O Ministério Público move ação contra um homem por agressões físicas e violência sexual contra enteada. Pede seu afastamento da moradia comum e proibição de contato com as vítimas, com base em relatos de Conselho Tutelar e CREAS sobre os fatos. Requer também medidas protetivas previstas no ECA e na Lei 13.431/17 para garantir a segurança da criança e adolescente.
O Ministério Público move ação contra um homem por agressões físicas e violência sexual contra enteada. Pede seu afastamento da moradia comum e proibição de contato com as vítimas, com base em relatos de Conselho Tutelar e CREAS sobre os fatos. Requer também medidas protetivas previstas no ECA e na Lei 13.431/17 para garantir a segurança da criança e adolescente.
O Ministério Público move ação contra um homem por agressões físicas e violência sexual contra enteada. Pede seu afastamento da moradia comum e proibição de contato com as vítimas, com base em relatos de Conselho Tutelar e CREAS sobre os fatos. Requer também medidas protetivas previstas no ECA e na Lei 13.431/17 para garantir a segurança da criança e adolescente.
de sua representante legal ao final assinada, no uso de suas atribuições funcionais e com fulcro nos artigos 130 e 201, inciso VIII da Lei nº 8069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), com base na Lei nº 13.431/17 e no expediente em anexo, vem, perante Vossa Excelência, promover AÇÃO CAUTELAR DE AFASTAMENTO DO AGRESSOR DA MORADIA COMUM contra XXXXXXXX, brasileiro, residente na XXXXX, Tel. e em benefício da criança/adolescente, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:
DOS FATOS
O requerido na presente ação, Sr.XXXXXXX, é companheiro e
convive maritalmente com a Sra. XXXXXX, genitora da criança XXXXX e/ou do adolescente XXXXX, conforme se depreende da documentação ora colacionada.
Todos acima mencionados coabitam na mesma residência,
situada na XXXXXX, nesta cidade.
A notícia de fato em anexo foi encaminhada pelo Conselho Tutelar,
narrando situação de risco em que se encontram as crianças/adolescentes acima citados. Segundo o órgão protetivo, os menores foram desligados de entidade de acolhimento, após longo período de medida protetiva e devolvidos à genitora, porém estavam na condição de vítimas de agressões físicas cometidas pelo padrasto, Senhor XXXXXX, acusado também da prática de suposta violência sexual contra a adolescente XXXXXXX.
No âmbito do Conselho Tutelar, a genitora dos menores afirmou
que ela e os filhos eram vítimas de agressões físicas praticadas pelo companheiro e que este tinha o costume de acariciar XXXXX, chegando a apalpar seus seios e dormir ao lado da adolescente, sendo flagrado com o pênis ereto, fatos ratificados pelo CREAS em seu relatório anexo.
Sabe-se que a genitora da criança e do adolescente é portadora de
enfermidade mental e beneficiária do BPC e, diante da sua dificuldade de gerir a própria vida, depende de ações do companheiro, XXXXXX, o que implica num comportamento de subserviência e dependência conjugal.
Os fatos supostamente criminosos foram também comunicados à
DERCA, para fim de adoção das medidas penais cabíveis
Ocorre que a DERCA ainda iniciará a investigação policial,
entretanto, diante da pandemia do covid 19, as crianças/adolescente XXXXXX, bem como sua genitora podem estar sofrendo violência doméstica praticada pelo padrasto e, considerando que a notícia traz elementos de informação de situação de grave risco, é medida prudente o deferimento do pedido de afastamento cautelar da moradia do Sr.XXXXXXX, ora requerido, bem como a proibição de se aproximar das vítimas, guardando distância de 300 metros, para segurança e bem estar da criança e do adolescente.
Trata-se de medida protetiva acautelatória, repise-se, com a
finalidade de evitar possíveis danos físicos e psicológicos em desfavor da criança XXXXX e da adolescente XXXXXX, como bem preconiza a doutrina da proteção integral que é base do Estatuto da Criança e do Adolescente, ora vigente.
DO DIREITO
A postulação encontra embasamento legal no art. 98 do Estatuto da
Criança e do Adolescente, in verbis:
As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis
sempre que os direitos reconhecidos nesta lei forem ameaçados ou violados.
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsáveis.
Estabelece, ainda, o art. 130 do mesmo Diploma legal:
Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão, ou abuso sexual
impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá determinar como medida cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum.
No presente caso, é pertinente ainda evitar o contato direto do
agressor com a criança XXXXX e a adolescente XXXXX, também como medida de proteção, estabelecendo uma distância mínima a ser observada entre as partes, com respaldo no art. 21, I, da Lei 13.431/17, uma vez que os menores podem vir a ser vítimas de ameaças cometidas de diversas formas verbal, presencial e simbólica Ademais, embora a letra fria da lei cite que o pedido supra deva ser formulado por autoridade policial, nada impede que seja feito por autoridade diversa, se o objetivo finalístico da norma é garantir a proteção de crianças e adolescentes.
DIANTE DO EXPOSTO, requer o MINISTÉRIO PÚBLICO:
I. Liminarmente, o afastamento do requerido da moradia comum, com a advertência de que não poderá retornar, sob pena de ser preso e processado por crime de desobediência;
II. Também em sede de pedido liminar, a aplicação da medida
de proteção prevista no art. 21, I da lei 13.431/17, qual seja, “evitar o contato direto da criança ou do adolescente vítima ou testemunha de violência com o suposto autor da violência”, sob pena de prisão imediata;
III. A citação do demandado para, querendo, contestar a presente
ação;
IV. Produção de todos os meios de prova em direito admitidos,
sobretudo o depoimento pessoal do demandado, a oitiva da genitora dos menores, bem como das testemunhas ao final arroladas;
V. Realização de estudo social do caso pela equipe técnica desse
Juízo, com visita domiciliar;
Ao final, provados os fatos que motivaram o ajuizamento desta, seja
a mesma julgada procedente, com condenação do requerido ao afastamento da moradia comum, nos termos do artigo 130 do Estatuto da Criança e do Adolescente, por ser medida de direito e justiça.
Salvador, XX de XXXXXX de 2020.
XXXXXXXXXXXXXXX PROMOTOR(A) DE JUSTIÇA PLANTONISTA