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contra MARIA DE TAL, solteira, profissão ignorada, residente e domiciliada na Rua X, nº.
0000, em Fortaleza/CE – CEP nº. 66777-666 (ECA, art. 156, inc. II), endereço eletrônico
desconhecido, pelas razões fáticas e de direito adiante evidenciadas.
I – CONSIDERAÇÕES PREAMBULARES
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“ O critério para identificar o juízo competente é a situação em que se
encontra o menor, e no domicílio de quem detém a guarda. O juízo das varas da
infância e da juventude só será competente se a criança ou o adolescente estiver
com seus direitos ameaçados ou violados, por omissão ou abuso dos pais ou
responsáveis ou em razão de sua conduta.(ECA 98). A efetiva concorrência de
ameaça ou violação dos direitos fundamentais da criança e do adolescente é que
determina, com exclusividade, a competência do Juizado da Infância e da
Juventude(ECA 148 parágrafo único a a h). “( In, Manual de direito das famílias.
famílias. 6ª
Ed. São Paulo: RT, 2010. Pág. 446)
II – QUADRO FÁTICO
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III – A HIPÓTESE EM ESTUDO APONTA PARA A
DESTITUIÇÃO DO PÁTRIO PODER
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Com efeito, reza o Estatuto da Criança e do Adolescente que:
Art. 50 – ( . . . )
§ 13 – Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato
domiciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos desta quando:
(...)
III – oriundo de pedido de quem detém a tutela ou guarda legal da criança
maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o lapso de tempo de
convivência comprove a fixação de laços de afinidade e afetividade, e não seja
constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas no art.
237 e 238 desta Lei.
CÓDIGO CIVIL
Art. 1.638 – Perderá por ato judicial o poder familiar o pais ou mãe que:
I – castigar imoderadamente o filho;
II – deixar o filho em abandono;
III – praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
costumes;
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IV – incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.
“ A perda do poder familiar (pátrio poder) para ser decretada deve estar de acordo
com as regras do ECA em combinação com o CC. Assim, incide a decisão de
destituição do pátrio poder na conduta omissiva do genitor diante de suas
obrigações elencadas no art. 22 do ECA e no art. 1.634 do CC, infra-assinalado. Mais,
deve o genitor amoldar-se a uma ou mais hipóteses do art. 1638 do CC: “(ISHIDA,
Válter Kenji. Estatuto da Criança e do Adolescente: doutrina e jurisprudência. 12ª Ed.
São Paulo: Atlas, 2010. Pág. 38)
Nesse sentido:
APELAÇÃO CÍVEL.
Ação de perda do poder familiar cumulada com pedido de alimentos. Sentença
parcialmente procedente. Insurgência de um dos genitores. Preliminares.
Cerceamento de defesa. Alegada ausência de intimação para comparecer à
audiência de instrução e julgamento. Ato dirigido ao endereço declinado pelo
recorrente. Validade da tentativa de intimação. Dever da parte de atualizar o
endereço sempre que houver mudança definitiva ou temporária. Inteligência do art.
238, parágrafo único, do código buzaid. Preliminar rechaçada. Interessado que
almeja a realização de estudo social em sua residência. Desnecessidade. Existência
de relatórios e provas que abrangem e demonstram a conduta do genitor. Além do
mais, informação no curso do feito de que o recorrente não mais residia no
endereço, tampouco na cidade, estando em local incerto e não sabido. Existência de
informações e elementos suficientes à formar a plena convicção do julgador.
Prefacial derribada. Mérito. Perda do poder familiar do apelante em relação às duas
filhas. Comprovação de abandono material e afetivo. Pai que perturbava o ambiente
familiar, proferindo ameaças e agressões contra sua ex-companheira. Situação de
grave risco verificada. Incidência do art. 1.638 do Código Civil. Desconstituição do
pátrio poder que se mostra medida mais adequada à proteção dos interesses das
menores, nos termos dos arts. 2º a 6º da Lei n. 8.069/1990. Perda do pátrio poder
familiar que apenas retira os direitos dos pais, mantendo seus deveres para com a
prole, inclusive o alimentar. "A perda do poder familiar é a mais grave sanção
imposta ao que faltar aos seus deveres para com o filho, ou falhar em relação à sua
condição paterna ou materna. O abuso de autoridade e a falta aos deveres
inerentes à autoridade parental autorizam o juiz a adotar medida que lhe pareça
reclamada pela segurança do filho e seus haveres, podendo inclusive suspender
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suas prerrogativas" (Pereira, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil: Direito
de família. V. 5. 18ª ED. Rio de janeiro: Forense, 2010. P. 464). Alimentos. Obrigação
que deve reger-se pela tríade necessidade-possibilidade-proporcionalidade.
