a ervilha. — Ele sorriu,
ganhando um suspiro risonho de Jane. Ela atirou uma laranja para ele da
fruteira luxuosa.
— Veio ficar boquiaberta com minha esposa, Jane? — Ele perguntou,
pegando uma garrafa de água da geladeira. Senti minhas bochechas
esquentarem com suas palavras.
— Por que você está com ciúmes? — Ela lançou de volta, sorrindo com
a expressão no meu rosto.
— Então, Ro, tia Sheila me disse que você vai participar do evento de
caridade este mês. — Jane se virou para mim e piscou enquanto a
expressão de Roman mudou.
— Nah! Você sabe que eu não faço eventos de caridade, — ele
respondeu asperamente, com sua camiseta preta agarrada perfeitamente
ao seu corpo.
— Mas você tem de mostrar Raina para a sociedade.
— Foda-se a sociedade! — Roman rugiu, fazendo-me estremecer na
cadeira. Roman percebeu minha reação. Ele ergueu as sobrancelhas antes
de se virar e sair da cozinha.
Jane riu baixinho enquanto se virava para mim. — Deus, é tão fácil
deixá-lo nervoso.
— Ele parece muito zangado. — Eu mordi meu lábio. — Oh, por favor,
é apenas sua cara de reclamão descansando. — Jane zombou. — Ele odeia
todos os eventos de caridade, exceto um. Boxe.
— Ele gosta de assistir boxe? — Eu perguntei.
Jane ergueu as sobrancelhas antes de inclinar a cabeça para o lado. —
Oh, você tem muito a aprender sobre o seu marido rabugento, querida.
— Ela balançou a cabeça divertida. — Vamos apenas dizer que ele não vai
aos eventos de boxe para assisti-los.
Recostei-me a pensar. Se ele não comparece para assistir aos eventos,
então ele comparece... Meus olhos brilharam quando a ficha caiu.
— Ele luta. — Eu respirei com dificuldade, olhando para a porta pela
qual ele tinha acabado de sair.
— O invicto Roman Marigold, — Jane guinchou, colocando uma uva
em sua boca.
Ele é um boxeador!
Capítulo 13
LABIRINTO
RAINA
Meus olhos abriram quando a luz do sol se espalhou pela sala, caindo
graciosamente no meu rosto. Eu levantei minha cabeça para olhar para o
homem divino abaixo de mim. Sua respiração era superficial enquanto
ele dormia pacificamente.
Senti minhas bochechas ficarem vermelhas enquanto meus olhos
percorriam seus lábios carnudos, lembrando como era senti-los nos
meus. Eu não acho que poderia me sentir assim por qualquer homem. Eu
esperava que ele me machucasse, mas seus toques eram sempre tão
suaves e gentis. Eu nunca poderia imaginar ele me machucando.
Soltei um pequeno suspiro quando percebi que estava crescendo
apegada a ele, usando-o para proteger meus medos. Roman me fazia
sentir segura, mas ele trouxe à tona um lado meu que eu não sabia que
existia.
Tudo sobre este homem enviava uma onda profunda para as minhas
partes mais íntimas. Não percebi que com o desejo vinha outra coisa,
uma necessidade, uma dor, uma pulsação. Lá em baixo.
Eu sabia que era completamente inexperiente em comparação com as
mulheres com as quais Roman estava acostumado. Não havia como eu
estar à altura. Por que tentar? Eu nunca seria capaz de agradá-lo.
Os olhos de Roman se abriram, me pegando em flagrante. Ele lambeu
os lábios e sorriu. Eu gritei quando senti suas mãos fortes envolverem
meu corpo e me levantar para sentar em cima dele.
Eu ainda estava usando meu vestido lilás enquanto Roman ainda
usava sua camisa rasgada, graças a mim.
Senti o calor subir às minhas bochechas sob seu olhar lascivo, mas não
conseguia desviar o olhar. Suas grandes mãos caíram em minhas coxas,
fazendo meu ponto sensível começar a latejar.
— Sabe, essa era minha camisa favorita. — Sua voz era grave e sexy.
Ele gentilmente colocou as mãos nos meus ombros enquanto seus
polegares esfregavam círculos em volta da minha clavícula. — Me
desculpe, foi sem querer, — um som agressivo de rasgo prendeu minha
respiração. Meu vestido estava rasgado do decote até a bainha.
— Aí. — Roman sorriu enquanto seus olhos percorriam a lágrima,
expondo meu peito. Meus braços voaram para cobrir meus seios
enquanto ficavam em um tom ainda mais profundo de vermelho.
Roman riu descaradamente, mas depois mordeu o lábio. Ele me olhou
como se eu fosse sua próxima refeição. Por que ele me deixava tão
nervosa?
Ele me soltou e se levantou da cama. Seus olhos verdes ficaram presos
nos meus enquanto ele tirava a camisa rasgada, seguida pelas calças.
Agora, vendo-o apenas em sua boxer, meus olhos percorreram cada
curva e arco de sua forma muscular. Uau.
Meus olhos se moveram para a grande protuberância em sua cueca
boxer, e me senti fisicamente engolir em seco. Estava extremamente
quente aqui de repente.
