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EXCELENTISSIMO (A) SENHOR (A) DR.

(A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ______ VARA DE FAMILIA DA


COMARCA DE BELEM/PA.

CONJUGÊ VIRAGO, SUEANNE PACHECO DE OLIVEIRA DA SILVA, brasileira, casada, nutricionista,


portadora do RG 3898101 PC/PA, inscrita sob o CPF 711.966.502-25, endereço eletrônico
sueannepacheco.pa@gmail.com, residente e domiciliada em Avenida Pedro Miranda, Vila Alice Entre
Barão do Triunfo e Angustura), casa 48, Bairro: Pedreira, CEP 66080-140, Belém/Pa; e CONJUGÊ
VARÃO ANTONIO MARQUES DA SILVA NETO, brasileiro, casado, prestador de serviço no ramo de
venda por atacado (REPRESENTANTE COMERCIAL), portador do RG 4006522 SSP/PA, inscrito sob o CPF
841.855.542-49, residente e domiciliado em Rua Quinze de Maio, n.º 68 Bairro: Centro, Cep 68625-
010, Paragominas/Pa, neste ato representado pelo seu causídico, o nacional Rômulo Sousa Carvalho,
OAB.PA 30.075 , que esta subscreve e assina, ut instrumento de mandato em anexo (ANEXO 01 e
ANEXO 01B), com escritório onde recebe notificações e citações, com endereço profissional na Avenida
Rômulo Maiorana n.º 1832, MARCO, CEP 66093-674, e endereço eletrônico
contato@romulocarvalhoadvocacia.com.br, vêm à presença de Vossa Excelência, com a máxima vênia,
ingressar com a presente

AÇÃO DE DIVÓRCIO DIRETO CONSENSUAL

Com fulcro nos artigos 24 e seguintes, da Lei nº 6.515/77, e nos artigos 1.571 e
seguintes, do diploma civil, com base nos fatos e fundamentos a seguir aduzidos:

AVENIDA ROMULO MAIORANA 1832 – MARCO, BELEM – PA 66093-674


I – DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
Necessário destacar que com o deslinde do matrimônio, ambos, imbuídos por seus
motivos pessoais, acabaram por absorver ainda mais despesas do que as que já possuíam à época da
união, pois, precisaram reconstruir suas vidas, suas residências, seus projetos de trabalho, e gastos
ainda maiores com os sustentos de seus dependentes, portanto, os requerentes declaram não possuir,
no momento, condições financeiras para arcar com as despesas processuais e os honorários
advocatícios sem prejuízo do seu próprio sustento ou da sua família.
Desta feita, requer o consentimento dos benefícios da Justiça Gratuita, nos termos do
artigo 98 do Código de Processo Civil, garantindo-lhe, deste modo, o efetivo acesso à justiça.

II – DOS FATOS
Os autores contraíram casamento civil em 31 de janeiro de 2017, sob o regime de
comunhão parcial de bens, sendo então lavrado aos autos do 04º Cartório de Registro Civil de Pessoas
Naturais, Pará, conforme certidão acostada em anexo (ANEXO 02).
Desta união tiveram 02 (dois) filhos, ainda menores, ambos impúberes, conforme
certidões de nascimento em anexo (ANEXO 03).
Durante a constância da união não constituíram bens imóveis e/ou patrimônio que
julguem necessários à divisão entre os autores, além dos bens móveis pertencentes à moradia onde
reside a Cônjuge Virago e os filhos dos ora divorciando.
Os requerentes manifestam a vontade livre e consciente pela dissolução da sociedade
conjugal, sendo inviável a reconciliação, o que enseja a presente ação.

III – DOS FATOS E FUNDAMENTOS


Os cônjuges pretendem, por mútuo consentimento, dissolver a sociedade conjugal,
através do DIVÓRCIO DIRETO CONSENSUAL previsto tanto na Lei nº 6.515/77, quanto no art. 226, § 6º,
da Carta Magna, este último dispondo sobre a dissolubilidade do casamento civil pelo divórcio, sem a
necessidade de comprovação do lapso temporal da separação.

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Art. 731. A homologação do divórcio ou da separação
consensuais, observados os requisitos legais, poderá ser
requerida em petição assinada por ambos os cônjuges, da
qual constarão:
I - as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens
comuns;
II - as disposições relativas à pensão alimentícia entre os
cônjuges;
III - o acordo relativo à guarda dos filhos incapazes e ao
regime de visitas; e
IV - o valor da contribuição para criar e educar os filhos.

Parágrafo único. Se os cônjuges não acordarem sobre a


partilha dos bens, far-se-á esta depois de homologado o
divórcio, na forma estabelecida nos arts. 647 a 658

III.I – QUANTO AOS ALIMENTOS RECÍPROCOS


Quanto aos ALIMENTOS RECÍPROCOS, esse direito decorre do poder familiar e do grau
de parentesco, conforme disposto no art. 1.694 e devem ser pactuados na proporção da necessidade
do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada, art. 1694, § 1º, CCB, conforme destacado in verbis.
"Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros,
pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para
viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive
para atender às necessidades de sua educação".

