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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA

CÍVEL DA COMARCA DE TUPÃ - ESTADO DE SÃ O PAULO.


Nome , brasileiro, motorista de caminhã o, casado, portador do documento de
identidade RG n° 00000-00 e inscrito no CPF/MF sob o n° 000.000.000-00 ,
residente e domiciliado a EndereçoBairro Vila Nova II, na cidade de Tupã - Estado
de Sã o Paulo, vem através de sua advogada, que esta subscreve ( procuraçõ es e
nomeaçã o Convênio Defensoria Pú blica/OAB-SP em anexo ) com fulcro nos arts.
100, II, 471, I, ambos do CPC, 1.699 do CC e 15, caput da Lei n° 5.478/68,
respeitosamente a presença de Vossa Excelência propor a presente
AÇÃ O DE EXONERAÇÃ O DE ALIMENTOS
Em face de sua filha Nome , brasileira, solteira, residente e domiciliada a
EndereçoCEP. 00000-000, na cidade de Maringá - Estado do Paraná , que o faz
pelos fatos e fundamentos a seguir expostos .
ASSISTÊ NCIA JUDICIÁ RIA
Informa inicialmente o requerente, que nos termos do art. 2°, pará grafo ú nico e art.
4°, ambos da Lei n° 1.060/50, que nã o possue condiçõ es financeiras de arcar com
as custas processuais e honorá rios advocatícios, sem prejuízo de seu sustento e o
de sua família, razã o pela qual fazem jus à GRATUIDADE DE JUSTIÇA , requerendo,
assim, que lhe sejam concedidos os benefícios da assistência judiciá ria, conforme
indicaçã o OAB/DPESP ( documento em anexo ), nomeando-se a profissional que
subscreve.
DOS FATOS
O requerente é genitor de Nome , advinda de seu anterior casamento com a Sra.
Nome , a época do acordo de divó rcio ( Có pia em anexo ) ficou avençado que Nome
pagaria Pensã o Alimentícia a ambas as filhas do casal 1,12 salá rios mínimos, que
hoje perfaz o total de R$ 00.000,00, ocorre que num revés da vida, o requerido que
era empresá rio do ramo de ovos, perdeu tudo o que possuía, desempenhando
atualmente a funçã o de motorista de caminhã o, distribuindo leite, recebendo pelo
trabalho cerca de R$ 00.000,00 ( Um mil e setecentos reais ) mensais, paga
também aluguel da residência em que mora com a atual esposa ( Nome em anexo )
que também no momento está desempregada, além de todas as despesas inerentes
a manutençã o bá sica do lar e despesas pessoais, desta forma nã o podendo mais
fazer frente ao gasto com Pensã o Alimentícia para a filha, já maior de idade ( 21
anos ) que está atualmente estudando na Universidade Estadual de Maringá
( UEM ) e também trabalhando, desta forma, mantendo suas despesas de forma
autô noma, nã o mais necessitando dos valores até entã o fornecidos pelo seu
genitor. Prejudicado pois o binô mio NECESSIDADE X POSSIBILIDADE , de um lado
nã o há mais necessidade do pensionamento, e de outro nã o há mais a possibilidade
do pagamento da Pensã o em razã o da alteraçã o financeira do requerente.
Neste diapasã o, em que pese o entendimento da melhor doutrina no sentido de
que, alcançada a maioridade, cessa ipso jure a causa da obrigaçã o alimentar, sendo
desnecessá rio o ajuizamento, pelo devedor, de uma açã o exonerató ria, o Superior
Tribunal de Justiça editou a Sú mula 358, assentando entendimento diverso. Senã o
vejamos :
STJ SÚ MULA n° 358 - 13/08/2008 - Dje 08/09/2008
Cancelamento de Pensã o Alimentícia de Filho - Maioridade - Contraditó rio
O cancelamento de Pensã o Alimentícia de filho que atingiu a maioridade está
sujeito à decisã o judicial, mediante contraditó rio ainda que nos pró prios autos.
Assim, ainda que os fatos supra narrados, demonstrem inequivocamente o direito
do autor à exoneraçã o do pagamento da aludida pensã o mostrar-se-a a seguir
alguns dispositivos legais que arrimam sua pretensã o.
DO DIREITO
Da cessaçã o da menoridade e das condiçõ es da requerida prover seu pró prio
sustento, conforme se depreende de Acordo de Divó rcio Consensual do casal
genitor da requerida, percebe-se que completou a maioridade, e hoje conta com 21
( anos ).
É certo que a jurisprudência assentou entendimento de que a maioridade nã o é
fator bastante para ensejar a exoneraçã o do pagamento da pensã o alimentícia
( Sú mula 358 do STJ ). Contudo, é curial ressaltar que como advento da maioridade
há uma mudança nos pressupostos da pensã o alimentícia.
Nesta linha, é a orientaçã o do Có digo Civil Brasileiro, senã o vejamos:
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que
necessitem para viver de modo compatível com sua condição social, inclusive para atender às
necessidades de sua educação.
§ 1° Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamente e dos recursos da
pessoa obrigada.
§ 2° Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade
resultar de culpa de quem os pleiteia.