— Você confia em mim, princesinha?
Eu confiar nele? Eu mal o conhecia. Mas já estávamos casados há um
mês e eu sabia que me sentia segura perto dele.
Ele não colocou a mão em mim uma vez, nenhuma vez me machucou.
Ele não me forçou a fazer nada que eu não quisesse. Eu confiava nele.
— Sim, — eu sussurrei.
— Boa. — Seus olhos de rio olharam para meu rosto, estudando
minha expressão.
— Do que você tem tanto medo o tempo todo? Desta vez eu quero
uma resposta, Raina.
Eu tropecei para encontrar as palavras. O que eu queria dizer? Tenho
medo do meu primo, que também é meu meio-irmão, que me agrediu?
Eu sabia que não havia nenhuma maneira de eu poder dizer a ele sem
arrastar ambas as famílias a esta confusão. Eu estava longe de Troy agora;
não havia nenhuma maneira que ele pudesse chegar até mim aqui.
Não havia necessidade de abrir essa caixa de Pandora.
— Nada, eu... eu só sofri bullying na escola. Obviamente teve um
impacto maior sobre mim do que eu pensava, — expliquei, tentando
disfarçar casualmente. Eu não estava mentindo. Eu estava apenas
deixando de fora alguns — ok, muitos — dos detalhes.
— Então você está com medo de valentões, hein? — Ele suspirou,
passando a mão pelo cabelo sedoso. — O medo está na mente, Raina. Eu
quero que você me deixe te treinar. Acho que algumas aulas de
autodefesa vão te fazer bem.
— Ok. — Eu balancei a cabeça, sentindo-me muito grata por ele
querer me ajudar a superar isso.
— Obrigada.
— Você é sempre tão educada, princesinha?
— Acho que sou. — Eu sorri, ainda cobrindo meu peito exposto.
— Minha esposa sensata.
Roman se inclinou para frente e agarrou meus braços, puxando-os ao
redor de seus ombros. Com um grito baixo, minhas pernas enrolaram
sem esforço em sua cintura.
Senti uma onda de eletricidade disparar pelo meu corpo enquanto os
lábios de Roman acariciavam meu pescoço, ganhando um gemido suave
escapando de meus lábios. Ele ergueu a cabeça com o som, e eu não pude
deixar de corar.
— Porra! Você está me deixando louco, — ele sussurrou, mordendo o
lábio, olhando do meu rosto para o meu peito. Ele gentilmente me
colocou de pé enquanto suas mãos seguravam minha cintura.
— Estou atrasado para a minha reunião matinal, — ele respirou,
relutantemente se afastando de mim e em direção ao banheiro.
Eu o esperei fechar a porta e então pulei de volta na cama na
velocidade da luz, aconchegando-me nos lençóis de seda. Meu coração
estava batendo fora do meu peito de excitação.
Fechei os olhos e tudo o que pude ver era Roman. Eu ri para mim
mesma antes de conseguir adormecer.
*
— Raina? — Acordei com a voz de Grace.
— Jane está aqui para te ver. — Ela sorriu.
Eu corri para fora da cama para me refrescar, coloquei um vestido
verde menta, escovei meu cabelo e rapidamente desci as escadas.
— Bem, olá, dorminhoca. — Jane sorriu enquanto se sentava em um
banquinho da cozinha com um copo de suco de laranja.
— Bom dia, Jane. — Eu sorri, empoleirando-me no assento ao lado
dela.
Grace colocou uma xícara de café e um croissant na minha frente, e
meu estômago roncou com aprovação. Peguei algumas frutas para juntar
ao meu prato.
— Então, — Jane começou, balançando as sobrancelhas na minha
direção.
— O marido te deixou acordada a noite toda? — Ela sorriu,
observando meu rosto ficar vermelho.
Tomei um longo gole de café, então não precisei olhar para ela.
Jane riu, apoiando a cabeça na mão.
— Como vão as coisas entre vocês dois?
— As coisas estão indo... bem. — Eu balancei a cabeça lentamente,
tentando manter uma cara séria.
— Ótimo! — Ela piscou.
— De qualquer forma. Amanhã é meu aniversário e vou fazer uma
pequena reunião na minha casa. Eu literalmente decidi esta manhã.
— Jane! Você não me disse que era seu aniversário! Eu nem comprei
nada!
Jane revirou os olhos com o meu comentário enquanto colocava um
morango na boca.
— Sem presentes. Eu só quero sua companhia, querida. Você e Roman
fiquem comigo pelas sete.
— Ok, — eu concordei, jogando-lhe um sorriso animado. Eu mal
podia esperar para ver a casa de Jane e soltar meu cabelo.
Jane ficou a maior parte do dia comigo. Ela vasculhou meu guarda-
roupa e escolheu um vestido para eu usar em sua festa de aniversário.
Ela mencionou que uma escola local fora da cidade estava procurando
contratar professores. Meu diploma da faculdade era de professora, então
eu definitivamente queria me candidatar a um emprego lá.
Sheila me disse que eu não precisava trabalhar, mas poderia se
quisesse, e, claro, eu queria.
