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Comarca de Catalão
Processo: 5589771-64.2019.8.09.0029
SENTENÇA
I - RELATÓRIO
Trata-se de Ação de Alimentos proposta por A.C.B., representado por sua genitora L.C.S., em face
de K.R.B., partes devidamente qualificadas nos autos.
Sob a alegação de ser filha do requerido, a autora pugna pela fixação de alimentos no importe de
60% do salário-mínimo vigente mais 50% das despesas médicas e escolares, bem como a concessão de
guarda unilateral em nome da genitora e regulamentação das visitas.
Foi deferida tutela antecipada fixando alimentos provisórios em favor da criança no importe de 40%
do salário-mínimo vigente (mov. 04).
Mesmo devidamente citado para tanto, o requerido deixou de contestar o feito (evento 19).
Instado a se manifestar, o Ministério Público opinou pela intimação das partes para informarem as
provas a serem produzidas (evento 25).
O despacho de mov. 29 determinou a intimação das partes para especificarem as provas que
pretendem produzir.
Novamente intimado, o Ministério Público lançou parecer pela procedência parcial da ação (evento
37).
É o relatório. Decido.
II - FUNDAMENTAÇÃO
a. Dos Alimentos
Em que pese o efeito material da revelia não se aplicar ao presente caso diante da indisponibilidade
do direito discutido, existindo apenas presunção relativa quanto à matéria de fato, a prova documental
produzida (certidão de nascimento) demonstra que, efetivamente, o réu é o pai do requerente.
A obrigação dos pais de alimentar os filhos decorre do poder familiar, do dever dos cônjuges em
sustentar a família ou do dever dos pais de assistir, criar e educar os filhos menores.
Vê-se, portanto, que durante a menoridade, quando os filhos estão sujeitos ao poder familiar, há
presunção de dependência dos filhos para subsistência própria com relação a seus pais, tendo o dever de
alimentar fundamento no poder familiar.
“Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos
maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade”.
“Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores,
cabendolhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as
determinações judiciais.”
O dever de sustento, guarda e educação dos filhos se converte em prestação pecuniária, uma vez
cessada a convivência sob o mesmo teto. Assim, ocorrendo separação de fato, a obrigação de prestar
assistência direta aos filhos se resolve na obrigação de pagar alimentos sob a forma pecuniária.
Os alimentos, consoante recomendação do art. 1.694, §1º, do Código Civil são fixados segundo as
possibilidades do alimentante e as necessidades do alimentando.
No caso em tela restou comprovado que o requerido é pai do requerente. Dessa forma, em virtude
da revelia do réu e dos elementos presentes nos autos, observando as possibilidades do alimentante e as
necessidades do alimentando, entendo que a pensão alimentícia deve ser mantida no patamar de 40% do
salário mínimo vigente a ser pago mensalmente.
b. Da Guarda e Visitas
Resguardo o direito paterno a visitação nas formas apresentadas pela parte autora e referendada
pelo Ministério Público:
“a) Que o requerido possa ter a filha em sua companhia em fins de semana alternados, podendo pegá-la na
casa materna às 15h00min do sábado e devolvê-la no mesmo dia às 18h00min, entretanto, quando a
menor completar 3 (três) anos de idade, o genitor poderá buscá-la em sua residência na sexta-feira, no
horário das 18h00min e entregá-la no domingo até as 18h00min, no mesmo local;
b) Feriados intercalados;
d) Natal e Ano Novo intercalados e alternados de tal sorte que no primeiro ano o Natal será com a genitora
e o Ano Novo com o requerido;
e) No aniversário da criança, o pai poderá visitar a filha em sua residência, sem alterar a programação e/ou
eventual comemoração, podendo levá-la para almoçar fora, com a obrigação de devolvê-la na casa materna
até as 16h00min do dia. No Dia das Crianças, passará em companhia do pai nos anos pares, e da mãe nos
anos ímpares;
f) Em época de férias escolares, o genitor terá a companhia da filha, metade dos dias.”
III - DISPOSITIVO
Ante o exposto, e por tudo o mais que dos autos consta, ACOLHO o parecer ministerial de evento
37 e, com fulcro no art. 487 do CPC, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos iniciais,
EXTINGUINDO O PROCESSO COM APRECIAÇÃO DO MÉRITO, para:
ii) condenar o réu a pagar pensão alimentícia a sua filha menor A.C.B., na quantia
correspondente a 40% salário-mínimo vigente, desde a citação, que deverá ser entregue, mensalmente, à
genitora, até o dia 10 de cada mês, mais 50% (cinquenta por cento) das despesas extraordinárias,
relacionadas às necessidades básicas da menor, tais como saúde e educação, advertindo-o de que o
Por fim, condeno a parte requerida ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios,
os quais fixo em 10% sobre o valor atualizado da causa.
Certificado o trânsito em julgado, sem requerimentos das partes no prazo de 30 (trinta) dias,
arquivem-se os autos com as cautelas de estilo.
Juiz de Direito