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RUAN CARLOS DE PINHO SILVA, brasileiro, solteiro, tosador de pet, portador da Carteira de
Identidade nº 28.613.986-0 - Detran/RJ, regularmente inscrito no CPF/RFB sob o
nº 165.278.357.10, residente e domiciliado na Rua Marília, 439 aptº. 201 - Marechal Hermes - Rio
de Janeiro – RJ, CEP: 21.555-340, por sua patrona com endereço eletrônico:
rosiadvocacia@hotmail.com.br, doravante designado autor, vem propor em face de:
PRELIMINARMENTE:
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA:
a. Inicialmente, afirma não possuir condições para arcar com as custas processuais e
honorários advocatícios sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família, por
prestar serviços de forma autônoma, sem rendimentos fixos e por este motivo requer, nos
termos da lei 1.060/50 e suas alterações, ainda do artigo 98 e seguintes do CPC/2015, a
concessão do benefício, juntando ainda a competente Declaração de Hipossuficiência,
que desde já requer prazo para juntar.
Fatos e Fundamentos
7. Cabe-se ressaltar que o ora autor recebeu apenas a correspondência que ora junta, sem
anteriormente ter recebido qualquer documento com a denominação “TOI”, apenas com
uma outra folha discriminada, documento este absolutamente ininteligível, acredita-se até
para quem tem prática, imagina-se para o homem médio, consumidor comum.
8. Já o Documento onde é apresentada uma memória de cálculo, com fulcro no art. 132,da
referida e já citada Resolução (Resolução Normativa 414/2010), também aponta uma cobrança
total de R$ 3.725,25 (Três Mil, Setecentos e Vinte e Cinco Reais e Vinte e Cinco
Centavos):
11. Na data marcada, como já citado, o autor compareceu à agência e ali não recebeu qualquer
documento, comprovação e ou mesmo atenção da funcionária da empresa, a não ser uma
“proposta indecente” de “acordo” para pagar o débito apontado, sem qualquer explicação
plausível, ou de que forma teria a empresa ré chegado a tais valores.
12. A se dirigir a unidade de atendimento da empresa ré, ciente de que as informações do TOI,
se referem a Constatação de Desvio de Energia no Ramal de Entrada, conhecido
popularmente como “gato”, algo que com certeza não cometeu, e diante das diversas falhas
materiais do referido “TOI”, DOCUMENTO QUE NÃO RECEBEU ANTERIORMENTE,
pois em verdade recusou-se a assinar um documento que não entendia seu teor, e poque
acreditou, ainda que presumindo boa-fé por parte da empresa ré, de que teria ocorrido
somente erro na emissão do documento, engano de leitura, ou algo do gênero.
13. Continuando:
14. A única resposta prática da empresa ré foi de que seria necessário o autor dirigir-se a uma
agência da empresa ré para solucionar o problema.
15. Na data marcada, como já citado, o autor compareceu à agência e ali não recebeu qualquer
documento, comprovação e ou mesmo atenção da funcionária da empresa, a não ser uma
“proposta indecente” de “acordo” para pagar o débito apontado, sem qualquer explicação
plausível, ou de que forma teria a empresa ré chegado a tais valores.
17. Percebeu que NÃO É INCOMUM A ATITUDE DA empresa ré, QUE ATINJE
MILHARES DE CONSUMIDORES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
18. Embora se pasme com a quantidade de reclamações da empresa que dão a esta o desonroso
título de 1º lugar entre as reclamadas no Estado, no PROCON E NO PODER
JUDICIÁRIO, em buscas simples na Internet, encontra-se a reportagem do jornal O Globo
datada de 25/04/2017, que mostra que a empresa ré é reincidente contumaz na prática
descrita nesta petição.
19. É importante frisar que as próprias contas do autor apresentam o histórico de consumo
regular e demonstram inclusive sua sazonalidade, típica de uma residência com chuveiro
elétrico, aumentando o consumo apenas no inverno, não fazendo sentido a pretensa cobrança
da empresa ré de consumo médio mensal nos termos que a empresa ré deseja, inclusive por
este não ser o procedimento indicado pelo Art. 130, II da Resolução 414/2010, que indica o
cômputo da média dos três maiores consumos, além de que o parágrafo único deste artigo
cita:
“Parágrafo único. Se o histórico de consumo ou demanda de potência ativa da
unidade consumidora variar, a cada 12 (doze) ciclos completos de faturamento ,
em valor igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) para a relação entre a soma
dos 4 (quatro) menores e a soma dos 4 (quatro) maiores consumos de energia
elétrica ativa, nos 36 (trinta e seis) ciclos completos de faturamento
anteriores à data do início da irregularidade, a utilização dos critérios de
apuração para recuperação da receita deve levar em consideração tal condição”.
20. Diante do acima exposto, fica evidente que não há fundamento técnico ou legal para a
empresa ré efetuar qualquer cobrança de consumo não medido.
21. Vale informar que a casa é composta apenas de 2 quartos, sala, cozinha e banheiro.
22. Cabe ainda esclarecer que até o momento da propositura da presente ação, não ficou
demonstrado pela empresa ré a existência de qualquer irregularidade.
23. Entretanto, mesmo assim, até o momento da propositura da presente, não recebeu qualquer
resposta da contestação apresentada, qual seja, com a devida e regular declaração padrão,
que informe:
“... No ato da inspeção foi constatado desvio de energia no ramal de entrada
em uma fase sem passar pela medição; corrente medida 1.6 teste com
ADR 2.00%. Cliente recusou assinar o TOI”.
