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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO

CURSO: DIREITO
4º ANO
2º SEMESTRE
CADEIRA:
Direito Processual Laboral
Segunda avaliação

Providencia Cautelar de Suspensão de Despedimento

Discentes:
Danilo Ismail Safo
Rajabo Samuji
José Manuel Machulane
Joanito Lucas Alberto

Docente:

Doutor. Célio Dove


MERITÍSSIMO DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL JUDICIAL DA
PROVÍNCIA DE SOFALA_4ª SESSÃO LABORAL

=BEIRA=

Joelma, maior, de nacionalidade moçambicana, residente na cidade da Beira,


portadora do Bilhete de Identidade n° 070100954482I, devidamente representada
pelos seus mandatários, doravante requerente neste acto; vem, ao abrigo do
disposto no artigo 69º/nº 4 da Lei de Trabalho conjugado com os artigos 38 e 40
da Lei nº 10/2018 de 30 de Agosto, Lei que cria o Tribunal de Trabalho, propor e
fazer seguir a presente:

PROVIDÊNCIA CAUTELAR DE SUSPENSÃO DO DESPEDIMENTO,

Contra, SPEC TRANSPORT, LIMITADA, doravante Requerida, empresa com


sede na cidade de Beira, Estrada do aeroporto, Manga Mascarenha, nos termos e
com os seguintes fundamentos:

DOS FACTOS

A Requerente desempenhava funções de assistente de contabilidade desde o dia 07 de


Fevereiro de 2011, em virtude de um contrato de trabalho por tempo indeterminado,
celebrado entre a Requerente e a empresa acima citada, ora Requerida.

No entanto, aquando da celebração do contrato a Requerente sempre prestou a sua


actividade com zelo e diligência, sempre no interesse e sob direção da Requerida.
Durante nove (9) anos ao serviço da Requerida, a Requerente, nunca tinha sido alvo
de um processo disciplinar.

Ora, sucede que no dia 09 de Abril de 2020, a Requerente foi notificada da nota de
culpa da qual foi imputada do cometimento de infrações por violação de deveres
laborais. E que culminou no seu despedimento.

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Entretanto, as alegacões da nota de culpa pelas quais a Requerente foi imputada, e


consequentemente despedida, ferem de uma série de violações de formalidades do
processo disciplinar por parte da Requerida, pois quem acusa a Requerente e assina a
tal nota de culpa é quem não tenha legitimidade para o fazer.

Todavia, ainda assim, a Requerente, deduziu dentro do prazo legal a sua defesa,
tendo para além das irregularidades constatadas em sede da sua defesa, esta, requereu
ainda a título de diligências, a audição em declarações, seus colegas, os Senhores
Dzokonhiwa,-supervisor, Madumbe-motorista e Senhora Txakutxena-assistente de
contabilidade, para o esclarecimento do caso, e juntou ainda documentos probatórios
que ilidem inequivocamente a responsabilidade desta quanto aos factos contra si
imputadas.

Pelo que a Requerida, descaracterizou a defesa da Requerente com fundamento na


extemporaneidade da resposta à nota de culpa, preterindo deste modo a realização
das diligências de provas requeridas pela Requerente enquanto arguida no processo
disciplinar prejudicando desta forma, a defesa da Requerente sem nenhum
fundamento jurídico.

O que evidentemente não constitui a veracidade, uma vez que a resposta à nota de culpa
invocada pela Requerida, pois, a Requerente respondeu dentro do prazo legal a nota
de culpa.

Meritíssimo, a Requerida não permitiu que fosse realizada nenhuma diligência a fim de
apurar a imputabilidade ou não da Requerente ou pelo menos com objetivo de apurar a
veracidade dos factos que alega.

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Claramente que, a intenção da Requerida era de despedir a Requerente a todo
custo, porquanto optou pela violação das normas de procedimento disciplinar ao
impossibilitar o exercício do contraditório da Requerente.

DO DIREITO

10º

A providência cautelar de suspensão de despedimento pressupõe a verificação de: o


perigo de insatisfação do direito, e este deve ser decretada, se houver nulidade
insuprível do processo disciplinar (art. 40, nº 1 al. b) e 2 al. b) da Lei 10/2018 de 30 de
Agosto, Lei que cria o Tribunal de Trabalho ao quadro jurídico e sócio-económico
actual.)

11º

Pelos pressupostos acima, é notório que a Requerida agiu com intenções obscuras,
colapsando com os direitos Constitucionalmente consagrados, especificamente o direito
à retribuição e segurança no emprego constante do artigo 85, número 3 da CRM, ao
estabelecer que o trabalhador só pode ser despedido nos casos e nos termos
estabelecidos na lei.

12º

Não obstante, todo o percurso do processo disciplinar promovido pela Requerida, que
culminou no despedimento da Requerente, procedeu sem a observância das fases
constantes do artigo 67/2 da LT.

13º

As diversas informalidades constatadas no processo disciplinar, obviamente tornam


causas de invalidade do processo disciplinar. A falta de audição da Requerente quando
a tenha requerido, a não realização das diligências de prova, todos estes factos se
verificaram neste processo. Que pressupõem de forma clara a violação da norma
conforme resulta do artigo 68/1, a) e b) da LT.

14º

Ademais, não existe nenhum elemento probatório no procedimento disciplinar que seja
apto a demonstrar o comportamento imputado a Requerente. O que conduz

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necessariamente à improcedência do motivo justificativo do despedimento e a
consequente ilicitude deste.

DO PEDIDO

15º

Em suma podemos concluir, com elevado grau de probabilidade, que o procedimento


disciplinar é invalido e que não existe justa causa para despedir a Requerente, estando
assim preenchidos os pressupostos para que seja decretada a suspensão do seu
despedimento.

16º

Termos em que e nos demais de direito se requer:

1. Que seja decretada a suspensão de despedimento da Requerente e, em


consequência, ser esta reintegrada no seu posto de trabalho e, pela força
executiva que reveste a decisão por aplicação da norma constante do
artigo 41 da lei 10/2018 de 30 de Agosto, (Lei que cria o Tribunal de
Trabalho ao quadro jurídico e sócio-económico actual) conjugado com o
artigo 69/nº3 da LT, ser a Requerida condenada ao pagamento das
retribuições que aquela deixou de auferir desde a data do despedimento.

Valor: 18,900.00Mt

Junta: Procuração forense.

O mandatário

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