Eu estava jantando na cozinha com Grace. Insisti para que ela
comesse comigo. Marie estava ocupada arrumando a casa antes de sair
para dormir.
Falamos sobre o aniversário de Jane e também sobre o trabalho na
escola. Grace era uma boa ouvinte; ela me lembrava muito a Lilly.
Marie entrou, segurando algumas roupas na mão.
— Não se preocupe comigo, vou descartar este vestido e camisa
rasgados. — A água em minha boca espirrou de volta como uma fonte.
Grace me observou com os olhos arregalados antes de explodir em
uma gargalhada. Eu me senti ficar vermelha mais uma vez. Infelizmente,
isso acontecia muito por aqui.
Marie e Grace já haviam partido há muito tempo antes de eu pular no
chuveiro. Vesti uma camisola e um vestido pretos curtos. Prendi meu
cabelo em um coque bagunçado e desci para a biblioteca.
A casa estava quieta, mas eu gostava da paz. Eu não tinha certeza de
que horas Roman estaria em casa e pensei em mandar uma mensagem
para ele, mas me contive.
Tenho certeza de que a última coisa que ele queria era uma mensagem
de sua esposa. Pode parecer que eu estou importunando.
Levei meu livro escolhido para a cozinha e tirei uma barra de
chocolate de um dos armários. Sentei-me em uma poltrona no canto
oposto.
Eu não tinha certeza de quanto tempo estava lendo antes de meus
olhos olharem para cima para encontrar Roman parado a alguns metros
de distância; ele estava encostado no balcão me olhando.
Sua camisa azul estava enrolada até os cotovelos, com os poucos
botões superiores abertos. Seu cabelo estava um pouco bagunçado, mas
isso só me fez querer correr meus dedos por ele. Como alguém pode ser
tão bonito?
Senti meu corpo esquentar sob seu olhar ardente, mas tentei agir com
naturalidade.
— Ei! Como foi o trabalho? — Eu sorri enquanto fechava o livro.
— Bom, — ele respondeu, aproximando-se de onde eu estava sentada.
Levantei-me rapidamente e passei por ele, colocando o resto da minha
barra de chocolate na geladeira. Aja de maneira casual.
Meu coração começou a acelerar enquanto ele se aproximava, uma
sugestão de um sorriso aparecendo em seu rosto como se ele soubesse
que eu estava propositalmente me afastando dele. — Uh. Está com fome?
Posso preparar algo para você, se quiser, — perguntei, embora soubesse
que ele já havia comido. Marie me disse que ele iria jantar com um
cliente esta noite.
Eu circulei a mesa do café, fingindo estar ocupada antes de sentir o
torso rígido de Roman pressionando minhas costas.
Seu grande braço alcançou a frente do meu manto. Ele o abriu e o
assistiu cair no chão. Mordi o lábio, antecipando seu próximo
movimento.
Roman estava atrás de mim, com as mãos em volta da minha cintura.
Seus lábios beliscaram ao longo do meu pescoço. Suas mãos viajaram
mais alto, subindo pela minha camisola. Oh, Deus.
Minhas mãos apertaram seus braços enquanto minha cabeça caiu para
trás, saboreando o prazer de seus lábios e seu toque hipnotizante.
Uma das mãos de Roman segurou meu seio enquanto a outra vagava
mais para baixo até que eu a senti entre minhas pernas, com seu dedo
esfregando suavemente em minha entrada coberta.
— Bem molhada, Raina.
Soltei um gemido ofegante ao som de sua voz áspera vibrando em
meu ouvido, com sua mão ainda me provocando suavemente.
Ele puxou minha calcinha de renda para o lado, deslizando o dedo
para cima e para baixo em minhas dobras. Tentei reprimir outro gemido,
falhando miseravelmente.
— Isso é bom, Raina? — Ele mordiscou minha orelha.
Eu suavemente gemi novamente em resposta. — Mmm, sim.
Roman me virou para encontrar seu olhar lascivo. Seus lábios caíram
nos meus. Ele me levantou em cima do balcão e espalhou minhas pernas
em volta de sua cintura, com meu rosto corando diante dele.
Senti seu dedo grande na entrada do meu ponto sensível. Meu corpo
estava pegando fogo.
Muito suavemente, ele entrou em mim. Fechei meus olhos, cedendo a
ele. A dor aguda logo se transformou em um prazer arrepiante.
— Roman, — eu gemi, meus lábios se separando em admiração.
— Olhe para mim, — Roman soltou. Abri meus olhos e encontrei as
manchas escuras de desejo girando nos dele. Ele enfiou seu dedo grande
dentro e fora de mim, seus lábios roçando os meus.
Seus olhos escuros observaram o prazer que ele estava me
alimentando.
— Está. Tão. Apertada. Raina. — Sua voz áspera acendeu um fogo
dentro de mim enquanto seu polegar começou a esfregar círculos contra
meu clitóris.
— Oh, meu Deus!
— Você fica tão sexy quando está excitada.
Minha cabeça caiu para trás de prazer, com meus gemidos ficando
mais altos. Eu não me sentia mais envergonhada. Ele estava me fazendo
sentir muito bem para sequer me importar.
