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AO DOUTO JUÍZO DA ...

VARA DA FAMÍLIA DA COMARCA DE VOLTA


REDONDA/RJ

VICTOR HUGO RAMOS DE SOUZA MATTOS, nacionalidade ..., menor impúbere, atualmete
com 5 (cinco) anos de idade, nascido em 15/02/2019, portador do documento de identidade
n° ..., inscrito no CPF sob o n° ..., neste ato representado por sua genitora LÚCIA HELENA DA
SILVA RAMOS, nacionalidade ..., estado civil ...., Técnica de Enfermagem, portadora da carteira de
identidade n° ..., inscrita no CPF sob o n° ..., ambos residentes à Rua ..., n° ..., bairro ..., nesta cidade
de Volta Redonda/RJ, representados por seu advogado ..., inscrita na OAB/..., sob o n° ...,
instrumento do mandado em anexo, com escritório à Rua ..., n° ..., bairro ..., da cidade de ..., e-mail,
vem respeitosamente, a presença de Vossa Excelência apresentar

AÇÃO DE ALIMENTOS C/C TUTELA DE URGÊNCIA PARA FIXAÇÃO DE


ALIMENTOS PROVISSÓRIOS

em face de JORGE DE SOUZA MATTOS, estado civil ..., Bioquímico, portador do documento
de identidade n° ..., inscrito no CPF sob o n° ..., residente à Rua ..., n° ..., bairro ..., na cidade de
Campinas/SP, pelopelo rito especial da Lei 5.478/68 e a aplicação subsidiária do Código Civil e
do Código de Processo Civil em razão das questões de fato e de Direito adiante

I – DA JUSTIÇA GRATUITA

O requerente não possui condições de pagar custas e despesas do processo conforme


declaração de hipossuficiência anexa e conforme disposto no Art. 98 e seguintes do CPC e pelo
art 5º, LXXIV do CFRB/88. Desse modo, requer a concessão da gratuidade de Justiça.

II – DOS FATOS

Inicialmente LÚCIA HELENA, genitora do autor, manteve-se em um relacionamente por 5


(cinco) anos com RÉU, no período de 2015 a 2020, período que obteveram como fruto o autor,
VICTOR HUGO.
O casal residia em Campinas/SP, por conta do serviço do genitor, que trabalha em uma
grande industria quimica na cidade, porém com a separação do casal, a genitora mudou-se com
seu filho para a cidade de Volta Redonda/RJ.
JORGE que possui um salário de R$ 5.000,00 mensais, ajudava mensalmente, sem
necessidade de cobrança com R$ 800,00 mensais, entretanto no fim de 2023, parou de ajudar as
custas do autor.
A genitora apesar de trabalhar recebe R$ 1.500,00 mensais, o que não dá para manter
sozinha o menor, inclusive pelo fato do autor possuir problemas cronicos de saúde, exigindo
maiores gastos.

GASTOS VALOR
Escola R$ XX,XX
Transporte R$ XX,XX
Remédio R$ XX,XX
Plano de saúde R$ XX,XX
Alimentação R$ XX,XX
Uniforme R$ XX,XX
Vestimentas R$ XX,XX
Total R$ XX,XX

III – DA TUTELA DE URGÊNCIA - ALIMENTOS PROVISÓRIOS

Ao analisar o Art. 300, do CPC, vemos que a tutela de urgência será concedida quando
houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano.
“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.”
Tratando-se do elemento que evidencia a probabilidade do direito, pronuncia-se que foi
acostado aos autos a Certidão de Nascimento do menor em que consta o nome do Requerido
como pai.
Noutro giro, quanto o risco do resultado útil do processo, cumpre informar que o menor
necessita com urgência o valor da pensão, uma vez que a genitora não está conseguindo
sobreviver financeiramente com os custos de alimentação e saúde do Requerente.
A doutrina é consolidade no seguinte sentido:
“Também acrescem a seus requisitos o da prova inequívoca e a do juízo de verossimilhança da
alegação, não no sentido de se tratar de uma verdade absoluta, demonstrada de modo
incontroverso e incontestável, mas, uma prova robusta, capaz de aproximar a percepção do
julgador ainda em sede de cognição sumária, de uma probabilidade muito grande de verdade
daquilo que está sendo alegado.” (Madaleno, Rolf Direito de família / Rolf Madaleno. - 8. ed., rev.,
atual. e ampl. - Rio de Janeiro : Forense, 2018. Pg. 1.156)
Deste modo, a prova para a concessão da tutela antecipada tem que ostentar uma robustez
que demonstre de forma clara o direito alegado. Nesta senda, foi acostado o Registro Civil das
duas crianças menores em que consta o nome do Requerido como genitor destes.
Portanto, Excelência, vê-se necessário o deferimento da Tutela de Urgência, no devido
procedimento, para que se cumpra a obrigação, uma vez já apresentado as necessidas do menor,
como gastos farmaceuticos e escolares, além da inssuficiência da genitura para arcar com todo
custo, logo que os dois requisitos previstos pelo art. 300 do CPC foram cumpridos.

IV – DO DIREITO

Os alimentos, tanto como dever, bem como direito, são preconizados no Código Civil de nos
arts. 1.695 e 1.696. Vejamos:
“Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem
pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode
fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento.
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos
os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.”
Neste aspecto, podemos observar que, segundo o que diz os dispositivos legais, é dever de
prover alimentos aqueles que tem condição necessária para arcar com os custos de vida do
alimentante que não detém de bens suficientes para se manter, podendo ser essa obrigação
estendida até aos avôs do alimentante.

