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AÇÃO DE ALIMENTOS
EGRÉGIO TRIBUNAL
DOUTA CÂMARA
NOBRE RELATOR
Sendo que tal decisão não pode subsistir, pois os recursos financeiros do alimentante
não suportam a obrigação que lhe foi imposta.
Pois bem.
Sabe-se que para a fixação dos alimentos devem ser utilizados como parâmetros a
proporção das necessidades do alimentando e dos recursos da pessoa obrigada.
A propósito:
Nos termos do art. 1.694, § 1º, do Código Civil, os alimentos devem ser fixados na
proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada, ficando ao
prudente critério do juiz arbitrar o valor da pensão alimentícia, atendidas as
circunstâncias do caso concreto.
Foram devidamente comprovados nos autos o aumento das despesas do alimentante em
razão de seu grave quadro de saúde, bem como e as grandes dificuldades financeiras
enfrentadas pela alimentanda, apesar de exercer atividade laborativa.
Como ensina Maria Helena Diniz, o alimentante deverá cumprir seu dever sem
que haja desfalque do necessário ao seu próprio sustento; daí ser preciso
verificar sua capacidade financeira, porque se tiver apenas o indispensável,
injusto seria obriga-lo a sacrificar-se e passar privações, para socorrer parente
necessitado, tanto mais que pode existir parente mais afastado que esteja em
condições de cumprir tal obrigação alimentar, sem grandes sacrifícios (Curso de
Direito Civil Brasileiro?, v. 5/288, p. 289).
Esta é a correta interpretação do artigo 400 do Código Civil, pois não se pode
olvidar que o instituto dos alimentos tem caráter eminentemente social e não é
fonte de renda.
Além disso, mora na casa do pai com a família (esposa e três filhos), que
dependem dele economicamente para sobreviver. Sua esposa não trabalha fora
do lar porque precisa cuidar dos filhos e está grávida.
Requer que o presente recurso seja recebido, conhecido e provido, nos termos
da liminar supra solicitada, devendo o efeito suspensivo ser mantido até o
julgamento definitivo da ação.