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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA _____ VARA DE

FAMÍLIA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE XXXXXXX

XXXXXX, menor impúbere, nascido (a) em XXXXX, neste ato representado (a)
por seu (ua) genitor (a) XXXXXX, brasileiro (a), estado civil, profissão, RG nº
XXXXX - SSP/XX, inscrita no CPF nº XXXXX, com endereço XXXXX telefones:
(XX) XXXXX, vem à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu (ua)
advogado (a) e bastante procurador (a) com fundamento no artigo 1.566, IV, do
Código Civil e artigo 2º da Lei nº. 5.478/68, pleitear

AÇÃO DE ALIMENTOS
em desfavor de XXXXX, brasileiro (a), estado civil, profissão, RG nº XXXXX -
SSP/XX, inscrito no CPF nº XXXXX, com endereço XXXXX telefones: (XX)
XXXXX, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos:
DOS FATOS
O (A) menor é filha do Requerido (a), conforme prova a cópia da certidão de
nascimento anexa. Apesar da relação jurídica que os une, o pai (mãe) não vem
prestando auxílio, com regularidade, para a criação e educação de seu (ua)
filho (a).
Cumpre esclarecer que a genitor (a) do (a) menor trabalha como XXX,
auferindo renda mensal líquida de R$ XXXX (XXXXX), e vem, com muita
dificuldade, arcando sozinho (a) com as despesas decorrentes da criação do
(a) menor, tais como moradia, alimentação, vestuário, educação, transporte,
medicamentos, lazer e etc.
O (A) requerido (a), por sua vez, trabalha como XXXX auferindo por mês a
quantia aproximada de R$ XXXX (XXXX). Cabe ressaltar que o pai (mãe)
XXXX não tem demonstrado interesse em arcar com as responsabilidades
decorrentes da paternidade, deixando de atender aos vários apelos da
representante do (a) menor para que se responsabilize por parte das despesas.
DO DIREITO
De início, cabe ressaltar o entendimento da doutrina no que se refere ao
conceito de pensão alimentícia, "quantia fixada pelo juiz e a ser atendida
pelo responsável (pensioneiro), para manutenção dos filhos e ou do outro
cônjuge" (Dicionário Jurídico da Academia Brasileira de Letras Jurídicas.
Planejado, organizado e redigido por J. M. OTHON SIDOU. 5ª Edição. Rio de
Janeiro: Forense Universitária, 1999. P. 618)
A família deve assegurar o bem estar da criança conforme disposto no Art. 227
da Constituição Federal:
Art. 227 É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação,
à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de
toda forma de negligência, discriminação exploração, violência, crueldade e
opressão.
Os pressupostos da obrigação do alimentante sobre o alimentado estão
presentes no caso em epígrafe, assim como nos ensina o renomado jurista
Orlando Gomes em sua obra "Direito de Família", 9ª. Edição, Editora Forense,
Rio de Janeiro, 1997, página 404, in verbis:
Alimentos são prestações para satisfação das necessidades vitais de quem
não pode provê-las por si. A expressão designa medidas diversas. Ora significa
o que é estritamente necessário à vida de uma pessoa, compreendendo, tão-
somente, a alimentação, a cura, o vestuário e a habitação, ora abrange outras
necessidades, compreendidas as intelectuais e morais, variando conforme a
posição social da pessoa necessitada.
Destarte, ao analisar as atitudes de desídia do Requerido, que tem se omitido
em seus deveres, deixando a rogo exclusivo da genitora os gastos com a
criança, sabedor de que a genitora está arcando com dificuldade com o
sustento da mesma.
Não cabe somente à genitora arcar com a criação e educação dos menor,
sendo este um dever de ambos os pais.
Segundo o ensinamento de Yussef Said Cahali:
ALIMENTOS - DEVER DE SUSTENTO À PROLE -I- O dever de sustento diz
respeito ao filho menor, e vincula-se ao pátrio poder, seu fundamento encontra-
se no art. 231, III, do CC, como dever de ambos os cônjuges em relação à
prole, e no art. 233, IV, como obrigação recíproca do genitor, de mantença da
família; cessado o pátrio poder, pela maioridade ou pela emancipação, cessa
conseqüentemente aquele dever; termina, portanto, quando começa a
obrigação alimentar. II- A obrigação alimentar não se vincula ao pátrio poder,
mas à relação de parentesco, representando uma obrigação mais ampla que
tem seu fundamento no art. 397 do CC; tem como causa jurídica o vínculo
ascendente-descendente."(ut Yussef Said Cahali, Dos Alimentos", RT, 2.ªed.,
p.504 )
O Código Civil dispõe, em seu art. 1694:
Art. 1694 Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos
outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a
sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
Corroborando a tese, encontra-se o art. 2º da Lei nº 5.478/68:
Art. 2º O credor, pessoalmente, ou por intermédio de advogado, dirigir-se-á ao
juiz competente, qualificando-se, e exporá suas necessidades, provando,
apenas, o parentesco ou a obrigação de alimentar do devedor, indicando seu
nome e sobrenome, residência ou local de trabalho, profissão e naturalidade,
quanto ganha aproximadamente ou os recursos de que dispõe.
Logo, é perceptível que o pedido de alimentos formulado pela Requerente é
juridicamente possível, uma vez que há relação de parentesco entre as partes,
e foram expostos os requisitos necessários para a fixação judicial dos
alimentos, a saber, necessidade da menor e possibilidade de seu genitor.
DO PEDIDO
Ante o exposto, requer:
a) os benefícios da justiça gratuita, por serem juridicamente hipossuficientes;
b) a fixação dos alimentos provisórios em XXXX sobre os rendimentos brutos,
abatidos os descontos legais, acrescidos de férias e 13º, a ser depositada na
conta bancária em nome da representante legal do (a) menor, a saber,
XXXXXXXXX.
c) a intimação do Ministério Público para acompanhar o feito;
d) a citação do requerido para apresentar resposta, sob pena de revelia;
e) a procedência do pedido, condenando o requerido ao pagamento dos
alimentos definitivos no mesmo valor pleiteado no item b;
Dá-se o valor da causa de R$ XXXXX (XXXXXXX). Obs. O valor da causa
deve ser multiplicado em 12 vezes o valor pleiteado a título de alimentos.
Termos em que pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB XXXXX

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