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AO JUÍZO DA Xª VARA DE FAMÍLIA DE xxx

RÔMULO, brasileiro, solteiro, nascido em, portador do RG n° XXXX,


inscrito no CPF n°, residente e domiciliado xxx, CEP n° xxx, telefone (61) xx,
com endereço eletrônico xxx, por intermédio do NÚCLEO DE PRÁTICA
JURÍDICA DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA - NPJ/UCB, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigo 24 da
Lei n° 5.748/68 – Lei de Alimentos, propor 

AÇÃO DE OFERECIMENTO DE ALIMENTOS

Em face de BERNARDO, menor impúbere, representado neste ato por sua


genitora xxx, brasileira, solteira, operadora de loja, portadora do RG n° xxxx,
inscrita no CPF n° xx, residente e domiciliada na xx, CEP xx, telefone n° (61)
xxx, com endereço eletrônico xx, pelos motivos de fato e de direito que passa a
expor:
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

A parte autora não possui condições de arcar com os custos


financeiros do processo e os honorários advocatícios, estando atualmente com
insuficiência de recursos, de modo que, para os devidos fins legais, quanto às
despesas que a presente demanda possa causar, declarando, portanto, ser
pessoa hipossuficiente. Diante disso, pede a concessão dos benefícios de
gratuidade judiciária, nos moldes preconizados pelo artigo 98 do Código de
Processo Civil.

I – DOS FATOS

A parte autora relata que, de seu relacionamento com a mãe do


requerido, adveio um filho da relação, devidamente reconhecido pela parte
autora, conforme documentação anexa.

Narrou o Autor que, o relacionamento com a mãe do requerido é


amigável, por isso, oferta alimentos de forma extrajudicial. Embora o
relacionamento de ambos seja afável, o Autor procurou este Núcleo de Prática
Jurídica com a finalidade de regularizar judicialmente a pensão alimentícia do
requerido.

Além disso, é de suma importância ressaltar que a parte autora possui


outro filho de relacionamento diverso que, inclusive, a pensão alimentícia é,
devidamente regularizada judicialmente, conforme processo n° xxx, que tramita
na xª Vara de Família de xxx. Extrai-se da sentença que os alimentos são
fixados da seguinte forma: “no importe de 15% de seus rendimentos brutos
obtidos a qualquer título, inclusive 13° e 1/3 de férias, abatidos os descontos
compulsórios (...)”.

Igualmente, a parte autora postulou nesta demanda o oferecimento de


alimentos a seu filho Bernardo nos mesmos moldes referentes aos pagos a seu
filho xxx, isto é, 15% de seus rendimentos brutos obtidos a qualquer título,
inclusive 13° e 1/3 de férias, abatidos os descontos compulsórios.

No que concerne ao convênio médico, narrou o Autor que o menor faz


jus ao convênio, uma vez que, é dependente da genitora que labora na mesma
empresa do requerente.

Eis, em breve síntese, os fatos.

II – DO DIREITO

Conforme preconiza o §1° do artigo 1.694 do Código Civil, os alimentos


devem ser fixados de forma proporcional às necessidades do reclamante,
observando os recursos da pessoa obrigada. Vejamos:

Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou


companheiros pedir uns aos outros os alimentos de
que necessitem para viver de modo compatível com a
sua condição social, inclusive para atender às
necessidades de sua educação.
§ 1o Os alimentos devem ser fixados na proporção das
necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa
obrigada.

Ou seja, é notório que receber alimentos é direito do requerido.


Contudo, antes de qualquer coisa, convém estabelecer as necessidades do
reclamante, de acordo com a situação pessoal. Isto é, ainda que o obrigado
possua recursos infinitamente superiores às necessidades do requerido, não
poderá ser cobrado valor superior ao qual carece. Outrossim, é de suma
importância observar os recursos que o obrigado faz jus, para que, as
necessidades do requerido e as possibilidades do obrigado, na fixação de
alimentos, seja ofertado de forma razoável.

Nessa esteira, nas palavras de Flávio Tartuce:

“O princípio da proporcionalidade ou
da razoabilidade deve incidir na fixação
desses alimentos no sentido de que a sua
quantificação não pode gerar o
enriquecimento sem causa. Por outro lado, os
alimentos devem servir para a manutenção do
estado anterior, visando ao patrimônio mínimo
da pessoa humana. O aplicador do direito
deverá fazer a devida ponderação entre
princípios para chegar ao quantum justo.”1

Dito isso, os Tribunais reforçam o que foi supramencionado para a


fixação dos alimentos. Qual seja:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DIVÓRCIO.