Art. 1.695. Sã o devidos os alimentos quando quem os pretende nã o tem bens


suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à pró pria mantença, e aquele, de
quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessá rio ao seu sustento.
Assim, o pressuposto que antes era o dever de sustento dos pais, consectá rio do
poder familiar que se extingue com o atingimento da maioridade ( art. 1.635, III do
Có digo Civil ), passa a ser a necessidade do alimentando, tendo como fundamento
principal o princípio da solidariedade entre os familiares.
Conclui-se entã o que alcançada a maioridade, os motivos ensejadores da pensã o
alimentícia em benefício da filha maior cingem- se a constataçã o da necessidade
desta, isto é a inexistência de bens suficientes para prover sua subsistência e/ou
impossibilidade de prover pelo seu pró prio trabalho, a pró pria mantença, devendo
para tanto receber pensã o.
No caso, verifica-se que tal motivo nã o se faz mais presente, uma vez que a
requerida está trabalhando, e mantendo-se por conta pró pria, ademais a
Universidade que freqü enta é estadual e, portanto, gratuita. É o que se verifica
através de aná lise de recente Julgado do Tribunal de Justiça do Estado de Sã o
Paulo.
(00)00000-0000.22.2014.8.26.0220 - APELAÇÃ O - Alimentos - Exoneraçã o - Pai
em face de filha maior - Alimentanda que nã o apresenta incapacidade para o
trabalho - Frequência de curso superior em horá rio compatível dom atividade
laboral - Necessidade nã o comprovada - Decisã o reformada. Recurso Provido.
( Grifo Nosso )
(Relator(a): Egidio Giacoia; Comarca: Guaratinguetá ; Ó rgã o julgador: 3a Câ mara de
Direito Privado; Data do julgamento: 07/10/2015; Data de registro: 08/10/2015 )
DA AUTENTICIDADE DOCUMENTAL
A advogada em tela, declara que os documentos digitalizados, com a finalidade de
Instruir a presente Açã o de
Exoneraçã o de Alimentos, foram extraídos de có pias e originais fornecidos pelo
requerente e que sã o de inteira responsabilidade daquele, sua autenticidade.
DOS PEDIDOS
a) Requerer a Vossa Excelência, a concessã o do benefício da ASSISTÊ NCIA
JUDICIÁ RIA gratuita, nos termos do artigo 4° da lei n° 1.060 de 05.12.1950, por ser
o requerente pessoa pobre na acepçã o jurídica do termo, nã o tendo condiçõ es de
prover as custas e despesas processuais, bem como, honorá rios advocatícios sem
privar-se de recursos indispensá veis a sua sobrevivência de seus familiares;
b) A citaçã o da Requerida, através de CARTA PRECATÓ RIA, EndereçoCEP. 00000-
000, na cidade de Maringá - Estado do Paraná , para querendo, contestar os termos
da presente Açã o, sob pena de revelia e de se presumirem aceitos como
verdadeiros os fatos articulados pelo autor ( art. 285. 2a parte do CPC);
c) Que seja o pedido julgado TOTALMENTE PROCEDENTE , exonerando-se o
requerente da obrigaçã o de alimentar, referente a sua filha Nome ;
d) Pugna provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitido,
especialmente prova documental, perícias, depoimento pessoal da Requerente e
rol testemunhal que será oportunamente arrolado, e demais meios probató rios,
que se fizerem necessá rios.
Dá -se a causa o valor de R$ 00.000,00 meramente para efeitos fiscais.
Termos em que,
Pede deferimento.
Tupã , 22 de outubro de 2015.
Nome
00.000 OAB/UF

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