— Não pare, — eu gritei. Eu estava tão perto do quê? Eu não sabia,
mas algo estava se formando.
A risada profunda de Roman me causou ainda mais emoção. Tudo
sobre ele estava me deixando louca.
— Venha para mim, princesinha. — Suas palavras foram minha ruína.
Minhas costas arquearam para fora da bancada quando explodi em tomo
de seu dedo. Seu nome deixou meus lábios como um gemido suave.
Minhas mãos voaram ao redor de seus ombros enquanto ele esfregava
círculos contra minha umidade, me deixando sair do meu primeiro
orgasmo.
Roman era cabeça quente, ele era lindo, ele tinha o poder de me
deixar selvagem e ele era meu. Todo meu.
Capítulo 16
URSO DE PELÚCIA R AINA
Trevas. Escuridão ao meu redor. Meu vestido rosa voou pela névoa
escura que agora me cercava. Eu a vi. Ela estava toda vestida de preto e
sorrindo para mim.
— Hetty, — gritei. Ela tinha de me ouvir. Eu tinha de avisá-la sobre a
sombra escura espreitando atrás dela. — Hetty! — Minha garganta
queimava enquanto eu gritava noite adentro.
Ela olhou para mim, com seu sorriso desaparecendo quando ela
apontou para a figura atrás dela. Ela olhou para mim e sussurrou algo. Eu
ouvi isso tão claro quanto o dia e senti arrepios arranhar minha pele fria.
— Ele me matou.
— Raina, querida, vamos lá! — Meus olhos se abriram enquanto eu
suplicava por ar. Eu senti como se o oxigênio tivesse sido arrancado de
mim.
— Obrigado, porra! — Roman rugiu. Meus olhos encontraram a
preocupação nos dele. Consegui acalmar minha respiração antes de
notar outro homem na sala. Ele era um homem mais velho. — Olá, Sra.
Marigold. Sou o doutor Phillip. Se estiver tudo bem para você, gostaria de
fazer um exame rápido.
Eu olhei para Roman antes de balançar a cabeça. O cheiro de Roman
estava pairando ao meu redor, e eu sabia que ele devia estar deitado na
cama comigo.
O Dr. Phillip completou meu check-up. Ele disse que não tinha
preocupações e que poderia ter sido uma reação ao álcool que bebi na
noite passada.
Eu vi Roman puxá-lo para o corredor, mas não consegui entender
nada do que estava sendo dito.
Marie entrou, passando pelos homens que sussurravam, segurando
uma grande bandeja com uma tigela de sopa e um pãozinho com
manteiga. — Pobrezinha, — ela proferiu, olhando para o meu rosto
suado.
Roman pegou a bandeja de Marie. — Obrigado, Marie. Eu assumo a
partir daqui. — Sua voz era baixa e calma quando ele se sentou ao meu
lado, colocando a bandeja em seu colo.
Eu me sentei enquanto Roman misturava a sopa com uma colher e a
segurava em meus lábios.
Eu vi seus dentes cerrarem. Ele parecia muito estressado, e era tudo
culpa minha ele ter sido arrastado do trabalho para cá.
— Quem é Hetty? — Ele perguntou. Eu vacilei ao som de seu nome
enquanto Roman me encarava. — Você falou esse nome durante o sono.
— Ele fez uma pausa. — Raina? — Ele procurou respostas em meu rosto.
— Ela... ela era uma empregada em casa. Ela era como uma mãe para
mim. Eu... eu a amava. — Não pude evitar as lágrimas que rolaram
silenciosamente pelo meu rosto.
— Onde ela está agora? — Roman perguntou, enxugando minhas
lágrimas com a ponta do polegar.
— Eu... eu não sei. Ela se foi. — Eu solucei, caindo nos braços de
Roman enquanto as lágrimas se tomavam insuportáveis.
Os braços de Roman me envolveram com força. Ele suspirou antes de
se afastar para olhar nos meus olhos brilhantes.
— Por favor, Raina, me diga o que está acontecendo, — ele sussurrou,
olhando para minha expressão de dor.
Eu balancei minha cabeça. — Eu... não posso. Não é nada.
— Mas que besteira! — Roman rugiu. A bandeja de comida saiu
voando pela sala e se espatifou contra a parede oposta.
Eu estremeci, erguendo minhas mãos para me proteger de uma surra.
— O que... o que você está fazendo, Raina?
— Por favor, não me machuque. Eu sinto muito.
— Por que eu... por quê? — Roman gaguejou, franzindo a testa em
minha direção.
— Você acha que eu iria te machucar? — Ele suspirou dolorosamente
e parecia genuinamente magoado. Ele se ajoelhou ao meu lado e pegou
minha mão trêmula.
— Raina, eu nunca te machucaria, nunca! Só estou com raiva por não
poder te ajudar. Você obviamente está escondendo coisas de mim, e não
sei por quê. Você me disse que confiava em mim, mas claramente não
confia se não está me dizendo a verdade!
— Eu confio em você, Roman. — Eu funguei, fechando meus olhos.
— Então me diga, querida, — ele implorou, segurando a palma da mão
quente contra o meu rosto.