Dos Pedidos
24. Diante do exposto, e considerando o inequívoco desinteresse e a impossibilidade em
esclarecer e resolver a questão através dos canais administrativos da empresa ré, que
absolutamente não funcionam, vem requer a V. Excelência:
XI. A inversão do ônus da prova, com fulcro no art. 6, VIII da Lei 8.078/90.
XII. A devolução em dobro, corrigido pelo IGPM e mora de 1%, do valor cobrado
no documento denominado “Memória Descritiva de Cálculo”, qual seja o valor
de R$ 3.725, 25 (Três Mil e Setecentos e Vinte e Cinco Reais e Vinte e Cinco
Centavos) com base nos art. 42 § único do CDC e na Resolução 414/2010 da
Aneel, art. 113, II, §2° e §3º, in verbis:
Lei 8.078/90 – CDC
Art. 42.
XV. O crime de calúnia está previsto no artigo 138 do Código Penal, e consiste em
atribuir falsamente a alguém a autoria de fato definido como crime.
XVI. Para que se configure o crime de calúnia, é preciso que seja narrado
publicamente um fato criminoso, como quer fazer parecer que foi o que
aconteceu e que cometeu ora autor, a empresa ré.
XVII. Caso alguém seja acusado de calúnia, e puder apresentar provas de que o fato
criminoso narrado não é verdadeiro, é possível que se defenda judicialmente,
em processo criminal.
XVIII. O art. 129 da Resolução Normativa 414/2010, citado pela empresa ré,
refere-se ao procedimento de Caracterização de Irregularidade e da
Recuperação de Receita.
CAPÍTULO XI
DOS PROCEDIMENTOS IRREGULARES
Seção I Da Caracterização da Irregularidade e da Recuperação da Receita
Art. 129. Na ocorrência de indício de procedimento irregular, a distribuidora
deve adotar as providências necessárias para sua fiel caracterização e apuração do
consumo não faturado ou faturado a menor.
§ 1o A distribuidora deve compor conjunto de evidências para a caracterização de
eventual irregularidade por meio dos seguintes procedimentos:
I – Emitir o Termo de Ocorrência e Inspeção – TOI, em formulário próprio,
elaborado conforme Anexo V desta Resolução;
II – Solicitar perícia técnica, a seu critério, ou quando requerida pelo consumidor ou
por seu representante legal;
III – elaborar relatório de avaliação técnica, quando constatada a violação do
medidor ou demais equipamentos de medição, exceto quando for solicitada a perícia
técnica de que trata o inciso II; (Redação dada pela REN ANEEL 479, de
03.04.2012)
IV – Efetuar a avaliação do histórico de consumo e grandezas elétricas; e
V – Implementar, quando julgar necessário, os seguintes procedimentos:
a) medição fiscalizadora, com registros de fornecimento em memória de
massa de, no mínimo, 15 (quinze) dias consecutivos; e
b) recursos visuais, tais como fotografias e vídeos.
§ 2º Uma cópia do TOI deve ser entregue ao consumidor ou àquele que
acompanhar a inspeção, no ato da sua emissão, mediante recibo.
§ 3º Quando da recusa do consumidor em receber a cópia do TOI, esta deve ser
enviada em até 15 (quinze) dias por qualquer modalidade que permita a
comprovação do recebimento.
§ 4º O consumidor tem 15 (quinze) dias, a partir do recebimento do TOI, para
informar à distribuidora a opção pela perícia técnica no medidor e demais
equipamentos, quando for o caso, desde que não se tenha manifestado
expressamente no ato de sua emissão. (Redação dada pela REN ANEEL 418, de
23.11.2010)
§ 5º Nos casos em que houver a necessidade de retirada do medidor ou demais
equipamentos de medição, a distribuidora deve acondicioná-los em invólucro
específico, a ser lacrado no ato da retirada, mediante entrega de comprovante desse
procedimento ao consumidor ou àquele que acompanhar a inspeção, e
encaminhá-los por meio de transporte adequado para realização da avaliação
técnica.
§ 6º A avaliação técnica dos equipamentos de medição pode ser realizada pela Rede
de Laboratórios Acreditados ou pelo laboratório da distribuidora, desde que com
pessoal tecnicamente habilitado e equipamentos calibrados conforme padrões do
órgão metrológico, devendo o processo ter certificação na norma ABNT NBR ISO
9001, preservado o direito de o consumidor requerer a perícia técnica de que trata o
inciso II do § 1o . (Redação dada pela REN ANEEL 479, de 03.04.2012).
§ 7º Na hipótese do § 6º, a distribuidora deve comunicar ao consumidor, por
escrito, mediante comprovação, com pelo menos 10 (dez) dias de antecedência, o
local, data e hora da realização da avaliação técnica, para que ele possa, caso deseje,
acompanhá-la pessoalmente ou por meio de representante nomeado.
§ 8º O consumidor pode solicitar, antes da data previamente informada pela
distribuidora, uma única vez, novo agendamento para realização da avaliação
técnica do equipamento.
§ 9º Caso o consumidor não compareça à data previamente informada, faculta-se à
distribuidora seguir cronograma próprio para realização da avaliação técnica do
equipamento, desde que observado o disposto no § 7º. § 10º. Comprovada a
irregularidade nos equipamentos de medição, o consumidor será responsável pelos
custos de frete e da perícia técnica, caso tenha optado por ela, devendo a
distribuidora informá-lo previamente destes custos, vedada a cobrança de demais
custos.
§ 11º Os custos de frete de que trata o §10º devem ser limitados ao disposto no §
10º do art. 137. (grifamos)