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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO 1º JUIZADO

ESPECIAL CÍVEL DE DUQUE DE CAXIAS – RJ

Processo n°: 0814515-70.2022.8.19.0021

Ana Lucia Lopes Barroso, já qualificada no processo em epígrafe, movida


em face de OI S.A. – (em recuperação judicial) vem à presença de V. Exª, através
de suas procuradoras signatárias, oferecer
Contrarrazões ao recurso inominado
interposto, na forma do art. 42, § 2º da Lei nº 9.099/95, requerendo, na forma
da lei, sejam as presentes contrarrazões recebidas e encaminhadas à Turma
Recursal dos Juizados Especiais Cíveis para a manutenção da respeitável sentença
recorrida.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Duque de Caxias, 23 de março de 2023

CONTRARRAZÕES AO RECURSO INOMINADO


Processo nº: 0814515-70.2022.8.19.0021
Recorrente: Ana Lucia Lopes Barroso
Recorrida: OI S.A. – (em recuperação judicial)

EGRÉGIO COLÉGIO RECURSAL

CONTRARRAZÕES DO RECURSO INOMINADO


COLENDA TURMA,

Inicialmente, cumpre destacar que merece ser mantida integralmente a


respeitada sentença recorrida, tendo em vista a correta apreciação das questões de
fato e de direito, conforme restará demonstrado.

1. DA TEMPESTIVIDADE
De acordo com o disposto no Art 42, § 2º da lei nº 9099/95 e conforme Acórdão
1292955, 00061686020168070010, Relator: CARLOS PIRES SOARES NETO,
Primeira Turma Criminal, data de julgamento: 15/10/2020, publicado no PJe:
26/10/2020, os núcleos de prática jurídica equiparam-se a defensoria pública no que
tange a questões relacionadas a prazo em dobro. Nesse sentido, as Contrarrazões
são tempestivas.

2. SÍNTESE DOS FATOS


Trata-se de ação em face de operadora de serviços de telefonia da empresa
ré que estiveram inoperantes, que foi concedida tutela antecipada para que o serviço
fosse reestabelecido e a requerida indenização por danos morais.
Portanto, de forma correta quanto a apreciação das questões de fato e de direito, a
ré fora condenada ao pagamento à autora no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)
com o fim de compensar os danos morais causados pela ré à autora, corrigidos
monetariamente a partir da sentença a e acrescidos de juros de mora de 1% ao mês
a contar da citação; em sentença respeitável, declarou também a inexigibilidade dos
débitos vinculados ao contrato objeto da ação a partir do mês de setembro de 2021
até que o serviço volte a ser efetivamente prestado pela ré.

3. DO DIREITO
Merece ser mantida em todos os seus termos a respeitável sentença uma vez
que o recorrente nada acrescentou em seu recurso inonimado dando apenas mais
certeza e clareza aos diversos danos causados a recorrida, não provando suas
arguições.

3.1 DO ÔNUS DAS PROVA


Conforme bem determina a ré e turmas recursais é pacífico em afirmar que o
consumidor é considerado hipossuficiente e vulnerável, sendo assim em relações de
consumo, o ônus de provar cabe a ré, que detém todos os dados e informações sobre
sua própria prestação de serviços, indo em desacordo com o disposto no artigo 373,
II do CDC.

4. DO MÉRITO

4.1 DA PRELIMINAR DE INCONGRUÊNCIA

A ré traz preliminar de incongruência na narração dos fatos com a conclusão,


visando ofuscar sua responsabilidade objetiva, em não lograr êxito ao provar a
regularidade do serviço prestado, que descumpre, inegavelmente, o disposto no
artigo 373, II do CDC, também o disposto no artigo 6, X, que a prestação dos
serviços públicos em geral deve ser adequada e eficaz, o que não ocorreu na relação
de consumo da parteautora e a ora denominada ré.
Há de ressaltar que o serviço prestado é considerado como essencial, devendo haver
o princípio da continuidade do serviço público essencial, não podendo haver a
descontinuidade ou a prestação inadequada, havendo pode haver a indenização por
danos morais, conforme Súmula n° 192 do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de
Janeiro.
"A indevida interrupção na prestação de serviços essenciais de água, energia
elétrica, telefone e gás configura dano moral."
Para tanto, é nítido o dever de indenizar do Recorrente uma vez que a autora foi
privada de utilizar o serviço considerado essencial que fora contratado com a ré.

4.2 DA FIXAÇÃO DE MULTA

Há de ressaltar que a multa ocorrida na sentença proferida, tem caráter


coercitivo, ocorrendo desde a data do descumprimento, O posicionamento do
Superior Tribunal de Justiça, portanto, solucionou de forma bastante técnica a
controvérsia sobre o momento de cobrança das astreintes, harmonizando os
aspectos conflitantes segurança jurídica, efetividade das decisões judiciais e
interesse do credor. Ainda no STJ a recalcitrância do devedor em se abster a
cumprir a multa por longo lapso de tempo é suficiente para justificar a
manutenção da multa, ainda que o valor se revele exorbitante, visto que se trata
de uma forma coercitiva para cumprimento de sentença.

5. DO PEDIDO
Diante do exposto, requer a essa Egrégia Turma Recursal que negue
provimento a recurso inominado interposto por OI S.A. – (em recuperação
judicial) e que seja mantida a respeitável sentença do Juiz de primeiro grau
em todos os seus termos, como forma de inteira justiça, caráter inibitório de
condutas lesivas e caráter também educativo
Termos em que,

Pede e espera deferimento.

Duque de Caxias – RJ, 24 de março de 2023


OAB/RJ

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