— Quem ligou para você hoje?
Capítulo 20
CONTROLE
RAINA
— Não faz muito tempo, fui agredida, antes do nosso casamento. Ele,
eles...
Fiz uma pausa, tentando controlar minhas lágrimas enquanto
agarrava a camisa de Roman. Eu podia ver as veias aparecendo em seus
braços e a fúria em seus olhos como se ele já soubesse o que eu ia dizer.
Soltei um suspiro trêmulo.
— Eles me prenderam.
Comecei a tremer. Roman apertou suas mãos em volta de mim.
— Hetty me salvou antes que eles fizessem qualquer outra coisa. —
Fechei meus olhos injetados de sangue enquanto observava o silêncio de
Roman.
— Sua família não chamou a polícia? — Ele finalmente falou com os
dentes cerrados.
— Eu nunca disse a eles.
— Quem eram eles?
Eu queria dizer a verdade, expor Troy e os Wilson, mas meu coração
não me permitiu fazer isso. Se eu contasse a Roman agora, não havia
como saber se ele acreditaria em mim.
Eu não queria arruinar nenhum progresso que fizemos arrastando
meu passado aqui comigo. Decidi que queria uma ficha limpa.
— Eu não sei. dois homens aleatórios, — eu menti, odiando cada
minuto disso. Queria evitar a guerra que sabia que explodiria se contasse
a verdade.
— E o telefonema? — O corpo de Roman ficou tenso diante de mim.
— Foi de um dos atacantes, — eu resmunguei.
Houve mais silêncio enquanto Roman se segurava em mim. Ele beijou
minha testa e acariciou minha mão. Eu me senti segura aqui em seus
braços, quase como se aquele telefonema fosse apenas um pesadelo.
Roman parou de me forçar a falar. Ele sabia que falar sobre isso me
deixava nervosa.
Depois de um tempo, ouvi um suspiro de derrota deixar seus lábios.
— Lamento que você tenha passado por tudo isso, Raina. Eu gostaria
de ter estado lá para te proteger. Estou aqui agora e ninguém nunca mais
vai te machucar. — Suas palavras fizeram meu coração palpitar. Eu
acreditei nele.
— Você é minha, princesinha. — Seus lábios pressionaram
suavemente nos meus antes de me abraçar até que eu adormecesse.
ROMAN
Raina: Sim
Meus olhos estavam ficando mais pesados enquanto esperava sua
resposta, mas eles imediatamente se abriram ao som do meu telefone
tocando.
— Ei, — eu respondi, surpresa com o quão sem fôlego eu parecia.
— Você sabe, o pensamento de você entediada na minha cama está me
deixando louco. — A voz áspera de Roman se derramou em meu ouvido,
acendendo um fogo dentro de mim.
— Acho que estou me deixando louca. — Eu ri, mordendo meu lábio.
— Você está mordendo o lábio, Raina? — Seu tom baixo fez meu
coração pular uma batida. Minhas pernas se separaram sozinhas
enquanto eu brincava com as borlas penduradas na minha camisola.
— Possa estar. — Suspirei. Meu corpo parecia estar em chamas. Eu
nunca havia sentido uma necessidade como essa antes.
— Você não tem ideia do quanto eu te quero, Raina.
Fechei meus olhos e entendi suas palavras. Minha mão caiu no meu
ponto sensível.
— Eu... te quero também, — eu sussurrei, imaginando o corpo nu de
Roman diante de mim. Eu não pude evitar o gemido que escapou dos
meus lábios enquanto gentilmente me tocava.
Roman ficou em silêncio por um momento.
— O que você está fazendo, Raina? — Eu podia ouvir a luxúria em sua
voz rouca.
— Roman. — Seu nome deixou meus lábios em um gemido trêmulo.
Meu dedo escorregou na minha entrada.
ROMAN
Ela era a garota dos meus sonhos. A garota que eu estava esperando há
muito tempo. Tantas vezes tive vontade de perguntar a meu pai o que o
fez escolhê-la, o que o atraiu?
Como ele sabia que eu iria me apaixonar por ela?
Minha cabeça se aninhou na nuca de Raina enquanto envolvia meu
braço em volta de sua cintura de forma possessiva. Ela era minha e
sempre seria.
Seus gemidos, seus toques suaves, a maneira como seu corpo se movia
com o meu. O olhar lascivo em seus olhos enquanto eu fazia amor com
ela.
Eu nunca poderia me cansar disso, nunca me cansaria de deixá-la
louca todas as noites. Eu tinha muito a aprender sobre minha linda
esposa, mas já me sentia mais próximo dela do que com qualquer outra
pessoa.
A brisa noturna soprou no quarto quando ouvi Raina chorar em seu
sono. Seus olhos estavam fechados, mas suas sobrancelhas estavam
franzidas. Outro pesadelo.
Eu a apertei um pouco mais forte, esperando que isso a acalmasse,
então me apoiei no cotovelo para observá-la. Seus braços se moveram
ligeiramente.
