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AO JUÍZO DA ...... VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE ...... - .......

FULANO DE TAL, nacionalidade, estado civil, profissão, RG nº ....., órgão expedidor e inscrito no
CPF/MF sob o nº ...., residente e domiciliado ...., por sua advogada infra-assinada, já
devidamente constituída e qualificada em instrumento de mandato procuratório em anexo,
com endereço profissional endereço na ...., onde recebe notificações e intimações (CPC, art.39,
I), vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência com fulcro nos arts. 22 e seguintes do
ECA, bem como art. 319 do CPC/15, propor

AÇÃO DE DESTITUIÇÃO DE PODER FAMILIAR

em face de BELTRANA DE TAL, nacionalidade, estado civil, profissão, RG nº ....., órgão


expedidor e inscrito no CPF/MF sob o nº ...., residente e domiciliado ....,, nos termos que se
seguem:

DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA

Requer, preliminarmente, a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, assegurados pela


Constituição Federal, art. 5º, inc. LXXIV e pelo CPC/15, art. 98e seguintes, declarando sob as
penas da lei, que os Requerentes não dispõem de recursos financeiros para arcar com as
eventuais custas e despesas processuais sem prejuízo próprio e familiar.

DOS FATOS

O requerente teve um relacionamento com a requerida, fruto deste relacionamento nasceu


SICRANA DE TAL, filha de ambos que atualmente conta com ..... anos de idade, conforme
Certidão de Nascimento em anexo.
O autor sempre honrou sua responsabilidade em face da filha, deixando uma casa de sua
propriedade para a requerida e um aluguel para que a mesma recebesse mensalmente. O
acordo foi realizado de forma verbal, inexistindo ainda qualquer acordo judicial quanto aos
bens do autor.

Ficou convencionado que a requerida ficaria com a guarda da menor filha do casal e que o
autor visitaria aos finais de semana, podendo levar a criança para sua casa e a casa dos pais
dele, no caso, os avós da menor.

Conforme provas em anexo (docs...), o autor além da casa e do aluguel mensal também
comprometeu-se a pagar o colégio particular da menor e sempre comprar mantimentos e
subsídios como roupas, e materiais para mesma.

A menor sempre recebeu o melhor tratamento, atualmente estudando no colégio ....., (cuja
mensalidade é paga pelo requerente), além do seu genitor arcar com os custos de seu plano
de saúde (doc. ...), nota-se que até mesmo a atual esposa do autor a senhora Fulana de Tal,
acompanha a menor ao médico, sendo sua mãe de fato, já que, como veremos, a menor tem
sido exposta a diversas situações que atacam diretamente sua integridade física e moral.
Ocorre Excelência, que a requerida, não obstante ter a guarda da menor, vem realizando atos
que expõem a menor em situação de perigo, como demonstrado nas provas juntadas em
anexo (doc .....), submetendo-a a situações que a colocam diretamente em contato com
drogas, álcool, más companhias e desídia, já que deixa a menor sozinha em casa ou quando
não em um bar conhecido por ser ponto de drogas.

Inclusive, a própria criança relata que a genitora é usuária de entorpecentes e faz uso na
presença da menor, na própria casa onde residem. Além de frequência de pessoas estranhas
expondo a criança cotidianamente a uma situação de insegurança.

Em outra passagem, e até mesmo com as provas do relatório do CREAS/CRAS (docs....), a


menor relata que a requerida a deixa de madrugada na guarda de terceiros, em bares
conhecidos como pontos de drogas, expondo a menor a todo tipo de situação inadequada
para qualquer criança ou adolescente.

Após inúmeras tentativas de contornar a situação de forma amigável, a situação perdura por
meses a fio, sem que a genitora da menor tenha sequer mudado de postura e, portanto,
diante de todo o exposto, o autor, pai da menor, comprometido em proteger e zelar pelo bem-
estar da mesma e determinado em fazer cessar esses episódios, não viu outra alternativa,
senão, recorrer ao judiciário para tutelar devidamente a vida de sua filha, para tanto,
requerendo a destituição do poder familiar de sua genitora.

DO DIREITO

O Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n. 8.069/90 dispõe que:

Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos
menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer
cumprir as determinações judiciais.

