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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 1º Vara

Cível da Comarca de Barbalha- Estado do Ceará

Ref. Processo: 0006162-73.2019.8.06.0043

DEBORA HELLOYSE SAMPAIO MONTEIRO menor,


devidamente representada por sua genitora PAULA KAMILLA DA
SILVA SAMPAIO, ambas, devidamente qualificados “apud acta”, nos autos
em epigrafe, da AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOS (MINORAÇÃO),
em resposta a DIEGO DE SOUZA MONTEIRO, por seu procurador infra-
assinado, devidamente constituído, “in fine”, vem perante Vossa Excelência,
com o devido acato e respeito de estilo, nos termos do art. 219; art. 364 § 2o do
Código Processo Civil, oferecer, apresentar, as suas alegações finais, conforme
elementos das razões finais de mérito, de fato e de direito que a seguir expõe:

I. ALEGAÇÕES FINAIS, nos seguintes termos:

Em apertada síntese, trata-se de ação revisional de alimentos (minoração),


proposta em 25 de julho do ano de 2019, por Diego de Sousa Monteiro, onde o
mesmo pede a minoração da pensão alimentícia do valor de 26, 55% (vinte e seis
virgula cinquenta e cinco porcento), do salário mínimo, referente a R$ 246,97
reais (duzentos e quarenta e seis reais e noventa e sete centavos), para o
percentual de 15% (quinze porcento) do salário mínimo, o que equivale a 149, 70
(cento e quarenta e nove reais e setenta centavos).

II- DO MÉRITO – SITUAÇÃO FINANCEIRA DA REQUERIDA


Cumpre destacar que se trata de mãe solo, que acorda todos os dias cedo, para
cumprir com as obrigações diárias para com sua filha, já que o pai apenas
cumpre com o financeiro, além do fator de atrasar os pagamentos das parcelas
conforme a foto em anexo.
Ressalta-se, Excelência que a Requerida trabalha como Auxiliar de RH, que não
possui CTPS assinada, mas que tem como lucro mensal 1.412,00 reais (mil
quatrocentos e doze reais), ou seja 01 salário mínimo.
É de suma importância relembrar que apesar de a Requerida não ter outros
filhos, são inúmeros os gastos inerentes com a adolescente, visto que a mesma
estuda em escola particular (COLEGIO SANTO ANTÔNIO), que reside no sítio e
é gasto também o deslocamento com gasolina para ir deixar na escola e ir
buscar, assim como lanche escolar diariamente, vestimentas, necessidades
pessoais, medicamentos de uso esporádicos e demais necessidades que possam
eventualmente acontecer.
Outro fator importante de ressaltar é que a Requerida só não tem problemas
financeiros porque recebe ajuda de seus pais, visto que percebem a situação
vivenciada por ela e ajudam a custear as despesas da neta.
De fato, Excelência não se pode deixar de prestar auxilio a um filho em
detrimento de outro, contudo é visível a desvantagem vivenciada pela
adolescente Debora Helloyse, visto que não é procurada pelo pai, não tem
contato com seus familiares e não tem o convívio afetivo com o genitor, e além
de tudo isso ainda foi requerido que seja diminuída o valor de sua pensão
alimentícia, valor este que nem chega a suprir de fato com as necessidades da
adolescente, conforme os recibos anexados.

III. DO DIREITO

A Lei 5.478/68 dispõe sobre a prestação de alimentos, regulando esta. O artigo


1.696 do diploma Civil diz que:
“Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e
extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em
grau, uns em falta de outros.”

O requerente encontra amparo legal no artigo 1.695 do Código Civil que diz:

“Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens
suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele,
de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque no necessário ao seu
sustento.”

Ademais, o dever de prestação de alimentos está previsto expressamente


na Constituição Federal, em seu artigo 229, sendo dever dos pais satisfazer as
necessidades vitais do (a) autor (a), vez que este (a) não pode provê-las por si.

IV- DA DOUTRINA E DA JURISPRUDÊNCIA

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DE FAMÍLIA. PENSÃO


ALIMENTÍCIA. FILHO MENOR. NECESSIDADE
PRESUMIDA. CAPACIDADE FINANCEIRA DOS
ALIMENTANTES. PROPORCIONALIDADE. 1. As
necessidades de crianças em tenra idade são presumidas e
a obrigação de alimentar decorre do dever de sustento dos
pais em relação aos filhos menores, inerente ao poder
familiar, tal como se infere do art. 229 da Constituição
Federal, art. 22 do Estatuto da Criança e do Adolescente e
arts. 1.694 e 1.695 do Código Civil. 2. A fixação do valor
dos alimentos demanda a ponderação do binômio
necessidade-possibilidade, considerados os elementos do
caso concreto e os princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade, conforme estabelece o § 1º do art. 1.694
do Código Civil. 3. Ainda atento às balizas da prudência e
do bom senso, deve o magistrado, ao fixar o valor dos
alimentos, considerar a situação econômica das partes, de
forma a aferir a real possibilidade do Alimentante e as
necessidades do Alimentando. 4. Recurso conhecido e
provido.

(TJ-DF 07105939620198070006 - Segredo de Justiça


0710593-96.2019.8.07.0006, Relator: GETÚLIO DE
MORAES OLIVEIRA, Data de Julgamento: 10/02/2021, 7ª
Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no PJe :
18/02/2021 . Pág.: Sem Página Cadastrada.)

V. DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS FINAIS

1.) Em face do sucintamente exposto, e mais pelas razões, em memoriais ora


apresentados, que este douto Juízo certamente saberá lançar sobre o tema,
requer-se a total procedência de todos os pedidos da presente resposta desta
ação, nos termos da inicial, postulando provimento jurisdicional declaratório-
condenatório, em que se continue a ser pago o valor de 26,55% do salário
mínimo, compilando o Autor ao pagamento dos importes devidos, visto que o
valor nunca foi atualizado conforme o salário mínimo atual, o que tramita em
processo sob nº 0200474-10.2023.8.06.0043;
2.) Requer ainda a improcedência de todos os pedidos formulados pela parte
Autora;

3.) Requer a condenação do Autor nos ônus de sucumbência, e honorários


advocatícios.

Nestes termos,

Pede e espera deferimento.

Barbalha-CE, 20/02/2024.

TERESA LUÍSA SAMPAIO FERNANDES TÁVORA


OAB/CE 50.914

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