— Raina? — Eu sussurrei, observando seu corpo tremer. Ela estava
tentando dizer alguma coisa. ' Pronunciava palavras abafadas e pouco
claras, mas dava para ouvir. Poderia ter sido confundido com o vento que
vinha de fora, mas eu sabia que se tratava dela.
— Ajuda.
Mark entrou em meu escritório. Eu estava esperando por ele esta
manhã.
— Ei, Ro. — Ele sorriu, mas algo parecia estranho nele. Ele não estava
como sempre.
— O que você descobriu? — Eu perguntei impaciente.
— Você quer ir direto ao assunto, hein? — Ele perguntou timidamente
antes de sentar-se na cadeira em frente à minha mesa. Ele esfregou a
nuca com a mão e fiquei mais impaciente.
— Bem, Raina ficou na dela. Ela teve alguns desentendimentos com
uma garota chamada Viola quando era mais jovem, mas ela nunca teve
amigos homens de verdade. Quem quer que a tenha atacado era
definitivamente alguém que ela não conhecia.
Recostei-me na cadeira, ouvindo atentamente. Eu tinha pedido a
Mark para descobrir tudo o que pudesse sobre o passado de Raina,
qualquer coisa que pudesse me ajudar a resolver o que aconteceu com
ela.
Mark olhou para seus dedos girando, e eu sabia que havia mais coisas
que ele não estava me contando.
— Fale logo, Mark!
— Olha, Roman, não fique chateado, ok? — Ele tentou encontrar
alguma garantia em meus olhos, mas não havia como eu prometer até
ouvir o que ele tinha a dizer.
— Quando você me pediu para investigar, descobri que estava indo
para uma fonte mais próxima, alguém que poderia me ajudar muito mais
rápido.
— Quem!? — Eu rebati, com meu corpo ficando tenso. Eu sabia que
não iria gostar da resposta.
— Diana Wilson. — Ele engoliu em seco. — Ela mudou, cara. Ela
realmente amadureceu e estava preocupada com a Raina.
Eu bati meu punho na mesa. — Por que diabos você iria falar com ela?
— Ro, me escute. Ela disse que Raina teve um passado conturbado.
Ela sofreu muito bullying na escola, mas há outra coisa. — Ele fez uma
pausa, parecendo relutante em dizer as próximas palavras.
— Porra, me diga! — Eu rosnei.
— Ela... ela desenvolveu algum tipo de obsessão estranha com seu
meio-irmão, Troy. — Mark olhou para seu colo. Ele não conseguia olhar
nos meus olhos. Ele honestamente esperava que eu acreditasse nessa
merda?
— Do que diabos você está falando?
— Diana não quis me contar a princípio, mas consegui arrancar dela.
Ela disse que Raina ficou obcecada por Troy. Ela assustou as namoradas
dele, o perseguiu.
— Ela ficava pedindo a ele para ir embora com ela. Aparentemente,
antes do seu casamento, ela implorou que ele fugisse com ela, mas ele se
recusou, então ela acabou se casando com você.
— Mas que besteira! Você espera que eu acredite nisso? — Eu derrubei
uma pilha de papéis na minha mesa em um acesso de raiva.
— Eu também não acreditei, mas Diana me levou para o antigo quarto
de Raina. Debaixo da cama de Raina estavam esses álbuns de fotos. — Ele
pausou novamente e fechou os olhos como se doesse continuar falando.
— Eram todas fotos de Troy. — Mark parecia estar em guerra consigo
mesmo. Eu sei que ele não queria que Diana estivesse certa.
— Isso não faz nenhum sentido, — eu cuspi.
Nunca esperei receber informações como essa.
Achei que Mark voltaria com alguns nomes ligados a quem machucou
Raina, mas agora minha mente estava completamente fodida.
Eu me senti tão perdido e em conflito. Eu gostaria de poder voltar no
tempo e não ouvir o que Mark tinha a dizer, mas o estrago estava feito.
Contudo, eu não pude acreditar nele. Minha esposa não merecia isso.
Ela merecia minha lealdade, e eu sabia que não devia confiar em nada
que saísse da boca daquela Diana em busca de atenção.
Se eu fosse acreditar em alguma dessas merdas, teria de testemunhar
por mim mesmo.
RAINA
Foi uma semana incrível para recuperar o atraso com Hetty. Lilly e
Grace eram praticamente melhores amigas agora, e a casa tinha uma
atmosfera maravilhosa.
Eu sabia que amanhã Hetty e Lilly estariam voltando para suas
próprias vidas. Eu sentiria muita falta delas, mas sabia que elas não
poderiam ficar aqui para sempre.
Agora que eu sabia que Hetty estava bem, algo dentro de mim havia
mudado. Eu não temia Troy tanto quanto antes. Cada vez que eu pensava
nele, a raiva disparava em mim.
Era uma noite de quinta-feira com uma brisa e Grace há muito havia
partido para ir para casa. Dei um abraço de boa noite em Hetty e Lilly
antes de me retirar para o meu quarto. Roman tinha desaparecido em
seu escritório para terminar algum trabalho.
Depois de escovar os dentes, decidi colocar meu pijama, exceto que
me encontrei do lado de Roman do guarda-roupa.