Art. 24 - A perda e a suspensão do poder serão decretados judicialmente, em


procedimento contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na
hipótese de descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a que alude o
art. 22.

Art. 129 - São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:


[...] X- suspensão ou destituição do poder familiar.
Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos IX e X deste
artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24.

Sobre o procedimento para a perda ou a suspensão do poder familiar dispõe ainda o ECA que:

Art. 155 - O procedimento para a perda ou a suspensão do poder familiar terá


início por provocação do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse.

Em conformidade com o art. 157, do ECA, existindo motivo grave, a autoridade judicial,
ouvindo o MP, poderá decretar a suspensão do poder familiar, liminar ou incidentalmente, até
o julgamento definitivo da causa, ficando a criança ou adolescente confiado a pessoa idônea,
mediante termo de responsabilidade.
O § 1º do referido dispositivo estabeleceu que, recebida a petição inicial, a autoridade
judiciária deverá determinar, concomitantemente ao despacho de citação e
independentemente de requerimento do interessado, a realização de estudo social ou perícia
por equipe interprofissional ou multidisciplinar para comprovar a presença de uma das causas
de suspensão ou destituição do poder familiar, caso ainda não tenha sido realizado.

E por fim, citamos o art. 163, Parágrafo único do ECA com o seguinte teor: “A sentença que
decretar a perda ou a suspensão do poder familiar será averbada à margem do registro de
nascimento da criança ou adolescente”.

No que tange à lei civil, dispõe o seu art. 1.635 que extingue-se o poder familiar nas hipóteses
do art. 1.638 (inc. V).

Já o art. 1.638, em seus incs. II ao IV, do CC, dispõe que a perda do poder familiar pelos pais,
pode ser decretada por decisão judicial na seguintes hipóteses: abandono do filho; prática de
atos contrários à moral e aos bons costumes; reiteração de faltas aos deveres inerentes ao
poder familiar.

Tal é o caso em tela, visto que a requerida está expondo a menor a situações de perigo e
insegurança, expondo-a a toda sorte de acontecimentos, afetando sua saúde física e mental e
seu bem-estar. Faltando cabalmente aos deveres de guarda, proteção, zelo e segurança com
sua própria filha, o que deve ser cessado o quanto antes para que se evite problemas maiores
do que os que já vem ocorrendo.

DA CAUTELAR DE AFASTAMENTO

Diante dos fatos graves de urgentes do presente processo, e por haver uma necessidade de
trâmite mais demorado, o autor ingressou com uma ação cautelar de afastamento da menor
do lar de sua genitora, para resguardar a integridade física e moral da menor.

O referido processo está tramitando na ......ª Vara de Família e Sucessões desta Comarca, sob o
nº ......, no qual o MM Magistrado deferiu a guarda provisória para o autor FULANO DE TAL,
requerendo para tanto a manutenção da presente decisão até o trâmite final deste processo e
também requerendo a reunião de ambos os processos, por terem as mesmas partes e mesmo
objeto.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer-se ao Douto Juízo:

a. recebida a presente seja distribuída COM URGÊNCIA, juntamente com os documentos


anexos, processando-a e ao final julgando procedente em todos os seus termos;
b. Que seja concedida gratuidade de justiça, nos termos do art. 98 e ss. do CPC/15.
c. Seja a requerida citada para que, caso queira, ofereça contestação aos presentes
pedidos, juntamente com rol de testemunhas e documentos;
d. Seja designada audiência de instrução e julgamento, protestando pelo depoimento
pessoal da requerida, oitiva de testemunhas e demais provas permitidas em lei;
e. Ao final, comprovados os fatos supra narrados, que a requerida seja DESTITUÍDA DO
PODER FAMILIAR relativo à menor.
f. Julgado procedente os pedidos supra, seja a requerida condenada nos honorários de
sucumbência no importe de 20% do valor da causa.

Protesta por todos os meios de provas em direito admitidas, especialmente pelo depoimento
da requerida, perícia, sindicância, juntada de novos documentos, inspeção judicial e tudo que
se fizer necessário para elidir prova em contrário, inclusive juntada posterior do rol de
testemunhas.

Para efeitos de alçada dá-se à causa o valor de R$ ....... (por extenso).

Termos em que,

Pede deferimento.

Local, data.

ADVOGADO
OAB/UF n. .......

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