§ 1  o  Os alimentos devem ser fixados na proporção das


necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa
obrigada.
...

Cediço é que a obrigação de prestar alimentos entre os ex-cônjuges decorre não de


previsão legal, mas sim do princípio da solidariedade e dever de mútua assistência, possui caráter
excepcional e temporário, com previsão a termo, enquanto perdurar a absoluta e inquestionavelmente
comprovada incapacidade do alimentado em prover sua subsistência, até que assim o faça.
Entretanto, Nobre Julgador(a), conforme abaixo se demonstra, não seria o caso em tela,
em face à demonstração de provimentos alimentícios do cônjuge Varão para os alimentandos sob a

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guarda da Virago, desta banda, estes, em mútuo acordo, renegam o direito de postular pensão
alimentícia entre si, em nada afetando a obrigação dos genitores para com os filhos menores.
III.II - QUANTO AOS ALIMENTOS DAS MENORES
Conforme já dito alhures, os alimentos devem ser pactuados na proporção da
necessidade do impúbere e dos recursos da pessoa obrigada, onde o arcabouço jurídico nacional
entende como alimentos, não só o sustento de caráter de alimentação, mas sim tudo o que for
preciso para o sustento e desenvolvimento do alimentado, que não pode por si só garantir o seu
sustento.
Segundo Yussef Said Cahali, a palavra alimentos, adotada no direito para designar o
conteúdo de uma pretensão ou de uma obrigação, vem a significar tudo o que é necessário para
satisfazer aos reclamos da vida; são as prestações com as quais podem ser satisfeitas as necessidades
vitais de quem não pode provê-las por si; mais amplamente, é a contribuição periódica assegurada a
alguém, por um título de direito, para exigi-la de outrem, como necessário a sua manutenção.
No mesmo diapasão, manifesta-se o eminente civilista Orlando Gomes, fortalecendo e
ampliando conceitualmente o tema, para agregar outros valores, discorrendo com precisão que:
“Alimentos são prestações para satisfação das necessidades
vitais de quem não pode provê-las por si. A expressão designa
medidas diversas. Ora significa o que é estritamente
necessário à vida de uma pessoa, compreendendo, tão
somente, a alimentação, a cura, o vestuário e a habitação,
ora abrange outras necessidades, compreendidas as
intelectuais e morais, variando conforme a posição social da
pessoa necessitada.”

Desta feita, Excelência, o cônjuge Varão, consciente de suas obrigações pecuniárias, além de
afetivas, ainda que profissional liberal não assalariado, compromete-se em arcar com as despesas
para criação de seus filhos na ordem inicialmente de R$ 500,00 (quinhentos reais) a ser pago todo
dia 13 de cada mês a cônjuge virago.

III.III – QUANTO À GUARDA DAS MENORES


Por oportuno, vejamos o postulado civil pátrio no tocante à guarda unilateral e
compartilhada de filhos, a amparar legalmente o ora pactuado entre as partes. In verbis:

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Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada.
(Redação dada pela Lei nº 11.698, de 2008).
...
§ 1º Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só
dos genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5o) e,
por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o
exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam
sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos
comuns. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
...
§ 2º Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os
filhos deve ser dividido de forma equilibrada com a mãe e com
o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os
interesses dos filhos: (Redação dada pela Lei nº 13.058, de
2014)

Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser:


(Redação dada pela Lei nº 11.698, de 2008).
I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por
qualquer deles, em ação autônoma de separação, de divórcio,
de dissolução de união estável ou em medida cautelar;
(Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).

II – decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas


do filho, ou em razão da distribuição de tempo necessário ao
convívio deste com o pai e com a mãe. (Incluído pela Lei nº
11.698, de 2008).
...
§ 4oA alteração não autorizada ou o descumprimento
imotivado de cláusula de guarda unilateral ou compartilhada
poderá implicar a redução de prerrogativas atribuídas ao seu
detentor. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)

Art. 1.588. O pai ou a mãe que contrair novas núpcias não


perde o direito de ter consigo os filhos, que só lhe poderão ser
retirados por mandado judicial, provado que não são tratados
convenientemente.

Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os


filhos, poderá visitá-los e tê-los em sua companhia, segundo o
que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem
como fiscalizar sua manutenção e educação.