Peguei uma de suas camisetas pretas e vesti. Era extremamente larga,
quase cobrindo minha bunda.
Com um sorriso atrevido, tirei minha calcinha de renda e a coloquei
do lado de Roman da cama.
*
Meus olhos abriram quando senti minha bunda roçar em algo duro.
Corei quando percebi que Roman estava completamente nu ao meu lado.
Seus lábios encontraram meu pescoço e eu gemi baixinho à noite.
— Você é uma provocadora do caralho, Raina, — ele gemeu em meu
ouvido, mordiscando minha orelha.
Eu me contorci contra ele, com meu coração começando a disparar.
Eu me virei e o beijei com força. Seus lábios macios me fizeram querer
mais imediatamente.
Eu queria prová-lo, fazer com que ele se sentisse tão bem quanto ele
me fazia sentir.
ROMAN
Porra! Eu estava tão duro por causa dela agora. Eu podia ver a luxúria
em seus lindos olhos. Ela parecia estar assumindo o controle agora, e
puta merda, eu deixei.
Eu nunca a tinha achado tão sexy até este momento. Raina era linda,
fofa, deslumbrante — mas agora, enquanto ela me lambia e beijava até
minha pélvis com aqueles olhos sensuais que ela estava me dando...
Porra, estou com problemas.
— Raina, — eu gemi, observando cada movimento seu. Era como se
eu estivesse hipnotizado.
Suas mãos suaves encontraram meu pau, e ela começou a acariciá-lo
suavemente. Eu respirei fundo quando o prazer percorreu meu corpo.
Um toque e essa garota teria o poder de me derrubar.
— Porra. — Minha cabeça caiu para trás, mas eu imediatamente a
puxei de volta. Eu tinha de vê-la; essa visão era louca pra caralho!
Eu mal pude me controlar enquanto ela me acariciava suavemente,
seus olhos roubando olhares em minha direção que me tiraram o fôlego.
Seus lábios perfeitos beijaram a ponta do meu pau antes de me
envolverem. Eu assisti com admiração quando ela me tomou mais fundo,
tão gentil, tão suave.
Sua mão estava deslizando ao longo da parte que não cabia em sua
boca.
Ela lambeu e chupou tão docemente. A luxúria em seus olhos foi o
suficiente para me deixar selvagem. Meu corpo inteiro estava se
contorcendo de prazer.
Ela me tomou ainda mais profundamente, engasgando enquanto me
punha até o fundo da garganta.
— Porra, Raina. Eu vou gozar, — eu gemi, muito ofegante.
Ela gemeu em resposta, e foi isso. Eu atirei minha carga em sua boca
com um grunhido alto. Eu nunca tinha, em toda a minha vida, sentido
tanto prazer. Eu ainda estava tão duro e queria estar dentro dela.
Raina ergueu a cabeça lentamente e engoliu em seco. Meu pau ficou
ainda mais duro, observando sua boca brilhar com minha semente.
— Venha aqui.
Eu agarrei sua cintura, puxando-a para cima de mim. Suas pernas
montaram em mim enquanto seus seios pairavam sobre meu rosto.
Peguei um na boca e depois o outro, chupando, lambendo e mordendo.
Raina fechou os olhos e gemeu.
Estendi a mão para o meu pau e alinhei-o contra suas dobras
molhadas. Liberando seu seio da minha boca com um som molhado de
estalo, eu dei um tapa nela.
Raina gritou quando sua cabeça caiu para trás.
Eu dei a ela um momento para se esticar ao meu redor. Suas mãos
suaves caíram no meu peito. Ela se levantou e se abaixou. Porra!
Raina não queria esperar. Ela se moveu para cima de mim em um
ritmo implacável, ordenhando meu pau com sua doce buceta. Ela me
fodeu como nenhuma outra. Esta mulher tinha o poder de me fazer
obedecer a todos os seus comandos.
Seus gemidos eram demais. Eu queria estar perto dela. Com um
movimento rápido, eu nos virei, e então eu estava me elevando sobre ela.
Meu pau ainda estava enterrado bem fundo dentro dela enquanto suas
pernas estavam em volta de mim.
Nós nos beijamos avidamente. Eu diminuí minhas estocadas para
admirar seu rosto. Seus lábios estavam separados e seus olhos estavam
cheios de necessidade e luxúria.
— Oh, meu Deus, Roman, — ela chorou quando eu belisquei seu
pescoço. O doce cheiro de baunilha e coco estava me estimulando.
Levantei-me de joelhos e estiquei suas pernas até meus ombros,
batendo nela mais uma vez. Ela gritou de prazer.
— Você gosta quando eu te fodo, Raina?
— Sim, — ela chorou. Eu enfiei profundamente nela mais algumas
vezes antes de suas mãos se estenderem para me tocar. Soltando suas
pernas para me envolver, eu subi em cima dela novamente.
— Você é linda pra caralho.
— Você é meu, — ela ronronou, me beijando suavemente e gemendo.
Eu não pude deixar de sorrir para ela.
— Eu sou seu, — eu sussurrei enquanto prendia suas mãos em cada
lado dela, entrelaçando nossos dedos.