A – DO BINÔMIO “NECESSIDADE/POSSIBILIDADE”.

É sabido que na doutrina e jurisprudência existe um binômio apelidado de


“Necessidade/Possibilidade”. Esse termo é usado para se analisar a necessidade do alimentado e
a possibilidade do alimentante e chegar à um equilíbrio nesse binômio.
Ainda vale ressaltar que o ônus da prova sobre a questão da possibilidade em provar a
situação financeira para arcar com os alimentos fixados recai para o devedor, conforme
entendimentos jurisprudenciais a seguir expostos:
“APELAÇAO CIVEL. ALIMENTOS FIXAÇÃO. ÔNUS DA PROVA DO ALIMENTANTE. CONCLUSÃO Nº.
37 DO CETJRS. MINORAÇÃO DESCABIDA. Em se tratando de ação de alimentos, o ônus da prova
acerca da impossibilidade de suportar a verba alimentar é do alimentante (Conclusão nº. 37 do
Centro de estudos do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul). No caso, não tendo o
alimentante comprovado a extensão de seus rendimentos, e havendo sinais exteriores de
riqueza, não há como presumir que não possa alcançar a sua filha o valor dos alimentos fixados
em sentença.Sentença mantida.NEGARM PROVIMENTO AO APELO. (TJ-RS - AC: XXXXX RS,
Relator: Rui Portanova, Data de Julgamento: 28/05/2020, Oitava Câmara Cível, Data de
Publicação: 23/09/2020) (grifos nossos)”

“APELAÇÃO CÍVEL. ALIMENTOS. IMPOSSIBILIDADE CONTRIBUTIVA. ÔNUS DA PROVA DO


ALIMENTANTE. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. 1. É pacífico o entendimento de que o ônus de
comprovar a situação financeira que impossibilitaria arcar com os alimentos definitivamente
fixados recai sobre o alimentante que pretende a minoração do valor da pensão, de modo que a
inexistência de demonstração milita em seu desfavor. 2. A ausência de demonstração da situação
financeira inviabiliza o pedido de minoração da pensão alimentícia. Ademais, o fato de o
alimentante não ser parte em uma relação de emprego não implica sua miserabilidade, nem
mesmo automático encolhimento dos alimentos estabelecidos, pois é até possível que os ganhos
auferidos na informalidade atinjam patamares superiores àqueles do emprego formal. 3.
Apelação conhecida e não provida. (Apelação Cível TJDF: XXXXX-78.2018.8.07.0016, Relator:
Desembargador FÁBIO EDUARDO MARQUES) (grifos nossos).”

Portanto, o ônus da prova não recai sobre os alimentados para provarem que o seu genitor
possui recursos financeiros necessários para arcar com o sustento desses, mas sim recai sobre o
Alimentante provar que não detém de recursos financeiros.

B– DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS

Em virtude da necessidade e da impossibilidade de a genitora arcar com o sustento do


menor de forma exclusiva, como também na prova inequívoca constante nas certidões de
nascimento anexas, que afirma, indene de dúvidas, o estado de filiação entre o Autore e o
Requerido, demonstra-se conveniente que seja determinado, doravante, o pagamento de
alimentos provisórios ao infante.
Reza o art. 4º, da Lei 5.478/68, que “ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo
alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor”. Vejamos o dispositivo legal:
“Art. 4º As despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo
devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.”

V – DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

a) O deferimento da gratuidade de justiça, uma vez que o autor é pobres na forma da lei;
b) O deferimento do pedido de Tutela de Urgência de ALIMENTOS PROVISÓRIOS, uma vez
previsto os requisitos do Art. 300 do CPC para o deferimento;
c) A designação prévia de conciliação e mediação, nos termos do art. 334, VII, do CPC;
d) A citação do Requerido, para comparecer em audiência conciliatória, bem como,
querendo, ofereça posteriormente sua contestação, sob pena de revelia e confissão quanto à
matéria de fato;
e) A intimação do ilustre representante do Ministério Público para intervir no feito como
fiscal da ordem jurídica, em conformidade com o artigo 1.788, II do CPC;
f) A concessão de alimentos provisórios no percentual sugerido de 30% (trinta por cento)
do salário mínimo nacional, em caso de não possuir vínculo empregaticio, equivalente, por ora, a
R$ 1.500,00 (Um mil e quinhentos reais), para auxiliar nas custas ja demonstradas
anteriormente;
g) Ao final, a procedência da presente ação, condenando o requerido à prestação de
alimentos definitivos, na proporção sugerida de 20% (vinte por cento) dos seus rendimentos
líquidos com vínculos empregatícios, incluindo: bonus, PLR, férias, 13% e outros beneficios;
Sempre o que for mais benefico ao autor, a ser depositado na conta corrente do banco ...,
Agência ..., Operação ..., Conta XXXXX-X, Titular: VICTOR HUGO RAMOS DE SOUZA MATTOS;
h) A condenação do Réu em custas e honorários advocatícios sucumbenciais, no valor total
de 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa.

6 – DAS PROVAS.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova, em especial a testemunhal e


documental, bem como todas aquelas necessárias à obtenção da justiça.

7 – DO VALOR DA CAUSA

Dá-se a presente causa o valor de R$ 12.000,00 (Doze mil reais), calculados sob 20% do
salário em caso de vínculo empregatício.

Volta Redonda/RJ, ... de ... de ....

Nestes termos,
pede deferimento.

Advogado ....
OAB/... nº: ...

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