havia feito a partilha anterior de seu casamento, inicia um relacionamento com Ana, do lar, e, 6 meses após o início do relacionamento, resolveram se casar. Na constância do casamento, Ana sempre cuidou da casa e Jorge trabalhava em sua empresa de engenharia. Com 2 anos de casados, Jorge adquiriu uma casa no valor de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) de forma onerosa e fez a partilha de seu casamento anterior, ficando com mais um imóvel no valor de R$ 700.000,00 (setecentos mil reais. Após 5 anos de casamento, Jorge sai de casa e separa-se de fato de Ana, que, desesperada, resolve procura-lo(a) para saber se ela teria algum direito sobre os imóveis que estavam no nome de Jorge. Responda fundamentadamente. (máximo 10 linhas) No presente caso, Ana não terá direito aos imóveis adquiridos por Jorge, pois quando celebraram casamento, aguardavam a partilha de bens do casamento anterior de Jorge. O Art 1523 do CC dispõe: Não devem casar: I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros.” Quis o legislador evitar que o patrimônio oriundo da primeira união viesse a se confundir com o da segunda, prejudicando, assim, a prole do primeiro leito. Dessa forma o regime de bens deverá ser obrigatoriamente o disposto no Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento.
QUESTÃO 2- Valor 10 pontos Rita, comerciante, tinha um credito
para receber de Sergio no valor de 20.000,00 (vinte mil reais), por uma compra que este realizou em seu estabelecimento no dia 13 de Janeiro de 2010. Sabe-se que o prazo prescricional da referida dívida são 5 anos. Ocorre que 2 anos após a celebração do negócio jurídico, Rita e Sergio se casaram pelo regime da comunhão parcial de bens. Ambos ficaram casados até 13 de Janeiro de 2017, quando Sérgio resolveu sair de casa. Em 13 de Janeiro de 2020, eles se divorciaram e em 13 de Janeiro de 2021, Rita ajuizou uma ação de cobrança em face de Sérgio em razão dos R$ 20.000,00 reais que ele a devia. Pergunta-se: Sérgio deverá pagar a referida dívida? Por quê? Justifique a resposta. (máximo 10 linhas) O Art.197, I, do CC aduz que não corre a prescrição entre os cônjuges, entretanto, há entendimento do STJ alegando que a separação de fato a mais de 1 ano permite a prescrição, desde que demostrada a livre decisão dos cônjuges em encerrar a sociedade conjugal, mas sem recorrer ao judiciário. Pois as hipóteses do artigo 1.571 do Código Civil de 2002 para o término da sociedade conjugal não são taxativas. Logo, o prazo prescricional voltaria a correr a partir de 13/01/2018. Porém, o prazo passa-se a contar no dia 14/01/2010, ou seja, Rita ajuizou ação 1 dia antes de prescrever a dívida. Esse entendimento, combinado com o art 1.669, III, Faz com que Sergio tenha a obrigação de pagar Rita, pois é tempestiva a demanda excluem- se da comunhão conjugal as obrigações anteriores ao casamento.
QUESTÃO 3- Valor 15 pontos - Paula, 12 anos, representada por
sua mãe, Inês, propôs ação de alimentos em face de seu pai, Fábio, e o juiz deferiu de plano, uma vez que já havia prova pré- consituida de paternidade. O juiz fixou em R$ 1.000,00 a pensão alimentícia. Após 1 ano de processo, desde o ajuizamento da ação, veio a sentença definitiva aumentando a pensão para R$ 1.500.00. Fábio resolve então contratá-lo(a) como advogado(a) para saber as seguintes indagações. (máximo 5 linhas por resposta)
1) Fábio é obrigado a pagar a diferença de pensão de forma
retroativa? Por quê? Na hipótese de a sentença estabelecer alimentos em montante superior ao dos provisórios, o novo valor é devido desde a data da citação, havendo necessidade do pagamento das diferenças. Essas diferenças são devidas exclusivamente quanto às parcelas vencidas a contar da citação. Conforme sumula 621 do STJ.
2) Se ao invés de aumentar, o juiz tivesse diminuído o valor da
pensão na sentença definitiva, Fábio poderia fazer a compensação da diferença? Por quê? Não, pois conforme a Súmula 621 do STJ: Os efeitos da sentença que reduz, majora ou exonera o alimentante do pagamento retroagem à data da citação, vedadas a compensação e a repetibilidade.
3) Qual(ais) a(s) classificação(ões) dos alimentos no presente
caso? São classificados como provisórios e definitivos. Os alimentos provisórios devem viger até a sentença. Enquanto os provisionais cessam com a sentença dada no processo principal que fixa alimentos em definitivo.
QUESTÃO 4 - Valor 5 pontos - Quanto ao regime de bens, assinale
a alternativa errada:
(a) No regime da comunhão parcial de bens, os bens particulares
pertencem a cada cônjuge, porém, as benfeitorias entram na comunhão.
(b) Na comunhão universal de bens, as dívidas anteriores ao
casamento entram na comunhão, salvo se for em proveito de apenas um dos cônjuges.
(c) No regime da participação final dos aquestos, Os bens imóveis
são de propriedade do cônjuge cujo nome constar no registro.
(d) No regime da separação total convencional, ambos os
cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporção dos rendimentos de seu trabalho;
(e) O pacto antenupcial feito em escritura particular será nulo.
AS QUESTÕES 5 E 6 OS ALUNOS DEVERÃO DIZER SE AS
RESPECTIVAS AFIRMAÇÕES SÃO VERDADEIRAS OU FALSAS E JUSTIFICAREM. VALE LEMBRAR QUE SE A JUSTIFICATIVA FOR ERRADA, A QUESTÃO NÃO SERÁ PONTUADA. CADA QUESTÃO VALERÁ 10 PONTOS.
QUESTÃO 5– Segundo entendimento do STJ, se João, divorciado,
pagar pensão alimentícia para seu filho Pedro, de seu primeiro casamento com Antônia, e venha a contrair um novo matrimônio com Maria, ele não terá êxito se ajuizar uma ação revisional de alimentos para reduzir a pensão de seu filho, ainda que sua situação econômica decorrente do trabalho tenha modificado. (máximo 5 linhas). Falsa. O fato de ter a constituição de uma nova família por sí só não gera a possibilidade de revisão, entretanto o Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo.
QUESTÃO 6–– Não possível estabelecer um regime de bens
diverso dos típicos previstos no código civil, através do pacto antenupcial, uma vez que cabe aos nubentes escolherem um dos previstos no CC. (máximo 5 linhas). FALSA. Pois os nubentes podem através do pacto antenupcial decidirem sobre o regime de bens que será adotado distinto do regime legal, podendo modificar normas dispositivas de determinado tipo de regime escolhido, entretanto, precisam necessariamente escolher um dos regimes constantes no Código Civil, e pós adequarem o regime escolhido a suas necessidades.
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