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Nesta toada, no afã de conferir a melhor condição na criação e desenvolvimento do
filho, sem jamais privar-lhes do affecttus família, tanto paterno quanto materno, os Autores, em sábia
decisão, consentiram por atribuir à guarda dos menores a seguinte condição:
Os menores impúberes, F.P.O.S e D.P.O.S, permanecerão, como atualmente estão, sob a
guarda da mãe, sendo a desta, a residência primária dos filhos, por entenderes os divorciando, ser o
melhor para os menores, até que atinjam a maioridade civil e possam responder de maneira autônoma
por seus interesses, sendo garantido o direito de visita e busca dos menores pelo cônjuge Varão, nos
seguintes termos:
a) Permanência com os filhos durante a semana : consentem os divorciandos que, por estarem os
filhos sob a guarda unilateral da mãe, durante a semana o assim o permaneçam, pois o pai não
mora nem reside na mesma cidade que os filhos.
b) Permanência com os filhos aos fins de semana : consentem os divorciandos que como o pai
mora em outra cidade (Paragominas-Pa) e vem a Belém apenas uma vez ao mês, nesta vinda
com prévio aviso os filhos permaneçam com o mesmo durante a sexta-feira a partir das 18h
até as 21h do domingo do respectivo fim de semana; os demais finais de semana, permanecem
com a mãe.
c) Férias escolares de meio do ano: consentem os divorciandos que estes terão direito a estar
com os filhos nas seguintes condições: primeira metade do período de férias com o pai;
segunda metade do período de férias com a mãe, a contar da assinatura do presente termo,
alterando essa periodicidade nos anos diretamente subsequentes, e em caso de deserção por
parte do pai, os filhos ficam com a mãe no período das férias escolares do meio do ano;
d) Férias escolares de fim de ano . Dezembro e datas festivas: consentem os divorciandos que
estes terão direito a estar com os filhos nas seguintes condições: primeira metade do período
de férias até dia 27 de dezembro com o pai; segunda metade do período de férias, incluindo
réveillon, com a mãe, até o fim das férias, a contar da assinatura do presente termo, alterando
essa periodicidade nos anos diretamente subsequentes, e em caso de deserção por parte do
pai, os filhos ficam com a mãe no período das férias escolares do fim do ano;
e) Datas comemorativas: consentem os divorciandos que estes terão direito a estar com os filhos
nas datas comemorativas de dia dos pais e dia das mães, sem qualquer objeção,
independentemente de estas datas coincidirem com dias da semana que não lhes seriam o
direito como acima pactuado.

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Afirmam os ora divorciandos que estes não se opõem e que seus filhos possam viajar, com a
mãe e/ou com o pai, desde que, para tal, tenha a expressa aquiescência formal de ambos os
genitores. Condição esta sine qua non para sua validade, sem a qual este direito lhes será negado.

III.IV - QUANTO AOS BENS


Declaram os cônjuges que não obtiveram bens de grande monta durante a constância
da união e que abrem mão da partilha dos bens móveis adquiridos, ficando estes de direito para a
cônjuge Virago, por ser justo e necessário face à necessidade das menores.

III.V. - QUANTO AO NOME


Em razão da dissolução do casamento, a cônjuge Virago requer que seu nome de solteira
se restabeleça, como: SUEANNE PACHECO DE OLIVEIRA (ANEXO 04).

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IV. DOS PEDIDOS E DOS REQUERIMENTOS
Diante de todo exposto, os peticionários requerem com a devida vênia, que Vossa
Excelência se digne a:
a) julgar procedente o presente pedido, em todos os seus termos, para extinguir definitivamente o
vínculo conjugal mediante sentença que decrete divórcio, de logo renunciando ao prazo recursal, em
razão do caráter consensual do divórcio, mantendo-se todas as obrigações estabelecidas entre os
Requerentes;

b) Conceder os benefícios da gratuidade judiciária aos postulantes com base no art. 98 do CPC, em
razão da hipossuficiência dos requerentes, não tendo meios de custear as despesas processuais sem
prejuízo do sustento próprio ou de sua família por todo o adrede demonstrado;

c) intimar o douto Representante do Ministério Público, a fim de que acompanhe o referido processo;

d) expedir o competente Mandado de Averbação ao Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais, de
Belém, Estado do Pará, para que proceda com a devida averbação de divórcio na certidão de
casamento.

Pugna-se para que as publicações sejam feitas em nome do patrono, Rômulo Sousa
Carvalho, OAB.PA nº 30.075, e-mail contato@romulocarvalhoadvocacia.com.br.

Protestam provar o alegado, por todos os meios de prova admitidos no direito.

Dá-se a causa o valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais).


Nestes termos,

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Pede deferimento.
Belém 17 de junho de 2022.

Rômulo Sousa Carvalho


Advogado – OAB.PA 30.075

CHECK LIST
ANEXO 01 – PROCURAÇÃO DA SRA. SUEANNE PACHECO DE OLIVEIRA DA SILVA
ANEXO 01B – PROCURAÇÃO DO SR. ANTONIO MARQUESDA SILVA NETO
ANEXO 02 – CERTIDÃO DE CASAMENTO
ANEXO 03 – CERTIDOES DE NASCIMENTOS DOS MENORES
ANEXO 04 – CERTIDÃO DE NASCIMENTO DA SRA. SUEANNE PACHECO DE OLIVEIRA

CNH – SR. ANTONIO MARQUES DA SILVA NETO


RG – SRA. SUEANNE PACHECO DE OLIVEIRA DA SILVA
CPF – SRA. SUEANNE PACHECO DE OLIVEIRA DA SILVA
SOLICITAÇÃO DE JUSTIÇA GRATUITA – SRA. SUEANNE PACHECO DE OLIVEIRA DA SILVA
SOLICITAÇÃO DE JUSTIÇA GRATUITA – SR. ANTONIO MARQUESDA SILVA NETO
RENDIMENTOS FINANCEIRO DA SRA. SUEANNE PACHECO DE OLIVEIRA DA SILVA

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