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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DA

INFÂNCIA E JUVENTUDE DA COMARCA DE ___

(NOME COMPLETO DO AUTOR), (nacionalidade), (estado civil), (profissão),


portador do RG n°… (número do RG), inscrito no CPF n°… (número do CPF),
residente e domiciliado à (endereço completo do autor), vem, por
intermédio de seu advogado (nome completo do advogado), inscrito na
OAB n°… (número de inscrição na OAB), endereço profissional …..
(endereço completo do escritório do advogado), onde recebe notificações
e intimações, endereço eletrônico (e-mail do advogado), conforme
procuração em anexo, perante Vossa Excelência, propor

AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO DE MENOR C/C MEDIDA LIMINAR

Em face de (NOME COMPLETO DO RÉU), (nacionalidade), (estado civil),


(profissão), portador do RG n°… (número do RG), inscrito no CPF n°…
(número do CPF), residente e domiciliado à …. (endereço completo do réu),
pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS
As partes tiveram um relacionamento amoroso, e deste adveio o
nascimento do menor _____ (nome completo do menor), nascido em ____
(data do nascimento), atualmente com ___ (idade da criança), anos de
idade, conforme certidão de nascimento em anexo.

Com o fim do relacionamento, as partes acordaram que a guarda da


criança ficaria com o(a) requerente, de modo que moraria com o(a)
genitor(a), por ser o melhor para o menor, e que o(a) requerido(a) poderia
visitá-lo, bem como levá-lo para sua residência e/ou horas de lazer.

Acontece que no dia ______ (escrever data), o(a) requerido(a) levou o


menor consigo, tirando-o da cidade em que reside com o(a) genitor(a), sem
dar qualquer satisfação ao requerente.

A parte autora tentou contato com o réu, pedindo-lhe que devolvesse a


criança, pois a mudança abrupta prejudicaria a rotina do infante, além de
que não houve autorização, tendo o requerente abusado da sua condição
paterna/materna (identificar segundo o genitor que está com a criança) e
traído a confiança daquela. Entretanto, sem resultado até a presente data.
Destarte, não havendo outro meio, faz-se necessária a intervenção do
Poder Judiciário no presente feito a fim de restituir o status quo entre as
partes e o menor.

DA TUTELA ANTECIPADA
O Código de Processo Civil traz o instituto da tutela de urgência em seu art.
300, in verbis:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos


que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.

Do referido dispositivo extrai-se como requisitos para a concessão da


referida tutela a probabilidade do direito, ou fumus boni iures, e o perigo de
dano ou risco ao resultado do processo, ou periculum in mora.

No caso em tela, o direito está exposto em toda esta exordial bem como
na documentação acostada e, de forma cristalina, salientando-se que a
guarda fora estabelecida em favor do(a) requerente, bem como a
residência do menor é a mesma do(a) autor(a).

O periculum in mora por sua vez está demonstrado na possibilidade de


danos a serem causados à criança, uma vez que a mudança brusca de sua
rotina implicará prejuízos à sua educação, bem como possivelmente à sua
saúde física e mental.

Destarte, preenchidos os requisitos legais, faz-se mister a concessão da


tutela uma vez que o (a) requerido (a) levou consigo o menor para outra
cidade distante, distinta do local que a criança já estava totalmente
adaptado à rotina junto de seu/ sua genitor (a) que já detêm a posse e
guarda de fato desde o nascimento do menor, sem a menor condição de
lhe oferecer condições dignas, sendo de extrema urgência a rápida
intervenção jurídica.

DO DIREITO
A Magna Carta assegura os direitos das crianças e adolescentes,
atribuindo à família, ao Estado e à sociedade resguardá-los:
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança,
ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura,
à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.

É, pois, dever do(a) requerido(a) promover e assegurar os direitos de


seu filho, entretanto este os está violando, ao não observar o melhor
interesse do menor e assim, prejudicando-o.

Ainda, tais deveres e direitos também estão previstos no Código de


Processo Civil, bem como o exercício do poder familiar, que dentre outros,
consiste também em reclamar os filhos de quem os detenha ilegalmente,
segundo art. 1.634, VIII:

Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação
conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos
filhos:

VIII – reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;

Considerando o acordado entre as partes quanto à guarda do filho


menor, a situação fática aqui narrada demonstra que o(a) requerido(a) agiu
ilegalmente, prejudicando a criança e violando seus direitos resguardados
em lei.

Além do exposto acima, há que se falar na aplicação da Lei nº


12.318/2010, uma vez que as atitudes do réu desde a data em que subtraiu
o filho sem consentimento da outra parte caracteriza alienação parental,
conforme exemplificado no texto legal:

Art. 2o Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação


psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um
dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente
sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que
cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.
Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação parental, além
dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por perícia, praticados
diretamente ou com auxílio de terceiros:

I – realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no


exercício da paternidade ou maternidade;

II – dificultar o exercício da autoridade parental;

III – dificultar contato de criança ou adolescente com genitor;

IV – dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar;

V – omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes


sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações
de endereço;

VI – apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou


contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou
adolescente;

VII – mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a


dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor,
com familiares deste ou com avós.

Considerando, ainda, o fato do menor não estar adaptado ao lugar distante


de sua moradia, será prejudicado, inclusive, no ambiente escolar, pois a
transferência de escola não foi realizada, negligenciando o direito à
educação prevista no art. 53 da Lei nº 8.069/ 1990 (ECA):

Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno


desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e
qualificação para o trabalho […].

Assim, considerando a necessidade urgente de restituição da criança à


parte autora, em conformidade com as situações fáticas e de direito
apresentadas nesta exordial, faz-se necessária a expedição de mandado
de busca e apreensão a fim de restituir a posse do menor _____ (nome da
criança) em favor de seu genitor e aqui, parte autora desta ação.

DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto, requer-se de Vossa Excelência:

1. A concessão da medida liminar, expedindo mandado de busca e


apreensão do menor ______ (nome completo da criança), utilizando
os meios que forem necessários a fim de restituir a posse daquele à
parte autora;
2. A citação da parte requerida para, querendo, contestar a presente
ação no prazo legal, sob pena dos efeitos da revelia;
3. A intimação do membro do Ministério Público, para intervir no
presente feito;
4. A procedência do pedido de busca e apreensão de menor, a fim de
acolher definitivamente os efeitos da medida liminar;
5. A condenação da parte requerida ao pagamento das verbas
sucumbenciais, custos processuais e honorários advocatícios
previstos em lei;
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova e de direito
admitidos em lei.

Dá-se à causa o valor de R$… (escreva também por extenso).

Nestes termos, pede deferimento.

_________________ (cidade), ___ de ________ de 2022.

________________________

Assinatura do(a) advogado(a)

OAB ____/ UF

FONTE: https://diegocastro.adv.br/ - Todos os Direitos Reservados

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