FIXAÇÃO DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS. TUTELA
DE URGÊNCIA DEFERIDA. PRESENTES
REQUISITOS DO ART. 300 DO CPC. PRETENSÃO
DE REDUÇÃO DOS ALIMENTOS. OBSERVÂNCIA DO
BINÔMIO NECESSIDADE-POSSIBILIDADE. ANÁLISE
DAS CONDIÇÕES PESSOAIS DAS PARTES.
RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO, COM O
PARECER.
A obrigação de sustento dos filhos recai, inicialmente,
sobre os pais, conforme dispõe o art. 229
da Constituição Federal, o art. 22 do Estatuto da
Criança e Adolescente, e, no âmbito internacional, no
sistema onusiano, o art. 27 da Convenção sobre os
Direitos da Criança, incorporada no Direito Brasileiro
pelo Decreto nº 99.710/90. E nos termos do art. 1.694
do Código Civil, os alimentos prestados em favor do
filho menor de idade serão aqueles necessários para
que viva de modo compatível com a sua condição
social, inclusive para atender às necessidades de sua
educação. Para tanto, deve o juiz fixar os alimentos na
proporção das necessidades do reclamante e dos
recursos da pessoa obrigada, nos moldes do § 1º do
dispositivo legal mencionado. Na hipótese a decisão
observou, a contento, a capacidade econômica do
alimentante e o valor necessário ao suprimento de
condições básicas aos alimentados, em observância ao
binômio necessidade-possibilidade. Recurso conhecido
e desprovido, com o parecer. 2

Outrossim, conforme preconiza o artigo 229, o dever dos pais de dar


assistência ao filho menor é garantido pela Carta Magna. Vejamos:

Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar


os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de
ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou
enfermidade.

1
(TARTUCE, Flávio. 2019. p. 794)
2
(TJMS; AI 1401525-56.2022.8.12.0000; Relª Desª Jaceguara Dantas da Silva; DJMS 31/10/2022; Pág. 58)
Nessa esteira, tem-se o entendimento de que a obrigação de prestar
suporte de assistência necessárias ao sustento do menor impúbere é dever de
ambos os ascendentes. Ademais, esse entendimento também está
resguardado no artigo 1696 do Código Civil. Que dispõe:

Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é


recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os
ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos
em grau, uns em falta de outros.

Desse modo, entende-se que o Autor está cumprindo com suas


obrigações legais ao ingressar no presente feito para oferecer alimentos ao
menor impúbere. Além disso, é de suma importância ressaltar que o
Requerente percebe renda familiar de R$ xxx,xx. Portanto, merece ser
concedida a oferta de alimentos seguindo os mesmos moldes daqueles pagos
ao seu outro filho mencionado anteriormente.

III – DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

a) A concessão dos benefícios da gratuidade de justiça, pois, o Autor não


possui condições de arcar com as custas processuais e honorários
advocatícios, sem prejuízo de seu sustento próprio, em caso de
sucumbência;
b) A citação do Requerido na pessoa de sua representante legal supra
indicada, para que compareça em audiência de conciliação, instrução e
julgamento, a ser designada por Vossa Excelência, contestando o
presente feito, se desejar, ou aceitando a oferta aqui mencionada, sendo
descontado do Autor o percentual de 15% do seu salário bruto, qual
seja, R$ xxxx;
c) A intimação do Ministério Público;
d) Expedição de ofício a empresa xxxx S.A;
e) A produção de provas cabíveis para saneamento dos fatos
controvertidos;
f) A procedência da ação, de modo a fixar os alimentos mensais no
percentual de 15% de seu salário bruto e converter os provisórios em
definitivos.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos por direito,
em especial a prova documental e testemunhal, ademais declara-se a
autenticidade dos documentos acostados na presente petição, conforme inciso
VI, do art. 425 do NCPC.

Dá-se a causa o valor de R$ xxxx.

Termos em que,
P. deferimento.

Brasília, 08 de abril de 2023.

________________________
Advogado(a) – NPJ/UCB
OAB/DF n° xxx

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