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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA XXX

VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA XXX DO ESTADO XXX

Jurema da Silva e Iracema da Silva, menores impúbere,


nascidas em xxx, neste ato representado (a) por sua genitora Milena
dos Santos da Silva, brasileira, diarista, RGº nº xxx, SSP xxx,
inscrita no CPF nº xxx, residente e domiciliada na Rua dos
Candelabros, nº 52, Jardim dos Pássaros, na Cidade de Maringá
Estado do Paraná, vem à presença de Vossa Excelência, por
intermédio de seu advogado e bastante procurador com endereço
profissional na Rua xxx, nº xxx, Cidade xxx, Estado xxx, endereço
eletrônico xxx, com fundamento no artigo 1.566, IV, do Código
Civil e artigo 2º da Lei nº. 5.478/68, pleitear

AÇÃO DE ALIMENTOS
em desfavor de Justino da Silva, brasileiro, azulejista,
residente e domiciliado na Rua da Bromélias nº 20, na Cidade de
Maringá, Estado do Paraná, RG nº xxx - SSP/xxx, inscrito no CPF nº
xxx, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos:

DOS FATOS
As menores são filhas do Requerido, conforme prova a cópia da
certidão de nascimento anexa. Apesar da relação jurídica que os une,
o pai não vem prestando auxílio, com regularidade, para a criação e
educação de suas filhas.
Cumpre esclarecer que a genitora das menores trabalha como
diarista, mas que no momento encontra-se encostada pelo INSS, e
contando apenas com a ajuda dos familiares para o sustento dela e
das menores, e com muita dificuldade vem arcando sozinha com as
despesas decorrentes da criação das menores, tais como: Moradia,
alimentação, vestuário educação, transporte, medicamento, lazer, etc.

O requerido por sua vez, vinha contribuindo com um valor de R$


100,00 para as duas filhas, mas a 3 meses deixou de contribuir
alegando não ter condições de contribuir com o sustento das mesmas.
O mesmo por sua vez, tem em sua posse um veículo da marca VW
Gol, 2006/2007, e ainda ficou comprovado que no ano de 2013/2014
auferiu uma renda de R$ 3.850,00 (três mil oitocentos e cinquenta
reais) mensais, mas que não contribuiu para o sustento das crianças.

Cabe ressaltar que o Pai Justino não tem demonstrado interesse em


arcar com as responsabilidades decorrentes da paternidade, deixando
de atender aos vários apelos da representante das menores para que
se responsabilize por parte das despesas.

DO DIREITO

De início, cabe ressaltar o entendimento da doutrina no que se refere


ao conceito de pensão alimentícia,

"quantia fixada pelo juiz e a ser atendida pelo


responsável (pensioneiro), para manutenção dos filhos
e ou do outro cônjuge”.

(Dicionário Jurídico da Academia Brasileira de Letras Jurídicas.


Planejado, organizado e redigido por J. M. OTHON SIDOU. 5ª
Edição. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1999. P. 618).

A família deve assegurar o bem-estar da criança conforme disposto


no Art. 227da Constituição Federal:
Art. 227 É dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de
toda forma de negligência, discriminação exploração,
violência, crueldade e opressão.

Os pressupostos da obrigação do alimentante sobre o alimentado


estão presentes no caso em epígrafe, assim como nos ensina o
renomado jurista Orlando Gomes em sua obra "Direito de Família",
9ª. Edição, Editora Forense, Rio de Janeiro, 1997, página 404, in
verbis:

Alimentos são prestações para satisfação das


necessidades vitais de quem não pode provê-las por si.
A expressão designa medidas diversas. Ora significa o
que é estritamente necessário à vida de uma pessoa,
compreendendo, tão-somente, a alimentação, a cura, o
vestuário e a habitação, ora abrange outras
necessidades, compreendidas as intelectuais e morais,
variando conforme a posição social da pessoa
necessitada.

Destarte, ao analisar as atitudes de desídia do Requerido, que tem se


omitido em seus deveres, deixando a rogo exclusivo da genitora os
gastos com as crianças, sabedor de que a genitora está arcando com
dificuldade com o sustento das mesmas.
Não cabe somente à genitora arcar com a criação e educação das
menores, sendo este um dever de ambos os pais.
Segundo o ensinamento de Yussef Said Cahali:

ALIMENTOS - DEVER DE SUSTENTO À PROLE

-I- O dever de sustento diz respeito ao filho


menor, e vincula-se ao pátrio poder, seu
fundamento encontra-se no art. 231, III, do CC,
como dever de ambos os cônjuges em relação à
prole, e no art. 233, IV, como obrigação
recíproca do genitor, de mantença da família;
cessado o pátrio poder, pela maioridade ou pela
emancipação, cessa conseqüentemente aquele
dever; termina, portanto, quando começa a
obrigação alimentar. II- A obrigação alimentar
não se vincula ao pátrio poder, mas à relação de
parentesco, representando uma obrigação mais
ampla que tem seu fundamento no
art. 397 do CC; tem como causa jurídica o
vínculo ascendente-descendente."(ut Yussef Said
Cahali, Dos Alimentos", RT, 2.ªed., p.504 )

O Código Civil dispõe, em seu art. 1694:


Art. 1694 Podem os parentes, os cônjuges ou
companheiros pedir uns aos outros os alimentos
de que necessitem para viver de modo compatível
com a sua condição social, inclusive para
atender às necessidades de sua educação .

Corroborando a tese, encontra-se o art. 2º da Lei nº 5.478/68:


Art. 2º O credor, pessoalmente, ou por
intermédio de advogado, dirigir-se-á ao juiz
competente, qualificando-se, e exporá suas
necessidades, provando, apenas, o parentesco ou
a obrigação de alimentar do devedor, indicando
seu nome e sobrenome, residência ou local de
trabalho, profissão e naturalidade, quanto ganha
aproximadamente ou os recursos de que dispõe.

Logo, é perceptível que o pedido de alimentos formulado pela


Requerente é juridicamente possível, uma vez que há relação de
parentesco entre as partes, e foram expostos os requisitos necessários
para a fixação judicial dos alimentos, a saber, necessidade das
menores e possibilidade de seu genitor.
DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

a) os benefícios da justiça gratuita, por serem juridicamente


hipossuficientes;

b) a fixação dos alimentos provisórios em R$ xxx sobre os


rendimentos brutos, abatidos os descontos legais, acrescidos de férias
e 13º, a ser depositada na conta bancária em nome da representante
legal das menores, a saber, xxx.

c) a intimação do Ministério Público para acompanhar o feito;

d) a citação do requerido para apresentar resposta, sob pena de


revelia;

e) a procedência do pedido, condenando o requerido ao pagamento


dos alimentos definitivos no mesmo valor pleiteado no item b;

Dá-se o valor da causa de R$ xxx

Termos em que pede deferimento.

Local xxx data xxx.

Advogado
OAB xxx

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