Hipótese em que o provedor demonstra sua incapacidade econômica para custear o
pensionamento fixado na origem às alimentadas. Montante que deve ser reduzido
para 30 % (trinta por cento) do salário mínimo para as duas filhas, em atenção à
possibilidade de quem paga e às necessidades de quem recebe. Sentença reformada
no ponto. Recurso conhecido e parcialmente provido. (TJSC; AC 2015.094201-0;
Videira; Quinta Câmara de Direito Civil; Relª Desª Rosane Portella Wolff; Julg.
07/03/2016; DJSC 11/03/2016; Pág. 295)
APELAÇÃO CÍVEL.
Ação de destituição do poder familiar com pedido de antecipação de tutela. Laudos
dos profissionais que acompanharam o caso que evidenciam que a mãe não tinha
endereço e emprego fixos e deixava o filho morando por longos períodos na casa de
terceiros, em situação de abandono e que manteve relacionamento com usuário de
crack. Criança que até o seu acolhimento institucional, presenciou uso de drogas e
brigas do casal. Pai que não demonstra interesse pelo infante. Descumprimento do
dever de sustento, guarda e educação do filho menor. Violação dos artigos 1637 e
1638, II e IV do Código Civil e 22 e 24 do Estatuto da Criança e do Adolescente que
fundamentam a perda do poder familiar. Recurso desprovido. (TJSC; AC
2014.083322-0; Mafra; Primeira Câmara de Direito Civil; Rel. Des. Domingos Paludo;
Julg. 26/02/2015; DJSC 06/03/2015; Pág. 151)
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A perda do poder familiar consiste em sanção que deve ser aplicada aos pais
quando demonstrado suficientemente que estes, por culpa ou dolo, não
preservaram os direitos e interesses dos menores, observado o disposto no art.
1.638, do CC/2002 e nos arts. 22 e 24, do ECA. Comprovada a prática de condutas
desabonadoras por parte dos pais biológicos, deve ser mantida a decisão que
decretou a perda do poder familiar, por ser a esta a medida que preserva o melhor
interesse do menor. -Recurso desprovido. (TJMG; APCV 1.0338.12.003563-3/001;
Relª Desª Ana Paula Caixeta; Julg. 12/03/2015; DJEMG 19/03/2015)
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Art. 6º - Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se
dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a
condição peculiar da criança e do adolescente como pessoa em desenvolvimento.
Art. 22 – Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos
menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e
fazer cumprir as determinações judiciais.
CÓDIGO CIVIL
Art. 1.638 – Perderá por ato judicial o poder familiar o pais ou mãe que:
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I – castigar imoderadamente o filho;
II – deixar o filho em abandono;
III – praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
costumes;
IV – incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.
Nesse sentido:
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A adoção de menor por pessoa predeterminada pelos pais biológicos, denominada
adoção intuitu personae, trata-se de medida excepcional que se justifica quando o
ato for unilateral, ou praticado por pessoa da família extensa em decorrência de
prévios vínculos afetivos e de afinidade, ou quando o adotante é o detentor da
tutela ou da guarda. Rechaçada de plano a pretensão da genitora biológica de
entregar recém-nascido em adoção intuitu personae, e, sendo expressa a sua
negativa em assumir os deveres decorrentes do poder familiar, faz-se mister a
adoção da medida extrema de acolhimento institucional com vista à adoção legal,
sem permissão para visitação, a fim de que permaneçam tutelados os interesses da
criança. Agravo desprovido. (TJRS; AG 0037346-53.2015.8.21.7000; Porto Alegre;
Sétima Câmara Cível; Relª Desª Sandra Brisolara Medeiros; Julg. 25/03/2015; DJERS
01/04/2015)
V – PEDIDOS E REQUERIMENTOS
POSTO ISSO,
como últimos requerimentos da presente ação, a Autora requer que Vossa Excelência se
digne de tomar as seguintes providências:
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a)requer a CITAÇÃO da promovida,
para, querendo, no prazo de
10(dez) dias, oferecer resposta
escrita(ECA, art. 158);
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Ação de Destituição de Pátrio
Poder c/c Pedido de Adoção:
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e) instar a manifestação do
Ministério Público, inclusive
para apreciar a eventual
ocorrência de delito penal na
espécie (CPC, art. 178, inc. II
c/c ECA, art. 202 e art. 232, do
ECA);
( i ) pedem a oitiva da Ré, vez que identificada (ECA, art. 161, § 4º);
( ii ) sejam ouvidas as testemunhas abaixo relacionadas ( ECA, art. 156, inc. IV):
a) Maria de tal, rua tal....
b) Joaquina de tal, rua tal..
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Fortaleza(CE), 00 de abril do ano de 0000.
Beltrano de tal
Advogado – OAB(CE) 112233
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