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Parecer Jurídico.

São Luís, 25 de outubro de 2023.


Consulentes: João da Silva e Maria da Silva
Referente à: Divórcio Litigioso.

Relatório:
João da Silva e Maria da Silva são casados entre si sob o regime de comunhão
parcial de bens desde 2010. O casal tem um filho menor de idade, Pedro da
Silva, com 8 anos de idade. Nos últimos anos, o relacionamento do casal se
deteriorou, e eles estão vívidos separados de fato desde janeiro de 2022.
Apesar de algumas tentativas de reconciliação, o relacionamento entre as
partes não se restabeleceu, e ambos desejam o querer. João da Silva afirma
que tem interesse em manter a guarda partilhada de Pedro da Silva e propõe o
pagamento de pensão alimentícia em favor do filho. Além disso, ele deseja
dividir de forma justa os bens adquiridos durante o casamento. Maria da Silva
concorda com o visto, mas deseja a guarda unilateral do filho, alegando que
João não tem disponibilidade para cuidar da criança devido à sua profissão. A
requerente também alegou que o valor da pensão alimentícia proposta por
João não é suficiente para cobrir as despesas do filho.

Fundamentação:
Divisão de bens:
Nesse caso, como os dois são casados entre si sob o regime de comunhão
parcial de bens desde 2010, os bens adquiridos durante o casamento devem
ser divididos igualmente entre as partes, salvo se houver algum pacto
antenupcial ou acordo prévio que estabeleça outra forma de partilha. Os bens
que cada um possuía antes do casamento ou que recebeu por doação ou
herança não entram na partilha.
Guarda do Filho:
Já que não houve um acordo entra as partes a lei nº 13.058/2014 estabeleceu
que a guarda compartilhada é a regra geral quando não houver acordo entre os
pais, salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a
guarda do menor. Portanto, se você tem interesse em manter a guarda
compartilhada do seu filho, você deve manifestar essa vontade ao juiz. Caso
contrário, a guarda unilateral será concedida à mãe, salvo se houver algum
motivo que desabone sua capacidade para exercer o poder familiar.
Art. 1.584. [...]
§ 2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho,
encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a
guarda compartilhada, salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não
deseja a guarda do menor.

Alimentos:
A pensão alimentícia é um dever dos pais para com os filhos menores de idade
ou incapazes, visando garantir o sustento, a educação e a saúde dos mesmos.
O valor da pensão deve ser fixado pelo juiz, levando em conta as necessidades
do alimentando e as possibilidades do alimentante. O valor da pensão
corresponderá a um percentual da renda líquida do pai que não tem a guarda
do filho. Esse percentual será de 30% do valor bruto da renda do João da Silva.

Uma vez que o requerente se propõe ao pagamento de uma pensão


alimentícia em favor do seu filho, deve apresentar ao juiz os seus
comprovantes de renda e despesas, bem como os gastos que tem com o seu
filho. Também deve demonstrar que o valor proposto é suficiente para atender
às necessidades dele. Caso contrário, o juiz poderá fixar um valor maior ou
menor, conforme o seu entendimento.

Conclusão:
Diante do exposto, entende-se que é perfeitamente plausível o requerimento
dos bens, visto que os bens adquiridos durante o casamento devem ser
divididos igualmente entre as partes, salvo se houver algum pacto antenupcial
ou acordo prévio que estabeleça outra forma de partilha.
Além disso, a guarda do filho, visando aquilo que se mostre mais favorável a
criança, e de sua pensão alimentícia, assim garantindo o sustento, a educação
e a saúde.
Dessa forma, indo de encontro ao motivo pelo qual este parecer mostra-se
favorável ao solicitado pelo requerente.

É o parecer.

São Luís-MA, 25 de outubro de 2023

Eduardo Frós Botêlho


Maria Paula Nogueira Vieira
OAB

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