Eu peguei meu ritmo, enfiando nela como um louco. Ela gritou
enquanto seu corpo se contorcia de prazer. Eu me desfiz com seus
gemidos e derramei dentro dela ao mesmo tempo em que ela alcançou
seu clímax.
Nós dois tentamos recuperar o fôlego, suando e ofegando.
— Porra! Como eu tive tanta sorte? — Eu caí ao lado dela.
Eu ouvi sua risadinha fofa.
— Sim, como você teve tanta sorte?
Eu ri e a peguei em meus braços. Ficamos em silêncio enquanto ela
desenhava pequenos corações no meu peito com o dedo. Ela sempre
gostava de fazer isso. Foi incrível pra caralho.
RAINA
Esta noite não foi tão ruim quanto eu esperava. Eu estava tão decidido
a evitar esses eventos sociais.
Estar com Raina mudou tudo. Eu estava realmente me divertindo.
Eu me lembrei de quando eu coloquei os olhos nela pela primeira vez
esta noite. Ela me tirou o fôlego.
Senti o tecido de veludo entre meus dedos enquanto brincava com
minha gravata. Sorri para mim mesmo ao pensar em Raina escolhendo
para mim. Ela nunca parava de me surpreender.
Eu sabia que essa era a mulher certa para mim. Eu poderia felizmente
passar o resto da minha vida estragando-a com mimos, fazer qualquer
coisa por ela. Ela não sabia da metade. Ela não sabia o poder que ela tinha
sobre mim.
Eu era completamente dela.
Meus olhos se voltaram para Jane e Grace correndo para a mesa, e eu
senti uma onda de pânico subir pelo meu corpo enquanto meus olhos
procuravam por Raina.
— Raina voltou para a mesa? — Jane gritou, com seus olhos olhando
freneticamente ao redor.
— Ela sumiu! — Grace resmungou, franzindo a testa.
Um grunhido agudo irrompeu de mim quando me levantei da cadeira
e corri em direção à entrada.
— Onde diabos está Raina!? — Eu gritei a um dos seguranças do nosso
carro. Ele tinha uma expressão perplexa no rosto. Eu queria socá-lo no
chão. Os dois homens começaram a vasculhar a área rapidamente.
Eu me senti magoado, com raiva, confuso e com medo ao mesmo
tempo. Eu só precisava ver seu rosto. Ela tem de estar aqui. Corri em
direção ao banheiro feminino e entrei, ganhando gritos das mulheres lá
dentro.
Eu procurei no longo corredor. Ficava mais vazio e escuro conforme
eu avançava. Meus pés congelaram quando notei uma sacola brilhando
sob a luz fraca, com o conteúdo todo espalhado pelo chão.
Quase caí de joelhos quando peguei a bolsa de Raina. Seu telefone
tinha uma pequena rachadura no canto.
Chamadas recebidas:
21h43 — Hetty
Liguei para o número de Hetty e coloquei o telefone no ouvido. Meu
coração estava batendo no meu peito.
O som da risada ameaçadora de Troy Wilson saiu da linha. Eu fiz uma
careta com o som. Foi nesse momento que soube que este homem teria
uma morte dolorosa nas minhas mãos.
— Onde diabos ela está!?
— Ela está comigo, onde ela pertence.
— Se você colocar a porra do dedo nela...
— O quê? Você vai me matar? — Troy riu. — Assim que eu terminar
com ela, você pode me matar. Eu ficarei feliz em atravessar os portões do
inferno depois de tê-la.
As palavras de Troy me deixaram enjoado. Senti o suor escorrer pela
minha testa. Não havia como usar a razão com um psicopata, mas Troy
levou o psicopata a um nível totalmente novo.
— Troy. Deixe-a em paz. Por favor. — Fechei os olhos enquanto eu
tentava argumentar com esse monstro.
— Ela é minha! Ela nunca deveria ter sido sua! — Troy cuspiu.
Jane, Mark e Grace me alcançaram agora. Olhares em pânico se
formaram em seus rostos sem fôlego quando perceberam o que estava
acontecendo.
— Você quer dinheiro, Troy? Eu posso fazer de você um homem rico e
poderoso.
Troy riu mais uma vez. — Você simplesmente não entende, não é? Eu
quero Raina, e agora eu a tenho. Ela vai gritar meu nome, Roman. Não o
seu!
— Eu vou te matar. Eu vou te matar, porra!
A linha foi cortada, deixando-me respirando pesadamente. Desta vez,
caí de joelhos.
— Controle-se, mano... nós a encontraremos. — As palavras
reconfortantes de Mark não fizeram diferença quando ele caiu ao meu
lado.
— A polícia foi informada. Nós a encontraremos, Roman! — Jane
resmungou enquanto as lágrimas escapavam de seus olhos oceânicos.
Fechei meus olhos mais uma vez. O rosto de Raina brilhou diante de
mim, seu sorriso, sua inocência. Ele a tinha.
Quando meus olhos se abriram, meu corpo enrijeceu, minha mente
ficou em branco e tudo que eu podia sentir, tudo que eu podia ver, era
vermelho.
Troy Wilson é um homem morto.
Capítulo 29
FOGO
RAINA